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Cardápio de família 33 A loja Vovô Zico está há sete anos em Lagoa Santa, mas a família dona do negócio acumula 70 anos de experiência no Mercado Central de BH. A casa, instalada na galeria Laqua Shopping, oferece grande diversidade de biscoitos e quitandas. Contato: (31) 3689-7598. Leonardo tempera tira-gostos com um toque libanês Biscoitos 44TRANSCRIPT
33
Cardápio de família
ovo roteiro se apresenta, realçando a diversidade das cozinhasde Minas, a criatividade de seus personagens e reforçando nos-sa tradição como principal reduto da gastronomia brasileira.
Mais uma vez, não estamos nos referindo apenas às recei-tas ou à generosidade de nosso povo, que são inesgotáveis,
mas à relação das pessoas com as cozinhas. A paixão transforma a ra-cionalidade das técnicas e das receitas antigas (mesmo que nem sempremuito exatas), apenas em detalhes temperados, de tantas lembrançasboas resgatadas de nosso passado.
A cozinha de família, presença marcante neste roteiro, com seus aromase sabores inesquecíveis, faz reviver estas histórias de cada um, comprovan-do que nós, mineiros, assim como alguns povos no mundo, muito mais doque cultuar o alimento, compartilhamos intensamente de algo bem maior,de tempero sublime.
Esta, definitivamente, é nossa cultura singular, onde estes sentimen-tos não distinguem, mas misturam na mesma receita os mágicos cozi-nheiros com os ávidos comilões do outro lado dos fogões, escrevendo ahistória de Minas.
Nesta edição, a família mineira se apresenta por meio da criatividade ebom humor, realçando estes valores em suas cozinhas ainda inominadaspor aqui, mas que os franceses e italianos tão bem preservam nos seus bis-trôs e trattorias.
Este é o cardápio preparado em algumas cidades e distritos no cami-nho das grutas, bem próximos de BH, mas onde o tempo não tem pressae os fogões estão sempre acesos esperando por você.
Dê um pulinho lá para conferir!Bom apetite!
EEdduuaarrddoo AAvveellaarrChefe de cozinha
NN
44
BOEMIA ÁRABE
Sabores de Minas põe o pé na estrada pa-ra desvendar as cozinhas de uma regiãojá familiar para quem vive na capital,mas que irá surpreender pelas riquezasde forno e fogão. Partimos rumo ao cir-
cuito das grutas, que abrange 12 municípios e seusarredores. Começamos pela bela Lagoa Santa, a ape-nas 36 quilômetros de Belo Horizonte. Cidade de pas-sagem para muitos que seguem rumo a outros paraí-sos de Minas, principalmente a Serra do Cipó, LagoaSanta tem atributos que valem uma estada mais de-morada, com tempo para apreciar a simpatia dosmoradores, a beleza das paisagens e os temperos desua gastronomia, com destaque para a diversidade deseus muitos bares. Para começar, uma mostra da cu-linária árabe, com toque de mineiridade do Bar doLéo. O lugar, pequeno e aconchegante, é daqueles on-de clientes são amigos, a cerveja está no ponto e aprosa nunca é demais. No cardápio, tradicionais pe-tiscos da cultura de boteco, como linguiça e mandio-ca, e um toque libanês, com charuto, legumes rechea-dos e quibe cru. À frente das panelas e por trás do bal-cão está Leonardo José Salomão Farias, que aprendeuum pouco da cozinha do oriente com a mãe, neta delibanês. Ele ensina que o recheio pode ser usado tam-bém em legumes, como abobrinha, berinjela, pimen-tão e o que mais a criatividade do cozinheiro exigir.
OOLeonardo tempera tira-gostos com um toque libanês
A loja Vovô Zico
está há sete
anos em Lagoa
Santa, mas a
família dona
do negócio
acumula 70
anos de
experiência no
Mercado Central
de BH. A casa,
instalada na
galeria Laqua
Shopping,
oferece grande
diversidade de
biscoitos e
quitandas.
Contato:
(31) 3689-7598.
Biscoitos
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Charuto e legumes recheados
Receita fornecida por Leonardo José Salomão Farias, de Lagoa Santa: (31) 9242-2565
INGREDIENTES
Para o recheio●● 250 g de arroz cru●● 250 g de carne bovina
(patinho) moída duas vezes●● Hortelã e cheiro-verde
a gosto, picados ●● 1 colher (sopa) de
tempero caseiro●● 3 colheres (sopa) de óleo ●● 1 limão-capeta espremido●● 1 colher (sopa) de colorau●● Pimenta malagueta
batida a gosto
Para o molho●● Meia latinha de extrato
tomate●● 4 colheres (sopa) de óleo●● 2 tomates picados●● 1 cebola média picada
Para a capa●● Folhas de repolho, couve
ou almeirão. No caso dos legumes, pimentão, abobrinha italiana ou berinjela.
COMO FAZERPara o recheio, misturar os ingre-dientes e reservar. Para preparar ascapas, as que são folhas, mergu-lhar em água fervente até que fi-quem macias. Retirar a nervuracentral e os talos. No caso dos legu-mes, cortar a tampa e reservar.Com uma faca, retirar o miolo. En-cher os legumes com um pouco dorecheio, sem encher até a beirada.
Pôr a tampa nos legumes e fecharcom um palito. No caso das folhas,se forem grandes, dividir em duase, se forem médias, usar uma intei-ra. Abrir a folha e colocar uma co-lher (sopa) do recheio, fazendouma carreira. Dobrar as pontas, co-brindo as extremidades da carrei-ra, e enrolar o outro lado, forman-do um charuto. Se for necessário,prender com um palito. Forrar to-do o fundo de uma panela grandecom os talos retirados das folhas ealgumas folhas. Pôr os charutos ouos legumes por cima dos talos, bemjuntos, para que não abram. Espa-lhar por cima o extrato de tomate,a cebola, o tomate, o óleo e o sal.Pôr uma tampa um pouco menorque a panela, de modo que elaaperte os charutos e não deixe queeles abram. Cobrir com água e dei-xar cozinhar em fogo médio, coma panela tapada, até que a águaseque quase por completo.
