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Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

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Efeitos de Nematicidas Fumigantes e Não Fumigantes no Controle de Meloidogyne spp. em Batata e Cenoura

Efeitos de Nematicidas Fumigantes e Não Fumigantes no Controle deMeloidogyne spp. em Batata e Cenoura

João M. Charchar, Jairo V. Vieira, Valter R. Oliveira & Antônio W. Moita

Embrapa Hortaliças, C. Postal 218, 70359-970, Brasília (DF), Brasil.Autor para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 27/12/2006. Aceito em 21/03/2007.

Resumo – Charchar, J.M., J.V. Vieira; V.R. Oliveira & A.W. Moita 2007. Efeitos de nematicidas fumigantes enão fumigantes no controle de Meloidogyne spp. em batata e cenoura.

Quatro nematicidas fumigantes (brometo de metila, metam sódio, dicloropropeno-cloropicrina e dazomet)e três não fumigantes (aldicarb, carbofuram e fensulfotiom) foram aplicados em áreas infestadas com a populaçãomista de Meloidogyne incognita raça 1 e M. javanica, na época chuvosa no Distrito Federal. Em seguida, foramplantadas quatro cultivares de batata (Achat, Bintje, Delta-S e Desiree) e quatro cultivares de cenoura (Alvorada,Brasília, Esplanada e Nova Kuroda), avaliando-se a eficiência dos produtos químicos com base nos valores dofator de reprodução dos nematóides (FR), produtividade de tubérculos de batata ou de raízes de cenoura, e dapercentagem de tubérculos ou de raízes infectadas pelos nematóides. Os produtos fumigantes brometo demetila, metam sódio e dicloropropeno cloropicrina controlaram eficazmente os nematóides nas quatro cultivaresde batata e de cenoura, resultando em valores mais baixos de FR e em ausência de tubérculos e raízes comerciaiscom infecção pelos nematóides. O fumigante dazomet e os produtos não fumigantes controlaram parcialmenteos nematóides, já que proporcionaram valores de FR e de infecção por nematóides intermediários entre osobtidos com os demais fumigantes e a testemunha (sem aplicação de nematicida).Palavras-chaves: Solanum tuberosum, Daucus carota, nematóides de galhas, controle químico.

Summary – Charchar, J.M., J.V. Vieira, V.R. Oliveira & A.W. Moita. 2007. Effects of fumigant and nonfumigantnematicides to control Meloidogyne spp. on potato and carrot.

Four fumigant (methyl bromide, metham sodium, dicloropropen-cloropicrin and dazomet) and threenonfumigant (aldicarb, carbofuran and fensulfotion) nematicides were applied in areas infested with a mixturepopulation of Meloidogyne incognita race 1 and M. javanica, in the rainy season in the Federal District, Brazil.Following the nematicide application, four potato cultivars (Achat, Bintje, Delta-S and Desiree) and four carrotcultivars (Alvorada, Brasília, Esplanada and Nova Kuroda) were planted on these areas for evaluation of thechemical product efficiencies based on nematodes reproduction factor (FR), yields of commercial potatotubers or carrot roots, and the percentages of commercial tuber or roots with infection by the nematodes. Thefumigant nematicides methyl bromide, metham sodium and dicloropropen-cloropicrin controlled efficientlythe nematodes on all potato and carrot varieties, considering that the reproduction factor (FR) of the nematodeswere low, and there was no nematode infection on commercial potato tubers or carrot roots. The fumigantdazomet and the nonfumigant products controlled only partially the nematodes, since the values of nematodesFR and the percentages of commercial potato tubers or carrot roots infected by the nematodes were intermediatebetween the values obtained with the other fumigant nematicides and the control plot without nematicideapplication.Keywords: Solanum tuberosum, Daucus carota, root-knot nematodes, chemical control.

ARTIGO

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2 Vol. 31(2) - 2007

João M. Charchar, Jairo V. Vieira, Valter R. Oliveira & Antônio W. Moita

IntroduçãoA ocorrência simultânea de Meloidogyne incognita

(Kofoid & White) Chitwood e M. javanica (Treub)Chitwood na mesma área é comum em solos decerrado no Centro-Oeste do Brasil, causando prejuízosde até 100 % na produtividade das culturas de batatae de cenoura, quando medidas eficazes de controlenão são utilizadas preventivamente (Charchar, 1981;Charchar & Vieira, 1994; Charchar, 1995; 1997;Charchar & Moita, 1997).

As infecções por espécies de Meloidogyne resultamem deformações pela presença de galhas de diversasformas, isoladas ou coalescentes, nas superfícies dostubérculos de batata e de raízes comerciais de cenoura,depreciando-os qualitativamente para acomercialização e consumo (Charchar & Vieira, 1994;Charchar & Moita, 1997).

Como forma de reduzir os efeitos nocivos dasespécies de Meloidogyne nessas hortaliças, normalmenteutilizam-se a rotação de culturas (Charchar, 1981) e ocontrole químico (Charchar, 1981; Zem et al., 1982;Charchar et al., 2003). A rotação é feita comleguminosas antagônicas (crotalárias e mucunas) e comgramíneas (milho e sorgo). A rotação de culturas nemsempre é eficiente, visto que inúmeras plantas nativasdo cerrado são hospedeiras das espécies de Meloidogyne(Charchar, 1995).

No controle químico, aplicam-se os carbamatosaldicarb na batata e o carbofuram na batata e cenoura(Charchar et al., 2003). Embora eficientes, osnematicidas carbamatos apresentam desvantagens porserem altamente tóxicos e possuírem propriedadespara se acumular, como resíduos, nos tubérculos ouraízes comerciais (Charchar, 1995; Charchar et al.,2003). Os fumigantes de solo apresentam melhoreficiência no controle de Meloidogyne spp., quandocomparados aos carbamatos. Os fumigantes, emrelação aos carbamatos, não se acumulam, comoresíduos, nos tubérculos e raízes, pois, em função daação e volatilização dos mesmos serem mais rápidas,os riscos de poluição dos ambientes cultivados sãoreduzidos. Entretanto, os fumigantes são de usorestrito pela falta de equipamentos adequados para aaplicação em grandes áreas de produção (Charchar,1981; 1995; Charchar et al., 2000; 2003).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de

nematicidas fumigantes e não fumigantes de solo nocontrole de uma população mista de M. incognita raça1 e M. javanica em áreas cultivadas com batata ecenoura.

Material e MétodosForam conduzidos, separadamente, dois

experimentos, um envolvendo a cultura da batata eoutro a de cenoura, em áreas contíguas no campoexperimental da Embrapa Hortaliças, Brasília (DF),na época chuvosa (novembro de 2004 a março de2005). O solo das duas áreas foi classificado comoLatossolo Vermelho-Escuro (LVE), com 13 % deareia, 18 % de silte, 69 % de argila e pH 5,7.

Para garantir uma infestação uniforme das duasáreas experimentais com uma população mista de M.incognita raça 1 e M. javanica, as áreas foram cultivadaspreviamente com plantas de quiabeiro ‘Santa Cruz 47’suscetível aos nematóides, no espaçamento de 0,50 x0,50 m, por 120 dias. Plantas de quiabeiro aos 30 diasapós a emergência, foram inoculadas com 6.000 ovose juvenis do segundo estádio (J2) da mistura, em partesiguais, das duas espécies de nematóides. Após aeliminação do quiabeiro das áreas, foram instaladasparcelas medindo 2,8 m2 (0,8 x 3,5 m) e de 2,0 m2 (1,0x 2,0 m) nos experimentos com batata e cenoura,respectivamente. As parcelas de batata foram instaladasem linhas de sulcos distanciadas em 0,80 m, e as decenoura sobre canteiros. A distância entre parcelas nosdois experimentos foi de 0,50 m. A parcela de batatapermitiu o cultivo de 10 plantas em fila única, enquantona de cenoura foram cultivadas 400 plantas distribuídasem quatro fileiras longitudinais.

Os tratamentos no experimento com batata,dispostos em blocos ao acaso em arranjo fatorial 7 x4 e quatro repetições, constaram de quatro nematicidasfumigantes e três não fumigantes aplicados emkilograma (kg) ou litro (l) do produto comercial (pc)por hectare (ha) e quatro cultivares. Os nematicidasfumigantes utilizados foram brometo de metila (450kg pc/ ha), metam sódio (Bunema, 1.000 l pc/ ha),dicloropropeno cloropicrina (Telone-C17, 80 l pc/ ha)e dazomet (Basamid, 100 kg pc/ ha). Os nãofumigantes foram aldicarb (Temik 100G, 40 kg pc/ha), carbofuram (Furadan 50G, 80kg pc/ ha) efensulfotiom (Terracur 50G, 80 kg pc/ ha). As

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Efeitos de Nematicidas Fumigantes e Não Fumigantes no Controle de Meloidogyne spp. em Batata e Cenoura

cultivares de batata utilizadas foram Achat, Bintje,Delta-S e Desiree.

No experimento com cenoura, dispostos emblocos ao acaso em arranjo fatorial 5 x 4 e quatrorepetições, os tratamentos constaram dos mesmosquatro nematicidas fumigantes e doses descritos noexperimento anterior, com a inclusão do nãofumigante carbofuram (Ralzer 50G, 80 kg pc/ ha). Ascultivares de cenoura utilizadas foram Alvorada,Brasília, Esplanada e Nova Kuroda.

Tratamentos testemunhas (sem nematicida) foramusados em ambos os experimentos, para comparação.A cultivar de batata Achat e as cultivares de cenouraAlvorada, Brasília e Esplanada apresentam resistênciamoderada, enquanto que Bintje, Delta-S e Desiree(batata) e Nova Kuroda (cenoura) são suscetíveis aosnematóides (Charchar & Vieira, 1994; Charchar &Moita, 1997; Charchar et al. 2000).

Ambos os produtos, fumigantes e não fumigantes,foram aplicados nos sulcos de plantio no experimentocom batata e sobre os canteiros no experimento comcenoura. Os fumigantes metam sódio e odicloropropeno cloropicrina foram diluídos em 20litros de água e regados e o fumigante dazomet foiincorporado ao solo, dentro dos sulcos ou sobres oscanteiros. Após a aplicação dos fumigantes, procedeu-se à cobertura de sulcos e canteiros com plástico pretopara retenção do gás tóxico aos nematóides. Obrometo de metila foi injetado através de tubo, sob oplástico preto pré instalado nas parcelas. O plásticofoi retirado das parcelas cinco dias após a aplicaçãodos fumigantes. Os produtos não fumigantes foramincorporados ao solo, dentro dos sulcos e noscanteiros, no momento do plantio e do semeio,respectivamente, das cultivares de batata e cenoura. Aadubação em ambos os experimentos consistiu daaplicação de 300 g de NPK (10-10-10) por metro desulco ou por metro quadrado de canteiro, no momentodo plantio e cobertura com 100 g de sulfato de amôniopor m de sulco ou m2 de canteiro, aos 30 dias após oplantio ou semeadura, por ocasião da amontoa (batata)ou desbaste (cenoura). A irrigação foi por aspersão. Atemperatura média do solo, monitorada com o auxíliode termógrafo automático, com dois sensores detemperatura enterrados a 20 cm de profundidade, comdistância de 10 m em cada experimento, ficaram entre

22 e 31°C, nos dois experimentos.Para determinação das populações inicial (Pi) e final

(Pf) da população mista de M. incognita raça 1 e M.javanica, foram utilizadas amostras de solo com 2 kg,retiradas em cinco pontos distintos de cada parcela ea 20 cm de profundidade, na implantação e na colheitadas culturas, respectivamente. As Pi e Pf foramdeterminadas pelas contagens do número de juvenisde segundo estádio (J2) em 200 ml de solo. Os J2 foramextraídos do solo utilizando os processos combinadosdo peneiramento (Flegg & Hooper, 1970) e dacentrifugação (Jenkins, 1964). Os fatores dereprodução (FR) dos nematóides por parcela de batataou de cenoura foram obtidos pela relação Pf/Pi.

Com base na intensidade de galhas, os tubérculose raízes comerciais de batata e cenoura foramseparadas em três classes distintas: 1) tubérculos ouraízes comerciais sem galhas, 2) tubérculos ou raízescomerciais com galhas e 3) tubérculos ou raízesrefugos (tubérculo comercial de batata, com nomínimo 4,5 cm de diâmetro, e raiz comercial decenoura, com no mínimo 12 cm de comprimento).

A produção total, em toneladas/ ha, foideterminada pela somatória das massas de tubérculosou de raízes comerciais, com galhas e sem galhas. Aspercentagens de tubérculos ou de raízes comerciaiscom infecção por nematóides (com galhas) foicalculada pela divisão dos valores das massas detubérculos ou de raízes comerciais com galhas pelaprodução total de tubérculos ou de raízes comerciais,multiplicado por 100.

Resultados e DiscussãoExperimento com batata. Foram constatadosefeitos significativos (P ≤ 0,05) de nematicida sobreos fatores de reprodução dos nematóides, denematicida e cultivar sobre a produtividade detubérculos e da interação nematicida versus cultivarsobre a percentagem de tubérculos infectados pelosnematóides (Tabela 1).

Embora todos os nematicidas tenham reduzido osvalores médios de FR, apenas os fumigantes diferiramestatisticamente (P ≤ 0,05) da testemunha (semnematicida). Nos tratamentos com os fumigantes, asmédias de FR dos nematóides, com as quatro cultivaresde batata (Achat, Bintje, Delta-S e Desiree) foram zero

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João M. Charchar, Jairo V. Vieira, Valter R. Oliveira & Antônio W. Moita

Tabela 1 - Efeito de produtos químicos fumigantes e não fumigantes sobre o fator de reprodução , a infecção de Meloidogyne spp. e aprodutividade de cultivares de batata, na época chuvosa em Brasília (DF).

(brometo de metila), 7,0 (metam sódio), 12,5(dicloropropeno cloropicrina) e 26,3 (dazomet). Nostratamentos com os não fumigantes, os FR médiosforam 39,0 (aldicarb), 45,0 (carbofuram) e 44,0(fensulfotiom). Na testemunha (sem nematicida), ovalor médio do FR, com as quatro cultivares decenoura, foi de 104,5 (Tabela 1).

Os FR dos nematóides nas parcelas tratadas combrometo de metila tiveram valores de zero para todas

as cultivares. Os FR nos tratamentos com os produtosnão fumigantes, nas quatro cultivares de batatavariaram de 29,0 (‘Desiree’/ aldicarb) a 52,0 (‘Bintje’/fensulfotiom) (Tabela 1), indicando a baixa eficiênciadesses produtos no controle dos nematóides nocampo, na época chuvosa. Os FR na testemunha (semnematicida) foram muito altos, variando de 85,0(‘Achat’) a 123,0 (‘Bintje’), demonstrando que ocontrole preventivo dos nematóides torna-se

Produtos químicos Dose1 Cultivares de batata* Média(kg ou l pc/ha) Achat Bintje Delta-S Desiree

Fator de reprodução dos nematóides (FR=Pf/Pi)2

brometo de metila 450 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Bmetam sódio (Bunema) 1.000 9,0 7,0 9,0 3,0 7,0 Bdicloropropeno cloropicrin (Telone-C17) 80 12,0 11,0 17,0 10,0 12,5 Bdazomet (Basamid) 100 27,0 25,0 31,0 22,0 26,3 Baldicarb (Temik 100G) 40 49,0 33,0 45,0 29,0 39,0 ABcarbofuram (Furadan 50G) 80 43,0 45,0 49,0 43,0 45,0 ABfensulfotiom (Terracur 50G) 80 41,0 52,0 43,0 40,0 44,0 ABtestemunha Sem aplicação 85,0 123,0 89,0 121,0 104,5 AMédia 33,3 37,0 35,8 33,5 -C.V. (%) 76,0

Infecção de tubérculos comerciais (%)

brometo de metila 450 0,0 a B 0,0 a C 0,0 a C 0,0 a C 0,0metam sódio (Bunema) 1.000 0,0 a B 0,0 a C 0,0 a C 0,0 a C 0,0dicloropropeno cloropicrin (Telone-C17) 80 0,0 a B 0,0 a C 0,0 a C 0,0 a C 0,0dazomet (Basamid) 100 12,0 a AB 15,0 a BC 13,3 a BC 22,0 a B 15,6aldicarb (Temik 100G) 40 18,0 a AB 21,0 a B 20,4 a B 32,0 a B 22,9carbofuram (Furadan 50G) 80 17,5 b AB 23,0 ab B 27,6 ab B 39,0 a B 26,8fensulfotiom (Terracur 50G) 80 17,5 a AB 22,0 a B 28,0 a B 28,0 a B 23,9testemunha Sem aplicação 32,0 b A 97,0 a A 100,0 a A 100,0 a A 82,3Média 12,1 22,3 23,7 27,6 -C.V. (%) 47,5

Produtividade (t/ ha)

brometo de metila 450 15,8 14,8 15,9 9,0 13,9 Ametam sódio (Bunema) 1.000 13,9 16,2 16,2 7,9 13,6 Adicloropropeno cloropicrin (Telone-C17) 80 11,9 14,4 13,7 8,0 12,0 ABdazomet (Basamid) 100 6,1 7,4 8,7 6,0 7,1 ABaldicarb (Temik 100G) 40 4,1 8,6 5,6 5,9 6,1 ABcarbofuram (Furadan 50G) 80 6,6 4,8 6,1 6,1 5,9 ABfensulfotiom (Terracur 50G) 80 7,2 6,6 7,0 5,0 6,5 ABtestemunha Sem aplicação 1,5 3,4 3,0 1,5 2,4 BMédia 8,4 a 9,5 a 9,5 a 6,2 a -C.V. (%) 47,5

*Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P £ 0,05). Análise devariância realizada com os dados de percentagem de infecção de tubérculos por nematóides transformados para arcosen [raiz (% infecção/100)].1Dose: kg ou l pc/ ha = kilograma (kg) ou litro (l) do produto comercial (pc) por hectare (ha).2(FR=Pf/Pi): fator de reprodução dos nematóides determinado pela razão entre população final (Pf) obtida após os cultivos das batatas e populaçãoinicial (Pi) dos nematóides, obtida antes do cultivo das batatas, por parcela.

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Efeitos de Nematicidas Fumigantes e Não Fumigantes no Controle de Meloidogyne spp. em Batata e Cenoura

imprescindível nos cultivos de batata, na épocachuvosa (Tabela 1).

As produtividades médias de tubérculos comerciaisforam, em geral, reflexo da eficiência dos nematicidas,medida pelo fator de reprodução dos nematóides epercentagem de tubérculos infectados (Tabela 1). Asprodutividades das cultivares de batata foramsuperiores nas parcelas tratadas com os fumigantesbrometo de metila e metam sódio, variando de 7,9 a16,2 t/ ha, atingindo níveis que foram acima daprodução média nacional de 10 a 12 t/ha, e diferindoestatisticamente da testemunha (sem nematicida) comprodutividades entre 1,5 a 3,4 t/ ha (Tabela 1).

Em relação à eficiência para reduzir a incidênciade galhas nos tubérculos, que os depreciamqualitativamente para comercialização e consumo, ostratamentos com nematicidas dividiram-se em trêsgrupos: um grupo composto pelo fumigantes brometode metila, metam sódio e dicloropropeno cloropicrina,que resultaram em ausência (0 %) de tubérculos comgalhas nas quatro cultivares avaliadas; um grupocomposto pelo fumigante dazomet e os nãofumigantes aldicarb, carbofuram e fensulfotiom, queresultaram em médias de tubérculos infectadosvariando de 12 a 39 %; e um terceiro grupo compostopela testemunha, cujas médias de infecção variaramde 32,0 % (‘Achat’), 97,0 % (Bintje) e 100 % (‘Delta-S’e ‘Desiree’) (Tabela 1).

Experimento com cenoura. Houve efeitossignificativos (P ≤ 0,05) de nematicida e cultivar sobreos fatores de reprodução dos nematóides e dainteração nematicida versus cultivar sobre aprodutividade e a percentagem de raízes infectadaspelos nematóides (Tabela 2). Apenas na cultivar NovaKuroda, foram observadas diferenças significativas(teste Tukey, P ≤ 0,05) com relação a produtividadede raízes comerciais entre os tratamentos (Tabela 2).Entretanto, os tratamentos com nematicidas nãodiferiam entre si, mas diferiram estatisticamente emrelação à testemunha (sem nematicida).

Para as demais cultivares, embora as médias deprodutividade tenham sido maiores nas parcelastratadas com brometo de metila, metam sódio edicloropropeno cloropicrina, não houve diferençasignificativa em relação às parcelas tratadas com

dazomet nem em relação à testemunha (semnematicida). Provavelmente, a resistência moderadadas cultivares do grupo Brasília (‘Alvorada’, ‘Brasília’e ‘Esplanada’) aos nematóides foi fundamental paraque não houvesse redução significativa emprodutividade nas parcelas testemunha (semnematicida) (Tabela 2).

Os nematicidas fumigantes apresentaram maioreficiência no controle dos nematóides (baixos FR einfecção de raízes), diferindo estatisticamente datestemunha, o que não ocorreu com carbofuram (nãofumigante) (Tabela 2).

Em relação aos efeitos dos produtos químicossobre a incidência de galhas nas raízes, os resultadospermitiram separar os tratamentos em três grupos:um grupo composto pelos fumigantes brometo demetila, metam sódio e dicloropropeno cloropicrina,cujo controle de nematóides resultou em ausência (0%) de raízes com galhas nas quatro cultivares avaliadas;um grupo composto pelo fumigante dazomet e o nãofumigante carbofuram, que resultaram em médias deraízes infectadas entre 9,1 e 20,0 %; e um grupoformado pela testemunha, cujas médias de infecçãoem raízes comerciais foram de 30,5 % (‘Alvorada’),38,2 % (‘Brasília’), 31,5 % (‘Esplanada’) e 100% (‘NovaKuroda’) (Tabela 2).

Considerações sobre os experimentos de batatae cenoura. Nas análises de correlação, observaram-se os FR foram negativas e altamente correlacionadoscom as produtividades de tubérculos (r = - 0,9) e deraízes comerciais (r = - 1), e positiva e altamentecorrelacionados com as percentagens de infecção detubérculos (r = 1) e de raízes (r = 0,95). Asprodutividades de tubérculos e de raízes comerciaisforam negativas e altamente correlacionadas com aspercentagens de infecção dos nematóides (r = - 0,86e - 0,97), respectivamente.

As percentagens de infecção observadas na cultivarAchat de batata (32,0 %) e nas cultivares de cenourado grupo Brasília (Alvorada, Brasília e Esplanada), nomáximo de 38,2 %, confirmaram que estes materiaisapresentam resistência moderada às duas espécies deMeloidogyne. Os nematicidas controlaram os nematóidesnos tubérculos em mais de 43 % em ‘Achat’ e em maisde 56 % nas raízes das três cultivares de cenoura, visto

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que os FR dos nematóides diminuíram em mais de 50% em batata ‘Achat’ e atingiu o máximo de 45,5 %nas cultivares de cenouras, comparado aos tratamentostestemunhas (sem nematicida), na época chuvosa(Tabelas 1 e 2).

Os químicos mais eficientes no controle dapopulação mista de M. incognita raça 1 e M. javanica embatata e cenoura foram os fumigantes líquido e gasosos(brometo de metila, metam sódio e dicloropropenocloropicrina), provavelmente por serem de ação maisrápida sobre os nematóides, comparado com osprodutos granulados dazomet (fumigante) e aldicarb,carbofuram e fensulfotiom (não fumigantes). Osprodutos fumigantes líquido-gasosos proporcionaram

menores FR, maiores produtividades e preveniramtotalmente a infecção nos tubérculos de batata e nasraízes de cenoura (Tabelas 1 e 2).

O brometo de metila tem seu limite de uso naagricultura até 2010, por propriedade prejudiciais àcamada de ozônio e restrição de uso pelo governofederal do Brasil, enquanto o dicloropropenocloropicrina (Telone-C17) não está disponível nomercado brasileiro. Porém, o metam sódio (Bunema)está disponível para venda no Brasil, e pode se tornarcomo alternativa em substituição ao brometo demetila, nos trabalhos que envolvem o controle denematóides e outros patógenos de solo.

A eficiência dos fumigantes de solo no controle

Tabela 2 - Efeito de produtos químicos fumigantes e não fumigantes sobre o fator de reprodução, a infecção de Meloidogyne spp. e aprodutividade de cultivares de cenoura, na época chuvosa em Brasília (DF).

Produtos químicos Dose1 Cultivares de cenoura* Média(kg ou l pc/ha) Alvorada Brasília Esplanada Nova Kuroda

Fator de reprodução dos nematóides (FR=Pf/Pi)2

brometo de metila 450 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Cmetam sódio (Bunema) 1.000 4,0 2,0 5,0 2,0 3,3 Cdicloropropeno cloropicrin (Telone-C17) 80 4,0 3,0 4,0 1,0 3,0 Cdazomet (Basamid) 100 9,0 7,0 11,0 14,0 10,3 BCcarbofuram (Ralzer 50G) 80 17,0 11,0 18,0 23,0 17,3 ABtestemunha Sem aplicação 22,0 20,0 33,0 35,0 27,5 AMédia 9,3 a 7,2 a 11,8 a 12,5 a -C.V. (%) 49,1

Infecção de tubérculos comerciais (%)

brometo de metila 450 0,0 a C 0,0 a C 0,0 a C 0,0 a C 0,0metam sódio (Bunema) 1000 0,0 a C 0,0 a C 0,0 a C 0,0 a C 0,0dicloropropeno cloropicrin (Telone-C17) 80 0,0 a C 0,0 a C 0,0 a C 0,0 a C 0,0dazomet (Basamid) 100 12,0 a B 9,1 a B 10,8 a B 13,0 a B 11,2carbofuram (Ralzer 50G) 80 11,8 a B 16,7 a B 12,4 a AB 20,0 a B 15,2testemunha Sem aplicação 30,5 b A 38,2 b A 31,5 b A 100,0 a A 50,1Média 9,1 10,7 9,1 22,2 -C.V. (%) 21,4

Produtividade (t/ ha)

brometo de metila 450 32,0 a A 25,0 a A 30,0 a A 24,0 a A 27,8metam sódio (Bunema) 1.000 29,0 a A 24,5 a A 27,5 a A 22,0 a A 25,8dicloropropeno cloropicrin (Telone-C17) 80 25,0 a A 24,8 a A 29,3 a A 24,7 a A 26,0dazomet (Basamid) 100 23,7 a A 23,3 a A 25,0 a A 16,4 a A 22,1carbofuram (Ralzer 50G) 80 21,0 a A 20,0 a A 24,0 a A 13,2 a A 19,6testemunha Sem aplicação 19,0 a A 11,0 a A 19,7 a A 3,0 a B 13,2Média 25,0 21,4 25,9 17,2 -C.V. (%) 40,2

* Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05). Análise devariância realizada com os dados de percentagem de infecção de tubérculos por nematóides transformados para arcosen [raiz (% infecção/ 100)].1Dose: kg ou l pc/ ha = kilograma (kg) ou litro (l) do produto comercial (pc) por hectare (ha).2(FR=Pf/Pi): fator de reprodução dos nematóides determinado pela razão entre população final (Pf) obtida após os cultivos das cenouras e populaçãoinicial (Pi) dos nematóides, obtida antes do cultivo das cenouras, por parcela.

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Efeitos de Nematicidas Fumigantes e Não Fumigantes no Controle de Meloidogyne spp. em Batata e Cenoura

de Meloidogyne spp. na cultura de batata já havia sidocomprovada em vários países (Weingartner &Shumaker, 1983; 1988). No Brasil, são poucos osrelatos de uso dos fumigantes nas culturas de batata ecenoura. Os carbamatos aldicarb e carbofuram (nãofumigantes) são utilizados extensivamente no país(Zem et al., 1982; Charchar et al., 2003), por teremregistros de uso para as duas culturas e pela facilidadede aplicação no solo, não exigindo equipamentosespecializados de manuseio. Os fumigantes necessitamde equipamentos especializados que ainda sãoindisponíveis no país.

Os produtores optam pelos cultivos de batata ecenoura na época de inverno seco e frio, para escaparda infecção por Meloidogyne spp., pois a ocorrência debaixas temperatura e umidade do solo, aliada asinfestações baixas pelos nematóides nesta época,permitem a produção de tubérculos e raízes comerciaisde melhor qualidade. Entretanto, na época chuvosa,quando a temperatura e a umidade do solo são maiselevadas, as infestações por nematóides aumentamdrasticamente, obrigando os produtores a utilizaremprodutos químicos para o controle das espécies deMeloidogyne em ambas as culturas (Charchar, 1995;Charchar, 2003).

A utilização dos carbamatos aldicarb e carbofuramtornou-se prática comum entre produtores,principalmente na época chuvosa, quando até duasaplicações dos produtos são necessárias. Na batata,muitos produtores usam uma dose de aldicarb noplantio e outra aos 40 dias após, por ocasião daamontoa, com o propósito de proteger os tubérculosda infecção por nematóides e obter melhores preçosna comercialização (Charchar et al., 2003).

Porém, o problema na utilização de carbamatos éque estes apresentam propriedades para seacumularem como resíduos, nos tubérculos deconsumo. A dose de 1,5kg/ ha de aldicarb, aplicadana fase de amontoa das batatas ‘Achat’ e ‘Baronesa’,resultou no acúmulo de até 0,24 ppm de aldicarb (nívelmáximo permitido de 0,05 ppm) em tubérculosprecoces colhidos aos 70 dias após à aplicação doproduto (Charchar et al., 2003).

O fensulfotiom apresentou efeito semelhante aoaldicarb e carbofuram no controle dos nematóides embatata. Entretanto, não deve ser utilizado, por não

existir registro desse produto para as culturas no Brasil,sendo incluído no experimento tão somente para finscomparativos.

Os fumigantes metam sódio e dazomet, emboraque não citados na literatura são os mais utilizadosnos grandes centros de produção do país, onde osresultados obtidos com o uso do metam sódio foramcomercialmente superiores, em relação ao fumigantedazomet e aos não fumigantes carbamatos (aldicarb ecarbofuram), nas culturas de batata e cenoura.

A batata ‘Achat’ e as cenouras ‘Alvorada’ e ‘Brasília’contribuem atualmente com 20, 10 e 70 %,respectivamente, da produção nacional comercializadano Brasil. Considerando que essas cultivaresapresentam graus de resistência moderada entre 60 e70 % às espécies de Meloidogyne, se poderia esperaruma economia de 30 a 40 % no custo de aquisiçãodos agrotóxico, já que doses menores dos produtospoderiam ser utilizadas para reduzir custo de produção,bem como proporcionar menor poluição do ambientecultivado.

Com os resultados obtidos conclui-se erecomenda-se: 1) pelo uso de fumigantes líquido ougasosos, por proporcionarem menor FR dosnematóides, maior produtividade e prevenir totalmentea infecção de nematóides em tubérculos de batata eem raízes de cenoura; 2) pelo uso de cultivaresresistentes de batata e de cenoura para reduzir perdassignificativas em produtividade pela infecção denematóides, bem como reduzir o custo de produção;e 3) pelo uso do fumigante metam sódio com maisfreqüência para reduzir acúmulo residual tóxico emtubérculos e raízes comerciais, bem como reduzir apoluição ambiental.

Literatura citadaCHARCHAR, J.M. 1981. Nematóides de importância para

a cultura da batata. Informe Agropecuário, 7: 50-54.CHARCHAR, J.M. 1995. Meloidogyne em hortaliças. In:

CONGRESSO INTERNACIONAL DENEMATOLOGIA TROPICAL, XXVII, Rio Quente.Resumos, p.149-153.

CHARCHAR, J.M. 1997. Nematóides fitoparasitasassociados à cultura da batata nas principais regiões deprodução do Brasil. Nematologia Brasileira, 21 (2): 49-60.

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8 Vol. 31(2) - 2007

João M. Charchar, Jairo V. Vieira, Valter R. Oliveira & Antônio W. Moita

CHARCHAR, J.M. & A.W. MOITA. 1997. Reação decultivares de batata a uma infestação mista deMeloidogyne incognita raça 1 e M. javanica. NematologiaBrasileira, 21 (1): 39-48.

CHARCHAR, J.M., J. PACCINI NETO & F.A.S.ARAGÃO. 2003. Controle químico de Meloidogyne spp.em batata. Nematologia Brasileira, 27 (1): 35-40.

CHARCHAR, J.M. & J.V. VIEIRA. 1994. Seleção decenoura com resistência a nematóides de galhas(Meloidogyne spp.). Horticultura Brasileira, 12 (2): 144-148.

CHARCHAR, J.M., J.V. VIEIRA; & C.E. FACION. 2000.Controle de nematóides das galhas em cenoura atravésde rotação. Fitopatologia Brasileira, 25: 335.

FLEGG, J.J. & D.J. HOOPER, 1970. Extraction of free-living stages from soil. In: SOUTHEY, J.F. (ed).Laboratory Methods for Working with Plant and Soil

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WEINGARTNER, D.P. & J.R. SHUMAKER. 1983.Nematicides options for northeast Florida potatogrowers. Proceedings of the Florida State HorticulturalSociety, 96: 122-127.

WEINGARTNER, D.F. & J.R. SHUMAKER. 1988. In-row injection of metham-sodium and other soilfumigants for control of nematodes and soil-bornediseases. America Potato Journal, 65: 504.

ZEM, A.C., J.I. ZANNON & L.G.E. LORDELLO, 1982.Doses e épocas de aplicação do nematicida carbofuramno controle de Meloidogyne javanica na cultura da batata(Solanum tuberosum L.). In: REUNIÃO BRASILEIRADE NEMATOLOGIA, V, Londrina. TrabalhosApresentados, p. 233-245.

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Reação de Milho, Sorgo e Milheto a Meloidogyne incognita, M. javanica e M. paranaensis

Reação de Milho, Sorgo e Milheto a Meloidogyne incognita,M. javanica e M. paranaensis*

Rui G. Carneiro1, Marcela P. Moritz2, Ana P.A. Mônaco3, Kelly C. Nakamura3 & Alexandra Scherer1

*Trabalho financiado pelo Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (subprojeto 19.2002.174.03).1Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Laboratório de Nematologia, C. Postal 481, 86047- 902, Londrina (PR)

Brasil.2Universidade Estadual de Londrina, C. Postal 6001, 86051-990, Londrina (PR) Brasil; bolsista do CNPq.

3Bolsista da Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Agronegócio (FUNAPE) no Laboratório de Nematologia do IAPAR.Autor para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 27/10/2006. Aceito em 12/07/2007.

Resumo – Carneiro, R.G., M.P. Moritz, A.P.A. Mônaco, K.C. Nakamura & A. Scherer. 2006. Reação de milho,sorgo e milheto a Meloidogyne incognita, M. javanica e M. paranaensis.

Espécies de Meloidogyne estão entre os principais patógenos das plantas cultivadas, sendo a resistência genéticaseu principal método de controle, inclusive para uso em rotação de culturas. Neste estudo sete híbridos desorgo, 11 cultivares de milho e sete de milheto foram avaliados, em casa de vegetação do IAPAR, quanto àresistência às raças 1 e 3 de Meloidogyne incognita e a M. paranaensis. As cultivares de milheto foram avaliadastambém para M. javanica. As plantas foram inoculadas com 5.000 ovos de cada nematóide. Sessenta dias após ainoculação as raízes das plantas foram coletadas, lavadas e avaliadas quanto à produção de ovos, e os fatores dereprodução foram estimados. Para a raça 1 de M. incognita milheto ‘90’, ‘1449’, ‘Takashi’, ‘ADR 300’, ’ADR 500’e sorgo ‘BR 304’, ‘BRS 306’, ‘Zeneca 732’, ‘Planta Baixa’ e ‘BR 601’ foram resistentes. Para M. incognita raça 3milheto ‘90’, ‘1449’, ‘Takashi’ e sorgo ‘ ‘BRS 306’, ‘BR 601’ foram resistentes. Para M. paranaensis os híbridosBRS 306, Planta Baixa, BR 601 de sorgo, as cultivares BN 2, ADR 300, ADR 500 de milheto e todas as demilho, com exceção de AG 7575, foram resistentes. Para M. javanica, milheto ‘BN 2’, ‘90’ e ‘1449’ foram resistentes.Palavras-chaves: milho, milheto, sorgo, resistência, suscetibilidade, Meloidogyne.

Summary - Carneiro R.G., M. P. Moritz, A.P.A. Mônaco, K.C. Nakamura & A. Scherer. 2006. Reaction ofcorn, sorghum and millet cultivars to Meloidogyne incognita, M. javanica and M. paranaensis.

Meloidogyne spp. are among the most important pathogens of crop species, and the genetic resistance is themain method of control, associated with crop rotation. In this study eleven cultivars of corn, seven of sorghumand seven of millet were evaluated at greenhouse in IAPAR, aiming to know the resistance of these cultivars toraces 1 and 3 of Meloidogyne incognita and M. paranaensis. Millet cultivars were also evaluated to M. javanica. Theplants were inoculated with 5.000 eggs of each nematode. Sixty days after the inoculation, the plant roots werecollected, washed and evaluated for eggs production, and the reproduction factors were estimated. For race 1of M. incognita, millet ‘90’, ‘1449’, ‘Takashi’, ‘ADR 300’, ‘ADR 500’ and sorghum ‘BR 304’, ‘BRS 306’, ‘Zeneca732’, ‘Planta Baixa’ and ‘BR 601’ were resistant. For M. incognita race 3 millet ‘90’, ‘1449’, ‘Takashi’ and sorghum‘BRS 306’, ‘BR 601’ were resistant. For M. paranaensis the cultivars BN 2, ADR 300, ADR 500 of millet, BRS306, Planta Baixa, BR 601 of sorghum and all cultivars of corn with exception of AG 7575 were resistant. ForM. javanica millet ‘BN 2’, ‘90’ and ‘1449’ were resistant.Keywords: corn, sorghum, millet, resistance, susceptibility, Meloidogyne spp.

ARTIGO

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Rui G. Carneiro, Marcela P. Moritz, Ana P.A. Mônaco, Kelly C. Nakamura & Alexandra Scherer

IntroduçãoOs nematóides do gênero Meloidogyne estão

amplamente distribuídos e atacam quase todas asplantas cultivadas, causando perdas consideráveis naprodução e afetando a qualidade dos produtos (Sasser& Kirby, 1979). Contribuem para isso a alta capacidadereprodutiva desses nematóides, o que leva a um rápidocrescimento das populações no campo, e o fato deserem espécies perfeitamente adaptadas às condiçõesedafoclimáticas brasileiras (Ferraz, 1985).

O controle químico, devido às altas doses denematicidas exigidas, é economicamente limitado eambientalmente indesejável (Starr, 1998). Na buscade alternativas para as áreas infestadas, a utilização deplantas antagônicas em rotação ou sucessão deculturas, tem se destacado entre as alternativas decontrole recomendadas (Ferraz & Valle, 1997). Essaprática pode manter as populações dos nematóidesabaixo do limiar de dano econômico, sem oferecerriscos ao ambiente (Ferraz & Valle, 1995). Nestecontexto, cultivares resistentes de milho, milheto esorgo apresentam grande potencial, pois além depropiciarem retorno econômico também permitem aredução de nematóides no solo, minimizandoconseqüentemente as perdas nas culturas seguintes(Brito & Antônio, 1989).

Ponte et al. (1978) avaliaram o comportamento de25 cultivares de sorgo a Meloidogyne incognita (Kofoid& White, 1919) Chitwood, 1949 por meio da escalaproposta por Sasser (1954), e verificaram que todosos cultivares avaliados eram resistentes. Carneiro et al.(1998) avaliaram 22 culturas para controle deMeloidogyne spp. em rotação de culturas, e verificaramque Sorghum vulgare ‘AG 1017’, Zea mays ‘CMS 5202’,Pennisetum americanum (“pasto italiano”) comportaram-se como hospedeiros não favoráveis dessesnematóides. Santos & Ruano (1987), ao avaliarem 66materiais utilizados como adubos verdes quanto àresistência à raça 3 de M. incognita e a M. javanica (Treub,1885) Chitwood, 1949, entre elas milheto e sorgo,verificaram que o milheto (“pasto italiano”)comportou-se como resistente a M. javanica; entretantoo sorgo ‘8311’ foi suscetível a M. incognita e a M.javanica. Moritz et al. (2003) avaliaram a reação de 30cultivares de milho às raças 1 e 3 de M. incognita e a M.paranaensis Carneiro et al., 1996, e verificaram que todos

os cultivares comportaram-se como boas hospedeirasdas raças de M. incognita, e com exceção da cultivar69X72 que foi suscetível, todas as outras foramresistentes a M. paranaensis.

Este trabalho teve como objetivo selecionarcultivares de gramíneas (milho, sorgo e milheto)utilizadas nos programas de melhoramento genéticodo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), comresistência às raças 1 e 3 de M. incognita, a M. paranaensise a M. javanica, visando à sua utilização em rotação ousucessão de culturas para a redução da populaçãodesses patógenos e a produção econômica em áreasinfestadas.

Material e MétodosForam avaliadas as reações de híbridos de sorgo e

de cultivares de milho e de milheto (Tabela 1) utilizadasnos programas de melhoramento genético do IAPARàs raças 1 e 3 de M. incognita e a M. paranaensis. Ascultivares de milheto (também chamado de “pastoitaliano” no Rio Grande do Sul) foram tambémavaliadas quanto à reação a M. javanica. Essas trêsespécies de Meloidogyne são as mais freqüentes e maisimportantes no Paraná, sendo as responsáveis porenormes perdas na agricultura.

O experimento foi conduzido em casa devegetação, em delineamento inteiramente casualizadocom dez repetições. Tomateiros (Lycopersicon esculentum)‘Rutgers’ foram utilizados como testemunhas daviabilidade dos inóculos dos três nematóides. Assementes das diferentes cultivares foram semeadas emvasos plásticos de 500 cm3 contendo substrato de areiae solo na proporção 2:1, previamente tratados combrometo de metila na dose de 100 cm3/ m3 desubstrato, e seis dias após a germinação procederam-se aos desbastes deixando-se uma planta por vaso.

Os inóculos foram obtidos utilizando-se a técnicaproposta por Bonetti & Ferraz (1981), a partir deculturas puras de cada população de Meloidogynemultiplicadas em plantas de tomateiro ‘Rutgers’ emantidas em casa de vegetação no IAPAR, emLondrina (PR). Quinze dias após a germinação asplantas foram inoculadas separadamente com cada umdos nematóides. Para tanto utilizaram-se 5 ml desuspensão contendo 1.000 ovos e juvenis de segundoestádio (J2)/ ml, que foram depositados em três

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Reação de Milho, Sorgo e Milheto a Meloidogyne incognita, M. javanica e M. paranaensis

orifícios de 2 cm de profundidade, ao redor da planta.As plantas foram conduzidas em casa de vegetação

e 60 dias após a inoculação tiveram seus sistemasradiculares separados da parte aérea; as raízes foram,então, lavadas cuidadosamente e a extração dos ovose J2 dos nematóides foi realizada empregando-se atécnica de Boneti & Ferraz (1981). O número de ovose J2 foi estimado por contagem em câmara de Peterssob microscópio óptico. Com os valorestransformados para todo o sistema radicular foramdeterminados os fatores de reprodução (FR = númerode ovos e juvenis de segundo estádio (J2) extraídos/número de ovos inoculados) para cada interaçãocultivar x nematóide. Foram consideradas imunes ascultivares que apresentaram FR igual a zero, resistentesas que apresentaram FR menor que 1,0 e suscetíveisas que apresentaram FR maior ou igual a 1,0(Oostenbrink, 1966). Durante o experimento asmédias de temperaturas máximas e mínimas na casade vegetação foram respectivamente 25,89 ºC e 15,38ºC, com temperatura média de 20,14 ºC.

Resultados e DiscussãoA viabilidade dos inóculos dos diferentes

nematóides pode ser constatada pelo número de ovosproduzidos nas respectivas plantas de tomate (Tabela1).

Quanto às reações a M. incognita raça 1, observou-se que as cultivares 90, 1449, Takashi, ADR 300 e ADR500 de milheto e os híbridos BR 304, BRS 306, Zeneca732 Planta baixa de sorgo comportaram-se comoresistentes. O híbrido BR 601 de sorgo comportou-se como imune. As demais cultivares ou híbridos demilheto e sorgo e todas as cultivares de milho foramsuscetíveis (Tabela 1). Utilizando número de galhas ea escala de Taylor & Sasser (1978), Moura et al., (1990)obtiveram resultados semelhantes ao avaliarem 10espécies de plantas, tendo entre elas milho e sorgo,das quais os autores não informaram as cultivares:observaram que o sorgo comportou-se como imuneà raça 1 de M. incognita, e o milho comportou-se comosuscetível. Resultados obtidos por Lordello et al. (1994)ao avaliarem 107 outros genótipos de milho a essenematóide, utilizando a escala de Taylor & Sasser(1978) e o FR, seguiram a mesma observação: todasas cultivares foram boas hospedeiras.

Para M. incognita raça 3, observou-se que o híbridoBRS 306 de sorgo e as cultivares 90, 1449 e Takashide milheto comportaram-se como resistentes,enquanto o híbrido BR 601 de sorgo foi imune; asdemais cultivares ou híbridos de milheto e sorgoavaliadas foram suscetíveis (Tabela 1). A variabilidadeconstatada em sorgo e em milheto para reação aonematóide é confirmada por diferentes relatos naliteratura: Santos e Ruano (1987), avaliando númerode galhas e de massas de ovos observaramsuscetibilidade em milheto (cultivar não informada) eem sorgo ‘8311’, enquanto Carneiro et al. (1998),determinando os FR reprodução, observaram reaçãode imunidade no milheto (cultivar não informada) eque o híbrido de sorgo AG 1017 se comportou comohospedeiro desfavorável (FR < 1). Já Ponte et al. (1978)relataram resistência de 24 cultivares de sorgo aoparasitismo de M. incognita, em avaliação utilizando aescala de Taylor e Sasser (1978) pelo número de galhas.É possível que as divergências observadas estejamassociadas, além da variabilidade entre cultivares,também às diferentes metodologias empregadas paraavaliar a resistência: é bastante comum a ocorrênciade M. incognita em gramíneas sem a formação de galhasou de massas de ovos externas. Já as cultivares demilho foram suscetíveis ao nematóide em questão(Tabela 1). Em relação a esta cultura, o mesmo foiobservado por Moritz et al. (2003) que ao avaliarem areação de 30 outros cultivares à raça 3 de M. incognitaverificaram que todos comportaram-se como bonshospedeiros. A reação de suscetibilidade das cultivaresde milho às raças de M. incognita não surpreende, umavez que, a despeito dos muitos trabalhos visandoidentificar resistência nessa gramínea a esta espéciede nematóide, nenhuma fonte foi, até o momento,identificada.

Para M. paranaensis, o híbrido BRS 306 de sorgofoi imune, enquanto ‘90’, ‘POP 88’, ‘1449’, ‘Takashi’,‘ADR 300’ e ‘ADR 500’ de milheto, ‘Planta Baixa’ e‘BR 601’ de sorgo e todas as cultivares de milhoavaliadas foram resistentes (Tabela 1). A resistênciade milho a essa espécie de nematóide não é rara, hajavista que, no mesmo trabalho citado anteriormente,Moritz et al. (2003) também avaliaram a reação dos 30genótipos de milho a essa espécie de Meloidogyne, everificaram que todos se comportaram como

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12 Vol. 31(2) - 2007

Rui G. Carneiro, Marcela P. Moritz, Ana P.A. Mônaco, Kelly C. Nakamura & Alexandra Scherer

Tabela 1 - Reação (R) de cultivares de milheto, sorgo e milho às raças 1 e 3 de Meloidogyne incognita, M. paranaensis e a M. javanica combase no fator de reprodução (FR).

resistentes, com exceção do genótipo 69X72 que foisuscetível.

Dentre as cultivares de milheto avaliadas para M.javanica, ‘BN 2’, ‘90’ e ‘1449’ foram resistentes,enquanto as demais foram suscetíveis (Tabela 1). Nomesmo trabalho citado anteriormente, Santos &Ruano (1987) observaram resistência de milheto esorgo ‘8311’ a M. javanica. Carneiro et. al. (1998)também verificaram que milheto comportou-se comoimune a esse nematóide.

Cabe ressaltar que as cultivares de milheto 1449 e90 e o híbrido de sorgo BRS 306 foram resistentes a

todos os nematóides estudados, sendo, portanto, derelevante interesse para o sistema produtivo.

As informações trazidas à luz por esse trabalhopermitem que os materiais avaliados como resistentestenham duas utilidades: primeiro, a utilização emprogramas de melhoramento genético paraincorporação da resistência em outras cultivares commelhores características agronômicas; segundo, apósconfirmação da resistência em campo, serem utilizadosdiretamente para a definição de modelos de esquemasde sucessão ou rotação de culturas que, reduzindo aspopulações dos nematóides, viabilizem retorno

Meloidogyne incognita

Genótipos Raça 1 Raça 3 M. paranaensis M. javanica

Milheto Pf 1 FR2 R3 Pf FR R Pf FR R Pf FR RBN 2 16.600 3,3 S 6.960 1,4 S 12.520 2,5 S 3.840 0,8 R90 620 0,2 R 100 0,02 R 80 0,2 R 880 0,2 RPOP – 88 5.820 1,2 S 4.720 1,0 S 600 0,1 R 11.940 2,4 S1449 740 0,2 R 1.400 0,3 R 580 0,2 R 1.480 0,3 RTakashi 1.240 0,3 R 511 0,2 R 2.280 0,5 R 6.920 1,4 SADR 300 400 0,1 R 7.111 1,4 S 1.080 0,22 R 7.000 1,4 SADR 500 200 0,04 R 5.400 1,1 S 120 0,02 R 4.720 1,0 STomateiro 52.800 10,6 S 48.000 9,6 S 78.400 15,7 S 74.200 14,8 S

Milho Pf 1 FR2 R3 Pf FR R Pf FR R Pf FR RIPS 9/2 5.960 1,2 S 13.940 2,8 S 3.100 0,6 R - - -IPT 5/02 4.500 1,0 S 5.480 1,1 S 20 0,004 R - - -IPT 5/T02 8.400 1,7 S 20.380 4,1 S 0 0 I - - -IPT 5/T1 37.800 7,6 S 28.180 5,6 S 40 0,01 R - - -IPT 2/92 15.160 3,0 S 15.340 3,1 S 420 0,1 R - - -IPT 4/92 10.400 2,1 S 53.180 10,6 S 2.580 0,5 R - - -IPT 7/92 24.220 4,8 S 43.840 8,8 S 1.300 0,3 R - - -IPT 1/92 36.600 7,3 S 64.120 12,8 S 100 0,02 R - - -IPT 1/13 18.900 3,8 S 65.440 13,1 S 80 0,02 R - - -IPT 7/15 10.980 2,2 S 17.100 3,4 S 140 0,03 R - - -AG 7575 18.000 3,6 S 59.540 12,0 S - - - - - -Tomateiro 109.160 21,9 S 133.440 26,7 S 16.5840 33,2 S - - -

Sorgo Pf 1 FR2 R3 Pf FR R Pf FR R Pf FR RBR 304 3.700 0,7 R 18.160 3,6 S 28.700 5,7 S - - -BRS 306 20 0,004 R 160 0,03 R 0 0 I - - -Zeneca 732 2.280 0,5 R 13.780 2,8 S 24.240 4,8 S - - -Hardy G101 7.240 1,5 S 22.060 4,4 S 17.860 3,6 S - - -Planta Baixa 1.280 0,3 R 7.533 1,6 S 2.880 0,6 R - - -Planta Alta 16.940 3,4 S 70.978 14,2 S 10.100 2,2 S - - -BR 601 0 0 I 0 0 I 40 0,01 R - - -Tomateiro 156.800 31,4 S 195.933 39,2 S 31.000 6,2 S - - -

1Pf = população final (número médio de ovos e juvenis de segundo estádio em 10 repetições).2FR = população final (Pf)/ população inicial (Pi = 5.000).3R = resistente (FR < 1); S = suscetível (FR ≥ a 1); I = imune (FR = 0).

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Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

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Reação de Milho, Sorgo e Milheto a Meloidogyne incognita, M. javanica e M. paranaensis

econômico da agricultura em áreas infestadas pelosnematóides para os quais foram selecionados, o que,por si só, constitui grande avanço na solução de sérioproblema para os agricultores. Cabe ressaltar que, emsistemas de sucessão de culturas de ciclos curtos, aintercalação de uma cultivar resistente permite, muitasvezes, que para a cultura seguinte se utilize cultivartolerante, viabilizando a diversificação da produçãona propriedade, com bons resultados econômicos parao agricultor.

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20 Vol. 31(2) - 2007

Everaldo A. Lopes, Silamar Ferraz, Paulo A. Ferreira, Leandro G. Freitas, Onkar D. Dhingra, Cristiane G. Gardiano & Sílvia L. Carvalho

IntroduçãoOs nematóides passam todo ou parte do seu ciclo

de vida no solo, um dos mais complexos ambientes.Sua atividade no solo não é só influenciada pelavariação de fatores físicos como temperatura, umidadee aeração, mas também por grande número deorganismos, incluindo bactérias, fungos, algas,protozoários, insetos, ácaros, outros nematóides eoutros animais do solo. O componente biológico do

Potencial de Isolados de Fungos Nematófagos no Controlede Meloidogyne javanica*

Everaldo A. Lopes1,2, Silamar Ferraz2, Paulo A. Ferreira2, Leandro G. Freitas2, Onkar D. Dhingra2, CristianeG. Gardiano2 & Sílvia L. Carvalho2

*Parte da Tese do primeiro autor, para a obtenção do grau de Doutor pela Universidade Federal de Viçosa (MG) Brasil.1Bolsista do CNPq.

2Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Fitopatologia, 36570-000, Viçosa (MG) Brasil.Autor para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 01/02/2007. Aceito em 21/02/2007.

Resumo - Lopes, E.A., S. Ferraz, P.A. Ferreira, L.G. Freitas, O.D. Dhingra, C.G. Gardiano & S.L. Carvalho.2006. Potencial de isolados de fungos nematófagos no controle de Meloidogyne javanica.

Quatro espécies de Arthrobotrys (A. musiformis, A. oligospora, A. conoides e A. robusta), uma de Monacrosporium(M. thaumasium) e quatro isolados de Pochonia chlamydosporia foram avaliados quanto ao seu potencial para controlarMeloidogyne javanica, em casa de vegetação. O inóculo do fungo e os ovos do nematóide foram adicionadossimultaneamente em vasos plásticos contendo solo tratado com brometo de metila. Uma muda de tomateirofoi transplantada em cada vaso após uma semana. A massa das raízes e os números de galhas e de ovos porplanta foram avaliados após 60 dias. Os isolados I-28 e I-30 de P. chlamydosporia reduziram o número de ovos donematóide de 75,3 a 85,6 %. Os isolados de Arthrobotrys e Monacrosporium não tiveram efeito sobre a populaçãodo nematóide.Palavras-chaves: nematóide das galhas, Arthrobotrys, Monacrosporium, Pochonia chlamydosporia.

