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Perguntas orais de Direito da União Europeia 1. Principio da competencia de atribuições. O que é? Onde está previsto? O principio da competencia de atribuição encontra-se no artigo 13º, nº 1 do TUE. P da Competencia das Atribuições   as instituições da União só devem dispor da competencia que lhes foi atribuida pelos tr atados institutivos bem como elos tratados que alteram ou completaram, não podendo invadir as competencias umas das outras. As instituições da União tem como função realizar as tarefas que lhes são confiadas, devendo actuar dentro dos limites da competencia que lhe é conferida pelos tratados. Não dispoem postanto, de uam competencia generica. NOTA: este principio não se confunde com o principio da atribuição ( o u da especialidade) este refere-se à atribuição de poderes da propria União por parte dos Eatados membros( art.4º nº1 e 5º nº1 do TUE) enquanto o principio da competencia da atribuição se foca na competencia das instituições, dos orgãos e dos organismos. 2. Quais os tratados institutivos que ainda estão em vigor? 3. Quando é que o TUE foi aprovado? 4. Quando é que se instiuio a União Europeia 5. O TFUE reporta-se a que época? 6. O que é que acontece u à comunidade europeia com o Tratado de Lisboa ? O TCE passou a denominar-se tratado sobre o funcionamento da União ,o qual passoua ter personalidade juridica. A comunidade europeia extingui-se com o tratado de Lisboa deixamdo-se de falar em comunidade e passou-se a falar de união. 7. Porque é que o TCE passou a designar-se de TFUE? 8. Qual o valor juridico da Carta, aquando do Tratado de Nice e de Lisboa? A Carta não tinha caratcer vinculativo pelo que a protecção dos direitos fundamentais manteve-se no essencial, em moldes identicos nos varios tratados, até ao Tratado de Lisboa. Tratado de Lisboa veio introduzir um conjunto significativo de alterações no dominio da afirmação dos direitos fundamentais por parte da União Europeia a saber:  A equiparação do valor juridico da CDFUE ao dos Tratados operada pelo artigo 6º n1 do TUE  A atribuição de competencia à União Europeia para aderir à CEDH prevista no art. 6 n2 do TUE.

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Um dos principais obejectivos da convenção que elaborou a carta terá sido o de lhe

atribuir caracter vinculativo, atraves da sua inserção no TUE. Contudo não houve

consenso, dai que o Tratado de NICE se tenha limitado a incluir uma declaração, na

qual se previa a convocação de uma CIG para 2004, com o objectivo de se debruçar,

sobre o estatuto juridico da CDFUE.

O TL reconheceu aos direitos e liberdades e principio contidos na CDFUE de valor

identico aos dos Tratados. ( artigo 6 do TUE) A união passou a ter um catalogo de

direitos fundamentais, o qual pode ser invocado nos Tribunais da União Europeia e nos

tribunais nacionais, nos termos constantes do art. 51 n1 primeira parte da CDFUE.

9. 

Limites da CartaOs estados membros restringiram a equiparação da força juridica da carta à dos

Tratados Institutivos, atraves da introdução de limites de tres tipos:

a) 

Os limites de atribuição de competenciab)  Os limites de intrepretação

c)  Os limites de aplicação a certos Estados-membros

OS LIMITES DE ATRIBUIÇAO DE COMPETENCIA

São os tratados que regem a repartição de atribuições entre a União e os seus Estados-

membros e não a Carta.

O artigo 6 e a declaração n1 da Conferencia vem reafirmar que a carta é juridicamente

vinculativa, confirmando os direitos garantidos pela CEDH e resultantes das tradições

constitucionais comuns aos Estados membros . Acrescenta ainda que a carta não

alarga, não cria e não modifica asatribuições e competencia da União.

O artiogo 5 n2 do TFUE - a União dispoem somente das competencias que os Estados

membros lhe atribuem, explicitando-se que as competencias que não sejam atribuidas

À União pertencem aos estados membros ( art. 4 n1 do TFUE) A propria carta

corrobora este entendimento no sue artigo 51 n1 segundaparte.

LIMITES DE INTERPRETAÇÃO

Paragrafo 3 do artigo 6 tem dois limites:

- limites endogenos- as normas constantes dos artigos 51 a 54 da carta- limites exogenos- as anotações do Praesidium

Artigo 52º nº 3- refere que sempre que os direitos contidos na CDFUE coincidam com

os da CEDH, o seu sentido e alcance são identicos. Segundos as anotações á carta ,

este numero do preceito visa garantir a coerencia necessaria entre a CEDH e a CDFUE.

´

LIMITES DE APLICAÇÂO A CERTOS ESTADOS MEMBROS

Protocolo 30º - estatuto especial conferido a certos paises como o Reino Unido e a

Polonia.

O prembulo deste protocolo afirma o caracter vinculativo da carta, quer na remissãoque faz para o artigo 6 do Tue e na invocação das obrigações da Polonia e do reino

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Unido por forçado TUE e do TFUE e do direito da União em geral, quer no desejo que

estes dois estados espressaram em clarificar alguns aspectos ada palicação da carta.

Do preambulo resulta o caracter interpretativo do protocolo.

^

O Artigo 1 do protocolo deve ser interpretado no sentido que se limita a determinar

que a Carta não alarga a competencia do TJ nem dos Tribunais internos quanto à

apreciação do Direito interno em relação aos direitos liberdades e principios

consagrados na carta.

O artigo 2 limita-se a retomara ideia, constante de algumas disposições da carta, de

que o exercicio dos dieitos nelas consagrados necessitade implementação nacional, o

que significa que certos direitos não são directa e imediatamente aplicaveis.

Em suma, a professora é da opinão que este protocolo se limta a clarificar o conteudo

da carta, não se devendo configurar no opt out a par de outros que goza o reino Unidocomo por exemplo em materia de união economica.

10. 

Com quem é que a União pode celebrar tratados?

11. 

Que procedimentos de decisão existem? E onde estão previstos ?

- O parlemento, o Conselho Europeu, oConselho e a Comissão dispoem de poderes

autonomos de decisão, mas de sublinhar que, normalmente, as isntituições participam

conjuntamente para a formação da vontade da União europeia.

- o Tratado de lisboa aopta decuisões que, de forma mais equilibrada traduzem

oobejectivo de Laeken –maior transparencia mais democracia mais eficacia.

