planeamento e projecto de redes capítulo 1 introdução · central de comutação digital (ewsd)...
TRANSCRIPT
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 1
Capítulo 1
Introdução
Planeamento e Projecto de Redes
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 2
Aspectos da Evolução das Telecomunicações(I)
1837 – Telégrafo1844 – Código de Morse1855 – 1ª rede telegráfica em Portugal1866 – 1º cabo submarino transatlântico1875 – 1º cabo submarino Lisboa-Brasil
1876 – Telefone (Bell)1882 – Primeira rede telefónica em Portugal (concessão)1891 – Comutação automática (Strowger)1894 – Telegrafia sem fios (Marconi)1925 – Transmissão de imagens em movimento (Bird) – televisão1928 – Teorema da amostragem (Nyquist) 1936 – Invenção do PCM (Reeves) – transmissão digital1948 – Transistor1956 – 1º cabo submarino telefónico transatlântico analógico (35 circuitos)
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 3
Aspectos da Evolução das Telecomunicações(II)
1964 – Concepção da comutação de pacotes (Baran)1965 – 1ª satélite geo-estacionário (Intelsat1, 240 circuitos)1966 – Proposta de utilização de fibra óptica (Kao)1967 – Projecto da 1ª rede de comutação de pacotes (ARPAnet)1968 – Primeira central de comutação digital (tecnologia TTL) 1973 – Ethernet (Metcalfe)1978 – 1º sistema de rádio móvel celular analógico1981 – TCP/IP1982 – Correio electrónico1985 – Proposta da SONET (Belcore)1991 – GSM (Global System for Mobile Communications)1996 – Cabo submarino óptico TAT12/13 (122 880 circuitos)2002 – UMTS (Universal Mobile Telecommunications System)2008/2009 – Instalação em Portugal da FTTH em larga escala
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 4
Código Morse
A maior parte das comunicações telegráficas, submarinas e rádio
no início do século XX eram baseadas no código Morse
O comprimento variável dos caracteres tornou difícil a sua adaptação às comunicações
electrónicas, tendo sido substituído por outros códigos
como é o caso do ASCII.
Fonte: Wikipedia
S O S
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 6
Telefone: instrumento multimédia?
Fonte: Rogério Santos, Olhos de Boneca, Uma história das telecomunicações 1880-1952, Edições Colibri e Portugal Telecom, 1999
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 7
Comutação Manual Versus Automática
Comutação Manual
Foi usada na rede telefónica portuguesa até ao início da década de 80
Comutação Automática Strowger
Foi usada na rede telefónica portuguesa até meados da década de 90
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 9
Rede da Eastern Telegraph Company (1901)
Fonte: Wikipedia
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 10
Cabos Submarinos Ópticos
Fonte: Alcatel Lucent
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 11
Cabos Submarinos Ópticos: Panorama Mundial
Fonte: http://image.guardian.co.uk/sys-images/Technology/Pix/pictures/2008/02/01/SeaCableHi.jpg
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 12
EvoluEvoluçãção Histo Históórica rica –– FasesFases
• Telefone e telégrafo (XIX)
• Comunicações via satélite (1960s)
• Comunicações digitais (1980s)
• Comunicações ópticas (1980s)
• Internet (1990s)
• Telemóvel (1990s)
• Século XXI: Convergência fixo-móvel; convergência voz, dados e vídeo em suporte IP (Internet Protocol); transporte óptico.
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 13
Tráfego de Telecomunicações Global
Fonte: H. Kogelnick, “Perspectives on Optical Communications”, OFC 2008
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 14
Evolução/Previsão Tráfego Internet (USA)
• As análises de tráfego nos Estados Unidos mostram que o tráfego Internet passou a ser dominante a partir do ano 2000, com um crescimento que duplica todos os anos.
Fonte: Maurizio Dècina, ECOC 2003
Cresce 35% ao ano
Previsão para 2010 : > 50 EB/mês
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 15
Tráfego Internet (USA) até 2009
0.001
0.01
0.1
1
10
100
1000
10000
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010
PByt
e/m
ês mínimo
máximo
Fonte : http://www.dtc.umn.edu/mi
nts/igrowth.html
Previsão para 2010 : 2.5 EB/mês (min) 4 EB/mês (max)
Estimativa para 2009: 1.8 EB/mês (min) 2.7 EB/mês (max)
Tendências Evolutivas do Tráfego Internet (USA):Entre 1990 e 2002 verifica-se que o tráfego Internet duplica todos os anos de um modo sustentável. Exceptuam-se os anos 1995 e 1996 em que se tem um crescimento de cerca de 10x devido ao facto do tráfego WEB ter substituído o tráfego baseado na transmissão de informação em texto.