Summary - Lopes, E.A., S. Ferraz, P.A. Ferreira, L.G. Freitas, O.D. Dhingra, C.G. Gardiano & S.L. Carvalho.2006. Potential of nematophagous fungi isolates to control Meloidogyne javanica.

Four species of Arthrobotrys (A. musiformis, A. oligospora, A. conoides and A. robusta), one of Monacrosporium(M. thaumasium), and four isolates of Pochonia chlamydosporia were evaluated regarding their potential to controlMeloidogyne javanica, under greenhouse conditions. The fungus inoculum and the nematode eggs were addedsimultaneously into the plastic pots containing methyl-bromide treated soil. One tomato seedling was transplantedper pot after one week. The root weight of the root system, and the number of galls and eggs per plant wereevaluated 60 days later. The isolates I-28 and I-30 of P. chlamydosporia reduced the number of nematode eggs by75.3 to 85.6 %. The isolates of Arthrobotrys and Monacrosporium had no effect on the nematode population.Keywords: root-knot nematodes, Arthrobotrys, Monacrosporium, Pochonia chlamydosporia.

ARTIGO

ecossistema do solo é particularmente importante emlimitar ou estabilizar as populações dos nematóidesatravés de mecanismos de competição, parasitismo eprodução de compostos tóxicos. A ação destesorganismos na manutenção das populações denematóides em níveis inferiores do que ocorreria nasua ausência é geralmente conhecido como controlebiológico (Stirling, 1991; Chen & Dickson, 2004).

Um grupo especial de inimigos dos nematóides que

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Potencial de Isolados de Fungos Nematófagos no Controle de Meloidogyne javanica

1991). A combinação de agentes de controle biológicoé uma abordagem que tem ganhado mais impulso,principalmente, nos últimos 10 anos. Os autores têmverificado o efeito das combinações sobre o vigor dasplantas e supressão no número de fêmeas, ovos,juvenis e galhas, principalmente envolvendo espéciesde Meloidogyne (Stirling, 1991; De Leij et al., 1992;Siddiqui et al., 1999; Siddiqui & Shaukat, 2003).Entretanto, para se reduzir o número de combinaçõespossíveis, a seleção dos melhores isolados de cadagrupo deve ser realizada e, em seguida, devem serestudados em conjunto, associados ou não ao uso dematéria orgânica. Desta forma, o presente trabalhoteve como objetivo estudar o efeito de seis isoladosde fungos predadores (cinco de Arthrobotrys e um deMonacrosporium) e de quatro isolados de P. chlamydosporiano controle de M. javanica (Treub) Chitwood.

Material e MétodosOs experimentos foram conduzidos em casa de

vegetação, no Departamento de Fitopatologia daUniversidade Federal de Viçosa (MG) - UFV.Obtenção e preparo do inóculo de M. javanica.O inóculo de M. javanica (Treub) Chitwood consistiude ovos obtidos de populações puras do nematóide,coletados de raízes de tomateiros (Lycopersicon esculentumMill.), mantidos em casa de vegetação. Os ovos foramextraídos tal como descrito por Hussey & Barker(1973), modificado por Boneti & Ferraz (1981).Obtenção dos isolados fúngicos. Os isolados defungos predadores Arthrobotrys conoides Drechsler ‘I40’,A. robusta Duddington ‘I31’, A. musiformis Drechsler‘Vet’, Monacrosporium thaumasium (Drechsler) de Hoog& Oorschot ‘NF 34 A’, Arthrobotrys oligospora Fresenius‘Jab’ e A. musiformis ‘Jab’ e os quatro isolados de P.chlamydosporia (I-27, I-28, I-29 e I-30) avaliados nestetrabalho fazem parte da coleção do Laboratório deControle Biológico de Fitonematóides/ Bioagro, doDepartamento de Fitopatologia da UFV. Estes sãomantidos a 4 °C em geladeira, preservados através datécnica de conservação em sílica-gel (Smith & Onions,1983).Produção do inóculo fúngico. O inóculo deArthrobotrys spp. e Monacrosporium spp. foi produzidoem grãos de arroz beneficiado, conforme o descritopor Freitas et al. (1999). Os grãos do cereal foram

tem sido muito estudado pela comunidade científicasão os fungos nematófagos. Estes organismosapresentam a capacidade de capturar, matar e digeriros nematóides. Eles compreendem três gruposdistintos: os endoparasitas, os predadores e os parasitasde ovos. Por serem muito dependentes de água, osendoparasitas têm pequeno potencial de uso prático.Os predadores, como os pertencentes aos gênerosArthrobotrys e Monacrosporium, capturam os estádiosvermiformes dos nematóides através de estruturasespecializadas. Por outro lado, Paecilomyces lilacinus(Thomn.) Samson e Pochonia chlamydosporia (Goddard)Zare & Gams, conhecido anteriormente comoVerticillium chlamydosporium Goddard, parasitam ovose fêmeas, colonizando-os e consumindo-oscompletamente (Nordbring-Hertz et al., 2002). Osfungos predadores e os parasitas de ovos sãocertamente os grupos mais estudados e queapresentam o maior potencial de biocontrole (Jatala,1986; Nordbring-Hertz et al., 2002).

Os primeiros experimentos para o controle denematóides utilizando fungos nematófagos foramrealizados no Havaí, por Linford & Yap (1939). Ospesquisadores testaram a eficiência de A. oligosporaFresenius, M. ellipsosporum (Preuss) Cooke &Dickinson, A. musiformis Drechsler, Dactylaria candida(Nees ex Peers.) Saccardo e M. thaumasium (Drechsler)Schenck, Kendrick & Pramer, no controle deMeloidogyne spp., em plantas de abacaxi [Ananas comosus(L.) Merr.]. Desde então, vários estudos têmdemonstrado o potencial destes organismos comoagentes biocontroladores de nematóides (Mankau,1980; Jatala, 1986; Stirling, 1991; Ferraz & Santos,1995; Siddiqui & Mahmood, 1996), seja envolvendo aaplicação de fungos predadores (Dalla Pria, 1992;Naves & Campos, 1993; Dias & Ferraz, 1994;Robinson & Jaffee, 1996; Stirling & Smith, 1998;Oliveira et al., 2002; Soares et al., 2005 a,b), bem comoutilizando P. chlamydosporia (De Leij et al., 1993; Stirling& Smith, 1998; Atkins et al., 2003; Verdejo-Lucas etal., 2003; Hidalgo et al., 2005).

A combinação de fungos nematófagos comdiferentes formas de ação, como predadores e parasitasde ovos, e também com matéria orgânica, aumenta apossibilidade do estabelecimento dos fungos,potencializando o controle dos nematóides (Stirling,

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Everaldo A. Lopes, Silamar Ferraz, Paulo A. Ferreira, Leandro G. Freitas, Onkar D. Dhingra, Cristiane G. Gardiano & Sílvia L. Carvalho

depositados em frascos erlenmeyer de 500 ml naquantidade de 80 g por frasco, e, após 10 minutos deembebição, o excesso de água foi descartado e osfrascos foram autoclavados por 20 minutos a 120 °C.Cada frasco, após atingir a temperatura ambiente,recebeu dois discos de micélio de 9 mm de diâmetrode cultura fúngica em CMA (“corn meal agar”),permanecendo por 15 dias no escuro, a 25 °C.

O inóculo de P. chlamydosporia foi produzido emmilho triturado (canjiquinha), conforme descrito porDalla Pria (1992). O processo de produção foisemelhante ao anterior, com exceção do tempo deembebição, sendo este de 20 minutos.Experimento de biocontrole. Os fungosnematófagos foram estudados de acordo com a suaestratégia de parasitismo, em experimentosindependentes. Foram avaliados seis isolados defungos predadores (Arthrobotrys ou Monacrosporium) equatro de P. chlamydosporia, parasita de ovos e de fêmeas.Duas testemunhas foram utilizadas em ambos osexperimentos. Uma foi caracterizada pela adição aosolo do substrato de crescimento do fungo (arroz oumilho triturado) e do inóculo do nematóide e a outrapela adição apenas do inóculo do nematóide. Cadaexperimento foi conduzido duas vezes.

O primeiro experimento com fungos predadorese P. chlamydosporia foi conduzido entre 12 de setembroe 12 de novembro de 2005. Durante este período, atemperatura média do ar foi de 26 °C, a média dasmáximas igual a 32 °C e a média das mínimas, 19 °C.O segundo experimento foi conduzido de 14 defevereiro a 14 de abril de 2006. A temperatura médiafoi 25 °C, a média das máximas igual a 30 °C e a médiadas mínimas, 17 °C.

O solo utilizado para o crescimento das plantasfoi composto da mistura de terriço e areia, naproporção 1:1 (massa/ massa), tratado com brometode metila na dosagem de 80 cm3/ m3. Nosexperimentos com P. chlamydosporia e no primeiroexperimento com os fungos predadores, 2 Kg dessesolo foram homogeneizados manualmente com 2 gdo substrato colonizado ou não pelo respectivo isoladofúngico e, em seguida, acondicionados em vasos deplástico de 2.000 cm3 de capacidade. Em 2 g desubstrato colonizado por P. chlamydosporia, asproduções de clamidósporos pelos isolados I-27, I-

28, I-29 e I-30 foram de 450.000, 600.000, 380.000 e550.000, respectivamente. Desta forma, foramincorporados 225, 300, 190 e 250 clamidósporos porgrama de solo. O solo de cada vaso foi infestado com5.000 ovos de M. javanica, revolvido e mantido nacapacidade de campo por uma semana.

No segundo experimento com os fungospredadores, a quantidade de inóculo fúngicoincorporada ao solo foi maior que no primeiro. Nessecaso, 1 kg do solo mencionado anteriormente foihomogeneizado com 2 g do substrato colonizado ounão pelo respectivo isolado fúngico e, em seguida,acondicionado em vasos de argila de 1.000 cm3 decapacidade. O solo de cada vaso foi infestado com2.500 ovos de M. javanica, revolvido e mantido nacapacidade de campo por uma semana. Após esteperíodo, uma muda de tomateiro ‘Santa Cruz Kada’foi transplantada para cada vaso.

As plantas foram adubadas e irrigadas sempre quenecessário. Sessenta dias após o transplantio dasmudas, foram avaliados a massa das raízes e osnúmeros de galhas e de ovos do nematóide por sistemaradicular.

O delineamento experimental adotado foi ointeiramente casualizado. Cada tratamento foi repetidosete vezes e a parcela experimental foi constituída porum vaso com uma planta de tomate.

A análise estatística dos dados obtidos foi realizadacom o auxílio do pacote estatístico “Statistica”(Statsoft, 2001) e submetidos à análise de variância eao teste de médias de Tukey, quando necessário, aonível de 5% de probabilidade, após a transformaçãoou não em seus respectivos logaritmos e raízesquadradas.

Resultados e DiscussãoNenhum isolado dos fungos predadores alterou

significativamente (P ≤ 0,05) a massa das raízes dostomateiros, tampouco reduziu a população de M.javanica, mesmo no segundo experimento, onde foiaplicada uma maior quantidade do inóculo fúngico.

Embora seja relatada a eficiência dos fungospredadores no controle de nematóides (Stirling, 1991;Siddiqui & Mahmood, 1996; Chen & Dickinson, 2004),vários resultados apresentados são negativos ouinconsistentes (Duddington et al., 1956; Santos et al.,

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Potencial de Isolados de Fungos Nematófagos no Controle de Meloidogyne javanica

1992; Siddiqui & Mahmood, 1996; Ribeiro & Ferraz,1999). Apesar de seu sofisticado mecanismo depredação, esses fungos dependem de uma rápidacolonização do solo para que sejam eficientes nomanejo de nematóides. Eles atuam predando juvenisque estão se locomovendo no solo à procura de raízes.Todavia, a partir do momento em que os nematóidespenetram nas raízes da planta hospedeira, eles ficamprotegidos do parasitismo dos fungos predadores e,desta forma, os antagonistas devem esperar pelaeclosão de novos juvenis. Portanto, como pode terocorrido no presente trabalho, o pico de crescimentomáximo do fungo não coincidiu com a emergência epenetração dos juvenis nas raízes, considerando queas condições experimentais foram favoráveis à rápidaeclosão e penetração dos nematóides. A faixa detemperatura ótima para a eclosão de juvenis de M.javanica é de 25 a 30 °C (Shepheard & Clarke, 1971) eas temperaturas médias registradas foram de 26 e 25°C no primeiro e segundo experimento,respectivamente. Outro fator que pode ter afetado odesempenho dos isolados foi a ausência de matériaorgânica no solo, com exceção do próprio substratode crescimento do fungo. A presença de matériaorgânica ao solo pode aumentar a germinação dosesporos, no crescimento micelial, na atividadepredatória do fungo e favorecer a competição dessesfungos com os demais organismos do solo (Payne &Lynch, 1988; Reddy & Khan, 1989; Ribeiro et al., 1999).Cooke (1968), estudando as relações ecológicas nasquais os fungos predadores estão envolvidos,

identificou problemas associados com seu uso comoagentes de controle biológico. Segundo o autor, paraocorrer a predação é necessário que haja crescimentomicelial e a formação de armadilhas. Os dois processosrequerem energia, que pode ser suprida por uma fontede carboidratos. Desta forma, a adição de matériaorgânica ao solo, seguida por um curto período detempo, aumenta a atividade dos fungos predadores.Entretanto, em alguns casos, a veiculação do fungoapenas com o seu substrato de crescimento, como oarroz, milho ou trigo, favoreceu o crescimento doantagonista e o controle de nematóides (Dalla Pria,1992; Dias & Ferraz, 1994). Em face dos resultadosobtidos, faz-se necessária posterior investigação daassociação dos isolados estudados com diferentesfontes de matéria orgânica.

Os isolados I-28 e I-30 de P. chlamydosporiapromoveram reduções significativas no número deovos de M. javanica (P ≤ 0,05) em ambos osexperimentos, diferindo das testemunhas (Tabela 1).Quando comparados com as parcelas que continhamapenas o nematóide, o isolado I-30 reduziu em 79,5 e85,6 % a reprodução do nematóide, e, para o isoladoI-28, as reduções foram da ordem de 76,7 e 75,3 %,no primeiro e no segundo experimento,respectivamente. O isolado I-29 não diferiu datestemunha só com nematóide no primeiroexperimento, mas diferiu de ambas as testemunhasno segundo, reduzindo em 54,1 e 76% o número deovos, respectivamente. O isolado I-27 não diferiu datestemunha só com nematóide no primeiro

Tabela 1 – Efeito de quatro isolados de Pochonia chlamydosporia sobre a massa das raízes, o número de galhas e de ovos de Meloidogynejavanica por sistema radicular de tomateiros ‘Santa Cruz Kada’, aos 60 dias após o transplantio das mudas, em dois experimentos (Exp.1e Exp. 2).

Tratamentos Massa das raízes (g) Número de galhas Número de ovos Exp. 1 Exp. 2 Exp. 1 Exp. 2 Exp. 1 Exp. 2

P. chlamydosporia I-27 14,62 ns 17,90 ns 1.026 ns 1.385 ns 131.586 bc (-63,8)* 144.609 bc (-57,6)*P. chlamydosporia I-28 14,86 13,34 963 1.339 84.673 c (-76,7) 84.426 c (-75,3)P. chlamydosporia I-29 14,60 15,17 1.039 1.236 166.733 bc (-54,1) 81.769 c (-76,0)P. chlamydosporia I-30 15,08 14,47 969 1.372 74.386 c (-79,5) 49.139 c (-85,6)Testemunha(substrato + nematóide) 16,81 13,82 1.124 1.242 688.719 a (+89,5) 278.776 ab (-18,3)Testemunha (nematóide) 16,34 17,24 1.297 1.827 363.357 ab 341.262 aCV (%) 15,35 28,27 31,84 31,99 3,97 25,52

ns Não significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade. * Percentual de redução (-) ou acréscimo (+) no número de ovos ao serem comparadosos tratamentos com a testemunha só com nematóide.

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Everaldo A. Lopes, Silamar Ferraz, Paulo A. Ferreira, Leandro G. Freitas, Onkar D. Dhingra, Cristiane G. Gardiano & Sílvia L. Carvalho

experimento e da testemunha com milho no segundoexperimento. Nenhum isolado de P. chlamydosporiareduziu o número de galhas de M. javanica. A eficiênciado fungo em parasitar os ovos ainda no solo e,conseqüentemente, reduzir o número de nematóidesque irão penetrar nas raízes do hospedeiro, estárelacionada com a temperatura e o estádio dedesenvolvimento do embrião dentro do ovo. Em geral,os isolados de P. chlamydosporia colonizam os ovos nafase de multiplicação celular e desenvolvimentoembrionário mais agilmente que os ovos com juvenis.Além disso, os juvenis de segundo estádio escapam àinfecção a temperaturas próximas de 30 °C, porqueeclodem antes que a massa de ovos ou os ovos nosolo sejam colonizados e os nematóides móveis nãosão parasitados pelo fungo (Kerry & Bourne, 2002).Considerando as condições de temperatura observadasao longo da pesquisa, é possível que tal evento tenhaocorrido, reduzindo assim o potencial do fungo emcolonizar os ovos do nematóide no solo. Todavia,devido à redução do número de ovos do nematóide,como o observado neste trabalho, em um futuro ciclode cultivo a população do nematóide já estariareduzida, podendo refletir na diminuição significativado número de galhas.

P. chlamydosporia produz clamidósporos, estruturasde resistência, que favorecem sua longa sobrevivênciano solo. Esse fungo foi um dos principais responsáveispelo declínio natural da população do nematóide docisto dos cereais, Heterodera avenae Woll., sobmonocultura de cereais na Inglaterra (Kerry et al.,1982). Além disso, tais estruturas facilitam a produçãode inóculo e a formulação de produtos à base de P.chlamydosporia. Geralmente, o fungo é aplicado naconcentração de 5.000 clamidósporos/ g de solo(Kerry, 2001). Todavia, o ele pode promover a reduçãoda população do nematóide mesmo em quantidadesinferiores a esta. O isolado I-28, o que mais produziuclamidósporos, foi aplicado na ordem de 300clamidósporos/ g de solo e, ainda assim, reduziu emmais de 70 % o número de ovos de M. javanica. Emborao fungo tenha sido aplicado ao solo juntamente como micélio, que também contribui para oestabelecimento do antagonista no solo, osclamidósporos são as formas mais eficientes de

inóculo (Kerry, 2001). Outro fator positivo relacionadoao uso de P. chlamydosporia no controle de nematóidesé sua capacidade saprofítica, podendo sobreviver nosolo sem a presença do nematóide (Siddiqui &Mahmood, 1996; Kerry, 2001).

Devido ao potencial de P. chlamydosporia no controlede nematóides e em função dos resultados consistentesem ambos os experimentos, os isolados I-28 e I-30serão estudados posteriormente, visando a suaaplicação integrada no manejo de nematóides.

AgradecimentosAlguns isolados fúngicos utilizados nos

experimentos foram gentilmente cedidos por PedroLuiz M. Soares (UNESP-FCAV, Jaboticabal, SP), ArturK. Campos (UFV, Departamento de Veterinária) eRosângela Dallemole-Giaretta (UFV, Departamentode Fitopatologia).

Literatura CitadaATKINS, S.D., L. HIDALGO, H. KALISZ, T.H.

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Potencial de Isolados de Fungos Nematófagos no Controle de Meloidogyne javanica

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Everaldo A. Lopes, Silamar Ferraz, Paulo A. Ferreira, Leandro G. Freitas, Onkar D. Dhingra, Cristiane G. Gardiano & Sílvia L. Carvalho

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Reação de Genótipos de Feijão Caupi a Meloidogyne incognita Raça 1

Reação de Genótipos de Feijão Caupi a Meloidogyne incognita Raça 1

Gilson S. Silva1, Francisco R. Freire Filho2, Aurenice L. Pereira1 & Cristyane L. P. Silva1

1Universidade Estadual do Maranhão, CCA, 65001-970, São Luís (MA), Brasil.2Embrapa Meio Norte, C. Postal 01, 64006-220, Teresina (PI), Brasil.

Autor para correspondência: gilson_soares @uol.com.br

Recebido para publicação em 20/03/2007. Aceito em 22/05/2007.

Resumo – Silva, G.S., F.R. Freire Filho, A.L. Pereira & C.L.P. Silva. 2004. Reação de genótipos de feijão caupia Meloidogyne incognita raça 1.

Avaliou-se, em condições de casa de vegetação, a reação de 40 genótipos de feijão caupi [Vigna unguiculata(L.) Walp.] frente a Meloidogyne incognita raça 1. As plantas foram inoculadas individualmente com 5.000 ovos donematóide e avaliadas 60 dias após, determinando-se o índice de massas de ovos. O ensaio obedeceu a umdelineamento experimental inteiramente casualizado, com dez repetições. Os genótipos TE97-391G-2, TE97-367G-3 e TE97-299G-10 comportaram-se como altamente resistentes, com índices de massas de ovos menoresque 1. Dentre os outros genótipos, 40 % mostraram-se muito resistentes, 25 % moderadamente resistentes, 20% levemente resistentes e 7,5 % suscetíveis.Palavras –chaves: Vigna unguiculata, Meloidogyne incognita raça 1, resistência.

Summary - Silva, G.S., F.R. Freire Filho, A.L. Pereira & C.L.P. Silva. 2004. Reaction of cowpea genotypes toMeloidogyne incognita raça 1.

The reaction of 40 cowpea [Vigna unguiculata (L.) Walp.] genotypes was evaluated against Meloidogyne incognitarace 1 under greenhouse conditions. Plants were inoculated individually with 5,000 eggs and evaluated 60 daysafter the inoculation based on egg mass indices. Each cowpea genotype was replicated ten times in a completelyrandomized design. The genotypes TE97-391 G, TE97- 367 G-3 and TE97-299 G-10 were highly resistant.Among other genotypes, 40 % was very resistant, 25 % moderately resistant, 20 % slightly resistant and 7.5 %susceptible.Key words: Vigna unguiculata, Meloidogyne incognita race 1, resistance.

COMUNICAÇÃO

ConteúdoO feijão caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é um

dos mais importantes constituintes da dieta alimentardas populações nordestinas. Na região Meio-Norte,constituída pelos estados do Maranhão e Piauí, assumelugar de destaque entre as culturas produtoras de grãos,embora o seu rendimento seja baixo, reflexo do baixonível tecnológico utilizado no cultivo e a ocorrênciade doenças e pragas (Frota & Pereira, 2000).

Dentre os problemas fitossanitários da cultura, osnematóides das galhas (Meloidogyne spp.) estão entreos mais importantes, especialmente nas áreas de soloarenoso, como, por exemplo, na região dos tabuleiros

costeiros (Silva, 2005). Na maioria dos casos, o cultivode feijão caupi é praticado como agricultura desubsistência, onde o uso de insumos modernos é nuloou quase nulo. Dadas essas características, o métodomais indicado para o controle dos nematóides é autilização de variedades resistentes.

Este trabalho teve como objetivo avaliar a reaçãode 40 genótipos de feijão caupi a M. incognita (Kofoid& White,1919) Chitwood,1949 raça 1, a mais freqüentena região.

Como fonte de inóculo foi utilizada uma populaçãode M. incognita raça 1 obtida de feijão caupi e mantidaem tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill. ‘Santa Cruz’)

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Gilson S. Silva, Francisco R. Freire Filho, Aurenice L. Pereira & Cristyane L. P. Silva

Tabela 1 - Reação de 40 genótipos de caupi (Vigna unguiculata) em relação ao parasitismo de Meloidogyne incognita raça 1, 60 dias após ainoculação.

em casa de vegetação do Laboratório de Fitopatologiada Universidade Estadual do Maranhão. As sementesdos diferentes materiais foram oriundas do programade melhoramento do feijão caupi, em desenvolvimentona Embrapa Meio-Norte, em Teresina (PI). Sementesdos diferentes genótipos foram distribuídas em vasoscom capacidade de 1 litro, contendo solo previamenteautoclavado (120 ºC por 2 horas). Quando as plantasatingiram a fase de dois pares de folhas verdadeiras(10 dias após a semeadura) foram inoculadas com 10

ml de uma suspensão de ovos de M. incognita contendo500 ovos por mililitro, extraídos pelo método deHussey & Barker (1973). O inóculo foi vertido com oauxílio de uma pipeta, em um orifício feito ao redorde cada planta. O experimento obedeceu a umdelineamento inteiramente casualizado, com 10repetições, uma planta por vaso.

A avaliação foi feita 60 dias após a inoculação,atribuindo-se notas com base no número de massasde ovos presentes no sistema radicular. As plantas

*AR = altamente resistente, MR = muito resistente, MOR = moderadamente resistente, LR = levemente resistente, S = suscetível.

Genótipo IMO Grau de Resistência*

TE97-391G-2 0,3 ARTE97-367G-3 0,6 ARTE97-299G-10 0,7 ARTE97-303G-12 1,9 MRTE97-304G-8 1,9 MRTE97-299G-24 2,0 MRTE97-367G-12-2 2,2 MRTE97-304G-4 2,3 MRTE97-304G-12 2,5 MRTE97-367G-11 2,5 MRTE93-244-23F 2,5 MRTE97-413-1E-10 2,5 MRTE97-309G-1 2,6 MRTE97-309G-24 2,7 MRVita –7 2,8 MRTE97-369G-4 2,9 MRTE93-244-23F-1 3,1 MORTE97-404-1E-1 3,1 MORTE97-430G-12 3,2 MORBR 17 – Gurguéia 3,2 MORTE97-413- 1F-2 3,2 MOREvx47-10E 3,3 MORTE97-404-9E-1-1 3,4 MORTE97-413-6F-2-5 3,5 MOREvx91-2E-2 3,5 MORCanapuzinho 3,5 MORTE97-406-2F-28-1 3,6 LRTE97-406-2E 3,7 LRTE97-406-2F-28-2 3,8 LRTE97-321G-4 3,8 LRTE97-411-1F-9 4,0 LRMarataoã 4,0 LRTE96-290-12G 4,0 LRTE96-290-6G 4,0 LRTE97-411-1F-16 4,1 SEvx47-6E 4,3 STE16-282-22G 4,5 S

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Reação de Genótipos de Feijão Caupi a Meloidogyne incognita Raça 1

foram cuidadosamente retiradas dos vasos, as raízeslavadas e em seguida mergulhadas em fucsina ácidapor 10 minutos, para melhor visualização das massasde ovos (Silva et al., 1988). O grau de resistência dosgenótipos foi determinado utilizando-se a escala denotas de Hadisoeganda & Sasser (1982), recebendonotas de acordo com o índice de massas de ovos(IMO): 0,0 – 1,0 = altamente resistente (AR); 1,1 –3,0 = muito resistente (MR); 3,1- 3,5 =moderadamente resistente (MOR); 3,6 – 4,0 =levemente resistente (LR); e 4,1-5,0 = suscetível (S).

Os resultados obtidos estão resumidos na Tabela1. Os genótipos apresentaram reações variadas àpopulação de M. incognita raça 1. Com base no índicede massas de ovos, 7,5 % dos materiais mostraram-sealtamente resistentes, 40 % muito resistentes, 25 %moderadamente resistentes, 20 % levementeresistentes e 7,5% suscetíveis. Os genótipos TE97-391 G-2, TE97-367 G-3 e TE97-299 G-10comportaram-se como altamente resistentes, comíndices de massas de ovos menores que 1,0, sendo osmais promissores como fontes de resistência. Dosmateriais restantes, 16 genótipos foram classificadoscomo muito resistentes, no entanto permitiram areprodução do nematóide, o que inviabiliza a suautilização como fontes de resistência. Os demaisgenótipos comportaram-se como levementeresistentes ou suscetíveis.

Tomando-se por base o sistema de produção dofeijão caupi, no qual existe um baixo grau de adoçãotecnológica, a utilização de variedades resistentesdesponta como a alternativa adequada para o manejodos nematóides das galhas. Alguns esforços já foramrealizados por Ponte (1993, 1982) e Sharma (1984,1983), no entanto, a busca por novas fontes deresistência, especialmente a M. incognita e M. javanica(Treub,1885) Chitwood, 1949, deve ser preocupaçãopermanente.

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Resistência Sistêmica a Meloidogyne javanica Induzida por Rhizobium etli

Resistência Sistêmica a Meloidogyne javanica Induzida por Rhizobium etli *

Cléia F.S. Fabry1, Leandro G. Freitas1, Márcio T. Godinho1, Wânia S. Neves1 & Silamar Ferraz1

*Parte da Tese da primeira autora, para obtenção do título de Doutor em Fitopatologia pela Universidade Federal deViçosa (MG), com bolsa da Capes.

1Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa, 36570-000, Viçosa (MG), Brasil.Autor para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 21/11/2005. Aceito em 25/05/2007.

Resumo - Fabry, C.F.S., L.G. Freitas, M.M. Godinho, W.S. Neves & S. Ferraz. 2007. Resistência Sistêmica aMeloidogyne javanica Induzida por Rhizobium etli.

A bactéria Rhizobium etli isolado G12, obtida da rizosfera de plantas de batata para o controle de Globoderapallida, foi testada neste trabalho para a indução de resistência sistêmica em plantas de tomate contra Meloidogynejavanica. Utilizou-se a técnica de sistema radicular partido em tomate para demonstrar o efeito sistêmico dabactéria. Metade do sistema radicular da planta foi inoculada com 5 ml de suspensão do indutor de resistência,R. etli G12 e, três dias depois dessa inoculação, a outra metade, em recipiente separado, foi inoculada com 1.500ovos de Meloidogyne javanica. Quarenta e cinco dias depois, avaliaram-se o desenvolvimento e a infecção dasplantas, e a reprodução do nematóide. Não houve diferença estatística entre as médias de altura das plantastratadas e das não tratadas, mas os números de galhas e de ovos por sistema radicular foram reduzidos(P ≤ 0,05) em 35,3 e 38,8 %, respectivamente, em relação ao tratamento controle.Palavras-chaves: rizobactéria, nematóide das galhas, controle biológico.

Summary - Fabry, C.F.S., L.G. Freitas, M.M. Godinho, W.S. Neves & S. Ferraz. 2007. Systemic resistance toMeloidogyne javanica induced by Rhizobium etli G12.

The isolate G12 of the bacterium Rhizobium etli, acquired from the rhizosphere of potato plants for thecontrol of Globodera pallida, was tested in this work for the induction of systemic resistance against Meloidogynejavanica in tomato plants. The split-root system technique was used to demonstrate the systemic mode of actionof the bacterium. One half of the root system of each tomato plant was inoculated with 5 ml of cell aqueoussuspension of the resistance inductor, R. etli G12, and, three days after this inoculation, the other half, in aseparate container, was inoculated with 1,500 eggs of M. javanica. Forty five days after, the development andinfection of the plants, as well as the reproduction of the nematode were evaluated. There was no statisticaldifference between the plant height means of treated and non-treated plants, but the gall and egg numbers perroot system were reduced (P ≤ 0,05) by 35.3 and 38.8 %, respectively, in relation to the control treatment.Key words: rhizobacterium, root-knot nematode, biological control.

COMUNICAÇÃO

ConteúdoOs nematóides das galhas, Meloidogyne spp.,

compõem um dos grupos mais importantes deparasitas de plantas, pois causam grandes reduções naprodução agrícola (Sinclair & Backmann, 1993).Métodos de controle alternativo ao uso de nematicidasvêm sendo cada vez mais estudados e dentre eles, aindução de resistência sistêmica. Esta indução é

definida como o aumento da capacidade da defesa dasplantas contra patógenos, adquirida após a ativaçãode mecanismos de resistência por diversos agentes,como ativadores químicos (Kunz et al., 1997;Benhamou & Belanger, 1998) ou microrganismosvivos (Chen et al., 1996; Hoffland et al., 1996). Nesseúltimo caso, quase sempre os agentes são rizobactériaspromotoras do crescimento de plantas, também

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conhecidos por PGPR (Plant Growth-PromotingRhizobacteria) (Kloepper & Schroth, 1978).

As rizobactérias podem atuar diretamente sobreos nematóides por meio de toxinas e antibióticos queinibem a eclosão e a mobilidade dos juvenis de segundoestádio (J2), reduzindo a invasão dos nematóides nasraízes das plantas, e de forma indireta, pelodesencadeamento de reações na planta que impedema formação de células gigantes ou acarretammodificações dos exsudatos radiculares, fazendo comque não sejam reconhecidos pelos nematóides edeixem de estimular a eclosão, o movimento e apenetração nas raízes (Oostendorp & Sikora, 1990;Kerry, 2000; Ramamoorthy et al., 2001).

A bactéria Rhizobium etli (Segovia et al. 1993) G12foi isolada da rizosfera de plantas de batata (Solanumtuberosum L.) por Günter e colaboradores em 1994 eutilizada para o controle do nematóide do cisto dabatata, Globodera pallida (Stone, 1973) Behrens, 1975.O potencial antagonístico da bactéria foi associado àindução de resistência sistêmica por meio de utilizaçãodo método de sistema radicular bipartido (Hasky-Günter et al., 1998). Em outro estudo, R. etli tambémapresentou atividade antagonística contra o nematóidedas galhas, Meloidoyne incognita (Kofoid & White, 1919)Chitwood, 1949, em diferentes plantas hospedeiras(Mahdy et al., 2001). Constatada a eficiência em estudosna Alemanha, este isolado foi trazido ao Brasil eregulamentado de acordo com o processo númeroMAPA 21028.004176/2004-34 com o objetivo deavaliar a indução de resistência sistêmica contra apopulação local de M. javanica (Treub, 1885)Chitwwood, 1949 em tomateiros (Lycopersicon esculentumMill.).

O nematóide foi multiplicado em tomateirosmantidos em vasos em casa de vegetação, com solopreviamente tratado com brometo de metila. Os ovosutilizados nos experimentos foram extraídos das raízesutilizando-se a técnica de Hussey & Barker (1973),modificada por Bonetti & Ferraz (1981). A cultura deR. etli isolado G12, previamente tido comoAgrobacterium radiobacter isolado G12 (Hasky-Günteret al., 1998), foi riscada com alça de Drigalski sobremeio B de King (King et al. 1954) em placas de Petri earmazenada a 28oC durante 48h. Após esse período,preparou-se uma suspensão aquosa ajustada para

OD540=0,5. Sementes de tomateiro Santa Cruz ’Kada’foram semeadas em sementeira contendo substrato(Plantagro®) e, quando as plântulas atingiramaproximadamente 10 cm de altura, foramtransplantadas para vasos com 1 l de substratocomposto de solo e areia na proporção 1:1 (v:v). Após20 dias, quando as plantas estavam comaproximadamente 25 cm de altura, elas foram retiradasdo substrato e preparadas para desenvolver sistemaradicular bipartido segundo Olzem (2001),eliminando-se a raiz através de seção transversal naregião do coleto, realizando-se uma fenda longitudinalno caule da planta, da extremidade inferior para cima,de aproximadamente 8 cm de extensão, inserindo-secada uma das pontas em substrato em vasos adjacentese permitindo o enraizamento durante 10 dias (esquema1). Após esse período, metade do sistema radicular daplanta foi inoculada com 5 ml de suspensão do indutorde resistência, R. etli G12 e, três dias depois dessainoculação, a outra metade foi inoculada com 1.500ovos de Meloidogyne javanica. Quarenta e cinco dias apósa infestação do solo, as seguintes variáveis foramavaliadas: altura das plantas, número de galhas enúmero de ovos por sistema radicular. O delineamentoexperimental foi inteiramente casualizado com noverepetições. Os dados observados foram analisadosestatisticamente pelo de F ao nível de 5% deprobabilidade, utilizando-se o programa Statistica(Statsoft, 2001).

De acordo com os resultados obtidos, observou-se diferença significativa entre os tratamentos para asvariáveis galhas e ovos. Rizobium etli mostrou-seeficiente em reduzir o número de ovos e de galhaspor sistema radicular em 38,81 e 35,34 %,respectivamente, em relação ao tratamento testemunha(Tabela 1).

Muitas pesquisas têm apontado que as rizobactériasatuam como indutoras de resistência sistêmica (Tuzun& Kloepper, 1995; Wei et al., 1996; Siddiqui & Shaukat,2004), entretanto nem sempre foi determinado o realmecanismo de controle envolvido. A ação direta detoxinas ou antibióticos sobre os patógenos, muitasvezes, é o que ocorre no emprego de bactérias para ocontrole biológico. Steiner e Schönbeck (1995)propuseram alguns critérios que permitem determinarse o controle se deu exclusivamente por indução de

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resistência sistêmica, a exemplo da ausência de efeitostóxicos do agente indutor sobre o patógeno desafiante,que só pode ser percebida se houver uma separaçãoespacial entre eles. Quando não ocorre acompartimentagem natural, como tratar raízes paracontrolar patógenos do filoplano, deve-se recorrer atécnicas que forcem a separação espacial, como porexemplo, a utilização de sistema radicular bipartido.Colocar a bactéria numa parte separada da raiz paracontrolar o nematóide noutra parte em outrorecipiente indica que os efeitos são indiretos e devemser translocados pela planta de forma sistêmica. Nopresente trabalho, esta técnica foi utilizada para separarespacialmente R. etli G12 de M. javanica, verificando-se assim, a indução de resistência sistêmica pelabactéria na planta. Outro critério abordado por Steinere Schönbeck (1995) é a aplicação do indutor deresistência previamente ao patógeno desafiante, paraque haja tempo dos genes da planta que codificam aresistência induzida sejam ativados e expressos, e porisso inoculou-se a bactéria três dias antes donematóide. A resistência sistêmica também deve serdependente do genótipo da planta (van Loon et al.,1998), e assim ocorreu com este isolado bacterianoem trabalho prévio de Mahdy et al. (2001). Aoestudarem a atividade antagonista de R. etli G12 contraM. incognita em diferentes espécies vegetais, estes

autores observaram que o nível de controle varioudependendo do hospedeiro. A redução de galhas nasplantas de tomateiro foi de 50 %, superior ao controleem pepino (Cucumis sativus L.), pimenta (Capsicumfrutescens L.), soja (Glycine max, L.) e algodão (Gossypiumhirsutum L), sendo que neste último resultado foi deapenas 17 % de controle do nematóide. Por último, aindução de resistência sistêmica deve conferir proteçãogeneralizada contra uma ampla gama de patógenos.Apesar de só ter sido testado para o controle defitonematóides, a lista de espécies controladas por R.etli G12 subiu agora para três, M. javanica, M. incognitae G. pallida (Hasky-Günter et al., 1998; Mahdy et al.,2001).

Geralmente as rizobactérias promovem ocrescimento, o vigor e o aumento de produtividadede plantas (Chen et al., 1996) através de mecanismosnão relacionados com a bioproteção (Lifshitz et al.,1988). Vonderwell et al. (2001) observaram o aumentoda concentração de ácido indol-acético (IAA) emplântulas de Pinus taeda L. inoculadas com Bacillussubtilis isolado INR7. Pseudomonas fluorescens é outroexemplo de rizobactéria que produz auxina (Boroninet al., 1993). Entretanto, nesse trabalho não seobservou aumento no desenvolvimento da parte aéreadas plantas (Figura 1). Sikora (1988) também nãoobservou alteração significativa no peso das raízes e

Tabela 1 - Controle de Meloidogyne javanica por Rhizobium etli em tomateiro em sistema de raiz partida.

Tratamento média redução (%)ovos galhas ovos galhas

M. javanica 152.628* 284*

M. javanica + R. etli 93.383 183 38,81 35,34

* Médias de tratamentos diferem entre si nas colunas ao nível de 5 % de probabilidade pelo teste de F.

Figura 1 - Técnica de raiz partida em tomateiro inoculados com Rhizobium etli visando ao controle de Meloidogyne javanica.

Bactéria Nematóide

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da parte aérea das plantas de algodão, amendoim(Arachis hypogaea L.) e beterraba açucareira (Beta vulgarisL.) tratadas com Bacillus subtilis, embora tenha ocorridoatividade antagonística contra M. incognita em algodãoe beterraba açucareira contra M. arenaria (Neal, 1889)Chitwood, 1949 em amendoim e contra Rotylenchulusreniformis Linford & Oliveira, 1940 em algodão.

Os resultados desse trabalho permitem concluirque R. etli G12 induz resistência sistêmica em plantasde tomateiro a M. javanica, porém não apresenta efeitosobre o crescimento das plantas.

Literatura CitadaBENHAMOU, N. & R. R. BELANGER. 1998. Induction

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Reação de Pinhão Manso (Jatropha curcas L.) a Meloidogyne javanica e Rotylenchulus reniformis

Reação de Pinhão Manso (Jatropha curcas L.) a Meloidogyne javanica e Rotylenchulus reniformis*

Regiane S. Fernandes1 & Guilherme L. Asmus2

*Parte do trabalho de graduação em Ciências Biológicas da primeira autora.1Graduanda em Ciências Biológicas, Universidade Federal da Grande Dourados,

C. Postal 322, 79804-970, Dourados (MS), Brasil.2Embrapa Agropecuária Oeste, C. Postal 661, 79804-970, Dourados (MS), Brasil.

Autor para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 14 / 06 / 2007. Aceito em 20 / 08 / 2007.

Resumo - Fernandes, R.S. & G.L. Asmus. 2007. Reação de pinhão manso (Jatropha curcas L.) a Meloidogynejavanica e Rotylenchulus reniformis.

Plantas de pinhão manso foram inoculadas individualmente com 1.000, 5.000 e 10.000 nematóides (ovos eformas juvenis) das espécies Meloidogyne javanica e Rotylenchulus reniformis, em experimentos distintos, conduzidosem casa de vegetação. Para comparação, foram mantidas plantas sem inoculação e usados os padrões desuscetibilidade: i) tomateiro ‘Rutgers’, no experimento com M. javanica (5.000 nematóides/ planta), ii) soja ‘BR96-25619’, no experimento com R. reniformis (1.000 nematóides/ planta). Após 90 dias da inoculação, observou-se que pinhão manso foi praticamente imune a M. javanica e suscetível, porém tolerante, a R. reniformis.Palavras-chaves: nematóide das galhas, nematóide reniforme, suscetibilidade, tolerância, reprodução, danos.

Summary - Fernandes, R.S. & G.L. Asmus. 2007. Reaction of physic nut (Jatropha curcas L.) to Meloidogynejavanica and Rotylenchulus reniformis.

Physic nut seedlings were inoculated with 1,000; 5,000 and 10,000 Meloidogyne javanica or Rotylenchulus reniformisspecimens (eggs and juveniles) in distinct greenhouse trials. Uninoculated physic nut plants and susceptibletomatoes ‘Rutgers’ (in experiment with M. javanica, 5,000 nematodes/ plant) and soybeans ‘BR 96-25619’ (inexperiment with R. reniformis, 1,000 nematodes/ plant) were used for comparison. Ninety days after inoculationit was observed that physic nut is practically immune to M. javanica and susceptible but tolerant to R. reniformis.Keywords: root-knot nematode, reniform nematode, susceptibility, tolerance, reproduction, damage.

COMUNICAÇÃO

ConteúdoO pinhão manso (Jatropha curcas L.) é uma espécie

nativa da América Central, pertencente à famíliaEuphorbiaceae. É encontrado em quase todas asregiões intertropicais, ocorrendo em maior escala nasregiões tropicais e temperadas e, em menor extensãonas regiões frias (Cortesão, 1956; Peixoto, 1973; Brasil,1985). Segundo Heller (1996), a cultura foi introduzidano Brasil no início da colonização e atualmenteencontra-se dispersa por todo o país. Recentemente, acultura do pinhão manso tem assumido destacadaimportância no cenário nacional como uma espécie

vegetal potencialmente capaz de contribuir para aprodução de energia renovável, além de ser adequadapara produção em pequenas propriedades,contribuindo, desta forma, para o desenvolvimentoda agricultura em base familiar (Calle et al., 2005).

Com relação à reação dessa planta aosfitonematóides, até o momento são escassas asinformações na literatura sobre esse patossistema(Ponte, 1977; Manso et al., 1985). O gênero Jatrophatem sido referido como potencialmente capaz deexercer controle sobre diversas espécies defitonematóides (Suresh et al., 1995; Romabati et al.,

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1999). Mesmo assim, antes da recomendaçãogeneralizada de plantio do pinhão manso, é sensatoque se conheça a reação do mesmo às diferentesespécies de nematóides de ocorrência mais comumno território nacional, haja vista que espécies da mesmafamília botânica do pinhão manso, tais como amandioca e a mamona, são boas hospedeiras de váriosfitonematóides de importância agrícola (Lordello,1981).

Além disso, espécies tais como Meloidogyne javanica(Treub) Chitwood e Rotylenculus reniformis Linford &Oliveira configuram-se como importantesfitopatógenos, causadores de danos a diversas culturasde importância econômica na região central do Brasil(Robinson et al., 1997; Silva, 1998). Sendo assim,estabeleceram-se dois experimentos, em casa devegetação, com o objetivo de conhecer a reação depinhão manso aos nematóides M. javanica e R. reniformis.

Os experimentos foram conduzidos em casa devegetação e laboratório de Nematologia da EmbrapaAgropecuária Oeste, em Dourados, estado de MatoGrosso do Sul.

Sementes de pinhão manso de um acesso deEldorado (MS) foram semeadas em substratoconstituído de uma mistura volumétrica (1:1) de solomais areia desinfestada com brometo de metila(150 cm3/ m3), contido em vasos de cerâmica comcapacidade de 3.000 cm3. Após a emergência, realizou-se o desbaste, deixando-se uma planta por vaso.Decorridos 12 dias da semeadura, as plantas foraminoculadas individualmente com suspensões deconcentração crescente dos nematóides. O inóculo foidepositado em dois orifícios feitos no substrato, comaproximadamente 3 cm de profundidade, eqüidistantes1 cm das plantas. Nos dois experimentos, foramutilizadas as concentrações de 0, 1.000, 5.000 e 10.000nematóides/ planta (tratamentos). Em cadaexperimento foi incluído um tratamento com umacultura padrão de suscetibilidade a cada um dosnematóides: a) tomateiro ‘Rutgers’ no experimentocom M. javanica (5.000 nematóides/ planta); b) soja‘BR 96-25619’ no experimento com R. reniformis (1.000nematóides/ planta). O inóculo de M. javanica (ovos ejuvenis de segundo estádio) foi obtido de raízes desoja e multiplicado em raízes de plantas de tomateiro

por 60 dias. Exemplares de R. reniformis (ovos, juvenise fêmeas imaturas) foram obtidos de raízes dealgodoeiro e multiplicado em raízes de maracujazeiropor 120 dias. Para obtenção do inóculo, as raízes detomateiro e maracujazeiro foram processadas segundotécnica descrita por Coolen & D’Herde (1972).

Aos 60 ou 90 dias após a inoculação de M. javanicaou R. reniformis, respectivamente, a parte aérea dasplantas foi seccionada à altura do colo e acondicionadaem sacos de papel kraft, que foram deixados em estufa(65 ºC) até a estabilização da massa da matéria seca.As raízes foram levadas ao laboratório, onde foramlavadas em água corrente e deixadas para secar por 20minutos, sobre folhas de jornal e, posteriormente,foram pesadas. A seguir, realizou-se a extração dosnematóides presentes (Coolen & D’Herde, 1972).Após a extração, os nematóides foram inativados auma temperatura de 55 °C por cinco minutos e fixadoscom formalina (2 %). A contagem dos espécimes foirealizada em lâmina de Peters, sob microscópio óptico.A partir dos valores obtidos, foi estimado o númerode nematóides/ grama de raiz. Como no segundoexperimento detectou-se um número considerável deR. reniformis nas raízes, decidiu-se estimar o fator dereprodução do nematóide (FR = população final/população inicial).

Cada experimento seguiu delineamentoexperimental inteiramente casualizado, com quatrotratamentos e oito repetições. Os dados obtidos foramanalisados quanto à normalidade (teste de Lilliefors)e submetidos à análise estatística da variância bemcomo a teste de médias (Duncan) ou análise deregressão, dependendo da situação, usando-se oprograma de computação SAEG, da UniversidadeFederal de Viçosa.

O número de ovos e/ ou juvenis de segundoestádio de M. javanica extraídos das raízes de pinhãomanso (Tabela 1) sugere ser esta cultura praticamenteimune ao nematóide e, despeito da inoculação comaté 10.000 nematóides por planta, não houve reduçãosignificativa na matéria seca da parte aérea. Notomateiro ‘Rutgers’, utilizado como padrão desuscetibilidade, foram extraídos 2.194 nematóides/grama de raiz. Ao avaliarem a suscetibilidade de plantasmedicinais a M. javanica, Manso et al. (1985) verificaram

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Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

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Reação de Pinhão Manso (Jatropha curcas L.) a Meloidogyne javanica e Rotylenchulus reniformis

que Jatropha sp. também foi imune ao nematóide. Já aespécie J. urens foi relatada como hospedeira de outraespécie de Meloidogyne, M. incognita (Ponte, 1977),sugerindo ocorrência de especificidade na interaçãoplanta-nematóide das galhas.

Os resultados do número de nematóidesreniformes extraídos das raízes (Tabela 2) evidenciama suscetibilidade de J. curcas a R. reniformis. Embora emmenor intensidade que no padrão de suscetibilidade(soja ‘BR 96-25619’), da qual foram extraídos 2.043nematóides/ grama de raiz e foi obtido o fator dereprodução FR = 131, observou-se a multiplicaçãode R. reniformis nas raízes de pinhão manso, mas issonão se refletiu em redução na produção de matériaseca da parte aérea, caracterizando esta espécie vegetalcomo suscetível, porém tolerante ao nematóide(Roberts, 2002). Esta parece ser a primeira referênciada suscetibilidade de J. curcas a R. reniformis. Houveuma clara redução do fator de reprodução de R.reniformis em raízes de J. curcas em função do aumentoda concentração de inóculo. Fato semelhante já haviasido relatado por Sharma & Carvalho (1985) emplantas de algodoeiro inoculadas com 700, 2.800 e5.600 R. reniformis, cada, e está de acordo com a relaçãoentre as densidades populacionais iniciais e finais denematóides fitoparasitos, proposta por Seinhorst(1967). No presente trabalho, os valores estimadosdo fator de reprodução de R. reniformis em J. curcas em

função da concentração de inóculo ajustaram-se aomodelo cúbico (y = 0,97.10-10x3 – 0,14.10-5x2 + 0,52.10-

1x; R2 = 0,64; p < 0,01). Com base nesse ajuste, amelhor concentração de inóculo para futurasavaliações da reação de cultivares de pinhão manso aonematóide reniforme seria 2.000 nematóides/ planta,por proporcionar o maior valor de fator dereprodução.

Os dados obtidos no presente estudo indicam anecessidade de cuidados ao estabelecer a cultura depinhão manso em áreas infestadas pelo nematóidereniforme, especialmente se após esta cultura foremconduzidas lavouras de espécies suscetíveis a R.reniformis, tais como algodão (Gossypium hirsutum L.),soja [Glycine max (L.) Merr.], feijão comum (Phaseolusvulgaris L.) ou de corda [Vigna unguiculata (L.) Walp.] emaracujá (Passiflora edulis Sims.).

Literatura CitadaBRASIL, Ministério da Indústria e do Comércio. 1985.

Produção de Combustíveis Líquidos a Partir de ÓleosVegetais. Secretaria de Tecnologia Industrial, Brasília,364 p. (Documentos, 16).

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Tabela 1 - Número de ovos e juvenis de segundo estágio de Meloidogyne javanica (Mj) por grama de raiz de pinhão manso e matéria secada parte aérea (MS) 60 dias após a inoculação com concentrações crescentes do nematóide. Dourados, MS, 2007.

Nematóides/ planta Mj/ g de raiz* MS (gramas)x

0 0,00 a 16,59 a1.000 0,00 a 18,68 a5.000 0,00 a 20,22 a10.000 1,16 a 17,42 a

*Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5 % de probabilidade.

Tabela 2 - Número de Rotylenchulus reniformis (Rr) por grama de raiz de pinhão manso, fator de reprodução (FR) e matéria seca da parteaérea (MS) 90 dias após a inoculação com concentrações crescentes do nematóide. Dourados, MS, 2007.

Nematóides/ planta Rr/ g de raiz* FR* MS (gramas)*

0 0,00 a 0,00 a 42,72 a1.000 302,32 b 3,89 c 39,53 a5.000 384,04 b 1,15 b 44,28 a10.000 329,06 b 0,46 b 43,35 a

*Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5 % de probabilidade.

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16 Vol. 31(2) - 2007

Regiane S. Fernandes & Guilherme L. Asmus

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100 Vol. 31(2) - 2007

XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia RESUMOS

O XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia(CBN) foi realizado em Goiânia (GO), organizado pelaEscola de Agronomia e Engenharia de Alimentos daUniversidade Federal de Goiás (EA/ UFG), noperíodo de 7 a 11 de maio de 2007. Teve como temacentral “nematóides na agricultura dos cerrados”,sendo abordados vários aspectos da nematologia, comênfase ao manejo de nematóides nas principais culturasde importância agrícola. O congresso possibilitou aosparticipantes uma rica troca de informações eexperiências, como também permitiu um importanteintercâmbio com pesquisadores de outros países,propiciando maiores avanços da ciência em nosso país.

O congresso contou com um número recorde de357 participantes, sendo 21 palestrantes, 29pesquisadores sócios, 40 pesquisadores não sócios e267 estudantes de graduação e pós-graduação. Estenúmero de participantes superou as expectativas daSociedade Brasileira de Nematologia (SBN), cujoscongressos promovidos até então contavam com umnúmero aproximado de 200 congressistas. Acreditamosque isto se deveu à realização do evento em regiãocentral do país, e também ao período de realização nomês de maio. Além disso, a comissão organizadora seempenhou de forma especial na divulgação do eventoenviando fôlderes e cartazes a praticamente todas asuniversidades e centros de pesquisa relacionados comagricultura no país e também divulgando na mídiaimpressa e televisiva.

A abertura oficial do XXVII CBN contou com aparticipação de representantes das instituiçõespromotora e organizadora, órgãos governamentais,entidades de classe, palestrantes e congressistas,totalizando cerca de 300 pessoas. A mesa diretiva foicomposta pelo Magnífico Reitor da UFG, Prof. Dr.Edward Madureira Brasil, o Diretor da EA/ UFG,Prof. Dr. Juarez Patrício de Oliveira Júnior, Ex-presidente da SBN, Dra. Renata Vilardi Tenente,Presidente da SBN, Dra. Regina Gomes Carneiro, ePresidente do XXVII CBN, Dra. Mara Rúbia daRocha. Durante a solenidade de abertura, foiempossada a nova diretoria da SBN para um mandatode dois anos (2007-2009).

