pequenos deixam gigantes no chinelo

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Jornal do empreendedor São Paulo, quinta-feira, 25 de outubro de 2012 Paulo Pampolin/Hype Enquanto o PIB brasileiro no primeiro semestre aumentou apenas 0,6%, as micro e pequenas empresas cresceram 7,6%. Na foto, o empresário Ricardo Lima, que se formalizou e montou uma fábrica de chinelos. Pequenos deixam gigantes no chinelo Suplemento ESPECIAL

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Enquanto o PIB brasileiro no primeiro semestre aumentou apenas 0,6%, as micro e pequenas empresas cresceram 7,6%. Na foto, o empresário Ricardo Lima, que se formalizou e montou uma fábrica de chinelos.

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Jornal do empreendedor

São Paulo, quinta-feira, 25 de outubro de 2012

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Enquanto o PIBbrasileiro no

primeiro semestreaumentou apenas0,6%, as micro e

pequenas empresascresceram 7,6%. Nafoto, o empresárioRicardo Lima, quese formalizou e

montou uma fábricade chinelos.

Pequenosdeixamgigantesno chinelo

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quinta-feira, 25 de outubro de 20122 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Diretor de RedaçãoMoisés Rabinovici

E d i t o r- C h e feJosé Guilherme R. Ferreira

Edição e reportagemCarlos Ossamu

D i ag r a m a ç ã oLino Fernandes

Gerente Executiva de PublicidadeSonia Oliveira

Telefone: [email protected]

Segundolevantamento do

Sebrae-SP, ofat u ra m e n to

aumentou quase8% no primeiro

s e m e st re

Renato Luiz Ferreira/e-Sim

Newton Santos/Hype

CA R LOS OS SA M U

Enquanto o Produto In-terno Bruto (PIB) bra-sileiro cresceu ape-nas 0,6% nos primei-

ros seis meses do ano, as mi-cro e pequenas empresas(MPE) paulistas registraramum aumento no faturamentode 7,6%, segundo levanta-mento do Sebrae-SP. Apesarda crise internacional, quevem afetando a economia bra-sileira, as MPEs estão vivendoum bom momento, graças aoaumento no consumo interno.Para Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae-SP, os principais problemas dosetor estão na alta carga tribu-tária, no excesso de burocra-cia e no fato de a maioria dosmunicípios brasileiros e pau-listas ainda não terem regula-mentada a Lei Geral das Microe Pequenas Empresas, de2006. Nesta entrevista ao Diá-rio do Comércio, Caetano tra-ça um amplo panorama destesegmento, que representa99% das empresas, empre-gam 2/3 da mão de obra brasi-leira e respondem por 25% doProduto Interno Bruto.

Diário do Comércio - Olevantamento do Sebrae-SPindica que o faturamento dasmicro e pequenas empresascresceu 7,6% no primeirosemestre deste ano, bem acimado PIB do País, que foi deapenas 0,6% no período. A quese deve isso?

Bruno Caetano - Não é de ho-je que as MPEs têm apresenta-do um crescimento acima doPIB brasileiro. Enquanto a esti-mativa de crescimento do PIBeste ano é de 1,6%, as MPEs jáfaturaram quase 8% a maisem relação ao ano passado. Is-so mostra que as micro e pe-quenas empresas estão seapropriando das riquezas pro-duzidas no Brasil. Hoje elassão 99% das empresas, geramquase 2/3 dos empregos e res-pondem por 25% do PIB – essaparticipação no PIB deve cres-cer ainda mais, já que as MPEsestão crescendo acima da mé-dia do País.

Como estão as MPEsbrasileiras em comparação aoutros países?

Quando a gente pega outrospaíses, como Argentina, Chile,Estados Unidos, Alemanha, In-glaterra, a participação dasMPEs no PIB é pelo menos o do-bro que no Brasil. Isso mostraque temos um bom espaço pa-ra as empresas de pequenoporte avançarem.

Esse crescimento de 7,6% serefere às MPEs do Estado deSão Paulo. O senhor teminformações se em outrosEstados as MPEs têm crescidona mesma proporção?

A pesquisa feita pelo Se-brae-SP levou em conta em-presas do Estado de São Pau-lo, mas sabemos que, o queacontece aqui é bastante re-presentativo do que ocorre noBrasil, uma vez que a propor-ção de micro e pequenas em-presas paulistas chega a 33%do total no Brasil. O que acon-tece em São Paulo é um refle-xo do que ocorre no País. Claroque a economia paulista temcrescido acima da média, mas

temos visto bons resultadosdas MPEs em outros Estados.

Segundo a pesquisa, o setorde serviços cresceu 10,3% nosemestre, seguido do comércio(7,2%) e da indústria (2,6%). Oque explica desempenhos tãodiferentes?

Basicamente, o que explicaesses números é o aumentodo consumo interno, já que asMPEs estão mais voltadas pa-ra o mercado doméstico. En-quanto nós observarmos o au-mento da renda do trabalha-dor e a queda do desemprego,como temos visto nos últimosmeses, nós podemos esperaraumento no faturamento das

micro e pequenas empresas.Este crescimento é maior nossetores de serviços e comér-

c i o . O c r e s c i-mento menorda indústriapode ser ex-plicado pelaco nco rr ênc iacom produtosi m p o r ta d o s ,p r i n c i p a l-mente artigosel etrô nico s,do setor têxtil

e calçados. Es-tes setores so-

frem muito com a concorrên-cia dos importados, principal-mente de produtos chineses,que utilizam práticas desleaisde comércio.

Havia muita reclamação daindústria, em relação aosprodutos importados, quandoo dólar estava abaixo de R$ 2,mas hoje está acima dessevalor. A situação da indústrianão melhorou?

Sem dúvida, quanto maisvalorizada estiver a nossamoeda, pior para a produçãonacional. O dólar hoje acimade R$ 2 é melhor para a indús-tria do que quando ele estavaa R$ 1,70, ou a R$ 1,65, comoocorreu. Mas não é apenas aquestão do câmbio: é precisocombater a entrada do contra-bando, de produtos origina-dos de trabalho escravo, demão de obra infantil, etc. Poroutro lado, também é precisoampliar a oferta de crédito. Aindústria é um dos setores quemais precisa de crédito. O go-verno tem trabalhado a ques-tão em apenas uma frente,que é a redução da taxa de ju-ros, que melhorou, mas aindaé alto. Ainda não se fez nadaem uma segunda frente, tãoimportante quanto a primeira,que é a desburocratização pa-ra acesso ao crédito. Da mes-ma forma que a alta taxa de ju-

ros é um fator impeditivo paraa tomada de crédito, a buro-cracia também o é. Até agoranada foi feito para diminuir es-ta carga burocrática, exigidado empresário quando eleprocura uma instituição finan-ceira na busca de crédito, es-pecialmente o empreendedorde pequeno porte, que é quemmais sofre com os bancos. OSebrae fez um levantamentoque mostra que ele tem de le-var mais de dez documentos,entre certidões e balanços,que muitas vezes não conse-gue reunir. O resultado disso éque ele tende a migrar para so-luções de financiamento quesão mais fáceis, mas com ta-xas de juros muito mais altas,como o do cartão de crédito echeque especial, que cobramjuros muito elevados e dano-sos à saúde financeira das em-presas.

Além da burocracia para oacesso ao crédito, quais sãooutros entraves que existem?Ser um pequenoempreendedor hoje no Brasilestá mais fácil?

Está muito mais fácil do queantes da estabilização econô-mica. Antes do Plano Real, serum empreendedor no Brasilera um golpe de sorte. Não ha-via nenhum controle sobre ainflação, o que impedia fazer omínimo de planejamento, queé fundamental para o sucessode qualquer empresa. De lápara cá, muitas coisas boas

aconteceram: primeiramentea estabilidade econômica, de-pois o Simples Nacional e a Leidas Micro e Pequenas Empre-sas, que vieram melhorar a vi-da do empreendedor. Mas ain-da estamos longe de um pata-mar competitivo em compara-ção a outros países. O Sebraerepresenta o Brasil em umapesquisa internacional junto a54 países, em que é monitora-da a situação do empreende-dorismo (GEM - Global Entre-preneurship Monitor). Sãoavaliados itens como o prepa-ro do empreendedor, nível deescolaridade, tipo de empre-endedorismo - no Brasil já foimais por necessidade e hojeestá mais por oportunidade.Nesses itens, estamos equi-parados aos melhores paísesdo mundo. Mas quando se levaem conta a relação com o po-der público, estamos nas últi-mas posições. O ranking levaem conta três fatores: tempopara se abrir uma empresa,carga tributária e carga buro-crática. O fato de ocuparmos aúltima posição no rankingmostra que temos muito aavançar.

Existem iniciativas paradiminuir a carga burocrática noBrasil?

Sim, no Estado de São Paulofoi criado recentemente o Sis-tema Integrado de Licencia-mento (SIL). Trata-se de umprocesso único de licencia-mento de atividade perante osórgãos estaduais e os municí-pios integrados. Para as solici-tações classificadas como debaixo risco, bastam apenasdeclarações assinadas digi-talmente para a obtenção doCertificado de LicenciamentoIntegrado. É uma boa ideia dogoverno do Estado, mas é pre-ciso a adesão das prefeituras,elas precisam se integrar aosistema, o que irá facilitar mui-to a vida do empreendedor.Mas a maioria dos municípiosno Estado de São Paulo e noBrasil todo ainda não regula-mentou a Lei Geral da Micro ePequena Empresa, que é de2006. Com isso, essas MPEs lo-calizadas em cidades em queessa lei não foi regulamentadadeixam de vender produtos eserviços de maneira exclusivapara a prefeitura. Esta lei, en-tre outras coisas, propicia queuma licitação feita por umaprefeitura, com valor atéR$ 80 mil, possa ser feita ex-clusivamente junto a uma mi-cro ou pequena empresa. Dos645 municípios do Estado deSão Paulo, pouco mais de 250regulamentaram a lei.

Aburocraciaé um fatorimpeditivopara atomada decrédito.BRUNO CA E TA N O

MPEs brasileiras têm crescimentocomparável à China

O que explica o crescimento é o aumento do consumo interno, já que as MPEs estão mais voltadas para o mercado doméstico

quinta-feira, 25 de outubro de 2012 ESPECIAL - 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

A vida nada fácil dopequeno

empreendedorAlta carga tributária,burocracia excessiva,

obrigações acessórias,dificuldade em obtercrédito, Substituição

Tributária, tudo isso sãoentraves que tiram a

competitividade das MPEs

Newton Santos/Hype

Na semana passada,o Impostômetro daAssociação Comer-cial de São Paulo

(ACSP) e do Instituto Brasileirode Planejamento Tributário(IBPT) ultrapassou a marca deR$ 1,2 trilhão em impostos ar-recadados desde o início doano nas esferas federal, esta-dual e municipal. Para o presi-dente do Sescon-SP (Sindica-to das Empresas de ServiçosContábeis e das Empresas deAssessoramento, Perícias, In-formações e Pesquisas no Es-tado de São Paulo), José MariaChapina Alcazar, a elevadacarga tributária, hoje beiran-do os 40% do PIB, é um dosprincipais obstáculos para oato de empreender no Brasil."O peso dos impostos e contri-buições diminui a eficiência daprodução, desestimula novosnegócios e compromete acompetitividade das empre-sas nacionais, principalmenteas de pequeno porte".

