pesquisa saneamento - brasil e bahia

14
MATHEUS BASTOS MARTINEZ GAMA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL E NA BAHIA

Upload: matheus-gama

Post on 10-Dec-2015

8 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

situacao do saneamento basico no Brasil e na Bahia

TRANSCRIPT

Page 1: Pesquisa saneamento - Brasil e Bahia

MATHEUS BASTOS MARTINEZ GAMA

SITUAÇÃODO

SANEAMENTO BÁSICONO BRASIL E NA BAHIA

SALVADOR ABRIL 2010

Page 2: Pesquisa saneamento - Brasil e Bahia

MATHEUS BASTOS MARTINEZ GAMA

SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL E NA BAHIA

Pesquisa realizada no Curso de Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal da Bahia.

Professora: Viviana Maria Zanta

SALVADOR ABRIL 2010

RESUMO2

Page 3: Pesquisa saneamento - Brasil e Bahia

Foi possível concluir, através dos dados de pesquisas realizadas no contexto do saneamento básico no Brasil e na Bahia, que os programas de saneamento têm sido aprimorados ao longo dos anos e que, na atualidade, se apresentam bem mais “maduros” e presentes no âmbito da sociedade.

SUMÁRIO

3

Page 4: Pesquisa saneamento - Brasil e Bahia

Introdução..........................................................................................................................4

O que é saneamento básico?..............................................................................................6

Evolução do saneamento básico brasileiro........................................................................6

Desigualdade no saneamento básico das diferentes regiões brasileiras............................7

O Futuro do Saneamento Brasileiro..................................................................................7

Saneamento básico no estado da Bahia.............................................................................8

O saneamento baiano associado ao capital........................................................................9

INTRODUÇÃO

4

Page 5: Pesquisa saneamento - Brasil e Bahia

Esse trabalho tem como finalidade apresentar dados de pesquisar e análises referentes à situação da realidade do saneamento básico brasileiro e baiano, bem como trazer à reflexão mecanismos usados pelos governos para alcançar metas de saneamento e qualidade de vida da população.

1. O que é saneamento básico?

5

Page 6: Pesquisa saneamento - Brasil e Bahia

Pode-se definir saneamento básico como atividade relacionada ao abastecimento de água potável, ao manejo de água pluvial, à coleta e tratamento de esgoto, à limpeza urbana, ao manejo do resíduos sólidos e ao controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico. Seu objetivo é, portanto, proporcionar uma situação higiênica saudável e qualidade de vida para os habitantes. Entre os procedimentos do saneamento básico, cabe ressaltar: - Medidas de abastecimento de água (tratamento de água, canalização e tratamento de esgotos, drenagem urbana das águas pluviais);- Medidas de limpeza pública de ruas e avenidas;- Coleta e tratamento de resíduos orgânicos (em aterros sanitários).

