planejamento de demanda de um componente controlado numa empresa de … · 2009-06-25 ·...

30
PLANEJAMENTO DE DEMANDA DE UM COMPONENTE CONTROLADO NUMA EMPRESA DE SERVIÇOS DO RAMO DE MINERAÇÃO Lívia Daniella Pereira MONOGRAFIA SUBMETIDA À COORDENAÇÃO DE CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Aprovada por: ________________________________________________ Prof. Paulo André Marques Lobo, M. Sc ________________________________________________ Profa. Cândida Cristina Bosich Pinto ________________________________________________ Prof. Marcos Martins Borges, D. Sc JUIZ DE FORA, MG - BRASIL DEZEMBRO DE 2006

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PLANEJAMENTO DE DEMANDA DE UM COMPONENTE CONTROLADO NUMA

EMPRESA DE SERVIÇOS DO RAMO DE MINERAÇÃO

Lívia Daniella Pereira

MONOGRAFIA SUBMETIDA À COORDENAÇÃO DE CURSO DE ENGENHARIA

DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Aprovada por:

________________________________________________

Prof. Paulo André Marques Lobo, M. Sc

________________________________________________

Profa. Cândida Cristina Bosich Pinto

________________________________________________

Prof. Marcos Martins Borges, D. Sc

JUIZ DE FORA, MG - BRASIL

DEZEMBRO DE 2006

ii

PEREIRA, LÍVIA DANIELLA

Planejamento de demanda de um

componente controlado numa empresa

de serviços do ramo de mineração

[Minas Gerais] 2006

X, 20 p. 29,7 cm (EPD/UFJF, Graduação,

Engenharia de Produção, 2006)

Monografia - Universidade Federal de

Juiz de Fora, Departamento de Engenha-

ria de Produção

1. Confiabilidade de Equipamentos,

Máquinas e Produtos

I. EPD/UFJF II. Título (série)

iii

DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia a todos aqueles que direta ou indiretamente

contribuíram para que o sonho da faculdade pudesse se tornar realidade. À minha

querida mãe, que me incentivou e me apoiou em todos os momentos, aos meus

irmãos, que mesmo de longe torceram por mim e ao Michael, que sempre esteve

ao meu lado.

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Paulo André por ter me ensinado tantas coisas e ter

contribuído com o desenvolvimento desta monografia e à Diretoria de

Equipamentos da U&M, pelas informações cedidas e pela confiança no trabalho

que desenvolvemos juntos.

v

Resumo da monografia apresentada à Coordenação de Curso de Engenharia de

Produção como parte dos requisitos necessários para a graduação em Engenharia

de Produção.

PLANEJAMENTO DE DEMANDA DE UM COMPONENTE CONTROLADO NUMA

EMPRESA DE SERVIÇOS DO RAMO DE MINERAÇÃO

Lívia Daniella Pereira

Dezembro/2006

Orientador: Paulo André Marques Lobo

Curso: Engenharia de Produção

Todos os procedimentos de manutenção utilizados pela organização estudada, a

U&M Mineração e Construção S.A. são baseados no número de horas trabalhadas

por equipamento. Os equipamentos ligados diretamente à produção têm alguns de

seus conjuntos mais importantes controlados, os quais chamamos de

componentes. Esses componentes possuem sua vida útil controlada e, por isso,

têm um número de horas limite que podem trabalhar, que é definido de acordo com

as instruções dos fabricantes e com as médias alcançadas pela empresa ao longo

dos anos. Antes que a vida útil de um componente expire, um componente reserva

deve ser reformado e estar disponível em estoque para substituí-lo nas

proximidades do vencimento de sua vida útil. Porém, alguns componentes não

conseguem atingir cem por cento da sua vida útil prevista e falham

prematuramente. Quando isso ocorre, perdas de produção são geradas por parada

do equipamento, ocorrem gastos inesperados e longos prazos para atendimento.

Por isso, o presente trabalho é um estudo sobre os aspectos da manutenção que

aplicam-se à empresa. Com base no estudo da confiabilidade da manutenção de

um componente específico, o comando final, que é parte integrante da estrutura de

um caminhão fora de estrada, foi calculado o tempo médio entre falhas. A partir

desse dados, o estoque de segurança de comandos finais seria determinado, a fim

de atender a demanda da empresa.

