a voz do nordeste

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Azeite transmontano o valor do edição n.º 641 ANO XXV Dezembro|2010 esta revista é parte integrante do jornal nordeste e não pode ser vendida separadamente Barragem movimenta Bemposta O negócio do Natal Coaching: Empresas motivam trabalhadores ÁGUA É VIDA! especial

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Ediçao 641

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Page 1: A voz do Nordeste

Azeitet r a n s m o n t a n o

o valor do

edição n.º 641 • ANO XXV • Dezembro|2010esta revista é parte integrante do jornal nordeste e não pode ser vendida separadamente

Barragem movimenta

Bemposta

O negócio do

Natal

C o a c h i n g :

Empresas motivamtrabalhadores

ÁGUA É VIDA!e s p e c i a l

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• edição n.º 641 • ano XXV • dezembro|2010 •

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t e r e s a

b a t i s t a

d i r e c t o r a

EDITORIAL

entrevista06| Ferramentas de negócio estão desactualizadas

Reconhecido como um dos melhores do mun-do, o azeite produzido

em Trás-os-Montes recebe, ano após ano, galardões nacionais e internacionais que reconhe-cem a sua qualidade de ex-celência. O produto é genuíno e a sua confecção, na maioria das explorações, tem em con-ta técnicas ancestrais que fo-ram passando de geração em geração. No entanto, os actuais produtores tiveram o cuidado de adaptar as formas de pro-dução às necessidades do mer-cado, de modo a que o azeite produzido na região esteja ao nível dos melhores do mundo.Para o reconhecimento da qua-lidade do “ouro” transmontano muito tem contribuído a Deno-minação de Origem Protegida

O “ouro” transmontano(DOP) Azeite de Trás-os-Mon-tes, que a Associação de Oli-vicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) faz ques-tão de divulgar a nível nacional e também além fronteiras.Apesar das dificuldades ine-rentes à produção e da falta de apoios denunciada por al-guns produtores de azeite DOP, certo é que este produto é um bom exemplo de como aqui-lo que é produzido na região tem qualidade e prova disso é o reconhecimento internacional, em países, como Itália, onde se encontram os mais conceitua-dos especialistas em provas de azeite.O engarrafamento com marca própria foi um passo essencial para levar o azeite transmon-tano além fronteiras e nesse

campo as cooperativas de olivi-cultores, como é o caso de Mur-ça e Valpaços, estão a desem-penhar um papel fundamental para valorizar o azeite dos pequenos produtores, que não têm capacidade para transfor-mar e engarrafar.O sucesso do azeite poderá servir de exemplo para a va-lorização de outros produtos agrícolas da região, que têm qualidade, mas necessitam do seu reconhecimento a nível na-cional e além fronteiras, para terem escoamento garantido no mercado. Numa região onde predomina o sector primário, a aposta na agricultura é funda-mental para contrariar a con-juntura económica desfavorá-vel.

gabinete jurídico22| Garantia dos bens de consumo

made in trás-os-montes20-21| Grandes obras com

assinatura Revinord

cultura & lazer23| Blaya com muita energia em Bragança!

especial água é vida08-09| Bemposta com mais energia

opinião04| A Árvore de Natal e a Árvore das Patacas05| Pagar Mais para pagar Menos (e ao contrário também!)

ensino & investigação19| CESPU aposta na investigação transfronteiriça

economia12-13| Enfeites de Natal apelam ao consumo

14-15| Prémios valorizam o “ouro” produzido na região16| Eucaliptos substituídos por Oliveiras

17| Destino: INTUR 201018| Vimioso promove empresas

e produtos locais

e ainda:

nesta edição:nesta edição:

10-11| Barragem reforça empresas transmontanas

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• edição n.º 641 • ano XXV • dezembro|2010 • OPINIÃO

h u m b e r t o

r i b e i r o

docente do IPB

Aproxima-se a época festiva por excelência do ano. No aconchego

do lar, serão muitas as famílias que se reunirão mais uma vez para alegremente confraterni-zarem num ambiente de paz e alegria. Certamente que não faltarão as árvores de Natal decoradas a preceito, reche-adas com apelativos adereços e intrigantes presentes que in-quietam os mais jovens. Made in China? Explicitamente iden-tificados, ou não, será difícil escapar: provavelmente não haverão casas em Portugal re-cheadas com alguns artigos produzidos no extremo oriente.

Na época natalícia, o volume de vendas de uma afamada empresa de brinquedos, como a Mattel, fabricante da Barbie, ascende tipicamente a mais de 1,5 mil milhões de euros. Ven-das geradas globalmente, mas concentradas sobretudo nos países ocidentais. Mas onde é que se baseia a produção? Em 2007, dois terços estavam

na China. Numerosas outras empresas, de variados sectores de actividade, desde os têxteis aos

equipamentos electró-nicos, utilizaram com su-

cesso esta fórmula nos últimos anos: des-

localizar e produzir barato no Oriente

para vender com eleva-dos lucros

no Ociden-

te. Uma verdadeira árvore das patacas, símbolo do enriqueci-mento fácil. Contudo, não rara-mente tal euforia termina como uma ilusão amarga. De facto, enquanto que os países asiáti-cos e produtores de matérias-primas enriqueceram a olhos vistos, muitos países ocidentais estão à beira da falência! No caso que referi dos brinquedos, a experiência também não cor-reu muito bem: problemas com a segurança das crianças leva-ram à retirada do mercado de milhões de artigos, e obrigaram as empresas a reduzir a produ-ção low cost no Oriente.

Presumivelmente originária da Índia, a “árvore das patacas”, ou Dillenia indica, possui a par-ticularidade de a sua flor se encerrar sobre si mesma para a formação do fruto, pelo que se colocarmos dentro dela um objecto, este ficará retido no seu interior. Rezam as lendas que os imperadores Pedro(s) do Brasil teriam colocado pa-tacas (moedas) em diversas flo-res, tendo-as escondido em ár-vores dos jardins do Palácio de Verão, divertindo-se depois com convivas surpresos, pois as árvores “davam” dinheiro. Che-garam inclusivamente a enviá-las para Portugal numa caixa, afirmando que “nesta terra o dinheiro nasce em árvores”. Belo engodo. Desde meados do século XIX até 1967, mais de um 1.500.000 portugueses emigraram para o Brasil. Para a maioria, o abanar a árvore não trouxe nenhuma chuva de patacas, mas sim sacrifícios e trabalho árduo.

