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PEDAGOGIA VIOLÊNCIA SIMBÓLICA: O BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR SYMBOLIC VIOLENCE: BULLYING IN THE SCHOOL CONTEXT AMANDA DE SOUZA FERREIRA SARAH DANIELA RODRIGUES DOS ANJOS RENATA ALMENDRA Resumo Introdução: A violência simbólica e o bullying crescem constantemente no contexto escolar, causando diversas preocupações, desencadeando traumas que se manifestam a curto e longo prazo, afetando o do desenvolvimento do aluno. Dessa forma, faz-se necessário saber o conceito e consequências de cada uma delas, conscientizando toda a comunidade escolar para que possa combater tais violências, como o bullying. As escolas exercem um papel fundamental no combate às inúmeras formas de violência e é importante que o assunto seja discutido considerando toda a seriedade que o tema traz. O objetivo geral deste artigo é analisar e identificar as consequências cognitivas e sociais causadas pelo bullying no aluno. Pretende-se, ademais, verificar a posição dos professores diante das violências, enfatizando as consequências que o bullying e a violência simbólica causam nos alunos. Por meio de um questionário aplicado em uma escola pública do DF foi possível verificar ações dos professores diante das manifestações de violência e a frequência com que o bullying acontece atualmente. Palavras-Chave: Bullying; Violência Simbólica; Professor; Escola. Abstract Symbolic violence and bullying constantly grow in the school context, causing diverse concerns, triggering traumas that are manifested in the short and long term, affecting the development of the student. In this w ay, it is necessary to know the concept and consequences of each of them, making the whole school community aware so that it can combat such violence, such as bullying. Schools play a key role in combating the many forms of violence and it is important that the issue is discussed with all due seriousness. The general objective of this article is to analyze and identify the cognitive and social consequences of bullying in the student. It is also intended to verify the position of teachers in the face of violence, emphasizing the consequences that bullying and symbolic violence cause in students. Through a questionnaire applied in a public school in the Federal District, it was possible to verify the actions of teachers in face of manifestations of violence and the frequency with which bullying happens today. Keywords: Bullying; Symbolic Violence; Teacher; School. INTRODUÇÃO Atualmente, as escolas vivenciam um cenário marcado por inúmeras situações de violência, tais como vandalismo, depredação do patrimônio público, brigas e desrespeito dentro do ambiente de ensino. Por esse motivo, a gestão escolar tem buscado maneiras de amenizar esses problemas, inclusive buscando ajuda e parceria com as secretarias de segurança pública para atuar na resolução de conflitos. Neste artigo, buscamos apresentar e discutir uma forma de violência simbólica bastante presente no ambiente escolar e que pode causar consequências negativas no desenvolvimento escolar dos educandos: o bullying. A violência simbólica é caracterizada por uma determinada imposição, seja ela econômica social ou cultural, fazendo com que os indivíduos tenham que se posicionar seguindo critérios e padrões sociais impostos pelos outros. Essa violência vem ocorrendo constantemente dentro da escola, que reflete o quanto as diferenças estão presentes no cotidiano, seja por diferenças étnicas raciais, diferenças religiosas, de gênero, classe social, características físicas, locais de origem, etc. Muitos estão acostumados a conviver com as desigualdades e, infelizmente, as situações de preconceito e discriminação acabam se tornando comuns nas escolas. Consequentemente, as pessoas muitas vezes não percebem os problemas que podem ocorrer por não ser estimulado no cotidiano escolar o respeito ético e cultural, por meio da valorização das diferenças. Assim, o que se vê é o uso das muitas violências entre os alunos, gerando desrespeito e atitudes imorais. Dent ro do ambiente escolar, alguns professores não enfatizam a importância do respeito às diferenças culturais e sociais, não levando em conta o modo de vida de cada um dos seus alunos. As escolas deveriam trabalhar diariamente a inclusão social, trazendo para a sala de aula o respeito e a diversidade cultural, onde os alunos aprendam a conviver com as diferenças. Verifica-se que a violência simbólica está passando despercebida na sociedade e é importante que o aluno encontre no professor um referencial, um ideal. O bullying é um problema crônico e vem se tornando uma prática constante no cotidiano escolar em diversas partes do mundo, crescendo diariamente, tanto em escolas públicas como privadas. Esta é uma forma de violência simbólica que não ocorre somente de aluno para aluno, mas também em diversas relações interpessoais, como de professor com aluno e de aluno com professor, etc. As práticas do bullying são geralmente insultos de uma pessoa para outra, existindo quase sempre o agressor, a vítima e alguma testemunha. Geralmente as vítimas sofrem com diversas agressões verbais ou físicas. As violências verbais são as mais constantes e se configuram em xingamentos e uso de palavras de baixo calão no dia a dia escolar. Dessa forma, apontamos como objetivo Simpósio de TCC e Seminário de IC , 2016 / 2º 2280

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PEDAGOGIA VIOLÊNCIA SIMBÓLICA: O BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR SYMBOLIC VIOLENCE: BULLYING IN THE SCHOOL CONTEXT

AMANDA DE SOUZA FERREIRA

SARAH DANIELA RODRIGUES DOS ANJOS RENATA ALMENDRA

Resumo Introdução: A violência simbólica e o bullying crescem constantemente no contexto escolar, causando diversas preocupações, desencadeando traumas que se manifestam a curto e longo prazo, afetando o do desenvolvimento do aluno. Dessa forma, faz-se necessário saber o conceito e consequências de cada uma delas, conscientizando toda a comunidade escolar para que possa combater tais violências, como o bullying. As escolas exercem um papel fundamental no combate às inúmeras formas de violência e é importante que o assunto seja discutido considerando toda a seriedade que o tema traz. O objetivo geral deste artigo é analisar e identif icar as consequências cognitivas e sociais causadas pelo bullying no aluno. Pretende-se, ademais, verif icar a posição dos professores diante das violências, enfatizando as consequências que o bullying e a violência simbólica causam nos alunos. Por meio de um questionário aplicado em uma escola pública do DF foi possível verif icar ações dos professores diante das manifestações de violência e a frequência com que o bullying acontece atualmente. Palavras-Chave: Bullying; Violência Simbólica; Professor; Escola. Abstract Symbolic violence and bullying constantly grow in the school context, causing diverse concerns, triggering traumas that are manifested in the short and long term, affecting the development of the student. In this w ay, it is necessary to know the concept and consequences of each of them, making the whole school community aware so that it can combat such violence, such as bullying. Schools play a key role in combating the many forms of violence and it is important that the issue is discussed with all due seriousness. The general objective of this article is to analyze and identify the cognitive and social consequences of bullying in the student. It is also intended to verify the position of teachers in the face of violence, emphasizing the consequences that bullying and symbolic violence cause in students. Through a questionnaire applied in a public school in the Federal District, it was possible to verify the actions of teachers in face of manifestations of violence and the frequency with which bullying happens today. Keywords: Bullying; Symbolic Violence; Teacher; School. INTRODUÇÃO

Atualmente, as escolas vivenciam um cenário marcado por inúmeras situações de violência, tais como vandalismo, depredação do patrimônio público, brigas e desrespeito dentro do ambiente de ensino. Por esse motivo, a gestão escolar tem buscado maneiras de amenizar esses problemas, inclusive buscando ajuda e parceria com as secretarias de segurança pública para atuar na resolução de conflitos. Neste artigo, buscamos apresentar e discutir uma forma de violência simbólica bastante presente no ambiente escolar e que pode causar consequências negativas no desenvolvimento escolar dos educandos: o bullying.

