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Exercício 3 Algodão 1) Explique qual a importância de cada item e quais os parâmetros devem ser considerados na sua implantação. Preparo do solo Embora com certa adaptação, o Algodoeiro é uma cultura exigente em termos de fertilidade e estrutura de solo, se estabelecendo melhor em solos de textura média, profundos com o perfil corrigidos de 0 a 30 cm de profundidade, saturação de bases de 60 a 70%, PH de 6.0 a 6,5, ricos em matéria orgânica, permeáveis, bem drenados e de boa fertilidade com seus elementos balanceados e em volume disponíveis. É necessário ressaltar que a adubação e calagem/gessagem devem ser realizadas com base nos resultados da analise do solo. A partir da analise, proceder à recomendação da adubação e calagem/gessagem para a cultura do algodão em função dos nutrientes existentes no solo. Para que a planta possa expressar todo seu potencial produtivo é importante ter uma boa reserva de nutrientes no solo, além de obter ajuda do clima que tem uma importante influencia na produção. Considerando que o algodão em caroço é constituído de sementes e fibra, representa o único produto a abandonar a lavoura na operação de colheita, o algodoeiro poderia ser relacionado entre as culturas pouco esgotantes do solo agrícola. Malavolta, estima que para uma produção de 2.500 kg de algodão em caroço por hectare a planta extrai do solo por hectare: 150 kg de N; 35 kg de P2O5; 150 kg de K2O; 50 kg de MgO; 170 kg de CaO; 65 kg de S; 3 kg de Fe; 250 g de Mn; 120 g de Zn; 120 g de Cu e 320 g de B. Para podermos ter uma produtividade acima de 250 @/ha em solos de cerrado, em função da análise do solo, devemos adicionar: Nitrogênio de 110 a 150 kg/ha Fósforo de 110 a 130 kg/ha Potássio de 130 a 180 kg/ha Enxofre de 60 a 85 kg/ha Boro de 2,0 a 5,0 kg/ha Zinco de 1,5 a 2,0 kg/ha Essas condições estão entre os principais fatores para um bom estabelecimento da cultura e se obter uma boa produtividade. Nesse sentido, alguns procedimentos são necessários: Calagem A calagem tem como objetivo a redução da acidez do solo, da toxidez do Al e Mn e o fornecimento de Ca e Mg. Solos ácidos

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Page 1: phytus.s3.amazonaws.com · Web viewO algodoeiro comporta-se como planta perene, de forma que durante a maior parte do seu ciclo, vários eventos ocorrem simultaneamente, como crescimento

Exercício 3 Algodão

1) Explique qual a importância de cada item e quais os parâmetros devem ser considerados na sua implantação.

Preparo do solo

Embora com certa adaptação, o Algodoeiro é uma cultura exigente em termos de fertilidade e estrutura de solo, se estabelecendo melhor em solos de textura média, profundos com o perfil corrigidos de 0 a 30 cm de profundidade, saturação de bases de 60 a 70%, PH de 6.0 a 6,5, ricos em matéria orgânica, permeáveis, bem drenados e de boa fertilidade com seus elementos balanceados e em volume disponíveis. É necessário ressaltar que a adubação e calagem/gessagem devem ser realizadas com base nos resultados da analise do solo. A partir da analise, proceder à recomendação da adubação e calagem/gessagem para a cultura do algodão em função dos nutrientes existentes no solo. Para que a planta possa expressar todo seu potencial produtivo é importante ter uma boa reserva de nutrientes no solo, além de obter ajuda do clima que tem uma importante influencia na produção.Considerando que o algodão em caroço é constituído de sementes e fibra, representa o único produto a abandonar a lavoura na operação de colheita, o algodoeiro poderia ser relacionado entre as culturas pouco esgotantes do solo agrícola.Malavolta, estima que para uma produção de 2.500 kg de algodão em caroço por hectare a planta extrai do solo por hectare:150 kg de N; 35 kg de P2O5; 150 kg de K2O; 50 kg de MgO; 170 kg de CaO; 65 kg de S; 3 kg de Fe; 250 g de Mn; 120 g de Zn; 120 g de Cu e 320 g de B.Para podermos ter uma produtividade acima de 250 @/ha em solos de cerrado, em função da análise do solo, devemos adicionar:

