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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL PESQUISA DE BACTÉRIAS COM DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE SENSIBILIDADE EM VÍSCERAS COMESTÍVEIS DE FRANGO DE CORTE, PENAS E CAMAS DE AVIÁRIOS Fernando Augusto Fernandes Corrêa Orientadora: Profª. Drª. Maria Auxiliadora Andrade GOIÂNIA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

PESQUISA DE BACTÉRIAS COM DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE

SENSIBILIDADE EM VÍSCERAS COMESTÍVEIS DE FRANGO DE

CORTE, PENAS E CAMAS DE AVIÁRIOS

Fernando Augusto Fernandes Corrêa

Orientadora: Profª. Drª. Maria Auxiliadora Andrade

GOIÂNIA

2013

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FERNANDO AUGUSTO FERNANDES CORRÊA

PESQUISA DE BACTÉRIAS COM DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE

SENSIBILIDADE EM VÍSCERAS COMESTÍVEIS DE FRANGO DE CORTE,

PENAS E CAMAS DE AVIÁRIOS

GOIÂNIA

2013

Dissertação apresentada para obtenção do grau

de Mestre em Ciência Animal junto à Escola de

Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de

Goiás.

Área de Concentração:

Sanidade Animal, Higiene e Tecnologia de Alimento

Orientadora:

Profª. Drª Maria Auxiliadora Andrade

Comitê de Orientação:

Profª. Drª. Valéria de Sá Jayme

Prof. Dr. Edmar Soares Nicolau

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na (CIP) GPT/BC/UFG

C824p

Corrêa, Fernando Augusto Fernandes.

Pesquisa de bactérias com determinação do perfil de sensibilidade em vísceras comestíveis de frango de corte, penas e camas de aviários [manuscrito] / Fernando Augusto Fernandes Corrêa. - 2013.

xi, 48 f. : il. Orientadora: Profª. Drª. Maria Auxiliadora Andrade;

Co-orientadore: Profª. Drª. Valéria de Sá Jayme; Prof. Dr. Edmar Soares Nicolau.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária e Zootecnia, 2013. Bibliografia.

1. Frango de corte – Bactérias 2. Víceras de frango – Fisiopatologia 3. Camas de aviários – Bactérias I. Título.

CDU: 636.52/.58:561.23

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Dedico este trabalho

Aos meus pais, Maria Divina Fernandes da Silva e Laerte de

Deus Corrêa (in memoriam).

Pois a vida passa, mas os princípios e os ensinamentos

ficam e perpetuam.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, que me deu vida, saúde e força para

realizar este mestrado, mesmo com todas as turbulações que ocorreram no

decorrer deste.

Em especial à minha mãe, que me deu todo suporte e apoio nessa jornada,

que sempre estava pronta para ouvir e dar seus conselhos, amparo e carinho.

Como já disse Garretty “O amor de mãe é o combustível que capacita um ser

humano comum a fazer o impossível”.

À minha orientadora Profª Dra. Maria Auxiliadora Andrade pela amizade,

paciência, apoio, pela orientação no desenvolvimento desse projeto e por ter

aceitado me orientar, mesmo faltando menos de oito meses para o termino do

tempo regular.

Ao meu co-orientador e amigo Prof. Dr. Edmar Soares Nicolau por ter me

orientado no início do mestrado, e entender que a minha mudança de área de

atuação seria o melhor para minha carreira profissional e acadêmica.

À minha co-orientadora Profª Dra. Valéria de Sá Jayme por sua meiguice e

ternura ao tratar o próximo, sempre com um sorriso no rosto.

À Cinthia Lorena Rezende e Maria Eduarda Lemes Paniago, estagiárias

deste projeto, pela ajuda, dedicação e momentos de descontração e palhaçada.

À Janaina Costa Feistel e Alessandra Arnez, por estarem ao meu lado

desde o início da faculdade, onde sempre estudamos, curtimos, trabalhamos, e

publicamos juntos. A distância não irá mudar minha amizade, respeito e carinho a

vocês.

À Juliana Carvalho e ao Fabrício Pereira, meus amigos e companheiros de

serviço e viagens para Goiatuba, que eu passo mais tempo do que com a minha

própria família.

Aos meus amigos Marcos Paulo e Tassio Mozart, por serem pessoas

extremamente sensatas, sempre prontos para dar apoio e compartilhar o

conhecimento.

À Lucilene Correia, que mesmo não estando junto dela, foi uma pessoa

super importante em minha vida, sempre sendo compreensiva, carinhosa e me

apoiando nos momentos onde o melhor conselho era um abraço e carinho.

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Às pessoas importantes como a Aline Pedrosa, Gabriela Santiago, Pedro

Resende, João Paulo, Jalily Helou, Senhor Adair, tais amizades irei manter por

toda minha vida, pois são pessoas sensacionais.

Aos técnicos do laboratório de microbiologia, por propiciarem a execução

dos trabalhos, ao realizarem a limpeza e esterilização dos materiais que foram

utilizados, funcionários estes de extrema importância em todos os trabalhos

realizados neste laboratório.

À todos os Professores do Programa de Pós-Graduação da Escola de

Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás o meu respeito.

À Coordenação de Pós-Graduação, à Escola de Veterinária e Zootecnia

E a todos aqueles que direta ou indiretamente compartilharam do dia-a-dia,

o meu agradecimento.

OBRIGADO!

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 01

2. OBJETIVOS ..................................................................................................... 04

2.1. Geral.............................................................................................................. 04

2.2. Específicos .................................................................................................... 04

3. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 05

3.1 Cama de frango. ............................................................................................. 05

3.2 Pseudomonas spp. ......................................................................................... 06

3.3. Escherichia coli ............................................................................................ 07

3.4 Salmonella sp. ................................................................................................ 10

3.5 Staphylococcus spp. ...................................................................................... 11

3.6 Resistência a antimicrobianos ........................................................................ 14

4. MATERIAL E METODOS ................................................................................ 16

4.1. Local do experimento .................................................................................... 16

4.2. Coleta das amostras de cama de aviário ...................................................... 16

4.3. Coleta de amostras no frigorífico ................................................................... 16

4.4. Processamento das amostras ....................................................................... 19

4.5. Análises estatísticas ...................................................................................... 20

5. RESULTADOS ................................................................................................. 21

6. DISCUSSÃO .................................................................................................... 26

7. CONCLUSÕES ................................................................................................ 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 37

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RESUMO

O trabalho teve como objetivo investigar a presença de bactérias (Escherichia coli, Staphylococcus coagulase positiva, Pseudomonas spp. e Salmonella sp.) em vísceras comestíveis, penas e cama de frango. Bem como relacionar a presença destas bactérias em diferentes escores de alterações macroscópicas e determinar o perfil de sensibilidade de E. coli e Staphylococcus a antimicrobianos de importância em medicina veterinária. Para isso foram coletados 13 amostras de cama de aviário diretamente nos galpões. No abatedouro frigorífico foram coletados 12 lotes de penas, diretamente na depenadeira, 12 lotes de coração e fígado, na linha de inspeção, totalizando 740 amostras de coração e 740 amostras de fígado. Foram estabelecidos três escores de lesões para o coração e seis para o fígado. A partir destas amostras foi realizado o isolamento das bactérias E. coli, Staphylococcus coagulase positiva, Pseudomonas spp e Salmonela sp.. Os positivos para E. coli e Staphylococcus foram submetidos ao teste de sensibilidade aos seguintes antimicrobianos: ciprofloxacina (5 mg), ceftiofur (25 mg), clorafenicol (30 mg), eritromicina (15 mg), tetraciclina (30 mg), Sulfametoxazol-Trimetroprim (25 mg), enrofloxacina (5 µg), oxacilina (1 mg) e gentamicina (10 mg). Além destes para E. coli também foi utilizado colistina (20 mg) e para Staphylococcus coagulase positiva bacitracina (10 µg). Em nenhuma amostra analisada foi identificado Salmonella sp.. Foram encontrados em corações, 33,1%, 6,6% e 28,2% de E. coli, Staphylococcus coagulase positiva e Pseudomonas spp. respectivamente. Em fígados 45,4%, 8,0% e 23,1% de E. coli, Staphylococcus coagulase positiva e Pseudomonas spp. respectivamente. Para penas os resultados encontrados foram de 29,2%, 16,7% e 35,8% de E. coli, Staphylococcus coagulase positiva e Pseudomonas spp. respectivamente. Nas amostras de cama de frango não ocorreu isolamento de Staphylococcus, os isolados de E. coli e Pseudomonas spp. foram 92,3% e 7,7% respectivamente. No teste de sensibilidade a antimicrobianos nas amostras de E. coli e Staphylococcus coagulase positiva, as bactérias apresentaram a seguinte porcentagem de suscetibilidade aos antimicrobianos respectivamente: ciprofloxacina (36,7% e 58,8%), ceftiofur (8,1% e 64,7%), clorafenicol (81,0% e 76,5%), eritromicina (2,9% e 41,2%), tetraciclina (30,9% e 41,2%), Sulfametoxazol-Trimetroprim (43,8% e 82,3%), enrofloxacina (18,6% e 47,1%), oxacilina (3,8% e 47,1%) e gentamicina (37,1% e 64,7%). Para os isolados de E. coli submetidos ao teste de sensibilidade à colistina 96,7% foram sensíveis. E para os isolados de Staphylococcus submetidos ao teste de sensibilidade a bacitracina, nenhuma amostra foi suscetível a este antimicrobiano. Palavras chave: antimicrobianos, bactérias, cama de frango, coração, fígado e sensibilidade.

