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1
P e r f i l P a í s
C O L Ô M B I A
2 0 1 0
2
Perfil País
COLÔMBIA
2010
3
Alessandro G. Teixeira
PRESIDENTE DA APEX-BRASIL
Maurício Borges
DIRETOR DE NEGÓCIOS
Ricardo Schaefer
DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO
Marcos Tadeu Caputi Lélis
Coordenador da Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva (UICC)
EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL
SEDE
Setor Bancário Norte, Quadra 02, Lote 11,
CEP 70.040-020
Brasília – DF
Tel. 55 (61) 3426.0202
Fax. 55 (61) 3426.0263
E-mail: [email protected]
4
© 2010 Apex-Brasil
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Autora: Carla Ramos de Carvalho
5
Elo geográfico entre a América do Sul e a Central, a Colômbia possui o quinto maior território da
América Latina – 1,04 milhão de km2 – e abriga o terceiro maior contingente populacional da região. Estima-se
que em 2010 tal contingente chegue a 45,0 milhões de pessoas, dos quais 26,6% irão se situar na zona rural
(Gráfico 1). Em 2015, esta proporção será um pouco menor: de 23,4%.
Quando se trata da magnitude da economia colombiana, seu Produto Interno Bruto (PIB), medido pelo
valor corrente da moeda nacional convertida em dólares estadunidenses, chegou a US$ 240,7 bilhões no ano de
2008, posicionando-a na 38ª colocação no ranking mundial. No entanto, se o conceito utilizado for o de PIB por
paridade de poder de compra (PPC), mais apropriado para a análise do padrão de vida das populações, o país
transpõe 10 degraus, assumindo o 28º lugar. Do ponto de vista da estrutura produtiva da economia colombiana,
considerada diversificada para os parâmetros regionais, em 2008, a agricultura respondia por 9,0% do produto; a
indústria, por 38,1%; e os serviços, por 52,9%.
Depois de 2001, a Colômbia cresceu de forma ascendente até 2007, alcançando uma média de 5,9% ao
ano no período 2003-2007. Em 2008 e 2009, já sob os efeitos da crise e em parte devido à sua proximidade com a
economia estadunidense, o país viveu uma recessão, com variação do PIB de 2,5%, em 2008, e de -0,3%, em
2009. Estima-se que a recuperação da Colômbia dê-se de forma suave, com a retomada do crescimento em 2,5%,
já em 2010. Para tanto, colaboram vários fatores, entre os quais as receitas ascendentes da mineração, que
contrabalanceiam a queda da demanda interna. Investimentos privados também estão em alta: estimativas
oficiais esperam até US$ 500 bilhões em inversões em mineração e prospecção de petróleo em anos vindouros.
Como pontos positivos para a retomada, houve ainda a redução significativa das taxas de juros e o aumento do
gasto do governo com incentivos para o setor habitacional e para a aquisição de aparelhos domésticos pela
população. Estima-se que o desemprego de quase 14,9% no primeiro trimestre de 2009 tenha retrocedido para
cerca de 12% no fim do período.
O atual presidente colombiano, Álvaro Uribe foi eleito pela primeira vez em 2002, como um candidato
independente, rompendo com a hegemonia de quase dois séculos dos dois principais partidos do país, o Liberal e
o Conservador. Teve sucesso ao adotar uma política militarizada para limitar o poder das FARC (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia), após várias tentativas de negociação frustradas de seus antecessores. Em 2006,
aprovou uma emenda constitucional que possibilitasse o segundo mandato. Ao vencer as novas eleições, assumiu
a presidência por mais quatro anos. Devido ao sucesso em combater os grupos insurgentes, o governo de Uribe
tem índices altos de aprovação, em torno de 70%. Mas a oposição ao terceiro mandato de Uribe é grande,
inclusive entre seus aliados, e entre importantes acadêmicos e veículos de mídia.
SUMÁRIO EXECUTIVO
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A Colômbia é membro da Organização Mundial do Comércio (OMC) e participa de diversos arranjos
regionais e bilaterais de liberalização do comércio. Faz parte, ainda, da Associação Latino-americana de
Integração – ALADI e da Comunidade Andina de Nações – CAN, que historicamente consiste em seu mais
importante bloco regional. Em 2006, o país assinou um acordo de livre-comércio com os EUA, emendado em 2007
para a inclusão de cláusulas a respeito do trabalho, do meio-ambiente e da propriedade intelectual. Todavia, a
ratificação ainda não ocorreu devido à atuação de grupos de pressão americanos.
O comércio externo colombiano elevou-se substancialmente na primeira década do novo milênio,
notadamente a partir de 2002. As exportações cresceram, em média, 23,5% ao ano entre 2003 e 2008, e as
importações, no mesmo período, aumentaram anualmente 23,6% em média. Em 2008, nota-se uma queda -
24,2% na corrente de comércio colombiana em função da crise internacional. Prevê-se que já em 2010, o fluxo
comercial colombiano retorne ao mesmo patamar de 2008.
A pauta exportadora colombiana revela-se mais diversificada do que a de vários de seus vizinhos latinos.
Apesar disso, esta ainda ampara-se fortemente em commodities. Rotuladas “exportações tradicionais”, as vendas
de petróleo, carvão, café e níquel ferroso, alcançaram o valor de US$ 23,9 bilhões de janeiro a setembro de 2008.
Em termos percentuais, tal valor traduz-se em 55% do valor exportado no período. Estados Unidos e União
Européia confirmam-se como principais destinos das exportações tradicionais colombianas: nos nove primeiros
meses de 2008, receberam juntos 71% destas. Por outro lado, América Latina e Estados Unidos assumem o posto
de maiores adquirentes das exportações não-tradicionais, mais diversificadas, ainda que dominadas por produtos
manufaturados padrão: químicos, alimentos processados, vestuário, plásticos e metais. No ano de 2008, os
principais mercados foram Estados Unidos, com 37%; Venezuela, com 20% e Equador, com 4%. Por outro lado, a
Colômbia necessita importar maquinário pesado e equipamentos, matérias-primas para a indústria, aparelhos de
alta tecnologia e derivados do petróleo. Entre janeiro e setembro de 2008, para o total importado de US$ 29,6
bilhões, os bens intermediários e matérias-primas, bens de capital e bens de consumo contribuíram com parcelas
de 46%, 36% e 18%, nesta ordem. Estados Unidos e China são os principais provedores de maquinário e
equipamentos, enquanto os eletrônicos procedem da China, Estados Unidos e México, em sua maior parte. Em
todo o ano de 2008, Estados Unidos, China, México e Brasil foram os que mais exportaram para a Colômbia,
tendo obtido fatias de mercado de 29%, 11%, 8% e 6%, respectivamente.
Em 2008, a corrente comercial brasileira totalizou US$ 370,9 bilhões, batendo, assim, seu recorde
histórico. Desta quantia, US$ 3,1 bilhões resultaram da parceria comercial com a Colômbia, o que se traduz em
uma representatividade pouco significativa, de apenas 0,84%. No que se refere às exportações brasileiras, o
cenário altera-se pouco: em 2008, o Brasil direcionou apenas 1,2% de suas exportações à Colômbia, sem que
tenha havido mudanças consideráveis nos dez anos anteriores. Entre 1998 e 2005, esse percentual variou entre
7
0,9% e 1,2%, tendo atingido o seu valor máximo em 2006, de 1,6%, para retornar aos 1,2% de 2008. Pela ótica das
importações brasileiras, a Colômbia tem uma representatividade ainda menor: de apenas 0,5%, segundo os dados
de 2008. Entre 1998 e 2008, a representatividade média foi de 0,3%, tendo alcançado um pico isolado de 0,7% em
2002. Assim sendo, em termos relativos, infere-se que a Colômbia assume um papel discreto tanto no que diz
respeito a sua participação nas exportações quanto nas importações brasileiras.
No que diz respeito às exportações em que o Brasil já se posiciona de forma mais contundente no
mercado colombiano, atribuíram-se oportunidades a 51 subgrupos de produtos1, que, por sua vez, estão contidos
em quinze grupos, a saber: “aviões”, “calçados e suas partes”, “ferramentas, talheres e outras obras de metais”,
“higiene pessoal e cosméticos”, “instrumentos de precisão”, “máquinas e motores”, “materiais elétricos e eletro-
eletrônicos”, “papel e celulose”, “plásticos e suas obras”, “produtos farmacêuticos”, “produtos metalúrgicos”,
“produtos químicos”, “soja (grãos, óleos e farelo)”, “tintas” e “vidro e suas obras”.
Por fim, para aquelas exportações brasileiras em estágio inicial ou inexistente na Colômbia, foram
encontrados quinze subgrupos com potencial a ser aproveitado pelo Brasil: “animais vivos”, “aviões”, “café cru”,
“carne de peru "in natura"”, “cereais em grão e esmagados”, “demais carnes”, “demais carnes suínas”, “demais
produtos minerais”, “minérios de ferro”, “óleo de soja em bruto”, “óleo de soja refinado”, “petróleo e derivados
de petróleo”, “produtos laminados planos de erro ou aço”, “produtos semimanufaturados de ferro ou aço” e
“tubos de ferro fundido, ferro ou aço”.
1 Segundo classificação da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior.
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Este estudo traz um panorama geral da Colômbia, com informações que ajudam o leitor a situar aquele
país no cenário mundial. Os dados sócio-econômicos e o panorama político colombianos podem ser encontrados
nas partes 1 e 2 do trabalho.
Contudo, o estudo enfoca a área de comércio, mais particularmente as relações comerciais entre Brasil
e Colômbia. É aí que se concentram as análises, os pontos de atenção e os esclarecimentos que podem auxiliar o
exportador brasileiro em sua estratégia de atuação no mercado colombiano. Essas informações estão distribuídas
nas partes 3, 4 e 5 do trabalho.
Informações
Parte 1 Dados Sócio-Econômicos − Tamanho da população
− Principais cidades
− PIB
− Distribuição de renda
Parte 2 Panorama Político − Política Interna
− Relações Bilaterais Brasil-Colômbia
Parte 3 Relações Comerciais − Comércio Internacional e Fluxos de Investimentos
− Acordos Comerciais
− Comércio Brasil-Colômbia
Parte 4 Indicadores de Comércio − Índice de Complementaridade de Comércio
− Índice de Intensidade de Comércio
− Índice de Preços e Índice de Quantum
− Medida de Intensidade Tecnológica
Parte 5 Oportunidades para o Brasil na Colômbia − Exportações expressivas
− Exportações incipientes
INTRODUÇÃO
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Elo geográfico entre a América do Sul e a Central, a Colômbia é margeada pelo istmo do Panamá, a
oeste; por Equador e Peru, ao sul; e, Brasil e Venezuela a leste. Conta ainda com litorais tanto no Pacífico quanto
no Caribe.
Fonte: CIA,“The World Factbook”.
Seu território – 1,04 milhão de km2 – é o quinto maior da América Latina e abriga o terceiro maior
contingente populacional da região2. Estima-se que em 2010 tal contingente chegue a 45,0 milhões de pessoas,
dos quais 26,6% irão se situar na zona rural (Gráfico 1). Em 2015, esta proporção será um pouco menor: de 23,4%.
Gráfico 1- População da Colômbia (em milhares de pessoas)
30.04333.071 35.951 38.788
11.64011.874
11.93911.875
2000 2005 2010* 2015*
População urbana População rural*Previsão
41.68344.946
44.94650.663
Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
2 Em um total de 43 países.
PARTE 1: DADOS SÓCIO-ECONÔMICOS
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A diminuição da razão entre a população rural e total manifesta-se por taxas de variação negativas da
população do campo já a partir de 2010, considerando a variação acumulada em 5 anos (Gráfico 2). Nota-se,
também, uma tendência de queda na taxa de crescimento da população desse país, movimento natural de
regiões em processo de desenvolvimento econômico, onde não se encontra, ainda, uma estabilidade nas taxas de
crescimentos populacionais, tanto urbana quanto rural.
Gráfico 2- Crescimento da população da Colômbia – variação acumulada em 5 anos
1,5%
1,3%1,1%
1,0%
1,9%
1,7%1,5%
1,4%
0,4%
0,1%
-0,1%
-0,3%
2000 2005 2010* 2015*
Crescimento da população total - Colômbia
Crescimento da população urbana - Colômbia
Crescimento da população rural - Colômbia
*Previsão
Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Em relação aos grandes conglomerados urbanos da Colômbia, conceituados como aqueles onde se
superou a marca dos 750 mil habitantes no ano de 2007, prevê-se que, no ano de 2015, 38,5% da população
colombiana residirão em uma das seis maiores cidades do país: Bogotá, Medellín, Cali, Barranquilla, Bucaramanga
e Cartagena. Em valores absolutos, este percentual corresponde a 19,5 milhões de moradores, dos quais 8,9
milhões irão se estabelecer somente na capital, Bogotá.
Embora o percentual de colombianos que permanecem no campo em 2010, de 24,9%, seja considerado
alto quando comparado ao de outros países da América Latina – no Brasil, este é de 13,5% – percebe-se um
arrefecimento da taxa de crescimento da população dos grandes centros a partir de 2010. (Gráfico 3).
11
Gráfico 3 – Porcentagem da população residindo em cada aglomeração urbana com 750 mil
habitantes ou mais em 2007 (em %)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
1990 1995 2000 2005 2010 2015
Barranquilla Bogotá Bucaramanga Cali Cartagena Medellín*Previsão
Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
No que diz respeito ao perfil etário dos colombianos, ilustrado no Gráfico 4, a primeira imagem revela a
explosão demográfica que o país sofreu na década de 1980. Nota-se que a base da pirâmide, representativa das
pessoas até 20 anos, é bastante alargada com relação às outras faixas, e, em especial, àquela dos idosos com mais
de 60 anos, na cor verde. Ao se comparar a primeira figura com as demais, observa-se que o número de jovens
cresce sucessivamente, uma vez que ampliam-se as bases piramidais, ao mesmo tempo em que os lado tornam-
se mais salientes. Paralelamente, a força de trabalho em potencial, definida como aqueles cuja idade varia entre
15 e 64 anos, mais do que dobrará entre 1980 e 2020, passando de 14,4 milhões para 32,7 milhões. Com relação
à população de mais de 60 anos, o aumento da expectativa de vida permitirá que seu número seja incrementado
em 25% nos 40 anos em análise. Em termos relativos, sua participação no total da população passará de 5,8%
para 12,0%, o que poderá gerar pressões sobre os serviços assistenciais prestados pelo Estado colombiano. Todos
estes movimentos influenciam a forma das pirâmides ao longo do tempo: no início têm a base larga e o topo
estreito; depois, o meio mais inflado, aproximando-se do padrão de países com maior grau de desenvolvimento.
Por fim, importa notar algumas diferenças relacionadas ao sexo. Em 2010, o número de homens supera
o de mulheres discretamente até a faixa dos 24 anos. A partir deste ponto, a situação se inverte e se aprofunda.
Parte da explicação reside na maior expectativa de vida das mulheres, que têm um estilo de viver mais saudável e
menos problemas de saúde relacionados ao trabalho.
