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PIB do Agronegócio BRASIL GDP Agribusiness – Brazil Outlook 1º trimestre (março/2017)

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Page 1: PIB do Agronegócio (março/2017) BRASIL...na relação entre os preços de janeiro a março de 2017 em comparação com o mesmo período de 2016, é apresentado na Tabela 1. Destaca--se

PIB do AgronegócioBRASIL

GDP Agribusiness – Brazil Outlook

1º trimestre(março/2017)

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Relatório PIBAgro-BrasilGDP AGRIBUSINES – BRAZIL OUTLOOK

O Relatório PIB do Agronegócio Brasileiro é uma publicação mensal resultante da parceria entre o Cen-tro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, e a Confederação da Agricultura e Pe-cuária do Brasil (CNA). O agronegócio é entendido como a soma de quatro segmentos: insumos para a agro-pecuária, produção agropecuária básica, ou primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços – como na Figura que segue. A análise desse conjunto de segmentos é feita para o ramo agrícola (vegetal) e para o pecuário (animal). Ao serem somados, com as devidas ponderações, obtém-se a análise do agronegócio.

Pelo critério metodológico do Cepea/Esalq-USP, o PIB do agronegócio é medido pela ótica do pro-duto, ou seja, pelo Valor Adicionado (VA) total deste setor na economia. Ademais, avalia-se o VA a preços de mercado (consideram-se os impostos indiretos menos subsídios relacionados aos produtos). O PIB do agro-negócio brasileiro refere-se, portanto, ao produto gerado de forma sistêmica na produção de insumos para a agrope-cuária, na produção primária e se estendendo por todas as demais atividades que processam e distribuem o produto ao destino final. A renda, por sua vez, se destina à remuneração dos fatores de produção (terra, capital e trabalho). Após estimado o valor do PIB do agronegócio no ano-base, que desde janeiro/17 refere-se ao ano de 2010, parte-se para evolução deste valor de modo a se gerar uma série histórica, por meio de um amplo con-junto de indicadores de preços e produção de instituições de pesquisa e governamentais. Seja para a estimação anual do valor do PIB, ou para as reestimativas mensais das previsões anuais, consideram-se informações a respei-to da evolução do Valor Bruto da Produção e do Consumo Intermediário (quando possível) dos segmentos do agronegócio. Pela evolução conjunta do VBP e do CI, estima-se o crescimento do valor adicionado pelo setor. Com base nos procedimentos mencionados e processos adicionais realizados pelo Cepea, os cálculos do PIB do agronegócio resultam em dois indicadores principais, que retratam o comportamento do setor por diferentes óticas:

PIB-renda Agronegócio: (equivale ao PIB divulgado anteriormente pelo Cepea): reflete a renda real do setor, sendo consideradas no cálculo variações de volume e de preços reais, sendo estes deflacionados pelo deflator implícito do PIB nacional.

PIB-volume Agronegócio: PIB do agronegócio pelo critério de preços constantes. Resulta daí a va-riação apenas do volume de produção. Este é o indicador de PIB comparável às variações apresentadas pelo IBGE.

De� ator do PIB do Agronegócio: Índice de inflação do agronegócio. É o índi-ce de preço obtido pela relação entre o índice de valor e o índice de volume correspondente.

Mensalmente, o foco de análise principal será o PIB-renda Agronegócio, que reflete a renda real do setor. Por con-veniência textual, o PIB-renda do agronegócio será denominado apenas como PIB do Agronegócio ao longo deste relatório. Destaca-se que as taxas calculadas para cada período consideram igual período do ano anterior como base, exceto para as quantidades referentes às safras agrícolas, para as quais computa-se a previsão de safra para o ano (frente ao ano anterior).

Importante também destacar que cada relatório considera os dados disponíveis – preços observados e es-timativas anuais de produção – até o seu fechamento. Em edições futuras, ao serem agregadas informações mais atualizadas, pode, portanto, haver alteração dos resultados, tanto no que se refere ao mês corrente, como também ao que se refere a meses e anos passados. Recomenda-se, portanto, o uso do relatório mais atualizado.

EQUIPE RESPONSÁVEL: Coordenação Geral: Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea/ Esalq/USP.

Pesquisadores do Cepea: Dra. Adriana Ferreira Silva, Dr. Arlei Luiz Fachinello, Ma. Nicole Rennó Castro, Me. Leandro Gilio e Bel. Gustavo Ferrarezi Giachini e Ana Carolina de Paula Morais.