Na minha opinião, penso que os melhores dias da China já pas-saram. Certamente que continu-ará a ser um importante motor de crescimento económico glo-

bal, mas deverá crescer a um ritmo mais lento, com rendimen-tos marginais decrescentes. As dificuldades de financiamento que os agentes económicos en-frentam, como consequência da crise financeira, obrigam a um reequilíbrio global: a China tem de permitir a valorização da sua moeda, consequentemen-te reduzindo o volume de ex-portações e aumentando as im-portações. Ora aqui está uma oportunidade para os produto-res transmontanos. Vinho, azei-te, castanha e derivados, entre outros, podem constituir boas oportunidades de exportação. Mas não vale a pena competir por via de preços baixos. O su-cesso passará pela qualidade, inovação e diferenciação. Não é uma tarefa nada fácil, mas estamos obrigados a diminuir as importações e a exportar o mais possível para atenuar a anunciada recessão económica. E não podemos continuar a ex-portar anualmente apenas uns 200.000 euros para a China, quando importamos mais de mil milhões!

Outras importações: se a árvo-re das patacas veio da Índia, via Brasil; já a árvore de Na-tal é originária dos países nór-dicos, tendo sido posteriormen-te adoptada e difundida pelos protestantes Luteranos, predo-minantes na Escandinávia. Sa-bendo que Portugal é um país historicamente ávido de impor-tações, só espero que as famí-lias não abandonem por com-pleto a mais antiga tradição natalícia portuguesa, também ela importada, que é o presé-pio de Natal, elaborado pela primeira vez por S. Francisco, na colina de Assis, Itália, em 1223. Finalmente, a todos os meus votos de boas festivida-des!

A Árvore de Natale a Árvore das Patacas

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OPINIÃO

O meu amigo Joaquim anda adoentado. Queixou-se-me este

verão, burilando uma raiz de nogueira com a lâmina afiada da sua Palaçoulo, enquanto as ovelhas retouçavam os restos da erva primaveril. Pouca coisa corre bem nestes tempos de cri-se aguda. No rádio de pilhas, que lhe preenche as longas e cálidas tardes da Vilariça, ou-vem-se vários e inflamados pro-testos por causa do pagamento das chamadas SCUT.Ao Joaquim, que tem uma filha casada em Santarém, bom jei-to lhe dava que as SCUT conti-nuassem gratuitas. Mas já que

(e ao contrário também!)

Pagar Maispara pagar Menos

não podem sê-lo – “No alca-trão não se dá o centeio nem se leva o gado a pastar” comenta resignado – então que sejam os que as usam a pagar. Mas que sejam todos. E por igual! Não entende as isenções nem as ta-xas reduzidas. – Só quem tem carro é que anda na estrada. E quem mais anda, é quem mais tem. Por-que é que o dono de um Mer-cedes da última moda há-de pagar menos que eu, quando passear na A23, só por ser na-tural de Castelo Branco? Por-que se ele paga menos que o que deve, então alguém há-de pagar o resto. Assim, eu pago

j o s é m á r i o

l e i t ed i r e c t o r- a d j u n t o d a F u n d a ç ã o G u l b e n k i a n

duas vezes: pago quando pas-so e pago quando não passo desde que alguém isento resol-va passar. Quer eu queira quer não! Se é para pagar, então que paguem todos. Mesmo que seja para pagar mais, porque, no fim, eu acabo a pagar me-nos. E só pago quando quero!

E menos pagará agora, com menor número de idas a Santa-rém. A vida anda mal e os me-dicamentos estão caríssimos!– O que me vale são os gené-ricos.Não gostou do meu sorriso amarelado e pediu-me expli-cações. Gostava eu de ter, so-bre os genéricos, as mesmas certezas que ele tem sobre as SCUT. Sou defensor dos genéri-cos que uso sempre que dispo-níveis, mas tenho dúvidas sobre os efeitos futuros desta opção acertada para o presente. As minhas dúvidas são simples e parecidas com as certezas do Joaquim. É bom pagar menos pelos medicamentos. Mas, ao retirar valor a um produto, não estamos a retirar-lhe a atracti-vidade para futuras evoluções, modificações e inovações?

A investigação biomédica é de resultados incertos e cada vez mais cara. E é garantido: uma

empresa farmacêutica nunca investirá um milhão num pro-duto se não tiver a justifica-da expectativa de daí retirar pelo menos esse valor acresci-do da rentabilidade justa que esse dinheiro lhe renderia num depósito bancário. Ao substi-tuirmos todos os medicamentos pelos genéricos corresponden-tes, baixando imediatamente os custos actuais do sistema de saúde, não estaremos a conde-nar os desenvolvimentos futuros obrigando-nos a gastar rios de dinheiro, mais tarde, para com-pensar a falha actual?O Joaquim olhou-me pensativo, fechou a navalha e chamou o gado. Estava na hora da ses-ta!

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• edição n.º 641 • ano XXV • dezembro|2010 • ENTREVISTA

Voz do Nordeste (VN) - O Coaching é uma dinâmica que, actualmente, cativa mui-tas empresas que querem ob-ter melhores resultados. De que forma é que o Coaching pode ajudar as empresas em tempo de crise?Ricardo Peixe (RP) - O Coa-ching é uma dinâmica que, no fundo, está focada em levar or-ganizações e indivíduos a con-seguirem atingir objectivos, aju-dando a definir melhor o ponto de partida e as grandes van-tagens e desafios da empresa, auxiliando na criação de ob-jectivos ambiciosos, realistas e

irresistíveis para a empresa e colaboradores e mostrando a multiplicidade de caminhos que podemos tomar para os atin-gir.Esta metodologia, quando liga-da com a Programação Neu-ro-Linguística (PNL), a NeuroEs-tratégia e o Condicionamento Neuro-Associativo (CNA), pro-duz resultados consistentes e duradouros nas organizações.Com a situação económica a sofrer mudanças radicais nos últimos meses, estas temáticas têm conseguido responder, de uma forma eficaz, às solicita-ções das organizações, que es-

tão a obter grandes resultados, actuando ao nível da lideran-ça, motivação, comprometimen-to dos colaboradores e resulta-dos comerciais. VN - A conjuntura económi-ca desfavorável que Portugal atravessa tem levado as orga-nizações a recorrerem mais a esta dinâmica?RP - O que nos temos apercebi-do é que nos últimos 10 anos a economia global está em gran-de alteração (acelerada nos úl-timos 2 anos) e as organizações já se aperceberam que as fer-ramentas que estavam a utili-zar estão desadequadas. Daí,

nesta altura, recorrerem mais ao conhecimento de alta per-formance. VN - O que é que as empresas lhe costumam pedir enquanto “instrutor” de coaching?RP - O que mais se procura é aumentar a motivação e com-promisso dos colaboradores, a liderança e capacidade de ins-piração das chefias. Enquanto especialista nas áreas de ven-das/influência e definição de objectivos, a Life Training tem desenvolvido bastante esse tra-balho. VN- Quais os ramos de actividade em Portugal que

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Numa altura em que a conjuntura económica desfavorável tem levado

à falência um grande número de empresas, a “Voz do Nordeste”

dá-lhe a conhecer os novos instrumentos que podem garantir o sucesso nos negócios. Ricardo

Peixe é “instrutor” de Coaching, uma dinâmica que apresenta alternativas

para superar a crise e obter resultados positivos. Em entrevista à “Voz do Nordeste”, Ricardo Peixe

explica as técnicas para alcançar o sucesso nos negócios e fala

de algumas empresas que já se renderam a esta dinâmica.

