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RECONCILIAÇÃO ATITUDE | PRIMEIRO PASSO PODE SER DIFÍCIL, MAS RESULTADOS FAZEM VALER A PENA Perdoar e aceitar o perdão sempre faz bem Leonardo Meira [email protected] Perdoar e aceitar o perdão sempre faz bem. Pode até ser um pouco difícil – dependendo da situação que gerou atritos –, mas tenha a certeza de que vale a pena. A lista dos principais benefícios inclui melhor condição de saúde física e mental, conforme relata o doutor em psicologia e líder do Grupo de Estu- do e Pesquisa sobre o Perdão (GEPP) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Júlio Rique Neto. “As pessoas que perdoam conse- guem manter as relações sociais mais próximas com maior comprometimento, ou seja, as relações com a família e os amigos permanecem com maior grau de satisfação. Vale também lembrar que é preciso respeitar o tempo de que cada pessoa precisa para perdoar. O perdão é uma atitude voluntária e é mais do que simplesmente desculpar, pois está relacionado ao pensamento de justiça. Devemos perdoar por amor incondi- cional ao outro, mas esse amor não substitui a obrigação que temos com a justiça. Quem ama verdadeiramente o outro busca ser justo!”, salienta. Já o mestre em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Salesiana de Roma e Bispo de Palmares (PE), Dom Genival Saraiva de França, destaca que sempre há alguma coisa que, intencio- nalmente ou não, afeta a ordem normal do relacionamento interpessoal. “Pedir perdão por algo que atingiu a natureza da convivência humana é uma atitude de educação doméstica, de educação social, que, igualmente, revela-se em quem desculpa e em quem perdoa. O perdão vai além de uma conduta respeitosa entre as pessoas, das ‘boas maneiras’, pois é algo mais profundo. Ele tem uma face divina, é expressão do amor de Deus. Nesse senti- do, é importante que cada um se veja sendo perdoado por Deus ao perdoar seu semelhante. Os benefícios dessa atitude são de natureza espiritual, psicológica e social, pois sempre crescemos em maturidade”, explica. Rancor Se o perdão traz uma série de bene- fícios, alimentar o rancor pode levar ao surgimento de doenças psicossomáticas, ao mal-estar na presença do outro, à depressão e à alta ansiedade, bem como a atitude de evitar ambientes sociais. Então, o que explica o fato de tantas pessoas preferirem alimentar o rancor, muitas vezes ao longo de toda uma vida? O primeiro passo para a resposta é lembrar que o rancor e a vingança são respostas naturais às injustiças sofridas – espécie de ener- gias evolutivas da raça humana –, embora a compaixão também seja uma energia que nasce da mesma fonte. “É preciso aplacar o rancor e o desejo de vingança pelas razões corretas, que ajudarão a compaixão a surgir e a se unir ao sentimento de justiça, fazendo com que a pessoa possa ser justa em seus julgamentos e ações e, ao mesmo tempo, misericordiosa e cuidadosa com relação ao bem-estar geral (dela própria, do outro a quem ofendeu e dos que são próximos aos relacionamentos)”, expli- ca o doutor Júlio. Como é resposta natural – culti- vada pela raiva que a lembrança de uma injustiça provoca –, as pessoas acreditam serem justas se mantiverem o rancor. Essa “justiça da vingança” – o tão conhecido “olho por olho e dente por dente” – foi um avanço para as épocas em que os homens cometiam atos expiatórios/vingati- vos mais duros que a própria ofensa cometida, pregando