nematologia brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · nematologia brasileira volume 36...

55
Nematologia Brasileira volume 36 / fascículos 1 & 2 / Março-Junho 2012 Artigos Eficácia de Formulações contendo Cinco Fungos Nematófagos para o Manejo de Pratylenchus jaehni em Citros - Paulo R.P. Martinelli, Jaime M. dos Santos & José C. Barbosa .................................................................................................................................................. 01-08 Reação de híbridos e cultivares de milho a Meloidogyne enterolobii e M. javanica - Juliana M.O. Rosa, Juliana N. Westerich & Silvia Renata S. Wilcken ....................... 09-14 Supressividade do inóculo rizosférico de Meloidogyne exigua no cafeeiro em alguns períodos do ano - Lilian Simara A.S. Costa, Vicente P. Campos, Renata S.C. Pinho & Willian C. Terra ....................................................................................................................... 15-24 Incorporação de farinha de semente de mamão ao solo, em diferentes doses, para o controle de Meloidogyne javanica - Wânia S. Neves, Leandro G. de Freitas, Rosangela Dallemole-Giaretta, Marcelo M. Coutinho, Silamar Ferraz & Douglas F. Parreira ..25-31 Nematoides entomopatogênicos e compatibilidade com imidaclopride visando ao controle de Spodoptera frugiperda em viveiro florestal - Lucas M. de Souza, Alcides Moino Júnior, Natália R. Mertz, Marco Aurélio T. da Silva, Flávio M. Soares & Ronald Z. Bonete Filho .......................................................................................................... 32-41 Reação de genótipos de Gossypium barbadense ao nematoide reniforme - Cassia de Carvalho, Guilherme L. Asmus & Paulo Augusto V. Barroso ................................. 42-49 Comunicações Reação de genótipos de Psidium guajava a Meloidogyne enterolobii - Alexandra Scherer, Rui G. Carneiro, Ana Paula de A. Mônaco, Marcela P. Moritz, Kelly C. Nakamura, José C. Gomes, Nelissa C. Torrezani, Débora C. Santiago & Regina M. D. G. Carneiro ................................................................................................................................ 50-53

Upload: lyhanh

Post on 30-Jul-2019

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia Brasileira

volume 36 / fascículos 1 & 2 / Março-Junho 2012

Artigos

Eficácia de Formulações contendo Cinco Fungos Nematófagos para o Manejo de

Pratylenchus jaehni em Citros - Paulo R.P. Martinelli, Jaime M. dos Santos & José C.

Barbosa .................................................................................................................................................. 01-08

Reação de híbridos e cultivares de milho a Meloidogyne enterolobii e M. javanica -

Juliana M.O. Rosa, Juliana N. Westerich & Silvia Renata S. Wilcken ....................... 09-14

Supressividade do inóculo rizosférico de Meloidogyne exigua no cafeeiro em alguns

períodos do ano - Lilian Simara A.S. Costa, Vicente P. Campos, Renata S.C. Pinho &

Willian C. Terra ....................................................................................................................... 15-24

Incorporação de farinha de semente de mamão ao solo, em diferentes doses, para o

controle de Meloidogyne javanica - Wânia S. Neves, Leandro G. de Freitas, Rosangela

Dallemole-Giaretta, Marcelo M. Coutinho, Silamar Ferraz & Douglas F. Parreira ..25-31

Nematoides entomopatogênicos e compatibilidade com imidaclopride visando ao

controle de Spodoptera frugiperda em viveiro florestal - Lucas M. de Souza, Alcides

Moino Júnior, Natália R. Mertz, Marco Aurélio T. da Silva, Flávio M. Soares & Ronald

Z. Bonete Filho .......................................................................................................... 32-41

Reação de genótipos de Gossypium barbadense ao nematoide reniforme - Cassia de

Carvalho, Guilherme L. Asmus & Paulo Augusto V. Barroso ................................. 42-49

Comunicações

Reação de genótipos de Psidium guajava a Meloidogyne enterolobii - Alexandra

Scherer, Rui G. Carneiro, Ana Paula de A. Mônaco, Marcela P. Moritz, Kelly C.

Nakamura, José C. Gomes, Nelissa C. Torrezani, Débora C. Santiago & Regina M. D.

G. Carneiro ................................................................................................................................ 50-53

Page 2: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia Brasileira

volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012

Articles

Efficiency of five nematophagous fungi formulations for the Pratylenchus jaehni

management in citrus - Paulo R.P. Martinelli, Jaime M. dos Santos & José C. Barbosa

.................................................................................................................................................................... 01-08

Reaction of maize hybrids and cultivars to Meloidogyne enterolobii and M. javanica

- Juliana M.O. Rosa, Juliana N. Westerich & Silvia Renata S. Wilcken ..................... 09-14

Perspectives of suppressiveness of Meloidogyne exigua rhizosphere inoculum on

coffee in some periods of the year - Lilian Simara A.S. Costa, Vicente P. Campos,

Renata S.C. Pinho & Willian C. Terra ................................................................................ 15-24

Soil amendment with papaya-seed flour to control Meloidogyne javanica - Wânia S.

Neves, Leandro G. de Freitas, Rosangela Dallemole-Giaretta, Marcelo M. Coutinho,

Silamar Ferraz & Douglas F. Parreira ....................................................................... 25-31

Entomopathogenic nematodes and their compatibility with imidacloprid in the

control of Spodoptera frugiperda in a forest nursery - Lucas M. de Souza, Alcides

Moino Júnior, Natália R. Mertz, Marco Aurélio T. da Silva, Flávio M. Soares & Ronald

Z. Bonete Filho .......................................................................................................... 32-41

Reaction of genotypes of Gossypium barbadense to reniform nematode - Cassia de

Carvalho, Guilherme L. Asmus & Paulo Augusto V. Barroso ................................. 42-49

Communications

Reaction of genotypes of Psidium guajava to Meloidogyne enterolobii - Alexandra

Scherer, Rui G. Carneiro, Ana Paula de A. Mônaco, Marcela P. Moritz, Kelly C.

Nakamura, José C. Gomes, Nelissa C. Torrezani, Débora C. Santiago & Regina M. D.

G. Carneiro ................................................................................................................................ 50-53

Page 3: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

1

Eficácia de Formulações contendo Cinco Fungos Nematófagos para o Manejo de Pratylenchus jaehni em Citros*

Eficácia de Formulações contendo Cinco Fungos Nematófagos para oManejo de Pratylenchus jaehni em Citros*

Paulo R.P. Martinelli1**, Jaime M. dos Santos1 & José C. Barbosa2

*Parte da Dissertação de Mestrado do 1º. autor.1Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista (FCAV -

UNESP), 14884-900 Jaboticabal (SP) Brasil.2Departamento de Ciências Exatas, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista (FCAV -

UNESP), 14884-900 Jaboticabal (SP) Brasil.**Autor para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 10 / 10 / 2010. Aceito em 19 / 01 / 2011Editado por Cláudia R. Dias Arieira e Mário Inomoto

Resumo - Martinelli, P.R.P., J.M. Santos & J.C. Barbosa. 2012. Eficácia de formulações contendo cinco fungosnematófagos para o manejo de Pratylenchus jaehni em citros.

Numerosas espécies de fitonematoides associam-se as plantas de citros em todo o mundo. Entretanto,apenas duas delas são consideradas nematoides-chaves da citricultura brasileira: o nematoide-dos-citros, Tylenchulussemipenetrans, e o nematoide-das-lesões radiculares dos citros, Pratylenchus jaehni. O objetivo do trabalho foiavaliar a eficácia de formulações contendo cinco fungos nematófagos no manejo biológico de P. jaehni. Dosesde 1, 2, 4 ou 6 l por planta de uma formulação constituída por partes iguais da mistura de bagaço de cana comfarelo de arroz colonizada, individualmente, pelos fungos Arthrobotrys robusta, A. oligospora, A. musiformis, Dactylellaleptospora e Monacrosporium eudermatum foram testadas no campo, em pomar de laranja ‘Pera’ infestado por P.jaehni, no município de Itápolis (SP). O tratamento com aldicarbe, na dosagem de 130 g por planta, foiincluído como comparativo. Os tratamentos relativos a 1 l da formulação de fungos, mais 200 g do aduboorgânico AO-15 por planta e 1 l da formulação de fungos mais 4 l de Agrolmin AH por planta tambémforam incluídos no estudo. As doses de 1 e 2 l da formulação dos fungos nematófagos foram tão eficazesquanto as doses mais altas e o aldicarbe. A aplicação da formulação dos fungos nematófagos, em mistura comAgrolmin AH ou com o adubo orgânico AO-15, não aumentou a eficiência do tratamento com os fungosnematófagos. Com base nos resultados encontrados, pode-se afirmar que a formulação contendo os cincofungos nematófagos empregada no estudo é eficaz para o controle de P. jaehni em citros.Palavras-chaves: controle biológico, nematoide-das-lesões radiculares dos citros, matéria orgânica.

Summary - Martinelli, P.R.P., J.M. Santos & J.C. Barbosa. 2012. Efficiency of five nematophagous fungiformulation for the Pratylenchus jaehni management in citrus.

Numerous species of nematode are associated with citrus plants throughout the world. However, onlytwo species are considered important to the Brazilian citriculture: the citrus nematode, Tylenchulus semipenetrans,and the citrus root lesion nematode, Pratylenchus jaehni. This study was conducted to evaluate the efficacy offormulations containing five nematophagous fungi in the biological management of P. jaehni. Doses of 1; 2; 4or 6 liters per plant of a formulation constituted of identical proportions of sugar cane bagasse and rice brainmixture colonized individually by Arthrobotrys robusta, A. oligospora, A. musiformis, Dactylella leptospora andMonacrosporium eudermatum fungi were tested in the field, in “Pera” orange orchard infested by P. jaehni in themunicipality of Itápolis, state of São Paulo. Treatment with aldicarb in the dose of 130 g per plant wasincluded as a comparison. Treatments relative to 1 l of fungi formulation more 200 g of organic fertilizer AO-15 / plant, 200 g AO-15 / plant, 1 l of fungi formulation more 4 l of Agrolmin AH / plant and 4 l of

ARTIGO

Page 4: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

2 Vol. 36(1-2) - 2012

Paulo R.P. Martinelli, Jaime M. dos Santos & José C. Barbosa

IntroduçãoNumerosas espécies de fitonematoides podem

associar-se a plantas de citros em todo o mundo(Duncan, 2005). Contudo, somente o nematoide-dos-citros, Tylenchulus semipenetrans, e o nematoide-das-lesõesradiculares dos citros, Pratylenchus jaehni (Inserra et al.,2001; Santos et al., 2006), estão associados com perdasna cultura no Brasil. Em levantamento realizado porCampos (2002), foi constatada a presença de P. jaehniem aproximadamente 1 % dos pomares comerciaise viveiros de mudas de citros do estado de São Paulo,sendo que em 2004, essa porcentagem já haviaultrapassado mais de 2,5 % dos pomares infestadospelo nematoide no Estado (Santos et al., 2006).

As perdas causadas por essa espécie de nematoidenão estão bem definidas por ser uma espécie descritarecentemente. Sasser & Freckman (1987) estimaramperdas anuais causadas por nematoides nos citros de14,2 % da produção mundial. Contudo, Tersi et al.(1995) mencionaram que talhões de pomares de citrosinfestados por P. jaehni, no Município de Itápolis (SP),tiveram produção três vezes menor, comparada aprodução de talhões não infestados por este patógeno.

Atualmente, o manejo de P. jaehni é exclusivamentefeito com uso de produtos químicos (nematicidas),além de utilização de mudas isentas do patógeno. Autilização de porta-enxertos resistentes ainda não éusual, pois são suscetíveis à seca (Calzavara, 2007).

O controle biológico surge como alternativa demanejo muito promissora no controle dessenematoide, devido a pressões por parte da sociedadepara que a produção de alimentos seja cada vez maissegura e sem contaminação dos agroecossistemas.Martinelli et al. (2009) realizaram levantamento dapopulação de fungos nematófagos, na rizosfera deplantas cítricas nos estados de São Paulo e Goiás. Osautores encontraram 26 isolados de fungosnematófagos associados aos nematoides dos citros,

dentre os quais, 82,1 % foram patogênicos a P. jaehni.Martinelli & Santos (2007a, b), realizaram testes in vitrocom Arthrobotrys musiformis, A. robusta e A. conoides pararedução populacional de P. jaehni e concluíram queesses fungos foram efetivos no controle destefitoparasita. Os autores também, ao avaliarem in vitroos fungos Monacrosporium sp. e Dactylella sp.,averiguaram a efetividade dessas duas espécies nocontrole biológico de P. jaehni e o potencial das espéciespara serem empregadas em campo.

Objetivou-se com essa pesquisa avaliar o manejode P. jaehni em pomar comercial de citros comformulações de cinco fungos nematófagos:Arthrobotrys robusta, Arthrobotrys oligospora, A. musiformis,Dactylella leptospora e Monacrosporium eudermatum.

Material e MétodosO experimento foi conduzido no Sítio das Antas,

no Município de Itápolis (SP), em pomar de laranja(Citrus sinensis) ‘Pera’, enxertada sobre limão-cravo(Citrus limonia), com 25 anos de idade, no período deoutubro de 2007 a fevereiro de 2008. As parcelascontinham cinco plantas no espaçamento de 7 x 5 m,em latossolo amarelo. As parcelas foram marcadas eamostradas, sendo que uma amostra de solo e deraízes de cada parcela, composta de três subamostras,foi coletada para avaliação da população inicial dosnematoides nas três plantas centrais da parcela, e asduas (inicial e final) foram mantidas como bordadura.

Os fungos A. robusta, A. oligospora, A. musiformis, D.leptospora e M. eudermatum foram formulados emsubstrato de bagaço de cana e farelo de arroz semcasca, conforme proposto por Soares et al. (2005a,b). O substrato foi previamente misturado (1 partebagaço de cana mais 1/2 parte farelo de arroz semcasca e água para umedecer o substrato) e essa misturafoi depositada em sacos de polipropileno de 30 x 40cm, sendo a abertura dobrada e grampeada, e os sacos

Agrolmin AH / plant were also included in the study. The doses of 1 and 2 l of nematophagous fungiformulation were as effective as the higher doses of fungi and as aldicarb. The application of the formulationof the nematophagous fungi, mixed with Agrolmin AH or with organic fertilizer AO-15, did not increase theefficiency of treatment with the nematophagous fungi. Therefore, the formulation containing the fivenematophagous fungi used in the study is effective for the management of P. jaehni in citrus.Key words: biological control, citrus root lesion nematode, organic amendment.

Page 5: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

3

Eficácia de Formulações contendo Cinco Fungos Nematófagos para o Manejo de Pratylenchus jaehni em Citros*

com substrato levados para autoclave e autoclavadosa 120 °C a uma pressão de 1 atmosfera por 40minutos. As colônias fúngicas foram multiplicadas emplacas de Petri contendo meio de cultura BDA eincubadas em BOD a 25±1 °C no escuro, por 15dias. O substrato foi inoculado com os fungosindividualmente, na proporção de uma placa de Petricolonizada para cada seis sacos contendo 1 kg desubstrato. As colônias foram recortadas com o auxíliode um bisturi e depois colocadas através de umaabertura feita no saco contendo o substrato.Posteriormente, a abertura foi vedada com fita e ossacos foram agitados manualmente para misturar opedaço de colônia com o substrato. Todos essesprocedimentos foram realizados dentro de umacâmara de fluxo laminar esterilizada. Os sacosinoculados foram incubados à temperatura ambiente(25 °C), no escuro. Após completa colonização dosubstrato, partes iguais de material colonizado pelosdiferentes fungos foram misturadas para posterioraplicação ao solo.

Os seguintes tratamentos foram adotados: 0; 1; 2;4 ou 6 l da formulação contendo fungos / planta, 1 lda formulação / planta + 200 g de AO-15 (aduboorgânico da empresa Nutrisafra, composto por 8 %de carbono orgânico, 8 % de cálcio e 15 % de fosfatonatural), 200 g de AO-15, 1 l da formulação dos fungos/ planta + 4 l de Agrolmin® AH condicionador desolo (ácidos fúlvicos e húmicos) da empresaAgrolatino, 4 l de Agrolmin® AH e 130 g / planta dealdicarbe p.c. (Temik® 150 G) como comparativo.Foram adotadas quatro repetições por tratamentodistribuídas no delineamento em blocos ao acaso(DBC).

Cada tratamento foi aplicado sob a projeção dacopa das árvores e levemente incorporado ao solocom auxílio de um rastelo. Em seguida, a superfíciedo solo tratado foi recoberta com uma camada debagaço de cana para proteger a formulação contendofungos contra a incidência direta da luz do sol. Asavaliações foram realizadas aos 30, 60, 90 e 120 diasapós a aplicação dos respectivos tratamentos,coletando-se amostras de solo e de raízes sob a copadas três plantas centrais da parcela. Essas amostrasforam acondicionadas em sacos de plástico,etiquetadas e transportadas para o Laboratório de

Nematologia do Departamento de Fitossanidade daFCAV - UNESP, para análise nematológica. Osnematoides foram extraídos das amostras de 100 cm3

de solo pelo método da flutuação centrífuga emsolução de sacarose (Jenkins, 1964), e das raízes pelométodo de Coolen & D’Herde (1972). A seguir, apopulação de nematoides nas amostras foi estimadaao microscópio fotônico, com auxílio da câmara decontagem de Peters (Southey, 1970). Os dados foramsubmetidos a cálculos da porcentagem de controle eas médias comparadas pelo teste de Duncan a 5 %de probabilidade e correlacionados com os fatoresmeteorológicos. Também, foi testado se houve algumainteração entre os tratamentos e os fatoresmeteorológicos, precipitação pluviométrica e umidaderelativa, dados que foram obtidos da Coopercitrusde Itápolis (SP).

Resultados e DiscussãoObservou-se que, na avaliação de 30 dias após a

aplicação dos tratamentos no solo, destacaram-se ostratamentos de 1 l e 4 l da formulação contendofungos nematófagos / planta, 130 g de aldicarbe /planta, 200 g de AO-15 / planta e 200 g de AO-15 +1 l da formulação dos fungos nematófagos / planta,com redução da população de P. jaehni de 59,73; 92,47;54,83; 56,87 e 81,70 % respectivamente. Os efeitosde todos esses tratamentos testados neste estudodiferiram ao tratamento testemunha, no qual apopulação do nematoide aumentou em 1799,66 %em relação a avaliação prévia (Tabela 1).

Corbani (2002) em estudo para o controlebiológico de T. semipenetrans em citros, com aplicaçãode A. oligospora, A. musiformis, Paecilomyces lilacinus eMonacrosporium robustum, também obteve resultadossemelhantes ao do presente trabalho ao aplicar 1 kgde substrato colonizado / planta. Entretanto, nas raízesos efeitos de todos os tratamentos superaram o datestemunha e reduziram a população de P. jaehni emrelação à população inicial do nematoide antes daaplicação dos tratamentos (Tabela 2). Contudo, atestemunha seguiu a mesma tendência das avaliaçõesno solo, aumentando a população do nematoide em360,22 % em relação à prévia (Tabela 2).

Na avaliação do solo realizada aos 60 dias, ostratamentos que tiveram efeito superior ao da

Page 6: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

4 Vol. 36(1-2) - 2012

Paulo R.P. Martinelli, Jaime M. dos Santos & José C. Barbosa

Tabela 1 - Número total de nematoides e percentual de controle de Pratylenchus jaehni, em diferentes estádios de desenvolvimento,presentes na rizosfera de plantas de laranja ‘Pera’ enxertadas em limão cravo, avaliadas aos 30, 60, 90 e 120 dias após a aplicação dostratamentos no Sítio das Antas, Itápolis (SP), 2008.

Médias seguidas por letras minúsculas diferentes, na coluna, diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Duncan, a 5 % de probabilidade. **Significativo a 1 % de probabilidade. * Significativo a 5 % de probabilidade. ns Não significativo. Valores de % controle calculados pela fórmula % C = [100 - (Tratamento x 100) / Prévia]. Valores entre barras | | significa aumento da população do nematoide em relação à avaliação prévia. 1 FN = fungos nematófagos 2 p.c. = produto comercial.

Tratamentos Número total de nematoides e percentagem de controle de diferentes estádios de desenvolvimento de Pratylenchus jaehni em 100 cm3 de solo

Prévia 30 dias 60 dias 90 dias 120 diasnematoides nematoides % nematoides % Nematoides % nematoides %

controle controle controle controle

Testemunha (sem aplicação) 16 303, 5 |1799,66| b 31,90 |99,36| b 148,86 |830,41| b 36,94 |150,99| b1 l da formulação de 5 FN1 / planta 19 7,65 59,73 a 2,10 89,09 a 4,00 78,92 a 7,95 58,11 a2 l da formulação de 5 FN / planta 22 9,27 51,83 ab 2,53 88,48 a 9,94 54,78 a 10,28 53,24 ab4 l da formulação de 5 FN / planta 7 0,53 92,47 a 4,15 40,71 b 1,00 87,12 a 3,52 49,70 ab6 l da formulação de 5 FN / planta 13 7,70 40,83 ab 4,00 69,18 ab 4,82 62,90 a 5,96 54,12 ab1l da formulação de 5 FN + 200 g AO-15 / planta 28 5,12 81,70 a 10,17 63,66 ab 20,30 27,50 a 10,83 61,29 a200 g AO-15 / planta 17 7,33 56,87 a 1,40 91,75 a 3,18 81,28 a 6,85 59,66 a1 l da formulação de 5 FN + 4 l Agrolmin/ planta 53 34,70 34,55 ab 18,75 64,61 ab 23,42 55,81 a 38,73 26,92 b4 l Agrolmin / planta 14 7,07 49,49 ab 2,00 85,72 a 5,96 57,38 a 7,05 49,61 ab130 g de p.c.2 aldicarbe (Temik 150G) / planta 4 1,81 54,83 a 1,25 68,61 ab 2,03 49,05 a 2,21 44,70 abTeste F (tratamentos) 2,06ns 1,46* 1,95* 1,56* 1,68*Teste F (blocos) 1,42ns 0,71ns 2,66ns 1,05ns 0,89ns

CV (%) 98,69 27,08 8,90 34,21 39,41

Tabela 2 - Número total de nematoides e percentual de controle de Pratylenchus jaehni, em diferentes estádios de desenvolvimento,presentes nas raízes de plantas de laranja ‘Pêra’ enxertadas em limão cravo, avaliadas aos 30, 60, 90 e 120 dias após a aplicação dostratamentos no Sítio das Antas, Itápolis (SP), 2008.

Médias seguidas por letras minúsculas diferentes, na coluna, diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Duncan, a 5 % de probabilidade. **Significativo a 1 % de probabilidade. * Significativo a 5 % de probabilidade. ns Não significativo. Valores de % controle calculados pela fórmula % C = [100 - (Tratamento x 100) / Prévia]. Valores entre barras | | significa aumento da população do nematoide em relação à avaliação prévia. 1 FN = fungos nematófagos 2 p.c. = produto comercial.

Tratamentos Número total de nematoides e percentagem de controle de diferentes estádios de desenvolvimento de Pratylenchus jaehni em 100 cm3 de solo

Prévia 30 dias 60 dias 90 dias 120 diasnematoides nematoides % nematoides % Nematoides % nematoides %

controle controle controle controle

Testemunha 580,5 2671,60 |360,22| b 1180,80 |103,41| a 2394,96 |312,57|b 3048,90 |425,22| b1 l da formulação de 5 FN1 / planta 959 399,61 58,33 a 151,90 84,16 a 423,59 55,83 a 416,40 56,58 a2 l da formulação de 5 FN / planta 549,5 100,77 81,66 a 274,75 50,00 a 146,55 73,33 a 307,28 44,08 a4 l da formulação de 5 FN / planta 950 791,73 16,66 a 554,23 41,66 a 696,73 26,66 a 696,73 26,66 a6 l da formulação de 5 FN / planta 818 340,88 58,33 a 590,84 27,77 a 636,25 22,22 a 681,72 16,66 a1l da formulação de 5 FN + 200 g AO-15 / planta 304,5 228,37 25,00 a 228,37 25,00 a 190,40 37,50 a 266,43 12,50 a200 g AO-15 / planta 1046,25 645,22 38,33 a 825,38 21,11 a 526,05 49,72 a 761,46 27,22 a1 l da formulação de 5 FN + 4 l Agrolmin / planta 2085,5 521,37 75,00 a 561,28 73,09 a 769,75 63,09 a 1181,85 43,33 a4 l Agrolmin / planta 1816,25 147,30 91,89 a 979,32 46,08 a 277,88 84,70 a 1019,10 43,89 a130 g de p.c.2 aldicarbe (Temik 150G) / planta 588 286,65 51,25 a 213,15 63,75 a 303,81 48,33 a 328,33 44,16 aTeste F (tratamento) 1,34ns 4,14** 0,81ns 1,94* 2,36*Teste F (Blocos) 0,82ns 0,83ns 0,41ns 0,99ns 0,93nsCV (%) 101,00 133,93 112,07 157,49 218,04

testemunha foram: 1 l e 2 l da formulação, 200 g deAO-15 / planta e 4 l de Agrolmin / planta, comreduções na população do nematoide de 89,09; 88,48;91,75 e 85,72 % respectivamente, sendo que notratamento testemunha houve um aumento de 99,36% da população de P. jaehni em relação à população

inicial (Tabela 1). Na avaliação realizada nas raízes aos60 dias após a incorporação dos tratamentos ao solo,nenhum dos tratamentos teve efeito superior ao datestemunha, entretanto, os tratamentos com aplicaçãodos fungos nematófagos conseguiram reduzir apopulação dos nematoides em até 84 % em relação à

Page 7: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

5

Eficácia de Formulações contendo Cinco Fungos Nematófagos para o Manejo de Pratylenchus jaehni em Citros*

população inicial do nematoide (Tabela 2). Osresultados obtidos neste experimento contrapõem-se, em parte, aos obtidos por Soares (2006), queencontraram maior eficiência de controle em dosesmais elevadas da formulação composta por cincofungos nematófagos aplicados em olerícolas eornamentais. Pode-se atribuir a esse fato que, em dosesmais altas, aplicadas a solos com baixo teor de matériaorgânica, os fungos exercem o controle inicial e, porfalta de substrato para sua manutenção, exaurem-se.Enquanto isso, a planta produz mais radicelas, quedão suporte ao crescimento rápido da populaçãoremanescente do nematoide. Corbani (2002), emestudo envolvendo o controle biológico de T.semipenetrans em citros com fungos nematófagos,formulados em quirera de arroz, demonstrou que amelhor dose foi a de 1 kg / planta da formulação.

Para as avaliações aos 90 dias após a aplicação nosolo e nas raízes não houve diferença estatística entreos efeitos dos tratamentos testados, no entantodiferiram do tratamento testemunha (Tabela 1 e 2).No solo o tratamento que reduziu mais a populaçãode P. jaehni foi o de 4 l da formulação com reduçãode 87,12 % do nematoide. Na avaliação realizada aos90 dias, o tratamento com 2 l da formulaçãoproporcionou uma redução de 73,33 %, sendo otratamento que mais reduziu a população donematoide, embora sem diferença estatística com osdemais tratamentos (Tabela 2).

Na avaliação feita aos 120 dias após a aplicaçãodos tratamentos, os tratamentos mais eficientes foram1 l da formulação dos fungos nematófagos, 200 g deAO-15 e 200 g de AO-15 + 1 l da formulaçãocontendo fungos nematófagos. Os efeitos dessestratamentos diferiram estatisticamente da testemunha,com reduções de 58,11; 59,66 e 61,29 %,respectivamente (Tabela 1). Na avaliação realizada aos120 dias após a aplicação dos tratamentos, os efeitosforam iguais entre si diferindo estatisticamente datestemunha (Tabela 2). Porém, o tratamento com 1 lda formulação foi a que possibilitou maior reduçãoda população de P. jaehni, com 56,58 % em relação àprévia, embora sem diferença estatística dos demaistratamentos (Tabela 2).

A eficácia da predação de P. jaehni in vitro por fungosnematófagos já havia sido demonstrada por Martinelli

& Santos (2007a, b), que hipotetizaram que o controlebiológico do nematoide pode ser viável porapresentar efeito positivo de controle maior do queobtido pela utilização de produtos químicos existentesno mercado, em todo o mundo. Reddy et al. (1991;1996a, b) mencionaram que os fungos nematófagospodem ser substitutos ou até mesmo podem seraplicados juntamente com nematicidas, permitindouma redução das doses, para o manejo dosnematoides dos citros.