O congresso contou com dois minicursos pré-congresso, nove palestras, um painel e duas mesasredondas. Gostaria de deixar registrado sinceroagradecimento a todos os palestrantes, queprontamente aceitaram o nosso convite, o que permitiuque o congresso tivesse uma programação e discussõesde alto nível. Foram apresentados 141 trabalhos depesquisa em duas sessões de pôster, cujos resumosforam publicados nos anais do XXVII CBN. Na nossaprogramação, contamos também com uma novidade,que foi a apresentação oral de trabalhos de estudantesde doutorados. Convidamos três alunas ou ex-alunasde doutorado, que gentilmente concordaram emapresentar os resultados de suas pesquisas.Acreditamos que esta iniciativa tenha sido bem aceitae deva ser incentivada, por ser uma forma de estímuloaos pós-graduandos. Além disso, como de costume,tivemos também, no encerramento do evento, apremiação do melhores pôsteres de estudantes degraduação e pós-graduação. Os trabalhos premiadosforam:

Prêmio Anário Jaehn (graduação):1o lugar: Mariana G. Sousa (Embrapa Recursos

Genéticos, Brasília, DF) – Seleção de Psidium spp.quanto à resistência a Meloidogyne mayaguensis ecompatibilidade de enxertia com P. guajava cv. Paluma.Orientadora: Dra. Regina Gomes Carneiro.

2o lugar: Fabiane C. Mota (Embrapa RecursosGenéticos) – Estudo citogenético de diferentespopulações brasileiras de Meloidog yne incognita.Orientadora: Dra. Regina Gomes Carneiro.

3o lugar: Poliene Martins Costa (Embrapa RecursosGenéticos) – Histopatologia comparada de genótiposde Coffea arabica resistente e suscetível infectados porMeloidogyne incognita. Orientadora: Dra. Regina GomesCarneiro.

Prémio Dimitri Tihohod (pós-graduação):1o lugar: Eleodoro Eduardo del Valle (Universidade

Estadual do Norte Fluminense, Campos dosGoytacazes, RJ) – Avaliação do padrão espacial deHeterorhabditis baujardi LPP7 quando aplicados ao solo

XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

como inseto cadáver. Orientadora: Dra. CláudiaDolinski.

2o lugar: Juan Pablo Molina (Universidade Estadualdo Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, RJ)– Efeito de nematóides entomopatogênicos(Rhabditida) na mortalidade de juvenis e eclosão deovos de Meloidogyne mayaguensis. Dra. Cláudia Dolinski.

3o lugar: Sergio Calzavara (Universidade EstadualPaulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,Jaboticabal, SP) – Correlações entre níveis crescentesde inoculo de Pratylenchus jaehni em microparcelas e odesenvolvimento de plantas jovens de laranjaenxertadas sore limão cravo. Orientador: Dr. JaimeMaia dos Santos.

O congresso em Goiânia contou com a importanteparceria e o apoio de órgãos governamentais e deempresas privadas, o que possibilitou o grande sucessodo evento, e aos quais deixamos registrado o nossoagradecimento: Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq;

Coordenação de Pessoal de Nível Superior – CAPES;Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento– MAPA; Centro Tecnológico para PesquisasAgropecuárias – CTPA; Fundação de Apoio à Pesquisa- Funape; Embrapa Arroz e Feijão; FMC; Syngenta;Bayer Cropscience; Sindicato das Indústrias deFabricação de Álcool e Açúcar do Estado de Goiás –Sifaeg; Caixa Econômica Federal; Banco do Brasil;Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura eAgronomia – CREA –GO; SENAR-GO; Olympus;Iguarias do Brasil e Frutos do Cerrado.

Organizar o XXVII CBN foi uma experiênciamuito gratificante para todos nós da ComissãoOrganizadora. Agradecemos à SBN pela oportunidadee pelo apoio recebidos sempre que precisamos.Esperamos ter atendido às expectativas. Vemo-nos em2008 em Brisbane, na Austrália, no V CongressoInternacional de Nematologia, e em 2009, em Maceió,para o XXVIII Congresso Brasileiro de Nematologia.

(Dra. Mara Rúbia da Rocha,presidente da Comissão Organizadora)

Resumos Apresentados

EFEITO DE INDUTORES DE RESISTÊNCIA SOBRE Meloidogyne sp. EM MUDAS DE CANA-DE-AÇÚCAR (Saccharum sp.) [EFFECT OF RESISTANCE ACTIVATOR ON Meloidogyne sp. IN SUGAR CANE (Saccharumsp.) PLANTS] Santos, L.C.; Oliveira, F.S.; Teixeira, R.A.; Nogueira, E.N.; Rocha, M.R. Universidade Federal de Goiás,Escola de Agronomia, Laboratório de Nematologia, C.P. 131, CEP 74001-970, Goiânia, GO. E-mail: [email protected]

Diversos produtos à base de fosfito têm sidocomercializados como indutores resistência a doenças. Opresente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de algunsfosfitos disponíveis no mercado em comparação comproduto registrado como indutor de resistência e nematicidapadrão sobre a densidade populacional de Meloidogyne sp.em mudas de cana-de-açúcar (Saccharum sp.) O experimentofoi conduzido sob condições de casa de vegetação em umdelineamento inteiramente casualizado com dez tratamentose cinco repetições. Os tratamentos foram constituídos por:1. testemunha; 2. abamectina (Vertimec) 1,0L.ha-1; 3.acibenzolar-s-methyl (Bion) 5g/100mL de água; 4.abamectina 1,0L.ha-1 + acibenzolar-s-methyl 5g/100mL deágua; 5. fertilizante foliar a base de zinco e ferro (Biopower)200mL/100L de água; 6. óxido de potássio (Kendal)300mL/100mL de água; 7. fosfito de potássio (Hortiplus)200mL/100L de água; 8. fosfito de potássio (Nutriphite)

200mL/100L de água; 10 cadusafós (Rugby) 40 Kg.ha-1. Oplantio foi realizado em vasos utilizando-se mudas de cana-de-açúcar, variedade RB867515. As plantas foraminoculadas artificialmente com 2.000 ovos + J2/vaso aossete dias após o tranplantio e pulverizadas, em intervalosde sete dias, com os produtos testados. Após 90 dias dainoculação, realizou-se a extração de nematóides das raízese do solo procedendo-se à contagem. Tanto nas raízes comono solo, o nematicida cadusafós foi o mais eficiente naredução da densidade populacional de Meloidogyne sp. Nasraízes, o produto Nutriphite apresentou eficiênciasemelhante ao cadusafós e a aplicação do produto Vertimec,resultou em aumento populacional do nematóide em relaçãoà testemunha. No solo, a mistura de Vertimec + Bion e oproduto Biopower resultaram em populações do nematóidesignificativamente maiores que no tratamento comcadusafós, no entanto, não diferiram da testemunha.

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XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

REPRODUÇÃO DE POPULAÇÕES DE Meloidogyne exigua EM TOMATEIRO PORTADOR DO GENEMi [REPRODUCTION OF Meloidogyne exigua POPULATIONS IN TOMATO WITH Mi GENE] Silva, R.V.; Oliveira,R.D.L.; Ferreira, P.S.; Castro, D.B.; Aguiar, N.D.C.; Sêni, D.J. Universidade Federal de Viçosa, CEP 36570-000, Viçosa,MG. E-mail: [email protected]

O presente trabalho objetivou estudar o efeito do geneMi na reprodução de populações de Meloidogyne exiguavirulentas e avirulentas ao tomateiro. Para tal, foramestudadas as linhagens de tomateiro quase isogênicas‘Money Maker’ e ‘Montelle’ que diferem apenas quanto àpresença ou ausência do gene Mi. e a cultivar Santa Cruz‘Kada’ (testemunha). As duas populações de M. exigua foramcoletadas em cafeeiro, a que não se reproduz em tomateiro,no município de Canaã (MG), e a que se reproduz, emManhuaçu (MG). As mudas de tomate foram inoculadasquando atingiram 3-4 pares de folhas definitivas, com 5000ovos por planta. O ensaio foi instalado em delineamentointeiramente casualizado, num esquema fatorial 2 x 3 (2

populações de M. exigua e 3 cv. de tomateiro), com seisrepetições. A avaliação do número de galhas e de ovos porsistema radicular foi realizada aos 60 dias após a inoculação.A população de M. exigua vinda de Canaã não foi capaz deinduzir a formação de galhas e se reproduzir em nenhumadas linhagens de tomateiro, enquanto que a populaçãooriunda de Manhuaçu apresentou alta taxa reprodutiva,independente da presença do gene Mi. O número de galhaspara essa última população variou de 276 a 924 e o fator dereprodução variou de 3,52 a 7,98 entre as linhagens detomateiro. Com base nos resultados, conclui-se que o geneMi não impediu a reprodução da população de M. exigua,que é capaz de infectar o tomateiro.

CONTEÚDO LIPÍDICO DE JUVENIS DO SEGUNDO ESTÁDIO DE Meloidogyne exigua E M. incognitaE SUA INFECTIVIDADE E REPRODUÇÃO [LIPID CONTENT OF SECOND STAGE JUVENILES OFMeloidogyne exigua AND M. incognita AND THEIR INFECTIVITY AND REPRODUCTION] Rocha, F.S.1; Campos, V.P.1;Rocha, S.P.S.2; Canuto, R.S.1; Silva, E.H.1. 1Universidade Federal de Lavras, Departamento de Fitopatologia, Lavras, MG,CEP 37200-000. 2UNILAVRAS, CEP 37200-000, Lavras, MG.E-mail: [email protected]

A sobrevivência e a infectividade de nematóidesfitoparasitas dependem da reserva energética corporal,formada durante o desenvolvimento embrionário, e daduração do período de privação alimentar. Desta forma,objetivou-se avaliar o efeito da privação alimentar na perdado lipídio corporal de juvenis do segundo estádio (J2) deMeloidogyne exigua e M. incognita e sua infectividade ereprodução em tomateiro. Para isto, suspensões de M.incognita e M. exigua foram armazenadas a 28ºC por 0, 3, 6,9 e 12 dias. Em cada período de armazenamento, montaram-se lâminas dos J2 de M. incognita e M. exigua coloridos como corante “Oil Red O” e quantificou-se o teor de lipídiosneutros dos J2 dessas espécies pela análise de imagem daárea colorida de vermelha. Em seguida, 1.000 J2 de M.

incognita ou 2.700 J2 de M. exigua armazenados em cadaperíodo foram inoculados em mudas de tomateiros dacultivar Kada ou Nemadoro e mantidas em sala climatizadaa 27 ± 2ºC por 28 e 60 dias, respectivamente. Durante operíodo de armazenamento ocorreu decréscimo no teorlipídios neutros, diminuindo a infectividade e reproduçãodos J2 de M. incognita e M. exigua. Observou-se correlaçãoentre o teor lipídico de M. exigua e M. incognita com ainfectividade e com a reprodução. A estocagem dos J2 deM. incognita e M. exigua por 6 dias proporciona perdassuperiores a 50% do teor de lipídios neutros, representandoo período limiar de infectividade em tomateiro, enquantoque, para a reprodução, esse período é reduzido para 3 dias.

AVALIAÇÃO DAS RESERVAS LIPÍDICAS PELA ANÁLISE DE IMAGEM DA ÁREA ESCURA DO CORPODE Meloidogyne incognita [ASSESSMENT OF LIPID RESERVES BY IMAGE ANALYSIS OF BODY DARKEDAREAS OF Meloidogyne incognita] Rocha, F.S.1; Campos, V.P.1; Rocha, S.P.S.2; Canuto, R.S.1; Silva, E.H.1 1Universidade Federalde Lavras, Departamento de Fitopatologia, Lavras, MG, CEP 37200-000. 2UNILAVRAS, Lavras, MG, CEP 37200-000. E-mail: [email protected]

Os métodos de avaliação de lipídios neutros de juvenisdo segundo estádio (J2) de Meloidogyne spp. requeremequipamentos ou químicos, os quais muitas vezes dificultame/ou aumentam o custo da pesquisa. Com o

armazenamento do J2 sob condições de privação alimentar,seu corpo se torna visivelmente mais transparente, podendoestar relacionado ao decréscimo das reservas energéticas.Assim, objetivou-se estudar as correlações entre processos

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

usados na avaliação do lipídio corporal com a área escurado corpo de J2 de Meloidogyne incognita. Suspensões de M.incognita foram armazenadas a 28ºC por 0, 3, 6, 9 e 12 dias.Em cada período de armazenamento, montaram-se lâminasdos J2 coloridos com o corante “Oil Red O” e daquelesmortos pelo calor com adição de água a 100ºC. A seguir,quantificou-se o teor de lipídios neutros dos J2 pela análisede imagem da área colorida de vermelho e estimou-se aárea escura no corpo do J2 mortos em água quente. A partirdas fotografias dos J2, estimou-se o índice lipídico por meio

da escala de lipídios neutros proposta por Christophers etal., 1997 (Nematologica 43(1):117-120). Com o período dearmazenamento ocorreu decréscimo no teor lipídiosneutros dos J2. O teor de lipídios neutros correlacionou-secom o índice lipídico (r = 0,985; P = 0,002) e com a áreaescura no corpo dos J2 de M. incognita (r = 0,995; P =0,0003). O conhecimento do teor lipídico por meio da áreaescura do corpo da população dos J2 pode ser umimportante fator na avaliação da qualidade do inóculo parafins de pesquisa.

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL E RESERVA ENERGÉTICA CORPORAL DE JUVENIS DO SEGUNDOESTÁDIO DE Meloidogyne exigua [POPULATION FLUCTUATION AND BODY ENERGY RESERVE INSECOND STAGE JUVENILES OF Meloidogyne exigua] Rocha, F.S.1.; Campos, V.P.1.; Silva, E.H.1.; Rocha, S.P.S.2.; Canuto,R.S.1. 1Universidade Federal de Lavras, Departamento de Fitopatologia, Lavras, MG, 37200-000, E-mail:[email protected]. 2UNILAVRAS, CEP 37200-000, Lavras, MG.

Os juvenis do segundo estádio (J2) de Meloidogyne passampor condições variáveis de temperatura e umidade e oretardamento na penetração leva ao uso das reservaslipídicas, reduzindo a infectividade. Porém, a flutuaçãopopulacional e o teor lipídico do J2 de Meloidogyne spp. sobcondições de campo são aspectos ainda carentes depesquisa. Desta forma, objetivou-se estudar a flutuaçãopopulacional de J2 de M. exigua e o seu percentual de lipídiosneutros em uma área naturalmente infestada. Durante dozemeses, foram coletadas mensalmente amostras de cafeeirosinfestados. Extraíram-se os J2 de M. exigua do solo eavaliaram-se os lipídios neutros pela análise de imagem daárea colorida com o corante “Oil Red O”. Maior densidadepopulacional de J2 de M. exigua no solo ocorreu denovembro até maio e a menor em agosto, com variação de

14 a 170 J2/cm3 de solo e média de 93 J2/cm3,respectivamente. No mês de agosto, observou-se menorpercentagem de lipídio corporal. Entretanto, o maiorpercentual ocorreu em fevereiro com 65,64% de lipídiosneutros por J2. Maior freqüência de J2 com lipídio entre60% e 80% ocorreu a partir de novembro até fevereiro,enquanto de março a julho e em outubro esteve entre 20%a 40% de lipídio corporal. A percentagem de lipídios neutrosdos J2 livres no solo correlacionou-se positivamente com adensidade populacional dos nematóides, com a temperaturamédia do ar e com a precipitação pluviométrica. Osresultados nos permite compreender melhor a dinâmicapopulacional do nematóide com os fatores bióticos eabióticos no campo.

DEVELOPMENT OF A SPECIES-SPECIFIC REVERSE PRIMER FOR THE MOLECULAR DIAGNOSISOF Pratylenchus brachyurus [DESENVOLVIMENTO DE UM PRIMER REVERSO ESPECÍFICO PARA ADIAGNOSE MOLECULAR DE Pratylenchus brachyurus] Machado, A.C.Z.1; Ferraz, L.C.C.B.2; Oliveira, C.M.G.1. 1InstitutoBiológico, C.P. 70, CEP 13001-970, Campinas, SP. 2ESALQ/USP, C.P. 9, CEP 13418-900, Piracicaba, SP. E-mail:[email protected]

A single step PCR using a species-specific reverse primerfor the diagnosis of the economically importantphytonematode Pratylenchus brachyurus was developed. TheITS-1 region of rDNA of P. brachyurus was amplified byPCR from genomic DNA. Sequence analysis indicated thatthe ITS-1 sequences were divergent between this speciesand other Pratylenchus species (P. coffeae, P. vulnus, and P. zeae).These sequence differences in the ITS-1 were used tosynthesize a specific reverse primer to diagnose P. brachyurus.

The primer was assessed for its reliability by screening 30populations of P. brachyurus from Brazil, producing theexpected fragment size (267 bp) for all populations tested.Furthermore, when challenged with closely relatedPratylenchus species and general nematode communitiestypical of soil, no PCR product was amplified. Given itsspecificity, sensitivity and reliability, this diagnostic primermay be of great benefit to phytosanitary services related toagronomical crops.

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EFEITO DOS NEMATÓIDES ENTOMOPATOGÊNICOS (Rhabditida) NA MORTALIDADE DE JUVENISE ECLOSÃO DE OVOS DE Meloidogyne mayaguensis [EFFECT OF ENTOMOPATHOGENIC NEMATODES(Rhabditida) ON Meloidogyne mayaguensis JUVENILe MORTALITY AND EGG HATCHING] Molina J.P.M.; Dolinski,C.; Souza, R.M. Universidade Estadual do Norte Fluminense/CCTA/LEF. Av. Alberto Lamego 2000. Campos-RJ, CEP28015-620. E-mail: [email protected]

Estudos com nematóides entomopatogênicos (NEPs)vêm comprovando sua interferência na infecção defitonematóides, mas ainda não se sabe qual o estádio afetadopor eles. Este estudo visou estudar o efeito de NEPs namortalidade de J2 e na viabilidade dos ovos de Meloidogynemayaguensis. No primeiro bioensaio foi avaliado aos cincodias, o efeito de diferentes concentrações de Steinernema feltiaeSn e Heterorhabditis baujardi LPP7, na mortalidade de 300 J2de M. mayaguensis (100, 300, 600 e 1000 JIs/mL), em areiaestéril. No segundo bioensaio foram utilizados 600 e 1000JIs dos mesmos NEPs, sendo a mortalidade avaliada aos 1,3, 5, 7 e 10 dias. No terceiro bioensaio foi avaliada a eclosãode ovos, sendo aplicados 1000 JIs/mL de S. feltiae e de H.baujardi, em 300 ovos de M. mayaguensis em recipientes com

uma plântula de tomate, aos 3, 10, 13, 16 e 19 dias. Noprimeiro bioensaio, as concentrações de 600 e 1000 JIs deH. baujardi LPP7 causaram as maiores mortalidadescomparadas à testemunha (32,3 e 36,4 vs. 16,2%). Nosegundo bioensaio, a mortalidade de J2 foi crescente do 3ºao 10º dia, onde 1000 JIs de H. baujardi LPP7 apresentarammortalidades entre 41,7% a 90,8% e, 1000 JIs de S. feltiaeSn causaram mortalidade de 27,3% a 80,3%. No bioensaio3, a eclosão foi mais influenciada pelos NEPs do 3º ao 19ºdia, onde S. feltiae Sn diminuiu a eclosão em até 32,3% e H.baujardi em 42,06%, significativamente diferente datestemunha (68,33%). Pode-se afirmar que alguns NEPspossuem efeito direito na mortalidade e eclosão em M.mayaguensis.

EFEITO DE BACTÉRIAS ENTOMOPATOGÊNICAS SOBRE OVOS E J2 DE Meloidogyne mayaguensis[EFFECT OF ENTOMOPATHOGENIC BACTERIA ON Meloidogyne mayaguensis EGGS AND J2] Molina J.P.M.; Dolinski,C.; Souza, R.M.; Ferreira T.F. Universidade Estadual do Norte Fluminense/CCTA/LEF. Avenida Alberto Lamego 2000,Campos-RJ, CEP 28015-620. E-mail: [email protected]

Recentes estudos sugerem que as bactérias mutualísticascarregadas pelos nematóides entomopatogênicos possuemefeito na viabilidade dos fitonematóides. Neste trabalhofoi avaliado o efeito de duas bactérias: Xenorhabdus spp. ePhotorhabdus spp., provenientes de Steinernema feltiae Sn eHeterorhabditis baujardi LPP7, sobre ovos e J2 de Meloidogynemayaguensis. Foram utilizadas de cada nematóide 600 e 1000JIs, em dois estádios (vivos e mortos), colocados em meiode cultura NA líquido para liberação das bactérias (8tratamentos, 8 repetições e 2 testemunhas; NA líquido eADE). As soluções bacterianas obtidas (SB) foram usadasem quatro bioensaios: no primeiro, foram aplicadas em 300ovos; no segundo em 300 J2; no terceiro em 300 ovos naareia; e no quarto em 300 J2 também em areia. Foramavaliadas as percentagens de eclosão dos ovos e mortalidade

de J2. No primeiro, as SB com 1000 JIs vivos de S. feltiae Sne 600 JIs vivos de H. baujardi LPP7 apresentaram eclosãode 4,2% e 5,8%, enquanto as testemunhas, 46,2% e 32,2%.No segundo, SB com 1000 JIs vivos de S. feltiae Sn e 1000JIs de H. baujardi LPP7 apresentaram eclosão de 0% e 0,28%e as testemunhas, 27,0% e 14,9%. No terceiro, as SB com1000 e 600 JIs vivos de H. baujardi LPP7 causaram asmaiores mortalidades de J2 com 54,6% e 26,9% demortalidade e as testemunhas, 1,8% e 3,9%. No quarto, SBde 1000 JIs vivos de H. baujardi e 1000 JIs vivos de S. feltiaeapresentaram mortalidades de 16,78% e 10,17% sobre J2 eas testemunhas, 1,72% e 2,78%. Conclui-se que SB comJIs vivos de H. baujardi LPP7 e S. feltiae Sn inibiram aeclosão dos ovos e causaram mortalidade de J2 de M.mayaguensis.

EVALUATION OF Heterorhabditis baujardi LPP7 SPATIAL PATTERN WHEN APPLIED TO THE SOILAS INFECTED HOST CADAVER [AVALIAÇÃO DO PADRÃO ESPACIAL DE Heterorhabditis baujardi LPP7QUANDO APLICADOS AO SOLO COMO INSETO CADÁVER INFECTADO] Del Valle, E.E.; Dolinski, C.; Santos,K.G.; Souza, R.M. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Laboratório de Fitopatologia e Entomologia,Campos dos Goytacazes, RJ, CEP: 28015-620. E-mail: [email protected]

Entomopathogenic nematodes (EPNs) have manyqualities that make them highly effective biological control

agents. In orchards, where the insect pests are concentratedunder the canopy, these nematodes can be applied as

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infected insect-cadavers. This study evaluated thedistribution of Heterorhabditis baujardi LPP7 when appliedas one (treatment 1) or 15 (treatment 2) cadavers per plotin a guava orchard. The plots were defined as “imaginary”circles located between guava trees, and distant at least 5 mfrom each other. Six-day-old Galleria mellonella (Lepidoptera:Pyralidae) cadavers infected with H. baujardi LPP7 wereplaced in the center of each plot. Soil samples were takenat one, three, five, eight and ten weeks after the cadaverapplication. At each date, the plots were sampled in threerandomized transects, at 30, 60, 90 and 120 cm from the

cadaver application and at three different depths (0-10 cm,10-20 cm and 20-30 cm). Nematode extraction wasperformed using a modified sieving and centrifugationprocedure. The highest average number of recovered IJswas found at 90 cm from the cadaver application intreatment 1; and at 10 cm depth and on the 5th week afterapplication in treatments 1 and 2. There was no significantdifference on the number of recovered IJs when they wereapplied as one or fifteen cadavers, although the mostuniform dispersion was found when fifteen cadavers wereapplied.

FIELD APPLICATION OF INFECTED HOST CADAVERS INFECTED BY Heterorhabditis baujardi LPP7FOR SUPRESSION OF FOURTH INSTAR LARVAE OF THE GUAVA WEEVIL [APLICAÇÃO A CAMPODE INSETOS-CADÁVER INFECTADOS COM Heterorhabditis baujardi LPP7 PARA A SUPRESSÃO DE LARVASNO QUARTO INSTAR DO GORGULHO-DA-GOIABA] Del Valle, E.E.; Dolinski, C.; Souza, R.M. UniversidadeEstadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Laboratório de Fitopatologia e Entomologia, Campos dos Goytacazes, RJ.CEP 28015-620. E-mail: [email protected]

The guava weevil is the major pest of guava orchardsin Rio de Janeiro State, that affects the quantity and qualityof produced fruits. Guava weevils fourth instar larvae aresusceptible to the entomopathogenic nematodeHeterorhabditis baujardi LPP7. A novel control strategy forguava weevil suppression is the application of infected hostcadavers in soil. The field study was conducted in acommercial guava orchard in Cachoeiras de Macacu, RJ.Nematode-infected cadavers were produced by exposingGalleria mellonella (Lepidoptera: Pyralidae) last instar larvaeto H. baujardi LPP7. Plots consisted of 0,25 m2 and 20 cmdeep were surrounded by nylon net. Fifty C. psidii fourth

instar larvae were placed approximately 3 cm below thesoil surface in plots. The treatments consisted of sub-superficial and evenly distribution of 2, 4 and 6 insectcadavers infected with H. baujardi LPP7. The C. psidii larvaemortality was evaluated at 7, 14 and 28 days after cadaverapplication. Treatments were arranged in a randomizedblock design and repeated twice. In all treatments, thepercentage of live guava weevil larvae recovered weresmaller than control, independently of the number ofapplied cadavers. Only treatment with 6 cadavers wassignificantly different from control. There were nosignificance among evaluation dates.

EFEITO DO MEIO, DO TEMPO E DA TEMPERATURA DE ARMAZENAMENTO NA INFECTIVIDADEDE Heterorhabditis baujardi LPP7 (HETERORHABDITIS) EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO [EFFECTOF STORAGE MEDIA, TIME AND TEMPERATURE ON Heterorhabditis baujardi LPP7 (HETERORHABDTITIDAE)INFECTIVITY UNDER LABORATORY CONDITIONS] Barreto, E.L.S.; Dolinski,C.M.; Laboratório de Entomologiae Fitopatologia; Universidade Estadual Norte Fluminense, Avenida Alberto Lamego, 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,CEP 28015620. E- mail:[email protected].

Nematóides entomopatogênicos do gêneroHeterorhabditis se destacam como agentes do controlebiológico de pragas. Após a penetração no inseto, osnematóides liberam bactérias simbiontes na hemolinfa quese multiplicam rapidamente produzindo toxinas eprovocando septicemia e morte dos insetos em 24 à 48hs.Nematóides se multiplicam no cadáver e após alguns diascomeçam a emergir, na forma de juvenis infectantes (JI’s)em busca de novos hospedeiros. Esse é o estádio a sercoletado e armazenado. Entretanto, quando armazenados,pode ocorrer redução da infectividade dos JI’s em função

da liberação das bactérias no meio e do gasto energéticodo nematóide, além da mortalidade devida a baixaconcentração de oxigênio. Com o objetivo de amenizar osefeitos do armazenamento prolongado foram realizadostestes de armazenagem do H. baujardi LPP7 em águadestilada, Agar 2% e 4%, sob temperaturas de 16°C, 25°Ce 28°C, monitorando-se a infectividade em larvas no 7o

instar de Galleria mellonella (Lepidoptera: Pyralidae) (5lagartas por placa de Petri), após 7, 14, 28 e 45 dias. Após45 dias, houve diferença significativa para o número delagartas mortas, expostas aos juvenis mantidos a 16°C e a

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28°C (3,79 e 3,11, respectivamente). Não houve diferençasignificativa entre as concentrações de Agar. Esses dadossugerem que a melhor temperatura para armazenamentodo H.s baujardi LPP7 é de 16°C e que uma menor

concentração de Agar - 2% - pode ser utilizada paraamenizar os efeitos negativos do armazenamentoprolongado, uma vez que representa um custo menor paraarmazenagem.

TESTE EM CONDIÇÕES DE CAMPO DE Heterorhabditis baujardi LPP7 (HETERORHABDITIDAE)ARMAZENADO SOB DIFERENTES CONDIÇÕES [FIELD TEST OF DIFFERENT STORAGE CONDITIONSOF Heterorhabditis baujardi LPP7 (HETERORHABDTITIDAE)] Barreto, E.L.S.; Dolinski, C.M.; Laboratório deEntomologia e Fitopatologia; Universidade Estadual do Norte Fluminense, Av. Alberto Lamego, 2000, Campos dosGoytacazes, RJ, CEP 28015-620. E- mail: [email protected]

Nematóides entomopatogênicos utilizados no controlede pragas agrícolas necessitam de condições apropriadasde armazenamento para mantê-los vivos por mais tempo econservar sua infectividade, uma vez que o armazenamentoem água destilada apenas, reduz sua infectividade ao longodo tempo. Juvenis infectantes da espécie Heterorhabditisbaujardi LPP7 foram armazenados por 15 dias a temperaturade 16°C em sacos plásticos com 100 mL de ágar a 2% ou4%. Dez lagartas de Galleria mellonella (Lepidoptera:Pyralidae) foram colocadas em envelopes de tela eenterradas em vasos com 1 kg de solo estéril, recebendo osseguintes tratamentos com 6 repetições cada: testemunhasem tratamento, 1000 e 3000 JIs em água destilada, 1000 e3000 JIs em ágar 2%, e 1000 e 3000 JIs em ágar 4%. A

mortalidade média mais baixa ocorreu para o tratamentocom 1000 JIs aplicados em água destilada (7 lagartasmortas), a mortalidade média mais elevada foi superior a 9lagartas mortas para os JIs aplicados em ágar 2% e 4%,com 1000 ou 3000 JIs. Não houve diferença significativaentre os tratamentos com nematóides, sendo que natestemunha, as lagartas permaneceram vivas. Quandoarmazenados em ágar sob concentrações inferiores a 4% omeio reduz a mobilidade dos nematóides, diminuindo ogasto energético, mantendo os nematóides vivos einfectantes por mais tempo, com eficácia equivalente aosarmazenados em água destilada a 16°C durante breveintervalo de tempo, causando mortalidade elevada àslagartas expostas aos tratamentos com ágar.

EFICIÊNCIA DO NEMATÓIDE ENTOMOPATOGÊNICO Heterorhabditis baujardi LPP7(HETERORHABDITIDAE) APLICADO DE DIFERENTES MANEIRAS A CAMPO SOBRE Galleriamellonella (Lepidoptera: Pyralidae) [EFFICIENCY OF THE ENTOMPATHOGENIC NEMATODE Heterorhabditisbaujardi LPP7, APPLIED UNDER DIFFERENT WAYS IN THE FIELD ON Galleria mellonella (Lepidoptera: Pyralidae].Barreto, E.L.S.; Dolinski, C.M.; Laboratório de Entomologia e Fitopatologia; Universidade Estadual do Norte Fluminense,Avenida Alberto Lamego, 2000, Campos dos Goytacazes, RJ, CEP 28015620. E- mail: [email protected]

Nematóides entomopatogênicos do gêneroHeterorhabditis se destacam como agentes do controlebiológico de pragas agrícolas. O nematóide Heterorhabditisbaujardi LPP7 vem sendo testado contra diferentes pragase parasitas, por isso se faz necessário conhecer sua atuaçãoquando aplicado de diferentes formas sob condições decampo. Testou-se três formas de aplicação em vaso em umgoiabal mantendo-se a umidade do solo, formigas e outrospredadores controlados. Foram usadas 240 lagartas no 7o

instar de Galleria mellonella (Lepidoptera: Pyralidae)depositadas em 24 envelopes de tela (10 lagartas porenvelope), enterrados em 4 vasos, contendo 6 kg de soloestéril, aplicando-se os seguintes tratamentos com 6repetições (envelopes) cada: 6000 JIs em água destilada;

6000 JIs com 6g de nim (Azadirachta indica) em pó diluídoem água destilada; 6000 JIs dispersos em 600 mL de ágar2%; testemunha sem tratamento. A avaliação doexperimento foi feita aos 7 e 14 dias e indicou 100% demortalidade para os três tratamentos. Na testemunha todasas lagartas permaneceram vivas ou passaram ao estágio depupa. Como não houve diferença significativa entre ostratamentos, sugere-se que todos são viáveis, sendo que aescolha da forma de aplicação, deve atentar para aslimitações de cada tratamento em relação ao tempo dearmazenagem e transporte dos nematóides, época e custode aplicação. Mais testes serão realizados com objetivo dereduzir a quantidade de JIs aplicados.

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ATIVIDADE NEMATICIDA DA FARINHA DESENGORDURADA DE SEMENTES DE MOSTARDA(Brassica rapa), IN VITRO, EM SOLOS DE DIFERENTES CLASSES TEXTURAIS SOB DIFERENTESUMIDADES [In vitro ACTIVITY OF MUSTARD SEEDS BRAN (Brassica rapa) ON Meloidogyne exigua JUVENILES INDIFFERENT SOIL TEXTURES AND HUMIDITY] Goulart, R.R.; Oliveira, R.D.L.; Dhingra, O.D.; Shoiti, E.; Castro,D.B. Universidade Federal de Viçosa, CEP 36570-000, Viçosa, MG, E-mail: [email protected]

Meloidogyne exigua é uma das principais espécies denematóide que parasita o cafeeiro e sua disseminação se dáprincipalmente por mudas infectadas. Para se obter mudassadias é necessária a desinfestação dos substratos, eviveiristas têm utilizado o brometo de metila para esse fim,mas, este produto está sendo retirado do mercado. Comisso, compostos derivados de plantas, menos danosos aohomem e ao ambiente, vêm sendo estudados para o controlede fitonematóides. Objetivou-se nesse trabalho avaliar oefeito da farinha desengordurada de sementes de mostardana mortalidade de juvenis (J2) de M. exigua, em solos dediferentes texturas sob diferentes umidades. Para tal, 50 gde solo muito argiloso, franco-argilo-arenoso e franco-arenoso foram depositados em frascos de 100 mL,

infestados com 300 J2, acrescidos de 1,5 g/dm3da farinhae umedecidos até atingirem os potenciais de água -10, -30,-100 e -500 kPa. Os frascos foram mantidos vedados emcâmara de crescimento a 26 ºC por 48 hs, quando os solosforam colocados em funil de Baermann e mantidos pormais 48 hs. Posteriormente, os J2 vivos foram coletados econtados em microscópio de luz. O percentual de reduçãodos J2 foi de 96,67% no solo franco-arenoso, 98,79% nosolo franco-argilo-arenoso e 99,54% no solo muito argiloso.Nestes solos independentemente das umidades, amortalidade dos J2 foi superior a 93%. Conclui-se que aumidade e a textura do solo não interferiram na eficiênciada biofumigação com a farinha desengordurada para ocontrole de M. exigua.

BIOFUMIGAÇÃO DE SOLOS DE DIFERENTES TEXTURAS COM A FARINHA DESENGORDURADADE SEMENTES DE MOSTARDA PARA O CONTROLE DE Meloidogyne exigua (SOIL BIOFUMIGATIONWITH MUSTARD SEEDS BRAN TO CONTROL Meloidogyne exigua IN DIFFERENT SOIL TEXTURES). Goulart,R.R.; Oliveira, R.D.L.; Dhingra, O.D.; Shoiti, E.; Castro, D.B. Universidade Federal de Viçosa, CEP 36570-000, Viçosa,MG E-mail: [email protected]

Diversas espécies de Meloidogyne parasitam o cafeeiro,mas M. exigua (Me) merece destaque, pois está amplamentedisseminada nas regiões produtoras de café e tem causadoprejuízos devido a perdas na produtividade e aoimpedimento de comercialização de mudas infectadas.Como medida de prevenção, produtores de mudas realizama desinfestação química de substratos com brometo demetila, que têm trazido sérios problemas ao homem e aoambiente. Assim, estratégias de manejo menos agressivasvêm sendo desenvolvidas visando à substituição dessefumigante. Objetivou-se, nesse trabalho, avaliar o efeito dabiofumigação de solos de diferentes texturas com a farinhadesengordurada de sementes de mostarda para o controlede M. exigua. Vasos contendo 1,5 L de solo muito argiloso,franco-argilo-arenoso ou franco-arenoso foram infestados

com 5000 ovos de Me, umedecidos até próximo àcapacidade de campo e acrescidos de 1,5 g/dm3 da farinhadesengordurada. Essa mistura foi homogeneizada ecolocada em sacos plásticos, permanecendo por 7 dias emcâmara de crescimento a 26ºC. Em seguida os solos foramdepositados nos vasos, e decorridos 2 dias, uma muda depimentão foi transplantada para cada vaso. Após 90 diasavaliou-se o número de galhas e ovos por planta. Emborao solo muito argiloso tenha reduzido as galhas e ovos nasplantas cultivadas nos solos não biofumigados, a dose de1,5 g/dm3 da farinha desengordurada promoveu reduçãode 99% no número de galhas e 100% no número de ovos,independentemente da textura do solo. Conclui-se que abiofumigação do solo com a farinha de sementes demostarda apresenta potencial para o controle de M. exigua.

PARTICIPAÇÃO DE Fusarium sp. NA MORTE DE GOIABEIRAS PARASITADAS POR Meloidoginemayaguensis EM SÃO JOÃO DA BARRA (RJ) [POSSIBLE ROLE OF Fusarium sp. IN THE DEATH OF GUAVATREES PARASITIZED BY Meloidogine mayaguensis IN SÃO JOÃO DA BARRA, BRAZIL] Gomes, V.M.; Souza, R.M.;Mussi-Dias. V.; Dolinski, C. UENF/CCTA/Lab. Entomologia e Fitopatologia, CEP. 28013-602, Campos dos Goytacazes(RJ), E-mail: [email protected]

O exame do sistema radicular de goiabeiras em declínioparasitadas por Meloidogyne mayaguensis resultou no freqüente

isolamento de Fusarium sp. colonizando sistemicamente ostecidos. Com o objetivo de investigar a interação de M.

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mayaguensis com fungos e bactérias vasculares nestepatossistema, foram coletadas raízes de goiabeiras empomares comerciais. Em quatro pomares parasitados, asgoiabeiras em declínio foram classificadas em três estágiosda doença, de acordo com a severidade dos sintomas. Duasplantas por estágio foram amostradas em cada pomar. Emcada planta, foram amostrados quatro fragmentos de raízesem cada uma das seções colo, raiz principal e raiz secundária,totalizando-se em 288 fragmentos radiculares. Outros 288fragmentos foram amostrados em quatro pomares sadios,seguindo o mesmo padrão de amostragem. Empregou-se ametodologia descrita por Romeiro (2001) e Fernandez

IDENTIFICAÇÃO DE RAÇAS DO NEMATÓIDE DE CISTO DA SOJA NO SUDOESTE DE GOIÁS, SAFRA2006/2007 [IDENTIFICATION OF SOYBEAN CYST NEMATODE RACES IN THE SOUTHWEST OF GOIÁS,SEASON 2006/2007] Ribeiro, G.C.; Neves, D.L; Silva, M.O.; Galvão, J.C.B.; Campos, H.D.; Silva, L.H.C.P. Universidadede Rio Verde - FESURV, C.P.104, Rio Verde, GO, CEP 75901-970. E-mail: [email protected]

O nematóide de cisto da soja apresenta grandevariabilidade genética, no entanto, já foram identificadas apresença de 11 raças no Brasil. Devido a sua facilidade dedisseminação, esse patógeno já está presente em muitaslavouras na região sudoeste de Goiás. Assim, omonitoramento das raças do Heterodera glycines tem sido umaferramenta de extrema importância para o seu manejo. Nasafra 2006/2007 foram avaliadas 12 populações a partir deamostras coletadas em diferentes lavouras infestadas nosmunicípios de Rio Verde, Mineiros e Jataí. Para realizaçãodos testes, 10 plântulas de cada variedade diferenciadora[Pickett, Pecking, PI 88788, PI 90763, Hartwig e Lee (padrãode suscetibilidade)], foram transplantadas para vasos de

argila contendo a mistura de solo e areia (2:1) desinfestado.Em seguida, foram inoculadas com uma suspensãocontendo 4.000 ovos do nematóide. Após 30 dias dainoculação, quantificou-se o índice de fêmeas no sistemaradicular em cada variedade diferenciadora, determinando-se as raças. No município de Rio Verde foram analisadas 5amostras, sendo identificadas as raças 3 e 6. Em seteamostras provenientes de lavouras do município de Jataíforam identificadas as raças 4, 9 e 14. No município deMineiros foi encontrada a raça 9. A raça 6 foi predominanteno município de Rio Verde e as raças 3 e 9 no município deJataí.

CARACTERIZAÇÃO DO DESBALANÇO NUTRICIONAL DE GOIABEIRAS EM DECLÍNIOPARASITADAS POR Meloidogyne mayaguensis [NUTRITIONAL INBALANCE IN GUAVA TREESPARASITIZED BY Meloidogyne mayaguensis] Gomes, V.M.1; Souza, R.M.1; Silva, M.M.2; Dolinski, C.1. 1UENF/CCTA/Lab.Entomologia e Fitopatologia, Campos dos Goytacazes (RJ); 2M. Melarato Consultoria em Agronegócios, Rua Barão dePorto Feliz, 82, Campinas (SP). E-mail: [email protected]

O parasitismo por Meloidogyne mayaguensis resulta emdeclínio de goiabeiras, com sintomas foliares(bronzeamento, necrose, amarelecimento, murcha esenescência) e morte prematura das plantas. Nas condiçõesde cultivo de São João da Barra (RJ), esses sintomasrelacionam-se a deficiências de cálcio, magnésio, fósforo epotássio, e ao excesso de cloro e boro. Esses resultadosforam obtidos em lavouras comerciais naturalmenteparasitadas no decorrer do ano agrícola de 2006. A evoluçãodo declínio das goiabeiras foi dividida em estágios (1, 2 e3), de acordo com a severidade dos sintomas. Duas plantasem cada estágio foram amostradas para análises foliares a

cada 60 dias, ao longo de 12 meses. Duas plantas sadiasforam amostradas como testemunhas, nas quais não foramobservados desbalanços nutricionais, com exceção do cobre,cujos níveis elevados foram devidos à aplicação defungicidas cúpricos na lavoura. Acredita-se que o intensoparasitismo por M. mayaguensis, o qual induz galhasradiculares abundantes em todo o sistema radicular, causealterações fisiológicas que afetem o metabolismo da plantaimpedindo ou dificultando o processo de absorção etransporte de nutrientes resultando nas deficiências eexcessos nutricionais observados, os quais caracterizam asintomatologia deste patossistema.

(1993) objetivando-se o isolamento de bactérias e fungosexclusivamente sistêmicos. Nenhuma bactéria foi isoladados fragmentos amostrados. Nenhum fungo sistêmico foiisolado de plantas sadias. Nos pomares parasitados, afrequência de isolamento de Fusarium sp. esteve diretamenterelacionada ao estágio da doença, ocorrendo isolamentoem 25% dos fragmentos de raízes no estágio mais avançadodo declínio das plantas. Os isolados de Fusarium sp foramagrupados quanto às características morfológicas das colônias,época e local de coleta, dando origem a dez grupos distintosque estão sendo avaliados a campo quanto à sua participaçãono declínio de goiabeiras parasitadas por M. mayaguensis.

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Pochonia chlamydosporia, Gracilibacillus dipsosauri E CONDICIONADOR DE SOLO PARA O CONTROLEDE Meloidogyne javanica EM TOMATEIRO [Pochonia chlamydosporia, Gracilibacillus dipsosauri AND SOILCONDITIONER FOR THE CONTROL OF Meloidogyne javanica ON TOMATO]. Podestá, G.S.; Dallemole-Giaretta,R..; Zooca, R.J. Falcão & Freitas, L.G. Universidade Federal de Viçosa Departamento de Fitopatologia, CEP 36570-000Viçosa, MG, Brasil. E-mail: [email protected]

Avaliou-se o efeito da utilização do fungo Pochoniachlamydosporia(Pc-12) a 5000 clamidósporos/g de solo, darizobactéria Glacilibacillus dipsosauri (Gd) a 3,75 mL (OD =0,53)/vaso, e do condicionador de solo Ribumin a 10g/vaso, no controle de Meloidogyne javanica em tomateiro (3000ovos/vaso). Os tratamentos foram: 1) só tomate; 2) tomate+ Ribumin; 3) tomate + nematóide; 4) tomate + nematóide+ Ribumin; 5) tomate + nematóide + Ribumin + Gd; 6)tomate + nematóide + Gd; 7) tomate + nematóide + Gd+ Pc; 8) tomate + nematóide + Pc; 9) tomate + nematóide+ Ribumin + Pc; 10) tomate + nematóide + Ribumin +Gd + Pc. Uma semana após a incorporação dos

microorganismos no solo, transplantou-se uma muda detomate por vaso, com oito repetições e após 80 d avaliou-se o experimento. Os números de galhas por sistemaradicular nos tratamentos 5, 7 e 10 foram de 35 a 40%menores do que no tratamento 3 e o número de ovos nostratamentos 5, 6 e 9 foram de 16 a 23% menores do que notratamento 3 (testemunha). A utilização conjunta do fungoe da bactéria resultou em melhor controle do nematóide,com ou sem o condicionador de solo. Nesse trabalho, arizobactéria foi mais eficiente do que o isolado 12 de P.chlamydosporia no controle do nematóide, quando utilizadosisoladamente.

LEVANTAMENTO DE FITONEMATÓIDES EM HORTAS NO MUNICÍPIO DE CASSILÂNDIA-MS[SURVEY OF PLANT-PARASITIC NEMATODES IN VEGETABLE GARDENS IN CASSILÂNDIA-MS COUNTYREGION] Fernandes, A.M.¹; Kulczynski, S.M.¹; Barbosa, M.M.M.¹; Grande, J.P.¹; Gomes, C.B². ¹Universidade Estadualde Mato Grosso do Sul, Cassilândia, MS, CEP 79540-000; ²Embrapa Clima Temperado, C.P. 403, Pelotas, RS, CEP96.001-970. E-mail: [email protected]

Perdas na produção devido ao ataque de nematóides àsculturas vão desde danos leves a severos, dependendo daespécie de nematóide, do cultivar plantado, da populaçãodo nematóide no solo e das condições do ambiente. Assimo objetivo deste trabalho foi o de realizar o levantamentode fitonematóides nas hortas de Cassilândia-MS e estudara morfologia das espécies obtidas. Coletou-se um total de10 amostras compostas de solo em três propriedades, ondeo esquema de amostragem das áreas foi em zigue-zague,retirando-se solo de pontos com plantas apresentandosintomas na parte aérea e com suspeita de nematóides. Aextração dos nematóides do solo foi realizada segundo a

técnica do Funil de Baermann (1917), seguida da preparaçãode lâminas para identificação dos gêneros de fitonematóides.Os nematóides encontrados foram: nematóides de vidalivre, Aphelenchus, Meloidogyne, Helicotylenchus, Ditylenchus,Aphelenchoides e Tylenchus, com 100%, 100%, 80%, 30%, 20%,20%, e 20% respectivamente, em relação ao número deamostras coletadas. A identificação da espécie de Meloidogynefoi realizada após 42 dias de multiplicação em tomate ‘SantaCruz’. A configuração perineal e a análise eletroforética dapopulação identificaram a presença de M. incognita raça 2,nas três propriedades.

DETERMINAÇÃO INDIRETA DA GAMA DE HOSPEDEIROS DE UMA NOVA ESPÉCIE DE Ditylenchus[INDIRECT DETERMINATION OF THE HOST RANGE OF A NEW Ditylenchus SPECIES] Santin, A.M.1, Sêni,D.J.1, Oliveira, R.D.L.1, Barreto, R.W.1; Goldenberg, R.2. 1Universidade Federal de Viçosa, CEP 36570-000, Viçosa, MG.2Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR. CEP 81531970. E-mail: [email protected]

Uma nova espécie de Ditylenchus foi detectada causandogalhas abundantes na parte aérea de diversasmelastomatáceas nativas em Minas Gerais, inclusive emMiconia calvescens que é uma invasora agressiva deecossistemas no Havaí e outras ilhas do Pacífico.Fitopatógenos e insetos atacando esta espécie têm sidoinvestigados com vistas ao seu uso como agentes de controle

biológico. Um dos aspectos mais importantes para se avaliara segurança no uso de um potencial agente de controlebiológico é a especificidade do agente à planta-alvo. Ummétodo indireto de avaliação da especificidade destespotenciais agentes envolve a observação de sua presençaou ausência em condições naturais sobre outras plantasvizinhas a plantas atacadas. Plantas pertencentes a 117

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espécies distribuídas em 55 famílias foram coletadas emtrês áreas nos municípios de Guaraciaba e Viçosa (MG)onde havia abundante ocorrência de Ditylenchus sp. Na coletadas amostras, deu-se preferência às plantas queapresentavam anormalidades na parte aérea que poderiamrepresentar sintomas de doença, particularmente galhas.Sub-amostras de cada planta foram cortadas em pequenosfragmentos e imersas em água sob borbulhamento contínuo

por 24 h. A suspensão de cada amostra foi analisada paradetecção da possível presença de Ditylenchus sp. A gama dehospedeiro de Ditylenchus sp. restringiu-se à famíliaMelastomataceae e aos gêneros Miconia (cinco espécies) eClidemia (uma espécie). Este resultado indica que o seu usoem ilhas do Pacífico é seguro, pois não há melastomatáceasnativas desta família nesta região do globo.

EFEITO DA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA SOBRE FITONEMATÓIDES EM DUAS ÁREAS DA FLORESTAAMAZÔNICA E UMA DA MATA ATLÂNTICA [EFFECT OF AGRICULTURAL EXPLOITATION ONPHYTONEMATODES IN TWO AREAS OF AMAZONIAN FOREST AND ONE OF ATLANTIC FOREST] Silva,R.A.1; Santos, E.S.1; Inomoto, M.M. Setor de Zoologia, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP, Piracicaba,SP, CEP 13418-900. 1Bolsista CNPq. E-mail: [email protected]

O presente estudo teve como objetivo avaliar asmudanças nas populações de fitonematóides com o uso daterra para exploração agrícola em duas áreas da FlorestaAmazônica (Guarantã do Norte e Nova Maringá, MT) euma da Mata Atlântica (Pariquera Açu, SP). Em Guarantãdo Norte, foram encontrados: Criconemella sp.1, Criconemellasp.2, Discocriconemella sp.1, Dolichodorus minor, Helicotylenchuspseudorobustus, Paratrichodorus minor, Paratylenchus sp., Rotylenchusbrevicaudatus, Trophotylenchulus sp. e Xiphinema ensiculiferum nafloresta; Discocrinemella sp.1 e Pratylenchus zeae em áreacontígua à floresta e coberta por pastagem de Brachiariabrizantha. Em Nova Maringá, Helicotylenchus erytrinae,Hemicriconemoides sp., Paratylenchus sp. e Xiphinema luci foramobtidos do solo da floresta; Criconemella ornata, Criconemellasp.1, Meloidogyne javanica e P. minor foram encontrados em

bosque implantado de teca (Tectona grandis). Em PariqueraAçu, foram encontrados: Atalodera sp., Aorolaimus sp.1,Aorolaimus sp.2, Criconemella sp., Discocriconemella sp.2,Dolichodorus miradvulnus, H. er ythrinae, H. dihystera,Hemicycliophora poranga, P. minor, Paratylenchus sp. e X. brasiliensena vegetação original; Helicotylenchus sp. e Trophotylenchulussp em área cultivada com jussara. Portanto, os resultadosforneceram indícios de que nas áreas estudadas da FlorestaAmazônica ocorreram processos de introdução (P. zeae emGuarantã do Norte e M. javanica em Nova Maringá) esupressão de fitonematóides associados à exploraçãoagrícola. Em Pariquera Açu, não houve indícios deintrodução, provavelmente porque a jussara é planta nativada Mata Atlântica.

AVALIAÇÃO EM CASA DE VEGETAÇÃO DO USO DE MILHO, MILHETO, SORGO E CROTALÁRIASNA SUPRESSÃO DE Meloidogyne javanica DO SOLO [GREENHOUSE EVALUATION OF USE OF MAIZE,PEARL MILLET, SORGHUM AND CROTALARIA ON SUPPRESSION OF Meloidogyne javanica IN SOIL] Silva, R.A.1;Inomoto, M.M. Setor de Zoologia, E.S.A.Luiz de Queiroz (ESALQ), Universidade de São Paulo (USP), Piracicaba, SP,CEP 13418-900. 1Bolsista CNPq. E-mail: [email protected]

Devido à crescente importância do sistema plantiodireto no Brasil, é necessário à obtenção de maisinformações sobre a reação das coberturas vegetais emrelação aos fitonematóides. O objetivo desse trabalho foiavaliar em condições controladas o efeito de plantasutilizadas em rotação e em sucessão com a soja sobre apopulação de Meloidogyne javanica. As plantas testadas -Crotalaria spectabilis, dois híbridos de sorgo (Volumax e Sara),dois híbridos de milho (DKB 350 e AG 9020) e duascultivares de milheto (BRS 1501 e BN 2) – foram semeadasem copos plásticos contendo solo infestado com onematóide (685 J2 por 400 cm3) e mantidas em casa devegetação por 79 dias. Os nematóides foram extraídos do

solo e das raízes das plantas em metade das repetições. Amaior redução de M. javanica ocorreu com Crotalariaspectabilis, seguida de sorgo Sara, milheto BN 2 e milho AG9020. Nos demais tratamentos, houve aumentopopulacional, destacando-se sorgo Volumax, com acréscimode 4.115% em relação à população inicial. Nas repetiçõesrestantes, a parte aérea das plantas foi retirada e soja cv.Pintado foi semeada no solo. O efeito dos nematóides sobrea soja foi avaliado 49 dias após a semeadura. Soja após omilho AG 9020 (resistente) desenvolveu parte aérea 39,7%maior que aquela após DKB 350 (suscetível). Soja apóssorgo Sara (resistente) produziu parte aérea semelhante àobtida com C. spectabilis e 243,6% maior que aquela após

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Volumax (suscetível). Apesar da diferença de resistênciaentre os milhetos, isso não se refletiu no crescimento dasplantas de soja. Concluiu-se que o manejo de M. javanica na

cultura da soja deve ter como um dos componentes arotação ou sucessão com plantas más hospedeiras ouresistentes.

