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VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br

Planejamento e previsibilidade de estoque para uma empresa de fabricação de artigos

do vestuário

Lidiane Santos Vilela

Luiz Antonio Fernandes

Claudia Côbero

FAQ – Faculdade XV de Agosto

Resumo

O artigo procurou desenvolver propostas para se aplicar um plano de previsibilidade de

estoque em uma malharia de fabricação de artigos do vestuário. Os principais objetivos

foram estudar o planejamento e as possíveis previsões para não permitir condições de falta ou

excesso de produtos acabados em relação à demanda de vendas. O processo que era utilizado

de previsão se mostrava inadequado, porque gerava altos índices de erro, que impactavam no

não atendimento dos pedidos e no acúmulo de estoque. Foi proposto então um novo

processo de planejamento e previsibilidade, desenvolvendo-se um modelo qualitativo

embasado nas produções e vendas passadas. A ferramenta utilizada foi MPS (Master

Production Schedule) ou PMP(Planejamento-Mestre da Produção) para ditar a quantidade e

o momento certo em que os produtos finais serão produzidos. Os resultados da implantação

deste estudo no processo de planejamento e previsão foram satisfatórios, pois se observou um

maior controle da produção e melhora no processo de previsão de vendas.

Palavras-chave: Produção, Estoque, Malharias, MPS

Abstract

The article studied proposals to implement a plan of predictability of stock in a hosiery

manufacturing of articles of clothing. The main objectives were to study the planning and

forecasting the possible not to allow conditions of lack or excess of finished products in

relation to sales demand. The process that was used to estimate proves inadequate, because

they generated high error rates, which impacted in order fulfillment and inventory

accumulation. It was then proposed a new planning process and predictability, developing a

qualitative model grounded in past productions and sales. The tool was used MPS (Master

Production Schedule) or MPP (Master Production Planning) to dictate the amount and timing

of the final products will be produced. The results of this study in the implementation process

of planning and forecasting were satisfactory, since it was observed a greater control of

production and improve the sales forecasting process.

Keywords: Production, Inventory, Knitting, MPS


1 . Introdução

Planejar e controlar estoques são fatores fundamentais para uma boa administração do

processo produtivo. Todas as empresas possuem um importante fluxo que faz com que elas se

mantenham competitivas e crescendo no mercado.

O planejamento de estoque é uma etapa importantíssima no ciclo de vida de uma

empresa. É no estudo do estoque que se pode avaliar a linha de compras, pode-se prevenir

possíveis atrasos na entrega de pedidos, previsão de metas e vendas do presente e dos meses

consequentes e por fim o lucro.

A política ideal de estoque seria aquela consequente da fabricação de produtos

conforme os pedidos dos clientes, pois esta política não exige a formação de estoque de

materiais ou de produtos acabados. Mas na empresa a ser analisada isso não é uma realidade,

pois a demanda é imprevisível devido a fatores econômicos e principalmente climáticos.

É fundamental para a empresa um bom planejamento de estoque, pois sem um estoque

adequado haverá perdas de vendas e insatisfação dos clientes. Por outro lado, o estoque

excessivo aumenta os custos e reduz a lucratividade.

No decorrer do estudo será observado que a empresa analisada fornece produtos para

uma demanda incerta e devido a isso produz constantemente durante todo o ano para

acumular estoque necessário para satisfazer a demanda durante um período curto de vendas.

O presente estudo vai explorar o planejamento de estoque e as possibilidades de

previsão de quanto estocar, já que a demanda é extremamente variável. Levantando-se assim

o seguinte problema de pesquisa: Quais são as propostas para se aplicar um plano de

previsibilidade de estoque na malharia analisada?

O objetivo da pesquisa foi estudar o planejamento e as possíveis previsões para não

permitir condições de falta ou excesso de produtos acabados em relação à demanda de vendas.

A empresa analisada é uma malharia de fabricação de artigos do vestuário, localizada

no Circuito das Malhas, foi fundada em 1994 tendo como principal atividade a produção de

peças de tricô para atender o público infantil, passando-se alguns anos percebeu-se a grande

demanda por produtos que atendessem ao público adulto.