Os tratamentos em que foi aplicado o aduboorgânico AO-15 e o condicionador de solo AgrolminAH associado com a formulação dos fungosnematófagos não promoveram uma interaçãopositiva. Há de se considerar a possibilidade de que oAgrolmin AH exerça alguma ação desfavorável aocrescimento de bactérias como, por exemplo, asrizobactérias, que nos últimos anos vêm sendoestudadas como agentes de biocontrole denematoides (Bennet & Lynch, 1981; Fabry et al., 2007).Além das rizobactérias, que poderiam inibirdiretamente o aumento da população dos nematoides,há outros grupos desses organismos que auxiliam naagressividade de fungos nematófagos. São as chamadas“bactérias auxiliadoras” que, quando presentes, tornamos isolados de fungos nematófagos mais agressivos afitonematoides (Duponnois et al., 1998).

O tratamento com aldicarbe foi eficiente até os60 dias no solo, com média de 68 % de controle, evariando nas demais avaliações, mantendo-se em 50% de controle, porém não diferiu estatisticamente dosdemais tratamentos nem da testemunha. Contudo, nasraízes a média de controle foi de 25 % em todas asavaliações. Campos (2007), estudando a eficiência docontrole químico de P. jaehni em citros com aldicarbe,não encontrou resultado satisfatório. Entretanto, comos dados obtidos neste estudo, supõe-se que a épocade aplicação do tratamento não foi a mais indicada,em função da dinâmica da população do nematoidenos pomares que atingem seu pico populacional noperíodo seco do ano e o nível mais baixo no períodochuvoso. Entretanto, Novaretti et al. (1997) e Verdejo-Lucas & McKenry (2004) mencionaram que aeficiência do controle químico dos nematoides doscitros torna-se mais evidente apenas depois da segundaaplicação dos nematicidas.

Page 8: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

6 Vol. 36(1-2) - 2012

Paulo R.P. Martinelli, Jaime M. dos Santos & José C. Barbosa

Na Figura 1 observou-se que a temperatura médiano período de condução do experimento foi próximados 25 °C. Portanto a temperatura não exerceuinfluência na redução da população do nematoide,pois não houve correlação na maioria dos tratamentoscom a temperatura média (Tabela 3). O’Bannon et al.(1966) demonstraram que a temperatura ótima parao desenvolvimento de T. semipenetrans é de 25 °C,sendo que temperaturas fora da faixa de 20 a 31 °Csempre são desfavoráveis ao desenvolvimento desses

patógenos. Na Tabela 3 não foi observado nenhumtipo de correlação entre os fatores meteorológicosno período e a população do nematoide, portanto asreduções na população de P. jaehni estão relacionadascom a predação e o parasitismo dos fungosnematófagos aplicados no solo e não com interaçãocom fatores meteorológicos. Van Gundy et al. (1964)também demonstraram que não há efeitosdesfavoráveis dos níveis de umidade do solo sobre apopulação dos nematoides.

Tabela 3 - Coeficiente de correlação entre o número de Pratylenchus jaehni coletados nas parcelas tratadas, no solo e nas raízes, sob aprojeção da copa de plantas de laranja ‘Pera’ e os fatores meteorológicos: precipitação pluviométrica (PREC), umidade relativa (UR)e temperatura média (TMED), no período de outubro de 2007 a fevereiro de 2008, em Itápolis (SP).

* Significativo a 5 % de probabilidade. ns Não significativo.1 FN = fungos nematófagos 2 p.c. = produto comercial.

Tratamentos Coeficiente de correlação (Pearson)Tratamentos nas raízes Tratamentos no solo

PREC. (mm) UR % TMED(°C) PREC. (mm) UR % TMED (°C)

Testemunha 0,68ns 0,82ns -0,92* 0,02ns -0,64ns 0,23ns

1 l da formulação de 5 FN1 / planta -0,62ns -0,67ns 0,57ns -0,73ns 0,65ns -0,83ns

2 l da formulação de 5 FN / planta -0,55ns -0,72ns 0,89* -0,57ns 0,51ns -0,62ns

4 l da formulação de 5 FN / planta -0,69ns -0,65ns 0,41ns -0,55ns 0,93ns -0,72ns

6 l da formulação de 5 FN / planta -0,04ns 0,18ns -0,52ns -0,82ns 0,65ns -0,83ns

1l da formulação de 5 FN + 200 g AO-15 / planta -0,64ns -0,71ns 0,75ns -0,29ns 0,56ns -0,45ns

200 g AO-15 / planta -0,72ns -0,84ns 0,95ns -0,75ns 0,63ns -0,77ns

1 l da formulação de 5 FN + 4 l Agrolmin/ planta -0,51ns -0,63ns 0,71ns -0,62ns 0,50ns -0,63ns

4 l Agrolmin / planta -0,52ns -0,69ns 0,90ns -0,62ns 0,50ns -0,64ns

130 g de p.c.2 aldicarbe (Temik 150G) / planta -0,63ns -0,71ns 0,66ns -0,59ns 0,63ns -0,67ns

Figura 1 - Médias mensais de precipitação pluviométrica (mm), umidade relativa (%) e temperatura (°C), no período de outubro de2007 a fevereiro de 2008 para o Município de Itápolis (SP).

350

300

250

200

150

100

50

0

OUT NOV DEZ JAN FEV

PREC (mm)

TM (ºC)

UR %

Page 9: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

7

Eficácia de Formulações contendo Cinco Fungos Nematófagos para o Manejo de Pratylenchus jaehni em Citros*

ConclusãoO controle biológico com a formulação de fungos

nematófagos se mostrou muito eficiente na reduçãoda população de P. jaehni no solo e nas raízes dasplantas tratadas, pois todos os tratamentos com aformulação diferiram estatisticamente do tratamentotestemunha (sem aplicação). Também, as menoresdoses (1 e 2 l) testadas foram tão eficientes quantos asdoses maiores (4 e 6 l) da formulação dos fungosnematófagos na redução da população do nematoide,entretanto não diferiram entre si, mas diferiram datestemunha.

Literatura CitadaBENNETT, R.A. & J.M. LYNCH. 1981. Colonization

potential of bacteria in the rhizosphere. CurrentMicrobiology, 6: 137-138.

CALZAVARA, S.A. 2007. Descrição dos sintomas delaranjeiras infectadas por Pratylenchus jaehni, resistênciade porta-enxertos, estudo da faixa de hospedeiros edesenvolvimento de plantas jovens inoculadas com onematoide em microparcelas. (Tese de Doutorado).Universidade Estadual Paulista - Faculdade de CiênciasAgrárias e Veterinárias, Jaboticabal SP, 55 p.

CAMPOS, A.S. 2002. Distribuição de Tylenchulus semipenetranse Pratylenchus jaehni em citros, no estado de São Paulo, eestudo morfométrico comparativo de populaçõesanfimíticas de Pratylenchus spp. (Dissertação deMestrado). Universidade Estadual Paulista - Faculdadede Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal SP, 65 p.

CAMPOS, A.S. 2007. Dinâmica populacional e distribuiçãovertical dos nematoides dos citros no Estado de SãoPaulo e efeito da aplicação de aldicarbe no período maisquente do ano. (Tese de Doutorado). UniversidadeEstadual Paulista - Faculdade de Ciências agrárias eVeterinárias, Jaboticabal SP, 52 p.

COOLEN, W.A. & C.J. D’HERDE. 1972. A Method for theQuantitative Extration of Nematodes from PlantTissue. State Agricultural Reserch Center, Gent, p. 77.

CORBANI, R.Z. 2002. Potencial do controle biológico deTylenchulus semipenetrans com fungos nematófagos.(Dissertação de Mestrado). Universidade EstadualPaulista - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,Jaboticabal DP, 44 p.

DUNCAN, L.W. 2005. Nematode parasites of citrus. In:LUC, M., R.A. SIKORA & J. BRIDGE (ed). PlantParasitic Nematodes in Subtropical and TropicalAgriculture, 2ª. ed. CAB International, Wallingford, p.437- 466.

DUPONNOIS, R., M.B.AMADOU & T. MATEILLE. 1998.Effects of some rhizospher bacteria for the biocontrolof nematodes of the genus Meloidogyne with Arthrobotrysoligospora. Fundamental and Applied Nematology, 2:

157-163.FABRY, C.F.S., L.G. FREITAS, W.S. NEVES, M.M.

COUTINHO, M.R TÓTOLA, J.R. OLIVEIRA, R.DALLEMOLE-GIARETTA & S. FERRAZ. 2007.Obtenção de bactérias para o biocontrole de Meloidogynejavanica por meio de aquecimento de solo e tratamentocom filtrado de raízes de plantas antagonistas afitonematoides. Fitopatologia Brasileira, 32 (1): 32-35.

INSERRA, R.N., L.W. DUNCAN, A. TROCCOLI, D.DUNN, J.M. SANTOS, D. KAPLAN & N. VOVLAS.2001. Pratylenchus jaehni sp. from citrus in Brazil and itsrelationship with P. coffeae and P. loosi (Nematoda:Pratylenchidae) Nematology, 3 (7): 653-665.

JENKINS, W.R. 1964. A rapid centrifugal-flotation techniquefor separating nematodes from soil. Plant DiseaseReporter, 48: 692-95.

MARTINELLI, P.RP., J.M. SANTOS, S.J. SANT’ANNA &P.LM. SOARES. 2009. Fungos nematófagos empomares de citros nos Estados de São Paulo e Goiás.Nematologia Brasileira, 33 (2): 123-131.

MARTINELLI, P.R.P. & J.M. SANTOS. 2007a.Patogenicidade in vitro de espécies de Arthobotrys aPratylenchus jaehni. In: CONGRESSO PAULISTA DEFITOPATOLOGIA, XXX, Jaboticabal (SP), Resumos.Summa Phytopathologica, 33: 23.

MARTINELLI, P.R.P. & J.M. SANTOS. 2007b.Patogenicidade in vitro de Monacrosporium sp. e Dactylellasp. a Pratylenchus jaehni. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE NEMATOLOGIA, XXVII,Goiânia. Resumos, p. 53.

NOVARETTI, W.R.T., A.D. PAULO & A.A.PNOVARETTI. 1997. Efeito da época de aplicação denematicidas em pomares cítricos, no controle donematoide Tylenchulus semipenetrans. NematologiaBrasileira, 21: 14.

O´BANNON, J.H., H.W. REYNOLDS & C.R.LEATHERS. 1966. Effects of temperature onpenetration, development, and reproduction ofTylenchulus semipenetrans. Nematologica, 12: 483-487.

REDDY, P.P., R.M. KHAN & M.S. RAO. 1991. Integratedmanagement of the citrus nematode Tylenchulussemipenetrans using oil-cakes and Paecilomyces lilacinus. AfroAsian Journal of Nematology, 1 (1): 221-222.

REDDY, P.P., M.S. RAO & M. NAGESH. 1996a.Management of the citrus nematode, Tylenchulussemipenetrans, by integration of Trichoderma harzianumwith oil cakes. Nematologia Mediterranea, 24 (1): 265-267.

REDDY, P.P., M.S. RAO & M. NAGESH. 1996b. Integratedmanagement of citus nematode, Tylenchulus semipenetransusing pesticides and parasitic fungus, Paecilomyces lilacinus.Pest Management in Horticultural Ecosystems, 2 (1):61-63.

SANTOS, J.M., A.S. CAMPOS & C.I. AGUILAR-VILDOSO. 2006. Nematoide dos citros. In: JUNIOR,D.M., J.D. NEGRI, R.M. PIO & J.P. JUNIOR. Citros.1ª ed. Cordeirópolis, p. 607-628.

Page 10: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

8 Vol. 36(1-2) - 2012

Paulo R.P. Martinelli, Jaime M. dos Santos & José C. Barbosa

SASSER, J.N. & D.W. FRECKMAN. 1987. A worldperspective on nematology: the role of the society. In:VEECH, J.A. & D.W. DICKSON. Vistas onNematology. Maryland, Society of Nematologists, p. 7-14.

SOARES, P.L.M., B.F.F. BARBOSA, M.H. NOZAKI, J.M.SANTOS, J.C. BARBOSA & A.M. MÚSCARI. 2005a.Controle biológico de Meloidogyne incognita e Rotylenchulusreniformis no cultivo de alface em ambiente protegido.In: CONGRESSO BRASILEIRO DENEMATOLOGIA, XXV, Piracicaba. Resumos, p. 67.

SOARES, P.L.M., B.F.F. BARBOSA, M.H. NOZAKI, L.T.BRAZ, J.M. SANTOS, J.C. BARBOSA & A.M.MÚSCARI. 2005b. Controle biológico de Meloidogyneincognita e na produção comercial de pimentão emambiente protegido. In: CONGRESSO BRASILEIRODE NEMATOLOGIA, XXV, Piracicaba. Resumos, p.68.

SOARES, P.L.M. 2006. Estudos do controle biológico defitonematoides com fungos nematófagos. (Tese deDoutorado). Universidade Estadual Paulista - Faculdadede Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal SP, 217 p.

SOUTHEY, J.F. 1970. Laboratory Methods for Work withPlant and Soil Nematodes. Ministry of AgricultureFisherier and Food, London, p. 148.

TERSI, F.E.A., J.M. SANTOS & A.S. MAIA. 1995.Pratylenchus coffeae e Tylenchulus semipenetrans causamredução de produtividade de citros em São Paulo, Brasil.Nematropica, 25: 106.

VAN GUNDY, S.D., J.P. MARTIN & P.H. TASO. 1964. Somesoil factors influencing

reproduction of the citrus nematode and growth reductionof sweet orange seedlings. Phytopathology, 54: 294-299.

VERDEJO-LUCAS, S. & M.V. McKENRY. 2004.Management of citrus nematode, Tylenchulussemipenetrans. Journal of Nematology, 36 (4): 424-432.

Page 11: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

9

Reação de Híbridos e Cultivares de Milho a Meloidogyne enterolobii e M. javanica

Reação de Híbridos e Cultivares de Milho a Meloidogyne enterolobiie M. javanica*

Juliana M.O. Rosa**, Juliana N. Westerich & Silvia Renata S. Wilcken

*Parte da Tese de Doutorado da primeira autora.1Departamento de Produção Vegetal, Setor de Defesa Fitossanitária, Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade

Estadual Paulista - UNESP, 18610-307 Botucatu (SP) Brasil.**Autora para correspondência: [email protected]

Recebido em 23 / 02 / 2011. Aceito em 27 / 06 / 2011Editado por Cláudia R. Dias-Arieira

Resumo - Rosa, J.M.O., J.N. Westerich & S.R.S. Wilcken. 2012. Reação de híbridos e cultivares de milho aMeloidogyne enterolobii e M. javanica.

O objetivo do trabalho foi determinar a reprodução de Meloidogyne enterolobii e M. javanica em 22 híbridos ecultivares de milho: ‘Cati AL-Piratininga’, ‘Cati H-2002’, ‘Cati Al 25’, ‘Cati AL-Bandeirantes’, ‘Cati H-25’,‘Pioneer 3862’, ‘Pioneer 30F35’, ‘Pioneer 30K64’, ‘Dow 2B587’, ‘Dow 2B604’, ‘Dow 2B688’, ‘Dow 2B707’,‘Dow 2B710’, ‘Dow 5K6086’, ‘Dow PZ 240’, ‘Dow PZ 242’, ‘Dow PZ 677’, ‘Syngenta Impacto’, ‘SyngentaMaximus’, ‘Syngenta Somma’, ‘Syngenta NB 8315’ e ‘DKB 177’. Experimentos foram conduzidos para cadanematoide em casa de vegetação, utilizando seis repetições por tratamento. Ambos os experimentos foramrepetidos para comprovação dos dados com três repetições por tratamento. A parcela foi formada por umaplanta por vaso contendo 500 cm3 de substrato autoclavado na proporção 1:2:1 (solo: areia: matéria orgânica).A infestação do substrato foi realizada com 5.000 ovos e eventuais juvenis de segundo estádio (J2) para cadaespécie de nematoide. A avaliação foi realizada após 60 dias da inoculação para determinar o número final denematoides, calculando-se o fator de reprodução (FR). Nenhum dos híbridos e cultivares de milho estudadoproporcionou a reprodução de M. enterolobii, em ambos os experimentos. Enquanto que, para M. javanicaapenas ‘Dow 2B604’ (FR = 1,02; 1,22), ‘Dkb 177’ (1,11; 1,18), ‘Cati H-25’ (2,03; 2,98), ‘Cati H-2002’ (2,48;2,46), ‘Dow 5K6086’ (2,55; 1,86), ‘Dow PZ 677’ (2,92; 3,58), e ‘Dow PZ 240’ (3,28; 2,74) proporcionaramsua multiplicação, com fator de reprodução (FR) maior que um, embora relativamente baixo. Os demaishíbridos e cultivares apresentaram FR < 1.Palavras-chaves: Zea mays, nematoides das galhas, resistência, suscetibilidade.

Summary - Rosa, J.M.O., J.N. Westerich & S.R.S. Wilcken. 2011. Reaction of maize hybrids and cultivars toMeloidogyne enterolobii and M. javanica.

This work aimed to assess the Meloidogyne enterolobii and M. javanica reproduction on 22 maize hybrids andcultivars: ‘Cati AL-Piratininga’, ‘Cati H-2002’, ‘Cati Al 25’, ‘Cati AL-Bandeirantes’, ‘Cati H-25’, ‘Pioneer 3862’,‘Pioneer 30F35’, ‘Pioneer 30K64’, ‘Dow 2B587’, ‘Dow 2B604’, ‘Dow 2B688’, ‘Dow 2B707’, ‘Dow 2B710’,‘Dow 5K6086’, ‘Dow PZ 240’, ‘Dow PZ 242’, ‘Dow PZ 677’, ‘Syngenta Impacto’, ‘Syngenta Maximus’,‘Syngenta Somma’, ‘Syngenta NB 8315’ and ‘DKB 177’. The experiments with M. enterolobii and M. javanicawere carried out separately in a greenhouse and the substrate infestation was made with 5,000 eggs andpossible second stage juveniles of each nematode species. The experiments were evaluated 60 days afterinoculation, when the nematodes number and the reproduction factor (RF) were evaluated. On both experiments,M. enterolobii did not reproduce on either maize hybrids or cultivars. ‘Dow 2B604’ (RF = 1.02, 1.22), ‘DKB 177’(1.11, 1.18), ‘Cati H-25’ (2.03, 2.98), ‘Cati H-2002’ (2.48, 2.46), ‘Dow 5K6086’ (2.55, 1.86), ‘Dow PZ 677’

ARTIGO

Page 12: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

10 Vol. 36(1-2) - 2012

Juliana M.O. Rosa, Juliana N. Westerich & Silvia Renata S. Wilcken

IntroduçãoNo Brasil, a área de plantio da cultura do milho

(Zea mays) na safra 2009 / 2010 foi 12.916.554 ha,com produção de 50.204.768 toneladas, das quaiscerca de 6.500.000 toneladas foram destinadas para aexportação (Agrianual, 2010). Segundo Lordello &Lordello (2006), a expansão e a tecnificação da culturado milho tem revelado que os nematoides sãoresponsáveis por prejuízos antes atribuídos a outrascausas. Atualmente, é possível a identificação corretados problemas ocorridos no local, dentre eles os danoscausados por nematoides, devido ao melhorconhecimento dos problemas fitossanitários ounutricionais que ocorrem na cultura de milho.

A cultura do milho também é utilizada emprogramas de rotação de culturas objetivando ocontrole de fitonematoides, em especial dosnematoides-das-galhas (Asmus et al., 2000). Entretanto,diversos trabalhos (Baldwin & Barker, 1970; Ibrahimet al., 1983; Windham & Williams, 1987; Manzotte etal., 2002; Moritz et al., 2003; Wilcken et al., 2006;Carneiro et al., 2007; Dias et al., 2010) têmdemonstrado diferentes reações de híbridos ecultivares de milho em relação as espécies deMeloidogyne. Desta forma, é de suma importância oconhecimento sobre a resistência das cultivares e doshíbridos de milho aos nematoides-das-galhas(Meloidogyne spp.).

As espécies do gênero Meloidogyne mais frequentesna cultura do milho são Meloidogyne incognita e M. javanica.Entretanto, com a crescente importância de M.enterolobii no Brasil, esta é outra espécie que precisa seravaliada em relação à resistência do milho. Desde oprimeiro relato no Brasil, em Petrolina (PE), Curaçá eManicoba (BA), M. enterolobii vem causando danos emplantios comerciais de goiabeira, preocupandoprodutores e pesquisadores. Em tal relato, essa espéciefoi denominada Meloidogyne mayaguensis (Carneiro et al.,2001), entretanto, M. mayaguensis é consideradasinonímia de M. enterolobii. Tal consideração estábaseada em estudos morfológicos, da gama de

hospedeiros, dos fenótipos para enzimas EST e MDHe das sequências do mtDNA (Xu et al., 2004).

A espécie M. enterolobii foi descrita oriunda depopulação encontrada em raízes de Enterolobiumcontortisiliquum, na ilha de Hainan, na China (Yang &Eisenback, 1983). No Brasil, a espécie M. enterolobiifoi relatada causando danos em alface (Lactuca sativa)(Almeida et al., 2008), pimentão (Capsicum spp.) e tomate(Solanum lycopersicum) (Carneiro et al., 2006b; Almeidaet al., 2008), pepino (Cucumis sativus) (Almeida et al.,2008), goiaba (Psidium guajava) (Carneiro et al., 2001;Torres et al., 2004; Torres et al., 2005; Carneiro et al.,2006a; Asmus et al., 2007; Gomes et al., 2008;Charchar et al., 2008), mamão (Carica papaya) (Siqueiraet al., 2009) e soja (Glycines max) (Almeida et al., 2008).

Quanto ao milho, Guimarães et al. (2003),considerou a cultivar ‘São José BR-5026’ imune a M.enterolobii, não verificando sua presença no interior dasraízes. Entretanto, em estudo realizado por Dias et al.(2010), dos 37 genótipos de milho testados, seisgenótipos foram considerados altamente resistentes(FR < 1,0), 24 como moderadamente resistentes (FR= 1,1 a 3,0), três como pouco resistentes (FR = 3,1 a7,0), e quatro como suscetíveis (FR > 7,0) a essaespécie.

O objetivo do presente trabalho foi determinar ofator de reprodução (FR) de M. enterolobii e M. javanicaem híbridos e cultivares de milho, para verificar aviabilidade de seu uso em áreas infestadas.

Material e MétodosO trabalho foi desenvolvido no setor de Defesa

Fitossanitária do Departamento de Produção Vegetal,Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP,Câmpus de Botucatu, em casa de vegetação. Ascultivares de milho estudadas foram: ‘Cati AL –Piratininga’, ‘Cati H-2002’, ‘Cati AL 25’, ‘Cati AL-Bandeirantes’ e ‘Cati H-25’; e os híbridos: ‘Pioneer3862’, ‘Pioneer 30F35’, ‘Pioneer 30K64’, ‘Dow 2B587’,‘Dow 2B604’, ‘Dow 2B688’, ‘Dow 2B707’, ‘Dow2B710’, ‘Dow 5K6086’, ‘Dow PZ 240’, ‘Dow PZ

(2.92, 3.58) and ‘Dow PZ 240’ (3.28, 2.74) provided the multiplication of M. javanica (FR > 1); the otherhybrids and cultivars presented FR < 1.Key words: Zea mays, root-knot nematodes, resistance, susceptibility.

Page 13: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

11

Reação de Híbridos e Cultivares de Milho a Meloidogyne enterolobii e M. javanica

242’, ‘Dow PZ 677’, ‘Syngenta Impacto’, ‘SyngentaMaximus’, ‘Syngenta Somma’ (= ‘NB-7361’),‘Syngenta NB 8315’ e ‘DKB 177’. O delineamentoexperimental foi inteiramente casualizado, com seisrepetições para os experimentos iniciados em agostode 2009, e três repetições para as réplicas, que foraminiciadas em junho de 2010. Foram utilizadas trêssementes por recipiente com capacidade de 500 cm3contendo substrato autoclavado na proporção 1:2:1(solo: areia: matéria orgânica). Após a emergência dasplântulas, foi realizado o desbaste das mesmas,deixando uma planta por recipiente, e após atingiremaproximadamente 10 cm de altura foi realizada ainoculação.

A população de M. enterolobii foi isolada de raízesdo pimentão ‘Silver’ provenientes do município deCampos Novos Paulista (SP), e a população de M.javanica foi isolada a partir de raízes do pimentão‘Magali’ proveniente do município de Santa Rosa (RS).Ambas as espécies foram multiplicadas separadamenteem tomateiro ‘Rutgers’. O processamento de extraçãodos ovos seguiu o método proposto por Hussey &Baker (1973), modificado por Boneti & Ferraz (1981).

As plantas de ambos os experimentos foraminoculadas com aproximadamente 5.000 ovos eeventuais juvenis de segundo estádio (J2) de M.enterolobii ou M. javanica. Para isto, foram vertidos 2,0ml de suspensão contendo ovos e J2 do nematoideem dois orifícios com 3 cm de profundidadepróximo ao sistema radicular das plantas. Tomateiro‘Rutgers’ foi utilizado como padrão de viabilidadedos inóculos.

Após 60 dias da inoculação, os sistemas radicularestotais (raízes principais e secundárias) foram lavados,pesados e em seguida submetidos ao processamentosegundo o método de Coolen & D’ Herde (1972),usando solução de hipoclorito de sódio a 0,5% nolugar da água, para triturar as raízes no liquidificador.Para a extração de nematoides do solo, uma alíquotade solo (250 cm3) foi retirada e processada segundoa metodologia proposta por Jenkins (1964). Aquantificação do número final de nematoides nasuspensão foi efetuada com o auxílio da lâmina dePeters, sob microscópio óptico. O número denematoide obtido no solo e raiz (Pf) foi utilizado paraa obtenção do fator de reprodução (FR) [população

final do nematoide (Pf) / população inicial (Pi =número de ovos utilizado nas inoculações donematoide= 5.000)], com interpretação da reação dasplantas segundo Oostenbrink (1966), ou seja, FR = 0= planta imune, FR < 1 = planta resistente e FR > 1= planta suscetível.

Os dados de Pf e FR foram transformados em“x+0,5 e submetidos à análise de variância, sendo asmédias comparadas pelo teste de Tukey a 5 %, comauxílio do programa computacional Sisvar (Ferreira,2003).

Resultados e DiscussãoReação de milho a M. enterolobii. Os híbridos

e cultivares de milho testados proporcionaram baixofator de reprodução (FR) de M. enterolobii, variandode 0,00 a 0,02 [‘Cati H-2002’, ‘Pioneer 30F35’, ‘Dow2B587’, ‘Pioneer 3862’, ‘Syngenta NB 8315’, ‘Cati AL-Piratininga’, ‘Dow PZ 240’, ‘Syngenta Somma’ (=‘NB-7361’), ‘Dow 2B688’, ‘Dow PZ 242’ e ‘Pioneer30K64’ a ‘Syngenta Impacto’] no primeiroexperimento e de 0,00 a 0,07 [‘Cati-H2002’, ‘Pioneer30F35’, ‘Dow 2B587’, ‘Pioneer 3862’, ‘Cati AL-Piratininga’, ‘Dow PZ 240’, ‘Syngenta Somma’ (=‘NB-7361’), ‘Dow 2B688’, ‘Pioneer 30K64’, Cati AL-Bandeirantes’, ‘Dow 5K6086’, ‘Dow PZ 677’, ‘CatiH-25’ e ‘Dow 2B710’ ao ‘Dow 2B604’] no segundoexperimento, não havendo diferença estatística entreos tratamentos, em ambos os experimentos (Tabela1), permitindo a caracterização dos híbridos e dascultivares de milho como imunes ou resistentes a M.enterolobii. Tais resultados estão de acordo com aquelesobtidos por Guimarães et al. (2003) para o milho ‘SãoJosé BR-5026’. Por outro lado, dos 37 genótipostestados por Dias et al. (2010), somente seis (‘NB7361’, ‘SHS 5080’, ‘GNX 1020’, ‘GNX 3010’, ‘BRS1031’ e ‘BM 1115’) apresentaram FR < 1,0 e foramconsiderados altamente resistentes a M. enterolobii.

A viabilidade do inóculo de M. enterolobii foiconfirmada com o FR de 42,07 e 78,61 em tomateiro‘Rutgers’, no primeiro e segundo experimentos,respectivamente.

Reação de milho a M. javanica. Foi verificadaa resistência de ‘Dow 2B587’, ‘Pioneer 3862’, ‘Dow2B688’, ‘Pioneer 30K64’, ‘Syngenta Maximus’,‘Syngenta Somma’, ‘Cati AL-Piratininga’, ‘Syngenta

Page 14: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

12 Vol. 36(1-2) - 2012

Juliana M.O. Rosa, Juliana N. Westerich & Silvia Renata S. Wilcken

Tabela 1 - População final (PF) e fatores de reprodução (FR) de M. enterolobii em 22 híbridos e cultivares de milho (agosto de 2009e junho de 2010).

