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8º CENTENÁRIO DO PERDÃO DE ASSIS PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL | JULHO - 2016 | ANO LXIII • N o 07 | 2 DE AGOSTO FREI EVARISTO SERÁ ORDENADO BISPO EM 6 DE AGOSTO

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8º centenário doperdão de assis

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2 de agosto

Frei evaristo será ordenado bispo em 6 de agosto

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XxSumário

província Franciscana da imaculada conceição do brasilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | [email protected]

MensageM do Ministro provincial No Ano Santo da Misericórdia, o 8º centenário da indulgência da Porciúncula ..................343

História Província celebra 341 de fundação e 125 da presença dos missionários alemães .............347

ForMação e estudos Ituporanga: Olimpíadas Frei Gabriel “O importante é ser menor” ...................................................348 Retiro mensal da Fraternidade São Boaventura ..............................................................................................349 Tarde com Maria marca o final do Mês Mariano em Rondinha .........................................................350 FAe: A expectativa para ir ao encontro do outro ...........................................................................................351 Missa na capela da FAe-Centro Universitário ....................................................................................................351 Fraternidade São Boaventura inaugura nova frente de pastoral no Colégio Bom Jesus .....352 Curso de Franciscanismo ..................................................................................................................................................353 Vem aí Cantos Franciscanos! ..........................................................................................................................................354 ITF: O cuidado da Casa Comum é tema da Noite Cultural ....................................................................355 Notícias do Postulantado Frei Galvão .....................................................................................................................355 entrevista: Frei Leonardo Aureliano dos Santos - o novo professor do ITF ................................356 Comissão litúrgica da Ordem se reúne..................................................................................................................358

sav Jovens fazem retiro em Rondinha .............................................................................................................................359

Fraternidades Santuário do Divino espírito Santo: Três dias com Nossa Senhora ..................................................360 Terço dos homens no colo da Mãe da Penha .................................................................................................362 O agradecimento de Frei Benjamim .......................................................................................................................363 Corpus Christi em Xaxim...................................................................................................................................................364 Xaxim: Festa da fé no encerramento do Mês Mariano ..............................................................................365 Agudos: Corpus Christi reúne milhares de fiéis...............................................................................................366 PVF: Um dia com Maria e Frei Galvão ......................................................................................................................367 Gaspar: Semana de oração pela unidade dos cristãos ..............................................................................368 Uma “quase-jufra” na Paróquia São Francisco de Assis de Duque de Caxias ............................369 Primeiro encontro do regional Serra-baixada ..................................................................................................370 60 Anos de vida religiosa de Frei Henrique e renovação dos ministros .......................................370 encontro do Regional Vale do Paraíba ...................................................................................................................371 Despedida de Frei Gentil e posse de Frei Paulo ..............................................................................................372 Bragança, Fraternidade cuidadora ............................................................................................................................373 Frei Jean narra suas impressões na viagem à Síria ........................................................................................374 eSPeCIAL: Frei evaristo nomeado bispo da Prelazia de Marajó ...........................................................376

evangelização Notícias da Missão de Angola .......................................................................................................................................382 Sefras: População de rua será acolhida até final do inverno .................................................................386 Palavra da Hora: um novo projeto de comunicação ..................................................................................388 Frente de Comunicação faz dois encontros ......................................................................................................388 USF realiza celebração pascal judaica ....................................................................................................................389 Clubinho São Francisco de Assis: 45 anos ...........................................................................................................390

cFFb Família Franciscana do Paraná: A misericórdia no pensamento de São Franciso ................391

notícias e inForMações Vem aí novo musical sobre São Francisco! .........................................................................................................392 Crucifixo de São Damião volta “à casa” ...................................................................................................................394 Oração pelos avós ..................................................................................................................................................................395 Falecimento: Olívio Mariano de Toledo .................................................................................................................395

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Mensagem

no ano santo da misericórdia, o oitavocentenário da indulgência da porciúnculaCaríssimos irmãos e irmãs,Que o Senhor lhes dê a Paz e todo o Bem!

A Ordem Franciscana, neste ano de 2016, faz memória dos 800 anos da “Indulgência da Porciúncula”, também conhecida pelo nome de “O Perdão de Assis”. Mesmo conhecendo, não é de-mais repetir a essência desta “Indul-gência” que a história franciscana nos transmitiu pelo testemunho tardio de Bartolomeu de Pisa (+1401?). Ele nos relata:

Uma noite, do ano do Senhor de

1216, Francisco estava compenetrado na oração e na contemplação na igre-jinha da Porciúncula, perto de Assis, quando, repentinamente, a igrejinha ficou repleta de uma vivíssima luz e Francisco viu sobre o altar o Cristo e à sua direita a sua Mãe Santíssima, cir-cundados de uma multidão de anjos. Francisco, em silêncio e com a face por terra, adorou a seu Senhor.

Perguntaram-lhe, então, o que ele desejava para a salvação das almas. A resposta de Francisco foi imediata: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero pecador, te peço, que, a todos

quantos arrependidos e confessados, virão a visitar esta igreja, lhes conce-da amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”.

O Senhor lhe disse: “Ó Irmão Fran-cisco, aquilo que pedes é grande, de coi-sas maiores és digno e coisas maiores tereis: acolho portanto o teu pedido, mas com a condição de que tu peças esta indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra (Papa)”.

E imediatamente, Francisco se apre-sentou ao Pontífice Honório III que, naqueles dias encontrava-se em Perusa e com candura lhe narrou a visão que

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Mensagem

teve. O Papa o escutou com atenção e, depois de alguns esclarecimentos, deu a sua aprovação e disse: “Por quantos anos queres esta indulgência”? Fran-cisco destacadamente respondeu-lhe: “Pai santo, não peço por anos, mas por almas”.

E feliz, se dirigiu à porta, mas o Pontífice o reconvocou: “Como, não queres nenhum documento”? E Fran-cisco respondeu-lhe: “Santo Pai, de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra sua; eu não tenho necessidade de al-gum documento. Esta carta deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo, o Escrivão, e os Anjos, as testemunhas”.

E poucos dias mais tarde, junto aos Bispos da Úmbria, ao povo reunido na Porciúncula, Francisco anunciou a in-dulgência plenária e disse entre lágri-mas: “Irmãos meus, quero mandar-vos todos ao paraíso!”

A Ordem dos Frades Menores, na busca da aproximação dos Irmãos ao apelo de Jesus Cristo, “Sede miseri-cordiosos como vosso Pai é misericor-dioso” (Lc 6,36), elegeu para este ano o tema “Irmãos e Menores rumo à Mi-sericórdia e ao Perdão”, procurando unificar o ano do Jubileu da Miseri-córdia aos 800 anos do Perdão de As-sis. Nas “Linhas Guias do Definitório Geral para a animação nos anos 2016 e 2017”, se afirma: “No pensamento de São Francisco a misericórdia é antes de tudo um atributo de Deus e depois é também uma qualidade necessá-ria em nossas relações interpessoais”. Vejamos, portanto, como fazer esta leitura da misericórdia e do “amplo e generoso perdão” a partir dos Escritos de São Francisco de Assis.

“misericórdia e perdão, um atributo de deus”

São Francisco de Assis, no final da sua vida, junto à capelinha da Porci-úncula (local onde, segundo o teste-munho de Bartolomeu de Pisa, su-plicou “o amplo e generoso perdão”),

recorda a todos o quanto a misericór-dia de Deus determinou toda a sua vida penitencial, na obediência a Je-sus Cristo, “o rosto da misericórdia do Pai” (EV 1): “O Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, iniciar uma vida de penitência: como estivesse em pecado, parecia-me deveras insupor-tável olhar para leprosos. E o Senhor mesmo me conduziu entre eles e eu tive misericórdia com eles” (Test. 1). Assim, na leitura sequencial do Tes-tamento, constatamos que o Senhor misericordioso foi para Francisco e é para todos os frades: o referencial da vida de oração; o fundamento da fé à santa Igreja que se faz visível na Eucaristia, no anúncio da Palavra, nos sacerdotes e teólogos; a origem da nova família chamada ‘Fraterni-dade’ que vive segundo a forma do santo Evangelho e que asceticamente se empenha para viver a pobreza pela graça do trabalho; o impulsionador de uma evangelização que começa pelo anúncio da Paz, para animar os frades a irem pacificamente pelo mundo e protagonizarem em todos os tempos da história a utopia da Paz, cantada na noite do nascimento do Verbo que se fez carne: “Paz na terra aos homens de boa vontade”.

Esta Misericórdia, como atributo divino, também é contemplada na Re-gra não Bulada, quando São Francisco convoca os frades a perseverarem na verdadeira fé e penitência como con-dição salvífica: “Amemos todos, de todo coração... o Senhor nosso Deus... que nos criou e nos remiu e só por sua misericórdia nos salvará” (Cf. RnB 23, 23-26). Francisco de Assis, ao in-serir nesta Regra a belíssima “Oração de louvor e ação de graças”, contem-pla a “misericordiosa salvação” como um dom que procede do “Onipotente, altíssimo, santíssimo e sumo Deus”, revelada na ação das Pessoas da San-tíssima Trindade (“Trindade perfeita e Unidade simples” cf. CtOr 53): o

Pai santo e justo que é Rei e Senhor, Criador do céu e da terra; o Filho Redentor e Salvador, pois Nele todos fomos criados e amados; e o Espírito Santo Paráclito que anima e santifica todos os seres espirituais e corporais. Portanto, é a totalidade da vida, isto é, toda a criação que necessita da mise-ricórdia e do perdão. Esta reflexão é retomada pelo Papa Francisco na En-cíclica Laudato Sì.

Misericórdia e perdão também são rezados e contemplados por São Francisco na assim chamada “Pará-frase à Oração do Senhor”. Quando Bartolomeu de Pisa relata que o Po-bre de Assis intercedeu pelo “amplo e generoso perdão, com uma com-pleta remissão de todas as culpas”, isto se torna evidente nesta medita-ção franciscana que encontramos na Paráfrase ao Pai-nosso: “Perdoai-nos as nossas dívidas: pela vossa inefá-vel misericórdia, pela virtude da paixão de vosso dileto Filho e pelos méritos e intercessão da beatíssima Virgem Maria e de todos os vossos eleitos. Assim como nós perdoamos aos nossos devedores: aquilo que não conseguimos perdoar plenamente, fazei vós, Senhor, que perdoemos plenamente”. O perdão pleno muitas vezes se torna difícil porque, mesmo dizendo que perdoamos a quem nos tem ofendido, guardamos no coração mágoas ou ressentimentos passados. Logo, o perdão pleno é acima de tudo uma ação da “inefável misericórdia” do Pai celestial: “Sede misericordio-sos, como é misericordioso vosso Pai celestial” (Lc 6,36), “clemente e com-passivo, lento para a cólera, grande em misericórdia” (Sl 145, 9).

O que não dizer dos muitos atri-butos divinos cantados por São Fran-cisco nos “Louvores a Deus Altíssi-mo”? E no verso deste pergaminho se encontra a belíssima bênção do Senhor compassivo e misericordioso que o Estigmatizado do Alverne deu

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Mensagem

a seu companheiro e amigo Frei Leão. Depois da experiência transfigurado-ra no Monte Alverne, onde o amante e o Amado se fundem no mistério do amor e da dor, o “angélico Francisco” elenca nesta oração de louvor vários atributos ou propriedades divinas e a conclui com esta exclamação: “Tu és nossa vida eterna: grande e admirável Senhor, Deus onipotente, misericor-dioso Salvador”. O coração compas-sivo (miserior+cor) do Senhor Deus Santo se visibiliza como Salvador (sal-vator), ou seja, o médico que cuida, sana as feridas, cura as enfermidades e as culpas.

A misericórdia de Deus também é invocada na oração conclusiva da Carta a toda a Ordem: “Eterno Deus onipotente, justo e misericordioso, concedei-nos a nós míseros praticar por vossa causa o que reconhecer-mos ser a vossa vontade... para seguir as pegadas de vosso Filho, nosso Se-nhor Jesus Cristo”. A misericórdia do Senhor é fundamental para que a Ordem se coloque no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo, pois o jus-to e misericordioso Deus purifica-nos dos pecados, nos dá o discernimento

do coração e nos abrasa com o fogo do Espírito Santo.

Enfim, dada a sua familiaridade com a Palavra de Deus, mais especi-ficamente na oração do Ofício Divi-no, São Francisco compõe para sua devoção pessoal e da fraternidade o chamado “Ofício da Paixão do Se-nhor”. Nesta oração, ele reza e con-templa o Senhor Misericordioso em todos os Tempos Litúrgicos e nas di-versas Horas Canônicas. Sem entrar em detalhes, apenas elenco alguns versículos:

“Deus enviou sua misericórdia e sua verdade, arrancou a minha alma dos meus fortíssimos inimigos, pois se tornaram mais fortes do que eu...” (Sl III, 5). “Porque aos céus se eleva a vossa misericórdia, até às nuvens a vossa verdade” (Sl III, 11). “Naquele dia, o Senhor enviou sua misericórdia e na noite foi cantado o seu louvor (Sl IX,4). “A vós, meu Deus, cantarei salmos porque sois minha defesa, vós sois meu Deus e minha misericórdia” (Sl XI 9).

“Ouvi-me, Senhor, pois vossa bon-dade é compassiva; em nome de vossa misericórdia voltai-vos para mim” (Sl XII, 7).

“A vós, salmodiarei, ó meu auxílio, pois sois o Deus que me acolhe, meu Deus, minha misericórdia” (Sl XII, 10).

“Eu, porem, esperei em vossa mise-ricórdia” (Sl XIII 5).

“Naquele dia, o Senhor enviou sua misericórdia e de noite o seu cânti-co” (Sl XV, 5).

misericórdia e perdão, virtudes necessárias nas nossas relações interpessoais

A segunda afirmação das Linhas Guias do Definitório Geral para a ani-mação nos anos 2016 e 2017, é que a “misericórdia é uma qualidade neces-sária em nossas relações interpesso-ais”. E isso para dar visibilidade con-creta ao apelo de Jesus Cristo: “Sejam misericordiosos como é misericordio-so o vosso Pai celeste” (Lc 6,36).

Em primeiro lugar, nessa linha de pensamento, eu diria que a mise-ricórdia é uma virtude a ser cultiva-da. Na 27ª Admoestação, quando São Francisco descreve as “Virtudes que afugentam os vícios”, afirma: “Onde há misericórdia e discernimento, aí não há nem superfluidade nem ri-gidez (Adm 27,6). No pensamento e na lógica do Santo de Assis, cada vir-tude é um ‘anjo protetor’ das demais virtudes, como ele mesmo nos ates-ta em outro escrito, assim chamado “Elogio das Virtudes”. Ao saudar as virtudes parceiras, onde uma virtu-de é irmã e protetora da outra, assim escreve: “Quem possuir uma de vós e não ofender as demais, a todas pos-sui; e quem a uma ofender, nenhuma possui e a todas ofende. E cada uma por si destrói os vícios e pecados” (EV 6). Em outras palavras, o cultivo de uma virtude qualifica o irmão a ser um “Frade perfeito”, tão bem descrito

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Mensagem

e formulado no Espelho da Perfeição: “Francisco examinava em si mesmo as qualidades e as virtudes de que de-veria ser dotado o bom frade menor” (cf. EP 85).

Assim, por ser uma virtude de fundamental importância, a miseri-córdia é determinante nas relações in-terpessoais na fraternidade. Quando a virtude da misericórdia adormece, adoece e desaparece na vida do fra-de menor, a superfluidade e rigidez minam e destroem as sagradas rela-ções fraternas. Consequentemente se evidenciam várias fragilidades: os rancores pessoais que turbam a limpi-dez da alma ou a pureza de coração; a dureza de coração que nos torna rígidos e inclementes; a insensibili-dade diante das necessidades físicas e espirituais do irmão; a dificuldade de perdoar e de oferecer o perdão; a in-clemência diante do erro do confrade, os julgamentos duvidosos e desne-cessários; a invejosa desconsideração da virtude que potencializa o irmão, etc. São males que destroem em nós o profetismo da misericórdia de um Pai Misericordioso. O Papa Francisco, no último Capítulo Geral da Ordem, nos recordava: “É importante recuperar a consciência de que somos portadores de misericórdia, de reconciliação e de paz”.

Francisco de Assis, profundo co-nhecedor da fragilidade humana, nos ajuda a pensar e agir misericordiosa-mente. Cito alguns textos, com exem-plificações concretas:

Na 2ª Carta aos Fiéis, dirigindo-se aos cristãos que vivem religiosamente, recorda a caridade e a misericórdia às pessoas que estão investidas do poder: “Aqueles que receberam o poder de julgar os outros exerçam o julgamen-to com misericórdia, como eles pró-prios gostariam de obter do Senhor a misericórdia. Pois, julgamento sem misericórdia terão os que não fizeram misericórdia” (2CtFi 28-29).

Na Carta que escreveu a um Mi-nistro dos Frades Menores, a cha-mada carta-magna da Misericórdia, São Francisco acolhe na misericórdia as reais dificuldades de um superior colocado como servidor de uma determinada fraternidade. Na vida cotidiana, no enfrentamento das di-ficuldades e diferenças, há algo mais importante que deve prevalecer, que está até mesmo acima do valor da vida contemplativa num eremitério. Este algo ‘mais’ (plus = soma) é a vida fraterna! “E nisto quero reconhecer se tu amas o Senhor e a mim, servo dele e teu, se fizeres isto: não haja no mundo irmão que pecar, o quanto puder pecar, que, após ter visto teus olhos, se sinta talvez obrigado a sair de tua presença sem obter misericór-dia se misericórdia buscou. E se não buscar misericórdia, pergunta-lhe se não na quer receber...” (Ct Min 5-7). E ainda: se alguém pecar, “não o en-vergonhem nem descomponham. Tenham antes grande misericórdia com ele e mantenham oculto o peca-do... O Custódio, por sua vez, o aten-da com misericórdia, como desejaria ser tratado se estivesse em idêntica situação”. E Francisco conclui o texto com a orientação e indução ao rito sacramental da reconciliação e da ab-solvição, acrescentada da recomen-dação evangélica: “Vai e não peques mais” (cf. CtMi 13-15). Ser misericordioso, indulgente, compre-ensível, amável não significa ser conivente com o pecado, nem mesmo permitir que o irmão fique vagando fora da obediência e da Regra. “Aqueles irmãos que não os quiserem observar (exercícios regulares da vida penitencial, vaguear pelo mundo sem se importar com a disciplina da Re-gra) não os considerarei como católicos nem como irmãos: não quero vê-los nem falar-lhes, enquanto não mudarem de ati-tude” (cf. CtOr 40-46). Portanto, oferecer misericórdia e corrigir se complementam no exercício do amor fraterno.

conclusãoNa celebração do Ano Santo da

Misericórdia e dos 800 anos da Indul-gência da Porciúncula, que também entre nós celebremos o “Perdão de Assis”. Reviver o perdão com a mesma audácia com que São Francisco o ce-lebrou no Cântico das Criaturas, num momento crítico de divergências nas relações humanas: “Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam por teu amor, e suportam enfermidades e tribulações. Bem aventurados os que as sustentam em paz, que por ti, Altís-simo, serão coroados”.

Que entre nós resplandeçam as obras de misericórdia dentro e a par-tir das nossas fraternidades. “É bom perseverar nas obras de misericórdia e ter tempo para os bons frutos, ajudar os necessitados e dar alguma coisa aos pobres”, nos recorda o Sacrum Com-mercium (n 39). As obras de miseri-córdia nos obrigam a viver no espíri-to de pobreza, libertando-nos da das doenças da autorreferencialidade, da sede do poder e do egoísmo. Por isso as obras e gestos de misericórdia, den-tro e fora das nossas fraternidades, não são ações facultativas. A misericórdia é uma seta de fundamental importância no discurso das Bem-aventuranças, logo, consequência do amor fraterno.

São Francisco de Assis, depois de falar do Misericordioso Redentor nos “Louvores a Deus”, soube compreen-der a dificuldade do seu companheiro Frei Leão. Por isso, com um coração terno e misericordioso, oferece-lhe em forma de bênção a face misericor-diosa de Deus: “O Senhor te abençoe e te guarde; te mostre a sua face e tenha misericórdia de ti. Volva para ti o seu olhar e te dê a paz. Frei Leão, o Senhor te abençoe”.Meu irmão e minha irmã, o Senhor vos abençoe!

