percurso livre - mandela: o africano de todas as cores

52
PERCURSO LIVRE MANDELA: O AFRICANO DE TODAS AS CORES Língua Portuguesa - Ensino Fundamental

Upload: frm

Post on 08-Apr-2016

389 views

Category:

Documents


86 download

DESCRIPTION

Lingua Portuguesa - Ensino Fundamental

TRANSCRIPT

Page 1: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

PERCURSO LIVRE MANDELA: O AFRICANO DE TODAS AS CORES

Língua Portuguesa - Ensino Fundamental

Page 2: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores
Page 3: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

De todas as cores, 13

O livro ou a sabedoria?, 21

Heróis, 29

Identidade, 37

Liberdade, liberdade..., 45

1º ENCONTRO

2º ENCONTRO

3º ENCONTRO

4º ENCONTRO

5º ENCONTRO

Page 4: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

Fundação Roberto Marinho

PRESIDENTEJosé Roberto Marinho

SECRETÁRIO - GERALHugo Barreto

SUPERINTENDENTE - EXECUTIVONelson Savioli

GERENTE - GERAL DE EDUCAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃOVilma Guimarães

Page 5: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

Fundação Roberto Marinho

PRESIDENTEJosé Roberto Marinho

SECRETÁRIO - GERALHugo Barreto

SUPERINTENDENTE - EXECUTIVONelson Savioli

GERENTE - GERAL DE EDUCAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃOVilma Guimarães

Professor, professora,

Você já sabe que o Percurso Livre tem o objetivo de ajudar os estudan-tes a reencontrarem o prazer da leitura. A língua é o instrumento que o homem tem para entrar em contato com o que o cerca, interagindo,discutindo, mostrando sua opinião. Ao melhorarmos a capacidade de uso do português dos nossos estudantes (lendo, ouvindo, falando ou escrevendo), estamos, certamente, contribuindo para que eles pos-sam exercer plenamente a sua cidadania.

Veículo da expressão da cultura de um grupo social, a língua marca a individualidade, o estilo de um povo. E a literatura é uma dentre as várias funções comunicativas e expressivas da linguagem. Trabalhar textos literários, comparando-os ou aproximando-os de outros gêne-ros de textos (como notícias, publicidade, internet) e fazeres artísticos (música, teatro, cinema, artes plásticas), ajuda a desenvolver o gosto por nossa cultura.

Uma leitura eficiente se faz quando o leitor é capaz de compreen-der tanto os dados explícitos, quanto o que está nas entrelinhas de um texto. Ler pode ser um ato solitário, mas quando lemos nunca estamos “sozinhos”. Nosso passado, vivência e leituras são as ferramentas que possuímos para dar significado ao texto. Por isso, é válida a discussão e a troca do entendimento de vários leitores sobre um mesmo texto.

Professor(a), você está recebendo, hoje, em suas mãos, um Percur-so Livre muito diferente. Diferente e colorido. Um Percurso Livre que vai propor caminhos não sobre uma obra de ficção ou poesia, mas sim sobre uma cronologia, a biografia de um homem. Um homem que carrega a força de milhões de homens e mulheres: Nelson Mandela.

Cada estudante recebe seu próprio exemplar do livro Mandela: o africano de todas as cores e, neste caderno do Percurso Livre, você encontra sugestões de atividades para serem trabalhadas em cinco encontros. Aqui oferecemos as ideias e o estímulo, mas só você pode garantir que seja preservado o clima de prazer em cada um desses encontros. Sua atuação será fundamental para que os estudantes sin-tam-se confortáveis, integrados e motivados para interagir em sala, criando expectativas para as próximas leituras.

Page 6: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

Este caderno Percurso Livre de Língua Portuguesa está estruturado da seguinte forma:

A seção Primeiras palavras, como o nome já diz, é uma conversa inicial a respeito do tema. Não é uma atividade para ser realizada com os estudantes, e sim uma instigação para você, professor(a). Sugeri-mos que este texto seja lido antes da preparação da sua aula. Pense nestas informações como uma ferramenta que vai auxiliá-lo na cons-trução de um cenário. Estabelecido assim o foco do encontro, você pode organizar o trabalho passo a passo.

O Vamos começar é uma primeira atividade para “aquecer” a turma, que aguça a curiosidade e dá motivação para os estudantes iniciarem o momento da leitura. Em cada encontro, é proposta uma dinâmica diferente, pode ser um jogo de palavras, uma música, uma adivinha, uma atividade em roda.

Momento da leitura. Em cada encontro, alguns estudantes são incumbidos de realizar a leitura de um trecho do livro em voz alta, enquanto o restante da turma a acompanha. Para que os estudantes façam uma boa leitura, é fundamental que deem sentido ao texto. É preciso que tenham uma ideia global da história a ser lida, que tirem as principais dúvidas sobre o sentido das palavras e saibam que sen-sações e emoções desejam despertar nos ouvintes.

Após a leitura, é a hora da Mão na massa, quando os estudantes constroem uma compreensão mais ampla do texto por meio de jogos e oficinas. São atividades de experimentação em grupo. As atividades vão propor o diálogo entre a cultura brasileira e a cultura e história da África do Sul. Vamos trabalhar com assuntos que estejam no dia a dia através de músicas, jogos teatrais e muito mais.

Descobrimento são informações de cultura geral para o/a professor(a) partilhar com os estudantes em diferentes momentos – na preparação para a leitura ou durante as atividades de grupo. Nave-gando na internet abre outras possibilidades de pesquisa e relações com o tema proposto no encontro. A compreensão do significado de palavras e expressões, bem como do contexto em que se inserem as narrativas, pode ser facilitada pela consulta ao Glossário em cada en-contro.

Dicas para dinamizar os encontros

Ler com prazer“A leitura é uma viagem”. Não sabemos se os nossos estudantes já têm essa sensação, mas é isso que queremos proporcionar a eles. Vamos propor uma viagem à África do Sul, através do percurso de luta de um homem que representou com sua força a identidade de milhões.

Page 7: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

E que tal transformar a sala de aula, na atividade do Percurso Livre, em um espaço ainda mais agradável para receber todas as “cores” da África do Sul? Para tanto, a turma pode providenciar almofadas, plan-tas, gravuras, fotos – enfim, o que os estudantes decidirem que pode contribuir para criar um espaço onde a viagem vai começar.

Ler e entenderUtilize o glossário, questione seus estudantes a respeito do significado daquelas palavras antes ou depois do momento da leitura.

Converse com a turma sobre como lidar com as palavras desco-nhecidas, cujo significado ignoramos. Em casos assim, a grande quan-tidade de palavras novas costuma desanimar algumas pessoas a se-guir com a leitura. Outras conseguem até ler o texto, mas ficam com a sensação de que “leram mal” o livro.

O processo de leitura pressupõe uma troca de informações, uma interação autor/leitor. Podemos relacionar o trecho que temos dificul-dade de entender com o restante da história. Não é preciso, portanto, parar a cada palavra ou construção obscura para pesquisar o seu sen-tido. A própria leitura do que vem antes ou depois dela vai ajudar na compreensão.

Ler e partilharEsclareça os estudantes a respeito do ritmo do trabalho no Percurso Livre. Diga que em cada encontro será lido em sala um trecho da obra e que, com essa leitura compartilhada e feita em voz alta, todos terão a chance de se expressar.

Page 8: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores
Page 9: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

Percurso Livre – Mandela: o africano de todas as cores

Quando pensamos em Nelson Mandela, qual a palavra que nos vem à cabeça? Luta, igualdade, direitos humanos, persistência? Talvez para os estudantes seja difícil achar uma palavra, mas pode ser uma insti-gação inicial, antes de começarmos a leitura do livro. Será que a ideia que temos é o senso comum? Será que é clara para nós, brasileiros, a importância desse personagem para o cenário mundial?

Nossa história é muito diferente da África do Sul? Colonização, ex-ploração das riquezas naturais, subjugação do povo nativo, racismo... A colonização aqui se deu pelos portugueses no século XVI, já a África só começou a ser colonizada propriamente no final do século XIX. Mas, apesar da distância temporal, a marca colonizador/colonizado é bem parecida no que diz respeito à extração de matérias-primas e ao uso do trabalho compulsório.

No Brasil, a Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, determinou a abolição da escravidão, mas a desigualdade racial permaneceu. O movimento negro brasileiro levou décadas para conseguir que fossem reconheci-dos oficialmente os efeitos perversos do racismo no nosso país e se criassem políticas para reduzi-los. Enquanto, em 1948, na África do Sul, o apartheid, inspirado em ideais segregacionistas, era instituído por lei pelo governo (que era formado por brancos e descendentes de europeus) após uma história de medidas racistas que vinham sendo implantadas pelo menos desde finais do século XIX. A modificação das leis só foi possível após muitas manifestações e a libertação de Nelson Mandela, em 10 de fevereiro de 1990, que marcou o fim do apartheid.

Mas por que trazer o livro Mandela: o africano de todas as cores para nossos estudantes? O que há de comum entre o Brasil e a África do Sul?

Fora a imensa paixão pelo futebol, há uma história de desigualda-des reafirmadas por um discurso e/ou uma prática racista (velada ou explícita) e, em termos de passado recente, um trauma político-social (ditadura aqui, apartheid lá) a ser revisto, enfrentado e superado. Lá criaram a Comissão da Verdade e Reconciliação (essa última palavra entrou por influência do modo Mandela de se governar o país) e aqui

Page 10: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

a Comissão da Verdade, inspirada na deles e nas de outros países. Como lidar com uma história que deixou tantas cicatrizes sem apro-fundá-las? – essa é uma pergunta que se fizeram e se fazem brasileiros e sul-africanos.

Além disso, temos em comum com a República da África do Sul o fato de sermos um país em crescimento econômico, em que pese a recente crise mundial, e fazermos parte dos cinco países emergentes: o grupo dos BRICS.

Vamos mostrar aos nossos estudantes a história da África do Sul que se mistura à vida de Nelson Mandela. Mandela está vivo e, por isso, por ter se mantido vivo, apesar dos 27 anos preso em uma cela de três metros por três, é que a África do Sul hoje é uma “nação arco--íris”. Sua luta foi pela igualdade de direitos, mas também de reconhe-cimento das diferenças (de cor de pele, de costumes etc.). Mas essas diferenças não deveriam criar a segregação, separando, excluindo um grupo de pessoas. A ideia seria formar uma “união das cores”, sem propor um desparecimento das diferenças dessas cores, afinal um ar-co-íris tem todas as cores, mas nenhuma é superior à outra, nenhuma faz a outra desaparecer.

Nosso Percurso pretende mostrar um pouco dessa jornada, em temas que aproximam nossos estudantes da realidade vivida pela po-pulação negra da África do Sul e que podem ser sentidos na história de Nelson Mandela.

Sobre a obra

O livro Mandela: o africano de todas as cores vai narrar a história de Mandela desde a sua infância, em uma aldeia no interior da África do Sul, até os dias de hoje, com 95 anos de idade, em sua casa em Hou-ghton, um bairro de Joanesburgo.

E quem conta esta história é Alain Serres, um francês de 56 anos, nascido em Biarritz, que dedicou sua vida à literatura juvenil, tendo lançado seu primeiro livro em 1982; desde então, já publicou mais de cinquenta livros. Alain Serres viaja muito e, em suas obras, procura registrar suas preocupações com relação aos problemas que afligem o mundo, como o racismo e os direitos humanos, daí não ser supresa ele ter escolhido Nelson Mandela como tema de um de seus livros.