2. Evolução do saneamento básico brasileiro

Pesquisas realizadas pelo governo brasileiro mostraram-se relevantes ao apresentarem dados úteis na análise de evolução do saneamento básico no país. Dentre tais pesquisas, tem-se o quadro, apresentado em 2004 no Atlas de Saneamento do IBGE, que teve como base os dados do ano 2000 da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) - divulgada em 2002, combinado com informações do Censo 2000 e de instituições do governo e universidades. Segundo ele, em 2000:- 60% da população brasileira não tinha acesso à rede coletora de esgotos.- Apenas 20% do esgoto gerado no país recebia algum tipo de tratamento. Logo, 80% dos resíduos gerados eram lançados diretamente nos rios.- Quase um quarto da população não tinha acesso à rede de abastecimento de água.- Dos 5.507 municípios do País, mais de 1,3 mil enfrentavam problemas com enchentes.- A maioria dos municípios (63,3%) depositava seus resíduos em lixões a céu aberto e sem nenhum tratamento. Comparando os resultados obtidos na PNSB 2008 com aqueles levantados pela PNSB 2000, pode-se constatar uma melhora nos serviços de saneamento básico prestados em todo o país. Entre 2000 e 2008: - O percentual de municípios brasileiros que tinham rede geral de abastecimento de água em pelo menos um distrito aumentou de 97,9% para 99,4%;- O manejo dos resíduos sólidos (que inclui coleta e destinação final do lixo e limpeza pública) passou a existir em todos os municípios, frente a 99,4% deles em 2000;- Os serviços de manejo de águas pluviais (drenagem urbana), que existiam em 78,6% dos municípios em 2000, chegaram a 94,5%;- 68,8% do esgoto coletado passou a ser tratado – percentual bastante superior aos 35,3% de 2000;- O percentual de municípios que destinavam seus resíduos a vazadouros a céu aberto caiu de 72,3% para 50,8%; enquanto os que utilizavam aterros sanitários cresceram de 17,3% para 27,7%;- O número de programas de coleta seletiva dobrou, passando de 451, em 2000, para 994 (concentrando-se, sobretudo, nas regiões Sul e Sudeste, onde, respectivamente, 46% e 32,4% dos municípios informaram ter coleta seletiva em todos os distritos). Nesses oito anos, o único serviço de saneamento que não chegou próximo à totalidade de municípios foi a coleta de esgoto por rede geral, que estava presente em 52,2% dos municípios em 2000 e passou a 55,2% em 2008. Entretanto, nos municípios em que o serviço existia, houve, no mesmo período, um aumento dos que registraram ampliação ou melhoria no sistema de esgotamento, de 58% para 79,9% do total, e dos domicílios atendidos, de 33,5% para 44%. Em relação às condições de vida da população, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 mostra avanços em diversos indicadores com o aumento de acesso a serviços como:

6

Page 7: Pesquisa saneamento - Brasil e Bahia

- Abastecimento de água por rede geral (de 42,4 milhões em 2004 para 49,5 milhões em 2009);- Coleta de lixo (de 43,7 milhões em 2004 para 51,9 milhões em 2009);- Iluminação elétrica (de 50,0 milhões em 2004 para 57,9 milhões em 2009); - Rede coletora ou fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto (de 29,1 milhões em 2004 para 34,6 milhões em 2009.

3. Desigualdade no saneamento básico das diferentes regiões brasileiras

Embora as pesquisas possam ser consideradas otimistas, ao se avaliar as individualidades de cada região, conclui-se que elas podem estar trazendo uma sensação de melhora camuflada e, por vezes, até falsa. No Brasil, a qualidade do saneamento básico ainda se apresenta de forma desigual. Tem-se, por exemplo, que, embora 68, 8% do esgoto brasileiro seja tratado (PNSB 2008), o percentual é de 78,4% nos municípios do estado de São Paulo e apenas 1,4% nos do Maranhão. Segundo fontes do Ministério das Cidades de 2004, algumas cidades, como Manaus, Belém e Rio Branco, atendem a menos de 3% da sua população com rede de esgoto, enquanto os maiores índices de tratamento de esgoto são: Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro, com mais de 60% de cobertura no serviço. O Instituto Trata Brasil (ITB), com o apoio do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS), realizou um estudo, entre os anos de 2003 e 2007, que avaliou os serviços de saneamento básico prestados nas 79 cidades brasileiras que possuem população superior a 300 mil habitantes. Esse estudo apontou que os municípios do país que mais se destacaram na avaliação estão todos localizados na região sudeste do país. São eles: Franca (SP), Uberlândia (MG), Sorocaba (SP), Santos (SP), Jundiaí (SP), Niterói (RJ), Maringá (PR), Santo André (SP), Mogi das Cruzes (SP) e Piracicaba (SP), em ordem de classificação. Por outro lado, as últimas cidades do ranking, como Belém (PA), Cariacica (ES), Porto Velho (RO), Nova Iguaçu (RJ) e Duque de Caxias (RJ), todas elas apresentam falta de investimento ou queda progressiva dos recursos destinados aos serviços de coleta e de tratamento de esgoto municipal.  Conclui-se, pelas pesquisas descritas, que a região Sudeste se destaca como a área com os melhores serviços de saneamento. Por outro lado, a região Norte apresenta os piores índices. Em relação ao consumo de água, cidades do Sudeste também lideram o ranking: os locais com maior consumo são Rio de Janeiro, Vitória e São Paulo, que chegam a gastar 220 litros por habitante ao dia (a ONU recomenda 110 litros por pessoa diariamente); dentre essas, o Rio de Janeiro tem a maior perda (desperdício), com um total de 618 piscinas olímpicas por dia.

