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PDITS PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO TURISMO SUSTENTÁVEL COSTA DO CACAU Resumo Executivo Março 2015

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PDITS

PLANO DE DESENVOLVIMENTO

INTEGRADO DO TURISMO SUSTENTÁVEL

COSTA DO CACAU

Resumo Executivo

Março 2015

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

Rui Costa Governador

SECRETARIA DE TURISMO DO ESTADO

Nelson Pelegrino Secretário de Turismo

Fernando Cesar Ferrero Superintendente de Investimentos em Polos Turísticos

Ângela Gonçalves Superintendente de Serviços Turísticos

Marcelo Gonçalves Carvalho Diretor de Planejamento e Estudos Econômicos /

Coordenador do PDITS

Antônio Sérgio Sousa Diretor de Projetos, Acompanhamento e Controle

Andréia Ferreira Brandão Coordenadora do PDITS

Inez Maria Dantas Amor Garrido Coordenadora do PDITS

EQUIPE TÉCNICA

Ívia de Jesus Santana, Julio Freitas dos Santos, Levi Goes de Queiroz, Maria Teresa Chenaud

Sá de Oliveira, Reinaldo Moreira Dantas, Rodrigo Cruz Lopes, Sandra Maria Daltro Casanova,

Vital Péricles Amorim Lima, William Walter Picket.

CONSULTORIA TÉCNICA:

BARCELONA MEDIA INOVAÇÃO BRASIL (BMiBrasil) / PETROCCHI CONSULTORIA

Coordenação:

Mario Petrocchi Petrocchi Consultoria

Richard Alves Diretor BMiBrasil

Marcela Saad Coordenadora de Turismo BMiBrasil

Equipe:

André Mucarzel, Andreia Ventura, Caique Bispo, Dalva Sant’Anna, Giovana Serenato, Jaume

Garau, Luis Tadeu Assad, Márcio Maia, Marcos Glidson, Mariana Camurugy, Mário Bestetti,

Patrícia Reis Pereira, Tatiany Carvalho.

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1. INTRODUÇÃO

O Estado da Bahia sempre se destacou no cenário turístico nacional pela sua beleza natural, seu rico patrimônio histórico-cultural, pela hospitalidade e alegria de seu povo, despertando em milhões de pessoas o desejo de visitar e viver cada uma de suas regiões. Considerado o berço da cultura afro-brasileira, aqui permanecem e se perpetuam os legados culturais das matrizes africana, indígena e portuguesa, que mesclam a realidade do dia a dia e produzem o tão propagado jeito baiano de ser.

Diversas iniciativas foram realizadas por parte do governo estadual com vistas ao planejamento e desenvolvimento do turismo no Estado, a exemplo dos primeiros planos estratégicos elaborados na década de 1970 e do novo ciclo de planejamento protagonizado pelo Governo do Estado, a partir de 1991, com a concepção do zoneamento turístico e seus respectivos planos regionais, que deram origem ao Programa de Desenvolvimento Turístico da Bahia – PRODETUR – Bahia, que viria integrar-se, posteriormente, ao Programa de Desenvolvimento Turístico do Nordeste – PRODETUR-NE I.

Em 2001, para inserção da Bahia no PRODETUR-NE II, foram elaborados Planos de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS), estando dentre eles o PDITS do Polo Litoral Sul, que engloba as zonas turísticas Costa do Dendê e Costa do Cacau, esta última região retratada no presente Plano.

Em continuidade às ações planejadas de desenvolvimento do turismo, a Secretaria de Turismo do Estado decidiu atualizar o PDITS Costa do Cacau elaborado em 2003, adotando, porém, uma abordagem diferenciada, para um horizonte temporal de cinco anos, cujo foco no mercado será norteador para traçar as estratégias e priorizar ações.

Este Resumo Executivo procura sintetizar o presente PDITS Costa do Cacau, a fim de apresentá-lo de forma compacta nos seus principais elementos diagnósticos, analíticos e propositivos, com o intuito de facilitar a leitura e compreensão pelos interessados diretos e indiretos, ou quando da sua utilização pelo Governo do Estado para captação de recursos oriundos do Governo Federal e de outros organismos multilaterais de financiamento.

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2. OBJETIVOS DO PDITS COSTA DO CACAU

•Orientar o crescimento do turismo em bases sustentáveis, em curto, médio e longo prazos, estabelecendo estratégias, ações e prioridades. Objetivo

Principal

•Orientar as autoridades governamentais quanto aos ajustes no marco legal e institucional necessários;

•Oferecer informações específicas para promover investimentos da iniciativa privada;

•Conscientizar os atores do segmento sobre o papel do turismo como indutor do desenvolvimento econômico e social;

•Criar condições infraestruturais para a formatação de produtos turísticos competitivos no mercado nacional e internacional;

•Promover a proteção do patrimônio natural e cultural local e sua integração ao desenvolvimento turístico regional;

•Incentivar a qualificação da oferta visando à atração de perfis de consumo que promovam mais gastos e, consequentemente, maior entrada de divisas nos destinos;

•Desenvolver prioritariamente os segmentos que sejam mais efetivos de acordo com as características da oferta e necessidades da demanda;

•Atrair investimentos privados vinculados diretamente ao turismo ou de atividades fornecedoras de produtos e serviços às empresas de turismo;

•Incrementar a receita do turismo, a geração de emprego e o aumento no recolhimento de tributos;•Contribuir para a melhoria dos indicadores sociais e de qualidade de vida nas regiões contempladas;•Contribuir para aumentar a capacidade de competição dos destinos turisticos brasileiros e consolidar a politica nacional de turismo.

Objetivos Específicos

•Melhorar a qualidade da oferta com base em produtos inovadores;

•Aumentar o fluxo de turistas;

•Aumentar o gasto médio do turista;

•Aumentar os gastos dos turistas com passeios e atrações turísticas;

•Aumentar a taxa de permanência dos turistas;

• Aumentar a arrecadação de tributos municipais;

•Aumentar o número de empregos nas Atividades Características do Turismo (ACTs)

Objetivos Operacionais

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3. METODOLOGIA

A metodologia de atualização deste Plano contemplou a participação de representantes

do poder público da esfera estadual e municipal, da iniciativa privada dos municípios,

das comunidades envolvidas, e de outras instituições cujas funções e decisões afetem

direta ou indiretamente o desenvolvimento da atividade turística na Costa do Cacau. O envolvimento desses atores se deu durante todo o trabalho, o que facilitou a troca de informação, o consenso sobre os objetivos do Plano e o estabelecimento de prioridades. Este processo adotou o seguinte conjunto de etapas:

Figura 1- Processo Metodológico

Tomando como base o Termo de Referência para revisão e atualização deste PDITS tendo como ponto de partida o Plano do Polo Litoral Sul, elaborado e publicado pelo Governo do Estado em 2003, o processo de preparação foi realizado por meio de seis etapas principais:

Levantamento e análise de fontes secundárias - Pesquisas, estudos e documentos já existentes apoiaram a análise quantitativa e qualitativa de todas as dimensões.

Entrevistas com as principais entidades públicas, privadas e terceiro setor, tanto regionais como municipais – Entre os dias 21 de julho e 08 de agosto de 2014 foram realizadas as entrevistas através de formulários estruturados com questões abertas e fechadas.

Entrevistas com instituições estaduais – Foram realizadas com gestores e/ou a equipe técnica de instituições estaduais ligadas ao turismo, meio ambiente e infraestrutura, paralelamente ao trabalho de campo e também baseadas em instrumentos estruturados.

Visita in loco– Durante o levantamento de informações em campo fez-se necessária a investigação qualitativa in loco de alguns pontos específicos, no intuito de verificar o estado de conservação da infraestrutura, dos atrativos e equipamentos turísticos.

PDITS

Diagnóstico

Análise Estratégica da Área Turística

Estratégias de Desenvolvimento

TurísticoPlano de Ação

Mecanismos de Gestão,

Monitoramento e Avaliação

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Oficina participativa para discussão do diagnóstico – Esta etapa envolveu atores estaduais, municipais e regionais do poder público, iniciativa privada e comunidade, que contribuíram para a complementação do diagnóstico.

Análise Estratégica (Matriz SWOT) –foi realizada através da metodologia de análise SWOT, que sintetiza o momento presente do ambiente interno, bem como os fatores do ambiente externo. A compreensão ampla acerca do cenário interno e externo atual da Costa do Cacau será de grande relevância para a definição das estratégias, prioridades e ações a serem propostas no presente Plano.

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4. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO

A Bahia é um dos Estados do Nordeste brasileiro que vem ocupando lugar de destaque no ranking nacional, entre os destinos mais procurados pelos turistas nacionais e internacionais. Diante de toda a riqueza natural e cultural distribuída pelo seu território, estabeleceu13 zonas turísticas, presentes no mapa nacional da regionalização do Ministério do Turismo, atualizado em 2013. Para cada zona turística foi criada uma marca nominal e respectivo ícone representativo, tendo como conceito principal uma característica ou um símbolo marcante da região. O mapa a seguir apresenta a geografia turística atual da Bahia:

Figura 2- Mapa das Zonas Turísticas da Bahia

Fonte: Estratégia Turística da Bahia, 2011.

A Costa do Cacau foi uma das primeiras zonas turísticas criadas na Bahia, estabelecida no primeiro zoneamento realizado em 1991 e atualmente reúne oito municípios: Canavieiras, Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Pau Brasil, Santa Luzia, Una e Uruçuca.

A região possui uma área com 6.601 Km², cerca de 180 km de litoral, entre os cinco municípios costeiros localizados na sequência de norte a sul, iniciando por Itacaré, seguido por Uruçuca, Ilhéus, Una e finalizando com Canavieiras. Os municípios de Itabuna e Santa Luzia estão dispostos em território contínuo aos municípios litorâneos, situando-se ambos no interior da região cacaueira e o município de Pau Brasil, embora localize-se também na porção interiorana dessa macrorregião, não forma um território contínuo com os demais municípios desta zona turística.

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Figura 3 -Mapa da Costa do Cacau

Fonte: Secretaria de Turismo da Bahia

A região encanta pelas paisagens compostas pela vasta Mata Atlântica preservada, pelos rios e manguezais, bem como pelo patrimônio cultural material representado pelos casarões antigos nas vilas e cidades sedes municipais, pelos conjuntos arquitetônicos presentes nas sedes das fazendas de cacau, testemunhas de parte importante da História Nacional, e que remontam ao período em que a produção e exportação cacaueira eram as atividades primordiais da economia brasileira.

Agrega-se a este patrimônio material natural e cultural o rico patrimônio cultural imaterial, formado pelos saberes e fazeres ligados à cultura cacaueira da região e, mais recentemente à cultura do chocolate, as manifestações culturais, a culinária típica regional e seu rico artesanato.

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Grande parte da obra do escritor Jorge Amado, traduzida em diversos países, é inspirada e ambientada na região, principalmente em Ilhéus, a maior cidade sede localizada na área litorânea da Costa do Cacau. A região tem sido cenário de filmes, novelas e romances de outros autores. Os destinos desta zona turística oferecem opções variadas aos visitantes. O acesso é facilitado por ser atendida pelo aeroporto de Ilhéus, a pista de pouso de Una, próxima a Comandatuba, pelo porto de Ilhéus e por dois grandes eixos rodoviários que cortam a região no sentido norte a sul – a BR-101(federal) e a BA-001(estadual).

Os principais segmentos turísticos são Sol e Praia e Ecoturismo. Entretanto, a Costa do Cacau conta com características culturais materiais e imateriais muito relevantes, que respaldam a expansão do Turismo Cultural, estando este segmento em consolidação. Outros segmentos são também identificados em localidades específicas, ainda em quantitativos menores, a exemplo do turismo Rural praticado em fazendas de cacau da região, do turismo de Aventura e do turismo de Esportes com o surfe em Itacaré, da pesca esportiva oceânica do Marlim Azul em Canavieiras e do turismo de eventos, em Ilhéus. Os municípios que se destacam com relação à atração de fluxo turístico são Ilhéus, Itacaré e Una. Os demais recebem turistas em menor escala.

O conjunto dos atrativos dessa região tem sustentado a atividade turística, que desponta como relevante do ponto de vista socioeconômico para o território e para o estado. Dentre as regiões turísticas do estado, a Costa do Cacau ocupa o quarto lugar com relação à representatividade total do fluxo receptivo, conforme dados da Pesquisa FIPE:

Tabela 1- Participação das Zonas Turísticas no Turismo Receptivo da Bahia – 2011

Zona Turística (%)

Baía de Todos-os-Santos 36,9

Costa do Descobrimento 14,1

Costa dos Coqueiros 10,1

Costa do Cacau 6,2

Costa do Dendê 5,8

Demais Zonas Turísticas 26,9

Fonte: FIPE (2011)

Apesar da representatividade atual no fluxo turístico do Estado, o potencial de atração da Região é muito maior do que o fluxo efetivo atual, o que aponta a necessidade de um trabalho constante para o desenvolvimento da atividade e, consequentemente, para incrementar o desempenho do turismo dessa região.

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5. DIAGNÓSTICO DA COSTA DO CACAU

Este diagnóstico apresenta um panorama da situação estrutural da atividade turística na Costa do Cacau e a posição competitiva da região no mercado, frente aos consumidores e competidores. A coleta de informações e a análise diagnóstica foram realizadas de acordo com as dimensões a seguir:

Aspectos Econômicos e Sociais;

Aspectos Socioambientais;

Infraestrutura Básica;

Dinâmica Turística;

Quadro Institucional.

A fim de cumprir as análises previstas no termo de referência e envolver todos os atores, três equipes estiveram em campo, simultaneamente, na região. Os resultados deste processo de planejamento integrado e participativo estão registrados ao longo do PDITS e sintetizados neste Resumo Executivo.

5.1. Aspectos Econômicos e Sociais

5.1.1. Caracterização Econômica da Região

Com base na última divulgação do PIB dos municípios brasileiros, produzida pelo IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística e Secretarias Estaduais de Governo em 2014,tendo como ano base 2012, o agregado das riquezas produzidas pelos municípios que compõem a região da Costa do Cacau totalizou R$ 6,21 bilhões, representando 3,71% do PIB do Estado.

