pesquisa bibliogrÁfica hemodiÁlise
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UNIT-UNIVERSIDADE TIRADENTES
CURSO DE ENFERMAGEM-N01 2014.2
ELIZANGELA NUNES
GUILHERME FRÓES
JOSEANE LIMA SANTOS
ROBSON WILSON DE OLIVEIRA
ROSANE RODRIGUES
SUSAN GONÇALVES MENEZES
THAIS EULÁLIA NASCIMENTO DE OLIVEIRA
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
HEMODIÁLISE
ARACAJU/SE
2014
ELIZANGELA NUNES
GUILHERME FRÓES
JOSEANE LIMA SANTOS
ROBSON WILSON DE OLIVEIRA
ROSANE RODRIGUES
SUSAN GONÇALVES MENEZES
THAIS EULÁLIA NASCIMENTO DE OLIVEIRA
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
HEMODIÁLISE
Pesquisa elaborada como requisito
parcial da avaliação de Biofísica,
ministrada pelo Proº Fábio Neves,
no 2º semestre de 2014.
Aracaju/SE
2014
Hemodiálise
Para começar nossa pesquisa vale relembrar que os rins são um par de estruturas castanho-
avermelhadas, localizadas no plano retroperitoneal (por trás e por fora da cavidade peritoneal)
sobre a parede posterior do abdome, desde a 12ª vértebra torácica à 3ª vértebra lombar no
adulto. Os rins funcionam como o principal órgão excretor do corpo, eliminando os produtos
metabólicos residuais do corpo. A insuficiência renal sobrevém quando os rins não
conseguem remover os resíduos metabólicos do corpo nem realizar as funções reguladoras.
As substâncias normalmente eliminadas na urina acumulam-se nos líquidos corporais em
consequência da excreção renal prejudicada, levando a uma ruptura nas funções metabólicas e
endócrinas, bem como a distúrbios hídricos, eletrolíticos e ácido-básicos. A insuficiência
renal aguda é caracterizada por uma redução abrupta da função renal que se mantém por
períodos variáveis, resultando na inabilidade dos rins em exercer suas funções básicas de
excreção e manutenção da homeostase hidroeletrolítica do organismo. É reversível e resulta
na diminuição do volume circulante. Em alguns casos, usa-se a hemodiálise como forma de
tratamento. A hemodiálise é o método de diálise mais comumente utilizado. Seus objetivos
consistem em extrair as substâncias nitrogenadas do sangue e remover o excesso de água. Na
hemodiálise, o sangue carregado de toxinas e resíduos nitrogenados, é desviado do paciente
para um aparelho, um dialisador, em que é limpo e, em seguida, devolvido ao paciente.
O inventor da hemodiálise:
Willem Johan Kolff (14/02/1911 – 11/02/2009) médico holandês, naturalizado estadunidense,
considerado o "pai dos órgãos artificiais", inventou a máquina de hemodiálise (rim artificial)
em 1941 e tratou o primeiro paciente em 1943. Kolff era um jovem médico em Groningen, na
Holanda, antes da segunda guerra mundial quando viu um jovem de 22 anos morrer de
insuficiência renal. Então ele pensou: "se lhe conseguisse remover 20g de ureia diariamente,
ele poderia ter sobrevivido”. Então, idealizou uma máquina que utilizava cerca de quarenta
metros de tubos de membrana de acetato de celulose enrolada num tambor rotatório, o qual
mantinha-se mergulhado em uma bacia contendo a solução de diálise. Uma bureta coletava o
sangue do paciente (não havia bomba de sangue), e pela ação da gravidade o impulsionava
através da membrana dialisadora. O sangue, depois de purificado, retornava ao corpo do
paciente. A história registra quinze pacientes tratados pelo rim artificial antes que um deles
sobrevivesse. A primeira sobrevivente foi Sophia Schafstadt, atendida em setembro de 1945,
em coma. Após a hemodiálise, a paciente recuperou a consciência e viveu por mais sete anos.
No Brasil a primeira Hemodiálise registrada foi no ano de 1949 no hospital das clínicas de
São Paulo, realizada pelo médico Tito Ribeiro de Almeida. Onde ele tratou uma paciente de
27 anos de idade, portadora de insuficiência renal.
