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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PRISCILA SOARES PERCEPÇÃO DO IDOSO MORADOR DE UMA UNIDADE ASILAR, QUANTO A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Biguaçu 2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PRISCILA SOARES

PERCEPÇÃO DO IDOSO MORADOR DE UMA UNIDADE ASILAR, QUANTO

A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Biguaçu

2008

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PRISCILA SOARES

PERCEPÇÃO DO IDOSO MORADOR DE UMA UNIDADE ASILAR, QUANTO

A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do titulo em Enfermagem pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Biguaçu.

Orientadora: Profª Msc. Maristela Assumpção de Azevedo.

Biguaçu

2008

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PERCEPÇÃO DO IDOSO MORADOR DE UMA UNIDADE ASILAR QUANTO

A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM OFERECIDA.

Esta monografia foi julgada e aprovado para a obtenção do grau de Bacharel em enfermagem do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí.

________,____ de ________________ de 200__

Local dia mês ano

____________________________________ Enfª Profª Msc. Maristela Assumpção de Azevedo

UNIVALI – CE BIGUAÇU Orientadora

___________________________________ Enfª Profª Msc. Maria Catarina da Rosa

UNIVALI - CE BIGUAÇU Membro

____________________________________ Profª Mda. Janelice de Azevedo Neves Bastiani

UNIVALI - CE BIGUAÇU Membro

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AGRADECIMENTOS

Diante de tantas barreiras e obstáculos a transpor, muitas vezes esta caminhada

tornou-se cansativa... muitas lágrimas rolaram ... muitos sorrisos brotaram. Por isso,

neste momento, tenho muito (e a muitos) que agradecer.

À toda minha família, que, de alguma forma, todos contribuíram para essa

conquista.

Principalmente à minha mãe Eliana, que sempre esteve ao meu lado, mesmo

para os desabafos ou me mandando dormi mais cedo, ao meu pai Silvio, que

concordava com tudo, entendendo do assunto ou não, mas sempre me dando forças pra

não deixar a peteca cair. Eu não tenho palavras a agradecer tudo que fizeram por mim,

mais a educação e todo o conhecimento que me proporcionaram isso ninguém me tira!

As minhas irmãs, Tata e Cris pela confiança e pelo apoio.

Ao meu namorado Rudi, Obrigada por ser essa pessoa maravilhosa na minha

vida, me apoiando sempre.

Aos professores, orientadora e a coordenadora do curso, que se constituíram em

degraus para que meus objetivos fossem alcançados.

À instituição envolvida na pesquisa de campo e aos idosos que foram meu

público-alvo, que aceitaram com paciência e compreensão a minha “invasão” em suas

vidas.

Aos amigos que criei na faculdade, no decorrer desses anos, dividiram todos os

momentos de tensão e felicidade que a faculdade nos fornece. Todos de alguma forma

são ESPECIAIS.

Em destaque a LILI uma amizade de tão pouco tempo, mais hoje uma irmã mais

velha. Ao Carlos Augusto meu muito Obrigada pelas duvidas esclarecida

principalmente nesse trabalho e parcerias nos estágios.

Mais todos me incentivaram durante as realizações, me dando força para vencer

esta importante etapa da minha vida!

Priscila

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EPÍGRAFE

“Tudo que existe e vive precisa ser cuidado para continuar

existindo. Uma planta, uma criança, um idoso, o planeta

Terra. Tudo o que vive precisa ser alimentado. Assim,

o cuidado, a essência da vida humana, precisa ser

continuamente alimentado. O cuidado vive do amor, da

ternura, da carícia e da convivência”. (BOFF, 1999)

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SUMÁRIO

RESUMO..............................................................................................................................8 Abstract ................................................................................................................................9 2 INTRODUÇÃO / JUSTIFICATIVA ...........................................................................10 3 OBJETIVOS....................................................................................................................13

3.1 Geral........................................................................................................................13

3.2 Específicos...............................................................................................................13

4 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................14

4.1 Envelhecimento no BRASIL ..................................................................................15

4.2 Políticas de Saúde Voltadas aos Idosos ..................................................................16

4.3 Atuação do enfermeiro na atenção à saúde do idoso.............................................18

4.4 O papel das Instituições de Longa Permanência ...................................................19

4.5 Estatuto do idoso.....................................................................................................20

5 REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................21

5.1 Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem ...........................................................21

5.2 Preposições básicas da teoria do autocuidado .......................................................23

5.3 Conceitos Norteadores............................................................................................23

5.3.1 Enfermagem.........................................................................................................23

5.3.2 Autocuidado .........................................................................................................24

5.3.3 Educação em Saúde .............................................................................................24

5.3.4 Idoso .....................................................................................................................24

5.3.5 Cuidador ..............................................................................................................25

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6. METODOLOGIA ..........................................................................................................26

6.1 Tipo de Estudo ........................................................................................................26

6.2 Local do estudo .......................................................................................................26

6.3 Sujeitos do estudo ...................................................................................................27

6.4 Procedimento para a coleta de dados.....................................................................27

6.5 Instrumentos de pesquisa .......................................................................................28

6.6 Registro e análise dos dados ...................................................................................28

6.7 Devolutiva dos resultados ......................................................................................28

6.8 Aspectos éticos ........................................................................................................29

8 RESULTADO E DISCUSSÃO ......................................................................................30

8.1 Caracterização dos Sujeitos da pesquisa...............................................................30

8.2 Caracterização da Instituição................................................................................39

8.3 Caracterização da percepção dos idosos moradores, quanto à assistência de

enfermagem. .................................................................................................................40

8.4 Elaboração da Ficha de Saúde para atendimento aos moradores. ......................50

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................52 REFERÊNCIAS.................................................................................................................54 APENDICE ........................................................................................................................59 ANEXOS.............................................................................................................................63

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Título: Percepção do Idoso morador de uma Unidade Asilar quanto à assistência de

enfermagem oferecida.

Autor: Priscila Soares¹

RESUMO Este estudo foi apresentado como monografia de conclusão do curso de graduação em enfermagem e tratou-se de uma pesquisa quanti-qualitativa de caráter exploratório-descritivo. Teve como objetivo geral compreender a Percepção do Idoso morador de uma Unidade Asilar quanto à assistência de enfermagem e como objetivos específicos de identificar o perfil dos moradores e conhecer a assistência de enfermagem na instituição. A revisão de literatura fundamentou-se nos estudos sobre o envelhecimento humano no mundo e principalmente no Brasil; as políticas públicas e de saúde voltadas ao atendimento dos idosos; a atuação dos enfermeiros na atenção à saúde do idoso; o papel das Instituições de Longa Permanência. Para atingirmos os objetivos propostos utilizamos um roteiro semi-estruturado, que foi coletado através de entrevistas, realizadas com os idosos e com os profissionais que trabalham na instituição. O estudo foi realizado na Sociedade Beneficente de Amparo ao Idoso, localizado em Biguaçu, sendo que participaram do estudo 29 idosos residentes na instituição, uma técnica de enfermagem e uma enfermeira. O mesmo baseou-se nos passos metodológicos propostos pela Teoria do Auto Cuidado de Dorothea Orem e a análise observou a extração da síntese e interpretação heurística dos dados coletados. Nesse estudo podemos confirmar o que nos diz a literatura em relação ao gênero, que é predominantemente feminino; as doenças crônicas prevalentes na instituição também estão levantadas na maioria dos trabalhos publicados, sejam elas a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes e a depressão. Concluímos com esse estudo que os idosos não tem uma percepção muito clara sobre o trabalho de assistência de enfermagem que é prestado na instituição, mas confirmam que gostam de morar na instituição, pois tem companhia, recebem visitas de familiares e tem atendimento. Muitos reclamam de solidão, o que já esta relacionado em muitos trabalhos na revisão de literatura. Podemos dizer que o estudo trouxe uma visão da realidade dos idosos moradores de instituição asilar, caracterizando o seu modo de viver e receber a assistência de enfermagem conforme suas necessidades. Ao final do estudo foi apresentado à Instituição uma Ficha de Saúde de Referência e Contra-referência para ser utilizada no atendimento aos moradores, com o intuito de orientar e agilizar o atendimento, tornando o mesmo mais uniforme, levando em conta todas as especificidades que o Ser idoso apresenta nesta fase da vida.

Palavras-Chave: Assistência de Enfermagem; Idoso; Instituição de Longa Permanência.

¹Aluna do 8º período do Curso de Graduação em Enfermagem-Univali, Campus Biguaçu.

Endereço: Rua: Hermes Zapelini, nº 111 Barreiros - São José / SC CEP 88110-050

Email: pri_soares86@ yahoo.com.br Fone: (048) 8406-2048

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Abstract This study was presented as a monograph of conclusion of the course of graduation in nursing and it said of a quanti-qualitative research of character exploratory-description. The study had as objective generality to understand the perception of the elderly who lives in a asilo of a unit regarding the nursing assistance and as specific objective is to identify the profile of the inhabitants and to understand the assistance of nursing in the institution. The literature revision was based mainly on the studies on the human aging in the world and in Brazil; the public politics and of health directed to the assistenship of the elderly; the performance of the nurses in the attention provided to the health of the elderly ones; the paper of the Institutions of Long Permanence. To reach the considered objectives we use a half-structuralized script, that was collected through interviews, carried through with the elderly ones and the professionals who work in the institution. The study was carried through in the Beneficient Society e Support, located in Biguaçu, 29 residents in the institution participated of the study, one nursing technical and a nurse methad. It was based on the metodológicos steps considered by the Theory of the Auto Care of Dorothea Orem and the analysis observed the extration of the synthesis and heuristical interpretation of the collected data. In this study we can confirm what the literature says regarding the gender, that is predominantly feminine; the prevalent chronic illnesses in the institution also are raised in the majority of the published works, they maybe arterial systemic hypertension, diabetes and depression. We conclude throush this study that the elderly ones do not have a very clear perception on the work of nursing assistance that is given in the institution, but confirms that they like to live in the institution because they have has company, receive family visit and have caregivers. Many of them complain about loneliness thi is abready mentioneal in many works in the literature revision. We can say that the study has brought a vision of the reality of the elderly who lives in the institution, characterizing thei way of living and receiving nursing assistance according to their needs be used. In the end of the study a File of Health of Reference and Against-reference was presented to be dering the care give the inhabitants, in order to guide and to speed the attendance, becoming more uniform, and taking into account all the especific needs that the elderly present in this stage e of the life.

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2 INTRODUÇÃO / JUSTIFICATIVA

Ao realizarmos uma revisão bibliográfica quanto ao tema do envelhecimento humano,

que vem tendo um crescimento bastante expressivo a nível mundial e também no Brasil,

podemos considerar o que nos traz Veras que “o Brasil é um país que envelhece a passos

largos e as alterações na dinâmica populacional são claras, inexoráveis e irreversíveis”. Além

de ser considerado em termos quantitativo e qualitativo, com abordagens diversas que vão

desde a questão da qualidade de vida, o apoio das pessoas que cuidam de idosos, chama a

atenção, principalmente os que residem em Instituições de Longa Permanência, pelo fato de

estes permanecerem muitas vezes no anonimato. Ressaltamos a importância de estarmos

preocupados com o bem estar, qualidade de vida, e não relacionar o idoso com doenças e

incapacidades, o que pode levar a generalizações que em sua maioria não produzem bons

efeitos nesses idosos.

Quando o envelhecimento é associado à doença, precisamos descobrir o que significa

estar doente. Saúde não é apenas a ausência da doença, muitos outros elementos estão

interagindo nesta conceitualização. A saúde muitas vezes é tratada como existindo em pessoas

que se enquadram dentro da normalidade, portanto quem está doente não se enquadra nos

padrões de normalidade esperados (Hegenberg, 1998). Nesta situação o idoso que sempre é

associado à concepção social de doença, encontra-se fora da normalidade e surge então a

ânsia do ser humano em evitar o envelhecimento.