12
Gráfico 4 – Pirâmides etárias na Colômbia – 1980, 2000, 2010 e 2020, da esquerda para direita – em milhões de
habitantes
Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Quando se trata da magnitude da economia colombiana, seu Produto Interno Bruto (PIB), medido pelo o
valor corrente da moeda nacional convertida em dólares estadunidenses, chegou a US$ 240,7 bilhões no ano de
2008, posicionando-a na 38ª colocação no ranking mundial (Tabela 1). No entanto, se o conceito utilizado for o de
PIB por paridade de poder de compra (PPC), mais apropriado para a análise do padrão de vida das populações, o
país transpõe 10 degraus, assumindo o 28º lugar. Para efeito de comparação, na América Latina, o PIB (PPC)
colombiano só é menor do que o de Brasil, México e Argentina. Por outro lado, ao se relativizar o tamanho da
economia pelo número de habitantes, chega-se ao PIB (PPC) per capita, de US$ 8.229, 89º maior do mundo e
típico de um país de desenvolvimento médio. O Índice de Desenvolvimento Humano IDH corrobora tal
entendimento: a Colômbia é a 77ª nação mais desenvolvida, com expectativa de vida de 72,5 anos, taxa de
analfabetismo de 7,7% e taxa combinada de matrículas no ensino fundamental, médio e superior de 77,8%. A
pobreza e a desigualdade são elevadas, com 49,2% da população vivendo abaixo da linha de pobreza e um índice
de Gini da renda familiar igual a 53,8, o que caracteriza o país como 15º mais desigual do mundo.
Do ponto de vista da estrutura produtiva da economia colombiana, considerada diversificada para os
parâmetros regionais, em 2008, a agricultura respondia por 9,0% do produto; a indústria, por 38,1%; e os
2,5 1,5 0,5 0,5 1,5 2,5
0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475-79> 80
Milhões
Homens Mulheres
2,5 1,5 0,5 0,5 1,5 2,5
0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475-79> 80
Milhões
Homens Mulheres
2,5 1,5 0,5 0,5 1,5 2,5
0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475-79> 80
Milhões
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0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475-79> 80
Milhões
Homens Mulheres
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serviços, por 52,9%. As principais atividades agrícolas são a criação de gado e as plantações de café3. Juntamente
com o café, a mineração é uma das principais atividades orientadas para exportação, contribuindo com
aproximadamente 4,5% do PIB. Já atividade industrial é dominada por um grande número de conglomerados
privados – geradores da maior parte do produto – ao lado de uma série de pequenas e médias empresas,
consideradas de baixa produtividade. Alimentos processados, têxteis, vestuário e químicos estão entre os
principais bens manufaturados. Por sua vez, o setor de construção, um dos maiores empregadores de mão de
obra pouco qualificada, colabora com 5% para o PIB; enquanto o setor financeiro participa com outros 17%. Em
anos recentes e graças ao desenvolvimento da internet e das comunicações sem fio, as telecomunicações
revelaram-se uma das facetas mais dinâmicas da economia, colaborando com cerca de 3% do PIB.
Pela ótica da demanda agregada, o consumo privado correspondeu a 62,5% do PIB; o consumo público,
a 16,3%; os investimentos, a 24,7%; e as exportações de bens e serviços, 18,2%. Já pelo lado da oferta agregada,
as importações de bens e serviços representaram 21,7% do PIB. Com efeito, o tamanho do déficit externo,
considerando o comércio exterior de bens e serviços, alcançou 3,5% do PIB.
Tabela 1- Indicadores sócio-econômicos da Colômbia
Descrição 2008 Ranking
1. Economia
Crescimento do PIB 2,5% -
PIB 2008 PPP (I$ bilhões)¹ 397,3 28º
PIB per capita - PPP ¹ (valores correntes US$) 8.229 89º
PIB PPP share 0,58% -
Taxa de Inflação2
7,0% 118º
FBCF/PIB 27,9% -
IDE/PIB 4% -
IDE - Estoque de entrada de investimento direto, 2008 (US$ bilhões)3
67 42º
2. População
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)4
0,807 77º
População em 2008 (milhões de habitantes)5
45,0 29º
População economicamente ativa (milhões de habitantes)5
20,2 28º
Taxa de desemprego5
11% 22º
3. Tecnologia, Competitividade e Instituições
Network Readiness Index (Tecnologia de Informação), 2008-20096
3,87 64º
Gastos em Pesquisa e Desenvolvimento, média 2000-2005 (% do PIB) 0,17 83º
Exportações de Bens de Alta Tecnologia, 2005 (%do total exportado) 5% -
Exportações de Bens de Alta Tecnologia, 2007 (%do total exportado) 3% 85º
Índice de Competitividade Global 2009-20107
4,1 69º
Indicadores selecionados da Colômbia
3Country Report: Colombia, Economist Intelligence Unit
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Fontes: World Development Indicators 2009; World Economic Forum Competitiveness Report 2009; Human Development Report 2008 e
2009; International Trade Statistics, 2008; World Investiment Report , 2008; Global Information Technology Report, 2008; Euromonitor;
World Economic Outlook Database, October 2009. (1) World Bank. O Banco Mundial considera 209 países na elaboração do ranking de cada indicador. (2) FMI. O Fundo considera 211 países para este ranking. (3) UNCTAD (4) PNUD. A ONU considera 179 países em seu ranking. O IDH é elaborado com base na renda, escolaridade e expectativa de vida (5) Euromonitor. A fonte considera 207 países para o ranking de população; 173 para população economicamente ativa e 137 para taxa de desemprego. (6) Indicador que procura capturar várias dimensões do processo de inovação tecnológica. O ranking inclui 127 países. (7) Índice que captura múltiplas dimensões da capacidade competitiva das nações. O ranking considera 134 países.
Durante os anos 80, o crescimento da economia colombiana era cerca de três vezes superior ao da
América Latina, que então enfrentava uma severa crise fiscal. No início da década seguinte, a liberalização levou
à explosão do consumo, com efeito positivos sobre o PIB, que se incrementou em média 5% ao ano entre 1992 e
1995. Contudo, apreciação cambial, desequilíbrios macroeconômicos e uma crise de confiança redundaram na
derrubada da média de variação do PIB para 2% ao ano entre 1998 e 1999, abrindo-se, assim, o caminho para a
primeira recessão colombiana em 70 anos. Debelada a crise, depois de 2001, a Colômbia cresceu de forma
ascendente até 2007, alcançando uma média de 5,9% ao ano no período 2003-2007 (Gráfico 5). Liquidez
abundante, inflação em queda, altos preços das commodities e incentivos fiscais para investimentos favoreceram
a boa performance econômica no quinquênio, com o pico de 7,5% de crescimento em 2007. Em 2008 e 2009, já
sob os efeitos da crise e em parte devido à sua proximidade com a economia estadunidense, o país viveu uma
recessão, com variação do PIB de 2,5%, em 2008, e de -0,3%, em 2009. Comparativamente, outros países da
América Latina foram atingidos de forma mais dura, como o México ou a Venezuela, cujas economias encolheram
6,7% e 2,0% em 2009, nesta ordem. Estima-se que a recuperação da Colômbia dê-se de forma suave, com a
retomada do crescimento em 2,5%, já em 2010. Para tanto, colaboram vários fatores, entre os quais as receitas
ascendentes da mineração, que contrabalanceiam a queda da demanda interna. Investimentos privados também
estão em alta: estimativas oficiais esperam até US$ 500 bilhões em inversões em mineração e prospecção de
petróleo em anos vindouros. Como pontos positivos para a retomada, houve ainda a redução significativa das
taxas de juros e o aumento do gasto do governo com incentivos para o setor habitacional e para a aquisição de
aparelhos domésticos pela população. Estima-se que o desemprego de quase 14,9% no primeiro trimestre de
2009 tenha retrocedido para cerca de 12% no fim do período.
Passando-se à retrospectiva do comportamento inflacionário da economia colombiana, também
ilustrada no Gráfico 5, em 1987 e 1998, o país tinha taxas de inflação, medidas pelo índice de preços ao
consumidor, próximas a 20%. Daquele ano em diante, elas reduziram-se a um dígito, para cerca de 5% ao ano,
patamar que permanece até hoje, com pequenas acelerações em 2003 e 2008. O Banco de la República, banco
central do país, adota um sistema de metas de inflação, que, atualmente, está na faixa de 4,5% a 5,5% ao ano. A
taxa de juros básica real (money market) elevara-se muito no fim dos anos 1990. Após a redução da inflação, ela
manteve-se moderadamente positiva, elevando-se nominalmente nos anos recentes, tendo em vista a aceleração
15
inflacionária. O crescimento do crédito doméstico, por outro lado, foi forte na década passada, com uma variação
média anual de 13,6% entre 2004 e 2008.
Com respeito à política cambial, o país adota o sistema de taxas flexíveis, mas com regras de
intervenção, visando conservar a taxa de câmbio dentro de certos limites. Estes patamares, segundo o Banco de
la República, visam a garantir a manutenção de reservas cambiais com o objetivo de reduzir a vulnerabilidade a
choques e devem limitar uma volatilidade excessiva que possa prejudicar o alcance das metas de inflação e dos
objetivos de equilíbrio externo e financeiro.
A partir do fim dos anos 1990, a moeda colombiana desvalorizou-se intensamente até chegar a quase
três mil pesos colombianos por dólar dos EUA, em 2003. De 2004 a 2008, houve valorização em termos médios
anuais. No entanto, para o final do período de 2008, havia ocorrido desvalorização de 11,4% em relação ao início
do mesmo ano. Já em fins de setembro de 2009, constatou-se uma revalorização de 14,3% em relação à cotação
do final de 2008. Percebe-se, desta forma, que o banco central colombiano não tem alcançado seus objetivos de
relativa estabilidade cambial no contexto atual.
Na esfera fiscal, a projeção é de forte deterioração, com o déficit público alcançando quase 6% do PIB
em 2009 e a dívida pública voltando a se elevar.
Gráfico 5 - Crescimento do PIB e Taxa de Inflação da Colômbia
4,6% 4,7%
5,7%
6,9%7,5%
2,5%
-0,3%
2,5%
7%
6%
5%
4%
6%
7%
5%
4%
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*
Crescimento do PIB Taxa de Inflação * Previsão
Fonte: FMI. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
16
No que concerne à distribuição da renda na Colômbia, o Gráfico 6 especifica a participação dos lares por
faixa de renda anual entre os anos de 2003 e 2008. Nota-se que, em 2008, 80,3% dos lares colombianos recebiam
até US$ 15 mil anuais (19,7% ganhavam acima). No caso da economia brasileira, para o mesmo ano, esse
percentual localiza-se na faixa de 68,5%, de maneira que mais de 31,5% dos lares brasileiros ganham acima do
patamar de renda indicado. Torna-se impressionante a diferença de padrão de renda quando se compara a faixa
salarial das famílias colombianas e mexicanas. Para este país, tem-se em 2008 praticamente 62% dos lares com
renda superior aos US$ 15 mil anuais.
Entre 2003 e 2008, verifica-se uma tendência de alteração na composição percentual das faixas de
renda por lares definidas no Gráfico 6. Nota-se um aumento relativo do número de lares que ganham tanto entre
US$ 2.500 e US$ 15.000 ano, como entre US$ 15.000 e US$ 65.000 anuais. Simultaneamente, há uma diminuição
relativa nos lares que recebem renda anual baixo de US$ 2.500. Essa dinâmica de melhora da distribuição de
renda das famílias colombianas pode estar associada ao desempenho econômico do país, tendo em vista que o
PIB da Colômbia cresceu em média 5,9% ao ano, entre 2003 e 2007, tendo alcançado o pico de 7,5% em 2008.
Outro componente que ajudou em parte na melhora do padrão de renda da Colômbia, embora de forma artificial,
foi a evolução da taxa de câmbio nominal da moeda colombiana frente ao dólar estadunidense, uma vez que, as
faixas de rendas são fixadas em US$. Nos cinco anos em foco, tal taxa diminuiu 31,2% no acumulado, alterando-se
de Col$2.877,7/US$ para Col$1.967,7/US$ no fim do período, o que tornou os produtos importados
relativamente mais baratos, aumentando o poder aquisitivo da população. No Brasil, a contribuição do câmbio
para o aumento da renda das famílias foi ainda maior, uma vez que o real valorizou-se 41,9% neste mesmo
quinquênio. Apesar de a distribuição de renda entre 2003 e 2007 ter se tornado menos desigual a cada ano,
prevê-se a inversão desta tendência já em 2009, possivelmente como um dos primeiros efeitos da crise, quando a
faixa dos lares que possuem renda acima de US$ 15 mil decrescerá 5,3 pontos percentuais.
17
Gráfico 6 - Participação dos lares por faixa de renda anual em 2003 e 2008
2003
2008
35,8%
15,3%
57,2%
65,0%
6,4%
18,1%
0,4%1,1%
0,2%0,5%
Até US$ 2500 US$ 2.500 a US$ 15.000 US$ 15.000 a US$ 65.000
US$ 65.000 a US$ 150.000 Acima de US$ 150.000
Fonte: Euromonitor. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
O atual presidente colombiano, Álvaro Uribe foi eleito pela primeira vez em 2002, como um candidato
independente, rompendo com a hegemonia de quase dois séculos dos dois principais partidos do país, o Liberal e
o Conservador. Teve sucesso ao adotar uma política militarizada para limitar o poder das FARC (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia), após várias tentativas de negociação frustradas de seus antecessores. Em 2006,
aprovou uma emenda constitucional que possibilitasse o segundo mandato. Ao vencer as novas eleições, assumiu
a presidência por mais quatro anos.
Devido ao sucesso em combater os grupos insurgentes, o governo de Uribe tem índices altos de
aprovação, em torno de 70%. Internamente, Uribe conseguiu realizar coalizões com diversos partidos,
especialmente o Partido Conservador, que não lançou candidato próprio nas últimas eleições, e como a oposição
não é unificada, o presidente não encontra grandes dificuldades para aprovar seus projetos de lei pelo congresso
colombiano. Mas a oposição ao terceiro mandato de Uribe é grande, inclusive entre seus aliados, e entre
importantes acadêmicos e veículos de mídia, como a revista Semana.
PARTE 2: PANORAMA POLÍTICO
18
A possibilidade da Corte Constitucional aprovar um referendo constitucional onde se propõe a alteração
da constituição para permitir um terceiro mandato a Uribe tem mantido o quadro eleitoral para o ano de 2010
bastante incerto. Com taxas de aprovação popular muito elevadas, a presença ou não de Uribe é crucial tanto
para os oficialistas, como o Partido Social de Unidad Nacional (Partido de “la U”), o Cambio Radical e o Partido
Conservador, como para a oposição, sobretudo os candidatos já confirmados por consultas internas, como Rafael
Pardo, pelo Partido Liberal, ou Gustavo Petro, mais à esquerda pelo Polo Democrático Alternativo.
Relações Brasil-Colômbia
Apesar da proximidade geográfica, historicamente Brasil e Colômbia têm relações bastante distantes;
porém, não conflituosas. A primeira visita oficial de um presidente brasileiro ocorreu na década de 1980, com
Figueiredo. Até o início da década de 2000, as relações bilaterais pouco evoluíram. Desde o início do primeiro
mandato do presidente Lula, contundo, os países têm se aproximado e, mais recentemente, ao longo de 2009,
algumas iniciativas importantes foram feitas com o objetivo de intensificar as relações bilaterais.
Atualmente, a cooperação em segurança na região amazônica representa importante tema da agenda
bilateral. Neste sentido, a Colômbia assinou com o Brasil um convênio para ter acesso aos dados de inteligência
relevantes do SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia), projeto da aeronáutica brasileira que tem como
objetivo o monitoramente do espaço aéreo da região.