Desde então a empresa trabalha com uma grande variedade de produtos para atender a

necessidade da demanda, sua capacidade produtiva mensal é de 10 mil peças, conta com 8

colaboradores internos e parte de sua produção é terceirizada, possui representantes

comerciais nas regiões sudeste e sul do país.

A empresa trabalha em média com 5 fornecedores de matéria-prima, sua principal

matéria-prima são os fios sintéticos para a tecelagem de blusas de tricô.

2. Referencial Teórico

Neste capitulo serão apresentados os principais conceitos utilizados na solução dos

problemas abordados neste artigo, mostrando os conceitos sobre estoques, planejamento,

previsão de demanda e ferramentas de estoque.

2.1 Planejamento

Segundo Nogueira (2008), planejar é estudar possibilidades para que se possa destinar

de forma correta os recursos da empresa a fim de atingir seus objetivos. Sendo necessário

levantar quais são os objetivos da empresa, avaliando sua capacidade interna e conhecendo as

limitações da mesma. Analisando as influências e ações do ambiente externo na organização

como forma para criar alternativas estratégicas que oriente a organização para alcançar seu

objetivo.


Ainda para o autor para que todas as ações tragam o resultado esperado é necessário

ter controle sobre elas. É preciso medir o desempenho, conferir os orçamentos, analisar as

informações e se necessário, corrigir e refazer a direção da ação.

Segundo Arnold (1999), um bom sistema de planejamento deve responder questões

relacionadas à prioridade e a capacidade. A prioridade é definida pela demanda: o que se deve

fabricar, a quantidade e o momento. Já a capacidade está ligada aos recursos necessários para

se produzir um bem: mão de obra, máquinas, etc. O planejamento da produção deve levar em

conta estas duas “forças”, para tentar alcançar um equilíbrio entre estas no curto e no longo

prazo.

2.2 Estoque

Conforme Slack et al (1999), estoque é qualquer quantia de produto, objeto ou,

material armazenado, seja de produto acabado, matéria prima, material em processo, insumos,

manutenção, entre outros. Segundo o autor, estoques têm valores, finalidades e administração

diferentes, de acordo com sua utilização na empresa.

Para Tubino (2000), os estoques são criados para consumir os problemas do sistema de

produção. Alguns deles, como a sazonalidade, não podem ser resolvidos; outros como atrasos

na entrega de matérias-primas podem ser resolvidos.

Ainda para o autor, os sistemas produtivos que possuem variações sazonais em sua

demanda ou em suas matérias-primas devem fazer estoque para evitar que o ritmo de

produção sofra grandes saltos nestes períodos. Mesmos nos períodos de demanda baixa,

procura-se manter um ritmo de produção, gerando-se estoques.

Estoque é: “a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de

transformação. Algumas vezes, estoque também é usado para descrever qualquer recurso

armazenado.” (SLACK et al, 2002, p. 381)

2.3 Planejamento, controle e previsão de estoque

Controle de estoque é o procedimento adotado para registrar, fiscalizar e gerir a

entrada e saída de mercadorias e produtos seja numa indústria ou no comércio. Ele deve ser

utilizado tanto para matéria prima, mercadorias produzidas e/ou mercadorias vendidas.

Segundo Abrantes (2007), o objetivo da gestão de estoque é procurar constantemente

o equilíbrio entre a demanda e a oferta. O gestor de compras deve saber com exatidão o tempo

em que o estoque abastecerá as vendas da empresa, pois assim poderá ter informações para

trabalhar nos próximos meses.

Conforme Dias (1988), a meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o

capital investido. Portanto, seu objetivo é aperfeiçoar o investimento em estoque aumentando

o uso eficiente dos meios de planejamento e controle, minimizando assim, as necessidades do

capital investido.

As principais vantagens decorrentes do controle de estoque são: maior disponibilidade

de capital para outras aplicações; redução dos custos de armazenagem; redução dos custos de

paradas de máquina por falta de material; redução dos custos dos estoques que envolvem

diminuição do número de itens em estoque; redução dos riscos de perdas por deterioração;

redução dos custos de posse de estoque.

Os problemas que devem ser solucionados pelo sistema de controle de estoque são:

Quanto comprar e Quando comprar. Interessa à empresa solucionar, ou melhor, responder às

duas questões acima, de forma a atender os objetivos básicos do controle de estoques.

Verificam-se em primeiro lugar que as quantidades econômicas de compras são funções da

previsão de demanda de cada item (DIAS, 1988).


De acordo com Pozo (2002), a previsão de estoque, normalmente, é fundamentada nas

informações fornecidas pela área de vendas onde são elaborados os valores de demanda de

mercado e providenciados os níveis de estoque. A previsão das quantidades que o mercado irá

necessitar é uma tarefa importantíssima no planejamento empresarial, e, em função disso,

deve-se alocar métodos e esforços adequados em seu diagnóstico.

2.4 Previsão de demanda

Segundo Kress; Snyder (1994, apud DIAS, 1998), antes de começar a prever é

fundamental identificar as forças internas e externas que interferem ou explicam o

comportamento da demanda. Deve-se descrever detalhadamente todas as variáveis que

possam interferir na demanda da empresa.

Fatores que influenciam a demanda como as forças internas são mais fáceis de

identificar como lançamentos de novos produtos, dados históricos de vendas, etc. Já as forças

externas como nível de atividade econômica, concorrência, ações do governo, são mais

dificies de obter, mas também podem ser valiosas fontes de informação à previsão.

Para Tubino (2000), quanto mais dados históricos forem coletados e analisados, mais

confiável será a técnica de previsão. Sendo que os dados devem buscar a distinção da

demanda pelos produtos da empresa.

Diante da evolução dos recursos computacionais e de grandes técnicas de projeção, a

previsão da demanda dos produtos não é uma ciência exata. É preciso experiência e

julgamento pessoal de quem planeja, sendo certo que o valor previsto sempre será

aproximado do valor real (TUBINO, 2000).

Segundo o artigo Controle de Estoque de Matérias Primas (2010), muitas empresas

utilizam-se da combinação de pedidos realizados e pedidos previstos para representar a

demanda. É importante que a previsão usada para o planejamento da produção não seja um

objetivo de vendas, que pode ser estabelecido de forma otimista a motivar o esforço dessas

vendas. A demanda tradicionalmente é constituída de 4 componentes, os principais

componentes são: a base, tendência, sazonalidade e ciclos segundo Corrêa & Corrêa (2004).

FIGURA 1: Componentes da Demanda.

Fonte: Côrrea & Côrrea (2004, p. 428).

Para os produtos com demanda estável ao longo do tempo, a demanda é constituída

apenas pela base. O componente da tendência está relacionado à evolução da demanda ao


longo do tempo, esta pode ter uma tendência de crescimento, ou decrescimento. A

sazonalidade refere-se ao aumento de vendas em determinados períodos do ano. Alguns

produtos ainda podem apresentar ciclos ao longo do tempo, seja por ações de marketing ou

por questões de moda.

Mesquita (2008) apresenta os dois grupos em que os métodos de previsão de demanda

são usualmente classificados. Os métodos qualitativos são baseados em opiniões e

julgamentos pessoais. Já os métodos quantitativos produzem previsões com base em dados

quantitativos e técnicas estatísticas.

Os métodos qualitativos baseiam-se em evoluções das vendas no passado, em

variáveis cuja evolução e explicação estejam ligadas às vendas, nas variáveis de fácil

explicação relativamente ligadas às vendas, influencia da propaganda, entre outras.

Já os métodos quantitativos baseiam-se em opinião dos gerentes, dos vendedores, dos

compradores, em pesquisas de mercado, etc.

Para Tubino (2000), cada um desses métodos apresenta seu campo de ação e sua

aplicabilidade. Não existindo um método que seja adequado a todas as situações.

Estes métodos permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo da

demanda dos produtos acabados.

2.5 MPS (Master Production Schedule)

Segundo Tubino (2000), o MPS é responsável por formalizar as decisões tomadas

quanto à necessidade de produtos acabados para cada período analisado. Ele está voltado para

a operacionalização da produção, tratando de produtos individuais em uma unidade de tempo

mais curta, normalmente semanas ou no máximo meses.