A partir do Tratado de Lisboa , os regulamentos, as directivas, e as decisões passaram a

constituir o Direito Derivado de toda a União, embora exista disposições transitorias

no Protocolo 36 aolicaveis aos actos antigos dos segundos e terceiros pilares. Por

outro lado o Tratado de Lisboa introduziu a distinção entre actos legislativos e actos

não legislativos de modo a clarificar o sistema.

O preocediemento de Aprovação de Actos legislativos

Artigo 289 nº3 do TFUE – os actos juridicoas adoptados por processo legislativo

constituem actos legislativos.

Os regulamentos, as directivas e as decisões ou são dotadas com base no processo

legislativo ordinario, o qual depende de uma decisão conjunta do PE e do Conselho,

sob proposta da comissão ( nº1) ou, nos casos especificos previstos nos Tratados,

esses mesmos actos são adotados no processo legislativo especial.

O Porcesso legislativo ordinario consta do art. 294 º do TFUE eaplica-seaos casos em

que os tratdos assim o preveem.

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O processo legislativo especial pode defenir-se como aquele que permite a adopção de

um acto legislativosegundo modalidades diferentes do processo legislativo ordinario – 

e encontra-se no art. 289 n.2

O processo de adopção de actos não legislativos

São tres os tipos de actos não legislativos

1)  Os actos que resultam directamente de uma disposição especifica dos

Tratados

2)  Os actos delegados atraves dosquais um acto legislativo autoriza a Comissão a

completar ou a alterar certos elementos não essenciais de um acto legislativo

3) 

Os actos de implementação da Comissão ou do Conselho quando sejam

necessarias condições uniformes de aplicação dos catos juridicamente

vinculativos da União.

Actos delegados – estão previstos no artigo 290, o qual determina que um acto

legislativo pode delegar na Comissão o poder de adopatr actos não legislativos de

alcance geral que completem ou alterem elementos não essenciais do acto legislativo.

.

O Procedimento de Comitologia e os Actos de Execução – art. 291º/3 TFUE

- É o procedimento onde intervêm os comités técnicos (realidades institucionais em

largo número, da realidade jurídica europeia, e são compostos por peritos ou técnicos,

reunindo-se quando convocados, sendo cada um presidido por um representante da

Comissão)

- O Regulamento 182/2011 de 16 de Fevereiro de 2011, substitui a decisão de

comitologia e simplifica os processos. Por força deste regulamento, há basicamente

dois procedimentos: procedimento de exame e consultivos.

- Os pareceres dos comités são importantes, pois, por exemplo, se um comité der um

parecer negativo, num procedimento de exame, esse parecer obriga a Comissão a

refazer a proposta e a atender ao sentido do parecer.

- A comitologia foi uma questão discutida no processo de revisão, porque a Comissão

queria acabar com os comités por ser uma forma indigna de tutela. O regulamento de

Fevereiro, já mencionado, tipifica os procedimentos.

- Jean-Claude Piris fala de duas funções essenciais dos comités técnicos: controlo dos

actos delegados e dos actos de execução.

Actos de execução – estao previsto no art. 291 e em regra a execução de actos

vinculados da União compete aos Estados membros. A Comissão é em regra o orgão

com competencia para a adopção de catos de execução

Processos de decisão da União europeia no dominio internacional

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O processo comum previsto no art. 218 do TFUE, aplica-se nos casos em que os

Tratados preveem que a União pode celebrar acordos internacionais com um ou mais

Estados terceiros ou organizações internacionais.

Processos internacionais especificos – as especificidades dos acordos comerciais

resultam do art.207 do TFUE e dizem respeito ( ver pág 451)

CONCLUSÂO: Existem varios tipos de processos de decisão, é certo que o Tratado de

Lisboa tentou reduzir o numero de processos bem como clarificar agumas questões,

entre as quais se destacam saber quais os interesses representados em cada uma das

isntituições que actua nosdiversos procedimentos de decisão, quais os tipos de catos

da União que cada instituição deve adopar e quais os procedimentso que lhes

correspondem.

12. Processo legislativo ordinario e especial

O Procedimento Legislativo Ordinário – A ex-co-decisão – art. 294º TFUE- O processo legislativo ordinário é aplicável em todos os casos que os Tratados

submetem a tomada de decisão à tramitação respectiva.

- Há que sublinhar que, aqui, o Conselho delibera por maioria qualificada. Às 63 bases

 jurídicas já subordinadas a esta regra deliberativa, juntam-se mais 39 domínios de

acção comunitária – agora, a unanimidade é a excepção, limitada às matérias

directamente associadas ao cerne da soberania.

- Ela é exigida na revisão dos tratados, definição de sedes, regime linguístico,

harmonização fiscal, PESC, etc.

- O processo, regido pelo art. 294º TFUE, começa com a apresentação de uma

proposta ao Parlamento por parte da Comissão.

- Essa proposta irá dar lugar a um extenso e complexo diálogo, que iremos já analisar,

diálogo que implica uma primeira leitura, eventualmente uma segunda, e até uma

terceira.

Primeira Leitura

- Olhando para a proposta da Comissão, o Parlamento estabelece a sua posição que

transmite ao Conselho.

- Se o Conselho disser que sim, o acto considera-se adoptado com a formulaçãocorrespondente a essa posição – e o processo termina.

- Se o Conselho não aprovar a posição do Parlamento Europeu, vai adoptar a sua

própria posição, transmitindo-a ao Parlamento, devidamente fundamentada.

- De frisar que a Comissão não é alheia a este diálogo, informando as duas instituições

da sua posição.

Segunda Leitura

- No prazo de 3 meses, o Parlamento Europeu pode:

- Aprovar expressamente a posição do Conselho ou não se pronunciar, que vale como

uma aprovação tácita – o acto considerar-se-á adoptado com a formulação dada peloConselho, e o processo termina.

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- Mas, o Parlamento pode rejeitar pura e simplesmente a posição do Conselho, o que

implica que o acto proposto pela Comissão não foi adoptado e que, por isso, o

processo terminou.

- Pode também propor emendas à posição do Conselho, transmitindo o texto alterado

ao Conselho e à Comissão (que emite pareceres sobre as emendas propostas pelo

Parlamento).

- Se no prazo de 3 meses o Conselho aprová-las todas, o acto em questão considera-se

adoptado com a formulação decorrente das emendas do Parlamento.

- Se no prazo de 3 meses o Conselho não aprovar todas as emendas, o Presidente do

Conselho, em acordo com Presidente do Parlamento, convoca o Comité de

Conciliação.

