pcdob na câmara 32

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Edição Nº 32 - 24/02/2015 PCdoB na Câmara Informativo semanal da Bancada TODOS JUNTOS PELA REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA E ELEIÇÕES LIMPAS Representantes da sociedade querem a aprovação do projeto de iniciativa popular PL 6316/13, viabilizando a reforma política que, efetivamente, melhora o sistema político-eleitoral brasileiro. A Bancada do PCdoB no Congresso e parlamentares do PT, PSol e PSB apoiam essa proposta. O principal ponto é impedir o financiamento empresarial em eleições. Temos a convicção de que é decisiva a parcipação da sociedade. As pessoas precisam entender que a reforma políca democráca e eleições limpas geram um aprofundamento do processo democráco. ALDO ARANTES Representante da OAB na Coalizão pela Reforma Políca Democráca e Eleições Limpas Estamos confiantes de que a Câmara dos Deputados vai apoiar a proposta da sociedade e afastar o financiamento privado, das empreiteiras, oriundo de corrupção e de escândalos, das campanhas eleitorais. MARCELLO LAVENÈRE Representante da CNBB na Coalizão pela Reforma Políca Democráca e Eleições Limpas Leia mais nas páginas 2, 3 e 4.

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Boletim semanal da Bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados.

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Page 1: PCdoB na Câmara 32

PCdoB na Câmara Fevereiro de 2015 | Número 32 1

Edição Nº 32 - 24/02/2015

PCdoB na CâmaraInformativo semanal da Bancada

TODOS JUNTOS PELA REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA E ELEIÇÕES LIMPAS

Representantes da sociedade querem a aprovação do projeto de iniciativa popular PL 6316/13, viabilizando a reforma política que, efetivamente, melhora o sistema político-eleitoral brasileiro. A Bancada do PCdoB no Congresso e parlamentares do PT, PSol e PSB apoiam essa proposta.

O principal ponto é impedir o financiamento empresarial em eleições.

Temos a convicção de que é decisiva a participação da sociedade. As

pessoas precisam entender que a reforma política democrática e eleições limpas geram um aprofundamento do

processo democrático.

ALDO ARANTESRepresentante da OAB na Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas

Estamos confiantes de que a Câmara dos Deputados vai apoiar a proposta

da sociedade e afastar o financiamento privado, das empreiteiras, oriundo de corrupção e de escândalos, das

campanhas eleitorais.

MARCELLO LAVENÈRE Representante da CNBB na Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas

Leia mais nas páginas 2, 3 e 4.

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Fevereiro de 2015 | Número 32 PCdoB na Câmara2

P A L A V R A D A L Í D E R

Em um momento crucial para o futuro do Brasil, é decisivo o engajamento da sociedade na luta contra ameaças de

retrocessos que rondam o Congresso Na-cional. É hora de os cidadãos mobilizarem forças para garantir a aprovação de uma re-forma política democrática ampla na Câma-ra dos Deputados, que efetivamente acabe com a corrupção e aumente a representa-tividade e a participação da população nas grandes decisões do país.

Com objetivo de assegurar a melho-ria do sistema político-eleitoral brasileiro, a Bancada do PCdoB reforçou a mobili-zação em defesa do projeto de iniciativa popular da Coalizão Política pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas (PL 6316/13). Esse grupo é formado por qua-se 100 entidades, incluindo setores sociais representativos como a Confederação Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Essa frente propõe uma mudança re-

almente democrática no sistema. Suas di-retrizes se pautam, entre outras questões, em eliminar as empresas da participação eleitoral via seu financiamento, maior par-ticipação popular e equidade de gênero. É uma das únicas propostas com consenso no campo progressista.

Para que ideias estratégicas como es-sas avancem, é preciso intensificar nossa batalha contra uma reforma retrógrada e antidemocrática que ganhou impulso na Comissão Especial da Reforma Política instalada na Câmara em fevereiro. Muitos parlamentares estão a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 352/13, que constitucionaliza o financiamento empre-sarial de campanhas eleitorais, além de es-tabelecer inúmeras restrições à pluralidade da representação. Apesar desse cenário ne-buloso, o povo ainda tem tempo de reagir e impedir que essa brecha constitucional para a corrupção seja aprovada.