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ENTREVISTA

recorrem mais a esta dinâmica?

RP - Neste momento, já trabalhamos com em-

presas de todos os secto-res e dos mais variadíssi-

mos ramos de actividade. Desde empresas fabris e industriais ao mass market, passando pela área das novas tecnologias, até aos sectores mais tra-dicionais e comer-ciais. VN - São so-bretudo as gran-des empresas e mul t inac ionais que investem em sessões de Coa-ching para motivar os seus colaboradores?RP - O que acredito é que estas empresas estão mais atentas e abertas à mudan-ça e por isso recorrerem com mais facilidade às novas di-nâmicas de soft skills. Já te-mos tido muito sucesso com empresas mais pequenas (onde até é mais simples), implementando sistemas de valores, motivação e compromisso que produzem resultados óptimos. VN - Qual a cha-ve para alcançar o sucesso em época de cri-se?RP - Antes de mais é impor-tante refor-çar a ideia de que não há “fórmu-

las mágicas” para o sucesso. Há sim estruturas que quando aplicadas no terreno produzem com compromisso e trabalho resultados consistentes.A estrutura que temos encon-trado nas empresas e gestores de topo e que ajudamos outras organizações a implementar pode resumir-se em 3 passos:definir objectivos irresistíveis,

ter a capacidade de observar a realidade e de como está a evoluir o nosso objectivo, flexi-bilidade para implementar es-tratégias novas se estivermos a afastarmo-nos deles. VN - É possível quantificar os resultados obtidos no seio das organizações na sequên-cia das sessões de Coaching que já realizou?RP - O trabalho que realizamos é sempre baseado em resulta-dos quantificáveis, quer pela empresa, quer pelos colabora-dores e, por isso, seja em ses-sões de Coaching ou em ses-sões de formação, é sempre possível medir o impacto.Neste momento, de-pois de trabalhar-mos com mais de 50 empresas e quase 30.000 pessoas, o balanço é soberba-mente positivo.

VN - Para motivar uma equipa de trabalho a atin-gir determinados objectivos quantas sessões desta dinâ-mica são necessárias?RP - Depende da empresa, do envolvimento dos líderes nas dinâmicas, do compromisso da empresa, dos objectivos... O trabalho que fazemos é prin-cipalmente “tailor made”, logo

adaptado à rea-lidade que encon-tramos no terreno e utilizando os vários recursos que sejam necessários. VN - Qual a área de acção da Life-training? Já fize-

ram sessões de coaching para empresas em Bragança?RP - A área de acção centra-se, principalmente, no Coaching e Formação de Alta Performan-ce no mercado corporate e nas certificações internacionais em Programação Neuro-Linguísti-ca e eventos Life Energy para o público em geral.Neste momento, estamos à pro-cura de parceiros na região de Trás-os-Montes, pois acredi-tamos que podemos adicionar muito valor às pessoas e em-presas da região.

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Bemposta com mais energia8

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ÁGUA É VIDA!e s p e c i a l

O Clube Académico de Mogadouro é a pri-meira equipa de fut-

sal patrocinada pela EDP. A empresa brinda, pela terceira época consecutiva, a turma do Planalto com 20 mil euros, um apoio financeiro que tem con-tribuído para a manutenção da equipa na I Divisão Nacional de Futsal.“Ter a marca da EDP, que é uma

empresa sólida e consolida-da no mercado, associa-

da ao nosso clube é um grande or-

g u l h o ” ,

enaltece o presidente do Aca-démico, Maurício Coupas.O dirigente desportivo realça, ainda, o facto da EDP apoiar o clube sem pedir resultados em troca, mas afirma que o Acadé-mico quer continuar a competir na I Divisão Nacional, apesar da má onda de resultados que tem coleccionado esta época.Maurício Coupas reconhece que o montante doado pela empre-sa detentora das barragens na região é importante para o clu-be, mas garante que não resol-ve o problema, pelo que ape-la ao município para aumentar a comparticipação, visto que a equipa está inserida num

meio onde “é complicado con-seguir patrocínios”.O apoio concedido pela EDP é garantido ano após ano, o que leva o dirigente desportivo a afirmar que precisa de conti-nuar a contar com esta ajuda para que a equipa se consiga manter no campeonato nacio-nal. “Agradecemos o apoio e esperamos poder contar com ele nos momentos felizes, mas também nos me-nos felizes”, acres-centa Maurí-cio Coupas.Pelo 3º

ano consecutivo na I Divisão, o clube conta, ainda, com o apoio do município de Mogadouro e de algumas empresas locais, para conseguir fazer face às despesas que rondam os 150 mil euros por época.

Bemposta com mais energia

Vinte e oito alunos do Agrupamento de Esco-las de Mogadouro par-

ticiparam na campanha de re-colha de sementes promovida pela EDP, no âmbito da requa-lificação ambiental que vai ser levada a cabo na barragem de Bemposta.Os mais novos envolveram-se nesta missão, que teve como objectivo mostrar aos jovens a importância de preservar as espécies autóctones e, ao mes-

mo tempo, dar-lhes a conhecer a flora que predomina nesta área protegida.O zimbro, as estevas, a azi-nheira e as giestas foram algu-mas das espécies recolhidas na área envolvente à albufeira. As sementes foram, posteriormen-te, transportadas para as estu-fas da EDP na zona de Setúbal, onde vão germinar até atingi-rem o tamanho necessário para a requalificação ambiental do empreendimento hidroeléctrico

de Bemposta, no fi-nal das obras.A EDP tem vindo a aliar os trabalhos de reforço de potência com a defesa do meio ambiente, pre-servando não só a flora, mas tam-bém a fauna que habita neste recan-to do Parque Natural Douro Internacional.

Académico patrocinado pela EDP

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Clínica Brigantina reforçou a equipa com seis novos

colaboradores.

A limpeza nos escritórios e dormitórios da EDP e da Ensulmeci estão

a cargo da “Toro & Junquilho, Lda”, uma empresa sedeada

no Cardal do Douro, que foi impulsionada pelas obras

de reforço de potência na barragem de Bem-posta.Belmiro Ferreira, um dos sócios da empre-sa, afirma que já ti-

nha a ideia de criar este negó-cio, com o intuito de criar postos de trabalho numa região com uma elevada taxa de desem-prego. “Esta empresa também tem um cariz social”, realça o empresário.A ideia inicial de negócio pas-sava por aliar a área das lim-pezas, em Portugal, ao recruta-mento de trabalhadores para a construção civil em Espanha, mas a crise levou os sócios a in-

terromper a actividade no país vizinho.A empresa emprega, actual-mente, duas pessoas de Bem-posta e presta serviços de limpeza na barragem e nos es-taleiros do IC5.No futuro, Belmiro Ferreira afir-ma que gostaria de continuar a trabalhar para estas grandes empresas, mesmo que para isso tenha que se deslocar para ou-tros pontos do País.

