pesquisa, desenvolvimento e implementaÇÃo de

64
PESQUISA, DESENVOLVIMENTO e IMPLEMENTAÇÃO DE METODOLOGIA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PAC2 EQUIPAMENTOS DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO Modelo Lógico - PAC2 Equipamentos

Upload: doanquynh

Post on 10-Jan-2017

219 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

PESQUISA, DESENVOLVIMENTO e IMPLEMENTAÇÃO DE

METODOLOGIA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO

PAC2 EQUIPAMENTOS DO MINISTÉRIO DO

DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

Modelo Lógico - PAC2 Equipamentos

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Nome do Projeto Pesquisa, desenvolvimento e implementação de

metodologia de monitoramento e avaliação do PAC2

Equipamentos do Ministério do Desenvolvimento

Agrário

Vigência 26/09/2014 a 26/03/2017 – 30 meses

Convenente Ministério do Desenvolvimento Agrário

Conveniado Fundação Universidade de Brasília

Unidade Gestora Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico

(CDT/UnB)

Diretor da Unidade Gestora

Paulo Suarez

Diretor Nacional do PAC2 Lucas Ramalho Maciel

Coordenadores Técnicos

Antônio Isidro-Filho

André Luiz Marques Serrano

Pesquisadores do Projeto André Luiz Marques Serrano

Dirceu Mattos

Luciana Batista Munhoz

Marcelo Driemeyer Wilbert

Thais M. de Sousa Maia Ribacionka

Werlen Carla Specemille R. Coelho

Servidores do Ministério do

Desenvolvimento Agrário

Apoio

Bruno Henrique Crespo Porto

Fernando Bueno da Silva

Katiana Rodrigues da Silva

Régis Borges de Oliveira

Roberto Luciano de Souza

Núcleo de Estudos e Pesquisas em Inovação e

Estratégia (NINE/UnB)

RESUMO

O Modelo Lógico de um programa tem o fito de analisar o problema, por meio do

mapeamento das oportunidades e ameaças – fatores de contexto – e direcionar ao gestor público

as ações para produção de resultados. Usualmente, essa etapa acontece antes que o programa

seja implementado. Contudo, é utilizado, igualmente, para organizar e evidenciar aspectos em

andamento, por exemplo evidenciar: seus objetivos, ações, resultados esperados, ameaças e

impactos indiretos. Destaca-se que esse modelo lógico analisará, especificamente, a ação de

Máquinas e Equipamentos para Recuperação de Estradas Vicinais, dentro da segunda fase do

Programa de Aceleração do Crescimento, e será uma importante ferramenta para as etapas

seguintes de discussão e aprimoramento da governança, bem como, para a análise

socioeconômica do programa. Para o desenvolvimento da proposta, tomou-se como

fundamento a metodologia de Exame de Avaliabilidade, de Joseph S. Wholey. Essa foi

inicialmente concebida enquanto uma pré-avaliação para se verificar se um programa está

desenhado para ser gerenciado por resultados, e identificar quais as mudanças necessárias para

que isto ocorra.

Uma etapa crucial da metodologia é a construção do modelo lógico de resultados, que

cumpre o papel de explicitar a teoria do programa e aferir sua qualidade, verificando se está

bem desenhado e se apresenta um plano plausível de alcance de resultados. Na experiência de

desenvolvimento metodológico, aqui relatada, foram acrescentados novos aportes à teoria do

modelo lógico, tal como concebida por Wholey e outros autores. Esta proposta de construção

do modelo lógico desenvolvida na Universidade de Brasília pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas

em Inovação e Estratégia (NINE/UnB), por intermédio do Centro de Desenvolvimento

Tecnológico (CDT), compõe a contribuição oferecida ao Ministério do Desenvolvimento

Agrário (MDA) no âmbito da parceria de pesquisa, levando em consideração um programa

finalístico do Plano Plurianual (PPA). Em 2015, sua aplicação está em curso em mais de 5.000

municípios brasileiros.

3

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS ............................................................................................................................................. 4

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................................... 5

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................................ 5

LISTA DE QUADROS ....................................................................................................................................... 6

CAPÍTULO 1 - APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 7

CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 3 - PRESSUPOSTOS DO MODELO LÓGICO DE RESULTADOS ................................ 10

3.1 Descrição das Atividades Realizadas para a Construção do Modelo Lógico do PAC2 Equipamentos ................................................................................................................................................ 11

CAPÍTULO 4 - MODELO LÓGICO DO PAC2 EQUIPAMENTOS E MARCO DO PROGRAMA . 15

4.1 Explicação do Problema e Referências Básicas do Programa .............................................. 23

4.2 Estruturação do Programa para Alcance de Resultados ........................................................ 36

4.3 Identificação de Fatores de Contexto ............................................................................................ 45

CAPÍTULO 5 - ANÁLISE DE VULNERABILIDADE DO MODELO LÓGICO CONSTRUÍDO ..... 48

CAPÍTULO 6 - METAS E INDICADORES ................................................................................................ 54

CAPÍTULO 7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 58

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................ 59

4

LISTA DE SIGLAS

CDT: Centro de Desenvolvimento Tecnológico

CGU: Controladoria-Geral da União

CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente

DFDA: Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário

DNER: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

GesPública: Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização

GPS: Global Positioning System

MDA: Ministério do Desenvolvimento Agrário

ML: Modelo Lógico

NINE/UnB: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Inovação e Estratégia

OGU: Orçamento Geral da União

PAC2: Programa de Aceleração do Crescimento 2

PIB: Produto Interno Bruto

Pronaf-M: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar nos

Municípios

RDC: Regime Diferenciado de Contratação

SISPAC: Sistema de Monitoramento do PAC

SUDENE: Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

UnB: Universidade de Brasília

5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Marco da Criação do Programa PAC2 Equipamentos ....................................... 16

Figura 2 – Modelo Lógico do PAC2 Equipamentos e a Relação com Governança,

Análise Socioeconômica e Tecnologia de Informação ...................................................... 21

Figura 3 – Fluxo Lógico do PAC2 Equipamentos para Estradas Vicinais ......................... 22

Figura 4 – Estradas Vicinais ....................................................... ....................................... 24

Figura 5 - Gráfico da Relação das Vias Municipais Pavimentadas e Não Pavimentadas

... 25

Figura 6 – Referências Básicas do Programa – Causas, Problemas e Consequências ....... 29

Figura 7 – Referências Básicas do Programa – Objetivos .................................................. 30

Figura 8 – Referências Básicas do Programa – Causas, Problemas, Consequências e

Objetivos ........................................................................................................................ 32

Figura 9 - Fatores de contexto para o Programa PAC2 Equipamentos ............................... 45

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantidade de Municípios por Objetivo ........................................................... 17

Tabela 2 – Quantidade de Equipamentos Entregues .......................................................... 17

Tabela 3 – Modalidades de Compras ................................................................................. 18

Tabela 4 – Distribuição dos Equipamentos por Região (dezembro de 2014) .................... 18

Tabela 5 – Resumo das Quantidades de Equipamentos Comprados e do Investimento

(reais de dezembro de 2014) .............................................................................................. 19

Tabela 6 - Extensão das Rodovias Brasileiras - Tipo de Pavimentação ............................. 33

Tabela 7 - Extensão das Rodovias Brasileiras - Ente da Federação [km] ........................... 33

6

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Cronograma e Etapas das Reuniões ................................................................. 13

Quadro 2 – Classificação das Estradas Vicinais ................................................................. 24

Quadro 3 – Qual o problema a ser resolvido pelo PAC2 Equipamentos? .......................... 26

Quadro 4 – Quais as causas do problema a ser resolvido pelo PAC2 Equipamentos? ....... 27

Quadro 5 – Quais as consequências do problema a ser resolvido pelo PAC2

Equipamentos? .................................................................................................................. 27

Quadro 6 – Instrumentos Normativos do Programa PAC2 Equipamentos ......................... 38

Quadro 7 – Modelo Lógico do PAC2 Equipamentos para Estradas Vicinais ..................... 41

Quadro 8 – Impactos Diretos e Efeitos Indiretos dos Resultados Esperados ...................... 43

Quadro 9 – Ações Associadas aos Fatores de Contexto do Programa PAC2

Equipamentos .................................................................................................................... 45

Quadro 10 – Vulnerabilidades do Programa PAC2 Equipamentos .................................... 48

Quadro 11 – Vulnerabilidade da Ação de Definição dos Municípios a Serem Atendidos. 49

Quadro 12 – Vulnerabilidade da Ação de Especificação dos Equipamentos ..................... 49

Quadro 13 – Vulnerabilidade da Ação de Compra dos Equipamentos ............................... 50

Quadro 14 – Vulnerabilidade da Ação de Doação dos Equipamentos ............................... 50

Quadro 15 – Vulnerabilidade da Ação de Acompanhamento do Uso dos Equipamentos

Doados ............................................................................................................................... 51

Quadro 16 – Metas e Indicadores para a Ação de Definição dos Municípios a Serem

Atendidos .......................................................................................................................... 55

Quadro 17 – Metas e Indicadores para a Ação de Especificação dos Equipamentos para

o Programa ........................................................................................................................ 55

Quadro 18 – Metas e Indicadores para a Ação de Compra dos Equipamentos .................. 56

Quadro 19 – Metas e Indicadores para a Ação de Doação das Máquinas aos Municípios 56

Quadro 20 – Metas e Indicadores para a Ação de Acompanhamento do Uso das Doadas 56

7

CAPÍTULO 1 - APRESENTAÇÃO

O presente estudo tem o objetivo de subsidiar a discussão acerca da ação de máquinas

e equipamentos para recuperação de estradas vicinais, dentro da segunda fase do Programa de

Aceleração do Crescimento. Para tanto, foi realizada a construção do presente Modelo Lógico

(ML), de modo que adotou-se três eixos principais: a explicação do problema e das referências

básicas, buscando esclarecer os objetivos a serem alcançados assim como o público-alvo e os

beneficiados; a estruturação da ação em torno do alcance de resultados, destrinchando seus

impactos e efeitos indiretos; e a identificação dos fatores de contexto do Programa PAC2

Equipamentos para Estradas Vicinais.

O modelo vislumbrado e elaborado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Inovação e

Estratégia (NINE/UnB), por meio do Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT),

vinculado à Universidade de Brasília (UnB), para o Ministério do Desenvolvimento Agrário

(MDA) busca configurar e apresentar um desenho do funcionamento da ação.

A construção do relatório da descrição do ML sintetiza ponderações realizadas sobre a

ação, referentes a seus procedimentos técnicos e metodológicos iniciados em janeiro de 2010,

no âmbito da construção de uma política pública para expansão e melhoria das condições de

acesso e locomoção nas estradas vicinais, que correspondem a quase 90% de estradas não

pavimentadas dos municípios brasileiros. Considerado um instrumento para explicitar a Teoria

do Programa, a definição e a aplicação do ML resulta em um processo que facilita o

planejamento, a comunicação, a implementação e resultados.

Essa proposição faz parte dos esforços realizados pelo Ministério do Desenvolvimento

Agrário para produção de estudos específicos voltados para a segunda fase do Programa de

Aceleração do Crescimento. Logo, ressalta-se que a construção do presente Modelo Lógico

leva em consideração o estímulo à gestão direcionada aos preceitos constitucionais relativos à

administração pública – legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência –

presentes no artigo 37 da Constituição Federal de 1988.

Nesta esteira, o desenvolvimento deste relatório é uma proposta para organizar as

atividades componentes da ação de máquinas e equipamentos de forma articulada aos resultados

esperados, explicitando os condicionantes que justificam a intervenção estatal. Esse relatório é

uma descrição do desempenho da implementação da referida ação, ressaltando o problema

objeto do programa e como este se qualifica, considerando os elementos do ML, a saber:

recursos, ações, produtos, resultados intermediários e finais, assim como as hipóteses que

suportam essas relações e as influências das variáveis relevantes de contexto.

Portanto, este relatório corresponde ao encerramento de uma etapa do desenvolvimento

metodológico realizado pelo NINE/UnB, formalizado pelo CDT, tendo contado com ampla

participação e apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário. É importante destacar que esta

etapa foi central na proposta metodológica, porque ao buscar esclarecer o que se espera da ação,

mediante a construção do Modelo Lógico de resultados, o instrumento aqui desenvolvido pode

8

ser utilizado em outras avaliações ex ante de programas, contribuindo para gerar referências

para avaliações a posteriori.

Deve-se registrar que a descrição de alguns aspectos da ação apresentada pode

apresentar alguma defasagem em relação ao seu funcionamento atual, dadas as mudanças em

normatizações pelas quais o MDA poderá passar desde o momento em que foram levantadas

essas informações. Contudo, isto não prejudica o entendimento da metodologia, visto ter sido

constatado que os ajustes não chegaram a modificar as referências fundamentais. Em última

análise, a dinâmica do Programa termina por ilustrar (e reiterar) a necessidade de atualização

permanente das ferramentas de planejamento e avaliação.

9

CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO

Criado em 2007, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) visou promover a

retomada do crescimento por meio da execução de grandes obras de infraestrutura social,

urbana, logística e energética no Brasil, com vistas a contribuir para o desenvolvimento

acelerado e sustentável do País. Pensado como um plano estratégico de resgate do planejamento

e de retomada dos investimentos em setores estruturantes do Brasil, em 2011 o PAC entrou na

sua segunda fase, conhecida como PAC2, buscando mais recursos e mais parcerias com estados

e municípios, para a execução de obras de infraestrutura que possam melhorar a qualidade de

vida nas cidades brasileiras.

Com o PAC2 o Governo Federal procurou reafirmar seu compromisso com o

desenvolvimento do País e de seus cidadãos. Desta forma, dentre os macro objetivos do

Programa destacam-se: universalização do acesso à energia elétrica e à água tratada no campo

e na cidade; ampliação da agricultura irrigada; revitalização de bacias hidrográficas; ampliação

do acesso à habitação; expansão das malhas rodoviária e ferroviária e sua integração com

portos, hidrovias e aeroportos; e conservação das estradas vicinais, importantes para o

escoamento da produção agrícola e para a segurança do tráfego de produtos, coletivo e escolar

nos pequenos municípios (MDA, 2015).

Considerado pelo MDA como a maior aquisição de equipamentos do mundo, o PAC2

Equipamentos é lançado ainda em 2011, com o objetivo de fornecer aos municípios - com

predominância de agricultores familiares ou localizados no semiárido e na região da

Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) - instrumentos para abertura,

recuperação, readequação e conservação de estradas vicinais na zona rural e para mitigação dos

efeitos da seca nas regiões do semiárido. A doação dos equipamentos iniciou-se em dezembro

de 2011 e se estendeu até junho de 2014.

O PAC2 Equipamentos teve investimento de cerca de R$ 5 bilhões para aquisição dos

equipamentos e beneficiou 5.071 municípios - que representam 91% das prefeituras do País, ou

seja, mais de 25 milhões de pessoas, com o intuito de fomentar a infraestrutura dos municípios

contemplados, garantindo a melhoria no transporte de produtos e pessoas no meio rural. Ao

MDA coube, primeiramente, a distribuição dos equipamentos, compostos por

retroescavadeiras, motoniveladoras, caminhões caçamba, caminhões pipa e pás carregadeiras.

Posteriormente, o MDA estabeleceu a normatização do Programa e operacionalizou o uso e o

monitoramento dos equipamentos doados às prefeituras, por meio de suas Delegacias Federais

de Desenvolvimento Agrário (DFDAs).

10

CAPÍTULO 3 - PRESSUPOSTOS DO MODELO LÓGICO DE RESULTADOS

A definição de uma metodologia capaz de estabelecer o mérito, a pertinência, a

eficiência, a eficácia e a efetividade social de políticas públicas e programas governamentais

objeto do presente projeto, é um desafio em termos de gestão e avaliação. Entretanto, é

necessário destacar que a gestão e a avaliação visam a reduzir incertezas, melhorar a efetividade

e propiciar a tomada de decisões relevantes. Deste modo, é possível oferecer respostas aos

beneficiários, ao governo e à sociedade sobre o uso dos recursos públicos; informar e orientar

os atores envolvidos sobre os resultados das ações das políticas e responder aos distintos

interesses e missões das instituições, dos gestores e técnicos envolvidos.