A violência simbólica é caracterizada por

uma determinada imposição, seja ela econômica social ou cultural, fazendo com que os indivíduos tenham que se posicionar seguindo critérios e padrões sociais impostos pelos outros. Essa violência vem ocorrendo constantemente dentro da escola, que reflete o quanto as diferenças estão presentes no cotidiano, seja por diferenças étnicas raciais, diferenças religiosas, de gênero, classe social, características físicas, locais de origem, etc.

Muitos estão acostumados a conviver com as desigualdades e, infelizmente, as situações de preconceito e discriminação acabam se tornando comuns nas escolas. Consequentemente, as pessoas muitas vezes não percebem os problemas que podem ocorrer por não ser estimulado no cotidiano escolar o respeito ético e

cultural, por meio da valorização das diferenças. Assim, o que se vê é o uso das muitas violências entre os alunos, gerando desrespeito e atitudes imorais.

Dentro do ambiente escolar, alguns professores não enfatizam a importância do respeito às diferenças culturais e sociais, não levando em conta o modo de vida de cada um dos seus alunos. As escolas deveriam trabalhar diariamente a inclusão social, trazendo para a sala de aula o respeito e a diversidade cultural, onde os alunos aprendam a conviver com as diferenças. Verifica-se que a violência simbólica está passando despercebida na sociedade e é importante que o aluno encontre no professor um referencial, um ideal.

O bullying é um problema crônico e vem se tornando uma prática constante no cotidiano escolar em diversas partes do mundo, crescendo diariamente, tanto em escolas públicas como privadas. Esta é uma forma de violência simbólica que não ocorre somente de aluno para aluno, mas também em diversas relações interpessoais, como de professor com aluno e de aluno com professor, etc.

As práticas do bullying são geralmente insultos de uma pessoa para outra, existindo quase sempre o agressor, a vítima e alguma testemunha. Geralmente as vítimas sofrem com diversas agressões verbais ou físicas. As violências verbais são as mais constantes e se configuram em xingamentos e uso de palavras de baixo calão no dia a dia escolar.

Dessa forma, apontamos como objetivo

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geral deste trabalho identificar as consequências cognitivas e sociais causadas pelo bullying no aluno. Dentre os objetivos específicos, destacamos: verificar a posição do professor diante das constantes violências no cotidiano escolar, analisando quais são as atitudes que este realiza frente às práticas de bullying; analisar o índice de violências em uma escola pública; verificar em que situações ocorrem as relações de conflitos entre professor e aluno, e aluno e aluno em sala de aula; identificar os motivos pelos quais a violência simbólica passa despercebida no contexto escolar.

O tema “Violência simbólica: bullying no contexto escolar” foi escolhido após ser verificado por meio dos estágios obrigatórios que as violências ocorrem constantemente no cotidiano escolar e, erroneamente, é considerada uma característica da interação interpessoal dos alunos. Diante de tantas evidências de bullying e suas consequências, raramente se aplicam ações educativas intencionais voltadas para a prevenção e a conscientização dos alunos. É importante que este tema seja ativamente trabalhado dentro da comunidade escolar para que assim as consequências possam ser consideravelmente amenizadas, incentivando a tolerância e o respeito às diferenças.

É necessário que no curso de pedagogia os futuros docentes tenham consciência do que a violência simbólica e o bullying podem causar em seus alunos a curto e longo prazo, para que haja uma relevância em discutir abertamente esse tema e não sejam ignoradas as ações dos agressores dentro das escolas.

Este trabalho de pesquisa tem como principal interesse mostrar as consequências que a violência simbólica e o bullying podem causar às vítimas, e como pode influenciar no processo de ensino aprendizagem e interação interpessoal. Bullying é um assunto que vem se popularizando a cada dia pelo fato de ser um ato que ocorre no cotidiano das crianças e que pode acarretar em problemas graves, tanto na vida acadêmica quanto na vida pessoal e ps íquica do aluno.

A pesquisa realizada para a elaboração deste artigo foi composta por duas partes. Primeiramente foi feito um estudo bibliográfico para possibilitar um embasamento teórico sobre o tema por meio de livros, artigos cient íficos e reportagens. A intenção foi de buscar um aporte teórico sobre as causas que ocasionam a violência e o bullying escolar, verificando as possíveis soluções que o professor e a escola podem buscar para o enfrentamento e a prevenção desta prática. Foi realizada também uma pesquisa de campo em uma escola pública localizada no Recanto das Emas, com a aplicação de questionários aos professores atuantes no ensino fundamental I.

Da violência simbólica ao bullying

Quando se fala em bullying escolar, é impossível não falar no nome do pesquisador e psicólogo sueco Dan Olweus. Ele ficou conhecido como o primeiro autor a apresentar estudos e pesquisas sobre o fenômeno bullying nas escolas. Atuando como professor de psicologia na Universidade de Bergen, Olweus foi pioneiro nas pesquisas nessa área e responsável por introduzir uma campanha antibullying nas escolas da Noruega. (SANTOS, 2007)

Mesmo não tendo interesses específicos na instituição escolar, Olweus iniciou seus estudos na década de 1970 e realizou pesquisas em uma escola tendo como foco os graves problemas ocasionados pela prática do bullying entre as vítimas e os agressores. As instituições de ensino começaram a se preocupar com essa questão somente quando ocorreu o suicídio de três alunos, quando acreditavam que o motivo teria sido o bullying.

Através de questionários introduzidos para pais, professores e alunos, Olweus conseguiu realizar um levantamento de dados de ocorrências e finalidades do bullying. Tal prática fez com que diversos países realizassem o mesmo procedimento na busca de propor comparações entre os países em que foram aplicados os questionários.

Desde então o fenômeno bullying vem crescendo constantemente nas escolas públicas e privadas, tornando-se preocupante para todos os incluídos nesse problema, sejam eles pais, professores, alunos, diretores, e toda a comunidade escolar.

