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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Engenharia Mecânica
PEDRO MARCELO PROVAZZI
Proposta para uso de Fatores de Risco para
Priorização de Projetos
CAMPINAS
2019
PEDRO MARCELO PROVAZZI
Proposta para uso de Fatores de Risco para
Priorização de Projetos
Tese apresentada à Faculdade de Engenharia
Mecânica da Universidade Estadual de Campinas
como parte dos requisitos exigidos para obtenção do
título de Doutor em Engenharia Mecânica, na Área de
Materiais e Processos de Fabricação.
Orientador: Prof. Dr. Olívio Novaski
ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO
FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO
PEDRO MARCELO PROVAZZI E ORIENTADA
PELO PROF. DR. OLÍVIO NOVASKI.
CAMPINAS
2019
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA
TESE DE DOUTORADO ACADÊMICO
Proposta para uso de Fatores de Risco para
Priorização de Projetos
Autor: Pedro Marcelo Provazzi
Orientador: Prof. Dr. Olívio Novaski
A Banca Examinadora composta pelos membros abaixo aprovou esta Tese:
Prof. Dr. Olívio Novaski, Presidente
Universidade Estadual de Campinas/Campinas
Prof. Dr. Iris Bento da Silva
Universidade Estadual de Campinas/Campinas
Prof. Dr. Oswaldo Luiz Agostinho
Universidade Estadual de Campinas/Campinas
Prof. Dr. Norival Ferreira dos Santos Neto
Universidade Estadual de Maringá/Maringá
Prof. Dr. Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas
Universidade Federal Fluminense/Niterói
A Ata da Defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de
Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da Unidade.
Campinas, 12 de dezembro de 2019.
Agradecimentos
A Deus.
À minha esposa Talita, companheira de viagens. Sem seu apoio, incentivo,
companheirismo e amor, seria impossível! Obrigado por me tornar uma pessoa melhor a cada
dia.
À minha Mãe. Obrigado por tudo e, em especial, por ter me ensinado o significado
das palavras acreditar e paciência. Obrigado, principalmente, por ter me incentivado a partir.
Muitas são as pessoas a agradecer, mas receio esquecer de alguém e por isso optei
por poucas referências pessoais. Tenho profunda gratidão pelos que me deram suas mãos nessa
jornada.
À UNICAMP, seus funcionários e docentes que colaboram de forma expressiva e
efetiva para o desenvolvimento de pesquisa e novas tecnologias no país.
Institucionalmente, agradeço ao Departamento de Engenharia Mecânica, fonte do
saber que abrigou minha pesquisa. Ao meu orientador, Prof. Dr. Olívio Novaski, pelo
acolhimento, amizade, disponibilidade, auxílio e ensinamentos os quais foram fundamentais
para o sucesso desta pesquisa.
Agradeço à minha banca de defesa, Prof. Dr. Olívio Novaski, Prof. Dr. Iris Bento,
Prof. Dr. Oswaldo Agostinho, Prof. Dr. Osvaldo Quelhas e Prof. Dr. Norival Ferreira, pela
disposição, críticas, sugestões e principalmente pelo incentivo à continuidade. Agradeço
também à minha banca de qualificação, Prof. Dr. Robert Cooper e Prof. Dr. Rosley Anholon,
pela leitura atenta e comentários que permitiram os ajustes necessários à pesquisa.
Agradeço à minha família e amigos pelo apoio e compreensão nos momentos que
precisei me ausentar. E, por último, a todos os colegas de jornada profissional e acadêmica:
obrigado por sempre me estimularem a querer conhecer mais.
Este período do Doutorado sempre será lembrado com muito carinho, pois foi um
período intenso, de superação de desafios pessoais e profissionais, além dos muitos quilômetros
percorridos entre Ceará e São Paulo.
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por
meio de histórias, imagens, livro ou TV. Precisa
viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o
que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e
dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do
calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para
estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa
viajar para lugares que não conhece, para quebrar essa
arrogância que nos faz ver o mundo como
imaginamos e não simplesmente como ele é ou pode
ser. Que nos faz professores e doutores do que não
vimos, quando deveríamos ser alunos, e
simplesmente ir ver… Il faut aller voir - é preciso ir
ver! É preciso questionar o que se aprendeu. É preciso
ir tocá-lo.”
Amyr Klink
Resumo
O trabalho tem por objetivo propor o uso de fatores de risco para a priorização de projetos por
meio de uma pesquisa de natureza aplicada com abordagem quantitativa em ambiente real e
aplicação das diretrizes da Design Science Research. Durante a revisão da literatura científica,
identificou-se os principais conceitos e aplicações, com o objetivo de provar o potencial dos
fatores de riscos como ferramenta a ser utilizada na priorização de projetos, e foi possível
perceber que quase não existem aplicações sobre o tema, o que destaca a contribuição
acadêmica desta pesquisa. O modelo tem como ponto de partida a utilização de uma ferramenta
desenvolvida para priorização de projetos através dos aspectos técnicos e estratégicos com a
inclusão de uma terceira variável, os fatores de risco. A validação foi feita através de um
portfólio composto de 11 projetos em uma empresa multinacional entre os anos de 2017 e 2018,
tendo como base para estruturação do modelo a revisão de 61 projetos executados nesta mesma
empresa, durante os anos de 2009 a 2016, e que totalizaram pouco mais de R$ 31,5 milhões.
Através da aplicação e de seus resultados é possível afirmar que o modelo estudado é uma opção
para auxiliar no momento da priorização de projetos, permitindo selecionar os mais alinhados
à estratégia e de maior contribuição para a geração dos resultados. Esta tese possibilita a
conclusão de que as empresas que adotam essa prática possuem maior probabilidade de sucesso
neste mercado global competitivo, pois, sem dúvidas, é um grande desafio administrar os riscos,
mas também pode ser uma oportunidade de igual dimensão.
Palavras-chave: Riscos, Gerenciamento de Riscos, Projetos, Gestão de Portfólios, Design
Science Research.
Abstract
This paper aims at proposing the use of risk factors for project prioritization through an applied
research with quantitative approach in real environment and application of Design Science
Research guidelines. By reviewing the scientific literature, the main concepts and applications
have been identified in order to prove the risk factors potential as a tool to be used for project
prioritization. It has become apparent that there are not major applications on this matter,
thereby highlighting the contribution of this research. The model has as its starting point the
use of a tool developed for prioritizing projects through technical and strategic aspects with the
inclusion of a third variable, the risk factors. The validation was carried out through a portfolio
composed of 11 projects in a multinational company between the years 2017 and 2018 and
based on the structuring of the model, the review of these 61 projects executed in this same
company, during the years 2009 to 2016 and that totaled just over R$ 31.5 million. Through
application and its results, it is possible to define which model becomes an option to help the
prioritization of projects, enabling the selection of the most aligned ones to the strategy and the
largest contribution to the generation of results. One of the assumptions of this paper is that the
companies that adopt this practice are more likely to succeed in this competitive global market.
Without a doubt, managing risks is a great challenge, but it can be a valuable opportunity as
well.
Keywords: Risks, Risk Management, Projects, Portfolio Management, Design Science
Research.
Lista de Figuras
Figura 1 – Processo de decisão perante o risco ........................................................................ 39
Figura 2 – Ciências tradicionais x Design ................................................................................ 44
Figura 3 – Função de cada um dos métodos científicos ........................................................... 45
Figura 4 – Elementos essenciais para a condução da Design Science Research ...................... 48
Figura 5 – Números de publicações por ano ............................................................................ 51
Figura 6 – Países mais influentes ............................................................................................. 56
Figura 7 – Estudos semelhantes evidenciados por clusterização ............................................. 57
Figura 8 – Referências agrupadas em quatro clusters .............................................................. 61
Figura 9 – Distribuição por ano ................................................................................................ 65
Figura 10 – Mapa de autores .................................................................................................... 69
Figura 11 – Referências agrupadas por cluster ......................................................................... 73
Figura 12 – Resumo das pesquisas por países .......................................................................... 75
Figura 13 – Tipologia da pesquisa – visão tradicional ............................................................. 78
Figura 14 – Tipologia da pesquisa ............................................................................................ 80
Figura 15 – Modelo proposto ................................................................................................... 86
Figura 16 – Quadro resumo RPN ............................................................................................. 88
Figura 17 – Resumo do fluxo de gestão ................................................................................... 89
Figura 18 – Distribuição dos projetos....................................................................................... 91
Figura 19 – Matriz de priorização de projetos .......................................................................... 95
Figura 20 – Formulário de avaliação – etapa financeira .......................................................... 97
Figura 21 – Gerenciamento de riscos ....................................................................................... 98
Figura 22 – Estrutura do processo de gestão de risco............................................................... 99
Figura 23 – Formulário – etapa análise – identificação de riscos .......................................... 100
Figura 24 – Análise complexidade x incerteza ....................................................................... 101
Figura 25 – Fatores para avaliação de complexidade e incerteza........................................... 102
Figura 26 – Fluxo macro – lições aprendidas ......................................................................... 105
Figura 27 – Modelo proposto na tese ..................................................................................... 106
Figura 28 – Matriz de priorização de projetos ........................................................................ 107
Figura 29 – Fluxo simplificado do processo decisório ........................................................... 110
Figura 30 – Tempo para conclusão de projetos – manufatura ................................................ 110
Lista de Quadros
Quadro 1 – 31 Técnicas definidas pela ISO 31010:2009 ......................................................... 38
Quadro 2 – Processo de decisão perante o risco ....................................................................... 40
Quadro 3 – Síntese dos principais conceitos da Design Science .............................................. 46
Quadro 4 – Diretrizes da pesquisa Design Science .................................................................. 50
Quadro 5 – Síntese – ciências naturais, sociais e design science ............................................. 79
Quadro 6 – Características do estudo de caso, pesquisa-ação e Design Science Research ...... 85
Quadro 7 – Mensuração dos 20 projetos selecionados para aprendizado e validação do modelo
proposto por Malagutti ............................................................................................................. 95
Quadro 8 – Resumo da identificação e avaliação de riscos – 2009 a 2016 ............................ 103
Quadro 9 – Portfólio x Priorização 2017 - 2018 .................................................................... 108
Quadro 10 – Elementos essenciais da Design Science Research ........................................... 111
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Ranking dos artigos mais citados ........................................................................... 52
Tabela 2 – Ranking das revistas mais citadas .......................................................................... 55
Tabela 3 – Ranking dos países mais citados ............................................................................ 56
Tabela 4 – Ranking de artigos mais citados ............................................................................. 65
Tabela 5 – Ranking de revistas mais citadas ............................................................................ 68
Tabela 6 – Ranking dos países mais citados ............................................................................ 76
Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14
1.1 Contextualização do estudo ............................................................................................. 17
1.2 Formulação do problema de pesquisa ............................................................................ 18
1.3 Objetivos de pesquisa ....................................................................................................... 19
1.4 Justificativa do tema e dos objetivos ............................................................................... 19
1.5 Limitações da pesquisa ..................................................................................................... 20
1.6 Estruturação proposta para a pesquisa .......................................................................... 20
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 22
2.1 Projetos .............................................................................................................................. 22
2.2 Gerenciamento de projetos .............................................................................................. 26
2.3 Gestão de portfólio ........................................................................................................... 27
2.4 Riscos ................................................................................................................................. 30
2.5 Gerenciamento dos riscos ................................................................................................ 33
2.6 Técnicas para gerenciamento dos riscos ......................................................................... 37
2.7 Métodos de identificação de riscos .................................................................................. 38
2.8 Tipologia de riscos ............................................................................................................ 40
2.9 Design Science ................................................................................................................... 41
2.10 Design Science Research ................................................................................................. 46
3 ESTADO DA ARTE ............................................................................................................ 51
3.1 Gestão de projetos e gestão de riscos .............................................................................. 51
3.2 Gestão de portfólios e restão de riscos ............................................................................ 64
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 77
4.1 Classificação da pesquisa ................................................................................................. 77
4.2 Objetivo da pesquisa ........................................................................................................ 80
4.3 Abordagem da pesquisa ................................................................................................... 81
4.4 Natureza da pesquisa ....................................................................................................... 82
4.5 Método da pesquisa .......................................................................................................... 82
4.5.1 Pesquisa bibliográfica .................................................................................................... 84
4.5.2 Métodos de Pesquisa ....................................................................................................... 84
4.6 Modelo proposto ............................................................................................................... 86
4.6.1 Descritivo do modelo ...................................................................................................... 87
5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES ................................................................ 90
5.1 Empresa ............................................................................................................................. 90
5.2 Construção das lições aprendidas ................................................................................... 91
5.3 Aplicação do modelo de priorização: técnicos x organizacionais ................................ 94
5.4 Construção dos fatores de riscos ..................................................................................... 97
5.4.1 Identificação de riscos .................................................................................................... 99
5.4.2 Avaliação de riscos ....................................................................................................... 100
5.5 Aplicação do modelo de priorização: fatores de risco ................................................. 107
5.6 Validade da pesquisa ...................................................................................................... 111
5.6.1 Primeira diretriz: design como um artefato ................................................................. 111
5.6.2 Segunda diretriz: relevância do problema ................................................................... 112
5.6.3 Terceira diretriz: avaliação do design .......................................................................... 112
5.6.4 Quarta diretriz: contribuições à pesquisa .................................................................... 112
5.6.5 Quinta diretriz: rigor da pesquisa ................................................................................ 113
5.6.6 Sexta diretriz: design como um processo de busca ..................................................... 113
5.6.7 Sétima diretriz: comunicação da pesquisa .................................................................. 113
6 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 115
6.1 Contribuições da pesquisa ............................................................................................. 116
6.2 Limitações da pesquisa ................................................................................................... 117
6.3 Recomendações para trabalhos futuros ....................................................................... 117
Referências ............................................................................................................................ 119
Apêndice A – Project Charter ............................................................................................... 143
14
1 INTRODUÇÃO
Segundo Schwab (2016), o momento histórico atual é denominado de “Quarta
Revolução Industrial” ou “Indústria 4.0”, caracterizado por mudanças tecnológicas,
profundas e abruptas. De acordo com o autor, considerando sua complexidade e dimensão,
este momento se configura como diferente de tudo aquilo que já foi experimentado e
conhecido pela humanidade e, diferentemente das antigas revoluções, tem avançado em
velocidade exponencial e não linear como consequência de um mundo multifacetado e
interconectado.
Para Dhir (2019), no contexto das organizações modernas, o acrônimo VUCA,
definido no final dos anos 1990 para descrever o ambiente pós-Guerra Fria, continua sendo
relevante. O termo significa Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade,
características que descrevem o atual momento e que estão impulsionando importantes
estratégias e decisões de liderança nas organizações.
As empresas inseridas neste contexto precisam fazer planos de curto, médio e
longo prazo para que possam se adaptar às mudanças. Necessitam também decidir
rapidamente qual projeto deverá ser priorizado e executado, garantindo que esta escolha seja
a correta e que potencializará o retorno financeiro para o negócio. Atualmente, esse é um
dos grandes desafios para os gestores.
A velocidade com que a tecnologia e os requisitos se transformam (Inteligência
Artificial, Big Data, Robôs etc.), a concorrência global, a natureza mutável do trabalho e a
escassez dos recursos limitam as possibilidades de escolhas incorretas. O mercado de
trabalho está se reinventando, ocasionando dramáticas transformações nas competências, e
novos modelos estão sendo estabelecidos. Para Sarno et al. (2019), essas novas demandas
emergem sustentadas pela nova configuração de mundo pós-moderno, que apresenta uma
sociedade pautada nas transformações causadas pela globalização e pelo advento das
tecnologias.
A influência da globalização reverbera no indivíduo e, consequentemente, na
sociedade. Esta nova dinâmica em curso aumenta a pressão nos projetos, demandando
informações rápidas e precisas e que de alguma forma traduzam os riscos assumidos pela
organização e a forma como eles serão gerenciados. Os projetos cresceram em tamanho,
15
quantidade, complexidade e incertezas, e as organizações são desafiadas a aplicarem novas
ferramentas de gestão para alcançarem seus objetivos estratégicos (LU et al., 2015).
Segundo o Project Management Institute (PMI, 2016), globalmente, as
organizações desperdiçaram US$ 122 milhões para cada US$ 1 bilhão gasto em projetos por
falta de gestão, e as empresas que recorrem ao gerenciamento formal de projetos e práticas
desperdiçam 13 vezes menos dinheiro do que organizações que não fazem essa opção.
O gerenciamento de projetos é cada vez mais importante para as organizações
porque os projetos são o método pelo qual as organizações respondem ao seu ambiente
(EUROPEAN ACADEMY OF MANAGEMENT – EURAM, 2016). Todo projeto é uma
sequência de atividades temporárias que têm como objetivo fornecer um produto ou serviço
executado num sistema ou em sequências de atividades finitas, com início, meio e fim bem
definidos, dentro de restrições orçamentárias (KERZNER, 2016).
É esperado que os projetos selecionados ajudem na execução da estratégia,
contribuindo para a diferenciação da empresa frente a seus concorrentes e para a geração de
excelentes resultados, trazendo a tão esperada vantagem competitiva.
Dentro desse contexto, os líderes C-Level, Diretores e Gerentes são geradores
de valor e tomadores de riscos, e deveriam ser reconhecidos por tais responsabilidades, uma
vez que devem identificar, quantificar e decidir quais serão os projetos a serem selecionados
e quais riscos devem ser aceitos ou não, respondendo pelas consequências futuras dessas
decisões.
Segundo Bomfin, Nunes e Hastenreiter (2012), o risco do projeto é sempre
futuro. Trata-se de um evento ou uma condição incerta que, se ocorrer, tem efeito em pelo
menos um objetivo do projeto, que pode ser escopo, cronograma, custo e qualidade, sendo
que o risco pode ter uma ou mais causas e, se ocorrer, pode ter um ou mais impactos.
A definição de risco sempre foi um assunto polêmico nas diferentes áreas de
conhecimento. Com a chegada da ISO 31000:2009, era esperado que houvesse uma
convergência de pensamentos que resolvesse ou minimizasse essa diferença, porém, na
prática, isto não aconteceu (COSTA, 2012). Apesar de estar longe de ser o único documento
que cobre o tema sobre gerenciamento de riscos, atualmente é difícil encontrar um conjunto
mais sucinto de princípios para implementar e avaliar um processo de gestão de riscos. Em
vez de prescrever uma única forma para abordar o tema, a norma sugere à alta liderança
personalizar suas decisões, considerando sua cultura, perfil e apetite ao risco, fornecendo
uma orientação proativa em relação ao risco e garantindo que seu gerenciamento seja
integrado a todos os aspectos de tomada de decisão e em todos os níveis da organização.
16
Segundo a International Organization for Standardization – ISO 31000 (ISO,
2018), o risco é “o efeito da incerteza nos objetivos”, considerando que sua gestão está
centrada no conjunto das melhores informações disponíveis no momento da tomada de
decisão e ponderando toda a ambiguidade e as imperfeições que o tema implica. Na
perspectiva do PMBOK®, o risco é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, terá um
efeito positivo ou negativo sobre pelo menos um objetivo do projeto.
O significado das palavras risco e incerteza é diferenciado no trabalho de Dias
(2015). O autor afirma que a situação de risco é aquela na qual se conhecem as
probabilidades de ocorrência dos estados da natureza, e na incerteza essa probabilidade não
é conhecida. Complementando essa definição, em Yuan et al. (2017) pode-se encontrar o
seguinte esclarecimento sobre o gerenciamento de riscos: é um trabalho que aborda as
características do risco e a maneira de lidar com ele por meio de avaliação e mitigação.
Como dito por Ferreira (2010), a todo momento uma decisão precisa ser tomada
em uma organização, e para tanto é necessário o maior número possível de informações. Isso
geralmente acontece quando se está diante de um problema que apresenta mais de uma
alternativa de solução: mesmo quando, para solucioná-lo, há uma única opção a seguir, pode-
se ter a alternativa de adotar ou não essa opção, e todo este processo é conhecido como
tomada de decisão.
Um processo de decisão se inicia pela identificação das necessidades, do que é
possível fazer, da informação que está disponível e da comunicação que precisa ser efetuada
a fim de que esses elementos, ordenados em uma estrutura lógica, resultem na possibilidade
de uma melhor decisão (PRÉVE; MORTIZ; PEREIRA, 2010).
Nessa mesma direção, Bazerman e Moore (2010) afirmam que o âmbito da
decisão envolve o raciocínio, ou seja, a decisão é um agrupamento de premissas que indicam
como ela poderá ser efetuada. Klein (1999), por sua vez, argumenta que existem duas
perspectivas – a racional e a natural – para a tomada de decisão pelos seres humanos. A
decisão racional é estabelecida através de um processo formal, e, no caso do natural, as
decisões são baseadas na experiência e na intuição.
A tomada de decisão se torna cada vez mais complexa e não pode ser regida pelo
improviso, pela pressão das necessidades e pelas mudanças conjunturais. Trata-se de uma
necessidade a definição de processos e metodologias que convirjam ao maior número de
informações disponíveis para orientar os tomadores de decisão, contribuindo para a
definição de rumos sustentáveis em médio e longo prazo.
17
No contexto organizacional, pressupõe-se que os objetivos estratégicos estejam
definidos e que exista, de um lado, uma relação de causa e efeito entre os entregáveis de um
projeto, e, de outro, os benefícios e resultados alcançados. Assim, pode-se definir o valor
como sendo a relação entre custo, benefícios e riscos incorridos quando se realiza uma
atividade empresarial. Neste contexto, destacam Peleias et al. (2013) que a gestão de riscos
vem se tornando uma ferramenta primordial para a tomada de decisão eficiente dos gestores.
1.1 Contextualização do estudo
Em função deste contexto de instabilidade e complexidade, por vezes a
velocidade da mudança é mais rápida do que a execução e a implantação do próprio projeto,
fazendo com que ele perca sua relevância e contribuição para o negócio.
Levine (2005) alerta que as empresas se empenham para que seus projetos
tenham sucesso sem terem a certeza de que estão conduzindo aqueles que deveriam ser
priorizados. O autor comenta que as empresas assumem projetos com riscos excessivos ou
continuam executando projetos que, provavelmente, não alcançarão seus objetivos. Desta
forma, recursos valiosos são despendidos desnecessariamente, enquanto poderiam ser
direcionados para projetos mais interessantes com retorno mais rápido. Sob circunstâncias
de múltiplos projetos, os recursos são sempre limitados e geralmente insuficientes. Projetos
diferentes às vezes competem por recursos durante os processos de implementação de vários
projetos. Portanto, é necessário selecioná-los e classificá-los de acordo com a missão, a
orientação e o plano de desenvolvimento estratégico (LI et al., 2017).
Existem ferramentas disponíveis no mercado para apoiar o processo decisório,
tais como análise de sensibilidade, elaboração de cenários e simulação de Monte Carlo,
porém, nem sempre estão acessíveis, seja pelo investimento necessário, seja pela
complexidade de uso. Além disso, nem sempre essas ferramentas estão alinhadas ao
momento e à cultura da empresa.
Para Assunção et al. (2019), a atitude de cada organização em relação ao risco
será de acordo com sua própria realidade, pois somente ela detém a prerrogativa de
determinar sua capacidade de lidar com incertezas, seu limite de níveis de riscos, bem como
18
de estipular o que será ou não aceitável e qual será o ponto de tolerância a riscos, diante do
qual poderá selecionar uma resposta a eles.
Dito isso, tendo por base as referências pesquisadas, notou-se que em relação ao
tema da pesquisa há uma lacuna a ser explorada entre a teoria e a prática. Isto se evidencia
quando as organizações necessitam aumentar a assertividade na escolha dos projetos a serem
priorizados dentro de um portfólio, avaliando os fatores de riscos de acordo com seus
valores, sua cultura e seu arranjo organizacional, considerando os fatores internos e externos.
Malagutti (2015), em seu estudo, tratou do tema Análise de Critérios de
Priorização de Projetos, propondo em sua tese uma escala para os atributos Técnicos e
Estratégicos. Dando sequência à direção estudada pela autora, esta pesquisa propõe a
inclusão de uma terceira variável, através do uso de fatores de risco para definição do melhor
portfólio de projetos para empresa.
1.2 Formulação do problema de pesquisa
Para Leal (2002), um problema de pesquisa é formulado mediante a articulação
ou a interação de diversos fatores, os quais implicam a percepção do pesquisador de uma
determinada porção da realidade social a ser compreendida ou desvelada.
Segundo Charette (2006), mesmo no âmbito dos projetos, apesar do
reconhecimento de sua importância, as práticas de gerenciamento de risco nem sempre são
adequadamente aplicadas e, algumas vezes, sequer são aplicadas. Alguns dos motivos
apontados para essa situação decorrem do fato de que, em geral, o time de projeto tem uma
visão excessivamente otimista, acreditando que será capaz de enfrentar qualquer problema.
Existe uma tendência sociológica de enfatizar a necessidade de atitudes
positivas, encarando problemas como oportunidades, riscos como desafios a serem
superados e suprimindo socialmente os pensamentos negativos. Neste contexto, destacar os
riscos muitas vezes é visto como atitude negativa e não contributiva (ROYER, 2000).
O tema “uso de fatores de risco para priorização de projetos” tem por pressuposto
que as empresas que adotam essa prática possuem maior probabilidade de se manterem nesse
novo contexto, e que a identificação dos riscos pode auxiliar o gestor na tomada da melhor
decisão. Assim, administrar um projeto é um desafio, mas também uma oportunidade.
19
1.3 Objetivos de pesquisa
Com a finalidade de encontrar respostas para a problemática em questão, este trabalho
propõe objetivos primários e secundários.
Objetivo primário:
• propor um modelo para priorizar e selecionar projetos através do uso de
fatores de risco.
Objetivos secundários:
• testar e analisar a aplicabilidade do procedimento proposto através de um caso
real;
• adotar as variáveis do triângulo de ferro para gestão dos projetos;
• adotar a Design Science Research como método de pesquisa.
1.4 Justificativa do tema e dos objetivos
Segundo Scofano et al. (2013), a gestão de riscos vem apresentando crescente
importância no contexto empresarial. Com o aumento da interdependência dos mercados, as
empresas se tornam mais vulneráveis aos diversos fatores de riscos econômicos e financeiros
e até mesmo a movimentações competitivas, o que pode afetar consideravelmente os
resultados das empresas. Atualmente o gerenciamento de riscos tem sido uma das principais
preocupações dos executivos e profissionais envolvidos com projetos, especialmente após a
crise financeira que abalou o mundo em 2008 (RABECHINI JR, 2013).
De acordo com Assunção et al. (2019), o gerenciamento de riscos se apresenta
como uma ferramenta que auxilia as organizações a alcançarem seus objetivos estratégicos
e de rentabilidade, prevenindo falhas e perdas. Segundo os autores, o aumento da
complexidade de organizações contemporâneas torna essa ferramenta ainda mais
importante, embora ainda haja pouca literatura no Brasil que trate deste tema, resultando em
uma heterogeneidade de práticas adotadas pelas diversas organizações.
Para Ribeiro e Gusmão (2008), ainda que não existam dúvidas de que a gestão
dos riscos é um processo benéfico para as empresas, a sua aplicabilidade ainda está abaixo
20
das expectativas. Uma evidência dessa baixa aderência é o resultado do relatório anual de
benchmarking sobre gerenciamento de projetos, feito em 2013 pelo PMI Brasil. O relatório
constatou que 15% das organizações não tratam de riscos, 59% das organizações afirmam
realizar informalmente a gestão e apenas 27% tratam dos riscos formalmente (PMI, 2013).
1.5 Limitações da pesquisa
Como o universo deste trabalho é bastante amplo, diversificado e dinâmico, não
se pretende identificar – muito menos avaliar – toda a sua teoria. Buscou-se identificar os
principais conceitos e aplicações, com o objetivo de provar o potencial do uso de fatores de
risco como ferramenta a ser utilizada na priorização de projetos.
A sistemática proposta neste trabalho não consiste em um modelo acabado, mas
numa proposta modular que deve ser analisada pelas organizações que pretendem utilizar tal
ferramenta para a tomada de decisão.
Esta pesquisa foi desenvolvida em uma empresa multinacional americana, com
operação no Brasil e com faturamento superior a US$ 8,6 bilhões em 2018. A empresa atua
no mercado por mais de 60 anos e seus produtos estão presentes em mais de 100 países.
Alguns aprendizados, dados e informações gerados durante a execução desta
pesquisa aplicada não serão compartilhados, pois são particulares da empresa e não foram
considerados de interesse acadêmico.
1.6 Estruturação proposta para a pesquisa
A pesquisa está estruturada em seis seções, sendo que a apresentação do
problema de pesquisa, a importância e justificativa da escolha do tema, os objetivos do
trabalho e a organização dos capítulos fazem parte desta primeira seção.
A segunda seção apresenta o referencial teórico, com uma descrição dos
conceitos relacionados ao tema.
