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Número 1650 | quarta-feira, 28 de maio de 2014 | Preço 1 cênt. | Diretor interino Vítor Norinha O JORNAL ECONÓMICO | www.oje.pt | ipad | iphone | android PUB ESTUDO A absorção de escritórios em Lisboa cresceu 148% em abril em termos homólogos, diz a Aguirre RETALHO A Sacolinha escolheu o Chiado para a 1.ª experiên- cia em Lisboa. A operação foi assegurada pela JLL INSTRUÇÃO As consultoras B. Prime e Aguirre Newman colocaram a espanhola Codeactivos em Lisboa Espaços de Negócios PÁG. 11 PÁG. 11 PÁG. 14 OPINIÃO A Europa e os votos PÁG. 6 Cátia Miriam Costa Investigadora do Centro de Estudos Internacionais, ISCTE – IUL PORTUGAL poderá reduzir a dívida para os 60% do PIB em 2042 se mantiver um défice estrutural de 0,5% a partir de 2017 e se apresen- tar excedentes primários superiores a 4% durante mais de uma década, estima o CFP. Na sua análise ao Documento de Estratégia Orçamental (DEO), o Conselho de Finanças Públicas (CFP) apresenta um cenário de evolução da dívida pública no longo prazo, assumindo que o défice estrutural (excluindo as variações do ciclo eco- nómico) se mantém inalterado nos 0,5% do PIB, uma taxa de juro nom- inal de 4,5% e um crescimento no- minal de 3,5% após 2017. Para chegar a um défice estrutu- ral de 0,5%, o CFP estima que será preciso que um excedente primário que corresponda, em média, aos 3% do PIB: entre 2018 e o final da déca- da de 2020, terá de ser mais elevado (superior a 4%) e, no final da proje- ção, até 2%. “Neste cenário, a regra da dívida do Tratado Orçamental é respeita- da, atingindo-se o rácio de 60% do PIB em 2042”, ou seja, em quase três décadas, calcula o CFP. Refere ainda que o cumprimento de um défice estrutural de 0,5% do PIB após 2017 será “suficiente” para cumprir a regra do Tratado Orça- mental, que exige uma redução do excesso da dívida face ao valor de referência de 60% do PIB a um rit- mo de um vigésimo por ano. O CFP sublinha ainda que estas projeções “seriam melhores”, se se assumis- sem taxas de juro menores ou ní- veis de crescimento superiores. A organização liderada pela eco- nomista Teodora Cardoso alerta, no entanto, que, “para ser credível”, a estratégia de sustentabilidade das finanças públicas “tem de ser expli- citada e suficientemente detalhada, de modo a fornecer aos agentes eco- nómicos a orientação necessária pa- ra conciliar o seu próprio comporta- mento com a estratégia proposta pelo Governo”. VER PÁG. 4 Dívida precisa de 20 anos para equilibrar MACRO PUB PUB Luxo, mais luxo e um novo coração VOLVO XC 90 “As empresas não têm de se adaptar às estruturas da Bolsa de Valores” POR QUE SE INSISTE EM SOLUÇÕES QUE A EXPERIÊNCIA MOSTRA QUE NÃO FUNCIONAM, COMO É O CASO DA ALTERNEXT, QUESTIONA ABEL SEQUEIRA FERREIRA, DIRETOR EXECUTIVO DA AEM – ASSO- CIAÇÃO DE EMPRESAS EMITENTES DE VALORES COTADOS EM MERCADO. ACRESCENTA QUE É A BOLSA QUE DEVE ADAPTAR-SE ÀS NECESSIDADES DAS EMPRESAS, E NÃO O INVERSO É necessário acabar com o abuso de certas práticas de negociação (caso do high frequency trading) A AEM acaba de ser convidada a integrar a European IPO Task Force, um comité que reúne 20 especialistas europeus e que vai apresentar, à Comissão Europeia, propostas de solução para os desafios a longo prazo que se colocam ao mercado de capitais na Europa Págs. 8 e 9 Pág. 16

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NNúúmmeerroo 1650 | quarta-feira, 28 de maio de 2014 | PPrreeççoo 1 cênt. | DDiirreettoorr iinntteerriinnoo Vítor NorinhaO JORNAL ECONÓMICO | www.oje.pt | ipad | iphone | android

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ESTUDOA absorção de escritóriosem Lisboa cresceu 148%em abril em termoshomólogos, diz a Aguirre

RETALHO A Sacolinha escolheu oChiado para a 1.ª experiên-cia em Lisboa. A operaçãofoi assegurada pela JLL

INSTRUÇÃOAs consultoras B. Primee Aguirre Newmancolocaram a espanholaCodeactivos em Lisboa

Espaços de Negócios

PÁG. 11 PÁG. 11 PÁG. 14

OPINIÃOA Europa e os votos

PÁG. 6Cátia Miriam Costa

Investigadora do Centro de EstudosInternacionais, ISCTE – IUL

PORTUGAL poderá reduzir a dívidapara os 60% do PIB em 2042 semantiver um défice estrutural de0,5% a partir de 2017 e se apresen-tar excedentes primários superioresa 4% durante mais de uma década,estima o CFP.

Na sua análise ao Documento deEstratégia Orçamental (DEO), oConselho de Finanças Públicas (CFP)apresenta um cenário de evoluçãoda dívida pública no longo prazo,assumindo que o défice estrutural(excluindo as variações do ciclo eco-nómico) se mantém inalterado nos0,5% do PIB, uma taxa de juro nom-inal de 4,5% e um crescimento no-minal de 3,5% após 2017.

Para chegar a um défice estrutu-ral de 0,5%, o CFP estima que serápreciso que um excedente primárioque corresponda, em média, aos 3%do PIB: entre 2018 e o final da déca-da de 2020, terá de ser mais elevado(superior a 4%) e, no final da proje-ção, até 2%.

“Neste cenário, a regra da dívidado Tratado Orçamental é respeita-da, atingindo-se o rácio de 60% doPIB em 2042”, ou seja, em quasetrês décadas, calcula o CFP. Refereainda que o cumprimento de umdéfice estrutural de 0,5% do PIBapós 2017 será “suficiente” paracumprir a regra do Tratado Orça-mental, que exige uma redução doexcesso da dívida face ao valor dereferência de 60% do PIB a um rit-mo de um vigésimo por ano. O CFPsublinha ainda que estas projeções“seriam melhores”, se se assumis-sem taxas de juro menores ou ní-veis de crescimento superiores.

A organização liderada pela eco-nomista Teodora Cardoso alerta, noentanto, que, “para ser credível”, aestratégia de sustentabilidade dasfinanças públicas “tem de ser expli-citada e suficientemente detalhada,de modo a fornecer aos agentes eco-nómicos a orientação necessária pa-ra conciliar o seu próprio comporta-mento com a estratégia propostapelo Governo”. VER PÁG. 4

Dívida precisade 20 anos paraequilibrar

MACRO

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Luxo, mais luxo e um novo coraçãoVOLVO XC 90

“As empresas não têm de se adaptaràs estruturas da Bolsa de Valores”

POR QUE SE INSISTE EM SOLUÇÕES QUE A EXPERIÊNCIA MOSTRAQUE NÃO FUNCIONAM, COMO É O CASO DA ALTERNEXT, QUESTIONAABEL SEQUEIRA FERREIRA, DIRETOR EXECUTIVO DA AEM – ASSO-CIAÇÃO DE EMPRESAS EMITENTES DE VALORES COTADOS EMMERCADO. ACRESCENTA QUE É A BOLSA QUE DEVE ADAPTAR-SEÀS NECESSIDADES DAS EMPRESAS, E NÃO O INVERSO

É necessário acabar com o abuso decertas práticas de negociação (casodo high frequency trading)

A AEM acaba de ser convidada a integrara European IPO Task Force, um comitéque reúne 20 especialistas europeuse que vai apresentar, à Comissão Europeia,propostas de solução para os desafiosa longo prazo que se colocam aomercado de capitais na Europa

Págs. 8 e 9

Pág. 16

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BO

LSA

Contudo “não seria suficiente para absorver a taxa de desemprego,muito elevada no país”

400 milhões de euros

O Banco Comercial Português(BCP) reembolsou o Estado em400 milhões de euros relativos a instrumentos de capital core tier 1 (CoCos), cumprindo a primeira etapa do plano de reembolso e mostrando “a vitalidade do banco”, declara a instituição financeira

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Organização Internacional do Trabalho(OIT), após ter afirmado que Portugaldeveria ter uma melhoria no empregosuperior à média, na apresentação de

um relatório sobre o emprego mundialT

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ITO

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MAIOR SUBIDA

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Consequências

Ponto 1 – As eleições europeias jáestão a ter consequências, mas dolado do partido vencedor, e rapida-mente também deverão gerar conse-quências do lado dos partidos venci-dos. Falamos sempre de entidadesdo arco da governação que estão asair do estatuto amorfo em que seencontram. O eleitorado ficou maio-ritariamente em casa, alheou-se detoda a situação, mas isso tem signifi-cado e tem de ter consequências. Oeleitorado não tem de ser levado sen-tado em sofá e de pantufas às urnas,tem de ter iniciativa e, para isso, pre-cisa de incentivos e isso é o trabalhodo poder político. Aquilo que está aacontecer levará ao desfasamento eafastamento entre representantes erepresentados e tenderá a chegar aum ponto onde ninguém representaninguém e onde não há qualquercaminho. A política está a voltar a animare as lideranças estão a ser colocadasem causa. O interesse vai voltar à ruae vão subir as expectativas.

Ponto 2 – O relatório do Conselhodas Finanças Públicas dá númerosextraordinários, nomeadamente anível da consolidação das finançaspúblicas, do endividamento e daexposição do Estado à banca.A conclusão sucinta é que vãoser necessários muitos anos desacrifícios e bom comportamentopara atingirmos um patamarmínimo de consistência.

[VN]

NOTA

PPuubblliiccaaddoo ddiiaarriiaammeennttee ddee tteerrççaa aa sseexxttaa--ffeeiirraa •• PPRROOPPRRIIEEDDAADDEE - Megafin Sociedade Editora S.A., Registo na ERCS N.º 223731, N.º de Depósito Legal: 245365/06 • SSEEDDEE - Avenida Casal Ribeiro, n.º 15 – 3.º, 1000-090 Lisboa, Tel.: 217 922 070, Fax: 217 922099 • DDIIRREETTOORR IINNTTEERRIINNOO - Vítor Norinha • RREEDDAAÇÇÃÃOO - Armanda Alexandre, Almerinda Romeira, Catarina Santiago, Sónia Bexiga • ÁÁRREEAA CCOOMMEERRCCIIAALL - Diretor João Pereira, 217 922 088 – [email protected], Gestores de Contas Isabel Silva – 217 922 094,Claudia Sousa – 217 922 073 • AASSSSIINNAATTUURRAASS Alexandra Pinto, 217 922 096, [email protected] • ÁÁRREEAA FFIINNAANNCCEEIIRRAA - Florbela Rodrigues • CCOONNSSEELLHHOO DDEE AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO - Vitor Francisco e João Pereira • IIMMPPRREESSSSÃÃOO – Empresa Gráfica Funchalense,SA, Rua Capela N. Sr.ª Conceição, 2715-029 Morelena • DDIISSTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO – Notícias Direct, LDA, Tapada Nova Capa Rota - Linhó 2711-901 Sintra • TTIIRRAAGGEEMM - 17 000 • Nenhuma parte desta publicação, incluindo textos, fotografias e ilustrações, pode serreproduzida por quaisquer meios sem prévia autorização do editor

PORTUGALAICEP lança repto para reforço na ChinaO presidente da Agência para o Investimentoe Comércio Externo de Portugal (AICEP), MiguelFrasquilho, lançou um repto às cerca de milempresas portuguesas exportadoras para aChina no sentido de reforçarem a sua presençano país asiático. Miguel Frasquilho falava noinício do almoço-conferência “A China na rotadas exportações portuguesas”, uma iniciativada Câmara de Comércio e IndústriaLuso-Chinesa (CCILC).