Algumas pessoas reconhecem o envelhecimento como uma fase de continuidade que

não pode ser segmentada em etapas, mas outros negam o envelhecimento buscando a

continuidade da juventude.

Quando estudamos o envelhecimento é relevante observarmos a distinção que

Hayflick (1996) propõe entre velhice e doença. A definição de envelhecimento não é

sinônimo de doença, apesar de poderem estar associados. Em qualquer fase da vida o ser

humano é suscetível aos mais diversos tipos de doenças, caso contrário não existiriam tantos

problemas com a mortalidade infantil. Com o aumento da idade o sistema imunológico

humano diminui a capacidade de defender o organismo e, portanto, o indivíduo fica mais

vulnerável às doenças, mas não necessariamente adoece.

O envelhecimento definido em termos biológicos compreende os processos de

transformação do organismo que ocorrem após a maturação sexual e que implicam a

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diminuição gradual da probabilidade de sobrevivência. Esses processos são de natureza

internacional, iniciam-se em diferentes épocas e ritmos e acarretam resultados distintos para

as diversas partes e funções do organismo. (NÉRI, 1995).

O ser humano, luta pela capacidade de envelhecer e de viver cada vez mais.

Infelizmente, seu intento de imortalidade nunca será alcançado. O que mais interfere nessa

busca da longevidade do ser humano é a incapacidade atual de se acomodar aos anos

excedentes de vida pelos quais luta. Na realidade, o ser humano, não sabe como administrar a

velhice e não tem certeza se realmente a almeja, pois ela sempre vem associada à idéia de

doença que é um conceito carregado pela dor, pela dependência e, principalmente, pela

vergonha da fragilidade, que atinge uma esfera individual na qual o indivíduo se sente

solitário diante da trajetória que precisa trilhar nesta fase da vida.

Segundo Néri (1995), “velhice bem sucedida é assim uma condição individual e

grupal de bem estar físico e social, referenciada aos ideais da sociedade, às condições e aos

valores existentes no ambiente em que o indivíduo envelhece, e as circunstâncias de sua

história pessoal e de seu grupo etário”. Finalmente uma velhice bem sucedida preserva o

potencial individual para o desenvolvimento, respeitando os limites da plasticidade de cada

um.

Se o ser humano não cumprindo as ordens sociais ele adoecerá, podendo esta culpa ser

atribuída ao próprio indivíduo ou à sociedade, como nos coloca Minayo (1997). Portanto, o

pensamento elaborado pelos idosos sobre como eles se sentem diante da velhice e da doença

poderá variar de acordo com o grupo cultural ao qual estão atrelados. Se a doença ocorre

durante o envelhecimento então a culpa desse “erro” poderá ser decorrente do próprio idoso

ou da sociedade que não lhe propiciou melhores condições de qualidade durante a vida.

Apesar de todo avanço tecnológico e científico a saúde e a doença continuam sendo

concepções sociais. O homem, de acordo com Minayo (1997), cria a sua cultura e

consequentemente passa a simbolizar suas vivências para poder expressá-las a nível

consciente ou inconsciente. Neste pensamento a autora define a idéia de que cada segmento

da sociedade terá uma construção social diferenciada da concepção de saúde e doença. Estes

elementos acompanham o ser humano desde o seu nascimento até o seu óbito e estão

diretamente associados à vida e à morte. Neste sentido, o nosso corpo será responsável pela

saúde ou pela doença, pois apenas ele será capaz de executar os atos definidos pela sociedade.

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Assim a partir dessas reflexões elaboramos uma proposta de estudo que tem como

tema Percepção do Idoso morador de uma Unidade Asilar, quanto à assistência de

Enfermagem.

Nossa proposta pôde compreender qual assistência de enfermagem é oferecida a

pessoas idosas residentes em uma Instituição de Longa Permanência, com vistas a identificar

o perfil do morador e conhecer a assistência de enfermagem oferecida a esses moradores.

A minha escolha pelo tema se deu pelas experiências em campo de estágio, a partir do

4º período com a disciplina Saúde do Adulto e do Idoso.

O estudo ocorreu na Instituição de Longa Permanência que está localizada em um

bairro da cidade de Biguaçu/Santa Catarina. Os idosos residentes nesta unidade asilar é em

número de 30, em caráter permanente.

Considerando a relevância do tema acima exposto, trabalhamos com idosos em uma

Instituição de Longa Permanência, onde utilizamos os conhecimentos da Teoria do

Autocuidado de Dorothea Orem para contemplarmos a nossa expectativa de entendimento da

realidade do trabalho com idosos em Instituição de Longa Permanência. Nossa expectativa é

que os idosos mantenham sua qualidade de vida e independência, pois consideramos que são

seres humanos que estão engajados na realidade sócio-cultural e espiritual dentro de sua

realidade especifica. O estudo propôs a criação de uma “Ficha de Saúde”, no intuito de

orientar e agilizar o atendimento a esse idoso e torná-lo mais uniforme, levando em

consideração as especificidades que o Ser idoso apresenta nessa fase da vida. A expectativa

dessa ficha é de que o atendimento ao Ser idoso se torne mais ágil e com uma visão ampliada

das necessidades do mesmo.

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3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Compreender a percepção dos idosos moradores de uma Instituição de Longa Permanência

(ILPI) acerca da assistência de enfermagem.

3.2 Específicos

• Compreender qual a percepção do morador quanto à assistência de enfermagem na

Instituição de Longa Permanência.

• Conhecer a assistência de enfermagem oferecida ao morador da instituição de longa

permanência.

• Identificar o perfil do morador da Instituição.

• Propor a instituição uma Ficha de Saúde para atendimento aos moradores.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

Entendemos que ao analisarmos o processo de envelhecimento, devemos considerar a

interação de vários fatores, dentre eles o estilo de vida e também a visão que a sociedade tem

da velhice, em seus diversos momentos históricos. Esse processo pelo qual o ser humano deve

passar é lento, progressivo e distinto de pessoa para pessoa, e ocorre com velocidade

diferente.

Conforme Rosalina (1996), para os idosos, a velhice é representada pelas mudanças da

imagem corporal, pelo aparecimento das dificuldades de ordem física e até mesmo de

memória. É na etapa do envelhecimento que a maioria das pessoas toma consciência de que o

processo de envelhecer é aparente e que acaba não representando a verdadeira condição do

idoso, visão essa essencialmente cultural. Então, o envelhecimento constitui-se em um dos

grandes desafios deste século se manifesta se de diversas formas, segundo contexto cultural.

O envelhecimento ou senescência provoca alterações orgânicas, morfológicas e

funcionais na pessoa e ainda causa aumento da vulnerabilidade. Por sua vez, senilidade são as

modificações determinadas pelas afecções que freqüentemente comprometem os indivíduos

idosos (PAPALÉO NETO, 2002).

A busca da longevidade, de viver mais e de usufruir um estado de bem estar e de saúde

constitui um dos principais valores culturais em toda a história da humanidade, assim como

faz parte de um dos principais anseios da população brasileira, que coloca a saúde e a

possibilidade de atenção se adoecer como uma de suas principais preocupações. (SIMSON

2003).

Segunda o Comitê da OMS – Organização Mundial de Saúde –em 1983, saúde é

definida como o completo bem estar físico social e mental e não apenas ausência da doença

ou enfermidade. Considerando assim o resultado das condições de alimentação, habitação,

educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, lazer, liberdade, acesso e posse de terra

e acesso aos serviços de saúde (OMS, 2006).

É importante ressaltar que o estado de um indivíduo é muito mais que um mero bem

estar físico, ele se constitui de uma complexa inter-relação entre os aspectos fisiológicos e

psicológicos da saúde e da doença.

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A aplicação dos conceitos de saúde relacionados ao envelhecimento é mais complexa,

pois essas medidas sofrem a interferência de atitudes culturais negativas, preconceituosas,

relativas ao envelhecimento, à própria disponibilidade de recursos para a assistência médico-

sanitária e também devido a elevada prevalência que não provocam incapacidades são poucos

consideradas na assistência aos idosos, sendo muitas vezes tidas como partes do processo

normal de envelhecimento, confundindo assim a avaliação satisfatória do estado de saúde.

4.1 Envelhecimento no BRASIL

O envelhecimento da população foi um dos acontecimentos de maior impacto no

século XX. O Brasil, à semelhança dos demais países, especialmente da Europa, está

passando por um processo de envelhecimento rápido e intenso.

Tabela nº. 1 Aumento do Envelhecimento da população Brasileira no período de 1940

- 2025.

Ano % Da população total

1940 4,5%

1980 6,3%

2000 8,5%

2025 14%

Fonte: IBGE, 2006a.

Em números absolutos, o Brasil tem uma das maiores populações de idosos. Em todo

mundo pelo que se constata nos estudos sobre envelhecimento humano, esse índice duplicará

ou triplicará nas próximas décadas, representando uma transição demográfica sem

precedentes. (IBGE, 2006a).

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De acordo com Lefèvre e Lefèvre (2004), dados do ano de 2006 do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), nesse caso, a pirâmide de projeção da população do Brasil,

mostra um envelhecimento progressivo da população, sendo considerado um dos países que

envelhecem mais rapidamente. O crescimento da população idosa deve-se ao fato de que no

passado ocorreu uma alta taxa de fecundidade, quando comparada à atual; e também devido à

redução da mortalidade. Se, por um lado, o aumento da população idosa é decorrente de

melhores condições de vida, resultantes de políticas e incentivos promovidos pela sociedade e

pelo Estado, por outro lado, aspectos preocupantes emergem para uma atenção continuada,

que garanta a efetividade do cuidado ao longo do tempo, que dizem respeito ao número de

idosos cada vez mais elevado na nossa sociedade. (IBGE, 2006a).

Vasconcellos et al. (2004) complementam que este fato de que o envelhecimento

deve-se também ao processo de conjugação da medicina e do meio ambiente, que vem

aumentando a expectativa de vida da população.

A necessidade de conhecer melhor esta população vem crescendo a cada dia, pois

o envelhecimento da população é um fenômeno mundial. A OMS estima que em 2025 haja

uma população de 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos. Necessita-se saber muito

sobre este segmento etário para que possa melhorar sua qualidade de vida. (SOUSA;

GALANTE; FIGUEIREDO, 2003).

4.2 Políticas de Saúde Voltadas aos Idosos

De acordo com o IBGE (2006a), estima-se que no Brasil há uma população de

186.770.613 habitantes, sendo que a população com idade superior a 50 anos representa

15,76% do total. Segundo dados do IBGE (2000b), o estado de Santa Catarina possui uma

população de 5.357.862 habitantes, sendo que 840.050 habitantes têm 50 anos ou mais,

totalizando 15,67% da população residente no estado.

Sousa, Galante e Figueiredo (2003) mencionam a OMS, prevendo que, em 2025,

existirão 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo que o grupo etário com maior

crescimento será constituído pelos idosos com 80 anos ou mais. De acordo com essa mesma

fonte, aproximadamente 75% dessas pessoas vivem nos países desenvolvidos.

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No Brasil, país em desenvolvimento, o número de habitantes com idade superior a 60

anos aumentou consideravelmente nos últimos anos, passando de três milhões em 1960 para

14 milhões em 2000. A expectativa para 2025 é que atinja 32 milhões de idosos, o que

corresponderia à sexta mais numerosa população idosa no mundo. (LOYOLA FILHO, 2005).

O crescimento da taxa de fecundidade, que ocorreu no passado, associado à

diminuição da taxa de mortalidade, ocasionou um aumento gradativo da longevidade, tendo,

como conseqüência, um envelhecimento populacional. (FLORES; MENGUE, 2005;

LOYOLA FILHO et al., 2005).