Para Alcazar, além da eleva-da carga tributária, outro gra-ve entrave para o empreende-dorismo, principalmente ospequenos negócios, é o au-mento de exigências fiscaisnas três esferas de governo."Estão transferindo o papel defiscalização ao contribuinte edeixando todo o ônus para asociedade", argumenta o em-presário contábil, citando asrecém-criadas obrigaçõesacessórias: o Siscoserv e a co-municação da empresa ao co-laborador, mensalmente, so-bre questões relativas aoINSS. "A cada dia o governo co-loca mais controle na iniciati-va privada, transferindo a suaobrigação de fiscalizar para ocontribuinte. Isso traz umônus e uma carga indireta decusto, que inviabiliza a com-petição dos produtos brasilei-ros frente a de outros países",afirma. Somado a tudo isso, olíder setorial destaca as insta-bilidades frequentes dos sis-temas de recepção de docu-mentos dos fiscos, que dificul-tam ou impedem o cumpri-

mento dentro dos prazosestabelecidos, deixando oscontribuintes sujeitos a eleva-das multas.

Na opinião do presidente doSescon-SP, muito se fala sobredefesa à micro e pequena em-presa, mas pouco se faz. "Oque temos visto são maldadesque dificultam a vida do pe-queno empreendedor. Entreos exemplos estão a recenteobrigatoriedade do uso doponto eletrônico em empre-sas com mais de dez funcioná-rios, mais uma medida buro-crática que não atende ao ob-jetivo para qual foi criada:combater as fraudes traba-lhistas", diz.

Outro caso grave de entra-ve, de acordo com Alcazar, é aSubstituição Tributária doICMS. Ele afirma que o maiorprejudicado é o pequeno vare-jista, que perde competitivi-dade, já que ao comprar a mer-cadoria e colocar na pratelei-ra, ele já pagou o imposto an-tes de la se r vend ida . "Ovarejista paga antecipada-mente o ICMS sobre um preçoque ele vai praticar no varejo.Ele tem que esperar o clienteentrar na loja, comprar a mer-

cadoria, torcer para receber àvista - se vender por cartão decrédito vai esperar 30 a 60 dias-, mas o Estado já recebeu oimposto do fabricante".

Para Alcazar, a pequenaempresa está sendo aniquila-da no Brasil por falta de incen-tivo e políticas adequadas,apesar de ser o grande gera-dor de emprego deste País."Os inúmeros entraves aca-bam tirando a competitivida-de das nossas empresas. Esta-mos nos tornando uma fontegeradora de empregos da Chi-na. Politicamente, se faz umdiscurso bonito, mas na horaas leis são aprovadas em detri-mento dos interesses das pe-quenas empresas", afirma.

Mesmo com a Lei Geral dasMicro e Pequenas Empresase o Simples Nacional, Alcazardiz que não se pode afirmarque houve facilitação. "Subs-tituiu-se tudo por uma únicaguia de recolhimento, mas oque está por trás do cálculodessa guia, o pequeno em-preendedor não conhece -são quatro fórmulas mate-máticas, quase 60 tabelaspor segmentos setoriais, re-gime de competência, ano ci-vil diferente do calendário tri-b u t á r i o " , o b s e r v a . " P o rexemplo, as empresas do re-gime de lucro presumido e lu-cro real trabalham com anocivil de janeiro a dezembro,mas o Simples trabalha comos últimos 12 meses. Para seapurar o faturamento de umaempresa do Simples no mêsde agosto e pagar o impostoem setembro, tenho que tra-balhar com os faturamentosde julho de 2012 a junho de2011. É por meio da somató-ria dos 12 faturamentos quevou saber se estou dentro dolimite ou não. É inconcebívelchamar isso de um sistemasimples, que veio facilitar avida do pequeno empreen-dedor. E isso estoura tudo namão do contador, essa buro-cracia toda, esses cálculosmalucos que têm atrás deuma guia", afirma.

Buro cracia

Além disso, têm as obriga-ções acessórias - informaçõesque o governo pede e trata amicro e pequena empresa emcondições de igualdade deuma grande, com o mesmo ní-vel de exigência. "Um mi-croempreendedor individual(MEI), com faturamento de atéR$ 60 mil por ano, se tiver ape-nas um funcionário, a burocra-cia que ele tem de atender é amesma que uma grande em-presa com milhares de empre-gados, como registro, a forma-lidade, o controle de ponto, é amesma regra, a mesma buro-cracia", afirma Alcazar.

Em relação à Eireli - Empre-sa Individual de Responsabili-dade Limitada, que entrou emvigor este ano, Alcazar avaliacomo uma iniciativa positiva."A Eireli veio acabar com umafantasia criada no mercado,que seria a sociedade limitadacom dois sócios, mas que temum sócio com 99,9% e o outroum sócio fantasia com apenas0,1%, uma sociedade que na

realidade tinha apenas um só-cio". A Eireli permite a consti-tuição de uma empresa de res-ponsabilidade limitada consti-tuída por uma pessoa. Agora,não há mais necessidade de seprocurar um "sócio-laranja"para montar uma pessoa jurí-dica. "Mas o entrave da Eireli éque, para dar segurança jurí-dica, se criou a obrigatorieda-de de um capital social de nomínimo cem vezes o maior sa-lário mínimo. Este tem sido omaior problema, já que o valorequivale a R$ 62 mil, que é pre-ciso depositar na companhia.É por isso que não tem tidomuita adesão para a sua cons-tituição", explica o presidentedo Sescon-SP. "Vejo isso comouma exigência positiva, poisse o empreendedor vai mon-tar uma empresa séria, no mí-nimo ela deve ter um capitalpara que possa comprar mer-cadorias e ter a garantia dessecapital, que é a reserva de di-nheiro. Essas empresas agorapassam a ter fins empreende-doras e não para fins fiscais,podendo ser do comércio in-dústria ou serviços".

Segundo Alcazar, faltam po-líticas sinceras que venhamincentivar a empresa nacio-nal. Para ele, o Plano BrasilMaior incentivou alguns seg-mentos econômicos em detri-mento da grande maioria. "So-

mente alguns setores forambeneficiados com a desonera-ção da folha de pagamento,enquanto a grande maioriacontinua onerada. Temos deter políticas públicas voltadaspara a política nacional e nãopara cunho eleitoral. Que osnossos representantes na Câ-mara dos Vereadores, Assem-bleia Legislativa e no Congres-so olhem sob o aspecto de umPaís competitivo e não só fazerdiscursos para palanque".

Ponto a favor

Se manter um negócio estádifícil, por outro lado fecharuma empresa no Estado deSão Paulo ficou mais fácil. Ago-ra, as organizações optantespelo Simples Nacional pode-rão encerrar suas atividadesapenas com uma solicitação àSecretaria da Fazenda, quepode inclusive ser feita pela in-ternet. Antes do Decreto58.451 e da Portaria CAT-142,o encerramento de uma ativi-dade chegava a demorar cin-co ou seis anos e a inscrição eas obrigações fiscais deviamser cumpridas até a inscriçãoser cancelada. Com a determi-nação, os registros das em-presas ficarão independentesda regularidade de obriga-ções tributárias, previdenciá-rias e trabalhistas. ( C . O. )

Temos vistomaldadesquedificultam avida dapequenaempresaCHAPINA ALCAZAR

40%do PIB é o peso dacarga tributária no

Brasil, um obstáculopara as empresas

quinta-feira, 25 de outubro de 20124 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

o governo vá procurar fazertudo para não ter aumento dejuros no ano que vem. Se os ju-ros não aumentarem e a crisese resolver lá fora, o ano de2013 será bem melhor.

Com o dólar acima de doisreais e o aumento nasrestrições às importações, esteano não deveremos ternovamente um Natal dosimportados, como no passado.Isso talvez seja bom para osprodutores nacionais, mas serápara o consumidor?

Acredito que ainda haveráprodutos importados à vendano Natal, pois as medidas derestrições às importações saí-ram recentemente e muitagente já tinha feito encomen-das. Já o dólar está mais valo-rizado desde o começo do anoe os produtos importados es-tarão mais caro, afetandosuas vendas. A indústria na-cional terá algum benefício,mas não será suficiente parasubstituir as importações.

No começo do ano, se faloumuito na desindustrialização,no sucateamento da indústrianacional em geral, mas queafetava fortemente a pequenaindústria. De lá para cá, asituação melhorou?

Melhorou um pouco por con-ta da valorização do dólar,mas a diferença de custos deprodução entre os produtosimportados, principalmenteos chineses, e os nacionais étão grande que não foi sufi-ciente para a maioria dos seto-res. Tanto a valorização do dó-lar, quanto as medidas de res-trições às importações, têmconsequências dúbias, poisboa parte da produção nacio-nal usa componentes impor-tados, encarecendo o produtofinal. Os salários têm um pesogrande nos custos de produ-ção e por causa do aumento dosalário mínimo, tivemos um

ros - se não fossem mais carosnão precisava de barreira. Issoajudará a pressionar os preçospara cima. Por outro lado, hámedidas anunciadas que achoque estão na direção correta,desde que bem executadas,como as envolvendo conces-sões de ferrovias e rodovias;as reduções das tarifas deenergia elétrica, embora nãoesteja muito claro o seu im-pacto; e o anúncio de novossetores que terão desonera-ção na folha de pagamento,embora haja um aumento deimpostos sobre o faturamen-to. E no curto prazo, há as re-duções do IPI de automóveis eda linha branca, que termi-nam em dezembro. São medi-das que têm mais o impacto deantecipar a compra do que au-mentar as vendas - ninguémcompra uma segunda gela-deira por uma pequena dife-rença de preço, compra quemjá estava para comprar e apro-veitou a oportunidade.

O governo está fazendo a suaparte?

O governo deveria reduziros gastos públicos, pois eleterá alguma dificuldade com areceita por conta dessas redu-ções de impostos e pelo menorcrescimento da economia, di-minuindo a arrecadação. As-sim, se ele não controlar osgastos, isso pode trazer umapressão inflacionária, forçan-do o Banco Central a elevar ataxa de juros. Tudo indica que

Um Natal com menosprodutos importados

Com crédito mais barato, emprego estável, aumento na renda e dólar mais caro, os produtosnacionais ganham espaço nas prateleiras e o comércio deve ter bom desempenho

Patrícia Cruz/Luz

Os pacotesdeincentivos,do governoterãoimpacto nopróximo anoMARCEL SOLIMEO

Pior desempenho foio da indústria

Ocrescimento doBrasil este ano de-ve ficar em 1,6%,segundo estimati-

vas do governo, bem abaixodos 2,7% alcançado em 2011.Mesmo assim, esse resultadoserá muito comemorado, jáque a crise na Europa vem afe-tando o crescimento do mun-do todo. Na opinião do econo-mista-chefe da AssociaçãoC o m e r c i a l d e S ã o P a u l o(ACSP), Marcel Solimeo, o ní-vel de emprego e a renda dotrabalhador vêm se manten-do, sustentando a atividadeeconômica do País. O dólarmais valorizado desde o iníciodo ano e as recentes medidasde restrições às importaçõesdarão mais espaço aos produ-tos nacionais nas prateleirasneste Natal. Nesta entrevista,Solimeo traça o panorama daeconomia e o que esperar des-te segundo semestre.

