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Riscos. Resseguros. Recursos Humanos. Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos Sumário Executivo 2017

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Riscos. Resseguros. Recursos Humanos.

Pesquisa Global de Gerenciamento de RiscosSumário Executivo

2017

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Índice

1Introdução ...........................................................................................................................

Sumário Executivo ................................................................................................................. 2

Perfil dos Entrevistados ......................................................................................................13

Os 10 Principais Riscos .......................................................................................................17Prontidão para os 10 principais riscos .......................................................................41

4410 principais riscos para os próximos três anos ...........................................................47

Fontes . .............................................................................................................................. 52

Metodologia ...................................................................................................................... 53

Contatos............................................................................................................................ 54

Perdas associadas aos 10 principais riscos...................................................................

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Introdução

Vivemos em uma época de volatilidade sem precedentes. Tendências entre as três principais dimensões - econômica, demográfica e geopolítica -

combinadas com o avanço exponencial da revolução tecnológica, estão convergindo para criar uma nova realidade para organizações em todo o mundo. Ao mesmo tempo em que essas forças podem gerar novas e imprevisíveis oportunidades, podem também provocar novos riscos, os quais deverão ser administrados de modos diferentes.

Contra esse cenário, nossa Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017 foi desenvolvida para que as organizações possam competir nesse ambiente cada vez mais complexo de operações.

Realizada no quarto trimestre de 2016, a pesquisa reúne contribuições de quase 2.000 entrevistados de empresas públicas e privadas, de diferentes tamanhos e segmentos, tornando essa pesquisa a maior da história e uma das mais abrangentes do mundo. Os resultados da pesquisa de 2017 obtidas através da web revelam que as empresas estão lidando com novos riscos e que não existe um consenso em relação a priorização e modos de reação.

Pela segunda vez, o dano à marca e à reputação apareceu como um dos principais riscos da nossa pesquisa. Riscos/incertezas políticas apareceram novamente entre os 10 principais riscos neste ano e o risco cibernético atingiu a quinta posição. A conexão entre esses dois riscos foi destacada por uma série de eventos ao longo de 2016, acompanhada de um aumento no índice de crimes cibernéticos, com impacto direto nas instituições governamentais, partidos políticos e estruturas mundiais.

A natureza combinativa desse risco é destacada por dois outros classificados entre os dez mais importantes, que são a incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos e a incapacidade em inovar. Ninguém discute que as organizações se

encontram sob uma enorme pressão para atrair e reter os melhores talentos, e para maximizar a produtividade de seus funcionários. As empresas que não conseguirem motivar e incentivar seus colaboradores irão rapidamente perder espaço para seus concorrentes.

Aqui na Aon nós acreditamos no poder da informação e da análise, combinadas com opiniõesespecializadas, de modo a oferecer a nossos clientes as soluções mais inovadoras no controle da volatilidade, na redução dos riscos e na busca por oportunidades. Nós complementamos essas análises baseadas em informações com uma sólida inteligência empresarial, tal como foi a Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos; esperamos que todos encontrem inspiração nos resultados deste ano.

Caso queiram fazer qualquer pergunta ou comentário sobre a pesquisa, ou desejem simplesmente saber mais sobre a pesquisa, entre em contato com seu supervisor Aon ou acesse aon.com/2017GlobalRisk.

Cordialmente,

Greg CasePresident e CEO

Pesquisa Global 1 de Gerenciamento de Riscos 2017

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de Gerenciamento de Riscos
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Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017 2

Sumário Executivo

Em se tratando de risco político, um dos pensamentos mais comuns envolve conflitos em mercados emergentes ou fronteiriços—guerras no Oriente Médio; golpes militares, trocas de regimes ou disputas territoriais na Ásia ou na África; ou ainda eleições tulmutuosas na América Latina. No entanto, essa percepção nem sempre é verdadeira, e a tendência está mudando.

Atualmente, para onde quer que se vá, seja na

Cracóvia ou em Cingapura, os assuntos mais

discutidos entre empresários passam inevitavelmente

pelas negociações do Brexit; as eleições na Holanda,

na França e na Alemanha; Presidente Donald Trump

e as políticas de imigração - políticas de centralização

comercial; sem esquecer do impeachment da

Presidente da Coréia do Sul. Curiosamente, as

nações desenvolvidas, tradicionalmente associadas

com estabilidade política, estão gradativamente

apresentando sinais de volatilidade e incertezas, o

que é prejudicial aos negócios, principalmente nos

mercados emergentes.

Sem dúvida, a globalização foi um fator contribuinte.

Ela gerou altíssima conectividade, permitindo que

pessoas, produtos e serviços pudessem se deslocar

livremente, aumentando a qualidade de vida,

principalmente para os habitantes de países em

desenvolvimento. Por outro lado, a globalização

também gerou comoção entre aqueles que se

sentiram prejudicados, fazendo com que líderes

populistas do Ocidente se retraíssem e protegessem

aquilo que acreditavam ser de interesse nacional.

Dessa forma, o crescimento do nacionalismo

econômico e ideológico no Ocidente, alinhado com

diferentes sinais de fervor nacionalista promovido por

lideranças políticas na Rússia, na China, nas Filipinas

e na Turquia, gerou o receio de possíveis guerras

comerciais, queda nos mercados de ação e das

moedas, disputas territoriais e conflitos militares.

Essas preocupações podem ser percebidas em nossa

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017,

na qual riscos/incertezas políticas figuraram em

primeiro lugar em preocupações das organizações mundiais. Ocupando a 15ª posição no ano de 2015,

riscos/incertezas políticas voltou a aparecer entre os

10 primeiros da lista.

Em âmbito regional, as organizações das regiões da

Ásia-Pacífico e América Latina foram as que mais

apontaram esse risco, muito mais que as da América

do Norte, provavelmente em função da maior

retração das plataformas políticas e das políticas de

protecionismo, capazes de afetar os negócios nessas

regiões.

A pesquisa da Aon, realizada a cada dois anos,

representa nossa colaboração para ajudar as

organizações a se manterem informadas sobre as

questões envolvendo gestão de risco, através de

análise e fatos detalhados obtidos de 1.843

empresas. As organizações entrevistadas,

representantes de 33 áreas industriais espalhadas em

64 países e regiões, foram convidadas a identificar e

classificar os principais riscos encontrados.

Nessa última pesquisa nós tivemos o maior índice de

entrevistados desde sua concepção, em 2007. Essa

alta quantidade de informações nos permitiu

mensurar com precisão as últimas tendências em gerenciamento de riscos. Algumas de nossas

descobertas são motivantes, enquanto outras nos

causaram preocupação. Por exemplo, apesar da

maior disponibilidade de informações e análises,

além das soluções oferecidas, as empresas

entrevistadas estão menos preparadas para enfrentar

os riscos. Prontidão para o risco se encontra na

última colocação desde 2007. Com maior rapidez de

mudanças em uma economia globalizada e maior

conectividade, o impacto de determinados riscos,

principalmente aqueles não seguráveis, estão se

tornando cada vez mais imprevisíveis e difíceis de

prevenir e minimizar.

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Realce
Ocupando a 15ª posição
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Pesquisa Global 3 de Gerenciamento de Riscos 2017

Sumário Executivo

10 Principais riscos X Principais notíciasNossa Pesquisa Global de Gerenciamento de

Riscos 2017 revelou uma série de desafios

provocados pelo atual ambiente ao mesmo tempo

divisivo e interdependente. O foco foi mantido

nos 10 principais riscos para que haja uma

discussão mais aprofundada, sendo estes:

1. Dano à reputação/marca

2. Desaceleração econômica/recuperação lenta

3. Crescente concorrência

4. Mudanças regulatórias/legislativas

5. Riscos Cibernéticos

6. Incapacidade em inovar/atender àsnecessidades do cliente

7. Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

8. Interrupção de negócios

9. Riscos/Incertezas políticas

10. Responsabilidade civil profissional (inclusive E&O)

Antes de analisarmos esses riscos, vamos voltar

um pouco no tempo e observar os eventos que se

destacaram ao longo dos últimos 12 meses, antes do

início da nossa pesquisa. É interessante compararmos

a lista dos 10 principais riscos com os principais

eventos ocorridos em 2016, onde podemos provar a

forma como fatores externos podem influenciar a

percepção de riscos dos entrevistados:

• Mercado de ações—Argentina (45%), Brasil

(39%), Canadá (17,5%), Indonésia (15%),

Noruega (18%), Rússia (52%), Reino Unido

(14,4%) e EUA (13,4%);

• A economia norte-americana cresceu apenas

1,6% em 2016;

• Grandes corporações tiveram altos índices de

recall e foram alvos de investigações;

• Ocorrências de enchentes, terremotos e furacões

na China, Itália, Equador e países do Caribe;

• Retomada da cidade de Aleppo pelas tropas sírias;

• Saída do Reino Unido da União Europeia;

• O valor da libra inglesa voltou ao patamar de 31

anos atrás em relação ao dólar americano;

• Invasão ao sistema de e-mails do Comitê

Democrata americano;

• Ataques violentos em Bruxelas, Istambul,

Nice e Orlando;

• Pedido de falência por parte das empresas

americanas Sports Authority e Aeropostale, além

do fechamento de grandes distribuidoras;

• A China admitiu que sua economia ainda sofre

alta pressão;

• Eleição de Donald Trump como Presidente dos

EUA;

• Aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve

Bank americano;

• Invasão dos sistemas da Dyn, provocando queda

de acesso de grandes empresas;

• Queda nas taxas de desemprego nos EUA e na

zona do Euro;

• Testes de mísseis balísticos e nucleares pela Coreia

do Norte;

• Impeachment presidencial no Brasil e na

Coreia do Sul.

Se compararmos as duas listas, podemos perceber

uma correlação: o aumento no número de recalls de

produtos de grande destaque das empresas, nos

escândalos e na popularização das redes sociais

deixa a reputação das organizações cada vez mais

exposta a riscos. Ao mesmo tempo, mercados

flutuantes em todo o mundo e o aumento da taxa

de juros do Banco Central americano indicaram uma

melhor perspectiva econômica. Por outro lado, os

pequenos ganhos da economia global acabaram se

opondo à realidade econômica, principalmente se

observarmos que o consumo e os investimentos

permaneceram baixos, e a pressão na economia de

grandes nações como a China, a Índia e o Brasil

continua. Dessa forma, o risco desaceleração

econômica/recuperação lenta ainda preocupa as

lideranças empresariais.

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Sumário Executivo

Além disso, o risco cibernético representa outro fator

de influência na percepção de riscos. Os

significativos ataques à organização Dyn e os

vazamentos de e-mails do Comitê Democrata

americano inevitavelmente conduziram o risco

cibernético à quinta posição. Os entrevistados da

América do Norte, onde ocorreram os maiores

ataques por hackers, elegeram esse risco como

primeiro colocado. Por sua vez, a globalização e as

conquistas tecnológicas intensificaram a

competitividade, fazendo com que empresas

tradicionais, como a Sports Authority e a Aeropostale

entrassem com pedido de falência. O grande

número de desastres naturais e provocados pelo

fator humano aumentou a percepção do risco de

interrupção de negócios.

A nova roupagem de antigos riscos

A maior parte dos principais riscos citados pela

pesquisa não é nenhuma novidade para os gestores

de risco. No entanto, um olhar mais atento pode

revelar novos riscos que contribuem para mascarar

os riscos tradicionais, exigindo ainda mais urgência e

aumentando a complexidade de antigos desafios.

Vejamos “dano à reputação” como um exemplo.

Ao longo dos últimos anos, ao mesmo tempo em

que defeitos de produtos, fraudes ou corrupção

ainda são altos riscos de dano à reputação, as novas

tecnologias midiáticas podem aumentar de forma

significativa um impacto negativo, tornando as

empresas mais vulneráveis. Em uma época de

popularização do Twitter e dos vídeos virais, o dano

à reputação pode vir em forma de uma postagem

inadequada por parte de um executivo ou um vídeo

divulgado por um funcionário afirmando ter sofrido

assédio sexual ou discriminação. De forma similar,

a divulgação de notícias falsas, iniciada como forma

de influenciar eleições pelas redes sociais, acabou

entrando no mundo corporativo. Uma história falsa

envolvendo uma pizzaria em Washington levou a um

disparo por arma de fogo em dezembro de 2016, após o boato ter circulado livremente pela Internet.

Assim, em função desses novos riscos, dano à

reputação/marca manteve sua primeira posição,

apesar da estimativa, de 2015, de atingir a quinta

colocação.

Ao mesmo tempo, os crimes cibernéticos, que

consistiam em roubo de informações pessoais e

créditos bancários, passaram a envolver ataques

coordenados a estruturas críticas. Por exemplo, uma

série de ataques aos sistemas de distribuição de três

companhias elétricas na Ucrânia demonstrou o lado

devastador e letal de um crime cibernético. A ameaça

cibernética acaba de se integrar a uma extensa lista de riscos tradicionais - como incêndios, enchentes e

greves - capazes de levar à interrupção de negócios,

através de corte de energia, desligamento de linhas

de montagem, impossibilidade de emissão de

pedidos pelo cliente e danos a equipamentos vitais

para o negócio da empresa. Isso explica o salto desse

risco no ranking, da nona posição, em 2015, para

quinta posição neste ano. Os entrevistados que

atuam como gestores de risco elegeram esse risco

como segundo colocado, provavelmente em função

da maior regularização das questões ligadas à rede,

uma vez que diversas empresas nos EUA e na Europa

foram submetidas à divulgação obrigatória de seus

dados. Exigências parecidas estão sendo introduzidas

na Europa e em outros locais. Dessa forma, as

preocupações nessa área deverão perdurar entre os

principais riscos.

Quanto a atração e retenção de talentos, as empresas

americanas e europeias sempre enfrentaram desafios

em função do envelhecimento da população, baixa

natalidade e queda do nível de desemprego durante o período de recuperação econômica. Os governos

dessas regiões costumavam contratar imigrantes

qualificados como solução temporária, porém as

políticas mais restritivas, aliadas ao sentimento anti-

imigratório, acabavam provocando maus resultados e

o agravamento do problema de escassez de talentos.

Uma vez que esses riscos tradicionais se transformam

continuamente, as empresas não podem mais se

basear em suas soluções tradicionais. As organizações

deverão concentrar seus esforços na gestão de risco e

descobrir novos meios para lidar com essas novas

complexidades.

Pesquisa Global 4 de Gerenciamento de Riscos 2017

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Sumário Executivo

Novos riscosNa pesquisa de 2017 foi acrescentado o risco

tecnologia/inovação disruptiva, ficando em vigésimo

lugar no ranking. Esse risco, por volta de 2020,

deverá chegar à posição geral número 10, ou

número 2 no setor tecnológico e número 3 no setor

de telecomunicação e transmissões.

O termo "tecnologia disruptiva" foi apresentado pela

primeira vez em um livro escrito por um Professor de

Harvard chamado Clayton Christensen, classificando

as tecnologias como "sustentáveis" e “disruptivas”.

Enquanto o primeiro produz melhorias no

desempenho de produtos existentes, Christensen

sustenta que o segundo “tende a conquistar novos

mercados, permitindo rápido crescimento por seu

criador, e com melhorias tecnológicas capazes de

varrer todos os outros distribuidores do mercado.”

Um relatório elaborado pelo McKinsey Global Institute identificou 12 tecnologias com potencial de

profundas transformações econômicas e tecnológicas

nos próximos anos. A lista inclui avanços na robótica,

armazenamento de energia, impressão em 3D

e a Internet das Coisas. O relatório estima que a

aplicação dessas 12 tecnologias poderá provocar um

impacto econômico entre 14 e 33 trilhões de dólares

até 2025. Algumas dessas inovações, segundo o

relatório, podem mudar profundamente o status quo,

transformar o modo de vida e o trabalho das pessoas

e reorganizar as escalas de valor. Com um impacto

dessa grandeza, não surpreende que os entrevistados

antecipem que esse risco chegue a décima posição

em três anos.

As tecnologias/inovações disruptivas não são

simplesmente aplicadas ao setor tecnológico.

Na verdade, cada indústria possui seus próprios

potenciais revolucionários, e muitas descobertas

ainda estão a caminho. Segundo Jeffrey

Baumgartner, autor do livro “The Way of the Innovation Master”, as empresas mais realistas

não ignoram o fato de que invenções revolucionárias

podem transformar seu mercado. É essencial que as

lideranças políticas e administrativas compreendam

quais as tecnologias que se aplicam às suas empresas,

para que se preparem adequadamente. Esses líderes

deverão permanecer no mercado através de

mudança rápida de estratégia e produtos ou buscar

novos mercados baseados na experiência adquirida.

Outro novo risco na lista da Aon é "Falha crítica de

projeto", o qual a International Project Leadership Academy estima que pode custar à economia global

algumas centenas de bilhões de dólares ao ano. As

organizações entrevistadas classificaram esse risco na

posição 15, ou número 10 para as empresas da

região Ásia-Pacífico, uma vez que uma falha crítica de

projeto tem o potencial de prejudicar a reputação da

empresa ou, em alguns casos, levar a empresa à beira

de um pedido de falência.

Ao mesmo tempo em que a maioria das falhas

críticas de projeto é causada por fatores externos -

como troca de regime, ajuste na política

governamental, ataques terroristas ou desastres

naturais - alguns especialistas apontam elementos

internos, tais como falhas relacionadas ao mercado e

às estratégias, planejamento organizacional,

liderança e governança, erros de avaliação, previsão

de risco, qualificações, trabalho em equipe e comunicações. A mitigação do risco de falha crítica

de projeto exige esforços combinados a organização

como um todo.