A partir do exposto salienta-se que a Teoria do Programa abrange os pressupostos sobre

mecanismos de análise, recursos e ações e como esses fatores garantirão os resultados

esperados. Assim, as hipóteses são de que os recursos adequados serão transformados em ações

necessárias para os beneficiários selecionados, e isso, em um determinado contexto, irá levar

aos resultados que um determinado programa pretende alcançar. Tornar explícitas as hipóteses

sobre como o programa supostamente deve funcionar, em variados contextos, cria a referência

principal em que se baseia a gestão e o seu instrumento imprescindível, a avaliação.

A proposta de avaliação em desenvolvimento pelo MDA tem fundamento na

metodologia de Exame de Avaliabilidade de Joseph S. Wholey, instrumento elaborado

enquanto uma abordagem de pré-avaliação para verificar se um programa está pronto para ser

gerenciado por resultados. Caso a averiguação conclua que o desenho do programa não permite

tal gerenciamento, esta metodologia é capaz ainda de identificar quais as mudanças necessárias

para que isto ocorra. Implica, assim, a verificação da concepção do programa e dos aspectos de

sua implementação, de forma a identificar elementos favoráveis ou obstáculos ao alcance dos

resultados desejados, a partir de uma abordagem metodológica qualitativa (WHOLEY;

HATRY; NEWCOMER, 2004).

Esta metodologia busca atingir os seguintes objetivos:

Evidenciar o que se espera do programa, com base no seu modelo lógico, identificando

objetivos, recursos alocados, ações a serem executadas, resultados esperados e relações

causais;

Estabelecer indicadores de desempenho;

Esclarecer a realidade de implementação do programa;

Verificar a exequibilidade do programa, a possibilidade de mensuração do desempenho

e de alcance dos objetivos pretendidos; e

Oferecer subsídios para o aperfeiçoamento.

A metodologia também prevê a estruturação de um plano de avaliação para o programa

avaliado, condicionada aos seguintes aspectos:

Interesse dos formuladores e dos gerentes da política em realizar a avaliação;

Unidade no entendimento dos objetivos e critérios de desempenho;

11

Modelo Lógico (teoria do programa) bem definido;

Programa com objetivos plausíveis;

Obtenção dos dados relevantes de desempenho dentro de custos razoáveis; e

Concordância quanto ao uso dos resultados.

Logo, a metodologia proposta contribui para o adequado desenho de um programa e que o

mesmo possa ser gerenciado por resultados. Neste sentido, deve-se orientar a estratégia de

execução do programa e a definição dos indicadores para o monitoramento e a avaliação. O

processo de formulação do ML do programa deverá contribuir para garantir as seguintes

condições:

Definição clara e plausível dos objetivos e resultados esperados do programa;

Identificação de indicadores relevantes de desempenho, que possam ser obtidos a um

custo razoável;

Comprometimento dos gestores do programa com o que está proposto no modelo lógico.

Atendidas essas condições, o ML serve como um organizador para desenhar avaliação

e medidas de desempenho, focalizando nos elementos constitutivos do programa e

identificando quais questões devem ser colocadas para avaliação e quais medidas de

desempenho são relevantes. É importante ressaltar que a construção de uma referência

prévia para a avaliação busca estabelecer consensos para as expectativas dos diversos

atores envolvidos. À medida que pontos prioritários e parâmetros de julgamento são

pactuados anteriormente à avaliação propriamente dita, minimiza-se o risco de

divergências quanto ao desenho da avaliação, à interpretação dos resultados e às

recomendações de mudanças no programa avaliado;

Avaliar a exequibilidade do programa, bem como a capacidade de mensuração de seu

desempenho e de alcance dos objetivos planejados; e

Fornecer subsídios consistentes para auxiliar a tomada de decisão sobre os

aperfeiçoamentos que podem ser feitos no programa ou, se for o caso, apontar para a

realização de avaliação intensiva.

Portanto, o ML se materializa em diagramas e fluxos de processos que explicitam a Teoria

do Programa para a construção de indicadores de acompanhamento e monitoramento,

fornecendo as bases de avaliação da política pública. Com este intuito, o Modelo Lógico é

composto de três partes:

1. Explicação do problema e referências básicas do programa;

2. Estruturação do programa para o alcance de resultados;

3. Identificação dos fatores de contexto.

3.1 Descrição das Atividades Realizadas para a Construção do Modelo Lógico do PAC2

Equipamentos

Após a formalização da parceria entre a UnB e o MDA no segundo semestre de 2014,

foram realizadas ainda neste ano, reuniões introdutórias com a intenção de passar aos membros

12

da equipe UnB informações sobre o Programa e estabelecer com o MDA os encaminhamentos

necessários. Para tanto a construção da presente estrutura de avaliação está baseada na

metodologia de Wholey, Hatry e Newcomer (2004), que também foi utilizada por Ferreira,

Cassiolato e Gonzalez (2009). A escolha deste referencial metodológico visou permitir a

construção de uma referência para avaliação de programas do PAC e promover o aprendizado

na implementação de processo de avaliações específicas no MDA.

Para a construção deste ML foram estabelecidas nove etapas básicas enumeradas em seguida.

1. Definição do problema a ser resolvido;

2. Levantamento das causas e consequências do problema;

3. Definição dos objetivos (geral e específicos);

4. Estruturação do programa (recursos, ações, atividades, produtos/serviços, resultados

intermediários e resultado final);

5. Análise do resultado final: impactos e efeitos indiretos;

6. Levantamento dos fatores de contexto (favoráveis e desfavoráveis);

7. Análise de vulnerabilidade;

8. Definição de indicadores;

9. Construção do fluxograma do processo.

Desta forma, a construção do ML requereu tempo, envolvimento e cooperação do grupo

técnico de trabalho; e por grupo entendem-se a equipe de coordenação de avaliação e

monitoramento, os gestores do projeto e os executores do Programa. É preciso ter presente que

o Modelo Lógico expressa apenas o que é considerado essencial no programa e esse resultado

é tanto melhor quanto maior for a participação das equipes.

Assim, foram necessárias várias reuniões, para a construção dos diagramas, além de

contatos eletrônico e telefônico com gestores e executores do PAC2 Equipamentos do MDA.

Destaca-se, ainda, a assessoria técnica da UnB por meio do NINE/UnB para a realização deste

trabalho. Com base nos documentos disponíveis obteve-se uma primeira leitura do Programa,

os quais foram transportados para os diagramas. O passo seguinte foi discuti-los com os

gestores.

Adotou-se a estratégia de compartilhar o conhecimento entre todos os membros da equipe

de trabalho. Esse procedimento mostrou-se essencial para a consolidação dos objetivos e

resultados propostos. Em seguida, os diagramas foram feitos com base no que foi discutido e

pactuado. Esta foi a condição para a definição dos indicadores de produto e resultados

intermediário e final.

O Quadro 1 traz uma síntese das atividades desenvolvidas entre novembro de 2014 e julho

de 2015, com etapas preliminares para formulação de proposição de pesquisa, diagnóstico

situacional e discussão de variáveis econômicas com vistas à construção do ML do Programa

PAC2 Equipamentos. Foram incorporadas informações relativas à institucionalização da

função de avaliação no MDA, colocando o tema em outro patamar na estrutura do sistema de

planejamento do Ministério.

13

Quadro 1 – Cronograma e Etapas das Reuniões. Reunião Etapas

10/11/2014 Apresentação do projeto, da equipe e dos resultados esperados

09/01/2015 Apresentação do resumo executivo

Proposição da agenda de pesquisa

22/01/2015 Definição das etapas do projeto

Apresentação de resultados parciais em andamento

12/02/2015 Exposição do diagnóstico situacional

Discussão sobre protótipos do novo sistema

Discussão sobre variáveis econômicas

05/03/2015 Construção e análise do questionário do Relatório Anual de Utilização dos Equipamentos

Discussão sobre variáveis econômicas

18/03/2015 Discussão e análise do questionário do Relatório Anual de Utilização dos Equipamentos

25/03/2015 Apresentação de resultados parciais em andamento

Atualização da agenda de pesquisa

Início das discussões sobre Modelo Lógico

08/04/2015 Discussão e análise do questionário do Relatório Anual de Utilização dos Equipamentos

Discussão sobre o envio do questionário para as prefeituras

Debate sobre a composição de indicadores de monitoramento e de avaliação do Programa

14/04/2015 Apresentação de resultados parciais em andamento

Atualização da agenda de pesquisa

Construção do ML, entendimento do Programa

16/04/2015 Construção do ML: Etapa 1 (problema) e Etapa 2 (causas e consequências do problema)

22/04/2015 Construção do ML: Etapa 3 (objetivos gerais e específicos)

Revisão das Etapas 1 e 2 do ML

29/04/2015 Construção do ML: Etapa 4 (estruturação do programa)

Revisão da Etapa 3 do ML

07/05/2015 Construção do ML

Revisão das Etapas 1, 2, 3 e 4 do ML

13/05/2015 Construção do ML: Etapa 5 (resultado final do programa) e Etapa 6 (fatores de contexto)

20/05/2015

Revisão da Etapa 5 do ML

Construção do ML: Etapa 7 (análise de vulnerabilidade)

27/05/2015 Construção do ML: Etapa 7 (análise de vulnerabilidade)

03/06/2015 Construção do ML: Etapa 7 (análise de vulnerabilidade)

14

Estruturação do fluxograma do processo

10/06/2015 Apresentação de versão preliminar do ML do PAC2 Equipamentos, com as Etapas de 1 a 7

Construção do Modelo Lógico: Etapa 8 (definição de indicadores)

17/06/2015 Construção do ML, discussão sobre possíveis indicadores

24/06/2015 Construção do ML, discussão sobre indicadores

01/07/2015 Construção do ML: Discussão e validação do texto preliminar

Tendo em vista a complexidade e a dimensão do trabalho de monitoramento (18.071

equipamentos distribuídos a 5.071 municípios nas 26 Unidades da Federação), este ML

contribui no monitoramento e na avaliação do PAC2 Equipamentos, identificando gargalos e

apresentando sugestões para mensuração de seus impactos. Portanto, o presente relatório visa

registrar a construção do ML do PAC2 Equipamentos, de modo a permitir a edificação de uma

estratégia bem delineada e o aprimoramento de controles sistematizados da estrutura de

acompanhamento e de avaliação do Programa.

Em um sentido mais amplo, a parceria também se presta ao levantamento de

informações sobre a infraestrutura rural dos municípios brasileiros, subsidiando futuras ações

que promovam melhores condições no transporte de pessoas e escoamento da produção.

Chama-se atenção que a construção do presente Modelo Lógico do PAC2 Equipamentos ocorre

a posteriori do lançamento do Programa. Isto é, o PAC2 Equipamentos já se encontra concebido

e realizado, restando tão somente as etapas de acompanhamento e avaliação dos resultados.

15

CAPÍTULO 4 - MODELO LÓGICO DO PAC2 EQUIPAMENTOS E MARCO DO

PROGRAMA

Como contextualizado anteriormente, nos capítulos 1 e 2, o MDA foi o órgão

responsável pela operacionalização do PAC2 Equipamentos, programa este que promoveu o

estímulo à abertura, recuperação e manutenção de estradas vicinais, visando não apenas garantir

a melhoria no transporte de produtos e de pessoas no meio rural, como também executar ações

de mitigação dos efeitos da seca e do acesso a água, colaborando para a melhoria do transporte

escolar em áreas rurais, para a redução da erosão de terra e da degradação do meio ambiente e

para o incremento do turismo rural.

Para o enfrentamento da seca foi realizada a aquisição de máquinas e equipamentos que

subsidiassem as ações. Deste modo os equipamentos podem ser utilizados no transporte de água

para a população, entre outras ações, como também na escavação de barreiros e barragens para

captação e armazenamento de água. A partir do contexto apresentado, verificou-se a

necessidade de uma proposição para o efetivo controle das ações desempenhadas pela

supervisão do Programa (MDA, 2015).

Sendo assim, está demonstrada a pertinência do Programa PAC2 Equipamentos, que

tem como meta norteadora ampliar e qualificar a oferta de bens e serviços para a melhoria da

infraestrutura territorial, consolidando a abordagem territorial como estratégia de

desenvolvimento sustentável para o Brasil Rural e, ainda incentivar e fomentar a produção

agropecuária dos agricultores familiares e assentados da Reforma Agrária, por meio da

manutenção e recuperação de estradas vicinais em municípios de até 50 mil habitantes

(pequenos municípios).

O PAC2 Equipamentos teve como ação dotar as administrações municipais de meios

para abertura, recuperação, readequação e conservação de estradas vicinais de municípios com

predominância de agricultores familiares e para mitigação dos efeitos da seca nas regiões do

semiárido. Além disso, em função dos efeitos negativos do período de estiagem e seca, o Comitê

Gestor do PAC ampliou a abrangência do Programa para aqueles municípios localizados no

semiárido e na região de atuação da SUDENE que tiveram reconhecida essa situação de

emergência, a partir de fevereiro de 2012 até meados de maio de 2013 (por meio de decreto

federal), inclusive municípios com população superior a 50 mil habitantes.

Assim, com vistas a fomentar a infraestrutura de pequenos municípios lhes foram

doados retroescavadeiras, motoniveladoras e caminhões caçamba (MDA, 2015). Além dos três

equipamentos mencionados anteriormente, o MDA acrescentou para os municípios da região

do semiárido e de atuação da SUDENE, posteriormente, a doação dos equipamentos pá

carregadeira e caminhão pipa. Ressalta-se que a utilização deste tipo de maquinário para

manutenção de estradas vicinais deve ser vista como uma questão objetiva de superação das

dificuldades de manutenção dessas vias (SANTOS; PASTORI; AUGUSTO JÚNIOR;

CUNHA, 1988). A Figura 1 apresenta o marco da criação do Programa PAC2 Equipamentos

com uma linha no tempo apresentando desde janeiro de 2010 (MDA, 2015).

16

Figura 1 – Marco da Criação do Programa PAC2 Equipamentos.

Publicação da carta-consulta e fixação do prazo (de 05/07/10 a 31/08/10) para preenchimento do

cadastro (fontes de recursos)

17

De acordo com o marco da definição do Programa, o MDA almeja os seguintes

resultados a serem alcançados:

Melhorias no escoamento da produção, principalmente dos agricultores familiares

durante as épocas de chuvas e de secas;

Melhorias no transporte escolar;

Redução de erosão de terra e da degradação do meio ambiente;

Incremento do turismo rural; e

Incremento do acesso à água, principalmente nos municípios em situação emergencial

de seca.

As ações executadas pelo MDA, no escopo do PAC2 Equipamentos, atualmente

beneficiam 5.071 municípios (cerca de 91% dos municípios do Brasil). Considerando o grande

número de municípios, bem como de equipamentos, seguem algumas informações e tabelas, de

modo a viabilizar melhor entendimento do Programa. Assim, destaca-se a Tabela 1 a seguir, a

qual detalha a divisão dos municípios a partir dos objetivos do PAC2 Equipamentos:

recuperação de estradas vicinais e minimização dos efeitos da seca.

Tabela 1 – Quantidade de Municípios por Objetivo. Objetivo Quantidade de Municípios Recuperação de estradas vicinais 3.631 Situação de emergência de seca 1.440 Total 5.071

No que tange à distribuição das máquinas, registra-se que após a divulgação dos

resultados do Censo demográfico de 2010, 10 municípios receberam somente retroescavadeira,

pois passaram a ter mais de 50 mil habitantes (MDA, 2015). As entregas dos equipamentos

foram iniciadas em 2011 e encerraram em 2014. No total foram entregues 18.071 equipamentos,

detalhados na Tabela 2 mostrada em sequência.