Essa revolução da demografia aumentou em cerca de 30 anos a expectativa de vida ao

longo do século XX. Tal revolução intensifica a demanda de estudos e análises na promoção

de políticas públicas para a prevenção de saúde no envelhecimento. (VERAS; CALDAS,

2004). Com o crescimento mundial da população idosa, surge maior probabilidade de

ocorrência de doenças crônicas e, conseqüentemente, aumenta a preocupação em relação à

capacidade funcional dessas pessoas, pois essas doenças levam ao desenvolvimento de

incapacidades associadas ao envelhecimento. (RICCI; KUBOTA; CORDEIRO, 2005).

O gradativo aumento deste segmento populacional transforma o envelhecimento em

uma questão social e requer modelos inovadores de atenção ao idoso que garantam vida com

qualidade para essa população. (VERAS; CALDAS, 2004; LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2004;

CARNEIRO; FALCONE, 2004). Faz-se necessária, então, a promoção de mudanças nas

instituições públicas e nas demais instituições, responsáveis pelas políticas públicas

relacionadas à questão do idoso, que devem abranger desde a previdência, a Assistência

Social até a questão da saúde do idoso. (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2004).

A OMS recomenda que políticas de saúde na área de envelhecimento levem em

consideração os determinantes de saúde ao longo de todo curso de vida (sociais, econômicos,

comportamentais, pessoais, culturais, além do ambiente físico e acesso a serviços), dando

ênfase sobre questões de gênero e desigualdades sociais. Para seguir essas recomendações,

torna-se necessário desenvolver modelos novos de atenção à saúde, pois o atendimento nas

práticas tradicionais restringe-se ao tratamento clínico de doenças específicas.

Assim, em 1994, o Governo Federal, vem propor também a Política Nacional de

Saúde do Idoso que tem como propósito a promoção de um estado de saúde do idoso de

forma a conseguir uma máxima expectativa de vida com altos níveis de função e autonomia.

Através desta última política busca-se a manutenção e a melhoria da capacidade funcional do

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idoso, bem como a prevenção de doenças e a recuperação da saúde. (LEFÈVRE; LEFÈVRE,

2004).

Entretanto, a Política Nacional de Saúde do Idoso ainda não está atendendo a

totalidade das necessidades dos idosos. É preciso um esforço dos poderes públicos e políticos

para dar maior prioridade a essa população em relação às suas questões especificas,

garantindo seus direitos como habitação, renda, alimentação, e desenvolvendo ações para

suprir as necessidades, como centros de convivência, assistência especializada à saúde,

serviços de apoio domiciliar ao idoso, programas de medicamentos e universidades da

terceira idade, sem esquecer também, que essa população tem direito a uma vida sexualmente

ativa e saudável. (VERAS; CALDAS, 2004).

Os idosos, segundo os mesmos autores, desejam e podem permanecer ativos e

independentes, desde que recebam o apoio necessário. Estes estão sob risco, não somente

pelo fato de envelhecerem, mas por se tornarem mais vulneráveis às incapacidades,

decorrentes de condições adversas do meio físico, social e de questões afetivas. Deste modo,

tanto os idosos quanto os que deles cuidam precisam de apoio.

4.3 Atuação do enfermeiro na atenção à saúde do idoso

Se tornarmos o entendimento de saúde como resultado de condições dignas de vida e

trabalho, veremos que este possui dimensões físicas, mentais, sociais e políticas, portanto,

discutir a saúde do idoso implica em considerar os diversos contextos, na dimensão macro, ou

seja, político econômico e modelo de desenvolvimento adotado pelo governo, na dimensão

intermediária, referentes às instituições de longa permanência e/ou ainda na dimensão micro,

onde tem lugar o contexto familiar e individual. Assim, atuar na área da saúde da Terceira

Idade e inseri-las na formação dos enfermeiros requer mais do que o conhecimento das

mudanças específicas que ocorrem nesta fase e das necessidades sentidas pelo idoso. Faz-se

necessário estabelecer novos elos entre a saúde do idoso, a enfermagem (sua responsabilidade

e inserção no sistema de saúde) e as três dimensões, destacando principalmente, o contexto

sócio-econômico-político no qual esta parcela da população está inserida (FERREIRA et

al,2000).

Tratando-se da inserção do enfermeiro neste contexto, tem-se que o próprio Ministério

da Saúde caracteriza-o como um dos profissionais da saúde que pode ser treinado e

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capacitado para dar fluxo adequado dentro dos serviços de saúde, estabelecendo o primeiro

contato com o idoso enfocando não a doença, mais a promoção, manutenção e recuperação da

saúde do ser humano fazendo encaminhamentos, conforme necessidade.

Cabe, portanto, ao profissional de saúde e, em especial, ao enfermeiro, oportunizar a

assistência à saúde durante esta fase, buscando discutir com os idosos as opções que o mundo

lhes oferece, para que possam ampliar as possibilidades individuais e no meio social, sem que

comprometa a sua saúde, bem como orientá-los sobre hábitos de promoção da saúde,

entendendo-se, inclusive, como agentes multiplicadores de informações. (SILVA e

ZEITOUNE,2000).

4.4 O papel das Instituições de Longa Permanência

Mais conhecida como Asilo, este tipo de instituição tem o objetivo de atender e

abrigar à população idosa, e está voltada principalmente ao atendimento do idoso carente. A

denominação de casas geriátricas ou de repouso se destina a uma parcela da população idosa

de maior condição econômica.

Ao analisarmos a procura dos serviços para a população idosa em países

desenvolvidos, observaram que a demanda por assistência em regime desenvolvido de

internato cresce para a população de 85 anos e de alta dependência, uma vez que os

programas comunitários e de apoio às famílias adiam a necessidade de institucionalização do

idoso.

Nas instituições asilares brasileiras à uma grande procura por vagas, não só por parte

de idosos de alta dependência, em busca de cuidados especiais, mas também por idosos

“jovens” na sua maioria na faixa etária de 60 a 65 anos. Esses idosos, plenamente

independentes, foram azilados do mercado de trabalho e da proteção familiar em decorrência

das transformações socioeconômicas em curso na nossa sociedade.

O processo em franca ascendência da transição demográfica no Brasil tem sido

acompanhado por transformações econômicas e sociais que pressionam progressivamente, a

demanda de instituições de longa permanência para acolher esta população que necessita de

cuidados e procedimentos de gestão específicos. A institucionalização é uma alternativa de

atendimento, mesmo em países desenvolvidos, pois o advento da industrialização levou

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especialmente a mulher a buscar trabalho fora de sua residência, obrigando a família a fazer

arranjos para atender as necessidades de seus idosos, já que a mulher ainda é considerada a

principal cuidadora.

4.5 Estatuto do idoso

O Estatuto do Idoso é considerado hoje uma conquista de vários segmentos da

sociedade que trabalham na questão do envelhecimento. É possível observar nos documentos

do estatuto, várias disposições a respeito do tema e, entre elas, os aspectos de saúde,

educação, moradia, lazer e direitos civis estão destacados. A lei nº 8.842/1994 que formulou a

Política Nacional do Idoso e a lei nº 10.741/2003 que dispõe sobre o Estatuto do Idoso

(BRASIL,2003e).

Conforme trás no título I do estatuto do idoso que dispõem das disposições

preliminares; é instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às

pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. O idoso goza de todos os direitos

fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta

Lei, assegurando-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para

preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e

social, em condições de liberdade e dignidade. É obrigação da família, da comunidade, da

sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do

direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à

cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária

(BRASIL, 2003e). No capítulo dos princípios, é importante ressaltar que o estatuto considera que o

envelhecimento com dignidade e saudável é um direito fundamental de todos. É importante

não tratá-lo como um evento individual e para isso as ações governamentais devem ser

efetivadas com vista à implementação política que realmente contempla essa variada

diversidade que ocorre nesta fase da vida.

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5 REFERENCIAL TEÓRICO

5.1 Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem

Dorothea Orem nasceu em Baltimore, Maryland EUA no ano de 1914. Graduou-se

Enfermeira no ano de 1939 e Mestre em Ciências e Educação de Enfermagem em 1945 com

uma vida profissional que permeou desde o cuidado particular de Enfermagem, perpassando

pela educação, administração, gerência, consultoria de enfermagem a serviços e instituições.

Recebeu diversas menções honrosas e graus honorários (GEORGE, 2000). Inicia o trabalho

voltado para o autocuidado em 1958, como conceito para a Enfermagem. Nas décadas de 70,

80 e 90 empenha-se na construção mais efetiva e publicação de sua teoria. Em 1991 publica

um livro que evidência sua preocupação com definições concretas para a prática de

enfermagem (LEOPARDI, 1999).

A Teoria de Enfermagem do Déficit de Autocuidado é composta de três teorias inter-

relacionadas: de autocuidado, de déficit de autocuidado e de sistemas de enfermagem.

Incorporados e sustentando essas teorias estão os seis conceitos centrais de autocuidado –

ação de autocuidado, demanda terapêutica de autocuidado, déficit de autocuidado – ação de

enfermagem e sistema de enfermagem – assim como o conceito periférico de fatores

condicionantes básicos (GEORGE, 2000).

A teoria dos déficits de autocuidado delineia a necessidade da internação necessária

quando o ser humano não tem competência para executar seu autocuidado (LEOPIARDI,

1999). A mesma é o substancial da Teoria de OREM, pois ela dá sustentação ao entendimento

de quanto o cuidado de enfermagem é necessário. O déficit de AC (Autocuidado) ocorre,

quando as habilidades terapêuticas de AC não conseguem ser atendidas ou supridas pela

própria pessoa e nesse caso, o enfermeiro atua como provedor de AC. (FOSTER, 1993).

Orem postula a necessidade de planejamento dos sistemas de cuidados, quando as

enfermeiras prescrevem, projetam e fornecem os cuidados que relacionam as potencialidades

do autocuidado do indivíduo e as exigências terapêuticas de autocuidado, ou seja, se a

internação precisa ser de forma totalmente compensatória, parcialmente compensatória ou de

educação desenvolvimento do cliente. (LEOPARDI, 1999).

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A teoria do Autocuidado de Orem engloba o autocuidado, a atividade de autocuidado e

a exigência terapêutica de autocuidado. O autocuidado é a prática de atividades iniciadas e

executadas pelos indivíduos em seu próprio benefício para a manutenção da vida e do bem

estar. A atividade de autocuidado constitui a totalidade de ações para engajar-se em

autocuidado.

Para Orem (1980) o autocuidado é o desempenho ou a prática de atividades que os

indivíduos realizam em seu benefício para manter a vida, e o bem-estar. Tem como propósito,

as ações, que, seguindo um modelo, contribui de maneira específica, na integralidade, nas

funções e no desenvolvimento humano. Esses propósitos são expressos através de ações

denominados requisitos de autocuidado.

As demandas terapêuticas de autocuidado, segundo Orem (1991) são as ações

necessárias e confiáveis para controlar tudo o que prejudica o desenvolvimento e a regulação

do corpo humano. Essas ações diferem em seus aspectos, na sua constituição e estabilidade

conforme os requisitos de autocuidado que lhes deram origem. Esses requisitos são

classificados em universais, comuns a todos os indivíduos em todos os seus estágios de

desenvolvimento, relacionadas às etapas do desenvolvimento humano e com os fatores

intervenientes, e de desvios de saúde relacionada aos problemas de ordem funcional, genética

bem como os diagnósticos médicos e meios de tratamento.

Orem (1991) apresenta três categorias de requisitos de autocuidado, ou exigências:

• Universal;

• Desenvolvimento;

• Desvios de saúde.

Os requisitos universais estão associados com os processos da vida e com a manutenção da

integridade da estrutura e do funcionamento humanos. São comuns a todos os seres humanos

durante todos os estágios os ciclos de vida, como por exemplo, as atitudes do cotidiano (Orem

1991 apud Foster e Bennet in George, 2000).

