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Livro de Resumos Comunicações Livres e Posters

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Livro de Resumos Comunicações Livres e Posters

 

 

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COMUNICAÇÕES LIVRES

TIPO NºRESUMO

NºTitulo Autores

CL 1 44CANCRO DO OVÁRIO DIAGNOSTICADO NA SEQUÊNCIA DE EVENTOS

TROMBOEMBÓLICOSEvelin Pinto, Mónica Melo, João Gonçalves, Graça Ramalho

CL 2 79Regras ecográficas simples do grupo IOTA para discriminar entre lesões

anexiais benignas e malignas: determinação da acuidade diagnóstica.

Ana Sofia Fernandes,Teresa Costa-Castro, João Gomes, Luísa Machado, José

Ferreira, Jorge Beires

CL 3 93Histerectomia totalmente laparoscópica: a obesidade não aumenta o risco de

complicações

Cristina Nogueira-Silva, Elisa Pereira, Sónia Barata, Conceição Alho, Filipa

Osório, Carlos Calhaz-Jorge

CL 4 5Dispositivo Intrauterino de Levonorgestrel e obesidade: ganho de peso, mito

ou realidade?Oliveira N, Rosado V, Machado AI, Marques C

CL 5 9Avaliação Endometrial na Pós-menopausa - Poderemos diminuir o número de

procedimentos invasivos?

André Reis Correia, Ana Cristina Nércio, Margarida Enes, Ana Bello, Maria José

Bernardo, Fazila Mahomed

CL 6 17 Nódulos da Mama na Adolescente Joana Rego, Joana Belo, Helena Leite

CL 7 19 Espaço Jovem: 19 anos de AtendimentoVânia Ferreira; Marcília Teixeira; Mónica Fernandes; Joana Lima Santos; Teresa

Oliveira

CL 8 38O que diferencia as mulheres com líquen escleroso sintomáticas das

assintomáticas?

João Cavaco-Gomes, Pedro Vieira-Baptista, Joana Lima-Silva, Luísa Machado,

Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira

CL 9 66E QUANDO OS TUMORES DO OVÁRIO NÃO ESTÃO SÓS? TUMORES SÍNCRONOS

OVÁRIO-ENDOMÉTRIO - 10 ANOS DE EXPERIÊNCIA DO IPOLFG

Lúcia Correia, Vera Mourinha, Ana Marujo, António Gomes, Ana Francisca

Jorge

CL 10 28 Prevalência de Vulvodinia numa População Jovem Portuguesa José A. Fonseca-Moutinho 1,2, Helena Monteiro

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COMUNICAÇÃO LIVRE 1

CANCRO DO OVÁRIO DIAGNOSTICADO NA SEQUÊNCIA DE EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS

Evelin Pinto, Mónica Melo, João Gonçalves, Graça Ramalho

Serviço de Ginecologia/Obstetrícia, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho

INTRODUÇÃO

Os eventos tromboembólicos são maioritariamente ocorrências terminais das neoplasias malignas.

Ocasionalmente, verificam-se previamente ao diagnóstico de doença neoplásica. O síndrome de

trousseau é, provavelmente, o síndrome tromboembólico melhor conhecido no doente

oncológico, também designado de trombose migratória ou espontânea recorrente, envolvendo

territórios arteriais e venosos. Neste trabalho os autores descrevem dois casos clínicos em que

eventos tromboembólicos precederam o diagnóstico de neoplasia epitelial do ovário.

CASOS-CLINICOS

1) Doente de 47 anos de idade com diagnóstico de tromboembolismo pulmonar bilateral pouco

tempo depois da ocorrência de dois episódios de trombose venosa profunda do membro inferior.

Estudos imagiológicos complementares demonstraram uma massa anexial e provável

disseminação metastática. Procedeu-se a biópsia da referida massa que permitiu diagnosticar

carcinoma de células claras do ovário.

2) Doente de 52 anos de idade com trombose venosa profunda do membro inferior. Um mês

depois, por algias pélvicas, realizou-se estudo imagiológico complementar que revelou massa

anexial e extensas adenopatias. Efectuou-se laparotomia exploradora com biópsias e o exame

anatomopatológico revelou tratar-se de adenocarcinoma seroso do ovário com extensa

metastização.

CONCLUSÃO

Um evento tromboembólico inexplicado pode ser um indicador precoce de uma neoplasia

maligna. Relativamente às neoplasias malignas do ovário, o diagnóstico primário de evento

tromboembólico associa-se habitualmente a um estádio avançado da doença.

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COMUNICAÇÃO LIVRE 2

REGRAS ECOGRÁFICAS SIMPLES DO GRUPO IOTA PARA DISCRIMINAR ENTRE LESÕES ANEXIAIS

BENIGNAS E MALIGNAS: DETERMINAÇÃO DA ACUIDADE DIAGNÓSTICA.

Ana Sofia Fernandes 1, Teresa Costa-Castro1,2, João Gomes1, Luísa Machado1, José Ferreira1,

Jorge Beires1

1 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de São João

2 Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Objectivo: Determinação da acuidade diagnóstica das 10 regras ecográficas simples (5 sugestivas

de benignidade, 5 sugestivas de malignidade) publicadas pelo grupo iota (international ovarian

tumor analisys) na discriminação entre lesões anexiais benignas e malignas.

Métodos: Estudo retrospetivo com classificação das lesões anexiais de acordo com as regras, de

uma amostra de mulheres submetidas a cirurgia entre janeiro de 2012 e março de 2013. as lesões

foram descritas de acordo com os termos, medidas e definições (padrões morfológicos e

vasculares) estipulados pelo grupo iota. determinou-se a capacidade de discriminação das regras

entre tumores benignos e tumores borderline ou malignos. como teste de referência utilizou-se o

diagnóstico histológico.