Segundo a antropóloga Cléo Fante (2005), o bullying caracteriza-se por todas as atitudes agressivas, imorais e repetitivas realizadas constantemente a uma determinada vítima, o que traz inúmeros problemas não só para a vítima como também para o agressor e pessoas envolvidas, como problemas psíquicos, evasão escolar, depressão, pânico etc. Fante nos ensina também que: O bullying é um conceito específico e muito bem definido, uma vez que não se deixa confundir com outras formas de violência. Isso se justifica pelo fato de apresentar características próprias, dentre elas, talvez a mais grave, seja a propriedade de causar traumas ao psiquismo de suas vítimas e envolvidos. (FANTE, 2005, p.26)

Desta forma o bullying dificilmente é confundido com outras formas de violência, ocorrendo de forma cont ínua e interferindo negativamente no desenvolvimento escolar das crianças e adolescentes. Nessa prática, acontecem diferentes formas de agressões, adotadas por um ou mais indivíduos, sob aqueles colegas que apresentam características diferenciadas dos outros colegas de classe. Estes são atingidos por diversos apelidos, geralmente relacionados às suas características físicas, e sofrem com essa violência diariamente. O bullying

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causa diversos distúrbios tanto para as vítimas como também para seus praticantes, trazendo como consequências a evasão escolar, traumas psíquicos, danos físicos, falta de motivação, depressão, ansiedade, angústia, pânico, etc.

A escola fundamenta-se em um ambiente onde os alunos frequentam para construir uma aprendizagem significativa, porém percebe-se que é um dos locais que mais ocorrem violências, o que preocupa cada vez mais a sociedade atual. O bullying acarreta preocupações para toda a comunidade escolar, onde os problemas não estão voltados somente para o autor das agressões, mas sim para todos os envolvidos, pois no dia a dia escolar cada aluno tem o seu papel, ou seja, pode ser a vítima, o autor, ou testemunha.

(...) A forma como reagem ao bullying permite classificá-los como auxiliares (participam da agressão), incentivadores (incentivam e estimulam o autor), observadores (só observam ou se afastam) ou defensores (protegem o alvo ou chamam um adulto para interromper). (NETO. 2004, p.52)

Portanto, segundo Neto, cada reação dos alunos torna-se uma forma de classificação dentro desse fenômeno. Há alunos que participam das agressões, sendo físicas ou verbais, alguns incentivam o autor a praticar cada vez mais as ofensas, outros observam a violência, e alguma parte da turma tenta proteger ou chamar algum adulto para socorrer a vítima.

Segundo Fante (2005), geralmente a grande maioria da turma condena as atitudes realizadas pelos agressores na sala de aula. No dia a dia escolar, a grande parte dos alunos é considerada testemunha, pois verificam as violências constantemente e muitos podem até sentir vontade de ajudar ou impedir algum tipo de violência, porém sentem-se impossibilitados diante das agressões vivenciadas.

O bullying pode ser considerado como direto e indireto. As vítimas do bullying direto sofrem com as agressões físicas, ofensas, etc. Já o bullying indireto é considerado nas atitudes de isolamento, de indiferenças etc. Neto afirma que

O bullying é classificado como direto quando as vitimas são atacadas diretamente, ou indireto, quando as vitimas estão ausentes. São considerados bullying direto os apelidos, agressões físicas, ameaças, roubos, ofensas verbais ou expressões ou gestos que geram mal estar aos alvos. São atos utilizados com uma freqüência quatro vezes maior entre os meninos. O bullying indireto compreende atitudes de indiferença, isolamento, difamação e negação aos desejos, sendo mais adotados pelas meninas. (NETO. 2004, p.36)

De acordo com Neto (2004) o bullying direto está mais presente nas ações dos meninos. Já as meninas destacam-se na prática do bullying indireto, no qual realizam atitudes de indiferença com os colegas, isolando-os do convívio próximo com os demais. É claro que dentro desse fenômeno nem todos os indivíduos reagem dessa maneira, havendo muita contradição de gênero no ambiente escolar, onde muitas meninas também estão presentes no bullying direto, como também meninos estão presentes no indireto.

Fante (2005) comenta que não só as

vítimas absorvem grandes problemas, mas inclusive todos da turma, os que possuem o papel de testemunhas e inclusive os agressores.

As consequências para as vítimas desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento, o absentismo e a evasão escolar. (FANTE, 2005, p.44)

Portanto, as consequências para todos os envolvidos são realmente preocupantes, pois não acarretam problemas somente na aprendizagem escolar, mas também na vida pessoal, afetando muito o psicológico de todos os envolvidos. Os agressores do bullying sentem-se poderosos em seu ato de violência. Ao desenvolverem diversas atitudes diante das vítimas, sentem-se no comando da turma. As testemunhas, vivenciando cada atitude de violência, sentem-se inferiores e inseguras na sala de aula, acarretando também diversos problemas na aprendizagem. Mas de acordo com Neto (2004), os alunos que mais sofrem com as consequências ainda são as vítimas.

Os autores do bullying são caracterizados como aqueles que cometem as agressões. Neto (2004), afirma que os agressores têm como característica principal a popularidade, atitudes anti-sociais e comportamentos agressivos, inclusive com adultos, além de ver a agressividade como qualidade.

A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA) divulgou em seu portal na internet (http://www.abrapia.org.br/ ) uma Campanha de Redução de Comportamentos Agressivos entre estudantes em 2002. Nesta pesquisa, 5.500 alunos, de turmas do 5ª ao 9ª ano foram entrevistados. Ao final da pesquisa foi concluído que 29% dos autores cometem bullying por brincadeira, e não são conscientes das consequências que o ato de violência pode causar às vítimas.

De acordo com Fante (2005) os autores do bullying geralmente andam com seguidores, que podem ser considerados auxiliadores das agressões. Esses seguidores raramente iniciam

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atos de agressões. Fazem isso pelo simples prazer de fazerem parte do grupo dominante.

São denominadas testemunhas os alunos que presenciam as agressões. Geralmente ficam calados por receio de ser a próxima vítima. Segundo as pesquisas da ABRAPIA, o número de alunos que admitiam gostar de ver os colegas sofrerem bullying atingiu um total de 46,1%.

A violência simbólica tem como característica a diversidade social, ocorrendo no contexto escolar por diversas maneiras, tanto de professor para aluno como de aluno para professor. A violência simbólica é caracterizada por agressões exercidas de forma verbal e moral com o intuito de causar danos psicológicos e morais, ou seja, sem coação física.

Atualmente a violência simbólica se apresenta corriqueiramente no cotidiano dos alunos, podendo causar consequências no rendimento escolar e na interação interpessoal. A desigualdade social é apontada como um dos principais motivos do desencadeamento da violência simbólica. Sabemos que cada aluno traz consigo uma cultura, uma identidade, uma forma de viver. Cada pessoa é única em suas particularidades e muitas vezes as escolas não sabem como lidar com essa diversidade cultural, social, religiosa, etc. Muitos professores estão despreparados para lidar com as desigualdades existentes entre os alunos, o que faz com que muitos se sintam superiores ou inferiores uns aos outros, trazendo assim uma constante violência para a sala de aula.