Agropecuária AgroindústriaInsumos não agropecuários

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SUMÁRIOPIB DO AGRONEGÓCIO

SEGMENTO DE INSUMOSFigura 2 -Variação anual estimada do volume, preços reais e faturamento das indústrias de insumos acompanhadas ................................................................... 5

SEGMENTO PRIMÁRIOTabela 1 - Variação anual estimada do volume, preços reais e faturamento das culturas do segmento primário agrícola acompanhadas – em % ........................... 7

Figura 3 - Variação anual estimada do volume*, preços reais e faturamento das atividades do segmento primário da pecuária acompanhadas. *variações em quantidade não consideradas (indisponíveis) ..................................................................................... 9

SEGMENTO INDUSTRIALTabela 2 - Variação anual em faturamento, quantidade e preços reais para o segmento industrial . .......................................................................................... 10

Tabela 9- Variação anual estimada do volume, preços reais e faturamento das indústrias pecuárias acompanhadas .................................................................... 11

SEGMENTO DE AGROSSERVIÇOS ............................. 12

CONCLUSÕES .................................................................................. 13

Resultados gerais do primeiro trimestre de 2017 ................................................... 4

Figura 1 - PIB do Agronegócio – Taxa de variação primeiro trimestre 2017 (valores

em %) ................................................................................................................ 4

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PIB do Agronegócio Brasil | MARÇO/2017

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

AGROPECUÁRIA APRESENTA CRESCIMENTO ROBUSTO DE 12,7%, JÁ INDÚSTRIA E SERVIÇOS AINDA SOFREM COM

EFEITOS DA CRISE

Os principais resultados referentes ao desempenho do PIB do agronegócio brasi-leiro, avaliado no primeiro trimestre de 2017, constam na Figura 1. Entre os seg-mentos, o primário segue em destaque, com elevação estimada em 12,7%. Tal de-

sempenho impulsionou ainda o segmento de insumos do setor, para o qual a taxa de crescimento do trimestre foi de 1%. Por outro lado, resultados negativos para a agroindús-tria e os agrosserviços pressionaram o PIB do agronegócio para patamar negativo (-0,4%). Entre os ramos, destaca-se o agrícola, com crescimento de 1,6%. Esse resul-tado está atrelado, essencialmente, à forte alta observada no segmento primário do ramo. Na agricultura, o principal impulso advém das boas expectativas para a produção.

Figura 1 - PIB do Agronegócio - Taxa de variação anual

avaliada no primeiro trimestre de 2017 (valores em %) Fonte: Cepea/USP e CNA

PIB DO AGRONEGÓCIO

Insumos Primário Indústria Agrosserviços Total

Agricultura -2,0 20,3 -9,2 -1,3 1,6

Pecuária 7,3 -2,6 -8,3 -6,0 -4,8

Agropecuária 1,0 12,7 -9,0 -2,9 -0,4

¹ Estimativas apresentadas ainda não contemplam informações de volume de produção de alguns setores do ramo pecuário, pois dados de quantidade para atividades dos segmentos primário e industrial (bovinos, frango, ovos, suínos, leite e indústria do abate) não haviam sido disponibilizados até o fechamento desse relatório pelo IBGE. Para estas atividades, foram consideradas apenas as variações reais de preços.

² Informações a respeito do PIB-volume do agronegócio, que permitem comparações com dados do IBGE, constam ao final deste relatório.

RESULTADO DO PRIMEIRO TRIMESTE DE 20174

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PIB do Agronegócio Brasil | MARÇO/2017

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

No primeiro trimestre de 2017, avaliou-se crescimento de 1% para o segmento de insumos. Para os agrícolas, a taxa do

trimestre foi negativa em 2,0%, já para os in-sumos pecuários, positiva em 7,3% (Figura 1). No caso dos insumos para a agricultu-ra, estimou-se queda de 6% no faturamento, decorrente dos menores preços reais (-9,4%) na média das indústrias acompanhadas, já que para a produção estima-se elevação no ano (3,9%). Para os insumos da pecuária, para os quais estimou-se elevação de 9,2% no fatura-

mento, o resultado provém de preços reais e produção em alta, de 5,9% e 3,1% respectiva-mente, na média das indústrias acompanhadas. Entre tais indústrias, espera-se cres-cimento no faturamento para 2017 para má-quinas agrícolas (32,7%) e rações (10,5%), com reduções avaliadas para as atividades de fertilizantes (-13,3%), defensivos (-10,5%) e medicamentos para animais (-2,6%) . A Figu-ra 2 apresenta a variação anual estimada do volume, preços reais e faturamento das indús-trias de insumos acompanhadas pelo Cepea.