Riscos excluídos da lista dos principaisO risco dano à propriedade, que alcançou a posição

10 na pesquisa de 2015, caiu para a posição 13. Isso

talvez reflita uma mudança de prioridades. O risco

risco/incerteza política compreensivelmente passou a

ser o mais urgente. Porém, para as organizações

entrevistadas da América do Norte, esse risco

continua na posição número 10 devido às ameaças

constantes de catástrofes naturais, como foi o

Furacão Matthew, o mais severo e letal do ano, e

outros eventos meteorológicos que infligiram altos

prejuízos. De fato, as perdas econômicas com o

Matthew chegaram a 8 bilhões de dólares; uma

tempestade no Texas custou 3,5 bilhões e uma

enchente na Louisiana e no Mississippi causaram um

prejuízo de 10 bilhões.

Pesquisa Global 5 de Gerenciamento de Riscos 2017

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Sumário Executivo

No Canadá, os incêndios foram responsáveis pelas

maiores perdas das seguradoras, com prejuízos

chegando a 3,9 bilhões de dólares.

Dois riscos associados também tiveram sua

diminuição no ranking - falha na distribuição ou na

cadeia de suprimentos, da posição 14 para 19, a

mais baixa desde 2009, quando chegou à posição

10; e falha no plano de recuperação de desastre,

passando da posição 21 para 28. Essas quedas

podem ter sido provocadas pela sobreposição com o

risco interrupção de negócios, o qual ficou em

oitavo lugar. A baixa classificação pode sugerir que

esses riscos não tenham sido bem avaliados.

Considerando o crescimento do nacionalismo na

economia, a interrupção ou falha na cadeia de

suprimentos deveria ocupar uma posição de maior

destaque na lista, uma vez que os índices fiscais e os

acordos comerciais não estão mais garantidos.

Divergência entre empresas, diferenças

regionais e prioridades dos entrevistadosA pesquisa deste ano revelou algumas divergências

nas perspectivas. Enquanto empresas com receitas

acima de USD 1 bilhão elegeram dano à reputação/

marca como risco principal, as empresas menores

demonstraram maior preocupação com os riscos de

desaceleração econômica e crescente concorrência.

O mesmo se aplica em relação ao risco cibernético -

o qual as empresas maiores consideram o segundo

maior, enquanto as pequenas empresas consideram

muito menos crítico. Ao mesmo tempo, o risco/

incerteza política nem chegou a entrar na lista dos

10 principais das empresas menores, apesar de ser um risco de alto impacto.

Especificamente por região, os riscos dano à

reputação/marca, desaceleração econômica/

recuperação lenta e mudanças regulatórias/

legislativas, representam os três riscos que todos os

entrevistados elegeram entre os 10 principais. Todas

as regiões, exceto a América Latina, elegeram os

riscos crescente concorrência, incapacidade em

inovar e risco cibernéticos entre os dez principais. A América Latina aparentemente possui um conjunto

diferente de prioridades. Em um ambiente onde a

confiança do público nas corporações é quase

sempre muito baixa, em função de diversos

escândalos de corrupção, as empresas procuram

cada vez mais se envolver com a comunidade e em projetos filantrópicos para recuperar sua

credibilidade. Isso explica o motivo pelo qual o risco

responsabilidade social/sustentabilidade recebe uma

classificação tão alta na América Latina. Dois outros

riscos, flutuação da taxa de câmbio e fluxo de caixa/

liquidez, estão relacionados com a alta desaceleração

econômica que atingiu a região nos últimos anos.

Curiosamente, o risco interrupção de negócios não

entrou na lista dos 10 principais pelas empresas

do Oriente Médio e África, que possuem um

histórico de incidentes que interromperam suas

operações comerciais. Os riscos flutuação cambial e

responsabilidade da diretoria/gerência apresentaram

um aumento no ranking.

O risco incapacidade em atrair ou reter os melhores

talentos não chegou a integrar a lista dos 10

principais na Europa e na América Latina. Na medida

em que a mão de obra diminui em tamanho (em função do envelhecimento populacional) e maior

restrição na política de imigração, torna-se

preocupante que as empresas dessas duas regiões

não tenham considerado esse risco como um dos

principais.

Compreensivelmente, os CEOs e CFOs classificaram

os seguintes riscos como altamente críticos, com implicações financeiras significativas - desaceleração

econômica/recuperação lenta e dano à reputação/

marca, enquanto seus gestores de risco elegeram os

riscos cibernéticos e riscos/Incertezas políticas. Essa

divergência de pontos de vista evidenciam a

importância do estudo cruzado de todas as partes

interessadas no processo de tomada de decisões,

uma vez que cada um oferece uma perspectiva

diferente. Também é crucial que os executivos e a

direção geral mantenham contato com os gestores

de riscos e que assumam uma postura ativa na

avaliação e previsão dos riscos da empresa, alinhadas

com as metas estratégicas.

Pesquisa Global 6 de Gerenciamento de Riscos 2017

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Sumário Executivo

Projeções de risco

10 Principais Riscos de 2017 10 Principais Riscos Estimadas para 2020 Tendência

1. Dano à reputação/marca Desaceleração econômica/recuperação lenta

2. Desaceleração econômica/recuperação lenta Crescente concorrência

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Mudanças regulatórias/legislativas

Riscos cibernéticos

Dano à reputação/marca

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Riscos/Incertezas políticas

3. Crescente concorrência

4. Mudanças regulatórias/legislativas

5. Riscos cibernéticos

6. Incapacidade em inovar/atender àsnecessidades do cliente

7. Incapacidade em atrair ou reter osmelhores talentos

8. Interrupção de negócios

9. Riscos/Incertezas políticas Preço da matéria prima

10. Responsabilidade civil (inclusive E&O) Tecnologia/inovação revolucionária

Por ocasião de seu último relatório econômico, o

Fundo Monetário Internacional indicou:

Após um baixo desempenho em 2016, a atividade

econômica deverá ter um aquecimento em 2017

e 2018, principalmente nos mercados emergentes e

economias em desenvolvimento. No entanto,

há uma grande dispersão de resultados em potencial

nessas projeções, provocando incertezas na esfera

política da administração americana e suas

ramificações mundiais. Os principais riscos incluem

condições financeiras mais restritivas do que o

previsto, com possíveis interações com a

desaceleração em partes da zona do Euro e em

algumas economias emergentes, aumento das

tensões geopolíticas e alta desaceleração da China.

Perante um cenário econômico tão frágil e instável,

a desaceleração econômica deverá continuar como

uma das principais preocupações em 2020. Um risco

associado, flutuações no preço da matéria prima,

deverá entrar novamente na lista dos 10 principais

riscos. Ao mesmo tempo, o risco/incerteza política

deverá aumentar em função de um cenário político

mais dividido na Europa e nos EUA, além da tensão

geopolítica na Ásia, ameaças do grupo terrorista

ISIS, continuação da guerra civil na Síria e a situação

da Península da Coreia.

Além disso, conforme mencionado anteriormente,

o risco tecnologia/inovação disruptiva também

deverá integrar a lista dos 10 principais riscos.

Função do departamento de

gestão de riscosA maior parte das organizações entrevistadas

afirmou manter um departamento de gestão de

riscos/seguro. Quanto maior a receita da empresa,

mais necessária a presença de um departamento de

gestão de riscos. Independentemente da presença

desse departamento, o departamento mais associado

com as questões de risco é o financeiro ou a diretoria

executiva/presidência. As equipes designadas do

departamento de gestão de riscos são similares, com

75% de empresas entrevistadas afirmando manter

entre um e cinco funcionários. As entrevistadas

também indicaram, em uma escala subjetiva, que as

questões da gestão de riscos ainda são pouco

valorizadas pelas organizações.

Pesquisa Global 7 de Gerenciamento de Riscos 2017

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Sumário Executivo

Gestão de risco, avaliação de risco e

colaboração cruzada76% das empresas entrevistadas afirmaram ter

adotado uma abordagem de acompanhamento

e gestão de riscos em nível administrativo. As

empresas maiores, com receitas acima de 10 bilhões

de dólares, tendem a adotar meios mais

formalizados, com a participação da diretoria ou

do conselho administrativo através de políticas de acompanhamento e gestão de riscos (96%). Os

resultados são conhecidos, uma vez que muitas

dessas empresas realizam transações públicas, e estão

sujeitas a solicitações de divulgação de suas análises e práticas de gestão.

Aproximadamente 71% dos entrevistados afirmaram

que suas organizações aplicam a colaboração

cruzada na gestão de riscos, porém, o processo ainda

é bastante restritivo e algumas áreas não chegam a prestar sua contribuição.

Em relação aos métodos aplicados na identificação e

avaliação dos riscos, a maior parte dos entrevistados

afirmou aplicar dois ou mais métodos nesses

processos.

Durante a pesquisa, os entrevistados foram

convidados a classificar, em uma escala de um a dez,

a forma como suas organizações identificam, avaliam

e administram esses riscos. A pontuação média é

6, o que corresponde a “requer melhorias”. Ao

mesmo tempo em que esses resultados demonstram

um sólido comprometimento com a gestão de riscos

entre os entrevistados, os dados também sugerem a existência de uma "falha na eficácia", ao

examinarmos esses mesmos dados com as outras

descobertas da pesquisa.

Mecanismos de controle e mitigaçãoMenos de um quarto do total de entrevistados

afirmou acompanhar e administrar todos os

componentes de seus respectivos Custos Totais do

Risco, ou TCOR. Essa tendência preocupa, uma vez

que não é possível administrar aquilo que não é

medido. Caso esse procedimento básico não venha a

ser realizado, futuras dificuldades poderão ocorrer.

As organizações aplicam diferentes métodos combinados — consultores independentes,

corretores de seguros, julgamento e experiência da

gerência e relação custo-benefício de prêmio e limite

contratado — pra selecionar o nível apropriado de

limites. Nas empresas que operam em um ambiente

jurídico desfavorável (litigioso) ou que apresentem

exposições crescentes a catástrofes naturais de

grande escala, os gestores de risco se utilizam de

abordagens mais compreensivas do que os de outras

regiões, porque métodos isolados não conseguem

dar solução a esses desafios.

Pela segunda vez seguida, e sendo sua introdução

opcional, os termos e condições de cobertura da

seguradora são mencionados como principais

critérios nas escolhas da organização, seguidos pelos

serviços e contratos.

Avaliação e cobertura de riscos

cibernéticosComo resposta a essa nova ameaça, cada vez

mais empresas estão passando a avaliar seus riscos cibernéticos (53%), transferindo os riscos maiores às

seguradoras (33%) ou estudando medidas

alternativas de transferência de riscos (essas inclusões deverão aumentar entre 12% e 23% até 2020).

Por outro lado, apenas 23% das empresas aplicam

um valor financeiro em seu processo de avaliação de

risco cibernético. Sem as estatísticas financeiras, os gestores de risco irão encontras dificuldades para

priorizar adequadamente seus investimentos na mitigação dos riscos, ou em atrair atenção suficiente

do conselho administrativo.

Aproximadamente 33% das empresas entrevistadas passaram a adquirir cobertura contra ataques

cibernéticos, em relação aos 21% da pesquisa

anterior. No âmbito regional, esse aumento

permanece inconsistente. As empresas norte

americanas são as que mais adquiriram essa cobertura (68%) enquanto as latino americanas

permanecem com apenas 9%.

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

Botelho
Realce
mitigação
Page 11: Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos€¦ · Antes de analisarmos esses riscos, vamos voltar um pouco no tempo e observar os eventos que se destacaram ao longo dos últimos

9

Sumário Executivo

CativasCativas continuam sendo uma forma popular de

financiamento de riscos, com considerável interesse

na formação de novos fundos cativos ou empresa de

célula protegida (PCC) nos próximos 5 anos na

América do Norte, na região da Ásia-Pacífico e do

Oriente Médio. Os setores ligados a saúde, energia,

bebidas e conglomerados, tendem a usar mais as

cativas. Danos materiais incluindo interrupção de

negócios e responsabilidade civil geral continuam a

ser as principais linhas na aplicação de fundos

cativos. Temos observado um grande interesse de

empresas que buscam modos de aplicação de seus

fundos cativos para a cobertura de riscos

cibernéticos.

Programas multinacionaisExposições a perdas, ou riscos, se direta ou

indiretamente relacionados a operações

internacionais, continuam a ser fator importante na

lista dos maiores desafios em nossa pesquisa em

2017. Dos 20 principais riscos identificados pelos

entrevistados, aproximadamente 16 podem ser

associados à exposição internacional, de forma

direta ou indireta.

Quase 49% de todos os entrevistados—o maior

grupo entre todos os entrevistados—afirmaram

exercer controle sobre os seguros adquiridos, em

âmbito corporativo e local, com um aumento de 4%

em relação a 2015. Esse controle declarado nos dois

âmbitos passou de 44% em 2015 para 41% em

2017.

Os riscos responsabilidade civil e danos à

propriedade permanecem as linhas mais

frequentemente adquiridas como programa multinacional, incluindo apólices globais e locais. Ao

serem solicitados a classificar os motivos da aquisição

de programas de seguro multinacional em ordem de importância, os entrevistados citaram desejo pela

cobertura no topo da lista.

Evolução e inovação na gestão de riscoAssim como nas pesquisas anteriores, gostaríamos

de chamar atenção à interdependência entre os

principais riscos e outros que ficaram de fora dos dez

principais. As redes sociais permitiram uma rápida

expansão na conexão entre grupos e entre

indivíduos, e maior velocidade de acesso. Por outro

lado, uma vez que mais pessoas utilizam essas redes

sociais para acessar informações e para divulgar suas

reclamações, a reputação das organizações acabou

se tornando mais vulnerável. Basta uma peça do

dominó cair para que todas caiam na sequência.

Uma empresa que tenha sua reputação atingida terá

menos capacidade de atrair e reter os melhores

talentos, resultando em incapacidade em inovar e

falha em atender as necessidades do cliente. A lista

não acaba aqui. O mesmo se aplica sobre risco/

incerteza política, com o envolvimento dos

investimentos da empresa, podendo levar a uma

desaceleração econômica.

Por sua vez, o baixo crescimento econômico pode

provocar o surgimento de políticas protecionistas,

com consequente disputas comerciais e maior

tensão política. Essa interdependência entre riscos

demonstra que as organizações não devem analisar

um risco de forma isolada, mas sim considerar suas

conexões.

Além disso, a pesquisa demonstra que os riscos que

podem ser incluídos no seguro, como interrupção de

negócios, responsabilidade civil e danos à

propriedade tendem a diminuir. Os riscos não

seguráveis estão surgindo como os principais

riscos das organizações em todo o mundo. Isso

significa que as seguradoras deverão desenvolver

mais inovações e expandir seus serviços para poder

enfrentar os novos e mais complexos desafios.

Vivemos em uma época de volatilidade sem

precedentes— crescimento instável e lento, queda

demográfica e maior tensão geopolítica, tudo isso

combinado com novas tecnologias—com a criação

de uma realidade desafiadora para nossos clientes.

Esses eventos geram oportunidades inimagináveis,

além de novas fronteiras a serem exploradas.

Pesquisa Global 6 de Gerenciamento de Riscos 2017

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

Botelho
Realce
Cativas continuam sendo uma forma popular de financiamento de riscos, com considerável interesse na formação de novos fundos cativos ou empresa de célula protegida (PCC) nos próximos 5 anos na América do Norte, na região da Ásia-Pacífico e do Oriente Médio. Os setores ligados a saúde, energia, bebidas e conglomerados, tendem a usar mais as cativas. Danos materiais incluindo interrupção de negócios e responsabilidade civil geral continuam a ser as principais linhas na aplicação de fundos cativos.
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Sumário Executivo

Classificação dos riscos da Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

seguro parcial sem seguro segurado

1 Dano à reputação/marca 2 Desaceleração

econômica/recuperação lenta 3 Crescente

concorrência 4 Mudanças Regulatórias/Legislativas

5 Riscos cibernéticos 6 Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

7 Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos 8 Interrupção de

negócios

9 Riscos/Incertezas políticas 10 Responsabilidade

civil profissional (inclusive E&O) 11 Preço da matéria

prima 12 Fluxo de caixa/liquidez

13 Danos àpropriedade 14 Responsabilidade da

Diretoria/Gerência 15 Falha crítica deprojeto 16 Flutuação cambial

17 Responsabilidadesocial/sustentabilidade 18 Falha tecnológica/

falha do sistema 19 Falha na distribuiçãoou na cadeia de suprimentos 20 Tecnologia/

inovação revolucionária

21 capital/créditoDisponibilidade de 22 Crédito da outra

parte 23 Maior carga econsequências da governança/compliance

24 Desastresclimáticos/naturais

25 Falha naimplementação ou na comunicação do plano

26 Fusão/aquisição/reestruturação 27 Acidentes com

ferimentos 28 Falha no planode recuperação de desastres/continuidade empresarial

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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11

Sumário Executivo

seguro parcial sem seguro segurado

29 Perda de dados/propriedade intelectual 30 Escassez de mão de

obra 31 Risco ambiental 32 Crime/furto/fraude/ato ilegal de funcionário

33 Tecnologiainsuficiente para as necessidades comerciais

34 Plano de sucessãoinadequado 35 Recall de produtos 36 Altas concentrações

(produtos, pessoas, fatores geográficos)

37 Envelhecimentoda mão de obra e problemas de saúde 38 Mudanças em alta

velocidade dos fatores de mercado e ambiente de risco geopolítico

39 Flutuação da taxade juros 40 Globalização/

mercados emergentes

41 ComportamentoInadequado 42 Terceirização 43 Distribuição de

recursos 44 Terrorismo/sabotagem

45 Alterações climáticas 46 Volatilidade do valorde ativos 47 Escassez de recursos

naturais/matéria prima 48 Absenteísmo

49 Redes Sociais 50 Débito soberano 51 Pandemia/crise naárea de saúde 52 Volatilidade do

preços das ações

53 Fundo do plano depensão 54 Assédio/

discriminação 55 Sequestro compedido de resgate/extorsão

Classificação dos riscos da Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017 (cont.)

