pccs: principal estratégia para resgatar bandeiras...

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JORNAL DE VERDADE - Ed. 184 - Março de 2016 A pós um 2019 de intensa mobilização e unidade visando à assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2019/2021) das trabalhadoras e dos trabalhadores da Caesb, e da luta em defesa do Saneamento Público e da Caesb Pública, contra a privatização, a categoria caesbiana assume o papel de protagonista na luta pela implementação do novo Plano de Carreira e Salários (PCCS) para a Empresa. É preciso ter o entendimento de que um PCCS, nos moldes tradicionais do chamado mercado de trabalho, é um instrumento de gestão empresarial que busca estabelecer regras para possíveis promoções que monetarizem o aumento da eficiência e eficácia da produção de uma empresa. No entanto, para as trabalhadoras e os trabalhadores, aqui o que está envolvido é a valorização da sua força trabalho, da sua saúde, da sua vida, que a cada dia, cada mês, cada ano, são entregues numa linha de produção, por força das relações trabalhistas existentes numa sociedade capitalista. Neste sentido, para os trabalhadores caes bianos, a luta pelo PCCS tem como objetivo demonstrar que não são, tão somente, novas tecnologias e instrumentos de gestão que aumentam a capacidade produtiva da Empresa, e sim o acúmulo de conhecimento e experiência de cada trabalhador, aplicados nas suas atividades laborais em cada setor, que permitem o crescimento e desenvolvimento da empresa como um todo. E esse acúmulo se dá justamente PCCS: Principal estratégia para resgatar bandeiras históricas da categoria ao longo do tempo, dia após dia, e por isso deve ser reconhecido e valorizado. E uma das formas é garantir que os trabalhadores possam evoluir no âmbito de uma carreira, com início, meio e fim, possibilitando que alcancem melhor qualidade de vida e uma aposentadoria digna. Além disso, a luta pelo PCCS é a estratégia central para resgatar bandeiras históricas da categoria: 1) A equiparação de piso e teto para todos os cargos (agentes, técnicos e analistas), com a reestruturação das carreiras por nível de escolaridade (médio, técnico e superior), tendo como referência de teto o cargo de analista, com o fim das distorções entre os cargos, acumuladas ao longo do tempo e que geraram perdas profissionais e salariais para muitos trabalhadores, principalmente os agentes; 2) O enquadramento por do tempo de serviço na Empresa, que visa a resgatar o trabalho e a vida entregues na construção e consolidação da Caesb como empresa pública, principalmente os mais antigos de casa; 3) A implantação de um sistema de avaliação de progressão por mérito que seja objetivo e traduza efetivamente as atividades realizadas e desenvolvidas pelas trabalhadoras e os trabalhadores. Não é pouco, ao contrário!!! Mas só com mobilização e unidade da categoria será possível buscar essas bandeiras! E é somente na luta que os trabalhadores conseguem se libertar do processo de alienação do trabalho que caracteriza a produção capitalista, na qual o trabalhador vende sua força de trabalho para o patrão, mesmo sendo o Estado, na busca da própria sobrevivência e de sua família, porém não consegue identificar sua participação no processo produtivo como um todo. BOLETIM 24 de Janeiro de 2020 Início de mais um ano de luta, de resistência aos ataques do capital e do seu Estado à Classe Trabalhadora!

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Page 1: PCCS: Principal estratégia para resgatar bandeiras ...sindaguadf.org.br/wp-content/uploads/Boletim-Janeiro-2020-versao... · Caesb, e da luta em defesa do Saneamento Público e da

JORNAL DE VERDADE - Ed. 184 - Março de 2016

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Após um 2019 de intensa mobilização e unidade visando à assinatura do Acordo Coletivo

de Trabalho (ACT 2019/2021) das trabalhadoras e dos trabalhadores da Caesb, e da luta em defesa do Saneamento Público e da Caesb Pública, contra a privatização, a categoria caesbiana assume o papel de protagonista na luta pela implementação do novo Plano de Carreira e Salários (PCCS) para a Empresa.

