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Um dos principais obejectivos da convenção que elaborou a carta terá sido o de lhe
atribuir caracter vinculativo, atraves da sua inserção no TUE. Contudo não houve
consenso, dai que o Tratado de NICE se tenha limitado a incluir uma declaração, na
qual se previa a convocação de uma CIG para 2004, com o objectivo de se debruçar,
sobre o estatuto juridico da CDFUE.
O TL reconheceu aos direitos e liberdades e principio contidos na CDFUE de valor
identico aos dos Tratados. ( artigo 6 do TUE) A união passou a ter um catalogo de
direitos fundamentais, o qual pode ser invocado nos Tribunais da União Europeia e nos
tribunais nacionais, nos termos constantes do art. 51 n1 primeira parte da CDFUE.
9.
Limites da CartaOs estados membros restringiram a equiparação da força juridica da carta à dos
Tratados Institutivos, atraves da introdução de limites de tres tipos:
a)
Os limites de atribuição de competenciab) Os limites de intrepretação
c) Os limites de aplicação a certos Estados-membros
OS LIMITES DE ATRIBUIÇAO DE COMPETENCIA
São os tratados que regem a repartição de atribuições entre a União e os seus Estados-
membros e não a Carta.
O artigo 6 e a declaração n1 da Conferencia vem reafirmar que a carta é juridicamente
vinculativa, confirmando os direitos garantidos pela CEDH e resultantes das tradições
constitucionais comuns aos Estados membros . Acrescenta ainda que a carta não
alarga, não cria e não modifica asatribuições e competencia da União.
O artiogo 5 n2 do TFUE - a União dispoem somente das competencias que os Estados
membros lhe atribuem, explicitando-se que as competencias que não sejam atribuidas
À União pertencem aos estados membros ( art. 4 n1 do TFUE) A propria carta
corrobora este entendimento no sue artigo 51 n1 segundaparte.
LIMITES DE INTERPRETAÇÃO
Paragrafo 3 do artigo 6 tem dois limites:
- limites endogenos- as normas constantes dos artigos 51 a 54 da carta- limites exogenos- as anotações do Praesidium
Artigo 52º nº 3- refere que sempre que os direitos contidos na CDFUE coincidam com
os da CEDH, o seu sentido e alcance são identicos. Segundos as anotações á carta ,
este numero do preceito visa garantir a coerencia necessaria entre a CEDH e a CDFUE.
´
LIMITES DE APLICAÇÂO A CERTOS ESTADOS MEMBROS
Protocolo 30º - estatuto especial conferido a certos paises como o Reino Unido e a
Polonia.
O prembulo deste protocolo afirma o caracter vinculativo da carta, quer na remissãoque faz para o artigo 6 do Tue e na invocação das obrigações da Polonia e do reino
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Unido por forçado TUE e do TFUE e do direito da União em geral, quer no desejo que
estes dois estados espressaram em clarificar alguns aspectos ada palicação da carta.
Do preambulo resulta o caracter interpretativo do protocolo.
^
O Artigo 1 do protocolo deve ser interpretado no sentido que se limita a determinar
que a Carta não alarga a competencia do TJ nem dos Tribunais internos quanto à
apreciação do Direito interno em relação aos direitos liberdades e principios
consagrados na carta.
O artigo 2 limita-se a retomara ideia, constante de algumas disposições da carta, de
que o exercicio dos dieitos nelas consagrados necessitade implementação nacional, o
que significa que certos direitos não são directa e imediatamente aplicaveis.
Em suma, a professora é da opinão que este protocolo se limta a clarificar o conteudo
da carta, não se devendo configurar no opt out a par de outros que goza o reino Unidocomo por exemplo em materia de união economica.
10.
Com quem é que a União pode celebrar tratados?
11.
Que procedimentos de decisão existem? E onde estão previstos ?
- O parlemento, o Conselho Europeu, oConselho e a Comissão dispoem de poderes
autonomos de decisão, mas de sublinhar que, normalmente, as isntituições participam
conjuntamente para a formação da vontade da União europeia.
- o Tratado de lisboa aopta decuisões que, de forma mais equilibrada traduzem
oobejectivo de Laeken –maior transparencia mais democracia mais eficacia.
A partir do Tratado de Lisboa , os regulamentos, as directivas, e as decisões passaram a
constituir o Direito Derivado de toda a União, embora exista disposições transitorias
no Protocolo 36 aolicaveis aos actos antigos dos segundos e terceiros pilares. Por
outro lado o Tratado de Lisboa introduziu a distinção entre actos legislativos e actos
não legislativos de modo a clarificar o sistema.
O preocediemento de Aprovação de Actos legislativos
Artigo 289 nº3 do TFUE – os actos juridicoas adoptados por processo legislativo
constituem actos legislativos.
Os regulamentos, as directivas e as decisões ou são dotadas com base no processo
legislativo ordinario, o qual depende de uma decisão conjunta do PE e do Conselho,
sob proposta da comissão ( nº1) ou, nos casos especificos previstos nos Tratados,
esses mesmos actos são adotados no processo legislativo especial.
O Porcesso legislativo ordinario consta do art. 294 º do TFUE eaplica-seaos casos em
que os tratdos assim o preveem.
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O processo legislativo especial pode defenir-se como aquele que permite a adopção de
um acto legislativosegundo modalidades diferentes do processo legislativo ordinario –
e encontra-se no art. 289 n.2
O processo de adopção de actos não legislativos
São tres os tipos de actos não legislativos
1) Os actos que resultam directamente de uma disposição especifica dos
Tratados
2) Os actos delegados atraves dosquais um acto legislativo autoriza a Comissão a
completar ou a alterar certos elementos não essenciais de um acto legislativo
3)
Os actos de implementação da Comissão ou do Conselho quando sejam
necessarias condições uniformes de aplicação dos catos juridicamente
vinculativos da União.
Actos delegados – estão previstos no artigo 290, o qual determina que um acto
legislativo pode delegar na Comissão o poder de adopatr actos não legislativos de
alcance geral que completem ou alterem elementos não essenciais do acto legislativo.
.
