perfil dos pacientes da clÍnica de bebÊs - …

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25 Trabalho de Conclusão de Curso PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA UFSC Mayara Cristina da Rocha Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduação em Odontologia

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Trabalho de Conclusão de Curso

PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS -

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA UFSC

Mayara Cristina da Rocha

Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduação em Odontologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

Mayara Cristina da Rocha

PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - DEPARTAMENTO DE

ODONTOLOGIA UFSC

Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa

Catarina, como requisito para a conclusão do Curso de

Graduação em Odontologia.

Orientadora: Profª. Drª. Izabel Cristina Santos Almeida

Florianópolis

2014

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Mayara Cristina da Rocha

PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - DEPARTAMENTO DE

ODONTOLOGIA UFSC

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado, adequado para obtenção do título de

cirurgião-dentista e aprovado em sua forma final pelo Departamento de Odontologia da

Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 24 de julho de 2014.

Banca Examinadora:

________________________

Prof.ª, Dr.ª Izabel Cristina Santos Almeida,

Orientadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof., Drª. Joeci de Oliveira,

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof., Dr, ....

Universidade Federal de Santa Catarina

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Dedico este trabalho aos meus pais, Edi e Edinete e a minha querida vó Maria, por tudo que fizeram e fazem por mim.

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AGRADECIMENTOS

À Deus por iluminar e abençoar meus caminhos todos os dias;

Aos meus pais, responsáveis pela minha vida e educação;

Aos meus irmãos, Marcos e Marcelo, obrigada por serem meus companheiros de vida;

À orientadora Prof.ª Dr.ª Izabel Cristina Santos Almeida, exemplo de profissional, obrigada por acompanhar passo a passo deste trabalho.

À Prof.ª Keila Cristina Rausch pelo tempo dispensado para realizar a análise estatística;

À Elisa, pelos conselhos, por transmitir segurança e apoiar minhas decisões.

À Sthefani, por toda paciência e por ser minha dupla durante esses anos de clínica;

À Andressa, Ana Clara, Bruna, Fábio e Camila, pela companhia durante esses últimos anos de curso.

Ao Prof. Dr. Nelson Makowiecky, obrigada pelo constante incentivo, apoio e atenção durante as clínicas. À todos os professores que passaram por minha vida e deixaram exemplo de Educação. À todas as mães que participaram da pesquisa, bem como às crianças, que contribuíram para a realização deste trabalho de conclusão de curso.

À Universidade Federal de Santa Catarina, aos professores e funcionários do curso de Odontologia;

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“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”.

Paulo Freire

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo conhecer o perfil das crianças de zero a 42 meses de idade atendidas em 2013 na clínica de bebês do curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Um questionário com perguntas estruturadas e semi-estruturadas quanto ao conhecimento das mães sobre sua condição bucal e a do seu filho e hábitos relacionados, foi aplicado no primeiro dia de atendimento. Coletou-se informação de 20 pares mãe/filho e aos dados aplicou-se estatística descritiva e teste qui-quadrado. Observou-se que 55% da amostra era do sexo masculino e 50% com idades entre 12 e 24 meses. Ao exame clínico, observou-se que 40% apresentavam atividade de cárie, com maior prevalência em crianças acima de 22 meses de idade (p≤0,05). Nenhuma maloclusão observada, apesar de 25% delas, usar chupeta. Constatou-se que 55% das crianças apresentavam alimentação cariogênica e 27% tomavam mamadeira com carboidrato, antes de dormir. A escovação era realizada após as refeições, em 85% das crianças, sendo que 15% das mães informaram que a criança realizava a escovação sozinha. Quanto às mães, 30% perceberam algum problema nos dentes do filho. Um percentual de 70% relataram estar insatisfeitas com sua própria condição bucal, resultado estatisticamente significativo (p≤0,05), quando feita associação com a doença cárie do filho, apesar de 80% delas, terem ido ao dentista no último ano. Como conclusão, observou-se que a prevalência da doença cárie foi expressiva, situação favorecida pelo uso da mamadeira com carboidrato antes do sono noturno e higiene bucal realizada pela criança.

Palavras Chaves: Odontopediatria, Cárie Dentária, Perfil de Saúde.

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ABSTRACT

This study aimed to know the profile of children zero to 42 months old in 2013 met the clinical course of infants of Dentistry, Federal University of Santa Catarina. A questionnaire with structured and semi-structured questions about the mothers' knowledge of their dental condition and his son and the related habits was applied on the first day of attendance. Information was collected from 20 mother / child pairs and the data applied descriptive and chi-square test statistic. It was observed that 55% of the sample were male and 50% between 12 and 24 months. On examination, it was observed that 40% had caries activity, with a higher prevalence in children over 22 months of age (p ≤ 0.05). No malocclusion observed, although 25% of them, using a pacifier. It was found that 55% of children had cariogenic food and drank a bottle with 27% carbohydrate before bed. Brushing after meals was performed in 85% of children and 15% of mothers reported that the child performed brushing alone. As for the mothers, 30% noticed a problem in the teeth of the child. A percentage of 70% reported being dissatisfied with their own oral condition, a statistically significant result (p ≤ 0.05), when taken in combination with caries of the child, although 80% of them have been to the dentist in the last year. In conclusion, we observed that the prevalence of caries was significant, favored status by bottle-feeding with carbohydrate before nocturnal sleep and oral hygiene performed by the child. Keywords: Pediatric Dentistry, Dental Caries, Health Profile

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Representação da distribuição de crianças de acordo com o uso da chupeta.............................................................................................................37

Gráfico 2 – Representação da distribuição de crianças de acordo orientação da consulta..............................................................................................................39

Gráfico 3 - Representação da distribuição de crianças de acordo com o período do uso da mamadeira...........................................................................41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Associação da variável experiência com a doença cárie (ceo) com as variáveis Atenção odontológica.........................................................................36 Tabela 2 - Distribuição de crianças de acordo com característica da alimentação........................................................................................................42 Tabela 3 - Distribuição de crianças de acordo com característica da higiene bucal..................................................................................................................43 Tabela 4: Distribuição das crianças de acordo com as características da mãe....................................................................................................................44 Tabela 5 - Associação da variável experiência com a doença cárie (ceo) com as variáveis características da mãe ................................................................44 Tabela 6: Distribuição das crianças de acordo com as experiências odontológicas da mãe.......................................................................................46

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Representação da distribuição de crianças de acordo com o motivo da consulta odontológica...................................................................................39

Figura 2 – Representação da distribuição de crianças de acordo com conteúdo da mamadeira....................................................................................................41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

ceo – Índice de dentes decíduos cariados, perdidos e obturados

FO/UFRGS – Faculdade de Odontologia/ Univerdade Federal do Rio Grande do Sul

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 25

2 OBJETIVOS .................................................................................................. 33

2.2 Objetivo Geral ........................................................................................ 33

2.3 Objetivo Específico ........................................................................... 33

3 METODOLOGIA ........................................................................................... 35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.... ................................................................ 37

5 CONCLUSÃO. .............................................................................................. 49

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 51

APÊNDICE ....................................................................................................... 55

ANEXO ............................................................................................................ 60

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1 INTRODUÇÃO

O atendimento odontológico para bebês, objetiva principalmente

oferecer orientações sobre as condições ideais que favoreçam o correto

desenvolvimento do sistema estomatognático da criança, uma vez que as

questões relacionadas à saúde bucal de cada indivíduo são estabelecidas na

infância (EMERIM et al., 2012). Além de focar prioritariamente na promoção de

saúde, o Odontopediatra tem também como responsabilidade, trabalhar no

diagnóstico e no tratamento integral da criança, em todos os aspectos

relacionados com a saúde bucal e sua relação com a saúde geral, nas

diferentes idades e fases do desenvolvimento.

