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SBN NEWS UMA PUBLICAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEMATOLOGIA Nº 12 - Novembro 2016 Com a palavra, o Presidente Texto: Ricardo Moreira Souza Caros sócios da SBN, no agitado Brasil dos nossos dias, um dos temas mais discutidos é a educação. Evasão escolar, a reforma do ensino médio e o baixo ranking da educação básica em avaliações internacionais são apenas alguns dos tópicos. Tais problemas parecem distantes do Prof. Ricardo Moreira de Souza (Presidente da SBN 2013-2016) nosso “horizonte nematológico”, mas seus efeitos chegam a nós: o ranking do ensino superior brasileiro é baixo, e das universidades brasileiras é ainda pior. O tema da educação baterá à nossa porta se nos perguntarmos “E como está a educação nematológica no Brasil?” Com qual bagagem são formados os jovens nematologistas (1) , aqueles que defendem a sua dissertação ou tese em algum tema da Nematologia? Qual deve ser a ênfase na formação desses jovens? Essas e outras perguntas são tema de um estudo em andamento sobre a formação pós-graduada em Nematologia no Brasil. Quase todos os professores responderam ao questionário que lhes foi enviado (obrigado!!!), o que já nos revelou resultados interessantes. Nematologia é ensinada em 25 cursos ou programas de pós-graduação em Fitopatologia, Agronomia, Fitossanidade etc. Em 16 destes (64%) há ao menos uma disciplina exclusiva de Nematologia, cujos dados são: n=19; carga horária total média= 67 horas-aula (h.a.); valores mín- max= 30-136 h.a.; moda= 60 h.a.; desvio padrão= 28,4. Dezoito dessas disciplinas focam apenas nos fitonematoides, e uma única aborda outros grupos do Filo Nematoda. Em 36% dos cursos/programas de pós os nossos jovens recebem uma formação, aparentemente, mais superficial: Nematologia é oferecida apenas embutida em outras disciplinas (n= 13). A carga horária da parte de Nematologia é a seguinte: média= 14 h.a.; valores mín-max= 4-30 h.a.; moda= 15 h.a.; desvio padrão= 8,6. Tais números são bons ou preocupantes dependendo de uma pergunta central: os jovens nematologistas devem receber uma sólida formação sobre fitonematoides, que inclua teoria e prática de morfologia, taxonomia, ecologia, relações tróficas, controle/manejo etc., ou isto não é mais necessário? Esta formação central, que favorece a aprovação em concursos públicos, a leitura crítica de artigos e preparo de projetos de pesquisa, é crucial, ou não? Ou talvez o número de créditos cursados sobre nematoides deva ser reduzido em prol de outras áreas como, por exemplo, biologia molecular? Transcrevo a seguir um depoimento veemente feito em um dos questionários: “Vejo alguns problemas se agravando e acredito que haverá consequências no futuro... Há muita cobrança sobre o número de publicações, mas muitas publicações produzidas no Brasil não têm qualidade... O aluno entra na pós-graduação sem base, e sai sem base! Os orientadores, que já têm sobrecarga de funções, às vezes orientam 5 a 10 estudantes. Em minha opinião isto é muito, não acredito que o professor consiga orientar a todos como deveria. Se continuarmos assim o Brasil formará um exército de doutores de baixa qualificação, muitos se tornarão professores e multiplicarão o problema. Sei que não se deve generalizar, mas na minha opinião é preciso realmente fazer algo para resolver este problema. Todos somos responsáveis, e os efeitos serão sentidos por todos.” O tema da educação é importante no “horizonte nematológico”, e não há respostas simples... Um abraço a todos, (1) Nematologista e Nematologia são empregados aqui em seu sentido mais restrito, do estudo dos nematoides fitoparasitos. Isto deve-se apenas ao foco do estudo em andamento nos cursos/programas de pós da área agrícola. Normalmente eu prefiro o uso desses termos referindo- se a todo o espectro de estudo do Filo Nematoda. Nematologia in Memorian: Homenagem aos colegas que contribuíram com a nematologia brasileira Texto: Dra. Débora Cristina Santiago, Dr. Ciro Hideki Sumida, Dr. Thiago Zanoni Bagio e Dra. Idenize Pedrina Orsini – colegas que foram orientados do Prof. Dr. Martin Homechin no Departamento de Agronomia, UEL.

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Page 1: Sociedade Brasileira de Nematologia - SBN N · 2019-01-05 · SBN NEWS UMA PUBLICAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEMATOLOGIA Nº 12 - Novembro 2016 Com a palavra, o Presidente Texto:

SBN NEWS

UMA PUBLICAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEMATOLOGIA

Nº 12 - Novembro 2016

Com a palavra, o Presidente Texto: Ricardo Moreira Souza

Caros sócios da

SBN, no agitado Brasil dos nossos dias, um dos temas mais discutidos é a educação. Evasão escolar, a reforma do ensino médio e o baixo ranking da educação básica em avaliações internacionais são apenas alguns dos tópicos. Tais problemas parecem distantes do

Prof. Ricardo Moreira de Souza (Presidente da SBN 2013-2016)

nosso “horizonte nematológico”, mas seus efeitos chegam a nós: o ranking do ensino superior brasileiro é baixo, e das universidades brasileiras é ainda pior.