Desde 2003 até 2009 têm-se verificado um crescimento de tráfego ligeiramente superior a 50% ao ano.
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 16
Lei de Moore
Fonte: Wikipedia
A lei de Moore indica que o número de transístores que pode ser inserido num único chip duplica todos os 18 meses, ou seja tem-se um crescimento anual de cerca de 60%. A lei actualizada indica uma duplicação todos os 24 meses, ou seja um crescimento anual de cerca de 50%.
A evolução do tráfego Internet (USA) nos últimos anos parece
seguir a lei de Moore
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 17
Cenários de Evolução dos Requisitos de Largura de Banda
Fonte: P. Morin, “The NewEconomy, Global Megatrends
Driving Optical Inovation,” Nortel, OFC´09
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 18
Como dar Resposta ao Aumento dos Requisitos de Largura de Banda?
Explorando as potencialidades das redes ópticas
Fonte: P. Morin, “The New Economy, Global Megatrends Driving Optical Inovation,” Nortel, OFC´09
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 19
Transmissão Óptica: Estado da Arte
Fonte: Diário Económico, 01/10/09
Débito binário for fibra óptica: 155 comprimentos de onda × 100 Gb/s = 15. 5 Tbit/s
Tráfego Internet (USA) 2009: 2 700 Pbyte/mês ≈ 1 Tbyte/s = 8 Tbit/s
15. 5 Tbit/s × 7000 km = 108. 5 Pbit/s × km
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 20
Lei de Nielsen
• A lei de Nielsen prevê um crescimento na velocidade de acesso à Internet na terminação do utilizador de cerca de 50% ao ano.
Fonte: http://connectedhome2go.com/2008/03/18/nielsens-law/
2005 – 2.3 Mbps
2010 – 17 Mbps
2015 – 129 Mbps
2020 – 980 Mbps
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 21
Utilizadores por Tecnologia de Banda Larga (Mundial)
Fonte: H. Kogelnick, “Perspectives on Optical Communications”, OFC 2008
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 22
Penetração das soluções FTTH e FTTB em 2009
Fonte:Fiber-to-the-HomeCouncil, Fev. 2009
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 24
Definição e Ramos
• Transmissão: Transporte fiável da informação à distância.
• Comutação: Encaminhamento da informação (pôr em contacto dois utilizadores quaisquer, de acordo com as suas ordens).
• Controlo e gestão: Responsável pela dinâmica (controlo) e pela fiabilidade (gestão) das redes. A função de controlo é implementada através da sinalização.
As redes de telecomunicações compreendem o conjunto dos meios técnicos (de natureza electromagnética) necessários para transportar e encaminhar tão fielmente quanto possível a informação à distância.
Ramos das telecomunicações
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 25
Critérios de Qualidade
As redes de telecomunicações devem garantir que a informação nas suas diversas formas (voz, música, vídeo, texto, etc.) é transmitida sem perdas e alterações.
As redes de telecomunicações públicas devem assegurar um serviço permanente e sem falhas (menos de duas horas de indisponibilidade em 40 anos).
Fidelidade
Fiabilidade
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 26
Normalização em Telecomunicações
• O carácter internacional das telecomunicações implica normalização em aspectos tais como:
aspectos técnicos (qualidade de serviço, interfaces, etc.);planificação geral da rede (estrutura da rede, números telefónicos internacionais,etc.);problemas de exploração e gestão (preços das chamadas internacionais, análise de tráfego, etc.).
• No plano das redes nacionais a normalização também é importante de modo a:
garantir a compatibilidade dos sistemas de diferentes fabricantes;assegurar uma qualidade de serviço mínima a todos os utilizadores;respeitar as convenções internacionais.
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 27
Principais Organismos de Normalização (I)
• International Telecommunication Union (ITU)Agência da ONU responsável por todos os sectores das telecomunicações. Os seus principais órgãos são:
ITU Telecommunications Sector (ITU-T)Estudo de questões técnicas, métodos de operação e tarifas para as redes de transporte, redes telefónicas e de dados.ITU Radiocommunications Sector (ITU-R)Estudo de questões técnicas e operacionais relacionadas com rádio-comunicações, incluindo ligações ponto-a-ponto, serviços móveis e de radiodifusão e ligações via satélite.
