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134 Hortic. bras., v. 24, n. 2, abr.-jun. 2006 pesquisa RESUMO Avaliou-se o efeito de pulverizações semanais com sulfato de estreptomicina + oxitetraciclina (0,8 g ia L -1 ), oxicloreto de cobre (2,4 g ia L -1 ), biofertilizante Agrobio (5%), e testemunha (água) so- bre o controle da mancha-bacteriana, sobre a flora microbiana no filoplano e sobre a produtividade de três cultivares de pimentão (Magda, Cascadura Itaipu e Magali R). Os experimentos foram rea- lizados em campo de maio a outubro de 2002. Adotou-se o delinea- mento de blocos ao acaso, em esquema fatorial (4x3), com quatro repetições. Realizaram-se avaliações semanais, durante três meses para altura de plantas (cm); número de hastes; número total de fo- lhas; número de folhas caídas; incidência de folhas lesionadas; se- veridade da mancha bacteriana e produtividade (t ha -1 ). Paralela- mente, quantificou-se a população microbiana residente no filoplano e nos frutos. Não houve efeito dos tratamentos sobre a produção de frutos, porém, observou-se efeito sobre o desenvolvimento vegetativo das plantas, sobre a mancha bacteriana e sobre a flora microbiana no filoplano. O oxicloreto de cobre inibiu o desenvolvimento vegetativo, a taxa de abscisão foliar e a flora bacteriana no filoplano. O Agrobio favoreceu o desenvolvimento vegetativo e, assim como o sulfato de estreptomicina + oxitetraciclina, reduziu a população de bactérias, exceto de Bacillus sp., e de fungos, exceto Cladosporium sp., no filoplano. O híbrido Magali R foi significativamente superior às demais cultivares quanto ao vigor das plantas, produtividade e re- sistência à mancha bacteriana. Estes resultados sugerem atividade bactericida do Agrobio em condições de campo. Palavras-chave: Capsicum annuum, Xanthomonas euvesicatoria, controle, produção. ABSTRACT Effects of chemical and biological products on bacterial spot, microbial flora and yield in bell pepper The effect of weekly sprayings with streptomycin sulfate + oxytetracycline (0.8 g ia L -1 ), copper oxychloride (2.4 g ia L -1 ) and Agrobio fertilizer (5%) plus a control (water) was evaluated in the control of bacterial spot, the microbial flora in the phyloplan, and over yield in three bell pepper cultivars (Magda, Cascadura Itaipu and Magali R). The study was carried out under field conditions from May to December 2002. A randomized complete block experimental design was used with four replications in a 4 x 3 factorial design. Weekly assessments were made for plant height (cm); number of stems; total number of leaves; number of fallen leaves; number of leaves with visible symptoms; damaged leaf area (severity), and yield (t ha -1 ). The microbial population resident in the phyloplan and fruits was quantified at the same time. There was no effect of treatments on yield, but an effect was observed on plant growth, on leaf spot and on the microbial flora. Copper oxychloride inhibited plant development, reduced number of fallen leaves and decreased the bacterial flora. Agrobio stimulated plant growth and, like streptomycin sulfate + oxytetracycline, inhibited the bacterial population, except Bacillus sp., and fungi, except Cladosporium sp. in the phyloplan. Among the genotypes, the hybrid Magali R was significantly superior in plant vigor, yield and resistance to bacterial spot. The results suggest bactericidal activity of the Agrobio under field conditions. Keywords: Capsicum annuum, Xanthomonas euvesicatoria, control, yield. SILVA DAG; ROCHA MC; CARVALHO AO; FERNANDES MCA; CARMO MGF. 2006. Efeito de produtos químicos e biológicos sobre a mancha bacteriana, flora microbiana no filoplano e produtividade de pimentão. Horticultura Brasileira 24: 134-140. Efeito de produtos químicos e biológicos sobre a mancha bacteriana, flora microbiana no filoplano e produtividade de pimentão Débora AG da Silva 1;3 ; Mariella C Rocha 1;3 ; Aldir de O de Carvalho 1 ; Maria do Carmo A Fernandes 2 ; Margarida Goréte F do Carmo 1;4 1 UFRRJ/Dep to Fitotecnia; 2 PESAGRO-RIO/EES, 23890-000 Seropédica-RJ; ³Aluna do curso de pós-graduação em Fitotecnia, Bolsista da CAPES; 4 Bolsista do CNPq; E-mail: [email protected] (Recebido para publicação em 6 de maio de 2005; aceito em 9 de maio de 2006) A produtividade e a qualidade dos frutos de pimentão ( Capsicum annuum L.) podem ser prejudicadas pela ocorrência de pragas e doenças e por al- terações climáticas, principalmente que- da de temperatura nos meses de maio a agosto em regiões de altitude elevada, ou elevação de temperatura e precipita- ções intensas nos meses de novembro a fevereiro em regiões de baixa altitude (Nannetti, 2001). A ‘mancha-bacteriana’, causada por Xanthomonas euvesicatoria (Jones et al., 2004) (=Xanthomonas axonopodis pv. vesicatoria (Doidge) Dye, Jones et al., 1998), é uma das principais doen- ças da cultura. A doença afeta todos os órgãos aéreos da planta e ocorre em qualquer estádio de desenvolvimento do pimentão. Em períodos chuvosos, as infecções são mais abundantes e as le- sões se desenvolvem mais rapidamente em número e tamanho, levando à desfolha intensa e precoce da planta (Carmo et al.,1996). A mancha-bacteriana é de difícil controle no campo devido, principal- mente, à baixa eficiência dos antibióti- cos e à predominância de estirpes resis- tentes a sulfato de estreptomicina e a produtos a base de cobre (Heather & O´Garro, 1992; Aguiar, 1997; McManus et al., 2002). Normalmente, é recomen- dada a aplicação de fungicidas cúpricos ou cuprorgânicos que, em geral, não di- ferem entre si (Marco & Stall, 1983), exceto quando da ocorrência de estir- pes resistentes ao cobre (Aguiar et al., 2003). Observa-se, porém, variação na eficiência destes produtos de acordo com a região e a época do ano (Carmo et al., 2001). Embora existam centenas