O tema da educação baterá à nossa porta se nos perguntarmos “E como está a educação nematológica no Brasil?” Com qual bagagem são formados os jovens nematologistas(1), aqueles que defendem a sua dissertação ou tese em algum tema da Nematologia? Qual deve ser a ênfase na formação desses jovens?

Essas e outras perguntas são tema de um estudo em andamento sobre a formação pós-graduada em Nematologia no Brasil. Quase todos os professores responderam ao questionário que lhes foi enviado (obrigado!!!), o que já nos revelou resultados interessantes. Nematologia é ensinada em 25 cursos ou programas de pós-graduação em Fitopatologia, Agronomia, Fitossanidade etc. Em 16 destes (64%) há ao menos uma disciplina exclusiva de Nematologia, cujos dados são: n=19; carga horária total média= 67 horas-aula (h.a.); valores mín-max= 30-136 h.a.; moda= 60 h.a.; desvio padrão= 28,4. Dezoito dessas disciplinas focam apenas nos fitonematoides, e uma única aborda outros grupos do Filo Nematoda. Em 36% dos cursos/programas de pós os nossos jovens recebem uma formação, aparentemente, mais superficial: Nematologia é oferecida apenas embutida em outras disciplinas (n= 13). A carga horária da parte de Nematologia é a seguinte: média= 14 h.a.; valores mín-max= 4-30 h.a.; moda= 15 h.a.; desvio padrão= 8,6.

Tais números são bons ou preocupantes dependendo de uma pergunta central: os jovens nematologistas devem receber uma sólida formação sobre fitonematoides, que inclua teoria e prática de

morfologia, taxonomia, ecologia, relações tróficas, controle/manejo etc., ou isto não é mais necessário? Esta formação central, que favorece a aprovação em concursos públicos, a leitura crítica de artigos e preparo de projetos de pesquisa, é crucial, ou não? Ou talvez o número de créditos cursados sobre nematoides deva ser reduzido em prol de outras áreas como, por exemplo, biologia molecular?

Transcrevo a seguir um depoimento veemente feito em um dos questionários: “Vejo alguns problemas se agravando e acredito que haverá consequências no futuro... Há muita cobrança sobre o número de publicações, mas muitas publicações produzidas no Brasil não têm qualidade... O aluno entra na pós-graduação sem base, e sai sem base! Os orientadores, que já têm sobrecarga de funções, às vezes orientam 5 a 10 estudantes. Em minha opinião isto é muito, não acredito que o professor consiga orientar a todos como deveria. Se continuarmos assim o Brasil formará um exército de doutores de baixa qualificação, muitos se tornarão professores e multiplicarão o problema. Sei que não se deve generalizar, mas na minha opinião é preciso realmente fazer algo para resolver este problema. Todos somos responsáveis, e os efeitos serão sentidos por todos.”

O tema da educação é importante no “horizonte nematológico”, e não há respostas simples...

Um abraço a todos,

(1) Nematologista e Nematologia são empregados aqui em seu sentido mais restrito, do estudo dos nematoides fitoparasitos. Isto deve-se apenas ao foco do estudo em andamento nos cursos/programas de pós da área agrícola. Normalmente eu prefiro o uso desses termos referindo-se a todo o espectro de estudo do Filo Nematoda.

Nematologia in Memorian:

Homenagem aos colegas que contribuíram com a nematologia brasileira

Texto: Dra. Débora Cristina Santiago, Dr. Ciro Hideki Sumida, Dr. Thiago Zanoni Bagio e Dra. Idenize Pedrina Orsini – colegas que foram orientados do Prof. Dr. Martin Homechin no Departamento de Agronomia, UEL.

Page 2: Sociedade Brasileira de Nematologia - SBN N · 2019-01-05 · SBN NEWS UMA PUBLICAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEMATOLOGIA Nº 12 - Novembro 2016 Com a palavra, o Presidente Texto:

Prof. Dr. Martin Homechin (In memorian)

Há aproximadamente sete anos perdemos nosso

querido Professor e amigo Dr. Martin Homechin, falecido no dia 03 de novembro de 2009 aos 63 anos de idade. Graduou-se em engenharia agronômica pela Fundação Faculdade de Agronomia Luiz Meneghel (atual Universidade Estadual do Norte do Paraná), em Bandeirantes (PR), em 1976. Tornou-se mestre em agronomia pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo-Piracicaba, com a dissertação “Avaliação da patogenicidade de três isolados de Cylindrocladium clavatum em Pinus caribaea e P. oocarpa” no ano de 1980. Formou-se doutor em agronomia pela ESALQ/USPPiracicaba (SP), defendendo a tese “Potencial de isolados brasileiros de Trichoderma harzianum para controle de Rhizoctonia solani” em 1987.