Mas, para complementar seu livro, Alain Serres contou ainda com a ajuda de um importante amigo e colaborador, o ilustrador Zaü, cujo nome completo é Zaü Langevin, que também é francês, nascido em 1943, em Rennes, e que, além das atividades de ilustração dedicadas ao editorial infantil, também trabalha no ramo da publicidade. Zaü também gosta de viajar e muito de sua inspiração vem de suas via-

Page 11: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

a Comissão da Verdade, inspirada na deles e nas de outros países. Como lidar com uma história que deixou tantas cicatrizes sem apro-fundá-las? – essa é uma pergunta que se fizeram e se fazem brasileiros e sul-africanos.

Além disso, temos em comum com a República da África do Sul o fato de sermos um país em crescimento econômico, em que pese a recente crise mundial, e fazermos parte dos cinco países emergentes: o grupo dos BRICS.

Vamos mostrar aos nossos estudantes a história da África do Sul que se mistura à vida de Nelson Mandela. Mandela está vivo e, por isso, por ter se mantido vivo, apesar dos 27 anos preso em uma cela de três metros por três, é que a África do Sul hoje é uma “nação arco--íris”. Sua luta foi pela igualdade de direitos, mas também de reconhe-cimento das diferenças (de cor de pele, de costumes etc.). Mas essas diferenças não deveriam criar a segregação, separando, excluindo um grupo de pessoas. A ideia seria formar uma “união das cores”, sem propor um desparecimento das diferenças dessas cores, afinal um ar-co-íris tem todas as cores, mas nenhuma é superior à outra, nenhuma faz a outra desaparecer.

Nosso Percurso pretende mostrar um pouco dessa jornada, em temas que aproximam nossos estudantes da realidade vivida pela po-pulação negra da África do Sul e que podem ser sentidos na história de Nelson Mandela.

Sobre a obra

O livro Mandela: o africano de todas as cores vai narrar a história de Mandela desde a sua infância, em uma aldeia no interior da África do Sul, até os dias de hoje, com 95 anos de idade, em sua casa em Hou-ghton, um bairro de Joanesburgo.

E quem conta esta história é Alain Serres, um francês de 56 anos, nascido em Biarritz, que dedicou sua vida à literatura juvenil, tendo lançado seu primeiro livro em 1982; desde então, já publicou mais de cinquenta livros. Alain Serres viaja muito e, em suas obras, procura registrar suas preocupações com relação aos problemas que afligem o mundo, como o racismo e os direitos humanos, daí não ser supresa ele ter escolhido Nelson Mandela como tema de um de seus livros.

Mas, para complementar seu livro, Alain Serres contou ainda com a ajuda de um importante amigo e colaborador, o ilustrador Zaü, cujo nome completo é Zaü Langevin, que também é francês, nascido em 1943, em Rennes, e que, além das atividades de ilustração dedicadas ao editorial infantil, também trabalha no ramo da publicidade. Zaü também gosta de viajar e muito de sua inspiração vem de suas via-

gens, sendo que ele também é muito atento às diferenças sociais e humanas.

Vale lembrar que hoje podemos encontrar também na Europa e em especial na França uma grande parcela de população negra oriun-da do continente africano vinda de antigas áreas coloniais, vítimas das guerras civis de seus países, muitos buscando refúgio e oportunida-des de trabalho em terras francesas, aumentando assim o interesse de europeus na história da África e, particularmente, da África do Sul.

O que é BRICS?

É uma sigla com as letras iniciais dos países fundado-res, que se encontram em crescimento econômico: Bra-sil, Rússia, Índia e China. O "S" chegou depois, em 14 de abril de 2011, com a inclusão da África do Sul. Juntos, os países formam um grupo político de cooperação; estão todos em um estágio similar de mercado emergente, de-vido ao seu desenvolvimento econômico. É geralmente traduzido como "os BRICS" ou "países BRICS" ou, alterna-tivamente, como os "Cinco Grandes".

Page 12: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

12 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Page 13: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

12 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental 13PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

De todas as cores

1º ENCONTRO

Primeiras palavras

Quando você recebeu o livro, professor(a), em que reparou primei-ro? Nas cores vibrantes? É um livro que quase pulsa de tantas cores, não? E o colorido não se dá apenas no título, mas através das ima-gens e cores que reforçam o conteúdo do texto, e também por trans-mitir em cada virada de página a base do pensamento de Nelson Mandela: a presença de muitas cores, que representam os diferentes grupos na África do Sul.

Neste encontro, vamos situar nossos estudantes no universo de Nelson Mandela através das cores. As cores têm um significado? As cores transmitem ideias?

Vamos ler o livro e discutir com nossos estudantes a importân-cia desta “união de cores”, conseguida após muita luta e resistência, emergida através do respeito de Nelson Mandela ao humano, às dife-renças que sempre vão existir e que devem ser mais do que aceitas, devem ser valorizadas.

Vamos ver como um país que durante três séculos viveu sob o do-mínio de uma única cor – a do branco – chamou a atenção do mundo todo quando a segregação racial e os brutais confrontamentos entre as raças eclodiram em uma única cor: o vermelho sangue. Como a África do Sul chegou a essa união de cores? Vamos descobrir juntos.

Vamos começar

O sol é a luz e a energia que nos provê a vida. O alimento só nasce depois de receber a luz solar. As cores são reflexos da incidência dos raios de luz, só enxergamos as cores por causa do sol. Assim, poetica-mente, as cores, como o dia, são a própria vida, e, por isso, as pessoas também poderiam dizer, quando nasce um bebê, da mesma forma

Page 14: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

14 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

que a “mãe deu à luz”, que a “mãe deu cores”, porque agora o bebê que nasceu poderá ver a luz ou cores da vida.

Será que a infância tem cor? E a adolescência, a vida adulta e a ve-lhice? Se pudéssemos estender uma linha do tempo imaginária, cada fase da vida humana poderia ser representada por uma cor?

Use a discussão acima para instigar os estudantes a relacionar as cores a outras associações: sentimentos, intenções, raças. Essa ima-gem inicial vai ser reforçada ao longo do encontro em que as cores não serão apenas cores, mas ganharão significado e usos.

Momento da leitura

O livro é composto por quatro cenários:

1. a infância no campo e o interesse pelo estudo;2. a chegada à cidade e o início da luta;3. a vida na prisão e resistência;4. liberdade.

Vamos, neste encontro, ler os trechos que apresentam a mudança de cenários e pontuá-los para nossos estudantes, fazendo-os perce-ber como é a representação das cores em cada trecho e o porquê do uso de cada uma delas.

Apresente as páginas, leia em conjunto, discuta o uso das cores nas ilustrações.

Página 05Mandela gosta de derreter o quibebe de abóbora na boca; fazer graça dos cabelos brancos do pai, cobrindo-os com cinza do borralho; be-ber, nas tetas da vaca nas verdes colinas, o leite das pastagens... É sem dúvida uma profusão de cores. Para reforçar essa ideia, o ilustrador carrega nas tintas das primeiras páginas, que abordam a infância e juventude de Mandela.

Página 08Quando Mandela chega a Joanesburgo, a utilização da cor verde para destacar as plantas e matas desaparece e, nas ilustrações, passam a prevalecer cores mais fechadas, frias, escuras, enfatizando o ambien-te hostil enfrentado pelos negros na cidade, dominada politicamente pelos brancos.

Page 15: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

14 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

que a “mãe deu à luz”, que a “mãe deu cores”, porque agora o bebê que nasceu poderá ver a luz ou cores da vida.

Será que a infância tem cor? E a adolescência, a vida adulta e a ve-lhice? Se pudéssemos estender uma linha do tempo imaginária, cada fase da vida humana poderia ser representada por uma cor?

Use a discussão acima para instigar os estudantes a relacionar as cores a outras associações: sentimentos, intenções, raças. Essa ima-gem inicial vai ser reforçada ao longo do encontro em que as cores não serão apenas cores, mas ganharão significado e usos.

Momento da leitura

O livro é composto por quatro cenários:

1. a infância no campo e o interesse pelo estudo;2. a chegada à cidade e o início da luta;3. a vida na prisão e resistência;4. liberdade.

Vamos, neste encontro, ler os trechos que apresentam a mudança de cenários e pontuá-los para nossos estudantes, fazendo-os perce-ber como é a representação das cores em cada trecho e o porquê do uso de cada uma delas.

Apresente as páginas, leia em conjunto, discuta o uso das cores nas ilustrações.

Página 05Mandela gosta de derreter o quibebe de abóbora na boca; fazer graça dos cabelos brancos do pai, cobrindo-os com cinza do borralho; be-ber, nas tetas da vaca nas verdes colinas, o leite das pastagens... É sem dúvida uma profusão de cores. Para reforçar essa ideia, o ilustrador carrega nas tintas das primeiras páginas, que abordam a infância e juventude de Mandela.

Página 08Quando Mandela chega a Joanesburgo, a utilização da cor verde para destacar as plantas e matas desaparece e, nas ilustrações, passam a prevalecer cores mais fechadas, frias, escuras, enfatizando o ambien-te hostil enfrentado pelos negros na cidade, dominada politicamente pelos brancos.

15PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Página 15Para a ilustração do massacre na favela de Sharpeville, ocorrido em 21 de março de 1960, quando uma manifestação pacífica foi dissolvida pela polícia com a morte de 69 negros, a cor predominate utilizada foi o vermelho, cor do sangue derramado pelas ruas.

Página 16Depois que o Congresso Nacional Africano é considerado ilegal pela justiça constituída de brancos, e Mandela é obrigado a entrar para a clandestinidade, as ilustrações assumem um tom mais escuro, suge-rindo que todas as ações de sabotagem e terrorismo, que obviamente eram investigadas e reprimidas pelas autoridades que representavam o poder dos brancos, eram realizadas à noite.

Página 19A partir do momento em que Mandela é preso, em 5 de agosto de 1962, todas as ilustrações seguintes até a sua saída da prisão serão pintadas com três cores: branco, preto e cinza, além de uma faixa de cor vermelha simplesmente para destacar o texto, mas ainda assim de grande significado, o vermelho do sangue, da luta, da paixão. A monotonia do branco, preto e cinza representa a ausência de vida que se expressa por não-cores (não esquecer que o preto é a ausência de cores), a vida monocromática passada na cela, o isolamento, a falta de informações da vida no extramuros, da família, dos amigos, da políti-ca, enfim, a falta da liberdade.

Página 47Da saída da prisão, em 10 de fevereiro de 1990, até o final do livro, que se encerra com a figura de Mandela sentado no jardim de sua casa depois de ter concluído o seu mandato na Presidência, todas as ilustrações passam a exibir uma exaltação de cores, em oposição à monotonia dos anos passados na prisão. É o renascer, a alegria e exu-berância da vida, a perspectiva de um futuro mais justo e digno para todo o país.

Finalizando, destaque o título O africano de todas as cores, e justifi-que: quando foi oficialmente empossado na Presidência da República, em 10 de maio de 1994, em seu discurso, Mandela evocou novamente as cores como metáfora representativa do povo sul-africano, mani-festando seu orgulho por dirigir “uma nação arco-íris, em paz consigo mesma e com o mundo”.

Page 16: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

16 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Mão na massa

A união de todas as cores

Na leitura dos trechos do livro, vimos a vibração e a importância das cores nas ilustrações.

Vamos, agora, propor um exercício para refinar os sentidos! Será que as cores têm significado? Uma cor pode passar algum sentimento?

 Você pode começar esta atividade do lado de fora da sala. Propo-nha um exercício de observação do espaço. Pergunte aos estudantes o que eles estão vendo e como é a cor de cada coisa: o céu, as plantas, as nuvens, as paredes. Instigue-os pedindo que observem atentamen-te e que mapeiem bem o espaço e suas cores. Destaque as diferentes nuances de cor que aparecem nas nuvens, as diferenças que surgem de acordo com a quantidade de luz e a forma, os raios que incidem sobre elas, os diferentes tons de verde na copa de uma árvore etc. O que sentimos quando estamos do lado de fora?