É preciso ter o entendimento de que um PCCS, nos moldes tradicionais do chamado mercado de trabalho, é um instrumento de gestão empresarial que busca estabelecer regras para possíveis promoções que monetarizem o aumento da e� ciência e e� cácia da produção de uma empresa.

No entanto, para as trabalhadoras e os trabalhadores, aqui o que está envolvido é a valorização da sua força trabalho, da sua saúde, da sua vida, que a cada dia, cada mês, cada ano, são entregues numa linha de produção, por força das relações trabalhistas existentes numa sociedade capitalista.

Neste sentido, para os trabalhadores caesbianos, a luta pelo PCCS tem como objetivo demonstrar que não são, tão somente, novas tecnologias e instrumentos de gestão que aumentam a capacidade produtiva da Empresa, e sim o acúmulo de conhecimento e experiência de cada trabalhador, aplicados nas suas atividades laborais em cada setor, que permitem o crescimento e desenvolvimento da empresa como um todo. E esse acúmulo se dá justamente

PCCS: Principal estratégia para resgatar bandeiras históricas da categoria

ao longo do tempo, dia após dia, e por isso deve ser reconhecido e valorizado. E uma das formas é garantir que os trabalhadores possam evoluir no âmbito de uma carreira, com início, meio e � m, possibilitando que alcancem melhor qualidade de vida e uma aposentadoria digna.

Além disso, a luta pelo PCCS é a estratégia central para resgatar bandeiras históricas da categoria:

1) A equiparação de piso e teto para todos os cargos (agentes, técnicos e analistas), com a reestruturação das carreiras por nível de escolaridade (médio, técnico e superior), tendo como referência de teto o cargo de analista, com o fim das distorções entre os cargos, acumuladas ao longo do tempo e que geraram perdas pro� ssionais e salariais para muitos trabalhadores, principalmente os agentes;

2) O enquadramento por do tempo

de serviço na Empresa, que visa a resgatar o trabalho e a vida entregues na construção e consolidação da Caesb como empresa pública, principalmente os mais antigos de casa;

3) A implantação de um sistema de avaliação de progressão por mérito que seja objetivo e traduza efetivamente as atividades realizadas e desenvolvidas pelas trabalhadoras e os trabalhadores.Não é pouco, ao contrário!!! Mas só com mobilização e unidade da categoria será possível buscar essas bandeiras!E é somente na luta que os trabalhadores conseguem se libertar do processo de alienação do trabalho que caracteriza a produção capitalista, na qual o trabalhador vende sua força de trabalho para o patrão, mesmo sendo o Estado, na busca da própria sobrevivência e de sua família, porém não consegue identi� car sua participação no processo produtivo como um todo.

BOLETIM 24 de Janeiro de 2020

Início de mais um ano de luta, de resistência aos ataques do capital e do seu Estado à Classe Trabalhadora!

Page 2: PCCS: Principal estratégia para resgatar bandeiras ...sindaguadf.org.br/wp-content/uploads/Boletim-Janeiro-2020-versao... · Caesb, e da luta em defesa do Saneamento Público e da

JORNAL DE VERDADE - ‘. 184 - Março de 2016

A discussão sobre o novo PCCS da Caesb ocorreu na data-base de 2019 e estava prevista na Cláusula

38.ª do ACT 2019-2021, que de� niu a continuidade do congelamento do SGPC e a criação de uma comissão com representantes da Empresa e dos traba-lhadores com o objetivo de elaborar um novo PCCS na Companhia. Assim que foi assinado o ACT, o Sindicato encaminhou à Empresa os seus representantes na comissão do PCCS.