Para Moura (2000), a necessidade da educação e da conscientização

dos pais sobre a saúde bucal de seus filhos, são pontos fundamentais nos

programas de assistência odontológica para crianças, em razão da influência

que a família exerce sobre os hábitos alimentares e correta higiene bucal.

Ações educativas devem ser priorizadas, uma vez que os hábitos das famílias

têm uma grande influência no desenvolvimento dos hábitos das crianças

(FAUSTINO-SILVA et al., 2008). No ambiente familiar a criança forma as

atitudes que serão fundamentais durante toda a vida, tendo de maneira geral

seus pais, como modelo de identificação. Fazer com que os pais tomem

consciência do seu papel como educador em relação à higiene bucal de seus

filhos, é o primeiro passo para a obtenção de sucesso no estabelecimento

desses hábitos como rotina da criança, adverte Fraiz (2001). Além de

educadores, se os pais têm hábitos saudáveis e realizam cotidianamente os

cuidados preventivos, os filhos tendem a imitá-los. Porque a atitude dos pais

exercerá forte influência no comportamento da criança (ROSSI et al., 2009).

Massoni et al., (2005) relatam experiências positivas da atuação dos pais na

orientação de hábitos saudáveis.

Fernandes (2010) realizou um estudo com objetivo de identificar o

motivo que levou os pais de crianças de zero a três anos de idade a procurar

atendimento odontológico. Os dados coletados de 80 prontuários

demonstraram que os motivos foram: 52,3% dos casos por prevenção, em

32,5% por cárie dentária, 11,2% por traumatismo e 5% procuraram

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atendimento por afecções. A autora também concluiu que, o Cirurgião-Dentista

deve desempenhar papel ativo de educador e, junto com o pediatra, informar

pais/responsável sobre manutenção da saúde bucal das crianças. No estudo

realizado por Oliveira e Forte (2011) com mães de crianças de zero a 36 meses

de idade, os autores observaram que a motivação da primeira consulta

odontológica seria a dor e cavidades nos dentes, e também para prevenção.

Para Losso et al., (2009) entretanto, relatam que a procura por atendimento

odontológico, geralmente ocorre em situações emergenciais, como a presença

de dor, trauma, ou ainda quando o Médico pediatra solicita uma visita ao

Cirurgião – Dentista.

Faustino-Silva et al., (2008) avaliaram a percepção e o conhecimento de

pais ou responsável sobre os cuidados com a saúde bucal na primeira infância.

Verificaram que 57% dos entrevistados consideraram que a criança entre um e

três anos de idade teria capacidade de escovar seus dentes, sozinha, 35%

relataram que a primeira consulta deveria acontecer entre um e três anos de

idade e 69% dos entrevistados relataram que a sacarose deveria ser

introduzida na alimentação já no primeiro ano de vida. Pelos resultados

observados, concluíram que os pais ou responsável apresentaram

conhecimentos inadequados sobre os cuidados relacionados à saúde bucal na

primeira infância.

Com o objetivo de descrever o perfil dos pacientes atendidos na Bebê

Clínica da FO/UFRGS, Emerim et al., (2012) observaram a partir de

prontuários, que a maior parte dos bebês apresentavam uma alimentação

cariogênica, e que a doença cárie foi um dos motivos de maior procura pelo

atendimento odontológico para crianças de um a 3 anos de idade.

É de conhecimento que cárie dental é uma doença multifatorial, e ocorre

a partir da presença de microorganismos cariogênicos, da alimentação

inadequada, falta ou higiene bucal insuficiente, e susceptibilidade do

hospedeiro (DIAS et al., 2011). Nogueira e colaboradores (2012) acrescentam

ainda que a freqüência de consumo de carboidratos fermentáveis e o tempo,

são fatores diretamente envolvidos na progressão dessa doença. Por essas

razões, a prevenção da doença cárie deve começar na primeira infância e é de

fundamental importância o estabelecimento adequado de hábitos ou uma

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mudança de atitude dos pais. No entanto, o risco de desenvolvimento da

doença cárie se modifica nas diferentes faixas etárias (WAMBIER et al., 2004).

Como a transmissão dos microrganismos responsáveis pela doença

cárie acontece a partir da saliva, os pais devem ser esclarecidos como e

porque evitar o contato da saliva, principalmente da mãe, com a boca da

criança, porque segundo Kohle (1994) e Macedo (2010), mães que apresentam

alta concentração de Streptococcus mutans, têm maior possibilidade de

transmitir S. mutans, para o seu filho, seja de forma direta (beijo na boca) ou

indireta (soprar alimentos, usar os mesmos talheres e copos). Quanto mais

precoce a colonização da cavidade bucal pelos S. mutans, depois do início da

erupção dos primeiros dentes, maior o risco de cárie na dentição decídua. Lima

(2007), no entanto, afirma que a simples presença desses microrganismos na

cavidade bucal, seja na saliva ou na placa bacteriana, não é um fator

determinante para o aparecimento da doença. Ditterich et al., (2004)

salientaram que além da contaminação precoce por bactérias cariogênicas, o

padrão alimentar é um fator que favorece o alto risco para o desenvolvimento

das lesões de cárie em bebês.