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ALEGRIA DE SE FARTAR
ue tal uma porção de avacalhada? Ou deciscante ao molho, fuçante acebolado eberrante com fritas? A brincadeira com osingredientes no cardápio anuncia o climaencontrado no Cantinho do Tropeiro, noCentro de Lago Santa. Definido por seu do-
no como “um grande botecão”, o lugar consegue aliaro conforto de um restaurante com a descontração debotequim. Receita de sucesso comemorada com or-gulho por Sérgio Luiz de Paula, o Serginho, há 21 anosno ramo. “Todo esse tempo tentando matar o povo detanto comer”, brinca. A história começou em um trai-ler e, de pouquinho em pouquinho, o famoso tempe-ro do tropeiro fez fama na região, deixando o lugar pe-queno para tantos apreciadores. Aos adeptos das die-tas e afins, Serginho é taxativo: “Posso até fazer umasalada para eles, mas aqui é na ignorância mesmo.Quero que a pessoa pague e fique satisfeita.” A julgarpela tal avacalhada, prato vencedor de um concurso, ocomentário faz todo o sentido. Além dos generosospedaços de carne cozida, envolvidos em um molho dequeijo, acompanham rolinhos gigantes de polenta fri-ta, classificados por Serginho como “a nona maravilhado mundo”. “O segredo é fazer um angu mais grosso,para dar o ponto. Fica igual a um biscoitinho”, ensina.Para comer e saudar a gula, que, neste caso, está longede ser pecado.
QQNomes divertidos dão mais sabor a pratos de Serginho
Requinte
Ambiente
agradável, que
combina o
aroma do café
com iguarias
apetitosas e
livros. Esta é a
Contata do
Café, em Lagoa
Santa. Além do
café expresso e
salgados
tradicionais, há
drinques,
sobremesas,
massas e
refeições
individuais.
(31) 3681-6727
77
Avacalhada
INGREDIENTES
Para a carne●● 500 g de carne bovina
(patinho) cortada em iscas●● 1 cabeça de alho
(fatiar os dentes)●● Salsinha, cebolinha e
tempero caseiro a gosto●● 3 colheres (sopa) de óleo●● Meia colher (sopa)
de colorau●● Água
Para o molho de queijo●● 2 xícaras (chá) de leite●● 200 g de catupiry●● 100 g de queijo
parmesão ralado●● Tempero caseiro a gosto
Para a polenta●● 200 g de fubá de
moinho d’água●● Sal a gosto●● 100 g de queijo
parmesão ralado
●● 2 xícaras (chá, cheias) de água
●● Óleo para fritar
COMO FAZER
Em uma panela de pressão, refogara carne no óleo com o colorau, o tem-pero e o alho. Quando estiver doura-da, cobrir com água, até três dedosacima da carne. Cozinhar por cercade 20 minutos depois que a panelader pressão. Reservar. Para o molho,em uma panela à parte, levar ao fogoos ingredientes, mexendo até engros-sar. Retirar do fogo e despejar a car-ne. Misturar. Para a polenta, misturartodos os ingredientes e levar ao fogobrando, mexendo por aproximada-mente 15 minutos. Deixar esfriar e,com as mãos, fazer rolinhos com oangu, como se fossem um biscoitos,do tamanho e espessura desejados.Fritar em óleo quente, suficiente pa-ra cobrir, até ficarem dourados. Ser-vir como acompanhamento da car-ne, em uma travessa.
Receita fornecida por Sérgio Luiz de Paula, de Lagoa Santa: (31) 8727-6708
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COMBINAÇÃO QUE AQUECE
Surpreender com o tradicional é especialidade de Nem
Iguaria
ensar em comidinha de inverno é fácil. Nãohá quem não aponte o caldo como principalaliado da estação. Não importa do que sejafeito. Preparado com capricho, tempero euma leve pimentinha, sustenta e aquece o
corpo. Sejam os tradicionais, como os de mandioca e fei-jão, sejam outros ainda mais fortes, como o de rabadacom agrião e angu, encontrado no Bar do Nem, em La-goa Santa. A combinação, já saudada pelos mineiros co-mo tira-gosto de boteco, ganha status na casa, apresenta-do com uma roupagem de fazer babar até os mais exi-gentes. O prato é uma criação do dono do bar, AndersonSantana de Oliveira, o Nem. Segundo ele, o pulo do gatoé deixar o angu no fundo, como uma surpresa reservadaà boca. “O angu não pode ter muito tempero. A pessoavai comendo e misturando com o caldo”, conta. Naturalde Lagoa Santa, Nem começou o ofício em casa, servin-do caldos e outras delícias aos frequentadores da Vila Mi-litar, onde morava. Depois, subiu outros degraus, atéchegar ao seu atual endereço: um espaço com capacida-de para 250 pessoas, muito bem decorado, com um car-dápio que oferece desde pizza a churrasco e carta de vi-nhos. Mas a aparente sofisticação não intimida quem seacostumou com o pequeno Bar do Nem de anos atrás.Afinal, o bom tempero e a simpatia se conservam. Sejapara servir dezenas ou centenas de paladares.
PP
Gostosa e
saudável. Esta
é a fama da
linguiça
caseira feita
em Lagoa
Santa por
Vitória
Salomão
Farias. Para o
preparo,
apenas pernil,
tempero
caseiro, limão-
capeta e
cachaça.