INSU

MO

SFigura 2 - Variação anual estimada do volume, preços reais e

faturamento das indústrias de insumos acompanhadas Fonte: Cepea/USP e CNA

SEG

MEN

TO D

E

Fertilizantes e corret. de solo

DefensivosMáquinas agrícolas

RaçõesMedicamentos para animais

Valor -13,3 -10,5 32,7 10,5 -2,6

Preços -16,3 -2,3 -4,0 6,9 -2,6

Quantidade 3,5 -8,4 38,2 3,4 0,0

³ É importante mencionar que para essa indústria os cálculos atuais contemplam apenas variação de preços. Isso porque, o volume de produção da indústria é estimado a partir de informações de produção da pecuária, e os dados de quantidade para as atividades do segmento primário da pecuária não foram disponibilizados até o fechamento desse relatório pelo IBGE.

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PIB do Agronegócio Brasil | MARÇO/2017

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Nestes dados apresentados na Figura 2, destaca-se a expectativa de forte cresci-mento de produção da indústria de má-

quinas agrícolas em 2017 (38,2%). Segundo a ANFAVEA (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), os agentes de mer-cado desta indústria esperam que as vendas de máquinas agrícolas sejam puxadas pela safra

recorde no País, com a expectativa de substitui-ção de equipamentos por parte dos agriculto-res, conforme destacado nos últimos relatórios. Vale mencionar, que o aumento relevante es-timado deverá ocorrer sob um patamar redu-zido, tendo em vista que a indústria vivenciou forte redução da produção entre 2014 e 2016.

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Para o segmento primário do agronegócio, a taxa estimada do trimestre foi de 12,6%. Essa elevação relaciona-se principalmente

ao ramo agrícola, para o qual estimou-se cresci-mento de 20,3% no PIB do segmento primário. Já para PIB do segmento primário pecuário, a taxa do trimestre foi de -2,6% (projeção ainda não considera variações de volume de produ-ção para várias atividades, como bovinos, fran-go, ovos, suínos e leite, ainda indisponíveis até o fechamento deste relatório) – Ver Figura 1. O comportamento das culturas agríco-las, baseado nas estimativas anuais de safra e na relação entre os preços de janeiro a março de 2017 em comparação com o mesmo período

de 2016, é apresentado na Tabela 1. Destaca--se que o aumento do faturamento da ativida-de foi impulsionado principalmente pela maior produção – estima-se crescimento de 11,3% no volume de produção agrícola –, diante da queda real de 1,4% dos preços médios do segmento (na comparação entre janeiro e março/17 e o mesmo período do ano anterior). Voltando-se ao segmento primário da pecuá-ria, como as informações de produção ainda não estão sendo consideradas, a variação pro-jetada para o faturamento da atividade relacio-na-se ao movimento em igual magnitude para os preços reais médios do segmento (-1,8%). Entre as culturas acompanhadas pelo

PRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOPRIMÁRIOSEGMENTO

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PIB do Agronegócio Brasil | MARÇO/2017

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PRIMÁRIO

Cepea para a evolução do PIB do segmento pri-mário agrícola, se espera crescimento do fatu-ramento em 2017 para as culturas de algodão, arroz, banana, cana-de-açúcar, feijão, fumo em folha, laranja, mandioca e soja. Deste modo, as

culturas para as quais se espera uma queda de faturamento são: batata, cacau, café, cebola, milho, tomate, trigo, uva, madeira em tora, ma-deira em tora para celulose e lenha e carvão.