Segundo Bourdieu e Passeron (2008), toda relação de poder que é imposta para o indivíduo é considerada violência simbólica, e essa violência apresentada nas escolas reflete nas ações dos agentes envolvidos.

Portanto, a escola atualmente vivencia diversas atitudes a partir das quais surge a violência simbólica no cotidiano escolar. Muitas vezes, o próprio professor, através da sua autoridade, pode criar situações complicadas que acabam por comparar, inferiorizar ou dar destaque a determinados alunos. Essas situações surgem, por exemplo, em momentos em que o professor divulga para toda a turma as melhores e piores notas alcançadas pelos alunos, separa grupos de trabalho na turma unindo em um grupo só os alunos de maior destaque ou até mesmo excluindo os alunos com maiores dificuldades. Essas atitudes fazem com que muitos alunos se sintam inferiorizados, surgindo, então, a violência simbólica no contexto escolar.

Segundo Foucault (apud TOSCAN, 2011) as práticas do exercício de poder são entendidas como uma violência simbólica e são comumente encontradas nas escolas.

Então, muitos professores, sobretudo os que atuam em escolas que utilizam o método tradicional de ensino, adotam um grande rigor disciplinar em suas classes. Esse rigor imposto faz com que os alunos se sintam submissos

diante do poder exercido pelo docente. Esses professores às vezes parecem que comparam os alunos a grandes máquinas de estudo, usando a disciplina rigorosa e a constante imposição de ordens no processo escolar. Essa atitude faz com que os alunos muitas vezes se sintam cansados e os que não conseguem atingir o objetivo proposto pelos professores, se sentem inferiores, contribuindo também para uma nova ação de violência simbólica.

As exigências e disciplinas impostas de forma errônea à ação pedagógica podem se manifestar como reprodução da violência simbólica, sendo os próprios educadores os propagadores dessa violência.

Para Adorno (apud SOUZA, LILIANE P de, 2012):

A imagem do professor sendo aquele que é fisicamente mais forte e que castiga o mais fraco também afeta a vantagem do saber do professor frente ao saber de seus alunos, que ele utiliza sem ter direito para tanto, uma vez que a vantagem é indissociável de sua função, ao mesmo tempo em que sempre lhe confere uma autoridade de que dificilmente consegue abrir mão. (ADORNO apud SOUZA, 2012, p. 104)

De forma geral, o aluno não se opõe ao agressor, muitas vezes por nem perceber que são vítimas de algum tipo de violência propagada pelo professor, considerando toda a situação de opressão como um fato normal, corriqueiro e inevitável. O professor acaba exercendo um poder autoritário característico das classes dominantes. Essa manifestação tem como característica a falta de reconhecimento, coagindo e impondo que os alunos se abdiquem de suas vontades e liberdade em sala, manipulando-os e praticando abuso de poder.

Abramovay (2002) aponta como forma de violência simbólica o abuso de poder, cometido com a ação de autoridades manifestadas em sala, baseado em símbolos de autoridades, institucional e verbal, como a submissão usada por instituições educacionais como estratégia de poder.

Esta violência se manifesta a partir das relações de poder, na discriminação racial e de gênero, violência verbal entre educador e educando, entre outras. Geralmente se mostra a partir de uma desigualdade hierárquica e econômica. A realidade brasileira tem um aumento significativo de alunos, e algumas escolas por não trabalharem a questão do respeito e da convivência harmônica podem se manifestar em um novo significado, o de propagadora das violências, tornando o ambiente escolar um lugar propício a ocorrer violências e exclusão.

Abramovay (2002) destacou também a realidade existente nas escolas públicas brasileiras em relação à prática de violência

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institucional. A autora relata que, em suas pesquisas, os alunos manifestaram a dificuldade de alguns professores de dialogarem, ocorrendo situações de humilhação e descaso com os problemas apresentados pelos alunos. Muitas vezes os professores sequer se propõem a escutar os alunos, dizendo que não precisam se envolver com seus problemas. Outros professores até escutam, porém, ao se depararem com uma situação na qual não entendem o questionamento ou até mesmo não sabem responder, podem expor o aluno, ridicularizando-o publicamente na frente da turma.

A autora diz ainda que as violências presenciadas corriqueiramente pelos alunos alteram o significado da escola. Alguns alunos consideram a escola um ambiente de aprendizagem e uma forma de capacitação para o mercado de trabalho. Para outros a escola se transforma em um ambiente de violência e exclusão social. O papel do professor diante das violências

O professor exerce na sala de aula um papel muito importante. Esse profissional é visto como o líder, educador, mediador ou uma espécie de autoridade maior perante os alunos. Mas porque ocorrem tantas violências mediante a sua presença? Essa é uma pergunta que nos faz refletir sobre as atitudes do próprio professor no cotidiano escolar. Muitos educadores convivem com as violências constantemente. Às vezes podem tomar atitudes como chamar atenção uma ou duas vezes dos agressores. No entanto, algumas vezes, por não verificarem melhorias da parte dos alunos, os professores acabam fingindo que não estão vendo as agressões, o que preocupa a cada dia a vida escolar de todos os envolvidos.

Então, muitas agressões surgem mediante as atitudes dos próprios professores que, por deixarem acontecer a violência, alguns alunos percebem que o professor não toma mais atitudes efetivas e continuam realizando as agressões. Mas também há violências que surgem pelas atitudes dos professores na sala de aula que, sem se dar conta da maneira como tratam seus alunos, acabam cometendo o ato de bullying ao realizar comparações entre um aluno e outro, por exemplo. Muitas formas de tratamento fazem com que os alunos associem a maneira que o professor fala a uma forma normal de tratamento.

Portanto, o bullying e a violência simbólica não ocorrem somente de aluno com aluno, mas em muitas escolas acontecem de professores com os alunos. Infelizmente, é comum professores que escolhem um ou dois alunos como alvos para dizerem geralmente o que sentem ou descontar alguma raiva que estão sentindo em relação à turma desses alunos. Há também muitas situações em que professores realizam coações. Muitas vezes os alvos são aqueles que não obtiveram um bom desempenho,

ou que apresentam alguma diferença física dos outros colegas. Esses alunos sofrem até mesmo com apelidos que os próprios professores podem colocar.

Segundo Abramovay (2009) o contato pessoal e a afetividade são elementos imprescindíveis para a construção de um clima agradável nas classes. Então, a forma com que os professores se remetem aos alunos é essencial para o estabelecimento de uma convivência harmoniosa e respeitosa na turma. A respeito da comunicação com a turma, Abramovay (2009) afirma:

(...) uma comunicação com eles, como sujeitos, é fundamental para a construção de um bom processo de ensino-aprendizagem, mas também de um clima escolar agradável e positivo. (ABRAMOVAY, 2009, p. 119.)