Tentativa de Conciliação e Terceira Leitura

- O Comité de Conciliação reúne os 27 membros do Conselho ou os seusrepresentantes e outros tantos membros representando o Parlamento Europeu.

- Tem por missão chegar a acordo sobre um projecto comum de acto com base nas

posições divergentes tomadas pelas duas instituições em segunda leitura. A Comissão

trabalha no Comité e toma todas as iniciativas tendentes à aproximação de posições.

- Tem 6 semanas para tentar a conciliação:

- Se nesse prazo não acontecer, considera-se que o acto proposto pela Comissão não

foi adoptado e o processo chega ao seu termo.

- Se se aprovar um projecto comum, as duas instituições vão aprovar em terceira

leitura.

- A contar da aprovação do projecto comum, o Parlamento e o Conselho têm 6semanas para adoptar o acto em causa.

- Se nesse prazo uma das instituições não o aprovar, o acto proposto não foi adoptado

 – o processo chega ao seu termo.

Os Procedimentos Legislativos Especiais

- 289º/2 TFUE – nos casos específicos previstos pelos Tratados, a adopção de um acto

 jurídico da União pelo Parlamento Europeu com a participação do Conselho, ou vice-

versa, exige o recurso a um processo legislativo especial.

- Nesse processo são aplicáveis as disposições dos Tratados sobre o papel da

Comissão. Assim, em todos os casos em que se determine que o Conselho adopta um

acto sob proposta da Comissão, o Conselho só pode deliberar se a Comissão lho tiver

realmente proposto – art. 292º TFUE. Nesses casos, o Conselho só poderá alterar essa

proposta deliberando por unanimidade – 293º/1 TFUE

- Enquanto o Conselho não tiver deliberado, a Comissão pode alterar a proposta as

vezes que quiser e quando quiser – art. 293º/2

- Em qualquer caso, o acto jurídico adoptado constitui um acto legislativo.

- Há inúmeros casos, nomeadamente: deliberação de movimento de capitais, política

comum de vistos, medidas relativas ao direito da família, cooperação judiciária e

penal, etc, em que o Conselho recorre ao procedimento legislativo especial, sendo aí a

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regra de deliberação a unanimidade, apesar de haver algumas de maioria qualificada

(concorrência, pex. – 103º/1 TFUE).

- Há dois casos em que o Parlamento Europeu está autorizado a deliberar

autonomamente: definição, por meio de regulamentos, do estatuto e condições gerais

dos seus próprios membros – 223º/2 TFUE e definição, por regulamento, do estatuto

do Provedor de Justiça Europeu – art. 228º/4 TFUE

Conclusão

- Com o Tratado de Lisboa, houve um reforço na natureza democrática do

procedimento de decisão, com uma maior participação do Parlamento Europeu na

qualidade de co-decisão, bem como pela possibilidade dos Parlamentos Nacionais

intervirem com fundamento na eventual violação do princípio da subsidariedade.

- O Tratado também reconhece o direito a uma espécie de ‘petição popular’, assinada

por um milhão de cidadãos da União, à Comissão – art. 11º/4 TUE e 24º TFUE

13. 

Quem toma a iniciativa para quea Comissão adopte um actodelegado?

O acto delegado é um acto de desenvolvimento do regime jurídico desenvolvido no

acto. Trata-se de um acto não legislativo de alcance geral que completa ou altera

certos elementos essenciais do acto legislativo – a sua aprovação compete à Comissão,

mediante delegação concedia pelo órgão legislativo, devendo o acto legislativo de

delegação definir os objectivos, o conteúdo, o âmbito de aplicação e o período de

vigência da delegação de poderes em favor da Comissão.

14. 

Principio da subsidareiedade e p. da proporcionariedades.

O princípio da subsidiariedade

Entrou para os Tratados como cláusula geral no Tratado CE pelo Tratado de Maastrich.

Como princípio autónomo só passou a constar formalmente desse tratado com a

revisão de Amesterdão. Actualmente podemos encontra-lo no art.5º nº3 do TUE,

completado pelo Protocolo nº2.

A subsidiariedade vem fundamentalmente disciplinar o exercício das atribuições

concorrentes da União, isto é, daquelas que podem ser exercidas tanto por ela como

pelos Estados membros. Este princípio diz que a União só pode exercer essas

atribuições se demonstrar que os Estados não são capazes de as exercer de modo

suficiente e que a União é capaz de o fazer melhor a fim de alcançar os objectivos dos

Tratados. Confere portanto prioridade, ou preferência, à intervenção dos Estados. Ao

conferir esta prioridade dá aos Estados membros oportunidade de manter e reforçar a

sua especificidade, concretamente do seu ordenamento jurídico e dos princípios e

valores que o regem.

É também um princípio político por duas razões:

1º adopta uma filosófica descentralizadora nas relações entre a União e os

Estados, ampliando a soberania dos Estados, em detrimento da acção da União,

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sempre que os Estados revelem capacidade e suficiência para alcançar os fins dos

tratados;

2º relativiza o âmbito da soberania que cada Estado membro vai conservando

no processo de integração europeia, ele guardará para si tantas maiores parcelas de

soberania quanto mais capaz se vier a relevar de exercer sozinho as atribuições

concorrentes, evitando ou dispensando a intervenção da Comunidade.

O princípio da proporcionalidade

Até ao TUE o apelo ao princípio da proporcionalidade no Direito Comunitário

pela doutrina e pela jurisprudência era feito na base de que este era um princípio geral

de Direito, sendo por isso fonte de Direito Comunitário. Na jurisprudência do TJ,

impunha-se a demonstração da necessidade de proibições ou restrições traduzidas às

quatro liberdades.

O TUE valorizou profundamente o princípio da proporcionalidade, que se

encontra presente no art.5 nº4, e no Protocolo nº2. Esta ideia de proporcionalidadeapresenta três vertentes:

- necessidade da medida;

- adequação da medida;

- proporcionalidade em sentido estrito da medida, com proibição do seu

excesso.

15.O que é um regulamento? E uma directiva?Regulamento - art. 288 par.2 doTFUE - Actos gerais e abstractos, obrigatórios e

directamente aplicáveis – correspondem a actos de função normativa

- Impõe obrigações ou estabelece direitos a todos os que se incluam ou possam no

futuro a incluir-se na categoria de destinatários que o regulamento define em

abstracto e objectivamente.