A cárie em bebês (cárie severa da infância) é classificada segundo a

Academia Americana de Odontopediatria como a presença de um ou mais

dentes decíduos cariados (lesões cavitadas ou não), perdidos (devido à cárie)

ou restaurados antes dos 71 meses de idade. A cárie severa da infância

acomete crianças em fase inicial do irrompimento dos dentes decíduos e está

quase sempre associada a negligência na higiene bucal e ao hábito de

aleitamento noturno (Moura, 2007). Durante o sono, o fluxo salivar está

diminuído, e com isso a diluição do líquido proveniente do aleitamento noturno

é lenta, e este líquido fica estagnado nos dentes. Esta situação promove um

excelente meio de cultura para as bactérias na cavidade bucal (DITTERICH et

al., 2004), principalmente se esse aleitamento contiver sacarose e/ou

carboidrato. Sampaio (2005) constatou que um dos motivos de maior procura

por atendimento odontológico para bebês está relacionado à cárie severa da

infância, por causar quadros de muita dor, dificuldades de mastigação,

problemas de fala, além de comprometimentos na qualidade de vida do bebê e

da família. Ribeiro, Oliveira e Rosenblatt (2005) em João Pessoa – PB no

estudo com 224 crianças, observaram que 43,7% apresentaram a doença cárie

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aos 48 meses de idade e 62,5% tinham uma alimentação cariogênica. O

estudo realizado por Wambier et al., (2004) com o objetivo de descrever a

prevalência e a distribuição de cárie em bebês de 6 meses à 3 anos de idade

em Ponta Grossa – MG, observaram prevalência de 46,8% de cárie, sendo que

a face vestibular dos incisivos decíduos foram a mais afetada (80%) pela

doença. Os autores concluíram que um programa educativo/preventivo deve

ser instituído para a comunidade de Ponta Grossa.

Silva (2009) afirmou que quanto mais precoce for o diagnóstico da

doença cárie, maiores serão as possibilidades de intervenção, que favorecem a

redução do prejuízo ao paciente, fato que evita a ocorrência da assistência

odontológica somente após o aparecimento de amplas lesões cavitadas ou

após o surgimento de sintomatologia dolorosa.

Oliveira et al., (2008), em revisão de literatura, observaram que os

autores salientaram a extrema importância de que os Cirurgiões- Dentistas

saibam orientar corretamente os pais quanto a higienização da cavidade bucal

do bebê, mesmo antes do aparecimento do primeiro dente, e quanto mais cedo

for a higiene bucal dos bebês, mais receptivo este será, futuramente, em

relação aos cuidados com sua saúde bucal. O estudo realizado por Oliveira e

Forte (2011), com o objetivo de conhecer a percepção e práticas de mães no

cuidado da saúde bucal de crianças, observaram que 33,9% das mães

começaram a fazer a higiene bucal logo após o nascimento do bebê e que

80,4% utilizavam fralda, escova e dentifrício sem flúor para limpeza dos dentes.

Macedo (2010) adverte que a higienização bucal é importante mesmo

com a presença de um só dente, porém a mesma deve ser iniciada ao

nascimento, a mãe deve higienizar a cavidade bucal da criança com gaze

umedecida após a amamentação. Emerim et al., (2012) observaram através

de prontuários de pacientes atendidos no período entre 2006 a 2011, que

88,6% das mães afirmavam realizar higiene bucal dos bebês, e 55,6% dos

bebês tinham contato com dentifrício fluoretado regularmente.

A manutenção da saúde bucal não depende somente de uma correta

higiene bucal, é importante o estabelecimento de hábitos alimentares

adequados ou a mudança, quando inadequados, no sentido de que haja

priorização do consumo de uma alimentação saudável rica em verduras, frutas

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e legumes e redução da quantidade e a freqüência do consumo de

carboidratos (MACEDO, 2010).

Abanto e colaboradores (2010), realizaram uma pesquisa com mães

para conhecer hábitos alimentares de 305 bebês de zero a 36 meses de idade.

Observaram que a alimentação de 82,6% dos bebês continha açúcar nas

bebidas oferecidas nas mamadeiras. Sendo que, 46,2% das mães fizeram

amamentação natural exclusiva nos seis primeiros meses de vida dos bebês. A

introdução da mamadeira em 38,5% ocorreu junto com a amamentação natural

desde o nascimento e 15,3% do total pesquisado, receberam aleitamento

artificial exclusivo. Fracasso et al., (2008) observaram que 40,4% das crianças

de um à onze meses, ainda estavam sendo amamentadas no peito na primeira

consulta e 39% da amostra faziam uso de mamadeira com algum tipo de

sacarose e/ou carboidrato.

Quanto às maloclusões e os hábitos de sucção não nutritiva,

Albuquerque et al., (2009) realizaram um estudo para verificar a prevalência de

maloclusão em crianças de 12 a 36 meses de idade em creches públicas no

município de João Pessoa - PB. Exame clínico foi realizado em 292 crianças, e

a mordida aberta anterior foi o tipo de maloclusão mais prevalente (35,6%).

Gimenez et al., (2008) no estudo com 226 crianças de 2 a 4 anos, observaram

que a maioria das crianças apresentaram mordida aberta anterior e mordida

cruzada posterior, e os hábitos de sucção não nutritiva foram chupeta e sucção

digital. Os autores observaram que houve uma correlação positiva entre falta

de amamentação natural, hábitos de sucção não nutritiva e a presença de

maloclusões na amostra estudada. Ferreira (2010) coletou dados de 143

prontuários de crianças de zero a 59 meses de idade, com objetivo de

identificar e relacionar o tempo de amamentação natural e a presença de

hábitos de sucção não nutritiva. Concluiu que o uso da chupeta foi o hábito

mais prevalente e que o tempo insuficiente de amamentação natural esteve

associado à presença de hábitos de sucção não nutritiva. Braghini (2001)

adverte que os hábitos de sucção não nutritiva instalam-se com maior

frequência nas crianças que não recebem amamentação natural,

possivelmente como uma forma de suprir o impulso da sucção. Uma vez que a

sucção satisfaz, além da necessidade alimentar, também necessidade

psicológica emocional.

Page 31: PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - …

55

Fófano et al., (2009) avaliaram os conhecimentos, atitudes e práticas de

120 mães de crianças na faixa etária entre zero a 48 meses de idade em

relação ao uso da chupeta. Observaram que a maioria (61,6%) das crianças

receberam a primeira chupeta quando ainda eram recém-nascidas e 65% das

mães ofereciam chupetas às crianças com objetivo de acalmá-las. O autor

concluiu que a chupeta é um objeto comumente utilizado pelos responsáveis, e

é influenciado por um forte caráter cultural.

Hábitos de sucção não nutritiva podem provocar desequilíbrios na

musculatura facial e podem gerar maloclusões. Ainda assim, o grau de

alteração da oclusão dependerá, dentre outros fatores, da duração, freqüência

e intensidade do hábito – Tríade de Graber (MENDES, 2008).

Pelo exposto, como as questões relacionadas à saúde bucal devem ser

abordadas preferencialmente no primeiro ano de vida da criança, a partir de

orientações sistemáticas aos pais ou responsáveis, considerou-se importante

conhecer o perfil dos pacientes atendidos na Clínica de Bebês do

Departamento de Odontologia/UFSC, para a partir dos resultados, definir

implementações e ajustes no sentido de se aprimorar o atendimento

atualmente oferecido, principalmente aos pais e conseqüentemente para as

crianças na faixa etária de zero a 42 meses de idade.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Conhecer o perfil das crianças de zero a 42 meses de idade atendidas,

no Estágio Supervisionado Interdisciplinar I - Clínica de Bebês, do Departamento

de Odontologia da UFSC.