Tabela 2 – Quantidade de Equipamentos Entregues. Equipamentos Quantidade Retroescavadeira 5.071 Motoniveladora 5.060 Caminhão caçamba 5.060 Caminhão pipa 1.440 Pá carregadeira 1.440 Total 18.071

Por sua vez, a Tabela 3, a seguir, apresenta as modalidades de compra dos equipamentos

no PAC2 Equipamentos, levando-se em consideração até a data de 07/03/2014, efetuadas por

meio de pregão, Dispensa de Licitação e Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Destaca-

se que o RDC foi instituído em 2011 pela Lei nº 12.462 e regulamentado pelo Decreto nº 7.581

no mesmo ano (BRASIL, 2011a e 2011b), com o intuito de ampliar a eficiência nas contratações

públicas e a competividade do Estado. Observa-se que o RDC é aplicável às licitações e aos

contratos destinados ao atendimento de demandas dos eventos internacionais de grande porte

18

realizados no Brasil, bem como às ações integrantes do PAC, além de outras situações

especificadas em lei.

Tabela 3 – Modalidades de Compras. Forma de

contratação Retroescavadeira Motoniveladora Caminhão

caçamba Caminhão

pipa Pá

carregadeira Total

Pregão (2011 e 2012) 5.071 2.490 0 0 0 7.561

Dispensa de licitação 0 0 530 195 245 970

RDC 0 2.570 4.530 1.245 1.195 9.540 Total 5.071 5.060 5.060 1.440 1.440 18.071

Desta forma, verifica-se que 100% das compras foram finalizadas de acordo com a

projeção inicial do Programa. É importante destacar que foram realizadas algumas ações de

controle relativas à aquisição do maquinário. Nesse sentido, o presente relatório, pertinente ao

ML, consolida os resultados das mesmas, sendo asseverado que os municípios beneficiados são

acompanhados pelas DFDAs, unidades descentralizadas do MDA responsáveis pela

fiscalização. Vale salientar que foram efetuadas, ainda, ações de controle, realizadas pela

Controladoria-Geral da União (CGU), nos municípios beneficiados com os maquinários

caminhão cisterna, pá carregadeira ou caminhão basculante, doados no âmbito das Dispensas

de Licitação, para combate aos efeitos da seca e/ou estiagem na região de atuação da SUDENE

(CGU, 2013).

A próxima tabela, por sua vez, apresenta a distribuição dos equipamentos por regiões,

especificando os equipamentos disponibilizados pelo Governo Federal, considerando,

primeiramente, situações de emergência provocadas pela seca na região Nordeste, e parte da

Sudeste (sobretudo, na região norte de Minas Gerais), e por fim, sopesando a melhoria das

estradas vicinais, já que as mesmas em sua grande extensão são de responsabilidade do

município.

Tabela 4 – Distribuição dos Equipamentos por Região (dezembro de 2014).

Região Retroescavadeira Motoniveladora Caminhão

Caçamba

Caminhão

Pipa

carregadeira Total

Centro Oeste 432 432 432 0 0 1.296

Nordeste 1.719 1.716 1.716 1.305 1.305 7.761

Norte 394 386 386 0 0 1.168

Sudeste 1.435 1.435 1.435 135 135 4.575

Sul 1.091 1.091 1.091 0 0 3.273

Total 5.071 5.060 5.060 1.440 1.440 18.071

Na Tabela 4 pôde-se observar que a região Nordeste recebeu 42,9% dos equipamentos

doados. As demais regiões, Sudeste, Sul, Centro Oeste e Norte receberam, respectivamente,

25,3%, 18,1%, 7,2% e 6,5% dos equipamentos. A Tabela 5, em sequência, apresenta os totais

de equipamentos comprados por tipo e o total investido com cada tipo contratado. Portanto, o

Programa envolveu a doação de 18.071 equipamentos, o que correspondeu a um investimento

de aproximadamente R$ 5 bilhões de reais.

19

Tabela 5 – Resumo das Quantidades de Equipamentos Comprados e do Investimento (reais de dezembro

de 2014). Região Quantidade Comprada Investimento [R$ milhões] Retroescavadeira 5.071 799,80 Motoniveladora 5.060 2.167,90 Caminhão caçamba 5.060 1.213,40 Caminhão pipa 1.440 375,50 Pá carregadeira 1.440 442,10 Total 18.071 R$ 4.998,70

Verifica-se na Tabela 5 que as quantidades compradas de retroescavadeiras,

motoniveladoras e caminhões caçamba foram equivalentes ao número de municípios atendidos.

Os equipamentos do tipo caminhão pipa e pá carregadeira foram entregues aos municípios, que

sofrem com os efeitos da seca, os quais também receberam os três primeiros. Considerando o

contexto do PAC2 Equipamentos em termos de inserção estratégica de políticas orientadas à

infraestrutura rodoviária do País, percebe-se a relevância do referido Programa em proporcionar

melhoramentos nas estradas rurais dos municípios brasileiros.

Em função da documentação levantada e da normatização do Programa PAC2, ao final

de 2013 foi apresentado pela CGU o Relatório de Acompanhamento da Execução de Programa

de Governo Nº 43, Ação 12NR – Aquisição de máquinas e equipamentos para recuperação de

estradas vicinais para municípios com até 50.000 habitantes (CGU, 2013). Esse relatório

apontou um conjunto de questionamentos quanto à gestão e ao acompanhamento do Programa,

criou espaços para avanços no campo do planejamento governamental e, por fim, para a

definição de proposições para controle efetivo da ação governamental.

Cabe ressaltar que embora grande parte da população brasileira se localize em grandes

centros urbanos, deve-se refletir em torno do desenvolvimento e da expansão dessa

infraestrutura, de modo que os pequenos municípios consigam estabelecer suas competências

previstas em lei (art. 30 da Constituição Federal de 1988), haja vista que uma das características

que mais se destaca em boa parte da população rural brasileira, quando comparada à população

urbana, é a condição de escassez de recursos e de precariedade de acesso aos bens e serviços

públicos.

Sendo assim, o MDA apoia e contribui para a autonomia das prefeituras na realização

de obras necessárias para abertura, manutenção e recuperação de estradas vicinais, bem como

de obras que visam melhorar a convivência com as situações de seca e estiagem em algumas

regiões do Brasil. Dessa forma, espera-se que haja impactos positivos no escoamento de

produção dos agricultores familiares e assentados da reforma agrária, no transporte da

20

população rural, e na captação e distribuição de água para pessoas e animais na região do

Semiárido e de abrangência da SUDENE.

Nesse sentido, o MDA demonstra preocupação em observar adequadamente o grau de

ressonância entre as ações implementadas e os objetivos propostos pelo PAC2 Equipamentos.

A medida que as prefeituras recebem os maquinários previstos em seus projetos básicos,

importa saber, de fato, como os equipamentos têm sido utilizados para que se possa aprimorar

a gestão do programa ou para conhecer melhor a realidade específica dos municípios por meio

dos resultados alcançados face aos objetivos iniciais estabelecidos.

Com o intuito de monitorar o processo, avaliar os resultados, melhorar o ciclo da política

pública, dentre outros objetivos, percebe-se a importância de o MDA aprimorar o processo de

monitoramento e fiscalização da utilização dos equipamentos, de modo ostensivo, para

assegurar o uso e a aplicação correta dos recursos públicos. Por exemplo, espera-se responder

às seguintes questões:

Os equipamentos estão sendo utilizados de acordo com as finalidades para as quais se

destinam? Em caso negativo, por quê?

Houve alguma falha na prestação dos serviços de garantia e assistência técnica causando

inoperância do equipamento?

Houve ingerência ou desvio de função e uso por parte da administração municipal?

Houve falta de recursos ou capacitação para a utilização do maquinário?

Quais medidas de eficácia e efetividade da política podem ser adotadas?

Quantos quilômetros de estradas foram melhorados em decorrência da utilização dos

equipamentos doados?

Assim, a construção deste ML para avaliação do PAC2 Equipamentos visa estabelecer

consensos para as expectativas entre os diversos atores institucionais envolvidos: MDA, UnB,

CGU, municípios e outros. Cabe destacar que a consonância no que se refere ao modelo de

avaliação reduz riscos de divergências quanto à interpretação dos resultados e recomendações

de mudanças no programa avaliado. Uma vez que o ML do Programa tenha sido construído,

têm-se insumos importantes para que se investigue e se estruture sua governança. Além disso,

o ML colabora para que a análise socioeconômica seja realizada, focando nos aspectos

relevantes. A Figura 2 ilustra a relação entre Modelo Lógico, governança, análise

socioeconômica e tecnologia de informação. A tecnologia de informação complementa, dá

forma e sistematiza os demais, permitindo que processos sejam automatizados.

21

Figura 2 – Modelo Lógico do PAC2 Equipamentos e a Relação com Governança, Análise Socioeconômica e

Tecnologia de Informação.

A seguir, na Figura 3, é demonstrada a ilustração do fluxo lógico do PAC2

Equipamentos para Estradas Vicinais, abordando os recursos, as ações, os resultados esperados,

os objetivos intermediários e os objetivos finais, com base em MDA (2015). Mais adiante, é

feita uma discussão aprofundada do fluxograma do processo mais adequado.

Modelo Lógico PAC2 Equipamentos

Governança

Análise Socioeconômica

Tecnologia de

Informação

22

Figura 3 – Fluxo Lógico do PAC2 Equipamentos para Estradas Vicinais.

Recursos Investimento monetário

Apoio técnico (MDA e outros)

Ação Doação de máquinas (caminhão, motoniveladora,

retroescavadeira, pá carregadeira e caminhão pipa)

Resultados Esperados

Melhoria do escoamento da produção (agricultura familiar)

Melhoria do transporte escolar

Redução da erosão e degradação ambiental

Incremento do turismo rural

Acesso à água (regiões de seca)

Objetivos

Intermediários

Abertura, recuperação, readequação e conservação de estradas vicinais

Mitigação dos efeitos da seca

Objetivo Final

Melhora no transporte de produtos e pessoas no meio rural

23

4.1 Explicação do Problema e Referências Básicas do Programa

O PAC2 Equipamentos para Estradas Vicinais surge em 2010, dentro da segunda etapa

do PAC, mediante a constatação de que as condições das estradas vicinais do Brasil afetam o

deslocamento da produção agropecuária, principalmente dos pequenos produtores familiares,

além de também comprometerem a prestação de serviços de saúde, o transporte coletivo e de

estudantes da área rural.

As estradas vicinais no Brasil têm seu início atribuído à ocupação do território nacional,

de forma que existem desde o descobrimento do País e sua posterior expansão, com a

interiorização das cidades antes localizadas no litoral (SALGADO, 1978). Destaca-se que

inicialmente os portugueses que colonizaram o Brasil criavam dificuldades às entradas País

adentro, receosos de despovoarem a costa. A circunstância do descobrimento das minas foi o

que determinou a colonização do interior (HOLANDA, 1995).

Verifica-se que tropas e expedições responsáveis pela integração de centros agrícolas e

portos litorâneos, e os próprios ranchos, que posteriormente se transformaram em cidades, se

constituíram nos elementos mais eficazes de construção da infraestrutura de unidade brasileira

(SALGADO, 1978). Com efeito, a habitação em cidades manifesta-se nitidamente em

povoações, mas também em traçados de vias modeladas parte pela vontade humana (dispostas

segundo o capricho dos moradores), parte pela sinuosidade e pelas asperezas do solo

(HOLANDA, 1995).

Assim, percebe-se que a preocupação com as estradas vicinais, e também com pontes,

bueiros, passagem molhada, entre outros, é anterior ao PAC2 Equipamentos, tendo em vista a

importância da infraestrutura de transporte para o devido desenvolvimento do País. Em ação

recente do Governo Federal, conforme Abramovay e Veiga (1999), o Programa Nacional de

Fortalecimento da Agricultura Familiar nos Municípios (PRONAF-M) permitia o

financiamento deste tipo de infraestrutura e, além disso, a melhoria das estradas vicinais era

uma reivindicação dos agricultores. Mas, enquanto o PRONAF-M almeja o incremento da

agricultura familiar, o PAC2 Equipamentos amplia o escopo e considera a mobilidade rural dos

municípios atendidos.

Apesar de não haver um conceito jurídico definido sobre estradas vicinais - e nem

mesmo acordo quanto a terminologia utilizada, seja no código de trânsito, seja no principal

órgão gestor e executor do Ministério dos Transportes, o Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transportes (DNIT), entende-se como uma via vicinal uma “estrada local,

destinada principalmente a dar acesso a propriedades lindeiras ou caminho que liga povoações

relativamente pequenas e próximas” (DNIT, 2007, p. 3), como demonstrado na Figura 4.

24

Figura 4 – Estradas Vicinais.

A via funcional pode ser pavimentada e também pode ser de responsabilidade dos

estados ou do Governo Federal. Quando assim é administrada e edificada, estabelece-se a

nomenclatura de rodovia vicinal (DNER, 2012). Quando denominada estrada vicinal, é objeto

do PAC2 Equipamentos e sua classificação é descrita conforme o Quadro 2 mostrado a seguir.

Quadro 2 – Classificação das Estradas Vicinais.

Administração

Particulares: ainda que essas estradas sejam classificadas como particulares, já há o

entendimento de que não se pode imputar ao proprietário rural a responsabilidade pela

manutenção e melhoria da via, pois, muitas vezes, essas estradas vicinais foram

abertas por proprietários anteriores e lhe são impostas por terceiros

Municipais

Função dentro da

rede viária

Arteriais: efetuam interligações de municípios

Coletoras: efetuam a ligação das estradas locais às arteriais

Locais: efetuam acessos a todas as propriedades lindeiras, usinas e indústrias

Padrão técnico

A, B, C, D e E: em classes, de acordo com os valores máximos de suas rampas, e os

mínimos de raios de curva, larguras de pista e de acostamentos, distâncias de

visibilidade etc.

Características

físicas

Não pavimentadas, de uma ou duas pistas etc., e do relevo (plano, ondulado ou

montanhoso)

Fonte: Elaborado a partir de DNIT (2007), DNER (2012) e DER/SP (2012).

Para o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), o objetivo das vicinais

consiste em “promover a interligação das malhas viárias regionais, integrar sistemas modais

existentes, canalizar a produção para sistema viário superior e centros de armazenagem,

Município A Município B

Município C

Arterial

Arterial Arterial

Local Local

Local

Local

Local

Local

Coletora

Coletora

Coletora

25

consumo, industrialização, comercialização ou exportação e/ou assegurar acesso rodoviário a

núcleos populacionais carentes” (DNER, 2012, p. 71). Para o Conselho Nacional do Meio

Ambiente, é inequívoca a relevância da rede de vicinais para a economia nacional e as

economias estaduais e municipais, haja vista sua utilização para toda a atividade humana que

exija algum tipo de deslocamento (CONAMA, 2012).

Destaca-se que as características das vicinais são historicamente condicionadas pelo

aproveitamento dos traçados existentes, de modo que seus custos de construção sejam

compatíveis com seu tráfego e função (CONAMA, 2012). As limitações econômicas levam,

em geral, à adoção de um traçado próximo do terreno natural, condicionando as demais

características das vicinais. Este elemento conduz à inserção de alternativas mais econômicas,

considerando-se todos os custos de construção, conservação, pavimentação e manutenção da

estrada, ao longo de toda a sua vida útil (DER/SP, 2012; DNER, 2012).

A Figura 5 ilustra a relação da extensão de estradas municipais pavimentadas e não

pavimentadas por Estado, por meio de um gráfico.

Figura 5 - Gráfico da Relação das Vias Municipais Pavimentadas e Não Pavimentadas. Fonte: DNIT (2014).

Assim, o desafio proposto pelo PAC2 Equipamentos é buscar melhorar as condições

das estradas vicinais sem pavimentação. Como estas vias de transporte estão sob a

responsabilidade dos municípios, a solução escolhida foi a de provê-los de máquinas

necessárias para abertura, adequação e manutenção dessas estradas. Por sua vez, a contrapartida

das prefeituras é a de providenciar motoristas, combustível e manutenção das máquinas, além

de utilizarem os equipamentos para obras de interesse social, voltadas à promoção da

agricultura familiar e da Reforma Agrária.