Chame os estudantes para dentro da sala e provoque outra obser-vação, desta vez no espaço interior. Como nos sentimos agora do lado de dentro?

A partir das observações trazidas pelos estudantes, questione quais diferenças podem ser apontadas entre o fora e o dentro. Fale que as cores e coisas que vimos são concretas. Uma árvore vai, prova-velmente, ter tons de verde.

Após este aquecimento, questione: qual é a cor do amor? E da li-berdade? Será que existe uma cor para essa palavra?

Depois vamos propor uma votação. Teremos que atribuir uma cor para algo abstrato: um sentimento, uma atitude, uma intenção.

Peça para os estudantes pensarem em palavras, sugira algumas: paz, luta, alegria, tristeza, força, esperança. O ideal é que tenham ideias contraditórias.

Vamos escrever as palavras no quadro e anotar as indicações que os estudantes forem falando, como um placar onde seja possível ir registrando cada voto.

Após escolhida a cor de uma palavra, realize a votação para esco-lher as cores das demais.

Agora, utilizando papel em formato quadrado e lápis colorido, peça que os estudantes criem um símbolo que irá representar a união.

Deixe os estudantes livres para criar da forma que quiserem. Peça para usarem palavras e cores definidas pela votação anterior na cons-trução desse símbolo.

Ao final, junte esses desenhos e produza com eles um mosaico co-operativo que vai formar uma identidade do grupo através da partici-

Page 17: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

16 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Mão na massa

A união de todas as cores

Na leitura dos trechos do livro, vimos a vibração e a importância das cores nas ilustrações.

Vamos, agora, propor um exercício para refinar os sentidos! Será que as cores têm significado? Uma cor pode passar algum sentimento?

 Você pode começar esta atividade do lado de fora da sala. Propo-nha um exercício de observação do espaço. Pergunte aos estudantes o que eles estão vendo e como é a cor de cada coisa: o céu, as plantas, as nuvens, as paredes. Instigue-os pedindo que observem atentamen-te e que mapeiem bem o espaço e suas cores. Destaque as diferentes nuances de cor que aparecem nas nuvens, as diferenças que surgem de acordo com a quantidade de luz e a forma, os raios que incidem sobre elas, os diferentes tons de verde na copa de uma árvore etc. O que sentimos quando estamos do lado de fora?

Chame os estudantes para dentro da sala e provoque outra obser-vação, desta vez no espaço interior. Como nos sentimos agora do lado de dentro?

A partir das observações trazidas pelos estudantes, questione quais diferenças podem ser apontadas entre o fora e o dentro. Fale que as cores e coisas que vimos são concretas. Uma árvore vai, prova-velmente, ter tons de verde.

Após este aquecimento, questione: qual é a cor do amor? E da li-berdade? Será que existe uma cor para essa palavra?

Depois vamos propor uma votação. Teremos que atribuir uma cor para algo abstrato: um sentimento, uma atitude, uma intenção.

Peça para os estudantes pensarem em palavras, sugira algumas: paz, luta, alegria, tristeza, força, esperança. O ideal é que tenham ideias contraditórias.

Vamos escrever as palavras no quadro e anotar as indicações que os estudantes forem falando, como um placar onde seja possível ir registrando cada voto.

Após escolhida a cor de uma palavra, realize a votação para esco-lher as cores das demais.

Agora, utilizando papel em formato quadrado e lápis colorido, peça que os estudantes criem um símbolo que irá representar a união.

Deixe os estudantes livres para criar da forma que quiserem. Peça para usarem palavras e cores definidas pela votação anterior na cons-trução desse símbolo.

Ao final, junte esses desenhos e produza com eles um mosaico co-operativo que vai formar uma identidade do grupo através da partici-

17PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

pação individual e transformação motivada pelo coletivo. Não era essa a intenção de Nelson Mandela?

Momento musical

Será que as cores têm som? Ou podemos dar som às cores? Vamos tentar?

Antes de iniciar com as cores, converse um pouco sobre os tipos de som que nós percebemos: graves, intermédios (médios) e agudos. É bom que ocorram comparações para melhor percepção, exemplo: som do apito – agudo; latido de cachorro – médio; um trovão – grave.

Nesta atividade, o professor deve ter cartões com diversas cores. Crie um círculo no chão com os cartões.

Os estudantes devem observar os cartões e imaginar que som teria aquela cor, partindo da conversa anterior.

Vamos propor primeiro uma brincadeira, peça para emitirem o som que imaginaram, partilhando com a turma.

Agora que já temos os sons, vamos focar nas cores. O estudante pegará o nome da sua cor e a dividirá por sílabas.

Exemplo: ver-me-lho. Logo que a divisão for realizada por todos, os estudantes irão subsitituir cada sílaba pelo som escolhido anterior-mente. Exemplo: ver-me-lho por tum-tum-tum.

Agora o professor organiza sua orquestra do som das cores, crian-do uma sequência por cores. Os estudantes emitem o som quando chega a sua cor. Para dar mais musicalidade à atividade, deve-se alte-rar a sequência das cores.

Descobrimento

Seguindo com as cores, você sabia que existe um país muito gran-de, muito bonito, cujo nome está diretamente relacionado a uma cor? Conta a história que, quando os colonizadores europeus chegaram a tal país, depararam-se com uma árvore que produzia um corante vermelho, uma cor vermelha muito intensa, semelhante a brasas em fogo. Diz-se que esse corante era muito valioso na corte europeia, pois essa cor só podia ser usada por pessoas das classes altas. Inicialmente eles deram outro nome ao país, Terra de Santa Cruz, mas como todo mundo só chamava o país pelo nome da árvore, resolveram batizá-lo com o seu nome atual. Que país seria esse?

Todos os países têm os seus símbolos nacionais, o Brasil, por exem-plo, tem quatro: a bandeira nacional, o brasão de armas nacional, o

Page 18: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

18 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

hino nacional e o selo nacional. Os símbolos representam o país em documentos, embarcações, eventos diversos, como jogos esportivos internacionais, e, em destaque, nas comemorações cívicas. A bandei-ra nacional certamente é o símbolo mais utilizado pelas sociedades, principalmente ocidentais, de maneiras mais informais, como estam-pas de vestimentas e outros objetos de uso pessoal. O que não é ruim, ao contrário, é bom, e quer dizer que a sociedade se identifica com a sua bandeira.

A atual bandeira da África do Sul é um símbolo muito especial para os sul-africanos, porque representa a união do país, a vitória da per-sistência de Mandela e a promoção da convivência entre pessoas de diferentes cores. Para simbolizar a união, a antiga bandeira do país foi amalgamada com a bandeira do Congresso Nacional Africano, preser-vando as cores que integravam cada uma delas.

Conforme abaixo, temos uma bandeira à esquerda, de três faixas, que era a do Congresso Nacional Africano, partido de oposição que Nelson Mandela representava. A do meio, a antiga bandeira da África do Sul, a bandeira do colonizador branco. E a da direita, um caleidos-cópio de cores, é a atual bandeira desde 1994. O que as cores repre-sentam? A vermelha, o derramamento de sangue dos ativistas da luta contra o apartheid; a branca, a população branca; a azul, o céu ou os oceanos, uma vez que a África do Sul é banhada por dois oceanos; o amarelo, os minerais, fonte de riqueza do país; o verde, a agricultura e as florestas; e o preto, a população negra, agora incluída como ele-mento da bandeira nacional.

Navegando na internet

Vamos conversar mais sobre as cores? Apresentamos duas obras que tratam do tema: um livro e uma música, que tratam das cores com muito talento e poesia.

1. O livro é Flicts de Ziraldo, que conta a história de uma cor procuran-do o seu lugar no mundo. Ele foi editado pela primeira vez em 1969 e já foi traduzido para diversos idiomas:

Page 19: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

18 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

hino nacional e o selo nacional. Os símbolos representam o país em documentos, embarcações, eventos diversos, como jogos esportivos internacionais, e, em destaque, nas comemorações cívicas. A bandei-ra nacional certamente é o símbolo mais utilizado pelas sociedades, principalmente ocidentais, de maneiras mais informais, como estam-pas de vestimentas e outros objetos de uso pessoal. O que não é ruim, ao contrário, é bom, e quer dizer que a sociedade se identifica com a sua bandeira.

A atual bandeira da África do Sul é um símbolo muito especial para os sul-africanos, porque representa a união do país, a vitória da per-sistência de Mandela e a promoção da convivência entre pessoas de diferentes cores. Para simbolizar a união, a antiga bandeira do país foi amalgamada com a bandeira do Congresso Nacional Africano, preser-vando as cores que integravam cada uma delas.

Conforme abaixo, temos uma bandeira à esquerda, de três faixas, que era a do Congresso Nacional Africano, partido de oposição que Nelson Mandela representava. A do meio, a antiga bandeira da África do Sul, a bandeira do colonizador branco. E a da direita, um caleidos-cópio de cores, é a atual bandeira desde 1994. O que as cores repre-sentam? A vermelha, o derramamento de sangue dos ativistas da luta contra o apartheid; a branca, a população branca; a azul, o céu ou os oceanos, uma vez que a África do Sul é banhada por dois oceanos; o amarelo, os minerais, fonte de riqueza do país; o verde, a agricultura e as florestas; e o preto, a população negra, agora incluída como ele-mento da bandeira nacional.

Navegando na internet

Vamos conversar mais sobre as cores? Apresentamos duas obras que tratam do tema: um livro e uma música, que tratam das cores com muito talento e poesia.

1. O livro é Flicts de Ziraldo, que conta a história de uma cor procuran-do o seu lugar no mundo. Ele foi editado pela primeira vez em 1969 e já foi traduzido para diversos idiomas:

19PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

“Não tinha a força do VermelhoNão tinha a imensidão do AmareloNem a paz que tem o AzulEra apenas o frágil e feio e aflito Flicts...”

2. A música é Aquarela, de Toquinho, mas que na verdade não é só do Toquinho, ele não a fez sozinho, ela também é do Vinícius de Moraes e dos italianos G. Morra e M. Fabrizio. Cada um foi juntan-do um pedacinho e criou esta letra que, não é para menos, é uma verdadeira obra-prima da música popular brasileira.

“Numa folha qualquerEu desenho um sol amareloE com cinco ou seis retasÉ fácil fazer um castelo...”

Sobre as “cores da África do Sul”, procure a arte do grupo Ndebele, um grupo étnico sul-africano que tem uma marca de arte muito colorida e que pode propor diálogos com as cores do livro e a proposta ideológi-ca de Nelson Mandela.

Glossário

página 5 [Borralho] Brasido coberto de cinza; cinzas quentes.

página 8 [Cercanias] Vizinhança, proximidade, imediações.

página 8 [Esfalfam] Esfalfar, fatigar, cansar por excesso de trabalho, de esforço.

Page 20: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

20 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Page 21: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

20 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental 21PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

O livro ou a sabedoria?

2° ENCONTRO

Primeiras palavras

Desde os tempos mais antigos, as pessoas se reúnem para contar e ouvir histórias. Durante muito tempo, era assim que pais ensinavam os filhos a se proteger dos perigos, a entender as transformações da natureza, a escolher o melhor lugar para morar ou até o que comer. Muitos foram os contadores de histórias antes de nós, e, sem dúvida, todos tivemos ao menos um que nos contou algo valioso que ficou guardado na memória e no coração.

Com o passar do tempo, as pessoas sentiram necessidade de reu-nir os conhecimentos transmitidos através das histórias, assim surgi-ram os livros e, depois, as escolas. Tão importante quanto a sabedoria popular, a escola nos possibilita o encontro com diversos ensinamen-tos que nos preparam, desde pequenos, para no futuro ocuparmos um papel no quebra-cabeça da nossa sociedade.