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFMMinistro Provincial

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 347

História

no dia 15 de julho, a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil celebra 341 anos de fundação, já que

neste dia, em 1675, o Papa Clemente X assinava a bula “Pastoralis Officii” decretando a sua ereção. Sua histó-ria, contudo, mostra que esteve muito perto de não celebrar essa data hoje. Em 1764, o Marquês de Pombal, Mi-nistro plenipotenciário do Rei Dom José I, baixou uma lei proibindo a re-cepção de novos membros e um de-creto promulgado pelo Ministério da Justiça do Império, de 19 de maio de 1855, proibiu, em absoluto, a recepção de noviços em todas as ordens religio-sas no Brasil. Esta medida prendia-se a um pensamento muito divulgado e adotado pelo imperador de extinguir as casas do clero regular e concentrar todo o patrimônio das Ordens nos seminários para a formação de clero secular. Esta campanha anti-religiosa desencadeada pelo Império Brasileiro

província celebra 341 anos de Fundaçãoe 125 da presença dos missionários alemães

-se no Sul. A instabilidade política e jurídica do Brasil fez com que os franciscanos alemães se precavessem. Com a República recém-proclamada, era preciso esperar pelas disposições religiosas da nova legislação.

Superadas as dificuldades iniciais em função da recém-proclamada Re-pública do Brasil, o governo provisó-rio, através do Decreto Federal de nº 119-A, de 07 de janeiro de 1890, ex-tingue o padroado “com todas as suas instituições, recursos e prerrogativas” e estabelece a liberdade de cultos no Brasil. Na prática, significava a revo-gação da circular de 19 de maio de 1855 do Ministro da Justiça, Nabuco de Araújo, que proibia a entrada de noviços nas ordens religiosas.

No dia 10 de julho de 1891, os missionários alemães dirigiram--se para Teresópolis para dar iní-cio à missão, “reiniciando” a vida franciscana no Brasil através de um novo modelo pastoral. Teresópolis,

contribuiu para que a Pro-víncia de Santo Antônio chegasse à República com nove frades e a da Imacu-lada Conceição com ape-nas um, Frei João do Amor Divino Costa.

A pedido da Santa Sé, a Província da Saxônia aceitou a missão de res-taurar as Províncias da Imaculada Conceição e de Santo Antônio no Bra-sil. O advento da Repúbli-ca brasileira, proclamada em 15 de novembro de 1889, retardou a vinda dos missionários até mea-dos de 1891, quando Frei Amando Bahlmann com três confrades, Frei Xisto

segundo Frei Amando Bahlmann: “é uma vila com uma boa igreja. Os católicos não são muito numerosos, mas quator-ze povoados pertencem a esta Paróquia”.

A Paróquia de Teresó-polis foi entregue oficial-mente aos franciscanos, por provisão de Dom José Pereira da Silva Barros, Bispo do Rio de Janeiro, que tinha jurisdição eclesi-ástica sobre a Província de Santa Catarina , em 12 de novembro de 1891. Tere-sópolis foi o ponto de par-tida para novas fundações, como paróquias, conven-tos e colégios.

Meiwes, Frei Humberto Themans e Frei Maurício Schmalor, encetaram o apostolado de Santa Catarina. Antes, seguiram para a Bahia para aclimatar-

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Formação e Estudos

na quinta feira, 12 de maio, no Seminário São Francisco de Assis, deu-se início às XXXVI Olimpíadas Frei Gabriel. As

Olimpíadas acontecem anualmente, alterando a rotina do Seminário, e tem o intuito de estimular o trabalho em equipe, a criatividade, o espírito fraterno, a prática de esportes e a su-peração dos limites. Na festa de aber-tura que aconteceu na quinta-feira, as equipes buscaram preparar apre-sentações, cada uma com seu mas-cote, bandeira, seguido do seu grito de guerra e hino, propostas estas que foram acordadas na preparação para estas Olimpíadas.

As apresentações foram cheias de criatividade, capricho e empenho. Ao todo eram três equipes: Equipe Verde com o mascote Mike Wazowski; Equi-pe Rosa Pink com o mascote Pantera Cor de Rosa; e Equipe Salmão com o mascote Harry Plotegher (sic). Após a cerimônia de abertura, realizou-se uma confraternização com muito ca-chorro quente.

Ao longo de toda Olimpíada, aconteceram diversas provas: des-de basquetebol, vôlei, futsal, tênis de mesa, sinuca, roda a roda, caça ao tesouro, entre tantas outras. Neste pe-ríodo, o nosso inimigo era o horário, pois a qualquer momento poderia

soar a corneta. Foi um momento de muita interação, de descontração, de alegria e união. A Olimpíada findou--se com o tradicional circuito no qual as equipes dão o seu melhor.

O resultado final aconteceu no do-mingo (15) à noite, durante o Recreio Fraterno, que contou com a presença de alguns frades da paróquia Santo Es-têvão. A classificação final foi: Equipe Salmão em 1º lugar, Equipe Rosa Pink em 2º e Equipe Verde em 3º lugar.

Parabéns a todos os participantes que deram seu sim para as Olimpía-das e, de modo especial, a toda equipe de organização que fez acontecer a XXXVI Olimpíada Frei Gabriel.

bênção do novo órgãoNo domingo 22 de maio, no

início da solenidade da Santíssima Trindade, a igreja do Seminário São Francisco de Assis ganhou um novo instrumento musical. O órgão eletrônico, de fabricação do Grupo Bonh (Novo Hamburgo – RS), é uma peça exclusiva, sendo fabricado de acordo com os pedidos de nossa Fraternidade.

Por ser um instrumento de gran-de apreço da Igreja Católica, o órgão foi abençoado, conforme o Ritual de Bênçãos propõe. Tudo aquilo que se

destina ao culto, é louvável que receba uma bênção.

Após a bênção e a incensação, o órgão acompanhou o primeiro can-to da assembleia, que foi uma versão do Hino do Ano da Misericórdia (cf. https://youtu.be/9ocUm9rX0So). As-sim, entoamos um hino à bondade e à misericórdia do Pai, que neste ano somos chamados a contemplar e, so-bretudo, imitar.

Nesta solenidade da Santíssima Trindade também contamos em nos-sa Fraternidade com a presença dos

vocacionados aqui de Ituporanga que estão buscando um discernimento da sua vocação.

Equipe de Comunicação

o importante é ser menorXXXvi olimpíadas Frei gabriel

ituporanga

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Formação e Estudos

nos dias 26, 27 e 28 de maio, a Fraternidade Franciscana do Convento São Boaventu-ra de Campo Largo-PR viveu

momentos de meditação, partilha e oração à luz de um dos fundamentos que fomenta a espiritualidade do fra-de menor, isto é, o “espírito de oração e devoção”, realidade esta que perpas-sa e orienta todo o viver do religioso franciscano, e que fora tema nortea-dor para as reflexões desenvolvidas durante esses três dias que marcaram o retiro mensal desta fraternidade.

Este ponto vital que caracteriza a forma de vida do frade franciscano, abordado no presente encontro, diz respeito à intimidade do religioso para com Deus, à sua entrega total ao “Sumo Bem” e ao desejo de realizar unicamente a vontade do Criador - dar concretude ao Reino dos Céus e conduzir o gênero humano ao cora-ção da Santíssima Trindade. Este mes-mo espírito que dinamiza a relação do religioso franciscano com o Pai celes-tial, se faz presente na vida em frater-nidade, no serviço aos menores e ne-cessitados e no anúncio da boa nova do Reino aos homens, enfim, é parte estruturante de uma vida orientada para as coisas do Alto. Entretanto, de-sejar o espírito do Senhor e o seu san-to modo de operar, conforme destaca-do nas reflexões da fraternidade local, significa assumir todas as dimensões da vida a partir da doutrina do Cristo, que compreende o amor doação, po-sicionamento promotor da dignidade que toca os seres humanos, e a radical transformação da face da terra, tendo em vista a reconciliação da criação com o seu Criador.

Uma vez plenificado com a for-ça do espírito que moveu Cristo no decurso de sua missão terrena, afir-ma-se que o religioso franciscano é convocado, como resposta inerente

à sua consagração e adesão à força que procede do Alto, a permanecer no amor do Filho do Altíssimo para produzir bons frutos e frutos em abundância, e levar à plenitude a to-talidade do seu ser, a fim de formar comunhão com o Amado e dispen-sador de todos os bens – Deus Pai todo poderoso.

Nesse sentido, a oração é a vida que move o franciscano para o encon-tro com as realidades celestiais, reali-dades que se fazem presentes também na comunhão com os irmãos da terra, visto que “onde um ou mais estiverem reunidos no nome do Senhor, Ele es-tará presente no meio deles”. Por esta razão, desejosos por permanecerem no amor que procede da comunhão com o Pai, o Filho e o Divino Espí-rito, cada religioso franciscano busca fazer da própria existência um espaço de acolhida à palavra que sai da boca de Deus, de forma que, a sua vida, enquanto consagrado, seja expressão da misericórdia infinita de Deus Pai,

presença que acolhe e socorre os ir-mãos sofredores – os necessitados do seu amor incondicional. Portanto, o espírito de oração e devoção responde pela vida que orienta os servos do Al-tíssimo Onipotente Bom Senhor e da mais perfeita pobreza, a fim de que se realize nos homens a obra redentora do Pai, e o seu reino de amor se esten-da por sobre toda a terra.

Por fim, durante a homília da mis-sa do sábado (28/05), presidida por Frei Rodrigo Santos, os membros da fraternidade local puderam partilhar, de forma mais profunda, aspectos desta espiritualidade à luz das diver-sas dimensões da vida até o momento presente da caminhada vocacional, experiência esta profícua e de valor ímpar, visto que cada um pode levan-tar particularidades da presença do Ressuscitado dentro do processo que toca a vida de oração particular e co-munitária.

Frei Thiago da Silva Soares

retiro mensal da Fraternidade são boaventura

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350 [coMUNIcAÇÕES] juLho / 2016

Formação e Estudos

na tarde do último domingo do mês de maio (29/05), celebrou--se no Convento São Boaven-tura de Campo Largo-PR uma

tarde Mariana para comemorar e en-cerrar bem o mês dedicado a Nossa Senhora. O encontro teve início às 16 horas e encerrou-se às 18h30 com a co-roação de Nossa Senhora.

Na capela da Fraternidade, deu-se início ao momento dedicado à Mãe de Deus, com uma devoção a Nossa Se-nhora, oração e Ladainha de Nossa Se-nhora, cantada todos os dias no mês de maio no Noviciado em Rodeio – SC. A Ladainha é cantada em latim e é fruto de uma devoção popular em forma de preces.

Não há precisão sobre a origem da Ladainha, mas foi aprovada em 1587 pelo Papa Sisto V. A forma mais antiga foi conhecida no fim do século XII. Ela possui 50 invocações, as quais clamam Nossa Senhora como Santa (3), Mãe (12), Virgem (6), Rainha (12), Vaso (3), Torre (2) e outros 12 títulos variados.

Em seguida, já que o tempo esta-va propiciando uma tarde fria, todos

tarde com maria marca o Final do mês mariano em rondinHa

encaminharam-se em procissão com a imagem de Nossa Senhora ao refei-tório do convento onde foram servidos deliciosos chás e demais guloseimas. Ademais, não poderiam faltar home-nagens à Nossa Senhora, como poesias, músicas, cantos etc., os quais foram conduzidos pelos frades e pessoas que se dispuseram a homenagear Maria.

Para concluir a tarde mariana, após a degustação dos chás e iguarias e en-cerradas as apresentações, fez-se um momento bonito no qual coroou-se Nossa Senhora e, assim, deu-se termo a mais uma tarde dedicada a Maria no Convento São Boaventura.

Este foi o segundo ano em que a Fraternidade Franciscana São Boaven-tura proporcionou uma tarde mariana à comunidade que aqui participa das celebrações, às pessoas das comunida-des das proximidades e às pessoas das comunidades com as quais os frades fazem pastorais. A fraternidade agra-dece a todas as pessoas que participa-ram desta tarde com Maria.

Frei Marcos Schwengber

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Formação e Estudos

Como é de costume, toda última terça-feira do mês, os frades estudan-tes do Convento São Boaventura parti-cipam e animam a Missa na capela da FAE-Centro Universitário. No último dia do mês de maio (31/05) não foi diferente. A capela ficou pequena para tantos motivos a serem celebrados. Rendeu-se graças a Deus pelo dom da vida, houve também a tradicional bên-ção dos pãezinhos de Santo Antônio e recordou-se ainda a grande festa da Vi-sitação de Nossa Senhora à sua prima Isabel, com uma bela coroação de Nos-sa Senhora, conduzida pelos estudantes do colégio Bom Jesus, unidade do Cen-tro de Curitiba.

A Santa Missa contou com uma grande participação dos alunos, cola-boradores e professores do grupo Bom

a grande maioria dos jovens es-pera a sexta-feira com muita ansiedade, pois logo virá o final

de semana para se divertirem e terem um tempo livre para descansar. Entre-tanto, para os jovens estudantes da FAE - Centro Universitário, na sexta-feira (03/06), a expectativa é bem outra. Na verdade, eles se preparavam para mais uma experiência de saída, juntamente com a Pastoral Universitária da institui-ção, onde iriam ao encontro do outro. Desta vez, na CMEI (Centro Municipal Educacional Infantil) Jardim Alegre.

Como o próprio nome do Centro

Educacional já diz, o local transfor-mou-se num Jardim Alegre, pois os estudantes da FAE organizaram ex-celentes atividades para as crianças, e todas as brincadeiras e jogos foram no pátio da escola. E logo a expectativa de encontrar as crianças foi superada por risos, danças, histórias, brincadeiras e até espadas... de bexiga de ar é claro.

Assim, cada jovem pode fazer a ex-periência de verdadeiramente se can-sar. As crianças não pouparam energia e brincaram à vontade. Mas o cansaço teve sua retribuição, que superou qual-quer motivo de reclamação: um sorri-

so sincero, um abraço apertado, uma felicidade que transbordava dos olhos puros das crianças.

Dessa forma, uma sexta-feira de atividades onde se busca a felicidade do outro é uma grande marca na histó-ria de cada participante das atividades da Pastoral. O sair de si e ir ao encon-tro do outro é exigente, mas abre uma perspectiva totalmente humana: o outro, antes de passar por indiferente, torna-se um irmão! Deus seja louvado!

Frei Augusto Luiz Gabriel Frei Gabriel Dellandrea

rondinHa-Fae-pastoral universitária

a eXpectativa para ir ao encontro do outro

missa na capela da Fae-centro universitárioJesus e da FAE. O presidente da cele-bração foi Frei Mário Knapik, frade que atua diretamente na Frente de Educação da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

Ao final da celebração, como já havia sido citado por Frei Mário, as crianças que estudam no Colégio Bom Jesus, em um gesto simples, porém belo e profun-do, coroaram a imagem da Imacula-da. Com o coração puro, ofereceram à Virgem Mãe pétalas de rosas, represen-tando o perfume da pureza de Maria; o terço, sinal de nossa devoção para com a mãe; a Bíblia, representação para aque-la que foi obediente e acolheu o próprio Verbo; flores brancas, símbolo da Ima-culada Conceição; e por último a Coroa colocada na cabeça de Maria.

Frei Matheus José Borsoi

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352 [coMUNIcAÇÕES] juLho / 2016

Formação e Estudos

atendendo a um antigo apelo para que os frades estudantes tivessem uma presença mais efetiva na rede dos Colégios

Bom Jesus, e acompanhando o movi-mento de nossa Província que elegeu a Frente da Educação como uma de suas prioridades na ação evangeliza-dora, a Fraternidade Franciscana São Boaventura iniciou hoje, (24/05) mais uma pastoral educacional.

Desde o início do ano, os frades

estudantes assumiram a Pastoral Uni-versitária na FAE-Centro Universitá-rio, que já existia,. Participavam do projeto Semeando o Bem, voltado à acolhida de alunos do nono ano e En-sino Médio, da rede educacional Bom Jesus. Os dois projetos têm como ob-jetivo oferecer aos alunos e universitá-rios a oportunidade de fazerem ações sociais, tendo como base o próprio Evangelho que envia a todos em mis-são a fim de que possam fazer o bem.

Meu Deus, o que vejo!Vejo o Cristo pobre, desnudo,entre inocentes animais nascido,pelas elites corrutas deste chão perseguido, varrido,pelo poder de Deus reerguidoe, por mim, de si, ele deu tudo,o mal já foi todo vencido.Se soubessem o que vejo e sinto!Abdicariam da depravação maldita,da ganância por riqueza e poder,das preconceituosas falácias,do orgulho sádico, vão prazer.Se soubessem o que vejo e sinto!Tudo isso devolveriam, quanto antes,a quem mesmo de direito:ao diabo.Oxalá o façam algum dia.Por vivem cegos.

Ou, talvez, nem queiram ver.Escolha sua.Paciência.Tenho pena dessa gente.Vão sofrer.Talvez um dia acordempara o belo de uma nova ordem,ordem de Deus, tempos melhores,ordem dos menores.Tive pena de mim.Acordei.Dono de nada, pouco a pouco, me sinto quase bem-aventurado.Para mim, foi-se o passado.Futuro, ao Altíssimo pertence.Agora, sou o que sou:apenas muito amado.

Frei José Ariovaldo da Silva

perder ou ganHar?

Fraternidade são boaventura inaugura nova Frente de pastoral no colégio bom Jesus

A nova frente de pastoral, iniciada hoje, já se volta aos alunos que fazem seus encontros de preparação para a Crisma no próprio colégio Bom Jesus. Todos os frades de Profissão Tempo-rária participarão desta atividade pas-toral, em duplas, falando aos alunos sobre variados temas da catequese, próprios da preparação da Crisma, estabelecidos pela Arquidiocese de Curitiba. O intuito é ser mais uma presença fraterna franciscana junto aos alunos.

Inicialmente, esta atividade pasto-ral será exercida na unidade do Bom Jesus Aldeia, em Rondinha. Esta será, sem dúvida, uma rica oportunida-de para nossos frades estudantes se confrontarem com a demanda desta desafiadora Frente de Evangelização e perceberem suas aptidões e potencia-lidades para atender aos anseios desta parte do Povo de Deus. Que Deus os abençoe.

Frei Rodrigo Silva Santos

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 353

Formação e Estudos

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO1. A Bula do Ano Santo da Misericórdia: “Mi-

sericordiae Vultus”2. Maria, Mãe da Divina misericórdia3. A misericórdia do Senhor para com São

Francisco e a resposta do Poverello de As-sis: “Eu usei de misericórdia”

4. A contemplação franciscana da misericór-dia do Senhor nos mistérios da encarna-ção e ressurreição

5. A misericórdia nos Escritos de Santa Clara de Assis

6. As dimensões da misericórdia: teológica, antropológica e cristológica

7. “Misericordiosos como o Pai” nas perife-rias existenciais de hoje

PROFESSORES3 Frei Fidêncio Vanboemmel. Mestre em

Espiritualidade Franciscana.3 Frei Fábio Cesar Gomes. Doutor em

Teologia, com especialização em Espiritualidade Franciscana.

3 Frei João Mannes. Doutor em Filosofia, com especialização na Mística de São Boaventura.

3 Andreia Cristina Serrato. Doutora em Teologia com especialização em Simone Weil. Professora na PUC-PR

ORGANIZAÇÃO DO CURSO10/10 – Chegada11/10 – 08h45 - Início do Curso14/10 – 10h30 – Término do Curso

curso de Franciscanismoo rosto da misericórdia em são Francisco

e santa clara de assisPor ocasião do Ano Santo da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco, a Fraternidade Francis-cana São Boaventura oferece um Curso sobre o Rosto da Misericórdia em São Francisco e Santa Clara de Assis. O Curso destina-se aos frades e irmãs das Ordens e Congregações religiosas francis-canas, aos membros da OFS e a todos os que desejam contemplar e vivenciar mais intensamente em suas vidas o Rosto da Misericórdia, no seguimento de São Francisco e Santa Clara de Assis.

coordenaçãoFrei João MannesE-mail – [email protected]

local e dataFraternidade Franciscana São Boaventura Rondinha – Campo Largo – PR11 a 14 de outubro de 2016.

inscriçÕes no site da Fraternidade são boaventurawww.franciscanosrondinha.com.br

custoHospedagem, alimentação e Curso = R$ 400,00

pagamentoDurante o Curso ou pelo site da Fraternidade

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354 [coMUNIcAÇÕES] juLho / 2016

onde estão reunidos os filhos e filhas de São Francisco, aí não pode faltar a doce e fraterna alegria de louvar o

Bom Senhor. Esse hábito, não fo-mos nós que criamos, mas é herança herdada de nosso Pai São Francisco que, por onde quer que andasse, louvava o Criador de tudo, e convi-dava também todas as criaturas para que O louvassem.