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Page 1: pesquisa - SciELO · cinco folhas definitivas, efetuou-se o seu transplante para a área experimental, previamente preparada e adubada con-forme recomendações da análise de solo

134 Hortic. bras., v. 24, n. 2, abr.-jun. 2006

pesquisa

RESUMOAvaliou-se o efeito de pulverizações semanais com sulfato de

estreptomicina + oxitetraciclina (0,8 g ia L-1), oxicloreto de cobre(2,4 g ia L-1), biofertilizante Agrobio (5%), e testemunha (água) so-bre o controle da mancha-bacteriana, sobre a flora microbiana nofiloplano e sobre a produtividade de três cultivares de pimentão(Magda, Cascadura Itaipu e Magali R). Os experimentos foram rea-lizados em campo de maio a outubro de 2002. Adotou-se o delinea-mento de blocos ao acaso, em esquema fatorial (4x3), com quatrorepetições. Realizaram-se avaliações semanais, durante três mesespara altura de plantas (cm); número de hastes; número total de fo-lhas; número de folhas caídas; incidência de folhas lesionadas; se-veridade da mancha bacteriana e produtividade (t ha-1). Paralela-mente, quantificou-se a população microbiana residente no filoplanoe nos frutos. Não houve efeito dos tratamentos sobre a produção defrutos, porém, observou-se efeito sobre o desenvolvimento vegetativodas plantas, sobre a mancha bacteriana e sobre a flora microbiana nofiloplano. O oxicloreto de cobre inibiu o desenvolvimento vegetativo,a taxa de abscisão foliar e a flora bacteriana no filoplano. O Agrobiofavoreceu o desenvolvimento vegetativo e, assim como o sulfato deestreptomicina + oxitetraciclina, reduziu a população de bactérias,exceto de Bacillus sp., e de fungos, exceto Cladosporium sp., nofiloplano. O híbrido Magali R foi significativamente superior àsdemais cultivares quanto ao vigor das plantas, produtividade e re-sistência à mancha bacteriana. Estes resultados sugerem atividadebactericida do Agrobio em condições de campo.

Palavras-chave: Capsicum annuum, Xanthomonas euvesicatoria,controle, produção.