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ABSTRACT

Therefore the study aimed to investigate the presence of these bacteria in edible offal, feathers and poultry litter. Relate the presence of these bacteria in different scores macroscopic changes and determine the sensitivity of E. coli and Staphylococcus antimicrobials of importance in veterinary medicine. For it was collected 13 samples of manure directly in the sheds, abattoir were collected in 12 lots of feathers, plucking directly into 12 lots of heart and liver, the inspection line, totaling 740 samples 740 samples of heart and liver. We established three scores for injuries to the heart and six for the liver. From these samples was carried out the isolation of the bacteria E. coli, coagulase positive Staphylococcus, Pseudomonas spp. and Salmonella sp.. Positive for E. coli and Staphylococcus co were tested for sensitivity to the following antibiotics: ciprofloxacin (5 mg), ceftiofur (25 mg), chloramphenicol (30 mg), erythromycin (15 mg) , tetracycline (30 mg) , trimethoprim-sulfamethoxazole (25 mg) , enrofloxacin (5 mg), oxacillin (1 mg) and gentamycin (10 mg). In addition to those for E. coli was also used colistin (20 mg) and Staphylococcus coagulase positive bacitracin (10 mg). In any sample analyzed was identified Salmonella sp. were found in hearts, 33.1%, 6.6% and 28.2% of E. coli, coagulase positive Staphylococcus and Pseudomonas spp. respectively. In livers 45.4%, 8.0% and 23.1% of E. coli, coagulase positive Staphylococcus and Pseudomonas spp. respectively. To feather the results were 29.2%, 16.7% and 35.8% of E. coli, coagulase positive Staphylococcus and Pseudomonas spp. respectively. In the samples of poultry litter was not isolating Staphylococcus isolates of E. coli and Pseudomonas spp. were 92.3% and 7.7% respectively. In antimicrobial susceptibility testing on samples of E. coli and Staphylococcus coagulase positive bacteria showed the following percentage of antimicrobial susceptibility respectively: ciprofloxacin (36.7% and 58.8%), ceftiofur (8.1% and 64.7%), chloramphenicol (81.0% and 76.5%), erythromycin (2.9% and 41.2%), tetracycline (30.9% and 41.2%), Trimethoprim -sulfamethoxazole (43.8% and 82.3%), enrofloxacin (18.6% and 47.1%), oxacillin (3.8% and 47.1%) and gentamicin (37.1% and 64.7%). For isolates of E. coli tested for sensitivity to colistin 96.7% were sensitive. And for Staphylococcus tested for sensitivity to bacitracin, no specimens were susceptible to this antimicrobial agent. Keyswords: antimicrobial, bacteria, chicken litter, heart, liver and sensitivity.

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1. INTRODUÇÃO

O sistema de produção de aves tem como enfoque produzir carnes e ovos

com qualidade, segurança e de forma ética do ponto de vista do bem-estar animal

e impacto ambiental.

As exportações brasileiras despontaram nos anos de 1970 e, com isso,

cresceu o investimento em tecnologia de abate e processamento. Na década de

1990, o Brasil se consolidou como um dos principais produtores de carne de aves

processadas no mundo. Em 2005 devido a gripe aviária, nosso país passou a

abastecer o mercado mundial, até então sob domínio da Tailândia. Foi nessa

ocasião que o Brasil assumiu o primeiro lugar entre os exportadores de carne de

ave (SAVAGLIA, 2009; ABUJAMRA, 2010).

Goiás no ano de 2011 abateu 318,8 milhões de cabeças de frango, em

2012 houve um aumento de 1,1% no abate, com isso o estado de Goiás abateu

322,2 milhões de cabeças de frango. O estado que mais abateu frangos em 2012

foi o estado do Paraná com 1,45 bilhões de cabeças, seguido de Santa Catarina,

887,3 milhões, e Rio Grande do Sul, 728,7 milhões. Ao todo foram

disponibilizados no mercado 11,5 milhões de toneladas de carne de frango (IBGE,

2013).

Para a obtenção higiênica de uma carne de qualidade é necessário que

todos os processos de produção e beneficiamento sejam seguidos dentro da

legislação específica que regulamenta a atividade. Acrescenta-se também que o

status sanitário e ambiental da avicultura brasileira tem uma importância

estratégica para preservar a saúde pública e dos plantéis avícolas.

Para regulamentar e padronizar o procedimento de abate avícola, em

novembro de 1998 o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA)

aprovou o Regulamento Técnico da Inspeção Tecnológica e Higiênico-Sanitária

de Carne de Aves pela da Portaria 210/1998. Rotineiramente, nos frigoríficos

ocorre a condenação de carnes e vísceras impróprias para o consumo. Este

procedimento visa zelar pela saúde pública, uma vez que a carne de frango e

seus subprodutos, assim como todos os produtos de origem animal, são

potenciais fontes veiculadoras de agentes infecciosos para a cadeia alimentar do

homem (BARCELOS et al., 2006).

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O ambiente onde as aves são alojadas até o abate podem influenciar no

seu padrão de saúde, afetando diretamente na saúde pública. A cama de frango

pode abrigar várias espécies de bactérias, inclusive patogênicas, no entanto isso

pode ser evitado quando esta é tratada de forma adequada, proporcionando um

ambiente desfavorável para a multiplicação bacteriana (DAVIS et al., 2002).

Os microrganismos veiculados por produtos de origem animal podem ser

provenientes de sua microbiota da pele, de vias respiratórias e do trato

gastrintestinal. Microrganismos como Escherichia coli, Pseudomonas spp.,

Staphylococcus spp., Klebsiella spp., Salmonella sp., Citrobacter spp.,

Micrococcus spp., Streptococcus spp., Bacillus spp. e Campylobacter spp. têm

sido isolados em carne de frangos de corte e alguns podem ser fontes de infecção

para o ser humano, possuem implicações para a segurança dos alimentos e no

tempo de prateleira do produto (FREITAS et al., 2004).

Dentre os microrganismos responsáveis por doenças em seres humanos e

em animal, destacam-se E. coli, o qual pertence à família Enterobacteriaceae e é

responsável por significativa incidência de processos mórbidos (SAVIOLLI, 2010).

Entretanto isolados de E. coli em lesões de frangos possuem semelhanças

genéticas com E. coli causadores de enfermidades em humanos e podem

constituir risco à saúde do consumidor (ANDRADE, 2005).

Assim como E. coli, Salmonella também estão amplamente distribuídas na

natureza e têm o homem e os animais como reservatórios (JAY, 2005). No

contexto da saúde/produção animal, o gênero Salmonella pode causar doenças

em animais, acarretando diminuições na produção, e ainda podem impactar a

saúde humana por causarem toxinfecção alimentar.

Outro microrganismo, Pseudomonas spp., considerado um patógeno

oportunista, está presente no meio ambiente, na água e no solo, em algumas

superfícies ou substratos formando biofilmes. Pertence à microbiota normal da

superfície de plantas, pele do homem e animais e causam infecções em

organismos imunodeprimidos (MAIA et al., 2009), além de ser o principal

deteriorante de carne refrigerada.

Assim como Pseudomonas spp.,Staphylococcus spp. existem no meio

ambiente, na água, no leite, nos alimentos mal processados ou equipamentos de

processamento de alimentos, na pele de seres humanos e animais. O homem é o

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principal reservatório para Staphylococcus spp., incluindo Staphylococcus aureus.

Mesmo pertencendo à microbiota normal das mucosas e pele, S. aureus é um dos

mais importantes patógenos para humanos. Este microrganismo tem predileção

ao colonizar as mucosas orais e nasais, além de estar presente em outros locais

como a região perineal, pele e cabelo na maioria dos indivíduos saudáveis

(FORSYTHE, 2005).

Os principais alimentos relacionados às intoxicações causados por toxinas

de S. aureus, são os que necessitam de manipulação, como carnes e derivados,

produtos de ovos, saladas como as de atum, galinha, batata e macarrão, produtos

de panificação como cremes, tortas de creme, sanduíches e leite ou produtos

lácteos (BRASIL, 2009a).

Devido a grande variedade de patógenos que acometem os animais de

produção, e a possibilidade de causarem surtos de toxinfecções alimentares no

homem, existe ainda a preocupação destes produtos introduzirem na cadeia

alimentar estirpes resistentes a antibióticos. Assim os alimentos de origem animal,

como carne de aves, representarem potenciais veículos de transmissão de

microrganismos resistentes para o homem (LEMOS, 2010).

Muitos antimicrobianos possuem utilização controlada, em medicina

veterinária, alguns não podem ser utilizados como promotores de crescimento ou

tem o uso totalmente restrito. Medidas tomadas pelo Ministério da Agricultura

Pecuária e Abastecimento para tentar reduzir a resistência destes e a transmissão

de resistência a bactérias que podem afetar os seres humanos (BRASIL, 2009).

Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivos investigar a

presença de bactérias potencialmente patogênicas e deteriorantes em vísceras

comestíveis, penas e cama de frango, bem como o perfil de resistência dos

isolados de E. coli e Staphylococcus coagulase positivos aos antimicrobianos

mais utilizados em medicina veterinária.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Investigar a presença de bactérias potencialmente patogênicas e

deteriorantes em vísceras comestíveis, penas e cama de frango.

2.2 Específicos

-Investigar a presença de Salmonella, E. coli, Pseudomonas e

Staphylococcus em coração e fígado, com diferentes escores de alterações

macroscópicas;

-Investigar a presença das mesmas bactérias em penas e camas;

-Relacionar a presença das bactérias identificadas no coração e fígado

com as bactérias das penas e cama;

- Determinar o perfil de sensibilidade de E. coli e Staphylococcus aos

antimicrobianos mais utilizados em medicina veterinária.

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3. REVISAO DE LITERATURA

3.1 Cama de frango

A cama de frango é caracterizada como todo material distribuído sobre o

piso de galpões, com uma espessura de cinco a 10 cm e serve de leito às aves.

Ela apresenta-se como um componente muito importante na epidemiologia de

algumas doenças, pois recebe todas as excreções das aves, podendo possuir

altas cargas microbiana e parasitária (PAGANINI, 2004). A cama se constitui na

mistura das excretas (fezes e urina) com o material utilizado como substrato, este

visa receber e absorver a umidade das dejeções, das penas e descamações da

pele das aves, restos de alimentos e água, sendo estes últimos provenientes dos

comedouros e bebedouros (ROLL et al., 2008; SAGULA, 2012).

O manejo e a escolha do material a ser utilizado para recobrir o piso dos

galpões, deverão proporcionar ainda um adequado controle do nível de umidade,

redução de produção de pó e amônia, não expor as aves a agentes transmissores

de doenças e ainda prevenir a proliferação de insetos (SANTOS, 2009).

A cama de aviário com 22% de umidade impede o desenvolvimento de

Salmonella sp., E. coli, Listeria, Campylobacter ou Staphylococcus spp.

(FERREIRA et al., 2004; PRA et al., 2009). Esse material é considerado um bom

substrato para a multiplicação bacteriana, a cama de maravalha possui

composição média de 14% de proteína bruta, 17 a 24% de fibra bruta, 58 a 65%

de matéria seca, com um pH entre 6,0 a 9,0 na presença do frango e uma

temperatura variando de 20 e 32°C dentro do galpão (ANGELO et al., 1997;

JEFFREY, 2001; PRA et al., 2009).

A microbiota da cama é extremamente variada devido ao contínuo aporte

de material fecal, secreções e descamações das aves durante o ciclo de criação e

também pela presença de fungos e bactérias do ambiente. Com isso, a carga

microbiana assemelha-se à composição do conteúdo do íleo dos frangos,

entretanto, possui menor quantidade de bactérias que o trato digestivo destes

pode ocorrer aumento deste número quando a cama é reutilizada, e quando a

umidade e o pH favorecerem o crescimento de microrganismos (REHBEGER,

2002; LU et al., 2003; SANTOS, 2009).