Encomendas:
(31) 3681-2967
99
Caldo de rabada com angu
Receita fornecida por Anderson Santana de Oliveira, de Lagoa Santa: (31) 3681-6888
INGREDIENTES
Para o angu●● 250 g de fubá●● 750 ml de água●● Sal a gosto
Para a rabada●● 3 kg de rabada●● 100 ml de vinagre●● Água●● 3 colheres (sopa) de óleo●● Tempero caseiro,
orégano, cheiro-verde e pimenta a gosto
●● 2 colheres (sopa) de molho inglês
●● 150 g de bacon cortado em cubos
●● 1 pé de agrião
COMO FAZERFerventar a rabada com o vinagre.Lavar em água corrente e, com
uma faca, retirar toda a gordura.Na panela de pressão, refogar a ra-bada no óleo com o tempero, omolho inglês, a pimenta e o oréga-no. Quando dourar, pôr água atécobrir. Tapar a panela e deixar co-zinhar por 25 minutos depois queder pressão. Pôr em uma vasilha edeixar descansar, até a gordura fi-car por cima (pode-se levar à gela-deira). Retirar a gordura da super-fície e desprezar. Em uma panela,aquecer o bacon e, em seguida,despejar a rabada. Cortar apenasos talos do agrião em pedaços pe-quenos e despejar na panela. Dei-xar ferver e desligar o fogo. Para oangu, misturar os ingredientes elevar ao fogo por cerca de 20 mi-nutos, mexendo sempre. Em cum-bucas individuais, pôr uma cama-da de angu, as folhas do agriãocruas, a rabada e, por último, ocheiro-verde.
1100
MUDANÇA DA HÁBITO
oi ao som dos batuques e cânticos da festade congado que Luci Rosa da Silva sentiu ainspiração para criar um prato aplaudidopor quem visita seu restaurante na comu-nidade da Lapinha, em Lagoa Santa. O tro-
peiro assado, como ficou conhecido, surgiu como im-proviso e é preparado religiosamente, tamanha a apro-vação. “Fiz o tropeiro para uma festa e acabou sobran-do. Resolvi fazer um molho e levar ao forno para apro-veitar. Deu certo”, conta. Natural de Belo Horizonte, Lu-ci se apaixonou à primeira vista pelo lugarzinho que hámais de 20 anos transformou em sua casa. Até entãosem nenhuma familiaridade com a cozinha, a mineiraaprendeu, aos poucos, segredos preciosos da arte, passocrucial para a reviravolta que deu na vida. “Quando re-solvi me mudar para cá, não sabia fritar um ovo. Fuiconversando com um e outro e aprendi. Hoje, não hánada que me amedronte na cozinha.” A vida mais sim-ples, em contato com a tranquilidade e as belezas natu-rais do lugar, também é algo de que ela não abre mão.“Quem me via antes nem me reconhece. Aqui me sintoà vontade.”Para acompanhar o feijão, Luci prepara outraiguaria que consegue até mudar a opinião de quem tor-ce nariz para ela: o jiló. O bolinho feito com a hortaliçadeixa o amargo de lado e apenas no finalzinho denun-cia do que é feito. Mais uma artimanha de quem gostae entende do assunto.
FFLuci desafia ao inovar na receita tipicamente mineira
Nada como
apreciar uma
comida
saborosa
diante de uma
bela lagoa.
Para degustar
esse momento,
visite o
restaurante
Maracujá, em
Lagoa Santa,
casa de
culinária
saudável. São
várias opções
de sanduíche
natural, sucos,
massas e
outras delícias.
(31) 3681-2158
Natural
1111
Tropeiro assado
Bolinho de jiló
INGREDIENTES●● 1 kg de feijão carioquinha●● 1 colher (chá) de colorau●● 1 colher (chá) de
gengibre ralado●● 4 tomates cortados
em rodelas●● 4 cebolas cortadas
em rodelas●● 1 pimentão verde
cortado em rodelas●● 300 g de bacon picado●● 500 g de linguiça
defumada picada●● 1 xícara (chá) de farinha
de mandioca●● 5 ovos cozidos e picados●● 2 colheres (sopa) de azeite●● 2 dentes de alho inteiros●● Sal e cheiro-verde a gosto
COMO FAZER
Cozinhar o feijão da maneira con-
vencional (com água e na panelade pressão), junto com os dentesde alho, o colorau, o sal e o gengi-bre, de modo que os grãos fiquemmais firmes. Em uma panela, re-fogar, no azeite, o bacon e a lin-guiça. Reservar. Na mesma pane-la, refogar a cebola, o tomate e opimentão. Em uma travessa, poruma camada do feijão com o cal-do, uma de bacon e linguiça, umade cebola, pimentão e tomate, ou-tra de feijão, os ovos, a farinha e ocheiro-verde. Regar com azeite elevar ao forno por 15 minutos.
INGREDIENTES●● 1 kg de jiló cortado
em cruz●● Tempero e cebolinha a gosto
(Sugestão: orégano, alho, sal,gengibre, pimenta-calabresa)
●● 3 xícaras (chá) de farinha de trigo
●● Óleo para fritar
COMO FAZERLavar os jilós e cozinhá-los, com cas-cas e sementes, até ficarem macios.Escorrer a água e, numa vasilha,amassá-los com os temperos e a fa-rinha de trigo, até obter massa ho-mogênea. Fritar às colheradas emóleo quente, suficiente para cobrir.
Receitas fornecidas por Luci Rosa da Silva, de Lagoa Santa: (31) 3689-8440
1122
DA NATUREZA PARA O TACHO
Maria Rosa: ingrediente colhido no próprio quintal
Boteco
Ainda dá tempo
de saborear os
petiscos dos 16
bares
participantes do
concurso Bar em
Bar, em Pedro
Leopoldo. O
evento vai até 2
de agosto e
promete muita
animação e
pratos inusitados
e gostosos. A
festa de
encerramento
será no dia 9 do
mesmo mês.