• O ITU é o principal organismo de normalização a nível mundial naárea das telecomunicações e das tecnologias de informação e inclui 191 países como membros.
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 28
Principais Organismos de Normalização (II)
• European Telecommunications Standards Institute (ETSI)Criado em 1988 para desenvolver as normas necessárias para uma rede de telecomunicações pan-europeia. Teve um papel importante no desenvolvimento da norma GSM.
• International Organization for Standardization (ISO)É uma federação de organismos de normalização de vários países (mais de 130). A norma OSI (Open System Interconnection) é a mais conhecida na área das telecomunicações. O organismo americano ANSI (AmericanNational Standards Institute) também tem dado contribuições importantes. Refira-se, por exemplo a normalização das cablagens.
• The Intitute of Electrical and Electronics Engineering (IEEE)É a maior organização profissional em todo o mundo. O LAN/MAN standards committee tem tido um papel muito importante na área das redes com várias normas relevantes, como sejam a 802.3 (Ethernet) e o 802.11(Wireless LAN).
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 29
Tipos básicos de equipamento
• O equipamento básico pode-se dividir em vias de transmissão e elementos (dispositivos) de rede. Os elementos de rede incluem equipamento terminal, equipamento de comutação, sistemas de sinalização e gestão e servidores.
• Vias de transmissão: suporte de transmissão (cabos de pares simétricos, cabo coaxial, fibra óptica, feixes hertzianos,etc.) + repetidores (amplificadores, regeneradores).
• Equipamento terminal: interface com a rede (telefone, computador, PPCA, etc.).
• Equipamento de comutação: comutadores digitais nas redes telefónicas (comutação de circuitos), routers (comutação de pacotes) nas redes de dados.
• Sistemas de sinalização e gestão: responsáveis por processarem a informação de sinalização e gestão.
• Servidores: Dispositivos com capacidade para armazenar informação (servidores de WWW e cabeças de rede nas redes CATV,etc.).
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 30
Topologias
Representação de uma rede por um grafo
• A estratégia de interligação entre os nós define a topologia da rede, ou mais especificamente a topologia física. O modo como a informação flui define a topologia lógica.
v1v2
v3
v4
v5
e1
e2
e3e4
e5 e6
e7
1 2
3
4
5
Topologia física Topologia lógica
Fluxo de informação Grafo da
rede
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 31
Tipos de topologias
• O tipo de topologia condiciona a estratégia de desenvolvimento e o tipo de serviços que a rede pode oferecer.
Topologias com meio não partilhado
Topologias com meio partilhado
Anel Malha
Árvore
Estrela
Barramento (Bus)
A
B
C
D
E
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 32
Representação de uma Rede (T. Física)
• Um rede pode-se representar a partir de um grafo onde representa o conjunto dos vértices ou nós e representa o conjunto de ligações (links).
• A topologia física também se pode representar usando uma matriz de adjacências g. Essa matriz tem dimensão NxN. O elemento gij=1, se existir uma ligação entre i e j.Caso contrário é igual a 0.
• Define-se o grau do nó como sendo o número de ligações que convergem para um determinado nó, ou seja
• O valor médio do grau do nó é dado por
),( EVG v1v2
v3
v4
v5
e1
e2
e3e4
e5 e6
e7
Grafo da rede
).......,( ,21 NvvvV =).......,( ,21 LeeeE =
∑=
=N
jiji g
1
δ
NL
N
N
ii
211
=>=< ∑=
δδ
⎥⎥⎥⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢⎢⎢⎢
⎣
⎡
=
0100110101010110010111110
g
Matriz de Adjacências
8.25
23324=
++++>=<δ
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 33
Representação de uma Rede (T. Lógica)
• A topologia lógica descreve o fluxo de tráfego que ocorre na rede. Este fluxo também é descrito através do número de pedidos de tráfego. Os pedidos de tráfego podem ser unidireccionais (um sentido) ou bidireccionais (nos dois sentidos).
• A topologia lógica também se pode representar através de uma matriz de pedidos d. O elemento dij=1, se existir um pedido de tráfego entre i e j. Caso contrário é igual a 0.