O Procedimento de Comitologia e os Actos de Execução – art. 291º/3 TFUE
- É o procedimento onde intervêm os comités técnicos (realidades institucionais em
largo número, da realidade jurídica europeia, e são compostos por peritos ou técnicos,
reunindo-se quando convocados, sendo cada um presidido por um representante da
Comissão)
- O Regulamento 182/2011 de 16 de Fevereiro de 2011, substitui a decisão de
comitologia e simplifica os processos. Por força deste regulamento, há basicamente
dois procedimentos: procedimento de exame e consultivos.
- Os pareceres dos comités são importantes, pois, por exemplo, se um comité der um
parecer negativo, num procedimento de exame, esse parecer obriga a Comissão a
refazer a proposta e a atender ao sentido do parecer.
- A comitologia foi uma questão discutida no processo de revisão, porque a Comissão
queria acabar com os comités por ser uma forma indigna de tutela. O regulamento de
Fevereiro, já mencionado, tipifica os procedimentos.
- Jean-Claude Piris fala de duas funções essenciais dos comités técnicos: controlo dos
actos delegados e dos actos de execução.
Actos de execução – estao previsto no art. 291 e em regra a execução de actos
vinculados da União compete aos Estados membros. A Comissão é em regra o orgão
com competencia para a adopção de catos de execução
Processos de decisão da União europeia no dominio internacional
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O processo comum previsto no art. 218 do TFUE, aplica-se nos casos em que os
Tratados preveem que a União pode celebrar acordos internacionais com um ou mais
Estados terceiros ou organizações internacionais.
Processos internacionais especificos – as especificidades dos acordos comerciais
resultam do art.207 do TFUE e dizem respeito ( ver pág 451)
CONCLUSÂO: Existem varios tipos de processos de decisão, é certo que o Tratado de
Lisboa tentou reduzir o numero de processos bem como clarificar agumas questões,
entre as quais se destacam saber quais os interesses representados em cada uma das
isntituições que actua nosdiversos procedimentos de decisão, quais os tipos de catos
da União que cada instituição deve adopar e quais os procedimentso que lhes
correspondem.
12. Processo legislativo ordinario e especial
O Procedimento Legislativo Ordinário – A ex-co-decisão – art. 294º TFUE- O processo legislativo ordinário é aplicável em todos os casos que os Tratados
submetem a tomada de decisão à tramitação respectiva.
- Há que sublinhar que, aqui, o Conselho delibera por maioria qualificada. Às 63 bases
jurídicas já subordinadas a esta regra deliberativa, juntam-se mais 39 domínios de
acção comunitária – agora, a unanimidade é a excepção, limitada às matérias
directamente associadas ao cerne da soberania.
- Ela é exigida na revisão dos tratados, definição de sedes, regime linguístico,
harmonização fiscal, PESC, etc.
- O processo, regido pelo art. 294º TFUE, começa com a apresentação de uma
proposta ao Parlamento por parte da Comissão.
- Essa proposta irá dar lugar a um extenso e complexo diálogo, que iremos já analisar,
diálogo que implica uma primeira leitura, eventualmente uma segunda, e até uma
terceira.
Primeira Leitura
- Olhando para a proposta da Comissão, o Parlamento estabelece a sua posição que
transmite ao Conselho.
- Se o Conselho disser que sim, o acto considera-se adoptado com a formulaçãocorrespondente a essa posição – e o processo termina.
- Se o Conselho não aprovar a posição do Parlamento Europeu, vai adoptar a sua
própria posição, transmitindo-a ao Parlamento, devidamente fundamentada.
- De frisar que a Comissão não é alheia a este diálogo, informando as duas instituições
da sua posição.
Segunda Leitura
- No prazo de 3 meses, o Parlamento Europeu pode:
- Aprovar expressamente a posição do Conselho ou não se pronunciar, que vale como
uma aprovação tácita – o acto considerar-se-á adoptado com a formulação dada peloConselho, e o processo termina.
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- Mas, o Parlamento pode rejeitar pura e simplesmente a posição do Conselho, o que
implica que o acto proposto pela Comissão não foi adoptado e que, por isso, o
processo terminou.
- Pode também propor emendas à posição do Conselho, transmitindo o texto alterado
ao Conselho e à Comissão (que emite pareceres sobre as emendas propostas pelo
Parlamento).
- Se no prazo de 3 meses o Conselho aprová-las todas, o acto em questão considera-se
adoptado com a formulação decorrente das emendas do Parlamento.
- Se no prazo de 3 meses o Conselho não aprovar todas as emendas, o Presidente do
Conselho, em acordo com Presidente do Parlamento, convoca o Comité de
Conciliação.
Tentativa de Conciliação e Terceira Leitura
- O Comité de Conciliação reúne os 27 membros do Conselho ou os seusrepresentantes e outros tantos membros representando o Parlamento Europeu.
- Tem por missão chegar a acordo sobre um projecto comum de acto com base nas
posições divergentes tomadas pelas duas instituições em segunda leitura. A Comissão
trabalha no Comité e toma todas as iniciativas tendentes à aproximação de posições.
- Tem 6 semanas para tentar a conciliação:
- Se nesse prazo não acontecer, considera-se que o acto proposto pela Comissão não
foi adoptado e o processo chega ao seu termo.
- Se se aprovar um projecto comum, as duas instituições vão aprovar em terceira
leitura.
- A contar da aprovação do projecto comum, o Parlamento e o Conselho têm 6semanas para adoptar o acto em causa.
- Se nesse prazo uma das instituições não o aprovar, o acto proposto não foi adoptado
– o processo chega ao seu termo.
Os Procedimentos Legislativos Especiais
- 289º/2 TFUE – nos casos específicos previstos pelos Tratados, a adopção de um acto
jurídico da União pelo Parlamento Europeu com a participação do Conselho, ou vice-
versa, exige o recurso a um processo legislativo especial.