O professor exerce inúmeras funções,

sendo incansavelmente cobrado em relação às atividades em sala, como caderno e tarefas para corrigir, manter o rendimento dos alunos, enfrentar salas superlotadas, entre outros. Essa sobrecarga de responsabilidade faz com que o professor não perceba ou não dê atenção para atos de bullying entre os alunos. Para o educador chamar atenção ou se referir a um aluno é necessário que exista descrição e sutileza, pois a exposição pode ridicularizar e desencadear o bullying. Essas manifestações de violências entre os alunos dentro de sala podem surgir por diversos fatores. No entanto, um professor que dá risadas com zombarias, apelida os alunos, faz piadas e brincadeiras de mal gosto, torna a sala de aula um lugar propício para diversas formas de violências.

Fante (2005, p.29) afirma que o bullying já faz parte do cotidiano escolar, e muitas vezes as manifestações de violência passam despercebi-das pelos profissionais de educação. Por falta de conscientização e conhecimento sobre bullying e suas consequências a curto e longo prazo, o professor não percebe nele ações que podem desencadear violência verbal entre os alunos.

O aluno que for vítima e tiver como agressor o professor, deve acionar a instituição de ensino, para que se apliquem punições cabíveis nessa situação. O livro “Mentes perigosas nas escolas: bullying” descreve diversas situações e posicionamentos que devem ser adotados para as vítimas e seus pais. Sobre o professor como agressor, a autora Ana Beatriz Silva diz:

Todo professor deve proceder de forma que seu comportamento sirva de exemplo para seus alunos. No entanto, por vezes, a escola se depara com circunstâncias que o professor se destitui de suas obrigações e acaba criando situações que podem ameaçar, constranger ou colocar em risco a integridade física, e/ou psicológica de um

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estudante. Nesse caso, cabe à direção apurar os fatos e, se for confirmada a responsabilidade do profissional, deve aplicar-lhe as penas previstas no regimento da instituição. (SILVA, 2010, p. 169)

Silva (2010, p.169) relata a importância do apoio da instituição, colocando a responsabilidade de retratação dos prejuízos causados pelo professor, na escola. Aconselhando os responsáveis pelo aluno (vítima) a recorrerem à justiça, solicitando indenização por danos morais e ressarcimentos de todas as despesas se houver necessidade de atendimento médico e psicológico.

De acordo com Paulo Freire (1996), ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Nesse sentido nos deixa claro que o ensino não depende somente do professor e do aluno, não existe um ensino significativo com uma caminhada somente individual, pois ambos se completam e devem construir o respeito e uma aprendizagem significativos juntos.

Então, para que haja uma diminuição de violências no contexto escolar, todos os membros da escola devem construir um ensino voltado para o respeito, ética e dignidade, onde a violência seja deixada de lado. O professor e todos os membros da escola são essenciais para a construção de uma caminhada de saberes, para que assim os alunos se sintam motivados a serem melhores a cada dia e percebam a importância do respeito.

A escola configura-se como uma segunda casa para todos os envolvidos, sejam alunos, professores, diretores, que convivem diariamente uns com os outros, e possui uma importância relevante para o futuro de cada um, por isso a escola deve transmitir o melhor que puder. O professor, por ter um contato mais direto com os seus alunos, se destaca na transferência dos conhecimentos. Dessa forma, o que transmite ao aluno pode deixar marcas para a vida inteira, por isso deve se preocupar com a maneira que se remete a cada um e procurar t ransferir para os alunos o respeito, a valorização, a transparência. No que diz respeito às atitudes do professor, Frei-re (1996) afirma que:

O professor autoritário, o professor

licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum desses passa pelos alunos sem deixar sua marca. (FREIRE, 1996, p. 66)

Então, Paulo Freire nos deixa perceber que

as atitudes dos professores deixam marcas para alguns alunos durante toda a vida, sejam elas boas ou ruins. Aquele professor que está sempre

com raiva dos seus alunos, que os trata com frieza, remeterá aos alunos atitudes de desafeto, o que faz com que o ensino não seja significativo e que o aluno carregue uma imagem ruim do professor. Mas existem professores que realmente se importam com os alunos, que os trata com carinho, amor e respeito. Esses também deixarão boas marcas na vida dos seus alunos, que irão se lembrar do professor de forma diferenciada, sabendo que aquele educador fez a diferença em sua vida.

O bullying e a violência simbólica são fenômenos que causam problemas sérios na vida dos alunos. É importante que a escola apoie e leve o tema com seriedade para que providências cabíveis sejam tomadas logo ao se identificar manifestações de violências. Silva (2010, p.162) diz que:

Para começar a virar o esse jogo, as escolas precisam, inicialmente, reconhecer a existência do bullying (em suas diversas formas) e tomar consciência dos prejuízos que ele pode trazer para o desenvolvimento socioeducacional e para a construção da personalidade de seus estudantes. Bullying é um fato e não dá mais para botar panos quentes nas evidências. (SILVA, 2010, p. 162).

É necessário que a instituição de ensino

coloque o assunto em pauta, conduzindo o tema a uma reflexão e discussão ampla, que conscientize toda a comunidade, trabalhando efetivamente com a capacitação e preparação dos profissionais de ensino, para que haja uma identificação e o diagnóstico adequado para intervenção e encaminhamento de todos os casos ocorridos na escola. Toda a comunidade escolar deve mostrar-se capacitada e preocupada com a integridade física, psicológica e social do aluno, usando estratégias preventivas e imediatas com o intuito de lidar com a situação.

Silva (2010, p. 162), evidencia a importância de a escola trabalhar com parcerias com instituições públicas ligadas à educação e ao direito, como Conselhos Tutelares, Delegacia da Criança e do Adolescente, Promotorias Públicas, Varas da Infância e Juventude, Promotorias da Educação. A intenção deve ser de somar forças e multiplicar a eficácia e a rigidez das medidas tomadas contra os problemas. Quando se trata de bullying é necessário correr contra o tempo, pois ele trabalha a favor dos agressores. Portanto, deve-se tomar decisões rápidas com a intenção de evitar a propagação dessas violências.

A escola e os professores tem um papel fundamental na luta contra violências entre alunos e deve ser iniciada desde os primeiros anos na escola. Silva afirma que:

A luta antibullying deve ser iniciada desde muito cedo, já nos primeiros anos de escolarização. A

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importância da precocidade das ações educacionais se deve ao incalculável poder que elas possuem para propagar e difundir ideias. Elas facilmente se transformam em agentes multiplicadores, capazes de educar por vias alternativas, seus familiares e funcionários domésticos, criando-se, assim, um círculo virtuoso em empenho pela paz. (SILVA, 2010, p. 173)

Na luta contra a violência, cujo cenário

principal é a escola, está em jogo os bens mais preciosos da humanidade. É extremamente importante que sejam trabalhados o respeito, tolerância, solidariedade, cooperação, justiça, o amor ao próximo e a amizade, com o intuito de fazer da escola um ambiente agradável, propício ao desenvolvimento e à aprendizagem e não um lugar onde os alunos se sintam ameaçados e constrangidos, seja pelos os colegas de sala ou seus próprios professores.

