patologia geral: aula 04 2009 - alterações cadavéricas

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AULA 04 PROFA. JOSIANE BONEL-RAPOSO 2009/2 [email protected] WWW.JOSIE-GEPAC.BLOGSPOT.COM PATOLOGIA GERAL VETERINÁRIA

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Page 1: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

AULA 04

PROFA. JOSIANE BONEL-RAPOSO

2009/2

[email protected]

WWW.JOSIE-GEPAC.BLOGSPOT.COM

PATOLOGIA GERAL VETERINÁRIA

Page 2: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

PATOLOGIA GERAL VETERINÁRIA

1. Introdução2. Terminologia Básica3. Revisão Biologia Celular – Alterações

cadavéricas4. Mecanismos de agressão celular – Técnica

Necropsia5. Adaptação6. Acúmulos intra e extra-celulares7. Necrose8. Calcificações9. Distúrbios Circulatórios10. Inflamação11. Distúrbios do Crescimento Celular12. Neoplasias

Page 3: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Alterações Cadavéricas

Page 4: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Definição:Alterações observadas num cadáver, e

que não tenham ocorrido no animal vivo.

Importância:Diferenciar das lesões produzidas em

vida;

Estimar a hora da morte em Medicina

Legal

INTRODUÇÃO

Page 5: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

CLASSIFICAÇÃO

1. Alterações Cadavéricas Abióticas

2. Alterações Cadavéricas

Transformativas

Page 6: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Alterações Cadavéricas Abióticas

São aquelas que não modificam

o cadáver no seu aspecto geral

Dividem-se em:

a) Imediatas (morte somática ou

clínica)

b) Mediatas ou consecutivas

(autólise)

Page 7: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Alterações Cadavéricas Transformativas

São aquelas que modificam o

cadáver no seu aspecto geral

Dificultando o trabalho na análise

dos achados macroscópicos

Determinam: decomposição,

putrefação ou heterólise

Page 8: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Alterações Cadavéricas Abióticas Imediatas

Insensibilidade

Imobilidade

Parada das funções cárdio-respiratórias

Inconsciência

Arreflexia ou ausência de reflexos

Page 9: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Hipóstase cadavérica (Livor mortis)

Frialdade cadavérica (Algor mortis)

Rigidez cadavérica (Rigor mortis)

Coagulação sangüínea (pós-morte)

Impregnação pela hemoglobina

Impregnação pela bile

Alterações Cadavéricas Abióticas Mediatas (autólise)

Page 10: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Timpanismo pós-morte Deslocamento, torção ou ruptura de vísceras Pseudo-prolapso retal Pseudo-melanose Enfisema cadavérico tecidual Maceração da mucosa digestiva Coliquação/liquefação Redução esquelética

Alterações Cadavéricas Abióticas Mediatas (autólise)

Page 11: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Alterações Cadavéricas Abióticas Mediatas (autólise)

Page 12: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

É a acomodação gradual do sangue para o

lado de decúbito do cadáver, por

gravidade.

Tempo: 2-4 horas, maior intensidade

perto das 12 horas (mais evidente).

Hipostase cadavérica (Livor

mortis)

Page 13: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Hipostase cadavérica (Livor

mortis)

Page 14: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Hipostase cadavérica (Livor

mortis)

Page 15: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Resfriamento gradual do cadáver, a

temperatura corporal se iguala a

temperatura ambiente.

Tempo: 3-4 horas, depende dos fatores.

Frialdade cadavérica (Algor mortis)

Page 16: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Enrijecimento muscular do cadáver por um

determinado tempo;

por do glicogênio muscular, que ATP e

aumenta o ácido lático ( pH tecidual) e

consequentemente ocorre a rigidez.

Tempo: 2-4 horas, plenitude 12-15 horas.

Estado nutricional do animal.

Inicia nos músculos involuntários voluntários

(coração; músculos respiratórios; mandibulares; da nuca;

do tronco; dos membros anteriores e dos membros

posteriores).

Rigidez Cadavérica (Rigor mortis)

Page 17: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Os fatores de coagulação predominam sobre

os anticoagulantes, em conseqüência a

coagulação.

Tempo: 2-8 horas. Depende da atividade

enzimática. Após esse período os coágulos

começam a se desfazer por hemólise. Há

doenças que também provocam hemólise

(diferenciar) antes das 8 horas. Ex: tristeza

parasitaria.

Coagulação sangüínea (pós-morte)

Page 18: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Coágulos cruóricos: liso, brilhantes,

elásticos, não aderentes as paredes

cardiovasculares; de coloração vermelha.

Coágulos lardáceos: liso, brilhantes,

elásticos, não aderentes as paredes

cardiovasculares; de coloração amarelada

(anemia/fase agônica no final da doença) -

perda de hemácias.

OBS.: Diferenciação de trombos.

Tipos de Coagulação sangüínea (pós morte)

Page 19: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Coágulo X Trombo

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Tipos de Coágulos

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Tipos de Coágulos

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Tipos de Coágulos

Page 23: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Pelo mecanismo de hemólise ocorre a

liberação de hemoglobina para os tecidos.

É observada presença de manchas

avermelhadas, principalmente em serosas

(peritônio, pleura, omentos, mesentério).

Esta impregnação não é visível em tecidos

escuros.

Tempo: 8 horas ou mais (após ocorrer o

coágulo).

Impregnação pela hemoglobina

Page 24: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Impregnação pela hemoglobina

Page 25: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Com a autólise a vesícula não retem os

líquidos biliares, ocorrendo difusão de

pigmentos biliares indo para os tecidos

(fígado e tecidos vizinhos), dando a

coloração amarelo-esverdeada.

Tempo: 8 horas após a morte.