- O regulamento, sem visar quem quer que seja, impõe-se a todos aqueles – UE e

instituições, Estados-Membros e órgãos, pessoas públicas e privadas.

- Note-se que um regulamento não perde o seu carácter regulamentar pelo facto denum dado momento ser possível identificar as pessoas sujeitas à aplicação das normas

que nele se contêm.

- O carácter geral e obrigatório do regulamento é expressão de um poder normativo

perfeito que permite às Instituições da UE impor autonomamente, prescindindo da

participação das instituições nacionais, a observância das disposições do acto aos

Estados Membros – é essa a grande marca de distinção da directiva.

- Além disso, como o regulamento vigora directamente na ordem interna, o TJE exigiu

que “a sua entrada em vigor e a sua aplicação a favor ou contra quaisquer sujeitos de

direito se realizem sem intervenção de qualquer medida de recepção no Direito

nacional” – Caso Variola, TJUE 10/10/1973, Proc. 34/74

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- Podem ser regulamentos do Conselho (art. 290º TFUE), do Parlamento e do Conselho

(289º/1), do Parlamento (223º/2 TFUE), da Comissão (290º/1  – regulamento de

execução) e do BCE (132º TFUE)

- Têm de estar fundamentados – art. 296º - o que implica que a Comissão e o Conselho

são poderão adoptar um regulamento após haverem procedido às consultas exigidas

pelo Tratado – violação implica nulidade, declarada pelo TJUE, pois trata-se de uma

formalidade essencial – 263º

- Assinatura, publicação e entrada em vigor nos termos do art. 297º TFUE.

Directiva- art. 288 n3 – do TFUE

A directiva distingue-se do regulamentos, relativamente ao resultado a alcançar,

deixando aos Estados membros a competencia quanto à forma e aos meios.

Em principio, a directiva não é directamente aplicavel aos individuos, pois dirige-se

apenas aos Estados-membros. Parase aplicar ao particulares necessita de tranposição

para o Direito Interno, pelo que será a norma interna e não a norma da União que sevai aplicar aos particulares.

Se os estados membros não tranpussem a directiva nos prazos nela previstos, ou

nocaso de este não existir, em tempo util, os individuos ficariam desprotegidos e em

desigualdade de circunstancias com os nacionais de outros estados membros, por

força de um incumprimento imputavel ao estado com o qual tem alguma conexao sem

que nada pudessem fazer.

Para impedir a situação o TJ considerou que verificados certos requisitos as normas

das directivas podem produzir efeitos em relação aos individuos, mesmo antes da sua

tranposição.

O efeito directo resulta, portanto, da necessidade de proteger os cidadão contra ainercia do estado.

16. 

Efeito directo VS Aplicabilidade directa

Aplicabiliade Directa

É a sucetiblidade de aplicação de um acto ou norma da união, sem necessidade de

transposição porparte do estado. – art. 288 TFUE

A aplicabilidade directa opera ao nivel da aplicação da norma e é automática em relação asnormas que a posssuem, uma vez que se encontra expressamente prevsta, no TFUE para

certas fontes como é o caso dos regulamentos.

NOTA: a desnecessidade de transposição não se confunde com a desnecessidade de adopção

de medidas de implementação ou execução da norma da união.

Efeito Directo

É a susceptiblidade de invocação de uma norma da União, por parte daquele a quem essa

norma confere direitos ou obrigações, num tribunal nacional ou perante qualquer outra

autoridade publica, quer essa norma tenha sido implementada, quer não por parte do estadomembro em causa.

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Para que se possa aplicar o efeito directo é necessario que estejam reunidos tres requesitos:

  Clara – não oferecer duvidas interpretativas

  Precisa- a norma resultar directamente do direito

  Incondicional – não estabelece condições nem requesitos para a criação daquele

direito.

A directiva tem dois efeitos :

a)  Vertical: verifica-se quando o perticular invoca a norma da União nas relações que

estabelece com o Estado ou com qualque entidade publica, isto é nas relações

 juridico-publicas

b)  Horizontal: opera quando a norma da União é invocada nas relações juridico

privadas, ou seja, entre particulares, por qualquer um deles.

Nota: o efeito directo so opera num sentido, ou seja não é permitido o efito directo

invertido…so funciona no centido ascendente do particular contra o estado e não vice

versa.

As directivas tem efeito horizontal? – em tese existem argumentos contra a sua

admissibilidade

  As directivas inicialmente não eram obrigatoriamente publicadas pelo que os

particulares não podiam saber da sua existencia

 

A aceitação do efeito dircto horizontal levaria a equiparação das directivas aoregulamentos ( emboraeste esteja afastado)

  O efeito directo horizontal poria em causa a segurança juridica. No entanto a

recusa deste efeito iria agravar ainda mais a insegurança juridica.

O TJ admite o efitos directos horizontais incidentais. Para o Tribunal um particular não

pode ficar impedido de invocar uma norma contra o estado um direito constante de uma

directiva pelo facto de essa invocação poder vir a causar efeitos adversos contra um

terceito ( particular). Ou seja nas relações triangulares, o tribunal admite o efeito

horizontal incindental da directiva.

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17. Quais os destinatarios da directiva?

Os destinatarios são os estados membros.

18. Qual a forma de transposição de uma dirctiva em portugal?

Em portugal, o artigo 112 n8 da CRP impõe a transposição dos actos juridicos da Uniãopara a ordem juridica interna assuma a forma de lei, de decreto de lei ou de decreto

legislativo regional .

19. 

Quando é que uma directiva pode ser invocada?

20. 

O que é clausula passerele

21. 

Onde esta prevista a clausula passerele na PESC?

O artigo 31 nº 3 do TUE introduz uma nova passarele em materia de PESC com

excepção das decisões com implicações militares e de defesa ( art.31 n3 do TUE)

22. O que é que leva que a clausula passerele não seja aplicada

nos dominios da guerra?

23. Qual foi o tratado institutivo da CECA?

O tratado institutivo da CECA foi assinado a 18 de Abril de 1951 e entrou em vigor em

25 de julho de 1952.

Robert Shumam em 1950 propos a colocação do conjunto produção franco-alema de

carvão e do aço sob a alta autoridade comum numa organização aberta a participação

de outros paises de europa. Esta proposta ficou conhecida como declaração Shuman

levando ao impulso da integração europeia na medida em que levou à primeira criação

da primeira Comunidade Europeia.