Deste modo, não querendo per-der essa virtude que herdamos de nosso Pai São Francisco, mas que-rendo resgatar os cantos próprios de nosso Carisma, gostaríamos de pro-por um Encontro de Cantos Francis-canos, que terá por objetivo ensaiar, aprimorar e aprender cantos pró-prios da Família Franciscana, a fim de uma melhor utilização na Liturgia da Missa e em outras celebrações, re-tiros, encontros e evangelização.

Este encontro é aberto para to-dos aqueles que gostam de cantar e estão dispostos a aprender, ensaiar e aprimorar os cantos que testifi-cam a vida de São Francisco e Santa Clara de Assis, e tantos outros San-tos e Santas Franciscanos, e, assim, render louvores ao Altíssimo e Bom Senhor!

local e dataDe 03 a 04 de setembro de 2016Fraternidade Franciscana São Boa-ventura – Rondinha - PRRodovia do Café, BR 277, Km 112Rondinha - Campo Largo / PR

HorárioInício: 08h30Término: 17h30

custoO valor de contribuição abaixo

é a soma dos dois dias do en-contro. Inclui 4 cafezinhos e 2 almoços e apostila com cantos e partituras.

Alimentação: R$ 45,00 Para quem precisar, temos hospe-dagem. Esta inclui roupa de cama; 2 cafés da manhã; 2 almoços; 4 cafezi-nhos; 1 jantar.

Hospedagem (para quem preci-sar): R$ 80,00* Para os cafezinhos, propomos que

haja uma partilha de alguns quitu-tes trazidos pelas fraternidades.

contato e outras inFormaçÕes:Telefone: (041) 3291-6000E-mail: [email protected]

Frei Zilmar A. M.de Oliveira

vem aí “cantos Franciscanos”!

Formação e Estudos

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 355

Formação e Estudos

tes grupos no movimento ambien-talista; abordou a tragédia na Região Serrana do RJ, em 2011, e apresentou perspectivas para a ecologia a partir da opção preferencial pelos pobres.

Por sua vez, Frei Ludovico Gar-

mus deu sua contribuição a partir de uma visão bíblico-franciscana sobre a ecologia, e Priscila Viana e Alcimaro Martins, ambos da Comissão Pastoral da Terra/Campos-RJ – CNBB, discor-reram sobre o impacto socioambiental.

itF: o cuidado da casa comum é tema de noite cultural

postulinterDos dias 6 a 8 de junho ocor-

reu no Seminário Frei Galvão mais um encontro do Postulin-ter da CRB do Vale do Paraíba. Participaram conosco oito pos-tulantes dos Cônegos da Obra dos Santos Anjos e uma postu-lante das Irmãs Franciscanas Se-ráficas. O encontro foi orientado por Irmã Júlia, Terceira Capu-chinha, que já há alguns anos é

a assessora do Postulinter nesse Regional. O tema que norteou o encontro foi “Motivação na Vida Religiosa”. Cada postulan-te, a partir de seu carisma, pôde refletir e partilhar um pouco de sua caminhada e “motivar-se” ainda mais nesse rico tempo de formação inicial.

João Manuel Zechinato (postulante)

notícias do postulantado Frei galvão

corpus christiNesse ano, nós postulantes,

juntamente com a Fraternidade da OFS de Guaratinguetá e com as Irmãs Franciscanas Seráficas do Convento das Graças cele-bramos a Solenidade de Corpus Christi na Catedral Santo An-

tônio, em Guaratinguetá. Logo pela manhã estávamos juntos nas ruas do centro da cidade ajudando na confecção dos tra-dicionais tapetes. No fim da tar-de, retornamos para participar-mos da Celebração Eucarística e da Solene Procissão.

um público interessado acompa-nhou atentamente as palestras da Noite Cultural, realizada no

dia 08 de junho, no Instituto Teológi-co Franciscano – ITF.

Buscando meios para “cuidar da Casa Comum”, o evento foi direciona-do para “Um diálogo entre realidade e espiritualidade” e iniciou-se com uma apresentação musical com a partici-pação de estudantes do ITF.

O primeiro a tomar a palavra foi Breno Herrera – analista ambiental do Instituto Chico Mendes e doutoran-do do Programa de Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social. Baseando-se na obra de Joan Martí-nez Alier, O ecologismo dos pobres, o palestrante explicou a diferença entre “ecologia” e “ecologismo”; os diferen-

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mineiro, de Ponte Nova, Frei Leonardo Aurelia-no dos Reis Teixeira dos Santos nasceu no dia 25

de setembro de 1981, mas conheceu a periferia de São Paulo muito cedo, já que sua família se mudou para a metrópole paulistana em 1986. Fi-lho de José dos Santos e Maria dos Reis Teixeira dos Santos, tem uma irmã, Viviane, que é 6 anos mais nova. Em São Paulo, estudou na escola pública Gustavo Barroso e cresceu nas imediações do bairro do Jaçanã. Hoje nem se arrisca, mas vi-via jogando bola descalço no asfalto. Nos primeiros anos de escola era o menor da turma. Quando adoles-cente, apaixonado por bicicleta, su-mia com os amigos e, várias vezes, arrebentou-se pelas trilhas. Durante o Ensino Médio, criou simpatia pe-los movimentos sociais e começou a se envolver em protestos e reivin-dicações de todo tipo. Começou o acompanhamento vocacional em 2000, com Frei Luiz Fernando, do Convento São Francisco, no centro de São Paulo.

Iniciou sua formação e estudos no seminário São Francisco de As-sis, em Ituporanga, quando fez o as-pirantado em 2001. No ano seguinte, fez o postulantado e, na sequência, tornou-se frade menor ao fazer a primeira profissão no encerramen-to do ano do Noviciado. A partir de 2004, cursou Filosofia, em Curitiba e, em 2008, seguiu para Petrópolis (RJ), para os estudos de Teologia. Foi ordenado presbítero no dia 10 de março de 2012 e passou a traba-lhar no Sanatório Tavares de Mace-do, em Venda das Pedras, onde foi criada uma nova fraternidade fran-

Frei Leonardo - Acredito que desafios sempre houve. Mas hoje a coisa tende a ser mais difícil. Co-meçando pela própria natureza dos problemas dos quais se ocupa a Te-ologia Moral: ela é uma disciplina que requer um olhar muito amplo sobre as outras ciências. Isso é mui-to arriscado. O discurso pode se

tornar por demais difuso ganhando ares de pouca cientificidade ou, no afã da precisão de uma só ciência, acabar muito reducionista. Soma-se a isso o clima de relativismo entre alguns grupos e as de posições con-servadoras de outros. Acredito que o maior desafio não esteja na sala

Formação e Estudos

entrevista: Frei leonardo aureliano dos santos

o novo proFessor do itFciscana da Província. Na metade de 2013, viajou para estudar em Roma e retornou neste ano para assumir a ca-deira de Teologia Mo-ral no ITF.

ITF - Fale um pouco de você e sua trajetó-ria de vida.

Frei Leonardo - Não tem nada extra-ordinário na minha vida. Entrei no semi-nário em 2001 e segui o percurso normal da formação na Pro-víncia da Imaculada. Quando terminei a Teologia, fui indicado para continuar com os estudos em Roma de-pois de um período de um ano de experiência pastoral em Venda das Pedras, Itaboraí.

ITF - Qual o maior desafio para o ensino e o estudo da Teolo-gia nos dias atuais? De modo particular no que se refere à Moral Fundamental e à Ética?

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 357

de aula, mas na própria construção de qualquer reflexão em Teologia Moral num mundo cada vez mais complexo.

ITF - No período em que esteve estudando em Roma, percebeu alguma diferença marcante entre o perfil dos estudantes de Teologia na Europa e no Brasil?

Frei Leonardo - Talvez a úni-ca diferença marcante seja o fato de que aqui a Teologia é cada vez mais vista como uma possibilidade de es-tudo na vida das pessoas. Nosso ITF é um exemplo disso. Aqui encontra-mos várias pessoas que começaram a estudar Teologia porque queriam algo mais. O crescimento das Igrejas evangélicas também acabou criando uma demanda pelo estudo da Teolo-gia que pouco a pouco faz do curso de Teologia um curso mais aberto. Isso pode parecer coisa pouco im-portante, mas influencia muito no modo de fazer Teologia. Em Roma, os estudantes são normalmente reli-giosos ou aspirantes ao presbiterato.

ITF - Existem diferenças entre a Teologia europeia e a latino--americana?

Frei Leonardo - Existem teo-logias europeias e teologias latino-

-americanas. Há também as pouco lembradas teologias asiáticas e afri-canas. No próprio Instituto Teo-lógico Franciscano existem várias teologias, tanto entre os estudantes como entre os professores. Se a per-gunta se refere às possíveis diferen-ças entre a Academia Alfonsiana e o Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, eu diria que existem, mas são muito pequenas. De modo geral, a contraposição entre teologia latino-americana e europeia identi-fica latino-americana como teologia mais progressista (principalmente no campo social) e europeia como mais conservadora. Hoje eu teria muita dificuldade em ver a teologia latino-americana como progressis-ta. Ideologias à parte, as vozes pro-gressistas por aqui são tão poucas como no velho mundo. Talvez de-vêssemos olhar com um pouco mais de generosidade para as teologias produzidas na Ásia e nos EUA. Até agora, ao menos em Teologia Moral, vi coisas muito interessantes nessas áreas.

ITF - Qual o aspecto que mais o fascina no estudo/ensino da Teo-logia Moral?

Frei Leonardo - Ironicamente, aquilo que a torna mais difícil: a

Formação e Estudos

energia para vidaseminário

O Centro de Defesa de Direitos Humanos (CDDH) – Petrópolis e o Instituto Teológico Fran-ciscano (ITF) convidam para o Seminário Energia para Vida, nos dias 2 e 3 de julho.

O evento, conduzido pelo engenheiro eletricis-ta Joilson José Costa, do Fórum de Mudanças Cli-máticas, parceiro da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), discutirá a política energéti-ca atual e alterativas, além de oferecer uma oficina a partir da energia solar (fotovoltaica).

necessidade de contato constante com toda a Teologia e as outras ci-ências.

ITF - Qual a contribuição do Ins-tituto Teológico Franciscano para seus estudos na Europa?

Frei Leonardo - Foi imensa. Basta considerar que nossa grade curricular é bastante extensa. So-mando a grade da Filosofia (nas Universidades Pontifícias, o cur-so de Teologia inclui disciplinas filosóficas), eu tinha o dobro de tempo de estudo dos meus cole-gas. Em diversos cursos, encontrei bibliografia produzida por nossos professores e ex-professores. O próprio nome do Moser constava em algumas bibliografias de curso.

ITF - Quais as suas perspectivas como professor no ITF?

Frei Leonardo - Se eu der conta de ajudar o pessoal a ter uma visão integrada do ser humano, de propor a moral cristã como um caminho de realização plena, e, os candida-tos ao presbiterato conseguirem ser misericordiosos, propondo o Evan-gelho com gradualidade misericor-diosa, estarei satisfeito. Acho que foi isso que aprendi na Academia Afonsiana.

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358 [coMUNIcAÇÕES] juLho / 2016

Formação e Estudos

nos dias 31 de maio e 1º de ju-nho reuniu-se na Cúria Geral em Roma a Comissão Litúrgi-ca da Ordem para dar conti-

nuidade ao trabalho de elaboração do Suplemento Franciscano do Missal Romano. Estiveram presentes todos os membros da Comissão: Frei San-dro Soverend, Guardião da Fraterni-dade da Cúria Geral e novo Coorde-nador da Comissão, Frei Ferdinando Campana, da Itália, Frei Francisco Fresneda, da Espanha, e Frei Alberto Beckhäuser, do Brasil.

Dia 31 de maio iniciamos os tra-balhos às 09h00: Apresentação dos Li-vros Litúrgicos, ou seja, do Missal, do Lecionário e do Livro das Preces do Fiéis. Um trabalho monumental que explica a demora na conclusão de sua montagem feita sob a coordenação de Frei Ferdinando Campana. O Volume do Missal se compõe de 1238 páginas. O Volume do Lecionário, de 1672 pá-ginas e o Volume das Preces dos Fiéis, de 122 páginas. Após a pausa, Frei Al-berto foi convidado a apresentar suas sugestões de correções, emendas e complementações do Missal. Depois foi a vez de Frei Francisco Fresneda

apresentar considerações e correções referentes ao Lecionário. Também As Preces dos Fiéis e as pequenas notas biográficas de todos os Santos e Bem--aventurados da Família Franciscana mereceram observações.

Dia 1º de junho continuamos os trabalhos. Nesta reunião a Comis-são se restringiu à análise do Missal. Agora se farão as correções propos-tas e os textos serão enviados para uma última apreciação aos membros da Comissão. Frei Alberto se ocu-pará, sobretudo, com o Missal e Frei Francisco, com o Lecionário. Estas observações deverão ser devolvidas ao Coordenador até fins de setembro. Em seguida, todo o material com as últimas correções será apreciado pelo Definitório Geral. Isto deverá aconte-cer até o fim deste ano. Se aprovado, será encaminhado à aprovação da Sé Apostólica. Sabendo que Roma é eter-na deveremos esperar pelo resultado. O texto atual é em Italiano. Deverá então se traduzido para as demais línguas oficiais da Ordem, ou seja, para o Inglês e o Espanhol. Poderá ao mesmo tempo sendo traduzido para outras línguas. Isto naturalmente de-

mora. Será que conseguimos fazê-lo até o fim de 2017?

Será preparada também a publica-ção do “Il Celebrare francescano”, “O Jeito Franciscano de Celebrar” como Guia para a Celebração Franciscana da Liturgia, trabalho elaborado por mim. Para sua publicação pela Vozes falta apenas uma Apresentação do Ministro Geral da Ordem, cujo esbo-ço, prometido há muito tempo pelo nosso Ex-Coordenador, só precisa ser ultimado.

Só após a conclusão do Missal é que se vai dar continuidade aos tra-balhos em relação ao Suplemento Franciscano da Liturgia das Horas e do Ritual, cujos esquemas já foram delineados pela Comissão no início dos seus trabalhos.

Interessante observar que se trata de 344 celebrações para mais de 450 santos e bem-aventurados de toda a Família Franciscana. Claro que nem todos vão celebrar todos os santos e bem-aventurados. Muitos são apre-sentados como Memória facultativa. Em tudo Deus seja louvado!

Frei Alberto Beckhäuser

comissão litúrgica da ordem se reúne

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 359

SAV

entre os dias 26 e 29 de maio, o Serviço de Animação Vocacio-nal da Província Franciscana da Imaculada Conceição, pro-

moveu, em Rodinha (Campo Largo--PR), mais uma etapa do retiro fran-ciscano para jovens. O encontro foi conduzido e motivado por Frei Diego Melo, Irmã Isabel Simeoni e Frei Ed-valdo Soares. Dos dez jovens que par-ticiparam deste retiro, oito já haviam participado do primeiro, realizado em setembro de 2015 no Eremitério Bea-to Frei Egídio (Rodeio-SC), e o grupo pôde ser alegrar com a presença de dois novos participantes e de Frei Ed-valdo, que também não esteve presen-te na oportunidade anterior.

O retiro em Rondinha teve início com a acolhida e o almoço com os frades da fraternidade do Convento São Boaventura. Em seguida, Frei Gabriel Dellandrea, estudante de Fi-losofia, apresentou a capela central, com seus vitrais e mosaicos tão ricos em significados. Logo depois, a par-tir das leituras de trecho do Evange-

lho (Lc 2,1-20) e das Fontes Francis-canas, com a biografia de Tomás de Celano sobre o presépio de Greccio (1 Cel 30), as reflexões tiveram iní-cio em um lugar inusitado e extre-mamente significativo: uma antiga estrebaria do Convento, não mais utilizada, mas ainda preservada, lo-cal onde nos foi apresentado o tema do retiro: a Encarnação.

Assim teve início o retiro, uma profunda experiência de silêncio, re-flexão pessoal e autoconhecimento, a partir de leituras, oração, filmes, par-tilha e vida fraterna. Nesses quatro dias tivemos a oportunidade de silen-ciar para escutar Deus falar ao nosso coração, de partilhar nossas vidas e nossa história, nos aprofundarmos na espiritualidade franciscana, nos aproximarmos da humanidade de Jesus e de nossa própria humanida-de, especialmente na surpreendente experiência realizada na última tarde de retiro: a visita à instituição “Pe-queno Cotolengo”, em Curitiba, que acolhe crianças e adultos com defi-

ciências múltiplas. Talvez este tenha sido o momento mais desafiador do retiro, mas também um dos mais profundos, o momento de colocar em prática aquilo que foi meditado e refletido nos dois dias anteriores, sentindo e vivenciando o mundo que se torna presépio.

Tendo começado o retiro na es-trebaria, ao final dos quatro dias, percorremos o itinerário e encerra-mos diante da imagem do presépio, não um presépio comum, mas um construído e imaginado a partir da história e da caminhada de cada um, a partir de nossa humanidade, um presépio capaz de refletir tudo aquilo que está em nossos corações. Ao fi-nal do retiro e diante desta imagem temos, mais uma vez, a certeza de que não estamos sozinhos, e relem-bramos que, na nossa caminhada, precisamos manter nosso coração aberto a Deus e ao nosso próximo, com olhar misericordioso, sempre buscando os traços de Deus em nos-sa humanidade.

Jovens FaZem retiro em rondinHa

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Fraternidades

a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que per-corre o Brasil, na preparação dos 300 anos de seu acha-

mento nas águas do Rio Paraíba, está passando de paróquia em paróquia na Arquidiocese de Vitória. Na sexta--feira de noite, dia 20 de maio, chegou à Paróquia de Nossa Senhora do Ro-sário de Vila Velha, a mãe de todas as paróquias do Estado, desde 1942 sob os cuidados dos Franciscanos.

Tínhamos que optar: ou ela pas-saria pelas comunidades, pelos vários hospitais e colégios, ou ficaria no San-tuário recebendo as dez comunidades e os alunos dos colégios. O conselho paroquial preferiu a segunda forma, também por razões de segurança da imagem e pelo sentido pedagógico da peregrinação, já que estamos no Ano Santo da Misericórdia, que pressupõe o movimento romeiro.

Assim, durante três dias, de hora em hora, foram se substituindo as muitas pastorais, os colégios, os gru-pos como a Ordem Franciscana Se-cular, os Congregados Marianos, o Terço dos Homens, o Apostolado da Oração, e, sobretudo as dez comu-nidades. Foi intensa a participação. Acima do que poderíamos esperar. É verdade que tivemos a sorte de ter-mos a imagem em final de semana e na segunda, dia 23, que é feriado em Vila Velha, por celebrarmos o Dia do Solo Espiritossantense. Não havendo a obrigação do trabalho, tornou-se bem mais fácil a presença dos paro-quianos.

A imagem da Aparecida recebeu seu trono no vasto presbitério do Santuário, sob a grande cruz, ilumi-nada pela luz dos dois vitrais: de São Francisco declamando o Cântico do Sol em meio a colibris e o Sol atraves-

sando o símbolo de Vila Velha, que é o Convento da Penha. Cada grupo organizou seu próprio programa de cantos, orações, reflexões e pedidos. Tivemos, então, três dias de cantoria mariana e de vozes orantes escutadas dentro e fora do Santuário.

