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DIREITO CONSTITUCIONAL PEGADINHAS E MACETES 1 Crimes inafiançáveis/imprescritíveis/insuscetíveis de graça. (art. 5º, XLI, XLII, XLIII) A constituição dá um tratamento rigoroso para os seguintes crimes: Racismo tráfico, tortura, terrorismo hediondos grupos armados contra a ordem constitucional Devemos separar esses 4 grupos em 2: Inafiançáveis e imprescritíveis Inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia (h + ttt) Racismo Tráfico, tortura e terrorismo Grupos armados hediondos Dica: Repare, todos são inafiançáveis. Fiança: é o pagamento que o réu faz ao estado (uma espécie de “caução”) para que possa responder ao processo criminal em liberdade. A lei penal determina quais crimes são afiançáveis. Dica 2. Repare, esses incisos não citam expressamente a palavra indulto, mas somente anistia ou graça; É que a palavra graça abrange o indulto; Vamos conhecer esses institutos (anistia, graça e indulto) Anistia: é criada por lei (art. 48, VIII); Ela é utilizada para “acalmar as paixões sociais”. É normalmente concedida aos agentes que praticaram crimes políticos, mas pode ser concedida aos que praticaram crimes comuns (o que é raro). Quem concede a anistia? A lei. Na prova se cair “o Congresso Nacional, por lei”, também estará certo. Por ser lei, a anistia tem caráter geral, aplicando-se a fatos, e não a pessoas determinadas. Será anistiado qualquer um que se enquadre no perfil que a lei exige para a concessão da anistia. Graça: é dada por decreto do Presidente da República. A graça é individual e deve ser pedida por quem quer ser

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DIREITO CONSTITUCIONALPEGADINHAS E MACETES

1

Crimes inafiançáveis/imprescritíveis/insuscetíveis de graça. (art. 5º, XLI, XLII, XLIII)

A constituição dá um tratamento rigoroso para os seguintes crimes:

Racismo tráfico, tortura, terrorismo hediondos grupos armados contra a ordem constitucional

Devemos separar esses 4 grupos em 2:

Inafiançáveis e imprescritíveis Inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia (h + ttt)

Racismo Tráfico, tortura e terrorismo

Grupos armados hediondos

Dica: Repare, todos são inafiançáveis.Fiança: é o pagamento que o réu faz ao estado (uma espécie de “caução”) para que possa responder ao processo criminal em liberdade. A lei penal determina quais crimes são afiançáveis.

Dica 2. Repare, esses incisos não citam expressamente a palavra indulto, mas somente anistia ou graça;

É que a palavra graça abrange o indulto; Vamos conhecer esses institutos (anistia, graça e indulto)Anistia: é criada por lei (art. 48, VIII); Ela é utilizada para “acalmar as paixões sociais”. É normalmente concedida aos agentes que praticaram crimes políticos, mas pode ser concedida aos que praticaram crimes comuns (o que é raro).Quem concede a anistia? A lei. Na prova se cair “o Congresso Nacional, por lei”, também estará certo.Por ser lei, a anistia tem caráter geral, aplicando-se a fatos, e não a pessoas determinadas. Será anistiado qualquer um que se enquadre no perfil que a lei exige para a concessão da anistia.

Graça: é dada por decreto do Presidente da República.A graça é individual e deve ser pedida por quem quer ser agraciado.A graça também pode ser coletiva, quando recebe o nome de indulto. Nesse caso, ela deriva de ato espontâneo do Presidente da República (não precisa ser pedida) e não se dirige a um indivíduo em específico.

ANISTIA GRAÇA/INDULTO

Quem dá: Poder Legislativo (por lei) Poder Executivo (por decreto)

Aplica-se a todos que se enquadrem nos seus requisitos (não tem destinatário certo);É ato voluntário

Graça: tem destinatário certo; Não é ato voluntário (deve ser pedida). É também chamada de “indulto individual”.Indulto: é coletivo, não tem destinatário certo. É ato voluntário.