24. 

Relevancia juridica dos direitos fundamentais na UE?

O Direito institucional não tem referências a direitos fundamentais, sendo que a

 jurisprudência sentiu a necessidade de ir buscar princípios a outros ordenamentos

 jurídicos. Os primeiros acórdãos baseiam-se nas próprias constituções dos Estados-

Membros e na Declaração Universal dos Direitos do Homem – por isso fala-se de uma

pluralidade de fontes com natureza internacional ou constitucional.

- A jurisprudência fez um esfoço de identificação e escolha das fontes para obter um

mesmo resultado. Mais do que a coabitação de diversas fontes, aquilo a que se assiste

de modo evidente, é uma crescente dependência do Direito da União Europeia em

relação a outros sistemas jurídicos no que toca a direitos fundamentais, e como

exemplo desta dependência veja-se o art. 6º/3 TUE, em que se recebe direitos

fundamentais da Convenção Europeia dos Direitos do Homem e das próprias

constituções dos Estados-Membros.

- Na interpretação do sentido dos Direitos Fundamentais da Carta, deve o juiz ter em

conta a letra da lei e os princípios que a carta tenha firmado. O Tratado diz o mesmo

em relação aos direitos que estão na carta - v. Anexo 52.

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- A consagração do nível máximo de protecção – artigo 53 e 52º/3 da Carta que diz que

havendo conflito de normas entre os varios sistemas jurídicos, é flexibilizado o

princípio do primado e que deve beneficiar a norma que consagre o nível máximo de

protecção.

Métodos de Protecção

- Nos Tratados Institutivos, nada se dizia em relação ao Direitos Fundamentais,

fazendo o Tribunal de Justiça adoptar uma posição negacionista em relação a estes.

- Esta posição do Tribunal é uma posição de rigidez que recusa a aplicação de normas

constitucionais, negando a importância desta matéria.

- Entretanto, o Tribunal Constitucional Federal Alemão (BVG), proferiu dois acórdãos

importantes, os chamados acórdãos Solange (que em alemão significa ‘enquanto’), em

que se estatuía que o Tribunal só iria decidir se legislação da UE respeita ou não osdireitos fundamentais, enquanto a União Europeia não tivesse um parlamento

democraticamente eleito. Mais tarde, já havendo esse parlamento democraticamente

eleito, foi proferido um mais suave Acórdão Solange II, em que se estatuía que,

enquanto a legislação da União garantir protecção efectiva dos direitos fundamentais,

qualquer caso contra uma norma será rejeitado.

- Só em 1989 é que é aprovado um instrumento chamado Carta Comunitária dos

Direitos Sociais Fundamentais dos Trabalhadores, um acordo intergovernamental

inspirado pela Organização Internacional do Trabalho.

- O segundo marco importante é a assinatura do Tratado de Maastricht, em que os

Estados-Membros assumem um compromisso, encarando os Direitos Fundamentais

como algo de cimeira importância no Direito da União.

25. Qual o valor juridico dos principios?Principios constitucionais da União: sao os principios nos quais a união assenta, deve

entender-se que que formam o núcleo da Constituição material da União. Dão corpo

às opções fundamentais da União e aos valores que ela escolheu para regerem a suaexistência e a sua actividade.

É evidente que a união não tem Constituição formal, mas sim uma material. Nesse

sentido o TJ tem vindo a caracterizar os tratados institutivos das Comunidades como

«Constituição Interna da União».

Contudo, hoje é redutor ver na Constituição material da união apenas «Direito

interno» da União. Ela vai mais longe:

- cria a União

- define os princípios de base e os valores que a regem, a ela e aos Estados membros,- aponta-lhes os objectivos

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- fixa-lhes atribuições

- disciplina as suas relações com os Estados membros

- dá à União um aparelho orgânico e institucional para actuar

- cria os mecanismos necessários para a interpretaçao e a aplicaçao do Direito

Comunitário

- regulamenta as fontes formais do Direito da União

- salvaguarda os direitos fundamentais dos cidadãos europeus

- estabelece os meios que vão garantir a lealdade paracom união.

Deste modo, esses princípios compõem o que podemos designar como ius cogens

europeu (a sua violação gera nulidade, por força do art. 53.º da Convenção de Viena).

Eles fazem parte da Ordem Pública Europeia. Constituem autênticos limites materiais à

revisão dos tratados comunitários.

Muitos deles são princípios gerais de Direito, tendo a União adoptado como seu

Direito fundamental.

2. Princípios constitucionais e valores

Os princípios constitucionais são verdadeiros valores.

Aparecimento histórico da noção de valores da União:

- 1949, Estatuto do Conselho da Europa - os Estados membros encontram-se

“indissoluvelmente vinculados aos valores morais e espirituais que constituem o

património comum dos respectiso povos e que são, dsde logo, os princípios da

liberdade individual, da liberdade política e do primado do Direito, sobre os quais se

funda toda a verdadeira Democracia”; 

26. Distinguir conselho europeu; conselho da Europa e da União europeia

O Conselho Europeu

Composição

- Tem uma legitimidade inter-governamental, de forma a preservar o equilíbrio de

poderes dentro da União.

- Reúne Chefes de Estado e de Governo, representando os Estados-Membros a mais

alto nível – art. 15º/2 TUE

- Maria Luísa Duarte acha que o Conselho é a instituição que mais beneficia com o

regime instituído no Tratado de Lisboa.

- Jean-Claude Piris concorda, afirmando que o Tratado de Lisboa consagra o papel do

Conselho Europeu como única instituição que tem liderança política geral da União

Europeia.

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- Mesmo assim, o Tratado de Lisboa tornou-o uma instituição, o que também significa

que os seus actos jurídicos podem ser fiscalizados pelo Tribunal de Justiça – art. 263º e

265º TFUE

Funções e Procedimento de Decisão

- Art. 15º TUE define principal função do Conselho Europeu: dar impulso político e

estabelecer as orientações gerais e prioridades da União

- O Conselho Europeu conserva a sua tradicional função de instância superior de

impulsão política da União, reforçada pela atribuição de poderes efectivos de

conformação de outras instituições, que antes não tinha. Assim, deixa de ser só uma

instituição de impulso político.