Você percebeu, que ao longo da história de Mandela, tanto a sa-bedoria transmitida pelos idosos da aldeia, quanto o conhecimento encontrado nos livros foram importantes na luta pelo sonho da liber-dade? Mandela reconheceu a importância de ambos. Talvez, por isso, hoje a sua história seja contada pela tradição oral e pelos livros. 

Neste encontro, vamos ver a importância do conhecimento na trajetória de Nelson Mandela, que acreditava que a base de qual-quer mudança era o estudo, o livro, a sabedoria. Mandela estudou muito e uma mostra disso é o fato de que o primeiro escritório de advocacia dirigido por negros da África do Sul foi criado por Mandela e seu amigo Oliver Tambo. Vamos discutir com nossos estudantes a importância do conhecimento na formação do indivíduo.

Page 22: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

22 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Vamos começar

Converse com os estudantes sobre a diferença entre tradição oral e o que está organizado, documentado nos livros: qual a importância de ambos? Será que um é mais importante que o outro? O que está no livro é mais importante do que contam nossos pais ou avós?

Proponha um exercício: vamos pedir para que os estudantes for-mem duplas e juntos lembrem um caso de família. Deve ser algo que aconteceu com um membro da família.

Incentive: Seus avós vieram de onde? Você sabe como seus pais se conheceram? Tem alguma história engraçada da sua infância? E será que algum ensinamento já os ajudou em alguma situação importante que tenham vivido?

Peça para lembrarem e escreverem cinco frases curtas que des-crevam o acontecimento. Depois, como sinopses de cinema, os casos vão ser contados bem rapidamente. Será que vai dar vontade de saber mais? Se tiver algum caso “imperdível”, esse momento vai virar uma contação de histórias! O mais votado (ou mais votados) vai narrar sua história, mas começando com “Era uma vez” para dar o “toque mágico” do contador de histórias.

Momento da leitura

Leve para a sala cartões ou folhas coloridas, com o maior número de cores que você conseguir. Para proposta de leitura, entregue cartões coloridos aos estudantes. Se a turma for grande, inclua outros recortes, como pedaços de jornais e revistas, ou você pode revezar a cada mo-mento de leitura. Inicie a leitura e vá chamando as cores. O estudante que estiver com a cor continua de onde parou. O bacana desta proposta é que todos deverão estar atentos ao livro, pois a qualquer momento poderão ser chamados! Não precisa ser, por exemplo, no final de uma frase, pode até ser no meio de uma palavra. O que você não pode é es-quecer quais cores (ou recortes) você entregou à turma. E lembre-se de “chamar” todas as cores para que todos consigam participar.

Vamos ler

Página 07 – Conhecimento dos anciãos da aldeia.Página 10 – Conhecer as leis para um dia mudá-las.Página 28 – Mandela na prisão lê muito e fala sobre a importância da leitura.Página 32 – Mandela escreve suas memórias.Página 34 – Mandela dá conselhos aos jovens.

Page 23: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

22 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Vamos começar

Converse com os estudantes sobre a diferença entre tradição oral e o que está organizado, documentado nos livros: qual a importância de ambos? Será que um é mais importante que o outro? O que está no livro é mais importante do que contam nossos pais ou avós?

Proponha um exercício: vamos pedir para que os estudantes for-mem duplas e juntos lembrem um caso de família. Deve ser algo que aconteceu com um membro da família.

Incentive: Seus avós vieram de onde? Você sabe como seus pais se conheceram? Tem alguma história engraçada da sua infância? E será que algum ensinamento já os ajudou em alguma situação importante que tenham vivido?

Peça para lembrarem e escreverem cinco frases curtas que des-crevam o acontecimento. Depois, como sinopses de cinema, os casos vão ser contados bem rapidamente. Será que vai dar vontade de saber mais? Se tiver algum caso “imperdível”, esse momento vai virar uma contação de histórias! O mais votado (ou mais votados) vai narrar sua história, mas começando com “Era uma vez” para dar o “toque mágico” do contador de histórias.

Momento da leitura

Leve para a sala cartões ou folhas coloridas, com o maior número de cores que você conseguir. Para proposta de leitura, entregue cartões coloridos aos estudantes. Se a turma for grande, inclua outros recortes, como pedaços de jornais e revistas, ou você pode revezar a cada mo-mento de leitura. Inicie a leitura e vá chamando as cores. O estudante que estiver com a cor continua de onde parou. O bacana desta proposta é que todos deverão estar atentos ao livro, pois a qualquer momento poderão ser chamados! Não precisa ser, por exemplo, no final de uma frase, pode até ser no meio de uma palavra. O que você não pode é es-quecer quais cores (ou recortes) você entregou à turma. E lembre-se de “chamar” todas as cores para que todos consigam participar.

Vamos ler

Página 07 – Conhecimento dos anciãos da aldeia.Página 10 – Conhecer as leis para um dia mudá-las.Página 28 – Mandela na prisão lê muito e fala sobre a importância da leitura.Página 32 – Mandela escreve suas memórias.Página 34 – Mandela dá conselhos aos jovens.

23PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Depois da leitura, todos vão escrever nos cartões uma palavra que ouviu e que ficou guardada na memória.

Mão na massa

Vimos no texto o valor do conhecimento. Na primeira parte, o valor dos mais velhos e, na prisão, o valor do livro, do conhecimento da cul-tura do outro: “Para escrever a palavra liberdade, Mandela explica que é preciso conhecer todo o alfabeto”, como vemos na página 28.

No final do livro, página 61, há um poema: Invictus, de William Er-nest Henley. Vamos ler?

Esse poema servia de motivação para que Nelson Mandela se er-guesse nos piores dias na prisão e encontrasse força para seguir vivo, já que a sua respiração era a resistência contra o sistema de separa-ção tão brutal entre negros e brancos.

Após a leitura, discuta com os estudantes sobre o significado das palavras. A poesia se apropria muitas vezes das imagens muitas ve-zes da natureza, do nosso cotidiano, para mostrar uma “nova” forma, um significado diferente da ideia inicial que uma palavra contém. Esse poema tem “imagens” muito fortes. Será que conseguimos fazer um painel a partir dessa “força” das palavras?

Você vai precisar de um papel grande, pode ser cartolina ou, me-lhor ainda, se for um papel 40 quilos. Divida a turma em grupos e peça para que os estudantes escolham algumas dessas imagens, ou me-lhor, os versos que, para eles, tenham um significado muito diferente do significado usual.

Exemplo:“Emerjo das ondas negras da noite”“Prisioneiro dos fatos que me atormentam”“Além desse mundo de lágrimas e fúria”“Sou capitão da minha alma”

 Aí é só soltar o “lado artístico”! Com recortes, tinta, hidrocor, teci-

dos, enfim, o mais variado número de materiais que for possível para ilustrar as cenas escolhidas.

Momento musical

Para esta atividade, o professor deve reunir materiais recicláveis para a construção de instrumentos e elementos sonoros, deve separar la-

Page 24: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

24 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

tas de alumínio, fita adesiva e pedaços e fitas de tecidos. É necessário conseguir punhados de arroz ou feijão e palitos. Construção: coloca-se o feijão e/ou o arroz na lata, depois vedamos com fita adesiva o bu-raco da lata. Confeccionamos a lata com as fitas e pedaços de tecidos coloridos.

Tradição também é ligada à música e temos muitas músicas popu-lares que vêm passando de geração a geração. Assim, escolhemos a música tradicional A velha a fiar, que é uma história cantada, na qual vamos aglutinando informações. As informações da história devem ser resolvidas na hora com os estudantes. A letra da música:

Estava a velha em seu lugarVeio a mosca perturbarA mosca na velhaA velha a fiar

Estava a velha em seu lugarVeio o rato perturbarO rato na moscaA mosca na velhaA velha a fiar

Estava a velha em seu lugarVeio o gato perturbarO gato no ratoO rato na moscaA mosca na velhaA velha a fiar

Agora, o(a) professor(a) irá cantar a música e marcar com os instru-mentos as partes assinaladas abaixo na letra da música. Todos fazem de uma primeira vez juntos. Posteriormente, divida uma frase para pe-quenos grupos de pessoas. Todos devem cantar juntos e cada grupo toca com seus instrumentos no momento que foi designado.

Es-ta-va a ve-lha em seu lu-garVeio a mosca per-tur-barA mosca na velhaA velha a fiar

Observação: a música acima é um exemplo. Você, professor(a) pode trazer outra canção popular que dialogue melhor com o local onde vocês vivem.

Page 25: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

24 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

tas de alumínio, fita adesiva e pedaços e fitas de tecidos. É necessário conseguir punhados de arroz ou feijão e palitos. Construção: coloca-se o feijão e/ou o arroz na lata, depois vedamos com fita adesiva o bu-raco da lata. Confeccionamos a lata com as fitas e pedaços de tecidos coloridos.

Tradição também é ligada à música e temos muitas músicas popu-lares que vêm passando de geração a geração. Assim, escolhemos a música tradicional A velha a fiar, que é uma história cantada, na qual vamos aglutinando informações. As informações da história devem ser resolvidas na hora com os estudantes. A letra da música:

Estava a velha em seu lugarVeio a mosca perturbarA mosca na velhaA velha a fiar

Estava a velha em seu lugarVeio o rato perturbarO rato na moscaA mosca na velhaA velha a fiar

Estava a velha em seu lugarVeio o gato perturbarO gato no ratoO rato na moscaA mosca na velhaA velha a fiar

Agora, o(a) professor(a) irá cantar a música e marcar com os instru-mentos as partes assinaladas abaixo na letra da música. Todos fazem de uma primeira vez juntos. Posteriormente, divida uma frase para pe-quenos grupos de pessoas. Todos devem cantar juntos e cada grupo toca com seus instrumentos no momento que foi designado.

Es-ta-va a ve-lha em seu lu-garVeio a mosca per-tur-barA mosca na velhaA velha a fiar

Observação: a música acima é um exemplo. Você, professor(a) pode trazer outra canção popular que dialogue melhor com o local onde vocês vivem.

25PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Descobrimento

Como guardar muitas histórias em um único lugar e ainda poder ilus-trar as histórias com desenhos e pinturas? No antigo Egito, os acon-tecimentos do dia a dia, o controle dos impostos, os estoques de ali-mentos, as experiências de caça, a engenharia e até uma receita de comida – tudo era registrado. Para fazer esses registros, era preciso que houvesse algo semelhante ao papel! Sabe como eles faziam? Exis-tia uma planta muito comum no rio Nilo, chamada papiro. Os egípcios preparavam essa planta mais ou menos assim: retiravam sua casca verde do caule, depois cortavam o caule em tiras, arrumando–as em camadas, verticais e horizontais, martelavam as tiras para que ficas-sem bem juntinhas, depois alisavam esse preparado com uma pedra, ufa! Assim foram feitos os primeiros livros no Antigo Egito.  

Sugestão de atividade: Vamos fazer um papel antigo?

Que tal presentear um(a) amigo(a) ou namorado(a) com uma carta muito diferente? É só pegar um papel liso e mergulhar em uma bacia com café. Não pode deixar muito tempo! É só uma molhadinha. Aí é só pendurar e deixar secar. Depois de seco, o papel vai ficar parecendo antigo, como um papiro ou papel que os monges usavam na Idade Média! Uma ideia é, depois de escrever, dobrar o papel e selar com um pingo de vela. Vai ficar ainda mais legal!

A troca de informações por carta era uma coisa muito difícil na pri-são, mas no livro vimos que, quando há vontade, sempre existe um jeito. Comunicados seguiam em papéis no meio da roupa suja com a cumplicidade de alguém de dentro da prisão. Assim chegavam a Nel-son Mandela informações importantes sobre a família, sobre o parti-do, sobre a luta.