Pesquisa de Campo Descrição da escola

A pesquisa de campo foi realizada em uma escola pública de ensino fundamental localizada no Recanto das Emas. O Projeto Político Pedagógico desta instituição educacional destaca a educação para a vida e valoriza o aluno como principal personagem. Tal projeto tem por finalidade apresentar a realidade da escola, em uma proposta de trabalho inserida na gestão democrática. Ressaltam os principais problemas, desafios e os objetivos a serem alcançados, atendendo as medidas previstas na legislação vigente. Define metas para a execução da proposta pedagógica da escola e norteia o gerenciamento das ações escolares.

O PPP de uma escola deve contemplar as dimensões: pedagógica, administrativa e financeira. Assim, ao ser definido como político, deve garantir a participação de toda a comunidade escolar como: pais, estudantes, professores, auxiliares de ensino, gestores, entre outros.

A escola atende nos turnos matutino, com turmas do 6º ano a 8ª série de ensino fundamental, vespertino, com turmas do 1º ao 5º ano, e no noturno funciona a Educação de Jovens e Adultos 1º e 2º seguimento, além de proporcionar aos alunos, atividades e desenvolvimento de projetos na Educação Integral.

A missão da escola é oferecer uma educação onde os seres sejam verdadeiramente livres, iguais, dignos, dotados de razão, conscientes e fraternos, capazes de humanizar e valorizar as relações no ambiente escolar, com o objetivo primordial de transformá-los em agentes histórico-social e defensores universais da paz, da fraternidade e da justiça - como pilares na

construção de um mundo melhor a ser compartilhado por todos.

Acreditamos que essa missão passa necessariamente pela escola pública, popular, democrática, participativa - uma Escola Cidadã. É principio e finalidade da educação a formação de cidadãos. O prédio da escola é constituído atualmente de dois pavimentos. Além das dependências internas, a escola possui área externa, oferecendo um extenso espaço entre calçada e gramado. Atualmente atende 512 alunos nos anos iniciais, 547 alunos nos anos finais e 231 alunos na educação de jovens e adultos, num total de 1290 alunos. A escola foi criada para atender alunos do ensino médio e fundamental. No entanto, com o aumento da demanda escolar, passou a atender apenas alunos do ensino fundamental e EJA, necessitando, assim, de adaptações físicas e estruturais para um atendimento de qualidade.

Instrumento de pesquisa e amostra

O questionário foi aplicado para trinta

professores que atuam no ensino fundamental I. No entanto, somente dez pessoas responderam ao instrumento de pesquisa, sendo oito mulheres e dois homens. Cinco professores trabalham na educação há mais de 10 anos e o restante atua de 1 a 5 anos na área. A grande maioria dos respondentes está na faixa etária dos 20 a 40 anos. Grande parte possui somente graduação, exceto um dos professores que afirmou ter mestrado.

Os docentes demonstraram bastante desinteresse em participar do questionário, pois com muita dificuldade e insistência aceitaram responder as questões. Talvez essa postura revele o quanto os professores estão desmotivados.

Foi aplicado um questionário com 13 perguntas, trazendo questionamentos como: a frequência em que ocorre o bullying, o que sentem diante dessa violência, quais atitudes são tomadas para combater o bullying, quais projetos estão presentes na escola, etc. Não houve qualquer identificação pessoal por parte dos respondentes, primando pelo anonimato de suas respostas. O objetivo principal dessa pesquisa foi verificar com que frequência ocorre o bullying e quais atitudes são tomadas pelo professor diante dessa prática no cotidiano escolar.

O questionário foi aplicado para os professores que atuam nas turmas do 5° ao 9° ano do ensino fundamental, cujos alunos estão na faixa etária dos 10 aos 15 anos, aglomerados em turmas que variam de 25 a 33 alunos. As turmas foram escolhidas devido à fase em que os alunos se encontram, ou seja, a adolescência. Acredita-se que nessa fase há uma maior probabilidade de ocorrer o bullying, pois os alunos vão se tornando cada vez mais autônomos e se importam muito com a aceitação social.

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Apresentação e análise dos resultados da pesquisa

De acordo com as respostas dos

professores ao instrumento de pesquisa, foi possível perceber que o

bullying vem se tornando um vilão para o ambiente escolar, pois ao responderem a questão: ‘’Acontecem casos de bullying com frequência em sala de aula?’’, todos os professores responderam que sim, não havendo nenhum ‘’não’’ como resposta.

Então é possível verificar o quanto é preocupante o índice dessa violência na sala de aula, o que prejudica cada dia mais os alunos, afetando principalmente a parte psicológica, podendo desencadear diversos transtornos. Foi aferido na pesquisa o tempo de docência dos educadores e mesmo os que possuem menos tempo, já vivenciam as constantes violências do bullying no contexto escolar.

Na questão: ‘’Quais as manifestações de bullying que mais ocorrem entre alunos?’’ os respondentes tinham como opção: apelidos, violência física, agressão verbal e isolamento/indiferença. A maioria dos educadores marcaram pela opção agressão verbal e apelidos, ou seja, o bullying é caracterizado principalmente por agressão verbal, por meio da qual os alunos, considerando alguma característica diferenciada nos outros ‘’colegas’’, começam a inserir constantes apelidos, palavras de baixo calão, etc.

De acordo com as respostas obtidas no questionário foi possível verificar que os alunos que praticam bullying com mais frequência são do gênero masculino. Esse fato deve ocorrer por ‘’meninos’’ terem geralmente uma personalidade mais forte e agressiva do que as meninas.

De acordo com as respostas obtidas na pesquisa, foi observado que sete dos dez professores marcaram a opção de que os alunos denominados “testemunhas” da prática do bullying geralmente ficam quietos e não se envolvem, ou seja, muitos se sentem com medo e receio de realizar qualquer atitude para ajudar os colegas denominados ‘’vítimas’’ dessa violência. Cada vez mais os alunos vão se sentindo retraídos e desmotivados a realizarem qualquer tipo de ação que possa trazer problemas futuros para eles, pois correm o risco de passar do estágio de testemunhas para vítimas.

Uma das questões mais importantes do questionário perguntava: ‘’Quando os agressores são identi ficados, que providências são tomadas?’’. Quatro professores marcaram a opção que conversariam com toda a turma, cinco que encaminhariam à coordenação/direção, ou chamariam os pais na escola, conversariam com os alunos envolvidos, e um admitiu que ignoraria a situação.