- Define a composição do Parlamento Europeu – art. 14º/2

- Define as formações do Conselho e o sistema de presidências rotativas – art. 236º

TFUE

- No que toca à Comissão, define o sistema de rotação de Comissários – art. 244º

TFUE, e, além disso, nomeia e põe termo ao mandato do Alto Representante (18º/1

TUE) e propõe o cargo de Presidente da Comissão (17º/7 TUE). Além disso, nomeia a

Comissão Executiva do BCE (art. 283º/2 TFUE)

- De frisar também as chamadas cláusulas de passerelle, em que o Conselho Europeutem competência para alargar os domínios de decisão por maioria qualificada no

Conselho (31º/3 TUE), bem como no processo de revisão simplificada (48º/2 e 6 TUE)

- Art. 15º/2 – não exerce funções legislativas – art . 15º/2 e só emite actos vinculativos

em certos casos

- No domínio da PESC (art. 21º ss TUE) ainda muitas competências, cabendo-lhe, nos

termos dos arts. 21º ss identificar os interesses estratégicos, estabelecer os objectivos

e definir as orientações gerais da política externa e de segurança comum, adoptando

por unanimidade as decisões necessária.

- No que toca à revisão dos tratados, o art. 48º/2 TUE prevê que os projectos de

revisão sejam enviados ao Conselho Europeu, nos termos aí estabelecidos. Mas, no da

revisão simplificada (48º/6), o Conselho Europeu pode, deliberando por unanimidade,

adoptar uma decisão que altere todas ou parte das disposições da Parte III TFUE – 

Políticas da União.

- No tocante à adesão de novos membros ou abandono, cabe ao Conselho, após

consulta à Comissão e aprovação do Parlamento Europeu, pronunciar-se por

unanimidade sobre os pedidos de adesão à União, mas tendo sempre em conta os

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critérios de elegibilidade aprovados pelo Conselho Europeu – art. 49º TUE. Quanto ao

abandono, ver art. 50º TUE

- Quanto ao espaço de liberdade, segurança e justiça, o Conselho Europeu define as

orientações estratégicas – art. 68º TFUE e 61º ss TFUE

- O seu processo de deliberação continua a ser o consenso – art. 15º/4 TUE. O

consenso adequa-se melhor a uma demanda de compromissos políticos.

- Nos casos tipificados nos Tratados de votação por maioria simples – art. 235º/3 TFUE

 – por maior qualificada – 236º TFUE ou por unanimidade – 244º TFUE – não participam

na deliberação nem o Presidente, nem o Presidente da Comissão, apenas vontando os

Chefes de Estado e de Governo, em nome do princípio inter-governamental.

Presidente do Conselho Europeu- Aparece o Presidente do Conselho Europeu, que tal como o Presidente da Comissão,

que também compõe o Conselho Europeu, não tem poder de voto – 15º/2 TUE

- O Presidente do Conselho Europeu é eleito por maioria qualificada, por mandato de 2

anos e meio, renovável uma vez – 15º/5 TUE

- O Presidente do Conselho Europeu tem um papel de acentuado relevo político, seja

no plano interno da dinamização das políticas da União, em articulação com o

Presidente da Comissão (15º/6 TUE) seja na representação externa, sem prejuízo do

Alto Representante.

- 15º/5 TUE in fine: “incompatível com qualquer mandato nacional” – e regional e

europeu? É preciso maior clarificação.

- As competências do Presidente do Conselho Europeu estão delineadas no art. 15º/6

O Conselho (de Ministros ou da União Europeia)

Composição

- É também dotado de legitimidade inter-governamental

- Composto por Ministros (dependendo da configuração) dos Estados-Membros

representando os mesmos. Eles actuam como representantes dos Estados-Membros,

como acontece nas organizações internacionais clássicas.

- O Tratado de Lisboa vem enfraquecer o Conselho, restringindo a sua autonomia

estatutária. Antes, o Conselho, através da aprovação de regulamento interno, podia

decidir sobre a respectiva organização interna e a presidência rotativa decidia quem

presidia a cada configuração.

- Agora, está nas mãos do Conselho Europeu a lista de formações do Conselho – art.

236º a) TFUE. Só há duas formações que têm existência garantida pelos tratados – o

Conselho dos Assuntos Gerais e o Conselho dos Negócios Estrangeiros (16º/6 TUE e

art. 236º a) TFUE)

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- Reuniões em que Conselho vote e delibere sobre actos legislativos são públicas – art.

16º/8 TUE

- Alto Representante preside o Conselho dos Negócios Estrangeiros – 18º/3 TUE; com

essa excepção, a Presidência das diferentes formações do Conselho é definida pelo

Conselho Europeu – art. 236º b) TFUE, adoptando um sistema de rotação igualitária – 

16º/9 TUE.

- Agora, o sistema de presidência rotativa funciona numa lógica de troika, ou seja,

prevê-se que a Presidência do Conselho seja assegurada por grupos pré-determinados

de 3 Estados-Membros durante um período de 18 meses.

- Todas as outras configurações continuam a ser presididas pela (passe a redundância)

presidência rotativa – 236º TFUE e 16º/9 TUE, adoptando-se agora o modelo da tri-

presidência.

Funções e Procedimento de Decisão

- Art. 16º/1 TUE – função legislativa e orçamental, definindo políticas

- Tem poderes de coordenação nos domínios económico e social, como estatui o art.1º/5 e 121º TFUE; tem poderes de decisão, mas que só raramente são autónomos, i.e.,

a maioria das veses só age por proposta da Comissão – 17º/2 TUE

- Tem ainda poderes de execução, mas só excepcionalmente os exerce – 290º ss TFUE

- Para Mota de Campos, acaba por ganhar relevo como centro de concertação de

interesses nacionais

- O Tratado de Lisboa inclui provisões feitas para melhorar a eficácia do

funcionamento do Conselho. A principal medida é o aumento do número de matérias

onde o conselho age por voto por maioria qualificada, em vez de unanimidade – 16º/3

TUE.

Isto, juntamente com um novo sistema de voto por maioria qualificada mais simples,irá, em princípio facilitar a tomada de decisões.

- Agora, estende-se a maioria qualificada para novos 20 casos, nomeadamente na área

da Liberdade, Segurança e Justiça.

- No entanto, existem uma série de áreas onde ainda funciona a regra da unanimidade,

nomeadamente em questões de PESC – v. art. 31º paquê?

- Até Outubro de 2014, nos termos do disposto no art. 16º/5 TUE e do art. 3º/3 do

Protocolo Relativo às Disposições Transitórias, cada Estado-Membro disporá, no seio

do Conselho um certo número de votos num total de 345.

