pci 3213 seminário aula 4_09 de agosto de 2011

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PGCIN/UFSC - PCI 3213Agosto/2011 Eliane Orelo; Patricia Neubert Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências da Educação Departamento de Ciência da Informação Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação Mestrado em Ciência da Informação Disciplina: PCI3213 Modelos de representação do conhecimento Professora: Dra. Lígia Café Seminário Aula 4 09 de agosto de 2011 Eliane Orelo Patricia da Silva Neubert

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PGCIN/UFSC - PCI 3213– Agosto/2011 – Eliane Orelo; Patricia Neubert

Universidade Federal de Santa CatarinaCentro de Ciências da Educação

Departamento de Ciência da InformaçãoPrograma de Pós-Graduação em Ciência da Informação

Mestrado em Ciência da Informação

Disciplina: PCI3213 – Modelos de representação do conhecimento

Professora: Dra. Lígia Café

Seminário – Aula 4

09 de agosto de 2011

Eliane Orelo

Patricia da Silva Neubert

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Bibliografia recomendada:CABRÉ, M. T. Fundamentos da terminología. In: ___. La terminología: teoría, metodología, aplicaciones. Barcelona, Antártida/Empúries, 1993. cap. 3, p. 123 - 168.

KRIEGER, M. da G.; FINATTO, M. J. B. Dos fundamentos. In:___. Introdução a terminologia: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2004, cap.1, p. 16 - 75.

Bibliografia complementar:

SAUSSURE, F. de. Lingüística da língua e lingüística da fala. In: ___. Curso de Lingüística geral. Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. 20. ed. São Paulo: Cultrix, 1995. cap. 4, p. 26-28.

SAUSSURE, F. de. Objeto da Lingüística. In: ___. Curso de Lingüística geral. Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. 20. ed. São Paulo: Cultrix, 1995. cap. 3, p. 15-25.

Seminário – Aula 4

Temática:

Língua e linguagem e modelos de representação do

conhecimento

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ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

Língua

Língua e Linguagem

Linguistica

Língua Geral e Língua Comum

Linguagem de especialidade

Terminologia

Língua e Linguagem

Linguistica

Língua Geral e Língua

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LÍNGUA

não é um sistema homogêneo de possibilidades expressivas;

a gramática que a descreve não é um conjunto de regras e

unidades que consegue dar conta de todos os seus aspectos (produzidos pelos falantes da língua);

uma língua em particular;

traz identidade, cultura;

tem uma carga de valores;

um produto social e um conjunto de convenções;

parte da faculdade de linguagem;

nos expressamos de diferentes formas conforme a situação.

Alguns países tem políticas para defesa/preservação de sua língua

(CABRÉ, 1993; SAUSSURE, 1995)

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LÍNGUA

Linguagem

é comunicação (o instrumento desta comunicação é a língua);

está além da verbalização - o som não faz a linguagem; ele é um

instrumento do pensamento: forma com a idéia uma unidade complexa fisiológica e

mental (SAUSSURE, 1995)

“A linguagem tem um lado individual e um lado social, [...]. A cada

instante, a linguagem implica ao mesmo tempo um sistema

estabelecido e uma evolução: a cada instante, ela é uma

instituição atual e um produto do passado.” (SAUSSURE, 1995, p.15-16)

“A linguagem é um sistema complexo e heterogêneo de

subsistemas inter-relacionados, cada um dos quais é suscetível

de ser descrito em níveis distintos.” (CABRÉ, 1993, p.125)

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LÍNGUA

Lingüística - ciência que estuda a língua e a linguagem

Níveis de descrição da língua:Fonológico – fonema (menor parte do som);

Morfológico – morfema (formação da palavra);

Lexical – lexema (o estudo da palavra em si);

Sintático – oração (ordenação da frase);

Discursivo – texto.(CABRÉ, 1993, p.125)

Saussure (1995) faz uma distinção entre língua e fala. Os signos

da língua são de certo modo, tangíveis, pois a escrita pode fixá-

lo; a fala, ao contrário, é impossível de registrar em todos os

seus pormenores.

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LÍNGUA

totalidade das imagens

verbais armazenadas em

todos os indivíduos;

formada pela prática da fala;

sistema gramatical que existe

virtualmente no conjunto dos

cérebros dos indivíduos

falantes de uma mesma

língua.

ato individual de vontade e

inteligência;

Distinções1º as combinações pelas quais o

falante realiza o código da língua no

propósito de exprimir seu

pensamento pessoal;

2º o mecanismo psicofísico que lhe

permite exteriorizar essas

combinações.