Dois momentos se destacaram. O primeiro foi a Missa vespertina de domingo, festa da Santíssima Trinda-de. Todos os Frades concelebraram. A equipe litúrgica e o presidente da celebração Frei Djalmo Fuck conse-guiram englobar a Trindade e Maria de Nazaré. Coisa, aliás, nada difícil de fazer. Difícil é fazê-lo da forma elegante, mística, popular e carinho-sa como foi feito, envolvendo as duas mil pessoas presentes e orantes no Santuário. Pescadores verdadeiros, com suas redes-ganha-pão-diário e suas roupas cheirando a peixe, mu-lheres de pescadores rezando na

três dias com nossa senHora

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Fraternidades

pequena capela e acendendo velas para obter curas e bênçãos, crian-ças correndo pelos corredores ‘para ver tudo o que estava acontecendo’, líderes das comunidades com seus estandartes (Cristo Rei, Cristo Re-dentor, Cristo Ressuscitado, São Se-bastião, São Marcos, São Benedito, Santa Clara, Sagrada Família, Nossa Senhora do Rosário e o Divino, co-légios com suas bandeiras festivas e o povo inteiro cantando “Dá-nos a bênção, ó Mãe querida, Nossa Se-nhora de Aparecida!” e as lágrimas escapando piedosas dos olhos de ho-mens e mulheres.

O segundo momento foi a Missa de despedida, na segunda, dia 23, das 16 às 18 horas. Novamente o San-tuário cheio. Não era dia santo. Era um santo momento. Liturgia aos cuidados dos jovens. Missa votiva de Nossa Senhora Aparecida, con-celebrada, presidida por Frei Florival de Toledo. Não saberia dizer se havia mais mulheres ou mais homens. Mas posso afirmar que havia tanta juven-tude quanta idade madura. Os jovens encenaram a história da Aparecida e a imagem fez sua entrada solene e aplaudida pelo corredor central e foi ocupar seu trono no presbitério. Também a Palavra de Deus entrou trazida por uma moça vestida com o manto de Aparecida, cantando “Mostra-me o caminho, mostra-me a luz, mostra-me Jesus”.

A despedida da Imagem aconte-ceu também em dois momentos. O primeiro, após a Comunhão, quan-do uma bailarina, ao som da Ave--Maria, entrou pelo corredor cen-tral, recolhendo do chão objetos (ali previamente colocados), enquanto o locutor lhes dava um sentido: um relógio para simbolizar a entrega do nosso tempo, não o cronológico, mas o kairológico, sobretudo, acentuava o locutor, o tempo dos nossos gru-pos, o tempo de nossas atividades,

o tempo de nossas orações; depois, um par de sandálias, para expressar nossa caminhada na fé; a camisa do grupo jovem, para dizer da eterna ju-ventude dos que vivem em Deus; um terço, para simbolizar a oração como fonte da juventude e força da cami-nhada; um coração, para lembrar o mandamento do amor, alimento da comunidade; flores, para recordar que nas coisas pequenas se encontra a beleza daquelas “grandes coisas” que em nós fez e faz a misericórdia divina; a Bíblia, por onde dialogamos com Deus. Por fim, a bandeira na-cional (aclamadíssima!), pedindo a proteção da Senhora Aparecida para o Brasil, da qual é Mãe e Rainha.

O segundo momento, já fora do Santuário, enquanto ela subia em seu andor no carro, uma chuva de fogos coloridos descia do céu, para encanto de crianças e velhos. Pelas ruas da paróquia, gente pelas janelas, homens em pé nos bares, foi levada até a Rotatória de Itaparica, onde co-

meçou a caminhada de todas as 15 paróquias de Vila Velha pelo calça-dão da praia, que devia ser luminosa, mas o vento forte não deixava nada aceso. A caminhada de quatro quilô-metros devia ser penitencial, dentro do Ano Santo da Misericórdia, mas o povo, predominantemente jovem, foi cantando e dançando e pulando, feliz e festivo, enquanto na rua para-lela, à esquerda, acontecia a carreata dos que não podiam caminhar, mas queriam expressar o amor filial à Mãe Aparecida, e, à direita, as ondas do mar, provocadas pelo vento, baru-lhavam seu modo de louvar a Deus. No céu, a lua ainda cheia, corria li-vre, rindo do quarto minguante sob os pés da Imaculada que passava no andor.

Na Praia do Ribeiro, onde desem-boca a Rua Champagnat, sem discur-sos, a Paróquia do Rosário entregou a imagem à Paróquia São Francisco.

Frei Clarêncio Neotti

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Fraternidades

o movimento devocional Terço dos Homens vem crescendo no país e, no sábado à tarde, dia 21 de maio, chegou ao Con-

vento da Penha, na Casa da Mãe de Deus, Santuário da graça e do perdão em Vila Velha, no Espírito Santo. Cer-ca de dois mil homens participaram do 3º Encontro Estadual do Terço dos Homens, que reuniu quatros dioceses: Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, São Mateus e Arquidiocese de Vitória.

Foi uma tarde devocional que ter-minou com a Celebração Eucarística, presidida por Dom Rubens Sevilha, bispo auxiliar da Arquidiocese de Vi-tória. “Hoje, o coração de Nossa Se-nhora está alegre de modo especial. Vocês se lembram de quando eram crianças, e até hoje quem tem mãe viva, a alegria maior da mãe era ver seus filhos juntos? Repararam nisso? O coração de Nossa Senhora hoje, neste momento, está alegre, feliz, por ver seus filhos reunidos e queren-do caminhar nesta missão bonita do Terço dos Homens”, disse D. Sevilha na sua saudação, exaltando esse amor à Mãe de Deus. “Como é bom o colo da Mãe! Quer coisa melhor na vida

do que colo de mãe? E a vida não está fácil. E os homens sabem disso! Hoje está difícil manter uma família”, acres-centou, perguntando quem era pai e avô? “Quase todo mundo... Veja quão difícil é a missão de vocês. Não é fácil, mas meu irmão, você não está sozinho. Você não vai estar abandonado na vida ou jogado na vida sem mãe e sem pai. Você tem pai, que é Deus; você tem mãe, que é a Mãe de Jesus e nossa Mãe e temos Jesus que Deus nos enviou para ensinar o caminho”, acrescentou.

No final pediu aos homens que perseverassem nesta devoção e fez um alerta. “Quando a gente decide caminhar no bem, aparece sempre um monte de obstáculos, de dificul-dades. O terço é essa ‘arma’ para su-perar os obstáculos e caminhar mais perto de Deus. Por isso, essa missão do Terço dos Homens é maravilho-sa!”, completou.

O missionário redentorista irmão João Batista de Viveiros, o Irmão Vi-veiros, da Rádio e TV Aparecida, observou ainda como o Terço dos Homens vem crescendo nos últimos anos, sendo que no encontro nacional em fevereiro de 2016, estiveram reuni-

dos 45 mil homens em Aparecida (SP). “O Terço dos Homens é obra de Deus e não dos homens. E ação do Espírito Santo”, disse.

Irmão Viveiros explicou que o Terço dos Homens não é de hoje, mas teve início em 1936, na peque-na cidade de Itabi, em Sergipe. Ele foi formado por Frei Peregrino, frade franciscano do Convento de Penedo (AL), embora vários grupos e pessoas e até movimentos que reivindicam a fundação do primeiro grupo. Existe um documento registrado em cartó-rio, atestando que o terço dos homens foi fundado com o nome de ‘Terço dos Homens de Nossa Senhora do Perpértuo Socorro’, por Frei Peregri-no, no dia 8 de setembro de 1936, em uma Santa Missão, que estava sendo realizada na Vila da Providência, atu-al cidade de Itabi, SE. O terço dos ho-mens não nasce como um movimento excludente, porque seria contraditório ao Evangelho e à missão da Igreja, mas é uma porta eficaz para os homens en-contrarem seu lugar na Igreja.

Frei Alan Leal (texto) Solange Souza (fotos)

terço dos Homens no convento da penHano colo da mãe da penHa

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Fraternidades

1. De manhã à noite e da noite ao amanhecerO vai e vem do hospital é muito intenso;São médicos, enfermeiros e enfermeirasMuito dedicados e dedicadas a um bom atendimento. 2. É um entra e sai dos quartos de pacientesFazendo consultas ou levando medicamentos;Cada um cumprindo, religiosamente, sua missão,Bem como outros e outras com demais procedimentos. 3. Pelos corredores, muitas macas, cadeiras de rodas e outros móveisTodos eles para servirem ao atendimento dos doentes;Em todos os andares, diversos são os elevadoresQue, num sobe e desce, são manobrados por gentis competentes. 4. Passando pelos quartos dos pacientesConstata-se que são bem aparelhados;Banheiros, armários, sofás, TVs e outros que taisBem aproveitados por acompanhantes e visitas maravilhados. 5. O A.C. Camargo de São PauloQue me acolheu com muito carinho e desvelo;Trata de câncer dos mais diversos tiposSendo assim, uma referência de um bom modelo. 6. Mas como é opressiva a solidão da UTI,Só amenizada pela entrada de médicos e de enfermeiros;E, por vezes, a presença amiga de acompanhantes prestimosos,Revigora a esperança do paciente nos seus sofrimentos passageiros. 7. Grande é a alegria de médicos, enfermeiros e doentesVendo alguém voltando curado para casa;A gratidão, por certo, subirá até o Deus da vida,Que conduziu também dos médicos a mão abençoada.

8. Esta gratidão é extensiva a todos os profissionais da saúde,Porque, também eles, instrumentos que são de Deus na profissão;Aplicam seus devidos conhecimentos e aptidões,Com muita responsabilidade, no exercício da sua missão. 9. Que o bom Deus a todos recompensePor tanta bondade, zelo e alma delicada;Que eles também sintam a incontida alegriade ver um de seus pacientes voltando para casa. 10. As palavras que mais se ouvem neste hospitalSão “meu querido ou minha querida” e “obrigado e obrigada”.Atitude gentil que muito me impressionouPorque saindo, de coração, desta gente muito amada. 11. Só ouvindo estas amáveis palavrasA gente se sente bem acolhido e feliz;Pois é um verdadeiro e lenitivo bálsamoPara alguém que se sente, às vezes, um tanto infeliz. 12. Fique, aqui neste hospital, a minha gratidão a todosA quem dedico orações e a minha bênção sacerdotal.Saindo daqui sentirei de todos muita saudade,Que a levarei para sempre até a vida eternal. 13. Aos padres do convento e ao enfermeiro JoãoTambém a minha fraternal gratidão.Porque sempre marcaram aqui presença amável;Os padres me abençoando ou rezando missa,E o enfermeiro João sempre prestativo e afável. Nota: A Deus sejam dadas glória e louvorPorque é sempre grande o seu amor!

o agradecimento de Frei benJamim

internado na primeira quinze-na de março no Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, Frei Benjamim Ansolin recebeu alta

no final de maio. Foram quase três meses de tratamento, sendo dois meses e meio de internação com sessões de rádio e quimioterapia, três momentos de permanência na UTI, de cuidado e acompanha-mento constante de suas irmãs, es-

pecialmente Lourdes Ansolin, que esteve quase todo o tempo com o Frei no hospital, visitas de amigos e confrades, para orações e celebra-ções da missa e, especialmente, de muita esperança. Neste tempo, o confrade criou uma bonita relação de afeto com a equipe do hospital e, numa espécie de poema autobio-gráfico, narra o que viu e viveu em 75 dias de internação hospitalar.

segue a poesia:

o vai e vem de um hospital São Paulo, 22 de maio de 2016 - Frei Benjamim Francisco Ansolin

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Fraternidades

apesar do dia chuvoso, a quin-ta-feira de Corpus Christi (26/05) em Xaxim, Santa Ca-tarina, uniu muitas pessoas,

grupos, pastorais e entidades, primei-ro na parte da manhã, para a confec-ção dos “tapetes” pelas ruas do centro da cidade, depois pela procissão de Corpus Christi.

As crianças da catequese, acompa-nhadas de várias catequistas, eram as mais animadas. Mesmo enfrentando

a chuva e o frio, mantinham-se fiéis e dedicadas ao trabalho de dar cor e vida ao caminho que seria percorrido pelo Cristo presente na Eucaristia.

Às 15 horas teve início na Igreja Matriz São Luiz Gonzaga a Missa So-lene desta data, presidida pelo pároco Frei Alex Sandro Ciarnoscki e con-celebrada pelo vigário paroquial Frei Vitalino Piaia.

A Igreja Matriz ficou completa-mente lotada de fiéis e uma boa parte

acompanhou do lado de fora. O mo-mento mais aguardado começou ao término da celebração com a Procis-são do Cristo Eucarístico, percorren-do os “tapetes” coloridos com serra-gem pintada e outros materiais.

O povo católico de Xaxim mais uma vez demonstrou sua fé, seu respei-to e sua reverência ao Cristo vivo, pre-sente e próximo na Hóstia Consagrada.

Valnei Brunetto

corpus cHristi em XaXim

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 365

Fraternidades

do Vigário Geral da Diocese, Pe. Ademir Rubini; do pároco de Xanxerê, Pe. Mar-celo Spézia e dos vigários paroquiais, Pe. Domingos Dias e Claudir Meoti.

É na celebração que a comunhão acontece e a igreja de Deus se faz. Sem dúvida, a celebração desta noite

fortaleceu o espírito de comunhão e participação; de fraternidade e solida-riedade; de partilha e pertencimento à Igreja e ao Projeto do Reino anuncia-do e testemunhado por Jesus Cristo.

Valnei Brunetto

Festa da Fé no encerramento do mês mariano

o povo católico da Paróquia São Luiz Gonzaga de Xaxim, Laje-ado Grande, Marema e Entre Rios (SC) viveu e experien-

ciou na noite do domingo (29/05), mais um grandioso momento de en-contro, fé, celebração e comunhão.

Às 18 horas, o Ginásio São Francisco, no centro da cida-de ficou lotado com o povo de Deus que veio dos quatro municípios da Paróquia para participar da coroação e en-cerramento do mês mariano; da entrega da Cruz Peregrina da Misericórdia para a Paró-quia Bom Jesus de Xanxerê; o aniversário do pároco, Frei Alex Sandro Ciarnoscki, e para acolher a presença do Bispo Diocesano, Dom Ode-lir José Magri, que presidiu a Santa Eucaristia.

Freis Genildo Provin e Alcides Cella da Paróquia São José, de Coronel Freitas, tam-bém estiveram presentes, além

XaXim

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Fraternidades

a Paróquia São Paulo Apóstolo de Agudos realizou na tarde da quinta-feira (26) a sole-nidade de Corpus Christi. A

celebração, presidida por Frei Carlos Pierezan e concelebrada pelo pároco Frei Sílvio Trindade Werlingue, con-tou também com a presença do Diá-cono Marcos Alberto Arantes e foi re-alizada na Praça Tiradentes da cidade, seguindo com procissão pela rua 13 de maio até a Paróquia para bênção final. Neste ano, milhares de pessoas participaram da festa do Corpo e San-gue de Jesus.

Durante a celebração, Frei Car-los lembrou a todos os presentes sobre a importância da Eucaristia, sinal vivo da presença de Jesus na vida dos cristãos. “Estamos aqui acolhendo Jesus em nossa vida, por isso queremos hoje, em praça públi-ca, agradecer pela presença perma-

nente de Jesus em nosso meio”, disse.O pároco, Frei Sílvio, pediu aos

fiéis para serem misericordiosos e partilharem tudo o que aprenderam dos ensinamentos de Jesus com o pró-ximo. “Neste ano da misericórdia, de-vemos partilhá-la com os irmãos, pois esta é a melhor lição que nós podemos aprender com a Eucaristia”, pontuou.

sinônimo de uniãoA solenidade também contou

com a integração, criatividade e em-penho de membros dos seis setores da Paróquia, pastorais e movimen-tos, que, pela manhã, enfeitaram as ruas com a confecção de tapetes, que levaram a temática principal da Euca-ristia, mesclando com os padroeiros dos setores: São Paulo Apóstolo, São Francisco de Assis, Nossa Senhora das Graças, Santa Cecília, São João Batista e Nossa Senhora Aparecida.

corpus cHristi reúne milHares de FiéisDiego Pires Rodrigues, catequista

no setor Nossa Senhora das Graças, estava entusiasmado com os enfei-tes. “É o primeiro ano que eu enfei-to. Acho muito importante, pois tem um trabalho em equipe, pois aqui um setor ajuda o outro. Todas as pessoas se unem para transformar o Corpus Christi em sinônimo de união”, co-menta.

Cleonice Aparecida Araújo, do Setor Santa Cecília, conta que enfei-tar as ruas e participar da solenidade é muito importante. “Corpus Christi significa vida. Para mim é muito gra-tificante participar da montagem dos tapetes. Faço com muito prazer”, diz.

solidariedadeA Paróquia São Paulo Apóstolo

ainda arrecadou fraldas geriátricas para as pessoas doentes da cidade de Agudos.

O gesto foi tão positivo entre os fiéis que haverá uma ampliação na arrecadação para além Corpus Chris-ti. Os interessados em colaborar, po-derão levar sua doação na Secretaria Paroquial, das 9h às 11h e das 13h às 17h. A Paróquia fica na Avenida Be-nedito Otoni, 582.

Isabela Gaspar

agudos

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 367

Fraternidades

todo mês de maio, o Pró-Vo-cações e Missões Francisca-nas convida os benfeitores para “Um Dia com Maria e

Frei Galvão”. Neste ano, no dia 22 de maio, os benfeitores se reuniram para este passeio-peregrinação a Aparecida e a Guaratinguetá. Che-gamos na Casa da Mãe de Deus por volta das 9h30 e seguimos em pro-cissão, cantando e rezando, até o Santuário.

Em seguida partimos para o Se-

minário Frei Galvão, na cidade de Guaratinguetá, onde fomos acolhidos por Frei João Francisco da Silva, Frei Claudino Dal’Mago, Frei Leonir An-solin e toda fraternidade. Nesta casa de formação da Província, participa-mos de uma celebração e conhece-mos as instalações da casa, que fica em meio à cidade, rica em natureza e espiritualidade.

No final da tarde visitamos a Cate-dral de Santo Antônio, local onde Frei Galvão foi batizado e fez sua primeira

comunhão, bem como a casa onde o Santo nasceu.

Como disse Frei Alexandre, “foi um dia abençoado, com muito sol e amor”. Fizemos um retorno tranquilo para São Paulo.

Agradecemos à fraternidade do Seminário Frei Galvão pela acolhi-da, bem como a todos os benfeito-res por dividir este momento de fé conosco.

Marcelo Miranda

pvF: um dia com maria e Frei galvão

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Fraternidades

Ser ecumênico educa para o diálogo, para a fraternidade e para o respeito. Cria um clima de escuta da Palavra de Deus e uma disposição para a partilha. A busca da unidade contribui para a superação dos preconceitos e favorece o cultivo do diálogo afetuoso. Ser ecumênico é essencial para a credibilidade do Cristianismo. Jesus orou para que todos sejam um e o mundo possa crer (Jo 17,21).

Unidos em Cristo e em comunhão com a Igreja Luterana e a Igreja Assembleia de Deus, a Paróquia São Pedro Apóstolo, de Gaspar, realizou no dia 10 de maio de 2016, um Culto Ecumênico para celebrar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Simbolizando o compromisso de ser sal da terra e luz do mundo, durante a celebração, os fi-éis foram convidados a experimentar uma pitada de sal e acender uma vela no Círio Pascal.

Envolvidos com a Campanha Maio Amare-lo, projeto que procura orientar para a educação no trânsito, várias entidades do nosso município também participaram da celebração. Fizeram-se presentes o Lions, Rede Feminina de Combate ao Câncer, Polícia Militar, Ditran e agentes de trân-sito.

O Coral Santa Cecília animou o culto e o rito da celebração foi dividido entre o Pároco Frei Paulo, Frei Lindolfo, acompanhados pelo Pastor Alessandro Lung, da Assembleia de Deus e o Pastor Horst Lumke, da Igreja Luterana.

Leonor Darós

gaspar

semana de oração pela unidade dos cristãos

Esse acalanto, pra trazer-me a calma,Vem lá do céu, e é um dom do meu Senhor,Eu sepultei a dor dentro em minha alma,E em mim, bem forte, vive o puro amor...

Esse acalanto, que harmoniza o peito,É bem suave e de uma divina graça,É obra do céu, de um artista perfeito,Vem de uma orquestra a ressoar na praça...acal

anto

Eu sempre ouvi essa cantiga linda,Espaço santo em minha tarde finda,Pra recompor minha alma da fadiga!...

Pra mim constante é sempre esse acalanto,Até a morte ele será meu canto,E com ele regressar ao céu eu vou.

Frei Walter Hugo de Almeida

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 369

Fraternidades

o carisma franciscano é de todo aquele que, casado ou consagrado, jovem ou até de mais idade, sonha como so-

nhou o pobre de Assis! Assim está sendo para os jovens da Paróquia São Francisco de Assis de Duque de Assis – RJ. Próximo de completar um ano, estes jovens estão seguindo os passos formativos para uma futura ereção de uma JUFRA – Juventude Fran-ciscana. Abaixo, segue uma pequena reflexão da parte deles carregada de ousadia e de inspiração franciscana.