Page 26: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

26 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Navegando na internet

Procure na internet a música de Marisa Monte, Gentileza. A música discute a importância da sabedoria da tradição em contraponto com a rapidez da informação e nossa vida tão corrida, e tem “imagens” como discutimos há pouco, veja: 

O mundo é uma escola / A vida é o circo“Amor: palavra que liberta” / Já dizia o profeta.

Outra forma de olhar a sabedoria dos nossos antepassados está na fala abaixo:

“A escrita é uma coisa, e o saber, outra. A escrita é a fotografia do saber, mas não o saber em si. O saber é uma luz que existe no homem. A herança de tudo aquilo que nossos ancestrais vieram a conhecer e que se encontra latente em tudo o que nos transmitiram, assim como o baobá já existe em potencial em sua semente.” (Tierno Bokar)

Tierno Bokar SALIF, falecido em 1940, passou toda a sua vida em Bandiagara (Mali). Grande mestre da ordem muçulmana de Tijaniyya, foi igualmente tradicionalista em assuntos africanos.

A citação é feita por Amadou Hampâte Bâ, escritor, historiador e tradicionalista do Mali.

Veja em http://afrologia.blogspot.com.br/2008/03/tradio-viva.html (acesso em 02/05/2013).

Glossário

página 32 [Locutório] Compartimento dividido por grades, através das quais falam, nos mos-teiros, as monjas com as pessoas que as visitam. Nas prisões, compar-timento semelhante; parlatório.

página 61 [Emergir] Produzir ou trazer à tona, geralmente, aquilo que estava submergido. Manifestar-se; aparecer, surgir.

Page 27: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

26 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Navegando na internet

Procure na internet a música de Marisa Monte, Gentileza. A música discute a importância da sabedoria da tradição em contraponto com a rapidez da informação e nossa vida tão corrida, e tem “imagens” como discutimos há pouco, veja: 

O mundo é uma escola / A vida é o circo“Amor: palavra que liberta” / Já dizia o profeta.

Outra forma de olhar a sabedoria dos nossos antepassados está na fala abaixo:

“A escrita é uma coisa, e o saber, outra. A escrita é a fotografia do saber, mas não o saber em si. O saber é uma luz que existe no homem. A herança de tudo aquilo que nossos ancestrais vieram a conhecer e que se encontra latente em tudo o que nos transmitiram, assim como o baobá já existe em potencial em sua semente.” (Tierno Bokar)

Tierno Bokar SALIF, falecido em 1940, passou toda a sua vida em Bandiagara (Mali). Grande mestre da ordem muçulmana de Tijaniyya, foi igualmente tradicionalista em assuntos africanos.

A citação é feita por Amadou Hampâte Bâ, escritor, historiador e tradicionalista do Mali.

Veja em http://afrologia.blogspot.com.br/2008/03/tradio-viva.html (acesso em 02/05/2013).

Glossário

página 32 [Locutório] Compartimento dividido por grades, através das quais falam, nos mos-teiros, as monjas com as pessoas que as visitam. Nas prisões, compar-timento semelhante; parlatório.

página 61 [Emergir] Produzir ou trazer à tona, geralmente, aquilo que estava submergido. Manifestar-se; aparecer, surgir.

27PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Page 28: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

28 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Page 29: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

28 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental 29PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Heróis

3° ENCONTRO

Primeiras palavras

Herói: um personagem de uniforme justinho, colorido e com capa, cla-ro. Persegue os bandidos, livra os inocentes do mal. Nos quadrinhos essa seria uma definição usual, mas, e na vida real?

Os heróis da ficção, da literatura, precisam cumprir uma missão e ultrapassam todos os obstáculos e perigos sempre obstinados, com honestidade e perseverança, e, geralmente, essa tarefa está associada a um bem maior, algo grandioso.

Mas ainda bem que os heróis também existem fora das obras lite-rárias e dos filmes de ação. É certo que costumam nascer de tempos em tempos homens singulares que, assim como os dos quadrinhos, têm superpoderes: uma consciência latente que se preocupa não só com o bem próprio; eles chegam equipados com olhos diferenciados que enxergam as necessidades humanas e possuem uma superforça que lhes dá a habilidade para desfazer o que está errado.

Tudo bem que o parágrafo acima é uma brincadeira, mas não pa-rece que os grandes líderes e pensadores da nossa época têm um pouquinho de super-heróis?

Vamos ver, neste encontro, a trajetoria do herói Nelson Mandela, contra o que ele lutou, quais pedras no caminho ele enfrentou: 27 anos de “pedras” enfrentadas dia a dia na prisão.

Vamos começar

Os heróis são reconhecidos, basicamente, pelos seus ideais e pelo em-penho que dedicam para realizá-los. A trajetória do herói é sempre marcada pela dedicação e luta. Em muitos casos, esse trajeto pode expressar violência, dor, morte, mas também é possível vencer pela resistência e convencimento pacíficos. Sabe aquele ditado: água mole

Page 30: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

30 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

em pedra dura, tanto bate até que fura?E os nossos heróis? Converse com os estudantes sobre essa “figu-

ra”. Peça que se lembrem de heróis da ficção e heróis do mundo real. Após esse primeiro momento, vamos criar nossos heróis.

• Qual o seu nome?

• Vai ter uma identidade secreta?

• Vai ter uniforme?

• Vai lutar contra o quê?

• Vai ter algum “ponto fraco”?

Cada um deverá criar uma descrição e escrever um parágrafo so-bre a personalidade desse nosso herói imaginado. Vamos escrever e guardar o texto produzido.

Lembre que, na literatura, muitas vezes um herói pode ser engra-çado e até bem malandro. Conte, por exemplo, uma aventura de Pe-dro Malazartes!

Vamos lembrar uma?

Estava Malazartes a andar por aí, até que encontrou um urubu ma-chucado caído na estrada, assim: meio lá, meio cá. Sem saber por que, Malazartes pegou o bicho, colocou-o dentro de um saco e seguiu adiante.

Andou, andou e, quando caiu a noitinha, percebeu que estava perto de uma casa grande, bem bonita. Pela janela viu uma mulher guardando em seus armários vários pratos de comidas saborosas e garrafas de vinho.

Foi à porta, pediu abrigo, mas a mulher recusou, dizendo que o marido não estava e “não ficava bem” receber um homem, assim sozinha em casa.

Malazartes foi embora, mas não para longe: ficou debaixo de uma ár-vore.

Daqui a um tempinho, viu a chegada de um rapaz que foi recebido com muitos agrados pela dona da casa. Mal chegou e foi direto para a mesa do jantar. Iam os dois começando a refeição quando o dono da casa apareceu montado num cavalo alazão. O rapaz pulou uma janela e fugiu.

Malazartes esperou um pouco e foi logo bater e pedir pousada. O dono da casa apareceu e, muito gentil, mandou-o entrar, lavar as mãos e ir jantar com ele.

A comida que apareceu era outra, bem pobre e malfeita. Malazartes, sempre com o urubu dentro do saco, deu com o pé, fazendo o bicho ron-car, começou a falar, baixinho, como se estivesse discutindo.

Page 31: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

30 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

em pedra dura, tanto bate até que fura?E os nossos heróis? Converse com os estudantes sobre essa “figu-

ra”. Peça que se lembrem de heróis da ficção e heróis do mundo real. Após esse primeiro momento, vamos criar nossos heróis.

• Qual o seu nome?

• Vai ter uma identidade secreta?

• Vai ter uniforme?

• Vai lutar contra o quê?

• Vai ter algum “ponto fraco”?

Cada um deverá criar uma descrição e escrever um parágrafo so-bre a personalidade desse nosso herói imaginado. Vamos escrever e guardar o texto produzido.

Lembre que, na literatura, muitas vezes um herói pode ser engra-çado e até bem malandro. Conte, por exemplo, uma aventura de Pe-dro Malazartes!

Vamos lembrar uma?

Estava Malazartes a andar por aí, até que encontrou um urubu ma-chucado caído na estrada, assim: meio lá, meio cá. Sem saber por que, Malazartes pegou o bicho, colocou-o dentro de um saco e seguiu adiante.

Andou, andou e, quando caiu a noitinha, percebeu que estava perto de uma casa grande, bem bonita. Pela janela viu uma mulher guardando em seus armários vários pratos de comidas saborosas e garrafas de vinho.

Foi à porta, pediu abrigo, mas a mulher recusou, dizendo que o marido não estava e “não ficava bem” receber um homem, assim sozinha em casa.

Malazartes foi embora, mas não para longe: ficou debaixo de uma ár-vore.

Daqui a um tempinho, viu a chegada de um rapaz que foi recebido com muitos agrados pela dona da casa. Mal chegou e foi direto para a mesa do jantar. Iam os dois começando a refeição quando o dono da casa apareceu montado num cavalo alazão. O rapaz pulou uma janela e fugiu.

Malazartes esperou um pouco e foi logo bater e pedir pousada. O dono da casa apareceu e, muito gentil, mandou-o entrar, lavar as mãos e ir jantar com ele.

A comida que apareceu era outra, bem pobre e malfeita. Malazartes, sempre com o urubu dentro do saco, deu com o pé, fazendo o bicho ron-car, começou a falar, baixinho, como se estivesse discutindo.

31PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

— Com quem está falando? – Perguntou o dono da casa.— Com esse urubu. — Mas ele fala? – Perguntou o homem.— Fala tudo! E adivinha também.— E o que ele está adivinhando a agora?— Está me dizendo que naquele armário há um peru assado, arroz de

forno, bolo de milho e três garrafas de vinho.— Não me diga ... Procura aí, mulher!A mulher procurou nos armários e, fingindo muita surpresa, encontrou

tudo o que o urubu havia dito e trouxe os belos pratos e o saboroso vinho para a mesa. Comeram fartamente e o dono quis porque quis comprar o urubu. Pela manhã, Malazartes, muito contrariado, aceitou uma grande quantia e foi embora, deixando o urubu que nunca mais adivinhou coisa nenhuma.

Adaptação do conto recolhido por Luís da Câmara Cascudo no livro Contos tradicionais do Brasil.

Momento da leitura

Como conversamos, para ser herói, o personagem deve seguir uma jornada, não é? E o que faz de Nelson Mandela um herói?

Vamos ler trechos do livro:Página 12 – Contra o que lutar?Professor(a), aqui vamos fazer uma pausa: o que foi o apartheid? O primeiro passo é compreender que havia uma minoria branca

descendente dos colonizadores (cerca de 20% da população) que do-minava e controlava o território. Com a criação do Partido Nacional Africânder, formado por brancos, ingleses e holandeses, ganharam as eleições em 1948 e introduziram o regime do apartheid, um conjunto de leis que organizava a separação entre negros e brancos e dava todo o poder à minoria branca.

Vale pontuar que a história da segregação na África do Sul é mais antiga que a história do regime político do apartheid como escolha dos governantes. Os africanos foram sendo expulsos de suas terras, impe-didos de morar nas cidades que construíam e nas quais trabalhavam, eram impedidos de votar nas eleições que escolhiam o governante de seu país – tudo isso antes de o Partido Nacional chegar ao poder.

Depois continue a jornada:Página 22 – A descrição da cela: como viver neste lugar? Só sendo

mesmo um herói?Página 31 – Fugir? Se Mandela não resistisse, não conseguiria com-

Page 32: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

32 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

pletar a sua “missão”, sua luta se torna exemplo para o mundo. Página 38 – Resistência! Perseverança do herói Mandela.Página 42 – Persistência em seus ideais: “Só os homens livres po-

dem negociar”.Página 50 – Mandela é eleito! Eleições com votos de todas as raças.Página 52 – Um herói que respeita seus adversários – prevalece a

igualdade.