A participação relativa dos municípios de Itabuna e Ilhéus corresponde a 88,6% da riqueza produzida nesta Zona Turística, entretanto essa assimetria econômica não reflete a importância dos demais municípios na composição dos atributos turísticos da região.

A região apresenta predominância dos setores secundário e terciário com tendência de crescimento entre 2008 e 2012, o período analisado, e uma leve flutuação de baixa no setor primário. Tais dados evidenciam que, em função do grande conjunto de atividades ligadas ao setor de serviços, a cadeia produtiva do turismo participa com destaque desse processo de expansão.

Considerando as Atividades Características do Turismo (ACTs) aquelas que, em sua produção principal, são bastante sensíveis ao consumo por parte dos visitantes, verifica-se que na Costa do Cacau a maior representatividade está nas atividades de alimentação e hospedagem, que representaram em 2012, respectivamente, 52% e 22,59% do total de empresas da região. Essas unidades produtivas são formadas, na sua maioria por micro e pequenos empreendimentos.

Dessas microempresas 58,8% eram do ramo de Alimentação e Hospedagem, em 2012. O município de Itacaré é o que conta com maior participação relativa das microempresas, aquelas com até quatro pessoas ocupadas, em média. Já os municípios de Ilhéus, Itabuna e o próprio Itacaré contavam com a presença de empreendimentos de maior porte, com 30 a 49 funcionários. Esses serviços compõem um mix voltado para o atendimento às demandas dos turistas, determinando, quando bem avaliados, o retorno dos visitantes ou a captação de novos turistas por meio da divulgação espontânea.

No que se refere ao desempenho do turismo na economia da Costa do Cacau, as projeções demonstram que, em 2014, a região registrou aproximadamente 828.501 viagens, apontando um aumento, com relação a 2011, de 2,1%. Este fluxo gerou uma receita aproximada de

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R$894.018.859,001para os municípios, através da ocupação nos meios de hospedagem, venda de alimentação, visitação nos atrativos, enfim, dinamizando a economia da região.

Embora a atividade turística se estenda por todo o território da Costa do Cacau, observa-se que grande parte dos atrativos, equipamentos e serviços turísticos estão localizados em Ilhéus, Itacaré, Canavieiras, Itabuna e Una, provocando maior concentração de turistas nesses municípios.

5.1.2. Análise da Dinâmica Social

A Costa do Cacau, como mencionado na sua caracterização, conta com uma área total de 6.601 Km² e uma população, estimada pelo IBGE em julho de 2014,de 530.957 habitantes. Esse número corresponde a cerca de 3,4% do total da Bahia, estimado em 15,13 milhões.

Entre o período de 1991 a 2014, os municípios com maior índice populacional apresentaram comportamentos diversos. Enquanto a população de Ilhéus sofreu perda, a de Itabuna apresentou um crescimento constante. Tal fato pode ser explicado pelos processos econômicos de cada município, ou seja, enquanto Ilhéus sofria os efeitos da redução da cultura cacaueira por efeito da praga “vassoura de bruxa”, Itabuna crescia por força da atividade comercial.

De um modo geral, todos os municípios da região que tinham suas economias baseadas na cultura do cacau sofreram perdas populacionais, exceto Itabuna e Itacaré que tinham sua

base econômica menos dependente do setor primário. Entre 2000 e 2010, somente Itabuna e Itacaré obtiveram taxas de crescimento positivas.

Em 2010, cerca de 74,2% da população da Costa do Cacau vivia nas áreas urbanas, dando à região um alto grau de concentração populacional nos núcleos urbanos. Este crescimento é fortemente representado pelo município de Itabuna que tem, em seu território, uma participação de 98,8% de residentes na área urbana. Itacaré é o município com menor a população urbana na Costa do Cacau, contando com 55,3% dos residentes.

As condições de vida se traduzem pelo acesso da população a bens infraestruturais e serviços que lhe assegurem saúde, educação e segurança. O acesso dos domicílios ao saneamento básico se configura como uma das dimensões mais importantes para a preservação da saúde e redução da mortalidade infantil, base para a ampliação da expectativa de vida.

O Estado da Bahia, em 2010, estava em 22º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dentre os 27 Estados Brasileiros, com um índice médio (0,660), abaixo da média nacional (0,727). Este índice leva em consideração a Renda, Educação e Longevidade. Nos municípios da região observa-se em todos uma significativa melhora no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Destacam-se Itabuna (0,71), Ilhéus (0,69) e Uruçuca (0,62) com os melhores índices em 2010.O IDHM é um indicador global de qualidade de vida e de evolução do desenvolvimento local.

A situação do emprego na Costa do Cacau aponta para os anos 2000 e 2010 que na média geral houve um aumento na proporção de pessoas ocupadas com carteira de trabalho assinada e um decréscimo das que não tinham registro, situando-se em 40,6% de ocupados com carteira assinada e 25,6%, sem carteira. Ainda assim, a taxa de trabalhadores em situação de informalidade é significativa na Costa do Cacau, podendo-se atribuir, dentre

1Valor do gasto médio R$1079,08 x viagens – R$ 828.501. Dados da projeção com base na pesquisa FIPE 2011

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outros motivos, à sazonalidade dos períodos considerados como de “alta estação”, sobretudo para os que atuam como trabalhadores ambulantes ou em barracas de praia.

Outra observação importante acerca da situação de emprego nessa região diz respeito à

população desocupada. Segundo dados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, todos os municípios da Costa do Cacau apresentaram uma redução significativa nos índices de desocupação em 2010,quando comparados ao ano 2000, destacando-se as menores taxas em Canavieiras, Pau Brasil e Itacaré. Esses municípios são os que possuem menores índices de urbanização, sugerindo maior aproveitamento da força de trabalho na atividade primária durante esse período.

Alguns outros fatores internos e externos podem ter contribuído para a redução significativa da taxa de desocupação nessa região: aumento da escolarização média da população local, que permitiu ampliar a empregabilidade, as mudanças na economia baiana, em termos de desconcentração das atividades produtivas, o surgimento de novas alternativas com a diversificação da base produtiva local, a exemplo do turismo e da prestação de serviços em geral, bem como o aumento do dinamismo econômico nacional e mundial experimentado nesse período.

A situação do emprego nas ACTs na Costa do Cacau revela que em 2013 existiam 8.702 empregos formais, registrando-se um avanço de 8,6% quando se compara com o ano de 2009. Os setores de Transporte, Alojamento e Alimentação concentram 93,4% dos postos de trabalhos existentes nos setores relacionados às atividades turísticas. Aproximadamente 81% dos empregos existentes em 2013, relacionados às atividades turísticas, estavam concentrados nos municípios de Ilhéus e Itabuna. No setor de Alojamento, embora Ilhéus mantenha posição de maior evidência, registra-se participação de destaque dos municípios de Itacaré e Una, representando 27% e 21% do total de empregos, respectivamente. Pau Brasil e Santa Luzia registram os menores números de empregos ligados às ACTs, o que indica a incipiência da atividade turística nesses dois municípios. No ano de 2010, o rendimento médio dos trabalhadores da Costa do Cacau era de R$ 736,60, valor superior ao salário mínimo do período. Em termos nominais, os maiores valores de renda per capita municipal foram registrados em Itabuna e Ilhéus, R$ 605,10 e R$ 579,50, respectivamente. O rendimento médio da população ocupada foi de R$ 1.091,70 e R$ 1.005,20, para os municípios de Itabuna e Ilhéus, na mesma ordem, os maiores da região, A remuneração média nos setores ligados às ACTs na Costa do Cacau foi de R$ 1.107,70 em dezembro de 2013, valor 45,4% superior ao registrado em 2009. O maior salário se encontra no setor de Transporte e Alojamento, em média R$ 1.375,70 e R$ 1.115,70, respectivamente. Contudo, desde 2009, o setor que registrou maior expansão dos salários foi o de Alimentação, com crescimento de 52,5%. Por outro lado, no setor de Cultura e Lazer estão os menores salários médios, e foi também o setor onde se verificou a menor expansão salarial. O município de Una é o que registra o maior salário médio pago ao trabalhador celetista dentre as ACTs, com R$ 1.609,66. Neste município está localizado um dos resorts mais qualificados do Brasil, o que indica a sua influência neste resultado. Da mesma forma, Ilhéus e Itacaré contam com o segundo e terceiro maiores salários médios da Zona Turística. No primeiro, o destaque é para o setor de Transporte, e no segundo, os setores de Aluguel de Transporte e Alojamento. Em Itacaré pode-se observar também o segundo maior salário médio no setor de Alojamento, influenciado pela existência de alguns estabelecimentos hoteleiros de alto padrão, fato que contribui para elevar o salário médio das ACTs no município. Comparando os dados relativos aos três últimos censos demográficos é possível observar que em 2010 verificou-se uma redução no contingente de pessoas vivendo em condições

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inadequadas quanto ao abastecimento de água e esgotamento sanitário, o que indica que houve evolução positiva na oferta desses serviços. Entretanto, ainda existem necessidades de investimentos na ampliação e melhoria das coberturas dos serviços municipais em toda a região.

A coleta de lixo, outro serviço público essencial, tem avançado com maior celeridade nos municípios da Costa do Cacau. Destacam-se dentre os que possuem melhor serviço, os municípios de Una (95,47%) e Canavieiras (95,04%). Entretanto, mesmo os demais apresentam taxas de abrangência do serviço de coleta de lixo dos domicílios superiores a 90%. Esse indicador revela a proximidade do alcance da universalização para o serviço que compõe o conceito de saneamento básico dos municípios.

Nos municípios da Costa do Cacau estão distribuídas 544 escolas de Ensino Médio e Fundamental, conforme levantamento apresentado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), para o ano de 2013. Com relação ao ensino superior, são 30 instituições que atendem as comunidades dos municípios da Costa do Cacau, sendo um Instituto Federal (IFBa), duas universidades públicas (Universidade Estadual de Santa Cruz e campi da Universidade Federal do Sul da Bahia) e 27 Instituições de Ensino Superior particulares. Os municípios de Itabuna e Ilhéus, sozinhos, são responsáveis por 83,3% das instituições de ensino superior da Zona Turística, Itabuna contando com 14 instituições e Ilhéus 11 instituições. Existem instituições na Costa do Cacau que formam técnicos em turismo ou em áreas correlatas, a exemplo do SENAC, que em programas como o PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, tem como pré-requisito a conclusão do ensino fundamental. O SENAI também está presente na Costa do Cacau, ofertando cursos técnicos na área ambiental, gestão e transporte, atividades que são aderentes ao setor de turismo; e o IFBa que oferta um curso técnico para a formação de Guias de Turismo.

O que se pode perceber é que o turismo, embora demonstre probabilidade de se tornar uma atividade com capacidade de alavancagem econômica na região, ainda não adquiriu esta condição de forma plena, ao ponto de contribuir para reter a população que migra em busca de novas ocupações e renda.

5.2 Análise da Dinâmica Ambiental

Localizada no Litoral Sul da Bahia, a Costa do Cacau conta com um clima tropical sem estação seca. A média das temperaturas máximas é superior a 24° C, e a média das mínimas é de 21ºC. Os meses mais quentes são os que vão de novembro a março e, os mais amenos, os de julho e agosto. No trimestre mais chuvoso, de março a maio, a região apresenta índice pluviométrico médio de 200 mm/mês, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

A partir dos dados do Ministério do Meio Ambiente constatou-se que toda a região da Costa do Cacau encontra-se inserida originalmente no bioma2 Mata Atlântica, tendo também a presença da savana e de uma vegetação secundária em meio aos usos antrópicos encontrados naquela área.

2 Bioma é um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e que podem ser identificados a nível regional, com condições de geologia e clima semelhantes e que, historicamente, sofreram os mesmos processos de formação da paisagem, resultando em uma diversidade de flora e fauna própria (IBGE, 2014).

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Diante da importância do ambiente natural do território desses municípios, se fazem necessárias medidas contínuas de regularização, fiscalização e monitoramento, bem como programas e projetos de recuperação de áreas degradadas e manejo adequado, a fim de mitigar os impactos pelo uso e ocupação do solo.

O aproveitamento dos ambientes naturais de forma sustentável para a atividade turística constitui uma oportunidade para a região, principalmente no que diz respeito a segmentos como o ecoturismo, que depende essencialmente de áreas como as existentes nas Florestas Densas que ocupam 24,3% do território da Costa do Cacau. Destacam-se Una (41,7%), Itacaré (35,6%) e Uruçuca (34,2%) com maiores áreas deste tipo de ocupação do solo.

Além do conjunto de praias da Costa do Cacau, existe também uma grande quantidade de rios que são fundamentais para o equilíbrio do ecossistema, bem como atrativos potenciais para o turismo. Dentre as Bacias Hidrográficas estão:

Rio de Contas (Gestão Estadual, com Comitê instalado);

Rio Cachoeira (Gestão Estadual, com Comitê instalado);

Rio Almada (Gestão Estadual, com Comitê instalado);

Rio Una (Gestão Estadual, com Comitê instalado);

Rio Pardo (Gestão Compartilhada, sem Comitê instalado);

Rio Jequitinhonha (Gestão Compartilhada, sem Comitê instalado).

Diante do expressivo número de Unidades de Conservação (UCs) na Costa do Cacau, considera-se como fator positivo para o desenvolvimento de um turismo sustentável. As UCs representam uma parcela expressiva da área total dos municípios constituindo aproximadamente 58% de toda a área do município de Itacaré, aproximadamente 47% da área do município de Uruçuca e 41,7% do município de Una

As informações obtidas junto aos atores sociais entrevistados na etapa de diagnóstico deste Plano indicam que os mesmos reconhecem a riqueza dos recursos naturais existentes na região. Os recursos naturais indicados a seguir foram apontados pelas lideranças locais como atrativos turísticos importantes:

Lagoa Encantada (Ilhéus);

Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca);

Trilhas ecológicas (Itacaré);

Estuário dos rios e visitas ao mangue (Canavieiras);

Gruta do Lapão (Santa Luzia);

Rio de Contas e Taboquinhas (Itacaré, para prática de rafting);

Praia de Jeribucaçu e do Pontal (Itacaré).