21
A terceira seção traz os principais estudos realizados sobre o tema nos últimos
cinco anos.
A quarta seção trata do método utilizado no estudo para a busca da resposta ao
problema de pesquisa, além das técnicas e procedimentos utilizados para a obtenção dos
resultados.
A quinta seção contém os resultados, que são apresentados e analisados.
A sexta e última seção apresenta as conclusões da pesquisa e sugere temas para
continuidade futura de estudos relacionados ao tema.
Após o desenvolvimento das seções, são apresentadas as referências utilizadas
no trabalho e o apêndice.
22
2 REVISÃO DA LITERATURA
Os principais aspectos relacionados a Projetos, Portfólio de Projetos, Riscos,
Gerenciamento de Riscos, Design Science e Design Science Research serão tratados neste
capítulo.
Para a construção da revisão bibliográfica, as pesquisas foram feitas durante o
período de Julho de 2017 a Novembro de 2019, a partir das seguintes bases nacionais e
internacionais: BASE, CAPES, Engineering Village/Compendex, Web of Science, Scielo,
entre outras, considerando o intervalo de busca entre os anos 1960 a 2019. As palavras-chave
para a busca foram: Projetos, Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento de Portfólios,
Priorização de Projetos, Risco, Gerenciamento de Riscos, Técnicas para Gerenciamento de
Riscos, Fatores de Risco, e Design Science Research. Para a pesquisa na língua inglesa,
utilizou-se as mesmas palavras traduzidas para o idioma.
Esta pesquisa não pretende discorrer sobre as diversas ferramentas existentes ou
todo o conteúdo destes temas, mas buscará fazer um breve panorama, dando ênfase ao teor
necessário para apoiar o desenvolvimento do trabalho.
2.1 Projetos
O termo projeto não possui um significado único. Percebe-se que na literatura
existem várias definições, assim como o número de autores que pesquisam este assunto.
Do ponto de vista de Kerzner (2011), o projeto consiste num empreendimento
com objetivo identificável, que consome recursos e que opera sob pressão de prazos, de
custos e de qualidade. A norma ISO 10006 (2000) define projeto como sendo “um processo
único, consistindo em um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para
início e término, empreendido para o alcance de um objetivo conforme requisitos
específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos”.
Para o PMI (2017, p. 4) o projeto
23
[...] é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço
ou resultado único. Ainda segundo o Instituto projetos são realizados para
cumprir objetivos através da produção de entregas. Um objetivo é definido
como um resultado a que o trabalho é orientado, uma posição estratégica a
ser alcançada ou um proposito a ser atingido, um produto a ser produzido
ou um serviço a ser realizado. Uma entrega é definida como qualquer
produto, resultado ou capacidade único e verificável que deve ser
produzido para concluir um processo, fase ou projeto. As entregas podem
ser tangíveis ou intangíveis. (PMI, 2017, p. 4).
O PMBOK é uma das principais fontes de informação utilizada para embasar o
gerenciamento de projetos no mundo, estabelecendo uma linguagem comum, servindo de
referência básica para qualquer um que se interesse pelo tema. Este universo de
conhecimento vem dos praticantes e acadêmicos que utilizam e desenvolvem tanto as
práticas amplamente testadas e aprovadas quanto aquelas modernas e inovadoras, com
aplicação mais restrita (DUARTE, 2017).
Porém, o PMBOK não deve ser encarado como um documento que contemple a
totalidade do conhecimento sobre o tema. Abrangendo este universo, pode-se contar também
com o PRINCE2, que é um método para gerenciamento de projetos, ou seja, é, um passo a
passo das atividades gerenciais dentro de um projeto, enquanto o PMBOK é um guia para o
conhecimento e as boas práticas de gerenciamento de projetos.
O PMBOK e o PRINCE2 podem ser entendidos como complementares, sendo
que o PMBOK enfatiza o “como” fazer e o PRINCE2 se foca no “o que” fazer, sendo
totalmente aderente às boas práticas do PMBOK. Atualmente o PRINCE2 vem sendo
adotado como padrão para todos os projetos governamentais no Reino Unido e amplamente
utilizado pela iniciativa privada no próprio Reino Unido e em outros países como a África,
Europa e Estados Unidos.
Num sentido mais amplo, projeto é um conjunto de atividades interdisciplinares,
interdependentes, finitas e não repetitivas, complexas e dinâmicas; e em função dessas
características, a administração de projetos exige a utilização de técnicas e ferramentas
especiais para que seus objetivos sejam alcançados.
Com base nestes fundamentos, Passamani (2002) destaca as seguintes
características:
• o projeto é pensado para atender a um objetivo, o qual nasce de um problema,
uma oportunidade ou interesse de uma pessoa ou organização;
• o projeto tem o começo e o fim bem definidos, ou seja, tem o seu tempo de
execução limitado;
24
• apresenta um orçamento previamente definido;
• deve obedecer ao limite de tempo e custos previamente definidos;
• deve ter um responsável que é denominado gerente de projeto;
• normalmente, o projeto é desenvolvido por uma equipe;
• os aspectos humanos são de extrema importância para o sucesso dos projetos;
• normalmente os projetos são divididos por fases, que são denominadas de
ciclo de vida do projeto.
Como descrito por Campos (2010), os projetos podem envolver unidades
isoladas de uma organização ou atravessar as fronteiras organizacionais. Muitos projetos
estão diretamente ligados ao planejamento estratégico da organização, conferindo então,
criticidade ainda maior ao assunto.
No cenário atual, projetos são vistos como uma forma eficaz de as organizações
desenvolverem seus produtos e serviços, atuando de maneira mais integrada, derrubando
barreiras hierárquicas e modelos tradicionais que não mais condizem com a realidade. É
assim que as organizações poderão atingir suas metas e serem mais competitivas e
inovadoras (PASSAMANI, 2002). Segundo Srivannaboon (2009), a gestão de projetos é
agora considerada o maior veículo para a implementação de estratégia organizacional pelas
organizações. Ainda que os projetos estejam assumindo relativa importância nas
organizações, a maioria deles não cumpre seus prazos e metas. Finalizar projetos que
atendam aos requisitos levantados, que os custos estejam dentro do estipulado e que atendam
ao objetivo do negócio ainda é um desafio para aqueles que o desenvolvem. (DUARTE,
2017). Segundo a (OGC, 2009) todo gerente de projeto deve adotar um método de trabalho
para guiar suas ações, quer seja através da adaptação de um método existente ou da criação
de um novo. Os projetos são impactados pela ocorrência de eventos e na busca de uma
melhor gestão as empresas cada vez mais estão buscando metodologias para gerenciar este
risco objetivando facilitar e sistematizar o processo decisório. Os projetos são normalmente
baseados em estimativas e seus riscos variam de acordo com a ocorrência de modificações
no cenário quer sejam por fatores internos ou externos.
Todos os projetos são planejados antes de serem executados e por envolverem a
execução de um conjunto de atividades interdependentes em determinado período, por serem
únicos, possuem elevado grau de risco e incerteza quanto ao seu sucesso como
empreendimento. Nesse contexto, o processo de projetar deve ser entendido como uma
progressão, na qual o nível da incerteza e da complexidade diminui à medida que se evolui
25
na direção da solução. De acordo com o Project Management Institute (PMI, 2013), os riscos
podem existir no momento em que o projeto é iniciado, portanto, progredir na execução de
um projeto sem se atentar ao gerenciamento de riscos de forma eficiente pode provocar
diversos problemas, em decorrência do efeito das ameaças não gerenciadas.
No dizer de Duarte (2017) a maioria dos projetos tende a falhar, seja por estouro
do orçamento, não cumprimento do cronograma, funcionalidades que não atendem a real
necessidade do cliente ou por vários destes e outros fatores em conjunto. Neste sentido,
Wideman (1992) afirma que muitos projetos fracassam em alcançar seus escopos devido à
ocorrência de eventos imprevistos, sobretudo quando a gestão de risco é reativa.
As falhas na avaliação de riscos estão entre as maiores causas de insucesso no
gerenciamento de custos exemplifica Vargas (2009) e que podem ser atribuídas a elementos
externos ao processo isolado de custos. Identificar o ambiente e quais são os stakeholders
no qual o projeto está inserido é fundamental, pois estas variáveis influenciarão a forma
como o projeto será executado e principalmente porque serão determinantes nas incertezas
que estarão inerentes ao projeto. A tipologia ajuda na ampliação da visão e interface dos
projetos e das dificuldades para seu gerenciamento, permitindo a construção de uma racional
e vasta gama de tarefas nas quais os princípios de gerenciamento do projeto podem ser
aplicados para assegurar que sejam alcançadas as metas estabelecidas inicialmente.
Para Pinto (2012), as organizações necessitam adotar ações que possam reduzir
o impacto desses atributos dos projetos, o que possibilitará um aumento de seus
desempenhos. Segundo Casarotto (1999), podem ser destacados dois elementos para a
elaboração de uma tipologia: a incerteza (de atingir-se metas e objetivos de custo, prazo e
qualidade) e a complexidade (em termos de tamanho, tarefas e pessoas envolvidas).
Os projetos com altos níveis de complexidade não são, necessariamente, difíceis
de planejar, embora possam envolver enormes esforços. Administrá-los, entretanto, pode ser
muito difícil, pois, à medida que se tornam mais detalhados e com grupos maiores de
pessoas, a probabilidade de que as coisas deem errado aumenta. Com relação aos projetos
com altos níveis de incerteza, existe uma maior dificuldade para se estabelecer e definir
objetivos realísticos. Quando a incerteza é alta, todo processo de planejamento do projeto
precisa ser suficientemente flexível para lidar com as consequências das mudanças
(CASAROTTO, 1999).
26
2.2 Gerenciamento de projetos
Segundo o PMI, um quinto do PIB mundial, ou seja, US$ 12 trilhões, é gasto em
projetos, Isso afirma a relação de dependência das organizações com o tema, corroborando
a afirmativa proposta de que os projetos são os elementos executores de mudanças e
permitem às organizações sobreviver e crescer. Para Cleland (1994), o gerenciamento de
projeto permite que as organizações executem os projetos de forma eficiente e eficaz.
Cabe neste momento, definir gerenciamento de projetos como a aplicação de
conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de cumprir
seus requisitos (PMI, 2017). Vargas (2009) ressalta que o gerenciamento de projetos é
realizado através de processos, aplicando-se conhecimento, habilidades, ferramentas e
técnicas do gerenciamento de projetos que recebem entradas e geram saídas.
Cooke-Davies, Crawford e Lechler (2009) compreendem a gestão de projetos
como um campo de prática construído socialmente, que se desenvolve por meio de
ferramentas, técnicas criadas a fim de proverem suporte à gestão. O gerenciamento de
projetos acaba sendo uma repetida execução de atividades: planejar, reorganizar, integrar,
revisar e mensurar até que os objetivos sejam alcançados, porém está longe de ser a solução
para todos os problemas.
Nas palavras de Spudeit e Ferenhof (2017), para efetuar a gestão é preciso
planejamento. No caso de um projeto, o planejamento envolve a tomada de decisões que
permitam implementar suas ideias. Sem planejamento não se pode iniciar um projeto,
acompanhar seu desenvolvimento e avaliar seus resultados. Dessa forma, é importante que
o projeto seja dividido em fases que definam, meçam, analisem, melhorem e controlem suas
etapas para obter o resultado esperado. Corroborando, Casarotto (1999) afirma que se cada
uma das mudanças, por menor que seja, for tratada e, portanto, gerenciada como um projeto,
é bem provável que a empresa coloque, antes da concorrência, um novo produto no mercado,
ou que um novo processo seja implementado, antecipando a redução de custos, ou ainda,
que o tempo de entrega dos pedidos seja diminuído, entre outros exemplos.
Como descrito por Dinsmore (1999), existem várias razões para se desenvolver
a capacidade de gerenciar projetos, entre as quais se destacam:
• o sucesso das organizações está diretamente relacionado à forma como ela
gerencia seus projetos;
27
• o trabalho realizado na forma de projeto promove a otimização de recursos
físicos e humanos;
• a forma de trabalho em projetos engloba equipes multidisciplinares promove
a aprendizagem.
A gestão simultânea de vários projetos demanda técnicas para auxiliar os
gestores na tomada de decisão quanto à melhor aplicação dos recursos. O gerenciamento de
projetos pode ser caracterizado por diversos aspectos: tempo, investimento, custos,
qualidade, entre outros. E através do gerenciamento se administra o equilíbrio desses fatores,
com a finalidade de se atender os objetivos pré-estabelecidos.
O gerenciamento de projetos, isoladamente, não é suficiente para garantir o
sucesso das empresas, já que realizar os projetos da forma certa não significa
necessariamente que os projetos certos estejam sendo realizados. Levine (2005) esclarece
que a falta de integração entre os projetos e as operações do negócio podem levar ao
desperdício de recursos, que são drenados para a realização de projetos que não
necessariamente contribuirão para o sucesso do negócio: projetos com riscos excessivos,
projetos que tenham sido aprovados unicamente pela força política de seu patrocinador, que
perderam a janela de oportunidade ou cujos resultados deixaram de ser importantes em
virtude de modificações nos cenários em que foram aprovados.
2.3 Gestão de portfólio
O gerenciamento de portfólio é uma ferramenta aderente à realidade das
empresas, uma vez que, considerando as particularidades do negócio, os contornos dos
mercados e as constantes mudanças nas operações, a gestão dos projetos por si só não mais
é suficiente, mas a escolha correta dos projetos a serem desenvolvidos e que potencializarão
os resultados se torna um mecanismo-chave do componente estratégico. Para Rabechini e
Carvalho (2013), os cuidados com incertezas e conhecimento individual do negócio têm
impacto significativo no sucesso do projeto.
As organizações com práticas maduras de gerenciamento de portfólio de projetos
completam 35% mais de seus programas com sucesso, falham com menor frequência e
28
consequentemente desperdiçam menos dinheiro (PMI, 2015). Na visão de Killen et al.
(2007), a gestão de portfólio de projetos tem recebido muita atenção nos últimos anos em
decorrência de as organizações estarem tratando suas atividades e trabalhos como projetos,
programas ou portfólios.
Em seu trabalho, Castro e Carvalho (2010) verificaram que não existe um único
processo ou método de gerenciamento de portfólio de projetos eficaz para todas as
organizações. Os responsáveis pela implementação deste processo em uma organização
devem conhecer as necessidades e expectativas do seu negócio para além dos modelos de
gerenciamento de portfólio de projetos já desenvolvidos, e escolher quais etapas e técnicas
são mais adequadas à sua realidade.
A adoção do gerenciamento de portfólio de projetos não substitui o
gerenciamento de projetos, pelo contrário, suas práticas são complementares e precisam estar
integradas. Segundo Castro e Carvalho (2010), no contexto atual, onde as organizações estão
inseridas com maior complexidade e quantidade de projetos, aspectos relacionados com a
comunicação, a confiabilidade das informações e a facilidade de análise de diferentes
cenários são fundamentais. Alinhado, Rozenfeld (2006) afirma que a relevância deste tema
se deve à necessidade de se conseguir, com recursos financeiros, humanos e tecnológicos
limitados, selecionar e focar os projetos que confiram maior vantagem competitiva, de
acordo com a estratégia adotada pela organização.
Gerenciar um portfólio de projetos não significa executar simultaneamente
vários projetos ao mesmo tempo. O portfólio (carteira) deve ser avaliado considerando sua
aderência aos objetivos da companhia e principalmente na perspectiva de geração de
resultados. Na visão de Rajegopal (2007), a escolha correta de critérios é caracterizada por
um número reduzido, ortogonal (sem sobreposição), compreensível, claramente mensurável,
aplicável e diretamente ligado à estratégia, apropriado para o foco do portfólio.
Devido à escassez de recursos para a condução de vários projetos simultâneos,
as empresas deveriam utilizar ferramentas de gerenciamento para a seleção e priorização
desses projetos. Esta pesquisa apresenta uma proposta de modelo para priorização de
projetos, considerando o uso de fatores de risco para a seleção de projetos que vai além da
execução simultânea de uma pluralidade de projetos através da associação de estratégias,
conhecimentos e técnicas para a constituição de um melhor portfólio.
O processo de seleção de projetos para o portfólio envolve basicamente três
etapas: lista de projetos, os critérios de seleção e o orçamento disponível. Mas a
complexidade da gestão de portfólio de projetos faz com que poucas organizações tenham
29
acesso às suas práticas, aos benefícios, e poucas implementações são realizadas
(RABECHINI et al., 2005).
Mesmo na bibliografia de gerenciamento de projetos, a abordagem do
gerenciamento de portfólio de projetos é relativamente nova, com pouco mais de 10 anos
com o lançamento do “The Standard for Portfolio Management” com as melhores práticas
de gerenciamento de portfólio pelo PMI. Ainda segundo o PMI (2015), os executivos de alto
nível reconhecem um vínculo entre o gerenciamento de portfólios e o sucesso de uma
organização em alcançar suas metas e objetivos estratégicos.
Para Castro e Carvalho (2010):
Ao longo das últimas décadas, as áreas de conhecimento – gestão de
projetos e gestão de portfólio – começam, de fato, a integrarem-se, o que
tem sido denominado na literatura de gerenciamento de portfólio de
projetos ou, simplesmente a sigla, PPM (Project Portfolio Management).
O PPM tornou-se um fator significativo no sucesso das estratégias de longo
prazo das organizações e está relacionado ao papel dos altos executivos e
tomadores de decisões-chave que devem validar os investimentos
relevantes, além de formular e implementar metas e objetivos.
O portfólio é dinâmico, uma vez que surgem novos projetos e outros terminam.
Prioridades e estratégias não são fixas e podem mudar em ciclos definidos pela alta
administração ou por força de mercados. Assim, o gerenciamento de portfólios permite que
os líderes tomem melhores decisões de como e onde investir os recursos frente às
necessidades específicas de cada momento. Uma forte capacidade de gerenciamento de
portfólio dá aos executivos o poder de vincular projetos para criar valor para a organização
em geral, promovendo objetivos estratégicos e construindo recursos de sustentação de
desempenho que capacitam a organização, trazendo também agilidade para interromper
projetos que não estão mais agregando valor.
A otimização do retorno sobre o investimento (ROI) em geral é o principal
objetivo do gerenciamento de portfólios e é o principal fator de seleção. Levine (2005)
ressalta a necessidade de se considerar o risco como parte do processo de avaliação e seleção
dos projetos para compor o portfólio de projetos, e também como parte dos processos de
medição e desempenho que conduzirão a possíveis alterações do portfólio. Nesta mesma
direção, Mcfarlan (2001) afirma que tanto o gerenciamento de projetos quanto o
gerenciamento de portfólio devem utilizar a abordagem baseada em riscos.
Toda organização sempre possui mais demandas, oportunidades e iniciativas
do que sua capacidade de executá-las. O que caracteriza uma gestão de portfólio eficiente
30
é ter um processo claro de seleção de propostas em completa sintonia com as metas e
articulações estratégicas do negócio. Como comentado anteriormente, um bom
gerenciamento de portfólios de projetos pressupõe a sinergia de conhecimentos, estratégias
e técnicas que permitem a fluidez e os bons resultados de todos os projetos envolvidos no
portfólio.
Como descrito por Mintzberg et al. (2010), a estratégia é um requisito
fundamental à definição do gerenciamento de portfólio, pois concentra um padrão de
comportamento oriundo de planos definidos pela alta gerência que visam atingir resultados
que agreguem aos objetivos da organização contidos em sua missão. Do ponto de vista de
Castro e Carvalho (2010), muitos modelos de gerenciamento de portfólios utilizam muitas
informações, que sobrecarregam os executivos das organizações que, consequentemente,
não conseguem utilizá-las da forma adequada. Esta é outra evidência da necessidade de se
definir claramente os critérios que serão utilizados para a tomada de decisão.
Como destacam Rajegopal et al. (2007), a composição adequada do portfólio
deve levar um conjunto de projetos com grau de exposição a riscos diferentes, respeitando o
grau de exposição a riscos que a organização se dispõe a correr e os demais critérios de
decisão eleitos.
Segundo Carneiro (2003), um problema é que as decisões, muitas vezes, tendem
a ser tomadas baseadas somente em critérios de prazo e custo, sem que sejam considerados
seus efeitos. Sendo assim, faz-se importante o entendimento e o uso adequado da
metodologia e de práticas de gerenciamento de riscos. Para Hillson (2014), é claramente
importante que os líderes de projeto sejam capazes de responder à pergunta: “Qual é o risco
deste projeto?”
A identificação adequada de todos os tipos de riscos, bem como sua priorização
e tratamento, podem levar as organizações a minimizarem seus pontos fracos e ameaças do
mercado, bem como a explorarem seus pontos fortes e as oportunidades que surgem.
2.4 Riscos
De acordo com a 6.ª edição do Guia PMBOK, a origem dos riscos está na
incerteza e é existente em todos os projetos, porém a complexidade do conceito de risco e a
31
sua origem relacionada a diversos campos do saber podem contribuir para a falta de clareza
conceitual. Assim sendo, “o risco do projeto é um evento ou condição incerta que, se ocorrer,
tem um efeito positivo ou negativo em um ou mais objetivos do projeto, tais como escopo,
cronograma, custo e qualidade” (PMI, 2017). Partindo dessa definição, o risco pode ser uma
oportunidade (efeito positivo) ou uma ameaça (efeito negativo), e a maneira como a empresa
analisa e toma decisões que permitam a implementação de ações para eliminar, evitar,
minimizar ou até maximizar os riscos está diretamente ligada a cultura e valores da empresa.
Na perspectiva da ISO 31000 (2018), risco é o efeito da incerteza nos objetivos,
podendo ser positivo, negativo ou ambos, e pode abordar, criar ou resultar em oportunidades
e ameaças. A norma explicita que organizações de todos os tamanhos e tipos sofrem
influências de fatores externos e internos que tornam seus objetivos incertos de serem
alcançados. O British Standard BS6079-1/2010 define risco como o “efeito da incerteza nos
objetivos do projeto”, e risco é definido na ISO 9001:2015 como o efeito da incerteza nos
objetivos, podendo ser positivo ou negativo.
O risco “é representado pela possibilidade de que um evento ocorrerá e afetará
negativamente a realização dos objetivos”, que pode ocasionar em eventos capazes de
promover impactos desfavoráveis a organização, como as perdas de valor ligadas aos
objetivos da entidade” (COSO, 2007, p. 16). Para Hoyt e Liebenberg (2011), risco é todo o
impacto negativo inerente da atividade empresarial, que pode ser expresso através de
cálculos matemáticos capazes de evidenciar a probabilidade de perda ou origem de uma
ameaça consequente da operacionalização da organização. Na opinião de Pritchard (2011),
o evento, a probabilidade e a severidade são os três elementos que compõem o risco, sendo
o evento a descrição do risco, a probabilidade o que é estimado através de cálculos
estatísticos e a severidade está relacionada ao impacto do risco caso o evento aconteça. Neste
contexto, Charette (1990) aponta três elementos que estão sempre presentes na definição de
um risco:
• a existência de uma perda potencial;
• a incerteza acerca do resultado em caso de materialização do risco;
• a necessidade de tomar alguma decisão para lidar com a incerteza.
Na opinião de Beck (apud BISOL, 2012), o conceito de risco inverte a relação
de passado, presente e futuro. O passado perde seu poder de determinar o presente. Seu lugar
como a causa da experiência e da ação atual é tomado pelo futuro, ou seja, algo não existente,
construído e fictício. Trata-se da discussão e argumentação a respeito de algo que não é a
32
questão, mas que pode acontecer caso se continue no mesmo curso que está sendo seguido.
Para Oliveira et al. (2017), a identificação de riscos visa listar as diferentes origens, as causas
e as possíveis consequências e as áreas afetadas, enquanto a análise do risco visa à
compreensão do risco para promover a melhor ação e utilização do método adequado,
considerando as causas e as fontes.
Conforme Rehacek (2017), a análise qualitativa do risco é o processo de
priorização por meio da combinação da probabilidade de ocorrência e impacto, no qual o
principal benefício é que permite a tomada de decisão para a redução do nível de incerteza.
Consideram-se riscos os eventos ou condições incertas que – se acontecerem –
poderão provocar impactos negativos (ameaças) ou positivos (oportunidades) nos objetivos
das organizações MPOG (2013). Verbano e Venturi (2013) relatam que existem diferentes
abordagens para o gerenciamento de riscos, entretanto, as que enfatizam o lado negativo dos
riscos (as ameaças) em detrimento do lado positivo (as oportunidades) são as mais
difundidas.
Na literatura e globalmente existem diversos padrões desenvolvidos para ajudar
as organizações a lidarem com o gerenciamento de riscos. Basicamente, esses padrões
buscam de forma sistemática estabelecer uma visão de processos e práticas para facilitar sua
implantação. Seguem listados alguns dos principais:
• A Risk Management Standard – IRM/Alarm/AIRMIC 2002;
• ISO/IEC 31010:2009 - Risk Management - Risk Assessment Techniques;
• ISO 31000: 2009 – Risk Management Principles and Guidelines;
• COSO 2004 - Enterprise Risk Management - Integrated Framework;
• OCEG “Red Book” 2.0: 2009 – A Governance, Risk and Compliance
Capability Model.
Os diferentes padrões refletem as diferentes motivações, o foco técnico de seus
desenvolvedores, e são apropriados para diferentes organizações e situações. O
gerenciamento de riscos é uma disciplina que se move rapidamente e os padrões são
regularmente complementados e atualizados.
33
2.5 Gerenciamento dos riscos
Gerenciamento de Riscos é uma área de estudos e de atuação cujo principal
objetivo é analisar organizações, empresas e projetos dentro do contexto em que estão
inseridos, objetivando identificar possíveis eventos incertos no futuro e que podem de
alguma forma impactar nos objetivos e na geração de resultados. O conjunto de ações
estratégicas, como identificação, administração, condução e prevenção dos riscos ligadas a
uma determinada atividade é a definição de gestão dos riscos pela ISO 31000 (2018), sendo
seu propósito a criação e a proteção de valor. Na visão de Carneiro (2003), uma organização
que aplica as práticas de gerenciamento de riscos identifica fatores que impactam na
qualidade, prazo, escopo e custos de um projeto, permitindo minimizar os impactos e
explorar oportunidades. Apesar de todos estes benefícios, pouco se tem utilizado o
gerenciamento de riscos em projetos de uma forma eficaz. Na opinião de Kutsch e Hall
(2010), os principais modelos estão construídos em uma estrutura de quatro etapas:
planejamento, identificação, análise e resposta.
Para o PMI (2017) os riscos podem surgir a qualquer momento na vida de um
projeto. Desta forma, o seu gerenciamento deve ocorrer de forma iterativa, sendo seu foco a
garantia de que todos os riscos sejam considerados. Para o gerenciamento dos riscos, o
Instituto define os seguintes passos:
1. planejar o gerenciamento dos riscos;
2. identificar os riscos;
3. realizar a análise qualitativa dos riscos;
4. realizar a análise quantitativa dos riscos;
5. planejar as respostas aos riscos;
6. implementar respostas aos riscos;
7. monitorar os riscos.
O gerenciamento de riscos pode ser classificado como um processo sistemático
de identificar, analisar e responder aos riscos do projeto, visando maximizar e minimizar as
probabilidades e consequências de eventos positivos e negativos em relação aos seus
objetivos. Ainda segundo o PMI (2013), os riscos são definidos de modo analítico, com
ênfase nas variáveis que o explicam, ou seja, o risco pode ser entendido como uma função
de duas variáveis: a probabilidade de ocorrência do evento risco e as consequências caso
34
este ocorra. De acordo com Hillson (2014), o conceito de risco geral do projeto geralmente
é negligenciado na abordagem de gerenciamento de riscos do projeto adotada pela maioria
das organizações. Em sua 6.ª edição, o PMI (2017) define risco individual como sendo “um
evento ou condição incerta que, se ocorrer, tem um efeito positivo ou negativo em um ou
mais objetivos do projeto”, enquanto o risco geral do projeto é definido como
O efeito da incerteza sobre o projeto como um todo [...] mais do que a soma
dos riscos individuais dentro de um projeto, uma vez que inclui todas as
fontes de incerteza do projeto [...] representa a exposição das partes
interessadas às implicações de variações nos resultados do projeto,
positivos e negativos. (PMI, 2017, p. 397).
A Associação Britânica de Gerenciamento de Projetos (APM) também tem duas
definições semelhantes de risco no Guia de Análise e Gerenciamento de Riscos do Projeto
(PRAM) (ASSOCIATION FOR PROJECT MANAGEMENT, 2004, p. 17):
• evento de risco é definido como “um evento incerto ou conjunto de
circunstâncias que, caso ocorra, terão efeito na consecução de um ou mais dos
objetivos do projeto”.
• risco do projeto é definido como “a exposição das partes interessadas às
consequências de variações no resultado”.