1Dados transformados em x+0,5, sendo apresentados os dados originais. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 0,5 % deprobabilidade.2I = imune, S = suscetível e R = resistente (Oostenbrink, 1966).

Agosto/2009 Junho/2010Tratamentos Pf1 FR1 Reação2 PF1 FR1 Reação2

‘Cati H – 2002’ 0 a 0,00 a I 0 a 0,00 a I‘Pioneer 30F35’ 6 a 0,00 a I 8 a 0,00 a I‘Dow 2B587’ 14 a 0,00 a I 12 a 0,00 a I‘Pioneer 3862’ 14 a 0,00 a I 0 a 0,00 a I‘Syngenta NB 8315’ 4 a 0,00 a I 39 a 0,01 a R‘Cati AL – Piratininga’ 0 a 0,00 a I 25 a 0,00 a I‘Dow PZ 240’ 4 a 0,00 a I 23 a 0,00 a I‘Syngenta Somma’ 9 a 0,00 a I 24 a 0,00 a I‘Dow 2B688’ 0 a 0,00 a I 10 a 0,00 a I‘Dow PZ 242’ 16 a 0,00 a I 252 a 0,05 a R‘Pioneer 30K64’ 9 a 0,00 a I 0 a 0,00 a I‘Cati AL – Bandeirante’ 49 a 0,01 a R 21 a 0,00 a I‘Dow 5K6086’ 37 a 0,01 a R 10 a 0,00 a I‘Syngenta Maximus’ 26 a 0,01 a R 82 a 0,02 a R‘Dow PZ 677’ 27 a 0,01 a R 16 a 0,00 a I‘Cati AL 25’ 73 a 0,01 a R 39 a 0,01 a R‘Dow 2B604’ 47 a 0,01 a R 326 a 0,07 a R‘Cati H – 25’ 31 a 0,01 a R 0 a 0,00 a I‘Dow 2B707’ 40 a 0,01 a R 27 a 0,01 a R‘DKB 177’ 59 a 0,01 a R 44 a 0,01 a R‘Dow 2B710’ 61 a 0,01 a R 16 a 0,00 a I‘Syngenta Impacto’ 112 a 0,02 a R 57 a 0,01 a RTomateiro ‘Rutgers’ 210.332 42,07 393.060 78,61

Tabela 2 - População final (PF) e fatores de reprodução (FR) de M. javanica em 22 híbridos e cultivares de milho (agosto de 2009e junho de 2010).

1Dados transformados em x+0,5, sendo apresentados os dados originais. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 0,5% de probabilidade.2S = Suscetível e R = Resistente. (Oostenbrink, 1966).

Agosto/2009 Junho/2010Tratamentos Pf1 FR1 Reação2 PF1 FR1 Reação2

‘Dow 2B587’ 355 a 0,07 a R 342 A 0,07 a R‘Pioneer 3862’ 524 ab 0,10 ab R 510 A 0,10 a R‘Dow 2B688’ 518 ab 0,10 ab R 332 A 0,07 a R‘Pioneer 30K64’ 1.337 abc 0,27 abc R 1.114 Ab 0,22 ab R‘Syngenta Maximus’ 1.519 abc 0,30 abc R 3.313 abcd 0,66 abc R‘Syngenta Somma’ 1.757 abcd 0,35 abcd R 1.850 abc 0,37 abc R‘Cati AL – Piratininga’ 1.921 abcd 0,38 abcd R 2.400 abcd 0,48 abc R‘Syngenta Impacto’ 1.896 abcd 0,38 abcd R 2.423 abcd 0,48 abc R‘Dow 2B710’ 2.145 abcde 0,43 abcd R 1.830 abc 0,37 abc R‘Syngenta NB 8315’ 2.545 bcde 0,51 abcd R 2.027 abc 0,41 abc R‘Cati AL 25’ 2.811 bcde 0,56 abcd R 4.166 abcde 0,83 abcd R‘Dow PZ 242’ 3.582 cde 0,72 abcd R 4.204 abcde 0,84 abcd R‘Cati AL – Bandeirante’ 3.739 cde 0,75 abcd R 4.712 abcde 0,94 abcd R‘Pioneer 30F35’ 3.924 cde 0,78 abcd R 2.543 abcd 0,51 abc R‘Dow 2B707’ 3.984 cde 0,80 bcd R 3.806 abcde 0,76 abcd R‘Dow 2B604’ 5.108 def 1,02 cde S 6.117 abcde 1,22 abcd S‘DKB 177’ 5.547 ef 1,11 de S 5.894 abcde 1,18 abcd S‘Cati H – 25’ 10.139 fg 2,03 ef S 14.906 cde 2,98 bcd S‘Cati H – 2002’ 12.413 g 2,48 f S 12.321 cde 2,46 bcd S‘Dow 5K6086’ 12.726 g 2,55 f S 9.307 bcde 1,86 abcd S‘Dow PZ 677’ 14.583 g 2,92 f S 17.900 e 3,58 d S‘Dow PZ 240’ 16.382 g 3,28 f S 13.695 de 2,74 cd S ‘Rutgers’ 231.339 46,27 64.728 48,70

Page 15: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

13

Reação de Híbridos e Cultivares de Milho a Meloidogyne enterolobii e M. javanica

Impacto’, ‘Dow 2B710’, ‘Syngenta NB 8315’, ‘CatiAL 25’, ‘Dow PZ 242’, ‘Cati AL-Bandeirantes’,‘Pioneer 30F35’ e ‘Dow 2B707’ a M. javanica, emambos os experimentos (Tabela 2). Estes resultadoscorroboram os obtidos por Wilcken et al. (2006), quetestaram a reprodução de M. incognita raça 2 e M.javanica em 30 genótipos de milho em condições decasa de vegetação e observaram que as cultivares ‘CatiAL-Bandeirantes’, ‘Cati-Piratininga’ e o híbrido‘Pioneer 30F75’, também avaliados nesta pesquisa,foram resistentes, com FR < 1. Esses autores tambémobservaram que os demais híbridos e cultivarestambém se comportaram como resistentes, comexceção de cinco materiais que foram suscetíveis, comFR variando de 1,11 a 1,74 (‘Cati Ipiranga’ e ‘DKB390’, respectivamente). Para M. incognita raça 2 todosos híbridos e cultivares de milho estudadosapresentaram suscetibilidade a essa espécie deMeloidogyne.

Em ambos os experimentos, dos 22 híbridos ecultivares de milho testados, somente seteapresentaram suscetibilidade a M. javanica, sendoverificada nas cultivares e híbridos de milho ‘Dow2B604’, ‘DKB 177’, Cati H-25’, ‘Cati H-2002’, ‘Dow5K6086’, ‘Dow PZ 677’ e ‘Dow PZ 240’, queobtiveram FR > 1, variando de 1,02 a 3,28 (‘Dow2B604’ a ‘Dow PZ 240’) no experimento realizadoem agosto de 2009. Essa suscetibilidade foiconfirmada no experimento consecutivo em junhode 2010, entretanto o híbrido que apresentou FR maiselevado foi ‘Dow PZ 677’ (FR = 3,58) em relação aoexperimento anterior. A suscetibilidade de genótiposde milho a M. javanica também já foi observada porMedeiros et al. (2001), pois dos 18 genótipos de milhotestados, todos comportaram-se como bonshospedeiros desse nematoide.

A viabilidade do inóculo de M. javanica foiconfirmada com o FR de 14,95 e 23,45 no primeiroe segundo experimentos, respectivamente. Emboratenha sido realizado tanto o processamento desubstrato quanto o de raiz, não foi constatado apresença de juvenis de M. enterolobii e/ou M. javanicanos substratos dos experimentos avaliados, sendoapenas verificada a presença desses nematoides nosistema radicular. Com isso, vale ressaltar que oprocessamento do substrato torna-se dispensável em

experimentos conduzidos de maneira semelhante aodeste trabalho, por não acrescentar informaçõesrelevantes para a pesquisa realizada.

Concluiu-se, então, que os híbridos e cultivarestestados podem ser recomendados em áreas compresença da espécie de M. enterolobii por terem sidosconsiderados imunes ou resistentes. Entretanto, paraa espécie M. javanica, é necessária cautela na escolhados híbridos e cultivares de milho, pois ‘DKB 177’,‘Dow 2B604’, ‘Dow 5K6086’, ‘Cati H-2002’, ‘DowPZ 240’, ‘Cati H-25’ e ‘Dow PZ 677’, não devem serrecomendados em áreas com infestação dessa espécie.

AgradecimentosOs autores agradecem à Fazenda Experimental

Lageado, sob responsabilidade do Prof. Dr. MarceloAgenor Pavan, pelo fornecimento das sementes demilho; à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estadode São Paulo (FAPESP), pelo suporte financeiro, e àCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal deNível Superior (CAPES), pela bolsa de estudoconcedida à primeira autora.

Literatura CitadaAGRIANUAL. 2010. Anuário da agricultura brasileira.

AgraFNP, São Paulo SP, 520 p.ALMEIDA, E.J., P.L.M. SOARES, A.R. SILVA & J.M.

SANTOS. 2008. Novos registros sobre Meloidogynemayaguensis no Brasil e estudo morfológico comparativocom M. incognita. Nematologia Brasileira, 32 (3): 236-241.

ASMUS, G.L., E.M. VICENTINI & R.M.D.G. CARNEIRO.2007. Ocorrência de Meloidogyne mayaguensis em goiabeirano estado de Mato Grosso do Sul. NematologiaBrasileira, 31 (2): 112.

ASMUS, G.L., L.C.C.B. FERAZ & B. APPEZZATO–DA–GLÓRIA. 2000. Alterações anatômicas em raízes demilho (Zea mays L.) parasitadas por Meloidogyne javanica.Nematropica, 30 (1): 33-39.

BALDWIN, J.G. & K.R. BARKER. 1970. Host suitabilityof selected hybrids, varieties and inbreds of corn topopulations of Meloidogyne spp. Journal of Nematology,2: 345-350.

BONETI, J.I. & S. FERRAZ. 1981. Modificações do métodode Hussey & Barker para extração de ovos de Meloidogyneexigua em raízes de cafeeiro. Fitopatologia Brasileira, 6:553.

CARNEIRO, R.G., A.P.A. MÔNACO, M.P. MORITZ, K.C.NAKAMURA & A. SCHERER. 2006a. Identificaçãode Meloidogyne mayaguensis em goiabeira e em plantasinvasoras, em solo argiloso, no Estado do Paraná.

Page 16: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

14 Vol. 36(1-2) - 2012

Juliana M.O. Rosa, Juliana N. Westerich & Silvia Renata S. Wilcken

Nematologia Brasileira, 30 (3): 293-298.CARNEIRO, R.M.D.G., M.R.A. ALMEIDA, R.S. BRAGA,

C.A. ALMEIDA & R. GIORIA. 2006b. Primeiro registrode Meloidogyne mayaguensis parasitando plantas de tomatee pimentão resistentes meloidoginose no estado de SãoPaulo. Nematologia Brasileira, 30 (1): 81-86.

CARNEIRO, R.G., M.P. MORITZ, A.P.A. MÔNACO, K.C.NAKAMURA & A. SCHERER. 2007. Reação de milho,sorgo e milheto a Meloidogyne incognita, M. javanica e M.paranaensis. Nematologia Brasileira, 31 (2): 9-13.

CARNEIRO, R.M.D.G., W.A. MOREIRA, M.R.A.ALMEIDA & A.C.M.M. GOMES. 2001. Primeiroregistro de Meloidogyne mayaguensis em goiabeira no Brasil.Nematologia Brasileira, 25 (2): 223-228.

CHARCHAR, J.M., M.E.N. FONSECA, L.S. BOITEUX &A.F.L. NETO. 2008. Ocorrência de Meloidogynemayaguensis em goiabeira no Estado do Tocantins.Nematologia Brasileira, 33 (2): 182-186.

COOLEN, W.A. & C.J. D’HERDE. 1972. A Method forQuantitative Extration of Nematodes from PlantTissue. Merelbeke, State Nematology Research Station,77 p.

DIAS, W.P., J.F.V. DIAS, N.R. RIBEIRO, A.W. MOITA &R.M.D.G. CARNEIRO. 2010. Reação de genótipos demilho a Meloidogyne mayaguensis e M. ethiopica .Nematologia Brasileira, 34 (2): 98-105.

FERREIRA, D. F. 2003. Sisvar. versão 4.2. DEX - UFLA,Lavras MG, 79 p.

GOMES, C.B., M.E.O. COUTO & R.M.D.G. CARNEIRO.2008. Registro de ocorrência de Meloidogyne mayaguensisem goiabeira e fumo no Sul do Brasil. NematologiaBrasileira, 32 (3): 244-247.

GUIMARÃES, L.M.P., R.M. MOURA & E.M.R.PEDROSA. 2003. Parasitismo de Meloidogyne mayaguensisem diferentes espécies botânicas. Nematologia Brasileira,27 (2): 139-145.

IBRAHIM, I.K.A., M.A. REZK & H.A.A. KHALIL. 1983.Resistance of some plant cultivars to root-knotnematodes, Meloidogyne. Nematologia Mediterranea, 11:189-192.

JENKINS, W.R.A. 1984. A rapid centrifugal–flotationtechnique for separating nematodes from soil. PlantDisease Report, 48: 692.

LORDELLO, A.I.L. & R.R.A. LORDELLO. Espécies. 2006.<http ://www.zeamays.com.br/nematoides/index.htm> acesso em 14 de março de 2006.

MANZOTTE, U., W.P. DIAS, M.L. MENDES, J.F.V. SILVA& J. GOMES. 2002. Reação de híbridos de milho aMeloidogyne javanica. Nematologia Brasileira, 26 (1): 105-108.

MEDEIROS, J.E., P.H. SILVA, C.M. BIONDI, R.M.MOURA & E.M.R. PEDROSA. 2001. Reação degenótipos de milho ao parasitismo de Meloidogynejavanica. Nematologia Brasileira, 25 (2): 243-245.

MORITZ, M.P., G. SIMÃO & R.G. CARNEIRO. 2003.Reação de genótipos de milho às raças 1 e 3 de Meloidogyneincognita e a M. paranaensis. Nematologia Brasileira, 27(2): 211-214.

OOSTENBRINK, M. 1966. Major characteristics of therelation between nematodes and plants. Med.Landbouwhogeschool, Wageningen, 66: 3-46.

SIQUEIRA, K.M.S., V.M. FREITAS, M.R.A. ALMEIDA,M.F.A. SANTOS, J.A. CARES, M.S. TIGANO &R.M.D.G. CARNEIRO. 2009. Detecção de Meloidogynemayaguensis em goiabeira e mamoeiro no estado de Goiás,usando marcadores moleculares. Tropical PlantPathology, 34 (4): 256-260.

TORRES, G.R.C., R.S. JÚNIOR, V.N.C. REHN, E.M.R.PEDROS & R.M. MOURA. 2005. Ocorrência deMeloidogyne mayaguensis em goiabeira no estado do Ceará.Nematologia Brasileira, 29 (1): 105-107.

TORRES, G.R.C., V.N. COVELLO, R.S. JÚNIOR, E.M.R.PEDROSA & R.M. MOURA. 2004. Meloidogynemayaguensis em Psidium guajava no Rio Grande do Norte.Fitopatologia Brasileira, 29 (5): 570.

WILCKEN, S.R.S., R.M. FUKAZAWA, J.M.O. ROSA, A.M.JESUS & S.J. BICUDO. 2006. Reprodução de Meloidogyneincognita raça 2 e M. javanica em genótipos de milho emcondições de casa de vegetação. Nematologia Brasileira,30 (1): 35-38.

WINDHAM, G. L. & W.P. WILLIAMS. 1987. Host suitabilityof commercial corn hybrid to Meloidogyne arenaria andMeloidogyne incognita. Annals of Applied Nematology,1: 13-16.

XU, J., L. PEILEI, M. QINGPENG & L. HAI. 2004.Characterisation of Meloidogyne species from China usingisozyme phenotypes and amplified mitochondrial DNArestriction fragment length polymorphism. EuropeanJournal of Plant Pathology, 110: 309-315.

YANG, B. & J.D. EISENBACK. 1983. Meloidogyne enterolobiin. sp. (Meloidogynidae), a root–knot nematodeparasitising pacara earpod tree in China. Journal ofNematology, 15: 381-391.

Page 17: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

15

Supressividade do Inóculo Rizosférico de Meloidogyne exigua no Cafeeiro em Alguns Períodos do Ano

Supressividade do Inóculo Rizosférico de Meloidogyne exigua no Cafeeiroem Alguns Períodos do Ano

Lilian Simara A.S. Costa*, Vicente P. Campos, Renata S.C. Pinho & Willian C. Terra

1Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Lavras, C. Postal 3037, 37200-000 Lavras (MG).*Autora para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 20 / 09 / 2010. Aceito em 30 / 07 / 2011Editado por Rosângela D.L. Oliveira

Resumo - Costa, L.S.A.S., V.P. Campos, R.S.C. Pinho & W.C. Terra. 2012. Supressividade do inóculo rizosféricode Meloidogyne exigua no cafeeiro em alguns períodos do ano.

A supressão de populações de fitonematoides ocorre no campo, naturalmente, devido a fatores físicos,matéria orgânica e a microbiota dos solos. Em uma rizosfera estável, como na cultura cafeeira, espécie perene,a investigação de fatores supressivos durante as estações do ano pode caracterizar o potencial de dano eprejuízo ao cafeeiro, pelo inóculo rizosférico de Meloidogyne exigua. Em amostras representativas da rizosferacafeeira de dois municípios Lavras e Varginha, MG, avaliou-se o número de galhas e de ovos, o desenvolvimentoembrionário e a eclosão de juvenis de segundo estádio (J2). Embora, as variáveis avaliadas tenham variadoentre os dois locais de amostragem e nos quatro períodos de coleta de amostras, destacaram-se o númeromaior de galhas e de ovos nos meses de dezembro, janeiro, março e abril comparados aos demais períodos decoleta. Contudo, a eclosão de J2 nas amostras colhidas em junho e julho (56 a 60 %) foi mais elevada, seguidadaquelas colhidas em março e abril (entre 13,4 a 22 %), nos cafezais dos dois municípios analisados. O númerode ovos com juvenil formado foi menor nas amostras colhidas em setembro / outubro e dezembro / janeirocomparado aos demais períodos. Nos ovos não eclodidos ocorreram entre 53 a 76 % de juvenis anormais e23 a 45 % com juvenil bem formado. Nos períodos de setembro a janeiro a microbiota antagônica a M. exiguaprovavelmente foi favorecida pelas condições propícias de temperatura e umidade, o que proporcionou baixataxa de eclosão e número reduzido de ovos com juvenil formado. Tal resposta pode ser indicativa desupressividade de M. exigua na rizosfera cafeeira, conforme já observado em algumas lavouras de MinasGerais.Palavras-chaves: rizosfera, antagonismo, biologia, café.

Summary - Costa, L.S.A.S., V.P. Campos, R.S.C. Pinho & W.C. Terra. 2012. Perspectives of suppressivenessof Meloidogyne exigua rhizosphere inoculum on coffee in some periods of the year.

The suppressiveness of plant-parasitic nematodes occurs in the field due to the physical factors, organicmatter and soil microbiota. On a stable rhizosphere as in coffee crop (perennial plant) the investigation ofsuppressive factors during the seasons of the year may bring about the damage and loss potentials to coffee byM. exigua rhizosphere inoculum. From representative samples (galled roots) taken from coffee rhizosphere attwo municipalities (Lavras and Varginha) on Minas Gerais state, Brazil, it was evaluated gall and egg numbersper gram of root as well as second stage juvenile (J2) hatching and embryonic development. Although theseparameters varied considerably among two sampling places and sampling periods, the number of galls andthe egg production were consistently high (P ≤ 0.05) on coffee root in December, January, March and April.However, the J2 hatching percentage was highest on samples taken in June and July (56 to 60 %) followed bysampling on March and April (between 13.4 and 22 %). The number of eggs with developed juvenile waslower (P ≤ 0.05) on samples taken in September / October and December / January compared to the other

ARTIGO

Page 18: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

16 Vol. 36(1-2) - 2012

Lilian Simara A.S. Costa, Vicente P. Campos, Renata S.C. Pinho & Willian C. Terra

IntroduçãoO Brasil é o maior produtor de café no mundo e

50 % dessa produção procedem do Estado de MinasGerais, metade deste produzido na região do sul deMinas Gerais (CONAB, 2010).

Meloidogyne exigua é a espécie do nematoide-das-galhas mais disseminada nas Américas, principalmenteno Brasil (Campos & Villain, 2005). No sul de MinasGerais existem 22 % das propriedades cafeeirasinfestadas por esse patógeno (Castro et al., 2008).

A condição perene da cultura cafeeira, que a fazpermanecer no campo por mais de 20 anos (Vieira,2008), submete a população de M. exigua aos efeitosvariados de temperatura, umidade e da microbiotanas diferentes estações do ano. Variações na densidadepopulacional de M. exigua no campo já foramconstatadas por vários pesquisadores (Huang et al.,1984; Almeida et al., 1987; Maximiano et al., 2001;Souza & Bressan-Smith, 2008). A temperatura e aumidade afetam as várias fases do ciclo de vida dosnematoides como a embriogênese, a produção deovos, a eclosão de juvenis de segundo estádio (J2), amorte de embriões e, também, a formação de galhas(Santos & Ferraz, 1977; Lima & Ferraz, 1985; Tronconiet al., 1986). Além disso, afetam também o cafeeiro,interferindo na relação planta-nematoide. Cita-secomo exemplo, a reduzida emissão de raízes novasnos períodos de baixa temperatura, que ocorrem deabril a setembro na maioria das regiões brasileiras(Rena & Maestri, 1986), o que diminui a possibilidadedo J2 encontrar local de penetração, levando-o a perdade energia corporal e incapacitando-o ao parasitismo(Rocha et al., 2010). Inclusive nesse período, a baixatemperatura do solo, inferior a 20°C, impede a suapenetração no hospedeiro.

A supressividade geral se refere à inibição depatógenos causada pela totalidade da atividade

microbiana. Esses organismos envolvidos nasupressividade de solos agem por mecanismos decontrole biológico como antibiose, parasitismo,competição, predação e indução local de resistênciado hospedeiro, caracterizando assim a supressividadelocal. Na supressividade à distância, osmicrorganismos em uma seção da raiz do hospedeiroinduzem resistência em outra, envolvendo umaindução sistêmica. Apesar dessa divisão, váriosorganismos agem por mais de um mecanismo,beneficiando-se do ambiente em que vivem (Yin etal., 2003).

Com frequência, no solo, encontram-se moléculastóxicas a nematoides tanto as solúveis em água comovoláteis, oriundas do crescimento fúngico e bacteriano,da degradação de resíduos vegetais e/ou da própriaexsudação radicular (Amaral et al., 2009; Campos etal., 2010).

A microbiota do solo, bem como aquela dos ovose fêmeas de Meloidogyne spp. são estudadas em váriasculturas (Barron, 1977; Kerry, 1984; Gray, 1984, 1988a;Jansson & Nordbring-Hertz, 1988; Morgan-Jones &Rodrigues-Kábana, 1988; Kerry & Evans, 1996).Entretanto, a rizosfera do cafeeiro tem merecido poucaatenção. Estudos sobre o controle de M. exigua docafeeiro com a utilização de fungos e bactériasantagonistas, isolados de outras culturas,demonstraram que moléculas produzidas por fungose bactérias podem ser tóxicas a M. exigua, afetandoassim a população desse nematoide (Campos &Campos, 1997; Oliveira et al., 2007; Amaral et al., 2009;Oliveira et al., 2009). Ainda não se correlacionou aincidência de componentes da microflora cafeeira coma redução da população de M. exigua no campo, mastem-se provado o aumento na agressividade M. exiguaem algumas localidades conforme observado nosestudos de Muniz et al. (2009).

sampling periods. In the non-hatched eggs occurred about 53 to 76 of the abnormal juveniles and 23 to 45 %of eggs with well developed juvenile. In the period of September to January, the antagonist microbiota to M.exigua may have been favored by good temperature and humidity conditions. This caused, consequently, lowhatching percentage and reduced number of egg with developed juvenile which may, possibly, be the indicationof M. exigua suppressiveness on coffee rhizosphere, which has already been observed in some plantations ofMinas Gerais state.Key words: rhizosphere, antagonism, biology, coffee.

Page 19: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

17

Supressividade do Inóculo Rizosférico de Meloidogyne exigua no Cafeeiro em Alguns Períodos do Ano

O estudo da qualidade do inóculo de M. exigua narizosfera cafeeira poderá expandir o conhecimentosobre a redução de inóculo J2, principalmente no finalda primavera e durante o verão (Souza & Bressan-Smith 2008), época da implantação e desenvolvimentoinicial das lavouras. Além disso, pode sugerir critériospara se definir fatores de supressividade, os quaisauxiliariam o produtor a evitar o uso de nematicida,o que afetaria a microbiota supressiva a M. exigua narizosfera cafeeira. Vale salientar que não há estudosdo efeito rizosférico do cafeeiro na qualidade doinóculo de M. exigua nas diversas estações do ano.

Desta forma, este trabalho teve por objetivo estudara população de Meloidogyne exigua em uma única galha eem amostra representativa da rizosfera, analisando apopulação de fêmeas, ovos, desenvolvimentoembrionário e a eclosão a fim de investigar fatores desupressividade nas quatro estações do ano.

Material e MétodosAmostragem. Foram amostrados cafezais

fornecedores de inóculo para pesquisas há mais deuma década, localizados nos municípios de Lavras eVarginha, no Estado de Minas Gerais. O cafezal deLavras apresenta baixa população de ovos de M.exigua, o que motivou a busca de outra fonte deinóculo no cafezal de Varginha, cuja quantidadetambém declinou nos últimos três anos. Dessescafezais foram colhidas quatro amostras compostasoriundas de três plantas, contendo raízes finasinfectadas por M. exigua, em cada um dos quatroperíodos representativos das estações do ano: inverno– período I, amostragem em junho e julho; primavera– período II, em setembro e outubro; verão –período III, em dezembro e janeiro; outono –período IV, amostragem em março e abril. Asamostras foram coletadas na área da projeção da copado cafeeiro, na profundidade de 0-20 cm, e estocadasa 8-10 °C por no máximo três dias até oprocessamento.

Extração de ovos. As raízes finas foramcuidadosamente lavadas em água parada e obtidasquatro amostras de 30 gramas. Para cada amostra fez-se a extração de ovos conforme Hussey e Barker(1973) adaptado por Boneti & Ferraz (1981) e avaliou-se o número total de galhas e de ovos, e calculou-se o

número de ovos por grama de raiz.Desenvolvimento embrionário. Avaliou-se o

desenvolvimento embrionário em ovos extraídos dequatro amostras de 30 gramas de raiz antes damontagem da câmara de eclosão, bem como em ovosque restaram após 10 dias nessa câmara. Para issoescolheram-se ao acaso 100 ovos e estimou-se onúmero deles nas fases: 0 = unicelular, A = 2 células,B = 4 células, C = multicelular, D = gástrula, E =“tadpole”, H = juvenil formado (Bird, 1972).Também avaliou-se o número de ovos na fase Identre aqueles que restaram após 10 dias na câmarade eclosão e que não se enquadravam em nenhumadas outras fases, isto é: ovos com anomaliasmorfológicas sem definição das fases acima descritas.Essa avaliação foi repetida por três vezes e obtida amédia para constituir-se numa repetição. Em cadaperíodo de amostragem a avaliação foi realizada emquatro repetições.

Eclosão de juvenis de segundo estádio (J2).Os ovos extraídos de 30 gramas de raiz foramcolocados em quatro câmaras de eclosão e mantidosa 28 ºC. O número de J2 eclodidos, móveis e imóveis,foi avaliado a cada 24 horas durante 10 dias. Aavaliação da mortalidade foi realizada conformemetodologia descrita por Chen & Dickson (2000), aqual consistiu em adicionar NaOH 0,1 M à suspensãode nematoides que se encontravam imóveis em placaElisa. Os J2 que não manifestaram movimento foramconsiderados mortos.

Fêmeas dentro da raiz. Dos 30 gramas de raizamostrados em cada repetição, escolheram-se 10galhas, as quais foram individualmente dissecadas emmicroscópio estereoscópico para a determinação donúmero de fêmeas e de massas de ovos por galha.Cada fêmea ou massa de ovos foi transferida paraum tubo (eppendorf) com 0,5 ml de água, para oesmagamento das fêmeas com um bastão de vidro ea liberação dos ovos contidos nas massas de ovos. Asuspensão de ovos resultante foi depositada numalâmina escavada e quantificada ao microscópio de luz.Ao se dissecar a galha buscou-se observar in situ apresença de J2 anormais, livres nas massas de ovos.