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Perfil dos Entrevistados

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Perfil dos Entrevistados

Aproximadamente 64% dos entrevistados

representam o setor privado e 23% organizações

públicas. Os demais representam órgãos

governamentais ou entidades sem fins lucrativos.

A alta participação na pesquisa de 2017 permitiu à

Aon oferecer mais informações sobre as práticas de

gestão de riscos por fatores geográficos e industriais,

tendo validado todos os dados que representam os

riscos presentes em todos os setores.

Nossa Pesquisa Global de Gerenciamento de

Riscos 2017 foi realizada no quarto trimestre de

2016 em 11 idiomas. A pesquisa registrou as

respostas de 1.843 tomadores de decisão

distribuídos em 33 setores industriais, entre

empresas de grande, médio e pequeno porte,

sediadas em mais de 60 países em todo o

mundo.

Entrevistados por indústria

Setor Percentual Setor Percentual

Agronegócio 3% Fabricantes de Máquinas e Equipamentos 3%

Aviação 1% Usinagem e Produção de Metais 3%

Bancos 3% Produção de Veículos Terrestres 2%

Bebidas 1% Serviços de Transporte Terrestre 4%

Produtos Químicos 4% Sem Fins Lucrativos 2%

Conglomerados 2% Energia/Instalações 6%

Construção 8% Impressão e Publicações 1%

Produção de Bens de Consumo 4% Serviços Profissionais e Pessoais 5%

Educação 2% Mercado Imobiliário 3%

Energia (Petróleo, Gás, Mineração, Recursos Naturais)

4% Restaurantes 1%

Processamento e Distribuição de Alimentos 3% Distribuidoras 4%

Órgãos Governamentais 3% Borracha, Plásticos, Pedras e Cimento 1%

Assistência Médica 5% Tecnologia 4%

Hotéis e Hospedagem 1% Telecomunicações e Transmissões 2%

Seguros, Investimentos e Finanças 7% Têxteis 1%

Ciências Biológicas 1% Comércio Atacadista 4%

Madeira, Mobília, Papel e Embalagem 2%

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Perfil dos entrevistados

Entrevistados por região

Entrevistados por receita (em dólares)

10%

25%

5%

55%

6%

<1B61%

1B−4.9B16%

5B−9.9B5%

9%

10B−14.9B3%

15B−19.9B1%

20B−24.9B1%

25B+3%

Europa

América do Norte

Divulgação não permitida

América Latina

Oriente Médio/África

Ásia-Pacífico

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Perfil dos entrevistados

Entrevistados por número de países em que operam

Distribuição de empresas entrevistadas por número de funcionários

5%

5,00 0−49,9999%

5,00 0−14,99912%

2,50 0−4,99910%

500−2,49922%

250−49911%

0−24931%

50,000+

50+ países10%

1 país40%

2-5 países18%

6−10 países9%

11-15 países6%

16-25 países7%

26-50 países10%

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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16

Perfil dos entrevistados

Entrevistados por cargo

Posição Percentual

CEO 6%

Chefe do Conselho/Diretor Jurídico 3%

Chefe Executivo 3%

CFO 12%

Diretor de Operações 1%

Diretor de Riscos 7%

Secretário(a) 1%

Gerente Financeiro 7%

Gerente Geral de Negócios 2%

Diretor de Recursos Humanos 2%

Diretor Geral/Sócio 3%

Membro do Conselho Administrativo 1%

Presidente 1%

Consultor de Riscos 2%

Gestor de Riscos ou Gerente de Seguros 29%

Tesoureiro 3%

Outro cargo 18%

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

1 Dano à Reputação/Marca

2 $ Desaceleração Econômica/Recuperação Lenta

3 12 3 Crescente Concorrência

4

5

6

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Riscos cibernéticos

Incapacidade em Inovar/Atender às Necessidades do Cliente

7Incapacidade em Atrair ou Reter os Melhores Talentos

8 Interrupção de Negócios

9 Riscos/Incertezas Políticas

10Responsabilidade Civil (Inclusive E&O)

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

18

Dano à Reputação/Marca

Um profissional técnico residente na China

adquiriu um produto eletrônico recém lançado

no mercado em Outubro de 2016; enquanto

estava sendo carregado, o produto incendiou-

se. Assustado e decepcionado, o dono do

produto filmou a ocorrência e divulgou em

uma sala de bate-papo. Dentro de apenas

algumas horas, o vídeo já havia sido assistido e

compartilhado alguns milhões de vezes por

usuários em todo o mundo. Algum tempo

depois, clientes de outras partes do mundo

começaram a relatar incidentes semelhantes

com o produto.

Apesar dos aparelhos defeituosos responderem

por menos de 0,1% do volume total fornecido, o vídeo espalhou o pânico entre usuários e

distribuidores, comprometendo a

confiabilidade do produto. Um mês após, o

fabricante desses aparelhos emitiu uma ordem

de recall geral e interrompeu sua produção. As

ações corretivas custaram aproximadamente 5

bilhões de dólares e fez com que despencasse

o preço das ações da empresa. Ironicamente,

essa empresa era reconhecida por sua

tecnologia de ponta no fornecimento de

produtos voltados ao compartilhamento de

informações, tendo se tornado uma vítima da

revolução tecnológica.

Esse curioso incidente, ocorrido pouco antes da

Aon realizar sua pesquisa bienal, ajuda a

compreender o motivo pelo qual o risco de

dano à reputação/marca alcançou mais uma

vez a primeira colocação entre os principais

riscos. Em uma época onde um incidente pode

se espalhar em escala mundial dentro de

poucas horas ou minutos, dado o alcance das

redes sociais, o risco de dano à reputação/

marca cresceu exponencialmente.

Em 2016, ao mesmo tempo em que produtos

defeituosos, falhas de atendimento ao

cliente, acidentes no local de trabalho, atos

corporativos ilegais, operações fraudulentas

e corrupção comprometiam a reputação das

empresas, as novas tecnologias ampliavam

significativamente seus efeitos negativos. Além

disso, o dano à reputação pode vir em forma

de uma postagem inadequada por parte de um

executivo ou de uma funcionária afirmando ter

sofrido assédio sexual ou discriminação.

Nesse sentido, as eleições americanas ocorridas

em Novembro de 2016 deram origem a uma nova tendência - muitas empresas ou CEOs

com opiniões políticas radicais estão sofrendo

ataques que podem ameaçar suas marcas

corporativas. Além disso, boatos originalmente

divulgados por partidos políticos como forma

de influenciar nos resultados passaram a se

espalhar pelo mundo corporativo. Uma vez que

as redes sociais não possuem qualquer medida

de controle, os boatos podem se espalhar de

forma incontrolável. Um boato divulgado em

Outubro de 2016 sobre um comentário feito

pelo CEO de uma conhecida empresa do setor

de bebidas provocou o boicote de alguns

consumidores.

1

Colocação nas pesquisas anteriores

2017 1

2015 1

2013 4

2011 4

2009 6

2007 1

Risco mais votado nos seguintes setores:

Bancos

Bebidas

Produção de Bens de Consumo

Processamento e Distribuição de Alimentos

Hotéis e Hospedagem

Seguros, Investimentos e Finanças

Produção de Veículos Terrestres

Serviços de Transporte Terrestre

Sem fins lucrativos

Serviços Profissionais e Pessoais

Distribuidoras

Telecomunicações e Transmissões

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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19

Apesar do reconhecimento da marca,

principalmente devido à lealdade do cliente,

ser considerado parte dos ativos intangíveis de

uma empresa, esses eventos causam

um impacto negativo nos resultados da

organização. Estudos anteriores da Aon

sugerem que há uma chance de 80% de uma

empresa pública perder 20% de seu valor

patrimonial em um único mês ao longo de um

período de 5 anos em função de um dano à

sua reputação.

Na pesquisa deste ano, o setor de serviços

financeiros, que ainda enfrenta desconfiança

em função da crise de 2008 e das investigações

governamentais ainda em andamento, também

considera o dano à reputação a principal

ameaça às empresas. Nesse momento, uma

série de recalls e uma campanha publicitária

negativa envolvendo um software de controle

de emissões aumentou a percepção desse risco

no setor de produção de veículos terrestres.

Para todas as empresas do setor

de produção de bens de consumo, bebidas,

processamento e distribuição de alimentos,

montadoras, hotéis e hospedarias, onde uma

análise desfavorável ou uma reclamação podem

provocar um impacto direto na lucratividade

ou nos negócios, não surpreende que dano à

reputação/marca seja o risco mais lembrado.

Classificação por regiões

Ásia-Pacífico 1

América Latina 1

América do Norte 2

Europa 2

Oriente Médio/África 5

Regionalmente, as organizações pesquisadas

sediadas na região Ásia-Pacífico e América

Latina também apontaram esse risco como

o mais crítico em função de uma série de

recalls de alta repercussão e escândalos de

corrupção e suborno altamente divulgados,

que ocorreram nessas duas regiões em 2016.

Uma vez que as questões envolvendo a

reputação geralmente chegam sem nenhum

tipo de aviso, as organizações se vêem

obrigadas a responder imediatamente e de

forma clara. Assim, é muito importante que

as empresas mantenham uma estratégia

minuciosa de controle de dano à reputação/marca, de forma a garantir a confiança de seus

clientes. Uma preparação meticulosa e um

treinamento dos executivos pode evitar que um

evento crítico se torne uma crise de proporções

incontroláveis, mantendo espaço para a

recuperação.

Os 10 Principais Riscos | Dano à Reputação/Marca

Parecer do especialista da Aon:

“ O setor de bebidas elegeu o risco dano à reputação/marca como o principalfator de risco. Esse setorsofre ataques constantesde consumidores eorganizações de saúde.Aparentemente, o açúcarse tornou o inimigopúblico número 1, nãoapenas nos EUA, masem todos os lugares domundo. Isso levou aoaumento da tributação derefrigerantes, restriçõespublicitáriase outras intervençõesgovernamentais—quepassaram a fazer parte dasmudanças normativas queas fabricantes de bebidasdevem atender.”

Tami Griffin, Líder Nacional da Prática de Alimento, Agrobusiness & Bebida, EUA

“Trata-se de estar bem preparado e com um plano claro para atender a quaisquer eventualidades que possam surgir. É tudo uma questão de comunicação.”

Tim Ward, CEO Quoted Companies Alliance

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

20

Desaceleração Econômica/Recuperação Lenta

Em meados de Dezembro de 2016, o Federal

Reserve americano elevou sua taxa básica

de juros em 0,25%, o segundo aumento desde

a crise financeira de 2008. Essa ação

representou a confiança do Fed na recuperação

da economia americana, apesar do baixo

crescimento de 1,6% em 2016, muito abaixo

da tímida média de 2,2% esperada.

Ao mesmo tempo, o Banco Mundial indicou

que a economia na zona do Euro fechou 2016

com uma taxa de crescimento de 1,7%,

devendo manter uma progressão estável. Esse

deficit orçamental deve continuar a diminuir e

a posição fiscal permanecer sem restrições. Na

região da Ásia-Pacífico, a China manteve sua

transição gradual para um crescimento menor

porém sustentável, passando de 6,7% em 2016

para 6,5% em 2017. Para as demais áreas dessa

região, o crescimento se manteve estável em

4,8% em média.

Esses índices moderados sugerem que as

organizações controlem seu otimismo. O risco desaceleração econômica/recuperação

lenta, classificado como principal risco

enfrentado pelas empresas desde 2009,

compreensivelmente ficou em segundo lugar pela segunda vez. A cada 10 entrevistados apenas três afirmaram manter um plano para

esse risco, e o percentual de organizações que

tiveram queda nas receitas nos últimos 12

meses diminuiu ligeiramente, passando de 46%

em 2015 para 45% na última pesquisa.

A percepção do risco desaceleração econômica/

recuperação lenta varia entre os setores.

Os setores de construção, mobília, papel

e embalagem, produção de máquinas e

equipamentos são os mais afetados pelo

custo de capital, e assim sendo, o risco de

desaceleração econômica/recuperação lenta

deveria ocupar a primeira posição. Nenhuma

surpresa. Uma análise econômica da Reuters

em 2016 indicou que governos e empresas que

estavam cortando ou reduzindo suas despesas

em 2016 ultrapassaram aquelas que

mantiveram seus gastos em uma proporção

acima de dois para um. Mediante o baixo

crescimento e as incertezas em nível mundial,

as empresas estão reduzindo seus gastos de

capital.

Ainda em 2016, com a alta queda do mercado

de matérias primas, a volatilidade dos

mercados financeiros (principalmente após a

votação pelo Brexit) e as baixas demandas dos

mercados emergentes afetaram todos os

setores relacionados. Entre eles podemos

incluir produtos químicos, usinagem e

produção de metais, produção de máquinas e

equipamentos e têxteis, que sofreram os

maiores impactos.

As incertezas na economia diminuíram a

confiança dos clientes, refletindo diretamente

nos setores de alimentação/fast food. Em Junho

de 2016, a Stifel divulgou um relatório

indicando que a queda no movimento dos

restaurantes é o sinal mais claro de uma

recessão setorial. Relatórios como esse lançam

alguma dúvida em nossa percepção para este

risco.

$

2

Colocação nas pesquisas anteriores

2017 2

2015 2

2013 1

2011 1

2009 1

2007 8

Risco mais votado nos seguintes setores:

Produtos Químicos

Construção

Hotéis e Hospedagem

Madeira, Mobília, Papel e Embalagem

Fabricantes de Máquinas e Equipamentos

Usinagem e Produção de Metais

Mercado Imobiliário

Restaurantes

Têxteis

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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21

Os 10 Principais Riscos | Desaceleração Econômica/Recuperação Lenta

Classificação por regiões

Ásia-Pacífico 5

Europa 1

América Latina 3

Oriente Médio/África 1

América do Norte 5

Como ocorreu em 2015, a distribuição

geográfica indica que o risco desaceleração

econômica/recuperação lenta permanece na

primeira colocação para os europeus. Naquele

continente, em meio a fortes discussões sobre

acordos comerciais, preocupações relativas ao

Brexit e instabilidade política na região, as empresas acreditam que suas economias

ainda passam por uma desaceleração. O

mesmo se aplica para as organizações sediadas

no Oriente Médio e na África, onde a

economia apresentou uma pequena

recuperação de 2,8% em 2016, embora

somente em alguns países. As demais regiões

ainda enfrentam conflitos armados, atos

terroristas e instabilidade política, com a

consequente redução da atividade econômica.

Olhando mais adiante, apesar de muitas

organizações considerarem a recuperação

global mito distante, o Banco Mundial e o

Federal Reserve fazem previsões otimistas. Nos

EUA, o Fed prevê que o PIB do país deverá

crescer entre 2% e 3%. Ao mesmo tempo,

atual programa de redução de impostos

corporativos e individuais passou a oferecer

maior facilidade, sendo que, caso suspensas

determinadas regulações, o crescimento seria

ainda mais estimulado.

Na Europa, o Banco Mundial acredita que os

ganhos e aumentos do mercado de trabalho em consumo podem fazer com que as

empresas superem as barreiras para a retomada

do crescimento. Em sua previsão para 2017, o

crescimento na zona do Euro deverá chegar em

1,5% e 1,7% em 2018. Na região da

Ásia-Pacífico, os especialistas acreditam que

a economia deverá permanecer resiliente ao

longo dos próximos três anos.

As preocupações com a economia mundial

devem permanecer por algum tempo, assim, as

organizações deverão aproveitar essas lições e

aplicá-las no longo prazo sob uma perspectiva

global. Não estamos mais isolados do resto do

mundo. Tudo aquilo que acontece no outro

lado do globo pode resultar em um impacto

direto nas organizações, tenham estas ramais

internacionais ou não.

Parecer do especialista da Aon:

“ Uma economia sólida e em expansão é essencial para o mercado imobiliário, principalmente na criação de mais postos de trabalho. Um mercado de trabalho em expansão demanda maior necessidade de espaços administrativos, postos de distribuição, áreas industriais e rede hoteleira. Até recentemente, a economia global apresentava um baixo crescimento em diversas regiões, assim, não surpreende que esse risco esteja entre as principais preocupações para esse setor.”

Kevin Madden, Líder da Prática Imobiliária, EUA

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

22

Crescente Concorrência

Ao analisarmos este risco na última pesquisa,

nós utilizamos o exemplo do Xiaomi, uma

plataforma para smartphone que havia surgido

para o mercado de games. Em 2015, a

empresa, então avaliada em 45 bilhões de

dólares, surpreendeu a todos pela venda de

mais de 60 milhões de aparelhos só na China,

com a intenção de entrar no mercado europeu

e americano.

No entanto, após um período de dois anos,

a empresa passou a enfrentar queda em

suas vendas em função do acirramento da

concorrência com outras gigantes do setor, tais

como Huawei, Apple e Samsung. Em 2016, sua

demanda por smartphones foi

tão baixa que a empresas optou por não

divulgar seus números, e vários de seus

executivos abandonaram a organização.

Consequentemente, sua estratégia de

participação mundial foi frustrada.

Em qualquer época que analisarmos, se

digitarmos "Crescente concorrência" no

Google, veremos centenas de páginas, a maior

parte delas com histórias semelhantes àquelas

que relatamos aqui— de empresas perdendo

receitas ou metas de venda, bem como perda

de talentos devido à "crescente concorrência."