As causas de riscos individuais podem ser descritas em uma estrutura hierárquica
de detalhamento de riscos em graus crescentes de detalhes (HILLSON, 2002). O risco geral
do projeto surge de influências mais amplas no ambiente e no contexto do projeto. Na
prática, esses processos podem se sobrepor e interagir ente eles e com os processos das outras
áreas de conhecimento.
De acordo com a norma AS/NZS 4360/2004, a gestão de riscos é um processo
contínuo que deve ser aplicada nas seguintes situações:
• necessidade de implementar controles não previstos inicialmente nos
projetos;
• quando um novo trabalho for planejado;
• quando forem realizadas mudanças significativas;
• após a concorrência de incidente com potencial de perda ou dano
significativo;
• periodicamente, no local de trabalho, envolvendo atividades rotineiras, não
rotineiras, emergenciais e futuras.
35
A gestão de riscos permite criar um ambiente de melhorias, não se resumindo
apenas a ações de detectar e controlar os potenciais riscos. Nesta perspectiva, fica evidente
a necessidade de se instituir uma cultura orientada ao risco nas organizações.
Segundo Possi (2004), a atividade de identificação dos riscos requer um
entendimento da missão, escopo e objetivos do projeto. Como caracteriza Alencar e Schmitz
(2012), a Gerência de Risco é um processo composto de dois subprocessos: (i) Análise de
Risco na fase de planejamento e (ii) Controle de Riscos na fase de execução. Já na fase de
análise do risco existem quatro atividades:
• identificação dos fatores de risco,
• avaliação de seus impactos e probabilidades,
• elaboração de planos de contenção e contingência;
• redefinição do plano de projeto.
Na fase de execução ocorrem:
• monitoramento dos fatores de risco;
• execução das atividades contingenciadas.
Royer (2000) faz uma análise interessante sobre o ambiente de projeto na fase
de planejamento, destacando que, embora este seja o momento propício para avaliação do
risco, isso frequentemente não ocorre devido às seguintes razões:
• a quantificação de riscos pode impedir a obtenção de recursos para o projeto;
• a organização não quer despender tempo e energia nesta tarefa;
• a organização, neste momento, não acredita em riscos;
• a organização quer um planejamento simples.
Segundo Charette (2006), outro aspecto que influencia o gerenciamento dos
riscos é que na maior parte dos projetos dificilmente se dispõe das informações necessárias
para uma análise muito detalhada, bem como, posteriormente, dos recursos necessários ao
tratamento adequado dos riscos. A partir da pesquisa realizada por Glória e Chaves (2014),
dentre os riscos relacionados à gestão de projetos mais citados, estão: ambiente volátil, falta
de competências e estimativas subestimadas.
Cada pessoa tem uma forma muito particular de lidar com o risco: algumas
podem querer aceittá-lo, enquanto outras, pelo contrário, quererão evitá-lo. Este
comportamento depende da atitude de risco do indivíduo e o mesmo racional também é
válido para as empresas e para elaborar um plano de gestão de riscos adequado, dado que é
36
necessário se definir a atitude de risco. Existem diversos fatores, mas, de acordo com a 5.ª
edição do Guia PMBOK, eles podem ser divididos em três categorias:
• Apetite de risco: é o grau de incerteza que a entidade está disposta a assumir,
em antecipação de uma recompensa. O apetite de risco de uma organização
mostra o quanto ela está disposta a assumir um risco, a fim de crescer. É a
quantidade de risco que uma organização está disposta a aceitar para atingir
seu objetivo de negócios. Algumas organizações podem estar dispostas a
assumir um risco elevado se a recompensa é alta; outras podem querer manter
uma postura mais segura e conservadora. Se a organização está disposta a
assumir um risco, pode-se dizer que seu apetite de risco é alto, e se a
organização atua de forma conservadora, ela tem um apetite de risco baixo.
• Tolerância ao risco: é o grau, quantidade ou volume de risco que uma
organização ou indivíduo irá suportar. A tolerância ao risco diz o quão
sensível a organização ou as pessoas são aos riscos. Alta tolerância significa
que as pessoas podem suportar um risco elevado, e baixa tolerância significa
que as pessoas não conseguirão suportar muito risco. Há muitos fatores que
afetam a tolerância ao risco. Se o projeto é crítico, a organização
provavelmente estará disposta a correr mais riscos; no entanto, se o projeto
não é muito importante, a organização pode não estar disposta a assumir
muito risco. Outros fatores incluem a satisfação do cliente, o impacto do risco
sobre a rentabilidade da organização, e assim por diante.
• Limiar de risco: é o nível de impacto em que um dos stakeholders pode ter
um interesse específico. Abaixo do limiar a organização aceitará o risco, e
acima do limiar de risco a organização não o tolerará. O limiar de risco é mais
um passo na tolerância ao risco; pode-se dizer que ele quantifica a tolerância
ao risco com um número mais preciso. Em tolerância ao risco são
estabelecidos limites, mas no limiar de risco tem-se um número claro.
Um plano de gerenciamento de risco depende desses fatores. Se não for possível
entender o apetite pelo risco dos stakeholders, sua tolerância e seu limite, o plano de gestão
de riscos do projeto pode ser prejudicado. Conforme Tenembaum (2012), o risco é tangível,
mas a incerteza, não. Pode-se definir o risco, mas mal se consegue delinear as camadas
exteriores de incerteza. O risco pode ser tornado concreto; a incerteza não pode.
37
Segundo Hillson (2014), a dimensão “incerteza” pode ser descrita usando termos
como probabilidade e frequência, e a dimensão “importante” geralmente é denominada de
efeito, impacto ou consequência. As escalas de avaliação (alta, média, baixa) para o risco
geral do projeto podem ser definidas de modo a refletir o apetite e os limites de risco do
patrocinador ou proprietário do projeto, bem como a capacidade de risco da organização em
geral, da mesma maneira que é comum para a avaliação de riscos individuais. No entanto,
as escalas de impacto serão definidas em termos de todo o projeto, e não em relação a
objetivos específicos como tempo, custo ou desempenho.
De acordo com o Manual de Gestão de Integridade, Riscos e Controles Internos
da Gestão (BRASIL, 2017), uma das funções da gestão de integridade, riscos e controles
internos da gestão é assegurar o alcance dos objetivos por meio da identificação antecipada
dos possíveis eventos que poderiam ameaçar a execução dessa etapa, o cumprimento de
prazos, leis e regulamentos etc., e, implementar uma estratégia que evite o consumo intenso
de recursos para solução de problemas quando estes surgem inesperadamente, bem como a
melhoria contínua dos processos organizacionais.
Dinsmore (2003) afirma que “no início do projeto, são maiores as incertezas e
estas vão diminuindo à medida que se avança em seu desenvolvimento. O impacto do risco,
ao contrário, aumenta à medida que o tempo passa e se caminha para as fases finais do
projeto”.
No dizer de Wideman (apud Fortes, 2011, p. 19),
a maioria das decisões é tomada sem o conhecimento da totalidade das
informações, introduzindo um grau de incerteza sobre o resultado. Em
certos casos, pode-se chegar à total falta de informação, onde nada é
conhecido sobre o resultado, predominando, então, a absoluta incerteza.
2.6 Técnicas para gerenciamento dos riscos
Segundo Joia et al. (2013), as empresas gerenciadoras de projetos estão cada vez
mais conscientes da importância da necessidade de gerenciar cientificamente os riscos.
Napolitano e Rabechini Júnior (2015) complementam que quanto maior o empenho na
identificação dos riscos, maiores serão as possibilidades de uma decisão eficaz e efetiva.
38
A pesquisa bibliográfica identificou algumas ferramentas para auxílio a
avaliação de risco, demonstrando que o domínio desse tema é vasto e variado. A ISO
31010:2009 – Risk Management – Risk Assessment Techniques define um conjunto de 31
técnicas, listadas no Quadro 1.
Quadro 1 – 31 Técnicas definidas pela ISO 31010:2009
TÉCNICAS
1) Brainstorming 17) Cause and Effect Analysis
2) Structured or Semi-structured interviews 18) Layer Protection Analysis (LOPA)
3) Delphi 19) Decision Tree
4) Checklist 20) Human Reliability Analysis
5) Primary Hazard Analysis 21) Bow Tie Analysis
6) Hazard and Operability Studies – HAZOP 22) Reliability Centered Maintenance
7) Hazard Analysis and critical Control
Points (HACCP)
23) Sneak Circuit Analysis
8) Environmental Risk Assessment 24) Markov Analysis
9) Structure – What if? (SWIFT) 25) Monte Carlo Simulation
10) Scenario Analysis 26) Bayesian Statistic and Bayes Nets
11) Business Impact Analysis 27) FN Curves
12) Root Cause Analysis 28) Risk Indices
13) Failure Mode Effect Analysis 29) Consequence/Probability Matrix
14) Fault Tree Analysis 30) Cost/Benefits Analysis
15) Event Tree Analysis 31) Multi-Criteria Decision Analysis
16) Cause and Consequence Analysis
Fonte: ISO 31010:2009.
2.7 Métodos de identificação de riscos
De acordo com a norma AS/NZS 4360:2004, a identificação de riscos pode ser
resumida pelas seguintes perguntas:
• O que pode acontecer?
39
• Quando e onde?
• Como e por quê?
Pritchard (2001) indica dois conjuntos de métodos para identificação dos riscos,
conforme as fontes de informação ou pesquisa, os objetivos e os subjetivos:
• Métodos objetivos: Informações Históricas, Revisão da Documentação de
Projetos, Análise das Premissas, Lista de Verificação;
• Métodos subjetivos: Brainstorming, Nominal Group Technique (NGT),
Técnica Delphi, Entrevistas, Análise de Causa Raiz, Análise SWOT.
Após a identificação do risco, pode-se então aprofundar cada um deles para se
decidir quanto ao que fazer. A fase da avaliação do risco implica a compreensão para assim
classificá-lo e definir prioridades. Kerzner (2016) afirma que a avaliação do risco é um
processo sistemático que envolve estimar a probabilidade de ocorrência e prever o impacto
do evento. Após a priorização dos vários riscos, os gestores e outros stakeholders poderão
definir a estratégia de tratamento dos riscos.
Figura 1 – Processo de decisão perante o risco
Fonte: adaptado de Pimenta (2017).
Segundo o PMBOK (PMI, 2017), perante uma ameaça, a estratégia de ação
poderá ser a de prevenir, mitigar, transferir ou aceitar. Para os casos de oportunidade, pode-
se explorar, maximizar, partilhar e aceitar.
40
Quadro 2 – Processo de decisão perante o risco
Riscos Positivos ou Oportunidades Riscos Negativos ou Ameaças
Explorar (Ativar causa) Causa Prevenir (Eliminar causa)
Maximizar (Aumentar P e I*) P e I Mitigar (Reduzir P e I*)
Partilhar (Repartir ganhos) Outsourcing Transferir (Atribuir responsabilidade)
Aceitar (Não tomar ação perante o risco)
Fonte: adaptado de Pimenta (2017).
2.8 Tipologia de riscos
Existem diferentes tipos de risco aos quais as empresas podem estar expostas,
sendo que alguns destes são identificados mais facilmente e outros em contrapartida estão
fora de controle e do raio de atuação das empresas. Estes riscos podem estar relacionados a
perdas financeiras ou de um cliente, parada de uma operação industrial ou até mesmo ligado
a reputação. Dito isto, é evidente a relevância da classificação dos riscos como uma etapa
fundamental para sua gestão.
Para a construção deste subtópico foram visitados alguns sites de empresas
relevantes e de maior notoriedade no país nos últimos cinco anos, e que estiveram em
evidência por questões relacionadas a corrupção, questões ambientais ou participação em
fusões. As empresas visitadas foram: Embraer, Samarco, Vale e Odebrecht. Tal escolha se
justifica porque em função do contexto que essas empresas estiveram inseridas foi exigida
uma revisão e renovação das práticas relacionadas a gestão de risco, as quais podem ser
consideradas como referência no tema na atualidade. Todas as informações são públicas e
estão disponíveis nos respectivos sites.
Em sua grande maioria, a política sobre gestão de riscos dessas organizações
define algumas áreas para identificar e agrupar os riscos em função de seus impactos. Como
exemplo, a Organização Odebrecht (2019), define as seguintes categorias:
• Riscos estratégicos: eventos decorrentes da tomada de decisão da alta
administração e que podem gerar perda substancial no valor econômico da
empresa. Normalmente são associados à continuidade do negócio, mercado,
competidores, investimentos, sucessão e inovação tecnológica.
41
• Riscos financeiros: eventos que podem comprometer a capacidade da
companhia de contar com os recursos financeiros necessários à realização de
suas atividades e gestão do fluxo de caixa, além de riscos relacionados à
concessão de garantias aos seus negócios, tornando-se solidária a pagamentos
que não estão previstos no seu fluxo de caixa. Adicionalmente, riscos
associados à não contabilização ou registro de forma íntegra, transparente e
eficiente das transações da companhia.
• Riscos de imagem e reputação: eventos que podem comprometer a confiança
das Partes Interessadas em relação à capacidade da companhia de cumprir
com seus compromissos, princípios, conceitos e valores, e de atuar com ética,
integridade e transparência.
• Riscos legais e regulatórios ou de conformidade: eventos derivados de falhas
no cumprimento de aplicação de leis, acordos, regulamentos e das políticas
da companhia, ou ainda, alterações legislativas ou normativas não previstas e
que podem comprometer suas atividades.
• Riscos operacionais: eventos que podem comprometer as atividades,
normalmente associados a falhas, deficiência ou inadequação de processos
internos, pessoas, infraestrutura e sistemas.
• Riscos socioambientais: eventos que podem afetar o meio ambiente, pessoas
ou comunidades em áreas de influência das operações ou estruturas sob
responsabilidade da companhia.
2.9 Design Science
As ciências do artificial devem se preocupar com a maneira como as coisas
devem ser para alcançar determinados objetivos, seja para solucionar um problema
conhecido ou para projetar algo que ainda não existe (SIMON, 1996). Segundo Dresch et al.
(2015), trata-se de uma metodologia que consiste em construir artefatos para a solução de
problemas desenvolvidos em contextos reais.
Simon (1996) define artefatos como algo que é construído pelo homem, ou seja,
são objetos artificiais e que podem ser caracterizados em termos de objetivos, funções e
42
adaptações. Para Dresch (2013), é a organização dos componentes do ambiente interno para
atingir os objetivos em um ambiente externo.
A Ciência do Artificial, de 1968, é considerada um marco para o
desenvolvimento de uma ciência do design (DE SORDI et al., 2013), pois neste momento
Simon atribuiu caráter científico ao estudo do artificial em distinção àquele da ciência
tradicional, do natural.
De acordo com Vaishnavi et al. (2019), design significa "inventar e criar".
Assim, o design lida com a criação de um artefato. Se o conhecimento necessário para criar
esse artefato já existir, o design será rotineiro; caso contrário, é inovador. O design inovador
pode exigir a realização de pesquisa (pesquisa em ciência do design) para preencher as
lacunas de conhecimento e resultar em publicação de pesquisa ou patente.
Na opinião de Jarvinen (2007), o design pode ser entendido resumidamente como
o ato de criar uma solução explicitamente aplicável a um problema. Para Dresch (2013), design
compreende a atividade de realizar mudanças em um determinado sistema, transformando as
situações em busca da sua melhoria. Este será o conceito adotado nesta pesquisa.
Simon (1996) define artificial como sendo algo que foi produzido ou inventado
pelo homem, que sofre intervenção deste. De acordo com Dresch (2013), as máquinas, as
organizações, a economia e até mesmo a sociedade são exemplos de artificial. Ainda
segundo a autora, a discussão acerca da Design Science se revela a partir do momento em
que é identificada a lacuna existente quando se emprega, única e exclusivamente, as ciências
tradicionais para a condução de determinadas investigações.
Como exposto anteriormente, a Design Science tem por finalidade a solução de
problemas relevantes do mundo real e geralmente envolve a criação de um artefato e/ou
teoria do design que permitam investigar tais problemas e propor soluções como um meio
para melhorar o estado atual da prática e, assim, incrementar o conhecimento por meio da
proposição ou teste de teorias (BASKERVILLE et al., 2018).
Segundo De Sordi et al. (2013), epistemologicamente, a pesquisa Design Science
incorpora características típicas de paradigmas de pesquisa pragmáticos: centradas em
problemas, voltadas para consequências e orientadas para a prática do cotidiano, do fazer.
As pesquisas que se propõem a estudar o projeto, a concepção ou mesmo a resolução de
problemas não conseguem se sustentar, exclusivamente, no paradigma das ciências naturais
e sociais. É neste sentido que a Design Science se posiciona como paradigma epistemológico
que pode guiar as pesquisas orientadas à solução de problemas e ao projeto de artefatos
(DRESCH, 2013).
43
De acordo com Carneiro (2019), atuar nesse contexto e atender às necessidades
humanas requer abordar os problemas de design de forma sistemática, de modo que os
problemas possam ser vistos na perspectiva funcional, com metas e requisitos, progredindo
em direção a soluções específicas.
Arquitetura, Direito, Educação, Engenharia e Medicina são as áreas citadas por
Simon (1996) com forte relação à Design Science. Contudo, a área que mais rapidamente se
desenvolveu no sentido de utilizar a Design Science como paradigma epistemológico para o
avanço do conhecimento foi a de Sistemas da Informação (DRESCH, 2013).
Para Carneiro (2019), a Design Science encontra arcabouço importante na
pesquisa na área de Sistemas de Informação, principalmente no que concerne à teoria e ao
conhecimento aplicados a ação, no “como fazer” alguma coisa. É cada vez mais aceito e
adotado pelos pesquisadores de Sistemas de Informação (SI) como um paradigma legítimo
de pesquisa devido à sua capacidade de equilibrar a relevância e o rigor da pesquisa (DENG,
2018). A natureza desse tipo de pesquisa costuma ser pragmática e orientada à solução, ou
seja, o conhecimento deve ser construído a serviço da ação (DRESCH, 2013).
De acordo com Simon (1996), a Design Science, ainda que se ocupe da solução
de problemas, não visa ao resultado ótimo; sua busca é por um resultado satisfatório para
aquele contexto em que o problema se encontra. A Design Science é a metodologia que oferece
maiores oportunidades para que profissionais e acadêmicos consigam atuar em pesquisa com
maior inclinação prática e com potencial para aproximar a academia e a sociedade.
Embora a comparação entre as ciências tradicionais e a Design Science seja
necessária, deve ficar claro que elas não se opõem. Elas, de fato, se complementam e
possuem sentidos distintos. Destaca-se, inclusive, que os artefatos (objetos de estudo da
Design Science) estão inseridos na natureza e “Não têm qualquer permissão para ignorar ou
violar as leis naturais” (SIMON, 1996).
44
Figura 2 – Ciências tradicionais x Design
Fonte: Dresch (2013).
Segundo Dresch (2013), os pontos de partida de uma pesquisa realizada sob o
paradigma das ciências tradicionais (analítica/reducionista), podem ser ou um problema
teórico (lacuna na teoria existente) ou uma observação da realidade que leva a algum
questionamento. Por outro lado, uma pesquisa orientada à concepção, ou a Design Science,
inicia-se normalmente a partir da necessidade de projetar ou construir um dado artefato, ou
ainda, a partir da observação da realidade, quando o pesquisador pode evidenciar a
necessidade de formalizar ou desenvolver um artefato.
Os objetivos da pesquisa também são diferentes: enquanto a ciência tradicional
está preocupada em explorar, descrever, explicar e eventualmente predizer, a Design Science
se ocupa com a prescrição e com o projeto. Ainda segundo a autora, o que é comum entre
essas ciências é que tanto na tradicional como na Design, a pesquisa deve ser conduzida a
partir dos fundamentos dos métodos científicos. No entanto, enquanto nas ciências
tradicionais os métodos científicos comumente empregados são o indutivo, dedutivo e o
hipotético-dedutivo, na Design Science um quarto método científico se apresenta: o abdutivo
(FISCHER; GREGOR, 2011).
O método abdutivo consiste em estudar fatos e propor uma teoria para explicá-
los; logo, a abdução é um processo de criar hipóteses explicativas para determinado
45
fenômeno/situação. Posteriormente, no momento de colocar estas hipóteses à prova, outros
métodos científicos podem ser utilizados.
A abdução é considerada um processo criativo, acima de tudo. Justamente por
causa desta característica ela é o processo mais indicado para a compreensão de uma situação
ou problema, em função da criatividade intrínseca a este tipo de raciocínio. Ademais, é o
único método científico que permite a introdução de uma nova ideia (FISCHER; GREGOR,
2011). Peirce (1975) ressalta que o raciocínio abdutivo é característico de descobertas
científicas revolucionárias.
A Figura 3 apresenta uma síntese do que poderia ser considerada a função central
de cada um dos métodos científicos, a fim de esclarecer melhor o que seria o método abdutivo.
Figura 3 – Função de cada um dos métodos científicos
Fonte: elaboração do autor. Adaptado de Dresch (2013).
Van Aken (2005) afirma a respeito do objetivo da pesquisa realizada sob o
paradigma da Design Science, que busca, acima de tudo, produzir conhecimento que possa
ser aplicado para a resolução de problemas reais. Enquanto a ciência tradicional busca
entender a realidade, a ciência do design se esforça para construir artefatos que servem a
propósitos humanos. De acordo com Dresch (2013), outra diferença da Design Science em
relação às ciências tradicionais é que o conhecimento produzido sob a ótica da Design
Science costuma estar na forma de uma prescrição ou de um projeto. Uma prescrição para
solucionar um determinado problema real ou um projeto para construir um novo artefato.
Sendo assim, o conhecimento produzido a partir das pesquisas fundamentadas
na Design Science é diferente daquele tradicional, pois está ocupado em ser relevante, além
de rigoroso. Ou seja, o conhecimento gerado deve ser reconhecido pela comunidade
acadêmica e ao mesmo tempo deve ser útil para os profissionais.
Considerada a existência do caráter científico, surge a natural necessidade de
identificar, diante das alternativas paradigmáticas, em qual ela se encaixaria. Como ponto de
partida, pode-se considerar sacramentada uma característica da Design Science: o seu viés
empírico, notado tanto pelo ambiente da prática da pesquisa (problemas do mundo real)
46
quanto pela aplicação de artefatos ou protótipos, físicos ou abstratos, para chegar à solução
de tais problemas. Esta é uma importante delimitação para o esforço heurístico da
averiguação paradigmática.
O Quadro 3 apresenta os principais conceitos adotados pela Design Science.
Quadro 3 – Síntese dos principais conceitos da Design Science
Fonte: elaboração do autor. Adaptado de Dresch (2013).
Segundo De Sordi et al. (2013), o novo conhecimento projetado para a resolução
de problemas, o design, tem de ser aplicado na resolução de problemas específicos, daí o
emprego do termo artefato para o conhecimento gerado pela pesquisa Design Science. Ainda
segundo os autores, são muitas as formas possíveis de artefatos a serem desenvolvidos no
campo da administração, como, por exemplo, um método, um processo, um questionário,
uma fórmula analítica, uma escala para classificação, entre outros.
2.10 Design Science Research
Design Science Research (DSR) é o método que fundamenta e operacionaliza a
condução da pesquisa sob o paradigma da Design Science, quando o objetivo a ser alcançado
é um artefato ou uma prescrição (MYERS; VENABLE, 2014). A Design Science é, portanto,
um conhecimento na forma de construções, técnicas e métodos, modelos e/ou teoria bem
CONCEITO DE DESIGN SCIENCE :
ARTEFATO:
SOLUÇÕES SATISFATÓRIAS:
CLASSES DE PROBLEMAS:
VALIDADE PRAGMÁTICA:
Algo que é construído pelo homem; interface entre o ambiente interno e o
ambiente externo de um determinado sistema
Soluções suficientemente adequadas para o contexto em questão. As soluções
devem ser viáveis, não necessariamente ótimas.
Busca assegurar a utilidade da solução proposta para o problema. Considera-
se: custo/benefício da solução, particularidades do ambiente em que será
aplicada e as reais necessidades dos interessados na solução.
Ciência que procura consolidar conhecimento sobre o projeto e
desenvolvimento de soluções para melhorar sistemas existentes, resolver
problemas e criar novos artefatos.
Organização que orienta a trajetória e o desenvolvimento do conhecimento no
âmbito da Design Science .
47
desenvolvida para executar esse mapeamento – o conhecimento para criar artefatos que
atendem a determinados conjuntos de requisitos funcionais. Design Science Research é uma
pesquisa que cria esse tipo de conhecimento ausente utilizando design, análise, reflexão e
abstração (VAISHNAVI et al., 2019).
Segundo Dresch et al. (2015), a DSR é um método de pesquisa pouco conhecido
pela comunidade acadêmica brasileira no campo da gestão de operações. A “pesquisa em
ciência do design” tornou-se recentemente um nome genérico usado para representar
qualquer pesquisa científica envolvida em atividades de design, porém, até agora, nenhuma
definição unificada de Design Science Research foi formada, e para os pesquisadores está
claro o que o DSR não é (BASKERVILLE et al., 2018), mas não está bem esclarecido o que
é o DSR. Em Deng (2018) é apresentado um quadro com um resumo de todas as definições.
Segundo Dresch (2015), a DSR tem se apresentado como um método de pesquisa
que dedica atenção para o desenvolvimento de estudos que tenham como objetivo a
prescrição, o projeto e, também, a construção de artefatos. Ela se diferencia das ciências
tradicionais por se ocupar do artificial, ou seja, de tudo aquilo que foi projetado e concebido
pelo homem.
Em Hevner et al. (2004) encontra-se o seguinte esclarecimento: a DSR tem
relevantes contribuições a oferecer no que se refere à solução de problemas da vida real das
organizações. Por seu viés pragmático, detém-se prioritariamente à investigação de
problemas de natureza prática, em vez de, por outro lado, focar na verificação de leis naturais
ou teorias comportamentais. Romme (2003) afirma que dado o seu foco na solução de
problemas, a aplicação da DSR pode potencialmente reduzir a lacuna existente entre teoria
e prática.
No que se refere à redução do gap entre teoria e prática, por meio de pesquisas
mais relevantes, Van Aken (2004, 2005) defende a aplicação de pesquisas que resultem em
prescrições, para além das descrições, explicações e predições. Essas pesquisas, com
enfoque prescritivo, encontram suporte para sua condução, por meio do emprego do método
de pesquisa denominado Design Science Research.
Outra característica fundamental da DSR é que embora ela seja orientada à
solução de problemas, não busca a solução ótima, mas sim, a solução satisfatória para os
problemas que estão sendo estudados. Além disso, embora o problema endereçado seja único
e específico, as soluções que são obtidas a partir da condução da Design Science Research
devem ser passíveis de generalização para uma certa classe de problemas (LACERDA et al.,
2013; SEIN et al., 2011).
48
Essa generalização visa, essencialmente, permitir que outros pesquisadores e
profissionais façam uso dos conhecimentos gerados nas pesquisas que utilizam a DSR como
método de pesquisa. Além disso, ela se destaca na sistemática de desenvolver um processo
rigoroso para projetar artefatos cujo escopo podem construir construtos, modelos, métodos
e instanciações desenvolvidos para resolver problemas observados, para fazer contribuições
de pesquisa, avaliar os projetos e comunicar os resultados interessados (CARNEIRO, 2019).
De acordo com Dresch (2015), tendo em vista os conceitos centrais apresentados
até o momento, destaca-se que para obter uma adequada contribuição tanto teórica quanto
prática, os pesquisadores que fazem uso da DSR como método de pesquisa devem considerar
alguns elementos essenciais para a sua condução.
Figura 4 – Elementos essenciais para a condução da Design Science Research
Fonte: adaptado de March e Storey (2008).
March e Storey (2008) afirmam que o primeiro elemento a ser considerado pelos
pesquisadores que conduzirão a Design Science Research é a formalização de um problema
que seja verdadeiramente relevante. O segundo elemento para a adequada condução da
pesquisa fundamentada no paradigma da Design Science mostra que o pesquisador deve
evidenciar que ainda não existem soluções adequadas para resolver o problema de interesse,
49
justificando, dessa forma, a importância da pesquisa que deseja realizar. Um terceiro
elemento se refere ao desenvolvimento de um novo artefato que possa ser utilizado para
solucionar o problema de interesse. O quarto se refere à avaliação dos artefatos
desenvolvidos. Essa avaliação deve ser feita considerando aspectos da utilidade e viabilidade
do artefato, a fim de demonstrar sua validade, tanto prática quanto acadêmica.
Outro elemento fundamental para uma adequada condução da DSR é que a
pesquisa deve agregar valor ao conhecimento teórico existente (contribuindo para o avanço
do conhecimento geral), e para a melhoria das situações práticas nas organizações. É
recomendado que os pesquisadores, ao concluírem suas atividades, apresentem as
implicações de seus resultados no campo prático.