Resultados: 169 mulheres com 193 lesões anexiais identificadas por ecografia foram submetidas a

cirurgia. O exame histológico revelou que 168 (87%) eram benignas, 16 (8%) malignas e 9 (5%)

borderline. Foi possível aplicar as regras do grupo IOTA em 88% (170) das lesões, classificando 159

como benignas e 11 malignas.

Neste estudo, as regras do grupo IOTA apresentaram uma sensibilidade de 58%, uma

especificidade de 99%, um valor preditivo positivo de 91% e um valor preditivo negativo de 97%.

Conclusão: A baixa sensibilidade encontrada está provavelmente associada à falha na descrição

adequada das lesões anexiais segundo os padrões do grupo IOTA. Alguns parâmetros são

subjetivos e a classificação está progressivamente a ser instituída na nossa unidade de ecografia

ginecológica estando numa fase de ganho de experiência. No entanto, não invalida a continuação

da sua utilização, dado que permite uniformizar e sistematizar a descrição ecográfica.

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COMUNICAÇÃO LIVRE 3

HISTERECTOMIA TOTALMENTE LAPAROSCÓPICA: A OBESIDADE NÃO AUMENTA O RISCO DE

COMPLICAÇÕES

Cristina Nogueira-Silva1,2,3, Elisa Pereira, Sónia Barata4, Conceição Alho4, Filipa Osório4,5, Carlos

Calhaz-Jorge4,5

1 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Hospital de Braga;

2 Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS), Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho, Braga;

3 ICVS/3B’s – Laboratório Associado do Governo Português, Braga/ Guimarães;

4 Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte;

5 Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa

Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte

Introdução: A histerectomia é a cirurgia ginecológica major mais frequentemente realizada nos países

desenvolvidos, sendo amplamente reconhecidas as vantagens da abordagem laparoscópica. Inicialmente a

obesidade foi considerada contra-indicação relativa para laparoscopia. Contudo, vários estudos têm

demonstrado que a histerectomia totalmente laparoscópica (HTL) é segura em mulheres obesas.

Objetivo: Avaliar o efeito do índice de massa corporal (IMC) na taxa de complicações das HTL realizadas no

nosso departamento, entre abril de 2009 e março de 2013 (n=226).

Métodos: Estudo retrospetivo baseado na consulta dos processos clínicos. As caraterísticas das pacientes,

as caraterísticas da cirurgia e a taxa de complicações foram analisadas de acordo com o IMC das doentes

(normal; excesso de peso; obesidade).

Resultados: Foram submetidas a HTL 105 pacientes com IMC normal, 80 com excesso de peso e 41 obesas,

sem diferenças significativas relativamente aos antecedentes cirúrgicos abdomino-pélvicos.

Independentemente do IMC, o principal motivo de cirurgia foi útero miomatoso. O tempo operatório

médio para realização da HTL foi significativamente superior nas pacientes obesas comparativamente com

as pacientes com IMC normal (91,3 ± 37,7 vs. 73,2 ± 25,9 minutos; p<0,05). Não ocorreram diferenças entre

os grupos quanto ao peso médio da peça operatória, duração do internamento após a cirurgia, diferença

entre a hemoglobina pré e pós-operatória, bem como complicações major ou minor (morbilidade global

10,5% vs. 10% vs. 14,6%; p>0,05).

Conclusões: O presente estudo demonstra que a obesidade não aumenta a taxa de complicações das HTL,

embora prolongue o seu tempo operatório. Assim, a HTL é segura independentemente do IMC.

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COMUNICAÇÃO LIVRE 4

DISPOSITIVO INTRAUTERINO DE LEVONORGESTREL E OBESIDADE: GANHO DE PESO, MITO OU

REALIDADE?

Oliveira N, Rosado V, Machado AI, Marques C

Maternidade Dr. Alfredo da Costa – Centro Hospitalar Lisboa Central

Objetivo: Determinar se o sistema intrauterino de levonorgestrel (SIU) usado no tratamento de

menorragia se associa a aumento de peso, em mulheres obesas e não obesas.

Material e métodos: Estudo caso-controlo prospetivo realizado entre 2002 e 2007 na

Maternidade Dr. Alfredo da Costa, incluindo todas as mulheres com menorragias a quem foi

colocado SIU. Foram definidos 2 grupos: G1- mulheres com índice de massa corporal (IMC)≥ 30 e

G2 – mulheres com IMC <30. Os parâmetros analisados foram: idade, padrão menstrual e ganho

de peso, os quais foram avaliados ao 1º, 3º e 6º mês e anualmente até aos 2 anos.

Resultados: Durante 5 anos foram colocados 282 SIUs em mulheres com menorragias, 27.3%

(n1=53) das quais apresentavam um IMC ≥30. A idade média das utentes foi de: G1 - 44.17±5.4 vs

G2 - 43.52±5.0 (p=0.225).

Ao longo dos 2 anos de vigilância não se observaram diferenças estatisticamente significativas

entre os dois grupos em termos de eficácia, observando-se uma melhoria na diminuição dos dias

de hemorragia (ano 2- mês 1, G1: -0.72±4.82 vs G2: -1.69±6.20, p=0.555) e spotting (ano2-mês 1,

G1: -12.06±9.53 vs G2: -9.98±11.23, p=0.492), não se associando a aumento de peso em ambos os

grupos (ganho de peso após 2 anos, G1: 1.14±3.15 vs G2:-1.13±2.96, p=0.199).

Conclusão: Podemos concluir que o SIU é uma alternativa eficaz em termos de melhoria das

menorragias não se associando a aumento de peso.

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COMUNICAÇÃO LIVRE 5

AVALIAÇÃO ENDOMETRIAL NA PÓS-MENOPAUSA - PODEREMOS DIMINUIR O NÚMERO DE

PROCEDIMENTOS INVASIVOS?