Delineamento e análise estatística dos dados.Utilizou-se o delineamento experimental de blocosao acaso com quatro repetições. Para a análise de

Page 20: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

18 Vol. 36(1-2) - 2012

Lilian Simara A.S. Costa, Vicente P. Campos, Renata S.C. Pinho & Willian C. Terra

variância utilizou-se o programa Sisvar. As médias decada tratamento foram agrupadas pelo teste de Scott& Knott (1974), ao nível de 5 % de probabilidade.As análises de correlação foram feitas utilizando-se oprograma Excel.

ResultadosA incidência de galhas e a produção de ovos de

M. exigua nas raízes do cafeeiro foram maiores (P ≤0,05) nos períodos de dezembro / janeiro em relaçãoàs demais épocas (Tabela 1, Figuras 1 e 2). Contudo,a porcentagem de J2 foi mais elevada a partir dosovos oriundos das amostras colhidas em junho / julho(entre 56 a 60 %) seguido daquelas colhidas em março/ abril (18 a 22,4 %) em Lavras e Varginha, emboranesse último município a época de março / abril nãotenha diferido dos demais períodos de amostragem.O número total de ovos e ovos/g de raiz e a eclosãototal foram maiores (P ≤ 0,05) nos períodos dezembro/ janeiro e março / abril em ambas as localidades(Figuras 1 e 2). A eclosão de J2 foi sempre maior nosdois primeiros dias variando entre 55 a 65 % nasamostras colhidas.

Observaram-se sempre J2 mortos nas massas de

ovos. Em uma das amostras esse valor chegou a 250J2, conforme confirmado pelo teste de mortalidade(Chen & Dickson, 2000). Também observou-se quena câmara de eclosão muitos J2 morriam logo após aeclosão.

A porcentagem de eclosão correlacionou-senegativamente com as médias mensais de temperaturana data de coleta em cafezais de Lavras (-0,879) eVarginha (-0,904).

O desenvolvimento embrionário foi completo em89 a 93 % dos ovos extraídos das amostras obtidasnos quatro períodos. Em todas as fases avaliadasocorreu menor porcentagem de ovos emmultiplicação celular e maior porcentagem em gástrulae “tadpole”, variando entre 57 a 81% nas amostragensfeitas em Lavras e Varginha respectivamente (Figura3). Entre os quatro períodos amostrados nos doiscafezais, ocorreram diferenças entre as fases avaliadas,porém destaca-se que a fase de juvenil de primeiroou segundo estádios dentro do ovo foi detectada emmenor (P ≤ 0,05) número de ovos nos períodos desetembro / outubro e dezembro / janeiro (Figura 3),coincidentemente com a menor porcentagem deeclosão (Figura 1).

Figura 1 - Número total de ovos e porcentagem de eclosão de juvenis de segundo estádio (J2) de Meloidogyne exigua em quatro períodosde amostragem em cafezais de Lavras e Varginha. Barras com mesma letra, em cada município, não diferem entre si pelo teste de Scott& Knott a 5 % de probabilidade no mesmo período de amostragem.

20000

0

40000

60000

80000

100000

120000

jun/jul set/out dez/jan mar/abr

a

a

c

b

Lavras - MG

tota

ld

eo

vo

s

c

aa

b

Lavras - MG

jun/jul set/out dez/jan mar/abr

100

80

60

40

20

0

Ec

los

ão

de

J2

(%)

100

80

60

40

20

0

Ec

los

ão

de

J2

(%)

Varginha - MG

b

a a

a

Períodos de amostragem

jun/jul set/out dez/jan mar/abrjun/jul set/out dez/jan mar/abr

20000

0

40000

60000

80000

100000

120000

tota

ld

eo

vo

s

aa

bb

Varginha - MG

Períodos de amostragem

Page 21: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

19

Supressividade do Inóculo Rizosférico de Meloidogyne exigua no Cafeeiro em Alguns Períodos do Ano

Figura 2 - Número de ovos / grama de raiz e eclosão total de juvenis de segundo estádio (J2) de Meloidogyne exigua em quatro períodosde amostragem em cafezais de Lavras e Varginha. Barras com mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott & Knott a 5 % deprobabilidade no mesmo período de amostragem.

3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0

a

a

c

b

jun/jul set/out dez/jan mar/abr

Lavras - MG

de

ov

os

/g

de

raíz

Lavras - MG

b

a

c

d12000

10000

8000

6000

4000

2000

0

jun/jul set/out dez/jan mar/abr

Ec

los

ão

tota

l

3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0

de

ov

os

/g

de

raíz

Varginha - MG

jun/jul set/out dez/jan mar/abr

aa

bb

Períodos de amostragem

jun/jul set/out dez/jan mar/abr

c

a

b

d

Varginha - MG

Períodos de amostragem

12000

10000

6000

4000

2000

0

Ec

los

ão

tota

l8000

Figura 3 - Agrupamento das fases do desenvolvimento embrionário dentro dos ovos extraídos de raízes (30 g) de cafeeiros de Lavrase Varginha, infestados por Meloidogyne exigua, em quatro períodos de amostragem do ano. Barras com mesma letra, em cada município,não diferem entre si pelo teste de Scott & Knott a 5 % de probabilidade, no mesmo período de amostragem. Fase 0: ovos na faseunicelular, fase MC: fases com ovos de 2 células até multicelulares, fase DE: fases de gástrula e “tadpole”, fase H: ovos com juvenisformados.

100

80

60

40

20

0

jun/jul set/out dez/jan mar/abr

a

b

c

b

b

c

a

bb

a

b

c

b

a a

a

fase 0 fase MC fase DE fase HLavras - MGA

Desen

v.em

bri

on

ári

o(%

)

100

80

60

40

20

0

jun/jul set/out dez/jan mar/abr

ab

c

a b

d

a

c

ba

b

d

d

a

a

c

Varginha - MGB

Desen

v.em

bri

on

ári

o(%

)

Período de amostragem

Page 22: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

20 Vol. 36(1-2) - 2012

Lilian Simara A.S. Costa, Vicente P. Campos, Renata S.C. Pinho & Willian C. Terra

Figura 4 - Agrupamento das fases de desenvolvimento embrionário nos ovos extraídos de raízes dos cafeeiros de Lavras e Varginha(MG) infectados por Meloidogyne exigua e coletados em dezembro/janeiro e março/abril. As avaliações foram feitas antes da montagemda câmara de eclosão e aos 10 dias após, constituindo assim os juvenis que não eclodiram. Barras com mesma letra, para cadamunicípio, e antes e depois da eclosão, não diferem entre si pelo teste de Scott & Knott a 5% de probabilidade no mesmo período deamostragem. Fase 0: ovos na fase unicelular, fase MC: fases com ovos de 2 células até multicelulares, fase DE: fases de gástrula e“tadpole”, fase H: ovos com juvenis formados e fase I: ovos anormais.

100

80

60

40

20

0

a

b

c

b

c

a a

b

aa

Lavras - MG Dez/ Janfase 0fase MC

fase DE

fase Hfase I

Antes Depois

Desen

v.em

bri

on

ári

o(%

)

100

80

60

40

20

0a

a

c

a

b

a

a

b

a a

Lavras - MG Mar/ Abr

Antes Depois

Desen

v.em

bri

on

ári

o(%

)

b

c

a a

d

a

b

c

aa

Varginha - MG Dez/ Jan100

80

60

40

20

0

Antes Depois

Período de amostragem

Desen

v.em

bri

on

ári

o(%

)

100

80

60

40

20

0

Desen

v.em

bri

on

ári

o(%

) Varginha - MG Mar/ Abr

b

c

e

d

a a a a

b

c

DepoisAntes

Período de amostragem

Pela análise dos ovos não eclodidos, houve maiornúmero de ovos anormais seguido de ovos comjuvenis formados nos períodos dezembro / janeiroe março / abril (Figura 4). Entre esses dois períodos,numericamente, maior número de ovos não eclodidoscom juvenil formado ocorreu no período de março/ abril.

A análise de indivíduos de M. exigua em galhasindividuais revelou que o número de massas de ovosinterna variou de 1,9 a 9,9 e de fêmeas de 2,7 a 10,com valores variáveis entre os diversos períodos deamostragem (Tabela 1). Também foi variável onúmero de ovos por massa de ovos e ovos dentroda fêmea. Destaca-se, contudo, o número total deovos nas fêmeas em única galha, o qual foi sempre

maior (P ≤ 0,05) no período de setembro / outubro,nas amostras de Lavras, e de dezembro / janeiro nasamostras de Varginha. Numericamente, nos cafezaisamostrados em Varginha o somatório dos valoresobtidos nos quatro períodos relativos a número deovos por galha e de ovos por massa de ovos internasfoi maior do que nas amostras de Lavras.

DiscussãoAs temperaturas altas no final da primavera e

durante o verão (períodos de setembro / outubro edezembro / janeiro) e a disponibilidade de raízes novas(Rena & Maestri, 1986) nesses períodos deamostragem aumentaram a reprodução (número deovos) de M. exigua no cafeeiro nas áreas amostradas.

Page 23: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

21

Supressividade do Inóculo Rizosférico de Meloidogyne exigua no Cafeeiro em Alguns Períodos do Ano

Temperaturas de 20 a 24 °C aumentaram areprodução de M. exigua em substrato esterilizado emcâmara de crescimento, conforme observado porTronconi et al. (1986). Já as observações de Huang etal. (1984) em campo, mostram que houve aumentono número de J2 no solo no final da primavera edurante o verão. No presente trabalho, observou-semenor porcentagem de eclosão de J2 e menor númerode ovos com juvenis formados nos períodos comtemperaturas mais altas no campo (períodossetembro / outubro e dezembro / janeiro). Ascorrelações negativas obtidas entre porcentagem deeclosão e temperatura do ar indicam que fatores queinterferem negativamente com a biologia dessenematoide nas áreas em estudo devem estarocorrendo. Um desses fatores provavelmente é aocorrência de substâncias tóxicas (Campos & Campos,1997; Oliveira et al., 2007; Amaral et al., 2009; Oliveiraet al., 2009) afetando o desenvolvimento dosembriões, pois chegou a matar entre 23 e 45 % dejuvenis dentro dos ovos. Como essa alteração ocorreudurante o período de um ano e os fatores físicos dosolo e da rizosfera são estáveis em uma planta perene,é mais razoável acreditar numa supressividade porcausa biológica, uma vez que sua eficácia aumentoucom aumento da temperatura e umidade no campo.

O grande número de J2 mortos nas massas deovos também apoia o conceito de atividadeantagonista da microflora local. Porém, Huang et al.(1984) sugeriu uma maior sobrevivência de J2 nasmassas de ovos, o que talvez possa ocorrer em cafezais

com diferente microbiota associada aos ovos. De fato,as massas de ovos são locais de residência para muitosmicrorganismos como Pochonia chlamydosporia eScytalidium (Irving & Kerry, 1986; Oka et al. 1997) . Jáse isolaram fungos e bactérias de massas de ovos devários nematoides (Kok et al. 2001). Freire et al. (2010)isolaram Fusarium oxysporum e F. solani de ovos, massasde ovos e do solo rizosférico de cafezais. O isolado21 de F. oxyporum produziu compostos voláteis deforte toxicidade a J2 de M. incognita. Embora se tenhadado ênfase ao estudo da microflora das massas deovos de Meloidogyne spp. relativa aos fungos predadorese parasitas de ovos (Barron, 1977; Kerry, 1984; Gray,1984, 1988; Jansson & Nordbring-Hertz, 1988;Morgan-Jones & Rodrigues-Kábana, 1988; Kerry &Evans, 1996), poucos são os estudos direcionadospara os demais microrganismos residentes. Comênfase nas bactérias colonizadoras desses locais,destacando-se apenas os trabalhos de Kok et al. (2001),foi possível isolar com maior frequência espécies comoAgrobacterium tumefaciens/radiobacter, Acidovorax delafieldii,Pseudomonas fluorescens e Bacillus cereus/thuringiensis demassas de ovos de plantas de tomate e batatainfectadas por M. fallax. Portanto, o efeito damicrobiota residente em galhas e massas de ovos deM. exigua, na redução da eclosão e na morte de J2

precisa ser investigado mais profundamente narizosfera cafeeira.

Diaz et al. (2000), embora tenham utilizado amostrada rizosfera cafeeira, usaram-na como inoculante emmudas de tomate isolando-se, então, da rizosfera

Tabela 1 - Número de galhas em 30 gramas de raiz e população de Meloidogyne exigua presente em uma única galha de raízes de cafeeiroinfestado nas cidades de Lavras e Varginha (MG), em quatro períodos do ano (I = junho/julho, II = setembro/outubro, III =dezembro/janeiro, IV = março/abril).

Médias seguidas pela mesma letra na coluna, sendo maiúscula para comparar dados de Lavras e minúscula para Varginha, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a5% de probabilidade.

Épocas Número deGalhas Massa de ovos Ovos Ovos por massa Fêmeas Ovos na fêmea Ovos por fêmea

LavrasI 394 A 1,90 A 1,50 A 1,00 A 2,70 A 3,00 A 1,10 AII 886 B 5,40 B 256,00 C 47,00 C 6,50 B 36,70 C 5,70 CIII 2866 D 8,20 C 49,80 A 7,10 A 8,50 B 11,00 B 1,40 AIV 2585 C 5,50 B 119,50 B 23,20 B 7,00 B 16,70 B 2,70 B

VarginhaI 1218 a 4,60 a 368,00 c 87,60 b 5,70 a 13,30 a 2,50 aII 1587 b 4,80 a 250,00 b 54,10 b 5,90 a 22,50 b 3,60 bIII 1875 c 9,90 b 150,00 a 15,70 a 10,00 b 42,40 c 4,40 bIV 1512 b 4,90 a 296,00 b 68,50 b 4,70 a 10,30 a 2,20 a

Page 24: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

22 Vol. 36(1-2) - 2012

Lilian Simara A.S. Costa, Vicente P. Campos, Renata S.C. Pinho & Willian C. Terra

tomateira, diversas espécies de Verticillium e de Pochoniachlamydosporia. Campos & Campos (1997) testaram P.chlamydosporia em cafeeiro no controle de M. exigua,porém o isolado foi obtido de ovos de Meloidogynespp. de planta de quiabo por Ribeiro & Campos(1992). Também não se aprofundaram os estudossobre a flutuação, durante o ano, da microbiotaantagonista a fitonematoides. O cafeeiro, por ser umacultura perene, permanece no campo por mais de 20anos (Vieira, 2008) e, portanto, mantém os habitantesde sua rizosfera. Nessa condição, talvez devido àinfluência de várias alterações de temperatura eumidade durante o ano, o controle biológico possaser operacionalizado mantendo baixa a população deM. exigua principalmente no período mais quente,quando o cafeeiro mais necessita da eficáciaabsorvente de seu sistema radicular e, nesse trabalho,observou-se menor eclosão de J2. A supressividadenatural de populações de M. exigua, evitando níveissuperiores ao limiar de prejuízo explica talvez que,mesmo ocorrendo ampla disseminação dessenematoide na região sul de Minas, somente 22 % daslavouras esteja infestada (Castro et al. 2008). A grandecapacidade produtiva da cafeicultura nessa região doEstado de Minas Gerais é mantida e corresponde a25 % de todo o café colhido no Brasil (CONAB,2010).

Outros autores encontraram diminuição nonúmero de J2 por unidade de raiz e por unidade desolo no final da primavera e verão (Almeida et al.,1987; Maximiniano et al., 2001; Souza & Bressan-Smith, 2008) o que pode, parcialmente ou totalmente,ser explicado pela diminuição da eclosão resultanteda morte do embrião como constatado nesse trabalho.

Acredita-se que moléculas tóxicas tenhampenetrado no ovo com mais facilidade nas fases deformação do embrião e do juvenil, quando a camadae a membrana lipídicas existentes abaixo da casca nãodesempenham mais suas funções protetoras (Perry,1998).

A grande porcentagem de ovos (89 a 93 %) emfases de formação do embrião e com juvenilformado, além da maior eclosão de J2 nos doisprimeiros dias em que os ovos foram colocados nacâmara de eclosão, indicam que em qualquer estaçãodo ano a clivagem é rápida e protegida contra a

entrada de substâncias tóxicas. Campos et al. (2008)demonstraram que a multiplicação celular só éretardada em intervalos de temperaturas entre 5 a 10ºC proporcionando menores taxa de eclosão.

De qualquer forma, nos locais estudados nestetrabalho foi baixa a qualidade do inóculo,principalmente no verão, o que levaria a redução dedanos e prejuízos e possivelmente esse efeito podeocorrer em outras regiões cafeeiras. No futuro, odesenvolvimento de um método rápido, para avaliaressa microbiota antagonista a M. exigua, nos períodosde outubro a fevereiro no campo, poderá definir asua capacidade supressiva e, assim evitar o usodesnecessário de nematicidas em algumas áreasinfetadas por esse nematoide.

AgradecimentosOs autores são gratos ao Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),pelo auxílio financeiro por meio da concessão de bolsade apoio financeiro.

Literatura CitadaALMEIDA, V.F., V.P. CAMPOS & R.D. LIMA. 1987.

Flutuação populacional de Meloidogyne exigua na rizosferado cafeeiro. Nematologia Brasileira, 11 (1): 159-175.

AMARAL, D.R., D.F. OLIVEIRA, V.P. CAMPOS, J.A.PANTALEÃO & A.S. NUNES. 2009. Effect of plantand fungous metabolites on Meloidogyne exigua. Ciênciae Agrotecnologia, 33: 1861-1865 (Edição Especial).

BARRON, G.L. 1977. The nematode destroying fungi.Topics in Mycobiology Canadian Biological Publications,Ghelph, Canadá, 140 p.

BIRD, A.F. 1972. Quantitative studies on the growth ofsyncytia induced in plants by root-knot nematodes.International Journal of Parasitology, 2 (1): 157-170.

BONETTI, J.I.S. & FERRAZ, S. 1981. Modificações dométodo de Hussey & Barker para extração de ovos deMeloidogyne exigua em raízes de cafeeiro. FitopatologiaBrasileira, 6 (3): 553.

CAMPOS, H.D. & V.P. CAMPOS. 1997. Efeito da época eforma de aplicação dos fungos Arthrobotrys conoides, A.musiformis , Paecilomyces lilacinus e Verticilliumchlamydosporium no controle de Meloidogyne exigua emcafeeiro. Fitopatologia Brasileira, 22 (3): 361-365.

CAMPOS, H.D., V.P. CAMPOS & E.A. POZZA. 2008.Efeito da temperatura na multiplicação celular nodesenvolvimento embrionário e na eclosão de juvenisde segundo estádio de Meloidogyne javanica. SummaPhytopathologica, 34 (1): 29-33.

CAMPOS, V.P., R.S.C. PINHO & E.S. FREIRE. 2010.Volatiles produced by interacting microorganisms

Page 25: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

23

Supressividade do Inóculo Rizosférico de Meloidogyne exigua no Cafeeiro em Alguns Períodos do Ano

potentially usefull for the control of plant pathogens.Ciência e Agrotecnologia, 34 (3): 525-535.

CAMPOS, V.P. & L. VILLAIN. 2005. Nematode parasitesof coffee and cocoa. In: LUC, M., R.A. SIKORA & J.BRIDGE (ed). Plant Parasitic Nematodes in Subtropicaland Tropical Agriculture. 2nd. CAB International,London, p. 529-579.

CASTRO, J.M.C., V.P. CAMPOS, E.A. POZZA, R.L.NAVES, V.C. ANDRADE JUNIOR, M.R. DUTRA,J.L. COIMBRA, C. MAXIMINIANO & J.R.C. SILVA.2008. Levantamento de fitonematóides em cafezais dosul de Minas Gerais. Nematologia Brasileira, 32 (1): 56-64.

CHEN, S.Y. & D.W. DICKSON. 2000. A technique fordetermining live second-stage juveniles of Heteroderaglycines. Journal of Nematology, 32 (1): 117-121.

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Produçãode café-Safra 2010. Participação percentual por U.F.<http://www.conab.gov.br> acesso em 19 de maio de2010.

DIAZ, L.H., J.M. BOURNE, B.R. KERRY & M.G.RODRIGUEZ. 2000. Nematophagous Verticillium spp.in soils infested with Meloidogyne spp. in Cuba: isolationand screening. International Journal of PestManagement, 46 (4): 277-284.

FREIRE, E.S., V.P. CAMPOS, R.S.C. PINHO, D.F.OLIVEIRA, M.R. FARIA, A.M. POHLIT, N.P.NOBERTO, E.L. REZENDE, L.H. PFENNING &J.R.C. SILVA. 2012. Volatile substances produced byFusarium oxysporum from coffee rhizosphere and othermicrobes affect Meloidogyne incognita and Arthrobotryconoides. Journal of Nematology, 44 (4): 321-328.

GRAY, N.F. 1984. Nematophagous fungi with particularreference to their ecology. Biological Reviews, 62 (3): 245-304.

GRAY, N.F. 1988b. Fungi attacking vermiform nematodes.In: POINAR, G.O. & H.B. JANSSON (ed). Disease ofNematodes. v.2. CRC, Boca Raton (FL) EUA, p. 3-38.

HUANG, S.P., P.E. SOUZA & V.P. CAMPOS. 1984. Seasonalvariation of a Meloidogyne exigua population in a coffeeplantation. Journal of Nematology, 16 (11): 115-117.

HUSSEY, R.S. & K.R. BARKER. 1973. A comparison ofmethods for collecting inocula of Meloidogyne sppincluding a new technique. Plant Disease Reporter, 57(12): 1025-1028.

IRVING, F. & B.R. KERRY, 1986. Variation between strainsof the nematophagous fungus, Verticilliumchlamydosporium Goddard. II. Factors affecting parasitismof cyst nematode eggs. Nematologica, 32 (1): 474-485.

JANSSON, H.B. & B. NORDBRING-HERTZ. 1988.Infection events in the fungus-nematodes systems. In:In: POINAR, G.O. & H.B. JANSSON (ed). Disease ofNematodes. v.2. CRC, Boca Raton (FL) EUA, p. 59-72.

KERRY, B.R. 1984. Nematophagous fungi and the regulationof nematode population in soil. HelminthologicalAbstract, series B, 53: 1-14.

KERRY, B.R. & K. EVANS. 1996. New strategies for the

management of plant parasitic nematodes. In: HALL,R. (ed). Principles and Practice of Managing SoilbornePlant Pathogen. APS Press, St Paul (MN) EUA, p. 134-152.

KOK, C.J., A. PAPERT & C.H. KOK-A-HIN. 2001.Microflora of Meloidog yne egg masses: speciescomposition, population density and effect on thebiocontrol agent Verticillium chlamydosporium (Goddard).Nematology, 3 (8): 729-734.

LIMA, R.D. & S. FERRAZ. 1985. Biologia de Meloidogyneexigua: desenvolvimento embriogênico e efeito datemperatura na embriogênese. Revista Ceres, 32 (183):339-347.

MAXIMINIANO, C., V.P. CAMPOS, R.M. SOUZA & A.R.ALMEIDA. 2001. Flutuação populacional de Meloidogyneexigua em cafezal infestado por Pasteuria penetrans.Nematologia Brasileira, 25 (1): 63-69.

MORGAN-JONES, G. & R. RODRIGUEZ-KÁBANA.1988. Fungi colonizing cysts and eggs. In: In: POINAR,G.O. & H.B. JANSSON (ed). Disease of Nematodes.v.2. CRC, Boca Raton (FL) EUA, p. 39-58.

MUNIZ, M.F.S., V.P. CAMPOS, A.W MOITA, W.GONÇALVES, M.R.A ALMEIDA, F.R. SOUZA &R.G. CARNEIRO. 2009. Reaction of coffee genotypesto different populations of Meloidogyne spp.: detectionof naturally virulent M. exigua population. Tropical PlantPathology, 34 (6): 370-378.

OLIVEIRA, D.F., H.W.P. CARVALHO, A.S. NUNES, S.ALEXANDRO, G.H. SILVA, V.P. CAMPOS, H.M.S.JUNIOR & A.J. CAVALHEIRO. 2009. The activity ofamino acids produced by Paenibacillus macerans and fromcommercial sources against the root-Knot nematodeMeloidogyne exigua. European Journal of Plant Pathology,124 (1): 57-63.

OLIVEIRA, D. F., V.P. CAMPOS, D.R. AMARAL, A.SNUNES, J.A. PANTALEÃO & D.A. COSTA. 2007.Selection of rhizobacteria able to produce metabolitesactive against Meloidogyne exigua. European Journal ofPlant Pathology, 119 (4): 477-479.

OKA, Y., I. CHET, M. MOR, & Y. SPIEGEL. 1997. A fungalparasite of Meloidogyne javanica eggs: evaluation of itsuse to control the root-knot nematode. BiocontrolScience and Technology, 7 (4): 489-497.

RENA, A.B. & M. MAESTRI. 1986. Fisiologia do cafeeiro. In:RENA, A.B. et al. (ed). Cultura do Cafeeiro: Fatores queAfetam a Produtividade. Potafos, Piracicaba, p. 13-85.

RIBEIRO, R.C.F. & V.P. CAMPOS. 1992. Ocorrência defungos parasitas de ovos de Meloidogyne spp. no Sul deMinas Gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DENEMATOLOGIA, XVI, Lavras. Resumos, p. 27.

ROCHA, F.S., V.P. CAMPOS & J.T. SOUZA. 2010. Variationin lipid reserves of second-stage juveniles of Meloidogyneexigua in a coffee field and its relationship with infectivity.Nematology, 12 (3): 365-371.

SANTOS, J. M. & S. FERRAZ. 1977. Efeito de exsudatosradiculares e temperatura sobre a eclosão de larvas deMeloidogyne exigua Göldi, In: CONGRESSO

Page 26: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

24 Vol. 36(1-2) - 2012

Lilian Simara A.S. Costa, Vicente P. Campos, Renata S.C. Pinho & Willian C. Terra

BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, V,Guarapari. Resumos, p. 137-138.

SOUZA, R.M. & R. BRESSAN-SMITH. 2008. CoffeeAssociated Meloidogyne spp. - Ecology and interactionwith plants. In: SOUZA, R.M. (ed). Plant-parasiticNematodes of Coffee. Springer, p. 123-148.

TRONCONI, N.M., S. FERRAZ, J.M. SANTOS & A.J.RAGAZZI. 1986. Influência da temperatura napatogenicidade e reprodução de Meloidogyne exigua emmudas de cafeeiro. Nematologia Brasileira, 10 (1): 69-83.

VIEIRA, H.D. 2008. Coffee: the plant and its cultivation.In: SOUZA, R.M. (ed). Plant-parasitic Nematodes ofCoffee. Springer, p. 3-18.

YIN, B., L. VALINSKY, X.B. GAO, J.O. BECKER, J.BORNEMAN. 2003. Identification of fungal rDNAassociated with soil suppressiveness against Heteroderaschachtii using oligonucleotide fingerprinting.Phytopathology, 93 (8): 1006-1013.

Page 27: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

25

Incorporação de Farinha de Semente de Mamão ao Solo para o Controle de Meloidogyne javanica

Incorporação de Farinha de Semente de Mamão ao Solo para o Controle deMeloidogyne javanica

Wânia S. Neves1*, Leandro G. de Freitas2, Rosangela Dallemole-Giaretta3, Marcelo M. Coutinho2, SilamarFerraz2 & Douglas F. Parreira2

1Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Unidade Regional Centro-Oeste, Rodovia MG-424 km 64, 35751-970 Prudente de Morais (MG) Brasil.

2Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa, 36571-000 Viçosa (MG) Brasil.3Departamento de Agronomia,Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), 85015-430, Guarapuava (PR)

Brasil.*Autora para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 24 / 05 / 2011. Aceito em 20 / 08 / 2011Editado por Mário Inomoto

Resumo - Neves, W.S., L.G. Freitas, R. Dallemole-Giaretta, M.M. Coutinho, S. Ferraz & D.F. Parreira. 2012.Incorporação de farinha de semente de mamão ao solo, em diferentes doses, para o controle de Meloidogynejavanica.