“Queridos Irmãos, paz e bem!Nós somos a juventude da Pa-

róquia São Francisco de Assis, loca-lizada em Campos Elíseos - Duque de Caxias. [...] Nos reunimos no en-contro de formação para aos poucos assumirmos o carisma da JUFRA

(Juventude Franciscana) em nossa Paróquia na Baixada Fluminense. Nosso encontro aconteceu na Paró-quia Sagrado Coração de Jesus em Petrópolis. O objetivo de nossa tar-de foi refletir acerca da vida de São Francisco de Assis.

Aprofundando nessa reflexão, levamos em conta que, apesar da distância temporal, vivemos as mes-mas condições vividas por Francisco: avanço tecnológico, desenvolvimen-to das ciências, conflitos por terra, consumo desnecessário, altas taxas de criminalidade, doenças, epide-mias, distância do povo em relação ao clero e aos governantes. Como não poderíamos deixar de mencio-nar, vivemos em uma sociedade cor-rupta e com grandes distâncias entre as classes, que tristemente, com ações

repetitivas, insistem em massacrar os menos favorecidos.

Contudo, sonhamos e apostamos em livrar nossos dias das armadilhas deste mundo, imposta por esta so-ciedade afastada dos valores essen-ciais da vida. Queremos encontrar a força na encarnação, na “loucura” do Cristo crucificado e na auten-ticidade de sua Ressurreição para anunciar um novo tempo. Confia-mos que não haja pessoa mais au-tentica do que o próprio Francisco de Assis. Quem quer ser Francisco?”.

Aqui, nossa grande estima a estes irmãos que, ao modo jovem de ser, as-sumem verdadeira e profeticamente os passos de Cristo de acordo com a pro-posta de São Francisco a todos os jovens.

Frei Leandro Costa Santos

uma “Quase-JuFra” na paróQuia são Franciscode assis de duQue de caXias

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370 [coMUNIcAÇÕES] juLho / 2016

Fraternidades

nos dias 29 e 30 de maio esti-veram reunidos os frades que compõem o Regional Serra/

Baixada ao qual pertencem as fra-ternidades de Petrópolis, Duque de Caxias e Paty do Alferes, totalizando 45 frades.

No dia 29/05, o encontro teve início com uma oração, cujo tema foi “O Espírito Santo, sopro vital da Igreja”, conduzida por Frei José

Ariovaldo, o qual estimulou os fra-des a uma profunda atitude de ora-ção e de meditação através dos can-tos, leitura do Evangelho e orações. A reflexão foi feita por Frei Almir Guimarães.

Frei Cesar Külkamp deu as boas vindas a todos e conduziu o encontro, que teve eleição, formação, informação, oração, partilha e convivência fraterna.

No fim do encontro, dia 30/05, definiram-se as datas dos próxi-mos regionais para este ano, bem como os locais: 24/06, às 14 horas em Campos Elíseos; 02 e 03/09, no ITF; e 19/11, Paty do Alferes. O en-contro terminou às 12 horas com a oração na Igreja e um almoço fes-tivo.

Frei Wagner José da Rosa

primeiro encontro do regional serra-baiXada

na noite de quarta-feira, dia 18 de maio, em Missa presidida pelo Sr. Bispo Diocesano de

Joaçaba, Dom Frei Mário Marquez OFMCap, Frei Henrique Ireno Dell’ Olivo renovou seus votos religio-sos ao completar 60 anos de Vida

Consagrada. O guardião da fra-ternidade, Frei José Idair Ferreira Augusto, conduziu o momento da Renovação do frade jubilando. Já Dom Mário aceitou as renovações das promessas dos mais de 200 Mi-nistros Extraordinários da Sagrada

Comunhão Eucarística, da Palavra e da Esperança. Imploremos à San-tíssima Virgem Maria, padroeira de nossa Paróquia, neste mês dedicado a ela, que sempre abençoe, proteja e ilumine a vocação de Frei Henrique e a de todos os ministros.

60 anos de vida religiosa de Frei HenriQue e renovação dos ministros

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 371

Fraternidades

no dia 9 de junho, em São Se-bastião, o Encontro teve início já na fraterna acolhida dos frades da casa, nos cumpri-

mentos, com o café da manhã, no re-feitório. Na sala superior do Conven-to, deu-se a reunião, aberta por Frei João Pereira da Silva, coordenador. Ele propôs a Oração Litúrgica da ma-nhã, lembrando São José de Anchieta, celebrado no dia.

Na pauta: “Cultivo da qualidade de vida e das relações fraternas” - “Apontamentos sobre o Encontro dos guardiães e coordenadores - Agudos, 4 e 5 de maio de 2016”. Da leitura e reflexão sobre o texto, passou-se à partilha. Qualidade de vida e relações fraternas deverão ser cultivadas e ali-mentadas dia a dia, ao longo da vida. O texto em questão contém preciosos ensinamentos e conselhos a serem postos em prática, tanto no sustento material quanto nas relações frater-nas: buscar alimentação sadia; evitar

aquela que agride o organismo, pre-venir antes que remediar; ter força de vontade, querer de fato fazer o que é melhor pelo bem físico; organizar-se para bem administrar as coisas bási-cas à saúde. Ao mesmo tempo, não poderá faltar o que contribui para um bom relacionamento fraterno: mediar conflitos através do diálogo; conver-sar, e conversar muito; procurar aju-dar e deixar-se ajudar; aprender com a “crisis”, um meio de “purificar”, acriso-lar, o modo de pensar e agir; gerenciar, discernir, situações difíceis e mudar o que é possível; buscar o que é essencial à vida em fraternidade; agir com equi-líbrio entre dependente e autônomo.

Da partilha das Casas do Regio-nal: Frei Walter Hugo ressaltou a atra-ção turística que se tornou a Fazenda Esperança, bem como o Santuário nela construído há pouco tempo. Ali há retiros programados para o ano todo. Do Seminário Frei Galvão, Frei João Francisco, Definidor, apresentou

estatística de constante crescimento do número de romeiros; a expectativa da “Festa Agostina”- 5, 6 e 7 - também já está se espalhando na cidade (e na Província também! Todos convida-dos!). Frei João Pereira, Frei Virgílio e Frei Marcelo Romani, empolgados com novos trabalhos na Paróquia Nossa Senhora do Amparo, não es-condem os desafios que enfrentam em construir espaços novos em espa-ços de casa tombada pelo Patrimônio. Frei Jeâ Paulo deu a boa notícia do Estágio dos Postulantes, no Sefras, em São Paulo, durante o mês de julho. Por fim, Frei João Francisco fez conhecer o empenho do Definitório na reorga-nização das atividades da Província, pelo fato da nomeação episcopal de Frei Evaristo P. Spengler.

Como se pode avaliar pela foto, o Encontro concluiu-se com aquele al-moço!

Frei Claudino Dal’Mago

encontro do regional do vale do paraíba

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FraternidadesFraternidades

no dia 28 de maio, sábado, às 19 horas, houve a Missa de Ação de Graças na igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora da

Imaculada Conceição, em Angeli-na, pelos três anos que Frei Gentil de Lima Branco esteve à frente da Paró-quia como pároco e reitor do Santu-ário.

A paróquia viveu sobre o pasto-reio de Frei Gentil desde janeiro de 2013. Frei Gentil, de uma forma bem especial e fraterna, sempre teve o cui-dado de bem conduzir o rebanho a ele

confiado. Pelo seu exemplo, dedica-ção, paciência e humildade, tal como o Bom Pastor, buscou e resgatou vá-rias ovelhas que andavam dispersas. Sua maneira de ser e agir aproximou as pessoas e as fez sentirem-se irmãs. Promoveu o crescimento espiritual fortalecendo a fé, dando um sentido comunitário de vida cristã e aproxi-mou o povo de Deus.

A ele nossos sinceros agrade-cimentos pela amizade, carinho, humildade, fraternidade e amor ao rebanho que lhe foi confiado. E pe-

dimos a intercessão de Nossa Senho-ra de Angelina sobre ele e sua nova missão.

No domingo dia 29 de maio, na missa das 10 horas na Igreja Matriz de Angelina, Dom Wilson Tadeu Jönck, Arcebispo Metropolitano de Florianópolis, deu posse ao Frei Paulo Cezar Magalhães Borges que assume a missão de pároco em Angelina. A comunidade paroquial acolhe com alegria seu novo pastor e intercede à Mãe, Nossa Senhora, que derrame suas bênçãos sobre ele.

despedida de Frei gentil brancoe posse de Frei paulo borges

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Fraternidades

moro em Bragança Paulis-ta, SP, numa Fraternida-de com vinte confrades. Frades que trabalham na

Universidade São Francisco, frades que formam a Fraternidade Cui-dadora e treze frades idosos e em tratamento. Ali convivo com o que diz a Regra Não Bulada: “Se algum dos irmãos cair enfermo, onde quer que estiver, os outros irmãos não o abandonem, a não ser que se cons-titua um dos irmãos ou mais, se ne-cessário for, que o sirvam como gos-tariam de ser servidos” (Rnb 10,1). Viver assim é confirmar a identida-de fraterna da Ordem. Se um Irmão não tiver lugar para ficar na hora que mais necessita, é sinal que a identidade da instituição enfraque-ceu. A doença física não dói tanto,

nem faz sofrer, como estar longe do ideal que se abraçou. Sadio é não afastar do relacionamento humano. Temos enfermeiros e enfermeiras exemplarmente dedicados, visita médica constante, mas é a Comuni-dade que assumiu estar com todos ali, formando com todos os aten-dentes uma única célula fraterna.

Saúde é estar na família que se escolheu. Saúde é organizar todos os gestos de amor e cuidado. Saúde é ter os irmãos e irmãs enfermeiros, médica e fisioterapeuta fazendo o que não sabemos fazer clinicamen-te. No campo do amor que é cui-dado, temos que ser especialistas. Bonito ver ali gestos de caridade como especialização de cada um. O irmão enfermo recebe remédios, fisioterapia, alimentação adequada e

terapias diversas, porém todos não vivem somente de cuidados técni-cos, mas recebem a dose certa de carinho, aconchego e presença.

Nossa Fraternidade Cuidadora não se caracteriza como lugar de doença e velhice, mas como lugar de convergência de sentidos: todos en-tregaram sua vida até o limite possí-vel. Também não é uma casa em que vêm para esperar a morte chegar. Não podemos aceitar a doença e os limites da idade como um confronto com a morte. Saúde é estar sempre do lado da vida, reconciliando-se com ela e abraçando o que vier. O hoje do cuidado, para agradecer o ontem da entrega, é o futuro garan-tido na certeza da eternidade.

Frei Vitório Mazzuco

Fraternidade cuidadora de bragança

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Fraternidades

depois de dez dias desde a mi-nha chegada a Damasco – Sí-ria, sinto que já posso contar um pouco de minhas impres-

sões e experiências.Fui acolhido no Convento Fran-

ciscano São Paulo. A comunidade aqui é composta por quatro frades, três sírios e um palestino. Anexa ao Convento esta a paróquia dedicada à conversão de São Paulo. O trabalho dos frades é desenvolvido em torno a Paróquia, com diversas atividades e missas diárias que são bem frequen-tadas pelo povo. É interessante notar que a grande maioria dos fiéis que participam da missas são de outras Igrejas Cristãs, como Melkitas, Ma-ronitas, Siríacos e Ortodoxos. Um

guerra e perseguição não se deixaram abater, mas, pelo contrário, o sofri-mento os aproximou mais de Cristo e fortaleceu a comunidade.

No final do mês de maio foi muito bonito ver as expressões de fé e de de-voção para com a Virgem Maria, visí-veis no rosto e nos gestos de cada um dos fiéis que lotaram as Igrejas de Da-masco. Algumas meninas e até mes-mo senhoras vinham vestidas de tú-nica azul com um cordão branco, que lembra o de nosso hábito, o que elas chamam de “tob al Adhra”, em por-tuguês, túnica de Nossa Senhora. No último dia do mês foi realizada uma grande procissão pelas ruas do bair-ro cristão de Baba Tuma com grande participação popular junto aos frades,

acompanhada de banda de música e cantos marianos, enquanto se ouviam no fundo sons de disparos de canhões do exército que combatem rebeldes islâmicos na periferia de Damasco. Agora no mês de junho as atenções se voltam para o coração de Jesus. É lou-vável a sensibilidade dos frades que a partir da devoção popular evangeli-zam, reúnem e animam o Povo.

De fato, parece que os sírios, de modo especial, os cristãos que ainda vivem por aqui não se deixaram ven-cer pelo medo, apesar dos tristes rela-tos que diariamente escuto de gente que perdeu membros de sua família, sejam mortos na guerra ou porque partiram para outros países em bus-ca de segurança. O esforço dos frades

ecumenismo que parte das bases e ignora as divisões históricas ou teológicas. Todos re-zam juntos, cantam e comungam com a mes-ma fé que demonstram em suas próprias Igre-jas. De fato, a impres-são mais forte que tive até agora foi ver a fé deste povo, que mesmo sofrendo seis anos de

é de assistir de muitas maneiras a população que ainda permanece no país. São várias as atividades que desen-volvem, em especial com as crianças e jovens que quase diariamente se encontram nos es-paços do convento para brincar, comer, ou para catequese e celebração eucarística. Segundo

impressÕes da viagem À síria

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Fraternidades

Ao todo, 11,5% da população da Síria morreu ou ficou ferida desde o início da guerra, em março de 2011, segundo um documento do Syrian Center for Policy Research.

Em cinco anos de guerra civil, 400 mil sírios foram mortos no conflito e outros 70 mil pereceram devido à falta de água e cuidados médicos.

A estatística é muito maior do que a de 250 mil mortos usada pela ONU até parar de coletar dados, há 18 meses. Com os feridos no conflito, o número de atingidos chega a mais de 11% da população.

Cerca de 400 mil mortes ocorreram diretamente devido à violência, en-quanto 70 mil pessoas morreram por não ter acesso a tratamento adequado, medicamentos, água limpa ou abrigo.

O número de feridos chega a 1,9 milhão de pessoas. A expectativa de vida no país caiu de 70 anos em 2010 para 55,4 em 2015. As perdas na eco-nomia são estimadas em 255 bilhões de dólares.

Uma coalizão liderada pelos Esta-dos Unidos tenta destruir o Estado Is-lâmico na Síria e quer que o presidente sírio, Bashar al-Assad, deixe o poder.

números do conFlito

Mas a Rússia e o Irã apoiam Assad e são contrários aos opositores dele, que recebem apoio do Ocidente e de alia-dos árabes, como a Arábia Saudita.

eles a casa dos freis é um lugar onde se sentem seguros, apesar de que este mesmo convento já foi atingido por cinco foguetes no ano passado, lan-çados pelos rebeldes que combatem contra o Governo.

Depois da intervenção russa na guerra, em Damasco a situação atu-almente é bem mais calma, mas ain-da se sente um clima de tensão e de medo e são muitas as barreiras milita-res espalhadas pela cidade que verifi-cam carro por carro, bolsas, sacolas e documentos para tentar inibir ataques terroristas e a entrada de rebeldes, em especial nas áreas cristãs que são mais visadas pelos terroristas. Alguns bair-ros da periferia de Damasco onde os combates ainda são muito intensos, estão completamente isolados e ain-da na mãos dos radicais islâmicos. É

estranho pensar que a guerra esta tão próxima do centro da cidade e ver que as pessoas parecem viver do modo mais normal possível. Como eles mesmo dizem, apesar de tudo, a vida deve continuar.

Em outro convento franciscano, algumas quadras daqui, com a pre-sença de apenas um frade, os quartos e espaços foram cedidos para acolher refugiados de outras partes da Síria onde os combates são mais intensos. Apenas na região de Damasco e Tar-tous, a vida ainda é possível,. Nas de-mais regiões tomadas pelos rebeldes islâmicos, é praticamente impossível para um cristão continuar morando.

Na segunda maior cidade da Síria, Aleppo, a situação é a pior possível e lá ainda permanecem cinco frades que cuidam do maior convento, esco-

la e igreja da Ordem na Síria, que se tornou ponto de refúgio para muitas famílias.

Até agora a experiência tem sido muito edificante e desafiadora, e estar próximo de situações tão extremas e ouvir relatos tão fortes, faz com que nos sintamos muito impotentes e to-talmente dependentes da providên-cia divina. Faz-nos esperar em Deus como de fato a única segurança e pro-teção. Portanto, posso dizer que até agora, a maior experiência que tenho feito tem sido a da fé.

No mais, um abraço dos confra-des de Damasco, cidade da conversão de São Paulo, e peço as vossas orações pela paz neste país e para este povo tão sofrido.

Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira

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FraternidadesFraternidades

eleito Vigário Provincial no último Capítulo Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição, em ja-

neiro último, Frei Evaristo Spengler nem bem acabou de se instalar e ter

traçado uma agenda de trabalho com o novo Governo Provincial e já terá de assumir uma nova missão na Igre-ja: Ele foi nomeado pelo Papa Fran-cisco, na quarta-feira, 1º de junho, bispo da Prelazia de Marajó, no Pará.

Natural de Gaspar (SC), onde nasceu no bairro de Pocinho no dia 29 de março de 1959, Frei Evaristo vestiu o hábito franciscano quando ingressou no Noviciado de Rodeio, em Santa Catarina, no dia 20 de janeiro de 1977. No dia 2 de agos-to de 1982 fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores e foi or-denado presbítero no dia 19 de maio de 1984.

Aos 57 anos, Frei Evaristo tem pela frente o maior desafio de sua vida religiosa, embora isso não seja novidade para ele, pois até hoje suas experiências pastorais estiveram concentradas em duas regiões de fortes desigualdades e fraturas so-ciais: a Baixada Fluminense e a Mis-são de Angola (África), durante e no pós-guerra.

Frei Evaristo vai suceder a Dom José Luiz Azcona, religioso missio-nário da Ordem dos Agostinianos Recoletos e bispo prelado do Marajó desde 1987, que, devido à idade (76 anos), teve sua renúncia ao governo pastoral da Prelazia aceita pelo Papa Francisco, conforme prevê o Direito Canônico.

Dom José Luiz está há 30 anos no Marajó e é mundialmente reco-nhecido pela luta contra a explora-ção de menores, combate à prosti-tuição, à exploração ambiental e à corrupção no interior do Pará. O prelado também é notoriamente um dos membros do episcopado no Brasil mais envolvidos com o Movimento da Renovação Caris-mática Católica e as Novas Comu-nidades.

Frei evaristo spengler:

bispo da ilHa de maraJó

Frei Fidêncio cumprimenta Frei Evaristo durante a sua eleição para Vigário Provincial

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 377

Fraternidades

após ser ordenado em 1984, Frei Evaristo foi transferido para Duque

de Caxias, no bairro Campos Elíseos, como Vigário Paroquial e responsável pela equipe bíblica. Nesse tempo nas-ceu o projeto “Luar de Dança”, iniciativa que surgiu em 1990 com Frei Evaristo, na igreja Nossa Senhora de Santana. O projeto começou com 30 alunos e em 2013 tinha 1.200 crianças.

Nesse tempo, Frei Evaristo tam-bém participou do Fórum Permanente Contra a Violência(1988-1991).

Nesta mesma cidade, em 17 de ja-neiro de 1992, foi transferido pela Pro-víncia Franciscana para a Fraternidade de Imbariê, uma casa de formação in-clusiva, onde foi vigário e vice-mestre dos frades professos temporários. Seu trabalho pastoral na Baixada Flumi-nense continuou em 10 de janeiro de 1995, quando passou a residir na vizi-nha Nilópolis como Vigário Paroquial e animador da Equipe Bíblica Urbana.

o missionário Frei evaristo

De 30 de março de 1996 a 21 de ja-neiro de 1998 se dedicou aos estudos bíblicos em Jerusalém. No retorno ao Brasil, passou a residir no Convento Santo Antônio e continuou os estudos na PUC-Rio.

Frei Evaristo dizia no ano passado que seu sonho era voltar para a Missão de Angola, onde ficou por uma década. Essa experiência missionária começou no dia 31 de maio de 2001. De 2003 a 2006, Frei Evaristo presidiu a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. Nessa época, de 2005 a 2010, participou de um projeto da ONU de Reconstru-ção de Escolas. Quatro escolas foram criadas, abrindo 12 novas salas e várias salas reformadas.