Esse risco diz respeito a organizações de todos

os tipos e tamanhos, desde empresas

consolidadas de telecomunicação até pequenas

distribuidoras e institutos de ensino. A situação

atual é refletida nos resultados da pesquisa

deste ano, na qual muitos entrevistados

elegeram a crescente concorrência como o

maior fator de risco, saltando uma posição em

relação à pesquisa de 2015. De fato, naquela

ocasião, diversos entrevistados estimaram que

esse risco apareceria na primeira colocação.

Os resultados servem como um lembrete para

que as organizações percebam a volatilidade

do ambiente empresarial. Segundo o The

Global Competitiveness Report 2016–2017

publicado pelo WEF, sigla do Fórum Econômico

Mundial, uma nova onda de convergência

tecnológica e digitalização aumentou ainda

mais a pressão sobre as organizações para o

lançamento de novos produtos e serviços. Em

uma economia de livre mercado, onde as

empresas podem

se beneficiar de mão de obra abundante e

transferência de tecnologia, decorrentes de

importações e investimentos estrangeiros, essas

mesmas empresas enfrentam forte concorrência

internacional. Novas empresas hoje concorrem

com líderes do mercado, apesar de possuírem

marcas consagradas, a lealdade de clientes e

diversos outros recursos.

Como resultado, o percentual de empresas que

saiu das primeiras três posições de seu mercado

aumentou em quase sete vezes ai longo das

últimas cinco décadas, segundo a pesquisa

Harvard Business Review. A liderança no

mercado está se tornando um “prêmio

de duas faces”. Essa incerteza representa um

enorme desafio para as políticas tradicionais, as

quais funcionavam muito bem em um mundo

relativamente estável e previsível. Em muitos

casos, a concorrência se tornou tão acirrada

que é praticamente impossível aos executivos

identificar qual o segmento e quais as empresas

concorrentes.

Os fabricantes de veículos terrestres, na maioria

montadoras, elegeram o risco crescente

concorrência como o principal, em função da

guerra pela participação no mercado

com outras grandes montadoras, devido as

diferenças tecnológicas e padrões de qualidade,

sem falar de novos fabricantes da China e Índia.

Ao mesmo tempo, as empresas do setor ainda

enfrentam a concorrência pela minimização do

tempo e do custo de transporte entre a

unidade de produção e o ponto de venda.

Pequenas transportadoras hoje concorrem com

grandes empresas integradas, que dispõe de

alto volume de recursos financeiros e técnicos,

12 3

3

Colocação nas pesquisas anteriores

2017 3

2015 4

2013 3

2011 3

2009 4

2007 4

Risco mais votado nos seguintes setores:

Produção de Veículos Terrestres

Serviços de Transporte Terrestre

Distribuidoras

Comércio Atacadista

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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23

Os 10 Principais Riscos | Crescente Concorrência

enquanto o aumento do preço do óleo diesel

acirrou a concorrência entre o transporte

rodoviário e ferroviário. Segundo artigo do

Wall Street Journal de Junho de 2016, grandes

empresas americanas do setor de transporte

rodoviário tiveram queda de movimento

nos dois primeiros trimestres daquele ano em

função da maior concorrência e menor

demanda em relação ao ano anterior.

O risco crescente concorrência,

compreensivelmente, é considerado a

maior ameaça aos entrevistados do setor de

distribuição e vendas no atacado, uma vez que o sistema de pedido digital está cada vez

mais popular, e a dependência do público

pelas lojas físicas tradicionais está

rapidamente diminuindo.

Na Europa e na região da Ásia-Pacífico, a

crescente concorrência é considerado como o

terceiro maior risco, tendo obtido a segunda

colocação nas pesquisas anteriores. As

empresas europeias operam em um ambiente

altamente competitivo, uma vez que a região

tem apresentado baixo crescimento, e a UE

possui leis bastante restritivas contra práticas

e fusões anti-competitivas. Além de

competirem entre si dentro da UE, essas

organizações ainda enfrentam as grandes

multinacionais norte americanas e novos

concorrentes asiáticos.

Na região da Ásia-Pacífico, a abundância de

mão de obra, fácil capacidade de entrada

e maturidade de riscos das multinacionais

aumentou sua competitividade. Além disso,

crescimento da China apresentou um novo

desafio para as economias já estabelecidas

da região, como Austrália, Japão, Coreia,

Cingapura e Taiwan. Como se não bastasse,

muitos desses novos concorrentes são

empresas financiadas pelo governo, com

acesso a capitais de baixo custo.

Classificação por regiões

Ásia-Pacífico 3

Europa 3

América Latina 12

Oriente Médio/África 7

América do Norte 7

Em um nível macroeconômico, as lideranças do

WEF acreditam que as novos avanços

tecnológicos, tais como inteligência artificial,

biotecnologia, robótica, Internet das coisas

e impressão em 3D deverão favorecer uma

concorrência saudável entre as organizações.

No entanto, uma vez que as maiores

economias mundiais enfrentam atualmente

grandes dificuldades com menor crescimento

de produção e maior desigualdade de renda,

seus administradores tendem a adotar políticas

mais internalizadas e protecionistas. “A menor

abertura da economia global está pondo em

risco a competitividade e tornando a tarefa dos

líderes em sustentabilidade cada vez mais

difícil”, afirma Klaus Schwab, fundador do WEF

e diretor executivo.

Para as empresas que desejarem adquirir uma

vantagem competitiva, os autores do artigo

Harvard Business Review orientam maior foco

na adaptabilidade através de acompanhamento

periódico de suas estratégias comerciais,

realizando os ajustes necessários e conduzindo

análises e emitindo estimativas e metas. As

empresas que tiverem essa adaptabilidade

estarão mais aptas e compreender e reagir a

qualquer sinal de mudança, conforme o artigo.

Essas organizações deverão aprender a lição da

experimentação, não apenas para produtos e

serviços, mas também para modelos, processos

e estratégias empresariais.

Parecer do especialista da Aon:

“ Para a área do ensino superior, esse risco encontra-se subestimado na 5ª posição. A maior concorrência para uma quantidade reduzida de alunos tradicionais e a crescente incapacidade de recrutamento em alguns países estão sendo refletidas nas receitas, ameaçando a sobrevivência de algumas instituições."

Leta Finch, Líder Nacional da Prática de Educação, EUA

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

24

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Em relação a regulamentos, os especialistas

americanos sempre citam a Lei Dodd-Frank

de 2010 para ilustrar a carga tributária que

as normas impuseram aos empresários. A lei

Dodd- Frank chegou na esteira da crise

financeira mundial com um objetivo nobre—

evitar que os bancos assumissem riscos

excessivos para que não ocorresse outro

desastre financeiro. Com quase 281 páginas, a

lei, permeada de exigências de difícil

comprovação e divulgação, envolvendo cinco

órgãos federais, acabou se tornando um fator

de risco para os negócios.

Em 2016, Bloomberg citou o American

Action Forum para dizer que o custo de

implementação da legislação, o maior na

história judicial americana, chegou a 36 bilhões

de dólares e 76 milhões de horas em

documentação em um período de seis anos.

Entre 2000 e 2007, segundo a revista Forbes,

os bancos das economias mais desenvolvidas

atingiram um retorno médio de capital na

ordem de 26%. Hoje, o índice de retorno de

muitos desses bancos pode ser expressa em um

único dígito; consequentemente, a maior parte

destes se viu forçada a reduzir seu tamanho/

alcance. Um estudo elaborado pela Harvard

Kennedy School of Government concluiu que a

Lei Dodd- Frank Act acelerou a queda dos

bancos comunitários dos EUA.

Organizações de diferentes segmentos e em

outras partes do mundo enfrentam dificuldades

similares nesse mundo pós-recessão. Por

exemplo, em Julho de 2016, a UE adotou uma

legislação que impõe a adoção de proteção

cibernética e obrigações de divulgação para

alguns setores, como bancos, área de energia,

transporte e assistência à saúde, bem como

mecanismos de busca e mercados online. Leis

semelhantes estão sendo implementadas em

outros países, tais como Austrália e EUA (no

Estado de NovaYork). Empresas somente no

Reino Unido poderão receber multas

regulatórias que podem chegar a 122 bilhões

de libras, caso seja aprovada a nova legislação

UE em 2018.xiv

Isso explica o motivo pelo qual alguns

entrevistados da pesquisa votaram com tanta

consistência no risco mudanças regulatórias/

legislativas como um grande risco ao longo da

última década. De fato, na Europa, região da

Ásia-Pacífico e América do Norte, as normas

criaram tanto retrocesso que diversos políticos

favoráveis a essas empresas fizeram dessa

questão um ponto central em sua plataforma.

Os esforços do Reino Unido para sair da UE

foram parcialmente devidos ao que muitos

consideram uma imposição dos "governos

mediadores e ditatoriais de Bruxelas”. Nos EUA, o Presidente Trump mais de uma vez prometeu

a rejeição dessas normas aos empresários.

Ao longo dos últimos dois anos, lideranças de

países como Canadá, Austrália e o Reino

Unido, implementaram políticas que

flexibilizassem as normas regulatórias para as

organizações. No Reino Unido, para cada nova

norma emitida, o governo determina que três

normas existentes sejam eliminadas. The Hill,

uma página política online dos EUA, informou

que as novas regulamentações do governo do

Reino Unido já economizou 885 milhões de

libras das organizações, entre 5 de Maio de

2015 e 26 de Maio de 2016.

Essas mudanças positivas e graduais no cenário

regulatório mundial estão refletidas em nossa

pesquisa de 2017, na qual os entrevistados

elegeram esse risco na posição quatro, uma

abaixo da posição três obtida na pesquisa 2015

e posição dois nas pesquisas anteriores. Ao

mesmo tempo, o nível de adaptação para

mudanças regulatórias/legislativas por parte

das empresas é citado por 44% do total de

entrevistados, abaixo dos 53% da edição de

2015.

4

Colocação nas pesquisas anteriores

2017 4

2015 3

2013 2

2011 2

2009 2

2007 2

Risco mais votado nos seguintes setores:

Assistência Médica

Ciências Biológicas

Energia/Instalações

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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25

Os 10 Principais Riscos | Mudanças Regulatórias/Legislativas

Como pudemos observar em pesquisas

anteriores, empresas no setor de assistência

médica, farmacêuticas e biotecnologia, as quais

foram submetidas a ampla e minuciosa

investigação a partir da descoberta de

novos medicamentos e testes laboratoriais,

consideram o risco mudanças regulatórias/

legislativas como a maior ameaça aos negócios.

Os segmentos de energia/instalações

apresentam preocupações semelhantes, em

função de normas cada vez mais restritivas

sobre qualidade da água e do ar.

Curiosamente, o segmento bancário não

pontuou esse risco—as recentes investigações

de importantes instituições bancárias tornou a

mitigação de dano à reputação/marca sua

maior prioridade. É possível que os bancos

estejam se adaptando a uma série de mudanças

normativas e legais desde 2008. Além disso, a

eleição de Donald Trump e outras lideranças

pró-mercado em todo o mundo, com

promessas de redução das regulamentações,

deu mais segurança às instituições financeiras.

Na Ásia, onde os especialistas afirmam que o

cenário legal se tornou claramente mais volátil

em função das mudanças políticas,

os entrevistados elegeram esse risco na posição

número dois. Na China, as agências

reguladoras intensificaram sua atuação ao

longo dos últimos três anos, aumentando a

pressão sobre empresas locais e multinacionais

contra denúncias de monopólio, falta de

segurança, corrupção e suborno. Essa situação

provavelmente contribuiu para essa percepção.

Classificação por regiões

Ásia-Pacífico 2

Europa 4

América Latina 5

Oriente Médio/África 6

América do Norte 4

Para empresas na América do Norte e Europa,

as mudanças estão a caminho. Alguns dias

após a tomada de posse do Presidente Trump,

este seguiu as lideranças do Reino Unido

e Canadá e assinou uma ordem executiva para

que as agências federais identificassem pelo

menos duas normas existentes para que

fossem substituídas por uma nova norma que o governo pretende implementar. Essa ordem

também requer que os custos das novas

normas editadas em 2017 sejam

compensadas pela eliminação das normas

existentes. Em outra solicitação, ele citou a

criação de força tarefa para atualização das

normas regulatórias e para identificar aquelas

prejudiciais aos interesses da economia

americana, para que sejam revogadas ou

atualizadas.

Independentemente dos desdobramentos, as

empresas hoje reconhecem que as questões

regulatórias não mais representam um risco

urgente, porém, esse risco é levado em

consideração no planejamento dos negócios.

Ao invés de perceber esse risco como um

peso, as organizações entendem esse risco

como uma oportunidade de criação de uma

vantagem competitiva sobre concorrentes que

não cumpram esse processo.

Parecer do especialista da Aon:

“O risco mudanças regulatórias/legislativas terá sempre uma posição de destaque para o setor de assistência médica, principalmente após as últimas eleições e as mudanças na composição do legislativo e do executivo, além da nova indicação para a Suprema Corte. Uma possível revogação da ACA e uma nova legislação poderão gerar um alto grau de incerteza no cenário regulatório.”

Dominic Colaizzo, Chairman Nacional da Prática de Saúde, EUA

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

26

Risco Cibernético

Em Março de 2016, hackers se passaram por

prestadores de serviços da Internet e enviaram um e-mail ao Comitê Democrata, dizendo que

o sistema de senhas estava comprometido e

em seguida orientaram os usuários a abrir um

falso link e ali alterar suas senhas.

Enquanto a maioria dos usuários apagava esse

e-mail, um auxiliar da campanha de Hillary

Clinton acidentalmente abriu o e-mail em

função de uma falha de comunicação com o

departamento de TI. Essa falha permitiu que

os hackers tivessem acesso a 60.000 e-mails

do auxiliar e, logo após sua divulgação no site

Wikileaks, houveram protestos na corrida

presidencial dos EUA. Independentemente de

política partidária, todos têm receio dos danos

provocados por esses ataques cibernéticos.

Essa ocorrência já havia sido prevista pela

Stroz Friedberg, uma afiliada da Aon e líder

mundial em segurança cibernética. Em seu

artigo 2016 Cyber Security Predictions, a Stroz

Friedberg não apenas previu que os hackers

poderiam provocar uma guerra de

informações e de influência nas eleições

americanas como também os riscos

envolvidos em sistemas online desprotegidos,

tais como aquele ocorrido em Outubro de

2016, quando uma série de ataques a um

provedor de serviços baseado nos EUA

interrompeu o acesso ao conteúdo dos

Websites de e-commerce, mídia eletrônica e

redes sociais mais populares.xvi

Sem dúvida esses incidentes provocaram

mudanças na percepção dos entrevistados da

pesquisa em relação a esse assunto, dadas as

circunstâncias desastrosas desse risco. Nessa

última pesquisa, o risco cibernético saltou

para a quinta posição. A primeira vez que esse

risco entrou nas lista dos 10 maiores (em

nono lugar) foi em 2015.

As preocupações são justificáveis. A organização

de proteção de dados Ponemon Institute

lançou recentemente seu último estudo de

segurança cibernética, envolvendo 237

organizações distribuídas em seis países.

Segundo esse estudo, os ataques cibernéticos

notificados cresceram 64% em 2015 em

comparação com 2014. O custo médio anual

de um incidente cibernético em 2016 passou a

ser de 9,5 milhões de dólares, um aumento de

24% em relação ao ano anterior. Praticamente

todas as organizações entrevistadas do estudo

Ponemon sofreram algum tipo de ataque

por malware, com ligações com outros ataques

ao longo de um período de quatro semanas. O

vírus Ransomware é o mais novo exemplo de

malware e hoje acredita-se ser um futuro

problema. Ataques de phishing e de

engenharia social tiveram um aumento

significativo, passando de 62% em 2015 para

70% em 2016.

Enquanto isso, segundo um recente relatório

Aon Benfield, tem havido um significativo

aumento na demanda por seguro contra ciber-

ataques, principalmente pelo aumento dos

casos críticos. Com prêmios aproximados de

1,7 bilhões de dólares, o crescimento anual da

cobertura de seguro contra ciber-ataques pode

chegar entre 30% a 50%.xviii

Em Julho de 2016, executivos da Agência

European Aviation Safety revelaram que os

sistemas de aviação de todo o mundo estão

sujeitos a uma média de 1.000 ataques

por mês. Ataques de malware ou violações

de segurança envolvendo aeronaves nos

EUA, Turquia, Espanha, Suécia e Polônia já

provocaram atrasos e perdas de informações.

Atualmente existe o receio de futuros ataques

terroristas através de ataques cibernéticos. Esse

receio reflete a gravidade do risco enfrentado

pelo setor da aviação, que considerou esse risco

como a principal ameaça durante a pesquisa.xixc

5

Colocação nas pesquisas anteriores

2017 5

2015 9

2013 18

2011 18

2009 25

2007 19

Risco mais votado nos seguintes setores:

Aviação

Educação

Órgãos Governamentais

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

Page 29: Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos€¦ · Antes de analisarmos esses riscos, vamos voltar um pouco no tempo e observar os eventos que se destacaram ao longo dos últimos

27

Os 10 Principais Riscos | Risco Cibernético

Classificação por regiões

Ásia-Pacífico 7

Europa 6

América Latina 18

Oriente Médio/África 8

América do Norte 1

O mesmo se aplica a entidades

governamentais, as quais têm sofrido cada vez

mais ataques. Só nos EUA, um estudo do

Departamento de Government Accountability

entrevistou 24 agências federais e constatou

que entre 2006 e 2015 a quantidade de ciber-

ataques aumentou em 1.300%—passando de

5.500 para mais de 77.000 a cada ano.xx

Em relação a violação de dados, as instituições

educacionais não têm recebido a devida atenção

da mídia. No entanto, o crescente número

de incidentes tem aumentado a preocupação

entre as instituições pesquisadas. De acordo

com o site, University Business, desde 2005 as

instituições de educação superior americanas

têm sido alvos de 539 violações, envolvendo

quase 13 milhões de registros de alunos.xxi No

Reino Unido, uma recente pesquisa demonstrou

que a cada hora, um terço das universidades

sofre um ciber-ataque.xxii Em Maio de 2016,

hackers japoneses invadiram os sistemas de 444

escolas simultaneamente.

