pesquisa-aÇÃo e proposta de destinaÇÃo dos resÍduos...

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL PESQUISA-AÇÃO E PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS NA ESCOLA 14 DE AGOSTO DO ASSENTAMENTO CHICO MENDES EM RONDONÓPOLIS, MATO GROSSO BACHAREL EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL PAULA VANESSA LEME NETO Rondonópolis, MT 2019

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

PESQUISA-AÇÃO E PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS NA ESCOLA

14 DE AGOSTO DO ASSENTAMENTO CHICO MENDES EM RONDONÓPOLIS, MATO GROSSO

BACHAREL EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

PAULA VANESSA LEME NETO

Rondonópolis, MT – 2019

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PESQUISA-AÇÃO E PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS NA ESCOLA 14 DE AGOSTO DO ASSENTAMENTO CHICO MENDES EM

RONDONÓPOLIS, MATO GROSSO

por

Paula Vanessa Leme Neto

Monografia apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso como parte dos requisitos do Curso de Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental para

obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agrícola e Ambiental.

Orientador: Profº. Dr. José Adolfo Iriam Sturza

Rondonópolis, Mato Grosso – Brasil

2019

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Universidade Federal de Mato Grosso Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas

Engenharia Agrícola e Ambiental

A comissão examinadora abaixo assinada aprova o trabalho de curso

PESQUISA-AÇÃO E PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS NA ESCOLA 14 DE AGOSTO DO

ASSENTAMENTO CHICO MENDES EM RONDONÓPOLIS, MATO GROSSO

elaborado por

Paula Vanessa Leme Neto

como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Agrícola e

Ambiental

Comissão Examinadora

_________________________________________ Prof. Dr. José Adolfo Iriam Sturza (Orientador)

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

____________________________________________

Prof. Dr. Marcos Henrique Dias Silveira

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

_______________________________________

Mestranda Monalisa Janaya Castelo da Silva

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

Rondonópolis, 4 de Abril de 2019

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DEDICATÓRIA

Á Deus por me conceder sabedoria.

Aos meus pais Maria Isabel de Oliveira Leme e Joaquim Bento Neto por tanto

me amarem e serem responsáveis pelo meu ingresso ao ensino superior.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me guiar e me orientar nos caminhos

dessa vida.

Aos meus pais Maria Isabel de Oliveira Leme e Joaquim Bento Neto por

sempre me incentivarem e concederem as melhores condições de estudo que

estavam ao seu alcance, e muitas vezes abrindo mão de seus próprios sonhos.

Ao meu esposo Flávio Marcílio Bispo Brandão por estar ao meu lado e

minhas filhas, Isabella Leme Neto Brandão e Manuella Leme Neto Brandão, sendo

meus maiores estímulos a concluir essa graduação.

À minha irmã Claudia Camila Leme Neto Brites, que mesmo distante, me

trouxe palavras de incentivo e superação a continuar vencendo os obstáculos nessa

trajetória acadêmica.

À minha amiga e colega Patrícia Nogueira Santos por sempre estar presente

durante todo o período de graduação, e ser uma grande ajudadora neste trabalho de

conclusão do curso. Sem esta, seria impossível a conclusão do mesmo nesse

período limitado de execução.

Ao meu orientador José Adolfo Iriam Sturza que tão prontamente aceitou o

convite à orientação e estágio, sendo não somente um professor como um amigo.

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“Somente quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe, poluído

o último rio, que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro.“

Provérbios Indígenas

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RESUMO

A produção excessiva de resíduos acarretaram acúmulo e consequente destruição

da fauna e flora do planeta ao longo dos séculos. Para tanto, é urgente que se

estabeleça um olhar crítico sobre a problemática em questão, e barrar, ou ao menos

minimizar os efeitos poluidores das ações humanas. Um meio de se diminuir o

montante de resíduos orgânicos é fazer uso da prática da compostagem. Logo, este

trabalho objetivou fazer o uso e análise dos resíduos orgânicos da cozinha da escola

14 de Agosto do Assentamento Chico Mendes em Rondonópolis, e compostá-los

destinando à horta desta mesma escola; assim como agregar alunos e funcionários

na execução de práticas conservacionistas por meio de palestras. Também houve a

aplicação de questionário socioeconômico com os assentados. A pesquisa teve

abordagem quali-quantitativa, com pesquisa do tipo participante e objetivos de

caráter exploratório. O estudo propiciou compartilhar o conhecimento com os

sujeitos da pesquisa sobre as práticas sustentáveis e conservação ambiental no

meio escolar e rural.

Palavras-chave: Resíduos sólidos orgânicos; Compostagem; Assentamento.

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ABSTRACT

The excessive production of waste has led to accumulation and consequent

destruction of the fauna and flora of the planet over the centuries. In order to do so, it

is urgent to establish a critical eye on the problematic in question, and to prevent or

at least minimize the polluting effects of human actions. One way to decrease the

amount of organic waste is to make use of the practice of composting. Therefore, this

work aimed to make the use and analysis of the organic residues of the kitchen of the

14 de Agosto school of the Chico Mendes settlement in Rondonópolis, and compost

them for the vegetable garden of this same school; as well as to aggregate students

and employees in the execution of conservation practices through lectures. A

socioeconomic questionnaire was also applied with the settlers. The research had a

qualitative-quantitative approach, with research of the participant type and

exploratory objectives. The study provided the opportunity to share the knowledge

with the research subjects about sustainable practices and environmental

conservation in the school and rural environments.

Keywords: Organic waste; Composting; Seating.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Quantificação dos resíduos da cozinha da escola 14 de

Agosto, Assentamento Chico Mendes.

38

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Processo de criação, implantação e estruturação dos

assentamentos............................................................................................

22

FIGURA 2. Imagem por satélite da região central do assentamento Chico

Mendes......................................................................................................

26

FIGURA 3. Imagem por satélite da área escolar......................................... 27

FIGURA 4. Escola Municipal Rural 14 de Agosto........................................ 28

FIGURA 5. Gráfico dos produtos produzidos pelos entrevistados.............. 32

FIGURA 6. Localização da horta com relação às salas de aula da escola

14 de Agosto........................................................................................................

35

FIGURA 7. Vista frontal da horta................................................................. 35

FIGURA 8. Condições do sombrite sobre os canteiros da horta................. 36

FIGURA 9. Canteiro em garrafa pet com pés de tomate cereja.................. 37

FIGURA 10. Canteiro destinado à compostagem........................................ 37

FIGURA 11. Palestrante Paula Vanessa..................................................... 40

FIGURA 12. Palestrante professor José Adolfo. ........................................ 40

FIGURA 13. Palestra na horta da escola com Patrícia Nogueira................ 41

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CPT Comissão Pastoral da Terra

DDT Dicloro Difenil Tricloroetano

DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

Socioeconômicos

FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

FUNASA Fundo Nacional da Saúde

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Incra Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário

MEC Ministério da Educação

MMA Ministério do Meio Ambiente

NEAD Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural

OMS Organização Mundial da Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNAF Política Nacional da Agricultura Familiar

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

RSO Resíduos Sólidos Orgânicos

RSU Resíduos Sólidos Urbanos

Sead Secretaria Especial de Agricultura Familiar

SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

Suasa Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária

Sisnama Sistema Nacional do Meio Ambiente

UFPA Unidade Familiar de Produção Agrária

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SÚMARIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 2

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 5

2.1 Monocultura e o desenvolvimento agricola ........................................ 5

2.2 Índices estatísticos no campo............................................................... 9

2.3 Agricultura familiar ................................................................................ 11

2.4 Educação ambiental no campo............................................................. 14

2.5 Resíduos.................................................................................................. 15

2.6 Compostagem......................................................................................... 18

2.7 Assentamentos Rurais........................................................................... 22

3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 24

3.1 Abordagens da pesquisa....................................................................... 24

3.2 O locus da pesquisa............................................................................... 25

3.3 Etapas básicas da pesquisa.................................................................. 28

3.3.1 Quantificação dos resíduos orgânicos............................................. 29

3.3.2 Entrevistas........................................................................................... 29

3.3.3 Palestras na escola............................................................................. 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 31

4.1 Entrevistas os assentados.................................................................... 31

4.1.1 Perfil socioeconômico e infraestrutura............................................. 31

4.1.2 Uso e gestão de adubos orgânicos e resíduos sólidos .................. 33

4.2 Informações da horta escolar................................................................ 35

4.3 Resultados de quantificação dos resíduos escolares........................ 38

4.4 Palestras na escola 14 de Agosto......................................................... 39

5 CONCLUSÕES........................................................................................... 43

6 REFERÊNCIAS........................................................................................... 44

Apêndice I - Questionário socieconômico ambiental dos assentados... 51

Apêndice II - Desenho da horta e suas condições 53

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1 INTRODUÇÃO

O assentamento rural, segundo o Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária (Incra) é o conjunto de unidades agrícolas independentes entre si,

o qual anteriormente pertencia a um único proprietário. O Incra no poder dessas

terras, as divide em unidades que são chamadas de lotes, parcelas ou glebas, e

mediante estudo entrega às famílias de baixa renda. (INCRA, 2017)

Os futuros proprietários devem ser trabalhadores rurais comprometidos com a

parcela recebida, estabelecendo moradia e explorando as terras para sua

subsistência, fazendo uso somente de mão de obra familiar.

Uma vez que a família adentra ao imóvel, há geração de resíduos,

proveniente de dejetos humanos, animais e vegetais (agropecuária), entre outros.

Todavia, a questão do impacto ambiental rural nos assentamentos não foi um ponto

presente na vida dos pequenos produtores, podendo ser consequência das

limitações ao acesso às informações, a falta de fiscalização e/ou orientações de

órgãos competentes, ou até mesmo o desinteresse por parte dos locais.

Graças ao desenvolvimento de programas específicos para orientação dos

assentados, a sustentabilidade vem ganhando espaço na mente e na vida dos

mesmos. Porém, com o surgimento de novos núcleos rurais e a regularização

destes, há necessidade de constante condução dos produtores e residentes no

campo a um olhar mais sustentável.

Uma vez que os assentamentos se regularizam, o Incra fica responsável pela

implementação de uma infraestrutura básica ideal á vivência e produção

agropecuária dos moradores locais. Um dos avanços é o acesso ao conhecimento,

para tanto, a presença de escolas nas regiões dos assentados é de extrema

importância. O assentamento Chico Mendes, que faz parte da zona rural do

município de Rondonópolis – Mato Grosso inclui em sua localidade a Escola

Municipal Rural 14 de Agosto.

É conhecida a grande geração de resíduos ao longo das décadas

provenientes do desenvolvimento industrial, bem como o acúmulo dos mesmos

devido a falta de gerenciamento e destinação correta. O aglomerado urbano

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resultou, à princípio, em um acúmulo maior nos resíduos sólidos, quando comparado

ao meio rural, oriundos das industrias e a concentração populacional.

