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Pensando a sustentabilidade: contribuições do CGEE Fernando Rizzo Diretor do CGEE SUSTENTABILIDADE 2013 Centro de Tecnologia Mineral – CETEM Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2013.

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Pensando a sustentabilidade: contribuições do CGEE

Fernando RizzoDiretor do CGEE

SUSTENTABILIDADE 2013Centro de Tecnologia Mineral – CETEMRio de Janeiro, 11 de outubro de 2013.

• Nasce na 2ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação como Associação Civil sem fins lucrativos (em setembro de 2001, 273 pessoas, de 22 estados e de 100 instituições diferentes, assinaram a ata de criação) num ambiente em que se registram:

• Complexidade crescente dos processos de tomada de

Origem do CGEE

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• Complexidade crescente dos processos de tomada de decisão em CT&I e importância do conhecimento para o desenvolvimento do País;

• Mudança na escala de financiamento à CT&I, em especial com os Fundos Setoriais;

• Em janeiro de 2002, CGEE foi qualificado como Organização Social supervisionada pelo MCT (Decreto nº 4.078 da Presidência da República).

Conselho de Administração do CGEE

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Subsidiar processos de tomada de decisão

públicos e privados em temas relacionados a

Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de

Missão do CGEE

Slide 4

Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de

estudos prospectivos e avaliação estratégica,

baseados em ampla articulação de pessoas e

instituições, com visão de longo prazo.

AMBIENTE DE CT&I

ARTICULAÇÃO

Competências Institucionais do CGEE

Slide 5

PROSPECÇÃO AVALIAÇÃO

INFORMAÇÃO

Slide 6

Introdução ao tema Sustentabilidade

• Crescimento Populacional

• Crise de Energia

• Falta de Alimentos e Água

Desafios Globais

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• Falta de Alimentos e Água

• Mudanças Climáticas

• Preservação Ambiental

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO GLOBAL

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ENERGIA E SOCIEDADE

Evolution of energy consumption per capita

Slide 9

Consumo de Eletricidade

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Consumo de Eletricidade per capita

Slide 11

Energy Consumption per capita X GDP per capitaNorthwestern University (Jan. 2009)

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http://www.library.northwestern.edu/govinfo/news/data_talks/

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Slide 17

Alguns trabalhos do CGEE no tema

Sustentabilidade

Siderurgia no Brasil: 2010-2025

O objetivo deste documento é

apresentar um conjunto de ações

estruturantes que devem estar

presentes no futuro da siderurgia

brasileira. Para isto, foram

confeccionados dois documentos

propositivos, sendo um relativo às

recomendações político-institucionais e

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recomendações político-institucionais e

outro, às recomendações para a

inovação tecnológica. Tais proposições

foram discutidas em simpósios e

oficinas e, agora, após períodos de

reflexão e debates para seu

desdobramento em uma agenda

tecnológica setorial, o EPSS entrega à

sociedade as principais conclusões,

como subsídio à formulação de políticas

públicas com alcance no horizonte de

2010 a 2025.

Principais diretrizes apontadas:

1. Minério de ferro. Maiores investimentos em prospecção geológica; estudos adicionais para se adaptar à nova realidade das jazidas de ferro;

2. Carvão mineral e coqueria. Melhor conhecimento das reservas brasileiras de carvão mineral para o uso na cadeia siderúrgica; pesquisas quanto ao uso de carvão mineral nacional e do coque verde de petróleo;

3. Carvão vegetal. Expansão da base florestal; fontes alternativas de biomassa; melhoria do desempenho técnico-ambiental;

Siderurgia no Brasil: 2010-2025

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desempenho técnico-ambiental;4. Pelotização e sinterização. Melhoria do desempenho técnico-ambiental das plantas em

operação; desenvolvimento de tecnologias específicas;5. Alto-forno a coque. Maior articulação empresa/governo/academia e programa de

vigilância tecnológica; adoção de inovações incrementais;6. Alto-forno a carvão vegetal. Alteração das legislações federal e estaduais;

financiamento para a construção de usinas integradas a carvão vegetal; melhoria do desempenho técnico-ambiental;