VENEZUELA Ministro quer baixar preços de bilhetes de aviãoO ministro venezuelano do TransporteMarítimo e Aéreo, Hebert Garcia Plaza,declarou que quer fazer baixar os valoresem dólares da venda dos bilhetes de aviãoaté “um preço real. Queremos informarque se realizarão mesas de trabalhocom as companhias aéreas para reverem baixa o preço”, anunciou o governantena sua conta no Twitter. Na segunda-feira,foi anunciado que o preço dos bilhetescomprados em Caracas vai aumentarquase 500% a partir de 1 de julho.

ESPANHA Turistas gastam valor recorde até abrilOs turistas estrangeiros que visitaram Espanha nosquatro primeiros meses de 2014 gastaram o montanterecorde de 14 856 milhões de euros, mais 11,2% queem igual período de 2013. Os turistas da Alemanha,do Reino Unido e dos países nórdicos foram os quemais contribuíram para este aumento, com o arqui-pélago das Canárias a ser o “grande beneficiado”.Em média, cada turista gastou 968 euros (mais 1,8%),permanecendo em Espanha uma média de 8,7 noites.

MOÇAMBIQUE Turismo perde 7 milhões em três meses com os confrontos O conflito armado em Moçambique causou perdasdiretas de 7,3 milhões de euros no turismo em ape-nas três meses, revela um estudo da Associação deComércio e Indústria de Sofala e da agência ameri-cana USAID. Entre novembro de 2013 e janeiro de2014, os confrontos que opõem o principal partidode oposição, a Renamo, e o Governo tiveram umarelação direta com as perdas no setor, mais acen-tuadas no turismo de lazer que no de negócios.

REINO UNIDO Investimento estrangeiro aumenta 15% O investimento direto estrangeiro (IDE) naEuropa alcançou o seu ponto mais alto em2013, com um total de 3955 novos proje-tos, sendo o Reino Unido o principal bene-ficiário, com 799 projetos em 2013, mais15% que no ano anterior, de acordo comum relatório da Ernst & Young. Segue-sea Alemanha, que conquistou 701 novosprojetos, uma subida de 12% face a 2012.

RRADAR

NOTÍCIAS NO MUNDO

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Toyota paga mais 19% à direção A nipónica Toyota Motor tencionaaumentar os salários dos diretores de topo em 19%. Após ter registadoum lucro recorde de 13 mil milhões de euros no exercício fiscal de 2013, a maior fabricante automóvel domundo propõe avançar com 10,9 milhões de euros em compensações e bónus, distribuídos pelos 21 diretores de topo da multinacional.

Russo VTB afunda 98% com UcrâniaO banco russo VTB obteve um lucrolíquido de 400 milhões de rublos (8,5 milhões de euros) durante o primeiro trimestre deste ano, num decréscimo de 98% em relação aos primeiros três meses de 2013. A segunda maior entidadefinanceira da Rússia atribuio mau desempenho trimestralao impacto da crise na Ucrânia.

SITESÀS 20 HORAS DE ONTEM

www.europapress.eswww.bloomberg.com

KKR quer GoodpackO fundo americano KKR quer comprar a Goodpack, empresa de embalagens de Singapura, porcerca de 808 milhões de euros. Aconcretizar-se, a aquisição – sujeita a aprovação pelos acionistas daGoodpack – será uma das maiores de private equity realizadas este anona Ásia, e será o maior investimentofeito pela KKR no Sudeste Asiático.

www.wsj.com

Imaginarium entra na Coreia do SulA marca espanhola de brinquedoseducativos para bebés e criançasImaginarium prossegue a expansãona Ásia. Após a recente aberturaem Hong Kong, surge a primeiraloja na Coreia do Sul. O novoespaço, de 123 metros quadrados,situa-se no Dongdaemun DesignPlaza (DDP), edifício projetado pelaarquiteta iraquiana Zaha Hadid.

www.expansion.com

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O MONTANTE de dívida garantidapelo Estado português à banca é de9,9% do Produto Interno Bruto(PIB), ou seja, cerca de 16,5 mil mi-lhões de euros, segundo um relató-rio do Conselho das Finanças Públi-cas (CFP).

“De acordo com informação rece-bida do MF (Ministério das Finan-ças) no âmbito de um pedido de es-clarecimentos, o valor de dívida ga-rantida pelo Estado ao setor ban-cário corresponde a 9,9% do PIB",lê-se no relatório “Análise do Docu-mento de Estratégia Orçamental2014-2018”, ontem divulgado peloCFP.

Como não é especificado o ano aque o PIB se refere, levando em con-ta o PIB de 2013 (165,7 mil milhõesde euros), este valor é de 16,4 milmilhões de euros. Caso seja utiliza-da a projeção do PIB para 2014 (qua-se 169 mil milhões de euros), o va-lor com garantia de Estado sobe pa-ra 16,7 mil milhões de euros, avan-ça a Lusa.

O Orçamento do Estado deste anopermite que a banca emita até qua-se 25 mil milhões de dívida com ga-rantia soberana, uma ligeira subida(2,3%) face ao valor fixado em 2013,sendo o objetivo o “reforço da esta-bilidade financeira e da disponibili-dade de liquidez nos mercados fi-nanceiros”.

O relatório do CFP refere-se aindaàs “novas regras prudenciais de Ba-sileia III respeitantes à composiçãodos fundos próprios dos bancos”que “levaram à alteração no trata-mento dos ativos por impostosdiferidos”.

Segundo a entidade liderada porTeodora Cardoso, a alteração do tra-tamento fiscal dos impostos diferi-dos, com a “sua transformação par-cial em créditos fiscais”, terá “im-plicações para os défices orçamen-tais, em termos que estão em dis-cussão pelas autoridades estatísti-cas”. O CFP frisa ainda que, no rela-tório referente à 11.ª avaliação daTroika ao programa de ajustamentoportuguês, o Fundo Monetário In-ternacional (FMI) “alerta para o po-tencial impacto destes ativos nascontas públicas”.

A questão dos impostos diferidosestá em cima da mesa desde queentraram em vigor as novas regrasde contabilidade de Basileia III, a 01de janeiro, que obrigam os bancos adeduzir aos fundos próprios os ati-vos por impostos diferidos que fo-ram acumulando, apenas podendocontabilizar como capital aquelesem que haja a garantia quase totalda sua utilização ou que tenhamum valor económico igual ao seuvalor contabilístico.

Quando os bancos se prepararampara os testes de stress do BancoCentral Europeu (BCE), os banquei-ros têm vindo a exigir alterações àlei, semelhantes às de Espanha, queabriu a possibilidade de os impostosdiferidos serem transformados emcréditos fiscais.

No entanto, o Ministério das Fi-nanças tem-se mostrado reticentedevido ao impacto nas contas públi-cas da contabilização desses crédi-tos fiscais e o Governo ainda não to-mou uma posição, apesar de estarprometida para breve e de se preveruma solução que, de algum modo, éfavorável aos interesses dos bancos.Estes têm argumentado que, sem is-so, alguns bancos poderão mesmoter de pedir mais dinheiro ao Esta-do, o que também teria impacto nascontas públicas.

IMPACTO COM PENSÕES E PPP

Entretanto, o CFP apelou ao Gover-no para que identificasse o impactodo aumento das despesas com o sis-tema de pensões e as Parcerias Pú-blico-Privadas (PPP), considerandoque existe uma “insuficiente des-crição” das pressões orçamentais noDEO.

“A insuficiente descrição do quese considera no DEO como pressõesorçamentais (aumentos da despesaou diminuições da receita que o Go-verno não controla) não possibilitauma avaliação completa das previ-sões constantes no documento. Im-portaria, a este propósito, que o Mi-nistério das Finanças identificasse,designadamente, o impacto do au-mento de despesas associadas aossistemas de pensões e às ParceriasPúblico-Privadas (PPP)”, refere oCFP na sua análise.

Na análise, o CFP destaca tam-bém que o DEO apresenta medidasde consolidação orçamental não es-pecificadas, que, este ano, represen-tam 1144 milhões de euros, 0,7%do Produto Interno Bruto (PIB), e,em 2015, ascendem a 517 milhões,0,3% do PIB – o que corresponde aum terço das medidas permanen-tes. “Estes montantes respeitam amedidas para as quais não existe es-pecificação que permita perceber asua natureza e composição e, conse-quentemente, avaliar os respetivosimpactos”, afirma a instituição.

Na mesma linha, o Conselho de Fi-nanças Públicas afirma que o au-mento dos subsídios e de outras des-pesas “não parece compatível” como montante de medidas apresenta-do, considerando que esta “elevadadisparidade” devia ser explicada.

A instituição sugere também quea tutela deve “definir e divulgar ummodelo de governação das medidasde consolidação a tomar nesse ano”,especificando para cada medida, en-tre outros elementos, a sua nature-za, as entidades coordenadoras, asentidades executoras, o calendáriode implementação e o seu impactoorçamental (identificando a rubricaonde se sentirá o respetivo efeito).

Garantia doEstado à bancaé 9,9% do PIB

Comércio externo no G7 e nosBRICS decresce no 1.º trimestre

CFP

O COMÉRCIO externo nos países doG7 e dos emergentes BRICS (Brasil,Rússia, Índia, China e África do Sul)diminuiu no primeiro trimestre fa-ce ao período homólogo preceden-te, anunciou a OCDE - Organizaçãopara a Cooperação e Desenvolvi-mento Económico.

De acordo com os dados daOCDE, no período as exportações

conjuntas nestes dois blocos dimi-nuíram 2,6%, já as importações au-mentaram, mas apenas 0,1%, so-bretudo devido a compras de petró-leo e combustíveis.

As exportações diminuíram par-ticularmente na China (7,3%), emparte devido ao impacto das cele-brações do ano novo, e as importa-ções também caíram (0,9%).

No Reino Unido as exportações eas importações caíram 4,3 e 3,2%;

na África do Sul 4,3 e 1,5%.Menos pronunciadas foram as

quebras das exportações nos EUA(1,3%), contra uma subida de 0,8%das importações, ou no Canadá,com 2,9%, contra uma quebra de3,3% nas importações.

As únicas exceções são a Alema-nha e Itália, com aumentos de 2,1%e de 1,5% nas exportações nos pri-meiros três meses deste ano face aoúltimo trimestre de 2013.

OCDE

www.oje.pt • ipad • iphone • android| 4 | quarta-feira 28 de maio de 2014 | Economia

Chefes de Estado e dos Governos da UE discutem Europeias e Ucrânia em jantar informalBRUXELAS

OO PPrriimmeeiirroo--mmiinniissttrroo,, Pedro Passos Coelho, esteve presente no jantar informal de Chefes de Estado e dos Governos da UE ontem, emBruxelas, Bélgica. Nesse jantar, os responsáveis discutiram os resultados das eleições para o Parlamento Europeu e os últimos desen-volvimentos na Ucrânia após as eleições presidenciais. Foto EPA/Olivier Hoslet

Um dos grandes obstáculos comque habitualmente se deparamos proprietários e os promotoresimobiliários interessados emoperações de reabilitação urbanaé a impossibilidade de implementar,em edifícios antigos, algumas regrasatualmente em vigor para novasedificações. Na verdade, sucedemuitas vezes que as característicasfísicas dos edifícios ou a respetivalocalização impedem quedeterminadas imposições legaispossam ser respeitadas, ou só opossam ser com custos proibitivos,o que constitui um fator fortementedissuasor da realização deinvestimentos. Com o objetivo de combater taisdificuldades e de, simultaneamente,incentivar a reabilitação urbana deforma que esta permita dinamizaros mercados do imobiliário e daconstrução civil e promover areabilitação dos centros urbanos,entrou em vigor, no passado dia 9de abril, o Decreto-Lei n.º 53/2014,que estabelece um regime excecionalque dispensa de um conjunto deexigências a realização de obrasde reabilitação urbana.O regime excecional agora previstoirá vigorar durante um período desete anos e dirige-se à reabilitaçãode edifícios ou frações que

simultaneamente (i) tenham sidoconstruídos há pelo menos 30 anose (ii) se destinem a ser afetospredominantemente a habitação.Para evitar que constituam umobstáculo à realização das obras dereabilitação, são temporariamenteafastadas determinadas imposiçõesde difícil aplicação em edifíciosconstruídos noutras épocas. É o caso,por exemplo, de um conjunto deregras relativas à dimensão dos vãosde escada ou relativas à instalaçãode elevadores (afastando-se aobrigatoriedade de instalação deelevadores em prédios com mais detrês pisos). No mesmo sentido, édispensada a aplicação das regrasreferentes à distância entre fachadase altura dos edifícios, à altura mínimade cada piso e à área bruta de cadafogo. Também as normas aplicáveisà iluminação e ventilação doscompartimentos e ao númerode casas de banho são afastadaspor este regime excecional. Ficam igualmente sem efeito,por força deste regime excecional,a generalidade das regras relativasàs condições de acessibilidade,designadamente, de cidadãoscom mobilidade reduzida, bem comoas referentes ao isolamento acústicodos edifícios e às instalações de gás.É, no entanto, estabelecido, como

salvaguarda, que a aplicaçãodeste regime excecional não podeprejudicar as condições de segurançae salubridade da edificação, bemcomo a respetiva segurança sísmica. Este regime vem, na verdade, facilitara reabilitação de prédios antigos econstitui mais um sinal do interesseque o legislador e os municípios têmdedicado este tema, não só pararecuperação dos centros urbanosdegradados, mas também pararevitalização do setor da construçãocivil que, como sabemos, constituíaaté há uns anos um importante setorempregador. Na perspetiva dosproprietários/promotores, esteregime excecional cria uma janelade oportunidade que aqueles poderãoaproveitar para executaremoperações de reabilitação que,antes, poderiam não ser legalmentepossíveis ou economicamente viáveis. A reabilitação urbana constitui umbom exemplo de uma área em que leitem vindo, sobretudo depois de 2009,a propiciar condições (incluindo denatureza fiscal) e a afastar entravesaos privados. Esperemos que essascondições possam ser mais bemaproveitadas em benefício darecuperação dos centros das nossascidades e, por que não, em benefíciodaqueles que estiverem dispostos aarriscar e investir nessa recuperação.

