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Piketty A receita para combateras desigualdades E2O

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PikettyA receita para

combaterasdesigualdades E2O

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Textos JORGENASCIMENTO RODRIGUES

economista francêsr Thomas Piketty, de

48 anos, saiu clara-mente da corrida aoNobel em ciênciaseconómicas para abatalha das ideias na

k y luta política. O seu-^ novo livro, "Capitalet Idéologie", de 1200 páginas, publi-cado em França pela Seuil, diz que aideologia é o motor do capitalismo e quea esquerda social-democrata na Europae nos Estados Unidos se transformounuma casta beneficiando da globaliza-ção e da revolução do conhecimento.

O título do livro continua a faturar emcima do uso da palavra chave "capital",mas é mais do que uma sequela de "OCapital no Século XXI", publicado háseis anos, do qual vendeu 2,5 milhõesde cópias em 40 línguas. O que lhe valeu

seguramente uma pequena fortuna,que ele lamentou, em entrevista, nofinal de novembro, ao "El País", não tersido taxada adequadamente, pois o Pre-sidente Emmanuel Macron excluiu do

imposto de solidariedade sobre as for-tunas a parte financeira do património.

A mensagem política é agora maisforte do que a análise económica do

capitalismo feita há seis anos pelo pro-fessor da École d'Économie de Paris. O

que é preciso é refundar a social-demo-cracia. Piketty batiza a nova correntepolítica de "socialismo participativo e

internacionalista", mas retira do termo"socialismo" qualquer carga marxistaou totalitária.

Na vertente internacionalista, o focoimediato foi a União Europeia. O queo levou a ser um dos fundadores, coma jurista francesa Stéphanie Vauchez,do "Manifesto para a Democratizaçãoda Europa", que já avançou com umaproposta de novo tratado e um projeto

de orçamento a ser votado por umanova assembleia europeia.

Contactado pelo Expresso, o autornão quis fazer comentários por agora e

remeteu uma eventual entrevista parao lançamento da tradução do livro emportuguês. Para já, ficam apenas as

palavras que escreveu no seu novo livro.

As duas castas triunfantes

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Mas por que razão quer Piketty refun-dar a social-democracia? Porque ela,mais do que se aburguesou, virou aemanação de uma nova elite, que elebatiza de "elite brâmane" propositada-mente para lhe dar um colorido de castaalta hindu.

O capitalismo atual no Ocidente, dizo economista francês, está dominadopor "duas elites", a social-democrata àesquerda e a "mercantil e financeira" àdireita. Ambas ganharam — mais do quetodas as outras camadas sociais — com"a mundialização hipercapitalista e digi-tal a partir dos anos 90", refere o autor.

Ao falar destas duas elites, Pikettytrouxe uma novidade, "uma dimensãosociológica de quem são os protagonis-tas", diz-nos Alexandre Abreu, profes-sor no ISEG, em Lisboa. O economista

francês acrescentou um ponto à ideiageneralizada de que "a corrente dos

partidos social-democratas foi cooptadapelo neoliberalismo, o que é essencial

para a compreensão de duas coisas —

tanto o sucesso do próprio neolibera-lismo como o próprio colapso da social-

-democracia", conclui Abreu.A história política europeia varreu a

'terceira via' do trabalhista Tony Blairou o neve mitte (novo centro) de Ger-hard Schroeder do SPD alemão. Os co-

lapsos do PASOK na Grécia e do PartidoSocialista francês ainda estão frescos.

Piketty viveu este último bem de perto,pois apoiou Benoít Hamon, o candidatosocialista nas presidenciais de 2017, queacabou por ficar num desonroso quintolugar na primeira volta.

O distanciamento político por par-te dessas elites em relação às massas

populares e as dinâmicas próprias daglobalização e da revolução do conhe-cimento provocaram um exército devítimas nas economias desenvolvidas.Muita gente que não sentiu, em termosrelativos, ganhos reais, como aconteceucom os mais desfavorecidos do mundo,sobretudo nas economias emergentes.

O livro dedica muitas páginas à pró-pria análise sociológica da "anatomia deum divórcio entre a esquerda eleitorale as classes populares" e à "divisão doseleitorados em quatro fatias" a partirdos resultados eleitorais em vários ca-sos recentes, como os referendos emFrança, o 'Brexit' e a eleição de Trump.