É crescente o número de turistas preocupados com a preservação do meio ambiente, aqui representado pelos atrativos naturais, o que aponta para a importância de um modelo de turismo baseado na sustentabilidade para agregar valor aos destinos da região.

Para esta região, é fundamental traçar estratégias para definir prioridades de estudos de capacidade de carga em seus atrativos, levando em consideração os seus aspectos bióticos, físicos, arqueológicos, paleontológicos e sociais, visando a mitigação de possíveis impactos causados pelo uso turístico. Dentre os levantamentos utilizados, não foi identificado nenhum atrativo que tenha um estudo específico de capacidade de carga. Existem estudos, vinculados às universidades, sobre as trilhas e suas condições, bem como sobre os municípios em si.

O governo é o responsável pelo licenciamento dos empreendimentos turísticos e imobiliários, bem como das grandes obras de infraestrutura, tais como rodovias, ferrovias, aeroportos e portos. Por este motivo, é esperado que as instituições governamentais que tratam do licenciamento adotem um maior rigor no estabelecimento de estratégias de controle de ocupação do solo.

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Diante das potencialidades dos recursos naturais e culturais existentes, pode-se afirmar que a Costa do Cacau apresenta condições bastante favoráveis para que o turismo seja uma alternativa para um desenvolvimento baseado na valorização da natureza como elemento diferenciador. Entretanto, é importante que haja uma melhor gestão das Unidades de Conservação Ambiental, com a necessidade de mais investimentos, uma maior participação das comunidades tradicionais, com o fortalecimento das atividades econômicas já praticadas pelas mesmas

5.3. Análise da Infraestrutura e Serviços Gerais

Esta seção contempla uma avaliação da situação da Infraestrutura de acesso e transporte (estruturas – terminais, rodovias e hidrovias – e características da operação dos modais), da Infraestrutura Urbana Básica, formada pelos sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e coleta e destinação de lixo, da Infraestrutura de Comunicação e da Infraestrutura de Serviços Básicos para População e Turistas. A principal via de acesso à Costa do Cacau é a BA-001, em boa condição de trafegabilidade e existência de sinalização rodoviária atualizada. A maioria das estradas de acesso aos municípios é de pista simples, mas com boa condição de tráfego. Outro eixo rodoviário importante para a região é a BR-101, rodovia federal que cruza o estado da Bahia no sentido norte-sul e passa pela região canalizando grande parte do fluxo rodoviário de pessoas e cargas de origem nacional e estadual. Todos os municípios da Costa do Cacau possuem acesso direto à BR-101.

A Costa do Cacau possui cidades como Itabuna e Ilhéus, que oferecem transportes urbanos através de ônibus circulares com terminais de finais de linha. No entanto, apresenta problemas na sua frota, considerada antiga, com uma falta de regularidade nos horários. Existem várias companhias de ônibus intermunicipais que atendem a Costa do Cacau e contam com linhas frequentes. A estrutura das rodoviárias de Ilhéus e Itabuna se encontra em boas condições e atende à demanda de usuários.

Os ônibus interestaduais que operam na Costa do Cacau, concentram-se, principalmente, nas cidades de Itabuna e Ilhéus, que possuem melhores acessos e facilitam o deslocamento pela quantidade de horários e locais de saída. Existe também a utilização de táxis, moto táxis e transportes alternativos para atender demandas de moradores e turistas por toda a região.

Ressalte-se a importância do sistema público de transporte rodoviário que conecta os municípios da região, tanto para os moradores locais quanto para os turistas, devido à extensão territorial. A circulação intermunicipal fortalece a integração social e turística regional, podendo contribuir para o aumento da permanência do turista e para uma maior dinamização da economia regional.

A Costa do Cacau conta com o aeroporto de Ilhéus, que possui estrutura para receber voos nacionais e conta com voos nacionais diários regulares, sendo o principal portão de acesso de turistas que chegam por via aérea. É administrado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária - INFRAERO. O aeroporto possui limitações que impossibilitam a sua ampliação, pois não conta com uma área de expansão uma vez que o seu entorno é constituído por ocupação urbana consolidada, mar e rio nas cabeceiras da pista. Existe autorização para a construção do novo Aeroporto Internacional de Ilhéus, que será localizado à margem da BR-415, trecho Ilhéus-Itabuna. O novo aeroporto, conta com orçamento estimado em R$270,5 milhões, busca atender as previsões de demanda no horizonte de vinte anos, considerando o fluxo de passageiros para Ilhéus e também para outras cidades da região, sobretudo Itabuna, Itacaré e Una. Há também a pista de pouso localizada no município

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de Una, que atende principalmente ao fluxo gerado pelo resort instalado na Ilha de Comandatuba e a pista de pouso de Canavieiras.

Assim como os sistemas rodoviário e aeroviário, o sistema hidroviário é constituído pelos atracadouros utilizados tanto pela comunidade quanto pelos turistas. Ilhéus dispõe de passeios turísticos feitos por hidrovias como a rota para o Rio do Engenho. Segundo a Companhia das Docas do Estado da Bahia– CODEBA, o Porto de Ilhéus tem destaque no segmento do turismo, recebendo a cada ano um volume considerável de navios de cruzeiros nos períodos de alta temporada.

Segundo o Censo Demográfico de 2010 (IBGE, 2010) o abastecimento de água na Costa do Cacau é realizado, predominantemente, por rede geral, ou, em menor escala, através de poços ou nascentes, cisternas e pela captação direta em mananciais hídricos superficiais. Com relação ao abastecimento de água proveniente da rede geral, todos os municípios possuem índice de cobertura superior a 50% dos domicílios atendidos. Os municípios de Canavieiras, Ilhéus, Itabuna, Pau Brasil e Uruçuca apresentam índices iguais ou superiores a 70%, enquanto os municípios de Itacaré e Una ficam pouco acima dos 50%. As principais considerações sobre a situação dos municípios destacam a existência de problemas no abastecimento de água nos períodos de alta estação em Canavieiras, Uruçuca e Itacaré causados pela concentração de consumo em alta temporada.

O esgotamento sanitário é um serviço que está diretamente relacionado com a saúde, o bem-estar e a preservação do meio ambiente. Segundo o Censo de 2010, a Costa do Cacau apresenta índices consideráveis de cobertura da rede geral de esgotamento sanitário. A maioria dos municípios possui índices superiores a 40% de domicílios atendidos, com exceção dos municípios de Itacaré e Una, os quais contam com 27,32% e 20,67%respectivamente.A evolução da cobertura de coleta de esgoto pela rede geral entre os anos de 1991 a 2010 ocorreu em todos os municípios, pois este serviço era praticamente inexistente em 1991.Entretanto, as principais considerações sobre esta situação destacam a falta de tratamento adequado para os dejetos como um dos principais problemas comuns a todos os municípios.

Com relação ao destino final dos resíduos sólidos, a maioria dos municípios da Costa do Cacau ainda utiliza os lixões, com exceção dos municípios de Ilhéus e Uruçuca, que lançam seus resíduos, de forma compartilhada, no Aterro Sanitário do Itariri, localizado no município de Ilhéus. Com relação à coleta dos resíduos domiciliares, o Censo de 2010 identificou que em Itabuna 93% dos domicílios têm este serviço, 84% em Ilhéus, 79% em Canavieiras, 74% em Uruçuca e 71% em Pau Brasil, enquanto os demais municípios apresentam índices entre 55% e 65% dos domicílios atendidos. Comparando com os demais municípios da região, os índices de domicílios não atendidos pela coleta porta à porta é elevado nos municípios de Itacaré e Santa Luzia, onde aproximadamente 42% dos domicílios não são atendidos pela coleta.

A responsabilidade pela coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos produzidos é constitucionalmente atribuída aos municípios brasileiros. No caso da Bahia, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia – CONDER atua junto às prefeituras com apoio e orientação técnica e operacional nas ações relacionadas aos resíduos sólidos .

O serviço de limpeza urbana apresenta índices de lixo acumulado nos logradouros abaixo de 10% em todos os municípios, demonstrando a eficiência na varrição e uma boa coleta porta a porta. Em comparação com os índices encontrados na região, os municípios que mais apresentam problemas nesta questão são Ilhéus (6,58%), Itabuna (6,97%) e Santa Luzia (7,80%). Esta temática tem sido debatida atualmente nos municípios, em torno de medidas voltadas para a educação ambiental da população e dos turistas que visitam as cidades.

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O número de domicílios que possuem cobertura de rede elétrica a partir de uma companhia distribuidora totalizam quase 90% em Canavieiras. Em Ilhéus, Itabuna, Pau Brasil, e Uruçuca este percentual ultrapassa 90% de atendimento. Em Itacaré, Santa Luzia e Una os números são inferiores a 80%, possuindo, os piores percentuais da região, de acordo com o Censo de 2010.

Na região, a rede elétrica apresenta problemas pontuais de queda de energia em algumas cidades, principalmente durante o verão, fruto do aumento do turismo e da falta de alternativas adicionais para momentos de contingenciamento energético nas cidades. Em relação à iluminação pública, quase 90% ou mais de domicílios cobertos por algum sistema de iluminação pública nos arredores.

Dentre os principais espaços de convivência e lazer utilizados pelos visitantes nos destinos

turísticos da Costa do Cacau encontram-se as praças e as áreas da orla, pois são locais de

concentração de restaurantes, bares, comércio e outros serviços de lazer. Merecem destaque

o Quarteirão Jorge Amado, localizado no centro histórico de Ilhéus, com vias exclusivas para

pedestres, além de espaços voltados para o comércio de artesanato, casas de cultura, bares,

restaurantes e outros estabelecimentos. Ilhéus possui extensa orla, que atualmente se

encontra desestruturada, com espaços ociosos, podendo ser melhor utilizada para incentivar

a sociabilização da comunidade e turistas. Outro destaque é no município de Itacaré, onde a

Orla Fluvial encontra-se subutilizada, apontando a necessidade da solução imediata dos

problemas apresentados.

O sistema de telefonia móvel conta com a presença de tecnologias, tais como 3G em quase sua totalidade, contudo não há presença de todas as prestadoras de serviço em todas as cidades. Quanto a telefonia fixa todas as cidades são atendidas. O serviço de internet, que pode ser ofertado tanto pela telefonia móvel quanto fixa, também está presente em todas as cidades. Outra opção de serviço de acesso à internet são os hotspots wi-fi, contudo restrito aos usuários de apenas uma operadora. A Costa do Cacau também é bem atendida pelos serviços postais e de radiodifusão.

Em todos os municípios visitados houve queixas relacionadas à ausência de postos de pronto

atendimento ou de unidades móveis, como o SAMU-192. Muitos deles também não contam

com equipes de bombeiros ou salva-vidas que complementam, em parte, a qualidade do

serviço de saúde. Os principais equipamentos de saúde concentram-se em Ilhéus e Itabuna.

O principal problema relacionado à segurança na Costa do Cacau é o aumento do tráfico de drogas, além do pequeno efetivo da Policia Militar e ausência de Corpo de Bombeiros na maioria das cidades. A falta de equipamentos tanto para polícia como para bombeiros é um relato recorrente. A Costa do Cacau conta com 58 estabelecimentos, sendo que 47 destes estão em Ilhéus e Itabuna, além da Delegacia do Turismo localizada no município de Ilhéus. Os estabelecimentos policiais são os Batalhões, os Postos da Polícia, os Módulos, as Companhias, os Pelotões e o Corpo de Bombeiros (existente apenas nos municípios de Ilhéus e Itabuna).

Em toda a Costa do Cacau existem 36 agências bancárias do setor público e privado. Além

das agências bancárias, existem 29 agências lotéricas (administradas pela Caixa Econômica

Federal) e dez agências dos Correios que atendem como Banco Postal. As agências lotéricas

e dos Correios também prestam serviços bancários básicos e essenciais para o Turismo

(saques, depósitos e pagamentos).

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5.4. Análise da Dinâmica Institucional

O planejamento se constitui numa importante ferramenta para o desempenho da gestão municipal e das instâncias de governança. A existência de Políticas e Planos focados no território, bem como de indicadores de sua implementação podem se constituir em elementos facilitadores da identificação dos entraves, dos avanços e dos resultados alcançados, por parte de estruturas de gestão.

Nos municípios da Costa do Cacau, Itacaré está melhor aparelhado no tocante aos

instrumentos de gestão. Possui Inventário, Estudo de Demanda Turística, Plano de

Desenvolvimento Turístico e Estudo do Plano Diretor. É o único destino que dispõe da análise

do perfil da demanda turística municipal realizada em 2011. Existe ainda Plano de Turismo de Santa Luzia e Canavieiras elaborados em 2014. Em Uruçuca, o Planejamento Estratégico do Município tem um capítulo que trata da expansão do turismo na condição de eixo de desenvolvimento e também foi elaborado em 2014. Olhando-se para o conjunto dos municípios, verifica-se que existe inventário turístico em cinco dos oito municípios. Elaborados entre os anos de 2010 e 2014, exceto o inventário de Una, os demais têm como base a metodologia de Inventariação da Oferta Turística do Ministério do Turismo. Em relação à disponibilidade do Plano Diretor Municipal3, dos oito municípios, seis possuem esta ferramenta. Apenas Pau Brasil e Santa Luzia informaram que não possuem esta ferramenta de planejamento.