- Nesse processo são aplicáveis as disposições dos Tratados sobre o papel da
Comissão. Assim, em todos os casos em que se determine que o Conselho adopta um
acto sob proposta da Comissão, o Conselho só pode deliberar se a Comissão lho tiver
realmente proposto – art. 292º TFUE. Nesses casos, o Conselho só poderá alterar essa
proposta deliberando por unanimidade – 293º/1 TFUE
- Enquanto o Conselho não tiver deliberado, a Comissão pode alterar a proposta as
vezes que quiser e quando quiser – art. 293º/2
- Em qualquer caso, o acto jurídico adoptado constitui um acto legislativo.
- Há inúmeros casos, nomeadamente: deliberação de movimento de capitais, política
comum de vistos, medidas relativas ao direito da família, cooperação judiciária e
penal, etc, em que o Conselho recorre ao procedimento legislativo especial, sendo aí a
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regra de deliberação a unanimidade, apesar de haver algumas de maioria qualificada
(concorrência, pex. – 103º/1 TFUE).
- Há dois casos em que o Parlamento Europeu está autorizado a deliberar
autonomamente: definição, por meio de regulamentos, do estatuto e condições gerais
dos seus próprios membros – 223º/2 TFUE e definição, por regulamento, do estatuto
do Provedor de Justiça Europeu – art. 228º/4 TFUE
Conclusão
- Com o Tratado de Lisboa, houve um reforço na natureza democrática do
procedimento de decisão, com uma maior participação do Parlamento Europeu na
qualidade de co-decisão, bem como pela possibilidade dos Parlamentos Nacionais
intervirem com fundamento na eventual violação do princípio da subsidariedade.
- O Tratado também reconhece o direito a uma espécie de ‘petição popular’, assinada
por um milhão de cidadãos da União, à Comissão – art. 11º/4 TUE e 24º TFUE
13.
Quem toma a iniciativa para quea Comissão adopte um actodelegado?
O acto delegado é um acto de desenvolvimento do regime jurídico desenvolvido no
acto. Trata-se de um acto não legislativo de alcance geral que completa ou altera
certos elementos essenciais do acto legislativo – a sua aprovação compete à Comissão,
mediante delegação concedia pelo órgão legislativo, devendo o acto legislativo de
delegação definir os objectivos, o conteúdo, o âmbito de aplicação e o período de
vigência da delegação de poderes em favor da Comissão.
14.
Principio da subsidareiedade e p. da proporcionariedades.
O princípio da subsidiariedade
Entrou para os Tratados como cláusula geral no Tratado CE pelo Tratado de Maastrich.
Como princípio autónomo só passou a constar formalmente desse tratado com a
revisão de Amesterdão. Actualmente podemos encontra-lo no art.5º nº3 do TUE,
completado pelo Protocolo nº2.
A subsidiariedade vem fundamentalmente disciplinar o exercício das atribuições
concorrentes da União, isto é, daquelas que podem ser exercidas tanto por ela como
pelos Estados membros. Este princípio diz que a União só pode exercer essas
atribuições se demonstrar que os Estados não são capazes de as exercer de modo
suficiente e que a União é capaz de o fazer melhor a fim de alcançar os objectivos dos
Tratados. Confere portanto prioridade, ou preferência, à intervenção dos Estados. Ao
conferir esta prioridade dá aos Estados membros oportunidade de manter e reforçar a
sua especificidade, concretamente do seu ordenamento jurídico e dos princípios e
valores que o regem.
É também um princípio político por duas razões:
1º adopta uma filosófica descentralizadora nas relações entre a União e os
Estados, ampliando a soberania dos Estados, em detrimento da acção da União,
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sempre que os Estados revelem capacidade e suficiência para alcançar os fins dos
tratados;
2º relativiza o âmbito da soberania que cada Estado membro vai conservando
no processo de integração europeia, ele guardará para si tantas maiores parcelas de
soberania quanto mais capaz se vier a relevar de exercer sozinho as atribuições
concorrentes, evitando ou dispensando a intervenção da Comunidade.
O princípio da proporcionalidade
Até ao TUE o apelo ao princípio da proporcionalidade no Direito Comunitário
pela doutrina e pela jurisprudência era feito na base de que este era um princípio geral
de Direito, sendo por isso fonte de Direito Comunitário. Na jurisprudência do TJ,
impunha-se a demonstração da necessidade de proibições ou restrições traduzidas às
quatro liberdades.
O TUE valorizou profundamente o princípio da proporcionalidade, que se
encontra presente no art.5 nº4, e no Protocolo nº2. Esta ideia de proporcionalidadeapresenta três vertentes:
- necessidade da medida;
- adequação da medida;
- proporcionalidade em sentido estrito da medida, com proibição do seu
excesso.
15.O que é um regulamento? E uma directiva?Regulamento - art. 288 par.2 doTFUE - Actos gerais e abstractos, obrigatórios e
directamente aplicáveis – correspondem a actos de função normativa
- Impõe obrigações ou estabelece direitos a todos os que se incluam ou possam no
futuro a incluir-se na categoria de destinatários que o regulamento define em
abstracto e objectivamente.
- O regulamento, sem visar quem quer que seja, impõe-se a todos aqueles – UE e
instituições, Estados-Membros e órgãos, pessoas públicas e privadas.
- Note-se que um regulamento não perde o seu carácter regulamentar pelo facto denum dado momento ser possível identificar as pessoas sujeitas à aplicação das normas
que nele se contêm.
- O carácter geral e obrigatório do regulamento é expressão de um poder normativo
perfeito que permite às Instituições da UE impor autonomamente, prescindindo da
participação das instituições nacionais, a observância das disposições do acto aos
Estados Membros – é essa a grande marca de distinção da directiva.
- Além disso, como o regulamento vigora directamente na ordem interna, o TJE exigiu
que “a sua entrada em vigor e a sua aplicação a favor ou contra quaisquer sujeitos de
direito se realizem sem intervenção de qualquer medida de recepção no Direito
nacional” – Caso Variola, TJUE 10/10/1973, Proc. 34/74
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- Podem ser regulamentos do Conselho (art. 290º TFUE), do Parlamento e do Conselho
(289º/1), do Parlamento (223º/2 TFUE), da Comissão (290º/1 – regulamento de
execução) e do BCE (132º TFUE)
- Têm de estar fundamentados – art. 296º - o que implica que a Comissão e o Conselho
são poderão adoptar um regulamento após haverem procedido às consultas exigidas
pelo Tratado – violação implica nulidade, declarada pelo TJUE, pois trata-se de uma
formalidade essencial – 263º
- Assinatura, publicação e entrada em vigor nos termos do art. 297º TFUE.