Os requisitos de desenvolvimento são as expressões especializadas de requisitos

universais que foram particularizados por processos de desenvolvimento, associados a algum

evento, por exemplo, a adaptação a um novo trabalho ou adaptação a mudanças físicas (Orem

1980). O autocuidado no desvio de saúde é exigido em condições de doença ou de lesão ou

pode resultar das medidas médicas exigidas para diagnosticar e corrigir uma condição

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aprender a caminhar com muletas após engessar uma perna fraturada. (Orem 1991, apud

Foster e Bennet in George, 2000).

5.2 Preposições básicas da teoria do autocuidado

Orem considera que as pessoas desejam e podem se tornar aptas ao seu autocuidado,

podendo os profissionais de Enfermagem assumir esta tarefa quando não estão em condições

de fazê-lo (LEOPARDI, 1999):

� A enfermagem é um serviço de ajuda deliberado, desempenhado pelos enfermeiros

para outras pessoas, por um período de tempo;

� As pessoas são capazes e desejam desempenhar autocuidado para si e para os

membros dependentes da família;

� Autocuidado é a parte da vida necessária à saúde, ao desenvolvimento humano e

bem-estar;

� Educação e cultura influenciam os indivíduos;

� Autocuidado é aprendido através da interação humana e comunicação;

� Autocuidado inibe ações deliberadas e sistemáticas desempenhadas para tornar

conhecidas necessidades de cuidado;

� As pessoas podem ser autoconfiantes e responsáveis por seu próprio autocuidado

tanto quanto do cuidado a outros na sua família que não estão capazes de cuidarem

de si mesmos;

� As pessoas são indivíduo com identidade que são distintas dos outros e do seu meio

ambiente.

5.3 Conceitos Norteadores 5.3.1 Enfermagem

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Para Orem (LEOPARDI, 1999, p.76), enfermagem é “Serviço, arte e tecnologia”. O

serviço corresponde ao auxílio aos seres no desempenho de suas funções; a arte caracteriza-se

na habilidade de orientar para o autocuidado e a tecnologia inclui as informações

sistematizadas para o alcance de resultados, fundamentadas em Orem, consideramos que a

Enfermagem desenvolve, um processo, a adequação do serviço, da arte e da tecnologia ao

potencializar a capacidade dos indivíduos com desvio de saúde para o seu autocuidado.

5.3.2 Autocuidado

Orem (1991) define autocuidado como o desempenho ou a prática de atividades que os

indivíduos realizam em seu benefício para manter a vida, a saúde e o bem-estar. Quando o

autocuidado é efetivamente realizado, ajuda a manter a integridade estrutural e o

funcionamento humano, contribuindo para o desenvolvimento humano.

5.3.3 Educação em Saúde

De acordo com Figueredo (2005) a Educação em Saúde pressupõe uma combinação de

oportunidades que favorecem a promoção e a manutenção da saúde. Sendo assim, não

podemos entendê-la somente como a transmissão de conteúdos, comportamentos e hábitos de

higiene e do corpo e do ambiente, mas também como a adoção de práticas educativas que

busquem a autonomia dos sujeitos na condução da sua vida.

Assim, a Educação em Saúde constitui um conjunto de dados e práticas orientados

para a prevenção de doenças e promoção da saúde dos seres humanos, devendo mesmo

engajar no autocuidado.

5.3.4 Idoso Para Neri (2005), idosos são populações ou indivíduos que podem ser assim

categorizados em termos da duração do ciclo vital. Segundo convenções sociodemográficas

atuais, idosos são pessoas de mais de 60 anos, nos países em desenvolvimento e de mais de 65

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anos, nos países desenvolvidos. No entanto para além de critérios cronológicos, à medida que

o ciclo vital da humanidade se alonga, aumenta substancialmente a heterogeneidade entre os

idosos. Gênero, classe social, saúde, educação, fatores de personalidade, história passada e

contexto sociohistóricos são importantes elementos que se mesclam com a idade cronológica

para determinar diferenças entre o idoso, dos 60 aos 100 anos ou mais.

5.3.5 Cuidador

Para o Ministério da Saúde, cuidador é um ser humano de qualidades especiais,

expressas pelo forte traço de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. A ocupação

de cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO sob o código 5162, que

define o cuidador como alguém que “cuida a partir dos objetivos estabelecidos por

instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde,

alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”. É a

pessoa, da família ou da comunidade, que presta cuidados à outra pessoa de qualquer idade,

que esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais,

com ou sem remuneração (BRASIL, 2008d).

Existem também os cuidados formais, são aqueles cuidados prestados por

profissionais, quer em domicílio, que em instituições domiciliares, hospitalares ou as de curta

permanência, Neri (2005).

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6. METODOLOGIA

6.1 Tipo de Estudo

A presente pesquisa tratou-se de um estudo quanti-qualitativo exploratório

descritivo, que segundo Figueiredo (2004) é um método para análise de estatística à

investigação dos significados das relações humanas, privilegiando a melhor compreensão do

tema a ser estudado, facilitando dessa forma a interpretação dos dados obtidos. O caminho foi

percorrido através da percepção do usuário quanto à assistência oferecida em uma instituição

de longa permanência, obedecendo aos aspectos teóricos e as admissões práticas, baseadas na

metodologia da teoria de Dorothea Orem.

Conforme Orem (1985, p.75),

[...] Orem apresenta em sua teoria que o autocuidado é à parte da

vida necessária a saúde, ao desenvolvimento humano e bem-estar.

Autocuidado é aprendido através da interação humana e comunicação, assim

considera que as pessoas desejam e podem tornar aptas ao seu autocuidado,

podendo os profissionais de enfermagem assumir esta tarefa quando não estão

em condição de fazê-lo.

6.2 Local do estudo

O estudo foi desenvolvido em uma Instituição de Longa Permanência, no Município

de Biguaçu.

Nesta Instituição de Longa Permanência foi fundada em 29/11/1988, é de natureza

filantrópica e tem capacidade para abrigar 30 idosos em caráter permanente são realizadas

atividades de rotina diária, como também ações que tem sido sistematizadas para atender de

maneira integral a esse idoso.

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6.3 Sujeitos do estudo

Para esse estudo, o enfermeiro, técnicos de enfermagem e todos os moradores foram

convidados, sendo que dos vinte e nove moradores existentes na instituição, que levantamos o

perfil epidemiológico, apenas nove efetivamente tinham condições de participar. Dos demais

moradores, dez moradores não aceitaram em participar da pesquisa, dois moradores estavam

hospitalizados, três moradores possuem uma linguagem dificultosa, três possuem problemas

mentas (sendo que estão na faixa etária de 30 a 40 anos, ou seja, não são considerados idosos)

e uma moradora é surda, aonde não pude obter as respostas.

De acordo com os profissionais, hoje na instituição estão presentes sete técnicos de

enfermagem. Quanto à coleta de dados, os técnicos de enfermagem, justificaram a falta de

tempo, para responder as questões, onde podemos apenas levantar os dados de uma técnica de

enfermagem e enfermeira. O número de sujeitos de pesquisa no total foi de trinta e um (31).

A seleção foi feita através de convite, explicando a participação dos sujeitos, os

objetivos do mesmo, e a importância do estudo para construção de conhecimentos e

implementação de uma ficha de saúde para um melhor atendimento desse idoso, tanto na

Instituição como nas internações hospitalares quando houver.

6.4 Procedimento para a coleta de dados

A realização da coleta de dados com os sujeitos de pesquisa se deu a partir da

aprovação no comitê de ética, que ocorreu em novembro de 2008. As entrevistas com os

sujeitos de pesquisa realizaram-se em novembro de 2008, aonde levantamos os dados sobre a

percepção quanto ao serviço/assistência oferecido pela Instituição de longa permanência.

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6.5 Instrumentos de pesquisa

Para caracterizar da instituição, foram utilizadas as informações através de

documentos da instituição.

A compreensão da percepção do usuário quanto à assistência de enfermagem oferecida

na Instituição de Longa Permanência e identificação do seu perfil realizamos uma entrevista,

utilizando um roteiro semi-estruturado (Apêndice A).

Foi utilizado outro tipo de roteiro semi-estruturado através de entrevistas, para

conhecer a assistência de enfermagem oferecida ao morador da instituição de longa

permanência.

Foi elaboramos uma Ficha de Saúde – Referencia e Contra-Referencia - para

atendimento aos moradores (Anexo 4), que já esta implantada na instituição.

6.6 Registro e análise dos dados

O registro dos dados coletados feitos através de um questionário aplicado na visita.

Após esse processo foi transcritos e categorizados, para serem analisados no decorrer desse

estudo. Baseado nos passos metodológicos propostos por Orem análise do estudo seguiu

como extração de síntese e interpretação Heurística.

6.7 Devolutiva dos resultados

Os dados serão devolvidos aos sujeitos da pesquisa posteriormente a realização da

mesma, numa reunião de integração entre os pesquisadores e instituição, para que os mesmos

sejam apreciados e possam ser utilizados para proporcionar um atendimento ágil e uniforme.

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6.8 Aspectos éticos

Os sujeitos da pesquisa selecionados aceitaram realizar a entrevista semi-estruturada e

assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B), estando este

fundamentado nos direitos das Normas e Diretrizes da Pesquisa com Seres Humanos

conforme a Resolução 196/96-CNS/MS, (BRASIL, 1996).

Foram utilizados os seguintes codinomes, para manter o anonimato: Beija-flor, Bem-

te-vi, Canário, Curió, Gralha azul, Papagaio, Pardal, Periquito, Sabiá, Tico-tico, Masarico,

trinca-ferro.

Foi escolhido nome de pássaros, pois a considero livres, o que muitas vezes me pareceu o

contrário dentro da instituição sem liberdade, tendo uma certa reclusão.

No (anexo 1) esta o termo de compromisso de aceite que a professora e a acadêmica

assumiram o compromisso no desenvolvimento desta pesquisa, e no (anexo 2) a autorização

da Instituição de Longa Permanência Sociedade Beneficente de Amparo aos Idosos.

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8 RESULTADO E DISCUSSÃO

8.1 Caracterização dos Sujeitos da pesquisa

Algumas variáveis importantes caracterizam os sujeitos desta pesquisa, a questão de

gênero, que já esta consolidada na literatura, tanto no Brasil como em outros países, diz que as

mulheres idosas são em maior numero que os homens idosos. Portanto na instituição em

estudo, a variável sexo, confirma essa afirmativa relacionada ao gênero. Constatou-se que do

total de 29 moradores da instituição asilar a maioria é do sexo feminino, como mostra no

gráfico.

Gráfico nº 1 Caracterização dos sujeitos de pesquisa segundo sexo

Fonte: Instrumento de coleta de dados

Os dados mostram que 9% do grupo estudado são homens, enquanto que 91 % são

mulheres. Segundo Jansen, (1999) ao longo do século XX, a proporção entre homens e

mulheres diminuiu constantemente, a ponto de haver menos de sete homens idosos para cada

dez mulheres. A proporção tem diminuído a cada década.

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Conforme nos trás Veras (1996), o aumento da expectativa de vida da mulher é mais

significativo do que o do homem, o que pode ser atribuído a fatores biológico e diferença de

exposição aos fatores de risco de mortalidade. Já o aspecto econômico tem levado a uma

crescente participação da mulher na força de trabalho, a fim de contribuir financeiramente no

orçamento doméstico.

O aumento da expectativa de vida entre as mulheres é fator importante para o número

maior no grupo de asilados, caracterizando a feminilização neste grupo populacional, outra

possibilidade seria o recasamento dos idosos homens com mulheres mais jovens, fato este

que não ocorre com freqüência entre as idosas mulheres (TRELHA ET AL, 2005).