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Barragem reforça empresas transmontanas

A Clínica de Enferma-gem Brigantina (CEB) é a empresa responsável

pelos serviços de Medicina no Trabalho prestados nas barra-gens de Bemposta e Picote. Es-tas obras contribuíram para a clínica aumentar o volume de trabalho na ordem dos 20 por cento e reforçar a equipa com seis novos colaboradores.“É importante que as empresas ligadas a estas grandes obras, que trazem movimento para a região, trabalhem com os em-presários locais. É uma boa aju-da para manter os postos de

trabalho e dar emprego a um maior número de pessoas nes-ta época de crise”, salienta a directora técnica da CEB, San-dra Mela.Desde o início dos trabalhos em Bemposta e Picote, a clínica já recebeu mais de 500 trabalha-dores. “Estamos a falar em ter-mos de admissão e vigilância. Além disso, também somos nós que acompanhamos os traba-lhadores em caso de sinistro”, explica a responsável.Os serviços prestados nos em-preendimentos hidroeléctricos também contribuíram para a

promoção da CEB, que já foi contactada para ficar respon-sável pela Medicina no Tra-balho de empresas ligadas à construção da Auto-Estrada Transmontana e do IP2.“Como estão contentes com o nosso serviço divulgam-no e surgem novas oportunidades”, enfatiza Sandra Mela.A par da expansão do negó-cio ao nível da Medicina no Trabalho, a responsável afir-ma, ainda, que o facto da em-presa estar associada a estas grandes obras, que reúnem um grande número de trabalhado-

res, também ajuda a promover as outras especialidades médi-cas disponibilizadas pela clí-nica. “Os utentes acabam por nos procurar quando precisam de uma consulta de outra espe-cialidade”, acrescenta.A directora técnica lembra, ainda, o prestígio que é para a CEB ter conseguido trabalhar para a EDP, uma empresa rigo-rosa em termos de admissão e qualidade dos serviços. “Foi a EDP que nos indicou a outras empresas ligadas à obra para fazermos a Medicina no Traba-lho”, enaltece Sandra Mela.

Medicina emprega brigantinos

Obras impuls ionam empresa de l impeza

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e s p e c i a l

O snack- bar “ Emigran-te”, em Bemposta, é o ponto de encontro de

mais de uma centena de pesso-as que trabalham nas obras de reforço de potência do empre-endimento hidroeléctrico.Os sabores variados do Pla-nalto são servidos a 5 euros e fazem as delícias de quem es-colhe este estabelecimento co-mercial para aconchegar o estômago diariamente. “A re-feição inclui sopa, prato, sobre-mesa e café. Variamos as re-

S a b o r e s d e B e m p o s t a s ã o u m s u c e s s oceitas todos os dias e todas as semanas”, realça a proprietá-ria, Teresa Freire.Desde que as obras arranca-ram, o volume de negócios nes-te restaurante aumentou cerca de 30 por cento. “Diariamen-te sirvo mais 50 almoços, o que representa um aumento de 250 euros, que faz a diferença ao fim do mês”, calcula a comer-ciante.O aumento do movimento levou Teresa Freire a contratar mais duas pessoas para prestar um

serviço de qualidade a todos os clientes. “Fechamos para fé-rias durante 20 dias e quando reabrimos o número de pessoas aumentou, o que significa que estão satisfeitos com a comida e com o atendimento”, enaltece a empresária.Teresa Freire realça, ainda, que o comércio e restaura-ção devem aproveitar o movimento trazido pelas obras que estão a decor-rer na região. “É bastan-te stressante e cansativo,

mas é lucrativo”, conclui a pro-prietária do snack-bar “Emi-grante”.

ÁGUA É VIDA!

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ÁGUA É VIDA!e s p e c i a l

Barragem reforça empresas transmontanas

A viagem entre as bar-ragens de Bemposta e Picote é feita a rit-

mo lento. Os passageiros têm oportunidade de desfrutar da natureza em estado selvagem que ladeia o Douro Internacio-nal. Aqui, as espécies de fau-na e flora autóctones vivem em perfeita harmonia com o de-senvolvimento económico pro-porcionado pelos empreendi-mentos hidroeléctricos.Aliás, é graças às barragens que estão a ser exploradas pela EDP que o rio Douro se torna navegável e permite à empresa “Naturisnor” desen-volver um projecto de turismo de natureza, que tem cada vez mais adeptos.O catamaran, com 16 lugares, demora cerca de uma hora e meia a percorrer a distância entre as duas albufeiras, não ultrapassando os 10 nós, o que corresponde a 20 quilómetros/hora.Manuel Moredo, um dos mento-res do projecto, explica que o negócio teve início com a rea-lização de passeios de barco, tendo sido ampliado, posterior-

mente, com a transformação da antiga escola primária do Car-dal do Douro numa unidade tu-rística.O barco navega na albufeira de Bemposta há oito anos e já conquistou o público do país vi-zinho. “ Os espanhóis gostam muito da viagem”, realça Ma-nuel Moredo.Os passeios decorrem ao fim-de-semana e são uma oportu-nidade para as pessoas que escolhem esta unidade turística para conhecerem melhor a re-gião. “São pessoas que vêm de todo o País. Já recebemos pes-soas do Algarve, que vêm pas-sar uns dias ao campo”, salien-ta o operador turístico.Já o catamaran é mais pro-curado por turistas espanhóis, que aproveitam a viagem para contemplar a harmonia entre a imponência das arribas e o Douro. “90 % dos nossos clien-tes são espanhóis”, acrescenta.A conjuntura económica desfa-vorável não tem afectado este projecto, que, este ano, registou a maior taxa de ocupação em termos de alojamento.O barco, no entanto, esteve

parado entre Junho e Outubro, devido às obras de reforço de potência em Bemposta, mas já volta a navegar. “Por ano, te-mos uma média de 2500 pes-soas no barco e na casa”, con-tabiliza Manuel Moredo.

ú n i c o s

O sucesso do negócio leva os operadores turísticos a ponde-rarem a compra de um novo barco coberto, para que as viagens entre Bemposta e Pico-te também possam ser realiza-das durante o Inverno.

Albufeiraproporciona

passeios

Turismo de Natureza no

Cardal do Douro longe da crise

económica.