Esse trabalho avaliou a incorporação ao solo de farinha de semente de mamão em diferentes doses para ocontrole de Meloidogyne javanica. Mudas de tomate foram transplantadas para vasos de 1 litro de capacidadecontendo solo e areia (1:1, v:v) e, dois dias depois, o solo de cada vaso foi infestado com 5.000 ovos donematoide. Após 60 dias, as plantas foram retiradas e o solo misturado em betoneira para homogeneizar adistribuição dos nematoides. Para cada litro de solo foram incorporadas doses de 1 a 10% de farinha e amistura foi redistribuída nos vasos. Decorridos 30 dias, uma muda de tomate foi plantada por vaso. Aincorporação de sementes moídas de mamão reduziu o número de galhas em até 100 %. Todas as doses desementes de mamão resultaram em aumento da massa da parte aérea das plantas quando comparados àtestemunha. Apenas a dose de 1 % de semente de mamão incorporada ao solo não resultou em aumento damassa do sistema radicular das plantas quando comparadas à testemunha. A altura das plantas cultivadas emsolo incorporado com todas as doses testadas, com exceção de 1 % e 2 %, foi superior à da testemunha.Palavras-chaves: Meloidogyne javanica, M. incognita, biofumigação, sementes, mamão.

Summary - Neves, W.S., L.G. Freitas, R. Dallemole-Giaretta, M.M. Coutinho, S. Ferraz & D.F. Parreira. 2012.Soil amendment with papaya-seed flour to control Meloidogyne javanica.

This study evaluated the incorporation to the soil of papaya-seed flour at different doses to the control ofMeloidogyne javanica. Tomato plants were transplanted to 1 liter pots, containing soil and sand (1:1, v:v), and twodays later, the soil of each pot was infested with 5,000 eggs of the nematode. After 60 days, the plants weretaken out and the soil was mixed in a concrete mixer to homogenize nematode distribution. For each liter ofsoil, different doses (1-10%) of the flour were incorporated and then redistributed into the pots. Thirty daysafter, one tomato seedling was planted per pot. The incorporation of flour completely prevented the formationof root galls. All doses of papaya seeds resulted in increased shoot weight when compared to the control. Thedose of 1% did not result in increases of weight of the root system of the plants when compared to thecontrol. The height of the plants cultivated in incorporated soil with all the doses tested, except those of 1 %and 2 %, were larger than the ones of the control.Key words: Meloidogyne javanica, M. incognita, seeds, papaya.

ARTIGO

Page 28: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

26 Vol. 36(1-2) - 2012

Wânia S. Neves, Leandro G. de Freitas, Rosangela Dallemole-Giaretta, Marcelo M. Coutinho, Silamar Ferraz & Douglas F. Parreira

IntroduçãoUm dos métodos alternativos para o controle de

nematoides bastante estudado atualmente é aincorporação de matéria orgânica ao solo, que podeatuar alterando a composição da sua microbiota eproduzindo gases letais a patógenos (Stapleton et al.,2000). O efeito anti-helmíntico da semente de mamãotem sido comprovado em testes in vitro e em animais(Krishnakumari & Majumder,1960; Dar et al., 1965;Lal et al., 1976). Sementes de mamão [Carica papaya(Caricaceae)] contêm glicosinolatos que dão origem aisotiocianatos (Dar et al, 1965; Mayton et al., 1996;Kermanshai et al., 2001). Neves et al. (2005a)estudaram a atividade de extrato aquoso de sementesde mamão sobre a eclosão de juvenis de Meloidogynejavanica e de M. incognita em testes realizados in vitro econstataram redução na eclosão de M. javanica em 95,3% e de M. incognita em 99,3 %. Em outro trabalho,Neves et al. (2005b) também estudaram o efeitonematostático e nematicida de sementes de mamãosobre M. javanica e M. incognita e relataram que houve100 % de eficiência na morte de juvenis de ambas asespécies do nematoide, demonstrando que a sementede mamão pode ser eficiente opção de controle dessesorganismos.

O objetivo do trabalho foi avaliar a incorporaçãoda farinha de semente de mamão ao solo, emdiferentes concentrações, para o controle de M. javanicaem casa de vegetação.

Material e MétodosO nematoide M. javanica foi multiplicado e

mantido em raízes de tomateiro cv. Santa Clara, emcasa de vegetação. A extração de ovos foi feita pelométodo de Hussey & Barker modificado por Boneti& Ferraz (1981). Para a utilização como inóculo, asconcentrações de ovos foram ajustadas com o auxílioda câmara de Peters em microscópio estereoscópico.

As sementes de mamão foram secas ao sol sobresuperfície de cimento por 13 dias. Durante a noite, assementes foram cobertas com lona plástica para evitarque adquirissem umidade por sereno ou chuva. Apósa secagem, as sementes foram trituradas emmultiprocessador, obtendo-se uma farinha, que foiarmazenada, em local seco e ventilado, até suautilização nos experimentos.

Para simular uma infestação natural de nematoidesno campo, efetuou-se a metodologia descrita a seguir.Plantas de tomate foram cultivadas em casa devegetação durante dois meses. As mudas de tomatesforam transplantadas para vasos de plástico de 1 litrode capacidade, onde foi colocada uma mistura desolo argiloso e areia, na proporção de 1:1 (v: v),previamente peneirados e tratados com brometo demetila. Dois dias após o transplantio das mudas, osolo de cada vaso foi infestado com suspensão de5.000 ovos de M. javanica. Decorrido o período dedois meses, as plantas foram retiradas e o solo foirevolvido em uma betoneira por dez minutos parasua homogeneização. Foram coletadas subamostrasdo solo, antes da incorporação das sementes, paraformar uma amostra composta com a qual foi feita aquantificação dos nematoides presentes, através dométodo da flutuação centrífuga em solução desacarose (Jenkins, 1964). O solo foi colocadonovamente nos vasos e a semente moída de mamãofoi incorporada, em diferentes doses.

As doses de semente de mamão usadas noexperimento foram: 0 % (testemuha), 1 %, 2 %, 3 %,4 %, 5 %, 6 %, 7 %, 8 %, 9 % e 10 % de sementes emrelação ao volume de solo (p:v). Foi adicionadotambém, um tratamento sem a infestação comnematoide, visando comparações com os demaistratamentos em relação à altura, massa da parte aéreae massa das raízes das plantas. As temperaturasmáxima e mínima do ambiente foram monitoradasdiariamente (durante o período de pousio do soloincorporado com sementes de mamão) e as médiasmáxima e mínima no interior da casa de vegetaçãoforam de 35 ºC e 14 ºC respectivamente. A extraçãodos juvenis do solo pelo método de Jenkins (1964)resultou na média de 415 juvenis de M. javanica / 100cm³ de solo, o que representa 4.150 J2 / vaso.

Durante trinta dias, o solo foi mantido em vasossem a presença de plantas e irrigado sempre quenecessário. Decorrido esse período, foi plantada umamuda de tomate de 20 dias de idade em cada vaso.As plantas foram cultivadas pelo período de 60 dias,recebendo os tratos culturais necessários.

Foram avaliados a massa e a altura da parte aéreadas plantas, a massa das raízes e o número de galhas ede ovos por planta. Para a retirada dos ovos do

Page 29: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

27

Incorporação de Farinha de Semente de Mamão ao Solo para o Controle de Meloidogyne javanica

sistema radicular, as raízes de cada planta foramagitadas manualmente em NaOCl na concentraçãode 0,5 %, durante 3 minutos. A seguir, os ovos foramcoletados em peneira de 0,025 mm de abertura (500mesh), enxaguados em água corrente e guardados emtubos plásticos na geladeira (7 ºC) até o momento daavaliação. Os ovos foram contados com o auxílio decâmara de Peters e microscópio estereoscópio.

O período do experimento foi de setembro de2006 a janeiro de 2007, em casa de vegetação doDepartamento de Fitopatologia, no campus daUniversidade Federal de Viçosa, em Viçosa (MG). Oexperimento foi montado em delineamentosinteiramente casualizado, com oito repetições paracada tratamento. Os dados obtidos na avaliação foramanalisados utilizando-se o pacote Statistica (Statsoft,1998) e submetidos à análise de variância e deregressão, ao nível de 5 % de probabilidade.

Resultados e DiscussãoA incorporação das sementes de mamão ao solo

resultou em até 100 % de redução do número degalhas de M. javanica, quando comparado com atestemunha (Figura 1). Todas as doses testadasdiferiram estatisticamente da testemunha e nãodiferiram entre si, em relação à redução do númerode galhas de M. javanica por sistema radicular dotomateiro. A diferença estatística entre os tratamentospode ser observada na Tabela 1. A testemunha resultouno número médio de 193 galhas por sistema radicular,enquanto que a maior média obtida nos demaistratamentos foi de 24 galhas por sistema radicular deplantas cultivadas em solo em que foram incorporados4 % de sementes de mamão, porém esse valor nãodiferiu estatisticamente dos tratamentos em que nãofoi encontrada nenhuma galha por planta. Mesmo emdoses baixas, como a 1 %, a incorporação de sementes

Figura 1 - Número de galhas por sistema radicular de plantas de tomate cultivadas por 60 dias em solo infestado com o nematoideM. javanica, com a incorporação de diferentes doses de semente de mamão seca e moída (0 a 10%).

y = 24,82 + 9,72 * x - 44,48 * ln(x + 0,1) R² = 0,64

0

50

100

150

200

0 2 4 6 8 10

Semente de mamão (%)

me

rod

eg

alh

as

Tabela 1 - Valores médios de massa da parte aérea (g), altura (cm) e massa radicular (g) de plantas de tomates cultivadas em soloinfestado por Meloidogyne javanica com incorporação de diferentes doses de semente de mamão seca e moída comparados com as plantascultivadas em solo sem o nematoide pelo teste de Dunnett a 5 % de probabilidade.

*Significativo e superior ao tratamento sem nematoides, pelo teste de Dunnett, ao nível de 5 % de probabilidade.nsNão significativo, pelo teste de Dunnett, ao nível de 5 % de probabilidade.

Tratamentos Massa da parte aérea (g) Altura(cm) Massa radicular (g)

Tratamento sem nematoide 12,4 43,7 3,0Testemunha (pousio) 14,2ns 43,1ns 3,0ns

1 % (10 g semente / litro de solo) 25,3* 51,5ns 7,2ns

2 % (20 g semente / litro de solo) 35,8* 53,5 ns 11,0*3 % (30 g semente / litro de solo) 42,0* 60,4* 9,8*4 % (40 g semente / litro de solo) 46,3* 58,9* 12,9*5 % (50 g semente / litro de solo) 44,6* 63,1* 12,4*6 % (60 g semente / litro de solo) 51,9* 67,4* 9,7*7 % (70 g semente / litro de solo) 46,8* 60,1* 11,2*8 % (80 g semente / litro de solo) 51,3* 63,9* 13,3*9 % (90 g semente / litro de solo) 52,0* 73,6* 11,0*10 % (100 g semente / litro de solo) 60,3* 64,0* 13,0 *

Page 30: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

28 Vol. 36(1-2) - 2012

Wânia S. Neves, Leandro G. de Freitas, Rosangela Dallemole-Giaretta, Marcelo M. Coutinho, Silamar Ferraz & Douglas F. Parreira

de mamão ao solo foi eficiente em reduzir o númerode galhas causadas pelo nematoide. Com esse resultado,evidencia-se que o uso da semente de mamão emgrandes aéreas pode ser viável.

Resultados satisfatórios com a incorporação dematéria orgânica ao solo para o controle denematoides, também foram obtidos por outrosautores. Papavizas (1966, 1967) observou considerávelredução de Aphanomyces euteicles, causador da podridãode raiz, em ervilha, quando foram incorporados aosolo em casa de vegetação folhas e talos de crucíferas,tais como, repolho, mostarda, couve e nabo. SegundoMayton et al. (1996), os compostos sulfurososliberados pela decomposição das brássicas são osresponsáveis pelo efeito nematicida. Dentre essescompostos sulfurosos estão os isotiocianatos, nitrilase tiocianatos, que são liberados quando osglicosinolatos dos tecidos, na presença de mirosinase,entram em contato com a água (Mayton et al., 1996;Mithen, 2001; Wittstock & Halkier, 2002). Lazzeri etal. (1993) investigaram o efeito de glicosinolatos e deseus produtos sobre o nematoide Heterodera schachtii,observando que alil isotiocianato causou a morte de100 % dos nematoides após 96 horas de exposiçãoao produto in vitro.

Isotiocianatos também são liberados de sementesde mamão. Segundo Kermanshai et al. (2001), oisotiocianato de benzila é a substância predominantea apresentar atividade anti-helmintica nessas sementes.A eficiência do uso de farinha de semente de mamãono controle de nematoides também foi observadapor Neves et al. (2005a,b), em dois trabalhos realizadosin vitro em que foi testado o extrato aquoso de sementes

secas de mamão na concentração de 10 % sobre aeclosão e a inativação de juvenis de M. javanica e M.incognita. Os autores demonstraram nesses trabalhosque houve redução de 95,3 % e 99,3 % na eclosão deM. javanica e de M. incognita, respectivamente, e 100 %de eficiência na inativação e morte de juvenis de ambasas espécies do nematoide. Extrato de sementes demamão também foi testado por Coimbra et al. (2006),com 100 % de eficiência em relação à imobilidade dejuvenis e adultos do nematoide Scutellonema bradys, após24 horas de exposição ao extrato e em 67,2 % demortalidade dos nematoides expostos ao extrato.

Em relação à massa da parte aérea das plantas,todas as doses de semente de mamão diferiramestatisticamente da testemunha (Talela 1). O tratamentoem que foi usado 1 % da semente de mamão, alémde diferir da testemunha, também diferiu dos demaistratamentos, proporcionando, em média, um aumentode massa em torno de 78 % em relação à testemunha.No tratamento com incorporação de semente demamão na dose de 1 % foi obtida a menor massadas plantas em relação à testemunha, quando secompara com as demais doses (Figura 2). Aincorporação de sementes de mamão ao solo,proporcionou um ganho de massa da parte aérea deaté 300 % em relação à testemunha.

Na figura 3 podem ser observados valores emrelação à altura das plantas cultivadas por 60 dias emsolo infestado com o nematoide. A altura das plantascultivadas no solo em que não houve incorporaçãode semente de mamão (testemunha) foiestatisticamente igual à altura das plantas dostratamentos em que foram incorporados 1 % e 2 %

Figura 2 - Massa da parte aérea (g) de plantas de tomate cultivadas por 60 dias em solo infestado com o nematoide M. javanica, coma incorporação de diferentes doses de semente de mamão seca e moída (0 a 10 %).

y = 29,66 + 10,25 * ln(x + 0,1) R² = 0,78

0

20

40

60

80

0 2 4 6 8 10

Semente de mamão (%)

Peso

da

part

eaére

a(g

)

Page 31: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

29

Incorporação de Farinha de Semente de Mamão ao Solo para o Controle de Meloidogyne javanica

Figura 3 - Altura (cm) de plantas de tomate cultivadas por 60 dias em solo infestado com o nematoide M. javanica, com aincorporação de diferentes doses de semente de mamão seca e moída (0 a 10 %).

y = 51,49 + 6,66 * ln(x + 0,1) R² = 0,55

0

20

40

60

80

100

2 4 6 8 10

Semente de mamão (%)

Alt

ura

(cm

)

0

da semente ao solo e diferente dos demais tratamentos(Tabela 1). Os tratamentos com 8 %, 9 % e 10 % desementes incorporadas ao solo resultou,respectivamente, em plantas com altura 55, 70 e 56 %maior que as plantas do tratamento testemunha. Esseaumento significa um ganho de aproximadamente 30cm de altura quando se compara com plantas dotratamento testemunha, que tiveram em média 43 cmde altura, com as plantas com incorporação de 9 %de semente de mamão, que apresentaram em média73 cm de altura.

A Figura 4 mostra os valores da massa do sistemaradicular (g) das plantas de tomate cultivadas por 60dias em solo infestado com o nematoide, após aincorporação das diferentes doses de semente demamão. Com exceção da dose de 1 %, todas as demaisdoses resultaram em plantas com massas de sistemaradicular estatisticamente maiores das plantas do

tratamento testemunha (Tabela 1). O aumento damassa das raízes das plantas cultivadas nos demaistratamentos foi em média 282 % maior que o dasplantas da testemunha.

Para a comparação de médias de tratamentos paraas variáveis altura, massa da parte aérea e massa dasraízes das plantas cultivadas em solo sem infestaçãocom M. javanica, utilizou-se o teste de Dunnett a 5 %de probabilidade (Tabela 1). Pode-se verificar que asplantas cultivadas em solo sem o nematoide nãodiferiram em nenhuma das variáveis analisadas emrelação ao tratamento testemunha, portanto, adensidade de 415 juvenis de M. javanica / 100 cm³ desolo não afetou o crescimento das plantas. Em relaçãoà massa da parte aérea das plantas, todos os demaistratamentos foram significativamente maiores que osvalores obtidos em plantas cultivadas sem nematoide.No parâmetro altura das plantas, as plantas cultivadas

Figura 4 - Massa do sistema radicular (g) de plantas de tomate cultivadas por 60 dias em solo infestado com o nematoide M. javanica,com a incorporação de diferentes doses de semente de mamão seca e moída (0 a 10 %).

y = 7,41 + 2,38 * ln(x + 0,1) R² = 0,48

0

5

10

15

20

25

0 2 4 6 8 10

Semente de mamão (%)

Peso

rad

icu

lar

(g)

Page 32: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

30 Vol. 36(1-2) - 2012

Wânia S. Neves, Leandro G. de Freitas, Rosangela Dallemole-Giaretta, Marcelo M. Coutinho, Silamar Ferraz & Douglas F. Parreira

em solo sem a infestação do nematoide não diferiramdas cultivadas em solo incorporado com 1 % e 2 %de semente de mamão. Por outro lado, as plantascultivadas em solo com todas as demais doses desemente incorporada tiveram valores de altura maioresque os das plantas cultivadas em solo sem o nematoide.Esse fato indica o efeito da semente de mamão empromover um melhor desenvolvimento,provavelmente devido aos nutrientes liberados no solo,o que pode refletir em produtividade final das plantasmaior do que plantas cultivadas em solo sem aincorporação da semente de mamão,independentemente da presença ou não donematoide.

Segundo Stirling (1991), os mecanismos de açãocontra os nematoides associados à incorporação dematerial orgânico ao solo estão relacionados, em algunscasos, à melhoria das características físicas e químicasdo solo, o que resulta em melhor desenvolvimentodas plantas que se tornam mais tolerantes aoparasitismo. Esse efeito pode compensar os principaissintomas das nematoses, que são a redução docrescimento das plantas e a baixa produtividade dacultura (Gonçalves et al., 1995). Com a incorporaçãode cama aviária e casca de pinus ao solo, Blum et al.(2003) observaram a melhoria nas propriedades físicase químicas do solo, o que favoreceu a emergência e odesenvolvimento inicial de plantas de moranga epepino. Além disso, a incorporação de materialorgânico no solo resulta no aumento da populaçãode microrganismos antagonistas aos nematoides(Linford et al., 1938; Sitaramaih & Singh, 1978).

De acordo com os resultados obtidos no presentetrabalho, concluiu-se que a incorporação da sementede mamão ao solo é eficiente em controlar onematoide M. javanica desde a dose de 1 %,promovendo o crescimento das plantas.

AgradecimentosOs autores agradecem ao apoio da Fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais(FAPEMIG).

Literatura CitadaBONETI, J.I.S. & S. FERRAZ. 1981. Modificação do

método de Hussey & Barker para extração de ovos deMeloidogyne exigua de raízes de cafeeiro. FitopatologiaBrasileira, 6 (suplemento): 553.

BLUM, L.E.B., C.V.T. AMARANTE, G. GÜTTLER, A.F.MACEDO, D. KOTHE, A. SIMMLER, G. PRADO &L. GUIMARÃES. 2003. Produção de moranga e pepinoem solo com incorporação de cama aviária e casca depinus. Horticultura Brasileira, 21(4): 627-631.

COIMBRA, J.L., A.C.F SOARES, M.S. GARRIDO, C.S.SOUSA, & F.L.B RIBEIRO. 2006. Toxicidade deextratos vegetais a Scutellonema bradys. PesquisaAgropecuária Brasileira, 41 (7): 1209-1211.

DAR, R.N., L.C. GARG & R.D. PATHAK. 1965.Anthelmintic activity of Carica papaya seeds. IndianJournal of Pharmacy, 27: 335-336.

GONÇALVES, W., P. MAZZAFERA, L.C.C.B. FERRAZ,M.B. SILVAROLLA &. M.M.A. LIMA. 1995.Biochemical basis of coffee tree resistance to Meloidogyneincognita. Plantation Recherche Development, 2: 54-60.

JENKINS, W.R. 1964. A rapid centrifugal-flotation techniquefor separating nematodes from soil. Plant DiseaseReporter, 48: 692.

KERMANSHAI, R., B.E. MCCARRY, J. ROSENFELD, P.S.SUMMERS, E.A. WERETILNYK & G.J. SORGER.2001. Benzyl isothiocyanate is the chief or soleanthelmintic in papaya seed extracts. Phytochemistry, 57:427-435.

KRISHNAKUMARI, M.K. & S.K. MAJUMDER. 1960.Studies on anthelmintic activities of seeds of Caricapapaya Linn. Annals of Biochemistry and ExperimentalMedicine, 20: 551-556.

LAL, J., S. CHANDRA, V. RAVIPRKASH & M. SABIR.1976. In vitro anthelmintic action of some indigenousmedicinal plantas on Ascaridia gali worms. IndianJournal of Physiology and Pharmacology, 20: 64-68.

LAZZERI, L., R. TACCONI & S. PALMIERI. 1993. In vitroactivity of some glucosinolates and their reactionproducts toward a population of the nematodeHeterodera schachtii. Journal Agric. Food Chemical, 41:825-829.

LINFORD, M.B., Y. FRANCIS & J.M. OLIVEIRA. 1938.Reduction of soil populations of the root-knotnematode during decomposition of organic matter. SoilScience, 45(2): 127-141.

MAYTON, H.S., O. CLAUDIA, S.F. VAUGHN & R. LORIA.1996. Correlation of fungicidal activity of Brassica specieswith allyl isotiocianato production in macerated leaftissue. Phytopathology, 86: 267-271.

MITHEN, R.F. Glucosinolates and their degradationproducts. 2001. Advances in Botanical Research, 35: 213–262.

Page 33: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

31

Incorporação de Farinha de Semente de Mamão ao Solo para o Controle de Meloidogyne javanica

NEVES, W.S., M.M. COUTINHO, R.J.F. ZOOCA, R.DALLEMOLE-GIARETTA & L.G. FREITAS. 2005a.Inibição da eclosão de juvenis de Meloidogyne javanica ede M. incognita por extrato aquoso de sementes demamão. Fitopatologia Brasileira, 32 (Suplemento).

NEVES, W.S., M.M. COUTINHO, R. DALLEMOLE-GIARETTA, R.J.F. ZOOCA, L.G. FREITAS & C.F.S.FABRY. 2005b. Atividade nematicida de extratos desemente de mamão sobre juvenis de Meloidogyne javanicae M. incognita. Fitopatologia Brasileira, 32 (Suplemento).

PAPAVIZAS, G.C. 1968. Supression of Aphanomyces rootrot of peas by cruciferous soil amendements.Phytopathology, 56: 1071-1075.

PAPAVIZAS, G.C. 1967. Comparasion of treatmentssuggested for control of Aphanomyces root rot of peas.Plant Disease, 51: 125-129.

SITARAMAIAH, K. & R.S. SINGH. 1978. Effect of organicamendment on phenolic content of soil and plantresponse of Meloidogyne javanica and its host to relatedcompounds. Plant and Soil, 50: 671-679.

STAPLETON, J.J. 2000. Soil solarizations in variousagricultural production systems. Crop Protection, 19:837-841.

STATSOFT, Inc. STATISTICA for Windows (computerprogram manual). 1998. Statsoft Inc., Tulsa (OK) EUA.<http://www.statsoft.com>. acesso em 02 de maio 2011.

STIRLING, G.R. 1991. Biological control of plant parasiticnematodes: Progress, problems and perspects. CABInternational, Wallingford – UK, 282 p.

WITTSTOCK, U. & B.A. HALKIER. 2002. Glucosinolateresearch in the Arabidopsis era. Trends in Plant Science, 7:263–270.

Page 34: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

32 Vol. 36(1-2) - 2012

Lucas M. de Souza, Alcides Moino Júnior, Natália R. Mertz, Marco Aurélio T. da Silva, Flávio M. Soares & Ronald Z. Bonete Filho

Nematoides Entomopatogênicos e Compatibilidade com ImidacloprideVisando ao Controle de Spodoptera frugiperda em Viveiro Florestal

Lucas M. de Souza1*, Alcides Moino Júnior2, Natália R. Mertz2, Marco Aurélio T. da Silva3, Flávio M.Soares4 & Ronald Z. Bonete Filho2

1Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Parque Estação Biológica, PqEB, Avenida W5 Norte (final), C. Postal02372, 70770-917 Brasília (DF) Brasil.

2Universidade Federal de Lavras, C. Postal 3037, 37200-000 Lavras (MG) Brasil.3Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Fitotecnia, 88040-900 Florianópolis (SC) Brasil.

4Universidade Federal de Lavras, Departamento de Entomologia; C. Postal 3037, 37200-000 Lavras (MG) Brasil.*Autor para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 7 / 01 / 2012. Aceito em 15 / 02 / 2012Editado por Luiz Carlos C.B. Ferraz

Resumo - Souza, L.M., A. Moino Júnior, N.R. Mertz, M.A.T. Silva, F.M. Soares & R.Z. Bonete Filho. 2012.Nematoides entomopatogênicos e compatibilidade com imidaclopride visando ao controle de Spodopterafrugiperda em viveiro florestal.

A patogenicidade e a virulência de isolados de nematoides entomopatogênicos (NEPs) dos gêneros Steinernemae Heterorhabiditis em lagartas de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera) foram avaliada em laboratório. Além disso,avaliaram-se a viabilidade e a infectividade dos isolados mais virulentos combinados com o inseticidaimidaclopride visando à utilização sinérgica em mudas de eucaliptos em viveiros florestais. A compatibilidadedos melhores isolados incluídos no primeiro experimento (H. amazonensis RSC05, Heterorhabditis sp. JPM4 e H.bacteriophora HP88) com o imidaclopride foi avaliada usando a metodologia de Negrisoli et al. (2008), commodificações. Todas as concentrações de Heterorhabditis causaram mortalidade, com exceção da testemunha,sendo H. amazonensis RSC05 o isolado mais virulento. Verificou-se, ainda, que os isolados de Heterorhabditis, demodo geral, foram mais virulentos que os de Steinernema. O imidaclopride não afetou a viabilidade nem ainfectividade dos NEPs, nas comparações com a testemunha sem o produto.Palavras-chaves: controle microbiano, Heterorhabditidae, Steinernematidae.

Summary - Souza, L.M., A. Moino Júnior, N.R. Mertz, M.A.T. Silva, F.M. Soares & R.Z. Bonete Filho. 2012.Entomopathogenic nematodes and their compatibility with imidacloprid in the control of Spodoptera frugiperdain a forest nursery.

The pathogenicity and virulence of isolates of the entomopathogenic nematodes (EPNs) Steinernema andHeterorhabiditis to Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) were evaluated under laboratory conditions.Aiming the synergistic use on eucalypt plants in forest nurseries, the viability and infectivity of the most virulentisolates combined with the insecticide imidacloprid were also investigated. This compatibility study was basedon the methodology used by Negrisoli et al. (2008) with modifications. All concentrations of the Heterorhabditisisolates used caused mortality, except for the control, and H. amazonensis RSC05 was rated as the most virulentisolate. Moreover, in a general sense, the Heterorhabditis isolates were more virulent than those of Steinernema.Imidacloprid did not affect the viability and infectivity of the NEPs compared with the control treatmentswithout the insecticide.Key words: biological control, Heterorhabditidae, Steinernematidae.

ARTIGO

Page 35: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

33

Nematoides Entomopatogênicos e Compatibilidade com Imidaclopride Visando ao Controle de Spodoptera frugiperda em Viveiro Florestal

IntroduçãoO Brasil apresenta área total de florestas plantadas

de 6.310.450 hectares, dos quais 4.516.000 hectarescorrespondem a espécies de eucalipto. Segundo aAssociação Brasileira de Produtores de FlorestasPlantadas (ABRAF, 2010), plantios de eucalipto noBrasil se destinam, basicamente, à produção decelulose, papel e carvão vegetal.

O processo de propagação vegetativa porminiestaquia em tubetes de plástico, para atender àprodução massal de mudas de Eucalyptus spp. emviveiros florestais, é das fases mais importantes naimplantação de povoamentos florestais e, devido aomenor custo e às vantagens de operação, tem sidoadotado pela maioria das empresas eucaliptocultorasbrasileiras (Alfenas et al., 2004).