André Reis Correia, Ana Cristina Nércio, Margarida Enes, Ana Bello, Maria José Bernardo, Fazila

Mahomed

Serviço de Ginecologia/Obstetrícia – Hospital D. Estefânia, CHLC

Introdução: O estudo endometrial por exame histológico é o procedimento gold standard na avaliação

diagnóstica em doentes com suspeita de cancro endometrial ou lesão pré-maligna.

Objectivo: Averiguar a possibilidade de diminuir o número de procedimentos invasivos (histeroscopia,

biópsias/curetagens endometriais), com realização prévia da histerossonografia, nas doentes com suspeita

clínica e/ou ecográfica de patologia endometrial.

Métodos: Estudo retrospectivo que envolveu 487 doentes pós-menopausa submetidas a histerossonografia

por suspeita ecográfica de espessamento endometrial (≥ 4mm) e subsequente histeroscopia nos casos em

que houve confirmação de achados anómalos. Tratamento estatístico SPSS® V19.

Resultados: As 487 doentes incluídas no estudo tinham idade média à admissão hospitalar de 61,3 anos

(39-87) e apenas 78 (16%) queixas de metrorragias pós-menopausa. Os diagnósticos finais foram:

endométrio atrófico (46%), pólipo endometrial (44%), mioma submucoso (7,4%), hiperplasia simples do

endométrio (1,2%), adenocarcinoma (0,8%) e septo uterino (0,6%). O cancro endometrial, em termos

relativos, foi mais frequente no grupo sintomático (2,6 Vs 0,49%) e a hiperplasia endometrial apenas

diagnosticada nas doentes assintomáticas (1,5%).

Discussão: Em mais de metade das doente incluídas no presente estudo, não se justificou a realização de

estudos invasivos para avaliação endometrial, não sendo desprezíveis os riscos e custos que lhes são

imputados. A avaliação diagnóstica deverá ser individualizada e ter em conta as queixas, os factores de

risco e os dados ecográficos (vascularização e colecções líquidas intracavitárias).

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COMUNICAÇÃO LIVRE 6

NÓDULOS DA MAMA NA ADOLESCENTE

Joana Rego, Joana Belo, Helena Leite

Maternidade Bissaya-Barreto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

Introdução: A maioria da patologia mamária na adolescente é benigna e autolimitada, sendo o

espectro de alterações semelhante à mulher adulta. A diferença reside na frequência relativa,

história natural e abordagem diagnóstica dessas alterações.

Objetivos: Caracterizar as adolescentes da Consulta da MBB com nódulos mamários.

Metodologia: Análise estatística descritiva de 81 adolescentes com nódulos mamários, seguidas

durante 5 anos.

Resultados: A idade média das adolescentes/menarca foi 17,3/12,2 anos, respetivamente. 61,7%

apresentava ciclos regulares e 50,6% tomava estroprogestativos. O nódulo foi auto-detectado em

85,2%, sendo um achado médico em 14,8%. 80,3% não referia qualquer sintoma. 12,4%

apresentava antecedentes familiares de cancro da mama. Das 96,3% que efetuaram ecografia

mamária, o diagnóstico foi fibroadenoma em 85,2% e quisto nas restantes. O nódulo era único em

74,1%, unilateral em 77,8% e ≥3cm em 65,4%. A localização predominante foi QSE. 11,1% efetuou

punção/biópsia aspirativa. 44,4% manteve vigilância e 51,9% exérese terapêutica. Os principais

motivos de excisão foram: aumento do tamanho (24,7%) e dimensão≥3cm (19,8%). 88,1% das que

foram submetidas a cirurgia, a histologia revelou fibroadenoma, sendo que em 4,8% destas surgiu

nova lesão. 89,7% das que ficaram sob vigilância, o nódulo manteve ou diminuiu de tamanho.

Conclusões: Para avaliar a patologia mamária na adolescente é fundamental combinar a clínica

com a ecografia e, quando necessário, confirmar a etiologia através de estudo citológico ou

histológico. Como revelou o nosso estudo (88,1%), os fibroadenomas constituem a quase

totalidade dos nódulos nesta faixa etária, verificando-se uma boa correlação entre os achados

ecográficos e histológicos.

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COMUNICAÇÃO LIVRE 7

ESPAÇO JOVEM: 19 ANOS DE ATENDIMENTO

Vânia Ferreira; Marcília Teixeira; Mónica Fernandes; Joana Lima Santos; Teresa Oliveira

Centro Hospitalar Porto – Maternidade Júlio Dinis

Introdução: Com base na lei 3/84, foi criado em Março de 1994 o Espaço Jovem (EJ). O EJ é um

centro de atendimento a jovens na área da sexualidade, que funciona diariamente com um

médico, um psicólogo e uma enfermeira. A consulta é anónima, gratuita, confidencial e

desburocratizada, permitindo um acesso fácil a jovens de ambos os sexos, até aos 25 anos.

Material e Métodos: Estudo retrospetivo das consultas efetuadas no EJ entre Março/1994 e

Março/2013 em relação ao número de primeiras/segundas consultas, sexo, idade, via de acesso e

motivo de atendimento.

Resultados: Durante os 19 anos de funcionamento foram efetuadas 66210 consultas, com um

total de 15757 primeiras consultas, verificando-se anualmente uma tendência crescente, com

estabilização em cerca de 800 primeiras consultas/ano, desde 2001. A maioria dos atendimentos

foi procurado pelo género feminino (96,3%) e cerca de 63% dos jovens apresentavam idades

compreendidas entre os 19-23 anos. 74% dos jovens tiveram acesso à consulta através de

familiares e/ou amigos. Os motivos que mais frequentemente levaram à procura da consulta

foram a contraceção (48,4%), as queixas de foro ginecológico (21,6%), o pedido de informação

(15,3%) e o despiste de infeções sexualmente transmissíveis (5,8%).