Nitrogênio de 110 a 150 kg/ha Fósforo de 110 a 130 kg/ha Potássio de 130 a 180 kg/ha Enxofre de 60 a 85 kg/ha Boro de 2,0 a 5,0 kg/ha Zinco de 1,5 a 2,0 kg/haEssas condições estão entre os principais fatores para um bom estabelecimento da cultura

e se obter uma boa produtividade. Nesse sentido, alguns procedimentos são necessários:

Calagem

A calagem tem como objetivo a redução da acidez do solo, da toxidez do Al e Mn e o fornecimento de Ca e Mg. Solos ácidos devem, sempre, ser antecipadamente corrigidos. Embora se possa encontrar algodão sendo cultivado desde pH (em água) na faixa de 5,0-5,5, o uso de corretivo tem conduzido com frequência a resultados positivos. Solos com pH em torno de 6,0 a 6,5, possuem uma disponibilidade de nutrientes maior, admite-se que a faixa de menor risco para a cultura esteja entre 60-70% de saturação por bases (V). Para tanto, é recomendado que se aplique calcário (fornecimento de Ca e Mg). Deve-se dar preferência a calcário que contenha magnésio (dolomítico ou magnesiano), principalmente quando a análise do solo indicar teor de Mg inferior a 3 mmol/dm3 (0,3 meq/100 cm3). Dessa forma, corrigidos adequadamente pela calagem, os solos não devem apresentar limitações quanto à nutrição do algodoeiro em cálcio e em magnésio (relação equilibrada de Ca/Mg = 3). O calcário precisa ser incorporado com, no mínimo, 3 meses de antecedência ao plantio do algodoeiro. O ideal seria aplicar metade da dose recomendada antes da 1ª gradagem e da aração e o restante antes da 2ª gradagem. Quando não for possível a aplicação antecipada, seria conveniente utilizar corretivos de menor granulometria ou mesmo calcinados. O efeito residual da calagem, no

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geral, é inversamente proporcional à sua velocidade de ação, o que está ligado intimamente ao seu grau de finura. De qualquer modo, deve-se periodicamente proceder à nova análise química, visando sempre manter a saturação por bases na faixa de 60 a 70%.

GessagemA utilização do gesso aumenta a velocidade de percolação de bases e a correção da acidez

em profundidade sendo, no entanto, inadequada em solos pobres em potássio.Fonte de Ca e S, o gesso possui uma solubilidade 150 x maior que a o do Calcário. Reduzindo o efeito tóxico do Alumínio, promovendo um melhor aproveitamento dos nutrientes (fornecimento no perfil) e aumentando o volume de raízes no subsolo.Utilizado também para desanilizar os solos (> 10 t/ha). A sua utilização deve ser feita 20 a 30 dias antes da semeadura. Uma tonelada de gesso = 200 kg de Ca (280 kg de CaO) = 150 kg de S.Para o algodoeiro, sugere-se a observação das seguintes condições:

Em solos argilosos, porém com baixos teores de potássio, a gessagem pode ser efetuada desde que seja feita adubação com potássio.

Em solos argilosos com teores médios ou altos de potássio, o gesso pode ser usado sem restrições.

A quantidade de gesso a ser aplicada não deve ultrapassar 1500 Kg/ha. O gesso pode ser usado como fonte de enxofre e nesse caso, a quantidade deve ser

calculadada para fornecer 20 a 30 Kg/ha desse nutriente.

FosfatagemApesar de seu pequeno requerimento pelos vegetais, o fósforo é um dos nutrientes

aplicados em maiores quantidades nos solos brasileiros, o que é consequência de sua baixa disponibilidade natural e grande afinidade da fração mineral por este elemento, retirando-o da solução (adsorção/precipitação) e fazendo com que a concentração de equilíbrio seja muito baixa, tornando-se um dos fatores mais limitantes da produção em solos tropicais. Portanto, a adubação fosfatada é imprescindível para a obtenção de produções satisfatórias das diversas culturas.Conforme a análise de solo:250 – 1000 kg Superfosfato SimplesAplicado 30-40 dias antes do plantio