Por fim, a última etapa, a comunicação proposta por Peffers et al. (2007) visa
apresentar os resultados da pesquisa para as comunidades acadêmica e organizacional, sendo
esta comunicação fundamental para o avanço do conhecimento das áreas de estudo.
Aplicações da metodologia em relação às pesquisas nas áreas de organização e
gerenciamento nas empresas começaram a aparecer a partir de 2000, e é um movimento
tímido ainda hoje. Ele foi visto como um procedimento de criação de conhecimento para
atingir dois objetivos diferentes em um projeto de pesquisa ao mesmo tempo: produzir
conhecimento científico e resolver problemas organizacionais reais (DRESCH et al., 2014).
Como já mencionado, Deng (2018) faz uma vasta revisão bibliográfica sobre
DSR. Para o autor, existem pelo menos três pontos que explicam sua proliferação:
1. O DSR deve equilibrar a relevância e o rigor da pesquisa.
2. O DSR também é capaz de alcançar um equilíbrio entre criação tecnológica e
desenvolvimento de teoria.
3. Em um mundo de complexidade, com as habilidades explicativas das ciências
tradicionais limitadas por sua natureza de reducionismo, a DSR está se tornando
o mensageiro da solução de problemas.
Hevner et al. (2004) sistematizaram um conjunto sete diretrizes que devem
nortear o planejamento e a execução da pesquisa. Essas diretrizes se tornaram referências
para pesquisadores, revisores, editores e leitores no que concerne à compreensão do método
que tem como metodologia a Design Science (DE SORDI et al., 2013).
50
Quadro 4 – Diretrizes da pesquisa Design Science
1 Design como um artefato A pesquisa deve produzir um artefato viável na forma de um construto,
um modelo, um método ou uma instanciação.
2 Relevância do problema O objetivo é o desenvolvimento de soluções de base tecnológica para
importantes e relevantes problemas organizacionais.
3 Avaliação do design A utilidade, qualidade e eficácia de um artefato de design devem ser
rigorosamente demonstradas através de métodos de avaliação bem
executados.
4 Contribuições à pesquisa Design Science eficaz deve fornecer contribuições claras e verificáveis nas
áreas do projeto de artefatos, ampliação dos fundamentos e bases de
conhecimentos já existentes.
5 Rigor da pesquisa O rigor da pesquisa encontra-se na aplicação de métodos rigorosos, tanto
na fase de construção do artefato quanto na sua fase de avaliação, em
relação aos dados que se pretende obter e à realidade a ser observada.
6 Design como um
processo de busca
A busca por um artefato eficaz requer utilizar os recursos disponíveis para
atingir os fins desejados, satisfazendo as leis no ambiente a que pertence
o problema.
7 Comunicação da
pesquisa
A comunicação eficaz dos resultados da pesquisa Design Science deve ser
feita conforme o público alvo, quer para uma audiência orientada à
tecnologia, quer para uma orientada à gestão organizacional e negócios.
Fonte: adaptado de Hevner et al. (2004).
Para Hevner et al. (2004), as questões fundamentais abordadas pela pesquisa em design
science são: “quão útil é este novo artefato?”, isto é, “o quanto o artefato atende a uma
necessidade relevante?” e “o que demonstra esta utilidade?”. Evidências devem ser
apresentadas para resolver essas questões.
51
3 ESTADO DA ARTE
Após a revisão apresentada no capítulo anterior acerca dos principais conceitos
sobre projeto, portfólio, riscos e gestão de riscos, este capítulo apresenta um resumo dos
principais trabalhos relacionados com o tema desta pesquisa, publicados nos últimos cinco
anos.
3.1 Gestão de projetos e gestão de riscos
Análise dos resultados da bibliometria
Para a realização deste estudo foram analisados 188 artigos bibliométricos na
área de gestão de projetos e gestão de risco. Os estudos que compõem esta amostra foram
publicados nos últimos cinco anos. Para tanto, foram observadas as publicações de acordo
com a cocitação de autores e referência, além dos artigos, revistas e países mais citados. Para
realizar a busca, utilizou-se as palavras-chave “risk management” e “project management”
na base de dados Web of science. Foram encontrados 490 autores afiliados a 296 instituições
em 63 países e em 104 periódicos (Figura 5).
Figura 5 – Números de publicações por ano
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
52
Sobre o tema gerenciamento de risco de projeto se observa que entre os anos de
2015 a 2019, a média de publicações foi de 35 por ano. Nota-se que há uma tendência de
crescimento no ano de 2019 das publicações sobre Gerenciamento de projeto e
Gerenciamento dos riscos, denotando importância para as organizações na busca de
melhorias e soluções mais eficazes para o desenvolvimento e sucesso dos projetos.
Artigos mais citados
A partir das pesquisas realizadas na base Web of Science, observa-se que 10
artigos são mais citados quando se trata do tema gerenciamento de riscos de projetos (Tabela
1). Dentre eles se destaca o artigo de Carvalho e Rabechini (2015), no qual se buscou
evidenciar qual a relação entre os aspectos relacionados ao gerenciamento de risco no projeto
e o seu sucesso, considerando o efeito contingente da complexidade do projeto, em que
explicitou que a adoção de gerenciamento padrão para gestão de riscos, não é suficiente para
cobrir todas as incertezas que permeiam um projeto.
Tabela 1 – Ranking dos artigos mais citados
N Artigo Citação
1 Impact of risk management on project performance: the importance of soft skills
(CARVALHO; RABECHINI, 2015)
54
2 Choosing project risk management techniques. A theoretical framework
(CAGLIANO; GRIMALDI; RAFELE, 2015)
31
3 Project management and its effects on project success: Cross-country and cross-
industry comparisons (CARVALHO; PATAH; BIDO, 2015)
29
4 Effects of process and outcome controls on business process outsourcing
performance: Moderating roles of vendor and client capability risks (LIU;
WANG; HUANG, 2017)
28
5 Can project sustainability management impact project success? An empirical
study applying a contingent approach (CARVALHO; RABECHINI, 2017)
25
6 Critical Success Criteria for Public-Private Partnership Projects: International
Experts' Opinion (OSEI-KYEI et al., 2017)
24
7 Analysis of interacting uncertainties in on-site and off-site activities: Implications
for hybrid construction (ARASHPOUR et al., 2016)
21
8 Project risk management: A deterministic quantitative technique for assessment
and mitigation (MURIANA; VIZZINI, 2017)
21
9 Six decades of project management research: Thematic trends and future
opportunities (PADALKAR; GOPINATH, 2016)
19
10 Similarities and contrasts of complexity, uncertainty, risks, and resilience in
supply chains and temporary multi-organization projects (THOMÉ et al., 2016)
19
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
53
No mesmo ano, Carvalho, Patah e Bido. (2015) realizaram um estudo
comparativo em que buscaram verificar em que medida, programação, custo e margem
contribuem para o sucesso do projeto, no que tange ao seu gerenciamento. Os autores
evidenciaram que cronograma, treinamento e desenvolvimento de capacidades têm relação
positiva com o sucesso do projeto.
Cagliano, Grimaldi e Rafele (2015) propuseram dimensões que fornecessem
uma estrutura no processo de gerenciamento de risco do projeto e gerenciamento do
conhecimento que envolvem o projeto como um todo. Outro estudo (LIU; WANG; HUANG,
2017) analisou o gerenciamento de riscos do projeto, evidenciando que a relação do sucesso
do projeto quando esse é terceirizado, está relacionada ao alto risco do gerenciamento do
projeto por parte do fornecedor. Tem-se que o controle do processo é relativamente alto,
contudo, a efetividade é baixa em termos de controle de resultados.
O quinto artigo mais citado verificou a interação entre o baixo comprometimento
com os aspectos sociais e ambientais no que tange a sustentabilidade e o sucesso do projeto,
entretanto o estudo aponta para uma relação positiva entre gerenciamento da sustentabilidade
e o sucesso do projeto no que diz respeito à redução de seu impacto, tanto social quanto
ambiental, sob o aspecto negativo (CARVALHO; RABECHINI, 2017).
A gestão de projetos e os fatores críticos que envolvem os projetos realizados
em Parceria Público-Privada (PPP) também se destacaram entre os artigos mais relevantes
em termos de citação na presente pesquisa bibliométrica, na qual que se evidenciou, a partir
de entrevistas com especialistas, que todos os critérios adotados para o alcance do sucesso
do projeto passam por um caminho crítico. Entre eles se destacam o gerenciamento eficaz
de riscos; atender às especificações de saída; operações de serviço confiáveis e de qualidade;
adesão ao tempo; satisfazer a necessidade de serviço/serviço público; relacionamento e
parceria de longo prazo; rentabilidade. Os resultados deste estudo são impactantes porque
informam os profissionais sobre as principais medidas a serem consideradas na avaliação do
sucesso dos projetos de PPP (OSEI-KYEI et al., 2017).
O caráter integrador e participativo das incertezas do projeto, tendo como foco
o cronograma excessivo e os atrasos, foi estudado a partir de uma abordagem holística.
Sendo assim, a análise de risco é tratada como uma alternativa para avaliar o impacto a partir
de uma perspectiva da integração das incertezas em relação ao tempo de conclusão do
projeto, uma vez que o estudo apontou que o crescimento no tamanho do projeto e na
quantidade de trabalho intensifica a interconexão de pares e grupos de tarefas dentro e entre
grupos de atividades no local e fora do local, resultando em tempos de conclusão
54
prolongados e desvios dos planos do projeto. A indisponibilidade de recursos, atitudes de
busca de risco e variabilidade do fluxo de trabalho são outros principais contribuintes para o
risco de conclusão tardia. Embora os gerentes de projeto frequentemente analisem incertezas
no local e fora do local separadamente, implicações práticas dos resultados da pesquisa
sugerem a adoção de uma abordagem holística na qual as práticas de gerenciamento de riscos
nos dois ambientes são integradas (ARASHPOUR et al., 2016).
Muriana e Vizzini (2017) investigaram a forma de avaliar e prevenir os riscos
do projeto, determinando o risco do status do progresso do trabalho. Segundo os autores, o
desenvolvimento de modelos para gerenciamento de risco do projeto pode acontecer por
meio de técnicas determinísticas a partir dos custos, qualidade e tempo. O estudo propôs a
utilização de índices a partir dos parâmetros de medida entre a situação real e o planejado,
com a finalidade de executar ações corretivas ao final de cada fase, com a perspectiva de
mitigar o insucesso do projeto.
O artigo de Padalkar e Gopinath (2016) faz uma revisão dos últimos 60 anos,
apontando a natureza dinâmica da pesquisa que envolve muitas correntes paralelas de
investigação sob perspectivas diferentes. Além disso, mostra que o caráter determinista,
conforme proposto no trabalho de Muriana e Vizzini (2017), fez parte da fase inicial dos
estudos sobre gerenciamento de projetos, mas que, em avanços na área de estudo, denotou-
se a existência de contextos mais amplos. Contudo, ainda persiste uma centralidade dos
estudos com abordagem empírica e determinista em detrimento da não determinística, que
permanece fraca e eventual.
O décimo artigo mais citado foi desenvolvido com o objetivo de realizar um
estudo comparativo entre gestão da cadeia de suprimento e gestão de projetos. De acordo
com os autores, embora complexidade, incerteza, risco e resiliência sejam conceitos de
crescente interesse, existe uma falta de síntese estruturada desses conceitos e de seus
relacionamentos nas literaturas de gerenciamento da cadeia de suprimentos e gerenciamento
de projetos. Evidenciou-se que embora tenham fatores de convergência, ambas as áreas usam
definições conceituais semelhantes e existem semelhanças estreitas no gerenciamento de
riscos em projetos (THOMÉ et al., 2016).
A partir dos principais estudos da base pesquisada, observa-se uma atualidade e
diversidade de estudos, direcionando para a necessidade de desenvolvimento de mais
pesquisas para melhor compreensão dos fenômenos que circundam o gerenciamento de
projeto e a gestão dos riscos a eles inerente.
55
Revistas mais influentes
O número de artigos publicados por cada periódico estudado e o número de
citações que cada revista possui descrevem o impacto dos periódicos mais produtivos sobre
gerenciamento de riscos nos projetos. Desta maneira, foram identificados 104 periódicos.
As revistas International Journal of Project Management e Engineering Construction and
Architectural Management (Tabela 2).
Tabela 2 – Ranking das revistas mais citadas
N Revista Q Citação Citação
Média
1 International Journal of Project Management 17 247 14,53
2 Engineering Construction and Architectural
Management
15 29 1,93
3 Engineering Management Journal 7 7 1,00
4 International Journal of Information
Technology Project Management
7 6 0,85
5 Project Management Journal 6 19 3,16
6 International Journal of Managing Projects In
Business
5 13 2,60
7 Sustainability 5 27 5,40
8 International Journal of Construction
Management
4 1 0,25
9 Revista de Gestão e Projetos 4 1 0,25
10 Built Environment Project and Asset
Management
3 13 4,33
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
O número de artigos que cada periódico e a respectiva quantidade de citações
resultam na importância que cada revista possui juntamente com o artigo.
Países mais influentes
O impacto dos países mais produtivos advém da relação entre a quantidade de
artigos publicados por cada país e quantidade de citações desses artigos (Tabela 3). Dos 63
países identificados, o Brasil e o Estados Unidos se destacam nos últimos cinco anos, tendo
o Brasil 24 artigos e 143 citações, e os Estados Unidos 24 artigos e 80 citações.
56
Figura 6 – Países mais influentes
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
Tabela 3 – Ranking dos países mais citados
N Países Q Citação Citação Média
1 Brasil 24 143 5,95
2 USA 24 80 3,33
3 Austrália 23 104 4,58
4 China 17 130 7,64
5 Inglaterra 12 20 1,66
6 Irã 11 19 1, 73
7 Índia 8 23 2,87
8 Espanha 7 42 6,00
9 Malásia 7 8 1,14
10 Taiwan 6 13 2,16
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
Observa-se que dois países têm desenvolvido maior quantidade de estudos
voltados para a área de gerenciamento de risco de projeto. Além disso, um é classificado
como um país em desenvolvimento (Brasil) e o outro desenvolvido (Estados Unidos).
Portanto, ambos possuem uma preocupação com o gerenciamento tanto dos riscos quanto
do projeto em si, consolidando a importância de estudos nessa área.
57
Análise de cocitação de autores
Para mapear a publicações sobre gestão de risco e gerenciamento de projetos,
utilizou-se a análise de cocitação para evidenciar por meio da clusterização os estudos
semelhantes, conforme Figura 7.
Figura 7 – Estudos semelhantes evidenciados por clusterização
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
O Cluster 1 (vermelho) é formado por 30 autores. Dentre os estudos, as citações
mais recorrentes se apresentaram para as edições de 2008, 2009, 2012, 2013 e 2017 do
PMIBOK (Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos), elaborados por uma
associação sem fins lucrativos, como um instrumento norteador para profissionais de
gerenciamento de projetos, que justifica sua interlocução com os demais clusters do mapa.
Observa-se também que David Hillson se encontra entre os mais cocitados. O
autor desenvolveu pesquisas sobre criação da estrutura de divisão do risco no gerenciamento
de projetos (HILLSON, 2003), assim como a criação do processo de riscos para uma visão
positiva, com o propósito de gerenciar oportunidades na área de gerenciamento de projeto
58
(HILLSON, 2002). Outros estudos investigaram as complexidades que envolvem o
gerenciamento de riscos do projeto (HILLSON; GRIMALDI; RAFELE, 2006).
Observa-se também o estudo de gerenciamento de risco de projetos com
abordagem para Pequenas Empresas (PMEs) a partir da elaboração de uma metodologia
passível de utilização por pessoas que não sejam especialistas em gerenciamento de projetos
(MARCELINO-SÁDABA et al., 2014). Os autores também produziram um estudo sobre a
sustentabilidade no gerenciamento do projeto, em que propuseram a definição de uma
estrutura capaz de atrelar a sustentabilidade ao processo de gerenciamento do projeto
(MARCELINO-SÁDABA; GONZÁLEZ-JAEN; PÉREZ-EZCURDIA, 2015).
Também compondo a rede de coautoria deste cluster, apresenta-se David
Baccarini, que realizou uma revisão com foco na proposição de uma conceituação quanto à
complexidade do projeto (BACCARINI, 1996). Na mesma linha de abordagem, o autor
propõe uma definição para sucesso do projeto, argumentando que ainda parecia indefinida
(BACCARINI, 1999).
Outros estudos enfatizaram uma metodologia para a classificação de
gerenciamento de riscos (BACCARINI; ARCHER, 2001): o gerenciamento de riscos em
projetos de tecnologia da informação (BACCARINI; SALM; LOVE, 2004), estimativa do
contingenciamento dos custos do projeto, em que buscou descrever as falhas presentes nesse
processo (BACCARINI, 2006). Em decorrência os diversos estudos que buscaram
conceituar algumas abordagens que compõem o gerenciamento de riscos do projeto, o autor
encontra-se no mapa muito próximo a outros clusters, possivelmente em decorrência da
utilização das definições por ele estabelecidas sobre o tema.
O Cluster 2 (verde) é composto de 27 autores. Entre eles se destaca o estudo de
Ofer Zwikael (2006), que abordou as causas das principais falhas de projetos, identificando
fatores denominados críticos para o sucesso do projeto, e evidenciou que a definição das
atividades do projeto tem maior impacto no sucesso do projeto. Em outro estudo o autor
buscou verificar se uma abordagem visando à melhoria do plano do projeto promoveria uma
melhoria para o alcance do sucesso nos projetos de alto risco. Os autores descobriram que
melhorar o plano do projeto tem alto impacto em seu sucesso (ZWIKAEL; SADEH, 2007).
Os autores Muller e Turner (2010) pesquisaram sobre o perfil de liderança em
gerenciamento de projetos. Além disso, outros assuntos foram discutidos, como a
sustentabilidade envolvendo gestão de projetos (CARVALHO; RABECHINI, 2017),
contingenciamento dos projetos sob o aspecto do gerenciamento (SHENHAR, 2001), o
portfólio do projeto e o risco individual (TELLER; KOCK; GEMÜNDEN, 2014), o
59
gerenciamento de projetos na indústria de construção civil (CHAN; CHAN, 2004), os
aspectos de tempo, qualidade e custo no gerenciamento de projeto (ATKINSON, 1999a),
fatores críticos na implementação para o sucesso do projeto, sendo esses preditivos (PINTO;
SLEVIN, 1987).
O Cluster 3 (azul) é composto de 16 autores e destaca trabalhos voltados para a
proposição de ferramentas a partir de dimensões do gerenciamento de riscos de projeto
(WALLACE; KEIL; RAI, 2004a). Os autores também desenvolveram estudos sobre a
análise dos riscos envolvidos no risco do projeto de software, em que se evidenciou que a
fase de escopo do projeto afeta as demais dimensões envolvidas concernentes aos riscos dos
projetos (WALLACE; KEIL; RAI, 2004b).
Flyvbjerb (2013) verificou o controle da qualidade e diligências com base em
teorias distantes da realidade, com estimativas iniciais desproporcionais em relação ao custo
benefício, teorizando sobre a visão externa e interna que compõe o gerenciamento de projeto.
Verificou, ainda, análises de custo-benefício e avaliações de impacto social e ambiental que
normalmente suportam decisões em projetos foram vistas como significativamente
diferentes dos custos e benefícios ex post reais e, portanto, são preditores fracos do valor real
e da viabilidade dos projetos (FLYVBJERG, 2013).
Destacam-se também nesse cluster as pesquisas sobre o gerenciamento de risco,
com o propósito de se alcançar o sucesso do projeto (DE BAKKER; BOONSTRA;
WORTMANN, 2010); os riscos do desempenho, com ênfase na centralidade da estratégia
para obter sucesso (LIU, SHAN; WANG, 2014); fatores de risco comuns aos projetos com
a propositiva de minimizar as chances de insucesso (SCHMIDT et al., 2001b); a
conscientização no gerenciamento de riscos do projeto (ROPPONEN; LYYTINEN, 2000),
a influência da equipe e o desempenho em relação ao gerenciamento do projeto (JIANG;
KLEIN; MEANS, 2000); como a dimensão dos conflitos interpessoais e a incerteza dos
requisitos afetam o gerenciamento do projeto (LIU et al., 2011).
O Cluster 4 (amarelo) é formado por 4 autores com estudos voltados para o tipo
de líder para cada tipo de projeto. Esse estudo está correlacionado, em decorrência da
coautoria com Müller (2007) no cluster verde com Turner (2007) nesse cluster amarelo.
Registra-se também os estudos de Williams (1995). O primeiro estudo analisa
como o sucesso ou o fracasso pode ser definido para um projeto (mais do que simples
tempo/custo/alcance da meta técnica), além de verificar as evidências históricas dos projetos,
ilustrando o fracasso em atingir as metas. O que significa risco para um projeto e como a
equipe do projeto percebe, identifica e quantifica o risco é considerado – geralmente o ponto
60
de credibilidade crucial na prática. O segundo estudo trata da natureza dos riscos em projetos
complexos (WILLIAMS, 2017). O terceiro artigo tem como foco o processo de
aprendizagem das organizações com base nas experiências dos projetos, a partir de uma
revisão da literatura (WILLIAMS, 2008).
O estudo de Morris (2002) questionou as ferramentas formais utilizadas para o
gerenciamento de projetos e esclarece que as práticas que direcionem para bons resultados
no gerenciamento de projetos são importantes. No ano de 2006, juntamente com outros
autores, Morris realizou um estudo sobre a formação do conjunto de conhecimentos,
denominados formais, para a definição da profissão – neste caso, para o profissional de
gerenciamento de projeto (MORRIS et al., 2006).
Eden et al. (2000) investigaram as pequenas interrupções e atrasos que podem
causar sérias consequências para a vida de um grande projeto, muito além do que pode ser
facilmente atribuído ao seu impacto direto. Conforme os autores, a natureza desses atrasos e
interrupções ainda não está totalmente esclarecida. Portanto, apresenta a variedade de
maneiras pelas quais as interrupções ocorrem e a variedade de consequências que podem
ocorrer e o papel do feedback dinâmico juntamente com o “efeito portfólio”, principalmente
com referência à aceleração do projeto e à mudança de produtividade.
Na mesma linha de argumentação encontra-se o estudo de Ackermann et al.
(2014) sobre a utilização de mapas causais, conjugados com o feedback positivo, para
propiciar aos envolvidos no processo de gerenciamento de riscos concatenando para uma
visão abrangente sobre os riscos inerentes ao projeto.
Análise de cocitação de referência
Para melhor entendimento das pesquisas sobre gerenciamento de risco em
projetos, realizou-se a análise de cocitação de referência com o objetivo de identificar as
principais referências utilizados pela amostra de 188 artigos sobre o tema. A partir da
cocitação realizada pelo software Wosviewer (Figura 8), nota-se que as referências estão
agrupadas em quatro clusters.
61
Figura 8 – Referências agrupadas em quatro clusters
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
O Cluster 1 (vermelho) é composto de 33 referências, e a principal referência
utilizada neste cluster é o Guia PMIBOK (2013). Os estudos tiveram como foco os riscos de
projetos em construção na China, evidenciando a necessidade de que todos os envolvidos
nos projetos devem assumir a responsabilidade pelos riscos do projeto (ZOU; ZHANG;
WANG, 2007). Outros temas, abordados nesse cluster por Jaafari (2001), são: a adoção de
estratégias para gerenciamento de riscos, o gerenciamento em tempo real dos riscos, o ciclo
de vida do projeto e a extrapolação da análise do risco do projeto em relação a prazo e
orçamento.
O desempenho em diferentes tipos de projetos também se destacou nesse cluster.
Segundo Assaf e Al-Hejji (2006), as causas dos atrasos nos projetos é a causa mais comum
nos projetos analisados e consiste das solicitações de mudanças no decorrer do projeto.
Faridi e El-Sayegh (2006) desenvolveram um estudo sobre os aspectos
relacionados aos atrasos nos projetos, dando ênfase a centralidade no tempo, custo, qualidade
e segurança, buscando evidenciar os efeitos dos atrasos nos projetos na área de construção
civil, apontando para a importância do setor no Produto Interno Bruto (PIB) de um país. As
principais causas encontradas relativas aos atrasos dos projetos na construção civil estão na
fase de aprovação, devido à inadequação do planejamento em decorrência de sua
62
precocidade, demora por parte dos proprietários na escolha e decisão sobre o projeto
(FARIDI; EL‐SAYEGH, 2006).
Ressalta-se que o cluster vermelho tem como objetivo a busca pela compreensão
dos fatores inerentes aos riscos nos projetos. As referências analisadas tiveram como
propósito identificar esses fatores nas dimensões de tempo, custo e qualidade.
A composição do Cluster 2 (verde) é um conjunto de 33 referências. Entre as
principais se destaca o estudo sobre os critérios inerentes ao sucesso dos projetos relativos
ao tempo, custo e qualidade, explicitando que esses critérios normalmente são incluídos na
descrição do gerenciamento do projeto e a partir dessa estrutura apresentou uma nova
proposta de critérios em que se propôs incluir os benefícios relativos às partes envolvidas no
projeto (ATKINSON, 1999b).
A diferenciação da abordagem em relação ao gerenciamento de risco no projeto
também é abordada nesse cluster, com o propósito de oferecer um olhar diferente no que
tange às especificidades de cada projeto que levam à necessidade de rever a adoção de
padrões de ações para todos os projetos. Shenhar (2001) afirma que diferentes tipos de
projetos devem ser gerenciados de maneiras diferentes como base no domínio da teoria
tradicional de contingência inserido no mundo mais moderno dos projetos.
Destaca-se também o estudo sobre os impactos no gerenciamento do projeto
concernente aos aspectos financeiros e organizacionais com a proposição de um modelo e
metodologia de maturidade de projetos por meio de um questionário com 148 perguntas,
abrangendo oito áreas de conhecimento e seis fases do projeto, resultando em uma
metodologia comparativa capaz de garantir a solidez dos estudos sobre práticas de
gerenciamento de projetos (IBBS; KWAK, 2000).
Nesse cluster emergiu também o estudo de Cooke-Davies (2002) que investigou,
a partir de estudos empíricos de diversas organizações, resposta a três perguntas para
compreender quais são os fatores para o sucesso do projeto.
O estudo realizado por Carvalho e Junior (2015) teve como objetivo elucidar a
relação entre gerenciamento de riscos e sucesso do projeto, considerando o efeito
contingente da complexidade do projeto. Os autores utilizaram uma abordagem quantitativa,
por meio de estudos de 263 projetos, para verificar o efeito da variável (complexidade do
projeto) na moderação dos demais fatores do gerenciamento de risco do projeto. Observou-
se uma correlação entre os aspectos menos complexo e mais complexo do projeto no
processo de gerenciamento de risco (CARVALHO; JUNIOR, 2015). A composição do
cluster verde encontra-se sustentada nos aspectos relativos aos estudos comparativos, cujo
63
intuito é compreender semelhanças e diferenças relativas ao gerenciamento de risco do
projeto e os fatores que podem influenciar na criticidade e no sucesso.
O Cluster 3 (azul) é composto de 27 referências, entre as quais se destaca o
estudo sobre o gerenciamento de risco com a proposição de avaliar se o gerenciamento de
risco contribui para o sucesso do projeto. os autores buscaram investigar se as premissas nas
quais o gerenciamento de risco se baseia são válidas ou não. O estudo concluiu que uma
premissa que deve ser acrescentada no gerenciamento de risco do projeto, são os atores
envolvidos e suas percepções sobe risco e o sucesso do projeto, sendo essas percepções
possíveis balizadoras do processo de composição da análise do gerenciamento de risco do
projeto (DE BAKKER; BOONSTRA; WORTMANN, 2010).
Outro estudo (BOEHM, 1991) pertencente ao cluster azul, tem como finalidade
evidenciar quais os itens de risco podem ser eliminados antes que se tornem uma ameaça ao
gerenciamento de risco do projeto. O estudo aponta para a constituição de sugestões para
implementação do gerenciamento de risco. Destaca-se também outro estudo (SCHMIDT et
al., 2001) que verificou quais são fatores de riscos comuns ao gerenciamento de projeto.
Westerveld (2003) propôs um conceito unificado entre os estudos dos fatores
críticos e os critérios de sucesso do projeto. O estudo buscou relacionar esses dois aspectos,
desenvolvendo um Modelo de Excelência de Projeto. Em decorrência dessa abordagem
integrada, essa referência se apresenta interconectada com outros clusters do mapa de
cocitação de referência. A composição do cluster azul se encontra balizada nos estudos
voltados para a proposição de ferramentas de previsão dos riscos inerentes ao projeto, bem
como o estabelecimento de uma visão de eliminação dos fatores identificados como
caminhos alternativos para ampliar a potencialidade do sucesso do projeto.