- Se o Conselho deliberar sobre uma proposta da Comissão, a formação da maioria

qualificada exige 255 votos favoráveis provenientes da maioria (14) dos Estados-

Membros

- Caso contrário, o Conselho só pode deliberar validamente se os 255 votos emanerem

pelo menos de 2/3 dos Estados (18).

- Porquê? Presume-se que as propostas da Comissão ou do seu Vice-Presidente (o Alto

Representante) são elaboradas tendo em conta o interesse geral da União, admitindo-

se que os interesses e preocupações dos Estados mais pequenos já tenham sido

ouvidas

- A partir de Outubro de 2014, a maioria qualificada corresponderá a, pelo menos, 55%

dos membros do Conselho num mínimo de 15, devendo estes representar Estados-Membros que reúnam, no mínimo, 65% da população da União – art. 16º/4 TUE

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27. 

Porque é que o Tratado de Lisboa é Tratado de Lisboa?

28. 

O tratado de Lisboa reforça os poderes do parlamento?

Sim. O TUE reforçou os poderes do Parlamento Europeu,nodominio legislativo, atraves

da inclusao do procedimento de codecisão, ou decisão conjunta, do parlamento e doconselho, o qual foi transformado no procedimento legislativo ordinario pelo Tratado

de Lisboa (ert.289 do TFUE)

Após o tratado de Lisboa, o procedimento legislativo especial mencionado no art .288

n2 do TFUE abarca os antigos procedimentos de consulta e de aprovação conferidos

ao PE um papel variável. Este procedimento aplica-se a casos especificamente

previstos nos Tratados.

No dminio do poder orçamental o PE passou a ter um poder identico ao do Conselho (

314 do tfue)

Em materia de controlo politico o parlamento sempre deteve desde a versão orginaria

dos tratados alguns poderes os quais foram sendo aumentados apos aprovação do

tratado de maaschtritch e reforçados com o Tratado de Lisboa.

29. 

O que é um acto legislativo?

Nos termos do art. 289 n3 do TFUEos actos juridicos adoptados por processo

legislativo constituem actos legislativos.

Com base dos arts. 289º ss TFUE que a definição de um acto como legislativo ou não

não é feita em função da matéria, nem do órgão que o aprova, mas sim do

procedimento de aprovação.

30. 

A quem pertence a iniciativa dos actos legislativos?

Art.17 n2 do Tue - estabelece que os actos legislativos da União só podem ser

adoptados sob propasta da Comissão salvo nso casos em que os Tratados digam o

contrario., o que significa que o conselho e /ou o Parlamento devem exercer o seu

poder legislativo com base num texto que deve ser formulado pela isntituição que

representa o interesse geral da união e nãoos interesses dos estados.

Art76 do TFUE – permite que a iniciativa provenha de um quarto dos estados-

membros nos dominios da cooperação judicial em materiapenal e da cooperação

policial.

O parlamento Europeu e o Conselho não detem iniciativa legislativa, mas ambos

podem solicitar á comissão que lhes submeta propostas adequadas sobre questoes

que considerem requerer a eleboração de catos da União para efeitos deaplicação dos

Tratados- art. 225 e 241 do TFUE

31. 

Principio do Primado

O Primado

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- A questão do primado parece uma matéria simples, mas é um erro aceitar o primado

como matéria simplória sem densidade dogmática. A fundamentação, aplicação,

limites e consequências do primado são questões muito complexas.

- Tem que se partir da ideia de internormatividade para entender o primado – “é a

ideia de justaposição, coexistência e complementaridade de ordens jurídicas”. 

- As ordens jurídicas (dos Estados) são iguais e todas se aplicam ao mesmo tempo,

sobre matérias comuns e no mesmo espaço. Naturalmente resultaram conflitos entre

normas pois há normas diferentes para regular uma mesma matéria. Resta saber qual

é a ordem que se aplica? A resposta resulta de critérios de articulação.

- Procura-se respostas coerentes à mesma questão. E qual será a solução? A resposta

seria simples se o critério fosse hierárquico o que resultaria num sistema federativo – 

a norma federal seria superior à norma estadual. Mas não estamos a lidar com um

sistema federal, voltando agora à atipicidade de União, onde o primado não se resolvecomo recurso à hierarquia. Na perspectiva de Maria Luísa Duarte não há hierarquia – 

“não prevalece porque é superior mas porque é materialmente competente,

prevalecendo com limites”. Ideias fundamentais:

- Inexistência de relação de hierarquia entre direito na União e direito dos Estados - a

norma estadual face à norma externa não se aplica por ineficácia e não por nulidade

como acontece na federação – o primado adquire superioridade funcional e os

tribunais devem estar sujeitos à progressão da União Europeia e não impedir esse

progresso – art. 4º/3 TUE;

- O primado não é absoluto nem condicional – existem limites, que estão ligados com o

facto do primado não estar fundado num superioridade hierárquica. O primado existe

para garantir que o direito da União seja aplicado para todas as situações em que seja

materialmente competente. Subjacente ao primado está a pacta sunt servanda – os

pactos são para cumprir. A delegação de competências é o ponto fundamental. Os

Estados desenvolveram a União para que esta em vez deles exercessem as

competências e estas competências tem dono, que são os Estados. A União existe para

exercer poderes jurídicos e prosseguir fins competentes aos estados bem como os

poderes jurídicos que os Estados delegam (que são recuperados aquando da saída de

um Estado da União). As competências são limitadas por via da delegação prevista nos

tratados. O primado da norma eurocomunitária não é absoluta e só se justifica no

quadro de matérias que foram objecto de delegação e aí é necessário para garantir a

uniformidade – “garantir a plena eficácia das normas eurocomunitárias”. O primado só

versa sobre as que estão inscritas nos tratados e tem limites. Esses limites advêm

primeiramente dos contra-limites sob forma dos direitos fundamentais estaduais.