PotassagemAs funções fisiológicas do potássio na planta são: ação sobre o metabolismo e formação de

carboidratos, quebra e translocação do amido, atuação sobre o metabolismo do nitrogênio e a síntese de proteínas, controle e regulação da atividade de vários nutrientes, neutralização de ácidos orgânicos, ativador de enzimas, promotor do crescimento de tecidos meristemáticos, e ajuste da relação entre o movimento estomatal e água, além de promover uma melhor absorção dos outros nutrientes e deixar a planta menos susceptível ao ataque de pragas e doenças e mais resistente à seca. O potássio é requerido em maiores proporções em dois períodos do ciclo do algodoeiro: o primeiro entre os 30 e 50 dias após a emergência e o segundo por volta dos 90 dias, no final do ciclo, a absorção é reduzida e aumenta-se a translocação do mesmo para as sementes. Plantas deficientes neste nutriente não conseguem usar água ou outros nutrientes e são menos tolerantes a estresses ambientais. O uso de doses adequadas de potássio na adubação do algodoeiro aumenta o número de maçãs com maior diâmetro, peso de capulhos e o peso de 100 sementes e reduz o número de maçãs atacadas por pragas e doenças (Staut & Kuhiara, 1998; Staut & Athayde, 1999).O manejo da adubação potássica, com relação às doses e modos de aplicação (sulcos, a lanço e parcelada) deve ser considerado, devido ao alto potencial de perdas por lixiviação que os solos dos Cerrados apresentam. A aplicação de plantio normalmente é recomendada para ser

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realizada no sulco, porém também pode ser feita a lanço, antes do plantio, sendo que em solos com baixa fertilidade, aplicação no sulco pode ser mais viável economicamente.Conforme a análise de solo:EM SOLOS COM TEOR DE ARGILA > 20% NO SULCO DE PLANTIO

PlantioDe modo geral, o estabelecimento adequado do algodoeiro é a chave do sucesso para uma

boa produtividade. Tarefa das mais importantes, que requer cuidados do qual depende todo o processo produtivo, compreende a época de semeadura, espaçamento adequado, adubação e semeadura. A época de plantio varia de acordo com zoneamento. O teor de umidade do solo é de grande significação no momento do plantio, por facilitar as operações com o solo, favorecer a germinação das sementes e o desenvolvimento inicial das plantas.O espaçamento e a densidade de plantio são aspectos tecnológicos, que definem a população e o arranjo de plantas, podendo interferir no rendimento e nas operações a serem realizadas em uma lavoura. A população ideal de plantas de uma cultura por unidade de área, é um dos componentes de produção que contribuem significativamente para o aumento da produtividade. O espaçamento adequado é aquele em que as folhas das plantas devem cobrir toda a superfície entre fileiras, na época do máximo florescimento, sem haver entrelaçamento entre elas. A quantidade de sementes por metro linear é definida pelo espaçamento, que é definido em função da cultivar, clima, fertilidade da área, sistema de cultivo e tipo de colheita (mecanizada ou manual). O total de plantas por hectare influencia diretamente a produção e a produtividade.Como o bom estabelecimento do plantio do algodão é um dos pontos-chave para o sucesso visando ótima produtividade, ao se fazer o plantio deve-se observar que este não pode ser superadensado nem falho, mas uniforme para garantir a produtividade desejada.Durante o plantio o solo não deve estar encharcado, mas deve estar com temperatura entre 24º e 28ºC. Tempo chuvoso, com sol encoberto e temperatura abaixo de 20ºC é prejudicial, dificultando a germinação. O sulcamento ou as covas devem seguir as curvas do terreno, em função da declividade, para evitar erosão. Deve-se, também, observar o espaçamento correto.

Adubação de BaseA mistura de adubos, deve ser colocada no sulco de semeadura, 5 cm abaixo das sementes

e 5 cm ao lado delas. Os implementos mecanizados modernos sulcam e fazem essas operações simultaneamente, sendo mais adequados aqueles que distribuem o adubo em ambos os lados da linha de semeadura. Só quando o nível de nutrientes no solo for elevado – fruto de sucessivas adubações, pode-se recomendar a aplicação de fertilizantes a lanço, o que, na verdade, representaria uma adubação de manutenção, e não mais de correção.

O nitrogênio deve participar da adubação de base em torno de 10 a 15 kg de N/há e o enxofre na dose de 20 a 30 kg de S/há.