A qualidade das mudas no momento do plantiono campo garante uma floresta de alta produtividadee depende, entre outros fatores, do manejo adequadode certas pragas, como Spodoptera frugiperda(Lepidoptera: Noctuidae). Conhecida como lagarta-do-cartucho, as larvas dessa espécie; que se abrigamentre os recipientes das mudas ou em entulhos; atacamas plântulas de eucalipto na altura do coleto,principalmente em reboleira, carregando-as aosesconderijos ou desfolhando-as. Os danos são maioresem plântulas nos primeiros dias após a germinação,ou em brotações novas de matrizes clonais cultivadasem canteiros de areia. A presença de fezes e folhasentre os recipientes e de fios de seda sobre as mudasdenunciam a ocorrência das lagartas.

A ocorrência é anual, com picos em períodos demaior disponibilidade de mudas com poucos diasou semanas de idade (Zanetti, 2008). Nessa situação,quando as mudas apresentam caules tenros, uma únicalagarta pode cortar dezenas delas e, sob condiçõesfavoráveis, entre 50% a 100 % das mudas podem ser

destruídas ou severamente danificadas (Anjos et al.,1986).

Poucos produtos à base de inimigos naturais daspragas estão disponíveis para as empresas de viveirosflorestais, bem como às áreas de plantio, justificandograndes investimentos em insumos, estimados em R$7,2 bilhões de reais para o período 2009 a 2014, egerando problemas ambientais, econômicos e sociais(ABRAF, 2010).

O biocontrole de insetos com produtos à base denematoides entomopatogênicos (NEPs) pode ser umaalternativa viável, eficiente e segura, dadas certascaracterísticas que os tornam vantajosos, comocompatibilidade com produtos fitossanitários(Koppenhöfer, 2007; Negrisoli Jr. et al., 2010) e altacapacidade de adaptação a novos ambientes(Hominick et al., 1996; Lewis et al., 2006).

A combinação de NEPs com imidaclopride,inseticida com baixo impacto ambiental e baixatoxicidade aos vertebrados, pode vir a constituir boaalternativa ao uso isolado deste, em larga escala, nosviveiros florestais (Elbert et al., 1991).

Dessa forma, os objetivos do trabalho, conduzidoem laboratório, foram avaliar a patogenicidade e avirulência de isolados de NEPs dos gêneros Steinernemae Heterorhabiditis em relação a lagartas de S. frugiperdae avaliar a compatibilidade de uso dos isolados maisvirulentos com o imidaclopride.

Material e MétodosObtenção de isolados de NEPs. Os isolados

de NEPs utilizados (Tabela 1) foram obtidos dobanco de entomopatógenos do Laboratório dePatologia de Insetos da Universidade Federal deLavras (Lavras, MG) e do Instituto Biológico(Campinas, SP). Foram mantidos em suspensãoaquosa, em frascos de cultura de tecidos armazenados

Tabela 1 - Isolados de NEPs utilizados nos ensaios e respectivos locais de origem.

Isolados Local de origem

Steinernema brazilense IBCB n-06 Porto Murtinho, MT, BrasilSteinernema carpocapsae All Carolina do Norte, EUASteinernema sp. CB n-27 Mogi-Guaçu, SP, BrasilHeterorhabditis amazonensis RSC 05 Benjamin Constant, AM, BrasilHeterorhabditis sp. (JPM 4) Lavras, MG, BrasilHeterorhabditis bacteriophora HP88 Nova Jersey, EUA

Page 36: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

34 Vol. 36(1-2) - 2012

Lucas M. de Souza, Alcides Moino Júnior, Natália R. Mertz, Marco Aurélio T. da Silva, Flávio M. Soares & Ronald Z. Bonete Filho

em câmara climatizada a 16ºC.A multiplicação foi feita por métodos in vivo

modificados de White (1927), Woodring & Kaya(1988) e Molina & López (2001), utilizando lagartasde último ínstar de Galleria mellonella, provenientes decriações já estabelecidas. Os juvenis infectantes (JI)foram usados após dois dias da emergência, nomáximo, com 95% de viabilidade.

Patogenicidade e virulência de isolados deNEPs a Spodoptera frugiperda. O bioensaio foiconduzido em delineamento inteiramente casualizadoe avaliando-se a ação de seis isolados em cincoconcentrações distintas [zero (testemunha), 70, 150,300 e 600 JI], em 0,5 ml de água destilada por inseto,aplicadas topicamente com auxílio de pipeta. Cadacombinação isolado / concentração representou umtratamento, que consistiu de 42 exemplares de S.frugiperda dispostos em sete repetições com seis porrepetição, acondicionados em copos plásticos de 50ml com tampa acrílica.

Consideraram-se patogênicos às lagartas osisolados que mataram no mínimo um indivíduo dentrodas combinações, com causa devidamenteconfirmada, sendo, portanto, a patogenicidade umavariável categórica. Por outro lado, a virulência foitratada como variável contínua e comparada emdiferentes concentrações para cada isolado.

Lagartas de 10 dias de idade (entre 3º. e 4.º ínstares)foram obtidas de criação na qual se utilizava dietaartificial baseada em Cruz (2009). Uma lagarta foicolocada no interior do copo plástico sobre pedaçode papel filtro (tamanho suficiente para cobrir o fundodo copo) e com dieta artificial suficiente para o insetose alimentar durante o experimento. Salienta-se quenão se utilizou mais de um indivíduo por copo devidoao canibalismo da espécie e à necessidade derepetições independentes.

Durante cinco dias de exposição, verificou-sediariamente a mortalidade de lagartas. Os insetosmortos foram retirados e armazenados em coposplásticos (50 ml), em condições semelhantes a umacâmara seca por cinco dias, tempo necessário para amultiplicação dos nematoides no cadáver. Após esseperíodo, foram feitas dissecações com auxílio de bisturie agulha histológica, para confirmação do agente causal.

A mortalidade das lagartas foi utilizada para

determinar a patogenicidade de cada isolado, bemcomo a virulência, em diferentes concentrações.Análise de regressão polinomial foi realizada, seguidade análise de variância.

Os dados de mortalidade foram analisados emmodelos lineares generalizados (função glm) comdistribuição binomial, obtendo DL50 por “logit”. Osmodelos foram comparados pela DL50, considerandotratamentos iguais aqueles que apresentaram intervalosde confiança que se sobrepõem. A variável explicativaé concentração (NEP / inseto) e a variável resposta émortalidade em que as curvas representam o modelode cada isolado. As análises foram realizadas peloprograma estatístico R (R Development Core Team,2010) a 5 % de significância.

Compatibilidade dos isolados de NEP com oimidaclopride. Foram selecionados os isolados H.amazonensis RSC05, Heterorhabditis sp. JPM4 e H.bacteriophora HP88, devido à maior mortalidadeapresentada no experimento anterior, para avaliar acompatibilidade com o produto imidaclopride, deuso comum em viveiros florestais. Foi adotada ametodologia de Negrisoli Júnior et al. (2008) commodificações, considerada técnica adequada devidoà simplicidade de montagem, avaliação precisa e baixocusto total. Um litro da formulação do produtocomercial foi preparado, proporcionalmente àconcentração recomendada em alta infestação (500 g/ 100 litros de água).

Os tratamentos consistiram de cinco repetições,formadas cada uma por placas de Petri com 20 mlda calda do produto e 2.500 JI suspensos em 1 ml deágua destilada dos respectivos isolados. A parte debaixo foi fechada com filme PVC e tampada com aparte de cima da placa, a fim de se evitar evaporaçãoda mistura durante o período de armazenamento. Emseguida, as placas foram acondicionadas em câmaraclimática a 25 ºC ± 2 °C, UR de 70 ± 10 % e 12horas de fotoperíodo. Como testemunha, 1 ml dasuspensão do isolado foi misturado a 20 ml de águadestilada.

Optou-se por utilizar placas de Petri de 9 cm dediâmetro devido à grande área apresentada, evitandoproblemas de decantação e não expondo os JI a umaconcentração acima do desejado no experimento.

A viabilidade dos nematoides foi avaliada 48 horas

Page 37: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

35

Nematoides Entomopatogênicos e Compatibilidade com Imidaclopride Visando ao Controle de Spodoptera frugiperda em Viveiro Florestal

após a exposição. Para tanto, alíquotas foram retiradasda suspensão e 100 JI de cada repetição foramobservados em estereoscópio para determinar amortalidade. Foram considerados mortos aqueles quenão responderam a repetidos estímulos com estilete.

A infectividade dos nematoides foi testada nomesmo período que a viabilidade. Os NEPs foramlavados em 200 ml de água destilada, por 30 segundos,para retirar o imidaclopride com auxílio de peneirasde 500 mesh evitando perdas de JI. Após a lavagem,uma alíquota de 0,2 ml (cerca de 100 JI) foi pipetadaem oito lagartas individualizadas em copos plásticoscom papel filtro e dieta artificial. O bioensaio foiacondicionado em condições semelhantes às dosexperimentos anteriores.

Os dados de viabilidade de JI e mortalidade delagartas foram submetidos à análise de variância.Foram verificadas as premissas da ANOVA utilizando-se o teste Shapiro-Wilk como teste de normalidade eteste de Levene para homocedasticidade.

Para o cálculo da eficiência de infectividade (E),procedeu-se à correção pela fórmula: E% = (1 – mt/ mc) x 100, em que mt = mortalidade do tratamentoe mc = mortalidade do controle, de acordo comPeters & Poullot (2004), baseado na International

Organisation for Biological and Integrated Controlof Noxious Animals and Plants (IOBC). Os valoresde eficiência do inseticida para cada isolado foramclassificados como: 1 = não tóxico (< 30 %); 2 =levemente tóxico (30 a 79 %); 3 = moderadamentetóxico (80 a 99 %); e 4 = tóxico ( > 99 %).

Resultados e DiscussãoPatogenicidade e virulência dos isolados de

NEPs a Spodoptera frugiperda. Houvemortalidade em todos os isolados, indicando serempatogênicos, porém detectaram-se diferenças navirulência (Figura 1).

Devido à ausência de mortalidade nas testemunhas,não foi necessário comparar com a mortalidadeconfirmada. A morte causada por outro agente podeser considerada baixa o suficiente para não haverdiferenças estatísticas entre ambas as mortalidades.

Os dados de DL50 mostram que H. amazonensisRSC 05, Heterorhabditis sp. JPM 4 e H. bacteriophoraHP88 foram os isolados mais virulentos (Tabela 2).H. amazonensis RSC 05 foi o mais virulento entre eles,enquanto os outros dois mostraram-se iguais devidoà sobreposição do intervalo de confiança. Não foipossível obter DL50 para S. carpocapsae All devido à

Figura 1 - Curvas de mortalidade (%) em relação à concentração para cada isolado de NEP.

Tabela 2 - Valores de DL50 determinados para os isolados de NEPs incluídos no estudo.Isolados DL50 (EP) JI/inseto

Heterorhabditis amazonensis RSC 05 87.42 ± 20,45 aHeterorhabditis bacteriophora HP88 297.38 ± 28.74 bHeterorhabditis sp. (JPM 4) 345.28 ± 50.13 bSteinernema brazilense IBCB n-06 783.03 ± 105.72 cSteinernema sp. CB n-27 1075.96 ± 304.26 dSteinernema carpocapsae All -

110

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700

HP88

RSC05

JPM4

CB27

CB02

CB06

HP88

RSC05

JPM4

CB27

CB02

Mo

rta

lid

ad

e(%

)

y = -0,0006x²+0,4625x+16,364

R²=0,8326

y=0,1274x+10,992R²=0,9167

y=-0,0003x²+0,2455x+11,304R²=0,707

y=0,0467x+0,0177R²=0,9765

y=3E-05x²-0,0051x+0,5404R²=0,8345

y=4E-07x³-0,0004x²+0,0741x-0,312R²=0,9223

Page 38: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

36 Vol. 36(1-2) - 2012

Lucas M. de Souza, Alcides Moino Júnior, Natália R. Mertz, Marco Aurélio T. da Silva, Flávio M. Soares & Ronald Z. Bonete Filho

baixa mortalidade apresentada por esse isolado.Entre os isolados comparados neste estudo, H.

amazonensis RSC 05 mostrou-se o mais adequado parauso em trabalhos futuros afins, devido à menorconcentração de nematoide necessária para matar apraga, o que torna o controle menos oneroso.

De forma geral, nas condições do experimento,os isolados de Heterorhabditis foram mais virulentosque os de Steinernema. Apesar de estes últimos teremsido patogênicos, apresentaram baixa virulência paraas lagartas de 10 dias.

Por outro lado, Garcia et al. (2008) obtiveram altastaxas de mortalidade de S. frugiperda com dosesrelativamente baixas de Steinernema brazilense, sugerindoque algum fato possa ter contribuído para as grandesdiferenças de mortalidade obtidas. Novos estudosdevem ser realizados procurando conhecer a causa,ou causas, que levaram a essas diferenças, contribuindoà padronização de produtos à base de NEP.

Os presentes resultados corroboram os de Tol &Raupp (2005), que verificaram que algumas espéciesde insetos são mais suscetíveis a espécies deHeterorhabditis do que de Steinernema. Além disso,diferenças na virulência de NEPs podem ser atribuídasà especificidade, à morfologia, à origem e àvariabilidade genética dos isolados, bem como àtolerância do hospedeiro (Stuart et al., 2006).

Anteriormente, Alves et al. (2009) verificaram queisolados de Heterorhabditis foram mais virulentos doque os de Steinernema no controle da cochonilha daraiz do cafeeiro (Dysmicoccus texensis), obtendo-semortalidades máximas de 100% e 34%,respectivamente, à concentração de 100 JI / inseto.

Quanto à morfologia do nematoide, Adams &Nguyen (2002) demonstraram que a maioria dosHeterorhabditidae tem tamanho menor que o dosSteinernematidae, o que pode explicar, pelo menosem parte, o maior sucesso dos isolados deHeterorhabditis em relação aos de Steinernema. Issoporque o menor tamanho facilita a penetração, alémde permitir maior acesso de JI no hospedeiro. Comose utilizaram lagartas com 10 dias de idade,pertencentes aos ínstares iniciais, as aberturas do corpo(boca, ânus e espiráculos) são proporcionalmentemenores, dificultando a penetração dos JI deSteinernema.

Portanto, baseado no tamanho dos JI, os resultadosdeste trabalho não descartam a possibilidade de osisolados do gênero Steinernema, que não mataram oumataram poucas lagartas, serem patogênicos e maisvirulentos em outras condições. A possível barreirafísica imposta pelas lagartas de ínstares iniciais poderiaser eventualmente superada em ínstares maisavançados, em que aberturas maiores tornassem maisfácil a penetração dos JI e os isolados mais virulentos.

O fato de algumas lagartas mortas nãoapresentarem nematoides após dissecadas não descartatotalmente a possibilidade terem sido mortas pelomesmos. Além disso, a técnica de dissecação podeapresentar dificuldades na visualização de NEPs,quando a ocorrência destes é escassa. A ausência demortalidade nas testemunhas permite inferir que amorte de lagartas causada por outro agente causal foibaixa ou inexistente. Portanto, é possível que a lagartade S. frugiperda não seja um hospedeiro adequado àmultiplicação de JI do gênero Heterorhabditis, apesarda alta infectividade.

As curvas de mortalidade dos diferentestratamentos de Heterorhabditis são apresentadas nasFiguras 2, 3 e 4. Devido à baixa mortalidadeapresentada pelos tratamentos do gênero Steinernema,optou-se por representar graficamente apenas ascurvas dos isolados de Heterorhabditis.

As concentrações 150, 300 e 600 JI / inseto foramrepresentadas em apenas uma curva de mortalidade(-0,0292x3 + 0,1895x2 - 0,0437x - 0,0295) parasimplificar o modelo, pois apresentaram TL50 iguais.A curva apresentou TL50= 2,12, enquanto que a curvade mortalidade da concentração 70 (-0,0287x3 +0,2081x2 - 0,1987x + 0,0009) foi 2,82.

Segundo Ffrench-Constant & Bowen (1999),NEPs matam os hospedeiros em até 48 horas, porémas curvas indicam o início da mortalidade a partir de24 horas. Como foi feita apenas uma avaliação diária,no primeiro dia não se detectou mortalidade,iniciando-se a partir do segundo dia. Provavelmente,o início da mortalidade ocorreu próximo da segundaavaliação, fato que poderia ser confirmado com umaeventual avaliação no intervalo de tempo intermediáriode 36 horas.

As curvas das concentrações 150, 300 e 600 de H.amazonensis RSC05, quando comparada à da

Page 39: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

37

Nematoides Entomopatogênicos e Compatibilidade com Imidaclopride Visando ao Controle de Spodoptera frugiperda em Viveiro Florestal

Figura 2 - Curvas de mortalidade de S. frugiperda submetida ao isolado H. amazonenses RSC05, em diferentes concentrações, durantecinco dias.

Figura 3 - Curvas de mortalidade de Spodoptera frugiperda submetida ao isolado Heterorhabditis bacteriophora HP88, em diferentesconcentrações, durante cinco dias.

Figura 4 - Curvas de mortalidade de Spodoptera frugiperda submetida ao isolado Heterorhabditis sp. JPM4, em diferentes concentrações,durante cinco dias.

Tempo (dias)

0 1 2 3 4 5

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

[70]

[0]

[150] [300] [600]

Mo

rtalid

ad

e

Tempo (dias)

0 1 2 3 4 5

Mo

rtalid

ad

e

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0[0]

[70]

[150] [300]

[600]

Tempo (dias)0 1 2 3 4 5

Mo

rtalid

ad

e

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0[0][150][70][300] [600]

Page 40: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

38 Vol. 36(1-2) - 2012

Lucas M. de Souza, Alcides Moino Júnior, Natália R. Mertz, Marco Aurélio T. da Silva, Flávio M. Soares & Ronald Z. Bonete Filho

concentração 70, demonstraram mortalidade maisrápida e intensa.

Rápida penetração no corpo do hospedeiro, mortedeste por septicemia e elevada virulência em baixasconcentrações são características importantesdemonstradas pelo isolado H. amazonensis RSC05,principalmente na concentração de 150 JI / inseto,visando à seleção do mesmo como possível agentede controle de S. frugiperda em viveiros florestais.

As equações das curvas das concentrações 70, 150e 300 e 600 são 0,01x2 + 0,04x - 0,01, -0,1x2 + 0,17x- 0,05 e -0,02x2 + 0,32x - 0,10, respectivamente. Porsua vez, as TL50 das concentrações 150-300 e 600foram 5,04 e 2,24 dias, respectivamente. Não serepresentou o TL50 na concentração 70 por terexcedido ao número de dias do ensaio. As curvas doisolado de H. bacteriophora HP88 mostrarammortalidade concentrada no período de 1 a 3 dias,exceto na testemunha, com pouca queda após esseperíodo (Figura 3). A diferença de mortalidade entreos tratamentos foi maior, comparada com a dostratamentos de H. amazonensis RSC05. Houvediferenças de mortalidade em todos os tratamentoscom nematoides, exceto entre as concentrações 150 e300.

Nesse caso, para se atingir uma mortalidadesemelhante à observada com o isolado anterior seriamnecessárias grandes quantidades de JI por inseto,acarretando custo bem maior em eventual formulaçãopara ser aplicada em viveiro florestal.

As curvas de sobrevivência do isoladoHeterorhabditis sp. JPM4 (Figura 4) mostram períodode mortalidade das lagartas entre o segundo e o quintodia de avaliação. As curvas indicam maior demoraem iniciar a mortalidade, além de mostraremmortalidade por tempo mais longo. Nesse caso, ocrescimento das lagartas durante os cinco dias oumesmo a idade das mesmas pode ter sido fatordesfavorável à infectividade do isolado.

As equações das curvas das concentrações 70, 150e 300-600 de Heterorhabditis sp. JPM4 são 0,02x2 -0,06x - 0,02, 0,03x2 - 0,05x + 0,01 e -0,03x2 - 0,04x -0,01, respectivamente. As TL50 das concentrações 150e 300-600 foram 5,02 e 4,30 dias, respectivamente.Não se representou o TL50 na concentração 70 porter excedido o número de dias do ensaio.

Segundo Boff et al. (2000), a duração do ciclo doNEP no hospedeiro depende de vários fatores, comoa espécie do inseto, o tamanho do JI, a temperaturaambiente e a quantidade de JI que penetra no inseto,sendo, portanto, alguns indicativos do maior intervalosem mortes desse isolado e de sua menor virulência.

Assim, considera-se que o isolado Heterorhabditissp. JPM4 não apresenta as características desejáveispara ser trabalhado em testes em viveiros florestais,pois, além de apresentar baixa mortalidade, é lentoem sua ação.

Compatibilidade dos isolados de NEP com oimidaclopride. A viabilidade dos isolados H.amazonensis RSC 05, H. bacteriophora HP88 eHeterorhabditis sp. JPM 4 imediatamente antes damontagem dos experimentos foi de 99,43 % (M) ±0,38 % (DP), 95,84 % ± 0,97 % e 83,43 % ± 1,10 %,respectivamente.

Foi realizada comparação estatística entre osisolados, mas a análise principal é a comparação dentrodo mesmo isolado, verificando-se apenas o efeito doproduto fitossanitário na viabilidade dos JI.

A análise de variância mostrou que pelo menosum tratamento analisado difere estatisticamente dosoutros (F5,24 = 131,05; p = 2,2-16). O teste denormalidade Shapiro-Wilk e o teste dehomocedasticidade de Levene foram favoráveis àaplicação da análise de variância: W = 0,927, p = 0,061;F = 1,42, p = 0,25, respectivamente.

Não houve diferenças na viabilidade dos JI entretratamentos com H. amazonensis RSC 05 e H.bacteriophora HP88, após dois dias de exposição aoimidaclopride, e testemunha (nematoide semexposição ao produto). Entretanto, houve diferençana viabilidade do isolado Heterorrhabditis, sp. JPM4quando comparada à da testemunha e do tratamentoimidaclopride (Tabela 3).

O protocolo IOBC sugere a classificação 1 (nãotóxico) para inseticidas que resultem em Eficiência deMortalidade (E) abaixo de 30 % nas avaliações deinfectividade, não havendo aplicação dessa escala paraa variável viabilidade. Porém, apesar de verificadadiferença estatística no teste de viabilidade deHeterorhabditis sp. JPM4, a diferença foi inferior a 30%, comparada ao tratamento controle, o quepermitiria classificá-lo como produto não-tóxico, se

Page 41: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

39

Nematoides Entomopatogênicos e Compatibilidade com Imidaclopride Visando ao Controle de Spodoptera frugiperda em Viveiro Florestal

fosse levada em conta a mesma classificação utilizadapara a infectividade.

Resultados semelhantes foram obtidos no estudode Andaló et al. (2004), em que não houve efeitoprejudicial sobre a viabilidade de Steinernema arenarium,quando em contato com o imidaclopride.

A infectividade dos NEPs testados em lagartas de3º. a 4º. ínstar de S. frugiperda não foi afetada pelaexposição dos JI ao produto fitossanitárioimidaclopride (Tabela 4). A partir do teste de Shapiro-Wilk, aceitou-se a hipótese de normalidade dos dadosde infectividade (W = 0,96; p = 0,27) e do teste deLevene aceitou-se a homogeneidade dos dados (F =0,31; p = 0,90), permitindo a realização da análise de

variância (F5,24 = 1,41; p = 0,26).Como os tratamentos são iguais estatisticamente,

apenas um modelo foi criado para representar a curvade sobrevivência (Figura 5). Baseado no protocolopela IOBC, o neonicotinoide imidaclopride pode serconsiderado compatível com os isolados deHeterorhabditis testados.

O mesmo foi observado por Koppenhöfer et al.(2000a, b), que mostraram que a combinação cominseticidas neonicotinoides não afetou a infectividadee a patogenicidade do NEP aplicado, nem areprodução no hospedeiro ou a infectividade e apatogenicidade da sua progênie. Mesmo sobcondições extremas, às quais o nematoide poderia ser

Tabela 3 - Porcentagem de viabilidade (M±DP) após dois dias de exposição dos isolados de Heterorhabditis testados frente aoimidaclopride.

Tratamento Viabilidade (%)H. amazonensis RSC 05 H. bacteriophora HP88 Heterorhabditis sp. (JPM 4)

Testemunha 98,23 ± 0,20 a 93,16 ± 0,54 a 78,46 ± 3,1 aImidaclopride 97,33 ± 0,77 a 91,70 ± 2,39 a 68,34 ± 4,24 b

Tabela 4. Porcentagem de infectividade [M ± EP(M)] dos isolados de Heterorhabditis às lagartas de S. frugiperda após dois dias emcontato com imidaclopride.

Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem entre si.

Tratamento Mortalidade Total (%) E%1 C2

H. bacteriophora HP88 + Imidaclopride 80,00 ± 18,96 a <1,00 1H. bacteriophora HP88 72,50 ± 18,54 a -H. amazonensis RSC 05 65,00 ± 20,54 a -Heterorhabditis sp. JPM 4 + imidaclopride 62,50 ± 26,52 a <1,00 1Heterorhabditis sp. JPM 4 62,00 ± 12,50 a -H. amazonensis RSC 05 + imidaclopride 60,92 ± 20,92 a 11,54 1

Figura 5 - Curva de mortalidade (%) de Spodotera frugiperda submetida aos isolados de Heterorhabditis após dois dias de exposição aoimidaclopride.

Tempo (dias)

0 1 2 3 4 5

Mo

rtalid

ad

e(%

)

0

20

40

60

80

100

Tratamentos

1Eficiência de mortalidade calculada pela fórmula: E% = 100 – (1 – t / mc) x 1002 Classificação toxicológica do inseticida: 1 = não-tóxica (< 30%)

Page 42: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

40 Vol. 36(1-2) - 2012

Lucas M. de Souza, Alcides Moino Júnior, Natália R. Mertz, Marco Aurélio T. da Silva, Flávio M. Soares & Ronald Z. Bonete Filho

submetido quando misturado em tanques com osinseticidas, essas variáveis avaliadas foram afetadas.

Além disso, a compatibilidade do imidaclopridecom JI de H. bacteriophora foi avaliada porKoppenhöfer & Kaya (1998), que observaram ainviabilidade de apenas 0,7 % a 3 % dos JI,considerando o produto compatível com aquelaespécie de NEP.

Andaló et al. (2004) verificaram que S. arenariumcausou 80 % de mortalidade em lagartas de G.mellonella quando em contato com o produtoimidaclopride, resultados que foram corroboradospelos obtidos no presente estudo. Entretanto,considera-se a utilização de S. frugiperda, comohospedeiro para os testes de infectividade, deimportância prática maior em relação aos objetivosfinais do estudo do que utilizar G. mellonella, ohospedeiro para multiplicação dos NEPs.

Um dos motivos que justificam a compatibilidademostrada nesses trabalhos é que imidaclopride é uminseticida neonicotinoide com toxicidade relativamentebaixa a vertebrados e baixa a invertebrados benéficos(Kunkel et al., 2001).

Negrisoli Jr. et al. (2010) demonstraram a interaçãode diversos produtos registrados para a cultura domilho (não inclui imidaclopride) em dose sub-letalcom NEP para controle de S. frugiperda,representando a possibilidade de utilizar essesinergismo com as tecnologias de aplicação atuais.Entretanto, os autores registraram baixa eficiência damistura para o controle da praga, necessitando de maisestudos para determinar a concentração ótima deproduto e NEP a ser utilizada em campo.

Os resultados deste trabalho demonstram que nãohá necessidade de aplicar grandes quantidades de NEPpara se obter um resultado satisfatório e igual àsmaiores concentrações na mortalidade das lagartas emlaboratório. Sugere-se que, em campo, os resultadospossam ser semelhantes ao observado em laboratórioe o isolado H. amazonensis RSC05, considerado o maisvirulento, possa também ser utilizado em baixasconcentrações.

Os resultados deste trabalho ganham maiorexpressão ao considerar que H. amazonensis RSC05 éum isolado nativo e pode ser produzido em escalaindustrial para gerar um produto que passe por

menores barreiras no processo de registro.Com base nos resultados apresentados nesse

trabalho, é possível a associação do produtofitossanitário imidaclopride com os isoladosHeterorhabditis testados. O isolado H. amazonensisRSC05 apresentou-se o mais aconselhável a serutilizado em viveiros florestais para controle de S.frugiperda. Porém, é importante a continuidade de umaavaliação criteriosa em viveiro florestal para a inserçãodesses organismos compatíveis com imidaclopridepara verificar possíveis efeitos aditivos ou sinérgicosem programas de manejo integrado de pragas para ocontrole de S. frugiperda.

Literatura CitadaABRAF - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS.2010. Anuário Estatístico da ABRAF 2010 Ano Base2009. ABRAF, Brasília DF, 140 p.

ADAMS, B.J. & K.B. NGUYEN. Taxonomy and systematic.2002. In: GAUGLER, R. (ed). EntomopathogenicNematology. Rutgers University, N. Jersey - EUA, p. 1-28.