É o poder econômico por meio do fi-nanciamento das campanhas que distorce a

representatividade no Parlamento e está na raiz de muitos comportamentos aéticos que decepcionam a sociedade. Muitos se trans-formam em despachantes dos interesses do investidor distanciados das demandas do país. Mesmo sendo parcela significativa da população brasileira, mulheres, negros, homossexuais, trabalhadores, agricultores familiares e indíos têm sido excluídos da re-presentação parlamentar. O resultado é um previsível descompasso entre representan-tes e representados. A única solução para conter esse abismo é uma reforma política profunda e democrática.

É preciso reformar nosso sistema elei-toral para extirpar o poder econômico de uma vez por todas do peso decisório nos pleitos. Dessa forma, conseguiremos con-ferir mais justiça e igualdade de oportuni-dades a todos que consideram que podem dar sua contribuição. Diante desses grandes desafios que se impõem, os brasileiros de-vem mostrar a sua cara nas redes e nas ruas. Participe dessa luta! Venha com a gente!

Jandira Feghali. Médica, deputada pelo Rio de Janeiro e líder do PCdoB na Câmara dos Deputados

Mostra a sua cara

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PCdoB na Câmara Fevereiro de 2015 | Número 32 3

QUEREMOS O FIM DOFINANCIAMENTO EMPRESARIAL Baratear as campanhas eleitorais, acabar com a porta de entrada da corrupção e garantir a efetiva representação dos interesses da população no Congresso são os nossos objetivos ao defender o fim do financiamento de empresas nas eleições.

Se você pensa que o dinheiro da saúde ou da educação estará comprometido no caso do financiamento público, está enganado. O novo fundo eleitoral será constituído por recursos do Orçamento

Geral da União, de multas administrativas e de penalidades eleitorais.

Por que é importante?

Acreditamos que é preciso criar uma lógica em que as pessoas sejam elei-tas por representarem diferentes

segmentos da sociedade e não apenas se-tores do empresariado. A meta é valorizar o conhecimento das ideias e dos programas partidários. O financiamento empresarial de campanhas fere o princípio constitucio-

APOIAMOS

Defendemos a proposta amplamente debatida pela sociedade civil, relatada no Projeto de Lei (PL) 6316/13, que estabelece o financiamento público e doações de pes-soas físicas de até R$ 700. Acreditamos que, dessa forma, vamos desestimular o caixa dois e a corrupção será combatida. Quando alguns financiadores da campanha cobram benefícios dos parlamentares eleitos, toda sociedade perde dinheiro.

Origem do dinheiro

nal da isonomia, porque permite melhores oportunidades de obtenção de votos àque-les que têm ao seu dispor maior volume de recursos de campanha.

Somos contra a

PEC 352

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 352/13, que teve a tramitação acelerada pela Presidência da Câmara dos Deputados, não responde aos anseios dos brasileiros de erradicar a corrupção e de ampliar a representatividade do povo. Pelo contrário, pretende constitu-cionalizar o financiamento empresarial de campanhas. De acordo com o texto, a ideia é dar “liberdade” aos partidos na escolha das fontes de financiamento de suas campanhas. Mas, na verdade, a influência do poderio econômico nas eleições será legitimada por ser colocada na Constituição, ficando acima das leis ordinárias e mais difícil de se extinguir. E a cobrança de favores em razão da doação eleitoral se tornará ainda mais comum.

COMO É HOJEPode tudo, ou quase. Apesar de o § 9º do art. 14 da Constitui-ção descrever que o poder econômico não deve influenciar uma eleição (o que, se constatado, invalidaria o pleito), as empresas hoje podem fazer doações para os partidos e para os candidatos e, assim, acabam influenciando diretamente o resultado dos pleitos, além de encarecer a disputa.