Directiva- art. 288 n3 – do TFUE
A directiva distingue-se do regulamentos, relativamente ao resultado a alcançar,
deixando aos Estados membros a competencia quanto à forma e aos meios.
Em principio, a directiva não é directamente aplicavel aos individuos, pois dirige-se
apenas aos Estados-membros. Parase aplicar ao particulares necessita de tranposição
para o Direito Interno, pelo que será a norma interna e não a norma da União que sevai aplicar aos particulares.
Se os estados membros não tranpussem a directiva nos prazos nela previstos, ou
nocaso de este não existir, em tempo util, os individuos ficariam desprotegidos e em
desigualdade de circunstancias com os nacionais de outros estados membros, por
força de um incumprimento imputavel ao estado com o qual tem alguma conexao sem
que nada pudessem fazer.
Para impedir a situação o TJ considerou que verificados certos requisitos as normas
das directivas podem produzir efeitos em relação aos individuos, mesmo antes da sua
tranposição.
O efeito directo resulta, portanto, da necessidade de proteger os cidadão contra ainercia do estado.
16.
Efeito directo VS Aplicabilidade directa
Aplicabiliade Directa
É a sucetiblidade de aplicação de um acto ou norma da união, sem necessidade de
transposição porparte do estado. – art. 288 TFUE
A aplicabilidade directa opera ao nivel da aplicação da norma e é automática em relação asnormas que a posssuem, uma vez que se encontra expressamente prevsta, no TFUE para
certas fontes como é o caso dos regulamentos.
NOTA: a desnecessidade de transposição não se confunde com a desnecessidade de adopção
de medidas de implementação ou execução da norma da união.
Efeito Directo
É a susceptiblidade de invocação de uma norma da União, por parte daquele a quem essa
norma confere direitos ou obrigações, num tribunal nacional ou perante qualquer outra
autoridade publica, quer essa norma tenha sido implementada, quer não por parte do estadomembro em causa.
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Para que se possa aplicar o efeito directo é necessario que estejam reunidos tres requesitos:
Clara – não oferecer duvidas interpretativas
Precisa- a norma resultar directamente do direito
Incondicional – não estabelece condições nem requesitos para a criação daquele
direito.
A directiva tem dois efeitos :
a) Vertical: verifica-se quando o perticular invoca a norma da União nas relações que
estabelece com o Estado ou com qualque entidade publica, isto é nas relações
juridico-publicas
b) Horizontal: opera quando a norma da União é invocada nas relações juridico
privadas, ou seja, entre particulares, por qualquer um deles.
Nota: o efeito directo so opera num sentido, ou seja não é permitido o efito directo
invertido…so funciona no centido ascendente do particular contra o estado e não vice
versa.
As directivas tem efeito horizontal? – em tese existem argumentos contra a sua
admissibilidade
As directivas inicialmente não eram obrigatoriamente publicadas pelo que os
particulares não podiam saber da sua existencia
A aceitação do efeito dircto horizontal levaria a equiparação das directivas aoregulamentos ( emboraeste esteja afastado)
O efeito directo horizontal poria em causa a segurança juridica. No entanto a
recusa deste efeito iria agravar ainda mais a insegurança juridica.
O TJ admite o efitos directos horizontais incidentais. Para o Tribunal um particular não
pode ficar impedido de invocar uma norma contra o estado um direito constante de uma
directiva pelo facto de essa invocação poder vir a causar efeitos adversos contra um
terceito ( particular). Ou seja nas relações triangulares, o tribunal admite o efeito
horizontal incindental da directiva.
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17. Quais os destinatarios da directiva?
Os destinatarios são os estados membros.
18. Qual a forma de transposição de uma dirctiva em portugal?
Em portugal, o artigo 112 n8 da CRP impõe a transposição dos actos juridicos da Uniãopara a ordem juridica interna assuma a forma de lei, de decreto de lei ou de decreto
legislativo regional .
19.
Quando é que uma directiva pode ser invocada?
20.
O que é clausula passerele
21.
Onde esta prevista a clausula passerele na PESC?
O artigo 31 nº 3 do TUE introduz uma nova passarele em materia de PESC com
excepção das decisões com implicações militares e de defesa ( art.31 n3 do TUE)
22. O que é que leva que a clausula passerele não seja aplicada
nos dominios da guerra?
23. Qual foi o tratado institutivo da CECA?
O tratado institutivo da CECA foi assinado a 18 de Abril de 1951 e entrou em vigor em
25 de julho de 1952.
Robert Shumam em 1950 propos a colocação do conjunto produção franco-alema de
carvão e do aço sob a alta autoridade comum numa organização aberta a participação
de outros paises de europa. Esta proposta ficou conhecida como declaração Shuman
levando ao impulso da integração europeia na medida em que levou à primeira criação
da primeira Comunidade Europeia.
24.
Relevancia juridica dos direitos fundamentais na UE?
O Direito institucional não tem referências a direitos fundamentais, sendo que a
jurisprudência sentiu a necessidade de ir buscar princípios a outros ordenamentos
jurídicos. Os primeiros acórdãos baseiam-se nas próprias constituções dos Estados-
Membros e na Declaração Universal dos Direitos do Homem – por isso fala-se de uma
pluralidade de fontes com natureza internacional ou constitucional.
- A jurisprudência fez um esfoço de identificação e escolha das fontes para obter um
mesmo resultado. Mais do que a coabitação de diversas fontes, aquilo a que se assiste
de modo evidente, é uma crescente dependência do Direito da União Europeia em
relação a outros sistemas jurídicos no que toca a direitos fundamentais, e como
exemplo desta dependência veja-se o art. 6º/3 TUE, em que se recebe direitos
fundamentais da Convenção Europeia dos Direitos do Homem e das próprias
constituções dos Estados-Membros.