Três anos depois, no dia 25 de se-tembro de 2004, retornou ao Brasil para ser submetido a uma delicada cirurgia na coluna. Recuperado, retornou para a Missão e foi eleito no dia 20 de dezem-bro de 2006 conselheiro da Fundação Imaculada Mãe de Deus. Em 2009, Frei Evaristo celebrou o seu jubileu de 25 anos de sacerdócio em Gaspar, com a comunidade e familiares. Nesse dia, di-zia que retornava a Gaspar para come-

morar as bodas de prata de sacerdócio com 27 malárias no corpo, mas com mais luz nos olhos.

Em janeiro de 2010 encerrava essa etapa missionária e retornava para a co-nhecida Baixada Fluminense, na mes-ma Duque de Caxias, Imbariê, como Vigário Paroquial. Ali continuou até 2012 quando o Capítulo Provincial o elegeu Definidor e o manteve como co-ordenador da Fraternidade de Imbariê. Em 2013 também acumulou a função de vice-mestre dos frades de profissão temporária do tempo da Teologia.

Conhecido pelo seu trabalho de pacificação, Frei Evaristo voltou a tra-balhar pela paz como membro do Fó-rum “Grita Baixada contra a Violência” (2011 a 2015).

Em 2015, Frei Evaristo foi convida-do por Frei Germano Guesser para ser o pregador da Festa de São Pedro Após-tolo de Gaspar. Depois de 42 anos, des-de o ingresso no Seminário, voltava a participar da festa em sua cidade natal.

No Capítulo Provincial de 2016, ele foi eleito Vigário Provincial e passou a acumular a função de Secretário da Evangelização.

Frei Evaristo em serviço quando era missionário na Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola

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FraternidadesFraternidades

bispo não os proteja. Lá, eles recorrem a Dom Azcona e ele tenta ajudar, não só na parte material, ele toca o cora-ção das pessoas. Ele é o que o Papa Francisco pede, que a Igreja sirva as pessoas, e ele serve aquelas pessoas. Essa inquietação é da comunidade, é nossa e é também da Igreja. Dom Azcona está lá há 30 anos e dá a vida pelo povo”. Segundo Nazaré, a Igre-ja ali é fundamental, pois ela faz um trabalho de conscientização. “Entre-tanto, a Igreja é uma gota no oceano, pois é um desafio muito grande. Você consegue imaginar 20 padres para um território do tamanho de Portugal?”, questionava.

a Prelazia de Marajó foi erigida a 14 de abril de 1928 pela bula

Romanus Pontifex do Papa Pio XI, com território desmembrado da Arquidiocese de Belém do Pará. Segundo dados do IBGE, a Prelazia conta com uma população aproxi-mada de 300.000 habitantes, com 88,5% de católicos. A maior popu-lação está nas paróquias de Breves, com cerca de 100.000 habitantes. O território da prelazia é de 86.477,12 km², organizado em dez paróquias, abrangendo os seguintes municí-pios: Soure - Paróquia Menino Deus (Sé prelatícia), Breves - Paróquias de Sant’ana, São José Operário e Santa Terezinha do Menino Jesus, Afuá - Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Chaves - Paróquia Santo Antônio, Anajás - Paróquia Menino Deus, Portel - Paróquia Nossa Se-nhora da Luz, Melgaço - Paróquia São Miguel Arcanjo e Bagre - Paró-quia Santa Maria, Salvaterra - Paró-quia Nossa Senhora da Conceição.

a prelaZia

Dom José Luiz Azcona

se recupe-ra de um

ataque de búfalos e foi

convidado por Frei

Evaristo a continuar na

Prelazia

No ano passado, em entrevista ao site da TV Aparecida, a produtora Nazaré Soares, que há 8 anos é reda-tora-chefe do departamento de jorna-lismo na TV Aparecida, falou sobre o projeto “Desafios da Igreja: Ilha de Marajó”, onde abordou não apenas as ameaças de morte a Dom Luiz Azcona da Prelazia de Marajó, como também, as denúncias de exploração infantil e o trabalho feito pela Igreja na região. Dizia ela: “A comunidade tem medo de que Dom Azcona se aposente, por-que ele é o juiz, ele é o delegado, ele é o professor, ele é o pastor e ele é o pai, então, ele significa muito para aquele povo. O medo deles é que o próximo

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 379

Fraternidades

marajó é a maior ilha fluviomari-nha do mundo. Possui 16 mu-

nicípios. Está localizada a oeste da foz do rio Amazonas e a leste da Baía do Guajará, a três horas de barco de Be-lém. Numa região repleta de igarapés e rios, pouco se consegue fazer por es-tradas, principalmente porque chove demasiadamente de janeiro a maio, quando boa parte da ilha fica alagada. Dessa forma, a capital Soure e Salva-terra, separadas pelo rio Paracauari, são os municípios que se beneficiam por estarem próximos de Belém.

Distante 70 km quilômetros de Soure, fica Cachoeira do Arari, e tam-bém o local do Museu Histórico do Marajó, que possui peças arqueoló-gicas encontradas pelo padre italiano Giovanni Gallo, criador da instituição. Segundo estudos, a Ilha de Marajó foi habitada por índios bem avançados, com cultura comparada à pré-colom-biana. Mas teriam desaparecido antes da chegada dos portugueses em Joa-nes, no município de Salvaterra.

Além da vegetação e belas praias, Marajó é conhecida por possuir o maior rebanho de búfalos no Brasil, com cerca de 700 mil cabeças, cerca de três vezes a população dos 16 mu-nicípios. O artesanato, as comidas e a cultura refletem um pouco o costume do peão local, que habita as grandes fazendas da região. Comidas como o Frito do Vaqueiro e o Filé à Marajoara levam a carne do animal, que tem me-nos colesterol do que a bovina. O ar-tesanato de couro também é bastante forte na região.

Soure. O centro da cidade, onde as bicicletas rivalizam com os búfalos como meio de transporte

a grande ilHa do maraJó

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380 [coMUNIcAÇÕES] juLho / 2016

FraternidadesFraternidades

de volta a São Paulo da viagem à Prelazia de Marajó no último dia 15/6, Frei Evaristo

Spengler informou que vai ser ordenado bispo na sua cidade natal, Gaspar (SC), no dia 6 de agosto, às 9 horas, na Igreja Matriz São Pedro Apóstolo. O bispo ordenante será seu confrade Dom Leonardo Ulrich Steiner, Secretário Ge-ral da CNBB. A posse será no dia 27 de agosto, em Soure, sede da Cúria, também às 9 horas..

Frei Evaristo voltou animado e cheio de es-perança. “Encontrei um povo acolhedor, reli-gioso, solidário e fraterno”, disse. De 8 a 14, ele pôde conhecer todas as dez paróquias que fa-zem parte da Prelazia nos nove municípios de Soure (Paróquia Menino Deus e Sé prelatícia); Salvaterra (Paróquia Nossa Senhora da Con-ceição); Chaves (Paróquia Santo Antônio); Afuá (Paróquia Nossa Senhora da Conceição); Anajás (Paróquia Menino Deus); Breves (Pa-róquias de Sant’Ana, São José Operário e Santa Terezinha do Menino Jesus); Portel (Paróquia Nossa Senhora da Luz); Melgaço (Paróquia São Miguel Arcanjo); e Bagre (Paróquia Santa Maria).

“Em todas cidades fui recebido com muito carinho e muita alegria”, contou, mais tranquilo depois de ter uma ideia geral de toda a extensão de 86.477,12 km² da Prela-zia. Na chegada a Belém, no dia 6 de junho, depois de almoçar com o arcebispo de Be-lém e seu auxiliar, o primeiro compromisso foi visitar o bispo emérito Dom José Luiz Azcona, que se recupera de uma cirurgia depois de ser atacado por um búfalo quan-do participava de uma procissão em Sou-re. “O primeiro convite que lhe fiz foi para que volte ao Marajó para morarmos juntos”, contou. “Assim, ele estará conosco na Ilha de Marajó. Aqui é o seu lugar, aqui ele passou a sua vida inteira e me disse que gostaria de passar ‘o resto de seus dias com o meu povo do Marajó’. Vamos continuar rezando pela sua recuperação para que seja rápida e total. E que, em breve, ele possa estar conosco no Marajó!”, desejou. Nesta viagem, ele visitou Dom José em quatro ocasiões.

Frei evaristo será ordenado bispo no dia 6 de agosto

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 381

Fraternidades

4 de JunHo - Frei Evaristo viajou ain-da no sábado para Brasília, onde vi-sitou o seu confrade Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da CNBB e seu bispo ordenante.

6 de JunHo - Na segunda-feira, via-jou para Belém, onde visitou o Ar-cebispo de Belém e seu auxiliar, e em seguida visitou Dom José Luis Azcona. A ele fez a seguinte confis-são: “D. José, não sei ser bispo. Só sei ser frade menor”. D. Azcona respon-deu: “Também não sabia. Aprendi com o Espírito Santo e com o povo”.

7 de JunHo - Frei Evaristo se reuniu com a coordenação dos bispos do Regional Norte II da CNBB - D. Bernardo Johannes Bahlmann, Dom Alberto Taveira Corrêa e Dom Irineu Roman -, onde teve as primeiras impressões da região Norte do Brasil e pôde definir uma agenda favorável tendo em vista a posse, que ficou definida para o dia 27. Visitou também a sede do Re-gional Norte II.

8 de JunHo - Primeiro contato com o povo de Soure, onde está a Sé prela-tícia. Foi recebido com honras por autoridades e muita festa pelo povo. Conheceu os seminaristas do Se-minário Menor e almoçou com os padres José Otávio, pároco da cate-dral e José Antônio, vigário geral da Prelazia, religiosas da Comunidade Católica Nova Aliança de Soure. À noite, celebrou a Eucaristia na Ca-tedral. Esta viagem foi coordenada pelo Vigário Geral da Prelazia, Pe. José Antônio.

9 de JunHo - Viagem para Salvater-ra, cidade próxima de Soure, cheia de belas praias de água doce, apesar de parecerem ser praias de mar. Sal-vaterra possui maior infraestrutura

turística da região, como pousadas, restaurantes e bares.

Frei Evaristo foi acolhido pelo povo, e fez uma oração na Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Almoçou com os padres Agostinianos da Pa-róquia, Freis Manuel Santana e José, e voltou para Soure, onde visitou co-munidades religiosas da Congrega-ção das Agostinianas Misssionárias, Filhas da Divina Graça e também a Comunidade Católica Nova Alian-ça. À noite celebrou a Eucaristia com as Irmãs Filhas da Divina Graça.

10 de JunHo - Um dia intenso. Às 7 horas, viagem para Chaves em um monomotor. Ali pôde conhecer a Paróquia Santo Antônio, cujo Pá-roco é Glauciney e a Comunidade Católica Shalon, mas às 11 horas se-guiu para Afuá, onde almoçou com as Irmãs da Providência de GAP e Missão Marajó-RCC, pois o pároco Manuel Nunes estava visitando as comunidades do interior da paró-quia. Às 16 horas, seguiu para Ana-jás, onde celebrou Missa na Paróquia Menino Deus, participou dos feste-jos de Santo Antônio e jantou com o pároco, Adenilson Santos e o vigário paroquial francês Remi e com as Ir-mãs da Caridade de Santana e a Fra-ternidade Missionária João Paulo II.

11 de JunHo - Viagem para Breves, a maior e mais estruturada cidade do Marajó, com mais de cem mil habitantes. Ali aporta a maioria das embarcações que transita pelo Rio Amazonas. Frei Evaristo desembar-cou no aeroporto e seguiu em car-reata até a Paróquia São José e Santa Terezinha do Menino Jesus, onde celebrou missa e almoçou com os Padres Clayton e Robson Evange-lista da Comunidade Católica Pro-vidência Santíssima, além das Irmãs

o roteiro da viagem

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FraternidadesFraternidades

da Caridade Santana e Missão Ma-rajó-RCC. Às 15 horas, conheceu a Paróquia de Sant’Ana, administrada pelos agostinianos, que entre outros trabalhos atuam na educação, no rádio (Rádio Santana) e TV, repe-tindo o sinal da TV de Nazaré. En-controu-se com Frei Simon Puertas Pérez e Frei Juan Manuel. Sant’Ana é a padroeira da cidade, comemora-da há mais de 100 anos. Com eles vi-sitou as Irmãs de Notre Dame, Rita e Carala, da mesma congregação da Irmã Doroty, e que estão na coor-denação da CPT da Prelazia. Visi-tou também as Irmãs Agostinianas Missionárias que coordenam um grande colégio. Depois passou no Projeto Cruz do Sul que assiste a crianças. À noite, Frei Evaristo cele-brou na Comunidade Santo Antô-nio, desta mesma paróquia, que ce-lebrava a Trezena de Santo Antônio.

12 de JunHo - Às 6h30, Frei Evaris-to preside Missa transmitida pela TV Nazaré. Em seguida, saída para Portel, onde foi acolhido com festa pelo pároco Frei Zezinho e Frei Ri-cardo junto com o povo. Conheceu as comunidades urbanas da paró-quia, o trabalho com crianças víti-mas de exploração sexual, realizado pela Fraternidade Ágape da Cruz. Almoçou com os padres e Irmãs Maria José e Graça, da Congrega-ção das Agostinianas Missionárias. O pároco Pe. Zezinho expôs sua preocupação com os ribeirinhos ameaçados de perder suas terras em função da pressão dos fazendeiros. À tarde, Frei Evaristo se encontrou com lideranças da comunidade e às 19 horas celebrou a Santa Missa.

13 de JunHo - Visita a Melgaço, mu-nicípio que detém o mais baixo Ín-dice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os municípios do Bra-sil. Frei Evaristo se encontrou com o

pároco polonês, Padre Tadeu, com as pastorais e a Comunidade Cató-lica Presença. Está sendo constru-ída a nova matriz da Paróquia São Miguel Arcanjo. Visitou também a Comunidade São Pedro, e o bairro Matadouro, onde o pároco procura um terreno para iniciar uma comu-nidade. Visitou também a comu-nidade Católica Presença. Depois almoçou com o padre, a Comuni-dade Presença e leigos da paróquia. Depois seguiu para a Paróquia San-ta Maria de Bagre. O pároco tam-bém polonês, Pe. Casimiro, chegou pouco depois porque seu barco ficara preso em um banco de areia do rio, na volta de visita a comuni-dades ribeirinhas. Na sua chegada, o Pe. Casimiro apresentou as obras sociais: o Centro Educacional São Francisco, uma grande unidade de saúde e um centro comunitário. Ao lado construiu uma casa para aco-lher religiosas que poderão estar a serviço da saúde e da formação de leigos. Às 19 horas, Missa na matriz, onde a Pastoral da Criança fez uma apresentação de quadrilha.

14 de JunHo - Às 6h30, saída para Breves, de onde, às 8 horas, seguiu viagem em um catamarã para Be-lém. Depois de sete horas de via-gem, Frei Evaristo estava na capital paraense. Visitou novamente Dom José, conheceu o Seminário Maior (estudantes de Filosofia e Teologia) e celebrou à noite com o reitor, se-minaristas e benfeitores.

15 de JunHo - Despediu-se do bispo auxiliar de Belém D. Irineu Roman, pois o Arcebispo Metropolitano, Dom Alberto Taveira, estava em via-gem a Roma, e, por último, foi dese-jar melhoras a Dom José Luiz. Ainda sobrou um tempo para conhecer a Basílica de Nazaré e alguns pontos da cidade antes de retornar a São Paulo.

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Fraternidades

Comunicações - Frei Evaristo, apresente-nos a Prelazia do Mara-jó em números.

Frei Evaristo - A Prelazia do Marajó se situa no maior arquipélo-go fluviomarinho do mundo. Ocupa uma área de 86.477 Km2. Tem 10 paróquias em 9 municípios. Tem 22 padres, 10 da Ordem dos Agos-tinianos, 7 diocesanos da Prelazia do Marajó, dois diocesanos polone-ses e um francês da Fidei Donum e

dois da Comunidade Católica Pro-vidência Santíssima. Conta com 8 seminaristas no seminário menor, e 15 no seminário maior, dos quais 6 na Filosofia e 9 na Teologia. Conta também com 9 comunidades reli-giosas femininas e seis comunida-des missionárias de vida. Lá situa-se o município mais pobre e abando-nado pelo poder público do Brasil: Melgaço (IDH 0,418), além de ou-tros municípios que estão entre os mais pobres do Brasil.

Comunicações - Na visita à Pre-lazia de Marajó, que esperanças você trouxe?

Frei Evaristo - A Igreja de Marajó é muito viva. Tem grande participa-ção de jovens, adultos e crianças. O povo das comunidades irradia muita alegria, fraternidade e acolhimento. É uma Igreja da terra e das águas, com muitas comunidades ribeirinhas. Há pastorais muito ativas como a Pasto-ral da criança que assiste a quase cinco

o que me dá medo é a acomodaçãoFrei evaristo spengler

entrevista:

Frei Evaristo trabalhou anos na Baixada Fluminense, anos na Missão de Angola, dois cenários de grandes fraturas sociais. Esses desafios, contudo, só fortaleceram

o frade menor e não é diferente agora diante do seu maior desafio na Igreja: bispo na Prelazia de Marajó. Esta entrevista Frei Evaristo deu depois de conhecer um pouco a realidade que terá pela frente com a viagem que fez de dez dias à Ilha. Segundo

ele, “os desafios sociais e eclesiais não me assustam quando há uma Igreja viva. O que me dá medo é a acomodação, é perder o ímpeto missionário”, con-fessa. Quem o conhece, sabe que o carisma fran-ciscano está no seu DNA e não há menor chance de perder esse ímpeto evangelizador que o acom-panha. Acompanhe esta entrevista

Moacir Beggo

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FraternidadesFraternidades

mil crianças e três mil famílias. Con-ta com padres muito desapegados, com espírito missionário a serviço do povo. A Ordem dos Agostinia-nos prestou e presta um valiosíssimo serviço à Prelazia. Há vocações locais com boas perspectivas de futuro. As congregações religiosas e as comuni-dades leigas são muito dedicadas ao povo. As expressões culturais como a cerâmica marajoara e o carimbó são belíssimos. Sem contar a paisagem paradisíaca das florestas e das águas.

Comunicações - Quais os desa-fios da Igreja e da realidade?

Frei Evaristo - Em nível eclesial há um número insuficiente de clero para atender um território quase da dimensão de Portugal e com uma po-pulação de mais de 300 mil habitan-tes, na maioria católica. A logística é um complicador para proporcionar cursos de formação e reuniões com participação de leigos das paróquias. A Prelazia ainda depende em boa

parte de recursos de fora para man-ter seus seminários e os trabalhos pastorais. Em nível social, Marajó conta com a ausência quase comple-ta do poder público. Há municípios em que o analfabetismo chega a 40 e até 50% da população. Como re-sultado desse descaso, constata-se grande índice de prostituição infan-til, tráfico de pessoas e fazendeiros expulsando ribeirinhos. É uma terra que clama aos céus. O bispo Dom Azcona, como outros dois bispos do Pará, Dom Erwim e Dom Flávio es-tão ameaçados de morte por se posi-cionarem contra esses crimes.

Comunicações - Frei Evaristo, depois de anos de trabalho na Bai-xada Fluminense e na Missão de Angola, inclusive durante a guerra civil, como o sr. encara esse novo desafio em sua vida?

Frei Evaristo - Cada missão traz desafios, mas também profun-das lições. Aprendi muito com o

povo da Baixada Fluminense como ser uma Igreja Povo de Deus, em que cada cristão assume o seu ba-tismo como discípulo missionário de Jesus a serviço do Reino. Apren-di como o povo se organiza nas co-munidades colocando seus dons a serviço do bem comum. Aprendi a ligação da fé com a vida e a forma como o povo se organiza em pas-torais e movimentos sociais bus-cando realizar o desejo de Jesus: Eu vim para que todos tenham vida e tenham vida plenamente”. Aprendi como deixar-se iluminar pela Pa-lavra de Deus, abrindo-se à ação do Espírito Santo. Em Angola não foi diferente. Encontrei um povo de muita fé. Sentia Deus falando nos acontecimentos e nas pessoas como em nenhum outro lugar. O povo angolano resistiu ao sofri-mento, e nunca perdeu a esperança e a alegria. Rezou incansavelmente a Maria, Senhora da Paz, para que seus filhos pudessem viver em paz naquela terra. Vi o povo ir para as

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Fraternidades

ruas se abraçar celebrando a paz. E, depois da reconciliação, como se uniram para reconstruir o país! Em Marajó encontrei um povo muito acolhedor e alegre, que luta pelos direitos dos mais fracos. Sei que aprenderei muito com eles.

