pela europa e promove património da região nos calendários de...

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Nº 011 >>> 2008/2009 2008/2009 2008/2009 2008/2009 2008/2009 | DEZEMBRO | JANEIRO >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 1 Nº 011 >>> 2008/2009 2008/2009 2008/2009 2008/2009 2008/2009 | DEZEMBRO | JANEIRO Director Director Director Director Director | Manuel Santa Cruz Domingues Basto Oliveira >>> DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRATUIT TUIT TUIT TUIT TUITA >>> P | 06 e 07 >>> P | 06 e 07 >>> P | 06 e 07 >>> P | 06 e 07 >>> P | 06 e 07 Colaboradores da ARRIV ARRIV ARRIV ARRIV ARRIVA em festa >>> P | 14 a 17 >>> P | 14 a 17 >>> P | 14 a 17 >>> P | 14 a 17 >>> P | 14 a 17 >>> P | 04 e 05 >>> P | 04 e 05 >>> P | 04 e 05 >>> P | 04 e 05 >>> P | 04 e 05 >>> P | 08 e 09 >>> P | 08 e 09 >>> P | 08 e 09 >>> P | 08 e 09 >>> P | 08 e 09 7 anos de Pr Pr Pr Pr Presépios esépios esépios esépios esépios em Garfe De Vila do Conde a Ferrol; uma viagem viagem viagem viagem viagem entre cidades geminadas ARRIVA dá a conhecer as suas empresas pela Europa e promove património da Região nos calendários de 2009 PUB PUB

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Nº 011 >>> 2008/2009 2008/2009 2008/2009 2008/2009 2008/2009 | DEZEMBRO | JANEIRO >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 1

Nº 011 >>> 2008/2009 2008/2009 2008/2009 2008/2009 2008/2009 | DEZEMBRO | JANEIRO Director Director Director Director Director | Manuel Santa Cruz Domingues Basto Oliveira >>> DISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRATUITTUITTUITTUITTUITAAAAA

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Colaboradoresda ARRIVARRIVARRIVARRIVARRIVAAAAA

em festa

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7 anos dePrPrPrPrPresépiosesépiosesépiosesépiosesépios

em Garfe

De Vila do Conde a Ferrol;

uma viagem viagem viagem viagem viagem entrecidades geminadas

ARRIVA dá a conhecer as suas empresas

pela Europa e promove património da Região

nos calendários de 2009

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Encontra-se já em distribuição a nova co-lecção de peças de uniforme para os cola-boradores do sector de tráfego da ARRIVAPortugal.Para este ano as calças de cor beje, pensa-das para utilizar fundamentalmente no Ve-rão, são a maior novidade.O tipo de material escolhido, desta vez naconfecção, vem substituir o anteriormentedistribuído que se verificou não preenchero nível de qualidade que se esperava, paraproporcionar o melhor conforto aos cole-gas que o utilizam no dia-a-dia.Uma vez mais apostou-se na melhor quali-dade, tendo ficado o fornecimento a cargode uma empresa do “nosso” Minho.

Novo contactopara sugestões

A conceituada revista espanhola de transpor-tes públicos «Autobus y Autocares» atribui,anualmente, quatro prémios maiores destina-dos a transportadores rodoviários de passa-geiros.Foi assim que, este ano, coube à ARRIVA No-roeste, sediada em Ferrol, na Galiza, recebero prémio de «Melhor Empresa de Transporte

ARRIVA Noroesteé Empresa do Anoem Espanha

Novos uniformesARRIVA Portugal

Regular de Passageiros».Para receber o prémio esteve presente nacerimónia o Sr. Tony Williamson, Director Exe-cutivo da empresa, que lhe foi entregue pelaSr.ª Mar Chao, Directora Geral de Transportesda «Comunidad Autónoma de Galicia».Num próximo número do Arriva Jornal desen-volveremos este tema.

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Quer anunciarneste jornal?

TEL.: 220 167 542 | 253 439 803

A ARRIVA criou um endereço geral de e.mail para sugestões sobre o seu serviçoa nível global.Por isso se tem um sugestão sobre o nosso serviço, não hesite e escreva-nospara: [email protected]@[email protected]@[email protected].

SeloARRIVAInserido no projecto «Meuselo» dos CTT,a ARRIVA editou um selo para a corres-pondência nacional.Este é um projecto para a qual estão pre-vistas novas iniciativas entre as quais umcarimbo alusivo à inauguração das no-vas instalações da ARRIVA, na Fregue-sia de Pinheiro em Guimarães.

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Caro(a) Leitor(a), Cliente e Amigo(a),

Tem nas suas mãos a décima primeira edi-ção deste nosso jornal que, na empresaARRIVA, fazemos com toda a dedicaçãopensando em si.Estamos em época Natalícia e esta edi-ção vai chegar às mãos dos nossos leito-res imediatamente antes da Passagem deAno 2008/2009, portanto já depois de ce-lebrado o Natal, o qual esperamos tenhadecorrido da melhor forma para todas asfamílias mas, sobretudo, para as de todasas pessoas que connosco mais directa-mente se relacionam, sejam funcionários,clientes, fornecedores ou simplesmenteleitores e amigos.A época em que estamos conduz-nos ha-bitualmente a uma reflexão sobre o passa-do e à formulação de desejos para o futuro.

Enquanto director do jornal, revendo o quefizemos desde o número inicial, sinto-meuma vez mais satisfeito por termos conse-guido alcançar os objectivos que nos pro-pusemos, trazendo para as páginas de cadaedição os temas que, em cada momento,entendemos como motivos de eleição, in-formando-o sobre a empresa e dando-lhe aconhecer curiosidades e factos da nossaregião e de outras paragens, sobretudo dezonas onde a ARRIVA desenvolve activida-des.Temos continuado a receber inúmeros tes-temunhos dos nossos leitores dando-nosconta da satisfação que sentem pela formacomo fazemos este seu jornal; esses teste-munhos são para nós um incentivo paracontinuarmos e, por isso, prometemos queseguiremos no nosso caminho de procurarinformá-lo de uma forma descontraída, levee agradável.Neste número terá oportunidade de conhe-cer as diversas actividades em que esta suaempresa esteve envolvida nos últimos me-ses e de, entre outros, ler um interessantetrabalho sobre as Cidades de Vila do Con-de e Ferrol (cidade da Galiza) onde, por fe-liz coincidência, se situa a Sede da empre-sa da ARRIVA que opera naquela regiãoespanhola.Enquanto administrador da empresa permi-ta-me que destaque que não cruzamos osbraços perante as adversidades económi-cas que o ano de 2008 nos trouxe e que,baseados na esperança de que tudo há-demelhorar e na forte colaboração de todos,prosseguimos com o nosso ambicioso pla-no de investimentos que, no ano de 2008,incluiu a melhoria da condição geral danossa frota de autocarros, a nova bilhéticana operação de interurbanas e a constru-ção das novas instalações sede da empre-sa em Guimarães.Pela importância que lhe atribuo e pelo fac-to da notoriedade que, estou certo, estas

FICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICA

Director | Director | Director | Director | Director | Manuel da Santa Cruz Basto OliveiraCoordenador Editorial | Coordenador Editorial | Coordenador Editorial | Coordenador Editorial | Coordenador Editorial | Marco António Lindo | [email protected] e Pré-Impressão | Design e Pré-Impressão | Design e Pré-Impressão | Design e Pré-Impressão | Design e Pré-Impressão | Alive Word Comunicação LdaColaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Francisco José Barata, Mafalda Raínho, Manuel Silva, MarcoAntónio Lindo e Mónica Lindo.Publicidade | Publicidade | Publicidade | Publicidade | Publicidade | Tel. 253 439 803 ou 220 167 542Impressão| Impressão| Impressão| Impressão| Impressão| Naveprinter – Indústria Gráfica do Norte, S.A.Apartado 121 – 4471 Maia CodexTel. 229 411 085 ou 229485 564

Manuel Santa Cruz Oliveira(Presidente da Comissão Executiva

da ARRIVA Portugal)

>>> editorial

vão alcançar não só ao nível da eficáciade serviço, mas também ao nível da arqui-tectura ali desenvolvida (penso que a em-presa e toda a comunidade que com elase relaciona vão sentir orgulho naquelaobra), permita-me destacar o investimentorealizado na sede da empresa que, apósalguns atrasos iniciais, está em fase deacabamentos, prevendo-se o início da suautilização no final de Fevereiro de 2009.Tudo isto foi possível porque temos um pro-jecto e a ambição de o concretizar!Esse nosso projecto de sermos lideres ereferência do mundo dos transportes depassageiros também na nossa região só épossível porque temos a certeza de que ageneralidade das pessoas, sejam elas au-toridades, colaboradores, clientes ou for-necedores, reconhecendo o esforço daempresa, nos apoiarão como têm vindoincondicionalmente a apoiar, ajudando-nos a construir um futuro cada vez melhorao serviço da Região e do País.Estamos conscientes que, devido às cir-cunstâncias económicas Mundiais herda-das do ano de 2008, o ano de 2009 vai sermuito difícil, mas mesmo assim não deixa-mos de transmitir uma mensagem positivade esperança no futuro, garantindo-lheque: pode contar connosco para, conjun-tamente, continuarmos a encontrar as so-luções possíveis para resolver os proble-mas que, seguramente, nos aparecerãopela frente no futuro próximo!

Em meu nome pessoal, no nome daEm meu nome pessoal, no nome daEm meu nome pessoal, no nome daEm meu nome pessoal, no nome daEm meu nome pessoal, no nome daARRIVARRIVARRIVARRIVARRIVA e deste jorA e deste jorA e deste jorA e deste jorA e deste jornal desejo a to-nal desejo a to-nal desejo a to-nal desejo a to-nal desejo a to-dos um próspero ano de 2009!dos um próspero ano de 2009!dos um próspero ano de 2009!dos um próspero ano de 2009!dos um próspero ano de 2009!

Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o nº 125134Depósito Legal | Depósito Legal | Depósito Legal | Depósito Legal | Depósito Legal | 264746/07

Tiragem | Tiragem | Tiragem | Tiragem | Tiragem | 10 000 exemplaresPeriodicidadePeriodicidadePeriodicidadePeriodicidadePeriodicidade | BimestralPublicação Gratuita

PrPrPrPrPropriedade e Edição | opriedade e Edição | opriedade e Edição | opriedade e Edição | opriedade e Edição | ARRIVA Portugal – Transportes LdaRua Eduardo Almeida, 162 – 2º Sala C, 4810 – 440 GuimarãesTel. 253 439 800 | Fax. 253 439 801

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Decorreu no dia 1 de Dezembro no Com-plexo Turístico da Fonte do Cuco, em SãoJoão de Airão, o habitual encontro de cola-boradores da ARRIVA.Este encontro aberto a todos os queiram neleparticipar reúne não só quem esteja no acti-vo como também os colegas já reformados.Foi assim possível reunir um dos mais no-vos funcionários da ARRIVA Portugal, o Sr.Frederico Nogueira, com 24 anos, Motoris-ta da área operacional de Fafe e o Sr.Queirós, com 91 anos, que foi cobrador nazona de Braga e começou muito jovem naEmpresa Abílio da Costa Moreira.O encontro realizou-se pela sétima vez soba bandeira da ARRIVA tendo sido os res-ponsáveis por esta edição os senhores:

>>> reportagem

Convívio anual doscolaboradores da ARRIVA Portugal

Os seis elementos da organizaçãodo convívio partem o bolo.