Para Russomano (2000), o planejamento mestre da produção antecipa o programa de

produção em médio prazo dos vários produtos que a empresa produz. Levando em

consideração, além da estimativa de vendas, vários fatores, como: carteira de pedidos,

disponibilidade de material, capacidade disponível etc, estabelecendo co antecedência, a

melhor estratégia de produção.

Dá-se o nome de planejamento mestre da produção ao documento que diz quais itens

serão produzidos, e quanto de cada um, para um determinado período (MOREIRA, 2004).

De acordo com Moreira (2004), não é tarefa fácil chegar a um plano mestre que

concilie as necessidades de produção com a capacidade disponível, principalmente se os

produtos envolvidos exigirem muitas operações, com a utilização do mesmo equipamento

para diversos produtos.

Para Slack et al (2002), a fase mais importante do planejamento e controle de uma

empresa é o MPS, ditando a quantidade e o momento em que os produtos finais devem ser

produzidos.

Para fazer um MPS basta disponibilizar em um arquivo informações sobre demanda

prevista e real, os recebimentos programados, os estoques em mãos e projetados e a

necessidade prevista de produção do item (TUBINO, 2000).


FIGURA 2: Arquivo do PMP.

Fonte: Tubino (2000, p. 90).

Segundo Corrêa & Corrêa (2009), é de suma importância entender o funcionamento do

MPS para que este seja facilmente gerenciado. O mesmo PMP instalado pode ser gerenciado com

destreza, trazendo potenciais ganhos competitivo para a empresa, ou pode ser gerenciado de forma

imperfeita, tornando-se na melhor das hipóteses inofensivo, ou na pior, prejudicial ao desempenho da

empresa.

Pela manutenção de uma aprimorada visão do balanço entre suprimento e demanda, o

planejamento mestre permite oferecer aos clientes da operação adequado nível de serviço podendo

refletir restrições quanto a níveis de estoques, recursos produtivos e tempo, disponíveis na organização

(CORRÊA & CORRÊA, 2009).

3 . Metodologia

Para o desenvolvimento do presente estudo, utilizou-se da pesquisa exploratória, que

conforme Oliveira (2004, p. 134), “é a ênfase dada à descoberta de práticas ou diretrizes que

precisam modificar-se na elaboração de alternativas e possam ser substituídas”.

3.1 Procedimentos Metodológicos

Para se obter a resposta do problema proposto, alcançando seu objetivo que é planejar

e prever condições para não permitir falta ou excesso de produtos acabados, foram realizados

alguns estágios dos quais serão apresentados.

Para iniciar o planejamento de estoque foi necessária a coleta de dados na empresa

analisada para se obter um levantamento de quantas peças foram estocadas e produzidas nos

anos de 2008, 2009 e 2010. Sendo o período de estocagem de agosto a dezembro para o ano

de 2008, de produção de janeiro a julho e estocagem de agosto a dezembro para o ano de 2009

e produção de janeiro a julho para o ano de 2010.

Em uma planilha Excel foram colocados os dados para melhor visualização:

Análise do período de 01/08/2008 à 31/12/2008

ITEM AGOST SET OUT NOV DEZ TOTAL

FIGURA 3: Cabeçalho da planilha estoque 2008. Fonte: Dados levantados pelos autores



ITEM JAN FEV MARÇ ABR MAI JUN JULHO TOTAL

FIGURA 4: Cabeçalho da planilha produção 2009.

Fonte: Dados levantados pelos autores



FIGURA 5: Cabeçalho da planilha estoque 2009.




FIGURA 6: Cabeçalho da planilha produção 2010.


Feita a coleta dos dados pode-se verificar quais foram as peças mais produzidas em

cada ano.

Para dar continuidade ao estudo foi feita uma comparação entre a quantidade de peças

estocadas e produzidas nos anos de 2008, 2009, 2010 e a quantidade vendida nos anos de

2009 e 2010, sendo o período de venda de janeiro a julho. Após esta análise pode-se observar

quais foram as peças que sobraram no estoque.