Mão na massa

Vamos propor um jogo, um caça-palavras literário.Divida a turma em duplas e vamos trabalhar com ideias contras-

tantes.A partir do tema paz x guerra, vamos propor que os estudantes

“cacem”, no livro, palavras que acompanhem o significado, girem em torno dos sentidos iniciais propostos pelas duas palavras acima.

Vamos conversar sobre as antíteses/contrários: uma ideia que se contrapõe a outra.

Cela que abrigou Mandela por 27 anos!

Page 33: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

32 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

pletar a sua “missão”, sua luta se torna exemplo para o mundo. Página 38 – Resistência! Perseverança do herói Mandela.Página 42 – Persistência em seus ideais: “Só os homens livres po-

dem negociar”.Página 50 – Mandela é eleito! Eleições com votos de todas as raças.Página 52 – Um herói que respeita seus adversários – prevalece a

igualdade.

Mão na massa

Vamos propor um jogo, um caça-palavras literário.Divida a turma em duplas e vamos trabalhar com ideias contras-

tantes.A partir do tema paz x guerra, vamos propor que os estudantes

“cacem”, no livro, palavras que acompanhem o significado, girem em torno dos sentidos iniciais propostos pelas duas palavras acima.

Vamos conversar sobre as antíteses/contrários: uma ideia que se contrapõe a outra.

Cela que abrigou Mandela por 27 anos!

33PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Dê um tempo determinado, pode até usar um cronômetro. Vale procurar no livro todo!

Vale achar palavras ou até mesmo ideias contrastantes: é muito bonito o início do livro que mostra a infância e o contraste da “guerra”, dos abusos praticados pelo governo.

Cada dupla vai receber duas folhas. Em uma delas, vão escrever todas as palavras relacionadas à paz e, na outra, as palavras relacio-nadas à guerra.

Será que vamos encontrar mais palavras relacionadas à paz ou à guerra? Esse exercício vai mostrar, em palavras simples, tudo em que Nelson Mandela acreditava e também tudo quanto teve que enfrentar para conseguir alcançar seus ideais: a jornada do herói!

Momento musical

Nas histórias em quadrinhos, muitas vezes, são alinhadas às imagens onomatopeias que dão mais rapidez ou reforçam a qualidade heroica que o personagem está executando, certo? Se possível, separe alguns exemplos e leve para a sala.

Vamos aproveitar a primeira atividade, a que criamos nossos he-róis, e vamos aproximá-los às nossas características. Será que nossos estudantes podem representar esses heróis inventados?

O professor reúne os estudantes em uma roda. Cada integrante da roda falará seu primeiro nome e, seguido do

seu nome, deverá colocar três caraterísticas de seu herói. Exemplo: Maria veloz, pulo de gato e sopro de gelo. Todo o grupo repete o nome e as características que foram ditas

pelos colegas. Ao final da primeira rodada, os estudantes devem criar um som

para cada característica de seu herói – como a onomatopeia do qua-drinho.

A rodada recomeça diferente, o estudante falará seu primeiro nome e, em lugar de falar as características do herói, fará o som que representa a característica.

Exemplo: Maria zapt!, puft! e shuuuuu... Lembramos que são três características para cada estudante e to-

dos da roda devem repetir o nome e os sons de cada um. Ao final da rodada, é a hora de apresentar seu personagem para o grupo. Cada estudante contará uma façanha heroica, um caso mirabolante vivido por seu personagem, do centro da roda para o grupo, usando se pos-sível os sons elaborados neste momento musical.

Page 34: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

34 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Descobrimentos

O livro cita Martin Luther King Jr. (página 25) e seus ideais podem ser comparados à experiência de Mandela, mas quem foi Martin Luther King? Nascido em Atlanta em 15 janeiro de 1929, Martin Luther King foi um pastor norte-americano ativista e líder do Movimento dos Direi-tos Civis Afro-Americanos. Semelhantemente a Mandela, ele também é mais conhecido por seu papel no avanço dos direitos civis usando a desobediência civil não-violenta. Martin Luther King também foi um vencedor, pois nos Estados Unidos também havia uma forma de apar-theid, ou seja, de regime segregacionista, no qual as pessoas negras eram impedidas de entrar em ônibus, frequentar lugares e bairros de brancos. Martin Luther King tornou-se um ícone nacional na história do progressismo americano, mas, diferentemente de Mandela, não viu sua vitória, porque foi assassinado em 4 de abril de 1968, na cidade de Memphis, Tennessee.

Navegando na internet

• Para o tema heroísmo na família, vale a pena ouvir Pai herói, mú-sica interpretada por Fábio Júnior, grande sucesso de 1979 junto com a novela de mesmo nome.

• Kiriku e a Feiticeira. Direção Michel Ocelot. França, 1998. Retrata a lenda africana que conta a história de um menino minúsculo (Kiri-ku), cujo destino é enfrentrar a poderosa e malvada feiticeira Ka-rabá. Uma história que mostra um herói pequeno e desacreditado por todos em sua aldeia, mas de coração puro, com coragem e determinação, que vence de forma surpreendente a feiticeira.

• Para conhecer a história de heróis africanos, procure Sundiata, o Príncipe Leão do Mali. Existe uma versão em quadrinhos ilustrada por Will Eisner e publicada pela Cia. das Letras. A história traz o confronto entre o jovem guerreiro que nasceu deficiente e um vilão que fez um pacto diabólico para dominar as forças da natureza.

Page 35: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

34 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Descobrimentos

O livro cita Martin Luther King Jr. (página 25) e seus ideais podem ser comparados à experiência de Mandela, mas quem foi Martin Luther King? Nascido em Atlanta em 15 janeiro de 1929, Martin Luther King foi um pastor norte-americano ativista e líder do Movimento dos Direi-tos Civis Afro-Americanos. Semelhantemente a Mandela, ele também é mais conhecido por seu papel no avanço dos direitos civis usando a desobediência civil não-violenta. Martin Luther King também foi um vencedor, pois nos Estados Unidos também havia uma forma de apar-theid, ou seja, de regime segregacionista, no qual as pessoas negras eram impedidas de entrar em ônibus, frequentar lugares e bairros de brancos. Martin Luther King tornou-se um ícone nacional na história do progressismo americano, mas, diferentemente de Mandela, não viu sua vitória, porque foi assassinado em 4 de abril de 1968, na cidade de Memphis, Tennessee.

Navegando na internet

• Para o tema heroísmo na família, vale a pena ouvir Pai herói, mú-sica interpretada por Fábio Júnior, grande sucesso de 1979 junto com a novela de mesmo nome.

• Kiriku e a Feiticeira. Direção Michel Ocelot. França, 1998. Retrata a lenda africana que conta a história de um menino minúsculo (Kiri-ku), cujo destino é enfrentrar a poderosa e malvada feiticeira Ka-rabá. Uma história que mostra um herói pequeno e desacreditado por todos em sua aldeia, mas de coração puro, com coragem e determinação, que vence de forma surpreendente a feiticeira.

• Para conhecer a história de heróis africanos, procure Sundiata, o Príncipe Leão do Mali. Existe uma versão em quadrinhos ilustrada por Will Eisner e publicada pela Cia. das Letras. A história traz o confronto entre o jovem guerreiro que nasceu deficiente e um vilão que fez um pacto diabólico para dominar as forças da natureza.

35PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Page 36: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental36

Page 37: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental36 37PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Identidade

Primeiras palavras

Qual o seu nome? De onde você vem?O documento de identidade pode até dizer sua filiação, naturalidade, data de nascimento, mas será que define quem você é? Seus gostos, particularidades, crenças e anseios?

 Somos formados por muitas peças e temos várias faces. Será que conseguimos identificar em nós mesmos traços de comportamento de algum grupo específico? Pode ser uma forma de falar, uma gíria, ou mesmo um modo de vestir. Será que repetimos esses traços em todos os lugares que frequentamos? 

Os componentes dos círculos sociais em que convivemos nos forne-cem as peças que, junto com os nossos aspectos individuais, formam a nossa personalidade. Família, amigos, trabalho, escola, programas de televisão a que assistimos, produtos que consumimos, músicas de que gostamos, todos esses traços permitem que nos identifiquemos como pertencentes a diferentes grupos, mas em cada esfera social uma face se destaca – o eu do trabalho é o mesmo da família?

Pergunte aos estudantes: você é conhecido por algum apelido em algum dos círculos a que frequenta? Será que o apelido e o nome di-zem as mesmas coisas sobre você? 

 E tudo começa com o nome. No livro, conhecemos Rolihlahla, que se torna Nelson Mandela. Será que o fato de trocar de nome fez Ro-lihlahla esquecer-se de quem era? Nelson se esqueceu de Rolihlahla?

4º ENCONTRO

Page 38: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental38

Vamos começar

No encontro anterior, peça para que os estudantes tragam de casa, no encontro de hoje, um objeto com algum valor simbólico, um obje-to que contenha uma memória, um significado pessoal. Enfatize para que não seja nada valioso, sob a perspectiva monetária, e sim algo que seja importante na história de cada um.

Receba os objetos de forma que ninguém veja quem trouxe o quê. Coloque em uma mesa todos os objetos, como em uma exposição. Os estudantes vão escolher e pegar um objeto, depois vão escrever um pequeno texto sobre ele, como se fosse seu o objeto. Incentive com perguntas: isso veio de onde? Quando? De que forma?

Em roda, cada um vai apresentar sua história inventada e depois quem trouxe o objeto vai contar a “história verdadeira”. Será que as histórias serão parecidas? Será que as histórias pessoais podem ser percebidas como histórias de um grupo? Minhas experiências podem dialogar com as experiências do outro?

Este exercício propõe a discussão entre experiências pessoais e so-ciais e pode ser um ótimo ponto de partida para a discussão sobre o tema: identidade.

Momento da leitura

Quem é Nelson Mandela?

Vamos procurar, no texto, marcas culturais e da personalidade de Mandela através da leitura dos significados. O campo e a cidade. A in-fância e a luta. A resistência na prisão. O porquê da persistência. Se no exercício anterior a busca era por palavras antagônicas, agora vamos ao texto, refinando a descrição de Nelson Mandela.

 Vamos ler as páginas:

Página 06 – A simplicidade da aldeia, a imposição do nome.Página 07 – A política dos anciões, discussões serenas, sem vencedor ou perdedor.Página 14 – Preza por protestos não violentos.Página 16 – A revolta, mas com um princípio: “nunca ter como alvo a vida humana”.Página 23 – A dificuldade da vida na prisão.Página 26 – A solidão da cela e a movimentação de milhares por sua libertação.

Page 39: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental38

Vamos começar

No encontro anterior, peça para que os estudantes tragam de casa, no encontro de hoje, um objeto com algum valor simbólico, um obje-to que contenha uma memória, um significado pessoal. Enfatize para que não seja nada valioso, sob a perspectiva monetária, e sim algo que seja importante na história de cada um.

Receba os objetos de forma que ninguém veja quem trouxe o quê. Coloque em uma mesa todos os objetos, como em uma exposição. Os estudantes vão escolher e pegar um objeto, depois vão escrever um pequeno texto sobre ele, como se fosse seu o objeto. Incentive com perguntas: isso veio de onde? Quando? De que forma?

Em roda, cada um vai apresentar sua história inventada e depois quem trouxe o objeto vai contar a “história verdadeira”. Será que as histórias serão parecidas? Será que as histórias pessoais podem ser percebidas como histórias de um grupo? Minhas experiências podem dialogar com as experiências do outro?

Este exercício propõe a discussão entre experiências pessoais e so-ciais e pode ser um ótimo ponto de partida para a discussão sobre o tema: identidade.