Palavras chaves: componente, comando final, manutenção.

vi

Abstract of monograph presented to Department of Production Engineering as a

partial fulfillment of the requirements for the undergraduate degree

Planning of Demand for a Controlled Component in a Company of Mining Services

Lívia Daniella Pereira

December/2006

Advisor: Paulo André Marques Lobo

Department: Industrial Engineering

All the maintenance procedures used by U&M Mineração e Construção S.A. are

based on the number of worked hours per piece of equipment. The equipment

directly linked to production have some of its most important sets controlled, which

we call components. These components have their working life controlled and,

therefore, have a specific number of working hours, which are calculated according

to the manufacturer’s instructions and averages found by the own company through

the years. Before the working life of a component expires, an extra component must

be reformed and available for substituting the old one when its expiration date is

close. However, some components do not reach their expiration date and fail

prematurely. When that happens, losses in the production are caused by the

equipment downtime. Unexpected expenses and long periods for the equipment

repair may occur. Therefore, the present work is a study about maintenance aspects

which fit for the company. Based on studies on the reliability of a specific component

maintenance, the final drive, which is part of the structure of a truck when out of the

road, the average time among faults has been calculated. From these data, the

stock of final drives would be determined, in order to respond to the demand of the

company.

Key words: components, final drive, maintenance.

vii

SUMÁRIO

FICHA CATALOGRÁFICA …………………………………………………………. ii

DEDICATÓRIA ………………………………………………………………………. iii

AGRADECIMENTOS ………………………………………………………………... iv

RESUMO ……………………………………………………………………………... v

ABSTRACT …………………………………………………………………………... vi

ÍNDICE DE FIGURAS ……………………………………………………………….. viii

ÍNDICE DE TABELAS ………………………………………………………………. ix

NOMENCLATURA …………………………………………………………………... x

Capitulo I – INTRODUÇÃO ………………………………………………………... 11 1.1. Considerações Iniciais ............................................................................ 11

1.2. Objetivos ................................................................................................ 11

1.3. Justificativas ........................................................................................... 11

1.4. Condições de Contorno .......................................................................... 12

1.5. Metodologia ............................................................................................ 12

Capitulo II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................... 14 2.1. A Evolução da Manutenção .................................................................... 14

2.1.1. Confiabilidade Aplicada à Manutenção .............................................. 15

2.2. Previsão de Demanda ............................................................................ 17

2.3. Gerenciamento de Sobressalentes ........................................................ 18

Capitulo III – A U&M MINERAÇÃO E CONSTRUÇÃO S.A. ............................ 20 3.1. O Setor de Mineração ............................................................................. 20

3.2. A História da U&M .................................................................................. 20

3.3. Estudo de Caso U&M ............................................................................. 21

3.3.1. Planejamento e Controle de Manutenção .......................................... 22

3.3.2. Custos de Manutenção ...................................................................... 22

3.3.3. Confiabilidade da Manutenção ........................................................... 23

3.3.4. Previsão de Demanda e Estoque de Segurança ............................... 25

Capitulo IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................... 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 29

viii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 01 – Curva da banheira ............................................................................ 16

Figura 02 – Técnicas de previsão de demanda ................................................... 18

Figura 03 – Conjunto trem de força .................................................................... 21

Figura 04 – Partes internas do comando final ..................................................... 22

ix

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 01 – Demanda mensal de comandos finais ............................................. 23

Gráfico 01 – Custos de manutenção por frota ..................................................... 23

Gráfico 02 – Custos por componentes ................................................................ 23

Gráfico 03 – Percentual de falha por subsistema do comando final .................... 24

Gráfico 04 - Quantidade de falhas por horas trabalhadas ................................... 24

Gráfico 05 – Comportamento da demanda de comandos finais .......................... 25

x

NOMENCLATURA

Siglas:

ES – estoque de segurança

MTBF – tempo médio entre falhas

PCM – planejamento e controle de manutenção

Letras gregas:

λ – taxa de falha

Glossário:

Disponibilidade: é o número de horas que o equipamento tem disponível para

produzir. É calculada através do número de horas programadas para o

equipamento trabalhar menos o número de horas que o equipamento ficou parado

para manutenção.

Estéril: camada de terra que fica acima do minério

Trem de força: conjunto de componentes que são responsáveis pelo funcionamento

do equipamento. Para o modelo de equipamento que estamos tratando, o conjunto

trem de força é composto pelo motor, conversor de torque, transmissão, diferencial

e comandos finais.

xi

Capítulo I

INTRODUÇÃO

1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS De acordo com o atual cenário de crescimento das empresas e das

unidades de produção, é cada vez mais freqüente a necessidade de aumento da

produtividade e lucratividade, que será imprescindível para a permanência das

empresas no competitivo mercado.

Baseado nesse novo ambiente de competitividade, introduzido pela

globalização e crescimento da economia, as empresas precisam trabalhar no

contínuo aperfeiçoamento de seus processos.

É necessário que cada setor da empresa esteja preparado para organizar,

prever, planejar, estabelecer prioridades, alocar recursos, medir os custos e

contabilizar os lucros.