A adubação de plantio representa, no caso do micronutriente boro, a forma mais eficiente de fornecimento. Caso não se possa contar com a análise de solo, recomenda-se utilizar o seguinte método prático:

a) em solos calcariados, intensamente cultivados e adubados com NPK, aplicar no mínimo 0,5 kg de B/ha;

b) em solos arenosos de cerrado ou campo, pobres em matéria orgânica e corrigidos, elevar para 1,0 kg de B/ha;

c) quando os sintomas de deficiência citados no item anterior forem evidentes, aplicar até 1,2 kg de B/ha.

Adubação de cobertura

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A época mais adequada para a cobertura corresponde à fase de 30 a 40 dias após a emergência das plantas (botões florais).Quando a dose requerida for maior que 30 kg de N/ha, em solos arenosos e maior que 50 kg de N/ha em solos argilosos, a adubação pode ser parcelada. Nesse caso, aplicar 2/3 da quantidade na primeira cobertura (25 dae) e o restante após intervalo de 15-20 dias (florescimento). Segue abaixo outras recomendações para adubação nitrogenada:a) 60 a 120 kg de N/ha, em solos intensamente cultivados e adubados, ou desgastados e erodidos;b) 40 a 100 kg de N/ha, em solos ácidos ou em vias de correção, moderadamente adubados;c) 20 a 80 kg de N/ha, em solos de derrubada recente, ou em pousio prolongado ou, ainda, em cultura após rotação com leguminosas.Adubações tardias tendem a prolongar o ciclo vegetativo do algodoeiro, dificultando o controle de pragas tardias e atrapalhando a maturação dos frutos.Na primeira cobertura, deve-se dar preferencia em aplicar o adubo nitrogenado em filete ao lado das plantinhas, distante cerca de 10 a 20 cm. Assim como a solos úmidos, evitando, no entanto, ocasiões muito chuvosas, devido ao risco de perda do nutriente por lixiviação e a dificuldades operacionais diversas. A primeira cobertura pode servir também para administrar enxofre, caso a adubação básica não tenha feito isso.

2) Explicar o que ocorre em cada evento e a importância para o estabelecimento da cultura.

O algodoeiro exige temperatura mínima média de 18ºC para ter ambiente ótimo de aproveitamento de umidade, evaporação e transpiração. Quanto maior a amplitude entre a máxima e a mínima, melhor a condição de produtividade, ou seja, a planta cresce mais devagar a noite em temperatura mais amena e com isso consegue acumular energia e transferir às maçãs, apresentando mais peso.Ambientes de altitude baixa, menores que 550 m do nível do mar com altas temperaturas (diurna e noturna) ocasionam excesso de evaporação, troca gasosa, maior perda de água pela planta e rápido desenvolvimento vegetativo, para tanto a planta tem que ter um ótimo suprimento de água de 8 a 12 mm por dia na fase de cut-out que, se não estiver disponível, poderá causar murchamento, diminuição da fotossíntese, menor solubilização e difusão dos nutrientes, ocasionando perdas na produção das maçãs (baixo peso), imaturidade da pluma e da semente. Em ambientes de alta temperatura a formação da primeira maçã do baixeiro, ocorre no quinto nó, e em ambiente de temperatura mais amena, a primeira maçã do baixeiro pode estar localizada no sétimo ou oitavo nó. A temperatura influencia fortemente o crescimento da planta e a exigência térmica varia em cada fase do ciclo do algodoeiro.Originário de climas semi-áridos a planta está adaptada ao cultivos em locais cuja pluviosidade varia de 500 a 3000 milímetros anuais, e a altitudes que variam desde o nível do mar até 1200 metros.Tem a característica de sobreviver em diferentes ambientes, por isso, em condições de estresse, ela pode abortar botões florais para ter outra produção assim que as condições climáticas forem satisfatórias para garantir e perpetuar a espécie.