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• edição n.º 641 • ano XXV • dezembro|2010 • NATAL 2010

Enfeites de Natal apelam ao consumo

O espírito natalício também vai animar o comércio tradicional

na cidade de Mirandela. Os pequenos empresários empe-nharam-se para angariar ver-bas para tornar a cidade mais bonita, depois das entidades responsáveis terem cortado o

apoio para as iluminações de Natal.A Câmara cortou a verba devi-do à crise, a Associação Comer-cial não tem orçamento para iluminar as ruas, mas os homens do negócio não quiseram dei-xar passar esta quadra festi-va em claro e encabeçaram um

peditório na cidade para que este Natal seja iluminado.A boa vontade dos comercian-tes e cidadãos anónimos vai permitir decorar as ruas a pre-ceito, para que os mirandelen-ses façam as suas compras em ambiente festivo.

Comerciantes iluminam Mirandela

200 mil pessoas”, realça a res-ponsável.Os enfeites natalícios são colo-cados cedo para criar a ma-gia alusiva à quadra, mas, na óptica de Mariema Gonçalves, não são os únicos responsáveis pelo aumento das vendas. “As pessoas vêm ao shopping com as crianças e gostam de ver a decoração natalícia, mas não acredito que seja por isso que

aumentamos as vendas”, real-ça a directora do Bragança Shopping.Certo é que com o Natal à porta, as pessoas começam a procurar os presentes para trocar na noite de Consoada. Esta correria às lojas do centro comercial da capital de distrito representa um aumento no vo-lume de vendas na ordem dos 35 por cento.

O Natal é por excelên-cia uma quadra fes-tiva que apela à paz

e amor entre as pessoas, mas também é a época do ano em que os centros comerciais re-gistam a entrada de um maior número de clientes e aumentam o volume de vendas. Bragança não é excepção e os números apresentados pelo shopping da capital de distrito demons-tram que a crise é esquecida

na hora de comprar presentes para toda a família.A directora do Bragança Sho-pping, Mariema Gonçalves, afirma que o centro comer-cial tem um contador de pes-soas que, no ano passado, re-gistou um aumento de cerca de 50 mil pessoas em Dezembro. “Em termos médios recebemos cerca de 150 mil pessoas por mês. No mês do Natal o núme-ro dispara para as cerca de

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• edição n.º 641 • ano XXV • dezembro|2010 •

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NATAL 2010

Enfeites de Natal apelam ao consumo

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Reduzir as despesas é a palavra de ordem para ultrapassar a conjuntura

económica desfavorável que afecta o País, mesmo assim a Câmara Municipal de Bragan-ça investe cerca de 40 mil eu-ros para iluminar as principais vias e locais emblemáticos da cidade. Em tempo de crise, a autarquia recorreu ao poder de negociação para conse-guir iluminar a mesma área do ano passado, com uma redu-ção no preço na ordem dos 33 por cento. “É uma solução nova para a mesma área, mas com um custo mais baixo”, justifica o

edil, Jorge Nunes.A Associação Comercial, Indus-trial e Serviços de Bragança (ACISB) também não quis dei-xar passar esta quadra des-percebida e, apesar das di-ficuldades económicas, está a planear um conjunto de activi-dades para chamar clientes ao comércio tradicional.A distribuição de vales de des-conto, o lançamento do cartão “redegestus” (cartão presen-te), o desfile de pais natais e o atelier do Pai Natal na Praça da Sé são algumas das iniciati-vas para trazer pessoas às lo-jas do centro da cidade.

Bragança:Mais de 246 unidades de iluminação

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Combinação das variedades cobrançosa, madural e verdeal transmontana resulta no

azeite Extra Virgem do Romeu.

Quinta do Romeu faz a apanha mecânica, transformação em lagar modernizado e

engarrafamento de cerca de 40 mil garrafas de azeite por ano.

ECONOMIA

Produzido nos 120 hecta-res de olival da Quinta do Romeu, o azeite com

a mesma marca é considera-do um dos melhores do mundo. O “ouro” deste canto de Trás-os-Montes já arrecadou vá-rios prémios nacionais e inter-nacionais, tendo sido, este ano, o azeite português mais pontu-ado na última edição do Guia Flos Olei 2011, promovido pelo famoso provador de azei-tes Marco Oreggia.“A região transmontana pro-duz azeites muito bons. As va-riedades, o clima e os solos associados a alguns cuidados com a produção e com a trans-formação resultam em azeites com uma qualidade de exce-lência”, enaltece o proprietá-rio da Quinta do Romeu, João Meneres.Na óptica do empresário, o que distingue a marca Romeu é o gosto do azeite. “O nosso produto tem uma característica única. O primeiro toque ao me-ter à boca é um pouco adocica-do, tem um gosto parecido com

a amêndoa, no final fica um pi-cante intenso na garganta, que é muito apreciado e faz a di-ferença na culinária”, descreve João Meneres.O modo de produção biológico, sem qualquer tipo de químico, quer na oliveira, quer no lagar, é associado a técnicas amigas do Ambiente, que transformam a massa da azeitona, através de combustão, para reutiliza-ção na fertilização dos olivais.Este produto, que pode ser en-contrado em lojas gourmet nos quatro cantos do mundo, tem um forte impacto económico na região. “Os nossos azeites têm ultrapassado os melhores ita-lianos, que são dos mais con-ceituados”, enaltece João Me-neres.Na Quinta do Romeu é produ-zida uma média de 20 mil li-tros de azeite por ano, que são engarrafados em garrafas de vidro de 500 ml. “Exportamos entre 10 a 20 por cento, o res-tante é consumido pelo merca-do nacional”, acrescenta o em-presário.

Romeu nos quatro cantos do mundo

Prémios valorizam o “ouro” produzido na região

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ECONOMIA

Murça aposta nas exportações

Os prémios nacio-nais e internacionais que recebeu desde

1996 dão ao azeite “Porca de Murça” um estatuo elevado no mercado português e estran-geiro. Este ano, a marca trans-montana arrecadou mais uma medalha de prata no presti-giado concurso internacional de azeites “Los Angeles Inter-nacional Olive Oil Competition 2010”.A atribuição deste galardão surge numa altura em que a Cooperativa Agrícola dos Oli-

bas” também foi seleccionado como um dos melhores azeites do mundo, em Itália, logo no primeiro ano que foi posto no mercado. “As oliveiras já são do tempo dos meus avós e bi-savós, mas eu fui a primeira a embalar”, acrescenta Constan-ça Doutel.A representante da marca “João das Barbas” garante que na sequência dos galar-dões tem a responsabilidade de continuar a fazer bom azei-te, até porque o reconhecimen-to da qualidade é uma home-nagem ao pai de Constança, que era conhecido pelo nome que, agora, é dado ao azeite.Na exploração de Cabane-las são produzidos entre 4 a 6 mil litros de azeite por ano. A azeitona é transportada para uma unidade de transforma-ção no lugar de Leirós, na fre-

4 GALARDÕES

guesia de Rio Torto (Valpaços), onde é feito e engarrafado o azeite.O “João das Barbas” está à venda em lojas gourmet, em di-versos pontos do País, e é expor-tado para o Luxemburgo.

vicultores de Murça (CAOM) decidiu diversificar a sua gama de produtos, dando-lhe uma imagem mais moderna e actual.Com este investimento, a coo-perativa espera conseguir au-mentar o volume de vendas em 20 por cento nos dois próximos anos. Para tal, aposta, igual-mente, no reforço das expor-tações, apesar de já ser pos-sível encontrar azeite “Porca de Murça” no Canadá, Estados Unidos, Japão, Macau, França, Alemanha, Luxemburgo, Suíça,

Prémios valorizam o “ouro” produzido na região

em dois anos de produção

A azeitona colhida em 3.284 oliveiras das variedades cobrançosa, madural e verdeal dá origem ao “João das Barbas”.