Hoje o cenário ainda é o mesmo. Contudo, o meio rural também se

desenvolveu e muitos recursos presentes na zona urbana chegaram ao ambiente

rural, como: energia elétrica, aparelhos eletroeletrônicos, acesso à internet, entre

outros. Já o saneamento básico se encontra em déficit tanto nos centros urbanos, e

ainda mais nas regiões rurais, e em ambas as localidades obrigando com que os

residentes sejam responsáveis pelo gerenciamento dos próprios resíduos.

Os resíduos sólidos, segundo a norma da ABNT – NBR 10.004/2004 identifica

o processo ou atividade que foram originados, os constituintes e características:

[...] resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cuja particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções, técnica e economicamente, inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. (ABNT, 2004, p. 01)

Ainda, a norma compara os constituintes em lista de resíduos e substâncias

passíveis de causar impactos à saúde do homem e meio ambiente.

Fazendo parte da ecologia – sendo esta o estudo dos seres vivos entre si ou

com o meio orgânico ou inorgânico – a Agroecologia estuda a interação do homem

com os meios agros ecossistêmicos. Em suma, opta-se por sistemas agrícolas que

sejam sustentáveis objetivando aperfeiçoar a cadeia produtiva a fim de que seja o

mais estável possível.

A opção mais usual e simplificada de manejar os resíduos sólidos orgânicos é

a prática da compostagem, e nada mais é que um processo biológico em que os

microrganismos transformam a matéria orgânica num material semelhante ao solo, a

que se chama composto, e pode ser utilizado como adubo – e esta prática será o

processo adequado a ser implantado na escola. Consequentemente trará economia

à escola, pois seriam produzidos adubos orgânicos e mitigaria o uso de adubos

químicos, assim como o uso das hortaliças produzidas a serem inseridas no

cardápio escolar.

Assim, o referido estudo teve por objetivo geral conhecer o perfil

socioeconômico dos assentados e os resíduos sólidos orgânicos gerados na escola

do assentamento Chico Mendes.

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Os objetivos específicos foram:

Elaborar o perfil socioeconômico e ambiental das famílias do Assentamento

Chico Mendes;

Quantificar (em quilos) os resíduos sólidos orgânicos gerados na cozinha;

Realizar oficina sobre compostagem com alunos utilizando os resíduos

sólidos orgânicos da cozinha da escola;

Orientar a aplicação adequada do composto oriundo da compostagem na

horta sob princípios agroecológicos;

Agregar os alunos nessas práticas e orientá-los sobre os benefícios da

agricultura orgânica;

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Desde a existência humana que o planeta terra sofre com a interferência

sobre os recursos naturais. Para sua sobrevivência, o homem necessita do uso de

dois recursos basicos como água e alimento.

A partir do ano de 1500, quando Pedro Álvares Cabral guiando treze

caravelas, atracou no Brasil, que essas terras não seriam mais as mesmas. É sabido

que índios já habitavam essa terra, e faziam uso dos recursos naturais, porem foram

os portugueses os quais exploraram com todo vigor o território brasileiro, explorando

mais efetivamente após a descoberta do pau-brasil. (ABREU, 1883). Com o passar

do tempo e a crescente utilização dos bens naturais, houveram consequentes

aumentos no acúmulo de resíduos, os quais não eram preocupantes aos habitantes

da época.

No entanto, essa preocupação vem se acentuando devido ao excesso de

gases na atmosfera que causam o efeito estufa, pois suas propriedades físicas são

opacas, e impedem que o calor seja dissipado através da camada atmosferica,

elevando a temperatura do planeta. As emissões desordenadas desses gases

constituem-se de ações antrópicas dos setores econômicos: agricultura, ao ser

trabalhado o solo no plantio e aplicação de fertilizantes; pecuária, manejando os

dejetos animais e a fermentação do rúmen nos bovinos; transporte, utilizando

combustíveis fósseis – gasolina e gás natural; tratamento dos resíduos sólidos, no

modo do tratamento do lixo e disposição; florestas, desmatamento e degradação da

vegetação; e indústrias, etapas de produção. (BRASIL-a)

Logo, se faz necessário um pensamento de urgência em criar soluções os

quais revertam, ou ao menos retardem o agravamento do efeito estufa.

2.1 Monocultura e o desenvolvimento agrícola

O sistema de monocultivo, aonde se faz o plantio sequencial de um tipo de

cultura, causa modificações na estrutura física e química do solo, podendo levar à

degradação. No que tange à produção agrícola, o uso intensivo de uma cultura pode

resultar em perdas de produtividade a longo prazo. (OLIVEIRA et al, 1995). Alguns

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pesquisadores constataram prejuízos na produtividade, resultante de variacões

significativas na estrutura do solo quando submetido a cultivos prolongados de uma

mesma cultura.

O período entre 1960 e 1970 passou por um processo de transição, quando

muitas técnicas já utilizadas na agricultura se modernizaram, aumentando

consideravelmente a produção, sobretudo em países subdesenvolvidos, com

objetivo de solucionar a falta de alimentos à população crescente no meio urbano.

(OCTAVIANO, 2010)

Esse período se intitulou “Revolução Verde”, e teve como pilar o sistema de

monocultivo que até hoje predomina – o uso intensivo de agrotóxicos, adubos e

maquinário agrícola. Desde então, este processo resultou em pertubações

ambientais e sociais não solucionando a problemática da fome no mundo, na qual

sempre foi uma grande preocupação.

Coincidindo nesse período o fim da Segunda Guerra Mundial, muitas

empresas produtoras de agroquímicos aproveitaram o momento à incentivar o

aumento da produção e o uso de agrotóxicos (herbicidas, fungicidas, inseticidas e

fertilizantes químicos); e, conjuntamente, o desenvolvimento de máquinas agrícolas.

Rosa (1998) descreveu sobre os argumentos justificados à fomentar o uso de

agroquímicos, sobretudo a carência de alimentos:

O problema da fome tornava-se cada vez mais sério em várias partes do mundo, e o governo americano e os grandes capitalistas temiam que se tornasse elemento decisivo nas tensões sociais existentes em muitos países, o que poderia ampliar o número de nações sob o regime comunista, particularmente na Ásia e na América Central, tradicionais zonas de influência norte-americana. (ROSA, 1998, p.19)

O termo Revolução Verde surgiu mais precisamente no ano de 1966 por

Wiliam Gown, em uma conferência em Washington, DC. Ele pronunciou os impactos

dessa revolução produtiva com base nas possíveis tecnologias agrícolas a serem

adotadas. Porem, as reais intenções das empresas produtoras de fertilizantes

sintéticos eram: “a maximização do lucro, através da monopolização de fatias cada

vez maiores do mercado; e aquisição de royalty, por intermédio dos pacotes

tecnológicos”. Os reflexos dos impactos sociais provenientes da revolução verde

foram: “aumento da concentração da renda e da terra, exploração da mão de obra

no campo, envenenamento dos agricultores, migração para as cidades. E também

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as consequências ambientais, como, por exemplo, contaminação dos ecossistemas,

compactação do solo”. (ANDRADES & GANIMI, 2007)

É possível entender o porquê dos efeitos sobre o homem, e as consequencias

as quais a raça humana vem carregando ao longo dos séculos. O crescimento

populacional ocasionou algumas consequências à sociedade. "A concentração da

posse da terra e o decorrente êxodo rural causaram um inchaço das cidades,

levando a uma favelização nunca vista” (FERRAZ, 2011). O que anteriormente

sustentava as famílias do pequeno produtor, posteriormente passava para a

agroindústria, impactando a vida financeira do produtor forçando-o ao

endividamento. (OCTAVIANO, 2010)

Diante desse quadro caótico na vida no campo, muitos migraram para os

centros urbanos, e este evento foi marcado como “Êxodo Rural”. Por resultante, o

número de familias na produção campesina passou a ser menor que a tempos

passados devido à escassez de mao de obra. Este meio de cultivo familiar deu

espaço à produção em grande escala, aonde há o monocultivo em imensas áreas.

Para a economia é vantajoso esse modelo produtivo.

Um relatório realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em conjunto a

Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, no ano de 2008, traz sobre o avanço da

monocultura da cana de açúcar sobre a Amazônia e o Cerrado (CÁRITAS

BRASILEIRA, 2017). Sob o olhar econômico, certamente é propício essa linha de

desenvolvimento, pois o setor de biocombustíveis cresce a cada ano. Todavia, o

relatório da CPT também apresenta os impactos socioambientais quando se

trabalha somente com uma cultura em grande escala.

O Dicloro Difenil Tricloroetano (DDT) surgiu como primeiro defensivo moderno

a ser utilizado. Na Segunda Guerra Mundial, quando este veneno foi usado para

previnir o tifo em soldados, resultou que o mesmo foi descoberto para outras

finalidades, por exemplo na agricultura, aplicando nas culturas e erradicar os insetos

pragas os quais paulatinamente destruiam a vegetação (BULL & HATHAWAY, 1986;

PARDI et. al. , 1993). É evidente que os responsáveis da época não tinham nenhum

conhecimento sobre os malefícios desse produto químico no ser humano, e sob a

perspectiva agrícola, esse composto se comportou de maneira benéfica eliminando

insetos praga, entre outros usos.

A produção em grande escala foi preciso ser criada, desenvolvida e

aperfeiçoada a fim de sustentar toda uma população, que despontava

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demograficamente. Essa nova natureza de produção surgiu no ano de 1945.

Contudo, ao se passarem os anos, muitos acontecimentos negativos foram

surgindo. Espécies animais diminuíram drasticamente o nível populacional, e

certamente desencadeou desequilíbrio na cadeia alimentar.

O primeiro livro divulgado o qual bania o uso de DDT foi escrito por Rachel

Carson em 1962, intitulado de “Primavera Silenciosa”. Carson afirmou sobre os

danos aos seres vivos: animais selvagens e domésticos, vida vegetal e até mesmo

aos humanos (CARSON, 1962). Não ocorreram somente problemas ambientais –

causados pela urbanização, crescimento populacional e produção em larga escala –

mas também impactos sociais e transformações no estilo de vida da geração.

Terras, renda e poder foram concentrados nas mãos de poucos senhores,

resultando em grandes desigualdades sociais (PORTO & MILANEZ, 2009).

Alves (1981) declarou sobre os reflexos do êxodo rural no vínculo entre

empregado e empregador:

A industrialização rompeu o pacto pelo lado do empregado. Criou alternativas de emprego vantajosas em relação às do campo: melhores salários, facilidade de acesso à educação, medicina, proteção das leis trabalhistas, relacionamento impessoal entre empregado e patrão e, enfim, as luzes da cidade. Os empregados, atraídos pelas cidades abandonaram o campo, deixando ao fazendeiro a alternativa de substituí-los por máquinas e equipamentos e redirecionar a produção para culturas e criações facilmente mecanizáveis ou, então, menos exigentes em mão de obra. A lealdade do patrão foi quebrada com a aplicação das leis trabalhistas ao campo (ALVES, 1981, p. 8).

O autor comenta sobre os pactos os quais desde sempre existiram entre

fazendeiros e trabalhadores. Na época não existia um documento estabelecendo

direitos e deveres; simplesmente cada elemento dessa ligação cumpria seus papéis,

e a palavra e um aperto de mãos era o suficiente. O pacto era o intendente por

fortalecer esse elo, diminuir a migração, e persistir ao longo dos anos no Brasil.