Ademais, evoluções no comércio bilateral também são observadas, especialmente após a criação da
Comissão de Monitoramente do Comércio. Entre 2006 e 2008, a corrente de comércio entre os dois países
cresceu mais de 50%, e teve sua pauta bastante diversificada. Recentemente, ocorreu a reunião da Comissão
Mista Brasil-Colômbia, criada após a visita realizada pelo presidente Álvaro Uribe ao Brasil, em fevereiro de 2009,
onde foram discutidas importantes áreas para incentivar a cooperação entre os dois países. Além do
monitoramento e da vigilância amazônica, o principal ponto da agenda foi a cooperação na pesquisa e produção
de biocombustíveis, já que a Colômbia é o maior produtor de biodiesel e segundo maior produtor de etanol do
mundo. Por fim, os países assinaram acordos de cooperação sobre processamento de madeira, propriedade
intelectual e destino do lixo produzido.
Outro tópico sempre presente na agenda bilateral é a atuação de empresas brasileiras na Colômbia. O
presidente Álvaro Uribe tem reforçado a necessidade da presença das multinacionais brasileiras em seu país,
especialmente as que trabalham com o desenvolvimento de infra-estrutura básica, como as construtoras. Em
2007, uma campanha para atrair as empresas brasileiras foi criada, garantindo-lhes benefícios fiscais e proteção
especial. Atualmente, grandes empresas brasileiras como Gerdau, Votorantim, Petrobrás, Marcopolo, Camargo
Correa, Odebrecht, Vale e Natura têm investimentos na Colômbia.
19
Comércio Internacional e Fluxos de Investimento
O comércio externo colombiano elevou-se substancialmente na primeira década do novo milênio,
notadamente a partir de 2002 (Gráfico 7). As exportações cresceram, em média, 23,5% ao ano entre 2003 e 2008,
e as importações, no mesmo período, aumentaram anualmente 23,6% em média. Em 2008, nota-se uma inflexão
nas três linhas do Gráfico 8 em função da crise internacional. Prevê-se que já em 2010, o fluxo comercial
colombiano retorne ao mesmo patamar de 2008.
Gráfico 7 – Evolução do comércio exterior da Colômbia (1997-2010)
39
37,9
1,1
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008e 2009f 2010f
Exportações (US$ bilhões) Importações (US$ bilhões) Balança comercial (US$ bilhões)
Fontes: IMF International Financial Statistics (2009) e Deutsche Bank Research (2009) Os dados de 2008 são estimativas do Deutsche Bank. 2009 e 2010 são projeções da mesma instituição. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
A pauta exportadora da Colômbia revela-se mais diversificada do que a de vários de seus vizinhos
latinos. Apesar disso, esta ainda ampara-se fortemente em commodities4. Rotuladas “exportações tradicionais”,
as vendas de petróleo, carvão, café e níquel ferroso, alcançaram o valor de US$ 23,9 bilhões de janeiro a
setembro de 2008. Em termos percentuais, tal valor traduz-se em 55% do valor exportado no período. Estados
Unidos e União Européia confirmam-se como principais destinos das exportações tradicionais colombianas: nos
nove primeiros meses de 2008, receberam juntos 71% destas. Por outro lado, América Latina e Estados Unidos 4 Country Commerce Colombia, Economist Intelligence Unit.
PARTE 3: RELAÇÕES COMERCIAIS
20
assumem o posto de maiores adquirentes das exportações não-tradicionais, mais diversificadas, ainda que
dominadas por produtos manufaturados padronizados: químicos, alimentos processados, vestuário, plásticos e
metais. No ano de 2008, os principais mercados foram Estados Unidos, com 37%; Venezuela, com 20% e Equador,
com 4%.
Por outro lado, a Colômbia necessita importar maquinário pesado e equipamentos, matérias-primas
para a indústria, aparelhos de alta tecnologia e derivados do petróleo. Entre janeiro e setembro de 2008, para o
total importado de US$ 29,6 bilhões, os bens intermediários e matérias-primas, bens de capital e bens de
consumo contribuíram com parcelas de 46%, 36% e 18%, nesta ordem. Estados Unidos e China são os principais
provedores de maquinário e equipamentos, enquanto os eletrônicos procedem da China, Estados Unidos e
México, em sua maior parte. Em todo o ano de 2008, Estados Unidos, China, México e Brasil foram os que mais
exportaram para a Colômbia, tendo obtido fatias de mercado de 29%, 11%, 8% e 6%, respectivamente. Em
referência ao cenário de 2003, os Estados Unidos praticamente mantiveram sua participação de mercado (Gráfico
8). A China ganhou 6,5 pontos percentuais, chegando desta forma ao segundo lugar no ranking. Embora o Brasil
tenha mantido seu percentual de participação em cinco anos, o bom desempenho de China e México levou-o a
cair duas posições no ranking e a ocupar a quarta posição em 2008.
Gráfico 8 – Principais fornecedores da Colômbia (2003 - 2008)
28,9%
11,5%
7,9%5,9%
3,9%
42,0%
2008
Estados Unidos China México Brasil Alemanha Outros
29,4%
5,5%
5,4%5,2%
5,0%
49,5%
2003
Estados Unidos Brasil México Venezuela China Outros
Fonte: Euromonitor. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Desde a liberalização econômica da década de 90, a Colômbia tem incentivado os investimentos
estrangeiros diretos (IED) como forma de contrabalançar a insuficiência de investimentos internos, obter
transferência de tecnologia e financiar déficits de conta corrente5. Ao chegar à presidência em 2002, Álvaro Uribe
esforçou-se por combater o crime e a violência, de maneira a tornar o ambiente de negócios mais seguro para os
5 Country Commerce Colombia, Economist Intelligence Unit.
21
investidores estrangeiros. Neste contexto, nos anos 2000, os fluxos e estoques de investimentos estrangeiros
diretos (IED) ganharam importância para a Colômbia. Tome-se como exemplo o fluxo de entrada, medido como
porcentagem da formação bruta de capital fixo (FBCF): este passou de 12,1%, na média de 1990 a 2000, para
17,9%, em 2008. Em valores absolutos, trata-se de US$ 10,5 bilhões, em 2008. Quando se mencionam os
estoques de entrada relativizados pelo PIB, a variação é ainda mais representativa, uma vez que estes saltaram de
11,9%, em 2000, para 27,9% em 2008 (Gráfico 9). Importa notar que na Colômbia tanto o fluxo quanto o estoque
de entrada de IEDs, como razões da FBCF e do PIB, em 2008, ficam acima dos patamares da América Latina
(15,5% e 27,3%) e das economias em desenvolvimento como um todo (12,5% e 24,7%). No caso brasileiro, ainda
que o montante de IED recebido em 2008 (US$ 45,1 bilhões) tenha sido sensivelmente maior do que na Colômbia,
como proporção do PIB, é menor: 15,1%. No México, no mesmo ano, o indicador não superou 8,5%. Os principais
setores colombianos dominados pelos IEDs são: mineração, petróleo e gás, produtos de consumo de massa,
indústria pesada, telecomunicações, varejo popular, geração de energia e fabricação de bebidas.
Gráfico 9 - Colômbia - Taxa de Investimentos, 1997-2008 (estoque de IED como % do PIB)
16,4 15,1
13,9
11,9
16,6
19,4
22,4 21,8
25,5
27,8 27,1
27,9
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Fontes: IMF e UNCTAD. Elaboração: UICC - Apex-Brasil. A taxa de 2008 é estimada.
Acordos Comerciais
A Colômbia é membro da Organização Mundial do Comércio (OMC) e participa de diversos arranjos
regionais e bilaterais de liberalização do comércio. Faz parte, ainda, da Associação Latino-americana de
Integração – ALADI e da Comunidade Andina de Nações – CAN, que historicamente tem sido seu mais importante
bloco regional. Até 2006, a CAN compunha-se de Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, mas esta deixou o
22
bloco como protesto à assinatura de um tratado de livre-comércio (TLC) pelos Estados Unidos com o Peru e com a
Colômbia isoladamente.
Em 2005, entrou em vigor o Acordo de Complementação Econômica MERCOSUL-
Colômbia/Equador/Venezuela (ACE-59). Consiste em um programa de liberalização comercial, com ritmos e
prazos de desgravação diferenciados, com concessões maiores para os países andinos, Paraguai e Uruguai. Entre
8 e 10 anos após a assinatura do tratado, ocorrida em outubro de 2004, a maioria dos produtos dos países
andinos entrarão no MERCOSUL com tarifa zero, enquanto o contrário deve ocorrer de 12 a 15 anos da
assinatura. Em agosto de 2005, a Colômbia deu início à desgravação tarifária para produtos de países do
MERCOSUL.
Entre os acordos bilaterais, merecem menção aqueles firmados pela Colômbia com o Chile e o México;
este último celebrado em 1993 quando a Colômbia, juntamente com México e Venezuela, fazia parte da aliança
regional com foco em cooperação no setor energético, Grupo dos Três (G3). Como a Venezuela deixou o grupo
em 1996, este se transformou no G2. Ao mesmo tempo em que impulsionaram as exportações colombianas, os
TLCs aumentaram as importações da Colômbia de automóveis mexicanos e abriram as portas para investimentos
chilenos no país.
A Colômbia possui, ainda, acordos bilaterais com os seguintes blocos econômicos:
• União Européia: acordo existente desde 2005, denominado Sistema Geral de Preferências - Plus.
Esse sistema beneficia as exportações colombianas até 2016 com baixas tarifas ou inexistência destas para mais
de 6.600 produtos, exceto atum e banana.
• Mercado Comum Centro-Americano – MCCA. Fazem parte do MCCA: Costa Rica, El Salvador,
Guatemala, Honduras, Nicarágua.
• Comunidade do Caribe – CARICOM. Fazem parte do CARICOM: Antigüa e Barbuda, Bahamas,
Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São
Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago.
Em 2006 o país assinou um acordo de livre-comércio com os EUA, emendado em 2007 para a inclusão
de cláusulas a respeito do trabalho, do meio-ambiente e da propriedade intelectual. Mas a ratificação ainda não
ocorreu devido à atuação de grupos de pressão americanos.
A Colômbia também faz parte do ATPDEA, Pacto Andino de Erradicação das Drogas e Promoção do
Comércio, acordo que possibilita a determinados produtos o ingresso nos EUA sem tarifação. Dentro desse pacto,
está o Acordo de Preferências Andinas – ATPA, que foi aprovado pelo Congresso dos EUA, e permite o acesso de
6.200 produtos provenientes da Colômbia sem tarifa de importação.
23
Comércio Brasil e Colômbia
Em 2008, a corrente comercial brasileira totalizou US$ 370,9 bilhões, batendo, assim, seu recorde
histórico. Desta quantia, US$ 3,1 bilhões resultaram da parceria comercial com a Colômbia, o que se traduz em
uma representatividade pouco significativa, de apenas 0,84%. No que se refere às exportações brasileiras, o
cenário altera-se pouco: em 2008, o Brasil direcionou apenas 1,2% de suas exportações à Colômbia, sem que
tenha havido mudanças consideráveis nos dez anos anteriores. Entre 1998 e 2005, esse percentual variou entre
0,9% e 1,2%, tendo atingido o seu valor máximo em 2006, de 1,6%, para retornar aos 1,2% de 2008. Pela ótica das
importações brasileiras, a Colômbia tem uma representatividade ainda menor: de apenas 0,5%, segundo os dados
de 2008. Entre 1998 e 2008, a representatividade média foi de 0,3%, tendo alcançado um pico isolado de 0,7% em
2002. Assim sendo, em termos relativos, infere-se que a Colômbia assume um papel discreto tanto no que diz
respeito a sua participação nas exportações quanto nas importações brasileiras.
No que diz respeito à composição da pauta de exportações brasileiras para a Colômbia, por classificação
CNAE – 2 dígitos, em 2008, responderam juntos por mais da metade do valor exportado produtos dos seguintes
setores: “metalurgia básica” (19%), “produtos químicos” (13%), “máquinas e equipamentos” (13%) e “material
eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações” (8%), como revela o Gráfico 10. Em valores
absolutos, trata-se de um total de US$ 1,2 bilhão. Importa notar que houve poucas alterações na composição da
pauta entre 2003 e 2008: os sete principais setores de cada período continuaram praticamente os mesmos, salvo
duas exceções: “produtos têxteis” que constavam em 2003 e não aparecem em 2008, e “material eletrônico e de
aparelhos e equipamentos de comunicações”, que entrou apenas na lista de 2008. Além destas, houve mudanças
somente nas posições no ranking dos setores CNAE, a exemplo do que ocorreu com “metalurgia básica”, que saiu
do 4º lugar em 2003, com participação de 10%, para o 1º lugar em 2008, com participação de 19%.
24
Gráfico 10 – Principais produtos exportados pelo Brasil para a Colômbia – por setor CNAE dois dígitos – 2003 - 2008
Fontes: Aliceweb. Elaboração: UICC - Apex-Brasil.
Para uma informação mais detalhada, é oportuno apresentar também a relação dos principais produtos
exportados pelo Brasil para a Colômbia por setor CNAE – três dígitos. A Tabela 2 traz os dez setores com o maior
valor exportado, tanto em 2003, quanto em 2008. Em ambos os anos, a participação de tais setores no total das
exportações brasileiras ficou acima dos 50%.
Entre os vários setores elencados, vale destacar o CNAE 322, “Aparelhos e equipamentos de telefonia e
radiotelefonia e de transmissores de televisão e rádio”, que não constava da lista de 2003 e que em 2008 já
assume o 2º lugar no ranking, com um valor exportado de US$ 169,0 milhões, traduzidos em 7% de participação.
Outro CNAE que merece menção é o 341, “Automóveis, caminhonetas e utilitários”, que assumia o primeiro lugar
no ranking de 2003, com participação de 8% no total exportado, e que, em 2008, caiu para a 8ª posição, com
representatividade de 3%, muito embora em termos absolutos o valor tenha crescido de US$ 57,8 milhões para
US$ 73,1 milhões no período em foco. Possivelmente esse cenário alterou-se em função do aquecimento do
Produtos químicos
Veículos automotores, reboques e carrocerias
Máquinas e equipamentos
Metalurgia básica
Produtos alimentícios e bebidas
Outros equipamentos de transporte
Produtos têxteis
Outros
Metalurgia básica
Produtos químicos
Máquinas e equipamentos
Material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações
Outros equipamentos de transporte
Veículos automotores, reboques e carrocerias
Produtos alimentícios e bebidas
Outros
16%
14%
12%
10%7%
6%
6%
29%
2003
19%
13%
13%
8%8%
6%
6%
28%
2008
25
mercado interno de automóveis, que arrefeceu os esforços exportadores: em 2003, segundo dados da ANFAVEA,
aproximadamente 29% da produção foi exportada, enquanto em 2008, esse percentual caiu para cerca de 23%.