“Planejar com visão total é uma tarefa da qual depende da produtividade da

empresa como um todo e a manutenção é uma das responsáveis na obtenção

desse objetivo (FILHO, 2006)”.

1.2. OBJETIVOS Esse trabalho visa apresentar um método para gestão da manutenção de

um sistema – o comando final - ao longo de sua vida útil.

Nesse trabalho será realizado um estudo quantitativo e qualitativo das falhas

e um estudo das técnicas de manutenção utilizadas pela organização para esse

componente. Também será apresentado um estudo de confiabilidade da

manutenção através do estudo do tempo médio entre falhas - MTBF.

Pretende-se com isso, estabelecer o estoque ideal de segurança desse

componente e aplica-lo à realidade da empresa.

1.3. JUSTIFICATIVAS O setor de Planejamento e Controle de Manutenção precisa estimar

anualmente qual será sua demanda de componentes, afim de aprovisionar os

recursos necessários para as reformas dos componentes que deverão ocorrer ao

longo do ano. Porém, a empresa desconhece qual o comportamento das falhas

prematuras que ocorrem com este sistema e quando as mesmas ocorrem, geram

perda de produção por parada do equipamento, problemas de atendimento aos

clientes internos, devido ao longo tempo de resposta e custos inesperados.

xii

Uma vez que a empresa desconhece quando, como e porquê estas falhas

ocorrem, esse estudo visa à obtenção de dados que auxiliem o Planejamento e

Controle de Manutenção a entender o comportamento dos componentes ao longo

dos anos, e com isso, pretende estimar o número de componentes necessários

para atender uma demanda por falha prematura, estabelecendo assim um estoque

de segurança.

1.4. CONDIÇÕES DE CONTORNO Esse trabalho aplica-se ao setor de Planejamento e Controle de

Manutenção da U&M Mineração e Construção S.A., uma empresa privada que atua

no ramo de serviços de mineração e envolve os setores de manutenção e operação

dessa instituição.

Através desse estudo, serão fornecidas informações sobre as condições de

manutenção do componente comando final, qual a sua taxa de falhas e

confiabilidade da sua manutenção. Através desses dados, uma proposta de

estoque de segurança será desenvolvida e apresentada para este componente.

Cabe ressaltar que esse trabalho é um sistema de gerenciamento dedicado, sendo

aplicado exclusivamente para o comando final. A série histórica utilizada

compreende um período de dois anos.

Os dados acerca da indisponibilidade dos equipamentos não foram cedidos

pela empresa, portanto, os mesmos não serão apresentados neste trabalho.

1.5. METODOLOGIA O desenvolvimento desse trabalho foi realizado segundo as teorias da

Manutenção Centrada em Confiabilidade, Modelos de Previsão de Estoques e

Gerenciamento de Sobressalentes.

Para esta dissertação, a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso se

preocupam com a aplicação da teoria à solução de problema e têm a intenção de

dar suporte à tomada de decisão.

Com a pesquisa histórica que envolve este trabalho, pretende-se chegar à

conclusões sobre eventos do presente ou prever eventos futuros baseados em

causas, efeitos e tendências do passado.

Este estudo teórico será a base para a aplicação de uma metodologia de

confiabilidade de manutenção, que busca quantificar o estoque de segurança de

comandos finais para a organização em questão.

Para tanto, algumas atividades foram realizadas de acordo com a seguinte

metodologia:

xiii

1. Delimitar o sistema e subsistemas a serem estudados;

2. Levantamento do histórico dos componentes dos sistemas a serem

estudados;

3. Calcular a taxa de falhas para os componentes estudados;

4. Apresentar os resultados de forma gráfica;

5. Sugerir o número ótimo de componentes que devam ficar em estoque de

segurança.

As atividades desenvolvidas obedeceram as seguintes etapas e

cronograma:

Atividade Descrição Período

1. Escolha da

empresa e do tema

Processo de escolha da empresa para

desenvolver o trabalho

Abril/ 2006

2. Curso de PCM Realização de curso de Planejamento

e Controle de Manutenção

Abril/ 2006

3. Estudo

bibliográfico

Levantamento e seleção das

referências bibliográficas

Maio/ 2006 a

Novembro/2006

4. Proposta do TCC Elaboração da proposta inicial do TCC Maio/ 2006

5. Memorial de

qualificação

Elaboração e entrega do memorial de

qualificação de curso

Julho/ 2006

6. Apresentação do

memorial

Apresentação do memorial para a

banca examinadora

Julho/ 2006

7. Elaboração da

monografia

Desenvolvimento do tema e conclusão

do trabalho final

Agosto/ 2006 a

Novembro/2006

8. apresentação da

monografia

Defesa da monografia perante a

banca examinadora

Janeiro/ 2007

xiv

Capítulo II

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. A EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO Segundo VIANA (2002), a manutenção pode ser definida, de acordo com a

NBR 5462, como “a combinação de ações técnicas e administrativas, incluindo as

de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual

possa desempenhar uma função requerida”.