2.2 Objetivos Específicos

- Estabelecer gênero e faixa etária das crianças;

- Estabelecer a prevalência da doença cárie e maloclusão;

- Verificar se existe relação entre a prevalência de cárie e má-oclusão e escolaridade, idade e condição bucal da mãe/responsável;

- Observar conhecimentos e práticas da mãe/responsável em relação a sua e a saúde bucal do seu filho.

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3 METODOLOGIA

Este é um estudo transversal desenvolvido a partir de entrevista e

exame clínico, feito com 20 mães/responsáveis de crianças de zero a 42

meses atendidas no período entre agosto a dezembro de 2013, no Estágio

Supervisionado Interdisciplinar I - Clínica de Bebês – Departamento de

Odontologia UFSC.

Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Anexo 1) pela mãe/responsável, aplicou-se um questionário semi-estruturado

a partir de entrevista (Anexo 2) no primeiro dia de atendimento da criança. O

questionário contém questões relativas às condições socioeconômicas da

família; condição bucal da mãe/responsável e da criança; sobre hábitos

alimentares, de higiene e de sucção não nutritiva da criança; além do exame

clínico para registro relacionado à doença cárie e a maloclusão.

Realizou-se uma análise descritiva das variáveis. E para testar a

correlação das variáveis foi utilizado o teste do qui-quadrado ou Exato de

Fisher.

O projeto deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

com Seres Humanos da Universidade Federal Santa Catarina, em Agosto de

2013(ANEXO 3).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a coleta dos dados, observou-se que 55% dos pacientes eram

meninos e com relação à faixa etária, 50% das crianças tinham idade entre 12

meses a 24 meses, 30% tinham de 24 a 36 meses e 20% estavam com a idade

entre zero a 12 meses.

A prevalência de cárie dental foi observada em 40% das crianças. Este

valor se assemelha aos descritos na pesquisa realizada por Wambier et al.,

(2004) na qual 46,8% das crianças de seis meses à três anos de idade

apresentaram lesões de cárie e por Nogueira et al., (2012), que observaram

lesões de cárie em 44,8% das crianças de seis à sessenta meses. Das

crianças que apresentaram lesões de cárie (ceo ≥ 1) nesse estudo, 58,3%

estavam na faixa etária de 22 a 36 meses de idade (Tabela 1).

Quanto à maloclusão, apesar do relato das mães quanto aos hábitos de

sucção não nutritiva, pelo uso da chupeta (25%) ou sucção digital (5%),

nenhuma alteração nas arcadas foi observada. Resultado que difere do estudo

de Albuquerque et al., (2009), que verificaram a prevalência de maloclusão em

40,7% das crianças de 12 a 36 meses. Dessas crianças, 35,6% apresentaram

mordida aberta anterior e 5,1% mordida cruzada posterior. No entanto, 50,76%

do estudo realizado por Gimenez et al., (2008), apresentaram mordida aberta

anterior, seguida pela mordida cruzada posterior em 18,88% e 10,35% das

crianças apresentaram associação de mordida cruzada posterior e mordida

aberta anterior.

Quanto à percepção das mães em relação à presença de lesões de

cárie dental, 40% afirmaram que seu filho apresentava a doença. Verificou-se

associação estatisticamente significativa entre presença da doença (ceo ≥ 1) e

auto percepção de cárie dental (Tabela 1). A prevalência expressiva da doença

cárie é preocupante, por acometer crianças de uma faixa etária baixa e a

maioria delas, ainda sem a dentição decídua completa.

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Tabela 1: Associação da variável experiência com a doença cárie (ceo) com as variáveis

Atenção odontológica . Florianópolis, UFSC - 2014.

ceo = 0 ceo ≥ 1 pvalor

n % n %

Auto percepção da cárie <0,001

Sim 0 0,0 8 100,0

Não 12 100,0 0 0,0

Idade (média) 0,05

0 – 22 meses 7 87,5 1 12,5

Mais de 22 meses 5 41,7 7 58,3

Recebeu tratamento antes 0,106

Sim 6 46,2 7 53,8

Não 6 85,7 1 14,3

Fonte: Dados da pesquisa.

Com relação aos hábitos de sucção não nutritiva, quando perguntados

sobre o uso da chupeta e a sucção do dedo, observou-se que 25% das

crianças usavam chupeta, assim como o observado por Fracasso et al., (2008)

em estudo com crianças de um à onze meses. Fófano et al. (2009) contudo,

observaram o uso da chupeta em 85,8% das crianças na faixa etária de 0 a 48

meses. Na pesquisa realizada por Gimenez et al., (2008), os hábitos de sucção

não nutritiva estiveram presentes em 48,86% das crianças de 2 a 4 anos de

idade.

A sucção digital nesse estudo, foi observada em apenas 5%. Dos 143

prontuários analisados por Ferreira (2010), verificou-se a presença de sucção

de chupeta em 76,4% das crianças, e a sucção digital em 12,2%. Mesmo

tendo o conhecimento da possibilidade de ocorrência de maloclusões, mães

ainda deixam seus filhos usar a chupeta por longos períodos de tempo

(GARBIN et al., 2013).

Page 39: PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - …

63

Gráfico 1 – Representação da distribuição de crianças de acordo com o uso da chupeta.

Florianópolis, UFSC - 2014.

A rotina/acompanhamento foi o motivo mais citado pelas mães para

procurar o atendimento odontológico na Clínica de Bêbes, seguido da cárie

dental (Figura 1). Resultados semelhantes aos de Fernandes (2010), no qual o

motivo mais prevalente foi prevenção (52,3%), seguido da cárie dental (32,5%).

No caso da prevenção, a busca por atendimento pode estar relacionado com

as consultas pediátricas, que ocorrem nas Unidades Básicas de Saúde desde o

primeiro mês de vida, nas quais as mães são orientadas a buscar atendimento

odontológico para seus filhos (OLIVEIRA, 2002). Quanto à cárie dental, tanto

pode ter sido uma orientação médica, quanto motivada pela presença de

cavidade nos dentes percebida pela mãe, professores ou pessoas próximas.