Facilidades na reabilitação de prédios antigos

Advogado, sócio FCB&A

SED LEX

Miguel Lorena Brito

O Orçamento do Estadodeste ano permite que abanca emita até quase25 mil milhões de dívidacom garantia soberana

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O ESPÍRITO Santo Financial Group(ESFG), que detém atualmente27,4% do capital social do Banco Es-pírito Santo (BES), anunciou quepretende ficar com cerca de 25% dobanco após a operação de aumentode capital.

Esta decisão foi tornada públicaatravés de um comunicado enviadoà Comissão do Mercado de ValoresMobiliários (CMVM) e significa que,apesar da redução da participaçãoda família Espírito Santo no capitaldo banco liderado por Ricardo Sal-gado, a ESFG vai continuar a ser omaior acionista do BES.

Paralelamente, a ESFG revelouque, “devido à redução dos direitosde voto no BES na sequência da dis-solução da BESPAR e à redução dasua participação na sequência doaumento de capital, é expectávelque o Banco de Portugal reveja a ne-cessidade da ESFG permanecer su-jeita à supervisão do Banco de Por-tugal, devido à sua participação noBES”.

A recente extinção da BESPARfez, para já, com que a ESFG e o Cré-dit Agricole (o segundo maior acio-nista do banco) passassem a ter par-ticipações diretas no BES (de27,36% e 20,12%, respetivamente).

Mas, de acordo com as informa-ções prestadas pelos grupos finan-ceiros português e francês, estasparticipações vão ser reduzidas noâmbito do aumento de capital, oque deixa em aberto alterações im-portantes a médio prazo na estrutu-ra acionista do BES.

O aumento de capital de até 1045milhões de euros do BES já arran-cou. Na oferta pública de subscri-ção, cada título será vendido a 0,65euros.

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BANCA

A NOS assina, na próxima segunda-feira, o contrato que marca o inícioda sua prestação do serviço univer-sal de telecomunicações, após a en-trada em vigor do diploma que re-voga a anterior concessão, passandopara a operadora o telefone fixo.

O contrato será assinado entre opresidente executivo da NOS, Mi-guel Almeida, e o secretário de Esta-do das Infraestruturas, Transportese Comunicações, Sérgio Monteiro,em Chãs de Tavares, no concelho deMangualde, Viseu, segundo comu-nicado da empresa.

O contrato de prestação do servi-ço universal estará em vigor nospróximos cinco anos e “prevê que aNOS assegure a todos os portugue-ses, em qualquer ponto do país, ser-

viço telefónico fixo de qualidade, oacesso à Internet e ao fax”, lembraem nota.

O decreto-lei que revoga a ante-rior concessão do serviço público detelecomunicações foi publicado emDiário da República a 7 de março,depois de ter sido aprovado em fe-vereiro em Conselho de Ministros, eentra em vigor a 01 de junho, alte-rando e substituindo as bases daconcessão do serviço público de te-lecomunicações, que estava atribuí-do por ajuste direto à Portugal Tele-com (PT), até 2025.

Para o novo regime de prestaçãodo serviço universal foram abertostrês concursos públicos internacio-nais, que foram ganhos pela Opti-mus e Zon (atual NOS), na área dotelefone fixo, e pela PT, que ficoucom a oferta de cabines telefónicas.

NOS pronta para prestarserviço universal

TELECOMUNICAÇÕES

www.oje.pt • ipad • iphone • android| 6 | quarta-feira 28 de maio de 2014 | Negócios

Por cada empresa que fecha nascem três do setor das TIC

DDee aaccoorrddoo com a Radiografia Informa D&B, o setor das tecnologias de informação e comunicação é “jovem, dinâmico” e tem “um per-fil exportador mais acelerado do que a média do tecido empresarial”. Em termos anuais, nascem cerca de 900 empresas do setor emPortugal, sendo que de 2012 para 2013, o número de empresas criadas aumentou 12%. Foto DR

ESTUDO

A Europa foi, no passado domingo,a votos. Ao escrutínio para o Parla-mento Europeu juntou-se a eleiçãopara a presidência ucraniana. Ambasas votações são essenciais parao delinear da política de todo umcontinente. No rescaldo das duaseleições, surgem as primeirasconclusões: os mercados financeirosreagiram positivamente aos resultados,houve partidos vencedores e vencidose o processo eleitoral deixou de fora,por abstenção, impossibilidade devotar ou boicote, várias camadasda população. Isto significa que osresultados destas eleições são maiseconómicos e partidários do quepolíticos em termos de participaçãoda sociedade civil. Será que os europeus se identificamcom este projeto de União Europeia(UE)? Será que esta foi a melhor formade escrutínio para a situação atualna Ucrânia? Nas eleições de âmbitoeuropeu, proliferaram as leiturasnacionais dos resultados. A direitaganha no Parlamento Europeu, masperde a folga vinda das eleiçõesanteriores. Os partidos eurocéticosganham terreno tal como a extrema-direita sobe. A abstenção foi o grandevencedor nos vários países. Na Ucrânia,Pyotr Poroshenko declarou-se vencedorcom 60% dos votos apurados, decertodada a distância entre a percentagema si atribuída (53,72%) e à segunda

candidata, Yulia Tymoshenko (13,09%).Algumas regiões não votaram e o paísmantém-se em alerta. Em Portugal, tal como em outrospaíses da UE, como, por exemplo,a França, foram as questões caseirasque animaram o debate. O PartidoSocialista ganha as eleições, elegendosete deputados; a surpresa é oMovimento Partido da Terra, com umdeputado, e o mais votado dos que nãoelegem qualquer deputado é o LIVRE,partido recentemente constituído.Apenas 33,90% dos portuguesesvotaram. As eleições da Ucrânia apa-receram de forma distante nos meiosde comunicação social portuguesese nunca relacionadas com o quese decide sobre os destinos da UE.

No entanto, existe uma relação diretaentre a UE e a Ucrânia. Qualquer queseja o resultado das contendas políti-cas e económicas, as geografias, asrelações políticas e económicas nãomudam facilmente. Tampouco os pro-blemas entre comunidades, partilhandoum mesmo espaço político, se resolvemcom um simples ato eleitoral. Está nahora de a Europa se ver como um todoe refletir todos os elementos que con-tribuem para um conflito latentenaquela parte do continente. Daproblemática energética aos ali-nhamentos políticos, da sobrevivênciapolítica e cultural à redistribuição dariqueza, é preciso entender onde estãoas clivagens. Porque política eeconomia nunca estiveram tão perto.No próximo dia 5 de junho, o ISCTErealiza a Conferência Internacional“Crise na Ucrânia: Reconfiguraçõesque vêm de Leste” (http://iscte-iul.pt).Será uma oportunidade para trazerpara agenda pública o debate sobrea questão ucraniana e as suasconsequências na política europeia jánum quadro pós-eleitoral que trouxemudanças a vários níveis. Porque,afinal, sob diferentes perspetivas,UE, Ucrânia e Federação da Rússiapartilham um continente, algunsrecursos e muitos interesses comuns.Os próximos tempos serão decisivospara reconfigurar os desafiosque agora se apresentam.

A Europa e os votos

Investigadora do Centro de Estudos Internacionais, ISCTE – IUL

OPINIÃO

Cátia Miriam Costa

PREJUÍZO DO ESFG QUASE TRIPLICAO prejuízo da ESFG quase triplicou no1.º trimestre deste ano, face ao mesmoperíodo de 2013, atingindo 37 milhõesde euros, devido sobretudo ao aumentodas insolvências em Portugal. Em comu-nicado, refere que o prejuízo passou de13,1 milhões para 37 milhões de euros.

Existe uma relação diretaentre a UE e a Ucrânia.Qualquer que sejao resultado dascontendas políticase económicas, asgeografias, as relaçõespolíticas e económicasnão mudam facilmente

ESFG fica com 25% do BES apósaumento de capital

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android • iphone • ipad • www.oje.pt Negócios | quarta-feira 28 de maio de 2014 | 7 |

O GOVERNO criou uma Comissão Es-pecial para acompanhar a segundafase de reprivatização da REN e auto-rizou os membros, entre os quaisdois ex-governantes, a cumular a no-va remuneração com a de origem.

“A criação desta nova Comissão Es-pecial tem em vista contribuir para osucesso da conclusão da operação de

reprivatização da REN - Redes Ener-géticas Nacionais”, diz o despachodo primeiro-ministro, Passos Coelho,publicado em Diário da República.

O Executivo diz que, “deste modo,é possível alcançar os objetivos legaistraçados” para estes processos de re-privatização, “ao mesmo tempo quese promove uma mais eficaz afeta-ção dos recursos públicos”.

José Pedro Sucena Paiva, antigo se-

cretário de Estado da Ciência e Tec-nologia, ex-administrador da EDP eex-presidente do Taguspark, presideà comissão, que conta com Eduardode Oliveira Fernandes, ex-secretáriode Estado do Ambiente e adjunto doMinistro da Economia (Energia e Ino-vação), e Sérgio Alexandre dos ReisGonçalves do Cabo, que foi adjuntodo Gabinete do Ministro das Finançasdo XIII Governo Constitucional.

Comissão REN acumula remuneraçõesPRIVATIZAÇÕES

LLiinnhhaass aéreas marroquinas ganham 120 destinos Foto Jakub Nemcík

A ROYAL Air Maroc (RAM) firmouum acordo de partilha de voos edestinos com a canadiana WestJet.

Com este acordo, a RAM acede a120 destinos operados a partir deMontreal (para onde a companhiamarroquina voa), sobretudo naAmérica do Norte e nas Caraíbas,com a possibilidade de emitir umbilhete único e apenas um registode bagagem. E companhias como aIberia e a Air France serão afeta-das, já que centenas de destinos naAmérica só eram acessíveis a partirde Marrocos com escala em Madridou Paris, com os serviços destas li-nhas aéreas.