Diário do Comércio - Comodeverá se comportar aeconomia neste segundosemestre?

Marcel Solimeo - Temos umcenário para o segundo se-mestre positivo, mas não ex-traordinário. A economia vaicrescer, assim como as ven-das do varejo, mas não no rit-mo que tivemos em 2010 e pri-meiro semestre de 2011. Masdentro de um contexto com in-certezas tão grandes no cená-rio mundial e na própria eco-nomia nacional, será um bomresultado. Tivemos a continui-dade da queda da taxa de ju-ros – cada redução isolada pa-rece pequena, mas o efeitoacumulativo já se faz sentir;além disso, o emprego e a ren-da vêm se mantendo. Com is-so, o comércio deve ter um de-sempenho positivo.

O cenário internacional podeafetar mais fortemente oBrasil?

A incerteza ainda é grande,mas as últimas medidas ado-tadas na Europa parece indi-car que conseguirão estabili-zar a crise no patamar em quese encontra, não que vão re-solvê-la agora. Não se esperauma ruptura, que seria muitoruim para o Brasil, apesar deque as nossas exportações jáestão sendo afetadas, maspor enquanto não é nada mui-to dramático.

O governo vem tomandomedidas corretas para driblar acrise internacional?

O governo vem anunciandouma série de pacotes de in-centivos, mas que terão im-pacto apenas no próximo ano.O governo tomou algumasmedidas que particularmentenão acho corretas, como o deaumentar os impostos sobreimportações. Acho que issoterá impactos negativos nospreços internos, pois os pro-dutos nacionais são mais ca-

Odesempenho das micro epequenas indústrias paulistas, dejaneiro a junho deste ano, ficou

abaixo do registrado pelos setores deserviços e comércio, assim como damédia das micro e pequenas empresas(MPEs) do Estado. Isso é o que mostrapesquisa IMPI (Indicadores da Micro ePequena Indústria Paulista) realizadapelo Sebrae-SP e FIESP (Federação dasIndústrias do Estado de São Paulo), emconjunto com a Fundação SistemaEstadual de Análise de Dados (Seade).

O faturamento das MPEs industriaispaulistas registrou alta de 2,6% dejaneiro a junho deste ano na comparaçãocom os primeiros seis meses de 2011. Nomesmo período, os setores de serviços ecomércio cresceram 10,3% e 7,2%,respectivamente. Na média, a receitareal das MPEs paulistas apresentouelevação de 7,6% em igualperíodo de tempo. Porém,desde 2008, quando teveinício a crise econômicamundial, o faturamentoda média geral das MPEscresceu 12 vezes mais.

De acordo comconsultor e economistado Sebrae-SP, Pedro JoãoGonçalves, umacombinação de fatoresexplica o resultado tímidodo segmento industrial. "Aindústria tem maior dependência definanciamento, sofre com a concorrênciade produtos importados e enfrentaproblemas de competitividade. Esseselementos contribuíram para osresultados considerados fracos emrelação aos demais setores", afirma.

A competitividade, por sua vez, sofreinterferência direta da capacitação dosempreendedores e da mão de obra, daburocracia, da infraestrutura do País eda necessidade de inovação. Estaúltima, por estar ligada ao uso datecnologia, tem impacto mais forte nasempresas que produzem bens de capitale duráveis. "Estamos acompanhando ofaturamento deste setor dentro denossos indicadores mensais da pequenaempresa. O mau desempenho daindústria nos acendeu um sinal de alertapara acompanhar de perto a evoluçãodestas empresas e orientar produtos eserviços específicos para ajudar narecuperação deste setor fundamental

para a economia paulista. Esta série deestudos, em conjunto com a Fiesp, devesubsidiar nossas ações para proporsoluções para incrementar estesnegócios", destaca Bruno Caetano,diretor-superintendente do Sebrae-SP.

No primeiro semestre deste ano, ofaturamento das MPEs industriaisatingiu R$ 35,7 bilhões. Se analisadosomente o mês de junho, a receita foi deR$ 5,9 bilhões, 2,8% maior do que nomesmo mês de 2011. Na média, cadaMPE da indústria faturou R$ 38,7 milnaquele mês.

O levantamento foi realizado com2.716 micro e pequenas empresas doEstado de São Paulo. As MPEs sãodefinidas como empresas de comércio eserviços com até 49 empregados eempresas da indústria de transformaçãoque empregam até 99 funcionários, com

faturamento anual máximode R$ 3,6 milhões. Aindústria detransformação estádividida em trêscategorias: não-duráveis,que inclui empresas doramo de confecções,alimentos e bebidas,couro e calçados, entreoutros; intermediários(produtos de metal,

exceto máquinas, borrachae plástico, química, por

exemplo) e capital e duráveis, comomáquinas, aparelhos e materiaiselétricos, automobilística e autopeças ematerial eletrônico e equipamentos detelecomunicação, entre outros.

Segundo um levantamento realizadorecentemente pelo Sebrae com clientesque buscaram apoio da instituição, emtodo o Brasil existem cerca de 6,8milhões de pequenos negócios noSimples Nacional, sendo que deste total1,3 milhão são negócios industriais, o querepresenta 19,5% desse universo.

O setor de metal mecânica, seguido docouro e calçados, tiveram destaque nosatendimentos do Sebrae até dezembrode 2011, com 6.552 consultorias. Com osramos de madeira e móveis, gemas ejoias, têxtil e confecção, eletroeletrônico,indústria alimentícia e bebidas,equipamentos médicos, odontológicos ehospital, construção civil, química e PVC ecosméticos somam 17.403 atendimentosfeitos pela instituição.

impacto grande nos saláriosmais baixos, que afetou muitoa pequena empresa de umaforma geral. Como não houveaumento na produtividade pa-ra compensar, isso tornou oproduto nacional menos com-petitivo. Por outro lado, com acrise internacional, países co-mo a China estão focando suasexportações em países emer-gentes como o Brasil, até mes-mo praticando dumping e ofe-recendo produtos a preçosabaixo que os normais. Isso

faz com que a indústria nacio-nal tenha grande dificuldadeem competir.

Pelo balanço do semestredivulgado pelo Sebrae,enquanto o PIB cresceu apenas0,6% no período, as micro epequenas empresas cresceram7,6%. Qual a sua avaliaçãosobre isso?

Esse crescimento vem sen-do puxado pelo setor de servi-ços, que é importante na gera-ção de empregos, mas não é

relevante para o aumento doPIB, principalmente os servi-ços pessoais. Isso acaba crian-do uma armadilha para a in-dústria, pois o crescimento dosetor de serviços faz subir ossalários e a indústria competepor mão de obra no mesmomercado. Ela acaba tendo au-mento no salário sem ter au-mento de vendas. O problemada indústria é estrutural - aeconomia crescendo alivia umpouco as pressões, e as restri-ções às importações e o au-mento do dólar ajudam maisum pouco, mas não resolvemos problemas estruturais daindústria.

Em sua opinião, quais asdificuldades hoje para opequeno empreendedor?

A Lei Geral das Micro e Pe-quenas Empresas foi um gran-de avanço, se simplificou a bu-rocracia e se reduziu os cus-tos, mas ao mesmo tempo elaacaba limitando a possibilida-de de crescimento da empre-sa. À medida que se chega aoteto de faturamento, a empre-sa sai do regime do Simples evai para outro bem mais com-plexo. Teria de se estudar umaforma evolução gradativaapós ultrapassar esse teto,aumentando gradativamentea tributação, mas não indo dozero ao infinito. Por conta dis-so, o empresário tenta contero próprio crescimento paranão mudar de regime, o quenão é desejável. ( C . O. )

2,6%Foi a alta no

faturamento dasMPEs industriais noprimeiro semestre

2013Será um ano bemmelhor se os juros

não subirem e a criseeuropeia melhorar

quinta-feira, 25 de outubro de 2012 ESPECIAL - 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

Sebrae-SP montaespaços temáticos

Temas vão desde sustentabilidade até o universo das startups,passando pelo agronegócio e por rodadas de negócios

SXC

Na Feira do Empreen-dedor, que começahoje no Expo CenterNorte, o Sebrae-SP

montou o "Espaço Sustentabi-lidade". Lá, os visitantes pode-rão tirar dúvidas sobre o con-ceito e entender melhor comoe por que aplicá-lo no dia a dia.Sondagem do Sebrae junto àsmicro e pequenas empresasmostrou que na visão de 47%dos empresários o termo estáassociado a novas oportuni-dade de ganhos, mas a maio-ria (58%) admite ainda não terconhecimentos sobre o tema.

Num espaço de 49 metrosquadrados, os visitantes parti-ciparão de gincana com ativi-dades lúdicas sobre a questãoda sustentabilidade. Tambémpoderão obter informações eorientação do Centro Sebraede Sustentabilidade a respeitode ações que vão do uso e reusoda água e reciclagem de mate-riais, até a busca de eficiênciaenergética e gestão de resí-duos sólidos, entre outras."Nosso objetivo é disseminar oconceito e mostrar a importân-cia da sustentabilidade aplica-da às MPEs, em sua rotina e emseus processos produtivos. Se-ja qual for a atividade desenvol-vida pelo empresário, ele deveestar consciente de que os con-sumidores cada vez mais deci-dirão suas compras levandoem conta a responsabilidadesocial, econômica e ambientalda empresa de quem irão com-prar - e que isso será cobradotanto das grandes empresascomo de toda a sua cadeia defornecedores", destaca a con-sultora do Sebrae-SP, Dorli Te-rezinha Martins.

Opor tunidades

Outra novidade na feira des-te ano é o Espaço de Negócios.Ary Scapin, um dos coordena-dores do evento, explica queele terá dupla funcionalidade."Serão realizadas neste espa-ço, com área aproximada de200 metros quadrados, roda-das de negócios na quinta

(25/10) e sexta-feira (26/10).No fim de semana, haverá ati-vidades voltadas ao estímulodas chamadas startups - em-presas de pequeno porte, re-cém-criadas ou ainda em fasede constituição, geralmentetocadas por jovens empreen-dedores e com atividades liga-das a tecnologia, negócios vir-tuais, pesquisa e desenvolvi-mento de ideias inovadoras".

Nos dias 25 e 26/10, das13h30 às 19h30, acontecemduas rodadas de negócios,uma voltada para agronegó-cios e outra para o segmentode alimentos processados. Adinâmica aproximará empre-sas ofertantes e empresascompradoras, com objetivo depossibilitar realização de ne-gócios e parcerias. Cada roda-da contará com 15 comprado-res e 60 ofertantes. Além dageração de negócios, os parti-cipantes têm oportunidade detrocar cartões e materiais dedivulgação.