26

Com base em MDA (2015) foi estabelecido o enunciado do problema: as más condições

das estradas vicinais prejudicam o escoamento da produção agropecuária dos produtores

familiares e dificulta o acesso às escolas. Contudo, em reunião realizada pela equipe do projeto

em 16/04/2015, foi discutida e levantada a definição do problema referente a aplicabilidade do

PAC2 Equipamentos, assim como foi proposto encontrar e adicionar ao problema mecanismos

que minimizem efeitos contrários ao esperado pelo projeto. O Quadro 3 relaciona a redação

dada ao problema nesta reunião, com duas possibilidades.

Quadro 3 – Qual o problema a ser resolvido pelo PAC2 Equipamentos?

Os impactos negativos da seca e das más condições das estradas vicinais na agricultura familiar;

Os impactos negativos da seca e das más condições das estradas vicinais na agricultura familiar, bem

como seus reflexos no(a):

o Escoamento da produção;

o Acesso das famílias às escolas e à saúde;

o Produção e nas condições de vida da agricultura familiar.

Sobre o Quadro 3, comenta-se que a primeira definição do problema busca a

simplicidade, destacando o problema da seca e das más condições das estradas vicinais para os

agricultores familiares. Fica implícito que a seca afeta a produção e a qualidade de vida dos

agricultores e que as más condições das estradas vicinais prejudicam o escoamento da produção

e a movimentação de pessoas. Já a segunda formulação do problema mantém a frase inicial,

mas acrescenta para a questão os impactos da seca e das más condições das estradas vicinais. É

dado destaque para os impactos negativos sobre a produção, no acesso à escola e à saúde e na

produção e nas condições de vida da agricultura familiar.

A questão da formulação do problema é abordada por Huertas (2007), que argumenta

que os atores constroem sua explicação situacional a partir do conhecimento e das informações

que dispõem. Cada um processa as informações com base em seus valores, ideologias, teorias

e interesses. Logo, não cabe questionar a explicação elaborada para o problema, mas situá-la

na visão do agente que apresenta a explicação. Conforme Ferreira, Cassiolato e Gonzalez

(2009), o passo inicial para a elaboração de programas públicos deveria ser a definição do

problema e a elaboração da sua explicação. Uma vez definido o problema a ser enfrentado pela

política pública, o objetivo geral é identificado, isto é, a mudança da situação do problema. O

público-alvo também fica definido, tornando-se mais claro quais ações irão compor o programa,

de modo a alterar as causas do problema.

O PAC2 Equipamentos não possui documentação que faça a análise inicial do problema,

com levantamento de causas e consequências. Entende-se que o Programa foi elaborado com

base em uma compreensão informal do problema. Em face desse cenário, buscou-se identificar

as principais causas e consequências para o problema formulado. O Quadro 4 relaciona as

causas citadas para o problema em questão, agrupadas em quatro grandes demandas.

27

Quadro 4 – Quais as causas do problema a ser resolvido pelo PAC2 Equipamentos? Recursos o Municípios com escassez de recursos para recuperar e manter as estradas vicinais;

o Municípios com falta de máquinas (implementos rodoviários);

Extensão e Controle o Falta de controle e mapeamento das estradas vicinais (diversas instâncias);

o 78,8% das rodovias brasileiras são estradas vicinais municipais (DNIT, 2014);

o Estradas vicinais fora de parâmetros técnicos;

Seca o Falta de reservatórios e alternativas de fonte de água para os períodos de seca;

o Falta de preparação para o convívio e produção durante período de seca;

o Baixa pluviosidade em determinadas regiões do país;

o Políticas públicas desfragmentadas para combate à seca e aos seus efeitos;

Outros o Uso intenso de estradas vicinais;

o Histórico da ocupação do País, de abertura das estradas e de organização do transporte.

Em relação às causas associadas aos recursos, foi identificado que a má condição das

estradas vicinais está relacionada à falta de recursos dos municípios para recuperar e manter as

estradas. Além disso, também foi registrado que no passado havia verdadeira falta de máquinas

(equipamentos rodoviários) em poder dos municípios para que as obras de recuperação e

manutenção fossem realizadas.

Outra questão é a grande representatividade das estradas vicinais na malha rodoviária

brasileira, a qual chega a 78,8% (DNIT, 2014), o que justifica a importância do problema. Além

disso, registrou-se também a falta de controle e mapeamento das estradas vicinais. Por fim,

outro aspecto é o fato da estrada vicinal estar fora de parâmetros técnicos adequados, levando-

a a prestar um serviço de pior qualidade e de sofrer e degradar-se mais facilmente com as chuvas

e com o uso.

Quanto ao problema da seca, são relacionadas como causas a baixa pluviosidade em

certas regiões do Brasil, a falta de reservatórios e de alternativas de fonte de água e a falta de

preparação para o convívio e produção durante o período de seca. Também foi citada a

ocorrência de políticas públicas desfragmentadas de combate à seca e aos seus efeitos. Por fim,

também foram relacionados como causas do problema o uso intenso de estradas vicinais e o

próprio histórico da ocupação do País, de abertura das estradas e de organização da estrutura de

transporte. Na sequência, o Quadro 5 apresenta as consequências do problema objetivado pelo

PAC2 Equipamentos.

Quadro 5 – Quais as consequências do problema a ser resolvido pelo PAC2 Equipamentos? Econômicas o Elevação do custo do transporte dos produtos da agricultura familiar;

o Elevação do preço dos produtos da agricultura familiar;

o Desestímulo à agricultura familiar;

o Desestímulo para o agricultor obter financiamento nas linhas de crédito para a agricultura familiar;

28

o Menor oferta de produtos da agricultura familiar para os consumidores;

o Perdas e menor qualidade do produto que chega ao meio urbano;

Sociais o Baixa frequência escolar;

o Baixo rendimento escolar;

o Dificuldade de acesso à saúde;

o Dificuldade de levar serviços públicos para o meio rural;

Migração o Êxodo rural;

o Perda de capital humano no meio rural;

o Baixa profissionalização e capacitação do agricultor familiar;

Seca o Menor produção e qualidade da agricultura familiar;

o Desnutrição e doenças;

o Aumento da mortalidade infantil;

Outras o Desarticulação de cadeias produtivas (cadeia de valor local e regional);

o Desestímulo ao turismo rural e a realização de outras atividades produtivas e manifestações culturais no

meio rural.

A seca provoca diversos impactos, tanto econômicos quanto sociais. Contudo, nota-se

que a redução da produção e da qualidade da agricultura familiar desponta como consequência

específica para a população rural. Associado a estes elementos estão a desnutrição, as doenças

e o aumento da mortalidade infantil. Outras consequências das más condições das estradas

vicinais e da seca são a desarticulação de cadeias produtivas, o desestímulo ao turismo rural e

de outras atividades produtivas e manifestações culturais. A Figura 6 ilustra o encadeamento de

causa, problema e consequência que o Programa PAC2 Equipamentos busca abordar.

29

Figura 6 – Referências Básicas do Programa – Causas, Problema e Consequências.

Sendo assim, as discussões levam ao entendimento de que utilizar um método para

enunciar o problema e elaborar sua explicação deveria ser, em princípio, o passo inicial na

construção de programas. Ao se definir qual é o problema a ser enfrentado pelo programa, o

objetivo geral é mais facilmente identificado, que é exatamente a mudança da situação do

problema. Deste modo o público-alvo fica evidenciado e torna-se mais claro definir quais ações

irão integrar o programa, dado que estas devem estar orientadas para alterar as causas do

problema.

Cabe destacar que quanto melhor a base técnica e metodológica de um instrumento de

gestão pública, mais direcionadas estarão as políticas públicas a serem implementadas por meio

dele (PAULO, 2014). Contudo, esse não parece ter sido o caminho utilizado para a formulação

do PAC2 Equipamentos. A análise de documentos e as entrevistas realizadas forneceram

evidências neste sentido.

Más condições das estradas vicinais e Secas

30

Os passos seguintes na construção das referências básicas do ML do Programa foram a

identificação do objetivo geral e dos objetivos específicos. Com base em MDA (2015),

depreende-se que o objetivo geral é: melhoria no transporte de produtos e pessoas no meio

rural.

Vale salientar, que para concepção deste relatório, considerou-se como base dois

documentos (o Manual de Diretrizes do IPEA e o Relatório de Acompanhamento da Execução

de Programa de Governo nº 43/2013) e procedeu-se ao cruzamento dos dados ali contidos com

informações obtidas nas entrevistas com dirigentes da equipe gerencial do PAC2 Equipamentos

no MDA. Este processo permitiu, ao final, elaborar novas propostas de objetivos e público-alvo

para o programa.

Nesta etapa levou-se em consideração que se deve formular um objetivo que esteja

diretamente associado à mudança do problema, enquanto que o conjunto de objetivos

específicos devem nortear as ações a serem implementadas no programa (FERREIRA;

CASSIOLATO; GONZALEZ, 2009). A partir da reunião de 22/04/2015, estabeleceu-se que o

objetivo geral do programa é a melhoria no transporte de produtos e pessoas no meio rural e

da infraestrutura de combate à seca, atendendo a agricultores familiares e aos assentados da

reforma agrária. Foram definidos dois objetivos específicos:

1. Abertura, recuperação, readequação e conservação de estradas vicinais na zona rural de

municípios com predominância de agricultores familiares;

2. Mitigação dos efeitos da seca nas regiões do semiárido por meio da oferta de

infraestrutura de combate à seca.

A Figura 7 ilustra os objetivos geral e específicos do PAC2 Equipamentos.

Figura 7 – Referências Básicas do Programa – Objetivos.

Programa PAC2 Equipamentos

OBJETIVO GERAL Melhoria no transporte de

produtos e pessoas no meio rural e da infraestrutura de combate à seca, atendendo a agricultores familiares e aos assentados da

Reforma Agrária

OBJETIVO ESPECÍFICO 1 Abertura, recuperação,

readequação e conservação de estradas vicinais na zona rural de

municípios com predominância de agricultores familiares

OBJETIVO ESPECÍFICO 2 Mitigação dos efeitos da seca nas regiões do semiárido por meio da

oferta de infraestrutura de combate à seca

31

Em relação ao público-alvo do PAC2 Equipamentos, entendeu-se que o público direto

é composto pela agricultura familiar (pequenos agricultores que vivem e produzem com suas

famílias no meio rural) e os assentados da Reforma Agrária. De maneira indireta o Programa

atinge também os demais habitantes do meio rural e da agropecuária em geral (grandes

produtores). Destaca-se que o estabelecimento do público-alvo também é importante para a

definição das ações a serem implementadas pelo programa e a abrangência destas.

A Figura 8, disposta em sequência, sumariza a discussão das referências básicas do ML

do Programa, expondo causas, problemas, consequências e objetivos do PAC2 Equipamentos.

32

Figura 8 – Referências Básicas do Programa – Causas, Problemas, Consequências e Objetivos.

Más condições das estradas vicinais e Secas

33

Nesta subseção também é feita a caracterização do problema, evidenciando a extensão

das rodovias municipais sem pavimentação, ou seja, das estradas vicinais. Além disso, também

é realizada uma discussão da importância dessas estradas, da escassez de recursos

orçamentários nos municípios, da erosão nas vias vicinais, e da saúde e da educação no meio

rural.

Extensão das rodovias sem pavimentação

Conforme dados do DNIT (2014), 1,4 milhão de quilômetros de rodovias não possuem

pavimentação, sendo que estas rodovias sem pavimentação representam 86,4% da extensão

total de rodovias brasileiras (Tabela 6).

Tabela 6 - Extensão das Rodovias Brasileiras - Tipo de Pavimentação.

Tipo Quilômetros Participação

Rodovia pavimentada 213.192,40 13,6%

Rodovia não pavimentada 1.353.226,50 86,4%

Extensão total 1.566.418,90 100,0%

Fonte: Elaboração com base em DNIT (2014).

Como pode ser observado na Tabela 7, as rodovias municipais sem pavimentação

correspondem à 1,2 milhão de quilômetros, o que representa 78,8% do total da extensão viária

brasileira.

Tabela 7 - Extensão das Rodovias Brasileiras - Ente da Federação [km] Tipo Pavimentada Não Pavimentada Total Rodovia federal 66.674,70 12.707,60 79.382,30 Rodovia estadual 119.691,00 105.600,60 225.291,60 Rodovia municipal 26.826,70 1.234.918,30 1.261.745,00 Total 213.192,40 1.353.226,50 1.566.418,90

Fonte: Elaboração com base em DNIT (2014).

Importância das estradas vicinais

Para promover a melhoria do bem-estar social e o desenvolvimento socioeconômico de

uma nação os governos devem buscar incentivar uma infraestrutura adequada ao desempenho

da atividade produtiva (NUNES, 2003). Concernente com essa realidade, a Lei n. 10.257 de

2001, denominada de Estatuto da Cidade, estabelece como uma das suas diretrizes a integração

entre as atividades urbanas e rurais, visando o desenvolvimento socioeconômico de municípios.

Nesse sentido, cabe destacar a importância da malha viária brasileira, modelo de infraestrutura

logística adotada como prioritária desde a década de 1950 no País (CORREA; RAMOS, 2010).

Em 2011 o transporte rodoviário correspondeu a 59% do volume de movimentação nacional de

cargas e a 48% do transporte interestadual de passageiros (FIESP, 2011).

Se o transporte de cargas faz o escoamento da produção agrícola e oportuniza a

competitividade para regiões, o transporte de passageiros, por sua vez, garante cidadania, pois

oferece acesso a serviços disponíveis em cidades maiores, como lazer, trabalho, saúde e

34

educação, além de proporcionar meios para implementação da liberdade de locomoção dos

indivíduos. Ressalta-se que ambos impactam diretamente na qualidade de vida de uma

população. A importância das estradas vicinais é destacada por Viviani (1998) e DNER (1981),

que argumenta que estas estradas são o primeiro canal de escoamento percorrido pela produção

agropecuária e exercem a ligação entre as comunidades rurais e os centros urbanos.

As estradas vicinais são, muitas vezes, a única forma de acesso que a população de uma

determinada localidade tem aos serviços básicos disponibilizados nas áreas urbanas

(KERNISKI; CUNHA, 2014). Nesse sentido oportunizam o desenvolvimento de comunidades

e, por conseguinte, garantem a superação de desafios econômicos, sociais e ambientais

(CUNHA, 2010). Entretanto, as condições de conservação existentes das estradas vicinais

fazem com que produtores rurais não alcancem os resultados esperados para escoar suas

produções (POLIDO, 2011) e que estudantes, professores e pesquisadores tenham dificuldade

em frequentar e trabalhar em uma escola localizada no campo (GLOBO, 2014; SILVA; ARNT,

2008).

Recursos municipais escassos

Nunes (2003) argumenta que, em geral, os municípios dispõem de recursos escassos,

sejam técnicos ou financeiros, para a conservação das estradas vicinais. Conservar os

patrimônios disponíveis e restaurar as vias sem conservação traz grandes gastos, esbarrando

ainda nos altos custos dos materiais convencionalmente empregados (CASTRO, 2003). Há de

se reconhecer a fragilidade financeira do Governo em realizar investimentos para a revitalização

da infraestrutura da malha viária brasileira, fato que se torna ainda mais crítico no que se refere

a situação dos munícipios, nos quais as estradas não pavimentadas são de grande extensão

(CORREA; RAMOS, 2010).

Nesse sentido, cabe observar um ponto crítico que irá incidir diretamente na

problemática: estradas que não geram atividade econômica no seu tráfego findam assumir uma

prioridade relativamente menor na hierarquia das escolhas públicas do Estado (LOPES et al.,

2008). E, é fato que as estradas vicinais não apresentam volume de tráfego rentável que

justifique investimentos privados (CORREA; RAMOS, 2010). Lopes et al. (2008), em relação

aos poucos investimentos para a manutenção das estradas vicinais, ressaltam que os principais

critérios de avaliação da viabilidade e sustentabilidade de uma estrada são sua capacidade de

densificação da atividade econômica, de geração de valor adicionado e de gerar

desenvolvimento territorial.

