pitiríase versicolor

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Pitiríase Versicolor Pitiríase Versicolor Fabianne Martins Taíza Rodrigues Valdirene Resende Universidade de Rio Verde – Universidade de Rio Verde – FESURV FESURV Faculdade de Farmácia Faculdade de Farmácia

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Aula de micologia sobre Pitiríase versicolor

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Page 1: Pitiríase Versicolor

Pitiríase VersicolorPitiríase Versicolor

Fabianne MartinsTaíza Rodrigues

Valdirene Resende

Universidade de Rio Verde – FESURVUniversidade de Rio Verde – FESURVFaculdade de FarmáciaFaculdade de Farmácia

Page 2: Pitiríase Versicolor

Pitiríase VersicolorPitiríase Versicolor

Infecção fúngica superficial Caracteriza-se por mudanças de

pigmentação da pele devido à colonização do estrato córneo

Page 3: Pitiríase Versicolor

EpidemiologiaEpidemiologia• Distribuição universal, é mais comum

nos trópicos.• Climas quentes e úmidos, o meio sócio-

econômico, falta de asseio, fatores carenciais, desequilíbrios orgânicos provocados por doenças agravadas por tratamentos mal orientados, (antibioticoterapia, corticoterapia) e, sobretudo, a seborreide constituem o substrato a que melhor se adapta o parasito da pitiríase versicolor.

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ETIOLOGIAETIOLOGIA• O agente etiológico é Malassezia furfur • Fungo dimórfico, lipofílico, da flora normal da

pele• A fase de levedura desse organismo apresenta

duas formas morfologicamente distintas, uma ovóide, outra esférica, nas quais o fungo é denominado Pityrosporum ovale e Pityrosporum orbiculare, respectivamente.

• O agente da pitiríase versicolor é antropofílico. A se considerar a Malassezia como o verdadeiro agente da micose, é um habitante normal da pele humana, aparecendo muito mais freqüentemente nos estados seborreicos.

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Se caracteriza por manchas cutâneas de tonalidades que variam da hipo a hiperpigmentação com distribuição mais freqüente no tronco, membros superiores e face, mas distribuindo-se, às vezes atipicamente, pela região crural, membros inferiores, couro cabeludo, havendo referências de regiões palmar e plantar.

Page 6: Pitiríase Versicolor

Fonte: Ramos (2005)

Page 7: Pitiríase Versicolor

CaracterísticasCaracterísticasAs lesões podem ser hipo ou

hiperpigmentadas eritematosas ou marrom-escuro; justificando a denominação versicolor.

Na superfície das lesões encontra-se fina descamação, evidenciada pela distensão da pele, sinal que recebeu o nome de Zireli.

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A localização característica é no tronco e membros superiores, face e pescoço,

Normalmente a pitiríase versicolor apresenta-se como simples mancha descamativa, mas pode assumir, por vezes, variados aspectos dermatológicos: eritêmato-papuloso, papuloso, folículo papuloso, forma circinada.

Page 9: Pitiríase Versicolor

Pitiríase versicolor com coloração marrom

Fonte: Ramos (2005)

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Sua distribuição normalmente é paralela à das glândulas sebáceas, com ocorrência maior no tórax, dorso e face. Entretanto, as lesões são encontradas em maior número no dorso. As que se localizam na face são mais comuns em crianças (incluindo recém-nascidos e lactentes) do que em adultos.

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SintomasSintomasO que leva o paciente à consulta são

motivos relativos à aparência pessoal, dado o aspecto desagradável ocasionado pelas manchas. As manchas cutâneas são de tamanhos variáveis, desde o tamanho da cabeça de um alfinete até manchas anulares, ou manchas maiores, de formas irregulares, tomando grande extensão da superfície cutânea.

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Micose de praia: Mito??Micose de praia: Mito??

1) ação direta do parasito sobre a melanogênese

2) as escamas agem como um filtro, impedindo a pigmentação

3) embranquecimento das escamas provocado pelo sol.

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PatogeniaPatogenia• A PV ocorre quando as leveduras são

convertidas para a forma micelar devido a certos fatores predisponentes, os quais podem ser classificados como fatores endógenos ou exógenos. Os exógenos incluem calor e umidade, o que contribui para que a doença seja mais prevalente nos trópicos e no verão de climas temperados. Outro fator exógeno pode ser a oclusão da pele por roupas ou cosméticos, o que resulta no aumento da concentração de dióxido de carbono, levando a alterações da microflora e do pH.

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PatogeniaPatogeniaDuas teorias são apresentadas:

(I)espessamento da camada de queratina; e (II) presença de intenso infiltrado inflamatório celular, agindo como estímulo para os melanócitos produzirem mais pigmento, levando ao aumento do tamanho dos melanossomos e a mudanças em sua distribuição na epiderme.

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ClínicaClínica• A coloração pela hematoxilina-eosina

revela a presença de células globosas, células com formato de garrafa de boliche e pseudo-hifas curtas na camada córnea, além de leve hiperqueratose e acantose na epiderme, infiltrado linfocítico perivascular, e plasmócitos e histiócitos na derme. A microscopia eletrônica revela degeneração de melanócitos, reação epidérmica manifestada por células de Langerhans mitóticas e reação celular alérgica ao fungo e inflamatória, generalizada na derme.