Conforme revelado nas respostas, as atitudes para a resolução dos conflitos são diversas, o que demonstra que as ações tomadas

pelos professores não estão alcançando resultados satisfatórios, pois o bullying é um fenômeno que cresce constantemente no dia a dia escolar. Somente encaminhar o caso à coordenação ou conversar com a turma não está sendo suficiente. As atitudes do professor refletem muito no comportamento dos alunos, então, cabe ao docente tentar buscar ações diversificadas para tentar fazer a diferença na sala de aula.

No questionário, os docentes foram perguntados sobre a existência de algum projeto de combate ao bullying na escola. Os dez pro-fessores participantes do questionário optaram por uma resposta positiva.

Silva (2010, p. 162) ressalta a importância da instituição educacional reconhecer a existência do bullying, suas diversas formas e manifestações, principalmente tomar consciência dos prejuízos que ele pode trazer para o desenvolvimento integral do aluno. Segundo a pesquisa realizada, a escola começa um processo de combate e prevenção de violências, atitude essa que possibilita uma mudança no cenário das escolas em relação ao bullying.

É frequente manifestações de bullying de alunos contra professores? As opções dadas aos docentes foram “Sim”, “Não” e “Às vezes”. A opção “Às vezes” foi a mais marcada pelos professores, totalizando sete opções mar-cadas pelos professores, deixando evidente que os docentes também são vítimas de violências em que os próprios alunos são autores da situação. A vitimização de professores se tornou evidente, levando o bullying a uma manifestação que acontece em sala de aula t razendo transtornos não apenas para alunos. Essa situação pode acarretar em desmotivação e desinteresse do professor, prejudicando toda a turma. O questionário deixou claro que a maioria dos docentes se consideraram vítimas alguma vez, ou seja, é uma situação que acontece corriqueiramente na vida dos professores.

Em uma questão os docentes foram perguntados sobre suas atitudes diante de aumento dos casos de bullying em sala. Oito professores afirmaram que solicitariam intervenção da escola nessa situação e conversariam com os alunos em sala explicando as consequências do bullying. Dois informaram que comunicariam os pais dos alunos agressores para que tomassem atitudes.

Presenciar diversas violências pode deixar o professor desmotivado e incrédulo que essa situação um dia possa mudar, afetando psicologicamente e emocionalmente os docentes que, além de presenciarem, em muitos casos podem também participar como vítimas desse ciclo. Na pesquisa de campo os professores foram indagados sobre os sentimentos que as violências no cotidiano escolar, desencadeiam neles. Nove dos dez professores marcaram angústia, decepção e tristeza. São

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compreensíveis as respostas a essa pergunta, pois a instituição educacional luta para que os alunos saibam sobre respeito e tolerância e convivam bem uns com os outros, aceitando e compreendendo as inúmeras diferenças dos integrantes da escola. No entanto, ao se depararem com uma situação de bullying, surgem indagações sobre a eficácia do ensinamento. Será que estão sendo suficientes os projetos e os diálogos de conscientização? Os alunos realmente sabem as consequências das violências?

Os dez professores sugeriram atividades de combate ao bullying nas escolas como: filmes, palestras de conscientização, projetos pedagógicos, teatros, com a intenção de diminuir os índices de vitimas de diversas formas de violências.

O bullying não é um fenômeno exclusivo de um país, ou de escolas públicas ou privadas, ele é encontrado em todas as partes do mundo e em todas as instituições de ensino. A pesquisa de campo nos mostrou que o bullying é uma violência presente no cotidiano de toda a comunidade escolar. Todos podem se encaixar em alguma parte do ciclo de violência. Tanto os professores podem ser vítimas como agressores e até mesmo testemunhas, que presenciam as agressões e nada fazem para evitar. No entanto, o fato é que essa violência acontece com mais frequência na relação aluno-aluno, onde os índices são mais preocupantes, exatamente pelo fato das inúmeras consequências que pode acarretar tanto para a vida escolar quanto para a vida pessoal dos alunos. As escolas estão mais conscientes em relação à necessidade de combater o bullying e tomar atitudes imediatas para evitar que as violências se proli ferem e causem consequências permanentes em suas vitimas. Porém, as medidas e projetos adotados pela escola muitas vezes não estão alcançando o objetivo de combater e conscientizar, e as metodologias usadas não estão sendo suficientes para causar uma diminuição nos índices de violência. Claramente vimos na pesquisa de campo que os professores são afetados emocionalmente, se decepcionando com as atitudes de alguns alunos ao presenciarem que o objetivo não está sendo alcançado, e a cada dia existem novas vítimas e agressores. Conclusão

A partir da pesquisa de campo realizada e de todos os assuntos relevantes destacados pela bibliografia sobre tema “Violência simbólica: O bullying no contexto escolar”, conclui-se que essa violência torna-se cada vez mais preocupante na escola, pois ocorre diariamente nas relações interpessoais.

O fenômeno bullying é uma violência dificilmente confundida, pois é caracterizada principalmente por agressões verbais, trazendo diversos transtornos para todos os envolvidos tais

como: depressão, evasão escolar, pânico e muitos outros.

Podemos perceber que a maioria das escolas não estão preparadas para lidar com o combate e a prevenção da violência simbólica e do bullying no cotidiano escolar, pois é visível verificar a falta de projetos implantados para solucionar e prevenir essas violências. Muitos professores, ao presenciarem essas práticas, se sentem cansados de chamarem atenção e não verificarem melhorias no dia a dia dos alunos, e por isso acabam virando as costas para as constantes violências vivenciadas no contexto escolar.

Os alunos denominados vítimas perdem muitas vezes o interesse de frequentar a escola, pois não verificam soluções diante das violências que sofrem, e muitos se sentem retraídos em pedir ajuda até mesmo para os familiares. Grande parte dos alunos denominados testemunhas perde também o interesse de frequentar o ambiente escolar, pois percebem o quanto é triste e injusto as agressões que as vítimas sofrem.

A escola é considerada uma segunda casa para os alunos, pois é uma caminhada diária que frequentam com o objetivo de construir uma aprendizagem. Então a comunidade escolar deve se conscientizar e procurar buscar soluções para o combate às violências, para que o contexto escolar possa ser renovado, e que possa se importar mais com os alunos que estão presentes na escola.

Os cenários principais do combate à violência estão na família e na escola. O cenário que mais se destaca nessa luta é a escola, por se tratar de um ambiente que trabalha em prol da transferência de conhecimentos. Então, é extremamente essencial que a escola obtenha um novo olhar para os alunos, trabalhando assim o respeito, tolerância, solidariedade, cooperação, justiça, o amor ao próximo e a amizade, com o intuito de fazer da escola um ambiente agradável, propício ao desenvolvimento e à aprendizagem e não um lugar onde os alunos se sintam ameaçados e constrangidos seja pelos os colegas de sala ou seus próprios professores.