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O azeite “João das Barbas”, produzido em Cabanelas, no

concelho de Mirandela, rece-beu, este ano, três prémios in-ternacionais. Em Israel foi dis-tinguido com uma medalha de ouro, recebeu o galardão prestígio com ouro na Argen-tina e alcançou o 2º lugar, na categoria Azeites com Deno-minação de Origem Protegida (DOP), em Shangai (China).Para a empresária Constança Doutel, estes prémios represen-tam um incentivo para continu-ar a produzir azeite de exce-lente qualidade. “Vou investir no regadio para aumentar a produção de cerca de 40 to-neladas para o dobro. O azei-te fica ainda melhor”, realça a produtora.A par dos prémios amealha-dos este ano, o “João das Bar-

Bélgica, Holanda e Noruega.Neste Natal, vão estar no mer-cado três marcas comerciais distintas, que reflectem o tra-balho de selecção na produ-ção, nomeadamente o Azeite Porca de Murça na categoria “Premium”, o Azeite Senhor de Murça na gama “Clássica” e o “tradicional” Azeite de Murça.A CAOM conta, actualmente, com 984 associados, represen-tando a maioria dos peque-nos produtores do concelho de Murça.

A Cooperativa de Murça produziu 290

mil litros no ano passado, e espera,

este ano, aumentar a produção em 5%.

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Novos investimentos apostam nasenergias renováveisO rosto deste projec-

to é originário do grande Porto e não

tem ligações afectivas à re-gião transmontana. “ A esco-lha do Vale da Vilariça surgiu porque é uma região onde se produz um dos melhores azei-tes do mundo”, sustenta Joa-quim Moreira.

O empresário adiantou ain-da que, em tempo de crise, a aposta no mercado alimentar “é sempre ganha”.Os investimentos em toda a área arável destinada à pro-dução de azeite vão continuar, mesmo esperando por fundos do PRODER, que “ tardam em chegar”.

Eucaliptos substituídospor oliveiras

O próximo passo, garante o investidor, passará pela cons-trução, de raiz, de um lagar que obedeça às mais exigen-tes normas em vigor na União Europeia.“A nova fase do projecto pas-sa pela criação de um sistema de fornecimento de electrici-dade, assente nas energias re-

nováveis, como o sol e o vento”, adiantou Joaquim Moreira.O azeite extra virgem “ Acushla”, apesar da pequena produção, já conquistou vários prémios internacionais, sendo o último uma medalha de ouro, num concurso de azeites que decorreu em Israel.

Empresário investe 3 milhões para produzir azeite na maior área para produção de azeite

na região transmontana.

Joaquim Moreira trocou o sector têxtil por um pro-jecto olivícola amigo do

ambiente, auto-sustentável e de grande dimensão, onde in-vestiu cerca de 3 milhões de euros para transformar em oli-val uma área de 300 hecta-res.O empreendimento agrícola é considerado pela Associa-ção de Olivicultores de Trás–os–Montes e Alto Douro (AO-TAD) como “o maior na área da olivicultura em toda a re-

gião transmontana”.Até à Primavera de 2011, vão ser plantados 220 hectares de olival na Quinta do Prado, situ-ada em pleno coração do Vale da Vilariça, uma área de ter-reno onde antes de ser des-bravado existiam milhares de eucaliptos, que foram agora substituídos por oliveiras.Joaquim Moreira afirma que o projecto tem como objectivo implantar um sistema de pro-dução em modo biológico, ca-paz de produzir um azeite de

“excelência”. Actualmente, a produção não ultrapassa os cinco mil litros de azeite. O produto está dispo-nível em todo o País, em emba-lagens “gourmet”, colocadas em lojas de referência no mer-cado dos produtos biológicos. O empresário explica que no decurso de todo o trabalho de transformação da terra e pro-dução do azeite tenta introdu-zir as boas práticas agrícolas, para a obtenção de um pro-duto final que reúna créditos

dentro do mercado de produ-tos biológicos. “Ao mesmo tem-po, queremos reunir condições para a prática do Agro-turis-mo”, acrescenta Joaquim Mo-reira.O plantio está a ser feito em sistema intensivo, para tornar o investimento “rentável” a mé-dio prazo. “Este tipo de inves-timento é avultado. Em tempo de crise é preciso ter alguma paciência, visto que o retorno financeiro não é imediato”, sa-lienta o empresário.

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ECONOMIA

Escolher um destino na Feira Internacional de Turismo de Interior (INTUR) não é tare-

fa fácil, e os números falam por si. O certame, que decorreu de 25 a 28 de Novembro, em Valladolid (Espanha), contou com a presença de 1.200 empresas expositoras, instalados numa área coberta de 30.000 metros quadrados. É as-sim o recinto da “Feria de Valla-dolid”, em plena capital de Cas-tilla y León, que em quatro dias de feira conseguiu juntar mais de 40.000 visitantes.A “culpa” é da diversidade da oferta turística presente nos qua-tro pavilhões da INTUR, que obri-gam a uma visita demorada. A “jogar em casa”, as várias regiões e províncias espanholas impres-sionam pela dimensão e criativi-dade dos expositores, com linhas e formas para todos os gostos. Totalmente construídos em papel reciclado, como o de Burgos, em jeito de convite para entrar num túnel insuflável da Cantábria ou pela tentação de provar os famo-sos vinhos de La Rioja. Ou então, porque não conhecer as águas termais da Galiza, “pinchar” nas unidades de “embutidos” (enchi-dos) presentes ou “embarcar” nas míticas viagens da FEVE – Ferro-carriles Españoles de Vía Estre-cha?A região de Trás-os-Montes e Alto Douro também fez as honras da casa, mesmo na ausência da Enti-dade de Turismo do Porto e Nor-te. Valeu a presença dos vinhos, artesanato e doçaria do Turismo do Douro, a par da gastronomia do restaurante D. Roberto, que este ano representou Bragança no certame castelhano.