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Dicas:A constituição na fala expressamente em indulto;A anistia é veiculada por lei, sendo considerada, portanto, lei penal com efeito retroativo. A concessão do indulto admite delegação a Ministro de Estado. (CF, art. 84, parágrafo único)

INVIOLABILIDADESO artigo 5º trata de 4 inviolabilidades. As bancas adoram confundir umas com as outras:

Inciso VI Inciso X Inciso XI Inciso XII

Liberdade de consciência e de crença

intimidade/vida privadahonra/imagem

Domicílio Correspondências/Comunicações (telegráficas, dados e telefônicas)

Cuidado: o que a lei deve garantir é a proteção aos locais de culto.

Eles têm todos esses direitos.

Casa: conceito amplo. Abrange escritório profissional, barraca de camping.

Abrange o sigilo de e-mais, mensagens telefônicas escritas, bips, etc.

A lei de que trata esse inciso não tratará do livre exercício dos cultos religiosos (que é o direito), mas somente da garantia de proteção aos locais de culto.

Mas, se filmados em um contexto coletivo (praia, praça, festa), não devem ser indenizados.

Protege-se o morador, e não somente o proprietário.Dia: dia civil -6 h às 20 h; ou dia “natural” - enquanto houver luz solar (“da aurora ao crepúsculo)

As comunicações telegráficas (cartas, telegramas) e de dados podem ser quebrados por CPI ou por requisição do Ministério Público.

Dica: associar a palavras lei e local. É que, repito, a lei disporá sobre a proteção ao local. O direito ao livre exercício de cultos está previsto na própria CR, e não na Lei.

Pessoa jurídica não tem intimidade nem honra subjetiva (possui honra objetiva).

CPI não pode violar, só ordem judicial (reserva judicial)

Só é exigida ordem judicial para a comunicação telefônica! As demais podem ser violadas por CPI/Ministério Público

Dica1: nenhuma inviolabilidade é absolutaDica2: Todas se estendem às pessoas jurídicas, no que couber.Dica 3. Domicílio. CPI não pode quebrar, somente ordem judicial;Dica 4. Comunicação/Correspondência. CPI pode quebrar, com exceção da telefônica, que só é violável por ordem judicial.Dica 5. Reserva judicial: é a exigência de ordem judicial para praticar determinado ato. Só exigida, neste estudo, para a violação do domicílio e das comunicações telefônicas.Dica 6. Liberdade de crença. O satanismo é protegido pelo inciso? SIM. Qualquer tipo de crença. Entretanto, como nenhum direito individual é absoluto, há restrições (ex: impossibilidade de sacrifícios, barulhos excessivos, etc).Dica 7. Proteção aos locais de culto. Lei. A doutrina entende que essa lei deve ser loca (municipal)

Sigilo de dados.

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O sigilo de dados abrange os sigilos bancário e fiscal.A banca adora explorar esse assunto, principalmente se o edital cobra Poder Legislativo. Sabe por quê? Porque as as CPI's podem quebrar esse sigilo (ou seja, não há exigência de reserva judicial!).

Em resumo, podem quebrar o sigilo de dados, além do juiz (é claro):As Comissões Parlamentares de Inquérito;O Ministério Público (por simples requisição a quem detém os dados desejados);

E o TCU pode? Não!

"A Lei Complementar n. 105, de 10-1-01, não conferiu ao Tribunal de Contas da União poderes para determinar a quebra do sigilo bancário de dados constantes do Banco Central do Brasil. Embora as atividades do TCU, por sua natureza, verificação de contas e até mesmo o julgamento das contas das pessoas enumeradas no artigo 71, II, da Constituição Federal, justifiquem a eventual quebra de sigilo, não houve essa determinação na lei específica que tratou do tema, não cabendo a interpretação extensiva, mormente porque há princípio constitucional que protege a intimidade e a vida privada, art. 5º, X, da Constituição Federal, no qual está inserida a garantia ao sigilo bancário(...)” (MS 22.801, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 17-12-07, DJE de 14-3-08)

Já caíram em prova (de nível médio) os seguintes precedentes do STF:

“Da minha leitura, no inciso XII da Lei Fundamental, o que se protege, e de modo absoluto, até em relação ao Poder Judiciário, é a comunicação ‘de dados’ e não os ‘dados’, o que tornaria impossível qualquer investigação administrativa, fosse qual fosse.” (MS 21.729, voto do Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 5-10-95, DJ de 19-10-01).

“A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.” (HC 70.814, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1º-3-94, DJ de 24-6-94)