Royal Air Marocune esforçoscom WestJet

AVIAÇÃO COMERCIAL

A economia global está num estado detransformação constante. O que hoje écerto e funciona poderá amanhã estarjá desatualizado e até ser obsoleto.E a verdade é que, se olharmos parao mercado e para o tecido empresarial,vemos que a concorrência nunca foitão feroz como agora e os consu-midores nunca estiveram tão beminformados e tão exigentes. Noentanto, devemos encarar estarealidade de frente, com otimismo epensar que este período é igualmenteum período poderoso, principalmentepara as poucas pessoas surpreendentesque estão preparadas para mostrarliderança. Acredito, aliás, que osverdadeiros líderes encontram a suamelhor performance precisamentedurante ciclos confusos, mais do quenos ciclos pacíficos. E aqueles ciclos,chamados turbulentos, trazem-lhesoportunidades maravilhosas.Há claramente fatores e formasde estar na vida que afetam eimpulsionam ou não a que alcancemoso sucesso. Há que estar atento epensar de forma positiva, pois asnossas expectativas determinam anossa performance. Por isso, defendoque o desenvolvimento e a prática deuma forma de pensar positiva, quedeteta oportunidades e tem a paixãonecessária para se tornar o melhorpossível, é a chave para nos tornarmos

um líder e um executante de topo.Interiorize algumas destas ideiase reflita sobre elas. Primeiro, umavisão corajosa acerca do futuro criauma intensão extremamente forte.Quanto mais nos questionamos maisfacilmente surgem as soluções. Além disso, quanto mais elevamosa nossa fasquia menos aceitamos amediocridade e menos aceitamos sercomuns. E começamos então a criarnovos hábitos e formas de estar que

produzem sucesso e nos preenchem.Sabia que todos os mestres queremser os melhores? Esse é o jogo queos motiva – aperceberem-se dosseus dons e talentos e procuramdeixar a sua marca no mundoao invés de passarem os seusmelhores dias a verem televisãoou a navegar na internet.Outra das chaves para o sucesso é ocompromisso com a aprendizagem edesenvolvimento profissional. As pes-soas comuns têm grandes televisões.As pessoas extraordinárias têm gran-des bibliotecas. Para duplicar o seurendimento, triplique o seu investi-mento no crescimento pessoale aprendizagem em termosde carreira.Depois há pequenas coisas que podemudar e que irão fazer toda a dife-rença no seu negócio:- Foque-se nos seus objetivos e no queterá de fazer para os atingir;- Não se distraia durante as horas maisprodutivas e aproveite-as bem;- Aprenda com as suas próprias falhase nunca culpe os outros;- Inove sempre;- Rodeie-se de uma equipa fantástica;- Nunca dê como garantidos os seusclientes;- Apaixone-se todos os dias pelo queestá a fazer;- Procure a excelência naquilo que faz.

Saiba como alcançar o sucesso

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OPINIÃO

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Uma visão corajosa acerca do futuro cria uma intensãoextremamente forte

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Nos últimos 10 anos, a emis-são de ações e obrigaçõesnunca representou mais de1% do total do financia-

mento das empresas portuguesas.Isto significa que o financiamentodas empresas, em particular o dasempresas de menor dimensão, atra-vés do mercado continua a ser resi-dual, o que cria um grave problemade ausência de alternativas numaeconomia demasiado dependentedo crédito bancário que entretantoestagnou, afirma o responsável daAEM.

Como vê a evolução recente domercado de capitais português?O nosso mercado foi um dos mais a-fetados pelo quadro recessivo quese instalou a partir de 2008, regis-tando quebras muito significativas

nas capitalizações bolsistas das em-presas cotadas, nos volumes detransações e na liquidez do merca-do secundário. Neste contexto, eapós vários anos de retração, 2012 e2013 foram anos de desempenhopositivo, com a recuperação de al-guns indicadores e, principalmente,com o regresso das ofertas públicasiniciais e a entrada de novas empre-sas em bolsa (casos dos CTT – Cor-reios de Portugal e da Espírito SantoSaúde).

Porém, a recuperação verificadanão permitiu o regresso aos níveisde 2007. Por exemplo, o Índice PSI-20, que fechou 2007 nos 13 019pontos, não voltou a ultrapassar os9000 pontos e encontra-se atual-mente abaixo dos 7000 pontos.

Por outro lado, em Portugal comono resto da Europa, a valorização

nos índices não foi acompanhadapor um aumento da liquidez; no ca-so da Euronext Lisbon, os valoresnegociados em ações são hoje cercade um quarto dos volumes de 2007.Tudo pesado, verifica-se, ao longodos últimos dez anos, a ausência (e,por isso, a necessidade) de uma es-tratégia que permita expandir econsolidar o mercado de capitais, esobretudo o mercado de ações, co-mo um elemento chave do desen-volvimento sustentado da nossaeconomia.

É correto afirmar-se que a funçãonuclear da bolsa de Valores, o fi-nanciamento às empresas, não es-tá a ser conseguida na Bolsa de Lis-boa?

O objetivo principal do mercado decapitais deve ser o financiamento ecapitalização das empresas e, emparticular, o financiamento do in-vestimento produtivo de longo pra-zo. Ora, nos últimos 10 anos, a e-missão de ações e obrigações nuncarepresentou mais de 1% do total dofinanciamento das empresas portu-guesas; e, em 2010 e 2011, verifi-cou-se até um movimento de re-gressão, tendo este modo de finan-ciamento representado apenas0,3% do financiamento total. Em2012, o financiamento por ações eobrigações foi de 0,6% entre as em-presas de maior dimensão mas pra-ticamente inexistente nas empresascom menos de 250 trabalhadores.

A conclusão parece evidente: o fi-nanciamento das empresas, e emparticular das empresas de menordimensão, através do mercado, con-tinua a ser residual, o que cria umgrave problema de ausência de al-ternativas numa economia dema-siado dependente do crédito bancá-rio que entretanto estagnou. Foi es-te contexto que nos levou a promo-ver a “Iniciativa AEM para o Merca-do de Capitais”, apresentando reco-

mendações e medidas no sentido dadinamização e revitalização do mer-cado de capitais.

Qual o resultado prático das vos-sas recomendações entregues aoGoverno há quase 1 ano? Qual ouquais das 24 medidas propostasfoi implementada?O relatório foi bem recebido e teveum efeito de mobilização para o de-bate e de maior intervenção de ou-tras instituições igualmente comresponsabilidades na matéria. Asnossas recomendações não tinhamcomo destinatário principal apenaso Governo, mas igualmente as auto-ridades (CMVM), e as estruturas demercado (Euronext Lisbon).

Algumas recomendações foramconcretizadas:

- a reforma profunda do regimejurídico do governo das sociedades,a qual representa uma evoluçãomuito positiva e uma nova fase docorporate governance em Portugal;

- a revisão do regime jurídico dopapel comercial, no sentido da res-petiva flexibilização e maior utiliza-ção como alternativa de financia-mento;

“As empresas não têm de se adaptar às estruturas da Bolsa de Valores”Por que é se insiste em soluções que a experiência mostra que não funcionam, como é o caso da Alternext, questiona Abel Sequeira Ferreira,diretor executivo da AEM – Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado. Acrescenta que é a bolsa que deve adaptar-se às necessidades das empresas, e não o inverso

PAULO FIGUEIREDO

www.oje.pt • ipad • iphone • android| 8 | quarta-feira 28 de maio de 2014 | Espaço de entrevista

[email protected]ÍTOR NORINHA

ESPAÇO DE ENTREVISTA É necessário acabarcom o abuso de certaspráticas de negociação(caso do high frequencytrading)

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- foi atrasada a consagração datributação das transações financei-ras, a qual a ocorrer teria (terá) efei-tos muito negativos sobre a ativida-de económica.

A estes exemplos devem acres-centar-se outros, que estão em cur-so, sob coordenação da AEM ou deoutras entidades, caso da propostade revisão do regime dos emprésti-mos obrigacionistas, a apresentarem breve, e de outras iniciativas nosentido do aprofundamento domercado de obrigações.

Mas estes exemplos positivos nãoescondem o muito que ainda faltafazer; será sempre difícil prosseguira um ritmo adequado enquanto nãodotarmos o nosso mercado de umaestratégia de desenvolvimento foca-da na diversificação das fontes de fi-nanciamento e na urgente (re)capi-talização das empresas.

Entretanto, a Iniciativa AEM foimuito bem acolhida também a ní-vel internacional, e a AEM acaba deser convidada a integrar a EuropeanIPO Task Force, um Comité que reú-ne 20 especialistas europeus e quevai apresentar, à Comissão Euro-peia, propostas de solução para osdesafios a longo prazo que se colo-cam ao mercado de capitais na Eu-ropa. Este projeto constitui igual-mente uma oportunidade paraelencar soluções que reflitam as es-pecificidades dos mercados de me-nor dimensão e, nesse sentido, po-derá possibilitar a adoção de solu-ções cuja implantação a nível nacio-nal se tem mostrado mais difícil.

O que obsta a que o mercado decapitais seja usado em Portugalcomo o verdadeiro canal para aobtenção de financiamento paraas PME?Não é uma dificuldade exclusiva-mente portuguesa, é cada vez maisum problema europeu: tem havidoum grande decréscimo no númerode ofertas públicas iniciais na Euro-pa com os fluxos de investimentoatribuídos a IPO a caírem perto de80% entre 2010 e 2012.

Claro que a situação portuguesa éainda mais complicada: a nossa es-trutura económica e empresarial émaioritariamente composta porempresas muito pequenas, de carizfamiliar, a maioria das quais dificil-mente terá condições para se finan-ciar através do mercado, pelo me-nos de forma autónoma.

Quando falamos em financia-mento através do mercado, não de-vemos esquecer que, no caso portu-guês, estamos a falar de um univer-so potencial de apenas cerca de 10%das empresas portuguesas: algumaspequenas (em setores de conheci-mento intensivo e, por isso, comum certo grau de sofisticação deprocessos e governação), mas sobre-tudo empresas médias e grandes.

É em relação a estas empresasque o mercado acionista, o mercadoobrigacionista ou o próprio capitalde risco poderiam dar um contribu-to relevante para a satisfação dassuas necessidades de financiamen-to.

Para isso, é necessário promovera aproximação e entrada destas em-presas no mercado, aumentando oseu leque de opções de financia-mento, o que implica a obrigatóriarevisão e readequação das estrutu-ras existentes às necessidades dasempresas portuguesas.

Temos de deixar de insistir em so-luções que a experiência mostraque não funcionam, como é o casodo Alternext, que nunca teve umaoferta pública inicial em Portugal (eque vai ser descontinuado emAmesterdão, onde, ainda assim, te-ve mais sucesso) e aprender com ou-

tras ideias e projetos mais eficazes,como é o caso do italiano Elite. É abolsa que deve adaptar-se às neces-sidades das nossas empresas, nãosão as empresas que têm de se adap-tar às estruturas da bolsa.

Que tipo de incentivos é necessá-rio? Que colaterais e coberturasfaz sentido atribuir-se às PME paraque estas usem este canal?É necessário melhorar o ambienteregulamentar, promover a liquidez,reduzir os custos e limitar as des-vantagens concorrenciais associa-das à presença no mercado e acabarcom o abuso de certas práticas denegociação (caso do high frequencytrading).

Os custos para as empresas emi-tentes (incluindo os custos regulató-rios, diretos ou indiretos) têm de di-minuir significativamente, sendo in-dispensável que o mesmo aconteçaem relação aos desincentivos regula-tórios para os investidores (porexemplo, de natureza fiscal ou dedesigualdade no acesso à informaçãosobre o preço de negociação). Mas tu-do isto deve acontecer em articula-ção com a alteração das estruturasexistentes e com a reconstrução deum ecossistema que os últimos anosde prevalência de um modelo assen-te na pura negociação e especulaçãoprejudicou gravemente.

Estas são medidas essenciais e ur-gentes, para evitar o progressivo a-fastamento das empresas do merca-do e, sem elas, quaisquer outros in-centivos ou coberturas, provavel-mente, não poderão desempenhar oseu papel.

Que instrumentos poderão ser re-lançados com um mercado de ca-pitais eficaz?Como referi, o problema está me-nos nos instrumentos disponíveis,os quais, em abstracto, parecem su-ficientes, e mais na falta de adequa-ção das estruturas existentes.

A eventual venda da NYSE Euro-next é uma boa oportunidade pa-ra investidores portugueses volta-rem a controlar a bolsa de Valoresde Lisboa?Não parece existir da parte dos po-tenciais grandes investidores nacio-nais um interesse relevante na aqui-sição de capital da Euronext N.V..Porém, a questão fundamental quese coloca é menos a da aquisição econtrolo e mais a da boa governa-ção.

No plano da sua organização fu-tura, a Euronext Lisbon deve passara consultar sempre as empresasemitentes em todos os processos dedefinição com natureza estratégicae o respetivo sistema de governaçãodeverá assentar em processos de de-cisão descentralizados, em benefí-cio dos órgãos de governo locais(incluindo comités que represen-tem efetivamente os interesses dos

utilizadores e em especial das em-presas).

Considera viável a formação deum grupo privado com esse objeti-vo?Considero provável a formação deum grupo privado de grandes inves-tidores de diversas nacionalidades,com preponderância para investi-dores franceses. A AEM tem acom-panhado a discussão do tema emFrança e parece claro que estão reu-nidas condições para que um grupode institucionais franceses, em arti-culação com grandes investidoresholandeses e talvez alguns gruposbelgas e portugueses, em númeromuito mais reduzido, adquiramuma parte do capital da EuronextN.V., previamente ao IPO cujoanúncio se aguarda para breve.

LIGAÇÃO À CPLP

Com as empresas portuguesasmuito focadas no mercado ibéricoe nos mercados de expressão por-tuguesa, faria sentido a criação deum mercado de capitais ibérico ecom ligações a África e ao Brasil?A questão do mercado de capitaisibérico é antiga e concluiu-se sem-pre pela sua difícil viabilidade, des-de logo pela reduzida abertura daBME a parcerias internacionais.

A questão das ligações ao Brasil ea África é diferente. Na “IniciativaAEM para o Mercado de Capitais”,tomámos posição expressa defen-dendo que o plano de desenvolvi-mento do nosso mercado deveráconsiderar a possibilidade de afir-mar Portugal como um mercadoatrativo para a admissão à negocia-ção de empresas de outros países daCPLP e que tenham interesses estra-tégicos e investimentos no nossopaís.

Defendemos igualmente a neces-sidade de se ponderar a criação deum regime fiscal específico parafundos de investimento que dete-nham mais de 5% da carteira inves-tida em valores mobiliários de em-presas com origem noutros paísesda CPLP e benefícios fiscais na en-trada de empresas de outros paísesda CPLP no nosso mercado regula-mentado.

E exortámos a Euronext Lisbon aenquadrar na sua estratégia umavertente de atuação que considere apossibilidade de atração de empre-sas de outros países da CPLP, dandoo devido relevo ao posicionamentohistórico e geográfico de Portugal.

O atual modelo de gestão da NYSEEuronext Lisbon é impeditivo doacesso às PME?O modelo NYSE Euronext (que nãoé o modelo original da Euronext Lis-bon) foi um modelo assente numaforte prevalência da componentetecnológica, dando primazia à puranegociação e especulação, e que, de-signadamente, conduziu ao afasta-mento de um número significativode pequenos brokers, analistas ouconsultores que seriam essenciaisnos processos de captação e admis-são em bolsa de empresas de menordimensão.

Não sendo exemplo único, estemodelo tem prejudicado a confian-ça das empresas e dos investidoresnos mercados de capitais e afastouestes mercados da sua função essen-cial de encontro entre empresas einvestidores assente num princípiode igualdade entre participantes.

Num ambiente de crescente frag-mentação do mercado, precisamosde uma bolsa mais apta a servir aeconomia real, que constitua umaverdadeira fonte alternativa de fi-nanciamento das empresas nacio-nais e ajude na consolidação da con-fiança dos investidores.

O que explica que empresas portu-guesas com forte presença nacio-nal e que entretanto se internacio-nalizaram prefiram cotar em Lon-dres em detrimento de Lisboa?O problema continua a ser o do en-contro das empresas com os investi-dores. As empresas têm de estar on-de estão os investidores. Já referi adrástica diminuição de liquidez nomercado português nos últimosanos; também a NYSE Euronext, noseu conjunto, tem tido quebras deliquidez bastante superiores às dasBolsas suas concorrentes.

O valor negociado sobre ações doPSI20 na Euronext Lisbon tem re-presentado, nos últimos anos, jámenos de 50% do total negociadosobre estas ações. Neste contexto,em casos específicos, as empresaspodem sentir a necessidade de pro-curar mercados cujas estruturaslhes garantem um mais eficienteencontro com os investidores e umamaior liquidez; mas é à Euronextque compete encontrar o modo ade-quado de manter a atratividade dosseus mercados.

O que está a afugentar as empre-sas do mercado de Lisboa? As exi-gências regulatórias a nível de in-formação, os custos de manuten-ção no mercado? A ausência de in-vestidores institucionais? O desa-parecimento do investidor especu-lativo? Ou o facto de Lisboa serum pequeno mercado periférico?Conforme já fomos discutindo, háum mix de fatores, que inclui osprincipais que refere, com destaquepara as exigências regulatórias, oscustos de acesso e manutenção nomercado e os problemas de liqui-dez, volatilidade e visibilidade donosso mercado. Sem prejuízo, os da-dos mostram que, em geral, as em-presas preferem listar-se no seupaís de origem, o que constitui umavantagem importante que as bolsasdevem preservar e acarinhar.

Por outro lado, importa referirque a taxa de rentabilidade médiaanual do PSI Geral nos últimos 10anos foi positiva, compensando aerosão monetária e superando mes-mo outras alternativas de investi-mento de menor risco, como é o ca-so dos certificados de aforro, peloque os investidores de longo prazoem empresas cotadas portuguesaspoderão ter alcançado bons retornos.

PAULO FIGUEIREDO

android • iphone • ipad • www.oje.pt Espaço de entrevista | quarta-feira 28 de maio de 2014 | 9 |

Os custos paraas empresas emitentes(incluindo os custos regu-latórios, diretos ou indire-tos) têm de diminuirsignificativamente,sendo indispensável queo mesmo aconteça emrelação aos desincentivosregulatórios paraos investidores

Quais os objetivos da AEM para este ano? Quais os trabalhos em mãos?A AEM acredita que Portugal necessita de um mercado de capitais fortee sustentado, capaz de gerar mais investimento e, em consequência, maiscrescimento, mais valor e mais emprego. E entendemos que a afirmaçãoe desenvolvimento do mercado nacional deve assentar na definição deuma estratégia para a bolsa portuguesa que seja devidamente discutidacom todos os protagonistas e permita assegurar o acesso, o financiamentoe a permanência das empresas no mercado.Em 2014, continuamos a bater-nos por este objetivo, também a nívelinternacional, no diálogo permanente com as autoridades europeiase agora na European IPO Task Force e continuamos a acompanharos processos de transformação da Euronext, a desenvolver iniciativasque contribuam para a efetiva diversificação das fontes de financiamentoao dispor das empresas e a acompanhar todas as iniciativas regulamentarescom impacto na atividade das empresas emitentes.

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O GRUPO FRANCÊS Accor anuncioua compra, através da filial HotelIn-vest, de duas carteiras de hotéis dis-tribuídos pela Alemanha, Holandae Suíça que se traduzem, no total,em 12 838 quartos, por 900 milhõesde euros.

Particularmente sobre a primeiracarteira, o grupo avança em comu-nicado que teve um preço final de722 milhões de euros e que é consti-tuída por 86 hotéis que oferecem,no todo, 11 286 quartos, e que fo-ram até à data propriedade dos fun-dos Moor Park Fund I e II. Este gru-po de estabelecimentos estava a serexplorado pela Accor desde 2007,através de contratos de aluguer. Ogrupo esclarece ainda que os ativosdesta carteira se dividem da seguin-te forma: 67 na Alemanha e 19 naHolanda, sendo que 29 fazem parteda cadeia Ibis, 31 da Budget, 17 daMercure e 9 da Novotel.

Ainda neste contexto de investi-mento, o grupo francês confirmaque se encontra em “negociações

exclusivas” com a Axa Real Estate,imobiliária da seguradora Axa, paraalcançar um segundo bloco de 11estabelecimentos com 1592 quar-tos, localizados na Suíça, e que es-tão sob gestão da Accor desde 2008,também estes em aluguer. Neste ca-so, as marcas envolvidas são a Ibis(cinco hotéis), a Ibis Budget (dois es-tabelecimentos), a Novotel (três ho-téis) e ainda a MGallery (uma).

Com esta aquisição, a Accor espe-ra aumentar a rentabilidade da Ho-telInvest em 14 p.p., atingindo 68%.

A PORSCHE Holding, que detém50% do grupo Volkswagen (VW),está à procura de novas oportunida-des de participação noutras empre-sas, afirmou o seu presidente, Mar-tin Winterkorn, que também é pre-sidente da VW.

O executivo declarou, durante aassembleia-geral de acionistas,que, no ano passado, a Porscheanalisou mais de duas dezenas deempresas, mas alguns pormenores

acabaram por impedir a realizaçãodo investimento.

A Porsche Holding, que, no pri-meiro trimestre deste ano, obteveum lucro líquido de 728 milhõesde euros, já havia anunciado o in-teresse em avançar com investi-mentos na área da mobilidade au-tomóvel, isto depois de ter vendidoa marca de carros desportivos Pors-che à Volkswagen.

Porsche Holding querentrar noutras empresas

O LLOYDS Banking Group anun-ciou que vai vender 25% da unida-de TSB numa oferta pública inicialde ações (IPO) no próximo mês,acrescentando que tem planos pa-ra atrair investidores individuais.

O prospeto será publicado emmeados de junho, afirma a entida-de em comunicado. Os investido-res individuais que comprem até 2mil libras (2468 mil euros) em títu-los recebem uma ação de bónus

por cada 20 que adquirirem, desdeque não as vendam nos 12 meses aseguir à IPO.

O CEO do TSB, Paul Pester, afir-mou que há um “forte apetite” pe-la oferta, e prevê que os investido-res individuais comprem até 20%dos títulos colocados è venda, na-quela que será a maior IPO realiza-da por um dos bancos que preten-dem figurar no top 4 dos maioresna Grã-Bretanha.

O TSB tem 4,5 milhões de clientese 631 agências no Reino Unido.

Lloyds planeia IPO para divisão TSB

Accor investe900 milhões emhotéis na Europa

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HOTELARIA

AUTOMÓVEL

BANCA

www.oje.pt • ipad • iphone • android| 10 | quarta-feira 28 de maio de 2014 | Negócios

Durante todo o ano há festivais decinema a decorrer um pouco por todoo mundo. No entanto, a primavera e overão são, por excelência, as alturasmais cinematográficas do ano, com osfestivais de Cannes, Locarno e Venezaa assumirem papéis de relevo naEuropa. Por cá, o Festival IndieLisboa,que comemora este ano a 11.ª edição,é o grande momento de consagraçãodo cinema independente e já faz parteda agenda cultural nacional. Este ano,a Allianz Portugal decidiu associar-seà iniciativa e é a patrocinadora oficialdo certame. Esta decisão de marketing levou-nos apensar nas profissões mais comuns nasétima arte. Cientistas, desportistas,militares ou espiões são personagenstípicos dos filmes. E os profissionaisde seguros? A resposta imediata emais óbvia é “não”! No entanto, sefizermos rewind na memória,verificamos que, de facto, osprofissionais de seguros e o própriosetor segurador já protagonizaramdezenas de êxitos de bilheteira.Grandes atores protagonizaram filmessobre o setor segurador, como é ocaso de Burt Lancaster e Ava Gardner,no “The Killers” (1946). Neste filme,dois assassinos contratados matam oempregado de uma bomba de gasolinae é o detetive de uma companhia deseguros que investiga o crime.Também realizadores conceituados

já voltaram as suas objetivas parao mundo dos seguros. Billy Wilder,o vencedor de dois Óscares comorealizador e três Óscares comoargumentista, recorreu ao mundodos seguros no enredo de três dosseus filmes: “Pagos a Dobrar” (1944),“O Apartamento” (1960), com JackLemmon e Shirley McLaine nosprincipais papéis, e “Como Ganharum Milhão” (1966), novamentecom Lemmon e Walter Matthau.O mestre do suspense, AlfredHitchcock, também não passou aolado desta realidade e vislumbrou uma“mina de ouro” para as suas históriasno setor segurador. No filme “Ladrãode Casaca” (1955), John Robie(interpretado por Cary Grant), um ex-ladrão, é suspeito de cometer váriosroubos de joias. John convence umempregado de seguros de que éinocente e propõe-se ele próprioapanhar o ladrão. Os seguros marcam,também, presença no filme em “O

Falso Culpado” (1956), outra películade Hitchcock.O suspense tem sido muito utilizadoem filmes sobre esta atividade. Algunsexemplos são “A Armadilha” (1999),“O Caso Thomas Crown” (1999)e “O Destino de um Ex-Combatente”(2007), este último com Michael Cainee Demi Moore nos principais papéis.No entanto, nem só de thrillers viveeste enredo. Não têm faltado umasboas comédias sobre seguros, como éo caso de “A Maldição do Escorpião deJade” (2001), de Woody Allen. O filmeconta a história de CW Briggs (Allen),considerado o melhor investigador deuma companhia de seguros de NovaIorque, e de Betty (Helen Hunt), umadura executiva que só quer otimizaros recursos da companhia. Uma noite,vão sair com alguns amigos e decidemir ver um espetáculo em que sãohipnotizados. A partir desse momento,sucedem-se roubos misteriosos dentroda companhia de seguros…Outro exemplo é a comédia “RomanceArriscado” (2004), onde o atorprincipal, Ben Stiller, trabalha nodepartamento de risco de umacompanhia de seguros. O mesmosucede em “A Vida em Direto” (1998):Truman Burbank (interpretado porJim Carrey) é um agente de segurosque não sabe que a sua vida estáa ser transmitida em direto natelevisão desde que nasceu.