Adicionalmente, ressalta-se que a interrupção de uma via vicinal acarreta em prejuízos

econômicos e sociais aos municípios, como, por exemplo: perda de produtos perecíveis,

ausência de discentes e docentes nas escolas, impossibilidade de atendimento médico, aumento

de custos no transporte de produtos agrícolas e estímulo ao êxodo rural (CASTRO, 2003). Por

sua vez, maior facilidade para o escoamento da produção oportuniza rendimentos para os

35

pequenos agricultores e possibilita a aquisição de outros produtos, melhorando as condições

gerais de vida.

Impacto ambiental e de infraestrutura

Oliveira et al. (2009) chamam atenção para o problema da erosão em estradas não

pavimentadas sem um sistema em conformidade com a drenagem de águas pluviais, reforçando

a importância da conservação e adequação destas vias. Esse tipo de rodovia tem uma

infraestrutura complexa, necessitando: leito com boas condições de trafegabilidade, trevos,

pontes, viadutos, drenagem, dispositivos de drenagem, sinalização e abrigos de passageiros

(CABRAL, 2011).

Nesse sentido, para garantir condições de tráfego satisfatórias uma estrada vicinal

precisa apresentar boas condições e capacidades de suporte, de aderência e de rolamento. Deve-

se entender por capacidade de: (a) suporte, a condição maior ou menor da estrada de não se

deformar frente às demandas do tráfego; (b) aderência, as boas ou más características da pista

para que o veículo não ‘patine’; (c) rolamento, as irregularidades da via que interferem sobre a

comodidade e segurança do tráfego (SANTOS et al., 1988)

O Conselho Nacional do Meio Ambiente alerta que, muitas vezes, as estradas vicinais

são intervenções no meio ambiente, concebidas como considerável agressão a mananciais e

cursos de água existentes nas proximidades de matas ciliares. Para dirimir tais problemas, indica

que as obras nas estradas vicinais sejam realizadas adotando-se medidas que evitem o

desenvolvimento de erosão, rupturas de taludes, assoreamento e interrupção de drenagens

naturais, bem como outras situações que possam acarretar danos, tanto ao meio ambiente quanto

a população (CONAMA, 2012).

Portanto, a implantação de sistemas de gestão da conservação das estradas vicinais deve

ser defendida a fim de solucionar outros problemas, como falta de capacidade de suporte de

subleitos e deficiência do sistema de drenagem (CASTRO, 2003; SANTOS et al., 1988;

VIVIANI, 1998). Este último fator é apontado como o agravante de outros problemas (mesmo

que não seja a causa original) das vias vicinais, listados a seguir: ondulações, rodeiros, atoleiros,

areiões de espigão, areiões de baixada, excesso de pó, rocha aflorante, pista molhada derrapante,

pista seca derrapante, costelas de vaca, segregação lateral, erosões e buracos (SANTOS et al.,

1988).

Com base nesse escopo, o desenvolvimento de pavimentos regionalizados e com

tecnologia nacional é de suma importância à infraestrutura viária brasileira, haja vista a grande

extensão territorial das estradas vicinais, os diferentes tipos de solos que ocorrem no Brasil, as

condições climáticas típicas de ambientes tropicais e o grande déficit de pavimentos a serem

implantados (CASTRO, 2003).

36

Saúde e educação no meio rural

A reabilitação da estrada vicinal, portanto, traz benefícios, permitindo uma circulação

mais fácil de bens e pessoas. E ainda, a recuperação da estrada melhora os serviços de saúde e

de educação (FIEGE et al., 2006). A disponibilidade de tais serviços é difícil de sustentar sem

uma boa qualidade da malha viária rural, que proporcione acesso regular e eficiente de

transporte ao longo do ano (KERNISKI; CUNHA, 2014).

Já se sabe que, no âmbito rural, fornecer o transporte para o deslocamento e expandir o número

de vagas nas escolas não é o suficiente para garantir que as pessoas tenham acesso à educação

de qualidade. O resultado de estradas sem condições adequadas de tráfego, aliado a veículos

em má conservação e as grandes distâncias a serem percorridas por estudantes, resulta em um

contexto de insegurança e em inúmeros acidentes, como denuncia a Revista Escola Pública

(2012). Destaca-se que o transporte desses alunos na zona rural torna-se mais caro, em razão

das más condições da infraestrutura, e, em geral, são as redes municipais que acabam assumindo

o transporte de todos os alunos, independentemente da rede a que pertençam (REVISTA

ESCOLA PÚBLICA, 2012). Fazem-se necessárias estradas em condições de trafegar os

veículos (SILVA; ARNT, 2008).

Por sua vez, os efeitos negativos das más condições das estradas vicinais também podem

ser sentidos na esfera da saúde. É fato que a problemática relacionada à mobilidade das pessoas

é um dos indutores de estresse e piora em suas qualidades de vida. Além disso, as más condições

das estradas vicinais dificultam, quando não impedem, a população de ter acesso a médicos e a

unidades de saúde. Assoma-se a este contexto que a prestação do serviço de assistência à saúde

torna-se crítica quando não há a trafegabilidade pela estrada vicinal, pois os profissionais que

trabalham em postos e unidades hospitalares também não conseguem se locomover até o seu

local de trabalho (GAZETA DE ALAGOAS, 2015).

Ou seja, a melhoria das estradas vicinais desenvolve a qualidade de vida e da saúde da

população ao seu redor. Assim, dada a grande extensão das estradas vicinais e sua importância

para o escoamento da produção agropecuária, para as famílias de agricultores, para a saúde e a

educação no meio rural e para a questão ambiental, resta estabelecida a caracterização do

problema das estradas vicinais brasileiras. A adoção de melhores práticas de manutenção e de

conservação trará desenvolvimento para municípios, e melhoria no acesso às escolas e ao

trabalho, fornecendo à comunidade sua movimentação sempre, sem nenhuma interrupção

(CABRAL, 2011).

4.2 Estruturação do Programa para Alcance de Resultados

A estruturação do Programa PAC2 Equipamentos para alcance de resultados foi

organizada em seis componentes:

1. Recursos

37

2. Ações

3. Atividades

4. Produtos/Serviços

5. Resultados intermediários

6. Resultado final

Os recursos orçamentários alocados ao PAC2 Equipamentos atingem aproximadamente

5 bilhões de reais (MDA, 2015). Além disso, no Programa foram empregados os recursos

humanos do MDA, mais especificamente, as equipes responsáveis pela implementação, gestão

e acompanhamento.

A principal ação do PAC2 Equipamentos é a doação de equipamentos (caminhão,

motoniveladora, retroescavadeira, pá carregadeira e caminhão pipa). Para que esta ação fosse

realizada, várias atividades foram implementadas de modo a oferecer produtos e serviços que

levassem aos resultados intermediários e, por fim, ao resultado final. As ações do PAC2

Equipamentos são:

1. Definição dos municípios a serem atendidos;

2. Especificação dos equipamentos necessária à melhoria das estradas vicinais e mitigação

dos efeitos da seca;

3. Licitação/compra dos equipamentos;

4. Doação de equipamentos para melhoria das estradas vicinais e para o enfrentamento da

seca; e

5. Acompanhamento do uso dos equipamentos doados.

Para a ação de “definição dos municípios a serem atendidos” foram constituídas três

atividades, quais sejam: (a) construção da metodologia de definição dos grupos de municípios

pelo Comitê Gestor do PAC; (b) definição dos municípios a receberem os equipamentos na

primeira etapa do programa (2010 – 2012); e (c) estabelecimentos dos municípios a receberem

os equipamentos na segunda etapa.

Observa-se que na primeira etapa, a definição dos municípios a receberem os

equipamentos, dada a restrição orçamentária, se baseou nos critérios: (a) número de agricultores

familiares relativo ao total de produtores rurais; (b) extensão territorial; (c) pertencimento ao

Programa Territórios da Cidadania; e (d) proporção do Produto Interno Bruto (PIB) Rural em

relação ao PIB Total do município. Na segunda etapa do PAC2 Equipamentos ocorreu a

universalização da distribuição das máquinas para municípios com até 50 mil habitantes.

Para a ação de definição dos municípios a serem atendidos, foram previstos os seguintes

produtos: (a) atender municípios com perfil de agricultura familiar; (b) atender os municípios

mais necessitados e com dificuldade de acesso a outras ações do PAC; e (c) permitir a alocação

ótima dos recursos públicos.

38

A ação seguinte foi a especificação dos equipamentos necessários à melhoria das

estradas vicinais e mitigação da seca. Esta ação foi desmembrada em três atividades: (a)

definição das necessidades de equipamentos para a melhoria das estradas vicinais e mitigação

dos efeitos da seca; (b) especificação técnica dos equipamentos; e (c) definição de outros

critérios técnicos. Para a ação de especificação dos equipamentos, pretendeu-se que esta ação

levaria à definição de equipamentos adequados para os objetivos pretendidos pelo PAC2

Equipamentos e que permitissem o acompanhamento de uso.

Uma vez escolhidos os municípios e definidos os equipamentos a serem empregados, a

ação seguinte objetivou sua compra e abrangeu: (a) termo de referência; (b) definição da

modalidade de compra e efetivação da compra; e (c) adoção de margem de preferências. Com

vistas à institucionalização do Programa, o Governo Federal e o MDA elaboraram um escopo

de normativos para sua sistematização, conforme o Quadro 6 mostrado a seguir.

Quadro 6 – Instrumentos Normativos do Programa PAC2 Equipamentos. ANO NORMATIVO MEDIDA

2010 Processo nº 55000.001883-2010-47 Videoconferência e divulgação do cronograma de ação (fontes

de recursos)

Processo nº 55000.001883-2010-48 Publicação da carta-consulta e fixação do prazo (de 05/07/10 a

31/08/10) para preenchimento do cadastro (fontes de recursos)

Processo nº 55000.001883-2010-47 Análise das propostas recebidas e viabilidade institucional

Processo nº 55000.001883-2010-48 Divulgação do resultado

Processo nº 55000.001883-2010-49 Conclusão do pregão eletrônico para registro de preços

Processo nº 55000.001883-2010-50 Execução do Programa

2011 Portaria nº 85, de 8/12/2011 Delegação de competência aos Delegados Federais de

Desenvolvimento Agrário e, nos seus termos legais e ausências,

aos substitutos, para celebrar termos e demais ajustes, para

doação de bens móveis, nos seus respectivos estados

Portaria nº 102, de 2/07/2011 Habilitação e seleção de propostas para aquisição de máquinas

e equipamentos para a recuperação de estradas vicinais, a ser

implementadas com recurso do Orçamento Geral da União

(OGU)

2012 Portaria nº 43, de 15/06/2012 Habilitação e seleção de propostas para aquisição de máquinas

e equipamentos para a recuperação de estradas vicinais, a ser

implementadas com recurso do OGU

2013 Portaria nº 43, de 27/05/2013 Divulgação da lista de municípios para o recebimento de uma

máquina retroescavadeira

Portaria nº 44, de 27/05/2013 Divulgação da lista de municípios para o recebimento de uma

máquina motoniveladora

Portaria nº 57, de 17/07/2013 Divulgação da lista de municípios para o recebimento de uma

máquina e um caminhão-caçamba

39

Portaria nº 58, de 17/07/2013 Divulgação da lista de municípios para o recebimento de uma

máquina, pás carregadeiras e um caminhão-pipa

2014 Portaria nº 30, de 23/04/2014 Disponibilização de informações à sociedade quanto à utilização

de equipamentos doados aos municípios

A escolha das modalidades de compra adotadas (licitação, dispensa de licitação e RDC)

foi importante no sentido de que a aquisição dos equipamentos permite a posterior doação deles,

garantindo a efetivação do PAC2 Equipamentos. Além disso, o processo de compra foi

conduzido de maneira a permitir a celeridade do processo, dentro de parâmetros legais, e adoção

da margem de preferências. Uma vez que os equipamentos foram comprados, a próxima ação

do Programa foi sua doação para as prefeituras. Esta ação foi desmembrada nas atividades: (a)

definição do município-polo regional; (b) capacitação prévia dos operadores; e (c) assinatura

do termo de doação e entrega dos equipamentos.

A definição de um município-polo regional serviu para organizar a logística das entregas

dos equipamentos. Assim, os municípios de uma determinada região receberam os

equipamentos em uma cidade-polo. Além disso, foi realizada uma capacitação de dois

operadores indicados por cada prefeitura, que consistiu em uma apresentação dos equipamentos

pelos fabricantes. A entrega dos equipamentos foi condicionada à assinatura de termo de

doação, que estabeleceu encargos para a prefeitura beneficiada.

Portanto, esta ação de doação permitiu a disponibilização de equipamentos para que as

prefeituras tivessem condições para melhorarem as estradas vicinais e para realizarem obras de

enfrentamento da seca. O termo de doação, estabelecendo condições e encargos para a

prefeitura beneficiada, visou garantir o comprometimento dos municípios em utilizar as

máquinas para os fins pretendidos. Por fim, a capacitação dos operadores dos equipamentos

objetivou dar condições para a execução das obras de melhoria com eficiência, efetividade e

menor desgaste das máquinas.

Por fim, a última ação definida para o PAC2 Equipamentos foi a de acompanhamento

do uso dos equipamentos doados. Esta ação contempla as atividades de monitoramento e

fiscalização da utilização dos equipamentos, acompanhando as estradas vicinais reparadas e as

obras de enfrentamento da seca realizadas, bem como possíveis desvios de uso. Além disso, foi

previsto o acompanhamento do cumprimento da manutenção programada dos equipamentos,

conforme termo de doação. Grande parte desta ação é prevista pela análise do relatório anual.

Esta ação de acompanhamento visa garantir que os equipamentos doados sejam

efetivamente utilizados para os objetivos pretendidos e que as manutenções sejam realizadas.

Também foi previsto que o MDA tomaria as ações necessárias caso o uso dos equipamentos

fosse diferente do acordado no termo de doação.

40

O Quadro 7 apresenta o Modelo Lógico do PAC2 Equipamentos, detalhando atividades,

produtos e serviços, resultados intermediários e final.

41

Quadro 7 – Modelo Lógico do PAC2 Equipamentos para Estradas Vicinais. RECURSOS AÇÕES ATIVIDADES PRODUTOS e SERVIÇOS

RESULTADOS INTERMEDIÁRIOS

RESULTADO

FINAL

Orçamentários

e

Humanos

(1)

Definição dos municípios a

serem atendidos

- Metodologia estabelecida pelo Comitê Gestor do PAC2; - Definição dos municípios a receberem os equipamentos na 1ª

Etapa;

- Definição dos municípios a receberem os equipamentos na 2ª

Etapa (universalização).

- Atender os municípios mais necessitados e

com dificuldade de acesso a outras ações do

PAC2 - Alocação ótima de recursos (escassos)

- Atender municípios com perfil de

agricultura familiar

- Melhoria das

estradas vicinais

- Realização de obras

para o combate dos efeitos da seca

- Efetividade do

programa

- Melhoria das condições de transporte

da produção da

agricultura familiar e dos assentados pela

Reforma Agrária

- Melhoria das

condições de transporte

de pessoas, em especial,

dos alunos das escolas

rurais e dos assentados pela Reforma Agrária

- Minimização dos efeitos da seca

(2) Especificação dos

equipamentos necessários

à melhoria das estradas vicinais e mitigação da

seca

- Definição das necessidades de equipamentos para a melhoria

das estradas vicinais e mitigação dos efeitos da seca;

- Especificação técnica; - Definição de outros critérios técnicos.

- Equipamentos adequados para os objetivos

pretendidos

- Equipamentos que permitam o acompanhamento de uso

(3)

Licitação/compra

- Termo de referência;

- Definição da modalidade de compra (licitação, dispensa de licitação e RDC);

- Adoção da margem de preferência.

- Aquisição dos equipamentos

(4)

Doação de equipamentos para melhoria das estradas

vicinais e para o

enfrentamento da seca

- Capacitação prévia dos operadores;

- Definição dos municípios-polo;

- Entrega dos equipamentos;

- Assinatura do termo de doação.