César, José Ribeiro, Fernando Carvalho,José Manuel, Teixeira, Carlos Moreira e Fon-seca.Quase no fim do dia, o Sr. Nogueira, moto-rista reformado de Fafe fez uma oferta espe-cial o Sr. David Brown. Como muitos sabem,o Sr. Nogueira faz trabalhos de artesanato epor isso tinha decidido há algum tempo fa-zer um autocarro para neste dia o oferecerao “Dave”.Antes do regresso, o Sr. Castro aproveitoupara lançar fogo de artifício.Uma vez mais, um encontro de amigos cadavez com maior participação de colegas queno passado muitos eram de casas concor-rentes e hoje são amigos unidos numa sóempresa.

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>>> reportagemMarco António Lindo

Silva e Albino: o reencontro.O Ribeiro parece estar a dizer ao João Mário quenão pode sair dali; ele bem queria ir mas estava

de serviço à bomba de abastecimento.

Novais e Baptista: muitos anos de condução.

Ribeiro e José Manuel, o cobrador e o fiscal.

Ribeiro, da Sociedade de Guimarães,cobrador dos autocarros anos e anos.

O regresso do Mota. Em recuperação de doençasúbita, juntou-se de novo neste dia aos seus

velhos amigos e companheiros.

O Nogueira oferece o autocarro feito por si aoDavid Brown como lembrança deste dia.

O António Queirós, cobrador reformado eFrederico Nogueira, motorista da área operacional

de Fafe.

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>>> tema de capa

Santuário do BomJesus do Monte

O Santuário do Bom Jesus é um dos pri-meiros edifícios neoclássicos em Portugal.A sua construção teve início em 1 de Ju-nho de 1784, tendo ficado concluída em1811.O projecto foi feito pelo arquitecto CarlosAmarante, por encomenda do Arcebispo D.Gaspar de Bragança, para substituir a pri-mitiva igreja, mandada construir por D.Rodrigo de Moura Teles que estava em ru-ínas. No pórtico, à entrada da escadaria,pode ver-se o brasão de D. Rodrigo deMoura Teles, Arcebispo de Braga, que tam-bém foi responsável pela construção em1723, do primeiro grande lanço de esca-daria e capelas.As escadarias do Bom Jesus, também co-nhecidas por Escadórios, têm um desnívelde 116 metros.

O Convento de SantaClara de Vila do Conde

Este foi uma das maiores e mais ricascasas religiosas femininas portugue-sas, teve a sua instituição em 1318, poriniciativa de D. Afonso Sanches e desua esposa, D. Teresa Martins.Após o decreto liberal de extinção dasordens religiosas, a vida no conventofoi-se apagando lentamente, até che-gar ao seu termo, em 1892, com a mor-te da última freira. Em 1902 o antigoconvento recebeu a Casa de Detençãoe Correcção do Porto, depois Reforma-tório de Vila do Conde e Escola Profis-sional de Santa Clara, sendo hoje co-nhecido como Centro Educat ivo deSanta Clara, estabelecimento de tutelade menores, ainda em funcionamento.Em Setembro de 2008 foi assinado ocontrato entre o Turismo de Portugal e

o Grupo Pestana com vista à sua trans-formação em Pousada de Portugal.Do património edificado ao longo dosséculos, restam a bela igreja gótica, aimponente área residencial (noutrostempos chamada “dormitórios novos”),que é setecentista, os arcos do antigoclaustro com o seu chafariz e o exten-so aqueduto, em parte destruído.Na igreja encontram-se alguns impor-tantes túmulos: o de D. Beatriz, filha doBeato Nuno Álvares Pereira, o dos Con-des de Cantanhede e os dos Fundado-res.

Ponte da Arrábida

A Ponte da Arrábida foi a segunda a serconstruída para a circulação rodoviária so-bre o Douro, na cidade do Porto.Depois de uma ideia inicial em que a liga-ção da autoestrada Lisboa/Porto entrarianesta cidade usando a Ponte Dom Luís, estaideia acabou por ser posta de parte porqueque já se encontrava, sobrecarregada comum trafego intenso.Por este motivo era necessária a constru-ção de uma nova ponte sobre o Douro e olocal escolhido foi, entre o morro do Candal,em V. N. Gaia e o da Arrábida, no Porto.Quer o projecto, quer a direcção foram daautoria do Prof. Eng.º Edgar Cardoso.A ponte foi inaugurada a 22 de Junho de1963 sendo considerada uma das mais lon-gas do mundo no seu estilo, arqueada e emcimento armado.O comprimento total do tabuleiro é de cercade 615 metros, tendo uma largura de 27metros. Inicialmente o tabuleiro possuía doisviadutos de acesso e duas faixas de roda-gem independentes, duas pistas para ciclis-tas, dois passeios e um separador central.

Santuário de NossaSenhora do Pilar

Este é um santuário de devoção mariana si-tuado no Monte do Pilar, muito perto do Cas-tro de Lanhoso.Possui uma Via Cruz formada por cinco ca-pelas com esculturas de madeirapolicromada que representam cenas doMonte Gólgota, relacionadas com a crucifi-cação de Jesus Cristo.Actualmente conservam-se três capelas esão uma clara imitação das capelas do San-tuário do Bom Jesus de Braga. Todos osanos, no 3º Domingo do mês de Maio, cele-bra-se a principal festa.

Paço dos Condes deBarcelos

Foi mandado construir por D. Afonso, oitavoConde de Barcelos e Primeiro Duque deBragança, filho legitimo de D. João I e gen-ro de Nuno Álvares Pereira pelo seu casa-mento com Dona Brites Pereira.Este palácio serviu de habitação aos Con-des de Barcelos a partir da sua construção,nos inícios do século XV.Crê-se ter sido destruído aquando do terra-moto de 1755 ou por volta do ano de 1800,apenas se conservando algumas paredes ea alta chaminé de um dos seus fogões desala. Estas ruínas foram doadas a Barcelos,em 1874, por D. Carlos. Aqui funciona, desde1920, o Museu Arqueológico de Barcelos.Junto ao Paço, encontramos o famoso cru-zeiro-padrão do Senhor do Galo, do SéculoXIV, proveniente do Areal de Cima, emBarcelinhos, que simboliza a bem conhecidalenda do Galo de Barcelos. Este padrão esta-va situado no Alto de Barcelinhos onde exis-tia a forca de Barcelos. Tem gravados ele-mentos alusivos aos milagres de S. Tiago e doenforcado, mais conhecidos popularmentecomo o “milagre do galo”. Na outra face estãogravadas as figuras de Nossa Senhora e de S.Bento, padroeiros de Barcelos.

Casa de Camilo

ARRIVA dá a conheceras suas empresas pelaEuropa e promovepatrimónio da Regiãonos calendários de 2009

Calendário de mesa 2009

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>>> tema de capaMarco António Lindo

A Casa-Museu de Camilo foi construída nosinícios do Séc. XIX por Manuel Pinheiro Alves.Depois da sua morte em 1863, Camilo Cas-telo Branco veio instalar-se na mansão deCeide com Ana Plácido, em finais desse ano,e aí permaneceu com certa regularidade.Aqui escreveu a maioria das suas obras e,foi também aqui, que se suicidou em 1 deJunho de 1890.A casa sofreu um incêndio em 1915. Foi, de-pois, reconstruída para abrir ao público como“Museu Camiliano”, em 1922. No final da dé-cada de 40, procedeu-se à restituição daCasa à traça original, e foi inaugurada peloProf. Marcelo Caetano, em 1958, passandoa designar-se Casa-Museu de Camilo.

Gonçalo Mendes,O Lidador

O cavaleiro Gonçalo Mendes da Maia foium dos gloriosos militares que combateramao lado de D. Afonso Henriques pela inde-pendência e alargamento territorial de Por-tugal. Herói da Fundação da Nacionalida-de, que o primeiro Rei de Portugal, nomeouseu Adiantado.O cognome de “O Lidador” deve-se às di-versas vitórias alcançadas em batalhascontra os mouros. Nasceu em 1079, na suamocidade foi um Fidalgo turbulento e arre-batado, faleceu aos 90 em combate na Ba-talha de Ourique.Esta singular estátua equestre é da autoriado escultor Lima de Carvalho e foi inaugu-rada no dia 9 de Julho, em 1984.

Padrão do Salado

O Padrão do Salado, ou de Nossa Senhorada Vitória, foi erigido em 1342, no reinadode D. Afonso IV, junto à Igreja Nossa Senho-ra da Oliveira, para comemorar a participa-ção portuguesa na Batalha do Salado.O monumento é constituído por um alpen-dre gótico em granito, que abriga um cru-zeiro em calcário dourado.

Casino de Póvoa deVarzim

Considerado o maior casino do norte dePortugal, encontra-se abrigado num edifí-cio neoclássico, do estilo da escola france-sa de Garnier, construído nos anos 30 doSéculo XX. A obra é da responsabilidade doarquitecto José Coelho e do engenheiroAlberto Vilaça, tendo-se mantido ao longodos anos praticamente inalterado.Foi inaugurado no ano de 1934 e suas ins-talações contam com um restaurante e umadiscoteca/bar, além do casino com roleta,banca francesa e black jack.

Rio Ave

O rio nasce numa pequena fonte na Serrada Cabreira, concelho de Vieira do Minho,a mais de mil metros de altitude, mas só nosprimeiros sete quilómetros do seu cursoapresenta grandes declives, para depois setornar um rio lento de planície.O Ave corre ao longo de 93 quilómetros,recebendo águas do Cabreiro, do Caniçadoe do Falperra. Mas os mais importantes aflu-entes são, na margem esquerda, o Vizela,que nasce na serra de Cabeceiras, e oSelho, que conflui perto de Guimarães; namargem direita são os rios Este, o Pele e oPeIhe. E o rio Pele foi, por passagem e porjunção, dar nome a povoado de indústria.