3.1.1- Análise da Demanda

Para se obter informações da demanda foi feito um levantamento das vendas no

período de janeiro a julho de 2009 e 2010. É importante ressaltar a quantidade vendida de

cada item produzido.

Análise do período de 01/01/2009 a 31/07/2009


FIGURA 7: Cabeçalho da planilha vendas 2009.




FIGURA 8: Cabeçalho da planilha vendas 2010. Fonte: Dados levantados pelos autores


Vende-se demasiadamente mais no inverno e menos no verão. No verão trabalha-se

para estocar, preparando para atender a demanda que é projetada de acordo com os anos

anteriores. As vendas começam nos períodos que antecedem os meses mais frios do ano. É

sabido que se trabalha com um produto sazonal e que a demanda não linear é ocasionada por

fatores externos, geralmente envolvendo o tempo.

Com o levantamento dos dados pode-se comparar se a quantidade produzida nos anos

anteriores foi suficiente para atender a demanda ou se foi maior do que deveria, ocasionando

sobra no estoque.

3.1.2 Aplicação de Ferramentas de Planejamento de Estoque

Utilizou-se do programa MPS, (Master Production Schedule) planejamento mestre de

produção. Ele direciona a empresa a planejar e controlar o que será produzido de acordo com

a demanda. Esta foi a principal ferramenta para ditar a quantidade e o momento certo em que

os produtos finais serão produzidos.

Foi feito um planejamento-mestre nivelado. Optou-se por esse programa devido a

variação da demanda, pois ele envolve a produção, na média, da quantidade requerida para

um período, de modo a amenizar as altas e baixas nas vendas.

Por se tratar de uma pequena empresa, o programa foi feito manualmente por meio de

uma planilha Excel. Foi utilizada uma planilha para cada modelo produzido, contendo

período, a demanda, disponível, MPS e o estoque inicial “em mãos”.

PERÍODO

JAN FEV MAR ABR MAI

Demanda

Disponível

MPS

Em mãos

FIGURA 9: Cabeçalho da planilha MPS.


4. Resultados e Análises

Com a finalização do estudo, serão apresentados os resultados e análises através da

metodologia aplicada.

Para a elaboração do planejamento de estoque baseado em produções passadas, foi

necessário elaborar uma planilha Excel, contendo os seguintes dados:



TABELA 1: Planilha Estoque 2008

ITEM AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

Cacharrel 1000 1200 1500 1500 1000 6200

Blusa

Trabalhada 1000 1000 1100 1100 1000 5200

Jaqueta

Masculina 500 500 1000 1000 500 3500

Casaco Botão 800 1000 1000 1100 700 4600

Sobretudo 800 1000 800 800 800 4200

Vestido 400 400 400 400 1600

TOTAL 4500 5100 5800 5900 4000 25300


Levantamento das peças estocadas no período de agosto a dezembro de 2008, sendo as

peças mais produzidas a cacharrel e a blusa trabalhada.


TABELA 2: Planilha Produção 2009


Cacharrel 1000 790 1500 1100 900 650 5940

Blusa Trabalhada 800 2030 3000 1900 1300 1100 830 10960

Jaqueta masculina 300 170 500 700 1670

Casaco botão 800 910 1000 1200 1150 5060

Sobretudo 500 1050 400 2000 1100 500 5550

Vestido 100 720 300 700 550 100 270 2740

TOTAL 3200 5800 6370 6300 5900 2600 1750 31920


Levantamento das peças que foram produzidas e vendidas juntamente com o estoque

de 2008, no período de janeiro a julho de 2009.



TABELA 3: Planilha Estoque 2009


Cacharrel 1000 1000 1000 1000 800 4800

Blusa Trabalhada 800 800 500 800 800 3700

Jaqueta masculina 500 200 500 500 200 1900

Casaco botão 200 200 200 200 200 1000

Sobretudo 900 1000 900 1000 800 4600

Vestido 50 50 100 200

TOTAL 3450 3200 3150 3500 2900 16200


Levantamento das peças estocadas no período de agosto a dezembro de 2009, observa-

se que a produção foi bem menor em relação ao ano de 2008.