Dr. Homechin trabalhou como pesquisador no Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR (1975-1976) e na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, no Centro Nacional de Pesquisa de Soja – Londrina, PR (1976-1989). Por 20 anos foi professor associado do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL/PR (1989 - 2009).

Ele atuou como fitopatologista nas áreas de controle biológico, sobrevivência de patógenos de solo, doenças de grandes culturas, manejo integrado do mofo branco, manejo de área de produção agrícola e florestal, micotoxinas e patologia de sementes. No período de sua docência, contribuiu na formação de recursos humanos, atuando como orientador em projetos de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses, defendidas no âmbito da UEL.

Dr. Homechin orientou vários alunos de graduação, mestrado e doutorado em Fitonematologia, sendo um dos principais entusiastas para a solidificação da área na instituição.

Ele trabalhou e orientou trabalhos visando a identificação de fitonematoides em sistemas agrícolas de produção e o manejo integrado com ênfase no controle biológico e na avaliação do comportamento de materiais genéticos.

Adeus, Professor Martin Homechin. Sua lembrança jamais será esquecida por aqueles que um dia conheceram seu carisma e profissionalismo. Seu nome sempre estará presente na vida dos fitopatologistas, pela sua grande contribuição à sua amada profissão.

“Nematologia de plantas: fundamentos e importância” -

Os objetivos estão sendo alcançados

Texto: Prof. Dr. Luiz Carlos C. B. Ferraz

Em 13 de junho p.p., em Petrolina (PE), durante o 33º Congresso Brasileiro de Nematologia, deu-se o lançamento do e-book “Nematologia de Plantas: fundamentos e importância”, de L.C.C.B.Ferraz & D.J.F. Brown, publicação destinada a preencher notória lacuna hoje existente no segmento de livros redigidos em português do Brasil sobre a especialidade fitonematológica. Elaborado com o objetivo principal de atender a estudantes de graduação (e, eventualmente, de pós-graduação), docentes, técnicos ligados à área de Fitossanidade, produtores rurais e outros adeptos do assunto sem maior experiência no trato com os fitonematoides, a publicação está disponível gratuitamente a todos os interessados, podendo o seu download ser feito através de link disponível no site da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) – http://nematologia.com.br – a qualquer tempo.

Prof. Dr. Luiz Carlos C. B. Ferraz

O conteúdo, dividido em 11 capítulos, inclui

textos, ilustrados por figuras esquemáticas e fotografias coloridas e em preto e branco, que tratam dos mais diversos aspectos da especialidade, indo da classificação até o manejo. Com detalhamento técnico adequado ao público-alvo, são descritas as características morfológicas gerais dos vários grupos de fitonematoides conhecidos, seus métodos reprodutivos e os padrões de desenvolvimento predominantes, os mecanismos pelos quais se alimentam sobre plantas, os danos decorrentes do fitoparasitismo e as perdas causadas no âmbito da Agricultura no Brasil e no mundo.

Com satisfação, tem-se verificado grande demanda pelo e-book desde a data do lançamento, tendo já sido aferidos (aplicativos PMetrics e Google Analytics) mais de 450 salvamentos através do site da SBN e 48 pela rede ResearchGate até 31 de agosto p.p. (ver figuras

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ilustrativas), totalizando pelo menos 500 beneficiários da publicação até o presente. Em vista disso, há possibilidade até de o livro vir a ser também produzido na forma impressa, em futuro próximo. Com pouco mais de dois meses de disponibilização do e-book, tais números são dignos de se comemorar, e muito, além de comprovar o acerto da Diretoria atual da SBN em estimular, de todas as formas possíveis, a produção de novos livros sobre temas nematológicos preparados em português. Aliás, duas outras publicações nacionais, gratuitas ou não, foram lançadas recentemente (“Nematoides fitoparasitas do algodoeiro nos cerrados brasileiros”/IMAmt e “Diagnose de Fitonematoides”/Millennium Editora) e há, no momento, mais algumas em fase avançada de preparação pelos “nossos” nematologistas. Com atraso, mas ainda em boa hora, um projeto editorial na especialidade fitonematológica parece estar se tornando realidade no Brasil. A Nematologia não pode parar...

Dados que demonstram o interesse que o ebook despertou em pouco tempo de lançamento.

Dois anos de Nematoda: nosso

periódico assoprou as velinhas

Texto: Profa. Dra. Claudia Dolinski

Nematoda, periódico da SBN, completou dois anos de existência a todo vapor! Para comemorar, o SBNNews pediu à Dra. Claudia Dolinski, professora nematologista da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro e editora-chefe da revista para nos contar um pouco sobre a experiência desse período, sempre de olho no futuro.

Nematoda, o periódico oficial da Sociedade

Brasileira de Nematologia, foi lançado em 13 de agosto de 2014 e foi criado com o intuito de reunir artigos que tenham em comum os organismos do Filo Nematoda, em toda sua diversidade e amplitude de conhecimento. São os chamados nematoides/nemátodos/nematódeos, a saber parasitos de plantas, parasitos de invertebrados ou vertebrados (humanos, de vida silvestre, de interesse zootécnico ou de importância como zoonoses), bacteriófagos, micófagos, predadores e omnívoros. A abrangência de Nematoda é ampla e aceitamos

manuscritos que abordem quaisquer temas nas áreas de biologia básica, ecologia, taxonomia e sistemática (morfológica ou molecular), genética e biologia molecular, epidemiologia, controle ou manejo, e uso de nematoides/ nemátodos/ nematódeos como indicadores ambientais ou como agentes de controle biológico.

Nematoda aceita quatro tipos de publicações: Artigo original, que apresenta resultados inéditos de alta qualidade científica; Nota científica, que aborda uma temática e/ou apresenta resultados inéditos que justificam uma rápida publicação para aproveitamento da comunidade científica ou governamental; Revisão de literatura, que constitui amplo levantamento da literatura sobre um tema específico, acompanhado de apreciação crítica dos resultados de dezenas de estudos; e Carta ao Editor, que expressa o ponto de vista pessoal dos leitores ou institucional, com argumentos, e sem ofensas a terceiras-partes.

Nematoda é publicada on-line seguindo o conceito golden open-access, ou seja, o artigo publicado é acessível na Internet gratuitamente, o que aumenta a sua visibilidade e impacto internacional, pois recebe mais citações por outros artigos. Os artigos publicados em Nematoda são imediatamente indexados pelo Google Acadêmico (o maior indexador científico em todo o mundo), sendo recuperáveis utilizando-se termos citados no título ou nas palavras-chaves do artigo. Hoje estamos indexados no Google Scholar, Latindex e DOAJ, e nosso índice Copernicus de 2014 foi 56,24.

O corpo editorial de Nematoda é composto por 22 cientistas de expressão em todas as áreas de pesquisa com nematoides/nemátodas/nematódeos e é considerado um periódico internacional. Esses cientistas estão sediados em renomadas instituições de pesquisa nos cinco continentes. Desses pesquisadores, 14 estão localizados fora do Brasil (63%).

Em Nematoda o sistema de avaliação dos manuscritos é norteado por regras claras, pois adotamos o sistema double-blind e os revisores ad-hocs avaliam quesitos pré-estabelecidos, emitindo notas de 0 a 5 que minimizam a subjetividade na avaliação do mérito científico. A sistemática ágil adotada pelo periódico impede sucessivas resubmissões e reavaliações do manuscrito, reduzindo o tempo de tramitação para cerca de 5 semanas. Depois de aceito, o manuscrito é diagramado e efetivamente publicado on-line em menos de 7 dias, não permanecendo por semanas ou meses na condição “no prelo” à espera da efetiva publicação. A taxa de publicação em Nematoda é subsidiada pela SBN, o que estimula a filiação à entidade. Sócios pagam apenas R$30,00 por página diagramada do artigo.

Deve-se destacar que depois de dois anos no ar, Nematoda cumpre quase todos os quesitos impostos para indexação no SciELO. O único quesito que ainda não cumprimos é o número de submissões e publicações. O mínimo de publicações esperado é de 60 por ano, contudo em 2014 tivemos 5 publicações, em 2015 18 e em 2016, até o momento, temos 8 publicações. Aparentemente, um grande empecilho para o aumento de submissões à Nematoda é a falta da avaliação Qualis.

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Contudo, em alguns meses seremos avaliados e em breve teremos o Qualis. Vale ressaltar a importância de todos os autores de artigos em Nematoda adicionarem a publicação aos seus CV Lattes. Só assim seremos anualmente avaliados.

Nematoda é o nosso periódico. Ele nos representa, pois dá o destaque merecido ao organismo que trabalhamos e leva para o mundo a nossa Sociedade, hoje a maior sociedade em nematologia das Américas. Quer saber mais sobre Nematoda? Visite o site www.nematoda.org ou entre em contato conosco, via o e-mail [email protected]

Profa. Dra. Claudia Dolinski

Nematódeos límnicos

Texto: Profa. Dra. Taciana Kramer Pinto

O Filo Nematoda engloba cerca de 27.000

espécies válidas. Destas, as formas parasitas são muito mais conhecidas uma vez que são causadoras de diversas doenças em humanos e animais e também responsáveis por grandes perdas nas culturas agrícolas. Apesar disto, os nematódeos de vida livre compreendem mais de 40% das espécies conhecidas para o Filo, cerca de 11.000, que podem ser encontradas em todos os ecossistemas aquáticos e solos terrestres úmidos de todas as latitudes do planeta, incluindo as calotas polares e os sedimentos lamosos do oceano profundo. Nestes ecossistemas os nematódeos compõem uma comunidade denominada de Meiofauna, que engloba praticamente todos os filos de invertebrados aquáticos conhecidos, com intervalo de tamanho delimitado por peneiras de abertura entre 0,5 e 0,045 mm.

Devido à sua elevada abundância, são essenciais nas teias tróficas destes ambientes, fazendo o link energético entre produtores primários, bactérias e detritos, com níveis tróficos superiores. O desequilíbrio nas suas assembleias pode comprometer o funcionamento de todo o ecossistema. Além disto, dada às elevadas diversidade e abundância, os nematódeos apresentam sensibilidade a um grande número de estressores ambientais e sua utilização como ferramenta na detecção de perturbações antrópicas já é bem estabelecida.

Embora toda a reconhecida importância desses animais nos ecossistemas aquáticos, há ainda várias lacunas no conhecimento que precisam ser preenchidas.

A ecologia dos nematódeos de água doce é uma delas. Nos rios e lagos do mundo são conhecidas apenas cerca de 2.500 espécies e a maior parte dos estudos se concentra em corpos d’água da Europa. As pesquisas são essencialmente descritivas e se limitam, praticamente, a listar espécies.

Os corpos d’água continentais são muito distintos em características ambientais e apresentam um elevado grau de isolamento geográfico. Devido a isto, o número de espécies encontradas é variável, indo desde 5 a 160 espécies, tanto intersticiais quanto cavadoras, presentes em todos os tipos de sedimentos e se alimentando de bactérias, algas, fungos, protistas, células e raízes de plantas, e de outros invertebrados incluindo eles mesmos (Figura). As densidades também são muito variáveis, sendo registrados desde poucos indivíduos até mais de 10,000 ind.10cm-2 de sedimento, frequentemente dominando a comunidade de meiofauna. As ordens mais comumente encontradas são: Monhysterida, Chromadorida, Plectida, Araeolaimida, Desmodorida, Enoplida, Triplonchida e Dorylaimida. Parâmetros como profundidade, disponibilidade de oxigênio e de alimento, associados à granulometria dos sedimentos podem estar relacionados com os padrões encontrados para estes animais.

Morfologia da boca e potenciais presas e predadores dos nematódeos de água doce (o sentido das setas indica o caminho de predação) (Modificado de Traunspurger 2014).

Muito ainda precisa ser esclarecido em termos ecológicos, tal como a estrutura das assembleias, seus padrões de distribuição, principalmente temporais, as interações biológicas entre si e com diferentes compartimentos da biota bêntica e o seu papel no funcionamento do ecossistema.

Dentro deste contexto de escassez de estudos, os rios e lagos brasileiros estão no topo da lista. Praticamente nada se sabe sobre a nematofauna de água doce do Brasil. Apenas em 2009, a partir da oportunidade de cerca de 5 pesquisadores, os quais originalmente pesquisavam nematódeos marinhos, de coletar material de água doce em diferentes regiões do Brasil, deu-se início aos estudos com este enfoque no país. Até o momento foram registradas 10 ordens, 46 famílias e 120 gêneros em reservatórios, lagoas costeiras e rios, sendo Desmodora o único comum a todas as regiões.

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Por fim, é importante ressaltar que devido à elevada diversidade de formas e hábitos existentes para o filo, os pesquisadores se dividem para cobrir todos estes tópicos e, dependendo da especialidade, as terminologias podem variar bastante: nematoides para os parasitas e nematódeos para os de vida livre, por exemplo, mas todos estão juntos pesquisando o mesmo grupo, são todos Nematologistas com bastante trabalho a ser feito e muita contribuição a ser dada.

Profa. Dra. Taciana Kramer Pinto (Laboratório de Ecologia

Bentônica/Unidade de Ensino Penedo/UFAL)

Nematologistas brasileiros pelo mundo: a experiência nos EUA

O SBNNews iniciou, na última edição, uma série de reportagens com pesquisadores brasileiros que desenvolveram pesquisas em outros países. Hoje, nossa colega, a Dra. Vanessa Dos Santos Paes-Takahashi compartilha sua experiência nos Estados Unidos.

Sou formada em Agronomia pela Universidade

Estadual de Londrina (UEL). Desde o primeiro ano da graduação me aventurei na área de Nematologia, sob a orientação da querida professora Dra. Débora Cristina Santiago, e desta área nunca mais saí. Naquele laboratório de fitopatologia da minha saudosa UEL, além do aprendizado profissional, fiz muitas amizades e, inclusive, conheci meu melhor amigo e marido.

Fiz meu Mestrado e Doutorado na UNESP/FCAV campus de Jaboticabal. Encontrei lá uma nova família e um novo lar. Também não poderia ser diferente, na presença de alguém que considero como um pai, Prof. Dr. Jaime Maia dos Santos. Todos que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele sabem do seu grande conhecimento sobre nematoides e também o carinho e respeito por todos os que o rodeiam. Realmente passei a gostar ainda mais desta área, especialmente da taxonomia. Em meu doutorado, o Prof. Dr. Pedro Luiz Martins Soares me orientou e me deu um grande suporte

para poder trabalhar, aliando a minha grande paixão pela nematologia à área da silvicultura.