Informações
pelo site www.circuitobarembar.com.br
ma das principais dádivas de quem vive naroça é o rico conhecimento acerca dos ca-prichos da natureza. Entender os ciclos, asépocas certas de plantar e de colher cadafruto e as muitas maneiras de se aprovei-
tar, principalmente na culinária, o que brota da terra.Toda essa sabedoria vem sendo cultivada por Maria Ro-sa de Souza, desde que trocou o barulho, a correria e apoluição da capital pelo canto dos pássaros, a calmariae o ar puro da Lapinha, em Lagoa Santa. Foi lá que a mi-neira pôde aperfeiçoar o que para ela é um verdadeirodom: a arte de cozinhar. “Sempre gostei, aprendi comminha mãe. Acho que cada um nasce com um dom pa-ra alguma coisa. Eu nasci com esse.” O amor pelo fogãofez com que Maria se transformasse na doceira oficialda comunidade, título que carrega com orgulho. Outracoisa que a enche de satisfação é aproveitar “da casca aocoração”de cada fruto. “Não gosto de desperdício. A gen-te tem que experimentar receitas com todas as partesda fruta, nada é desprezado”, explica. Prova disso é o do-ce de carambola, que a doceira faz questão de prepararsem lhe retirar nada. O ingrediente principal é colhidono próprio quintal. Detalhe que faz a diferença e que opaladar, de imediato, reconhece e agradece.
UU
1133
Doce de carambola
Receita fornecida por Maria Rosa de Souza, de Lagoa Santa: (31) 3689-8570
INGREDIENTES
●● 2 dúzias de carambolas●● Suco de 1 limão●● 1 kg de açúcar cristal●● 1 copo (americano) de água para preparar a calda
COMO FAZERFatiar as carambolas, de modo que fiquem com o formato de estrelas. Àmedida que forem cortadas, despejar em uma vasilha com a água e o li-mão, para que não escureçam. Em uma panela, por a fruta, o açúcar e aágua. Mexer até a calda engrossar, por cerca de 40 minutos. Retirar dofogo, deixar esfriar e servir. Caso deseje que o doce fique na textura de ge-léia, batê-lo no liquidificador depois que esfriar. Passar em uma peneirae levar de volta ao fogo, mexendo até engrossar.
1144
PARCERIA DE FORNO E FOGÃO
or cima, um molho cremoso com pedaçosfinos de moranga. Sabor suave e na medi-da. Envolvidas no molho, almôndegas le-vemente temperadas, que reservam, nomeio, o toque final: muçarela derretida e
folhas de manjericão. Combinação perfeita que agra-da e surpreende. O mais novo tira-gosto do Restauran-te Fazendinha, no distrito Inácia de Carvalho, em Pe-dro Leopoldo, na região metropolitana, a 40 quilôme-tros de BH, promete fazer bonito entre os frequenta-dores da casa. Criado pela jovem Daniele Costa Camar-gos, de 21 anos, a iguaria teve aprovação do pai, JoséGeraldo Camargos, dono do estabelecimento. Abertohá 19 anos, o restaurante em muito se difere de comoera no início. “Começamos com uma portinha. Fomosvencendo os obstáculos e hoje temos 642 metros qua-drados de área construída”, conta José. A parceria coma família é apontada por ele como a receita para o su-cesso. Daniele que o diga. Criada praticamente dentroda cozinha da Fazendinha, a moça não teve dúvida so-bre qual caminho escolheria para o futuro. “Comeceia estudar administração, mas larguei para fazer gastro-nomia. É o que gosto”, conta. O que não vai faltar é es-paço na Fazendinha para que Daniele ponha em práti-ca o aprendizado. Além, é claro, de muitos candidatospara experimentar as apetitosas invenções.
PPDaniele criou iguaria que recebeu as bênçãos do pai
Diversificada
Sábado é dia
de feira em
Lagoa Santa.
Artesanato,
hortaliças
frescas,
doces,
farinhas,
queijos e
quitandas
ficam
expostos no
espaço
montado na
Escola
Municipal Dr.
Lund, das 8h
às 15h.
1155
Almôndega saltimboca
INGREDIENTES
Para a almôndega●● 500 g de carne bovina
(patinho) moída●● 500 g de carne suína
(pernil) moída●● 1 ovo●● 100 g de farinha
de rosca●● Salsinha e tempero
caseiro a gosto●● 100 g de muçarela
cortada em cubos●● Folhas de manjericão●● Óleo para fritar
Para o molho●● 200 g de abóbora moranga
descascada e ralada●● 2 dentes de alho picados●● Meia cebola picada●● 40 g de manteiga●● 40 g de farinha de trigo●● 1 litro de leite
●● 30 ml de azeite●● Tempero a gosto
COMO FAZER
Para a almôndega, misturar os in-gredientes em uma vasilha, amas-sando bem, até que a massa fiqueconsistente e no ponto para enrolar.Pegar porções da massa e enrolarcom as mãos, colocando no meioum pedaço de muçarela e uma fo-lha de manjericão. Fazer bolas deaproximadamente 4 centímetros dediâmetro. Fritar em óleo, na tempe-ratura média. Para o molho, levarao fogo baixo a manteiga e, assimque derreter, pôr a farinha. Pôr o lei-te aos poucos e mexer até engrossar.Em uma panela, refogar o alho e acebola no azeite. Pôr a abóbora rala-da, o molho branco e o tempero.Deixar cozinhar por cerca de 10 mi-nutos. Despejar por cima das al-môndegas em uma travessa.
Receita fornecida por Daniele Costa Camargos, de Pedro Leopoldo: (31) 3623-8361
1166
SIMPLICIDADE EM TOM DE GALA
Desidratados
O Projeto
Alimenta Brasil,
da ONG Aprecia,
em Lagoa Santa,
tem uma linha
de produtos à
base de
legumes, ervas
e frutas
desidratas. Há
temperos e
compostos com
propriedades
medicinais. Os
produtos podem
ser comprados
na feira, aos
sábados.