Obviamente demais fatores agregaram para que os empregados permanecessem

nas fazendas, tais como: dificuldades nas comunicações, analfabetismo, receio de

migrar para locais desconhecidos etc.

No entanto, a industrialização foi mais forte atraindo os rurais aos centros

urbanos, “ofertando melhores salários, facilidades de acesso à educação e à

medicina, proteção de leis trabalhistas”; assim como atraindo aos fazendeiros o

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interesse em expandir a produção agrícola com uso de maquinário agrícola,

eliminando grande parte de trabalhadores. (ALVES. 1981)

2.2 Índices estatísticos no campo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é responsável por

realizar uma série de pequisas; dentre elas está a Pesquisa Nacional por Amostra

de Domicílios – PNAD, na qual levanta informações sobre características gerais da

população sobre educação, trabalho, rendimento, habitação, e outras informações

que possam ser necessárias em determinados períodos no Brasil. Esses dados

evolutivos que ajudam a compreender o presente, quando se compara ao passado,

e certamente mensurar possíveis situações futuras.

Índices migratórios obtidos pelo PNAD indicam que em 1940, no Brasil, a taxa

de urbanização era pouco mais de 31%, ou seja, a maior parte da população ainda

residia na zona rural. Ao passar das décadas, o fluxo migratório do meio rural para

os centros urbanos aumentou, pois as pessoas foram em busca de novas

oportunidades de vida, emprego em indústrias, entre outros. No ano 2000, a

porcentagem urbana passou a ser de aproximadamente 81%, logo, em seis

décadas, a população urbana cresceu 50 pontos percentuais; pessoas que partiram

em buscas de um novo estilo de vida – a vida urbana. (IBGE, 2007)

Em 2010, o IBGE apontou aproximadamente 161 milhões de pessoas

residindo no meio urbano, contra aproximadamente 30 milhões de pessoas alocadas

na zona rural. Estes dados fazem parte do censo demográfico de 2010. No ranking

nacional, o Mato Grosso é o 12° estado com mais moradores na zona rural, cerca de

552 mil campesinos. (IBGE, 2010)

No ano de 2011 foram lançados últimos dados estatísticos do meio rural, uma

parceria entre o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

Socioeconômicos (DIEESE) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por

meio do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD), no formato

de cartilha. Segundo os dados publicados, realizado pelo IBGE no censo

agropecuário em 2006, sobre a área dos estabelecimentos agropecuários, o Brasil

possui o produtor na condição de proprietário ocupando 93,0% da área agrícola.

2,7% de área está na posse dos arrendatários, e os produtores assentados sem

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titulação definitiva ocupa 1,7% da área; o restante se encontra no domínio de

parceiros e ocupantes. (DIEESE, 2011)

Com o crescimento populacional do Brasil desde os primórdios, até a década

de 1960, as políticas governamentais sobre o saneamento básico eram setoriais e

esporádicas. Por não haver uma organização na qual pareasse o crescimento

urbano e o atendimento da demanda, ocasionou um agravamento na precariedade

pública, com altas taxas de mortalidade infantil e decadência sanitária. Diante desse

quadro, as décadas seguintes foram para estabelecer metas que atendessem 90%

da população urbana com água de qualidade e 65% providos de esgotamento

sanitário (IBGE, 2002).

A lei n° 11.445 de 5 de janeiro de 2007 estabelece diretrizes para o

saneamento básico no âmbito nacional. Os serviços públicos prestados englobam

alguns fatores, entre estes: direito de acesso a todos, no abastecimento de água,

esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos na forma

adequada à saúde pública e proteção ao meio ambiente, assim como, drenagem e

manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes

urbanas (BRASIL, 2007).

Esta mesma lei, no artigo 3º conceitua o saneamento básico sendo o conjunto

de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água

potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e

drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das

respectivas redes urbanas. (BRASIL, 2007).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em um relatório divulgado

em 2014, há 2,5 bilhões de pessoas no planeta sem acesso a infraestrutura básica

em saneamento. Foi estimado o número de um bilhão de pessoas as quais ainda

defecam ao ar livre. E ainda, se fosse investido em água e saneamento, a cada

dólar seriam poupados 4,3 dólares com gastos em saúde no mundo (WHO, 2014).

Leoneti (2011) faz uma abordagem sobre as leis que regulam a esfera

nacional do saneamento básico, sendo elas, a lei que estabelece as diretrizes para o

saneamento básico (11.445/2007) e a Política Nacional de Recursos Hídricos (lei

9.433/1997). Ele afirma não haver uma responsabilidade claramente imputada a

cada órgão governamental no agir sobre o saneamento básico. Em muitos trechos

das leis há textos os quais denotam sentido ambíguo, faltando a descrição de quais

órgãos são responsáveis por determinadas ações específicas ao saneamento. No

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entanto a própria lei confere a competência aos Estados e Municípios a efetivação

de outorga dos recursos hídricos, contrapondo a ideia de Leoneti (2011).

O Ministério da Saúde é responsável por apoiar estados e municípios na

execução de “medidas estruturais e estruturantes em áreas rurais e comuns

tradicionais, que assegurem a ampliação do acesso, a qualidade e a

sustentabilidade das ações e serviços públicos de saneamento básico”; bem como

formular e efetivar o Programa de Saneamento Rural que esteja de acordo com a

realidade de cada espaço rural. O Ministério da Saúde transmite essas funções ao

órgão do Governo Federal, a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 2017).

A Funasa é responsável por desenvolver as seguintes atuações no meio rural:

- Implantação e/ou a ampliação e/ou a melhoria de sistemas públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário; - Elaboração de projetos de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário; - Implantação de melhorias sanitárias domiciliares e/ou coletivas de pequeno porte, incluindo a implantação de sistemas de captação e armazenamento de água de chuva - cisternas. (Funasa, 2017)

Em se tratando do meio rural é estimado que somente 25% da população

local tiveram disponíveis rede de coleta de esgoto até 2009 (IBGE, 2011).

Conforme o censo demográfico de 2010, os serviços de saneamento

prestados à zona rural se mostram deficientes, e o maior quesito é o esgotamento

sanitário onde aproximadamente 54% desses domicílios contem atendimento

precário, e quase 28% são classificados sem haver atendimento. Ao manejo dos

resíduos sólidos no meio rural, aproximadamente 70% dos residentes não

apresentam essa assistência, e quase 4% contem esse atendimento porem de

forma precária. Ainda, o componente abastecimento de água abrange apenas 35%

dos domicílios sendo um déficit aos moradores (FUNASA, 2018, apud IBGE, 2010).

2.3 Agricultura familiar

Segundo Baiardi & Alencar (2014), a unidade de produção agrícola familiar,

ou simplesmente agricultura familiar, é um tipo de “empresa” familiar diferenciada

das demais formas de empreendimento em família. Aquele setor familiar apresenta

características de trabalho estável, com menores variações em seu crescimento, e

índices irrelevantes quanto à extinção deste sistema. No entanto, antes de surgir o

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termo “agricultor familiar”, o trabalhador era simplesmente um camponês, o qual

existiu desde os primórdios. As familias migravam em busca de regiões favoráveis

ao cultivo de alimentos às suas subsistências.

Outra visão sobre os elementos em trabalho agrícola familiar são os

indígenas, os quais sempre buscaram subsistência na terra, explorando-a e ao

mesmo tempo mantendo equilibrado o ambiente natural (SOUZA, 2002),

evidenciando grande exemplo às demais etnias.

De acordo com o censo agropecuário em 2006, o meio agrário era ocupado

por 84,4% de agricultores familiares contra 15,6% de outros tipos de

estabelecimentos. No entando a área em hectares obedece a proporção inversa,

pois os demais tipos de trabalho agrário possuem 75,7% de área, em contraposição

a 24,4% de área à agricultura familiar. No mesmo censo, ao uso da terra, os 80,25

milhões de hectares da agricultura familiar, 45,0% para fins de pastagens, 28% de

área com matas, florestas ou sistemas agroflorestais e por lavouras ocupavam

22,0%. (DIEESE, 2011)

No ano de 2017 foi aplicado o Censo Agro 2017 e no momento obteve-se a

divulgação preliminar dos resultados. Há um item entre os resultados divulgados e

que entitula uma proporção de pessoas empregadas na área rural que tenha

parestesco com o proprietário, supondo um modelo de agricultura familiar. A forma

de trabalho que há laço familiar entre trabalhador e proprietário é de 73%, contra o

oposto de modelo (não há laço familiar) de 27%. Logo, conforme os dados

disponíveis, de 2006 a 2017 a agricultura familiar diminuiu seu tipo de modelo

agrário, porem continua sendo forte na forma de trabalho. (IBGE, 2017)

Em termos legais, a “Lei da Agricultura Familiar”, nº. 11.326 de 2006,

“estabelece conceitos, princípios e instrumentos para elaboração de políticas

públicas que englobam a agricultura familiar e empreendimentos familiares rurais”.

Nesta, o agricultor familiar é categorizado pela prática de ofício no meio rural e

atende os seguintes itens (art.3):

“I - não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais; II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento; III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo;

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IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.” (BRASIL, 2006)

Logo, sabido que o sujeito atende aos requisitos, o mesmo poderá ser

beneficiado pela Política Nacional da Agricultura Familiar (PNAF). Um recente

decreto sancionado em 2017 engloba o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar

(CAF) e facilitará na identificação do produtor que for assistido pelas políticas

públicas da Secretaria Especial de Agricultura Familiar (Sead). O decreto é um

documento essencial e dá o devido prestígio à agricultura familiar no Brasil. Ainda, o

decreto, nº. 9.064, de 2017 (BRASIL-d), explica quem poderá ter o cadastro no CAF

(art.5):

“I - os beneficiários que se enquadrarem nos requisitos estabelecidos no art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006; II - os assentados do Programa Nacional de Reforma Agrária - PNRA; III - os beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário - PNCF; e IV - as demais UFPA

1 e os empreendedores familiares rurais que explorem

imóvel agrário em área urbana.”(BRASIL-d)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) é responsável

pela execução de políticas educacionais do Ministério da Educação (MEC), e faz a

gestão financeira de diversos projetos e programas os quais visam educação de

qualidade para todos. A Lei nº 11.947 de 16 de junho de 2009 que rege sobre a

alimentação escolar e todo o alimento que é oferecido no ambiente educacional

promove a alimentação saudável, e em seu art. 14 cita:

“Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% (trinta por cento) deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas.” (BRASIL, 2009)

Logo, a Lei do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) serve de

incentivo ao consumo de produtos da agricultura familiar corroborando com os

agricultores na comercialização dos mesmos; os alimentos regionais são valorados,

1 A sigla UFPA se refere à Unidade Familiar de Produção Agrária que nada mais é o “conjunto de indivíduos

composto por família que explore uma combinação de fatores de produção, com a finalidade de atender à

própria subsistência e à demanda da sociedade por alimentos e por outros bens e serviços, e que resida no

estabelecimento ou em local próximo a ele” (BRASIL-d).