Tabela 1 - Variação anual estimada do volume, preços reais e faturamento das culturas do segmento primário agrícola

acompanhadas – em %.Fonte: Cepea/USP e CNA. *exclusive celulose

Algodão Arroz Banana Batata Cacau

Valor 19,5 20,3 36,5 -73,6 -21,8

Preço 3,5 6,6 32,9 -73,9 -29,2

Quantidade 15,5 12,8 2,7 1,3 10,5

Café Cana Cebola Feijão Fumo

Valor -15,0 16,1 -59,4 73,4 27,4

Preço -4,2 17,8 -60,0 30,9 -0,9

Quantidade -11,3 -1,5 1,7 32,4 28,6

Laranja Mandioca Milho Soja Tomate

Valor 58,1 77,5 -2,4 2,7 -63,1

Preço 72,5 96,4 -30,1 -13,3 -68,0

Quantidade -8,4 -9,6 39,5 18,4 15,2

Trigo Uva Madeira tora*Madeira p/ Celu-

loseLenha/carvão

Valor -41,9 -74,9 -4,4 -6,7 -0,2

Preço -25,2 -19,5 -5,3 -9,8 -8,3

Quantidade -22,4 -68,8 1,0 3,5 8,9

Entre as culturas com crescimento es-perado do faturamento positivo, des-taca-se a cultura da cana-de-açúcar,

em que a variação positiva no faturamento ainda é reflexo da elevação nas cotações reais, de 17,8% na comparação entre ja-neiro a março de 2017 frente ao mesmo período de 2016. Todavia, a estimativa na produção para o ano de 2017 apresenta queda de 1,5%. Segundo a Conab, mesmo com a expectativa de melhoria das condi-ções climáticas na atual safra, que se refle-

te em boa produtividade, a intensidade de redução de área observada nos principais estados produtores da região Centro-Sul será responsável pela menor produção. No caso do feijão, a forte elevação no faturamento advém da estimativa de crescimento na quantidade produzida para o ano (32,4%) e do aumento real dos preços (30,9%). Segundo a Conab, as perspectivas para o feijão de primeira e segunda safra são positivas, em consequência de um au-mento na área destinada à produção, como

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PIB do Agronegócio Brasil | MARÇO/2017

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também um aumento na produtividade da cultura advindo de boas condições climáticas. Para a soja, o crescimento esperado do faturamento é dado pela elevação estima-da em 18,4% da produção anual, já que os preços recuaram 13,3% na comparação entre o primeiro trimestre de 2017 e o mesmo perí-odo no ano anterior. De acordo com a Conab, além do aumento na área de produção, o cli-ma favorável no ciclo de produção e os inves-timentos por parte dos produtores na cultura convergiram para produtividade média bem superior à observada na última safra. Com relação a preços, a equipe Soja/Cepea desta-ca que a grande disponibilidade de produto, tanto no mercado interno quanto no externo, tem pressionado os preços, que seguiram em queda em março, registrando neste mês o me-nor patamar real desde dezembro de 2011. No caso do algodão, o resultado positivo para crescimento da atividade é re-flexo dos maiores preços para o produto no primeiro trimestre de 2017, com um aumento de 3,5% em relação ao primeiro trimestre de 2016, bem como da expectativa de elevação de produção no ano, de 15,5%. Segundo a equipe Algodão/Cepea, o preço do algodão em pluma acumulou alta em março devido ao maior interesse por parte das indústrias no mês. Já com relação à quantidade de produ-ção, a Conab destaca que houve aumento na área plantada da cultura, que vem ainda sen-do favorecida por boas condições climáticas, o que propiciará alta produtividade nesta safra. Para a cultura do arroz, a perspec-tiva de elevação do faturamento ocorre via maiores preços e aumento esperado na pro-dução (6,6% e 12,8%, respectivamente). De acordo com a Conab, a maior quantidade deve-se ao incremento da área de produção na região Sul em relação à safra anterior, ganhos de produtividade em alguns esta-dos e a condições climáticas que favorecem

a cultura nas principais regiões produtoras. Dentre as culturas para as quais se espera redução do faturamento anual, des-taca-se o caso do café, que apresenta uma redução real de 4,2% nas cotações (na com-paração entre o 1º trimestre de 2017 e de 2016), como também recuo de 11,3% na produção estimada para o ano. Segundo a equipe Café/Cepea, a queda nos preços foi motivada por um baixo ritmo de negócios no período, aliado a queda nos valores externos do café. Com relação à quantidade, de acordo com a Conab, a colheita de café, iniciada no mês de março, trouxe expectativas de queda na produção e produtividade nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Goiás e Bahia. Ainda segundo a Companhia, 2017 é ano de bienalidade negativa para a cultu-ra, e os principais estados produtores apre-sentaram, em sua maioria, reduções na área, além da expectativa de menor produtividade. Para o milho, a variação negativa do faturamento está associada à queda nas cota-ções reais (-30,1%), já que se estima grande aumento na produção para 2017 (39,5%). Tal fato é devido ao alto patamar de preços do milho registrado em 2016, de modo que já se esperava redução em 2017, além da alta oferta do produto nestes três primeiros me-ses do ano, segundo a equipe Grãos/Cepea. Quanto à quantidade, a Conab destaca que o incremento de área e as condições climáti-cas favoráveis ao desenvolvimento da cultu-ra motivam o aumento da produção no ano. Já para a cultura do trigo, a queda de 25,2% nas cotações reais na compara-ção entre o 1º trimestre de 2017 e mesmo período de 2016, em conjunto da queda es-timada na produção anual (-22,4%), provo-caram o decréscimo esperado no faturamen-to da cultura. Segundo a Conab, a redução na área plantada é explicada pelo preço do produto e pelos estoques da safra passada.