Para os dias 27 e 28, das13h30 às 19h30, estão pro-gramadas atividades em queos visitantes poderão obter in-formações sobre o universodas startups, conferir histó-rias de sucesso de empresasinovadoras e saber como con-seguiram firmar-se no merca-do. O espaço realizará um en-contro com Cássio Spina, fun-dador da Anjos do Brasil, quefomenta justamente o empre-endedorismo inovador, comapoio dos chamados investi-dores-anjo. O perfil típico doinvestidor-anjo é o do empre-endedor ou executivo bem su-cedido, que acumulou recur-sos e experiência e hoje tem

disponibilidade de tem-po e recursos financei-ros para aplicar em no-vos negócios. Encontrocom desenvolvedores deaplicativos, bate papo cominvestidores e assuntos liga-dos às novas formas de gestãocompõem este espaço de co-nhecimento e networking.

Cadeia produtiva

Quem já possui um negóciopróprio ou pensa em investirem um novo empreendimentoencontrará, reunidos no espa-ço "Do Campo ao Consumi-dor", os principais produtos esoluções que o Sebrae oferecenos setores de agronegócios,indústria, comércio e servi-ços. Nele, o visitante poderáconferir os programas desen-volvidos e serviços colocadosà disposição dos empreende-dores, a maioria deles total-mente gratuitos ou com subsí-dios em torno de 80%, e comoeles se relacionam.

O tema escolhido foi a "Ca-deia do Sorvete" e se criou umambiente cenográfico emque o visitante percorre umatrilha, passando em cada umdos segmentos, desde a pro-dução do leite até a produçãodo sorvete. No Agronegócio,ele conhecerá as principaiscadeias produtivas trabalha-das pelo Sebrae-SP, como lei-te, café, frutas e outras, e o vi-sitante saberá de que forma oSebrae apoia os pequenosprodutores para serem maiscompetitivos.

Na área destinada à indús-tria, serão apresentados pro-dutos e serviços voltados ao

setor, co-mo o progra-ma de Gestão daIndústria, que pro-move palestras e con-sultorias específicas, o PAS- Programa de Alimentos Se-guros, com informações sobrea manipulação dos alimentos,e o programa Sebraetec, quevisa à melhoria de produtos eprocessos produtivos. O co-mércio mostrará, em ambien-te de sorveteria, a atuação doSebrae no setor do varejo, queconta com programas como oComércio Varejista e o MaisServiços/Mais Negócios.

Completando o percurso, oempreendedor chegará a umespaço em que serão apresen-tados os Circuitos Turísticosdo Estado de São Paulo, e co-

mo estão inse-r i d o s n a c a-deia do sorve-t e , n o s e g-m e n t o d eS e r v i ç o s . Aárea total des-ta atividade é

d e 1 6 0 m e t r o squadrados e a expec-

tativa é receber mais de5 mil visitantes nos quatro

dias da feira. "Nosso objetivo émostrar de que forma o Se-brae pode ajudar o empreen-dedor em cada setor de ativi-dade, e fazer isso de uma for-ma lúdica e atraente", explicaa consultora do Sebrae-SP euma das organizadoras dessaatividade, Juliana Gobbi.

O espaço terá ambienta-ções cenográficas simulandoos diversos pontos da trilha se-guida nesse ramo de negócio.Isso inclui desde os locais deplantio das frutas que darãobase ao produto processado,passando pelo processamen-to na indústria, até chegar, viacomércio, ao consumidor.

Como toda lojadeveria ser

Olojista que passarpela Feira doEmpreendedor

deve incluir no roteirouma passagem pela LojaModelo, um espaço quesegue modernas técnicasde ambientação,merchandising eautomação comercial eque deve ser usado comoreferência na montagemde uma loja de roupas. Oespaço reproduz oambiente de uma loja derua de roupas femininas.Consultores do Sebrae-SPguiarão os visitantes pelolocal, orientando-os aaperfeiçoar o ambiente deuma loja, investindo namelhoria de itens comovitrine, acessibilidade,precificação, organizaçãodos produtos, provadores,acessibilidade, espaçopara o trânsito declientes, iluminação earomatização. "Dentro dosegmento de comércio dovestuário há lojas deroupas femininas,infantis, masculinas,entre outros, por isso, omais importante é que oempresário entenda osconceitos passados navisita guiada à LojaModelo e consiga adaptá-los ao seu público e à sua

empresa", explica LilianFusco, consultora doSebrae-SP.

A primeira versão daLoja Modelo foiapresentada ao públicodurante a edição da Feirado Empreendedor em SãoPaulo, em 2010. Naocasião, mais de 4 milpessoas participaram dasvisitas guiadas durante oevento.

No Estado de São Paulo,existemaproximadamente 90 milmicro e pequenasempresas (MPEs) no setorde comércio varejista dovestuário e cerca de 46mil EmpreendedoresIndividuais (EIs).Considerando MPEs e EIs,são mais de 571 milestabelecimentosdedicados a estaatividade no Brasil.Somando micro epequenas empresas eempreendedoresindividuais, São Pauloconta com 24% dasempresas ligadas aocomércio de vestuário doPaís. Trata-se de um setoressencial para aeconomia paulista. Porisso, foi dedicado umespaço especial na Feirado Empreendedor.

quinta-feira, 25 de outubro de 20126 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Banco do Povoatinge

R$ 1 bi emempréstimos

Bruno Caetano e Alencar Burti, doSebrae-SP: apoio ao microcrédito.

Divulgação

Desenvolve SP anuncia novaslinhas de financiamentos

O objetivo é atender a demanda por crédito para obras de infraestrutura da Copa do Mundo e fomentar as empresas com perfil inovadorRaoni Maddalena/e-Sim

Chico Ferreira/Luz

OGoverno do Estadode São Paulo am-pliou o valor desti-nado à linha de fi-

nanciamento de projetos rela-cionados à Copa do Mundo de2014, operada pela Desenvol-ve SP, novo nome da Agênciade Fomento Paulista, tambémconhecida como Nossa CaixaDesenvolvimento. O limite,que antes era de R$ 150 mi-lhões, agora pode chegar a R$300 milhões. Com a medida, ogoverno espera atender todaa demanda por crédito para asobras de infraestrutura hote-leira e esportiva nas cidadespaulistas já qualificadas comoCentros de Treinamentos deSeleções (CTS) e as que aindasão candidatas. "A Desenvol-ve SP vai financiar a constru-ção de hotéis e centros espor-tivos das cidades paulistas jáqualificadas e nas que aindasão candidatas a serem sub-sedes da Copa. Serão R$ 300milhões, com juros de 2% aoano mais IPC, que ajudarão osmunicípios a se preparem pa-ra receber as seleções", diz ogovernador Geraldo Alckmin.

Segundo o presidente daDesenvolve SP, Milton Luiz deMelo Santos, a instituição estápreparada para receber todosos projetos que melhorem a in-fraestrutura das cidades paraa Copa. "O Estado de São Pauloé o único da federação quepossui uma linha de créditocom juros subsidiados paraprojetos de infraestrutura re-lacionados à Copa para cida-des que querem ser subsedes.A Desenvolve SP já recebeu R$60 milhões em pedidos de fi-nanciamentos para a Linha In-vestimento Esportivo 2014 eesse número deve aumentarainda mais", prevê.

I n ova ç ã o

O Governo do Estado de SãoPaulo, por meio da Desenvol-ve SP e em parceria com a Se-cretaria de DesenvolvimentoEconômico, Ciência e Tecno-logia, lançou o programa "SãoPaulo Inova", de apoio a em-

presas paulistas de base tec-nológica e de perfil inovador,inclusive as em estágio inicialde operação (startups).

O programa será compostopor três linhas de financia-mento operadas pela Desen-volve SP, duas delas com juroszero, e um termo de coopera-ção para a constituição de umfundo de investimento paraempresas startups e de inova-ção tecnológica. Será um totalde R$ 250 milhões, sendo R$100 milhões destinados aoFundo de Investimento e R$

150 milhões em recursos paraas linhas de financiamento.

O Governo do Estado, emparceria com o Sebrae-SP e ou-tros potenciais investidores,

promoverá aco nsti tuiç ãodo "Fundo Ino-vação Paulis-ta", por meiode gestor a sersel ecion adopor processopúblico coor-denado pelaFINEP. O obje-

tivo do Fundo éfomentar as em-

presas de perfil inovador compotencial para geração de no-vos produtos, agregando valore beneficiando a economia e apopulação paulista. "Esse pro-grama vai incentivar a produ-ção científica e tecnológica emSão Paulo, oferecendo o apoiofinanceiro necessário para queessas empresas cresçam.Além disso, o Sebrae-SP contri-buirá com sua experiência emgestão empresarial por meiode seus produtos ligados à ino-vação", afirma Bruno Caetano,diretor-superintendente doSebrae-SP.

Os investimentos do Fundoirão principalmente para em-presas com faturamentoanual de até R$ 3,6 milhões,inclusive as em estágio inicialde operação (startups), po-dendo atender também em-presas com faturamento deaté R$ 18 milhões. Os projetosserão avaliados pelo gestor doFundo e aprovado pelo comitêformado pelos investidores.Entre as ciências que serãocontempladas, preferencial-mente, estão nanotecnologia,fotônica, ciências da vida e TI.

O Fundo contará com patri-mônio de R$ 100 milhões, sen-do até R$ 25 milhões da De-senvolve SP, e terá participa-ção do Sebrae-SP, da Fapesp,do FINEP e investidores.

B alanço

Os pequenos e médios em-presários paulistas investi-ram, de janeiro a setembrodeste ano, R$ 320 milhões emseus próprios negócios. Os da-dos divulgados pela Desen-volve SP mostram um aumen-

to de 116% em relação ao vo-lume financiado nos primeirosnove meses de 2011. Desde oinício das at ividades, em2009, a instituição do Governode São Paulo já financiou R$810 milhões em mais de 2.200operações de crédito para em-presas do Estado.

Apesar da desaceleração daindústria em 2012, o setor ain-da é o que mais toma financia-mento para expansão e mo-dernização na Desenvolve SP,no entanto, sem o mesmo vi-gor do ano passado. Nos pri-meiros nove meses de 2012, osetor da indústria paulista foiresponsável por 55% do totalemprestado pela instituição.Em 2011, essa representativi-dade era de 63%.

Já o setor de serviços, alcan-çou 21% do total do financia-mento apurado de janeiro asetembro, número maior doque os 16% do mesmo períododo ano passado, mostrando aconsolidação do crescimentodo setor. Os setores do comér-cio e público ficaram com 5% e19%, respectivamente. "Al-cançar os R$ 800 milhões emfinanciamentos para investi-mento é uma vitória do peque-no e do médio empresáriopaulista. O desempenho em2012, onde conseguimos fi-nanciar mais que o dobro doano passado, é o termômetroda confiança do empresáriona política econômica do Esta-do", diz o presidente da De-senvolve SP.

OBanco do PovoPaulista, programade microcrédito do

Governo do Estado de SãoPaulo, comemorou amarca de R$ 1 bilhão emempréstimos desde a suacriação, em 1998,beneficiando mais de 252mil empreendedores deSão Paulo, que recorreramaos recursos paraconseguirem começar opróprio negócio.Atualmente, o Banco doPovo conta com 496unidades em 472 cidadespaulistas, número quedeve aumentar.

Para obter ofinanciamento, énecessário desenvolveruma atividade produtiva(formal ou informal) nosmunicípios contempladospelo Banco do Povo, terfaturamento bruto de atéR$ 360 mil nos últimos 12meses, não possuirrestrições no SCPC, Serasae CADIN Estadual.