- Na interpretação do sentido dos Direitos Fundamentais da Carta, deve o juiz ter em
conta a letra da lei e os princípios que a carta tenha firmado. O Tratado diz o mesmo
em relação aos direitos que estão na carta - v. Anexo 52.
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- A consagração do nível máximo de protecção – artigo 53 e 52º/3 da Carta que diz que
havendo conflito de normas entre os varios sistemas jurídicos, é flexibilizado o
princípio do primado e que deve beneficiar a norma que consagre o nível máximo de
protecção.
Métodos de Protecção
- Nos Tratados Institutivos, nada se dizia em relação ao Direitos Fundamentais,
fazendo o Tribunal de Justiça adoptar uma posição negacionista em relação a estes.
- Esta posição do Tribunal é uma posição de rigidez que recusa a aplicação de normas
constitucionais, negando a importância desta matéria.
- Entretanto, o Tribunal Constitucional Federal Alemão (BVG), proferiu dois acórdãos
importantes, os chamados acórdãos Solange (que em alemão significa ‘enquanto’), em
que se estatuía que o Tribunal só iria decidir se legislação da UE respeita ou não osdireitos fundamentais, enquanto a União Europeia não tivesse um parlamento
democraticamente eleito. Mais tarde, já havendo esse parlamento democraticamente
eleito, foi proferido um mais suave Acórdão Solange II, em que se estatuía que,
enquanto a legislação da União garantir protecção efectiva dos direitos fundamentais,
qualquer caso contra uma norma será rejeitado.
- Só em 1989 é que é aprovado um instrumento chamado Carta Comunitária dos
Direitos Sociais Fundamentais dos Trabalhadores, um acordo intergovernamental
inspirado pela Organização Internacional do Trabalho.
- O segundo marco importante é a assinatura do Tratado de Maastricht, em que os
Estados-Membros assumem um compromisso, encarando os Direitos Fundamentais
como algo de cimeira importância no Direito da União.
25. Qual o valor juridico dos principios?Principios constitucionais da União: sao os principios nos quais a união assenta, deve
entender-se que que formam o núcleo da Constituição material da União. Dão corpo
às opções fundamentais da União e aos valores que ela escolheu para regerem a suaexistência e a sua actividade.
É evidente que a união não tem Constituição formal, mas sim uma material. Nesse
sentido o TJ tem vindo a caracterizar os tratados institutivos das Comunidades como
«Constituição Interna da União».
Contudo, hoje é redutor ver na Constituição material da união apenas «Direito
interno» da União. Ela vai mais longe:
- cria a União
- define os princípios de base e os valores que a regem, a ela e aos Estados membros,- aponta-lhes os objectivos
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- fixa-lhes atribuições
- disciplina as suas relações com os Estados membros
- dá à União um aparelho orgânico e institucional para actuar
- cria os mecanismos necessários para a interpretaçao e a aplicaçao do Direito
Comunitário
- regulamenta as fontes formais do Direito da União
- salvaguarda os direitos fundamentais dos cidadãos europeus
- estabelece os meios que vão garantir a lealdade paracom união.
Deste modo, esses princípios compõem o que podemos designar como ius cogens
europeu (a sua violação gera nulidade, por força do art. 53.º da Convenção de Viena).
Eles fazem parte da Ordem Pública Europeia. Constituem autênticos limites materiais à
revisão dos tratados comunitários.
Muitos deles são princípios gerais de Direito, tendo a União adoptado como seu
Direito fundamental.
2. Princípios constitucionais e valores
Os princípios constitucionais são verdadeiros valores.
Aparecimento histórico da noção de valores da União:
- 1949, Estatuto do Conselho da Europa - os Estados membros encontram-se
“indissoluvelmente vinculados aos valores morais e espirituais que constituem o
património comum dos respectiso povos e que são, dsde logo, os princípios da
liberdade individual, da liberdade política e do primado do Direito, sobre os quais se
funda toda a verdadeira Democracia”;
26. Distinguir conselho europeu; conselho da Europa e da União europeia
O Conselho Europeu
Composição
- Tem uma legitimidade inter-governamental, de forma a preservar o equilíbrio de
poderes dentro da União.
- Reúne Chefes de Estado e de Governo, representando os Estados-Membros a mais
alto nível – art. 15º/2 TUE
- Maria Luísa Duarte acha que o Conselho é a instituição que mais beneficia com o
regime instituído no Tratado de Lisboa.
- Jean-Claude Piris concorda, afirmando que o Tratado de Lisboa consagra o papel do
Conselho Europeu como única instituição que tem liderança política geral da União
Europeia.
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- Mesmo assim, o Tratado de Lisboa tornou-o uma instituição, o que também significa
que os seus actos jurídicos podem ser fiscalizados pelo Tribunal de Justiça – art. 263º e
265º TFUE
Funções e Procedimento de Decisão
- Art. 15º TUE define principal função do Conselho Europeu: dar impulso político e
estabelecer as orientações gerais e prioridades da União
- O Conselho Europeu conserva a sua tradicional função de instância superior de
impulsão política da União, reforçada pela atribuição de poderes efectivos de
conformação de outras instituições, que antes não tinha. Assim, deixa de ser só uma
instituição de impulso político.
- Define a composição do Parlamento Europeu – art. 14º/2
- Define as formações do Conselho e o sistema de presidências rotativas – art. 236º
TFUE
- No que toca à Comissão, define o sistema de rotação de Comissários – art. 244º
TFUE, e, além disso, nomeia e põe termo ao mandato do Alto Representante (18º/1
TUE) e propõe o cargo de Presidente da Comissão (17º/7 TUE). Além disso, nomeia a
Comissão Executiva do BCE (art. 283º/2 TFUE)
- De frisar também as chamadas cláusulas de passerelle, em que o Conselho Europeutem competência para alargar os domínios de decisão por maioria qualificada no
Conselho (31º/3 TUE), bem como no processo de revisão simplificada (48º/2 e 6 TUE)
- Art. 15º/2 – não exerce funções legislativas – art . 15º/2 e só emite actos vinculativos
em certos casos
- No domínio da PESC (art. 21º ss TUE) ainda muitas competências, cabendo-lhe, nos
termos dos arts. 21º ss identificar os interesses estratégicos, estabelecer os objectivos
e definir as orientações gerais da política externa e de segurança comum, adoptando
por unanimidade as decisões necessária.