A 'tromba do elefante'que bateu na classe média

A razão disto tudo é o facto de o grossodas classes médias ter sido vítima da"tromba do elefante". Piketty recuperao conceito curioso lançado por Chris-toph Lakner e Branko Milanovic narevista do Banco Mundial. Os 40% domeio viram os rendimentos comprimi-dos desde os anos 80, enquanto os 50%de baixo captaram 12% do crescimento

do rendimento real por adulto e o 1%

do topo captou a fatia de leão de 27%(ver gráfico). Os do meio deverão con-tinuar a perder até 2050. Na fatia do

património irão encolher dois pontospercentuais, enquanto o 1% do topo iráengordar seis pontos percentuais.

Um caso gritante fora das economiasdesenvolvidas é o do Brasil, que revelao erro de palmatória do PT de Lula e

Dilma Rousseff. É claro que os 50% debaixo beneficiaram com as presidênciasdo Partido dos Trabalhadores, "masisso fez-se inteiramente a expensas dasclasses médias", sublinha Piketty. "OPT nunca fez uma verdadeira reformafiscal", que mexesse com o poder econó-mico dos 10% de cima, que detêm maisde 55% do rendimento, muito acima daRússia, dos EUA ou da índia.

Essa anomalia trazida pelo efeito da-

quele 'paquiderme' está a alimentar o

populismo — uma palavra que Pikettyconsidera "misturar tudo numa sopaindigesta", e que, por isso, recomenda

que "se evite a todo o custo". Preferefalar de social-nativismo (nacionalismocom demagogia social) e de nativismobilionário (ao estilo de Trump).

No plano prático das políticas pú-blicas, Piketty defende um verdadeiro

choque fiscal sobre as fortunas (verartigo ao lado). Nomeadamente parafinanciar novas medidas de ampliaçãodo estado social, com destaque para o

ensino e uma espécie de herança de€120.000 dada pelo fisco a todos oscidadãos quando fizerem 25 anos. Noconjunto, diz João Duque, professorde Finanças do ISEG, corresponde a"taxas elevadíssimas de esforço fis-cal, o que é absurdo". A nível global,é necessário dar um golpe certeiro nacompetitividade fiscal entre países. Nocaso da União Europeia, o economis-ta francês critica abertamente paísescomo o Luxemburgo e a Irlanda, porbloquearem o combate à otimizaçãofiscal (expressão pomposa para a fugalegal ao fisco) por parte das grandesempresas e dos ricos. Aliás, aquelesdois países, mais Malta, encabeçarama rejeição, no mês passado, da propostade diretiva europeia de transparênciafiscal em relação às multinacionais,conseguindo a abstenção decisiva daAlemanha.

Paralelamente, Piketty quer ir maislonge do que a cogestão na Alemanha e

na Suécia. Quer 50% dos votos nos con-selhos de administração ou nas direções"de todas as empresas privadas, incluin-

do as PME", para os representantes dotrabalho. E pretende limitar o poder devoto dos acionistas com mais de 10% nasmédias e grandes empresas e mais de

90% nas pequenas.O livro ainda só foi publicado em

francês e em espanhol. Em Madrid,"Capital et Idéologie" foi lançado emplena negociação da coligação entrePSOE e Podemos. Os ecos no ReinoUnido andaram pelas recensões crí-ticas do livro por académicos e jor-nalistas financeiros neste período decampanha para as eleições de 12 dedezembro. Mas as propostas do lídertrabalhista Jeremy Corbin, dentro damesma linha, avançando com um au-mento da carga fiscal em 4% do pro-duto interno bruto, em grande medidaà custa dos 5% mais ricos, levaram o

influente colunista Martin Wolf, do"Financial Times", a explicar porquenão votava nele, pois as propostas fis-cais levariam à fuga de capitais e a umcolapso da libra. Francês Copolla, umadas influenciadoras britânicas maisativas no Twitter, disse que o lídertrabalhista era "analfabeto em econo-mia". O grande teste do livro irá ser emmarço, nos EUA, quando for lançada

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a tradução em inglês (ver texto napágina seguinte). Os senadores BernieSanders e Elizabeth Warren, que estãoem segundo e terceiro lugares nassondagens sobre as preferências dosdemocratas para candidato a defron-tar Trump em novembro do próximoano, apresentaram propostas fiscais

que estão na linha das defendidas pelogrupo de investigadores franceses quejunta Piketty, Emmanuel Saez e Gabri-el Zucman.