O Cluster 4 (amarelo) é composto de 20 referências. Assim como o cluster
vermelho, os estudos desenvolvidos possuem como referência mais citada a 5.ª edição do
Guia PMIBOK (PMI, 2013), motivo pelo qual se encontram interacionados no mapa. Essa
edição do PMIBOK se destacou em decorrência da criação da área de conhecimento
orientada para a gestão dos Stakeholders, confirmando a necessidade de interlocução de
todos as dimensões que envolvem o gerenciamento do projeto.
Ward e Chapman (2003) investigaram a necessidade de mudança de foco na
abordagem do gerenciamento de risco, sugerindo que ao invés de trabalhar com o foco no
risco, dever-se-ia trabalhar com o foco na incerteza, argumentando sobre a potencialidade
dessa ótica para o aprimoramento no gerenciamento de oportunidades no projeto. Outro
estudo importante neste cluster propôs um modelo de contingência integrativa, visando
64
estabelecer um ponto de ajuste entre o risco do projeto e a forma como ele é gerenciado
evidenciando que quanto mais complexo o projeto, maior a necessidade de uma elevada
capacidade de processamento de informação para o gerenciamento dos riscos do projeto,
evidenciando que quando o orçamento estava estabelecido como critério de desempenho, os
projetos de alto-risco apresentavam níveis elevados de integração interna e planejamento
formal (BARKI; RIVARD; TALBOT, 2001).
O mapa de cocitação de referência se mostrou condizente em relação ao tema de
pesquisa que, embora abordado em contextos diferentes, manteve o objetivo de desvelar,
compreender e propor fatores, ferramentas, abordagens teóricas e estudos comparativos,
voltados para a compreensão desses aspectos no gerenciamento de riscos do projeto,
apontando para a busca de consolidação do tema como alternativa para prover melhores
instrumentos e compreensão sobre o processo de gerenciamento de risco dos projetos.
3.2 Gestão de portfólios e gestão de riscos
Análise dos resultados da bibliometria
Para a realização deste estudo foram analisados 71 artigos bibliométricos nas
áreas de gestão de risco e gestão de portfólio. Porém, foram excluídos 40 artigos, pois não
atingiram os critérios estabelecidos, uma vez que o principal foco era relacionado aos
aspectos financeiros. Assim, a amostra foi composta de 31 artigos. Os estudos que compõem
esta amostra foram publicados nos últimos cinco anos.
Para tanto, serão observadas as publicações de acordo com a cocitação de autores
e referência, além dos artigos, revistas e países mais citados. Para realizar a busca utilizou-
se as palavras-chave “risk management” e “Portfólio management” na base de dados Web
of science. Foram encontrados 67 autores afiliados a 56 instituições em 18 países e em 25
periódicos (Figura 9).
65
Figura 9 – Distribuição por ano
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
Artigo mais citado
A partir das pesquisas realizadas na base Web of Science, observa-se que dez artigos
são mais citados quando se trata do tema gerenciamento de riscos e portfólio (Tabela 4). Dentre
eles se destaca o artigo de Teller e Kock (2013), que buscou evidenciar a escassez dos estudos
sobre gerenciamento de riscos e seu sucesso em um contexto de portfólio de projetos.
Tabela 4 – Ranking de artigos mais citados
N Artigo Citação
1 An empirical investigation on how portfolio risk management influences project
portfolio success (TELLER; KOCK, 2013)
11
2 The influence of business strategy on project portfolio management and its success
– A conceptual framework (MESKENDAHL, 2010)
9
3 Risk Management in Project Portfolios is More than Managing Project Risks: A
Contingency Perspective on Risk Management (TELLER; KOCK;
GEMUENDEN, 2014)
8
4 An integrated framework for project portfolio selection (ARCHER;
GHASEMZADEH, 1999)
7
5 Predicting Project Portfolio Success by Measuring Management Quality – A
Longitudinal Study (Jonas; Kock; Gemünden, 2013) 7
6 Role of single-project management in achieving portfolio management efficiency
(MARTINSUO; LEHTONEN, 2007) 7
7 Project portfolio management in practice and in context (MARTINSUO, 2013) 7
8 Formalization of project portfolio management: The moderating role of project
portfolio complexity (TELLER et al., 2012) 7
9 Portfolio Risk Management and Its Contribution to Project Portfolio Success: An
Investigation of Organization, Process, and Culture (TELLER, 2013) 7
10 Behavior of internal stakeholders in project portfolio management and its impact
on success (BERINGER; JONAS; KOCK, 2013) 6
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
66
Portanto, o estudo examinou como o gerenciamento de riscos influencia o
sucesso do portfólio de projetos. Utilizando uma amostra de 176 empresas, o estudo forneceu
evidências de que a identificação de riscos do portfólio, a formalização do processo de
gerenciamento de riscos do portfólio e a cultura de gerenciamento de riscos influenciam
diretamente a transparência, enquanto a prevenção, o monitoramento e a integração do
gerenciamento de riscos ao portfólio de projetos está diretamente conectada à capacidade de
lidar com riscos (TELLER; KOCK, 2013).
O segundo artigo mais citado foi realizado por Meskendahl (2010), com o
objetivo de estudar a ligação entre estratégia comercial, gerenciamento de portfólio de
projetos e sucesso comercial para fechar a lacuna entre a formulação e a implementação da
estratégia. Com base em uma revisão de literatura, o autor desenvolveu um modelo
conceitual abrangente, considerando orientação estratégica, estruturação do portfólio de
projetos, sucesso do portfólio de projetos e sucesso dos negócios.
De acordo com Teller, Kock e Gemuenden (2014), o gerenciamento de riscos do
projeto visa reduzir a probabilidade de falha do projeto. Para gerenciar os riscos em
portfólios, desenvolveram uma pesquisa que adota uma perspectiva mais ampla do que o
risco individual do projeto pode atingir. Este artigo é o terceiro mais citado no ranking e
mostrou que o gerenciamento formal de riscos no nível do projeto e a integração de
informações de riscos no nível do portfólio estão associados positivamente ao sucesso geral
do portfólio de projetos.
A tarefa de selecionar portfólios de projetos é o tema do quarto artigo. De acordo
com o estudo, existem muitas técnicas disponíveis para auxiliar nesse processo, mas
nenhuma estrutura é integrada para sua execução. Desta maneira, os autores sugerem uma
simplificação do processo de seleção de portfólio de projetos (ARCHER;
GHASEMZADEH, 1999).
Jonas, Kock e Gemünden (2013) propuseram o conceito de qualidade da gestão,
que permite antecipar o sucesso do portfólio de projetos muito antes do momento em que os
critérios de sucesso estabelecidos se tornam mensuráveis. Os autores conceituaram e
validaram empiricamente a qualidade do gerenciamento como um construto
multidimensional, que consiste em qualidade da informação, qualidade da alocação e
qualidade da cooperação.
Martinsuo e Lehtonen (2007) são os autores do sexto artigo mais citado da
amostra, que tem como objetivo examinar como o gerenciamento de projeto único contribui
para a eficiência do gerenciamento de portfólio de projetos. Os resultados revelaram a
67
importância do papel mediador e direto da eficiência do gerenciamento de projetos, mas
rejeitaram o vínculo hipotético entre o alcance das metas do projeto e a eficiência do
gerenciamento de portfólio. Os resultados implicam o entendimento de que os problemas no
nível do portfólio precisam ser considerados como parte dos recursos dos gerentes de projeto
e não apenas como uma preocupação da alta gerência.
O próximo estudo foi desenvolvido por Martinsuo (2013) com a finalidade de
estudar o gerenciamento do portfólio na prática e no contexto por meio de uma revisão da
literatura empírica recente sobre o gerenciamento de portfólio. Como resultado, o artigo
mostrou que, para responder a incertezas e complexidades nos ambientes de negócios, o
gerenciamento de portfólio de projetos pode ser visto como negociação e como
reconfiguração estrutural, além de processos de decisão racionais.
Teller et al. (2012) pesquisaram sobre como a formalização no nível do projeto
interage com a formalização no nível do portfólio, e como essa interação pode impactar o
sucesso. Usando uma amostra de 134 empresas, este estudo mostrou que a formalização de
gerenciamento de projeto único e, da mesma forma, a formalização do gerenciamento de
portfólio estão diretamente conectadas ao sucesso do portfólio. A formalização simultânea
nesses dois níveis oferece um efeito complementar, resultando em um aumento no sucesso
que é mais do que aditivo. Uma análise de contingência confirmou que os efeitos positivos
propostos se tornaram mais proeminentes se a complexidade for alta.
Com o objetivo de entender evidências de uma relação positiva entre o
gerenciamento de riscos e o sucesso do projeto, Teller (2013), por meio de uma revisão da
literatura, desenvolveu um modelo conceitual que destaca os três componentes do
gerenciamento de riscos do portfólio: organização, processo e cultura. Este estudo investigou
a ligação do sucesso do portfólio, mediado pela qualidade do gerenciamento de riscos e,
portanto, fornece princípios para um gerenciamento mais eficaz dos riscos do portfólio.
No décimo lugar se encontra o artigo de Beringer, Jonas e Kock (2013), que
observaram que o comportamento das partes interessadas e seu gerenciamento são fatores-
chave de sucesso no gerenciamento de portfólio de projetos. Sendo assim, este estudo
analisou 197 portfólios de projetos para verificar o efeito da intensidade do engajamento das
partes internas interessadas no sucesso do portfólio de projetos. Foi constatado que a
influência dos gerentes de portfólio é insignificante. No total, este documento mostrou o
efeito diverso das partes interessadas no sucesso do portfólio.
68
Portanto, pode-se perceber, por meio das principais publicações pesquisadas,
uma diversidade de estudos e direcionamentos para a área de gestão de portfólio com foco
nos riscos que podem ocorrer ao portfólio.
Revista mais citada
Entre as revistas mais citadas, dez se destacam em número de citações. O maior
número é da revista Project Management Journal, com 3 artigos e 35 citações (média de
11,67 por artigo). Apresenta-se também em destaque a revista International Journal of
Project Management com maior número de documentos (4), configurando em segundo lugar
em termos de citação média: 7 citações por documento.
Tabela 5 – Ranking de revistas mais citadas
N Revista Q Citação Citação Média
1 Project Management Journal 3 35 11,67
2 International Journal of Project Management 4 28 7,00
3 Ieee Transactions on Engineering Management 1 18 18,00
4 Creativity and Innovation Management 2 15 7,50
5 Journal of Product Innovation Management 1 11 11,00
6 North American Journal of Economics And
Finance 1 10 10,00
7 Business & Information Systems Engineering 1 1 1,00
8 Engineering Management Journal 1 1 1,00
9 Journal of Empirical Finance 1 1 1,00
10 Journal of Risk Finance 1 1 1,00
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
Cocitação de autor
Para mapear a publicações sobre gestão de risco e gerenciamento de portfólio
utilizou-se a análise de cocitação para evidenciar por meio da clusterização os estudos
semelhantes, conforme Figura 10.
69
Figura 10 – Mapa de autores
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
O Cluster 1 (vermelho) é formado por 16 autores. Dentre os estudos, nas
citações mais recorrentes, encontram-se dos autores Archer e Ghasemzadeh (1999), que
pesquisaram sobre as técnicas de seleção de portfólio e a proposição de uma estrutura
simplificada e integrada para sua execução. Este artigo simplificou o processo de seleção do
portfólio de projetos, desenvolvendo uma estrutura que separa o trabalho em estágios
distintos. Cada estágio realiza um objetivo específico e cria entradas para o estágio seguinte.
Benaroch et al. (2007) avaliam a viabilidade da aplicação de uma estrutura de
gerenciamento de risco associada a problemas de investimento em tecnologia da informação
sequencial. Esses problemas envolvem estruturas alternativas de investimento que
apresentam perfis de risco diferentes para a empresa e podem melhorar os retornos dos
projetos associados e o desempenho da organização.
Outro estudo em destaque no cluster vermelho é de Flyvbjerg (2014), que fez
um balanço do gerenciamento de megaprojetos, considerando o campo de estudo como
emergente e extremamente oneroso, com a finalidade de responder questões sobre os
megaprojetos. Como resultado, o autor afirma que a maneira convencional de gerenciar
megaprojetos atingiu um "ponto de tensão", no qual a tradição está sendo desafiada e a
reforma está surgindo.
Seguindo a mesma linha de pesquisa, Turner e Zolin (2012) desenvolveram um
modelo para mensurar o sucesso do projeto a partir da percepção das partes interessadas.
70
Sendo assim, foram identificados fatores de sucesso ou fracasso que podem facilitar a
consecução dos critérios de sucesso, e um conjunto de potenciais indicadores de desempenho
que preveem como as partes interessadas perceberão o sucesso durante a vida útil do produto.
Turner e Zolin (2007) examinaram a interação do estilo de liderança do gerente
de projeto com o tipo de projeto e seu impacto no sucesso. Portanto, o objetivo foi mostrar
que diferentes estilos de liderança têm maior probabilidade de levar a resultados bem-
sucedidos em diferentes tipos de projetos. Um modelo integrado foi desenvolvido para
mensurar a competência intelectual, emocional e gerencial para identificar os estilos de
liderança dos gerentes de projeto.
O Cluster 2 (amarelo) é formado por 12 autores, entre eles o autor Gareis
(1991), que em seu estudo afirma que uma estrutura corporativa e uma cultura apropriada da
empresa orientada a projetos dão suporte ao gerenciamento de projetos únicos e redes de
projetos executados simultaneamente pela empresa. O autor sustenta que para realizar
diferentes tipos de projetos é necessário aplicar abordagens diferenciadas de gerenciamento
de projetos. Desse modo, faz-se necessária uma percepção sistêmica e novos métodos de
gerenciamento de projetos.
De acordo com Unger (2012), os portfólios de projetos são veículos para a
implementação da estratégia. Sendo assim, seu artigo investigou como o término rigoroso
de projetos ruins e problemáticos afetaram a eficácia do portfólio e o papel decisivo da alta
gerência nesse contexto. Como resultado, foi identificado que a qualidade da terminação
afeta positivamente o ajuste estratégico.
Outro estudo pertencente ao cluster amarelo consiste na averiguação da relação
entre a cultura de inovação corporativa e as dimensões do sucesso do portfólio de projetos,
bem como as práticas culturais de nível nacional como moderadoras. Os dados foram
coletados em quatro países diferentes em práticas culturais. Portanto, os resultados sugeriram
que os fatores corporativos devem ser compatíveis com a cultura nacional para elevar o
ajuste e o equilíbrio das carteiras de projetos (UNGER; RANK; GEMÜNDEN, 2014).
O Cluster 3 (azul) é formado por 12 autores, dentre eles Kester, Hultink e
Griffin (2014), para os quais o gerenciamento de portfólios de desenvolvimento de novos
produtos é difícil e pouco se sabe sobre como esse gerenciamento pode melhorar o
desempenho geral da empresa. Portanto, os autores combinaram teoria e descobertas
empíricas anteriores para construir um modelo dos antecedentes e dos resultados do sucesso
do portfólio de desenvolvimento de novos produtos. Os resultados mostraram que todas as
três dimensões da eficácia na tomada de decisões do portfólio (mentalidade, foco e agilidade
71
do portfólio) estão associadas ao alcance das três dimensões do sucesso do portfólio
(alinhamento estratégico, valor máximo do portfólio e saldo do portfólio), o que influencia
o desempenho do mercado.
Kester et al. (2011) afirmaram em seu estudo que a tomada de decisão do
portfólio pode ser mais bem compreendida se for considerada como um sistema integrado
de processos que considera as decisões simultaneamente com outras decisões. De acordo
com as descobertas, processos eficazes de tomada de decisão do portfólio produzem uma
mentalidade de portfólio, concentram esforços nos projetos certos e permitem uma tomada
de decisão ágil em todo o conjunto de projetos do portfólio.
O estudo de Kester et al. (2011) aborda as práticas de gerenciamento de portfólio
e os desafios das empresas contemporâneas. Com base em uma revisão da literatura existente
sobre decisões de seleção, término e exclusão de projetos, realizaram um estudo aprofundado
em empresas multinacionais. Foram identificados três gêneros de tomada de decisão em
gerenciamento de portfólio: formalista-reativo, intuitivo e integrativo. Cada gênero pode ser
descrito por um conjunto exclusivo de práticas de gerenciamento de portfólio. Além disso,
cada gênero precisa superar um conjunto único de desafios.
Blau et al. (2004) propuseram uma abordagem de gerenciamento de portfólio
que seleciona uma sequência de projetos e maximiza os retornos econômicos esperados com
um nível de risco aceitável para um determinado nível de recursos em um novo pipeline de
desenvolvimento de produtos. Para alcançar o objetivo do estudo, um modelo de rede
probabilística de atividades distintas foi usado para capturar todas as atividades e recursos
necessários no processo de desenvolvimento de um novo produto.
Petit e Robson (2010) e Petit (2012) investigaram como a incerteza afeta os
portfólios de projetos gerenciados em ambientes dinâmicos. A pesquisa utilizou uma análise
retrospectiva com a finalidade de contribuir para a melhor compreensão do gerenciamento
de portfólios de projetos que enfrentam incertezas, nas relações entre as fontes de incerteza
em ambientes dinâmicos e os mecanismos de organização adotados implementado pelas
organizações para minimizar seu impacto, capitalizar oportunidades e para identificar
possíveis melhorias nos modelos e padrões do portfólio de projetos.
O Cluster 4 (verde) é formado por 14 autores. Nesse cluster, um dos autores
que mais possuem artigos é Teller (2012, 2013, 2014), cujas pesquisas foram desenvolvidas
por meio de uma investigação empírica sobre como o gerenciamento de riscos do portfólio
influencia o sucesso do portfólio de projetos. Buscaram, ainda, verificar a abordagem do
gerenciamento de riscos nos portfólios de projetos como uma perspectiva de contingência
72
no gerenciamento dos riscos. Outro estudo desenvolvido pelo autor trata do comportamento
das partes interessadas internas no gerenciamento de portfólio de projetos e seu impacto no
sucesso desse gerenciamento.
De acordo com Cooper, Edgett e Kleinschmidt (2001), há uma escassez real de
iniciativas inovadoras nos portfólios de desenvolvimento de negócios. Existe um grande
desafio no desenvolvimento dos projetos de alto risco identificado pelo autor como o
gerenciamento de portfólio. Uma dependência excessiva de ferramentas financeiras favorece
projetos incrementais cujas previsões financeiras são confiáveis, produzindo, no entanto,
uma abundância de projetos pequenos e de baixo custo e uma falha na alocação de recursos
para projetos estratégicos. Segundo o autor, diferentes conjuntos de ferramentas devem ser
usados para avaliar iniciativas inovadoras de alto risco, incluindo baldes estratégicos, valor
comercial esperado e processos de desenvolvimento em espiral. Tudo isso deve ser apoiado
por um clima e uma cultura que proporcionem o apetite por assumir projetos arriscados.
Martinsuo e Lehtonen (2007) examinaram como o gerenciamento de projeto
único contribui para a eficiência do gerenciamento de portfólio de projetos. Os resultados
revelam um papel mediador e direto da eficiência do gerenciamento de projetos, mas
rejeitam o vínculo hipotético entre o alcance das metas do projeto e a eficiência do
gerenciamento de portfólio. Os resultados implicam que o entendimento dos problemas no
nível do portfólio precisa ser considerado como parte dos recursos dos gerentes de projeto,
e não apenas como uma preocupação da alta gerência.
Cocitação de referências
Para melhor entendimento das pesquisas sobre gerenciamento de risco de
projetos de portfólio, realizou-se a análise de cocitação de referência com o objetivo de
identificar as principais referências utilizados pela amostra de 31 artigos sobre o tema. A
partir da cocitação realizada pelo software Wosviewer (Figura 11), nota-se que as referências
foram agrupadas em três clusters.
73
Figura 11 – Referências agrupadas por cluster
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
O Cluster 1 (verde) é composto de 13 referências. A principal referência
utilizada é o trabalho que visa estudar o gerenciamento de risco e o sucesso do projeto
vinculados ao contexto de portfólio para auferir se há uma relação nessa dinâmica (TELLER;
KOCK, 2013). Ainda no contexto do portfólio, Mikkola (2001) analisou a variável
tecnológica como estratégia para gerenciamento de portfólio, em que essa tecnologia tem
por objetivo permitir uma avaliação conjunta, num contexto de portfólio, propiciando aos
gestores avaliar um portfólio de produtos. A autora ainda aponta para a impossibilidade de
dissociação de análise conjunta de projetos e, ao mesmo tempo, o gerenciamento da
capacidade técnica desses projetos.
No contexto estratégico, Meskendah (2010) buscou investigar como a
formulação e implementação da estratégia comercial e gerenciamento do portfólio de
projetos se inter-relacionam para alcançar o sucesso comercial. Para atingir o objetivo do
estudo, a autora propôs um modelo conceitual orientado para a estratégia, estruturação e
sucesso do portfólio atrelado ao sucesso dos negócios.
No contexto do marketing relacionado ao gerenciamento de portfólio de projeto,
emergiu um estudo sobre a relação dessas duas dimensões para a geração de valor,
confirmando uma relação significativa entre gerenciamento de projeto de portfólio e o
gerenciamento do relacionamento como ferramentas de geração de valor (VOSS; KOCK,
2013).
74
Olsson (2008) realizou um estudo comparativo entre gerenciamento de projeto
único com um projeto de portfólio, apontando para duas perspectivas: uma no sentido de
aprendizagem a partir do gerenciamento de risco projeto de portfólio para melhoria do
projeto único, por meio da experiência, e outra para a proposição de que essa metodologia
de comparação permite a identificação de fatores comuns em relação ao gerenciamento de
risco de projetos no que tange à identificação de possíveis problemas a eles associados.
O Cluster 2 (azul) é composto de 11 referências. Entre as principais referências
se encontra o estudo de Engwall e Jerbrant (2003), que investiga a centralidade da variável
alocação de recurso como questão-chave para o gerenciamento de projetos conjuntos. Os
autores observaram diferenças que dependem da área à qual pertence o portfólio de projeto.
Também emergiu um estudo sobre a relação entre os escritórios de gerenciamento
de projeto e escritórios de gerenciamento de portfólio de projetos, em que coordenação e
controle apresentaram uma relação positiva, propiciando um desempenho em termos de
qualidade do gerenciamento do projeto de portfólio, em que esse se apresenta como um
indicador inerente ao sucesso do portfólio (UNGER; GEMÜNDEN; AUBRY, 2012).
Relativos ao sucesso do projeto apresenta-se também o estudo de Teller et al.
(2012), que investigou como a formalização do projeto influencia no desempenho tanto de
projetos únicos como de portfólio. Os autores evidenciaram que havia um efeito de
complementação entre os dois tipos de projeto, único e portfólio, assim como a formalização
no primeiro está diretamente associada ao sucesso do segundo.
O Cluster 3 (vermelho) é composto de 13 referências. Entre elas se destacam o
estudo de Cooper, Edgett e Kleinschmidt (1999), que realizaram um extenso levantamento
com a finalidade de investigar as dificuldades enfrentadas pelo gestores de projetos de
portfólio. Com base nesse levantamento, os autores propuseram um modelo de governança
para suporte aos gestores de projeto de portfólio.
No estudo de Kaiser et al. (2015) foi investigada a relação entre o alinhamento
da estrutura organizacional e o gerenciamento de portfólio de projeto. Os autores apontam
para a necessidade de um alinhamento das duas dimensões para alcançar o sucesso do projeto
de portfólio, e teorizam que para além dos critérios de seleção de projetos de portfólio, o
alinhamento estrutural como antecedente se faz presente nessa relação.
A respeito do profissional de gerenciamento de projetos emergiu o estudo de
Jonas (2010), que buscou evidenciar como o profissional capacitado e consciente de sua
importância no processo de gerenciamento do projeto de portfólio interage, em termos de
75
relação de poder, com o gerente sênior e o de linha, e como essa interação pode impactar
negativa ou positivamente no sucesso do projeto de portfólio.
Em seu trabalho, Archer (1999) propôs uma estrutura integrada que fosse capaz
de auxiliar no gerenciamento do projeto de portfólio no que tange à sua execução. Ele propôs
uma estrutura própria para estágios distintos do gerenciamento do projeto de portfólio,
estando esses inter-relacionados, sem, contudo, criar uma estrutura rígida e impedida de
flexibilização a adequação em cada um dos estágios.
Citação por país
O impacto dos países mais produtivos advém da relação entre a quantidade de
artigos publicados por cada país e quantidade de citações desses artigos (Tabela 6). Dos 18
países identificados, os Estados Unidos se destacam em termos de quantidades de artigos
produzidos com 10 artigos. Contudo, a Alemanha possui maior citação média, apesar da
quantidade menor de artigos.
Figura 12 – Resumo das pesquisas por países
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
Apesar do destaque dos Estados Unidos e da Alemanha pela quantidade de
publicações, nota-se que, analisando as citações médias, a Noruega e França possuem uma
citação média assim como dos Estados Unidos, apesar do número pequeno de publicações.
76
Tabela 6 – Ranking dos países mais citados
N Países Q Citação Citação Média
1 Usa 10 13 1,30
2 Germany 7 70 10,00
3 Australia 3 18 6,00
4 Brazil 3 9 3,00
5 Norway 3 49 16,33
6 South korea 3 10 3,33
7 Turkey 3 1 0,33
8 Canada 2 14 7,00
9 China 2 0 0,00
10 France 2 17 8,50
Fonte: elaboração do autor. Dados da pesquisa.
77
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Serão apresentados neste capítulo a caracterização da pesquisa, os métodos e as
técnicas aplicadas. Além disso, serão expostos esclarecimentos acerca das limitações do
estudo, com o propósito de facilitar o entendimento de todo o seu processo de execução.
4.1 Classificação da pesquisa
Segundo Turrioni e Mello (2012), pesquisar significa, de forma bem simples,
procurar respostas para as indagações propostas. Uma pesquisa é realizada quando se tem
um problema e não se tem informações para solucioná-lo. De acordo com Gil (2010), a
pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao
problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem
que não possa ser adequadamente relacionada ao problema. Ainda segundo o autor, a
pesquisa é definida como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo
proporcionar respostas aos problemas que são propostos. Para Lakatos e Marconi (2010), a
pesquisa é um procedimento formal que, através do uso de métodos de pensamento reflexivo,
constitui o caminho para responder a um problema específico.
Para Minayo (1999), a pesquisa é uma atividade básica das ciências na sua
indagação e descoberta da realidade, constituindo-se em uma atitude e prática teórica de
constante busca, que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. “É uma
atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma
combinação particular entre teoria e dados”. Essa definição a caracteriza como uma atividade
inacabada, pois ao resultado de uma pesquisa não se deve atribuir verdade absoluta, uma vez
que as descobertas são sempre renovadas. Nesse mesmo sentido, Gil (1999) afirma: a
pesquisa tem um caráter pragmático, é um processo formal e sistemático de desenvolvimento
de um método científico.
De acordo com Jung (2011), a produção do conhecimento e a incorporação das
tecnologias inovadoras pelos setores produtivos viabilizam o desenvolvimento sustentável,
pois a inovação é capaz de oportunizar o aumento da produtividade e da competitividade,
78
responsáveis pela geração de novas oportunidades, riqueza, emprego e renda. Deve-se optar
por um tipo de pesquisa do qual se conheça a Natureza, o Objetivo, a Abordagem e o
Procedimento necessário para a sua execução.
Figura 13 – Tipologia da pesquisa – visão tradicional
Fonte: elaboração do autor. Adaptado de Jung (2011).
Ventura (2007) enfatiza que toda pesquisa científica necessita definir seu objeto
de estudo e, a partir daí, construir um processo de investigação delimitando o universo que
será estudado. O pesquisador pode adotar posturas diferentes durante o desenvolvimento da
pesquisa: pode atuar como um observador da realidade com o objetivo de explorar, descrever
e explicar, ou pode optar por resolver problemas ao desenvolver melhorias nos sistemas que
estão sendo investigados, e assim intervir na realidade.
Segundo Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa científica é uma atividade
humana cujo objetivo é conhecer e explicar os fenômenos, fornecendo respostas às questões
79
significativas para a compreensão da natureza. Ainda segundo os autores, o pesquisador
utiliza o conhecimento anterior acumulado e manipula os diferentes métodos e técnicas para
obter um resultado pertinente às suas indagações. Caso o pesquisador opte pela observação,
as ciências tradicionais, que se ocupam da análise, serão suas referências (LE MOIGNE,
1994); caso atue intervindo na realidade, será a design science, caracterizada pela prescrição
e projeção, que irá melhor lhe auxiliar na compreensão do fenômeno estudado (VAN AKEN,
2004).
A ciência tradicional geralmente é subdividida em outras duas ciências: as
ciências naturais, que se ocupam da compreensão de fenômenos ditos complexos e têm uma
abordagem principalmente descritiva e analítica, e as ciências sociais, que focam no ser
humano e suas ações, buscando descrever, compreender e refletir (ROMME, 2003).