A decisão do momento adequado para a implementação das práticas agronômicas para a condução da lavoura do algodoeiro, como adubação, reguladores de crescimento, maturadores, etc. é função do estádio de crescimento da planta. Os estádios fenológicos do algodoeiro podem ser divididos em 4 fases ou momentos: fase 1 ou fase vegetativa(25-35 dias); fase 2 ou formação dos botões (20-30 dias); fase 3 ou abertura de flores (50-60 dias); fase 4 ou abertura dos capulhos (35-45 dias).O algodoeiro comporta-se como planta perene, de forma que durante a maior parte do seu ciclo, vários eventos ocorrem simultaneamente, como crescimento vegetativo, florescimento, maturação de frutos, abertura de capulhos, etc. A divisão do ciclo em fases facilita a

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compreensão dos processos que ocorrem na planta, assim como os cuidados que se deve dedicar a planta em cada fase.

Fase 1 - Crescimento Vegetativo InicialFase que compreende desde a semeadura até o primeiro botão floral (5º-8º nó), ou 25 – 35 dias da germinação. Após o plantio, em aproximadamente 5 dias ocorre a germinação das sementes, desenvolvendo-se a partir de então o nó cotiledonar, com folhas cotiledonares opostas (lado-a-lado). Nesta fase busca-se a uniformidade no estabelecimento da cultura, com população de plantas adequadamente distribuídas na linha de plantio e também promover o desenvolvimento radicular satisfatório e favorecer a formação de folhas e gemas sadias. Este é o momento de fornecer as plantas a nutrição balanceada, em solo corrigido e descompactado, e protegê-las do ataque de pragas e doenças iniciais. A mato-competição neste período é severa. Os cuidados nesta fase determinarão a uniformidade da lavoura até o momento da colheita, influenciando o controle de plantas daninhas, a eficiência no uso da água e nutrientes, o manejo de insetos, o uso de regulador de crescimento, a eficiência dos desfolhantes e maturadores, e finalmente na eficiência da colheita e na qualidade da fibra. Sub-fases:V0 - Emergência até nervura central da 1ª folha verdadeira com 2,5cm de comprimento (> que uma moeda de 1 real).V1 - Até a 2ª folha com 2,5 cm de comprimento.V2 - Até a nervura central da 3ª folha com 2,5 cm.V3 a Vn - Segue o mesmo critério para V2.

Fase 2 - Fase Juvenil - Formação dos botões floraisCompreende do primeiro botão floral (5º-6º nó) até a primeira flor branca (15 nós) ou 60-70 dias da germinação.Ocorre a elongação da haste principal e a retenção das gemas florais. Fase de maior desenvolvimento vegetativo onde a planta já pode determinar a produção (8 a 10 ramos reprodutivos). Pouco antes deste momento iniciam-se as aplicações de herbicidas pós-emergentes, aproximadamente na fase V4, antes do aparecimento do botão floral. Continua o rigor no controle de insetos e ácaros e inicia-se o monitoramento para o controle das principais doenças.Inicia-se o controle da altura da planta com o uso de reguladores de crescimento. A altura ideal varia conforme o cultivar, o espaçamento de plantio, o clima, o solo, a disponibilidade de água, entre outros fatores. Entretanto convenciona-se a altura ideal por volta de 1,2 a 1,5 m ou ainda 50% maior que o espaçamento entrelinhas. Fase de maior retenção de botões florais sendo que o algodoeiro necessita de alto volume de nutrição balanceada disponível. Realiza-se neste período o ajuste da adubação com nitrogênio, potássio e boro.Pode-se estimar que a cada três dias deverá aparecer um botão floral em ramos sucessivos, e a cada seis dias deva aparecer um botão floral no mesmo ramo.Sub-fases:B1 - Primeiro botão floral visível do primeiro ramo frutífero.B2 - Primeiro botão floral visível do segundo ramo frutífero.B3 - Primeiro botão floral visível do terceiro ramo frutífero.B4 a Bn - O mesmo critério para B3, sendo o ponto de mudança o aparecimento dos botões.

Fase 3 - Fase Reprodutiva – Floração e MaturaçãoDesde o surgimento da primeira flor branca no 5-8º nó ou 60-70 dias após a germinação, até a paralisação do crescimento vegetativo, 14 a 16 nós (cut-out). O momento do cut-out é determinado quando a última flor branca se encontra no quinto ramo reprodutivo a partir do topo da planta. Nesta fase busca-se estabelecer a altura final desejada para as plantas, minimizar a queda (abscisão) de estruturas reprodutivas, favorecer o enchimento das maçãs e induzir o cut-out no momento adequado.O porte adequado da planta é importante para o máximo aproveitamento da radiação solar, assim como é importante, pelo mesmo motivo, a manutenção da sanidade foliar das plantas.