- No que toca à revisão dos tratados, o art. 48º/2 TUE prevê que os projectos de
revisão sejam enviados ao Conselho Europeu, nos termos aí estabelecidos. Mas, no da
revisão simplificada (48º/6), o Conselho Europeu pode, deliberando por unanimidade,
adoptar uma decisão que altere todas ou parte das disposições da Parte III TFUE –
Políticas da União.
- No tocante à adesão de novos membros ou abandono, cabe ao Conselho, após
consulta à Comissão e aprovação do Parlamento Europeu, pronunciar-se por
unanimidade sobre os pedidos de adesão à União, mas tendo sempre em conta os
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critérios de elegibilidade aprovados pelo Conselho Europeu – art. 49º TUE. Quanto ao
abandono, ver art. 50º TUE
- Quanto ao espaço de liberdade, segurança e justiça, o Conselho Europeu define as
orientações estratégicas – art. 68º TFUE e 61º ss TFUE
- O seu processo de deliberação continua a ser o consenso – art. 15º/4 TUE. O
consenso adequa-se melhor a uma demanda de compromissos políticos.
- Nos casos tipificados nos Tratados de votação por maioria simples – art. 235º/3 TFUE
– por maior qualificada – 236º TFUE ou por unanimidade – 244º TFUE – não participam
na deliberação nem o Presidente, nem o Presidente da Comissão, apenas vontando os
Chefes de Estado e de Governo, em nome do princípio inter-governamental.
Presidente do Conselho Europeu- Aparece o Presidente do Conselho Europeu, que tal como o Presidente da Comissão,
que também compõe o Conselho Europeu, não tem poder de voto – 15º/2 TUE
- O Presidente do Conselho Europeu é eleito por maioria qualificada, por mandato de 2
anos e meio, renovável uma vez – 15º/5 TUE
- O Presidente do Conselho Europeu tem um papel de acentuado relevo político, seja
no plano interno da dinamização das políticas da União, em articulação com o
Presidente da Comissão (15º/6 TUE) seja na representação externa, sem prejuízo do
Alto Representante.
- 15º/5 TUE in fine: “incompatível com qualquer mandato nacional” – e regional e
europeu? É preciso maior clarificação.
- As competências do Presidente do Conselho Europeu estão delineadas no art. 15º/6
O Conselho (de Ministros ou da União Europeia)
Composição
- É também dotado de legitimidade inter-governamental
- Composto por Ministros (dependendo da configuração) dos Estados-Membros
representando os mesmos. Eles actuam como representantes dos Estados-Membros,
como acontece nas organizações internacionais clássicas.
- O Tratado de Lisboa vem enfraquecer o Conselho, restringindo a sua autonomia
estatutária. Antes, o Conselho, através da aprovação de regulamento interno, podia
decidir sobre a respectiva organização interna e a presidência rotativa decidia quem
presidia a cada configuração.
- Agora, está nas mãos do Conselho Europeu a lista de formações do Conselho – art.
236º a) TFUE. Só há duas formações que têm existência garantida pelos tratados – o
Conselho dos Assuntos Gerais e o Conselho dos Negócios Estrangeiros (16º/6 TUE e
art. 236º a) TFUE)
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- Reuniões em que Conselho vote e delibere sobre actos legislativos são públicas – art.
16º/8 TUE
- Alto Representante preside o Conselho dos Negócios Estrangeiros – 18º/3 TUE; com
essa excepção, a Presidência das diferentes formações do Conselho é definida pelo
Conselho Europeu – art. 236º b) TFUE, adoptando um sistema de rotação igualitária –
16º/9 TUE.
- Agora, o sistema de presidência rotativa funciona numa lógica de troika, ou seja,
prevê-se que a Presidência do Conselho seja assegurada por grupos pré-determinados
de 3 Estados-Membros durante um período de 18 meses.
- Todas as outras configurações continuam a ser presididas pela (passe a redundância)
presidência rotativa – 236º TFUE e 16º/9 TUE, adoptando-se agora o modelo da tri-
presidência.
Funções e Procedimento de Decisão
- Art. 16º/1 TUE – função legislativa e orçamental, definindo políticas
- Tem poderes de coordenação nos domínios económico e social, como estatui o art.1º/5 e 121º TFUE; tem poderes de decisão, mas que só raramente são autónomos, i.e.,
a maioria das veses só age por proposta da Comissão – 17º/2 TUE
- Tem ainda poderes de execução, mas só excepcionalmente os exerce – 290º ss TFUE
- Para Mota de Campos, acaba por ganhar relevo como centro de concertação de
interesses nacionais
- O Tratado de Lisboa inclui provisões feitas para melhorar a eficácia do
funcionamento do Conselho. A principal medida é o aumento do número de matérias
onde o conselho age por voto por maioria qualificada, em vez de unanimidade – 16º/3
TUE.
Isto, juntamente com um novo sistema de voto por maioria qualificada mais simples,irá, em princípio facilitar a tomada de decisões.
- Agora, estende-se a maioria qualificada para novos 20 casos, nomeadamente na área
da Liberdade, Segurança e Justiça.
- No entanto, existem uma série de áreas onde ainda funciona a regra da unanimidade,
nomeadamente em questões de PESC – v. art. 31º paquê?
- Até Outubro de 2014, nos termos do disposto no art. 16º/5 TUE e do art. 3º/3 do
Protocolo Relativo às Disposições Transitórias, cada Estado-Membro disporá, no seio
do Conselho um certo número de votos num total de 345.
- Se o Conselho deliberar sobre uma proposta da Comissão, a formação da maioria
qualificada exige 255 votos favoráveis provenientes da maioria (14) dos Estados-
Membros
- Caso contrário, o Conselho só pode deliberar validamente se os 255 votos emanerem
pelo menos de 2/3 dos Estados (18).