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As principais bactérias da cama de frango são mesófilas aeróbias e

microaerófilas. As bactérias Gram-positivas mais encontradas são os lactobacilos,

enquanto que as Gram-negativas são representadas por Escherichia coli,

Salmonella sp. e Campylobacter spp. (NANDI et al., 2004). KWAK et al. (2005)

encontraram em seus estudos 31 diferentes gêneros de bactérias em cama de

aviário, sendo 82% Gram-positivas, principalmente Lactobacillus sp. e

Salinococcus sp. e em menor quantidade Clostridium sp.,Staphylococcus spp. e

Bordetella sp..

3.2 Pseudomonas spp.

Pseudomonas spp. são bacilos Gram negativos de 0,5 a 1,0 X 1 a 5 µm,

móveis aeróbios obrigatórios, oxidase e catalase positivas, não formadores de

esporos. Possui intensa atividade metabólica, degradando proteínas, gorduras,

carboidratos e outros substratos. Causam infecções oportunistas em diferentes

espécies de animais (QUINN et al., 2005; ZAVASCKI, et al., 2008).

São microrganismos que se caracterizam pela produção de pigmentos

difusíveis, causando alterações nas características químicas e sensoriais,

representando o grupo mais frequente em alimentos frescos, tanto de origem

animal quanto vegetal. A presença de Pseudomonas spp. em altos níveis no final

do processamento ocasiona a redução da vida de prateleira mesmo em produtos

refrigerados, pois são microrganismos psicrotróficos. Produzem muco na

superfície dos produtos, além de odores e sabores desagradáveis, sendo, de

grande importância para a indústria de alimentos (QUINN et al., 2005; MAIA et al.,

2009). Sendo assim considerado um dos principais responsáveis pela

deterioração da carne in natura (ALCANTARA et al., 2012).

O principal representante do gênero é Pseudomonas aeruginosa. As

linhagens patogênicas são produtoras de toxinas e enzimas que promovem

invasão celular, mediada por fímbrias e lesões teciduais. Após alojar-se nos sítios

de ligação, a colonização e a replicação são auxiliadas pelas propriedades

antifagocitárias da exoenzima S, pela camada limosa extracelular e pelos

lipopolissacarídeos da membrana externa (ARAKAWA et al, 2000; QUINN et al.,

2005; SOUZA et al., 2006).

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Outra característica das Pseudomonas é a capacidade de formar biofilmes,

que consiste em colônias de bactérias inseridas em uma matriz polímera de

polissacarídeos, DNA extracelular e proteínas, produzidas pelas próprias

bactérias. Esses biofilmes induzem a fixação das bactérias a uma superfície,

propiciando um ambiente ideal para o desenvolvimento, troca de material genético

entre as bactérias e funciona ainda como forma de proteção que permite aos

microrganismos sobreviverem em ambientes adversos, protegendo contra o

sistema de imune do hospedeiro e dificultando a difusão de antibióticos e

desinfetantes (LINCONPAN & TRABULSI, 2008).

Pseudomonas spp. possui multirresistência conhecida, principalmente pela

produção de beta-lactamases plasmideais e cromossômicas, em muitos casos

esse patógeno é resistente a todos os antibióticos atualmente disponíveis, exceto

as polimixinas (ZAVASCKI et al., 2007). Mesmo assim eventualmente são

relatados casos de resistência a esta classe de antibióticos, devido a algumas

alterações da membrana externa da bactéria (BONOMO & SZABO, 2006).

Sua resistência a diferentes antimicrobianos pode ser intrínseca, devido à

baixa permeabilidade de sua membrana e a formação de biofilme, ou adquirida

pela associação, no solo, com microrganismos naturalmente produtores de

antibióticos. Devido à sua presença em uma multiplicidade de ambientes, pode

carrear plasmídios e genes que lhe conferem multirresistência (MAIA et al., 2009;

LAMBERT et al., 2011). As mínimas necessidades nutricionais e a resistência as

diversas condições físicas, incluindo capacidade de se multiplicar mesmo em

baixas temperaturas, com grande concentrações de corantes e sais possibilita

sua presença em diversos ambientes e propicia sua participação como agente

oportunista (PIRNAY et al., 2005; MAIA et al., 2009).

3.3 Escherichia coli

O gênero Escherichia pertencente à família Enterobacteriaceae, composto

por diferentes espécies, Escherichia coli, Escherichia blattae, Escherichia

fergusonii, Escherichia hermanii e Escherichia vulneris. No entanto, a principal

espécie de importância é E. coli (CAMPOS & TRABULSI, 2002). E. coli é um

bastonete curto, Gram-negativo, não esporulado, medindo entre 1,1 a 1,5 μm por

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2 a 6 μm, a maioria é móvel, devido a existência de flagelos peritríqueos

(BARNES et al. 2003; OLIVEIRA et al., 2004; QUINN et al., 2005). É uma das

principais constituintes da microbiota intestinal de animais, faz parte do grupo de

coliformes fecais (coliformes a 45 ºC) e é considerada indicador de contaminação

fecal e eventual presença de bactérias patogênicas em alimentos (OLIVEIRA et

al., 2004).

Vários fatores contribuem para sua disseminação no meio ambiente pois é

excretada nas fezes e pode sobreviver nas partículas fecais, poeira e água por

semanas ou meses, tem habilidade de crescer rapidamente e usa uma grande

variedade de materiais como nutrientes (ANDRADE, 2005; SAVIOLLI, 2010).

O trato respiratório superior, nas aves, é a principal porta de entrada na

infecção por E. coli, ocorrendo a colonização e multiplicação do agente na

traquéia, com posterior disseminação para os sacos aéreos e tecidos adjacentes.

A infecção por Escherichia coli pode ocorrer no incubátorio ou nos galpões.

A patogenia da infecção por E. coli ocorre após a adesão da bactéria ao

sítio de ligação no órgão, ocorre uma resposta inflamatória aguda, que faz a

permeabilidade vascular aumentar e ocorrer acumulo de fluidos e proteínas nos

tecidos. As membranas serosas dos órgãos tornam-se edemaciadas. O exsudato

acumula e eventualmente é formado uma massa caseosa, firme, seca, amarela e

irregular. Esse exsudato caseoso consiste em um granuloma heterofílico

contendo variável número de colônias de E. coli cercado por células

multinucleadas gigantes e macrófagos (BARNES et al., 2003).

As principais lesões encontradas são: aerossaculite, pericardite,

perihepatite, pleoropneumonia e peritonite. A evolução da doença é rápida e

frequentemente resulta em septicemia, causando alta mortalidade. Aves que

sobrevivem podem apresentar outras lesões menos frequentes que incluem:

hepatite, salpingite, panoftalmite, meningoencefalite, celulite, osteomielite e

sinovite (BARNES et al., 2003, ABUJAMRA, 2010).

E. coli podem ser agrupadas de acordo com seus mecanismos de

patogenicidade, em patótipos que estão frequentemente associados à doença em

animais: as ETEC (E. coli enterotoxigênicas), EPEC (enteropatogênica), STEC (E.

coli produtoras de toxina de Shiga), EIEC (E.coli enteroinvasivas), UPEC

(uropatogênicos), NMEC (meningite neonatal), REDEC (enteropatogênicos de

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coelhos) e APEC (E. coli patogênicas para aves) (BARNES et al., 2003; KNÖBL,

et al., 2006; BERCHIERI JUNIOR, et al., 2009).

A patogenicidade de E. coli se manifesta por um mecanismo multifatorial e

complexo que envolve vários fatores de virulência e variam com o sorotipo

(KUHNERT et al., 2000; ROCHA, 2008).

Estes fatores de virulência fazem parte do corpo bacteriano que é

composto de estruturas antigênicas que contribuem para a determinação dos

sorogrupos de E. coli, essa determinação é realizada por meio de anti-soros e

baseada na classificação, que Kauffmann realizou em 1947, dos antígenos

somáticos (Ӧhne – “O”), capsulares (Kapsel – “K”), flagelares (Hauch – “H”) e

fimbriais (Fimbriae – “F”/P) (CAMPOS & TRABULSI, 2002; ROCHA, 2008).

Acredita-se que as fímbrias P podem estar envolvidas na transformação de

linhagens avirulentas em linhagens virulentas de E. coli e a colonização de órgãos

internos como fígado, coração e o desenvolvimento de septicemias são

dependentes da expressão de adesinas manose resistentes como as fímbrias P.

(ASSIS & SANTOS, 2001; CAMPOS et al., 2005).

Dentre os patótipos de E. coli em avicultura destaca-se o APEC, que

determina infecções, localizadas ou sistêmicas, os quais tem sido isolados em

aves de produção e são considerados patogênicos apenas para aves,

apresentam um baixo risco de afetar o homem ou outros animais (BARNES et al.,

2003; BARCELOS, 2005).

A colibacilose é uma das mais comuns e principais doenças na avicultura

industrial moderna. O aparecimento da colibacilose é o resultado da interação da

bactéria com o hospedeiro e com meio ambiente, sendo que só amostras

patogênicas possuem capacidade de causar a doença. E. coli do grupo APECs

podem ser encontrados nas fezes e na cama dos aviários e têm sido associados

a infecções extra-intestinais (ASSIS & SANTOS, 2001; BARCELOS, 2005).

Na produção de frango de corte é utilizado antimicrobianos para tentar

controlar e minimizar os danos associados a colibacilose aviária. Devido ao amplo

uso destes, é comum o aparecimento de linhagens resistentes a diversos

antibióticos, causando graves consequências à industria avícola e a saúde

pública, por causa da transferência horizontal de genes plasmídeais ou

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cromossômicos a microrganismos comensais ou patogênicos (BARROS et al.,

2012).

3.4 Salmonella sp.

Salmonellae são bastonetes Gram negativos pertencentes à família

Enterobacteriaceae, medindo de 0,7 a 1,5 µm por 2,5 a 5 µm, não formadores de

esporos, anaeróbio facultativo, móveis em sua grande maioria, com flagelos

peritríquios, excetuando os sorovares Salmonella Pullorum e Salmonella

Gallinarum. Multiplicam-se em temperaturas de 5oC a 46oC, entretanto, a

temperatura ótima é de 35ºC a 37 oC. Crescem bem em pH entre 3,8 a 9,5, sendo

7 o pH ideal. Atividade de água (Aw) mínima para crescimento é de 0,94 (SILVA

et al., 2007).

A nomenclatura do gênero tem particularidades, pois, embora alguns

considerem os sorovares como se cada um fosse uma espécie, as salmonelas

foram agrupadas em apenas duas espécies, levando-se em consideração a

hibridização de DNA e nas características eletroforéticas com enzimas multilocus.