A evolução da manutenção acompanha o desenvolvimento técnico-industrial

das unidades de produção. No final do século XIX, com a mecanização das

fábricas, surgiu a necessidade dos primeiros reparos nas máquinas. Com a

implantação da produção em série, por Henry Ford, as indústrias começaram a

estabelecer programas de produção, e então sentiram necessidade de criar

equipes que pudessem efetuar os reparos nas máquinas. Assim surgiu o órgão

subordinado à operação, cujo objetivo era a execução da manutenção, hoje

conhecida como Manutenção Corretiva. Essa situação manteve-se até a década de

30 (www.abraman.com.br, consultado em 28/06/2006).

Em função da Segunda Guerra Mundial, surgiu a necessidade de uma

produção mais ágil, e então, a administração industrial passou a preocupar-se não

só com o reparo das falhas, mas também com medidas que pudessem evitar o

aparecimento das mesmas. Com isso, foi criada uma nova estrutura de

manutenção, não mais ligada à operação, que tinha como objetivo desenvolver um

processo de prevenção de avarias. Essa manutenção era baseada no tempo, e

após um período pré-estabelecido, a máquinas eram paradas para a realização de

uma revisão geral, onde eram executadas uma série de tarefas elaboradas pelos

mantenedores e recomendadas pelos fabricantes. Assim surgiu a Manutenção

Preventiva Periódica (FILHO, 2006).

Por volta de 1950, as indústrias desenvolveram-se para atender aos

esforços do pós-guerra e ao avanço das indústrias aeronáuticas. Percebeu-se que

o tempo gasto para diagnosticar as falhas era muito maior do que o tempo gasto

para repará-las. Então surgiu um órgão de assessoramento que ficou conhecido

como Engenharia de Manutenção, que tinha como funções planejar e controlar a

manutenção preventiva e analisar as causas e efeitos das avarias. A esse tipo de

manutenção chamou-se Manutenção Produtiva (FILHO, 2006).

xv

Em meados dos anos 60, com a difusão do TQC – Total Quality Control –

surgiu a Escola Latina, uma proposta revolucionária que quebrava o paradigma de

que a função manutenção era de menor importância no processo produtivo.

Segundo a ABRAMAN, foi Introduzido o conceito de Manutenção Preditiva, onde a

manutenção era efetuada apenas quando se detectava a aproximação de uma

condição instável ou de uma falha. Ou seja, se não existe uma condição instável, o

equipamento continua funcionando até que a proximidade da falha seja detectada.

Isso é possível através de instrumentos de medição e até mesmo monitoramento

remoto. Como exemplo, podemos citar as análises de óleo lubrificante, que visam

detectar a contaminação de algum sistema. Se houver, é possível intervir no

mesmo antes que alguma falha ocorra.

Em 1971, os japoneses preocuparam-se em ocupar o tempo ocioso do

pessoal de operação em atividades simples de manutenção, liberando o

profissional de manutenção para a realização de atividades mais complexas. Surge,

então, o TPM – Total Productive Maintenance (Manutenção Produtiva Total) – que

preocupava-se em valorizar e manter seu patrimônio, pensando no ciclo de vida da

máquina ou equipamento, buscando envolver toda a empresa para o

aprimoramento de capacitações, almejando o rendimento operacional global

(FILHO, 2006).

Na década de 80, tem-se a introdução da RCM – Reliability Centered

Maintenance ou Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC), - que é uma

metodologia utilizada para desenvolver e selecionar estratégias para a

manutenção, baseada em critérios de melhoria contínua, sendo representada pelo

aumento da qualidade e da confiabilidade, redução dos custos e dos prazos,

garantia de segurança no trabalho e preservação do meio ambiente (SMITH, 1993).

Os aspectos quantitativos da confiabilidade merecem destaque, pois desenvolvem

estudos de tempo entre falhas, tratados com ferramentas estatísticas (CASTRO,

2003).

2.1.1. Confiabilidade aplicada à manutenção Pode-se definir confiabilidade como sendo a probabilidade de que um

componente, durante um período de tempo pré-estabelecido, possa desempenhar a

sua função de acordo com um padrão de operação (KARDEC, 1999).