7. Redução direta. Investigação acerca da viabilidade de implantar módulos de redução direta no país; programa de vigilância tecnológica para redução direta e para os processos emergentes de redução; apoio ao maior desenvolvimento tecnológico, em particular para tecnologias Tecnored e Interferro;

8. Aciaria LD. Melhoria do desempenho ambiental; desenvolvimento de inovações incrementais;9. Aciaria elétrica. Fornecimento de energia elétrica a custos competitivos; desenvolvimento de

modelamento matemático para controle do processo dinâmico;10. Produção direta do aço. Programa de vigilância tecnológica; desenvolvimento científico-

tecnológico;11. Processos em lingotamento e laminação. Aprofundamento do conhecimento de tecnologias

ainda não disseminadas na siderurgia brasileira; melhoria das condições operacionais das tecnologias já adotadas pelas siderúrgicas brasileiras;

12. Produtos. Vigilância tecnológica em relação aos novos produtos siderúrgicos e articulação

Siderurgia no Brasil: 2010-2025

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12. Produtos. Vigilância tecnológica em relação aos novos produtos siderúrgicos e articulação entre as usinas siderúrgicas e os consumidores; apoio ao desenvolvimento de produtos siderúrgicos de maior sofisticação tecnológica;

13. Gestão ambiental. Aprimoramento dos modelos de gestão empresarial; articulação governo/sociedade/empresa com definição de projetos ambientais prioritários e defesa dos interesses setoriais em negociações internacionais;

14. Gestão de emissão atmosférica. Estímulo ao uso do carvão vegetal no setor; maior conhecimento de progressos tecnológico que permitam a retração das emissões atmosféricas em usinas integradas a coque;

15. Consumo de energia. Diminuição do consumo de energia pela indústria siderúrgica brasileira;16. Gestão de resíduos e reciclagem. Aperfeiçoamento dos esforços já realizados na gestão de

resíduos e reciclagem; e,17. Gestão de recursos hídricos. Aperfeiçoamento da gestão de recursos hídricos.

Siderurgia no Brasil: 2010-2025

Gestão de emissão atmosférica – situação atual e diretrizes:

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Incremento do Uso do Carvão Vegetal Renovável na Siderurgia Brasileira

Levando-se em consideração que o

Brasil possui uma experiência

comprovada em plantações de

florestas, tanto para produção de

celulose quanto para carvão vegetal,

o MDIC solicitou ao CGEE o

desenvolvimento deste estudo com

o objetivo de levantar subsídios para

a política industrial voltada para o

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a política industrial voltada para o

setor. Os seus objetivos específicos

são: definir, para os setores que

atualmente usam carvão vegetal, o

conjunto de ações que vão permitir

que se atinja 100% daquele insumo,

tendo como origem a floresta

plantada, e, no restante da

siderurgia, avaliar o potencial de

utilização do carvão vegetal, de tal

modo a se atingir 1/3 da demanda

total de toda a siderurgia.

Principais conclusões do estudo:

1. A produção de ferro gusa em altos-fornos a carvão vegetal, que em 2008 atingiu o valor de 10,96 milhões de toneladas, representa, aproximadamente, 31% da produção total do Brasil, aí se incluindo o segmento siderúrgico integrado;

2. A participação do carvão vegetal de floresta plantada, que em 1998 representava 75% da demanda, encontra-se, hoje, no patamar de 50%, sendo os outros 50% de origem em matas nativas. Historicamente, existem variações muito amplas das participações das duas fontes de carvão vegetal, indicando a falta de planejamento para o setor consumidor, predominantemente siderúrgico;