De acordo com a idade cronológica e biológica o limite de idade entre o indivíduo

adulto e o idoso, é de 60 anos para as nações desenvolvidas e 65 anos para os países em

desenvolvimento. Portanto é esse o critério adotado pelo governo brasileiro para caracterizar

o individuo adulto idoso. Os idosos admitidos nas instituições asilares tem a sua atenção à

saúde física, psicológica e social garantida através dessa prerrogativa. Na instituição de

pesquisa a prevalência de idade dos idosos esta na faixa etária entre 80 a 90 anos com mostra

abaixo no gráfico.

Gráfico nº 2 Prevalência de idade dos sujeitos de pesquisa

Fonte: Instrumento de coleta de dados

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No Brasil, aproximadamente 10% da população tem 60 anos ou mais, significando

algo em torno de 15 milhões de idosos no país, segundo o IBGE (JANSEN, 1999).

A nossa expectativa de vida é de 67 anos e espera-se que em 2025, esta possa chegar

a 74 anos. A comparação com os dados de década anteriores no numero de velhos. Em 1940,

a esperança de vida não passava de 42 anos e em 1970 era de 60 anos, ou seja, seis anos

menos do que hoje. O crescimento populacional na faixa de zero aos 14 anos, entre 1950 e

1980, foi de 109%, enquanto os habitantes com mais de 60 anos foi de 227%. A população

brasileira na faixa de zero a 14 anos, que em 1980 representava 38% da população, no fim do

século caiu para 28% do total. Enquanto isso, no mesmo período, houve um aumento de 4

para 5% no numero de habitantes com mais de 65 anos. Nascemos, desenvolvemos,

reproduzimos e envelhecemos. O ser humano como ponto marcante deste movimento

evoluiu com o mundo, novas tecnologias são desenvolvidas a seu favor e com isso a

expectativa de vida aumentou significativamente levando a sociedade a ganhar uma nova

identidade.

Os idosos à medida que avançam em idade, necessitam mais de atenção a saúde.

Assim, o rápido crescimento desse segmento da população implicará países repensarem suas

políticas de atenção à população de maneira geral e, especialmente, idosa (ALVAREZ,

2001).

Em relação a variável tempo de moradia na instituição, quinze dos moradores vivem

entre 1 a 5 anos no asilo, caracterizando que os mesmos conhecem bem a instituição que

moram. Já sete moradores vivem á mais de 5 anos no asilo, e apenas 7 idosos moram menos

de 1 ano, como fica demonstrado no gráfico.

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Gráfico nº 3 Tempo de Permanência na Instituição dos sujeitos de pesquisa

Fonte: Instumento de coleta de dados

Para Papaléo (1996) mantê-lo como unidade de vida ou como lugar onde a vida é

valorizada e a dignidade do idoso é reconhecida até o leito de morte é um desafio

permanente para as instituições, respeitando à individualidade e privacidade, e valorização

da autonomia.

Para que a Instituição de longa permanência seja uma moradia especializada, deve

haver funções básicas, como proporcionar assistência gerontogeriátrica conforme as

necessidades dos seus residentes e oferecer, ao mesmo tempo, um ambiente doméstico,

aconchegante, capaz de preservar a intimidade e a identidade dos seus residentes, a qualidade

do cuidado exigirá uma atenção contínua para que a sua missão se mantenha em equilíbrio,

sem haver negligência de nenhum dos aspectos. Assim, ela não será, apenas uma residência,

muito menos um hospital, mas uma nova categoria de instituição, de caráter hídrico ou sócio-

sanitário, como a denomina os países de fala espanhola (CANÇADO, 2006).

Sendo assim nessa instituição, os idosos podem recuperar a saúde e autonomia,

estabelecer novos laços afetivos e encontrar possibilidade de viver e receber cuidados até o

final dos seus dias.

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Conforme as doenças de maior prevalência na observa-se que todas as alterações

decorrentes do processo fisiológico do envelhecimento terão repercussões nos mecanismos

homeostáticas dos idosos e em sua resposta orgânica, diminuindo sua capacidade de reserva,

de defesa e de adaptações, o que o torna mais vulnerável a qualquer estímulo. Dessa forma as

doenças podem ser desencadeadas mais facilmente, onde destacamos a partir da

caracterização dos sujeitos de pesquisa, moradores da Instituição de longa permanência,

como mostra no gráfico.

Gráfico nº 4 Doenças Prevalentes na instituição dos sujeitos de pesquisa

Fonte: Instrumento de coleta de dados

Depressão \ Demência

A depressão não é apenas tristeza e não é inerente ao processo de envelhecimento, é

uma doença que deve ser tratada. Entre as pessoas idosas, a depressão talvez seja o exemplo

mais comum de uma doença com apresentação clínica inespecífica e atípica. Sua prevalência

na população em geral varia de 3 a 11% e é duas vezes maior entre as mulheres do que entre

os homens. Nas Instituições de longa permanência, cerca de 50% dos residentes são

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portadores de algum problema psiquiátrico, sendo que os quadros demências são os mais

comuns seguidos por problemas comportamentais e depressão (MS, 2007).

Já a demência, considera-se uma síndrome clínica decorrente de doença ou disfunção

cerebral, de natureza crônica e progressiva, na qual ocorre perturbação de múltiplas funções

cognitivas, incluindo memória, atenção e aprendizado, pensamento, orientação, compreensão,

cálculo, linguagem e julgamento. O comprometimento das funções cognitivas e comumente

acompanhadas, e ocasionalmente precedidas, por deteriorização do controle emocional,

comportamento social ou motivação. A demência produz um declínio apreciável no

funcionamento intelectual que interfere com as atividades diárias, como higiene pessoal,

vestimenta, alimentação, atividades fisiológicas e de toalete (MS, 2007).

É de suma importância que o clínico compreenda as diferenças básicas entre depressão

e demência, já que as possibilidades terapêuticas e o prognóstico diferem consideravelmente.

No entanto, são muitas as dificuldades encontradas no diagnóstico diferencial.

Aproximadamente 25% dos pacientes com demência em fase inicial são erroneamente

rotulados como deprimidos, e 30% dos dementes não são reconhecidos como tais. As

dificuldades incluem a coexistência de sintomas similares, como retardo psicomotor, insônia,

perda do interesse, do prazer. Ademais a depressão é freqüentemente na demência inicial

(apesar de poder ocorrer em qualquer fase do seu curso), como também pode levar a dano

cognitivo acentuado. (CANÇADO, 2006).

Segundo o Manual de Orientações para instituições de longa permanência, cuidador de

Idosos é a pessoa capacitada para auxiliar o idoso que apresenta limitações para realizar

atividades da vida diária. Já a dependência do idoso é a condição do indivíduo que requer o

auxílio de pessoas ou de equipamentos especiais para realização de atividades da vida diária

(SANTA CATARINA, 2007).

Diabetes Mellitus

O Diabetes Mellitus é uma doença metabólica caracterizada por hiperglicemia

associada a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos,

rins, nervos, cérebro, coração e vaso sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou

ação da insulina, envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das

células beta do pâncreas (produtores da insulina), resistência á ação da insulina, distúrbios da

secreção da insulina, entre outros (MS, 2007).

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou em 1997 que, após 15 anos de

doença, 2% dos indivíduos acometidos estarão cegos e 30 a 45% terão algum grau de

retinopatia, 10 a 20%, terão nefropatia, 20 a 35%, neuropatia e 10 a 25% terão

desenvolvimento de doença cardiovascular.

O envelhecimento está associado com o desenvolvimento de resistência insulínica,

uma condição que predispõe os idosos à intolerância a glicose, hipertensão arterial,

dislipidemia que aceleram o aparecimento das doenças cardiovasculares. Como processo

fisiológico do envelhecimento, pode ocorrer modificação na composição do corpo que

predispõem a essa condição, principalmente devido á grande perda de massa magra,

responsável pela distribuição da glicose mediada pela insulina, e aumento de gordura visceral,

ligada ao aumento da resistência insulínica (CANÇADO, 2006).

Hipertensão Arterial Sistêmica

Hipertensão Arterial é definida como pressão arterial sistólica maior ou igual a

140mmHg e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em indivíduos que

não estão fazendo o uso de medicações anti-hipertensiva (MS, 2007).

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um importante problema de saúde pública

no Brasil e no mundo, sendo ainda um dos mais importantes fatores de risco para o

desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais crônica. É

responsável pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral e por 25% das mortes

por doença arterial coronariana. Em combinação com a diabetes representa 62,1% do

diagnóstico primário de pessoas submetidas ä diálise (MS, 2007).

Considerando que a hipertensão arterial é uma doença altamente prevalente em

indivíduos idosos, tornando-se fator determinante na morbidade e mortalidade elevada dessa

população. Sendo que, o numero de idoso é cada vez mais elevado em todo o mundo, como

conseqüência do aumento da expectativa de vida da população (BRUNNER & SUDDARTH,

2006).

O tratamento da hipertensão e a prevenção das complicações crônicas exigem uma

abordagem multiprofissional, entre elas a do enfermeiro, com papel fundamental no

acompanhamento do ser humano. Assim como todos as doenças crônicas, a hipertensão

arterial necessita de um processo contínuo de motivação para que a pessoa não abandone o

tratamento. As principais estratégias para o tratamento não-farmacológico da HAS incluem:

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controle do excesso de peso, hábitos alimentares saudáveis, redução do consumo de bebida

alcoólica, abandono do tabagismo .... série de fatores que exige não apenas da força de

vontade do ser humano mas se existir alguém incentivando ficará muito mais fácil.

De qualquer forma na maioria das vezes é necessário estar optando pelo uso de drogas

anti-hipertensivas, apesar de que, o medicamento deverá ser individualizado, com controle

diário de sua pressão arterial e manutenção da qualidade de vida.

Os benefícios do tratamento da hipertensão arterial na população em geral só foram

reconhecidos no inicio dos anos 1960, e as evidências se consolidaram ao longo dos anos 70.

No entanto para o paciente idoso, prevalecia a idéia de que, com a idade, haveria necessidade

de níveis de pressão arterial mais alto, sistodiastolicos ou somente sistólicos, com

compensação para endurecimento vascular decorrendo do envelhecimento.

De fato, vários estudos, mostram que, com a idade, há um progressivo aumento médio

da pressão sistólica, enquanto a pressão distólica aumenta somente ate a sexta década,

quando, então, inicia uma lenta progressiva queda. Nessa circunstância, é usual nos idosos

uma pressão de pulso elevada, definida como a diferença entre a pressão sistólica e a pressão

diastólica. Do ponto de vista anatomopatológico, a explicação para esse fato é a progressiva

perda da elasticidade da parede arterial, com conseqüente redução da complacência vascular

(CANÇADO, 2006).

Além das doenças que foram prevalentes na instituição em estudo, outra doença que se

destaca mundialmente e é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a

“epidemia Silenciosa do século”, é a osteoporose que atualmente é um problema de saúde

pública no mundo inteiro devido ao aumento na expectativa de vida das populações. É uma

doença de grande impacto devido a sua alta prevalência e grande morbimortalidade. Afeta

indivíduos de maior idade, de ambos os sexos, principalmente, mulheres na pós-menopausa,

que também apresentam mais fraturas.

A osteoporose é definida como uma doença sistêmica progressiva que leva à uma

desordem esquelética, caracterizada por força óssea comprometida, predispondo a um

aumento do risco de fratura. Força óssea, primariamente, reflete integração entre densidade e

qualidade óssea (MS, 2007).

No Brasil, somente uma a cada três pessoas com osteoporose é diagnosticada e,

dessas, somente uma em cada cinco recebe algum tipo de tratamento, com uma taxa anual de

aproximadamente 100 mil fraturas de quadril. Cerca de 10 milhões de brasileiros (as) sofrem

com osteoporose e 24 milhões de pessoas terão fraturas a cada ano, sendo que 200 mil

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indivíduos morrerão como conseqüência direta de suas fraturas (BRUNNER & SUDDARTH,

2006).

Conhecendo um pouco mais dos moradores, podemos observar que 66% dos

moradores se encontram na classificação de dependência grau I, já 17% igualando na

dependência de grau II e III, como trás o gráfico.