A Curva da Banheira, apresentada na figura 01, reflete o comportamento da

taxa de falha de um equipamento (ou componente, ou sistema) por um longo

período de tempo. De acordo com esta teoria, todo componente tende a falhar no

período inicial e final de sua vida útil. O período inicial onde a taxa de falhas é

xvi

decrescente é conhecido como mortalidade infantil. Neste período, as falhas

ocorrem por erros no processo de fabricação ou manutenção, deficiência no

controle de qualidade, mão-de-obra desqualificada, matéria-prima fora de

especificação, contaminação, etc. A maneira de se reduzir as falhas nesta fase é

garantindo a qualidade da fabricação ou manutenção. O período onde a taxa de

falhas é constante é o período de vida útil do componente. Nesta fase, as falhas

são de origem aleatória e podem ser provocadas por operação inadequada do

componente, sobrecarga, abusos humanos, etc.. Neste período, a fim de diminuir

as causas das falhas, boas práticas de operação devem ser aplicadas e, aliado a

isso, devem ocorrer manutenções preventivas e preditivas, que visam diagnosticar

a iminência de um problema. O período final onde a taxa de falhas é crescente é

conhecido como período de desgaste. Nesta fase, as falhas ocorrem por fadiga do

componente, envelhecimento, desgaste, corrosão, etc.. Nesta fase, a manutenção

eficiente é a preditiva, que vai sinalizar uma falha antes que ela ocorra.

Figura 01: Curva da Banheira

A taxa de falhas λ é uma importante função da confiabilidade e é definida

como a razão entre o período de tempo de operação pelo número de falhas. Dado o

MTBF como o tempo médio entre falhas, sendo representado por:

MTBF = Ne x Tvu, Nf

Onde:

- Ne é o número de equipamentos;

- Tvu é o tempo de vida útil, retirado do gráfico da banheira;

- Nf é o número de falhas.

xvii

A taxa de falhas pode ser dada como:

λ = 1 / MTBF

2.2. PREVISÃO DE DEMANDA Previsão de demanda é um processo de busca de informações acerca do

valor das necessidades futuras de um item ou um conjunto de itens. As estimativas

de demanda são o ponto de partida para o desenvolvimento das previsões.

Adaptando-se a esse trabalho, a previsão de demanda impacta diretamente nos

custos com estoques, na disponibilidade dos equipamentos, na produtividade da

empresa e nas expectativas dos clientes internos e externos. Tem como objetivo

prever o quanto produzir e planejar os níveis adequados de recursos.

O número de modelos de previsão é cada vez maior, assim como o número

de variáveis que influenciam esse processo (LIN, 2000). A partir de dados históricos

é possível estimar qual a previsão de demanda para o período estabelecido.

Apesar da responsabilidade pela previsão de demanda ser normalmente

atribuída ao setor de Marketing ou Vendas, para este estudo de caso, o setor de

PCM (Planejamento e Controle de Manutenção) é o responsável por entender como

esta atividade é realizada, como os dados foram obtidos, que técnicas de previsão

foram utilizadas e quais as suas limitações, para que seja possível elaborar

previsões de forma a contribuir com uma manutenção mais bem fundamentada.

O primeiro passo a ser dado para a elaboração de um modelo de

previsão de demanda é definir o objetivo do modelo, entendendo o grau de

acuracidade e detalhamento que deve-se trabalhar, e ainda, quais os recursos

disponíveis para a realização da previsão. A sofisticação a ser empregada em

um modelo de previsão de demanda depende da importância relativa do

produto ou serviço a ser vendido, e itens pouco significativos podem ser

previstos com maior margem de erro, empregando-se técnicas mais simples de

previsão. Após a definição do modelo de previsão a ser elaborado, há a

necessidade de coletar e analisar os dados históricos, com o objetivo de

empregar a técnica que melhor se adequa.

Há vários métodos de previsão de demanda disponíveis, conforme figura

02. Eles são classificados, de acordo com BALLOU (2001), em três grupos:

qualitativo, projeção histórica e causal. Cada grupo varia em termos de acurácia

na previsão de longo e curto prazos, nível de sofisticação quantitativa e base

lógica (dados históricos, opinião de prestadores de serviços tradicionais ou

xviii

pesquisas) da qual deriva a previsão. Os métodos qualitativos usam o

julgamento, a intuição, as pesquisas ou técnicas comparativas para a realização

de estimativas quantitativas a respeito do futuro. Os métodos de projeção

histórica são utilizados quando há uma quantidade razoável de dados históricos

disponíveis para análise de tendências e quando as variações sazonais na série

temporal são bem definidas e estáveis.

Figura 02: Técnicas de previsão de demanda (BALLOU, 2001)

2.3. GERENCIAMENTO DE SOBRESSALENTES O estoque, definido como a acumulação armazenada de recursos materiais

em um sistema de transformação (SLACK, CHAMBERS & JOHNSTON, 2002), ao

mesmo tempo em que é custoso e empata uma grande quantidade de capital, além

xix

de representar risco de deterioração, obsolescência e perda, proporcionam certo

nível de segurança em ambientes complexos e incertos.

Os estoques podem ser classificados em diversos tipos (MORETTI, 2005):

• Estoque de segurança: tem o objetivo de compensar as incertezas

inerentes a fornecimento e demanda;

• Estoque de ciclo: ocorre porque um ou mais estágios na produção

não podem fornecer simultaneamente todos os itens que produzem,

logo, sempre haverá um ou mais diferentes produtos em estoque;

• Estoque de antecipação: é usado para compensar a diferença entre

o ritmo de fornecimento e de demanda;

• Estoque em trânsito: trata-se do estoque que está sendo

transportado do fornecedor para o cliente.

A gestão do estoque de sobressalentes para a manutenção visa definir uma

quantidade suficiente de componentes sobressalentes que devem ser mantidos em

estoque para garantir um rápido reparo das falhas prematuras, mantendo-se a

disponibilidade necessária dos equipamentos.

Através do MBTF, a taxa de falhas λ do componente torna-se conhecida e,

portanto, o cálculo do estoque de segurança é dado por:

ES= λ * T, onde T é tempo.

Sob o prisma da administração de materiais, as peças de reposição podem

ser divididas em itens reparáveis e itens não reparáveis (WANKE, 2005). Aqui

trataremos de componentes técnico e economicamente recuperáveis. Em caso de

falha ou fim de vida útil, um componente é substituído por um sobressalente e

então é enviado para reforma, sendo posteriormente disponibilizado em estoque.

Para este trabalho, o sobressalente será tratado como um comando final

reserva, cuja falta em estoque pode ocasionar a parada do equipamento e sua

indisponibilidade.

xx

Capítulo III

A U&M MINERAÇÃO E CONSTRUÇÃO S.A.

3.1. O SETOR DE MINERAÇÃO A relevância do setor mínero-metalúrgico na economia do país pode ser

demonstrada pela sua considerável participação no produto industrial. Em 2005, o

PIB mineral brasileiro cresceu 10,9%. O minério de ferro é o principal produto de

exportações de mineral commodities do país, com participação de 55,4%, segundo

o IBRAM (www.ibram.com.br, consultado em 22/11/06).

3.2. A HISTÓRIA DA U&M A história da U&M iniciou-se em 1977, com a fundação da Módulo

Terraplenagem e Construções Ltda. Em 1985 foi fundada a empresa Unienge

Comercial e Construtora Ltda. que, 1993, se fundiu com a Módulo Terraplanagem e

Construções Ltda. passando a se chamar U&M Mineração e Construção S.A..

Das atividades realizadas pela empresa no ramo de construção pesada e

mineração destacam-se:

Construção Pesada:

• Operações de Infra-estrutura Industrial;

• Operações de Infra-estrutura Comercial;

• Operações de Infra-estrutura Energética;

• Operações de Infra-estrutura para Desenvolvimento Urbano

(Operações Rodoviárias, Aeroportuárias e Ferroviárias).

Mineração:

• Implantação e expansão de minas;

• Barragens de rejeitos;

• Operações de minas.

Atualmente a U&M possui sete operações em andamento, quatro no Estado

do Pará, uma em Minas Gerais, uma no Rio de Janeiro e uma no Amapá. Nestas

obras, os principais serviços prestados pela U&M são a execução de obras civis de

construção de barragens de disposição de rejeitos e operação de minas, com

escavação e transporte de minério e estéril.

xxi

3.3. ESTUDO DE CASO U&M A U&M classifica seus equipamentos como equipamentos de produção ou

equipamentos de apoio. Os equipamentos de produção são equipamentos de baixa

rotatividade e alto custo e são imprescindíveis para os resultados operacionais e

estratégicos da U&M.

Dentre os equipamentos de produção, este trabalho se restringe ao estudo

da manutenção acerca do comando final, um componente que faz parte do

conjunto trem de força do caminhão Fora de Estrada Caterpillar 777B/C.

O comando final tem a função de receber a força transmitida pelo eixo e

transformá-la em torque para as rodas.

Figura 03 – Esquema do conjunto trem de força do caminhão Caterpillar 777B/C

O comando final pode ser dividido nos seguintes subsistemas:

- eixo splindle;

- pacote de freio;

- roda;

- conjunto de engrenagens planetárias;

- flange;

- anelar.

xxii

Figura 04 – Partes internas do comando final

O desempenho requerido para a vida a vida útil de um comando final varia

entre 8.000 horas a 10.000 horas. Para garantir este desempenho, é necessário

que a reforma do componente - que ocorre quando a vida útil expira ou quando ele

falha prematuramente – seja realizada segundo o critério disponibilizado pelo

fabricante. Além disso, as manutenções preventivas e preditivas, que ocorrem a

cada 250 horas, precisam ser realizadas conforme padrão que é disponibilizado

nos manuais técnicos, também fornecidos pelo fabricante.