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os produtores locais subsistem com essa renda e resulta no crescimento econômico

dos municípios.

2.4 Educação ambiental no campo

Existem meios e práticas que podem ser associadas ao estilo de vida, tanto

urbano quanto rural. No meio rural, certas práticas de reuso e gerenciamento de

resíduos são mais favoráveis a serem implantados, devido à disponibilidade de

maiores espaços, no entanto, a área disponível pode ser um fator limitante aos

moradores de grandes centros urbanos.

Mesmo assim, primeiramente é imprescindível uma conscientização por parte

da raça humana, pois somos os únicos seres racionais, dotados de senso sobre o

que é correto ou errado. Os seres vivos são dotados de resiliência, ou seja, tem a

capacidade rápida de recuperação (PINHEIRO, 2004). Contudo, esse fator

regenerativo faz com que determinado ser tenha recuperação, mas nunca voltará ao

mesmo ponto no qual anteriormente se encontrava. Isso significa uma regressão, e

uma falsa sensação de que a natureza sempre se regenerará por si só, e é infinita.

O homem precisa entender seu papel no mundo, o papel de cuidar dos

recursos naturais, e fazer compreender essa relação homem versus planeta terra. O

planeta depende do homem para manter sua integridade – mesmo já não sendo na

originalidade – e o homem depende dos recursos naturais para sua sobrevivência.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) intitula educação ambiental como

sendo “um processo no qual os indivíduos e a coletividade constroem valores

sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a

conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia

qualidade de vida e sua sustentabilidade” (BRASIL, 1999).

Ainda, segundo o MMA, o momento no qual o desenvolvimento rural e

agrícola se encontra passam por processos de transição. O que anteriormente se

produzia sem a consciência sobre os recursos naturais, hoje se faz presente a

percepção de preservação e desenvolvimento produtivo sustentável. Todavia, a

transição para um modelo mais sustentável depende da “motivação e construção de

consensos”, provenientes de uma “relação democrática e o diálogo entre a política

ambiental e as populações rurais”. Os desafios a serem vencidos são duplamente

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desafiadores: reverter ao máximo os processos de degradação do meio ambiente, já

instalados pela agropecuária, assim como impedir o surgimento de novos impactos

ao planeta, promovendo um novo modelo produtivo em bases sustentáveis

(BRASIL-b).

2.5 Resíduos

Nos primódios, o homem sempre foi gerador de resíduos, no entanto,

resíduos de origem orgânica eram descartados na propria natureza, facilmente se

decompondo e não havendo acúmulo. O processo de geração de resíduos foi

intensificando com a descoberta do fogo, porem nada se compara com a revolução

industrial do século XVIII, quando passou-se a gerar impactos no meio ambiente de

forma mais expressiva. O uso de máquinas, a poluição em todas as suas faces

cresceu desenfreadamente, até os dias de hoje, sendo impossível voltar ao gênese.

(TOLBA, 1992)

Os resíduos oriundos de todo o desenvolvimento industrial mundial foram

esquecidos, ignorados, e a falta de gerenciamento dos mesmos com a destinação

incorreta causou acúmulo na natureza, e os centros urbanos refletem a imagem a

qual costumeiramente vê-se: lixo jogado a céu aberto. Os resíduos sólidos impactam

de forma destruidora o meio ambiente, o que gera dúvidas sobre a permanência da

raça humana no planeta nas próximas décadas. Caso fossem adotadas práticas

produtivas menos poluidoras, ou incidisse o mínimo de impacto possível sobre o

planeta, haveria uma aliança entre os processos produtivos com a preservação

ambiental (LEMOS, 1998).

O uso de combustíveis fósseis tem datado seu início exploratório para fins

industriais no ano de 1859, quando houve a perfuração na qual fluiu petróleo, no

estado da Pensilvânia, Estados Unidos (LUCCHESI, 1998). Desde então, essa fonte

de energia vem impactando o equilíbrio no meio ambiente. Deve-se moderar quanto

a esse tipo de exploração, de modo a evitar possíveis poluições nos centros urbanos

(NUNES et al, 2013), assim como no meio rural.

Os resíduos gerados a partir do petróleo têm diversos locais passíveis de

contaminação, por exemplo, o seu descarte em oceanos assim como acidentes

onde há o derramamento do petróleo bruto no mar (SANTOS, 2013), ocasionando

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eutrofização. Este fenômeno é o enriquecimento das águas devido o excesso de

nutrientes, mais precisamente o fósforo e nitrogênio, causando instabilidade nas

comunidades marinhas devido o crescimento exagerado de macrófitas e algas

planctônicas (SMITH et al., 2006). O crescimento excessivo de algas liberam

grandes quantidades de substâncias tóxicas, bem como o esgotamento de oxigênio

e escurecimento da água, aniquilando a biota aquática. (MORAES, 2009)

Com o passar das décadas foram descobertas alternativas quanto ao uso

exploratório de petróleo que é o uso de fontes renováveis de energia, e nesse

contexto, os resíduos de origem agrícola e industrial surgem como possíveis fontes

na geração de novos materiais no uso do setor energético (ROSA et al, 2011). Gerar

energia a partir de biomassa ainda dependente de pesquisas e estudos nos quais

resultem em um processo mais sustentável e economicamente viável. A biomassa

pode ser oriunda de fonte animal ou vegetal, e resulta em resíduos sólidos, líquidos

e/ou gasosos; portanto, invariavelmente do seu destino e modo de uso, o ramo

agroenergético se demonstra ser promissor no desenvolvimento social e econômico

(BUDKE, 2013).

Os resíduos agrícolas vêm se constituindo uma das mais expressivas fontes

de carboidratos não-utilizadas de forma devida, que poderiam ser convertidas em

combustíveis líquidos, sólidos e gasosos, além de outros processos de bioconversão

para fins industriais (VARGAS, 1979).

Nos tempos atuais, sob a influência dos meios de comunicação, criou-se um

estilo de vida consumista no qual estimulam as pessoas a comprar, gastar, e

depender do ter, ao invés de ser. Rodrigues (1998) descreveu sobre a mudança no

estilo de vida mundial.

Um grande problema, da intensificação da produção/destrutiva, senão o maior está no que se convencionou chamar de problemática ambiental, na criação de novas necessidades humanas enriquecedoras, mas apenas correspondem a modos de vida da sociedade do descartável, o tempo e o espaço são tidos como separados, produzem-se cada vez mais e mais mercadorias – que duram cada vez menos –, e utiliza-se de forma intensiva o espaço para produzir mais. (RODRIGUES, 1998, p. 23)

Os resíduos sólidos, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), sao classificados como: “resíduos nos estados sólido e semissólido, que

resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial,

agrícola, de serviços e de varrição” (ABNT, 2004). Os resíduos sólidos podem ser

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orgânicos, sendo, por exemplo: “restos de alimentos, folhas, grama, animais mortos,

esterco, papel, madeira, etc.” Estes estão enquadrados em compostos orgânicos

não tóxicos (JUNIOR, 2012).

A lei n° 12.305 de 2 de agosto de 2010 institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, “ dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, assim

como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de

resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do

poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis” (BRASIL, 2010). Esta

mesma lei define resíduos sólidos (art.3):

[...] material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d‟água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (BRASIL, 2010)

Resíduos periculosos são aqueles que a tem a presença de elementos fisicos

e químicos os quais possam causar riscos ao meio ambiente quando mal manejado,

e risco à saude pública, resultando em doenças ou mortalidade (ABNT, 2004).

Os resíduos sólidos urbanos, intitulado pela sigla RSU, “corresponde aos

resíduos domiciliares e de limpeza urbana: varrição, limpeza de logradouros e vias

públicas e outros serviços de limpeza urbana” (BRASIL, 2011).

Quanto à geração de resíduos sólidos urbanos produzidos no Brasil, cerca de

78,3 milhões de toneladas são acumulados anualmente. A população brasileira

crescendo 3,7% no período de 2012 à 2013, simultaneamente aumentou a geração

de resíduos sólidos urbanos no Brasil, na faixa de 4,1% (ABRELPE, 2016). Apesar

de haver uma queda de 2% do montante quando comparado ao ano de 2015

(ABRELPE, 2016), o número ainda é pequeno, e há de se analisar melhores formas

de tratamento dos resíduos.

Seria impossível eliminar a produção dos resíduos, contudo a alternativa

disponível é a redução, e as empresas, desde pequenas até grandes, são

responsáveis por otimizar seu processo e ter um comprometimento com o meio

ambiente. Leite e Pawlowsky (2005) comprovaram que é possível minimizar a

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geração dos resíduos quando se faz um estudo de caso de determinada empresa e

ainda aumentar o lucro diminuindo resíduos que anteriormente seriam descartados.

Ao passo que a população cresce e de desenvolve, consequentes impactos

são causados, o que exige um olhar atento a essas condições, somando-se ao fato

que os recursos naturais aumentam sua escassez (FELLENBERG, 1980). Sobre a

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), esta lei define a destinação final

ambientalmente adequada como a destinação de resíduos que incluem a

reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento

energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes (Sisnama:

Sistema Nacional do Meio Ambiente; SNVS: Sistema Nacional de Vigilância

Sanitária; e, Suasa: Sistema de Atenção à Sanidade Agropecuária), entre elas a

“disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar

danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos

ambientais adversos” (BRASIL, 2010).

A PNRS ainda indica o gerenciamento de resíduos sólidos (art.3):

[...] conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei. (BRASIL, 2010)

Reutilizar resíduos sólidos orgânicos é uma alternativa quanto a falta de

aterros ou de espaços ambientalmente adequados. Estes resíduos quando

destinados a lixões podem contaminar o solo, causar acúmulo no local de despejo,

poluir rios, lençóis freáticos (PIRES; MARTINHO; 2011). No caso dos aterros é a

falta de existência, e os que já estão operante estão limitados em espaço. Existem

muitas técnicas que como reaproveitar os resíduos orgânicos, e dentre elas está a

compostagem: uma técnica viável e fácil de ser executada.

2.6 Compostagem

A PNRS delineia que os resíduos sólidos sejam manejados e renovados por

processos tecnológicos acessíveis economicamente e facilidade no entendimento,

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orgânicos antes da disposição final; um exemplo disso é a execução da

compostagem (BRASIL, 2010).

No passado, o homem campesino sempre fez uso de práticas sustentáveis

mesmo sem saber a forma técnica do processo. O hábito de jogar restos de comida

aos peixes já era uma forma de aproveitamento de resíduos, assim como colocar as

sobras nos fundos das casas e enterrar; e ainda, mesmo sem conhecimento técnico,

a prática do dia a dia na produção do próprio alimento em hortas, em adicionar

sobras de frutas, folhas secas, esterco curtido de animais, entre outros resíduos.

“Compost” é uma palavra de origem inglesa, que formou a palavra composto

indicando o fertilizante proveniente de restos de vegetais e animais. Logo surgiu a

compostagem. (KIEHL, 1998).