Gráfico nº 5 Grau de dependência na instituição dos sujeitos de pesquisa

Fonte: Instrumento de coleta de dados

Grau de dependência do Idoso:

Grau de Dependência I – idosos independentes, mesmo que requeiram o uso de

equipamentos de auto-ajuda; (SANTA CATARINA, 2007).

Grua de Dependência II – idosos com dependência em até três atividades de

autocuidado para a vida diária, tais como: alimentação, mobilidade, higiene; Sem

comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada; (SANTA CATARINA,

2007).

Grau de Dependência III – idosos com dependência que requeiram assistência em

todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo

(SANTA CATARINA, 2007).

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Englobando o autocuidado que compreende todas as ações e decisões de uma pessoa

para prevenir, diagnosticar e tratar sua doença, todas as atividades individuais dirigidas à

manutenções e melhoria da sua saúde.

Para melhor classificação desses idosos acompanhei diariamente, toda a assistência

dada para esses moradores diante de suas dificuldades, observando que os cuidadores na

instituição de longa permanência parecem não estimular as capacidades dos idosos ainda

capazes de desenvolver as atividades básicas e instrumentais da vida diária. O estímulo à

autonomia e independência do idoso institucionalizado é uma condição importante para a

manutenção da sua independência física e comportamental.

Os resultados apontam ainda para a necessidade de encorajamento dos idosos no

ambiente institucional,como muitos sujeitos da pesquisa relataram, lançando mão de planos

individualizados para estimular o seu potencial de autocuidado, a fim de que permaneça

independente o máximo de tempo possível, isso levando em conta as exceções, com cuidados

de grau III – idosos com dependência em todas as atividades.

8.2 Caracterização da Instituição A Sociedade Beneficente de Amparo aos Idosos fundada em 29/11/1988 é uma

Instituição sem fins lucrativos, que foi estruturada a partir de atendimentos domiciliares aos

idosos que necessitavam de cuidados com relação a sua saúde, moradia, higiene e conforto,

alimentação, vestimentas, apoio jurídico e familiar no Município de Biguaçu por um grupo de

voluntários.

Após certo período, os cuidadores idealizaram e concretizaram a construção de uma

área física para o atendimento aos idosos em período diurno, proporcionando a centralização e

continuidade da assistência prestada e a manutenção dos vínculos familiares no período

noturno quando esses idosos regressassem aos seus lares. Porém, muitos idosos poderiam ser

deixados por suas famílias também durante a noite e em alguns casos abandonados

definitivamente. A estrutura física, inaugurada em 1996, que até então não condicionava e

viabilizava a pernoite do idoso, teve que ser redimensionada e ampliada para acomodar com

dignidade essas pessoas permanentemente. Desde então, o lar do Idoso vem aprimorando sua

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estrutura em recursos humanos e materiais, investindo em ações para qualificar o cuidado e

acima de tudo oferecer uma vida digna e feliz para os idosos.

Além das atividades de rotina relacionadas aos cuidados aos idosos, algumas outras

ações têm sido sistematizadas para atender de maneira congruente as necessidades desta

população e da Instituição.

Missão

Atender os idosos carentes em caráter permanente nas

suas necessidades físicas, mentais, emocionais e

sócio/familiares visando à manutenção e o resgate da

sua cidadania, qualidade de vida, saúde e dignidade.

8.3 Caracterização da percepção dos idosos moradores, quanto à assistência de enfermagem.

Com base no instrumento de coleta de dados e o rápido envelhecimento da população

brasileira observado nas últimas décadas, requer uma nova rede de serviços de assistência

social e de saúde destinados aos mais velhos.

Sabe-se que o processo de asilamento conduz a um distanciamento progressivo entre

os idosos e seus familiares, chegando às vezes ao abandono, embora este possa ocorrer desde

o início do processo. Em conseqüência, o idoso desliga-se do mundo no qual vivia e de sua

história, entregando-se à rotina da instituição.

Ao ver-se sozinho no asilo o idoso queixa-se de solidão, entretanto alguns se recusam

a interagir com seus companheiros de asilamento e solicitam exclusivamente a atenção dos

profissionais ou outros funcionários da instituição. Contudo, com o estímulo à interação,

realizado pela equipe, percebe-se que novos vínculos afetivos se formam com o decorrer do

tempo de asilamento, passando a haver entre eles um sentimento de amizade, de solidariedade

mútua, de compartilhamento das dores, ansiedades, preocupações e perdas.

Entre os moradores asilares da instituição:

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• Dez não aceitaram em participar da pesquisa.

Alguns deles não possuíam condições de participação:

• Dois moradores estavam hospitalizados;

• Três moradores possuem uma linguagem dificultosa, uma delas se comunica apenas

em Alemão;

• Três deles possuem problemas mentais (sendo que estão na faixa etária de 30 a 40

anos, ou seja, não são considerados idosos) ;

• Uma moradora é portadora de deficiência auditiva.

Efetivando minha pesquisa no total com nove moradores.

Quanto ao estado emocional, quando foram perguntados como se sentem na instituição

e por quais motivos, conforme as falas podemos observar que:

Eu triste? Não, eu rio bastante, antes chorava muito hoje

não. Beija-Flor.

Deprimida não, triste porque cortaram a árvore que

tinha na minha janela. Eu gosto muito de paisagem. Era uma

folha verde clara, linda, falaram que tinha fungo; tinha coisa

nenhuma. Bem-Te-Vi

Outros moradores asilares relatam desânimo ao responder essa questão, demonstrando

sua tristeza em relação a essa fase da sua vida, conforme as falas:

Sim; Não gosto de ficar preso e depender dos outros. Pardal.

Às vezes, me sinto muito preso. Não saio daqui. Tico-tico.

Sou muito deprimida devido à vida que eu levo, sozinha. Curió.

Relacionando ao sentimento de ansiedade, os moradores que participaram da pesquisa

direcionam a sua preocupação sobre finanças, futuro, saúde e sobre eventos e atividades

previamente não-estressantes, como o estar fora de casa, esses são sentimentos comuns

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relatados. Outras manifestações sãs as esperas e o ato de repetidamente perguntar sobre um

evento que irá acontecer, sem falar do medo de ser deixado sozinho.

Às vezes, quando demoram muito pra me ver. Beija-flor.

Às vezes...Por quase ninguém conversa comigo. Pardal,

Papagaio.

Sim, quase ninguém vem me ver. Curió.

Às vezes espero por meu filho vir me pegar para passar

o dia com ele, mais custa a vir. Tico-tico.

Ao contrário dos sujeitos de pesquisa que se sentem ansiosos, alguns dos pesquisados

acham que a vida asilar tem que ser da melhor maneira possível, pois ali é uma forma de os

mesmos não passarem por dificuldades lá fora, conforme as falas:

Não me sinto ansioso, pois aqui estou sendo bem

cuidado, é como se estivesse na minha casa. Canário.

Não, pois tenho tudo que quero aqui. Gralha-azul.

Aqui é muito tranqüilo, ouço minha musica clássica e

fico olhando a paisagem, não fico ansiosa não. Bem-te-vi.

De acordo com o estatuto do idoso, podemos destacar o capítulo IX – da habitação –

art 37 onde fica definido que “o idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural

ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou ainda, em

instituição pública ou privada”. (BRASIL, 2003e).

Existem as exceções, onde o idoso que opta por viver em uma casa asilar, pois prefere

contato com pessoas da mesma idade e outras vezes, porque acaba se sentindo um “entulho”

na vida dos filhos e netos.

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De acordo com as falas, foram perguntados se recebem visitas e com que freqüência:

Recebo sim, todo o mês... filhos, os netos... mais as vezes

demoram para aparecer. Beija-flor.

Poucas, bem poucas, não tenho família às vezes um

irmão aparece e tenho um amigo que sempre que da ele

aparece. Uma vez por mês muito raro quando aparecem toda

semana. Canário e Papagaio.

Minha filha sempre vem me ver, nos sábados, de quinze

em quinze dias, antigamente vinha mais vezes hoje não vem

mais.. Gralha-azul.

Se for para receber é da minha filha, mais vem muito

pouco, nem sei a ultima vez que ela apareceu. Curió.

Não, é raro alguém vir me visita. Pardal.

O que se pode perceber, é que a casa asilar se torna em uma opção de moradia aos

idosos que por decisão própria ou não, passam seus dias na companhia de outros idosos, na

esperança que um dia a família venha os visitar.

Em referência ao lazer, é um procedimento no qual qualquer pessoa está apta ao

processo, sendo que o envelhecimento é um processo natural da vida humana que traz consigo

uma série de modificações biopsicossociais que alteram a relação do homem com o meio no

qual está inserido. Uma dessas alterações de âmbito social é o aumento considerável do tempo

livre que as pessoas adquirem com o advento da aposentadoria, ocorrência freqüente nessa

etapa da vida. Este tempo poderá ser utilizado pelo idoso de diferentes formas sendo uma

delas com atividades de lazer. (OLIVEIRA, 1996)

Segundo Rodrigues (1996), o lazer é definido como o tempo que cada um tem para si.

Representa o conjunto de ocupações não obrigatórias às quais o indivíduo pode se entregar de

bom grado seja para repousar, para se divertir, para desenvolver sua informação ou formação

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desinteressada, sua participação social ou sua livre capacidade criadora, depois de liberado de

suas obrigações profissionais, familiares e sociais. Ao analisar as entrevistas, observamos

quais as atividades oferecidas, e a dificuldade dos mesmos em participar, isso se confirma

conforme as falas:

Não fizeram mais, so ano passado, hoje não tem mais

nada, nem dança mais eu dancei. Eu não enxergo, mais faço

tudo.. não teria dificuldade em participar, eu me viro bem.

Beija-flor.

Por mim, não faz diferença, não posso fazer nada, não

enxergo, só mesmo escuta a televisão já ta bom. Não tem

atividades aqui e também não iria participar porque sou cego

Canário, Papagaio.

Nenhuma. To aqui a cinco meses, ate hoje nada

diferente, sempre a mesma coisa. Se estivesse será que minha

saúde iria deixar? Gralha-azul.

Nenhuma, fico aqui fazendo meu tricô só para não perde

o ponto. Gostaria de participar de algo sim, mais tenho muita

tremedeira. Periquito.

Não tem atividades aqui. Eu só caminho e sozinha, a

gente vive tão doente que não da vontade de fazer nada. Tico-

tico.

Nenhuma. Não se faz nada de novo aqui dentro, não tem

nada para participar só ando pelo terreno mesmo. Curió.

Não tem nenhuma atividade aqui, fico quietinha vendo a

paisagem, com meu rádio, adoro ouvi minhas musicas clássicas,

tem uma determinada rádio toca 2h direto musica clássica.

Bem-te-vi.

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Não ligo muito pra isso, fico aqui com minhas

plantinhas, se tivesse ate poderia ir, mais com nunca tem nada.

Sabiá.

E que diferença iria fazer, ninguém liga pra nós. Pardal.

Uma pesquisa realizada em 1981 pelo SESC sobre “Hábitos de lazer” demonstrou que,

no Brasil, as pessoas idosas não tiveram oportunidade de desenvolver outros valores senão os

do trabalho remunerado e, portanto, na aposentadoria, não se sentem preparadas ou motivadas

há usufruir seu tempo livre em atividades desconectadas do processo de produção.

A falta de hábitos e o desconhecimento dos valores de lazer transformam o tempo livre

num imenso vazio e podem conduzir o idoso a um crescente processo de isolamento social

por sentir-se inútil, desatualizado, incompreendido e mal amado, gerando, desta forma,

problemas para si, para sua família e para a sociedade. Toda sua experiência de vida e

disponibilidade de participação social fica, então, prejudicada.