que não era justo a vítima querer se vingar além do que o ato cometido retirou dele ou dela. No entanto, hoje, essa “justiça” é primitiva e precisa ser superada. Mas como fazer isso? “Precisa-se entender que a justiça requer razões adequadas para ser justa e não é a raiva ou o rancor que vão prover essas razões. A compaixão surge e a pessoa passa a compreender o ato de outra forma e pode vir a ser capaz de perdoar, desde que se busquem razões a partir de perguntas como: quem é o outro que ofendeu? o que levou ele(a) a cometer a injustiça? como ele(a) vê a situação?”, complementa Júlio. Tudo de novo Ainda estamos respirando a época de celebrações de final/início de ano, que costuma reacender o sentimento de perdão nas pessoas. Qualquer tempo é propício ao perdão, mas, como o Natal e o Ano Novo fazem com que as pessoas sejam motivadas a uma reflexão de fé, justiça e compaixão, essa situação social ajuda na busca das razões certas para se perdoar. “É bom, simplesmente isso! É bom pensarmos que podemos ser pessoas melhores do que somos no dia a dia e, para isso, precisamos mudar nossos valores e nossos sentimentos. Afinal, a raiva e o rancor não nos levam a lugar algum!”, destaca Júlio. O Bispo de Palmares também acre- dita que todo tempo é propício para se vivenciar a rica experiência do perdão. No entanto, o início de um novo ano contém uma “linguagem especial”, que convida a lançar um olhar sobre o modo como se processou o relacionamen- to humano ao longo do período que passou. Não é à toa que o abraço de Ano Novo esteve, muitas vezes, acompanha- do do pedido de perdão. “Ao serem identificados desencon- tros, conflitos, animosidades, intrigas, agressões físicas e verbais, e outras atitudes e sentimentos que as distan- ciam, muitas pessoas procuram se reencontrar. Nesse momento do ano, há estímulos próprios para que se refa- çam as relações humanas que ficaram estremecidas, por diversas razões. É um momento peculiar, porque passa a ser visto não apenas como mudança de página do calendário, mas como mudança de conduta, em que o perdão adquire um sentido especial na vida das pessoas”. Às vezes, é preciso procurar ajuda profissional para concretizar o processo do perdão. A regra geral é: cada pessoa sabe o momento certo e não compete a ninguém dizer à vítima de uma injustiça quando e como deve perdoar. “Por outro lado, é preciso refletir sobre a extensão desse tempo. As consequências de uma injustiça são, muitas vezes, permanentes. Neste sentido, podemos levar muito tempo para poder considerar o perdão, mas muito tempo pode levar ao esque- cimento da injustiça e à consolida- ção de atitudes negativas na vida da pessoa, estruturando uma vida pautada no rancor. As pessoas devem pensar: Quanto tempo é justo para uma mágoa perdurar? Quais são as condições que poderiam facilitar a diminuição dessa mágoa e desse rancor? Se as condições são claras para a pessoa ofendida, um terapeuta pode, a partir de então, faci- litar o processo de perdão”, esclarece o psiquiatra Júlio. Doutor em Psicologia e Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre o Perdão (GEPP) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Júlio Rique Neto Mestre em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Salesiana de Roma e Bispo de Palmares (PE), Dom Genival Saraiva de França Fotos: Arquivo Pessoal mamashealth.com 6 JORNAL SANTUÁRIO DE APARECIDA • 8 DE JANEIRO DE 2012