Conclusões: A existência de uma consulta dirigida a jovens, com características e funcionamento

adequados a esta faixa etária, e cuja maior divulgação é feita pelos próprios utilizadores e seus

familiares/amigos, permite afirmar a sua utilidade e efetividade. O EJ tem como objetivo não só

apoiar e informar, mas principalmente formar esta população.

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COMUNICAÇÃO LIVRE 8

O QUE DIFERENCIA AS MULHERES COM LÍQUEN ESCLEROSO SINTOMÁTICAS DAS

ASSINTOMÁTICAS?

João Cavaco-Gomes1, Pedro Vieira-Baptista1, Joana Lima-Silva1, Luísa Machado1, Ana Amaral1,

Jorge Beires1, José Martinez-de-Oliveira2, 3

1Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de São João

2Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior

3Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal

Introdução: O Líquen Escleroso vulvar (LE) pode ser sintomático ou assintomático. As doentes sintomáticas

apresentam uma variação temporal e mesmo diária da intensidade e frequência dos sintomas. Os autores

procuraram estudar quais os factores implicados nessas diferenças,.

Métodos: Recolheram-se dados demográficos, epidemiológicos e clínicos de 228 pacientes com LE. Foram

comparados os dados das doentes sintomáticas com as assintomáticas e investigados possíveis factores

agravantes dos sintomas.

Resultados: A maioria das doentes (85%) era sintomática e 63% desenvolveram as primeiras queixas após a

menopausa. A probabilidade de ser assintomática diminuiu com a idade. O diagnóstico depois dos 50 anos

ou após a menopausa esteve associado a um maior risco de apresentar sintomas (OR 2.47 e 6.55,

respectivamente).

Outros factores identificados incluiram a incontinência urinária (IU) (OR 5.23), o uso de absorventes (na

ausência de IU) (OR 3,59) e a presença de dispareunia (OR 5.28). Todas as pacientes com história familiar

de LE eram sintomáticas. O agravamento nocturno dos sintomas foi referido por 47% e com o consumo de

determinados alimentos por 26%, sendo a carne de porco o mais frequentemente apontado (52%).

Conclusões: As mulheres com LE sintomáticas, em comparação com as assintomáticas, mostraram ter mais

frequentemente incontinência urinária, usar absorventes, ter dispareunia e história familiar de LE. O

consumo de carne de porco poderá contribuir para o agravamento dos sintomas. Alterações dietéticas,

correcção da incontiência urinária e evicção do uso de absorventes poderão ser úteis no controlo

sintomático desta patologia.

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COMUNICAÇÃO LIVRE 9

E QUANDO OS TUMORES DO OVÁRIO NÃO ESTÃO SÓS? TUMORES SÍNCRONOS OVÁRIO-ENDOMÉTRIO - 10 ANOS DE EXPERIÊNCIA DO IPOLFG Lúcia Correia, Vera Mourinha, Ana Marujo, António Gomes, Ana Francisca Jorge

Serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa – Francisco Gentil

Objetivo: Avaliar a incidência, as características e a evolução dos tumores síncronos do ovário e

endométrio.

Metodologia: Estudo retrospetivo dos tumores síncronos diagnosticados entre Janeiro de 2003 e

Dezembro de 2012 (n=28). Características demográficas, histológicas e follow-up foram analisados

e comparados com casos de tumores isolados do ovário (grupo 2) e do endométrio (grupo 3). Para

formação dos grupos 2 e 3 foram selecionados, numa proporção 2:1, os casos diagnosticados nos

dias subsequentes. Foi utilizado SPSS 16.0® e testes não paramétricos para análise estatística.

Resultados: Os tumores síncronos apresentaram uma incidência de 34 casos em 1000 cancros do

ovário. As doentes apresentaram uma idade média de 55,11±11,36 anos (versus 58,38±13,13 anos

no grupo 2 - valor p:0,272 e 67,04±9,74 anos no grupo 3 – valor p<0,001). Histologicamente, os

tumores síncronos eram mais frequentemente do subtipo endometrióide – tumores do ovário:

67,9% versus 12,5% no grupo 2, valor p<0,001; tumores do endométrio: 85,7% versus 82,1% no

grupo 3, valor p:0,937. O diagnóstico foi realizado, sobretudo, em estádios precoces (estádios I e II

– tumores do ovário: 71,4% versus 37,5% no grupo 2, valor p:0,006; tumores do endométrio:

92,9% versus 76,8% no grupo 3, valor p:0,121); sendo a taxa de sobrevivência global de 82,1%

(versus 62,5% no grupo 2 e 73,2% no grupo 3).

Conclusões: Na nossa amostra, os tumores síncronos do ovário e endométrio surgiram em

mulheres mais jovens, sendo o subtipo histológico mais frequente o endometrióide. Foram

diagnosticados em estádios mais precoces e associaram-se a uma maior taxa de sobrevivência.

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COMUNICAÇÃO LIVRE 10

PREVALÊNCIA DE VULVODINIA NUMA POPULAÇÃO JOVEM PORTUGUESA

José A. Fonseca-Moutinho 1,2, Helena Monteiro 1

1Faculdade de Ciências da Saúde; Universidade da Beira Interior (UBI), Covilhã

2Serviço de Obstetrícia e Ginecologia; Centro Hospitalar Cova da Beira - E.P.E., Covilhã

Introdução: A ISSVD definiu vulvodinia como dor crónica localizada à vulva, com duração superior a 3

meses e sem etiologia aparente. A prevalência da doença é desconhecida em Portugal.