O Governo do Estadotambém anunciou aassinatura de umprotocolo de intenções,vigente por 12 meses, como Sebrae-SP para ações emprol dos empreendedores."O Sebrae leva o apoiotécnico e nós o apoio domicrocrédito", explicou ogovernador. "Tudo quecaminha para o bemprecisa de unidade. Hoje,estão aqui duasinstituições dando início auma parceria e oferecendooportunidade para odesenvolvimento dosempreendedores",afirmou Alencar Burti,presidente do ConselhoDeliberativo do Sebrae-SP.

Linha para taxistas

O Banco do PovoPaulista (BPP) firmouparceria com o Sindicatodos Taxistas Autônomos

de São Paulo para ampliara oferta de crédito àcategoria. Com juros pré-fixados em 0,5% ao mês elinhas de crédito que vãode R$ 200 a R$ 10 mil parapagamento em 24 meses,a meta é amparar cada vezmais as chamadas classestrabalhistas autônomas."O principal benefíciooferecido pela Secretariado Emprego e Relações doTrabalho (SERT) aostaxistas paulistas éoferecer umaoportunidade para queesses profissionaispossam obterfinanciamento parainvestirem em suaatividade", informa odiretor-executivo do BPP,Antonio Mendonça.

Segundo a assessoria decomunicação daSecretaria Municipal deTransportes, existem,apenas na Capital, mais de33 mil veículos licenciadospara essa finalidade.Somente neste ano, o BPPconcedeuaproximadamente R$ 500mil em empréstimos àclasse. As açõesbeneficiaram 120 taxistas."O profissional podeutilizar o crédito pararegularização dodocumento do veículo,instalação do kit gás,consertos, compra depeças, entre outros itens",resume o secretário deEstado do Emprego, CarlosOrtiz.

"Com as recentesmudanças, que tornaram oprograma ainda maisatrativo, esperamosdinamizar a demanda econtribuir cada vez maisna vida dessesimportantesprofissionais", comentaGiovanni Romano,assessor do presidente dainstituição, NatalícioBezerra Silva.

JárecebemosR$ 60milhõesempedidos definanciamentosMI LT O N SANTOS

SerãodisponibilizadosR$ 300milhões, comjuros de 2%ao ano maiso IPCGERALDO ALCKMIN

quinta-feira, 25 de outubro de 2012 ESPECIAL - 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

Suaempresajá adotouo REP ?

Entenda quem é obrigado a adotar oRegistro Eletrônico de Ponto e conheçaalguns modelos disponíveis no mercado

As micro e pequenasempresas com maisde 10 funcionários eque adotam algum

meio eletrônico para controleda jornada de trabalho de seusempregados estão obrigadas,desde o dia 3 de setembro, aimplantar o Registro Eletrôni-co de Ponto (REP). Empresascom menos de dez funcioná-rios não precisam ter contro-les dessa natureza, mas se op-cionalmente tiverem e este foreletrônico, também terão deadotar o REP. Após vários adia-mentos, a Portaria MTE 1.510de 2009 entrou totalmente emvigor, já que o início da obriga-toriedade do REP dependia daatividade econômica do em-pregador – os setores financei-ro, transportes, construção,comunicações, energia, saú-de e de educação tinham pra-zo até 2 de abril de 2012; asempresas de a t i v idadesagroeconômicas até 1º de ju-nho; e em setembro as MPEs.

Os aparelhos devem ser ho-mologados pelo Ministério doTrabalho e Emprego (MTE), termemória inviolável e emitir re-cibos dos registros aos profis-sionais. A fiscalização terá ca-ráter orientativo nos primeiros90 dias de vigência, depois, a

multa ultrapassa R$ 4 mil.Na opinião de José Roberto

Dias, diretor da Abrep - Asso-ciação Brasileira das Empre-sas Fabricantes de Equipa-mentos de Registro Eletrônicode Ponto, desde a data de pu-blicação da Portaria 1.510, emagosto de 2009, houve muitareclamação, o que motivou osdiversos adiamentos. "Fize-ram muito barulho por poucacoisa. As empresas que já ado-tam o ponto eletrônico, e es-tão obrigadas a usar o REP, sãocerca de 400 mil, segundo le-vantamento do MTE; e quase90% das micro e pequenasempresas não adotam o con-trole de ponto por terem me-nos de 10 funcionários", ob-serva Dias. "Além disso, asempresas continuam poden-do adotar controles manuais ecom relógios de ponto mecâ-nico, ou outro tipo de controle,desde que haja acordo com osindicato dos trabalhadores eque conste na convenção ouacordo coletivo de trabalho".

Portanto, segundo Dias, nãohaverá problema para as mi-cro e pequenas empresas. "Éimportante ressaltar queaquelas que optarem pelomeio eletrônico verificarãoque os preços do REP são os

mesmos, em alguns casos atémenores. que os dos relógiosou coletores de ponto de antesda Portaria, não justificandoas reclamações que atual-mente é mais caro implantarsistemas de controle de jorna-da do que no passado". Para oexecutivo, haverá mudançapositiva, já que as micro e pe-quenas empresas sentirão adiminuição de conflitos, redu-zindo os custos trabalhistas ecustas judiciais.

Com base nos números doMTE, a Abrep calcula o poten-cial de mercado hoje para oREP seja de 1 milhão de equi-pamentos, dos quais 370 mil já

foram vendidos, restando emtorno de 630 mil para seremcomercializados. "Claro que acada dia mais e mais empre-sas passam a adotar o pontoeletrônico para controle dajornada de trabalho de seusempregados, mas esses nú-meros mostram que o merca-do não é tão grande e houvemuita gritaria sem motivo".

Segundo Dias, que tambémé diretor de novos negócios dafabricante Trilobit, algumascaracterísticas diferenciam oREP de um sistema de pontoconvencional. A primeira é aMemória de Registro Perma-nente (MRP), lacrada e inviolá-

vel, que não permite altera-ções. "O aparelho também de-ve ter uma mini-impressoraembutida e sempre que hou-ver um registro, deverá emitirum recibo para o funcionário.O REP também possui umaporta USB externa, chamadade porta fiscal, para que o fis-cal do MTE possa extrair os re-gistros", comenta Dias.

Outro ponto importante an-tes de comprar o aparelho ésaber se o mesmo é homolo-gado pelo MTE. Para tanto, oempregador pode consultar os i t e d o M i n i s t é r i o(www.mte.gov.br).

O MTE exige a notificação da

compra dos aparelhos. O em-pregador deverá se cadastrarno MTE via internet informan-do seus dados (CNPJ, endere-ço, etc) , equipamentos esoftwares utilizados. "É impor-tante o empregador fazer umaescolha acertada do modelo,pois não é possível fazer o up-grade. Se ele adquiriu um mo-delo com leitor de código debarras, mas agora quer umcom leitor de digitais, ele teráde comprar outro aparelho efazer ovo registro no MTE, docontrário, poderá ter proble-mas com a fiscalização", dizMarcelo Teramae, gerente co-mercial da Gertec. ( C . O. )

Dimep (www.dimep.com.br) -A empresa oferece a linhaMiniprint, nas versões com leiturade proximidade, código de barrase biométrica. A memória MRP doequipamento, protegida porresina, permite o gerenciamentode até 50 usuários ativos edisponibiliza até 1,5 milhão de

registros. A bobina de papel com 50 metros permitea produção de até mil tíquetes, que são impressosem apenas dois segundos. O Miniprint tambémpossui memória flash de armazenamento deinformações, mantendo o registro permanente detodas as marcações por um período de até 20 anos.Os preços variam de R$ 1.750 a R$ 1.900.

Gertec(www.gertec.com.br)A empresa, tradicionalna área de automaçãocomercial, lançou oMarque Ponto em duasversões: a maiscompleta traz leitores debiométrica, código debarras e de proximidade,

com preço médio de R$ 3.300. Uma versãomais simples vem com leitores de código debarras e de proximidade, custando em tornode R$ 2.700. O aparelho controla até 10 milfuncionários e sua memória tem capacidadepara até 2 milhões de registros. O leitorbiométrico é acionado assim que o funcionáriocoloca o dedo na área de captura, utilizandouma luz branca, que facilita a leitura de digitalfraca, molhada ou suja.

Madis Rodbel (www.madis.com.br)A empresa desenvolveu dois modelos deREP. O Relógio de Ponto MD 0705 Barras é asolução ideal para empresas com até 50funcionários. Tem capacidade para bobinacom 50 metros, que imprime até 1.000tíquetes. Sua memória MRP é protegida porresina, com capacidade dearmazenamento para mais de 1,5 milhão

de registros de ponto. Ele custa a partir de R$ 1.700 na versãocom leitor de barras. Já o modelo MD REP 1704 facilita asrotinas do departamento pessoal da empresa e é de fáciloperação. As impressões são realizadas em papel térmicocom durabilidade mínima de cinco anos. Custa a partir deR$ 2.400 na versão com leitor biométrico.

Digicon (www.digicon.com.br)A empresa desenvolveu a linha DigiREP, commodelos baseados em leitores biométricos, RFID(identificação por radiofrequência), smart card(Mifare) e código de barras, totalizando oitomodelos. O equipamento controla até 100 milcolaboradores. A Digicon não revelou os preços.

Trilobit (www.trilobit.com.br)A empresa oferece quatro modelos.

A versão mais procurada é a REP1000 Biobarcode, que custa em

torno de R$ 3.500. O produto possui capacidade para administraraté 40 mil empregados e armazenar permanentemente até 40milhões de lançamentos em sua memória. A empresa também

oferece modelos somente com leitor de código de barras, somentepara cartão de aproximação ou com ambas as tecnologias.

ALGUNS MODELOS

quinta-feira, 25 de outubro de 20128 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Sem ele, oBrasil não seria

o mesmoO desenvolvimento das micro e pequenas empresas, e do próprio País,

se deve muito à atuação do Sebrae nestes últimos 40 anos

Neste mês de outu-bro, o Sebrae - Ser-viço Brasileiro deApoio às Micro e Pe-

quenas Empresas (Sebrae)completa 40 anos de existên-cia, sempre se mantendo fiel àsua missão de promover es-tratégias e ações para o de-senvolvimento das micro e pe-quenas empresas. Os núme-ros mostram a grandeza destainstituição: em 2011, aproxi-madamente 1,7 milhão deempresas buscaram apoionos pontos de atendimentoespalhados pelo País; a Cen-tral de Relacionamento (0800570 0800) realizou 2,6 mi-lhões de atendimentos; en-quanto o Portal Sebrae regis-trou mais de 21 milhões deacessos, se tornando impor-tante fonte de informação.

Palavra do presidente

"Todos nós que participa-mos do Sebrae estamos satis-feitos em completar 40 anos,não é fácil no Brasil uma insti-tuição como a nossa alcançaressa marca. É um momento decomemoração, de um balançomuito positivo, pois o Sebraede fato contribuiu ao longodesses 40 anos para melhoraro empreendedorismo, a de-senvolver uma cultura empre-endedora no País", diz LuizBarretto, presidente do Se-brae. "Levamos aos empresá-rios o conhecimento, a capaci-tação, que são os motores docrescimento empresarial, aomesmo tempo em que contri-buímos muito para melhorar oambiente legal – o Brasil avan-çou muito nesta área, fez de

fato uma reforma tributária nosegmento das micro e peque-nas empresas com a criaçãoda Lei Geral da Micro e Peque-na Empresa".