(SAUSSURE, 1995)

Língua Fala

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LÍNGUA

“Ela é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que, por

si só, não pode nem criá-la nem modificá-la; ela não existe senão

em virtude duma espécie de contrato estabelecido entre os

membros da comunidade. [...] A língua é uma coisa de tal modo

distinta que um homem privado do uso da fala conserva a língua,

contanto que compreenda os signos vocais que ouve.”(SAUSSURE, 1995, p.22)

Uma língua é constituída por um conjunto diverso de subcódigos que o falante

utiliza e seleciona em função de suas necessidades expressivas e de acordo

com as características de cada situação. Mesmo com esta diversidade,

toda língua possui um conjunto de unidades e regras conhecidas

por todos os seus falantes: a Língua GeralLíngua Geral. (CABRÉ, 1993, p.128)

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LÍNGUA

é um conjunto de conjuntos

inter-relacionados;

compreende tanto as

variedades marcadas como as

não marcadas.

conjunto de subcódigos

caracterizados em função de

peculiaridades como o tema,

tipo de interlocutor, situação

comunicativa, intenção do

falante, meio de comunicação,

tipo de comunicação, etc;

usada em situações

'marcadas’.

(CABRÉ, 1993)

Língua Geral Língua de Especialidade

Língua Comum

A língua comum a todos os

conjuntos.

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LINGUAGEM DE ESPECIALIDADE

é um sistema de transmissão e intercambio de informação que

utiliza vários códigos ao mesmo tempo (maquetas,mapas, desenhos,

fotografias, símbolos, números, fórmulas, etc.) ;

deve predominante manter a função comunicativa; (KOCOUREK,1982 apud CABRÉ, 1993)

contam com uma conceituação prévia controlada;

não tem termos polissêmicos;

a forma escrita dos termos é prioritária sobre a forma oral;

os termos especializados tendem a ter validade supranacional

em muitos casos; (CABRÉ, 1993, p.131-132)

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LINGUAGEM DE ESPECIALIDADE

as diferentes linguagens de especialidade apresentam uma

série de características comuns entre si;

são subconjuntos da língua geral;

estão em relação de intersecção com a língua comum;

possuem níveis distintos de especialização;

níveis mais altos correspondem a comunicação entre

especialistas;

níveis mais baixos a divulgação

O que define a especialidade é o tema, ou seja, um texto não

deixa de ser especializado quando é para divulgação, apenas

seu grau de especialização é inferior.

(PICHT; DRASKAU, 1985 apud CABRÉ, 1993)

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Linguagem especializada

LSP

2

LSP

3LSP

1

CC

Zona de LSP

ultraespecializadas

Zona central

de LSP

Zona de transição

LC e LSP

Fronteiras entre LSP’s

LL

(L) Léxico global

(C) Língua comum

(LSP) Conjunto de zonas de LSP

(RONDEAU, 1983 apud CABRÉ, 1993)

LINGUAGEM DE ESPECIALIDADE

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As comunicações possuem elementos que lhes confere unidade:

semântico global: se trata de textos concisos, precisos e despersonalizados

os elementos que compõem a frase: léxico (o nível mais importante)

o aspecto formal do discurso: priorizam a forma escrita

'texto especializado' - qualquer comunicação

'documento especializado’ - normalmente não são espontâneos;

exclusivamente escritos (requerem uma codificação formal elaborada da expressão

lingüística).

uso da primeira pessoa do plural

verbos no presente

ausência de exclamações

frases curtas

incorpora ao texto outros sistemas de representação(CABRÉ, 1993)

LINGUAGEM DE ESPECIALIDADE

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TERMINOLOGIA

área que estuda as línguas de especialidade;

disciplina ou campo de estudos teórico e aplicado dedicado aos

termos técnico-científicos;

é o reflexo formal da organização conceitual de uma

especialidade;

conjunto de termos de uma área científica ou técnica (produto).

Objeto de estudo: termo técnico-científico inserido em linguagens

de especialidade.