INTUR 2010DESTINO:

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10 milhões para o comércio tradicional

Vimioso promoveempresas e produtos locais

A vila de Vimioso promo-ve o comércio e a indús-tria local na XI Feira de

Artes e Ofícios, que decorre de 10 a 12 de Dezembro. Os em-presários associam-se aos arte-sãos, produtores de fumeiro e de doçaria, que aproveitam o certame para promover e ven-der os produtos da terra.Este ano, a feira conta com a participação de cerca de 90 expositores, que têm oportuni-dade de fazer negócio com a

vinda de muitos visitantes da vi-zinha Espanha. “A novidade no ano passado foi a abertura às casas comerciais do concelho e este ano mantemos para quem queira mostrar o seu material, nomeadamente equipamentos para a agricultura, aquecimen-to, electrónica, entre outros”, realça o vice-presidente da Câmara Municipal de Vimioso, Jorge Fidalgo.Aos produtos locais junta-se a animação, que nesta edição

privilegia os grupos da região. “Foi na parte musical que mais reduzimos os custos. No entan-to, a feira tem que ter anima-ção para os visitantes”, salienta o autarca.A crise levou o município a redu-zir o orçamento da feira em 15 mil euros. “No ano passado, in-vestimos 60 mil euros. Este ano, ficamo-nos pelos 45 mil euros”, contabiliza Jorge Fidalgo.Do programa da feira fazem, ainda, parte a montaria ao Ja-

vali, que vai decorrer na fre-guesia de Junqueira, e o raid TT “No Trilho dos Furacões”, agendados para o próximo dia 11.No pavilhão multiusos, os ar-tesãos vão, ainda, trabalhar ao vivo. Os escrinhos, as peças em cobre, as candeias e os al-forges são algumas das peças artesanais que vão estar em destaque na Feira de Artes e Ofícios.

A 6ª fase de candidatu-ras ao Sistema de In-centivos à Moderniza-

ção do Comércio – MODCOM, com uma dotação de 10 milhões de euros, destina-se a candida-turas aprovadas não seleccio-nadas nas fases anteriores.

O incentivo financeiro do MOD-COM a micro, pequenas e mé-dias empresas contempla apoios para três tipos de ac-ções, nomeadamente lojas indi-viduais e conjuntos de moderni-zação comercial, lojas em rede, ou seja, empresas que preten-dam, por exemplo, adoptar uma insígnia comum, ainda que a propriedade seja individu-al, que utilizem a mesma pla-taforma informática ou que se abasteçam na mesma central de compras e, por último, estru-turas associativas do sector do comércio, com vista à promoção dos centros urbanos.Os projectos de investimen-

to contarão com uma taxa de incentivo a fundo perdido de 45 por cento das despesas, no caso das lojas individuais, de 50 por cento nos projectos em-presariais integrados e de 60 por cento para as associações comerciais.Nas cinco fases anteriores do MODCOM, o governo disponi-bilizou um total de 134 milhões de euros a fundo perdido para a revitalização do comércio tradicional, tendo sido seleccio-nados cerca de 4.600 projectos empresariais e associativos. Os postos de trabalho resultantes deste investimento foram mais de 7 mil.

1 8XI Feira de

Artes e Ofícios reúne cerca de 90 expositores de artesanato,

fumeiro, doçaria e industriais

Candidaturas que não obtiveram

financiamento nas fases anteriores do MODCOM contam

com mais uma oportunidade

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O Grupo CESPU e a Universidade de Sa-lamanca assinaram

um protocolo de cooperação, que visa promover o intercâm-bio de conhecimento científico e cultural, fomentar o apare-cimento de novos projectos de investigação e formação, bem como promover a mobilidade de docentes e alunos entre as duas instituições. O presidente do grupo CESPU, Almeida Dias, enaltece a im-portância deste acordo, para formalizar as relações de en-sino e investigação em várias áreas, nomeadamente ao nível das Ciências da Saúde. A coo-peração vai começar pelo es-treitar de relações entre a Es-cola Universitária de Bragança e a Universidade de Salaman-ca. “Para nós, este convénio é muito importante do ponto de vista da mobilidade de docen-tes e alunos, através do pro-grama Erasmus e acordos bi-

na invest igação t ransf rontei r iça

laterais. Pensamos que dentro de pouco tempo podemos fa-lar de resultados”, acrescen-tou o responsável.Por sua vez, o reitor da Uni-versidade de Salamanca, Da-niel Hernández Ruipérez, ex-plicou que a colaboração vai começar na área da Psicolo-

gia. “Foi através do Colégio de Psicologia que se iniciaram as conversações, com o objectivo de alargar a parceria a outras áreas das Ciências da Saúde”, acrescentou o catedrático.O protocolo celebrado estipu-la que as duas instituições de Ensino Superior devem prepa-

rar em conjunto programas na área da investigação, da mo-bilidade, quer de pessoal do-cente e investigadores, quer de estudantes, realização conjunta de monografias, projectos es-pecíficos de investigação, se-minários e colóquios internacio-nais.

Ensino Superior sem fronteiras

A primeira iniciativa no âmbito deste acor-do será a prepara-

ção de um Plano de Activida-des, que deverá ser aprovado pelas duas partes. A elabora-ção do documento será coor-denada pela Universidade de Salamanca, que é responsável pelo departamento de Rela-

ções Internacionais, e pelo Gru-po CESPU, nomeadamente pelo vice-presidente do Grupo, Cor-deiro Tavares, e pela vogal da direcção da CESPU, Raquel Es-teves. Esta é mais uma iniciativa que visa estreitar relações com insti-tuições da vizinha Espanha. Recorde-se que, recentemente,

o Grupo CESPU, a partir da Es-cola Universitária de Bragança, assinou um acordo de coopera-ção, tendo em vista o desenvol-vimento de projectos de forma-ção, investigação e intervenção com o Conselho Geral do Co-légio Oficial de Psicólogos de Castela e Leão. Trata-se de uma colaboração extensiva a

todas as áreas de actividade, desenvolvidas nas respectivas sedes e suas filiais, em licencia-turas, mestrados, cursos de es-pecialização, pós-graduações, relações universidade – empre-sa, empresas dos grupos, fun-dações e formações à distân-cia.

CESPU aposta

Cooperativa de Ensino Superior firma protocolo com Universidade de Salamanca para desenvolver projectos

conjuntos com Espanha

ENSINO & INVESTIGAÇÃO

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Grandes obras com assinatura

• edição n.º 641 • ano XXV • dezembro|2010 • MADE IN TRÁS-OS-MONTES

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Empresa de Bragança expandiu

negócio de âmbito nacional

e desenvolve negócios ao nível

internacional.