Tabela 2 - Principais produtos exportados pelo Brasil para a Colômbia – por setor CNAE três dígitos – 2003 -
2008
Setor
CNAEDescrição
Valor
exportado em
2003 (em US$)
Participação
nas
exportações
totais em
2003
Setor
CNAEDescrição
Valor
exportado em
2008 (em US$)
Participação
nas
exportações
totais em
2008
341 Automóveis, caminhonetas e utilitários 57.843.226 8% 272 Siderurgia 217.499.015 9%
272 Siderurgia 50.421.019 7% 322
Aparelhos e equipamentos de telefonia
e radiotelefonia e de transmissores de
televisão e rádio
168.979.598 7%
159 Bebidas 35.343.594 5% 353 Aeronaves 146.666.061 6%
353 Aeronaves 35.297.074 5% 273 Tubos - exceto em siderúrgicas 113.116.366 5%
302
Máquinas e equipamentos de sistemas
eletrônicos para processamento de
dados
27.949.414 4% 274 Metalurgia de metais não-ferrosos 103.440.818 5%
342 Caminhões e ônibus 27.415.982 4% 295Máquinas e equipamentos de uso na
extração mineral e construção 78.054.576 3%
245 Produtos farmacêuticos 27.126.958 4% 291Motores, bombas, compressores e
equipamentos de transmissão 76.348.800 3%
173 Tecelagem - inclusive fiação e tecelagem 26.258.091 3% 341 Automóveis, caminhonetas e utilitários 73.067.282 3%
249 Produtos e preparados químicos diversos 24.484.931 3% 011 Lavouras temporárias 71.827.617 3%
251 Artigos de borracha 24.027.446 3% 251 Artigos de borracha 71.301.342 3%
Outros 415.467.647 55% Outros 1.174.775.806 51%
Total 751.635.382 100% Total 2.295.077.281 100%
Fontes: Aliceweb. Elaboração: UICC - Apex-Brasil.
Por outro lado, em 2008, os principais produtos importados da Colômbia pelo Brasil, segmentados
setorialmente de acordo com a classificação CNAE – 2 dígitos, foram: “produtos químicos”, “petróleo” e “carvão
mineral”, com participação conjunta na pauta importadora de 57% e valor importado de US$ 471,0 milhões
(Gráfico 11).
Quanto à composição da pauta importadora, esta se alterou sensivelmente entre 2003 e 2008: no
primeiro ano da série, os “produtos químicos” chegavam a representar 46% das importações; no último, tal
percentual havia diminuído para 21%. Por sua vez, o CNAE 11, “extração de petróleo e serviços relacionados”, não
constava das seis primeiras posições do ranking de importações em 2003. Cinco anos depois, já havia conquistado
a segunda posição, com representatividade de 20% no valor importado, correspondentes a US$ 164,4 milhões. De
modo similar, o CNAE 23, “refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool”
aumentou sua participação em 6 pontos percentuais no mesmo ínterim. Importa notar, ainda, que alguns setores
integram as primeiras colocações do ranking em 2003 apenas, como é o caso dos “produtos alimentícios e
bebidas” e “móveis e indústrias diversas”. Em contraposição, “extração de petróleo e serviços relacionados” e
“metalurgia básica” fazem parte da segunda ilustração somente.
26
Gráfico 11 – Principais produtos importados da Colômbia pelo Brasil – por setor CNAE dois dígitos – 2003 - 2008
Fontes: Aliceweb. Elaboração: UICC - Apex-Brasil.
A Tabela 3, a seguir, apresenta o rol dos principais produtos colombianos importados pelo Brasil,
categorizados por CNAE – 3 dígitos, classificação, esta, mais depurada do que a anterior. Em 2008, três setores
CNAE responderam conjuntamente por metade das importações: “extração de petróleo e gás natural” (20%),
“extração de carvão mineral” (16%) e “coquerias” (14%), com valor importado conjunto de US$ 41,1 milhões. Vale
ressaltar que em 2003 a “extração de petróleo e gás natural” sequer pertencia à lista dos 10 setores CNAE de
maior relevância na pauta importadora. Em direção oposta seguiu a “fabricação de resinas e elastômeros”: em
cinco anos teve sua representatividade decrescida de 20% para 12%.
Produtos químicos
Artigos de borracha e de material plástico
Carvão mineral
Produtos alimentícios e bebidas
Petróleo, combustíveis nucleares e álcool
Móveis e indústrias diversas
Outros
Produtos químicos
Petróleo
Carvão mineral
Petróleo, combustíveis nucleares e álcool
Metalurgia básica
Artigos de borracha e de material plástico
Outros
21%
20%
16%
14%
10%
8%11%
2008
46%
10%
9%
8%
8%
3%
15%
2003
27
Tabela 3 - Principais produtos importados da Colômbia pelo Brasil – por setor CNAE três dígitos – 2003 - 2008
Setor
CNAEDescrição
Valor
exportado em
2003 (em US$)
Participação
nas
exportações
totais em
2003
Setor
CNAEDescrição
Valor
exportado em
2008 (em US$)
Participação
nas
exportações
totais em
2008
243 Fabricação de resinas e elastômeros 19.565.359 20% 111 Extração de petróleo e gás natural 19.565.359 20%
242Fabricação de produtos químicos
orgânicos 12.216.925 12% 100 Extração de carvão mineral 12.216.925 16%
100 Extração de carvão mineral 9.335.539 9% 231 Coquerias 9.335.539 14%
251 Fabricação de artigos de borracha 8.995.443 9% 243 Fabricação de resinas e elastômeros 8.995.443 12%
232Fabricação de produtos derivados do
petróleo 7.511.795 8% 251 Fabricação de artigos de borracha 7.511.795 7%
245 Fabricação de produtos farmacêuticos 6.366.503 6% 153Produção de óleos e gorduras vegetais e
animais 6.366.503 6%
153Produção de óleos e gorduras vegetais e
animais 5.750.660 6% 271 Produção de ferro-gusa e de ferroligas 5.750.660 4%
244
Fabricação de fibras, fios, cabos e
filamentos contínuos artificiais e
sintéticos
4.673.059 5% 274 Metalurgia de metais não-ferrosos 4.673.059 4%
369 Fabricação de produtos diversos 3.119.159 3% 242Fabricação de produtos químicos
orgânicos 3.119.159 4%
331
Fabricação de aparelhos e instrumentos
para usos médicos-hospitalares,
odontológicos e de laboratórios e
aparelhos ortopédicos
2.602.833 3% 272 Siderurgia 2.602.833 2%
Outros 18.381.063 19% Outros 749.101.068 12%
Total 98.518.338 100% Total 829.238.343 100%
Fontes: Aliceweb. Elaboração: UICC - Apex-Brasil.
Passando-se à análise da evolução do valor total comerciado entre Brasil e Colômbia, nota-se que, entre
1998 e 2008, este aumentou, no acumulado, 445%, tendo saltado de US$ 573,2 milhões no primeiro ano da série
para US$ 3,1 bilhões no fim do período. Considerada a taxa variação média anual, o incremento foi de 18,5%. Boa
parte desta guinada na corrente comercial foi impulsionada pelas exportações brasileiras, que se aceleraram
principalmente a partir de 2002, como revela a inflexão mais acentuada na linha azul do Gráfico 12. Importa
reforçar que, entre 1998 e 2001, as exportações variaram, em média, 9,1% anualmente, enquanto entre 2002 e
2008, esta mesma taxa elevou-se para 23,8%, de modo que o valor exportado chegou a US$ 2,3 bilhões em 2008.
Em consequência da crise, em 2009, observa-se nova inflexão no Gráfico, resultante de uma diminuição de 21,5%
nas vendas brasileiras em relação aos valores de 2008.
Se por um lado as exportações cresceram quase que interruptamente entre 1998 e 2008, o mesmo não
ocorreu com as importações brasileiras de produtos colombianos: taxas positivas e negativas sucederam-se ano a
ano, de modo que a tendência expressa no Gráfico 12 mostra-se bastante irregular. Tal irregularidade não
impediu, contudo, que nos onze anos em questão houvesse um crescimento acumulado de 685,9% do valor
importado. Este saiu de 105,5 milhões, em 1998, para chegar a US$ 829,2 milhões em 2008. No período, a taxa de
variação média anual foi de 22,9%.
28
Gráfico 12 – Corrente de comércio Brasil-Colômbia
468
403516
607 639
7521.044
1.412
2.140
2.3392.295
1.801
106 187415
189
108 99 143 138
248427
829
568
573
590 931 796 747
850
1.187
1.550
2.388 2.765
3.124
2.369
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Exp. Brasileiras - US$ milhões FOB Imp. Brasileiras - US$ milhões FOB Corrente Comercial - US$ milhões
Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Ademais, nota-se uma tendência de diminuição do saldo comercial relativo do Brasil frente ao da
Colômbia (Gráfico 13). Em 2005, esse indicador chegou a medir 82%, o que significa que, do valor da corrente de
comércio entre o Brasil e a Colômbia, 82% resultavam de em superávit comercial brasileiro. Esse saldo relativo em
2008 atingiu um percentual de 47%, chegando a 52% em 2009.
29
Gráfico 13 - Saldo comercial relativo – Brasil-Colômbia
77% 76%82%
79%
69%
47%52%
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Um fator que em algumas situações colabora para a diminuição do saldo comercial relativo de um país
frente a outro é a dinâmica do câmbio real entre eles. Busca-se, portanto, investigar se esse seria um dos motivos
da diminuição do saldo relativo do Brasil frente ao colombiano a partir de 2006. O Gráfico 14 ilustra a evolução do
câmbio real das moedas da Colômbia, México, Brasil, China, Venezuela e Argentina frente ao dólar
estadunidense. O câmbio real do peso colombiano valorizou-se, entre 2003 e 2008, e, em especial, a partir de
meados de 2006 em função de massivas entradas capitais, incluindo IED e investimento de portfólio,
empréstimos do setor privado tomados no exterior e repatriamento de recursos de residentes em outros países.
Em fins de 2008, o peso iniciou um movimento de desvalorização, tanto por sua posição sobrevalorizada como
pela deterioração do ambiente internacional. Como resultado, durante todo o período, a moeda colombiana se
valorizou em termos reais 28,5% frente ao dólar estadunidense. No caso da moeda brasileira, a valorização foi de
38,9% em termos reais. Ainda que o real tenha se valorizado em um patamar ligeiramente superior ao peso
colombiano, não é possível afirmar que a diminuição do saldo relativo brasileiro frente ao colombiano tenha sido
provocada pelo câmbio.
30
Gráfico 14 – Evolução do câmbio real frente ao dólar estadunidense (Base: média 2003=100)
119,3
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Argentina Brasil China Colômbia México Venezuela
82,0
100
117,8
61,1
100,6
71,5
Fonte: Euromonitor. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Esta seção apresentará um conjunto de indicadores que estão envolvidos nas trocas comerciais
internacionais e que também afetam o comércio existente entre Brasil e Colômbia. A análise deles é importante
para se entender melhor a estrutura das relações comerciais entre esses dois países.
1. Índice de Complementaridade de Comércio
Este índice fornece informações sobre as perspectivas de integração comercial entre dois países.
O índice de complementaridade de comércio entre o Brasil e a Colômbia é obtido, comparando-se a
pauta de exportações brasileira com a pauta de importações colombiana. Através dessa comparação, é possível
verificar em que medida os produtos exportados pelo Brasil coincidem com os produtos importados pela
Colômbia.
Um Índice de Complementaridade de Comércio igual a zero significa que não há complementaridade
entre as importações e as exportações dos países analisados. Em contrapartida, se esse índice for igual a 100,
PARTE 4: INDICADORES DE COMÉRCIO EXTERIOR
31
quer dizer que as pautas são perfeitamente complementares, ou seja, que um país exporta exatamente o que o
outro deseja importar. Isso não significa, entretanto, que essas trocas comerciais irão ocorrer exclusivamente
entre ambos. O índice indica uma possibilidade de integração comercial.
O valor médio de complementaridade de comércio entre Brasil e Colômbia gira em torno de 37. O maior
valor alcançado, entre os anos de 2003 e 2008, foi de 38,75 em 2006. Após esse ano, houve uma queda do
indicador que chegou a 35,67 em 2008 (Gráfico 15).
Gráfico 15 – Índice de Complementaridade de Comércio – Brasil-Colômbia e Brasil-Países selecionados
33,88
36,33
37,86
38,75
38,22
35,67
25,00
27,00
29,00
31,00
33,00
35,00
37,00
39,00
41,00
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Colômbia Argentina México Venezuela
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
Observa-se que, entre países selecionados da América Latina, a Colômbia é o que apresenta a segunda
maior série de índices de complementaridade de comércio com o Brasil. Apenas a Argentina, terceiro principal
destino das exportações brasileiras em 2009, chegou a um resultado mais significativo.
2. Índice de Intensidade de Comércio
Este índice determina em que medida o valor das exportações de um país para outro é maior ou menor
que o esperado.
32
O cálculo do índice de intensidade de comércio entre Brasil e Colômbia é obtido pela razão entre a
participação das exportações brasileiras para a Colômbia e a participação das exportações brasileiras para resto o
mundo. Um valor superior a 1 indica que as exportações do Brasil para o mercado colombiano são maiores do
que a média mundial.
Examinando a evolução do Índice de Intensidade de Comércio do Brasil com a Colômbia, entre 2003 e
2007, encontram-se valores superiores a cinco em todos os anos e superior a quatro em 2008. Assim sendo,
pode-se inferir que a intensidade de comércio Brasil – Colômbia fica bem acima da média mundial.
Cabe mencionar, ainda, o índice obtido para a Argentina, que chegou a superar o patamar dos 30 nos
primeiros anos da década. Uma vez que o país vizinho é, historicamente, um dos principais destinos das
exportações brasileiras, um alto índice é de intensidade de comércio soa natural. Tendo em vista que Argentina e
Colômbia apresentam índices de complementaridade de comércio muito próximos, tal fato pode ser interpretado
como uma oportunidade para que a intensidade de comércio entre Brasil e Colômbia se aprofunde.
Gráfico 16 – Índice de Intensidade de Comércio – Brasil-Colômbia e Brasil-Países selecionados
22,13
25,44
27,21
29,11
30,12
34,29
4,21
5,65
5,70
5,22
5,07
5,60
1,21
1,55
1,72
1,88
1,93
1,94
6,48
7,34
7,68
7,26
7,04
6,80
,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
2008
2007
2006
2005
2004
2003
Venezuela México Colômbia Argentina
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
33
A diminuição da intensidade de comércio entre o Brasil e Argentina e Brasil e México, ilustrada no
Gráfico 16, pode estar relacionada à diversificação dos destinos das exportações brasileiras: entre 2000 e 2007, a
participação de regiões como a África e a Europa Oriental no total das vendas brasileiras aumentou de 2,44% para
5,34%, e de 1,66% para 2,68%, nesta ordem. Por outro lado, o principal destino das exportações do Brasil em
2008, Estados Unidos, saiu de uma representatividade de 23,9% para 15,6% no mesmo período.
3. Indicador de Diversificação/Concentração das Exportações – Índice de Herfindhal-Hirschman
(HHI)
O Índice de Herfindahl-Hirschman (HHI) indica se o valor das exportações de um país está concentrado
em poucos produtos.
Países com HHI menor do que 1000 são considerados com baixa concentração, ou seja, a valor de suas
exportações não está concentrado em alguns produtos. Países com HHI entre 1000 e 1800, com concentração
moderada; e países com HHI superior a 1800, concentrados.
Os países em desenvolvimento possuem freqüentemente um índice de concentração de exportações
bastante elevado. Ainda que suas pautas exportadoras possam ter alguma diversificação, o valor de suas
exportações está concentrado em poucos produtos primários – em geral, commodities, cujos preços tendem a
oscilar fortemente em horizontes temporais longos, o que deixa as economias desses países muito expostas às
mudanças que ocorrem no cenário internacional. Quanto maior for o valor do índice de concentração das
exportações de um país, maior também será sua dependência em relação aos diferentes contextos mundiais.