Contato:
(31) 3681-9528.
ma fatia generosa de queijo frescal comoentrada e bolo de fubá quentinho comoprato principal, acompanhado de uma xí-cara de café passado na hora para “harmo-nizar”. Está servido um verdadeiro banque-
te, ao menos para quem é mineiro e sabe que é na sim-plicidade que se conservam momentos mais sublimesda culinária. Quem se encarrega de oferecer o cardápiotentador é Vanda Morais Borges, em um cantinho espe-cial de sua casa, em Matozinhos, a 51 quilômetros da ca-pital. As iguarias se tornam ainda mais atraentes quan-do a mineira fala sobre os ingredientes da receita. “Tu-do é produzido aqui: o leite, os ovos, o queijo e a mantei-ga”, conta. Há 11 anos na pacata cidade, Vanda não sen-te falta de BH, onde morou por mais de 20 anos. Tam-bém pudera. A casa ampla, com direito a cozinha ao arlivre, é recanto de amigos e familiares nos fins de sema-na. Isso sem falar no espaço que agora é usado para fes-tas, onde a família cria cavalos e vacas, além de promo-ver eventos, como cavalgadas e fartos cafés e jantares.Para Vanda, viver ali e trabalhar com a cozinha é comovoltar à infância. “Fui criada na roça. Ajudava meu avô amatar porco, a fazer rapadura. É de pequeno que a gen-te aprende a gostar.” Depois de se fartar com os quitu-tes, os visitantes não têm dúvida de que a lição foiaprendida com êxito pela mineira.
UUProdutos da fazenda incrementam o talento de Vanda
1177
Bolo de fubá com queijo
Receita fornecida por Vanda Moraes Lobato Borges, de Matozinhos: (31) 3712-6550
INGREDIENTES
●● 1 copo (americano) de leite●● 1 copo (americano) de fubá●● 1 copo (americano) de açúcar cristal●● 1 copo (americano, não muito cheio) de óleo●● 3 ovos●● 3 colheres (sopa) de farinha de trigo●● 1 copo (americano) de queijo-de-minas picadinho●● 1 colher (sopa) de fermento em pó
COMO FAZERBater os ingredientes, exceto o fermento em pó e o queijo, no liquidifica-dor. Pôr os dois ingredientes restantes e misturar com uma colher. Despe-jar a massa em uma forma untada com manteiga e polvilhada com fa-rinha e levar ao forno alto até crescer e ficar bem dourado.
2200
CONCHA DE PRECIOSIDADE
ntre as receitas perpetuadas ao longo da his-tória, as de sopa talvez estejam entre as maisespeciais. O que não faltam são motivos pa-ra classificá-las dessa maneira. Elas nosacompanham desde a infância, quando asmamães as cozinhavam, batidinhas, para
disfarçar alguns legumes para os quais, quando peque-nos, torcíamos o nariz. Já adultos, as sopinhas vêm co-mo lembranças daquela época mágica, além de deixaras noites de inverno mais aquecidas e dar força ao cor-po sempre que ele está debilitado. A sopa é tambémdemocrática. Agrada a gregos e troianos. Aceita com-binações das mais variadas e é ótima maneira de apro-veitar legumes que estão na geladeira. Ou a carne moí-da e o franguinho do dia anterior. E pelos caminhos docircuito das grutas, o Sabores de Minas encontra emCapim Branco, a 56 quilômetros da capital, mais umamaneira de se preparar o prato. Feita por Marly Maga-lhães Santos, a sopa de milho verde encanta desde omomento de preparo, quando o aroma é captado peloolfato e já dá pistas para o paladar. O tempero é na me-dida. Nada de mais ou de menos. As espigas de milhocortadas em fatias engrossam o caldo e dão o toque amais aos pedaços de carne e ao macarrão, que pode va-riar a gosto do cozinheiro. Resumindo, uma delícia da-quelas de comer com carinho.
EEAtraente desde o aroma, sopa de Marly agrada a todos
Artesanato
A Associação
CB Arte, de
Capim Branco,
promove,
todos os
sábados na
cidade uma
feira para
apresentar
peças
produzidas
pelos artistas
locais. Panos
de prato
bordados,
forros, cestos
e outros
produtos
podem ser
conferidos na
praça em
frente à
prefeitura, das
14h às 20h.
2211
Receita fornecida por Marly Magalhães Santos, de Capim Branco: (31) 3713-1053
Sopa de milho verde
INGREDIENTES
●● 8 espigas de milho verde ●● 500 g de carne bovina picada●● 500 g de macarrão parafuso●● 4 batatas picadas em pedaços grossos no sentido vertical●● 1 cenoura picada●● Meio pimentão picado●● 4 colheres (sopa) de óleo ou azeite●● 1 tablete de caldo de carne●● Tempero e cheiro-verde a gosto
COMO FAZERCozinhar as espigas de milho com sal, até que fiquem macias. Cortarquatro delas em rodelas na espessura desejada. Com uma faca, retiraros grãos das demais espigas, passando-a no sentido do comprimento.Refogar a carne no óleo ou azeite com tempero. Pôr as batatas, a ce-noura, o pimentão e o milho debulhado e o que está na espiga. Pôrágua suficiente para cobrir e, quando os legumes estiverem quase co-zidos, pôr o macarrão. Completar com água, se necessário e retirarquando o macarrão cozinhar.
2222
DELÍCIA DE EMBOLAR A LÍNGUA
ozinha é espaço de bom humor e de inven-tar, não só iguarias, mas novas expressõeslinguísticas. Que o diga Marlene AntônioRocha, de Matozinhos, que tem sempreuma resposta e um comentário espirituo-so na ponta da língua. Na hora de passar
Marlene
transforma
azedo da
fruta em
pura doçura
uma receita, então, a mineira solta o verbo. Começadizendo que para fazer o doce de limão em calda de-ve se retirar o marujo da fruta. Se o olhar de dúvidaaparece no rosto do ouvinte, ela explica: “Marujo é oamargo do limão. Tem que deixá-lo de molho parasair”. Outra dica: se o limão for colocado quente naágua fria, ele constipa. Ou seja, assim como o corponão fica bem quando está constipado, ou gripado, omesmo ocorre com a fruta. E mais: tem que tomarcuidado para que o doce não vire orelha de burro. Is-so ocorre se a casca “pegar vento”. Fica disforme e em-penada. Analogia mais perfeita não poderia haver. Opapo, contudo, fica de lado e as palavras somemquando é dado sinal verde para degustar o doce. Afi-nal, uma iguaria preparada sob tantas recomenda-ções não poderia decepcionar. E só para continuar noclima das expressões e ditados populares, o doce dedona Marlene é como a história do melado: quemnunca comeu, quando come se lambuza.