Quanto à análise da dinâmica da gestão colegiada na Costa do Cacau foi realizada tendo como referência o Sistema de Gestão Descentralizada do Turismo do Estado da Bahia, constituído em consonância com o Sistema Nacional de Gestão do Turismo. Este sistema é composto pelo Fórum Estadual de Turismo, pelas Câmaras Regionais de Turismo das áreas turísticas do Estado e os Conselhos Municipais de Turismo. Assim, a Câmara Regional de Turismo da Costa do Cacau encontra-se ativa e utiliza mídias sociais como Facebook, blog e página de compartilhamento de arquivos para comunicação sobre suas atividades e interação entre os “associados”. Vale salientar que esta Câmara Regional deu um passo importante na profissionalização de sua gestão, ao construir e apresentar4 o Plano de Gestão do Turismo– PGT, da Costa do Cacau. Este documento é resultante da metodologia adotada de transmissão de conhecimentos sobre o processo de planejamento e gestão do turismo, da Rede de Inovação em Gestão do Turismo. Nas informações colhidas sobre o nível de cooperação e governança exercida pelos Conselhos Municipais, coordenados pelo setor público, observou-se, que ainda é bastante incipiente, refletindo as dificuldades enfrentadas pela Câmara Regional para sua operacionalização. Assim, foi constatado que apesar dos conselhos municipais de turismo estarem presentes em quase todos os municípios (90 %), do ponto de vista do exercício dessa prática a situação é preocupante, uma vez que dos sete conselhos existentes na região, cinco estão sem funcionar5 (70 %). Apenas os conselhos de Santa Luiza (criado em 1997) e Uruçuca

(2011) estão ativos e com reuniões trimestrais e mensais, respectivamente.

3A referida Lei Estadual de Turismo, indica que compete aos Municípios integrantes das Zonas Turísticas e aqueles declarados

como Municípios Turísticos, estabelecerem exigências mínimas nos instrumentos de Política Urbana, tais como Plano Diretor

Urbano, Lei de Uso e Ocupação do Solo, Código Ambiental, Código de Obras.

4 Em seminário realizado pela Rede, no período de 16 a 18/10/2014.

5Conselhos dos municípios de Itacaré, Ilhéus, Itabuna, bem como os de Canavieiras e Una que foram instituídos em 1996.

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Outro vetor na análise da gestão pública do turismo em âmbito municipal está relacionado com a capacidade de arrecadação/captação de recursos por parte dos municípios e que tem reflexos na condução do desenvolvimento da atividade turística. A tabela a seguir apresenta informações sobre a arrecadação dos municípios da Costa do Cacau, em 2013, segundo publicação no site do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia, bem como a relação entre a população e a arrecadação per capita.

Tabela 2- Arrecadação Municipal

Municípios Arrecadação Total

Ano 2013 em R$ População

Arrecadação Per

Capita em R$

Canavieiras 59.399.978,72 32.336 1.836,96

Ilhéus 283.957.305,92 184.236 1.541,27

Itabuna 287.703.657,96 204.667 1.405,72

Itacaré 44.941.914,44 24.318 1.848,09

Pau Brasil 19.830.973,87 10.852 1.827,40

Santa Luzia 21.332.696,53 13.344 1.598,67

Una 45.000.874,50 24.110 1.866,48

Uruçuca 38.173.124,62 19.837 1.924,34 Fonte: Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia e IBGE (2014)

Verifica-se que a arrecadação média por habitante dos municípios da Costa do Cacau é de R$ 1.557,99 (um mil, quinhentos e cinquenta e sete reais e noventa e nove centavos), sendo que estes recursos são destinados à gestão municipal como um todo incluindo a prestação de serviços e manutenção de bens públicos por parte das Prefeituras.

Sobre o orçamento destinado aos Órgãos Oficiais de Turismo, os municípios de Ilhéus e Itabuna, declararam que o volume de recursos para suas entidades é de aproximadamente três milhões e trezentos mil reais (Ilhéus) e em torno de um milhão e trezentos mil reais (Itabuna). No tocante ao percentual do orçamento municipal destinado diretamente ao turismo, cinco dos seis gestores entrevistados disseram receber menos de 1% do orçamento para realizar a gestão do turismo e outros dois recebem entre 1% e 3%. O município de Pau Brasil não respondeu à pergunta.

Os únicos que possuem secretarias de turismo específicas são Ilhéus e Itacaré. Nos demais, o órgão de turismo é compartilhado com as áreas de meio ambiente, de desenvolvimento rural, de esportes, de indústria e comércio. Do total de servidores (38) das pastas de turismo, um pouco menos de 50% (18) possuem escolaridade superior, sendo que quatro deles têm cursos de especialização. Este é um dado relevante para a formação de massa crítica necessária às mudanças requeridas para o alcance de um novo patamar de qualidade na área da gestão do turismo. Quanto a forma de gerenciamento adotada pelos municípios nos SATs - Serviço de Atendimento ao Turista, apenas as secretarias de Itacaré, Ilhéus e Uruçuca disseram ser responsáveis pelo gerenciamento destes postos de informações turísticas, sendo que Ilhéus conta com a cooperação da iniciativa privada para sua operacionalização. A ausência de um plano de marketing e de comunicação nos municípios que proporcione a construção de uma identidade visual, prevendo ainda estratégias-macro de divulgação e promoção dos seus principais destinos e comunicação entre a região e parceiros, de uma forma geral, leva-os a se utilizarem do potencial de alcance da Internet, com o uso de sites e das mídias sociais, como ferramentas para a aproximação com o mercado /turistas.

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5.5. Análise da Dinâmica Turística

5.5.1 Análise da Demanda

5.5.1.1. Demanda Atual

A Bahia mantém grande representatividade no fluxo do Nordeste, já que contava com 13.069.000 de turistas/viagens em 2011 (FIPE), sendo 5,1% fluxo internacional e o restante doméstico. Destes, 49,3% vêm de outros estados do país e 50,7% do próprio Estado. A Bahia encontrava-se em segundo lugar no ranking da participação dos estados no PIB Turístico Doméstico, com 13,2% de toda receita turística do país (FIPE 2011) e contabilizou R$7 bilhões. Os principais estados responsáveis pelo fluxo baiano são a Bahia (50,7%), São Paulo (16,6%) e Minas (7,4%). E os principais emissores internacionais são Argentina (18,9%), Espanha (12,9%) e Itália (9,8%). A partir dos números de viagens verifica-se que a Costa do Cacau pode ter alcançado um patamar 828.320 turistas no ano de 2014.

A pesquisa realizada pela BmiBrasil/Petrocchi Consultoria (2014), traçou um perfil sociodemográfico dos turistas que visitam a Costa do Cacau e mostra que 52% são homens e 48%,mulheres. A maior parte dos visitantes desta área turística (51,5%) possui de 30 a 55 anos, seguido pelas pessoas com menos de 30 anos (36,8%). A melhor idade é a faixa etária menos representativa. Percebe-se a presença das faixas etárias economicamente ativas da população, ou seja, que tem o tempo mais restrito para viagens apesar da possibilidade do consumo ser maior.

Um terço dos turistas (32,8%) tem renda inferior a R$1.448,99 mensais, 20,1% entre R$1.449,00 e R$2.895,99 e 27% têm renda mensal superior a R$2.896,00. Estes dados apontam que mais da metade dos turistas tem renda inferior a R$2.895,99 (3,9 salários mínimos), faixa que tende a viajar menos, segundo Estudo de Demanda Turística Mtur/FIPE (2011), além de gastar menos, impactando no tempo de permanência, investimento em alimentação, passeios e compras.

Praticamente a metade das pessoas que visitam a Costa do Cacau residem no Nordeste, sendo a maioria da Bahia (39,2%). Também há um grupo importante procedente do Sudeste (39,2%), majoritariamente de São Paulo (19,1%), principal Estado emissor de turistas do país.

O índice de retorno é baixo já que a média das visitas realizadas não chega a duas nos últimos quatro anos. Este índice está diretamente ligado à experiência de viagem que a região oferece e à facilidade de acesso à informação e compra.

As principais fontes de informação utilizadas pelos turistas são os amigos e parentes (93,1%) e a Internet (83,3%). A maioria dos turistas viaja com a família e/ou filhos (41,2%), 30,4% em casal, mostrando que existem atividades disponíveis para diferentes faixas etárias ligadas ao sol e praia e ecoturismo, já que trata-se dos principais segmentos da oferta da região.

Dos visitantes desta região 68,2% costumam ir nos meses de alta temporada (dezembro, janeiro, fevereiro ou julho). No entanto, há um índice relevante de pessoas que viajam em agosto, apontando uma propensão e disponibilidade para viajar em baixa temporada.

Os meios de transporte mais utilizados para viajar até o destino são o carro (47,1%) e o avião (41,2%). Um terço dos turistas hospeda-se em pousadas (36,8%), 27% em hotéis de diferentes categorias e 16,2% na casa de amigos ou familiares. Uma porcentagem relevante

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não dorme no destino (8,3%), ou seja, são excursionistas motivados, na maioria das vezes por praias da região.

Quando se pergunta pelas principais motivações para viajar à Costa do Cacau, três fatores se destacam: a beleza e a paisagem natural (86,3%), o clima (61,3%) e as praias (60,8%). A cultura local (31,4%), a tranquilidade (30,9%) e as cidades históricas (29,4%) aparecem em seguida. Os motivadores estão diretamente ligados à atividade mais realizada entre os turistas que visitam a região, ir à praia (74,5%). Em seguida estão as caminhadas e o contato com a natureza (49,5%).

Apesar das atividades realizadas ligadas à cultura terem representatividade menor que as relacionadas ao meio ambiente, a motivação é alta, ou seja, 31,4% das pessoas que visitam a região buscam conhecer a cultura local, museus e arte. Assim sendo, pode-se interpretar que existe uma disposição por parte dos turistas em conhecer o patrimônio cultural da Costa do Cacau, mesmo havendo uma pequena oferta e/ou divulgação dos produtos culturais locais. Um melhor aproveitamento dos recursos culturais pode contribuir para a atração de visitantes, assim como influenciar no aumento da permanência na região .

A permanência média na Costa do Cacau é de quatro noites, menor que o resultado da última pesquisa estadual, onde a média foi 6,8 noites para os turistas nacionais (FIPE, 2011). Por isso a necessidade de diversificação da oferta e integração dos municípios para que se complementem e aumente a permanência dos visitantes. A incidência maior do gasto médio durante a viagem é menos que R$1.000,00 (32,8%). No entanto a média do gasto é de R$1.525,40, mais alta que a média dos visitantes brasileiros do estado que foi R$877,75(FIPE,2011).

Das pessoas que visitaram a Costa do Cacau apenas 8,3% manifestam intenção de voltar nos próximos anos. Uma porcentagem ligeiramente superior (11,8%) opta por não voltar à Costa do Cacau e ir à Chapada Diamantina, enquanto que 5,9% preferem a Costa do Dendê e 5,4%, a Baía de Todos-os-Santos. Ou seja, estes são os principais concorrentes dentro do estado.

O equipamento turístico melhor avaliado é a hospedagem (nota 4,2) em uma escala de um a cinco. Os restaurantes são o segundo serviço turístico melhor avaliado, apesar da nota ter sido bem mais baixa (2,7).Em resumo, os recursos culturais ainda são pouco aproveitados pelos destinos da Costa do Cacau, apesar de serem matérias-primas importantes para a renovação da oferta a curto prazo, o que a pesquisa demonstra ser imprescindível. Isto devido à baixa taxa de retorno e de intenção de visitas, além do índice de satisfação do seu principal atrativo (praias) estar mediano.

5.5.1.2 Demanda Potencial

Conforme mencionado anteriormente, foi realizada uma pesquisa online com 1.200 pessoas nos principais destinos emissores de turistas para a Bahia, de acordo com a FIPE. (400 em São Paulo, 200 em Minas Gerais, 200 no Rio de Janeiro, 60 no Espírito Santo, 60 em Sergipe, 60 em Pernambuco, 60 no Distrito Federal, 60 no Paraná, 50 no Rio Grande do Sul, 50 em Goiás).Deste total, 18,5% são potenciais visitantes da Costa do Cacau, pois demonstraram interesse em visitar a região e/ou retornar. Foi pesquisado o perfil, expectativas e hábitos de consumo dos turistas que pretendem visitar a Costa do Cacau nos próximos anos .

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O resultado da pesquisa mostra que a incidência do gênero de turistas que tem a intenção de visitar a Costa do Cacau é similar ao perfil dos que já visitam, sendo muito equilibrado com uma porcentagem levemente mais alta do sexo masculino. A média de idade dos visitantes potenciais da Costa do Cacau é de 38,5 anos, ligeiramente superior à do conjunto de entrevistados. Mais da metade do mercado potencial da Costa do Cacau está situada na faixa etária entre 31 e 55 anos, sendo que aproximadamente um terço são menores de 30 anos e 10% maiores de 55. O nível de renda é também notavelmente maior entre a demanda potencial da Costa do Cacau comparando com o restante dos entrevistados. Praticamente dois terços (64,2%) possui renda mensal individual superior a R$1.448,99. 26,2% têm rendimento entre R$724,00 e R$1.448,99, 4,6% têm um rendimento mensal inferior, que são os jovens de 18 a 34 anos.

A demanda potencial da Costa do Cacau reside, sobretudo, em São Paulo (31%), Minas Gerais (22%) e Rio de Janeiro (14,5%), que são também os maiores emissores de turistas no Brasil. Dentre as atividades pretendidas pela demanda potencial da Costa do Cacau durante suas viagens à região estão ir à praia (62,1%), fazer compras (57%), passear em ambientes naturais (53,3%) e usufruir da gastronomia (46,2%). Esses itens são, inclusive, superiores ao conjunto total de cidadãos entrevistados. Contudo, é também expressivo o percentual de indicações para visitar feiras e mercados (37,8%) e fazer visitas a monumentos (34,2%) e visitar igrejas (20%). A duração das viagens não varia entre o público potencial da Costa do Cacau e o conjunto total dos cidadãos entrevistados. Em ambos os casos, a estada média pretendida é de 6,9 noites. Número maior que dos turistas que visitaram a região em 2014 (4,0 noites), mas equivalente ao resultado da pesquisa FIPE em 2011 (6,8 noites) para os turistas nacionais .