Luzes, câmara, ação: com cobertura de todos os riscos

Diretor de Market Management e Distribuição Bancária da Allianz Portugal

OPINIÃO

José Francisco Neves

TAMBÉM DISPONÍVEL

EM WWW.OJE.PT

Alfred Hitchcock vislum-brou uma “mina de ouro”para as suas históriasno setor segurador

“Estas operações consti-tuem um forte sinal danossa capacidade paracolocar rapidamente emmarcha a estratégia dereestruturação da cartei-ra da HotelInvest que responde inteira-mente aos nossos critérios apertados decompras de ativos: localizações em cida-des chave europeias, geradores de exce-lentes resultados operacionais nos seg-mentos mais rentáveis da nossa oferta.”

Sébastien Bazin, presidente

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android • iphone • ipad • www.oje.pt Espaços de Negócios | quarta-feira 28 de maio de 2014 | 11 |

Brusa é a 1.ª rede imobiliária para compradoresMMEEDDIIAAÇÇÃÃOO A BRUSA, primeira redeimobiliária para compradores, vai avançarcom o franchising da marca. Após terconsolidado o seu conceito original e ino-vador, a Brusa está preparada para aexpansão do negócio. A rede funcionacomo agência exclusiva do comprador,diferenciando-se assim de todas asrestantes imobiliárias. Como não angariaimóveis nem celebra contratos paraprestar serviços a proprietários, a Brusa

oferece aos clientes compradores umsistema próprio e exclusivo de pesquisae negociação imobiliária. Diz a empresaque, com o sistema Brusa, é possível bai-xar o preço dos imóveis de 5% a 30%.N Saiba mais em www.oje.pt/en • ipad • iphone • androidEEDDIITTAADDOO ÀÀSS QQUUAARRTTAASS--FFEEIIRRAASS

Espaçosde Negócios

BREVES

Editado por Vítor Norinha

RETALHOSacolinha escolhe Chiado paraprimeira experiência em Lisboa

A pastelaria de Cascais, Sacolinha,abriu a sua primeira loja em Lisboa,tendo escolhido o Chiado para iniciara expansão na capital. Com 120 m2,o novo espaço já inaugurado localiza-se na Rua Paiva de Andrada, onde emtempos funcionou a loja da HaagenDazs. Esta é mais uma marcacolocada no Chiado pela JLL, queatravés do departamento de RetailLeasing foi responsável, entre outras,pela ida da L’Óreal para esta zona.Patrícia Araújo, head of Retail daJLL, comenta: “O Chiado é uma zonacada vez mais vibrante em Lisboa,quer para os residentes quer paraos turistas. Tem sido uma apostadas marcas, com uma oferta muitoeclética que faz coexistir lojas de luxoe de mass market, mas isso faz partedo seu charme. O facto é quecontinua a ser um dos destinospreferidos dos retalhistas e a ofertade espaços para arrendar é muitolimitada”.De acordo com a JLL, em 2013,esta zona recebeu nove novas lojasquer de marcas internacionais querde projetos de empreendedoresnacionais, um ritmo que deverámanter-se ou mesmo acelerar esteano. A Rua Garrett, no Chiado, é alocalização de referência para asrendas prime do comércio de rua emLisboa, onde se registou uma subidados 90 euros/m2/mês para os 95euros/m2/mês no primeiro trimestredeste ano, em resultado do dina-mismo da procura e da escassezde espaços disponíveis nesta zona.

A B. PRIME e a Aguirre Newman co-locaram a Codeactivos no 3.º pisodo edifício Barbosa du Bocage, 117.Este complexo é comercializado,em regime de exclusividade, pela B.Prime. A consultora representou oproprietário do empreendimento, aOsório de Castro InvestimentosImobiliários, do Grupo Investoc, e aconsultora Aguirre Newman acom-panhou o inquilino naquele que foio primeiro negócio neste edifício,cuja reabilitação foi recentementeconcluída.

A Codeactivos é uma multinacio-nal que iniciou a sua atividade emEspanha. Expandiu-se posterior-mente para França, tendo inaugura-do a filial portuguesa em abril de2011. Trata-se de um grupo especia-lista na recuperação e gestão de ati-vos, com mais de dez anos de expe-riência. Consolidada a sua presençana Península Ibérica, a Codeactivosfoca principalmente a sua atividadena recuperação de ativos no setor fi-nanceiro, telecomunicações e servi-ços. Os ativos são geridos extrajudi-cialmente em sistema de outsour-cing, estando assente a aposta futu-ra na aquisição de carteiras de cré-ditos, o que irá permitir o aumentoexponencial da estrutura da Code-activos, explicando deste modo aaposta num espaço mais moderno ecom uma maior comodidade e ca-pacidade para o crescimento sus-tentado e sustentável da empresaem Portugal.

Para Duarte Corrêa d’Oliveira,consultor da Aguirre Newman queacompanhou a Codeactivos, é “umespaço com mais qualidade foi o fa-tor principal para a mudança de ins-talações da Codeactivos. Deste mo-do, conseguimos aliar a qualidadeque o Edifício Barbosa du Bocageoferece, com a localização e centra-lidade que esta empresa desejavamanter. É sempre um prazer corres-ponder aos requisitos exigidos pelasempresas que nos procuram”. Se-gundo Paulo Henriques, partner daB. Prime: “Estes escritórios estão si-tuados nas Avenidas Novas, ondeproliferam escritórios em segundamão de baixa qualidade ou com de-

ficientes estados de conservação e,por isso, o empreendimento Barbo-sa du Bocage destaca-se em relaçãoaos restantes por responder aosmais exigentes requisitos técnicos,devido à sua qualidade construtiva”.

Esta empresa de gestão de ativosvai sedear-se no Barbosa du Bocage

n.º 117, um edifício de escritóriosque manteve a sua fachada e noqual foi reconstruído todo o seu in-terior, dispondo de um escritóriopor piso. Com 2011 m2 de área locá-vel, este novo espaço dispõe de es-critórios flexíveis com infraestrutu-ras técnicas adaptáveis às necessida-des de diferentes tipos de empresas,para além de duas lojas que se si-tuam no piso 0, que se podem inter-ligar.

O edifício 117 é um dos edifíciosque, juntamente, com o 113 perten-ce ao empreendimento Barbosa duBocage. Dispõe de 110 lugares de es-tacionamento em cave, tendo o 2.º

ainda disponível uma área de cercade 1300 m2 no r/c e mais um piso decerca de 320 m2.

Estes edifícios acolhem, paraalém da Codeactivos e do própriogrupo Investoc, empresas como aPérola Negra, a TCAgest, e situam--se numa das principais artérias deescritórios da cidade de Lisboa, jun-to à Av. 5 de Outubro e à Av. de Ber-na. Entre a Praça de Espanha e oCampo Pequeno, este empreendi-mento que está integrado numa zo-na consolidada de serviços e restau-ração usufrui do acesso às princi-pais vias rodoviárias e rede de trans-portes públicos.

A Codeactivos é umamultinacional que iniciou asua atividade em Espanha

B. Prime e Aguirre Newman colocam Codeactivos

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A Codeactivos, especialista na recuperação e gestão de ativos, instalou-se no edifício Barbosa du Bocage, 117

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Salesforce.comno Heron Tower

O imobiliário é, na sua essência, umreflexo do comportamento humanoe da forma como nós vivemos o nossodia a dia. Nas últimas décadas, o nossoquotidiano tem sido alvo de rápidasmudanças para as quais muito têmcontribuído os avanços tecnológicose em especial a Internet. Este tem sidoo grande motor do crescimento docomércio eletrónico, que tem vindoa revolucionar a forma como fazemosas nossas compras.O estudo “Economia Digital emPortugal 2009-2017” desenvolvido pelaIDC/ACEPI (Associação do ComércioEletrónico e Publicidade Interativa),estima que o volume de negócios docomércio eletrónico (B2C), realizadopor pessoas singulares residentes emPortugal, tenha ultrapassado em 2013os 2,6 mil milhões de euros. De acordocom os dados da APCC (AssociaçãoPortuguesa de Centros Comerciais), ovolume de vendas em centros comerci-ais em Portugal ultrapassou os 5 mil

milhões de euros em 2012, tendo-seassistido, em 2013, a uma recuperaçãodos níveis de vendas. Numa análisecomparativa, podemos estimar que,atualmente, o comércio eletrónico(B2C) representa cerca de metade dasvendas realizadas em centros comer-ciais. O mesmo estudo da IDC/ACEPIantecipa um crescimento do comércioeletrónico (B2C) de mais de 50% nospróximos quatro anos, com o volumede negócios a exceder os 4 mil milhõesde euros.

O impacto do crescimento e consoli-dação deste canal de vendas no setorde retalho ultrapassa a necessidade deum simples ajustamento do comérciooffline (lojas), exigindo uma nova abor-dagem do setor a este novo enquadra-mento. Numa primeira análise, é fácilconcluir que o comércio online será ogrande adversário do comércio offline.No entanto, a experiência internacionalem mercados com maior consolidação

do comércio eletrónico mostra-nos queesta é uma visão bastante redutora eque o crescimento deste canal poderámesmo criar oportunidades para o co-mércio offline. O comércio online e off-line oferecem experiências de compradistintas e que não se substituem entresi. O comércio online permite a compraà distância de um click, e é imbatível narapidez de comparação de produtos eacesso a um mercado global. Em con-trapartida, o comércio offline oferece averdadeira experiência de compra, quepermite experimentar os produtos e ad-quiri-los no momento, ações impraticá-veis no comércio online, com especialenfoque na compra por impulso.Se, numa fase inicial, os consumidoresapresentavam diversos receios relativa-mente ao comércio online, designada-mente no que se refere à segurançadas transações e confidencialidade dosdados, atualmente existe uma cres-cente adesão a este canal. Existe tam-bém uma maior exigência relativa-

mente à qualidade dos serviços disponi-bilizados, mantendo-se as lojas comopontos de contacto preferenciais porparte dos clientes, quer para o levanta-mento quer para a devolução dos pro-dutos, quer ainda para “sentir” o produ-to. O grande desafio que se apresentano futuro do retalho é a integração per-feita dos diversos canais de venda, deforma a garantir o melhor serviço aosseus clientes potenciando desta formaos níveis de vendas. O saldo expectável em relação à procu-ra de lojas também não é fórmula line-ar fruto desta integração dos diversoscanais de venda. Se, por um lado, érazoável antecipar um ajustamento donúmero e/ou área ocupada pelas lojasdas grandes cadeias de retalho; poroutro, o crescimento do comércioeletrónico abre portas à procura delojas por parte dos operadores que ape-nas desenvolvem atividade online, paraque os clientes possam experimentar osseus produtos, sendo expectável igual-

mente a rápida expansão internacionaldestas marcas pelo acesso ao mercadoglobal que o online permite.A compreensão e análise do enquadra-mento atual e perspetivas de evoluçãode um setor tão complexo como oretalho são a base para a avaliaçãodeste tipo de imóveis. O acompanha-mento das mudanças na atividade éfundamental para que o próprio modelode avaliação tenha que ajustar à reali-dade do negócio por forma a refletiras receitas efetivas e custos geradospelo imóvel. O crescimento do comércioonline levará certamente a umamudança do retalho tal comoo conhecemos atualmente, pelanecessária adaptação aos novoscomportamentos e padrões de con-sumo. No entanto, acreditamos que osfatores chave que atualmente valorizameste tipo de ativos, como sejam a locali-zação, acessos, tenant mix e gestão,continuarão a ser decisivos parao sucesso deste tipo de ativos.