(CABRÉ, 1993; KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

LÉXICO ESPECIALIZADO

Nas denominações técnicas o léxico permite a denominação

de objetos, processos e conceitos;

Contribui para expressar os princípios e propósitos que

compõe as diversas áreas sociais e profissionais;

Configura-se como um componente linguístico a serviço da

comunicação especializada;

Reduz as ambiguidades, contribuindo para precisão

conceitual;

Os termos realizam duas funções: representação e

transmissão do conhecimento(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Terminologia como campo de estudo

É marcado por dois enfoques:

Desenvolvimento teórico e as análises descritivas;

Aplicações terminológicas (glossários, dicionários técnicos-

científicos, banco de dados terminológicos, etc).

Wüster é considerado o fundador da Terminologia Moderna,

concebendo-a como disciplina autônoma e multidisciplinar;

Foi concebida como um ramo da Linguística Aplicada.

(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Terminologia e Línguística

Linguística: Língua geral em todos os seus aspectos.

Terminologia: somente pelo Léxico Especializado.

“A Terminologia é um campo de conhecimento que vem

intensificando os estudos sobre a constituição e o

comportamento dos termos, compreendendo desde sua

gênese até o exame de suas relações nas mais distintas

áreas do conhecimento científico e técnico.” (KRIEGER; FINATTO, p. 22)

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TERMINOLOGIA

HISTÓRICO: realizações teóricas

A terminologia como léxico dos saberes técnicos e científicos

remontam desde a antiguidade;

No entanto, o que é novo nesta área são os “estudos sobre o

componente lexical das comunicações especializadas” surgem

aproximadamente em 1950.

Século XVII: existem vocabulários específicos de algumas

áreas;

Século XVIII: com o trabalho dos enciclopedistas foi

impulsionada a discussão das propriedades e problemas das

línguas de especialidades (Terminologias); (KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

HISTÓRICO: realizações teóricas

Século XIX: com a internacionalização das ciências, os

cientistas preocupam-se mais com estratégias para assegurar

a univocidade da comunicação científica distinguindo-a do

léxico comum;

Século XX: marcado pelo grande desenvolvimento e

consolidação da terminologia; o grande avanço das

terminologias é resultado dos avanços científicos e

tecnológicos;

Novos atores se interessam pelas terminologias: estudantes universitários,

tradutores, documentalistas, redatores técnicos, lexicógrafos, etc;

Até mesmo os cidadãos comuns acabam sofrendo interferência das

terminologias, traduzidas nas inovações tecnológicas; (KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

HISTÓRICO: realizações teóricas

Pierre Auger (1988), em seu estudo levanta três orientações que

norteiam o desenvolvimento e o manejo dos termos técnicos-

científicos:

Linguístico-terminológicas (TGT - Wüster)

Tradução;

Planificação da Linguística.

Padronização;

Comitê Técnico 37 da ISO "Terminologia: princípios e coordenação".(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Escolas e Teorias de Terminologia

as primeiras escolas surgem de estudos e reflexões sobre os termos;

são reconhecidas pelo seu pioneirismo e pela relevante contribuição

de seus representantes maiores ao estabelecimento das bases da

disciplina;

Escola de Viena (Wüster)

Escola de Praga

Escola Russa (Lotte e Drezen).

destacam-se pelo desenvolvimento de fundamentos cognitivos

- que considera que a Terminologia é um campo que ocupa-se

dos processos de formação dos conceitos; “Termos expressam

conceitos, não significados”.(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Teoria Geral da Terminologia – TGT Escola de Viena (Wüster)

as bases teóricas da Escola de Viena, antes que um

aprofundamento reflexivo, equivalem mais a princípios de uma

disciplina, cuja vocação primeira está associada à missão de

controlar e padronizar os usos terminológicos em escala mundial;

consolidaram as orientações metodológicas à produção

terminográfica;

contribuição à consolidação da Terminologia, levando-a a

alcançar o estatuto de um campo de conhecimento com

identidade própria no universo das ciências do léxico.

(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Teoria Geral da Terminologia – TGT Escola de Viena (Wüster)

Os temas principais da TGT são:

a essência dos conceitos e da formação dos conceitos;

as características dos conceitos;

as relações entre conceitos dentro dos sistemas conceptuais;

a descrição dos conceitos (mediante definições);

a atribuição de termos a conceitos ou bem de conceitos a

termos,

a essência dos termos e a sua formação.