O tipo de hospedagem que ambos escolhem em primeiro lugar são as casas de amigos e familiares. Isto é declarado por 44,7% do público potencial para a Costa do Cacau. A segunda opção são os hotéis (31%), sendo os de 4 estrelas a maior incidência (13%).O principal meio de transporte para viajar é o carro (42,6%), embora entre os turistas potenciais da Costa do Cacau seja significativa a utilização do avião (36%).

A época preferida para viajar são os meses de dezembro, janeiro, fevereiro tanto para a demanda potencial (49,9%) como para o conjunto total dos cidadãos (55,1%), embora estes últimos tenham maior tendência para sair de férias na alta temporada, ou seja, os turistas potenciais da Costa do Cacau têm leve propensão para viajar fora de temporada. A família e os filhos são a principal companhia para viajar, tendo em segundo lugar, os amigos, em terceiro lugar os casais sem filhos e, finalmente, há quem prefira viajar sozinho.

Oito de cada dez pessoas que demonstram certa propensão em viajar para a Costa do Cacau já obtiveram informação sobre a região. Este percentual se reduz para 56,9% entre o conjunto total dos entrevistados. As principais fontes de informação são amigos e parentes (60,2%) e internet (58,8%).

O gasto médio que realizam durante as férias é superior entre as pessoas que manifestam intenção de viajar para a Costa do Cacau (mais que R$1.000,00) do que entre o total de cidadãos entrevistados (menos de R$500,00). A disposição apagar mais para desfrutar de novas experiências turísticas é igual entre o total dos entrevistados (91,1%) e entre a demanda potencial da Costa do Cacau (91,9%). Pode-se concluir que o perfil e os hábitos de consumo

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dos turistas que já visitam a Costa do Cacau e dos que pretendem visitar é muito similar. Isto se deve à imagem transmitida ao mercado através das ações de promoção e divulgação já realizadas.

5.5.2 Análise da Oferta

A partir das análises realizadas conclui-se que a atual oferta turística da Costa do Cacau está fortemente baseada em atrações ligadas à temática de natureza, predominantemente atrelada ao Turismo de Sol e Praia e Ecoturismo. Os recursos naturais como praias, lagoas, rios, ilhas, baías e cachoeiras, somando-se ao patrimônio cultural, constituem as principais matérias-primas do turismo na região. Algumas das atrações de destaque da região são as praias envolvidas pela Mata Atlântica de Itacaré. Os principais destinos turísticos, como Itacaré e Ilhéus, se encontram a 356,2 Km e a 416,5 Km da capital. As Unidades de Conservação presentes no território reforçam a potencialidade para atividades de Turismo que se desenvolvam em consonância com a preservação do meio ambiente. Outra característica são os resorts presentes nos destinos de Comandatuba e Itacaré, que além de serem equipamentos, são atrativos turísticos por sua capacidade de gerar individualmente demanda turística. Os eventos trazem um diferencial competitivo muito interessante para a região, com destaque para o Festival Internacional do Chocolate e a Semana Jorge Amado de Cultura e Arte, em Ilhéus, o Festival Nacional de Pesca do Marlim Azul e o Festival Nacional do Caranguejo, em Canavieiras, e o Campeonato de Surf Profissional em Itacaré. A região possui uma boa oferta de equipamentos de serviços turísticos de hospedagem e alimentação, complementada por um comércio variado e alguns pontos de venda do artesanato nos municípios que sediam os atrativos de maior destaque, sendo que nas outras localidades há uma carência desse tipo de estrutura.

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Figura 4 - Mapa da Costa do Cacau por Segmento Turístico

Fonte: Secretaria de Turismo do Estado da Bahia

Os municípios de Ilhéus, Itacaré e Una que sediam os atrativos turísticos de maior relevância na região, são também os municípios mais bem estruturados em termos de acesso, condições de uso e facilidade de compra, e os de maior destaque em materiais promocionais, podendo ser considerados municípios onde o turismo apresenta maior relevância econômica.

Canavieiras, Itabuna, Santa Luzia e Uruçuca, podem ser entendidos como municípios de interesse turístico em vias de desenvolvimento, pois já recebem fluxo e oferecem certa estrutura para o consumo de produtos e serviços turísticos, porém ainda precisam ser melhor trabalhados.

Conforme já mencionado, um município pode contar com vários destinos turísticos, e na Costa do Cacau isso ocorre com os exemplos de Ilhéus e Olivença, sendo a sede e adjacências um destino, e o distrito de Olivença um destino específico. Também em Itacaré ocorre esta situação em que a sede e seu entorno formam um destino e Taboquinhas pode ser considerado outro destino.

Em outras situações um município pode ter destinos que não coincidem com suas sedes principais como Uruçuca, cujo destino turístico é Serra Grande, e Una onde o destino turístico mais proeminente é Comandatuba.

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A predominância, atualmente, é o turismo de sol e praia, adicionado pelos demais atrativos referentes aos ambientes naturais e aos atributos culturais da região. Contudo, a qualidade e a quantidade dessa oferta relacionada a outros ambientes naturais e à cultura, demonstram a potencialidade da Costa do Cacau para ser trabalhada na perspectiva da construção de um portfólio bastante variado de produtos e segmentos independentes.

A avaliação qualitativa dos atrativos possui estrutura técnica semelhante à utilizada nos destinos, ou seja, considera questões como: Acesso, Sinalização e Estrutura Física, Valor Percebido e Grau de Uso, e a Promoção e Comercialização. Essa análise também buscou pontuar dentro de uma escala de um a cinco, sendo um a “situação ruim” e cinco a “situação muito boa”.

O quadro a seguir mostra os destinos e principais atrativos identificados, bem como os segmentos mencionados e conceituados acima.

Como pode ser verificado na tabela, a maior concentração de atrativos existentes na região é de atrativos naturais (96), seguido dos culturais (29) e eventos (05).

Estes atrativos, que são também os principais produtos turísticos, caracterizam o Turismo da região, pois estão classificados nos segmentos: sol e praia (69), ecoturismo (37), cultural (33), aventura (10).

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3.DIAGNÓSTICO

Quadro 1– Municípios, Destinos e Atrativos

Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

NA

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EV

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T

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Cu

lt

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Pesca

Náu

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Aven

t.

So

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raia

Neg

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ven

.

Ru

ral

Saú

de

Museu Basílio Carneiro x x 3,0 3,0 2,0

Igreja Matriz de São Boa Ventura x x 2,0 2,0 2,0

Sede de Prefeitura x x 2,0 2,0 2,0

Galeria do Porto x x 3,0 3,0 2,0

Igreja de Santo Antônio do Atalaia x x 2,0 2,0 2,0

Centro Histórico x x 4,0 4,0 3,0

Fazenda Vida x x x 2,0 3,0 2,0

Fazenda Cubículo x x x x 2,0 3,0 2,0

Lama Negra x x x 2,0 3,0 2,0

Praia Atalaia x x 4,0 4,0 3,0

Praia Barra do Albino x x 3,0 3,0 2,0

Praia Barra Velha x x 3,0 3,0 2,0

Praia da Costa (do Patipe) x x 3,0 3,0 2,0

Praia do Sul x x 3,0 3,0 2,0

Praia Norte (Praia de Oiticica) x x 2,0 2,0 2,0

Rio Paripe x x 2,0 2,0 2,0

Rio Pardo x x 2,0 2,0 2,0

Viveiro de Marlin Azul e Banco Royal Charlotte x x 4,0 5,0 4,0

Ilha das Garças x x 2,0 3,0 2,0

Festival Nacional de Pesca de Marlin Azul x x x 3,0 4,0 3,0

Festival Nacional do Carangueijo x x x 3,0 3,0 3,0

Ilha de Atalaia x x x 3,0 3,0 3,0

VALOR

PERCEBIDO E

GRAU DE USO

PROMO E

COMER.

MÉDIA POR

DESTINO

CANAVIEIRAS Canavieiras 2,7

MUNICÍPIOSDESTINOS

TURÍSTICOSATRATIVOS TURÍSTICOS

TIPOLOGIA DOS

PRINCIPAIS

ATRATIVOSSEGMENTOS TURÍSTICOS

ACESSO,

SINALIZAÇÃO

ESTRUTURA

FÍSICA

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Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

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Sol e

Pra

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Rura

l

Saúd

e

Bataclan x x 4,0 5,0 5,0

Capela de Senhora de Santana x x 3,0 3,0 3,0

Casa de Cultura Jorge Amado x x 3,0 5,0 3,0

Quarteirão Jorge Amado x x 3,0 4,0 4,0

Teatro Municipal de Ilhéus x x 3,0 3,0 3,0

Vesúvio x x 4,0 5,0 4,0

Catedral São Sebastião x x 3,0 3,0 3,0

Igreja Matriz de São Jorge dos Ilhéus x x 3,0 2,0 3,0

Convento da Piedade x x 3,0 2,0 3,0

Palácio Paranaguá x x 3,0 3,0 3,0

Cristo x x 3,0 2,0 3,0

CEPLAC x x 5,0 5,0 5,0

Fazenda Primavera x x x x x 4,0 4,0 3,0

Fazenda Provisão x x x x x 4,0 4,0 3,0

Fazenda Yrerê x x x x x 4,0 4,0 3,0

Igreja do Engenho de Santana x x 2,0 4,0 3,0

Praia Acuípe x x 3,0 3,0 3,0

Praia Back Door x x 3,0 3,0 3,0

Praia Cai N'Água/Milagres x x 3,0 3,0 3,0

Praia Canabrava x x 3,0 3,0 3,0

Praia da Orla Urbana de Ilhéus x x 3,0 3,0 3,0

Praia de Batuba x x 3,0 3,0 3,0

Praia do Cururipe x x 3,0 3,0 3,0

Praia do Jairi x x 3,0 3,0 3,0

Praia do Sul x x 3,0 3,0 3,0

Praia dos Milionários x x 3,0 3,0 3,0

Praia Itapororoca/Pedras x x 3,0 3,0 3,0

Praia de Mamoan x x 2,0 3,0 2,0

Praia do Norte x x 3,0 3,0 3,0

Praia Águas de Olivença x x 2,0 3,0 2,0

Praia da Ilha do Desejo x x 2,0 3,0 2,0

Praia da Concha x x 2,0 3,0 2,0

Praia do Cristo x x 2,0 3,0 2,0

Praia da Avenida x x 3,0 3,0 2,0

Praia de Barramares x x 2,0 3,0 2,0

Praia de São Miguel x x 2,0 3,0 2,0

Praia Boca da Barra - Pinah x x 2,0 3,0 2,0

Praia da Jóia x x 2,0 3,0 2,0

Praia Mar e Sol x x 2,0 3,0 2,0

Praia dos Coqueiros x x 4,0 3,0 3,0

Praia Ponta da Tulha x x 3,0 3,0 3,0

Praia Ponta do Ramo x x 2,0 3,0 2,0

Praia do Malhado x x 3,0 3,0 2,0

Praia de Siriba x x 2,0 3,0 2,0

Festival Internacional do Chocolate x x x x 4,0 3,0 3,0

Semana Jorge Amado de Cultura e Arte x x x 3,0 3,0 2,0

Complexo da Lagoa Encantada (Lagoa

Encantada, Rio Almada e Cachoeiras das

Caldeiras)

x x x 3,0 3,0 3,0

Igreja Nossa Srª da Escada x x 2,0 2,0 2,0

Balneário Tororomba x x 2,0 3,0 2,0

VALOR

PERCEBIDO E

GRAU DE USO

PROMO E

COMER.

MÉDIA POR

DESTINO

ILHÉUS

Ilhéus 3,0

Olivença 2,2

MUNICÍPIOSDESTINOS

TURÍSTICOSATRATIVOS TURÍSTICOS

TIPOLOGIA DOS

PRINCIPAIS

ATRATIVOSSEGMENTOS TURÍSTICOS

ACESSO,

SINALIZAÇÃO

ESTRUTURA

FÍSICA

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Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

NA

T

CU

LT

R.T

.C.A

EV

EN

T

E.T

.C.A

Eco

Cu

lt

Est.

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Pesca

Náu

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Aven

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So

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raia

Neg

. e E

ven

.

Ru

ral

Saú

de

Museu Casa Verde x x 3,0 2,0 2,0

Shopping Jequitibá x x 4,0 2,0 3,0

Cachoeira do Engenho x x 2,0 3,0 2,0

Cachoeira do Cleandro x x 2,0 3,0 2,0

Cachoeira da Usina x x 2,0 3,0 2,0

Txai Itacaré x x x x 5,0 5,0 5,0

Rio de Contas x x x x 3,0 3,0 3,0

Salto do Apepique x 2,0 3,0 2,0

Centro Histórico x x 3,0 2,0 2,0

Praia da Concha x x 3,0 4,0 3,0

Praia da Coroa x x 3,0 3,0 2,0

Praia da Costa x x 3,0 3,0 3,0

Praia da Ribeira x x 3,0 3,0 3,0

Praia da Tiririca x x 3,0 3,0 3,0

Praia de Camboinha x x 3,0 5,0 3,0

Praia de Itacarezinho x x 3,0 5,0 3,0

Praia de Jeribucaçu x x 3,0 5,0 3,0

Praia do Patizeiro x x 3,0 4,0 3,0

Praia do Resende x x 3,0 3,0 3,0

Praia do Siriaco x x 3,0 4,0 3,0

Praia Engenhoca x x 3,0 5,0 3,0

Praia Havaizinho/Burundanga x x 3,0 5,0 3,0

Praia São José x x 3,0 4,0 3,0

Prainha x x 3,0 5,0 3,0

Campeonato de Surf Profissional x x 4,0 4,0 4,0

Vila Rosa Cacau e Cultura x x x x x 3,0 3,0 3,0

Corredeiras do Rio de Contas x x x 3,0 3,0 3,0

PAU BRASIL Pau Brasil Cachoeiras de Cima e de Baixo x x 1,0 1,0 1,0 1,0

Parque Ecoturístico do Lapão x x x 1,0 2,0 1,0

RPPN Gruta do Lapão x x x 1,0 2,0 1,0

Sítio Arqueológico do Jacarandá e Solobre x x x x 1,0 2,0 1,0

Lagoa Dourada x x 1,0 2,0 1,0

Rio Pardo x x 1,0 2,0 1,0

Corredeira da Betânia x x 1,0 2,0 1,0

Cachoeira do Píer x x 1,0 2,0 1,0Cachoeira Cruz de Pia x x x 1,0 2,0 1,0

ITACARÉ

Itacaré 3,2

Taboquinhas 3,0

SANTA LUZIA Santa Luzia 1,3

VALOR

PERCEBIDO E

GRAU DE USO

PROMO E

COMER.