Objectivo: Determinar a prevalência da Vulvodinia em mulheres jovens, assim como fatores

epidemiológicos que lhe estejam associados.

Métodos: Foi usado um questionário anónimo elaborado e validado pelos autores.

O questionário foi distribuído a estudantes da UBI com idades entre os 17 e os 28 anos, aleatoriamente

selecionadas.

Os dados foram analisados no Microsoft Excel® 2007 e SPSS® - versão 20 para o Windows® e consideraram-

se significativos para um p<0,05.

Resultados: 752 questionários foram considerados válidos. 312 (41,5%) mulheres relataram dor na vulva

em algum momento da sua vida, e 41 (5,5%) preencheram os critérios de vulvodinia definidos pela ISSVD.

A Vulvodinia mostrou ter um impacto negativo na qualidade de vida e na atividade sexual (p<0,05).

Só 23 mulheres (34%) procuraram ajuda médica e 5 (7,4%) consultaram dois ou mais médicos. Em apenas

um caso foi efectuado o diagnóstico de vulvodinia

Conclusão: A prevalência de vulvodinia foi de 5,5% em idades entre os 17 e 28 anos, numa população

universitária. As mulheres tendem a desvalorizar a dor vulvar e os médicos subvalorizar o diagnóstico

clínico de Vulvodinia

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POSTERS

TIPO NºRESUMO

NºTitulo Autores

Poster 1 1 A Função Reprodutiva da Mulher Obesa - Uma Breve Revisão Teórica Raquel Maciel, Bruna Vieira, Ana Aroso

Poster 2 2 Trombocitemia Essencial - A Propósito de Um Caso ClínicoRaquel Maciel, Ana Paula Reis, Bruna Vieira, Alexandra Mota, Graça Buchner,

Teresa Oliveira

Poster 3 3 Tromboflebite Pélvica Séptica Puerperal - A Propósito de Um Caso ClínicoSofia Malafaia, Joana Sampaio, Inês Gonçalves,Cláudio Rebelo, Pedro Tiago

Silva

Poster 4 4 Miocardiopatia Periparto - A Propósito de um caso clínicoRaquel Maciel, Bruna Vieira, Ana Rocha, Patrícia Rodrigues, Sofia Cabral,

Filomena Taborda, Teresa Oliveira

Poster 5 6 Teratomas ováricos gigantes e bilaterais em idade fértil – um caso de sucessoSandra Vilar Soares, Margarida Brandão, Patrícia Reis, Manuel Rodrigues,

Maria João Carinhas

Poster 6 7 DESVANTAGENS DA CONIZAÇÃO “A FRIO” - A Propósito de Um Caso Clínico Carlos Rodrigues, Teresa Fraga

Poster 7 8CIRURGIA ONCOPLÁSTICA NO TRATAMENTO DO CARCINOMA DA MAMA -

EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL Sousa R., Teixeira A., Martins F

Poster 8 10Impacto do líquen escleroso e líquen plano na função sexual: como atenuá-

lo?

Joana Lima-Silva, Pedro Vieira-Baptista, João Cavaco-Gomes, Luísa Machado,

Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira

Poster 9 11 ENDOMETRIOSE DE CROHN Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques

Poster 10 12 Teratoma do Ovário – revisão clínica de 15 casos Sousa, V; Pinto, P; Lopes, A; Marques I

Poster 11 13 Massas anexiais de origem ovárica no CHBM, experiência de 2 anos Sousa, V; Barradas, F; Lopes A; Marques I

Poster 12 14 CANCRO DA MAMA NA GRAVIDEZ – CASO CLÍNICO Evelin Pinto, Ana Nogueira, Claudina Carvalho

Poster 13 15 APRESENTAÇÃO DE LINFOMA DE BURKITT COMO MASSA PÉLVICA Evelin Pinto, Ana Nogueira, João Gonçalves, Graça Ramalho

Poster 14 16O VALOR DO “SINAL DO CRESCENTE OVÁRICO” NO DIAGNÓSTICO -

DIFERENCIAL DE TUMEFACÇÕES ANEXIAIS

Teresa Costa-Castro, Ana Sofia Fernandes, João Gomes, Luísa Machado, José

Ferreira, Jorge Beires

Poster 15 18Amenorreia Primária e Malformações müllerianas – a propósito de um caso

clínico.

Sandra V. Soares, Inês Vaz, Vânia Ferreira, José Cidade Rodrigues, Teresa

Oliveira, Eugénia Fernandes

Poster 16 20 Quando menstruar se torna um drama! Vânia Ferreira; Inês Vaz; Teresa Oliveira

Poster 17 21 DOR PÉLVICA AGUDA E TORÇÃO ANEXIAL – a propósito de um caso clínicoSandra V. Soares, Patrícia Reis, Vânia Ferreira, Maria João Carinhas, Teresa

Oliveira, Rosa Maria Rodrigues

Poster 18 22 Técnicas de conização por electrocirurgia: há diferenças entre elas?Joana Lima-Silva, João Cavaco-Gomes, Anabela Rocha, Pedro Vieira-Baptista,

Libânia Araújo, Jorge Beires

Poster 19 23 Fibroleiomioma Intramural – complicou a cesariana…José Miguel Raimundo, Rita Luz, Rubina Mendonça, Rui Leal, Helena Machado,

Benilde Maria, Victor Gabriel, Isabel Matos Canelas

Poster 20 24 Gravidez ectópica tubária após salpingectomia bilateralDaniela Almeida, Vânia Ferreira, Sandra Soares, Margarida Brandão, Manuela