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MILHO A Meloidogyne incognita, RAÇA 3 E M. javanica [REACTION OFCORN GENOTYPES TO Meloidogyne incognita, RACE 3 AND M. javanica] Francisco, A.1; Dias, W.P.1; Ribeiro, N.R.2.1Embrapa Soja, C.P. 231, Londrina, PR, CEP 86001-970. 2Universidade Estadual de Londrina. Rod. Celso Garcia Cid, km380, Londrina, PR, CEP 86051-990. E-mail: [email protected]

O milho tem sido a cultura mais utilizada para rotacionarcom a soja. Embora o milho seja tolerante aos nematóidesde galhas, em alguns genótipos é possível a multiplicaçãodos mesmos. Deste modo, a identificação de genótiposresistentes é importante para a composição de esquemasde rotação de culturas. Essa prática resulta em diminuiçãoda população do parasita e possibilita a produção econômicada cultura, semeada na seqüência. O presente trabalho tevecomo objetivo avaliar a reação de genótipos de milho aMeloidogyne incognita, raça 3 e M. javanica. Os experimentosforam conduzidos em casa-de-vegetação da Embrapa Soja,em Londrina, PR, durante o ano de 2006. O delineamentoexperimental foi o inteiramente casualisado, com oitorepetições. Dezesseis genótipos de milho e mais os padrões

de suscetibilidade (tomateiro ‘Santa Cruz’ e soja ‘BRSMTPintado’) e de resistência (milhos ‘BRS 2114’ e ‘P 30F80’)foram semeados em vasos plásticos contendo substratoesterilizado (3 partes de areia: 1 de solo). Uma semana apósa semeadura, procedeu-se o desbaste e a inoculação de cadauma das plantas com 5.000 ovos dos respectivos nematóides.A avaliação ocorreu aos 60 dias após a inoculação e consistiuem recuperar e quantificar os ovos do nematóideproduzidos em cada uma das plantas. Para cada genótipo,foi calculado o fator de reprodução (FR) do nematóide,pela razão entre a população final de ovos e a populaçãoinicial (5000 ovos). Dos genótipos testados, nenhummostrou resistência (FR <1) a M. incognita, raça 3 e apenasdois (‘Maximus’ e ‘NB 7302’) foram resistentes a M. javanica.

HOSPEDABILIDADE DE CULTIVARES DE ERVILHA (Pisum sativum) À RAÇA 6 DE Heterodera glycines[REACTION OF PEA CULTIVARS (Pisum sativum) TO Heterodera glycines RACE 6] Figueiredo, A., França, R.O., Alves,R.L., Santos, M.A., Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências Agrárias, Uberlândia, MG, CEP 38400-902.E-mail: [email protected]; [email protected]

A ervilha é uma leguminosa com característicasaltamente nutritivas, sendo amplamente utilizada naalimentação humana, como forragem para animais e naprodução de silagem. As informações de hospedabilidadeem cultivares de ervilha, para o nematóide do cisto dasoja (Heterodera glycines) são pouco conhecidas. O presentetrabalho teve como objetivo avaliar a reação de cultivarescomerciais de ervilha (Pisum sativum L.) à raça 6 dofitonematóide H. glycines. Os ensaios foram conduzidosem casa de vegetação. O delineamento experimental foi ointeiramente ao acaso com sete tratamentos (seis cultivaresde ervilhas e uma cultivar de soja), dez repetições. Ascultivares de ervilha testadas foram: ‘Axé’, ‘Dileta’, ‘Forró’,

‘Maria’, ‘Marina’, e ‘Mikado’ e a cultivar de soja ́ Conquista’.O ensaio foi conduzido com uma planta por vaso que foiinoculada com 4000 ovos. A avaliação ocorreu 35 dias apósa inoculação. O sistema radicular foi lavado para a retiradadas fêmeas e o solo foi processado para extração de fêmease cistos. Foi calculado o índice de fêmeas (IF), pela razãopercentual entre número médio de fêmeas na cultivar deervilha testada e número médio de fêmeas na cultivar desoja Conquista. Foi considerado que para IF <10% ogenótipo era resistente (R); 10 a 25%, moderadamenteresistente (MR); 26 a 50% moderadamente suscetível (MS)e acima de 50 % suscetível (S). Todas as cultivares de ervilhastestadas foram resistentes à Heterodera glycines, raça 6.

USO DE DIFERENTES MARCADORES SCAR PARA IDENTIFICAÇÃO DE POPULAÇÕES DEMeloidogyne incognita [USE OF DIFFERENT SCAR MARKERS TO IDENTIFY Meloidogyne incognitaPOPULATIONS] Santos, M.F.A.; Carneiro, R.M.D.G. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, C.P. 02372, Brasília-DF, CEP 70770-900. Email: [email protected].

Meloidogyne incognita é considerada a espécie de nematóidede galha mais importante para várias culturas agrícolas do

Brasil. Recentemente, foram desenvolvidos diferentesmarcadores específicos do tipo SCAR (Sequence

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Characterized Amplified Region) para essa espécie. Oobjetivo do trabalho foi testar a especificidade dosmarcadores SCAR-incK14F/R, SCAR-incB06F/R eSCAR-miF/R com diferentes populações de M. incognita,provenientes de diferentes culturas e com espécies próximas.Foram utilizadas oito populações de M. incognita com doisperfis isoenzimáticos típicos da espécie (esterase emalatodesidrogenase): I1N1 e I2N1. Foram tambémincluídos três isolados de M. hispanica (H3N1), espécierecentemente detectada no Brasil e morfologicamente muitopróxima a M. incognita, e seis isolados de Meloidogyne spp.(S2N1 e S2N3). Em condições de reação previamentedescrita para os diferentes marcadores SCAR, os pares de

primers inc-K14-F/R, inc-B06F/R e miF/R amplificaramum fragmento de 399pb, 1200pb e 955pb respectivamente,em oito isolados de M. incognita e em quatro de Meloidogynesp. (S2N1). O par de primer miF/R apresentou umaamplificação diferente daquela descrita para os isolados M.hispanica e Meloidogyne sp. (S2N3), com o tamanho de 1650pb. Os resultados mostraram uma alta especificidade dosprimers para M. incognita (I1N1 e I2N1) e Meloidogyne sp.(S2N1), não amplificando M. hispanica e Meloidogyne sp.(S2N3). Estudos morfológicos mais detalhados estão sendorealizados, para confirmação da identidade taxonômica dosdiferentes isolados.

OCORRÊNCIA DE Meloidogyne mayaguensis EM GOIABEIRA NO ESTADO DE MATO GROSSO DOSUL [OCCURRENCE OF Meloidogyne mayaguensis ON GUAVA IN MATO GROSSO DO SUL STATE, BRAZIL] Asmus,G.L.1; Vicentini, E.M.2; Carneiro, R.M.D.G.3. 1Embrapa Agropecuária Oeste, C.P. 661, Dourados, MS, CEP 79804-970.2Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de MS, Novo Horizonte do Sul, MS; 3Embrapa Recursos Genéticose Biotecnologia, C.P. 2.372, Brasília, DF, CEP 70770-900. E-mail:[email protected]

Plantas de goiabeira (Psidium guajava L.) da cultivar ‘NovoMilênio’com um a dois anos de idade, provenientes domunicípio de Novo Horizonte do Sul, MS, com intensoamarelecimento foliar e subdesenvolvimento, foramanalisadas quanto à ocorrência de nematóides fitoparasitosno sistema radicular. As raízes estavam repletas de galhas,de tamanho variado. Raízes mais atacadas apresentaram umintenso descortiçamento. Cerca de 20% das plantas dopomar mostravam sintomas acima descritos. Uma análisedo solo das covas de onde foram coletadas as plantas comsintomas acusou uma densidade populacional deaproximadamente 450 juvenis de Meloidogyne/200cc de solo.

Através do polimorfismo das esterases, o perfil Est M2 (Rm:0,7, 0,9) caracterizou a espécie como Meloidogyne mayaguensis.Nos últimos oito anos antes da implantação do pomar, aárea foi utilizada para pecuária em pastagem perene, quesucedeu a derrubada da mata nativa, o que, em princípio,leva a crer que a espécie do nematóide tenha sidointroduzida através de mudas contaminadas, oriundas doEstado de São Paulo, onde sua presença foi detectada;hipótese que necessita ser melhor avaliada. Este é o primeiroregistro da ocorrência de M. mayaguensis em Mato Grossodo Sul.

EFEITO DO pH DO SOLO SOBRE A REPRODUÇÃO DE Heterodera glycines E O PARASITISMO DECISTOS EM MATO GROSSO DO SUL [EFFECT OF SOIL PH ON THE REPRODUCTION OF Heterodera glycinesAND CYST PARASITISM IN MATO GROSSO DO SUL STATE] Asmus, G.L.1; Viviani, C.2; Ishimi, C.M.3. 1EmbrapaAgropecuária Oeste, C.P. 661, Dourados, MS, CEP 79804-970.; 2SPM Consultoria; 3Bolsista ATS CNPq (Processo 37.0954/2004.1) E-mail: [email protected]

Embora presente em Mato Grosso do Sul desde a safra2002/03, o nematóide de cisto da soja, Heterodera glycines(NCS), ainda não foi encontrado na região Centro-Sul doEstado. Trabalhos anteriores evidenciaram que solos sobcerrados submetidos a calagens excessivas, acentuam osdanos causados pelo NCS. É possível que altos valores dopH do solo limitem a ação de fungos antagônicos aonematóide e que este mesmo antagonismo esteja atribuindosupressividade aos solos do Centro-Sul do Estado. Solosdas regiões Nordeste (Chapadão do Sul) e Centro-Sul (Ponta

Porã) de MS foram calcareados até que se atingisse ogradiente de pH de 5,5; 6,0; 6,5 e 7,0, envasados e semeadoscom soja ‘Conquista’. Sete dias após a emergência inoculou-se cada planta com 1000 ovos do NCS, raça 3. Passados 90dias realizou-se a determinação do peso da matéria seca edo número de ovos/g de raiz. Em laboratório, 50 cistos deNCS foram adicionados a copinhos (50ml) contendo ossolos com diferente pH e mantidos por 7 ou 10 dias. Apósesse período, os cistos foram recuperados do solo,desinfestados superficialmente e plaqueados em água-ágar

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por 48 horas para a detecção de fungos parasitando cistos.No experimento em casa de vegetação observou-se maiormultiplicação do NCS em solos com maiores valores depH (F = 8,23; p < 0,01), com reflexos sobre a produção de

matéria seca. A multiplicação do NCS foi significativamenteinferior no solo de Ponta Porã. (F = 86,05; p < 0,01), porémnão foram observadas diferenças significativas no númerode cistos parasitados no ensaio de laboratório.

BIOPROSPECÇÃO DE EXTRATOS DE PLANTAS DO BIOMA CERRADO (FAMÍLIA MELIACEAE ESOLANACEAE) ATIVOS SOBRE Meloidogyne incognita [SCREENING OF PLANT EXTRACTS (MELIACEAEAND SOLANACEAE FAMILY) FROM BRAZILIAN SAVANNAH ACTIVE AGAINST Meloidogyne incognita] Murad,A.M.; Carneiro, R.M.D.G.; Brilhante, O.; Grossi-de-Sá, M.F.; Rocha, T.L. Parque Estação Biológica, Av. W5 Norte (final),Brasília, DF, CEP 70770-900. E-mail: [email protected]

A meloidoginose (Meloidogyne spp) induz a diferenciaçãode focos celulares, provoca a formação de galhas radicularese reduzem severamente a produtividade. As metodologiasmais utilizadas para o controle são o uso de variedadesresistentes e principalmente os pesticidas sintéticos.Contudo, esses pesticidas causam danos à saúde humana eaos organismos não alvos. Assim, a obtenção de métodosalternativos de controle mais eficazes e viáveis éfundamental. Dentro desse contexto, o objetivo dessetrabalho foi prospectar extratos vegetais da familiaMeliaceae do Banco de Extratos da UnB e Solanaceae doBanco de extratos do LPPI ativos sobre Meloidogyne incognita.Para tanto, extratos das plantas (Meliaceae e Solanaceae)foram solubilizados utilizando DMSO 100% e H2Od

respectivamente. A extração de ovos foi feita a partir deraízes de tomateiro infestadas. Para extração dos juvenis desegundo estádio (J2), a suspensão de ovos foi submetida àtécnica do funil de Baermann modificado. Os ensaios foramconduzidos em triplicata usando alíquotas contendo 1mgdos diferentes extratos (Meliaceae), 1mL (Solanaceae) esuspensões aquosas de 100J2/mL em placas de Petri, tendocomo controle DMSO e H2Od. Dentre os extratos testados,um de cada família apresentaram efeito nematicida de 100%.Atualmente, esses extratos estão sendo utilizados emprocessos de purificação para a obtenção de substânciasnematicidas objetivando a continuidade da construção dobanco de substâncias vegetais defensivos agrícolas no LPPI.Suporte: Embrapa, CNPq, CAPES

PRIMEIRA OCORRÊNCIA DE Meloidogyne incognita E Meloidogyne javanica EM Hypericum x inodorum[FIRST OCCURRENCE OF Meloidogyne incognita and Meloidogyne javanica ON Hypericum x inodorum] Kubo, R.K.1; Bessane,A.1; Ferro, D.M.1; Wilcken, S.R.S.2; Oliveira, C.M.G.1. 1Instituto Biológico, C.P. 70, Campinas, SP, CEP 13001-970.2Universidade Estadual Paulista/Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Botucatu, SP. Email:[email protected]

O hipéricum (Hypericum x inodorum) é um arbusto perene,ramificado e florífero, resultante do cruzamento de H.androseanum com H. hircinum, ambos originários da Europa.Essa planta ornamental é cultivada comercialmente emplantios homogêneos no município de Paranapanema, SP,visando à produção de flores para corte. Durante uma visitatécnica realizada em uma das plantações, observaram-seextensas reboleiras contendo plantas com desenvolvimentoinsatisfatório com sintomas de clorose foliar, tamanhoreduzido e galhas no sistema radicular, comprometendo aprodução e a comercialização das flores de corte. Amostrasde raízes foram processadas pelo método da trituração,peneiramento e flotação centrífuga e os nematóides

extraídos foram estimados através da contagem em lâminade Peters. Para identificação das espécies, prepararam-selâminas em glicerina contendo os cortes da região perinealdas fêmeas dos nematóides e lâminas temporárias emformalina 2% com exemplares de machos. Através daobservação das características morfológicas dos machos eda região perineal das fêmeas, identificou-se a presença deMeloidogyne incognita e M. javanica, com populações estimadasde 900 e 1408 espécimes por g de raízes, respectivamente.A confirmação das espécies será feita através de análiseisoenzimática. O presente relato trata-se da primeiraocorrência de M. incognita e M. javanica parasitando raízesde Hypericum x inodorum no Brasil.

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EFICIÊNCIA DE NEMAPLUS SOBRE A ECLOSÃO E MOTILIDADE DE JUVENIS DE Meloidogynejavanica IN VITRO [EFICIENCY OF NEMAPLUS ON THE ECLOSION AND MOBILITY OF JUVENILE OFMeloidogyne javanica IN VITRO] Alves, G.C.S.1; Dalosso, R.2; Soares, P.L.M.3; Santos, J.M.3. Universidade Estadual de Goiás,Ipameri, GO, CEP 75780-000. ²Fundação Educacional e Cultural de Garça. ³UNESP/FCAV, Jaboticabal, SP, Departamentode Fitossanidade, Laboratório de Nematologia. CEP 14884-900. E-mail: [email protected].

NEMAPLUS® é um produto (nematicida biológico)certificado e inspecionado pela ECOCERT, a base debactérias que produzem substâncias que afetam omovimento dos nematóides, inibem a eclosão de juvenis eimpedem a penetração nas raízes, segundo o fabricante.Diante dessas informações, decidiu-se com esse trabalhoavaliar a eficiência de NEMAPLUS® em diferentes dosessobre a eclosão e motilidade de juvenis de segundo estádiode uma sub-população de M. javanica recuperada de raízesde tomateiro (Solanum lycopersicum), em placas de Petri,mantidas em temperatura ambiente do Laboratório deNematologia, durante cinco dias. Adicionou-se umasuspensão de 10 mL contendo 1.200 ovos do nematóidepor câmara de eclosão. Os tratamentos utilizados foram: 1.Testemunha (água); 2. Dose recomendada do produto(diluído em água) para o tomateiro; 3. Dobro da dose

recomendada para o tomateiro e 4. Produto puro (semdiluição em água). O delineamento experimental foiinteiramente casualizado com cinco repetições para cadatratamento, sendo que cada repetição era constituída deuma placa de Petri. Na comparação entre as médias, apenasa menor dose de NEMAPLUS® não diferiu da Testemunhano primeiro dia. A partir do segundo dia, as médias obtidaspara as doses utilizadas foram menores que a Testemunha,correspondendo a mais de 90% menos J2 eclodidos,mostrando, portanto o efeito ovicida do NEMAPLUS. Emrelação à motilidade (juvenis de segundo estádio mortosou parados), houve diferença estatística significativa entreos tratamentos no primeiro e quinto dia. Entretanto,somente no quinto dia as médias das doses foram menoresque a Testemunha, mostrando com isso uma baixa ação decontato sobre os juvenis.

ESTUDO CITOGENÉTICO DE DIFERENTES POPULAÇÕES BRASILEIRAS DE Meloidogyne incognita[CYTOGENETIC STUDY OF BRAZILIAN POPULATIONS OF Meloidogyne incognita] Mota, F.C. & Carneiro, R.M.D.G.Embrapa-Recursos Genéticos e Biotecnologia, C.P. 02372, Brasília-DF, CEP 70770-900. Email: [email protected]

Meloidogyne incognita se reproduz por partenogênesemitótica obrigatória e apresenta duas formascromossômicas: a raça diplóide com 36 cromossomos,considerada rara e a tripóide com aproximadamente 42-44cromossomos que é a mais freqüente. Dois perfisenzimáticos (esterase e malatodesidrogenase) foramdescritos para essa espécie: I1N1 e I2N1 e quatro raçasfisiológicas são reconhecidas. Além do mais, existempopulações que parasitam o cafeeiro e outras não. Oobjetivo do trabalho foi analisar 10 populações brasileirasde M. incognita com padrões perineais característicos daespécie, provenientes de diferentes regiões geográficas,pertencentes a dois grupos enzimáticos, 4 raças fisiológicase provenientes de diferentes hospedeiros quanto ao númerode cromossomos. Foram incluídos também um isolado de

M. hispanica (H3N1) e seis de Meloidogyne spp. (S2N1 e S2N3),que em estudos moleculares se mostraram próximos de M.incognita e M. hispanica, respectivamente. A avaliação donúmero de cromossomos foi feita de acordo com o métodoque utiliza a orceina propiônica como corante, com algumasmodificações. Os resultados demonstraram que todas asespécies de M. incognita estudadas foram hipotriplóides, com3n=40-48 cromossomos. Já o isolado de M. hispanicamostrou-se diplóide com 2n=32-36 cromossomos,enquanto os de Meloidogyne. spp. (S2N1 e S2N3) foram emsua maioria triplópides com 3n= 40-48 cromossomos. Apartir dos resultados obtidos foi possível concluir que aspopulações brasileiras de M. incognita não apresentaramvariabilidade citogenética.

RESISTÊNCIA DE CULTIVARES DE Capsicum annuum A Meloidogyne spp. [Resistance of Caspicum annumCULTIVARS To Meloidogyne spp.]. Cirotto, P.A1., Resende, F.O.1 Quintanilha, A.P.1, Carneiro, R.M.D.G. 1Embrapa RecursosGenéticos e Biotecnologia, C.P. 02372, CEP 70849-979 Brasilia, DF, Brazil, E-mail: [email protected]

Nematóides fitoparasitas do gênero Meloidogyne sãoparasitas obrigatórios que causam danos severos às raízes,em diversas culturas, entre elas, as Solanáceas. Recentemente

foi detectada na região Reginópolis (SP), propriedade doSr Ludovico Marcato, uma população mista de M.mayaguensis e M. incognita, parasitando o pimentão cultivar

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Silver, considerado resistente a Meloidogyne spp. Essaspopulações foram previamente purificadas e reproduzidasem tomateiro cv. Santa Clara. Foi objetivo deste trabalho,avaliar a reação de dois cultivares de pimentão (‘Silver’ e‘Magali R, suscetível à meloidoginose) quanto à reproduçãode M. mayaguensis e duas populações de M. incognita (coletadaem pimentão Silver e M. incognita, coletada em tomateirosno Distrito Federal, DF). O experimento foi conduzidoem delineamento em blocos ao acaso, com seis tratamentose oito repetições. As plantas com um mês de idade foraminoculadas com de 10.000 ovos/planta e avaliadas três mesesapós a inoculação com base nos índices de galhas e massas

de ovos, número de ovos/g raiz e no fator de reprodução(FR). Em condições de casas de vegetação, a cultivar Silvercomportou-se como suscetível a M. mayaguensis (FR = 15,0)e a M. incognita de Reginópolis (FR=111.2) e resistente a M.incognita do DF (FR=0,3). De uma maneira geral, pode-seconcluir que: i) M. mayaguensis é patogênico a cultivar depimentão ‘Silver’, ii) o pimentão ‘Silver’é resistente a M.incognita, embora possam se desenvolver populaçõesvirulentas, quando ocorrem cultivos contínuos dessa cultivarnuma mesma área, como foi o caso da população de M.incognita de Reginópolis (SP).

MULTIPLICAÇÃO PARTENOGENÉTICA DE Aphelenchoides sp., Ditylenchus sp. e Aphelenchus sp.RECUPERADAS DE SEMENTES DE Brachiaria brizantha EM CULTURAS DE Didymella bryoniae EFusarium sp. [PARTHENOGENETIC MULTIPLICATION OF Aphelenchoides sp., Ditylenchus sp. AND Aphelenchus sp.RECOVERED FROM SEEDS OF Brachiaria brizantha IN CULTURES OF Didymella bryoniae AND Fusarium sp.] Favoreto,L.; Santos, J.M.; Calzavara, S.A.; Borelli, E.R. UNESP/FCAV, CEP 14884-900, Jaboticabal-SP. E-mail:[email protected].

A multiplicação de nematóides in vitro facilita os estudosmoleculares, da taxonomia e da biologia desses organismos.Fitonematóides em sementes de forrageiras, às vezes, sãoencontrados em baixos níveis populacionais dificultando aidentificação da espécie. A multiplicação de espécies deAphelenchoides, Aphelenchus e Ditylenchus in vitro foi estudadano laboratório de Nematologia da UNESP/FCAV. Culturasde um isolado de Fusarium sp., obtido de inhame (Colocasiaesculenta), e de Didymella byioniae obtido de melão (Cucumismelo), foram utilizadas como substrato para a multiplicaçãode Aphelenchoides sp., Aphelenchus sp. e Ditylenchus sp., emplacas de Petri. Para a condução do experimento foramutilizadas espécies partenogenéticas desses gêneros, ainda

não identificadas. Em cada caso, 10 fêmeas foramaxenizadas em solução de ampicilina a 0,1% e inoculadasnas culturas fúngicas com cinco dias de crescimento embatata-dextrose-ágar (BDA). A seguir, foram incubadosem B.O.D. (Demanda Bioquímica do Oxigênio) a 25 ±10C,no escuro. Aos 30 dias, efetuou-se a avaliação triturando-seas culturas mantidas nas placas em liquidificador com águae extraindo-se os nematóides pela técnica da flotaçãocentrífuga em solução de sacarose com caulim. Aspopulações dos nematóides nas suspensões obtidas foramestimadas ao estereoscópio com auxílio da câmara decontagem de Peters. As três espécies multiplicaram-se,abundantemente, nas culturas dos fungos utilizados.

ISOLAMENTO DE BIOMOLÉCULAS DE Crotalaria spectabilis EFETIVAS NO CONTROLE DE JUVENISDE SEGUNDO ESTÁDIO (J2) DE Meloidogyne incognita [ISOLATION OF BIOMOLECULES FROM Crotalariaespectabilis EFECTIVE AGAINST SECOND STAGE JUVENILES (J2) OF Meloidogyne incognita.] Almeida, C.D.S.; Carneiro,R.M.D.G.; Souza, D.S.L.; Grossi-de-Sá, M.F.; Rocha, T.L. Parque Estação Biológica, Av. W5 Norte (final), Brasília, DF,CEP 70770-900. E-mail: [email protected]

Nematóides parasitas do gênero Meloidogyne estão entreos mais prejudiciais à agricultura mundial. Perdas causadaspor Meloidogyne spp. alcançam bilhões de dólares por ano.Hoje, o controle desses fitoparasitas é muito dependentede nematicidas químicos que causam riscos à saúde humanae ao meio ambiente. Este trabalho investigou o uso deextrato aquoso de sementes de C. spectabilis, no controle de(J2) de M. incognita. Para tanto, 20g de sementes foramtrituradas, solubilizadas em 60mL de água destilada e

mantida sob agitação à 4ºC. A suspensão foi filtrada emgaze, centrifugada e o sobrenadante (extrato cru-EC)liofilizado. Ensaios foram conduzidos em triplicata emalíquotas contendo 1mg de EC e suspensões aquosas de100J2/mL em placas de Petri, tendo como controle H2Odestilada. O efeito nematicida/nematostático de 100% foiconfirmado transferindo os J2 para outras placas contendoapenas H2O destilada por 24 horas. Na etapa de purificação,10g de EC com efeito nematicida foi submetido a diálise

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contra H2O destilada e bioensaios demonstraram atividadenematicida de 100% somente para o dializado externo (DE).Um grama de DE foi fracionado por HPLC em coluna C-18 de fase reversa com a obtenção de oito picos dos quais100ρg do pico 1 e 4 apresentaram atividade nematicida de

100% e 100ρg do pico 5 nematostático. Com estesresultados espera-se isolar as moléculas efetivas e buscarnovas formas de utilização no controle de M.incognita.Suporte: EMBRAPA, CNPq e CAPES

AVALIAÇÃO A CAMPO DO TRATAMENTO QUÍMICO DE SEMENTES DE Brachiaria brizanthaINFECTADAS POR Aphelenchoides sp. [FIELD EVALUATION OF THE CHEMICAL TREATMENT OF Brachiariabrizantha SEEDS INFECTED BY Aphelenchoides sp.] Favoreto, L.; Santos, J.M.; Calzavara, S.A.; Borelli, E.R.; Barbosa, J.C.Bolsista CNPq, UNESP/FCAV, CEP 14884-900, Jaboticabal- SP. E-mail: [email protected]

Conquanto não se tenha o conhecimento dasimplicações quanto à produção de massa nas pastagensestabelecidas com sementes infectadas por nematóides, ocontrole desses agentes é desejável em função da busca porqualidade no comércio de sementes. O tratamento desementes de Brachiaria brizantha infectadas por 1.350Aphelenchoides sp./10 g de sementes, com diferentes produtosfoi avaliado a campo em dois experimentos, sendo um emPresidente Prudente, SP e outro em Tupaciguara, MG. Assementes foram tratadas com Abamectin (Avicta®) nasdoses 6,0; 3,0 e 1,5 mL, Imidacloprid (Gaucho®) 12,0; 6,0e 3,0 mL, Clotianidina (Poncho®) 12,0; 6,0 e 3,0 mL,Tiodicarbe (Semevin®) 30,0; 15,0 e 7,5 mL, Imidacloprid(Cropstar®) 48,0; 24,0 e 12,0 mL e Carbofuran (Furadan®)50,0; 25,0 e 12,5 mL por quilo de sementes. O semeio foi

efetuado em 5 linhas por parcelas de 50 m2, usando-se 30gde sementes/parcela. Os experimentos foram estabelecidosem blocos ao acaso com quatro repetições sendo que otratamento testemunha foi implantado com as sementesnão tratadas. Em cada parcela, antes do plantio, uma amostracomposta de cinco subamostras de solo foi coletada paraanálise prévia da população dos nematóides. Aos 60 diasapós o plantio nova amostragem foi efetuada. Dez plantasinteiras com o solo da rizosfera foram coletadas em cadaparcela formando uma amostra composta. Os nematóidesforam extraídos do solo, das raízes e da parte aérea. Apopulação foi estimada e as médias foram estatisticamentecomparadas não apresentando diferença entre si emnenhum dos dois experimentos.

CONTROLE QUÍMICO DE NEMATÓIDES EM SEMENTES DE GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS SOBCONDIÇÕES DE CASA DE VEGETAÇÃO [CHEMICAL CONTROL OF NEMATODES IN SEEDS OFFORRAGE GRASSES IN GREENHOUSE] Favoreto, L.; Santos, J.M.; Calzavara, S.A.; Borelli, E.R.; Barbosa, J.C. BolsistaCNPq, UNESP/FCAV, Jaboticabal, SP. CEP 14884-900, E-mail: [email protected]

As sementes de gramíneas forrageiras podem dispersarespécies de Aphelenchoides e de Ditylenchus. Sementes deBrachiaria brizantha infectadas com 1.350 Aphelenchoides sp./10 g de sementes foram tratadas com Abamectin (Avicta®)nas doses 6,0; 3,0 e 1,5 mL, Imidacloprid (Gaucho®) 12,0;6,0 e 3,0 mL, Clotianidina (Poncho®) 12,0; 6,0 e 3,0 mL,Tiodicarbe (Semevin®) 30,0; 15,0 e 7,5 mL, Imidacloprid(Cropstar®) 48,0; 24,0 e 12,0 mL e Carbofuran (Furadan®)50,0; 25,0 e 12,5 mL por quilo de sementes. Cerca de 20dias após o tratamento foram plantadas em vasos de 5 L,contendo uma mistura de terra e areia 1:1, previamenteautoclavada. Após 90 dias, três plantas de cada repetiçãoforam retiradas para extração dos nematóides da rizosfera,das raízes e da parte aérea das plantas. Nas amostras do

substrato não foram encontrados nematóides nostratamentos Carbofuran (Furadan®) e Imidacloprid(Cropstar®), em nenhuma das doses testadas. O númerode nematóides/100 cm3 do substrato obtido comImidacloprid (Gaúcho®) não diferiu da testemunha, emnenhuma das doses testadas. Nas raízes não foramencontrados nematóides nos tratamentos Imidacloprid(Cropstar®), nas doses de 24 e 48 mL/kg de sementes eem nenhuma das doses de Carbofuran (Furadan®), nãodiferindo de abamectin (Avicta®) e Tiodicarbe (Semevin®),mas diferindo da testemunha. Quanto ao número denematóides em 20 g de matéria fresca da parte aérea, nãohouve diferença significativa entre os tratamentos.

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HOSPEDABILIDADE DE ESPÉCIES CULTIVADAS E DE PLANTAS DANINHAS A Pratylenchus jaehni[HOST SUITABILITY OF CULTIVATED PLANTS AND WEEDS TO Pratylenchus jaehni] Calzavara S.A.; Santos, J.M.;Favoreto, L.; Barbosa, J.C.; Borelli, E.R. Bolsista CNPq, auxílio FAPESP. Doutorando em Produção Vegetal, Departamentode Fitossanidade – Laboratório de Nematologia UNESP/FCAV, CEP 14.884-900. E-mail: [email protected]

Pratylenchus jaehni é uma das principais espécies denematóides do citros em São Paulo. Com o objetivo deestudar a hospedabilidade de plantas cultivadas e daninhasa esse nematóide, instalou-se um experimento em casa devegetação na Universidade Estadual Paulista/Faculdade deCiências Agrárias e Veterinária. Foram testados milheto,amendoim, sorgo, Crotalaria juncea, algodão, mamona, cana-de-açúcar, soja, milho, capim colonião, brachiária capimcarrapicho, picão preto, caruru e carrapicho carneiro. Mudasde cada espécie foram individualmente transplantadas paravasos de 2,5 L, contendo uma mistura de terra:areia 1:1,previamente autoclavada. No ato do transplante foraminoculados com 10 mL/planta de suspensão de P. jaehni,obtida de cilindros de cenoura inoculados in vitro,correspondente à população inicial (PI) de 1.000, 2.000 ou

3.000 nematóides, de acordo com o tamanho do sistemaradicular de cada planta. O experimento foi conduzido nodelineamento inteiramente casualizado com 10 repetições.Aos 90 dias após a inoculação os nematóides foramextraídos das raízes e da rizosfera de cada planta paraestimativa da população final (PF) e para o cálculo do fatorde reprodução (FR = PF/PI). As espécies queproporcionaram valores de FR>1 foram consideradassusceptíveis e aquelas com FR<1 foram consideradasresistentes. Os dados evidenciaram que o amendoim, sorgo,algodão, mamona, cana-de-açúcar, capim colonião,brachiaria e as espécies de plantas daninhas estudadas nãosão hospedeiras de P. jaehni. Milheto, soja, milho e Crotalariajuncea propiciaram valores de FR>1 e, por conseguinte, sãohospedeiras favoráveis do nematóide.

CORRELAÇÕES ENTRE NÍVEIS CRESCENTES DE INÓCULO DE Pratylenchus jaehni EMMICROPARCELAS E O DESENVOLVIMETO DE PLANTAS JOVENS DE LARANJA ENXERTADASSOBRE LIMÃO CRAVO [CORRELATIONS AMONG INCREASING LEVELS OF INOCULUM OF Pratylenchusjaehni IN MICROPLOTS AND THE DEVELOPMENT OF YOUNG ORANGE PLANTS GRAFTED ON RANGPURLIME] Calzavara, S.A.; Santos, J.M.; Favoreto, L.; Barbosa, J.C.; Borelli, E.R. Bolsista CNPq, auxilio FAPESP. Doutorandoem Produção Vegetal, Departamento de Fitossanidade – Laboratório de Nematologia UNESP/FCAV, CEP 14.884-900.E-mail: [email protected]

O nematóide das lesões radiculares do citros (Pratylenchusjaehni) vem causando sérios danos à citricultura paulista.Esta pesquisa foi conduzida para estudar as correlaçõesentre níveis crescentes de inóculo do nematóide (zero, 10;100; 1.000; 10.000 e 100.000 espécimes) por muda delaranjeira, variedade Valência, enxertada sobre limão Cravo,em microparcelas, a campo e variáveis indicadoras dodesenvolvimento das mudas. As microparcelas foramconstruídas com manilhas de cimento nas dimensões de1,20 m de diâmetro e 1,30 m de profundidade. O solo foipreviamente tratado com vapor e o inóculo do nematóidefoi produzido in vitro, em cilindros de cenoura. Notransplante, as mudas individuais foram inoculadas com 10

mL da suspensão de P. jaehni, correspondentes aos níveismencionados. O estudo foi conduzido em blocos ao acasocom 10 repetições e as avaliações foram realizadas emperíodos de 30 dias, a partir da inoculação, tendo sidoconsideradas as variáveis: altura das plantas (cm), diâmetrodo caule (mm), volume da copa (cm3) e diâmetro da segundapernada (mm), foram realizadas 11, 10, 7 e 7 avaliações,respectivamente. Os dados foram submetidos à análise deregressão e as correlações entre o log do nível de inóculo eas variáveis altura das plantas, diâmetro do caule, volumeda copa e diâmetro da segunda pernada evidenciaram queo nematóide influenciou o desenvolvimento das mudas.

AVALIAÇÃO DO ADITIVANTE BIOLÓGICO PSB NA SUPRESSÃO DE UMA POPULAÇÃO MISTA DEMeloidogyne incognita E M. arenaria EM TOMATEIRO [EFFECT OF THE BIOLOGICAL ADITIVE PSB ONTHE SUPRESSION OF A POPULATION MIX OF Meloidogyne arenaria AND M. incognita ON TOMATO] Santos, A.V.1;Gomes, C.B.2; Ueno, B.2; Rodrigues, A.C.2; Campos, A.D.2; 1Bolsista IC, FAEM/UFPel, Pelotas, RS; 2Embrapa Cpact C.P.403, CEP 96001-970, Pelotas-RS. E-mail: [email protected]

A pressão da sociedade por produtos ou técnicasecologicamente viáveis, tem incentivado a busca de métodos

alternativos no controle de fitonematóides. Considerando-se que o tomateiro é altamente suscetível a Meloidogyne spp.

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e que poucos genótipos com qualidade agronômica desejadase adequam aos cultivos orgânicos, teve-se por objetivo,avaliar o efeito do aditivante biológico PSB (Photossynteticbacterium-Enzimatic®) no controle de uma populaçãomista de M. arenaria e M. incognita na cultura. Plantas detomate cv. Rodas com 35 dias de idade e mantidas em vasoscom substrato Plantmax®, em casa de vegetação, receberamuma suspensão de 50mL de PSB 2% a cada sete dias, por12 semanas. Decorridos 35 dias, cada planta (tratada ounão com PSB) foi inoculada com 5000 ovos dos nematóides,utilizando-se seis repetições/tratamento.Tomateiros nãotratados e não inoculados, foram utilizados comotestemunhas. Decorridos 50 dias da inoculação, avaliou-seo nº de galhas (NG), ovos (NO) e massas de ovos (MO)

nas raízes, e o fator de reprodução do nematóide(FR=População final/População inicial). A partir deamostras de folha, quantificou-se a atividade enzimática deperoxidase (PO), polifenol-oxidase (PFO) e compostosfenóicos (CF) nos diferentes tratamentos. Verificou-se quetomateiros inoculados e tratados com PSB apresentarammenor NG, MO e FR em comparação com aquelesinoculados com o nematóide e não tratados (P<0,05),reduzindo em média 70% o número de ovos. Através dasanálises bioquímicas, foi possível observar aumento daatividade de PFO, PO e de CFT, nas plantas que receberamo aditivante e foram inoculadas com Meloidogyne spp., o queevidenciou uma possível indução de resistência da plantapela aplicação do produto.

EFEITO DA SOLARIZAÇÃO E DA BIOFUMIGAÇÃO DO SOLO NO MANEJO DE FITONEMATÓIDESE NA PRODUÇÃO DE FRUTOS DE MORANGO [EFFECT OF SOIL SOLARIZATION ANDBIOFUMIGATION ON THE PHYTOPARASITIC NEMATODE MANAGEMENT AND STRAWBERRY YIELD]Gomes, C,B; Lima, D.L; Couto, M.E.; Antunes, L.E. Embrapa Clima Temperado, BR 392, Km 78, C.P. 403, Pelotas, RS,CEP 96001-970, [email protected].

A eficiência da solarização e da biofumigação do solono controle de fitopatógenos e no incremento da produçãotêm sido bastante estudado nos últimos anos. Entretanto,em poucos trabalhos, têm sido avaliado os efeitos destaspráticas sobre o rendimento das culturas. Dessa forma, foiobjetivo deste estudo, avaliar a viabilidade de ambosmétodos de controle sobre patógenos associados aomorangueiro e também seus efeitos sobre a produção. Oensaio foi estabelecido a campo em delineamentocompletamente casualizado com cinco tratamentos:biofumigação com repolho, biofumigação com torta demamona, biofumigação com repolho e torta de mamona,solarização, e alqueive (testemunha); e seis repetiçõescompostas de canteiros com 4,5m2. Antes do

estabelecimento dos tratamentos e 50 dias após, anematofauna foi quantificada para cálculo do percentualde controle. Logo após, foram plantadas mudas demorangueiro cv. Camarosa/canteiro em todas unidades deobservação, e, por um período de 50 dias, avaliou-se aprodução e a severidade da mancha foliar de gnomonia(Gnomonia comari). Todos os tratamentos foram efetivos nasupressão de Mesocriconema xenoplax do solo, controlando,em média, 85% a 94% das populações. Entretanto, paraHelicotylenchus sp., apenas a biofumigação com torta demamona isolada ou associada com repolho, foi efetiva nocontrole desta espécie, verificando-se, nestes mesmostratamentos, maiores rendimentos e severidade de G. comari(P<0,05).

EFICÁCIA DO TRATAMENTO QUÍMICO DE SEMENTES DE ALGODÃO NO CONTROLE DEPratylenchus brachyurus [EFFICIENCY OF THE CHEMICAL TREATMENT OF COTTON SEEDS IN CONTROLOF Pratylenchus brachyurus] Neves, D.L.; Ribeiro, G.C.; Campos, H.D.; Silva, L.H.C.P.; Silva, J.R.C.; Vieira, F.C. Universidadede Rio Verde – FESURV, C.P. 104, Rio Verde, GO, CEP 75901-970. E-mail: [email protected].

Com o objetivo de avaliar a eficácia do tratamentoquímico de sementes de algodão no controle do nematóidedas lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus), nos estádiosiniciais de desenvolvimento das plantas, um experimentofoi conduzido em casa de vegetação na Universidade deRio Verde. Sementes da cultivar BRS Aroeira foram tratadascom os produtos (gi.a./100 kg de sementes): imidacloprid(360); thiametoxam (210); thiametoxam + carbofuran (210+ 875); imidacloprid + thiodicarb (360 + 1080, 360 + 525

e 360 + 500); clotianidin + thiodicarb (360 + 500);clotianidin + imidacloprid (210 + 300 e 210 + 360); fipronil(30) e posteriormente plantadas em copos plásticoscontendo 300 mL de substrato. O delineamento foiinteiramente casualizado em 12 repetições. Cada parcelafoi constituída por um copo contendo uma planta. Comoinóculo foi utilizada uma suspensão de 5 mL contendo 2000nematóides para cada planta. Aos 60 dias após a inoculaçãorealizaram-se avaliações de peso do sistema radicular,

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número de nematóides por 200 cm3 de solo e número denematóides/g de raiz. O tratamento contendo clotianidin+ imidacloprid (210 + 300) não reduziu significativamentea população do nematóide no solo em relação a testemunha(sem tratamento). Nos melhores tratamentos (imidacloprid+ thiodicarb nas maiores doses e thiametoxam +

carbofuran) a população foi inferior a 69,25 nematóides /200 mL de solo e manteve-se abaixo de 415,75 nematóides/ g de raiz. Portanto, os melhores tratamentos foram aquelescontendo imidacloprid + thiodicarb nas doses de 360 +1080 e 360 + 525 e thiametoxam + carbofuran (210 + 875).

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA AO NEMATÓIDE DAS LESÕES RADICULARES, Pratylenchusbrachyurus [REACTION OF SOYBEAN GENOTYPES TO ROOT-LESION NEMATODE, Pratylenchus brachyurus]Ribeiro, G.C.; Neves, D.L.; Campos, H.D.; Silva L.H.C.P.; Silva, J.C.R.; Jr. Nunes, J. Universidade de Rio Verde – FESURV,C.P. 104, Rio Verde, GO, CEP 75901-970. E-mail: [email protected]

Com o objetivo de avaliar a reação de genótipos desoja à Pratylenchus brachyurus instalou-se um experimento sobcondições de estufa de produção da FESURV –Universidade de Rio Verde, Goiás. Os tratamentos foramconstituídos pelos genótipos P98C11, DM118, P98C21,P98N31, DM247, P98N71, P98C81, P98N82, DM309 eMATRINXA. O delineamento foi inteiramente casualizadoem 10 repetições. Cada parcela foi representada por umvaso contendo uma planta. Como inóculo de P. brachyurusfoi utilizada uma suspensão de 5 mL contendo 2000nematóides para cada vaso contendo uma planta. Aos 60

dias após a inoculação realizaram-se as avaliações de pesodo sistema radicular, número total de nematóides porsistema radicular, número de nematóides por grama de raize fator de reprodução (FR) para cada genótipo. Osgenótipos de soja DM309, P98C11 e P98C81 apresentaram-se como maus hospedeiros à P. brachyurus, proporcionandoFR igual a 0,71, 0,85 e 0,89, respectivamente. Os demaisgenótipos testados comportaram-se como multiplicadoresde P. brachyurus com FR variando entre 1,04 (DM247) a2,04 (P98N71).

SOBREVIVÊNCIA DE Pratylenchus brachyurus EM DIFERENTES SUBSTRATOS COM BAIXO TEORDE UMIDADE [SURVIVAL OF Pratylenchus brachyurus IN SOIL TYPES AND HUMIDITY LOW]. Neves, D.L.; Campos,H.D.; Ribeiro, G.C.; Silva, L.H.C.P.; Silva, G.P. Universidade de Rio Verde – FESURV, C.P. 104, Rio Verde, GO, CEP75901-970. E-mail: [email protected]

Como o objetivo de investigar a capacidade desobrevivência de Pratylenchus brachyurus em substratos comdiferentes níveis de argila e areia sob condições de escassezde umidade, um experimento foi conduzido em casa devegetação na Universidade de Rio Verde - FESURV.Utilizaram-se quatro tipos de substratos secos: solo argiloso,areia + solo argiloso (2:1), areia + solo argiloso (1:1) e solode lavoura. O inóculo foi adicionado em cada substratoutilizando uma suspensão de 5 mL contendo 4.000nematóides ou 1g de raiz de soja infestada com 3.600nematóides, totalizando-se 8 tratamentos. Cada parcelaconstituiu-se de um copo com capacidade para 300 cm3

contendo o substrato e o inóculo. Em seguida, foramestocados em casa de vegetação na ausência de irrigaçãopor 30, 60 e 90 dias. O delineamento experimental foiinteiramente casualizado em 4 repetições. Após cada

período realizaram-se avaliações do número de nematóides/ 100 cm3 de solo e por g de raiz. Entre os substratos nãoforam observadas diferenças significativas no número denematóides recuperados / 100 cm3 de solo, variando entre279,08 (solo argiloso) e 376,42 [areia + solo argiloso (1:1)].Nas raízes, a maior sobrevivência de P. brachyurus ocorreuno solo de lavoura (277,92 nematóides) e areia + soloargiloso (1:1) (263,17 nematóides). O tempo de estocagemproporcionou redução gradativa na sobrevivência do P.brachyurus, na forma livre no substrato e dentro das raízes.Aos 90 dias foram recuperados 229,50 nematóides por 100cm3 e, das raízes 109,50 nematóides. Esses valores indicama capacidade do P. brachyurus sobreviver em substrato seco,sem a presença de hospedeiros e em quantidades suficientepara manutenção do inóculo no período de 90 dias.

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120 Vol. 31(2) - 2007

XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

OCORRÊNCIA DE FITONEMATOIDES EM AMOSTRAS DE LAVOURAS DA REGIÃO SUDOESTE DEGOIÁS [OCCURRENCE OF PLANT PARASITIC NEMATODES IN SAMPLES OF FARMINGS IN SOUTHWESTOF GOIÁS] Neves, D.L.; Ribeiro, G.C.; Galvão, J.C.B.; Moraes, E.B.; Campos, H.D.; Silva L.H.C.P. Universidade de RioVerde, C.P. 104, Rio Verde, GO, CEP 75901-970. E-mail: [email protected].

Grande número de amostras de solo e raízes tem sidoenviados ao Laboratório de Fitopatologia da Universidadede Rio Verde, Goiás, para análises nematológicas. Noperíodo de outubro/2006 a fevereiro/2007 foram analisadas161 amostras de raiz e solo de diferentes lavouras doSudoeste de Goiás. Considerando apenas as análises dasraízes (25 amostras de soja, 6 de algodoeiro, 11 de milho e35 de cana-de-açúcar) os principais nematóides identificadosna cultura da soja foram: Pratylenchus, Helicotylenchus,Meloidogyne e Heterodera glycines com ocorrências nas amostrasde 88%, 52%, 8% e 4%, respectivamente. Nessas amostrasa população de Pratylenchus variou entre 36 e 5.547nematóides/g de raiz. No algodoeiro foram identificadosPratylenchus e Helicotylenchus em 100% das amostras. Apopulação de Pratylenchus variou entre 22 e 235 nematóides/

g de raiz. No milho, Pratylenchus estava contido em 91% dasamostras, com população entre 4 e 3.194 nematóides/g deraiz, seguido de Helicotylenchus em 36% das amostras, compopulação entre 5 e 1.075 nematóides/g de raiz. Na culturada cana-de-açúcar, Pratylenchus foi identificado em 100%das amostras e a população nessas amostras variou entre 8e 551 nematóides/g de raiz, Meloidogyne em 11,4% eHelicotylenchus em 2,8% das amostras. Nas amostras de solo,foram identificados Pratylenchus, Helicotylenchus, Meloidogynee Mesocriconemella, além de Heterodera glycines em algumasamostras provenientes de lavouras de soja. Os gênerosPratylenchus, Meloidogyne e Helicotylenchus, independente dacultura, predominaram nas amostras (raiz e solo) daslavouras do Sudoeste de Goiás.

SELEÇÃO DE ESPÉCIES ANTAGONISTAS A Meloidogyne ethiopica (WHITEHEAD, 1968) [SELECTIONOF ANTAGONISTIC PLANTS TO Meloidogyne ethiopica (WHITEHEAD, 1968)] Lima, E.A.1; Mattos, J.K.1; GomesCarneiro, R.2; Carneiro, R.M.D.G 3.1Universidade de Brasília, Departamento de Agronomia, C.P. 04364, CEP 79919-970Brasília, DF. 2Instituto Agronômico do Paraná, C.P. 481, CEP 860001-970 Londrina, PR. 3Embrapa Recursos Genéticose Biotecnologia, C.P. 02372, Brasília, DF, CEP 70849-979. E-mail: [email protected]

Meloidogyne ethiopica é uma espécie introduzida no Brasila partir de mudas de quivi provenientes do Chile, e quevem causando sérios prejuízos à viticultura naquele país.No Brasil, esse nematóide foi recentemente detectado emquivi, soja, tomate, yacon e fumo no Rio Grande do Sul,São Paulo, Distrito Federal e Santa Catarina. Não existemestudos sobre a utilização de rotação de cultura com plantasantagonistas para o controle dessa espécie, que é umaalternativa eficaz no combate ao nematóide de galhas,sobretudo em áreas altamente contaminadas. Vinte e seteespécies de plantas foram cultivadas em casa de vegetaçãoà temperatura média de 25-30 °C e foram inoculadas com5000 ovos. O delineamento foi de blocos ao acaso com 8repetições e o tomateiro foi usado como padrão de

suscetibilidade. A avaliação foi realizada dois meses após ainoculação, com base nos índices de galhas e massas deovos, número de ovos/g raiz e no fator de reprodução (FR).Das 27 espécies selecionadas, 12 se mostraram resistentes(FR<1,0) a M. ethiopica: amendoim, nabo, guandu forrageiro,guandu anão,mamona, mucuna anã, Crotalaria grantiana,C.apioclice, azevém, sorgo, aveia preta e centeio, essas quatroúltimas boas antagonistas para o inverno. Das espécies quese mostraram suscetíveis: mucuna preta, arroz, serradela eervilhaca comum tiveram baixos fatores de reprodução(Fr<10). Milho, ervilhas, ervilhaca forrageira e tremoçobranco foram altamente suscetíveis (FR>10), não sendorecomendados para rotação de culturas.

MORTALIDADE DE Meloidogyne exigua EM PRODUTOS QUÍMICOS E NATURAIS [MORTALITY OFMeloidogyne exígua IN NATURAL AND CHEMICAL PRODUCTS] Silva, E.H.1; Toyota, M.1; Canuto, R.S.1; Vilela, A.E.;Salgado, S.M.L.2; Campos, V.P.1; 1Universidade Federal de Lavras, Departamento de Fitopatologia, Lavras, MG, CEP37200-000. 2EPAMIG, Lavras, MG. E-mail: [email protected]

A indução de resistência pela ativação de mecanismosde defesa latentes existentes nas plantas em resposta aotratamento com agentes bióticos ou abióticos, representa

uma alternativa potencialmente útil no manejo defitodoenças. Visando selecionar produtos que sejamindutores de resposta de defesa em cafeeiro contra M. exigua,

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

o presente trabalho teve como objetivo avaliar a mortalidadede juvenis do segundo estádio (J2) de M. exigua na presençade produtos químicos e extratos naturais. Os extratosnaturais foram obtidos de folhas de urucum (Bixa orellana),eucalipto (Eucalyptus camaldulensis) e cafeeiro (Coffea arabica)e da casca de frutos de café. Os extratos foram usados nasconcentrações de 4, 8 e 16% peso/volume. Os produtos

químicos utilizados foram ácido salicílico nas concentraçõesde 0,2, 0,35 e 0,50 g.L-1; silicato de potássio 5, 7, e 10 ml.L-

1 e o silicato de cálcio 2, 4 e 8 g.L-1. Alta mortalidade de M.exigua, verificou-se quando os J2 foram colocados em AS eextratos naturais de casca de café (16%), folha de café (4, 8e 16%) e folha de urucum (4, 8 e 16%).

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E NATURAIS NA INFECTIVIDADE DEMeloidogyne exigua EM CAFEEIRO [ASSESSMENT OF APPLICATION OF NATURAL AND CHEMICALPRODUCTS IN THE INFECTIVITY OF Meloidogyne exigua IN COFFEE] Silva, E.H.1; Salgado, S.M.L.2; Vilela, A.E.1;Toyota, M.1; Campos,V.P.1. 1Universidade Federal de Lavras, Departamento. de Fitopatologia, Lavras, MG, CEP 37200-000, 2EPAMIG, Lavras, MG. E-mail: [email protected].

Meloidogyne exigua está amplamente disseminada naslavouras cafeeiras de Minas Gerais. Esse nematóide afeta odesenvolvimento normal da planta pela redução na absorçãoe translocação de nutrientes pelas raízes infectadas. Oobjetivo deste trabalho foi detectar algum efeito de produtosindutores de resistência na infectividade de juvenis dosegundo estádio (J2) de M. exigua. Desta forma, mudas decafeeiro foram tratadas com acibenzolar-S-metil (0,2 g i.a./L), extratos de casca de cafeeiro orgânico (16% p/v), defolha de cafeeiro orgânico (8% p/v) infectadas por Hemileiavastatrix, silicato de potássio (5mL/L) e silicato de cálcio(2g/L), aplicados 48 horas antes da inoculação de 1200 J2de M. exigua. O experimento foi instalado em salaclimatizada com controle de luz e temperatura,

empregando-se, como controle, mudas de cafeeiro quereceberam somente o J2 e mudas sem produto e seminóculo (absoluta). A presença dos juvenis nas raízes foiverificada pela coloração das raízes aos 2, 8 e 14 dias apósa inoculação, empregando-se 4 plantas/tratamento. Pelaquantificação dos juvenis dentro das raízes observou-seque o número de espécimes de M. exigua foi igual (Tukey,Pd”0,05) em todos os tratamentos nas três épocas de coleta(2, 8 e 14 dias após a inoculação do nematóide). Em algunscasos foi possível identificar a presença de juvenil em estádiomais avançado de desenvolvimento. Isso indica que osprodutos e extratos não impediram a penetração dos J2nas raízes.

ECLOSÃO DE Meloidogyne javanica EM GLICERINA [HATCHING OF Meloidogyne javanica IN GLICEROL]Rocha, F.S.1; Silva, E.H.1; Canuto, R.S.1; Rocha, S.P.S.2; Campos, V.P.1; 1Universidade Federal de Lavras, Depto. deFitopatologia, Lavras, MG, CEP: 37200-000. 2Centro Universitário de Lavras, Lavras, MG, CEP: 37200-000. E-mail:[email protected]

Os nematóides são armazenados e transportadoscongelados em nitrogênio líquido ou em solução salina deNaCl a 1%. Na busca de novas formas de preservação eavaliação de sobrevivência de embriões de nematóidesvários trabalhos têm sido realizados visando superar asrestrições e limitações no transporte e na conservação deovos. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo avaliara eclosão de M. javanica em diferentes concentrações deglicerina. Ovos de M. javanica foram extraídos de raízesgalhadas de tomateiros infectados, empregando-se a técnicade Hussey & Barker (1973). Em seguida, as câmeras deeclosão foram preparadas empregando-se placas de Petri(4,5 cm de diâmetro) forradas com tela de tecido poliéster

de 0,85 mm de diâmetro de poro, fixado em anéis de PVC,onde foram colocados 1.000 ovos de M. javanica em 5 mLde glicerina a 1, 5 ou 10%, diluída em água. A seguir asplacas foram colocadas a 28ºC por 14 dias. O ensaio foirealizado em delineamento inteiramente casualizado, com4 tratamentos e seis repetições, empregando-se água comotestemunha. Os juvenis de segundo estádio eclodidos foramavaliados a cada 24 horas, após 48 horas do início do ensaio.A cada período de avaliação trocou-se a solução de glicerina.As concentrações de glicerina influenciaram na eclosão deM. javanica, sendo que as menores eclosões ocorreram nasconcentrações de 5 e 10%, seguida da concentração de 1%.Sendo assim, pode-se concluir que a glicerina inibe a eclosão.