ABSTRACTEffects of chemical and biological products on bacterial spot,

microbial flora and yield in bell pepper

The effect of weekly sprayings with streptomycin sulfate +oxytetracycline (0.8 g ia L-1), copper oxychloride (2.4 g ia L-1) andAgrobio fertilizer (5%) plus a control (water) was evaluated in thecontrol of bacterial spot, the microbial flora in the phyloplan, andover yield in three bell pepper cultivars (Magda, Cascadura Itaipuand Magali R). The study was carried out under field conditionsfrom May to December 2002. A randomized complete blockexperimental design was used with four replications in a 4 x 3 factorialdesign. Weekly assessments were made for plant height (cm); numberof stems; total number of leaves; number of fallen leaves; number ofleaves with visible symptoms; damaged leaf area (severity), and yield(t ha-1). The microbial population resident in the phyloplan and fruitswas quantified at the same time. There was no effect of treatmentson yield, but an effect was observed on plant growth, on leaf spotand on the microbial flora. Copper oxychloride inhibited plantdevelopment, reduced number of fallen leaves and decreased thebacterial flora. Agrobio stimulated plant growth and, likestreptomycin sulfate + oxytetracycline, inhibited the bacterialpopulation, except Bacillus sp., and fungi, except Cladosporium sp.in the phyloplan. Among the genotypes, the hybrid Magali R wassignificantly superior in plant vigor, yield and resistance to bacterialspot. The results suggest bactericidal activity of the Agrobio underfield conditions.

Keywords: Capsicum annuum, Xanthomonas euvesicatoria, control,yield.

SILVA DAG; ROCHA MC; CARVALHO AO; FERNANDES MCA; CARMO MGF. 2006. Efeito de produtos químicos e biológicos sobre a manchabacteriana, flora microbiana no filoplano e produtividade de pimentão. Horticultura Brasileira 24: 134-140.

Efeito de produtos químicos e biológicos sobre a mancha bacteriana,flora microbiana no filoplano e produtividade de pimentãoDébora AG da Silva1;3; Mariella C Rocha1;3; Aldir de O de Carvalho1; Maria do Carmo A Fernandes2;Margarida Goréte F do Carmo1;4

1UFRRJ/Depto Fitotecnia; 2PESAGRO-RIO/EES, 23890-000 Seropédica-RJ; ³Aluna do curso de pós-graduação em Fitotecnia, Bolsistada CAPES; 4Bolsista do CNPq; E-mail: [email protected]

(Recebido para publicação em 6 de maio de 2005; aceito em 9 de maio de 2006)

A produtividade e a qualidade dosfrutos de pimentão (Capsicum

annuum L.) podem ser prejudicadas pelaocorrência de pragas e doenças e por al-terações climáticas, principalmente que-da de temperatura nos meses de maio aagosto em regiões de altitude elevada,ou elevação de temperatura e precipita-ções intensas nos meses de novembro afevereiro em regiões de baixa altitude(Nannetti, 2001).

A ‘mancha-bacteriana’, causada porXanthomonas euvesicatoria (Jones etal., 2004) (=Xanthomonas axonopodis

pv. vesicatoria (Doidge) Dye, Jones etal., 1998), é uma das principais doen-ças da cultura. A doença afeta todos osórgãos aéreos da planta e ocorre emqualquer estádio de desenvolvimento dopimentão. Em períodos chuvosos, asinfecções são mais abundantes e as le-sões se desenvolvem mais rapidamenteem número e tamanho, levando àdesfolha intensa e precoce da planta(Carmo et al.,1996).

A mancha-bacteriana é de difícilcontrole no campo devido, principal-mente, à baixa eficiência dos antibióti-

cos e à predominância de estirpes resis-tentes a sulfato de estreptomicina e aprodutos a base de cobre (Heather &O´Garro, 1992; Aguiar, 1997; McManuset al., 2002). Normalmente, é recomen-dada a aplicação de fungicidas cúpricosou cuprorgânicos que, em geral, não di-ferem entre si (Marco & Stall, 1983),exceto quando da ocorrência de estir-pes resistentes ao cobre (Aguiar et al.,2003). Observa-se, porém, variação naeficiência destes produtos de acordocom a região e a época do ano (Carmoet al., 2001). Embora existam centenas

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de antibióticos já identificados e em usopara fins de quimioterapia humana eanimal e outros ramos da biologia, pou-cos têm sido empregados para o contro-le de enfermidades de plantas causadaspor fitobactérias, ficando restritos àestreptomicina e à oxitetraciclina(McManus et al., 2002). O seu empre-go no campo pode envolver problemastécnicos, éticos, econômicos e ecológi-cos, por interferirem no equilíbrio dosecossistemas (Romeiro, 1995;McManus et al., 2002).

