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PINTANDO O SETE NA SALA DE AULA Míriam Borges da Fonseca Rodrigues ([email protected] ) Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM A escola Nossa Senhora da Piedade tem uma área de 3.200 metros, possui 20 salas de aula, com turmas de ciclos musicais, intermediários e avançados, sala de professores, biblioteca, cantina, dois banheiros, sala de informática, secretaria, sala para a diretora, uma quadra descoberta e uma coberta e um pátio. Além disso, há mais uma sala de aula em construção para que possa funcionar o Ensino Médio. Colaboraram para a elaboração do projeto as supervisoras Vera e Marlene, o professor e pai do aluno do sexto ano do ensino fundamental da referida escola, formado em pintura. Já os alunos têm faixa etária entre 10 e 16 anos, são de sexo masculino e feminino, de famílias da cidade e da zona rural, famílias estas com nível social médio. O projeto consistiu no enfoque da pintura em sala de aula, levando os alunos a produzir suas próprias obras. Teve como objetivo incentivar a interpretação e o conhecimento das obras e pintores famosos e verificar a habilidade dos alunos em pintura livre, que reportasse a realidade de cada um deles. Para tanto, usamos telas, pincéis, tintas, água, pano e jornais. A metodologia adotada está de acordo com o estabelecido pelo CBC (currículo Básico Comum) no que tange à necessidade de desenvolver nos alunos as suas habilidades e propiciar-lhes o domínio das competências básicas para a leitura e compreensão de uma obra de arte. O primeiro passo foi focalizar a teoria geral da arte, especialmente da pintura, tratando de conceitos básicos como contrastes, luz, sombra, matizes, planos de pintura, dimensões, formas e cores. Partimos das obras do pintor holandês Vicente Van Gogh (1853-1890). Seu nome completo é Vincent Van Gogh, nasceu dia 30 de março de 1853 em Groot Zundert, Países Baixos. Faleceu no dia 29 de julho de 1890 em Auvers-suroise, na França. A sua nacionalidade é holandesa. Teve como mestre Anton Mauve. Sua obra tem caráter impressionista e prima pelas cores vivas e vibrantes, com predileção quase obsessiva pelo amarelo. Suas obras primas foram Os comedores de Batata, Os girassóis, A noite estrelada,

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PINTANDO O SETE NA SALA DE AULA

Míriam Borges da Fonseca Rodrigues ([email protected])

Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM

A escola Nossa Senhora da Piedade tem uma área de 3.200 metros, possui 20 salas de

aula, com turmas de ciclos musicais, intermediários e avançados, sala de professores,

biblioteca, cantina, dois banheiros, sala de informática, secretaria, sala para a diretora, uma

quadra descoberta e uma coberta e um pátio. Além disso, há mais uma sala de aula em

construção para que possa funcionar o Ensino Médio.

Colaboraram para a elaboração do projeto as supervisoras Vera e Marlene, o professor

e pai do aluno do sexto ano do ensino fundamental da referida escola, formado em pintura. Já

os alunos têm faixa etária entre 10 e 16 anos, são de sexo masculino e feminino, de famílias

da cidade e da zona rural, famílias estas com nível social médio.

O projeto consistiu no enfoque da pintura em sala de aula, levando os alunos a

produzir suas próprias obras. Teve como objetivo incentivar a interpretação e o conhecimento

das obras e pintores famosos e verificar a habilidade dos alunos em pintura livre, que

reportasse a realidade de cada um deles. Para tanto, usamos telas, pincéis, tintas, água, pano e

jornais.

A metodologia adotada está de acordo com o estabelecido pelo CBC (currículo Básico

Comum) no que tange à necessidade de desenvolver nos alunos as suas habilidades e

propiciar-lhes o domínio das competências básicas para a leitura e compreensão de uma obra

de arte.

O primeiro passo foi focalizar a teoria geral da arte, especialmente da pintura, tratando

de conceitos básicos como contrastes, luz, sombra, matizes, planos de pintura, dimensões,

formas e cores. Partimos das obras do pintor holandês Vicente Van Gogh (1853-1890). Seu

nome completo é Vincent Van Gogh, nasceu dia 30 de março de 1853 em Groot Zundert,

Países Baixos. Faleceu no dia 29 de julho de 1890 em Auvers-suroise, na França. A sua

nacionalidade é holandesa. Teve como mestre Anton Mauve. Sua obra tem caráter

impressionista e prima pelas cores vivas e vibrantes, com predileção quase obsessiva pelo

amarelo. Suas obras primas foram Os comedores de Batata, Os girassóis, A noite estrelada,