Em relação à pergunta “Quem orientou o atendimento”, observou-se

(Gráfico 2) que 55% das mães foram orientadas por profissionais da saúde

(Médicos - Pediatras, Cirurgiões - Dentistas, Enfermeiros). Quanto à consulta

Fracasso et al., (2008) na Clínica de Bebês de Maringá-PR, observaram que

em relação à primeira consulta, 96,2 % das mães sugeriram que deveria

ocorrer durante o primeiro ano de vida. No entanto, Faustino-Silva et al., (2008)

observaram que 35% das mães informaram que a primeira consulta deveria

acontecer entre um e três anos de idade. Por outro lado, Politano et al., (2004)

em estudo feito em Campinas - SP, observaram que 47,62% das mães de

recém-nascidos revelaram não ter conhecimento de qual seria a idade ideal

25%

25%

50%

Sempre que chora + paradormir

Para dormir

Para dormir+ durante o sono

Page 40: PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - …

para a primeira visita ao dentista, e 21,43% responderam que quando

irrompessem os primeiros dentes. Pediatras das Unidades Básicas de Saúde

da Grande Florianópolis orientam as mães a procurar o Cirurgião–Dentista

durante o primeiro mês de vida do bebê. Talvez essa orientação não aconteça

na cidade de Campinas, e por este motivo, as mães desconhecem quando

deveria ser a primeira consulta odontológica de seu filho.

Na questão relativa ao local da primeira consulta odontológica, 70% das

mães informaram ter levado seus filhos em Unidades Básicas de Saúde da

Grande Florianópolis. Na pesquisa realizada por Guarienti, Barreto e

Figueiredo (2009) em Creches Municipais de Porto Alegre-RG, 49% dos pais

alegaram ter recebido orientações sobre a saúde bucal de seus filhos pela

mídia, 19% em consultórios particulares, 18% em Unidades Básicas de Saúde,

9% escola dos filhos, e 5% não receberam orientações.

Figura 1- Representação da distribuição de crianças de acordo com o motivo da

consulta odontológica. Florianópolis, UFSC - 2014.

Page 41: PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - …

65

Gráfico 2 – Representação da distribuição de crianças de acordo orientação da consulta.

Florianópolis, UFSC -

Quando perguntou-se se a criança recebeu amamentação natural, 20%

das mães responderam que a criança recebia amamentação natural exclusiva.

Já Abanto et al., (2010) observaram que a amamentação natural foi exclusiva

em 46,2% nos seis primeiros meses de vida dos bebês, enquanto que em

65,7% do estudo de Ferreira (2010), foi inferior a seis meses de idade. No

presente estudo, 25% das mães responderam que as crianças alimentavam-se

do leite materno mais alimentação complementar. Abanto et al., (2010)

observaram em 38,5% dos bebês, o aleitamento ocorreu junto com a

amamentação natural desde o nascimento. Enquanto que Emerim et al.,

(2012), observaram que 51,7% das crianças recebiam amamentação natural e

aleitamento complementado com formulações. Almeida et al., (2007),

observaram que das crianças de 6 a 13 meses de idade que tiveram desmame

precoce, 82,4% substituíram a amamentação natural pela artificial. Importante

para o crescimento normal da criança, a amamentação natural representa o

fator inicial para o desenvolvimento dentofacial adequado, além de favorecer o

estabelecimento de uma oclusão dentária normal e, conseqüentemente, uma

correta mastigação (LONGO, 2005).

Quanto ao uso da mamadeira, 55% das mães informaram que seus

filhos ainda usavam mamadeira, e 25% das crianças fizeram uso da

mamadeira. Moimaz et al.(2011) salienta que quando a criança é alimentada

por meio de mamadeira, o fluxo de leite é maior do que o fluxo na

Page 42: PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - …

amamentação natural, característica que faz com que a criança satisfaça sua

fome com menor esforço e em um período de tempo menor. O aleitamento

artificial exclusivo neste estudo, ocorreu em 30% das crianças estudadas,

enquanto que 15,3% do total pesquisado por Abanto et al.,(2010), receberam

aleitamento artificial exclusivo.

O carboidrato esteve presente de alguma forma no conteúdo nas

mamadeiras das crianças (Figura 2), e 27% delas ingeriam líquidos açucarados

para dormir e/ou durante o sono (Gráfico 3). Apesar de algumas mães terem

relatado que os líquidos da mamadeira não eram adoçados, observou-se que

alguns produtos consumidos, apresentam sacarose na sua composição. Por

exemplo, a cada 2 colheres de sopa de Nescau®, encontram-se 16 gramas de

açúcar, já o Aptamil soja 2® apresenta xarope de glicose na sua composição.

Abanto e colaboradores (2010), observaram que na mamadeira de 82,6% de

bebês de zero a 36 meses de idade, continha açúcar nas bebidas oferecidas. E

no estudo de Fracasso et al., (2008), 39% faziam uso de mamadeira com leite

mais achocolatados e/ou farináceos. Dessas crianças, 28,7% apresentaram

lesões de cárie. Scanioli et al., (2012), observaram que as crianças de 13 à 60

meses que apresentaram a doença cárie, 85% ingeriam algum tipo de

carboidrato (pão, biscoito, macarrão, doce, achocolatado e suco) em cinco ou

mais vezes por dia. Apesar de o carboidrato estar associado com a doença

cárie, a presença deste não foi o único fator para a doença (GUPTA et al.,

2014). A freqüência e a quantidade de carboidrato (sacarose) ingerida são

importantes fatores envolvidos na etiologia da doença (BIRAL et al., 2013).

Perera et al., (2014) observaram que 52% das crianças de 36 à 60 meses que

apresentaram doença cárie, eram alimentadas durante a noite com leite natural

ou artificial com açúcar.

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Gráfico 3 - Representação da distribuição de crianças de acordo com o período do uso

da mamadeira. Florianópolis, UFSC - 2014.

Figura 2 – Representação da distribuição de crianças de acordo com conteúdo da

mamadeira. Florianópolis, UFSC - 2014.

Quando questionadas sobre a forma como os alimentos eram oferecidos

e se a criança mastigava bem os alimentos consistentes, 65% das mães

entrevistadas, responderam que os alimentos eram cortados e que as crianças

geralmente mastigavam bem esses alimentos. Todas as crianças comiam

frutas e 40% comiam verduras cruas. Também questionou-se se seus filhos

tomavam água, e 20% das mães informaram que a criança não ingeria água.

Quando perguntados de que maneira seu filho ingeria líquidos, 35%

responderam que era por meio de mamadeira (Tabela 2).

Sobre a higiene bucal da criança (tabela 3), observou-se que 15% delas

realizavam a higiene bucal sozinha. Guarienti, Barreto e Figueiredo (2009),

observaram que a maioria (53%) dos pais consideram que a higiene bucal é

55% 27%

9%

9%

Manhã+ Tarde+ Noite

Manhã+ Para dormir

Manhã

Tarde+ Noite

Page 44: PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - …

importante para prevenção da doença cárie, entretanto, deixam a higiene bucal

a cargo dos filhos. Os pais devem escovar e/ou supervisionar a escovação dos

seus filhos até que o controle motor fino da criança seja desenvolvido, para que

ela escove sozinha e da maneira correta (MACEDO, 2010).