Capela a São Gensem Cidai

A capela em honra de S. Gens, foi inaugura-da em 23 de Dezembro de 1951 e posterior-mente foi arranjado de todo o recintoenvolvente.No mesmo local terá existido uma ermidadedicada ao culto a S. Gens.Sem o contributo do Abade Sousa Maia,aquele santuário, em Cidai, não existiria hoje.

Estátua a SãoRosendo

Da autoria da Escultora Irene Vilar, a estátuaé em honra de São Rosendo que nasceu emMonte Córdova, Santo Tirso, em 907.Era filho do conde Guterre Mendez de Áriase Santa Ilduara, com ligações familiares aosreis de Leão. Seu tio paterno, Sabarino II,era bispo de S. Martinho de Mondoñedo. Aque sucedeu com apenas dezoito anos.Com as grandes riquezas provindas da fa-mília, ergueu o mosteiro de Celanova, emOrense, cuja igreja consagrou a 25 de Se-tembro de 942, com a assistência dos reis,nobres, bispos, abades de toda a Galiza,cujo coração havia conquistado, e muitopovo.Voltou, após este grande acontecimen-to para a sede da diocese, a fim de continu-ar a extinguir os ódios originados pela guer-ra, dissolver rancores, sufocar conspira-ções, acalmar avarezas e pacificar asociedade.Apoiado na vida monástica quenunca largou, voltando frequentemente parase reconfortar em Deus, à solidão doermitério de Caaveiro, junto do rio Eume,formou um povo cristão, piedoso e justo. Fa-leceu a 1 de Março de 977, ano em que

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havia redigido o seu testamento, um magní-fico testemunho de sua generosidade paracom as igrejas e mosteiros, onde revela asua fé, humildade, ciência escriturística eamor à Ordem Beneditina.O Papa Celestino III canonizou-o, no ano de1195.

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>>> reportagem

Pelo sétimo ano consecutivo a Freguesiade Garfe, no Concelho da Póvoa deLanhoso, coloca-se no mapa dos presépi-os mais visitados de Portugal motivando adeslocação de pessoas de diversos locaisdo País.Também muitas tem sido as escolas queorganizaram passeios a Garfe para levaras crianças ao contacto com este traba-lho.Desde do nascimento de Jesus até à fugapara o Egipto, todas as passagens Bíblicasrelacionadas com o Natal estão represen-tadas nos treze Presépios, espalhados pe-los vários lugares da Freguesia.Sendo o principal mentor da ideia o Páro-co local, Padre Luís Peixoto, e tendo comoseguidores e entusiastas todos os habitan-tes da freguesia, tudo indicava que o pro-jecto teria “pernas para andar”. A provadisso são os Presépios construídos, sendode palha, madeira marítima, pedra ou atémesmo barro, tudo foi usado para recriar onascimento do Salvador.Os habitantes de Garfe trabalharam du-rante meses, contribuindo assim com o seuesforço pessoal para um resultado final derara beleza, bom gosto e sentimento.Desde o dia 14 de Dezembro que os Pre-sépios têm sido visitados por muitos e ad-mirado por todos. Desde os mais miúdosaos mais graúdos, todos querem fazer umavisita e sentirem o espírito natalício ali re-presentado.Até ao próximo dia 11 de Janeiro, fica oconvite para uma passagem na rota dosPresépios.Como é hábito, a ARRIVA associa-se a esteextraordinário evento, apoiando a sua di-vulgação.

Jesus “nasce” em Garfe

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>>> reportagemMarco António Lindo

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>>> notas soltas

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Boas FestasDois grandes ídolos da canção nacional, Tony Carreira e Mickael Carreira, enviaram osvotos de Boas Festas. Para todos os fãs e admiradores aqui ficam os cartões recebidos.

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>>> literaturaMafalda Raínho

António Sérgio de Sousa, nascido em Damão,Índia, a 3 de Setembro de 1883, foi um impor-tante intelectual e pensador com uma vastaobra, que se estende da teoria do conheci-mento, à filosofia política, da educação e atéda história.Viveu uma parte da sua vida em África, ondefrequentou, no Colégio Militar, o curso daMarinha de Guerra, que abandona em 1910aquando da implantação da República emPortugal.Assente, essencialmente, na ideia de que oprogresso económico e moral do País se fi-zesse notar, desconsiderava a questão Re-pública/Monarquia. Sérgio está numa linhapolítica social-democrata e a sua acção estávoltada para a educação.António Sérgio torna-se ministro da InstruçãoPública por dois meses e dez dias, no gover-no de Álvaro de Castro, em 1924.Entre todas as actividades e anos que sepassaram, fundou e colaborou em algumasrevistas de importante relevância. Trabalhoucom nomes sonantes como Teixeira dePascoaes e Fernando Pessoa. Fez parceriacom Aquilino Ribeiro, Raul Brandão ouAzeredo Perdigão na revista “Seara Nova”,desde 1923… foi ainda director da “GrandeEnciclopédia Portuguesa e Brasileira”!António Sérgio marca a época de uma formabruta e vistosa! Escreve uma imensa obrateórica, lança importantes ideias como a doCooperativismo em Portugal, funda a Junta

António SérgioPropulsora dos Estudos, difunde o métodoMontessori… Dá um importante passo coma criação do ensino para deficientes e docinema educativo. Para além de tudo isto,funda o Instituto Português do Cancro. Foiainda professor da Universidade de Santia-go de Compostela, em 1933.É chamado como “Educador de Gerações”,por tudo o que conseguiu e por toda a ambi-ção que tinha, pela tamanha disponibilidadepara fazer mais e melhor pela educação epor cada uma das pessoas do nosso País.Considerava que a “escola” deveria ser es-paço de ensinamentos democráticos poroposição ao autoritarismo.É também político, caracterizado pelas suasnovas e originais ideias de implementar algocomo um “socialismo associativista”, quepretendia ser capaz de criar um dia. Teveimportantes e vincantes actuações em situ-ações como a preparação e execução dacandidatura de Humberto Delgado.António Sérgio, a alguns anos da sua morte,refugia-se em casa, na Travessa do Moínhode Vento, Lapa, concluindo que a sua obrafalhara. A sua eterna ambição de que a De-mocracia e a Liberdade se aliasse à Educa-ção e Cultura do País, terminava sem suces-so.Dono dos seus sonhos só desistiu quandotomou consciência de que as consequênciaseram já impeditivas de expressão do pensa-mento, morrendo a 24 de Janeiro de 1969.

Notas decinco milescudosA primeira nota de 5.000$00 que, deuma forma geral, ainda há memória éa que tem a imagem de António Sér-gio. No entanto, as primeiras notas decinco mil escudos produzidas foramdatadas de 1942, com a efígie da Rai-nha D. Leonor, que não chegaram a

circular por não ser considerado opor-tuno, e que acabaram por ser queima-das em Fevereiro de 1974. Se esperas-sem mais uns meses, com a inflaçãoque se verificou a seguir à revoluçãode Abril, talvez tivessemreconsiderado.A chapa 1 de 5.000$00com a imagem de António Sérgio apa-receu datada de 1980. Se ele pudesseter voltado cá nessa altura, não estariacertamente de acordo com a sua efígieem dinheiro, já que uma das suas vin-cadas atitudes era a anti-materialista.Ficou, no entanto, a boa vontade dequem quis lembrar a existência de umhomem invulgar.

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>>> crítica musical

Se gosta de Moonspell, Carcass ou de MyDying Bride, gosta de Assemblent.Formados no Sardoal, em 2002, esta bandatem tudo para se tornar uma referência noDeath Thrash, Doom Metal.A banda nasceu com o nome Dawn. Era umgrupo de pessoal sem grandes ideias paraum projecto. Entretanto parte da sua experi-ência vem dos bares. Em 2002 começam,então, a criar o seu próprio material. Era

Sabem onde é o Sardoal?ASSEMBLENT, Equilibrium

pelo Fernando Ribeiro dos Moonspell e oColin Davis faz o mastering final na ImperialMastering. O CD é bué e vem com uma apre-sentação muito kool. O próprio nome,Equilibrium, dá uma sensação de “tar-sebem”.Uma vocalização pró industrial, ambientetodo gótico. É muita estranho quando seouvem os coros no tema Silent Cries, queabrem mesmo em fundo, com aquela voztremenda do Fernando Ribeiro.Todo o álbum é inesperadamente bom. Paraquem começou como os Assemblent, nadafaria esperar um resultado destes.Queremos mais e depressa.

O som nacional que vos tenho apresentadonas últimas edições do ARRIVA Jornal sãodo melhor que se faz em terras lusitanas,mas se quiserem estar atentos ao que sefaz lá fora, recomendo que oiçam:

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AgallochAnathemaTexturesOpeth

Mad at GravityProject Criation

Mas se em 8 de Fevereiro estiverem pertode Estocolmo na Suécia vão a Klubben/Fryshuset ver Hellhounds Fest e ouvir osTiamat uma banda das origens do gothicmetal europeu. Se curtem Fields of theNephilim, a cena é a mesma.

Metal que estava a caminho e por isso asideias saíam assim a abrir umas com asoutras.Em 2003 gravara a primeira demo em To-mar no Estúdio Zero. Gravaram dois temas:Heartwork e Silent Cries.Em 2004 já participaram em alguns festi-vais embora continuem a dividir o seu tem-po, fundamentalmente, entre a escola e osensaios.O apoio do Miguel Fonseca que, como todoo people sabe, é o produtor dos Bizarra Lo-comotiva, dos Thormetor e dos Plastica, foiessencial no lançamento do primeiro álbumdos Assemblent. Um dos temas é cantado

Doom Metalou Metal progressivo...Oiçam, nem que sejaàs escondidas!