Os entrevistados da América do Norte

classificaram o risco cibernético como a

principal ameaça. O resultado é consistente

com uma pesquisa recente conduzida pelo

Pew Research Center, indicando que os

americanos consideram os ciber-ataques como

a segunda maior ameaça aos EUA, ficando

somente atrás do grupo terrorista ISIS.xxiii Esse

risco já está se tornando uma crescente

ameaça às empresas europeias. No Reino

Unido, a Beaming, um prestador de serviços

de Internet que entrevistou 540 empresas em

relação à segurança cibernética, informou que

o custo desses ataques pode ter chegado a 30

bilhões de libras para as empresas em

2016.xxiv

Em seu último relatório, a Stroz Friedberg

emitiu seis previsões para 2017 como auxílio

aos profissionais da área e às lideranças:

1. Uso de dispositivos IoT como botnets para

ataques a infraestruturas.

2. Atos de espionagem cibernética e guerra

de informações mundiais e de estratégia

política.

3. Aumento dos ataques contra a integridade

de dados.

4. Evolução das táticas de phishing e

engenharia social, tornando-se mais

dirigidas e mais avançadas.

5. Pressões normativas pressionando o padrão

de excelência global, com o

desenvolvimento de talentos em segurança

cibernética como o pricipal desafio.

6. Líderes dos segmentos adotando a

segurança cibernética prá-M&A.xxv

Tendo os crimes cibernéticos se tornado mais

constantes, mais caros e mais complexos,

as empresas deverão aprimorar seu nível de

prontidão. Isso, segundo a Stroz Friedberg,

exigirá que as empresas recrutem e qualifiquem

as equipes de segurança com todos os recursos

possíveis, e que aceitem a gestão de risco

cibernético como parte integrante dos negócios.

Coberturas de seguro especificamente elaboradas

para proteger contra a perda de dados e perdas

financeiras resultantes de um ataque. Enquanto

algumas categorias de perdas podem ser

cobertas, algumas situações não previstas podem

ocorrer. Os gestores de risco deverão atuar

juntamente com seus corretores de seguro para

analisar suas apólices para determinar se há

alguma potencial lacuna nas coberturas

existentes, uma vez que eventos de ataque

cibernético podem impactar várias linhas de

seguros/coberturas.

Parecer do especialista da Aon:

“ O risco cibernético foi classificado na sexta posição pelos entrevistados do setor de distribuição, curiosamente baixo para esse segmento. Na pesquisa de 2015 esse risco chegou a ocupar o terceiro lugar. A questão da segurança cibernética pode ter atingido um limite de tolerância aos distribuidores, no entanto, um ataque pode ser prejudicial a suas marcas e reputação. Uma rápida reação após um ataque deverá ser o foco para proteção da marca.”

MaryAnne Burke, Líder Nacional da Prática de Varejo, EUA

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

28

Incapacidade em Inovar/Atender às Necessidades do Cliente

Em Maio de 2016, o site Aol Finance publicou

30 fotos antigas retratando as empresas e

marcas mais icônicas dos EUA que foram

desaparecendo aos longo dos últimos trinta

anos - Woolworths, Polaroid, Alta Vista, Kodak,

Blockbuster, Borders, Compaq, MCI e General

Foods. A lista não acaba aqui. Existe um risco

subjacente nas empresas retratadas - elas

acreditavam que seus produtos e serviços

não teriam fim, assim, ao perderem sua

competitividade, foram obrigadas a fechar suas

portas. Essas fotos transmitem uma dura

mensagem - inovar ou desaparecer.xxvi

Independentemente da urgência e do volume

de investimentos, a inovação segue sendo o

objetivo final de todas as empresas do mundo.

Em todas as pesquisas da Aon, os entrevistados

sempre incluíram o risco incapacidade em inovar

e falha em atender às necessidades do cliente.

Daqui a partir de três anos, espera-se que esse

risco chegue à quarta posição do ranking.

A inovação representa um desafio especial ao

setor de desenvolvimento biológico, o qual

ainda sente os efeitos da redução de recursos

para P&D apartir da crise de 2008, uma onda

de perdas de patente dos medicamentos

mais populares e a concorrência dos produtos

genéricos. Dessa forma, a ênfase em P&D para

retomada da produção de novos medicamentos

é uma questão de sobrevivência.

O segmento de impressão e publicações passa

por uma pressão sem precedentes,

uma vez que as tendências do mercado e os

anunciantes estão migrando para a plataforma

digital, os preços de impressão estão maiores e

os anunciantes estão diminuindo. Enquanto

algumas empresas apostam em cortes radicais,

muitas estão investindo em inovação, em novos

produtos editoriais e modelos de negócio, para

que possam se manter no mercado.

Para o setor de borracha, plástico, pedra

e cimento, a necessidade de inovação de

materiais, processos de produção e tecnologias

nunca foi tão urgente quanto agora, buscando

atender às necessidades do cliente, padrões

ambientais mais rígidos, prazos mais curtos e

preços mais baixos.

Conforme ocorria nas pesquisas anteriores, o risco incapacidade em inovar e falha em

atender às necessidades do cliente representa a

maior ameaça aos entrevistados do setor

de tecnologia, onde a curva de vida dos

produtos é cada vez menor, a concorrência

é mais acirrada e as necessidades do cliente

estão sempre mudando. O site de pesquisas

FindtheCompany, recentemente publicou uma

lista das “30 empresas que podem desaparecer

em 2017” Empresas de tecnologia e de

informática são as que mais aparecem na lista,

com nove representantes.xxvii Porém, ao mesmo

tempo, as empresas de tecnologia também

contribuem com o risco inovação. Em pesquisa

recente sobre as empresas mais inovadoras

divulgada pelo Boston Consulting Group,

empresas de tecnologia como Apple, Google,

Microsoft e Facebook ocuparam as primeiras

posições do ranking.xxviii Esses resultados

ilustram a volatilidade dessas empresas, que

podem atingir índices altíssimos ou cair perante

um concorrente mais inovador.

6

Colocação nas pesquisas anteriores

2017 6

2015 6

2013 6

2011 6

2009 15

2007 14

Risco mais votado nos seguintes setores:

Ciências Biológicas

Impressão e Publicações

Borracha, Plásticos, Pedras e Cimento

Tecnologia

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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29

Os 10 Principais Riscos | Incapacidade em Inovar/Atender às Necessidades do Cliente

Ao mesmo tempo em que empresas de

mercados emergentes sediados, por exemplo,

no Oriente Médio, África e Ásia, aproveitaram as

vantagens das tecnologias disponíveis e da

experiência em gestão de países desenvolvidos,

estas agora percebem o grau de criticidade da

inovação para manutenção de sua vantagem

competitiva. Por exemplo, Dubai - onde novos

conceitos se baseavam em modelos empresariais

de sucesso de mercados mais adiantados - está

se tornando um centro de inovação para

diferentes localidades, segundo especialistas.

Na lista 2016 Global Innovation Index, a China

passou a integrar o ranking das 25 economias

mais inovadoras do mundo. Ao mesmo tempo,

Cingapura, Coreia do Sul, Nova Zelândia e

Austrália ganharam algumas posições. A Ásia é

também o destino final para P&D, respondendo

por 35% do total regional, incluindo o mercado

doméstico e estrangeiro.xxix

Teoricamente, inovações bem sucedidas

promovem vantagens competitivas, permitindo

maior posicionamento e diferenciação, além de

vantagens à reputação e maior lucratividade.

Porém, muitas vezes, falhas na inovação trazem

resultados bastante negativos, e os funcionários

mais inovadores muitas vezes não conseguem

manter seu desempenho.

No livro, Unrelenting Innovation, de autoria do

Professor Gerard Tellis da University of Southern California, é dito, durante uma

entrevista com a Time Magazine que as

empresas correm principais riscos quando

atingem o ponto mais alto, uma vez que

tendem a proteger seus produtos atuais. A

mudança deve ser constante, e a proteção dos

produtos atuais é a fórmula para o desastre.

Classificação por regiões

Ásia-Pacífico 4

Europa 5

América Latina 22

Oriente Médio/África 3

América do Norte 6

Tellis acredita que a inovação constante requer

a exposição a riscos por parte das organizações.

Em caso de falha na inovação, as pessoas

devem analisar o que houve de errado para

tentar mais uma vez e criar a próxima sensação

do mercado. O CEO da Amazon, Jeff Bezos,

confirmou essa visão em discussão recente. “Na

Amazon, precisamos crescer com nossas falhas

na mesma velocidade do crescimento de nossa

empresa”, afirmou. “Precisamos cometer falhas

maiores e mais frequentes - caso contrário,

nenhuma delas será corrigida.”xxxi

O Professor Tellis afirma que uma pessoa

inovadora geralmente vem de outra

organização - os funcionários apresentam as

melhores ideias a partir de sua experiência

e conhecimento adquiridos com os clientes.

As empresas podem promover o poder da

inovação pelo reconhecimento e incentivo

do talento inerente das pessoas. A inovação

pode vir de iniciativas como feiras de ideias,

concursos, apresentação de protótipos e outros

eventos competitivos internos, ao invés de

reunir um grupo fixo.xxxii

Parecer do especialista da Aon:

“ Falhas na inovação e tecnologias revolucionárias, associadas com atração e retenção de talentos, crescente concorrência e riscos à marca provavelmente permanecerão sendo as cinco maiores preocupações do setor de Tecnologia. Esses riscos também deverão ser mais valorizados pelos segmentos ligados em atividades de digitalização e tecnologias de ponta.”

Eric Boyum, Líder Nacional da Prática de Tecnologia, EUA

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

30

Incapacidade em Atrair ou Reter os Melhores Talentos

As profundas mudanças nos cenários econômico

e político aumentaram a necessidade de análise

dos impactos macro-ambientais e suas

consequências às organizações em relaçao ao

risco de incapacidade em atrair ou reter os

melhores talentos.

1. Fatores econômicos: em 2016, enquanto a

economia mundial lentamente se recuperava

da crise de 2008, a taxa de desemprego nas

maiores economias caía profundamente,

chegando a 4,6% nos EUA, 4,8% no Reino

Unido, 4,2% na Alemanha e 5,6% na Austrália.

O maior desempenho da economia resultou

em maior demanda por talentos.

Enquanto isso, na Índia e na China, o rápido

desenvolvimento ao longo da década

anterior levou a uma maior necessidade de

empregos e mão de obra qualificada. Apesar

desses dois países aparentemente contarem

com mão de obra abundante, uma grave fuga

de cérebros—a partida de cientistas e

trabalhadores técnicos altamente qualificados e

treinados para as nações industrializadas—

resultou em um déficit de talentos.

2. Fatores demográficos: o envelhecimento

da população em nações industrializadas

como o Japão, onde 26,3% do total já passou

dos 65 anos de idade, acabou retirando

profissionais do mercado de trabalho com

velocidade maior do que o tempo de sua

reposição. Ao mesmo tempo, países como a

Espanha e Grécia enfrentam perda de mão de

obra qualificada por conta de condições

econômicas desfavoráveis e incompatibilidade

de habilidades entre os mais jovens.

3. Fatores políticos: os governos dos EUA e

Europa sempre incentivaram a entrada de

talentos estrangeiros como força temporária

para cobrir a falta de profissionais no mercado

interno. No entanto, a falta de reformas na

política de imigração reverteu os ganhos, com

transferência de profissionais para áreas como

tecnologia, assistência médica e finanças.

4. Fatores de Ambiente Profissional: segundo

estudo da Aon People Trends 2017, o local de

trabalho se transformou com a chegada da

geração que iniciou sua vida profissional no ano

2000, com diferentes expectativas profissionais,

aumento de contingente temporário e limites

de trabalho. Aproximadamente uma em cada

cinco empresas de tecnologia afirmaram que

25% de seus funcionários são temporários.

Ao mesmo tempo, a nova classe média

em mercados emergentes exige que as

organizações reconsiderem suas posições e

estratégias de recrutamento.xxxiii

Sem dúvida, esses fatores aumentaram as

preocupações das empresas, trazendo mais

complexidade ao risco "Incapacidade em atrair

ou reter os melhores talentos”. Na pesquisa de

2017, os entrevistados elegeram esse risco como

número sete.

Por outro lado, os entrevistados do setor de

tecnologia consideraram esse risco como

número três. Os especialistas atribuem a

gravidade desse risco ao fato que o setor

de tecnologia passa por extrema pressão na

entrega de soluções complexas e específicas em

curto prazo, criando uma demanda por alta

flexibilidade com qualificações específicas. Nos

EUA, as estatísticas do governo demonstram

que 500.000 postos de trabalho na área de

informática encontram-se desocupados, porém,

apenas 50.000 profissionais são formados a

cada ano.xxxv

A partir de uma perspectiva regional, os

entrevistados norte americanos classificaram esse

risco como número três. O baixo nível de

desemprego coincidiu com um ciclo de pouca

qualificação, em função da alta velocidade

das mudanças tecnológicas, resultando em

dificuldades no preenchimento das vagas. Essa

escassez é particularmente visível em áreas como

produção, construção, transporte e educação.

7

Colocação nas pesquisas anteriores

2017 7

2015 5

2013 5

2011 7

2009 10

2007 7

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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31

Os 10 Principais Riscos | Incapacidade em Atrair ou Reter os Melhores Talentos

No Oriente Médio e na África, onde se

encontram as maiores transformações

econômicas, as empresas classificaram esse

como o maior risco, uma vez que a região é

conhecida por sua escassez de talentos. Sem

o devido acesso à educação, os mais jovens não

recebem o treinamento e o desenvolvimento

necessários para contribuir de forma produtiva

com a economia regional e mundial. Além

disso, a instabilidade política afastou vários

profissionais qualificados, que migraram para

nações mais industrializadas da Europa e

América do Norte.

A incapacidade em atrair ou reter os melhores

talentos ameaça o desenvolvimento econômico

futuro e põe em risco a competitividade e

lucratividade das empresas. Enquanto diversos

riscos estão além do controle das empresas,os

especialistas afirmam que as empresas podem

tomar algumas medidas para minimizar esse risco.

Uma dessas medidas inclui a criação e

manutenção de um ambiente ético e amigável.

Segundo a Corporate Responsibility Magazine,

86% das mulheres entrevistadas e 67% dos

homens afirmaram que não trabalhariam

em uma empresa de má reputação. Por sua

vez, muitas pessoas aceitariam trabalhar por

um salário menor em uma empresa de boa

reputação e com uma cultura ética.

Para atrair talentos, os especialistas da Aon

recomendam aos profissionais de RH que

utilizem ferramentas analíticas para medir

o capital humano, em termos de capacidade

e vigor. Por sua vez, as empresas deverão

oferecer treinamentos específicos e programas

de desenvolvimento para novos contratados e

funcionários mais antigos. Esses treinamentos

podem incluir codificação, programação, análise

de dados, comunicação e negociação.

Classificação por regiões

Ásia-Pacífico 8

Europa 13

América Latina 16

Oriente Médio/África 4

América do Norte 3

Para retenção, a gerência e o RH deverão

reavaliar suas propostas. Um estudo recente da

Aon indica que 43% dos profissionais mais

jovens planeja trocar de emprego em 2015,

pois perceberam que os valores de seus

empregadores se baseavam somente em

assuntos relacionados à organização, como

trabalho em grupo, lucratividade e satisfação do

cliente, e não em valores relacionados às

pessoas, como equilíbrio pessoal/profissional,

reconhecimento profissional, lealdade e

respeito.

Outro assunto relacionado, porém

negligenciado, é o reconhecimento. O estudo

da Aon People Trends

2017 - indica que um programa de

reconhecimento é capaz de gerar até 40% a

mais em comprometimento. Algumas empresas

passaram a se concentrar em formas de

compensar seus funcionários, enquanto outras

planejam outras opções. As organizações que

oferecerem maior equilíbrio pessoal-profissional

terão mais opções de flexibilizar-se. Em resumo,

as organizações que implementarem com

sucesso as estratégias de atração de talentos

terão mais vantagens nessa frente.

As organizações que não se adequarem aos

novos padrões de retenção de talentos poderão

perder sua competitividade. Ao mesmo tempo,

aquelas que implementarem com sucesso as

estratégias de atração de talentos terão mais

vantagens nessa frente.

Parecer do especialista da Aon:

“O risco incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos não foi pontuado entre os 10 principais pelo setor de energia na pesquisa deste ano. Em meu ponto de vista, isso torna esse risco sub-avaliado pelo setor, em função do foco maior em questões ambientais. Por outro lado, a retenção de talentos associada com inovação é um fator importante nesse setor, e continuará a ser um tema muito importante no longo prazo.”