Na presente pesquisa, a higiene bucal era realizada, após as refeições,

em 85% das crianças. Escova e creme dental foram os métodos de higiene

mais utilizados pelas mães/crianças, no entanto 60% utilizavam creme dental

sem flúor e 15% acrescentaram o fio dental na higiene bucal de seus filhos.

Oliveira e Forte (2011) observaram que 80,4% das mães utilizavam fralda,

escova e dentifrício para limpeza dos dentes das crianças de zero a 36 meses

de idade. Os hábitos de higiene das crianças são construídos baseados nos

hábitos de higiene dos seus pais. Se os pais apresentam uma boa higienização

bucal, provavelmente seus filhos também apresentarão, possivelmente porque

foram instruídos e estimulados para isso (ROSSI et al., 2009).

Tabela 2 - Distribuição de crianças de acordo com característica da alimentação. Florianópolis,

UFSC - 2014.

n %

Consistência dos alimentos oferecidos

Amassados 7 35,0 Cortados 13 65,0 TOTAL 20 100 Criança mastiga alimentos duros Sim 13 65,0 Não 7 35,0 TOTAL 20 100 Criança toma água Sim 16 80,0 Não 4 20,0 TOTAL 20 100 De que maneira ingere líquidos Usa mamadeira 7 35,0 Usa copo 4 20,0 Usa copo de transição 4 20,0 Usa chuça 1 5,0 Não se aplica 4 20,0 TOTAL 20 100

Fonte: Dados da pesquisa.

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Tabela 3 - Distribuição de crianças de acordo com característica da higiene bucal.

Florianópolis, UFSC - 2014.

n %

Quem executa a higiene bucal da criança Pais 16 80,0 Própria criança 3 15,0 Outros 1 5,0 TOTAL 20 100 Como higieniza a boca Escova, creme dental s/ flúor 12 60,0 Escova, creme dental s/ flúor, fio 3 15,0 Escova, creme dental c/ flúor 2 10,0 Escova dental 2 10,0 Dedeira 1 5,0 TOTAL 20 100

Fonte: Dados da pesquisa.

Quanto às informações sobre a mãe (Tabela 4), observou-se que a faixa

etária mais prevalente foi de 22 á 27 anos de idade. Com relação à

escolaridade, 35% das mães entrevistadas não concluíram o 1º grau. Sobre a

renda familiar, 55% delas informaram que a renda era menor que três salários

mínimos, 45% das mães afirmaram que quatro pessoas moram na sua casa.

Para saber qual a importância que as mães davam a sua saúde bucal,

perguntou-se o que achavam de sua condição bucal e se visitaram o Cirurgião-

Dentista no último ano (Tabela 6). Para essa pergunta 80% das mães

relataram ter ido ao dentista no último ano. Apesar dessa resposta, observou-

se relação entre esta informação e a presença de cárie na criança. Das mães

que não visitaram o dentista no último ano, 37,5% de seus filhos apresentaram

o índice ceo ≥ 1 (Tabela 5). Das mães que informaram estarem insatisfeitas

com a sua condição bucal, observou-se que 57,1% dos filhos apresentaram a

doença cárie. Resultado estatisticamente significativo (p≤0,05). Todos

responsáveis que alegaram estarem satisfeitos com sua condição bucal,

tinham filhos livres de lesões da doença cárie.

Quanto à higiene bucal materna, 40% informaram que realizam a higiene

para evitar doenças, 5% das mães afirmaram que apresentam sangramento

gengival e 85% fazem a higiene da língua. Apesar de relatarem escovar os

dentes três vezes ao dia, 85% das mães apresentaram dentes restaurados,

60% informaram ter dentes tratados endodonticamente e 70% delas

informaram que perderam algum dente (Tabela 6).

Page 46: PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - …

Tabela 4: Distribuição das crianças de acordo com as características da mãe. Florianópolis,

UFSC- 2014.

n %

Idade da mãe 17 I—I 21 3 15,0 22 I—I 27 7 35,0 28 I—I 33 4 20,0 34 I—I 39 5 25,0 40 anos ou mais 1 5,0 TOTAL 20 100 Mãe trabalha Sim 8 40,0 Não 12 60,0 TOTAL 20 100 Escolaridade da mãe Fundamental 7 35,0 Ensino médio 7 35,0 Superior 6 30,0 TOTAL 20 100 Renda familiar (SM)* Ate 3 Salários mínimos 11 55,0 3 –I 5 Salários mínimos 4 20,0 5 –I 7 Salários mínimos 3 15,0 Mais de 7 Salários minimos 2 10,0 TOTAL 20 100

Fonte: Dados da pesquisa. * Valor do salário mínimo em Abril/2014= R$ 724,00

Tabela 5 - Associação da variável experiência com a doença cárie (ceo) com as variáveis

características da mãe . Florianópolis, UFSC - 2014.

ceo = 0 ceo ≥ 1 Pvalor n % n %

Foi ao dentista no último ano

0,535

Sim 2 50,0 2 50,0 Não 10 62,5 6 37,5 Auto percepção da cárie <0,001* Sim 0 0,0 8 100,0 Não 12 100,0 0 0,0 Percepção de problemas bucais

0,137

Sim 2 33,3 4 66,7 Não 10 71,4 4 28,6

Fonte: Dados da pesquisa.

Embora a maioria das mães tenha relatado não ser o primeiro

atendimento odontológico de seus filhos e a prevenção ser o principal motivo

pelo atendimento nesta clínica, observou-se uma prevalência expressiva da

doença cárie nas crianças. Essa informação, chama a atenção para a

necessidade que a mãe/responsável seja conscientizada das conseqüências

prejudiciais que a doença cárie e da importância de cuidar de sua saúde bucal

Page 47: PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - …

71

e de seu filho, por meio de alimentação saudável, hábitos de higiene corretos e

rotineiros, salientando-se que os hábitos adquiridos pelas crianças serão

levados para a vida adulta. (FRAIZ, 2001; FAUSTINO-SILVA et al., 2008;

ROSSI et al., 2009).

A amostra desse estudo não foi a ideal, e talvez por isso, não se pode

observar algumas associações constatados em outros estudos semelhantes.

No entanto, chama a atenção, mães que informaram estarem insatisfeitas com

sua condição bucal, relatando restaurações, tratamento endodôntico e

extrações de dentes, seus filhos apresentaram lesões de cárie.

Observou-se que a situação relatada pelas mães não condizia com a

realidade do seu dia a dia, ou o conhecimento a respeito dos cuidados para a

manutenção da saúde bucal era insuficiente. A prevalência e a severidade da

doença cárie poderia ser amenizada, não somente pela procura por

orientação/atendimento odontológico o mais cedo possível, objetivando

principalmente a promoção de saúde, de maneira que todos os cuidados

necessários para favorecer a saúde bucal possam ser compreendidos, mas

também, ênfase para que as orientações sejam colocadas em prática. Ainda

assim, mães precisam ser orientadas quanto a amplitude dos fatores da

doença cárie, principalmente em relação a transmissão de estreptococus do

grupo mutans da saliva da mãe para a boca do filho, fator importante para a

ocorrência da doença (KOHLE, 1994; MACEDO, 2010).