Como alternativas ao cobre e aosantibióticos, vem sendo pesquisado ocontrole biológico e o uso debiofertilizantes. Aos biofertilizantes sãoatribuídas propriedades nutricional,fungistática, bacteriostática, inseticida,repelente e fitohormonal, quando apli-cados via foliar (Bettiol et al., 1997;Fernandes, 2000), porém, sem um exa-to conhecimento do seu modo de açãono controle de doenças.

Deleito (2002) constatou que obiofertilizante Agrobio, produzido epesquisado na Estação Experimental deSeropédica da PESAGRO-RIO(Fernandes, 2000) e amplamente utili-zado por produtores de hortaliças orgâ-nicos e convencionais, apresenta açãobacteriostática contra X. euvesicatoria,tanto in vitro quanto in vivo. Castro etal. (1991) relatam inibição do cresci-mento de Colletotrichumgloeosporioides, Thielaviopsisparadoxa e Penicillium digitatum porbiofertilizante proveniente de digestãoanaeróbia do esterco bovino, e Tratch& Bettiol (1997), inibição do crescimen-to miceliano de Alternaria solani,Stemphyllium solani, Septorialycopersici, Sclerotinia sclerotiorum,Botrytis cinerea, Rhizoctonia solani,Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli eda germinação de esporos de B. cinerea,A. solani, Hemileia vastatrix eColeosporium plumierae porbiofertilizante produzido com a adiçãode sais e resíduos orgânicos.

O Agrobio é obtido por meio da ati-vidade de microrganismos em sistemaaberto na presença de substrato compos-to pela mistura de água, esterco bovino,melaço, leite e sais minerais (Fernandes,2000) e apresenta em sua composiçãomicrobiológica um grande número de

bactérias, leveduras e Bacillus, principal-mente B. subtilis (Deleito, 2002). Noentanto, a literatura científica não relatatrabalhos que comprovem a eficiência doAgrobio no controle de doenças ou queelucidem o seu mecanismo de ação.

O presente trabalho teve o objetivode avaliar e comparar, em condições decampo, o efeito de pulverizações sema-nais com sulfato de estreptomicina +oxitetraciclina, oxicloreto de cobre e obiofertilizante Agrobio no controle damancha-bacteriana em três cultivares depimentão. Verificou-se também, ainfluência dos tratamentos sobre a floramicrobiana no filoplano e no fruto esobre o desenvolvimento das plantas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na áreaexperimental do Departamento deFitotecnia da Universidade Federal Ru-ral do Rio de Janeiro, de maio a dezem-bro de 2002. Foram avaliados quatrotratamentos: oxicloreto de cobre (2,4 gia/L), sulfato de estreptomicina +tetraciclina (0,8 g ia/L), biofertilizanteAgrobio (5%) e testemunha (água) emtrês cultivares de pimentão (Magda,Cascadura Itaipu e o híbrido Magali R).

As mudas foram produzidas em ban-dejas de isopor, preenchidas comsubstrato comercial para hortaliças emantidas em casa-de-vegetação. Após35 dias, quando apresentavam quatro acinco folhas definitivas, efetuou-se o seutransplante para a área experimental,previamente preparada e adubada con-forme recomendações da análise de soloe do Manual de Adubação para o Esta-do do Rio de Janeiro (De Polli et al.,1998). Utilizou-se o espaçamento de 1,2x 0,4 m.

Após o transplante, seguiu-se o ma-nejo usual da cultura, com capinas re-gulares, adição de cobertura morta econdução com estacas de 1 m de alturapara cada planta (Carmo et al., 2001). Apartir do florescimento foram realiza-das quatro adubações de cobertura,quando se aplicaram sulfato de amônio(1,4 g planta-1) e cloreto de potássio (0,5g planta-1). As irrigações foramefetuadas a cada três a cinco dias, con-forme a necessidade da cultura, por as-persão ou direto na cova, com auxílio

de mangueira. Ao longo do ciclo da cul-tura foram feitas quatro pulverizaçõescom inseticida à base de deltametrinapara controle da broca dos frutos.

Os dados diários de temperatura(máxima, mínima e média), precipita-ção total e umidade relativa média doar foram coletados na EstaçãoMeteorológica de Seropédica daPESAGRO-RIO, situada a cerca de1.000 m da área experimental.