Bruce Jefferis, CEO Energy & Mining. EUA

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

32

Interrupção de Negócios

Em recente estudo, a equipe da Aon de

Previsão de Impactos registrou 315 casos de

catástrofes naturais em 2016 com perdas

financeiras da ordem de 210 bilhões de

dólares. Apesar disso, apenas 26% (54,6 bilhões) foram cobertos por seguro. Os

principais riscos—terremotos (Japão),

enchentes (China e o Estado da Louisiana), e

fenômenos climáticos (Furacão Matthew e

nevascas nos EUA)— responderam por 70% de

todas as perdas.xxxviii Em relatório da Swiss Re,

as perdas financeiras resultantes de desastres

não naturais em 2016 foram estimadas em 7

bilhões de dólares.xxxix

Durante essas calamidades, a interrupção

de negócios geralmente responde por altas

proporções do total de perdas, muito superior

em relação a 10 anos atrás. Segundo um estudo da Allianz Global Corporate & Specialty,

a sinistralidade interrupção de negócios de

grandes empresas já excedeu 2,4 milhões de

dólares, 36% a mais em relação à cobertura

por danos à propriedade.xi

Esses eventos revelam a grave ameaça da

interrupção de negócios, um risco comum para

diversas organizações mundiais. A interrupção

de negócios é classificada entre os 10 principais

riscos desde a primeira pesquisa, em 2007,

quando ficou em segundo lugar. Ao longo dos

anos, esse risco foi perdendo posições, uma vez

que as organizações perceberam que podem exercer melhor controle devido a crescente

conscientização, esforços mais assertivos das

gerências em ações preventivas e preparação,

melhores análises/modelagem de cenários

catastróficos e disponibilidade de opções de

transferência de risco mais robustas.

No entanto, a medida que a cadeia de

suprimentos se torna global, houve um

aumento da interdependência entre as

empresas. Esse ambiente pode ser

profundamente afetado pelas incertezas com

potencial de se transformar em interrupções

inesperadas. Além disso, o maior foco na

redução de estoques e cadeias de suprimento

mais enxutas ampliaram esse potencial. Por

exemplo, a cidade de Tianjin, na China, onde

se localiza o terceiro maior porto do mundo,

abriga também escritórios de mais da metade

de todas as empresas citadas na Fortune 500,

bem como montadoras de veículos, peças de

aeronaves e telefones celulares. Como se pode

deduzir, as graves explosões ocorridas em 2015

provocaram interrupções na cadeia de

suprimento de empresas de todas as partes do

planeta.xii

Além disso, a proliferação de ataques

cibernéticos exigiu ainda mais urgência.

Os ciber-ataques modernos são capazes de

interromper o fornecimento elétrico, desligar

linhas de montagem, impedir a emissão de

pedidos pelo cliente e danificar equipamentos

vitais para o negócio da empresa. Executivos da

Lloyd estimam que interrupções causadas por

ciber-ataques podem custar às empresas até

400 bilhões de dólares ao ano.xiii No artigo da Aon “Cyber - the fast moving target” lançado

em Abril de 2016, os entrevistados classificaram

a interrupção de negócios, durante e após,

como a maior preocupação relacionada a

ataques cibernéticos.xiiii

Além desses, ninguém pode desconsiderar

outras ameaças, como incêndio criminoso,

ameaça de bomba ou corte de energia,

todos capazes de provocar uma interrupção

equivalente a um desastre natural ou um

ataque terrorista coordenado. Em 2014,

um funcionário ateou fogo em uma central

de controle em um aeroporto em Chicago,

causando o cancelamento de mais de

2.000 vôos. Esses incidentes demonstram a

vulnerabilidade desses sistemas.

8

Colocação nas pesquisas anteriores

2017 8

2015 7

2013 7

2011 5

2009 3

2007 2

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

Botelho
Realce
a sinistralidade de
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33

Os 10 Principais Riscos | Interrupção de Negócios

Classificação por regiões

Ásia-Pacífico 5

Europa 9

América Latina 2

Oriente Médio/África 13

América do Norte 8

Os entrevistados que atuam no setor da aviação -

áreas vulneráveis às condições climáticas, falhas

nos computadores, problemas mecânicos,

ataques terroristas, quedas de energia e clientes

revoltados - classificaram o risco interrupção de

negócios como número dois. Essa mesma

classificação foi dada pelo setor de madeira,

móveis, papel e embalagens, que dependem

muito dos recursos naturais e das condições

climáticas. Tanto para fornecedores quanto para

clientes, esse setor é mais suscetível a

interrupções que podem resultar em alto custo

financeiro e perda de clientes.

Em âmbito regional, as organizações da América

Latina classificaram esse risco na posição dois,

uma vez que a região passou por uma série de

catástrofes naturais, incluindo falta de chuvas,

terremotos, furacões, incêndios florestais,

tsunamis e vulcões. Segundo o relatório de

2016 da USAID, os furacões El Niño e La Niña,

periodicamente pioram as condições climáticas

da região. Expansão urbana mal planejada,

degradação ambiental e uso inadequado do

solo pioram ainda mais a vulnerabilidade da

população a desastres naturais.

Empresas da região da Ásia-Pacífico também

conhecem bem esses riscos - os terremotos

no Japão, com perdas da ordem de 31 bilhões de

dólares, e as enchentes de verão na China, com

prejuízos de 20 bilhões de dólares -

provavelmente contribuíram para essa percepção.

Conforme as mudanças climáticas acontecem,

as catástrofes naturais podem se tornar

ainda mais frequentes e imprevisíveis.

Consequentemente, as interrupções trariam

mais prejuízo. A interconexão entre as

economias globalizadas potencializa o impacto

negativo de uma simples interrupção

localizada. Ao mesmo tempo, com o

surgimento dos ciber-ataques, as organizações

não podem mais contar com as soluções

tradicionais para sanar uma interrupção.

Soluções mais inovadoras serão necessárias.

Apesar da imprevisibilidade dos desastres,

naturais ou não, a preparação de um plano de

continuidade de negócios pode ajudar a

minimizar o impacto dos danos associados às

interrupções. Além disso, os gestores de risco

deverão ter uma visão geral dos riscos,

tradicionais ou emergenciais, e proceder de

forma coordenada e eficaz.

A preparação prévia permite às organizações

manter suas atividades mesmo durante um

desastre natural ou um ciber-ataque. Enquanto

a cobertura do seguro pode garantir algumas

perdas de propriedade e operacionais,

nada pode ser feito em relação à perda de

participação no mercado, dano à reputação/

marca, perda de confiabilidade ou queda no

preço das ações em função de uma

interrupção. Assim, um plano eficiente de

continuidade deverá manter a resiliência da

organização em caso de interrupção.

Parecer do especialista da Aon:

“ O risco de interrupção de negócios integra a lista dos principais riscos em função da alta complexidade dos processos de produção e interligação com redes de suprimento de alcance mundial.”

Mike Stankard, Líder Nacional da Prática de Heavy Industry/Manufacturing, EUA

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

Botelho
Realce
continuidade de negócios
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Os 10 Principais Riscos

34

Riscos/Incertezas Políticas

Os riscos/incertezas políticas são umas das

maiores ameaças aos negócios. Esse risco

aumenta o custo das operações e dos

investimentos no longo prazo, e decisões

comerciais não podem ser tomadas sob uma

condição de incerteza.

Os entrevistados de nossa Pesquisa 2017

certamente compartilham dessa visão. O

risco riscos/incertezas políticas, classificado na

posição 15 em 2015, voltou a integrar os 10

maiores, agora na posição nove. Ao mesmo

tempo, a prontidão ao risco diminuiu,

passando de 39% em 2015 para 27% em

2017.

A classificação no ranking e a redução do grau

de prontidão pode ser atribuída à escalada de

tumultos de 2016, que a CNBC chamou “um

dos maiores anos de riscos políticos.

”Curiosamente, as nações desenvolvidas,

tradicionalmente associadas com estabilidade

política, estão gradativamente apresentando

sinais de volatilidade e incertezas, o que é

prejudicial aos negócios.

A longa estagnação econômica e a recente

crise dos refugiados na Europa provocou a

volta do populismo, ou movimentos radicais

conservadores, podendo ter efeitos nas eleições

de países como França, Alemanha e Itália.

Naturalmente, as incertezas decorrentes do

Brexit não apenas causaram turbulências no

mercado financeiro como também

aumentaram as preocupações sobre o futuro

da UE. Nos EUA, o Presidente Trump apela ao

"equilíbrio" comercial com os demais países -

sua decisão de sair da Parceria Transpacífico,

ou TPP, que tinha o objetivo de reduzir tarifas e

promover o comércio entre 12 países da Ásia e

América do Norte, e sua tentativa de

renegociação da NAFTA - aumentou a

apreensão de uma guerra comercial global.

Classificação por regiões

Ásia-Pacífico 10

Europa 15

América Latina 5

Oriente Médio/África 2

América do Norte 21

Na Rússia, a abordagem nacionalista de

Vladimir Putin agora ameaça os Estados

Bálticos. Enquanto isso, as ações da China

em suas águas meridionais estremecem as

relações com o Japão. A iniciativa americana de

instalação de um sistema de defesa anti-mísseis

conhecido como THAAD para proteger a Coreia

do Sul contra um ataque da Coreia do Norte

acabou gerando um uma fonte de tensão para

os EUA e para a China. O governo chinês

também iniciou uma série de retaliações contra

empresas da Coreia do Sul, fazendo com que

estas interrompessem suas operações em

algumas cidades chinesas. Enquanto isso, no

Oriente Médio, a guerra civil em andamento na

Síria continua a aprofundar a crise dos

refugiados na Europa e países vizinhos.

Sem dúvida, esses eventos deterioram a

confiança nos negócios, suspendem os

investimentos, interrompem operações e

dificultam a aquisição de talentos.

No âmbito regional, as empresas do Oriente Médio elegeram o risco risco/incerteza política

na segunda colocação, uma vez que a região foi

devastada pelo extremismo islâmico,

deteriorando a autoridade e a influência do

Estado, desestabilizando o preço do petróleo.

Para as organizações sediadas na América Latina, o risco risco/incerteza política ficou

em quinta posição. No México, as mudanças

políticas americanas causaram preocupações na

comunidade empresarial e provocaram

flutuações da moeda. No Brasil, os escândalos

de corrupção estagnaram as reformas

econômicas, enquanto na Venezuela as

dificuldades econômicas provocaram desordem

social e instabilidade em toda a América Latina.

9

Colocação nas pesquisas anteriores

2017 9

2015 15

2013 10

2011 14

2009 18

2007 21

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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35

Os 10 Principais Riscos | Riscos/Incertezas Políticas

Classificação por setores

Energia (Petróleo, Gás, Mineração, Recursos Naturais)

2

Órgãos Governamentais 3

Agronegócio 5

Os entrevistados da região Ásia-Pacífico

classificaram o risco riscos/incertezas políticas

como número 10 em meio ao aumento da

tensão comercial entre a China e o Japão e

disputas territoriais na região do Mar do Sul da

China. A Coreia do Sul deverá passar por uma

nova eleição após o Impeachment de sua

presidente. Ao mesmo tempo, a Coreia do

Norte ameaça a estabilidade daquela região

com seus testes de mísseis balísticos e nucleares,

enquanto a nova política anti-americana das

Filipinas transforma o cenário geopolítico.

As empresas europeias classificaram esse risco

na posição 15. No entanto, uma análise mais

minuciosa indica que para todos os países europeus,

excetuando-se a Itália, a classificação média desse

risco ficaria na sétima posição; a Itália classificou esse

risco na posição 33. Isso demonstra que as

incertezas políticas criadas pela votação do Brexit e

as novas eleições em andamento provocaram

impactos na percepção desse risco. Os entrevistados

da Itália, muitos deles representando pequenas

empresas, apresentam maior tolerância para

agitações políticas, provavelmente devido a

familiaridade adquirida com esse fenômeno ao

longo dos últimos anos; além disso, suas prioridades

estão mais associadas com recuperação econômica,

imigração, concorrência e escassez de talentos.

As empresas americanas também percebem

o risco riscos/incertezas políticas como um

risco não-imediato, em função da confiança

depositada nas instituições e pelo apoio

de diversas organizações aos esforços do

Presidente Trump em reduzir os tributos

corporativos, aumentar os investimentos em

infraestrutura e simplificar as regulamentações.

Especificamente por segmentos, o setor de

energia classificou o risco riscos/incertezas

políticas como número dois, em função das

recentes agitações políticas e atos violentos

associados à produção de petróleo e exploração

mineral nos países mais desenvolvidos. Os

Mapas de Risco Político, Violêcia Política e

Terrorismo 2017 da Aon, revelam que esse

setor foi o mais afetado pelas ações terroristas

em 2016, tendo sido alvo de 42% do total

geral dos ataques, assim, essa posição não

surpreende. As organizações governamentais

classificam esse risco na posição três, uma vez

que distúrbios políticos provocam um impacto

direto nessas organizações, tanto em termos de

prioridades quanto de receitas e reputação.

O risco riscos/incertezas políticas deverá

continuar a preocupar as empresas ao longo

dos próximos anos. A maior fonte de riscos/

incertezas políticas pode estar nos próprios

EUA, onde as novas iniciativas do Presidente

Trump podem provocar mais polêmicas tanto

no país quanto no exterior.

Enquanto isso, os movimentos populistas da

Europa estão ganhando mais espaço através

partidos nacionalistas e separatistas em países

como França, Alemanha e possivelmente Itália.

Com o início do processo de saída do Reino

Unido da UE em Março de 2017, um quadro

ainda maior de incertezas é esperado na Europa.

As relações entre EUA e Rússia, e entre Rússia

e UE permanecem voláteis. Na Ásia, o partido

comunista chinês deverá escolher suas novas

lideranças em 2017, e as tensões desse país com

seus vizinhos poderá levar a conflitos geopolíticos.

O crescimento do populismo e do protecionismo

comercial deverá resultar em importantes

implicações econômicas e sociais em todo o

mundo, segundo diversos analistas políticos.

Dessa forma, as empresas deverão avaliar

permanentemente esses riscos em todos os países

e regiões onde operam ou mantém negócios,

permitindo a tomada de decisões fundamentadas

e protegendo suas operações e investimentos.

Parecer do especialista Aon:

“ Ao longo dos últimos anos, o ranking permaneceu relativamente estável em relação ao setor público, baseado unicamente nosriscos que podem ameaçarsuas operações. Os órgãosgovernamentais deverãomanter sua preocupaçãocom o risco riscos/incertezas políticas, osquais podem interromperserviços essenciais.“

William Becker, Líder Nacional da Prática de Setor Público, EUA

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

36

Responsabilidade Civil (inclusive E&O)

Pelo segundo ano consecutivo, o risco

responsabilidade civil - ferimentos, perdas ou

danos causados a terceiros resultantes de ação,

omissão ou negligência - foi lembrado como

um grande risco para as organizações em todo

o mundo, neste ano na posição 10.

Como em outros anos, as flutuações desse

risco no ranking (número três em 2007

passando pela posição treze em 2013 e

posição dez neste ano) tem pouco a ver com

uma redução geral de reclamações de

responsabilidade civil. Na verdade, essas

flutuações refletem uma mudança nos

objetivos empresariais. Na medida em que a

economia desacelera ou cresce, os objetivos

empresariais se alteram e outros riscos passam

a assumir maior prioridade.

Os especialistas avaliam que as preocupações

com responsabilidade civil indicam uma

tendência geral de aumento de reclamações

judiciais. Enquanto as empresas sediadas nos

EUA são conhecidas por operar em um

ambiente judicialmente mais agressivo (um

cidadão americano gasta aproximadamente

2,2% do PIB, aproximadamente 310 bilhões

de dólares ao ano, ou quase 1.000 dólares por

pessoa em ações litigiosas, o maior índice

mundial,xivi), essa tendência está cada vez

mais evidente em locais como Austrália,

Europa e América Latina.

Na medida em que a “cultura da

compensação” avança, aumenta a tendência

de "judicialização" entre o público,

principalmente após os governos de

economias emergentes terem ampliado as leis

de defesa do consumidor e terem

determinado responsabilidades mais rigorosas

para produtores e prestadores

de serviço. Como resultado, ações judiciais

coletivas ou individuais e pagamento de

indenizações são cada vez mais frequentes em

países fora dos EUA.

Na pesquisa de 2016 Litigation Trends Annual

Survey, a Norton Rose Fulbright, um escritório

de advocacia internacional entrevistou mais de

600 advogados de empresas espalhadas em 24

países. Os entrevistados da América do Norte e

Austrália classificaram os processos de ação

coletiva como principais fontes de litígio. O

Reino Unido classificou como principal

preocupação o aumento do número de

processos litigiosos - incluindo ações frívolas.xlvii

Ao mesmo tempo, independentemente da

região, as organizações que exportam produtos

e serviços aos EUA também estão sujeitas

a maior exposição, devendo considerar o

impacto em seu perfil de riscos.

Classificação por setores

Conglomerados 1

Órgãos Governamentais 6

Produtos Químicos 7

Assistência Médica 7

Restaurantes 7

Conforme esperado, a responsabilidade

civil é percebida como a maior ameaça por

entrevistados que representam

conglomerados, os quais já estão familiarizados

com ações judiciais por responsabilidade civil,

não apenas em nações desenvolvidas, mas

também em mercados emergentes, onde as

reformas judiciais favoreceram a abertura de

processos. Além disso, a pesquisa Norton Rose Fulbright revelou uma ligação entre a receita

das empresas e seu gasto com ações litigiosas,

com um índice médio de 0,1% da receita total.

10

Colocação nas pesquisas anteriores

2017 10

2015 8

2013 13

2011 13

2009 9

2007 3

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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37

Os 10 Principais Riscos | Responsabilidade Civil

Os órgãos governamentais também

consideram o risco responsabilidade civil como

um alto risco, em função do aumento de ações

legais. Por exemplo, a publicação Governing

Magazine afirma que a cidade de Nova York

gasta 720 milhões de dólares em processos a

cada ano, sendo que, em 2016, a cidade de

Los Angeles foi convocada a emitir 70 milhões

de dólares em títulos para cobrir uma parte de

suas ações legais. Ao mesmo tempo, um grupo

de advogados chineses está processando

o governo da China por não ter controlado a

poluição em Beijing.

