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DIREITO PENAL 15 Os Crimes Contra a Propriedade Imaterial Os Crimes Contra a Propriedade Intelectual Violação de Direito Autoral  Art. 184 - Violar direito autoral:  Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. Direito Autoral: O direito autoral abrange obras literárias científicas e artísticas. No ensinamento do mestre Nelson Hungria “a violação do direito autoral pode assumir duas formas: publicação e reprodução abusiva, às quais se dá o nome genérico de contrafação”. ! Contrafação: consiste na publicação, reprodução e modificação abusiva da obra que são direitos do autor e, portanto, suscetíveis de ser violados. Deriva do latim contrafacere (reproduzir por imitação). ! Plágio: constitui uma violação do direito do autor e se avizinha da contrafação, mas não se confundem, pois plágio é a usurpação total ou parcial de obra alheia.  Norma Penal em Branco: O crime de violação de direitos autorais é uma norma penal em branco, uma vez que o conceito de direito autoral é fornecido pelo Direito Civil. Objetividade Jurídica: Protege-se o direito autoral que alguém exerça em relação às obras intelectuais. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 1  Copyright 2003 – Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico.

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8/6/2019 PEN 15 - Os Crimes Contra a Propriedade Imaterial

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DIREITO PENAL

15 Os Crimes Contra a

Propriedade Imaterial

Os Crimes Contra a Propriedade Intelectual

Violação de Direito Autoral

Art. 184 - Violar direito autoral: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Direito Autoral:

O direito autoral abrange obras literárias científicas e artísticas. No ensinamento do mestre NelsonHungria “a violação do direito autoral pode assumir duas formas: publicação e reprodução abusiva,às quais se dá o nome genérico de contrafação”.

! Contrafação: consiste na publicação, reprodução e modificação abusiva da obra que são direitosdo autor e, portanto, suscetíveis de ser violados. Deriva do latim contrafacere (reproduzir por imitação).

! Plágio: constitui uma violação do direito do autor e se avizinha da contrafação, mas não seconfundem, pois plágio é a usurpação total ou parcial de obra alheia.

Norma Penal em Branco:O crime de violação de direitos autorais é uma norma penal em branco, uma vez que o conceito dedireito autoral é fornecido pelo Direito Civil.

Objetividade Jurídica:Protege-se o direito autoral que alguém exerça em relação às obras intelectuais.

Sujeito Ativo:Pode ser qualquer pessoa.

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Sujeito Passivo:É o titular do direito violado com a conduta criminosa, podendo ser o autor ou terceiros.

Tipo Objetivo:1) A conduta típica é violar (infringir, transgredir).2) O objeto material é o direito autoral. Os direitos autorais, abrangem tanto os direitos do autor,como os conexos, e estão descritos na Lei 9.610 de 19.02.98.

Tipo Subjetivo:O dolo é a vontade livre e consciente de violar o direito do autor.

Consumação e Tentativa:Consuma-se o crime com a efetiva violação. Admite-se a tentativa.

Reprodução não Autorizada:Consiste na reprodução da obra para fins de comércio (é necessário aqui o intuito de lucro).

§ 1.º - Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, com intuito de lucro, de obraintelectual, no todo ou em parte, sem a autorização expressa do autor ou de quem o represente,ou consistir na reprodução de fonograma ou videofonograma, sem autorização do produtor oude quem o represente:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, de Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros) aCr$ 50.000,00 (cinqüenta mil cruzeiros).

Comércio do Produto Violado:Consiste no comércio de obra intelectual, fonograma ou videofonograma irregulares.

§ 2.º - Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, aluga,introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com intuito de lucro,original ou cópia de obra intelectual, fonograma ou videofonograma, produzidos oureproduzidos com violação de direito autoral.

Destruição:

§ 3.º - Em caso de condenação, ao prolatar a sentença, o juiz determinará a destruição da produção ou reprodução criminosa.

Ação Penal:

Art. 186 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvoquando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública,

sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público, e nos casos previstosnos §§ 1º e 2º do art. 184 desta Lei.

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Usurpação de Nome ou Pseudônimo Alheio

Art. 185 - Atribuir falsamente a alguém, mediante o uso de nome, pseudônimo ou sinal por eleadotado para designar seus trabalhos, a autoria de obra literária, científica ou artística:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Objetividade Jurídica:Protege-se o direito autoral da pessoa a quem é atribuída falsamente a autoria de obra intelectual.

Sujeito Ativo:Pode ser qualquer pessoa.

Sujeito Passivo:É o titular do nome, pseudônimo ou sinal atribuído a obra estranha.

Tipo Objetivo:A conduta típica é atribuir, imputar a alguém a autoria de obra artística, literária ou científica.

Tipo Subjetivo:O dolo é a vontade livre e consciente de atribuir o nome de alguém falsamente.

Consumação e Tentativa:O crime consuma-se com a publicação ou a divulgação do trabalho. Admite-se a tentativa.

Ação Penal:

Art. 186 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvoquando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública,

sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público, e nos casos previstosnos §§ 1º e 2º do art. 184 desta Lei.

Os Crimes Contra a Propriedade Industrial

Noções Gerais

Legislação:Atualmente a matéria é tratada pela Lei 9.279 de 14.05.1996 (Código de Propriedade Industrial) queregula direitos e obrigações relativos à Propriedade Industrial.

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Crimes Contra as Patentes

Art. 183 - Comete crime contra patente de invenção ou de modelo de utilidade quem: I - fabrica produto que seja objeto de patente de invenção ou de modelo de utilidade, semautorização do titular; ou

II - usa meio ou processo que seja objeto de patente de invenção, sem autorização do titular. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Art. 184 - Comete crime contra patente de invenção ou de modelo de utilidade quem: I - exporta, vende, expõe ou oferece à venda, tem em estoque, oculta ou recebe, para utilizaçãocom fins econômicos, produto fabricado com violação de patente de invenção ou de modelo deutilidade, ou obtido por meio ou processo patenteado; ou

II - importa produto que seja objeto de patente de invenção ou de modelo de utilidade ou obtido por meio ou processo patenteado no País, para os fins previstos no inciso anterior, e que nãotenha sido colocado no mercado externo diretamente pelo titular da patente ou com seuconsentimento.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Art. 185 - Fornecer componente de um produto patenteado, ou material ou equipamento pararealizar um processo patenteado, desde que a aplicação final do componente, material ouequipamento induza, necessariamente, à exploração do objeto da patente.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Art. 186 - Os crimes deste Capítulo caracterizam-se ainda que a violação não atinja todas areivindicações da patente ou se restrinja à utilização de meios equivalentes ao objeto da patente.

Crimes Contra os Desenhos Industriais

Art. 187 - Fabricar, sem autorização do titular, produto que incorpore desenho industrial

registrado, ou imitação substancial que possa induzir em erro ou confusão. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Art. 188 - Comete crime contra registro de desenho industrial quem: I - exporta, vende, expõe ou oferece à venda, tem em estoque, oculta ou recebe, para utilizaçãocom fins econômicos, objeto que incorpore ilicitamente desenho industrial registrado, ouimitação substancial que possa induzir em erro ou confusão; ou

II - importa produto que incorpore desenho industrial registrado no País, ou imitação substancial que possa induzir em erro ou confusão, para os fins previstos no inciso anterior, eque não tenha sido colocado no mercado externo diretamente pelo titular ou com seuconsentimento.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Crimes Contra as Marcas

Art. 189 - Comete crime contra registro de marca quem: I - reproduz, sem autorização do titular, no todo ou em parte, marca registrada, ou imita-a demodo que possa induzir confusão; ou

II - altera marca registrada de outrem já aposta em produto colocado no mercado. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

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Art. 190 - Comete crime contra registro de marca quem importa, exporta, vende, oferece ouexpõe à venda, oculta ou tem em estoque:

I - produto assinalado com marca ilicitamente reproduzida ou imitada, de outrem, no todo ou em parte; ou II - produto de sua indústria ou comércio, contido em vasilhame, recipiente ou embalagem quecontenha marca legítima de outrem.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Crimes Cometidos por Meio de Marca,Título de Estabelecimento e Sinal de Propaganda

Art. 191 - Reproduzir ou imitar, de modo que possa induzir em erro ou confusão, armas, brasõesou distintivos oficiais nacionais, estrangeiros ou internacionais, sem a necessária autorização,no todo ou em parte, em marca, título de estabelecimento, nome comercial, insígnia ou sinal de

propaganda, ou usar essas reproduções ou imitações com fins econômicos. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem vende ou expõe ou oferece à venda produtosassinalados com essas marcas.

Os Crimes Contra Indicações Geográficase Demais Indicações

Noções Iniciais:A indicação geográfica diz respeito à procedência do produto e não de indicação de sede da firmaque o industrializa. Os lugares de procedência são, geralmente, vilas, cidades, regiões, estados, países

ou continentes, mas esta enumeração não os esgotam.