A partir da conscientização dos malefícios que as agressões intencionais podem causar aos jovens, a comunidade escolar teria embasamento para buscar combater o bullying, visando proteger os alunos de prejuízos a curto e longo prazo. O combate pode ser feito através de projeto de conscientização, trabalhos com temas transversais, palestras, filmes, teatros, entre outros, objetivando que os alunos saibam que as agressões físicas, psicológicas, morais e sexuais podem deixar consequências irreversíveis na vida de uma pessoa.

A implementação de projetos e ações educacionais provindas das escolas para combater o bullying são essenciais. A partir do estágio obrigatório, muitos alunos de licenciatura entram em contato com a realidade atual das

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escolas. Constatamos, a partir dessa experiência, um descaso com o assunto e a realidade cotidiana da escola. Os alunos mostram-se intolerantes à diferença, sem respeito às limitações e características dos colegas, ridicularizando e expondo uns aos outros, expressando-se abertamente de forma violenta, sem nenhum pudor e punição. É notório que algumas escolas não se interessam por esse assunto, e fecham os olhos para os inúmeros casos, que aumentam a cada dia. Os pais de muitos alunos mostram-se despreocupados e ignoram a situação, considerando essas manifestações típicas da idade e do ambiente.

É importante que as consequências do bullying e violência simbólica sejam levadas a sério, tanto pela escola como pelos pais dos alunos. A escola não deve ser considerada um ambiente propício para o bullying, humilhações e violência simbólica. Dentre muitos objetivos do ambiente escolar, um dos principais é preparar os alunos para o exerc ício da cidadania. A escola deve estar preparada e capacitada para enfrentar situações onde a ética e a moral é burlada. É necessário que os professores se capacitem e se conscientizem da realidade das escolas, pois as vítimas muitas vezes se sentem abandonadas e impotentes diante de inúmeras humilhações. O professor detém o papel de “salvar” as vítimas de inúmeras consequências que podem prejudicar o resto da vida de uma criança.

Referências ABRAMOVAY, Miriam Et. Al. Escola e Violência. Brasília: UNESCO, 2002 ABRAMOVAY, Miriam Et. Al. Revelando tramas, descobrindo segredos: Violência e convivência nas escolas. Brasília, 2009. BOURDIEU, P.; Passeron, j. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Petrópolis: Vozes, 2008. FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Editora Verus, 2005. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura) NETO, A. L. Diga não ao bullying. 5 ed. Rio de Janeiro: ABRAPIA, 2004. Santos, Luciana Pavan Ribeiro. O papel do professor diante do bullying na sala de aula. Universidade Estadual Paulista Campus de Bauru, 2007. SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Perigosas nas Escolas: Bullying. Rio de Janeiro: FONTANAR, 2010. SOUZA, Liliane Pereira de. A Violência Simbólica na Escola: Contribuições De Sociólogos Franceses Ao Fenômeno Da Violência Escolar Brasileira. Revista Labor Nº7, V.1, 2012. TOSCAN, Loines Aparecida. Violência simbólica reproduzida na escola a luz do pensamento de Freire, Bourdieu e Focault. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba, novembro de 2011.

Anexo 1 Pesquisa de Campo – TCC 02

Curso de Pedagogia Violência simbólica: O bullying no contexto escolar

Atualmente as escolas vivenciam um cenário marcado por violências, dentre elas o principal é o bullying, que ocorre constantemente no cotidiano escolar. O bullying é caracterizado por insultos de uma pessoa para outra, existindo quase sempre o agressor, a vítima e alguma testemunha. Geralmente as vítimas sofrem com diversas agressões verbais ou físicas. As violências verbais são as mais constantes e se configuram em xingamentos e uso de palavras de baixo calão no dia a dia escolar.

Estamos realizando uma pesquisa para obter uma melhor compreensão da relevância do tema “violência simbólica: o bullying no contexto escolar”, para o curso de pedagogia. Esta pesquisa tem por objetivo verificar com que frequência os professores vivenciam o bullying e quais atitudes realizam diante das violências. Suas respostas serão importantes para nos ajudar a obter uma verificação das constantes atitudes do bullying no contexto escolar. Ressaltamos que esta pesquisa se destina a realização do trabalho de conclusão do curso de pedagogia e a identidade de todos os respondentes será mantida em sigilo, não sendo necessário fazer qualquer identificação pessoal no questionário.

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1) Perfil do entrevistado

Sexo:

( ) feminino ( ) masculino

Idade:

( ) 20 a 30 ( ) 31 a 40 ( ) 41 a 50 ( ) mais de 50

Formação:

( ) graduação ( ) especialização ( ) mestrado ( ) doutorado

2) Há quanto tempo trabalha como educador?

( ) 1 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 20 anos ( ) mais de 20 anos

3) Acontecem casos de bullying com frequência em sala de aula?

( ) Sim ( ) não ( ) às vezes

4) Quais as manifestações de bullying que mais ocorrem entre os alunos?

( ) apelidos

( ) violência física

( ) agressão verbal

( ) isolamento/indiferença

5) Os alunos que praticam bullying com mais frequência são do gênero:

( ) Feminino ( ) masculino

6) Os alunos que são testemunhas da prática de bullying costumam tomar que tipo de atitude?

(permite-se marcar mais de uma opção)

( ) Ajudam as vítimas ( ) Comunicam os professores ( ) Ficam quietos e não se envolvem ( ) Apoiam o agressor

7) Quando os agressores são identificados, que providências são tomadas?

( ) Encaminhamento à coordenação/direção. ( ) Chama-se os pais na escola. ( ) Professor conversa com o agressor. ( ) O professor conversa com toda a turma. ( )Repreende os alunos e solicita que se comportem, por se tratar de uma situação comum em sala.

( ) ignora a situação;

( ) outra. Qual? _______

8) Há projetos de combate ao bullying na escola?

( ) Sim ( ) não

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9) É frequente manifestações de bullying de alunos contra professores?

( ) sim ( ) não ( ) às vezes

10) Você como educador já sofreu bullying alguma vez?

( ) Sim ( ) não

11) Ao perceber que os casos de bullying estão aumentando em sua sala de aula, que atitude você to-

ma?

( ) pede para que a escola intervenha na situação.

( ) Comunica os pais dos alunos agressores e solicita que tomem alguma atitude.

( ) conversa com os alunos em sala explicando as consequências do bullying.

12) Qual é o seu sentimento ao presenciar atitudes de bullying no cotidiano escolar?

( ) Raiva

( ) Angústia

( ) Acha engraçado

( ) Tristeza

( ) Decepção

( ) Indiferença

13) Que tipo de atividades a escola deveria desenvolver para combater o bullying?

( ) Filmes

( ) Palestras

( ) Projetos pedagógicos

( ) Teatro

( ) Outra. Qual? _____________________

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