A análise do HHI, ilustrada no Gráfico 17, revela desconcentração da pauta de exportações brasileiras
para a Colômbia, com o indicador situando-se próximo ao limite para baixa concentração de 1000 pontos nos seis
anos da série. Das economias mostradas no Gráfico, trata-se do menor nível de concentração.
Quanto à variação do índice no período em análise, não há mudanças relevantes para a Colômbia. Essa
constatação condiz com a composição da pauta das exportações brasileiras para aquele país em 2003 e 2008.
Como já mencionado e ilustrado no Gráfico 10, houve poucas mudanças nos principais produtos exportados,
segundo a classificação CNAE por dois dígitos.
Situação distinta ocorre com o México, para o qual se verifica a passagem de uma pauta com alta
concentração para uma moderadamente concentrada.
34
Gráfico 17 – Índice de Concentração das Exportações (Índice de Herfindhal-Hirschman) – Brasil-
Colômbia e Brasil-Países selecionados
899,401039,22 1034,14 1049,37 978,20 974,77
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Colômbia Argentina Venezulela México
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
4. Índice de Preços e Índice de Quantum
Neste estudo, o cálculo do índice de preços e o do índice de quantum (quantidade) medem
respectivamente quanto o preço e a quantidade dos produtos exportados influenciam no aumento ou diminuição
do valor das exportações brasileiras para o mercado colombiano.
Analisando-se o passado recente, verifica-se que, em 2004, a taxa de crescimento do valor exportado
para a Colômbia foi de 39%, sendo 26% decorrentes de um aumento da quantidade exportada (quantum) e 10%
da variação de preços dos produtos. A partir do ano de 2007, a quantidade de produtos exportados apresentou
taxas de variação negativas, atingindo em 2009 um decréscimo de 16%, como resultado da crise econômica que
atingiu a economia mundial.
Já preço dos produtos exportados pelo Brasil aumentou entre 2004 e 2007 e diminuiu nos dois últimos
anos da série.
35
Gráfico 18 – Crescimento de valor, Índice de preços e Índice de quantum das exportações brasileiras
para a Colômbia
39%35%
52%
9%
-2%
-22%
10%13% 16%
19%
12%
-6%
26%
19%
31%
-8%-13%
-16%
2004 2005 2006 2007 2008 2009
Crescimento de valor Índice de preços (Fischer) Índice de quantum
Fonte: GTIS. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
5. Índice de Comércio Intra-Setor Industrial
Este índice mostra a dinâmica do comércio exterior entre países que têm em comum um mesmo setor
produtivo. Nos casos em que todo o comércio ocorre dentro do mesmo setor industrial, o índice se iguala a 1.
Para a construção da Tabela 4, foram selecionados os setores, por classificação CNAE dois dígitos, cujo
indicador ficou acima de 0,5 em 2008. Em seguida, buscaram-se os setores, por classificação CNAE três dígitos,
que obedeceram este mesmo critério.
Com o auxílio da Tabela 4, verifica-se o comércio intra-setor perpassa indústrias de vários níveis de
intensidade tecnológica: desde a produção de produtos primários até manufaturados intensivos em P&D.
Entretanto, se os diversos setores CNAE forem ponderados por sua participação no total exportado pelo Brasil
para a Colômbia, no âmbito do comércio intra-setorial, o resultado será o predomínio das indústrias intensiva em
recursos naturais e intensiva em trabalho ou tradicional, com uma participação de 63,8%. Tal resultado coaduna-
se com a comparação dos perfis industriais de Brasil e Colômbia. Uma vez que o parque industrial brasileiro é
mais diversificado e intensivo em capital do que o colombiano, as possibilidades para existência de comércio
intra-setor serão maiores justamente nas indústrias em que a Colômbia é forte: têxtil, de vestuário e calçados,
processamento de alimentos, tabaco, ferro e aço, além de produtos metalúrgicos, montagem de automóveis,
químicos, refinamento de petróleo e petroquímicos. Tal diferença entre os parques industriais explica também
36
porque apenas que apenas 11% das exportações brasileiras para a Colômbia (US$ 251,8 milhões) são de caráter
intra-setor.
Por fim, cabe comentar que, para alguns setores CNAE, quase 100% do comércio limita-se ao intra-
setorial, a exemplo da “Produção de óleos e gorduras vegetais e animais”, “Confecção de artigos do vestuário”,
“Fabricação de produtos químicos inorgânicos”, “Fabricação de produtos químicos orgânicos” e “Fabricação de
artigos de borracha”.
Tabela 4 - Comércio Intra-Setor Industrial – Brasil-Colômbia
CNAE Descrição 2003 2004 2005 2006 2007 2008
15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 0,28 0,18 0,05 0,10 0,29 0,57
153 Produção de óleos e gorduras vegetais e animais 0,27 0,90 0,05 0,91 0,85 0,86
18 Confecção de artigos do vestuário 0,69 0,61 0,70 0,82 0,72 0,89
181 Confecção de artigos do vestuário 0,68 0,50 0,75 0,86 0,76 0,85
24 Fabricação de produtos químicos 0,54 0,56 0,52 0,49 0,51 0,73
241 Fabricação de produtos químicos inorgânicos 0,41 0,38 0,37 0,39 0,71 0,89
242 Fabricação de produtos químicos orgânicos 0,77 0,74 0,72 0,69 0,74 0,86
243 Fabricação de resinas e elastômeros 0,98 0,78 0,92 0,79 0,82 0,67
244Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos
artificiais e sintéticos0,49 0,23 0,29 0,46 0,61 0,73
247Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza e
artigos de perfumaria0,01 0,03 0,05 0,33 0,73 0,65
25 Fabricação de artigos de borracha e material plástico 0,44 0,40 0,39 0,42 0,48 0,73
251 Fabricação de artigos de borracha 0,54 0,47 0,47 0,50 0,61 0,90
Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil.
6. Medida de Intensidade Tecnológica
Este não é um índice de comércio, mas uma medida utilizada para classificar um produto ou uma
indústria. Este estudo utilizará a seguinte classificação:
37
Quadro 1 – Taxonomia da intensidade tecnológica e respectivos setores da economia
Intensidade Tecnológica Setores da Economia
Produtos Primários Agrícolas, Minerais e Energéticos
Indústria Intensiva em Recursos Naturais
Indústria Agroalimentar, Indústria Intensiva em Outros Recursos Agrícolas, Indústria Intensiva em Recursos Minerais e
Indústria Intensiva em Recursos Energéticos.
Indústria Intensiva em Trabalho ou Tradicional
Bens industriais de consumo não-duráveis mais tradicionais: Têxteis, Confecções, Couro e Calçado, Cerâmico, Produtos
Básicos de Metais, entre outros.
Indústria Intensiva em Escala
Indústria Automobilística, Indústria Siderúrgica e os Bens Eletrônicos de Consumo6
Fornecedores Especializados
Bens de Capital sob Encomenda e Equipamentos de Engenharia.
Indústria Intensiva em P&D
Setores de Química Fina (produtos farmacêuticos, entre outros), componentes eletrônicos, Telecomunicação e Indústria
Aeroespacial.
Fonte: Holland e Xavier (2004)
A análise das exportações brasileiras para a Colômbia em 2008, considerando-se a intensidade
tecnológica dos produtos vendidos, mostra uma participação expressiva de bens manufaturados intensivos em
escala7 (29%), intensivos em P&D (20,9%) e produzidos por fornecedores especializados (17,6%) (Gráfico 19). Tal
configuração é favorável ao Brasil, que conta com um mercado receptivo a suas exportações de maior valor
agregado.
Observa-se que, entre 2003 e 2008, não chegou a haver grandes alterações nos tamanhos das fatias
correspondentes aos distintos graus de intensidade tecnológica. A maior delas coube aos manufaturados
intensivos em trabalho, cuja representatividade na pauta exportadora brasileira caiu de 15,5% para 10,9%. Em
2003, cerca de 1/3 das exportações era de setores ligados à tecelagem - inclusive fiação e tecelagem e fabricação
de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos artificiais e sintéticos, com exportações valoradas em US$ 39,3
milhões. Cinco anos depois, a fabricação de resinas e elastômeros e a de produtos de plástico eram os setores
intensivos em trabalho com maior valor exportado: US$ 81,3 milhões (ou 32% das exportações deste nível de
tecnologia). Entre as possíveis causas da diminuição da participação das exportações intensivas em trabalho e da
alteração de seu perfil, é possível elencar as dificuldades por que passou a indústria têxtil brasileira frente a
6 Os bens eletrônicos de consumo são especificados em três linhas básicas: (a) Vídeo – televisores, videocassete e câmera de vídeo; (b)
Áudio – rádio, auto-rádio, cd player, toca disco, sistema de som, etc; (c) Outros Produtos – forno de microondas, calculadoras, aparelhos telefônicos, geladeiras, instrumentos musicais, entre outros.
7 "Existe economia de escala quando a expansão da capacidade de produção de uma firma ou indústria causa um aumento dos custos
totais de produção menor que, proporcionalmente, os do produto. Como resultado, os custos médios de produção caem, a longo prazo". (Bannock et alii, 1977
38
competidores externos, bem como a própria natureza do parque industrial colombiano, especializado em têxteis,
vestuário e calçados.
Por outro lado, às exportações brasileiras de manufaturados intensivos em P&D, atribui-se o maior
aumento de participação em cinco anos: 4,1 pontos percentuais. Em 2003, os principais produtos exportados,
com cerca de 50% representatividade no total desta categoria, relacionavam-se com a construção, montagem e
reparação de aeronaves e a fabricação de produtos farmacêuticos. Decorridos cinco anos, os setores mais
relevantes passaram a ser os de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia e de transmissores de
televisão e rádio e as aeronaves, cujo valor exportado conjuntou alcançou a cifra de US$ 312,8 milhões,
traduzidos em 61,5% das exportações deste nível tecnológico.
Por fim, importa esclarecer que, no âmbito da produção intensiva em escala, em 2003 sobressaiam-se
os setores associados à indústria automobilística, com US$ 53,4 milhões exportados pelo Brasil. Já em 2008, a
siderurgia e a fabricação de tubos – exceto em siderúrgicas assumiram as posições de destaque, com valor
exportado conjunto de US$ 330,6 milhões. Como já mencionado, o aquecimento do mercado interno brasileiro de
automóveis no período em foco pode ter diminuído os esforços exportadores do setor, abrindo-se, assim, espaço
para a ascensão de outros setores.
Gráfico 19 – Exportações brasileiras para a Colômbia por intensidade tecnológica – 2003 e 2008
33,0%
16,8%15,3%
17,0%
15,5%2,2%
0,2%
2003
29,4%
20,9%17,6%
16,4%
10,9%4,7% 0,1%
2008
Manufaturados Intensivos em Economias de Escala
Manufaturados Intensivos em P&D
Manufaturados Produzidos por Fornecedores Especializados
Produtos Intensivos em Recursos Naturais
Manufaturados Intensivos em Trabalho
Produtos Primários
Não-Classificados
Fonte: MDIC. Elaboração: UICC – Apex-Brasil
39
As oportunidades para os exportadores brasileiros no mercado colombiano foram identificadas por
meio de uma metodologia desenvolvida pela Apex-Brasil, que pode ser encontrada no anexo 1.
Em termos gerais, a metodologia faz o cruzamento das importações colombianas com as exportações
brasileiras para a Colômbia, apontando as melhores chances para grupos e subgrupos de produtos8 brasileiros.
O trabalho se inicia com o levantamento dos 5.237 produtos que a Colômbia importou de todo o mundo
em 2008. Esses produtos foram separados da seguinte maneira9:
• Produtos com Exportações Incipientes – são aqueles, cuja participação brasileira nas importações
colombianas é muito baixa, ou seja, o Brasil vende pouco para a Colômbia. Também são considerados como
exportações incipientes aqueles produtos cuja exportação brasileira para a Colômbia não é contínua10.
• Produtos com Exportações Expressivas – são aqueles cuja participação brasileira nas importações
colombianas é acima de 1%, ou seja, o Brasil tem um volume significativo de vendas para a Colômbia. Além disso,
a exportação brasileira desses produtos para a Colômbia é contínua.
Observando-se a Tabela 5, nota-se que, nas vendas do Brasil para o México, há muito mais produtos
com exportações incipientes (79,3%) que expressivas (20,7%), ainda que o valor das exportações expressivas
(81,9%) seja bastante superior ao das incipientes (18,1%).
Tabela 5 - Classificação de produtos importados pela Colômbia
Classificação Qtd SH6 % Qtd SH6Importações Totais
Colômbia 2008 (US$)
% Importações Totais
Colômbia 2008
Exportações Brasileiras à
Colômbia 2008 (US$)
% Exportações Brasileiras à
Colômbia 2008
Expressivo 1.084 20,70 15.879.784.858 40,59 1.876.997.481 81,93
Incipiente 4.153 79,30 23.238.386.198 59,41 413.968.849 18,07
Total 5.237 100,00 39.118.171.056 100,00 2.290.966.330 100,00 Fonte: GTIS. Elaboração: UICC, Apex-Brasil.
8 Os produtos analisados no estudo são reunidos em grupos e subgrupos de acordo com critérios definidos pela Secretaria de Comércio
Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Os grupos, que são amplos, dividem-se em subgrupos.
Normalmente, a denominação dos grupos é abrangente e genérica, enquanto a dos subgrupos é mais específica, permitindo que se
identifique com maior clareza os produtos neles incluídos.
9 Os critérios utilizados para se classificar as exportações como incipientes e expressivas são apresentadas na metodologia, no anexo 1.
10 Exportações contínuas são aquelas que, a partir da primeira venda efetuada, não são interrompidas em nenhum ano posterior.
Analisando-se, por exemplo, um período de quatro anos, se determinado produto foi vendido apenas nos dois primeiros anos, suas
exportações são consideradas descontínuas. Se, no entanto, as vendas do produto se iniciaram no terceiro ano e se repetiram no quarto,
as exportações são consideradas contínuas.
PARTE 5: OPORTUNIDADES PARA O BRASIL NA COLÔMBIA
40
A aplicação da metodologia permitiu identificar que há oportunidades no mercado colombiano tanto
para os grupos de produtos com exportações incipientes quanto para os que têm exportações expressivas.
1 - Oportunidades para os subgrupos de produtos brasileiros com exportações incipientes
Os subgrupos de produtos com exportações incipientes que têm perspectivas de exportação para a
Colômbia são listados na Tabela 6. Esses subgrupos têm em comum o fato do Brasil ser especialista na exportação
de seus produtos11 e o mercado colombiano ter bom nível de dinamismo12. A conjunção desses dois fatores indica
que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas, numa estratégia de abertura
do mercado colombiano. Daí porque esses subgrupos de produtos são denominados “a desenvolver”.