O MMA conceitua compostagem sendo a “reciclagem dos resíduos

orgânicos”. A transformação é feita através de um processo biológico no qual

acelera a decomposição do produto no qual a temperatura, umidade, aeração,

relação carbono:nitrogênio, e nutrientes são peças essenciais para que o processo

seja eficiente, e transformará em um composto. Esse composto é rico em nutrientes,

e se encontra na forma disponível à absorção das plantas. Beneficamente, se essa

prática fosse empregada em muitos lares, escolas, restaurantes, e qualquer outro

estabelecimento gerador de resíduos orgânicos, diminuiria o volume de lixo

acumulados em lixões e aterros. O mau cheiro também seria amenizado, pois

resíduos orgânicos são responsáveis por fermentar e liberar gases e maus odores

(COSTA et al, 2005 e BRASIL-b).

O chorume resultante de lixões pode contaminar rios e lençóis freáticos, atrair

animais que transmitem doenças, causando grandes danos ao meio ambiente e ao

ser humano (OLIVEIRA, 2014), logo o reuso da matéria orgânica minimizaria o

excesso de lixo.

Sendo a compostagem um dos meios de destinação final ambientalmente

adequado dos resíduos, corforme está descrito na Lei nº 12.305, de 2 de Agosto de

2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, esta prática pode ser implementada

em qualquer esfera, independente de ser em uma área urbana, rural, industrial,

entre outras (BRASIL, 2010).

Reciclar os resíduos sólidos orgânicos tem sido uma prática eficaz passível

de qualquer cidadão executar, independe da classe social, formação acadêmica,

local de habitação, por ser de baixo custo, fácil manejo e retornar os nutrientes do

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solo (PEIXE & HACK, 2014). O composto resultante pode ser incorporado no solo de

quaisquer plantas, em vasos, hortas, jardins etc, enriquecendo as mesmas com

nutrientes, e melhorando o solo. Nos meios eletrônicos estão disponibilizadas

diversas informações sobre como realizar a compostagem. Há o formato de cartilha,

que é o mais simples e compacto meio de informações sobre determinado assunto,

a compostagem mantem-se acessível a toda população.

A compostagem para ser bem sucedida é primordial que seu início seja

executado eficientemente, portanto até a escolha dos produtos compostáveis

definirá a qualidade de seus nutrientes resultantes.

Os resíduos orgânicos compostáveis podem ser diferenciados por sua

coloração, e logo classificados em resíduos de cor verde (restos de vegetais crus,

restos de cascas de frutas, borras de café incluindo o filtro, arroz e massa cozidos,

cascas amassadas de ovos, restos de pão, folhas verdes, folhas e sacos de chá,

cereais, ervas daninhas sem sementes, restos de relva cortada e flores), e resíduos

de cor castanhos (feno, palha, aparas de madeira e serragem, aparas de relva e

erva seca, folhas secas, ramos pequenos, pequenas quantidades de cinzas de

madeira). A coloração tem relação com a relação C:N, pois resíduos esverdeados

tem maior proporção de nitrogênio contra os castanhos o qual essa relação é maios

a proporção de carbono. (LAPERTOSA & BARROS, 2006)

Há também certos materiais os quais não são ideais de serem usados no

processo de compostar (carnes, peixes, laticínios, gordura, queijo, manteiga,

molhos, excremento de animais, resíduos de jardim tratados com pesticidas, plantas

doentes ou infestadas de insetos, cinzas de carvão, têxteis, tintas, pilhas, vidro,

metal, plásticos, medicamentos). Óleos e gorduras são sujeitas a impermeabilizar os

microrganismos atuantes na decomposição, portanto evita-se alimentos pós

refeições (MEIRA et al., 2003).

Um fator de suma importância no processo aeróbico da pilha de composto é a

umidade. Segundo Pereira Neto (2007), a condição ideal é manter 55% de umidade,

acima disso o meio começa a se tornar anaeróbio, produzindo odores desagradáveis

a atraindo vetores não desejáveis. A umidade, por sua vez, influencia na

temperatura, pois a rega da pilha evita que atinja elevadas temperaturas e venha

afetar a microbiota atuante na transformação. Pereira Neto (2007) ainda confirma

que a temperatura é um elemento determinante no resultado final do composto

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maturado. Na aeração também é essencial que haja um controle nos gases atuantes

da massa, pois as bactérias aeróbicas exigem oxigênio para trabalharem.

Paula e Cezar (2011) em seu estudo sobre a quantidade de revolvimentos da

pilha de resíduos constatou que revolver contribui no fator umidade, pois a

porosidade aumenta mantendo o meio equilibrado. Também, as pilhas com maior

número de revolvimento obtiveram maior diminuição de massa seca, o que traz a

vantagem de requerer menor espaço no local da atuação.

A aeração do meio traz às bactérias aeróbias meios de se desenvolverem e

pode ser proporcionada através do revolvimento da pilha de modo natural, ou

artificial injetando ou sugando mecanicamente o ar, assim como no controle da

temperatura (PEREIRA NETO, 1996). Ao se analisar o pH final de um composto

maturado, o valor ideal é acima de 7,5, tornando ideal ao uso agrícola (KIEHL,

1985).

A compostagem não somente produz nutrientes disponíveis às plantas como

também pode ser capaz de exterminar coliformes fecais de resíduos animais. Há

quem seja contrário ao uso desses rejeitos devido o risco de contaminação, porem

Orrico et al. (2007) constatou que nos dejetos caprinos, o processo elevou a

temperatura para mais de 50 ºC, erradicando com 99,99% dessas bactérias,

portanto deve aprofundar no estudo quanto a compostagem ser eficaz contra esses

patógenos.

Quantos aos meios de fazer a compostagem existem diversos. Tudo irá

depender de qual a demanda necessária do executor e a estrutura disponível. Pode

ser realizada em pequenos espaços como apartamentos, passando por escolas, e

até grandes empresas.

Os elementos primordiais a se iniciar o processo de compostagem é obter um

local onde será a composteira, poderá ser diretamente no solo ou sobre uma

superfície lisa. Em locais pequenos o ideal é um recipiente que seja fechado ao

fundo. O segundo elemento necessário é a matéria orgânica na qual será preciso

fazer a separação do lixo e acondicionamento dos resíduos orgânicos. E o terceiro

elemento essencial ao sucesso da compostagem é a água para umidificar a pilha e

resultar no controle de temperatura e decomposição da matéria (BRASIL, 2017).

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2.7 Assentamentos Rurais2

O Assentamento rural é formado por unidades agrícolas – cada qual com sua

autonomia – onde era uma grande propriedade pertencente a um único dono, e o

Incra desapropria a terra com objetivo de realizar essa divisão. Já repartido em lotes,

glebas ou parcelas, estas são repassadas à famílias de baixa renda comprovada. O

tamanho da área irá variar dependendo da geografia local, características produtivas

que a terra poderá fornecer. Após o repasse das terras os residentes não podem

vender, alugar, arrendar ou emprestar essas terras.

O surgimento de um assentamento é por meio de uma portaria na qual é

publicada no Diário Oficial da União, descrito os dados do imóvel, o número de

famílias possíveis de residir, nome do projeto, e os seguintes procedimentos que

irão garantir a implantação do assentamento. Após a criação, vem a fase de

instalações das famílias onde é investido em crédito e infraestrutura das parcelas

como habitação, eletrificação e abastecimento.

A figura 1 retirada da página online do Incra resume as etapas executadas

pelo Incra no processo dos assentamentos, desde sua criação até a estruturação.

Figura 1 - Processo de criação, implantação e estruturação dos assentamentos. Fonte: Incra (2017).

De acordo com dados atuais do Incra, este já criou e aprovou mais de 9 mil

projetos de assentamento no Brasil, sendo mais precisamente 9.256 assentamentos

2 O tópico 2.9 tem sua fonte em todo o site do Incra (2017), pois este órgão é o representante legal responsável

por criar, implantar, estruturar, fiscalizar, e qualquer outra atividade que envolva os assentamentos rurais no

Brasil.

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em uma área de 88.314.857 hectares. Atualizado em 23 Jun de 2017, no Mato

Grosso estão presentes 550 assentamentos regularizados, abrangendo 6.050.981

hectares.

Vale também lembrar com Sachs (2001) e Altafin (2007), que os agricultores

familiares são agentes importantes da transição à economia sustentável, já que, ao

mesmo tempo que são produtores de alimentos e outros produtos agrícolas, eles

desempenham a função de guardiões da paisagem e conservadores da

biodiversidade.

As famílias rurais desde sempre adotaram o ato de queimar a vegetação

antes de entrar com o plantio, assim como na pecuária. Sá et al., (2006-2007)

acrescenta que essas constantes queimadas são responsáveis por “perdas

significativas de patrimônio no meio rural” da Amazônia. Logo, é essencial realizar a

criação de projetos que visem alternativas sustentáveis no campo, os quais

substituam práticas retrógradas que causam danos ao meio ambiente e assim

formar uma consciência ambiental no qual seja presente à população rural.

Logo, o presente trabalho se baseou na busca de utilizar os resíduos sólidos

orgânicos na forma in natura gerados na cozinha e destinar os mesmos à horta já

existente na Escola 14 de Agosto, no assentamento Chico Mendes, a qual não se

encontra operante ao ponto de dar autonomia na obtenção de hortaliças que fazem

parte das refeições, bem como trazer informações sobre práticas ecológicas

sustentáveis possíveis de enquadrar no dia a dia dos locais.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

Este capítulo abordará a metodologia aplicada na pesquisa, assim como o

locus aonde se deu a mesma; fixando a escola 14 de Agosto, do Assentamento

Chico Mendes, em Rondonópolis, Mato Grosso, assim como os sujeitos envolvidos

(alunos e funcionários da escola, e assentados). Tratará da execução no que tange

à coleta de dados no ambiente de estudo.

3.1 Abordagens da pesquisa

O tipo de pesquisa se deu com abordagem quali-quantitativa, aonde se

aprofundou na compreensão do modo e condições de vida dos assentados regionais

(GOLDENBERG, 2004), assim como na quantificação dos resíduos sólidos

orgânicos provenientes da cozinha da escola do assentamento Chico Mendes.

GOLDENBERG (2004) compara as pesquisas qualitativas como “um mergulho em

profundidade dentro de um grupo „bom para pensar‟ questões relevantes para o

tema estudado”; e esse trabalho se baseou nessa perspectiva, adotando uma busca

sobre a realidade dos assentados no que tange as práticas agroecológicas, mais

precisamente a prática de compostagem.

Conforme Fonseca (2002) esclarece, a pesquisa quantitativa contem

resultados que podem ser quantificados.

“A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. (FONSECA, 2002, p.20)

Agregando a pesquisa qualitativa com a quantitativa, é possível levantar

maiores informações, diferente, caso estas estivessem separadamente (FONSECA,

2002).