Salmonella enterica e Salmonella bongori foram divididos em seis subespécies:

salamae, arizone, diarizone, houtenae, indica (JAY, 2005).

A identificação do gênero é definida de acordo com suas características

bioquímicas, sorológicas e antigênicas. Sendo a divisão de seus sorovares

baseada na composição de seus antígenos de superfície, que são os antígenos

somáticos “O”, flagelares “H” e capsulares “Vi”, este último encontrado somente

nos sorovares Salmonella enterica ser. Dublin, Salmonella. enterica ser. Typhi e

Salmonella enterica ser. Paratyphi C. Taxonomia definida conforme proposto pelo

esquema White-Kauffmann Le-Minor (GRIMONT & WEILL, 2007; SILVA et al.,

2007).

Com elevada capacidade de difusão, tanto por transmissão vertical, quanto

horizontal, e a colonização do trato gastrintestinal das aves por este agente, pode

ocorrer no momento do abate sua incorporação ao produto final, oferecendo risco

ao consumidor (CARDOSO & TESSARI, 2008).

Diante do grande risco de contaminação, outro ponto que desfavorece o

tratamento é a resistência a antimicrobianos e particularmente a resistência

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múltipla a quatro ou mais drogas,o que se observou em Salmonella enterica ser.

Typhimurium em meados dos anos 60, apresentando aumento significativo na

década de 90 com o aumento do uso de antibióticos tanto no tratamento quanto

seu uso como promotores de crescimento (THRELFALL, 2002).

O controle deste microrganismo no período de pré abate e durante o abate

são fundamentais, pois é um dos principais microrganismos relacionados a surtos

de doenças veiculadas por alimentos, WELKER et al. (2010) analisaram 186

surtos de doenças veiculadas por alimentos, Salmonella sp. foi o principal

microrganismo identificado (37%), em carnes de origem avícola.

Para a eliminação destes microrganismos nos alimentos a temperatura é

um bom método, pois quando submetidas à temperatura superior a 55ºC por um

período de uma hora ou a 60ºC por 15 a 20 minutos são destruídos (GAMA,

2001).

3.5 Staphylococcus spp.

Alexander Ogston, em 1880, utilizou a palavra grega staphylo, para

designar o gênero, devido a formação semelhante a um cacho de uva (BOTH

2007). Staphylococcus spp. são cocos Gram-positivos, imóveis, não formam

esporos, são catalase-positivos e tendem a formar agrupamentos semelhantes a

cachos de uva (MARTINS, 2002). Fazem parte da família Micrococcaceae que

apresenta 29 espécies e apenas três a quatro espécies apresentam potencial

patogênico para aves, sendo mais a patogênica Staphylococcus aureus

(FERREIRA & FERREIRA, 2000, BARCELOS, 2005).

São microrganismos mesófilos, temperatura de multiplicação entre 7 e

47,8º C, podem produzir enterotoxinas termorresistentes a temperaturas entre 10

e 46º C, com temperatura ótima entre 40 e 45º C. O pH ideal para

desenvolvimento varia entre 7 a 7,5, mas é possível a multiplicação em alimentos

com pH variando entre 4,2 e 9,3 (SANTANA et al., 2010).

Outra característica deste grupo de microrganismos é a capacidade de

sobreviver e se multiplicar em uma concentração de cloreto de sódio de até 15%

e a produção de enterotoxina acontece em concentrações de sal de até 10%,

sendo considerado assim um microrganismo halofílico (SANTANA et al., 2010).

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Quanto à atividade de água (aw) Staphylococcus spp. são os únicos capazes de

se multiplicarem em alimentos com valores de atividade de água inferiores ao

normalmente considerados mínimos para outras bactérias halófilas, podendo se

multiplicar em alimentos com aw de 0,86 (FRANCO & LANDGRAF, 2005,

SANTANA et al., 2010).

Devido sua relativa resistência esses microrganismos estão amplamente

presentes no meio ambiente, colonizam as superfícies e mucosas de mamíferos e

aves. A dessecação pode se manter viável por longos períodos em fômites e são

destruídos à 60 ºC entre 43 segundos até oito minutos (STROHL et al., 2003,

BARCELOS, 2005).

A capacidade do Staphylococcus produzir coagulase, uma enzima

extracelular, é uma das provas mais utilizadas para caracterizar as cepas

produtoras de enterotoxinas, embora a relação entre a produção da coagulase e a

de enterotoxinas não seja absoluta (ORDEN et al., 1992; WONG & BERGDOLL,

2002). S. aureus produzem enterotoxinas que são identificadas e caracterizadas

em A, B, C (C1, C2 e C3), D e E (FERREIRA & FERREIRA, 2000). Outras

espécies de estafilococus também podem produzir enterotoxinas, porém surtos de

intoxicação alimentar estão relacionados somente a S. aureus enterotoxigênicos

(ZOLI et al., 2002). Algumas outras enterotoxinas foram descobertas, como as G,

H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R e U, porém o envolvimento destas com surtos de

intoxicações alimentares ainda não estão bem esclarecidos (JORGENSEN et al.,

2005, SANTANA 2010).

Em animais, Staphylococcus spp.está associado a lesões purulentas da

pele que ocasionalmente, podem tornar-se sistêmicas (JONES et al., 2000). Em

aves comerciais Staphylococcus spp., incluindo Staphylococcus aureus, é causa

de diversas enfermidades, desde uma septicemia aguda à osteomielite

(SKEELES, 1997). Como as aves podem ser reservatórios dessa bactéria, estas

podem representar um potencial significativo nos surtos de intoxicações por S.

aureus enterotoxigênicos (FERREIRA &FERREIRA, 2000, BARCELOS 2005).

A frequência de colonização de S. aureus varia acentuadamente em aves,

alguns plantéis não apresentam S. aureus detectável; em outros,

aproximadamente 30% das aves apresentam fígados e articulações dos jarretes

infectados (FRASER, 1997, BARCELOS, 2005). Estudos de AWAN &

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MATSUMOTO (1998), mostraram que dentre 79 isolados de Staphylococcus, 30

foram obtidos dos fígados das aves e os 49 restantes, de articulações e sangue.

Quando Staphylococcus atingem o fígado, este pode apresentar-se

tumefeito, congesto e esverdeado (FRASER, 1997). O órgão pode apresentar

pontos esbranquiçados de tamanhos variados, desde 1 a 4 mm com

hepatomegalia e necrose focal. Esses mesmos focos necróticos também podem

ser encontrados no tecido esplênico (FERREIRA & FERREIRA, 2000).

A evolução e a disseminação de microrganismos resistentes aos

antibióticos são os resultados da pressão seletiva imposta pelo homem, seja pela

prescrição necessária dessas drogas ou pelo uso incorreto em tratamentos sem

diagnóstico estabelecido, automedicação, desperdício de restos de

antimicrobianos no meio ambiente e emprego desses fármacos como fatores de

crescimento em animais de produção (TAVARES, 2000; FREITAS et al., 2004;

CARDOSO et al., 2006). Além disso, é possível que os resíduos de antibióticos

em produtos animais possam ser veiculados a pessoas que os consumam,

produzindo efeitos de toxicidade ou reações alérgicas em indivíduos previamente

sensibilizados, além de favorecer o aparecimento de bactérias resistentes

(FREITAS et al., 2004).

A resistência das bactérias pode ser natural, ou intrínseca, resistência

adquirida e resistência induzida. A resistência natural é um caráter hereditário,

compõe a herança genética cromossômica deste microrganismo e é transmitida

às células filhas de forma vertical (TAVARES, 2001).

Já a resistência adquirida, trata-se de uma nova propriedade que surge nas

espécies de bactérias, que em determinado momento passam a não responder a

ação de drogas que antes eram efetivas contra o restante da população. Devido a

alterações no cromossomo bacteriano ou em elementos extra cromossomais,

ocorre modificações na estrutura ou no funcionamento da célula bacteriana,

decorrentes da modificação destes fatores genéticos (TAVARES, 2001). O

desenvolvimento de resistência por certas bactérias patogênicas é mais rápido

que a capacidade da indústria para produzir novas drogas (FREITAS et al., 2004).

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3.6 Resistência a antimicrobianos

O processo resistência das bactérias aos antimicrobianos pode ser dado de

acordo com o grupo de antibiótico envolvido. Em exemplo, a resistência das

bactérias à oxacilina e aos demais beta-lactâmicos é caracterizado pela

expressão de uma proteína ligante de penicilina modificada extremamente

funcional, mas com afinidade reduzida por beta-lactâmicos, conferindo a bactéria

a capacidade de sintetizar a parede celular mesmo na presença da meticilina

(beta-lactâmico sintético resistente a ação das beta-lactamases) (ITO et al.,

2003).

Já para os macrolídeos, DAUREL & LECLERCQ (2008) relatam que é

frequente a resistência, de Staphylococcus aureus, a eritromicina. Essa

resistência é devido a produção de metilase, enzima trasferase que transfere metil

de um grupo doador para um receptor, sendo responsável pela modificação

ribossômica deste antibiótico.

Estes mesmos autores também afirmam que a resistência às quinolonas,

está relacionada a mutações na topo-isomerase, responsável pela replicação e

empacotamento do DNA, que é o local alvo deste antibiótico. Pois o método de

ação da ciprofloxacina é a inibição da replicação de DNA bacteriano, isso ocorre

pois elas inibem a DNA girase, afetando a replicação, transcrição e reparo gênico

(SANTANA et al., 2011).

Entretanto a resistência às quinolonas, como a ciprofloxacina, geralmente

não é associada à transferência gênica, mas à expressão de uma capacidade

própria da bactéria em desenvolver resistência quando exposta a um ambiente

hostil com pressão seletiva (SILVA et al., 2008; VIEIRA et al., 2010).

A enrofloxacina é um quimioterápico, do grupo das flouroquinolonas

derivados do ácido quinoloncarboxílico, que também tem como mecanismo de

ação a inibição da replicação do DNA bacteriano pela sua ação sobre as enzimas

topoisomerases tipo II bacterianas, a DNA girase e a topoisomerase IV

(SANTANA et al., 2011).

Alguns antibióticos são direcionados ao tratamento contra um grupo de

bactérias em específico, é o caso da colistina, no tratamento de bactérias Gram –

negativas. Este é um agente antimicrobiano polipeptídico, descoberto em 1940,

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constituído por uma mistura complexa de polimixinas que tornou-se a terapia de

primeira linha para infecções graves causadas por algumas bactérias Gram-

negativas, pois promove uma desestabilização da membrana externa das

bactérias (DOCOBO-PEREZ et al., 2012; KEMPF et al., 2013).