Tabela 6 – Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver”
Grupos de Produtos Subgrupos de Produtos
Valor Importado
pelo Mercado em
2008 (U$S)
Quantidade
SH6Dinamismo VCR
ANIMAIS VIVOS Animais vivos 6.149.472 20 Intermediário 0,84
AVIÕES Aviões 765.913.398 2 Intermediário 2,07
CAFÉ Café cru 15.970.147 1 Intermediário 25,49
CARNE DE AVES Carne de peru "in natura" 3.202.370 3 Muito dinâmico 14,24
CARNE SUÍNA Demais carnes suínas 9.805.644 1 Intermediário 1,71
CERAIS EM GRÃO E ESMAGADOS Cereais em grão e esmagados 1.636.775.357 40 Intermediário 1,38
DEMAIS CARNES Demais carnes 4.905.034 8 Intermediário 3,89
PETRÓLEO E DERIVADOS DE PETRÓLEO Petróleo e derivados de petróleo 1.774.294.063 39 Intermediário 0,77
PRODUTOS METÁLURGICOS Produtos laminados planos de ferro ou aço 543.817.800 54 Intermediário 1,05
PRODUTOS METÁLURGICOS Produtos semimanufaturados de ferro ou aço 11.498.708 6 Dinâmico 7,19
PRODUTOS METÁLURGICOS Tubos de ferro fundido, ferro ou aço 228.385.286 31 Muito dinâmico 0,74
PRODUTOS MINERAIS Demais produtos minerais 108.090.104 55 Intermediário 2,41
PRODUTOS MINERAIS Minérios de ferro 4.275 2 Muito dinâmico 29,90
SOJA (grãos, óleos e farelo) Óleo de soja em bruto 187.177.420 1 Dinâmico 19,41
SOJA (grãos, óleos e farelo) Óleo de soja refinado 39.118.439 1 Dinâmico 21,67
Fonte: UICC - Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS
11
O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, este produto é mais importante do que
na pauta de exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto é medida através do cálculo da vantagem comparativa revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre este assunto são fornecidas na metodologia encontrada no anexo 1.
12 Constata-se que alguns grupos de produtos colombianos são mais dinâmicos que outros, ou seja, suas importações crescem em um
ritmo mais acelerado que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico é um grupo de produtos, maior é o crescimento de suas importações e mais atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. Foram então selecionados os grupos de produtos colombianos considerados muito dinâmicos, dinâmicos e de dinamismo intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no estudo estão descritas na metodologia, no anexo 1.
41
Analisando-se os dois subgrupos que têm maior valor importado pela Colômbia “Petróleo e derivados
de petróleo” e “Cereais em grão e esmagados”, verifica-se que:
No subgrupo “Petróleo e derivados de petróleo”, destaca-se o SH 271019 (Outros óleos de petróleo ou
de minerais betuminosos e preparações, exceto desperdícios), que responde por 81,1% (US$ 1,44 bilhão) do valor
total da importação desse subgrupo.
No subgrupo “Cereais em grão e esmagados”, as importações do SH6 100590 (Milho, exceto para
semeadura) representam mais da metade do valor importado de todo o subgrupo.
2 - Oportunidades para os grupos de produtos brasileiros com exportações expressivas
Os grupos de produtos com exportações expressivas são classificados em cinco categorias:
Consolidados13 – é o caso dos grupos de produtos brasileiros que já estão bem posicionados no
mercado colombiano (sua participação é superior a 30%) e gozam de uma situação confortável em relação a seus
principais concorrentes. A estratégia de atuação para esses grupos de produtos é de manutenção do espaço já
conquistado. Aqui estão boas oportunidades para as exportações brasileiras;
A consolidar14 – é o caso dos grupos de produtos que ainda não são consolidados, mas que estão
crescendo no mercado colombiano mais do que os concorrentes. Aqui estão as melhores oportunidades para os
exportadores brasileiros;
Em risco15 – é o caso dos grupos de produtos que já estiveram consolidados no mercado colombiano, e
hoje ainda têm uma participação significativa nele, mas vêm perdendo, ano após ano, espaço para os
concorrentes. Aqui há oportunidades para os exportadores brasileiros, mas eles devem considerar o risco;
Em desvio de comércio16 – é o caso dos grupos de produtos nos quais o Brasil é especialista na
exportação e o principal concorrente não. Apesar disso, o crescimento médio das exportações do principal
13
O Brasil tem uma participação mínima de 30% nas importações colombianas e o crescimento médio das exportações brasileiras para a
Colômbia é igual ou superior ao crescimento médio das exportações dos concorrentes no período analisado.
14 A participação brasileira nas importações colombianas é inferior a 30%, mas o crescimento médio das exportações brasileiras é igual ou
superior ao dos concorrentes no período analisado.
15 A participação brasileira nas importações colombianas é igual ou superior a 30%, mas o crescimento médio das exportações dos
concorrentes supera em mais de 50% o do Brasil no período analisado.
16 O Brasil apresenta vantagens na exportação do grupo de produtos, ao contrário do principal concorrente. No entanto, o crescimento
médio das exportações brasileiras é inferior a do principal concorrente.
42
concorrente é maior que o do Brasil. Antes de investir no mercado colombiano, os exportadores brasileiros
devem entender o que causa o desvio de comércio.
Em declínio17 – é o caso dos grupos de produtos brasileiros que nunca estiveram consolidados na
Colômbia e que vêm perdendo participação naquele mercado. Aqui as oportunidades para os exportadores
brasileiros são menos interessantes.
A Tabela 7 mostra quais grupos de produtos foram classificados como consolidados, a consolidar, em
desvio de comércio e em declínio.
Tabela 7 – Classificação dos grupos de produtos de exportações expressivas
Grupo de Produtos
Imp. Totais
Expressivas
Colômbia 2008
(US$)
Exp.
Expressivas
do Brasil à
Colômbia
2008 (US$)
Qtd
SH6
Cresc.
Médio Exp.
Bras. à
Colômbia
2003-2008
(%)
Participação
Bras. Imp.
Totais
Colômbia
2008 (%)
Principal
Concorrente
Participação
Principal
Concorrente
Imp. Totais
Colômbia
2008 (%)
Cresc. Médio
Exp.
Concorrentes
à Colômbia
2003-2008 (%)
VCR
Brasil
VCR
Principal
Concorrente
Classificação
Grupo
Açúcar e álcool 82.718.822 24.637.789 2 38,18 29,78 Bolívia 32,43 16,63 20,33 11,77 A consolidar
Aviões 380.250.385 98.800.793 2 252,03 25,98 EUA 61,96 11,59 2,06 1,37 A consolidar
Borracha e suas obras 504.882.357 80.107.399 36 17,81 15,87 China 14,71 22,22 1,55 0,87 Desvio de comércio
Calçados e suas partes 206.233.813 16.558.492 12 27,35 8,03 China 48,13 32,37 2,71 3,39 A consolidar
Ferramentas, talheres e
outras obras de metais145.038.497 20.009.224 49 18,65 13,80 EUA 19,99 18,77 0,79 0,94 A consolidar
Higiene pessoal e
cosméticos233.874.371 22.990.581 20 26,25 9,83 México 42,99 20,06 0,84 0,78 A consolidar
Instrumentos de precisão 392.042.453 18.520.620 27 17,82 4,72 EUA 41,72 26,41 0,35 2,17 A consolidar
Máquinas e motores 3.232.240.893 219.274.163 175 23,01 6,78 EUA 38,37 26,15 1,05 1,23 A consolidar
Massas alimentícias e
preparações alimentícias176.363.119 54.854.794 12 6,38 31,10 EUA 22,24 12,33 0,99 1,23 Em risco
Materiais elétricos e eletro-
eletrônicos1.757.434.473 234.055.332 90 64,07 13,32 México 25,18 50,54 0,69 2,25 A consolidar
Metais não-ferrosos 224.979.907 93.543.178 20 45,12 41,58 Venezuela 22,16 8,21 1,88 8,42 Consolidado
Papel e celulose 277.288.370 70.234.954 32 27,20 25,33 Chile 17,64 13,98 3,54 2,15 A consolidar
Plásticos e suas obras 810.217.660 76.193.034 53 32,47 9,40 EUA 28,87 20,26 0,51 1,24 A consolidar
Produtos farmacêuticos 797.497.994 67.810.916 15 17,71 8,50 EUA 15,07 16,17 0,19 0,78 A consolidar
Produtos metálurgicos 1.657.928.269 262.664.905 90 37,51 15,84 Venezuela 18,64 44,31 1,81 2,20 A consolidar
Produtos minerais 62.624.318 33.714.273 21 44,24 53,84 EUA 14,95 21,49 17,27 0,20 Consolidado
Produtos químicos 714.033.828 95.746.459 80 29,45 13,41 EUA 32,76 21,90 1,62 1,42 A consolidar
Soja (grãos, óleos e farelo) 363.956.065 13.513.761 1 23,12 3,71 Argentina 45,32 28,39 20,17 86,10 A consolidar
Têxteis 426.164.200 49.481.124 109 5,70 11,61 EUA 17,63 12,36 0,91 0,61 Em declínio
Tintas 174.648.068 14.700.203 23 21,41 8,42 EUA 18,94 13,68 0,57 1,00 A consolidar
Veículos automotores e
suas partes1.931.069.047 111.557.012 25 14,16 5,78 México 9,99 30,96 1,23 2,13 Em declínio
Veículos e materiais para
vias férreas32.298.799 24.381.290 5 216,47 75,49 México 12,28 15,08 0,42 0,82 Consolidado
Vidro e suas obras 154.958.046 23.723.661 26 29,40 15,31 México 23,72 28,23 0,68 1,47 A consolidar
Fonte: UICC - Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
17
O Brasil e seu principal concorrente têm o mesmo nível de especialização na exportação do grupo de produtos e o crescimento médio
das exportações brasileiras é negativo. O grupo de produtos também estará “em declínio” caso o crescimento das exportações brasileiras
seja positivo, porém pequeno (inferior a 15%), e metade da taxa de crescimento dos concorrentes.
43
Como os grupos a consolidar representam as melhores chances de exportação para a Colômbia, eles
serão analisados mais detalhadamente a seguir.
Os subgrupos contidos dentro dos grupos a consolidar na Colômbia podem estar consolidados, em
declínio ou a consolidar.
As Tabelas 8, 9 e 10 apresentam quais subgrupos foram classificados, respectivamente, como
consolidados, em risco e em declínio no mercado colombiano.
Tabela 8 - Subgrupos de produtos classificados como “consolidados” – Exportações expressivas
Grupo de Produtos Subgrupos de Produtos
Importações
Totais da
Colômbia em
2008 (US$)
Exportações
Brasilerias
para a
Colômbia em
2008 (US$)
Qtd SH6
Participação
Bras. nas Imp.
Totais da
Colômbia em
2008 (%)
Cresc. Médio Anual das
Exp. dos Concorrentes
para a Colômbia - 2003-
2008 (%)
Cresc. Médio
Anual das Exp.
Bras. Para a
Colômbia 2003-
2008 (%)
Açúcar e álcool Açúcar refinado 62.994.140 24.598.479 1 39,05 12,82 45,61
Aviões Aviões 207.746.986 87.274.342 1 42,01 7,64 42,42
Produtos metalúrgicos Fio-máquinas e barras de ferro ou aço 175.998.849 65.581.404 6 37,26 27,72 56,49
Máquinas e motores Laminadores de metais 12.170.377 4.971.563 2 40,85 29,61 180,23
Máquinas e motoresMáquinas e aparelhos de uso agrícola,
exceto trator 39.976.202 15.172.658 17 37,95 12,99 12,19
Máquinas e motores Motores e turbinas para aviação 5.698.033 1.963.255 1 34,45 28,75 585,68
Fonte: UICC - Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Tabela 9 - Subgrupos de produtos classificados como “em risco” – Exportações expressivas
Grupo de Produtos Subgrupos de Produtos
Importações
Totais da
Colômbia em
2008 (US$)
Exportações
Brasilerias
para a
Colômbia em
2008 (US$)
Qtd
SH6
Participação
Bras. nas Imp.
Totais da
Colômbia em
2008 (%)
Cresc. Médio
Anual das Exp.
dos
Concorrentes
para a Colômbia -
2003-2008 (%)
Cresc. Médio
Anual das Exp.
Bras. Para a
Colômbia 2003-
2008 (%)
Massas alimentícias e preparações
alimentícias
Massas alimentícias e preparações
alimentícias 176.363.119 54.854.794 12 31,10 12,33 6,38
Papel e celulose Celulose 24.623.103 9.709.205 1 39,43 24,97 5,91
Fonte: UICC - Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Tabela 10 - Subgrupos de produtos classificados como “em declínio” – Exportações expressivas
Grupo de Produtos Subgrupos de Produtos
Importações
Totais da
Colômbia em
2008 (US$)
Exportações
Brasilerias
para a
Colômbia em
2008 (US$)
Qtd
SH6
Participação
Bras. nas Imp.
Totais da
Colômbia em
2008 (%)
Cresc. Médio
Anual das Exp.
dos
Concorrentes
para a Colômbia -
2003-2008 (%)
Cresc. Médio
Anual das Exp.
Bras. Para a
Colômbia 2003-
2008 (%)
Açúcar e álcool Álcool etílico 19.724.682 39.310 1 0,20 27,22 -48,94
Materiais elétricos e eletro-
eletrônicos
Aparelhos e dispositivos elétricos de
ignição/arranque 36.808.398 3.784.804 6 10,28 23,90 14,77
Máquinas e motores Computadores e acessórios 538.193.692 5.919.194 3 1,10 18,55 -19,80
Máquinas e motores Máquinas de lavar roupas e suas partes 86.735.004 603.219 2 0,70 32,04 -21,50
Máquinas e motores Motores para veículos automóveis 9.115.620 1.099.746 2 12,06 16,39 1,28
Calçados e suas partes Partes de calcados 3.888.562 577.757 2 14,86 8,87 2,61
Materiais elétricos e eletro-
eletrônicosPilhas, baterias e acumuladores elétricos 18.364.178 741.201 1 4,04 2,33 -12,64
Instrumentos de precisão Relógios e suas partes 2.507.890 42.142 2 1,68 17,64 -5,34
Máquinas e motores Turbinas hidráulicas e rodas hidráulicas 2.393.421 36.288 2 1,52 116,55 -15,22 Fonte: UICC - Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
44
A Tabela 11 apresenta os subgrupos a consolidar que são as oportunidades mais interessantes para o
Brasil na Colômbia.
Tabela 11 – Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” – Exportações expressivas
Grupo de Produtos Subgrupos de Produtos
Importações
Totais da
Colômbia em
2008 (US$)
Exportações
Brasilerias
para a
Colômbia em
2008 (US$)
Qtd
SH6
Participação
Bras. nas Imp.
Totais da
Colômbia em
2008 (%)
Cresc. Médio
Anual das Exp.
dos
Concorrentes
para a Colômbia -
2003-2008 (%)
Cresc. Médio
Anual das Exp.