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XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

LEVANTAMENTO DE FITONEMATÓIDES ASSOCIADOS AO CULTIVO DO MELOEIRO NO RIOGRANDE DO NORTE E CEARÁ [SURVEY OF PLANT PARASITIC NEMATODES ON MELON CROP INRIO GRANDE DO NORTE AND CEARÁ STATES] Torres, G.R.C.; Sales Júnior, R.; Medeiros, H.A.; Correia, K.C.;Oliveira, K.C. Dept° de Ciências Vegetais, UFERSA, BR 110, km 47, Mossoró, RN, CEP 59625-900. E-mail:[email protected]

O cultivo intensivo de meloeiro (Cucumis melo) temresultado no aumento em severidade de fitonematoses noRio Grande do Norte e Ceará. Em face da importância dacultura e escassez de informações destes patossistemas, otrabalho objetivou levantar os gêneros de fitonematóidesassociados ao meloeiro nos referidos Estados. Olevantamento foi realizado de outubro de 2005 a outubrode 2006, em 325,21 ha em fazendas situadas em Mossoró,Baraúna e Governador Dix Sept Rosado (RN) e em Itaiçaba,Aracati e Icapuí (CE). Amostras compostas de 300 cm3 desolo e 100 g raiz por hectare foram coletadas, emcaminhamento do tipo ziguezague. Fitonematóides foramextraídos do solo pelo método da flotação-centrífuga e dasraízes pelo referido método associado à trituração em

liquidificador. A identificação em microscópio óticopermitiu detectar os gêneros Helicotylenchus, Rotylenchulus,Pratylenchus, Meloidogyne, Criconemella e Trichodorus, ocorrendoisolada ou concomitante, em 62%, 53%, 19%, 17%, 11% e4% das áreas. Níveis populacionais, médios a altos paraRotylenchulus, Meloidogyne e Helicotylenchus, estiveram em 80%,63% e 45% das áreas com tempo de cultivo maior ou iguala três anos. Para Pratylenchus, Criconemella, Helicotylenchus eMeloidogyne, níveis considerados baixos ocorreram em 89%,80%, 38% e 25% das áreas com o referido tempo. Asprincipais fitonematoses responsáveis por decréscimo deprodutividade no cultivo de meloeiro, nos estados do RioGrande do Norte e Ceará, são causadas por Rotylenchulussp. e Meloidogyne sp.

OCORRÊNCIA DE Meloidogyne mayaguensis ASSOCIADO A PIMENTÃO NO MUNICÍPIO DE BARAÚNA,RIO GRANDE DO NORTE [OCURRENCE OF Melodogyne mayaguensis ASSOCIATED TO PEPPER IN BARAÚNAMUNICIPALITY, IN RIO GRANDE DO NORTE STATE] Torres, G.R.C.; Sales Júnior, R.; Medeiros, H.A. Departamentode Ciências Vegetais, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, BR 110, km 47, Mossoró, RN, CEP 59.625-900. E-mail:[email protected]

Meloidogyne mayaguensis foi assinalado pela primeira vezno Brasil em Petrolina (PE) e Curaçá e Maniçoba (BA),causando danos em plantios comerciais de goiabeira(Psidium guajava). Em 2004, no município de Touros (RN) eem 2005 nos municípios de Assu e Limoeiro do Norte, RNe CE respectivamente, a espécie foi detectada com indíciosde sua introdução, nos referidos Estados, por meio demudas de goiabeira provenientes de Petrolina. Esse trabalhoteve por objetivo fazer o assinalamento de M. mayaguensisassociado a plantio de pimentão (Capsicum annum), cv.‘Comandante’, no município de Baraúna-RN. A área decultivo de pimentão encontrava-se em período de colheita,na qual as plantas mortas em reboleiras apresentavamsistemas radiculares infestados por nematóides do gênero

Meloidogyne. Por meio do fenótipo á-esterásico espécieespecífico foi possível identificar a espécie como sendo M.mayaguensis. A área de sua ocorrência localizava-se em talhãovizinho à instalação de um pomar de 3 ha de goiabeira cv.‘Paluma’ em 1998, cujas mudas foram provenientes dePetrolina. Três anos após a instalação, houve mortelocalizada de plantas que apresentavam galhas no sistemaradicular e, em 2002, todo o pomar foi erradicado. Os restosculturais foram transferidos para a área onde foi cultivadoo pimentão e depositados em local coincidente com asreboleiras anteriormente citadas, para posterior queima.Conclui-se que antes de ser realizada a operação, houvetempo para a disseminação do patógeno na área atualmenteinfestada.

OCORRÊNCIA DE Hoplolaimus galeatus ASSOCIADO À RIZOSFERA DE BANANEIRA NO ESTADODO CEARÁ [OCURRENCE OF Hoplolaimus galeatus ASSOCIATED TO BANANA RIZOSPHERE IN CEARÁ,BRAZIL] Torres, G.R.C.1; Medeiros, H.A.2; Sales Júnior, R.2; Moura, R.M.1. 1Deptartamento de Agronomia, UFRPE,Recife, PE, CEP 52171-900. 2Dept° de Ciências Vegetais, UFERSA, BR 110, km 47, Mossoró, RN, CEP 59625-900. E-mail: [email protected]

Economicamente, espécies importantes do gêneroHoplolaimus são H. columbus, H. galeatus e H. indicus. No Brasil,

H. galeatus foi assinalado em eucalipto (Eucalipytus sp.),pinheiro (Pinus sp.) e cana-de-açúcar (híbridos de Saccharum

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

spp.). O trabalho objetivou assinalar H. galeatus associado àrizosfera de bananeira (Musa sp.) var. ‘Gran Naine’ no Ceará.Foram enviadas ao Laboratório de Fitonematologia daUniversidade Federal Rural de Pernambuco três amostrasde solo de rizosfera de bananeira var. ‘Gran Naine’ cultivadaem Limoeiro do Norte-CE. De cada amostra, 300 cm3 desolo foram processados pelo método da flotação-centrífugae procedida a identificação dos gêneros de fitonematóidese determinação dos níveis populacionais. Foram preparadaslâminas semi-permanentes para identificação da espéciepertencente ao gênero Hoplolaimus e realização de estudo

morfométrico, com base nas variáveis L, a, b, c, V e s obtidasda medição de 15 fêmeas. Os valores médios foramcomparados a aqueles de outras populações caracterizadascomo H. galeatus. A partir da identificação genérica,detectou-se média de 31 formas vermiformes de Hoplolaimussp. por 300 cm3. Os valores médios das variáveis L, a, b, c,V e s permitiram identificar a população em estudo comopertencente à espécie H. galeatus, tendo apresentadocaracterísticas morfométricas próximas às das populaçõesdescritas como pertencentes à espécie.

REAÇÃO DE CULTIVARES E ACESSOS DE MELANCIA A Rotylenchulus reniformis RAÇA A [RESPONSESOF CULTIVARES AND PLANT INTRODUCTION OF WATERMELON TO Rotylenchulus reniformis RACE A] Medeiros,H.A.; Torres, G.R.C.; Sales Júnior, R. Depto de Ciências Vegetais, UFERSA, BR 110, km 47, Mossoró, RN, CEP 59.625-900. E-mail: [email protected]

No Rio Grande do Norte, o cultivo de meloeiro (Cucumismelo) realizado concomitante ao da melancia (Citrulluslanatus), tem como um dos fatores limitantes a fitonematosecausada por Rotylenchulus reniformis. Dados sobre a reaçãoda melancia a tal patógeno são escassos para o uso emsistema de rotação. O trabalho objetivou avaliar a reaçãode cultivares e acessos de melancia a R. reniformis, raça A. Oensaio foi conduzido em casa-de-vegetação, emdelineamento inteiramente casualisado, com novetratamentos e quatro repetições, correspondentes àscultivares (“Crimson Sweet”, “Charleston Gray”, “SugarBaby” e “Omaru Yamato”) e aos acessos de melancia (MO1,MO2, MO3 e MO4), coletados em áreas de cultivo demeloeiro do município de Mossoró-RN, e ao meloeiro cv.“Amarelo Ouro” (testemunha de viabilidade de inóculo).

A parcela consistiu-se de uma planta por vaso, contendo600 cm3 + 900 cm3 de solos naturalmente infestado eesterilizado respectivamente, totalizando 2.784 formasvermiformes do patógeno. Cinco sementes foram plantadaspor vaso, efetuando-se o desbaste aos sete e colheita aos 76dias após o plantio, quando foi avaliado o fator dereprodução (FR), quociente entre total de R. reniformis porparcela (no solo e sistema radicular, extraído pelo métododa flotação-centrífuga e por este associado a trituração emliquidificador, respectivamente), pelo total de R. reniformisno solo no momento do plantio. Todos os acessos ecultivares de melancia apresentaram FR < 1, enquanto acultivar “Amarelo Ouro” apresentou FR = 6,73. Osgenótipos de melancia testados comportaram-se como maushospedeiros de R. reniformis raça A.

REAÇÃO DE CULTIVARES DE MELOEIRO E ACESSOS DE Cucumis metuliferus A Rotylenchulusreniformis RAÇA A [RESPONSES OF CULTIVARS OF MELON AND PLANT INTRODUCTION OF Cucumismetuliferus TO Rotylenchulus reniformis RACE A] Medeiros, H.A.; Torres, G.R.C.; Guimarães, I.M.; Sales Júnior, R..Departamento de Ciências Vegetais, UFERSA, BR 110, km 47, Mossoró, RN, CEP 59.625-900. E-mail:[email protected]

A espécie selvagem africana Cucumis metuliferus é citadacomo fonte de resistência aos nematóides das galhas(Meloidogyne sp.), assim como o meloeiro cv. “Chilton”, queherdou a resistência a partir de híbrido interespecífico entreC. melo e C. metuliferus. No entanto, não se dispõe deinformações quanto à reação a Rotylenchulus reniformis,limitante à exploração comercial de meloeiro no agro-póloAssú-Mossoró-RN. O trabalho objetivou avaliar a reaçãode duas cultivares de meloeiro (“Chilton” e “Hi Mark”) edois acessos de C. metuliferus (“A” e “B”) ao referidonematóide, em um ensaio em casa-de-vegetação, conduzido

em delineamento inteiramente casualisado com quatrotratamentos, correspondentes aos genótipos, e quatrorepetições. A parcela consistiu de uma planta de cadagenótipo, em vaso, contendo 3.000 cm3 de solo esterilizado.O semeio dos genótipos foi realizado em bandejas de isoporcontendo substrato do tipo Plantmax® e 14 dias após fez-se o transplantio para os vasos. O solo foi infestado por2.000 formas vermiformes de R. reniformis raça A (fêmeasimaturas, machos e juvenis) dois dias após o transplantio ea colheita do ensaio 37 dias após a infestação, quando foicalculado o fator de reprodução (FR). A cultivar de meloeiro

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XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

“Hi Mark”, testemunha de viabilidade de inóculo,comportou-se como boa hospedeira (FR= 3,26); a cultivar“Chilton” apresentou FR = 1,20. Os acessos de C. metuliferus“A” e “B” apresentaram FR iguais a 0,36 e 0,52

respectivamente, comportando-se como más hospedeiras;o que faz da espécie possível fonte de resistência a R.reniformes.

EFEITO DE DOSES DE SILICATO DE CÁLCIO E POTÁSSIO NA SEMEADURA NO CONTROLE DEMeloidogyne javanica EM PEPINO EM CASA DE VEGETAÇÃO [EFFECT OF DOSES OF CALCIUM ANDPOTASSIUM SILICATES AT SEEDING ON THE CONTROL OF Meloidogyne javanica OF CUCUMBER INGREENHOUSE] Costa, L.S.A.S.; Freire, E.S.; Campos, V.P.; Gomes, L.A.A.; Oliveira, M.S.; Universidade Federal deLavras, C.P. 3037, Lavras, MG, CEP 37200-000. E-mail: [email protected]

O uso de silício tem demonstrado resultados bastantepromissores no controle de enfermidades causadas porfungos em plantas. Porém, são escassas as informaçõessobre o controle de fitonematóides. O objetivo destetrabalho foi testar diferentes doses de silicato de cálcio(CaSiO3) e potássio (K2SiO3) para o controle de Meloidogynejavanica em plantas de pepino, cultivar Caipira. As sementesforam plantadas em bandejas de isopor de 128 células emsubstrato agrícola Plantmax® contendo 0g, 1g, 2g ou 4gde CaSiO3 por dm-3 ou 0mL, 0,8mL, 1,6mL ou 3,2 mL deK2SiO3. Aos dez dias após a semeadura, as mudas foramtransplantadas para vasos plásticos de um litro e mantidasem casa de vegetação. O ensaio foi organizado em

delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetiçõespor tratamento. Cinco dias após o transplantio, os vasosforam infestados com 500 juvenis do segundo estádio deM. javanica por planta. Aos 40 dias foram avaliados osnúmeros de galhas e de ovos por sistema radicular. Asplantas de pepino apresentaram redução de galhas e ovosde M. javanica por sistema radicular, com aumento das dosesde K2SiO3 aplicadas. A aplicação do CaSiO3 nas três dosestestadas reduziu o número de galhas e de ovos de M. javanica,sendo que a dose de 2g de CaSiO3 foi melhor do que a de4g de CaSiO3 para número de galhas. Na redução donúmero de ovos de M. javanica, a melhor dose foi de 4g deCaSiO3.

ESTUDO PRELIMINAR DA RESISTÊNCIA DE PORTA-ENXERTOS DE VIDEIRA A Meloidogyne ethiopica[PRELIMINARY STUDY OF THE RESISTANCE OF GRAPEVINE ROOT-STOCKES TO Meloidogyne ethiopica].Somavilla, L.1; Gomes, C.B.2; Campos, A.D.2; Naves, R.L3. 1Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n,C.P. 354, Pelotas, RS; 2Embrapa Clima Temperado C.P. 403, Pelotas RS; 3Embrapa Uva e Vinho, Estação Experimental deJales, C.P. 241, CEP 96010-900, Jales-SP. E-mail: [email protected]

Recentemente a espécie do nematóide das galhas,Meloidogyne ethiopica, foi relatada no Brasil em plantas de quivie, posteriormente, em outras culturas. Esta praga, no Chile,é um dos principais problemas que limita a videira, causandodesde a redução da produção até a morte da planta.Considerando-se que existem poucas informações sobre aresistência de porta-enxerto de videira a M. ethiopica, e queesta cultura é de grande importância para o Brasil, teve-sepor objetivo, neste trabalho, avaliar a reação de cinco porta-enxertos de videira (tropicais e de clima temperado) a estenematóide. Mudas dos diferentes porta-enxertos, obtidasde cultura de tecidos, foram inoculadas com 10.000 ovosde M. ethiopica/planta. Tomateiros da cv. Santa Cruz foramutilizados como testemunhas. Oito meses após a inoculação,as raízes de cada planta foram separadas da parte aérea eavaliadas quanto ao peso fresco, número de galhas e ovos,e fator de reprodução (FR= população final/populaçãoinicial) do nematóide. Consideraram-se como resistentes,

plantas com FR<1,00, imunes, FR=0,00 e, suscetíveis,FR>1,00. Através de amostras de folhas e raízes dosdiferentes porta-enxertos, quantificaram-se a atividadeenzimática de peroxidase (PO), polifenol-oxidase (PFO) ea concentração de fenóis (H2O, metanol 50% e 100%). Aseguir, os valores de cada variável obtidos em cadatratamento foram submetidos à ANOVA e teste de Duncana 5%; sendo os valores de PO, PFO e compostos fenólicoscorrelacionados com os respectivos FR do nematóide emcada porta-enxerto. ‘Sulferino’ e ‘420A’ comportaram-secomo suscetíveis à M. ethiopica, enquanto que ‘SO4’, ‘IAC313’ e ‘Harnony’, foram maus hospedeiros do nematóide.Entre as variáveis bioquímicas estudadas, a atividade dePFO na raiz foi correlacionada negativamente com o FRdo nematóide em quatro das cinco cultivares analisadas,demonstrando assim, uma possível associação dessa enzimana planta com resistência a M. ethiopica.

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE CAFEEIRO A DIFERENTES POPULAÇÕES DE Meloidogyne spp.[REACTION OF COFFEE GENOTYPES TO DIFFERENT POPULATIONS OF Meloidogyne spp.] Muniz, M.F.S.1*;Campos, V.P.2; Moita, A.W3.; Gonçalves, W.4; Carneiro, R.M.D.G.5. 1UFAL–CECA, CEP 57100-000 Rio Largo, AL; 2

Universidade Federal de Lavras, Departamento de Fitopatologia, C.P. 3037, CEP 37200-000 Lavras, MG; 3EmbrapaHortaliças Km 9 BR 60, CEP 70359-970 Brasília, DF; 4IAC – C.P. 28, CEP 13001-970 Campinas, SP; 5Embrapa Cenargen,C.P. 02372, Brasília, DF, CEP 70849-090. *Bolsista FAPEAL. E-mail: [email protected]

Dentre os fitonematóides, as espécies de Meloidogyne sãoas mais prejudiciais à cafeicultura brasileira. O objetivo destetrabalho foi avaliar a resistência de sete genótipos de cafeeiroa seis populações de Meloidogyne spp. O experimento foirealizado em casa de vegetação, no delineamento em blocosao acaso, em esquema fatorial com oito repetições,empregando-se plantas com seis meses de idade. O inóculofoi de 10.000 ovos/planta, sendo que as populações dosnematóides foram previamente caracterizadas pelosfenótipos de esterase e malatodesidrogenase. A avaliaçãofoi realizada oito meses após a inoculação, com base nosíndices de galhas e massas de ovos, número de ovos/g deraiz e no fator de reprodução (FR) do nematóide. Todos osgenótipos foram altamente suscetíveis a M. incognita (I2N1,I1N1) (FR=8,6-16,5; 25,5-76,5) e M. paranaensis, P1N1

(FR=8,8-31,5). As cultivares IAPAR 59, Tupi Amarelo eTupi Vermelho apresentaram baixos valores de FR (0,1-0,4), quando inoculadas com Meloidogyne sp. (S2N1,proveniente de cafeeiro, Garça, SP), sendo consideradasresistentes, enquanto IAC 144, IAC Obatã, IAC 4361 eH419-5-4-5-2-Paraíso, comportaram-se como suscetíveis(FR=1,2-3,9). Para M. mayaguensis proveniente de SantaMariana, PR, as cultivares IAPAR 59 e Tupi Amarelocomportaram-se como suscetíveis (FR=1,3-1,6) e os demaisgenótipos foram resistentes. Entretanto, para a populaçãodesse nematóide obtida de cafeeiros da Costa Rica apenasTupi Vermelho mostrou-se resistente, sendo os demaissuscetíveis (FR=1,1-12,4), o que demonstrou variabilidadeintraespecífica na patogenicidade de M. mayaguensis.

ESTUDO PRELIMINAR DA FAVORABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE Ditylenchus dipsaci COM BASENA TEMPERATURA DA ÁREA DE AVALIAÇÃO [PRELIMINAR STUDY FOR OCCURRENCE FAVOURINGOF Ditylenchus dipsaci BASED ON EVALUATED LOCAL TEMPERATURE] Tenente, R.C.V.; Melo, L.A.M.P.; Carrijo,T.S. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília-DF, CEP 70.770-900. E-mails: [email protected];[email protected]

As espécies pertencentes ao gênero Ditylenchus sãoimportantes fitonematóides apresentando ampladiversidade de hospedeiros, entre as quais as plantassilvestres. Dentre as espécies, a mais devastadora é Ditylenchusdipsaci e é a mais importante espécie no Brasil. Existemrelatos deste nematóide na cultura de alho (Allium sativum)e cebola (A. cepa) em diversos estados brasileiros. Açõesvisando o manejo desta praga são imperativas e, dentre taisações, a avaliação do tempo médio de desenvolvimento donematóide (estádio juvenil 4 a juvenil 4), é possível atravésdo cálculo de graus-dia acumulados (soma térmica).Nematóides, bem como outros organismos, não mantêm atemperatura corporal constante e, assim, a temperaturaambiente é um fator determinante de seu desenvolvimento.Os graus-dia acumulados medem o tempo fisiológico dedesenvolvimento e, portanto, servem como indicador doperíodo de formação de novas gerações da praga. Neste

trabalho, foi efetuado o cálculo de graus-dia acumulados,através do “método do retângulo” para D. dipsaci em diversaslocalidades do Brasil, estimando, preliminarmente, onúmero de gerações da praga no período de um ano emdiversas localidades do País. Para o cálculo dos graus-diaacumulados, foram utilizados dados das temperaturasmáxima e mínima diárias do ano de 2006 de diversasestações meteorológicas do INPE, disponibilizadas viaInternet, e os valores de temperatura base inferior e superiorde desenvolvimento do nematóide (usados na fórmula decálculo de graus-dia) com base em estudos dedesenvolvimento do parasito. Obteve-se como resultadoum mapeamento (em nível preliminar) de diversas áreas doPaís apontando o número médio de gerações/ano da praga,servindo de subsídio para ações diversas de manejo daespécie.

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UMA NOVA FERRAMENTA PARA DAR SUPORTE A IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DE Ditylenchus,BASEADA NA CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO. Tenente1, R.C.V.; Rissoli2, V.R.V.; Cares3, J.E.; Santos4, T.O.; Martins4,D.M.S. 1Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília, DF; 2Universidade Católica de Brasília, DF; 3Universidadede Brasília, DF, 4Bolsistas da Embrapa. E-mail: [email protected]

A identificação de nematóides em nível de gênero ouespécie consiste em uma tarefa lenta e trabalhosa,principalmente, quando realizada sem o suporte técnicoespecializado, podendo gerar resultados inconsistentes eduvidosos. Dentre as diversas maneiras de suprir estaausência do especialista e proceder com a identificaçãodesses organismos, com certo grau de confiabilidade, faz-se necessário o uso de ferramentas cada vez mais eficientes,dentre as quais se encontra a informática. Com o intuito deviabilizar este processo, sem o auxílio contínuo de umprofissional, está sendo criado um tipo de sistema capaz degerir as informações necessárias para oferecer suporte aidentificação consistente deste parasita. Este Sistema jápossui um protótipo desenvolvido em linguagem deprogramação Java, por meio do NetBeans 5.5, uma poderosaferramenta de desenvolvimento em linguagem de

programação. Portanto, inicialmente, foram feitoslevantamentos bibliográficos das cinco principais espéciesde Ditylenchus: D. africanus, D. myceliophagus, D. angustus, D.destructor e D. dipsaci. A partir de informações como:morfologia e morfometria, distribuição geográfica e plantashospedeiras, obtidas através de revistas especializadas,publicações científicas, banco de dados internacionais e sitesde busca, pode-se chegar a uma chave dicotômica queviabilizará o processo de identificação por este sistema,classificado em informática como Sistema Especialista.Visando facilitar a utilização e identificação pelo usuário, oSistema terá acesso ao Banco de Imagens da EmbrapaRecursos Genéticos e Biotecnologia, com imagensespecíficas das características a serem analisados peloobservador. Assim, este trabalho poderá fornecer maissuporte técnico à área de defesa vegetal do país.

REPRODUÇÃO DE Pratylenchus brachyurus EM DIFERENTES GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS[REPRODUCTION OF Pratylenchus brachyurus IN DIFFERENT FORAGE GRASSES] Toigo, R.J.; Silva Junior, A.B.;Neves, D.L.; Campos, H.D.; Silva L.H.C.P. Universidade de Rio Verde – FESURV, C.P. 104, Rio Verde, Goiás, CEP 75901-970. E-mail: [email protected].

Com o objetivo de avaliar a capacidade reprodutiva dePratylenchus brachyurus em diferentes plantas forrageiras, foiinstalado um ensaio em casa de vegetação na Universidadede Rio Verde – FESURV. Os tratamentos foramconstituídos pelas espécies Brachiaria brizantha cv. Marandu,Pennisetum glaucum (ADR 500), Brachiaria brizantha, Pennisetumglaucum (Nutrifield), Brachiaria híbrida cv. Mulato, Pennisetumglaucum (ADR 300), Cover Crop, Brachiaria decumbens,Brachiaria ruziziensis e como testemunha utilizou-se a cultivarde soja (Glycines max) Emgopa 316. O delineamentoexperimental utilizado foi inteiramente casualizado com 10repetições. Cada parcela foi representada por um copo, comcapacidade de 500ml de substrato, contendo duas plantas.Como inóculo de P. brachyurus foi utilizada uma suspensão

de 5 mL contendo 4000 nematóides para cada copo. Aos70 dias após a inoculação realizaram-se as avaliações depeso do sistema radicular, número total de nematóides porsistema radicular, número de nematóides por grama de raize fator de reprodução (FR). As espécies Pennisetum glaucum(Nutrifield), Brachiaria ruziziensis, Pennisetum glaucum (ADR300), Pennisetum glaucum (ADR 500) e Brachiaria brizantha cv.Marandu proporcionaram FR inferior a 0,66. O menor valorde FR (0,30) foi obtido com o Pennisetum glaucum (Nutrifield).Já as espécies Brachiaria brizantha e Brachiaria híbrido cv.Mulato o FR foi de 0,86 e 0,99, respectivamente. A Brachiariadecumbens, Cover Crop e soja Emgopa 316, o FR foi de 1,40,1,57 e 2,24, respectivamente, sendo essas multiplicadorasdo nematóide.

AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE E INFECTIVIDADE DE NEMATÓIDES ENTOMOPATOGÊNICOS(RHABDITIDA) ARMAZENADOS EM ESPUMA [EVALUATION OF ENTOMOPATHOGENIC NEMATODESVIABILITY AND VIRULENCE WHEN STORED IN FOAM] Burla, R.S; Molina, A.J.P; Entringer, G.C.; Dolinski, C.Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro/CCTA/LEF. Av. Alberto Lamego, 2000, Pq. Califórnia.Campos dos Goytacazes, RJ, Cep 28013-620. E-mail: [email protected]

Obter formas que prolonguem a viabilidade dosnematóides entomopatogênicos (NEPs) durante o

armazenamento é de fundamental importância. O objetivodeste trabalho foi avaliar a capacidade da espuma em manter

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

a viabilidade e infectividade dos juvenis infectantes (JIs) deSteinernema feltiae Sn, S. carpocapsae NCALL, Heterorhabditisbaujardi LPP7 e H. bacteriophora HP88, nas concentraçõesde 20.000 (1); 40.000 (2) e 60.000 (3) JIs/20 mL de águadestilada. Os pedaços de espumas (2,5 cm de diam. e 3 cmde altura) e os JIs foram colocados em sacoshermeticamente fechados sendo a viabilidade e infectividadeavaliadas com 1 e 2 meses. Em cada tempo de avaliaçãoforam retiradas 3 amostras de cada tratamento. Para o testede viabilidade foi quantificado o número de JIs vivos emortos; já para o teste de infectividade, foram utilizadas 3placas (9 cm) com 5 larvas de Galleria mellonella (Lepidoptera:

Pyralidae). A viabilidade apresentou diferenças para osfatores concentração, período e espécie. As concentrações1 e 2 apresentaram 87,7% e 86,1% de viabilidade, sendodiferentes à concentração 3. Os períodos 1 e 2 apresentaramdiferenças de 88,6 e 83,2%, respectivamente. Para a variávelinfectividade, só o fator concentração apresentou diferenças.As concentrações 1 e 2 foram diferentes à concentração 3com 98,8; 98,3 e 96%, respectivamente. A infectividade dosNEPs foi superior a 96,4%. Os resultados mostram que aespuma tem favorecido o armazenamento dos NEPsmantendo a viabilidade e infectividade, sendo necessáriosmais testes que confirmem estes fatos.

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES LINHAGENS DE NEMATÓIDES ENTOMOPATOGÊNICOS PARA OCONTROLE DA MOSCA DO MEDITERRÂNEO (Ceratitis capitata) EM LABORATÓRIO [USE OFDIFFERENT ENTOMOPATHOGENIC NEMATODES STRAINS FOR CONTROLING MEDITERRANEANFRUIT FLY IN LAB CONDITIONS] Burla, R.S; Minas, R.S; Dolinski, C.; Souza, R.M. Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro/CCTA/LEF, Av. Alberto Lamego, 2000, Campos dos Goytacazes, RJ. CEP 28013-620. E-mail: [email protected]

A mosca do Mediterrâneo (Ceratitis capitata, Diptera:Tephritidae) tem sido um problema na exportação de frutas,seja pelo risco de infestar regiões livres da praga ou peloalto índice de resíduos de pesticidas. A mosca atacapreferencialmente frutos maduros, onde deposita seus ovosno interior dos mesmos, por isso, de difícil controle. Estasmoscas podem infestar várias fruteiras: goiaba, jabuticaba,pitanga, manga, carambola, laranja. Os nematóidesentomopatogênicos (NEPs) têm sido estudados paracontrole de pragas, pois estes são menos agressivos ao meioambiente. O objetivo deste trabalho foi comparar diferenteslinhagens de NEPs no controle de larvas desta praga. Aunidade experimental (UE) foi constituída de um copoplástico (4 cm de altura x 3,5 cm de diâmetro), contendo

31,5 g de areia, 10% de umidade e uma larva no 3o instar.Foram utilizadas 8 linhagens de NEPs (Heterorhabditisbaujardi LPP7 e LPP1; Heterorhabditis sp LPP14, LPP9,LPP17 e LPP12; Steinernema carpocapsae NCALL; H.bacteriophora HP88), sendo cada uma com três concentraçõesde juvenis infectantes (JIs) (100, 300, 500 JIs / UE) e umatestemunha (larvas sem aplicação de NEPs), constituindoum arranjo fatorial 8x3+1, cada tratamento com 10repetições. As espécies de NEPs apresentaram diferençasestatísticas (Tukey, P<0.05) só com relação à testemunha,tendo percentagens de mortalidade variando entre 70 a100%, enquanto que a testemunha apresentou 0% demortalidade. A análise mostrou que não houve diferençasentre as concentrações

REAÇÃO DE ACESSOS DE Psidium spp. A Meloidogyne mayaguensis [HOST STATUS OF ACCESSIONS OFPsidium spp. TO Meloidogyne mayaguensis] Burla, R.S.1; Souza, R.M.1; Gonçalves Jr.; E.2; Pereira, F.O.M.1. 1UniversidadeEstadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro/CCTA/LEF. Av. Alberto Lamego, 2000, Cep: 28013-620, Campos dosGoytacazes, RJ. 2Viveiro Itabapoana, Bom Jesus do Itabapoana. E-mail: [email protected]

Meloidogyne mayaguensis é uma espécie polífaga que atacaalém de goiabeiras e araçás, plantas ornamentais, fumo, soja,café, mamão, acerola e tomate. Os nematóides-das-galhassão de difícil controle, assim, a busca por genótiposresistentes é uma prioridade para se obter um controleeconômico e não agressivo ao meio ambiente. O presentetrabalho objetivou avaliar acessos de goiabeiras e araçáquanto à sua resistência/suscetibilidade a este nematóide.Vinte e seis acessos de goiabeira e um de araçá foramproduzidos a partir de estacas ou sementes e inoculados

com 5 mil ovos e juvenis de segundo-estádio/planta, e após135 dias foi quantificado o número de galhas e ovos/g deraiz de cada acesso. Para isto, o sistema radicular das plantasfoi pesado, sendo retiradas 3 alíquotas de 10g para a extraçãodos ovos através de agitação manual (3 min) em recipientecom hipoclorito a 0,6%. A goiabeira cv. Paluma foi utilizadacomo referência, pois sabe-se que esta é altamente suscetívela M. mayaguensis. Foram considerados resistentes (R),medianamente resistentes (MR) e suscetíveis (S),respectivamente, os acessos que apresentaram menos de

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5%, de 5 a 10% e mais de 10% do total de ovos/g de raizda cv. Paluma. Todos os acessos de goiabeiras apresentarammais de 100 galhas/sistema radicular, enquando que oacesso de araçá apresentou média de nove galhas/sistema

radicular. A cv. Paluma apresentou média de 770 ovos/graiz, enquanto que os acessos de goiabeira foram todosclassificados como S (> 10%), e o acesso de araçáapresentou-se como MR (6,75%).

SUSCETIBILIDADE DE Heterorhabditis amazonensis (RHABDITIDA: HETERORHABDITIDAE) AFUNGOS PREDADORES DE NEMATÓIDES [SUSCEPTIBILITY OF Heterorhabditis amazonensis (RHABDITIDA:HETERORHABDITIDAE) TO NEMATODE-TRAPPING FUNGI] Andaló, V.1; Moreira, G.F.1; Maximiniano, C.2;Moino Jr., A.1; Campos, V.P.2. 1UFLA, Depto de Entomologia, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras, MG.E-mail:[email protected], Depto de Fitopatologia, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras, MG.

A sobrevivência de nematóides entomopatogênicos(NEP) no solo é limitada por fatores bióticos e abióticos, eentre seus inimigos naturais estão os fungos predadores,que produzem estruturas miceliais para capturarnematóides. Teve-se como objetivo avaliar a suscetibilidadede Heterorhabditis amazonensis a diferentes fungos predadores.Para isolamento dos fungos foi feita a centrifugação de solo,e o precipitado obtido foi transferido para placas de Petricom ágar e H. amazonensis, sendo verificada a presença defungos durante 15 dias. Foi avaliada a capacidade depredação dos fungos Arthrobotrys conoides, Arthrobotrysoligospora e Duddingtonia flagrans, assim como o tempo gastopelo fungo para formação das armadilhas e captura dosnematóides. Posteriormente, avaliou-se a capacidade depredação dos fungos em areia, solo, esterco e a combinação

entre eles. Foi liberada uma larva de Galleria mellonella comquatro, oito ou doze dias após a inoculação do NEP e apóstrês dias verificada a mortalidade da larva. No ensaio deisolamento foi obtido um isolado do fungo A. oligospora.Quando em placas com ágar A. conoides e D. flagransformaram armadilhas e capturaram os nematóides 48 h apósa inoculação do NEP, enquanto A. oligospora levou 72 h.Após sete dias todos os juvenis infectivos haviam sidopredados. Em relação aos substratos observou-se que sãonecessários pelo menos 8 dias de contato do fungo com oNEP para que esse seja predado, não causando mortalidadeem G. mellonella, no entanto, no tratamento com areia foramnecessários doze dias. Desta forma, verificou-se que essesfungos são capazes de predar H. amazonensis, porém, existevariação no tempo e no substrato em que eles estejam.

OCORRÊNCIA DE Meloidogyne E SUAS PLANTAS HOSPEDEIRAS NA REGIÃO DE GOIÂNIA EMUNICÍPIOS VIZINHOS, GOIÁS, BRASIL [OCCURRENCE OF Meloidogyne AND ITS HOST PLANTS IN THEREGION OF GOIÂNIA AND NEIGHBORING MUNICIPALITIES, GOIÁS, BRAZIL] Santos, B.B.; Nascimento,J.B.; Araújo, W.S. Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, C.P.131,Goiânia, Goiás, CEP 74001-970. E-mail: [email protected]

As espécies de Meloidogyne são importantes por infligiremseveros danos em diferentes culturas, causando morte deplantas, prejuízos na produção e depreciandocomercialmente mudas e outros produtos. Assim, um dosaspectos importantes no estudo destes nematóides é olevantamento de suas plantas hospedeiras. Com esteobjetivo, plantas foram coletadas nos municípios de Goiânia,Hidrolândia, Santo Antonio e Trindade. As plantas coletadasforam levadas ao laboratório onde as raízes foram fixadasem formol a 5%. As fêmeas de Meloidogyne foram retiradasdas raízes utilizando-se um estereomicroscópio e suaidentificação foi feita analisando-se a sua região perineal.As plantas infestadas pertenciam a 17 famílias, incluindo27 gêneros e 29 espécies: Amaranthaceae: Amaranthus lividusL., Celosia cristata L., Celosia sp.; Apiaceae: Coriandrum sativumL., Daucus carota L.; Asteraceae: Cichorium intybus L., Emiliasonchifolia DC, Galinsoga parviflora Cav.; Begoniaceae: Begonia

sp.; Brassicaceae: Brassica juncea (L.) Germ. E Cross, Brassicaoleracea L., Raphanus sativus L.; Caricaceae: Carica papaya L.;Chenopodiaceae: Beta vulgaris L.; Curcubitaceae: Curcubitapepo L., Luffa cylindrica (L.)Roem.; Fabaceae: Phaseolus vulgarisL.; Laminaceae: Ocimum basilicum L., Solenostemon scutellarioides(L.) Codd; Liliaceae: Allium fistulosum L.; Malvaceae: Sidacordifolia L., Hibiscus esculentus L.; Moraceae: Ficus carica L.;Portulacaceae: Portulaca grandiflora Hook, Portulaca oleraceaeL.; Rubiaceae: Borreria sp.; Solanaceae: Capsicum annuum L.,Lycopersicon esculentum Mill.; Oxalidaceae: Oxalis sp. Meloidogyneincognita parasitou 13 espécies de plantas, M. arenaria eMeloidogyne spp. foram observadas em 11 espécies de plantase M. javanica esteve presente somente em Begonia sp. coletadaem Goiânia. Esses dados vêm contribuir com as poucasinformações existentes em relação às plantas hospedeirasdos nematóides do gênero Meloidogyne para o estado deGoiás.

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

REPRODUÇÃO DE Pratylenchus brachyurus EM DIFERENTES LINHAGENS DE SORGO[REPRODUCTION OF Pratylenchus brachyurus IN DIFFERENT SORGHUM LINES] Silva Junior, A.B.; Toigo, R.J.;Neves, D.L.; Campos, H.D.; Silva, L.H.C.P.; Silva, J.C.R. Universidade de Rio Verde/FESURV, C.P. 104, Rio Verde, GO,CEP 75901-970. E-mail: [email protected].

Com o objetivo de avaliar a capacidade reprodutiva dePratylenchus brachyurus em diferentes linhagens de sorgo,instalou-se um ensaio em casa de vegetação na Universidadede Rio Verde – FESURV. Os tratamentos foramconstituídos por 29 linhagens. O delineamento experimentalutilizado foi inteiramente casualizado em 10 repetições.Cada parcela foi constituída por um copo plástico comcapacidade para 500mL de substrato [solo e areia (1:1)desinfestado], contendo duas plantas. Para a inoculação dasplantas utilizou-se uma suspensão de 5 mL contendo 4000nematóides para cada parcela. Aos 70 dias após a inoculaçãorealizaram-se as avaliações de peso do sistema radicular,número total de nematóides por sistema radicular, número

de nematóides por grama de raiz e fator de reprodução(FR) para cada linhagem. O número de nematóides porgrama de raiz variou entre 24,70 na linhagem SA009 a1022,10 na linhagem SA011. Todas as linhagens avaliadasapresentaram FR menor que 1 e foram separadas em quatrogrupos. O primeiro grupo foi representada apenas pelalinhagem SA009 com FR = 0,02. No segundo o FR variouentre 0,32 (SA013) a 0,58 (SA003), no terceiro entre 0,64(SA004) a 0,80 (SA016) e no quarto entre 0,92 (SA026) a0,99 (SA021). Portanto, são futuros materiais promissorespara serem utilizados em programas de manejo do P.brachyurus.

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DO SOLO NA EFICIÊNCIA DE NEMATÓIDESENTOMOPATOGÊNICOS (RHABDITIDA: HETERORHABDITIDAE, STEINERNEMATIDAE) CONTRAA MOSCA-DO-MEDITERRÂNEO Ceratitis capitata (WIEDEMANN, 1824) (DIPTERA: TEPHRITIDAE)[INFLUENCE OF SOIL TEMPERATURE ON THE EFFICACY OF ENTOMOPATHOGENIC NEMATODESAGAINST MEDITERRANEAN FRUIT FLY Ceratitis capitata (WIEDEMANN, 1824) (DIPTERA: TEPHRITIDAE)]Rohde, C.; Moino Jr., A.; Silva, M.A.T.; Carvalho, F.D.; Ferreira, C.S. Departamento de Entomologia da UniversidadeFederal de Lavras, C.P. 3037, Lavras, MG, CEP 37200-000. E-mail: [email protected]

A mosca-do-mediterrâneo é considerada uma dasprincipais pragas da fruticultura mundial acarretando perdassignificativas para este setor. Este inseto passa uma fase desua vida no solo, sendo alvo em potencial para nematóidesentomopatogênicos. Assim, teve-se como objetivo avaliara influência da temperatura do solo na virulência desteentomopatógeno sobre larvas de Ceratitis capitata(Wiedemann, 1824). Foi estudada a virulência deHeterorhabditis sp. RSC01 e Steinernema carpocapsae All sobrelarvas de C. capitata nas temperaturas de 19, 22, 25, 28 e31°C. Foram transferidas 10 larvas de C. capitata no finaldo terceiro ínstar para potes plásticos (12 cm × 6 cm)contendo 100 g de solo (Latossolo) com a umidadepadronizada em 25%. Foram aplicados 3 mL de suspensãoaquosa com 125JI/cm2 e no tratamento testemunhaaplicados 3 mL de água destilada. A avaliação foi feita após

cinco dias e a confirmação da mortalidade foi realizadaatravés da observação da sintomatologia e da dissecaçãodos cadáveres. O experimento foi realizado segundodelineamento inteiramente casualizado com três repetiçõese os dados foram submetidos à análise de variância (testeF) e as médias estudadas pelo teste de média Scott-Knott eregressão polinomial (PdH0,05). Verificou-se que avirulência dos isolados estudados foi diretamenteproporcional ao aumento da temperatura, com mortalidademáxima de 86,7 e 80,0%, para S. carpocapsae e Heterorhabditissp., respectivamente, a 31°C. Não houve diferenças entreos dois nematóides dentro de cada temperatura, exceto a25 °C, em que S. car pocapsae foi mais eficiente queHeterorhabditis sp., com 80,0 e 43,3% de mortalidade,respectivamente.

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XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

EFEITO DA UMIDADE DO SOLO NA EFICIÊNCIA DE NEMATÓIDES ENTOMOPATOGÊNICOS(RHABDITIDA: HETERORHABDITIDAE, STEINERNEMATIDAE) CONTRA A MOSCA-DO-MEDITERRÂNEO Ceratitis capitata (WIEDEMANN, 1824) (DIPTERA: TEPHRITIDAE) [EFFECT OF SOILMOISTURE ON THE EFFICACY OF ENTOMOPATHOGENIC NEMATODES AGAINST MEDITERRANEANFRUIT FLY Ceratitis capitata (WIEDEMANN, 1824) (DIPTERA: TEPHRITIDAE)] Rohde, C.; Moino Jr., A.; Silva,M.A.T.; Carvalho, F.D.; Ferreira, C.S. Departamento de Entomologia da Universidade Federal de Lavras, C.P. 3037, CEP37200-000, Lavras, MG. E-mail: [email protected]

Ceratitis capitata (Wiedemann, 1824) conhecidapopularmente como mosca-do-mediterrâneo é dentre todosos tefritídeos a espécie mais cosmopolita e invasora, sendoconsiderada a principal praga da fruticultura mundial. Esteinseto passa uma fase de sua vida no solo, sendo alvo empotencial para nematóides entomopatogênicos. Assim, teve-se como objetivo avaliar a influência da umidade do solona virulência deste entomopatógeno sobre larvas de C.capitata. Foi estudada a virulência de Heterorhabditis sp. RSC01e Steinernema carpocapsae All sobre larvas de C. capitata emtrês diferentes porcentagens de umidade do solo, sendoelas 100, 75 e 50% da capacidade campo. Inicialmente foideterminada a capacidade de campo e umidade do solo e,com base nestes dados, foi adicionada água destilada, paraajuste da umidade. Foram transferidas 10 larvas de C. capitatano final do terceiro ínstar para potes plásticos (12 cm × 6cm) contendo 100 g de solo (latossolo) e após aplicados 3

mL de suspensão aquosa com 125JI/cm2 e no tratamentotestemunha aplicados 3 mL de água destilada. A avaliaçãofoi feita após cinco dias e a confirmação da mortalidadefoi realizada através da observação da sintomatologia e dadissecação dos cadáveres. O experimento foi realizadosegundo delineamento inteiramente casualizado com trêsrepetições e os dados foram submetidos à análise devariância (teste F) e as médias comparadas entre si peloteste de média Scott-Knott (PdH 0,05). Verificou-se que avirulência de ambos os isolados foi baixa em condições deumidade extremas, causando maior índice de mortalidadeno tratamento com 75% da capacidade de campo, sendoigual a 96,7% para S. carpocapsae e 26,7% para Heterorhabditissp. Comparando-se a eficiência dos dois nematóides dentrode cada porcentagem de umidade, verificou-se que S.carpocapsae destacou-se somente no tratamento com 75%da capacidade de campo.

SELEÇÃO DE ISOLADOS DE Paecilomyces lilacinus PARA CONTROLE INTEGRADO DE Meloidogyneparanaensis EM CAFEEIRO [ISOLATES SELECTION OF Paecilomyces lilacinus FOR CONTROL OF Meloidogyneparanaensis IN COFFEE CROPS] Santiago, D.C.; Cadioli, M.C.; Oliveira, A.D.de.; Paes, V. dos S.; Arieira, G. de O.; Bega,V.L.; Pereira, R.F.G.; Takahashi, A.; Pintar, A.F. Universidade Estadual de Londrina, C.P. 6001, Londrina, PR, CEP 86051-990. E-mail: [email protected]

Nematóides do gênero Meloidogyne são responsáveis pelaredução de 15% da produção em áreas cafeeiras. Paecilomyceslilacinus é uma espécie fúngica utilizada no controle biológicode nematóides e uma das mais estudadas a campo. Assim,este trabalho teve como objetivo avaliar 10 isolados de P.lilacinus, obtidos na região de Londrina-PR, quanto à suaeficiência no controle de M. paranaensis, em experimentoconduzido em casa-de-vegetação. Para tanto, antes docultivo das mudas de cafeeiro, plântulas de tomateiro foraminoculadas com M. paranaensis e mantidas durante 45 dias,em vasos de plástico de 1,5 L, para simular uma condiçãode solo altamente infestado. Decorrido esse período, essasplantas foram retiradas dos vasos, as raízes foram cortadase misturadas ao mesmo substrato em recipientes individuais,e a este procedeu-se a inoculação dos isolados de P. lilacinus,através da adição e mistura de 50 g de arroz colonizado(109 esporos do fungo.g-1 de arroz). O substrato, agora,formado pela mistura de raízes e de grãos de arroz

colonizados foi distribuído em sacos de polietileno comcapacidade para 2,0 L. Na seqüência, efetuou-se otransplantio de mudas de cafeeiro cv. Icatú, na proporçãode uma por saquinho. Após 15 dias procedeu-se mais umaaplicação de 50g dos isolados fúngicos. O delineamentofoi inteiramente casualizado com doze tratamentos (dezisolados + uma testemunha inoculada com M. paranaensis euma testemunha não inoculada com M. paranaensis). Aos90 dias da primeira inoculação do fungo, foram avaliados:altura de plantas, tomada do colo até o ápice; diâmetro docaule, a 2 cm do colo da planta; pesos da matéria fresca daparte aérea e do sistema radicular; número de ovos porsistema radicular; números de juvenis em 250 cc de solo;além da sobrevivência dos isolados ao final desteexperimento. Os isolados que reuniram as característicasmais desejáveis para o controle de M. paranaensis foram Pae03, 12 e 20.

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COMUNIDADE DE NEMATÓIDES EM ÁREAS DE CULTIVO NOS MUNICÍPIOS DE PALMEIRA EBITURUNA, PARANÁ [NEMATODE COMMUNITY IN CROPPING SYSTEMS IN PALMEIRA ANDBITURUNA, IN THE STATE OF PARANÁ] Santiago, D.C.1; Guimarães, M. de F. 1; Almeida, E. de2; Oliveira, A.D. de1;Paes, V. dos S. 1; Arieira, G. de O.1. 1Universidade Estadual de Londrina, C.P. 6001, Londrina, PR, CEP 86051-990. 2AS-PTA, União da Vitória, PR. E-mail: [email protected]

Os nematóides de solo respondem com rapidez àsmudanças no ambiente e, assim, apresentam característicasque os qualificam como indicadores ecológicos, tais comoabundância no solo, larga distribuição e presença dediferentes grupos tróficos. A avaliação desses grupos nosdiferentes sistemas poderá indicar as alterações ocorridasna rede alimentar, em virtude das práticas agrícolas, epossibilitar a avaliação da qualidade do solo. Assim, opresente estudo teve como objetivo descrever a comunidadetrófica de nematóides em áreas de produção agrícola naregião Centro-Sul do Paraná. Para tanto, amostras com 300g de solo foram coletadas em duas unidades familiares deprodução agrícola, nos municípios de Palmeira-PR eBituruna-PR, sob cultivo de milho consorciado comadubação verde de verão com feijão de porco. Tambémforam realizadas avaliações no sistema de vegetação naturallocal (mata) como referência de um estado ecológico em

equilíbrio. Essas amostras foram processadas por meio dométodo de flotação centrifuga em solução de sacarose.Foram identificados 13 gêneros distintos de nematóidesnos dois sistemas de cultivo, observando-se a dominânciade nematóides parasitas de plantas, sendo Helicotylenchusdihystera o taxon dominante, inclusive no sistema devegetação natural, onde também foi observada a presençados gêneros Meloidogyne e Heterodera. Dentre os nematóidesde vida-livre foram encontrados seis gêneros, com maiordominância de bacteriófagos da família Rhabditidae,considerados benéficos na decomposição da matériaorgânica, além de serem indicadores de fertilidade do solo.Por outro lado, os altos níveis populacionais debacteriófagos e de fitoparasitas em relação aos outrosgrupos tróficos encontrados nas unidades de produção ena mata indicam o alto nível de distúrbio ecológico, ou seja,a existência de um desequilíbrio entre a microfauna do solo.

SELEÇÃO DE PLANTAS DO CERRADO DE MINAS GERAIS ATIVAS CONTRA Meloidogyne exigua[SELECTION OF PLANTS FROM BUSHY REGIONS IN MINAS GERAIS STATE ACTIVE AGAINST Meloidogyneexigua] Oliveira, D.F.; Prado, N.R.T.; Campos, V.P.; Scolforo, J.R.S. DQI, Universidade Federal de Lavras; C.P. 3037, Lavras,MG, CEP 37200-000. E-mail: [email protected]

Uma das possibilidades promissoras para o controle defitonematóides consiste no emprego de produtos de origemvegetal. Em decorrência, partes de diversas plantaspresentes nos cerrados de Minas Gerais foram coletadas,identificadas e desidratas em estufa com ventilação forçada,mantida a 40oC. Em seguida, foram moídas e submetidas àextração com metanol na temperatura ambiente. Apósremoção das partes insolúveis no referido solvente porfiltração em algodão, os líquidos obtidos foramconcentrados até secura em evaporador rotatório eliofilizadora. Os extratos secos obtidos foram dissolvidosem solução aquosa de Tween 80 a 1% (g/mL) até aconcentração de 2000 µg/mL, para serem submetidos a

teste de mortalidade in vitro com juvenis do segundo estádio(J2) de Meloidogyne exigua Goeldi, que é amplamentedistribuído pelos cafezais brasileiros. Dentre os 296 extratostestados, destacaram-se aqueles provenientes de Acaciapolyphylla DC., Alchornea glandulosa Poepp. & Endl., Alchorneatriplinervia (Sprengel) Müll.Arg., Anadenanthera colubrina (Vell.)Brenan, Bathyza meridionalis Smith & Downs, Cupania vernalisCambess., Eugenia florida DC. e Ocotea aciphylla (Nees) Mez,que apresentaram valores de J2 mortos significativamentesuperiores ao observado para a solução aquosa de Tween80. Novos estudos serão realizados para averiguar a utilidadedestas plantas no controle de M. exigua e para purificar eidentificar os seus metabólitos ativos.

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EFEITO DE DOSES DE SILICATO DE POTÁSSIO NA REPRODUÇÃO E PENETRAÇÃO DE Meloidogyneincognita EM SOJA CULTIVADA EM AMBIENTE CONTROLADO [EFFECT OF DOSES OF POTASSIUMSILICATE ON THE REPRODUCTION AND PENETRATION OF Meloidogyne incognita IN SOYBEAN CULTIVATEDIN CONTROLLED CONDITIONS] Freire, E.S.; Campos, V.P.; Costa, L.S.A.S.; Silva, E.H.; Botelho, A.O.; Canuto, R.Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Lavras, C.P. 3037, Lavras, MG, CEP 37200-000. E-mail:[email protected]

Os nematóides têm causado grandes prejuízos à culturada soja no Brasil. Por conseguinte, têm-se buscado diversasalternativas de controle desses patógenos, dentre eles, aaplicação de silício. Desta forma, objetivou-se estudar oefeito de doses de silicato de potássio no controle deMeloidogyne incognita em soja. Trinta sementes de soja cultivarDoko foram distribuídas em papéis de germinaçãoembebidos com silicato de potássio na dose de 0, 0.8, 1.6ou 3.2 mL por litro de água. As sementes foram cobertascom outro papel de germinação também embebida com asmesmas doses de silicato. Foram então enroladas em formade canudo, presas nas extremidades com goma elástica edepositadas em bandejas de plástico. Foram armazenadasem incubadora com fotoperíodo de 12 horas, 80% deumidade e temperatura de 28ºC por três dias. A seguir

transplantaram-se as plântulas para substrato agrícolaPlantmax® em bandejas de isopor de 72 células, onde foramorganizadas em delineamento de blocos ao acaso comquatro repetições. Três dias após o transplantio, realizou-se a infestação com 150 juvenis do segundo estádio (J2) deM. incognita por célula obtidos através de câmara de eclosão.Aos 21 dias após a inoculação, as raízes das plantas forampesadas e realizada a contagem do número de J2 e ovos porsistema radicular. Houve redução na penetração de J2 deM. incognita com o aumento das doses do silicato. O númerode ovos por sistema radicular e de ovos por grama de raizdecresceu a partir da aplicação da dose de 1,6 mL de silicatode potássio, porém a aplicação da primeira dose (0,8 mL)não diferiu da testemunha.