3. Para que se possa atingir 100% de carvão vegetal de origem em floresta plantada há, ainda, um

Incremento do Uso do Carvão Vegetal Renovável na Siderurgia Brasileira

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3. Para que se possa atingir 100% de carvão vegetal de origem em floresta plantada há, ainda, um espaço para progressos tecnológico, desde a floresta até a carbonização da madeira, que precisa ser desenvolvido para consecução dos objetivos deste estudo;

4. Embora os balanços de emissões mostrem as vantagens da siderurgia a carvão vegetal, é preciso desenvolver metodologias e técnicas que permitam a determinação real dos valores de emissão em toda a cadeia de produção do carvão vegetal;

5. Um dos pontos fracos da cadeia produtiva envolvendo o carvão vegetal encontra-se nas tecnologias de carbonização, em sua grande maioria ineficientes, agravado pelo fato de serem poucos os grupos de pesquisa no país envolvidos com desenvolvimentos tecnológicos que permitam aumentar o rendimento carvão/lenha e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões na carbonização;

6. O Brasil possui uma silvicultura avançada que, aliada ao clima, pode garantir níveis de produção superior aos dos outros países. Nos últimos 20 anos, a produtividade agrícola saltou de 30m3 de madeira/hectare para 45 a 60;

7. A expansão das florestas plantadas para atingir uma siderurgia com 100% de carvão vegetal demandará, para uma taxa de crescimento de 11% ao ano, 2 milhões de hectares em excesso da área de hoje. Isso demonstra que o impacto sobre ocupação de terras agricultáveis, da ordem de 50 milhões de hectares, pode ser considerado pequeno;

8. Para se atingir esses objetivos, torna-se necessário implementar programas consistentes de desenvolvimento e de incentivos, envolvendo toda a cadeia do carvão vegetal e da siderurgia;

9. Ainda existem, por parte dos produtores de ferro gusa, questões ligadas à legislação, no que diz respeito às exigências para autossuficiência em carvão vegetal e ao transporte de carvão vegetal;

10. Toda e qualquer expansão na produção de carvão vegetal, a partir de florestas plantadas, será afetada pela revisão do novo Código Florestal Nacional, a cargo de uma comissão especial criada para esse fim na Câmara dos Deputados;

Incremento do Uso do Carvão Vegetal Renovável na Siderurgia Brasileira

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dos Deputados;11. A proposição de 1/3 de participação do carvão vegetal na siderurgia brasileira não significa que, do total de

gusa produzido, 1/3 deverá ser, necessariamente, com carvão vegetal. Se mantida a relação gusa a coque para gusa a carvão vegetal aproximadamente 2, o que vem ocorrendo nos últimos 23 anos, atinge-se 1/3 sem necessidade de modificações no quadro atual. Para valores maiores do que 2, o que deve ocorrer com as novas usinas projetadas a coque, a proposta de 1/3 não será alcançada, ficando o valor definido pela nova configuração;

12. Cabe, no entanto, ressaltar que os espaços potenciais nas usinas integradas a coque, nos quais é possível usar carvão vegetal, poderão ampliar o uso do carvão vegetal, dependendo de decisão de cada empresa, tendo-se em conta as viabilidades técnica e econômica;

13. A ampliação do uso do carvão vegetal em outros processos da siderurgia — sinterização, injeção de finos, pelotização, coqueificação e forno elétrico a arco — ainda é dependente de estudos complementares — limites tecnológicos e emissões, dentre outros —, sem os quais os processos de decisão ficam prejudicados;

14. O MDL pode vir a ser uma fonte importante de financiamento para o desenvolvimento da cadeia do carvão vegetal.

Sustentabilidade e Sustentação da Produção de Alimentos – O Papel do Brasil no Cenário Global

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A sustentabilidade é um processo dinâmico que procura compatibilizar os aspectos econômicos, ambientais e sociais

do desenvolvimento. O conceito de desenvolvimento sustentável implica em promover o atendimento das

demandas de ordem econômica, ambiental e social da

geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras suprirem as suas necessidades. Cada um destes

Sustentabilidade e Sustentação da Produção de Alimentos – O Papel do Brasil no Cenário Global

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futuras suprirem as suas necessidades. Cada um destes aspectos tem desafios que exigem conhecimentos científicos,

tecnologias e políticas. Assim, políticas e iniciativas que promovam a consolidação da liderança brasileira na chamada economia do conhecimento dos recursos naturais, bem como

políticas e iniciativas que deem suporte ao fortalecimento das atividades que são conhecidas como “economia verde”, são

exemplo de ações que promovem a sustentabilidade da

produção de alimentos no Brasil num cenário global.