O processo de resistência a este antibiótico se dá pela modificação da

camada de lipopolissacarídeo da bactéria, reduzindo assim a afinidade desta

pelas polimixinas (KEMPF et al., 2013).

Para evitar e reduzir a resistência e a presença de resíduos de

antimicrobianos em produtos de origem animal o Ministério da Agricultura

Pecuária e Abastecimento, estabelece normas de utilização e a proibição de

alguns princípios ativos. Nesse sentido proibiu a utilização, manipulação,

comercialização e importação de qualquer produto ou medicamento para uso

veterinário que possua cloranfenicol como princípio ativo (BRASIL, 2003).

No Brasil é proibido o uso de tetraciclina como promotores de

crescimento, visando evitar resíduos na carne comercializada e reduzir as taxas

de resistências (BRASIL, 2009b) pois, a resistência a tetraciclina, frequentemente,

é mediada por plasmídeos, que apresentam uma ampla variedade de

determinantes genéticos e carreiam genes de resistência entre as bactérias

(SAYAH et al., 2005).

A utilização de cefalosporinas, como o ceftiofur, também tem a utilização

restrita como antibiótico, sendo vedada a utilização deste como aditivo

zootécnicos ou melhoradores de desempenho (BRASIL, 2009b). Ceftiofur é uma

cefalosporina de 3ª geração que possui como método de ação a inibição da

síntese da parede celular bacteriana (SANTANA et al., 2011).

Já a resistência a ceftiofur pode ser dada pela presença de plasmídeos

carreadores de genes de E. coli espectro-estendido cefalosporinas. As bactérias

que possuem plasmídeos com esse fator, podem transmitir resistência a

cefalosporinas a outras espécies de bactérias e dentro da mesma espécie de

acordo com (SHAHADA et al., 2012, SEIFFERT et al., 2013). Cada grupo de

antimicrobiano possui características particulares, assim como cada

microrganismo possui mecanismo próprio de resistência.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Local do experimento:

O experimento foi realizado entre os meses de dezembro de 2012 a julho

de 2013, em propriedades que produzem frangos de corte, situados na região sul

e sudeste do estado de Goiás, em um matadouro-frigorífico, localizado na cidade

de Goiatuba (GO), e no laboratório de bacteriologia do Departamento de Medicina

Veterinária da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de

Goiás (DMV/EVZ/UFG).

4.2 Coleta das amostras da cama de aviário

Foram coletadas 13 amostras de cama de aviário, diretamente nos

criatórios das aves, no dia do carregamento dos frangos para o frigorífico.

Para compor cada amostra foi realizado um mapa do galpão com a

marcação dos pontos de coleta os quais foram dispostos equidistantes entre as

linhas dos bebedouros e comedouros. Foram marcados cinco pontos, fazendo

com que fossem coletadas amostras ao longo de todo o galpão de maneira

uniforme. A amostra final foi composta por no mínimo 500 g de cama de aviário

de cada galpão, as quais foram acondicionadas em sacos plásticos, mantidos sob

refrigeração em caixas isotérmicas e encaminhados ao laboratório de

bacteriologia (DMV/EVZ/UFG).

4.3 Coleta de amostras no frigorífico

No abatedouro frigorífico, onde se processou a coleta de amostras, existem

duas depenadeiras automáticas, com capacidade para depenar 12 animais por

ciclo, localizadas imediatamente após o tanque de escaldagem com água a

temperatura de aproximadamente 62 ºC.

Cada lote foi caracterizado pelo grupo de animais de um produtor em um

determinado dia. Por lote, foram coletadas 10 amostras de pool de penas,

aleatoriamente, sendo cada amostra representada pela capacidade de cada

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depenadeira. Entre as coletas, foi respeitada a passagem de um lote pela

depenadeira, para se obter uma maior variedade amostral, foram coletados 12

lotes.

Foram coletadas amostras de coração e fígado de 12 lotes, sob inspeção

estadual diretamente na linha de inspeção. Coletou-se 1480 amostras, sendo 740

de fígado e 740 de coração. Para realizar a coleta de fígado e de coração foi

estabelecido escores pelas alterações macroscopicas.

Para o coração, foram estabelecidos três escores (Figura 01): 1) normal:

coloração castanha, aspecto firme sem manchas esbranquiçadas na superfície; 2)

pericardite: lesões focais no pericárdio, sem acúmulo de fibrina, 3) pericardite com

aderência/fibrina: aderência do pericárdio visceral ao pericárdio parietal, com

acúmulo de fibrina sobre a superfície do órgão.

FIGURA 01: A – Coração sem alterações macroscópicas; B – Coração com lesões de pericardite; C – Coração com pericardite e aderência de pericárdio, fígado também apresenta perihepatite; D – Hemopericárido.

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Para o fígado foram considerados seis escores (Figura 02): 1) normal:

coloração castanho-avermelhado, com bordas finas e sem alterações superficiais;

2) amarelo/gorduroso: fígados amarelados de consistência flácida, geralmente

aumentados de tamanho; 3) congesto/hemorrágico: fígado congestos com

superfície irregular e/ou com pontos de hemorragias; 4) focos de necroses:

nodulações endurecidas, puntiformes e difusamente distribuídas no parênquima

hepático; 5) esverdeado/enegrecido: coloração escura, verde e enegrecida; 6)

perihepatite: aumentado, presença de fibrina sobre a cápsula hepática.

FIGURA 02. A – Fígado normal; B – Fígado amarelado e gorduroso; C – Fígado

congesto; D – Fígado com nodulações endurecidas distribuídas no parênquima; E – Fígado esverdeado também com nodulações; F – Fígado com perihepatite.

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As vísceras sem lesões macroscópicas aparentes, coletadas na linha de

inspeção, foram agrupadas aleatoriamente em pools de cinco órgãos totalizando

120 amostras de fígado e 120 de coração. E as amostras com escores definidos

foram processadas individualmente no total de 620 fígados e 620 corações,

totalizando 740 amostras processadas de cada vísceras.

Imediatamente após a coleta as amostras foram acondicionadas em caixa

de isopor contendo gelo e encaminhadas ao laboratório e processadas em até 24

horas.

4.4 Processamento das amostras

Após a identificação dos escores do fígado e coração lesionados e cada

pool de órgãos foi macerado, e uma alíquota de 1,0 g foi transferida 9 mL de água

peptonada a 1% e incubadas por 18 a 24 horas a 37º C.

As penas, assim como as camas eram homogeneizadas nas embalagens

plásticas e retirado com uma pinça esterilizada uma porção de 2,5g de cada

amostra e transferidas para 22,5 mL de água peptonada, a 1% e incubadas por

18 a 24horas a 3 7ºC.

Em seqüência uma fração de 1,0 mL da água peptonada foi transferida

para 9mL de caldo selenito-cistina e 9mL de caldo cérebro coração (BHI), e 0,1

mL, caldo Rappaport Vassiliadis os quais foram incubados em estufa a 37 ºC por

18-24 horas.

Com o auxilio da alça de níquel cromo foi retirada alíquotas dos caldos

Rappaport Vassiliadis e caldo selenito cistina as quais foram estriadas por

esgotamento nos ágares xylose lysine tergitol 4 (XLT4) e ágar verde brilhante

(VB). Do BHI alíquotas foram repicadas em ágar Mac Conkey e ágar manitol

salgado e colocadas em uma estufa a 37 ºC por 18- 24 horas.

Após este período, de cada meio utilizado, foram selecionadas três

unidades formadoras de colônias (UFCs) com características morfotinturiais

compatíveis com Salmonella, E.coli, Pseudomonas e Staphylococcus transferidas

para no ágar tríplice açúcar ferro (TSI), os quais foram incubados a 37 ºC por 18-

24 horas.

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Os tubos de TSI com crescimento característico de Pseudomonas, E. coli e

Salmonella foram submetidos a uma série de provas bioquímicas: produção de

urease, de indol, de H2S, prova do vermelho de metila, prova de motilidade, citrato

de Simmons, do malonato. A prova de lisina descarboxilase foi acrescentada para

Salmonella e a utilização de glicose, lactose para E.coli.

Para a identificação de Staphylococcus foram realizados os testes de

coloração pelo método de Gram, prova da catalase, teste oxidação e fermentação

(OF) e da coagulase.

Para a realização do teste de sensibilidade aos antibimicrobianos foi

utilizado o método estabelecido por NCCLS (2011) a partir dos isolados de

Staphylococcus coagulase positiva e Escherichia coli, num total 17 e 210

respectivamente, foram submetidos ao teste de sensibilidade. Foram utilizados

discos impregnados com os seguintes antimicrobianos: ciprofloxacina (5 mg),

ceftiofur (25 mg), clorafenicol (30 mg), eritromicina (15 mg), tetraciclina (30 mg),

Sulfametoxazol-Trimetroprim (25 mg), enrofloxacina (5 µg), oxacilina (1 mg) e

gentamicina (10 mg). Além destes, para E. coli também foi utilizado colistina (20

mg) e para Staphylococcus coagulase positiva bacitracina (10 µg). Foram

escolhidos estes pois são importantes na medicina veterinária e em saúde

publica.

4.5 Análises estatísticas

Além de análise estatística descritiva foram realizados os teste de qui-

quadrado, regressão logística e Odd Ratio (SAMPAIO, 2010), utilizando o

software R® (2013), estes testes foram utilizados para determinar a relação entre

os microrganismos encontrados nas penas com os achados nas vísceras,

correlacionar as alterações nas vísceras com os agentes isolados e a relação

entre os isolados das lesões dos fígados com as lesões dos corações.

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5. RESULTADOS

Conforme observado na Tabela 1, Salmonella sp. estavam ausentes nas

amostras de coração, fígado, penas e cama.

Das amostras de corações analisadas 245/740 (33,1%) foram positivas

para Escherichia coli; 49/740 (6,6%), para Staphylococcus coagulase positiva;

209/740 (28,2%) para Pseudomonas spp..

Para os fígados analisados 262/740 (35,4%,) foram positivos para

Escherichia coli; 50/740 (8,0%), para Staphylococcus coagulase positiva e

171/740 (23,1%) para Pseudomonas spp..

Do total de 120 amostras de penas de frango 35/120 (29,2%) foram

positivas para E. coli; 20/120 (16,7%), para Staphylococcus coagulase positiva e

43/120 (35,8%) para Pseudomonas spp..

Do total das 13 amostras de cama de frango analisadas Escherichia coli foi

detectada em 92,3% (12/13) das amostras; Pseudomonas spp. em uma amostra

(1/13) 7,7% e Staphylococcus coagulase positiva e Salmonella sp.não foram

identificados.