• No caso em que o fluxo de tráfego entre dois nós ocorre nos dois sentidos têm-se que o número médio de pedidosé dado por
• Para uma topologia lógica em malha (padrão de pedidos uniforme) têm-se O número total de pedidos de tráfego unidireccionais é então e bidireccional .
1−>=< Nd
v1v2
v3
v4
v5
Topologia Lógica em malha (um
sentido)
∑ ∑= =
>=<N
i
N
jijd
Nd
1 1
1⎥⎥⎥⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢⎢⎢⎢
⎣
⎡
=
0000010000110001110011110
d
Matriz de pedidos
425
1234=×
+++>=<d
)1(1 −= NND2/)1(2 −= NND
Dois sentidos
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 34
Número de saltos por pedido• Define-se o número de saltos por pedido como sendo o número de ligações por
pedido.
• Para calcular esse número é necessário definir uma regra de encaminhamento, como por exemplo escolher o caminho entre dois nós que percorre o número mínimo de ligações possíveis usando o algoritmo de Dijksta.
• A matriz de saltos h é definida de modo que cada elemento dessa matriz hijrepresente o número mínimo de ligações de um pedido entre o nó i e o nó j. O número médio de ligações por pedido é dado, nessa situação, por (D=D2)
• Se a matriz de adjacências e a matriz de pedidos forem conhecidas pode-se determinar <h>. Para um padrão de pedidos uniforme e para topologias físicas com um nível de conectividade elevado tem-se que
∑ ∑−
= +=
>=<1
1 1
1 N
i
N
ijijh
Dh
><>≅<
δNh 12.1 Inversamente proporcional à
raiz do valor médio do grau
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 35
Planos de Rede
• Numa rede de telecomunicações podem-se individualizar três panos: Plano de utilizador, plano de controlo e plano degestão.
• Plano de utilizador: responsável por transferir a informação do utilizador através da rede. Assegura o suporte físico.
• Plano de controlo: responsável pelo processo de sinalização associado ao estabelecimento, supervisão e terminação de ligações. Exemplo de planos de controlo: Sistema de sinalização nº 7, GMPLS (Generalized multiprotocol label switching), etc.
• Plano de gestão: Funções a nível de detecção e correcção de falhas (gestão de falhas), configuração dos elementos de rede (gestão de configuração), monitorização de desempenho (gestão de desempenho), autorização de acesso (gestão de segurança).
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 36
Classificação das redes
• Em termos do modo de transferência de informação as redes podem-se classificar em comutadas e de difusão. Por sua vez as comutadas podem ser de comutação de circuitos ou de pacotes.
Redes de Telecomunicações
Redes comutadas Redes de difusão
Redes de comutação de circuitos Redes de comutação de pacotes
Redes orientadas à ligação (Circuitos virtuais)
Redes não orientadas à ligação (Datagramas)
• Rede de satélites
• Rede de difusão de televisão e rádio
• Rede Ethernet CSMA/CD
• Rede telefónica
• Rede celular
• Circuitos alugados
• Redes de transporte (SDH e OTN)
• Rede IP • Frame relay
• ATM (Asynchonous transfer mode)
• MPLS (Multi-protocol label switching)
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 37
Comutação de circuitos• Na comutação de circuitos é estabelecida pela rede uma ligação (circuito)
entre dois utilizadores (chamado e chamador) para a transferência de informação a qual é mantida durante toda a comunicação.
• Envolve três fases: estabelecimento do circuito, transferência de dados, e terminação.
• Os circuitos podem ser comutados ou semi-permanentes. Os primeiros, como é o caso dos circuitos telefónicos, são estabelecidos por acção do plano de controlo. Os segundo, como é o caso dos caminhos nas redes SDH e dos canais ópticos nas redes OTN são estabelecidos pela acção do plano de gestão.
• Como os recursos usados na ligação são reservados durante todo o tempo em que a ligação está activa esta solução é apropriada para o tráfego de voz, mas não é adequada para o tráfego de dados que é bursty por natureza.
Numa ligação telefónica a primeira fase tem lugar quando se marca o número do destinatário e a central de comutação estabelece uma ligação para o telefone do destinatário e envia o sinal de chamada. A segunda fase corresponde à conversação entre os interlocutores. A terceira fase inicia-se quando se pousa o telefone.
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 38
Comutação de pacotes
• Na comutação de pacotes a informação é segmentada em pacotes, que por sua vez são enviados através da rede de nó para nó até atingirem o destino.
• Na comutação com datagramas a cada pacote inclui um cabeçalho com informação do destino e da fonte. Cada pacote é encaminhado individualmente através da rede, podendo diferentes pacotes com o mesmo destino seguirem caminhos diferentes.
• Na comutação por circuitos virtuais por sua vez requer o estabelecimento prévio de uma circuito virtual entre a fonte e o destinatário, o qual é seguido por todos os pacotes. O processo de comunicação envolve três fases como na comutação de circuitos.
B
C
R
U
X
T
X D T
D
U R C B
X D T U R C B
FonteControlo da sequência
Nó
Comutação por datagramas
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 39
Estratificação em camadas
• Uma rede de telecomunicações pode-se dividir em camada de redede transporte e camada de rede de serviços. A camada de rede de serviços funciona como cliente da camada de rede de transporte.
• A camada de rede de transporte porpociona caminhos (capacidade de transporte) à camada de serviços. Uma ligação a 34 Mb/s por segundo é um exemplo de uma caminho eléctrico e um comprimento de onda suportando um canal a 10 Gb/s é um exemplo de um caminho óptico.
• As camadas de serviço são de diferentes tipos (rede telefónica, redes de dados, rede celulares, redes de cabo, circuitos alugados.
Rede de Transporte
Rede telefónica
Rede de dados
Rede celular
Circuitos alugados
Rede de cabo
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 40
Rede de Transporte
• A rede de transporte é uma plataforma tecnológica que assegura uma transferência transparente e fiável da informação à distância, permitindo suportar diferentes serviços.
• A rede de transporte garante diferentes funcionalidades, como sejam, transmissão, multiplexagem, encaminhamento,protecção, supervisão e aprovisionamento de capacidade.
• A rede de transporte é constituída por diferentes elementos de rede ligados entre si segundo uma certa topologia física (anel ou malha) e interagindo directamente com o plano de gestão.
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 41
Exemplificação do papel do transporte
• A rede de transporte neste exemplo é representada pelo plano inferior e é constituída por multiplexadores ADM interligados por fibras ópticas.
• A camada de rede de serviços é representada por centrais de comutação telefónica (CC).
ADM
CC
Camada de rede de Transporte
Camada de rede de serviço
CC
CC
CC
ADM
ADM
ADMADM
A
BC
DE
a b
c
d
Tecnologias de rede para o transporte: SDH (Synchronous Digital
Hierarchy) , WDM, (Wavelength Division
Multiplexing), OTN (Optical Transport
Network)
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 42
Hierarquização da rede
• Uma rede de telecomunicações de dimensão nacional é representada por uma estrutura hierárquica com três níveis: núcleo, metro e acesso.
• A estrutura hierárquica é comum à rede de transporte e de serviços.
Núcleo100s-1000s kmMalha
Metro10-100 kmAnel
Acesso<10 kmAnel, estrela, etc
Utilizadores
Na rede de núcleo e na rede metropolitana a topologia física é normalmente imposta
pela camada de transporte.
A rede de acesso usa uma grande variedade de tecnologias e topologias, e é
responsável por uma fracção muito importante do investimento feito numa rede.
Tecnologias de transmissão no acesso: pares de cobre, cabo coaxial, fibra óptica,
soluções rádio (FWA).
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 43
Rede Telefónica Pública Comutada
• A topologia em estrela é a solução mais simples
CCCentral de comutaçãotefefónia
Telefone
A topologia mais simples para uma rede telefónica é a topologia em estrela, ligando
uma central de comutação telefónica ao equipamento terminal do utilizador.
Número de centrais de comutaçãoC
usto
custo da linha
custo total
nº óptimode centrais
custo da comutação
Quando a dimensão da rede aumenta, torna-se mais económico dividir essa rede em sub-
redes de pequenas dimensões, cada uma servida pela sua própria central de
comutação telefónica.
Para interligar todas as centrais entre si, a solução mais económica é usar uma central
de nível superior: central tandem.
Estrutura hierárquica
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 44
Estrutura hierárquica
• Uma rede telefónica pública comutada apresenta uma estrutura hierárquica e uma topologia em árvore não pura, porque à medida que se sobe na hierarquia aumenta o número de ligações directas entre centrais do mesmo nível.