H omenagens

"Nestes 40 anos de ativida-de em prol dos pequenos ne-gócios e futuros empresários,o Sebrae vem buscando solu-ções para minimizar as assi-metrias sociais do Brasil. Des-taco duas grandes ações queforam um marco divisor naquestão do tratamento dife-renciado às MPEs: o desenvol-vimento e a implantação daLei Geral das MPEs e a criaçãoda nova figura jurídica do EI(Empreendedor Individual).Graças a estes dois movimen-tos, quase 7 milhões pessoas

conquistarem a cidadania em-presarial plena. Este é umgrande legado do sistema Se-brae para o Brasil ", comentouAlencar Burti, presidente doConselho Deliberativo do Se-brae-SP.

"Nesses 40 anos, o Sebraese consolidou como uma mar-ca querida tanto por nós quevivemos o seu dia a dia, quan-to por quem o procura para co-locar em prática o desejo deempreender. O Sebrae é aponte entre o sonho e a reali-zação de tantas pessoas. Issonos dá a certeza de que traba-lhamos por uma causa nobre.Em seus 40 anos, o Sebrae tem

lutado sem descanso por umambiente cada vez melhor pa-ra que as micro e pequenasempresas possam se desen-volver e prosperar. Uma legis-lação mais favorável, menosburocracia e crédito maisacessível aos negócios de pe-queno porte são exemplos devitórias que o Sebrae ajudou aconquistar", disse Bruno Cae-tano, diretor-superintenden-te do Sebrae-SP.

Como tudo começou

O Sebrae existe como insti-tuição desde 1972, mas suahistória começa quase umadécada antes. Em 1964, o en-tão Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico (BN-DE), atual Banco Nacional deDesenvolvimento Econômicoe Social (BNDES), criou o Pro-grama de Financiamento à Pe-

quena e Média Empresa (Fipe-me) e o Fundo de Desenvolvi-mento Técnico-Científ ico(Funtec), atual Financiadorade Estudos e Projetos (Finep).

Em 1972, por iniciativa doBNDE e do Ministério do Plane-jamento, foi criado o CentroBrasileiro de Assistência Ge-rencial à Pequena Empresa(Cebrae). O Conselho Delibe-rativo do Cebrae contava coma Finep, a Associação dos Ban-cos de Desenvolvimento (AB-DE) e o próprio BNDE.

Em 9 de outubro de 1990, oCebrae foi transformado emS e b r a e p e l o d e c r e t o n º99.570, que complementa aLei nº 8029, de 12 de abril. Aentidade desvinculou-se daadministração pública e trans-formou-se em uma instituiçãoprivada, sem fins lucrativos ede utilidade pública, mantidapor grandes empresas. ( C . O. )

Luiz Barretto,presidente doSebraeNacional, eAlencar Burti,presidente doConselhoDeliberativodo Sebrae-SP:momento decomemoraçãoe de balançopositivo.

Soluções para todos os perfis

OSebrae tem imensacapilaridade em todoo território nacional,

abrangendo as 26 unidadesfederativas e o DistritoFederal. Tem ainda umasede nacional e cerca de700 pontos de atendimentopresenciais espalhados peloPaís. Conheça os programasestratégicos desenvolvidospela instituição:

Sebrae MaisO Programa Sebrae para

Empresas Avançadas(SebraeMais) oferecesoluções para empresasque buscam expandir osseus negócios. O público-alvo são empresas commais de dois anos nomercado, que possuemmais de nove funcionários e

que já tenham resolvidoproblemas básicos degestão, necessitandoavançar na implantação denovas ferramentasgerenciais para consolidar ocrescimento.

Negócio a NegócioO programa oferece

atendimento gratuito aosmicroempreendedoresindividuais emicroempresas e prevê arealização de umdiagnóstico e a implantaçãode um plano de ação,propondo soluções para amelhoria da empresa e umavisita de acompanhamentodas ações sugeridas.

Agentes Locais deInovação (ALI)

Trata-se de uma iniciativa

do Sebrae com a parceria doConselho Nacional deDesenvolvimento Científicoe Tecnológico - CNPq para apromoção da inovação empequenas empresas. Com aorientação de profissionaisespecializados, os agentesavaliam o grau de inovaçãonas empresas atendidas.

SebraetecO Programa Nacional

Serviços em Inovação eTecnologia (Sebraetec) éum instrumento quepermite às empresasdemandantes acesso aconhecimentostecnológicos existentes nainfraestrutura de ciência,tecnologia e inovação(CT&I), visando à melhoriade processos e produtos

e/ou à introdução deinovações nas empresas ouno mercado.

Sebrae 2014O Programa Nacional

Sebrae 2014 visa a prepararempresários para asoportunidades que a Copado Mundo trará às micro epequenas empresas. OSebrae encomendou umestudo junto à FundaçãoGetulio Vargas (FGV), queidentificou 940oportunidades de negóciosem nove setores:agronegócio, comérciovarejista, construção civil,madeira e móveis,economia criativa, moda,serviços, tecnologia dainformação e comunicação(TIC) e turismo.

Sede do Sebrae em Brasília: 40 anosde atividade em prol dos pequenosnegócios e futuros empresários.

Divulgação/Bruno Spda

Luiz Prado/Luz

Bruno Poletti /Luz

quinta-feira, 25 de outubro de 2012 ESPECIAL - 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

Onde os pequenos pecamConsultor do Sebrae-SP mostra quais as principais deficiências que colocam em risco a saúde dos pequenos negócios

Newton Santos/Hype

Um levantamento fei-to pelo Sebrae-SPmostra que a taxade mortalidade das

micro e pequenas empresas éalta, já que de cada 100 em-preendimentos que abrem asportas, 58 fecham em um pra-zo de cinco anos. As razões, osconsultores do Sebrae viven-ciam todos os dias: falta deplanejamento e de conheci-mento para tocar o negócio.Para o consultor Rosendo deSousa Jr., do Sebrae-SP, aindahá muito amadorismo no se-tor. "O que presenciamos nodia a dia de empreendedoresque nos procuram são descon-troles financeiros e contábeis,problemas com administra-ção, ausência de capital de gi-ro, falta de planejamento,

marketing precário, entre ou-tros", comenta o consultor.

Plano de negócio

Segundo ele, se o empreen-dedor não tem controle da re-ceita e das despesas, se nãosabe o que entra e sai da em-presa, ele não sabe se estátendo lucro ou prejuízo, se-quer ele consegue precificarseus produtos, pois a margemde lucro depende dessas infor-mações. "Se falta este contro-le básico, provavelmentetambém não estará contro-lando o estoque, ele não sabequais mercadorias estão ten-do mais ou menos giro e nãoconseguirá planejar a com-pra", observa Sousa Jr.

Para o consultor do Sebrae-

SP, um bom planejamento co-meça com um bom plano denegócios. O ideal é que todosaspectos do negócio, tantomercadológico como legal,estejam descritos no papel,mas são poucos os que fazemisso. "Mesmo que informal-mente, todo empreendedortem um plano de negócio, mí-nimo que seja. Ele tem ideia donegócio que vai montar, comquais produtos irá trabalhar,ele faz uma pesquisa sobre omercado, os concorrentes, co-mo vai produzir ou vender,etc.", comenta Sousa. "Mas,além disso, é preciso se preo-cupar com outros detalhes, acomeçar pelo tipo de empresaele que vai abrir, em qual regi-me tributário, se precisará teralvará de funcionamento, vis-toria do Corpo de Bombeiros, olocal mais adequado para

abrir o negócio,como irá exporos produtos,as estratégiasde marketing,a contrataçãode funcioná-rios, etc".

Na fase ini-cial, quando onegócio aindaestá se estabe-

lecendo, é im-portante ter um

capital de giro suficiente paramanter a empresa durante pe-

lo menos três meses, cobrindoos custos fixos, como aluguel,impostos, água, luz e salários,além de suas despesas pes-soais. "Os controles financeirossão muito importantes. Quan-do alguém nos procura em bus-ca de orientações, esta é a pri-meira coisa que pedimos".

Segundo ele, ter esses con-troles informatizados agiliza oprocesso, mas é preciso que oempreendedor tenha os da-dos e o hábito de alimentar osistema com eles. "Temos mo-delos prontos de planilhas pa-ra que ele possa fazer esse ti-po de controle. No mercado ena internet também é possívelencontrar aplicativos dessanatureza, gratuitos ou pagos",

observa o consultor. Empre-sas mais bem estruturadas,mesmo que de pequeno porte,utilizam sistemas mais com-pletos chamados de ERP (siglaem inglês para sistema inte-grado de gestão empresarial),em que os aplicativos dos di-versos setores da empresa(contas a pagar e a receber, fi-nanceiro, RH, estoque, etc.)estão integrados.

Opor tunidades

O início de um novo negócioé sempre difícil, pois a empre-sa ainda não é conhecida e épreciso conquistar a fidelida-de dos clientes. "Olhando oque os concorrentes estão fa-

zendo é possível identificaroportunidades e ameaças",afirma Sousa Jr. Os clientes sócomprarão se verem algumavantagem nisso em relação àconcorrência, seja o preço me-nor, facilidade de pagamento,maior oferta de produtos, aproximidade da loja, o melhoratendimento, ambiente agra-dável. "É preciso olhar para fo-ra, vendo o que os outros estãofazendo para que você não fi-que em desvantagem, e tam-bém para dentro, identifican-do formas de melhorar o aten-dimento e a gestão. Cortandocustos, por exemplo, é possí-vel reduzir os preços e assimter uma vantagem competiti-va importante". ( C . O. )

Consumidores estãomais confiantes

Quem aguenta essaburocracia infernal?

DNeste fim de ano, oconsumidor estáotimista. O Índice

Nacional de ConfiançaACSP/Ipsos subiu para 158pontos em setembropassado, contra 150 pontosem agosto. Em setembro de2011 ficou em 152 pontos, e153 pontos em setembro de2010. "Os números dapesquisa mostram que oconsumidor está cada vezmais confiante namanutenção do emprego ecriam assim uma perspectivamais favorável para asvendas de final de ano", dizRogério Amato, presidenteda Associação Comercial deSão Paulo (ACSP) e da

Federação das AssociaçõesComerciais do Estado de SãoPaulo (Facesp). As classesA/B são as mais otimistascom 163 pontos, contra 149pontos em agosto. Emseguida, vem a classe C com157 pontos em setembro,contra 149 pontos emagosto. Finalmente, asclasses D/E (as menosotimistas) com 139 pontosem setembro, contra 136pontos em agosto. A regiãoSul passou a ser a maisotimista com 182 pontos emsetembro de 2012, contra160 em agosto. Em seguidavem a região Sudeste com171 pontos em setembro,contra 163 em agosto.