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>>> musik by Mok’zzMónica Lindo

Como o Natal foi há dias, achei que era boaideia falar destes belgas: os dEUS.Como é normal, desde que nasci, sempreque o meu Papzz está por perto há música.Quando ele telefona há música. Há sempremúsica mas nada das rádios. É sempre tãodiferente que é como se fosse uma onda àparte, numa outra dimensão diferente detudo o que nos impingem, nem que seja nasrádios mais populares.Agora por causa do texto com a história doAntónio Sérgio, havia um outro António Sér-gio na rádio que tinha um programa que sechamava “Som da Frente”. Esse também eramuito bom, mas não servia para os portu-gueses. Era muito prá frente.Foi também por causa dele que me lembreideste pessoal de Antuérpia na Bélgica.Claro que este pessoal que é só para quemcurte cultos, não deixa de ser fácil de ouvire entender. Chega para isso gostar de gui-tarras a abrir, tonalidades de jazz misturadocom violinos e tal; claro como água.Como eu já escrevi, os dEUS apareceram

Quatro anos passados depois do lançamen-to de Fiction Edge I, digam-me lá que é fã deForgotten Suns, uma das mais representati-vas bandas de rock/metal progressivo naci-onal, nascida em Lisboa, em 1991.O meu Papzz apresentoumos, e eu vi logoque era mais uma daquelas cenas brutaisque ele conhece.Forgotten simplesmente não podem ser es-quecidos. O tributo aos fãs foi completamen-te dado com o lançamento que se seguiu –Snooze - brutalmente conceitual em versãodupla. Todo o conjunto de sons em mistocom os coros acaba por ficar a navegar nanossa memória. Os arranjos da parte instru-mental descontraem perfeitamente pela suasolidez.Um dos temas que prefiro é Strange AffairWith the Night que nos trás um som muitourbano, carregado de sexta-feira ao fim datarde. O som do solo da guitarra tem umainterligação muito quente com a bateria e obaixo.O poder da imaginação entra em hot com

em Antuérpia em 1991 sendo a banda com-posta por Tom Barman, Klaas Janzoons, odo violino, Rudy Trouvé, Steff Kamil Carlens,Julle de Borgher. É de referir que os dEUScomeçaram por ser uma banda que execu-tava versões de outras bandas, especial-mente de Velvet Underground. Felizmentenão era Abba.Jazz, punk, rock progressivo tudo serve parafazer arder este fogo.O primeiro disco é um EP de nome “Zea”.Depois vão a Inglaterra onde fazem a suaprimeira digressão. A Island Records fezcom que logo a assinassem um contrato,sendo o seu primeiro álbum com esta eti-queta, editado em 1994. Worst CaseScenario é o disco que imediatamente éreconhecido como excelente pelo público,bem como por uma malta que como euacham que são críticos.Para destacar é Suds and Soda, ainda hojeuma espécie de hino da banda.Estejamos atentos para ver o que dEUS nosdará no futuro .

dEUS

Dream Killer. São vinte minutos de emoçãocontínua. O último tema do disco 1, é mes-mo a obrigar a ouvir o segundo disco.Struggle é para ouvir e ouvir e ouvir. Fogo, émuito altamente! Mais treze minutos de fe-char os olhos e sentir lágrimas. Mas se va-mos pensar em coração a bater o Angel’sEmbrace não existe. Pá, obrigadão pesso-al.Na história do progressivo isto é prá frente.Voltando à pergunta inicial, quem é fâã deForgotten Suns? Todos os que se aqueçamno seu som.A banda actuou há dias na Aula Magna emLisboa e em Santa Maria da Feira.Entretanto, os Forgotten Suns estiveram numdos mais importantes festivais progressivosdo ano - o «pROCKfest», na Alemanha, ondeactuaram com bandas como os FlowerKings, Pendragon e os Riverside.A bandade Ricardo Falcão está, ao mesmo tempo, atrabalhar no terceiro trabalho dos ForgottenSuns, Innergy. Sai já com lançamento mun-dial em 3 de Março.

Forgotten Suns

Herdado do Speed Metal e influenciadopela música erudita, a variação de temas éuma constante havendo lugar a umatendencia para temas misticos, medievais,cenas ensombradas e sinistras mas sem-pre com uma melodia que chega a pare-cer música de embalar, tipo Rhapsody ofFire.A musicalidade do estilo tem seu foco nobaterista, tendo esse como principal carac-

terística um som extremamente rápido. Ovocal geralmente é caracterizado por umavoz limpa e suave, sem gutural. Muitos dosvocalistas de bandas de Power Metal têm acapacidade de obter notas extremamentealtas com vocais agudos, e mantê-las porum longo período de tempo. A conjugaçãoentre o teclado e a guitarra são, por vezes,numa cadencia tão elevada como a bate-ria ficando às portas do Speed Metal.

O Power MetalUm som épico

Por temas, recomenda-se:Por temas, recomenda-se:Por temas, recomenda-se:Por temas, recomenda-se:Por temas, recomenda-se:Fantasia, Black Guardian; mais românticos,Sonata Arctica; política e religião, GammaRay; pensamentos positivos, Stratovarius.

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>>> passeio

Já havíamos abraçado alguns temas rela-tivos a Vila do Conde numa edição anteri-or do ARRIVA Jornal.Sendo esta cidade uma das onde a ARRIVAopera, foi interessante elaborar um textoonde se cruzem factores de relevo entreos valores de Vila do Conde e de Ferrol,outra cidade ARRIVA.A consulta de dados fornecidos pela pró-pria Junta de Freguesia encaminha-nospor uma interessante viagem.

José RégioJosé RégioJosé RégioJosé RégioJosé RégioJosé Régio aliás, José Maria dos Reis Pe-reira, nasceu em Vila do Conde, a17 deSetembro de 1901. Foi ao longo da suavida, um grande coleccionador de obrasde arte, basicamente de cariz popular e,na sua grande maioria, de Arte Sacra;Cristos, Ex-votos, ferros, estatuária religi-osa, bem como uma gama alargada detipologia de objectos foram recolhidos,comprados ou trocados por esta grandefigura das letras portuguesas do SéculoXX.Após a sua morte, ocorrida a 22 de De-zembro de 1969, e depois de negociaçõescom a sua família, a Câmara Municipal deVila do Conde adquiriu a casa do poeta,

tendo esta sido aberta ao público a 17 deSetembro de 1975.É um espaço intimista, com as áreas fun-cionais de uma casa, tal como Régio ahabitava, e onde o único “espaço” cria-do após a sua morte é a sala de pinturamoderna, organizado pelo seu irmão Jú-lio, mas de acordo com a vontade do Po-eta.O escritório, o quarto, a sala de jantar e ojardim são as áreas fundamentais destacasa. Todavia, todo o espaço é um espe-lho da personalidade de Régio, daí a de-cisão de não alterar qualquer parte desteimóvel ou distribuição dos móveis e ob-jectos.No ano de 2005 a Câmara Municipal delevou a efeito uma importante obra debeneficiação deste imóvel, no sentido degarantir a estabilidade do edifício e, simul-taneamente, criar condições de conser-vação ao importante acervo aí instalado.Paralelamente, na casa de Benilde, foi de-senvolvida uma obra que visou a instala-ção do Centro de Estudos Regianos, paraalém de um conjunto de serviços de apoioà Casa de José Régio, tais como a recep-ção, duas salas polivalentes e a criaçãode um mini-auditório.

Rendas de Bi l rosRendas de Bi l rosRendas de Bi l rosRendas de Bi l rosRendas de Bi l rosA origem das rendas não é consensual. Ateoria mais aceite, formulada por váriosestudiosos, é a de que são oriundas dooriente, da China ou da Índia, tendo che-gado a Portugal através da Itália.Na Europa tiveram época áurea as de Mi-lão e de Bruges, chegando os padres aencomendá-las para os seus trajes e asnoivas para os seus vestidos.Em Portugal as rendas flamengas estive-ram muito em voga no tempo de D. João V.Daqui, esta forma de artesanato passou àMadeira e aos Açores, e foi pelas mulhe-res portuguesas que chegou ao Brasil,onde é praticada principalmente no Nor-deste.A diferença entre a renda e o bordado éevidente: no bordado trata-se da aplica-ção dum ornamento feito no tecido comuma agulha, enquanto que a renda resul-ta do entrelaçamento de f ios, numaurdidura que se desenvolve com a formade desenho, sem ter um fundo de tecido.A confecção da renda é efectuada sobreuma almofada dura em que é pregado umpapelão - chamado “pique” –, crivado defuros que determinam o desenho.Nesses furos são espetados alfinetes que

a rendilheira vai mudando de lugar à me-dida que o trabalho se desenvolve.Os fios são manejados por meio de bilros,que são pequenas peças de madeiratorneada. Numa das extremidades decada bilro está enrolado o fio, enquantoque a outra extremidade tem a forma deesfera ou de pêra, conforme o uso na re-gião.Os bilros são manejados aos pares pelarendilheira que, habilmente, imprimindoum movimento rotativo e alternado a cadaum dos bilros, e orientando-se semprepelos alfinetes, vai mudando-os à medidade o trabalho progride. O número de bilrosutilizado varia conforme a complexidadedo desenho, havendo trabalhos em quesão empregues 14, 18, ou mesmo mais devinte pares de bilros.Em Portugal a arte da renda de bilros temnotória expressão em Peniche e em Vilado Conde, regiões em que a prática destaforma de artesanato é antiquíssima.

Museu das Rendas de BilrosMuseu das Rendas de BilrosMuseu das Rendas de BilrosMuseu das Rendas de BilrosMuseu das Rendas de BilrosInstalado em 1991 na Casa do Vinhal, típi-co solar urbano do Século XVIII, o Museuveio criar uma nova dinâmica em tornodas Rendas de Bilros. Curiosamente, já

A cultura de umacidade geminadacom Ferrol

Vila do Conde

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>>> passeio

antes aqui se encontrara sediada a Esco-la de Rendas, criando, assim, ligações doedifício às Rendas de Bilros.A colecção do Museu das Rendas deBilros é composta por todo o tipo de ins-trumentos e materiais utilizados na produ-ção das Rendas, e do seu acervo fazemparte belos exemplares, desenhos e pi-ques, bilros e almofadas e documentosvários.Merece ainda referência a colecção debilros e almofadas estrangeiras, testemu-nho dos sucessivos contactos com cen-tros produtores além fronteiras.A exposição permanente do Museu apre-senta a tradicional renda vilacondense,mas, simultaneamente, expõe as rendascontemporâneas, frutos de actividades de-senvolvidas com outros centros produto-res de rendas na Europa e também traba-lhos concebidos por estilistas nacionaise apresentados em desfiles de moda.Mas a presença de Rendilheiras que, numrecanto cheio de luz, mostram aos visi-tantes a sua perícia na arte de bem dedi-lhar os bilros, constitui um particular moti-vo de interesse do único Museu de Ren-das de Bilros em Portugal.