Rede de núcleo oude troncas
Rede internacionalCentral internacional
Centros de trânsitosecundário
Centros de trânsitoprimários
Centrais locais
CentralTandem
Rede de acessoou local
Rede de junção
Linha de assinante
A linha de assinante é constituída por pares de cobre, por isso esta rede é muitas vezes designada por rede de cobre
Tran
smis
são
a 2
fios
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 45
Rede Digital Integrada
• Uma rede digital integrada (RDI) é uma rede telefónica pública em que a comutação é digital e a transmissão no núcleo e nas junções também é feita usando transmissão digital.
• A qualidade do sinal na RDI devido à regeneração é independente do número de troços e centrais presentes na ligação.
CR
CLRDI
Central analógica
Equipamentode rede. Conversão A/D
CL
CT
CR
CT
CT CL
CT
CL CL CL Central de trânsito digital
Central local digital
Concentrador digital
Telefone analógico
Transmissão digital
Transmissão analógica
Acesso analógico
Passo seguinte: Proporcionar transmissão digital até ao utilizador (RDIS)
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 46
Rede Digital com Integração de Serviços
• A característica fundamental da RDIS é a digitalização do lacete de assinante.
• O RDIS oferece acesso básico e acesso primário.
Acesso básico
2x64 Kbits – canais B para comunicação
1x16 kbit/s – canal D para sinalização
Interface U a 2 fios a 160 kbit/s
Acesso primário
30x64 Kbits – canais B para comunicação
1x64 kbit/s – canal D para sinalização
Interface U a 4 fios a 2 Mbit/s
NT1
NT1
TA
Telefone analógico Telefone digital
PPCA
Interface U
Interface U
Acesso básico
Acesso primário
Interface SInterface T Central de
comutação
Para manter compatibilidade com os telefones analógicos
usa-se um adaptador TA
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 47
Redes híbridas fibra-coaxial• As redes de distribuição de televisão por cabo CATV ( CAble TV) (rede de
cabo) usam uma infra-estrutura de fibra óptica, para servirem células de 200 a 1000 utilizadores, seguida de uma rede em cabo coaxial.
• O servidor situado na cabeça da rede distribui para os utilizadores os diferentes sinais de televisão usando multiplexagem por divisão na frequência (FDM).
Cabeçade
Rede
Repartidorcoaxial
Amplificador de troncacom repartição
Utilizador
Amplificadorde linha
Nó de acessoóptico Cabo coaxial
Fibra ÓpticaUtilizador
A rede coaxial apresenta uma topologia em
árvore
Para o fornecimento de serviços interactivos, é necessário usar amplificadores bidireccionais e
um protocolo da acesso múltiplo para evitar colisões entre os sinais de retorno enviados
pelos diferentes utilizadores
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 48
Rede deTransporteSecundária
Rede de transporte da rede híbrida
• A ligação entre a cabeça da rede e o nó de acesso óptico é realizado pela componente de transporte. Na rede de transporte representada a rede de transporte tem dois níveis.
• A rede de transporte primária usa a informação digitalizada.
Cabeçade Rede
Cabeçade Rede
Nó deAcessoNó de
AcessoNó de
AcessoNó de
Acesso
Par de fibrasópticas
Rede deTransportePrimária
Fibra óptica
Rede CoaxialNó de acesso
óptico
No rede de transporte primária a informação é digitalizada (PCM). No nó de acesso a informação é convertida para o domínio analógico (RF) e em
seguida para o domínio óptico.
No nó de acesso acesso o sinal óptico é convertido para um sinal de radiofrequência
(RF) e injectado na rede coaxial
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 49
Espectro de radio-frequência
• O canais de televisão (serviço distributivo) fazem uso da bandadirecta situada entre 111 e 750 MHz. A parte entre os 550 e 750 MHz é usada para televisão digital e ligação interactiva descendente.
• O via de retorno é usada para as ligações interactivas ascendentes.
• Note que os sinais transmitidos são sinais de radiofrequência FDM, logo analógicos.
5 65 88 108 111 550 750 1000 f (MHz)
Via deRetorno
CanaisFM
Canais de TV analógicos
Canaisdigitais
Upgradefuturo
Fibra Óptica ff1 fN
fN
Receptor Óptico f
Filtro Passa Baixo
Desmodulador (Televisor)
Oscilador local sintonizável
Sinal de radiofrequência
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 50
Os pacotes são encaminhados através da Internet.