Bras. Para a
Colômbia 2003-
2008 (%)
Máquinas e motores Aparelhos de ar condicionado 12.997.396 808.172 2 6,22 37,05 41,68
Materiais elétricos e eletro-eletrônicosAparelhos elétricos de iluminação, sinalização para
automóveis 27.712.708 1.517.703 3 5,48 22,42 21,71
Materiais elétricos e eletro-eletrônicos Aparelhos eletro-mecânico térmicos, de uso doméstico 4.575.530 141.368 3 3,09 124,86 96,10
Máquinas e motores Aparelhos mecânicos para projetar, pulverizar, líquidos/pós 17.722.653 2.118.159 2 11,95 15,74 49,33
Máquinas e motores Aparelhos para filtrar ou depurar 136.213.019 6.063.215 7 4,45 26,33 39,78
Materiais elétricos e eletro-eletrônicosAparelhos para interrupção, proteção de energia, suas
partes 232.116.469 15.709.863 15 6,77 27,99 30,73
Materiais elétricos e eletro-eletrônicos Aparelhos transmissores e receptores 869.792.162 158.268.704 2 18,20 155,09 189,77
Máquinas e motores Aquecedor e secador 105.486.425 4.239.058 5 4,02 38,18 54,50
Calçados e suas partes Calçados 202.345.251 15.980.735 10 7,90 33,16 29,22
Materiais elétricos e eletro-eletrônicos Circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos 52.663.718 2.752.874 1 5,23 -3,93 6,85
Máquinas e motores Compressores e bombas 392.236.921 45.725.421 11 11,66 22,81 24,43
Materiais elétricos e eletro-eletrônicos Condensadores elétricos, fixos, variáveis ou ajustáveis 5.292.353 741.909 5 14,02 15,15 11,82
Máquinas e motores Demais máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos 317.681.323 23.139.982 51 7,28 25,05 27,41
Materiais elétricos e eletro-eletrônicos Demais materiais elétricos e eletrônicos 54.006.434 2.105.670 21 3,90 31,82 18,25
Produtos metálurgicos Demais produtos metalúrgicos 227.350.074 40.751.704 34 17,92 36,16 32,44
Produtos químicos Demais produtos químicos 458.817.153 46.506.361 27 10,14 28,53 32,18
Tintas Extratos tanantes e tintoriais 174.648.068 14.700.203 23 8,42 13,68 21,41
Soja (grãos, óleos e farelo) Farelo de soja 363.956.065 13.513.761 1 3,71 28,39 23,12
Ferramentas, talheres e outras obras
de metaisFerramentas e talheres 93.640.399 16.420.168 35 17,54 22,11 20,47
Materiais elétricos e eletro-eletrônicos Ferramentas eletromecânicas com motor, de uso manual 25.385.394 3.635.205 3 14,32 36,77 24,41
Máquinas e motores Ferramentas manuais, pneumáticas ou hidráulicas 35.717.556 9.230.808 4 25,84 17,69 36,95
Produtos metálurgicos Ferro-ligas 55.964.949 14.041.734 8 25,09 62,10 17,70
Materiais elétricos e eletro-eletrônicos Fios, cabos e condutores para uso elétrico 212.635.743 19.448.753 5 9,15 62,12 76,20
Materiais elétricos e eletro-eletrônicos Geradores e transformadores, elétricos 207.366.823 23.982.513 23 11,57 30,87 28,39
Higiene pessoal e cosméticos Higiene pessoal e cosméticos 233.874.371 22.990.581 20 9,83 20,06 26,25
Instrumentos de precisão Instrumentos, aparelhos de ótica, precisão, partes, peças 389.534.563 18.478.478 25 4,74 26,48 17,93
Materiais elétricos e eletro-eletrônicos Lâmpadas, tubos elétricos e faróis 10.714.563 1.224.765 2 11,43 9,60 33,19
Máquinas e motores Máquinas e aparelhos de elevação de carga, descarga, etc 61.375.960 4.687.435 7 7,64 33,14 20,74
Máquinas e motores Máquinas e aparelhos de terraplanagem, perfuração 508.676.007 39.030.741 6 7,67 73,08 76,10
Máquinas e motores Máquinas e aparelhos p/trabalhar pedra e minério 65.717.748 9.097.200 7 13,84 16,79 68,18
Máquinas e motores Máquinas e aparelhos para encher, fechar, etc. recipientes 84.726.797 5.082.503 3 6,00 15,21 15,50
Máquinas e motoresMáquinas e aparelhos para fabricação de pasta celulósica e
papel 23.704.317 1.143.199 4 4,82 12,41 19,82
Máquinas e motoresMáquinas e aparelhos para fabricação industrial de
alimentos e bebidas 46.142.531 4.225.251 7 9,16 24,41 27,40
Máquinas e motores Máquinas e aparelhos para moldar borracha/plástico 77.984.539 5.179.425 5 6,64 28,71 19,87
Máquinas e motores Motores para embarcações 4.095.093 567.431 1 13,86 5,75 15,68
Ferramentas, talheres e outras obras
de metaisObras de metais 51.398.098 3.589.056 14 6,98 14,35 11,95
Máquinas e motores Outros motores de pistão 35.939.736 3.664.190 1 10,20 32,36 49,06
Papel e celulose Papel e suas obras 252.665.267 60.525.749 31 23,95 13,34 34,39
Máquinas e motores Partes de motores para veículos automóveis 127.814.207 5.459.254 2 4,27 14,34 11,82
Aviões Partes e peças de aviões e helicópteros 172.503.399 11.526.451 1 6,68 15,23 129,07
Plásticos e suas obras Plásticos e suas obras 810.217.660 76.193.034 53 9,40 20,26 32,47
Produtos farmacêuticos Produtos farmacêuticos 797.497.994 67.810.916 15 8,50 16,17 17,71
Produtos metálurgicos Produtos laminados planos de ferro ou aço 648.645.662 80.190.907 24 12,36 38,86 24,98
Produtos químicos Produtos químicos inorgânicos 66.086.720 11.789.877 20 17,84 17,55 30,86
Produtos químicos Produtos químicos orgânicos 189.129.955 37.450.221 33 19,80 11,50 26,11
Produtos metálurgicos Produtos semimanufaturados de ferro ou aço 128.704.421 21.212.021 3 16,48 64,39 300,67
Máquinas e motores Refrigeradores e congeladores 119.133.790 6.839.495 8 5,74 36,48 17,57
Máquinas e motores Rolamentos e engrenagens 175.783.944 7.193.144 8 4,09 18,53 26,65
Máquinas e motores Torneiras e válvulas 188.808.582 6.014.157 5 3,19 31,70 26,16
Produtos metálurgicos Tubos de ferro fundido, ferro ou aço 421.264.314 40.887.135 15 9,71 68,81 59,93
Vidro e suas obras Vidro e suas obras 154.958.046 23.723.661 26 15,31 28,23 29,40
Fonte: UICC - Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
45
No grupo “Aviões”, enquadra-se apenas um subgrupo “Partes e peças de aviões e helicópteros”, que por
sua vez, contém apenas um SH6: “880330” (“Outras partes para aviões ou helicópteros existem”). Em 2008, as
vendas brasileiras desse SH6 para a Colômbia alcançaram a cifra de US$ 11,5 milhões.
No subgrupo “Calçados”, três SH6 contribuem com 86,1% (US$ 13,8 milhões) do total exportado no
âmbito do subgrupo:
− “640220” (“Calçados de borracha ou plástico, com parte superior em tiras fixadas à sola por
pregos, tachas”)
− “640299” (“Outros calçados de borracha ou plástico”)
− “640399” (“Outros calçados de couro natural”).
Por sua vez, o grupo das “Ferramentas, talheres e outras obras de metais” conta com dois subgrupos
com oportunidades nas exportações expressivas classificadas como “a consolidar”: “Ferramentas e talheres” e
“Obras de metais”.
Em respeito a “Ferramentas e talheres”, cinco SH6 respondem por mais de 90% das exportações do
subgrupo (US$ 15,2 milhões):
− “820310” (“Limas e grosas, de metais comuns”)
− “820750” (“Ferramentas intercambiáveis de furar, de metais comuns”)
− “821210” (“Navalhas e aparelhos, de barbear, de metais comuns”)
− “821220” (“Lâminas de barbear, de segurança, incluídos os esboços em tiras, de metais comuns”)
− “821420” (“Utensílios e sortidos de utensílios de manicuros ou de pedicuros (incluídas as limas
para unhas), de metais comuns”).
Quanto a “Obras de metais”, dois SH6 geraram vendas conjuntas para a Colômbia de US$ 2,5 milhões
em 2008:
− “830990” (“Rolhas, outras tampas e acessórios para embalagem, de metais comuns”)
− “831120” (“Fios revestidos interiormente para soldar a arco, de metais comuns”).
No que diz respeito ao grupo “Higiene pessoal e cosméticos”, apontam-se quatro SH6 destques, cujo
valor exportado representa 56,5% do total do grupo (US$ 13,0 milhões):
− “330499” (“Outros produtos de beleza ou de maquilagem preparados”)
− “330590” (“Outras preparações capilares”)
− “330690” (“Outras preparações para higiene bucal ou dentária”)
− “340111” (“Sabões, produtos ou preparações tensoativos de toucador, incluídos os de uso
medicinal”).
46
Tendo em vista o grupo “Instrumentos de precisão”, composto pelo subgrupo “Instrumentos, aparelhos
de ótica, precisão, partes, peças”, pode-se elencar três SH6, quais sejam:
− “901849” (“Outros instrumentos e aparelhos para odontologia”)
− “902820” (“Contadores de líquidos”)
− “903210” (“Termostatos automáticos”).
Grupo de produtos com o maior número de subgrupos (20), “Máquinas e motores” conta com 146 SH6
selecionados como oportunidades. Entre os 37 SH6 selecionados como destaque, os cinco com maior valor
exportado (US$ 69,2 milhões ou 36,5% do valor total do grupo) foram:
− “841430” (“Compressores para equipamentos frigoríficos”)
− “842911” ("Bulldozers" e "angledozers", de lagartas, autopropulsores”)
− “842920” (“Niveladores”)
− “842951” (“Carregadoras e pás carregadoras, de carregamento frontal, autopropulsores”)
− “842952” (“Máquinas escavadoras, com capacidade de efetuar uma rotação de 360 graus,
autopropulsores”).
“Materiais elétricos e eletro-eletrônicos” foi outro grupo com grande número de subgrupos classificados
entre as exportações expressivas “a consolidar”: onze. Destes, o subgrupo “Aparelhos transmissores e
receptores” foi o de maior valor exportado pelo Brasil em 2008 (US$ 158,3 milhões). Entre os SH6 destaques do
grupo, o mais significativo, com exportações brasileiras em 2008 valoradas em US$ 157,8 milhões ou 68,7% das
exportações de todo o grupo, foi o “851712” (“Aparelho radiotelefônico, portátil ex: walkie/handle-talkie”).
No grupo “Papel e celulose”, cinco SH6 mereceram destaque. Juntos, suas vendas à Colômbia em 2008
corresponderam a 73,3% do valor total do grupo (US$ 44,4 milhões):
− “480257” (“Outros papéis contendo < = 10% de fibras obtidas por processo mecânico, de peso
=> 40g/m2, mas não > 150g/m2, em rolos ou folhas”)
− “481092” (“Outros papéis e cartões de camadas múltiplas, revestidos de caulim, em rolos ou em
folhas”)
− “481159” (“Outros papéis e cartões branqueados, revestidos, impregnados ou recobertos de
plástico”)
− “481320” (“Papel para cigarros, em rolos de largura =< 5cm”)
− “481930” (“Sacos de papel ou cartão, cuja base tenha largura => 40cm”).
No grupo “Plásticos e suas obras”, os cinco SH6 destaques, com os maiores valores exportados,
totalizando US$ 22,3 milhões, foram:
47
− “390799” (“Outros poliésteres, em formas primárias”)
− “391710” (“Tripas artificiais de proteínas endurecidas ou de plásticos celulósicos”)
− “391910” (“Chapas, folhas, tiras, fitas e outras formas planas, de plásticos, auto-adesivas, em
rolos de largura =< 20cm”)
− “392062” (“Chapas, folhas, tiras, fitas, películas, de tereftalato de polietileno, sem suporte, não
reforçadas”)
− “392190” (“Outras chapas, folhas, películas, tiras, lâminas, de plásticos”).
Com referência ao grupo “Produtos farmacêuticos”, três SH6 tiveram desempenho diferenciado e uma
contribuição de 72,0% para o valor total exportado do subgrupo, a saber:
− “300432” (“Medicamentos contendo hormônios corticossupra-renais, em doses, para venda a
retalho”)
− “300490” (“Outros medicamentos contendo produtos misturados, para fins terapêuticos ou
profiláticos, em doses, para venda a retalho”)
− “300610” (“Categutes esterilizados e materiais esterilizados semelhantes para suturas
cirúrgicas”).
O grupo “Produtos metalúrgicos” contém cinco subgrupos. Entre eles, o de maior valor exportado em
2008, US$ 80,2 milhões, foi “Produtos laminados planos de ferro ou aço”. Cerca de 1/3 deste valor correspondeu
a exportações do SH6 “722530” “Produtos laminados planos, de outras ligas de aços, de largura => 600mm,
laminados a quente, em rolos”.
Os subgrupos “Demais produtos químicos”, “Produtos químicos inorgânicos” e “Produtos químicos
orgânicos” compõem as exportações brasileiras expressivas “a consolidar” do grupo “Produtos químicos”. Para o
subgrupo “Produtos químicos orgânicos”, as vendas do Brasil foram de US$ 37,5 milhões em 2008. Dentre os SH6
destaques do subgrupo, o que deteve maior volume exportado, US$ 11,1 milhões, foi o “292241” (“Lisina e seus
ésteres e sais”).
Já o grupo de “Soja (grãos, óleos e farelo)” é composto por apenas um subgrupo “Farelo de soja” e um
único SH6, cujas exportações para a Colômbia chegaram à quantia de US$ 13,5 milhões em 2008: “230400”
(“Tortas e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja (farelo de soja)”).
O grupo “Tintas” gerou exportações, em 2008, no montante de US$ 14,7 milhões. Dos SH6 destaques, é
oportuno listar três, cujos valores exportados foram os mais representativos do grupo. Somadas, as vendas de tais
produtos brasileiros para a Colômbia foram de US$ 6,0 milhões ou 41,1% do total do grupo:
− “320420” (“Produtos orgânicos sintéticos utilizados como agentes de avivamento fluorescentes”)
48
− “320649” (“Outras matérias corantes e preparações”)
− “320810” (“Tintas, vernizes e soluções à base de poliésteres, dispersos ou dissolvidos em meio
não aquoso”).
Por fim, cabe mencionar o grupo “Vidro e suas obras.” Como destaques, listam-se dois SH6, que tiveram
exportações conjuntas de US$ 12,5 milhões em 2008:
− “700232” (“Tubos de outros vidros, com coeficiente de dilatação linear =< 5x106 por Kelvin,
não trabalhados”)
− “701090” (“Garrafões, garrafas, frascos, boiões, vasos e outros recipientes de vidro”).
49
Anexo 1
Metodologia de Identificação de Oportunidades para as Exportações Brasileiras em
determinado Mercado-alvo
O trabalho de identificação de oportunidades para as exportações brasileiras se inicia com o
levantamento de todos os produtos (SH6) que o mercado-alvo importou do mundo nos últimos seis anos. Esses
produtos são separados em dois grupos: produtos com exportações expressivas e produtos com exportações
incipientes.
Para identificar quais produtos têm exportações expressivas, são realizados 3 passos, na ordem
estabelecida abaixo :
1º - Identificam-se os produtos, cuja participação média das exportações brasileiras em relação à média
do total importado pelo mercado-alvo tenha sido superior a 1% nos últimos seis anos;
2º - Desconsidera-se o primeiro quartil formado pelos produtos identificado no passo 1. Consideram-se,
assim, apenas os produtos que estão entre os 75% com maior participação nas exportações brasileiras para o
mercado-alvo;
3º - Verifica-se, então, se as exportações dos produtos identificados ao final do passo 2 são contínuas.
Exportações contínuas são aquelas que, a partir da primeira venda efetuada, não são interrompidas em nenhum
ano posterior. Analisando-se, por exemplo, um período de quatro anos, se determinado produto foi vendido
apenas nos dois primeiros anos, suas exportações são descontínuas. Se, no entanto, as vendas do produto se
iniciaram no terceiro ano e se repetiram no quarto, suas exportações são consideradas contínuas.