! As denominações de procedência não se confundem com aquelas que exprimem a próprianatureza ou espécie da mercadoria (ex.: água de colônia, salsicha Viena), também não com asmarcas que a fantasia escolhe, usando nomes geográficos que não se ligam aos produtos (ex.:cigarros Hollywood).

Art. 192 - Fabricar, importar, exportar, vender, expor ou oferecer à venda ou ter em estoque produto que apresente falsa indicação geográfica. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Art. 193 - Usar, em produto, recipiente, invólucro, cinta, rótulo, fatura, circular, cartaz ou em

outro meio de divulgação ou propaganda, termos retificativos, tais como "tipo", "espécie","gênero", "sistema", "semelhante", "sucedâneo", "idêntico", ou equivalente, não ressalvando averdadeira procedência do produto.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Art. 194 - Usar marca, nome comercial, título de estabelecimento, insígnia, expressão ou sinal de propaganda ou qualquer outra forma que indique procedência que não a verdadeira, ouvender ou expor à venda produto com esses sinais.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

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Crimes de Concorrência Desleal

Concorrência Desleal:A concorrência desleal tem por finalidade desviar em proveito próprio a clientela ou freguesia deoutrem, ou de conservar a sua, mediante atos que as leis mencionam.

Art. 195 - Comete crime de concorrência desleal quem:

Publicidade Falsa:

I - publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de concorrente, com o fim deobter vantagem;

Falsa Informação:

II - presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de obter vantagem;

Desvio de Clientela:

III - emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela deoutrem;

Mau Uso de Propaganda:

IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entreos produtos ou estabelecimentos;

Mau Uso de Nome:

V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende,expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências;

Substituição de Nome:

VI - substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em produto de outrem, o nome ou razão social deste, sem o seu consentimento;

Falsa Atribuição de Recompensa:

VII - atribui-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve;

Fraude em Embalagens Alheias:

VIII - vende ou expõe ou oferece à venda, em recipiente ou invólucro de outrem, produtoadulterado ou falsificado, ou dele se utiliza para negociar com produto da mesma espécie,embora não adulterado ou falsificado, se o fato não constitui crime mais grave;

Suborno Ativo de Empregado:

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IX - dá ou promete dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que oempregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem;

Suborno Passivo de Empregado:

X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita promessa de paga ou recompensa, para, faltando ao dever de empregado, proporcionar vantagem a concorrente do empregador;

Violação de Segredo:

XI - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos, informações ou dadosconfidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços, excluídos aqueles que

sejam de conhecimento público ou que sejam evidentes para um técnico no assunto, a que teveacesso mediante relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato;

Violação de Informações Obtidas por Meios Ilícitos:

XII - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos ou informações a que serefere o inciso anterior, obtidos por meios ilícitos ou a que teve acesso mediante fraude; ou

Falsa Declaração de Patente:

XIII - vende, expõe ou oferece à venda produto, declarando ser objeto de patente depositada, ouconcedida, ou de desenho industrial registrado, que não o seja, ou menciona-o, em anúncio ou

papel comercial, como depositado ou patenteado, ou registrado, sem o ser;

Utilização não Autorizada de Resultado de Testes:

XIV - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de resultados de testes ou outros dados

não divulgados, cuja elaboração envolva esforço considerável e que tenham sido apresentados aentidades governamentais como condição para aprovar a comercialização de produtos. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

§ 1.° - Inclui-se nas hipóteses a que se referem os incisos XI e XII o empregador, sócio ouadministrador da empresa, que incorrer nas tipificações estabelecidas nos mencionadosdispositivos.

§ 2.° - O disposto no inciso XIV não se aplica quanto à divulgação por órgão governamental competente para autorizar a comercialização de produto, quando necessário para proteger o

público.

Regras Gerais aos Crimes Contra a Propriedade Industrial

Art. 196 - As penas de detenção previstas nos Capítulos I, II e III deste Título serão aumentadasde um terço à metade se:

I - o agente é ou foi representante, mandatário, preposto, sócio ou empregado do titular da patente ou do registro, ou, ainda, do seu licenciado; ou II - a marca alterada, reproduzida ou imitada for de alto renome, notoriamente conhecida, decertificação ou coletiva.

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Art. 197 - As penas de multa previstas neste Título serão fixadas, no mínimo, em 10 (dez) e, nomáximo, em 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, de acordo com a sistemática do Código

Penal.