Em abril de 2014, através do Programa de Doutorado-sanduíche no Exterior (PDSE) e muita colaboração de orientadores, amigos e familiares, pude concretizar mais uma etapa de minha carreira, e viajar aos EUA. Fui para Blacksburg, uma cidade pequena e muito charmosa no estado da Virginia. Lá tive o imenso prazer de poder conhecer e trabalhar juntamente com o professor Jonathan D. Eisenback e sua equipe, na Virginia Tech (Virginia Polytechnic Institute and State University).

Minha permanência foi de seis meses que, de fato, se passaram muito rápido. Participei de diversos projetos, mas entre os principais trabalhamos na descrição de uma nova espécie de Meloidogyne e fizemos o primeiro relato de M. partityla em Laurel Oak (Quercus laurifolia) na Carolina do Sul. Pude aprender diversas técnicas para identificação morfológica, incluindo a obtenção de imagens de qualidade via microscopia ótica e microscopia eletrônica de varredura. Trabalhamos com eletroforese de isoenzimas e também tive a oportunidade de visitar o laboratório molecular da fitopatologia para poder aprender um pouco sobre as técnicas, rotina e protocolos usados na área de biologia molecular.

O laboratório de Nematologia de lá situa-se em um dos prédios centenários da Virginia Tech, juntamente com a Fitopatologia e a Entomologia. A rotina é muito similar à de qualquer laboratório de nematologia. Para as amostras, posso mencionar uma das grandes facilidades que encontrei: todas eram processadas em um elutriador, o que tornava o processo muito mais rápido. O elutriador é geralmente utilizado por diversas áreas para separar partículas de diferentes densidades, neste caso, separar os nematoides das partículas de solo. Outro fator favorável no laboratório eram os equipamentos do laboratório, que são excelentes, alguns mais antigos e outros muito novos, especialmente o microscópio eletrônico de varredura, no qual pude trabalhar intensamente. Os recursos, com certeza, não são fatores limitantes. Quando eu precisava de algum reagente novo, não importava o valor, em pouco tempo este estava em minhas mãos. Os procedimentos fluíam com maior facilidade, os processos dentro da universidade eram rápidos e ágeis, embora houvesse pouca mão-de-obra para muitos dos serviços, como, por exemplo, para limpeza.

Posso dizer que esta viagem foi uma das mais ricas que fiz até o presente momento. Conhecer outra cultura, língua e outras pessoas com diferentes perspectivas do mundo com certeza teve seu gosto doce e amargo. Amargo no sentido das dificuldades, que preciso considerar que foram mínimas, mas ainda sim ocorreram. Doce, pelas amizades e pelos ótimos momentos que tive o prazer de vivenciar. Também não poderia deixar de falar sobre meu segundo pai, Jon, como o chamávamos. É um profissional exímio e uma pessoa exemplar. Sempre muito solícito, nunca me deixou sozinha, sequer em feriados. Além de estar presente e atuando juntamente comigo nos projetos, me trouxe também para seu convívio familiar e

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isso tornou tudo ainda mais fácil. O maior problema foi, depois, a despedida.

Desde o início da minha carreira como nematologista pude estar na presença de pessoas ilustres que contribuíram para meu crescimento profissional e pessoal, de forma que sou extremamente grata a todos por cada uma de suas contribuições. Acredito que todos nós buscamos nosso lugar ao sol. Eu ainda busco o meu, mas tenho a firme certeza de que a boa semente foi semeada em solo fértil e em tempo oportuno irei colher os frutos desta minha jornada. Ir para os EUA mudou, e muito, minhas perspectivas. Me aprimorou pessoal e profissionalmente e trouxe à tona outros anseios e oportunidades. Da mesma forma, acredito que todos os que estão começando agora, os KIDS, devem sim buscar uma experiência como essa, uma vez que os ganhos vão muito além do que se quer imaginamos.

Dra. Vanessa dos Santos Paes-Takahashi com seu orientador na Virginia Tech, Prof. Dr. Jonathan D. Eisenback e sua esposa, Marilyn Eisenback.

Sucesso total do Congresso em

Braga

Texto: Prof. Dr. Manuel Mota

De 28 de agosto a 01 de setembro de 2016

decorreu o 32º simpósio da European Society of Nematologists. Durante 5 dias, na “cidade dos arcebispos”, Braga, no norte de Portugal, decorreu uma excelente reunião científica que contou com cerca de 400 participantes (dos quais cerca de 150 estudantes) de todas as partes do mundo, embora maioritariamente do espaço europeu.

As principais organizadoras locais, as colegas Maria Teresa Almeida (Universidade do Minho, Braga) e Isabel Abrantes (Universidade de Coimbra), rodeadas de uma eficiente equipa constituída em grande medida por post-docs e estudantes de mestrado, produziram aquela que foi considerada até hoje a mais concorrida reunião da ESN, e sem dúvida uma das de maior nível científico.