- Disponibilização de equipamentos para

que as prefeituras melhorem as estradas vicinais e realizem obras de enfrentamento

da seca;

- Comprometimento das prefeituras em

utilizar os equipamentos e realizar obras;

- Motoristas capacitados a executar as obras de melhoria com eficiência e efetividade.

42

(5)

Acompanhamento do uso

dos equipamentos doados

- Monitoramento e fiscalização da utilização dos equipamentos doados: (a) Acompanhamento das estradas vicinais reparadas;

(b) Acompanhamento das obras de enfrentamento a seca

realizadas; (c) Acompanhamento de possíveis desvios de utilização;

- Acompanhamento do cumprimento da manutenção dos

equipamentos (cumprimento do termo de doação); - Acompanhamento do preenchimento do relatório/questionário

anual.

- Garantir que os equipamentos doados sejam efetivamente utilizados;

- Garantir que os equipamentos doados

sejam utilizados para os objetivos pretendidos;

- Garantir que as manutenções sejam

utilizadas; - Tomar as medidas necessárias em relação

ao uso dos equipamentos pelas prefeituras.

43

No Quadro 8 a seguir, são apresentados os possíveis impactos diretos dos resultados

finais, bem como os seus eventuais efeitos indiretos. Os impactos são todas as mudanças na

realidade dos beneficiários diretos que possam ser apropriadas pelo programa, que podem ser

diretamente associadas ao alcance do resultado final do programa. Os efeitos indiretos são

mudanças que também podem decorrer do alcance do resultado final, mas que, mesmo

desejáveis, não são buscadas pelo programa.

Quadro 8 – Impactos Diretos e Efeitos Indiretos dos Resultados Esperados.

Resultado Final Impactos Diretos Efeitos Indiretos

Melhoria das

condições de

transporte da

produção da

agricultura

familiar

Melhoria das

condições de

transporte de

pessoas, em

especial, dos

alunos das

escolas rurais

Minimização dos

efeitos da seca

- Estímulo à

produção e

escoamento da

agricultura familiar

e dos assentados de

Reforma Agrária

- Melhoria nas

condições de

enfrentamento da

seca

- Construção de

reservatórios de

água em municípios

do Semiárido

Educação

- Redução da evasão escolar (aumento da matrícula relativa)

Saúde

- Melhoria do acesso à rede municipal de saúde

- Redução da desnutrição

- Redução da mortalidade infantil

Economia

- Dinamização econômica dos municípios participantes

- Aumento da produção industrial (estímulo aos produtores de

máquinas e equipamentos rodoviários)

- Aumento da produção do agronegócio

- Aumento da arrecadação tributária dos municípios (e estadual)

(ISS, ITR, cobranças pelo uso das máquinas, entre outros)

- Apoio a consolidação dos sistemas e cadeias produtivas

existentes e estímulo ao turismo rural

Migração

- Melhoria das condições de permanência no campo (redução da

migração) e atração

Social/Cidadania

- Melhoria de acesso aos serviços públicos

- Redução da vulnerabilidade social (pobreza, educação, saúde,

segurança, justiça)

- Melhoria nas condições de acesso aos assentamentos de

reforma agrária

- Redução das desigualdades regionais (região Semiárido versus

região Nordeste)

Seca

- Aumento da oferta e aproveitamento de água

Efeitos indesejáveis

- Aumento da violência no campo

- Aumento do desmatamento

- Aumento da poluição e degradação ambiental

- Revelação da falta de mecanismos de controle das prefeituras e

do MDA

Assim, foram listados como impactos diretos do PAC2 Equipamentos: (a) o estímulo à

produção e escoamento da agricultura familiar e dos assentados de Reforma Agrária; (b) a

44

melhoria nas condições de enfrentamento da seca; e (c) construção de reservatórios de água em

municípios do semiárido. Em relação aos efeitos indiretos, estes foram organizados em sete

grupos: (1) economia; (2) social/cidadania; (3) educação; (4) saúde; (5) migração; (6) seca; e

(7) efeitos indesejáveis.

Entende-se o PAC2 Equipamentos produza efeitos indiretos sobre a economia. Isto é,

que o estímulo ao aumento da produção da família agricultora e dos assentados da reforma

agrária devido à melhoria das estradas vicinais e as obras de enfrentamento da seca leve à

dinamização da economia dos municípios participantes, já que se espera que este aumento de

produção venha a ser comercializado nas cidades. Além disso, listam-se os efeitos indiretos de

aumento da produção do agronegócio como um todo, o estímulo à consolidação de sistemas e

cadeias produtivas existentes no meio rural, o aumento da arrecadação tributária e o estímulo à

produção industrial, principalmente na cadeia produtiva de equipamentos rodoviários, bem

como incremento no turismo rural.

A melhora das condições das estradas vicinais e as obras de enfrentamento da seca

podem, também, produzir efeitos indiretos de cunho social. Assim, entende-se que o Programa

possa colaborar para a melhoria de acesso aos serviços públicos, reduzindo a vulnerabilidade

social (pobreza, educação, saúde, segurança e justiça), melhorando o acesso dos assentamentos

de Reforma Agrária e reduzindo desigualdades regionais (região do semiárido versus demais

regiões).

Como efeito indireto à educação entende-se que a melhoria das condições das estradas

vicinais facilita o trânsito de pessoas por estas vias, colaborando para a redução da evasão

escolar e aumento da taxa de matrícula (matrícula da população em idade escolar). Em relação

à seca, acredita-se que o programa tenha o efeito de promover o aumento da oferta e o

aproveitamento da água, gerando efeitos sobre a agricultura, a saúde e sobre a migração.

Em relação à saúde, a melhoria das estradas vicinais facilita o acesso à rede municipal

de saúde. Além disso, as obras de enfrentamento da seca colaboram para a redução da

desnutrição, já que incrementam as condições da agricultura de subsistência. Assim, entende-

se que tanto a melhoria das estradas vicinais, como as obras de enfrentamento da seca

favorecem a melhoria das condições de saúde geral, como, por exemplo, a redução da taxa de

mortalidade infantil.

Espera-se também que o PAC2 Equipamentos tenha efeito indireto sobre a migração, já

que promove a melhoria das condições de permanência no campo, colaborando para a redução

da migração e para a fixação das famílias no campo. Por outro lado, compreende-se que o

Programa possa ter efeitos indiretos indesejados, tais como o aumento da violência no campo,

o aumento do desmatamento, o aumento da poluição e degradação ambiental. O Programa pode

também revelar a falta de mecanismos de comando e controle por parte das prefeituras e do

MDA.

45

4.3 Identificação de Fatores de Contexto

Os fatores de contexto são as possíveis influências da conjuntura do ambiente externo

sobre a implantação do programa, ou seja, fatores relevantes que podem contribuir ou

comprometer o desenvolvimento das ações de um programa. A identificação dos fatores de

contexto permite conhecer a sustentabilidade das hipóteses assumidas na estruturação lógica do

programa, de modo a atingir os objetivos. Na Figura 9 são apresentados fatores de contexto

amplos, abrangendo o programa como um todo.

Figura 9 - Fatores de Contexto para o Programa PAC2 Equipamentos.

No Quadro 9 a seguir, são apresentados os fatores de contexto para as ações do PAC2

Equipamentos para Estradas Vicinais.

Quadro 9 – Ações Associadas aos Fatores de Contexto do Programa PAC2 Equipamentos.

Ações Favorável Desfavorável

Definição dos

municípios - Municípios com vocação rural;

- Grande quantidade de municípios

- Restrição de recursos públicos

Especificação dos

equipamentos

- Fabricantes instalados no Brasil e

com rede de assistência técnica

- Heterogeneidade dos municípios

- Falta de equipe do MDA capacitada para a

especificação dos equipamentos rodoviários

FAVORÁVEIS

Apoio da Presidência da República ao Programa Priorização do Programa para com as famílias

oriundas da Reforma Agrária e agricultores familiares Competência dos gestores para execução do

projeto Existência de outros projetos federais que

viabilizam equipamentos para as prefeituras Grande visibilidade do Programa Convergência do Programa PAC2

Equipamentos com outros programas federais Experiências exitosas para agricultura

familiar e assentados da Reforma Agrária Conhecimento de cadeias produtivas

estruturadas que se beneficiam da estrutura disponibilizada pelo Governo Federal Disposição das DFDAs para acompanhar as

ações junto ao MDA

DESFAVORÁVEIS

Dificuldade dos gestores em acompanhar e fiscalizar o Programa Descontinuidade no processo de

acompanhamento frente a evolução do PAC2 Equipamentos Complexidade na gestão do PAC2

Equipamentos Ausência de mobilização e controle social Limitação orçamentária para

acompanhamento do Programa Restrição legal para punição aos prefeitos que

não cumpriram com o papel institucional Dificuldade de comprometimentos de

diferentes atores Escassez de recursos humanos para execução

do Programa Fragilidade de capital humano nos municípios

46

- Participação dos gestores

municipais (via delegacias regionais)

Compra - Fabricantes instalados no Brasil e

com rede de assistência técnica

- Mecanismos de compra por licitação

Doação ---- - Baixa capacitação dos gestores municipais e

operadores das máquinas

Acompanhamento - DFDA´s

- Grande número de municípios que receberam

as máquinas/equipamentos

- Baixa capacitação dos gestores municipais

- Baixo comprometimento dos gestores

municipais

- Falta de mapeamento das estradas vicinais

Para a ação de definição dos municípios foram identificados dois fatores de contexto

negativos; o grande número de municípios e a restrição de recursos públicos. O fato de o Brasil

possuir um número elevado de municípios, 5.571 (PORTAL BRASIL, 2013), afeta o processo

de definição de quais devem participar do Programa. Uma grande quantidade de municípios

dificulta o processo de se fazer um levantamento das suas características e de suas reais

necessidades quanto à melhoria das estradas vicinais e de obras de enfrentamento da seca. A

restrição de recursos públicos também coloca um desafio para a definição dos municípios

participantes e para o alcance do PAC2 Equipamentos em cada um, isto é, na disponibilidade

de recursos que serão alocados em cada um deles pelo Programa.

Em relação à ação de especificação dos equipamentos rodoviários, foram identificados

fatores de contexto positivos e negativos. Os fatores positivos são os fabricantes instalados no

Brasil e com rede de assistência técnica e a participação dos gestores municipais, via DFDAs.

O fato de o Brasil possuir fabricantes de equipamentos rodoviários instalados no País corrobora

para o Programa, otimizando o processo de interlocução e especificação dos equipamentos,

além da existência de uma rede estruturada de assistência técnica para estes equipamentos.

Conforme relato de gestores do PAC2 Equipamentos, ocorreu a participação de alguns gestores

municipais, por meio de intermediação das DFDAs, na definição dos equipamentos rodoviários

necessários para o objetivo de melhorar as estradas vicinais e para as obras de enfrentamento

da seca em suas localidades.

Os fatores negativos na ação de especificação dos equipamentos rodoviários foram a

heterogeneidade dos municípios e a falta de recursos humanos no MDA capacitados para a

especificação dos equipamentos rodoviários. A heterogeneidade dos municípios, com

diferentes biomas e ecossistemas, tipos de solo, tipos de relevo e capacidades orçamentárias,

dificultou a especificação das máquinas rodoviárias de maneira adequada para a realidade de

cada município. Além disso, no processo de especificação das máquinas rodoviárias houve a

falta de equipe no MDA com capacitação em engenharia e especialização em infraestrutura de

47

transporte. Contudo, esta questão foi resolvida com a colaboração de técnico de outro órgão do

governo.

Para a ação de compra identificou-se como fator positivo os fabricantes serem instalados

no Brasil e com rede de assistência técnica estabelecida. A existência de fabricantes de

máquinas rodoviárias no País colaborou também para a agilidade do processo de compra. Por

sua vez, foram identificados diversos entraves existentes no que se refere a complexidade do

processo de compra como um todo. Nesse sentido, verificou-se que a compra de equipamentos

por meio da modalidade pregão, poderia trazer atrasos para a execução do PAC2 Equipamentos,

dada a complexidade legal e a possibilidade de empresas concorrentes entrarem com recursos

questionando o processo. Considerando o exposto, nota-se o fato de que as máquinas

rodoviárias do Programa também foram adquiridas por Dispensa de Licitação e por meio do

RDC, a partir da devida autorização legal, conforme já ressaltado.

Em relação à ação de doação, foi identificada como fator de contexto negativo a baixa

capacitação de gestores municipais e operadores das máquinas, no que tange ao planejamento

e acompanhamento das obras de recuperação das estradas vicinais, bem como do uso dos

equipamentos doados. Esta questão pode implicar em maior dificuldade para o gestor municipal

fazer o planejamento e acompanhamento do uso das máquinas, afetando a prestação de

informações ao MDA. Além disso, a baixa capacitação dos operadores pode levar ao uso

inadequado das máquinas rodoviárias, acarretando em maior desgaste destas e da realização das

obras com qualidade abaixo do ideal.

Por fim, para a ação de acompanhamento foram identificados quatro fatores de contexto

negativos: (a) grande quantidade de municípios participantes do PAC2 Equipamentos; (b) baixa

capacitação dos gestores municipais; (c) baixo comprometimento dos gestores municipais; e

(d) falta de mapeamento das estradas vicinais. Ressalta-se que o grande número de municípios

participantes do Programa dificulta a ação de acompanhamento detalhado do MDA, devido à

restrição de recursos humanos.

A baixa capacitação dos gestores municipais pode implicar em um menor controle do

uso das máquinas doadas pelo PAC2 Equipamentos e na prestação inadequada de informações

para o acompanhamento do MDA. Aliado a isso, pode ocorrer o baixo comprometimento dos

gestores municipais, no sentido de que estes podem estabelecer como prioridade em suas

gestões outras ações que não a prestações de contas ao MDA. Destaca-se também que a falta

de mapeamento e de conhecimento das estradas vicinais é um fator de contexto importante, já

que dificulta o planejamento e acompanhamento do Programa.

48

CAPÍTULO 5 - ANÁLISE DE VULNERABILIDADE DO MODELO LÓGICO

CONSTRUÍDO

A análise das vulnerabilidades é importante, pois permite considerar condições que

podem invalidar as apostas contidas nas ações e atividades do programa. Uma vez identificadas

as condições de invalidação de cada aposta, ação por ação (atividade), é feita uma análise

qualitativa da sua probabilidade de ocorrência e de seu impacto sobre o programa, para, enfim,

avaliar a vulnerabilidade da aposta. A existência de vulnerabilidades implica na busca de

estratégias de superação destas. No Quadro 10, que aparece na sequência, são apresentadas as

principais vulnerabilidades para cada ação do Programa PAC2 Equipamentos.

Quadro 10 – Vulnerabilidades do Programa PAC2 Equipamentos.

Ações Atividades Vulnerabilidades

1) Definição dos

municípios a serem

atendidos

- Metodologia de escolha dos municípios

estabelecida pelo Comitê Gestor do PAC2

- Definição dos municípios do grupo G3 a

receberem os equipamentos na 1ª Etapa

(2010 – 2012)

- Definição dos municípios a receberem os

equipamentos na 2ª Etapa (universalização)

- Critérios insuficientes para definição

dos municípios a serem atendidos pelo

Programa

2) Especificação

dos equipamentos

- Definição das necessidades de

equipamentos para a melhoria das estradas

vicinais e mitigação dos efeitos da seca

- Especificação técnica

- Definição de outros critérios técnicos

- Padronização de equipamentos para

municípios heterogêneos

- Ausência de Global Positioning

System (GPS) em todos os

equipamentos doados pelo PAC2

Equipamentos

3) Compra dos

equipamentos

- Termo de referência

- Definição da modalidade de compra

(licitação, dispensa de licitação e RDC)

- Adoção da margem de preferência

- Suspensão do processo de compras

por vieses no processo

4) Doação dos

equipamentos

- Capacitação prévia dos operadores a cargo

dos fabricantes

- Definição do município-polo

- Entrega dos equipamentos

- Assinatura do termo de doação

- Capacitação não adequada dos

operadores

- Redação do termo de doação com

lacunas

5)

Acompanhamento

do uso dos

equipamentos

doados

- Monitoramento e fiscalização da

utilização dos equipamentos doados.