(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Teoria da Socioterminologia - França - François Gaudin

década de 1980, Alain Rey salienta que tratar de terminologia é

tratar de questões das línguas (reflexão sobre a linguagem e o sentido);

Gaudin critica a inoperância dos instrumentos de referência,

que não expressam a realidade dos usos terminológicos, propondo que o artificialismo do ideal normalizador seja suplantado

pelo exame do contexto de produção dos léxicos especializadosreconhecimento da variação terminológica nas comunicações

especializadas.

necessidade de efetivar o diálogo interdisciplinar entre as áreas de

conhecimento afetas à problemática terminológica;

Gaudin postula a variação como o eixo central para o

desenvolvimento da socioterminologia.(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Teoria Comunicativa da Terminologia – TCT

Barcelona - Maria Teresa Cabré

debate sistemático e crítico à Teoria Geral da Terminologia;

Cabré faz algumas críticas à TGT:

Critica a finalidade da teoria, separando conceito e significado;

O desinteresse pelas estruturas morfológicas;

Desinteresse pelos aspectos sintáticos das unidades lexicais;

Supervalorização da função denominativa.

(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Teoria Comunicativa da Terminologia – TCT

Barcelona - Maria Teresa Cabré

articula-se baseada na valorização dos aspectos comunicativos

das linguagens especializadas em detrimento dos propósitos

normalizadores;

compreensão de que as unidades terminológicas formam parte

da linguagem natural e da gramática das línguas;

o conteúdo de um termo não é fixo, mas relativo, variando

conforme o cenário comunicativo em que se inscreve;

não há termos, nem palavras, mas somente unidades lexicais, tendo em vista que estas adquirem estatuto terminológico no âmbito

das comunicações especializadas;

acolhimento do princípio da variação (diferentes níveis de especialização);

(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Teoria Sociocognitiva daTerminologia

Rita Temmerman

O componente conceitual interessa pois repercute sobre a

identificação dos termos, dada sua relação com a definição

terminológica e com a fraseologia especializada que compõe a

Terminologia Linguístico-Textual;

enfoque interpretativo;

os termos são unidades de compreensão e de representação,

funcionando em modelos cognitivos e culturais;

compreensão de que as unidades terminológicas estão em

constante evolução. (KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

as novas teorias terminológicas mantêm muitos pontos de vista

em comum e refletem avanços dos estudos lingüísticos em geral;

não compactuam com posições que não acolhem o pleno

funcionamento da linguagem, criticando as posições redutoras;

Concepções Antagônicas:

TGT: predomínio dos princípios de apreensão dos léxicos temáticos

como constructos teóricos;

Base Líguístico-comunicacional: termos como elementos linguísticos

com todas as implicações sistêmicas e discursivas das unidades ;

Percebe-se avanços dos estudos tanto na concepção da

linguística, quanto terminológica, estabelecendo assim a

Terminologia como um Campo de estudos que considera os

aspectos cognitivos e linguísticos. (KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Correlações e interfaces

A Terminologia possui caráter inter e transdisciplinar, o que leva

a relações com conhecimentos exteriores e interiores aos

estudos da linguagem

Alguns campos que se relacionam com a Terminologia:

Semântica

Lexicologia

Lexicografia

Terminografia

Documentação

Linguagem Documentária

Tradução(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Semântica

disciplina da linguística que ocupa-se da descrição dos

significações próprias das línguas e das formulações teóricas;

possui grande diversidade de correntes teóricas.

Terminologia e Semântica

relação marcada por pouco diálogo;

os termos não foram estudados numa perspectiva linguística;

a semântica não integrou o cenário fundador da Terminologia;

estudos de Terminologia voltam-se para problemáticas

conceituais, que consideram os conceitos imutáveis, diferente

dos significados linguísticos;(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Terminologia e Semântica

Com a reversão de alguns paradigmas da Terminologia, novos

estudos como de Semântica e Linguística Cognitiva abrem

possibilidades de maior diálogos entre Terminologia e Semântica;

Ciências Cognitivas e Psicologia: os conceitos são mesmo

imutáveis e universais?

Na inter-relação T x SC, destaca-se o trabalho de Lakoff (1987),

no qual a concepção de categorização e conceitualização é

fundada por padrões cognitivos culturalmente moldados;

A percepção cognitiva possibilita a observação sob outras

condições, que interferem sobre diferentes definições para um

mesmo termo numa mesma subárea do conhecimento.(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Lexicologia

se ocupa de aspectos formais e semânticos das unidades

lexicais de uma língua;

é um campo de estudos transdisciplinar, haja vista que a

palavra é de interesse de várias ciências;

se estabelece na perspectiva dos estudos linguísticos,

relacionando-se com a gramática e com a morfologia;

Contribuem para o exame do comportamento morfossintático

das terminologias e para descrição dos padrões terminológicos

típicos de cada campo especializado.