3.3.1. Planejamento e Controle de Manutenção O setor de planejamento e controle de manutenção tem como função

trabalhar a estratégia da manutenção, planejando os recursos necessários para as

demandas que estão por vir. Sua principal responsabilidade é garantir a

disponibilidade dos equipamentos.

3.3.2. Custos de Manutenção Os custos com a manutenção dos equipamentos de produção na U&M,

analisados num período de 746 dias, compreendidos entre Julho/2004 e

Julho/2006, podem ser apresentados de acordo com o seguinte gráfico:

xxiii

Gráfico 01: Custos de Manutenção por Frota

23%

14%10% 12%

41%

64%

78%

88%

100%

41%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

777 984 685 EX2500 OUTROS0%

20%

40%

60%

80%

100%

Custo Porcentagem acumulada

Cus

to

De acordo com o gráfico 01, temos que 41% do total de custos foram

destinados à frota de caminhões Fora de Estrada Caterpillar 777B/C. Destes, 33%

foram empregados em comandos finais, conforme gráfico 02.

Gráfico 02: Custos por Componente

33%

12%4% 1%

49%

83%

95% 99% 100%

49%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Motor Comando Transmissão Diferencial Conversor0%

20%

40%

60%

80%

100%

Custo Porcentagem acumulada

Cus

to

3.3.3. Confiabilidade da Manutenção A confiabilidade é a probabilidade de falha de um equipamento. Ela é

medida através de R= 1- λ , dado λ = 1/MTBF, onde MTBF é o tempo médio entre

falhas.

Os dados disponibilizados pela organização acerca das falhas são

apresentados na tabela 01:

xxiv

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun JulAgo Set Out Nov

Dez

2004 4 2 2 0 2 2 3 2005 1 1 2 3 0 4 8 2 2 0 4 4 2006 8 3 2 2 1 3

Tabela 01: Demanda mensal de comandos finais

O gráfico 03 apresenta o percentual de falhas de acordo com os

subsistemas do comando final. As falhas no pacote de freio geralmente têm origem

na contaminação do óleo lubrificante. As falhas na engrenagem, roda, flange e eixo

são originadas das más condições operacionais.

Gráfico 03: Percentual de falha por subsistema do comando final

27%

14%5% 3% 3%

49%

76%

89%95% 97% 100%

49%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Pacote de freio Engrenagemplanetária

Roda Flange Eixo spindle Outros0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Custo Porcentagem acumulada

Falh

as

O gráfico 04 apresenta a quantidade de falhas por horas trabalhas do

componente como final.

Gráfico 04: Quantidade de falhas por horas trabalhadas

0

2

4

6

8

10

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Vida útil (x1000)

Núm

ero

de fa

lhas

N. falhas

De acordo com os dados utilizados e apresentados no gráfico 04, não foi

possível determinar uma curva da banheira para cada um dos comandos finais.

xxv

Isso porque a curva da banheira não se aplica a equipamentos e sistema

complexos, porque eles tendem a ter múltiplos componentes e redundâncias com

modelos de falhas diversos, o que torna a natureza das falhas extremamente

imprevisível (KARDEC, 1999). Por isso, não se pode precisar o MTBF do comando

final, uma vez que desconhecemos seu período de vida útil.

Entretanto, pode-se visualizar que há um padrão que nasce da agregação

do conjunto de falhas ocorridas no total de comandos finais. O gráfico mostra

regiões de pico e cavado. Parece haver uma alternância entre períodos de maior

incidência de falhas, como nos pontos das primeiras mil horas de funcionamento

(que talvez reflita o conjunto de falhas relativo ao período de "mortalidade infantil"

dos equipamentos), que se repete das 4 mil horas de funcionamento às 5 mil

horas, das 8 mil horas às 9 mil horas e às 12 mil horas. Portanto, parece haver

picos de falhas de 4 em 4 mil horas, a partir do segundo pico. Tais picos poderiam

ser resultados do término de vida útil de componentes, manutenção preventiva

tardia ou simples fadiga de material, não avaliadas pelo fabricante. Embora haja um

padrão a ser analisado, não há dados suficientes que permitam avaliar a origem de

tal padrão, que inclusive pode ser aleatório. Seria necessária uma série temporal de

um período maior, que precisasse as falhas relativas a cada equipamento de forma

minuciosa, permitindo uma melhor análise das origens das falhas do comando final

e de seus subsistemas. Conclui-se, portanto, que a obtenção e consolidação de

informações acerca das falhas de um equipamento são condições necessárias para

a previsão de falhas, determinação de procedimentos pró-ativos e reativos na

manutenção e na mensuração dos custos pertinentes.