Fraiz (2001); Moura (2000); Faustino-Silva (2008) e Guarienti, Barreto e

Figueiredo (2009), acreditam que as ações de promoção de saúde voltadas à

primeira infância, devem priorizar a educação dos pais/responsáveis, para

auxiliar na construção de hábitos saudáveis e conseqüentemente diminuição

de ocorrência da doença cárie.

Considerando que os pais influenciam na saúde bucal de seus filhos,

percebeu-se que a educação familiar e a utilização dos serviços relacionados à

saúde são fundamentais para o desenvolvimento e manutenção de uma boa

saúde bucal infantil.

Page 48: PERFIL DOS PACIENTES DA CLÍNICA DE BEBÊS - …

Tabela 6: Distribuição das crianças de acordo com as experiências odontológicas da mãe.

Florianópolis, UFSC - 2014.

n %

Foi ao dentista no último ano Sim 16 80,0 Não 4 20,0 TOTAL 20 100 Condição bucal auto relatada Boa 6 30,0 Ruim 14 70,0 TOTAL 20 100 Já Extraiu algum dente Sim 14 70,0 Não 6 30,0 TOTAL 20 100 Já restaurou algum dente Sim 17 85,0 Não 3 15,0 TOTAL 20 100 Já realizou tratamento de canal Sim 12 60,0 Não 8 40,0 TOTAL 20 100 Usa prótese dentária Sim 3 15,0 Não 17 85,0 TOTAL 20 100 Quantas vezes escova os dentes por dia Até 3 vezes ao dia 17 85,0 Mais de 3 vezes ao dia 3 15,0 TOTAL 20 100 O que usa para a higienização Escova dental +creme dental 13 65,0 Escova dental +creme dental +fio dental 7 35,0 TOTAL 20 100 Motivo da escovação Higiene 7 35,0 Evitar doença 8 40,0 Outros 2 10,0 Não respondeu 3 15,0 TOTAL 20 100 A gengiva sangra Sim 5 25,0 Não 15 75,0 TOTAL 20 100 Limpa a língua Sim 17 85,0 Não 3 15,0 TOTAL 20 100

Fonte: Dados da pesquisa.

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5 CONCLUSÃO

Neste estudo, a porcentagem de crianças do gênero masculino foi maior

do que o feminino e a maioria das crianças pertenciam à faixa etária de 12 a 24

meses de idade.

A doença cárie foi observada em 40% das crianças e nenhum tipo de

maloclusão foi observada.

Mães que informaram insatisfeitas com sua condição bucal, seus filhos

apresentaram a doença cárie. Entretanto, as mães satisfeitas com a sua

condição bucal, tinham filhos livres de lesões de cárie.

Através das entrevistas, foi possível observar que mães são orientadas

por profissionais quanto à saúde bucal, mas por algum motivo essas

informações não são praticadas/realizadas.

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APÊNDICE 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO DE ODONTOLOGIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu,_______________________________________, responsável pelo menor

__________________________________________ concordo em participar da pesquisa Perfil dos pacientes da

Clínica de Bebês – Departamento de Odontologia UFSC, que colherá informações relacionadas à criança pela qual

sou responsável e ao ambiente familiar. O objetivo desta pesquisa é estudar as características das crianças de zero

a 42 meses que recebem atendimento odontológico nas clínicas do Departamento de Odontologia da UFSC. Este

estudo é composto por um questionário que serve para coleta de dados, com perguntas referentes ao ambiente

social, desenvolvimento, alimentação e cuidados bucais da criança, tem caráter sigiloso e não oferece risco,

porque é uma aplicação de questionário que ajudará na otimização do atendimento oferecido.

Fui orientado que minha participação será a de responder as perguntas realizadas pela acadêmica, Mayara

Cristina da Rocha, do curso de graduação em Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina. E o

atendimento do meu filho na Clínica de Bebês não será interrompido ou prejudicado. Estou ciente que as

informações prestadas serão restritas à pesquisa, e que nem o meu nome nem o nome de meu filho serão

associados a nenhuma das respostas. Ainda, fui informado que não terei nenhum desconforto e que posso recusar

a participar da pesquisa, ou retirar meu consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar. E me foi

garantido o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos sobre o estudo, e a tudo que eu queira saber

antes, durante e depois da minha participação.

Fui esclarecido que os pesquisadores envolvidos com o projeto são a Cirurgiã-Dentista, Professora Dra.

Izabel Cristina Santos Almeida, professora da Universidade Federal de Santa Catarina e a acadêmica da oitava fase

do curso de graduação de Odontologia desta mesma Universidade, Mayara Cristina da Rocha. Se necessário, o

pesquisador poderá ser contatado pelo telefone (48) 3721 9920, e é responsável pelos dados colhidos. O

acompanhamento através da entrevista está em conformidade com o padrão ético vigente no Brasil (Resolução

CNS 466/12).

Assim sendo, declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto da pesquisa

acima descrito e estou ciente que não existem riscos na participação desta pesquisa, de acordo com o que foi

explicado acima.

Florianópolis, _____/______________/______

(nome e assinatura do responsável pelo pesquisado)

_________________________________________________________________________________________

(nome e assinatura do pesquisador)

(nome e assinatura do pesquisador responsável)

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APÊNDICE 2

QUESTIONÁRIO ESI - CLÍNICA DE BEBÊS

Nº Prontuário: ____________________

Nome: __________________________________________________ Data de nascimento: ____/____/____ Idade: _________ Endereço: ____________________________________________________ Bairro: ____________________________________ Cidade: ___________________________________________ CEP: ____________ Telefone: _____________________________

Creche: __________________________________________________________ Desde quando? _____________________ Períodos: Matutino ( ) Vespertino ( ) Integral ( )

1) É a primeira consulta? Sim ( ) Não ( ) Idade da 1ª consulta: ______________ Onde? ___________________________________

2) Quem orientou procurar atendimento? _____________________________________________________________________

3) Por que procurou atendimento, qual motivo? ________________________________________________________________

4) Tem outro(s) filho(s)? Não ( ) Sim ( ) Quantos? _____________ Posição do filho: __________________________

5) Quantos pessoas moram na casa? _________________________________________________________________________

6) Com quem a criança passa a maior parte do tempo? ________________________________________________________

7) Idade da mãe/responsável: ______________________ Data de nascimento: _____/_____/_____

8) Mãe/ responsável trabalha fora? Não( ) Por quê?___________________________________________________________ Sim ( ) Onde? ___________________________________________________________