Leal

Poster 21 25Tumores borderline do ovário e preservação da fertilidade: a propósito de 1

casoMartins, AC; Djokovic, D; Sousa, AM; Silva, L; Cirurgião, F

Poster 22 26Tromboembolismo pulmonar bilateral como forma de apresentação de

neoplasia do ovárioMartins, AC; Djokovic, D; Sousa, AM; Silva, L; Cirurgião, F

Poster 23 27SonoAVC e VOCAL - Método automático de determinação do volume folicular

e ováricoJ. Tavares; Andreia Rodrigues; Patrizia Vecca

Poster 24 29 Melanoma da vulva – a propósito de um caso clínico Rosário Gorgal, Almerinda Petiz, Cristina Ramalho, Paulo Ribas

Poster 25 30ABORDAGEM E OPÇÕES TERAPÊUTICAS NA HIPERTROFIA DOS PEQUENOS

LÁBIOSNunes F, Neves F, Geraldes F, Leite HB

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TIPO NºRESUMO

NºTitulo Autores

Poster 26 31 GRAVIDEZ HETEROTÓPICA – A EMERGÊNCIA DO DIAGNÓSTICO Lima T, Pinto AR, Dias C, Oliveira T

Poster 27 32 Struma ovarii, um tumor do ovário raro em diferentes idades L. Ferreira, A. Sofia, M. Rocha, A. Gomes, I. Santana, A. Jorge

Poster 28 33Tumor do Ovário como manifestação de carcinoma neuroendócrino

apendicular – Caso ClínicoFátima Silva, Paula Oliveira, Susana Leitão, Soledade Ferreira, Teresa Teles

Poster 29 34 GRAVIDEZ ECTÓPICA PERITONEAL – CASO CLÍNICOTeixeira da Silva, T.; Rodrigues, A. I.; Paiva, C.; Guedes Martins, L., Marta, S.;

Cabral, J. M.

Poster 30 35 Trombofilias Telma Esteves, Ana Costa, Anabela Ramos, Vítor Caeiro

Poster 31 36TUMOR DE KRUKENBERG - Diagnóstico diferencial de massa pélvica e

hemorragia uterina pós-menopausa

Rita Luz, Rubina Mendonça, Rui Leal, Helena Machado, José Miguel Raimundo,

Jorge Simões, Ana Martins Silva, Matilde Gonçaves, Isabel Matos

Poster 32 37TUMOR DA PAREDE ABDOMINAL - Localização incomum de metástase de

adenocarcinoma do endométrio

Rita Luz, Rubina Mendonça, Rui Leal, Helena Machado, José Miguel Raimundo,

Jorge Simões, Matilde Gonçalves, Isabel Matos

Poster 33 39 Púrpura Trombocitopénica Trombótica Telma Esteves, Ana Rita Codorniz, Anabela Ramos, Vítor Caeiro

Poster 34 40 Estudo Prospetivo de Disfunção Sexual Feminina Sousa AM, Andrade C, Ferreira C, Damasceno Costa J, Nogueira Martins N

Poster 35 41 Parto Pré-Termo - Casuística Sousa AM, Martins A, Lilaia C, Cirurgião F

Poster 36 42 Doença inflamatória pélvica grave pós parto - A propósito de um caso clínico Sousa AM, Martins A, Toller A, Lilaia C, Cirurgião F

Poster 37 43 Nefropatia diabética na gravidez - A propósito de um caso clínico Sousa AM, Martins A, Djokovic D, Bacalhau D, Lilaia C, Cirurgião F

Poster 38 45 Dermatoses liquenóides e patologia tiroideia: que relação existe?Ana Amaral, Pedro Vieira-Baptista, João Cavaco-Gomes, Joana Lima-Silva,

Luísa Machado, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira

Poster 39 46TROMBOSE VENOSA DO MEMBRO SUPERIOR COMO COMPLICAÇÃO DE

SÍNDROME DE HIPERESTIMULAÇÃO OVÁRICA – CASO CLÍNICO

Ana Beatriz Godinho, Inês Oliveira, Luísa Pinto, Nuno Clode, Ana Paula Soares,

Carlos Calhaz-Jorge

Poster 40 47Complicações per e pós operatórias do Serviço de Ginecologia – Casuística de

2012Cardoso A, Almeida D, Leal M.

Poster 41 48Complicações da cirurgia ginecológica – análise crítica de um sistema de

classificaçãoCardoso A, Almeida D, Leal M.

Poster 42 49GRAVIDEZ EM FALÊNCIA OVÁRICA PRECOCE – A PROPÓSITO DE UM CASO

CLÍNICOCastro A., Almeida D., Pereira, I.S., Moutinho O., Guimarães, J.M.

Poster 43 50 Útero didelfos como causa de metrorragias Martins, AC; Sousa, AM; Djokovic, D; Toller, A; Bacalhau, D; Lilaia, C

Poster 44 51TUMORES DE BRENNER DO OVÁRIO – UM DIAGNÓSTICO CLINICO DESAFIANTE -

10 ANOS DE EXPERIÊNCIA DO IPOLFG

Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Ana Francisca

Jorge

Poster 45 52TUMOR ESTROMAL ESCLEROSANTE DO OVÁRIO - A PROPÓSITO DE UM CASO

CLíNICO

Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Ana Francisca

Jorge

Poster 46 53TUMOR DE CÉLULAS DA GRANULOSA JUVENIL E PUBERDADE PRECOCE

PERIFÉRICA: UMA CAUSA RARA DE UMA ENTIDADE RARA

Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Gabriela

Canas, Filomena Pereira, Ana Francisca Jorge

Poster 47 54Massa Anexial no Contexto de Tumores Síncronos do Pulmão e Cólon – Caso

ClínicoAna Paula Reis, Ana Isabel Rodrigues, Alexandre Morgado, Eugénia Fernandes

Poster 48 55 LINFOMA PRIMÁRIO DO COLO DO ÚTERO: CASO CLÍNICO Regalo A., Caseiro L., Matias I., Pina F., Fernandes F.