Parágrafo único - A multa poderá ser aumentada ou reduzida, em até 10 (dez) vezes, em face dascondições pessoais do agente e da magnitude da vantagem auferida, independentemente da

norma estabelecida no artigo anterior.

Art. 198 - Poderão ser apreendidos, de ofício ou a requerimento do interessado, pelasautoridades alfandegárias, no ato de conferência, os produtos assinalados com marcas

falsificadas, alteradas ou imitadas ou que apresentem falsa indicação de procedência.

Art. 199 - Nos crimes previstos neste Título somente se procede mediante queixa, salvo quantoao crime do art. 191, em que a ação penal será pública.

Art. 200 - A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão, nos crimes contra a propriedade industrial, regulam-se pelo disposto no Código de Processo Penal, com asmodificações constantes dos artigos deste Capítulo.

Art. 201 - Na diligência de busca e apreensão, em crime contra patente que tenha por objeto ainvenção de processo, o oficial do juízo será acompanhado por perito, que verificará,

preliminarmente, a existência do ilícito, podendo o juiz ordenar a apreensão de produtos obtidos pelo contrafator com o emprego do processo patenteado.

Art. 202 - Além das diligências preliminares de busca e apreensão, o interessado poderárequerer:

I - apreensão de marca falsificada, alterada ou imitada onde for preparada ou onde quer que seja encontrada, antes de utilizada para fins criminosos; ou II - destruição de marca falsificada nos volumes ou produtos que a contiverem, antes de seremdistribuídos, ainda que fiquem destruídos os envoltórios ou os próprios produtos.

Art. 203 - Tratando-se de estabelecimentos industriais ou comerciais legalmente organizados eque estejam funcionando publicamente, as diligências preliminares limitar-se-ão à vistoria eapreensão dos produtos, quando ordenadas pelo juiz, não podendo ser paralisada a suaatividade licitamente exercida.

Art. 204 - Realizada a diligência de busca e apreensão, responderá por perdas e danos a parteque a tiver requerido de má-fé, por espírito de emulação, mero capricho ou erro grosseiro.

Art. 205 - Poderá constituir matéria de defesa na ação penal a alegação de nulidade da patenteou registro em que a ação se fundar. A absolvição do réu, entretanto, não importará a nulidadeda patente ou do registro, que só poderá ser demandada pela ação competente.

Art. 206 - Na hipótese de serem reveladas, em juízo, para a defesa dos interesses de qualquer das partes, informações que se caracterizem como confidenciais, sejam segredo de indústria oude comércio, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em segredo de justiça, vedado ouso de tais informações também à outra parte para outras finalidades.

Art. 207 - Independentemente da ação criminal, o prejudicado poderá intentar as ações cíveisque considerar cabíveis na forma do Código de Processo Civil.

Art. 208 - A indenização será determinada pelos benefícios que o prejudicado teria auferido se aviolação não tivesse ocorrido.

Art. 209 - Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver perdas e danos em ressarcimento de prejuízos causados por atos de violação de direitos de propriedade industrial e atos de

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concorrência desleal não previstos nesta Lei, tendentes a prejudicar a reputação ou os negóciosalheios, a criar confusão entre estabelecimentos comerciais, industriais ou prestadores de

serviço, ou entre os produtos e serviços postos no comércio.

§ 1.° - Poderá o juiz, nos autos da própria ação, para evitar dano irreparável ou de difícil reparação, determinar liminarmente a sustação da violação ou de ato que a enseje, antes da

citação do réu, mediante, caso julgue necessário, caução em dinheiro ou garantia fidejussória.

§ 2.° - Nos casos de reprodução ou de imitação flagrante de marca registrada, o juiz poderádeterminar a apreensão de todas as mercadorias, produtos, objetos, embalagens, etiquetas eoutros que contenham a marca falsificada ou imitada.

Art. 210 - Os lucros cessantes serão determinados pelo critério mais favorável ao prejudicado,dentre os seguintes:

I - os benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação não tivesse ocorrido; ou II - os benefícios que foram auferidos pelo autor da violação do direito; ou III - a remuneração que o autor da violação teria pago ao titular do direito violado pelaconcessão de uma licença que lhe permitisse legalmente explorar o bem.

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Bibliografia

• Crimes de Concorrência Desleal

Celso Delmanto • Direito Penal

Damásio E. de JesusSão Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999.

• Manual de Direito Penal

Júlio Fabbrini MirabeteSão Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995.

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