(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Diferenças entre Lexicologia e Terminologia

Terminologia – os termos denominam e circunscrevem

cognitivamente objetos, processos e conceitos do universo das

ciências, técnicas e tecnologias;

Lexicologia – as palavras pelo mesmo processo denominativo

e conceitual abrange a realidade cognitiva e referencial

construída pelo homem.

São fenômenos lexicais:

Neologismo: inovação lexical em um sistema linguístico;

Empréstimo: unidade lexical oriunda de outro idioma.(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Lexicografia

É definida como a arte ou técnica de compor dicionários;

Os dicionários apresentam informações etimológicas,

gramaticais, ortografia, regência, etc;

É considerada uma atividade mais técnica de interpretação

semântica, do que um método descritivo;

A Lexicografia sob a perspectiva teórica é recente, datando da

década de 60 (Séc. XX), relacionando-se com a linguística e

beneficia-se de novas visões sobre o significado;

Lexicografia e Terminologia distinguem-se em finalidades

específicas, objetos particulares, produtos e metodologias.(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Terminografia (Lexicografia Especializada)

Compreende a face aplicada da terminologia, voltada para produção

de glossários, dicionários técnicos, banco de dados;

Toma o termo como objeto de descrição e aplicação, definindo

seu conteúdo e seu uso profissional;

Oferece subsídios para o estabelecimento de princípios

metodológicos e diretrizes para o fazer aplicado;

O objetivo do fazer terminológico é organizar conjuntos

terminológicos, cada termo constitui a entrada do verbete e, é reproduzido em

sua forma plena;

Uma obra terminográfica é elaborada para oferecer informação de um

determinado campo do conhecimento, principalmente ao léxico com

valor especializado;

Possui característica normalizadora, estabelecendo a padronização

terminológica.

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TERMINOLOGIA

Documentação

Visa organizar a informação bibliográfica, possibilitando a sua

recuperação;

A terminologia e a Documentação são áreas interdependentes áreas interdependentes

(uma precisa da outra);

O enfoque maior da documentação está no componente

lexical especializado, que integram as linguagens de

indexação;

Relação entre as unidades básicas de cada área: termo e

descritor.(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Linguagem Documentária

norteada por diretrizes de alcance universal da documentação,

A indexação é feita com auxílio de um vocabulário limitado e

controlado, unívoco e coerente que dá sustentação a

linguagem documentária;

Termos: unidade léxica que assume valor semântico de uma

área do conhecimento;

Descritores: linguagem constituída pelos gestores da

informação, portanto, artificial;

(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Linguagem Documentária

Vocabulário documental não equivale à terminologia, mas

funciona como uma referência terminológica essencial, já que

constitui elemento central da indexação e referencial de busca

da informação;

Desvantagens: por utilizar descritores (linguagens controladas)

a linguagem documentária é limitada e redutora;

Crescem as preocupações dos analistas da linguagem de

indexação para se utilizar as terminologias como descritores,

ampliando as possibilidades de busca.

(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Tradução e Terminologia

A relação entre a Tradução e Terminologia está no fato de que

os termos técnicos-científicos são elementos chave, nódulos

cognitivos dos textos especializados;

A terminologia contribui para o alcance e a precisão semântico-

conceitual, requisito para toda tradução de textos especializados;

A organização e divulgação de instrumentos de referência em

mais de um idioma cumpre o papel social maior, facilitando a

comunicação e a recuperação da informação especializada;

A tradução e a terminologia, apesar de parceiras, são campos

distintos.

(KRIEGER; FINATTO, 2004)

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TERMINOLOGIA

Tradução e Terminologia: Parceiras

Elaboração de instrumentos de referência temáticos com auxílio

dos tradutores;

Ambos os campos possuem tarefas cujos produtos auxiliam o

fluxo comunicacional;

se complementam (o manejo competente dos termos permite

melhor qualificação do trabalho do tradutor; as aplicações

terminológicas tem alcance maior se elaboradas em mais de uma

língua)

A maior contribuição da terminologia ao tradutores é auxiliá-los

a compreender a natureza, o estatuto, a constituição e o

funcionamento dos termos técnicos-científicos. (KRIEGER; FINATTO, 2004)

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OBRIGADA!