Saber acompanhar as mudanças

Departamento de Avaliação & Advisory da Cushman& Wakefield

OPINIÃO

Sílvia Vicente

Investimento imobiliário no retalho cresce na EMEA

O MERCADO de investimento imo-biliário no setor de retalho na re-gião EMEA tem vindo a crescer des-de o final de 201, de acordo com osmais recentes dados da Cushman &Wakefield (C&W). No entanto, aprocura supera a oferta disponívelde imóveis de qualidade e nos mer-cados principais, o que está a levaros investidores a procurar ativos emzonas secundárias e/ou imóveis dequalidade inferior.

Os mercados “core” da Alema-nha, Reino Unido e França regista-ram, em conjunto, uma quota demercado de 68% do investimentoimobiliário do setor no primeirotrimestre comparando com os 60%registados no mesmo período de2013. Contudo, alguns mercadosmais pequenos observaram aumen-tos significativos de investimentoem retalho como Espanha, Áustria,Itália, Irlanda e Holanda.

O investimento em centros co-merciais começa a ser o enfoque deum vasto leque de investidores, co-mo mostrado pelo recente interessede investidores chineses e malaiosno mercado do Reino Unido, espe-cialmente em projetos de grande di-mensão. Enquanto a maioria do in-vestimento é direcionado para oscentros comerciais, os investidoresprivados, por seu lado, continuam apreferir investimentos em lojas derua nos principais destinos de reta-lho mundiais.

Na Europa Central e de Leste, aPolónia e a República Checa tive-ram um bom desempenho no pri-meiro trimestre do ano, enquanto aRússia e a Ucrânia registaram umdecréscimo na atividade de investi-

mento pela incerteza política vividanesses países. A Europa do Sul con-tinua em crescente popularidade nomercado de investimento imobiliá-rio, com Espanha a liderar o interes-

se dos investidores. Itália e Portugaltambém estão a captar a atençãodas principais casas de investimen-to.

Em Portugal, o setor de retalhofoi responsável por 60% do total deinvestimento comercial em 2013,que se situou nos 323,5 milhões deeuros. O dinamismo deste setortem-se mantido ao longo do iníciode 2014, concentrando cerca de me-tade do volume transacionado, va-lor ao qual acresce a compra de50% do AlbufeiraShopping e Cen-tro Comercial Continente de Porti-mão pela Sonae Sierra à Grosvenor.

A procura no mercado nacional énotoriamente maior, especialmentepara comércio de rua em Lisboa ePorto e centros comerciais de pri-meira linha, o que levou no primei-ro trimestre de 2014 à descida gene-ralizada das yields prime, situando--se o comércio de rua nos 6,5% e oscentros comerciais nos 7,5%.

A CONSULTORA imobiliária globalCushman & Wakefield (C&W)anunciou que atuou em nome daempresa líder mundial em CRM(Customer Relationship Manage-ment), a salesforce.com, no arren-damento dos seus escritórios na He-ron Tower, em Londres, edifício em-blemático que a partir de agora sepassa a chamar Salesforce Tower. Onegócio mediado pela Cushman &Wakefield garante à salesforce.comuma ocupação total de mais de7100 m2 do piso 26.º ao 31.º, fazen-do da empresa o maior ocupante doreferido edifício.

É a segunda vez em menos dedois meses que a Cushman & Wake-field negoceia a alteração do nomede um edifício incluído numa ope-ração de arrendamento. Em abrildeste ano, a C&W aconselhou a sa-lesforce.com numa operação recor-de de arrendamento de escritórios

de 66 mil m2 na Mission Street 415em São Francisco. Esta operação re-presentou o maior arrendamentoalguma vez feito nesta cidade ame-ricana e também incluiu a alteraçãode nome da torre Cesar Pelli, quetem 326 metros de altura, paraSalesforce Tower.

Peter Victor, um dos responsáveisda C&W pelo arrendamento comen-tou: “A nossa equipa está muito sa-tisfeita por ter estado envolvida nes-ta transação, que demonstra o com-promisso do nosso cliente com a ci-dade de Londres, que se assume ca-da vez mais como um dos pólos tec-nológicos mais importantes domundo. A salesforce.com é uma dasempresas mais dinâmicas e inova-doras do mundo e acreditamos quea escolha da icónica Heron Tower,localizada na 110 Bishopsgate, re-flete as características e posiciona-mento da empresa”.

Os volumes de investimento em retalho totalizaram 10,8 mil milhões de euros noprimeiro trimestre do ano versus 8,5 mil milhões de euros em período homólogo de2013, avança a consultora C&W no mais recente relatório

INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO EM RETALHO NA REGIÃO EMEA

Fonte: Cushman & Wakefield, KTI, RCA e Property Data

Em Portugal, o setor deretalho foi responsávelpor 60% do totalde investimentocomercial em 2013

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CBRE vende edifício da Cerquia em Lisboa

A CBRE anuncia a venda do edifíciolocalizado na Duque de Palmela, n.º23 a um investidor privado estran-geiro com forte ligação a Portugaldesde há vários anos. O valor datransação reflete uma yield recordedos últimos quatro anos. Nestatransação, a CBRE representou aCerquia, empresa promotora pro-prietária do imóvel.

O Duque de Palmela 23 foi alvode uma profunda reabilitação em2009, levada a cabo pela Cerquia, eencontra-se totalmente arrendado àsociedade de advogados Uría Me-néndez - Proença de Carvalho.

Para Tim Seconde, diretor asso-ciado de Investimento da CBRE,“com a venda do Duque de Palmela23, fomos capazes de atingir os ob-jetivos do nosso cliente, ao vendercom rapidez este imóvel com umayield recorde. A procura de produtode investimento imobiliário tem au-mentado nos últimos meses e é na-tural que se realizem novas transa-ções nos próximos meses”.

Pela parte da Cerquia, Carlos Cer-cadillo encontra-se “muito satisfei-to com a operação e o modo como amesma decorreu, atingindo os obje-tivos exigentes de preço e tempos”.

A Cerquia irá continuar a realizaroperações de reabilitação em Lis-boa, cidade na qual aposta há váriosanos, estando atualmente em cursoa obra de reabilitação para hotel doedifício da Rosa Araújo, 16, na es-quina com a Rua Mouzinho da Sil-veira.

O Investidor foi representado pe-lo Advogado Eduardo Archer Velo-so, representante em Portugal doEscritório de Advogados da RegiãoAdministrativa Especial de Macau,Leonel Alves Law Firm.

A Cerquia continuaráa realizar operações dereabilitação em Lisboa

O edifício Duque de Palmela, 23 está totalmente arrendado à sociedadede advogados Uría Menéndez - Proença de Carvalho

O grupo Mota-Engil passará a deter um portfoliode sete concessões na América Latina, diversificadopor todos os mercados e em diferentes áreascomo rodovias, portos e gestão de resíduos

O empreendedor é o indivíduo que“faz o seu caminho”, que conseguesubir na vida com o seu próprio es-forço. É alguém que “venceu na vida”,sem precisar das amizades do “papá”para ser bem-sucedido. O primeirohomem da história a quem foramreconhecidas tais característicasfoi John Davison Rockefeller Nixon,conhecido apenas como Rockfeller.Na história do empreendedorismo,Rockfeller é o homem mais rico detodos os tempos, com quase dez vezesa fortuna de Bill Gates. De origem hu-milde - chegou a passar fome quandoera criança -, Rockefeller é o exemploicónico e modelo do ideal capitalista,segundo o qual um homem pode

enriquecer trabalhando de formainteligente e graças ao seu próprioesforço.Atualmente em Portugal, e segundo asestatísticas do emprego do INE relati-vas ao 1.º trimestre de 2014, o núme-ro de desempregados no nosso país éestimado em 788 mil, o que represen-ta 15,1% da população ativa. A crisefez disparar o desemprego, seja no se-tor público ou no setor privado, peloque é natural que o empreendedoris-mo surja como alternativa.Ora, para se tornar empreendedor(a),é necessário ter certas característicasde personalidade e de comportamentocomo autoconfiança, determinação,capacidade para enfrentar o risco que,

em conjunto com conhecimentos téc-nicos específicos do negócio aumen-tam as possibilidades de sucesso.Não parece fácil, pois não? Foi destas (e outras) constatações quenasceu a base de um novo projeto quetraduz uma nova visão de negóciopara empreendedores, nomeadamentequadros empresariais que gostariam(ou têm mesmo) de embarcar numanova aventura profissional. Todos nóstemos contactos que podemos poten-ciar, mas não sabemos como, e muitosde nós queremos endereçar uma aven-tura empresarial de risco controlado.Se lhe juntarmos o mentoring de umaempresa líder no setor, tanto melhor. Ora, é da génese da Moneris - que

possui uma oferta 360o

de serviços esoluções aos empresários e empresasdo tecido português (e moçambicano)na área da consultoria e apoio à ges-tão; com processos robustos e consoli-dados de competências nas áreas emque atua, corporizado em diversasplataformas centrais como a infor-mática, a de controlo de gestão e“reporting”, controlo de tempos, técni-cas de vendas e ainda na funcionali-dade de uma série de departamentoscentrais especializados que servem osseus mais de 4000 clientes atravésdos seus 320 colaboradores - quesurge a Moneris Partners. Na Moneris Partners, privilegia-seainda a proximidade dado que os 23

escritórios próprios em Portugaldarão apoio direto aos Partnersservindo como mentores de proximi-dade e aos olhos do cliente não háqualquer diferença entre um tradi-cional/próprio escritório Monerisou um partner. Todos os escritóriospertencem funcionalmente à famíliaMoneris, adotando idênticos procedi-mentos básicos e gerando uma redede cooperação entre eles. A seleção dos partners é, todavia,rigorosa, uma vez que se pretendeenvolver empreendedores que ficarãoligados a um verdadeiro projetoinovador e de mudança. E porqueo sucesso dos Partners é tambémo sucesso da própria Moneris.

Inovação e mudança nos serviços de consultoria e apoio à gestão

Business developer da Moneris Partners

OPINIÃO

Hélder Beça

Mota-Engil ganha mais520 milhões de eurosna América Latina

A MOTA-ENGIL SGPS ganhou a ad-judicação de diversos contratos naAmérica Latina num valor global de520 milhões de euros, o que repre-senta um acréscimo muito signifi-cativo da carteira, representando ovalor anunciado cerca de 40% dacarteira existente na região no finalde 2013.

A Mota-Engil América Latina con-cretiza, com as anunciadas adjudi-cações, os seus objetivos estratégi-cos de expansão através da diversifi-cação de atividades, a confirmaçãoenquanto player regional na áreadas concessões e a consolidação dosmercados de presença mais recentecomo é o caso da Colômbia e noqual conseguiu ser adjudicatária doprimeiro projeto do relevante Pro-grama de Infraestruturas Rodoviá-rias em curso neste país, designadopor “4 G´s”.

No México o grupo ganhou o pro-jeto Concessão Rodoviária Cardel-

Poza Rica2, no Estado de Veracruz.O contrato de concessão foi adjudi-cador por 30 anos, para a constru-ção, operação, conservação e manu-tenção da Autopista Cardel - PozaRica. A concessão desenvolve-se poruma extensão de 128 km no Estadode Veracruz. O grupo Mota-Engil de-terá uma participação no capital dasociedade concessionária de 40% eser-lhe-á entregue, pela sociedadeconcessionária, o contrato de conce-ção e construção, no montante de250 milhões de euros.