MÉDIA POR

DESTINO

ITABUNA Itabuna 2,7

MUNICÍPIOSDESTINOS

TURÍSTICOSATRATIVOS TURÍSTICOS

TIPOLOGIA DOS

PRINCIPAIS

ATRATIVOS

SEGMENTOS TURÍSTICOSACESSO,

SINALIZAÇÃO

ESTRUTURA

FÍSICA

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Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

NA

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LT

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EV

EN

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E.T

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Cu

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raia

Neg

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Ru

ral

Saú

de

Comandatuba Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba x x x x 4,0 4,0 4,0 4,0

Arquivo e Museu Municipal x x 2,0 2,0 1,0

Ecoparque de Una x x x x 4,0 4,0 3,0

Fazenda Bolandeira x x x x x 2,0 2,0 1,0

Ilha da Fantasia x x x x 3,0 3,0 2,0

Ilha e Manguezal de Comandatuba x x 3,0 3,0 3,0

Praia de Comandatuba x x 4,0 4,0 4,0

Praia da Itapororoca x x 2,0 2,0 2,0

Praia de Lençóis x x 2,0 2,0 2,0

Praia da Ilha do Desejo x x 2,0 3,0 2,0

Praia de Una x x 2,0 3,0 2,0

Rio Acuípe x x 2,0 2,0 2,0

Reserva Biológica de Una x x 3,0 3,0 2,0

Cachoeira do Zé Maria x x 3,0 2,0 2,0

Poço do Robalo x x 3,0 2,0 2,0

Parque Estadual da Serra do Conduru x x x 3,0 4,0 4,0

Distrito de Serra Grande x x x x 3,0 3,0 3,0

Praia do Pompilho x x 3,0 3,0 2,0

Praia Sargi x x 3,0 2,0 2,0

Praia Pé de Serra x x 3,0 3,0 2,0

Prainha x x 2,0 2,0 2,0

Praia Barra do Sargi x x 3,0 2,0 2,0

129 96 29 9 5 3 30 33 2 3 3 3 7 65 6 7 1

URUÇUCA

Uruçuca 2,3

Serra Grande 2,5

Total Atrativos e Segmentos

VALOR

PERCEBIDO E

GRAU DE USO

PROMO E

COMER.

MÉDIA POR

DESTINO

UNA Una 2,5

MUNICÍPIOSDESTINOS

TURÍSTICOSATRATIVOS TURÍSTICOS

TIPOLOGIA DOS

PRINCIPAIS

ATRATIVOS

SEGMENTOS TURÍSTICOS

ACESSO,

SINALIZAÇÃO

ESTRUTURA

FÍSICA

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Para a análise da oferta de hospedagem, de acordo com as informações da Secretaria do Turismo do Estado da Bahia, a região conta com 373 meios de hospedagem, com 6.492 Uhs e 18.481 leitos, situados principalmente em Ilhéus (135), Itacaré (135) e Canavieiras (41), representando a 83 % do total. Os equipamentos hoteleiros pesquisados apresentam uma taxa de ocupação anual variando de 30% a 50%, o que pode sugerir ociosidade nos estabelecimentos, quando comparados a quantidade de leitos existentes. A ocupação intensiva ocorre nos meses de verão e férias escolares. Os equipamentos de hospedagem da amostra estudada apontam uma diária média variando de R$ 70,00 a R$ 100,00 por pessoa.

Os resorts da região contam com a oferta de 410 unidades habitacionais incluídas no total, importante contribuição para atrair um público diferenciado, possibilitando a diversificação da demanda e oferecendo oportunidades de emprego e geração de renda.

Destaca-se também o setor de alimentação conta com 363 empresas, sendo aqui considerado o total de restaurantes, bares, locais que ofereçam comida típica, quiosques/barracas. A capacidade de atendimento de clientes sentados está em torno de 287 pessoas. Como equipamentos de animação e lazer foram considerados os parques de diversões/temáticos, clubes, estádios/ginásios/quadras, marinas/atracadouros, mirantes/belvederes, boates/discotecas/casas de espetáculo, cinemas, campos de golfe e parques agropecuários com 37 equipamentos. Apesar da sazonalidade existente, nenhuma empresa da amostra pesquisada interrompe funcionamento nos períodos de menor fluxo.

O resultado da análise qualitativa da amostra da região apresenta uma pontuação de 3,3, na escala de um a cinco pontos, revelando a qualidade dos equipamentos e serviços da região, lembrando novamente que os empreendimentos localizados nos destinos de maior destaque fortalecem as pontuações da região.

Foram elencados ao todo 20 bens materiais na Costa do Cacau, percebendo-se que Ilhéus é o município que mais se destaca na quantidade de bens listados, com 14 bens, enquanto há três em Canavieiras, dois bens em Itacaré e um bem em Uruçuca. Não há menção a bens tombados pelo IPHAN. Todos os patrimônios listados na Costa do Cacau encontram-se em situação satisfatória de conservação.

A sinalização turística está presente nos espaços urbanos, indicando os atrativos turísticos, e nas vias internas e rodovias de acesso, contudo, a sinalização existente encerra-se na entrada da via que dá acesso ao atrativo, não permitindo ter a real noção de qual é a distância até o ponto, e, internamente, qual é o percurso a seguir.

Poucos dos empreendimentos existentes pertencem a cadeias hoteleiras ou sistemas de franquia, caracterizando-se como empresas de gestão familiar, uma das grandes particularidades do turismo em ambientes fora da área urbana.

Contudo, sabe-se que a região sedia alguns resorts que são vinculados a cadeias hoteleiras, como o Txai Itacaré e o Transamérica Ilha de Comandatuba que localizam-se nos destinos de Itacaré e Una e são empreendimentos nacionais que operam no sistema all inclusive.

A oportunidade de potencializar os segmentos de Turismo Cultural, Turismo Rural, Ecoturismo e Turismo de Aventura é relevante na Costa do Cacau. Atrativos ligados à cultura como o artesanato, as manifestações da cultura popular, grupos de capoeira, a gastronomia, o cacau e seus produtos, estão presentes no território, precisam ser melhor trabalhados para se integrar aos produtos já ofertados, agregando valor, auxiliando no combate à sazonalidade, na diversificação de opções de compra e visitação, e na busca de um público que colabore na sustentabilidade das atrações.

O Turismo de Pesca em Canavieiras já atrai turistas interessados na pesca do Marlim Azul, necessitando a melhoria da estrutura física para as embarcações e a apropriação desse tema pelo destino para utilizá-lo como fonte de diversificação econômica, já que traz um perfil de

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público interessante do ponto de vista da capacidade de consumo de produtos e serviços relacionados à temática.

A região já é comercializada por operadores de turismo que complementam os passeios vendidos para Salvador, em especial para os municípios de Canavieiras, Ilhéus, Itacaré e Una (em função do Hotel Transamérica Comandatuba), mas a região também se caracteriza como destino específico pela qualidade e diversidade de seus atrativos e também pelo acesso facilitado com o aeroporto em Ilhéus.

A integração da oferta com Salvador e com a Costa do Dendê pode ser potencializada ainda mais por meio de roteiros que integrem os destinos, buscando novas atrações ou a agregação de valor aos produtos já existentes com os elementos da oferta potencial.

Para desenvolver todo esse potencial, faz-se necessário um trabalho de construção da imagem turística da Costa do Cacau, com a definição de sua identidade enquanto produto, elementos de comunicação visual e de comunicação integrada.

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6. ANÁLISE ESTRATÉGICA DA ÁREA TURÍSTICA

Com base nas informações apresentadas no diagnóstico é possível compreender a situação atual da atividade turística na Costa do Cacau, o que permite elaborar uma análise estratégica para o PDITS.

Em que pese a atividade turística estar consolidada nos principais destinos desta região, ainda

existem oportunidades a serem aproveitadas como a melhor utilização dos recursos naturais

para produtos turísticos sustentáveis, mais envolvimento da comunidade, valorização dos

aspectos culturais, históricos e a dinamização da produção associada ao Turismo.

A melhor utilização dos recursos apoiaria contribuirá para o aprimoramento da atividade nos

destinos consolidados e o desenvolvimento nos destinos em consolidação. Além disso, seriam

podem ser melhor trabalhados os segmentos Cultural, Pesca, Esporte, Aventura, Náutico e

Negócios e Eventos, que já são representados na região através dos produtos turísticos, mas

ainda não estão associados à imagem da região, não são os maiores motivadores de fluxo e

nem estão entre as atividades mais realizadas pelos visitantes, segundo a pesquisa realizada

para este Plano.

Entre os principais atrativos naturais estão as praias de Ilhéus, Itacaré, onde se pratica o surf, Lagoa Encantada (Ilhéus), Parque do Conduru (Uruçuca), as cachoeiras e rios de Itacaré que permitem a realização de atividades de aventura, o Ecoparque e a Reserva Biológica (Una), entre outros atrativos. Em Canavieiras está localizado o ponto mais próximo de acesso ao Banco Royal Charlotte onde encontra-se o maior viveiro de Marlim Azul do mundo, o que permite a realização da pesca esportiva oceânica.

A região também conta com atrativos culturais importantes como o Vesúvio, o Quarteirão Jorge Amado e o Bataclan (Ilhéus) e as fazendas de cacau em diferentes municípios da região. Estes equipamentos, a história e a produção associada da região têm sido pouco aproveitados para motivar a atração do fluxo turístico, apesar do grande potencial para incrementar a competitividade da Costa do Cacau diante dos concorrentes.

Também são importantes atrativos da região alguns equipamentos como o Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba (Una) e Txai Resort (Itacaré).

Fica evidenciado que a região contempla destinos estruturados e ofertas de qualidade, mas que precisam renovar e inovar seus produtos turísticos visando ampliar espaço no mercado e incrementar o fluxo de turistas. Os destinos que ainda estão em consolidação necessitam formatar mais produtos com base na diversidade de recursos existente, complementando assim a oferta da região.

A região deve considerar um modelo de Turismo que contemple o desenvolvimento integral das localidades com potencial turístico, agregando o valor que toda a riqueza e diversidade cultural pode gerar aos produtos da região, permitindo que as comunidades envolvidas também usufruam dos benefícios da atividade, como a melhoria da infraestrutura.

Por outro lado, considerando a importância de uma cooperação entre as localidades para a consolidação de uma oferta regionalizada, apresenta-se a Câmara de Turismo da Costa do Cacau, que pode ser um ambiente catalizador de sinergias entre os municípios para a solução de situações comuns.

Para facilitar a compreensão da situação atual da área, segue a síntese da matriz SWOT de todas as dimensões contempladas no diagnóstico.

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PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Riqueza e diversidade do patrimônio natural e cultural;

Melhoria da infraestrutura básica da região;

Capacidade instalada de equipamentos e serviços;

Existência de fluxo turístico nos destinos locais;

Iniciativas, mesmo que pontuais, de profissionalização da gestão pública no turismo.

Crescimento desordenado e impactos negativos sobre o meio ambiente;

Deficiência de infraestruturas turísticas que tornem a região mais competitiva;

Produtos pouco formatados e inovadores e ainda baixa qualidade dos serviços;

Fluxo turístico abaixo da capacidade instalada;

Fragilidade da gestão pública no turismo e da cooperação regional.

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Aumento da procura pelos turistas por destinos turísticos mais sustentáveis;

Existência de políticas públicas estaduais e federais voltadas para investimentos de infraestrutura básica e turística que poderão melhorar as condições urbanas dos municípios.

Investimentos federais e estaduais nas áreas de turismo, meio ambiente, infraestrutura e programas sociais, todos com impacto na oferta turística local.

Demanda do mercado interno brasileiro crescente com turistas buscando “novidades” e destinos diferenciados;

Existência de diversas entidades /organizações que atuam ou contribuem direta e indiretamente no desenvolvimento da atividade turística.

Passivo ambiental e social decorrente de grandes investimentos de infraestrutura a exemplo Porto Sul e Ferrovia de Integração Oeste Leste;

Falta de investimentos no âmbito estadual e federal para ampliação e melhoria das infraestruturas necessárias;

Cenário econômico com previsão de baixo crescimento, por consequência possibilidade de retração da demanda e acentuar ainda mais a sazonalidade;

Falta de suporte técnico do Governo Federal e Estadual para dinamização das instâncias de governança municipais e regional.

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7. VALIDAÇÃO DA ÁREA TURÍSTICA

O Governo do Estado da Bahia atua com o conceito de zonas turísticas para fins de planejamento, estruturação e promoção da atividade, reunindo assim municípios com características similares e/ou complementares.

A Costa do Cacau é uma das 13 zonas turísticas do Estado, sendo uma das mais estruturadas, com melhor oferta e conta com o quarto maior fluxo, somente recebendo menos turistas que a Baía de Todos-os-Santos, a Costa do Descobrimento e Costa dos Coqueiros.

Compõem atualmente a região os municípios de Canavieiras, Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Pau Brasil, Santa Luzia, Una e Uruçuca. Cada município possui determinados destinos e atrativos que contribuem para a conformação de uma oferta integrada da região, mas apresentam níveis diferentes de desenvolvimento da atividade.

A estratégia de estímulo a integração entre localidades de um mesmo território também tem sido a principal política pública no âmbito federal através do Programa de Regionalização do Turismo.