No 24º aniversário dapromulgação daConstituição Federal

de 1988, completados no dia5 de outubro, o InstitutoBrasileiro de PlanejamentoTributário (IBPT) apontouque já foram editadas, nesteperíodo, 4,6 milhões denormas federais, estaduais emunicipais. A quantidadeequivale a 788 normas geraiseditadas por dia útil, o queevidencia o complexoemaranhado da legislaçãobrasileira acerca de assuntosde interesse da sociedade,como saúde, educação,segurança, trabalho, tributose outros. Deste total,600.912 normas estão em

vigor, o que representa13,02% da legislaçãoeditada em todo o período.Se consideradas apenas asnormatizações sobre temastributários, foram editadas290.932 normas, sendo29.748 federais, 89.461estaduais e 171.723municipais. Atualmente,21.820 normas tributáriasestão em vigor, equivalentea 7,5% da legislaçãoexistente sobre o tema.Segundo o presidente doIBPT, João Eloi Olenike, asempresas devem seguir, emmédia, 3.507 normas, ou39.384 artigos, 91.764parágrafos, 293.408 incisose 38.596 alíneas.

Sem oscontrolesbásicos, ele nãoconseguiráfazer umplanejamentoROSENDO

DE SOUSA JR.

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quinta-feira, 25 de outubro de 201210 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Máquinas de fazer dinheiroEquipamentos permitem montar uma pequena fábrica ou fazer quitutes para festas e bufês

Acima, Ricardo Lima, empresário que se formalizou e montou uma fábrica de chinelos deborracha, produzindo 500 pares por dia. Ao lado, Victor Cortez, diretor de marketing da

Compacta Print, que desenvolve equipamentos para pequenos empreendedores.

Até o início do ano, Ri-cardo Lima era umaespécie de caixeiroviajante: comprava

artigos de borracha, como chi-nelos, e vendia para lojistas,principalmente do Litoral e In-terior paulista e também ou-tros Estados. Era um trabalhoinformal, mas que lhe rendiaum faturamento de até R$ 10mil nos melhores meses. Háquatro meses, sentindo que omercado está mais aquecido,Lima resolveu abrir uma pe-quena fábrica de chinelos deborracha.

Com um investimento ini-cial de R$ 30 mil, ele abriu umamicroempresa, alugou umimóvel, comprou uma máqui-na de fazer chinelos da Com-pacta Print e as matérias-pri-mas para iniciar a produção,que hoje está em torno de 500pares por dia. O faturamentomensal saltou para R$ 25 mil."Durante o período que eu re-vendia para lojistas, formeiuma boa carteira de clientes,que aumentou com a formali-zação. Hoje tenho em torno de50 clientes, muitos no Litoral,já que chinelos de borrachatêm grande aceitação por lá",diz Lima. "O segredo paracrescer é montar a fábrica emum local fora de casa, ter ven-d e d o r e s ev e n d e r s o-mente no ata-cado para lo-j i s tas , essahistória de fa-zer em casa evender paravizinhos nãodá dinheiro",garante. Ou-tra receita desucesso, se-gundo Lima, éa criativida-de. "É precisoestar atentoàs tendênciasdo mercado,nas cores da moda. Como naprodução dos chinelos há so-bras de borracha, eu aprovei-to para fazer chaveirinhos,que vão junto com o produto,se tornando um diferencial".

Há mais de 20 anos no mer-c a d o , a C o m p a c t a P r i n t( w w w . c o m p a c t a-print.com.br) desenvolveu

equipamentos nas áreas dealimentação, estamparia,embalagem, fraldas, sandá-lias, serigrafia e reciclagem."A máquina de fabricar sandá-lias de borracha é o destaque,

j un ta me nt ecom a de es-t a m p a s d ec am is et as ,pois o valoragregado ém a i o r e o sprodutos sãomais lucrati-vos", comen-ta Victor Cor-tez, diretorde marketingda empresa." Pe sq u i sa smostram queo brasi leiroadora chine-los de borra-

cha, ainda mais agora com aproximidade do verão - a mé-dia é de 3,4 pares por pessoa",diz Cortez.

Para quem quer iniciar aprodução de sandálias, o exe-cutivo indica o modelo Com-pacta Sandália Manual, quecusta R$ 4.200 e permite fazero corte de centenas de sandá-

lias por dia. O equipamentovem com um conjunto de fa-cas nos tamanhos de 34 a 44."Caso se queira fazer modelosinfantis, nós indicamos forne-cedores de facas que ele ne-cessita. Tam-bém indica-m o s , c a s oprecise, for-necedores deborracha e det i ras para aconfecção dasandália", ex-plica Cortez.Além da má-quina de cor-te, o empre-sário precisa-rá de uma fre-sadora parafazer os furose colocar as ti-r a s . E s s eequip amentoc u s t a R $1.100. "Todos os nossos pro-dutos podem ser parceladosem até 12 vezes sem juros nocartão", observa Cortez.

Para iniciar um negócio deestampa de camisetas, o dire-tor indica a Compacta Print 25,uma máquina portátil, fácil de

operar e que em apenas novesegundos transfere a estam-pa para a camiseta. Ela custaR$ 2.700. "Com apenas R$ 4mil é possível começar o negó-cio. O custo da camiseta e da

estampa ficaem R$ 8 e oproduto finalpode ser ven-dido por R$20", diz.

Na área dea li m en ta ç ão ,o destaque éa Pizza Bella,que custa R$2.099. Trata-s e d e u m amáquina por-tátil de fazerpizzas, quef u n c i o n a agás. Uma pe-dra refratáriag i r a tó r i a edois queima-

dores garantem rapidez e efi-ciência no preparo. Ela é idealpara lanchonetes, trailers ouquiosques. Para quem desejaum equipamento para usarem festas e bufês, o modeloideal é a Pizza Quick, queacompanha um carrinho. O

seu preço é de R$ 3.400.Segundo conta o diretor de

marketing da Compacta Print,mulheres das classes C e B sãoos principais clientes, masvem crescendo o número dehomens. "A mulher pensamais em ter uma renda extrapara reforçar o orçamento fa-miliar. Já o homem pensa napequena fábrica como princi-pal renda, quer crescer".

Juliana Florêncio das Cha-gas adquiriu, há dois anos,uma máquina de estapa decamiseta e outra para estam-pas em canecas. A sua princi-pal ocupação é uma van es-colar, que lhe toma a maiorparte do tempo. "Nas horasvagas faço camisetas, cane-cas e mouse pads, vendo pa-ra algumas empresas e esco-

las, que dão os produtos co-mo brindes aos seus clientes.É mais para ter uma renda ex-tra", diz Juliana.

Segundo explica Cortez, aCompacta Print faz a vendadireta, sem canal de reven-das. São cerca de 2 mil unida-des comercializadas por mêspara todo o Brasil. "A nossamaior demanda é na regiãoSudeste, mas o Norte e Nor-deste vêm crescendo rapida-mente, já que as economiasdessas regiões estão melho-rando", comenta. "E desde2007, começamos a venderpara países da África, comoAngola, Moçambique, Gana,Argélia e outros. Não fizemosnenhuma ação por lá , fo imais no boca a boca mesmo",diz. ( C . O. )

Compacta Print 25, paraprodução de camisetas

Pizza Quick: pizzaquentinha em minutos

Paulo Pampolin/Hype Divulgação

quinta-feira, 25 de outubro de 2012 ESPECIAL - 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

ReceitaFederal de

olho nocomércioexteriorEntrou em operação o Siscoserv, que

prevê multa de até R$ 5 mil por mês paraquem não prestar informações sobre

importação e exportação

O Siscoservé mais um

controle que ogoverno impõe

à iniciativaprivada, agora nocomércio exterior

Agliberto Lima/DC

Mais uma obrigaçãoacessória entrouem vigor. Trata-sedo Siscoserv (Sis-

tema Integrado de ComércioExterior de Serviços, Intangí-veis e Outras Operações queProduzam Variações no Patri-mônio), que está em vigor des-de agosto e objetiva prestarinformações de comércio ex-terior, que envolvam a impor-tação e exportação de servi-ços e intangíveis. É um siste-ma informatizado, desenvol-vido pelo governo federalcomo ferramenta para o apri-moramento das ações de estí-mulo, formulação, acompa-nhamento e aferição das polí-ticas públicas relacionadas aserviços e intangíveis, bemcomo para a orientação de es-tratégias empresariais.

A obrigação foi criada peloMDIC (Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e ComércioExterior), em conjunto com aReceita Federal. "Esta obriga-ção é bastante complexa eampla, já que estão obrigadosa prestar informações as pes-soas físicas, jurídicas e entesdespersonalizados residentesou domiciliados no Brasil, queefetuam transações com resi-dentes ou domiciliados no ex-

terior envolvendo a importa-ção e exportação de serviços,intangíveis e outras ", explicaWelinton Mota, diretor tributá-rio da Confirp Consultoria Con-tábil. "É uma espécie de contacorrente para registrar cadapasso da operação, como re-gistro da venda ou da aquisi-ção, registro da data da emis-são da Nota Fiscal de fatura-mento, data do pagamento oudo recebimento", diz.

Segundo o diretor da Con-firp, a obrigação foi criada por-que o MDIC e a Receita Federalnecessitam controlar o prazomédio de pagamento de servi-ços contratados do exterior,ou o prazo médio de recebi-

mento dos serviços prestadospara o exterior, desde a suacontratação até o recebimen-to ou o pagamento. "Porém,também há a finalidade tribu-tária, pois a Receita Federalpoderá fazer cruzamento deinformações relacionados àsremessas ao exterior para pa-gamento de serviços, sujeitosà incidência do IRRF (15% ou25%), da CIDE (10%), do Pis-I m p o r t a ç ã o d e s e r v i ç o s(1,65%) e da Cofins-Importa-ção de serviços (7,6%). Alémde controlar a isenção ou nãoincidência do Pis e Cofins so-bre a exportação de serviços,desde que o recebimento re-presente ingresso de divisas",

detalha Welinton Mota.Segundo Mota, as exceções

são para optantes pelo Sim-ples Nacional e o microempre-endedor individual (MEI), e aspessoas físicas residentes noPaís que, em nome individual,não explorem qualquer ativi-dade econômica de naturezacivil ou comercial, com o fimespeculativo de lucro. O aces-so ao sistema Siscoserv na in-ternet será feito através de e-CPF, no Centro Virtual de Aten-dimento ao Contribuinte (e-CAC) da Rece i ta Federa l( w w w . r e c e i t a . f a z e n-da.gov.br), e no site da Secre-taria de Comércio e Serviços( w w w . s i s c o-

serv.mdic.gov.br).As penalidades para que

não cumprir esta obrigaçãoserá de R$ 5 mil por mês ou fra-ção de atraso, relativamenteàs pessoas jurídicas, ou de 5%,não inferior a R$ 100, do valordas transações envolvendoresidentes ou domiciliados noexterior, próprios da pessoajurídica ou de terceiros em re-lação aos quais seja responsá-vel tributário, no caso de infor-mação omitida, inexata ou in-completa. "É uma medida in-teligente do governo, já queem relação às operações comserviços e intangíveis com oexterior não havia um contro-le de pagamentos (remessa) e

de recebimentos, nem contro-le tributário sobre essas ope-rações, o que agora foi criadocom o Siscoserv", conta o dire-tor da Confirp, reforçandoque, por se tratar de opera-ções de comércio exterior, ca-berá a cada empresa alimen-tar o Siscoserv.