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Realizam-se as aplicações de herbicidas nas entrelinhas da cultura, com o objetivo de controlar as plantas daninhas que germinaram desde a aplicação em V4 até aproximadamente 40 dias após essa aplicação. A ausência de produtos pós- emergentes seletivos para aplicações foliares nesta época exige que as pulverizações sejam feitas em jato dirigido ou jato protegido, nas entrelinhas da cultura, evitando o contato da calda de pulverização com as folhas das plantas.Ocorre intensa competição entre as estruturas vegetativas e reprodutivas e a planta direciona toda a reserva de nutrientes da parte vegetativa para as maçãs.A vida média de uma folha é de 65 dias, mas o pico de fotossíntese ocorre aproximadamente 20 dias após a abertura da folha. A máxima fotossíntese da folha ocorre quando o fruto está no início de seu desenvolvimento, o que pode limitar o fluxo de carboidratos para o fruto, principalmente quando existe mais de um fruto por ramo. Isso explica porque sempre os frutos de primeira posição no ramo são mais desenvolvidos que os demais.A planta já definiu seu potencial produtivo, iniciando o enchimento das maçãs pelo acúmulo de celulose nas fibras das sementes. O alto pegamento de maçãs regula naturalmente a altura da planta sendo reduzida a necessidade do uso de reguladores de crescimento (Altura = 1,5 x Espaçamento; Taxa de crescimento > 1cm/dia).Prioriza-se o controle de pragas que atacam as maçãs, como as lagartas, o bicudo, os percevejos. O controle de pulgões é importante para evitar dano as fibras por fumagina.1 flor = 4-6 locos com 10 óvulos = 40-60 sementes. A viabilidade do pólen é de até 24 horas após liberado. A segunda metade desta fase é muito vulnerável a qualquer estresse que interfira na taxa fotossintética, como extremos de temperatura, elevada nebulosidade, secas, etc., causando aumento na queda de estruturas e levando a maior ocorrência de fibras imaturas. A cada 2 voltas temos 5 flores – espiral. Quando a espiral passa novamente pelo ramo surge mais uma flor.A queda ou abscisão de botões florais e de maçãs jovens é um fenômeno natural no algodão, que é acentuado pela ocorrência de condições adversas como tempo nublado, temperaturas muito altas ou baixas, deficiência de nutrientes e crescimento vegetativo muito intenso. A queda de até 60% das estruturas é considerada normal. A queda é regulada pelo balanço entre açúcares no tecido e teor de etileno. Desta forma, qualquer fator que determine uma queda na fotossíntese, ou um aumento no gasto metabólico, resultará em queda de estruturas reprodutivas, por exemplo, o autossombreamento por crescimento excessivo e muitos dias nublados.Sub-fases:F1 - Primeiro botão floral do primeiro ramo torna-se flor.F2 - Primeiro botão floral do segundo ramo torna-se flor.F3 a Fn - O mesmo critério para F2, sendo o ponto de mudança a abertura.

Fase 4 - Abertura dos CapulhosA fase final da cultura começa com a abertura do primeiro capulho e termina com a aplicação de desfolhantes e/ou maturadores (100-120 dd da germinação). Qualquer stress que interfira na fotossíntese causará danos a qualidade das fibras e não na produtividade, a menos que ocorre chuvas em excesso. Temperaturas baixas poderão resultar em elevada percentagem de fibras imaturas e má deficiência na abertura dos capulhos para a colheita. Competição interna forte. Os últimos 5 nós não são aproveitados. Na semeadura convencional o ideal seria termos 25 nós. Continua muito importante o controle de pragas que atacam as maçãs, como as agartas, o bicudo, os percevejos, assim como o controle de pulgões para garantir a qualidade das fibras. Nesta fase prepara-se a colheita com desfolhantes quando as plantas apresentam 70 a 80% das maçãs abertas, ou com apenas 4 maçãs fechadas acima da última maçã aberta, uma vez que as maçãs destas posições sempre estarão maduras fisiologicamente. Aos 7 dias após a aplicação do desfolhante as maçãs ainda fechadas estarão prontas a receber o aturador, que estimulará a sua abertura. A colheita deverá ser realizada o mais rápido possível

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para evitar a reinfestação por plantas daninhas, e para diminuir as perdas em produtividade e qualidade de fibra.Sub-fases:C1 - Abertura da primeira maçã do primeiro ramo, tornando-se capulho.C2 - Abertura da primeira maçã do segundo ramo, tornando-se capulho.C3 a Cn - O mesmo critério para C2, sendo o ponto de mudança a abertura das maçãs.