PURIFICAÇÃO DE METABÓLITO RIZOBACTERIANO ATIVO CONTRA Meloidogyne exigua[PURIFICATION OF A RHIZOBACTERIAL METABOLITE ACTIVE AGAINST Meloidogyne exigua] Carvalho, H.W.P.;Nunes, A.S.; Campos, V.P.; Oliveira, D.F. Universidade Federal de Lavras, C.P. 3037, Lavras, MG, CEP 37200-000. E-mail:[email protected]

Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimentode novos produtos para o controle de fitonematóides,buscou-se neste trabalho purificar e isolar as substânciasativas contra Meloidogyne exigua, produzidas pela bactériaPaenibacillus macerans, que foi previamente selecionada pelasua capacidade de produzir substâncias nematicidas. Paratanto, cultivou-se a bactéria em caldo de soja tripticaseínae, após a remoção das células bacterianas, os líquidos obtidosforam liofilizados e fracionados por extrações sucessivascom hexano, acetato de etila e metanol. A fração solúvelem acetato de etila, por apresentar atividade contra J2 deM. exigua, foi fracionada duas vezes em coluna de sílica gel

do tipo flash. Por fim, a fração ativa foi purificada porcromatografia líquida de alta eficiência, com coluna de sílicaC-18. Todo o processo foi monitorado com testes demortalidade de J2 de M. exigua. Com isso, foi possível isolaruma fração com propriedade nematicida que, segundoanálises por espectrometria de ressonância magnéticanuclear de hidrogênio e de carbono treze, de infravermelhoe de massas, trata-se de uma substância com fórmulamolecular C12H8N4O8. Novos estudos serão realizados paraidentificar a estrutura dessa substância e para avaliar suautilidade no controle de M. exigua.

OCORRÊNCIA DE Meloidogyne incognita EM CAFÉ CONILON (Coffea canephora) NA REGIÃONORDESTE DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO [OCCURRENCE OF Meloidogyne incognita ON CONILONCOFFEE (Coffea canephora) IN NORTHEAST REGION OF ESPÍRITO SANTO STATE, BRAZIL] Lima, I.M1.; Carneiro,R.M.D.G2; Martins, M.V.V1. 1Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural – BR 101 Norte, Km151, C. P. 62, Linhares, ES, CEP 29900-970; 2Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, C.P. 02372, Brasília, DF, CEP70849-090. E-mail: [email protected]

Alguns genótipos de Coffea canephora estão mostrando,atualmente, uma susceptibilidade antes não observada a

meloidoginose. Em duas propriedades localizadas nomunicípio de Jaguaré, Nordeste capixaba, foram observadas

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plantas com até 36 meses apresentando clorose,depauperamento da parte aérea, culminando com aerradicação de um número significativo de plantas. Comobjetivo de identificar o agente causal, amostras compostasde solo e raízes, retiradas da rizosfera dos cafeeiros, foramencaminhadas para diagnóstico no Laboratório deFitopatologia do Incaper. Observou-se que as raízesapresentavam-se engrossadas, com rachaduras e aspecto decortiça, intercaladas com partes sadias. A morfologia daregião perineal de fêmeas maduras retiradas das galhasindicou tratar-se de M. incognita. Para confirmação da espécie,

uma amostra de solo e raízes foi encaminhada à EmbrapaRecursos Genéticos e Biotecnologia. Nessa amostra foitransplantada plantas de tomateiro (Lycopersicon esculentumMill), cv. Santa Clara. Após 60 dias do tranplantio, foramextraídas fêmeas para estudo do fenótipo enzimático daalfa-esterase. A identificação específica mostrou o fenótipoespecífico Est I2 (Rm: 1,05, 1,1), típico de M. incognita. Valeressaltar que os focos detectados encontravam-se em solosarenosos ou argilosos. Estudos complementares serãorealizados para identificar a raça e a distribuição dessefitoparasita no Estado do Espírito Santo.

OCORRÊNCIA DE Meloidogyne mayaguensis EM GOIABEIRA ‘PALUMA’ NO ESTADO DO ESPÍRITOSANTO [OCCURRENCE OF Meloidogyne mayaguensis ON PALUMA GUAVA TREE IN ESPÍRITO SANTO STATE /BRAZIL] Lima, I.M1.; Martins, M.V.V1.; Serrano, L.A.L1; Carneiro, R.M.D.G2. 1Instituto Capixaba de Pesquisa AssistênciaTécnica e Extensão Rural-CRDR Nordeste – BR 101 Norte, Km 151, C. P. 62, Linhares, ES, CEP 29900-970; 2EmbrapaRecursos Genéticos e Biotecnologia, C.P. 02372, Brasília, DF, CEP 70849-090. E-mail: [email protected]

A meloidoginose atualmente é um dos principais fatoreslimitantes ao processo produtivo da cultura da goiabeira.Plantas de goiabeira ‘Paluma’ (Psidium guajava L.), com doisanos de idade, provenientes do distrito de Cristal do Norte,município de Pedro Canário, ES, mostrando intensoamarelecimento e/ou bronzeamento foliar, foram analisadasquanto à ocorrência de nematóides fitoparasitos no sistemaradicular. As raízes estavam repletas de galhas, de tamanhovariado. Raízes mais atacadas apresentaram um intensodescortiçamento e necroses. Devido à variabilidadeobservada nas configurações perineais, uma amostra foiencaminhada à Embrapa Recursos Genéticos eBiotecnologia. Com o exame do fenótipo enzimático de

alfa esterase, foi identificada a espécie Meloidogyne mayaguensis(Rm: 0,7; 0,9). O Pólo de Goiaba, implantado em 2003,está localizado no Norte capixaba e compreende uma áreatotal de 300 ha da cv. ‘Paluma’. Nas quatro propriedades,onde foram detectados focos de M. mayaguensis até omomento, não se observou declínio das plantas. Esses focosestão presentes tanto em solos arenosos quanto em solosargilosos, anteriormente cultivados com cana-de-açúcar(Saccharum officinarum L.). Um levantamento da distribuiçãode M. mayaguensis na região está sendo realizado, assim comoa evolução das características fenológicas e produtivas dasgoiabeiras localizadas nas áreas infestadas.

PLANTAS HOSPEDEIRAS DE NEMATÓIDES DAS GALHAS NO MUNICÍPIO DE RIO CLARO, SP [HOSTPLANTS OF ROOT-KNOT NEMATODES IN THE RIO CLARO MUNICIPALITY, SP] Nascimento, J.B.; Santos,B.B.; Araújo, W.S. Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás,C.P.131, Goiânia, Goiás, CEP 74001-970. E-mail: [email protected]

Os fitonematóides comumente provocam danos emdiversas plantas cultivadas, inclusive necrosando ouinduzindo a formação de galhas em suas raízes. Dentre estesúltimos, estão os do gênero Meloidogyne, que são citadoscomo responsáveis por grandes perdas em áreas onde osolo é cultivado sem proteção por longos períodos. Estetrabalho teve por objetivo verificar quais eram as espéciesde Meloidogyne encontradas em diferentes plantas doMunicípio de Rio Claro, SP. As plantas coletadas foramlevadas ao laboratório, onde as raízes foram fixadas emformol a 5%. As fêmeas de Meloidogyne foram retiradas dasraízes utilizando-se um estereomicroscópio e sua

identificação foi feita analisando-se a sua região perineal.As plantas infestadas pertenciam a oito famílias, incluindo11 gêneros e 12 espécies: Amaranthaceae: Amaranthus lividusL. (caruru), Amaranthus sp. (caruru), Celosia cristata L. (crista-de-galo); Apiaceae: Petroselinum crispum (Mill.) Nyman ex A.W.Hill. (salsinha); Araceae: Anthurium andraeanum Linden(antúrio); Asteraceae: Artemisia vulgaris L. (artemísia),Cichorium endivia L. (chicória), Galinsoga parviflora Cav.(fazendeiro); Caricaceae: Carica papaya L. (mamoeiro);Fabaceae: Phaseolus vulgaris L. (feijoeiro); Scrophulariaceae:Antirrhinum majus L. (boca-de-leão) e; Solanaceae: Solanumaculeatissimum Jaq. (joá). Oito espécies de plantas foram

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parasitadas por Meloidogyne arenaria (Neal, 1889), três porMeloidogyne sp. e duas por Meloidogyne incognita (Kofoid &White, 1919). Esses dados vêm contribuir com as poucas

informações existentes em relação às plantas hospedeirasdas espécies do nematóide-das-galhas ocorrentes nomunicípio de Rio Claro, São Paulo.

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE CENOURA (Daucus carota) À Meloidogyne incognita [REACTION OFCARROT GENOTYPES (Daucus carota) TO Meloidogyne incognita] Barbosa, K.A.G.1; Santos, M.A.2; Corradini, H.T.1; Garcia,R.A.2. 1Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara-ULBRA, C.P. 23T, Itumbiara, GO, CEP 75500-000.2Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências Agrárias, Uberlândia, MG, CEP 38400-902. E-mail:[email protected]

O cultivo de hortaliças, como a cenoura, em áreasinfestadas por nematóides-das-galhas sem o uso de medidasadequadas de controle, torna-se muito difícil devido àsperdas tanto quantitativas como qualitativas. A forma maisviável de controle destes nematóides em cenoura é atravésda utilização de cultivares de resistentes. O presente trabalhoteve como objetivo avaliar a capacidade de reprodução deM. incognita em genótipos de cenoura Brasília, Nova Kuroda,Nantes e Planeta. O experimento foi conduzido em campo,com infestação natural por este nematóide, sendo odelineamento experimental utilizado o de blocos

casualizados, com quatro repetições, no período de 19 demaio a 03 de setembro de 2006, em Itumbiara, GO. Asavaliações foram realizadas aos 105 dias após a semeaduradireta, obtendo-se os dados de massa fresca do sistemaradicular e o número de nematóides nas raízes. Os resultadosdemonstraram que ‘Planeta’ comportou-se como a maissusceptível, com 0,39 nematóide/grama de raiz, ao passoque ‘Brasília’ foi a mais resistente, com 0,07 nematóide/grama de raiz, seguida dos genótipos Nova Kuroda eNantes, com 0,08 e 0,09 nematóide/grama de raiz,respectivamente.

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE FITONEMATÓIDES EM CULTIVO IRRIGADO POR PIVÔCENTRAL E SOB ROTAÇÃO DE CULTURA [POPULACIONAL FLUCTUATION OF NEMATODES INIRRIGATED PLANTATION UNDER CROP ROTATION] Siqueira, K.M.S.; Inomoto, M.M.; Antedomênico, S.R.Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola/ ESALQ, C.P. 9, Piracicaba, SP, CEP 13418-900. E-mail: [email protected]

Uma das técnicas de irrigação mais utilizadasatualmente, apesar dos elevados custos de implantação, é opivô central. As áreas irrigadas normalmente são cultivadascontinuamente, com dois ou três ciclos culturais por ano,situação que várias vezes está associada ao aumento daincidência de pragas e doenças, favorecidas pela presençaconstante de plantas hospedeiras. Este trabalho é um estudode campo realizado entre 2003 e 2005, em área de cultivoirrigado (pivô central) sob rotação de culturas, que tevecomo objetivo verificar a influência da rotação de culturana flutuação populacional de fitonematóides, com destaquepara M. incognita e P. brachyurus. Os resultados comprovaramque sistemas de produção intensivos propiciaram amanutenção de elevadas densidades de nematóidespolífagos como Pratylenchus brachyurus, Meloidogyne incognita,Paratrichodorus minor, Helicotylenchus dihystera, Criconemella

onoensis e C. ornata. Dentre as culturas implantadas na área,algodão, milho, soja e caupi, a primeira se destacou pelasperdas sofridas, provavelmente por M. incognita e P. brachyurus.As medidas sugeridas para diminuir as perdas causadas pelosdois nematóides foram: a) exclusão do milho do sistema;b) inclusão de plantas não hospedeiras a ambos osnematóides, como Crotalaria spectabilis e C. breviflora; ou c)inclusão de plantas não hospedeiras de M. incognita e máshospedeiras de P. brachyurus, como Brachiaria ruziziensis e B.humidicola. Tais medidas se justificam pela necessidade dereduzir as populações de M. incognita e P. brachyurus, o quepode ser obtido às custas da exclusão do milho, que esteveassociado às maiores densidades populacionais dosnematóides, e da inclusão de plantas que podem reduzirambas as espécies ou, no mínimo, a espécies mais danosa- M. incognita.

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

VARIAÇÃO MORFOLÓGICA E MORFOMÉTRICA DE POPULAÇÕES DE Pratylenchus brachyurus[VARIOTION MORPHOLOGICAL AND MORPHOMETRICAL OF POPULATION OF Pratylenchus brachyurus]Siqueira, K.M.S.; Inomoto, M.M.; Oliveira, C.M.G.; Bessi, R.; Machado, A.C.Z. Departamento de Entomologia, Fitopatologiae Zoologia Agrícola/Esalq, C.P. 9, CEP 13418-900, Piracicaba, SP. E-mail: [email protected]

Visando caracterizar populações de Pratylenchus brachyurusquanto às características morfológicas e verificar a existênciade variações, foram analisadas cinco populações (Pb20, Pb21,Pb22, Pb23 e Pb24), por meio da microscopia eletrônica devarredura. Os resultados demonstraram que ascaracterísticas externas do corpo dos nematóides dasdistintas populações analisadas por meio de estudosmorfológicos foram insuficientes para a separação inter-populacional de P. brachyurus . Por outro lado, ascaracterísticas morfométricas foram analisadas por meioda microscopia óptica de 15 populações: 11 coletadas em

diferentes hospedeiros e localidades e quatro obtidas daliteratura, todas fixadas e processadas pelo método doformol-glicerina. Foram mensuradas 14 característicasmorfométricas, e calculados os índices demanianos de 10fêmeas adultas de cada população fixadas no meio deformol-glicerina. Análises multivariadas foram realizadaspara as variáveis morfométricas, com base nas análises decomponentes principais (PCA) de seis características (L,St, a, b, c e V%), obtidas após reduções das variáveis emetapas sucessivas. Os resultados possibilitaram a separaçãointer-populacional de P. brachyurus em cinco grupos distintos.

VIRULÊNCIA DE NEMATÓIDES ENTOMOPATOGÊNICOS VISANDO O CONTROLE DE CIGARRASDO CAFEEIRO [VIRULENCE OF ENTOMOPATHOGENIC NEMATODES AIMING THE CONTROL OFCOFFEE CICADAS] Silva, M.A.T.; Rohde, C.; Carvalho, F.D. Moino Jr. A.; Oliveira, I.M.; Ferreira, C.S. UniversidadeFederal de Lavras, Campus Universitário, C.P. 3037, Lavras, MG, CEP 37200-000. E-mail: [email protected]

As cigarras do cafeeiro (Quesada sp.) são consideradasum dos principais insetos-praga encontrados nesta culturano Brasil. Os danos decorrentes do ataque das ninfas destesinsetos acarretam grandes perdas, sendo usualmente o seucontrole realizado apenas com inseticidas químicos. Osnematóides entomopatogênicos têm demonstrado eficáciano controle de pragas de solo, uma vez que ocupam essemesmo nicho no meio ambiente. Assim, o objetivo foiselecionar diferentes isolados de nematóidesentomopatogênicos, visando o controle de cigarras docafeeiro em condições de laboratório. Mudas de cafeeiro,mantidas em sala climatizada a 25 ± 2 ºC, UR de 70 ± 10%e no escuro, foram infestadas com ninfas de cigarrascoletadas em cafezais (uma ninfa/ muda). Utilizou-se 13isolados (cinco de Heterorhabditis e oito de Steinernema). Estesforam aplicados na concentração de 300 juvenis infectantes

(JI’s) /inseto em suspensão em 1 mL de água destilada notopo da muda. A avaliação da virulência foi feita através dacontagem de insetos mortos, após três e seis dias daaplicação. Os insetos mortos foram imersos em solução deálcool a 70%, hipoclorito a 3% e água destilada; etransferidos para câmara seca para observação dasintomatologia após dois dias. Após este período os insetosforam dissecados com auxílio de bisturi e agulha histológica.O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com14 tratamentos (13 isolados + testemunha) com quatrorepetições. Os dados foram submetidos à análise devariância (teste F) e as médias comparadas entre si peloteste de Tukey (P d” 0,05). Houve destaque na mortalidadeconfirmada aos seis dias de avaliação para os isoladosHeterorhabditis sp. JPM4 (50%), Steinernema riobrave (30%),Heterorhabditis sp. HP88 (25%).

EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE Heterorhabditis sp. JPM4 e Steinernema riobraveCONTRA NINFAS DE CIGARRAS DO CAFEEIRO [EFFECT OF DIFFERENT CONCENTRATIONS OFHeterorhabditis sp. JPM4 and Steinernema riobrave AGAINST NYMPHS OF COFFEE CICADAS] Silva, M.A.T.; Carvalho,F.D.; Rohde, C.; Moino Jr. A.; Ferreira, C.S.; Oliveira, I.M. Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, C.P.3037, Lavras, MG, CEP 37200-000. E-mail: [email protected]

O Brasil é o maior produtor e exportador de café domundo. E dentre os principais insetos-praga desta cultura,destacam-se as cigarras, sendo que os danos que as ninfascausam ao se alimentar obrigam o controle adequado destes

insetos. Entretanto, este controle geralmente é realizadocom produtos químicos. Porém, outras formas de controle,como a utilização de nematóides entomopatogênicos têmdemonstrado eficácia no controle de pragas de solo. Assim,

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o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentesconcentrações de nematóides entomopatogênicos dosgêneros Heterorhabditis e Steinernema, visando o controle decigarras do cafeeiro (Quesada sp.) em condições delaboratório. Mudas de cafeeiro, mantidas em sala climatizadaa 25 ± 2 ºC, UR de 70 ± 10% e no escuro, foram infestadascom ninfas de cigarra (uma ninfa/ muda). Os isoladosutilizados foram Heterorhabditis sp. JPM4 e Steinernema riobravenas concentrações de 0; 50; 100; 150; 200; 300; 400; e 500juvenis infectantes (JI’s) /inseto, e foram aplicados em 1mL de suspensão no topo das mudas. A avaliação foi feitaatravés da contagem de insetos mortos, após três e seisdias da aplicação. Os insetos mortos foram imersos em

solução de álcool a 70%, hipoclorito a 3% e água destilada;e transferidos para câmara seca para observação dasintomatologia e posterior dissecação. Foram montados doisexperimentos, sendo que cada um foi constituído de umisolado e de oito tratamentos (sete concentrações +testemunha) e quatro repetições, utilizando-se odelineamento inteiramente casualizado. Os dados foramsubmetidos à análise de variância (teste F) e a análise deregressão. A concentração que proporcionou maiormortalidade foi de 500 JI’s/inseto, com mortalidade de48,67 e 49,68%, para H. bacteriophora JPM4 e S. riobrave,respectivamente.

ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE Pennisetum glaucum À Meloidogyne incognita EM CASA DE VEGETAÇÃO[RESISTANT STUDY of Pennisetum glaucum THE Meloidogyne incognita IN GREENHOUSE] Gimenes, R.; Soares, P.L.M.;Santos, J.M. dos; Barbosa, B.F.F.; Becaro, C.K. Universidade Estadual Paulista/Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,Campus de Jaboticabal, Departamento de Fitossanidade, Jaboticabal-SP, CEP:14884-900. E-mail: [email protected]

Entre os métodos de manejo dos fitonematóides, arotação de cultura, com plantas não hospedeiras ouantagônicas, se destaca por diminuir as perdas, além de setratar de um manejo seguro, econômico e ambientalmentecorreto. A cultura do milheto (Pennisetum glaucum) tem sidouma alternativa utilizada para reduzir as perdas provocadaspelos nematóides formadores de galha na cultura da soja.Portanto, no presente estudo, avaliou-se a resistência de 8genótipos de milheto a uma sub-população de Meloidogyneincognita raça 3. Foram inoculados 3.000 ovos e juvenis desegundo estádio do nematóide nas raízes de plantas demilheto produzidas em bandejas contendo substrato,transplantadas individualmente para vasos de argilacontendo uma mistura de areia e terra (2:1), previamenteautoclavada. Os vasos foram mantidos em casa de

vegetação, distribuídos em DIC com 7 repetições para cadagenótipo. Após 60 dias, as raízes das plantas de cada umdos genótipos foram retiradas dos vasos para recuperaçãode uma suspensão de ovos e juvenis de segundo estádio donematóide através da técnica de HUSSEY e BARKER(1973). A seguir determinou-se a média da estimativa dapopulação do nematóide e o fator de reprodução para cadagenótipo utilizado. Os genótipos avaliados e o seu respectivofator de reprodução determinado foram: LABH05-930(0,1); LABH02-3 (0,05); LABH05-1531 (0,1); LABH02-2(0,05); LABH04-199 (0,2); LAB05-362 (0,04); LAB04-204(0,007) e LAB04-1047 (0,4). Os oito genótipos de milhetoapresentaram resistência a uma subpopulação de Meloidogyneincognita raça 3.

INFLUÊNCIA DE Meloidogyne incognita NA INFECÇÃO POR Fusarium oxysporum DE PLANTAS DEFEIJÃO [INFLUENCE OF Meloidogyne incognita IN THE INFECTION OF Fusarium oxysporum IN PLANTS OF BEANS]Santin, R. de C.M.; Matsumura, A.T.S.; Gomes, C.B.; Diniz, A.C. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, C.P. 15100,Porto Alegre, RS, CEP 91540-000. E-mail: [email protected]

Na cultura do feijão os nematóides do gênero Meloidogynecausam extensos danos, ocasionando grandes perdas naprodução agrícola principalmente quando associados aoutros patógenos. O objetivo do presente estudo foi testara influência de Meloidogyne incognita na infecção por Fusariumoxysporum de plantas de feijão por 2 métodos de inoculação.Foram realizados dois experimentos simultâneos em casade vegetação. No primeiro, as sementes de feijão (cv. Pérola)foram peletizadas com Fusarium oxysporum e plantadas em

vasos com vermiculita e areia esterilizadas na proporçãode 2:1. Após sete dias, cada plântula foi inoculada com umasuspensão de 1250 ovos + J2 de M. incognita. Plantas semtratamento serviram como controle. No segundoexperimento, raízes de plântulas de sete dias, cortadas esem cortes, foram imersas em uma suspensão de Fusariumoxysporum, na concentração 106 esporos/ml, durante 10 min.,com exceção das plantas controle. Ambos experimentosforam avaliados quanto à sintomatologia aos 56 dias após

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o plantio, com base na escala de notas, conforme CentroInternacional de Agricultura Tropical (CIAT, 1987). Nostratamentos com peletização da semente verificou-se amanifestação dos sintomas somente quando o fungo foicolocado no solo e após sete dias inoculado o nematóide.Já para os tratamentos com e sem corte das raízes das

plantas não houve diferença estatística entre os tratamentos.No entanto, faz-se necessário mais estudos com o intuitode avaliar a interação Meloidogyne incognita x Fusariumoxysporum em plantas de feijão às diversas formas deinoculação do Fusarium oxysporum e sua possível interaçãocom os nematóides.

REAÇÃO DE PORTA-ENXERTOS COMERCIAIS DE TOMATEIRO A Meloidogyne mayaguensis [HOSTSTATUS OF TOMATO ROOTSTOCKS TO Meloidogyne mayaguensis] Wilcken, S.R.S.; Cantu, R.R.; Rosa, J.M.O.; Goto, R.Faculdade de Ciências Agronômicas / UNESP – Campus de Botucatu, C.P. 237, Botucatu, SP, CEP 18603-970. Email:[email protected]

As doenças de solo que atacam o tomateiro possuemgrande importância na cultura, por seus danos causados epela dificuldade de controle. Dentre estas, destacam-se osnematóides fitoparasitas, que em muitos casos inviabilizama produção e o cultivo do tomateiro em áreas infestadas. Atécnica da enxertia, utilizando porta-enxertos resistentes apatógenos, já é utilizada em países como Japão, alguns paísesda Europa e recentemente no Brasil. O objetivo do presentetrabalho foi verificar a resistência ao nematóide Meloidogynemayaguensis em 8 porta enxertos comerciais de tomateiro,já com resistência aos nematóides do gênero Meloidogyne,garantida pelas empresas produtoras das sementes. Osporta-enxertos testados foram: Guardião, Helper-M,Anchor-T, Dr. K, Kagemuscha, TMA 809, Magnet e He-

Man. O experimento constou de nove tratamentos (oitopota-enxertos e a cultivar Rutgers utilizada como padrão),com seis repetições, sendo cada parcela constituída por umaplanta por vaso. As plantas foram inoculadas com 5.000ovos e eventuais juvenis infectantes de M. mayaguensis emantidas em casa de vegetação. O experimento seguiu odelineamento inteiramente casualizado. Aos 60 dias dainoculação procedeu-se a avaliação, quando foram avaliadoso índice de galhas e massas de ovos, número de nematóidesno solo e na raiz, peso do sistema radicular e o fator dereprodução do nematóide estudado. Todos os porta-enxertos estudados foram considerados suscetíveis aMeloidogyne mayaguensis.

SUSCETIBILIDADE DE Cornitermes cumulans (KOLLAR, 1832) A ISOLADOS DE NEMATÓIDESENTOMOPATOGÊNICOS [SUSCETIBILITY OF Cornitermes cumulans (KOLLAR, 1832) TOENTOMOPATHOGENIC NEMATODES ISOLATES] Wilcken, S.R.S.; Rosa, J.M.O.; Aguillera, M.M.; Garrigós, L.L.Departamento de Produção Vegetal, Setor de Defesa Fitossanitária, Faculdade de Ciências Agronômicas, UniversidadeEstadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Botucatu, SP, Brasil, CEP 18610-307. E-mail: [email protected]

No Brasil, Cornitermes cumulans é uma das espécies decupim mais freqüentes, principalmente nas regiões sul,sudeste e centro-oeste do país. Causam danos diretos eindiretos em várias culturas agrícolas. Os nematóides dasfamílias Steinernematidae e Heterorhabditidae têm sidoconsiderados agentes promissores no controle biológicode pragas, inclusive para cupins. Cinco experimentos foramconduzidos em condições de laboratório com o objetivode verificar a suscetibilidade das castas (operários esoldados) de C. cumulans a doze isolados de nematóidesentomopatogênicos: Steinernema carpocapsae, Steinernema glaseriSanta Rosa, Heterorhabditis sp. CCA/UFSCar, Heterorhabditisindica CB – n05, Steinernema sp. CB – n06, Steinernema sp.

CB – n08, Steinernema sp. CB – n09, Heterorhabditis sp. CB –n10, Heterorhabditis sp. CB – n13, Steinernema sp. CB – n15,Heterorhabditis sp. CB – n23 e Steinernema sp. CB – n25. Dezrepetições com cinco insetos cada, para ambas castas, foramutilizadas nos tratamentos com e sem nematóides. Asavaliações foram realizadas diariamente. Os dados demortalidade diária foram utilizados para cálculo daporcentagem de mortalidade acumulada. Cada inseto mortofoi dissecado e a presença do nematóide foi confirmada.Em todos experimentos, uma maior mortalidade de ambascastas de C. cumulans foi verificada com o isolado de S.carpocapsae comparado aos outros isolados.

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CONTROLE DE Meloidogyne graminicola EM ARROZ IRRIGADO (Oryza sativa L.) PELO USO DOS ÓLEOSESSENCIAIS DE ALFAZEMA E CAPIM-LIMÃO [CONTROL OF Meloidogyne graminicola ON IRRIGATED RICE(Oryza sativa L.) USING ALFAZEMA AND GRASS LEMON ESSENTIAL OILS] Bosenbecker, V.K.1; Gomes, C.B.2;Steffen, R.B.3; Stocker, C.M.2; Campos, A.D.2; Rodrigues, A.C.2; Casagrande Jr, J.G.2 1UFPel, Departamento de Fitossanidade,CEP 96010-900. E-mail: [email protected]; 2Embrapa Cpact; 3UFSM.

Dentre os problemas que afetam a cultura do arroz, onematóide das galhas Meloidogyne graminicola, pode causarperdas de até 90% da produção. Considerando-se que oemprego de produtos químicos apresenta custo alto, poucaeficácia, riscos ao meio ambiente e, que não há variedadesresistentes no mercado, é crescente a demanda porestratégias alternativas no controle desse nematóide. Assim,foi objetivo deste trabalho, avaliar o efeito dos óleosessenciais de alfazema (Lavandula angustifólia) e capim-limão(Cymbopogon citratus) na reprodução de M. graminicola em arrozirrigado ‘IRGA-410’. Plantas com 40 dias e mantidas emvaso, em casa de vegetação, foram submetidas apulverizações semanais na parte aérea com ambos os óleos(500ppm), ou receberam o produto aplicado no solo(10mL.planta-1). Plantas pulverizadas com água forammantidas como testemunhas. O ensaio foi delineado

inteiramente ao acaso e com cinco repetições. Após 48h daprimeira aplicação dos tratamentos, cada planta foiinoculada com 5000 ovos + J2 de M. graminicola. Após 65dias, as raízes foram avaliadas quanto ao número de galhas,e fator de reprodução (FR= população final/populaçãoinicial). A partir de amostras de folhas, quantificou-se aatividade das enzimas de resistência peroxidase (PO) epolifenol oxidase e a concentração de compostos fenólicos.Observou-se redução significativa do FR do nematóide napresença dos óleos, independentemente do local deaplicação. Nas plantas inoculadas com M. graminicola e nãotratadas com os óleos, a atividade de PO foi duas vezesmaior do que aquelas tratadas onde houve redução (45,7%a 46,4%) do FR. Dessa forma, verificou-se que os óleosapresentaram efeito nematicida direto sobre o nematóide einduziram resistência na planta.

OCORRÊNCIA DE NEMATÓIDES FITOPARASITOS EM PLANTAS ORNAMENTAIS NOS ESTADOSDE SÃO PAULO E MINAS GERAIS [OCCURRENCE OF PLANT PARASITIC NEMATODES ONORNAMENTAL PLANTS IN SÃO PAULO AND MINAS GERAIS STATES, BRAZIL] Oliveira, C.M.G.1; Kubo,R.K.1; Antedomenico, S.R.2; Monteiro, A.R.2; Inomoto, M.M.2. 1Instituto Biológico, C.P. 70, CEP 13001-970, Campinas,SP, 2Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,Universidade de São Paulo, C.P. 9, CEP 13418-900, Piracicaba, SP. E-mail: [email protected]

O objetivo do presente trabalho foi o de discutir aimportância das principais espécies de nematóidesencontradas associadas a plantas ornamentais cultivadas nosEstados de São Paulo e Minas Gerais, com base em dadosde distribuição geográfica, de novas ocorrências e relativosà sintomatologia. Nematóides foram extraídos de 5 g deraízes e identificados sob microscópio. As espécies maisfreqüentes foram Meloidogyne javanica (38% das amostras),M. incognita (19%) e Helicotylenchus dihystera (11%).Constituíram novas ocorrências no Brasil: M. incognita emGloxinia sp., Arundina graminifolia (orquídea-bambu) e Aptenia

cordifolia (rosinha do sol); M. javanica em A. graminifolia,Hibiscus spp., Gloxinia sp., Eustoma grandiflorum (lisianto),Heliconia rostrata (falsa ave do paraíso), Graptophyllum pictum(graptofilo), Holmskioldia sanguinea (chapéu-chinês) e Exacumaf fine (violeta-alemã); Pratylenchus brachyurus em E.grandiflorum, Cattleya sp. (orquídea) e diferentes cultivaresde Lilium sp. (lírio); Helicotylenchus dihystera em E. grandiflorum,Lilium sp., Impatiens balsamina e A. cordifolia; H. multicinctusem Pachystachys lutea (camarão amarelo); H. pseudorobustus emHeliconia sp., e Cactodera cacti em Schlumbergera sp. (flor demaio).

EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES NA PENETRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INICIALDE Meloidogyne incognita EM ALGODOEIRO1 [EFFECT OF SEED TREATMENT ON M. incognitaPENETRATION AND INITIAL DEVELOPMENT IN COTTON] Bessi, R.; Sujimoto, F.R.; Silva, R.A.; Inomoto,M.M. Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP, Piracicaba, SP, CEP 13418-900.E-mail: [email protected]. 1Trabalho financiado pela Syngenta Proteção de Cultivos Ltda.

O nematóide das galhas Meloidogyne incognita causaelevadas perdas na cultura do algodão e o plantio de

sementes tratadas com nematicida pode garantir oestabelecimento da cultura em solos infestados. Com o

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objetivo de avaliar o efeito do nematicida Avicta 500 FS napenetração e desenvolvimento inicial de M. incognita,estabeleceu-se este experimento comparando-se sementestratadas e não tratadas de algodoeiro cv. Fibermax 966.Procedeu-se a contagem dos indivíduos dentro das raízesem três datas: 3, 9 e 15 dias após a germinação em substratoinfestado com 1.000 ovos e juvenis de segundo estádio deM. incognita pela coloração dos nematóides pelo método dehipoclorito-fucsina ácida. Para avaliação dos sintomas ereprodução do nematóide, foi feita a contagem do númerode galhas e massas de ovos nas raízes aos 27 dias após agerminação. Em todas as datas o tratamento das sementes

com Avicta diminuiu a penetração dos juvenis de M. incognita.Contaram-se em média 0,125; 11,125; 9,625 juvenis nasplantas com Avicta aos 3, 9 e 15 dias; e 18,125; 86,125;88,25 juvenis nas sem Avicta. Consequentemente, aos 27dias menos galhas foram formadas nas plantas com Avicta(média de 41 nas plantas com Avicta e 140 nas sem Avicta)e, da mesma forma, menos massas de ovos (média de 34nas plantas com Avicta e 136 nas sem Avicta) . Essesresultados indicam que o tratamento de sementes pode setornar uma valiosa ferramenta dentro do manejo de M.incognita na cultura do algodão.

APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE CRIOPRESERVAÇÃO PARA ESPÉCIES DE Pratylenchus [APPLICATIONOF TECHNIQUE OF CRIOPRESERVETION FOR Pratylenchus SPECIES]. Gonzaga, V.1; Tenente, R.C.V.1.; Prates,M1.; Martins, I1. 1.Embrapa/Cenargen, CP 02372, Brasília, DF, CEP 70770-900. E-mail: [email protected]

A manutenção de populações puras de fitonematóidesem seus respectivos hospedeiros ou in vitro necessita de umacontínua renovação das mesmas de forma muito laboriosa.A criopreservação de fitonematóides garante asobrevivência desses nematóides por longos períodos,possibilitando diversos estudos. Portanto, objetivou-se nestetrabalho verificar a taxa de sobrevivência de espécimes dePratylenchus spp. após serem submetidos ao processo decriopreservação. Os nematóides foram multiplicados in vitro,em cilindros de cenoura, e extraídos após 90 dias dainoculação. Devido ao total de nematóides extraídos, onúmero de indivíduos por repetição variou de 2.500 a 4.000.Os espécimes foram incubados em etileno glicol 10% a27oC, por duas horas. A seguir, os nematóides foramcolocados em etileno glicol 70%, por 45 minutos, seguidoda deposição em tiras de papel de cromatografia e essasforam submersas em nitrogênio líquido (–196oC). Após 16

meses realizou-se o descongelamento por meio da imersãoimediata das tiras de papel, contendo os nematóides, emrecipientes com água destilada, mantidos em banho mariaa 35oC. Efetuou-se a quantificação de espécimes vivos emortos utilizando-se a câmara de contagem de Peters, aomicroscópio óptico. Verificou-se que a sobrevivência foide 62,2%, 53,4%, 50,2% e 48,8%, respectivamente para P.brachyurus, P. zeae, P. jaehni e P. vulnus. Todas os espécimesforam reinoculados em cilindros de cenoura para posteriorverificação da manutenção da capacidade infectiva dosespécimes. Para as espécies anfimíticas foram utilizados dezmachos e 20 fêmeas por cilindro de cenoura e para asespécies partenogenéticas utilizou-se 20 fêmeas. Areprodução das respectivas espécies nos cilindros cenouraestá em fase de avaliação, pois há necessidade de um períodode incubação que varia em torno de oito a doze semanas.

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE SOJA FRENTE AOS NEMATÓIDES FORMADORES DEGALHAS E A PODRIDÃO VERMELHA DA RAIZ [SOYBEAN GENOTYPES BEHAVIOR IN RELATION TOROOT-KNOT NEMATODES AND SUDDEN DEATH SYNDROME] Dalla Nora, T¹.; Homechin. M².; Santiago,D.C².; ¹COODETEC – Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola, Cascavel, PR, CEP 85813-450. E-mail:[email protected] . ²UEL. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR.

A ocorrência dos nematóides formadores de galhas eda podridão vermelha da raíz (PVR) pode ser limitante paraa produtividade da cultura da soja. Os objetivos destetrabalho foram avaliar o comportamento genótipos de sojaaos nematóides Meloidogyne javanica, Meloidogyne incognita eao fungo Fusarium solani f. sp. glycines e os efeitos deinoculações conjuntas entre os nematóides e o fungo. Oexperimento foi conduzido em casa-de-vegetação, na

COODETEC - Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola,Cascavel – PR. O delineamento experimental foi o de blocoscasualisados em esquema fatorial, sendo doze genótiposde soja e seis tratamentos, com quatro repetições, ostratamentos foram inoculações simples e conjugadas entreos patógenos. As avaliações foram efetuadas 40 dias apósas inoculações, nota de galhas, nota de severidade de PVR,fator de reprodução dos nematóides e peso de raiz, foram

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determinados. Verificou-se diferença significativa (P< 0,05)entre os cultivares e tratamentos para notas de galhas efator de reprodução dos nematóides e para nota deseveridade de PVR. Na avaliação da interação entre ospatógenos, observou-se possível efeito antagônico do fungosobre o nematóide para as cultivares CD 202, CD 206,Hartwig e CD 02 AP-12386 que apresentaram maiorformação de galhas quando M.incognita foi inoculadoisoladamente do que quando inoculado juntamente comFusarium. O mesmo foi observado para as cultivares CD

202, CD 206, Hartwig, Msoy 7501, Msoy 7894 e CD 02AP-12386 quando inoculou-se M. javanica isoladamente. Opeso de raiz foi maior em todos os genótipos inoculadosapenas com os nematóides. Alterações significativas naseveridade de PVR foram observadas, demostrando efeitosinergístico do nematóide sobre o fungo, nas cultivares Msoy7501 e Conquista quando o fungo estava associado comM. incognita, e na Conquista quando o fungo estava associadocom M. javanica, esta interação levou a alteração da reaçãode PVR nestas cultivares.

REPRODUÇÃO DE Pratylenchus brachyurus EM DIFERENTES CULTIVARES DE SOJA [REPRODUCTIONOF Pratylenchus brachyurus ON DIFFERENT SOYBEAN CULTIVARS] Ribeiro, G.C.; Neves, D.L.; Campos, H.D.; SilvaL.H.C.P.; Silva, J.C.R.; Nunes Junior, J. Universidade de Rio Verde – FESURV, C.P. 104, Rio Verde, GO, CEP 75901-970.E-mail: [email protected].

Com o objetivo de avaliar a reação de cultivares de sojaà Pratylenchus brachyurus instalou-se um experimento sobcondições de casa de vegetação – Universidade de RioVerde, Rio Verde/ GO. Os tratamentos foram constituídospelas cultivares M-SOY 8866, M-SOY 9350, M-SOY 6101,A 7002, CD 219 RR, BRS Favorita RR, BRS Balisa RR,BRS Valiosa RR, MG/BR 46 - Conquista, Emgopa 313,Emgopa 315, Emgopa 316, BRSGO Ipameri, BRSGOChapadões, BRSGO 204 Goiânia, BRSGO Luziania,BRSGO Jataí, BRSGO Mineiros, BRSGO Araçu e BRSSilvânia RR. O delineamento experimental utilizado foiinteiramente casualizado em 10 repetições. Cada parcela

foi representada por um vaso contendo uma planta dacultivar. Como inoculo foi utilizada uma suspensão de 5mL contendo 4000 nematóides para cada vaso. Aos 70 diasapós a inoculação realizaram-se as avaliações de peso dosistema radicular, número total de ovos, número de ovospor grama de raiz e FR (fator de reprodução). As cultivaresBRSGO Jataí e M-SOY 8866, comportaram como máshospedeiras proporcionado FR igual a 0,42 e 0,64,respectivamente, seguido das cultivares BRSGO 204Goiânia (0,96) e BRS Balisa RR (0,99). As demais cultivaresproporcionaram multiplicação do P. brachyurus, com FRvariando entre 1,18 (CD 219 RR) a 3,06 (Emgopa 316).

REDUÇÃO DA POPULAÇÃO DE Rotylenchulus reniformis NO SOLO ATRAVÉS DA ROTAÇÃO ANUALDE CULTURAS EM MATO GROSSO DO SUL [ANNUAL CROP ROTATION FOR THE REDUCTION OFRotylenchulus reniformis SOIL POPULATION IN MATO GROSSO DO SUL STATE] Asmus, G.L. Embrapa AgropecuáriaOeste, C.P. 661, Dourados, MS, CEP 79804-970. E-mail: [email protected]

O nematóide reniforme (Rotylenchulus reniformis) é umimportante fitoparasito de diversas culturas de importânciaeconômica no Brasil e no mundo. Especificamente para asculturas de algodão e soja, o nematóide reniforme temcausado severas perdas e demandado medidas de controleeficientes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito darotação de culturas sobre a população de R. reniformis nosolo em Mato Grosso do Sul. Na safra 2005/06 foraminstalados dois experimentos de campo em áreasnaturalmente infestadas (948 e 274 nematóides/200cc desolo), que vinham sendo cultivadas respectivamente comalgodão e soja, em monocultivo. Em ambos experimentosforam estabelecidas parcelas experimentais de 50m2, comquatro repetições, onde foram coletadas oito subamostrasde solo (0,0 a 0,2m) à época do estabelecimento (Pi) e na

colheita (Pf ) das culturas de verão. No experimento 1 (AralMoreira, MS), foram avaliadas as culturas de soja (resistentee suscetível), milho e Brachiaria ruziziensis, comparadas como monocultivo de algodão. No experimento 2 (Maracajú,MS), foram avaliadas as culturas de milho e B. ruziziensis,comparadas com o monocultivo de soja. Ao final do ciclodas culturas foi calculada a variação da população donematóide no solo (FR = Pf/Pi). Nos dois experimentosobservou-se pelo teste de Duncan (5%) uma significativaredução na população de R. reniformis no solo após o cultivode um ano de milho ou capim-braquiária. Não foi observadaredução significativa da população do nematóide quandose utilizou a rotação de algodão com soja, por uma safra,mesmo utilizando uma cultivar resistente de soja.

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE NEMATÓIDES QUE OCORREM EM CULTURA DEHELICONIACEAE NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM-PARÁ, BRASIL [PRELIMINARY STUDYOF NEMATODES FROM HELICONIACEAE THE METROPOLITAN REGION OF BELÉM-PARÁ, BRAZIL]Vieira, J.G.P.; Giese, E.G.; Santos, J.N.; Lanfredi, R.M. Universidade Federal do Pará, CEP 66.075-110. Belém, PA. E-mail:[email protected]

A floricultura tropical é uma atividade que está emascensão no Estado do Pará, destacando-se como umagronegócio gerador de renda, fixador de mão-de-obra ecomo cultura alternativa para pequenos produtores. Entreas principais espécies cultivadas estão os representantes dafamília Heliconiaceae, consideradas as espécies maisimportantes da floricultura tropical e cujas fitonematosesrepresentam um dos principais problemas sanitários. Estetrabalho tem como objetivo relatar a ocorrência deparasitoses causadas por fitonematóides em espécies dafamília Heliconiaceae que ocorrem em municípios quecompõe a região metropolitana de Belém-PA. São aquiabordados aspectos relevantes da morfologia e bioecologiadestes parasitos. O levantamento de dados preliminares paraidentificar os nematóides foi realizado através de visitastécnicas a propriedades nos municípios de Ananideua,Marituba e Benevides (Benfica), pólo floricultor da região

metropolitana de Belém. Em cada propriedade foramcoletadas amostras de plantas para detecção de possívelinfecção e, nos casos de sintomas do parasitismo pornematóides, solo da rizosfera. A diagnose das doenças foifeita considerando-se os sintomas e sinais macroscópicos,bem como através do uso de microscopia de luz, paracolheita e análise dos parasitos, processando-se pordesidratação, clarificação e montagem de lâminas.Igualmente, outros detalhes morfológicos serão analisadosatravés de microscopia eletrônica de varredura. As amostrasforam analisadas no Laboratório de Biologia Celular doCentro de Ciências Biológicas da Universidade Federal doPará. Nas amostras de raízes foram detectados exemplarescom morfologia similar ao gênero Meloidogynes, havendonecessidade de estudos mais aprofundados para a completadiagnose da espécie.

IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DE NEMATÓIDES FITOPARASITAS DO CERRADO BRASILEIRO[MOLECULAR IDENTIFICATION OF PLANT PARASITIC NEMATODES FROM BRAZILIAN SAVANNAHREGION] Cordeiro, M.C.R.; Sharma, R.D.; Carneiro, R.G.; Lima, E.C.; Barros, A.M. Embrapa Cerrados, C.P. 08223,CEP 73910-970; Embrapa Cenargen, C.P. 02372, CEP 70849-070. E-mail: [email protected]

Nematóides fitoparasitas são responsáveis por grandesperdas de produção em várias culturas tais como tomateiro,soja, algodão, milho, cafeeiro, entre outras. Os nematóidesmais importantes para as culturas do cerrado brasileiro sãoMeloidogyne spp., Heterodera glycines, Pratylenchus brachyurus eRotylenchulus reniformis. A identificação molecular utilizandoa técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), cominiciadores específicos tem sido utilizada na identificaçãode alguns patógenos. O objetivo deste trabalho foiidentificar seqüências gênicas capazes de identificarespecificamente os principais gêneros e espécies denematóides que ocorrem no cerrado brasileiro. Primersespecíficos para cada espécie de nematóide foramdesenhados a partir de seqüências gênicas caracterizadasem banco de dados. Fragmentos de DNA foram

amplificados em PCR e observados em gel de agarose a2%. Duas amostras de cada população foram utilizadas paratodas as espécies com exceção de P. brachyurus, para o qualforam utilizadas duas populações. Foram identificados trezefragmentos de DNA que são capazes de demonstrar apresença desses nematóides em amostras puras de juvenisde segundo estádio (J2) ou adultos e, em solo contaminado.Quatro fragmentos diferenciaram o gênero Meloidogyne dosdemais, três diferenciaram R. reniformis, dois P. brachyurus equatro H. glycines. Não foi possível diferenciar as espéciesdo gênero Meloidogyne. Esse trabalho representa umaprimeira tentativa para a identificação molecular denematóides fitoparasitas a partir de amostras de solo, o quepode auxiliar na diagnose e estratégias de controle em áreasinfestadas.

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142 Vol. 31(2) - 2007

XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

CONTROLE BIOLÓGICO DE Meloidogyne mayaguensis EM GOIABEIRA COM FUNGOSNEMATÓFAGOS* [BIOLOGICAL CONTROL OF Meloidogyne mayaguensis IN GUAJAVA WITH NEMATOPHAGOUSFUNGI] Soares, P.L.M.; Almeida, E.J.; Barbosa, B.F.F.; Santos, J.M. dos; Barbosa, J.C.; Múscari, A.M. UNESP/FCAV,Câmpus de Jaboticabal, Departamento de Fitossanidade, Laboratório de Nematologia. CEP 14884-900. E-mail:[email protected]. *Apoio FAPESP: Auxílio à Pesquisa 03/12573-3 e ¹Bolsista 03/05677-7.

Foi avaliada a mistura de partes iguais de um substratocolonizado individualmente, pelos fungos Arthrobotrysmusiformis, A. oligospora, Paecilomyces lilacinus e Dactylella sp.,contendo bagaço de cana enriquecido com farelo de arroz,no controle biológico de Meloidogyne mayaguensis na culturada goiaba (Psidium guajava), em área de produção comercialirrigada por microaspersores, na região de Monte AzulPaulista-SP. Os fungos foram multiplicados separadamenteem sacos de polipropileno, contendo o substratopreviamente autoclavado durante 40 minutos a 1 atm e120°C. Depois de 21 dias da multiplicação dos fungos nosubstrato, eles foram misturados e aplicados no canteiro.Utilizaram-se parcelas com 4 plantas contíguas, espaçadas7 x 5 m, com 4 repetições para cada tratamento. Ostratamentos utilizados foram: 1. 4 L da mistura dos fungos

por parcela; 2. 8 L da mistura dos fungos; 3. 150 g deAldicarb/planta (antes da aplicação, todos os frutos foramderrubados) e 4. Testemunha (sem fungos). Após aaplicação, utilizou-se um rastelo para fazer umaincorporação da mistura ao solo do canteiro. Foi avaliada apopulação do fitonematóide no solo e nas raízes antes daaplicação, 60 e 120 dias após. As médias da eficiência dostratamentos, dada pela percentagem de controle dosnematóides, em relação à Testemunha, segundo Abbott,para a população de M mayaguensis, não apresentaramdiferença estatística entre os tratamentos. Entretanto, aos120 dias, no solo, os tratamentos com 4L (mistura defungos), 8L e Aldicarb, apresentaram uma eficiência de 81,73 e 84%, respectivamente. Nas raízes, a eficiência foi de95, 93 e 94%, respectivamente.

CONTROLE BIOLÓGICO DE Rotylenchulus reniformis UTILIZANDO FUNGOS NEMATÓFAGOS EMPRODUÇÃO COMERCIAL DE PEPINO CAIPIRA ORGÂNICO EM ESTUFA* [BIOLOGICAL CONTROLOF Rotylenchulus reniformis USING NEMATOPHAGOUS FUNGI IN COMMERCIAL PRODUCTION OF ORGANICRUSTIC CUCUMBER IN GREENHOUSE] Soares, P.L.M.; Barbosa, B.F.F.; Santos, J.M.; Barbosa, J.C.; Múscari, A.M.UNESP/FCAV, Campus de Jaboticabal, Departamento de Fitossanidade, Laboratório de Nematologia. CEP 14884-900.E-mail: [email protected]. *Apoio FAPESP

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficácia dautilização de Arthrobotrys oligospora, A. musiformis e Paecilomyceslilacinus no controle biológico de Rotylenchulus reniformis, nacultura do pepino caipira (Cucumis sativus), em sistema deprodução orgânica em estufa, na região de Araraquara-SP,no período do inverno de 2005. Os fungos forammultiplicados separadamente em sacos de polipropileno,contendo arroz e água na proporção de 2:1 previamenteautoclavados durante 20 minutos a 1 atm e 120°C. Depoisde 15 dias da multiplicação dos fungos no arroz, eles forammisturados e aplicados no canteiro. Utilizou-se parcelas de6 m de comprimento e 1 m de largura, com 4 repetiçõespara cada tratamento. Os tratamentos utilizados foram:tratamento testemunha (sem fungos) e três doses da misturados fungos (3, 6 e 9 L). Após a aplicação, utilizou-se um

rastelo para fazer uma breve incorporação da mistura aosolo do canteiro. Uma semana depois, as mudas de pepinocaipira (cultivar Safira) com 20 dias, foram transplantadaspara o canteiro, em linha dupla, no espaçamento de 0,60m. Foram avaliadas para todos os tratamentos, as médias:número total de frutos, peso total de frutos, peso médiodos frutos, além das populações dos fitonematóides no soloe nas raízes ao 0, 60 e 120 dias após o transplante. Asamostras de solo e raízes apresentaram baixos níveispopulacionais dos fitonematóides, nos diferentes períodosde avaliação, sendo as médias encontradas de 159 J2 em100 cm³ de solo e 31 ovos e J2 em 10 g de raízes, no máximo.Os diferentes fatores avaliados, não apresentaram diferençaestatística significativa, entre todos os tratamentos utilizados.

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

CONTROLE BIOLÓGICO DE Meloidogyne incognita EM CULTIVO DE QUIABEIRO ORGÂNICOUTILIZANDO FUNGOS NEMATÓFAGOS* [BIOLOGICAL CONTROL OF Meloidogyne incognita IN ORGANICCROPPING OF OKRA USING NEMATOPHAGOUS FUNGI] Soares, P.L.M.; Barbosa, B.F.F.; Santos, J.M.; Barbosa,J.C.; Múscari, A.M. UNESP/FCAV, Campus de Jaboticabal, Departamento de Fitossanidade, Laboratório de Nematologia.CEP 14884-900. E-mail: [email protected]. *Apoio FAPESP.

Foi estudada a mistura de partes iguais de um substratocolonizado individualmente, pelos fungos Arthrobotrysmusiformis, A. oligospora e Paecilomyces lilacinus, contendo bagaçode cana enriquecido com farelo de arroz, no controlebiológico de Meloidogyne incognita na cultura de quiabo(Abelmoschus esculentus), em sistema de produção orgânica,na região de Itápolis-SP. Os fungos foram multiplicadosseparadamente em sacos de polipropileno, contendo osubstrato previamente autoclavados durante 40 minutos a1 atm e 120°C. Depois de 21 dias da multiplicação dosfungos no substrato, eles foram misturados e aplicados nocanteiro. Utilizaram-se parcelas com 3 m de comprimento0,20 m de largura, com 8 repetições para cada tratamento.Os tratamentos utilizados foram: tratamento testemunha;4 L da mistura dos fungos por parcela. Quinze dias depois,as mudas de quiabeiro (cultivar Santa Cruz), com 15 diasforam transplantadas para as parcelas. Foi avaliada a

população do fitonematóide no solo antes da aplicação dostratamentos e no solo e nas raízes aos 45 e 90 dias após otransplante. As amostras de solo e raízes apresentaram baixonível populacional de M. incognita. As médias da eficiênciados tratamentos, dada pela percentagem de controle dosnematóides, em relação à Testemunha, segundo Abbott,para a população do fitonematóide no solo aos 45 e 90dias, foram de 34 e 50%, respectivamente. Nas raízes aos45 e 90 dias, foram de 86 e 51%, respectivamente. Nosdiferentes períodos de avaliações, foi observado edocumentado, que as plantas nas parcelas tratadas com amistura dos fungos nematófagos, apresentaram melhordesenvolvimento da parte aérea e raízes com poucas galhas,enquanto que as plantas nas parcelas Testemunha (semfungos) apresentaram menor desenvolvimento da parteaérea e raízes com muitas galhas.

ESTUDO PRELIMINAR DO CONTROLE BIOLÓGICO DE Rotylenchulus reniformis UTILIZANDOFUNGOS NEMATÓFAGOS EM PRODUÇÃO COMERCIAL DE TOMATE ORGÂNICO EM ESTUFA*[PRELIMINARY STUDY OF BIOLOGICAL CONTROL OF Rotylenchulus reniformis USING NEMATOPHAGOUSFUNGI IN COMMERCIAL PRODUCTION OF ORGANIC TOMATO IN GREENHOUSE] Soares, P.L.M.; Barbosa,B.F.F.; Santos, J.M. dos; Barbosa, J.C.; Múscari, A.M. UNESP/FCAV, Campus de Jaboticabal, Departamento de Fitossanidade,Laboratório de Nematologia. CEP 14884-900. E-mail: [email protected]. *Apoio FAPESP

O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia dautilização de Arthrobotrys oligospora, A. musiformis e Paecilomyceslilacinus no controle biológico de Rotylenchulus reniformis, nacultura do tomate (Lycopersicon esculentum), em sistema deprodução orgânica em estufa, na região de Araraquara-SP.Os fungos foram multiplicados separadamente em sacosde polipropileno, contendo arroz e água na proporção de2:1 previamente autoclavados durante 20 minutos a 1 atme 120°C. Depois de 15 dias da multiplicação dos fungos noarroz, eles foram misturados e aplicados no canteiro.Utilizou-se parcelas de 6 m de comprimento e 1 m delargura, com 4 repetições para cada tratamento. Ostratamentos utilizados foram: tratamento testemunha (semfungos) e três doses da mistura dos fungos (3, 6 e 9 L).Uma semana depois, as mudas de tomateiro (cultivar Jane)

com 34 dias, foram transplantadas para o canteiro, em linhadupla, no espaçamento de 0,40 m. Avaliaram-se para todosos tratamentos, as médias: número total de frutos, pesototal de frutos, peso médio dos frutos, além das populaçõesdos fitonematóides no solo e nas raízes ao 0, 60, 120 e 180dias após o transplante. As amostras de solo e raízesapresentaram baixos níveis populacionais dosfitonematóides, nos diferentes períodos de avaliação, sendoas médias encontradas de 143 J2 em 100 cm³ de solo e 8ovos e J2 em 10 g de raízes, no máximo. Os dados foramsubmetidos à análise de variância pelo teste F e as médiasforam comparadas pelo teste de Tukey a 5 % deprobabilidade. Os tratamentos utilizados, não apresentaramdiferença estatística significativa, para os diferentes fatoresavaliados.