Não podemos aceitar que as principais decisões nacionais continuem sendo tomadas por influência de algumas grandes empresas.

Algumas empresas não doam porque são boas, mas para tentar cobrar benefícios de deputados e do Executivo ao longo do mandato.

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Fevereiro de 2015 | Número 32 PCdoB na Câmara4

Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados

Praça dos Três Poderes, Câmara dos Deputados, Anexo II,Sala T-12, Brasília-DF, 70160-900 - Tel: 55 (61) 3215-9732.

Líder: Deputada Jandira Feghali (RJ). Vice-líderes: Luciana Santos (PE), Chico Lopes (CE) e Rubens Pereira Júnior (MA).

Chefe de Gabinete: Augusto Madeira.

Assessoria de Comunicação: Marciele Brum (coordenadora), Christiane Peres (jornalista), Tatiana Alves (jornalista), Richard Silva (foto e vídeo), Iberê Lopes (estagiário de comunicação/artes), Wellington Pereira (publicitário).

Tel. (61) 3215-9738 www.pcdobnacamara.org.br - [email protected]

PEDIENTE

/pcdobnacamara @AssessorPCdoB /pcdobcamara /user/liderancapcdob

O financiamento empresarial de cam-panha é um assunto tão sério que até o Judiciário está debatendo o tema.

Desde abril de 2014, o julgamento está para-

QUEREMOS MAIS MINORIAS REPRESENTADAS NO CONGRESSOO sistema proporcional em vigor permite eleger os mais diversos representantes para a Câmara dos Deputados, mesmo que o candidato individualmente obtenha um número menor de votos.

POR QUE É IMPORTANTE A PROPORCIONALIDADE?

Apesar deste sistema ter distorções, ainda é a melhor forma de garantir a representação na Câmara de diferentes segmentos da sociedade brasileira, como mulheres, negros, índios e homossexuais. Se só os mais votados fossem eleitos, percentuais expressivos da população não estariam representados em Brasília.

A PEC 352/13, em análise na Câmara, prevê a criação de distritos eleitorais no território brasileiro. Assim, apenas alguns candidatos mais votados serão eleitos. A mudança fortalece também a PERSONIFICAÇÃO de candidaturas em detrimento das IDEIAS dos partidos. As legendas ficarão cada vez mais fracas. Nomes mais conhecidos deverão ser escolhidos por terem maior possibilidade de atrair votos, reduzindo a rotatividade na política.

QUEREMOS MAIS PARTICIPAÇÃO POPULARO direito político mais exercido por to-

dos os cidadãos é o de votar e ser votado. Mas a manifestação popular não se limita a isso. A Constituição de 1988 possibilitou a participação do povo nos rumos do país por meio de plebiscitos, referendos e inicia-tiva popular. Acreditamos que estes meca-nismos só precisam ser desburocratizados por meio de uma nova regulamentação.

Nossa ideia é, por exemplo, nos casos de projetos de iniciativa popular, facilitar o início de sua tramitação. Hoje, mais de um milhão de assinaturas são necessárias para que um Plip, como são conhecidos esses projetos, seja analisado pelos parlamenta-res. Nossa proposta é facilitar esse processo, permitindo inclusive assinaturas virtuais.

PEC 352 IGNORA

do no Supremo Tribunal Federal por pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes – mes-mo com a manifestação favorável ao fim do financiamento privado de seis ministros do

Supremo. Caso Mendes devolva o processo, a Corte poderá finalizar o julgamento e pôr fim de vez à possibilidade de empresas doa-rem recursos para campanhas eleitorais.

DISTRITOS SÃO NOCIVOS À DEMOCRACIA

Essa regra barra representantes de minorias

e favorece ainda mais a influência do poder

econômico no resultado das eleições. Afinal, os candidatos

com mais dinheiro nas localidades têm mais chances

de obter grandes votações. Problemas locais serão cada

vez mais importantes do que as grandes decisões nacionais.

Somos contra a

PEC 352

Mecanismos de participação popular

Equidade de gênero

Valorização de partidos