TABELA 1- Resultados bacteriológicos de amostras de coração, fígado, pena e cama de frango

Amostra E. coli Staphylococcus

CP Pseudomonas

spp. Salmonella

sp.

Coração 245/740 (33,1%) 49/740 (6,6%) 209/740 (28,2%)A 0/740 (0%)

Fígado 262/740 (45,4%) 59/740 (8,0%) 171/740 (23,1%)A 0/740 (0%)

Pena 35/120 (29,2%) 20/120 (16,7%) 43/120 (35,8%)B 0/120 (0%)

Cama 12/13 (92,3%) 0/13 (0%) 1/13 (7,7%) 0/13 (0%)

Legenda: Staphylococcus CP: Staphylococcus coagulase positivo; Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença significativa (< 0,05)

Para verificar se existe relação entre os microrganismos encontrados nas

penas com os encontrados nas vísceras, foi utilizado o teste de Fisher. Tanto para

o coração e o fígado, apenas Pseudomonas spp. obtiveram p < 0,05, mostrando

que quanto mais isolados de Pseudomonas spp. nas penas, maior possibilidade

desta bactéria estar presente nas vísceras.

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22

Como pode ser visualizado na Tabela 2, das 120 amostras de corações

com escore normal 50 foram positivas para E. coli (41,7%), 3 (2,5%) para

Staphylococcus coagulase positiva e 41 (34,2%) para Pseudomonas spp..

Das 594 amostras identificadas com escore de pericardite em 182 (30,6%)

foram isoladas E. coli, em 45 (7,6%) Staphylococcus coagulase positiva e 162

(27,3%) foram positivas para Pseudomonas spp..

Foram identificados 26 corações de frango com pericardite fibrinosa,

fibrino-purulenta e com aderências (escore:aderência/fibrina), destes 13 tiveram

isolamento de E. coli, correspondendo a 50%, ao pesquisar Staphylococcus

coagulase positiva foi encontrada 1 amostra positiva (3,8%) e 6 amostras

positivas para Pseudomonas spp.totalizando 23,1%.

TABELA 2- Ocorrência de E. coli, Staphylococcus coagulase positiva, Pseudomonas spp. e em amostras de coração de acordo com o escore

Escore E. coli Staphylococcus CP

Pseudomonas spp.

Normal 50/120 (41,8%) 3/120 (2,5%) 41/120 (34,2%)

Pericardite 182/594 (30,6%) 45/594 (7,6%) 162/594 (27,3%)

Aderencia/Fibrinoso 13/26 (50,0%) 1/26 (3,8%) 6/26 (23,1%)

Legenda: Staphylococcus CP: Staphylococcus coagulase positivo

Foi utilizada para verificar a chance das bactérias pesquisadas causar

lesões no coração, por regressão logística, o modelo matemático encontrado para

as variáveis é representado pela seguinte fórmula:

O valor de p encontrado para todas as variáveis foi menor que 0,05, com

isso pode-se concluir que ao isolar alguma das bactéria no coração, existe maior

chance desse órgão possuir lesão.

Ao analisar as razões de chances (Odd ratio), foi visto que corações com

Staphylococcus coagulase positiva possuem 3,58 vezes mais chances de possuir

lesões que os corações normais.

Foi utilizado regressão logística para comparar os microrganismos isolados

com o tipo de lesão em cada víscera, foi observado que E. coli causa mais lesões

de pericardite, do que as outras bactérias.

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23

Como pode ser visualizado na Tabela 3, as 120 amostras de fígados

considerados aparentemente normais, sem alterações macroscópicas (escore

normal) 32/120 (26,3%) foram positivas E. coli; 11/120 (9,2%) para

Staphylococcus coagulase positiva e 27/120 (22,5%) para Pseudomonas spp..

Das 249 amostras de fígados com cor amarelada e aspecto gorduroso

(escore: amarelo/gorduroso) 104/294 (35,4%) foram positivos para E. coli; 35/294

(11,9%) para Staphylococcus coagulase positiva e 62/294 (21,1%) isolados de

Pseudomonas spp..

Das 245 amostras de fígados congestos e/ou hemorrágicos (escore:

congesto/hemorrágico), 83/245 (33,9%) foram positivos para E.coli; 9/245 (3,7%)

para Staphylococcus e coagulase positiva 67/245 (27,3%) para Pseudomonas

spp..

As amostras de fígados, 24 amostras, que apresentaram com lesões

granulomatosa, necrose puntiforme (escore: necrose puntiforme) 13/24 (54,2%)

foram positivas para E. coli; 2/24 (8,3%) para Staphylococcus coagulase positiva

e 4/24 16,7% para Pseudomonas spp..

Das 740 amostras de fígados coletados 29 apresentaram aspecto

esverdeado (escore: esverdeado) 11/29 foram positivas para E. coli (37,9%), 1/29

(3,4%) para Staphylococcus coagulase positiva e 6/29 (20,7%) foram positivas

para Pseudomonas spp..

Das 740 amostras de fígados coletados 28 apresentaram perihepatite

(escore: perihepatite) e 19/28 (67,9%) amostras foram positivas para E. coli; 1/28

(3,6%) para Staphylococcus coagulase positiva e 5/28 (17,9%) para

Pseudomonas spp..

TABELA 3- Ocorrência de E. coli, Staphylococcus coagulase positiva, Pseudomonas spp. e em amostras de fígado de frango de acordo com o escore

Escore E. coli Staphylococcus CP

Pseudomonas spp.

Normal 32/120 (26,7%)a 11/120 (9,2%)a 27/120 (22,5%) B

Amarelo/Gordu. 104/294 (35,4%)b 35/294 (11,9%)b 62/294 (21,1%) B

Congesto/Hemo. 83/245 (33,9%)b 9/245 (3,7%)b 67/245 (27,3%) B

Necrose Puntif. 13/24 (54,2%)b 2/24 (8,3%)b 4/24 (16,7%) B

Esverdeado 11/29 (37,9%)b 1/29 (3,4%)b 6/29 (20,7%) B

Perihepatite 19/28 (67,9%)b 1/28 (3,6%)b 5/28 (17,9%) B

Legenda: Staphylococcus CP: Staphylococcus coagulase positivo; A: Resultados significativos, B: Resultados não significativos;

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24

Já para os fígados, na regressão logística, o modelo encontrado foi:

Apenas E. coli obteve p = 0,0298, indicando que fígados positivos para E.

coli apresentam mais chances de estarem lesionados, ao comparar-se com os

outros microrganismos.

Ao aplicar o teste de Qui-quadrado nos dados obtidos observou–se

diferenças entre a proporção de E. coli em fígados lesionados e corações

lesionados (p= 0,01517), com isso há evidência que E. coli pode causar mais

danos ao fígado que ao coração,

Os fígados que foram positivos para E. coli possuem 62% mais chances de

apresentarem lesões, comparado aos fígados normais.

Para o fígado, também utilizando regressão logística, foi observado que

fígados congestos tinham mais chances de serem contaminados por

Staphylococcus coagulase positiva.

Além da identificação dos agentes foi realizado o teste de sensibilidade

aos antimicrobianos de 210 amostras de Escherichia coli e 17 amostras

Staphylococcus coagulase positiva (Tabela 4).

Do total das 210 colônias de E. coli que foram submetidas ao teste de

sensibilidade a antibióticos, 14 foram de amostras de camas de frango, 85 foram

originadas de corações, 86 de fígados e 25 amostras foram das penas.

Das cepas analisadas, 56/210 (26,7%) de E. coli e 8/17 (47,1%) de

Staphylococcus coagulase positiva foram resistentes a pelo menos 5

antimicrobianos testados.

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TABELA 4- Resultados do teste de resistência aos antimicrobianos de 210 amostras de E. coli e 17 Staphylococcus coagulase positivo isolados de diferentes categorias de amostras

E. coli Staphylococcus CP

Antibióticos S % R %

Antibióticos S % R %

Ceftiofur 17 8,1 193 91,9

Ceftiofur 11 64,7 6 35,3

Ciprofloxacina 77 36,7 133 63,3

Ciprofloxacina 10 58,8 7 41,2

Clorafenicol 170 81 40 19

Clorafenicol 13 76,5 4 23,5

Enrofloxacina 39 18,6 171 81,4

Enrofloxacina 8 47,1 9 52,9

Eritromicina 6 2,9 204 97,1

Eritromicina 7 41,2 10 58,8

Gentamicina 78 37,1 132 62,9

Gentamicina 11 64,7 6 35,3

Oxaciclina 8 3,8 202 96,2

Oxaciclina 8 47,1 9 52,9

Sulfatrimetopim 92 43,8 118 56,2

Sulfatrimetopim 14 82,3 3 17,7

Tetraciclina 65 30,9 145 69,1

Tetraciclina 7 41,2 10 58,8

Colistina 203 96,7 7 3,3 Bacitracina 0 0 17 100,0

Legenda: Staphylococcus CP: Staphylococcus coagulase positivo S.: Sensíveis, R.: Resistentes.

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26

6. DISCUSSÃO

A ausência de Salmonella em vísceras comestíveis, camas e penas

analisadas sugere que as medidas e estratégias de controle tem sido implantadas

e difundidas adequadamente em diversas agroindústrias, o que tem contribuído

com a produção de um alimento de qualidade e seguro, sem riscos para o

consumidor. DAVIS et al. (2002) também não conseguiram isolar Salmonella sp. a

partir de suabes de arrasto e cloacal realizados nos galpões e nos frangos,

respectivamente, assim como GONÇALVES et al. (2013) que avaliaram 102

amostras de cama de frango, bem como amostras de diversos pontos de

abatedouros no nordeste do estado de São Paulo.

Por outro lado estes resultados são diferentes dos obtidos por MARIN &

LAINEZ (2009) ao analisarem excretas em pintos recém alojados e aos 14 dias de

criação, sendo observado 50,5% e 34,5% de positividade para Salmonella,

respectivamente. Resultados obtidos por REZENDE et al. (2008) também

mostraram que em 37 análises realizadas em corações normais, dois (5,41%),

foram positivos na pesquisa de Salmonella sp..

Já Pseudomonas spp. foi identificada em todas as categorias de amostras,

uma vez que este microrganismo pode compor a microbiota intestinal e cutânea,

além de estar amplamente distribuído na natureza. Estes resultados se respaldam

nas afirmações de OLIVEIRA (2010), o qual considera que a carga microbiana

das carcaças de frango, vísceras e seus derivados têm como origem a microbiota

das aves vivas e, ainda afirma que o patógeno pode ser incorporado ao alimento

durante as etapas do abate e processamento. Além disso, neste estudo, a análise

estatística dos resultados aponta que quanto mais Pseudomonas nas penas,

maior a possibilidade dela ser detectada nas vísceras.