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XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

CONTROLE BIOLÓGICO DE FITONEMATÓIDES EM CULTIVO PROTEGIDO DE TOMATEIROCEREJA ORGÂNICO COM FUNGOS NEMATÓFAGOS* [BIOLOGICAL CONTROL OFPHYTONEMATODES IN CROPPING COVERT OF ORGANIC TOMATO CHERRY WITH NEMATOPHAGOUSFUNGI] Soares, P.L.M.; Barbosa, B.F.F.; Santos, J.M. dos; Barbosa, J.C.; Múscari, A.M. UNESP/FCAV, Campus deJaboticabal, Departamento de Fitossanidade, Laboratório de Nematologia. CEP 14884-900. E-mail:[email protected]. *Apoio FAPESP

Foi testada a mistura de partes iguais de um substratocolonizado individualmente, pelos fungos Arthrobotrysmusiformis, A. oligospora e Paecilomyces lilacinus, contendo bagaçode cana enriquecido com farelo de arroz, no controlebiológico de Meloidogyne incognita e Rotylenchulus reniformis nacultura de tomate (Lycopersicon esculentum) cereja, em sistemade produção orgânica, na região de Itápolis-SP. Os fungosforam multiplicados separadamente em sacos depolipropileno, contendo o substrato previamenteautoclavado durante 40 minutos a 1 atm e 120°C. Depoisde 21 dias da multiplicação dos fungos no substrato, elesforam misturados e aplicados no canteiro. Utilizaram-separcelas de 6 m de comprimento e 0,40 m de largura, com4 repetições para cada tratamento. Os tratamentos utilizadosforam: tratamento testemunha; 3 e 6 L da mistura dosfungos por parcela. Treze dias depois, as mudas de tomateirotipo cereja (cultivar Sindy) com 25 dias foram transplantadas

para o canteiro no espaçamento de 0,40 m. Foram avaliadasas produtividades médias dos tratamentos, além dapopulação dos fitonematóides no solo antes da aplicaçãodos tratamentos e no solo e nas raízes aos 45 e 90 dias apóso transplante. As amostras de solo e raízes apresentarambaixos níveis populacionais dos fitonematóides. Quanto àprodutividade não ocorreu diferença estatística significativa,entre os tratamentos. Contudo, houve diferença estatísticasignificativa, entre os tratamentos, apenas aos 45 dias apósa aplicação, no solo, para M. incognita, para as médias daeficiência dos tratamentos, dada pela percentagem decontrole dos nematóides, em relação à Testemunha, segundoAbbott. Contudo, houve uma redução de mais de 91% deM. incognita e de 70% de R. reniformis, nas raízes aos 45 diasapós a aplicação, para as duas doses dos fungos nematófagosutilizados.

AVALIAÇÃO PRELIMINAR DO CONTROLE BIOLÓGICO DE FITONEMATÓIDES UTILIZANDOFUNGOS NEMATÓFAGOS EM PRODUÇÃO COMERCIAL DE TOMATE ORGÂNICO* [PRELIMINAREVALUATION OF PHYTONEMATODES BIOLOGICAL CONTROL USING NEMATOPHAGOUS FUNGI INORGANIC TOMATO COMMERCIAL PRODUCTION] Soares, P.L.M.; Barbosa, B.F.F.; Santos, J.M. dos; Barbosa, J.C.;Múscari, A.M. UNESP/FCAV, Câmpus de Jaboticabal, Departamento de Fitossanidade, Laboratório de Nematologia.CEP 14884-900. E-mail: [email protected]. *Apoio FAPESP

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficácia dautilização de Arthrobotrys oligospora, A. musiformis e Paecilomyceslilacinus no controle biológico de Meloidogyne incognita,Pratylenchus zeae, P. brachyurus, Rotylenchulus reniformis eHelicotylenchus dihystera, na cultura do tomate (Lycopersiconesculentum), em sistema de produção orgânica, na região deItápolis-SP, no período do inverno de 2005. Os fungosforam multiplicados separadamente em sacos depolipropileno, contendo arroz e água na proporção de 2:1previamente autoclavados durante 20 minutos a 1 atm e120°C. Depois de 15 dias da multiplicação dos fungos noarroz, eles foram misturados e aplicados no canteiro.Utilizou-se parcelas de 5 m de comprimento e 0,90 m delargura, com 4 repetições para cada tratamento. Ostratamentos utilizados foram: tratamento testemunha (sem

fungos); 7 kg de húmus de minhoca e 6 e 12 litros da misturados fungos. Após a aplicação, utilizou-se um rastelo parafazer uma incorporação do húmus e da mistura ao solo docanteiro. Uma semana depois, as mudas de tomateiro(cultivar Bonus F1) com 26 dias foram transplantadas parao canteiro no espaçamento de 0,40 m. Foram avaliadas aprodutividade média de todos os tratamentos, além dapopulação dos fitonematóides no solo e nas raízes ao 0, 60e 120 dias após o transplante. As amostras de solo e raízesapresentaram baixos níveis populacionais dosfitonematóides, nos diferentes períodos de avaliação, sendoencontrado no máximo 100 formas ativas em 100 cm³ desolo e 107 formas ativas em 10 g de raízes. Não houvediferença estatística significativa, entre os tratamentosutilizados para os diferentes fatores avaliados.

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Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

ESTUDO DO CONTROLE BIOLÓGICO DE Meloidogyne incognita NA PRODUÇÃO COMERCIAL DEPIMENTÃO CV. MARGARITA EM AMBIENTE PROTEGIDO* [BIOLOGICAL CONTROL STUDY OFMeloidogyne incognita IN COMERCIAL PRODUCTION OF SWEET PEPPER CV MARGARITA UNDER PROTECTEDENVIRONMENT] Soares, P.L.M.; Barbosa, B.F.F.; Becaro, C.K.; Gimenes, R.; Ferraz, M.P. de S.; Santos, J.M. dos; Barbosa,J.C.; Múscari, A.M. UNESP/FCAV, Campus de Jaboticabal, Departamento de Fitossanidade, Laboratório de Nematologia.CEP 14884-900. E-mail: [email protected]. *Apoio FAPESP.

Os fitonematóides de galha (Meloidogyne spp.) sãoconsiderados os principais problemas fitossanitários naprodução comercial de olerícolas em ambiente protegido.Com o objetivo de minimizarmos as perdas causadas poresses fitonematóides, utilizou-se a mistura dos fungosnematófagos Arthrobotr ys oligospora e A. musiformisformulados em um preparado especial de arroz para ocontrole de M. incognita em pimentão em estufa. As dosesutilizadas foram 1, 2, 3 e 4 L/parcela, suspensão de conídios(681.300 conídios/parcela) e a testemunha (sem os fungos).Cada parcela experimental utilizada tinha 7 m decomprimento e 0,60 m de largura. O delineamentoexperimental foi de blocos casualizados com quatro

repetições para cada tratamento. Avaliou-se a populaçãoinicial (antes da aplicação) no solo e a população no solo enas raízes aos 60, 120 e 180 dias, após o transplantio dasmudas de pimentão cv. Margarita. Aos 60 dias a populaçãodo fitonematóide no solo, apenas as doses 1 e 2 L, foi menorque o tratamento testemunha. Nas raízes, apenas a dose 1L foi maior que a testemunha. Aos 120 dias, apenas as doses1 e 3 L, apresentaram a população do fitonematóide nosolo menores que a testemunha. Nas raízes, apenas otratamento com esporos foi menor. A população dofitonematóide aos 180 dias para todos os tratamentos foimaior que a testemunha com exceção, para a dose de 2 Lno solo e esporos e 1 L nas raízes.

NOVOS REGISTROS SOBRE Meloidogyne mayaguensis NO BRASIL [NEW RECORDS ON Meloidogynemayaguensis IN BRAZIL] Soares, P.L.M.; Almeida, E.J. de; Silva, A.R. da; Barbosa, B.F.F.; Santos, J.M. dos; UNESP/FCAV,Campus de Jaboticabal, Departamento de Fitossanidade, Laboratório de Nematologia. CEP 14884-900. E-mail:[email protected]

Meloidogyne mayaguensis reproduz-se nos mesmoshospedeiros diferenciadores de M. incognita raça 2 e asevidências vêm confirmando que se trata, também, de umaespécie polífaga. Variedades resistentes a Meloidogyne incognitae/ou M. javanica de diferentes culturas, tais como tomateiro,pimentão, soja, bata-doce, entre outras, são suscetíveis aesse nematóide. Subpopulações desse nematóide já foramencontradas em vários estados brasileiros, desde SantaCatarina ao Ceará. Atualmente, é a espécie de nematóidede maior importância econômica para a goiabeira, no Brasil,inclusive já tendo sido responsável pela erradicação demilhares hectares dessa frutífera, no Nordeste.

Recentemente, foi encontrada em uma lavoura de soja naregião de Ituverava, SP e em diferentes variedades deculturas olerícolas, tais como pimentão, alface, pepino etomate cereja no município de Chapada dos Guimarães,MT exibindo galhas e outros sintomas de severa infecçãocausada por esse nematóide. A espécie foi identificada combase no padrão perineal e na morfologia da região labialdos machos, também confirmada pelo fenótipoisoenzimático para esterase. Este constitui o primeiroregistro da ocorrência de M. mayaguensis no Estado do MatoGrosso e o primeiro registro em soja no Estado de SãoPaulo.

SELEÇÃO DE Psidium spp. QUANTO A RESISTÊNCIA A Meloidogyne mayaguensis E COMPATIBILIDADEDE ENXERTIA COM P. guajava CV. PALUMA [SCREENING OF Psidium spp. FOR RESISTANCE TO Meloidogynemayaguensis AND GRAFTING COMPATIBILITY WITH P. guajava CV. PALUMA]. Carneiro, R.M.D.G 1., Cirotto, P.A1.,Sousa, M.G.1, Silva, D.B.1.& Gomes Carneiro, R2. 1EMBRAPA - Recursos Genéticos e Biotecnologia, C.P. 02372, 70849-979 Brasilia, DF, Brazil, e-mail: [email protected]; 2 Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR, C.P. 481, 860001-970 Londrina, PR.

Meloidogyne mayaguensis tem sido assinalado em algunsestados do Brasil causando severos danos em goiabeirascomerciais (Psidium guajava L.). Acessos de Psidium spp.foram selecionados a partir de uma coleção mantida na

Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS). Plantas dediferentes acessos foram transplantadas em vasos plásticose quando atingiram 15-20 cm de altura foram inoculadascom M. mayaguensis (10.000 ovos/planta). Oito meses após

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XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

a inoculação das plantas, os diferentes tratamentos foramavaliados quanto à resistência ou suscetibilidade a essenematóide.Três acessos de P. guajava foram altamentesuscetíveis (FR=59,2). P. friedrichsthalianium foi consideradomoderadamente resistente (FR=1,9). Três acessos de P.cattleyanum foram imunes (FR=0) a M. mayaguensis. P.

friedrichsthalianium e P. cattleyanum quando usados com porta-enxertos, enxertia de garfagem método inglês simples, foramcompatíveis com P.guajava cv. Paluma. Considerando essesresultados, o uso de porta-enxertos resistentes é um métodopromissor para o controle de M. mayaguensis em plantioscomerciais de goiaba.

MORPHOLOGICAL AND BIOLOGICAL CHARACTERIZATION OF AN ATYPICAL ROOT-KNOTNEMATODE PARASITISING Polymia sonchifolia IN SÃO PAULO STATE [CARACTERIZAÇÃOMORFOLÓGICA E BIOLÓGICA DE UM NEMATÓIDE DE GALHAS ATÍPICO PARASITANDO Polymia sonchifoliaNO ESTADO DE SÃO PAULO] Carneiro, R.M.D.G.1, Gomes, A.C.M.M 1, Almeida, M.RA.1, Santos, M.F.A1., Mota, F.C1;Mendes, M.L.2. 1EMBRAPA - Recursos Genéticos e Biotecnologia, C. P. 02372, CEP 70849-979 Brasília, DF, Brasil;2University of Florida, Entomology and Nematology Department, Bldg. 970, P.O.Box 110620 Gainesville, FL 32611-0620, USA.

A root-knot nematode parasitising yakon (Polymiasonchifolia Poep Endl) in Capão Bonito, São Paulo State isbiochemicaly characterized and presented the species-specific esterase phenotype I3 (Rm: 0.80, 1.10, 1.30). It isthe most useful character to differentiate this populationfrom other Meloidogyne species. The female perineal patternshave a distinct high dorsal arch composed of smooth towavy striae, similar to Meloidogyne incognita. The female styletis 15.0-17.0 mm long with the cone generally slightly curveddorsally with well developed knobs. DGO is 3.5-4.5 mm.Males have a high, round head cap which is continuouswith the body contour and has a large and round labialdisc, centrally concave, and raised above the medial lips.

The head region is never marked by incomplete annulations.Male stylet robust, 20.0-25.0 mm long, cone straight, shaftcylindrical with several small projections, knobs, pear-shaped and backwardly sloping. The stylet length ofsecond–stage juveniles is 10.0-13.0 m, DGO is 2.5-3.5 mmand the tail length is 35.0-58.0 mm, “c” measurement is6.7-13.9. Reproduction is by mitotic parthenogenesis, 3n =54-58. Population of Meloidogyne sp. reproduced on tomato‘Rutgers’, tobacco ‘NC95’, watermelon ‘Charleston Gray’.No reproduction occurred on cotton ‘Deltapine 61’, pepper‘California Wonder’ and on peanut ‘Florunner’. This specieshas the same differential host response as M. javanica.

EFEITO DE PRODUTOS QUÍMICOS E NATURAIS SOBRE Meloidogyne sp. EM MUDAS DE CANA-DE-AÇÚCAR (Saccharum sp.) [EFFECT OF CHEMICAL AND NATURAL PRODUCTS ON Meloidogyne sp. IN SUGARCANE (Saccharum sp.)] Teixeira, R.A.; Oliveira, F.S.; Santos, L.C.; Rocha, M.R.; Nogueira, E.N; Araújo, F.G. UniversidadeFederal de Goiás, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Laboratório de Nematologia. E-mail:[email protected]

O principal método de controle de nematóides em cana-de-açúcar é a utilização de produtos químicos, que sãoaltamente tóxicos e caros. Com isto buscam-se medidasalternativas como a utilização de produtos naturais, queapresentam menor impacto ao meio-ambiente. O presentetrabalho teve como objetivo avaliar o efeito de produtosquímicos e naturais sobre a densidade populacional deMeloidogyne sp. em mudas de cana-de-açúcar (Saccharuam sp.)da variedade RB 867515, plantadas em vasos sob condiçõesde casa de vegetação. O experimento foi conduzido emdelineamento inteiramente casualizado com dez tratamentose cinco repetições constituídos por: 1- testemunha; 2- tortade nim 10g/vaso; 3- torta de nim 20 g/vaso; 4- óleo de nim

1,0 L.ha-1; 5- óleo de nim 2,0 L.ha-1; 6- abamectina(Vertimec) 1,0 L.ha-1 aplicado na base da planta (solo); 7-abamectina (Vertimec) 1,0 L.ha-1 aplicado via foliar; 8-carbofuram (Furadam) 20 Kg.ha-1; 9- cadusafós (Rugby) 40Kg.ha-1; 10- extratos naturais (Compostonate) 2,0 L.ha-1.As mudas de cana-de-açúcar foram inoculadasartificialmente com 2000 ovos e J2 de Meloidogyne sp. e, dezdias após, foi feita a pulverização dos produtos. A extraçãoe contagem de nematóides ocorreu após 90 dias dainoculação. Nas raízes a torta de nim nas doses de 10 e 20g/vaso apresentaram a menor densidade populacional deMeloidogyne sp., embora somente tenha diferido dotratamento com óleo de nim na dose de 1,0 L.ha-1. Todos

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os tratatamentos se igualaram à testemunha e as médiasvariaram de 48 a 530 espécimes/10 g de raiz. Nas raízes, atorta de nim nas duas doses, se igualou aos tratamentos

com abamectina, carbofuram e cadusafós, resultando emredução da população em relação a testemunha.

REAÇÃO DE AMARÍLIS (Hippeastrum sp.) SOB DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE Heteroderaglycines [REACTION OF AMARILIS (Hippeastrum sp.) TO DIFFERENT CONCENTRATIONS OF Heterodera glycines]Teixeira, R.A.; Sara, J.G.; Machado, M.R.; Estevam, J.T.; Arcari, F. S.; Araújo, F.G.; Pires, L.L. Universidade Federal deGoiás, Goiânia, GO, CEP 74001-970. E-mail: [email protected]

Perdas na produção, depreciação da qualidade doproduto ou até mesmo a destruição total das plantas podemocorrer devido à ação de nematóides. O grau de danodepende das condições ambientais, da suscetibilidade dacultura ao nematóide, da sua presença e densidadepopulacional e de outros patógenos que podem com eleinteragir. Assim como em outras culturas, a incidência denematóides em plantas ornamentais pode representar umalimitação à produção. O presente trabalho objetivou avaliara hospedabilidade de plantas de amarílis a Heterodera glycines.Foram testadas quatro concentrações de inóculo: zero(testemunha), 2.000, 4.000 e 6.000 ovos por planta, em cincorepetições. O experimento foi conduzido em delineamentointeiramente casualizado, em vasos em casa-de-vegetação,

utilizando-se uma planta por vaso. Adicionalmente, plantasde soja foram inoculadas com as mesmas concentrações,para certificar a viabilidade do inóculo. Após sessenta diasda inoculação, o sistema radicular das plantas foi avaliado,fazendo-se a extração do nematóide pelo método deflutuação e peneiramento. Não foi evidenciada ahospedabilidade do amarílis ao ataque de H. glycines emnenhuma das concentrações testadas, visto que a presençade fêmeas dessa espécie não foi constatada na plantaornamental. Contrariamente ao amarílis, foram extraídosfêmeas do nematóide nas plantas de soja, em númerocrescente, diretamente proporcional à concentração inicial,certificando a viabilidade do inóculo utilizado.

EFEITO DE EXTRATOS VEGETAIS SOBRE A MORTALIDADE DE JUVENIS DE Meloidogyne incognita[EFFECT OF PLANT EXTRACT ON MORTALITY OF Meloidogyne incognita JUVENILES] Rezende Neto, U.R; Vitti,A.J.; Teixeira, R.A; Araújo, F.G; Santos, L.C.; Rocha, M.R. Universidade Federal de Goiás, Escola de Agronomia e Engenhariade Alimentos, C.P. 131, Goiânia, GO, CEP 74001-970. E-mail: [email protected]

Os nematóides de galhas, do gênero Meloidogyne, vêmcausando grandes problemas às principais culturas no Brasile no mundo. Diversas plantas com efeito antagônico aosnematóides têm sido estudadas visando um controlealternativo ao controle químico. O objetivo desse trabalhofoi avaliar o efeito de extratos vegetais sobre a mortalidadede juvenis de Meloidogyne incognita. O trabalho foi conduzidoem delineamento inteiramente casualizado com seistratamentos e oito repetições. Os extratos vegetais foramproduzidos a partir da parte aérea de cravo de defunto(Tagetes sp.), sementes e folhas de nim (Azadirachta indica),

frutos de café (Coffea arabica) e raízes de crotalaria (Crotalariajuncea). Após obtenção de juvenis de segundo estádio, foramcolocadas suspensões contendo 225 juvenis em cadasubstrato em placas de petri, onde ficaram por 24 h. Apósesse tempo, os juvenis foram transferidos para placascontendo apenas água onde ficaram por mais 2 h. Osextratos de cravo de defunto, semente de nim e raiz decrotalária apresentaram melhores resultados, com taxa demortalidade superior a 90%. O extrato de fruto de caféapresentou pouco mais de 50 % de mortalidade dos juvenis.Na testemunha, a mortalidade foi de 31,75%.

PRODUTOS QUÍMICOS E NATURAIS NO CONTROLE DE Pratylenchus zeae EM SOQUEIRAS DE CANA-DE-AÇÚCAR [NATURAL AND CHEMICAL PRODUCTS Pratylenchus zeae CONTROL IN SUGARCANE RATOON]Oliveira, F.S.; Rocha, M.R.; Araújo, F.G.; Couto, M.A.; Teixeira, R.A.; Santos, L.C. Escola de Agronomia e Engenharia deAlimentos, UFG. Caixa Postal 131, CEP 74001-970. Goiânia, GO. E-mail: [email protected]

As produtividades nas soqueiras de cana-de-açúcar(Saccharum sp.), em geral, são menores quando comparadas

às de cana-planta, podendo reduzir ainda mais em áreascom altas infestações de fitonematóides. O efeito de

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produtos químicos e naturais sobre a população dePratylenchus zeae, em soqueiras da cultura da cana-de-açúcar,variedade RB867515, foi avaliado em experimentoconduzido em campos de produção da Usina JallesMachado S/A, em Goianésia, GO. O delineamentoexperimental foi o de blocos completos casualizados, emesquema fatorial 5 x 2, com parcelas subdivididas e cincorepetições. O experimento foi composto pelos tratamentos:testemunha, abamectina 0,5 L.ha-1 (Vertimec 18 CE),abamectina 1,0 L.ha-1 (Vertimec 18 CE), óleo de nim 2,0L.ha-1(2% de azadiractina) e aldicarb 150 G 12 kg.ha-1,

combinados com ou sem aplicação de torta de filtro nadosagem de 30 t.ha-1. As avaliações da população dosfitonematóides no solo e no sistema radicular foram feitasaos dois, quatro, seis e oito meses após a aplicação dostratamentos. Também foi realizada a análise fisico-químicado caldo, após a colheita da cana. Nas condições do presenteexperimento, não se constatou efeito nematicida dosprodutos aldicarb, abamectina e óleo de nim, combinadosou não com a aplicação de torta de filtro, na soqueira decana-de-açúcar. Abamectina na dosagem de 1,0 L. ha-1

reduziu o Brix e o Pol do caldo da cana-de-açúcar.

PRODUTOS QUÍMICOS E NATURAIS NO CONTROLE DE Pratylenchus spp. E Meloidogyne javanica EMCANA-DE-AÇÚCAR [NATURAL AND CHEMICAL PRODUCTS ON Pratylenchus spp. AND Meloidogyne javanica THECONTROL OF IN SUGARCANE] Oliveira, F.S.; Rocha, M.R.; Duarte, J.B.; Teixeira, R.A.; Santos, L.C.; Machado, V.O.F.Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, UFG. Caixa Postal 131, CEP 74001-970. Goiânia, GO. E-mail:[email protected].

Objetivando avaliar o efeito de produtos químicos enaturais sobre populações de Pratylenchus spp. e Meloidogynejavanica, em cana-de-açúcar (Saccharum spp.), variedadeRB835486, o trabalho foi conduzido em campos deprodução da Usina Jalles Machado S/A, Goianésia, GO. Odelineamento experimental foi o de blocos completoscasualizados, esquema fatorial 5 x 2, em parcelas subdividas,com cinco repetições. Os dez tratamentos foram:testemunha, abamectina 0,5 L.ha-1(Vertimec 18 CE),abamectina 1,0 L.ha-1 (Vertimec 18 CE), óleo de nim 2,0L.ha-1 (2% de azadiractina), aldicarb 150G 12 kg.ha-1, todoscom e sem aplicação de torta de filtro (30 t.ha-1). Avaliaçõesda população dos fitonematóides foram feitas aos dois,quatro, seis e oito meses após plantio. Foram avaliadostambém o perfilhamento, comprimento, número e diâmetro

do colmo, produtividade e características físico-químicasdo caldo da cana. Aldicarb foi eficiente no controle dePratylenchus spp. e Meloidogyne javanica, apresentando efeitoaté quatro meses após aplicação no sulco de plantio. Noentanto, em associação com torta de filtro, sua eficiênciafoi reduzida. O uso de abamectina e óleo de nim nasdosagens e forma de aplicação avaliadas não mostraramefeito. A torta de filtro não apresentou efeito nematicida,mas aumentou o número de perfilhos na planta. Ocomprimento, número e diâmetro do colmo, assim comoos valores da análise fisico-química do caldo representadospela concentração de sacarose (Pol), Brix, açúcares redutorese teor de fibra, não sofreram efeito significativo dostratamentos.

EFEITO DE SISTEMAS DE CULTIVO NO CONTROLE DE Pratylenchus spp. NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR [EFFECT CROP SYSTEMS ON THE CONTROL OF Pratylenchus spp. IN SUGARCANE] Oliveira,F.S; Rocha, M.R.; Teixeira, R.A.; Machado, V.O.F.; Soares, R.A.B. Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, UFG.Caixa Postal 131, CEP 74001-970. Goiânia, GO. E-mail: [email protected].

Esse trabalho objetivou estudar o efeito de sistemas decultivo sobre densidades populacionais de Praytlenchus spp.,em área de reforma de canavial, em campos de produçãoda Usina Jalles Machado S/A, Goianésia, GO. Usou-sedelineamento experimental inteiramente casualizado, comcinco tratamentos e dez repetições. Os tratamentos foram:1) cana-pousio-cana (testemunha); 2) cana-pousio-cana +nematicida (aldicarb 12 kg.ha-1); 3) cana-pousio-cana + tortade filtro; 4) cana-soja-cana; 5) cana-crotalária-cana. A

população inicial de nematóides foi determinada após oprimeiro cultivo de cana, por meio de amostragem do solo.As populações dos nematóides no solo e no sistemaradicular de soja e crotalária foram determinadas durante acondução destas culturas. Após o segundo plantio da cana,foram avaliados a população de nematóide aos dois, quatro,seis e oito meses, no solo e sistema radicular das plantas; aprodutividade da cana, comprimento, diâmetro e peso docolmo e as características fisico-químicas do caldo. O

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sistema de cultivo cana-crotalária-cana reduziu a populaçãode Pratylenchus spp., mantendo-a em níveis relativamentemais baixos e por período mais prolongado, relativamenteaos demais sistemas avaliados. O uso da torta de filtro emcana-pousio-cana, inicialmente e até quatros meses daaplicação, aumentou a população de Pratylenchus spp. na área.A espécie Crotalaria juncea e a cultivar BRSGO-Emgopa 316

de soja foram boas hospedeiras de Pratylenchus spp., comfatores de reprodução estimados em 4,09 e 5,61,respectivamente. Não foi observado efeito significativo dostratamentos em relação ao comprimento, diâmetro e pesodos colmos, à produtividade e aos valores da análise fisico-química do caldo.

UTILIZAÇÃO DE UM BANCO DE IMAGENS PARA IDENTIFICAÇÃO DE NEMATOÍDES DEEXPRESSÃO ECONÔMICA PARA O BRASIL, COM ÊNFASE NO GRUPO Pratylenchus [USE OF PESTIMAGE DATABASE ON NEMATODES OF ECONOMIC EXPRESSION, WITH ENPHASIS THE GENUSPratylenchus]. Rissoli, V.R.V.1; Gonzaga, V.2; Santos, T.O. dos3; Santos, J.T. da S.4; Tenente, R.C.V.2 1.Universidade Católicade Brasília, DF.; 2.Embrapa/Cenargen, C.P. 02372, Brasília, DF; 3.Bolsista/Embrapa; 4.Bolsista/CNPq. E-mail:[email protected]

O agronegócio é de grande importância para o Brasil,gerando bilhões em divisas, porém seu sucesso depende daatuação das instituições responsáveis pela defesafitossanitária brasileira, a qual é caracterizada pelamanutenção de sistemas que garantem a identificação ecombate de pragas associadas às plantas. Os fitonematóidesfazem parte deste contexto, apresentando aspectosameaçadores para a agricultura. A identificação destesorganismos consiste em um processo fundamental paraadoção de medidas fitossanitárias apropriadas e seguras,sendo essencial um suporte tecnológico. Objetivandopropiciar uma identificação precisa destas pragas, está sendodesenvolvido um banco de dados com imagens referentesas suas estruturas morfológicas, sendo este elaborado comespécimes depositados nas coleções da Embrapa, espécimescapturados de material importado, exportado, em transito

interno e de coleta no país. As imagens digitalizadas, obtidasatravés de uma câmera digital modelo OLY 200 acoplada aum microscópio de contraste de fase, são processadas nummicrocomputador. Os dados relevantes sobre cada imagemsão catalogados em planilha de controle, posteriormentearmazenados num banco de dados objeto-relacional. Essearmazenamento oferece segurança e agilidade namanipulação das informações, independente de seremdescritivas, diagramáticas ou fotográficas. Odesenvolvimento do sistema de informações que manipulaesse banco de imagens foi realizado por meio de ferramentascomputacionais gráficas de 4ª geração, o que subsidiou aelaboração de um sistema intuitivo e de fácil utilização,contando o banco com cerca de 700 imagens de nematóides,referentes a 13 diferentes gêneros, sendo seis espécies dePratylenchus.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE GERMOPLASMA, MAIS UMA FERRAMENTA NA DEFESA SANITÁRIAVEGETAL [GERMPLASM INFORMATION SYSTEM, ONE MORE TOOL FOR PLANT PROTECTION]Nascimento1, H.I.; Rissoli2, V.R.V.; Tenente3, R.C.V. Bolsista/Embrapa; Universidade Católica de Brasília; Embrapa RecursosGenético e Biotecnologia. E-mail: [email protected], [email protected]

O Laboratório de Nematologia pertence ao Laboratóriode Quarentena Vegetal e possui grande importância nainterceptação de pragas exóticas ao país. Para oacompanhamento mais preciso destas interceptações, esteLaboratório vêm usando o Sistema de Informação deGermoplasma (SIG) que manipula, com seguridade, obanco de dados dos resultados das análises de materiais deintercâmbio vegetal do Brasil, oferecendo suporte a defesasanitária, sobre as pragas exóticas ao país. Dentre os diversosdados armazenados, dois serviram para a elaboração destetrabalho que foram: total de acessos analisados e

contaminados. Após a recuperação desses dados junto aoSIG, este trabalho objetivou avaliar o montante do materialanalisado e comparar através de gráficos com aquelescontaminados, tendo a visão mais clara da situação a cadaano de trabalho realizado. Com base no total de produtosanalisados entre 1981 e 2006 e o montante de acessoscontaminados, foram elaborados gráficos de comparaçõesonde se pode observar as taxas de infecção das pragas emcada ano de execução do intercâmbio de material genético.Devido ao grande número de acessos de uma mesmaespécie vegetal, entre 2001 e 2006, avaliou-se

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separadamente, a elevação da taxa de acessos infectados,quando foi procedido na forma de amostras compostasdentro de um mesmo processo de importação. Verificou-se que por meio do SIG pode-se ter uma visão geral doandamento das análises pelo laboratório e foi de fácil eseguro acesso a este banco de dados. Em ambos estudos,os resultados indicaram variações significativas conformeo ano de introdução e ainda sugeriu que a contaminação

dependia da origem do material, bem como da espécievegetal intercambiada. Outra observação feita foi queembora a percentagem de contaminação por nematóidestenha ficado entre 2 a 7%, aproximadamente, esta deve serconsiderada significativa, pois a maioria do materialintroduzido veio na forma de sementes verdadeiras e onúmero de espécies de nematóides transmitidos porsementes é pequeno.

LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE NEMATÓIDES QUE OCORREM EM CULTURA DE ARECACEAENA ILHA DO COMBU E NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM-PARÁ, BRASIL [PRELIMINARYSTUDY OF NEMATODES FROM CULTURE IN COMBU ISLAND E METROPOLITAN REGION OF BELÉM-PA, BRAZIL] Giese, E.G.; Vieira, J.G.P; Santos, J.N.; Lanfredi, R.M. Universidade Federal do Pará, CEP 66.075-110. E-mail: [email protected]

A ilha do Combu, localizada na foz do rio Guamá,possui uma área de 15 km2 coberta por matas densas,apresentando estrutura e composição florística variadas comexpressiva concentração de espécies de palmeiras,principalmente do açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), que émais abundante em relação a outras espécies que ocorremna ilha, tais como: Raphia taedigera Mart., Astrocaryummurumuru Mart., Scheelea rostrata Mart., Desmoncus orthacanthusMart. A população ribeirinha da ilha apresenta umadensidade relativamente alta, cuja maior fonte de rendaconsiste na colheita e venda dos frutos de Euterpe oleraceae(açaí). Este trabalho tem como objetivo relatar a ocorrênciade parasitoses causadas por fitonematóides em espécies dafamília Arecaceae que ocorrem na área de várzea, comamostras coletadas na ilha do Combu, e em áreas de terrafirme, localizadas na região metropolitana de Belém-PA.São abordados aspectos relevantes da morfologia e

bioecologia destes parasitos. O levantamento de dadospreliminares para identificar os nematóides foi realizadoatravés de visitas técnicas à ilha do Combu e em municípiosda grande Belém/PA, onde foram coletadas amostras deplantas para detecção de possível infecção e, nos casos desintomas do parasitismo por nematóides, solo da rizosfera.A diagnose das doenças foi feita considerando-se ossintomas e sinais macroscópicos, bem como através do usode microscopia de luz, para colheita e análise dos parasitos,processando-se por desidratação, clarificação e montagemde lâminas. As amostras foram analisadas no Laboratóriode Biologia Celular do Centro de Ciências Biológicas daUniversidade Federal do Pará. Nas amostras de raízes deEuterpe oleraceae foram detectados exemplares com estruturasimilar a Aorolaimus sp., havendo necessidade de estudosmais aprofundados para a completa diagnose da espécie.

EFEITO DA RECEPA E DE NEMATICIDAS NO CONTROLE DE Meloidogyne exigua NACAFEICULTURA DO NOROESTE FLUMINENSE – 2o ANO [ASSESSMENT OF SEVERE PRUNNING ANDUSE OF NEMATICIDES AS STRATEGIES FOR CONTROLLING Meloidogyne exigua IN COFFEE PLANTATIONSIN THE STATE OF RIO DE JANEIRO] Barbosa, D.H.S.G.; Vieira, H.D.; Souza, R.M. Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro. Av. Alberto Lamego, 2000, Campos dos Goytacazes, RJ. CEP 28013-620 E-mail:[email protected]

Objetivou-se verificar a eficácia da recepa e denematicidas, isoladamente ou combinados, no controle deM. exigua numa lavoura adulta de café arábica cv. CatuaíVermelho 144, com os seguintes tratamentos: somenterecepa, somente os nematicidas terbufós (35kg/ha) oucarbofuran (45kg/ha) em uma ou duas aplicações durantea estação chuvosa, ou a combinação de recepa e nematicidas.Plantas testemunhas não foram recepadas e nem receberamnematicidas. Avaliou-se 5 parcelas/tratamento (3 linhas de

7 plantas cada), avaliando-se 5 plantas da fileira central.Monitorou-se as variáveis no de J2/100cc solo e no degalhas/g raiz, amostrando-se com um trado a 20 cm deprofundidade, na projeção da saia. As avaliações foramrealizadas antes da recepa, antes das aplicações (intervalode 90 dias), 90 e 180 dias após a segunda aplicação dosnematicidas. Em relação à testemunha, a recepa reduziuem até 60% a população de M. exigua, os nematicidascausaram uma redução de até 57% e a combinação de

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ambos reduziu a população em até 75% no primeiro ano.Os tratamentos com recepa (CR) não associados anematicidas aumentaram a população do nematóide àmedida que as plantas se desenvolveram, enquanto que osCR e com nematicida apresentaram níveis populacionaismenores do que os tratamentos sem recepa (SR) com

nematicida. Nos tratamentos SR foram efetuadas duascolheitas, necessitando-se realizar mais duas colheitas parase avaliar o potencial produtivo dos tratamentos CR (queproduziram apenas uma “catação”), de modo a concluirmossobre a viabilidade de tais práticas no controle de M.exigua.

GENÔMICA COMPARATIVA PARA IDENTIFICAÇÃO DE GENES DE FEIJÃO E ALGODÃOPOTENCIALMENTE ENVOLVIDOS COM A RESISTÊNCIA À Meloidogyne incognita [IDENTIFICATIONOF RESISTANCE MECHANISMS TO Meloidogyne incognita IN BEANS AND COTTON BY COMPARATIVEGENOMICS] Santana, C.G.; Andrade, A.E.; Guimarães, L.M.; Paes, N.S.; Fragoso, R.; da Silva, F.R.; de Oliveira, J.T.A.;Carneiro, R.M.D.; Grossi-de-Sá, M.F.; Mehta, A. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, C.P. 02372, Brasília, DF,CEP70849-090. E-mail: [email protected]. 1Faculdade da Terra de Brasília–FTB; 2Universidade de Brasília–UnB; 3Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia; 4Universidade Federal do Ceará.

Atualmente a genômica comparativa tem sido umaimportante ferramenta para a interpretação, descrição epredição das funções de genes que se encontram disponíveisnos bancos de dados. Bibliotecas subtrativas de cDNA degenótipos resistente e suscetível de feijão de corda e algodãoinfectados com Meloidogyne incognita foram construídas.Foram obtidos 440 reads das bibliotecas de feijão, formando205 clusters e 628 reads das bibliotecas de algodão,formando 284 clusters. O objetivo deste estudo foi, atravésda genômica comparativa, analisar as seqüências de feijãoe algodão para buscar mecanismos comuns relacionados àresistência a M. incognita. A comparação das seqüências dealgodão e feijão revelou a existência de 92 clustershomólogos entre as duas espécies, dos quais 18 são

formados exclusivamente por seqüências oriundas dosgenótipos resistentes. A análise destes 18 clusters revelouque apenas 1 cluster não apresentou similaridade comproteínas ou seqüências nucleotídicas presentes nos bancosde dados. É possível que esta proteína tenha um papelimportante na resistência da planta à infecção por M.incognita. Foram também analisados outros clusters quemostraram similaridade com proteínas hipotéticas eproteínas relacionadas com a resposta a ferimentos eresistência a insetos e patógenos, incluindo lipoxygenases,cytochrome P450, epoxide hydrolase, entre outras.Apoio financeiro: Embrapa Recursos Genéticos eBiotecnologia, FAPDF/CNPq.

REAÇÃO DE HÍBRIDOS DE MILHO AO NEMATÓIDE DAS LESÕES RADICULARES (Pratylenchusbrachyurus) [REACTION OF CORN HYBRID TO ROOT LESION NEMATODE (Pratylenchus brachyurus)] Ribeiro,G.C; Neves, D.L ; Campos, H.D.; Silva L.H.C.P.; Silva, J.C.R. Universidade de Rio Verde – FESURV, C.P. 104, Rio Verde– GO, CEP: 75901-970. E-mail: [email protected]

O nematóide das lesões radiculares, Pratylenchusbrachyurus, tem ocorrido com elevada freqüência nas culturasimportantes no Brasil. Fato esse, se deve principalmenteao plantio de culturas e/ou cultivares suscetíveis aonematóide. Visando avaliar a reação de híbridos de milho àP. brachyurus instalou-se um experimento sob condições deestufa de produção na Universidade de Rio Verde -FESURV, Rio Verde, Goiás. Os tratamentos foramconstituídos por 8 híbridos Pioneer (30S40, 30K64, 30F35,30P70, 30K73, 30F80, 30K75 e 30F90). O delineamentoutilizado foi inteiramente casualizado, em 10 repetições.Cada parcela foi representada por um vaso com capacidade

para um litro de substrato contendo uma planta do híbrido.Como inóculo de P. brachyurus foi utilizada uma suspensãode 5 mL contendo 2000 nematóides para cada vasocontendo uma planta. Aos 60 dias após a inoculação, foramavaliados os pesos do sistema radicular, número total denematóides por sistema radicular, número de nematóidespor grama de raiz e fator de reprodução (FR) para cadahíbrido. O híbrido 30K75 proporcionou FR igual a 0,57,comportando-se como má hospedeiro. Os demais híbridoscomportaram-se como multiplicadores de P. brachyurusproporcionando FR variando entre 1,31 (30S40) a 3,43(30F80).

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XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

DETECÇÃO DE HOSPEDEIROS ALTERNATIVOS DE Meloidogyne mayaguensis EM ÁREA DE CULTIVODE GOIABEIRAS EM PETROLINA-PE [DETECTION OF ALTERNATIVE HOSTS OF Meloidogyne mayaguensisON GUAVA ORCHARD IN PETROLINA, PERNAMBUCO STATE, BRAZIL]. Castro1, J.M.C., Carneiro2, R.M.D.G.,Almeida2, M.R.A. & Antunes Junior1, E.F. 1Embrapa Semi-Árido, BR 428, Km 152, C.P. 23, CEP 56.300-970, Petrolina-PE, 2Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, C.P. 02372, CEP 70.849-970, Brasília-DF. Email:[email protected]

Em 2001, Meloidogyne mayaguensis foi identificado comoo agente causal de drástica destruição de goiabeiras irrigadasno Vale do São Francisco. Algumas espécies vegetais sãoconhecidas como hospedeiras desse nematóide,especialmente aquelas de interesse comercial. No entanto,pouco se conhece ainda acerca do comportamento deespécies de plantas daninhas. Em uma área cultivada comgoiabeiras, no município de Petrolina-PE, galhascaracterísticas da infecção de Meloidogyne foram observadasnas raízes de maxixe (Cucumis anguria), apaga-fogo

(Alternanthera tenella), jitirana-cabeluda (Merremia aegyptia) emeloso-da-flor-roxal (Marsypianthes chamaedrys). Em todasas plantas, M. mayaguensis foi identificado segundo o fenótipoda isoenzima esterase (Est M2, Rm: 0,7 e 0,9). Esse fatodemonstra que plantas daninhas podem constituir eficientereservatório do nematóide em áreas cultivadas. Dessamaneira, na adoção de medidas de controle como a rotaçãode culturas ou o alqueive, periodicamente, essas plantasinvasoras devem ser eliminadas das áreas a seremmanejadas.

REAÇÃO DE HÍBRIDOS DE MILHO A Meloidogyne javanica E Meloidogyne incognita [REACTION OFCORN HYBRID TO Meloidogyne javanica AND Meloidogyne incognita] Vilela, M.C; Campos, H.D.; Silva L.H.C.P.; Silva,J.R.C.; Neves, D.L.; Ribeiro, G.C. Universidade de Rio Verde – FESURV, C.P. 104, Rio Verde, GO, CEP: 75901-970. E-mail: [email protected]

Visando avaliar a reação de híbridos de milho quanto ahospedabilidade à M. javanica e M. incognita, instalaram-sedois experimentos sob condições de estufa de produçãoda Universidade de Rio Verde – FESURV, Rio Verde, Goiás.Os tratamentos foram constituídos pelos híbridos Pioneer3069, Pioneer 30P34, Pioneer 30S40, Pioneer 30K64,Pioneer 30F35, Pioneer 30P70, Pioneer 30R50, Pioneer30K73, Pioneer 30F80, Pioneer 30F53, Pioneer 30K75 ePioneer 30F90, totalizando 12 tratamentos por experimento.O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, em10 repetições. Cada parcela foi representada por um vasocom capacidade para um litro de substrato contendo umaplanta do híbrido. Como inóculo de M. javanica ou M.

incognita foi utilizada uma suspensão de 5 mL contendo 2000ovos para cada vaso. As avaliações foram realizadas aos 60dias após a inoculação dos nematóides, obtendo-se o pesodo sistema radicular, número total de ovos por sistemaradicular, número de ovos por grama de raiz e fator dereprodução (FR) para cada híbrido em ambos osexperimentos. Os híbridos Pioneer 30F35, Pioneer 30K73,Pioneer 30F80 e Pioneer 30F90 apresentaram-se comomaus hospedeiros à M. javanica, proporcionando FR inferiora 1. Os híbridos Pioneer 30K73, Pioneer 30F80 e Pioneer30F90 proporcionaram FR inferior a 1 para M. incognita.Os demais híbridos comportaram como multiplicadores dasespécies de Meloidogyne testadas.

CARACTERIZAÇÃO DE BIBLIOTECAS SUBTRATIVAS DE cDNA DE GENÓTIPOS SUSCETÍVEL ERESISTENTE DE ALGODÃO INFECTADOS COM Meloidogyne incognita [cDNA SUBCTRATIVELIBRARIES OF SUSCEPTIBLE AND RESISTANT GENOTYPES OF COTTON INFECTED WITH Meloidogyneincognita] Caetano, P.¹; Paes, N.S.2; Sales, R.M.O.B3; da Silva, F.R.2; Carneiro, R.M.D.2; Grossi de Sá, M.F.2; Mehta, A2. 1FTB,Brasília, DF, CEP 72610-300; 2Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília, DF, CEP 70770-900 3UniCEUB,Brasília, DF, CEP 70790-075. E-mail: [email protected]

A produção de algodão herbáceo (Gossypium hirsutum)no Brasil é de grande expressão socioeconômica para ossetores primário e secundário. Entretanto, as pragas edoenças, incluindo a infecção pelo nematóide de galhasMeloidogyne incognita, representam um fator limitante para a

sua exploração. O objetivo deste estudo foi construirbibliotecas subtrativas utilizando o cDNA de raízes dogenótipo suscetível e resistente de algodão infectados comM. incognita. As raízes das plantas foram inoculadas comaproximadamente 5.000 larvas de M. incognita e coletadas 3,

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6 e 10 dias após a infecção. Bibliotecas subtrativas de cDNAforam construídas e a maioria dos fragmentos diferenciaisobtidos apresentou tamanhos de 0.1 a 1.5 Kb. Estesfragmentos foram clonados em vetor pGem-T-Easy(Promega) e seqüenciados. Foram obtidas 628 seqüênciasválidas, que formaram 284 clusters. Deste total, 169 clustersforam formados por uma única seqüência e o maior clusteragrupou 25 seqüências. O cluster mais populoso mostrou

similaridade com a proteína RNase S-like protein, envolvidana defesa contra patógenos. Outros genes envolvidos coma interação planta-patógeno foram identificados incluindooxidase, metiltransferase, cisteína-protease e lipoxigenase.Foram também analisados genes expressos apenas nogenótipo suscetível e foi observado que a maioriaapresentou similaridade com proteínas de funçãodesconhecida.

HISTOPATOLOGIA COMPARADA DE GENÓTIPOS DE Coffea arabica RESISTENTE E SUSCETÍVELINFECTADOS POR Meloidogyne incognita [COMPARED HISTOPATHOLOGY OF Coffea arabica RESISTANTAND SUSCEPTIBLE GENOTYPES INFECTED WITH Meloidogyne incognita] Albuquerque, E.V.S.1; Costa, P.M.1; Gomes,A.C.M. 1; Falcão, R. 1; Ribeiro, V.F1; Eira, M.T.S. 1; Pereira, A.A. 1; Nicole, M.2; Carneiro, R.M.D.G. 1; Grossi-de-Sá, M.F.G.1. 1Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia, CEP 708849-970 Brasília, DF, Brasil. 2 IRD. E-mail:[email protected]

O cafeeiro da espécie Coffea arabica é altamente suscetívela fitonematóides, sendo Meloidogyne incognita uma das espéciesmais agressivas. Este trabalho visou a caracterização daresistência do genótipo UFV 408-28 de C. arabica a M.incognita raça 1 e o estudo dos mecanismos de resistência esuscetibilidade. Esse genótipo apresentou redução de 86% no fator de reprodução (FR) do nematóide (7,8) quandocomparado ao controle suscetível cv. Catuaí Vermelho, IAC15 (55,1). Cortes histológicos foram realizados em raízesdos genótipos suscetível e resistente, inoculadas com 10.000juvenis de segundo estádio (J2) e avaliadas aos 2, 4, 6, 7, 8,10, 14, 28 e 34 dias após a inoculação (dpi). Nas plantassuscetíveis, observou-se o início da infecção aos 2 dpi coma presença de J2 no córtex. Aos 6 dpi, verificou-se a

migração dos J2 para o cilindro vascular e indução de célulasgigantes. Subseqüentemente, observou-se a formação degalhas e o desenvolvimento de J3/J4 após 28 dpi. Nogenótipo resistente, verificou-se resposta dehipersensibilidade (HR) de 6 a 14 dpi. Não foi detectada aformação de J3 ou J4 na planta resistente até 28 dpi. Osresultados obtidos confirmaram que: ocorreu penetraçãoem ambos os genótipos; ocorreu HR na planta resistente,indicando que o mecanismo de resistência é do tipo gene-a-gene incompatível. Esses dados são importantes para aposterior a identificação dos genes diferencialmenteexpressos em C. arabica em resposta à infecção por M.incognita.

OCORRÊNCIA DE Meloidogyne incognita EM Lysimachia congestiflora NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO[OCCURRENCE of M. incognita in Lysimachia congestiflora IN THE STATE OF RIO DE JANEIRO, BRAZIL] Nascimento,R.R.S.; Klein, E.H.S.; Pimentel, J.P. UFRuralRJ, Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade e Biologia aplicadaDepartamento Entomologia e Fitopatologia, Instituto de Biologia. Seropédica, RJ, CEP 23890-000 E-mail:[email protected]

A Lisimáquia (Lysimachia congestiflora) é uma plantaornamental que vem se destacando cada vez mais nosegmento de paisagismo, pelas suas qualidades múltiplasde utilização, seja em canteiros como planta rasteira deforração, seja como planta pendente em vasos e jardineiras.Planta da família das Primuláceaes, é conhecida por serresistente a pragas e doenças e por tolerar temperaturasbaixas. O presente trabalho teve por objetivo registrar aocorrência no Estado do Rio de janeiro, de uma doençaaté então não relatada. O quadro sintomatológico da

enfermidade caracteriza-se por um amarelecimento dasfolhas, nanismo, definhamento e até morte de plantassempre associado à presença de galhas nas raízes. Plantasexibindo esse quadro foram dissecadas sob microscópioestereoscópio, permitindo a extração de fêmeas denematóide do gênero Meloidogyne. Após análise deconfigurações perineais sob microscópio óptico chegou-sea conclusão tratar-se de Meloidogyne incognita. As plantasdoentes foram coletadas em dezembro de 2006, emTeresópolis, na região Serrana do Estado do Rio de Janeiro.

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EFEITO DE CICLOS DE SELEÇÃO DIVERGENTE NA RESISTÊNCIA DE VARIEDADES DEALGODOEIRO A Meloidogyne incognita RAÇA 3 [EFFECT OF CYCLES OF DIVERGENT SELECTION ONTHE RESISTANCE IN COTTON CULTIVARS TO Meloidogyne incognita RAÇA 3] Ruano,O.; Muramoto,S.P.; Almeida,W.P.;Carneiro, RG. Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, C.P.481, CEP 86001-970 – Londrina-PR. E-mail [email protected]

Visou-se obter e caracterizar genótipos de algodoeirocontrastantes quanto à resistência a Meloidogyne incognita raça3, para análises da genômica funcional da resistência.‘IAPAR 71’, moderadamente resistente ao nematóide,‘CNPA ITA 90’, suscetível e ‘IPR 96’, obtida a partir dahibridação entre ‘IAPAR 71’ e ‘CNPA ITA 90’, comresistência moderada, foram utilizadas. Após inoculaçãocom o nematóide foram selecionadas as 10 plantas maisresistentes e as 10 mais suscetíveis dentro de cada população.Plantas com número de massas de ovos igual ou menorque 20% da média da população avaliada foramconsideradas resistentes e, dentre essas as 10 mais resistentesforam selecionadas e usadas para obtenção de sementesautofecundadas, que foram utilizadas na segunda fase deseleção. Dentro da população de plantas com número de

massas de ovos superior a 20% da média da população,foram selecionadas as 10 mais suscetíveis, que foram usadasna obtenção de sementes autofecundadas que foramutilizadas na segunda fase de seleção. Utilizando-se a mesmametodologia procedeu-se à segunda e terceira seleções.Plantas inoculadas de ‘COODETEC 401’ foram utilizadascomo padrão de suscetibilidade. As populaçõesprovenientes de seleção e resseleção divergente dentro de‘IAPAR 71’ e ‘IPR 96’ apresentaram ganho emdistanciamento entre suscetíveis e resistentes, secomparados o segundo ciclo com o primeiro. Em ‘CNPAITA 90’ as populações selecionadas para resistênciaapresentaram reações praticamente idênticas no primeiroe segundo ciclos, enquanto nas selecionadas parasuscetibilidade encontrou-se inversão da resposta.

ESTUDO COMPARATIVO DA PENETRAÇÃO E REPRODUÇÃO DE Meloidogyne paranaensis EM RAÍZESDE CULTIVARES DE SOJA RESISTENTE E SUSCETÍVEL [COMPARATIVE STUDY OF THEPENETRATION AND REPRODUCTION OF Meloidogyne paranaensis IN THE ROOTS OF RESISTANT ANDSUSCEPTIBLE SOYBEAN CULTIVARS] Moritz1, M.P; Carneiro4, R.G; Nakamura2, K.C.; Pignoni3,

E.; Santiago5, D.C.1Bolsista do CNPq; 2Bolsista da FUNAPE; 3Bolsista da FAPEAGRO; 4Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR;5Universidade Estadual de Londrina – UEL. Londrina, PR, CEP86001-970 E-mail: [email protected]

Resistência a espécies de Meloidogyne pode ser decorrentede fatores nas plantas que inibem a reprodução destesnematóides; pode ainda decorrer de fatores presentes antesmesmo que o nematóide penetre a raiz. Na superfície damesma, a penetração do juvenil de segundo estádio (J2)ainda dependerá de fatores físicos do solo, da temperatura,da umidade local e de suas próprias condições depatogenicidade. Com o objetivo de identificar possíveismecanismos de resistência envolvidos nas interações entreMeloidogyne paranaensis e soja, foram realizados estudoscomparativos do desenvolvimento deste nematóide emcultivares suscetível e resistente de soja. Para tanto, ascultivares CD 203 (resistente) e CD 214 RR (suscetível)

foram inoculadas com 2.000 J2 de M. paranaensis, e 2, 4, 6 e8 dias após a inoculação foram avaliadas quanto àpenetração nas raízes. Outras plantas das mesmas cultivaresforam inoculadas com 5.000 ovos desse nematóide eavaliadas 45 dias após para verificar o número de massasde ovos produzidas no sistema radicular, bem como onúmero de ovos por massa de ovo. Não houve diferençasignificativa entre o número de J2 que penetrou nas raízesdas duas cultivares. Entretanto, poucos dos juvenis quepenetraram nas raízes de ‘CD 203’ (resistente) conseguiramse estabelecer, e estes tiveram seu desenvolvimentoprejudicado levando a baixa produção de ovos mesmo 45dias após a inoculação.