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PIB do Agronegócio Brasil | MARÇO/2017

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Figura 3 - Variação anual estimada do volume*, preços reais e faturamento das atividades do segmento primário

da pecuária acompanhadas. *variações em quantidade não consideradas (indisponíveis).

Fonte: Cepea/USP e CNA

Boi Gordo para corte

Frango/galinha para corte

Leite Ovos Suínos

Valor -11,0 -8,9 12,2 2,2 21,2

Preço -11,0 -8,9 12,2 2,2 21,2

Quantidade 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Para o segmento primário da pecuá-ria, as atividades para as quais houve aumento real de preços na compara-

ção entre trimestres foram leite, ovos e su-

ínos. Logo, para a bovinocultura de corte e aves para corte, verificou-se retração. A Figura 3 mostra a variação dos preços reais das atividades da pecuária acompanhadas.

Na atividade leiteira, os preços eleva-ram-se em 12,2% na comparação en-tre trimestres. De acordo com a equipe

Leite/Cepea, o avanço da entressafra elevou, pelo segundo mês consecutivo em março, o preço do leite recebido por produtores. Na pecuária de corte, de modo geral, foram reportados problemas de de-manda por parte dos frigoríficos em mar-ço, dados os desdobramentos da operação “Carne Fraca” da Polícia Federal. Com isso, foram registradas quedas nas cotações. Na avicultura, houve queda nos pre-ços de 8,9%, na comparação entre o perío-do de janeiro e março de 2017 e de 2016. Segundo a equipe Frango/Cepea, as ven-das de carne de frango, que já vinham len-tas, se enfraqueceram ainda mais no mês de março, dado que importantes importa-

dores da carne de frango brasileira inter-romperam temporariamente as aquisições. Para bovinocultura, houve uma queda de 11% nos preços reais na comparação entre o primeiro trimestre de 2017 e o mesmo pe-ríodo de 2016. Segundo a equipe Boi/Cepea, a queda nos preços é reflexo da maior oferta de animais pelos pecuaristas, aliado a menor demanda por parte dos frigoríficos, notada-mente influenciados pelo setor exportador. Na suinocultura, por outro lado, observou-se aumento nos preços reais, de 21,2%, na comparação entre trimestres. De acordo com a equipe de Suínos/Cepea, a forte demanda internacional nos primei-ros meses do ano impulsionou a elevação nas cotações na atividade, apesar do re-cuo deste mercado verificado em março.

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Page 10: PIB do Agronegócio (março/2017) BRASIL...na relação entre os preços de janeiro a março de 2017 em comparação com o mesmo período de 2016, é apresentado na Tabela 1. Destaca--se

PIB do Agronegócio Brasil | MARÇO/2017

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Na agroindústria, a taxa de crescimento do PIB do trimestre foi estimada em -9%, com redução de 9,2% para o PIB

da indústria agrícola e de 8,3% para o PIB da indústria da pecuária (conforme já descrito na Figura 1). Na indústria agrícola, a queda do faturamento decorre de recuos tanto em preços reais (-4,0%) quanto em produção (-0,5%). Para a indústria da pecuária, da mes-ma forma, a redução do faturamento está atrelada às estimativas de redução de 3,3% nos preços e de 0,9% na produção (lem-

brando que toda a indústria do abate está sendo desconsiderada no que tange à volu-mes, devido à indisponibilidade de dados). Entre as indústrias de base agrícola acompanhadas pelo Cepea, verificou-se cresci-mento do faturamento para: têxteis e vestuário (de base natural), café, açúcar e outros produ-tos alimentares. Para todas as demais indús-trias de base agrícola acompanhadas espera--se redução do faturamento. O comportamento das indústrias agrícolas analisadas com dados até março 2017 é apresentado na Tabela 2.