Os produtos com exportações incipientes são aqueles excluídos em um dos três passos acima descritos.
Dessa maneira, assegura-se que todos os produtos importados pelo mercado alvo, mesmo os que não são
exportados pelo Brasil, participaram da análise de oportunidade.
Uma vez separados os produtos que têm exportações expressivas dos que têm exportações incipientes,
eles são agregados em grupos. A partir de então, os grupos de produtos com exportações expressivas e
incipientes são analisados separadamente por meio de diferentes critérios metodológicos.
50
Análise de oportunidades para grupos de produtos com exportações expressivas
Para se identificar, no conjunto de exportações expressivas, os grupos de produtos que têm maior
destaque no mercado-alvo são analisados, num período de seis anos, dois indicadores:
1 – A contribuição de cada grupo de produtos para o crescimento das importações totais do mercado-
alvo ou das exportações brasileiras para esse mercado;
2 – O crescimento médio das importações totais do mercado ou das exportações brasileiras do grupo de
produtos.
Aplica-se uma média geométrica simples nesses dois valores, chegando a dois índices para cada grupo
de produtos, um considerando as importações totais do mercado e outro as exportações brasileiras nesse
mercado. Os grupos que alcançarem um desempenho superior à média geral em ao menos um dos índices são
avaliados mais detalhadamente.
A inclusão da contribuição para o crescimento na construção desse índice busca minimizar o chamado
“efeito base” sobre a taxa de crescimento dos grupos de produtos. Esse efeito ocorre porque os grupos de
produtos com menor valor exportado apresentam uma tendência de indicarem taxas de crescimentos superiores
àquelas atingidas pelos grupos de produtos com maior valor exportado. A taxa de contribuição para o
crescimento aponta para um movimento contrário, em que os grupos de produtos com maior participação na
pauta de exportação ou importação, em princípio, apresentarão uma taxa mais elevada que os grupos de
produtos com menor participação. A média geométrica dessas duas taxas visa a suavizar os grupos com baixo
valor exportado e forte taxa de crescimento, tornando a análise mais eficiente. Já o cruzamento entre as
importações totais do mercado e exportações brasileiras destinadas ao mercado-alvo busca avaliar os grupos de
produtos tendo em conta tanto a demanda do mercado (importações totais) como a oferta brasileira para o
mercado (exportações brasileiras).
Os grupos de produtos com exportações expressivas são classificados em cinco categorias:
“consolidados”, “em risco”, “em declínio”, “desvio de comércio” e “a consolidar”. A classificação é feita,
considerando-se:
• O posicionamento do Brasil em relação a seus concorrentes em cada grupo de produtos. Isso é
verificado por meio da análise da participação brasileira e do principal concorrente nas importações do mercado-
alvo no último ano do período considerado e do crescimento médio das exportações brasileiras em relação ao
crescimento médio das exportações dos concorrentes.
51
• A especialização do Brasil na exportação de produtos daquele grupo em relação à especialização
exportadora do principal concorrente, definida a partir do cálculo da Vantagem Comparativa Revelada (VCR) de
cada país18.
Um grupo de produtos é considerado “consolidado” quando o Brasil já tem, no mínimo, 30% de
participação no mercado-alvo e o crescimento médio das exportações brasileiras é igual ou superior ao
crescimento médio das exportações dos concorrentes, no período considerado. A característica principal desses
grupos de produtos é que eles já gozam de uma situação confortável no mercado-alvo, que demanda apenas
esforços para sua manutenção.
Os grupos de produtos considerados “em risco” são aqueles em que o Brasil tem uma participação de
mercado igual ou superior a 30%, mas o crescimento médio das exportações dos concorrentes supera em mais de
50% o crescimento médio das exportações brasileiras, o que significa que a posição do Brasil encontra-se
ameaçada.
Grupos de produtos com “desvio de comércio” são aqueles cujo crescimento médio das exportações
brasileiras é inferior ao das exportações dos concorrentes, apesar do Brasil apresentar vantagens na exportação
do grupo de produtos observado ( >1), ao contrário de seu principal concorrente ( ). Isso
indica que há algum elemento não determinado pela simples observação dos fluxos comerciais globais
favorecendo o principal concorrente do Brasil no mercado-alvo. Pode ser a existência de acordos comerciais, a
proximidade geográfica, entre outros. Para se contornar o desvio de comercio são necessários esforços que
normalmente vão além da promoção comercial.
Um grupo de produto está “em declínio” se não há diferença de especialização na exportação entre o
Brasil e o principal concorrente (VCRBR>1 e VCRConc.>1 ou VCRBR<1 e VCRConc.<1) e a variação média das exportações
brasileiras é negativa. A situação de declínio também acontece quando, ao mesmo tempo, o crescimento das
exportações do Brasil é positivo, porém inferior a 15%19 e a taxa de crescimento dos concorrentes é o dobro da
taxa de crescimento brasileira.
Nos grupos de produtos classificados como “a consolidar”, a participação do Brasil no mercado-alvo é
inferior a 30%, mas as exportações brasileiras acompanham o ritmo dos concorrentes ou são mais aceleradas.
18
A VCR é calculada pela participação do grupo de produtos nas exportações totais brasileiras para o mundo em relação à participação do mesmo grupo nas
exportações mundiais totais.
19 A taxa média anual de crescimento abaixo de 15% foi definida como valor máximo para um grupo caracterizar-se como “em declínio” porque, acumulada
em um período de seis anos, representa um crescimento total de aproximadamente 100% no valor exportado pelo Brasil. Assim, ainda que a taxa de
crescimento das exportações brasileiras seja menos da metade da taxa dos concorrentes, considera-se que a variação total das vendas do Brasil para o
mercado foram significativas, e o grupo de produtos não poderia ser caracterizado como “em declínio”.
52
Esses são os grupos de produtos onde estão as melhores oportunidades para o aumento das exportações
brasileiras. Por isso, eles são investigados mais profundamente. Para tanto, os grupos de produtos “a consolidar”
são abertos em subgrupos. O objetivo é encontrar aqueles segmentos que são mais significativos para o
desempenho do grupo como um todo. Os subgrupos recebem classificação semelhante a dos grupos:
“consolidado”, “em risco”, “em declínio” e “a consolidar”. Apenas a categoria de desvio de comércio não é
utilizada para subgrupos, porque neste ponto não se considera o principal concorrente do Brasil. Nos casos em
que a participação brasileira no mercado-alvo é inferior a 30% e o crescimento das exportações nacionais é
menor que o dos concorrentes, o grupo de produtos poderá estar “em declínio” ou ser “a consolidar”.
Da mesma forma que os grupos de produtos, os subgrupos “a consolidar” são considerados como as
principais oportunidades para as exportações brasileiras. Neste caso, são levantados os produtos, representados
por códigos SH6, mais significativos. Para isso, utilizam-se duas variáveis:
1 - Contribuição de cada produto para o crescimento total das exportações brasileiras do subgrupo;
2 - Tendência de crescimento de cada produto. Essa tendência é calculada comparando-se o valor
exportado pelo Brasil no último ano do período analisado com a média do valor exportado nos últimos três anos.
Produtos que contribuíram para o crescimento de seu subgrupo mais que a média e que foram mais exportados
no último ano do que na média dos últimos três anos são considerados mais determinantes para o desempenho
positivo do subgrupo.
Análise de oportunidades para grupos de produtos com exportações incipientes
No caso das exportações incipientes, as variáveis adotadas para seleção dos principais grupos e
subgrupos de produtos levam em conta apenas a demanda do mercado-alvo (dados de importações), já que o
Brasil ainda não se estabeleceu no país com esse conjunto de produtos.
Em primeiro lugar, determina-se o dinamismo do grupo de produtos. O dinamismo relaciona o
desempenho das importações do mercado-alvo com as importações mundiais. Calcula-se a média entre as taxas
de crescimento do primeiro e do último biênio do período em análise, tanto para as importações do mercado de
um determinado grupo de produtos quanto para as importações mundiais totais. Essa média é calculada para
minimizar os efeitos de grandes variações de valores ao longo do período, que podem ser causadas não por um
aumento de quantidades importadas, mas por um aumento anormal de preços ou pela inflação, por exemplo. O
dinamismo do grupo de produtos no mercado será determinado pela comparação de sua média com a média das
importações mundiais totais.
53
Em relação ao dinamismo, um grupo de produtos pode estar “em decadência”, apresentar “baixo
dinamismo”, “dinamismo intermediário”, ser “dinâmico” ou “muito dinâmico”. Apenas os grupos dinâmicos e
muito dinâmicos prosseguem na análise. Para eles, é calculada a vantagem comparativa do Brasil, com o objetivo
de avaliar se a economia brasileira tem oferta exportável para entrar no mercado-alvo com aquele grupo de
produtos. Os grupos de produtos em que o Brasil tem VCR acima de 0,7 são classificados como “a desenvolver”,
ou seja, aqueles em que o Brasil apresenta maiores chances de abertura de mercado.
Esses grupos, assim como os “a consolidar” do conjunto de exportações expressivas, são abertos em
subgrupos. Para os subgrupos “a desenvolver”, o Brasil também deverá apresentar VCR mínima de 0,7 e os
subgrupos deverão ser “intermediários”, “dinâmicos” “muito dinâmicos”. Mas, nesse caso, o dinamismo será
avaliado tendo-se em conta não a média das importações mundiais totais, mas a média das importações do
mercado para o grupo de produtos no qual o subgrupo se insere. Os subgrupos “a desenvolver” são aqueles que
impulsionam o desempenho do grupo e, portanto, representam as principais oportunidades do conjunto de
exportações incipientes, sendo analisados com mais profundidade.
Os principais produtos dentro de cada subgrupo são determinados a partir da VCR do Brasil nas
exportações daquele produto para o mundo e da tendência de crescimento das importações daquele produto.
Produtos para os quais a VCR do Brasil é maior que 0,7 e que tenham sido mais importados pelo mercado-alvo no
último ano de análise que na média dos últimos três anos são considerados como os mais determinantes para o
desempenho positivo do subgrupo.
54
Anexo 2
Índice de Comércio Intra-Setor Industrial
Este índice mostra a importância relativa do comércio dentro de um setor produtivo. Pode estar
associado à diferenciação de produto ou à exploração de economias de escala e de escopo, derivadas do acesso a
grandes mercados. As economias de escala especificam-se quando a produção cresce em uma proporção maior
que a proporção de insumos agregados ao processo produtivo (rendimentos de escala crescentes).
Quatro são as principais fontes de economias de escala: (a) ganho de especialização - com a maior
quantidade produzida, maior a divisão do trabalho, maior a especialização de trabalhadores e máquinas; (b)
indivisibilidade técnica - é observada diretamente ao nível da planta produtiva, estando associada à incapacidade
de divisão de equipamentos que são adquiridos em unidades discretas (1, 2 ,3 ... unidades de máquinas); (c)
economias geométricas - essa fonte de economias de escala também está associado à firma, ou seja, à relação
entre o custo do capital (compra de equipamentos ou construção de plantas produtivas) e o limite superior de
produção que pode ser obtido. Com isso, quanto maior a capacidade produtiva do equipamento, menor o custo
relativo de aquisição; (d) economias relacionadas à lei dos grandes números - quanto maior for o tamanho da
planta industrial, sendo maior o número de máquinas empregadas, será relativamente menor o número de staff
de manutenção e o número de peças de reposição necessária para essas máquinas.
As economias de escopo são definidas quando a planta produtiva de uma empresa não produz apenas
um produto, mas sim, duas ou mais mercadorias ao mesmo tempo. Com efeito, o custo de produzir essas
mercadorias conjuntamente é menor que produzi-las separadamente. Existem, basicamente, três fontes de
economia de escopo: (a) existência de fatores comuns - para a produção de um bem específico é necessária a
obtenção de um fator de produção comum utilizada na fabricação de mais de uma mercadoria, ou seja, uma vez
que esse fator seja comprado, o emprego na produção de outra mercadoria é praticamente gratuita (gerador de
energia para evitar eventuais variações na corrente elétrica); (b) existência de reserva de capacidade – um insumo
pode ser utilizado para produzir vários produtos devido ao seu processo produtivo. Ao existir capacidade
produtiva na planta principal da empresa, tem-se um incentivo para procurar outros produtos que possam utilizar
a reserva de capacidade; (c) complementaridade tecnológica e comercial – existem produtos que apresentam
similaridade em termos de base técnica e/ou de mercados, o emprego de insumos comuns e a propaganda são
importantes fontes desse tipo de economias de escopo.
Percebe-se, então, que regiões que apresentam um grande valor de trocas direcionadas ao comércio
intra-setor industrial caracterizam-se pela identificação de estruturas de comércio não definida por diferenciação
da intensidade ou dos preços dos fatores de produção aplicados no processo produtivo. Ou seja, pode ocorrer da
55
realização de trocas comerciais entre países que são especificados como capital-intensivo e não somente entre
regiões definidas de capital-intensivo versus trabalho-intensivo. Com isso, esse tipo de comércio é realizado não
de forma concorrencial, mas sim a partir de uma dinâmica de cooperação, tal que mesmo que o índice de
complementaridade de comércio entre as duas regiões não aponte um valor elevado, podem existir trocas
comerciais elevadas, haja vista o comércio intra-setor industrial. O Quadro 2 especifica os padrões de comércio de
acordo com as trocas intra-setor industrial.
Quadro 2 – Caracterização do comércio intra-setor industrial
Comércio Intra-Setor Industrial = 0
O comércio por completo é interindustrial, sendo que as suas
dotações de fatores são divergentes.
Comércio Intra-Setor Industrial = 1
O comércio por completo é intra-setor, as duas regiões
apresentam as dotações de fatores idênticas, o comércio ocorrerá a
partir de economias de escalas, escopos ou diferenciação de produtos.
Comércio Intra-Setor Industrial Maior que 0,5
Existe uma intensidade no comércio intra-setor, os ganhos de
economias de escalas, escopo e de diferenciação de produto mais que
compensam os ganhos pela diversidade da dotação de fatores.
Comércio Intra-Setor Industrial Menor ou Igual a 0,5
Existe uma intensidade no comércio interindustrial, os ganhos
de economias de escalas, escopo e de diferenciação de produto não
compensam os ganhos pela diversidade da dotação de fatores.
A classificação setorial empregada no cálculo do índice de comércio intra-setorial é a Classificação
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), versão 1.0, detalhada em 3 dígitos.
56
Anexo 3
010511 200911 282110 293090 330113 380120 391190 400610 441700 511219
030379 210310 282590 293293 330119 380130 391220 400690 441820 511290
040130 210610 282760 293712 330129 380210 391231 400811 441840 520411
040630 210690 282890 293810 330190 380400 391290 400821 441872 520531
040700 220430 282990 300220 330210 380610 391610 400829 441879 520542
051110 220510 283090 300230 330410 380690 391620 400911 470329 520710
051199 220710 283230 300390 330430 380850 391690 400912 480255 520790
080132 230400 283329 300420 330499 380891 391710 400931 480256 520823
081340 230910 283522 300432 330510 380892 391723 400942 480257 520829
090700 240120 283699 300439 330520 380893 391729 401011 480262 520831
100510 240130 283911 300440 330590 380894 391731 401012 480269 520832
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SHs referentes às exportações EXPRESSIVAS