Proximidade geográfica entre os atrativos da região e acessibilidade por rodovias em boas condições de acesso;

Os principais portões de entrada são o aeroporto de Ilhéus, as rodovias e seus acessos complementares, sendo os mais importantes a BA-001 e BR-415 e o porto;

A segmentação turística predominante é o Sol e Praia em quase todos os destinos, seguido pelo Ecoturismo com potencial em todas as localidades, o Cultural também com potencial na maior parte destas. O Turismo de Negócios e Eventos acontece em Itabuna e Ilhéus, onde já há estrutura para se desenvolver ainda mais;

Complementariedade do produto turístico através da oferta existente nos vários destinos da região;

A região conta com uma Câmara de Turismo que envolve todas as localidades, apesar da necessidade de maior fortalecimento;

A região já apresenta um grau de Integração entre os diversos agentes institucionais relacionados à atividade turística com potencial de maior fortalecimento;

A região conta com a presença de áreas discrepantes ou com impeditivos que impossibilitem a sua participação no Polo, atualmente com a situação localizada quanto ao município de Pau Brasil, pois considera-se pouco viável a sua participação na Costa do Cacau em função das diferenças estruturais, falta de oferta organizada (consequentemente demanda atual), produtos turísticos formatados e, ainda, um aspecto fundamental em processos de zoneamento turístico que é a continuidade do território. Por outro lado, não foi identificado nenhum município que deva ser inserido.

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8. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO

Com base nos levantamentos, análises realizadas e oficinas participativas, este capítulo apresenta a estratégia norteadora do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável para a Costa do Cacau. Inicialmente foram definidos os princípios, elementos fundamentais que embasaram a visão de futuro desejada, bem como as estratégias e ações requeridas para proporcionar o desenvolvimento sustentável do turismo da região.

8.1 Princípios Norteadores

Os princípios norteadores indicam as premissas fundamentais do modelo de Turismo desejado para a região, bem como apontam para valores que devem estar presentes na visão, nas estratégias e ações. De acordo com a realidade do território, entende-se que o insumo para aprimorar a atividade turística e gerar os resultados esperados para todos os envolvidos é a valorização da cultura e do meio ambiente. Os recursos naturais e culturais são elementos de primeira necessidade para o bem-estar das pessoas, tanto moradores como visitantes, nos locais onde estão inseridos. Atuar de forma harmônica com a sustentabilidade nas suas dimensões – ambiental, social, cultural e econômica - proporciona benefícios para os atores locais, e também agrega valor aos destinos por conta de um perfil da demanda com consumidores cada vez mais exigentes com estes aspectos. Os princípios consideram essa valorização de forma a atender as necessidades e expectativas das partes interessadas conforme descrito abaixo. A comunidade é detentora de um conhecimento profundo sobre o destino e é quem sofre os impactos positivos e negativos da atividade turística. Responsável por receber e acolher os visitantes, também pode prestar serviços e confeccionar produtos consumidos por eles, ou seja, o turismo gera postos de trabalho e diversifica os segmentos de atuação, gera renda, possibilidade de capacitação e aumento da autoestima da população. O turismo também depende da infraestrutura básica, por isso normalmente são priorizadas melhorias que impactam na qualidade de vida dos moradores. Entretanto, a população também pode sofrer os impactos negativos do turismo. O aumento do número de pessoas no destino em determinado período pode contribuir para a ineficiência dos serviços básicos como água, energia e transporte, maior acumulo de resíduos sólidos e barulho. Assim sendo, o planejamento se faz fundamental para o desenvolvimento da atividade turística, tendo em vista o envolvimento da comunidade, minimizando os impactos negativos e ampliando os positivos. O setor privado envolve os equipamentos e negócios que formam a cadeia turística, além de serem essenciais para a experiência do visitante como, meios de hospedagem, restaurantes, bares, agências de viagem, atrativos particulares, entre outros. Um dos objetivos é gerar lucro ao proprietário, o que encadeia benefícios a outros atores: geração de emprego para a comunidade e impostos para o setor público, sendo o motor da atividade econômica. Por este motivo os empresários devem buscar continuamente o aumento da competitividade dos negócios, a redução da sazonalidade e, consequentemente, melhorar o desempenho financeiro.

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O poder público precisa estar estruturado e fortalecido para desenvolver e implementar políticas públicas que caminhem para o turismo sustentável. Além disso, para que tudo ocorra de forma ordenada e gerando benefícios, é essencial planejar, dar subsídios aos negócios, apoiar a capacitação dos empresários e da comunidade e sempre aprimorar a infraestrutura básica e turística dos destinos.

Por fim, os turistas, que são os responsáveis pelo consumo de destinos turísticos e pelos gastos nos municípios. Estes, que se encontram cada vez mais exigentes, usufruem de todo o planejamento, infraestrutura, equipamentos e serviços buscando uma vivência única durante uma viagem.

Os princípios norteadores estão diretamente vinculados à geração de resultados para estes entes, contribuindo assim para que o Turismo cumpra efetivamente o papel de atividade geradora de ocupação, renda e divisas para os municípios.

Figura 5 - Princípios Norteadores do PDITS

Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

O turismo é uma atividade complexa que envolve muitos atores e demanda uma interdependência na realização das ações para desenvolver a competitividade do destino e alcançar os resultados esperados. Estes resultados podem ser gerados a partir do melhor aproveitamento da cultura e com a preservação do meio ambiente pela atividade turística, conforme demonstra figura acima. Além da interdependência, as ações traçadas por este Plano, que serão apresentadas a seguir, precisam estar estrategicamente baseadas nos pontos fortes encontrados na região, buscando os resultados esperados para todos os envolvidos.

Turismo baseado na

valorização da cultura e do

meio ambiente

Resultados para a comunidade

Resultados para o setor privado

Resultados para o Turista

Resultados para o setor público

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8.2 Visão

O processo de desenvolvimento de um território deve ser precedido da identificação da situação desejada pelos atores locais, que expresse claramente como deverá estar a região em um determinado futuro. No caso deste PDITS o cenário temporal será de cinco anos, fazendo com que as estratégias e ações sejam voltadas para o alcance da realização da visão de futuro neste período. Além de norteadora, a visão expressa o conhecimento que os envolvidos têm do turismo na região embasando as estratégias e ações de um planejamento, e unindo esforços para a transformação necessária, situação com a qual o plano poderá contribuir mediante sua implantação. Desta forma, considerando os anseios identificados junto às lideranças das áreas pública e privada, chega-se à conclusão da seguinte visão de futuro para a Costa do Cacau:

A expressão “ser referência” deixa claro o estado de excelência que se pretende buscar, tornando a região um modelo que gere resultados concretos para as partes interessadas e inspire outros destinos. A expressão “Turismo sustentável” indica um modelo a ser consolidado, onde os produtos turísticos proporcionem experiências diferenciadas aos turistas, utilizando de maneira racional a diversidade natural e cultural existente, que envolva a comunidade e gere benefícios econômicos para os atores envolvidos. A visão permeia e inspira os pilares das estratégias que serão as responsáveis pela

materialização do futuro desejado para a Costa do Cacau.

8.3 Posicionamento Estratégico

Após definir os princípios e a visão que norteiam o PDITS, é necessário definir o posicionamento estratégico, que é a escolha do mercado de atuação e dos valores que se quer ofertar, alinhado ao comportamento da demanda. Em resumo, é a posição que se quer ocupar através da clareza de onde está, onde se quer chegar e o caminho que pretende percorrer para alcançar os objetivos. Atualmente, os turistas buscam nas suas viagens se desligar do dia a dia, ter mais contato com a natureza, preservar a saúde, conhecer mais profundamente as histórias do destino que visita, ter contato com a comunidade e os saberes locais e viver experiências diferenciadas e inesquecíveis.

Por isso, entende-se que, para a consolidação do Turismo da Costa do Cacau, o posicionamento deve estar baseado na oferta de experiências inovadoras e inesquecíveis para os visitantes, fundamentadas na cultura, meio ambiente, sustentabilidade e inovação. É preciso transformar os atrativos potenciais em produtos turísticos competitivos, minimizando os impactos socioambientais desta atividade.

“Ser referência nacional no Turismo sustentável,

valorizando sua diversidade cultural e natural.”

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Entende-se como foco prioritário os segmentos de Sol e Praia e Ecoturismo (consolidados), Cultural e Negócios e Eventos (potencial). Paralelamente, mas não de forma prioritária, serão também desenvolvidos os segmentos potenciais de Pesca, Esporte, Aventura, Rural e Náutico pois, apesar de já serem trabalhados hoje, têm potencial para contribuir ainda mais com o incremento do fluxo turístico e agregar valor à imagem da região.

Este posicionamento prevê a manutenção da imagem de belas paisagens e possibilidade de contato com a natureza que a região transmite, somada à valorização da história, cultura, personagens da literatura, produção associada e iniciativas de sustentabilidade agregadas à oferta turística. Com isso, busca-se aumentar a competitividade e utilizar os recursos naturais, culturais e equipamentos ainda ociosos também para o fomento a eventos culturais e de negócios. Esse processo ocorre à medida que são trabalhados de forma integrada os seguintes pilares:

As pessoas de um destino são responsáveis pelo atendimento, acolhimento, guardam lendas, “causos”, acontecimentos e sentimentos. Isto é a matéria-prima mais importante para inovar a oferta turística e torná-la singular. Para isso precisam ser capacitadas de forma adequada e permanente, o que permite o envolvimento da comunidade no segmento turístico.

A valorização dos personagens, das histórias da região e a dinamização dos

equipamentos culturais geram novos produtos e agregam valor aos produtos existentes, pois o destino passa a ofertar experiências que só podem ser vivenciadas ali por causa da história e da cultura que são únicas.

Potencializar o desenvolvimento de produtos regionais e valorizar o modo de fazer

permitem a dinamização da economia e o envolvimento da comunidade com a atividade turística.

Os recursos naturais são o alicerce do Turismo da região. Por isso precisam de

cuidados, manutenção, fiscalização e novos produtos visando a sustentabilidade do turismo em áreas naturais e o aumento da competitividade.

A inovação aplicada à infraestrutura, a gestão institucional e da iniciativa privada, ao

desenvolvimento de novos produtos ou agregação de valor aos produtos existentes através de novos processos, da tecnologia e da valorização da cultura nos empreendimentos turísticos, permite a diversificação da oferta, o aumento da competitividade e a satisfação do turista.

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Figura 6 - Posicionamento Estratégico

Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

Este posicionamento ainda reforça alguns princípios indicados na Lei Estadual de Turismo da Bahia como:

Inovação: ações de motivação a novos investimentos públicos e privados, tanto na infraestrutura física e de serviços como nas ações de incremento ao fluxo turístico;

Integração: conexão das economias locais e regionais com as atividades características do turismo, fortalecendo a cadeia produtiva, modelo de governança e articulação inter e intragovernamental;

Sustentabilidade: inclusão social, eficiência econômica, conservação e valorização da diversidade cultural, proteção e conservação do meio ambiente, visando conferir melhor qualidade de vida às populações dos destinos turísticos.

A melhoria da infraestrutura e dos serviços básicos requeridos também estão no campo de atuação do PDITS e são necessárias para o desenvolvimento turístico. Devem ocorrer de forma vinculada ao posicionamento estratégico, ou seja, oferecer uma experiência diferenciada nas áreas naturais associadas à sustentabilidade e inovação. Além disso, para viabilizar a implantação do plano, seguindo o posicionamento estratégico e a concretização dos objetivos, o trabalho cooperado será um dos requisitos principais, conforme mencionado anteriormente. Ou seja, são previstas ações que incentivem mecanismos de trabalho conjunto do poder público, iniciativa privada de grande, médio e pequeno porte, reforçando a interpendência dos atores do turismo regional. Para que todo este processo seja exitoso é indispensável o trabalho de fortalecimento da gestão institucional regional, a formatação de novos produtos e roteiros e a capacitação para uso dos instrumentos de gestão existentes ou previstos para serem elaborados, como estudos de capacidade de carga de recursos e atrativos, planos de manejo, planos de uso e ocupação do solo, etc. Estas são diretrizes importantes para o desenvolvimento sustentável da atividade turística na Costa do Cacau.

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8.4 Estratégias

Alinhadas à visão e ao posicionamento, foram elaboradas as estratégias que são as linhas principais de atuação do plano, onde as ações serão agrupadas tendo em vista ofertar uma experiência inovadora e inesquecível para o turista, conforme seguem:

Turismo Sustentável no Meio Natural e Urbano: Envolve ações que visam preparar

os atores do Turismo para atuar de forma consciente para manutenção e/ou consolidação dos segmentos de Sol e Praia, Ecoturismo, Pesca, Aventura, Esporte e Náutico. Além disso, visa diagnosticar e recuperar áreas turísticas degradadas visando ampliar a utilização dos recursos naturais como produtos turísticos.

Infraestrutura para as Experiências Turísticas: Visa aprimorar a infraestrutura básica e turística de forma que atenda às necessidades primárias da população e dos visitantes, promovendo a sociabilização e animação de espaços públicos, mas que também se tornem atrativos devido às formas criativas e à possibilidade de vivenciar a história nos detalhes físicos da cidade, aumentando a atratividade da região.

Excelência e Inovação da Oferta: As ações previstas neste eixo consideram aprimorar e agregar valor à oferta atual, seja nos segmentos consolidados ou em consolidação, aliando os saberes e ações sustentáveis à atividade. Contempla também o processo de aprimoramento dos serviços a fim de atender as expectativas dos visitantes e promover o incremento do fluxo turístico a partir do retorno e da indicação desta região.

Gestão da Demanda, Promoção e Comercialização: Esta linha estratégica

contempla ações que visam aprimorar os mecanismos da gestão mercadológica dos destinos, através da profissionalização, do planejamento, implantação e monitoramento de ações inovadoras, estando atentas ao comportamento da demanda.

Gestão Institucional do Turismo: Esta linha estratégica tem em vista fortalecer a

gestão institucional no âmbito, estadual, regional e municipal a partir do planejamento, implantação e monitoramento de ações para o aprimoramento e desenvolvimento sustentável do turismo e da tomada de decisões conjunta e alinhada ao planejamento.