INDUSTRIALINDUSTRIALSEGMENTO

Tabela 2 - Variação anual estimada do volume, preços reais e faturamento das

indústrias agrícolas acompanhadas

Fonte: Cepea/USP e CNA

Produtos de madeira

Móveis madeira Celulose e papel Biocombustíveis

(etanol)Têxtil

(natural)

Valor -2,4 -8,9 -7,0 -19,6 5,4

Preço -2,8 -3,5 -7,1 -15,5 -0,7

Quantidade 0,4 -5,6 0,1 -4,9 6,2

Vestuários (natural)

Indústria café

Moagem e fabricação

de produtos amiláceos

conservas de frutas/legumes/outros vegetais

Produtos do fumo

Valor 5,9 8,4 -3,7 -37,4 -14,6

Preço -2,0 11,6 1,4 0,0 -15,2

Quantidade 8,0 -2,9 -5,0 -37,4 0,6

Açúcar Óleos vegetais Bebidas Outros

produtos alimentares

Valor 5,9 -8,1 -0,8 2,1

Preço 5,9 -12,6 -2,4 0,7

Quantidade 0,0 5,2 1,7 1,4

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PIB do Agronegócio Brasil | MARÇO/2017

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Na indústria açucareira, o aumento de preços, de 5,9% na comparação entre os três primeiros meses de 2017 e o mesmo período de 2016, foi responsável por sustentar a variação positiva no faturamento, dada a estabilidade es-perada com relação à quantidade de produção. De acordo com pesquisadores da equipe Açú-car/Cepea, apesar da alta acumulada no perí-odo analisado, os preços recuaram novamente em março, pressionados pela maior flexibilidade de venda de algumas usinas que queriam liqui-dar estoques. No mercado internacional, a Índia (maior consumidor mundial) reduziu a estimativa de consumo doméstico, o que, aliado às condi-ções climáticas já mais favoráveis em importan-tes países produtores, pressionou as cotações. Na indústria têxtil, a variação positiva do faturamento estimada é reflexo do aumento esperado na produção (6,2%), e de leve queda nos preços reais (-0,7%) na comparação entre os três primeiros meses do ano e o mesmo perí-odo de 2016. Segundo informações da Associa-ção Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), as indústrias do setor têxtil mostraram sinais de resistência à crise da economia brasi-

leira e contam com expectativas de aumento de produção para 2017. Na indústria de vestuários também se espera recuperação de produção, com alta estimada em 8,0%. Vale ressaltar que o impulso na produção das indústrias têxtil e vestuário ocorre após anos sucessivos de retra-ção, como já destacado em relatórios anteriores. Dentre as indústrias que apresenta-ram variação negativa no período, destaca-se o mercado de biocombustíveis (etanol), com queda de 15,5% nos preços reais na compara-ção do primeiro trimestre de 2017 e de 2016. Já com relação à quantidade, espera-se redu-ção de 4,9%. Segundo a equipe Etanol/Cepea, especificamente em março, o maior volume ofertado de etanol durante o mês pressionou os preços do setor. Com o início da nova safra 17/18, volumes significativos foram ofertados para liberar espaço nos tanques e dar lugar aos produtos da nova safra. Ressalta-se que, embora tenha sido registrado aumento da demanda por etanol anidro no período, esta não foi suficiente para impulsionar os preços. O comportamento das indústrias pe-cuárias analisadas é apresentado na Tabela 3.

Tabela 3 - Variação anual estimada do volume, preços reais e faturamento das

indústrias pecuárias acompanhadas

Fonte: Cepea/USP e CNA

Couro e calça-dos

Abate e prepa-ração carnes e

pescado Laticínios

Valor -6,9 -5,9 1,7

Preço -6,3 -5,9 5,4

Quantidade -0,6 0,0 -3,5

Pela análise da Tabela 3 verifica-se que, dentre as indústrias da pecuária, a de laticí-nios é a única a apresentar crescimento pre-visto no faturamento para o ano (1,7%). Já as indústrias de couro e calçados e do abate e preparação de carnes e pescado apresen-taram, conforme dados do primeiro trimes-tre de 2017, queda esperada na receita para

o ano, de 6,9% e 5,9%, respectivamente. Na indústria do abate, a variação negativa do faturamento anual esperado é reflexo da queda registrada nos preços re-ais (-5,9%), na comparação entre o primei-ro trimestre de 2017 com 2016, já que ainda não foram registrados dados de produção.