CC
Fácil
Experimente
esta receita
prática e
gostosa de
Maria de
Lourdes, de
Capim Branco.
Bata dois
chuchus, sem
casca, no
liquidificador.
Deixe escorrer
a água e ponha
dois ovos,
tempero, dois
copos
(americano) de
farinha de
trigo, um de
farinha de
mandioca e
uma cebola
ralada. Frite às
colheradas em
óleo quente.
2233
Doce de limão em calda
INGREDIENTES●● 10 limões taiti●● 500 g de açúcar cristal●● Canela em pau e cravo a gosto●● Água
COMO FAZERPassar os limões em um ralo para retirar apenas a parte mais grossada casca, tomando cuidado para não chegar até a parte branca. Cor-tá-los em cruz e ferventá-los. Com uma colher ou faca, retirar toda apolpa do limão, deixando apenas a casca verde e levar ao fogo nova-mente, com água, até a casca ficar macia. Escorrer a água e pôr os li-mões, depois de esfriar, em um tacho de cobre, cobertos com maiságua. Cobrir com um pano e deixar de molho de um dia para o outro.Levar o tacho ao fogo, pôr o açúcar, a canela e o cravo e deixar ferver.Retirar quando a calda der ponto de fio (obtida quando a calda formaum fio ao escorrer da colher).
Receita fornecida por Marlene Antônio Rocha, de Matozinhos: (31) 3712-1849
2244
COMBINAÇÃO SEM DEFEITO
mbiente de pescaria é mesmo terreno fér-til para boas invenções gastronômicas. Emmeio ao clima amistoso, não raro são his-tórias – estas verídicas – de pratos inventa-dos durante a pesca. Os palpites surgem,
um dá um pitaco ali, outro põe um temperinho, e pron-to. De repente surgem receitas inusitadas, como a fei-joada de peixe, servida por Marcos Antônio Azevedo Ro-cha, no Bar do Marquinhos, em Matozinhos. Amante dapescaria, Marquinhos aprendeu a preparar a iguaria nu-ma viagem a Pirapora e, depois da aprovação de ami-gos, resolveu introduzi-la no cardápio da casa, aberto há10 anos. Com alguns toques pessoais, como o camarão,a feijoada de peixe ficou simplesmente sensacional.Sem exageros, a combinação de surubim com feijãobranco surpreende e desfaz, na hora, qualquer possibi-lidade de estranhamento. “O pessoal ficava curioso,achava estranho, mas agora a feijoada é sucesso”, conta.Além do prato, Marquinhos serve tira-gostos tradicio-nais, como mandioca cozida com carne e peixe frito eassado, principalmente quando um dos amigos pesca-dores volta para casa com a sacola farta. É quando o barfica pequeno e, na falta de espaço no interior da casa, ojeito é pôr mesas na rua. Se você ficou curioso, tanto pe-lo sabor quanto pelo clima do bar, já sabe qual será seudestino no próximo fim de semana.
AA
Inusitada,
receita
de Marcos
seduz à
primeira
garfada
Parada
De passagem
pela MG 424,
uma boa
opção para o
almoço é o
restaurante
Panela de
Pedra, no km
23. Clima
aconchegante,
decoração
rústica e a
típica comida
mineira no
fogão a lenha.
(31) 3662-2338
2255
Feijoada de peixe
Receita fornecida por Marcos Antônio Azevedo Rocha, de Matozinhos: (31) 3713-1053
INGREDIENTES●● 200 g de cebola cortada
em rodelas●● 250 g de tomate picado●● Meio pimentão picado●● 1 cabeça de alho picada●● 1 kg de feijão branco●● 2 kg de surubim (ou o
peixe de sua preferência)cortado em postas
●● 500 g de camarão●● 1 colher (sopa) de colorau●● 1,5 colher (sopa) de sal●● 3 colheres (sopa) de azeite●● Cheiro-verde e tempero
a gosto●● Farinha de trigo para
empanar o peixe●● Óleo para fritar
COMO FAZERTemperar o peixe a gosto. Cozi-
nhar o feijão branco da maneiraconvencional. Escorrer e reservar.Ferventar os camarões na águacom meia colher (sopa) de sal.Passar as postas de peixe na fari-nha e fritar em óleo quente, atédourar, para que fiquem firmese não desmanchem. Em outrapanela, refogar, no azeite, o alhoe a cebola. Depois de dourar, pôro tomate, o colorau, o sal e o pi-mentão. Misturar e pôr um co-po (americano) de água. Quan-do o tomate começar a derreter,pôr o camarão e o feijão escorri-do. Cobrir com água. Misturar edeixar ferver por cinco minutos.Pôr as postas do peixe, sem me-xer, e salpicar cheiro-verde. Dei-xar cozinhar por cerca de 15 mi-nutos com a panela tapada.
2266
SALVE, SALVE A FARINHA!
o feijão, ela dá o ponto do tutu e a liga dotropeiro. Misturada com ovo mexido eum pouquinho de manteiga, faz a tradi-cional farofa, que acompanha quase tudo.Com o caldo de peixe ou de frango, vira pi-
rão. E por aí vai. Não há limite para o uso da farinhade mandioca, ingrediente quase que fundamental nacozinha do brasileiro, dada sua importância cultural,histórica e gastronômica. Em Mocambeiro, distritode Matozinhos, a farinha aparece como item princi-pal do prato lançado pelo restaurante Café com Pi-menta: costelinha crocante. Temperada apenas comlimão, a costelinha vai à churrasqueira e, quando es-tá quase no ponto, é o momento certo de passá-la nafarinha de mandioca, misturada ao sal, para formaruma capa que deixa a carne crocante e a impede deficar seca por dentro. Ou seja, é da farinha o méritode toda esta conversa, dividido também com os só-cios do restaurante, Elizabete Cristina de Oliveira eJosé Custódio Neto, que assinam a autoria do prato.Com apenas um ano, a casa recebe bom público, gra-ças ao ambiente aconchegante, atendimento de pri-meira e ao fogão a lenha repleto de iguarias. A julgarpela costelinha crocante, é certo que o fã-clube nãovai parar de crescer.