4. O Futuro do Saneamento Brasileiro

    O governo federal brasileiro tem trabalhado no chamado Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), sendo este planejado e coordenado pelo Ministério das Cidades. O anúncio foi feito na quinta-feira (14/04/2011) no site do Ministério das Cidades. Iniciado em 2008, o processo de construção do plano foi organizado em quatro etapas de trabalho: a primeira foi o Pacto pelo Saneamento Básico; a segunda foi a elaboração do diagnóstico da situação do saneamento no País, mediante a pesquisa “Estudo do Panorama do Saneamento Básico no Brasil” e, também, a proposta do Plano Nacional de Saneamento Básico; a terceira  etapa inicia atualmente com a divulgação e debate público da Proposta de Plano. Posteriormente será realizada quarta etapa de atividades

7

Page 8: Pesquisa saneamento - Brasil e Bahia

que é o detalhamento dos programas, projetos e ações, bem como monitoramento e avaliação. O Plansab consolida os avanços verificados no setor de saneamento brasileiro nos últimos anos, com a forte retomada dos investimentos e a aprovação do marco legal do setor, até então inexistente, ocupando um vácuo de planejamento, que vem de meados dos anos 80. A versão atual (terceira etapa) constitui a proposta do Plano Nacional de Saneamento Básico e se destina a subsidiar o mecanismo de debate com a sociedade, de forma a colher sugestões e contribuições, tanto de setores especializados quanto da sociedade em geral, sobre as ações e procedimentos que irão orientar a política de saneamento básico no País nos próximos 20 anos. Contempla uma abordagem integrada do saneamento básico, incluindo os quatro componentes: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Tem-se observado, portanto, que a motivação política tem se voltado para questões do saneamento básico brasileiro, o que é altamente proveitoso para a população.

5. Saneamento básico no estado da Bahia

Os componentes do saneamento básico da Bahia podem ser analisados a partir da implementação dos programas de saneamento no estado. A década de 90, na Bahia, foi marcada pela realização de várias ações no campo do saneamento, implementadas em sua maioria pelo governo do estado, através de recursos oriundos de transferências da União, financiamento de organismos nacionais, do próprio estado e de recursos originários de instituições financeiras internacionais. O principal programa desenvolvido no estado que se mostra relevante para análise dos componentes de saneamento selecionados foi o Programa Bahia Azul. O Bahia Azul foi implantado, em 1995, como um programa envolvendo cinco componentes: esgotamento sanitário, abastecimento de água, resíduos sólidos, desenvolvimento institucional e educação ambiental. O mesmo foi composto pelo Programa de Saneamento Ambiental da Baía de Todos os Santos (BTS), incorporava parte do Programa de Modernização do Setor de Saneamento (PMSS) e do Projeto Metropolitano; assim o programa reunia todas as ações de saneamento previstas para Salvador e municípios situados em torno da Baía de Todos os Santos. O Programa Ambiental de Saneamento da Baía de Todos os Santos (BTS) trazia como principal objetivo a recuperação do quadro de degradação ambiental da Baía de Todos os Santos, que vivia este grave problema ambiental devido a falta de controle dos lançamentos de esgotos na baía, além da deficiência na coleta, transporte e disposição final dos resíduos sólidos, que contaminavam os cursos d’água e as praias da região.Já o projeto Metropolitano foi um produto do Programa RM/NE, iniciado, em 1980, pelo Banco Mundial, juntamente com o Governo Federal, e que visava financiar um conjunto de projetos urbanos nas regiões metropolitanas nordestinas de Recife, Salvador e Fortaleza. O Projeto foi iniciado na Região Metropolitana de Salvador, em 1986, sendo usados US$ 36,6 milhões do Banco Mundial e US$ 40,4 milhões restantes do Governo do Estado da Bahia. A maior parte dos recursos do programa foi aplicado em limpeza pública e recuperação urbana. Do total do projeto, US$ 20 milhões foram alocados no Programa Bahia Azul, contemplando uma ampla intervenção na área de coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos e de uma ação específica de recuperação ambiental na área de Novos Alagados. O governo do Estado da Bahia vem divulgando que os anos 90 foram a “Década do Saneamento na Bahia”, em virtude do grande volume de recursos investido na área, principalmente no que se refere ao Programa Bahia Azul. Tem-se que, em 1991, do total de mais de 2,5 milhões de domicílios, menos da metade possuía um ponto canalizado de