Objetivando a obtenção de resultados que fossem relevantes, enquadrou-se

como pesquisa do tipo participante ou pesquisa ação, delineado por Thiollent (1985.

p. 14) como:

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“... um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos do modo cooperativo ou paticipativo.” (THIOLLENT, 1985, p. 14)

Gil descreve como pesquisa participante a interação entre pesquisadores e

membros das situações investigadas, em que os sujeitos da pesquisa não apenas

fornecem dados, mas são sujeitos de conhecimento (GIL, 1991).

Quanto aos objetivos, a pesquisa teve caráter exploratório. Gil descreve esse

tipo de pesquisa por ter objetivo de “proporcionar visão geral, do tipo aproximativo,

sobre o determinado caso”. A pesquisa exploratória se divide especialmente em

pesquisa bibliográfica e estudo de caso (GIL, 2008).

O primeiro passo se deu em levantamento bibliográfico, fazendo coleta de

informações sobre outras pesquisas similares a este trabalho de acordo com os

seguintes assuntos principais: assentamentos rurais, resíduos orgânicos, práticas

sustentáveis no meio rural e compostagem. Assim como Fonseca (2002) classificou,

este tipo de pesquisa levantou “referências teóricas já analisadas, e publicadas em

meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites”;

tanto como o histórico e condições atuais na localidade de estudo.

Após, o estudo de caso procurou compreender os fenômenos na sua

totalidade; é um “estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro de seu

contexto de realidade...”. Um dos propósitos do estudo de caso é de “descrever a

situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação” (GIL, 2008),

e nesse caso, o contexto englobou tantos os residentes do assentamento Chico

Mendes, quanto a escola – entre funcionários e alunos; e suas relações

agroecológicas no meio rural.

De modo geral, o objetivo principal deste trabalho foi quantificar os resíduos

sólidos orgânicos gerados na cozinha da escola 14 de Agosto, presente no

assentamento Chico Mendes, no município de Rondonópolis, Mato Grosso, assim

como a aplicação de um questionário socioeconômico entre os residentes.

3.2 O locus da pesquisa

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A pesquisa se deu numa região dentro do bioma do Cerrado. Este é

enquadrado como o segundo maior bioma em área na América do Sul. No território

brasileiro é representado por 2.036.448 km², enquadrando 22% da área total

(COUTINHO, 1978). Suas características são peculiares e há uma vasta vegetação

diversificada. As plantas do cerrado são heterogêneas abrigando por volta de 11 mil

espécies catalogadas.

A região do cerrado contem uma vasta gama de frutas nativas disponíveis a

serem exploradas, tais como: araticum (Annona crassiflora), baru (Dipterix alata),

caju do cerrado (Anacardium spp.), cagaita (Eugenia dysenterica), pequi (Caryocar

spp.), mangaba (Hancornia spp.), maracujás nativos. Com estas espécies é possível

extrair óleos, fabricar sorvetes, produtos cosméticos, e muitos outros subprodutos”

(JUNQUEIRA et al., 2012).

A Escola Municipal 14 de Agosto, localizada no assentamento Chico Mendes

(também dito de Vale do Bacuri), na zona rural de Rondonópolis, com as seguintes

coordenadas geográficas: 16° 16` 05” Sul e longitude 54° 35` 40”, se deu o local de

estudo. Fazendo parte na região da Aldeinha na MT 460, km 07, de acesso pela MT

1303; atende por volta de 18 (dezoito) comunidades adjascentes, somando

aproximadamente 500 (quinhentas) famílias rurais (LIMA, 2016).

A figura 2 mostra uma visão parcial do assentamento obtida por satélite,

aonde fica a escola e o antigo posto de saúde, o qual este escontra-se desativado.

Figura 2 - Imagem por satélite da região central do assentamento Chico Mendes

Fonte: Google maps4

3 Disponível em: http://www.rondonopolis.mt.gov.br/. Acesso em: 22 Jun 2017.

4 Disponível em: https://www.google.com.br/maps. Acesso em: 05 Set 2017.

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A figura 3 mostra a escola 14 de Agosto. A disposição geográfica se dá de

forma radial, com a escola no centro da área do assentamento, possibilitando igual

deslocamento dos moradores ao centro comunitário escolar.

Figura 3 - Imagem por satélite da área escolar Fonte: Google Maps

3

A presença de uma escola no assentamento é uma questão positiva para a

região. Certas regiões, mesmo urbanas, é notada a ausência de alguns fatores

básicos, tais como escolas mais próximas, saneamento básico, médicos, postos de

saúde, hospitais, e tantos outros meios de infraestrutura essenciais à vida humana.

Siqueira (2016) fez um estudo envolvendo a escola 14 de Agosto, e em seu

levantamento caracterizou a mesma sendo participante da “Estrutura Educacional do

Sistema Municipal de Rondonópolis com o ensino regular de nove (09) anos de

escolarização, pertencente ao Ciclo Básico de Formação Humana, respeitando três

(03) ciclos da formação: infância, pré-adolescência e adolescência. A escola é

formada por dois prédios, sendo um fundado em 1997 e o segundo em 2003, ambos

bem próximos. No primeiro prédio foram feitas duas salas de aula, dois banheiros e

uma cozinha. Em 2003 o novo prédio contou com uma cozinha, seis salas de aula,

cinco banheiros, uma sala para a coordenação pedagógica, uma sala para

professores, uma secretaria, uma sala para a direção, um alojamento para

funcionários de duas (02) salas, e um banheiro. O governo do estado fez mais duas

salas nas quais ajudassem a comportar alunos que saem do Ensino Fundamental

para o Ensino Médio, sendo portanto oito (08) salas de aula no prédio novo.

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Figura 4 – Escola Municipal Rural 14 de Agosto.

Fonte. Siqueira (2016).

A figura 4 é uma foto de dentro da escola tirada em 2016, evidenciando o

salão central no formato octagonal (SIQUEIRA, 2016).

3.3 Etapas básicas da pesquisa

O projeto foi realizado em três períodos, sendo o primeiro a prática de

compostagem com os resíduos da cozinha destinando à horta local, seguindo com a

aplicação de questionário socioeconômico ambiental em uma parcela de moradores

do assentamento Chico Mendes, e por fim, oficina de palestras na escola 14 de

Agosto do mesmo assentamento, agregando alunos e funcionários.

Primeiramente, foram feitas visitas até a escola 14 de Agosto, e estabeleceu

um diálogo com a diretoria e funcionárias da escola, mais precisamente as

merendeiras, uma vez que as mesmas manejam os alimentos e seus resíduos da

cozinha. Essa etapa iniciou no mês de Junho de 2017, onde foram tiradas as

primeiras fotos da escola e mais precisamente da horta.

A senhora Janirce Numes Nogueira, funcionária merendeira concursada da

escola se responsabilizou pelo cuidado da horta há aproximadamente três anos. No

diálogo, esta descreveu seu interesse em ver a horta produzindo alimentos os quais

poderiam ser revertidos para a própria merenda escolar, e que porém, o espaço

estava “abandonado e pouco aproveitado”, segundo suas palavras.

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Janirce é residente da comunidade do Aldeinha, próximo ao assentamento

Chico Mendes e, portanto, não teve participação do questionário com os residentes

do assentamento. Todavia durante o diálogo, conheceu-se brevemente sobre sua

trajetória de vida e sobre seu atual conhecimento do campo. Ela cresceu no meio

rural, e mesmo sem ter ingressado ao ensino superior, completando os estudos até

o ensino médio, seu contato com a natureza e seus recursos a ensinou sobre o

processo de reciclar alimentos, adubar o solo, e ter alimentos mais visçosos e fortes

contra pragas e doenças. Tudo isso resultou no interesse de querer trabalhar na

horta e aproveitar os resíduos que sobram do seu trabalho na cozinha.

Apesar do conhecimento sobre o reuso de alimentos como adubo orgânico,

as cozinheiras não armazenavam todos os resíduos orgânicos propícios para a

prática de compostagem. Desde então, as cozinheiras foram orientadas quanto aos

corretos tipos de resíduos a serem separados para a compostagem na horta. Os

resíduos foram acondicionados dentro de baldes de lixo, ou sacolas plásticas, até

que fossem quantificados e após, remetidos à composteira.

A pesquisadora do presente trabalho e a graduanda Patrícia Nogueira

Santos5, ambas discentes do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, fizeram a

quantificação dos resíduos e acompanhamento junto a Janirce, orientando sobre os

procedimentos junto à horta e manejo dos resíduos alimentares.

3.3.1 Quantificação dos resíduos orgânicos

O período de coleta da produção de lixo orgânico iniciou no dia 6 de junho até

5 de julho, durante quatro semanas, sendo duas pesagens na semana. A

quantificação da massa de resíduos foi efetuada com uma balança digital de

cozinha, marca Casíta, modelo SF-400, com capacidade máxima de sete

quilogramas (7 kg), e precisão de 1 grama. Após a pesagem, os resíduos eram

destinados à horta da escola a serem submetidos ao processo de compostagem.

3.3.2 Entrevistas

5 Aluna do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, do campus Universitário de Rondonópolis, Universidade

Federal de Mato Grosso.

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Um levantamento em forma de questionário socioeconômico foi aplicado a

nove representantes de suas famílias, ambos residentes do assentamento Chico

Mendes. O critério da amostra foi por proximidade da escola e presença nas casas

no dia da entrevista. O questionário aplicado encontra-se ao final deste trabalho

(Apêndice I).

3.3.3 Palestras na escola

As palestras foram a última etapa da pesquisa, e ocorreu na data de 17 de

Agosto de 2017, na escola 14 de Agosto do assentamento Chico Mendes, com três

palestrantes a quatro turmas da escola.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Entrevistas aos assentados

4.1.1 Perfil socioeconômico e infraestrutura

Dos resultados obtidos, foi percebida a predominância de moradores com

idade acima de quarenta anos residentes no assentamento, sendo um entrevistado

com idade abaixo dos quarenta, ou seja, aproximadamente 11% dos entrevistados.

No diálogo estabelecido com os mesmos foi ouvido o porquê de boa parte dos

moradores serem adultos e idosos: o meio rural não apresenta atrativos ao jovem.

Dentre a fala dos mesmos, a infraestrutura é limitada, e os órgãos públicos deixam a

desejar o gerenciamento do meio rural. O sentimento prevalecente é de abandono, e

até mesmo de conformismo com a realidade presente.

O tempo de residência no assentamento conteve em 66% de entrevistados

residindo a pouco mais de vinte anos ali, contra os demais adentrando em quinze

anos ou menos na localidade.

Sobre a renda dos entrevistados levou-se em conta que, o valor de um salário

mínimo ser aproximadamente mil reais6. 23% somam um e meio de salário, 44%

com dois salários, 11% com quatro salários, 11% com 5 salários e 11% com 15

salários de renda familiar.

Na quantidade de pessoas que participam da renda familiar, 66% são apenas

dois membros da família, 11% com cinco pessoas colaborando e 23% de membros

com participação na renda. 22% dos entrevistados tinha a fonte de renda de origem

rural apenas, 22% de origem urbana apenas, e 56% com ambas as origens como

fonte de renda.