Outros fatores que devem ser considerados para explicar a alta frequência

de isolamento de Pseudomonas, inclusive em vísceras aparentemente normais,

podem ser as medidas higiênico-sanitárias deficientes dos manipuladores e dos

equipamentos, presença do agente na água, nas penas e, ainda pela formação de

biofilmes em depenadeiras sendo estas considerações respaldadas por MAIA et

al. ( 2009).

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27

Observa-se ainda que o isolamento de Pseudomonas em vísceras

aparentemente normais se revela relevante pois, este microrganismo exerce ação

deteriorante em carne e derivados cárneos. Mesmo em condição de refrigeração,

ocorre a ação das enzimas que alteram a qualidade do produto (ALCANTARA et

al., 2012). Mesmo considerando esses aspectos a frequência de isolamentos foi

inferior aos resultados de MAIA et al. (2009) que detectaram 55,5% dos fígados,

adquiridos de estabelecimentos comerciais, contaminados com Pseudomonas

aeruginosa.

Poucos são os estudos que relacionam a incidência de Staphylococcus

spp. em vísceras de frango, comumente na literatura é citado que foi isolado a

partir das vísceras, porém, não enfatizam as lesões causadas, nem a frequência

de isolamento. O local mais relatado da presença e lesão deste microrganismo é

nas articulações e em lesões cutâneas. MONECKE et al., (2013), ao fazer a

genotipagem de Staphylococcus aureus isolados de aves doentes, comentam que

os isolados foram obtidos a partir de fígados, corações, articulações e pulmões

em necropsias de casos de infecção invasiva.

A presença de Staphylococcus coagulase positiva nas vísceras, o

isolamento nos corações foi baixa, 6,6%, no entanto a análise estatística,

utilizando a regressão logística indicou que os corações têm grandes chances de

serem lesionados por este agente. Segundo PETON & LOIR (2013) lesões no

coração devido a presença de Staphylococcus coagulase positiva raramente são

relatadas em frango de corte, pois a vida destes animais é curta o que dificulta a

evolução da infecção.

Neste trabalho a presença deste agente em corações (2,5%) e fígados

(9,2%) sem lesões aparentes, confirma os estudos de PETON & LOIR (2013) que

afirmam que S. aureus podem ser encontrados em portadores sãos.

Mas obteve-se 7,6% (45/594) de Staphylococcus em casos de pericardite e

3,8% (1/26) de pericardite com aderência e fibrinosa, o que pode ser respaldado

em SKEELES (1997) o qual afirmou que Staphylococcus aureus coagulase

positiva, principal agente de infecções estafilocócicas, ocorre em menor

frequência, no coração. Podendo também induzir infecções que vão desde

doenças cutâneas superficiais a profundas e septicemia.

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28

A detecção de 8,0% de Staphylococcus coagulase positiva nos fígados,

também foi diferente dos resultados obtidos por AWAN & MATSUMOTO (1998),

que encontraram valores bem superiores. Estes pesquisadores avaliaram a

presença de bactérias em fígados, sangue e articulações de frangos de corte com

seis semanas e, em 37,9% dos fígados foram isolados Staphylococcus coagulase

positiva. BARCELOS et al. (2006) também encontraram neste mesmo órgão,

porcentagens maiores que a da presente esta pesquisa, 24%.

BORGES (2006) encontrou 25,87% de fígados com coloração esverdeada,

e sugeriu que esta coloração se deve a proliferação dos ductos biliares e a

retenção de biliverdina pela infecção de Staphylococcus aureus, porém

Staphylococcus coagulase positivo neste trabalho foi identificado apenas a 3,4%

dos fígados.

A instalação deste microrganismo em sítios do coração e do fígado pode

ocorrer a partir de feridas contaminadas, septicemia secundária a infecção na

pele ou mucosa, ou após a contaminação de umbigos não cicatrizados, pois

depende da porta de entrada e da condição da ave portadora, pois fatores como

traumas, estresse, imunossupressão, fome, infecções virais podem comprometer

os mecanismos de defesa inatos e contribuir para a proliferação

desencadeamento da inflamação e infecção (WOBESER & KOST, 1992; PETON

& LOIR, 2013).

NAGASE et al., (2002) estimaram que aproximadamente 90% das aves

carreiam este microrganismo. A presença deste agente é mais notada quando é

feita a pesquisa na carcaça ou em superfícies corporais. MARTINS (2012)

pesquisou Staphylococcus coagulase positivo em carcaças de frango congeladas

e resfriadas, e o isolou em 66,7% das carcaças analisadas, utilizando o mesmo

meio de cultura do presente trabalho, ágar manitol salgado. E ao analisar carne

de aves, AKBAR & ANAL (2013) isolaram em 18,18% das amostras S. aureus.

Mesmo com uma baixa frequência observada nesta pesquisa, é importante

ressaltar que a maioria das cepas, isoladas de infecções de aves, de

Staphylococcus inclui cepas de origem humana o que possibilita e facilita a

difusão da bactéria entre as duas espécies, fato que mostra-se importante como

potencial ameaça à saúde pública, inclusive pela possibilidade de veicular cepas

resistentes a antibióticos para a cadeia alimentar do homem (SMYTH et al., 2009;

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29

SHEPHEARD et al., 2013). Além disso, BRASIL (2012) relatou que a

contaminação por linhagens de Staphylococcus representa um problema para a

saúde pública, devido ao risco de causar intoxicações alimentares pela ingestão

de toxinas nos alimentos. BRASIL (2009a) mostraram que Staphylococcus spp.

foi responsável por 20,5% dos casos de surtos alimentares ocorridos no Brasil de

1999 a 2009.

Segundo BERCHIERI JUNIOR et al. (2009) o fígado normal é marrom-

avermelhado, com superfície lisa e recoberto por cápsula de tecido conectivo.

Quando este apresenta-se amarelo e gorduroso é devido a lipidose hepática, que

é o acúmulo visível de triglicérides na forma de glóbulos redondos no citoplasma,

decorrente de diversos fatores como a gliconeogênese desencadeada por

estímulos que aumentam subclinicamente a demanda por energia, ou ser

causado por deficiências marginais ou pelo acúmulo de gorduras (vacúolos)

devido ao comprometimento do metabolismo dos ácidos graxos induzido por

endotoxinas bacterianas, tetracloreto de carbono, álcool ou de fatores que

interferem com o metabolismo e a necessidade das gorduras, por exemplo

estresse por calor.

Portanto pode não estar diretamente relacionada com E. coli ou

Staphylococcus (BERCHIERI JUNIOR et al., 2009), como verificou-se neste

experimento, em que somente 35,4% e 11,9% dos fígados com esteatose

apresentavam-se infectados por E. coli e Staphylococcus coagulase positiva,

respectivamente.

Ressalta-se que era esperada uma frequência maior de Staphylococcus

coagulase positiva nas amostras de cama de frango, 0% (0/13) e pena 16,7%

(20/120), pois Staphylococcus compõe a microbiota da pele e o contato direto

entre a ave no galpão e a cama proporcionaria difusão deste agente da ave para

a cama (DELAZARI, 2001; MENDES, 2001). A baixa detecção de Staphylococcus

nas penas pode ser justificado pela temperatura da água da depenadeira que se

situa em torno de 62 ºC, e esses microrganismos são destruídos à 60 ºC entre 43

segundos a oito minutos (STROHL et al., 2003, BARCELOS, 2005).

Na análise estatística revelou que E. coli, dentre os agentes estudados,

tem maiores chances de causar lesões no fígado (p <0,05) que no coração.

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30

Neste estudo, este microrganismo foi isolado em 33,11% dos corações e

em 45,41% dos fígados aparentemente normais e lesionados. ALONSO et al.

(2012) ao pesquisar E. coli em vísceras de aves identificaram E. coli entero

patogênica em 43% dos miúdos analisados. Dados semelhantes foram

encontrados por SILVA et al. (2012), em 45,5% de fígados oriundos de um

abatedouro.

Nos estudos de SILVA et al. (2012) dos 45,5% de E. coli isoladas, 63,3%

foram provenientes de fígados sem alterações macroscópicas, os valores

encontrados por estes autores diferem dos observados nesta pesquisa, onde

apenas 26,7% dos isolados de E. coli foram provenientes de fígados sem lesões.

Esses achados sugerem que além do aspecto macroscópico é importante ter um

monitoramento microbiológico na indústria de alimentos e na produção de frango.

Enquanto no presente trabalho 35,4% dos fígados com escore

amarelo/gorduroso, 38,0% dos esverdeados e 54,2% dos fígados com necrose

puntiforme apresentavam esta bactéria, no trabalho de SILVA et al. (2012) dos 27

isolados, 14,8% apresentavam aspecto amarelo/gorduroso e 11,1% esverdeado e

com focos necróticos.

No presente trabalho aproximadamente 5% dos fígados (29/620) foram

caracterizados como esverdeados. Destes 38% foram positivos para E. coli e

3,4% para Staphylococcus coagulase positiva. BARCELOS et al. (2006) mostram

em seu trabalho que em 21,11% dos fígados apresentaram com cor esverdeada.

Neste trabalho foram encontrados lesões tanto em fígado quanto em

coração, lesões características de infecções por E. coli, de acordo com

BERCHIERI JÚNIOR et al. (2009) como 26/740 (3,5%) de corações com

pericardite do tipo fibrinosa, fibrino-purulenta e com aderência de pericárdio,

destas 50% foram positivas para E. coli. Já em fígados as lesões de perihepatite

representaram 28/740 (3,8%) do total de fígados e lesões de granulomas

indicando zonas de necrose representaram e 24/740 (3,3%). Destes 67,9% e

54,2% foram positivos para E. coli respectivamente.

Nos corações com pericardite por E. coli, inicialmente o pericárdio

apresenta opacidade, seguida de espessamento e acúmulo de exsudato fibrino a

fibrino-purulento que recobre todo o saco pericárdico, sinais mencionados por

BERCHIERI JÚNIOR et al. (2009).

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31

O índice de E. coli na cama de frango, 92,3%, já era esperado pois,

conforme explicado por LU et al. (2003) a microbiota da cama é bastante

semelhante à composição do conteúdo do íleo dos frangos, devido contínuo

aporte de material fecal, secreções e descamações das aves durante o ciclo de

criação.

As bactérias pesquisadas neste estudo foram submetidas ao teste de

sensibilidade a antibióticos com exceção da Pseudomonas spp. pois a

multirresistência deste microrganismo é conhecida, em muitos casos esse

patógeno é resistente a todos os antibióticos atualmente disponíveis (ZAVASCKI

et al., 2007).