Para o presidente do Ses-con-SP, José Maria Chapina Al-cazar, é mais um controle queo governo impõe à iniciativaprivada, transferindo a suaobrigação de fiscalizar para ocontribuinte, trazendo umônus e uma carga indireta decusto, que inviabiliza a com-petição dos produtos brasilei-ros frente a de outros países.

7,6%É a alíquotada Cofins-

Importação deser viços

quinta-feira, 25 de outubro de 201212 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Economia criativaabre portas para as MPEs

Sistemapermite gestãoonline

DGestão é um pontoimportante para asobrevivência das

empresas. Pensando emfacilitar o trabalho dosempreendedores, aNewAge Software estálançando na Feira doEmpreendedor do Sebraeo OMIE(www.omie.com.br), umasolução de gestão online,simples e intuitiva, quedispensa treinamentos econsultoria. O sistemagerencia e controla todosos processosoperacionais de umaempresa: contas a pagare a receber, saldos, listade fornecedores econtatos, tudo reunidoem um único espaço.

O baixo custo deinvestimento torna aferramenta maiscompetitiva: R$ 79,00por mês, ou menos de R$2,70 ao dia, com acesso atodas as funcionalidades,além de suporte técnicovia e-mail ou chat nopróprio site.

DO Grupo Ethos,especializado emtecnologia em

computação em nuvem eprojetos definanciamento, lançou oEthos Intelligentsia,solução tecnológica emetodológicadesenvolvida para proverinteligência e recursospráticos para escritóriosde contabilidade e paramicro, pequenas emédias empresas(MPMEs). A soluçãoorganiza rotinasadministrativas eresponde a demandascomo o Sistema Públicode Escrituração Digital(SPED). A plataforma écomposta por trêssistemas: o EthosConsequi, EthosStrategia e o EthosControlare. Desenvolvidoem Cloud Computing, oEthos Intelligentsia écomercializado comoSoftware as a Service(SaaS), dispensandogasto adicionais emhardwares e outros tiposde softwares.

As micro, pequenase médias empresasque necessitem

financiar projetosrelacionados aos eventosesportivos da Copa dasConfederações 2013 e daCopa do Mundo Fifa 2014contam agora com o FATTurismo, do Banco doBrasil, que disponibilizaráR$ 500 milhões de créditopara as modalidadescapital de giro einvestimento. A linha serácomercializada,inicialmente, comexclusividade pelo Bancodo Brasil, com taxas dejuros a partir de 4,5% aoano, mais TJLP (Taxa deJuros de Longo Prazo),equivalente a 0,82% aomês, para as empresascom faturamento brutoanual de até R$ 25milhões. Para amodalidade de capital degiro, o valor financiávelpode chegar ao teto de R$500 mil, com prazo depagamento de até 36meses.

DOs contribuintespaulistas do ICMSoptantes do

Simples Nacional devemtransmitir a Declaraçãodo Simples Nacionalrelativa à SubstituiçãoTributária e ao Diferencialde Alíquota – STDA 2012,ano-base 2011, até o dia31 de outubro. De acordocom a consultoratributária da IOBFolhamatic, MeireRustiguer, a STDA deveconter o valor do ICMSdevido nos seguintescasos: em decorrência dadiferença entre a alíquotainterna e a interestadual,com relação às entradasinterestaduais; a título deantecipação dopagamento do impostorelativo às entradasinterestaduais, previstono artigo 426-A doRICMS/SP, e desubstituição tributáriadas operações ouprestações internas,sujeitas ao regime dasubstituição tributária.

Segmento ainda carece de ações concretas por parte do governo, quepromete políticas públicas para incentivar atividades criativas

DEm 1997, frente aoa c i r r a m e n t o d acompetição de umaeconomia global, o

governo do então recém-elei-to primeiro ministro britânicoTony Blair formou uma forçatarefa multissetorial para ana-lisar as tendências de merca-do e as vantagens competiti-vas do país. Neste estudo, fo-ram identificados setores comgrandes potenciais de cresci-mento, entre eles a indústriacriativa, com origem na criati-vidade, habilidade e talentoindividuais e que apresentamum potencial para a criação deriqueza e empregos por meioda geração e exploração depropriedade intelectual.

O mundo conhece o Brasilpor sua diversidade cultural epela criatividade do "jeitinhobrasileiro". Apesar disso, oPaís sequer é mencionado empesquisas internacionais en-tre os países produtores e ex-portadores de bens e serviçoscriativos. O fato fez com que oMinistério da Cultura (MinC)criasse a Secretaria da Econo-mia Criativa, sob o comandode Cláudia Leitão. Desde2011, o MinC vem desenvol-vendo o Plano Brasil Criativo,com o objetivo de integrar po-líticas e programas de diferen-tes setores para fortalecer aeconomia criativa brasileira einserir os segmentos criativosnas estratégias governamen-tais. "O desenvolvimento deuma estratégia para incenti-var a economia criativa iria be-neficiar enormemente as mi-cro e pequenas empresas,pois são elas que movem amaior fatia da economia criati-va", afirma a economista LídiaGoldenstein.

Ela explica que economiacriativa é um conceito estrita-mente ligado ao impacto dasnovas tecnologias na produ-ção, nos mercados e na orga-nização das atividades, não sóeconômicas, mas também so-ciais e culturais. A Unesco tra-balha com o conceito de eco-nomia da cultura, que englobaatividades relacionadas àcriação, produção e comercia-lização de conteúdos que sãointangíveis e culturais em suanatureza, e que são protegi-dos pelo direito autoral e po-dem tomar a forma de bens eserviços. "Já o Reino Unido,que tem investido muito nestesetor, adota a definição de in-dústria criativa, que tem ori-gem na criatividade, na habili-dade e nos talentos indivi-duais com potenciais para ge-ração de riqueza e de trabalhopor intermédio da criação e

exploração da propriedade in-dividual", comenta Lídia. En-tre as atividades estão a pro-paganda, arquitetura, merca-do de artes e antiguidades, ar-tesanato, des ign, moda,softwares para entretenimen-to, música, artes, entre outrasatividades.

São Paulo no circuito

Com estudo realizado pelaFundap - Fundação do Desen-volvimento Administrativo eprojeto sendo desenvolvidopela Semdet - Secretaria Mu-nicipal de DesenvolvimentoEconômico e do Trabalho, aPrefeitura de São Paulo afirmaque vem investindo na econo-mia criativa através de ativi-dades na cidade, dando opor-tunidades a jovens talentos deingressarem no mercado detrabalho, assim como torna-rem-se empreendedores.

De acordo com o coordena-

dor de Desenvolvimento Eco-nômico da Semdet, José Ale-xandre Sanches, o projeto deeconomia criativa está sendoestruturado e tem como prin-cipal premissa possibilitar queo jovem possa desenvolver aprópria vocação criativa. "SãoPaulo tem ótimos indicadoresneste segmento e muitos pro-fissionais geram renda e em-prego com as atividades exis-tentes, no entanto, ainda per-demos muitos talentos quenão têm nem a oportunidadede ser despertado para a eco-nomia criativa. Certamente,temos um celeiro de criativosaguardando por ferramentase direcionamento adequadopara serem inseridos no mer-cado", relata.

A capital paulista possuimais de 17 mil empresas cria-tivas, sendo que o País con-centra mais de 63,6 mil. O mu-nicípio concentra 15% dosprofissionais da área e o se-

gundo maior salário do Paísesta entre os criativos commédia de R$ 2.775. A área detecnologia, por exemplo, pos-sui mais de 49 mil empregosformais criativos e mais de 2,9mil empresas; publicidadetem mais de 23,7 mil empre-gos formais.

Cidade criativa

No dia 17 de novembro,quando é comemorado o Dia daCriatividade, o MinC vai chan-celar as cidades criativas, ouseja, concederá um selo para ascidades que instituírem políti-cas públicas de desenvolvi-mento a partir de soluções ba-seadas na criatividade e na cul-tura local. Um exemplo de cida-de criativa, que deverá recebero selo do MinC, é Paraty, cidadehistórica localizada no sul doRio de Janeiro. Apesar do ricopatrimônio histórico e cultural eda massa de turistas que lotama cidade na alta temporada, Pa-raty vivia graves problemas so-ciais. Em 2003, com a participa-ção da comunidade, foi criadaFesta Literária Internacional deParaty (Flip), que acontece to-dos os anos em julho.

Mercado paralelo

Em 2008, a Fundação Getú-lio Vargas divulgou um estudochamado "Tecnobrega - O Pa-rá reinventando o negócio damúsica" . Trata-se de umexemplo de indústria criativainformal, que ganhou expres-são nacional devido ao suces-so da banda Calypso, com acantora Joelma e o guitarristaChimbinha. Para os autores doestudo, o tecnobrega não éapenas um estilo de música,mas um novo modelo de mer-cado para a produção musical,com padrões de funciona-mento diferentes daqueles daindústria cultural formal. Otecnobrega é baseado na pro-dução de baixo custo e na in-corporação do comércio infor-mal como principal meio de di-fusão de conteúdo.

Artistas passaram a ter es-túdios em suas próprias casas,prescindindo da contrataçãode gravadoras. As festas deaparelhagens tornaram-se oprincipal produto do negócio,assumindo um papel centralno circuito. A incorporação docomércio informal na rede deprodução e a renúncia aos di-reitos autorais também mu-daram as relações comer-ciais. O tecnobrega produziuefeitos de relevância inegávelsobre a indústria criativa doPará. ( C . O. )

Inteligênciaempresarial

Linha decrédito para aCopa

Otimismo emalta nocomércio

Em dia com oFisco

Normasinternacionaispara pequenase médias DA aproximação do

Natal estádeixando os

empresários do comérciopaulistano maisconfiantes. É o que revelao Índice de Confiança doEmpresário do Comércio(ICEC), apurado pelaFederação do Comérciode Bens, Serviços eTurismo do Estado de SãoPaulo (FecomercioSP),que, em setembro,registrou alta de 2,8% aopassar de 113,4 pontos,registrados em agosto,para 116,6 pontos. OICEC é medido em umaescala que varia de 0 a200 pontos e denotaotimismo quando acimados 100 pontos. Emsetembro, segundo mêsconsecutivo de alta noíndice, todos os itens quecompõem o ICECapresentaramcrescimento. O Índice dasCondições Atuais doEmpresário do Comércio(ICAEC) registrou alta de7% sobre agosto.

Termina em janeirode 2013 o prazopara que as

pequenas e médiasempresas (fora doSimples Nacional)apliquem o novo padrãocontábil – o IFRS(International FinancialReporting Standards), emvigor desde janeiro de2010. A determinação foibaixada pelo BancoCentral e regulamentadapelo Conselho Federal deContabilidade (CFC).Segundo MarcosApóstolo, diretorexecutivo do escritório decontabilidade Itamaraty,a determinação obrigatodas as empresasbrasileiras e órgãos daadministração pública aadequarem asdemonstraçõesfinanceiras para o padrãointernacional,destacando que aspequenas e médiasempresas possuem umanorma internacionalprópria, a IFRS - PME.

De cima para baixo, a economista LídiaGoldenstein, a cidade histórica de Paraty e a banda

Calypso, com Joelma e Chimbinha.

Zé Carlos Barretta/Hype

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Luciano Netto/Folhapress

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