Vamos explicar melhor como funciona a Hemodiálise. Como já sabemos, é um tratamento
que permite remover as toxinas e o excesso de água do seu organismo. Nesta técnica
depurativa, uma membrana artificial é o elemento principal de um dispositivo designado
dialisador, comumente conhecido por “rim artificial”. Antes de começar as sessões, é feita
uma cirurgia no braço do paciente para conectar uma artéria a uma veia (fístula). É por ali que
será inserida a bomba para a hemodiálise. Depois de um período que varia de um a três meses
de maturação, as sessões podem ser iniciadas. O procedimento acontece quando a bomba, que
é acoplada ao braço do paciente, começa a "puxar" o sangue para fora do corpo. Esse sangue
passa, então, pela agulha e segue rumo à purificação. Antes disso, no entanto, é aplicada uma
dose de heparina (substância que deixa o sangue mais fluído), evita sua coagulação e, por
consequência, o bloqueio da bomba. O sangue chega, assim, ao filtro, que corresponde a um
cano artificial repleto de poros que filtram as toxinas e sais minerais, posteriormente
expelidos pela máquina.
Depois de sair do filtro livre de impurezas, o sangue passa por um sistema de segurança que
detecta e extrai partículas de oxigênio presentes no sangue. Se essas partículas entrarem na
circulação sanguínea, o paciente pode sofrer uma embolia pulmonar, que pode gerar desde
desconforto para respirar até uma parada respiratória.
Para o tratamento é necessário:
Máquina de hemodiálise – bombeia o sangue;
Linhas de sangue próprias – transportam o sangue;
Dialisador (“rim artificial”) – filtra o sangue;
Acesso vascular - acesso ao sangue corporal.
A máquina bombeia o sangue, através das linhas, até ao dialisador. Os produtos tóxicos e a
água em excesso do organismo são filtrados pelo dialisador e o “sangue limpo” regressa
novamente ao seu organismo. Um médico nefrologista irá definir o seu programa de
hemodiálise. Normalmente o tratamento realiza-se três vezes por semana em dias alternados,
onde, cada sessão tem uma duração média de 4 horas. A hemodiálise tem a capacidade de
filtração igual ao rim humano, dessa forma, uma hora de hemodiálise equivale à uma hora de
funcionamento do rim normal. Um rim normal trabalha na limpeza do organismo 24 horas por
dia, sete dias da semana, perfazendo um total de 168 horas semanais. Portanto, o tratamento
com rim artificial deixa o paciente 156 horas semanais sem filtração (168 -12=156). Apesar
de realizar somente 12 horas semanais de hemodiálise, já está provado que uma pessoa pode
viver bem, com boa qualidade de vida e trabalhar sem problemas. A hemodiálise tem seus
riscos como qualquer tipo de tratamento e apresenta complicações que devem ser evitadas
como: hipertensão arterial, anemia severa, descalcificação, desnutrição, hepatite, aumento do
peso por excesso de água ingerida e complicações das doenças que o paciente é portador. Por
isso, os médicos controlam e tratam os problemas clínicos (edema, pressão alta, tosse, falta de
ar, anemia) em cada sessão de hemodiálise. Uma vez por mês solicitam exames de sangue
para ver como estão as taxas de uréia, fósforo e ácido úrico e observam o estado dos ossos
para evitar a descalcificação. Orientam a dieta controlando as calorias, o sal e as proteínas
para o controle da nutrição.
Geralmente, a hemodiálise é efetuada num hospital ou numa unidade de diálise num horário
fixado de 08h00min as 00h00min. No entanto, algumas unidades facultam-lhe a possibilidade
de efetuar o tratamento durante o período noturno. Existe, ainda, a possibilidade de efetuar
hemodiálise no domicílio, embora esta modalidade se encontre pouco implementada no nosso
país. É uma modalidade de diálise autónoma que permite maior liberdade de horário.
Naturalmente, para que ela seja realizada, é indispensável que o estado geral do doente seja
razoável, que as sessões terapêuticas decorram sem problemas e que o doente e um parceiro
sejam submetidos a um programa de aprendizagem prévio. No Brasil, atualmente, existem
35.000 pacientes fazendo hemodiálise e somente 10% são transplantados anualmente, por isso
a lista de espera é muito grande. Os doentes em hemodiálise podem viajar. Para isso, é
necessário com antecedência informar o seu centro de diálise para agendar os tratamentos,
durante esse período, num centro o mais próximo possível do seu local de férias.