Al fândega RégiaAlfândega RégiaAlfândega RégiaAlfândega RégiaAlfândega RégiaMuseu da Construção NavalMuseu da Construção NavalMuseu da Construção NavalMuseu da Construção NavalMuseu da Construção Navale Nau Quinhent istae Nau Quinhent istae Nau Quinhent istae Nau Quinhent istae Nau Quinhent istaEm pleno século XV, o apogeu do comér-cio marítimo provoca um crescente movi-mento nos portos do reino. É neste con-texto que D. João II, por carta de 27 deFevereiro de 1487, cria a Alfândega Ré-gia de Vila do Conde, porto onde chega-vam inúmeros navios carregados de mer-cadorias, sobretudo provenientes do nor-te da Europa, mas, por não estarem pre-sentes à sua chegada quaisquer oficiaisalfandegários, os direitos reais eram ocul-tados.O edifício da Alfândega Régia – Museu daConstrução Naval fica situado na rua Caisda Alfândega, no coração da zona ribeiri-nha de Vila do Conde, onde, outrora,laboraram os estaleiros navaisvilacondenses. Datado do final do SéculoXV, o edifício sofreu, ao longo do SéculoXVIII, sucessivas ampliações de modo acolmatar as necessidades que se vinhama verificar fruto do intenso tráfego comer-cial que então se fazia sentir.A exposição permanente, patente ao pú-blico, assume três vertentes a que se des-tina este Museu. A Navegação portugue-sa, nomeadamente aquela que tem ori-gem e destino em Vila do Conde, a Histó-ria da Alfândega Régia, o seu funciona-mento, of iciais e produtosdesalfandegados, e a História da Cons-trução Naval, os t ipos de barcosconstruídos em Vila do Conde, as técni-cas, os processos construtivos e ferramen-tas utilizadas na construção naval emmadeira.No projecto de recuperação da Alfânde-

ga Régia e do Museu dedicado à tradiçãoda construção naval em Vila do Conde, éum precioso complemento a construçãoda réplica de uma nau. Para além de umimportante elemento de atracção turísticae lúdica, tem uma função pedagógica pois,construída com o maior rigor e respeitopelas investigações científicas – da res-ponsabilidade do Almirante Rogério deOliveira - incorpora o saber ancestral doscarpinteiros e calafates dos estaleiros deVila do Conde.A fim de mostrar a complexidade das con-dições de vida e da organização das via-gens, a Nau apresenta os camarotes dopiloto e do cartógrafo, piloto ou mestre,material cartográfico, instrumentos e téc-nicas de navegação, cozinha e dispensa,procurando elucidar sobre as vicissitudesdo dia-a-dia a bordo.

Museu dos BombeirosMuseu dos BombeirosMuseu dos BombeirosMuseu dos BombeirosMuseu dos BombeirosBombeirBombeirBombeirBombeirBombeiros Vos Vos Vos Vos Voluntár iosoluntár iosoluntár iosoluntár iosoluntár iosde Vila do Condede Vila do Condede Vila do Condede Vila do Condede Vila do CondeO Museu dos Bombeiros, instalado entre1984 e 1998 no Quartel da Av. MarquêsSá da Bandeira, encontra-se hoje em no-vas instalações no Quartel situado na RuaD. Sancho I.O espaço é composto por duas salas, umadestinada à exposição é a outra voca-cionada para os audiovisuais e serviçoseducativos.Para além destas áreas, o Museu dispõede uma mini-escola fixa de trânsito ondeos visitantes podem receber algumas nor-mas de actuação, de acordo com a Pre-venção Rodoviária Portuguesa.A colecção do Museu dos Bombeiros re-trata a actividade da associação, sendoconstituída por viaturas antigas, de trac-ção animal, manual e mecânica, fardasde intervenção, de gala, da Fanfarra e daBanda musical dos Bombeiros,numismática, galhardetes, salvados, foto-grafias e documentação que relata a his-tória da corporação.Para além das visitas guiadas à exposi-ção, o museu e o Corpo Activo envolvido

na sua programação promovem visitas ori-entadas no sentido de elucidar os visitan-tes para os perigos existentes no dia a dia,nomeadamente, entre outros, os cuidadosa ter com a natureza.

Museu de Arte SacraMuseu de Arte SacraMuseu de Arte SacraMuseu de Arte SacraMuseu de Arte SacraConfrar ia do Sant íssimo Sacra-Confrar ia do Sant íssimo Sacra-Confrar ia do Sant íssimo Sacra-Confrar ia do Sant íssimo Sacra-Confrar ia do Sant íssimo Sacra-men tomen tomen tomen tomen toO Museu, instalado na Sacristia Privativada Confraria do Santíssimo Sacramento,na Igreja Matriz de Vila do Conde, abriuportas em 1985, nas Festas do Corpo deDeus, contando com a presença de D.Eurico Dias Nogueira.Até hoje, o Museu de Arte Sacra mantém-se como um importante centro cultural, re-gistando inúmeras visitas ao longo do ano,onde se podem admirar alguns dos me-lhores exemplares de arte sacra de Vilado Conde, com destaque para a CruzProcessional da Capela de Formariz, da-tada de finais do Séc. XVIII.Como o próprio nome indica, o acervodeste museu é composto por peças de artesacra: cruzes, paramentos, patenas e cá-lices, varas, lanternas, entre outros, e ain-da livros manuscritos pertencentes ao ar-quivo histórico da Confraria.

Museu das CinzasMuseu das CinzasMuseu das CinzasMuseu das CinzasMuseu das CinzasOrOrOrOrOrdem Tdem Tdem Tdem Tdem Terererererceira de S. Franciscoceira de S. Franciscoceira de S. Franciscoceira de S. Franciscoceira de S. FranciscoO Museu das Cinzas encontra-se instala-do numa sala, projectada pelo Eng.º EçaGuimarães, anexa à Igreja do antigo Con-vento de N.ª Sr.ª da Encarnação, hoje maisconhecida como Igreja de S. Francisco.O Convento foi mandado erigir em 1522,por Dona Isabel Mendanha, que, depois depronto, o entregou a 12 religiosos, númeroque foi aumentado para 20. O Convento foiextinto em 1834 e os seus bens dispersos.A base da colecção do Museu são as 16imagens da Procissão das Cinzas.O Acervo é ainda constituído por livros deregisto, livros da história do Convento deS. Francisco, alfaias litúrgicas, bordadosa matiz, saiais de andor bordados a ouro,utensílios da Procissão, pratarias, bemcomo imagens sacras desde o século XIIIaté ao século XVIII.A exposição organiza-se a partir de umapeça central – A Estigmatização de S. Fran-cisco – em volta da qual se encontram to-das as outras imagens que incorporam opréstimo religioso.Na galeria superior encontram-se as al-faias litúrgicas, bem como toda a docu-mentação.

Museu da Cooperativa AgrícolaMuseu da Cooperativa AgrícolaMuseu da Cooperativa AgrícolaMuseu da Cooperativa AgrícolaMuseu da Cooperativa Agrícolade Vila do Condede Vila do Condede Vila do Condede Vila do Condede Vila do CondeCriado pelo estudioso Elísero Pinto, o Mu-seu da Cooperativa Agrícola abriu ao pú-blico no antigo Grémio da Lavoura, na Pra-ça da República.Com a passagem da Cooperativa para asnovas instalações, na Rua da Lapa, o Mu-seu foi, provisoriamente, instalado no novoedif ício, estando em projecto a suareinstalação numa sala própria, na sededa Cooperativa, mas com condições maisadequadas para a função museológica.A exposição apresenta ao público um con-junto de alfaias agrícolas, entre os quaisJugos – utensílios para aparelhar o gado –trajes de lavoura, e ainda objectos domés-ticos utilizados por estas comunidades,onde se destacam peças de cerâmica.

Marco António Lindo

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>>> passeio

A primeira Cadeia de que há registos emVila do Conde foi construída no Séc. XVI,no edifício anexo aos Paços do Conce-lho, frente ao Pelourinho.Em finais do Séc. XIX, a construção de umanova Cadeia, dada a inexistência de con-dições de higiene, segurança e capacida-de, era uma necessidade indiscutível, peloque, em Junho de 1903, foi iniciado o pro-cesso de expropriação de um terreno naRua das Donas para aí erguer um edifíciodestinado às repartições públicas daComarca e à Cadeia. A obra foi efectiva-mente iniciada, mas o projecto foi interrom-pido, sendo apresentado à Câmara, em 27de Abril de 1915, uma nova proposta deconstrução no lugar das Pedreiras. Em de-fesa do novo projecto foram invocadas ra-zões económicas, e a centralidade do edi-fício relativamente à área do Concelho.Assim, surge este imóvel singular de arqui-tectura presidiária, com a configuraçãogeométrica de um dodecágono, apresen-tando um pátio interior encimado com umaclarabóia em vidro.

O edifício foi dotado com as necessáriascondições de higiene, incluindo “(...) la-vatórios, leitos, móveis, águaencanada(...)”. O rés-do-chão, com umaconstrução mais segura, destinar-se-iaaos homens e o 1º andar às mulheres, comuma construção mais ligeira.Entretanto, nos anos 70, com a aberturada Cadeia de Custóias, o edifício seria li-bertado das funções de Cadeia Civil.Em 1997 inicia-se o projecto de recupe-ração e adaptação, assumido pela Câma-ra Municipal e comparticipado pela Co-munidade Europeia, que viria a ser inau-gurado a 1 de Setembro de 1999 por S.Ex.ª Senhor Ministro da Ciência e daTecnologia, Prof. Dr. José Mariano Gago,tendo nesta data começado a desenvol-ver-se o projecto que viria a culminar coma instalação do Centro Ciência Viva deVila do Conde.Assinale-se que a requalificação deste es-paço mereceu uma Menção Honrosa peloJúri do Prémio Nacional de ArquitecturaAlexandre Herculano, que distingue inter-

venções de exemplar qualidade nos Cen-tros Históricos.

Centro Ciência VivaCentro Ciência VivaCentro Ciência VivaCentro Ciência VivaCentro Ciência VivaEm 28 de Setembro de 2001, foi constituí-da a Associação Centro Ciência Viva deVila do Conde, cujos membros associa-dos são o Ciência Viva- Agência Nacio-nal para a Cultura Cientí f ica eTecnológica, o Município de Vila do Con-de e a Universidade do Porto. O CentroCiência Viva de Vila do Conde integra aRede de Centros Ciência Viva do Ministé-rio da Ciência e da Tecnologia. É um es-paço pluri-funcional de ciência etecnologia, vocacionado para a difusãoda cultura científica e tecnológica atra-vés da observação e experimentação.Utilizando o tema “A Água” e com um ca-rácter científico, lúdico e didáctico, o Cen-tro Ciência Viva disponibiliza exposiçõesinteractivas, mediateca, mini-laboratório,auditório, aquários, sala de monitorizaçãoambiental e um espaço gratuito de aces-so à Internet.

De edifício da antiga CadeiaA Centro de Ciência Viva

VILA DO CONDEGeminações

Baucau em Timor Lorosae, Lobata, Ci-dade de Guadalupe em São Tomé e Prín-cipe, Mansoa em Guiné Bissau, Mindeloem Cabo Verde, Mossel Bay na Africa doSul, Le Cannet, em França, Olinda, noBrasil, Portalegre em Portugal e Ferrol emEspanha, que aqui destacamos.