ALFENAS, A.C., A.A.V. ZAUZA, R.G. MAFIA & T.F. DEASSIS. 2004. Clonagem e doenças do eucalipto. EditoraUFV, Viçosa, 442 p.

ALVES, V.S. A. MOINO JUNIOR, L.V.C.S. CECILIA, V.ANDALÓ & G.C. SOUZA. 2009. Patogenicidade denematoides entomopatogênicos a cochonilha-da-raiz-do-cafeeiro Dysmicoccus texensis (Tinsley) (Hemiptera:Pseudococcidae) em laboratório. Arquivos do InstitutoBiológico, 76 (1): 67-73.

ANDALÓ, V., A. MOINO JÚNIOR & L.V.R.S. CECÍLIA.2004. Compatibilidade de nematoidesentomopatogênicos com produtos fitossanitáriosutilizados na cultura do cafeeiro. Nematologia Brasileira,28 (2): 149-158.

ANJOS, N., G.P. SANTOS & J.C. ZANUNCIO. 1986. Pragasdo eucalipto e seu controle. Informe Agropecuário, 12(141): 50-58.

BOFF, M.I.C., G.L. WIEGERS, L.J.M. GERRITSEN & P.HSMITS. 2000. Development of the entomopathogenicnematode Heterorhabditis megidis strain NLH-E87.3 inGalleria mellonella. Nematology, 2 (3): 303-308.

CRUZ, I. 2009. Métodos de criação de agentes entomófagosde Spodoptera frugiperda. In: BUENO, V.H.P. (ed). ControleBiológico de Pragas: Produção Massal e Controle deQualidade. Editora UFLA, Lavras, p. 237-275.

ELBERT, A., B. BECKER, J. HARTWIG & C. ERDELEN.1991. Imidacloprid: a new systemic insecticide.Pflanzenschutz-Nachrichten Bayer, 44 (2): 113-136.

FFRENCH-CONSTANT & R.H.; BOWEN, D.J., 1999.Photorhabdus toxins: novel biological insecticides. CurrentOpinion in Microbiology, 2 (3): 284-288.

Page 43: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

41

Nematoides Entomopatogênicos e Compatibilidade com Imidaclopride Visando ao Controle de Spodoptera frugiperda em Viveiro Florestal

GARCIA, L.C., C.G. RAETANO & L.G. LEITE, 2008.Application technology for the entomopathogenicnematodes Heterorhabditis indica and Steinernema sp.(Rhabditida: Heterorhabditidae:Steinernematidae) tocontrol Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae)in Corn. Neotropical Entomology, 37(3): 305-311.

HOMINICK, W.A., A.P. REID, D.A. BOHAN & B.R.BRISCOE. 1996. Entomopathogenic nematodes:biodiversity, geographical distribution and theconvention on biological diversity. Biocontrol Sci. andTechnology, 6 (3): 317-331.

KOPPENHÖFER, A.M. 2007. Nematodes. In: LACEY,L.A. & H.K. KAYA (ed). Field Manual of Techniquesin Invertebrate Pathology. Springer, New York., p. 249-266.

KOPPENHÖFER, A.M. & H.K. KAYA. 1998. Synergismof imidacloprid and an entomopathogenic nematode:a novel approach to white grub control in turfgrass.Journal of Economic Entomology, 91 (3): 618-623.

KOPPENHÖFER, A. M., P.S. GREWAL & H.K. KAYA.2000a. Synergism of imidacloprid andentomopathogenic nematodes against white grubs: themechanism. Entomologia Experimentalis et Applicata,94 (3): 283-293.

KOPPENHÖFER, A.M., I.M. BROWN, R. GAUGLER,P.S. GREWAL, H.K. KAYA & M.G. KLEIN. 2000b.Synergism of entomopathogenic nematodes andimidacloprid against white grubs: greenhouse and fieldevaluation. Biological Control, 19 (3): 245-252.

KUNKEL, B.A., D.W. HEALD & D.A. POTTER. 2001.Lethal and sublethal effects of bendiocarb, halofenozide,and imidaclopid on Harpalus pennsylvanicus (Coleoptera:Carabidae) following different modes of exposure inturfgrass. Journal of Economic Entomology, 94 (1):60-67.

LEWIS, E. E., J. CAMPBELL, C. GRIFFIN, H.K. KAYA& A. PETERS. 2006. Behavioral ecology ofentomopathogenic nematodes. Biol. Control, 38 (1):66-79.

MOLINA, J.P. & N.J.C. LÓPEZ. 2001. Producción in vivo

de tres entomonemátodos con dos sistemas de infecciónen dos hospedantes. Revista Colombiana deEntomología, 27 (1/2): 73-78.

NEGRISOLI JÚNIOR, A.S., C.R.C. BARBOSA & A.MOINO JÚNIOR. 2008. Avaliação da compatibilidadede produtos fitossanitários com nematoidesentomopatogênicos (Rhabditida: Steinernematidae:Heterorhabditidae) utilizando o protocolo da IOBC/WPRS. Nematologia Brasileira, 32 (2): 111-116.

NEGRISOLI JÚNIOR, A.S., M.S. GARCIA & C.R.C.B.NEGRISOLI. 2010. Compatibility ofentomopathogenic nematodes (Nematoda: Rhabditida)with registered insecticides for Spodoptera frugiperda(Lepidoptera: Noctuidae) under laboratory conditions.Crop Protection, 29 (6): 545-549.

NGUYEN, K.B., C.M.A. GINARTE, L.G. LEITE, J.M.SANTOS & R. HARAKAVA. 2010. Steinernema brazilensen. sp. (Rhabditida: Steinernematidae), a newentomopathogenic nematode from Mato Grosso,Brazil. Journal of Invertebrate Pathology, 103 (1): 8-20.

PETERS, A. & D. POULLOT. 2004. Side effects of surfactantsand pesticides on entomopathogenic nematodesassessed using advanced IOBC guidelines. IOBC /WPRS Bulletin, 27 (6): 67-72.

STUART, R.J., M.E. BARBERCHECK, P.S. GREWAL,R.A.J. TAYLOR & C.W. HOY. 2006. Population biologyof entomopathogenic nematodes: concepts, issues, andmodels. Biol. Control, 38 (1): 80-102.

WHITE, G.F. 1927. A method for obtaining infectivenematode larvae from cultures. Science, 66: 302-303.

WOODRING, J.L. & H.K. KAYA. 1988. Steinernematidand heterorhabditid nematodes: a handbook of biologyand techniques. Arkansas Exp. Station, 28 p.

ZANETTI, R. 2008. Manejo de pragas de viveiros florestais.In: DAVIDE, A.C. & E.A.A. SILVA (ed). Produção deSementes e Mudas de Espécies Florestais. Editora UFLA,Lavras, p. 125-139.

Page 44: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

42 Vol. 36(1-2) - 2012

Cassia de Carvalho, Guilherme L. Asmus & Paulo Augusto V. Barroso

Reação de Genótipos de Gossypium barbadenseao Nematoide Reniforme*

Cassia de Carvalho1, Guilherme L. Asmus2** & Paulo Augusto V. Barroso3

1Embrapa Gado de Corte, C. Postal 154, 79002-970, Campo Grande (MS) Brasil. Bolsista DTI / CNPq.2Embrapa Agropecuária Oeste, C. Postal 661, 79804-970, Dourados (MS) Brasil.

3Embrapa Algodão, C. Postal 174, 58107-720, Campina Grande (PB) Brasil.*Parte do trabalho de conclusão de curso de graduação em Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Mato Grosso do

Sul, realizado pela primeira autora.**Autor para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 16 / 10 / 2011. Aceito em 29 / 03 / 2012Editado por Cláudia R. Dias-Arieira

Resumo - Carvalho, C., G.L. Asmus & P.A.V. Barroso. 2012. Reação de genótipos de Gossypium barbadense aonematoide reniforme.

O nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis) constitui-se em importante problema fitossanitário à culturado algodoeiro. Até o momento, não há registros de cultivar de algodoeiro herbáceo (Gossypium hirsutum)resistente ao nematoide, fato que dificulta o estabelecimento de estratégias de manejo em áreas infestadas. Oobjetivo deste trabalho foi avaliar a resistência ao nematoide reniforme, em genótipos de Gossypium barbadense,oriundos do Estado de Mato Grosso. Foram testados 75 genótipos de G. barbadense e duas cultivares de G.hirsutum (‘BRS Cedro’ e ‘Fibermax 966’), utilizadas como padrões de suscetibilidade. A semeadura foi realizadaem copos plásticos de 500 ml contendo 400 ml de uma mistura de solo + areia (1:1 v:v), previamente desinfestadacom brometo de metila. Dez dias após a semeadura, cada planta foi inoculada com 1.000 ovos e formasvermiformes de R. reniformis. Aos 90 dias após a inoculação, as raízes das plantas foram processadas para aextração dos nematoides. Foram avaliados o número de nematoides por grama de raiz (NGR), o fator dereprodução (FR) e a porcentagem de produção de ovos (PPO) em relação ao tratamento testemunha ‘Fibermax966’. Pela análise dos dados constatou-se que todos os genótipos avaliados foram suscetíveis a R. reniformis,porém, vários destes apresentaram número de NGR consideravelmente menor que o observado nos padrõesde suscetibilidade. As menores PPO foram observadas em oito dos materiais testados, cujos valores variaramde 7,8 a 4,1%, em relação a ‘Fibermax 966’. A maioria dos genótipos de G. barbadense apresentaram menorsuscetibilidade que as testemunhas, sugerindo que a busca por resistência à R. reniformis em acessos de G.barbadense, de outras regiões brasileiras, deva ser incentivada.Palavras-chaves: Rotylenchulus reniformis, algodão, resistência varietal, controle.

Summary - Carvalho, C., G.L. Asmus & P.A.V. Barroso. 2012. Reaction of genotypes of Gossypium barbadenseto reniform nematode.

The reniform nematode (Rotylenchulus reniformis) is a major problem to cotton crop in Brazil. To date, thereis no record of cultivating cotton (Gossypium hirsutum) resistant to the nematode, a fact which is obstacle to theestablishment of management strategies in infested areas. The objective of this study was to evaluate thepossibility of finding resistant Gossypium barbadense genotypes from the State of Mato Grosso, Brazil, to R.reniformis. Seventy five G. barbadense genotypes and two cultivars of G. hirsutum (‘BRS Cedro’ and ‘Fibermax966’), used as susceptible standards, were tested for R. reniformis resistance. The seeds were sown in 500 mlplastic cups containing 400 ml of a mixture (1:1 v:v) soil + sand, fumigated with methyl bromide. Ten daysafter sowing, each plant was inoculated with 1000 eggs and juveniles of R. reniformis. Ninety days after inoculation,

ARTIGO

Page 45: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

43

Reação de Genótipos de Gossypium barbadense ao Nematoide Reniforme

IntroduçãoA cotonicultura constitui-se em uma das principais

atividades do agronegócio brasileiro. Durante a safra2008 / 2009, cerca de 843,2 mil hectares foramcultivados com algodoeiro (Gossypium hirsutum) nopaís, produzindo 1890,6 mil toneladas de algodão emcaroço (Conab, 2009). A despeito das boasprodutividades alcançadas, a cultura do algodoeirosofre efeito depressivo causado por nematoides, dosquais Meloidogyne incognita, Rotylenchulus reniformis ePratylenchus brachyurus são considerados os principais(Lordello & Sabino, 1985; Asmus, 2004; Zanella et al.,2005; Suassuna et al., 2006). A esses nematoides,frequentemente, são atribuídas consideráveis perdas,principalmente nas regiões tradicionais de cultivo doalgodoeiro (Chiavegato et al., 2001).

A utilização de cultivares resistentes é consideradauma das principais medidas de controle defitonematoides. De fato, Fuzatto et al. (1994)ressaltaram a importância, se não a essencialidade, deum programa permanente de melhoramento, visandoà obtenção de cultivares com resistência múltipla àsdoenças e aos nematoides existentes nas regiõesprodutoras de algodão. Porém, ainda não foramidentificadas fontes de resistência ao nematoidereniforme em cultivares de algodoeiro.

Considerando a importância de cultivaresresistentes para o manejo de áreas infestadas pelonematoide reniforme, uma importante alternativa seriaa busca e a transferência de genes de resistência,eventualmente presentes em espécies silvestres, paracultivares comerciais de algodoeiro (Asmus &Inomoto, 2007). Neste contexto, alguns genótipos deGossypium barbadense, G. anomalum, G. arboreum, G.herbaceum, G. longicalyx, G. raimondii, G. somalense, G.stocksii e G. thurberi têm sido relatados como resistentes

ao nematoide (Yik & Birchfield, 1984; Robinson &Percival, 1997; Robinson et al., 2004). No entanto, àexceção de G. barbadense, que de forma semelhante aG. hirsutum também é tetraplóide, nenhuma dessasespécies pode hibridizar com G. hirsutum e gerardescendentes férteis (Percival et al., 1999).

No Brasil, são encontradas três espécies dealgodoeiro, todas alotetraplóides: G. hirsutum, G.barbadense e G. mustelinum. Esta é endêmica do Brasil,mais especificamente do bioma Caatinga, seconhecendo somente pequenas populações naturais(Barroso & Freire, 2003). Por outro lado, G. barbadenseé cultivado. Há populações naturais de G. barbadensedistribuídas por toda a América do Sul e Central,incluindo as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Nortedo Brasil (Freire, 2000). Desta forma, o objetivo dotrabalho foi avaliar a reação de genótipos de G.barbadense, originários do Estado de Mato Grosso,Brasil, ao nematoide reniforme.

Material e MétodosDurante o período de dezembro de 2006 a março

de 2008 foram conduzidos quatro experimentos emcasa-de-vegetação, na Embrapa Agropecuária Oeste,em Dourados (MS) para testar a reação de genótiposde G. barbadense ao nematoide reniforme. As sementesdos genótipos de G. barbadense foram oriundas deMato Grosso, resultantes de coletas realizadas duranteexpedições para o mapeamento das espécies silvestresde Gossypium, com o objetivo de estabelecer zonas deexclusão de cultivo de variedades transgênicas noBrasil, realizado por Barroso et al. (2005).

O número de genótipos de G. barbadense testadosnos quatro experimentos foram 15, 15, 17 e 28,totalizando 75 genótipos.

Em todos os experimentos, a semeadura foi

the nematodes were extracted from the roots and the number of nematodes per gram of root (NGR), thereproduction factor (FR) and the percentage of egg production (PPO) in comparison to the standard ‘Fibermax966’ were estimated. All G. barbadense genotypes were susceptible to R. reniformis, but several of them showeda number of NGR considerably lower than that observed in susceptible standards. Low values of PPO wereobserved in eight of the genotypes, which ranged from 7.8% to 4.1% of ‘Fibermax 966’ egg production.Most of the G. barbadense genotypes were less susceptible to R. reniformis than the standard hosts; therefore thesearch for resistance to R. reniformis in G. barbadense germplasm should be encouraged.Key words: Rotylenchulus reniformis, cotton, varietal resistance, control.

Page 46: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

44 Vol. 36(1-2) - 2012

Cassia de Carvalho, Guilherme L. Asmus & Paulo Augusto V. Barroso

realizada em copos plásticos de 500 ml, contendo400 ml de uma mistura (1:1 v:v) de solo + areia fina,desinfestada com brometo de metila (150 cm3 / m3).Foram utilizadas três sementes de cada genótipo porcopo e, após a emergência, foi realizado o desbastedeixando-se uma planta por copo. Em cadaexperimento foram utilizadas as variedades dealgodoeiro ‘BRS Cedro’ e ‘Fibermax 966’, comopadrões de suscetibilidade ao nematoide reniforme.Dez dias após a semeadura, as plantas foram inoculadasindividualmente com 1.000 ovos e formasvermiformes, de uma população de R. reniformis,oriunda de raízes de algodoeiro, da região de AralMoreira (MS), e multiplicada em raízes demaracujazeiro ‘Amarelo Azedo’, em casa-de-vegetação.Para a obtenção do inóculo, as raízes de maracujazeiroforam processadas pelo método de Coolen &D’Herde (1972). Para a inoculação, a suspensão aquosacontendo os ovos e formas vermiformes de R.reniformis foi depositada em dois orifícios deaproximadamente 3 cm de profundidade,equidistantes 0,5 cm do caule das plantas de algodoeiro.Durante o período de condução dos experimentos,as plantas foram irrigadas de acordo com anecessidade.

Aos 90 dias após a inoculação dos nematoidesforam realizadas as avaliações. Para tal, as raízes foramseparadas do solo, lavadas em água corrente e, apóssecarem sobre papel jornal por aproximadamente 20minutos, pesadas. A seguir, todo o sistema radicularde cada planta foi picado em segmentos deaproximadamente 1 cm e processado pelo métodode Coolen & D’ Herde (1972) para a extração dosnematoides. Os nematoides extraídos foraminativados em banho-maria à temperatura de 55 ºCpor cinco minutos e fixados em formalina (2 %). Adeterminação do número de nematoides foi realizada,por amostragem, em alíquotas de 1,0 ml, com o auxíliode lâmina de contagem de Peters, sob microscópioóptico binocular. Após as contagens, foi calculado onúmero de nematoides por grama de raiz (NGR) eestimados o fator de reprodução [FR = populaçãofinal (Pf) / população inicial (Pi)] e a porcentagem deprodução de ovos (PPO) em relação ao tratamentotestemunha ‘Fibermax 966’, conforme metodologiautilizada por Yik & Birchfield (1984). Os dados foram

transformados em Log (x+1), submetidos à análisede variância e comparados pelo teste de agrupamentoScott-Knott (P < 0,05), utilizando-se o programaestatístico SAEG. O delineamento experimental foiinteiramente casualizado, com cinco repetições de cadagenótipo.

Resultados e DiscussãoO FR caracteriza a evolução da população do

nematoide (Pf / Pi), durante o período dosexperimentos. Para um genótipo ser consideradoresistente, ou seja, não permitir a multiplicação donematoide, o valor do FR deve ser menor ou igual a1,0 (Oostenbrink, 1966).

Os valores de FR e do número de nematoidespor grama de raiz (NGR), verificados nos padrõesde suscetibilidade, foram maiores nos experimentos1 e 4 (Tabelas 1 e 4), possivelmente refletindo ascondições de temperatura mais favorável aodesenvolvimento do nematoide durante o períodoexperimental (verão), em relação às ocorridas duranteos experimentos 2 e 3 (outono e inverno). De acordocom Heald & Inserra (1988), R. reniformis apresentamaior taxa de penetração, reprodução e sobrevivência,em temperaturas médias entre 25 e 35ºC.

Conforme análise dos dados obtidos, constatou-se que todos os materiais analisados foram suscetíveisa R. reniformis (FR > 1), embora sejam, na maioria,estatisticamente diferentes dos padrões desuscetibilidade, ‘BRS Cedro’ e ‘Fibermax 966’.

Os valores de NGR seguiram um padrão muitosemelhante aos de FR nos diferentes genótiposavaliados. No entanto, é interessante observar que,mesmo sendo considerados suscetíveis, váriosgenótipos apresentaram NGR consideravelmentemenor que o observado nos padrões desuscetibilidade (Tabelas 1, 2, 3 e 4). Em trabalhoavaliando a ocorrência de resistência a R. reniformis emgenótipos de G. anomalum, G. arboreum, G. herbaceum,G. longicalyx, G. raimondii, G. somalense, G. stocksii e G.thurberi, Yik & Birchfield (1984) definiram comoresistentes genótipos com capacidade de suprimir em75% as populações de R. reniformis, em relação aopadrão de suscetibilidade ‘Deltapine 16’. Sendo assim,calculou-se a porcentagem de produção de ovos(PPO) de cada genótipo, em comparação ao padrão

Page 47: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

45

Reação de Genótipos de Gossypium barbadense ao Nematoide Reniforme

de suscetibilidade ‘Fibermax 966’ (Figuras 1, 2, 3 e 4).Considerando-se esta variável, pode-se observar quehá vários genótipos que, comparativamente ao padrão,produzem quantidade muito menor de ovos.

No experimento 1, os genótipos de G. barbadenseobtiveram PPO entre 25 e 60 % em comparação aopadrão (Figura 1). No experimento 2, os genótiposque apresentaram menor PPO foram MT 03/04-112,

MT 03/04-110, MT 03/04-87 e MT 03/04-101,cujos valores obtidos foram, 26,1, 23,8, 21,5 e 21,2% respectivamente do que aqueles encontrados nopadrão de suscetibilidade ‘Fibermax 966’ (Figura 2).

Os genótipos avaliados no experimento 3 foramos que apresentaram os menores NGR e, dentre eles,MT 03/04-135 apresentou os menores valores paraas variáveis NGR (174), FR (3,1) e PPO (12,1 %),

Tabela 1 - Reprodução de Rotylenchulus reniformis em genótipos de Gossypium barbadense originários de Mato Grosso. Experimento 1.Dourados (MS) 2007.

Genótipos NGR FR

Fibermax 966 5.269 a1 75,9 a2

BRS Cedro 4.539 a 91,0 aMT 03/04 – 28 3.174 a 68,0 aMT 03/04 – 41 2.888 a 64,8 aMT 03/04 – 32 2.157 b 34,1 bMT 03/04 – 26 2.064 b 37,6 bMT 03/04 – 2 1.941 b 33,6 bMT 03/04 – 8 1.921 b 32,2 bMT 03/04 – 13 1.877 b 35,2 bMT 03/04 – 19 1.758 b 29,5 bMT 03/04 – 39 1.519 b 27,6 bMT 03/04 – 45 1.467 b 22,6 bMT 03/04 – 60 1.423 b 29,8 bMT 03/04 – 53 1.416 b 29,9 bMT 03/04 – 9 1.400 b 24,7 bMT 03/04 – 3 1.360 b 23,3 bMT 03/04 – 5 1.277 b 21,3 b

Dados médios de cinco repetições. Para fins de análises estatísticas os dados foram transformados em Log (x+1).1 Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste estatístico de Scott-Knott (P > 0,05).

Tabela 2 - Reprodução de Rotylenchulus reniformis em genótipos de Gossypium barbadense originários de Mato Grosso. Experimento2. Dourados (MS) 2007.

Dados médios de cinco repetições. Para fins de análises estatísticas os dados foram transformados em Log (x+1).1 Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste estatístico de Scott-Knott (P > 0,05).

Genótipos NGR FR

Fibermax 966 3.787 a1 39,1 a1

MT 03/04 – 124 2.664 a 44,2 aMT 03/04 – 125 2.559 a 43,6 aBRS Cedro 2.514 a 48,1 aMT 03/04 – 91 2.462 a 30,3 bMT 03/04 – 94 2.282 a 41,2 aMT 03/04 – 103 2.243 a 55,3 aMT 03/04 – 102 2.222 a 43,9 aMT 03/04 – 106 2.154 a 39,3 aMT 03/04 – 70 1.954 a 41,4 aMT 03/04 – 105 1.458 b 26,0 bMT 03/04 – 69 1.379 b 23,9 bMT 03/04 – 92 1.376 b 26,3 bMT 03/04 – 112 988 c 16,0 cMT 03/04 – 110 901 c 11,8 cMT 03/04 – 87 813 c 12,2 cMT 03/04 – 101 801 c 13,8 c

Page 48: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

46 Vol. 36(1-2) - 2012

Cassia de Carvalho, Guilherme L. Asmus & Paulo Augusto V. Barroso

Tabela 3 - Reprodução de Rotylenchulus reniformis em genótipos de Gossypium barbadense originários de Mato Grosso. Experimento 3.Dourados (MS) 2007.

Dados médios de cinco repetições. Para fins de análises estatísticas os dados foram transformados em Log (x+1).1 Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste estatístico de Scott-Knott (P > 0,05).

Genótipos NGR FR

Fibermax 966 1.442 a1 16,3 a1

BRS Cedro 1.320 a 18,8 aMT 03/04 – 142 1.278 a 10,5 bMT 03/04 – 147 1.132 a 15,9 aMT 03/04 – 136 1.020 a 17,3 aMT 03/04 – 138 931 a 14,6 aMT 03/04 – 150 786 a 12,6 aMT 03/04 – 141 740 a 9,7 bMT 03/04 – 139 728 a 14,5 aMT 03/04 – 131 707 a 10,9 bMT 03/04 – 132 605 b 10,2 bMT 03/04 – 148 596 b 10,4 bMT 03/04 – 137 573 b 9,7 bMT 03/04 – 149 549 b 9,2 bMT 03/04 – 133 434 b 6,7 bMT 03/04 – 145 406 b 9,6 bMT 03/04 – 143 400 b 5,0 cMT 03/04 – 144 340 b 7,6 bMT 03/04 – 135 174 c 3,1 c

Tabela 4 - Reprodução de Rotylenchulus reniformis em genótipos de Gossypium barbadense originários de Mato Grosso. Experimento 4.Dourados (MS) 2008.

Dados médios de cinco repetições. Para fins de análises estatísticas os dados foram transformados em Log (x+1).1 Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste estatístico de Scott-Knott (P > 0,05).

Genótipos NGR FR

Fibermax 966 16.153 a1 64,7 a1

BRS Cedro 9.075 a 85,3 aMT 03/04 – 155 3.874 b 11,7 cMT 03/04 – 196 2.938 b 24,0 bMT 03/04 – 160 2.400 b 18,1 bMT 03/04 – 190 2.182 b 18,0 bMT 03/04 – 158 2.105 b 24,4 bMT 03/04 – 210 2.091 b 30,9 bMT 03/04 – 198 2.066 b 21,0 bMT 03/04 – 194 1.998 b 15,8 cMT 03/04 – 135 1.940 b 17,2 bMT 03/04 – 215 1.912 b 23,8 bMT 03/04 – 176 1.896 b 22,0 bMT 03/04 – 203 1.887 b 15,5 cMT 03/04 – 152 1.830 b 17,9 bMT 03/04 – 180 1.801 b 16,3 bMT 03/04 – 211 1.779 b 14,2 cMT 03/04 – 204 1.679 b 21,6 bMT 03/04 – 207 1.615 b 20,1 bMT 03/04 – 189 1.540 b 18,6 bMT 03/04 – 223 1.462 b 13,9 cMT 03/04 – 165 1.360 b 16,2 bMT 03/04 – 219 1.259 c 10,3 cMT 03/04 – 193 1.134 c 10,4 cMT 03/04 – 164 1.078 c 13,8 cMT 03/04 – 185 1.053 c 11,8 cMT 03/04 – 197 925 c 6,9 dMT 03/04 – 213 920 c 4,9 dMT 03/04 – 184 905 c 7,8 cMT 03/04 – 170 669 c 11,7 c

Page 49: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

47

Reação de Genótipos de Gossypium barbadense ao Nematoide Reniforme

Figura 1 - Porcentagem de produção de ovos (PPO) de Rotylenchulus reniformis em genótipos de Gossypium barbadense originários deMato Grosso em relação ao padrão de suscetibilidade ‘Fibermax 966’. Experimento 1. Dourados (MS) 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Pro

du

ção

de

ovo

s(%

)

Fib

erm

ax

96

6

BR

SC

ed

ro

MT

03

/04

-2

8

MT

03

/04

-4

1

MT

03

/04

-3

2

MT

03

/04

-2

6

MT

03

/04

-2

MT

03

/04

-8

MT

03

/04

-1

3

MT

03

/04

-1

9

MT

03

/04

-3

9

MT

03

/04

-4

5

MT

03

/04

-6

0

MT

03

/04

-5

3

MT

03

/04

-9

MT

03

/04

-3

MT

03

/04

-5

Genótipos

Figura 2 - Porcentagem de produção de ovos (PPO) de Rotylenchulus reniformis em genótipos de Gossypium barbadense originários deMato Grosso em relação ao padrão de suscetibilidade ‘Fibermax 966’. Experimento 2. Dourados (MS) 2007.

Figura 3 - Porcentagem de produção de ovos (PPO) de Rotylenchulus reniformis em genótipos de Gossypium barbadense originários deMato Grosso em relação ao padrão de suscetibilidade ‘Fibermax 966’. Experimento 3. Dourados (MS) 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Pro

du

ção

de

ovo

s(%

)

Fib

erm

ax

96

6

BR

SC

ed

ro

MT

03

/04

-1

24

MT

03

/04

-1

25

MT

03

/04

-9

1

MT

03

/04

-9

4

MT

03

/04

-1

03

MT

03

/04

-1

02

MT

03

/04

-1

06

MT

03

/04

-7

0

MT

03

/04

-1

05

MT

03

/04

-6

9

MT

03

/04

-9

2

MT

03

/04

-11

2

MT

03

/04

-11

0

MT

03

/04

-8

7

MT

03

/04

-1

01

Genótipos

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Pro

du

çã

od

eo

vo

s(%

)

Fib

erm

ax

966

BR

SC

ed

ro

MT

03/0

4-

147

MT

03/0

4-

142

MT

03/0

4-

136

MT

03/0

4-

138

MT

03/0

4-

150

MT

03/0

4-

141

MT

03/0

4-

139

MT

03/0

4-

131

MT

03/0

4-

132

MT

03/0

4-

148

MT

03/0

4-

137

MT

03/0

4-

149

MT

03/0

4-

133

MT

03/0

4-

145

MT

03/0

4-

143

Genótipos

MT

03/0

4-

144

MT

03/0

4-

135

Page 50: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

48 Vol. 36(1-2) - 2012

Cassia de Carvalho, Guilherme L. Asmus & Paulo Augusto V. Barroso

também em relação à variedade ‘Fibermax 966’(Tabela 2), o que poderia caracterizá-lo comoresistente. Este fato fez com que este genótipo fosseincluído no experimento 4, para confirmar estecomportamento.