Adotou-se o delineamento em blo-cos ao acaso com quatro repetições e ostratamentos arranjados em esquema fa-torial 4x3, quatro produtos e três culti-vares, totalizando 48 parcelas de 11,52m2 cada e 24 plantas por parcela, distri-buídas em três fileiras de oito plantas.Para minimizar as interferências entreas parcelas, estas eram separadas poruma bordadura formada por plantas depimentão da cultivar Cascadura Ikeda.Em todas as avaliações consideraram-se apenas as seis plantas localizadas nafileira central de cada parcela.

Aos 21 dias após o transplante ino-cularam-se três plantas de cada parcela,situadas nas fileiras laterais, com X.euvesicatoria. Como inóculo utilizou-se suspensão de células da fitobactériaem solução salina (NaCl a 0,85%) do iso-lado ENA-818, obtida a partir de culturapura com 48 h de crescimento a 28±2oCem meio de Nutriente Agar (Fahy &Hayward, 1983), e concentração ajusta-da para cerca de 106 ufc ml-1. Asinoculações foram feitas por meio deatomização, com auxílio deminipulverizadores, nas faces dorsal eventral de folhas previamente feridas comauxílio de um pincel de cerdas grossas.

As pulverizações iniciaram-se setedias após a inoculação, quando daconstatação dos primeiros sintomas nasplantas inoculadas, e se seguiram a cadasete dias para os tratamentos com oAgrobio e a cada quinze dias para os tra-tamentos com sulfato de estreptomicina+ oxitetraciclina e oxicloreto de cobre,conforme recomendação dos respecti-vos fabricantes. Os tratamentos foramaplicados com pulverizadores costais de5 L, sendo um para cada produto.

As avaliações iniciaram-se quinzedias após a primeira pulverização, quan-do as plantas se encontravam emflorescimento, e se seguiram semanal-

Efeito de produtos químicos e biológicos sobre a mancha bacteriana, flora microbiana no filoplano e produtividade de pimentão

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mente. Foram quantificadas diferentesvariáveis para descrição do desenvolvi-mento da planta (altura em cm, númerode hastes e número total de folhas) e dodesenvolvimento da doença (incidênciade folhas com sintomas visíveis e defolhas caídas e severidade, expressos emporcentagem). A severidade foi estima-da na planta inteira com auxílio de es-cala (Carmo et al., 2001). Com os da-dos de incidência e de severidade dadoença, obtidos ao longo de 11 sema-nas, foram calculados os valores da áreaabaixo da curva de progresso da doença(AACPD) para cada parcela (Carmo etal., 2001).

Aos 60 dias após o início das pulve-rizações, iniciou-se a avaliação da po-pulação microbiana residente nofiloplano em folhas sem sintomas apa-rentes de mancha-bacteriana (Aguiar etal., 2003; Deleito et al., 2005). Realiza-ram-se três séries de isolamentos paraquantificação de X. euvesicatoria,Pseudomonas fluorescentes, fungos eBacillus spp. As folhas foram coletadasentre seis e sete horas da manhã na por-ção média de cinco plantas de cada par-cela. Das folhas foram retirados doisdiscos de 5 mm de diâmetro que foramcolocados em erlenmeyer de 250 mlcontendo 50 ml de solução salina (NaCla 0,85%). Os frascos correspondentes acada tratamento foram agitados por 20minutos a 150 rotações por minuto. Emseguida, foram retiradas alíquotas de 0,5ml dos respectivos frascos que foramadicionadas a 4,5 ml de solução salina(NaCl a 0,85% p/v) seguindo-se trêsdiluições em série 1:10. Dos tubos deensaio contendo as diluições de 10-1 a10-3, homogeneizados em agitadorVortex durante 30 segundos, foram re-tiradas três alíquotas de 0,1 ml que fo-ram distribuídas em três placas de Petricontendo meios específicos para isola-mento de cada tipo de microrganismo aser quantificado.

As avaliações da flora microbianaforam feitas em 28/08, 09/09 e 03/10,aos sete, cinco e dois dias após a últimapulverização com todos os tratamentos,respectivamente. Na primeira avaliação,utilizaram-se os meios Nutriente Ágar,acrescido de 1% de tween 80 (NAT), emeio B de King (Fahy & Hayward,1983), para isolamento de X.

euvesicatoria e de Pseudomonas fluo-rescentes, respectivamente. Na segun-da, utilizaram-se os meios NAT, deMartin e BDA (Dhingra & Sinclair,1995), para isolamento de X.euvesicatoria, fungos e Bacillus spp.,respectivamente. Na terceira, utilizou-se apenas o meio NAT para isolamentode X. euvesicatoria.