Castelo de São Filipe Ferrol

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>>> passeio

Ferrol no noroeste da Galiza, localiza-se acerca de 50 quilómetros da capital provinci-al, a Corunha. A área à sua volta é denomi-nada Trasancos ou Ferrolterra, englobandovários concelhos vizinhos.Segundo dados de 2004, terá cerca de210.000 habitantes na área metropolitana e80.000 habitantes na cidade em si. O muni-cípio abrange uma área de 81,9 km².Duas figuras da história da Espanha moder-na nasceram em Ferrol.Pablo Iglesias, fundador do Partido Socialis-ta Operário Espanhol e da União Geral dosTrabalhadores, e Francisco Franco, militar,que foi Chefe de Estado após a vitória dosfascistas na Guerra Civil Espanhola, em1939.De importância unanimemente reconheci-da na história cultural da Galiza do SéculoXX, deve ser salientada a origem ferrolanade Ricardo Carvalho Calero, filólogo, críticoe autor literário nos mais diversos géneros,poesia, teatro, narrativa e ensaio, primeirocatedrático de Língua e Literatura Galeganuma Universidade da Galiza. Nascido em1910, foi o grande defensor no âmbito cientí-fico e académico da unidade linguística ga-lego-portuguesa. Reconhecido oficialmentecomo Filho Predilecto de Ferrol e como FilhoIlustre da Galiza, faleceu a 25 de Março de1990 em Compostela.Quanto à arquitectura, ainda é visível emFerrol o traçado medieval do bairro de Ferrol

Velho, recentemente recuperado. Na RuaEspírito Santo ergue-se a elegante Fonte daFama, de 1787. A marginal, orlada de pal-meiras, conduz à Igreja Paroquial do Socor-ro, que guarda as imagens do Cristo dosNavegantes e da Virgem do Socorro, de gran-de devoção popular.O esforço para fazer de Ferrol um centro mi-litar e naval dotou a cidade de um grandearsenal. Aqui estão reunidos os melhoresexemplos de arquitectura neo-clássica dosquais se destaca a Cortina uma muralhafortificada com 500 metros de comprimentoque emerge da água para defender os Arse-nais dos ataques marítimos. Ao mesmo tem-po, ergueu-se o Castelo de São Filipe a cons-trução militar mais importante de Ferrol, situ-ado num ponto privilegiado da entrada daria.O ordenamento urbanístico é visível desdecedo. Para os oficiais e técnicos foiconstruído, consoante critérios doracionalismo arquitectónico, o bairro daMadalena do Século XVIII e para os operári-os dos estaleiros, constrói-se no mesmo Sé-culo, a partir de 1740, o bairro de Esteiro, umdos primeiros construídos na Europa paraacolher a importante massa operária que tra-balha, neste caso, na construção naval.Fica na memória popular a resistência po-pular à tentativa de invasão inglesa em 1800,após desembarque na praia de Doninhos,com o intuito de destruir os arsenais, o que

não conseguiram, apesar da superioridadenumérica da esquadra inglesa, sob coman-do do almirante Warren.Os constantes bloqueios ingleses à entradado comércio marítimo à ria de Ferrol provo-cou graves problemas à actividade portuá-ria, até ser atingido um acordo entre os go-vernos espanhol e inglês, que supôs o trans-ferência de numeroso pessoal militar paraCádis, no sul da Península, enquanto aomesmo tempo se desmantelavam parcial-mente os arsenais. A crise decorrente pro-voca em 1810 um motim de mulheres, lide-rado por Antónia Alarcón, contra o desem-prego e a falta de pagamento de ordenadosem atraso, elas assaltam o Departamento,acedem ao arsenal e matam o generalVargas, responsável pela crise, arrastando eabandonando finalmente o cadáver nas ruasda cidade.A repressão que se seguiu foi muito forte ecustou a vida à própria Antónia Alarcón, de-capitada para deixar exposta a cabeça du-rante dias à vista do povo, como brutal medi-da exemplarizante.Outros episódios históricos dão carácter aFerrol como um dos principais pólos da lutaoperária no Século XX. De facto, é nesta ci-dade que é convocada a primeira greveacontecida no Estado espanhol durante ofranquismo, em 1946, ficando conhecidacomo “A Greve do Azeite”, provocada pelasupressão, no pagamento em espécie que

recebiam os operários dos estaleiros, do azei-te recebido cada mês, conclui com uma durarepressão e numerosos operários punidospelo desafio às autoridades franquistas.Dignas de interesse, são as construçõescomo a do Museu Naval, a Porta do Dique ea Porta do Parque, que dão acesso ao recin-to dos Arsenais. Estas construções implica-ram um grande número de operários, queFerrol Velho já não comportava. Nasceramassim o Bairro de Esteiro, hoje em grandeparte convertido em Campus Universitário, eo Bairro da Madalena, um notável exemplode arquitectura racionalista do Século XVIII,declarado conjunto histórico-artístico em1983.Entre os edifícios de maior interesse estão aConcatedral de São Julião, construçãoneoclássica do Século XVIII, a Igreja de SãoFrancisco, o Parador Nacional de Turismo eo Teatro Jofre, um dos teatros mais importan-tes da Península, concluído em 1892. Na li-nha costeira encontram-se excelentes prai-as como Covas, São Jurjo, Ponços ouDoninhos, nome também de uma lagoa comfauna e flora interessantes.Ferrol conta ainda com uma boa oferta deentretenimentos, de actividades culturais arestaurantes, bares e discotecas. A diver-são é também assegurada pelas Festas Po-pulares, as Festas de São Julião (a 7 de Ja-neiro), o Carnaval e Semana Santa, entreoutras.

A ARRIVA da GalizaFerrol - A cidade sede da ARRIVA Noroeste

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>>> vinhos

O Alvarinho terá baptizado o encontro en-tre Salazar e o General Franco, quando em1950 se reuniram em Monção, no Palácioda Brejoeira. A casa, de aspecto senhori-al, está para os verdes como Mateus paraos rosés. A sua fachada impressa em 140mil rótulos todos os anos é embaixadorada casta mais nobre da Região. Citrinos,majestosamente leves, medianamenteduradoiros na garrafa, os alvarinhos sãovinhos de eleição. Produzidos na Sub-Re-gião de Monção e Melgaço, são os verdesmais aclamados e reconhecidos além fron-teiras.Especialistas, enólogos, escanções detodo o mundo passaram a olhar para osAlvarinhos com curiosidade e admiração,quando estes vinhos começaram a apare-cer com distinção nas revistas internacio-nais. As exportações cresceram.Hoje os Alvarinhos desta região são pre-sença habitual nas cartas de vinhos de res-taurantes de prestígio e em garrafeiras dereferência.Frutados e florais, elegantes e frescos, mui-tos deles com ligeiro toque a madeiraacompanham Mariscos, ostras, todo o tipode peixes e carnes brancas como poucos.Numa zona onde tradicionalmente as cas-tas tintas tinham predominância, este vi-

nho branco foi conquistando espaço e ointeresse dos produtores.Curiosa é a história da “Quintas deMelgaço”. O projecto que agrega 400 pe-quenos produtores, quase todos com áre-as de vinha inferiores a um hectare, nas-ceu em 1994 da vontade de AmadeuLopes. Em 96, depois de construída umaadega e determinados os estatutos, a em-presa passa para o controlo municipal. Fru-to da promoção da casta, e dereconversões massivas, a produção destevinho de Denominação de Origem passarapidamente a representar 95% da produ-ção total de brancos da empresa.Os sub produtos também ganharam merca-do. As aguardentes vínicas de Alvarinhoeram já tradicionais. Algumas estão classifi-cadas como verdadeiras raridades acessí-veis apenas a apreciadores com carteirasfartas. Os espumantes monocasta vierammais tarde mas rapidamente conquistaram omercado a preços mais democráticos.Não serão alheias ao sucesso da casta aelevada produtividade das videiras, a suarusticidade, e a graduação mais alta noseio dos Verdes.Os Alvarinhos não são “refrescos”. São vi-nhos de corpo inteiro com teores alcoóli-cos a rondar os 12%, 12,5%. Vinhos de aro-

AlvarinhosVerdes com mundo

mas muito marcados, e acidez equilibra-da, resistem bem dois a três anos em gar-rafa. Um sinal de que, desta região, nosesperam ainda muitas e boas surpresas.

Paisagens de sonho e AlvarinhoPaisagens de sonho e AlvarinhoPaisagens de sonho e AlvarinhoPaisagens de sonho e AlvarinhoPaisagens de sonho e AlvarinhoJunto a Espanha, entre o extenso e fértilvale do rio Minho e as escarpadas monta-nhas, Melgaço e Monção, revelam uma his-tória rica, mantendo os traços medievais.Percorrer as ruas de Monção e Melgaço éuma experiência extraordinária. Sobretu-do para quem procura ambiências diver-sas da vida apressada das grandes cida-des. Por todo o lado se encontram sinaisda romanização, dos tempos medievais,de modos de vida onde pontificavam ilus-tres senhores com os seus solares e ca-sas apalaçadas, de cultos, lendas e cren-ças e das suas manifestações arquitectó-nicas - castelos, velhas pontes, mosteiros,igrejas e capelinhas. Saber conjugar esserico legado histórico com a vida modernaé uma das virtudes das gentes hospitalei-ras de Monção e Melgaço.Aqui pode descobrir um novo universovínico, partilhar de experiências e sabe-res, num tributo à natureza e ao patrimó-nio vinhateiro, à gastronomia e aos VinhosVerdes Alvarinho.

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>>> vinhosManuel Silva, in Wine Passion-Paixão pelo Vinho

SOALHEIROSOALHEIROSOALHEIROSOALHEIROSOALHEIRODOC VINHO VERDE BRANCO 2007Castas: Alvarinho% 12,58,00 eurosProdutor: António Esteves Ferreira| 251 416 769

Cor citrina definida com tons esverdeados, aspec-to cristalino. Exuberante. Aroma frutado pela diver-sidade de aromas e elegância. A fruta bem presen-te na boca, fresco, surpreendente volume, harmo-nioso e sedutor, termina longo e persistente.

QUINTQUINTQUINTQUINTQUINTA DA CHEIRAA DA CHEIRAA DA CHEIRAA DA CHEIRAA DA CHEIRADOC VINHO VERDE BRANCO 2007Castas: Alvarinho% 136,00 eurosProdutor: Carlos Alberto Fernandes Machado| 251 648 048

Aspecto cristalino, cor citrina definida com tonsamarelos. Aroma exuberante e impressionante,intenso em frutos tropicais e citrinos, notas exóti-cas e florais, muito vivo e fresco. Pujante na boca,com excelente volume, boa frescura, equilibra-

do, denso, frutado, com um final elegante, persistente ecomplexante.