Momento da leitura

Quem é Nelson Mandela?

Vamos procurar, no texto, marcas culturais e da personalidade de Mandela através da leitura dos significados. O campo e a cidade. A in-fância e a luta. A resistência na prisão. O porquê da persistência. Se no exercício anterior a busca era por palavras antagônicas, agora vamos ao texto, refinando a descrição de Nelson Mandela.

 Vamos ler as páginas:

Página 06 – A simplicidade da aldeia, a imposição do nome.Página 07 – A política dos anciões, discussões serenas, sem vencedor ou perdedor.Página 14 – Preza por protestos não violentos.Página 16 – A revolta, mas com um princípio: “nunca ter como alvo a vida humana”.Página 23 – A dificuldade da vida na prisão.Página 26 – A solidão da cela e a movimentação de milhares por sua libertação.

39PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Página 41 – o amor pela família.Página 54 – a liberdade aos homens.

 Vamos pedir aos estudantes para separarem frases que acreditem

“traduzir” Nelson Mandela. Com essas listagens, vamos criar o perfil de Nelson Mandela. De

onde ele veio? No que acreditou? Por quem lutou? Veja a imagem = painel com ilustração de Nelson Mandela feita

com decalque/impressão de palmas de muitas mãos.

Vamos propor que nossos estudantes façam um painel formando um rosto, e, neste rosto, usaremos as palavras, frases separadas na leitura. Nosso painel formará a nossa percepção de Nelson Mandela, como em uma identidade formada e percebida por nossos estudantes.

Mão na massa

Nossa identidade é formada em grande parte pelas características do solo em que pisamos. Cada lugar diferente que frequentamos pede de nós atitudes e posturas diferentes. Em certas ocasiões nos vestimos mais formais; noutras, mais descontraídos. A maneira como nos ves-timos também é caracterizada pelas condições climáticas, geográficas e históricas. Não é engraçado quando visitamos um lugar mais frio do que estamos acostumados? Ou quando vamos para um lugar mais quente? Muitas vezes, nossas vestimentas destoam do que usam os moradores da região, acostumados com a temperatura do local.  As-sim como as vestimentas, existem muitas diferenças entre regiões e até mesmo, entre um estado e outro, entre uma cidade e outra e mui-tas vezes até de um bairro para outro vizinho!

Essa foto foi tirada de um painel em um prédio no centro da Cidade do Cabo.

Page 40: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental40

Saberes e costumes, alinhados ao território que cada grupo ocupa, constituem a chamada tradição local.

Vale mostrar aos estudantes aqui imagens que apresentem objetos tradicionais: tecidos africanos, cerâmica marajoara, renda renascença, quimonos japoneses etc. Aproveite para localizar geograficamente no mapa cada uma dessas culturas e apresente através de imagens os tra-ços fisionômicos destes grupos. É possível ainda apresentar a música de cada um desses lugares.

E, para demarcar territórios, desde sempre, o homem tentou pa-dronizar, sistematizar, em desenhos os locais onde esteve. Embasados pelos aspectos naturais da região (rios, florestas, montanhas), fomos construindo mapas que situassem quais eram os melhores caminhos para ir e vir mais facilmente, organizando os territórios.

Vamos criar a nossa cidade? O nosso território?

Vamos precisar de uma lanterna, um papel grande e canetas hidro-gráficas. Divida os estudantes em grupos de cinco e entregue a cada grupo um kit de materiais. Eles se revezarão entre segurar o papel, posar diante da lanterna e desenhar a silhueta de quem estiver po-sando. Peça que os estudantes escolham a cor com que querem ter a sua silhueta desenhada. Quando os cinco estudantes houverem po-sado (peça para fazerem formas diferentes com o corpo) e as cinco si-lhuetas estiverem sobrepostas no papel, apresente o resultado parcial e questione aos estudantes dos outros grupos se dá para identificar qual cor representa a silhueta de quem.

As linhas no papel e o cruzar de silhuetas vão formar as ruas e ave-nidas de nossa cidade.

Mas não é só criar um mapa, vamos pensar em tudo quanto uma cidade precisa, elementos naturais e paisagem construída. Vamos pensar também em quais os serviços que devem ser oferecidos para que nossa população tenha uma vida digna e próspera.

Você pode oferecer, também, recortes de revistas para compor uma colagem coletiva no nosso mapa. Instigue, nessa produção, os estudantes a se reconhecerem nos elementos que escolheram incor-porar à colagem. Eles podem importar referências de outras culturas e, assim, é possível pensar a multiculturalidade.

Após a atividade, mostre o mapa da África do Sul. Pontue aos es-tudantes que o país, ponto de parada na rota das navegações, era um ponto estratégico no comércio entre Europa e Índia. Mostre que esse foi o começo da colonização, que se deu inicialmente pelos portugueses (fundaram a Cidade do Cabo) e holandeses, depois chegaram os france-ses e, posteriormente, os ingleses, que, junto com os holandeses, iriam

Page 41: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental40

Saberes e costumes, alinhados ao território que cada grupo ocupa, constituem a chamada tradição local.

Vale mostrar aos estudantes aqui imagens que apresentem objetos tradicionais: tecidos africanos, cerâmica marajoara, renda renascença, quimonos japoneses etc. Aproveite para localizar geograficamente no mapa cada uma dessas culturas e apresente através de imagens os tra-ços fisionômicos destes grupos. É possível ainda apresentar a música de cada um desses lugares.

E, para demarcar territórios, desde sempre, o homem tentou pa-dronizar, sistematizar, em desenhos os locais onde esteve. Embasados pelos aspectos naturais da região (rios, florestas, montanhas), fomos construindo mapas que situassem quais eram os melhores caminhos para ir e vir mais facilmente, organizando os territórios.

Vamos criar a nossa cidade? O nosso território?

Vamos precisar de uma lanterna, um papel grande e canetas hidro-gráficas. Divida os estudantes em grupos de cinco e entregue a cada grupo um kit de materiais. Eles se revezarão entre segurar o papel, posar diante da lanterna e desenhar a silhueta de quem estiver po-sando. Peça que os estudantes escolham a cor com que querem ter a sua silhueta desenhada. Quando os cinco estudantes houverem po-sado (peça para fazerem formas diferentes com o corpo) e as cinco si-lhuetas estiverem sobrepostas no papel, apresente o resultado parcial e questione aos estudantes dos outros grupos se dá para identificar qual cor representa a silhueta de quem.

As linhas no papel e o cruzar de silhuetas vão formar as ruas e ave-nidas de nossa cidade.

Mas não é só criar um mapa, vamos pensar em tudo quanto uma cidade precisa, elementos naturais e paisagem construída. Vamos pensar também em quais os serviços que devem ser oferecidos para que nossa população tenha uma vida digna e próspera.

Você pode oferecer, também, recortes de revistas para compor uma colagem coletiva no nosso mapa. Instigue, nessa produção, os estudantes a se reconhecerem nos elementos que escolheram incor-porar à colagem. Eles podem importar referências de outras culturas e, assim, é possível pensar a multiculturalidade.

Após a atividade, mostre o mapa da África do Sul. Pontue aos es-tudantes que o país, ponto de parada na rota das navegações, era um ponto estratégico no comércio entre Europa e Índia. Mostre que esse foi o começo da colonização, que se deu inicialmente pelos portugueses (fundaram a Cidade do Cabo) e holandeses, depois chegaram os france-ses e, posteriormente, os ingleses, que, junto com os holandeses, iriam

41PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

mesmo ser a mão devastadora que retira os recursos, explora os ho-mens e impõe as leis, segregando os nativos. Não se esqueça de falar que, junto com essa exploração e invasão promovida pelos colonizado-res europeus, cada povo deixou de herança um traço da sua cultura, que foi incorporado aos costumes do povo africano, tal como os europeus, índios e africanos que formaram a identidade cultural do Brasil.

Momento musical

Assim como enxergamos o mundo, percebemos os sons que o mundo tem.

Vamos ler a página 29.Agora vamos ver a foto abaixo.

Quase dá para ouvir o som desta praia, o som desta paisagem, não é?Por falar em som, nós também emitimos sons, esse som é a voz. A

voz é a principal fonte de comunicação que nós temos, a voz é nossa identidade sonora, pela voz reconhecemos nossos familiares, amigos e vizinhos. E, além de nos comunicarmos por palavras, sabemos que, por meio da voz, podemos criar diversos sons.

Para este momento, separe alguns objetos que emitam som, nada elaborado, podem ser pedaços de plástico, folhas de jornais, um poti-nho com grãos, coisas simples do dia a dia. Você pode pedir, no encon-tro anterior, que os estudantes tragam de casa.

E será que conseguimos reproduzir o som da paisagem?Comece a experiência pela página 29 com o grupo todo. Depois

separe a turma em pequenos grupos e peça para que escolham uma

Vista da cadeia - Ilha de Robben

Page 42: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental42

página. Vamos construir paisagens sonoras. Dê um tempo para elabo-ração e depois vamos apresentar os resultados: um estudante vai ler o texto e os outros vão emitir os sons, vamos utilizar a voz e os recursos trazidos para sala.

Descobrimento

Começamos este encontro falando sobre o nome, mas você sabia que Mandela era conhecido por outro nome? Madiba. Era assim chamado pelos companheiros políticos. A palavra Madiba faz referência ao povo a que pertencia sua família, Mandela faz parte do clã dos Madiba.

Navegando na internet

Estamos cercados pela cultura negra, africana, presente em nossa culinária, danças, religião e música. E falando em música, sem dúvida, o samba é uma das mais populares representações. Vamos ouvir a música Chico Rei, de Martinho da Vila. É um samba sobre um escravo que vence a escravidão.

Page 43: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental42

página. Vamos construir paisagens sonoras. Dê um tempo para elabo-ração e depois vamos apresentar os resultados: um estudante vai ler o texto e os outros vão emitir os sons, vamos utilizar a voz e os recursos trazidos para sala.

Descobrimento

Começamos este encontro falando sobre o nome, mas você sabia que Mandela era conhecido por outro nome? Madiba. Era assim chamado pelos companheiros políticos. A palavra Madiba faz referência ao povo a que pertencia sua família, Mandela faz parte do clã dos Madiba.

Navegando na internet

Estamos cercados pela cultura negra, africana, presente em nossa culinária, danças, religião e música. E falando em música, sem dúvida, o samba é uma das mais populares representações. Vamos ouvir a música Chico Rei, de Martinho da Vila. É um samba sobre um escravo que vence a escravidão.

43PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Page 44: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

44 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Page 45: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

44 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental 45PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Liberdade, liberdade...

Primeiras palavras

O que é liberdade para você? Ir aonde quiser, escolher o que vestir, ex-pressar opiniões? Essas questões são um bom início de conversa, pois as respostas que chegarão vão partir do princípio do livre arbítrio, em que cada um é seu próprio “árbitro” (aproxime essa palavra traçando uma comparação com juiz de futebol – nós decidimos o que fazer, so-mos nosso próprio juiz) e tem a possibilidade de escolher e decidir o que mais lhe convém, o que é melhor para si.

Mas e se não houver liberdade? E se, de repente, alguém lhe disses-se que tudo o que você estava acostumado a fazer agora era proibido e que todos à sua volta, sua família e amigos, teriam que seguir novas determinações, sem o direito de reclamar? Imagine ser proibido de ir a um hospital, ou de frequentar a escola, ou mesmo de ir à praia ou caminhar em certas ruas.

Levante com a turma coisas que cada um faz no cotidiano que eles consideram muito importantes como exercício de liberdade. Pergun-te: o que você gosta de fazer?