"Capital et idéologie" tem uma eleva-da ambição política. A maioria dos po-líticos provavelmente nem na diagonalo lerá, mas a fundamentação históricae ideológica poderá dar mais algunsargumentos aos movimentos contra [email protected]

Marxde pernaspara o ar

Descendo ao terreno das

ideias, a refundação da social--democracia nasceu de umcaminho que o próprio Pikettypercorreu desde 2013. Quando

o Expresso o entrevistou, em2014, a propósito de "O Capitalno Século XXI", o economistafrancês disse que nãoescrevera as quase mil páginasdesse primeiro êxito de vendas

para ser candidato ao Nobel daEconomia.A preocupação era perceber o

porquê da longevidade da

desigualdade nas sociedades

capitalistas modernas. Eleidentificou como principalcontradição a diferença nadinâmica entre duas taxas: ada remuneração do capital e ado conjunto da economia.Moral da história: "O capital,desde que constituído,reproduz-se mais depressa do

que o crescimento da

produção." A solução,avançava Piketty, não era a

promoção da luta de classes

para o domínio dos meios de

produção, mas uma revoluçãofiscal. Agora foi muito maislonge, literalmente falando.Ocupa metade do livro com ahistória das economias esociedades desiguais dosúltimos sete séculos, paraconcluir que a desigualdade"não é económica ou

tecnológica, é ideológica e

política". Todas as sociedadesdesiguais se fundem e seautojustificam no plano

ideológico e adotam políticasque moldam a economia e asociedade. Por isso a respostatem de ser nesse campo,conclui o economista político.Os próprios conflitos políticos"são, sobretudo, ideológicos, e

não 'classistas'. Opõem visõesdo mundo. Não há uma relaçãodeterminista entre a posiçãode classe e as crençaspolíticas", escreve Piketty às

tantas, depois de 830 páginas."A própria noção de classesocial deve ser encarada comoalgo profundamentemultidimensional", remata.Não é a luta de classes de

Marx, mas a luta ideológicaque é determinante.Karl Marx começou porescrever um "Manifesto", como seu amigo empresárioFriedrich Engels, que pode serlido ainda hoje em pouco maisde meia centena de páginas. Orevolucionário alemãopublicou quase 20 anos depoisa sua obra-prima — "OCapital" (referidocomummente por volume I)— com cerca de 800 páginas.Mas o seu seguidor parisienseGabriel Déville fez um"resumo" autorizado em 300,destinado a um público menosdevorador de páginas.

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O laboratório das eleiçõespresidenciais nos EUA

Piketty vai a Nova lorqueem março, no momentomais quente das primáriaspara o candidato democrataa defrontar Trump

0 grande momento do novo li-vro de Thomas Piketty aconte-cerá quando sair, em março do

próximo ano, nos EUA uma tra-dução em inglês, feita pela Har-vard Press Review, no momentomais quente da campanha paraas primárias das eleições presi-denciais de 3 de novembro dopróximo ano.

Entretanto, dois outros fran-ceses, Emmanuel Saez e Gabri-el Zucman, colegas da equipade investigação de Piketty masa lecionar na Universidade de

Berkeley, na Califórnia, lança-ram, em outubro, "The Triumphof Injustice". Os dois são tidoscomo mentes influenciadorasdos senadores democratas Eli-zabeth Warren e Bernie Sanders,cujas propostas colocaram os im-

postos sobre a riqueza como umdos temas quentes de campa-nha. A senadora Warren avançaaté com um imposto de 'saída'de 40% sobre o património doscontribuintes que renunciem ànacionalidade numa tentativa dedeslocalizarem a sua riqueza. AtéJoe Biden aderiu esta semana à

vaga com um imposto sobre os

ganhos de capital dos contribu-intes com rendimentos acima de1 milhão de dólares. As eleiçõesirão ser o primeiro laboratóriode teste do apoio popular a estas

políticas fiscais.O poder económico dos 10%

do topo dos rendimentos nasprincipais economias ainda não

ganhou o dramatismo mediáticoda emergência climática, masé um tema que está em forçana agenda norte-americana.A imagem de que as grandes

fortunas nos EUA têm um pesorelativo no rendimento nacionalsuperior ao da oligarquia russaou dos multimilionários 'verme-lhos' da China nos seus paísesescandalizou (ver gráfico). Piorainda, esse peso subiu em rela-ção a antes da crise de 2008, aocontrário do que aconteceu naEuropa, na China e na Rússia.

Contudo, a ideia de taxar maisos multimilionários gerou indig-nação mesmo entre democratasnos EUA. Larry Summers, umdos economistas mais influen-tes, ex-secretário do Tesourode Bill Clinton, já considerouestas propostas como "raiandoo confisco" e "com uma proba-bilidade de 50% de serem con-sideradas inconstitucionais". O

problema, diz-nos Peter Cohan,professor no Babson College e

um independente político, é que"as propostas de impostos po-dem ser atraentes para algunsvotantes, mas não são suficien-

tes para que um candidato queas defenda ganhe uma eleição".Moral da história: não servempara bater Trump.