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Figura 7–Estratégias

Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

Todas as linhas estratégicas convergem para as premissas de ofertar mais qualidade e aumentar a competitividade do destino. Isso também está alinhado com um dos princípios orientadores da Política Estadual do Turismo, que defende a busca pela qualidade através do desenvolvimento de práticas e padrões nos destinos, produtos, serviços e atividades profissionais, reduzindo a informalidade e estabelecendo critérios de fiscalização e certificação. Estas estratégias envolvem um grupo de ações que serão apresentadas no capítulo que segue.

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9. PLANO DE AÇÃO

O Plano de Ação tem como objetivo proporcionar a operacionalidade da estratégia para o

alcance da visão de futuro, ou seja, a situação desejada para o desenvolvimento turístico da

Costa do Cacau.

Foram distribuídas em um Plano de Ação por município ou classificadas como globais, que

são as que devem ser implementadas em todo o território. Cada ação conta com uma ficha

descritiva que se encontra como apêndice do Plano.

Conforme mencionado anteriormente, os projetos e ações têm um papel fundamental para a

materialização da estratégia e alcance da visão de futuro. Desta forma, algumas ações já

indicam mais diretamente a relação com o posicionamento de ofertar experiências turísticas

inovadoras, diferenciadas e inesquecíveis para os visitantes. Outras ações são transversais

ou mesmo iniciativas de base para aprimorar a oferta, a exemplo das intervenções de melhoria

de acesso, saneamento básico e implantação de aterro sanitário, que poderão melhorar

significativamente a experiência dos visitantes.

A priorização ocorreu de acordo com a urgência e viabilidade de implantação sendo: 1 – Curto

Prazo; 2- Médio Prazo; 3- Longo Prazo.

As ações de curto prazo devem ser iniciadas entre o 1º e 12º mês de vigência do Plano

(primeiro ano).As ações de médio prazo devem ser iniciadas entre o 13º e o 36º mês de

vigência do Plano (segundo e terceiro ano).E as ações de longo Prazo devem ser iniciadas

entre o 37º e o 60º mês de vigência do plano (quarto e quinto ano).

Serão apresentadas a seguir as ações prioritárias definidas pela equipe e pelos atores do

turismo na região, durante a Oficina de Validação:

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Quadro 2. – Ações Prioritárias

MUNICÍPIO

AÇÃO

VALOR TOTAL

(U$ - R$2,66)6

VALOR TOTAL (R$)

Ação Global

TURISMO SUSTENTÁVEL NO MEIO NATURAL E URBANO

Educação para o turismo 902.255,64 2.400.000,00

Estudo de capacidade de carga de

atrativos turísticos

766.917,29 2.040.000,00

Diagnóstico ambiental de áreas

degradadas com potencial para o Turismo

676.691,73 2.400.000,00

Projeto de adequação, complementação e

execução da sinalização turística

2.067.669,20 5.500.000,00

INFRAESTRUTURA PARA AS EXPERIÊNCIAS TURÍSTICAS

Canavieiras

Ampliação de Sistema de esgotamento

sanitário –Sede

2.226.919,62 5.923.606,18

Pavimentação asfáltica da rodovia

Transouricana via Santa Maria Eterna

111.755,75

297.270,30

Ilhéus

Implantação de Sistema de Abastecimento de

Água - Olivença

968.549,85 2.576.342,60

Implantação de Sistema de Esgotamento

Sanitário - Olivença

856.794,10 2.279.072,30

Implantação de solução de destinação final de

resíduos sólidos, coleta e elaboração e

implantação PGIRS Ilhéus e Olivença

3.196.214,50 8.501.930,58

Construção do Aeroporto Internacional da

Costa do Cacau

101.722.348,12 270.581.446,00

Construção de Nova Ponte de Acesso a

Pontal

62.030.075,19 165.000.000,00

Melhoria de acesso à Lagoa Encantada 653.013,16 1.737.015,00

Pavimentação e drenagem 227.443,61 605.000,00

Itacaré Implantação de sistema de esgotamento

sanitário de Taboquinhas

620.362,13 1.650.163,26

Implantação de solução de destinação final de

resíduos sólidos, coleta e elaboração e

implantação PGIRS

228.554,85 607.955,90

Santa Luzia Melhoria do acesso a Lapão, Lagoa Dourada

e Jacarandá em Santa Luzia

1.142.772,34 3.039.774,43

Una Implantação do sistema de esgotamento

sanitário

2.255.639,10 6.000.000,00

Implantação do sistema de Abastecimento de

Água

2.255.639,10 6.000.000,00

Melhoria do acesso da sede ao distrito de

Comandatuba

1.117.557,52 2.972.703,00

6Data do Câmbio 22/12/2014

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Uruçuca

Implantação de solução de destinação final de

resíduos sólidos, coleta e elaboração e

implantação PGIRS

312.916,11 832.356,84

Implantação de sistema de abastecimento de

Água em Barra do Sargi

71.523,68 190.252,99

Implantação de solução de destinação final de

resíduos sólidos - Serra Grande

767.389,50 2.041.256,06

Implantação de sistema de esgotamento

sanitário de Barra de Sargi

98.345,06 261.597,86

Implantação do sistema de esgotamento

sanitário de Serra Grande

1.548.653,01

4.119.417,00

Uruçuca Estruturação de Estrada Parque Uruçuca -

Serra Grande

49.003.759 130.350.000,00

EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO DA OFERTA

Ação Global

Estudo de demanda para qualificação

empresarial e profissional

300.751,88 800.000,00

Estudo para identificação dos atributos

culturais e históricos para agregação de valor

aos negócios

112.781,95 300.000,00

Modernização de equipamentos turístico-

culturais

2.255.639,10 8.000.000,00

Inventariação e análise da oferta turística 1.052.631,58 2.800.000,00

Estudo de localização, construção e

dinamização de Centros de Atendimento aos

Turistas

1.710.526,32 4.550.000,00

Canavieiras Implantação do Terminal Marítimo Turístico 408.133,35 1.085.634,72

Ilhéus

Implantação do Projeto Orla 9.000.000,00 23.940.000,00

Implantação do Portal de Entrada 40.813,32 108.563,43

Urbanização da Avenida Soares Lopes 1.490.007,67 3.963.604,00

Itacaré Implantação do Projeto Orla 1.879.699,25 5.000.000,00

Ampliação do sistema de abastecimento de

água

1.127.819,55 3.000.000,00

Implantação de pier para embarque e

desembarque para rafting - Taboquinhas

7.518,80 20.000,00

Implantação de Portal de receptivo turístico 111.755,75 297.270,30

Una Construção do mercado de Artesanato de

Uma

338.345,86 900.000,00

GESTÃO DA DEMANDA, PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

Ação Global

Elaboração e execução do Plano de

Marketing Turístico

1.127.819,55

R$ 3.000.000,00

GESTÃO INSTITUCIONAL DO TURISMO

Ação Global

Fortalecimento da Instância Regional de

Turismo

2.255.639,10 6.000.000,00

Fortalecimento da Gestão Estadual do

Turismo

1.127.819,55 3.000.000,00

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Quadro 3.- Resumo dos investimentos

Estratégias 1- Curto Prazo 2- Médio Prazo 3- Longo Prazo Total

$ R$ $ R$ $ R$ $ RS

TURISMO SUSTENTÁVEL NO MEIO NATURAL E URBANO

4,639,097.74 12.340.000,00 902,255.64 2.400.000,00 150,375.94 400.000,00 5,691,729.32 15.140.000,00

INFRAESTRUTURA PARA AS EXPERIÊNCIAS TURÍSTICAS

242,480,045.11 644.996.920,00 49,197,295.83 130.864.806,90 9,685,968.65 25.764.676,62 301,363,309.59 801.626.403,52

EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO DA OFERTA

20,588,373.10 54.765.072,45 20,652,678.01 54.936.123,50 611,525.23 1.626.657,12 41,852,576.34 111.327.853,07

GESTÃO DA DEMANDA, PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

1,127,819.55 3.000.000,00 - - 206,766.92 550.000,00 1,334,586.47 3.550.000,00

GESTÃO INSTITUCIONAL DO TURISMO

3,383,458.65 9.000.000,00 112,781.95 300.000,00 - - 3,496,240.60 9.300.000,00

TOTAL 272,218,794.15 724.101.992,45 70,865,011.43 188.500.930,40 10,654,636.74 28.341.333,74 353,738,442.33 940.944.256,59

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10. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS

As intervenções previstas para o PDITS da Costa do Cacau, em geral, terão impactos muito mais positivos do que negativos, não degradando os recursos naturais significativos. Os impactos negativos estão pontualmente direcionados em algumas das ações, que podem ser realizadas, em seu planejamento e execução, com a utilização de práticas de mínimo impacto e mitigação dos mesmos, diminuindo esses eventuais impactos negativos. Os impactos negativos estão diretamente relacionados à execução e instalação de projetos relacionados à infraestrutura, sendo que após a instalação, o impacto poderá ter a continuidade com o aumento do turismo de massa, acarretando a utilização de novas áreas de interesse ambiental e a descaracterização de outras. A atividade turística associada à valorização e uso adequado dos recursos naturais pode trazer benefícios para o meio ambiente, possibilitando a valorização destes espaços e a consciência ambiental, bem como, favorecer o direcionamento de investimentos para manutenção e conservação destes espaços territoriais. Entretanto cabe analisar quais são as características do ambiente, para que os grandes projetos de infraestrutura não tragam a descaracterização destes espaços, e o aumento do fluxo de turistas não alinhados com o perfil da região.

O papel do turismo para o desenvolvimento local é de grande relevância, para tanto se faz necessário o envolvimento com a comunidade local, bem como a valorização dos serviços prestados e oferecidos por ela. A descaracterização de uma cidade ou região, com projetos de urbanização e uso dos espaços públicos, pode causar, além dos impactos ambientais, grandes impactos sociais. Para que isso não ocorra é fundamental executar projetos alinhados com as características naturais da região, bem como envolver a comunidade em todas as etapas, de forma a gerar um sentimento de “pertencimento”. O turismo sustentável para a Costa do Cacau é de grande relevância, desde que se levem em consideração todos os atributos da região. Para tanto, devem-se valorizar as características naturais e culturais de grande potencial nos municípios. É preciso valorizar, ainda, as atividades primárias das populações locais, trazendo a diversidade para a oferta turística e alternativas de renda para a população, gerando assim impactos econômicos positivos. Para o planejamento das atividades e o aumento do fluxo de turismo voltado, em especial, para o potencial ambiental da Costa do Cacau, os projetos a serem executados deverão levar em consideração as regras de uso e as atividades previstas nos planos de manejo das Unidades de Conservação daquele território. Para tanto, se faz necessário que a execução destes projetos considere os potenciais conflitos socioambientais para a região, sendo que um bom planejamento, focado na minimização e mitigação dos impactos e conflitos socioambientais, bem como no envolvimento e inserção da comunidade é o grande passo para ampliar as oportunidades e desenvolver a geração de renda para as comunidades, de forma sustentável.

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11. MECANISMOS DE GESTÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

O processo de planejamento e formulação constitui uma parte do processo para o fomento ao desenvolvimento turístico nos territórios, sendo a etapa seguinte tão importante quanto a primeira, ou seja, a implementação, monitoramento e avaliação dos projetos e ações. Para analisar constantemente a eficiência e o andamento das ações implementadas é imprescindível definir mecanismos de feedback. Estes mecanismos devem permear todo o processo de implantação do PDITS e ser realizados de forma cooperada pela SETUR/BA e a Câmara Regional de Turismo. O objetivo é controlar as atividades e acompanhar os resultados, além dos mecanismos descritos para cada ação nas fichas.

Fortalecimento das instâncias de gestão compartilhada no âmbito regional e municipal,

como forma de legitimar o processo de planejamento, execução e avaliação das ações

do plano.

Utilização de um sistema gerencial para inserção e controle das atividades e dos

envolvidos. Com as informações no sistema gerencial, a SETUR/BA poderá monitorar

o andamento das ações e informar o status aos parceiros e executores de cada uma

delas, além dos órgãos municipais. Isto facilita o andamento dos processos, a

qualidade das entregas, e a conclusão nos prazos pré-estabelecidos.

Utilização de um espaço comum em rede e online para ser uma biblioteca virtual. Esta

biblioteca servirá como uma base de dados interna da SETUR/BA, de outras

secretarias do estado, da Câmara Regional e de órgãos municipais a fim de

compartilhar as informações, otimizar recursos e agilizar processos.

Elaboração de relatórios de acompanhamento e avaliação. Os relatórios de

acompanhamento e avaliação devem ser produzidos pela SETUR BA e Câmara

Regional, e disponibilizados na biblioteca virtual e no sistema gerencial para viabilizar

os processos de pagamento, a atualização do status do projeto no sistema, e ciência

dos atores envolvidos nos resultados.

Estes mecanismos apoiarão o monitoramento dos resultados que seguem alinhados aos

indicadores dos objetivos específicos do PDITS.

Gasto Turístico per capita em R$ Nacional: Foram considerados os ajustes financeiros decorrentes de índices médios de inflação na casa de 5% ao ano.

Incremento nos Empregos nas ACTs: Foram considerados índices de 134,7 empregos por média de 100 turistas/dia, ou 3000 turistas/mês, com base em pesquisas da Câmara de Comércio dos Estados Unidos (2002).

Permanência média: Estimativas com base em observações do mercado interno brasileiro de turismo.

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Quadro4 – Projeção dos Indicadores

INDICADOR 2014 2019

Demanda Total 828.320 995.741

Demanda Total – Nacional 790.557 950.047

Demanda Total - Internacional 37.944 45.694

Gasto Turístico per capita em R$ Nacional 1.525,40 1.946,84

Permanência média (número de dias) turista

nacional 4 4,5

Incremento nos Empregos nas ACTs 8.702 9.328