Comunicações - O fato de ser nomeado para uma região de ex-trema fratura social, onde o bispo Dom Luiz Azcona sofria ameaças de morte por lutar contra esse quadro e a Igreja local ter apenas 20 padres para atender um territó-rio do tamanho de Portugal não o assustou?

Frei Evaristo - Os desafios sociais e eclesiais não me assustam quando há uma Igreja viva. Em Marajó, a Igreja que encontrei me encheu de esperança. É uma Igreja solidária que investe seus escassos recursos de pessoas e bens em função dos mais fracos. O que me dá medo é a aco-modação, é perder o ímpeto missio-nário. O lema de minha ordenação

sacerdotal foi: “Vai, eu estou conti-go!” (Ex 3, 10.12). É o envio de Deus a Moisés em missão. Nesta missão sei que Deus também não me deixará sozinho. O Espírito Santo me guiará e iluminará a missão.

Comunicações - Como será o bis-po franciscano Frei Evaristo?

Frei Evaristo - Serei um frade menor. Em todos os municípios e paróquias da Prelazia que visitei, na chegada me ajoelhei e pedi que o povo rezasse por mim e invocasse a bênção de Deus sobre a missão que estava iniciando. Chego com humil-dade e respeito. Sei que aquela é uma terra santa. Deus pisou naquela ter-ra e andou por aquelas águas muito antes de mim. Deus já fez história com aquele povo. Muitos missioná-rios ali consumiram a sua vida pelo povo. Muitos leigos testemunharam sua fé em Jesus Cristo. Ali há profe-tas como Dom Azcona que defen-dem a vida dos mais pobres. Quero

conhecer e respeitar essa caminhada, e peço a Deus que eu possa somar e contribuir com tudo que já vem sen-do feito.

Comunicações - Como bispo no-meado pelo Papa Francisco, como o sr. avalia o Pontificado dele?

Frei Evaristo - O papa Francisco é uma bênção para a Igreja. Ele cha-ma a Igreja a estar constantemente em saída. Sonha com uma Igreja missionária e transformadora. Pede que o pastor tenha o cheiro das ove-lhas. Prefere uma suja pela lama do caminho do que com uma Igreja encerrada nas sacristias. Uma Igre-ja que erra tentado acertar do que uma Igreja paralisada por medo de errar. Que Deus dê vida longa ao papa Francisco para fazer ecoar o seu grito levando Jesus Cristo até os confins da terra, às amassadeiras do assaí, às donas de casa, aos barquei-ros e pescadores, aos camponeses “e outros mais”.

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386 [coMUNIcAÇÕES] juLho / 2016386 [coMUNIcAÇÕES] juLho / 2016

Evangelização

notícias da missão de

angola

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juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 387juLho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 387

Evangelização

Fraternidade são Francisco de assis – luanda – palanca

Desde o mês de fevereiro, a Fra-ternidade São Francisco de Assis, situada em Luanda, no bairro Pa-lanca, esta alargada, pela chegada dos frades de profissão temporária provindos do noviciado no Brasil e da fraternidade Nossa Senhora da Porciúncula, em Viana. E no mês de abril chegaram Frei Ângelo José e Frei André Luiz, que vieram com-por a fraternidade permanente.

Para que pudéssemos acolher to-dos os confrades em nossa fraterni-dade foi preciso a construção (ainda não concluída) de uma nova estru-tura onde principalmente moram os frades de profissão temporária. A nova casa atualmente conta no total com 18 quartos.

Esta primeira fase da construção só foi possível pelas muitas ajudas, desde o projeto até a sua execusão. A Província, a Missão Central da Alemanha e muitos benfeitores do Brasil, de Angola e da Alemanha

contribuíram para que pudéssemos iniciar um processo de estruturação desta casa de formação que, até en-tão, estava acontecendo na Fraterni-dade Nossa Senhora da Porciúncu-la, em Viana. Todos os dias nossos frades estudantes precisavam se des-locar muito cedo de Viana para vir ao Palanca para estudar Filosofia, gerando desgastes físicos e financei-ros. A Fraternidade São Francisco, no Palanca, se situa a menos de 500 metros da faculdade de Filosofia.

Os 18 quartos com dois banhei-

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ros coletivos são a primeira fase de um projeto que contará com mais quartos, além de sala de encontros, biblioteca e sala de informática. Até o momento temos concluído e sen-do utilizados os 18 quartos e os ba-nheiros. Urge a necessidade de con-tinuarmos a contrução, pois para o ano que vem chegarão 12 novos frades que atualmente estão fazendo seu ano de noviciado.

Com esta construção, a Fun-dação Imaculada Mãe de Deus em Angola vai afirmando seu processo de formação inicial em terras ango-lanas. Dando graças a Deus, pode-mos dizer que atualmente temos um Aspirantado em Malange com mais de 50 jovens. Em Kibala, numa casa agradável, acontece o Postulantado, o qual conta com 11 jovens postu-lantes. Por enquanto, o Noviciado acontece no Brasil, mas há pedido da Ordem e Conferência africana, recomendando que este seja feito em terras africanas. Os estudos de Filosofia são feitos junto aos Sale-

sianos, próximos à fraternidade São Francisco, no bairro do Palanca, e, por fim, a Teologia em Petrópolis.

Há grandes desafios a serem superados, como a continuação da construção da casa dos frades de profissão temporária, além da cons-trução de uma casa e constituíção de

uma fraternidade para o Noviciado. Tudo isto são boas preocupações, pois nos mostram que após 25 anos os frutos estão a crescer.

Com espírito de gratidão, temos que render a Deus ação de graças por todos os benefícios que temos rebe-cido nestas terras, entre eles o grande

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Evangelização

número de jovens que vêm ao nosso encontro em busca de seguir Jesus Cristo aos moldes de Francisco de Assis. Também rendermos graças a Deus que sempre envia frades para que a Fundação Imaculada Mãe de Deus em Angola possa exercer sua missão. E, por fim, agradecermos a Província e aos nossos benfeitores e benfeitoras que estão espalhados pelo mundo. Pois só com vossas ora-ções e benfeitorias podemos realizar os projetos previstos para que a Fun-dação se torne uma instituição forte e vigorosa e que produza muitos fru-tos.

Frei Aloísio Paulo

Fraternidade santo antônioKwanZa sul – Kibala

Nesse ano a Fraternidade Santo Antônio, que abriga a etapa do Postu-lantado, conta com onze postulantes, sendo eles: Adão Bento Abel, Alberto Capingala Sambei, Angelino Socópia Sicaleta, António Sacaputo Maimo,

Domingos Makuva Paulo, Eduardo José Cavita Camunha, Inoc Joaquim João, João Baptista Kuliaquita, João Tchivandja Lino, José Francisco Inito e Silvério Munga Cajonde. O guar-dião da casa Frei Alisson Zanetti, o mestre dos postulantes Frei Marco Antônio dos Santos, o vice-mestre Frei Ivair Bueno de Carvalho, jun-tamente com os dois estagiários Frei Santana Sebastião Kafunda e Frei Jhones Lucas Martins compõe assim a fraternidade.

Na casa são desenvolvidos al-guns trabalhos como confecções de velas astesanais e trabalhos manu-ais. Também há os trabalhos pasto-rais como visita às aldeias, celebra-ções com o povo, acompanhamento da JUFRA. Com a graça e força do Espírito Santo e a intercessão do nosso Pai Francisco e Mãe Clara, está sendo um ano muito frutuoso de convivência e de graça de Deus. PAZ E BEM!

Frei Jhones Martins

Fraternidade monte alvernemalange – Katepa

Após três meses intensos de aulas, estudos e de atividades acadêmicas, a escola do Seminário Santo Antônio, de Malange, pôde entrar na tão esperada “pausa pedagógica”. Assim, a partir do dia 6 do presente mês, alguns de nossos irmãos seminarisrtas puderam regres-sar à casa de seus parentes, devendo vol-tar ao Seminário ao final do mês para o início das aulas.

No último dia 10, terça-feira, faleceu junto aos seus familiares nosso querido irmão seminarista Tomás António Ka-tchiyo, vítima de malária encefálica. Nascido aos 27 de julho de 2001, Tomás Katchiyo era natural da Província de Benguela e cursava a 10ª Classe. Des-se modo, toda a nossa fraternidade da missão se sensibiliza pelo passamento deste nosso querido irmão, o qual dei-xou entre nós a marca de sua bondade, pureza de coração e obediência a Jesus Cristo, Nosso Mestre e Senhor.

Frei Jefferson Max

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Evangelização

“vejo a Igreja como um hospital de campanha”. Esta afirmação do Papa Francisco nunca fez tan-

to sentido. Em São Paulo, no Largo São Francisco, desde a noite da últi-ma segunda-feira, o salão que acolhe durante o dia o Chá do Padre, passou a abrigar dezenas de pessoas em situ-ação de rua para pernoite. Elas che-gam por volta das 19 horas, recebem um kit com materiais de higiene pes-soal e toalha, tomam banho, ganham roupa limpa, jantam e recebem cama quente e cobertor para passarem a noite. Nas duas primeiras noites, mais de 50 pessoas foram acolhidas. Para a noite desta quarta-feira, dia 16, a capacidade aumentou para 100 pessoas.

A batalha, nesse caso, é contra o frio que chegou forte a São Paulo antes da chegada oficial do inverno. A população de rua, contudo, con-tinuará sendo acolhida até o final da estação, garante Frei José Francisco de Cássia dos Santos, coordenador do Serviço Franciscano de Solidariedade – Sefras.

Segundo o frade, desde a primeira morte de um morador de rua, ocorri-da no fim da semana passada, nasceu o desejo de fazer algo para atender esta demanda. O frade conta que após uma ligação ao Padre Júlio Lancellot-ti, Vigário Episcopal para o povo de rua na Arquidiocese de São Paulo, havia o desejo de acolher os morado-res no salão e conversou com alguns funcionários do Sefras, mas não havia nada concreto.

Na segunda-feira, dia de Santo Antônio, em meio às inúmeras cele-brações, Frei José Francisco recebeu a ligação de Luciana Temer, Secretá-

ria de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo, que propôs uma parceira entre a Prefeitu-ra e o Sefras. A partir daí a ideia pas-sou a se tornar realidade. Camas de campanha e colchões foram entregues no Chá do Padre, que fica localizado na Rua Riachuelo, 268. O salão, que serve 300 almoços durante o dia, além de atender os moradores em diversas atividades, passou a acolhê-los tam-bém para pernoite.

Frei Diego Atalino de Melo, co-ordenador do Serviço de Animação Vocacional – SAV, publicou uma

foto do espaço no Facebook, com o intuito de divulgar o serviço que passaria a ser prestado. A postagem viralizou, atingindo em 4 dias mais de 123 mil compartilhamentos. A partir de então os meios de comu-nicação passaram a divulgar, e mui-tas pessoas se sensibilizaram com a causa. As doações não pararam de chegar, além de inúmeras pessoas se oferecendo para ajudar como volun-tários.

Foi o caso de Leidiane e Antônio. Os jovens viram pelo Facebook e en-traram em contato. “Foi uma expe-

seFras: população de rua será acolHida até Final do inverno

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Evangelização

riência maravilhosa, enriquecedora, a gente passa a conhecer a história destes moradores que são tão ignora-dos pela sociedade”, partilha a jovem, que está há 2 dias como voluntária na acolhida. Maria Aparecida de Brito, que participa da Ordem Franciscana Secular na Igreja São Francisco das Chagas, conta que ao ver a postagem no Facebook logo se prontificou a aju-dar. Cerca de 25 pessoas, entre frades, paroquianos do Largo São Francisco, amigos e jovens vocacionados, esta-vam ajudando na acolhida na noite desta quarta-feira.

Na noite de ontem o governador Geraldo Alckmin esteve presente no local, acompanhado da Defesa Civil.

Ele conversou com os frades e com os acolhidos. O governador postou em sua conta do Twitter algumas fotos da visita.

O Sefras conta com diversos tra-balhos além do Chá do Padre, mas diante da demanda emergencial, mui-tos funcionários deixaram suas ativi-dades para ajudar no local. Rosangela Pezoti, Coordenadora do Setor de Ar-ticulação do Sefras, conta que foi um grande desafio organizar o pernoite em um curto espaço de tempo. “O Se-fras tem uma característica de gran-des desafios e atender as demandas urgentes”, afirma. Ela conta que um caso semelhante aconteceu com os imigrantes, no Centro de Referência e Casa de Acolhida aos Imigrantes, que fica na Bela Vista, onde foi realizado o pernoite temporário de algumas pes-soas.

Frei José Francisco afirma que o serviço permanecerá ativo durante todo o inverno, mas que o Sefras não tem intenção de manter a acolhida, uma vez que o salão passou por uma reforma recente e readequação do espaço para atender o Chá do Padre, que é um trabalho diferenciado, che-gando a atender 1200 pessoas por dia com formação, debates, atendimento jurídico e psicológico, entre outros serviços.

As doações estão sendo recolhidas em 4 pontos: as 3 paróquias francis-

canas localizadas em São Paulo e no próprio Chá do Padre. Roupas e sapa-tos masculinos e itens de higiene pessoal (desodo-rante, aparelho de barbe-ar, sabonete, shampoo) são a maior urgência no momento, além de man-timentos para o jantar e café da manhã, que são servidos aos moradores.

Érika Augusto

Muitos também com-pareceram ao local sem nenhum contato prévio, souberam pela mídia e se apresentaram para ajudar. Os voluntários se revezaram na recepção, cozinha, corte de cabelo e separação de doações. Alguns jovens e os frades ficaram durante toda a madrugada no espaço, de prontidão no caso de alguma necessidade.

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estreou no dia 23 de maio, na TV Ke-fas, de Governador Valadares (MG)

e na TV Sudoeste, de Pato Branco (PR), o programa Palavra da Hora. A iniciati-va é fruto de uma parceria entre a Pro-víncia e a TV Kefas.

O objetivo é, a partir do conhe-cimento e da experiência dos frades, oferecer um material que leve o teles-pectador à reflexão em torno de temas variados. Na primeira série, de 30 pro-gramas, Frei Almir Ribeiro Guimarães, doutor em Teologia Catequética, abor-da a questão da família.

Na TV Kefas, o programa, que tem duração aproximada de dois minutos, é exibido de hora em hora a partir das 9h, de segunda a sexta. Em Pato Bran-co, na TV Sudoeste, a atração vai ao ar às 8h e às 13h15. A edição e a monta-gem dos programas ficaram a cargo da TV Sudoeste. As gravações têm sido realizadas em diferentes estúdios, de acordo com a opção mais prática para os frades. Os próximos programas se-rão gravados em Bragança Paulista, no estúdio da USF.

Para o Diretor de Conteúdo da TV Kefas, Márcio Farias, “o progra-ma veio ao encontro do projeto do Instituto de Misisonários Leigos e da TV Kefas de levar aos telespectadores mensagens com reflexão e orienta-ção sobre temas do cotidiano. E esta parceria com os Franciscanos foi uma providência que possibilitou realizar este momento em nossa programação. Ao exibirmos em 11 edições diárias alcançamos todos os nossos telespec-tadores”. Mostrando-se otimista com o projeto, Farias comenta as primei-ras repercussões: “Já no primeiro dia de exibição recebemos inúmeras li-gações e mensagens nas redes sociais vindas de pessoas que se encantaram com o Palavra da Hora”, comemorou.

Além de ir ao ar nas duas emissoras de TV, o conteúdo também ficará dis-ponível pela internet, na WebTV Fran-ciscanos.

palavra da Hora: um novo proJeto de comunicação

392 [coMUNIcAÇÕES] juLho / 2016

a Frente de Evangelização da Co-municação se reuniu duas vezes

em menos de dois meses. O primeiro encontro foi realizado no dia 23 de maio, na sede do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), no Pari. Foi o teceiro do ano da Frente na Comuni-cação, envolvendo os diferentes servi-ços da Província em São Paulo e região, como o Sefras, Pró-Vocações, Univer-sidade São Francisco (Bragança Paulis-ta), Associação Bom Jesus (Curitiba), Sala Franciscana e Sede Provincial. No dia 15 de junho, foi realizado o quarto encontro na Sede Provincial.

Neste 3º encontro, o coordenador da Frente de Evangelização, Frei Gusta-vo Medella, acolheu a todos os partici-pantes, especialmente Frei Vitório Ma-zzuco e Gilselene Carmona (USF) que participaram pela primeira vez, e deu continuidade à reflexão das diretrizes da Frente de Evangelização, que estão no Plano de Evangelização da Pro-víncia, desta vez abordando os temas “por que queremos estar nos meios de comunicação” e “como queremos es-tar”. Segundo Frei Medella, com zelo e profissionalismo, podemos buscar no-vos horizontes e tornar nosso serviço evangelizador mais abrangente e com maior potencial de transformação.

mídias e criançaEsta reunião teve grande parte do

tempo ocupada com a reflexão sobre como a sociedade de consumo e as mí-dias de massa impactam na formação de crianças e adolescentes. Segundo

Frei Medella, um tema muito próximo de nós, tendo em vista as Frentes da Educação, da Comunicação e da Soli-dariedade.

O documentário “Criança, a Alma do Negócio” serviu de base para a re-flexão. Dirigido pela cineasta Estela Renner e produzido por Marcos Nisti, o documentário mostra crianças que preferem ir ao shopping a brincar, co-nhecem marcas pelo logotipo, e apesar de terem uma vasta coleção de brin-quedos e jogos, se encantam mesmo é por um pequeno bonequinho de plás-tico.

“Acho uma grande covardia a pu-blicidade ser dirigida à criança. Quer vender o seu produto? Fale com al-guém do seu tamanho, não use meu filho como promotor de vendas dentro da minha casa… Nunca vou esquecer quando meu filho de 3 anos pediu para eu ir ao posto Shell”, diz uma das mães entrevistadas.

Já em um dos momentos mais to-cantes, uma mãe explica o sacrifício financeiro que significou para a família satisfazer o desejo de um presente de natal, um robô, que a criança abando-nou logo em seguida, depois de brin-car com ele três ou quatro dias. A mãe alega ter entrado o ano sem dinheiro só para satisfazer o desejo da filha, o que caracteriza o assédio crescente das crianças aos pais.

O encontro terminou com a parti-lha dos serviços no último mês. A pró-xima reunião da Comunicação será em 13 de julho.

Frente de comunicação FaZ dois encontros

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Evangelização

a Pastoral Universitária da Universidade São Francisco (USF) pro-moveu em maio, em

todos os campi, a Ceia Judaica Cristã para celebrar a Páscoa Judaica! O evento contou com a participação de todos os colabo-radores.

Todas as celebrações conta-ram com a presença do Coor-denador do Núcleo de Pastoral Universitária, Frei Vitorio Ma-zzuco Filho, representantes da pastoral e membros da reitoria.

Confira o texto escrito pelo Frei Vitório sobre o ciclo pascal cristão:

a ceia Judaico-cristã na páscoa da usF

Neste mês de maio, concluí-mos o ciclo pascal cristão reali-zando a Ceia Judaico-Cristã em todos os Campus da USF, reu-

Um momento rico e profunda-mente simbólico. Saboreamos a ple-nitude dos sentidos do pão, ervas amargas, ovos, haroset, vinho e o cordeiro. Vimos o quanto o natural nos acompanha desde os primór-

dios da nossa história e que, transformado pelo trabalho humano, tornou-se em sinais de como o Divino ama e cuida de nós em todos os detalhes. A Ceia revelou que há algo maior do que apenas alimentar-se biologicamente. Nos alimenta-mos da Palavra do Senhor que foi ouvida e degustada. Unimos tradições de povos que nos en-sinaram a contar uma história orando.