Outros segmentos que classificaram o

risco responsabilidade civil na lista dos 10

principais riscos incluem - fabricantes de

produtos químicos, assistência médica e

ciências biológicas, serviços profissionais e

pessoais, construção, usinagem e produção de

metais - todos reconhecidos por sua alta

exposição,tanto através de seus produtos

quanto através dos serviços prestados. Por

exemplo, estudos demonstram que empresas

de ciências biológicas e assistência médica em

todo o mundo são os maiores alvos de ações

legais nos últimos anos.

Geograficamente, a responsabilização civil

permanece sendo uma preocupação constante

para empresas locais e multinacionais na América

Latina. O órgão americano U.S. Chamber Institute of Legal Reform emitiu recentemente

dois estudos sobre as novas mudanças no código

de direito civil na América Latina e seus prováveis

impactos. O estudo identificou diversos pontos

preocupantes, incluindo emendas que permitem

ações legais de mérito duvidoso, incentivos

financeiros com potencial de provocar ações

litigiosas em massa e um sistema de justiça civil

desigual, que desequilibra a balança entre os

demandantes e os réus.xllv

Classificação por regiões

Ásia-Pacífico 16

Europa 12

América Latina 4

Oriente Médio/África 23

América do Norte 12

Em geral, os especialistas afirmam que o

número de processos civis deverá continuar a

aumentar. Fatores externos, tais como emendas

à legislação na Europa, na região Ásia-Pacífico

e América Latina poderão aumentar ainda

mais o alcance dos processos legais. Além

disso, a proliferação dos fundos para ações

civis (patrocínio de indivíduos e empresas a

demandantes que não dispõe de recursos para

mover a ação) deverão certamente piorar a

situação em termos de frequência e gravidade.

Enquanto o mercado de seguros voltado a

questões de responsabilidade civil permanece

estável e ativo à exposição de riscos, as

organizações deverão aplicar uma combinação

de técnicas eficazes de gestão de riscos e

uma sólida política de seguro complementar,

para proteção contra o risco de processos por

responsabilidade civil.

Parecer do especialista da Aon:

“ Tradicionalmente, restaurantes são os estabelecimentos mais sujeitos a ações por responsabilidade civil, seja por intoxicações, danos pessoais, discriminação, bebidas alcoólicas ou outros motivos. Além da exposição, um franqueador pode ser responsabilizado pelos atos de um franqueado, daí a importância em administrar adequadamente esse risco.”

Tami Griffin, Líder Nacional da Prática de Alimento, Agrobusiness & Bebida, EUA

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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38

Os 10 Principais Riscos

Os 10 Principais Riscos

2017 2015 2013 2011 2009 2007

1 Dano à reputação/marca

Dano à reputação/marca

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Desaceleração econômica

Desaceleração econômica

Dano à reputação/marca

2 Desaceleração econômica/recuperação lenta

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Interrupção de negócios

3 Crescente concorrência

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Crescente concorrência

Crescente concorrência

Interrupção de negócios

Responsabilidade civil

4 Mudanças Regulatórias/Legislativas

Crescente concorrência

Dano à reputação/marca

Dano à reputação/marca

Crescente concorrência

Falha na distribuição ou na cadeia de suprimentos

5 Risco cibernético Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Interrupção de negócios

Preço da matéria prima

Ambiente de mercado

6 Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Dano à reputação/marca

Mudanças Regulatórias/Legislativas

7 Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Interrupção de negócios

Interrupção de negócios

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Fluxo de caixa/liquidez

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

8 Interrupção de negócios

Responsabilidade civil Preço da matéria prima

Preço da matéria prima

Falha na distribuição ou na cadeia de suprimentos

Riscos de mercado (financeiros)

9 Riscos/Incertezas políticas

Risco cibernético Fluxo de caixa/liquidez

Falha tecnológica/falha do sistema

Responsabilidade civil Danos físicos

10 Responsabilidade Civil (inclusive E&O)

Danos à propriedade Riscos/Incertezas políticas

Fluxo de caixa/liquidez

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Fusão/aquisição/ restruturação Falha no plano de recuperação

10 Principais Riscos por região

Ásia-Pacífico Europa América Latina Oriente Médio/África América do Norte

1 Dano à reputação/marca Desaceleração econômica/recuperação lenta

Dano à reputação/marca Desaceleração econômica/recuperação lenta

Riscos cibernéticos

2 Mudanças Regulatórias/Legislativas

Dano à reputação/marca Interrupção de negócios Riscos/Incertezas políticas Dano à reputação/marca

3 Crescente concorrência Crescente concorrência Desaceleração econômica/recuperação lenta

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

4 Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Responsabilidade Civil (inclusive E&O)

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Mudanças Regulatórias/Legislativas

5 Desaceleração econômica/recuperação lenta

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Responsabilidade social/sustentabilidade

Dano à reputação/marca Desaceleração econômica/recuperação lenta

6 Interrupção de negócios Riscos cibernéticos Riscos/Incertezas políticas Mudanças Regulatórias/Legislativas

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

7 Riscos cibernéticos Preço da matéria prima Mudanças Regulatórias/Legislativas

Crescente concorrência Crescente concorrência

8 Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Crédito da outra parte Flutuação cambial Riscos cibernéticos Interrupção de negócios

9 Falha crítica de projeto Interrupção de negócios Risco ambiental Flutuação cambial Desastres climáticos/naturais

10 Riscos/Incertezas políticas Responsabilidade da Diretoria/Gerência

Fluxo de caixa/liquidez Responsabilidade da Diretoria/Gerência

Danos à propriedade

Observação: Ao haver empate na votação dos riscos, a lista "Todos entrevistados" foi utilizada para determinar qual o maior risco.

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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39

Os 10 Principais Riscos

3 principais riscos por setor

Setor Risco 1 Risco 2 Risco 3

Agronegócio Preço da matéria prima Desastres climáticos/naturais Mudanças Regulatórias/Legislativas

Aviação Riscos cibernéticos Interrupção de negócios Falha crítica de projeto

Bancos Dano à reputação/marca Mudanças Regulatórias/Legislativas Riscos cibernéticos

Bebidas Dano à reputação/marca Mudanças Regulatórias/Legislativas Falha na distribuição ou na cadeia de suprimentos

Produtos Químicos Desaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrência Interrupção de negócios

Conglomerados Responsabilidade Civil(inclusive E&O)

Dano à reputação/marca Desaceleração econômica/recuperação lenta

Construção Desaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrência Falha crítica de projeto

Produção de Bens de Consumo Dano à reputação/marca Desaceleração econômica/recuperação lenta

Flutuação cambial

Educação Riscos cibernéticos Dano à reputação/marca Mudanças Regulatórias/Legislativas

Energia (Petróleo, Gás, Mineração, Recursos Naturais)

Preço da matéria prima Mudanças Regulatórias/Legislativas Riscos/Incertezas políticas

Processamento e Distribuição de Alimentos

Dano à reputação/marca Preço da matéria prima Interrupção de negócios

Órgãos Governamentais Riscos cibernéticos Dano à reputação/marca Riscos/Incertezas políticas

Assistência Médica Mudanças Regulatórias/Legislativas Dano à reputação/marca Crescente concorrência

Hotéis e Hospedagem Dano à reputação/marca Desaceleração econômica/recuperação lenta

Riscos cibernéticos

Seguros, Investimentos e Finanças Dano à reputação/marca Mudanças Regulatórias/Legislativas Riscos cibernéticos

Ciências Biológicas Mudanças Regulatórias/Legislativas Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Dano à reputação/marca

Madeira, Mobília, Papel e Embalagem

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Interrupção de negócios Preço da matéria prima

Fabricantes de Máquinas e Equipamentos

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrência Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Usinagem e Produção de Metais Desaceleração econômica/recuperação lenta

Preço da matéria prima Crescente concorrência

Produção de Veículos Terrestres Dano à reputação/marca Crescente concorrência Desaceleração econômica/recuperação lenta

Serviços de Transporte Terrestre Dano à reputação/marca Crescente concorrência Desaceleração econômica/recuperação lenta

Sem Fins Lucrativos Dano à reputação/marca Mudanças Regulatórias/Legislativas Desaceleração econômica/recuperação lenta

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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40

Os 10 Principais Riscos

3 principais riscos por setor (cont.)

Setor Risco 1 Risco 2 Risco 3

Energia/Instalações Mudanças Regulatórias/Legislativas Riscos cibernéticos Dano à reputação/marca

Impressão e Publicações Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Dano à reputação/marca Desaceleração econômica/recuperação lenta

Serviços Profissionais e Pessoais Dano à reputação/marca Desaceleração econômica/recuperação lenta

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Mercado Imobiliário Desaceleração econômica/recuperação lenta

Dano à reputação/marca Danos à propriedade

Restaurantes Desaceleração econômica/recuperação lenta

Dano à reputação/marca Crescente concorrência

Distribuidoras Dano à reputação/marca Crescente concorrência Desaceleração econômica/recuperação lenta

Borracha, Plásticos, Pedras e Cimento

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Crescente concorrência Preço da matéria prima

Tecnologia Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Dano à reputação/marca Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Telecomunicações e Transmissões Dano à reputação/marca Crescente concorrência Riscos cibernéticos

Têxteis Desaceleração econômica/recuperação lenta

Crédito da outra parte Dano à reputação/marca

Comércio Atacadista Crescente concorrência Desaceleração econômica/recuperação lenta

Crédito da outra parte

Observação: Ao haver empate na votação dos riscos, a lista "Todos entrevistados" foi utilizada para determinar qual o maior risco.

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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41

Os 10 Principais Riscos

Nível de prontidão para os 10 principais riscos

A maior parte das empresas possui planos de reação

contra os riscos previstos. No entanto, a tendência

de baixa percebida na última pesquisa foi

confirmada: a prontidão média para os 10 principais

riscos passou de 58% em 2015 para 53% em 2017.

Essa queda foi de 6% desde a pesquisa de 2013,

quando registrou 59%.

Uma vez que a última pesquisa incluiu o maior

número de entrevistados, incluindo diversos setores e

áreas demográficas, este resultado é preocupante.

Basicamente, entrevistamos mais pessoas do que

antes, e estas parecem estar menos preparadas para

reagir aos 10 principais riscos.

A maior queda na prontidão contra o risco entre

2013 e 2017 foi registrada no risco desaceleração

econômica/recuperação lenta, que passou de

54% para 30%. Uma explicação poderia ser a

imprevisibilidade da recuperação da economia global, o que dificultaria uma preparação mais

adequada para a mitigação dos impactos. Ao mesmo

tempo, a prontidão contra a crescente concorrência

também apresentou uma queda, passando de 65%

para 45% - a globalização e aumento da

interconectividade através da Internet das coisas

intensificaram a concorrência em escala mundial.

Cabe aqui lembrar que o nível de prontidão para os

dois riscos seguráveis - interrupção de negócios e

responsabilidade civil - mantiveram-se acima da

média. Ao mesmo tempo, o risco cibernético, um

risco parcialmente segurável, registrou o maior índice

de prontidão (79%). Esse poderia ser o resultado da

melhor preparação das áreas de segurança de

informações nos últimos anos.

Curiosamente, as organizações pesquisadas

aparentam baixa preparação contra o risco riscos/

incertezas políticas, também parcialmente

seguráveis. O índice ficou em 27%, uma queda de

12% em relação a 2015. Isso pode ser o reflexo de

uma série de eventos recentes, tais como o Brexit, as

eleições americanas, os escândalos políticos na

América Latina, e os conflitos no Oriente Médio,

cada um contribuindo com mais incertezas políticas

ao redor do mundo.

Especificamente por setor, a indústria da aviação aumentou seu grau de prontidão em 6%, enquanto

o setor de madeira, móveis, papel e embalagens e

vendas no atacado mantiveram seus índices. Por

outro lado, todos os demais segmentos

apresentaram quedas em seus índices de prontidão.

Essa queda pode ser resultante dos desafios

enfrentados pelas lideranças corporativas na

administração de riscos cada vez mais graves e

imprevisíveis.

Localmente, o grau de prontidão na região da Ásia-

Pacífico aumentou, enquanto as demais regiões

apresentarm queda. A América Latina ficou em

último lugar em protidão contra os riscos.

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

Nível de prontidão para os 10 principais riscos 2017 2015

Dano à reputação/marca 51%56%

30%39%

45%49%

44%53%

79%82%8%

59%60%

57%60%

67%73%

70%

27%39%

73%

0 20 40 60 80 100

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrência

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Riscos cibernéticos

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Interrupção de Negócios

Riscos/Incertezas políticas

Responsabilidade Civil (inclusive E&O)

Nível médio de prontidão para os 10 principais riscos por região

Região 2017 2015 2013

Ásia-Pacífico 66% 64% 63%

América do Norte 63% 69% 60%

Europa 47% 58% 55%

América Latina 46% 57% 55%

Oriente Médio/África 58% 68% 75%

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

Nível médio de prontidão para os 10 principais riscos por setor

Setor 2017 2015 Tendência

Agronegócio 46% 66% -20%

Aviação 66% 60% 6%

Bancos 59% 69% -11%

Bebidas 55% N/A N/A

Produtos Químicos 50% 65% -14%

Conglomerados 54% 71% -17%

Construção 40% 51% -11%

Produção de Bens de Consumo 49% 63% -15%

Educação 55% N/A N/A

Energia (Petróleo, Gás, Mineração, Recursos Naturais) 62% 72% -10%

Processamento e Distribuição de Alimentos 52% 62% -10%

Órgãos Governamentais 41% 59% -18%

Assistência Médica 53% 74% -21%

Hotéis e Hospedagem 56% 60% -4%

Seguros, Investimentos e Finanças 64% 60% 4%

Ciências Biológicas 44% 68% -24%

Madeira, Mobília, Papel e Embalagem 64% 64% 0%

Fabricantes de Máquinas e Equipamentos 51% 66% -14%

Usinagem e Produção de Metais 50% 58% -7%

Produção de Veículos Terrestres 50% 56% -6%

Serviços de Transporte Terrestre 47% 50% -3%

Sem Fins Lucrativos 50% N/A N/A

Energia/Instalações 59% 70% -11%

Impressão e Publicações 35% N/A N/A

Serviços Profissionais e Pessoais 51% 62% -10%

Mercado Imobiliário 53% 68% -15%

Restaurantes 46% N/A N/A

Distribuidoras 59% 72% -12%

Borracha, Plásticos, Pedras e Cimento 49% 58% -10%

Tecnologia 59% 66% -7%

Telecomunicações e Transmissões 49% 69% -20%

Têxteis 41% N/A N/A

Comércio Atacadista 41% 41% 0%

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

Perdas associadas aos 10 principais riscos

Diferentemente da percepção geral de que a queda

na prontidão corresponde a um aumento da perda

de rendimentos, a pesquisa demonstra que as perdas

diminuíram, passando de 27% em 2015 para 24%

em 2017, o percentual mais baixo desde a primeira

edição da pesquisa.

A falta de uma correlação direta entre o grau de

prontidão e a perda de rendimentos pode ser

atribuída às interconexões e à dificuldade em

quantificar as perdas associadas a alguns desses

riscos. Ao mesmo tempo, alguém poderia citar o

risco "sorte estatística", uma vez que nossa pesquisa é

baseada em um período de 12 meses apenas.

Uma análise mais minuciosa das perdas associadas

aos 10 principais riscos indica que a maior parte dos riscos total ou parcialmente seguráveis - interrupção

de negócios, responsabilidade civil e riscos/incertezas políticas - tiveram reduções em perdas de

rendimentos.

Para o risco crimes cibernéticos, contudo, as perdas

tiveram um leve aumento. As frequências e níveis

desse risco estão crescendo tão rapidamente (os

hackers passaram a utilizar métodos mais

sofisticados) que as soluções ainda não puderam ser

desenvolvidas a tempo para evitar ou mitigar as

perdas.

Por outro lado, em comparação com os demais

riscos, esse risco representou as menores perdas,

juntamente com danos à marca/reputação,

com apenas 10%. As perdas decorrentes desses

riscos podem estar subestimadas, uma vez que

sua identificação e mensuração não são simples. Mais

uma vez, a divulgação pública e os esforços

empenhados pelas empresas na implementação de

técnicas de mitigação de riscos também podem ser

fatores contribuintes.

Se analisarmos as pesquisas anteriores quanto a

perda de rendimentos associada a dano à reputação/

marca, teremos uma curiosa trajetória: Quase 9%

dos entrevistados citou perda de rendimentos por

dano à reputação/marca em 2009. O percentual

passou de 60% em 2011 para 40% em 2013 antes

de cair para 7% em 2015 e 10% em 2015.

Essa curva do risco dano à reputação/marca

corresponde aproximadamente a um ciclo

econômico. No momento seguinte à recessão de

2009, as organizações se concentraram no risco

dano à reputação/marca, as quais ficaram

comprometidas por uma série de investigações do

governo e afirmações públicas contra as empresas e

demissões em massa. Na medida em que a

economia se recupera, a percepção pública vai se

transformando, e as empresas se tornam mais

proativas na gestão dos riscos à reputação.

Localmente, a região do Oriente Médio e África

foi a única a registrar aumento da perda de

rendimentos nesses 12 meses, provavelmente à lenta

recuperação econômica, à volatilidade do mercado

de matéria prima e aumento dos riscos políticos.

As outras regiões registraram as menores perdas de

rendimentos associadas aos 10 principais riscos.

Especificamente por setor, os entrevistados da área

de produtos químicos, conglomerados, energia,

seguradoras, investimentos e finanças, serviços de

transporte por veículos terrestres e áreas ligadas à

tecnologia tiveram menores perdas de rendimentos.