- O primado tem de ser relativizado por causa dos direitos fundamentais bem como da

ideia de delegação de competências – “os estados não podem delegar mais do que

aquilo que eles podem fazer”. Os Estados não podem delegar poderes que elespróprios podem fazer. O Tribunal de Justiça nem sempre reconheceu esta ideia – 

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houve uma fase de negação dos anos 60. Os tratados na sua versão originária não

dispunham sobre direitos fundamentais de modo que o tribunal interpretava essa

matéria como sendo do monopólio dos Estados. Começaram a surgir problemas,

resultado da norma comunitária do âmbito garantistico das normas constitucionais do

Estado. O Tribunal, numa primeira fase, (até 1969) ignora a necessidade de garantir os

seus valores. Só em 1969 se admite que deve respeitar os direitos fundamentais. Os

direitos fundamentais previstos nas constituições dos Estados, independentemente da

norma garantística, são princípios gerais de direito, e assim sendo integram na ordem

 jurídica comunitária. Esta construção é habilidosa porque tirou o tribunal de estar

entre a espada e parede, pois saiu-se sem ter rejeitado o primado. A matéria dos

direitos fundamentais impôs ao tribunal de justiça uma reconstrução da sua

 jurisprudência que considerava o primado numa primeira fase como absoluta e

incondicional – acórdãos 21 a 24 e o acórdão de 19 de Janeiro de 2010  – processo

C555/07

- Na noção actual, o primado continua a ser uma exigência de fonte jurisprudencial,

pois não há uma disposição expressa de que o direito da União prima sobre o dos

Estados. A única referencia que se encontra relativa ao primado, encontra-se num

anexo, e nesse mesmo anexo há remissão para a jurisprudência. O primado resulta da

vontade dos Estados e por este aspecto estes encontram-se vinculados.

Ac. Costa/ENEL de 16/07/1964

Tem por base um caso bem conhecido em que se pretendia atacar a lei italiana de

nacionalização da energia eléctrica, denunciada como incompatível com algumas das

disposições do Tratado de Roma. Tendo o juiz milanês submetido ao Tribunal aoabrigo do então 177º CEE, agora art. 267º TFUE, a questão da interpretação das

disposições comunitárias em causa, o Governo italiano contestou a admissibilidade do

recurso ao Tribunal de Justiça sustentando que a função do juiz italiano era aplicar a lei

italiana.

O Acórdão afirma que, o primado da regra comunitária se manifesta em relação a

todas as normas nacionais, quaisquer que elas sejam, anteriores ou posteriores,

tornado inaplicáveis de pleno direito todas as disposições nacionais existentes.

32. 

Onde esta previsto o primado?33.

 

Processo de despilarização

34. Todo o direiro interno é afastado pelo primado

35. Responsabilidade extracontratual rege-se por onde?

Rege-se pelo artigo 226 e 227 do TFU

36. Onde se julga a responsabilidade extracontratual

No tribunal da União europeia

37. 

Onde estão previstos os direitos da cidadania

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III – O direito à protecção de autoridades diplomáticas e consulares

Art.20º nº2 c) e art.23º do TFUE: trata-se do direito de requerer, no território de

Estados terceiros em que o Estado membro de que é nacional não se encontre

representado, protecção da parte de autoridades diplomáticos e consulares de

qualquer outro Estado membro, nas mesmas condições que os nacionais desse Estado.

Tem um conteúdo substantivo.

Este direito (novo no campo do Direito Internacional) beneficia especialmente os

nacionais dos Estados membros que, têm poucas representações diplomáticas e

consulares em Estados terceiros, particularmente em pequenos Estados ou Estados

longínquos.

Os Estados membros deveram chegar a acordo entre si no sentido de disciplinar o

exercício deste direito.

IV – O direito de petição ao Parlamento Europeu

Consta dos arts. 20º nº2 d) e 24º par.2 e encontra-se regulado pelo art.227º do TFUE.

Tem um amplo âmbito, pode incidir “sobre qualquer questão que se integre nos

domínios de actividade da Comunidade e lhe diga directamente respeito”. 

Este direito tem um conteúdo adjectivo ou instrumental, ou procedimental.

V – O direito de queixa ao Provedor de Justiça

Consta dos arts. 20º nº2 d) e 24º par.3 e encontra-se regulado pelo art.228º do TFUE.O seu objecto pode dizer respeito à violação do dever de boa administração na

actuação de instituições, orgãos e organismos comunitários, com excepção do TPI e do

TJ quando actuem no exercício das suas funções.

O Estatuto do Provedor de Justiça foi aprovado por Decisão do Parlamento Europeu de

9 de Março de 1994.

VI – Direito de iniciativa

Encontra-se no 24º par.1 do TFUE e art.11º do TUE, mas ainda necessita de

regulamentação.

VII – Direito linguísticos

Encontra-se no arts. 20º nº2 d) e 24º par.4 do TFUE, com remissão para os arts.13º e

55º nº1 do TUE.

É o direito de um cidadão da União se poder dirigir por escrito a qualquer das

instituições, orgãos ou organismos da União numa das línguas dos Tratados e de obter

uma resposta na mesma língua.

4. A extensão desses direitosA extensão dos direitos pode ser avaliada em termos subjectivos e materiais:

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40. Quem são os cidadãos da EU? 

Os cidadaão da União europeia são todos os nacionais dos Estados membros

41. 

Quais são os direitos de cidadania?

42. 

A carta dos direitos fundamentais tem a ver com a

cidadania?

Sim. Até a entrada em vigor do tratado de Lisboa, os direitos inerentesà cidadania da

União fundavam-se única e exclusivamente no TCE. Apos o TL os direitos de cidadania

passaram a ter uma dupla base de Direto Originario TFUE eaCDFUE

Ver página 232 a 236.

43. Qual a data da carta?

A data da carta éde 7 de dezembro de 2000

44. 

Diferença entre aplicabilidade directa e efeito directo

45. Todos os catos que tem efeito directo carecem de

transposição?

46. Quais os actos que podem ter efeito directo

47. 

O TUE o TFUE tem de ser transpostos? Mas pode ter efeito

directo… 

48. 

Requisitos do efeito directo mais aplicabilidade directa

49. 

Quais ao actos que tem aplicabilidade directa?

50. 

Principio da subsidariedade aplica-se a todas as atribuições

da UniãoVerno livro 291 ss

51. 

Mecanismos para controlar a aplicação do direito de

subsidriedade

52. 

Quem é quepode aprovar actos de execução

53. 

Euratom e a Ceca ainda existem?

Não

54. Questoes prejudiciais

Ver pagina 54355.

 

Desde quando a EU se começou a preocupar com a protecção

dos direitos fundamentais

56. Categorias de acos

57. Quando surgiram os pilares e quais são? Qual é visão da

professora regente acerca da União

Ver pagina 217