REBOUÇAREBOUÇAREBOUÇAREBOUÇAREBOUÇADOC VINHO VERDE BRANCOGRANDE ESCOLHA 2007Castas: Alvarinho% 1315,95 eurosProdutor: Luís Euclides Fernandes Rodrigues| 964 288 883

Aspecto cristalino, cor citrina intensa com tonsamarelados. Aroma curioso, frutos tropicaiscombinados com avelã e baunilha, ligeiro ve-getal seco, complexo. Excelente volume de

boca, acidez equilibrada, muito fresco, exótico, ousado,termina longo e persistente.

QGQGQGQGQGREG MINHO BRANCOCOLHEITA SELECCIONADA 2007Castas: Alvarinho% 12,5 5,50 eurosProdutor: Manuel da Silva Correia de Sá| 911 049 807

Aspecto cristalino, cor citrina definida com muitostons esverdeados. Aroma exuberante, frutos tropi-cais, exóticos e citrinos, maracujá intenso, floral aconferir elegância. Excelente volume de boca, aci-

dez equilibrada, fresco, frutado, final longo, persistente e re-frescante.

CASA DO CAPITÃO-MORCASA DO CAPITÃO-MORCASA DO CAPITÃO-MORCASA DO CAPITÃO-MORCASA DO CAPITÃO-MORDOC VINHO VERDE BRANCO 2007Castas: Alvarinho% 12,58,50 eurosProdutor: Quinta de Paços Soc. Agrícola| 226 184 692

Cor citrina aberta, aspecto cristalino. Aroma in-tenso em notas de citrinos, flores dos mesmos eananás, no final ligeira avelã. Na boca é frutadoe fresco, com agradável volume, final seco epersistente.

REGUENGO DE MELGAÇOREGUENGO DE MELGAÇOREGUENGO DE MELGAÇOREGUENGO DE MELGAÇOREGUENGO DE MELGAÇODOC VINHO VERDE BRANCO 2007Castas: Alvarinho% 13,58,20 eurosProdutor: Hotel do Reguengo de Melgaço| 251 804 400

Aspecto cristalino, cor citrina intensa. Aromadiscreto e elegante de muito boa qualidade,dominante em frutos exóticos, floral, notas deavelã e baunilha no final. Sabor frutado, macio,com bom volume de boca, acidez em bom pla-

no, mais expressivo, com um toque de mineralidade nofinal que é longo.

Alvarinhos de eleiçãoAs nossas sugestões

De apelativa cor e aspecto cristalino, es-tes vinhos plenos de frescura, leveza, aro-mas frutados e sabor jovem, trazem re-quinte à sua mesa e proporcionamharmonizações perfeitas com agastronomia de todo o mundo.O Alvarinho é normalmente acompanha-do de pratos de peixe, marisco ou carnesbrancas. Aromáticos, frutados, frescos eelegantes, são uma escolha de eleiçãopara as refeições mais cuidadas, acom-panhando as novas tendências de con-sumo, desde os pratos tradicionais portu-gueses, à gastronomia de fusão, à sabo-rosa e exótica gastronomia oriental e até

sobremesas de frutas. Os Vinhos Verdes dacasta Alvarinho são uma óptima opção tam-bém para aperitivo da refeição, num alegreconvívio entre petiscos ligeiros.Condição indispensável para este VinhoVerde exprimir todo o seu potencial qualita-tivo, é ser servido sempre a uma temperatu-ra compreendida entre os 8 e os 12ºC, emcopos de pé alto, não muito largos, e boadisposição... O seu baixo teor alcoólico, ju-ventude, cor e frescura são um convite amomentos de verdadeiro elogio aos senti-dos, proporcionando experiências únicas.Basta deixar-se aventurar e desfrutar em todaa plenitude dos sentidos.

Gastronomicamente leve

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Apesar da salga e da seca, o seu valor nu-tritivo mantém-se intacto, e o nível calóricoé dos mais baixos de entre a grande maio-ria dos alimentos. Andou pelos menus dosnossos reis e viajou com a corte de D. JoãoVI até terras de Vera Cruz. Está ligado à com-ponente mais conservadora do calendáriocristão, tendo servido de alimento frio nosjejuns da idade média, sobretudo no perío-do da Páscoa. Capturado nas águas pro-fundas e geladas dos mares do norte é emPortugal que tem os seus mais fieis aprecia-dores, apesar do Brasil o consumir em mai-or quantidade.Dizem os especialistas que pode vir a extin-guir-se nos próximos 30 anos. Mas os maisoptimistas invocam a média de 9 a 10 mi-lhões de ovos por fêmea, numero suficientepara frustrar os intentos exterminadores.Deixa-se confeccionar de mil maneiras oque permite apresentar-se à mesa semprerenovado no aspecto e nos sabores.Por cá faz honras em todos os cardápios,desde os grandes hotéis às tasquinhas deviela. Diz-se mesmo que não pode faltarnuma casa tipicamente “portuguesa”. E mi-lhares de portugueses não o dispensam nahora da consoada.Atribui-se aos Vikings o inicio da actividadede processamento do bacalhau, operadoem fábricas situadas na Noruega e Islân-dia. Segundo registos datados do Século IX,aquele povo é dado como o pioneiro nadescoberta do «cod ghadus morhua», olegítimo bacalhau, espécie em abundâncianos mares navegados pelos nórdicos deentão, que o consumiam nas suas longasviagens pelos oceanos.No entanto, são os bascos dos Pirenéusocidentais que por volta do ano 1000 dãoinicio à comercialização do bacalhau naforma como hoje o conhecemos – curado,salgado e seco - numa estratégia de con-servação operada ao ar livre, nas rochasda costa de Espanha.Mas Auguste Escoffier, o famoso «Chef-de-Cuisine» francês, considera que é aos por-tugueses que se deve o reconhecimento porterem sido os pioneiros na introdução destepeixe na alimentação.De facto, os portugueses só descobriram obacalhau no período da grande navegação

na sequência da enorme necessidade naobtenção de produtos alimentares não pe-recíveis, susceptíveis de suportarem maisdo que três meses em viagem pelo mar. Em1508 o bacalhau correspondia já a 10% dopescado comercializado em Portugal e, nosfinais do Século XVI, D. Manuel mandavacobrar o dízimo da pescaria obtida na TerraNova, nos portos de Entre Douro e Minho,locais onde o bacalhau era descarregado.Actualmente é a Noruega que lidera o mer-cado do comércio de bacalhau, com asmaiores capturas mundiais a terem lugar nomar de Barents.A par de Portugal, o Brasil é igualmente umgrande consumidor de bacalhau, facto queresulta de hábitos adquiridos no período dosDescobrimentos, e que se acentuou com aida da corte portuguesa para aquele lugar,que assim divulgou de forma alargada estacultura e hábito alimentar.Até meio do século passado, Portugal tinhaainda a sua própria frota pesqueira de cap-tura, passando a partir de então a importaraquele produto, já salgado e seco, apesarde actualmente continuar a processar umoutro tipo, o bacalhau verde, cuja salga eseca é agora feita na região de Torres Vedras.Apesar dos riscos de rotura dos bancospesqueiros de bacalhau, há muito anuncia-da, numa espécie de pré aviso da suaextinção, a verdade é que a sua enormecapacidade de reprodução, em período re-lativamente curto, faz sorrir os maiores apre-ciadores deste eterno e fiel amigo. Por outrolado, a Noruega, País que detém a vanguar-da das tecnologias e da investigação cien-tífica na área da piscicultura, revelou recen-temente, que após anos de ensaios, o «cod»poderá finalmente começar a ser reprodu-zido em cativeiro dentro dos próximos 3 a 4anos.Entre nós o bacalhau tem mil formas de serconfeccionado, umas mais tradicionais doque outras. Maneiras diferentes de o cozi-nhar, todas elas com adeptos incondicio-nais, sempre prontos para saborear um ba-calhau “À Zé do Pipo” ou um incontornável“À Narcisa”, e porque não um “À Brás”, “Go-mes de Sá” ou ainda um “À Lagareiro”. Masé talvez a maneira mais simples de o con-feccionar, aquela que tem maior sucesso

entre nós; o “Bacalhau com Todos”, geral-mente servido no conforto do lar e mui dig-nificado pela excelência do nosso azeite, omelhor aliado na confecção do fiel amigo.São tantas e tão ricas as confecções, queacabam por suscitar verdadeiros desafiosao apetite e ao paladar. Trata-se na verda-de de um produto riquíssimo em valor ali-mentar e de baixíssimo teor calórico. Esteé de facto um produto arreigado eindissociável da rica e vasta gastronomiaportuguesa.O bacalhau tem uma grande história. E es-

Tem mais de mil anos de história à mesa depovos e civilizações. revolucionou a

alimentação e causou guerras comerciaisentre as frotas pesqueiras mais poderosas

do mundo. tornou-se famoso e desejado emquase todas as culturas gastronómicas.

Bacalhau: um velho e fiel amigo

>>> sabores

OS CINCO PEIXES QUE SÃO UTILIZADOSOS CINCO PEIXES QUE SÃO UTILIZADOSOS CINCO PEIXES QUE SÃO UTILIZADOSOS CINCO PEIXES QUE SÃO UTILIZADOSOS CINCO PEIXES QUE SÃO UTILIZADOSNA TRANSFORMAÇÃO DO BACALHAUNA TRANSFORMAÇÃO DO BACALHAUNA TRANSFORMAÇÃO DO BACALHAUNA TRANSFORMAÇÃO DO BACALHAUNA TRANSFORMAÇÃO DO BACALHAU«Cod Gadus Morhua» é o mais importante de todos, chamado bacalhau legítimo e queé capturado no Atlântico Norte; «Zarbo», o «Ling» e o «Saithe», seguem-se nesta esca-la de importância e são peixes igualmente salgados e secos; por fim, o que se reveste,pelo menos em termos teóricos, de menor qualidade - o «Cod Gadus Macrocephalus»,chamado Bacalhau do Pacífico ou do Alaska.

VVVVVALOR NUTRITIVOALOR NUTRITIVOALOR NUTRITIVOALOR NUTRITIVOALOR NUTRITIVOO bacalhau salgado ou seco, conserva todas as propriedades do peixe fresco. É nutri-tivo, saboroso, de fácil digestão, rico em minerais, vitaminas e com colesterol quasezero. O valor nutritivo de um quilo de bacalhau equivale a três quilos de peixe. O baca-lhau é mais nutritivo que a carne de porco, vaca ou de frango.

tórias variadas, feitas de hábitos e cultura.Foi refeição de ilustres escritores e poetas.Eça de Queiroz, em carta dirigida a OliveiraMartins, dizia a páginas tantas: “Os meusromances, no fundo, são franceses, comoeu sou, em quase tudo, um francês – exceptonum certo fundo sincero de tristeza líricaque é uma característica portuguesa, numgosto depravado pelo fadinho, e no justoamor do bacalhau de cebolada!”Afinal serão poucos os portugueses querecusarão um bom bacalhau. Quem se atre-ve?