NNJosé e Elizabete: roupa nova para saborosa costelinha
Capricho
Salgadinho
feito em casa é
outra coisa.
Quem sabe bem
disso é Ediméia
da Silva Pereira,
que prepara,
com maestria,
os melhores
salgados de
Funilândia,
segundo
admiradores.
Para
encomendas:
(31) 3731-6241
2277
Costelinha crocante
INGREDIENTES●● 1 kg de costelinha suína cortada em pedaços de
cinco centímetros●● Suco de quatro limões●● Meio quilo de farinha de mandioca●● Sal a gosto
Material●● Grelha para churrasco
COMO FAZERTemperar a costelinha com o suco do limão e levar para assar nachurrasqueira, em uma grelha colocada na parte mais alta, para queasse aos poucos. Quando já estiver dourada, retirar e passar na fari-nha de mandioca misturada com sal, de modo que os pedaços fiquemcompletamente cobertos. Voltar a carne para a churrasqueira e deixarpor aproximadamente 10 minutos, na parte mais afastada da brasa.Pode ser servida acompanhada por azeite misturado com ervas desi-dratadas e pimenta.
Receita fornecida por Elizabete Cristina de Oliveira, de Mocambeiro: (31) 3712-8056
2288
EXPRESSÃO DE MINEIRIDADE
inas são muitas, é verdade. Na culinária, en-tão, nem se fala. De Norte a Sul do estado oque se vê são temperos característicos, in-fluências de outros estados e países, ingre-dientes que definem uma determinada re-gião, sabores que se modificam como so-
taques. Contudo, em meio a tamanha diversidade, há algoque ainda marca a cozinha mineira e a caracteriza, seja on-de for. São histórias que, frequentemente, aparecem poraqui. Histórias cultivadas na beira do fogão a lenha. Escri-tas em cadernos de receita já amarelados pelo tempo epassados de mãe para filha. Histórias adoçadas com com-potas de frutas, alimentadas por pães de queijo feitos comleite da roça tirado na hora. Enriquecidas com ovos de ga-linha caipira e com o queijo preparado no fundo das ca-sas. Histórias como a de Geralda Fonseca de Souza, ouBranca, como é chamada. Natural de Vespasiano, a 28 qui-lômetros de BH, mais especificamente no Bairro Angicos,onde vive, Branca não se imagina longe da cozinha, ofícioque cultiva há anos. Exímia doceira e quitandeira, ela é deuma família de oito irmãos, dos quais seis mulheres, que,sem exceção, nasceram abençoadas pelo dom de cozi-nhar. E como prova do carinho com o que faz, Branca nãopoderia presentear os visitantes com outra iguaria senãoo seu amor em pedaços, receita preparada por ela há maisde 50 anos. Como o próprio nome já diz, é um doce paramexer do paladar ao coração.
MM
Cítricos
A cidra e a
toranja, esta
última pouco
popular no
Brasil,
podem ser
encontradas
em
quantidade na
região de
Funilândia. Os
frutos cítricos
são muito
usados na
fabricação de
doces e têm
alto teor
nutritivo.
Há 50 anos, dona Branca aprimora sublime iguaria
2299
Amor em pedaços
Para a massa●● 3 xícaras (chá) de farinha de
trigo●● 3 ovos●● 1 xícara (chá) de açúcar
refinado●● 2 colheres (sopa) de manteiga●● 1 colher (sopa) de fermento
em pó●● Açúcar refinado para finalizar
Para o recheio●● 500 g de açúcar cristal●● 1 abacaxi passado
no ralo●● 1 coco ralado●● 3 gemas●● 1 colher (sopa) de manteiga
Para finalizar●● Manteiga e farinha de trigo
INGREDIENTES
COMO FAZER
Para o recheio, levar o abacaxi e o açúcar ao fogo. Quando virar uma mas-sa grossa, pôr o restante dos ingredientes e mexer. Desligar o fogo quandoa mistura ficar homogênea e começar a se soltar do fundo da panela. Paraa massa, misturar os ingredientes e amassar bem, até ficar firme. Dividi-laem duas partes (uma para o fundo e outra para cobrir). Como a massa équebradiça, não pode ser aberta por inteiro. Por isso, pôr pequenas porçõespara serem abertas entre duas folhas de plástico. Passar o rolo, de modo quefique bem fino. Forrar o tabuleiro untado com manteiga e polvilhado comfarinha. Pôr o recheio e cobrir com o restante da massa, aberta pelo mesmoprocesso. Assar por 30 minutos. Cortar em pedaços do tamanho desejado epassar, ainda quente, no açúcar refinado.
Receita fornecida por Geralda Fonseca de Souza, de Vespasiano: (31) 3621-0213
3300
DOCE ALQUIMIA
ara quem leva jeito para a coisa, não háfruta que não dê um bom doce. Não im-porta se é azeda, com muita ou poucapolpa. Basta acertar o ponto, a maneirade preparar, fazer uma boa calda e está
pronta a iguaria para encher a mesa e adoçar a boca.Em Funilândia, a 81 quilômetros da capital, MariaGeralda Cruz ainda não achou fruto na natureza quenão consiga transformar em seu tacho. A última ex-periência foi com o araçá, fruta nativa. Com um pa-ladar que remete à goiaba, o araçá se caracteriza pe-lo azedinho, que, nesta receita, faz a festa do paladar.O doce é preparado em calda pela cozinheira, maspode variar segundo o gosto do freguês. “Pode fazerparecido com geléia. É só bater no liquidificador, pas-sar na peneira e voltar para o fogo”, ensina. Simples etrabalhadora, Maria se dedicou à arte de preparar do-ces, motivo que a fez se tornar uma referência na pe-quena cidade quando se toca nesse assunto. Mãe desete filhos, ela está com planos de mudar para Tocan-tins, na esperança de conseguir um emprego ou,quem sabe, de levar os doces caseiros de Minas paraoutras bandas. Enquanto isso, não deixe de conferiras maravilhas preparadas por ela em sua humilde,mas rica, cozinha.