As placas para isolamento de bacté-rias foram incubadas em BOD por 36 a48 h a 27ºC e de fungos, a 25oC por setedias. Para isolamento de Bacillus, asamostras foram inicialmente colocadasem banho maria a 80ºC por 20 min(Bettiol, 1997) e as placas incubadas a28oC por 48 h. Os dados foram expres-sos em unidade formadora de colônia(UFC) por cm2 de folha.

Para avaliação da produção, consi-deraram-se o somatório dos frutos co-lhidos ao longo de nove semanas e aprodutividade final expressa em t ha-1.Foram considerados apenas os frutoscom padrão comercial (CEAGESP,2002).

Uma amostra de frutos, coletada 60dias após o início das pulverizações, foienviada ao Laboratório de BiologiaAnimal da PESAGRO-RIO, em Niterói,onde foram feitas as avaliações para aflora microbiana, com ênfase em bacté-rias patogênicas ao homem, coliformesfecais e totais.

Os dados de desenvolvimento daplanta, de produção e de progresso dadoença foram submetidos à análise devariância e comparação das médias peloteste de Scott-Knott a 5% de probabili-dade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve apenas efeito simples de pro-duto e de cultivar sobre o desenvolvimen-to da planta, expresso pela altura, núme-ro de hastes e de folhas. Em geral, ‘Ma-gali R’ apresentou melhor desenvolvi-mento vegetativo, expresso pela maioraltura das plantas, principalmente na faseinicial da cultura (Figura 1A), maior nú-mero de hastes, principalmente na fasefinal da cultura (Figura 1B) e maior nú-mero de folhas, embora não tenha dife-rido significativamente de ‘Magda’ (Ta-bela 1). Não se observou, em geral, efei-to significativo de produto sobre a altu-

ra das plantas, mas aquelas pulveriza-das com oxicloreto de cobre seguido datestemunha apresentaram-se sempremenores em relação às submetidas aostratamentos com Agrobio eestreptomicina + oxitetraciclina (Figu-ra 1C). As plantas do tratamentoAgrobio e da testemunha, seguidas doantibiótico, apresentaram maior núme-ro de hastes, especialmente na fase fi-nal da cultura, e significativamente maiornúmero de folhas que as pulverizadascom oxicloreto de cobre (Figura 1D,Tabela 1). Este resultado está de acordocom os de Aguiar (1997), que relata sin-tomas de fitotoxidez e redução do de-senvolvimento de plantas de pimentãocom aplicações semanais de soluçõescontendo a partir de 56 mg L-1 de cobre,e com os de Deleito et al. (2005) emmudas.

Quanto aos frutos, observou-se efei-to significativo apenas de cultivar so-bre a produtividade. ‘Magali R’ (11,6 tha-1) foi significativamente superior à‘Cascadura Itaipu’ (6,0 t ha-1) e à ‘Mag-da’ (4,5 t ha-1), que não diferiram entresi. A produtividade obtida, mesmo paraMagali R, foi baixa, uma vez que paraesta hortaliça, em condições de campo,é relatada produção de 13,0 a 30 t ha-1

(Robledo & Martin, 1988; Filgueira,2000; Ribeiro et al., 2000).

As condições climáticas (dias secose baixa precipitação) não foram propí-cias ao desenvolvimento da mancha-bacteriana, que apresentou severidademédia em torno de 2%, o que, prova-velmente, dificultou a avaliação dosefeitos do produto sobre o controle dadoença (Figura 2A, B, C e D). Obser-vou-se efeito significativo de cultivarsobre a incidência de folhas infectadas,de folhas caídas e sobre a severidade dadoença, de produto apenas sobre a por-centagem de folhas caídas, e interaçãosignificativa entre produto e cultivarsobre a incidência de folhas lesionadas.Entre as cultivares, observou-se valor deAACPD, obtido com os dados de seve-ridade, significativamente maior para‘Cascadura Itaipu’, comparado às duasdemais cultivares, e nenhuma diferençapara os valores de AACPD calculados apartir da porcentagem de folhas caídas(Tabela 1). Estes resultados estão deacordo com os de Carmo et al. (1998) ede Deleito et al. (2005) que relatam

DAG Silva et al.