5° ENCONTRO

Page 46: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

46 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Direitos do homem e do cidadão

Apartheid

Artigo 1º- Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundar-se na utilidade comum.

*Qualquer policial pode interpelar sul-africanos negros e exigir a apresentação da caderneta de controle.

Artigo 2º- O fim de toda a associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses Direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança, e a resistência à opressão.

*O uso de praias, bibliotecas, transportes, praças, hospitais, banheiros públicos e todo e qualquer outro serviço público deve ser feito separado por brancos e negros.

Artigo 3º O princípio de toda a soberania reside essencialmente em a Nação. Nenhuma corporação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que aquela não emane expressamente.

*Nenhum sul-africano negro tem o direito de adquirir a propriedade de terras, nem é intenção do governo outorgar tal direito, mesmo em relação às suas reservas indígenas.

Vamos começar

O sistema do apartheid criou uma divisão política do povo sul-africano baseada na cor da pele.   Os brancos, apesar de não serem tradicio-nalmente os donos da terra e serem minoria, concentravam o poder político e assim dominavam a maioria negra. Na realidade do apar-theid, os negros eram a força de trabalho e, à medida que o regime se estabeleceu, começaram a ter sua liberdade e direitos cada vez mais restringidos.

Como era possível que poucos dominassem muitos?Vamos fazer um teste. Você vai precisar de uma bacia com água

e alguns corantes, podem ser em pigmentos, líquidos ou até mesmo tinta guache. Seria ideal ter um pouco de nanquim ou alguma cor bem forte, bem escura.

Reúna os estudantes em volta da bacia e mostre que a água clara é a África do Sul; ponha a primeira cor, deve ser um tom claro, vá mistu-rando e dizendo que aquela cor representa a cultura local, os negros e sua tradição. Pingue uma gotinha de tom mais escuro, nanquim de preferência. O que vai acontecer? Aquela gotinha vai transformar o

Page 47: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

46 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Direitos do homem e do cidadão

Apartheid

Artigo 1º- Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundar-se na utilidade comum.

*Qualquer policial pode interpelar sul-africanos negros e exigir a apresentação da caderneta de controle.

Artigo 2º- O fim de toda a associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses Direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança, e a resistência à opressão.

*O uso de praias, bibliotecas, transportes, praças, hospitais, banheiros públicos e todo e qualquer outro serviço público deve ser feito separado por brancos e negros.

Artigo 3º O princípio de toda a soberania reside essencialmente em a Nação. Nenhuma corporação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que aquela não emane expressamente.

*Nenhum sul-africano negro tem o direito de adquirir a propriedade de terras, nem é intenção do governo outorgar tal direito, mesmo em relação às suas reservas indígenas.

Vamos começar

O sistema do apartheid criou uma divisão política do povo sul-africano baseada na cor da pele.   Os brancos, apesar de não serem tradicio-nalmente os donos da terra e serem minoria, concentravam o poder político e assim dominavam a maioria negra. Na realidade do apar-theid, os negros eram a força de trabalho e, à medida que o regime se estabeleceu, começaram a ter sua liberdade e direitos cada vez mais restringidos.

Como era possível que poucos dominassem muitos?Vamos fazer um teste. Você vai precisar de uma bacia com água

e alguns corantes, podem ser em pigmentos, líquidos ou até mesmo tinta guache. Seria ideal ter um pouco de nanquim ou alguma cor bem forte, bem escura.

Reúna os estudantes em volta da bacia e mostre que a água clara é a África do Sul; ponha a primeira cor, deve ser um tom claro, vá mistu-rando e dizendo que aquela cor representa a cultura local, os negros e sua tradição. Pingue uma gotinha de tom mais escuro, nanquim de preferência. O que vai acontecer? Aquela gotinha vai transformar o

47PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

tom da água, não? Converse com os estudantes que essa seria a inter-ferência daquela minoria branca da África do Sul que governava e a quem Nelson Mandela se opunha.

Mas outra leitura também pode ser proposta: quando colocamos o segundo pigmento, a cor da água se transforma em uma única cor, não? E por isso, Nelson Mandela lutava e luta, para mostrar que não importa a quantidade de cores, de raças, somos humanos, somos um só. Seu ideal era que todas as pessoas de todas as cores tivessem os mesmos direitos e oportunidades, a cor (da pele) não deveria ser fator de segregação, de hierarquização.

Momento da leitura

Divida a turma em vozes femininas e masculinas, pois vamos ler divi-dindo em frases A cada parágrafo um coro lê em voz alta, alterando meninos e meninas.

Página 33 – Mundo chocado com a brutalidade.Página 43 – O canto na prisão clama pela liberdade.Página 45 – Mobilização mundial pela libertação de Mandela.Página 46 – Início da mudança.Página 47 – Saída da prisão.Páginas 48 e 49 – Liberdade!

Mão na massa

Mandela foi o homem que nunca deixou de sonhar. Por acreditar nos seus sonhos e não desistir deles, conseguiu ver acontecer grandes mudanças no seu país, a África do Sul, e no mundo. Mais ainda falta muita coisa para mudar.

Vamos exercitar a liberdade?Divida a sala em quatro grupos e entregue a cada estudante uma

ficha onde eles escreverão um direito que eles gostariam de ter. Tro-que as fichas entre os grupos para que cada grupo conheça o que é considerado importante para aquele outro grupo.

Deve haver limites para a liberdade?Entregue outra ficha para cada estudante e peça agora para escre-

verem um limite ou dever que esteja relacionado ao direito escrito na primeira ficha.

O jogo será o de escrever um documento similar à "Declaração dos Direitos Humanos", que determine os direitos e deveres que os estu-

Page 48: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

48 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

dantes terão, considerando o que cada grupo julga importante, mas estabelecendo limitações e deveres.

Esse documento pode ser utilizado durante o ano para estabelecer as regras de convivência comum na sala.

Momento musical

Mandela é um personagem emblemático da história, lutou em prol da liberdade em seu país. Na África do Sul, o regime político favorecia a segregação, uma divisão entre o povo que nasceu e vivia na mesma terra. Mandela preconiza a igualdade para liberdade e o reconheci-mento das diferenças.

Para realizar esta atividade, o professor utilizará equipamentos de reprodução de áudio, folhas brancas e lápis de cor (ou giz de cera). A música sugerida é o samba-enredo do G.R.E.S Imperatriz Leopoldinen-se do Rio de Janeiro do ano de 1989, composta por Miltinho Tristeza, Preto Joia, Jurandir e Vicentinho - Liberdade, Liberdade! Abre as asas sobre nós!

O professor deve ler para os estudantes as palavras do refrão da música:

Liberdade, liberdadeAbre as asas sobre nósE que a voz da igualdadeSeja sempre a nossa voz

Os estudantes devem ouvir as palavras atentamente, cada um deve escolher a sua palavra e depois desenhar uma imagem relacionada a essa palavra (ou expressão), utilizando apenas uma cor de lápis (ou giz de cera). Após a finalização dos desenhos, o professor canta a música para eles, ensinando verso por verso até completar a estrofe.

A dinâmica da atividade: eles cantam a melodia e letra da música aprendida erguendo seus desenhos de acordo com a palavra (ou ex-pressão) escolhida por eles. A continuação da atividade é a retirada de uma palavra (ou expressão) cantada de cada vez, porém o estudante ergue seu desenho no mesmo lugar onde estava a palavra. Ao final, saem todas as palavras e apenas os desenhos serão erguidos respei-tando a ordem e os sentidos das palavras.

Page 49: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

48 PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

dantes terão, considerando o que cada grupo julga importante, mas estabelecendo limitações e deveres.

Esse documento pode ser utilizado durante o ano para estabelecer as regras de convivência comum na sala.

Momento musical

Mandela é um personagem emblemático da história, lutou em prol da liberdade em seu país. Na África do Sul, o regime político favorecia a segregação, uma divisão entre o povo que nasceu e vivia na mesma terra. Mandela preconiza a igualdade para liberdade e o reconheci-mento das diferenças.

Para realizar esta atividade, o professor utilizará equipamentos de reprodução de áudio, folhas brancas e lápis de cor (ou giz de cera). A música sugerida é o samba-enredo do G.R.E.S Imperatriz Leopoldinen-se do Rio de Janeiro do ano de 1989, composta por Miltinho Tristeza, Preto Joia, Jurandir e Vicentinho - Liberdade, Liberdade! Abre as asas sobre nós!

O professor deve ler para os estudantes as palavras do refrão da música:

Liberdade, liberdadeAbre as asas sobre nósE que a voz da igualdadeSeja sempre a nossa voz

Os estudantes devem ouvir as palavras atentamente, cada um deve escolher a sua palavra e depois desenhar uma imagem relacionada a essa palavra (ou expressão), utilizando apenas uma cor de lápis (ou giz de cera). Após a finalização dos desenhos, o professor canta a música para eles, ensinando verso por verso até completar a estrofe.

A dinâmica da atividade: eles cantam a melodia e letra da música aprendida erguendo seus desenhos de acordo com a palavra (ou ex-pressão) escolhida por eles. A continuação da atividade é a retirada de uma palavra (ou expressão) cantada de cada vez, porém o estudante ergue seu desenho no mesmo lugar onde estava a palavra. Ao final, saem todas as palavras e apenas os desenhos serão erguidos respei-tando a ordem e os sentidos das palavras.

49PERCURSO LIVRE · Língua Portuguesa – Ensino Fundamental

Descobrimento

Mandela Day

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o dia 18 de julho, ani-versário de Nelson Mandela, o Nelson Mandela International Day (Dia Internacional Nelson Mandela), um dia mundial para discussão das ações do homem e valorização da vida. Um dia de chamar a atenção do mundo para a realização de pequenos atos que possam melhorar a nossa vida em sociedade. Assim como Mandela, um pequeno passo de cada vez para tornar o mundo melhor. Como foram 67 anos servin-do sua comunidade e, por seu ideal, servindo ao mundo, a data pede para que todos doem 67 minutos de seu dia para realizar alguma ação que valorize a vida, um pequeno gesto de solidariedade para com a humanidade e em um pequeno passo em direção a um movimento global e contínuo para o bem.Veja mais em http://www.mandeladay.com/

Navegando na internet

Existem muitas músicas que promovem ou louvam a libertação de Nelson Mandela, mas vamos procurar uma música que fala da liber-dade, ouça: Free, versão do conjunto Cidade Negra, música de autoria de Ian Lewis. Na letra da música, existem versos que dialogam bem com a luta de Mandela e a importância da liberdade, como:

“O homem na selva, para sempre será reiE vai transformar, fazer de nós eternamente Free...”

ou

“Pessoas que odeiam, o tempo tem passado.Pessoas que amam, o tempo é agora”.

Vale o clique!

Page 50: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores
Page 51: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores

FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO

Percurso Livre Língua PortuguesaEnsino Fundamental Mandela: o africano de todas as cores

EdiçãoSAPOTI PROJETOS CULTURAIS

ColaboraçãoCláudia Márcia RochaCarlos LimaGustavo PereiraLuan CastelucciLuísa Mendes

RedaçãoFlavia Rocha

RevisãoTatiane Rezende

IlustraçãoLula Palomanes

FotosAlexandre Diniz

Projeto GráficoGrande Circular

PERCURSO LIVRE MANDELA: O AFRICANO DE TODAS AS CORES

Supervisão GeralVilma Guimarães

Coordenação PedagógicaCélia FariasMaria de Fátima GabrielTereza Farias

Equipe de ConteúdoSandra Portugal (Coord.)José Henrique de Oliveira

Equipe de MateriaisHelena Jacobina (Coord.)Anne RochaJacqueline BarbosaPaula Reis

Consultoria de conteúdoMônica Lima

Page 52: Percurso Livre - Mandela: O africano de todas as cores