8

Page 9: Pesquisa saneamento - Brasil e Bahia

água dentro do domicílio. Ou seja, 42,73% do total de domicílios baianos estavam ligados, de fato, a uma rede geral de distribuição de água. Quando separamos os números por situação do domicilio, se urbano ou rural, este número é menor na área urbana (41,01%) e praticamente inexistente na área rural, pois a cobertura é de apenas 1,73. Após nove anos, os quais a propaganda do governamental intitulou de “década do saneamento”, verifica-se que houve aumento no nível de cobertura, mas nada perto de alcançar a universalidade do serviço no estado. Em 2000, a Bahia contava com 57,42 % dos seus domicílios ligadas à rede geral e com canalização interna em pelo menos um cômodo da casa. No espaço urbano este número era de 53,59% e no rural de 3,82% do total de domicílios. De fato, houve um aumento considerável do nível de cobertura do serviço. Comparando aos dados de 1991, pode-se verificar o incremento da taxa no estado. Todavia, quando analisando os dados em relação ao país verifica-se que o estado não consegue em 2000 ultrapassar a média nacional, mesmo possuindo o maior programa de saneamento realizado no país. Em 1991, o Brasil encontrava 64,99% de seus domicílios com canalização interna à rede geral de distribuição, enquanto na Bahia esta taxa era de 42,73%, já em 2000 72,92% dos domicílios brasileiros estavam ligados, de fato, à rede geral de distribuição, enquanto na Bahia este número era de apenas 57,42 %. 6. O saneamento baiano associado ao capital

A política de saneamento no estado esteve atrelada à criação de infra-estrutura sanitária necessária aos interesses turísticos, portanto, desvinculada da preocupação de atender a população mais pobre da Bahia, de reestruturar o quadro sanitário da zona rural, de combater efetivamente os grandes agentes poluidores do meio ambiente e de possibilitar a efetiva participação da população nas definições e execução dos serviços realizados. Com isso, verifica-se que quando um município não possui atrativos turísticos, o mesmo tem grandes possibilidades de não ter ações específicas de saneamento, ou estas ações ficam num plano secundário, visto que o local não é prioridade para os empreendimentos empresariais. As políticas de saneamento básico na Bahia, estão, portanto, intimamente ligadas ao interesse da classe empresarial, das grandes construtoras e do setor turístico, atreladas aos interesses das elites empresariais e instituições financeiras internacionais, que, através de sua lógica globalizante, intensificam as desigualdades sociais, demonstradas pelas irregular distribuição dos serviços de saneamento pela área urbana e rural, assim como a baixa satisfação dos moradores em relação a estes serviços (extraído de “As Políticas Estatais de Saneamento Básico da Bahia”).

REFERÊNCIAS

9

Page 10: Pesquisa saneamento - Brasil e Bahia

http://www.mananciais.org.br/site/agua/saneamento

http://inverta.org/jornal/edicao-impressa/419/economia/a-falta-de-saneamento-basico-no-brasil

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_471143.shtml

http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/04/15/brasil-tera-plano-nacional-de-saneamento-basico-ainda-este-ano-diz-ministerio-das-cidades

http://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_Baiana_de_%C3%81guas_e_Saneamento

http://www.veracidade.salvador.ba.gov.br/v2/images/veracidade/pdf/artigo%20politicas%20de%20saneamento.pdf (As Políticas Estatais de Saneamento Básico da Bahia)

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1708

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1691&id_pagina=1

10