No primeiro momento de trabalhos da comissão, a Caesb apresentou a sua proposta elaborada na gestão do governo anterior. O Sindicato indicou então os pontos de divergência, especi-� camente no que diz respeito à equipa-ração de pisos e tetos, enquadramento salarial por tempo de serviço e critérios de avaliação. O Sindágua também apresentou o seu estudo sobre o PCCS, o qual busca atender as demandas das trabalhadoras e dos trabalhadores, e que resultou de consultoria técnica contratada pela entidade.

Simpli� cação das carreirasEsse estudo tem como base a sim-

plificação das carreiras existentes na Empresa, com o fim dos níveis de complexidade, conforme proposta elaborada pelo próprio RH da Caesb; junto a isso, foram incorporadas as bandeiras históricas da categoria, como a equiparação salarial de piso e teto dos cargos (agente, técnico e analista), reestruturação das carreiras por nível de escolaridade (médio, técnico e superior), enquadramento na tabela salarial por tempo de serviço na empresa, entre outros. O estudo está disponível na pá-gina eletrônica do Sindágua-DF. (http://sindaguadf.org.br/proposta-de-novo--plano-de-cargos-e-salarios/).

Em dezembro de 2019, durante os debates no âmbito da comissão do PCCS, a Presidência da Caesb propôs a implantação imediata de um novo PCCS, com a alegação de que centenas de empregados perderiam mais uma vez a sua progressão na carreira devido ao congelamento do SGPC. É fato que

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Diretoria Executiva (Triênio 2019/2022): Alberto (98294 8038), Daniela, Fernanda (98418 8603), Germano , Henrique (98445 1984), Itamar (98402-0021), Pedro (Catitu) (98445 1989), Rodrigo (99225 9004), Esdras (99650 3240). Diretoria Colegiada – Secretaria de Política Externa: Carlos Horácio C. de Morais, Rodrigo Pessoa de Carvalho e Ademir Carvalho do Nascimento Júnior. Secretaria de Relações Sindicais: César Júlio Ferreira, Daniela França Corado e Claudionor Rodrigues de Souza. Secretaria de Finanças e Administração: Pedro Cirqueira Medeiros, Irlan Costa Santos e Márcio Roberto A. Irmão. Secretaria de Assuntos Jurídicos e Trabalhistas: Fernanda da Silva Fernandes, Itamar Nunes Martins e Maria Graziele Lobato da Silva. Secretaria de Pesquisa Tecnológica e Assuntos Estratégicos: Jucélia Gonzaga, Alberto Jorge da Rocha Silva e Ercília Ramos Ribeiro Moreno. Secretaria de Imprensa, Divulgação e Comunicação: Henrique Mendonça de Faria, Andrey Assunção Silva e Paulo César Bessa Cesário. Secretaria de Formação Sindical e Cultura: Rodrigo Marques da Rocha, Aline Neves Kalatalo e Marcus Valério Xavier Reis. Secretaria de Políticas Sociais: Esdras Bacelar M. Salles, Igor Pontes Aguiar e Dalvimar da Silva Fernandes. Secretaria de Saúde, Higiene, Segurança do Trabalho e Aposentado: Márcio M. dos Santos, Marcelo Germano Alencar e Margonário de Paula Marques. Conselho Fiscal (Triênio 2018/2021) – Efetivos: Marcos Vinícios G. da Silva, Marx Bruno dos Santos e Ercília Ramos Ribeiro. Suplentes: Vilmar Júnior Del� no e Dominga Maia de Freitas. Comissão de Ética (Triênio 2018/2021) – Efetivos: Maria Goreth Gonçalves Nóbrega, Valeriano de Castro Júnior e Wellington Marques Barros. Suplentes: Eliel Marcos de Souza. Edição: Lécia Viana (RP 2715/DF). Editoração eletrônica e arte-� nal: André Filho. Tiragem: 2.000 exemplares. SDS - Ed. Venâncio VI - Sobrelojas 13, 14 e 15. Tel.: 3323 8881 sindaguadg.org.br [email protected].