9) Grau de escolaridade da mãe/ responsável: 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo ( ) 3º grau incompleto ( ) 3º grau completo ( ) Pós- graduação ( ) Nunca estudou ( )

10) Renda familiar aproximada: ____________________________ Quem e quantos contribuem?_______________________

11) Mãe/ responsável foi ao dentista no último ano? Não ( ) Sim ( ) Qual motivo ?_______________________________________

12) O que acha de sua condição bucal? Ruim ( ) Razoável ( ) Boa ( ) Ótima ( ) Por quê?________________________________________________________________________________________________

- Já extraiu algum dente? Não ( ) Sim ( ) Quantos? ____________________________________________ Não sabe ( ) - Restaurou/ obturou algum dente? Não ( ) Sim ( ) Não sabe ( ) - Realizou tratamento de canal? Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) - Usa prótese? Sim ( ) Não ( ) Qual tipo? _________________________________________________________________

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- Escova os dentes regularmente/diariamente? Não ( ) Por quê? __________________________________________________ Sim ( ) Quantas vezes?________ Com o quê?__________________________ Por quê?____________________________________________ - Quando limpa os dentes, a gengiva sangra?___________________________________________________________________ - Costuma limpar a língua regularmente/diariamente? Não ( ) Sim ( ) Por quê? _____________________________________

13) Teve algum problema durante a gestação? Não ( ) Sim ( ) Qual? ______________________________________________

- Tomou algum medicamento durante a gravidez? Não ( ) Sim ( ) Por quê/ qual? ____________________________________

- A criança nasceu prematura? Não ( ) Sim ( ) Quantos meses? ________ Por quê? ________________________________

- Ocorreu algum problema durante o primeiro ano de vida da criança? Não ( ) Sim ( ) O que?_________________________ Tomou algum medicamento? ______________________________________________________________________________

14) A criança tem alguma doença crônica? Não ( ) Sim ( ) Qual? _______________________________________ Não sabe ( ) Medicamento: ________________________________________________

- Já teve infecções? Não ( ) Sim ( ) Qual? ________________________________________________________ Não lembra ( ) Medicamento: ____________________________________________________________________

15) Criança mama no peito? Sim ( ) Quantas vezes (dia+noite) ?__________________________________________________ Momentos: Manhã _________ Tarde_________ Noite __________ Durante noite ____________

Não ( ) Já mamou? Sim ( ) Até quando? __________________________________________ Não ( ) Por quê? _______________________________________________________________

16) Usa mamadeira? Sim ( ) Quantas vezes (dia+noite)? _________________________________________________________ Momentos: Manhã ______ Tarde ______ Noite ______ Para dormir ______ Durante o sono ________ Conteúdo: _____________________________________________________________________________

- Não ( ) Já usou? ( ) Por quanto tempo?____________________________________________________________

17) Usa chupeta? Não( ) Já usou? ( ) Até quando_____________________________________________________________ Sim ( ) Em que momentos? _______________________________________________________ _ Sempre que chora ( ) para dormir ( ) durante o sono ( ) Quando não está sendo usada, é guardada? Não ( ) Onde fica? ____________________________ Sim ( ) Onde?_________________________ - Quem guarda? ____________________________

18) Chupa dedo? Não ( ) Sim ( ) Qual? ________ Em que momentos?___________________________________________________

19) Tem hora para dormir? Não ( ) Sim ( ) Qual? __________________________ É o horário que a família dorme? Não ( ) Sim ( )

20) Acorda normalmente a que horas? _______________________________________________________________________

21) Em relação à alimentação do bebê/criança - Considera que se alimenta bem (quantidade)? Sim ( ) Por quê? _________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________

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Não( ) Por quê? ___________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________ - Considera que se alimenta bem (qualidade)? Sim ( ) Por quê? ___________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________

Não( ) Por quê? ___________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________

- Como os alimentos são oferecidos (consistência)? _____________________________________________________________

- A criança mastiga bem os alimentos duros? Sim ( ) Não sabe ( ) Não ( ) Por quê? __________________________________

- Come frutas? Sim ( ) Quais? _____________________________________ Quantas vezes ao dia ?_____________________ Não( ) Por quê? ___________________________________________________________________________

- Come verdura crua? Sim ( ) Quais? _____________________________________ Quantas vezes ao dia ?________________ Não( ) Por quê? ______________________________________________________________________

- Toma água quantas vezes ao dia? Quase nunca ( ) Poucas vezes ao dia (até 4) ( ) Mais que 6 vezes ( ) Não( ) Por quê? ______________________________________________________________

- Toma suco? Sim ( ) Natural (feito da fruta ou polpa) ( ) Artificial ( ) Quantas vezes ao dia ?_______________________ Não ( ) Por quê? _____________________________________________________________________________

- Toma suco em quê? (mamadeira, copo, copo de transição, chuca)__________________________________________________

22) A criança recebeu algum tratamento odontológico ? Não ( ) Sim ( ) Qual motivo?_____________________________________

23) A criança têm cárie dental? Sim ( ) Não ( ) Já teve? ( ) Em quantos dentes? ______________________ Não sabe ( )

24) A criança dorme de boca aberta? Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( )

25) Acha que tem algum problema na boca do seu filho? Não ( ) Sim ( ) Qual ?_________________________________________________

26) Como é realizada a higiene bucal da criança? _______________________________________________________________ Quem faz? _____________________________________________________________________________________ Em que momentos? _____________________________________________________________________________ Com o que? ____________________________________________________________________________________ - Não é realizada ( )

27) Quantos meses/ano apareceu o primeiro dente e qual o dente? ________________________________________________ - Não lembra ( )

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28) Dentes em erupção:

55 54 53 52 51 61 62 63 64 65 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

85 84 83 82 81 71 72 73 74 75 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

29) Odontograma:

H- Hígido LAC- Lesão de cárie ativa – cavitada A- Dente ausente LMB- Lesão de cárie ativa- mancha branca E- Extraído DT- Dente traumatizado C- alteração de cor F- Dente fraturado MF- Má formação EI- Extração indicada FB- Faceta de desgaste – bruxismo FE- Faceta de desgaste – erosão RS- Restauração satisfatória RI- Restauração insatisfatória

EXAME CLÍNICO:

Mordida aberta? Não ( ) Sim ( ) A partir de qual dente? _________________________________________________________

Falta de selamento labial? Não ( ) Sim ( )

Mordida Cruzada? Não ( ) Sim ( ) A partir de qual dente? _______________________________________________________

Gengivite? Não ( ) Sim ( ) Quais dentes? ___________________________________________________________________

Alterações em Freios/ Bridas? Não ( ) Sim( ) Quais? _________________________________________________________

Outros: ________________________________________________________________________________________________

Não irrompeu

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ANEXO 1