A design science é uma ciência que busca projetar e prescrever soluções para
problemas reais, ações que com a ciência tradicional não são passíveis de serem realizadas.
Justamente por apresentar tais características de prescrição e projeto, a design science
engloba áreas como a medicina, a engenharia e a gestão (DENYER; TRANFIELD; VAN
AKEN, 2008; SIMON, 1996).
Apresenta-se, a seguir, um quadro comparativo das ciências:
Quadro 5 – Síntese – ciências naturais, sociais e Design Science
Fonte: elaboração do autor. Adaptado de Dresch (2015).
Esta pesquisa está inserida em um contexto que se divide entre pesquisas
acadêmicas, baseadas em citações técnicas estatísticas de difícil aplicação prática, e a
realidade na qual se insere a maioria das empresas, que definem e desenvolvem seus métodos
e critérios de seleção muitas vezes sem nenhuma base acadêmica, não permitindo sua
replicação e compartilhamento e, por vezes, também não garantindo a tomada da melhor
decisão. Com base nessa definição e conectando a figura clássica da tipologia da pesquisa
introduzindo a Design Science Research, chegou-se à representação da Figura 14.
Características Ciência natural Ciência social Design science
Física, química, biologia Antropologia, economia, Medicina, engenharia, gestão
política, sociologia, história
Entender fenômenos complexos. Descrever, entender e Projetar. Produzir sistemas que ainda
Descobrir como as coisas refletir sobre o ser não existem. Modificar situações
são e justificar o porquê de humano e suas ações existentes para alcançar melhores
serem dessa forma resultados. Focar na solução.
Explorar, descrever, explicar e, Explorar, descrever, explicar e, Projetar e prescrever. Orientar as
quando possível, predizer quando possível, predizer pesquisas à solução de problemas
Áreas ou disciplinas de estudo
Propósitos científicos
Objetivo da pesquisa realizada sob
esse paradigma
80
Figura 14 – Tipologia da pesquisa
Fonte: elaboração do autor.
4.2 Objetivo da pesquisa
Segundo Cervo e Bervian (2007), os objetivos definem a natureza do trabalho, o
tipo de problema e o material a coletar, ou seja, indicam a pretensão do trabalho e os resultados
a serem alcançados pelo pesquisador. Ao classificar a pesquisa de acordo com o objetivo, Gil
(2010) apresenta três categorias de pesquisa: a exploratória, a descritiva e a explicativa. A
pesquisa exploratória é aquela em que o pesquisador busca maior familiaridade com o problema
a fim de torná-lo mais explícito. Cervo, Bervian e Silva (2007) afirmam que a pesquisa
exploratória tem o objetivo de examinar um tema ou um problema pouco estudado.
De acordo com Gil (1999), pode-se dizer que essas pesquisas têm como objetivo
principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto,
bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos
ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem:
• levantamento bibliográfico;
• entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema
pesquisado;
• análise de exemplos que estimulem a compreensão.
81
Pesquisas exploratórias podem surgir sob duas formas: um novo tópico ou um
novo ângulo. Enquanto um novo tópico é uma nova teoria ou ideia a ser explorada, os novos
ângulos são as novas formas de olhar para as coisas, seja por uma perspectiva teórica ou uma
nova maneira de medir dados. Nesse tipo de pesquisa, a informação necessária é vagamente
definida e o processo de pesquisa é flexível e desestruturado. Desse modo, a pesquisa
exploratória funciona como uma tentativa de estabelecer as bases que levarão a estudos
futuros, ou determinar se o que está sendo observado pode ser explicado por uma teoria já
existente (DIANA, 2019).
Dessa forma, conforme as definições de Gil (2010), esta pesquisa pode ser
classificada, se considerados os seus objetivos, como sendo do tipo exploratória, uma vez
que pretende aprofundar a compreensão sobre os fatores de riscos para a priorização dos
projetos a partir dos estudos existentes sobre o tema e, fundamentada neles, propor um
método para apoiar a seleção dos projetos mais alinhados à estratégia da empresa dentro de
um portfólio.
4.3 Abordagem da pesquisa
Segundo Almeida (2011), a abordagem utilizada para a análise dos dados de uma
pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa. A abordagem quantitativa tem como principal
característica o uso de ferramentas estatísticas para o tratamento dos dados, e a qualitativa
apresenta uma subjetividade em suas informações que não pode ser traduzida em números
estatísticos, sendo o ambiente natural a fonte para a coleta dos dados e o pesquisador seu
principal instrumento de coleta.
Segundo Reneker (1993), a abordagem da pesquisa é normalmente definida
como quantitativa ou qualitativa em função do tipo de dados coletados: quantitativos ou
qualitativos. A pesquisa qualitativa é indutiva, ou seja, o pesquisador desenvolve conceitos,
ideias e entendimentos a partir de padrões encontrados nos dados, ao invés de coletar dados
para comprovar teorias, hipóteses e modelos preconcebidos. Já a pesquisa quantitativa
normalmente se mostra apropriada quando existe a possibilidade de medidas quantificáveis
de variáveis e inferências a partir de amostras de uma população.
82
Corroborando, Knechtel (2014) define a pesquisa quantitativa como uma
modalidade de pesquisa que atua sobre um problema humano ou social, que é baseada no
teste de uma teoria e composta de variáveis quantificadas em números, as quais são
analisadas de modo estatístico de modo a determinar se as generalizações previstas na teoria
se sustentam ou não. As informações obtidas em uma pesquisa quantitativa vêm em formato
de números ou de dados que possam ser “transformados” em números. O método
quantitativo é conclusivo, e tem como objetivo quantificar um problema e entender a
dimensão dele. Com relação à abordagem, esta pesquisa é considerada quantitativa, pois
trabalha com as informações e fatos obtidos através de uma amostra composta de todos os
projetos de CAPEX durante o período de 2009 a 2016, objetivando identificar a explicação
do comportamento desses projetos através de fatos mensuráveis, discerníveis e sem
ambiguidade, que posteriormente foram considerados na elaboração do modelo aplicado nos
projetos posteriores a 2017.
4.4 Natureza da pesquisa
Quanto à sua caracterização, esta pesquisa é de natureza aplicada, pois, nas
palavras de Kauark, Manhães e Medeiros (2010, p. 26), “objetiva gerar conhecimentos para
aplicação prática, dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses
locais”.
4.5 Método da pesquisa
Para Saunders, Lewis e Thornhill (2012), o método de pesquisa tem como
objetivo conduzir o pesquisador em sua busca por respostas necessárias ao problema de
pesquisa que se propõe, e a escolha do método é decorrente de um conjunto de
posicionamentos definidos pelo pesquisador do ponto de vista epistemológico. Essas
decisões, em última análise, interferirão na postura do pesquisador em relação à realidade.
Segundo Schwab (2005), o método da pesquisa envolve tanto os procedimentos
83
estabelecidos para a obtenção de casos para estudo quanto a determinação das formas
utilizadas para angariamento de dados relativos a esses casos.
Conforme Marconi e Lakatos (2010), o método de trabalho define a sequência
de passos lógicos que o pesquisador vai seguir a fim de alcançar os objetivos da sua pesquisa.
Segundo os autores, o método é “o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com
maior segurança e economia, permitem alcançar o objetivo, conhecimentos válidos e
verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do
cientista”.
A investigação científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais
e técnicos (GIL, 1999) para que seus objetivos sejam atingidos. Esses procedimentos são
conhecidos como método científico, que se trata de um conjunto de processos ou operações
mentais que devem ser empregados na investigação. Para Moresi (2003), é a linha de
raciocínio adotada no processo de pesquisa.
Existem várias maneiras de se conceituar método sem que haja necessidade de
se adotar apenas uma das definições. O importante é entender o verdadeiro significado de
método científico, para que se possa, no momento seguinte, saber o que ele representa
naquela pesquisa (SILVA, 2015). Na pesquisa científica, a consolidação do modelo teórico
é uma etapa fundamental. Para tanto, o pesquisador deve mergulhar fundo no referencial
teórico que lhe serve de base e construir o seu próprio modelo. Conforme indica Fleury
(2011), teorias ou modelos são concebidos inter-relacionados e, por isso, se faz necessário
entender outros modelos em detalhe para estruturar e propor o próprio modelo. Além disso,
Fleury (2011) argumenta que não é demérito que a pesquisa se apoie em modelos
desenvolvidos por outros autores, pois isso é esperado de um pesquisador. Durante a análise
de outros modelos, o autor destaca a importância de prestar atenção aos métodos de pesquisa
usados nos textos de referência, pois podem dar subsídios a escolhas do método. Portanto, o
modelo teórico deve ser novo, importante, interessante, original, revelar um conhecimento
novo, além de obrigatoriamente ser teórico, ou seja, embasado na teoria existente.
Nesse sentido, o procedimento da pesquisa foi subdividido nos dois tópicos
apresentados na sequência: pesquisa bibliográfica e métodos de pesquisa.
84
4.5.1 Pesquisa bibliográfica
De acordo com Gray (2012), antes de começar a pesquisa de campo é importante
que seja feita a revisão bibliográfica, para fundamentar a base teórica a respeito do fenômeno
a ser estudado. Gil (2010) complementa que nessa etapa o pesquisador tem a possibilidade
de adquirir mais familiaridade com a área de estudo.
Segundo Marconi e Lakatos (2009), a pesquisa bibliográfica permite que aquilo
que foi dito, ou escrito, a respeito de determinado tema possa ser estudado sob um novo
enfoque, possibilitando inclusive novas descobertas sobre o assunto.
Para o presente trabalho, a pesquisa bibliográfica foi escolhida como suporte
para iniciar o entendimento do problema que seria tratado, dando o suporte científico
necessário para além da delimitação da pesquisa. O estudo foi desenvolvido com base em
material já elaborado, constituído principalmente de artigos, dissertações, teses, livros,
manuais e normas.
4.5.2 Métodos de pesquisa
O método científico busca descobrir a realidade dos fatos, e esses, ao serem
descobertos, devem guiar o uso do método. Entretanto, ressalta-se que o método científico é
apenas um meio de acesso: só a inteligência e a reflexão descobrem o que os fatos realmente
são. O método científico segue o caminho da dúvida sistemática, metódica, que não se
confunde com a dúvida universal dos céticos (CERVO; BERVIAN, 1996).
Esta pesquisa tem como um dos objetivos a adoção da Design Science Research como
método de pesquisa. Foi escolhido o conceito introduzido em 1969 pelo pesquisador Herbert
Simon, ganhador do prêmio Nobel de Economia de 1969.
Segundo Manson (2006), para que uma pesquisa possa ser considerada bem-sucedida
em gestão de operações, por exemplo, é necessário que haja contribuição prática para a área
de estudo. O estudo de caso e a pesquisa-ação são métodos fundamentados, essencialmente,
no paradigma das ciências tradicionais, sendo que os objetivos centrais das pesquisas
85
realizadas sob esse paradigma são: explorar, descrever, explicar e, se possível, predizer acerca
de fenômenos ou sistemas existentes (ROMME, 2003; VAN AKEN, 2004).
Para Oliveira e Neves (2019), as ciências tradicionais podem apresentar limitações
quando se deseja estudar o projeto, a construção ou a criação de um novo artefato, ou mesmo
realizar pesquisas orientadas para a resolução de problemas. Por outro lado, a Design Science
Research (DRS) é um método fundamentado no paradigma de Design Science, ciência que
se ocupa do projeto – ou, ainda, da solução – de novos sistemas. O método DSR é orientado
à resolução de problemas (MYERS; VENABLE, 2014; MARCH; STOREY, 2008). O papel
da pesquisa, nesta área, além de produzir conhecimento teórico, é gerar um conhecimento
que apoie os profissionais na realização de suas atividades práticas dentro das organizações.
No Quadro 6 é possível verificar a diferença entre os métodos.
Quadro 6 – Características do estudo de caso, pesquisa-ação e Design Science Research
Fonte: elaboração do autor. Adaptado de Dresch et al. (2015).
Segundo Dresch et al. (2015), o artefato na Design Science representa o conceito
de solução e é avaliado a partir de critérios relacionados à capacidade pragmática, ou seja,
de gerar valor ou utilidade. Define-se artefato como a organização dos componentes do
Características Estudo de Caso Pesquisa-ação Design Science Research
Ciências tradicionais Ciências tradicionais Design Science Research
(natural e social) (natural e social)
Auxiliar na compreensão Resolver ou explicar problemas Desenvolver artefatos que
de fenômenos complexos. de um sistema gerando permitam soluções satisfatórias
Testar ou criar teorias conhecimento tanto para a aos problemas práticos.
prática, quanto para a teoria Contribuir para a construção de teorias
(mid-range theories)
Explorar, descrever, explicar e predizer Explorar, descrever, Projetar e prescrever
explicar e predizer
Definir estrutura conceitual Planejar a ação Definir o problema
Planejar o(s) caso(s) Coletar dados Sugerir
Conduzir piloto Analisar dados e Planejar ações Desenvolver
Coletar dados Implementar ações Avaliar
Analisar dados Avaliar resultados Concluir
Gerar relatório Monitorar (contínuo) Comunicar
(Cauchick Miguel, 2007) (Turrioni e Mello, 2012) Manson (2006), Peffers et al . (2007), Takeda et al.
(1990), Vaishnavi e Kuechler (2009)
Constructos Constructos
Hipóteses Hipóteses Artefatos (Constructos, Modelos, Métodos,
Proposições Descrições Instanciações, Design Propositions)
Descrições Explicações
Sobre como as coisas são Sobre como as coisas são ou Sobre como as coisas deveriam ser
ou como se comportam como se comportam
Observador Múltiplo, em função do tipo Construtor e/ou avaliador do artefato
de pesquisa-ação
Não obrigatória Obrigatória Não obrigatória
Base empírica Obrigatória Obrigatória Não obrigatória
Implementação Não se aplica Obrigatória Não obrigatória
Confronto com a teoria Confronto com a teoria Aplicações, simulações, experimentos
com o artefato
Normalmente qualitativa Normalmente qualitativa Pode ser qualitativa e/ou
quantitativa
Situação específica Situação específica Generalizável a uma determinada
classe de problemas
Especificidade dos resultados da
pesquisa
Paradigma epistemológico
Objetivos que podem ser
alcançados
Principais atividades previstas para
a adequada condução da pesquisa
Resultados da pesquisa
Conhecimento gerado
Papel do Pesquisador
Colaboração entre
pesquisador-pesquisado
Avaliação dos resultados obtidos
pela pesquisa
Natureza dos dados
(coleta/análise)
86
ambiente interno para atingir os objetivos de um ambiente externo, e é caracterizado a partir
de objetivos, funções e adaptações. A relação entre essas três características, segundo Simon
(1996), envolve o cumprimento de um propósito, o caráter funcional e o ambiente contextual
de funcionamento. Existem autores, como Sein et al. (2011), que propõem a integração entre
a pesquisa-ação e a Design Science Research em um método denominado por eles de Action
Design Research.
4.6 Modelo proposto
O modelo proposto está ilustrado na Figura 15:
Figura 15 – Modelo proposto
Fonte: elaboração do autor.
• Nível 0: as Gerências apresentam os potenciais projetos e todos são incluídos
em uma lista única para a avaliação da equipe de projetos;
• Nível 1: todos os projetos são avaliados de acordo com a perspectiva Técnica
vs. Estratégico, conforme modelo proposto por Malagutti (2015). Os projetos
aprovados avançam para o próxima etapa;
87
• Nível 2: ROI e PayBack são as métricas utilizadas nesta fase para avaliação
dos projetos;
• Nível 3: os Fatores de Riscos são utilizados para auxiliar na definição da área
de impacto do Negócio. Finalmente,
• Nível 4: através da matriz Complexidade vs. Incerteza é gerada a lista de
projetos a serem priorizados para o ciclo anual.
4.6.1 Descritivo do modelo
O modelo proposto foi idealizado para priorização de projetos através dos fatores
de riscos conforme mencionado anteriormente, e está estruturado através de uma sequência
lógica, onde a equipe de projetos é convidada a analisar os projetos através de um grupo de
perguntas e respostas.
Cada etapa, chamada de RPN (Número de Prioridade de Risco) é composta de
um conjunto de perguntas, e para cada resposta (fator) é atribuída uma pontuação de 1 a 5
pontos. Este conjunto de respostas (fator) é pré-definido e foi baseado nas Lições Aprendidas
com os Projetos executados durante os anos de 2009 a 2016.
O somatório da pontuação dos RPNs é que define quais serão os projetos a serem
priorizados, e consequentemente a composição do Portfólio de Projetos daquele ano.
O ciclo total é composto de cinco etapas de análises consecutivas, sendo que
quatro destas são avaliadas através dos RPNs, conforme mencionado acima, e uma delas está
relacionada com os critérios econômicos e financeiros da empresa: ROI e PayBack.
O somatório destes RPNs gera uma escala cujo range varia entre 20 a 100 pontos.
Com relação à escala, optou-se por uma sequência crescente, ou seja, quanto maior for esta
pontuação, maior a relevância e contribuição do projeto para a empresa. A adoção pelo
somatório dos RPNs se justifica por ser uma operação matemática simples, de fácil
entendimento e execução pela equipe.
88
Figura 16 – Quadro resumo RPN
Fonte: elaboração do autor.
• RPN1: Os resultados da avaliação técnico e estratégico são somados, podendo
alcançar até 10 pontos, porém apenas os projetos priorizados pelo critério do
modelo seguirão para próxima etapa;
• RPN2: O conceito desta etapa está relacionado a identificação do risco nas áreas
definidas como estratégicas para o negócio: Desempenho, Legal & Compliance,
Segurança do Trabalho, Ativos e Financeiro e Mídia e Reputação. Nesta fase, o
racional para escolha é que quanto maior a pontuação maior a relevância do
projeto para a empresa, ou seja, a não execução do projeto pode acarretar
impacto negativo para o negócio. O somatório possível nesta etapa é de 25
pontos e apesar de cada área ter duas perguntas para avaliação, definiu-se que
apenas pergunta com maior pontuação fará a composição do RPN. Esta definição
se justifica em função de garantir a facilidade do uso do modelo proposto.
• RPN3 e RPN4: Ambos estão relacionados com a avaliação do risco. O RPN3
representa a complexidade dos projetos e a incerteza é avaliada através do RPN4.
A avaliação total destes dois parâmetros pode gerar até 65 pontos. Mantendo a
mesma linha de raciocínio, definiu-se que quanto maior for a pontuação para
complexidade, mais favorável será sua execução – em outras palavras, menos
complexo. Para a incerteza, quanto maior for a sua pontuação, maior será a
confiança em sua execução , ou seja, menos incerto é o projeto.
89
Após a análise dos 61 projetos executados pela empresa entre os anos de 2009 a
2016, das discussões em equipe e do estabelecimento dos RPNs, definiu-se que a nota de
corte é 70 pontos. Os projetos avaliados durante o ciclo 2017/2018 e 2018/2019 seguiram
esse critério.
Com relação ao fluxo de aplicação do modelo, foi estabelecido o seguinte ritual
de gestão (Figura 17):
Figura 17 – Resumo do fluxo de gestão
Fonte: elaboração do autor.
O ponto de partida é no Portfólio Day, evento estabelecido com frequência anual,
onde as Gerências apresentam sugestões dos projetos a serem priorizados para o ano
seguinte. Durante o evento é feita uma breve explicação de cada projeto, destacando o escopo
macro, a baseline, além de uma prévia análise econômico-financeira.
Após essa etapa, os projetos pré-selecionados avançam para a avaliação da
equipe de projetos, a qual tem a responsabilidade de aplicar o modelo de análise de fatores
de risco para priorização dos projetos.
Os projetos aprovados após aplicação do modelo são validados com a alta
liderança para comporem o portfólio anual. Na sequência, seguem para a etapa de
planejamento e execução, a qual não será retratada por não fazer parte dos objetivos desta
pesquisa.
90
5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES
Este capítulo tem o objetivo de apresentar o modelo proposto em um ambiente
empresarial, permitindo analisar o comportamento das variáveis e utilizar os resultados para
suportar a etapa de encerramento. Para garantir o rigor da pesquisa serão adotados os
conceitos de validade e confiabilidade recomendados pelas diretrizes de Hevner (2004).
5.1 Empresa
A pesquisa tomou o direcionamento da análise de dados reais de uma empresa cujo
seu portfólio de produtos é voltado para itens relacionados ao bem-estar das pessoas. A
empresa é uma multinacional de vendas direta e marketing multinível, fundada nos Estados
Unidos e, de acordo a Direct Selling News, é uma das maiores empresas do gênero no
mundo. No Brasil é uma das indústrias líder no mercado em que atua, busca criar valor para
a sociedade como um todo, gerando resultados integrados nas dimensões econômica, social
e ambiental. Acredita que resultados sustentáveis são aqueles alcançados por meio de
relações de qualidade e, por isso, busca manter canais de diálogo abertos com todos os
públicos com quem tem contato, em um exercício contínuo de transparência.
A operação fabril da empresa no Brasil é composta de aproximadamente 400
funcionários, operando em uma estrutura matricial composta de oito gerências. A empresa
adota uma tipologia própria para seus projetos, os quais são classificados em Pesquisa &
Desenvolvimento, Infraestrutura, Programas Corporativos, Manutenção, Melhoria
Contínua, Serviços & Legislação, entre outros. Esses projetos atendem a fluxos de processos
e trabalhos pré-definidos e são organizados e registrados por meio de sistema de gestão de
projetos próprio. Os projetos são liderados por diferentes pessoas e podem ser internos,
externos e transversais dentro da organização.
A formação desses gestores é bastante heterogênea e em sua maioria não possuem
formação em gerenciamento de projetos. O apoio a esses profissionais é feito por duas das
gerências: Manutenção & Engenharia e Financeira, as quais acompanham os projetos
orientando e garantindo o atendimento aos requisitos e protocolos internos. Apesar de alguns
91
processos estarem estabelecidos, o principal viés é em relação as questões financeiras e está
relacionada ao uso do recurso. A organização não possui práticas sistematizadas gerando
desdobramentos diferentes das ações durante a condução das atividades.
5.2 Construção das lições aprendidas
Como ponto de partida, todos os projetos de Investimento em Bens de Capital
(CAPEX) executados pela empresa durante o período de 2009 a 2016 foram considerados
nesta pesquisa. A amostra é composta de 61 projetos, totalizando R$ 31,5 milhões investidos
(Figura 18), e a escolha do período da amostragem e tipo de projeto se justifica em função
do período de implantação dos critérios financeiros para seleção dos projetos pela empresa,
além de ser a melhor documentação disponível para análise de Lições Aprendidas.
Figura 18 – Distribuição dos projetos
Fonte: elaboração do autor.
De acordo com Choo (1998), sobre o conhecimento de uma organização, 80%
estão guardados na cabeça dos colaboradores no que diz respeito ao conhecimento adquirido
através de experiência (tácito), mas não estão registrados. Os outros 20%, apenas um quinto,
estão arquivados e organizados de forma estruturada. A relevância de praticar Lições
Aprendidas é de se evitar a repetição de erros e que os acertos possam ser executados
novamente, evitando a perda de conhecimento produzido pela equipe envolvida em sua
92
execução, permitindo que seus registros sistematizados se tornem ativos de processos
organizacionais para a empresa, além de ser uma das boas práticas em gerenciamento de
projetos.
Heldman (2005) sugere que práticas ou formas descobertas de se melhorar uma
ação, quer seja em processos, problemas de comunicação ou qualquer informação que
auxilie no planejamento ou execução de um atividade ou possa contribuir com que se tenha
um desempenho melhor em um próximo projeto – devem ser registradas como lição
aprendida. Para Kerzner (2011), nem tudo que é coletado pode ser considerado uma lição
aprendida de utilidade para organização. É importante que a organização tenha critérios pré-
estabelecidos para determinar o que, efetivamente, deva ser considerado uma lição aprendida
e quem realizará esta análise.
Para a execução das Lições Aprendidas foi criado um documento interno para
registro de todo o conhecimento adquirido ao longo da execução do projeto, identificando
os pontos positivos e os aspectos que precisam ser melhorados através da categoria dos
projetos, descrição da lição, tipo de consequência: positiva ou negativa, detalhamento das
ações tomadas, investimento necessário etc. Cabe ressaltar que a revisão desses 61 projetos
exigiu dedicação da equipe e dos especialistas, num processo longo que durou
aproximadamente 6 meses, considerando os registros disponíveis e a forma como as
informações estavam estruturadas e disponíveis. Para os projetos implantados após 2017, o
processo se tornou mais fácil após a implantação da documentação e estabelecimento da
rotina, permitindo maior fluidez na execução da prática. O tema não será explorado e a
documentação não será compartilhada pois não é o foco desta pesquisa.
Apenas como exemplo, foi estabelecido um conjunto de perguntas abertas,
adaptadas de Kerzner (2011), que permitiram reflexões:
• O que funcionou bem no projeto? Poderia ter sido feito ainda melhor?
• Quais os problemas que foram encontrados e como foram solucionados?
• Quais expectativas foram cumpridas e quais não?
• Em que fomos bem-sucedidos e por quê? (Perspectivas interna e externa.)
• Aonde falhamos, por que e quais foram as consequências?
• Houve imprevistos ou surpresa negativas / positivas?
• O cronograma necessitou de ajustes? Quais foram e por que foram realizados?
• O planejamento necessitou de ajustes? Quais foram e por que foram
realizados?
93
• O processo de gerenciamento de mudanças foi efetivo? O que poderia ter
funcionado melhor?
• Que dinâmicas de equipe e estratégias de comunicação poderiam ter sido
utilizadas para um desempenho ainda mais eficaz?
• Os objetivos do projeto foram atingidos? Que mudanças poderiam ser
propostas para projetos semelhantes no futuro?
• Existem processos internos que podem ser melhorados para atender as
expectativas do cliente/projeto? De que forma?
• O que é necessário para assegurar que as expectativas sejam atendidas em um
próximo projeto?
• O que é necessário para assegurar que falhas não sejam repetidas em um
próximo projeto?
• Que experiências importantes ocorreram durante o projeto?
Após a análise desses projetos foi possível identificar uma lista com as principais
causas que contribuirão para o insucesso. Entre elas se destacam:
• estimativas mal elaboradas, baseadas em “experiência pessoal”;
• vários responsáveis com objetivos conflitantes;
• planejamento inadequado,
• falta de identificação e avaliação dos riscos,
• estimativas de baixa qualidade,
• falta definição de funções e responsabilidades,
• falta de um número suficiente pessoal capacitado,
• falhas de comunicação e fluxo de informações,
• localização geográfica / área remota,
• dependência e falha na seleção de fornecedores,
• lentidão para tomada de decisão,
• baixa produtividade da equipe,
• falhas na execução e acompanhamento das ações,
• baixa performance de subcontratados,
• saída e substituição de integrantes da empresa.
Para analisar as Lições Apreendidas e entender o comportamento desses
projetos, foi adotada a ótica das variáveis do Triângulo de Ferro: Tempo, Custo e Escopo
94
como proposto em um dos objetivos desta pesquisa. Segundo Weaver (2007), o Dr. Martin
Barnes (Reino Unido) descreveu pela primeira vez o “Triângulo de Ferro” do tempo, do
custo e da entrega (escopo certo com a qualidade correta) num curso que desenvolveu em
1969 chamado de “Prazos e Custos no Controle de Contratos”. O triângulo de ferro permite
visualizar a consequência das decisões e as restrições, considerando que todos os aspectos
de um projeto são interligados e que na maioria das vezes não é possível alterar um deles
sem afetar os demais, trade-off das escolhas.
Resumidamente, após a avaliação dos 61 projetos, identificou-se que houve
gastos extras de aproximadamente 20% nos custos totais destes projetos, totalizando um
desembolso total no período de R$ 38 milhões. Com relação à dimensão tempo, 83,6% dos
projetos avançaram o período para implantação, necessitando em média de 23 meses para a
conclusão frente aos 12 meses estabelecidos como padrão. Com relação à performance do
escopo, não foi possível resgatar todas as informações devido à escassez de registros para
uma análise detalhada que permitisse as devidas comparações, e por este motivo esta
dimensão foi desconsiderada. Porém, todos os projetos estão implantados e em operação na
empresa. Com base nos comentários acima, a variável tempo de implantação do projeto foi
selecionada como a variável a ser comparada para avaliação de eficácia do modelo proposto.
5.3 Aplicação do modelo de priorização: técnicos x organizacionais
Paralelamente a essas ações, o modelo proposto por Malagutti (2015) foi
incorporado ao processo de priorização de projetos, sendo a primeira etapa de seleção.