TABELA 4: Planilha Produção 2010


Cacharrel 750 1000 1500 1800 1800 6850


Jaqueta masculina 300 200 370 100 100 100 1170

Casaco botão 170 400 470 600 400 200 2240

Sobretudo 580 1000 1100 800 800 300 4580

Vestido 300 500 520 600 300 2220

TOTAL 3000 5100 5900 6100 5600 1600 800 28100


Levantamento das peças que foram produzidas e vendidas juntamente com o estoque

de 2009, no período de janeiro a julho de 2010.

Com as planilhas preenchidas pode-se verificar o desempenho de cada item produzido

por período. Para melhor visualização, dispõe-se nas TABELAs abaixo a soma dos resultados

de cada item produzido:


TABELA 5: Planilha soma do estoque 2008 e produção 2009.

ITEM QUANTIDADE

Cacharrel 12140

Blusa Trabalhada 16160

Jaqueta masculina 5170

Casaco botão 9660

Sobretudo 9750

Vestido 4340

TOTAL 57220


TABELA 6: Planilha soma do estoque 2009 e produção 2010

ITEM QUANTIDADE

Cacharrel 11650

Blusa Trabalhada 14740

Jaqueta masculina 3070

Casaco botão 3240

Sobretudo 9180

Vestido 2420

TOTAL 44300


Nota-se que as peças mais produzidas foi a cacharrel e a blusa trabalhada.

Para se obter informações da demanda foi feito um levantamento das vendas no

período de janeiro a julho de 2009 e 2010.



TABELA 7: Planilha de Vendas 2009


Cacharrel 2500 3000 3000 990 1100 900 650 12140


Jaqueta masculina 1000 2300 670 500 700 5170

Casaco botão 1500 1800 2000 2000 1000 8300

Sobretudo 1380 2000 2000 1500 1000 500 8380

Vestido 500 800 1000 800 500 300 110 4010

TOTAL 7880 12400 12670 9790 6800 2900 1490 53930


Comparando-se a tabela 5 com as Tabelas 1 e 2 pode- se observar que o item cacharrel

foi vendido no mês de abril o que havia no estoque, pois neste mês esta peça não foi

produzida. E nos meses subsequentes o que havia sido produzido no período. Pode-se afirmar

que havia demanda para este produto e se tivesse produzido mais teria sido vendido.

Sobraram 230 peças do item blusa trabalhada e 330 do item vestido, estas serão

vendidas na promoção de inverno.

O item jaqueta masculina foi vendido no mês de março a quantidade exata que havia

em estoque mais o que foi produzido no mês. E no mês de maio o que havia sido produzido.

Pode-se afirmar que havia demanda para este produto e se tivesse produzido mais teria sido

vendido.

Os itens casaco botão e sobretudo sobraram respectivamente 1360 e 1370 peças de

cada um. Essas são peças de maior valor, sua produção precisa ser muito bem planejada, pois

sua sobra gera muitos gastos. É necessário baixar seu valor, muitas vezes menor que seu custo

para conseguir vender.


TABELA 8: Planilha de Vendas 2010


Cacharrel 2800 3300 1950 1800 1500 300 11650


Jaqueta masculina 1200 1200 370 100 100 100 3070

Casaco botão 1170 400 470 600 400 3040

Sobretudo 1500 2200 2150 1230 800 7880

Vestido 500 500 520 600 300 2420

TOTAL 8870 10600 9300 6530 5300 1400 800 42800


Comparando-se a tabela 6 com as tabelas 3 e 4 pode- se observar que a produção de

cacharrel poderia ter sido maior no mês de março com base no estoque de 2008 e nas vendas


de 2009, nota-se que no mês de abril e nos meses subsequentes o estoque estava zerado e foi

vendido o que havia sido produzido. Observa-se o mesmo do item blusa trabalhada.

O item jaqueta masculina foi vendido no mês de fevereiro o que havia no estoque mais

o que havia sido produzido. Pode-se afirmar que havia demanda para este produto e se tivesse

produzido mais teria sido vendido.

Os itens casaco botão e sobretudo sobraram respectivamente 200 e 300 peças de cada

um. Foi observado que essas peças foram produzidas no mês de junho, e neste mês não havia

demanda.