Assim sendo, lazer é uma escolhe livre, desvinculada de fins lucrativos, envolvendo

diferentes áreas de interesse de nível social, cultural e profissional. O mais importante é

despertar no idoso o interesse em ocupar seu tempo livre conquistado após muitos anos de

trabalho e contribuição para a formação da sociedade presente. Esta ocupação visa auxiliá-lo

na manutenção de seu equilíbrio físico e social, afastando do processo de isolamento, que ao

longo do tempo, pode contribuir para o estabelecimento de um envelhecimento patológico.

(RODRIGUES, 1996)

Nas entrevistas buscou-se reconhecer dos sujeitos de pesquisa referente ao seu

conhecimento sobre a assistência de enfermagem sobre os cuidados prestados diariamente

dentro da instituição. Quando foi perguntado se conheciam a assistência de enfermagem na

instituição onde moram, responderam conforme as falas:

Gosto daqui sim. Não deixa de ser minha casa, minha

filha que não quis saber de mim. Bem-te-vi.

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Tem que estar não é mesmo, melhor aqui do que na rua.

Curió.

Sim, apesar de tudo, me sinto bem aqui. Tico-tico.

Sim, eu optei por vir, não queria dar trabalho para os

outros. Periquito, Papagaio.

Hoje não me falta nada, tem o “necessário”, tem tudo,

mais a dieta não tem sido fácil, sou diabética deixo de comer

muita coisa, eles tiraram muita coisa da minha comida, mais

gosto do lugar, as meninas me tratam bem. Gralha-azul.

Sim, pois aqui estou sendo cuidado, tem comida, consigo

dormir e tenho pessoas por perto para conversa, onde eu

morava vivia sozinho. Canário.

To aqui, para onde que vou? Mais aqui da muita fofoca,

prefiro ficar sozinha apesar de eu me dar bem com os outros.

Beija-flor

Eles são muito preocupados, querem sempre saber onde

estamos o que estamos fazendo, isso é bom, se não fosse pela

dona do asilo que foi muito minha amiga eu estaria no fundo da

cama. Sabiá.

Apesar de grande parte dos moradores estarem satisfeito com a instituição, alguns

responderam positivamente, direcionando aos cuidados que recebem na instituição, mas por

outros motivos, nem todos estão satisfeito com a vida asilar, como revela o morador na sua

fala:

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Não, não gosto de estar aqui, mesmo sabendo que não tem escolha. Pardal.

Segundo os dados levantados na entrevista com os funcionários, os sujeitos de

pesquisa têm um importante papel no cuidar da pessoa idosa. Suas tarefas envolvem o

acompanhamento nas atividades diárias, como auxílio na alimentação, higiene pessoal,

medicação de rotina entre outros; auxiliando na recuperação e na qualidade de vida dessa

pessoa, pois idéias permanentes do idoso são envelhecer bem, tendo uma boa velhice e

retardando a morte. Quando cuidamos de um paciente não podemos perder a oportunidade de

educá-lo e nos educar, existe uma troca quando o profissional de enfermagem presta o

cuidado.

O cuidado humano é desenvolvido desde o início dos tempos, seja o cuidado próprio, o

cuidado com seus pertences, o cuidado com outras pessoas por amor. Entendo que esse

cuidado é permeado por valores e crenças de cada ser humano, de grupos e sociedades. A

essência da enfermagem é o cuidado, desde o século XIX, quando Florence Nightingale criou

a enfermagem organizada, ou seja, quando ela buscou o seu fazer no cuidado, considerando-o,

não apenas no ambiente hospitalar, mas no contexto social, político e ecológico.

Cuidar, prestar cuidados, tomar conta é, antes de tudo, um ato de vida, no sentido de

que visa a manter sustentar a vida, permitindo que o indivíduo continue a se reproduzir.

Cuidar é um ato individual que se presta a si próprio, desde que se adquira autonomia, mas é,

igualmente, um ato de reciprocidade que se presta a toda pessoa que, temporária ou

definitivamente, tem necessidade de ajudar para assumir as suas necessidades vitais

(COLLIÉRE, 1999).

Para Paula; Marcon (2001),

Cuidador é o indivíduo que por amor, gratidão, obrigação, compromisso,

interesse cuidar de pessoas dependentes, realizando atos que são diversificados em sua

manifestação e garantem a satisfação de um conjunto de necessidades indispensáveis à vida.

Dos dois profissionais que participaram da pesquisa possuem de tempo de trabalho na

instituição 8 meses e 12 anos, suas experiências coincidem de 12 anos de técnica de

Enfermagem, e enfermeira está formada há 1 ano, mas ambas tem experiências profissionais

em hospitais. Possuem em média de tempo de trabalho diário na instituição 6 horas e de 8 a

12 horas de carga horária.

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A enfermagem tem um papel impar na assistência ao idoso na educação e preparação

de seu cuidar, considerando as características únicas de cada membro familiar, buscando

trabalhar em conjunto com outros seguimentos da equipe para buscar um resultado comum, a

harmonia e a saúde da família. Perguntamos as participantes da pesquisa, o que motivou o seu

trabalho com idosos, conforme as falas:

Estava ansiosa para trabalhar e este trabalho, foi um

desafio e um presente de Deus maravilhoso. Maçarico,

Aposentada, em casa, amigos pediam para eu vir

organizar iniciei como voluntária, não havia funcionário

cadastrado... Isso não funcionava e queriam alguém na área,

como enfermeiro naquela época era um custo muito alto... Viam

que eu tinha competência. Trinca-ferro

Um fator de destaque na prestação de serviço esta o grau de dificuldade nos cuidados

diários, pois engloba todos os conhecimentos técnicos, assistenciais, administrativos e

capacidade de resolução de problemas, sabemos que o envelhecimento engloba todas as

experiências de vida, o cuidado e as preocupações com os idosos não sendo estas limitadas a

uma disciplina, porém são mais bem fornecidos através de um esforço de cooperação,

conforme as falas: quando foram perguntadas se possuíam alguma dificuldade na prestação do

cuidado diante ao idoso;

Eu não gostava muito de cuidar deles, são muitos

manipuladores, falsos, jogam para ganha, querem atenção.

Gosto de idosos, mais para cuidado tenho uma certa

dificuldade, não me entendo muito com eles. Trinca-ferro.

Não. O cuidado e a assistência ocorrem tranqüilamente na

Instituição. Maçarico.

Como já foi falado sobre o lazer do idoso, aqui destaco que as pessoas idosas não

tiveram oportunidade de desenvolver outros valores senão o do trabalho remunerado, não

justifica que os idosos não possam constituir uma ocupação no seu tempo livre, ate mesmo

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porque, o lazer não se opõe ao trabalho, trás Oliveira (1996) que este é complementar.

Excluem-se dele, portanto todas as atividades relacionadas a trabalhos profissionais, o tempo

para si mesmo e para aquilo que se gosta, deve passar a ser mais valorizado. Foram

perguntados quais os tipos de atividade que a instituição oferece:

Assistência às necessidades básicas como um lar

comum, uma casa do idoso. Maçarico.

Todas as atividades necessárias relativas ao idoso.

Temos parceria com a UNIVALI, para fisioterapia mais os

idosos não gostam... Por isso que eles estão aqui, se estivessem

em outros grupos... Não estariam assim.

Foi questionado sobre a possibilidade de mudanças na Instituição de Longa

Permanência quando foi perguntado o que mudariam para melhor assistência prestada ao

idoso, conforme as falas:

Nada. Tem sido maravilhoso até aqui, acho que será

sempre crescer e aprender com as dificuldades que vierem e

superá-las para que diminuam a cada dia. Maçarico

Temos idéia de comercializar plantas fitoterápicas, para

manter o horto. Assim vamos ter fins lucrativos. Quanto ao

idoso nada. Trinca - ferro.

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8.4 Elaboração da Ficha de Saúde para atendimento aos moradores.

Com o Estágio Curricular Supervisionado - 180 Horas, onde surgiu a oportunidade de

estar trabalhando e enriquecendo meu Trabalho de Conclusão de Curso. Um dos Objetivos

Específicos foi propor à Instituição de Longa Permanência um novo instrumento para a

melhoria da assistência quando o morador precisasse ser hospitalizado ou até mesmo quando

fosse encaminhado para uma consulta médica. Antes de alcançar esse objetivo foi preciso

elaborar um histórico, sucinto, porém completo, que aborda desde a história de doenças e

tratamentos anteriores, até o motivo da institucionalização e seus problemas atuais (Anexo 3).

Iniciando a prática assistencial, levantamos algumas dificuldades, pois seria um

instrumento a mais contendo informações únicas, o que poderia estar sendo elaborado de uma

forma mais prática. No prontuário de cada morador constava-se de dois históricos, caderneta

de saúde da pessoa idosa, e mais algumas fichas de avaliação médica e nutricional.

Para melhor registro e identificação elaboramos um histórico, contendo todas as

informações, já existentes no prontuário e dados faltantes.

Segundo Horta (1979), para obter-se itens facilitadores, normas, conteúdo e princípios

básicos para o processo de registros de enfermagem precisa-se, além da auditoria, treinamento

e desenvolvimento da equipe de enfermagem. O objetivo é fornecer um conteúdo prático para

auxiliar em avaliações e buscas de novos meios para facilitar os registros no prontuário do

paciente e oferecer uma assistência segura e com qualidade aos pacientes e seus familiares.

O Histórico, não deixa de ser um instrumento único, pois a identificação do morador,

seus hábitos, lazer e sua história, serão sempre a mesma. Informatizados todos esses dados e

fizemos impressos para a substituição dos demais documentos. Após, encaminhamos todos

para um arquivo morto. Assim, a partir desse documento, ficou mais fácil de elaborarmos e

obtermos um novo documento, com intuito de ser utilizado para Referência e Contra-

Referência dos idosos (Anexo 4).

Para que o Sistema de Saúde funcione, é necessário que se institucionalize um

conjunto de normas e procedimentos que regulamente o processo de transferência

de pacientes. A transferência se efetiva através dos atos formais de Referência e

Contra-Referência. Tanto a Referência, como a Contra-Referência, são atos

profissionais de capital importância para garantir o correto funcionamento do

Sistema. Referência é o ato formal de encaminhamento de um paciente, de uma

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instalação de saúde para outra. O encaminhamento deve ser desencadeado quando

for constatada a insuficiência de capacidade resolutiva do órgão encaminhador e

deve obedecer a normas e procedimentos estabelecidos. Contra-Referência é o ato

formal de encaminhamento de um paciente para o estabelecimento de origem e que

o referiu, após a solução do caso que foi objeto de referência1.

E para concluirmos, deixamos informatizados e disponíveis, todos estes dados para

enfermeira, portanto quando algum morador precisar se deslocar da instituição asilar, a

mesma irá apenas buscar o nome do idoso desejado no computador. Posteriormente, abrir-se-

á um arquivo, com toda a identificação do idoso já preenchida, precisando apenas estar

solicitando e registrando neste documento no serviço desejado. Após o atendimento as

alterações são registradas, principalmente dos últimos dias, como por exemplo, a pressão

arterial, o pulso, a respiração etc.

1 Arquivo em PDF: Referência e Contra – Referência.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Nas ultimas décadas o envelhecimento humano tem se tornado objeto de estudo de

especialistas e também de segmentos da sociedade. Os crescentes trabalhos desenvolvidos na

área revelam as múltiplas facetas do envelhecimento e suas implicações e o quanto à

sociedade ainda não esta ainda preparada para cuidar de seus idosos. Para responder essas e

outras inquietações referentes ao envelhecimento, o presente estudo buscou compreender

como se dá à assistência de enfermagem aos moradores de uma instituição de longa

permanência, na visão dos próprios idosos e de seus cuidadores.