No experimento 4, o genótipo MT 03/04-135,mesmo tendo apresentado um maior NGRcomparado ao experimento 3 (Tabelas 2 e 3),apresentou 12,0 % de produção de ovos em relaçãoao padrão. Isto pode ser atribuído às condiçõesfavoráveis de temperatura durante a execução doexperimento 4, que permitiram a multiplicação dopatógeno em todos os materiais estudados, inclusiveno tratamento testemunha, porém confirmou a PPOencontrada no experimento anterior.

Além de MT 03/04–135, dezenove dos vinte eoito materiais testados neste mesmo experimentoapresentaram PPO inferiores à ‘Fibermax 966’ (Figura4). Destaque deve ser dado para os genótipos MT03/04–219, MT 03/04–193, MT 03/04–164, MT03/04–185, MT 03/04–197, MT 03/04–213, MT03/04–184 e MT 03/04–170, que apresentaram de7,8 % a 4,1 % de produção de ovos, em relação aotratamento testemunha suscetível. Estes valores sãoinferiores aos encontrados por Yik & Birchfield (1984)com o genótipo Texas 110, que, segundo estes autores,é altamente resistente, por ter produzido apenas 8 %de ovos em relação à variedade padrão desuscetibilidade ‘Deltapine 16’. Outros cinco genótipostestados no mesmo experimento comportaram-secomo suscetíveis ou altamente suscetíveis, produzindoquantidades de ovos que variaram de 60 a 134 %, emrelação ao padrão, ou seja, alguns materiais foram mais

suscetíveis que o padrão, fato que não foi evidenciadono presente trabalho.

Ao avaliarem a resistência de 46 acessos silvestresde G. hirsutum e dois de G. barbadense a M. incognitaraça 3 e R. reniformis, Robinson & Percival (1997)consideraram que nenhum acesso de G. hirsutumapresentou resistência considerável a R. reniformis,porém, os dois acessos de G. barbadense (TX 1347 eTX 1348) comportaram-se como moderadamenteresistentes às cinco diferentes populações testadasdesta espécie, embora altamente suscetíveis a M.incognita.

Robinson et al. (2004) confirmaram o queconsideravam moderada resistência de TX 110 e TX1348, além de outros 17 acessos de G. barbadense, a R.reniformis, que apresentaram densidades populacionaisvariando entre 10 e 34 % daquela verificada no padrãode suscetibilidade. No mesmo trabalho, cinco acessosforam considerados resistentes, por apresentarem PPOmenores que 10 % e, dentre estes, GB 713 foiconsiderado consistentemente mais resistente, porconter 3 % da PPO do observado em ‘Deltapine 16’.

Seguindo o mesmo critério, vários dos genótiposde G. barbadense avaliados no presente trabalhopoderiam ser considerados resistentes ao nematoidereniforme e serem utilizados por programas demelhoramento de algodoeiro no Brasil, no entanto,trabalhos adicionais, em diferentes condições climáticasseriam necessários para afirmar tal hipótese sem riscosde erro.

Os resultados obtidos mostraram haver grandevariabilidade na reação dos genótipos de G. barbadenseao nematoide reniforme, desde altamente suscetíveis

Figura 4 - Porcentagem de produção de ovos (PPO) de Rotylenchulus reniformis em genótipos de Gossypium barbadense originários deMato Grosso em relação ao padrão de suscetibilidade ‘Fibermax 966’. Experimento 4. Dourados (MS) 2008.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Pro

du

çã

od

eo

vo

s(%

)

Fib

erm

ax

966

BR

SC

ed

ro

MT

03/0

4-

196

MT

03/0

4-

155

MT

03/0

4-

160

MT

03/0

4-

190

MT

03/0

4-

158

MT

03/0

4-

210

MT

03/0

4-

198

MT

03/0

4-

194

MT

03/0

4-

135

MT

03/0

4-

215

MT

03/0

4-

176

MT

03/0

4-

203

MT

03/0

4-

152

MT

03/0

4-

180

MT

03/0

4-

211

MT

03/0

4-

204

MT

03/0

4-

207

MT

03/0

4-

189

MT

03/0

4-

223

MT

03/0

4-

165

MT

03/0

4-

219

MT

03/0

4-

193

MT

03/0

4-

164

MT

03/0

4-

185

MT

03/0

4-

197

MT

03/0

4-

213

MT

03/0

4-

184

Genótipos

MT

03/0

4-

170

Page 51: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

49

Reação de Genótipos de Gossypium barbadense ao Nematoide Reniforme

(MT 03/04–142) à moderadamente resistentes (MT03/04–170). A maioria, porém, com destaque paraMT 03/04–135, MT 03/04–219, MT 03/04–193,MT 03/04–164, MT 03/04–185, MT 03/04–197,MT 03/04–213, MT 03/04–184 e MT 03/04–170,apresentou suscetibilidade muito menor ao nematoidereniforme, quando comparado com as cultivarescomerciais de G. hirsutum ‘Fibermax 966’ e ‘BRSCedro’, sugerindo que a busca por resistência aonematoide reniforme em acessos de G. barbadense devaser incentivada.

Literatura CitadaASMUS, G.L. 2004. Ocorrência de nematoides fitoparasitas

em algodoeiro no Estado de Mato Grosso do Sul.Nematologia Brasileira, 28 (1): 77-86.

ASMUS, G.L. & M.M. INOMOTO. 2007. Manejo de áreasinfestadas por nematoides no Cerrado. In: FARIAS,F.J.C., S.M.M. RODRIGUES & F.M. LAMAS (ed)Tecnologia para o Algodoeiro no Cerrado de MatoGrosso. Embrapa Algodão, Campina Grande PB, p.65-73.

BARROSO, P.A.V. & E.C. FREIRE. 2003. Fluxo gênico emalgodão no Brasil. In: PIRES, C. S. S., E.M.G. FONTES& E.R. SUJII (ed). Impacto Ecológico de PlantasGeneticamente Modificadas: o Algodão Resistente aInsetos como Estudo de Caso. Embrapa RecursosGenéticos e Biotecnologia, CNPq, Brasília DF, p. 163-193.

BARROSO, P.A.V., E.C. FREIRE, J.A.B. AMARAL & M.T.SILVA. 2005. Zonas de Exclusão de AlgodoeirosTransgênicos para a Preservação de Espécies de GossypiumNativas ou Naturalizadas. Embrapa Algodão, CampinaGrande PB, 5 p. (Embrapa Algodão. Comunicado técnico,242).

CHIAVEGATO, E.J., L.H. CARVALHO, A. BORGES &L.E.A. CORRÊA. 2001. Controle químico deRotylenchulus reniformis na cultura do algodão (Gossypiumhirsutum L.). In: CONGRESSO BRASILEIRO DENEMATOLOGIA, 23., Marília. Anais... SociedadeBrasileira de Nematologia, Piracicaba; FAEF, Garça, 156p.

CONAB. 2009. Algodão: safra 2008/2009. Brasília, DF,Disponível em <http://www.conab.gov.br/conabweb/index.php?PAG=131>. acesso em 25 / 03 / 2010.

COOLEN, W.A. & C.J. D’HERDE. 1972. A Method for theQuantitative Extraction of Nematodes from PlantTissue. Ghent State Nematology and EntomologyResearch Station, Ghent - Belgium, 77 p.

FREIRE, E.C. 2000. Distribuição, Coleta, Uso e Preservaçãodas Espécies Silvestres de Algodão no Brasil. EmbrapaAlgodão, Campina Grande PB, 22 p. (Embrapa Algodão.Documentos, 78).

FUZATTO, M.G., E. CIA & E.J. CHIAVEGATO. 1994.Estabilidade da produção de genótipos de algodoeiroem face da ocorrência de doenças e nematoides. Bragantia,53 (1): 47-52.

HEALD, C.M. & R.N. INSERRA. 1988. Effect oftemperature on infection and survival of Rotylenchulusreniformis. Journal of Nematology, 20 (3): 356-361.

LORDELLO, R.R.A & N.P. SABINO. 1985. Efeito docontrole de nematoides na qualidade da fibra doalgodoeiro. Bragantia, 44 (2): 695-699.

OOSTENBRINK, M. 1966. Major characteristics of therelation between nematodes and plants. Mededelingen.Landbouwhogeschool, 66 (4): 3-46.

PERCIVAL, A.E., J.E. WENDEL & J.M. STEWART. 1999.Taxonomy and germplasm resources. In: SMITH, C.W.& J.T. COTHREN (ed) Cotton Origin,History,Technology, and Production. John Wiley &Sons, Inc., New York, p. 33-63.

ROBINSON, A.F., A.C. BRIDGES & A.E. PERCIVAL.2004. New sources of resistance to the reniform(Rotylenchulus reniformis Linford and Oliveira) and root-knot (Meloidogyne incognita (Kofoid & White) Chitwood)nematode in Upland (Gossypium hirsutum L.) and SeaIsland (G. barbadense L.) cotton. Journal of CottonScience, 8 (3): 191-197.

ROBINSON, A.F & A.E. PERCIVAL. 1997. Resistance toMeloidogyne incognita race 3 and Rotylenchulus reniformis inwild accessions of Gossypium hirsutum and G. barbadensefrom México. Journal of Nematology, 29 (4S): 746-755.

SUASSUNA, N.D., L.G. CHITARRA, G.L. ASMUS & M.M.INOMOTO. 2006. Manejo de Doenças do Algodoeiro.Embrapa Algodão, Campina Grande PB, 24 p. (EmbrapaAlgodão. Circular Técnica, 97).

YIK, C.P. & W. BIRCHFIELD. 1984. Resistant germplasmin Gossypium species and related plants to Rotylenchulusreniformis. Journal of Nematology, 16 (2): 146-153.

ZANELLA, C.S., W.L. GAVASSONI, L.M.A. BACCHI &F.C. CARVALHO. 2005. Resistência de cultivares dealgodoeiro ao nematoide das galhas. Acta Scientiarum:Agronomy, 27 (4): 655-659.

Page 52: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

50 Vol. 36(1-2) - 2012

Alexandra Scherer, Rui G. Carneiro, Ana Paula de A. Mônaco, Marcela P. Moritz, Kelly C. Nakamura, José C. Gomes, Nelissa C. Torrezani, Débora C. Santiago & Regina M. D. G. Carneiro

Reação de Genótipos de Psidium guajava a Meloidogyne enterolobii*

Alexandra Scherer1**, Rui G. Carneiro2, Ana Paula de A. Mônaco1, Marcela P. Moritz1,4, Kelly C.Nakamura1,4, José C. Gomes2, Nelissa C. Torrezani1,5, Débora C. Santiago1 & Regina M. D. G. Carneiro3

*Parte da Tese de Doutorado da primeira autora.1Universidade Estadual de Londrina (UEL), Rodovia Celso Garcia Cid, Rodovia PR 445 km 380, C. Postal 6001,

85051-960 Londrina (PR) Brasil.2Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rodovia Celso Garcia Cid, Rodovia PR 445 km 375, C. Postal 481, 86047-902

Londrina (PR) Brasil.3Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Recursos Genéticos e Biotecnologia, C. Postal 02372, 70849-979 Brasília

(DF) Brasil.4Bolsista da Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Agronegócio (FUNAPE).

5Bolsista do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE)Autora para correspondência: [email protected]

Recebido para publicação em 20 / 02 / 2009. Aceito em 26 / 12 / 2011Editado por Claudio Marcelo Oliveira

Resumo - Scherer, A., R.G. Carneiro, A.P.A. Mônaco, M.P. Moritz, K.C. Nakamura, J.C. Gomes, N.C. Torrezani,D.C. Santiago & R.M.D.G. Carneiro. 2012. Reação de genótipos de Psidium guajava a Meloidogyne enterolobii.

Objetivou-se no presente estudo identificar fontes de resistência em Psidium guajava L. a Meloidogyne enterolobii.Esse nematoide vem dizimando os plantios de goiabeiras em áreas muito infestadas em vários estados doBrasil. Foram avaliados onze genótipos e acessos de goiabeira: ‘Paluma’, ‘Patilho’, ‘Rica’, ‘Supreme’, ‘8501planta 1’, ‘8501 planta 2’, ‘8502’, ‘8502-4’, ‘8504-29’, ‘Indiana’ e ‘EEF 6’, provenientes da coleção mantida pelaUniversidade Estadual Paulista (UNESP), em Jaboticabal, SP. Plantas dos diferentes genótipos foram cultivadasa partir de estacas em vasos plásticos e após 120 dias foram inoculadas individualmente com suspensão de5.000 ovos e juvenis de segundo estádio de M. enterolobii. Quatro meses após a inoculação, os diferentesmateriais genéticos foram avaliados quanto à resistência ao nematoide. Todos os genótipos ou acessos foramsuscetíveis a M.enterolobii, com fatores de reprodução (FR) variando de 5,6 a 42,2.Palavras-chaves: goiabeira, resistência, suscetibilidade, nematoides de galhas.

Summary - Scherer, A., R.G., Carneiro, A.P.A. Mônaco, M.P. Moritz, K.C. Nakamura, J.C. Gomes, N.C.Torrezani, D.C. Santiago & R.M.D.G. Carneiro. 2012. Reaction of guava genotypes to Meloidogyne enterolobii.

The objective of this study was to identify sources of resistance on genotypes or accessions of Psidiumguajava L. to Meloidogyne enterolobii. This nematode is the cause of failure of the guava culture in heavily infestedareas of Brazil. Eleven genotypes and accessions of guava (‘Paluma’, ‘Patilho’, ‘Rica’, ‘Supreme’, ‘8501 plant 1’,‘8501 plant 2’, ‘8502’, ‘8502-4’, ‘8504-29’, ‘Indiana’ and ‘EEF 6’) from a collection maintained at UniversidadeEstadual Paulista (UNESP), campus of Jaboticabal (SP) were evaluated. Plants of different accessions weregrown from guava cuttings in plastic pots and, after 120 days, they were inoculated individually with a suspensionof 5,000 eggs + second stage juveniles per plant of M. enterolobii. Four months after inoculation, the differentaccessions were evaluated for resistance to the nematode. All the accessions and genotypes were susceptible toM. enterolobii with reproduction factors (RF) ranging from 5.6 to 42.2.Key words: guava tree, resistance, susceptibility, root-knot nematode.

COMUNICAÇÃO

Page 53: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

51

Reação de Genótipos de Psidium guajava a Meloidogyne enterolobii

ConteúdoA área de cultivo da goiabeira no Brasil é de

aproximadamente 12.000 ha, com produção anualde 300.000 toneladas (IBGE, 2008), concentradaprincipalmente nos Estados de São Paulo, MinasGerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande doSul e Paraná (Collovy-Filho et al., 1995). O Brasil éainda o maior produtor de goiaba vermelha(Francisco et al., 2005). Dentre os agentes causadoresde danos a essa cultura, os nematoide ocupamdestacada importância, especialmente a espécieMeloidogyne enterolobii Yang & Eisenback, 1983 (= M.mayaguensis Rammah & Hirschmann, 1988). No Brasil,os primeiros registros de M. enterolobii foram nosmunicípios de Petrolina (PE), Curaçá e Maniçoba (BA),causando danos severos em plantios comerciais degoiabeira (Carneiro et al., 2001b). A partir de então,esse nematoide foi identificado em outros dez Estadosdo Brasil (Siqueira et al., 2009).

O parasitismo por M. enterolobii em goiabeira causadeclínio generalizado da lavoura, frequentemente commorte de plantas (Gomes et al., 2008). A utilização demudas sadias e plantios em áreas indenes é a melhorforma de se evitar problemas com esse nematoide(Maranhão et al., 2001).

Embora não haja variedades resistentes a M.enterolobii em P. guajava , na espécie Psidiumfriedrichsthalianun, que não ocorre no Brasil, já foiconstatada resistência (Carneiro et al., 2007). Maranhãoet al. (2001) avaliaram a reação de 14 acessos degoiabeira a M. enterolobii em laboratório, e verificaramque dois genótipos foram moderadamente resistentes,oito pouco resistentes e quatro suscetíveis. Entretanto,as plantas com resistência moderada ou com poucaresistência não foram efetivas para o controle dameloidoginose no campo, provavelmente porque agoiabeira é cultura perene. Maranhão et al. (2003)avaliando a reação de indivíduos segregantes de araçá(Psidium spp.) a M. enterolobii, em outro estudo,constataram que todos os acessos foram bonshospedeiros.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a reaçãode cultivares e acessos oriundos de cruzamentos degoiabeiras quanto à resistência a M. enterolobii, visandoviabilizar o cultivo dessa espécie vegetal em áreas

infestadas.Foram avaliados quatro cultivares (Paluma, Patilho,

Rica e Supreme), cinco cruzamentos (‘8501’planta 1,‘8501’planta 2, ‘8502’, ‘8502-4’, ‘8504-29’) e doisacessos (‘Indiana’ e ‘EEF 6’) de goiabeira quanto àreação a M. enterolobii. Os materiais genéticos degoiabeiras foram provenientes do Banco deGermoplasma da Faculdade de Ciências Agrárias eVeterinárias do Campus da Universidade EstadualPaulista (FCAV - UNESP), em Jaboticabal (SP),apresentando as seguintes origens: ‘Paluma’ (originadaa partir da variedade ‘Ruby Supreme’), ‘Patilho’, ‘Rica’(originada a partir da variedade ‘Supreme’), ‘Supreme’(originada a partir da variedade ‘Século 21’), ‘8501’planta 1 e ‘8501’ planta 2 (cruzamento: ‘Rica’ x ‘EEF-3’), ‘8502’ (cruzamento: ‘Supreme’ x ‘Paluma’), ‘8502-4’ (cruzamento ‘Supreme’ x ‘Paluma’), ‘8504-29’(cruzamento ‘Paluma’ x ‘Rica’), Indiana (origem: Índia),e ‘EEF 6’ (origem: Bahia). As mudas foram preparadaspor propagação vegetativa (estaquia de ponteiros deramos) a partir de plantas do pomar da UNESP. Asestacas foram preparadas com 10-12 cm decomprimento, contendo dois nós com um par defolhas no ápice. Foram realizados dois corteslongitudinais opostos na porção basal das estacas, deaproximadamente 1 cm de comprimento e 2 mm deprofundidade, com a finalidade de expor o tecidocambial. As estacas foram tratadas com ácido indol-butírico na concentração de 2 g por litro, através daimersão da porção basal na solução por cincosegundos. Em seguida, as estacas foram enraizadasem caixas de madeira contendo casca de arrozcarbonizada e mantidas em câmara de nebulização.Após sessenta dias, as estacas enraizadas foramtransplantadas para vasos plásticos de 500 cm3 decapacidade contendo substrato composto de areia eterra (2:1, v / v) tratado com brometo de metila (100cm2 / m3), sendo então mantidas em casa devegetação.

Utilizou-se como inóculo do nematoide umapopulação pura de M. enterolobii obtida a partir deraízes de goiabeira infestada coletadas no municípiode Santa Mariana (PR) e identificada pela técnica deeletroforese (Carneiro et al., 2001a). Essa populaçãofoi mantida em casa de vegetação em plantas de

Page 54: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

52 Vol. 36(1-2) - 2012

Alexandra Scherer, Rui G. Carneiro, Ana Paula de A. Mônaco, Marcela P. Moritz, Kelly C. Nakamura, José C. Gomes, Nelissa C. Torrezani, Débora C. Santiago & Regina M. D. G. Carneiro

tomateiro ‘Rutgers’ para utilização posterior comoinóculo. Sessenta dias após o transplante das mudasde goiabeira para vasos, cada planta foi inoculada com5 ml de uma suspensão calibrada para 1.000 ovos ejuvenis de segundo estádio (J2) de M. enterolobii, obtidapela técnica de Hussey & Barker modificada porBoneti & Ferraz (1981). O inóculo foi distribuído emtrês orifícios de aproximadamente dois centímetrosde profundidade feitos ao redor da planta. Cento evinte dias após a inoculação, as raízes das plantas foramretiradas para a extração dos ovos e J2, seguindo-se ametodologia citada anteriormente. Tomateiros(Lycopersicon esculentum) ‘Rutgers’ foram utilizados comotestemunha da viabilidade do inóculo do nematoide.O experimento foi conduzido em casa de vegetaçãodo IAPAR no período de maio de 2006 a janeiro de2007, em delineamento inteiramente casualizado comseis repetições.

As contagens dos números de ovos e J2 foramrealizadas em câmara de Peters sob microscópioóptico. A partir dos valores estimados de númerototal de ovos/sistema radicular, determinaram-se osfatores de reprodução (FR= população final /população inicial) do nematoide em cada planta.Foram considerados imunes (I) os materiais com FR= 0,00, resistentes (R) aqueles com 0,00 < FR < 1,00e suscetíveis(S) aqueles com FR e” 1,00 (Oostenbrink,1966). Durante o período do experimento atemperatura média máxima foi de 26 ºC, mínima de

14 ºC e a temperatura média foi 19 ºC. Para a análiseestatística dos dados, os valores do número de ovos/sistema radicular (transformados para “x) foramsubmetidos à análise de variância, sendo as médias decada genótipo comparadas entre si pelo teste deDuncan a 5 % de probabilidade.

A produção média de ovos e J2 de M. enterolobiinas goiabeiras variou de 28.000 a 211.000 e os FRmédios de 5,60 a 42,20 (Tabela 1). Todos os materiaisde goiabeira foram suscetíveis (FR > 1) a M. enterolobii.Resultados semelhantes foram observados porCarneiro et al. (2007) ao avaliarem dois acessosselvagens de P. guajava.

De acordo com a Tabela 1, os FR de M. enterolobiiforam altos, sendo que mais de 50% dos genótipostestados apresentaram FR > 20, o que evidencia a altasuscetibilidade destes materiais genéticos. Porém, oacesso de goiabeira ‘8504-29’, apesar de suscetível,foi o que possibilitou menor multiplicação donematoide. Resistência a M. enterolobii em P. guajavaainda não foi relatada, e a suscetibilidade tem sidoverificada por alguns autores (Almeida et al., 2009;Carneiro et al., 2007; Maranhão et al., 2001). Carneiroet al. (2007) encontraram resistência moderada emaraçás da espécie P. friedrichsthalianium e resistência emtrês acessos de P. clatteyanum. Segundo conhecimentopessoal de uma das autoras do presente trabalho,embora esses acessos tenham se mostradocompatíveis na enxertia (50 %), poucas plantas

Tabela 1 - Reação de genótipos de goiabeira a Meloidogyne enterolobii após 120 dias de inoculação com 5.000 ovos e juvenis de segundoestádio (J2), em casa de vegetação.

Materiais1 Número ovos / planta2 FR3 Reação4

8504-29 28.000 c 5,60 SIndiana 54.200 bc 10,84 SPaluma 78.120 bc 15,62 S8502-4 86.400 bc 17,28 SSupreme 89.433 bc 17,89 S8502 105.200 abc 21,04 SPatilho 108.000 abc 21,60 S8501 Planta 1 112.800 abc 22,56 SRica 118.760 abc 23,75 S8501 Planta 2 133.200 ab 26,64 SEEF 6 211.000 a 42,20 STomate 127.066 abc 25,41 SCV% 34,6

1Genótipos oriundos do Banco de Germoplasma da Universidade Estadual Paulista (UNESP).2Dados transformados em “x para análise estatística. Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo Teste de Duncan a 5 % de probabilidade.3FR = população final / população inicial.4Reação: S = suscetibilidade.

Page 55: Nematologia Brasileiranematologia.com.br/files/revnb/36_12.pdf · Nematologia Brasileira volume 36 / 1 & 2 / March-June 2012 Articles Efficiency of five nematophagous fungi formulations

Nematologia BrasileiraPiracicaba (SP) Brasil

53

Reação de Genótipos de Psidium guajava a Meloidogyne enterolobii

sobreviveram em condições de campo.Considerando-se que o Brasil é um dos centros

de origem da goiabeira, outras seleções precisam serrealizadas em acessos selvagens de P. guajava e de outrasespécies de Psidium visando selecionar materiaisresistentes e produtivos, ou com resistência eviabilidade para utilização como porta-enxerto decultivares comerciais suscetíveis.

AgradecimentosÀ técnica de laboratório Clarice Correa André e

ao técnico agrícola Eugênio Brandet, ambos doLaboratório de Nematologia do IAPAR, e aoProfessor Dr. Fernando Mendes Pereira, da UNESP/ FCAV (Jaboticabal, SP), pela doação dos genótiposutilizados. Ao apoio financeiro do projeto CNPq/MAPA.

Literatura CitadaALMEIDA, E.J., J.M. SANTOS & A.B.G. MARTINS. 2009.

Resistance of guava and araca to Meloidogyne mayaguensis.Pesquisa Agropecuária Brasileira, 44: 421-423.

BONETI, J.I. & S. FERRAZ. 1981. Modificação do métodode Hussey & Barker para a extração de ovos de Meloidogyneexigua, em raízes de cafeeiro. Fitopatologia Brasileira, 6(3): 553.

CARNEIRO, R.M.D.G., P.A. CIROTTO, A.P.QUINTANILHA, D.B. SILVA & R.G. CARNEIRO.2007. Resistance to Meloidogyne mayaguensis in Psidiumspp. accessions and their grafting compatibility with P.guajava cv. Paluma. Fitopatologia Brasileira, 32 (4): 281-284.

CARNEIRO, R.M.D.G. & M.R.A. ALMEIDA. 2001a.Técnica de eletroforese usada no estudo de enzimas dosnematóides de galhas para identificação de espécies.Nematologia Brasileira, 25 (1): 35-44.

CARNEIRO, R.M.D.G., W.A. MOREIRA, M.R.A.,ALMEIDA & A.C.M.M. GOMES. 2001b. Primeiroregistro de Meloidogyne mayaguensis em goiabeira no Brasil.Nematologia Brasileira, 25 (2): 223-228.

COLLOVY-FILHO, C., J.C. NACHTIGAL & E.KERSTEN. 1995. Propagação da goiabeira (Psidiumguajava L.) pelo método de mergulhia de cepa. RevistaBrasileira de Agrociência, 1 (2): 112-114.

FRANCISCO, V.L.F. S., C.S.L. BAPTISTELLA & A.A.AMARO. 2005. A cultura da goiaba. Portal do governodo Estado de São Paulo. Instituto de EconomiaAgrícola. <http://www.iea.sp.gov.br> acesso em 11 /11 / 2008.

GOMES, V.M., R.M. SOUZA, M.M. SILVA & C.DOLINSKI. 2008. Caracterização do estado nutricionalde goiabeiras em declínio parasitadas por Meloidogynemayaguensis. Nematologia Brasileira, 32 (2): 154-160.

IBGE - Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia. 2008.Disponível em <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric/default.asp?z=t&o=11&i=P> acesso em 15 / 01/ 2009.

MARANHÃO, S.R.V.L., R.M. MOURA &E.M.R.PEDROSA. 2001. Reação de indivíduossegregantes de goiabeira a Meloidogyne incognita Raça 1 eM. mayaguensis. Nematologia Brasileira, 25 (1): 191-195.

MARANHÃO, S.R.V.L., R.M. MOURA & E.M.R.PEDROSA. 2003. Reação de indivíduos segregantes dearaçazeiro a Meloidogyne incognita raça 1, M. javanica e M.mayaguensis. Nematologia Brasileira, 27 (2): 173-178.

OOSTENBRINK, M. 1966. Major characteristic of therelation between nematodes and plants. MedelingenLandbowhogeschool, Wageningen - Nederland, 46 p.

SIQUEIRA, K.M.S., V.M. FREITAS, M.R.A. ALMEIDA,M.F.A. DOS SANTOS, F.O. RESENDE, M.S.TIGANO & R.M.D.G. CARNEIRO. 2009. Detecção deMeloidogyne mayaguensis em goiabeira e mamoeiro noestado de Goiás, usando marcadores moleculares.Tropical Plant Pathology, 34 (4): 256-260.