Os fatores operacionais também interferem no desempenho dos

componentes. Para o comando final, alguns fatores quantitativos foram analisados:

• Sobrecarga: os rolamentos dos eixos dianteiros e traseiros carregam o

peso inteiro do caminhão. Quando o caminho é carregado corretamente,

o eixo traseiro carrega 2/3 do peso total do caminhão. Se o caminhão é

carregado com carga acima da sua capacidade, o eixo traseiro é

comprometido e o seu rolamento sofre fadiga. O resultado disto é que a

vida útil fica muito reduzida e os custos de reforma extremamente altos.

• Resistência ao rolamento: a resistência ao rolamento é a quantidade de

força extra que o caminhão tem que fazer para se movimentar. O padrão

é que estas resistências estejam entre 2% a 3%. Quando as condições

de pista estão boas, a carga do caminhão é distribuída normalmente

entre seus eixos dianteiros e traseiros e a força para mover o caminhão

é mínima. Porém, se o terreno é muito macio, com muita lama, a

xxvi

resistência ao rolamento pode chegar a 30%. Com isto, o equipamento

tem que produzir muito mais força para mover o caminhão. Esta força

excessiva gera desgaste nos rolamentos e engrenagens e também

diminuem a vida útil do comando final.

• Rampas: as estradas nas minas devem ser projetadas com o menor

número de rampas (subidas ou descidas). Isto porque as condições de

rampa têm o mesmo efeito da sobrecarga nos equipamentos.

3.3.4. Previsão de Demanda e Estoque de Segurança A série temporal que representa o comportamento da demanda de

comandos finais ao longo do período estudado está representada o gráfico 05, que

segue abaixo:

Gráfico 05: Comportamento da demanda de comandos finais

Representação gráfica da série temporal e da reta de tendência R 2 = 0,0363

0123456789

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Mês

Qua

ntid

ade

Pode-se observar que há uma grande dispersão de dados, com variações

entre 0 a 8 unidades e desvio padrão de 1,2 unidades. A reta de tendência indica

uma inclinação positiva que significa que a demanda de comandos finais está em

crescimento. Porém, r², que significa o quão representativa é a tendência está

muito próximo de zero, indicando que a reta de tendência não pode ser utilizada

para explicar a série apresentada. O coeficiente r² é dado por:

r² = S.Q.Regr e indica a proporção da variação da regressão em Y, quando

S.Q.Total

0 ≤ r² ≤ 1, HOFFMANN (1977), onde S.Q.Regr = somatório quadrático da regressão

e S.Q.Total = somatório quadrático total.

Neste caso, como a série se configurou irregular e acíclica, não foi possível

estimar a demanda de comandos finais. As condições para a aplicação de um

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modelo de previsão padrão não são satisfeitas, isso porque não existe padrão de

consumo, ou seja, o consumo está baseado no estudo do tempo médio entre

falhas, que é resultado de diversos outros fatores que não puderam ser

identificados.

E por isso, nenhum modelo matemático pôde ser empregado para

estimativa do estoque de segurança.

xxviii

Capítulo IV

CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve como principal objetivo o estudo da confiabilidade da

manutenção do componente comando final, e através disso, determinar o estoque

de segurança para ser aplicado na U&M Mineração e Construção.

Através dos dados disponibilizados pela empresa não foi possível

apresentar o cálculo do MTBF, porque os resultados não se aderiram ao modelo

matemático proposto. Por conseqüência disto, também não foi possível conhecer a

demanda do comando final e o seu estoque de segurança, uma vez que a taxa de

falhas não pôde ser calculada.

Porém, os resultados obtidos mostraram que a manutenção não é a única

responsável pelo comportamento da demanda desses componentes. Pelos dados

apresentados no gráfico 03, conclui-se que 49% das falhas pré-maturas podem ser

atribuídas às más condições de manutenção. Porém, 51% dessas falhas podem ser

atribuídas às más condições operacionais.

Dentro deste contexto, o gerenciamento da demanda de comandos finais é

muito importante para a organização, para que ela possa buscar o conhecimento e

o bloqueio das causas que geram as falhas pré-maturas nos comandos finais.

Por isso, a chave para a redução de custos durante todo o ciclo de vida útil

deste componente é rever frequentemente a maneira como a máquina é usada na

produção. Paralelamente, programas mais eficazes de combate à contaminação do

óleo lubrificante também precisam ser implantados e as práticas de manutenção

que são utilizadas na empresa precisam ser revistas, a fim de diminuir as falhas

originadas pela contaminação.

xxix

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