PPMaria Geralda sabe adoçar todos os tipos de fruta
Restaurantes
LAGOA SANTA
●● Travessia 2001
(31) 3681-2001
●● Kiboo Sushi
(31) 3681-5713
●● Hangar
(31) 3688-1000
●● Cabana daPraia (foto)
(31) 3681-1061
VESPASIANO
●● Villa Rural
(31) 3621-2744
MATOZINHOS
●● À moda mineira
(31) 3712-2262
PEDRO LEOPOLDO
●● Claudinho
(31) 3662-5883
●● Nosso Sabor
(31) 3660-8456
●● Circuito das Grutas
(31) 3712-6573
3311
Doce de araçá
INGREDIENTES
●● 1 kg de araçá (fruta parecida com uma goiaba pequena. Pode ser encontrada no Mercado Central)
●● 1 kg de açúcar cristal●● 1 litro de água
COMO FAZERLavar os araçás, retirar os cabinhos e levar as frutas ao fogo, cobertascom água. Retirar depois que a água ferver e elas começarem a ficar ma-cias. Partir ao meio e retirar as sementes. Levar a água e o açúcar ao fo-go e, quando começar a ferver, pôr o araçá. Retirar quando a calda derponto de fio (quando o doce forma um fio ao escorrer da colher).
Receita fornecida por Maria Geraldo Roberto de Paula Cruz, de Funilândia: (31) 3713-6467
3322
TEMPERO DA SENSIBILIDADE
ossa viagem vai chegando ao fim e a lem-brança de tudo o que foi visto e experimen-tado ao longo da jornada começa a deixarsaudade. Para fechar, nada melhor que al-moçar uma típica iguaria mineira, regada
com muita conversa boa e em meio a uma bela paisa-gem. Quem nos proporciona tal momento é o empresá-rio Éder Ribeiro Dias, que elegeu um cantinho na cidadede Funilândia como refúgio dos fins de semana. É lá queele pesca, põe os pensamentos em ordem, planta e co-lhe dezenas de variedades de frutas e cozinha sem pres-sa e compromisso. Dono de uma empresa que prepararefeições industriais, Éder trabalha com grandes quan-tidades de comida, administrando uma turma que pre-para cerca de 3 mil refeições por dia. Mais adepto a co-mer do que a fazer, como ele mesmo confessa, Éder con-ta com a ajuda da esposa para servir a galinha à modadona Titi, como o casal batizou a galinhada preparadapela sogra de Éder. O segredo do prato está na simplici-dade. Para o preparo, apenas tempero, galinha caipira earroz. Simples e saboroso. Prova de que na cozinha valemais a alma do cozinheiro e a sabedoria de combinar in-gredientes, não importam quais sejam, com astúcia esensibilidade. Talvez esta a grande marca das cozinhasde nosso estado. Até a próxima!
NNÉder se confessa o maior fã da receita de galinhada
LAGOA SANTA
●● Hotel Bristol (31) 3688-1000
●● Hotel Lund(31) 3681-4001
●● Pousada Cioda Terra
(31) 3681-6161
●● PousadaCocho d’água
(31) 3681-3132
●● Pousada Cedroda Lapa
(31) 3681-6061
VESPASIANO
●● Hotel Dom Otto(31) 3621-2806
PEDRO LEOPOLDO
●● Hotel FazendaVeredas daMata
(31) 3660-7321
●● TupyguáPalace Hotel
(31) 3665 1300
MATOZINHOS
●● Hotel Eliana(31) 3712-2177
●● PousadaJagoara Velha
(31) 3661-2687
ONDE FICAR
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Galinha à moda dona Titi
●● 1 galinha caipira, cortadaem pedaços
●● 4 xícaras (chá) de arroz●● 2 cebolas picadas●● 4 colheres (sopa) de óleo●● Tempero caseiro a gosto●● Suco de um limão●● 1 colher (chá) de açúcar
cristal (para dourar)●● Cheiro-verde a gosto
Para o molho●● 1 concha do caldo
do cozimento da galinha●● 1 cebola fatiada●● 1 colher (sopa)
de azeite●● Suco de um limão●● Cheiro-verde e
pimenta-dedo-de-moça ou malagueta a gosto
INGREDIENTES
COMO FAZER
Temperar a galinha com o tempero caseiro e o suco do limão. Em uma pa-nela, refogar no óleo o açúcar e, quando ele estiver derretido, pôr a cebola.Quando estiver bem dourada, pôr a galinha. Deixar dourar bem e, à medi-da que for secando, pingar água aos poucos, até que a carne fique cozida.Pôr o arroz na mesma panela, junto com a galinha, e deixar torrar um pou-co. Cobrir com água e tapar a panela. Acrescentar água fervendo, até que oarroz fique cozido. Experimentar e corrigir o tempero, se necessário, enquan-to estiver cozinhando. Salpicar cheiro-verde. Para o molho, refogar a cebolano azeite, pôr o caldo do cozimento da galinha, o limão, a pimenta e o chei-ro-verde. Servir como acompanhamento.
Receita fornecida por Éder Ribeiro Dias, de Funilândia: (31) 3713-6232
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Roteiro do guia
Diretor de RedaçãoJosemar Gimenez
EditorArnaldo Viana
Editor de Artes GráficasÁlvaro Duarte
Consultor técnicoEduardo Avelar
TextosBárbara Magalhães
FotosJair Amaral e
Marcos Michelin
EdiçãoRoney Garcia
Projeto GráficoHudson Franco
DiagramaçãoCarlos Augusto
Film-lessTCS Soluções Gráficas
ImpressãoCGB Artes Gráficas Ltda
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IInnffoorrmmaaççõõeess ssoobbrree ddiissttâânncciiaass ee llooccaalliizzaaççããoo ddooss mmuunniiccííppiiooss bbaasseeaaddaass eemm ddaaddooss ddoo IInnssttiittuuttoo ddee GGeeoocciiêênncciiaass AApplliiccaaddaass ((IIGGAA))
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