Com relação ao item vestido, fazendo uma analise de cada período das vendas do ano

anterior sua produção poderia ter sido aumentada.

Para melhor compreensão dispõe-se no gráfico abaixo o desempenho das vendas nos anos

de 2009 e 2010.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

Cacharrel Blusa

Trabalhada

Jaqueta

masculina

Casaco

botão

Sobretudo Vestido

jan/09

jan/10

fev/09

fev/10

mar/09

mar/10

abr/09

abr/10

mai/09

mai/10

jun/09

jun/10

jul/09

jul/10

FIGURA 10: Gráfico do Desempenho das Vendas 2009 e 2010.


Na figura nota-se o desempenho de cada modelo vendido, e pode-se concluir que para

o planejamento do novo estoque de agosto a dezembro de 2010 pode-se aumentar a produção

dos itens cacharrel, blusa trabalhada e jaqueta masculina, seguindo a tabela de estoque 2008.

Essas são peças que tiveram uma procura grande nos meses de alta nas vendas e a quantidade

estocada e produzida no ano anterior foi insuficiente para atender a demanda.

Com relação ao casaco botão e sobretudo, para o estoque de 2010 será seguida a

mesma quantidade estocada no ano de 2009, já o vestido pode-se aumentar o estoque em

50%.

Para os meses de vendas, para saber a quantidade que se deve produzir é adicionado

alguns números na planilha MPS. Esta planilha foi desenvolvida para os meses de grande pico

nas vendas e para cada item produzido, abaixo planilha do item cacharrel:


TABELA 9: Planilha MPS

PERÍODO

Item Cacharrel JAN FEV MAR ABR MAI

Demanda 2800 3300 2000 2000 1700

Disponível 4600 2500 1700 900 400

MPS 1200 1200 1200 1200 1200

Em mãos 6800


Para o estoque de 2010 foi seguida a quantidade produzida em 2008, tendo como estoque

inicial 6800 peças. A demanda para o próximo ano foi prevista de acordo com as vendas de 2010,

tendo um acréscimo aproximado de 3% nos meses de março e abril, e 12% no mês de maio.

Foi usado um MPS alternativo, com um acréscimo de 1200 peças para poder nivelar a

produção, desta forma o estoque será aumentado tendo condições de atender a demanda que se espera.

As 4600 peças disponíveis no final do mês de janeiro são calculadas, subtraindo-se a demanda

de 2800 peças do estoque inicial de 6800 e do MPS de 1200.

Logo todas essas ações tomadas possibilitaram a empresa analisada, uma maior previsibilidade

de seu estoque com um planejamento antecipado, criando grandes possibilidades de atender toda a

demanda esperada.

5. Considerações finais

Identificou-se como principal problema do planejamento da produção a má qualidade

da previsão de demanda. As principais consequências desse problema eram o não atendimento

das ordens de compra e o acúmulo de estoques desnecessários.

As previsões foram feitas utilizando dados históricos para buscar informações da

demanda e das produções passadas. Com o levantamento dos dados pode-se comparar se a

quantidade produzida nos anos anteriores foi suficiente para atender a demanda ou se foi

maior do que deveria, ocasionando sobra no estoque.

Ressalta-se que as principais dificuldades encontradas durante a realização deste

trabalho estão relacionadas ao processo de obtenção dos dados, essencialmente manual. Como

a empresa não dispõe de ferramentas automatizadas para obtenção dos dados de produção e

vendas, realizou-se um grande esforço para obter as informações necessárias ao planejamento,

consumindo a maior parte do tempo dedicado à realização deste trabalho.

A principal contribuição deste trabalho foi fornecer uma ferramenta que direciona a

empresa a planejar e controlar o que será produzido de acordo com a demanda. Notou-se que

a utilização da técnica baseada na evolução de vendas passadas, de cunho qualitativo,

juntamente com a ferramenta MPS trouxe à empresa a possibilidade de calcular o volume dos

seus estoques dentro de cada mês, garantindo a ela vantagem competitiva.

São esses controles que irão permitir que a empresa visualize meios para se atingir os

objetivos, que é atender a demanda gerando lucro.


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