- Porquê? Presume-se que as propostas da Comissão ou do seu Vice-Presidente (o Alto
Representante) são elaboradas tendo em conta o interesse geral da União, admitindo-
se que os interesses e preocupações dos Estados mais pequenos já tenham sido
ouvidas
- A partir de Outubro de 2014, a maioria qualificada corresponderá a, pelo menos, 55%
dos membros do Conselho num mínimo de 15, devendo estes representar Estados-Membros que reúnam, no mínimo, 65% da população da União – art. 16º/4 TUE
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27.
Porque é que o Tratado de Lisboa é Tratado de Lisboa?
28.
O tratado de Lisboa reforça os poderes do parlamento?
Sim. O TUE reforçou os poderes do Parlamento Europeu,nodominio legislativo, atraves
da inclusao do procedimento de codecisão, ou decisão conjunta, do parlamento e doconselho, o qual foi transformado no procedimento legislativo ordinario pelo Tratado
de Lisboa (ert.289 do TFUE)
Após o tratado de Lisboa, o procedimento legislativo especial mencionado no art .288
n2 do TFUE abarca os antigos procedimentos de consulta e de aprovação conferidos
ao PE um papel variável. Este procedimento aplica-se a casos especificamente
previstos nos Tratados.
No dminio do poder orçamental o PE passou a ter um poder identico ao do Conselho (
314 do tfue)
Em materia de controlo politico o parlamento sempre deteve desde a versão orginaria
dos tratados alguns poderes os quais foram sendo aumentados apos aprovação do
tratado de maaschtritch e reforçados com o Tratado de Lisboa.
29.
O que é um acto legislativo?
Nos termos do art. 289 n3 do TFUEos actos juridicos adoptados por processo
legislativo constituem actos legislativos.
Com base dos arts. 289º ss TFUE que a definição de um acto como legislativo ou não
não é feita em função da matéria, nem do órgão que o aprova, mas sim do
procedimento de aprovação.
30.
A quem pertence a iniciativa dos actos legislativos?
Art.17 n2 do Tue - estabelece que os actos legislativos da União só podem ser
adoptados sob propasta da Comissão salvo nso casos em que os Tratados digam o
contrario., o que significa que o conselho e /ou o Parlamento devem exercer o seu
poder legislativo com base num texto que deve ser formulado pela isntituição que
representa o interesse geral da união e nãoos interesses dos estados.
Art76 do TFUE – permite que a iniciativa provenha de um quarto dos estados-
membros nos dominios da cooperação judicial em materiapenal e da cooperação
policial.
O parlamento Europeu e o Conselho não detem iniciativa legislativa, mas ambos
podem solicitar á comissão que lhes submeta propostas adequadas sobre questoes
que considerem requerer a eleboração de catos da União para efeitos deaplicação dos
Tratados- art. 225 e 241 do TFUE
31.
Principio do Primado
O Primado
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- A questão do primado parece uma matéria simples, mas é um erro aceitar o primado
como matéria simplória sem densidade dogmática. A fundamentação, aplicação,
limites e consequências do primado são questões muito complexas.
- Tem que se partir da ideia de internormatividade para entender o primado – “é a
ideia de justaposição, coexistência e complementaridade de ordens jurídicas”.
- As ordens jurídicas (dos Estados) são iguais e todas se aplicam ao mesmo tempo,
sobre matérias comuns e no mesmo espaço. Naturalmente resultaram conflitos entre
normas pois há normas diferentes para regular uma mesma matéria. Resta saber qual
é a ordem que se aplica? A resposta resulta de critérios de articulação.
- Procura-se respostas coerentes à mesma questão. E qual será a solução? A resposta
seria simples se o critério fosse hierárquico o que resultaria num sistema federativo –
a norma federal seria superior à norma estadual. Mas não estamos a lidar com um
sistema federal, voltando agora à atipicidade de União, onde o primado não se resolvecomo recurso à hierarquia. Na perspectiva de Maria Luísa Duarte não há hierarquia –
“não prevalece porque é superior mas porque é materialmente competente,
prevalecendo com limites”. Ideias fundamentais:
- Inexistência de relação de hierarquia entre direito na União e direito dos Estados - a
norma estadual face à norma externa não se aplica por ineficácia e não por nulidade
como acontece na federação – o primado adquire superioridade funcional e os
tribunais devem estar sujeitos à progressão da União Europeia e não impedir esse
progresso – art. 4º/3 TUE;
- O primado não é absoluto nem condicional – existem limites, que estão ligados com o
facto do primado não estar fundado num superioridade hierárquica. O primado existe
para garantir que o direito da União seja aplicado para todas as situações em que seja
materialmente competente. Subjacente ao primado está a pacta sunt servanda – os
pactos são para cumprir. A delegação de competências é o ponto fundamental. Os
Estados desenvolveram a União para que esta em vez deles exercessem as
competências e estas competências tem dono, que são os Estados. A União existe para
exercer poderes jurídicos e prosseguir fins competentes aos estados bem como os
poderes jurídicos que os Estados delegam (que são recuperados aquando da saída de
um Estado da União). As competências são limitadas por via da delegação prevista nos
tratados. O primado da norma eurocomunitária não é absoluta e só se justifica no
quadro de matérias que foram objecto de delegação e aí é necessário para garantir a
uniformidade – “garantir a plena eficácia das normas eurocomunitárias”. O primado só
versa sobre as que estão inscritas nos tratados e tem limites. Esses limites advêm
primeiramente dos contra-limites sob forma dos direitos fundamentais estaduais.
