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PESCA CONTINENTAL NO BRASIL Modo de vida e conservação sustentáveis Proposta submetida ao Fundo para Transferência de Tecnologia, Canadá- Brasil, Fase II Canadian International Development Agency Agência Brasileira de Cooperação 14 de março, 2002 Revisão 12 outubro, 2002 World Fisheries Trust Universidade Federal de São Carlos 204-1208 Wharf St., e Rodovia Washington Luiz, km 235 Victoria, B.C. CEP 13565-905, São Carlos, SP Canadá V8W 3B9 Brasil Dr. Brian Harvey Prof. Dr. Oswaldo Baptista Duarte Filho Presidente, World Fisheries Trust Reitor, Universidade Federal de São Carlos

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PESCA CONTINENTAL NO BRASIL

Modo de vida e conservação sustentáveis

Proposta submetida ao Fundo para Transferência de Tecnologia, Canadá-Brasil, Fase II

Canadian International Development Agency Agência Brasileira de Cooperação

14 de março, 2002Revisão 12 outubro, 2002

World Fisheries Trust Universidade Federal de São Carlos204-1208 Wharf St., e Rodovia Washington Luiz, km 235Victoria, B.C. CEP 13565-905, São Carlos, SPCanadá V8W 3B9 Brasil

Dr. Brian Harvey Prof. Dr. Oswaldo Baptista Duarte Filho

Presidente, World Fisheries Trust Reitor, Universidade Federal de São Carlos

2

Sumário

Resumo Executivo.....................................................................................................................9

Siglas ........................................................................................................................................12

Antecedentes: rios, peixes e gente do Brasil...........................................................................14

Posição atual ......................................................................................................................14

Foco geográfico do projeto......................................................................................................16

Redução da pobreza e contribuição para a eqüidade..............................................................19

A tecnologia canadense ...........................................................................................................20

Descrição da parceria canadense.............................................................................................21

World Fisheries Trust........................................................................................................21

A parceria canadense.........................................................................................................22

Descrição da parceria brasileira...............................................................................................22

UFSCar: Pro-Reitoria de Extensão...................................................................................22

A parceria brasileira ..........................................................................................................23

Descrição do projeto ................................................................................................................23

Sub-projeto 1: Preparando comunidades para o co-gerenciamento................................25

Sub-projeto 2: Construindo um Modo de Vida sustentável ............................................28

Sub-projeto 3 –Assegurando o recurso da pesca .............................................................32

Tema Transversal A – Ajudando a desenvolver políticas para pesca sustentávelcom participação da comunidade ................................................................................38

Tema Transversal B – Apoiando a conscientização e educação pública........................40

Tema transversal C: Criando oportunidades para mulheres, famílias e jovens............42

Manejo de Riscos.....................................................................................................................44

Sustentabilidade e difusão de resultados.................................................................................45

Benefícios para o Canadá ........................................................................................................45

Análise de gênero e eqüidade..................................................................................................45

3

Impacto ambiental e Considerações sobre a Conservação Genética.....................................45

Estrutura de administração ......................................................................................................46

Estratégia de monitoramento...................................................................................................47

Estratégia de comunicação e extensão....................................................................................48

Análise da Matriz Lógica (AML) ...........................................................................................49

AML detalhada de atividades..................................................................................................50

Agenda: "Pesca Continental de Brasil"...................................................................................56

Orcamento................................................................................................................................58

Orcamento cumulativo......................................................................................................59

Orçamento Primeiro ano: ($ CAN) ..................................................................................60

Orçamento Segundo ano: ($ CAN) ..................................................................................61

Orçamento Terceiro ano: ($ CAN)...................................................................................62

Detalhamento de Contrapartidas Comprometidas da Parceria Brasileira ......................63

Apêndice 1: Sumário da estrutura do projeto e das atividades ..............................................64

Objetivo específico............................................................................................................64

Impactos.............................................................................................................................64

Indicadores de Desempenho (de longo prazo).................................................................64

Sub-Projeto 1: Preparando comunidades para o co-gerenciamento......................................65

Resumo ..............................................................................................................................65

Efeitos ................................................................................................................................65

Indicadores de desempenho..............................................................................................65

Atividades ..........................................................................................................................66

Participantes brasileiros.....................................................................................................67

Participantes canadenses ...................................................................................................68

Atividades brasileiras que assegurem continuidade ........................................................68

Organização (coordenação executiva inicial) .................................................................68

Sub-projeto 2: Construindo um modo de vida sustentável ....................................................68

4

Resumo ..............................................................................................................................68

Efeitos ................................................................................................................................69

Indicadores de desempenho..............................................................................................69

Atividades ..........................................................................................................................69

Participantes brasileiros.....................................................................................................71

Participantes canadenses ...................................................................................................71

Atividades brasileiras que assegurem continuidade ........................................................72

Organização/ coordenação................................................................................................72

Sub-projeto 3 – Assegurando o recurso da pesca...................................................................72

Resumo ..............................................................................................................................72

Efeitos ................................................................................................................................72

Indicadores de desempenho..............................................................................................72

Atividades ..........................................................................................................................73

Participantes Brasileiros....................................................................................................77

Participantes canadenses ...................................................................................................77

Atividades brasileiras que assegurem a continuidade......................................................77

Organização/coordenação.................................................................................................77

Tema transversal A: Ajudando a desenvolver políticas para pesca sustentável comparticipação da comunidade...............................................................................................78

Resumo ..............................................................................................................................78

Efeitos ................................................................................................................................78

Indicadores de desempenho..............................................................................................78

Atividades ..........................................................................................................................78

Participantes Brasileiros....................................................................................................79

Participantes canadenses ...................................................................................................79

Organização / coordenação...............................................................................................79

Tema Transversal B – Apoiando a conscientização e educação pública..............................79

5

Resumo ..............................................................................................................................79

B.1 Atividades para a comunidade ribeirinho..................................................................79

B.2 Atividades para público em geral do Brasil .............................................................80

B.3. Atividades para público-alvo canadense e internacional.........................................80

Indicadores de desempenho..............................................................................................81

Participantes brasileiros.....................................................................................................81

Participantes canadenses ...................................................................................................81

Organização /coordenação................................................................................................81

Tema transversal C: Ajudando a criar oportunidades para mulheres, jovens, e famílias.....82

Resumo ..............................................................................................................................82

Efeitos ................................................................................................................................82

Indicadores.........................................................................................................................82

Atividades específicas ao tema.........................................................................................83

Participantes brasileiros.....................................................................................................83

Participantes canadenses ...................................................................................................83

Organização/Coordenação................................................................................................83

D: Comunicação ......................................................................................................................84

Resumo ..............................................................................................................................84

Atividades específicas sobre o tema.................................................................................84

Participantes brasileiros.....................................................................................................84

Organização/coordenação.................................................................................................84

Participantes canadenses ...................................................................................................84

Apêndice 2: Parceiros e Evolução da Proposta ......................................................................85

Evolução da Proposta ..............................................................................................................85

Parceiros Brasileiros ................................................................................................................86

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – Pro-Reitoria de Extensão(coordenação geral) ......................................................................................................86

6

UFSCar- Laboratório de Ecologia Humana e Etnoecologia (LEHE) ............................87

UFSCar - Núcleo de Pesquisa e Documentação (NPD) do Departamento deCiências Sociais............................................................................................................87

UFSCar- Departamento de Genética e Evolução, Grupo de Pesquisa emCitogenética e Biologia Molecular de Peixes .............................................................87

UFSCar – Pós-Graduação em Engenharia Urbana (PPGEU).........................................88

Centro de Apoio ao Pescador – CAP/ Fundação São Francisco - FASFRAN ..............88

Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF) ................88

Colônia de Pescadores: Pirapora, São Francisco, Januária e Três Marias......................88

Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA) – Pantanal...................89

Fundação Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (FEMA-MT)..........................89

Federação de Pescadores - FPMG....................................................................................89

Instituto Amazônico de Manejo Sustentável dos Recursos Ambientais (IARA) ..........89

Ministério da Agricultura (MA) - Departamento de Pesca e Aqüicultura (DPA) .........90

Ministério da Justiça (MJ) - Departamento de Proteção aos Direitos Humanos............90

Ministério do Meio Ambiente (MMA): Instituto Brasileiro do Meio Ambiente eAmazonas Legal (IBAMA).........................................................................................90

MMA / Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) – Brasília.............................................91

Polícia Militar- Minas Gerais............................................................................................91

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC – Minas): Programa deMestrado em Zoologia de Vetebratos .........................................................................91

Universidade de Campinas (UNICAMP) - Departamento de Administração ePolítica de Recursos Minerais (Instituto de Geociências, Campinas) .......................92

Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)................................................................92

Universidade Federal de Alagoas (UFAL) ......................................................................92

UFMG - Centro de Estudos em Mecanismos de Transposição de Peixes, Institutode Ciências Biologicas (ICB), e Laboratório de Hidráulica.......................................92

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Coordenação dos Programas dePós-Graduação de Engenharia (COPPE)....................................................................93

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – Departamentos deEconomia, Oceanografia e Limnologia, Biologia Celular e Genética.......................93

7

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Departamento de Aqüicultura.......94

UFSC – Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental ........................................94

Universidade de São Paulo (USP) - Centro de Recursos Hídricos e EcologiaAplicada (CRHEA)......................................................................................................94

Participantes Brasileiros ..........................................................................................................95

Agência Nacional das Águas (ANA) ...............................................................................95

Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG).........................................................95

Fundação Biodiversitas .....................................................................................................95

Instituto Estadual de Florestas (IEF) ................................................................................95

Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura (Nupelia) .....................96

Projeto Xingó.....................................................................................................................96

Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) – Botucatu - Instituto deBiociências....................................................................................................................96

Universidade do Estado do Amazonas (UTAM) - Instituto de Tecnologia daAmazônia - Departamento de Engenharia Florestal...................................................96

Participantes Canadenses.........................................................................................................97

World Fisheries Trust (coordenação geral)......................................................................97

Polícia de Calgary (Rick Haddow)..................................................................................97

Universidade de British Columbia (UBC) - Centro para Povoamento Humano(CHS)............................................................................................................................97

Universidade de Victoria (UVic) – Instituto para Resolução de Disputas (IDR) ..........98

Departamento de Pescas e Oceanos, Canadá (DFO) – Estação Biológica doPacífico (Dr. Chris Wood) ..........................................................................................99

DFO - Programas de Guardiães e Comunidades.............................................................99

Instituto de Recursos Naturais – Universidade de Manitoba (Fikret Berkes) ................99

LGL Environmental Associates Ltd...............................................................................100

SeaStar Biotech Ltd.........................................................................................................100

BC Hydro and Power Corp.............................................................................................100

Imagecraft Studio Ltd......................................................................................................100

8

Marine Institute – Universidade Memorial ....................................................................101

Aquário de Vancouver ....................................................................................................101

WestWind SeaLab Supplies, Watership Foundation, e DFO (Comunicação eProgramas Comunitários) ..........................................................................................101

Comunidades costeiras canadenses ................................................................................101

Apêndice 3: Análise de Gênero e Aspectos Sociais.............................................................102

Conclusões e recomendações................................................................................................102

A) Conclusões sobre as implicações do declínio da pesca para a divisão dotrabalho, papéis do homem e da mulher e relações de poder...................................102

B) Conclusões sobre a análise dos papéis do homen e da mulher ................................104

C) Recomendações..........................................................................................................106

9

Resumo Executivo

O OBJETIVO SUPERIOR do projeto proposto é contribuir para a eqüidade do uso dorecurso pesqueiro continental do Brasil de maneira a dar sustentabilidade ao recurso e aosmeios de vida que dependam dele. O projeto vai transferir componentes técnicos, sociais eestratégicos apropriados, provenientes da experiência canadense da gestão da pesca econservação, para uma variedade de públicos: Comunidades de pescadores, Indústria,Universidades e Organizações governamentais e não-governamentais. A tecnologia e aexperiência canadense visam fortalecer e ajudar na integração da experiência e esforçosbrasileiros buscando a criação de comunidades ribeirinhas sócio-ambientalmentesustentáveis, com gerenciamento e conservação da pesca participativos. Os resultadosfinais serão:

• redução da pobreza,

• aumento da resiliência das comunidades, e

• aumento da produtividade a longo prazo dos recursos naturais.

Especificamente, propomos integrar conhecimentos e habilidades de brasileiros ecanadenses para:

• Reverter o declínio dos recursos pesqueiros na bacia do Rio São Francisco;

• Promover o gerenciamento e o uso sustentáveis dos recursos pesqueiros dosdemais usuários dessa bacia e de outras partes do país;

• Melhorar e diversificar a renda das comunidades de pescadores artesanais doRio São Francisco do ponto de vista da eqüidade de gênero e bem-estar dafamília, ao mesmo tempo em que se mantenha a pesca artesanal como meio devida viável;

• Desenvolver e implementar um modelo piloto de gerenciamento sócio-ambiental sustentável na bacia do Rio São Francisco que possa ser replicado emoutras partes das águas brasileiras;

Essas iniciativas, conjuntamente, contribuirão para desenvolver capacidades e políticasbrasileiras que mantenham o recurso, reduzam a pobreza em comunidades ribeirinhas,combatam as iniqüidades sociais, e forneçam mais oportunidades para os que maisnecessitem.

O OBJETIVO ESPECÍFICO do projeto proposto é o de criar e implementar um modelode gestão sustentável dos rios e de seus recursos.

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Os impactos de longo prazo do projeto serão 1) redução da pobreza e melhoria daeqüidade econômica e de gênero, e melhores oportunidades para as famílias decomunidades de pescadores continentais no Brasil e 2) sustentabilidade a longo prazo dosrecursos pesqueiros continentais.

Nas comunidades de pescadores, indicadores sociais de desempenho do projeto vão incluirmaior salário médio da família, número maior de possibilidades de meios de vida, e melhorqualidade de vida, inclusive melhor acesso à nutrição, educação, e saneamento além demelhor auto-imagem dos pescadores e de suas famílias. Indicadores ambientais dedesempenho incluem a melhor produção da pesca em número e diversidade.

A estratégia do Projeto centra-se no equilíbrio entre a transferência de tecnologias“duras” (como foi feito pioneiramente pela WFT no Projeto de CIDA, ConservaçãoGenética de Peixes – Brasil) e um componente social, dimensões igualmente importantes,criando assim um ambiente fértil de integração para resultar num conjunto altamentesustentável. O projeto, ao perseguir modos de vida sustentáveis e buscar assegurar manejoadequado dos recursos dos quais estes modos de vida dependem, reflete princípios atuaisde desenvolvimento na sua motivação de base.

O Projeto é participativo, desde o planejamento até a implementação e monitoramento.Nele estão envolvidos vários parceiros e participantes, tanto do lado brasileiro quanto docanadense. Dois parceiros principais -WFT e UFSCar - são signatários da proposta eCoordenadores gerais no Canadá e no Brasil, respectivamente. Parceiros brasileirosadicionais, que firmaram acordos com a UFSCar e garantiram recursos de contrapartida,estão diretamente envolvidos em trabalhos na região-piloto do Rio São Francisco outrabalham em outros partes do país, mas aproveitarão os resultados do projeto. Outrosparticipantes, trabalhando no São Francisco e em outras regiões do país, têm demonstradoforte interesse em participar das atividades visando adaptar os resultados às regiões ondetrabalham. Uma função do projeto vai ser de fortelecer o interesse destes participantes eoutros grupos fora da parceria inicial mas envolvida na area de trabalho. O time canadenseconsta de uns 19 grupos, incluindo parceiros universitários, governamentais, e industriais,além de consultores.

O projeto está dividido em três subprojetos, cada um com objetivos, atividades, resultados,participantes principais, e sub-coordenações (ver apêndice 1 para mais detalhes), mas comintegração essencial entre eles por meio de planejamento de várias atividades e três TemasTransversais, os quais também têm suas próprias atividades. Os sub-projetos e temastransversais propostos são:

Sub-projeto 1: Preparando comunidades para o co-gerenciamento (da pesca)

Sub-projeto 2: Criando modos de vida sustentáveis

Sub-projeto 3: Assegurando o recurso da pesca

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Tema transversal 1: Ajudando a desenvolver políticas para pesca sustentável comparticipação da comunidade

Tema transversal 2: Apoiando a conscientização e educação pública em relação à pesca,ecosistemas aquáticos, e pescadores artesenais

Tema transversal 3: Criar oportunidades para mulheres, jovens e famílias na comunidade

O projeto está previsto para ter uma duração de três anos, com início na primavera de 2003.A contribuição solicitada à CIDA fica em CAN $2,99M, com uma contrapartida deparceiros brasileiros e candenses de aproximadamente CAN$3,9 M.

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Siglas

ANA - Agência Nacional das Águas

CAP - Centro de Apoio ao Pescador

CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais

CEPTA - Centro de Pesquisas de Peixes Tropicais

CETEC - Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais

CHESF - Companhia Hidro-elétrica do São Francisco

CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento do Vale São Francisco

DFO - Department of Fisheries and Oceans

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FASFRAN - Fundação São Francisco

FEMA-MT - Fundação Estadual do Meio Ambiente - Mato Grosso

Gerasul - Centrais Geradoras do Sul do Brasil S.A.

IARA - Instituto Amazônica de Manejo Sustentável dos Recursos Ambientais

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IDRC - International Development Research Centre

IEF- Instituto Estadual de Florestas

MMA - Ministério do Meio Ambiente

MAPA - DPA - Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Departamentode Pesca e Aqüicultura

Nupelia - Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura

PACDT - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico

PNDP - Programa Nacional da Pesca

SRH - Secretaria de Recursos Hídricos

UBC - University of British Columbia

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UFAL - Universidade Federal de Alagoas

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

UFRJ - COPPE - Universidade Federal de Rio de Janeiro - Coordenação dosProgramas de Pós-Graduação de Engenharia

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

UNESP - Universidade Estadual de São Paulo

UNICamp - Universidade Estadual de Campinas

USP - CRHEA - Universidade de São Paulo, Centro de Recursos Hídricos e EcologiaAplicada

WFT - World Fisheries Trust

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Antecedentes: rios, peixes e gente do Brasil

Tradicionalmente as comunidades humanas se fixam nas proximidades dos rios.Tecnologias modernas, indústria e migrações afastaram as pessoas de muitas práticastradicionais do uso dos rios, mas os rios ainda interagem em todos os níveis com asociedade humana. Rios piscosos continuam particularmente importantes para ascomunidades que permanecem nas suas margens, deles tirando o sustento. Isto éparticularmente importante em países como o Brasil, com grandes e crescentescontingentes de pessoas econômica e socialmente marginalizadas. No Brasil, os riosfornecem contínua subsistência para grupos de baixa renda, situados tanto em regiõesrurais quanto urbanas, incluindo os tradicionais pescadores artesanais - um grupoculturalmente distinto que faz parte essencial do ecossistema aquático de rios habitados.

Infelizmente, são precisamente esses recursos e ecossistemas que são reconhecidos comoos mais ameaçados no mundo, geralmente devido aos impactos de desenvolvimentohumano os quais, muitas vezes, não são socialmente eqüitativos. Ao mesmo tempo, o usodos recursos pesqueiros, além de estar em declínio, está sendo cada vez mais disputado porgrupos mais privilegiados que querem reservar os mesmos recursos para uso recreacional.

Nesta proposta, a pesca artesanal está sendo entendida não apenas como uma forma deobtenção de renda, mas também como um meio de vida importante que precisa serpreservado por si mesmo para dar sustentabilidade e conservação ao recurso pesqueiro. Oprojeto não considera os pescadores tradicionais simplesmente como economicamenteexcluídos, mas principalmente como um grupo cultural ansioso para se capacitar paranegociar, gerenciar, e cuidar do recurso e, neste sentido, melhor contribuir para a sociedadede forma sustentável. Esses pescadores tradicionais são, assim, parceiros essenciais nestaproposta, inclusive na sua elaboração. Seus pontos de vista são reconhecidos como válidose valiosos, o que também agrega maior complexidade às questões de característicaspolíticas, científicas, ambientais, e sociais. Afinal de contas, um dos principais objetivos daproposta é fortalecer a cidadania dessa comunidade pesqueira artesanal por meio da buscade um meio de vida sustentável1, incorporando-a na melhoria da conservação do recursopesqueiro do qual tal comunidade (e outros membros da sociedade) depende.

Posição atual

Pescadores artesanais profissionais estão atualmente entre as mais pobres categorias sociaisnas comunidades ribeirinhas. Eles são muitas vezes socialmente discriminados, de um ladorecebendo a maior parte das acusações de dizimar as populações de peixes e, de outro lado,

1 O termo “modo de vida” é entendido como a competência, recursos materiais e atividades necessárias para se sustentar na vida. O modo de

vida fica sustentável se pode se recuperar de estresse e choques, sem ameaçar os recursos naturais dos quais depende. Adaptado deChambers, R. e Conway, G. (1992). Sustainable rural livelihoods: Practical concepts for the 21st century. IDS Discussion Paper 296,Brighton: IDS.

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sofrendo por perder sua subsistência em decorrência da redução dos recursos pesqueiros edas políticas de administração restritivas. O acesso a serviços sociais, de saúde e deeducação, e as alternativas de subsistência são geralmente limitados e as condições de vidasão extremamente pobres – não existem mecanismos efetivos para as famílias depescadores melhorarem suas próprias vidas.

Os estoques de peixe nos rios e reservatórios estão em declínio por várias razões. Muitasdas espécies nativas são migratórias e contam com as inundações sazonais para desovar eacessar as lagoas marginais necessárias para o desenvolvimento larval. A maioria dasbarragens no Brasil interfere diretamente nos ciclos de vida desses peixes, mas aagricultura, poluição (doméstica e industrial), e a destruição do habitat, assim como a faltade chuva nos últimos cinco anos, também têm impactos significativos. Espéciesintroduzidas (primeiramente espécies amazônicas - tucunaré, tambaqui e pescada - e daÁfrica - a tilápia) contribuem significativamente para a pesca atual, mas também ameaçama sobrevivência das espécies nativas. Peixamento de rios e reservatórios com espéciesnativas é legalmente feito por companhias hidroelétricas e governos. Às vezes é tambémfeito ilegalmente (ainda que bem intencionado) com espécies introduzidas por pescadoresesportivos e grupos da comunidade. A eficácia de ambas as atividades de peixamento nãotem sido geralmente bem avaliada. Uma crescente indústria de cultivo em gaiolas estátambém contribuindo com tilápias que escapam para o ecossistema, e a aqüicultura emtanques contribui com uma variedade de espécies. Os impactos de pesca (tanto comercialquanto esportiva) não têm sido acuradamente avaliados na maioria das regiões, mas sabe-seque pescarias pseudo-comerciais levadas a cabo por pescadores esportivos parecem estarameaçando alguns estoques no Pantanal. As pescas clandestinas no Pantanal e no sul doBrasil parecem ter um impacto do mesmo nível ou maior que o impacto das duas pescaslegais (profissional e amadora) combinadas. Um lobby político está aparentementetentando proibir as pescas comerciais em águas doces (incluindo pesca artesanal) nos níveisestaduais e federais, mas essa ação é controversa. Assim, a pesca continental no Brasil estáem estado de dolorosa mudança. Essas mudanças estão ocorrendo, muitas vezes, emcircunstâncias de conflitos ásperos entre grupos de usuários, de políticas e administração dapesca que são incapazes de efetivamente controlar a pesca, e de falta de clareza daspolíticas federais e locais que, às vezes, também são conflitantes. Os pescadores artesanaissão geralmente os perdedores em todas essas disputas, com poucas possibilidades deescolherem o próprio destino.

No Brasil e no Canadá, há uma demanda por maior participação da comunidade local nogerenciamento dos recursos pesqueiros e do ecossistema, usando esquemas degerenciamento que incorporem requisitos sociais. No Brasil, assim como no Canadá, ascomunidades de pescadores querem as ferramentas para se adaptarem às mudanças queocorrem e para estarem envolvidas no gerenciamento dos recursos de que dependem. Entreesses dois países, há inúmeros pontos em comuns, tais como em conhecimento,habilidades, experiência prática, tecnologia, e soluções debatidas que foram integradas nadireção desse objetivo – ambos têm muito que aprender um com o outro, e com outrosgrupos dentro de seus próprios países.

16

Foco geográfico do projeto

Os resultados do projeto poderão ser aplicáveis na maior parte do Brasil, e o projeto incluiparticipantes de todo o país (Figura 1). Contudo, priorizamos um foco geográfico para queo projeto fique administrável (Figura 2). A prioridade, o Vale do Rio São Francisco, é umaregião do país onde a condição de vida dos pescadores artesanais é bastante precária e osconflitos pelo recurso pesqueiro e a água são reconhecidos nacionalmente. Essa regiãoengloba áreas prioritárias para a CIDA e para o governo brasileiro, com uma variedadegrande de biomas e populações humanas. Na porção Alta e Média deste vale, já existemparcerias com a maioria dos atores importantes no assunto. Assim, o trabalho inicialmenteserá desenvolvido em comunidades onde se situam as colônias do referido trecho do vale,quais sejam: as de Três Marias, Pirapora, São Francisco, e Januária (anos 1-2). Nos 2o e 3o

anos, esse foco será expandido para o Baixo Rio São Francisco nas seções inferiores, naporção nordeste do país. Durante o 3o ano, comunidades em outras bacias de outros riostambém poderão entrar no projeto, dependendo do progresso e desenvolvimento deprogramas de apoio desenvolvidos por participantes do projeto.

Este foco geográfico também caracteriza as parcerias no projeto (Figura 3). Parceiros-“chave” em um sub-projeto ou tema transversal estão desenvolvendo atividades relevantesna área prioritária. O projeto vai se propor a ajudá-los no que for possível e priorizar aparticipação desses parceiros nas atividades compatíveis que estão previstas no projeto.Todavia, vamos também promover a participação de outros grupos dos demais regiões doBrasil, da forma como for possível, e incluí-los no projeto durante seu progresso. Estaestratégia inclui o uso de perícia brasileira particular que reside fora do Vale do SãoFrancisco. A interação entre as organizações das várias bacias e estados assim são muitoamplas, mas geralmente da forma bilateral:

Fig. 1 Abrangência geográfica de parceiros e participantes brasileirosdo projeto (bases administrativas) relativo à Bacia do São Francisco

(região graduada)

17

Fig.2 Bacia do Rio São Francisco mostrando a área focal inicial do projeto(mapa adaptado do Godinho, H. & Sato, Y. – no prelo)

18

19

Fundos suplementares do programa da CIDA de Disseminação, Replicação, Informação, eConhecimento (DRINK) vão ser procurados para apoiar a extensão de resultados doprojeto em outras partes do país.

Redução da pobreza e contribuição para a eqüidade

Como resultado do projeto, será cultivado um ambiente social e técnico no qual a enormeriqueza dos recursos pesqueiros do Rio São Francisco ou parte dela poderá se estabilizar e,eventualmente, ser reconstruída, de modo a poder continuar a alimentar as pessoas hoje eamanhã. O treinamento e o intercâmbio a serem estabelecidos nos vários níveis dasociedade e com vários tipos de instituições promoverão o desenvolvimento da eqüidadepara as comunidades pesqueiras, criando novas oportunidades e permitindo a participaçãono gerenciamento dos recursos pesqueiros.

A pobreza nas comunidades pesqueiras (e de outros grupos em desvantagem dacomunidade) será reduzida, assegurando um estável fornecimento de peixe, algo que, osparceiros concordam, só poderá ser realizado por meio do melhor conhecimento,

Vale do São Francisco(Área Piloto)

Colônias e Associações dePescadores

Governos Municipais,Estaduais (MG), e Federais

IndústriaUniversidades

ONGs

Pantanal(MS, MG)

Instituto de PesquisaUniversidade

Governo Federal

Bahia

Universidade

Rio Grande &Paraná

(MG, SP, MT, MS)

UniversidadesInstitutos de Pesquisa

Governos Federal,Estadual e Municipal

ONGs

Rio Grande deNorte

Universidade

AmazonasInstituto de Pesquisa

UniversidadeGoverno Federal

ONGs

Rio Uruguai(SC)

UniversidadeIndústria

Fig. 3 Caracterização dos Parceiros e Participantesde Diferentes Regiões Geográficas do País

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integração dos gerenciamentos da pesca e da água e uma maior participação pública nesteprocesso. Tal pobreza será também reduzida pelo fornecimento de novas alternativas derenda familiar que possam suplementar a renda da pesca. O projeto também aumentarásignificativamente o conhecimento sobre a pesca do público nacional e internacional, umacondição que, os parceiros acreditam, é necessária para uma mudança consciente eduradoura.

Iniqüidades e pobreza serão ambos reduzidos também por meio do fortalecimento daapreciação pública da pesca artesanal como meio de vida culturalmente rico e importantecontribuinte para a sustentabilidade do ecossistema aquático.

Princípios de eqüidade serão incorporados a cada passo do projeto, inclusive na estruturade administração. No Brasil, a administração participatória do projeto inclui uma estruturaque leva em conta contribuições de todos os participantes, especificamente por meio darepresentação em um Conselho Consultivo de Gestão e um conselho executivo multi-disciplinar, mas também por meio de uma ampla rede de participantes.

A tecnologia canadense

O que o Canadá tem a oferecer ao Brasil sobre soluções para problemas de conservação egestão da pesca continental no Brasil?

No Canadá, os gestores de água doce e de pesca (tradicionalmente duas disciplinas muitodiferentes) aprenderam que a sustentabilidade só pode ser atingida com apoio público. Aspessoas precisam (1) entender os temas relacionados com a pesca, (2) se envolver nacriação de planos de gerenciamento e (3) se beneficiar com o processo. Nos últimos anos,observou-se um significativo progresso em todas essas frentes, com as comunidades locaisdevotando muito tempo e recursos para desenvolver seus próprios planos de gerenciamentoe grandes indústrias, como a companhia hidroelétrica BC Hydro, formando alianças paraplanejamento, que teriam sido inconcebíveis há uma década, com o governo ecomunidades.

O “caminho canadense” é notável no sentido de integrar conhecimentos diversificados eferramentas de gerenciamento da pesca e da água com base nos dados técnicos eimplicações sociais. Esses conhecimentos e habilidades coletivos canadenses, querepresentam um processo participativo verdadeiro, são altamente relevantes para o Brasil.Trabalhando com elos regionais, nacionais e internacionais já existentes, a World FisheriesTrust e os parceiros canadenses trabalharão com cientistas, governos, ONG’s e gruposcomunitários brasileiros para transferir as ferramentas da experiência canadense paraestudos biológicos, para melhorar práticas de gerenciamento da pesca e da água, atender asnecessidades das comunidades e criar conscientização pública no Brasil.

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O conjunto de tecnologias que serão transferidas inclui métodos para:

• Avaliação e monitoramento sócio-econômico participativo das comunidades depesca que serão integrados ao estudo -piloto.

• Treinamento em alternativas de subsistência que reconheçam o declínio dapesca no ambiente natural

• Desenvolvimento participativo em opções de gerenciamento, incluindo modelosde consulta às comunidades para desenvolver planos de gerenciamento

• Beneficiamento de pescado por meio de processamento, melhor conservação eestratégias de mercado

• Criação de alternativas de fiscalização das leis de pesca, inclusive comparticipação comunitária

• Avaliação de estoques de peixes, estudos de migração e avaliação depeixamento

• Identificação de estoques de peixes com técnicas de DNA

• Mitigação dos efeitos das barragens hidroelétricas

• Avaliação da contribuição dos tributários aos reservatórios, lagoas marginais, eregiões alagadas para a manutenção de populações de peixes

• Recuperação de rios e regiões alagadas

• Promoção da gestão participativa da pesca

• Exposições, apresentações, programas e eventos que fomentem aconscientização pública

As tecnologias serão transferidas de várias maneiras, incluindo oficinas, treinamentos noCanadá e no Brasil, e visitas recíprocas. Todas as atividades serão projetadas paracomplementar a experiência e o conhecimento brasileiro e prover um plano que assegurecontinuidade de resultados e integração em direção ao objetivo comum de sustentaçãosócio-ambiental dos rios e reservatórios.

Descrição da parceria canadense

World Fisheries Trust

O World Fisheries Trust (WFT) á a instituição proponente do lado canadense nestaproposta. O WFT é uma organização sem fins de lucro que promove conservação egerenciamento sustentável de biodiversidade aquática em nível mundial, por meio da

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pesquisa, treinamento, e conscientização publica. O WFT é neutro do ponto de vistapolítico, com programas baseados na ciência, mas refletindo uma interesse na criação deinter-ligações entre pesquisadores, gestores, e comunidades. O WFT trabalha com gruposcomunitários, pesquisadores, agências governamentais e não-governamentais, agênciasinternacionais, e corporações.

O pessoal de WFT tem uma longa história de trabalho em projetos da pesca no Brasil,inclusive em um recente projeto financiado pelo Fundo de Transferência de Tecnologia daCIDA: “Conservação Genética de Peixes - Brasil”. Este projeto foi muito bem sucedido nacriação de interligações entre os vários grupos no Brasil, e criou a base pela presenteproposta.

A parceria canadense

O WFT tem reunido peritos canadenses proeminentes nos campos ligados a esta proposta,os quais trabalham como parceiros e/ou consultores. Na seleção destas parcerias, foi dadagrande ênfase na capacidade de melhor contribuir no âmbito brasileiro, demonstrado porexperiência prévia bem sucedida no país e/ou políticas de negócios sensíveis à comunidadeno Canadá. Detalhamento destas parcerias está apresentado no apêndice 2. Outras períciaspoderão ser identificadas e incorporadas durante o projeto.

Descrição da parceria brasileira

UFSCar: Pro-Reitoria de Extensão

A Pro-Reitoria de Extensão (PROEx) da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos - éo parceiro focal do projeto no Brasil. À PROEX, está vinculado o Núcleo de ExtensãoCidadania que tem uma longa história de ser um dos “loci” acadêmicos de defesa dosdireitos humanos no Brasil, em particular dos grupos dos excluídos/marginalizados, pormeio de várias atividades que interligam o ensino e a pesquisa. Uma delas é a que enfoca apesca artesanal, por meio: 1) da realização de cursos de extensão, para a comunidade emgeral, sobre o tema dos direitos desse grupo social (atividade apoiada pelo Ministério daJustiça e a UNESCO); 2) da produção de materiais de educação ambiental voltados para asescolas e comunidade em geral sobre o tema da valorização dessa atividade (articuladocom o laboratório de Ecologia Humana da UFSCar e apoiado pelo Ministério da Justiça,UNESCO, USP, entre outros); 3) da realização de cursos de capacitação para as colôniasde Pesca (apoiado pela Delegacia Federal de Agricultura do Estado de Minas Gerais). Asatuais atividades de pesquisa sobre a sócio-economia da pesca no São Francisco - que esteNúcleo também desenvolve em articulação com o Núcleo de Pesquisa e Documentação doDepartamento de Ciências Sociais e com o Laboratório de Ecologia Humana (sob osauspícios do Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Programa de Apoio aoDesenvolvimento Científico e Tecnológico-PACDT/Ciamb, coordenado pela UFMG) - sãoa base de parte significativa das informações disponíveis sobre as condições atuais de vidae trabalho da comunidade focada.

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A parceria brasileira

Essa proposta tem juntado um grupo inédito e diverso de parceiros e participantes multi-setoriais, o qual esperamos que cresça e se fortaleça. Parceiros diretamente ligados aostrabalhos no São Francisco, incluem governos em todos os níveis, grupos universitáriosdesde as áreas humanas e biológicas até as engenharias; ONGs, indústria, colônias eassociações de pescadores. Tais “participantes” mostram uma diversidade igualmenteampla de interesses. Esses parceiros e participantes iniciais estão descritos no Apêndice 2.

Outros peritos e grupos ligados aos problemas da pesca continental serão procurados parase agregar ao projeto da maneira apropriada durante toda a sua implementação.

Descrição do projeto

(NOTA: O Apêndice 1, denominado Sumário da estrutura do projeto e das atividades, e aFigura 4 fornecem uma apresentação resumida do projeto com mais detalhes dasatividades).

Um passo essencial na construção de co-gerenciamento da pesca e conservação comparticipação comunitária é o desafio de trazer, à mesa de planejamento, os vários gruposenvolvidos com suficiente conhecimento, respeito mútuo e respeito pelos recursosambientais à mesa de planejamento. Isto pode ser uma tarefa bastante complicada, quegeralmente envolve a criação de capacidade comunitária para participar na gestão em umnível reconhecido pelo governo e a coleta de informações sobre os recursos que sejamconfiáveis, suficientes e compreensíveis por todos os envolvidos na gestão. Tal criaçãopoderá deparar-se com uma variedade de barreiras sociais que impedem a comunicaçãosubstantiva e o respeito entre os vários grupos, e com a necessidade de resolução de outrosproblemas relacionados ao sustento pessoal ou industrial que deverão ser negociados ouresolvidos para que a conservação e gestão sustentáveis possam ser uma prioridade real.

Reformas legais e políticas subseqüentes, as quais são importantes para que o co-gerenciamento fique sustentável em um futuro próximo, poderão ser criados nessa matrizde comunicação, se ela tiver suficiente suporte do público em geral.

A presente proposta está primeiramente dirigida à preparação dos usuários para a discussãosustentável, com a transferência de tecnologia e experiência canadenses apropriadas, mastambém está propondo levar algumas comunidades- piloto, desde a fase da discussão, acriar o ambiente social para as mudanças legais e políticas necessárias. Além disto, nãocom menor importância, estamos propondo a capacitação de grupos universitários e outrospara melhorar a facilitação deste processo em outras comunidades e áreas do país.

Para enfrentar a complexidade do trabalho, estamos propondo alguns sub-projetos que sãodistintos conceitualmente ou

Sub-Projeto 1:Capacidade de Co-gerenciamento

Sub-Projeto 2:Modo de vidaalternativas edesenvolvimentocomunitário

Sub-Projeto 3:Assegurando orecurso natural

Melhorar condiçõesda vida nas

comunidades depescadores

Construircapacidade degerenciamentona comunidade

Melhorarcapacidade de

gerenciamento detodos osparceiros

Melhorar oambiente e

populações depeixes

Melhoria dosmodos de vidasustentáveis

(inclusive pobrezareduzida e maior

eqüidade)

Melhores esustentáveis

populações depeixes e ambiente

aquático

Comunidadeagindo no

gerenciamento ecuidando doambiente e

recurso pesqueiro

Tema Transversal C:Gênero, família, juventude

Tema transversal B:Conscientisação pública eeducação

Tema Transversal A:Ajudando o desenvolvimento depolíticas

Fig. 4. Fluxograma conceitual de atividades, resultados, eimpactos do projeto

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pela prática. A integração destes sub-projetos será garantido pela programação deatividades comuns ou integradas, mas também por temas transversais que representamtópicos que estão presentes em todos os sub-projetos. Os sub-projetos e temas transversaissão apresentados a seguir. O Apêndice 1 apresenta as atividades de forma mais detalhada.

Sub-projeto 1: Preparando comunidades para o co-gerenciamento

Antecedentes e situação atual

A gestão de pesca baseada na comunidade tem se demonstrado uma alternativa viável paragestão de “cima para baixo” e centralizada, comum em muitas partes do mundo.Comunidades estáveis com interesse nítido nos recursos de pesca adjacentes, comconhecimento tradicional do recurso e acesso ao conhecimento científico do mesmo, assimcomo capacidade de contribuir para as políticas da gestão, têm, em muitos casos, setransformado em excelentes gestores e guardiões do recurso.

Atualmente, comunidades de pescadores em muitas partes do Brasil têm pouco contribuídocom as decisões de gestão dos recursos, com regulações de pesca estabelecidas em Brasíliae/ou nas capitais dos estados e feitas cumprir por meio de agentes de pesca federais epolícia militar estadual. Pescadores comerciais são licenciados como “profissionais” sepuderem demonstrar que a maior parte de sua fonte de renda vem da pesca. Muitospescadores profissionais artesanais estão organizados em colônias ou associações de pesca,as quais se organizam em federações estaduais e em uma confederação federal. Hávariação considerável no país em termos dos níveis de esforço e organização de pesca, etipos de conflitos. No caso do Rio São Francisco, conflitos quanto aos recursos de pescaestão centrados primeiramente entre pescadores profissionais e esportistas.

Associados aos conflitos sobre acesso a recursos e depreciação social, a fiscalizaçãopesqueira tem se tornado mais violenta, arbitrária e geralmente menos efetiva. Issoclaramente tem influência negativa considerável na vida dos pescadores, mas tambémreduz efetividade/ eficácia da gestão da pesca. A “Fiscalização Comunitária”, no sentido dedesignar membros da comunidade para auxiliar no controle e criar um diálogo maissaudável entre a fiscalização e a comunidade, tem sido promovida como uma resoluçãoapropriada para esse problema, e tem sido implementada tentativamente em algumas áreas,porém com resultados mistos que sugerem que vai ser beneficiada significativamente pelatransferência da experiência canadense.

A Co-gestão Comunitária de pescas ribeirinhas foi implementada nos anos 90 (1) comoiniciativa governamental, pelo IBAMA e apoio alemão da Deutsche Gesellschaft fürTeknische Zusamenarbeiten (GTZ), em resposta a pressões locais no Amazonas, navizinhança de Santarém, e em algumas pescas de reservatórios no nordeste (ex. Caxitoré);(2) como iniciativa universitária (Universidade Estadual do Amazonas -UTAM) noAmazonas (Manacupuru), também em parceria com a IBAMA e (3) como umaexperiência já antiga de origem local numa lagoa costeira de Santa Catarina. Destesexemplos, a experiência de Santarém se destacou na sua capacidade de replicação paraoutras comunidades por meio da ONG IARA (Instituto Amazônico de Manejo Sustentável

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dos Recursos Ambientais). Isto pode ser considerado raro, dado que a co-gestãocomunitária está, geralmente, muito determinada por forças locais e não se replica muitobem. A experiência de IARA em Santarém, assim, parece a mais indicada para dar apoio àconstrução de co-gerenciamento no São Francisco e vai ser usada no presente projeto comoponto de partida, incorporando lições aprendidas de outras áreas e da experiênciacanadense.

Estratégia

Nosso projeto vai transferir tecnologias e “know-how” às comunidades de pescadores paracomplementar as suas capacidades sociais e técnicas de participar em decisões degerenciamento de recursos - desde tomada de decisões até a implementação e avaliação. Afiscalização da pesca foi identificada como crucial em todos as experiências brasileiras deco-gestão, e foi identificada como problemática nas comunidades do Rio São Francisco epela própria Polícia Militar de Minas Gerais, o que se torna um ponto de partida relevanteno sentido da introdução da fiscalização comunitária. Atividades para fortalecer os serviçossociais e a capacidade de apoiar cidadania dos moradores da comunidade pesqueira e dosseus municípios vão ser desenvolvidas simultaneamente no Sub-Projeto 2.

Processos participativos são as ferramentas mais indicadas para a implementação da gestãocomunitária de recursos naturais. Este aspecto participativo, associado a programas deconscientização pública, garante que a comunidade mesma esteja envolvida na criação demudanças desde o início, e assim também se responsabilizando pelos resultados. Alémdisso, com esta estratégia, os resultados refletem e são fundamentados nas capacidades epontos fortes atuais da comunidade, garantindo um desenvolvimento culturalmenteapropriado e resultados mais sustentáveis.

Agências governamentais da pesca e meio-ambiente de níveis federal (IBAMA) e estadual(IEF) participarão neste processo na maneira possível. Pescadores amadores, importantesusuários dos recursos, serão também afetados pelas mudanças. Assim o projeto vaienvolvê-los no processo tanto quanto possível, construindo, com eles, o discurso e aprática.

A geração rápida e regular de alguns resultados significativos, assim como uma indicaçãode compromisso a longo prazo, são também elementos essenciais para manter apoio eenvolvimento da comunidade em nosso trabalho. Planejamos direcionar a situação no SãoFrancisco com algumas abordagens inter-relacionadas:

• Revisão externa das pescas continentais existentes e dos exemplos brasileiros deco-gestão para ajudar na revisão de estratégias e identificação de elementoscomunitários no São Francisco que possam ser utilizados para fundamentar acriação de co-gestão;

• Realização de uma conferência revisando experiências brasileiras e canadensesna co-gestão e na aplicação de metodologias participativas no desenvolvimentosocial;

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• Transferência da experiência de Amazonas para várias comunidades-piloto noRio São Francisco, por meio do IARA, incorporando lições aprendidas. Issoutilizará os conhecimentos e habilidades comprovadas do IARA na construçãode co-gerenciamento em um contexto brasileiro, assim como fará uso dasincursões regulatórias que esse grupo já fez em favor de co-gestão da pescapelas comunidades. Acreditamos que essa será a rota mais oportuna e rápidapara introduzir co-gestão de pescas no São Francisco.

• Introdução de policiamento comunitário na fiscalização da pesca, integrado coma co-gestão e fortalecimento da comunidade

• Desenvolvimento de habilidades de processos participativos e co-gestão nasuniversidades, governos, e grupos comunitários atuando no São Francisco ebacias de outros rios. Isto ajudará na adaptação da experiência de Santarém aoRio São Francisco, no monitoramento de efetividade/ eficácia, e na replicaçãopara outras áreas do São Francisco e do país.

Efeitos

• Desenvolvimento de habilidades técnica e social de comunidades-piloto paraparticiparem na gestão da pesca com ferramentas tecnológicas e sociaisapropriadas.

• Capacidade ampliada de grupos ligados à pesca para construir co-gerenciamentoda pesca em outras áreas do São Francisco e do país

Atividades:

Revisão externa da situação da pesca continental e co-gerenciamento; conferênciarevisando a aplicação de processos participativos pelas universidades, comunidades,ONG’s e governos nos trabalhos de desenvolvimento; apoio ao processo de transferênciada experiência do IARA (incluindo oficinas para avaliar e monitorar as capacidades enecessidades das comunidades; oficinas de treinamento para resolver necessidadesidentificadas); visitas técnicas e oficinas para construir capacidade de fiscalizaçãocomunitária.

Indicadores de desempenho

Número de comunidades de pescadores que receberam treinamento na co-gestão da pesca;publicações de co-gerenciamento e uso de processos participativos no desenvolvimento;estratégia para a construção da co-gestão em outras áreas do São Francisco; currículos decursos de policiamento comunitário no Brasil; número de treinados desagregado porgênero, idade, e função.

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Integração e sustentabilidade de resultados

Nossa estratégia integra experiências no Brasil com aquelas canadenses para trabalhar apartir de pesquisas e programas de gestão existentes, contribuindo assim para asustentabilidade de resultados. Ao mesmo tempo, rápidos retornos para as comunidades-piloto no São Francisco, por meio da implementação do modelo de Santarém, inclusive deavanços políticos que este grupo já tem feito a favor de co-gestão, ajudarão a construir oapoio comunitário.

A nossa estratégia também vai incluir o fortalecimento dos serviços comunitários dosmunicípios com as comunidades pesqueiras a fim de melhorar a vida dos pescadores (verSub-Projeto 2). Isto ajudará na criação de um ambiente de suporte à construção de co-gestão da pesca, ao mesmo tempo que atenderá as necessidades imediatas de pessoas efamílias em desvantagem associadas com a pesca numa variedade de maneiras, e lhes daráoportunidade de pensar na conservação e gestão sustentáveis da pesca de uma maneiramais objetiva.

Iniciativas de fiscalização comunitária serão construídas a partir de resultados jáconseguidos com a Polícia Militar de São Paulo, da experiência do IBAMA, do forteinteresse da Polícia Militar de Minas Gerais e de lições aprendidas no recente projeto daCIDA que trata de violência policial (“Direitos Humanos e Contabilidade Policial”). Focarcurrículos de oficinas de desenvolvimento em lugar de simplesmente implementar oficinasde treinamento também proverá sustentabilidade para os resultados do projeto.

Sub-projeto 2: Construindo um Modo de Vida sustentável

Antecedentes e situação atual

O número de peixes nos rios e reservatórios brasileiros e o acesso a eles continuarão emprovável declínio por algum tempo, apesar dos esforços de reconstruir estoques. Esperamosque essa seja uma tendência temporária, mas, nas circunstâncias atuais, comunidades depescadores artesanais necessitarão aprender a fazer melhor uso do peixe que eles aindapodem capturar, necessitarão perseguir fontes alternativas de renda para compensar aredução do pescado, e os municípios ligados aos pescadores terão que aumentar as suascapacidades de fornecer serviços de suporte social.

Atualmente, alguns pescadores profissionais têm se tornado guias de ecoturismo paraconseguir renda alternativa ou suplementar. Essa é uma estratégia aparentemente bemsucedida no Pantanal, onde o acesso é restrito e pescadores esportistas facilmente seperdem. A opção de ser guia está sendo promovida também oficialmente pelo ProgramaNacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora (PNDP) do governo federal, como formade transformar a pesca continental de comercial a esportista. Entretanto, a abordagem temsido perseguida com sucesso por somente um poucos indivíduos no São Francisco e, comono Canadá, aqueles que mais têm se beneficiado com pescas esportistas não sãoprovenientes de famílias de pescadores profissionais.

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A aqüicultura tem sido também promovida no Brasil como atividade alternativa parapescadores profissionais e para mitigar a redução do pescado pelos efeitos de barragens.Em particular, cultivo de tilápias (uma espécie introduzida) em gaiolas está sendopromovido pela CODEVASF, embora seja ainda ilegal em muitas jurisdições. A atividadetem sido mais desenvolvida nos reservatórios de Paulo Afonso e Xingó, no Baixo Rio SãoFrancisco, onde a tilápia é considerada naturalizada e pode ser criada legalmente emgaiolas. Nessa área, a atividade está tomando dois caminhos:

• cultivo em larga escala para exportação, promovido pela municipalidade dePaulo Afonso e levado a cabo em cultivo em gaiolas por uma firma australiana eem tanques tipo “raceways” na terra por uma firma americana;

• cultivo em gaiolas em pequena escala por membros da comunidade, promovidopelo projeto Xingó (uma ONG que evoluiu de um projeto financiadoinicialmente pela companhia hidroelétrica CHESF). Esse projeto, concebidopara pescadores profissionais, agora trabalha primariamente com membros dacomunidade provenientes da agricultura.

No projeto Xingo, além da tilápia, que já está sendo cultivada, um número de espéciesnativas promissoras está sendo buscado para desenvolvimento, com o surubim consideradoa melhor esperança. De particular interesse no projeto, é o desenvolvimento de técnicas debeneficiamento do pescado, com cursos de treinamento regular e uma pequena instalaçãocooperativa da filetagem.

O cultivo em gaiolas tem sido também realizado em outras partes do país, com espéciesnativas e introduzidas. A tilápia é oficialmente considerada a melhor candidata paraaumentar a produtividade da pesca no Brasil, em virtude da tecnologia provada e do valorde exportação. Entretanto, essa posição é controvertida, pelo fato de que o peixe tempequeno valor em muitos mercados locais (com algumas exceções regionais) e pelainquietação trazida pela possibilidade de escape para o ecossistema silvestre. Regulaçõesde pesca proíbem o cultivo em cativeiro de peixes em corpos de água onde as espécies nãoestão presentes naturalmente ou como exóticos, mas essa regulação não é uniformementeaplicada. Cultivo em gaiolas também levanta inquietações não resolvidas sobre poluição,segurança e, no caso de reservatórios, sobre a responsabilidade de companhias elétricas porgaiolas que ficam expostas quando os níveis de água baixam. Em muitos poucos casos noBrasil, a piscicultura em gaiolas tem sido uma aventura bem sucedida para pescadoresprofissionais, embora existam alguns casos lucrativos para empresários.

A piscicultura em viveiros é também considerada uma alternativa para a pesca profissional,em muitos casos como fonte de peixe para comer ou vender, e, nos Estados de São Paulo eMinas Gerais, também nas operações de pesque-pague. O cultivo em tanques está bemestabelecido em muitas partes do país, mas comumente se usam espécies introduzidas(carpa, tilápia, bagre americano) ou híbridos artificiais. Inquietações com essa atividadeincluem poluição e escapes. Uma desvantagem como alternativa viável para pescadoresprofissionais é a falta de terreno e de financiamento para construção dos tanques.

Um levantamento ad hoc preliminar de pescadores profissionais no Rio São Franciscoindica que poucos pescadores adotaram a aqüicultura, eles mesmos, com sucesso, mas

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parece que outros membros da família estariam dispostos a fazê-lo. Há também indícios deque desempregados e aposentados de outras profissões tenham adotado a aqüicultura. Tais“pescadores recentes” não foram, porém, entrevistados no âmbito das pesquisas a quetivemos acesso.

Outras fontes de renda familiar, tais como a produção de artesanatos, não são largamentedifundidas nas comunidades de pescadores. Entretanto, este tem sido um caminho usadopor inúmeras ONGs em Minas Gerais para recuperação de comunidades não- ribeirinhas,geralmente com o uso de um produto distintivo, tradicional ou não. Uma discussãopreliminar indica que essas ONGs estão entusiasmadas em repassar sua experiência.

Em termos de serviços sociais nas comunidades de pescadores, as condições atuais sãoprecárias. As comunidades estão geralmente nos bairros mais pobres dos municípiosribeirinhos, em muitos casos sem água corrente e com saneamento precário. Os salários sãoadequados somente para uma existência rudimentar e o acesso à boa assistência médica eeducação é, geralmente, limitado.2 Alguns municípios ribeirinhos têm enfrentado estesproblemas com investimentos significativos: Três Marias, por exemplo, construiu o Centrode Apoio ao Pescador (CAP), com financiamento de várias fontes, mas ainda comfuncionamento limitado - e está criando programas de acesso à educação e oportunidadespara mulheres (veja relatório de Karen Craggs, Apêndice 3). Porém, essas atividades sãomuito sensíveis às circunstâncias políticas e alguns municípios estão fazendo muito pouco.Em alguns casos, ONG’s e/ou programas extensionistas de universidades estão tomandoiniciativas de enfrentar essas problemas. Na área do projeto, essas iniciativas incluem asatividades do Núcleo Cidadania da UFSCar e a proposta “Elos” desenvolvida pela UFMG,e, em comunidades sem pesca, da Associação de Moradores de Silva Campos e do Salãode Encontro de Betim. Todos estão animados em colaborar e trabalhar novas idéias e meiospara resolver esses problemas sociais.

Estratégia

Nosso projeto propõe transferir tecnologias que agreguem valor às capturas existentes,prover habilidades de organização e de mercado, contribuir para o desenvolvimento e aaplicação de outras formas apropriadas de geração de renda e transferir essas capacidadesao treinadores e às comunidades piloto. Vamos também transferir experiências e estratégiascanadenses para ajudar no desenvolvimento de melhores serviços sociais acessíveis aospescadores. Duas concepções-chave serão parte deste sub-projeto:

1) Atividades alternativas serão selecionadas e planejadas com a participaçãocontínua das comunidades: não nos comprometemos a implementar umaatividade sem interesse da comunidade. Isso não exclui a introdução denovas idéias, mas significa que essas idéias necessitam ser realisticamentenegociadas com a comunidade e levadas a termo em fases piloto apropriadaspara avaliação e aprovação pela comunidade.

2 Felicidade, N., Leme, A.A., Martins, R.C., Teixeira de Mendonça, S.A., Goncalves, J.C., Mancuso, M.I.R.,

Mendonca, I. And Felix, S.A. (in preparation) “A precarização do trabalho no território das águas:limitações atuais ao exercício da pesca profissional no Alto-Médio São Francisco”. In: Godinho, H. &Godinho, A. The São Francisco River: review of biology and sociology. (article available from senior author(Norma Felicidade Valencio, UFSCar - current project proponent).

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2) A família toda de pescadores será considerada para selecionar e planejaratividades alternativas: não somente o membro pescador será retreinado ouentrevistado, mas também à esposa e aos jovens serão providenciadasoportunidades iguais ou especialmente elaboradas.

3) Estratégias sociais serão desenvolvidos na maneira participativa, seguindo omodelo bem sucedido de UBC - Municipalidade de Santo André.

Informações sobre atividades alternativas apropriadas e aprovadas comunitariamenteainda não estão disponíveis, embora algumas opções e maneiras como os esforçosatuais poderiam ser modificados. Estamos assim propondo uma combinação de umprocesso consultivo e atividades mais prováveis de serem bem sucedidas que estarãosujeitas à revisão quando e se necessário.

Resultados

• Serviços e políticas sociais fortalecidos e acessíveis aos pescadores nosmunicípios com comunidades-piloto pesqueiras.

• Comunidades com capacidade desenvolvida para atividades alternativas quepossam prover um melhor retorno dos recursos de pesca ao mesmo tempo emque se alivia a pressão sobre a pesca.

Atividades

Oficinas para avaliar e monitorar necessidades da comunidade; criação de estratégias parafortalecer programas sociais nas comunidades e o seu acesso; apoio ao intercâmbio entrecomunidades brasileiras para ajudar na evolução das estratégias comunitárias;desenvolvimento e implementação de aqüicultura ambientalmente benigna com espécieslocais; exame de formas de beneficiamento e de mercado da pesca local; avaliação e apoioao desenvolvimento de outras atividades alternativas que melhorem o rendimento familiarcomo ecoturismo; oportunidades geradas pela pesca esportiva; produção de iscas, produtosde culinária, e artesanatos.

Indicadores de desempenho

Melhoria da renda média familiar e de qualidade de vida de comunidade de pescadores;melhores serviços sociais disponíveis para a comunidade de pescadores; número decomitês ou associações de desenvolvimento social criados ou revitalizados; depoimentossobre expectativas que a comunidade e parceiros chave têm sobre as estratégias relevantesde desenvolvimento comunitário adotadas e avaliação de resultados; número deoportunidades de subsistência acessíveis a membros de comunidades de pescadores(desagregado por gênero); quantidade, qualidade e valor de produtos de pesca sendocomercializado; número de pessoas treinadas, desagregado por gênero, idade e função

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Integração e sustentabilidade

As atividades de desenvolvimento de serviços comunitários vão basear-se em interesses eprogramas existentes no nível de governos municipal, estadual, e federal, universidades, eONGs, assegurando assim que o investimento possa ter continuidade após o término doprojeto.

O desenvolvimento e a implementação de aqüicultura integrar-se-ão colaborativamentecom o apropriado desenvolvimento de iniciativas de aqüicultura existentes naCODEVASF, projeto Xingó, no Ministério da Agricultura e CEMIG no Rio SãoFrancisco, e iniciativas similares do IBAMA no Estado de São Paulo, Embrapa noPantanal, e Universidade Federal de Santa Catarina, entre outros. Aspectos regulatórioscontribuirão para apoiar políticas e desenvolvimento regulatório no IBAMA, Ministério daAgricultura e o IEF (em Minas Gerais).

O ecoturismo e a integração das comunidades de pescadores ajudarão a otimizar ainiciativa nacional do PNDP e a integrar esforços comunitários com oficinas detreinamento oferecidas pelo projeto Elos da UFMG no Médio São Francisco e da UFAL edo Projeto Xingó no Baixo São Francisco. Espera-se também desenvolver mecanismoscomparáveis durante o projeto com nossos parceiros em outras partes do Rio São Franciscoe em outras bacias.

O desenvolvimento de indústrias artesanais contará com a colaboração do Salão deEncontro em Betim (MG) e da Associação Comunitária Pompeu (MG), duas ONGsbrasileiras que têm adotado desenvolvimento artesanal, para grande benefício da região doAlto São Francisco, focado especialmente em mulheres, pessoas portadoras denecessidades especiais, e jovens.

Treinamento sobre processos de agregação de valor e implementação subseqüente serãorealizados a partir de iniciativas do Projeto Xingó no Baixo São Francisco, e ajudarão alevar e a adaptar essa experiência no resto do São Francisco e em outras áreas do país. Odesenvolvimento de associações será realizado a partir de estruturas e integração dasColônias de Pescadores existentes seguindo a ênfase do IARA sobre associaçõescomunitárias em desenvolver capacidade para co-gestão.

Sub-projeto 3 –Assegurando o recurso da pesca

Antecedentes e situação atual

Muitos estoques de peixes nativos de água doce do Brasil estão em contínuo declínio,apesar de considerável interesse em sua recuperação. As principais ameaças antropogênicasvariam segundo a região, incluindo barragens, destruição do habitat, poluição, interaçãocom espécies introduzidas e, em alguns casos, pesca excessiva. As espécies mais valiosas,

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que tendem a ser migratórias, são particularmente sensíveis à interrupção de suas rotasmigratórias, à interrupção de inundações sazonais e à destruição de lagoas marginais e devegetação ciliar ao longo do rio.

Elementos-chave na estratégia para deter o declínio do estoque de pesca são:

1) melhorar o conhecimento da biologia, do comportamento e do número depeixes;

2) planejar e implementar operações apropriadamente modificadas e políticasda gestão, (e, em alguns casos, resoluções tecnológicas para os problemas);

3) melhorar a consciência pública sobre assuntos de conservação relativos apeixe para assegurar o apoio público e a participação em medidas queminimizem e ajudem a resolver o problema.

Os primeiros dois elementos são tratados nesta parte da proposta, enquanto o terceiro édiscutido na Tema Transversal B.

As medidas históricas para minimizar os impactos às populações de peixes no Brasilconsistiram primeiramente na estocagem de jovens criados em estações de piscicultura. Aefetividade/ eficácia dessa atividade é raramente medida, e os efeitos a longo prazo poderãoser a redução da diversidade genética que influenciarão negativamente na futurasobrevivência das espécies. Atualmente, há considerável interesse no Brasil em entendermelhor os peixes e as ameaças a eles, e em construir medidas mais efetivas da mitigação eprevenção que farão uso desse conhecimento.

As áreas-chave são:

1) Definição da estrutura de estoque

A biodiversidade genética alta dentro das espécies de peixe é crucial para que as espéciessobrevivam a longo prazo: dessa forma, as populações permanecem naturalmenteresilientes a situações como doenças, epidemias e mudanças ambientais e climáticas. Agestão aquática e a pescaria imprópria podem reduzir substancialmente essa diversidade,por exemplo, atingindo populações distintas para pescar ou impactar e re-estocando compeixes de diferentes e menor diversidade de características genéticas. Uma compreensão dedistinção genética de diferentes populações de peixes é hoje reconhecida como sendocrucial para avaliar apropriadamente os impactos de pesca ou impactos dedesenvolvimento e em planejar políticas mitigadoras apropriadas.

Avanços recentes em tecnologias de DNA têm provido novas ferramentas analíticaspoderosas para avaliar diversidade genética de peixes, e instituições brasileiras, jáproficientes em estudos genéticos clássicos, têm rapidamente construído conhecimentos ehabilidades em novas tecnologias – em parte com assistência do projeto passado da WFT,financiado pela CIDA. Sondas de DNA para uso em algumas espécies nativas de peixes

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têm sido desenvolvidas, e estudos sobre distinções de populações têm sido publicados.Entretanto, espécies brasileiras de peixes são muito numerosas, e a aplicação dessas novasinformações da pesca, do desenvolvimento e da sua gestão são muito recentes. Essaaplicação e o desenvolvimento eficiente de outras sondas de DNA para outras espéciespodem se beneficiar grandemente da experiência e do saber canadenses.

2) Melhor entendimento de comportamento migratório

Um entendimento da extensão, tempo, e navegação em torno de obstáculos durantemigração de espécies de peixes nativos é importante para suplementar informaçõesgenéticas sobre distinções populacionais, para desenvolver gestão apropriada da pesca edas águas, e para desenhar mecanismos de passagem por barragens. Métodos tradicionaisde marcação providenciaram as primeiras informações sobre migração na década de 1930mas, devido à escala do problema, aumentos significativos em nosso entendimentosomente agora estão se tornando possíveis com a aplicação da radiotelemetria moderna.

3) Melhor avaliação dos estoques de peixes

A avaliação eficiente e de custo efetivo do número de peixes em um corpo de água,particularmente nos rios, é notoriamente difícil. Entretanto, esses números são vitais para ogerenciamento, para seguir tendências nas mudanças de populações de peixes, e paraestabelecer o apoio público para as políticas de pesca.

A avaliação de estoques de peixes é raro no Brasil, com políticas de pesca conduzidas maispor estratégias que limitam a efetividade do esforço de pesca e por impressões públicas deabundância de peixe. Alguns grupos principais de pesquisadores, entretanto, quantificam aabundância pela avaliação de tendências em captura de peixes, e são líderes mundiais emalguns aspectos dessa abordagem. Entretanto, abordagens alternativas são extremamentenecessárias e estão sendo ativamente investigadas, com conhecimentos e habilidadescanadenses particularmente atrativos.

Uma abordagem canadense particularmente interessante para avaliar estoques em rios paragestão comunitária de pesca (Gestão de Pesca do Nação indígena Nisga’a) combinoutecnologia tradicional e radiotelemetria com tecnologia nativa americana da pesca (a Rodade Peixes) para produzir algumas das melhores informações sobre estoques atualmentedisponíveis na Costa Oeste do Canadá. Essa será uma das abordagens a ser consideradapara a aplicação no Brasil, assim como será a avaliação hidroacústica: outra força particularentre nossos parceiros canadenses.

4) Redução dos efeitos das barragens sobre peixes

A despeito de legislação para o contrário, mesmo as melhores barragens matam peixesdurante sua operação. A indústria de barragens no Brasil só recentemente se tornousuficientemente aberta para admitir mortalidade de peixes e para procurar soluções, emparte uma resposta a uma mais rigorosa aplicação de regulações ambientais. A CEMIG, emespecial, está interessada em encontrar soluções para mortalidade causada durante

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operações, e está observando a indústria de barragens canadense e norte-americana parapossíveis respostas.

5) Melhorando esforços de peixamento

O peixamento em corpos de água naturais é controverso: ele pode ser ineficaz(particularmente se a causa do declínio do peixe não for reconhecida), pode afetarnegativamente populações de peixes naturais remanescentes (particularmente se espéciesnão-nativas são usadas, mas também se são usadas peixes nativos cultivados comdiversidade genética diferente ou reduzida), e pode ser usado como desculpa por nãoreconhecer as ameaças reais às populações de peixe. É, contudo, uma atividadepoliticamente satisfatória e altamente visível e, se levado a cabo apropriadamente, poderesultar em significativos retornos de pesca.

No Brasil, produção de peixes cultivados para peixamento de reservatórios e rios foiadotada nas décadas de 1960 e 1970 por muitas companhias hidroelétricas para compensarefeitos de barragens sobre populações de peixe. Inicialmente, espécies exóticas tais comotruta e tilápia foram estocadas, mas agora uma variedade de espécies nativas pode seprocriar, e companhias hidroelétricas geralmente somente repovoam com essas espécies.Entretanto, preocupações com composição genética apropriada de peixe estocado sãorecentes, em parte instigadas pela WFT em projetos passados, e efetividade do programa deestocagem está sendo amplamente questionada. Atualmente, não está disponível no Brasilnenhum mecanismo para avaliar efetividade de estocagem.

A estocagem está também sendo levada a cabo por organizações privadas, freqüentementepor associações de pesca esportiva, geralmente com a sanção do governo em algum nível.Entretanto, atividades são, em geral, pobremente planejadas, e podem envolver usoextensivo de espécies que não são nativas para os corpos de água nos quais estão sendoestocadas. Assim, enquanto o interesse público na conservação da pesca é expresso pormeio de estocagem, a conscientização de tarefas associadas com a atividade não está aindabem desenvolvida.

6) Gestão de água

A gestão de recursos de água para múltiplos usos é um desafio considerável, mas estásendo cada vez mais perseguida pelo mundo. O Brasil está muito dependente da água parageração de eletricidade, irrigação, consumo doméstico e uso industrial. Historicamente, ageração de eletricidade, em muitos casos, tem tido prioridade exclusiva no uso da água,com irrigação e controle de inundações como usos secundários. Entretanto, uma lei da águarecentemente revisada em 1997 e uma política de diversificar da maneira sustentável fontesde energia, têm colocado o Brasil, de várias maneiras, à frente global das políticas degestão da água. O país está em um processo de implementar tais políticas por meio dosComitês de Bacias os quais incluem representação dos vários usuários de água. Talprocesso é normatizado pela Secretaria de Recursos Hídricos – SRH e implementado pelaAgência Nacional das Águas – ANA, recentemente criada. Mais dois parceiros do projeto(USP - CRHEA e UFRJ - COPPE) estão trabalhando com modelos de gestão que levamem conta usuários múltiplos. Não obstante, a implementação é problemática em muitas

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áreas, e o peixe, o ecossistema aquático e as comunidades de pescadores não são, em geral,especificamente tratados. Um dos principais objetivos do presente projeto será auxiliar eminserir o peixe, o ecossistema aquático e as comunidades de pescadores nesse processo.

8) Melhoria do habitat

Dois problemas prioritários que requerem atenção com respeito à melhoria do habitat dopeixe de água doce e da saúde dos ecossistemas aquáticos no Brasil são: 1) recuperação ereativação da vegetação de margens do rio e das lagoas marginais, e 2) desenvolvimento deestruturas apropriadas para que os peixes possam passar pelas barragens. Os doisproblemas refletem a história do desenvolvimento humano e controle de rios, e ambosreceberam atenção maior na década passada, mas estão longe de serem resolvidos.

As margens dos rios, sua vegetação, e lagoas associadas e planícies inundadassazonalmente são particularmente importantes para a produtividade de peixes, mas estãocomprometidas pelo desmatamento, agricultura, erosão e controle de inundações. Váriosprojetos locais no país estão trabalhando, com certo isolamento, na recuperação davegetação ribeirinha e na integridade dos bancos de rios com níveis variados de sucesso.Essas atividades contribuem significativamente para criação de sentimento de pertença nascomunidades e para a gestão apropriada dos recursos aquáticos, e podem ser importantepasso em direção ao caminho de co-gerenciamento.

A criação de inundações artificiais para reativar lagoas marginais foi também promovidavárias vezes, mas geralmente tem sido posta de lado devido aos custos, impacto potencialem áreas habitadas e, mais recentemente, por falta de água armazenada. Modificações noleito dos rios para otimizar a produção de peixes (como foi feito em alguns casos noCanadá) são ilegais e ainda não foram tentadas. Todavia, o IEF- Instituto de EngenhariaFlorestal, em Minas Gerais, tem um programa recente para revitalizar essas lagoas e salvarpeixes que nelas ficam presos.

Tributários de reservatórios e rios maiores são também provavelmente elementos-chavepara manutenção da produtividade de peixes em face do impacto humano. Alguns maspoucos esforços foram iniciados para recuperar e proteger alguns desses peixes. Tecnologiae experiência canadense podem auxiliar na avaliação da importância relativa e priorizaçãode tributários e lagoas para recuperação e proteção e podem ajudar a desenvolver meiospara tal recuperação e proteção.

As estruturas de passagem dos peixes são exigências legais para barragens no Brasil desdeos anos 30, mas devido a preocupações de que a tecnologia disponível (escadas de peixeplanejadas para salmão) não fosse efetiva para espécies brasileiras, e fraca coação, poucasforam construídas. Em contrapartida, durante o grande ciclo de construção de barragensdos anos 60 e 70, Estações de Piscicultura foram criadas para compensar os efeitos dasbarragens nos peixes. Mais recentemente, foi reconhecido que os peixes cultivados nãoestão resolvendo, nas barragens, os problemas de peixes migratórios e as passagens parapeixes estão novamente sendo promovidas, incluindo uma exigência, em alguns estados,para revisar as barragens existentes (ainda que novas barragens estejam ainda sendo

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construídas sem passagens). Houve algum progresso no desenvolvimento de passagenspara peixes mais apropriadas para a fauna aquática do Brasil, embora com sucessolimitado, e geralmente de forma isolada: elevadores para peixes, escadas com ranhurasverticais e passagens de rios artificiais estão sendo testados e instalados. Contudo,freqüentemente, a adequação das passagens não está sendo considerada, e passagemsubseqüente para peixes rio abaixo ainda não está sendo discutida. Assistência é aindanecessária para criar um diálogo para coordenar esforços de desenvolvimento e transferirtecnologias para avaliação apropriada e planejamento de estruturas para passagem rio-acima e rio-abaixo.

Estratégia

Nossa estratégia é confrontar os fatores vistos como críticos para melhoramento nessa áreae identificar atividades que complementem experiência brasileira com conhecimentos ehabilidades canadenses. Avaliação participativa de problemas (oficinas, visitas técnicas) etécnicas de implementação/treinamento serão usadas.

Efeitos

• Capacidade técnica nas universidades, governo, indústria e comunidades paracoletar e entender informações biológicas e para desenvolver e implementarestratégias para conservar recursos de pesca.

• Entendimento, no nível das comunidades, dos avanços técnicos

• Participação comunitária no melhoramento do habitat

Atividades

Treinamento, oficinas, intercâmbio técnico, e sessões em conferência de radiotelemetria,tecnologias de identificação por DNA, avaliação de estratégias de peixamento, avaliação deestoques, planejamento de passagem de peixes e utilização de lagoas marginais, protocolosde operação das barragens.

Indicadores de desempenho

Número de participantes em oficinas e congressos (desagregado por gênero e função);publicações de estudos sobre a utilização da tecnologia transferida (inclusive publicaçõespara que essa tecnologia seja entendida no nível comunitário); políticas publicadas ouboletins internos de agências que incorporam peixes e a pesca nos planos de manejo deágua; número e tipo de protocolos implementados nas barragens para reduzir mortalidadede peixes; número de avaliações de estoques publicados ou protocolos de avaliação deestoque que incorporem conhecimento local; relatórios publicados ou boletins internossobre a eficiência de peixamento ou modificações nos protocolos de peixamento;publicações de projetos de recuperação de habitat; número de projetos comunitários demelhoramento de habitat iniciados.

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Integração e sustentabilidade

Esta área temática do projeto consiste de muito tecnologia “dura”, o que proporcionaconsiderável oportunidade para trabalhar a partir de projetos de pesquisa edesenvolvimento existentes entre nossos parceiros no Brasil. Uma função importante doprojeto será promover integração entre esses diferentes programas e parceiros em direção auma meta sócio-ambiental comum. Projetos atuais dentro da nossa parceria incluem:

• Estudos de radiotelemetria na UFMG/CEMIG e UFSC/Gerasul

• UFMG/CEMIG: Centro de Estudos em Mecanismos de Transposição de Peixes

• Pesquisa de gestão da água e modelos de implementação na USP, UFSCar,SRH, ANA

• Estudos de DNA na UFSCar, UNESP (Botucatu), UFMG, Embrapa (Pantanal),IBAMA

• Programas de peixamento e pesquisa na CEMIG, CODEVASF, IBAMA(CEPTA)

• Pesquisa e implementação da gestão da pesca na NUPELIA, IBAMA, IEF, eEMBRAPA

• Estudos sobre protocolos operacionais de barragens na CEMIG/UFMG

Tema Transversal A – Ajudando a desenvolver políticas para pescasustentável com participação da comunidade

Antecedentes e situação atual

Entre os elementos essenciais para desenvolver políticas de pesca efetivas que envolvamcomunidades estão incluídas a comunicação efetiva entre os vários agentes, a consulta aoscomitês de bacias hidrográficas sobre gestão de água e recursos e a capacidade nascomunidades para se fazerem representar na mesa de discussão. A participação comunitáriano planejamento foi recentemente legitimada pela nova lei de água de 1997, e nasregulações de pesca, e alguns Comitês de Bacias já foram estabelecidos, mais recentementepara o Rio São Francisco. Entretanto, a efetiva implementação dessas metas é aindaproblemática, especialmente quanto à representação de pescadores profissionais e quantoàs questões ambientais: uma dificuldade que parece provir de uma falta de mecanismos oucapacidade para participação efetiva destes agentes e a falta de interligações sociais.

Com este projeto, propomos ajudar a construir essa participação, trabalhando próximos àsiniciativas de Comitês de Bacias e incluindo os demais agentes ligados ao assunto durante

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o progresso do projeto.3 Construir capacidade técnica e social em comunidades depescadores para participar melhor neste processo (Sub-Projeto 1) é crucial para a efetivaimplementação deste tema, tanto quanto o é a conscientização pública e técnica. É bemaceita a familiarização de pessoas chave na geração de políticas com situações canadensese internacionais caracterizadas pela integração entre múltiplos agentes. A criação deligações pessoais entre grupos geralmente hostis ou indiferentes entre si também é umamaneira potente para criar empatia, entendimento, e mudanças na política.

O presente projeto propõe criar oportunidades - pela participacao inter-societal nas oficinase outras atividades do projeto, treinamento de parceiros em resolução de disputas ecomunicação, e certas oficinas para identificar e resolver barreiras comunicativas entre osvários usuários da água e do gerenciamento da pesca - para que as inter-ligações cresçam, oque, acreditamos, possa ser o impacto mais sustentável do projeto.

Efeitos

• Participação de múltiplos usuários (inclusive membros da comunidade eparticipantes do projeto) em reuniões de desenvolvimento de políticas nos váriosníveis governamentais e na indústria.

• Rede duradoura de multi-agentes para colaboração na gestão e resolução deproblemas da pesca.

Atividades

Oficinas de usuários múltiplos para gestão colaborativa e implementação de políticas;participação, em congressos internacionais, de instrutores-chave brasileiros e formuladoresde políticas; apoio à integração de membros de projetos e resultados em Comitês de Baciasatualmente sendo organizados pela ANA; oficinas dirigidas a representantes de empresas ecorporações sobre concepções de políticas responsáveis em relação ao ambiente e àsociedade; estágio no Canadá sobre avaliação não monetária de impactos ambientais esociais.

Indicadores de desempenho

Nível de representação de usuários nos encontros de planejamento de políticas; número denovas políticas de pesca que integrem participação comunitária.

3 Desde a preparação inicial dessa proposta, a representante principal do projeto em Três Marias, Barbara Johnsen, sediou, em Três Marias,

junto à ANA, a Regional de Sensibilização e Mobilização para a instalação do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco. EsseComitê, responsável pela integração e planejamento do desenvolvimento e da manutenção de atividades na bacia hidrográfica do Rio SãoFrancisco, representa a iniciação de uma organização inedita por essa bacia, e por isso está sendo promovido na nossa proposta. Foramvotados três representantes de Três Marias para participar do Comitê, nas areas do Poder Executivo, da Pesca e Turismo, e do Setor deMineração. Além desse avanço, o Sub-comitê Intermunicipal, responsável pela Unidade de Planejamento Estadual UGP/SF4, estásediado em Três Marias, liderado por Sílvia Freedman da Secretaria do Meio Ambiente de Três Marias.

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Integração e sustentabilidade

A Agência Nacional das Águas (ANA) tem um programa de treinamento para ajudaragentes a participar em comitês de bacias hidrográficas. Trabalharemos com esse programapara ajudar a desenvolver a estrutura de oficinas, particularmente no que diz respeito àscomunidades de pescadores. Replicação dessas oficinas em outras partes do vale da bacia edo país proverá continuidade para nossos esforços no futuro. Os comitês de bacia tambémreceberão insumo de nossos esforços e ajudarão a perpetuar os resultados.

Tema Transversal B – Apoiando a conscientização e educação pública

Antecedentes e situação atual

Conscientização pública e entendimento de questões da pesca, da sociedade e do ambientesão requisitos chave para a efetividade e sustentabilidade de alterações sociais e políticas.Essa conscientização e entendimento não são somente cruciais para comportamento edecisões apropriadas entre os agentes ligados diretamente ao ecossistema aquático: elestambém são necessários para criar opinião pública que orientará e apoiará mudançaspolíticas. Conscientização pública internacional, incluindo o público canadense, é tambémimportante para criar um ambiente para mudança política. Nesse sentido, conscientizaçãopública é um tema transversal crítico, necessitando inclusive de atividades específicas paraampliar sua efetividade.

Em geral, entendimento público de ecossistemas aquáticos e pescas é baixo no Brasil. Essepúblico inclui líderes industriais e pescadores esportivos, assim como pessoas queinteragem superficialmente com o ambiente aquático. Assim como em muitos outrospaíses, aumentar a conscientização pública no Brasil também parece ser uma prioridadeoficial geralmente baixa, com algumas notáveis exceções para comunidades ribeirinhas.Entretanto, o interesse entre as pessoas comuns parece ser grande – em parte julgando-seisso a partir do número de pescadores esportivos e interesse em eventos de conscientizaçãopública (tais como eventos que CEMIG e CAP têm feito e programas de TV). Há, assim,um ambiente ideal para lançar programas de conscientização pública apropriados para opúblico em geral.

Conscientização no nível comunitário de pesca é ambíguo: de um lado, há um considerávelconhecimento local tanto entre os pescadores profissionais como entre pessoas envolvidasnos serviços de pesca esportiva; de outro lado, relativamente pouca interação com, ouconfiança na, comunidade científica e a suas informações.

A conscientização canadense e internacional sobre a pesca artesanal de Brasil é importantepor:

• Contribuir para a criação de uma comunidade internacional consciente dosproblemas da biodiversidade aquática e apoiando as soluções com instrumentosinternacionais;

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• Criar orgulho brasileiro de respeito ao seus recursos aquáticos e às pessoasligados a eles;

• Criar um público internacional consciente e disposto a pressionar as companhiasinternacionais a manter políticas responsáveis pelo ambiente e pela sociedade –particularmente importante com o crescente participação internacional naprivatização brasileira;

• Ajudar o público canadense a entender como os recursos financeiros da CIDAestão sendo aplicados.

Iniciativas de conscientização no Canadá receberão alguns recursos deste projeto, masdependerão principalmente de contribuições de instalações e exposições de parceiroscanadenses, como o Aquário de Vancouver.

Estratégia

Esforços de conscientização pública efetiva necessitam ser dirigidos para os alvos, três dosquais nós reconhecemos em nossa proposta (com o entendimento que eles pressupõem): opúblico brasileiro em geral (incluindo agentes industriais e de pesca esportiva), pescadoresprofissionais e comunidades ribeirinhas, e o público internacional e canadense. Assim, emadição à procura do componente de conscientização pública em todas nossas atividades,também propomos uma variedade de atividades especificamente dirigidas a essasaudiências diferentes.

Efeitos

• Participação bem-informada sobre e apoiadora da gestão e conservação da pescapor todos os participantes do projeto, junto com uma melhor conscientização eapoio (nacional e internacional) do público geral

Atividades

Integração, o quanto possível, de elementos de conscientização pública em todas asatividades-chave (no Brasil e no Canadá); contribuições à imprensa pública (Brasil eCanadá); desenvolvimento e implementação de ferramentas educacionais; apoio técnico aodesenvolvimento de aquários públicos (pequenos, médios e grandes); ajuda ao desenho dagaleria de peixes brasileiros a ser implementado no Aquário de Vancouver.

Indicadores de desempenho

Número de jogos, livros, guias de ensino, e estandes desenhados e distribuídos; número deprogramas de televisão e artigos publicados; número de planos comunitários de construçãode aquários; número de estratégias de conscientização desenvolvidas sobre assuntos chave;número de lugares selecionados para atividades de conscientização.

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Integração e sustentabilidade

As atividades propostas serão construídas a partir de iniciativas de conscientização públicano Brasil efetuadas por parceiros, universidades, governo, indústrias e ONG’s. Essesprovidenciarão continuidade para os esforços quando o projeto terminar. Em BeloHorizonte, o projeto auxiliará a implantar um aquário público que está atualmente em fasede planejamento com financiamento brasileiro, e esperamos que o mesmo ocorra em outracidades tais como Manaus, possivelmente com instalações menores. No Canadá, acontinuidade será providenciada por exposição no Aquário de Vancouver e por parceirosque se espera desenvolver durante o projeto.

Tema transversal C: Criando oportunidades para mulheres, famílias ejovens

Antecedentes e situação atual

Sensibilidade e responsabilidade para criar oportunidades para mulheres e jovens sãoelementos importantes a incorporar em todas as atividades do projeto, assim como o é umaconsideração contínua de impactos que possamos estar tendo sobre o bem-estarcomunitário e familiar. Nesse sentido, gênero, família e juventude são temas transversaiscríticos que requerem várias atividades específicas para serem adequadamentedirecionados.

No presente, mulheres geralmente desempenham um papel de suporte aos pescadores nacomunidade de pesca no Brasil, são subvalorizadas profissional e socialmente, e têmopções limitadas. Entretanto, elas continuam a ser um grande esteio da profissão, assimcomo muitos pescadores o são para suas esposas. A estrutura familiar, embora chauvinista,geralmente parece estável.

A juventude nas comunidades de pesca, entretanto, freqüentemente não considera a pescaprofissional como uma carreira desejável ou aceitável socialmente, e poucos desejamseguí-la. Os pais, nas famílias de pescadores, estão muito ansiosos para ter sua proleeducada adequadamente para ter acesso a outras oportunidades de trabalho.

A coesão e a organização das comunidades de pescadores variam consideravelmente. Emgeral, as famílias de pescadores estão entre as mais pobres das vilas ribeirinhas e cidades,habitando em alguns bairros dos mais pobres. A organização depende da força da“Colônia” local, mas muitos também operam fora dessa estrutura organizacional. Ocomércio é feito ou diretamente para o público em feiras informais ou em bancas de peixee/ou por meio de arranjos informais com intermediários que comercializam com centrosmaiores, freqüentemente com substanciais margens de lucro e retornos mínimos aospescadores reais. Quando operando bem, a colônia e seu líder democrático proporcionam, àfamília de pescadores, assistência e acesso a programas sociais obtendo assistência

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governamental, oportunidades educacionais, melhoramento e eliminação de fontes geraisde preocupações. Em casos nos quais tais colônias não trabalham bem, a organização dacolônia pode estar dominada por membros de sociedade que fazem uso ilegal dadesignação pescador profissional enquanto levam vantagem de pescadores artesanaislegítimos. A política atual do Ministério da Agricultura e do IBAMA está tentando reduziros exemplos desta segunda espécie de estrutura, mas até agora com sucesso variável.

As oportunidades para mulheres no ámbito profissional em nossa parceria são excelentes,refletindo uma porcentagem alta de mulheres envolvidas nas ciências sociais.

Estratégia

Atentaremos para questões de gênero familiar e comunidade:

1) Assegurando que todas as atividades provejam oportunidade igual parahomens e mulheres e juventude, tanto quanto possível;

2) Planejando atividades que se dirijam especificamente para as necessidades demulheres e juventude

3) Levando a cabo atividades que fortaleçam programas sociais na comunidadeem geral de populações ribeirinhas, e desenvolvendo especificamente oacesso a esses programas pela comunidade de pescadores;

4) Auxiliando no fortalecimento da organização comunitária de pescadores.

Efeitos

• Oportunidades iguais de subsistência para mulheres e jovens de maneira aapoiar famílias e comunidade.

Atividades

Igual consideração e oportunidades para mulheres e homens em todas atividades;levantamento de expectativas, interesses, limitações, potencialidades e necessidades detrienamento entre mulheres e jovens por meior de oficinas e entrevistas; atividades detreinamento para direcionar ou atender essas necessidades; estágio no Canadá sobreestratégias da integração sobre o papel da mulher no projeto; relatórios sobre odesenvolvimento de todo o projeto com informações desagregadas por gênero.

Indicadores de desempenho

Estatísticas sobre a participação em atividades do projeto desagregadas por gênero,inclusive da participação comunitária; quantidade e qualidade de comunicação entre ONGscomunitárias e municipalidades em relação a oportunidades para mulheres (reuniões,relatórios, etc.); número de problemas específicos de gênero identificados na pesca e

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número de estratégias desenvolvidas para solucioná-los; relatórios e participação de jovensno projeto.

Integração e sustentabilidade

O projeto será construído a partir de trabalhos significativos a respeito de gênero comcomunidades de pescadores que parceiros da UFSCar e UFMG têm já levado a cabo, assimcomo a partir do desenvolvimento de políticas públicas relativas a gênero que estão sendolevadas a cabo na UFSCar e UNICAMP.

Dras. Norma Felicidade Valêncio e Maria Inês Rauter Mancuso (UFSCar) são parceirasbrasileiras de experiência forte nesta área. No lado canadense, assuntos de gênero serãotratado pelo time da UBC e a WFT.

Manejo de Riscos

Os riscos mais evidentes do projeto são falta na contrapartida de financiamento, mudançasem políticas governamentais, e conflitos entre os vários grupos. Todos são minimizadosconsideravelmente em nosso projeto pela extensão de nossos parceiros e elaboração deacordos entre parceiros. Além disto, um plano de resolução de disputas específico para oprojeto será desenvolvido no início com ajuda da equipe da Universidade de Victoria.

O outro risco é a complexidade de administração devido ao número de parceirosenvolvidos. Entretanto, a estrutura da administração reflete realidades políticas e culturaisbrasileiras sendo bastante participatória sem perder o controle fiscal. Mecanismos deresolução de conflitos integrados na estrutura de administração mitigam os riscos inerentesnàquela complexidade. O manejo flexível do projeto unido aos resultados será importantepara manter os objetivos do projeto integrado às realidades da situação no campo.

A privatização de hidroelétricas pode trazer influências ainda não conhecidas ao projeto,principalmente pela participação da CEMIG, mas também na participação da BC Hydro.Ambos têm planos de privatização ainda não bem definidos. Os mesmo efeitos podem seresperados em relação a mudanças políticas no governo. Porém, estamos focando atransferência de tecnologias e experiências a vários grupos bastante diversos, inclusiveindústria, universidades, comunidades, grupos governamentais e não-governamentais.Neste sentido, há boas indicações de que pelo menos alguns destes grupos e indivíduoscapacitados fiquem ativos no projeto.

Entre os riscos, tanto para parceiros canadenses como brasileiros, incluem-se potenciaisrestrições a viagens internacionais. Temos minimizado este risco tanto quanto possívelfocando atividades no país aliadas aos conhecimentos e habilidades brasileiros.

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Sustentabilidade e difusão de resultados

Sustentabilidade dos esforços do projeto, no sentido que os efeitos imediatos do projetocontinuem crescendo se tornando efeitos de longo prazo após o projeto, claramente contacom a integração que existe com programas brasileiros. Componentes críticos desustentabilidade são reconhecer esses programas, trabalhar a partir de conhecimentos ehabilidades brasileiros existentes e alimentar a comunicação e a colaboração entre gruposbrasileiros. Facilitar este processo é tão importante quanto trazer experiênciaconhecimentos e habilidades canadenses o que, na análise final, contribuirá muito maispara a sustentabilidade. Todas essas considerações estão pensadas em nosso projeto comodescrito em mais detalhe acima, e esperamos perseguí-los com fundos suplementares doprograma de DRINK da CIDA.

Benefícios para o Canadá

O Canadá será beneficiado pelo projeto de várias formas:

• Oportunidades de negócio imediatas e futuras para canadenses

• Exposição de parceiros canadenses a ambientes alternados social ebiologicamente, incluindo troca bilateral de experiências que poderá influenciarna política e desenvolvimento do Canadá

• Potencial para novo desenvolvimento social bilateral e parceria de pesquisa queinfluenciará o desenvolvimento social e ambiental no Canadá

• Maior apreciação pública canadense de condições sócio ambientais em outraspartes do mundo o que contribuirá para melhorar fortalecimento de recursosglobalmente e no Canadá

Análise de gênero e eqüidade

Como descrito na análise de gênero anexa (Apêndice 3) e nos detalhes da proposta acima,estamos comprometidos a prover oportunidades iguais e especiais a mulheres e jovens nocontexto de manter estruturas comunitárias e familiares saudáveis.

Impacto ambiental e Considerações sobre a Conservação Genética

O projeto lida com questões sensíveis ambientalmente, mas principalmente com aminimização dos efeitos ambientais. Efeitos deletérios de poluição, regulação de água,estocagem de peixes, e aquacultura serão reduzidos. O efeito total será um meio ambientemelhorado.

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Em termos de conservação de biodiversidade e respeitando leis brasileiras e internacionaisrelacionadas com a Convenção de Biodiversidade, não haverá transferência de nenhummaterial genético de fauna ou flora brasileiras ao Canadá ou outro país durante ou depoisdeste projeto, relacionada às suas atividades. Todas as atividades relacionadas àconservação genética e conhecimento tradicional cumprirão com a legislação relevante, emparticular a Medida Provisória 2.186-16 do 2 Agosto, 2001. A Diretoria do ProgramaNacional de Conservação da Diversidade Biológica participará no Conselho Consultivo doprojeto como representante do MMA, mas será também consultado mais especificamentequando os eventos do projeto tratarem de temas de sua área de competência.

Estrutura de administração

Nossa estrutura administrativa atende à necessidade de gerar resultados com um mínimo deburocracia. Ela se utiliza, de uma maneira participativa, da diversidade de saberes,capacidades, práticas e funções sociais representadas na parceria e pretende mitigarquaisquer conflitos inerentes à diversidade dos atores que constituem a parceria.

A responsabilidade geral do projeto ficará com a Coordenação Geral, constituída pelosproponentes do projeto (a WFT e a UFSCar). Essa Coordenação será orientada eassessorada por um Conselho Consultivo, um Comitê de Pilotagem, e um ComitêExecutivo. Uma Secretaria Executiva, respondendo à Coordenação Geral, cuidará derotinas administrativas (Figura 5).

Fig. 5 - Quadro Administrativo do Projeto no Brasil

CoordenaçãoGeral

Conselho ConsultivoMinistério do Meio Ambiente

Ministério JustiçaMin. Agricultura

Min. de IntegraçãoCAP

Rep. de GêneroRep. das Colônias de Pesca:

2 Rep. da Comunidade Científica1-2 Rep. canadense

SecretariaExecutiva

Comitê ExecutivoCoordenações distintasdos subprojetos e temas

transversais

Comitê de PilotagemCoordenadores (UFSCar e WFT)

Representante da CIDARepresentante da ABC

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O Conselho Consultivo constará de representantes governamentais e de representantes dosvários interesses englobados pelo projeto (por exemplo, gênero, idade, condiçãoprofissional e da própria pesca, comunidade científica). Os representantes governamentaisserão indicados pelo próprio órgão que representam. Os demais serão indicados pelaCoordenação Geral, a partir de consulta aos participantes do projeto, considerando-se arepresentação equitativa dos vários interesses. A participação deverá durar, a princípio, porum prazo de um ano. Este conselho permanece ativo para consultas durante a vigência domandato e encontrar-se-á pelo menos uma vez por ano para avaliar o progresso no projeto esugerir mudanças, se necessário. Consulta informal entre os coordenadores, membros doconselho, e entre os parceiros também estará em andamento por todo o ano, apoiada pelacomunicação gerada com a página eletrônica e o jornal do projeto.

O Comitê de Pilotagem ajuda na interpretação das deliberações do Conselho Consultivo noâmbito dos critérios e prioridades da CIDA e ABC. Esse Comitê se reunirá anualmente,simultanemente ou logo após reuniões do Conselho Consultivo. O Comitê se constitui doscoordenadores do projeto (UFSCar e WFT), e da representação da CIDA e da ABC.

Relatórios anuais, em português e inglês, serão disponibilizados ao Conselho Consultivo eao Comitê de Pilotagem pelo menos duas semanas antes das reuniões.

O Comitê Executivo é responsável pela execução do projeto, por meio de coordenaçõesdistintas para cada sub-projeto e temas transversais, se reportando à Coordenação Central eao Conselho Consultivo. A coordenação de cada sub-projeto e tema transversal poderá sercompartilhada por mais de uma instituição que tenham interesses comuns. A composiçãodo Comitê Executivo deverá ser referendada pela Coordenação Geral junto ao ConselhoConsultivo, considerando a representação eqüitativa dos vários interesses e instituições, AsCoordenações Executivas serão responsáveis, em colaboração com a Coordenação Geral,pela organização e execução das atividades dos seus respectivos sub-projetos ou temas,relatórios de atividades (inclusive pela prestação de contas de contrapartidas brasileiras),organização de monitoramento dos indicadores de desempenho, colaboração com osdemais sub-projetos e temas e sugestões de como melhor executar o projeto.

A Secretaria Executiva apoiará todos os aspectos da coordenação brasileira do projeto, sereportando à coordenação geral.

Estratégia de monitoramento

O monitoramento do progresso do projeto será realizado em três níveis: (1) pelacoordenação, (2) pelos programas de pesquisa relacionados ao projeto, e (3) pelascomunidades. Indicadores de desempenho foram selecionados para atender a estes níveisde monitoramento, mas poderão ser revisados durante a primeira parte do projeto conformeas suas funcionalidades. Prevemos que os indicadores permanecerão sendo monitoradospor pesquisadores e pelas comunidades após o término do projeto, tendo utilidade futurapara esses grupos. Neste sentido, estes indicadores e as metas de seu monitoramento serãorefinados durante o projeto.

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Estratégia de comunicação e extensão

Estratégias de comunicação e extensão estão detalhadas nos componentes deconscientização pública e sustentabilidade do projeto proposto. Ambos são partes integraisdo projeto proposto. Em adição, como parte da estratégia de administração, serão mantidosum portal eletrônico e memorandos bimensais para disseminar informações do projetoentre parceiros e informar o público.

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Análise da Matriz Lógica (AML)

RESUMO NARRATIVO RESULTADOS ESPERADOS MENSURAÇÃO DE DESEMPENHO PRESSUPOSTOS/ INDICADORES DE RISCO

Objetivo SuperiorSustentabilidade do recurso pesqueiro continentaldo Brasil e dos modos de vida que dependamdele.

Resultados de longo prazo (impactos) Redução da pobreza e maior eqüidade nascomunidades pesqueiras continentais, comsustentabilidade do recurso (melhor renda ecomposição diversificada)

Indicadores de desempenhoEstatísticas de captura e distribuição da pesca;oportunidades de subsistência, renda e bem-estar defamílias de pescadores; quantidade e qualidade deprodutos pesqueiros no mercado; novas políticas elegislações da pesca

Pressupostos:Gerenciamento da pesca é um fatorsignificativo na abundância de peixes; aeconomia do Brasil é estávelIndicadores de risco:Mudanças de clima que subjugam efeitosde gerenciamento; redução da participaçãogovernamental

Objetivo EspecificoCriar capacidade de co-gerenciamento da pescacontinental no Vale do São Francisco comtransferência de tecnologias biológicas e sociais ecriando interligações entre grupos envolvidos(stakeholders)

Resultados de médio prazo (Efeitos)Co-gerenciamento de pesca estabelecido em áreaspiloto do Rio São Francisco, com participação demúltiplos agentes (stakeholders), inclusive dascomunidades.

Indicadores de desempenhoDocumentação de reuniões de gerenciamento;relatórios na imprensa; número de comunidades comprogramas de policiamento comunitário ebeneficiamento do pescado; dados de comportamentoe sobre número de peixes; protocolos de avaliação deestoque e operação de barragens adotados;publicações da estrutura de populações de peixes;número de inserções das atividades em (emdiversidade de programas e em horas de aparição)programas de tv, rádio e outros boletins que tratam dapesca

Pressupostos:O clima político permite manejoparticipativo da pescaIndicadores de risco:Concordância governamental com o co-gerenciamento reduzido; financiamento depesquisas da pesca e assuntos sociaisreduzido; privatização de barragenseliminar incentivo de participação

Atividades4

Oficinas com participação inter-institucional einter-social dos “stakeholders” para priorizar eimplementar ferramentas técnicas e sociais para oco-gerenciamento; participação de brasileiroschaves em congressos internacionais; criação deredes de comunicação; desenvolvimento de meiosde educação e conscientização pública em suportede co-gerenciamento sustentável.

Resultados de curto prazo (Produtos) Comunidades, governos, e indústria comcapacidade técnica e social para gerenciamentoparticipativo da pesca continental; interligaçõesestabelecidas entre os “stakeholders”; o papel damulher na pesca avaliado, reconhecido eincorporado nas estratégias das comunidadespiloto; maior conscientização pública do recursopesqueiro e assuntos ligado ao mesmo.

Indicadores de desempenhoNumero de participantes em atividades; estratégias deco-gerenciamento no SF; estratégias e cursos depoliciamento comunitário; dados do papel de gêneronos assuntos da pesca; desenhos e estratégias deconscientização pública; relatórios e participação dajuventude; sondas de DNA de peixes desenvolvidose aplicados no manejo da pesca.

Pressupostos:Parceiros brasileiros com capacidade defornecer contrapartida, identificar e mantercandidatos de treinamentoIndicadores de risco:Greves ou problemas financeiroseliminaram parceiros e participantes

4 Detalhes maiores de atividades são apresentado no AML suplementar em seguida

Sub-projetoComponente Mensuração de desempenho

Atividade Resultados Esperados(disagregado por gênero, idade, e função

social) Riscos Indicadores de Risco

1. Preparação para co-gerenciamento1.1 Avaliação e revisão de estratégias

1.1.1 Revisão técnica de perito canadense Relatório do estado atual; melhor intercâmbio

Variedade de representantes brasileiros envolvidos na revisão, novas políticas (no projeto e governamental)

Conflitos reduzem impacto e efetividade

Retornos negativos da revisão

1.1.2 Revisão de progresso Melhor política de co-gerenciamento; melhor intercâmbio

Número de participantes; número de novas conexões de intercâmbio

Idem Idem

1.1.3 Congresso de co-gestão e processos participativos

Documento do estado atual; políticas e estratégias de desenvolvimento no Brasil; melhor intercâmbio

Número e diversidade de participantes; indicações de intercâmbio; novas políticas da pesca

Conflitos reduzem intercâmbio Intercâmbio reduzido

1.2 Adaptação e transferência de experiência amazônica de co-gerenciamento ao São Francisco1.2.1 Transferência da experiênca da IARA Implementação da capacidade para co-

gerenciamento nas comunidades- piloto; pacote de transferência desenvolvido

Entendimento e implementação de elementos de co-gerenciamento nas comunidades-piloto de pescadores

Conflitos reduzem oportunidades de co-gerenciamento; ambiente amazônico muito diferente do ambiente do São Francisco

Pouco entendimento do modelo de Santarém

1.2.2 Assistência de biólogo canadense Apoio na comunicação (redes) e resolução de conflitos; diversificação; desenvolvimento de indicadores e estratégias de monitoramento

Número de novas comunicações entre instituições e comunidades, diversidade de estratégias, número de estratégias de monitoramento

Barreiras linguísticas e culturais diminuem efetividade

Pouca comunicação entre o biólogo e as comunidades

1.3 Policiamento comunitário1.3.1 Visita técnica de avaliação ao Brasil Plano estratégico do projeto; sugestões de

políticas para o Brasil; apoio e criação de redes

Número de ações sugeridas, número de novos contatos

Inflexibilidade no sistema atual nos níveis institucionais ou pessoais inibem mudanças, conflitos inibem mudanças, a situação canadense fica diferente demais da situação brasileira

Retorno negativo à missão

1.3.2 Visita técnica ao Canadá para avaliar opções

Idem + protocolos de treinamento Idem + número treinado Idem Idem

1.3.3 Desenvolvimento de pautas de oficinas Idem Idem + número de pautas Idem Idem

AM

L detalhada das atividades50

Sub-projetoComponente Mensuração de desempenho

Atividade Resultados Esperados(disagregado por gênero, idade, e função

social) Riscos Indicadores de Risco2. Construindo modos de vida sustentáveis

2.1 Avaliação participatória das características e necessidades das comunidades2.1.1 Oficinas de avaliação e desenho de estratégias

Plano de estratégia do projeto; comunidades conscientes; rede de grupos de apoio

Número de ações sugeridas, número de oportunidades criadas

Conflitos sociais e políticos e poucos recursos financeiros reduzem opções

Atrasos na implementação de opções

2.2 Construindo capacidade comunitária2.2.1 Visita de sociólogo canadense Apoio na comunicação (redes) e resolução

de conflitos; diversificação; desenvolvimento de indicadores e estratégias de monitoramento

Número de novas comunicações entre instituições e comunidades, diversidade de estratégias, número de estratégias de monitoramento

Barreiras linguísticas e culturais diminuem efetvidade

Pouca comunicação entre o sociólogo e as comunidades

2.2.2 Visita comunitária ao Canadá Diversificação de opções e criação de redes Número de novas comunicações entre instituições e comunidades, diversidade de estratégias, número de opções criadas

Barreiras linguísticas e culturais diminuem efetividade

Idem

2.2.3 Intercâmbio comunitário brasileiro Idem Idem Barreiras políticas e culturais reduzem efetividade, ambientes muito diferentes

Idem

2.2.4 Criação de redes entre ONGs e municípios Mais opções para as comunidades, mais intercâmbio entre ONGs e comunidades, e melhor efetividade de atividades

Número de novas conexões, efetividade de atividades

Barreiras políticas, culturais, e financeiras reduzem efetividade

Idem

2.3 Criando alternativas de sustento2.3.1 Revisão participativa de opções de alternativas

Melhor conhecimento comunitário das opções de atividades alternativas; estratégias para implementação

Número de participantes; número de atividades alternativas selecionadas para desenvolvimento; número de estratégias de desenvolvimento adaptadas

Conflitos sociais e politicos e recursos financeiros limitados reduzem opções

Atrasos na implementação das opções

2.3.2 Semana de introdução de alternativas Idem Idem Idem Idem2.3.3 Implementação de alternativas Alternativas de sustento adaptadas às

comunidadesNúmero de participantes; melhoramento nos indicadores de bem estar familiar

Idem Idem

2.3.4 Treinamento em beneficiamento e comercialização do pescado

Melhor e diversificada capacidade brasileira no beneficiamento e venda do pescado.

Número de treinados; número de novas tecnologias adaptadas

Barreiras políticas e financeiras limitam a seleção de candidatos ao treinamento, barreiras linguísticas e culturais limitam efetividade de treinamento

Pouco entendimento do treinamento

2.3.5 Apoio de técnico canadense ao beneficiamento

Idem Número de participantes, número de programas de treinamento desenvolvido

Idem Idem

2.3.5 Sessão conferencial de desenvolvimento e riscos de aqüicultura

Melhor política e conhecimento da aquicultura benígna

Número de novas políticas, número de novos programas de desenvolvimento de aqüicultura benígna

Interesses comerciais de curto prazo inibiram desenvolvimento de políticas

Atrasos na implementação das opções

2.3.6 Sessão conferencial de cultivo de peixes nativos

Melhor disseminação das técnicas já reconhecidas, identificação de entraves

Número de participantes; novas aplicações de tecnologias, número de programas para resolver entraves

Barreiras políticas e financeiras reduzem efetividade

Idem

AM

L detalhada das atividades51

Sub-projetoComponente Mensuração de desempenho

Atividade Resultados Esperados(disagregado por gênero, idade, e função

social) Riscos Indicadores de Risco

3: Segurando o recurso3.1 Treinamento de técnicas de DNA usadas no manejo pesqueiro

3.1.1 Assistência canadense no Brasil treinando e implementando tecnologias de DNA

Melhor e mais ampla utilização das técnicas de DNA no manejo pesqueiro

Número de treinados Barreiras políticas e financeiras reduzem efetividade

Atrasos na implementação das técnicas

3.1.2 Estágios brasileiros no Canadá treinando nas técnicas de DNA

Idem Idem Idem Idem

3.1.3 Oficina de revisão de resultados Idem + apoiando rede de estudo e utilização Número de participantes; novas ligações para implementação das técnicas

Idem Idem

3.2 Técnicas de estudos de migração3.2.1 Estágio brasileiro no Canadá Melhorada e diversificada pesquisa de

peixes migratórios; melhor mitigação de impactos nestes peixes; novas redes de intercâmbio

Número de participantes; modificações nos planos de estudo; melhoramentos nas estratégias de mitigação

Barreiras políticas e financeiras reduzem efetividade; diferenças significativas entre ambientes canadenses e brasileiros

Pouco entendimento; poucas mudanças

3.2.2 Assistência canadense de radiotelemetria no Brasil

Melhor entendimento do comportamento migratório dos peixes; melhor mitigação de impactos

Idem Idem Idem

3.2.3 Oficina de revisão de resultados Melhor entendimento do comportamento migratório dos peixes; melhor mitigação de impactos; novas redes de intercâmbio

Número e diversidade de participantes; melhoramentos nos planos de estudo; melhores politicas de mitigação de impactos; novas ligações da rede de intercâmbio

Idem Idem

3.3 Melhor capacidade da avaliação de estoques3.3.1 Sessão conferencial de avaliação de estoques

Melhor entendimento das alternativas da avaliação de estoques; melhores e diversificadas estratégias de avaliação; melhor rede de intercâmbio

Número de participantes; número de novos protocolos

Barreiras políticas, culturais, industriais, e financeiras reduzem efetividade.

Baixo entendimento; poucas mudanças induzidas.

3.3.2 Assistência canadense no Brasil avaliando estoques

Idem Idem Idem Idem

3.3.3 Visita de longo prazo de biólogo canadense da pesca

Idem Número de mudanças nas práticas de avaliação

Idem Idem

3.3.4 Oficína de revisão Idem Número de participantes; número de mudanças nas práticas de avaliação

Idem Idem

3.4 Reduzindo impacto de indústria3.4.1 Missão brasileira no Canadá revisando impactos de barragens e as suas soluções

Melhor e diversificado entendimento dos impactos de barragens; melhor intercâmbio

Número de participantes; número de novos protocolos

Barreiras politicas, culturais, industriais, e financeiras reduzem efetividade.

Baixo entendimento; poucas mudanças induzidas.

3.4.2 Oficína no Brasil revisando problemas e soluções

Melhor e diversificado entendimento dos impactos de barragens; melhor intercâmbio; melhor protocolo de operação

Idem Idem Idem

3.4.3 Assistência canadense em implementar resoluções

Idem Idem Idem Idem

AM

L detalhada das atividades52

Sub-projetoComponente Mensuração de desempenho

Atividade Resultados Esperados(disagregado por gênero, idade, e função

social) Riscos Indicadores de Risco

3.5 Efetividade de peixamento3.5.1 Sessão conferencial de peixamento (política e riscos)

Melhor entendimento dos efeitos de peixamento e o seu monitoramento; melhores e diversificadas estratégias de peixamento; melhor intercâmbio

Número de participantes; número de mudanças de prática

Barreiras politicas, culturais, industriais, e financeiras reduzem efetividade.

Baixo entendimento; poucas mudanças induzidas.

3.5.2 Oficína de treinamento de efetividade de peixamento

Melhor entendimento das técnicas de monitoramento de peixamento

Idem Idem Idem

3.6 Manejo de água3.6.1 Missão brasileira de manejo de áqua no Canadá

Diversificação dos protocolos disponíveis para o manejo de água

Número de participantes; número de novas políticas

Barreiras políticas, culturais, industriais, e financeiras reduzem efetividade.

Baixo entendimento; poucas mudanças induzidas.

3.6.2 Oficina de revisão de manejo de água Diversificação dos protocolos disponíveis para o manejo de água; conscientização da comunidade

Número de participantes; número de novas políticas; nivel de consciência comunitária

Idem Idem

3.6.3 Visita, ao Brasil, de técnico canadense especialista em modelos de água

Diversificação dos protocolos disponíveis para o manejo de água; conscientização da comunidade; novo intercâmbio

Idem Idem Idem

3.7 Melhoramento de habitat3.7.1 Sessão conferencial e missão canadense ao Brasil

Relatório de estado atual; melhor e diversificado conhecimento de conservação e melhoramento de habitat; melhor intercâmbio; protocolos para atividades da comunidade

Número de participantes; número de estratégias desenvolvidas; número de comunidades envolvidas

Barreiras politicas, culturais, industriais, e financeiras reduzem efetividade.

Baixo entendimento; poucas mudanças induzidas.

3.7.2 Missão brasileira ao Canadá Novas estratégias apropriadas desenvolvidas

Número de participantes; número de estratégias desenvolvidas

Idem Idem

3.7.3 Oficina de passagens de peixes Melhor entendimento de passagens de peixes tropicais; novas estratégias de desenvolvimento; novo intercâmbio

Número de participantes; número de relatórios; número de novas politicas e estudos da efetividade de passagens

Idem Idem

3.7.4 Assistência canadense para desenho de passagens

Idem Melhor entendimento de passagens de peixes nas águas tropicais; número de estratégias desenvolvidas; número de novos conexões de intercâmbio

Idem Idem

3.7.5 Criação de estratégias comunitárias de melhoramento ambiental

Melhores condições locais do ambiente e do habitat de peixes; rede de intercâmbio

Número de projetos de melhoramento de habitat; número de comunidades envolvidas

Idem Idem

3.7.6 Oficina de revisão de resultados Melhor e diversificado entendimento da conservação e melhoramento de habitat; melhor entendimento de passagem de peixes; melhor rede de intercâmbio

Número de participantes; número de novas politicas, estudos, e iniciativas; número de novas conexões de intercâmbio

Idem Idem

AM

L detalhada das atividades53

Sub-projetoComponente Mensuração de desempenho

Atividade Resultados Esperados(disagregado por gênero, idade, e função

social) Riscos Indicadores de Risco

A. Tema Transversal: Ajudando no desenvolvimento de políticas da pesca sustentável com participação da comunidadeA.1 Oficina de “stakeholders” da pesca Melhor comunicação inter-social e acordos

multilaterais da pesca; redes de comunicação

Número de novas políticas; diversidade de participantes

Barreiras políticas, culturais, industriais, e financeiras reduzem efetividade.

Baixo entendimento; poucas mudanças induzidas.

A.2 Treinamento de participação nos comitês da bacia

Melhor capacidade na comunidade para participar em reuniões multi-laterais; redes de comunicação

Número de participantes, efetividade em reuniões multi-laterais

Idem Idem

A.3 Oficína de políticas industriais com responsabilidade social e ambiental

Melhor entendimento e políticas no nível executivo da responsabilidade social e ambiental; melhor rede de comunicação

Número de participantes, número de novas políticas

Idem Idem

A.4 Estágios brasileiros no Canadá da avaliação não monetária de impactos ambientais e sociais

Melhor e diversificada capacidade brasileira de desenvolver estratégias industriais e politicas social e ambientalmente responsáveis; melhor rede de comunicação

Idem Idem Idem

A. 5 Participação em congressos internacionais Melhor e diversificada capacidade brasileira de desenvolver co-gerenciamento da pesca e assuntos similares; apoio a redes de comunicação

Número de participantes; número de novas políticas e estratégias de desenvolvimento

Idem Idem

B. Tema Transversal: Conscientização PúblicaB.1 Atividades dirigidas às comunidades ribeirinhas

B.1.1 Oficína identificando alvos/metas da conscientização e educação

Melhor entendimento dos assuntos, problemas, alvos, e estratégias da conscientização sobre a pesca e conservacao na comunidade

Número de participantes; número de novas estratégias

Falta de concordância nos alvos, estratégias e implementação

Implementação atrasada

B.1.2 Desenvolvimento de material da educação e conscientização

Melhor ou diversificada capacidade brasileira de conscientização pública; melhor conscientização pública

Número de ferramentas e estratégias de conscientização desenvolvidas; nível de consciência pública

Diferentes filosofia de desenhos e consicentização que ficam difíceis de reconciliar

Idem

B.1.3 Oficínas de desenvolvimento de aquário Melhor capacidade brasileira de desenvolver aquário público de pequena escala; melhor reconhecimento desta ferramenta na conscientização pública

Número e diversidade de participantes; número de planos de aquário desenvolvidos

Barreiras financeiras Idem

B.1.4 Contribuição à imprensa pública Melhor entendimento público dos assuntos da pesca e conservacao na comunidade

Número de contribuições; nível de consciência pública

Falta de oportunidades de publicidade

Idem

B.2 Atividades dirigidas ào publico geral brasileiroB.2.1 Oficinas para definir alvos prioritários e do desenho de folder e estantes interpretativas

Melhor entendimento dos assuntos, problemas, alvos, e estratégias da conscientização sobre a pesca brasileira

Número de participantes; número de novas estratégias

Falta de concordância nos alvos, estratégias e implementação

Atraso na instalação

B.2.2 Desenvolver folder e estantes interpretativas

Melhor ou diversificada capacidade brasileira de conscientização pública; melhor conscientização pública

Número de ferramentas e estratégias de conscientização desenvolvidas; nível de consciência pública

Tempo necessario para acordar os planos entre os diversos grupos

Idem

AM

L detalhada das atividades54

Sub-projetoComponente Mensuração de desempenho

Atividade Resultados Esperados(disagregado por gênero, idade, e função

social) Riscos Indicadores de RiscoB.2.3 Oficina de desenvolvimento de aquário de maior porte nas cidades maiores

Melhor capacidade brasileira de desenvolver aquário público; melhor reconhecimento desta ferramenta na conscientização pública

Número e diversidade de participantes; número de planos de aquário desenvolvidos

Falta de dinheiro para instalacoes ou troca de empregados do aquário.

Idem

B.2.4 Contribuição à imprensa com material da pesca

Melhor entendimento público dos assuntos da pesca e conservação no Brasil

Número de contribuições; nível de consciência pública

Produtos não vendidos com suficiente empenho

Idem

B.3 Atividades de alvo canadense e internacional B.3.1 Promoção de material do projeto para a imprensa no Canada

Melhor entendimento no público canadense e norte americano dos assuntos da pesca e conservação no Brasil

Idem Idem Idem

B.3.2 Contribuição de informação de peixes e da pesca brasileira ao aquário Canadense

Idem + melhor capacidade brasileiro de se promover no campo internacional

Idem Reduçao nos recursos canadenses disponiveis pela integração nas instalaçoes

Falta de obras

C. Tema Transversal: Gênero, Jovens, FamíliaC.1 Componente de gênero e família em oficinas Oportunidades para mulheres em todas

asatividades do projetoNúmero de mulheres participando e aproveitando do projeto

Barreiras sociais, políticas, e financeiras contra mudanças

Atraso na efetividade

C. 2 Visita de períto brasileiro em gênero no Canadá

Melhor capacidade brasileira de criar oportunidades para mulher nos vários níveis sociais

Número de mulheres participando e aproveitando do projeto; número de novas iniciativas para mulheres

Idem Idem

C. 3 Oficina identificando necessidades da juventude ligada à pesca e estratégias para resolvê-los

Estratégias desenvolvidas para aumentar oportunidades de jovens nas comunidades de pesca

Número de participantes; número de iniciativas identificado

Idem Idem

D. ComunicaçãoD. 1 Construção de página eletrônica sobre o projeto

Comunicação entre participantes do projeto; "feed-back" aos coordenadores

Número de visitantes ao site; número de comentários de "feed-back"

Falta de acesso 'a internet; falta de recursos para manutenção

Pouco "feed-back"

D. 2 Elaboração de jornal do projeto Comunicação entre participantes do projeto; "feed-back" aos coordenadores

Número de visitantes ao site; número de comentários de "feed-back"

Falta de mecanismo de distribuição

Idem

E. Administração E. 1 Reuniões da coordenação Administração efetiva do projeto; inclusive

resolução de conflitosRelatórios anuais e das atividades individuais; "feed-back" dos participantes

Interesses conflitantes entre a grande diversidade de participantes

Conflítos excessivos; dificuldades chegando 'as conclusões de representantes

E. 2 Reuniões do Conselho Consultivo e Comitê de Pilotagem

"Feed-back" dos vários agentes envolvidos no projeto; efetividade máxima das atividades

Modificações adaptativas às estratégias do projeto

Conflítos sociais ou políticos interferem com a representação adequada dos participantes no projeto

Dificuldades de manter participação adequada nos comitês;

AM

L detalhada das atividades55

Subprojecto/temaComponente

Atividade 1.1 1.2 1.3 1.4 2.1 2.2 2.3 2.4 3.1 3.2 3.3 3.4 Brasil Can.1. Preparação para co-gerenciamento

1.1 Avaliação e revisão de estratégias1.1.1 Revisão técnica de perito canadense X X1.1.2 Revisão de progresso X X1.1.3 Congresso de co-gestão e processos participativos X X

1.2 Adaptação e transferência de experiência IARA1.2.1 Transferência da experiênca da IARA X X X1.2.2 Assistência de biólogo canadense X X X

1.3 Policiamento comunitário1.3.1 Visita técnica de avaliação ao Brasil X X X1.3.2 Visita técnica ao Canadá para avaliar opções X X1.3.3 Desenvolvimento de pautas de oficinas X X X

2. Construindo modos de vida sustentáveis2.1 Avaliação participatória das características e necessidades das comunidades

2.1.1 Oficinas de avaliação e desenho de estratégias X X X2.2 Construindo capacidade comunitária

2.2.1 Visita de sociólogo canadense X X X X X2.2.2 Visita comunitária ao Canadá X X2.2.3 Intercâmbio comunitário brasileiro X X2.2.4 Criação de redes entre ONGs e municípios X X X X X X X X X X

2.3 Criando alternativas de sustento2.3.1 Revisão participativa de opções de alternativas X X2.3.2 Semana de introdução de alternativas X X2.3.3 Implementação de alternativas X X X X X X X X X X2.3.4 Treinamento em beneficiamento e mercadoria da pescada X X2.3.5 Apoio de técnico canadense ao beneficiamento X X X2.3.5 Sessão conferencial de desenvolvimento e riscos de aqüicultura X X2.3.6 Sessão conferencial de cultivo de peixes nativos X X

3. Segurando o recurso3.1 Treinamento de técnicas de DNA usadas no manejo pesqueiro

3.1.1 Assistência canadense no Brasil treinando e implementando tecnologias de DNA X X X3.1.2 Estágios brasileiros no Canadá treinando nas técnicas de DNA X X X3.1.3 Oficina de revisão de resultados X X

3.2 Técnicas de estudos de migração3.2.1 Estágio brasileiro no Canadá X X3.2.2 Assistência canadense de radiotelemetria no Brasil X X3.2.3 Oficina de revisão de resultados X X

3.3 Melhor capacidade da avaliação de estoques3.3.1 Sessão conferencial de avaliação de estoques X X3.3.2 Assistência canadense no Brasil avaliando estoques X X3.3.3 Visita de longo prazo de biólogo canadense da pesca X X X3.3.4 Oficína de revisão X X X

3.4 Reduzindo impacto de indústria3.4.1 Missão brasileira no Canadá revisando impactos de barragens e as suas soluções X X3.4.2 Oficína no Brasil revisando problemas e soluções X X3.4.3 Assistência canadense em implementar resoluções X X X X

LugarTrimestre g Agenda

56

Subprojecto/temaComponente

Atividade 1.1 1.2 1.3 1.4 2.1 2.2 2.3 2.4 3.1 3.2 3.3 3.4 Brasil Can.3.5 Efetividade de peixamento

3.5.1 Sessão conferencial de peixamento (política e riscos) X X3.5.2 Oficína de treinamento de efetividade de peixamento X X

3.6 Manejo de água3.6.1 Missão brasileira de manejo de áqua no Canadá X X3.6.2 Oficina de revisão de manejo de água X X3.6.3 Visita, ao Brasil, de técnico canadense especialista em modelos de água X X X

3.7 Melhoramento de habitat3.7.1 Sessão conferencial e missão canadense ao Brasil X X3.7.2 Missão brasileira ao Canadá X X3.7.3 Oficina de passagens de peixes X X3.7.4 Assistência canadense para desenho de passagens X X X3.7.5 Criação de estratégias comunitárias de melhoramento ambiental X X3.7.6 Oficina de revisão de resultados X X

A. Tema Transversal: Ajudando no desenvolvimento de políticas da pesca sustentável com participação da comunidadeA.1 Oficina de “stakeholders” da pesca X XA.2 Treinamento de participação nos comitês da bacia X X XA.3 Oficína de políticas industriais com responsabilidade social e ambiental X XA.4 Estágios brasileiros no Canadá da avaliação não monetária de impactos ambientais e sociais X X XA. 5 Participação em congressos internacionais X X X X X

B. Tema Transversal: Conscientização PúblicaB.1 Atividades dirigidas às comunidades ribeirinhas

B.1.1 Oficína identificando alvos/metas da conscientização e educação X X XB.1.2 Desenvolvimento de material da educação e conscientização X X X X X X X X XB.1.3 Oficínas de desenvolvimento de aquário X XB.1.4 Contribuição à imprensa pública X X X X X X X X X X X X X

B.2 Atividades dirigidas ào publico geral brasileiroB.2.1 Oficinas para definir alvos prioritários e do desenho de folder e estantes interpretativas X X XB.2.2 Desenvolver folder e estantes interpretativas X X X X X X X X X XB.2.3 Oficina de desenvolvimento de aquário de maior porte nas cidades maiores X XB.2.4 Contribuição à imprensa com material da pesca X X X X X X X X X X X X X

B.3 Atividades de alvo canadense e internacional B.3.1 Promoção de material do projeto para a imprensa no Canada X X X X X X X X X X X X XB.3.2 Contribuição ao aquário Canadense X X X X X

C. Tema Transversal: Gênero, Jovens, FamíliaC.1 Componente de gênero e família em oficinas X X XC. 2 Visita de períto brasileiro em gênero no Canadá X XC. 3 Oficina identificando necessidades da juventude ligada à pesca e estratégias para resolvê-los X X X

D. ComunicaçãoD. 1 Construção de página eletrônica sobre o projeto X X X X X X X X X X X X X XD. 2 Elaboração de jornal do projeto X X X X X X X X X X X X X X

E. Administração E. 1 Reuniões da coordenação X X X X X X X X X X X X X XE. 2 Reuniões do Conselho Consultivo e Comitê de Pilotagem X X X X X

LugarTrimestre

g Agenda57

58

Orcamento

Veja páginas em seguida

Categoria Requesito daQuantidade Custo Total WFT Outros Ca UFSCar Outros Bras CIDA

SalariosWFT (pessoa/dia)

Principal 1,560 330 514,800 128,700 386,100Tecnico 1,716 150 257,400 23,400 234,000

UFSCar 145,858 145,858 0

Subtotal 918,058 152,100 0 145,858 0 620,100

SalariosOutros parceiros brasileiros1 573,966 573,966 0

Subtotal: 573,966 0 0 0 573,966 0

HonorariosConsultores Can. (pessoa/dia)

Perito 1707 500 853,685 427,685 426,000Tecnico 195 350 68,250 68,250

Subtotal: 921,935 0 427,685 0 0 494,250

Despesas direitasNo/para Canada

Pass. aereas int'l 57 2900 165,300 165,300local 110 500 55,000 55,000

Diaria & hotel 777 172 133,644 133,644

Subtotal: 353,944 0 0 0 0 353,944

No/para Brasil Pass. aereas int'l 155 2900 449,500 449,500

local 737 500 368,433 0 262,933 105,500Diaria + hotel 2048 170 348,148 0 126,128 222,020

Subtotal: 1,166,081 0 0 0 389,061 777,020

Outras despesas direitas2

Despesas 920,375 11,500 33,000 92571 498303 285,000Taxa de GST (Can) 65,570 65,570

Subtotal: 985,945 11,500 33,000 92,571 498,303 350,570

Custos indiretos3 1,956,094 101,500 199,000 109,240 1,143,290 403,065

Subtotal: 1,956,094 101,500 199,000 109,240 1,143,290 403,065

Total $6,876,024 $265,100 $659,685 $347,669 $2,604,621 $2,998,949

1 Proporcional ao tempo de funcionarios ligado ao projeto 2 Documentação, tradução, aluguel, materiais de consumo, etc.3 Manutenção e administração de instalações e infrastrutura proporcional ao seu uso no projeto

Orcamento total Contribuicoes de parceiros

Orcam

ento Total (Cum

ulativo de 3 anos: $ CAN

)59

Categoria Requesito daQuantidade Custo Total WFT Outros Ca UFSCar Outros Bras CIDA

SalariosWFT (pessoa/dia)

Principal 520 330 171,600 42,900 128,700Tecnico 572 150 85,800 7,800 78,000

UFSCar 40,378 40,378 0

Subtotal 297,778 50,700 0 40,378 0 206,700

SalariosOutros parceiros brasileiros1 233,923 233,923 0

Subtotal: 233,923 0 0 0 233,923 0

HonorariosConsultores Can. (pessoa/dia)

Perito 641 500 320,423 151,423 169,000Tecnico 95 350 33,250 33,250

Subtotal: 353,673 0 151,423 0 0 202,250

Despesas direitasNo/para Canada

Pass. aereas int'l 31 2900 89,900 89,900local 85 500 42,500 42,500

Diaria & hotel 670 172 115,240 115,240

Subtotal: 247,640 0 0 0 0 247,640

No/para Brasil Pass. aereas int'l 60 2900 174,000 174,000

local 261 500 222,543 0 92,021 130,521Diaria + hotel 829 170 200,718 0 59,814 140,904

Subtotal: 597,261 0 0 0 151,835 445,425

Outras despesas direitas2

Despesas 375,310 6,500 28,000 28659 177851 134,300Taxa de GST (Can) 39,022 39,022

Subtotal: 414,332 6,500 28,000 28,659 177,851 173,322

Custos indiretos3 761,013 50,500 73,000 35,864 467,295 134,355

Subtotal: 761,013 50,500 73,000 35,864 467,295 134,355

Total $2,905,620 $107,700 $252,423 $104,901 $1,030,904 $1,409,692

1 Proporcional ao tempo de funcionarios ligado ao projeto 2 Documentação, tradução, aluguel, materiais de consumo, etc.3 Manutenção e administração de instalações e infrastrutura proporcional ao seu uso no projeto

Orcamento total Contribuicoes de parceiros Orcam

ento do Primeiro Ano do Projeto ($ C

AN)

60

Categoria Requesito daQuantidade Custo Total WFT Outros Ca UFSCar Outros Bras CIDA

SalariosWFT (pessoa/dia)

Principal 520 330 171,600 42,900 128,700Tecnico 572 150 85,800 7,800 78,000

UFSCar 65,103 65,103 0

Subtotal 322,503 50,700 0 65,103 0 206,700

SalariosOutros parceiros brasileiros1 229,377 229,377 0

Subtotal: 229,377 0 0 0 229,377 0

HonorariosConsultores Can. (pessoa/dia)

Perito 823 500 411,415 180,915 230,500Tecnico 100 350 35,000 35,000

Subtotal: 446,415 0 180,915 0 0 265,500

Despesas direitasNo/para Canada

Pass. aereas int'l 9 2900 26,100 26,100local 17 500 8,500 8,500

Diaria & hotel 77 172 13,244 13,244

Subtotal: 47,844 0 0 0 0 47,844

No/para Brasil Pass. aereas int'l 73 2900 211,700 211,700

local 363 500 181,614 0 124,114 57,500Diaria + hotel 977 170 166,146 0 43,406 122,740

Subtotal: 559,460 0 0 0 167,520 391,940

Outras despesas direitas2

Despesas 321,169 5,000 5,000 35253 172416 103,500Taxa de GST (Can) 22,328 22,328

Subtotal: 343,497 5,000 5,000 35,253 172,416 125,828

Custos indiretos3 711,385 36,500 123,000 37,512 380,018 134,355

Subtotal: 711,385 36,500 123,000 37,512 380,018 134,355

Total $2,660,480 $92,200 $308,915 $137,868 $949,330 $1,172,167

1 Proporcional ao tempo de funcionarios ligado ao projeto 2 Documentação, tradução, aluguel, materiais de consumo, etc.3 Manutenção e administração de instalações e infrastrutura proporcional ao seu uso no projeto

Orcamento total Contribuicoes de parceiros Orcam

ento do Segundo Ano do Projeto ($ CAN

)61

Categoria Requesito daQuantidade Custo Total WFT Outros Ca UFSCar Outros Bras CIDA

SalariosWFT (pessoa/dia)

Principal 520 330 171,600 42,900 128,700Tecnico 572 150 85,800 7,800 78,000

UFSCar 40,378 40,378 0

Subtotal 297,778 50,700 0 40,378 0 206,700

SalariosOutros parceiros brasileiros1 102,636 102,636 0

Subtotal: 102,636 0 0 0 102,636 0

HonorariosConsultores Can. (pessoa/dia)

Perito 244 500 121,846 95,346 26,500Tecnico 0 350 0 0

Subtotal: 121,846 0 95,346 0 0 26,500

Despesas direitasNo/para Canada

Pass. aereas int'l 17 2900 49,300 49,300local 8 500 4,000 4,000

Diaria & hotel 30 172 5,160 5,160

Subtotal: 58,460 0 0 0 0 58,460

No/para Brasil Pass. aereas int'l 22 2900 63,800 63,800

local 110 500 55,140 0 45,640 9,500Diaria + hotel 224 170 38,102 0 19,912 18,190

Subtotal: 157,042 0 0 0 65,552 91,490

Outras despesas direitas2

Despesas 220,672 0 0 28659 144813 47,200Taxa de GST (Can) 4,221 4,221

Subtotal: 224,893 0 0 28,659 144,813 51,421

Custos indiretos3 461,784 14,500 3,000 35,864 274,065 134,355

Subtotal: 461,784 14,500 3,000 35,864 274,065 134,355

Total $1,424,439 $65,200 $98,346 $104,901 $587,066 $568,926

1 Proporcional ao tempo de funcionarios ligado ao projeto 2 Documentação, tradução, aluguel, materiais de consumo, etc.3 Manutenção e administração de instalações e infrastrutura proporcional ao seu uso no projeto

Orcamento total Contribuicoes de parceiros

Orcam

ento do Terceiro Ano do Projeto ($ CAN

)62

63

Detalhamento de Contrapartidas Comprometidas da Parceria Brasileira

(Cumulativo dos 3 anos; em $R com total em $Can)

Instituição HorasTécnicas

Trans-porte

Diárias Outros5 Uso Lab.6 Total

UFSCar 449450 41155 118462 18800 627868

Federação Pesca 500000 500000

Codevasf 24600 60000 60000 144600

UFMG 527000 57000 139000 110000 1077000 1910000

UFRN 5000 1000 1000 2000 7000 16000

CAP/ 3 Marias 100000 400000 500000

Embrapa 90000 1100 1800 1200 12000 106100

IARA7 1012 21900 4800 7004 34716

Polícia Mil. 336000 26580 362580

PUC 72000 2500 3000 2000 120000 199500

UESC 15000 5000 10000 30000

UFAL 267000 6500 4000 5000 180000 462500

UFRJ 188340 77000 19389 92000 131680 508408

UFSC 36810 4320 3780 5060 31300 81270

UNICamp 27702 1000 24000 52702

USP/EESC 14000 2000 1000 4000 36000 57000

Min Justiça 7310 40752 12074 60136

FEMA - MT 45000 55000 75000 10000 15000 200000

MMA8 700000 700000

Total ($R) 1.755.224 639.327 406.406 1.132.640 2.619.784 $R 6..553.381

Total ($can)9 $769.835 $280.406 $178.248 $496.772 $114.9028 $ 2.874.290

5 Inclusive material de consumo e recursos disponíveis para outras despesas necessários a ser detalhado durante a

implementação do projeto 6 Uso do Laboratório (custos indiretos)7 Incluindo recursos para a serem captada da IDRC pela intervenção da WFT8 Recursos em dinheiro a serem disponibilizados por via de convênio do MMA junto à Fundação de Amparo

Institucional da UFSCar9 Taxa aproximada de 10/10/2003: $R 2.28/ $ CAN

64

Apêndice 1: Sumário da estrutura do projetoe das atividades

Objetivo específico

• Criar e implementar um modelo de manejo do Rio São Francisco sócio-ambientalmente sustentável que forneça modos de vida sustentável paracomunidades de pescadores artesanais, assegure o recurso pesqueiro, e possa seraplicado em outras áreas do país.

Impactos

• Redução da pobreza, melhor eqüidade de gênero e melhor bem estar da famíliadas comunidades de pescadores

• Sustentabilidade do recurso pesqueiro a longo prazo

Indicadores de Desempenho (de longo prazo)

• Melhor renda familiar, criação de alternativas de modos de vida, e melhorqualidade de vida das famílias de pescadores (acesso aos serviços sociais emelhor imagem social)

• Melhor rendimento pesqueiro, quantitativa e qualitativamente.

65

Sub-Projeto 1: Preparando comunidades para o co-gerenciamento

Resumo

Atividades neste projeto prepararão comunidades-piloto no São Francisco,universidades, e governos para co-gerenciamento da pesca, com base em experiênciasde outras partes do país e do Canadá. As atividades serão agrupadas em três áreasprincipais e serão integradas com atividades do Sub-Projeto 2 quando apropriado.Ligações com Temas Transversais 1 e 3 serão feitos por meio de considerações nasatividades individuais.

Efeitos

• Desenvolvimento de habilidades técnica e social das comunidades-pilotos paraparticiparem na gestão da pesca com ferramentas tecnológicas e sociaisapropriadas.

• Maior capacidade de grupos ligados à pesca para construir co-gerenciamento dapesca em outras áreas do São Francisco e do país

Indicadores de desempenho

• Número de publicações do co-gerenciamento e do uso de processosparticipativos no Brasil

• Número de comunidades de pescadores que receberam treinamento na co-gestãoda pesca

• Desenvolvimento de estratégia para a construção da co-gestão em outras áreasdo São Francisco (publicada em jornais e relatórios)

• Agenda e pautas de oficinas de treinamento em fiscalização comunitária dapesca no Brasil

• Desenvolvimento de estratégias de fiscalização comunitária

• Número de treinados desagregado por gênero e função

66

Atividades

1.1) Avaliação participatória e revisão de estratégias de co-gerenciamento

1.1.1) Visita técnica de especialistas canadenses em co-gerenciamento da pesca eda integração de conhecimentos locais e científicos na gestão de recursosnaturais.

1.1.2) Conferência para facilitadores, lideres de comunidades de pesca, erepresentantes governamentais de (1) co-gerenciamento da pesca eintegração de conhecimentos local e científico da biologia para o manejo derecursos naturais no Brasil, e (2) estratégias de pesquisa e desenvolvimentoparticipativo (incluindo experiências de todo o Brasil e Canadá).

1.1.3) Visita de perito canadense para avaliar o andamento da realização doprojeto.

Resultados:

Relatório da situação atual e estratégias para o co-gerenciamento da pesca no contextobrasileiro; melhor conscientização por parte do governo (IBAMA, IEF), comunidadese universidades sobre opções e realidades do co-gerenciamento da pesca; publicaçãode revisões de processos participativos em desenvolvimento no Brasil; treinamento deparceiros em comunicação e resolução de disputas; estratégias iniciais para construirco-gerenciamento comunitário da pesca no São Francisco revisadas segundo outrasexperiêncas brasileiras e canadenses.

1.2) Adaptação e transferências de experiências com o co-gerenciamento da pesca no Amazônia para o Rio São Francisco

1.2.1) Transferência das experiências da IARA do Amazonas para duascomunidades-piloto no Rio São Francisco (incluindo oficinas participatóriascomunitárias, oficinas de treinamento, publicações educacionais; co-financiamento esperado da IDRC);

1.2.2) Apoio a longo prazo de biólogo canadense especialista na área da pesca noBrasil, para ajudar na implementação e monitoramento do processo detransferência.

Resultados:

Implementação, com monitoramento, de co-gerenciamento da pesca em comunidades-piloto com base em experiêncas em outras partes de Brasil; modelagem paraadaptação de co-gerenciamento a outras partes do Rio São Francisco e outras bacias.

67

1.3) Avaliação e implementação de de estratégias de policiamentocomunitário para fiscalização pesqueira e para o fortalecimento dacomunidade

1.3.1) Visitas técnicas de canadenses ao Brasil com o objetivo de avaliarestratégias de policiamento comunitário da pesca.

1.3.2) Visita técnica de brasileiros ao Canadá para conhecer e avaliar estratégiascanadenses de policiamento comunitário e de fiscalização pesqueira.

1.3.2) Mini-oficinas no Brasil para identificar estratégias apropriadas para aimplementação do policiamento comunitário e para desenvolver cursos detreinamento de policiais e membros comunitarios.

Resultados:

Estratégias para a implementação apropriada de policiamento comunitário, incluindomelhores relações entre policiais e comunidade e currículos para cursos detreinamento.

10Participantes brasileiros

Chave:

UFMG (grupos de Alex Godinho e Projeto Elos), Nupelia, UFSCar (Ciências Sociaise Etnoecologia), IBAMA (Brasília, Minas, CEPTA, ProVarzea), UFRJ, CAP, PolíciaMilitar, IARA, Colônias de Pesca, UNICAMP, Federação da Pesca (Minas), UFAL,IEF, e Ministério da Justiça (DPDH).

Participantes:

SRH, CRHEA, UFSC (Saneamento e Aqüicultura), Embrapa, PUC - Minas, MA,UESC, CEMIG, PNDP, MMA, Xingo, e UTAM.

Interessados:

UFRN, UNESP, CODEVASF, MMA - Pantanal, SPDS, CETEC, e FundaçãoBiodiversitas.

10 “Chave” = relacionado diretamente com o impacto nas áreas-piloto do SF – prioridade na participação &

financiamento; “Participante” = impacto primário em outras áreas do país mas com implicações diretas noSão Francisco; “Interessado” = impacto em outras áreas do país; “Outros” = importância potencial no projetomas ainda nao ligado nele.

68

Outros importantes:

UNESP – Rio Claro (Petrere), UNICAMP - Alpina Begossi, UFSCar – Paulo Vieira, eANA.

Participantes canadenses

F. Berkes e assistente (Cristiana Seixas); UBC-CHS; Uvic - Dispute ResolutionCentre; WFT e outra perícia de co-gerenciamento.

Atividades brasileiras que assegurem continuidade

No São Francisco:

UFSCar, Projeto Elos (UFMG), UFAL,Projeto Xingó, and IBAMA.

Em outras regiões:

Nupelia – Rios Paraná e Cuiabá, Embrapa – Pantanal, IBAMA – Amazonas, represasdo NE, UFSC – lagoas e rios de SC, UTAM – Amazonas, UFRN – NE, UESC –Bahia (aguas doce e marinha).

Em nível nacional e estadual:

IBAMA e IEF.

11Organização (coordenação executiva inicial)

Brasil: ProVarzea/IARA

Canadá: World Fisheries Trust

Sub-projeto 2: Construindo um modo de vida sustentável

Resumo

As atividades de Sub-Projeto 2 irão fortalecer comunidades com colônias de pesca,particularmente no sentido de serviços que essas possam prover para famílias depescadores, e irão ajudar na criação de novas opções de modo de vida sustentável paraessas famílias. Ligações com o policiamento comunitário (Sub-Projeto 1) e os TemasTransversais 2 e 3 (Conscientização Pública, e Genêro/família/juventude) sãoessenciais, e serão possibilitados pela simultaneidade de eventos e/ou pelaincorporação direta nas atividades dos outros temas e do sub-projeto referido.

11 Candidados iniciais da Coordenaçao Executiva.

69

Efeitos

• Serviços e políticas sociais de comunidades piloto ribeirinhas fortalecidos eacessíveis aos pescadores e famílias

• Comunidades com capacidade para atividades alternativas que possam proverum melhor retorno dos recursos de pesca ao mesmo tempo em que se alivia apressão sobre a pesca.

Indicadores de desempenho

• Melhoria da renda média familiar de pescadores

• Melhoria na qualidade de vida de comunidade de pescadores (acesso à nutriçãode alta qualidade, educação, e saneamento)

• Melhoria quantificada da opinião sobre bem estar por parte dos pescadores e desuas famílias

• Número de oportunidades de subsistência acessíveis a membros decomunidades de pescadores (desagregado por gênero)

• Número de comitês ou associações da área criados ou revitalizados

• Número de estratégias relevantes de desenvolvimento implementadasmunicipalmente

• Quantidade, qualidade e valor de produtos de pesca comercializados

• Número de pessoas treinadas desagregado por gênero e função

Atividades

2.1) Avaliação participatória dos atributos, necessidades, e estratégiasde desenvolvimento da comunidade

2.1.1) Oficinas e pesquisas sobre desenvolvimento e bem estar das comunidades,usando métodos participativos, inclusive avaliações de capacidade existente,necessidades e interesses para encontrar maneiras de melhorar condições devida das comunidades pesqueiras (três comunidades-piloto no alto e médioSão Francisco); opções de modo de vida apropriadas e melhoresoportunidades educacionais (para jovens e adultos) serão incluídas nessasdiscussões.

70

Essas oficinas e pesquisas, com duração de 1-2 semanas, focarão participaçãocomunitária e incluirão tanto canadenses e brasileiros no papel de facilitadores,incorporando assim experiências de ambos os países, e construindo capacidade defacilitar oficinas e programas que possam ser aplicados em outras comunidades.Policiais selecionados serão envolvidos também neste processo para ajudar a construiro componente de policiamento comunitário do projeto.

2.2) Fortelecendo capacidade comunitária

Estratégias de desenvolvimento de modos de vida sustentáaveis serão implementadascom apoio de:

2.2.1) Permanência, a longo prazo, de canadense da àrea social no Brasil eoficinas de revisão

2.2.2) Visita técnica de liderança da comunidade piloto ao Canadá para conhecercomunidades canadenses vivendo a redução de recursos pequeiros eexplorando atividades alternativas.

2.2.3) Facilitação de intercâmbio entre comunidades brasileiras

2.2.4) Fortalecimento de redes de ONGs relacionado com desenvolvimentocomunitário

Resultados:

Relatórios de avaliação da situação atual das comunidades; estratégias para osgovernos municipais de melhoramento de serviços comunitários e da construção deopções alternativas de modo de vida; melhorar capacidade de facilitação em parceirosuniversitários e governamentais.

2.3) Criando alternativas de modo de vida

Altividades alternativas que já tenham sido aceitas no Brasil serão avaliadas eadaptadas, além de considerar novas opções através de:

2.3.1) Sessão especial de conferência e oficinas sobre benefícios, riscos, etecnologia para piscicultura em gaiolas e tanques para comunidades,incluindo discussões sobre estratégias de desenvolvimento apropriadas, sobreo uso de espécies introduzidas e híbridas, buscando práticas ambientalmentebenignas. Com base em nossa pesquisa preliminar, mulheres, jovens, eassociações cooperativas serão alvos prioritários dessas oficinas. Aparticipação de órgãos governamentais e de hidro companhias nessedesenvolvimento será essencial para assegurar circunstâncias de legislaçãoapropriadas e de financiamento.

71

2.3.2) Missões de treinamento para o Canadá sobre processamento de agregaçãode valor ao pescado e de avaliação de mercado.

2.3.3) Missão canadense ao Brasil para ajudar a desenhar instalações, cursos detreinamento, e estratégias de mercado, inicialmente por meio do ProjetoXingó no baixo São Francisco e do CAP no médio-alto São Francisco.Certificação de produtos e estabelecimento de associações ou cooperativasde pescadores serão considerados se apropriados. Essas atividades irãoreconhecer que o desenvolvimento do mercado não deve ser baseado noaumento da pesca do rio, mas deve focar o melhor retorno da pesca existentee incorporar produtos da aqüicultura. Oficinas apropriadas e cursos detreinamento oferecidos serão desenvolvidos para outras comunidades, apartir dessa experiência.

2.3.4) Sessão especial em conferência de aqüicultura ou oficina no Brasil comfoco em identificar e resolver as necessidades da piscicultura de espéciesnativas, em particular as espécies de bagres.

2.3.5) Revisão de atividades alternativas e semana de oficinas e demonstraçõesnas comunidades-piloto para desenvolver opções de modo de vida(ecoturismo, artesanato, iscas, cozinha, e outros) com refinamento deprotocolos de treinamento (organizadas com apoio de longo prazo desociólogo canadense).

Resultados:

Estratégias para desenvolver e implementar piscicultura ambientalmente benigna combase na comunidade; centros desenvolvidos para treinamento em beneficiamento dapesca e mercado artesanal; seleção e estratégia para treinamento e desenvolvimento deopções alternativas apropriadas de modo de vida.

Participantes brasileiros

Chave

UFMG (Elos), Colônias e Federação da pPesca, PNDP (IBAMA), CAP/Município deTrês Marias, UFAL, MAPA, UFSCar.

Participantes

Embrapa, IARA, IEF, IBAMA, Provarzea, e Nupelia.

Participantes canadenses

WFT, CHS-UBC, Memorial University/Marine Institute, DFO, LGL, e Comunidades.

72

Atividades brasileiras que assegurem continuidade

No São Francisco:

UFSCar, Elos, UFAL, Projeto Xingó, e IBAMA.

Outras regiões

MMA, PNDP, e MA.

Organização/ coordenação

Brasil : MAPA - DPA

Canadá : WFT e CHS - UBC.

Sub-projeto 3 – Assegurando o recurso da pesca

Resumo

As atividades nesse sub-projeto irão construir melhor capacidade técnica para darsuporte à manutenção e reconstrução de estoques de peixes, tanto em termos demelhoramento na coleta e interpretação de dados quanto em termos de melhorestratégias operacionais de manejo e mitigação de impactos humanos.

Efeitos

• Melhor capacidade técnica nas universidades, governo, indústria e comunidadespara re-construir e manejar populações de peixes nativos

• Melhores estratégias para manejar e mitigar efeitos humanos sobre peixes esobre o ambiente aquático.

Indicadores de desempenho

• Número de publicações de estudos refletindo sobre tecnologias transferidas,inclusive publicações focando o entendimento dos avanços pela comunidade

• Número de políticas publicadas ou adotadas por agências, políticas queincorporem peixes e pesca em planos de manejo da água

• Número e tipo de protocolos, revisados ou novos, de operação de barragensimplementado para reduzir a mortalidade de peixes

• Número de avaliações de estoques ou políticas publicadas que levem em conta oconhecimento local

73

• Número de relatórios e publicações relatando a efetividade de peixamento emudanças na sua prática

• Número de publicações de projetos de melhoramento de habitat

• Número de projetos comunitários de melhoramento de habitat

• Número de participantes em oficinas, congressos e estágios (desagregado porgênero e função)

Atividades

3.1) Melhorar o manejo pesqueiro com tecnologia de DNA

O melhoramento no manejo pesqueiro no Brasil será realizado por meio de melhorcapacidade de avaliar, com tecnologia de DNA, a relação entre populações de peixes.Incluirá:

3.1.1) Visita técnica (de três meses) de um canadense ao Brasil para ajudar naimplementação e desenvolvimento de sondas de DNA e na aplicação deinformação genética para o manejamento da pesca, incluindo mini-cursossobre esses tópicos.

3.1.2) Estágios brasileiros de curto prazo no Canadá para treinar nas técnicas dedesenvolvimento de sondas de DNA e aplicação dessas no manejo da pesca.

3.1.3) Oficinas de revisão no Brasil para ajudar na criação de redes decomunicação, avaliar progresso e definir direções futuras (como parte deuma conferência).

Resultados

Melhor capacidade b rasileira de monitoramento de populações de peixes usandotécnicas genéticas e habilidade de incorporar essa informação no manejo da pesca.

3.2) Melhorar a habilidade de estudar e entender o comportamentomigratório do peixes brasileiros

A capacidade de melhor manejo e desenvolvimento de medidas de mitigação dos efeitosindesejáveis às populações de peixes brasileiras será desenvolvida por transferência detecnologias de como estudar e entender o comportamento migratório dos peixes, inclusive:

74

3.2.1) Visita técnica ao Canadá de brasileiros-chave para serem treinados emtecnologias para avaliar o comportamento migratório do peixe (juntamentecom a missão de rever os problemas industriais);

3.2.2) Assistência técnica canadense no Brasil para ajudar a organizar doisprojetos contrastantes de radiotelemetria refletindo prioridades brasileiras(envolvendo membros da comunidade)

3.2.3) Oficina combinando especialistas internacionais, brasileiros e canadenses,em migração de peixes, para avaliar o progresso e definir direções futuras,incluindo incorporação de conhecimento local (integrada à conferência daSBI)

Resultados

Melhor capacidade brasileira em estudar e entender a migração de peixes em relaçãoao seu manejo apropriado e conservação – ambos em níveis científicos e comunitários;estratégia desenvolvida para atender essas necessidades.

3.3) Melhorar habilidade para avaliar estoques

Ajudaremos a revisar as técnicas de avaliação de estoques de peixes apropriados para asituação brasileira e a implementação de técnicas mais promissoras que possam serapoiadas por experiências canadenses.

3.3.1) Oficina ou sessão da conferência combinando especialistas internacionais,brasileiros e canadenses para identificar técnicas de avaliação emonitoramento de estoques mais apropriados para o Brasil, inclusiveincorporando conhecimento local.

3.3.2) Missões técnicas canadenses para o Brasil para ajudar na implementaçãode tecnologia canadense de avaliação de estoques de peixes (por exemplo,aplicações de hidroacústica em reservas e roda de peixes em rios);

3.3.3) Visita ao Brasil, por longo prazo, de biólogo canadense da área de pesca,para ajudar na implementação dessas tecnologias;

3.3.4) Oficinas de avaliação para monitorar o processo e indicar direçõesapropriadas.

Resultados

Melhor capacidade brasileira de fazer avaliações de estoques pesqueiros no ambientebrasileiro; estratégia desenvolvida para continuar a construir essa capacidade e oentendimento do processo tanto entre cientistas quanto na comunidade local.

75

3.4) Reduzindo impactos industriais

Três componentes são necessários para reduzir os impactos de barragens: 1) avaliaçãoe identificação de problemas; 2) identificação e transferência de tecnologia apropriada,e 3) integração de programas para conscientização pública. As atividades propostassão:

3.4.1) Visita técnica ao Canadá por brasileiros-chave para revisar os problemasoperacionais canadenses de hidroelétricas e como estes são tratados;

3.4.2) Oficina para estabelecer prioridades da mitigação de efeitos de barragens(participação brasileira e canadense);

3.4.3) Visitas técnicas de canadenses ao Brasil para transferir conhecimento etecnologia identificados como prioritários (ex: experiência em contagemhidroacústica de peixes - coincidente com avaliação de estoques).

3.4.4) Oficina no Brasil das vantagens da associação de políticas ambientais esociais que sejam abertas, saudáveis e inclusivas e estratégias para adquirí-las(com participação brasileira e canadense);

3.4.5) Estágio de brasileiro no Canadá para ser treinado em valorização não-monetária de componentes ambientais e sociais em medidas de impactos eno seu manejo.

Resultados:

Melhores protocolos e estratégias na indústria brasileira de hidroelétricas (CEMIGespecificamente) para tratar os efeitos negativos de barragens sobre os peixes;melhores políticas sociais e ambientais na indústria hidroelétrica.

3.5) Efetividade de peixamento

É necessário, no Brasil, conscientizar praticantes e o público em filosofias e riscos depeixamento e na importância da transferência de tecnologia para conseguir suaefetividade. Para atender tal necessidade, iremos realizar as seguintes atividades:

3.5.1) Sessão de conferência no assunto de peixamento (participação brasileira,canadense e internacional) para discutir e adaptar filosofias e identificartecnologias e políticas necessárias para a situação brasileira (o assuntotambém será tratado no tema de conscientização pública).

3.5.2) Oficinas de treinamento em marcação de alevinos para avaliar efetividadede peixamento.

Resultados

Melhor entendimento público e científico dos assuntos relacionados com peixamento;sugestão de código de melhores práticas em relação ao peixamento no Brasil; melhorcapacidade brasileira e estratégias para monitoramento dos efeitos de peixamento.

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3.6) Manejo da água

O projeto vai apoiar a evolução de modelos de gerenciamento da água e de práticas noBrasil que levem em consideração grupos múltiplos de usuários e ainda incorporemcomponentes sociais e ambientais que influem no ecossistema aquático e nascomunidades pesqueiras. Trabalharemos sobre investimentos prévios de CIDA emtecnologia de manejo de água no Brasil por meio das seguintes atividades:

3.6.1) Visita técnica ao Canadá de brasileiros-chave para revisar práticas demanejo de água (inclusive com participação em congresso);

3.6.2) Oficina no Brasil revisando modelos de gerenciamento de água.

3.6.2) Visita de profissional canadense ao Brasil para ajudar no desenvolvimentode um modelo híbrido brasileiro-canadense de manejo de água adaptado àsituação brasileira.

Resultados

Melhor conhecimento, no nível internacional, de assuntos atuais sobre práticas demanejo de água por brasileiros-chave na formulação de políticas, na comunidadecientífica e nas comunidades locais; melhor modelo de manejo de águas queincorporem componentes sociais e ambientais.

3.7) Melhoramento de habitat:

O projeto vai tratar de dois assuntos: 1) recuperação das margens dos rios utilizando epromovendo interesses comunitários e 2) estrutura de passagens de peixes porbarragens:

3.7.1) Visitas técnicas de canadenses ao Brasil e oficina para ajudar a priorizar eimplementar tecnologias que avaliem a importância relativa de componentesde habitat para o funcionamento do ecossistema e incorporem conhecimentolocal e atividades comunitárias.

3.7.2) Missão técnica ao Canadá revisando práticas de conservação e rehabilitaçãode habitat (simultânea à missão de revisão da indústria hidroelétrica – 3.4.1)

3.7.3) Oficina internacional no Brasil revisando tecnologias de passagens depeixes e como elas se aplicam aos peixes tropicais, especificamente peixesmigratórios do Brasil (ligado à conferência da SBI);

3.7.4) Assistência técnica de canadenses na implementação de estudos deradiotelemetria os quais caracterizem adequadamente o comportamento depeixes para o desenho de estruturas apropriadas de passagem de peixes.

3.7.5) Incentivação de projetos comunitários de rehabilitação de habitat.

3.7.6) Oficina de revisão de progresso e estratégias.

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Resultados

Melhor capacidade e entendimento brasileiro da recuperação de habitat aquático e daestrutura e aplicação de passagens de peixes; estratégias e redes para desenvolver estecampo no futuro.

Participantes Brasileiros

Chave:

UFSCar, CEMIG, UFMG, PUC-Minas, UNESP-Botucatu, CAP, Colônia dePescadores TM, CODEVASF, SRH, e IEF.

Participantes

Nupelia, UFSC (Aqüicultura), Embrapa, IARA, CEPTA, UFAL, Provarzea, IEF,Unicamp, CRHEA (USP), e COPPE (UFRJ).

Interesados

UFRN, UESC.

Outros importantes

UNESP - Rio Claro (Petrere)

Participantes canadenses

SeaStar BioTech, DFO - Chris Wood (genetics), DFO - Mulligan (hydroacoustics),LGL, WFT, e uma variedade de peritos internacionais.

Atividades brasileiras que assegurem a continuidade

Variedade de pesquisas e projetos de extensão dos parceiros.

Organização/coordenação

Brasil: UFMG (Alexander Godinho) e IBAMA .

Canadá : WFT.

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Tema transversal A: Ajudando a desenvolver políticas para pescasustentável com participação da comunidade

Resumo

O nosso projeto não pretende escrever novas políticas pesqueiras, mas pode influir noseu desenvolvimento de várias maneiras, a saber: inclusão de formadores de políticasno projeto, participação de múltiplos agentes nas atividades do projeto para criarligações colaborativas (componentes transversais), e treinamento de participantes paratomar parte de reuniões de múltiplos agentes de maneira mais significativa.

Efeitos

• Redes de apoio para co-gerenciamento da pesca com base em comunidades

• Parceiros envolvidos no desenvolvimento de políticas favoráveis àsustentabilidade de recursos pesqueiros e ao modo de vida da pesca artesanal.

Indicadores de desempenho

• Nível de participação de agentes múltiplos nas reuniões de planejamento

• Número de novas políticas de pesca que especifiquem a participação dacomunidade

• Número de brasileiros contribuindo em eventos internacionais de manejo derecursos aquáticos

Atividades

A.1) Reuniões de múltiplos agentes nas comunidades-piloto pesqueiras paraidentificar barreiras de comunicação e de colaboração

A.2) Oficinas de treinamento dos vários agentes, em particular das comunidadesde pescadores, para participar nos Comitês de Bacias

A.3) Esforços no sentido de facilitar a participação de brasileiros chave emconferências internacionais de manejo de água e políticas de pesca noCanadá e outros lugares.

Resultados

Melhores caminhos de comunicação entre agentes (“stakeholder”) interessados norecurso; melhor entendimento por estes agentes de assuntos de pesca de relevânciainternacional; melhor capacidade das comunidades em participar de encontros deagentes múltiplos.

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Participantes Brasileiros

Chave

UFSCar, UFRJ, IBAMA, MA, SRH, CRHEA.

Participantes

Unicamp, Provarzea, IARA, CAP.

Interessados

ANA.

Participantes canadenses

UVic (Dispute Resolution Centre) e WFT.

Organização / coordenação

Brasil: UFSCar, Federação de Pescadores.

Canadá : WFT

Tema Transversal B – Apoiando a conscientização e educaçãopública

Resumo

Melhor conscientização pública de assuntos ligados à pesca e às comunidadespesqueiras são elementos-chave na sustentabilidade de mudanças na maneira de gestãoda pesca. Neste sentido, conscientização pública e educação são essenciais pelosucesso e implementação de todos os aspectos do projeto. A perícia canadense irácontribuir na definição de alvos, desenho de estratégias de conscientização, e desenhoe produção de projetos piloto em cada área priorizada.

B.1 Atividades para a comunidade ribeirinho

A conscientização pública no nível da comunidade ribeirinha precisa envolver ojuventude para assegurar sustentabilidade dos efeitos e criar habilidades e éticasapropriadas de gestão (“stewardship”). O pescador profissional deve ser reconhecido evalorizado, e o conhecimento local deve ser integrado com conhecimento mais técnicopara criar essas habilidades de gestão. As atividades a serem realizadas são:

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B.1.1) Oficinas com participação canadense e brasileira para identificar meiosapropriados de conscientização pública e desenvolver material educacional eeventos, inclusive discussão de como, no nível comunitário, selecionar,planejar e implementar eventos de conscientização pública - coordenada coma oficina da atividade 2.1.1).

B.1.2) Criação de ferramentas e materiais educacionais piloto (jogos, folhetos,guias de instrução, folder, e estandes - segundo priorização da oficina) queintegrem conhecimento local e cientifico e reconheçam o papel do pescadorprofissional na sociedade

B.3) Oficina de desenvolvimento de aquários públicos menores como ferramentasde interpretação do ambiente no nível da comunidade

B. 4) Esforços no sentido de facilitar o desenvolvimento de programasinterpretativos de assuntos da pesca no rádio e televisão

B.2 Atividades para público em geral do Brasil

O público geral do Brasil fica menos exposto cotidianamente ao ambiente aquático,mas provavelmente danifica-o muito durante o contato ocasional ou por meio deefeitos secundários da vida normal. As atividades deverão focar a conscientização depessoas sobre o recurso aquático valioso que lhes pertence e sobre as pessoas quedependem desse recurso, as ameaças ao recurso, e coisas que podem ser feitas paraajudar na preservação. As atividades incluem:

B.2.1) Oficina para definir prioridades de audiências e desenho de estandes,folder, e interpretação para essas diferentes audiências (parte da oficinaB.1.1)

B.2.2) Desenvolvimento de estandes móveis e folders que integrem informaçõeslocais e técnicas para apresentar o ecossistema aquático brasileiro (piloto aser selecionado a partir da priorização B.2.1)

B.2.3) Oficina para apoiar o planejamento e desenvolvimento de aquáriospúblicos em centros urbanos maiores no Brasil

B.2.4) Contribuição de experiências do projeto para programas de televisãoproduzidos localmente que mostrem assuntos de pesca

B.3. Atividades para público-alvo canadense e internacional

A principal função da conscientização do público canadense e internacional deecossistemas aquáticos do Brasil é apoiar um ambiente de participação internacionalapropriado à gestão e conservação do recurso pesqueiro. Isto ajuda também a criarorgulho brasileiro sobre seu próprio recurso. As atividades serão:

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B.3.1) Promoção de cobertura televisiva e da imprensa do projeto no Canadá

B.3.2) Ajuda ao desenho e implementação da nova galeria de peixes brasileirosno Aquário de Vancouver (Canadá)

Indicadores de desempenho

• Número de jogos, folhetos, guias de instrução, estandes feitos e distribuídos

• Número de participações em programas de televisão e artigos publicados naimprensa

• Número e tipo de planos comunitários de construção de aquários

• Número de estratégias de conscientização de assuntos-chave

• Número de oportunidades de conscientização aproveitados no Brasil e Canadá.

Participantes brasileiros

Chave

UFSCar, UFMG (Elos), Polícia Militar, Nupelia, Colônias e Federação, CAP, Xingó,UFAL, SRH, IBAMA.

Participantes

Embrapa, IARA,IEF, Provarzea.

Interessados

UTAM, UESC.

Participantes canadenses

Vancouver Aquarium, Imagecraft Studios, e WFT.

Organização /coordenação

Brasil: CAP

Canadá : WFT

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Tema transversal C: Ajudando a criar oportunidades para mulheres,jovens, e famílias

Resumo

Provisão de oportunidades iguais para homens e mulheres em todas asatividades do projeto e construção de oportunidades para o bem-estar de jovens efamílias serão prioridades neste projeto. Identificação de problemas enecessidades relacionados a sexo/juventude/família serão um dos temas emquase todas as oficinas, palestras e entrevistas neste projeto (participação deambos Brasileiros e canadenses ). Isso irá incluir:

• Monitoramento de resultados desagregados por gênero;

• Oficinas em comunidades e Colônias de Pesca identificando necessidadessociais e educacionais, além de recursos disponíveis e maneiras de fortalecê-los.

• Suporte para rede de comunicações entre ONGs comunitárias e municipalidadesque focam oportunidades para mulheres e classes sociais não privilegiadas(como indicado acima).

Efeitos

• Oportunidades novas e iguais de modo de vida e de acesso aos serviços paramulheres e jovens das comunidades pesqueiras;

• Maior conscientização sobre gênero, juventude, e assuntos familiares nascomunidades- piloto;

• Maior capacidade de subsistência familiar saudável nas comunidades pesqueirasda área piloto.

Indicadores

• Estatísticas de participação no projeto desagregadas por gênero, inclusive departicipantes das comunidades;

• Quantidade e tipo de comunicações melhoradas entre ONGs comunitárias emunicipalidades em relação a oportunidades para mulheres (reuniões, relatórios,etc.)

• Número de relatórios ou comunicações de jovens participando no projeto

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Atividades específicas ao tema

C.1) Oficinas e entrevistas específicas com mulheres e outros membros dascomunidades piloto com foco em saúde, nutrição, e modo de vida, assimcomo identificação de problemas relacionados a gênero e barreiras parasolucioná-los, inclusive formas de transferir o processo e os resultados paraoutras comunidades (juntos com as oficinas em comunidades mencionadasacima)

C.2) Visita técnica de especialista brasileira sobre gênero ao Canadá para reverassuntos e estratégias de eqüidade de gênero, de nutrição e saúde para o bemestar de famílias ;

C.3) Oficinas para jovens em três comunidades identificando problemas e meiospara jovens participarem no projeto e programas de comunidades;

Resultados

Dados específicos sobre o bem estar de jovens e mulheres em comunidades;estratégias em como resolver problemas e iniqüidades e construir novas oportunidades

Participantes brasileiros

Chave

CAP/Município de TM, UFAL, UFSCar (Etnoecologia e Social), Projeto Elos(UFMG), e a Federação de Pescadores.

Participantes

Miriam Leal (PNDP/IBAMA) e UFRJ.

Participantes canadenses

WFT e CHS - UBC.

Organização/Coordenação

Brasil: CAP

Canada: WFT & CHS

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D: Comunicação

Resumo

Comunicação de atividades do projeto irão ser integradas ao tema de conscientizaçãopública. Os meios de comunicação incluirão uma página eletrônica, um jornal anual, efilmes de vídeo de componentes- chave. Além de comunicação entre os parceiros.televisão e imprensa pública serão utilizadas tanto quanto possível para promover oprojeto para o público em geral, no Brasil e no Canadá.

Atividades específicas sobre o tema

D.1) Construção e manutenção de página eletrônica do projeto

D.2) Criação e produção de um jornal do projeto

D.3) Criação de outro material de publicidade do projeto

Resultados

Conscientização de parceiros e financiadores do progresso do projeto e oportunidadesdentro dela; meio de “feedback” aos coordenadores do projeto; maior conscientizaçãopública do projeto.

Participantes brasileiros

Chave

CAP/Município de TM, UFAL, UFSCar, Federação de Pescadores, UFRJ.

Participantes

SRH, IBAMA, and MA.

Organização/coordenação

Brasil: UFAL e UFRJ (Antonio Marcos).

Canadá : WFT

Participantes canadenses

WFT, UBC, Imagecraft Studios, e Vancouver Aquarium.

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Apêndice 2: Parceiros e Evolução daProposta

Evolução da Proposta

A proposta atual se originou, de um lado, do projeto Conservação Genética de Peixesda WFT, financiado pela CIDA, e, do outro lado, do envolvimento contínuo daUFSCar em pesquisa e extensão focalizando aspectos sócio-políticos e econômicos dapesca do Rio São Francisco. O primeiro projeto da WFT, com parceiros-chave emMinas Gerais, Santa Catarina e Pantanal, focalizou elementos técnicos na conservaçãode peixe no Brasil – especificamente estratégias para manter diversidade genética daspopulações de peixe naturais e repovoadas. Tal projeto foi altamente eficiente emdesenvolver projetos de largo alcance com fundos modestos. Contudo, na suaimplementação, tornou-se claro que não estávamos tratando adequadamente asimplicações sociais da conservação e gestão da pesca. Deste modo, começamos aconstruir mais extensas parcerias e a levantar agentes diferenciados (incluindopescadores artesanais) para que pudéssemos começar a desenhar o “grande retrato”das pescas de água doce no Brasil. Isto inclui o Centro de Apoio ao Pescador em TrêsMarias e a Federaçao de Pescadores de Minas Gerais, por intermédio da BarbaraJohnsen (atualmente Secretária do Meio Ambiente do Município de Três Marias,Presidente da Fundação São Francisco – orgão gestor da CAP, Presidente de Honra daFederação dos Pescadores do Estado de Minas Gerais, e representante do SetorPesqueiro no Conselho Estadual de Recursos Hídricos). A idéia deste presente projetocresceu colaborativamente desse levantamento, assim como um livro sobre pescas naAmérica do Sul (a ser publicado pelo Banco Mundial e a IDRC). Uma propostapreliminar baseada nessas idéias foi aprovada preliminarmente pela CIDA, nadependência de fortalecimentos adicionais dos componentes sociais e planos deadministração.

Neste ponto, WFT se aproximou da Dra Norma Valêncio, da UFSCar, para seaconselhar quanto aos componentes sociais brasileiros da proposta a ser assistida nacoordenação global brasileira. Dra Valêncio tem trabalhado com assuntos sociais dascomunidades pesqueiras no Rio São Francisco há vários anos, e já trabalhou comcomunidades pesqueiras na Bacia Amazônica e do Paraná. Tem sido também muitoativa nacionalmente em várias iniciativas para estudar e melhorar a cidadania degrupos desprivilegiados. Já colaborou diretamente com o Ministério da Justiça e aUNESCO, como interlocutora representante da presidência do Forum Nacional dosPro-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, na promoção deações de extensão universitárias visando a implantação de alguns dos objetivosprioritários da Política Nacional de Direitos Humanos. Ela tem, assim, contribuídoconsideravelmente para o desenvolvimento do projeto e para forjar parcerias

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adicionais que melhor representarão as Ciências Sociais e conhecimentos e habilidadesem processos participativos no Brasil.

A UFSCar trabalhou, no seu parte, com a CAP e Federação de Pescadores, inclusivopor intermédio e co-responsibilidade de Barbara Johnsen. Um novo documento foisubseqüentemente submetido à CIDA e ABC, conjuntamente pela WFT e UFSCar.

Após a aprovação da nova proposta preliminar, a CIDA proporcionou fundos dedesenvolvimento para o WFT. O WFT usou esses fundos para realizar, junto com aUFSCar, reuniões participatórias com todos os potenciais parceiros em Brasília paraconsultas sobre o conteúdo e implementação da proposta, para realizar uma reunião dedesenvolvimento com pescadores em Três Marias, para fazer uma visita de avaliaçãoao baixo Rio São Francisco, para visitar Santarém com o objetivo de avaliarconhecimentos e habilidades em co-gestão existentes em pesca, e para se correspondercom os muitos parceiros canadenses e brasileiros com o objetivo de preparar aproposta final do projeto. Pescadores artesanais profissionais participaram naelaboração desta proposta, representados pelos líderes de três colônias de pescadoresdo São Francisco assim como pelo presidente da Federação das Colônias de Pesca doEstado de Minas Gerais.

Parceiros Brasileiros

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – Pro-Reitoria de Extensão(coordenação geral)

A Pro-Reitoria de Extensão (PROEx) da UFSCar é o parceiro focal do projeto noBrasil.O Núcleo de Extensão Cidadania, vinculado à Pro-Reitoria de Extensão daUniversidade, tem uma longa história de ser um dos foci acadêmicos de defesa dosdireitos humanos no Brasil, em particular dos grupos em desvantagem, por meio devárias atividades que interligam o ensino e a pesquisa. Uma delas é a que enfoca pescaartesanal, pela: 1) realização de cursos de extensão, para a comunidade em geral, sobreo tema dos direitos desse grupo social (atividade apoiada pelo Ministério da Justiça e aUNESCO); 2) produção de materiais de educação ambiental voltados para as escolas ecomunidade em geral sobre o tema da valorização dessa atividade (articulado com olaboratório de Ecologia Humana da UFSCar e apoiado pelo Ministério da Justiça,UNESCO, USP, entre outros); 3) realização de cursos de capacitação para as colôniasde pesca (apoiado pela Delegacia Federal da Agricultura do Estado de Minas Gerais),entre outros. Esse Núcleo assessorou voluntariamente a Federação das Colônias dePesca de Minas Gerais nas suas demandas junto ao Ministério da Justiça e junto àSecretaria Estadual dos Direitos Humanos de Minas Gerais, sobretudo na solicitaçãode providências para apuração de denúncias de abuso de autoridade, incluindo práticasde tortura, e colaboração no reconhecimento público aos direitos da categoria. Po meiodesse Núcleo, temas como “pesca profissional artesanal” e “garantia dos direitossociais no acesso à e uso da água”, entre outros ( como direitos dos obesos; direitos dascrianças e jovens com disfunção alimentar; organização comunitária contra a

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violência,etc) chegaram oficialmente ao Ministério da Justiça como sugestão para oaprimoramento do Programa Nacional de Direitos Humanos, a ser revistoproximamente. As atividades de pesquisa sobre a sócio-economia da pesca no SãoFrancisco – que este Núcleo também desenvolveu em articulação com o Núcleo dePesquisa e Documentação do Departamento de Ciências Sociais da UniversidadeFederal de São Carlos e com o Laboratório de Ecologia Humana (sob os auspícios doMinistério da Ciência e Tecnologia, por meio do Programa de Apoio aoDesenvolvimento Científico e Tecnológico (PACDT/Ciamb), coordenado pelaUFMG) – são a base de parte significativa das informações disponíveis sobre ascondições atuais de vida e trabalho da comunidade que constam da presente proposta.

UFSCar- Laboratório de Ecologia Humana e Etnoecologia (LEHE)

O LEHE tem sido muito ativo no vale do Rio São Francisco no desenvolvimento deum campo pioneiro de “etnobiologia” de comunidades de pesca em água doce,sobretudo na análise de prática de pesca artesanal. O interesse dos estudos incluimelhoramento da vida em comunidades de pesca e sustentabilidade dos meios desobrevivência dos pescadores. O LEHE participará em todos os aspectos relevantes doprojeto, incluindo pesquisa do processo de desenvolvimento, e em projetos deextensão que incorporem resultados.

UFSCar - Núcleo de Pesquisa e Documentação (NPD) do Departamentode Ciências Sociais

O Núcleo de Pesquisa e Documentação do Departamento de Ciências Sociais – NPDmantém um programa de políticas públicas, que se divide em dois sub-programas: umque tem, como objetivo maior, estudar condições de vida e outro que tem, comoobjetivo maior, organizar e analisar indicadores sociais que se dirigem a expressar emedir a desigualdade social. Esses dois sub-programas têm abrigado vários projetosdesenvolvidos por alunos e professores que se vinculam ao Núcleo. Por meio de suacoordenadora, Profa. Maria Inês Rauter Mancuso, o Núcleo colaborou com o Núcleode Extensão Cidadania nas atividades de pesquisa sobre a sócio-economia da pesca noSão Francisco.

UFSCar- Departamento de Genética e Evolução, Grupo de Pesquisa emCitogenética e Biologia Molecular de Peixes

O Departamento de Genética e Evolução da UFSCar, um dos líderes no Brasil emestudos de genética de populações de peixes, desenvolve alguns projetos atuais nabacia do São Francisco. Este grupo começou a empregar modernas tecnologias deDNA para identificação de populações de peixes (fingerprinting), e está muitointeressado em desenvolver essa competência e aplicá-la a problemas de pesca no RioSão Francisco. Os especialistas canadenses sobre DNA serão recebidos nesteDepartamento para ajudar a implementar a tecnologia de DNA e ministrar cursos, ealguns dos treinandos brasileiros no Canadá poderão sair deste grupo. O líder dogrupo, Dr. Pedro Galetti, é também pro-reitor de pesquisa na UFSCar, o quecontribuirá para gestão de projetos quando necessário.

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UFSCar – Pós-Graduação em Engenharia Urbana (PPGEU)

O Dr. João Cordeiro, professor da PPGEU, tem trabalhado há mais de 20 anos comconcientização ambiental e social de engenheiros civis no Brasil. O Dr. Cordeiroatualmente é presidente da Associação Brasileira de Escolas de Engenharia, e essacondição é estratégica para a implementação de novas regras obrigando a inclusão detais matérias nos curricula. Ele tem ministrado, também, cursos de especialização emvárias instituições para engenheros já credenciados e, no projeto atual, vai contribuircom os esforços de criar políticas responsáveis pelo ambiente e pela sociedade nasindústrias influindo no ambiente aquático e na pesca continental do Brasil.

Centro de Apoio ao Pescador – CAP/ Fundação São Francisco - FASFRAN

O CAP é dirigido pela Fundação São Francisco da municipalidade de Três Marias,uma pequena cidade localizada no centro do estado de Minas Gerais, na porção maisalta do médio Rio São Francisco. Essa cidade originou-se, na segunda metade doséculo XX, da construção da Usina Hidroelétrica de Três Marias, hoje sob concessãoda CEMIG. O Centro foi construído no final dos anos 90, com assistência do BancoInteramericano do Desenvolvimento – BID e apoio de uma variedade de organizaçõeslocais. Sua função é prover treinamento e recursos para auxiliar pescadores artesanaise promover educação ambiental para as escolas de Três Marias. Quanto ao primeiroobjetivo, desenvolve atividades que promovem alternativas de meios de vida (taiscomo processamento de valor agregado e cultivo de peixes). Quanto ao segundoobjetivo, o CAP recentemente fundou a Eco-Escola Francisco Borges e abriga o Cursode Pós-Graduação da UNIMONTES de Ecologia, Conservação e Manejo dosRecursos Naturais. O CAP será um componente central da implementação dasatividades do projeto dirigidas aos pescadores. Ele também ajudará na coordenaçãoexecutiva do Tema Transversal sobre Educação e Conscientização Pública.

Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF)

A CODEVASF é uma empresa do governo federal criada na década de 30 do século20 com a tarefa de apoiar o desenvolvimento do vale do São Francisco. Com essaincumbência, ela está interessada no controle de inundações, irrigação, edesenvolvimento da agricultura. É também muito ativa no desenvolvimento de cultivode peixes. A CODEVASF, em parceria com a CEMIG, abriga a Estação deHidrobiologia e Piscicultura do Rio São Francisco em Três Marias, sobresponsabilidade do Dr. Yoshimi Sato, cuja missão ecológica inclui estudos e cultivode peixes nativos em sua base. Essa estação também provê informações e peixesjovens para o CAP.

Colônia de Pescadores: Pirapora, São Francisco, Januária e Três Marias

“Colônias” de pescadores são organizações comunitárias para pescadores artesanaisprofissionais no Brasil. Três dessas, associadas às municipalidades de Três Marias,Pirapora e São Francisco, representam aproximadamente 300 pescadores artesanaisque moram em cidades ao longo de 600 km do médio ao alto Rio São Francisco. Essespescadores fazem parte das comunidades-piloto atingidas pelas iniciativas de

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desenvolvimento comunitário, com participação inicial por meio de uma rede localrepresentada por Três Marias.

Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA) – Pantanal

A Embrapa é uma companhia de pesquisa federal para agricultura, comreconhecimento mundial por muitos de seus trabalhos. No Pantanal, a companhia estáinteressada na gestão da pesca, trabalhando intimamente com o governo do Estado doMato Grosso do Sul. O interesse se dirige para tecnologias para melhorar a gestão dapesca. Com uma área pantanosa relativamente não desenvolvida na qual a pescaesportiva é fortemente desenvolvida, o Pantanal permitirá estudos comparativos comlições valiosas para a situação do São Francisco.

Fundação Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (FEMA-MT)

A FEMA-MT é responsável pela criação, implantação e fiscalização de políticasambientais do estado, entre as quais as voltadas para a manutenção da integridade dosecossistemas aquáticos incluindo as populações de peixes nativos. A participação daFEMA-MT dar-se-á pela Coordenadoria de Pesca e Piscicultura que se dedica, peloPrograma Pantanal e o projeto Gestão dos Recursos Pesqueiros no Pantanal, tanto peloprojeto de monitoramento da atividade reprodutiva das espécies reofílicas da sub-baciado Rio Juruena e do Pantanal, quanto pela coleta e comercialização de iscas vivas,atividade que está sendo apoiada pelo GEF.

Federação de Pescadores - FPMG

A Federação de Pescadores, uma de cada estado, representa os pescadores artesanaisna Confederação em nível federal. A Federação é responsável pela comunicação comas Colônias e Associações, e lhes deve apoio em suas atividades. A Federação dePescadores de Minas Gerais será essencial para a implementação das atividades doprojeto na área piloto, e será importante em transmitir resultados do projeto eprocessos de co-gestão desenvolvidos para outras áreas do vale do São Francisco, parao resto do estado de Minas Gerais ( em outras bacias hidrográficas que cortam esseextenso estado da federação) e para o resto do país (partilhando as lições aprendidascom as demais federações e com a Confederação).

Instituto Amazônico de Manejo Sustentável dos Recursos Ambientais(IARA)

IARA é uma ONG trabalhando em Santarém, Estado do Amazonas, em gestão dapesca com base em comunidades. A organização evoluiu de um projeto IBAMA/ GTZdo início dos anos 90 do século XX que tinha o objetivo de desenvolver processospara pescadores no Amazonas. O grupo continuou não somente dando apoio acomunidades-piloto do projeto IBAMA/GTZ, mas também iniciando processossimilares em municipalidades adjacentes. Neste projeto, IARA, com o Projeto Várzeado IBAMA em Manaus, fará uso de suas experiências e de inputs canadenses paraajudar a iniciar o processo de co-gestão no vale do São Francisco. Financiamentos

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complementares do Conselho de Pesquisa de Desenvolvimento Internacional estãosendo vislumbrados para ajudar neste processo.

Ministério da Agricultura (MA) - Departamento de Pesca e Aqüicultura(DPA)

O Departamento de Pesca do Ministério da Agricultura, órgão federal, recuperourecentemente a jurisdição do desenvolvimento de pesca do Ministério de Meio-Ambiente (MMA), com um mandato de desenvolvimento de pesca e potencialaqüicultura, assim como de regulação de alguns aspectos de atividades de pesca (taiscomo licenciamento). O grupo está muito interessado no projeto, particularmente noprocessamento de valor-agregado de produtos de pesca e de aqüicultura. Eles serãocoordenadores executivos iniciais do Subprojeto 2 (Construindo um modo de vidasustentável)

Ministério da Justiça (MJ) - Departamento de Proteção aos DireitosHumanos

O Ministério da Justiça, órgão federal, é o responsável pela formulação,implementação e aperfeiçoamento do Programa Nacional dos Direitos Humanos. Pormeio da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e, mais especificamente, doDepartamento de Proteção aos Direitos Humanos, pretende-se que a sua participaçãono projeto contribua, sempre que necessário, nos esclarecimentos e apoio aos direitosde cidadania dos pescadores artesanais profissionais. Propõe-se também que que elesatuem na mediação/assessoria junto aos pescadores no entendimento de como asações voltadas para a implementação de um policiamento comunitário, dentre outros,possa reforçar os direitos de cidadania da categoria. O Ministério já trabalhou com aUFSCar em vários projetos para o desenvolvimento de cidadania de grupos emdesvantagem. No presente projeto, o MJ está interessado em perspectivas paraacentuar o acesso das comunidades de pescadores à sobrevivência digna, e contribuirána coordenação das atividades do Tema Transversal B (Gênero, Família e Juventude).

Ministério do Meio Ambiente (MMA): Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e Amazonas Legal (IBAMA)

O IBAMA é um órgão federal no Ministério de Meio Ambiente que se encarrega daproteção ambiental e da gestão de pesca. A esse respeito, demonstra estar muitointeressado na tecnologia e experiências a serem transferidas neste projeto. Algunscomponentes do IBAMA serão envolvidos no projeto, incluindo, em Brasília, oDepartamento de Fiscalização de Pescas e o Programa de Desenvolvimento de PescaEsportiva; o Núcleo Estadual de Minas Gerais , o Projeto Especial de Gestão de Pescada Amazônia (Pró-Várzea), uma estação de Pesquisa em Pesca em Pirassununga emSão Paulo (CEPTA). O IBAMA compartilhará as obrigações da coordenaçãoexecutiva para os sub-projeto 1 (Preparando comunidades para co-gestão) e subprojeto3 (Assegurando recursos da pesca).

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MMA / Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) – Brasília

A Secretaria de Recursos Hídricos, órgão integrante do Ministério do Meio Ambiente,é responsável pela formulação da Política de Recursos Hídricos no país. EssaSecretaria manifestou grande interesse no projeto em epígrafe, inclusive tem-secolocado como um de seus grandes incentivadores visto o caráter interativo do projeto.

Dentre as atividades previstas no projeto, para as quais a participação do MMAcontribuirá significativamente destaca-se a de capacitação das comunidades de pesca.Tal atividade permitirá uma atuação mais efetiva, por parte da comunidade, na gestãodas águas, atendendo assim, aos princípios da Política Nacional de Recursos Hídricos

Polícia Militar- Minas Gerais

O cumprimento das regulações de pesca são geralmente reforçadas pela políciaestadual, embora alguns cumprimentos também ocorram pelos agentes federais doIBAMA ou agentes ambientais estaduais. Em Minas Gerais, incluindo o alto e médioSão Francisco, o cumprimento tanto das regulações federais quanto das estaduais élevado a cabo primariamente por unidades especiais da Polícia Militar do estado.Entretanto,a concordância com as regulações pode ser baixa, e o policiamento pode serinconveniente e algumas vezes desproporcionalmente violento. Comunidades e políciareconhecem que a atual situação não está bem trabalhada, e procuram alternativas.Policiamento comunitário e educação são considerados os caminhos mais prováveispara melhorar o policiamento, e a Polícia Militar de Minas Gerais está comprometidacom esses dois componentes do projeto – incluindo incorporação de informação emseus programas de treinamento, modificando sua forma de trabalhar e incorporandomaior envolvimento comunitário nos esforços policiais.

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC – Minas):Programa de Mestrado em Zoologia de Vetebratos

Dr Hugo Godinho, do Programa de Pós Graduação de Zoologia dos Vertebrados daPUC-Minas, é um dos mais destacados pesquisadores e docentes no Brasil,particularmente no que diz respeito à fisiologia e conservação de peixes. Com extensaexperiência no Rio São Francisco. Dr. Godinho era um dos principais coordenadoresdo projeto anterior da WFT no Brasil, e um dos principais colaboradores naconstrução da presente proposta . Outros docentes da PUC-Minas atuam na área desócio-economia e ecologia gerando conhecimentos relevantes para a pesca artesanal.Este grupo irá participar em todos os componentes relevantes do projeto e colaborar nagestão conforme a necessidade.

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Universidade de Campinas (UNICAMP) - Departamento deAdministração e Política de Recursos Minerais (Instituto deGeociências, Campinas)

Dra Rachel Negrão Cavalcanti e equipe representará o Departamento deAdministração e Política de Recursos Minerais do Instituto de Geociências daUNICAMP. Dra Cavalcanti é reconhecida pesquisadora e docente na área de"Desenvolvimento, Meio Ambiente e Recursos Naturais", dando especial ênfase emrecursos minerais e hídricos superficiais e subterrâneos, objetivando contribuir com agestão das atividades relacionadas à disponibilização e usos desses recursos, de formaa prevenir, controlar e minimizar os impactos que deles resultam. Nesse projeto, suaequipe estará empenhada em aprender alguns dos métodos canadenses de análise dasustentabilidade do aproveitamento e usos dos recursos hídricos, que partem daavaliação da disponibilidade desses bens para confrontá-la com a dinâmica geológica,social, política, econômica e tecnológica de sua produção e consumo, buscandoadaptá-los ao caso da bacia do São Francisco. Dispõe-se a colaborar desse modo,dentre outras possibilidades, nas decisões participativas sobre quais os mecanismos eferramentas de política e de gerenciamento ambiental do São Francisco, vinculados àsações comunitárias, do governo e das empresas, podem ser mais efetivos na busca daredução da degradação ambiental desenvolvimento social na região focada.

Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

A UESC empreende várias pesquisas e atividades na Bahia com peixes e pescadoresde água doce e de mar, desde estudos de populações, poluição e aqüicultura atéeducação ambiental e demais ações de extensão com enfoque social (incluindopesquisa participatória e programas de conservação dirigidas pela comunidade). AUESC tem expressado interesse em todas as áreas do projeto, e participará ematividades para transmitir as lições aprendidas na Bahia.

Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

A UFAL está trabalhando com comunidades de pesca no baixo São Francisco já háalguns anos, especialmente com aspectos socio-econômicos e na melhoria detecnologias pesqueiras. Desenvolve também atividades reconhecidas deconscientização e educação à distância por meios eletrônicos. Trabalhos nessas áreassão feitos em colaboração com a UFSCar, com o Projeto Xingó, e com aCODEVASF, entre outras instituições. A UFAL participará em todos as atividadesapropriadas do projeto, além de partilhar a responsiblidade de comunicação do projetocom o equipe de UFRJ.

UFMG - Centro de Estudos em Mecanismos de Transposição de Peixes,Instituto de Ciências Biologicas (ICB), e Laboratório de Hidráulica

A UFMG é uma das instituições brasileiras líderes na pesquisa da biologia de peixeshá vários anos, desenvolvendo estudos de biologia básica e aplicada, conservação emanejo da pesca e, mais recentemente, de bio-engenharia. A UFMG foi uma das

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principais parceiras em projetos anteriores do WFT no Brasil. Ela é uma das principaisfontes de consultoria técnica para a CEMIG e para a indústria hidrelétrica em geral,particularmente por intermédio dos Professores Alexandre Godinho e Carlos Martineze do M.Sc. Ricardo Junho, membros do Centro de Estudos em Mecanismos deTransposição de Peixes, recentemente implantado com recursos do Fundo para o MeioAmbiente Mundial (Global Environment Facility), via Fundo Brasileiro paraBiodiversidade (Funbio), e da Cemig. O Prof. Evanguedes Kalapathakis, do Institutode Ciências Biológicas, desenvolve pesquisa de ponta em biologia molecular e iniciou,com assistência de projetos prévios do WFT, estudos de marcadores moleculares depeixes complementares aos de passagens de peixes e efeitos de barragens. Esse grupode pessoas da UFMG irá participar em todos os aspectos do projeto, sendo que o Prof.Godinho participará na coordenação do subprojeto 3 (Assegurando recursos da pesca).

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Coordenação dosProgramas de Pós-Graduação de Engenharia (COPPE)

Os representantes da UFRJ no projeto são vinculados à COPPE que, ao longo de seus35 anos de existência, construiu uma reputação pautada na defesa do desenvolvimentoda capacitação nacional em Ciências da Engenharia, combinando as Ciências Básicasà Engenharia. Núcleos com destacada competência de atuação na COPPE e osgraduados nas diversas áreas disseminaram essa filosofia no país e na América Latina.O Prof. Adjunto Dr. Michel Thiollent, Área de Inovação Tecnológica e OrganizaçãoIndustrial, Programa de Pós-Graduação de Engenharia de Produção, ITOI/PEP -COPPE/UFRJ, tem coordenado projetos e orientado pesquisas de mestrado edoutorado que abrangem o desenvolvimento de metodologias participativas aplicáveisao ensino, pesquisa e extensão, especialmente no contexto da capacitaçãoorganizacional de empresas, cooperativas e entidades públicas. O Programa de Pós-Graduação de Planejamento Energético – PPE – coordenado pela profa AlessandraMangrini, participará focalizando as mudanças radicais ocorridas, ao longo dos anossetenta, com a produção, transformação e uso final da energia, ressaltando, por isso, aimportância estratégica do campo de planejamento energético como objeto de estudo.O Técnico de Nível Superior em Educação, Antônio Marcos Muniz Carneiro,doutorando em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação – ECO/UFRJ, doLaboratório de Sistemas Avançados de Gestão da Produção – SAGE, sob acoordenação do Prof. Adjunto Dr. Rogerio Valle, Área Interdisciplinar de EngenhariaAmbiental, desenvolve estudos e pesquisas de novas metodologias de projetofundamentadas nas perspectivas das ciências contemporâneas da linguagem e dacognição, destacando a emergência da interlocução como ação constitutiva de projetossociotécnicos.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – Departamentosde Economia, Oceanografia e Limnologia, Biologia Celular e Genética

A UFRN, em seus vários departamentos, pesquisa fauna de peixe local, aqüicultura eestudos de cadeias produtivas na pesca, assim como empenha-se em traduzir essasatividades em benefício das comunidades locais. A UFRN participará, nas atividadesdo projeto, com a perspectiva de aplicar ensinamentos aprendidos em pescas de

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reservatório e comunidades de pesca no Rio Grande do Norte, inclusive nas águasinteriores e marinhas.

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Departamento deAqüicultura

O Departamento de Aqüicultura da UFSC, por meio do Professor Evoy Zaniboni, éativo em estudar e mitigar os efeitos do desenvolvimento de hidroelétricas do RioUruguai, recuperando populações de peixes em bacias de drenagem, e desenvolvendotecnologia de aqüicultura e estratégias para comunidades locais. Um interesseparticular se dirige a práticas de aqüicultura ambientalmente saudáveis. Dr. Zanibonifoi um dos parceiros –chave no projeto anterior da WFT- CIDA no Brasil. Este grupoparticipará em todas as atividades do projeto conforme sua prática, com a perspectivade transmitir lições aprendidas na bacia do Uruguai, particularmente naquelasassociadas com estudos de migração de peixes, radiotelemetria e aqüicultura. Estegrupo também tem considerável conhecimento/ habilidade em aqüicultura e liçõesvaliosas de um sistema de rio contrastante para contribuir com a evolução do projeto.A companhia elétrica Gerasul sera representado no projeto por meio deste grupo daUFSC.

UFSC – Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental

O Prof Dr. Daniel José da Silva do Departamento de Saneamento e EngenhariaAmbiental da Faculdade de Engenharia, tem trabalhado com desenvolvimentocomunitário em todo país, sendo bastante reconhecido na área de aplicação detecnologias participativas no planejamento e implementação de estratégias dedesenvolvimento. Neste projeto, o Dr. Silva vai participar em oficinas e congresso dedesenvolvimento participativo, além de outros aspectos apropriados.

Universidade de São Paulo (USP) - Centro de Recursos Hídricos eEcologia Aplicada (CRHEA)

O CRHEA é um dos líderes brasileiros na modelagen e implementação de estratégiasde uso de água, com uma longa história, reconhecida internacionalmente, decaracterização e manejo de represas em forma integrada. Especializações atuaisincluem a modelagem de uso de água baseada no conceito de bacia, conflítos deusuários multiplos, e educação ambiental. Essa última inclui um curso deespecialização muito bem recebido para professores do ensino fundamental e médio,abordando um conceito holístico de ecossistema de bacias de águas. CHREA tem umforte interesse nas experiências canadenses e no intercâmbio de experincîas com o valedo São Francisco. O grupo vai participar em atividades de manejo de água junto coma SRH, ajudar criar pacotes de educação ambiental, e ajudar a sediar cursos eworkshops junto a outras instituicões brasileiras e canadenses.

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Participantes Brasileiros

Agência Nacional das Águas (ANA)

A ANA, agência federal recentamente criada, tem a função de implementar as novaspolíticas orientadas pela Secretaria de Recursos Hidricos. A Agência é responsáveltanto pela fiscalização da Lei das Águas quanto pela implementacao dos Comitês dasBacias. Assim, a ANA constitui um órgão importante para as atividades do projeto ese manifestou interessada neles - particularmente naquelas ligadas ao treinamento decomunidade para participar melhor nos Comitês de Bacias. Na implantação do projeto,empenhar-se-á para que a ANA venha contribuir com esse treinamento e participe ematividades ligadas à implementacao de políticas de água.

Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG)

A CEMIG é a companhia elétrica estatal de Minas Gerais, atualmente parte depropriedade da AES dos Estados Unidos. A companhia opera a hidroelétrica de TrêsMarias além de mais do que 30 instalações em todo o Estado. O departamento demeio-ambiente da CEMIG está interessado em reduzir impactos ambientais de suasoperações, e como tal, é central para os esforços do projeto para reverter o declínio daspopulações de peixe. A companhia está também interessada em mitigar os efeitossociais sobre a pesca, e está muito interessada nas tecnologias e nas experiências aserem transferidas, e participará dessas atividades.

Fundação Biodiversitas

A Fundação Biodiversitas é uma das mais reconhecidas organizações não-governamentais em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, trabalhando na área deconservação. O grupo tem habilidades particulares em comunicação pública e emconscientização, e foi parte do último projeto da WFT no Brasil. A Fundação estaráenvolvida novamente neste projeto nas áreas de conscientização pública e educação.

Instituto Estadual de Florestas (IEF)

O IEF é a agência estadual de Minas Gerais responsável por assuntos de meio-ambiente, incluindo pesca e ecossistema aquático em rios designados como dejurisdição estadual. O instituto é ativo em gestão de pesca, tanto esportiva comocomercial, e formulou recentemente regulações de pesca que suplementam regulaçõesfederais. Iniciativas recentes também incluem programas para recuperar habitats delagoas sazonais e para recuperar peixes capturados em tais lagoas. O Instituto estáinteressado em muitos aspectos do projeto relacionadas a assuntos de gestão erecuperação ambiental.

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Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura (Nupelia)

O Nupélia é um centro de pesquisa da Universidade Estadual de Maringá, do Estadodo Paraná, que tem produzido algumas das primeiras pesquisas sobre pescas de águasdoces no Brasil e biologia de reservatórios – primariamente no Brasil sul-central, mastambém no Alto Pantanal. A organização está interessada em todos os aspectos doprojeto, e participará, tanto quanto possível, com o propósito de transmitir liçõesaprendidas para outras partes do país.

Projeto Xingó

A ONG Projeto Xingó trabalha com tecnologias que melhorariam a vida decomunidades em desvantagen no baixo Rio São Francisco, inclusive a atividade depiscicultura. Atualmente, esse grupo tem um dos projetos líderes do país na área debeneficiamento artesanal de pescado. A ONG recebe financiamento e suporte técnicoda hidroelétrica CHESF, CNPq, CODEVASF, e UFAL. Nesta proposta, o ProjetoXingó vai participar principalmente na parte de beneficiamento do pescado, inclusiveno aperfeiçoamento das atividades com apoio de períca canadense e a transferência detecnologia ao CAP e outros regiões do São Francisco. A participação deste grupo serápor meio da própria ONG ou por meio da UFAL.

Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) – Botucatu - Instituto deBiociências

O grupo de genética de peixes da UNESP, liderado pelo Dr. Fausto Foresti, é um dospioneiros nesta área de investigação, e continua a ser um dos principais líderes. Juntoscom o grupo genético da UFSCar, está começando a usar técnicas mais recentes deDNA para estudar relações familiares entre peixes. Além do estudo de populaçõesselvagens de interesse ao São Francisco, estão estudando peixes de aqüicultura epeixes estocados, com apoio da hidroelétrica Duke Power no estado de São Paulo. Noprojeto, o interesse dirige-se para técnicas novas de análise de DNA, assim como naaplicação destes técnicas de maneira que tem implicações no nível comunitário. Noprojeto, hospedarão peritos canadenses e mini-cursos de DNA, além de participar emdemais atividades.

Universidade do Estado do Amazonas (UTAM) - Instituto de Tecnologiada Amazônia - Departamento de Engenharia Florestal

O Departamento de Engenharia Florestal atua na organização de comunidades ruraispara a gestão da bio-sociodiversidade, desenvolvendo atividades de pesquisa-ação eextensão. Sua experiência com ribeirinhos inclui o resgate de conhecimentostradicionais sobre peixes e sua relação com o ambiente. Isto é, trata de recursosnaturais e revitalização de comunidades, traduzido em atividades para a melhoria doambiente: reposição de matas ciliares, material didático popular para conscientizaçãoambiental e capacitação de agentes ambientais comunitários, em parceria com aCoordenação de Fiscalização do IBAMA.

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Participantes Canadenses

World Fisheries Trust (coordenação geral)

A World Fisheries Trust (WFT) é o parceiro líder canadense nesta proposta. A WFT éuma organização não-lucrativa que promove a conservação e a gestão sustentável dabiodiversidade global por meio da pesquisa, treinamento e conhecimento público. AWFT é neutra politicamente e os seus programas são baseados cientificamente, compreocupação em construir links entre pesquisadores, gestores e comunidades.

A WFT trabalha com grupos comunitários, pesquisadores, agências governamentais,agências internacionais e corporações. O staff da WFT tem uma longa história detrabalho em projetos de pesca no Brasil e, recentemente, completou três anos comoparceiro líder no projeto Conservação Genética de Peixes – Brasil na CIDA – peloFundo de Transferência de Tecnologia. Esse projeto teve muito sucesso em construirlinks entre os receptores de tecnologias de pescas e os vários agentes afetados por eles,e em assentar bases sobre as quais se construiu a presente proposta.

Polícia de Calgary (Rick Haddow)

A força policial de Calgary é pioneira no policiamento efetivo de comunidades noCanadá. Criada em 1972, construiu um programa, reconhecido mundialmente, queintegra um policiamento muito eficaz com a construção e manutenção da saúdecomunitária. O policiamento comunitário é considerado simplesmente como uma“maneira de se conduzir”. Rick Haddow, um dos principais atores na adoção eevolução desse policiamento, é representante policial numa variedade de Comitês deDesenvolvimento Comunitário, e participou de um projeto recente sobre violênciapolicial no Brasil financiado pela CIDA. Ele trará essas habilidades e conhecimentospara que o objetivo de policiamento comunitário e desenvolvimento comunitário sejaatingido. O projeto também incorporará políciais-chave brasileiros que estiveramenvolvidos no projeto CIDA já realizado, assegurando continuidade dos investimentosjá feitos.

Universidade de British Columbia (UBC) - Centro para PovoamentoHumano (CHS)

A CHS conduz pesquisas multidisciplinares e programas de construção de capacidadesrelacionadas ao desenvolvimento regional, urbano e comunitário. O Centro é umaunidade da Escola de Comunidade de Planejamento Comunitário e Regional (SCARP)na UBC. Faculdades e estudantes associados de vários departamentos participam nosprojetos da CHS. O Centro foi criado na Conferência das Nações Unidas para oPovoamento Humano de 1976, Habitat I, realizado em Vancouver. Em 1990, CHS foidesignado “Centro de Excelência” em planificação do povoamento humano pelaAgência Internacional de Desenvolvimento Canadense (CIDA).

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As faculdades associadas estão atualmente empreendendo pesquisas orientadas parapolíticas em eqüidade de gênero, comunidades sustentáveis e saudáveis, links rural-urbano, governos metropolitanos, prevenção de desastres, análises de risco, eplanejamento participativo.

Os principais projetos atuais de construção de capacidades focalizam planejamentospara redução da pobreza e infraestrutura no Vietnã, gestão regional de águas na China,gestão de bacias hidrográficas no Brasil e planejamento do desenvolvimento escolarno Sri Lanka.

Dra. Erika de Castro será a coordenadora da participação no CHS no projetoatualmente proposto. Erika é brasileira e está também trabalhando no projeto deresponsabilidade da CHS - CIDA sobre desenvolvimento comunitário e gestão debacias hidrográficas no Brasil, na região metropolitana de São Paulo. Experiência evínculos serão trazidos para este projeto para sustentá-lo aumentando o seu sucesso epara construí-lo a partir do investimento prévio da CIDA no país.

Universidade de Victoria (UVic) – Instituto para Resolução de Disputas(IDR)

O Instituto para Resolução de Disputas (IRD) da UVic, Columbia Britânica, Canadá, éum centro interdisciplinar focado na efetiva resolução de disputas e resoluçãoalternativa de disputas (RAD) tanto do ponto de vista teórico quanto do prático.

Desde a sua inauguração em 1989, o Instituto de Resolução de Disputas (IRD)participou em um grande número de projetos internacionais, incluindo trabalhos naTailândia, Camboja, Filipinas, Cuba e África do Sul.

Maureen Maloney é diretora do Instituto para a Resolução de Disputas e éProfessora de Direito e Política Públicas da Universidade de Victoria. Ela tem umaconsiderável experiência em resolução de conflitos e administração de zonasurbanizadas tanto no Canadá como internacionalmente. Ela esteve envolvida emresolução de conflitos e projetos de direitos humanos na África do Sul, China,Guatemala, Camboja e Brasil. Tem também considerável experiência no Canadátrabalhando com meio-ambiente, pescas e tratado de conflitos, em particular com aFirst Nations Bands and Associations of Canadá.

Alex Grzybowski, M.A., fornece mediação, facilitação e serviços de planejamento deprocessos, para ajudar na resolução das disputas multi-partidárias nos setores público eprivado. Mr. Grzybowski tem extensa experiência em assuntos de uso de terra erecursos a ela relacionados e conflitos de meio ambiente no Canadá e em outrospaíses. No Canadá, ele foi designado e intermediou processos de negociação relativosa silvicultura, turismo, agricultura, mineração, pescas, gestão de propriedadesparticulares, água, conservação do meio ambiente e direitos dos povos indígenas.Internacionalmente, Mr. Grzybowski participou em administração de conflitos delargo alcance focados no desenvolvimento e capacidade institucional, assim como nafacilitação de negociações de disputas específicas.

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Ambos, Maureen e Alex, estiveram envolvidos em outros projetos realizados no Brasile, no projeto corrente, participarão com oficinas e mini-cursos de resolução de disputase comunicação, além de atuarem como facilitadores nas discussões de maiorsensibilidade que ocorrerão nesse projeto.

Departamento de Pescas e Oceanos, Canadá (DFO) – Estação Biológicado Pacífico (Dr. Chris Wood)

A Estação Biológica do Pacífico gera pesquisas de fisiologia, conservação, migração egestão de peixes. O Dr. Chris Wood é atualmente o chefe de Programas deBiodiversidade da DFO no Oeste do Canadá, e é um dos principais autores da Políticado Salmão Selvagem da DFO. Ele é um expert internacionalmente reconhecido naaplicação de informações genéticas em problemas de gestão da pesca e noplanejamento de estratégias apropriadas para a recuperação de estoques. Chrisparticipou do projeto anterior, e continuará a contribuir com competências nosaspectos de biodiversidade da gestão de pescas no Brasil, pela hospedagem detreinandos brasileiros e por meio de visitas técnicas e oficinas de treinamento noBrasil.

DFO - Programas de Guardiães e Comunidades

A DFO integra o policiamento comunitário nas atividades de fiscalização de maneirainformal, que varia entre as regiões - isto é, suas estratégias são bastante adaptavéis aoslocais. Além disto, programas de “Guardiões” fornecem times de policiamentocomunitário em algumas partes do país. A Região do Oeste (Pacífico) do Canadá temuma variedade de exemplos de estratégias de fiscalização pesqueira, inclusive algumasligadas ao co-gerenciamento comunitário de recursos. Ambos, Chris Dragseth (Diretorde Conservação e Proteção - Região Oeste) e Don Radford (Diretor de Manejo deRecursos - Região Oeste), têm ampla experiência no campo e na criação de políticaspara policiamento comunitário e na geração e implementação de estratégias de co-gerenciamento da pesca. Don também tem experiênca prévia no Brasil. Chris e Donparticiparão no projeto por meio da recepção de estagiários brasileiros da área depoliciamento e co-gerenciamento (inclusive com experiências em várias comunidades)e por meio de contribuições ao desenvolvimento de estratégias e cursos no Brasil.Esse grupo tem interesse, além deste projeto, de criar ligações de longo prazo com oBrasil na área de fiscalização pesqueira.

Instituto de Recursos Naturais – Universidade de Manitoba (FikretBerkes)

Dr. Berkes tem considerável experiência canadense e internacional na avaliação,monitoração, e implementação de programas de co-gestão de pescas, assim como naincorporação de conhecimento tradicional na administração de estratégias.

Ele foi autor, co-autor e editou vários livros e muitos papers sobre o tópico nos últimosanos e regularmente leva a cabo missões de projetos de pesca da Fundação Ford. Juntocom Cristiana Seixas, doutoranda orientada por ele com trabalho de tese sobre co-gestão de pesca no Brasil, Dr. Berkes levará a cabo uma revisão externa preliminar

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para o projeto de pescas em água doce do Brasil e de como melhor construir co-gestãocom comunidades-alvo. Participará também de missões de revisão e de oficinas de co-gestão subseqüentes.

LGL Environmental Associates Ltd.

LGL é uma das maiores companhias de consultoria sobre meio ambiente do Canadá.O escritório em Sidney BC, sob a liderança de Karl English, é especializado emBiologia e gestão de pesca, incluindo o desenvolvimento e implementação de sistemasde co-gestão em pescas para First Nations em BC e o desenvolvimento de pescas eplanos de recuperação de bacias hidrográficas. Karl colaborou com WFT no projetoprévio do Brasil para proferir palestras em sessões de conferência, para uma bemsucedida oficina de radio-etiquetagem, para dar apoio ao planejamento de projetospara parceiros brasileiros e na hospedagem de treinandos brasileiros – semprevoluntariamente. LGL também contribuirá com conhecimento e habilidades para oprojeto atual particularmente para as áreas de rádio-etiquetagem, acesso a estoques,gestão de pescas e planos de recuperação de bacias hidrográficas.

SeaStar Biotech Ltd.

SeaStar Biotech é uma companhia canadense de Victoria, B.C., especializada naaplicação de técnicas de DNA na pesquisa e administração de pescas. Entre taistécnicas sobressai o desenvolvimento e aplicação de sondas micro-satélite de DNA,uma inovação relativamente recente que está se mostrando como uma grandepromessa para uso no acesso às populações de peixes. SeaStar Biotech foi também umparceiro da WFT no projeto prévio no Brasil, e trabalhará sobre essa experiência nopresente projeto recebendo treinandos brasileiros no Canadá e realizando visitastécnicas e cursos de treinamento no Brasil.

BC Hydro and Power Corp.

A BC Hydro é uma corporação hidroelétrica de topo com habilidade técnica eadministrativa que já foi utilizada no projeto anterior. A corporação também colaboroudiretamente com a CIDA em outro projeto providenciando conservação elétrica etecnológica no Brasil. Daryl Fields é a administradora de operações executivas daCompanhia com experiência pioneira na avaliação não-monetária do meio-ambiente eimpactos hidroelétricos sociais e no desenvolvimento de políticas industriais ambientale socialmente responsáveis. Daryl forneceu alguns input no projeto anterior da WFT etrabalhará sobre essa experiência para providenciar treinamento e input sobredesenvolvimento de políticas industriais. BC Hydro também possui considerávelexperiência prática em operação de barragens que não prejudicam peixes e em planosde uso da água, e também contribuirá com essa experiência para o novo projeto, pormeio de visitas técnicas ao Brasil e de recepção de treinandos brasileiros.

Imagecraft Studio Ltd.

Imagecraft Studio é uma companhia de design de Victoria que produziu todos osmateriais de conscientização pública da WFT desde 1995, incluindo o folder premiado

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Peixes de Piracema. Ken Campbell, formado em relações públicas, é diretor dacompanhia e também docente em universidades. Imagecraft terá um papel expandidono presente projeto que inclui participação em oficinas sobre estratégias e ferramentasde conscientização para comunidades no Brasil.

Marine Institute – Universidade Memorial

The Marine Institute é um líder mundial no desenvolvimento e treinamento paraagregação de valor a produtos de pesca, processamento e marketing, com experiênciatanto para níveis artesanais como para altamente industrializados. O Instituto receberátreinandos brasileiros em St. John’s e conduzirá missões de treinamento técnico para oBrasil para ajudar no projeto de recursos de processamento e desenvolver material detreinamento para uso dos extencionistas.

Aquário de Vancouver

O Aquário de Vancouver é a principal instituição de conscientização e informação deciência aquática do Canadá e um freqüente colaborador da WFT em projetos depesquisa e conscientização. O Aquário tem experiência mundialmente reconhecida emprojetos e tecnologias em aquário tropical, gestão de aquários públicos e educaçãopara conservação - particularmente em estimar efetividades de treinamento econservação em diferentes culturas. Neste projeto, eles apresentarão oficinas sobreestabelecimento de aquários nos diferentes níveis de investimento no Brasil e ajudarãono desenvolvimento de estratégias apropriadas para o desenvolvimento deste tipo deconscientização pública. Além disso, eles serão participantes chave nas oficinas dedesenvolvimento de ferramentas educacionais apropriadas no Brasil e usarão inputs doprojeto para promover objetivos de pescas brasileiras de água doce na sua renovadagaleria tropical.

WestWind SeaLab Supplies, Watership Foundation, e DFO (Comunicaçãoe Programas Comunitários)

Esta tríade - uma companhia privada, ONG e governo - participa em programas detreinamento de pesca em escolas locais – particularmente, pela WestWind, usandoaquários em classes como ferramentas educacionais muito eficientes. CathyCarolsfeld, administradora na WestWind, morou também no Brasil e tem muitafamiliaridade com sua língua e cultura. Este grupo realizará atividades de consultoriano desenvolvimento de materiais educacionais relativos à pesca para o Brasil.

Comunidades costeiras canadenses

Várias comunidades e organizações de co-gestão da costa oeste e ártica canadenseserão convidadas para participar em exposição de realidades co-gestionadas no Canadápara visitantes de comunidades brasileiras e para construir relações inter comunidades.Essas incluem Nisga’a, RAMS, Inuvialuit Co-management Council (Inuvik)

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Apêndice 3: Análise de Gênero e AspectosSociais

Conclusões de relatório12 elaborado para o World Fisheries Trust por Karen Craggs,Gender Equality Incorporated, 19 de Novembro de 2001.

Conclusões e recomendações

A) Conclusões sobre as implicações do declínio da pesca para a divisãodo trabalho, papéis do homem e da mulher e relações de poder.

O presente relatório examina as condições sócio-econômicas, bem como a divisão dotrabalho, os papéis do homem e da mulher e as relações de poder, dentro dacomunidade pesqueira de Três Marias. São demonstradas as diversas implicações dodeclínio dos recursos pesqueiros para o homem e a mulher, para os jovens e para afamília, e avaliados os resultados da Proposta do Projeto em relação a taisconsiderações. Na conclusão, considerações relativas aos papéis do homem e damulher, aos jovens e à família são vinculadas a possíveis direções que o projetopoderia explorar. As recomendações abaixo são mais específicas, oferecendoexemplos de atividades apropriadas.

1) Relações com as Autoridades Brasileiras

A legislação concernente à pesca tem exercido um impacto significativo sobre ascomunidades pesqueiras. Em entrevistas com pescadores locais e suas esposas, ficaclaro que muitos deles percebem a legislação vigente como um empecilho para seusustento. Torna-se necessário, portanto, facilitar a compreensão dessa legislação paraque se possa cultivar uma cidadania melhor informada. Não se pode esperar que alegislação seja respeitada pela comunidade local, se não houver um vínculo entre osinteresses desta e a legislação.

Conforme assinalado por Maria Beatriz Boschi, bióloga representante do IBAMA, avontade política se traduz tanto em leis quanto em estruturas governamentais quevisem incorporar contribuições dos pescadores ao processo legislativo, de forma a darmelhores respostas às realidades dos mesmos. No entanto, os benefícios desseprocesso de consulta continuam sendo de longo prazo. É premente a necessidade deeliminar a distância, em termos de percepção, entre os legisladores e as comunidadeslocais.

12 Disponível na íntegra em inglês da WFT

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Um dado positivo é que os objetivos da proposta de projeto para a Conservação eGestão Participativa de Recursos de Pesca no Interior do Brasil aplicam-se diretamenteao desenvolvimento da legislação. O Artigo 5 da Lei Estadual da Pesca, de MinasGerais, apóia o desenvolvimento sustentável, caracterizado por prudência ecológica,igualdade social e eficiência econômica, bem como a promoção do desenvolvimentosócio-econômico e cultural dos pescadores e de suas famílias. Portanto, o projeto jáidentificou uma base legal que sustente iniciativas no sentido de promover a igualdadesocial e a sustentabilidade.

Há um grau considerável de vontade política, apoiando os objetivos deste projeto.Uma demonstração dessa vontade política foi dada recentemente pelo Prefeito de TrêsMarias, MG, ao criar um conselho de mulheres que funciona como um fórum, dandoàs mulheres da comunidade uma voz e a oportunidade de terem suas preocupaçõeseventualmente integradas à legislação e à prática.

A distância entre a legislação, a infraestrutura política e a comunidade local terá queser eliminada, para que se possa atingir a meta de fortalecer os vínculos entre asociedade civil e o governo.

2) A Estrutura Familiar

Uma análise do papel das mulheres nas comunidades de pescadores revela que,embora as mulheres estejam ativamente envolvidas nessa área, a divisão de trabalhoreflete as atitudes locais no que concerne aos papéis do homem e da mulher. A pesca étradicionalmente vista como “trabalho de homem”, enquanto as atividadescomplementares, ou seja, a confecção de redes e a limpeza e preparação dos peixespara a venda, são consideradas tarefas “menores’ e, portanto, próprias das mulheres.Há boas indicações, contudo, de que as dificuldades inerentes à vida nas comunidadespesqueiras têm promovido modificações na divisão do trabalho, trazendo, assim, umimpacto mais positivo sobre os papéis do homem e da mulher.

Em outras palavras, quanto mais desesperadora se torna a situação de uma família,devido à baixa renda obtida da pesca, tanto mais disposição o homem mostra empermitir que sua esposa participe e ajude, seja pescando junto com ele, seja exercendouma ocupação alternativa. Isto fica patente pela diferença que se percebe, em termosde atitude em relação às mulheres e seu trabalho, em áreas de baixa produtividade,como Pirapora, comparadas com áreas de alta produtividade, como Três Marias.

As dificuldades relacionadas com a pesca parecem contribuir para a desintegração dos“tradicionais” e opressivos papéis masculino e feminino. Isto é de particularsignificação para o projeto, uma vez que constitui uma oportunidade para se trabalharcom eventos que estão ocorrendo no momento, ao invés de se ter que impor algumacoisa.

3) O Papel da Religião

O papel da religião e da família é significativo como fonte de resistência e apoio para acomunidade de pescadores. Este dado tem que ser reconhecido por meio de atividadesque não causem impactos negativos à estrutura familiar. Uma vez que o projeto tem

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que trabalhar dentro das realidades sociais do contexto brasileiro, é necessário que asatividades sejam, tanto quanto possível, acessíveis e abertas à participação da família,de modo a facilitar a inclusão e envolvimento dos membros da família. A longo prazo,tal abordagem contribuiria para diminuir a resistência contra o fortalecimento do papeldas mulheres e mudanças nas relações sociais. Considerando as questões epreocupações levantadas durante a presente análise, tanto pelos membros dascomunidades quanto pelos parceiros, a abordagem mais apropriada seria umaintegração equilibrada entre medidas visando a igualdade entre os sexos e aparticipação global da comunidade.

4) O Papel da Educação

Há indicações de um consenso global, em Três Marias, de que a pesca é uma atividadede muito pouco futuro para os jovens e que, para esses, a educação é a única esperançade um futuro melhor. Seria de grande importância apoiar o desenvolvimentoeducacional dos jovens, bem como considerar o tipo de educação que poderia ser útilou relevante para seus pais. As atividades educacionais voltadas para os jovenspoderiam incluir visitas aos centros e locais de piscicultura, o desenvolvimento de umprograma escolar ou seminário sobre a vida nas comunidades pesqueiras, ou o uso dedesenhos animados e materiais educacionais “divertidos”, visando a conscientizaçãosobre as metas e finalidades do projeto.

Já para as mulheres e a família, seria desejável uma educação voltada para o aspectoda saúde, ou seja, treinamento sobre noções básicas para a sobrevivência ou sobredoenças associadas com a vida junto ao rio, as quais podem ser evitadas po medidas deprecaução, tendo em vista a falta de saneamento básico e de informações sobrenutrição e dieta. Essa atividade poderia promover uma melhoria da qualidade de vidada comunidade. O Secretário do Ministério da Ação Social informou que já háoficinas e seminários, cobrindo tais tópicos, disponíveis para as comunidades locais.Assim sendo, uma das atividades do projeto poderia, talvez, ser a divulgação dessesprogramas e de como os mesmos podem atenuar algumas das dificuldades enfrentadasnas comunidades de pescadores.

B) Conclusões sobre a análise dos papéis do homen e da mulher

1) Integração e Compreensão da Igualdade entre os Sexos

A promoção do fortalecimento do papel das mulheres e da participação ativa éessencial no contexto do projeto e da comunidade. Não basta que as mulheres confiemna vontade divina e na permissão do marido, para que as condições possam melhorar.As atividades devem reforçar a vontade e a capacidade das mulheres de terem ummaior envolvimento no processo de tomada de decisões, no âmbito do projeto etambém da comunidade em geral. Isto pode ser atingido, no contexto do projeto, pormeio de medidas já descritas na proposta, incluindo a oferta e promoção deoportunidades de treinamento e acesso a estágios, para as mulheres.

É igualmente importante ter em mente que a mera alocação de uma quota departicipação de mulheres nas atividades do projeto não facilita, a longo prazo, a

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integração significativa de considerações relativas aos papéis do homem e da mulher.Atividades que cultivem um senso de propriedade, participação, diálogo, colaboraçãoe cidadania são os únicos meios de se alcançar uma verdadeira igualdade social esustentabilidade.

Para a consecução de tal objetivo (mesmo como um resultado não planejado doprojeto), será necessário identificar os recursos e infraestrutura locais já existentes.Entre estes, incluem-se associações locais, grupos de mulheres ou ONG’s quepromovam a conscientização da importância do treinamento empresarial e daformação de alianças com as autoridades locais, visando a utilização de recursosexistentes e disponibilizados exatamente para tal finalidade. Os parceiros canadensespoderiam facilitar tal processo, estabelecendo conexões entre os diferentes parceiros erecursos locais, uma vez que o envolvimento dos canadenses iria gerar um alto nívelde interesse, comprometimento e resposta das organizações e parcerias brasileiras.

2) Metodologia para a Igualdade entre os Sexos

A igualdade entre os sexos é identificada, dentro do documento de Proposta doProjeto, como um tema transversaal a todas as demais questões (cross cutting), e osresultados do projeto visam “melhorar a renda sustentável gerada pela pesca para asfamílias carentes das comunidades de pescadores, com sensibilidade para as questõesligadas à família e aos papéis do homem e da mulher.”13

Pelas atividades do projeto, tem-se uma oportunidade e potencial significativos para aintegração e abordagem da questão da igualdade entre os sexos. Isto pode serconseguido 1) Enfatizando o princípio da eqüidade de gênero do projeto e de suasatividades. 2) Promovendo-se a igualdade entre os sexos, pela criação de componentesdo projeto que focalizem as necessidades específicas das mulheres.

Uma maneira de se garantir tais condições é implementando-se uma metodologia deigualdade entre os sexos, em todos os aspectos do projeto. Uma metodologia clara eeficaz, para esta questão, iria permitir também a consecução do objetivo a longo prazodo projeto, ou seja, o de desenvolver componentes com metodologias transferíveis.

A metodologia para abordagem da questão dos papéis masculino e feminino, para opresente projeto, seria baseada em 3 etapas, como segue:

1) Identificação de papéis, necessidades e prioridades das mulheres,

2) Consideração dos diferentes impactos que as atividades do projeto poderiamexercer sobre as mulheres e as crianças

3) Integração de práticas específicas de igualdade entre os sexos, conformedeterminadas pelas necessidades e contexto de cada comunidade.

A identificação de atividades específicas enfocando a questão da igualdade entre ossexos deverá ser feita em consulta e em parceria com a comunidade. O Conselho de

13 Executive Summary, Brazil Inland Fisheries: Participatory Management & Conservation, WFT & FUSC, 2001.

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Mulheres é um bom exemplo de fórum para se identificar as preocupações queprecisam ser abordadas, dentro da comunidade. Outros métodos de participaçãopoderiam incluir reuniões da comunidade ou a presença de representantes dasmulheres e dos jovens, nas reuniões do projeto.

Os resultados da presente análise social e dos papéis do homem e da mulher permitemuma compreensão mais clara da situação sócio-econômica das comunidades depescadores de Três Marias. O presente relatório fornece uma análise das implicaçõesdo declínio dos pesqueiros para 1) a questão dos papéis do homem e da mulher, 2)para os jovens e 3) para a família. Tal análise revela que há uma necessidade genuínade priorizar e integrar ao projeto preocupações relacionadas com estes três temas, eque tal conduta irá beneficiar a comunidade como um todo. A análise demonstra haverum interesse e apoio significativos gerados dentro da comunidade e entre asautoridades locais, órgãos governamentais e parceiros.

Foi identificada, durante a análise, a existência de inúmeros recursos e infraestrutura.A infraestrutura existente deverá, sempre que possível, ser utilizada como um recurso,ao longo de todo o Projeto. A vontade política foi transformada em infraestruturaimportante, um exemplo sendo o Conselho de Mulheres no município de Três Marias.Todos estes são sinais independentes de avanço dentro da comunidade e devem serintegrados aos planos e atividades do projeto. O desafio, para os parceiros brasileiros ecanadenses, será o de dar, à comunidade, condições para que essa possa identificarsuas necessidades e prioridades, e facilitar o avanço desejado, ao invés de utilizar umaabordagem imposta.

C) Recomendações

O presente relatório fornece recomendações baseadas no resultado da análise social edos papéis do homem e da mulher. Tais recomendações fornecem um contexto básicopara o estabelecimento de uma estratégia para a questão dos papéis do homem e damulher. Essa estratégia servirá para promover maior conscientização sobre a igualdadedos sexos, incorporar ao projeto as necessidades, prioridades e interesses das mulheres,e enfatizar a capacidade das mulheres e dos jovens de participarem efetivamente doprojeto.

As recomendações também levam em consideração os resultados já alcançados,propondo direções que poderiam ser incorporadas ao projeto. Uma vez que o projetoencontra-se ainda em fase de planejamento, o escopo e o objetivo do mesmo, emtermos das metas relacionadas com a questão dos papéis do homem e da mulher, dosjovens e da família, precisam ser claramente definidas, em consulta com a comunidadee com todos os parceiros. Embora estes três temas tenham sido identificados comosubliminares a todos os aspectos do projeto (cross cutting), é absolutamente imperativoque as diferentes realidades e necessidades das mulheres e dos jovens sejam levadasem conta e tratadas individualmente, assim como pela de integração às atividades doprojeto.

Observe-se que as seguintes recomendações podem ser integradas em diversos níveis,dentro do projeto: Nível do Projeto, Nível da Comunidade, Nível Municipal, NívelRegional, e assim por diante.

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PAPÉIS DO HOMEM E DA MULHER

Enfoque: Conscientização do Público.

Recomendação: Promover a percepção e reconhecimento dos papéis dasmulheres nas comunidades de pescadores.

Possíveis Atividades: Produzir e divulgar um artigo sobre os papéis das mulheresnas comunidades de pescadores; promover exercíciossimples, como examinar uma descrição das atividades deum homem ou uma mulher, durante um período de 24horas, para verificar que tipo de atividades eles executam eanalisar a divisão do trabalho.

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Enfoque: Promover capacitação.

Recomendação: Promover e apoiar as mulheres no sentido de as mesmas seorganizarem e terem uma participação ativa.

Possíveis Atividades: Incorporar, sempre que relevante, a utilização de oficinas eseminários de treinamento que ensinem habilidades úteis alongo prazo, tais como a formação e gestão de associações,além de abordarem questões básicas, como noções de saúdee nutrição.

Enfoque: Planejamento de RBM.

Recomendação: Desenvolver uma estratégia para abordagem da questãodos papéis do homem e da mulher, baseada emmetodologias RBM.

Possíveis Atividades: Coletar dados desagregados sobre os papéis do homem eda mulher, determinar metas específicas e desenvolverindicadores sensíveis para esse tema, monitorar e avaliarcomponentes.

OS JOVENS E A FAMÍLIA

Enfoque: Educação.

Recomendação: Apoiar e integrar oportunidades educacionais para osjovens.

Possíveis Atividades: Estágios, quotas de matrícula.

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Enfoque: Participação.

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Recomendação: Promover a participação ativa das mulheres e dos jovens noprojeto.

Possíveis Atividades: Identificar representantes dos jovens e das mulheres, paraparticiparem de todas as reuniões do projeto.

Enfoque: Direitos Humanos e Violência.

Recomendação: Estabelecer e apoiar mecanismos para proteção dospescadores contra a violência, bem como objetivar aredução da violência, através do diálogo.

Possíveis Atividades: Diálogo entre pescadores e autoridades locais,conscientização.

-----------------PROPOSTA DO PROJETO

Enfoque: Compreensão da Igualdade entre os sexos

Recomendação: Criar um consenso sobre a igualdade entre os sexos emetas relacionadas com a o tema.

Possíveis Atividades: Oficina sobre a Igualdade entre os sexos, para todos osparticipantes do projeto.

Enfoque: Formação de redes de cooperação.

Recomendação: Promover e fortalecer redes diversificadas, do tipo multi-níveis, conectando recursos e organizações locais e órgãosgovernamentais.

Possíveis Atividades: Visitar ONGs; promover visitas a Três Marias.

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Enfoque: Melhoria da Infraestrutura

Recomendação: Identificar, apoiar e incluir nas atividades do projeto“pessoas-modelos” e suas iniciativas.

Possíveis Atividades: Promover a conscientização e participação do Conselho deMulheres, bem como oficinas organizadas localmente, sobreauto-estima, habilidades empresariais, saúde.

Há que se observar que algumas das recomendações acima já foram identificadas eintegradas ao plano de proposta do projeto, porém, será necessário identificar edesenvolver atividades mais específicas, dentro do contexto e dos objetivos do projeto.