Acompanhamento de: (a) estradas vicinais

reparadas; (b) obras de enfrentamento a

seca realizadas; e (c) possíveis desvios de

utilização

- Acompanhamento do cumprimento da

manutenção dos equipamentos

(cumprimento do termo de doação)

- Acompanhamento do preenchimento do

relatório/questionário anual.

- Sistema SISPAC

- Falta de treinamento continuo dos

gestores municipais e operadores dos

maquinários

- Recursos humanos do MDA

insuficientes

- Estrutura precária de tecnologia de

informação do MDA

-Insuficiência de normatização

especifica para acompanhamento e

controle do Programa

- Governança do Programa inadequada

49

A seguir é feita uma análise mais detalhada das vulnerabilidades, enfocando as apostas,

as condições de invalidação das apostas, as probabilidades, o impacto no Programa e, também,

as possíveis estratégias de superação das vulnerabilidades. As ações de definição dos

municípios, especificação compra e doação dos equipamentos já foram realizadas, sendo

possível atuar ainda, na ação de acompanhamento. De todo modo, a análise ex post das ações

passadas visa subsidiar futuros programas do MDA.

Para a ação de definição dos municípios participantes do programa foi identificada como

vulnerabilidade o uso de critérios insuficientes para definição destes municípios. O Quadro 11

a seguir apresenta uma análise desta vulnerabilidade.

Quadro 11 – Vulnerabilidade da Ação de Definição dos Municípios a Serem Atendidos.

Aposta: Se os municípios a serem atendidos pelo Programa forem adequadamente definidos por meio de

estudo de viabilidade e de necessidade, será alcançada a execução eficiente do programa e melhor utilização

dos recursos públicos.

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

Critérios insuficientes para definição dos

municípios a serem atendidos pelo PAC2

Equipamentos Média Médio Média

Estratégias: a) Levantamento adequado dos municípios com a real necessidade de equipamentos rodoviários para melhoria

das estradas vicinais; b) Elaboração de análise de viabilidade econômica e técnica.

Para a segunda ação do PAC2 Equipamentos, de especificação dos equipamentos, foram

identificadas duas vulnerabilidades: padronização de equipamentos para municípios

heterogêneos; e falta de sistema de localização por satélites (GPS) em todos os equipamentos

doados pelo Programa. O Quadro 12 a seguir apresenta uma análise destas vulnerabilidades.

Quadro 12 – Vulnerabilidade da Ação de Especificação dos Equipamentos.

Aposta: Se os equipamentos doados forem adequados para as condições geomorfológicas (físicas) dos

municípios, será alcançada a utilização ótima destes (menor custo de operação e de manutenção e maior

efetividade na melhoria das estradas vicinais e nas obras de enfrentamento da seca)

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

Padronização de equipamentos para

municípios heterogêneos Alta Alto Alta

Estratégias: a) Definição de municípios em grupos com característica semelhantes e estabelecimento de padrões de

equipamentos para cada grupo; b) Definição de uma ‘cesta’ de equipamentos e facultar ao município a escolha.

Aposta: Se todos os equipamentos forem dotados de GPS será alcançado um acompanhamento mais efetivo

da utilização das máquinas.

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

50

Falta de GPS em todos os equipamentos

doados pelo PAC2 Equipamentos Média Médio Médio

Estratégias: a) Inclusão no termo de referência que os equipamentos a serem adquiridos possuam GPS.

Para a ação de compra dos equipamentos foi observada como vulnerabilidade a

possibilidade da suspensão do processo de compra por erros e falhas no processo. O processo

de compra pública por licitação deve respeitar a legislação e estar suscetível, em tese, à

interposição de recursos por parte dos agentes participantes. No caso do Programa PAC2

Equipamentos para Estradas Vicinais, em um primeiro momento o edital de licitação

contemplava equipamentos de fabricação nacional. Posteriormente, este critério foi modificado

estabelecendo-se a condição de conteúdo nacional. O Quadro 13 a seguir aprofunda a discussão

desta vulnerabilidade.

Quadro 13 – Vulnerabilidade da Ação de Compra dos Equipamentos.

Aposta: Se o processo de compra por licitação for adequadamente conduzido, será alcançada a maior

celeridade da compra e com menores ocorrências de recursos.

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

Suspensão do processo de compra por erros e

falhas no processo Baixa Baixo Baixa

Estratégias: a) Elaboração do processo de licitação conforme legislação, buscando minimizar subjetividade de

interpretação; b) Termo de referência detalhado.

Para a quarta ação do PAC2 Equipamentos, a doação de equipamentos para a melhoria

das estradas vicinais e para o enfrentamento da seca, foram identificadas duas vulnerabilidades:

capacitação não adequada dos operadores e redação do termo de doação com lacunas. O Quadro

14 a seguir detalha a discussão.

Quadro 14 – Vulnerabilidade da Ação de Doação dos Equipamentos.

Aposta: Se a capacitação dos operadores for adequada, melhor será a execução das obras de reparo das estradas

vicinais e de enfrentamento da seca, colaborando para atingimento dos objetivos do PAC2 Equipamentos.

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

Capacitação não adequada dos

operadores Média Baixo Baixa

Estratégias: a) Oferta de treinamento específico com atividades práticas a serem exercitadas por cada operador (Pronatec,

Sesc/Senac, e/ou com participação do fabricante); b) Organização e controle dos cursos de capacitação por parte do MDA; c) Oferta de treinamento específico de reparo de estradas vicinais e de realização de obras de enfrentamento

da seca.

51

Aposta: Se o termo de doação for adequadamente redigido, existirá maior clareza dos encargos e será

alcançado o maior comprometimento da prefeitura e cumprimento das obrigações. Um termo de doação bem

estabelecido corrobora para o uso da máquina segundo os objetivos do PAC2 Equipamentos.

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

Redação do termo de doação com

lacunas Alta Alto Alta

Estratégias: a) Discussão ampla do termo de doação, envolvendo CGU e considerando os objetivos do Programa; b) Definição e normatização de novas medidas de comando e controle (advertências, multa e retomada).

Quanto à capacitação dos operadores dos equipamentos rodoviários, foi reportado que

no momento da doação do equipamento às prefeituras, estas deveriam indicar dois operadores

que receberiam treinamento. Entretanto, foi observado que nem todos os operadores receberam

treinamento adequado e que ocorre rotatividade no quadro de operadores dos municípios.

Assim, os atuais operadores dos equipamentos doados às prefeituras não são, necessariamente,

os mesmos da época de doação dos equipamentos e treinamento pelos fabricantes.

Outra vulnerabilidade identificada foi o próprio termo de doação, que estabeleceu as

responsabilidades às prefeituras. Dentre estas responsabilidades pode-se citar a questão da

utilização dos equipamentos doados apenas para obras de melhoria das estradas vicinais e de

enfrentamento da seca, estando vedada a utilização para obras em vias de transporte urbano e

particulares. Outro compromisso assumido pelas prefeituras é a realização da manutenção dos

equipamentos. De forma resumida, em caso de descumprimento dos termos de doação por parte

do município, a penalidade a ser adotada é a retomada dos equipamentos. Entende-se que antes

da retomada dos equipamentos caberia o uso de outras sanções, como advertências e multas.

Para a última ação do PAC2 Equipamentos, de acompanhamento do uso dos

equipamentos doados, foram listadas seis vulnerabilidades: (a) Sistema de Monitoramento do

PAC (SISPAC); (b) falta de treinamento contínuo dos gestores municipais e operadores dos

maquinários; (c) recursos humanos do MDA insuficientes; (d) estrutura precária de tecnologia

de informação do MDA; (e) insuficiência de normatização especifica para acompanhamento e

controle do Programa; e (f) governança inadequada. O Quadro 15 a seguir sumariza a discussão.

Quadro 15 – Vulnerabilidade da Ação de Acompanhamento do Uso dos Equipamentos Doados.

Aposta: Se o PAC2 Equipamentos contar com adequado sistema informatizado de controle, será alcançada

uma eficiente governança, corroborando para o atingimento dos objetivos do Programa.

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

Sistema SISPAC Alta Alto Alta

Estratégias:

a) Adequação de sistema informatizado à governança do Programa;

b) Ampliação do escopo do SISPAC, com a criação de novo sistema com vista ao atendimento do Programa

Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública).

52

Aposta: Se os gestores municipais e os operadores dos equipamentos rodoviários forem capacitados, será

alcançado uma melhor utilização dos equipamentos e melhor acompanhamento das obras realizadas.

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

Falta de treinamento contínuo dos gestores municipais

e operadores dos maquinários Media Médio Alta

Estratégias:

a) Capacitação continua

b) Acompanhamento por meio do Diário de Operações.

Aposta: Se os recursos humanos do MDA forem adequados, será alcançada melhor controle e gestão do PAC2

Equipamentos.

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

Recursos humanos do MDA insuficientes Alta Alto Alta

Estratégias:

a) Ampliação, otimização e capacitação do quadro de servidores do MDA;

b) Desenvolvimento/redefinição do sistema de governança do Programa.

Aposta: Se as normas que regulam o programa forem adequadas, será alcançada a boa execução do PAC2

Equipamentos.

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

Insuficiência de normatização especifica para

acompanhamento e controle do Programa Alta Alto Alta

Estratégias:

a) Levantamento e integração de normatização;

b) Elaboração e complementação de normatização específica, estabelecendo procedimentos internos de

fiscalização e controle.

Aposta: Se existir modelo de governança adequado, será alcançada uma melhor gestão do PAC2

Equipamentos alinhada ao GesPública.

Condição de Invalidação Probabilidade Impacto Vulnerabilidade

Governança inadequada Alta Alto Alta

Estratégias:

a) Aperfeiçoamento de modelo de governança do Programa.

Em relação ao SISPAC, conforme informações obtidas por meio de entrevista com a

equipe gestora, ao longo da implantação do PAC2 Equipamentos foram atribuídas funções

adicionais ao sistema, além daquelas originalmente planejadas, também em função da

universalização do programa. Entretanto, esta adição de funções extras e o não aprofundamento

do planejamento da gestão do Programa trouxeram dificuldades para o acompanhamento.

Chama-se atenção à necessidade de se buscar melhorar a governança do PAC2 Equipamentos,

com base no GesPública, instituído pelo Decreto nº 5.378 de 23 de fevereiro de 2005 (BRASIL,

2005). Assim, uma das soluções encontradas foi a de reconstruir o sistema informatizado de

gestão do PAC2 Equipamentos, observando, portanto, a boa governança pública.

53

Também foi identificada a necessidade dos gestores municipais serem capacitados para

o planejamento do uso dos equipamentos, bem como para o registro e controle do uso dos

equipamentos e das obras realizadas. Um adequado registro e controle do uso dos equipamentos

(Diário de Operações) permitiria ao MDA realizar um melhor acompanhamento do PAC2

Equipamentos, em vistas de atingir os objetivos propostos. Não menos importante é a

capacitação dos operadores dos equipamentos rodoviários, de modo que estes equipamentos

sejam operados adequadamente, obtendo-se eficiência de uso e menor desgaste e custos de

manutenção.

Dada a amplitude do PAC2 Equipamentos já na fase inicial e, ainda mais, na fase em

que o Programa foi universalizado para todos os municípios com menos de 50 mil habitantes,

identificou-se que o quantitativo de servidores do MDA alocados para a implantação e

acompanhamento do Programa se mostrou insuficiente. Assim, entende-se que é importante

redimensionar o quadro de servidores alocados para esta finalidade (atendimento do Programa).

Por outro lado, acredita-se que a reformulação da governança do PAC2 Equipamentos possa

colaborar para tornar a gestão do Programa mais ágil, e que a governança do Programa pode

ganhar em celeridade e controle com a implantação de um novo sistema informatizado.

Em relação à normatização do PAC2 Equipamentos identificou-se fragilidade na

estrutura de normas específicas para controle e acompanhamento do Programa, de forma que

as regras mais específicas se encontra no próprio termo de doação, fato que demonstra a

vulnerabilidade em comento. Assim, é importante fazer um levantamento mais apurado da

normatização, bem como a sua integração. Também se sugere a complementação de

normatização específica, estabelecendo procedimentos internos de fiscalização e controle. Por

fim e não menos importante, foi identificado que a estrutura governança do Programa não é

adequada para que se alcance os objetivos pretendidos. Neste sentido, é importante redefinir

processos e competências, buscando aperfeiçoar a gestão do Programa e observando o

GesPública (BRASIL, 2005).

54

CAPÍTULO 6 - METAS E INDICADORES

Com a construção do modelo lógico, é possível inferir os indicadores mais apropriados

para aferir o desempenho do PAC2 Equipamentos. Assim, uma vez definidos os produtos,

resultados intermediários e finais do programa, o trabalho de construção de indicadores fica

bastante facilitado. Desta forma, o indicador é uma medida, de ordem quantitativa ou

qualitativa, dotada de significado particular e utilizada para organizar e captar as informações

relevantes dos elementos que compõem o objeto da observação. É um recurso metodológico

que informa empiricamente sobre a evolução do aspecto observado.

Quando da sua definição, é importante analisar a relevância e utilidade do indicador

para seus usuários potenciais. Um sistema de monitoramento bem estruturado permite

diferenciar as informações que serão relevantes e úteis para os diferentes níveis hierárquicos de

tomada de decisão. Outros requisitos devem igualmente ser preenchidos pelo indicador

selecionado: validade e confiabilidade (pertinência e adequação para aferir o desempenho);

mensurabilidade (passível de aferição periódica); e economicidade (obtido a um custo

razoável).

A adequação dos elementos que compõem a matriz de indicadores construída para o

PAC2 Equipamentos, a seguir apresentada, deve ser rigorosamente analisada. Isto porque, se

os produtos e os resultados não estiverem bem definidos, e se as informações forem precárias,

de forma que mensurações inapropriadas sejam realizadas, o monitoramento da execução

poderá levar a decisões equivocadas. É também um momento de checagem dos componentes

do ML: se a gerência, ao se deparar com os indicadores construídos, não considerar sua

utilidade, é possível que alguns produtos e resultados não correspondam aos efeitos esperados

com o programa, vindo a ter de ser reformulados.

Um aspecto fundamental do processo de mensuração de desempenho é que metas claras

e exequíveis para os produtos e resultados sejam definidas a priori pela equipe gerencial, tendo

como base a disponibilidade de recursos ao programa. As metas cumprem o papel de orientar

a gerência na aferição periódica de produtos e do alcance dos resultados esperados. Quando se

organiza a mensuração de desempenho de um programa, é preciso considerar seus limites.

Tendo em vista que os dados de desempenho não informam por si mesmos por que os resultados

ocorreram, um propósito da mensuração é levantar questões para a avaliação. Assim, a

informação fornecida pela mensuração corresponde a somente parte do conhecimento de que

os gerentes precisam para tomar decisões.

A seguir, é feita uma discussão das metas e indicadores para cada ação do PAC2

Equipamentos. Para a primeira ação do Programa, a de definição dos municípios a serem

atendidos, tem-se como produto o atendimento dos municípios mais necessitados e com

maiores dificuldades de recursos, conforme o Quadro 16.

55

Quadro 16 – Metas e Indicadores para a Ação de Definição dos Municípios a Serem Atendidos. Produtos e Serviços Meta Indicador

Atendimento dos municípios

mais necessitados e com

maiores dificuldades de

recursos

- Atender todos os municípios com 50

mil ou menos habitantes - Atender municípios com perfil de

agricultura familiar

- Número de municípios atendidos - Índice da Agricultura Familiar - Fundo de participação do município

em relação à receita corrente total

A ação de especificação das máquinas a serem compradas e doadas aos municípios teve

como produto a especificação de máquinas adequadas à melhoria das estradas vicinais e à

realização de obras de enfrentamento da seca. Além disso, as máquinas deveriam permitir o seu

acompanhamento de uso. Assim, para a ação de especificação das máquinas, foram

estabelecidas as metas: (a) especificar máquinas versáteis, dadas as diferenças entre municípios;

(b) especificar máquinas de custo compatível ao orçamento dos municípios participantes; e (c)

as máquinas deveriam possuir sistema de posicionamento por satélites (GPS). Nesse sentido,

veja o Quadro 17.