Impregnação pela bile

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Impregnação pela bile

Page 27: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Ocorre distensão do estômago, intestino e

abdômen. Resultado da fermentação

contínua das bactérias do tubo digestivo,

principalmente do tubo intestinal.

OBS.: Quando o timpanismo é em vida

(timpanismo ante-mortem) há alterações

circulatórias, onde o segmento rompido tem

coloração diferente das normais.

Tempo: 24 horas.

Timpanismo pós-morte

Page 28: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Timpanismo pós-morte

Page 29: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Deslocamento e ruptura do órgão sem

alterações circulatórias (congestão,

edema, hemorragia), então o órgão

fica com a mesma coloração.

Deslocamento, torção ou ruptura de vísceras

Page 30: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Deslocamento, torção ou ruptura de vísceras

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Deslocamento, torção ou ruptura de vísceras

Page 32: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Ocorre exteriorização da ampola retal

por conseqüência da grande

quantidade de gás. Não ocorre

alterações circulatórias.

OBS.: Quando ocorre prolapso retal

(em vida) há alterações circulatórias.

Tempo: 24 horas.

Pseudo-prolapso retal

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Pseudo-prolapso retal

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Manchas cinza-esverdeadas,

irregulares na pele da região

abdominal e órgãos vizinhos aos

intestinos.

Pseudo-melanose (Manchas de putrefação)

Page 35: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Ocorre devido o acúmulo de gás nos órgãos.

Pela formação de bolhas gasosas nos tecidos em conseqüência da ação das bactérias saprófitas (produtoras de gás).

Local: tecido subcutâneo, fígado, rins, órgãos internos abaixo das cápsulas.

Enfisema cadavérico tecidual

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Enfisema cadavérico tecidual

Page 37: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Ocorre desprendimento da mucosa do tubo digestivo, principalmente no caso de pré-estômago (ruminantes).

Tempo: 24 horas.

Maceração da mucosa digestiva

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Maceração da mucosa digestiva

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AUTÓLISE É a destruição de um tecido por enzimas proteolíticas

produzidas pelo próprio tecido.

Alterações microscópicas Citoplasma hialino e granuloso

Perda dos limites celulares

Diminuição da atividade tintorial

Ausência de reações inflamatórias e a presença da

hemólise.

PUTREFAÇÃO É a ação de enzimas proteolíticas de germes

saprófitas, geralmente oriundos do próprio trato

intestinal do animal.

Alterações Pós-morteConceito de Autólise e Putrefação

Page 40: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Fase de coloração:

Após impregnação pela bile e hemoglobina.

Manchas esverdeadas na parede abdominal.

Coincide com o timpanismo pós morte e

enfisema cadavérico.

Tempo: 8-24 horas

Fase gasosa:

gás sulfídrico (H2S) = odor característico.

Tempo: 24 horas.

Alterações Pós-morte

Fases Putrefação/decomposição/heteró

lise

Page 41: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Fase de coloração: Após impregnação pela bile e hemoglobina.

Manchas esverdeadas na parede abdominal.

Coincide com o timpanismo pós morte e

enfisema cadavérico.

Tempo: 8-24 horas

Alterações Pós-morte

Fases Putrefação/decomposição/heteró

lise

Page 42: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Fase de

coloração

Alterações Pós-morte

Fases Putrefação/decomposição/heteró

lise

Page 43: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Fase gasosa: gás sulfídrico (H2S) = odor característico.

Tempo: 24 horas.

Alterações Pós-morte

Fases Putrefação/decomposição/heteró

lise

Page 44: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Fase gasosa:

Alterações Pós-morte

Fases Putrefação/decomposição/heteró

lise

Page 45: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Fase coliquativa: Desintegração de tecidos moles.

Tempo: 7 dias.

Alterações Pós-morte

Fases Putrefação/decomposição/heterólise

Page 46: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Fase

coliquativa:

Alterações Pós-morte

Fases Putrefação/decomposição/heterólise

Page 47: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Fase de esqueletização: Só resta o esqueleto.

Tempo: 3-4 semanas.

Alterações Pós-morte

Fases Putrefação/decomposição/heterólise

Page 48: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Temperatura ambiente: O calor acelera o aparecimento das

alterações cadavéricas (acelera o crescimento bacteriano).

A diminuição da temperatura retarda o aparecimento das alterações cadavéricas.

Fatores que interferem nas alterações

cadavéricas

Page 49: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Tamanho do animal: Quanto > o animal + difícil o

resfriamento Mais fácil a instalação das demais

alterações

Fatores que interferem nas alterações cadavéricas

Page 50: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Estado de nutrição: Animal em bom estado de nutrição

(+ glicogênio) Atrasa rigor e resfriamento Acelera as demais reações devido

acelerar a proliferação bacteriana.

Fatores que interferem nas alterações

cadavéricas

Page 51: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Cobertura externa: Dificultam o resfriamento do

cadáver (penas, plumas, gordura, lã).

Fatores que interferem nas alterações

cadavéricas

Page 52: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Causa da morte: atividade metabólica e da

temperatura antes da morte.

Infecção por clostrídeos (tétano):Rigidez, Amolecimento Entra em rigidez novamenteDevido ao tétano está com pouca

energia para manter-se contraído.

Fatores que interferem nas alterações

cadavéricas

Page 53: Patologia Geral: Aula 04 2009 - Alterações Cadavéricas

Causa da morte: Septicemias (hipertermia):

atividade metabólica. Intoxicação por estricnina (convulsões):

convulsão muito forte, ocasiona perda de energia.

Traumatismos cerebrais (tetania): o rigor, acelera a decomposição, altera todas as relações metabólicas.

OBS.: Todas as atividades que aumentam a temperatura e a atividade metabólica aceleram o aparecimento das alterações cadavéricas.

Fatores que interferem nas alterações

cadavéricas

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