A infraestrutura é apresentada aos assentados de forma igualitária, todos

possuindo rede de energia fornecida pela concessionária Energisa a qual atua no

estado. Para todos os residentes o sistema de esgotamento sanitário é por meio de

6 Em 2017 o valor do salário mínimo era R$937,00. Disponível em: https://www.salariominimo.net.br/. Acesso

em: 10 de março de 2018.

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fossa séptica podendo haver fossa rudimentar7 nas casas uma vez que os tipos de

fossa não são bem distinguidos pelos entrevistados. O abastecimento de água é

feito em 45% das casas poço artesiano e 55% proveniente de nascentes.

Moradores de zona rural quase em sua totalidade faz o uso da terra, sendo na

produção para consumo próprio ou comercialização; no assentamento Chico

Mendes segue essa linha. A figura 5 mostra um gráfico expondo os tipos de

produtos produzidos pelos assentados; ao todo dez variedades.

01234567

Principais tipos de produtos

Nº de Pessoas

Figura 5 – Gráfico dos produtos produzidos pelos entrevistados.

Fonte: Autora, 2019.

Há boa parte dos entrevistados na produção de hortaliças, contudo os que

produzem destinam para consumo próprio devido a problemática da região conter

subsolo com águas salobras, pois segundo os moradores, três poços já foram

perfurados e a água encontrada é imprópria para irrigação caso iniciassem a

produção de hortaliças, e até mesmo para o consumo residencial.

Juntamente com a produção de hortaliças, seis entrevistados se empenham

na produção de gado leiteiro que serve de consumo próprio e maior parte para a

venda a empresas de laticínios da região (ambos não citaram).

Ao decorrer do diálogo os entrevistados acusavam a baixa disponibilidade de

água ser o maior entrave quanto ao manejo de qualquer tipo de produção. Segundo

os moradores, em 2010 houve o interesse no estabelecimento de uma horta 7 Fossa rudimentar é popularmente conhecida como fossa negra, onde é feita uma simples escavação sem

revestimento e ocorrem intensas atividades microbianas, infiltrando as paredes da fossa, contaminando assim

as águas subterrâneas e o solo. Fonte: FAUSTINO, 2007.

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comunitária em um terreno central do assentamento, porem a problemática da água

impediu o projeto de ser executado.

4.1.2 Uso e gestão de adubos orgânicos e resíduos sólidos orgânicos

A zona rural contem alguns fatores que dificultam quanto a destinação dos

resíduos sólidos, por exemplo, a insuficiência no recolhimento do lixo devido a

distância dos centros urbanos.

No assentamento Chico Mendes o recolhimento do lixo é realizado uma vez

por semana, todas as segundas-feiras, onde uma caçamba da prefeitura de

Rondonópolis se dirige até a escola 14 de Agosto. Os moradores do assentamento

tem a opção de encaminharem seus resíduos até a escola, ou se desfazerem dos

mesmos de outras maneiras. Quanto a forma de destinação dos entrevistados, 22%

disseram aproveitar a coleta do lixo na escola para levar seus resíduos, 11%

somente enterram o lixo, 22% enterram e utilizam o fogo e 45% eliminam seus

resíduos somente por meio do fogo.

O uso do fogo é uma alternativa de risco, principalmente no período de

estiagem onde há aumento de chances de ocorrer incêndios em inimagináveis

proporções. A região do cerrado mato-grossense tem sua época seca no período de

inverno, o qual compreende os meses de maio à setembro, aonde há intensificação

nos focos de queimada devido a diminuição da umidade do ar, ausência de chuvas e

evaporação elevada. Em um prognóstico climático de inverno para 2017, divulgado

pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é mensurado o maior risco de haver

queimadas e incêndios florestais nos meses de agosto a setembro, em

consequência da baixa umidade relativa – de 20 a 30 % - e probabilidade das

chuvas decorrerem de normal a abaixo da normal na região central do Brasil

(INMET, 2017).

Segundo a Lei de Crime Ambientais nº 9.605 de 1998, em seu art. 54 retrata

crime o acarretamento de “poluição de qualquer natureza em níveis tais que

resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a

mortandade de animais ou a destruição significativa da flora” (BRASIL, 1998).

Mesmo que seja em zona rural e em pequenas proporções de queima do lixo, há

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que se preocupar com a flora e a fauna as quais já sofrem com os efeitos antrópicos

e somente o homem pode barrar ou amenizar esses efeitos deletérios.

Quando há perturbações ambientais no qual o cerrado sofre quando há

queimadas, por exemplo, os elementos florísticos e a estrutura das comunidades

são alteradas (COUTINHO, 1980). Gonçalves et al. (2012) reafirma que as

queimadas nos sistemas agrícolas alteram os ecossistemas; quando praticada por

amadores é um risco ao equilíbrio ecológico dos biomas, resultando em perdas

irreparáveis, sobretudo em incêndios de grandes proporções (RITTER et al., 2016).

Ainda, a entrevista com os assentados confirmou a saída de seus filhos da

área rural. Conforme eles disseram, os filhos optaram em sair da área rural e

migraram para regiões urbanas, boa parte à Rondonópolis em busca de estudo e

emprego, e somente os menores permaneceram no Chico Mendes, mas tem o

pensamento de saírem assim que adentrassem ao ensino superior ou mercado de

trabalho. Os pais declararam que são os maiores incentivadores aos seus filhos não

permanecerem no ambiente rural, a não trabalhar com a terra, pois não tem visão

positiva sobre a realidade rural.

Correia (2012) em seu estudo sobre a educação no campo na escola 14 de

Agosto do Assentamento Chico Mendes, realizou entrevistas entre os moradores.

Em suas entrevistas os residentes descrevem o “campo como uma região precária,

cheia de dificuldades no qual incentiva, e muitas vezes até obriga os camponeses

deixarem a vida rural”.

Quanto à separação do lixo doméstico, 22% dos entrevistados afirmaram não

realizar separação alguma e 78% separam resíduos, principalmente os restos de

comida e destinam aos animais da propriedade e a suas pequenas hortas (seis

moradores afirmaram conter horta, sendo para consumo e revenda na área urbana

das hortaliças).

Os moradores que destinam o lixo orgânico, ou seja, os resíduos da

alimentação e repassam a suas hortas estão praticando a compostagem, ainda que

sem saber ao certo sobre a técnica. Para tanto, foi perguntado se os mesmos tem

conhecimento sobre adubos orgânicos, sobre a prática da compostagem e se fazem

uso da técnica, e 33% responderam que sabem sobre os termos e utilizam a técnica

da compostagem, não acompanhando a literatura, mas o saber pela prática

cotidiana.

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De todos os produtores de frutas, verduras, legumes, 100% dos entrevistados

afirmaram não fazer uso de nenhum tipo de agrotóxico e defensivos; evidenciando

um aspecto positivo no meio produtivo agrário familiar, e que é possível a produção

sem agrotóxicos.

4.2 Informações da horta escolar

A horta escolar se encontra lateralmente às salas de aula (figura 6), distanto

aproximadamente cinco metros; e, portanto, de fácil acesso às práticas de

manutenção da mesma.

Figura 6. Localização da horta com relação às salas de aula da escola 14 de Agosto.

Fonte: Google maps8

Figura 7. Vista frontal da horta.

Fonte: Autora, Jun/2017.

8 Disponível em: https://www.google.com.br/maps. Acesso em: 05 de Setembro de 2017.

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A figura 7 evidencia uma visão horizontal da horta na parte externa

fotografada no início do mês de Junho de 2017.

Com o auxílio de uma trena, as dimensões obtidas da horta mostraram um

espaço de aproximadamente dezoito metros quadrados (7 m x 2,5 m). As condições

físicas não se mostravam favoráveis, tendo um sombrite da cor preta cobrindo o

espaço dos canteiros retangulares, todavia com buracos e remendos, todos

executados pelos funcionários da escola (Figura 8).

Figura 8 – Condições do sombrite sobre os canteiros da horta.

Fonte: Autora, 2017.

Com o risco de quedas do sombrite, havia o auxilio na sustentação por

bambus na parte interna. Sete eram os canteiros retangulares, separados por tijolos

fixados com cimento, no entanto os espaços entre canteiros também havia o

aproveitamento com plantio de hortaliças, mas de forma esporádica.

No período inicial da pesquisa, seis canteiros continham hortaliças em

produção, entre elas uma variedade de alfaces, cebolinhas, coentro, couve

manteiga, chicória, rúcula, salsa; assim como pés de pimentas, um pequeno pé de

maracujá apoiado lateralmente à tela de arame. O sétimo canteiro estava

improdutivo. A horta continha mais quatro pequenos canteiros em garrafas pet, no

formato circular irregular com variações de diâmetro, sendo as garrafas preenchidas

com areia e enterradas ao meio no solo. No período da pesquisa, três dos canteiros

circulares estavam sem cultivo, e o quarto plantado com pés de tomate do tipo

cereja (Figura 9).

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Figura 9 – Canteiro em garrafa pet com pés de tomate cereja.

Fonte: Autora, 2017.

Canteiros formados com garrafas pet também é um modelo no qual se vem

utilizando com maior frequência, enquadrando-se um modelo sustentável

reaproveitando resíduos diversos.

Assim que iniciaram as pesagens, o canteiro retangular sem plantio foi

utilizado para a deposição e incorporação dos resíduos orgânicos da cozinha ao

solo, enquadrando este espaço a nossa composteira (Figura 10).

Figura10 – Canteiro destinado à compostagem.

Fonte: Autora, 2017.

O apêndice II apresenta o desenho da horta com os respectivos onze

canteiros, resumindo em sete canteiros retangulares, sendo um sem plantio e seis

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com hortaliças, e quatro canteiros circulares com um canteiro com plantio de tomate

e três vazios.

Desde a primeira visita à escola, foi visivelmente notada a má condição das

hortaliças, pois apresentavam-se pequenas, devido a falta de adubos, e uma

camada de solo solto raso, impossibilitando o crescimento radicular. A camada

abaixo estava em condições compactadas, e Freddi et al. (2007) comprovou as

dificuldades de plantas se desenvolverem radicularmente em solos com densidades

elevadas de compactação.

4.3 Resultados de quantificação dos resíduos escolares

Na coleta dos resíduos da escola, obteve os seguintes valores que estão

descritos na tabela 1. A primeira coluna apresenta as datas de coleta, seguindo com

as demais os valores de massa dos resíduos em gramas (g).

Tabela 1 – Quantificação dos resíduos da cozinha da escola 14 de Agosto, Assentamento Chico

Mendes.

Quantificação do lixo orgânico

Data Massa Somatório

semanal Somatório

Mensal

(g)

06/jun 6080 12328

43883

09/jun 6248

12/jun 4006 11213

14/jun 7207

27/jun 6300 12294

30/jun 5994

02/jul 4944 8048

05/jul 3104 Fonte: Autora, 2017.

Ao todo oito foram valores quantificados, sendo somente dois valores de

massa semanais devido à distância entre a cidade e o assentamento,

impossibilitando o deslocamento diário. Com ajuda das cozinheiras da escola, o lixo

orgânico era guardado em um balde de 5 litros até o dia da quantificação.