3) Qual o manejo mais adequado (pré ou pós) para cada planta daninha? Considerando o manejo de resistência, elabore um programa de manejo para as plantas daninhas indicadas.

As plantas daninhas são um dos maiores inimigos da cultura do algodão, pois interferem de varias maneiras, como a competição pelo substrato ecológico (luz, água, nutrientes e dióxido de carbono) com a cultura.A cultura do algodão precisa ser colhida no limpo, sendo necessário mantê-la livre de plantas daninhas a maior parte do ciclo.O algodão possui características que dificultam o manejo:

Espaçamento amplo entre as linhas; Restrições ao Crescimento – Sombreamento; Poucos Herbicidas Seletivos para o controle de FL; Ciclo longo – 180 a 220 dias; Crescimento inicial lento (parte aérea); Colheita no limpo – Qualidade da fibra.

Do outro lado temos as plantas daninhas com: Produção de um grande número de sementes; Sementes de tamanho reduzido – Dispersão; Dormência e longevidade – Germinação escalonada; Plasticidade – Variabilidade genética e adaptabilidade; Diferentes mecanismos de reprodução; Resistência a métodos de controle.

Atualmente tem-se no mundo mais de 200 espécies de que são consideradas plantas daninhas na cultura do algodão, das quais 80 são consideradas como principais, destacamos:Leiteiro (Euphorbia heterophylla), Corda-de-viola (Ipomoea spp), Trapoeraba (Commelina benghalensis), Capim-colchão (Digitaria spp), Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), Picão-preto (Bidens spp), Apaga-fogo (Alternanthera tenella), Caruru (Amaranthus spp), Erva-quente (Spermacoce latifola), Joá-bravo (Solanum spp), Erva-de-santa-lúzia (Chamaesyce spp), Mentrasto (Ageratum conyzoides), Guanxuma (Sida spp), Capim-amargoso (Digitaria insularis), Sorgo-de-alepo (Sorghum halepense), Fedegoso (Senna spp), Capim-carrapicho(Chenchrus echinatus), Junquinho (Cyperus spp).O algodoeiro é um fitossistema extremamente sensível à competição causada pelas plantas daninhas que não forem controladas convenientemente pode conduzir a perdas totais da produção e/ou reduzir bastante a qualidade do produto final. Além disso, elas dificultam o manejo cultural, hospedam insetos-pragas do algodão, agentes causadores de doenças, como vírus, nematóides, etc.Na agricultura moderna o controle químico das plantas daninhas, via uso de herbicidas, é uma necessidade, porém o uso de tais produtos deve ser feito de uma maneira correta, precisa e profissional:

Aplicações de manejo para plantio - dessecação Aplicações em pré-emergência Aplicações em pós-emergência Aplicação em jato dirigido – seletividade de posição

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No solo bem preparado aplicam-se os herbicidas de pré-plantio da cultura ou de pré-emergência das plantas daninhas, de preferência em misturas com produtos de mecanismos de ação diferentes, para evitar o surgimento de biótipos de plantas daninhas resistentes aos herbicidas.Para as aplicações de manejo para plantio (dessecação) destacamos os ingredientes ativos: Glifosato (Zapp QI); 2,4D; Carfentrazona-etílica (Aurora); Flumioxazia (Flumyzin) e Diurom+Dicloreto de Paraquate (Gramocil).Nas aplicações pré-emergentes, ponto chave do manejo, destacamos:Após Plantio: Diurom ou Prometrina (Gesagard) + Clomazona (Gamit) + Trifluralina ou Pendimentalina (Herbadox).Estádio de Orelha-de-onça do Algodão: S-metolacloro (Dual Gold) Considerando herbicidas de pós-emergência seletivos para o controle de folhas largas: Envoke (Trifloxissulfurom-sódico) e Staple (Piritiobaque-sódico). E os graminicidas: Fusilade (Fluazifope-P-butílico), Select Cletodim); Verdict (Haloxifope-P-metílico), Aramo (Tepraloxidim).Em cultivares de algodão GMO podemos aplicar herbicidasantes não seletivos:ALGODÃO RR Flex

Tolerante ao Glifosato - Menor limitação do estádio de aplicação do glifosato na cultura em relação ao RR1.