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RECONCILIAÇÃO

ATITUDE | PRIMEIRO PASSO PODE SER DIFÍCIL, MAS RESULTADOS FAZEM VALER A PENA

Perdoar e aceitar o perdão sempre faz bemLeonardo Meira

[email protected]

Perdoar e aceitar o perdão sempre faz bem. Pode até ser um pouco difícil – dependendo da situação que gerou atritos –, mas tenha a certeza de que vale a pena. A lista dos principais benefícios inclui melhor condição de saúde física e mental, conforme relata o doutor em psicologia e líder do Grupo de Estu-do e Pesquisa sobre o Perdão (GEPP) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Júlio Rique Neto.

“As pessoas que perdoam conse-guem manter as relações sociais mais próximas com maior comprometimento, ou seja, as relações com a família e os amigos permanecem com maior grau de satisfação. Vale também lembrar que é preciso respeitar o tempo de que cada pessoa precisa para perdoar. O perdão é uma atitude voluntária e é mais do que simplesmente desculpar, pois está relacionado ao pensamento de justiça. Devemos perdoar por amor incondi-cional ao outro, mas esse amor não substitui a obrigação que temos com a justiça. Quem ama verdadeiramente o outro busca ser justo!”, salienta.

Já o mestre em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Salesiana de Roma e Bispo de Palmares (PE), Dom Genival Saraiva de França, destaca que sempre há alguma coisa que, intencio-nalmente ou não, afeta a ordem normal do relacionamento interpessoal.

“Pedir perdão por algo que atingiu a natureza da convivência humana é uma atitude de educação doméstica, de educação social, que, igualmente, revela-se em quem desculpa e em quem perdoa. O perdão vai além de uma conduta respeitosa entre as pessoas,

das ‘boas maneiras’, pois é algo mais profundo. Ele tem uma face divina, é expressão do amor de Deus. Nesse senti-do, é importante que cada um se veja sendo perdoado por Deus ao perdoar seu semelhante. Os benefícios dessa atitude são de natureza espiritual, psicológica e social, pois sempre crescemos em maturidade”, explica.

RancorSe o perdão traz uma série de bene-

fícios, alimentar o rancor pode levar ao surgimento de doenças psicossomáticas, ao mal-estar na presença do outro, à depressão e à alta ansiedade, bem como a atitude de evitar ambientes sociais.

Então, o que explica o fato de tantas pessoas preferirem alimentar o rancor, muitas vezes ao longo de toda uma vida? O primeiro passo para a resposta é lembrar que o rancor e a vingança são respostas naturais às injustiças sofridas – espécie de ener-gias evolutivas da raça humana –, embora a compaixão também seja uma energia que nasce da mesma fonte.“É preciso aplacar o rancor e o desejo de vingança pelas razões corretas, que ajudarão a compaixão a surgir e a se unir ao sentimento de justiça, fazendo com que a pessoa possa ser justa em seus julgamentos e ações e, ao mesmo tempo, misericordiosa e cuidadosa com relação ao bem-estar geral (dela própria, do outro a quem ofendeu e dos que são próximos aos relacionamentos)”, expli-ca o doutor Júlio.

Como é resposta natural – culti-vada pela raiva que a lembrança de uma injustiça provoca –, as pessoas acreditam serem justas se mantiverem o rancor. Essa “justiça da vingança” – o tão conhecido “olho por olho e dente por dente” – foi um avanço

para as épocas em que os homens cometiam atos expiatórios/vingati-vos mais duros que a própria ofensa cometida, pregando que não era justo a vítima querer se vingar além do que o ato cometido retirou dele ou dela. No entanto, hoje, essa “justiça” é primitiva e precisa ser superada. Mas como fazer isso?

“Precisa-se entender que a justiça requer razões adequadas para ser justa e não é a raiva ou o rancor que vão prover essas razões. A compaixão surge e a pessoa passa a compreender o ato de outra forma e pode vir a ser capaz de perdoar, desde que se busquem razões a partir de perguntas como: quem é o outro que ofendeu? o que levou ele(a) a cometer a injustiça? como ele(a) vê a situação?”, complementa Júlio.

Tudo de novoAinda estamos respirando a época

de celebrações de final/início de ano, que costuma reacender o sentimento de perdão nas pessoas. Qualquer tempo é propício ao perdão, mas, como o Natal e o Ano Novo fazem com que as pessoas sejam motivadas a uma reflexão de fé, justiça e compaixão, essa situação social ajuda na busca das razões certas para se perdoar.

“É bom, simplesmente isso! É bom pensarmos que podemos ser pessoas melhores do que somos no dia a dia e, para isso, precisamos mudar nossos valores e nossos sentimentos. Afinal, a raiva e o rancor não nos levam a lugar algum!”, destaca Júlio.