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‘Cascadura Itaipu’ como mais suscetívelà mancha-bacteriana quando comparadacom outras cultivares. Entre os produtos,não se observou diferença significativapara a AACPD, calculada com os dadosde severidade, porém esta foi maior notratamento testemunha, seguida do anti-biótico, e com valores menores e seme-lhantes nos tratamentos oxicloreto decobre e Agrobio (Tabela 1). Já a taxa deabscisão foliar foi significativamentemenor no tratamento com oxicloreto decobre em relação à testemunha, àestreptomicina + oxitetraciclina e aoAgrobio, que não diferiram entre si (Ta-bela 1). Ou seja, o oxicloreto de cobre,apesar de não ter estimulado a emissãode folhas, apresentou maior eficiênciana redução da abscisão foliar normal-mente provocada pela ‘mancha-bacte-riana’ (Carmo et al., 1996). Registrou-se maior taxa de queda de folhas entre ofinal de agosto e meados de setembro,cerca de 10 a 20 dias após o pico de se-veridade registrado em meados de agos-to (Figura 2A e B). A incidência de fo-lhas lesionadas foi significativamentemenor em ‘Magali R’ pulverizada com

sulfato de estreptomicina +oxitetraciclina do que em todos os de-mais tratamentos. O tratamento comAgrobio apresentou maior percentual defolhas lesionadas e o oxicloreto de cobrenão diferiu da testemunha (Tabela 2). Esteresultado provavelmente está associadoao maior número de folhas no tratamen-

to Agrobio (Tabela 1). Para os três de-mais produtos não houve diferença sig-nificativa entre as cultivares (Tabela 2).

As condições secas e adversas tam-bém afetaram a flora residente nofiloplano, observada pela baixa taxa derecuperação de fungos e de bactérias aolongo das três avaliações. No primeiro

Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste deScott-Knott (P<0,05).

Tabela 1. Efeito de cultivar e de produto pulverizado sobre o número total de folhas, aporcentagem de folhas caídas e a severidade da mancha-bacteriana do pimentão, causadapor Xanthomonas euvesicatoria, expresso pelos valores da área abaixo da curva de progres-so (AACP). Seropédica, UFRRJ, 2002.

Efeito de produtos químicos e biológicos sobre a mancha bacteriana, flora microbiana no filoplano e produtividade de pimentão

Figura 1. Altura e número de hastes de plantas de pimentão em função da cultivar (A e B) e do produto pulverizado (C e D), ao longo de 14semanas de avaliação. Médias seguidas por letras diferentes diferem significativamente entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05). Seropédica,UFRRJ, 2002.

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isolamento do filoplano, realizado nofinal de agosto, período de menor umi-dade relativa média (60%) e apenas 0,2mm de precipitação na semana, não foiconstatada a presença de Pseudomonasfluorescentes e baixíssima freqüência deX. euvesicatoria. No segundo, realiza-do no início de setembro, foram isola-dos em maior freqüência os fungosPenicilium sp., Alternaria sp. e, princi-palmente, Cladosporium sp. e as bacté-rias Bacillus sp. e X. euvesicatoria, alémde outras não identificadas. Não foi ob-servado efeito significativo de cultivar

sobre a flora microbiana do filoplano,observando-se porém efeito altamentesignificativo de produto. Bacillus sp. foiisolado, em alta freqüência, das plantaspulverizadas com Agrobio e com sulfa-to de estreptomicina + oxitetraciclina eda testemunha, e não foi detectado nasplantas pulverizadas com oxicloreto decobre (Figura 3A). Todos os produtos(Agrobio, sulfato de estreptomicina +oxitetraciclina e oxicloreto de cobre),porém, reduziram significativamente apopulação de X. euvesicatoria e de ou-tras bactérias quando comparados à tes-

temunha (Figura 3A). Estes resultadosconfirmam o efeito bactericida doAgrobio relatado tanto em ensaios invitro (Deleito, 2002) como em casa devegetação (Deleito et al., 2005). Os re-sultados mostram, ainda, o impacto dooxicloreto de cobre sobre a populaçãode Bacillus sp. no filoplano.