Poster 49 56 LEI DAS SÉRIES - GRAVIDEZ ECTÓPICAVieira B., Rocha A., Maciel R., Carvalho S., Teixeira M., Buchner G., Candoso B.,

Taborda F., Costa V.

Poster 50 57CORRECÇÃO CIRÚRGICA DO PROLAPSO DE ÓRGÃO PÉLVICO APÓS

HISTERECTOMIA – RESULTADOS ANATÓMICOS, COMPLICAÇÕES E FOLLOW-UP Castro C, Pereira I, Mendes S, Henriques A, Ribeirinho AL, Lourenço AV.

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TIPO NºRESUMO

NºTitulo Autores

Poster 51 58Utilização de slings transobturadores sub-uretrais no tratamento da

incontinência urinária – 8 anos de experiência com TVT-O

Pereira I, Castro C, Mendes S, Martins I, Henriques A, Ribeirinho AL, Lourenço

AV

Poster 52 59 Tumores malignos do ovário: casuística de 5 anos - A experiência da ULSAMElisabete Gonçalves, Ângela Santos, Sandra Ferreira, Avelina Almeida,

Agostinho Carvalho, Domingos Magalhães

Poster 53 60O cancro do útero e impacto na vida da mulher: casuística de 5 anos - A

experiência da ULSAM

Elisabete Gonçalves, Sandra Ferreira, João Pedro Prata, Avelina Almeida,

Agostinho Carvalho, Domingos Magalhães

Poster 54 61CARCINOMA NEUROENDÓCRINO GÁSTRICO COM METASTIZAÇÃO OVÁRICA –

REVISÃO DA LITERATURA A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Vale Fernandes, E.1*; Rodrigues, F.1; Carvalho, L.1; Serrano, P.1; Jardim Pena,

D1

Poster 55 62QUISTO DO OVÁRIO: CIRURGIA LAPAROSCÓPICA EM ADOLESCENTES E

MULHERES JOVENSF.Neves, M. Santos, A. Marques e H. Leite

Poster 56 63HEMORRAGIA UTERINA ANORMAL PERSISTENTE NA PRÉ-MENOPAUSA:

MORBILIDADE E CAUSASFilipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques

Poster 57 64 Hematometra volumoso pós-menopausaIsabel de Barros Pereira, Carla Nunes, Alexandra Henriques, Ana Luísa

Ribeirinho, Alexandre Lourenço

Poster 58 65 TUMOR BILATERAL DO OVÁRIO – LESÃO PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA?Lúcia Correia, Ana Marujo, Vera Mourinha, António Gomes, Ana Francisca

Jorge

Poster 59 67 Torsão isolada da trompa: um caso raro de abdómen agudo em adolescente Inês Pestana, Anabela Rocha, Ana Margarida Póvoa

Poster 60 68Gravidez molar ectópica: importância da revisão sistemática dos resultados

histológicosInês Pestana, Anabela Rocha, Bruna Melo, Ana Margarida Póvoa

Poster 61 69Fibromiomas e gravidez, o papel da Miomectomia – a propósito de um caso

clinico Maria José M. Morais; Catarina Maia; Jorge Castro; Marcelina Carrilho

Poster 62 70 Gravidez após cancro Carlos-Alves, M.; Neves, F.; Marques, I.; Belo, J.; Leite, H.

Poster 63 71 Tumor do ovário – A dificuldade do diagnóstico Rodrigues, M.; Quintas, A.; Pereira, A.; Marques, I.

Poster 64 72 Mioma ou Placenta – A importância da vigilância ginecológica regular Rodrigues, M.; Sarmento, R.; Ramalho, L.; Marques, I

Poster 65 73 Essure: podemos confiar? M. Barros, T. Carraca, M. Martinho

Poster 66 74 Ginecologia Oncológica no Centro Hospitalar Cova da Beira M. Barros, C.M. Gomes, J.A. Moutinho, J. Martinez de Oliveira

Poster 67 75 Síndrome de Vestibulite Vulvar M. Barros, J.A. Moutinho, J. Martinez de Oliveira

Poster 68 76 Tumores borderline do ovário - a propósito de um caso clínico

Mendonça, Rubina; Leal, Rui; Luz, Rita; Machado, Helena; Raimundo, José;

Martins, Ana; Simões, Jorge; Martins, Cidália; Matos, Isabel; Gonçalves,

Matilde

Poster 69 77 Massas anexiais benignas em idade fértil e pós-menopausaSandra V. Soares; Isabel Sá; Umbelina Ramos, Mª Céu Rodrigues, Maria João

Carinhas

Poster 70 78 Embolização das artérias uterinas: opção terapêutica? Sofia Estevinho, Evanira Sousa, Rita Ribeiro, Madalena Nogueira

Poster 71 80INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ POR OPÇÃO DA MULHER:

MOTIVAÇÕES E CORRELAÇÕES CONTRACETIVAS

Sofia Oliveira do Vale, Teresa Bombas, António Almeida Silva, Miguel Freitas,

José Martinez de Oliveira

Poster 72 81 Disgenesia Gonadal Mista – Orientação Clínica Vânia Ferreira; Inês Vaz; Eugénia Fernandes

Poster 73 82 Carcinoma do ovário na mulher jovem Vera Ramos, Zita Ferraz, João Paulo Marques, Cristina Frutuoso, Isabel Torgal

Poster 75 84 Dos antecedentes ao tratamento: comparação de VaIN de baixo e alto grau Joana Lima-Silva, Pedro Vieira-Baptista, João Cavaco-Gomes, Luísa Machado,

Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira

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TIPO NºRESUMO

NºTitulo Autores

Poster 76 85 Neoplasia intraepitelial vulvar: estamos a utilizar a classificação adequada?Joana Lima-Silva, Pedro Vieira-Baptista, João Cavaco-Gomes, Luísa Machado,

Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira

Poster 77 86 A importância da ecografia para a decisão de histeroscopiaMendonça, Rubina; Leal, Rui; Luz, Rita; Machado, Helena; Raimundo, José;

Martins, Ana; Simões, Jorge; Martins, Cidália; Matos, Isabel

Poster 78 87Citologia, teste de HPV e vaginoscopia: qual o seu papel na distinção entre

VaIN de baixo e alto grau?