Foi-lhe entregue ainda a Conces-são de Recolha de Resíduos SólidosUrbanos, Estado de Guanajuato, pa-ra além da obra pública Metro deGuadalajara, no Estado de Jalisco.Na Colômbia o grupo ganhou aConcessão Rodoviária Ligação Pací-fico 2, no departamento de Antio-quia. No Peru, já ganhou vários pro-jetos de construção no montanteglobal de 30 milhões de euros.

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Ao longo dos últimos 16 anos de expe-riência no mercado imobiliário, assistia alguns períodos em que o setor seregozijava de um determinado facto,que se supunha vir a ter um impactopositivo de grandes dimensões nomercado, mas que depois, por umaou outra razão, essa expectativa eragorada por algum “contra facto” quedeitava tudo por terra, como umgrande balde de água fria. Uma destas situações ocorreu háuns anos, quando o Governo, depoisde ter criado os fundos fechados desubscrição particular, que tal como osabertos eram isentos de IMT e de IMI,passado muito pouco tempo retirouesta isenção e passou a tributar estesfundos em 50% desses impostos (emais tarde em 100%). Um investidorbritânico apressou-se a contactar-mee disse-me, bastante incomodado,“the party is over before it began”.Depois veio a crise e a queda daLehman Brothers após o verão de

2008. O mercado foi piorando cadavez mais, até que o resgate em abrilde 2011 fez com que se congelassequase em definitivo o interessedos investidores internacionaisem Portugal. Ninguém no mercado imobiliário opreviu, nem estava preparado paraviver neste contexto e, por isso, passá-mos alguns anos em negação, tentandofingir que nada disto tinha acontecido. Só a partir de meados de 2012 é queo mercado começou lentamente areconhecer que os preços tinham queser ajustados à realidade, para resolveros problemas e andar para a frente. Depois do verão do ano passado,parece que os investidores acordarampara os países que tinham estado àbeira de sair do euro, nomeadamente aIrlanda e os do sul da Europa, Portugalincluído. O resultado é que Portugalestá na mira e na moda e que o volumede capital para investir é tão grandeque algum acabará por cá vir parar,

desde que haja bons produtos ondeinvestir. No entanto, temos de admitirque a economia portuguesa ainda seencontra numa situação débil, o quefaz com que qualquer deslize possafazer com que os investidores recueme ponham de novo os seus investimen-tos em causa. Não podemos descansar à sombrade uma situação aparentemente maisfavorável sem estarmos bem cientesde que o nosso país ainda tem muitotrabalho pela frente. Não sabemos seé alguma derrapagem do crescimentodo PIB (no primeiro trimestre caiu1,7% face ao mesmo período do anoanterior), se é algum banco precisade ser resgatado ou se é algum eventoque acontece “depois do verão”, mastemos que estar preparados para quea festa não acabe antes de ter come-çado. Oxalá não aconteça para bemde todos nós, mas é preciso que aslições dos últimos anos não tenhamsido esquecidas.

Nota: uma das coisas que esta crisenos trouxe, foi uma consciência socialque estava bastante esquecida.

Mesmo ao nosso lado, há pessoasque sofrem as consequências desteautêntico tsunami económico.Congratulo-me de, na CBRE,termos oferecido, em conjunto comos nossos clientes e amigos que par-ticiparam no nosso Padel Cup, umfrigorífico para o projeto Refood.Esta semana tem lugar a CharityBike Ride, uma prova anual organiza-da pela CBRE que consiste em ir debicicleta de uma cidade europeia atéoutra, sendo que, este ano, vai ligarMadrid a Lisboa. Os participantessão colaboradores da CBRE (incluindoalguns de Portugal), amigos efornecedores, que veem o seuesforço premiado com donativosque revertem para uma instituiçãode caridade. Até hoje (escrevo nodomingo à noite), já angariámoscerca de 75 000 euros. São tambémestas coisas que dão sentido à nossavida e que nos tornam melhorespessoas e melhores profissionais.

A festa já começou?

Diretor Geral da CBRE Portugal

OPINIÃO

Francisco Horta e Costa

Absorção de escritórios em Lisboa em abril regista acréscimo de 148% A ÁREA de escritórios contratadaem abril de 2014 totalizou 10 736m2, valor 148% acima do registadoem igual período de 2013 (4335m2).

Em termos acumulados, a área deescritórios contratada nos primei-ros quatro meses do ano (27 994m2) foi superior em 70% à registadaem igual período do ano transato(16 463 m2), avança a consultoraAguirre.

O total das operações registadasde janeiro a abril de 2014 foi de 81,correspondendo a mais 28 transa-ções de arrendamento do que emigual período do ano anterior.

O maior número de operações ve-rificou-se no Parque das Nações (Zo-na 5) e no Corredor Oeste (Zona 6),com respetivamente 32% e 20% daárea transacionada. A Zona Emer-gente (Zona 3) registou apenas trêsoperações, correspondentes a 3% daárea transacionada.

Numa análise geográfica do nú-mero de transações registadas de ja-neiro a abril de 2014, destaca-se ocrescimento da CBD (Zona 2) e doParque das Nações (Zona 5), com,respetivamente, mais oito e setetransações, que em igual período de2013.

Analisando a distribuição geográ-fica dos m2 colocados, a Zona 2(CBD) e a Zona 5 (Parque das Na-ções) registaram os maiores cresci-mentos da área contratada nos pri-meiros quatro meses de 2014 face aigual período de 2013, respetiva-mente 5616 m2 e 5333 m2.

A superfície média contratadapor transação, de janeiro a abril, au-mentou cerca de 11%, de 311 m2em 2013 para 346 m2 em 2014. Aszonas CBD (Zona 2) e Corredor Oes-te (Zona 6), com variações de respe-tivamente, 99% e 102%, foram asque registaram maior variação nasuperfície média contratada portransação, nos primeiros quatro

meses do ano, face a igual períodode 2013.

Avaliando a absorção por interva-lo de área contratada entre osmeses de janeiro e abril do ano emcurso, em todas as zonas com exce-ção do Parque das Nações (Zona 5),mais de 50% das transações regista-ram uma superfície inferior a 300m2.

Do total da área contratada dejaneiro a abril de 2014, apenas 21%foi em edifícios novos e os restantes79% em edifícios usados, denotan-

do uma preferência clara por insta-lações usadas.

Relativamente à absorção por in-tervalo de área contratada, apenascinco transações (cerca de 6% do to-tal) registaram uma superfície supe-rior a 800 m2 e 52 transações (cercade 64% do total) registaram umasuperfície inferior a 300 m2.

No mês de abril de 2014, o setorServiços e Empresas foi o que sedestacou, tendo sido responsávelpor 47% da área contratada (5033m2 num total de 10 736 m2).

A WORX Real Estate Consultantsacaba de colocar a Reditus no Edifí-cio 125 de Outubro, localizado naAvenida 5 de Outubro, 125 – Lisboa,numa área total de 3300 m2, umadas maiores operações deste ano.

A comercialização do edifício édetida em co-exclusividade com aJLL, tendo estas consultoras sidomandatadas pela Sociedade Inter-fundos - Gestão de Fundos de Inves-timento Imobiliária, entidade gesto-ra do Fundo AF Portfólio Imobiliá-rio, proprietário do Imóvel.

Pedro Salema Garção, head ofAgency/Occupier Solutions da con-sultora imobiliária Worx, afirmou:“Consideramos o edifício 125 deOutubro um caso de sucesso, tantopela renovação de imagem, comopelas suas características diferen-ciadoras. Tem sido um produto defácil comercialização e, neste mo-mento, tem apenas disponíveis cer-ca de 1500 m2”.

A intervenção de que foi alvo esteedifício dotou-o de acabamentos deelevada qualidade e resultou na mo-dernização das infraestruturas téc-nicas e tecnológicas.

Com uma área total de 6572 m2acima do solo distribuídos por dezpisos de escritórios e um piso térreodestinado a comércio, o imóvel dis-ponibiliza espaços de escritórios apartir dos 197 m2, sendo que cadapiso conta com uma superfície totalaproximada de 532 m2.

INSTRUÇÃO

A superfície médiacontratada por transação,de janeiro a abril, aumen-tou cerca de 11%

Temos de admitir quea economia portuguesaainda se encontra numasituação débil

A intervenção de que foialvo este edifício dotou-ode acabamentos de elevada qualidade

Worx Real EstateConsultants coloca Reditus

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Frota a hidrogénio da Opel e da GM faz recorde

A frota de automóveis da GMequipada com pilha de com-bustível ultrapassou recente-mente a marca dos 4,8 milhõesde quilómetros, distância percor-rida em condições de tráfego reale com utilização diária. Algunsdesses automóveis alimentadosa hidrogénio já acumulam maisde 190 mil quilómetros.

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BMW aposta na inovação com novo configurador online

A BMW acaba de lançar um novoconfigurador virtual de veículos,construído com base nas maismodernas tecnologias HTML5.Com responsive design estanova ferramenta online ajusta-sea vários dispositivos, com destaquepara dispositivos móveis. A ferra-mente está disponível emwww.bmw.pt/configurador.

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VOLVO XC 90

Luxo, mais luxo e um novo coração

A MARCA sueca começou a mostraraquele que será o futuro topo da Vol-vo, o XC90, um SUV que vai compe-tir com o “top do top” dos carros pre-mium. Novembro é o mês previstopara a comercialização do mega-Vol-vo, mas, entretanto, vamos perscru-tando a mente do designer ThomasIngenlath, responável pelo novo pro-jeto.

Conjugar a recente tecnologiacom o design apurado são os princí-pios de base do trabalho de Ingen-lath.

A caraterística mais marcante é oecrã tátil tipo tablet que constitui ocoração de todo o novo sistema decontrolo a bordo. Este sistema estápraticamente isento de botões e, re-

vela a Volvo, “representa uma formatotalmente nova de o condutor con-trolar o seu automóvel e aceder auma série de produtos e serviços as-sentes na internet”. À parte de todaa tecnologia e da sua funcionalidade,a opção “contribui também para cri-ar um inteiror moderno, espaçoso edespojado”.

O interior do novo XC90 combinamateriais como o couro macio e amadeira com pormenores artesanaisque incluem uma alavanca da caixade velocidades em cristal da Orre-fors, o famoso fabricante de cristalsueco, e comandos de lapidado a dia-mante para o botão do start/stop e aregulação de volume: “Estes porme-nores foram pensados para se torna-

rem as jóias do interior. Acrescen-tam um toque de irreverência exclu-siva em vez de mera funcionalida-de”, explicou Robin Page, diretor deDesign Interior da Volvo.

A marca é já conhecida por forne-cer os bancos mais confortáveis naindústria automóvel. O novo XC90reforça esta reputação, oferecendobancos de design inovador que liber-tam igualmente espaço interior parapassageiros, seja na segunda ou naterceira fila de bancos, o que contri-bui para fazer do novo XC90 um ge-nuíno automóvel de sete lugares. Asegunda fila inclui três bancos indi-viduais com regulação de reclinação.A função corrediça pode ser usadapara oferecer mais espaço para aspernas aos passageiros na terceira fi-la – ou para aumentar o espaço decarga se os bancos da terceira fila fo-rem totalmente rebatidos. Um ban-co elevatório infantil na posição cen-

tral é opcional.Os bancos na terceira fila, que ofe-

recem grande conforto a passageiroscom uma altura de/até 1,70 m, sãoligeiramente centrados para ofere-cer aos ocupantes uma generosa vi-são para a frente inspirada numa sa-la de espetáculos.

O novo XC90 oferece ban-cos de design inovador quelibertam igualmente espaçointerior para passageiros,seja na 2ª ou 3ª fila, o quecontribui para fazer donovo XC90 um genuínoautomóvel de sete lugares

CLIMATIZAÇÃO

O novo XC90 pode ser especifica-do com um sistema de climatiza-ção de quatro zonas com regula-ções individuais para os ocupan-tes dos bancos da frente e da se-gunda fila. A terceira fila poderáter equipamento de série.

MMOTORES

Editado por Vítor Norinha

www.oje.pt • ipad • iphone • android| 16 | quarta-feira 28 de maio de 2014 | Motores

Todos os bancos nassegunda e terceira filaspodem ser rebatidos indi-vidualmente, o que gerauma notável flexibilidadeao nível de carga