Neste experimento 47,1% e 3,8% dos isolados de Staphylococcus

coagulase positiva e E. coli, respectivamente, foram sensíveis a oxacilina.

Resultados diferentes em relação a Staphylococcus foram observados por

AKBAR & ANAL (2013) e FREITAS et al. (2004) que encontraram,

respectivamente, 92,11% e 62,2% de bactérias sensíveis. No entanto outros

pesquisadores BABA et al., (2010), BENDALI et al., (2011) e OLIVEIRA et al.,

(2012) não identificaram nenhum Staphylococcus aureus sensível a este

antibiótico e DAUREL & LECLERCQ (2008) encontraram aproximadamente 20%

dos isolados de Staphylococcus aureus foram sensíveis as penicilinas como a

oxacilina. Esta baixa sensibilidade pode ocorrer pois, estas bactérias podem

produzir penicilinase, além de poder expressar uma proteína ligante de penicilina

com afinidade reduzida a beta-lactâmicos, resultando em resistência (ITO et al.,

2003).

Das amostras de Staphylococcus coagulase positiva analisadas neste

experimento 64,7%, foram sensíveis a gentamicina. Dos experimentos de

AARESTRUP et al. (2000), BABA et al. (2010) e BENDALI et al., (2011) todas as

cepas de Staphylococcus foram sensíveis a gentamicina. FREITAS et al. (2004) e

AKBAR & ANAL (2013) encontraram 15,6% e 13,15%, respectivamente, de S.

aureus resistentes à gentamicina.

No presente estudo das amostras isoladas de E. coli, 37,1% foram

sensíveis à gentamicina. No entanto, FURTULA et al. (2010) encontraram níveis

de sensibilidade maiores ao princípio ativo, aproximadamente 70% das amostras

de E. coli foram suscetíveis. Contudo MANTILLA & FRANCO (2012) ao

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32

analisarem carne de frango encontraram resistência ainda maior, onde apenas

6,2% foram sensíveis a gentamicina.

Neste experimento 58,8% e 41,2% dos Staphylococcus coagulase positiva

foram sensíveis a ciprofloxacina e a eritromicina respectivamente. Para E. coli,

36% foram sensíveis a ciprofloxacina neste trabalho. AKBAR & ANAL (2013)

encontraram alta sensibilidade a ciproflaxina (92,1%) e FREITAS et al (2004)

obtiveram sensibilidade de 61,1%, valores próximos aos encontrados no presente

experimento (58,82%). Por outro lado, todas as cepas estudadas por BENDALI et

al., 2011 foram sensíveis a eritromicina e ciprofloxacina.

DAUREL & LECLERCQ (2008) também relatam que é frequente a

resistência de Staphylococcus aureus aos macrolídeos como a eritromicina,

dados que justificam a baixa sensibilidade (41,18%) encontrada neste

experimento, podendo ser atribuída a produção de metilase. FREITAS et al.

(2004) também encontraram baixa sensibilidade a este antibiótico, em 25,6% das

cepas analisadas. GRAHAM et al. (2009) encontraram sensibilidade de 43% a

eritromicina.

Enquanto nesse trabalho 36% das amostras de E. coli foram sensíveis a

ciprofloxacina, CAMPOS et al., (2006) encontraram alta sensibilidade das cepas

de E. coli a este antimicrobiano, tendo 96% de E. coli suscetíveis. Essa

resistência pode ser devido a possibilidade de mutação da enzima topo-

isomerase (DAUREL & LECLERQ, 2008). Essa resistência geralmente não é

associada à transferência gênica (SILVA et al., 2008; VIEIRA et al., 2010).

Neste estudo foi obtido 41,18% de amostras de Staphylococcus coagulase

positiva sensíveis a tetraciclina, dados que se aproximam dos resultados de

AARESTRUP et al. (2000) e AKBAR & ANAL (2013) que encontraram 43,4% e

44,73%, respectivamente, de cepas sensíveis do agente. GRAHAM et al. (2009)

encontraram 70% de Staphylococcus sensíveis a tetraciclina em amostras de

cama de frango.

No caso de E. coli, neste experimento foram encontradas 31% de E. coli

sensíveis a tetraciclina. Já MONTAZ & JAMSHIDI (2012) encontraram resultados

próximos a 76,82% e FURTULA et al. (2010) obtiveram de 80 a 95% de E. coli

resistentes a este antibiótico. Importante salientar que no Brasil é proibido o uso

de tetraciclina como promotores de crescimento (BRASIL, 2009b).

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No presente, estudo nenhuma das cepas de Staphylococcus isoladas

foram sensíveis a bacitracina, resultado semelhante ao encontrado no

experimento de AARESTRUP et al. (2000) onde a bacitracina não inibiu os

isolados de S. aureus. Já FREITAS et al. (2004) obteve 62,2% desses

microrganismos sensíveis a este antibiótico. A resistência a este produto, de

acordo com FURLAN et al. (2002) e SANTOS et al. (2008), talvez possa ser

atribuída a utilização deste como promotor de crescimento em avicultura.

Entretanto QUINN et al. (2005) afirmam que Staphylococcus sp são resistentes a

bacitracina.

Neste estudo 76,74% de amostras de Staphylococcus coagulase positiva

foram sensíveis a cloranfenicol, resultados que se assemelham aos obtidos por

AKBAR & ANAL (2013) que obtiveram uma taxa de 78,95% de S. aureus

suscetíveis. FREITAS et al. (2004) observaram que 86,7% das cepas de

Staphylococcus sp. foram sensíveis. Já nos experimentos de AARESTRUP et al.,

(2000), BABA et al. (2010) e SASIDHARAN et al. (2011) não encontraram cepas

de S. aureus resistentes a cloranfenicol.

No presente estudo foi encontrado 80,9% de E. coli sensíveis a

cloranfenicol. Já MANTILLA & FRANCO (2012) e MONTAZ & JAMSHIDI (2012)

encontraram 40,8% e 73,17%, respectivamente, de E. coli resistentes. A baixa

taxa de resistência a este antibiótico pode ser explicada devido este medicamento

ser proibido para uso na medicina veterinária (BRASIL, 2003), no entanto ainda é

necessário estabelecer critérios legais e fazer cumprir as leis para evitar a

prescrição e utilização destes antibióticos.

Ao analisar neste experimento a suscetibilidade de Staphylococcus

coagulase positiva à enrofloxacina foi encontrado 47,06% de microrganismos

sensíveis. Dados próximos foram obtidos por FREITAS et al. (2004) que

obtiveram uma taxa de 58,9% de sensibilidade. MEDEIROS et al. (2009)

obtiveram resultados bem próximos em dois grupos de amostras do seu

experimento com 55,6% e 50% de sensibilidade, no entanto em outro grupo de

amostras obteve uma sensibilidade substancialmente mais alta, de 92%.

E. coli frente a enrofloxacina, apresentou somente 18,57% dos isolados

sensíveis, entretanto o resultado ainda foi superior ao descrito por BARROS

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BARROS et al. (2012), que não observaram suscetibilidade para o antimicrobiano

em nenhuma das amostras.

Neste estudo Staphylococcus coagulase positiva apresentou sensibilidade

de 64,70% para ceftiofur, frequência bem mais alta que a observada por LOSITO

et al. (2005), de 10,2%, em amostras oriundas de pombos.

Isolados de E. coli apresentaram baixa suscetibilidade (8,1%) a ceftiofur

neste experimento, resultado que pode ser explicado pela presença de

plasmídeos carreadores de genes de E. coli espectro-estendido cefalosporinas.

As bactérias que possuem plasmídeos com esse fator, podem transmitir

resistência a cefalosporinas a outras espécies de bactérias e dentro da mesma

espécie de acordo com (SHAHADA et al., 2012, SEIFFERT et al., 2013).

FURTULA et al. (2010) encontraram índice de sensibilidade bastante superior

(60%) de E. coli de cama de frango.

Colistina é apontada para prevenir infecções por E. coli. Neste estudo este

antibiótico apresentou uma baixa resistência, atingindo a sensibilidade de 96,67%,

de acordo com KEMPF et al. (2013) em pesquisa realizada a partir de

associações, trabalhos e monitoramento, sobre os índices de resistência a este

antibiótico encontraram resultados semelhantes aos deste trabalho: no ano de

2011 na Suécia, de 181 amostras de E. coli provenientes de aves, todas foram

sensíveis; na Dinamarca no ano de 2009, de 150 amostras de E. coli, 4% foram

resistentes e no ano de 2011 neste mesmo país, de 140 amostras de E. coli

também oriundas de frango, 3% foram resistentes.

Neste estudo 52,9% das colônias de Staphylococcus coagulase positiva e

73,3% do total de E. coli, foram resistentes a no mínimo 6 antibióticos testados.

STEFANI & GOGLIO (2010) relatam que o uso generalizado de antibióticos

acelera a virulência de S. aureus, adquirindo assim genes de resistência a

múltiplos antibióticos, tornando estes microrganismos capazes de sobreviverem a

quase todas as famílias de antibióticos.

De forma geral pode-se dizer que os mecanismos de resistência das

bactérias tem alto grau de complexidade, com isso, a escolha de drogas

apropriadas tanto para a realização do teste de suscetibilidade, quanto para a

terapia antimicrobiana, torna-se cada vez mais difícil, visto que a utilização de

antimicrobianos errados pode tanto favorecer o aumento da taxa de resistência,

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quanto aumentar a taxa de morbidade e/ou mortalidade da população que foi

tratada com o antibiótico errado (VIEIRA et al., 2010).

A alta frequência de resistência para Staphylococcus coagulase positiva e

E. coli aos antimicrobianos foi detectada tanto nas bactérias isoladas do meio

ambiente quanto de vísceras aparentemente normais como das com lesões. A

resistência aos antimicrobianos pode ser atribuída a resistência natural a uma ou

mais classes de antibióticos, ou a bactéria adquiriu resistência, por mutação ou

conjugação, por aquisição de genes de resistência de outros microrganismos

(QUINN et al., 2005; LI et al., 2010).

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7. CONCLUSÕES

Conclui-se que; Salmonella sp. não foi detectada em nenhuma amostra de

fígado e coração, independente do escore de lesão, bem como em penas e

camas de aviário.

Pseudomonas spp. foram identificadas em todas as categorias de

amostras, tanto vísceras com e sem lesões macroscópicas.

A presença de Staphylococcus coagulase positiva em vísceras foi baixa,

também foi baixo o isolamento deste em cama de frango e em penas

E. coli, dentre os agentes estudados, tem mais chances de causar lesões

no fígado. E foi amplamente isolada na cama de frango.

Tanto isolados de E. coli quanto Staphylococcus coagulase positiva,

apresentaram resistência a maioria dos antimicrobianos testados.

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