O período de acúmulo dos resíduos sólidos orgânicos, com a finalidade de

estimar, iniciou no dia 05 de Junho até o prazo de 05 de Julho. A taxa de produção

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foi determinada a partir da massa semanal (soma das duas quantifições) em gramas

(g), somando um total de aproximadamente 44.000 g (44 kg) de resíduos produzidos

no mês de Junho a Julho.

Efetuando os cálculos de média de resíduos gerados semanalmente,

somando as massas semanais dividindo por quatro, obtém-se valores de média

semanal igual ao valor aproximado de 11.000 g.

Após a pesagem, os resíduos eram remetidos para a horta e depositados ao

canteiro já separado para a compostagem. A cozinheira Janirce fazia o revolvimento

da pilha de resíduos e incorporava ao solo compactado do canteiro com uma

enxada. A mesma fazia a umidificação com água, propiciando um ambiente ideal de

decomposição aos microrganismos (BRASIL,c). A pratica não foi seguida de forma

regular, pois Janirce fazia o processo sempre que achava necessário os trabalhos,

ou quando restava-lhe tempo após o trabalho na cozinha. A compostagem exige

certas condições que estão recomendadas em literatura (BRASIL,c) para que o

processo tenha o máximo de eficiência, todavia, a massa de resíduos resultante da

cozinha era de quantidade pequena e não exigia cuidados minuciosos.

Já na terceira semana, visualmente era possível notar uma leve mudança na

coloração do solo, este se tornando mais escuro. Ao final de uma composyagem, a

cor de um composto pronto de se usar nas plantas como adubo é de cor preta

(BRASIL-c).

Uma vez que o período de execução da pesquisa seria breve, a funcionária

Janirce foi incentivada a dar continuidade ao seu envolvimento na compostagem e

sequência com seu cuidado com as hortaliças da horta da escola.

4.4 Palestras na escola 14 de Agosto

As palestras ocorreram no período da manhã, envolvendo as turmas do nono

ano até o terceiro ano. Três palestras se aplicaram interativamente aos alunos e

funcionários, sendo duas em sala de aula com auxílio de Datashow em slides, e a

terceira na horta da escola, de forma que os alunos se sentissem mais familiarizados

com a prática da compostagem. As turmas foram separadas em três grupos, logo o

nono e o primeiro ano eram um grupo, e o segundo e terceiro formando mais dois

grupos respectivamente.

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Os palestrantes eram: a pesquisadora deste trabalho, a graduanda Patrícia

Nogueira Santos9, e o professor José Adolfo Iriam Sturza10, este como orientador do

presente trabalho. As palestras foram de abordagem simplificada para o melhor

entendimento dos alunos e funcionários.

Figura 11. Palestrante Paula Vanessa.

Fonte: Autora (Ago/2017)

A autora (Figura 11) abordou sobre “A prática da compostagem” explicando

suas teorias e como realizar a prática, em uma sala da escola palestrando com

slides.

Figura 12. Palestrante professor José Adolfo.

Fonte: Autora (Ago/2017)

9 As competências da palestrante estão descritas na nota de rodapé da página 29 deste trabalho.

10 Professor Pós-Doutor associado na Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Rondonópolis.

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O mesmo se executou com o professor José Adolfo (figura 12) o qual

palestrou sobre “A relação homem – meio ambiente”, como o ser humano se

comporta com a natureza e seus recursos.

Figura 13. Palestra na horta da escola com Patrícia Nogueira.

Fonte: Autora (Ago/2017)

Na horta escolar se encontrava Patrícia Nogueira (figura 13) elucidando sobre

“Boas práticas na horticultura”. Patrícia encerrou sua palestra descrevendo a

pesquisa e estudo realizado na horta com os resíduos resultantes da preparação da

merenda escolar, onde a cozinheira Janirce atuava diretamente sobre o manejo dos

resíduos na compostagem, e a responsabilidade dos alunos e funcionários em dar

continuidade ao projeto agroecológico.

A prática da compostagem é favorável a ser implantada em escolas e

exemplifica a educação ambiental. Oliveira et. al., (2012) expôe:

Entende-se que a educação ambiental desenvolve o papel de trabalhar conceitos, valores, atitudes, posturas, éticas, e, principalmente a mudança de comportamento em relação ao meio ambiente, despertando para um compromisso com a preservação do meio em que vive. Para que essa educação se desenvolva com maior responsabilidade surge-se a necessidade de ser trabalhada a educação ambiental nas escolas, pois a escola é o caminho mais certo a percorrer. No sentido, de conscientizar as pessoas para ter um conhecimento maior e com comprometimento do meio ambiente. A escola exerce o papel de proporcionar ao aluno o conhecimento e a compreensão dos problemas ambientais existentes no meio em que vive. (OLIVEIRA et. al., 2012)

Segundo o autor, a escola tem o papel de oferecer ao aluno “conhecimento e

compreensão dos problemas ambientais” que estão ao nosso redor, e direcioná-lo

quanto a tomada de decisões assertiva, no buscar de soluções e desenvolvimento

de habilidades e formação de atitude no exercício da cidadania.

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Com as palestras foi possível enriquecer o conhecimento dos alunos e

funcionários. Todos podem participar e adquirir um olhar mais atencioso no campo.

Essa prática abrange muitas áreas de conhecimento, como a produção orgânica

livre de agrotóxicos. Compostar traz a certeza da procedência, como o alimento é

manejado até que chegue em nossa mesa; saber que determinado produto foi

gerado em maiores escalas é certo que o mesmo teve sua produção em cima de

agrotóxicos, estes tão maléficos ao homem e ao meio ambiente (LOPES &

ALBUQUERQUE, 2018).

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5 CONCLUSÕES

O estudo no Assentamento Chico Mendes propiciou um aprendizado e olhar

mais abrangente sobre a vida no campo. Muitas vezes o homem campesino é

esquecido e este precisa lutar por seus direitos, assim como ser ouvido. Estar junto

à escola 14 de Agosto propiciou o incentivo a alunos e funcionários quanto ao uso

de práticas sustentáveis e estabelecer uma conexão conservacionista com o meio

ambiente.

1. Realizando a quantificação dos resíduos orgânicos da cozinha escolar foi

possível partilhar o conhecimento com as merendeiras, orientando-as

sobre como reciclar restos alimentares e utilizar em hortas;

2. O volume, ainda que pequeno, de alimentos descartados da cozinha

mostrou que é possível realizar a prática de compostagem em escolas,

sendo propícia a realização até em locais menores, por exemplo, em

residências;

3. Com a aplicação do questionário socioeconômico em uma parcela de

moradores do Assentamento Chico Mendes, estes puderam revelar suas

condições atuais no campo, as dificuldades em produzir devido a falta de

água adequada à irrigação e nutrição animal;

4. O dia de palestras na escola 14 de Agosto pode ofertar uma gama de

saberes sobre boas práticas conservacionistas no meio rural aos alunos e

funcionários, assim como o diálogo e troca de saberes entre palestrantes e

ouvintes.

É possivel afirmar que o conhecimento sobre o correto e o errado, os

malefícios e benefícios a quaisquer seres, é o mais valioso que se pode obter. A

geração presente tem o conhecimento dos saberes, e tem a escolha de fazer o

correto para mudar o quadro futuro. Deve-se partilhar as informações e unir-se com

objetivo do fortalecimento das interações humanas com o meio ambiente.

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Fernando William Ka Heng Mo Giulio de Manincor Capestrani (estudantes de Engenharia Ambiental/ EESC USP)

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APÊNDICE I – Questionário socioeconômico ambiental dos assentados

Nome:

Idade:

1. Quantas pessoas moram em sua residência? Eu nao sei você mas ei naod ej

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) Mais ____

2. Há quanto tempo a sua família reside na vila rural? ____________________

3. Quanto é a renda média da família? ________________________________

4. Quantas pessoas participam da renda da família? _____________________

5. Qual é a origem da fonte de renda? ( ) área rural ( ) área urbana

6. O local possui: hbhfjfhrufurhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

Energia elétrica ( ) Sim ( ) Não jjhj hu mn mnmkjkji jijij n kjk jjj jhuihiuh uyuiyhui

Abastecimento de água ( ) Sim ( ) Não – Qual tipo? ( ) Poço artesiano

( ) cisterna

( ) açude

( ) mina

( ) sistema público

Esgotamento sanitário ( ) Sim ( ) Não – Qual tipo? ( ) Rede coletora

( ) Fossa séptica

( ) Plantação

( ) Buraco

( ) Curso d‟água

7. A água consumida recebe algum tipo de tratamento? ( ) Sim ( ) Não

Qual? ( ) Filtragem ( ) fervura ( ) cloro

8. Com relação ao fornecimento de água, o que poderia mudar no assentamento?

__________________________________________________

9. O lote é: ( ) próprio ( ) alugado ( ) arrendado

10. Qual a área total do lote? _________

11. Há criação de animais? ( ) Sim ( ) Não

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Quais? ( ) aves ( ) gado ( ) porco ( ) peixe ( ) cavalo

12. Como é o local de criação dos animais? Njgnjtg jtgjtgjfrt jthgutg jhgthg jthg t

( ) alvenaria ( ) madeira ( ) cercado de arame ( ) coberto

13. O que é produzido nos lotes? ____________________________________

( ) comércio ( ) consumo

14. Tem interesse em trabalhar com outro meio de produção? ( ) Sim ( ) Não

Qual(s)?________________________________________________________

15. É utilizado na área rural: ( ) fertilizante ( ) adubo ( ) agrotóxico

16. Se sim, na aplicação de agroquímicos, utiliza-se Equipamento de Proteção

Individual (EPI)? ( ) Sim ( ) Nãoj jfn f fjfjvf vjfhvudb d vd vdfhbvhf fhj bf f b f

Quais? _________________________________________________________

17. É realizada a separação dos resíduos gerados na área? ( ) Sim ( ) Não

18. Qual a forma de destinação dos resíduos descartáveis? Kvfkvf jfn vjfhj jfvjf j

( ) Coleta ( ) Buraco ( ) Fogo

19. Havendo coleta de resíduos no local, é feita quantas vezes por semana?

___________ A coleta realizada é suficiente? ( ) Sim ( ) Não

20. É realizado algum aproveitamento dos resíduos que são gerados?

( ) culinária ( ) alimento ( ) animal ( ) trabalho manual ( ) reciclagem fnjnjfnjv

( )compostagem ( ) Outros _________________________________________

21. A propriedade rural possui horta? ( ) Sim ( ) Não paulaanessa leme neto A

quantidade de hortaliças produzidas é suficiente para subsistência da família?

( ) Sim ( ) Não

22. Já teve conhecimento sobre adubo orgânico, compostagem?

( ) Sim ( ) Não

23. Você participa de algum programa de assistencialismo do município, governo

estadual/federal, para pequenos produtores? ( ) Sim ( ) Não

20. Você gostaria de receber mais ajuda dos meios assistencialistas?

( ) Sim ( ) Não que tipo de ppessoa que come uma colher de chocolate e

Quais?_______________________________________________________

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APÊNDICE II – Desenho da horta e suas condições