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

Perdas associadas aos 10 principais riscos 2017 2015

Dano à reputação/marca 10%7%

45%46%

42%49%

24%28%

10%8%

25%25%

19%18%

17%22%

34%23%

30%26%

0 10 20 30 40 50

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrência

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Riscos cibernéticos

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Interrupção de Negócios

Riscos/Incertezas políticas

Responsabilidade Civil (inclusive E&O)

Nível médio de perdas de receita associadas aos 10 principais riscos por região

Região2017 - Perda média

associada aos 10 principais riscos nos últimos 12 meses

2015 - Perda média associada aos 10 principais

riscos nos últimos 12 meses

2013 - Perda média associada aos 10 principais

riscos nos últimos 12 meses

América Latina 22% 27% 39%

Europa 23% 25% 42%

Ásia-Pacífico 23% 29% 41%

América do Norte 24% 29% 43%

Oriente Médio/África 31% 28% 50%

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

Nível médio de perdas de receita associadas aos 10 principais riscos por setor

Setor2017 - Perda média

associada aos 10 principais riscos nos últimos 12 meses

2015 - Perda média associada aos 10 principais

riscos nos últimos 12 mesesTendência

Agronegócio 18% 34% -17%

Aviação 18% 28% -10%

Bancos 23% 33% -10%

Bebidas 21% N/A N/A

Produtos Químicos 22% 18% 4%

Conglomerados 23% 20% 3%

Construção 18% 30% -12%

Produção de Bens de Consumo 25% 24% 1%

Educação 24% N/A N/A

Energia (Petróleo, Gás, Mineração, Recursos Naturais)

30% 24% 6%

Processamento e Distribuição de Alimentos 23% 29% -5%

Órgãos Governamentais 17% 25% -8%

Assistência Médica 29% 31% -2%

Hotéis e Hospedagem 27% 32% -5%

Seguros, Investimentos e Finanças 27% 18% 9%

Ciências Biológicas 19% 23% -4%

Madeira, Mobília, Papel e Embalagem 26% 29% -3%

Fabricantes de Máquinas e Equipamentos 28% 28% 0%

Usinagem e Produção de Metais 23% 27% -5%

Produção de Veículos Terrestres 21% 25% -4%

Serviços de Transporte Terrestre 28% 27% 1%

Sem Fins Lucrativos 21% N/A N/A

Energia/Instalações 25% 27% -2%

Impressão e Publicações 34% N/A N/A

Serviços Profissionais e Pessoais 26% 28% -2%

Mercado Imobiliário 19% 20% 0%

Restaurantes 31% N/A N/A

Distribuidoras 27% 33% -6%

Borracha, Plásticos, Pedras e Cimento 19% 31% -12%

Tecnologia 26% 22% 4%

Telecomunicações e Transmissões 24% 30% -6%

Têxteis 21% N/A N/A

Comércio Atacadista 16% 22% -6%

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

Os 10 principais riscos para os próximos três anos

Em nossa pesquisa, solicitamos ao entrevistado para

que enumere os 10 principais riscos enfrentados por

sua organização nos três anos seguintes. Trata-se de

uma proposta interessante, uma vez que suas

estimativas não apenas nos permite perceber aquilo

que está por vir mas também comparar suas

previsões com os resultados reais, e analisar a forma

como as percepções podem variar e quais os fatores

que provocam essa variação.

Na pesquisa de 2015, os entrevistados previram

corretamente uma desaceleração econômica na

segunda colocação, e riscos/incertezas políticas na

posição nove. No entanto, dois riscos - preço da

matéria prima e governança corporativa/compliance - foram estimadas como presentes na lista dos

10 maiores, tendo figurado nas posições 11 e 23

respectivamente.

Outros riscos da pesquisa de 2017 foram previstos

corretamente, apesar de não estarem na ordem

correta. Por exemplo, o entrevistados acreditavam

que o risco dano à marca/reputação ficaria em

quinto lugar, porém, a primeira posição foi mantida

mais uma vez em 2017. O risco cibernético,

ocupante da nona posição em 2015 e previsto para

ocupar a posição sete, na verdade passou para a

quinta posição na última pesquisa. As empresas

norte americanas elegeram esse como o maior risco. Isso reflete o rápido desenvolvimento das questões

de ciber-segurança e as crescentes preocupações

com perda de dados sofrida por algumas empresas

desde a última pesquisa.

Olhando à frente, para os próximos três anos, incluímos na lista um novo risco - tecnologia/

inovação disruptiva - um novo produto ou solução

que modificaria toda a indústria ou criaria um

mercado completamente novo. Esse risco foi

classificado na posição 20 na lista deste ano, porém,

com o rápido avanço tecnológico, os entrevistados

podem aguardar mais recursos, tais como a Internet

das coisas ou a revolução dos drones pelos próximos

três anos. Compreensivelmente, as indústrias de

tecnologia e telecomunicações/transmissões estimam

que esse risco ocupará a segunda posição.

Para 2020, os entrevistados estimam o risco

desaceleração econômica/recuperação lenta em

primeiro lugar. Isso pode indicar sua baixa confiança

na economia atual. Muitas organizações acreditam

que outra recessão poderia ocorrer novamente,

seguida de um período de recuperação de 10 anos,

com alta desaceleração em países emergentes como

a China. Outras previsões de riscos proeminentes

incluem: crescente concorrência, incapacidade em

inovar/atender às necessidades do cliente e riscos/

incertezas políticas. Tendo em vista a maior

frequência e extensão dos ataques, risco cibernético

deverá permanecer na lista dos 10 principais riscos.

Por outro lado, o risco dano à reputação/marca

deverá passar da posição um para posição seis até

2020.

Por uma perspectiva industrial, 31 dos 33 segmentos

estimaram uma alteração em sua própria classificação

de riscos, incluindo os cibernéticos e riscos/incertezas políticas, além de tecnologia/inovação disruptiva,

evidenciando o fato que os riscos estão em constante

mudança, e as organizações devem acompanhar e avaliar permanentemente as tendências, e tomar as

medidas adequadas.

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

2017 Estimativa 2020

1Dano à reputação/

marca

4Mudanças

Regulatórias/Legislativas

9Riscos/Incertezas

políticas

3Crescente concorrência

8Interrupção de

Negócios

2Desaceleração econômica/

recuperação lenta

7Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

5Riscos cibernéticos

6Incapacidade em inovar/atender às necessidades do

cliente

10Responsabilidade

Civil (inclusive E&O)

1+1

Desaceleração econômica/recuperação lenta

4=

Mudanças Regulatórias/Legislativas

9+2 Preço da

matéria prima

3+3

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

8+1

Riscos/Incertezas políticas

2+ 1 Crescente

concorrência

7=

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

5= Riscos cibernéticos

6-5

Dano à reputação/marca

10+10

Tecnologia/inovação revolucionária

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

Projeção dos 10 principais riscos para os próximos 3 anos

Descrição Classificação Estimativa para daqui a 3 anos

Dano à reputação/marca 1 6

Desaceleração econômica/recuperação lenta 2 1

Crescente concorrência 3 2

Mudanças Regulatórias/Legislativas 4 4

Riscos cibernéticos 5 5

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente 6 3

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos 7 7

Interrupção de Negócios 8 21

Riscos/Incertezas políticas 9 8

Responsabilidade civil (inclusive E&O) 10 16

Os 5 principais riscos para os próximos três anos por região

Ásia-Pacífico Europa América LatinaOriente Médio/África América do Norte

1 Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Riscos cibernéticos

2 Dano à reputação/marca

Crescente concorrência

Riscos/Incertezas políticas

Riscos/Incertezas políticas

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

3 Mudanças Regulatórias/Legislativas

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Flutuação cambial Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

4 Crescente concorrência

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Desaceleração econômica/recuperação lenta

5 Desaceleração econômica/recuperação lenta

Preço da matéria prima

Dano à reputação/marca

Crescente concorrência

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Observação: Ao haver empate na votação dos riscos, a lista "Todas Estimativas" foi utilizada para determinar qual o maior risco.

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

Os 3 principais riscos para os próximos três anos por setor

Setor Risco 1 Risco 2 Estimativa para daqui a 3 anos

Agronegócio Preço da matéria prima Desastres climáticos/naturais Crescente concorrência

Aviação Escassez de mão de obra Crescente concorrênciaRiscos cibernéticos

BancosMudanças Regulatórias/Legislativas

Riscos cibernéticosDano à reputação/marca

Bebidas Dano à reputação/marcaDesaceleração econômica/recuperação lenta

Preço da matéria prima

Produtos Químicos Crescente concorrênciaDesaceleração econômica/recuperação lenta

Preço da matéria prima

ConglomeradosDesaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrência Falha crítica de projeto

ConstruçãoDesaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrência Escassez de mão de obra

Produção de Bens de Consumo

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrênciaIncapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

EducaçãoRiscos cibernéticos

Dano à reputação/marcaMudanças Regulatórias/Legislativas

Energia (Petróleo, Gás, Mineração, Recursos Naturais)

Preço da matéria primaMudanças Regulatórias/Legislativas

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Processamento e Distribuição de Alimentos

Dano à reputação/marcaIncapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Preço da matéria prima

Órgãos Governamentais Dano à reputação/marcaRiscos cibernéticos Incapacidade em atrair ou

reter os melhores talentos

Assistência MédicaMudanças Regulatórias/Legislativas

Riscos cibernéticos Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Hotéis e Hospedagem Desaceleração econômica/recuperação lenta

Riscos cibernéticosRiscos/Incertezas políticas

Seguros, Investimentos e Finanças

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Riscos cibernéticos

Ciências BiológicasMudanças Regulatórias/Legislativas

Fusão/aquisição/reestruturação

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Madeira, Mobília, Papel e Embalagem

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Preço da matéria prima Riscos/Incertezas políticas

Fabricantes de Máquinas e Equipamentos

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrênciaGlobalização/mercados emergentes

Usinagem e Produção de Metais

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Preço da matéria prima Crescente concorrência

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Os 10 Principais Riscos

Os 3 principais riscos para os próximos três anos por setor (cont.)

Setor Risco 1 Risco 2 Risco 3

Produção de Veículos Terrestres

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Recall de produtos

Serviços de Transporte Terrestre

Crescente concorrênciaDesaceleração econômica/recuperação lenta

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Sem Fins Lucrativos Riscos/Incertezas políticasIncapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Mudanças Regulatórias/Legislativas

Energia/InstalaçõesMudanças Regulatórias/Legislativas

Riscos cibernéticosFalha crítica de projeto

Impressão e PublicaçõesIncapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Fluxo de caixa/liquidez

Serviços Profissionais e Pessoais

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Dano à reputação/marca

Mercado ImobiliárioDesaceleração econômica/recuperação lenta

Danos à propriedadeIncapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

RestaurantesDesaceleração econômica/recuperação lenta

Dano à reputação/marca Escassez de mão de obra

DistribuidorasDesaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrênciaIncapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Borracha, Plásticos, Pedras e Cimento

Desaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrênciaIncapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

TecnologiaIncapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Tecnologia/inovação revolucionária

Incapacidade em atrair ou reter os melhores talentos

Telecomunicações e Transmissões

Incapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Crescente concorrênciaTecnologia/inovação revolucionária

TêxteisDesaceleração econômica/recuperação lenta

Crescente concorrênciaIncapacidade em inovar/atender às necessidades do cliente

Comércio Atacadista Crescente concorrênciaDesaceleração econômica/recuperação lenta

Preço da matéria prima

Observação: Ao haver empate na votação dos riscos, a lista "Todas Estimativas" foi utilizada para determinar qual o maior risco.

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Fontes

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badreputation- 300161114.htmlxxxvii http://ir.aon.com/about-aon/investor-relations/investor-news/news-release-details/2015/Aon-Hewitt-Study-Reveals-Nearly-Half-of-Millennials-Intend-to-

Pursue- New-Jobs-in-2015/default.aspxxxxviii Aon Benfield, 2016 Annual Global Climate and Catastrophe Reportxxxix Swiss Re, http://www.swissre.com/media/news_releases/preliminary_sigma_estimates_total_losses_from_disaster_events_rise_to_USD_158_billion_in_2016. htmlxl Allianz, http://www.agcs.allianz.com/about-us/news/business-interruption-on-the-rise/xli Sarah Veysey, China port explosion to drive up insurance costs, Business Insurance, August 30, 2015xlii Stephen Gandel, Lloyd’s CEO: Cyber attacks cost companies $400 billion every year, Fortune, January 23, 2015xliii Aon, “Cyber, the Fast Moving Target,” http://www.aon.com/russia/files/Final_2016_Cyber_Captive_Survey.pdfxliv http://sncaadvisorycommittee.noaa.gov/sites/%20Advisory%20Committee%20for%20the%20Sustained%20National%20Climate%20Assessment/

Meeting%20 Documents/Our-Changing-Planet_FY-2016_full_.pdfxlv Alexandra Gibbs, http://www.cnbc.com/2017/01/04/2017-may-be-the-biggest-year-for-political-risk-since-the-end-of-world-war-ii-expert.htmlxlvi Paul Rubin, More Money Into Bad Suits, New York Times, November 16, 2010xlvii Norton Rose Fulbright, http://www.nortonrosefulbright.com/news/142350/norton-rose-fulbright-releases-2016-litigation-trends-annual-surveyxlviii Phoebe Stonbely, “Governing: Municipalities Spend Millions of Dollars a Year on Settlements and Claims From Citizens,” Governing Magazine, November 4, 2016xlix http://www.instituteforlegalreform.com/resource/new-us-chamber-reports-highlight-growing-danger-of-lawsuit-abuse-in-latin-america

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Metodologia

A presente pesquisa baseou-se em aspectos qualitativos e

quantitativos. Gestores de risco, CROs, CFOs, tesoureiros e outros

profissionais ofereceram feedback e opiniões baseadas em suas

administrações relativas a seguradoras e gestão de riscos,

interesses e preocupações.

O Centro de Inovação e Análise da Aon realizou, adquiriu e

tabulou as respostas fornecidas. Outros especialistas em seguro e

áreas industriais da Aon ofereceram análises de apoio e

auxiliaram na interpretação das informações.

Todas as respostas individuais serão mantidas em sigilo, tendo

sido divulgado somente valores consolidados no presente estudo.

Alguns valores percentuais podem não somar exatos 100%

devido ao arredondamento ou pelo fato dos entrevistados

poderem selecionar mais de uma resposta. Todos os valores

financeiros são expressos em dólares americanos.

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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George M. ZsolnayVice-PresidenteUS BrokingAon [email protected]+1.312.381.3955

Tina ReschkeDiretora de MarketingAon Global Risk Consulting [email protected]+44.20.7086.0384

Brasil

Alexandre Botelho Diretor da Aon Global Risk ConsultingAon Brasil [email protected]+55 11 3058-4872

Assessoria de imprensa

Cybil RoseDiretor de Contabilidade [email protected]+1.312.755.3537

Donna MirandolaDiretoria SêniorExternal [email protected]+1.312. 381.1532

Brasil

Danylla CamposGerente de Comunicação e MarketingAon [email protected]

Juliana PalavrasAnalista Sênior de Comunicação e MarketingAon [email protected]

Contato

Referente ao relatório

Rory MoloneyCEOAon Global Risk Consulting [email protected]

Dr. Grant FosterDiretor GeralAon Global Risk Consulting [email protected]+44.20.7086.0300

Kieran StackCCOAon Global Risk Consulting [email protected]+1.312.381.4778

Sobre a Aon Global Risk Consulting e Centros de Inovação e Análise da Aon

Com mais de 1.100 profissionais distribuídos em mais de 50

países, a Aon Global Risk Consulting (AGRC), a empresa de

consultoria de risco da Aon plc, oferece soluções de gestão

de riscos especialmente desenvolvidas para otimizar os perfis

de risco dos clientes. Nosso conjunto de serviços inclui

consultoria e controle de riscos e gestão de cativas.

A AGRC auxilia seus clientes a compreender melhor e otimizar

seu perfil de risco. Fazemos isso identificando e quantificando os

riscos enfrentados, auxiliando os clientes na seleção e

implementação das soluções adequadas de transferência,

retenção e mitigação de riscos e garantindo a continuidade das

operações por meio da consultoria de riscos.

Os Centros de Inovação e Análise da Aon em Dublin e Cingapura

são os pilares do nosso investimento global de mais de 350

milhões de dólares em análises. Os Centros oferecem sugestões

baseadas em informações certificadas para soluções de riscos

dirigidas às pessoas.

Fundado em 2009, o Dublin Centre é formado por mais de 140

profissionais, para análise de milhões de informações a cada dia.

Como responsável pela Global Risk Insights Platform (GRIP®), um

dos maiores repositórios de informações relativas a riscos e

seguro do mundo, nós analisamos todo o fluxo de informações

da Aon para identificar soluções inovadoras e sugestões

abalizadas, além de relatórios, para que as organizações e partes

interessadas possam oferecer o melhor valor agregado a seus

clientes, em todo o mundo. Nós valorizamos os resultados

pelo processamento das informações recebidas diretamente do

campo e outras fontes, para oferecermos análises prontas.

Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos 2017

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Sobre a Aon

A Aon plc (NYSE:AON) é uma das líderes globais

em gerenciamento de risco, e oferece serviços de

corretagem de seguros e resseguros e soluções

em recursos humanos. Através de suas afiliadas

em todo o mundo, a Aon capacita resultados

para clientes em mais de 120 países, através de

soluções inovadoras de risco e pessoas. Para mais

informações e para saber como capacitamos os

resultados para nossos clientes, acesse:

http://aon.com/brasil

© Aon plc 2017. Todos os direitos reservados.As informações aqui contidas e as declarações expressas são de natureza

geral e não se destinam a abordar as circunstâncias de qualquer

indivíduo ou entidade em particular. Apesar dos esforços em fornecer

informações precisas e usar fontes que consideramos confiáveis, não

podemos garantir que essas informações sejam precisas a partir da

data em que são recebidas, ou que continuarão válidas no futuro. Não

agir com base nessas informações sem o aconselhamento profissional

adequado após uma análise aprofundada da situação.

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