Mas há quem discorde. Ja-net Gornick, diretora do Sto-ne Center for Social EconomicInequality, da Universidade daCidade de Nova lorque (CUNY),diz-nos "que é a primeira vez,que eu me recorde, que o temados impostos sobre a riquezaé discutido pelos americanos àmesa de jantar". Refere que as

sondagens continuam a dizerque seis em cada dez norte--americanos apoiam o impostosobre as fortunas, da senadoraWarren. Gornick vai organizarno seu centro o lançamento dolivro de Piketty, a 30 de março.

O insuspeito ex-economistado Fundo Monetário Interna-cional Olivier Blanchard, queorganizou em outubro um de-bate no Peterson Institute forInternational Economics sobreas "ferramentas para revertero aumento da desigualdade",falou de um "crescente consen-so" que não havia há anos: "Adesigualdade é um problemade primeira ordem, que requeruma atenção política significa-tiva." Não bastam medidas paramitigar a pobreza, ou seja, polí-ticas públicas dirigidas à parte"de baixo", concluiu Blanchard.

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O choque fiscal sobre as fortunas

O economista francêsquer a progressividadenos impostos inscritanas Constituiçõesdemocráticas

Thomas Piketty tem um fio con-dutor em política orçamental. É

preciso voltar à progressividadenos impostos, uma "invenção do

capitalismo", posta em práticanos EUA e no Reino Unido, das

primeiras décadas do século XX.Vai ao ponto de propor que seinscreva na letra das Constitui-ções o princípio da não regres-sividade da política tributária.

No caso do IRS, os escalões de

Piketty para as taxas marginaisefetivas vão até 90%, no caso deo rendimento a taxar ser 10 milvezes superior ao rendimentomédio. Na Europa, atualmente,apenas a Áustria, a Bélgica, a Di-namarca, a Finlândia e a Suéciachegam a um escalão máximoentre 50% e 57%. Em Portugal,a taxa marginal mais elevada é

de 48%, acrescida de 2,5% a 5%nas partes do rendimento anualacima de €80 mil e €250 mil,respetivamente.

Sobre o património (líquido,excluindo as dívidas) e sobre as

sucessões, os escalões de Pikettyvão também até 90%. Fala daimportância de uma "circulaçãopermanente" dos patrimónios,para evitar a sua "sedimenta-ção". A fração de desigualdadetransmitida para a geração se-

guinte pelas fortunas atuais é

superior a 50% nos EUA e noMéxico e ainda elevada no ReinoUnido, em Itália e em Espanha,

mostrou recentemente Miles Co-

rak, professor do Graduate Cen-ter da Universidade da Cidadede Nova lorque (ver gráfico). EmPortugal, apesar de se revelarum alto grau de desigualdade, aparte transmitida é mais baixa.

Nos impostos sobre o patrimó-nio global (imobiliário e mobiliá-rio), a proposta de Piketty é tidacomo "radical" na Europa, poisatualmente apenas Espanha,França (onde Macron retiroua parte mobiliária do impostosobre fortunas), Noruega e Suí-

ça os mantêm. Na década de 90eram 12 países. Naquela altura,Medina Carreira, em Portugal,defendeu a tributação do pa-trimónio global líquido, mas aproposta nunca avançou. Nasheranças, 26 dos 35 países daOCDE aplicam este imposto,mas as múltiplas exceções tor-nam-no pouco eficaz. Em Portu-gal isentam-se pais, filhos, avós

e netos. O PS, na legislatura an-terior, chegou a avançar com umimposto geral sobre herançasacima de €l milhão, mas depoisrecuou.

O economista recorda, a seu

favor, que "os níveis [de progres-sividade que defende] estão emconformidade com os que foramaplicados em numerosos paísesdurante décadas, em particu-lar nos EUA e no Reino Unidono período entre 1930 e 1980".Piketty é ainda a favor da elimi-nação, a prazo, "dos impostosindiretos, como o IVA, que são

extremamente regressivos",pelo que prefere a progressivi-dade nos diretos. Admite umaexceção para os que pretendemcorrigir as externalidades ne-gativas. Fala ainda de uma taxaprogressiva sobre as emissõesde carbono que corrija o factode a atual ser "massiva e clara-mente regressiva".

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