Dos 61 projetos, foram selecionados 20 para a aplicação do modelo, permitindo
expor sua estrutura, a aproximação da equipe com a ferramenta, favorecendo o aprendizado,
objetivando a redução de falhas e desvios de entendimento para, assim, garantir que a equipe
estará apta a extrair o melhor da metodologia. Ao término desta etapa foi discutida sua
aplicação com a equipe de projetos e foram sanadas possíveis dúvidas. Na sequência, foi
validado o modelo e estabelecido um procedimento operacional. Os dados estão
representados na sequência (Figura 19 e Quadro 7).
95
Figura 19 – Matriz de priorização de projetos
Fonte: elaboração do autor.
Quadro 7 – Mensuração dos 20 projetos selecionados para aprendizado e validação do modelo
proposto por Malagutti
Fonte: elaboração do autor.
Malagutti (2015, p. 21) já afirmou que
muitas pesquisas têm se dedicado a estudar métodos para seleção e
priorização de projetos, entretanto muitas propostas apresentam limitações
e dificuldades de aplicação prática pela alta exigência de dados para
processamento, unilateridade de áreas de aplicação e ausência de visão
estratégica agregada aos projetos propostos na organização. Esta
diversidade de opções de metodologias de priorização sobrecarrega e
96
proporciona insegurança aos executivos da organização que
consequentemente não conseguem utilizá-las de forma eficiente, prática e
segura.
Abordagens transparentes e simples, mesmo que com informações incompletas,
são mais propensas a serem aceitas pelos tomadores de decisão e tendem a produzir melhores
decisões. Alguns comentários feitos pelo grupo sobre a utilização do modelo durante a
reunião de fechamento valem ser registrados: “melhoria de comunicação”; “facilidade no
registro das decisões”; “economia de recursos; maior alinhamento da equipe”; “segurança
na tomada de decisão”; “melhora a assertividade na escolha”.
Após esta etapa da análise Técnica e Estratégica, os projetos classificados
avançam para análise financeira através de critérios internos da empresa: Payback e ROI e
como esses aspectos não fazem parte da proposta da pesquisa (e por questões de sigilo), o
seu conteúdo não será abordado. Porém, fica o registro desta etapa do modelo proposto.
97
Figura 20 – Formulário de avaliação – etapa financeira
Fonte: elaboração do autor.
Os projetos validados financeiramente seguem para a etapa de identificação e
avaliação dos riscos.
5.4 Construção dos fatores de riscos
Nesta pesquisa são discutidos apenas os processos de identificação e de
avaliação de riscos, apesar da contribuição mais ampla do trabalho para empresa tratando
98
das demais vertentes: priorização, resposta e tratamento, comunicação e o monitoramento e
revisão dos riscos. De forma geral, a empresa estabeleceu diretrizes, políticas e práticas para
o tema além do aprimoramento dos seus controles internos. Estabeleceu programas de
treinamentos sobre o tema para os colaboradores, além do estabelecimento de momentos
para verificação do desempenho da estrutura de gestão de riscos em relação ao seu propósito.
Figura 21 – Gerenciamento de riscos
Fonte: elaboração do autor.
Avançando com relação à identificação de riscos, a proposta de pesquisa foi
apresentada à equipe de projetos através de um treinamento sobre os principais temas
relacionados a riscos. Foi estabelecida, desse modo, uma mesma base conceitual sobre o
tema, além do estabelecimento de um senso de inclusão e pertencimento na equipe.
A comunicação constante nesta fase foi fundamental para promover a
disseminação e aderência de todos ao tema, seguindo a ISO 31000 (2018):
O propósito da comunicação e consulta é auxiliar as partes interessadas
pertinentes na compreensão do risco, na base sobre a qual decisões são
tomadas e nas razões pelas quais ações específicas são requeridas. A
comunicação busca promover a conscientização e o entendimento do risco,
enquanto a consulta envolve obter retorno e informação para auxiliar a
tomada de decisão. Convém que uma coordenação estreita entre as duas
facilite a troca de informações factuais, oportunas, pertinentes, precisas e
compreensíveis, levando em consideração a confidencialidade e
integridade da informação, bem como os direitos de privacidade dos
indivíduos.
99
A partir da obtenção dos dados e das informações, foram aplicadas metodologias
de gestão de riscos, conforme os princípios da ISO 31000:2018 e técnicas da IEC
31010:2012.
Figura 22 – Estrutura do processo de gestão de risco
Fonte: adaptada de ISO 31000:2009.
5.4.1 Identificação de riscos
Segundo a ISO 31000:2018, o propósito da identificação de riscos é encontrar,
reconhecer e descrever riscos que possam ajudar ou impedir que uma organização alcance
seus objetivos. É esperado que ameaças e oportunidades sejam consideradas na avaliação,
porém neste momento apenas as ameaças estarão no foco desta pesquisa. Desenvolver as
oportunidades pode ser um dos temas sugeridos para trabalhos futuros.
Nesta etapa foram feitas reuniões de brainstorming com a equipe, tendo como
diretrizes o relatório de planejamento estratégico quinquenal e as informações geradas
através da análise dos projetos de 2009 a 2016. Durante a execução deste processo,
resumidamente, buscou-se identificar de forma estruturada quais serão as áreas impactadas,
ou seja, aquelas que irão sofrer as consequências do efeito. Esta estratificação é importante
para a continuidade da pesquisa durante a fase de análise de correlação entre as variáveis.
Assim, foram adotadas as seguintes categorizações: a) Desempenho; b); Legal &
Compliance; c) Segurança do Trabalho; d) Ativos & Financeiros; e) Mídia & Reputação.
100
Além das áreas, foram estabelecidos dois outros subgrupos – variáveis e impacto
–, sendo este último avaliado com a escala “muito improvável”, “improvável”, “provável”,
“muito provável” e “certo”.
Figura 23 – Formulário – etapa análise – identificação de riscos
Fonte: elaboração do autor.
A análise dos riscos fornece informações importantes para a etapa posterior de
planejamento e resposta ao risco e estão sendo trabalhados internamente na empresa. Porém,
não serão retratados neste capítulo, devido ao sigilo de informação e também por estarem
fora do escopo desta pesquisa.
5.4.2 Avaliação de riscos
A matriz de risco serve para avaliar melhor os riscos envolvidos nos projetos e
que podem ser determinados com base na probabilidade. Geralmente é formada por dois
eixos principais, o de ocorrência e o de impacto sobre um ou mais objetivos do projeto.
Porém, nesta pesquisa, não foi considerado o eixo das ocorrências neste
momento em função da fragilidade das informações históricas. A nova estrutura de coletas
Área Impacto RPN
Áreas de Impacto
Mídia & Reputação
Impacto na imagem da empresa
2
Exposição na mídia
Ativos & Financeiro
Impacto em Infraestrutura
Impactos no orçamento
Ambiente de Segurança do
Trabalho
Impacto em pessoas
2
Impacto no patrimônio
ObservaçõesVariável
Desempenho: Interrupção e
Retomada
Impacto nas operações ou na entrega
2
Impactos na conclusão de projetos ou
programas
Legal & Compliance
Litígios ou multas como consequência
2
Violação de leis, normas ou regulamentos
2
101
de informações permitirá o registro para futura análise dos dados, objetivando o
aprimoramento do modelo proposto.
Para avançar com a avaliação do uso de fatores de riscos foi criada uma matriz
de Complexidade e Incerteza, partindo do trabalho desenvolvido por Pinto, Novaski e
Anholon (2018) e do conjunto de informações geradas através das Lições Aprendidas
referente aos projetos de 2009-2016. Segundo a NBR ISO/IEC Guia 73 (2009), a percepção
de riscos é definida como “a maneira como a parte envolvida percebe o risco com base em
um conjunto de valores ou interesses”, e foi desta forma que a equipe avançou para a
elaboração da avaliação dos riscos. Cabe mencionar que os problemas mais relevantes
identificados na análise desses 61 projetos foram considerados como riscos concretizados,
uma vez que de alguma forma impactaram na performance dos projetos e estes fatores foram
considerados como variáveis relevantes para o momento de seleção dos novos projetos, para
composição do portfólio.
Figura 24 – Análise complexidade x incerteza
Fonte: elaboração do autor.
RPN
8
Área Fator RPN
5
5
5
5
5
5
5
5
40
5
5
5
5
5
Domínio do tema do Projeto:
Dedicação da equipe:
Duração estimada do projeto:
Total Complexidade
Tecnologia aplicada:
Envolve sistemas de informação?
Categoria do Projeto Tecnologia da Informação
Complexidade
Quantidade de Gerências que são clientes do
Projeto:
Envolve órgãos governamentais?
Fonte do Recurso Financeiro:
Validação, execução ou aprovação de processos
e projetos:
Necessidade de importação de equipamentos,
serviços e/ou materiais?
Necessidade de aprovação de clientes ou
fornecedores?
Origem de Recursos (mão de obra)
Investimento necessário
Variável Observações
Incerteza
Análise Complexidade x Incerteza
102
O processo para definição da complexidade foi subdividido em 8 variáveis e o
da incerteza em 5 variáveis, como visto na Figura 22. A escala de fatores está detalhada na
Figura 23.
Figura 25 – Fatores para avaliação de complexidade e incerteza
Fonte: elaboração do autor.
Nesta etapa é preenchido o formulário, gerando um índice de prioridade ao risco
similar ao proposto pela metodologia FMEA. Os critérios de risco foram estabelecidos
alinhados à estrutura de gestão de riscos e personalizados para o propósito específico e o
escopo das atividades em consideração do negócio.
Tanto para identificação como para avaliação dos riscos foi adotado o mesmo
processo de construção de aprendizado feito para o modelo Técnico X Estratégico, através
da avaliação dos mesmos 20 projetos do ciclo 2009 – 2016. Para ambas as etapas, de
identificação e de avaliação, foi possível especificar a quantidade e o tipo de risco que pode
ou não ser assumido em relação aos objetivos, além dos critérios para avaliar a significância
do risco para apoiar os processos de tomada de decisão.
Alguns dos dados e informações gerados durante as análises e a aplicação do
modelo proposto são próprios da empresa, e por questões de sigilo ou de não interesse
acadêmico não foram expostos nesta pesquisa. Foram apresentados apenas os dados que
estão diretamente relacionados ao tema e necessários para a análise e discussão científica.
Impacto nas operações ou na entrega Muito Improvável (1) Improvável (2) Provável (3) Muito Provável (4) Certo (5)
Impactos na conclusão de projetos ou programas Muito Improvável (1) Improvável (2) Provável (3) Muito Provável (4) Certo (5)
Litígios ou multas como consequência Muito Improvável (1) Improvável (2) Provável (3) Muito Provável (4) Certo (5)
Violação de leis, normas ou regulamentos Muito Improvável (1) Improvável (2) Provável (3) Muito Provável (4) Certo (5)
Impacto em pessoas Muito Improvável (1) Improvável (2) Provável (3) Muito Provável (4) Certo (5)
Impacto no patrimônio Muito Improvável (1) Improvável (2) Provável (3) Muito Provável (4) Certo (5)
Impacto em Infraestrutura Muito Improvável (1) Improvável (2) Provável (3) Muito Provável (4) Certo (5)
Impactos no orçamento Muito Improvável (1) Improvável (2) Provável (3) Muito Provável (4) Certo (5)
Impacto na imagem da empresa Muito Improvável (1) Improvável (2) Provável (3) Muito Provável (4) Certo (5)
Exposição na mídia Muito Improvável (1) Improvável (2) Provável (3) Muito Provável (4) Certo (5)
Quantidade de Gerências que são clientes do Projeto: > 3 Gerências (1) 2-3 Gerências (3) Apenas 1 Gerência (5)
Envolve órgãos governamentais? Sim (1) Não (5)
Fonte do Recurso Financeiro: Matriz (1) Próprio (5)
Validação, execução ou aprovação de processos e projetos: Externo (1) Interno (5)
Necessidade de importação de equipamentos, serviços e/ou materiais? Sim (1) Não (5)
Necessidade de aprovação de clientes ou fornecedores? Sim (1) Não (5)
Origem de Recursos (mão de obra) Terceiros (1) Mista (3) Própria (5)
Investimento necessário >R$400k (1) R$100k ≤ x ≤ R$400k (3) <R$100.000 (5)
Tecnologia aplicada: Nova (1) Parcialmente Conhecida (3) Conhecida (5)
Domínio do tema do Projeto: Sim (1) Não (5)
Dedicação da equipe: Parcial (1) Exclusiva (5)
Duração estimada do projeto: >8 meses (1) 4-8 meses (3) 1-3 meses (5)
Envolve sistemas de informação? Sim (1) Não (5)
Incertezas
CO
MP
LEX
IDA
DE
X IN
CER
TEZA
S
IMPACTOS FATOR (PESO)
Complexidade
AN
S
Desempenho:
Interrupção e Retomada
Legal & Compliance
Ambiente de Segurança
do Trabalho
Ativos & Financeiro
Mídia & Reputação
103
Quadro 8 – Resumo da identificação e avaliação de riscos – 2009 a 2016
(continua)
ID CATEGORIA PROJETO
RATIN
G TÉCN
ICO
RATIN
G ESTR
ATÉGICO
RPN1
DESEM
PENHO: IN
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A EQUIPE
DURAÇÃO
SISTE
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E INFO
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TAL
DECISÃO
PESO
1 MELHORIA CONTÍNUA Redutor de Enzima Pasteurizer - CER 4,56 4,23 9Muito
ProvávelImprovável Improvável Certo Improvável 12
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Externo Não Não Mista >R$400k 26
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 1-3 meses Não 19 66
2 PESQUISA & DESENVOLVIMENTOSubstituiçao Variedades Acerola - CER 3,63 4,22 8Pouco
ProvávelImprovável Improvável Provável
Pouco
Provável9 2-3 Gerências Sim Matriz Interno Não Não Própria >R$400k 26 Conhecida Sim Exclusiva >8 meses Não 21 64
3 MANUTENÇÃO RESTAURACAO DAS CASAS DA VILA 1,56 1,17 3Pouco
ProvávelCerto Certo
Pouco
ProvávelCerto 19 2-3 Gerências Sim Matriz Interno Não Não Terceiros
R$100k ≤ x ≤
R$400k 24 Conhecida Sim Exclusiva 4-8 meses Não 23 69
4 PROGRAMAS CORPORATIVOSPROJETO DETECTOR DE METAIS PARA SECADOR CONTINUA DE SPRAY
DRIER3,19 1,94 5 Certo Provável
Pouco
ProvávelImprovável
Pouco
Provável13
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Externo Sim Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 24
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 4-8 meses Não 17 59
5 PESQUISA & DESENVOLVIMENTOPROJETO LAB AG/QA - QA/AG LAB COMPRA DE APARELHOS DO
LABORATORIO DE PESQUISA3,31 1,82 5 Improvável Improvável Improvável Improvável Improvável 5
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Sim Não Própria <R$100.000 36
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 4-8 meses Não 21 67
6 MELHORIA CONTÍNUA PROJETO TITULADOR EQUIPAMENTO INTALADO NA PRODUÇÃO 2,50 1,73 4 Improvável Improvável Improvável Improvável Improvável 5Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria <R$100.000 40 Conhecida Sim Parcial 4-8 meses Não 19 68
7 INFRAESTRUTURAPROJETO INSTALAÇÕES SECADOR CONTINUO AMPLIAÇÃO DA AREA
DE LAVAGEM2,94 1,73 5 Provável Provável Provável Provável Improvável 13 2-3 Gerências Não Matriz Externo Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 26 Conhecida Sim Exclusiva >8 meses Não 21 65
8 INFRAESTRUTURAPROJETO MIGRAÇÃO DE ENERGIA CONSTRUÇÃO DE ESTAÇÃO DE
MEDIÇÃO DE ENERGIA 3,88 2,92 7 Improvável Improvável
Pouco
ProvávelProvável
Pouco
Provável9 > 3 Gerências Não Próprio Interno Não Sim Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 28 Conhecida Não Exclusiva >8 meses Não 17 61
9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PROJETO VOIP MELHORIA EM SISTEMA DE COMUNICAÇÃO 5,00 2,59 8 Certo Provável ImprovávelPouco
ProvávelImprovável 12 > 3 Gerências Não Matriz Externo Sim Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 22 Conhecida Sim Exclusiva 4-8 meses Sim 19 61
10 PESQUISA & DESENVOLVIMENTORefractometro /Refractometer - CER 3,88 2,31 6 ImprovávelPouco
ProvávelImprovável Improvável Improvável 6
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Sim Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 4-8 meses Não 21 63
11 MELHORIA CONTÍNUA TOPICAL IRRIGATION 5,00 4,09 9Pouco
Provável
Pouco
ProvávelImprovável
Pouco
ProvávelProvável 10
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Não Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 34 Conhecida Sim Parcial 4-8 meses Não 19 72
12 MELHORIA CONTÍNUA Harvest - Colhedora 2 - CER 4,56 3,62 8Muito
ProvávelImprovável
Pouco
Provável
Muito
ProvávelImprovável 12 2-3 Gerências Não Matriz Interno Sim Não Própria >R$400k 26
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva >8 meses Não 19 65
13 MANUTENÇÃO REPLACEMENT PIPING ON SPRAY DRYER 2,94 1,73 5 Certo Provável Provável Improvável Improvável 13Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Não Não Mista <R$100.000 34 Conhecida Sim Parcial 4-8 meses Não 19 71
14 PROGRAMAS CORPORATIVOS GMP INSTALLATION UPGRADES 2,06 1,84 4 Certo Certo ProvávelPouco
Provável
Pouco
Provável17 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30 Conhecida Sim Parcial 4-8 meses Não 19 70
15 MELHORIA CONTÍNUA UF UPGRADE CAPACITY INCREASE 4,31 3,67 8 CertoPouco
Provável
Pouco
ProvávelProvável Improvável 13
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Externo Sim Não Mista >R$400k 22
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 4-8 meses Não 21 64
16 MELHORIA CONTÍNUA WATER TREATMENT UPGRADES 4,31 3,48 8 Certo ProvávelPouco
ProvávelProvável Improvável 14 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30
Parcialmente
ConhecidaNão Parcial >8 meses Não 11 63
17 MANUTENÇÃO DECANTOR UPGRADE 3,88 2,97 7 CertoPouco
Provável
Pouco
ProvávelProvável Improvável 13 2-3 Gerências Não Matriz Externo Sim Não Mista >R$400k 20
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 4-8 meses Não 21 61
18 MANUTENÇÃO New Air Compressor 2,50 2,73 5Muito
ProvávelImprovável Improvável
Pouco
ProvávelImprovável 9 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 4-8 meses Não 17 61
19 INFRAESTRUTURA New Extraction Roof Area 2,50 1,17 4 Certo Provável ProvávelPouco
ProvávelImprovável 14 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 73
20 PESQUISA & DESENVOLVIMENTOLAB EQUIPMENT TO SUPPORT THE PHYTOCHEMIC 3,88 2,57 6 Improvável Improvável ImprovávelPouco
ProvávelImprovável 6
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria <R$100.000 40
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 1-3 meses Não 23 75
104
Fonte: elaboração do autor.
ID CATEGORIA PROJETO
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G TÉCN
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ATÉGICO
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A EQUIPE
DURAÇÃO
SISTE
MAS D
E INFO
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RPN TO
TAL
DECISÃO
PESO
1 MELHORIA CONTÍNUA Redutor de Enzima Pasteurizer - CER 4,56 4,23 9Muito
ProvávelImprovável Improvável Certo Improvável 12
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Externo Não Não Mista >R$400k 26
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 1-3 meses Não 19 66
2 PESQUISA & DESENVOLVIMENTOSubstituiçao Variedades Acerola - CER 3,63 4,22 8Pouco
ProvávelImprovável Improvável Provável
Pouco
Provável9 2-3 Gerências Sim Matriz Interno Não Não Própria >R$400k 26 Conhecida Sim Exclusiva >8 meses Não 21 64
3 MANUTENÇÃO RESTAURACAO DAS CASAS DA VILA 1,56 1,17 3Pouco
ProvávelCerto Certo
Pouco
ProvávelCerto 19 2-3 Gerências Sim Matriz Interno Não Não Terceiros
R$100k ≤ x ≤
R$400k 24 Conhecida Sim Exclusiva 4-8 meses Não 23 69
4 PROGRAMAS CORPORATIVOSPROJETO DETECTOR DE METAIS PARA SECADOR CONTINUA DE SPRAY
DRIER3,19 1,94 5 Certo Provável
Pouco
ProvávelImprovável
Pouco
Provável13
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Externo Sim Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 24
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 4-8 meses Não 17 59
5 PESQUISA & DESENVOLVIMENTOPROJETO LAB AG/QA - QA/AG LAB COMPRA DE APARELHOS DO
LABORATORIO DE PESQUISA3,31 1,82 5 Improvável Improvável Improvável Improvável Improvável 5
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Sim Não Própria <R$100.000 36
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 4-8 meses Não 21 67
6 MELHORIA CONTÍNUA PROJETO TITULADOR EQUIPAMENTO INTALADO NA PRODUÇÃO 2,50 1,73 4 Improvável Improvável Improvável Improvável Improvável 5Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria <R$100.000 40 Conhecida Sim Parcial 4-8 meses Não 19 68
7 INFRAESTRUTURAPROJETO INSTALAÇÕES SECADOR CONTINUO AMPLIAÇÃO DA AREA
DE LAVAGEM2,94 1,73 5 Provável Provável Provável Provável Improvável 13 2-3 Gerências Não Matriz Externo Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 26 Conhecida Sim Exclusiva >8 meses Não 21 65
8 INFRAESTRUTURAPROJETO MIGRAÇÃO DE ENERGIA CONSTRUÇÃO DE ESTAÇÃO DE
MEDIÇÃO DE ENERGIA 3,88 2,92 7 Improvável Improvável
Pouco
ProvávelProvável
Pouco
Provável9 > 3 Gerências Não Próprio Interno Não Sim Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 28 Conhecida Não Exclusiva >8 meses Não 17 61
9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PROJETO VOIP MELHORIA EM SISTEMA DE COMUNICAÇÃO 5,00 2,59 8 Certo Provável ImprovávelPouco
ProvávelImprovável 12 > 3 Gerências Não Matriz Externo Sim Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 22 Conhecida Sim Exclusiva 4-8 meses Sim 19 61
10 PESQUISA & DESENVOLVIMENTORefractometro /Refractometer - CER 3,88 2,31 6 ImprovávelPouco
ProvávelImprovável Improvável Improvável 6
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Sim Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 4-8 meses Não 21 63
11 MELHORIA CONTÍNUA TOPICAL IRRIGATION 5,00 4,09 9Pouco
Provável
Pouco
ProvávelImprovável
Pouco
ProvávelProvável 10
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Não Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 34 Conhecida Sim Parcial 4-8 meses Não 19 72
12 MELHORIA CONTÍNUA Harvest - Colhedora 2 - CER 4,56 3,62 8Muito
ProvávelImprovável
Pouco
Provável
Muito
ProvávelImprovável 12 2-3 Gerências Não Matriz Interno Sim Não Própria >R$400k 26
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva >8 meses Não 19 65
13 MANUTENÇÃO REPLACEMENT PIPING ON SPRAY DRYER 2,94 1,73 5 Certo Provável Provável Improvável Improvável 13Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Não Não Mista <R$100.000 34 Conhecida Sim Parcial 4-8 meses Não 19 71
14 PROGRAMAS CORPORATIVOS GMP INSTALLATION UPGRADES 2,06 1,84 4 Certo Certo ProvávelPouco
Provável
Pouco
Provável17 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30 Conhecida Sim Parcial 4-8 meses Não 19 70
15 MELHORIA CONTÍNUA UF UPGRADE CAPACITY INCREASE 4,31 3,67 8 CertoPouco
Provável
Pouco
ProvávelProvável Improvável 13
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Externo Sim Não Mista >R$400k 22
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 4-8 meses Não 21 64
16 MELHORIA CONTÍNUA WATER TREATMENT UPGRADES 4,31 3,48 8 Certo ProvávelPouco
ProvávelProvável Improvável 14 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30
Parcialmente
ConhecidaNão Parcial >8 meses Não 11 63
17 MANUTENÇÃO DECANTOR UPGRADE 3,88 2,97 7 CertoPouco
Provável
Pouco
ProvávelProvável Improvável 13 2-3 Gerências Não Matriz Externo Sim Não Mista >R$400k 20
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 4-8 meses Não 21 61
18 MANUTENÇÃO New Air Compressor 2,50 2,73 5Muito
ProvávelImprovável Improvável
Pouco
ProvávelImprovável 9 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 4-8 meses Não 17 61
19 INFRAESTRUTURA New Extraction Roof Area 2,50 1,17 4 Certo Provável ProvávelPouco
ProvávelImprovável 14 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 73
20 PESQUISA & DESENVOLVIMENTOLAB EQUIPMENT TO SUPPORT THE PHYTOCHEMIC 3,88 2,57 6 Improvável Improvável ImprovávelPouco
ProvávelImprovável 6
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria <R$100.000 40
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 1-3 meses Não 23 75
105
Figura 26 – Fluxo macro – lições aprendidas
Fonte: elaboração do autor.
106
É importante que os critérios de risco reflitam os valores, objetivos e recursos da
organização e sejam consistentes com as políticas e declarações sobre gestão de riscos. além
de serem estabelecidos levando-se em consideração as obrigações da organização e os
pontos de vista das partes interessadas. Esta etapa é considerada durante a avaliação da área
de impacto.
Sobre a formação da equipe que irá atribuir as notas aos projetos, é muito
importante que todos tenham imparcialidade nas decisões, que conheçam e entendam as
prioridades e que estejam engajados com a visão e valores da empresa. Assim, através de
um esforço desta equipe a empresa busca definir seus projetos prioritários.
Após a análise dos dados a proposta foi implementada para os projetos que
seriam selecionados a partir do ano de 2017, ou seja, para o ciclo 2017/2018 e na sequência
2018/2019.
Figura 27 – Modelo proposto na tese
Fonte: elaboração do autor.
Uma proposta para avaliação de novos projetos considerando os fatores de riscos
está em uso desde 2017 sendo aplicada na seleção dos últimos projetos, contribuindo
significativamente para performance dos projetos conforme será evidenciado à frente.
Segundo Weeks (2010),
Dois riscos podem parecer independentes, mas a probabilidade da
ocorrência de um pode mudar caso o outro se materialize; a resposta a um
risco pode alterar as consequências ou a probabilidade de materialização
do outro; ou, a resposta a um risco pode limitar a capacidade do projeto
responder a outro.
Para o autor, na busca por prever todos os possíveis riscos e suas interações que
podem impactar o projeto, pode-se incorrer em uma “paralisia de análise”, ou seja, atingir
um estágio em que não se conseguirá nada de valor prático. O autor sugere que se reconheça
107
a limitação de que não será possível fazer um trabalho perfeito e que qualquer coisa próxima
dessa situação tornará o projeto inviável. Ao invés disto, Weeks sugere que se reúna 80%
das incógnitas, deixe espaços para os riscos ainda não descobertos, siga em frente e os
gerencie conforme surgirem.
5.5 Aplicação do modelo de priorização: fatores de risco
A partir de todo o aprendizado, em 2017 iniciou-se o uso de fatores de risco para
a priorização de projetos, e apenas para facilitar a apresentação dos dados optou-se por
consolidar as informações dos ciclos: 2017/2018 e 2018/2019. O ciclo 2019/2020 foi
desconsiderado, pois o processo de seleção estava acontecendo durante o mesmo período em
que esta pesquisa estava sendo redigida.
Nesta etapa foi preenchido o questionário de todos os projetos referentes aos
ciclos mencionados gerando a plotagem da pontuação no gráfico. Após análise crítica,
conforme critérios estabelecidos, os projetos aprovados avançam para avaliação do segundo
nível – Financeiro.
Apresenta-se, na sequência, um quadro resumo com todos os projetos apresentados
durante o ciclo 2017/2018 e 2018/2019.