Quadro 17 – Metas e Indicadores para a Ação de Especificação dos Equipamentos para o Programa. Produtos e Serviços Meta Indicador

- Equipamentos adequados para

melhoria das estradas vicinais e

realização das obras de

enfrentamento da seca; - Equipamentos que permitam o

acompanhamento de uso.

- Especificar equipamentos versáteis,

dadas as diferenças entre municípios; - Especificar equipamentos de custo

compatível ao orçamento dos

municípios participantes; - Todos os equipamentos com GPS.

- Perfil de trabalho dos

equipamentos especificados, vis a

vis a realidade dos municípios

participantes; - Custo de manutenção em relação

ao gasto x do município (orçamento

total); - Percentual de máquinas com GPS.

A fim de medir se as metas estabelecidas para a ação de especificação das máquinas

foram atingidas, foram estabelecidos os seguintes indicadores: (a) perfil de trabalho das

máquinas especificadas, vis a vis a realidade dos municípios participantes; (b) custo de

manutenção em relação aos gastos do município; e (c) percentual de máquinas com GPS.

O primeiro indicador trata-se do levantamento do perfil de trabalho das máquinas

especificadas, contemplando capacidade de trabalho e tipo de atividade a ser desenvolvida.

Estas informações devem ser comparadas com as características dos municípios, como por

exemplo, área do município e extensão das estradas vicinais. O segundo indicador, que avalia

o custo de manutenção médio da máquina em relação a aspectos orçamentários do município

tem por objetivo verificar a capacidade do município para operar a máquina e proceder as

manutenções necessárias. Por fim, o percentual de máquinas com GPS visa avaliar se todas as

máquinas do Programa permitem um acompanhamento mais detalhado do seu uso.

56

Em relação à ação de compra dos equipamentos, o Quadro 18 ilustra as metas e

indicadores para esta ação. As metas e indicadores, neste caso, estão associados com a compra

de equipamentos na quantidade necessária e a um preço de mercado.

Quadro 18 – Metas e Indicadores para a Ação de Compra dos Equipamentos. Produtos e Serviços Meta Indicador

- Compra das máquinas especificadas

- Comprar a quantidade necessária

de equipamentos para atender

todos os municípios participantes

do PAC2 Equipamentos - Compra a preço abaixo de

mercado

- Número de

equipamentos comprados

por tipo - Preço pago versus preço

de mercado (por região)

A ação de doação dos equipamentos é contemplada pelo Quadro 19. Foram identificadas

como metas desta ação a doação de equipamentos para todos os municípios participantes, o

envio de relatórios anuais por parte dos municípios e a necessidade de se capacitar operadores

de equipamentos na quantidade de duas vezes a quantidade de municípios atendidos. Os

indicadores definidos foram: (a) número de municípios atendidos; (b) número de municípios

que enviam o relatório anual de uso dos equipamentos; e (c) número de motoristas capacitados.

Quadro 19 – Metas e Indicadores para a Ação de Doação das Máquinas aos Municípios. Produtos e Serviços Meta Indicador

- Disponibilização de equipamentos para que as

prefeituras melhorem as estradas vicinais e

realizem obras de enfrentamento da seca; - Comprometimento das prefeituras em utilizar os

equipamentos e realizar obras; - Motoristas capacitados a executar as obras de

melhoria com eficiência e efetividade.

- Doar equipamentos para todos os

municípios participantes - Envio dos relatórios anuais - Capacitar motoristas na

quantidade de duas vezes a

quantidade de municípios

atendidos

- Número de municípios

atendidos - Número de municípios

que enviam o relatório

anual - Número de motoristas

capacitados

Por fim, no Quadro 20, são apresentadas as metas e os indicadores para a ação de

acompanhamento. Foram estabelecidas como metas para a etapa de acompanhamento que os

municípios devam recuperar as estradas vicinais, realizar obras de enfrentamento da seca (para

os municípios nesta condição), usar os equipamentos apenas para os fins pretendidos pelo

programa e realizar a manutenção dos equipamentos conforme orientação do fabricante.

Quadro 20 – Metas e Indicadores para a Ação de Acompanhamento do Uso das Máquinas Doadas. Produtos e Serviços Meta Indicador

- Garantir que os equipamentos doados sejam

efetivamente utilizados; - Garantir que os equipamentos doados sejam

utilizados para os objetivos pretendidos; - Garantir que as manutenções obrigatórias sejam

realizadas; - Tomar as medidas necessárias em relação ao uso

dos equipamentos pelas prefeituras.

- Recuperar as estradas vicinais - Realização de obras de

enfrentamento da seca - Usar os equipamentos somente

para recuperar estradas vicinais - Manutenção conforme orientação

do fabricante

- Quilômetros de estradas

vicinais recuperadas - Número de obras de

enfrentamento da seca - Localização geográfica

dos equipamentos - Documentos

comprobatórios de

manutenção

57

O conjunto das metas e dos indicadores aqui apresentados serão importantes para as

etapas seguintes deste projeto de pesquisa, principalmente para a construção de indicadores

resumo do PAC2 Equipamentos e para a análise socioeconômica.

58

CAPÍTULO 7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração deste Modelo Lógico do PAC2 Equipamentos permitiu reforçar o

entendimento do problema a ser atacado pelo Programa, qual seja, os impactos negativos das

más condições das estradas vicinais e da seca na agricultura familiar. Também foram

contempladas causas e consequências deste problema. Foram considerados os reflexos sobre a

produção e o escoamento da produção da agricultura familiar, bem como os efeitos sobre as

condições de vida e o acesso à escola e à saúde pelas famílias inseridas na agricultura familiar.

Foram identificados o objetivo geral, os objetivos específicos e a estrutura do Programa.

E sobre a estrutura do PAC2 Equipamentos foi realizado maior detalhamento, considerando as

ações, as atividades, os produtos/serviços, os resultados intermediários e o final. O Programa

foi interpretado como possuindo cinco ações: definição dos municípios a serem atendidos,

especificação dos equipamentos, compra dos equipamentos, doação; e, por fim,

acompanhamento. Para cada uma destas ações seguiu-se o aprofundando e o detalhamento,

considerando as atividades, os fatores de contexto e as vulnerabilidades do Programa.

Cabe ressaltar que as primeiras quatro etapas do PAC2 Equipamentos já foram realizadas,

restando ao MDA a gestão da etapa de acompanhamento. Portanto, espera-se que as

considerações levantadas neste relatório sejam úteis para a melhoria da ação de

acompanhamento deste Programa. Além disso, espera-se também que este exercício de

construção do Modelo Lógico do PAC2 Equipamentos possa servir de inspiração para futuros

programas do MDA.

Após este Modelo Lógico do PAC2 Equipamentos ficam evidentes três encaminhamentos

naturais: (a) Estruturação da governança do Programa; (b) Construção de indicadores e da

análise socioeconômica do Programa; e (c) Sistematização da gestão, dos processos e da análise

dos resultados por meio de sistema informatizado.

A estruturação da governança do Programa permitirá a redefinição de processos e

competências, de modo a tornar a gestão mais ágil e focada nos resultados pretendidos. A

construção de indicadores e da análise socioeconômica permitirá ao MDA compreender os

resultados realmente obtidos, dando uma resposta à sociedade. Por fim, dada a amplidão do

PAC2 Equipamentos e a grande quantidade de municípios envolvidos, é ferramenta essencial

para a boa gestão do Programa.

59

REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Ricardo; VEIGA, José Eli da. Novas instituições para o desenvolvimento

rural: o caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).

Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), Texto para Discussão N.641,

1999.

BRASIL. Constituição Federal de 1998. Brasília, 1998. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em:

junho/2015.

______. Lei Nº. 12.462 de 04 de agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de

Contratações Públicas - RDC; altera a Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre

a organização da Presidência da República e dos Ministérios, a legislação da Agência Nacional

de Aviação Civil (Anac) e a legislação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária

(Infraero); cria a Secretaria de Aviação Civil, cargos de Ministro de Estado, cargos em comissão

e cargos de Controlador de Tráfego Aéreo; autoriza a contratação de controladores de tráfego

aéreo temporários; altera as Leis nos 11.182, de 27 de setembro de 2005, 5.862, de 12 de

dezembro de 1972, 8.399, de 7 de janeiro de 1992, 11.526, de 4 de outubro de 2007, 11.458, de

19 de março de 2007, e 12.350, de 20 de dezembro de 2010, e a Medida Provisória no2.185-35,

de 24 de agosto de 2001; e revoga dispositivos da Lei no 9.649, de 27 de maio de 1998. Brasília,

2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-

2014/2011/Lei/L12462.htm. Acesso em: junho/2015.

______. Decreto Nº. 7.581 de 11 de outubro de 2011. Regulamenta o Regime Diferenciado

de Contratações Públicas - RDC, de que trata a Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011. Brasília,

2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-

2014/2011/Decreto/D7581.htm. Acesso em: junho/2015.

______. Decreto Nº 5.378 de 23 de fevereiro de 2005. Institui o Programa Nacional de Gestão

Pública e Desburocratização - GESPÚBLICA e o Comitê Gestor do Programa Nacional de

Gestão Pública e Desburocratização, e dá outras providências. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/Decreto/D5378.htm Acesso em:

junho/2015.

CASSIOLATO, Martha; GUERESI, Simone. Como elaborar Modelo Lógico: roteiro para

formular programas e organizar avaliação. Nota Técnica, IPEA, Brasília, 2010.

CASTRO, César A. A. Estudo da técnica de anti-pó com emulsão de xisto em pavimentos

para baixo volume de tráfego. 2003. 174 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –

Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

60

COHEN, Ernesto; FRANCO, Rolando. Avaliação de projetos sociais. Petrópolis: Vozes,

1994. Cap. VI.

COSTA, Tereza Cristina Nascimento A. Considerações teóricas sobre o conceito de indicador

social: uma proposta de trabalho. Revista Brasileira de Estatística, v.36, n.142, p.167-176,

abr./jun. 1975.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Proposta de resolução.

Brasília, MMA, 2012.

CORREA, Vivian H. C.; RAMOS, Pedro. A precariedade do transporte rodoviário brasileiro

para o escoamento da produção de soja do Centro-Oeste: situação e perspectivas. Revista de

Economia e Sociologia Rural, v. 48, n. 2, p. 447-472, 2010.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM (DNER). Conservação

de estradas não-pavimentadas. Rio de Janeiro, DNER, 1981.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE (DNIT).

Conheça a malha rodoviária federal. Brasília, DNIT, 2014. Disponível em:

http://www.dnit.gov.br/planejamento-e-pesquisa/planejamento/evolucao-da-malha-rodoviaria.

Acesso em: fevereiro/2015.

FERREIRA, Helder; CASSIOLATO, Martha; GONZALEZ, Roberto. Uma experiência de

desenvolvimento metodológico para avaliação de programas: o modelo lógico do programa

segundo tempo. Rio de Janeiro: IPEA, 2009. 44p. (Texto para discussão).

FIEGE, K. et al. Contribuição da construção de estradas rurais na redução da pobreza?

Análise de impacto na Província de Sofala, Moçambique. Berlin, Faculdade de Agronomia

e Horticultura, Série de publicações do SLE (Centro de Formação Avançada em

Desenvolvimento Rural), 2006.

GARCIA, Ronaldo Coutinho. Subsídios para organizar avaliações da ação governamental

- planejamento e políticas públicas. IPEA, Brasília, n.23, p.7-70, jun. 2001

GAZETA DE ALAGOAS. Chuvas afetam estradas vicinais de Maragogi. 2015. Disponível

em: http://gazetawebmaragogi.com/destaques/chuvas-afetam-estradas-vicinais-de-maragogi.

Acesso em: 16, Ago. 2015

GLOBO. Más condições de estradas rurais impedem estudantes de ir à escola. 2014.

Disponível em: http://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/noticia/2014/07/mas-condicoes-de-

estradas-rurais-impedem-estudantes-de-ir-escola.html. Acesso em: 05, Jul. 2015.

61

HOLANDA, Sérgio B. de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

KERNISKI, Maikeli M.; CUNHA, Márcia C. Importância das estradas não pavimentadas para

a localidade da Bacia do Rio Guabiroba, Guarapuava-PR. VII Congresso Brasileiro de

Geógrafos. Anais… 10 a 16 de agosto de 2014, Vitória/ES.

LOPES, Mauro de R.; SOUZA, Geraldo da S.; LOPES, Ignez G. V.; OLIVEIRA, Marilene S.;

BARCELOS, Fábio C.; BOGADO, Pedro R. Estradas rurais ou urbano-industriais: processo de

escolha em regime de competição por fundos públicos. Revista de Política Agrícola, Ano

XVII, n. 4, p. 47-64, 2008.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO (MDA). PAC2 Equipamentos para

Estradas Vicinais. Brasília: MDA, 2015. Disponível em: http://www.mda.gov.br/pac2/.

Acesso em: fevereiro/2015.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO (MPOG). Qual a

diferença entre PAC1 e PAC2?. Brasília: MPOG, 2015. Disponível em:

http://www.planejamento.gov.br/servicos/faq/pac-programa-de-aceleracao-do-

crescimento/visao-geral/qual-a-diferenca-entre-pac1-e-pac2. Acesso em: agosto/2015.

NUNES, Tercia V. L. Método de previsão de defeitos em estradas vicinais de terra com

base no uso das redes neurais artificias: trecho de Aquiraz – CE. Fortaleza: Universidade

Federal do Ceará, Programa de Mestrado em Engenharia de Transporte, Dissertação de

Mestrado, 2003.

OLIVEIRA, J. F. de; GRIEBELER, N. P.; CORRECHEL, V.; e SILVA, V. C. da. Erodibilidade

e tensão crítica de cisalhamento em solos de estradas não pavimentadas. Revista Brasileira de

Engenharia Agrícola e Ambiental, v.13 (suplemento), p. 955-960, 2009.

PAULO, Luiz F. A. O PPA como instrumento de planejamento e gestão estratégica. Brasília,

Revista do Serviço Público, v. 61, n. 2, p. 171-187, 2010.

PFEIFER, Peter. O quadro lógico: um método para planejar e gerenciar mudanças. Brasília,

Revista do Serviço Público, ano 51, n.1, jan./mar. 2000.

RAMOS, Marília. Aspectos conceituais e metodológicos da avaliação de políticas e

programas sociais. Planejamento e Políticas Públicas, IPEA, Brasília, v.32, n.1, p.95-114, jan.

2009.

REVISTA ESCOLA PÚBLICA. A encruzilhada do transporte. 2012. Disponível em:

http://revistaescolapublica.com.br/textos/33/artigo290787-1.asp. Acesso em: 16, Ago. 2015

62

ROCHA, S. Medindo a pobreza no Brasil: evolução metodológica e requisitos de informação

básica. In: LISBOA, M. de B.; MENEZES-FILHO, N. Microeconomia e sociedade no Brasil.

Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2001.

SALGADO, Plínio. Como nasceram as cidades do Brasil. 5. ed. São Paulo: Voz do Oeste,

1978.

SANTOS, Álvaro R.; PASTORI, Eraldo L.; AUGUSTO JÚNIOR, Fernando; CUNHA, Márcio

A. Estradas vicinais de terra: manual técnico para conservação e manutenção. 2. ed. Instituto

de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT: São Paulo, 1988.

VIVIANI, E. A utilização de um sistema de informação geográfica como auxílio à gerência

de manutenção de estradas rurais não-pavimentadas. Tese Doutorado. Escola de

Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

WHOLEY, Joseph S.; HATRY, Harry P.; NEWCOMER, Kathryn E. Handbook of Practical

Program Evaluation, 2004.

63