O Bispo de Palmares também acre-dita que todo tempo é propício para se vivenciar a rica experiência do perdão. No entanto, o início de um novo ano contém uma “linguagem especial”, que convida a lançar um olhar sobre o modo

como se processou o relacionamen-to humano ao longo do período que passou. Não é à toa que o abraço de Ano Novo esteve, muitas vezes, acompanha-do do pedido de perdão.

“Ao serem identificados desencon-tros, conflitos, animosidades, intrigas, agressões físicas e verbais, e outras atitudes e sentimentos que as distan-ciam, muitas pessoas procuram se reencontrar. Nesse momento do ano, há estímulos próprios para que se refa-çam as relações humanas que ficaram estremecidas, por diversas razões. É um momento peculiar, porque passa a ser visto não apenas como mudança de página do calendário, mas como mudança de conduta, em que o perdão adquire um sentido especial na vida das pessoas”.

Às vezes, é preciso procurar ajuda profissional para concretizar o processo do perdão. A regra geral é: cada pessoa sabe o momento certo e não compete a ninguém dizer à vítima de uma injustiça quando e como deve perdoar.

“Por outro lado, é preciso refletir sobre a extensão desse tempo. As consequências de uma injustiça são, muitas vezes, permanentes. Neste sentido, podemos levar muito tempo para poder considerar o perdão, mas muito tempo pode levar ao esque-cimento da injustiça e à consolida-ção de atitudes negativas na vida da pessoa, estruturando uma vida pautada no rancor. As pessoas devem pensar: Quanto tempo é justo para uma mágoa perdurar? Quais são as condições que poderiam facilitar a diminuição dessa mágoa e desse rancor? Se as condições são claras para a pessoa ofendida, um terapeuta pode, a partir de então, faci-litar o processo de perdão”, esclarece o psiquiatra Júlio.

para as épocas em que os homens cometiam atos expiatórios/vingati-

como se processou o relacionamen-to humano ao longo do período que

para as épocas em que os homens cometiam atos expiatórios/vingati-vos mais duros que a própria ofensa

como se processou o relacionamen-to humano ao longo do período que passou. Não é à toa que o abraço de Ano

Doutor em Psicologia e Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre o Perdão (GEPP) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Júlio Rique Neto

Mestre em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Salesiana de Roma e Bispo de Palmares (PE), Dom Genival Saraiva de França

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6 JORNAL SANTUÁRIO DE APARECIDA • 8 DE JANEIRO DE 2012

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A Igreja defende sempre o perdão, mesmo quando esse parece uma atitude muito difícil de se concretizar. A Igreja é Mãe e Mestra, e todas as mães, devido à sua ternura feminina e a seu coração materno, têm uma relação existencial com seus filhos, de tal forma que sempre buscam valorizá-los – por serem frutos de seu ventre – ao invés de rejeitá-los em razão de seus erros.

“As mães sempre vão ao encon-tro de seus filhos. A Igreja é mãe e, fiel ao ensinamento e à prática de Jesus, vai ao encontro de seus filhos,

para nutri-los e alimentá-los com a graça do Sacra-mento da Recon-ciliação. Como é Mestra, ensina que o perdão é a via da humaniza-ção e da santifi-cação”, explica Dom Genival.

Perdoar é difícil porque a tendência é preva-

lecer a autoafirmação, o egoísmo e o individualismo, ao passo que o perdão supõe e exige espiritualidade, maturi-dade e fraternidade. “O ato de perdoar é um ato de amor. Na verdade, somente quem ama é capaz de perdoar; somente quem ama concede perdão, de coração”, destaca.