Retrato de Dr. Gachet. Foi vastamente influenciado por Jean-Francçois Millet. Ele falou em

todos os aspectos importantes para seu mundo. Foi capaz de constituir família, custear a

própria subsistência e mesmo manter contatos sociais. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença

mental e suicidou-se com um tiro no peito. Vincent teve vários episódios de violência,

sobretudo contra si próprio, culminando na noite de 23 de dezembro de 1888, quando chegou

a cortar um pedaço de sua orelha esquerda que ofereceu depois a uma prostituta sua amiga. A

influência de Van Gogh no expressionismo, fauvismo e abstracionismo foram notórios e pode

ser reconhecida em variados entes da arte do século XX. Van Gogh é considerado o pioneiro

na ligação das tendências impressionistas com as aspirações modernistas. O museu Van

Gogh, em Amsterdã, é dedicado aos seus trabalhos e aos de seus contemporâneos.

Cada aluno escolheu uma das obras de Van Gogh como inspiração para seu trabalho.

Esse procedimento permite observar o desenvolvimento dos alunos, a capacidade que

apresentam de criar seus próprios objetos artísticos, partindo de uma teoria e de um modelo

conhecido. É fato que, ao trabalhar com o Ensino de Artes, não podemos deixar de

exemplificar com obras conhecidas, como é o caso de Van Gogh. Mas implícito neste ato está

o objetivo maior de difundir entre os alunos uma nova cultura artística, pois conforme afirma

FERRAZ e FUSARI:

Quando praticamos o ensino e aprendizagem de artes na escola surgem também questões que se referem ao processo educacional. Uma delas diz respeito ao posicionamento que assumimos sobre os modos de encaminhar esse trabalho em consonância como os objetivos de um processo escolarizado que atenda às necessidades de cultura artística do mundo contemporâneo. (1993).

Pensando no melhor aproveitamento da cultura artística presente em cada indivíduo,

em maior ou menor grau, optamos por propiciar aos alunos a oportunidade de escolher o tema

com o qual pretendiam trabalhar: paisagem, natureza morta, cores, flores ou silhuetas. Eles

responderam gratificantemente: se empenharam na tarefa de produzir suas próprias obras,

segundo sua consciência e cultura artística. Procuramos dar-lhes maior autonomia para que

produzissem seus desenhos, interferindo apenas quando requisitado ou quando transparecia

arrefecer nos alunos o ânimo de prosseguir.

As atividades propostas foram diversas, envolvendo a teoria e a prática da pintura.

Mostramos aos alunos os instrumentos de pintura.

A respostas dos alunos foi bastante gratificante. Cada um deles emprenhou-se na

tarefa de produzir suas próprias obras segundo sua consciência e cultura artística. As

atividades proposta foram diversas, envolvendo teoria e prática na pintura. Mostramos aos

alunos instrumentos como tintas, pincéis, telas, cavaletes e solventes. O depoimento de pais

que atuam com pintura foi decisivo para a motivação deles. A utilização das obras de Van

Gogh foi proveitosa, pois os alunos viram-se motivados a produzir obras naquele estilo

(pinceladas em pontos).

Como professora, procurei dar-lhes maior autonomia para que produzissem seus

desenhos. Tal projeto para minha prática pedagógica foi bastante enriquecedor, posto que por

ele percebi novas maneiras de despertar nos alunos a criatividade e o gosto pela pintura.

Aprendi que a autonomia do aluno no momento de produção da arte é essencial para o

sucesso do trabalho em sala de aula como processo ensino/aprendizagem.

O projeto Político Pedagógico da escola teve respaldo em seu trabalho com pintura,

porque prioriza a aprendizagem por meio de atividades prazerosas e significativas, que não

implique unicamente num repasse de conhecimentos, mas numa prática de

ensino/aprendizagem interativa, congregando esforços de professor, aluno e comunidade

escolar. O envolvimento dos alunos foi intenso e gratificante. Por fim, tudo aconteceu dentro

do que foi planejado e esperado.

Alunos produzindo suas próprias obras

Alunos produzindo suas próprias obras

Alunos produzindo suas próprias obras

Referencias

FERRAZ, M. H. T. e FUSART, M.F.R. Metodologia do ensino de arte, São Paulo: Cortez,

1993.

Site: http://www3.vangoghmuseum.nl/vgm/index.jsp?lang=nl, visitado em 10/09/2008