Alerta para plantas daninhas de difícil controle como a trapoeraba; corda-de-viola e a erva-quente, assim como as resistentes ao glifosato.

ALGODÃO LL LibertyLink - Tolerante ao Glufosinato-sal-de-amônio (Finale) Ideal para o manejo de Leiteiro e Picão-preto Alerta o estádio de aplicação como para plantas de difícil controle como pé-de-galinha,

tiririca, apaga-fogo, caruru, e capim-colchão.A aplicação pós-emergente com jato dirigido é uma ferramenta utilizada para facilitar a colheita e evitar a contaminação da pluma.As aplicações são feitas normalmente 60 dae não atingindo a cultura, os produtos utilizados: MSMA, Dicloreto-de-paraquate (Gramoxone), Atrazina (Gesaprim), Ametrina (Gesapax), Diurom, Flumioxazina (Flumyzin), Carfentrazona-etílica (Aurora), Diclosulam (Spider), Fomesafem (Flex). Destacamos a combinação de Atrazina (750) +Flumioxazina (20) + Carfentrazona-etílica (16) + Dicloreto-deparaquate (100).Para o manejo adequado e pelo menos retardar o surgimento de espécies resistentes aos herbicidas, recomenda-se:

Utilizar diferentes mecanismos de ação, tanto no mesmo ano como também entre anos, tendo sempre o histórico da área a ser trabalhada;

Realizar sempre rotações de herbicidas e de culturas; Evitar o uso de produtos com resistência já comprovada, em especial em aplicações

isoladas; Fazer sempre o monitoramento da área, deixando uma pequena área sem aplicar

herbicidas para se comparar à evolução das espécies, dominância, densidade e outros aspectos.

Uso consciente da biotecnologia – Destruição de Soqueira Usar outros métodos de controle de plantas daninhas em substituição parcial de

herbicidas.Doses:

Gesagard - tem bom controle para caruru (Amaranthus sp.), trapoeraba (Commelina) e corda-de-viola (Ipomoea).Grupo Químico: triazinas1,5 – 2,0 L/ha na pré-emergência das ervas e da cultura1,5 – 2,0 L/ha em jato dirigido.

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Dual Gold - tem bom controle para trapoeraba (Commelina) e caruru (Amaranthus sp.)Grupo Químico: Acetanilidas0,6 – 0,8 L/ha na pré-emergência das ervas e da cultura1,0 – 1,2 L/há na pós-emergência do algodão a partir da 1ª folha verdadeira

Gramocil - tem bom controle de caruru (Amaranthus sp.), trapoeraba (Commelina), leiteiro (Euphorbia heterophylla) e Corda de viola (Ipomoea) - controle de folhas largas e estreitasGrupo Químico: Birpirdilos + Uréia substiruída1,0 a 2,0 L/há + Agral 0,1% v/v para ervas de até 4 folhas ou 1 a 2 perfilhos

Gramoxone - para aplicações em pós emergência com ação de contato. Caruru (Amaranthus), trapoeraba (Commelina), leiteiro (E. heterophylla)Grupo Químico: Birpirdilos1,0 a 2,0 L/há + Agral 0,1% v/v para ervas de até 4 folhas ou 1 a 2 perfilhos.

Envoke - tem bom controle para corda-de-viola (Ipomoea), caruru (Amaranthus) e leiteiro (E. heterophylla)Grupo Químico: SulfuniluréiasAdjuvante 0,1 % v/v10 g/ha – ervas de 2 a 4 folhas e algodão com 4 folhas verdadeiras (pós-emergência)5/5 g/ha – ervas com 2 folhas e algodão com 2 folhas verdadeiras (pós-emergência)

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