Nessa perspectiva, a Bíblia presta-se como um catálogo de bons exemplos para o perdão. Davi é um exemplo de quem pede perdão, como se vê na oração dos salmos 31 (32) e 50 (51); José, do Egito, é um exemplo tocante de quem concede perdão (cf. Gn 42,1-24);

Jesus é modelo de perdão, no momento crucial de sua vida, ao pedir ao Pai por seus algozes: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem” (Lc 23,34); Estê-vão, o primeiro mártir da Igreja, nos instantes finais de seu apedrejamento, rezou: “Senhor, não leves em conta este pecado” (At 7,60). Na história da Igreja, são muitos os santos e santas que encarnam o perdão como experiência de comunhão com Deus e com o próximo.

“Esses exemplos muito contribuem para que a busca humilde do perdão e a concessão generosa do perdão tornem--se uma realidade na vida das pesso-as e, particularmente, dos discípulos e discípulas de Jesus Cristo. A cultura do perdão, mais do que prática humana e social, é, antes de tudo, ação da graça de Deus em nossas vidas”, ressalta o Bispo de Palmares.

Acima de tudo, a Bíblia traça um percurso rumo à revelação de Deus, que perdoa a humanidade através de Seu Filho Salvador. As marcas do pecado são muito visíveis na conduta individual e coletiva das pessoas, mas a harmonia, rompida com o pecado original, refaz-se através da graça do perdão, que exige,

de quem recebe e de quem dá, um permanente exercício de humildade.

Na opinião de padre Ferdinando Mancílio, C.Ss.R., o perdão é a maior vingança que podemos alcançar com relação a quem nos tenha ofendido. “O caminho é esse, sem dúvida nenhuma, porque traz liberdade e paz. Assim, despendemos muito menos energia perdoando do que não perdoando, ou guardando amarguras, ressentimentos e carregando isso, às vezes, até anos a fio. Um abraço sincero resolve as situ-ações muito mais do que mil palavras.”

As palavras e atitudes exigem um exercício permanente, sob pena de não se perdoar verdadeiramente. O ensinamento de Jesus a respeito é muito claro: “É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão” (Mt 18,35).

“Que cada um de nós possa corresponder aos estímulos e às graças deste início de ano, aproxi-mando-se mais de Deus na medida em que busque e encontre a reconci-liação com seus semelhantes”, indica Dom Genival.

Perdão e Igreja

Perdoar e aceitar o perdão trazem inúmeros benefícios. Saiba mais sobre isso:

– Perdoar é um processo e pode levar tempo!

– Baixa ansiedade, menor depres-são, pressão sanguínea e batimentos cardíacos regulares;

– Quem perdoa não evita encontrar--se com seus ofensores; não sente medo ou vergonha por ter sido ofen-dido; melhora a autoestima;

– No plano das relações interpes-soais, pedir desculpa ou perdão por algo que atingiu a natureza da convivência humana é uma atitude de educação doméstica e educação social;

– Crescimento na maturidade como ser humano;

– Pessoas que perdoam conseguem manter relações sociais mais próximas com maior comprometimento, ou seja, as relações com a família e os amigos permanecem com maior grau de satis-fação;

– É preciso paciência. Perdão dado apressadamente faz mal para a pessoa a quem você magoou. Dê tempo para que ela perceba que você a respeita e mantenha atitudes de cuidado, confor-me sugere um recente estudo feito pela Northwestern University e que incluiu pesquisadores da University of Tennes-see e da University of London.

E o que fazer quando a pessoa dese-ja perdoar e receber o perdão, mas tem dificuldades nesse sentido? Eis um passo a passo:

– Aceitação da raiva e da vergonha sofridas com a injustiça;

– Comprometer-se a querer resolver a questão pelo perdão, ou considerar que o perdão pode ser uma saída para o conflito;

– Adotar a perspectiva do outro e, com isso, verificar se surge a empatia com essa condição;

– Ver o evento da injustiça pela pers-pectiva do outro e, assim, começar a trabalhar a possibilidade de perdoar ou de receber o perdão;

– Comprometer-se a esperar e compre-ender que a vítima tem o direito de perdoar no seu próprio tempo.

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