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA A Meloidogyne javanica [REACTION OF SOYBEAN GENOTYPES TOMeloidogyne javanica] Parpinelli1, N.M.B.; Ribeiro2, N.R.; Carneiro3, G.E.S.; Dias3, W.P.; Fernandez1, L.A.; Francisco3, A.1UNIFIL. Av Jucelino Kubitschek, 1626, Londrina, PR, CEP 86020-918. 2Universidade Estadual de Londrina. Rod. CelsoGarcia Cid km 380, Londrina, PR, CEP 86051-990. 3Embrapa Soja, C.P. 231, Londrina, PR, CEP 86001-970. E-mail:[email protected]

A utilização de cultivares resistentes é o método maiseconômico e de fácil adoção pelos produtores para o

controle de nematóides na cultura da soja. O objetivo destetrabalho foi avaliar a reação de 170 linhagens de soja

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originadas do cruzamento ‘BRSMT Pintado’ (suscetível) xMG/BR 46 Conquista’ (resistente) a M. javanica. Oexperimento foi conduzido em casa-de-vegetação daEmbrapa Soja, em Londrina, PR, durante o ano de 2006.Além das linhagens, também foram incluídos na avaliação,os dois parentais e mais quatro padrões de resistência (‘CD201’, ‘CD 208’, ‘BRS Celeste’ e a PI 595099) e três desuscetibilidade (‘Embrapa 20’, ‘BRS 133’ e ’CD 202’). Odelineamento experimental foi o inteiramente casualizado,com sete repetições. Os genótipos foram semeados em areiae, dois dias após a emergência, as mudas foramtransplantadas para tubetes plásticos contendo mistura de

solo e areia (1:3). Dois dias após o transplantio, cada plantafoi inoculada com 10.000 ovos do nematóide. A avaliaçãoocorreu aos 38 dias após a inoculação e consistiu em seatribuir a cada planta uma nota de 0 (ausência de galhas) a5 (intensidade máxima de galhas). Os resultadosconfirmaram o comportamento dos padrões edemonstraram a existência de variabilidade genética entreas linhagens, com relação à reação a M. javanica. As médiasdas notas nas diferentes linhagens variaram de 1,2 a 5,0,sendo encontradas 26 linhagens resistentes (nota d”2), 41moderadamente resistentes (nota >2 e d”3) e 103 suscetíveis(nota >3).

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA A Meloidogyne mayaguensis E M. ethiopica [REACTION OF SOYBEANGENOTYPES TO Meloidogyne mayaguensis AND M. ethiopica] Ribeiro1, N.R.; Dias2, W.P.; Homechin1, M.; Fernandez3, L.A.;Parpinelli3, N.M.B.; Francisco2, A.; Lopes2, I.O.N. 1Universidade Estadual de Londrina, Rod. Celso Garcia Cid km 380,Londrina, PR, CEP 86051-990. 2Embrapa Soja. Rod. Carlos João Strass, C.P. 231. Londrina (PR). CEP 86001-970. 3UNIFIL.Av Jucelino Kubitschek, 1626, Londrina, PR. CEP 86020-918. E-mail: [email protected]

M. mayaguensis e M. ethiopica são duas espécies denematóides de galhas detectadas recentemente no Brasil,parasitando as culturas da goiaba, do quivi e outras plantas.Devido a características biológicas e grande potencial dedisseminação, essas duas pragas são uma ameaça a váriasculturas de interesse econômico. Ambas as espéciespossuem habilidade em parasitar soja, porém nada éconhecido a cerca da existência de fontes de resistência.Este trabalho teve como objetivo identificar, nogermoplasma de soja, fontes de resistência a M. mayaguensise M. ethiopica. Os experimentos foram conduzidos em casa-de-vegetação da Embrapa Soja, em Londrina, PR, duranteo ano de 2006. O delineamento experimental foi ointeiramente casualizado, com sete repetições. Plântulas de64 genótipos foram transplantadas para tubetes plásticoscontendo mistura de solo e areia (1:3) e inoculadas com

5.000 ovos dos respectivos nematóides. A avaliação ocorreuaos 60 dias após a inoculação e consistiu em se atribuir, acada planta, uma nota de 0 (ausência de galhas) a 5(intensidade máxima de galhas) e na determinação dosfatores de reprodução (FR) dos nematóides. Com relaçãoa M. mayaguensis, oito genótipos se comportaram comoresistentes (nota ≤ 2) e 16 como moderadamente resistentes(nota >2 e ≤ 3). Os FR encontrados variaram de 3,2 a 28,1.Para M. ethiopica, foram encontrados 42 genótipos resistentese oito moderadamente resistentes. Os FR variaram de 0,1 a25,8. Em geral, genótipos resistentes a M. javanica, também,mostraram resistência às duas espécies estudadas. Por outrolado, aqueles com resistência somente a M. incognitamostraram-se suscetíveis a M. mayaguensis e tiveramcomportamento variável com relação a M. ethiopica.

EFEITO DA BIOFUMIGAÇÃO DO SOLO COM FARINHA DE MOSTARDA NA MORTALIDADE DEJUVENIS DE DIFERENTES ESPÉCIES DE FITONEMATÓIDES . [EFFECT OF THE SOILBIOFUMIGATION WITH MUSTARD BRAN ON JUVENILES OF DIFFERENT PLANT PARASITICNEMATODES] Sêni, D.S.; Lima, A.O.; & Oliveira, R.D.L. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, CEP 36570-000.E-mail: [email protected]

O controle de fitonematóides, especialmente os dogênero Meloidogne spp., em substratos para a produção demudas é altamente dependente da fumigação com produtosquímicos, como o brometo de metila. Mas este terá suautilização limitada, devido aos efeitos danosos ao homeme ao ambiente. Plantas da família Brassicaceae têm sidoestudadas como um possível substituto do brometo demetila, graças à liberação de isotiocianatos durante sua

decomposição. Assim, objetivou-se avaliar o efeito dabiofumigação do solo com farinha de mostarda namortalidade de juvenis de segundo estádio (J2) de diferentesespécies de fitonematóides(Heterodera glycines, Meloidognejavanica, M. exigua, M. mayaguensis e M. incógnita). Ostratamentos foram, farinha de folha de mostarda (1,6% p/v), de sementes (0,2% p/v) e de sementes desengordurada(0,1% p/v). O ensaio foi montado em delineamento

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inteiramente casualizado, com 5 repetições e as avaliaçõesocorreram após 48 h de incubação, quando efetuou-se acontagem dos J2. Para cada espécie de nematóide não houvediferença entre tipos de farinha utilizados. Observou-se quea mortalidade dos J2 atingiu mais de 95% para farinha de

folha, 98,5% para a de sementes e 97,7% para a de sementesdesengordurada, nas cinco espécies testadas. Logo, conclui-se que as farinhas de mostarda apresentam potencial paracontrolar juvenis em substrato para produção de mudas.

TESTES COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE Heterorhabditis baujardi LPP7, VISANDO UMAMAIOR PRODUÇÃO DE JUVENIS INFECTANTES [TESTS WITH DIFFERENT Heterorhabditis baujardi LPP7CONCENTRATIONS AIMING HIGH INFECTIVE JUVENILES PRODUCTION] Dias, P.V.C.; Dolinski, C.M.; Lara,J.C. Universidade Estadual do Norte Fluminense, Av. Alberto Lamego, 2000, Campos dos Goytacazes, RJ, CEP 28015-620, E-mail: [email protected]

Nematóides entomopatogênicos promovem uma morterápida e possuem uma ampla gama de hospedeiros, porisso vêm sendo considerados agentes de controle biológicode pragas de sucesso em programas de manejo integrado.Uma maneira simples e barata de multiplicar essesnematóides é in vivo em lagartas de Galleria mellonella(Lepidoptera: Pyralidae). O objetivo deste trabalho foi testardiferentes concentrações de juvenis infectantes (JIs) emlarvas no 7o instar de G. mellonella e correlacionar com onúmero de JIs adquiridos. Foram utilizados tubos Falconde 50 mL preenchidos com 50g de areia autoclavada a 8%de umidade. Larvas de G. mellonella foram infectadas com10, 100, 300 e 3000 JIs de Heterorhabditis baujardi LPP7.Foram utilizadas dez repetições para cada tratamento. Após18 horas, as larvas foram colocadas em placas de Petri com

papel filtro umedecido e deixadas por 4 dias a 25ºC. Apóseste tempo, foram colocadas em armadilhas Whitemodificadas para a obtenção dos JIs. Os JIs foram coletadosem garrafas de cultura de células a cada 24 horas por 144horas e após esse tempo foram contados pelo métodovolumétrico. As médias das produções foram comparadaspelo teste Tukey a 5% de significância. Todo experimentofoi repetido. Como resultado, obteve-se que asconcentrações de 100 e 300 JIs produziram mais JIs, masnão diferiram estatisticamente (4759 e 4749 JIs/mL,respectivamente). A concentração de 10 JIs produziu emmédia 3330 JIs/mL e a concentração de 3000 JIs produziuem média 1328 JIs havendo uma diferença significativa entreeles e entre as demais concentrações.

PATOGENECIDADE IN VITRO DE Monacrosporium sp. E Dactyllela sp. A Pratylenchus jaehni [IN VITROPATOGENICITY OF Monacrosporium sp. AND Dactyllela sp. TO Pratylenchus jaehni] Martinelli, P.R.P.; Santos, J.M. dos;UNESP/FCAV – Departamento de Fitossanidade – Laboratório de Nematologia, Via de Acesso Prof. Paulo DonatoCastellane s/n, Jaboticabal – SP, CEP 14884-900. E-mail: [email protected]

O nematóide Pratylenchus jaehni é considerado uma praga-chave na citricultura brasileira, encontrado pela primeiravez no Brasil, no município de Itápolis-SP. Este nematóidevem causando danos expressivos à citricultura paulista e ocontrole químico é o principal método de manejo destenematóide. Entretanto, os estudos que vêm sendo realizadosno Laboratório de Nematologia da UNESP/FCAV,evidenciam que o controle biológico dessa praga comfungos nematófagos pode tornar-se uma prática de usocomum. O objetivo desse estudo foi avaliar a capacidadepredatória de Monacrosporium sp. e Dactylella sp. a P. jaehni, invitro. Discos de 5 mm de diâmetro das culturas puras dosfungos, mantidas em BDA a 25 ± 1°C em câmara tipo

B.O.D., por 15 dias foram transferidas para o centro deplacas de Petri de 9 cm de diâmetro, contendo ágar-água2% e incubadas a 25 1°C no escuro, por 96h. Após esseperíodo, 100 espécimes de P. jaehni foram acrescentados acada placa e incubados nas mesmas condições, sendoadotadas quatro repetições. Transcorrido 24, 48 e 72 horascontou-se o número de nematóides predados por placa. Asporcentagens de predação de Monacrosporium sp. nosdiferentes intervalos de avaliação foram 40,21; 75,97 e 95,28,respectivamente e de Dactylella sp. foram 16,24; 67,06 e89,61, respectivamente. Os dois fungos avaliados forampatogênicos a P. jaehni e têm potencial como agentes docontrole biológico do nematóide.

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

PATOGENICIDADE IN VITRO DE ESPÉCIES DE Arthrobotrys A Tylenchulus semipenetrans [IN VITROPATOGENICITY OF Arthrobotrys SPECIES TO Tylenchulus semipenetrans] Martinelli, P.R.P.; Santos, J.M. dos. UNESP/FCAV, Departamento de Fitossanidade, Laboratório de Nematologia, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n,Jaboticabal – SP, CEP 14884-900. E-mail: [email protected]

O estudo da distribuição de Tylenchulus semipenetrans empomares de citros do Estado de São Paulo vemdemonstrando a ampla distribuição dessa praga no Estado.Em 2002, o nematóide estava presente em 72,5% dospomares de 86 municípios amostrados. O manejo dessepatógeno em pomares é dificultado por se tratar de umacultura perene. Entretanto, estudos mostram que o controlebiológico desse nematóide com fungos nematófagos podeser uma alternativa viável. O objetivo desse trabalho foiavaliar a capacidade predatória de Arthrobotrys musiformis,A. robusta, A. conoides e A. oligospora a T. semipenetrans, in vitro.Discos de 5 mm de diâmetro das culturas puras dos fungos,mantidas em BDA a 25 ± 1°C, em câmara tipo B.O.D., por15 dias, foram transferidas para o centro de placas de Petri

de 9 cm de diâmetro, contendo ágar-água 2%, e incubadasa 25 ± 1°C no escuro, por 96 h. Após esse período, 100juvenis e machos de T. semipenetrans foram acrescentados acada placa e incubados nas mesmas condições, sendoadotadas quatro repetições. Transcorridos 24, 48 e 72 horas,contou-se o número de nematóides predados por placa. Asporcentagens de predação do nematóide por A. musiformisforam, 62,49; 80,95; 90,46, respectivamente; A. robusta foramobservados 39,41; 63,03 e 77,52. e A. conoides foramobservados 60,16; 78,73 e 90,23% dos espécimes predados,enquanto que A. oligospora predou 41,06; 55,78; 79,37%.Desta forma, pode-se concluir que os quatro fungostestados têm potencial de uso como agentes do controlebiológico de T. semipenetrans.

REAÇÃO DE ALGUMAS ESPÉCIES VEGETAIS A Pratylenchus brachyurus [HOST STATUS OF SOMEVEGETABLE SPECIES TO Pratylenchus brachyurus] Ribeiro1, N. R.; Dias2, W. P.; Homechin1, M.; Silva2, J.F.V.; Francisco2,A.; Lopes2, I.O.N. 1Universidade Estadual de Londrina. Rodovia Celso Garcia Cid Km 380, Londrina, PR, CEP 86051-990. 2Embrapa Soja, C.P. 231, Londrina, PR, CEP 86001-970. E-mail: [email protected]

No Brasil, os nematóides de galhas (Meloidogyne spp.) eo de cisto (Heterodera glycines) são os mais prejudiciais à culturada soja. Entretanto, com a adoção do plantio direto e aincorporação de áreas com pastagem degradada e/ou comtextura arenosa, a importância de P. brachyurus vemaumentando. O objetivo deste trabalho foi avaliar acapacidade de algumas espécies vegetais, comumenteutilizadas em rotação/sucessão com a soja, em multiplicarP. brachyurus. O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação da Embrapa Soja, em Londrina, PR, durante oano de 2006. Foram testados genótipos de aveia, brachiária,crotalária, girassol, guandu, labe-labe, milheto, milho,mucuna e sorgo. A soja e o quiabo foram incluídos comopadrões de suscetibilidade. Aos 84 dias após a inoculação(600 espécimes/planta), as raízes das plantas foramprocessadas e determinaram-se os fatores de reprodução

(FR) do nematóide. Foram observados os seguintes FR:aveia preta (0,9), Brachiaria brizantha (1,7), B. decumbens (0,6),Crotalaria breviflora (0,0), C. junceae (1,3), C. mucronata (0,0),C. ochroleuca (0,0), C. spectabilis (0,0), girassol ‘Embrapa 122’(0,7), girassol ‘Catissol’ (0,2), girassol ‘Hélio 251’ (0,2),girassol ‘Hélio 358’ (0,4), girassol ‘IAC Uruguai’ (1,1),guandu anão ‘IAPAR 43’ (0,6), guandu Fava Larga (0,4),labe-labe (2,2), milheto ‘ADR 300’ (0,2), milheto ‘ADR 500’(1,8), milheto ‘BN2’ (0,0), milheto ‘ADR Lab 04-208’ (0,2),milho ‘BRS 3123’ (0,7), milho ‘BRS 2114’ (0,7), milho ‘P30F80’ (2,9), mucuna anã (3,3), mucuna cinza (2,6), quiabo(6,6). Em soja, os FR variaram de 1,6 (‘Peking’) a 4,9(‘Essex’). As espécies e cultivares resistentes (FR<1,0) quemultiplicam menos o parasita, devem ser preferidas parasemeadura em rotação/sucessão com a soja, nas áreasinfestadas.

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA A Pratylenchus brachyurus [REACTION OF SOYBEAN GENOTYPESTO Pratylenchus brachyurus] Ribeiro, N.R1; Dias, W.P.2; Homechin, M.1; Silva, J.F.V.2; Francisco, A.2. 1Universidade Estadualde Londrina. Rodovia Celso Garcia Cid Km 380, Londrina, PR, CEP 86051-990. 2Embrapa Soja, C.P. 231, Londrina, PR,CEP 86001-970. E-mail: [email protected]

Entre as medidas de controle de nematóides em soja, amais econômica e com melhor aceitação pelos agricultoresé a utilização de cultivares resistentes. No caso de Pratylenchus

brachyurus, pouco se conhece sobre as fontes de resistênciano germoplasma de soja. Assim, este trabalho teve comoobjetivo estudar a reação de genótipos americanos e

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brasileiros de soja a P. brachyurus. O ensaio foi realizado emcasa de vegetação da Embrapa Soja, em Londrina, PR, noperíodo de setembro a novembro de 2006. O delineamentofoi o inteiramente casualizado com 87 tratamentos e seisrepetições. Os tratamentos foram semeados em areia e, doisdias após a emergência, as plântulas foram transplantadaspara vasos de argila contendo substrato esterilizado. Umasemana após o transplantio, cada plântula foi inoculada com800 espécimes do nematóide. A avaliação ocorreu aos 90dias após a inoculação e consistiu em determinar o fator dereprodução do nematóide (FR) de cada genótipo. Dos

genótipos avaliados, nenhum apresentou FR inferior a um,entretanto, observou-se a existência de grande variabilidadeentre os mesmos (1,2 a 29,3). Os FR encontrados nos 10genótipos mais resistentes foram: ‘BRSGO Chapadões’(1,2), ‘M-SOY 8378’ (2,2), ‘M-SOY 8360RR’ (2,3), ‘MG/BR 46 Conquista’ (3,3), ‘M-SOY 8800’ (3,3), PI 227687 (3,5),‘BRSGO 204 [Goiânia]’ (3,5), ‘BRS Aurora’ (3,7), ‘M-SOY8374’ (3,7) e ‘CD 219RR’ (3,8). Esses genótipos devem seros preferidos para inclusão em programas de cruzamentovisando o desenvolvimento de cultivares resistentes ou, casotenham adaptação, para semeadura nas áreas infestadas.

COMUNIDADES DE NEMATÓIDES EM MATA NATIVA E ÁREAS CONTÍGUAS SUBMETIDAS ADIFERENTES TIPOS DE USO AGRÍCOLA: 1. ABUNDÂNCIA [NEMATODE COMMUNITIES IN NATIVEAND CULTIVATED LAND: 1. ABUNDANCE] Tomazini, M.D.1,2; Ferraz, L.C.C.B.1; Monteiro, A.R.1. 1Setor de ZoologiaAgrícola, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP, Piracicaba, SP, CEP 13418-900. 2Doutoranda, BolsistaCapes/DS. Email: [email protected]

Estimou-se a abundância de nematóides em cinco áreascontíguas, uma de mata nativa e quatro sob diferentes tiposde uso agrícola, a saber: culturas perenes (bananeira, citrose pessegueiro) e anuais em rotação (milho e outras). Ascoletas foram realizadas em agosto de 2004 (época seca) emarço de 2005 (período chuvoso), em duas profundidadesno solo (nos primeiros 15 cm e de 15 cm - 30 cm). Relatam-se aqui os resultados relativos à primeira coleta. Foramidentificados 150 espécimes aos níveis de família e/ougênero em cada área e para cada profundidade. Em todasas áreas, a maior abundância relativa foi principalmente defitonematóides. Na mata, foram de Helicotylenchus (29%),Acrobeloides (11%) e Discocriconemella (10%), na menorprofundidade. Na maior profundidade foram deHelicotylenchus (41%), Discocriconemella (13%) e Acrobeles (10%).Em bananeira, foram de Helicotylenchus e Rotylenchulus namenor profundidade, totalizando 45%, e de Rotylenchulus

(51%) e Xiphinema (15%) na maior profundidade. Em citros,foram de Helicotylenchus (24%) e Aphelenchus (13%) na menorprofundidade e Pratylenchus (17%) e Helicotylenchus (15%) namaior profundidade. Em pessegueiro, os mais abundantesforam os mesmos nas duas profundidades, Rotylenchulus eHelicotylenchus, totalizando 42% na menor e 56% na maiorprofundidade. Na área de rotação de anuais (pré-milho),houve também maior abundância de fitonematóides[Helicotylenchus (23%) e Meloidogyne (20%), na menorprofundidade e Rotylenchulus (31%) e Helicotylenchus (27%),na maior profundidade]. A retirada da vegetação nativa e aimplantação dos cultivos perenes e anuais afetaram ascomunidades de nematóides das áreas amostradas,resultando em redução na abundância de Criconematidaee elevação nas de Heteroderidae, Hoplolaimidae ePratylenchidae.

COMUNIDADES DE NEMATÓIDES EM MATA NATIVA E ÁREAS CONTÍGUAS SUBMETIDAS ADIFERENTES TIPOS DE USO AGRÍCOLA: 2. DIVERSIDADE E NÍVEL DE PERTURBAÇÃO DO SOLO[NEMATODE COMMUNITIES IN NATIVE AND CULTIVATED LAND: 2. DIVERSITY AND DISTURBANCELEVEL OF SOIL] Tomazini, M.D.1,2; Ferraz, L.C.C.B.1; Monteiro, A.R.1. 1Setor de Zoologia, Agrícola, ESALQ/USP,Piracicaba, SP, CEP 13418-900; 2Doutoranda, Bolsista Capes/DS. E-mail: [email protected]

Determinaram-se os índices de diversidade (H’) eequitabilidade (J’) e de perturbação do solo [índice dematuridade (MI) e índice de parasitos de plantas (PPI)] emcinco áreas contíguas, uma de mata nativa e quatrosubmetidas a diferentes tipos de uso agrícola, a saber,culturas perenes (bananeira, citros e pessegueiro) e culturasanuais em rotação (milho e outras). As coletas foramrealizadas em agosto de 2004 (época seca) e março de 2005

(período chuvoso), em duas profundidades no solo (nosprimeiros 15 cm e de 15 cm - 30 cm). Relatam-se aqui osresultados relativos à primeira coleta. Após a extração dosnematóides das amostras, foram realizadas as contagenstotais em câmara de Peters seguida de identificaçõestaxonômicas. Foram identificados 150 espécimes aos níveisde família e/ou gênero em cada área e para cadaprofundidade. Exceto para citros os valores de H’ foram

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sempre maiores na menor profundidade; os valores maiselevados foram relativos ao citros (1,081 - 2,324) e os maisbaixos ao pessegueiro (0,741 – 0,614). Em todas as áreassubmetidas a uso agrícola os valores de J’ foram inferioresaos determinados para mata (0,73 – 0,70). Os maiores

valores de MI (1,327 – 1,393) foram determinados para amata e os menores para pessegueiro (0,500 – 0,413) e anuaisem rotação (0,627 – 0,727). Os maiores valores de PPIforam determinados para o pessegueiro (2,62 – 2,62) e osmenores para citros (1,63 – 1,46) e mata (1,65 – 1,58).

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE CAFEEIRO A POPULAÇÕES DE Meloidogyne exigua: DETECÇÃO DEVIRULÊNCIA NATURAL AO GENE MEX-1 [HOST STATUS OF COFFEE GENOTYPES TOWARDS Meloidogyneexigua POPULATIONS: DETECTION OF NATURAL VIRULENCE TO MEX-1 GENE] Muniz, M.F.S.1*; Campos,V.P.2; Moita, A.W.3; Gonçalves, W.4; Carneiro, R.M.D.G.5. 1Universidade Federal de Alagoas-CECA, CEP 57100-000, RioLargo, AL; 2Universidade Federal de Lavras, Departamento de Fitopatologia, C.P. 3037, CEP 37200-000, Lavras, MG;3Embrapa Hortaliças, Km 9 BR 60, CEP 70359-970, Brasília, DF; 4Instituto Agronômico de Campinas, C.P. 28, CEP13001-970 Campinas, SP; 5Embrapa-Cenargen C.P. 02372, Brasília, DF, CEP 70849-090. *Bolsista FAPEAL. E-mail:[email protected]

Dentre as espécies de Meloidogyne que afetam o cafeeirodestaca-se Meloidogyne exigua pela ampla disseminação noBrasil. Genótipos de cafeeiro foram avaliados em relação àresistência a quatro populações de M. exigua provenientesde diferentes regiões. O experimento foi conduzido emcasa de vegetação, em delineamento em blocos ao acaso,em esquema fatorial com oito repetições e plantas com seismeses de idade, inoculadas com 10.000 ovos/planta. Aspopulações apresentaram as seguintes procedências, perfisde esterase e hospedeiros:1. Lavras-MG (E1, cafeeiro),2.Lavras-MG (E2, cafeeiro e tomateiro), 3. Bom Jesus deItabapoana-RJ (E1, cafeeiro) e 4. Campinas-SP (E2,cafeeiro). A avaliação foi realizada oito meses após ainoculação, com base nos índices de galhas e massas de

ovos, número de ovos/g raiz e no fator de reprodução (FR).As cultivares IAC Obatã, IAC 40361 e Tupi Amarelo foramsuscetíveis às quatro populações de M. exigua, comparadasao padrão de suscetibilidade IAC 144; ‘Tupi Vermelho’comportou-se como resistente à população 1 e suscetívelàs demais. Os genótipos IAPAR 59 e H419-5-4-5-2-Paraísoforam resistentes a três populações (1,2,4). Entretanto,observou-se alta reprodução da população de Bom Jesusde Itabapoana, RJ (FR> 100) nesses genótipos portadoresdo gene de resistência Mex-1. Esse trabalho coloca emevidência a diversidade fisiológica de M. exigua e acapacidade de superar a resistência genética na ausência decondições seletivas.

POLIMORFISMO DE Meloidogyne incognita E M. hispanica ATRAVÉS DA ANÁLISE DE MARCADORESISSR [GENETIC VARIABILITY OF Meloidogyne incognita AND M. hispanica THROUGHT ISSR ANALYSIS]. Silveira,N.O.R.; Silva, J.G.P.; Santos, M.F.A.; Almeida, M.R.A.; Carneiro, R.M.D.G.; Tigano, M.S.; Embrapa Recursos Genéticos eBiotecnologia, C.P. 02372, Brasília, DF, CEP 70849-090. E-mail: [email protected]

Meloidogyne incognita é uma das espécies de maiorocorrência em diferentes culturas no Brasil. A variabilidadedessa espécie pode ser observada a partir de raçasfisiológicas e padrões enzimáticos. Dois perfis enzimáticos(esterases, Est I1 e I2 e malatodesidrogenase, Mdh N1)foram detectados no Brasil. Recentemente M. hispanica foirelatada parasitando abóbora e cana de açúcar na regiãoNordeste do Brasil. O objetivo deste trabalho foi estudar avariabilidade genética de oito isolados de M. incognita (I1N1e I2N1), de três isolados de M. hispanica (H3N1) e de seisMeloidogyne spp. com perfis enzimáticos S2N1 e S2N3. Umisolado de M. javanica foi incluído, como ‘outgroup’. O DNAgenômico foi extraído para cada um dos 18 isolados, e

utilizado na análise de ISSR “Inter-Single Sequence Repeat”,com avaliação de um total de 16 primers, sendo que apenas9 apresentaram bandas polimórficas para as espéciesdescritas. Foram selecionadas 114 bandas para a análise noprograma PAUP. Os resultados demonstraram uma grandeproximidade entre todas as populações de M. incognita,inclusive as provenientes do cafeeiro. Os quatro isoladosde Meloidogyne sp. (S2N1) também foram muito próximosde M. incognita. Os dois outros isolados de Meloidogyne sp(S2N3) foram mais próximos de M. hispanica. Estudosmorfológicos mais detalhados estão em andamento paraesclarecer as relações detectadas através da análisemolecular.

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XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

EFEITO DO TRATAMENTO TÉRMICO ÚMIDO DE SEMENTES DE AMENDOIM (Arachis sp.) NAERRADICAÇÃO DO NEMATÓIDE Ditylenchus medicaginis. [Effect of thermal wet treatment of PEANUT(Arachis spp.) seeds in eradication of nematode Ditylenchus medicaginis]. Silva H.A.N.S1; Tenente R.C.V.2; Sousa1; Cares3, J.E.;Pereira J.C.1. 1Estágiarios/Embrapa; 2Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia; 3Universidade de Brasília. E-mail:[email protected]

O objetivo do presente estudo foi desenvolver ummétodo para erradicar o nematóide exótico ao Brasil,Ditylenchus medicaginis interceptado em sementes deamendoim (Arachis spp.) que foram submetidas aotratamento físico: térmico úmido. O tratamento térmicotestado incluiu variações de temperatura e de período deexposição ao calor, tais como: tratamento prévio 40ºC por40 minutos, seguido do tratamento na temperatura de 54oCpor oito minutos ou, um segundo tratamento 60oC por cincominutos. O ensaio constou de mais um tratamento queincluiu a testemunha, para comparação do efeito nagerminação das sementes tratadas. Cada repetição constoude 15 sementes (50% da quantidade introduzida). Foram

efetuados tratamentos no acesso introduzido. Osparâmetros avaliados foram: infestação de nematóides epoder germinativo, realizado uma semana após a aplicaçãodos tratamentos. Os resultados mostraram que através doprimeiro tratamento úmido (54 oC/8min.) não foi obtido aerradicação do nematóide das sementes. No segundotratamento (60oC/5min.), as sementes tratadas nãogerminaram e a testemunha mostrou a presença donematóide, bem como a germinação das sementes, em tornode 80%. Quanto ao poder germinativo das sementes, noprimeiro tratamento, foi afetado pelo tratamento térmicoúmido, em aproximadamente 30%.

BASE DE DADOS SOBRE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE NEMATÓIDES NO BRASIL VIAINTERNET. [DATABASE OF NEMATODE BIBLIOGRAPHICAL REFERENCES IN BRAZIL ON THEINTERNET]. Rissoli1, V.R.V.; Passos2, A.P.; Martins2, D.M.S.; Tenente4, R.C.V. 1Universidade Católica de Brasília; 2BolsistasEmbrapa; 3Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, C.P. 2372, Brasília, DF, CEP70770-900. E-mail: [email protected]

Para o sucesso na agricultura há necessidade de umintenso intercâmbio de material genético entre todos ospaíses, com finalidade de atender a demanda de produçãoe alta produtividade. Com isso, aumentam-se as chances deintrodução de novas pragas no país. Entre essas pragas estãoos nematóides, parasitas de plantas que causam prejuízos adiversas culturas. Este trabalho buscou a evolução nofornecimento de serviços e informações a todos osinteressados, sendo estabelecido um acordo cooperativoentre a EMBRAPA e a Universidade Católica de Brasília(UCB), no desenvolvimento do Sistema de Consulta àsReferências Bibliográficas de Nematóides. Por meio dessacooperação foi possível melhorar o processo de gestãodestas importantes informações disponíveis na Internet,sendo elaborado o Sistema de Informação das ReferênciasBibliográficas do Brasil (SIRBB). Com intenso uso dosistema de consulta, surgiram alguns inconvenientes na

manutenção de seus dados, principalmente no que se refereà atualização dos trabalhos. Assim, foram realizadasalterações no SIRBB para facilitar a manutenção destesdados, bem como permitir a atualização segura e eficientedestas referências. Atualmente, o banco de dados temarmazenado 2060 plantas (hospedeiras), 542 espécies denematóides e 1927 trabalhos científicos publicados. Dessaforma, a base de dados da Nematologia pode ser atualizadade maneira mais segura e contínua, sem interferir naagilidade de acesso a estas informações pelo Sistema deConsulta na Internet, mantendo o ambiente de pesquisaatual e de fácil uso a todos os pesquisadores, professores,estudantes e interessados nesta importante área dafitossanidade. Site: www.cenargen.embrapa.br/SegurançaBiologica ou http://icewall2.cenargen.embrapa.br:83/nemweb/nemhtml/nembanco01_p.asp

EFEITO DE CAMA DE FRANGO NA POPULAÇÃO DE Heterodera glycines [EFFECT OF BROILER LITTERIN THE Heterodera glycines POPULATION] Lima, F.B; Ribeiro, G.C.; Moraes, R.V.; Campos, H.D.; Silva, L.H.C.P.; Silva,J.R.C.; Neves, D.L. Universidade de Rio Verde, C.P. 104, Rio Verde, GO, CEP 75901-970. E-mail: [email protected].

O aumento na produção de cama de frango em Goiástem sido crescente nos últimos anos, em 2005 foramproduzidas aproximadamente 26.000 toneladas. No entanto,

uma das formas de utilização deste subproduto daavicultura, é na agricultura. Testes realizados em condiçõesde campo na região, através da Universidade de Rio Verde,

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

FESURV, têm demonstrado resultados promissores comoauxiliar no controle do nematóide de cisto da soja, Heteroderaglycines. Visando avaliar o efeito de diferentes doses de camade frango na população de H. glycines, um experimento foiinstalado no campus da Universidade de Rio Verde. Foramavaliadas 4 doses de cama de frango (4, 8, 12, 16 t/ha),além do tratamento sem o composto (testemunha),totalizando 5 tratamentos. O delineamento experimentalfoi em blocos ao acaso, em 4 repetições. Cada parcela foiconstituída por uma manilha de 70 cm de diâmetro por 60cm de altura, contendo 0,02 m3 de solo e uma populaçãode 26.400 cistos de H. glycines (132 cistos/100 cm3 de solo).Nas parcelas foram semeadas soja da cv. MG/BR 46 -

Conquista. Após a emergência manteve-se 20 plantas porparcela. Aos 48 dias da semeadura, o maior número defêmeas foi observado nas raízes de plantas crescidas emsolo sem adição da cama de frango. As doses de 4, 8 e 12toneladas proporcionaram os menores números de fêmeas/sistema radicular. Efeitos semelhantes também foramobservados para número total de cistos. Tendência deredução na reprodução do nematóide foi observada emrelação ao número de ovos por fêmea madura. Portanto, autilização da cama de frango, de forma racional, poderá sermais uma alternativa auxiliar no manejo de nematóide decisto da soja.

ESTRATÉGIA PROTEÔMICA PARA ESTUDAR A MATRIZ GELATINOSA DE Meloidogyne incognita[PROTEOMIC APPROACH TO STUDY GELATINOUS MATRIX OF Meloidogyne incognita] Costa, P.H.A.; Carneiro,R.M.D.G.; Vieira, G.C.; Lima, D.S.; Brilhante, O.; Firmino, A.A.P.; Grossi-de-Sa, M.F.; Rocha, T.L. Embrapa RecursosGenéticos e Biotecnologia, Brasília, DF, CEP 70849-090. E-mail: [email protected]

Dentre os fitonematóides, o gênero Meloidogyne, é o quecausa maiores prejuízos à agricultura mundial. Portanto,estratégias visando o controle deste fitoparasita tornam-seprioritárias. Nos nematóides da galha, a matriz gelatinosa(MG) é sintetizada em grande quantidade pela glândula retalda fêmea e secretada antes e durante a postura dos ovos,exercendo possível proteção antimicrobiana e contra adessecação. Dados histoquímicos demonstram que a MGé constituída por uma massa irregular de proteínas epolissacarídeos. Esse trabalho visou estudar os constituintesprotéicos da MG utilizando técnicas proteômicas. Cercade 600 massas de ovos foram coletadas manualmente deraízes de tomateiros infectados com M. incognita. Os ovosforam obtidos pela trituração das raízes em 0,5% de

hipoclorito de sódio e separados em peneiras de 20, 100 e500 Mesh. As amostras foram maceradas individualmenteem N2 líquido e homogeneizadas em tampão Tris-HCl125mM pH 8.8. As proteínas foram precipitadas com TCA/Acetona, ressolubilizadas em solução de uréia/tiouréia eseparadas por eletroforese bidimensional. Cerca de 200 spotsbem definidos foram identificados nos géis 2D para ambasas amostras, com pIs variando de 4,0 a 7,0 e MW de 20 a100 kDa. Dentre estes spots, cerca de 40 são diferenciais eestão sendo analisados por MALDI-ToF MS/MS. Com osresultados, espera-se identificar proteínas com propriedadesantimicrobianas e contra dessecação, além de detectarseqüências específicas e essenciais da MG a serem utilizadascomo alvo em estratégias para controle da meloidoginose.

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS, CONDIÇÃO DE AERAÇÃO E FORMAS DETRATAMENTO PARA MULTIPLICAÇÃO DE FUNGOS NEMATÓFAGOS* [EVALUATION OF DIFFERENTSUBSTRATA, CONDITION OF AREATION AND FORMS OF TREATMENT FOR MULTIPLICATION OFNEMATOPHAGOUS FUNGI] Soares, P.L.M.; Santos, J.M.; Múscari, A.M. UNESP/FCAV, Campus de Jaboticabal,Departamento de Fitossanidade, Laboratório de Nematologia. CEP 14884-900. E-mail: [email protected].

A partir de um estudo preliminar, decidiu-se avaliardois tipos substratos, sendo um composto de bagaço decana, farelo de arroz e água e o outro só com bagaço decana e água. A seguir, foram acondicionados em sacos depolipropileno autoclaváveis, para o tratamento emautoclave. Para o tratamento do substrato com irradiação,foram utilizados sacos de polietileno. Os tratamentos deesterilização dos substratos foram autoclavagem a 120 ºCe 1 atm, por 40 minutos, realizados no Laboratório deNematologia da UNESP/FCAV e esterilização do

substrato com irradiação. A irradiação foi efetuada comradioisótopo cobalto-60, nas doses de 5, 25 e 50 kGy, nasinstalações da empresa especializada CBE (CompanhiaBrasileira de Esterilização), com sede em Jarinu-SP.Posteriormente, os substratos foram inoculados emcondições assépticas com um isolado de Arthobotrysoligospora e Paecilomyces lilacinus separadamente. Quanto aesterilização do substrato, os tratamentos comautoclavagem e irradiação com 25 e 50 kGy se mostrarameficientes, uma vez que não ocorreu crescimento de

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XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

contaminantes nas placas de Petri contendo BDA. Quantoà percentagem de colonização visual do susbtrato, porambos os fungos, os melhores resultados foram obtidoscom o substrato composto por bagaço de cana, farelo dearroz e água que proporcionou médias acima de 74% paraA. oligospora e para P. lilacinus foi acima de 60%. Para a

esporulação, para ambos os fungos, os dois tipos desubstrato foram favoráveis, pois proporcionaram médiasde esporulação acima de 2,6 X 106 conídios para A.oligospora e 7 X 108 conídios para P. lilacinus. Não houveperda da patogenicidade de ambos os fungos.

AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE DIFERENTES SUBSTRATOS PARA MULTIPLICAÇÃO DE Arthrobotrysoligospora* [PRELIMINARY EVALUATION OF DIFFERENT SUBSTRATA FOR MULTIPLICATION OFArthrobotrys oligospora] Soares, P.L.M.; Santos, J.M.; Múscari, A.M. UNESP/FCAV, Campus de Jaboticabal, Departamentode Fitossanidade, Laboratório de Nematologia. CEP 14884-900. E-mail: [email protected].

Um estudo prévio foi realizado, enfocando ascombinações possíveis e consideradas mais adequadas paraa multiplicação dos fungos nematófagos. Os seguintestratamentos foram testados: 1. arroz e água; 2. casca dearroz e água; 3. casca de arroz, farelo de arroz e água; 4.casca de arroz, farelo de arroz e água; 5. bagaço de cana eágua; 6. bagaço de cana, farelo de arroz e água; 7. bagaçode cana, farelo de arroz e água; 8. subproduto da indústriade cerveja sem água; 9. subproduto da indústria de cerveja,farelo de arroz (s/ água); 10. sementes de goiaba (semtriturar) e água; 11. sementes de goiaba (sem triturar), farelode arroz e água; 12. sementes de goiaba (trituradas) e água;13. sementes de goiaba (trituradas), farelo de arroz e água.

Os diferentes tratamentos foram colocados em sacos depolipropileno autoclaváveis e foram fechados com umgrampeador após duas dobras da extremidade aberta, aseguir foram autoclavados durante 40 minutos a 1 atm e120°C . Posteriormente os susbstratos foram inoculadosem condições assépticas, em uma câmara de fluxo laminar,com um isolado de Arthobotrys oligospora multiplicados emplacas de Petri, contendo BDA. Após 15 dias, procedeu-sea uma estimativa visual da percentagem do materialcolonizado por recipiente. Entre os melhores tratamentos,dos treze utilizados, seis proporcionaram a máximacolonização (100%) do volume do substrato, a saber, ostratamentos 1; 3; 4; 6; 7 e 13.

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Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

Índice por Autor dos Resumos do XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

Aguiar, N.D.C. - pg. 102Aguillera, M.M. - pg. 137Albuquerque, E.V.S. - pg. 153Almeida, C.D.S. - pg. 115Almeida, E. de - pg. 131Almeida, E.J. - pg. 142Almeida, E.J. de - pg. 145Almeida, M.R.A. - pgs. 146, 152, 159Almeida,W.P. - pg. 154Alves, G.C.S. - pg. 114Alves, R.L. - pg. 111Andaló, V. - pg. 128Andrade, A.E. - pg. 151Antedomênico, S.R. - pgs. 134, 138Antunes Junior, E.F. - pg. 152Antunes, L.E. - pg. 118Araújo, F.G. - pgs. 146, 147, 147, 147Araújo, W.S. - pgs. 128, 133Arcari, F.S. - pg. 147Arieira, G. de O. - pgs. 130, 131Asmus, G.L. - pgs. 112, 112, 140Barbosa, B.F.F. - pgs. 136, 142 ,142, 143, 143, 144, 144,

145, 145Barbosa, D.H.S.G. - pg. 150Barbosa, J.C. - pgs. 116, 116, 117, 117, 142, 142, 143, 143,

144, 144, 145Barbosa, K.A.G. - pg. 134Barbosa, M.M.M. - pg. 109Barreto, E.L.S. - pgs. 105, 106, 106Barreto, R.W. - pg. 109Barros, A.M. - pg. 141Becaro, C.K. - pgs. 136, 145Bega, V.L. - pg. 130Bessane, A. - pg. 113Bessi, R. - pgs. 135, 138Borelli, E.R. - pgs. 115, 116, 116, 117, 117Bosenbecker, V.K. - pg. 138Botelho, A.O. - pg. 132Brilhante, O. - pgs. 113, 161Burla, R.S. - pgs. 126, 127, 127Cadioli, M.C. - pg. 130Caetano, P. - pg. 152Calzavara, S.A. - pgs. 115, 116, 116, 117, 117Campos, A.D. - pgs. 117, 124, 138Campos, H.D. - pgs.108, 118, 119, 119, 120, 126, 129, 140,

151, 152, 160Campos, V.P. - pgs. 102, 102, 103, 120, 121, 121, 124, 125,

128, 131, 132, 132 ,159Cantu, R.R. - pg. 137Canuto, R. - pg. 132

Canuto, R.S. - pgs. 102, 102, 103, 120, 121Cares, J.E. - pgs. 126, 160Carneiro, G.E.S. - pg. 154Carneiro, R.G. - pgs. 141, 154, 154Carneiro, R.M.D. - pgs. 151, 152Carneiro, R.M.D.G. - pgs. 111, 112, 113, 114, 114, 115, 120,

125, 132, 133, 145, 146, 152, 153, 159, 159, 161Carrijo, T.S. - pg. 125Carvalho, F.D. - pgs. 129, 130, 135, 135Carvalho, H.W.P. - pg. 132Casagrande Jr, J.G. - pg. 138Castro, D.B. - pgs. 102, 107, 107Castro, J.M.C. - pg. 152Cirotto, P.A. - pg. 114, 145Cordeiro, M.C.R. - pg. 141Corradini, H.T. - pg. 134Correia, K.C. - pg. 122Costa, L.S.A.S. - pgs. 124, 132Costa, P.H.A. - pg. 161Costa, P.M. - pg. 153Couto, M.A. - pg. 147Couto, M.E. - pg. 118da Silva, F.R. - pgs. 151, 152Dalla Nora, T. - pg. 139Dallemole-Giaretta, R. - pg. 109Dalosso, R. - pg. 114de Oliveira, J.T.A. - pg. 151Del Valle, E.E. - pgs. 104, 105Dhingra, O.D. - pgs. 107, 107Dias, P.V.C. - pg. 156Dias, W.P. - pgs. 111, 154, 155, 157, 157Diniz, A.C. - pg. 136Dolinski, C. - pgs. 104, 104, 104, 105, 107, 108, 126, 127Dolinski, C.M. - pgs. 105, 106, 106, 156Duarte, J.B. - pg. 148Eira, M.T.S. - pg. 153Entringer, G.C. - pg. 126Estevam, J.T. - pg. 147Falcão, R.J. - pg. 109Falcão, R. - pg. 153Favoreto, L. - pgs. 115, 116, 116, 117, 147Fernandes, A. M. - pg. 109Fernandez, L.A. - pgs. 154, 155Ferraz, L.C.C.B. - pgs. 103, 158, 158Ferraz, M.P. de S. - pg. 145Ferreira T.F. - pg. 104Ferreira, C.S. - pgs. 129, 130, 135, 135Ferreira, P.S. - pg. 102Ferro, D.M. - pg. 113Figueiredo, A. - pg. 111

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164 Vol. 31(2) - 2007

XXVII Congresso Brasileiro de Nematologia

Firmino, A.A.P. - pg. 161Fragoso, R. - pg. 151França, R.O. - pg. 111Francisco, A. - pgs. 111, 154, 155, 157, 157Freire, E.S. - pgs. 124, 132Galvão, J.C.B. - pgs. 108, 120Garcia, R.A. - pg. 134Garrigós, L.L. - pg. 137Giese, E.G. - pgs. 141, 150Gimenes, R. - pgs. 136, 145Goldenberg, R. - pg. 109Gomes Carneiro, R. - pgs. 120, 145Gomes, A.C.M. - pg. 153Gomes, A.C.M.M. - pg. 146Gomes, C.B. - pgs. 109, 117, 118, 124, 136, 138Gomes, L.A.A. - pg. 124Gomes, V.M. - pgs. 107, 108Gonçalves Jr. E. - pg. 127Gonçalves, W. - pgs. 125, 159Gonzaga, V. - pgs. 139, 149Goto, R. - pg. 137Goulart, R.R. - pgs. 107, 107Grande, J.P. - pg. 109Grossi-de-Sá, M.F. - pgs. 113, 115, 151, 152, 161Grossi-de-Sá, M.F.G. - pg. 153Guimarães, I.M. - pg. 123Guimarães, L.M. - pg. 151Guimarães, M. de F. - pg. 131Homechin. M. - pgs. 139, 155, 157, 157Inomoto, M.M. - pgs. 110, 110, 134, 135, 138, 138Ishimi, C.M. - pg. 112Jr. Nunes, J. - pg. 119Klein, E.H.S. - pg. 153Kubo, R.K. - pgs. 113, 138Kulczynski, S.M. - pg. 109Lanfredi, R.M. - pgs. 141, 150Lara, J.C. - pg. 156Lima, A.O. - pg. 155Lima, D.L. - pg. 118Lima, D.S. - pg. 161Lima, E.A. - pg. 120Lima, E.C. - pg. 141Lima, F.B. - pg. 160Lima, I.M. - pgs. 132, 133Lopes, I.O.N. - pgs. 155, 157Machado, A.C.Z. - pgs. 103, 135Machado, M.R. - pg. 147Machado, V.O.F. - pgs. 148, 148Martinelli, P.R.P. - pgs. 156, 157Martins, D.M.S. - pgs. 126, 160Martins, I. - pg. 139Martins, M.V.V. - pgs. 132, 133Matsumura, A.T.S. - pg. 136

Mattos, J.K. - pg. 120Maximiniano, C. - pg. 128Medeiros, H.A. - pgs. 122, 122, 122, 123, 123Mehta, A. - pgs. 151, 152Melo, L.A.M.P. - pg. 125Mendes, M.L. - pg. 146Minas, R.S. - pg. 127Moino Jr. A. - pgs. 128, 129, 130, 135, 135Moita, A.W. - pgs. 125, 159Molina J.P.M. - pgs. 104, 104Molina, A.J.P. - pg. 126Monteiro, A.R. - pgs. 138, 158, 158Moraes, E.B. - pg. 120Moraes, R.V. - pg. 160Moreira, G.F. - pg. 128Moritz, M.P. - pg. 154Mota, F.C. - pgs. 114, 146Moura, R.M. - pg. 122Muniz, M.F.S. - pgs. 125, 159Murad, A.M. - pg. 113Muramoto,S.P. - pg. 154Múscari, A.M. - pgs. 142, 142, 143, 143, 144, 144, 145, 161,

162Mussi-Dias. V. - pg. 107Nakamura, K.C. - pg. 154Nascimento, H.I. - pg. 149Nascimento, J.B. - pgs. 128, 133Nascimento, R.R.S. - pg. 153Naves, R.L. - pg. 124Neves, D.L. - pgs. 108, 118, 119, 119, 120, 126, 129, 140,

151, 152, 160Nicole, M. - pg. 153Nogueira, E.N. - pgs. 101, 146Nunes Junior, J. - pg. 140Nunes, A.S. - pg. 132Oliveira, A.D. de. - pgs. 130, 131Oliveira, C.M.G. - pgs. 103, 113, 135, 138Oliveira, D.F. - pgs. 131, 132Oliveira, F.S. - pgs. 101, 146, 147, 148, 148Oliveira, I.M. - pgs. 135, 135Oliveira, K.C. - pg. 122Oliveira, M.S. - pg. 124Oliveira, R.D.L. - pgs. 102, 107, 107, 109, 155Paes, N.S. - pgs. 151, 152Paes, V. dos S. - pgs. 130, 131Parpinelli, N.M.B. - pgs. 154, 155Passos, A.P. - pg. 160Pereira J.C. - pg. 160Pereira, A.A. - pg. 153Pereira, F.O.M. - pg. 127Pereira, R.F.G. - pg. 130Pignoni,

E. - pg. 154Pimentel, J.P. - pg. 153

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Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

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Goiânia (GO) de 7 a 11 de maio de 2007

Pintar, A.F. - pg. 130Pires, L.L. - pg. 147Podestá, G.S. - pg. 109Prado, N.R.T. - pg. 131Prates, M. - pg. 139Quintanilha, A.P. - pg. 114Resende, F.O. - pg. 114Rezende Neto, V.R. - pg. 147Ribeiro, G.C. - pgs. 108, 118, 119, 119, 120, 140, 151, 152,

160Ribeiro, N.R. - pgs. 111, 154, 155, 157, 157Ribeiro, V.F. - pg. 153Rissoli, V.R.V. - pgs. 126, 149, 149, 160Rocha, F.S. - pgs. 102, 102, 103, 121Rocha, M.R. - pgs. 101, 146, 147, 147, 148, 148Rocha, S.P.S. - pgs. 102, 102, 103, 121Rocha, T.L. - pgs. 113, 115, 161Rodrigues, A.C. - pgs. 117, 138Rohde, C. - pgs. 129, 130, 135, 135Rosa, J.M.O. - pgs. 137, 137Ruano, O. - pg. 154Sales Júnior, R. - pgs. 122, 122, 122, 123, 123Sales, R,M.O.B. - pg. 152Salgado, S.M.L. - pgs. 120, 121Santana, C.G. - pg. 151Santiago, D.C. - pgs. 130, 131, 139, 154Santin, A.M. - pg. 109Santin, R. de C.M. - pg. 136Santos, A.V. - pg. 117Santos, B.B. - pgs. 128, 133Santos, E.S. - pg. 110Santos, J.M. - pgs. 114, 115, 116, 116, 117, 117, 142, 143,

161, 162Santos, J.M. dos. - pgs. 136, 142, 143, 144, 144, 145, 145,

156, 157Santos, J.N. - pgs. 141, 150Santos, J.T. da S. - pg. 149Santos, K.G. - pg. 104Santos, L.C. - pgs. 101, 146, 147, 147, 148Santos, M.A. - pgs. 111, 134Santos, M.F.A. - pgs. 111, 146, 159Santos, T.O. - pg. 126Santos, T.O. dos - pg. 149Sara, J.G. - pg. 147Scolforo, J.R.S. - pg. 131Sêni, D.J. - pgs. 102, 109Sêni, D.S. - pg. 155Serrano, L.A.L. - pg. 133Sharma, R.D. - pg. 141Shoiti, E. - pgs. 107, 107Silva, H.A.N.S. - pg. 160

Silva Junior, A.B. - pgs. 126, 129Silva L.H.C.P. - pg. 108Silva, A.R. da - pg. 145Silva, D.B. - pg. 145Silva, E.H. - pgs. 102, 102, 103, 120, 121, 121, 132Silva, G.P. - pg. 119Silva, J.C.R. - pgs. 119, 151Silva, J.F.V. - pgs. 157, 157Silva, J.G.P. - pg. 159Silva, J.R.C. - pgs. 118, 140, 152, 160Silva, L.H.C.P. - pgs. 118, 119, 119, 120, 126, 129, 140, 151,

152, 160Silva, M.A.T. - pgs. 129, 130, 135, 135Silva, M.M. - pg. 108Silva, M.O. - pg. 108Silva, R.A. - pgs. 110, 110, 138Silva, R.V. - pg. 102Silveira, N.O.R. - pg. 159Siqueira, K.M.S. - pgs. 134, 135Soares, P.L.M. - pgs. 114, 136, 142, 142, 143, 143, 144, 144,

145, 145, 161, 162Soares, R.A.B. - pg. 148Somavilla, L. - pg. 124Sousa - pg. 160Sousa, M.G. - pg. 145Souza, D.S.L. - pg. 115Souza, R.M. - pgs. 104, 104, 104, 105, 107, 108, 127, 127,

150Steffen, R.B. - pg. 138Stocker, C.M. - pg. 138Sujimoto, F.R. - pg. 138Takahashi, A. - pg. 130Teixeira, R.A. - pgs. 101, 146, 147, 147, 147, 148, 148Tenente, R.C.V. - pgs. 125, 126, 139, 149, 149, 160 ,160Tigano, M.S. - pg. 159Toigo, R.J. - pgs. 126, 129Tomazini, M.D. - pgs. 158, 158Torres, G.R.C. - pgs. 122, 122, 122, 123, 123Toyota, M. - pgs. 120, 121Ueno, B. - pg. 117Vicentini, E.M. - pg. 112Vieira, F.C. - pg. 118Vieira, G.C. - pg. 161Vieira, H.D. - pg. 150Vieira, J.G.P. - pgs. 141, 150Vilela, A.E. - pgs. 120, 121Vilela, M.C. - pg. 152Vitti, A.J. - pg. 147Viviani, C. - pg. 112Wilcken, S.R.S. - pgs. 113, 137, 137Zooca, R.J. - pg. 109