Sustentabilidade e Sustentação da Produção de Alimentos – O Papel do Brasil no Cenário Global

Os avanços obtidos na história recente da agricultura brasileira dão exemplos da possibilidade de se alcançar a sustentabilidade na produção de alimentos com o uso racional e sustentável dos recursos naturais.

Dentre estes se destacam (como contribuição brasileira):

1. Pesquisa em recursos genéticos e melhoramento vegetal – Estas

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1. Pesquisa em recursos genéticos e melhoramento vegetal – Estas pesquisas tem contribuído significativamente para o desenvolvimento de novos cultivares e de sistemas produtivos ambientalmente mais adequados, agregando tolerância a estresses e eficiência no uso de nutrientes, viabilizando sistemas de cultivo conservacionistas.

2. Controle biológico de pragas - O controle biológico utilizado regularmente em grandes culturas, como soja, cana-de-açúcar, algodão e fruteiras tem reduzido a demanda por controle químico de pragas e doenças em diversos sistemas de manejo, com impactos positivos para o meio ambiente, a qualidade de vida dos trabalhadores rurais e para a segurança dos alimentos produzidos.

Sustentabilidade e Sustentação da Produção de Alimentos – O Papel do Brasil no Cenário Global

3. Manejo de culturas baseado no plantio direto – O desenvolvimento dessa técnica teve papel marcante nos avanços obtidos na produção brasileira de alimentos ao longo das últimas três décadas sendo hoje utilizada em milhões de hectares de lavouras brasileiras, com expressiva contribuição para a redução de erosão, a melhoria geral da qualidade do solo e a recarga do lençol freático.

4. Fixação biológica do nitrogênio – Obtida por meio da inoculação de bactérias nas sementes, tem possibilitado a redução significativa da aplicação de

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nas sementes, tem possibilitado a redução significativa da aplicação de fertilizantes químicos em especial na soja, com importante redução de custos e de impactos ambientais como, por exemplo, a contaminação de recursos hídricos.

Para a sustentabilidade futura desta atividade será necessário que, no âmbito técnico científico, se invista em conhecimentos que permitam desenvolver sistemas de produção ainda mais inovadores, voltados para o aumento da produtividade e uso dos recursos naturais com serviços ambientais sustentados em soluções do próprio ambiente, que, aplicadas às atividades produtivas as tornem menos agressivas.

Economia verde para o desenvolvimento sustentável

Este livro reúne reflexões

sobre o tema “economia

verde”, desde seus aspectos

conceituais e instrumentais

até os relacionados aos

desafios globais e às

relações internacionais. Com

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relações internacionais. Com

tantas questões em jogo, a

economia verde é ainda uma

possibilidade em aberto, a ser

discutida e desenhada

segundo os interesses dos

principais atores.

Química Verde no Brasil: 2010-2030

O CGEE desenvolveu juntamente

com uma efetiva representação

da comunidade científica e

tecnológica nacional, inclusive

empresas, um amplo estudo dos

principais temas correlacionados

com a Química Verde, tendo

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com a Química Verde, tendo

como foco, a experiência

nacional nesta área; bem como,

as potencialidades da nossa

biodiversidade e a estreita

cooperação com a indústria

nacional para compor uma

proposta de desenvolvimento da

química verde no Brasil.

Outros estudos do CGEE

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ObrigadoObrigado

Fernando [email protected]