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DiagnósticoDiagnóstico• O diagnóstico da pitiríase versicolor é

facilmente feito pelo exame direto, entre lâmina e lamínula, com uma ou duas gotas de lactofenol ou de potassa a 10%, podendo também se usar soda a 20%. O parasito apresenta-se sob a forma de elemento arredondado, ou mais ou menos quadrangular, caracteristicamente aglomerado em número variável de 5 a mais de 30 elementos.

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DiagnósticoDiagnósticoA cultura não é feita para fins diagnósticos,

mesmo porque o cultivo do agente etiológico é difícil. Sabe-se que o parasito exige substâncias oleosas nos meios de cultivo.

• Esses fungos necessitam da adição de substâncias lipídicas ao meio de cultura, como o óleo de oliva. Crescem melhor à temperatura média variável entre 32 e 37ºC em ambiente aeróbico. Filamentos vistos normalmente nas áreas da pele acometida pela infecção crescem quando as leveduras são incubadas em estrato córneo.

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DiagnósticoDiagnóstico• O diagnóstico da PV é usualmente

realizado apenas pelo exame clínico. A lâmpada de Wood é algumas vezes útil para confirmar o diagnóstico e detectar lesões subclínicas. Apresenta fluorescência amarelo-ouro, provavelmente devido à excreção de metabólitos (porfirinas) do fungo, sensíveis à radiação ultravioleta.

• A fluorescência à luz ultravioleta foi demonstrada por Kitiakovsky, Lewis e Hoper. Esta propriedade seria devido à presença de cristais de colesterol na camada córnea.

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• O exame micológico direto é realizado do raspado da lesão, após clarificação das escamas por KOH a 10%, permitindo o encontro de esporos e pseudo-hifas; o resultado negativo exclui o diagnóstico. A distribuição característica da PV no tronco, pescoço e extremidades proximais constitui fator relevante no diagnóstico

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KOH 10%KOH 10%

Fonte: The University of Adelaide (2011)

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Pitiríase versicolor, forma clínica

Pitiríase versicolor. Fita duplex corada pelo lactofenol azul-algodão: hifas septadas curtas e curvas, blastoconídios em cacho (400X)

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Exame direto: hifas septadas curtas e curvas, blastoconídios em cacho de uva (400X)

Exame histopatológico da pele: blastoconídios em cacho, hifas septadas curtas e curvas na camada córnea da pele (400X)

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Diagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial• O diagnóstico diferencial inclui outras entidades que

levam à despigmentação cutânea, em particular o vitiligo e a pitiríase alba. Nenhuma delas mostra escamas furfuráceas ou fluorescência sob a lâmpada de Wood. Outro diagnóstico diferencial que não deve ser esquecido é a hanseníase em sua forma indeterminada, principalmente se localizada na face, na qual a alteração de sensibilidade pode não estar presente numa fase inicial.

• Outras possibilidades incluem psoríase, dermatite seborréica (ambas podendo coexistir com PV), papilomato-se reticulada e confluente (Gougerot-Carteaud), eritrasma e dermatofitose. A luz de Wood é provavelmente uma das armas mais úteis na diferenciação da PV com o eritrasma e a dermatofitose. O eritrasma adquire tonalidade vermelho-coral com a luz de Wood, e a dermatofitose não fluoresce.

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TratamentoTratamentoResponde rápido, porém,

temporariamente, aos tópicos.

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Agentes Tópicos

• Nesse grupo o agente mais freqüentemente usado tem sido o sulfeto de selênio 2,5% a 5% na forma de xampu aplicado uma vez ao dia. O tratamento deve ser realizado durante período que varia de sete a 14 dias ou mais, algumas vezes indefinidamente.

• Todos os tópicos “azóis” parecem ter a mesma eficácia no tratamento da PV. Entretanto, nenhum deles foi tão completamente estudado como o cetoconazol creme.

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Agentes Sistêmicos

• Cetoconazol. A dose preconizada é de 200mg/dia por 10 dias. A taxa de cura é alta (de 90 a 100%). O risco de hepatotoxicidade existe e tem sido calculado em 1:500.000 pacientes que receberam cetoconazol oral por curto tempo (10 dias).

• Fluconazol. A dose recomendada é de 150mg/semana por três semanas.

• Itraconazol. A dose preconizada é de 200mg/dia por sete dias. Trata-se de uma droga bem tolerada. Quando há indicação para uso prolongado, mais de sete dias, alguns efeitos gastrointestinais podem manifestar-se. Cefaléia, náusea e dor abdominal são efeitos colaterais possíveis em 7% dos casos.

• Terbinafina. A terbinafina oral é efetiva contra muitas dermatofitoses, mas não no tratamento da PV. Talvez porque não atinja concentração suficiente na camada córnea. Já a terbinafina tópica mostrou-se eficaz no tratamento da infecção pela M. furfur.

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Referências bibliográficasReferências bibliográficasOLIVEIRA, J. C. de. Micologia Médica. Rio de Janeiro : J.

Carvalhaes de Oliveira; 1999.

OLIVEIRA, J. R. de; MAZOCCO, V. T.; STERINER, D. Pitiríse Versicolor. Anais Brasileiro de Dermatologia. Rio de Janeiro: 77 (5), set./out. 2002.

Maria Ramos, 2005. Disponível em: http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=726&sid=8&tpl=printerview. Acesso em: 15/05/2011.

The University of Adelaide. Pitiríase versicolor. 2011. Disponível em: <http://www.mycology.adelaide.edu.au/Mycoses/Superficial/Malassezia_infections/>. Acesso em: 15/05/2011.