A Ceia Pascal da USF foi momento de externar profun-da gratidão por cada um e cada uma dos que trabalham na USF. Celebrar é tornar célebre, tornar importante demais, grandiosos demais. Cada pessoa na sua função é um ingrediente a mais no cardápio servido no banque-te de cada dia aqui na USF: de-dicação, acolhimento, entrega, fidelidade e alegria na constru-

usF realiZa celebração pascal Judaica

nindo todos os colaboradores. Forte momento de comensalidade, a arte sagrada de comer e beber juntos. For-te momento de sentar-se todos à mes-ma mesa, sem pressa, e fazer a beleza da convivência celebrativa.

ção de uma humanidade possível, de uma sociedade possível, de um mun-do possível e de um Deus possível! Paz e Bem!

Frei Vitório Mazzuco

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Evangelização

a Paróquia São Paulo Apóstolo de Agudos realizou na manhã do domingo, dia 12 de junho, Missa em comemoração aos

45 anos de fundação do Clubinho São Francisco (movimento de catequese de perseverança). A celebração, presi-dida pelo pároco Frei Sílvio Trindade Werlingue, contou com a participa-ção de cerca de 50 adolescentes que fazem parte do movimento, antigos membros, as primeiras catequistas e lideranças.

Durante a celebração, Frei Sílvio

acolheu os perseverantes afirmando ser motivo de orgulho para toda a Pa-róquia comemorar o aniversário do Clubinho São Francisco. “Este grupo tão coeso que leva adiante o carisma de São Francisco de Assis”, completou.

Após a Missa, foi realizada uma homenagem e retrospectiva histórica dos 45 anos do Clubinho, que contou com a presença da precursora do mo-vimento Aurea Danelon, das primei-ras catequistas, as senhoras Bernadeth Baglie, Dorsinda Padial, Maria Hele-na Lovisi, Lurdes Gaspar e Benedita

clubinHo são Francisco de assis: 45 anosSandri; também a primeira rainha Sonia Mara Gaspar Silva e membros da primeira turma do movimento.

Homenagem também não faltou para a senhora Au-rea Danelon. Fazendo parte do Clubinho desde sua fun-dação, ela tem muita história para contar quando o assun-to é o carisma franciscano, que leva como ideal de vida e o espalha aos adolescentes perseverantes. “Esses 45 anos foram pela força de São Fran-cisco, por seu amor, simplici-dade e seu exemplo de vida. Foram os melhores anos da minha vida”, comentou.

A coordenadora paro-quial do movimento, Isabel Viotto, também agradeceu aos adolescentes pelo sim ao chamado de Deus. “Vocês são especiais, são as pessoas que vão trazer sal e luz para o mundo. Obrigada pela es-colha de seguir Jesus e São Francisco”, disse.

mais sobre o clubinho são Francisco de assis

Fundado no dia 6 de junho de 1971, o Clubinho

São Francisco de Assis é um movi-mento de catequese de perseverança para adolescentes da Paróquia São Paulo Apóstolo de Agudos. Com 45 anos de história, possui cerca de 50 adolescentes e está presente nos seis setores que compõem a Paróquia.

Os adolescentes do Clusbinho São Francisco de Assis aprendem e levam para a vida a vivência de São Francisco de Assis, sua vida sim-ples e humilde, marcada pela fé.

Isabela Gaspar

As precursoras do Clubinho São Francisco: Lourdes Gaspar, Benedita Sandri, Bernadeth Baglie, Dorsinda Padial, Aurea Danelon e Maria Helena Lovisi.

Antigos e novos membros posam para foto histórica, que marcará os 45 anos do movimento.

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CFFB

te em cada uma destas dimensões de nosso carisma.

São Francisco se extasia na mise-ricórdia de Deus e é grato por cada oportunidade em que pôde viver a misericórdia com seus irmãos, iden-tificando-se com aquele que erra, por ele mesmo se considerar mísero pe-cador. Em sua carta a um Ministro, ele evidencia que não se pode querer que o outro ofereça bem maior que o Senhor lhe permite, que não se pode querer que os outros sejam melho-res do que são, mas buscar aceitá-los e ajudá-los. E é nesta carta também que se encontra uma das máximas do espírito de fraternidade e missão franciscana: “Que todos encontrem

cFFb-pr: a misericórdia no pensamento de são Franciso

misericórdia nos seus olhos, se mise-ricórdia vieram buscar”.

Além da celebração eucarística, houve também um tempo de parti-lha em grupos de experiências vivi-das de misericórdia nas comunida-des religiosas, que serviu à animação e incentivo para que se multipliquem sempre mais.

O encontro foi marcado pelo cli-ma fraterno e alegre que envolveu partilha de alimentos e de histórias, marca de nosso carisma e ponto de identidade onde quer que estejamos. Uma boa forma de celebrar nossa unidade.

Frei Rodrigo da Silva Santos

no domingo, 5 de junho, acon-teceu o encontro de formação da Família Franciscana do Núcleo de Curitiba. O encon-

tro reuniu cerca de 50 religiosos e for-mandos, bem como irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular e Jufra, para uma manhã de reflexão acerca do tema “A misericórdia no pensa-mento de São Francisco de Assis”, conduzida por Frei Ângelo Siqueira, OFMConv.

O Núcleo de Curitiba já tem por tradição fazer vários encontros anu-ais, sendo a maior parte deles por oca-siões celebrativas dos grandes santos franciscanos (São Francisco, Santa Clara, Santa Isabel da Hungria...) e um de formação. Neste ano, o tema acom-panha o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, proposto a toda a Igreja pelo Papa Francisco.

Frei Ângelo baseou-se em tex-tos do Evangelho que nos mostram como Jesus foi movido pela mise-ricórdia, sentimento de se colocar na situação do outro, de igual para igual, mergulhado em sua miséria por que se reconhece também na mesma condição. E a partir desta postura comum de Jesus, ele levou a todos à percepção de que esta mi-sericórdia estava entre os elementos essenciais do carisma franciscano: acima da fraternidade, da oração, do trabalho e da pregação, mas presen-

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Notícias e Informações

se depender da leitura dramá-tica de “Francisco de Assis - A Jornada de um Homem”, apresentada ontem (31 de

maio) no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a peça musical vai ser um sucesso. Depois de uma hora e meia de apresentação, o público que com-pareceu ao Auditório Lina Bo Bardi não poupou aplausos para o trabalho das autoras e diretoras Alcione Alves e Ilíada de Castro e o grupo de vinte atores e dois músicos.

Ilíada explicou que essa leitu-ra estava acontecendo no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) porque se emocionou com as obras de arte quando visitou a Exposição Franciscana. Segundo ela, a ideia de

fazer a leitura ali agradou o curador Felipe Chaimovich e teve a aprovação da presidente do MAM, Milu Villela. “Quero agradecer a vocês pelo espaço e também a Magnólia Costa que deu todo esse apoio para nós. Gostaria de agradecer em especial ao grupo de frades franciscanos (Frei Fidêncio Vanboemmel, Ministro Provincial, Frei Mário Tagliari, Frei Valdecir Schwambach, Frei Raimundo O. Cas-tro e Frei Edvaldo Soares) que veio nos prestigiar”, disse Ilíada.

“Nós já tínhamos escrito o texto, fizemos uma adaptação e estamos transformando em musical com canções inéditas de um compositor maravilhoso de mais de 80 e ... anos”, explicou Ilíada, referindo-se ao pia-

nista, regente, arranjador e compo-sitor mineiro, Edmundo Villani--Côrtes.

Alcione explicou que na leitura dramática, o “público é meio que di-retor da peça” e a postura é mais ativa do que assistir simplesmente ao espe-táculo. “Por ser uma história longa e cheia de detalhes, a peça tem muitas narrações. Algumas cenas e diálogos foram transformados em narrações”, explicou antes da apresentação. Na verdade, Alcione nem precisaria ter feito essa explicação. A envolvente condução do texto e dos cantos foi tão bem feita e tão prazerosa que nos le-vou a sonhar com o cenário medieval do início do movimento franciscano de Assis.

vem aí novo musical sobre

são Francisco!

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Notícias e Informações

Segundo as autoras, contar a vida de Francisco foi uma tarefa muito di-fícil e para isso optaram por dividir o espetáculo em três planos: o plano biográfico, o plano simbólico (a im-portância do coro musical que vai cantar o simbólico e se movimentar coreograficamente), e o plano espiri-tual.

Segundo Ilíada, esse “namoro” com Francisco de Assis não é recen-te. “Na verdade, anos atrás, fomos convidadas a escrever um texto sobre Francisco de Assis para a Socieda-de Antropozófica (a antroposofia é um caminho do conhecimento que deseja levar o espiritual da entidade humana para o espiritual do univer-so, segundo Rudolf Steiner), que era muito importante para eles. E a gente se apaixonou pelo assunto. Realmente me surpreendeu muito a atualidade de Francisco de Assis. Ele é a solução para os nossos dias. Ainda bem que o Papa resolveu ser Francisco também”, comemora Ilíada, destacando o tema da paz e da tolerância religiosa ao citar o encontro de Francisco com o sultão.

Segundo o Ministro Provincial, a mensagem de Francisco é sempre muito atual, basta ver toda a inspira-

ção que serviu para o Papa Francisco escrever a Laudato Sí. “A peça mostra este Francisco preocupado com a in-tegridade da totalidade da criação. Ele é afável, fraterno e tem muito a dizer em nossos dias”, disse Frei Fidêncio Vanboemmel.

“Francisco sempre surpreende. Sua mensagem é atualíssima, como hoje a crítica ao consumismo. Ele consegue ser feliz com pouco, ajudan-do os outros. Hoje, a gente só conse-gue ser feliz comprando, comprando, comprando... No século XII, na Idade Média, ou você ia para o capitalismo ou pegava uma linha franciscana. O capitalismo provou que não é cami-nho”, acrescentou Ilíada, que agora começa os ensaios pra valer, embora ainda não exista data para a estreia do musical. “A produção exige ver-ba e ainda não temos esse valor para colocar o projeto em circuito”, disse a autora.

Frei Fidêncio fez um apelo para que patrocinadores ajudem nesta fase de produção da peça musical. “Pela importância e atualidade do projeto ‘Francisco de Assis - A Jornada de um Homem’, que está em sintonia com a linguagem da Laudato Sí do Papa

Francisco, fazemos um apelo para que surjam patrocinadores que acreditam nos valores e nos ideais da utopia de Francisco e Clara de Assis. Acredito que esta mensagem deve chegar ao coração das pessoas que acreditam num mundo melhor”, pediu o Minis-tro Provincial.

Há 800 anos, Francisco de Assis encanta e conquista mais admirado-res e seguidores. Nas artes, ele é ga-rantia de grandes obras como são os filmes “Francisco, menestrel de Deus”, de Roberto Rossellini (1950); a ence-nação televisiva “Francisco de Assis”, de Liliana Cavani (1966); o filme “Ir-mão sol, irmã lua”, de Franco Zeffirelli (1972), com trilha sonora composta por Riz Ortolani, interpretada por Claudio Baglioni e por Donovan na versão inglesa); o mais recente: “Fran-cesco” de Michele Soavi (2002) e a mi-nissérie de TV (duas versões) “Chiara e Francesco”, direção de Fabrizio Cos-ta (2007). Grande sucesso, em 1981, também teve o musical “Forza, venite gente” [Força, vinde gente], de Miche-le Paulicelli.

Moacir Beggo (texto) e Érika Augusto (fotos)

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após oito séculos, a Cruz de São Damião voltou a ser re-colocada na Igreja onde São Francisco de Assis a viu pela

primeira vez, onde rezou no início de sua conversão e recebeu o mandato: “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja, que está em ruínas!”.

O translado da cruz para a Igreja de São Damião foi uma iniciativa dos Franciscanos, em comunhão com as Irmãs Clarissas, por ocasião do Ano Jubilar da Misericórdia.

O crucifixo foi transferido na última quarta-feira, 15, da Basílica de Santa Clara, em Assis – onde era custodiado desde que as Clarissas para lá se transferiram após a morte de Santa Clara – para ser recoloca-do até domingo, 19, no seu lugar de origem, isto é, na igreja que leva o seu nome.

“Um momento de grande impor-tância do ponto de vista histórico, mas também de profunda intensidade es-piritual. Assim vem em mente as pa-lavras do Papa Francisco no início do Jubileu, que desejava uma Igreja que caminhasse, edificasse e confessasse por meio da fé, por meio do Senhor. É evidente que o centro é ‘edificar’, o mesmo que pediu Jesus a Francisco, e que hoje pede a cada um de nós por meio do nosso estilo de vida”, afirmou o diretor da sala de imprensa do Sacro Convento de Assis, Padre Enzo Fortu-nato.

Não foi a primeira “saída”Essa não é a primeira vez que a

cruz deixa a Basílica de Santa Clara. Na tarde de 22 de março de 1953, no âmbito do VII Centenário da morte de Santa Clara, a Cruz de São Damião deixou por poucas horas o templo, sendo levada em solene peregrinação pelas ruas de Assis. Naquela ocasião, no entanto, não chegou a ser levada até a Igreja de São Damião

cruciFiXo de são damião volta “a casa”

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Senhor, Deus de bondade,Queremos te agradecer pela vida de nossos avós;Por tudo o que eles nos ensinaram,Por tudo o que aprendemos de suas vidas sagradas.Ser pai e mãe é um dom que Tu nos dás.Ser avô e avó é contemplar a beleza divinaEspelhada no carinho e no cuidado pelos filhos e netos.A família é o lugar onde aprendemos da vida e de Deus.Ó Pai, te agradecemos pela vida de nossos avós;Nos momentos de compreensão,Nos momentos de aprendizado,Nos momentos de fé,Nos momentos de alegria,Nos momentos de descontração,Eles foram nossos amigos importantes.Toda essa amizade vem de DeusE te bendizemos, Pai de todas as famílias,Pela vida que nos vem de Ti. Amém.

Dia 26 de julho – Dia dos avósFrei Carlos Nunes Corrêa

oração pelos avós

Meu pai nasceu no dia 23 de janei-ro de 1925 e faleceu no dia 27 de maio de 2016. Aos 91 anos, ele foi internado no hospital de Santa Casa da Miseri-córdia, em Votorantim, SP, com prin-cípio de pneumonia. Ficou 13 dias se-dado na UTI. O caso era grave. Fazia tratamento periódico de pressão arte-

Falecimento

olívio mariano de toledo * 23/01/1925 +27/05/2016

rial e do coração. No dia 27 de maio, às 22 horas, ele veio a falecer. Nos últimos dias em que ficou no hospital pude visitá-lo e dar-lhe a Unção dos Enfermos. Nestes dias, ele teve a visi-ta de todos os seus filhos (somos 11). Embora passasse estes últimos dias de sua vida no hospital, meu pai sempre foi um homem forte, sadio, alegre, in-sistente! Gostava de viver! Era um ver-dadeiro anfitrião.

Mesmo nas condições mais po-bres que passamos, nunca deixou de acolher alguém em sua casa e nutrir suas necessidades. Sempre tinha uma reserva para oferecer. Seguia a lei do Evangelho! Era manso e humilde de coração. Homem católico! Homem de comunhão! A missa era a sua ale-gria. Sempre com um olhar positivo diante das coisas do mundo. Era um homem feliz! Conversava com todos,

tinha sempre uma esperança para ofe-recer. Mariano de sobrenome e Maria-no de devoção. Quando, de férias, em casa, lembro-me bem de suas orações do terço todos os dias à noite no seu quarto, mesmo já sem a sua esposa Pe-drina, minha mãe, falecida. Era fiel nas orações e em tudo o que fazia. Cuidou de sua família até o fim. No dia 3 de junho, fizemos a Missa do seu Sétimo dia. Dia do Sagrado Coração de Jesus, a quem era muitíssimo grato. Sempre participou dos encontros da Legião de Maria, mas também do Apostola-do da Oração. Trazia consigo a fita do Sagrado Coração de Jesus. Foi embora com ela em suas mãos. Assim nos lem-bramos desse filho bendito do Pai que aqui na terra produziu muitos frutos. Salve Maria!

Frei Florival Mariano de Toledo

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Xx

19 Encontro do Regional de Agudos (Bauru)19 a 22 Retiro no Eremitério de Rodeio19 a 24 Assembleia ampliada da CFMB - SERFE e SIFEM

(Rondinha) 26 Encontro do Regional do Espírito Santo (Penha)26 Encontro do Regional de São Paulo (Amparo)26 e 27 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e

Alto Vale do Itajaí (Lages)26 e 27 Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)26 a 30 Retiro Provincial (Agudos)

outuBro06 e 07 Conselho da Formação e Estudos (Vila

Clementino)10 a 14 Curso de Franciscanismo (Rondinha)18 a 20 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo)24 a 26 Encontro Provincial da Frente das Paróquias,

Santuários e Centros de Acolhimento (Agudos)29 Ordenação presbiteral de Frei Robson Luiz

Scudela (Coronel Freitas)

novemBro07 Encontro do Regional do Vale do Itajaí - recreativo

(Vila Itoupava)07 a 18 Tempo Forte do Definitório Geral08 Conselho do Secretariado da Evangelização (Vila

Clementino)12 a 15 Estágio Vocacional (Guaratinguetá)19 Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense

– recreativo (Paty do Alferes)21 Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São

Sebastião)28 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense28 Encontro do Regional de Agudos – recreativo29 a 01 Reunião do Definitório Provincial

deZemBro01 e 02 Jubileus dos confrades (São Paulo – S. Francisco)05 Encontro do Regional de Pato Branco (Pato

Branco)05 Encontro do Regional de Curitiba-recreativo

(Caiobá)05 Encontro do Regional de São Paulo (Bragança)12 Encontro do Regional do Espírito Santo –

recreativo12 e 13 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Florianópolis)12 e 13 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e

Alto Vale do Itajaí - recreativo12 e 13 Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)12 a 16 Tempo Forte do Definitório Geral

janeiro 2017 19 a 22 Missão Franciscana da Juventude (Curitiba)

março 06 Encontro do Regional do Espírito Santo (V. Velha –

Santuário)13 Encontro do Regional do Vale do Paraíba

(Guaratinguetá – Seminário)27 Encontro do Regional de Agudos (Agudos)

julho01 a 03 Encontro Vocacional Regional (Ituporanga)04 Encontro do Regional Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense (Niterói)04 Encontro do Regional de Agudos (Sorocaba)04 e 05 Encontro do Regional do Leste Catarinense (S.

Amaro da Imperatriz)04 e 05 Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)04 a 15 Tempo Forte do Definitório Geral11 Encontro do Regional de Pato Branco

(Chopinzinho)18 e 19 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e

Alto Vale do Itajaí (Curitibanos)18 a 21 Assembleia da FIMDA (Angola)18 a 22 Retiro Provincial (Rondinha)

agosto01 a 03 Encontro Provincial da Frente de Comunicação

(Rondinha)02 Jubileu dos 800 anos do Perdão de Assis06 Ordenação episcopal de Frei Evaristo Spengler

(Gaspar)09 e 10 Encontro Provincial do SAV15 a 19 Retiro Provincial para frades de 1 a 10 anos de

transferência, após os períodos em casas de formação (Vila Velha)

22 a 25 Reunião do Definitório Provincial22 a 25 Reunião do Definitório Provincial (Rodeio)22 a 26 Encontro dos Ecônomos da CFMB (Porto Alegre)27 Posse de Dom Evaristo na Prelazia do Marajó

(Soure)28 Profissão solene de Frei José Morais Cambolo e

Frei Roberto Aparecido Pereira (Petrópolis)28 a 31 Conselho da Formação inicial (Petrópolis)29 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense (Nilópolis)30 Encontro Provincial da Frente das Missões

(Petrópolis)31 Prazo para entrega do Projeto Fraterno de Vida e

Missão das Fraternidades

setemBro01 Dia Mundial de Oração pelo cuidado da Criação02 e 03 Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense

(Petrópolis – S. Francisco)03 e 04 Encontro de Cantos Franciscanos (Rondinha) 04 Dia da Amazônia: Coleta Anual pela Evangelização

na Amazônia05 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar)09 a 11 Encontro dos Irmãos Leigos da Província12 Encontro do Regional de Curitiba (Rondinha)12 e 13 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Angelina)12 a 23 Tempo Forte do Definitório Geral14 Encontro do Regional do Vale do Paraíba

(Guaratinguetá – Fazenda Esperança)14 e 15 Encontro Provincial da Frente de Educação

(Rondinha)17 e 18 Encontro Provincial da Frente da Solidariedade19 Encontro do Regional de Pato Branco

(Mangueirinha)

província Franciscana da imaculada conceição do brasil(*) As alterações e acréscimos estão destacados