Abaixo, algumas fotos de momentos do simpósio, incluindo a sessão de abertura, que contou com a presença, entre outros, do Reitor da Universidade do Minho, Prof. Doutor António Cunha e uma foto do Presidente da ESN (e da IFNS), Ralf-Udo Ehlers, entregando os títulos de “ESN Fellow” a Frieda Decraemer, Lieve Gheysen e Jim Baldwin. Bem merecidos.

O próximo encontro da ESN será em Gent, Bélgica, 2018 e de seguida em 2020 será o da “International Federation of Nematology Societies (IFNS)” em Antibes, França. Esperemos que a difícil situação brasileira actual possa ser ultrapassada, e que possamos contar nessa altura com muitos colegas brasileiros.

As defesas Nematológicas de brasileiros não param!

É com muita satisfação que o SBNNews atualiza as defesas realizadas por pesquisadores brasileiros nos últimos meses!

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Título da Tese: Phylogeny and Taxonomic Revision of Tylenchidae with Emphasis on the Genus Cephalenchus (Tylenchina: Tylenchomorpha) Pós-Graduando: Tiago José Pereira (à direita na foto) Orientador: Dr. James G. Baldwin (University of California/Riverside) (à esquerda na foto) Membros da banca: Dr. John M. Heraty (Entomology Department), Dra. Christiane Weirauch (Entomology Department) e Dr. Paul De Ley (Nematology Department)

Título da Dissertação: Efeito da acidificação da água do mar: um estudo de mesocosmo com a nematofauna de recifes de coral. Pós-Graduando: Tarciane Pires de Souza (foto acima) Orientador: Dr. André Morgado Esteves (UFPE) Membros da banca: Dr. Giovanni Amadeu de Paiva Santos (UFPE), Dra. Mônica Lúcia Botter Carvalho (UFRPE) e Dra. Tatiana Fabricio Maria (UFERJ).

Título da Dissertação: Eficácia do tratamento de sementes com o nematicida tioxazafen no controle de Heterodera glycines, Meloidogyne incognita, M. javanica, Pratylenchus brachyurus e P. zeae. Pós-Graduando: Elvio Lorençato Uzuele (ao centro)

Orientador: Dr. Mario Massayuki Inomoto (ESALQ/USP) Membros da banca: Dr. Pedro Luiz Martins Soares (FCAV/UNESP de Jaboticabal) e Dr. Luiz Carlos C. B. Ferraz (ESALQ/USP)

Título da Dissertação: Reação de espécies, métodos de inoculação e avaliação de extratos vegetais no controle de Meloidogyne enterolobii em tomateiro. Pós-Graduando: Maciel dos Santos Freire (à direita) Orientadora: Dra. Carmem Dolores Gonzaga Santos (UFC) Membros da banca: Dr. Fernando A. Souza de Aragão (EMBRAPA Agroindústria Tropical) e Dra. Maria do Carmo Lopes Silva (Centro Univ. Católica de Quixadá)

Nota: impressões do Dr. Donald Dickson após visita ao Brasil

A pedido do colega Dr. José Mauro da Cunha e

Castro, presidente da comissão organizadora da última edição do Congresso Brasileiro de Nematologia em Petrolina, transmitimos as impressões do renomado colega Dr. Donald Dickson (University of Florida). Segundo Dr. Dickson, “foi de grande alegria e entusiasmo ver todas as grandes pesquisas nematológicas em andamento no Brasil. Janete Brito e eu conversávamos com esta manhã sobre a qualidade dos estudantes de diferentes partes do mundo com os quais temos a oportunidade de trabalhar. Sem dúvida, entendemos que os estudantes do Brasil estão entre os com maior conhecimento e mais bem preparados de todos com os quais já trabalhamos. Todos os nematologistas brasileiros estão de parabéns pelo seu imenso trabalho no treinamento dos estudantes. ”

Tal elogiosa mensagem em muito enaltece o trabalho dos profissionais envolvidos na nematologia no país, bem como o trabalho da SBN no treinamento e apoio de pessoal.

Dois colegas assumem seus

postos na Nematologia Duas importantes instituições passam a ter novos

membros nematologistas. O Dr. Eduardo Souza Freire passou a atuar como docente e pesquisador em dedicação exclusiva na Universidade de Rio Verde. Em Viçosa, a Dra. Dalila Sêni Buonicontro foi a vencedora do concurso promovido pela Universidade

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Federal de Viçosa (MG) e preencherá a vaga para professor, classe adjunto A-I em dedicação exclusiva (DE), na área de Fitopatologia e subárea de Nematologia. Boa sorte aos colegas nos novos postos que assumem!

Nossos Kids são premiados no Congresso SON/ONTA

Os Kids Thalita e Clemen, orgulhosos em frente a seus pôsteres.

A pedido da nossa colega Dra. Janete Brito, da

Universidade da Florida, destacamos que recentemente dois estudantes brasileiros ganharam dois prêmios cada um deles no congresso da SON/ONTA em Montreal, Canadá.

Thalita Suelen Avelar Monteiro, estudante de doutorado do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa, orientada pelo professor Leandro Grassi de Freitas, recebeu dois prêmios (travel grant awards), fornecidos pela SON (Society of Nematologists)/Bayer e ONTA (Organization of Nematologists of Tropical America) Foundation, por apresentar parte de seu trabalho de tese no congresso conjunto da SON e ONTA. A estudante contou também com um auxílio estudantil-financeiro do “Nematode Management Laboratory” da Universidade da Florida (UF), Gainesville, dirigido pelo Dr. Donald W. Dickson. Ela apresentou dois trabalhos. O primeiro, “First report of endotokia matricida in Meloidogyne hapla: a study case”, foi realizado na UF, sob orientação do Dr. Donald Dickson e co-orientação da Dra. Janete Brito, Florida Department of Agriculture, Gainesville, FL, USA. O segundo, “Viral infection in nemathophagous fungus Pochonia

chlamydosporia”, contou com a colaboração da professora do Departamento de Microbiologia Agrícola da UFV, Poliane Alfenas Zerbini, e dos estudantes de doutorado André da Silva Xavier (Departamento de Fitopatologia-UFV) e Ana Paula Oliveira de Barros (Departamento de Microbiologia Agrícola-UFV). Os dois trabalhos são contribuições inéditas para a Nematologia. O primeiro apresenta um fenômeno ainda não observado em Meloidogyne hapla e o segundo procura elucidar interações, até então desconhecidas, entre vírus e o fungo de controle biológico Pochonia chlamydosporia, bem como os seus potenciais efeitos no manejo de fitonematoides.

Também reconhecido pelo trabalho, o estudante de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Clemen J. Oliveira, recebeu dois prêmios. O aluno foi aos Estados Unidos (Universidade de Wisconsin) através do programa Ciência sem Fronteiras em 2013, quando cursou Nematologia na Universidade de Minnesota. No congresso SON/ONTA, apresentou pôster referente ao estudo “Association between soil fungi and Pratylenchus brachyurus in soil of Cerrado Biome”, com co-autoria dos colegas brasileiros Dr. Renato Andrade Teixeira e Dra. Mara Rúbia da Rocha, também da UFG.

A colega Dra. Janete Brito declarou ainda que “os estudantes estão de parabéns, pois o que conseguiram é inédito! É uma grande honra para qualquer estudante da América do Norte ganhar dois prêmios para participar de um mesmo Congresso, e isso certamente é muito mais difícil para estudantes estrangeiros! Estou muito orgulhosa do Clemen e da Thalita! A Nematologia Brasileira está de parabéns por estar ‘formando’ gente de caráter e excelentes profissionais para o futuro”.

Participe do SBNNews Caros colegas, o sucesso do nosso SBNNews

depende da participação de cada um de vocês. Queremos contribuir, não apenas como um veículo de informação, mas também, e principalmente, como um veículo de integração entre docentes, discentes, pesquisadores, técnicos, produtores, enfim, todos que de alguma forma se encontrem envolvidos com nematoides.

Como participarɁ mantenha-nos informados.

Colabore conosco usando o SBNNews como veículo de informação e divulgação. Será de grande interesse a divulgação de publicações de artigos, livros, teses e dissertações (data de defesa, título, orientando e orientador com fotos), cursos, bolsas de trabalho, oportunidade de empregos, eventos, premiações, lançamentos, novos assinalamentos, problemas enfrentados no campo, etc. Vamos interagir!

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Palavras cruzadas do SBNNews

Nesta edição, o SBNNews volta com as palavras cruzadas. Agradecemos ao querido colega, Professor Dr. Luiz Carlos Ferraz, pela elaboração desta edição e esperamos contar com a colaboração de outros colegas. Na próxima edição traremos as respostas!

Horizontais: 1. Sintoma radicular típico de Meloidogyne; 2. Terrível evento que pode suceder ao maremoto; 3. Conjunção alternativa; 4. Profissão desempenhada por Vinícius de Moraes; 5. Uma das partes do esôfago dos nematoides; 6. Entidade controladora do basquete nos EUA; 7. Nem eu, ....... você; 8. Morcego, em inglês; 9. Produto obtido de carneiros; 10. Principal espécie de Pratylenchus do Brasil; 11. Para o; 12. Alcoólicos Anônimos; 13. A principal cultura hospedeira de Pratylenchus zeae. Verticais: 1. Cultura mais prejudicada por Meloidogyne enterolobii no Brasil; 2. Moeda argentina entre 1985 e 1991; 3. .........cliophora – gênero de fitonematoides; 4. Senhor de escravos; 5. Sigla do Uruguai na Internet; 6. Organization of the Tropical American Nematologists; 7. Número de estiletes no nematoide adulto; 8. O frio de lá, nem nematoides aguentam; 9. A Rainha dos Baixinhos; 10. Iniciais da Universidade Luterana; 11. Símbolo do sódio; 12. Cinza, em inglês; 13. Ácido desoxirribonucleico; 14. Componente do sistema digestório das aves; 15. ..............., como Abel e Caim.

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