Encaminhadores (Routers)
CaminhoRede 1
Rede 2
Pacote
Redes IP
Na Internet usa-se comutação de pacotes por datagramas
Fonte: Prof. Paulo Correia, TRC, 2006-2007
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 51
Arquitecturas de Rede: Modelo TCP/IPArquitecturas de Rede: Modelo TCP/IP
TCP: Transmissioncontrol protocol
UDP: User DatagramProtocol
Fonte: Prof. Paulo Correia, TRC, 2006-2007
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 52
Limitações do IP
• O protocolo IP foi desenvolvido tendo por objectivo o transporte de dados. O encaminhamento de datagramas é feito usando o caminho mínimo e não tem em conta nem aspectos de qualidade de serviço nem de engenharia de tráfego.
• As redes IP multiserviço, suportam para além de dados, voz (VoIP) e vídeo (IP-TV) e requerem garantias de QoS e de engenharia de tráfego. Requer-se por isso uma comunicação orientada à ligação.
• O ATM (Asynchronous Transfer Mode) e o MPLS (MultiProtocol LabelSwitching) são tecnologias que permitem dar resposta a essas exigências.
A qualidade de serviço ou QoS (Quality of Service) garante que os pacotes são sujeitos a um determinado processamento de modo a verificarem certas exigências em termos de perdas de pacotes, atraso de pacotes, variação do atraso de pacotes, disponibilidade, etc.
A engenharia de tráfego trata do conjunto de procedimentos requeridos para permitir uma utilização eficiente dos recursos da rede, realizando por exemplo um encaminhamento de tráfego de modo a evitar congestão e a maximizar o tráfego transportado.
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 53
Aplicações ATM
• Antes do advento do MPLS (multi-protocol label switching) o ATM era a única tecnologia de rede que permitia garantir qualidade de serviço por ligação.
• Nas redes UMTS o ATM é usado na UTRAN (UMTS Terrestrial Radio Access Network) para interligar os nós B (Base Station) aos RNC (Radio NetworkController)
Redes de núcleo dos ISP (Internet ServiceProviders)
Rede de acesso no ADSL
Redes APON (ATM passive optical networks) e GPON?
Rede UTRAN no UMTS
Aplicações
Nó B
Nó BRNC
Interface Iub
UTRAN
MSC
Vídeo p2p e p2m
UTRAN na rede UMTS
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 54
Princípios do ATM
• O ATM (Asynchronous Transfer Mode) usa o modo de transferência assíncrono: as fontes de informação são mutuamente assíncronas e a informação é segmentada em células, as quais são enviadas pelas fontes em instantes independentes.
• O TDM usa o modo de transferência síncrono: as fontes de informação são sincronizadas, e enviam as suas unidades de informação em intervalos de tempo que lhes são previamente atribuídos.
• No ATM a informação é estruturada em células com 53 octetos, sendo 48 octetos destinados ao campo de informação e 5 destinados ao cabeçalho.
• O ATM estabelece conexões entre dois pontos extremos (tecnologia orientada para a conexão). As conexões ATM designam-se por circuitos virtuais (VC, virtual circuits) às quais é atribuído um idendificador VCI (virtual circuit identifier). Os VC podem ser agregados formando um caminho virtual (VP, virtual path) também designado por conduta virtual. Cada VP é caracterizado por um identificador VPI (virtual path identifier).
Conexão física
VPI a
VPI b
VCI xVCI y
VCI xVCI y
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 55
Permuta de Identificadores de Ligação
• O estabelecimento de um circuito virtual entre dois utilizadores normalmente consiste num caminho através de vários comutadores ATM.
• Como cada ligação pertencente ao caminho é caracterizada pelo seu identificador próprio (CI={VPI, VCI}) a função do comutador consiste em fazer a permuta de CIs (label swapping).
• Os circuitos virtuais podem ser permanentes ou comutados. Os primeiros são estabelecidos pelo sistema de gestão e os segundos por sinalização.
Comutador ATM
Comutador ATM
Comutador ATM
A
B
VPI=10 VCI=55
VPI=20 VCI=37
1
2
3
4
VPI=10 VCI=74
VPI=30 VCI=37
10 55 1 10 74 4 20 37 2 30 37 3 Tabela de
encaminhamento 1
5D
VPI=50 VCI=43
10 74 1 50 43 5
C2 6
30 37 2 70 66 6
VPI=70 VCI=66
VPI, VCI Porto de entrada
Porto de saída
O caminho entre A e C é constituído pelos seguintes CIs: 10/55, 30/37 e 70/66. A ligação efectua-se através do porto de entrada 1 do comutador 1 e sai do porto 3 do mesmo comutador, entra em seguida no porto 2 do comutador 2 e sai no porto 6 do mesmo comutador.