Grandes obras com assinatura

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A aposta em novos mercados é a estratégia da empresa para aumentar o volume de traba-lho. “Antes, o nosso principal mercado era a região de Trás- os- Montes e Alto Douro. Neste momento, 75 por cento da nos-sa facturação é fora da região e temos o objectivo de consoli-dar o crescimento do negócio a nível nacional”, frisa o empre-sário.Sérgio Gomes salienta, ainda, que o próximo ano não vai ser fácil, mas garante que a em-presa já delineou estratégias para responder às necessida-des de mercado. “ O volume de obras que já temos adjudica-das permite-nos perceber que com empenho e trabalho ire-

mos superar a conjuntura eco-nómica desfavorável”, acres-centa Sérgio Gomes.A crise que afecta o sector da construção obriga a empresa de pavimentos e revestimentos em madeira a apostar noutros segmentos de mercado, como é o caso do restauro e renovação de imóveis. “Temos que adap-tar a nossa oferta às necessi-dades do mercado e temos que continuar a apostar no serviço com qualidade garantida”, re-alça o empresário.Aliás, a qualidade é a marca da Revinord. “Somos uma em-presa certificada, só tra-balhamos com pro-dutos que

cumpram as normas europeias. Procuramos as melhores fábri-cas, para podermos garantir qualidade aos nossos clientes e vender o que há de melhor de acordo com as suas necessida-des”, realça Sérgio Gomes.A empresa aposta na diferen-ciação do seu trabalho, alian-do a qualidade dos materiais à excelência da mão-de-obra. “O nosso compromisso é a satisfação do cliente”, conclui Sérgio Go-mes.

Crise no sector da construção contrariada com a aposta na recuperação e renovação de imóveis

MADE IN TRÁS-OS-MONTES

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Directora - Teresa Batista | Redacção - Bruno Mateus Filena, Francisco Pinto, João Campos e Teresa Batista | Colaboram nesta edição - Humberto Ribeiro; José Mário Leite e Rute Couto | Propriedade/Editor - Pressnordeste, Lda. | Registo ERC n.º 111077 | Concepção Gráfica - Vasco Lopes | Impressão - Diário do Minho | Tiragem - 5.000 exemplares | Periodicidade: Mensal | Redacção e Administração - Rua Alexandre Herculano, nº 178, 1º andar – Apartado 215, 5300-075 Bragança | Telefone: 273329600 | Fax: 273329601 | e-mail: [email protected] | Depósito Legal n.º 30.609/89.

Noção de desconformi-dade. O consumidor tem direito à qualida-

de dos bens e serviços que ad-quire, ou seja, que estes sejam aptos a satisfazer os fins a que se destinam. Não há conformi-dade com o contrato sempre que o bem adquirido apresen-ta um defeito, não corresponde à publicidade ou à descrição feita pelo vendedor, e ainda quando não se adequa a fina-lidades específicas pretendidas (se delas tivermos informado o vendedor).A quem se dirigir? É frequente o vendedor informar o consumi-dor que este se deve dirigir “à marca” (ou seja, o produtor, fa-bricante ou importador) para obter a reparação ou substitui-ção do bem com defeito. Mas na realidade é o vendedor o primeiro responsável peran-te o consumidor. O consumidor pode optar por reclamar junto do vendedor, do produtor, ou de ambos. Prazo de garantia. Todos os bens têm garantia. Os bens de consumo gozam de uma garan-tia legal de 2 anos (5 anos, se for um imóvel). Só não será as-sim nos bens perecíveis ou con-sumíveis – mas ainda nestes a garantia existe, ainda que de menor duração (por exemplo,

r u t e

c o u t oj u r i s t a e d o -c e n t e n o I P B

GABINETE JURÍDICO

Garantia dosbens de consumo

Comprou um telemóvel, um computador, um electrodoméstico ou qualquer ou-tro bem de consumo. Quando avaria, a empresa insiste em demoradas ou su-cessivas reparações. Pode exigir um novo equipamento?

o prazo de validade dos ali-mentos). Nos bens em 2ª mão, o prazo continua a ser de 2 anos, a não ser que consumidor e profissional acordem numa redução do prazo de garan-tia para 1 ano. O vendedor pode ainda oferecer extensões de garantia (é o que se chama garantia voluntária).“Mau uso”. Os profissionais alegam por vezes que o bem não é abrangido pela garan-tia porque houve uso indevido por parte do consumidor (por exemplo, humidade num tele-móvel). Mas todos os defeitos ou desconformidades que se manifestem no prazo de ga-rantia presumem-se de origem, e portanto terá de ser o pro-fissional a comprovar o mau uso; caso contrário, o consumi-dor mantém o seu direito a ver a conformidade reposta. Direitos do consumidor. A lei dá ao consumidor quatro op-ções: reparação, substituição, redução do preço ou resolução do contrato com devolução do dinheiro pago. É o consumidor que decide, a não ser que seja impossível (por exemplo, substi-tuir uma peça única) ou abusivo (por exemplo, exigir um casaco novo pela falta de um botão). Mas atenção que para exer-cer estes direitos, o consumidor

deve denunciar a situação ao vendedor no prazo de 2 meses (1 ano, no caso dos imóveis) a contar do momento em que de-tectou a desconformidade.Reparação. Caso o consumidor opte pela reparação, esta deve ser sem encargos (transporte, mão-de-obra ou material), sem grave inconveniente, e no pra-zo de 30 dias (no caso dos imó-veis, um “prazo razoável” aten-dendo ao defeito). Durante o período em que o consumidor estiver privado do bem, fica suspenso o prazo de garantia, o que significa que findo o perí-odo de garantia acrescentam-se os dias em que o bem esteve a ser reparado. Nota importante: Sempre que considerar que estão a ser ne-gados os seus direitos de con-sumidor, reclame. Peça para falar com o gerente ou envie uma carta registada com aviso de recepção. Exponha a situa-ção e exija o cumprimento da lei. Pode ainda usar o livro de reclamações, obrigatoriamente disponível nos estabelecimen-tos. Legislação: “Lei das Garantias” (Decreto-Lei 67/2003, de 8 de Abril, alterado e republicado pelo Decreto-Lei 84/2008, de 21 de Maio).

”(...) todos

os defeitos ou

desconformidades

que se manifestem

no prazo de

garantia presumem-

se de origem, e

portanto terá de

ser o profissional a

comprovar o mau

uso (...)”

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O Mercado Club lan-çou o repto ao públi-co brigantino, atra-

vés da energia vinda do outro lado do Atlântico. Carla Rodri-gues, mais conhecida por Blaya (nome artístico), é um dos ele-mentos dos Buraka Som Siste-ma e veio a Bragança inter-pretar alguns temas do último disco da banda. Nascida no Rio de Janeiro, veio para a ca-pital com, apenas, dois meses.

Blaya, dos Buraka Som Sistema, e dj Roomie animaram mais uma

noite do Mercado Club

B l ay a c o m

muita energiaBragança

em

O pai era jogador de futebol e a sua vida incluiu várias mu-danças entre cidades.Actualmente, com 23 anos, a jovem confessa que encon-trou aqui um público difícil, en-quanto cantava alguns temas de kuduro, ao som de dj Roo-mie, que rodava o instrumental como banda sonora. No início de 2011, Blaya espera lançar a sua primeira mixtape com o nome “Take away”.

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