- O primado tem de ser relativizado por causa dos direitos fundamentais bem como da
ideia de delegação de competências – “os estados não podem delegar mais do que
aquilo que eles podem fazer”. Os Estados não podem delegar poderes que elespróprios podem fazer. O Tribunal de Justiça nem sempre reconheceu esta ideia –
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houve uma fase de negação dos anos 60. Os tratados na sua versão originária não
dispunham sobre direitos fundamentais de modo que o tribunal interpretava essa
matéria como sendo do monopólio dos Estados. Começaram a surgir problemas,
resultado da norma comunitária do âmbito garantistico das normas constitucionais do
Estado. O Tribunal, numa primeira fase, (até 1969) ignora a necessidade de garantir os
seus valores. Só em 1969 se admite que deve respeitar os direitos fundamentais. Os
direitos fundamentais previstos nas constituições dos Estados, independentemente da
norma garantística, são princípios gerais de direito, e assim sendo integram na ordem
jurídica comunitária. Esta construção é habilidosa porque tirou o tribunal de estar
entre a espada e parede, pois saiu-se sem ter rejeitado o primado. A matéria dos
direitos fundamentais impôs ao tribunal de justiça uma reconstrução da sua
jurisprudência que considerava o primado numa primeira fase como absoluta e
incondicional – acórdãos 21 a 24 e o acórdão de 19 de Janeiro de 2010 – processo
C555/07
- Na noção actual, o primado continua a ser uma exigência de fonte jurisprudencial,
pois não há uma disposição expressa de que o direito da União prima sobre o dos
Estados. A única referencia que se encontra relativa ao primado, encontra-se num
anexo, e nesse mesmo anexo há remissão para a jurisprudência. O primado resulta da
vontade dos Estados e por este aspecto estes encontram-se vinculados.
Ac. Costa/ENEL de 16/07/1964
Tem por base um caso bem conhecido em que se pretendia atacar a lei italiana de
nacionalização da energia eléctrica, denunciada como incompatível com algumas das
disposições do Tratado de Roma. Tendo o juiz milanês submetido ao Tribunal aoabrigo do então 177º CEE, agora art. 267º TFUE, a questão da interpretação das
disposições comunitárias em causa, o Governo italiano contestou a admissibilidade do
recurso ao Tribunal de Justiça sustentando que a função do juiz italiano era aplicar a lei
italiana.
O Acórdão afirma que, o primado da regra comunitária se manifesta em relação a
todas as normas nacionais, quaisquer que elas sejam, anteriores ou posteriores,
tornado inaplicáveis de pleno direito todas as disposições nacionais existentes.
32.
Onde esta previsto o primado?33.
Processo de despilarização
34. Todo o direiro interno é afastado pelo primado
35. Responsabilidade extracontratual rege-se por onde?
Rege-se pelo artigo 226 e 227 do TFU
36. Onde se julga a responsabilidade extracontratual
No tribunal da União europeia
37.
Onde estão previstos os direitos da cidadania
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III – O direito à protecção de autoridades diplomáticas e consulares
Art.20º nº2 c) e art.23º do TFUE: trata-se do direito de requerer, no território de
Estados terceiros em que o Estado membro de que é nacional não se encontre
representado, protecção da parte de autoridades diplomáticos e consulares de
qualquer outro Estado membro, nas mesmas condições que os nacionais desse Estado.
Tem um conteúdo substantivo.
Este direito (novo no campo do Direito Internacional) beneficia especialmente os
nacionais dos Estados membros que, têm poucas representações diplomáticas e
consulares em Estados terceiros, particularmente em pequenos Estados ou Estados
longínquos.
Os Estados membros deveram chegar a acordo entre si no sentido de disciplinar o
exercício deste direito.
IV – O direito de petição ao Parlamento Europeu
Consta dos arts. 20º nº2 d) e 24º par.2 e encontra-se regulado pelo art.227º do TFUE.
Tem um amplo âmbito, pode incidir “sobre qualquer questão que se integre nos
domínios de actividade da Comunidade e lhe diga directamente respeito”.
Este direito tem um conteúdo adjectivo ou instrumental, ou procedimental.
V – O direito de queixa ao Provedor de Justiça
Consta dos arts. 20º nº2 d) e 24º par.3 e encontra-se regulado pelo art.228º do TFUE.O seu objecto pode dizer respeito à violação do dever de boa administração na
actuação de instituições, orgãos e organismos comunitários, com excepção do TPI e do
TJ quando actuem no exercício das suas funções.
O Estatuto do Provedor de Justiça foi aprovado por Decisão do Parlamento Europeu de
9 de Março de 1994.
VI – Direito de iniciativa
Encontra-se no 24º par.1 do TFUE e art.11º do TUE, mas ainda necessita de
regulamentação.
VII – Direito linguísticos
Encontra-se no arts. 20º nº2 d) e 24º par.4 do TFUE, com remissão para os arts.13º e
55º nº1 do TUE.
É o direito de um cidadão da União se poder dirigir por escrito a qualquer das
instituições, orgãos ou organismos da União numa das línguas dos Tratados e de obter
uma resposta na mesma língua.
4. A extensão desses direitosA extensão dos direitos pode ser avaliada em termos subjectivos e materiais:
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40. Quem são os cidadãos da EU?
Os cidadaão da União europeia são todos os nacionais dos Estados membros
41.
Quais são os direitos de cidadania?
42.
A carta dos direitos fundamentais tem a ver com a
cidadania?
Sim. Até a entrada em vigor do tratado de Lisboa, os direitos inerentesà cidadania da
União fundavam-se única e exclusivamente no TCE. Apos o TL os direitos de cidadania
passaram a ter uma dupla base de Direto Originario TFUE eaCDFUE
Ver página 232 a 236.
43. Qual a data da carta?
A data da carta éde 7 de dezembro de 2000
44.
Diferença entre aplicabilidade directa e efeito directo
45. Todos os catos que tem efeito directo carecem de
transposição?
46. Quais os actos que podem ter efeito directo
47.
O TUE o TFUE tem de ser transpostos? Mas pode ter efeito
directo…
48.
Requisitos do efeito directo mais aplicabilidade directa
49.
Quais ao actos que tem aplicabilidade directa?
50.
Principio da subsidariedade aplica-se a todas as atribuições
da UniãoVerno livro 291 ss
51.
Mecanismos para controlar a aplicação do direito de
subsidriedade
52.
Quem é quepode aprovar actos de execução
53.
Euratom e a Ceca ainda existem?
Não
54. Questoes prejudiciais
Ver pagina 54355.
Desde quando a EU se começou a preocupar com a protecção
dos direitos fundamentais
56. Categorias de acos
57. Quando surgiram os pilares e quais são? Qual é visão da
professora regente acerca da União
Ver pagina 217