O estudo traçou um perfil desses idosos, sendo que na instituição pesquisada a maioria

é de mulheres idosas, caracterizando o fenômeno da feminilização da velhice; a idade foi

outro dado importante levantado, pois os idosos encontram-se na faixa etária de 80/90 anos,

caracterizando o chamado “idoso-idoso” e demonstrando o crescimento dessa população;

outro ponto relevante é o tempo de permanência na instituição, pois conforme dados os idosos

permanecem por 5 anos ou mais no local, o que caracteriza uma nova vida, uma adaptação à

realidade que está colocada, mesmo que não seja aquela desejada pelo idoso. Portanto este

dado sugere um desafio para as instituições e cuidadores, já que o conhecimento deve sempre

ser renovado e a atenção a saúde desses idosos preservada.

Velhice não significa doença, mas o envelhecer trás consigo, na maioria das vezes, o

recrudescimento de algumas doenças crônicas, as prevalentes nessa instituição pesquisada são

as que a literatura brasileira refere, o diabetes, a hipertensão e a depressão podem assumir

aspectos de epidemia numa população vulnerável como o idoso. Os idosos reconhecem a

necessidade e a importância de receberem a visita de familiares e amigos, mas este é um

desafio grande ainda a ser enfrentado por quem cuida de idosos, pois o mesmo cria muitas

expectativas, que muitas vezes não se confirmam.

O asilamento ou internação em uma casa de repouso, muitas vezes é necessário em

face da realidade socioeconômica e de trabalho com que muitas famílias se deparam, levando

a uma procura acentuada por vagas nas instituições. Os cuidadores também foram convidados

a participarem desse estudo, mas alguns alegaram falta de tempo e não participaram da coleta

de dados, os que participaram também reconhecem as dificuldades do trabalho e a

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necessidade de manter-se atualizado sobre a saúde dos idosos, preservando a sua qualidade de

vida.

O lar onde foi desenvolvido o trabalho é uma instituição sem fins lucrativos fundada

em voluntários em 1988, e tem como missão, atender os idosos carentes em caráter

permanente nas suas necessidades físicas, mentais, emocionais e sócio/familiares visando à

manutenção e o resgate da sua cidadania, qualidade de vida, saúde e dignidade.

O que poderíamos colocar face ao exposto, numa situação marcante em relação à fase

idosa, é que a situação econômica difícil, que abrange uma grande maioria das pessoas e os

idosos especialmente, não esta dando conta das demandas básicas, levando assim um

contingente grande de pessoas dessa faixa etária a buscarem recursos ou num trabalho

informal ou em instituições de longa permanência, onde possam manter-se pelo menos para

alimentação e cuidados.

Se, a internação for inevitável, isso não impede a continuidade dos vínculos familiares,

pois carinho da família não é substituído por assistência especializada, ou pela construção de

outros vínculos no novo espaço de moradia.

Concluímos que às características de fragilidades da população idosa não são nada

animadoras, já que sabemos que países em desenvolvimento possuem uma dificuldade maior

para atender as demandas de seus cidadãos, em parte pela escolha do modelo político, que

influencia drasticamente no resultado da aplicação dos recursos e como se dá à distribuição de

renda e trabalho para a população, e em parte pelo aumento do número de pessoas que estão

vivendo exclusivamente com recursos sociais dos governos.

Destacamos também a questão do lazer, tão rara e necessária para a população em

geral, quanto para os indivíduos idosos. No nosso entendimento o envelhecimento é um

processo natural da vida humana, que traz consigo uma série de modificações biopsicossociais

que podem alterar a relação do homem com o meio no qual está inserido.

Cuidar, prestar cuidados, tomar conta é, antes de tudo, um ato de vida, no sentido de que

visa a manter sustentar a vida, permitindo que o indivíduo continue a se reproduzir. Cuidar é

um ato individual que se presta a si próprio, desde que se adquira autonomia, mas é,

igualmente, um ato de reciprocidade que se presta a toda pessoa que, temporária ou

definitivamente, tem necessidade de ajudar para assumir as suas necessidades vitais

(COLLIÉRE, 1999).

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APENDICE

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Apêndice A – Roteiro de Entrevistas

MORADORES DA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA Identificação Nome: Sexo: Idade: Permanência na INLP: Vontade própria: Nº de filhos Padrão de Manutenção da Saúde Doenças crônicas (tais como: HAS, Diabetes, DPOC, etc): Faz uso de medicação Capacidade de Autocuidado

independente Equipamento auxiliar

Auxílio de outros

Alimentação Eliminações Deambulação Mobilidade no leito

Observação: História da pele/ Problemas de cicatrização:( ) Hidratada ( ) cicatrização anormal ( ) Erupção ( ) ressecamento ( ) Sudorese Padrão Cognitivo – Perceptivo Estado mental: ( ) Alerta ( ) orientado ( ) Confuso ( ) outras: Comunicação: ( ) verbal ( ) não verbal ( ) ausente ( ) dificultosa ( ) impossibilitada: Audição: ( ) Dentro do limite de normalidade ( ) Prejudicado: ( ) Direito ( ) esquerdo ( ) Surdez ( ) Direito ( ) esquerdo Visão: : ( ) Dentro do limite de normalidade ( ) óculos ( ) catarata ( ) glaucoma ( ) cegueira Vertigem: ( ) sim ( ) não Sente-se deprimido? sim ( ) Não ( ) às vezes ( ) Por quais motivos? Ansioso? Sim ( ) Não ( ) às vezes ( ) Por quais motivos? INVESTIGAÇÃO FÍSICA Altura: Peso: Temperatura: Pulso: ( ) Regula( )Irregular( )Taquicárdico( )Bradicárdico( ) Normo PA: / mmHg Freqüência Respiratória: mrpm ( ) Dispnéia( ) Tosse produtiva( ) Traqueostomia Ausculta pulmonar: ( ) MV Bilateralmente( ) MV diminuído Bilateralmente ( ) MV diminuído a D ( ) MV diminuído a E( ) Roncos ( ) Sibilos ( ) Estertor DURANTE A PERMANÊNCIA NA INSTITUIÇÃO Recebe visitas: Qual a freqüência: Quais as atividades oferecidas: Possui alguma dificuldade em participar: Considera-se satisfeito

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CUIDADORES DA INSTITUIÇÃO

Nome:

Sexo: Idade:

Tempo na instituição:

Experiências na área:

Quantas horas por dia você costuma permanecer na instituição, diante a

assistência?

Que motivo o levou a assumir esse cuidado?

Há alguma dificuldade na prestação de cuidados diário ao idoso? Quais

Quais os tipos de atividade que a instituição oferece:

O que você mudaria para melhor assistência prestada para o idoso.

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Apêndice B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Este instrumento tem a intenção de obter o seu consentimento por escrito para

participar da pesquisa intitulada “Percepção do idoso morador de uma unidade asilar quanto a

assistência oferecida”, com o intuito de contribuir para o levantamento de dados da acadêmica

do Curso de Graduação em Enfermagem da UNIVALI, Priscila Soares.

Está pesquisa tem como objetivo “Compreender a percepção dos idosos

moradores de uma Instituição de Longa Permanência (ILPI) acerca da assistência de

enfermagem”.

Os relatos obtidos através de questionário serão confidenciais e, por tanto, não

utilizados os nomes dos participantes em nenhum momento, garantindo sempre o sigilo da

pesquisa e os preceitos éticos da profissão.

Vale ressaltar que após a coleta de dados, seu relato será entregue para seu parece

final, tendo liberdade para argumentar, interferir ou recusar as informações, como também

desistir de participar do estudo em qualquer momento.

Conto com a sua colaboração e agradeço se tiver disponibilidade em participar do

estudo, que nos possibilitará aquisição de novos conhecimentos, bem como prováveis

mudanças que repercutiram na prática da enfermagem.

Eu,........................................................................................., consinto em participar

desta pesquisa, desde que respeite as respectivas proposições contidas neste termo.

___________________________

Biguaçú, agosto de 2008.

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ANEXOS

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Anexo 1- Termo de Compromisso de Orientação

Eu, Maristela de Azevedo, professora da disciplina de Saúde do Adulto e do Idoso

do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí - Centro de

Educação – Campus Biguaçu, concordo orientar a monografia de conclusão de curso da aluna

Priscila Soares, tendo como tema:.

A orientadora está ciente das Normas para Elaboração do trabalho monográfico de

Conclusão do Curso de Graduação em Enfermagem, bem como, do calendário de atividades

propostas.

Biguaçu, 2008.

_________________________

Maristela Azevedo

Professora orientadora

______________

Priscila Soares

Acadêmica de Enfermagem

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Anexo 2 - Termo de aceite da instituição

TERMO DE ACEITE DA INSTITUIÇÃO

Biguaçu, 17 julho de 2008.

Srº Presidente da Instituição de Longa Permanência Sociedade Beneficente de

Amparo aos Idosos.

Prezados senhores:

Vimos por meio desta solicitar a autorização para desenvolver uma pesquisa intitulada:

“Compreender a percepção dos idosos moradores de uma Instituição de Longa

Permanência (ILPI) acerca da assistência de enfermagem”.

O estudo será realizado pela acadêmica Priscila Soares, do curso de graduação de

enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, sob a orientação da professora

Msc. Maristela Assumpção de Azevedo.

Teremos presente o compromisso ético em resguardar todos os sujeitos envolvidos no

trabalho, assim como a Instituição conforme todos os preceitos éticos de pesquisa..

Desde já agradecemos pela oportunidade, contando com o total apoio da Instituição e

colocamo-nos a disposição para demais esclarecimentos.

Atenciosamente,

________________________ ________________ _________________

Maristela Azevedo Sr. Presidente da ILPI Priscila Soares

Profª orientadora Acadêmica Enfermagem

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Anexo 3 - Histórico da Instituição

SOCIEDADE BENEFICENTE DE AMPARO AO IDOSO OSVALDO ALÍPIO DA SILVA

HISTÓRICO IDETIFICAÇÃO Nome: Admissão: D.N: Religião: Convênio: Escolaridade: Tipo Sanguíneo: Profissão/Ocupação anterior: Estado Civil: Nº de filhos: Endereço: Telefone para contato: HISTÓRIA DE VIDA DADOS DE SAÚDE/DOENÇA Queixa principal: Doença de tratamento: Medicamento contínuo: Alergia: Observação EXAME FÍSICO Capacidade de auto cuidado

independente Equipamento auxílio Auxílio de outros

Alimentação Eliminação Deambulação Mobilidade no leito Observação: História da pele/ Problemas de cicatrização:( ) Hidratada ( ) cicatrização anormal ( ) Erupção ( ) ressecamento ( ) Sudorese Estado mental: ( ) Alerta ( ) orientado ( ) Confuso ( ) outros: Comunicação: ( ) verbal ( ) não verbal ( ) ausente ( ) dificultosa ( ) impossibilitada: Audição: ( ) Dentro do limite de normalidade ( ) Prejudicado: ( ) Direito ( ) esquerdo Visão: : ( ) Dentro do limite de normalidade ( ) óculos ( ) catarata ( ) glaucoma ( ) cegueira DADOS ANTROPOMÉTRICOS Altura: Peso: IMC: Pulso: ( ) Regula( )Irregular( )Taquicárdico( )Bradicárdico( ) Normocardico PA: / mmHg Temperatura: Freqüência Respiratória: mrpm

FOTO

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Anexo 4 – Ficha de Saúde: REFERENCIA E CONTRA-REFERENCIA

SOCIEDADE BENEFICENTE DE AMPARO AO IDOSO OSVALDO ALÍPIO DA SILVA

Identificação Nome: Admissão: D.N: Religião: Convênio: Escolaridade: Tipo Sanguíneo: Profissão/Ocupação anterior: Estado Civil: Nº de filhos: Endereço: Telefone para contato: Doença em tratamento: Medicamento em uso:

SINAIS VITAIS HGT ELIMINAÇÕES ( ) FRALDA DIA/H P.A PULSO RESP TEMP VESICAIS EVACUAÇÕES

/ / / / / /

Especificidade do Encaminhamento

Contra Referencia

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