Quanto aos fungos, para os três prin-cipais gêneros isolados, constatou-seque no tratamento Agrobio e na teste-munha houve significativamente menorpopulação de Penicillium sp. e de Al-ternaria sp., comparados aos demais tra-tamentos (Figura 3B). O Agrobio e osulfato de estreptomicina +oxitetraciclina, no entanto, favoreceram,a população de Cladosporium sp., sig-nificativamente maior nesses dois tra-tamentos comparados ao oxicloreto decobre e à testemunha. Estes resultadosrevelam o impacto dos bactericidas e doAgrobio sobre a flora microbiana dofiloplano. Estes resultados confirmam,ainda, a atividade bactericida e fungicidado Agrobio, porém, não sobre Bacillussp. e Cladosporium sp., o que sugere anecessidade de se avaliar o seu uso si-multâneo aos inseticidas biológicos àbase de B. thurigiensis, além de cuida-dos no seu uso em culturas suscetíveisa espécies patogênicas deCladosporium.

No terceiro isolamento, seletivo paraX. euvesicatoria, observou-se maior re-cuperação da fitobactéria e diferençassignificativas dos três produtos pulve-rizados em relação à testemunha e ne-nhuma diferença entre as cultivares,semelhante ao discutido anteriormente.O maior isolamento de X. euvesicatorianesta avaliação deve-se, provavelmen-te, à elevação da temperatura observa-da a partir do início de outubro e ao li-geiro aumento na severidade da doença(Figura 2B e C), concordando com osresultados de Aguiar et al. (2003).

Foi constatada a presença apenas decoliformes totais nos frutos tratados comAgrobio e na testemunha. Como Deleito(2002) relata ausência de coliformes to-tais e fecais e de outras bactériaspatogênicas ao homem em diferentesamostras de Agrobio, é provável que apresença de coliformes totais nos frutosesteja associada à manipulação dos mes-mos durante os tratos culturais e colheita.

DAG Silva et al.

Figura 2. Severidade média (%) da mancha-bacteriana do pimentão em função do produtopulverizado (A) e da cultivar (B), e média, de cada dez dias, da temperatura máxima, médiae mínima (C), da precipitação (Ppt) em mm e da umidade relativa (UR) em % (D), e calen-dário de atividades (E) mostrando, data da inoculação, pulverizaçoes com o Agrobio e comtodos os produtos e avaliação da população residente.

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Tabela 2. Interação entre cultivar e produto sobre a porcentagem de folhas infectadas porXanthomonas axonopodis euvesicatoria, expresso pelos valores da área abaixo da curva deprogresso (AACP). Seropédica, UFRRJ, 2002.

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferemestatisticamente pelo teste de Scott-Knott (P<0,05).

Nas condições de realização do pre-sente ensaio, embora não se tenha detec-tado efeito dos tratamentos sobre a pro-dução observou-se efeito sobre o desen-volvimento vegetativo, sobre a ‘manchabacteriana’ e sobre a flora microbiana dofiloplano. O oxicloreto de cobre, embo-ra não tenha estimulado o desenvolvi-mento vegetativo, foi o produto que me-lhor controlou a ‘mancha-bacteriana’ emais afetou a flora bacteriana nofiloplano. O Agrobio, por sua vez, favo-receu o desenvolvimento vegetativo ereduziu a população de bactérias, excetode Bacillus sp., e de fungos, excetoCladosporium sp., no filoplano. O híbri-do Magali R foi significativamente su-perior aos demais quanto ao vigor dasplantas, produtividade e resistência àmancha bacteriana. Estes resultados su-gerem a atividade bactericida do Agrobioem condições de campo, porém a suaeficiência no controle da mancha bacte-riana deve ser investigada em ensaios sobcondições de ambiente mais favoráveisao progresso da doença.

AGRADECIMENTOS

À CAPES, pela concessão das bol-sas de Mestrado e ao CNPq pelo finan-ciamento do projeto.

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Efeito de produtos químicos e biológicos sobre a mancha bacteriana, flora microbiana no filoplano e produtividade de pimentão

Figura 3. População de bactérias, não identificadas, de Bacillus sp. e de Xanthomonasaxonopodis euvesicatoria (A) e dos fungos, Penicillium sp., Alternaria sp. e Cladosporiumsp. (B) expressa pelo número de unidades formadoras de colônia (ufc/cm2) em folhas deplantas de pimentão pulverizadas com Agrobio (5%), oxitetraciclina + sulfato deestreptomicina (0,8 g/L), oxicloreto de cobre (2,4 g/L) e testemunha (água). Seropédica,UFRRJ, 2002.

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