Os médicos recomendam alguns cuidados com as fistulas:
Obs.: Fistulas = Lesão que pode ser congênita ou adquirida, que tem como característica uma
passagem por onde se excretam secreções diversas;
Manter o braço da fístula bem limpo, para evitar infecções.
Fazer exercícios com a mão e o braço onde está a fístula, mas evite carregar pesos ou
dormir sobre ele.
Evite garrotear o braço em que está a fístula, para medir a pressão arterial, por
exemplo, ou por outros motivos.
Não permita a coleta de sangue ou injeções venosas no braço da fístula.
Caso aconteçam manchas roxas após as punções das fístulas, coloque gelo no primeiro
dia e compressas quentes nos dias seguintes.
Evite que as punções terapêuticas sejam feitas sempre no mesmo lugar da fístula.
A hemodiálise peritoneal, em vez de usar a circulação extracorpórea, usa a circulação do
peritônio, uma membrana que reveste a parede abdominal e as alças intestinais para filtrar o
sangue. Por um cateter introduzido no abdômen do paciente, passando uma solução aquosa
que, em contato com os pequenos vasos sanguíneos existentes no peritônio, retira as
substâncias prejudiciais.
Esse sistema é um pouco menos eficiente do que o sistema externo. Por isso, requer mais
horas para completar o processo, que é indolor e pode ser realizado pelo próprio paciente. Há
alguns tipos distintos de diálise, mas a mais difundida chama-se DPA( Diálise Peritoneal
Automática), e é realizada no próprio domicílio do paciente com o auxílio de um equipamento
portátil. A DPA tem duração média de 9 horas e pode ser realizada enquanto o paciente dorme
todas as noites (sete vezes por semana).
O papel do enfermeiro na hemodiálise
Inclui a prevenção de agravos por meio da educação do paciente e da assistência integral.O
enfermeiro, na hemodiálise, deve assistir o paciente de forma integral, visando-o como um
todo, estabelecendo uma relação de confiança e segurança entre o paciente/enfermeiro,
priorizando os cuidados necessários. É necessário que o enfermeiro tenha, além da
fundamentação científica e de competência técnica, o conhecimento dos aspectos que levem
em consideração os sentimentos e as necessidades dos pacientes. O objetivo da assistência de
enfermagem neste setor é identificar e monitorar os efeitos adversos da hemodiálise e
complicações decorrentes da própria doença, desenvolvendo ações educativas de promoção,
prevenção e tratamento. Um aspecto importante a ser considerado pelo enfermeiro é a
educação do paciente frente às exigências impostas pelo tratamento, pois o conhecimento
mais profundo sobre sua doença, tratamento e possibilidades de reabilitação pode auxiliá-los
no enfrentamento de situações estressoras vivenciadas no cotidiano hemodialítico. Há a
necessidade de se estabelecer um processo de cuidado humanizado, não fragmentado, pois o
ser humano precisa de cuidados em todo o corpo e não somente em uma parte apenas (nos
rins), porque o ser humano adoece por inteiro. A equipe de enfermagem deve desenvolver
habilidade de observação e diálogo, a fim de situar os problemas vivenciados pelo cliente
dentro do seu contexto cultural e social.
Em Aracaju duas clinicas que realizam Hemodiálise se destacam, são elas: Nefroclínica e o
Hospital do Rim, ambas localizadas no Bairro São José.
Referências Bibliográficas:
BARROS, Elvino. GONÇALVES, Luiz Felipe. NEFROLOGIA. Edt ARTMED. Ano
2006.
MOURA, Souza Mayara Cristina, RAMOS, Vasco Andreia. REVISTA ELETRÔNICA
DE ENFERMAGEM DO CENTRO DE ESTUDOS DE ENFERMAGEM E
NUTRIÇÃO. Artigo cientifico. Agosto-Dezembro 2010.
PORTAL DA DIÁLISE. Ano 2012. Link: http://www.portaldadialise.com/portal/o-que-e-
hemodialise
Dr BUSSATO, Otto. REVISTA ABC DA SAÚDE. Ano 2001.
Dr DRAUZIO, Varella. Link: http://drauziovarella.com.br/entrevistas-2/dialise-2/
Dr CRUZ, Jenner. Artigo Cientifíco: ATUALIDADES EM NEFROLOGIA.