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PRÉ – PREPARAÇÃO:Cortar o bacalhau em pedaços e demolhá-lo. De-pois retirar a pele e cozinhar os pedaços junta-mente com as batatas descascadas e partidas aomeio. Após estarem cozidas, escorrer a água edeixá-las arrefecer até se poderem manusear.Desfiar o bacalhau em pequenas lascas e cortaras batatas em rodelas. Cozinhar os ovos até en-durecerem, arrefecer e cortá-los em rodelas. Cor-tar as cebolas às rodelas.

PREPARAÇÃO:Usar uma travessa de vidro funda (tipo pirex) ouem alternativa um tacho de barro próprio para co-zinhar. Começar por colocar dentro uma camadade lascas de bacalhau, seguida de uma camadade batatas e outra de cebolas, ovos e azeitonas.Repetir as camadas por esta ordem. Nesta sequên-cia só devem ser utilizados 2/3 das batatas. Asrestantes batatas deverão ser reduzidas a puré.Após todos os ingredientes colocados na traves-sa, regar com azeite e cobri-los com o puré.Pincelar a cobertura com gema de ovo e levar atravessa ao forno para gratinar, até obter um dou-rado suave.

> > > > >10 pessoas

INGREDIENTES:1kg de bacalhau da Noruega;2kg batata inglesa;4 cebolas médias;100gr de azeitonas;5 ovos;250ml de azeite;Sal e pimenta q.b.

BACALHAU NOITE FELIZ

>>> saboresFrancisco José Barata, in revista Cuisine Passion [3]

PREPARAÇÃO:Demolhar e desfiar o bacalhau. Cozer o arroz ereservar. Picar o ramo da segurelha. Refogar obacalhau no azeite juntamente com a cebola e oalho picados. Quando estiver dourado juntar amassa de tomate seco deixando apurar durante 1minuto em lume brando, juntando o vinho branco,deixe reduzir durante 3 minutos, adicionando deimediato o arroz e o bacalhau.Logo que se obtenha uma mistura homogénea,acrescentar as azeitonas pretas e a segurelha.Finalmente colocar num prato e decorar com ostomates secos e a cebolinha francesa.

> > > > >4 pessoas

INGREDIENTES:500gr de bacalhau da Noruega;600gr de arroz agulha;300ml de massa de tomateseco (uma pasta cremosa quese obtém a partir de tomateseco triturado);100gr de tomate seco;1 molho de segurelha;1,5dl de vinho branco seco;1dl de azeite;2 cebolas médias;5 dentes de alho;100gr de azeitonas picadas;1 molho de cebolinhafrancesa;Sal q.b.

ARROZ DE BACALHAU «ARLECCHINO»

PREPARAÇÃO:Cozer as batatas com a pele durante 25 minutos,em água com sal. Ao mesmo tempo escaldar aspostas de bacalhau durante 2 minutos em água aferver temperada com as folhas de louro. Colocaras postas de bacalhau num tabuleiro de forno dis-tribuindo em volta as batatas peladas e reservar.Triturar o pão de centeio numa picadora adicio-nando um dos dentes de alho previamente esma-gado. Envolver o ovo batido. Logo que se formeuma pasta uniforme dispor sobre o bacalhau. Adi-cionar os restantes alhos batidos e regar tudo comazeite. Levar ao forno por 35 minutos. Cozer en-tretanto as couves de Bruxelas em água tempera-da com sal, durante cerca de 20 minutos. Depoisde escorridas juntá-las ao assado nos 5 minutosfinais. Servir decorado com salsa.

> > > > >4 pessoas

INGREDIENTES:750gr de batatas;4 postas de bacalhaudemolhado;2 folhas de louro;4 fatias de pão de centeio;4 dentes de alho;1 ovo;2dl de azeite;350gr de couves de Bruxelas;1 ramo de salsa;Sal q.b.

BACALHAU COM CROSTA DE CENTEIOPREPARAÇÃO:Demolhar o bacalhau e cortar em tiras largas. Untaro fundo da cataplana com azeite e cobrir commetade da cebola cortada em rodelas finas, umtomate cortado e esmagado à mão e metade dopimento limpo de sementes e cortado às tiras. Porcima da cebola dispor o bacalhau cortado em ti-ras e o ramo da salsa. Juntar outra camada decebola, tomate e pimento, temperar com sal e pi-menta e regar com o restante azeite e com o vinhobranco. Tapar e deixar cozer em lume brando, semabrir a cataplana. Rectificar os temperos e servirde imediato. Para engrossar o molho ao abrir acataplana basta adicionar 1dl de natas frescassacudindo e envolvendo muito bem.

> > > > >4 pessoas

INGREDIENTES:500gr de bacalhau;1 cebola grande;1 pimento verde;2 tomates maduros;1dl de azeite;1dl vinho branco;1 ramo de salsa;Sal e pimenta q.b.

CATAPLANA DE BACALHAU

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>>> lendas

O Pai Natal, conhecido por trazeras prendas no Natal, é descritocomo um velhote gorducho debarbas brancas, vestido de ver-melho que voa num trenó cheiode prendas e puxado por oitorenas.Também conhecido por SãoNicolau, Santa e Saint Nicknos Estados Unidos, costumaentregar os presentes na vés-pera de Natal, por volta dameia-noite, descendo pelachaminé e deixando as pren-

das debaixo da árvore de Na-tal ou nas meias penduradas na

lareira.Apesar desta imagem do Pai Na-

tal ser uma invenção norte-americana doSéculo XIX, possui profundas raízeseuropeias e continua a influenciar as cele-brações natalícias um pouco por todo omundo.A história à volta de São Nicolau diz queeste era venerado no início do Cristianis-mo, por salvar marinheiros das tempesta-des, crianças, e por dar prendas aos po-bres.Apesar de muitas histórias serem de auten-ticidade duvidosa, por exemplo, diz-se queele ofereceu um saco de ouro a uma famí-lia pobre, atirando-o pela janela, a verdadeé que a lenda se espalhou pela Europa,caracterizando-o como o tradicional e ge-neroso dador de prendas.O santo foi chamado de Sankt Nikolaus naAlemanha e Sanct Herr Nicholaas ouSinterklass na Holanda. Dizia-se em tem-pos nestes países, que Nicolau andava pelocéu num cavalo, que usava vestes de bis-po e que era acompanhado por Black Peter,Pedro Mau, que castigava e chicoteava ascrianças más ou traquinas.A festa de São Nicolau, dia onde se entre-gavam os presentes, era originalmente ce-lebrada a 6 de Dezembro. Depois da Refor-ma Cristã, os Protestantes alemães enco-

rajaram a veneração do Menino Jesuscomo o dador de prendas, no seu própriodia festivo, o 25 de Dezembro. Mas a lendade Nicolau prevaleceu e ficou para sempreligada ao Natal.Devido à falta de documentação sobre oSanto, o Papa Paulo VI ordenou em 1969,que a festa de São Nicolau fosse retirada docalendário Católico Romano.A par de São Nicolau, muitas outras lendaseuropeias surgiram e todas muito semelhan-tes na descrição do personagem que ofere-cia prendas: Pére Noel em França, Julenissena Escandinávia, Father Chistmas em Ingla-terra, que se traduz no nosso Pai Natal.A versão americana da figura do Pai Natalrecebeu inspiração e nome da lenda ho-landesa Sinterklaas, trazida para NovaIorque pelos colonos no Séc. XVII. Por voltade 1773, apareceu na imprensa americanao nome Saint A Claus, mas foi o escritor po-pular Washington Irving que deu aos ameri-canos, os primeiros detalhes da versão ho-landesa de São Nicolau.Na sua História de Nova Iorque, publicadaem 1809 sob o pseudónimo DietrichKnicherbocker, Irving descreveu a chega-da do santo a cavalo, na véspera de SãoNicolau.Este Saint Nick americano-holandês alcan-çou o auge da sua forma americanizada em1823, no poema “A Visit from Saint Nick”,mais conhecido por “A Noite antes do Na-tal”, do escritor Clement Clarke Moore.Moore incluiu detalhes como os nomes dasrenas, o riso do Pai Natal, acenos de cabe-ça e piscar de olhos, e até, sendo referidocomo elfo, a forma como sobe e desce pelachaminé.A imagem americana do Pai Natal foi tam-bém elaborada pelo ilustrador ThomasNast, que desenhou um redondo Pai Natalpara as edições da Revista Harper entre1860 e 1880. À história, Nast acrescentoudetalhadamente a oficina onde se faziamos brinquedos no Pólo Norte e a lista de cri-anças boas e más de todo o mundo.

A História do Pai Natal

Marco António Lindo

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O vida de todos corre com uma rapidez quenão se repara.Estava aqui a tentar encontrar uns aponta-mentos de amigos sobre as carreiras deParis para Lisboa quando encontrei algocompletamente diferente; questões sobreautocarros de turismo.Certo dia Treze de Novembro, segundo pa-rece de 1982, uma banda famosa dos anosoitenta, os Chip Trick, ia tocar no pavilhãodo Estádio de Alvalade, em Lisboa. O moto-rista destinado ao serviço era o EugénioJorge. A empresa era aquela que actual-mente é a AGT, e nessa noite todos os moto-ristas da empresa tinham serviço agendado.Foi quando a notícia veio. O Eugénio tinhaacabado de ser pai de uma menina. Nãohavia quem o substituísse. Nesse momentoentra pela porta, acabado de chegar emvazio de Paris o Pedro Silva. Barba por fazere o aspecto normal de uma longa viagemem tempos onde a maior parte dasautoestradas ainda estavam por construir.Quando soube da situação, o Pedro queestava estafadíssimo, ofereceu-se logo parasubstituir o Eugénio, para que este fosse paraa maternidade.Bem, então lá fui com o Pedro Silva para oHotel, para o Pavilhão e depois daquilo tudo,de volta para o Hotel. Já passava das duas

Duas recordações

O regresso de Paris...que salvou a situação

da manhã quando regressamos.Àquela hora eu não tinha onde ficar e oPedro que tinha uma casa grande deu-me apossibilidade de lá dormir. Eu não sabiaonde era, e enquanto ele conduzia eu iapondo as cortinas no sítio. A certa altura oautocarro parou e quando fui ver o Pedrotinha desaparecido. Como não sabia ondeele vivia e na altura não havia telemóveis,tive que ficar a dormir no autocarro.De madrugada ele apareceu a correr por-que se tinha lembrado de mim.Dessa noite ficaram duas recordações. Ofacto do Eugénio ter sido pai e do sentido decamaradagem do Pedro, o que eu nuncaesqueci.

Marco António Lindo

>>> viagens da europa para a minha terra

Eugénio Coimbra

Pedro Silva

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