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AGROSSERVIÇOSSEGMENTO DE

C omo observado na Figuras 1 já apresen-tada, a variação do PIB dos agrosservi-ços do trimestre foi negativa, de 2,9%.

Esse resultado é atrelado às baixas estimadas para a renda gerada por serviços voltados ao ramo pecuário (-6%) e agrícola (-1,3%). Vale destacar novamente que a fal-

ta das informações referentes à produção pecuária afeta também as estimativas para os agrosserviços. Deste modo, ao serem in-cluídas essas informações (assim que forem divulgadas), haverá relevante revisão tam-bém dos resultados dos serviços do ramo.

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A taxa de crescimento estimada do PIB do agronegócio do trimestre foi negativa, em 0,4%. Tal resultado foi influenciado

principalmente pelas quedas avaliadas para os produtos do segmento industrial (-9%). Na agroindústria, tanto para o seg-mento agrícola quanto para o pecuário, destaca-se a queda de preços reais médios ponderados no segmento, respectivamen-te -4% e -3,3%. Para o caso da indústria pecuária, cabe destacar que variações de quantidade de algumas atividades ain-da não foram consideradas nesse relató-rio devido a indisponibilidade de dados. Já no segmento primário, a expecta-tiva de produção no ramo agrícola segue em alta. Mas, a média de preços real ponderada para segmento apresentou queda de 1,4% no ramo agrícola e 1,8% no pecuário, na compa-ração do primeiro trimestre de 2017 com o primeiro trimestre de 2016. Essa dinâmica de piora na relação de preços levou à menor ex-pectativa de crescimento da renda do segmen-to para o ano. Nas lavouras, de modo geral, as condições climáticas avaliadas até o momen-to têm se mantido favoráveis o que, aliado a movimentos de expansão de área em culturas de peso relevante no agronegócio, tem levado a boas perspectivas para as safras de 2017. Com relação ao ambiente macroeco-nômico nacional, o PIB do primeiro trimestre de 2017, divulgado pelo IBGE, apresentou queda de 0,4% na comparação com o mes-mo período do ano anterior, o que reflete a

resiliência da crise econômica e as dificul-dades do país em reverter o movimento de retração do produto. A taxa de desemprego segue em alta, atingindo 13,7% em março, segundo dados da PNAD Contínua do IBGE, o que se reflete em menor consumo das fa-mílias e demanda no mercado doméstico. Por outro lado, pode-se destacar que a inflação tem registrado baixa variação e a balança comercial brasileira tem crescido em seu sal-do positivo, influenciada pelo dólar mantido em alto patamar no período e pela demanda externa favorável para produtos brasileiros. De acordo com o boletim Focus do Banco Central (6 de junho de 2017), no mer-cado ainda há a expectativa de crescimento do PIB Brasileiro em 2017, de 0,5%. Também se prevê IPCA de 3,90%, abaixo do centro da meta do Banco Central (4,5%), e taxa de câmbio em 3,30 para o fim do período (em R$/US$). Tais expectativas podem ser conside-radas otimistas, frente ao cenário econômico adverso verificado no País nos últimos dois anos e que ainda persiste no primeiro trimes-tre de 2017 (recuo de 3,8% do PIB em 2015, 3,6% em 2016, e 0,4% no primeiro trimestre de 2017, segundo dados do IBGE). Mas, é ne-cessário se levar em conta que tais perspecti-vas estão ancoradas na confiança do mercado com relação à aprovação de reformas de efei-to fiscal, que seguem em análise e discussão no Congresso e Senado Federal. Com a possi-bilidade de agravamento da crise política, tal cenário tende a se reverter ao longo do ano.

CONCLUSÕES

PIB VOLUME DO AGRONEGÓCIO: Trata-se do PIB do agronegócio, mas calculado pelo critério de preços constantes. Resulta daí a variação apenas do volume de produção. Este é o indicador de PIB comparáv-

el às variações apresentadas pelo IBGE.

Insumos Primário Agroindústria Agrosserviços Total

3,6% 10,7% -0,8% 2,2% 3,6%

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