O que é o Novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários?a categoria sempre entendeu a neces-sidade de superar e resgatar os passivos gerados pelo congelamento do SGPC, mas que tal encaminhamento não pode ser dado com o abandono das bandeiras históricas dos trabalhadores. A diretoria do Sindágua-DF alertou o Presidente da Caesb sobre essas questões, inclusive ressaltando que sempre foi a categoria, de forma coletiva e esclarecida, que definiu os encaminhamentos sobre seus direitos.

A direção da Caesb apresentou en-tão, no âmbito da comissão do PCCS, uma proposta de termo aditivo ao ACT 2019-2020 (Cláusula Trigésima Oitava), com a sugestão de implantar um novo Plano, elaborado pela SGP e apresen-tado e discutido na referida comissão. Esse Plano tem como base, além da simpli� cação das carreiras com 35 casas de progressão, o enquadramento por faixa salarial e a manutenção de todos os cargos de agente, técnico e analista com as distorções existentes e acumula-das ao longo do tempo, anteriormente sem perspectivas de serem sanadas. (http://sindaguadf.org.br/wp-content/uploads/20200116_210609.pdf)

17 de dezembro: propostainsu� cienteEm assembleia realizada no dia 17 de

dezembro de 2019, no SIA, a categoria caesbiana votou pela insu� ciência da proposta de termo aditivo ao ACT, além de apontar várias questões contraditó-rias existentes no corpo da minuta de PCCS proposta, tais como a citação às 44 horas de trabalho, limitação orçamen-tária para as promoções e várias outras relacionadas à descrição das atribuições dos cargos, bem como na minuta do ter-mo aditivo ao ACT, como os prazos para implantação do resultado do trabalho da comissão paritária.

Diante dessa deliberação, o Sindi-cato levou o resultado da assembleia à comissão do PCCS e ao Presidente da Caesb, a � m de discutir formas de supe-rar as insu� ciências apontadas e levar novamente o debate à categoria, já que a assembleia também de� niu pela reali-

zação de setoriais por área de trabalho.Após três reuniões com a comissão

da Caesb, com a presença do presidente da Companhia, foram incorporadas à proposta de termo aditivo uma série de alterações indicadas pelo Sindica-to. A principal delas propunha que a comissão do PCCS passaria a ser pari-tária e permanente, com o objetivo de continuar a discussão sobre o Plano, bem como a garantia de que o estudo realizado e apresentado pelo Sindágua seria considerado tecnicamente nos debates, assim como foram corrigidos os apontamentos levantados no texto da minuta do PCCS.

Com esta nova redação de termo aditivo, foram realizadas mais de 20 setoriais de base, entre os dias 6 e 13/01/2020, com ampla participação das trabalhadoras e dos trabalhadores caesbianos, o que possibilitou o apro-fundamento do debate sobre a proposta apresentada, bem como das demandas históricas da categoria sobre o PCCS.

Assembleia aprova termo aditivoNo último dia 14/01, na sede da Caesb,

foi realizada nova assembleia, na qual se debateu a proposta de termo aditivo ao ACT (Cláusula Trigésima Oitava), aprova-da por ampla maioria dos trabalhadores presentes. Além disso, as propostas dos trabalhadores na assembleia, com condicionantes para implementação do novo PCCS, também foram aprovadas para serem debatidas em comissão. Os encaminhamentos da assembleia foram apresentados à direção da Empresa, que aceitou a proposta do termo aditivo ao ACT, assinado no último dia 14.

O Sindicato já está fazendo gestões junto à Empresa com vistas à implemen-tação da Comissão Paritária e Permanen-te do PCCS, a � m de retomar os debates sobre o tema, conforme está de� nido no termo aditivo assinado.

É importante ressaltar que todo o debate sobre o PCCS vai se dar de forma coletiva, no âmbito da referida Comissão Permanente, e com a mobilização e unidade das trabalhadoras e dos traba-lhadores caesbianos!!!