Note-se que os valores VPI/PCI só têm significado local, só são válidos para uma ligação.
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 56
MPLS
• O MPLS é uma norma da IETF (Internet Engineering Task Force), que é independente dos protocolos de nível 2 e 3.
• O protocolo baseia-se na adição de uma etiqueta (label) a cada pacote, a qual vai ser usada na rede MPLS para fazer o encaminhamento do pacote.
• A etiqueta é de comprimento fixo (32 bits) e tem funcionalidadesequivalentes ao VPI/VCI do ATM, tendo também significado local.
• O MPLS suporta vários protocolos (MultiProtocol), tais como IP, ATM e frame-relay.
• Os elementos de rede usados são os LSR (Label Switched Routers) e LER (Label Edge Routers)
Cabeçalho de nível 2
Etiqueta MPLS 32 bits
Cabeçalho de IP
Cabeçalho das camadas superiores
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 57
Exemplo de uma rede MPLS• Os LSR são routers de elevada velocidade usados no núcleo da rede
que fazem o encaminhamento dos pacotes com base nas etiquetas.
• Os LER são routers usados nas orlas da rede e são responsáveis por inserir/extrair as etiquetas. Podem ter cartas IP, ATM, Frame-relay.
• Numa rede MPLS a transmissão de dados tem lugar usando LSP (Label Switched Paths). Os LSP correspondem a uma sequência de etiquetas, sendo cada etiqueta valida unicamente para uma ligação.
LER
LSR
LSR
LSR
LSR
LER1768
15LSP
Etiqueta
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 58
Redes do Século XXI
• As palavras chave vão ser banda larga, convergência e resiliência.
• A banda larga irá exigir a aproximação da fibra óptica ao utilizador.
• A convergência irá reduzir o número de tecnologias de rede usadas tanto na camada de serviço, como na camada de transporte.
• A resiliência permite garantir redes com elevada disponibilidade.
Camada de rede de Transporte
OTN
IP/MPLS
Camada de rede de serviçoPlataforma de acessomultiserviço
Utilizador
ONU
Fibra
Fibra
Cobre
Cobre
Convergência
Redes Multiserviço
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 59
Processo de Planeamento
Cenário
Definição do problema
Plano mestre
Descrição do tráfego
Alternativas para o sistema
Plano de configuração
Projecto piloto
Instalação completa
Decisões principais
Monitorização, analise
extensões, actualizações
Identificação do problema e análise
Situação inicial, estado da arte, tendências de evolução e objectivos
Normas de qualidade, requisitos da rede, opções técnicas, restrições económicas e organizativas
Matriz de tráfego, perfil de tráfego, evolução do tráfego
Topologias, componentes, produtos.
Mapeando o tráfego sobre as diferentes alternativas para o sistema, procura-se uma solução óptima em termos de custo e qualidade de serviço
Estrutura de rede e elementos de rede (especificação do hardware e do software), gestão da rede, estratégias e testes de instalação
O plano de configuração resulta da solução óptima
Os diferentes componentes são testados em projectos pilotos
Fase
co
ncep
tual
Fase
de
proj
ecto
Fase
de
inst
alaç
ão
Monitorizar, analisar e avaliar a qualidade de serviço para ajustar os componentes
As extensões estão associadas ao aumento do tráfego ou expansão geográfica
©João Pires Planeamento e Projecto de Redes (09/10) 60
Etapas do planeamento
Longo termoOrientações iniciais para satisfazer futuras procuras de serviços; Orientadas por previsões económicas e de servicos, escolha de tecnologia e estratégia de operação.
Médio termoPreparação da expansão da rede ( topologia, capacidade, encaminhamento, instalação de equipamento e de cabos) com bases nos resultados do planeamento a longo prazo.
Curto termoOptimização da topologia e da capacidade, dimensionamento das vias de comunicação e dos elementos de rede. Resposta a procura de serviços inesperada Está directamente associada à gestão dia a dia.
Período de 4 a 10 anos
Período de 1 a 4 anos
Período de semanas a meses