Figura 28 – Matriz de priorização de projetos
Fonte: elaboração do autor.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3 Projeto 4 Projeto 5 Projeto 6 Projeto 7 Projeto 8 Projeto 9 Projeto 10 Projeto 11 Projeto 12 Projeto 13 Projeto 14 Projeto 15 Projeto 16 Projeto 17 Projeto 18 Projeto 19 Projeto 20 Projeto 21
Projeto 22 Projeto 23 Projeto 24 Projeto 25 Projeto 26 Projeto 27 Projeto 28 Projeto 29 Projeto 30 Projeto 31 Projeto 32 Projeto 33 Projeto 34 Projeto 35 Projeto 36 Projeto 37 Projeto 38 Projeto 39 Projeto 40 Projeto 41 Projeto 42
Matriz de priorização de projetos
Alta Prioridade
Média Prioridade
Baixa Prioridade
LEGENDA
108
Quadro 9 – Portfólio x Priorização 2017 - 2018
(continua)
PROJETOS X RISCOS
ANS COMPLEXIDADE INCERTEZASTÉC X ESTR
ID CATEGORIA PROJETO
RATIN
G TÉCN
ICO
RATIN
G ESTR
ATÉGICO
RPN1
DESEM
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MADA
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SEGURA
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A
DEDICA
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A EQUIPE
DURAÇÃO
SISTE
MAS D
E INFO
RMAÇÃ
O
RPN4
RPN TO
TAL
DECISÃO
1 Tecnologia da Informação Projeto 1 4,44 2,87 7 Certo Improvável ProvávelMuito
ProvávelImprovável 14
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Externo Não Não Mista >R$400k 26
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 1-3 meses Sim 15 55
2 Serviços & Legislação Projeto 2 5,00 1,75 7 CertoMuito
Provável
Pouco
Provável
Pouco
ProvávelImprovável 14 2-3 Gerências Sim Matriz Interno Não Não Própria >R$400k 26 Conhecida Sim Exclusiva >8 meses Não 21 61
3 Pesquisa & Desenvolvimento Projeto 4 2,55 3,83 6 Certo Provável CertoPouco
Provável
Pouco
Provável17 > 3 Gerências Não Matriz Externo Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 24 Conhecida Sim Parcial 1-3 meses Não 21 62
4 Melhoria Contínua Projeto 6 1,50 4,78 6Muito
ProvávelImprovável
Pouco
Provável
Muito
ProvávelImprovável 12
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Sim Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 28
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 4-8 meses Sim 13 53
5 Melhoria Contínua Projeto 10 5,00 2,25 7 ImprovávelPouco
Provável
Muito
ProvávelProvável
Pouco
Provável12
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 38 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 75
6 Infraestrutura Projeto 12 1,73 4,20 6 Provável Improvável ImprovávelPouco
ProvávelImprovável 8
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria <R$100.000 40 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 73
7 Serviços & Legislação Projeto 13 2,28 3,56 6 ProvávelMuito
ProvávelProvável
Muito
ProvávelImprovável 15
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Não Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 34 Conhecida Sim Exclusiva 4-8 meses Não 23 72
8 Serviços & Legislação Projeto 16 5,00 4,79 10Pouco
ProvávelProvável Certo Improvável Improvável 12 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Terceiros
R$100k ≤ x ≤
R$400k 28
Parcialmente
ConhecidaNão Parcial 4-8 meses Não 13 53
9 Tecnologia da Informação Projeto 17 3,41 2,93 6 ProvávelPouco
ProvávelCerto Improvável Improvável 12 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 4-8 meses Sim 13 55
10 Serviços & Legislação Projeto 18 4,37 5,00 9Muito
Provável
Muito
ProvávelProvável
Pouco
ProvávelImprovável 14
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Terceiros
R$100k ≤ x ≤
R$400k 34 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 73
11 Pesquisa & Desenvolvimento Projeto 19 3,08 5,00 8 Improvável Provável Certo ImprovávelPouco
Provável12 > 3 Gerências Sim Matriz Externo Não Não Mista >R$400k 18 Nova Não Parcial >8 meses Não 9 39
12 Manutenção Projeto 20 4,07 2,90 7 CertoPouco
ProvávelProvável
Muito
ProvávelImprovável 15
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Externo Sim Não Mista >R$400k 22
Parcialmente
ConhecidaNão Exclusiva >8 meses Não 15 52
13 Tecnologia da Informação Projeto 21 4,32 3,16 7Muito
Provável
Pouco
ProvávelProvável
Muito
ProvávelImprovável 14
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 38 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Sim 21 73
14 Serviços & Legislação Projeto 22 3,84 4,80 9Pouco
ProvávelProvável
Muito
ProvávelCerto Provável 17
Apenas 1
GerênciaSim Matriz Interno Não Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 72
15 Melhoria Contínua Projeto 23 5,00 2,84 8 Improvável Improvável ImprovávelPouco
ProvávelImprovável 6
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Sim Sim Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 26
Parcialmente
ConhecidaNão Exclusiva 1-3 meses Sim 15 47
16 Serviços & Legislação Projeto 24 5,00 3,62 9 Certo Provável ImprovávelPouco
Provável
Pouco
Provável13
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Sim Não Própria <R$100.000 36
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 1-3 meses Não 23 72
17 Melhoria Contínua Projeto 26 2,18 4,30 6Pouco
ProvávelImprovável Improvável
Pouco
ProvávelImprovável 7 > 3 Gerências Sim Matriz Externo Sim Sim Terceiros >R$400k 8 Nova Não Parcial >8 meses Sim 5 20
18 Infraestrutura Projeto 27 4,07 4,68 9Pouco
ProvávelImprovável Improvável
Pouco
ProvávelImprovável 7
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria <R$100.000 40 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 72
19 Pesquisa & Desenvolvimento Projeto 28 3,69 3,65 7 ProvávelMuito
ProvávelCerto
Muito
Provável
Pouco
Provável18
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria <R$100.000 40 Conhecida Não Parcial 4-8 meses Não 15 73
20 Tecnologia da Informação Projeto 29 2,95 3,37 6Pouco
ProvávelImprovável Improvável Certo Improvável 10 > 3 Gerências Não Próprio Externo Não Não Própria <R$100.000 32 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Sim 21 63
21 Manutenção Projeto 33 2,17 3,82 6 CertoPouco
ProvávelImprovável
Pouco
Provável
Pouco
Provável12 > 3 Gerências Não Próprio Interno Não Não Mista >R$400k 30
Parcialmente
ConhecidaNão Exclusiva >8 meses Sim 11 53
22 Serviços & Legislação Projeto 35 3,13 4,68 8 ImprovávelPouco
Provável
Pouco
ProvávelImprovável Certo 11 > 3 Gerências Sim Próprio Externo Sim Sim Terceiros >R$400k 12 Nova Sim Parcial >8 meses Sim 9 32
23 Programas Corporativos Projeto 36 3,52 3,71 7Muito
ProvávelImprovável Provável
Muito
ProvávelProvável 15
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Sim Não Própria <R$100.000 32 Conhecida Sim Exclusiva 4-8 meses Não 23 70
24 Tecnologia da Informação Projeto 38 4,50 4,95 9Muito
Provável
Pouco
ProvávelImprovável
Pouco
ProvávelImprovável 10 > 3 Gerências Não Próprio Interno Não Não Mista <R$100.000 34
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 4-8 meses Sim 13 57
25 Serviços & Legislação Projeto 39 4,23 3,71 8Pouco
ProvávelProvável Provável
Pouco
Provável
Muito
Provável14 > 3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Terceiros >R$400k 24 Conhecida Sim Exclusiva >8 meses Não 21 59
26 Pesquisa & Desenvolvimento Projeto 42 4,44 2,22 7Muito
ProvávelImprovável
Pouco
Provável
Muito
ProvávelImprovável 12
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Mista <R$100.000 38 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 75
109
Fonte: elaboração do autor.
PROJETOS X RISCOS
ANS COMPLEXIDADE INCERTEZASTÉC X ESTR
ID CATEGORIA PROJETO
RATIN
G TÉCN
ICO
RATIN
G ESTR
ATÉGICO
RPN1
DESEM
PENHO: IN
TERRU
PÇÃO E
RETO
MADA
LEGAL &
COMPLIA
NCE
SEGURANÇA DO TRABALH
O
ATIVOS E FIN
ANCEIROS
MÍD
IA E REP
UTAÇÃO
RPN2
GERÊN
CIAS
ÓRGÃOS G
OVERNAMEN
TAIS
FONTE
DE RECURSO
FINANCEIR
O
VALIDAÇÃO O
U APROVAÇÃO
IMPORTA
ÇÃO
APROVAÇÃ
O CLIEN
TES O
U
FORN
EC.
MÃO DE O
BRA
INVES
TIMEN
TO
RPN3
TECN
OLOGIA
DOMÍN
IO D
O TEM
A
DEDICA
ÇÃO D
A EQUIPE
DURAÇÃO
SISTEM
AS DE IN
FORM
AÇÃO
RPN4
RPN TOTAL
DECISÃO
1 Tecnologia da Informação Projeto 1 4,44 2,87 7 Certo Improvável ProvávelMuito
ProvávelImprovável 14
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Externo Não Não Mista >R$400k 26
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 1-3 meses Sim 15 55
2 Serviços & Legislação Projeto 2 5,00 1,75 7 CertoMuito
Provável
Pouco
Provável
Pouco
ProvávelImprovável 14 2-3 Gerências Sim Matriz Interno Não Não Própria >R$400k 26 Conhecida Sim Exclusiva >8 meses Não 21 61
3 Pesquisa & Desenvolvimento Projeto 4 2,55 3,83 6 Certo Provável CertoPouco
Provável
Pouco
Provável17 > 3 Gerências Não Matriz Externo Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 24 Conhecida Sim Parcial 1-3 meses Não 21 62
4 Melhoria Contínua Projeto 6 1,50 4,78 6Muito
ProvávelImprovável
Pouco
Provável
Muito
ProvávelImprovável 12
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Sim Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 28
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 4-8 meses Sim 13 53
5 Melhoria Contínua Projeto 10 5,00 2,25 7 ImprovávelPouco
Provável
Muito
ProvávelProvável
Pouco
Provável12
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 38 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 75
6 Infraestrutura Projeto 12 1,73 4,20 6 Provável Improvável ImprovávelPouco
ProvávelImprovável 8
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria <R$100.000 40 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 73
7 Serviços & Legislação Projeto 13 2,28 3,56 6 ProvávelMuito
ProvávelProvável
Muito
ProvávelImprovável 15
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Não Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 34 Conhecida Sim Exclusiva 4-8 meses Não 23 72
8 Serviços & Legislação Projeto 16 5,00 4,79 10Pouco
ProvávelProvável Certo Improvável Improvável 12 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Terceiros
R$100k ≤ x ≤
R$400k 28
Parcialmente
ConhecidaNão Parcial 4-8 meses Não 13 53
9 Tecnologia da Informação Projeto 17 3,41 2,93 6 ProvávelPouco
ProvávelCerto Improvável Improvável 12 2-3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Mista
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 4-8 meses Sim 13 55
10 Serviços & Legislação Projeto 18 4,37 5,00 9Muito
Provável
Muito
ProvávelProvável
Pouco
ProvávelImprovável 14
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Terceiros
R$100k ≤ x ≤
R$400k 34 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 73
11 Pesquisa & Desenvolvimento Projeto 19 3,08 5,00 8 Improvável Provável Certo ImprovávelPouco
Provável12 > 3 Gerências Sim Matriz Externo Não Não Mista >R$400k 18 Nova Não Parcial >8 meses Não 9 39
12 Manutenção Projeto 20 4,07 2,90 7 CertoPouco
ProvávelProvável
Muito
ProvávelImprovável 15
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Externo Sim Não Mista >R$400k 22
Parcialmente
ConhecidaNão Exclusiva >8 meses Não 15 52
13 Tecnologia da Informação Projeto 21 4,32 3,16 7Muito
Provável
Pouco
ProvávelProvável
Muito
ProvávelImprovável 14
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 38 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Sim 21 73
14 Serviços & Legislação Projeto 22 3,84 4,80 9Pouco
ProvávelProvável
Muito
ProvávelCerto Provável 17
Apenas 1
GerênciaSim Matriz Interno Não Não Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 30 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 72
15 Melhoria Contínua Projeto 23 5,00 2,84 8 Improvável Improvável ImprovávelPouco
ProvávelImprovável 6
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Sim Sim Própria
R$100k ≤ x ≤
R$400k 26
Parcialmente
ConhecidaNão Exclusiva 1-3 meses Sim 15 47
16 Serviços & Legislação Projeto 24 5,00 3,62 9 Certo Provável ImprovávelPouco
Provável
Pouco
Provável13
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Sim Não Própria <R$100.000 36
Parcialmente
ConhecidaSim Exclusiva 1-3 meses Não 23 72
17 Melhoria Contínua Projeto 26 2,18 4,30 6Pouco
ProvávelImprovável Improvável
Pouco
ProvávelImprovável 7 > 3 Gerências Sim Matriz Externo Sim Sim Terceiros >R$400k 8 Nova Não Parcial >8 meses Sim 5 20
18 Infraestrutura Projeto 27 4,07 4,68 9Pouco
ProvávelImprovável Improvável
Pouco
ProvávelImprovável 7
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria <R$100.000 40 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 72
19 Pesquisa & Desenvolvimento Projeto 28 3,69 3,65 7 ProvávelMuito
ProvávelCerto
Muito
Provável
Pouco
Provável18
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Própria <R$100.000 40 Conhecida Não Parcial 4-8 meses Não 15 73
20 Tecnologia da Informação Projeto 29 2,95 3,37 6Pouco
ProvávelImprovável Improvável Certo Improvável 10 > 3 Gerências Não Próprio Externo Não Não Própria <R$100.000 32 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Sim 21 63
21 Manutenção Projeto 33 2,17 3,82 6 CertoPouco
ProvávelImprovável
Pouco
Provável
Pouco
Provável12 > 3 Gerências Não Próprio Interno Não Não Mista >R$400k 30
Parcialmente
ConhecidaNão Exclusiva >8 meses Sim 11 53
22 Serviços & Legislação Projeto 35 3,13 4,68 8 ImprovávelPouco
Provável
Pouco
ProvávelImprovável Certo 11 > 3 Gerências Sim Próprio Externo Sim Sim Terceiros >R$400k 12 Nova Sim Parcial >8 meses Sim 9 32
23 Programas Corporativos Projeto 36 3,52 3,71 7Muito
ProvávelImprovável Provável
Muito
ProvávelProvável 15
Apenas 1
GerênciaNão Matriz Interno Sim Não Própria <R$100.000 32 Conhecida Sim Exclusiva 4-8 meses Não 23 70
24 Tecnologia da Informação Projeto 38 4,50 4,95 9Muito
Provável
Pouco
ProvávelImprovável
Pouco
ProvávelImprovável 10 > 3 Gerências Não Próprio Interno Não Não Mista <R$100.000 34
Parcialmente
ConhecidaSim Parcial 4-8 meses Sim 13 57
25 Serviços & Legislação Projeto 39 4,23 3,71 8Pouco
ProvávelProvável Provável
Pouco
Provável
Muito
Provável14 > 3 Gerências Não Matriz Interno Não Não Terceiros >R$400k 24 Conhecida Sim Exclusiva >8 meses Não 21 59
26 Pesquisa & Desenvolvimento Projeto 42 4,44 2,22 7Muito
ProvávelImprovável
Pouco
Provável
Muito
ProvávelImprovável 12
Apenas 1
GerênciaNão Próprio Interno Não Não Mista <R$100.000 38 Conhecida Sim Exclusiva 1-3 meses Não 25 75
110
A Figura 29 ilustra um fluxo simplificado de todo o processo decisório.
Figura 29 – Fluxo simplificado do processo decisório
Fonte: elaboração do autor.
Após a implantação do modelo do uso de fatores de risco para priorização de
projetos, houve uma melhora significativa no período de execução dos projetos, conforme
mostra a Figura 30. É esperado que no final do ciclo de 2020, através de uma base maior de
informações, inicie-se a análise de correlação de variáveis.
Já foram concluídos 7 dos 11 projetos selecionados durante os ciclos 2017/2018,
e os outros 4 estão com previsibilidade de se encerrarem até o fim do mês de dezembro deste
ano.
Figura 30 – Tempo para conclusão de projetos – manufatura
Fonte: elaboração do autor.
111
5.6 Validade da pesquisa
Tendo em vista os conceitos centrais apresentados até o momento, destaca-se
que para se obter uma adequada contribuição, tanto teórica quanto prática, os pesquisadores
que fazem uso da Design Science Research como método de pesquisa devem considerar
alguns elementos essenciais.
Quadro 10 – Elementos essenciais da Design Science Research
Fonte: elaboração do autor.
Para garantir o rigor da pesquisa serão adotados os conceitos de validade e
confiabilidade recomendado pelas diretrizes de Hevner (2004).
5.6.1 Primeira diretriz: design como um artefato
Em relação à produção de um artefato, a pesquisa desenvolveu um modelo
viável, o qual foi construído através de ampla revisão bibliográfica e aplicado em ambiente
real, satisfazendo a diretriz. Foram propostos problemas reais para serem solucionados com
o modelo, trazendo resultados positivos para a empresa após sua implementação.
112
5.6.2 Segunda diretriz: relevância do problema
O modelo proposto foi aplicado para solucionar um problema complexo e de alta
relevância para empresa. A análise de lições aprendidas através de mais de 60 projetos
executados durante o período de 2009 a 2016 foi um dos referenciais utilizados para a
construção do modelo proposto. O modelo possibilita aos gestores enxergar e analisar os
projetos como um todo, ajuda a otimizar a tomada de decisões e, claro, alcançar resultados
mais satisfatórios. Assim, busca pela melhor alternativa para o cenário geral, mesmo que não
seja a mais indicada para um projeto em particular.
A empresa tem uma chance melhor de apostar nos projetos que apresentam baixo
risco e alto potencial de retorno. Além disso, o fato de ter uma noção clara dos riscos
envolvidos a permite traçar um planejamento mais eficiente para lidar com eles, seja
eliminando, mitigando ou transferindo a terceiros. Há uma simplificação das tomadas de
decisão e um aumento da eficiência dos planos, com suporte ao crescimento corporativo.
5.6.3 Terceira diretriz: avaliação do design
A utilidade, qualidade e eficácia do artefato proposto foram demonstradas
através dos resultados alcançados pela empresa após sua aplicação em ambiente real, durante
o processo de seleção dos projetos a serem executados a partir do ano de 2017. Um artefato
de design deve ser rigorosamente demonstrado através de métodos de avaliação bem
executados, e esta etapa é garantida através do Formulário para Avaliação de Projetos
estabelecido pela empresa para os Projetos selecionados, após percorrerem os quatro níveis
de avaliações para o uso de fatores de riscos para priorização.
5.6.4 Quarta diretriz: contribuições à pesquisa
Em relação ao fornecimento de contribuições claras e verificáveis nas áreas do
projeto de artefatos, ampliação dos fundamentos e bases de conhecimentos já existentes, o
113
modelo proposto aproxima as teorias de situações reais. É possível afirmar que a atividade de
construção do modelo propriamente dita permite uma aplicação prática, além da geração de
conhecimento científico sobre como melhorar a eficácia e eficiência dos processos da
organização através da aplicação da Design Science Research.
5.6.5 Quinta diretriz: rigor da pesquisa
Em relação ao rigor do projeto se encontrar na aplicação de métodos rigorosos,
tanto na fase de construção do artefato quanto na sua fase de avaliação em relação aos dados
que se pretende obter e à realidade a ser observada.
O modelo proposto por esta pesquisa está em uso desde 2017, sempre
envolvendo os processos de construir, investigar, avaliar e validar as escolhas dos projetos a
serem priorizados através dos fatores de riscos, satisfazendo completamente a diretriz.
5.6.6 Sexta diretriz: design como um processo de busca
A busca por um artefato eficaz requer a utilização dos recursos disponíveis para
atingir os fins desejados, satisfazendo as leis do ambiente ao qual pertence o problema e o
modelo proposto. Para avaliar essa diretriz, foram considerados como recursos: o tempo
disponível para realizar o projeto, o conhecimento dos profissionais envolvidos e a ampla
revisão bibliográfica. A conversa com os especialistas complementou os fundamentos
estudados, a partir de uma visão multidisciplinar. Enfim, os itens do roteiro estão de acordo
com a proposta da diretriz.
5.6.7 Sétima diretriz: comunicação da pesquisa
Em relação à comunicação eficaz dos resultados da pesquisa Design Science ser
feita conforme o público-alvo, quer para uma audiência orientada à gestão e tecnologia, quer
114
orientada à academia através deste trabalho. Todo o conhecimento gerado durante a
construção desta pesquisa está registrado na empresa, através de procedimentos e políticas
relacionadas a gestão de riscos ou treinamentos sobre o tema estabelecido. Outra evidência
do atendimento a essa diretriz é a própria publicação desta Tese ao público acadêmico,
permitindo a continuidade da construção de conhecimento.
115
6 CONCLUSÕES
A pesquisa teve por objetivo propor um modelo para uso de fatores de risco para
a priorização de projetos por meio de uma pesquisa de natureza aplicada com abordagem
quantitativa em ambiente real e aplicação das diretrizes da Design Science Research.
Para tal, a metodologia proposta foi construída a partir da revisão bibliográfica
sobre projetos, gerenciamento de projetos, portfólio, riscos, gerenciamento de riscos e
Design Science Research. O modelo proposto para a utilização dos fatores de riscos para
seleção de projetos foi baseado em uma amostra composta de 61 projetos executados por
uma empresa multinacional durante o período de 8 anos (2009 a 2016), com investimento
superior a R$ 31 milhões de reais.
Na sequência, o modelo foi utilizado para seleção de projetos e construção do
portfólio nos ciclos 2017/2018 e 2018/2019. Dos 42 projetos submetidos a avaliação neste
intervalo, 11 foram aprovados, com uma redução de mais de 60% no tempo de implantação
dos projetos.
Durante a revisão bibliográfica foi percebido um número significativo de
pesquisas que tratam do tema seleção e priorização de projetos e riscos, porém a maior parte
delas fica apenas no campo teórico em função da dificuldade da aplicação, quer seja pela
falta de patrocínio ou apoio das empresas, quer seja (em sua maior parte) por questões
relacionadas a sigilo ou até mesmo falta de entendimento da real contribuição do tema para
a geração de resultados.
A gestão do risco no contexto da gestão de projetos enfrenta recorrentemente a
dificuldade de aplicação, os gestores não dispõem de uma base sólida de informações, de
dados estatísticos em números e qualidade viáveis, que possam por si só construir inputs ao
processo de gestão de riscos. O modelo proposto incorporou os fatores de riscos não
previstos na literatura estudada no que tange à priorização de projetos. Os fatores
considerados foram baseados em evidências coletadas através da análise de projeto
executadas durante os anos de 2009 a 2016. Dito isto, a presente pesquisa cumpre um dos
seus primeiros objetivos específicos de testar e analisar a aplicabilidade do procedimento
proposto através de um caso real.
116
6.1 Contribuições da pesquisa
Com relação à inovação, uma de suas contribuições está na ampliação da base
de conhecimento atual frente à ausência de estudos abordando o tema DSR, atendendo outro
dos objetivos específicos. Isso confere relevância e ineditismo à proposta, além da
preocupação com problemas práticos da vida real de uma dada organização.
É importante considerar a mutação e o dinamismo dos ambientes e,
consequentemente, seu impacto na aplicação da teoria vs. prática. Ninguém tem tempo para
seguir toda a rotina, toda documentação necessária e depois registrar as lições aprendidas. A
proposta deste trabalho vem de encontro à necessidade de trazer dinamismo ao sistema. Em
uma abordagem pragmática, a DSR não anseia alcançar verdades últimas, definir padrões,
grandes teorias ou leis gerais, mas procura identificar e compreender os problemas do mundo
real e propor soluções apropriadas, úteis, fazendo avançar o conhecimento teórico da área
(HEVNER et al., 2004). A pesquisa em questão trouxe uma solução relevante para a
realidade em questão, através da construção de artefatos.
Apesar de individualidade de cada projeto, pretende-se estabelecer uma base
conceitual onde todos os projetos trabalhem de forma sinérgica, para construir e consolidar
o melhor portfólio de projetos e gerar os melhores resultados. A taxa de sucesso dos projetos
vem caindo com o passar dos anos e isto é explicado por diferentes razões, entre estas, a
concorrência cada vez maior por recursos. De forma geral, todas as atividades empresariais
são tratadas como projetos, e a velocidade de mudança é mais rápida do que o tempo de
execução e implantação. Neste sentido, a principal contribuição desta pesquisa está em
permitir que os executivos possam ser tempestivos com as informações disponíveis quanto
ao risco, preferencialmente alinhados com sua visão de longo prazo, baseando-se em
processos de seleção de projetos estabelecidos, integrando a percepção de risco da equipe
selecionadora, além de uma cultura orientada à gestão do risco.
É percebido o desconhecimento que a maioria da equipe de projetos possui sobre
como o desempenho de suas atividades pode afetar a outros ou a próxima fase de projeto.
Por isso, a adoção das variáveis do triângulo de ferro auxiliará no entendimento da equipe
acerca do relacionamento entre as principais variáveis, permitindo visualizar certas
consequências do trade-off das escolhas nos projetos. A adoção dessas variáveis atende outro
dos objetivos específicos desta pesquisa.
117
6.2 Limitações da pesquisa
A literatura não apresenta um conjunto de melhores práticas para uso de Fatores
de Risco para Priorização de Projetos, sendo que essas práticas serão estabelecidas com a
execução do modelo na própria empresa, e pelo fato da aplicação neste momento ser feita
em um único local pode ser considerado como uma limitação. Porém, as práticas desta
pesquisa são gerais e podem ser utilizadas em outros setores.
O trabalho em equipe, a composição de times multifuncionais, a
descentralização das operações e delegação das atividades, são outros fatores complexos e
extremamente relevantes para o sucesso da gestão. É percebido que o gerenciamento de
riscos prospera mais nos ambientes em que as pessoas podem discutir livremente sobre os
erros e a incerteza. Com a diversidade de formação dos times multifuncionais, é esperado
um sortimento de conhecimento que dará suporte à solução de problemas e tomada de
decisão através de sua complementariedade. Cada participante da equipe se apoia em seu
conhecimento e experiências práticas para desenvolver e decidir sobre um tema, e agindo
assim não será difícil se deparar com diferentes visões e abordagens para um mesmo assunto
ou situação.
6.3 Recomendações para trabalhos futuros
Devido à sua multidisciplinaridade e as várias interações necessárias, a
implantação eficaz dos fatores de riscos para priorização de projetos é algo complexo, mas
os resultados positivos obtidos com a aplicação do modelo encorajam o uso desta
abordagem. Espera-se que este modelo possa ser uma opção que auxilie no momento da
priorização de projetos, permitindo selecionar os mais alinhados à estratégia e os de maior
contribuição para a geração dos resultados. Os temas sugeridos a seguir podem ampliar a
discussão desta pesquisa:
• engajamento da equipe selecionadora;
• avançar os estudos sobre as interações dos riscos. A relação de causa-efeito
que um risco pode gerar em outro, inclusive gerando um novo risco, deve
receber atenção;
118
• estudar a influência do contexto (interno e externo) para tomada de decisão;
• incluir as oportunidades como fator de decisão;
• integração dos sistemas.
119
Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO
10006:2006. Sistemas de gestão da qualidade – Diretrizes para a gestão da qualidade em
empreendimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2000.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/IEC Guia
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143
Apêndice A – Project Charter
144
CÓDIGO: XXXX
Revisão Data
Responsável
pelo Projeto:Área:
Título:
VERSÃO: 00
REVISÃO: XX/XX/2019
PÁGINA: 1 de X
Parte I - Identificação do Projeto
Parte II - Descrição do Projeto
PROJECT CHARTER
ANEXO
Número do
Projeto:
Escopo Macro:
Baseline Situação/Indicador Atual Situação/Indicador Proposto
145
Análise Técnica-Estratégica
RPN
Status do Projeto:
Análise Econômica
Investimento Retorno/Ano Yr 1 Yr 2 Yr 3 Início
Payback Ano Término
ROI Acumulado Tempo
Status do Projeto: Não Aprovado
Parte III - Etapas de Priorização do Projeto
Prazo Estimado:
Data da Pré-
Aprovação:
Retorno Econômico:
5
ValorTipo
Não AprovadoData da Pré-
Aprovação:
0
10
5
Rating Técnico
Rating Estratégico
$
146
Área Impacto RPN
Áreas de Impacto
Mídia & Reputação
Impacto na imagem da empresa
2
Exposição na mídia
Ativos & Financeiro
Impacto em Infraestrutura
Impactos no orçamento
Ambiente de Segurança do
Trabalho
Impacto em pessoas
2
Impacto no patrimônio
ObservaçõesVariável
Desempenho: Interrupção e
Retomada
Impacto nas operações ou na entrega
2
Impactos na conclusão de projetos ou
programas
Legal & Compliance
Litígios ou multas como consequência
2
Violação de leis, normas ou regulamentos
2
147
RPN
8
Área Fator RPN
5
5
5
5
5
5
5
5
40
5
5
5
5
5
25
RPN Final 93
Status Final: Não Aprovado Data de Aprovação:
Análise Complexidade x Incerteza
Envolve sistemas de informação?
Categoria do Projeto Tecnologia da Informação
Complexidade
Quantidade de Gerências que são clientes do
Projeto:
Envolve órgãos governamentais?
Fonte do Recurso Financeiro:
Validação, execução ou aprovação de processos
e projetos:
Necessidade de importação de equipamentos,
serviços e/ou materiais?
Necessidade de aprovação de clientes ou
fornecedores?
Origem de Recursos (mão de obra)
Investimento necessário
Variável Observações
Incerteza
Total Incertezas
Domínio do tema do Projeto:
Dedicação da equipe:
Duração estimada do projeto:
Total Complexidade
Tecnologia aplicada: