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Perspectivas Teóricas e Analíticas das Políticas Públicas

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Perspectivas Teóricas e Analíticas das Políticas Públicas

Objeto: processo de tomada de decisão

Contrasta o método incremental com o método racional-abrangente

Mostrar que há um processo de tomada de decisão sistemático e analítico na área pública

Lidar com as dificuldades cognitivas dos tomadores de decisão

2Prof. Marcos Pó

Objetivos:

Determinar valores sociais envolvidos

Estabelecer ordenação, prioridades

Avaliação de alternativas

Abrangente

Comparação das alternativas face aos valores definidos

Seleção da alternativa que maximiza o atendimento aos valores pré-definidos

3Prof. Marcos Pó

Objetivos Metas múltiplas Discordâncias, Dificuldade em clarificar e conciliar objetivos Valoração complexa

Complexidade Processos múltiplos Causalidades e endogeneidades Impactos em outras áreas

Processos Avaliação e análise empírica são relacionados

Grandes objetivos não ajudam nas escolhas cotidianas

Dessa forma faltam critérios para decisão e julgamento e o método racional seria irrealizável

4Prof. Marcos Pó

Poucos objetivos

Escolha entre alternativas com diferenças marginais

Razões

Simplifica o processo de escolha

Aproveita o conhecimento acumulado nas experiências anteriores

Dificuldade de prever conseqüências de mudanças grandes

Agências especializadas em áreas restritas

Acomodar ajustes mútuos

5Prof. Marcos Pó

Fonte: Lindblom, 1959: 81

6Prof. Marcos Pó

Avaliação e análise empírica Dificuldade/impossibilidade na valoração e determinação de

preferências Necessidade de decidir antes de ter clareza Escolha incremental ou marginal torna processo mais fácil

Meios e fins são escolhidos associadamente Valores e escolhas interligados

Critério para definir uma boa política pública No debate político não basta criticar os resultados de uma política,

deve-se apresentar alternativas Qualidade: melhor entre as alternativas apresentadas

Análise limitada (não abrangente) Impossibilidade de excelência na análise de todas as opções Simplificar o processo de escolha para superar dificuldades analíticas

7Prof. Marcos Pó

Políticas públicas não seriam uma decisão fechada, são feitas e refeitas constantemente

Cadeia de escolhas sucessivas

Razões:

Dificuldade de previsão de consequências

Controlar os resultados

Mitigar riscos

A escolha seria feita de forma comparativa simplificada

8Prof. Marcos Pó

Sistema de checks and balances Outros órgãos

Sistema político

Ajustes mútuos entre atores políticos e grupos envolvidos

Processo imperfeito e arriscado, mas que possibilita contemplar um maior número de interesses e valores

9Prof. Marcos Pó

Confronto entre as abordagens raiz x ramo

A racional-abrangente seria utópica Teorias incompletas, imprecisas

Prática de decisões incrementais: método sistemático

Necessidade de análises comparativas

10Prof. Marcos Pó

Ao administrador cabe ter maior consciência desse método para:

Melhor aplicá-lo

Entender as dificuldades de diálogo com outras realidades (entender as trajetórias)

Riscos: ligação forte das decisões com o passado fecha outras possibilidades

Necessidade de diversidade de visões para ampliar possibilidade e alternativas

11Prof. Marcos Pó

Questionamento à exequibilidade de grandes mudanças

Mistura de análise e normatividade

Escolha entre Mais ambição e ciência

Incrementalismo novo e melhorado▪ Passos mais largos

▪ Incrementar a análise científica

Três abordagens Incremental

Estratégica

Incrementalismo desarticulado12Prof. Marcos Pó

Análise incremental

Análise e escolha entre políticas alternativas que são apenas incrementalmente diferentes do status

Análise estratégica

Análise limitada para um conjunto de estratagemas visando simplificar problemas complexos de políticas públicas

É impossível a análise sinótica, a análise estratégica se coloca como possibilidade exequível de ampliar a nossa abrangência analítica

13Prof. Marcos Pó

Limitar a análise a algumas alternativas de políticas públicas

Análise dos objetivos e valores versus aspectos empíricos do problema

Uma preocupação maior com os males a serem remediados que com os resultados positivos a serem alcançados

Sequência de tentativas, erros e novas tentativas

Análise que explore apenas algumas, mas não todas, as possíveis consequências importantes de uma alternativa

Fragmentação do trabalho analítico entre os muitos participantes do processo de política pública

14Prof. Marcos Pó

Clarificação de valores, objetivos e critérios de decisão Identificação de alternativas Avaliar se o problema demanda maior nível de análise Esforço de considerar possibilidades de forma criativa Estimativa prévia de resultado das decisões: combinar minimização

de riscos e busca por inovações▪ Minimizar risco: comparações limitadas sucessivas▪ Inovações: análise com base no conhecimento disponível

Teste de “bondade”: concordância dos analistas se atende aos critérios anteriores

Teoria, experiência, racionalidade e extra-racionalidade são consideradas

Arranjos para melhorar a qualidade da política por meio de aprendizado sistemático

15Prof. Marcos Pó

Confusão entre incrementalismo e ajuste mútuo entre atores políticos

Ajustes mútuos entre partidos: grandes linhas são comuns, variações marginais

Sistema norte-americano: veto points dificultariam grande mudanças Riscos elevados – custos políticos Força política dos interesses organizados

Regimes democráticos x autoritários Política incremental permite que mudanças

importantes sejam introduzidas sem debate público

16Prof. Marcos Pó

Estratégia básica: maximizar a segurança nas mudanças

Incrementalismo pressupõe Necessidade de se estar relativamente satisfeito com

os resultados da política

Continuidade na natureza do problema

Continuidade nos métodos de se lidar com o problema

Ocorrem onde houver estabilidade social e de contexto, o que não se refletiria em países em desenvolvimento

17Prof. Marcos Pó

Risco normativo: Justificativa para os gestores ficarem “dentro da caixa”

Limitam a busca por inovações

Pode deixar de lado questões e inovações importantes

A experiência pode vir de fora, não necessariamente da vivência do decisionmaker

Problema metodológico: dificuldade de traçar linha entre o que é incremental e o que não é Graus? Revolucionário?

18Prof. Marcos Pó

Esforço em aumentar o conteúdo analítico racional

Clarificar objetivos

Pesquisa abrangente de alternativas

Trabalhar expectativas

Formulação de critérios de decisão

Lidar com aspectos extra-racionais

Julgamento intuitivo

Impressões

19Prof. Marcos Pó

Textos referenciais: COHEN, Michael; MARCH; James; OLSEN, Johan.(1972). "A Garbage Can

Model of Organizational Choice“. Administrative Science Quarterly 17 (March): 1-25.

ETZIONI, Amitai. (1967). Mixed scanning: a ‘third’ approach to decision-making”. Public Administration Review, 27(5), december. In Heidemann, F. G.; Salm, J. F. (2010). Políticas Públicas e Desenvolvimento. Mixed scanning: uma ‘terceira abiordagem da tomada de decisão. Brasília: Editora UnB. Pp 161-180

Texto complementar sugerido: CAPELLA, Ana Cláudia N. (2006). Perspectivas Teóricas sobre o Processo de

Formulação de Políticas Públicas. BIB, São Paulo, nº 61, 1º semestre de 2006, pp. 25-52

Disponível em http://perguntasaopo.wordpress.com/disciplinas/ptapp/

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