João Cavaco-Gomes, Pedro Vieira-Baptista, Joana Lima-Silva, Luísa Machado,

Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira

Poster 79 88Apresentação clínica e tratamento das neoplasias intraepiteliais vulvares:

experiência de 15 anos

João Cavaco-Gomes, Pedro Vieira-Baptista, Joana Lima-Silva, Luísa Machado,

Ana Amaral, Jorge Beires, José Martinez-de-Oliveira

Poster 80 89Massas anexiais na peri e pós-menopausa submetidas a cirurgia – estudo

retrospectivo de 2007 a 2012

Ana Cristina Nércio, André Correia, Ermelinda Pinguicha, Maria José Bernardo,

Ricardo Mira

Poster 81 90Massa Anexial Suspeita e Nódulos Pulmonares – A propósito de um caso

clínico

Ana Paula Reis, Inês Vaz, Vânia Ferreira, Alexandre Morgado, Eugénia

Fernandes

Poster 82 91 Massas Anexais em Idade Pediátrica - Revisão de 9 anos André Reis Correia, Ana Cristina Nércio, Margarida Enes, Ana Bello, Maria José

Bernardo, Fazila Mahomed

Poster 83 92DERMATITE POR DISPOSITIVO DE LIBERTAÇÃO INTRA-UTERINO DE

LEVONORGESTREL

Carla Nunes, Andreia Fonseca, Isabel Pereira, Sandra Sousa, Fátima Alves,

Joaquim Nunes

Poster 84 94 Endometriose torácica: uma rara manifestação da doença D. Melo Castro, A. Castro, D. Apolinario, Z. Gomes, O. Moutinho

Poster 85 95 STRUMA OVARII – UM CASO CLÍNICO Gonçalo Dias, Evanira Sousa, Marta Durão, Sofia Saleiro, Jorge Ribeiro

Poster 86 96ABCESSO PÉLVICO COM DRENAGEM VAGINAL ESPONTÂNEA – A PROPÓSITO DE

UM CASO CLÍNICOSousa, E; Dias, G; Ribeiro, J

Poster 87 97 QUISTO OVÁRICO NA ADOLESCÊNCIA: ABORDAGEM CIRÚRGICA EM 5 ANOS Irina Ramilo, Filipa Caeiro, Fernando Igreja, José Silva Pereira, Antónia Nazaré

Poster 88 98O papel do estado de imunodeficiência causado pelo VIH (contagem de

linfócitos TCD4+ e carga viral) no rastreio de cancro cervical

Luísa Machado, Ana Amaral, Pedro Vieira-Baptista, Teresa Carraca, Marina

Moucho, Libânia Araújo, Jorge Beires

Poster 89 99Massa anexial como a apresentação inicial de tumor gastrointestinal: quatro

casos clínicos

Paula Norinho de Oliveira, Rita Caldas, Cátia Rodrigues, Susana Leitão, Mak

KoK, Soledade Ferreira, Teresa Paula Teles

Poster 90 100 Hemorragias uterinas graves na adolescência Marques, AF; Castro, MG; Leite, H; Geraldes, F; Àguas, F.

Poster 91 101 HEMORRAGIA UTERINA NA PÓS-MENOPAUSA: CASOS OPERADOS EM 2012 Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques

Poster 92 102Tratamento conservador do adenocarcinoma do endométrio em mulheres

que desejam a preservação da fertilidadeJorge Castro, João Abreu Silva, Cátia Lourenço, Sandra Batista, Graça Ramalho

Poster 93 103Encerramento da Mastectomia com V-Loc™ 180 – Experiência de um Serviço

de Cirurgia GeralSousa R., Teixeira A., Martins F.

Poster 94 104Mamoplastia Vertical de Pedículo Superior num Carcinoma Ductal Invasor

Síncrono em Mama SupranumeráriaSousa R., Teixeira A., Martins F.

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POSTER 1

A FUNÇÃO REPRODUTIVA DA MULHER OBESA - UMA BREVE REVISÃO TEÓRICA

Raquel Maciel1, Bruna Vieira1, Ana Aroso2

1.Centro Hospitalar do Porto, Maternidade Júlio Dinis

2.Centro Hospitalar da Póvoa do Varzim e Vila do Conde

Vem já desde Hipócrates, cerca de 400 AC, as primeiras observações acerca do impacto negativo da obesidade na

função reprodutiva da mulher: Fatness and flabiness are to blame. The womb is unable to receive the semen and they

menstruate infrequently.

Esta associação negativa inicia-se desde a pré-concepção, com altas taxas de anovulação e de fecundabilidade

reduzida. No entanto, mesmo em mulheres obesas com ciclos menstruais regulares, o tempo para engravidar está

aumentado. Uma vez grávidas, estas mulheres apresentam ainda maior risco de abortamento espontâneo e de

complicações na gravidez (pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, anomalias do crescimento fetal, morte fetal,

anomalias congénitas e maior risco de parto por cesariana).

Neste trabalho, os autores apresentam uma breve revisão teórica sobre a função reprodutiva na mulher obesa.

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POSTER 2

TROMBOCITEMIA ESSENCIAL - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Raquel Maciel, Ana Paula Reis, Bruna Vieira, Alexandra Mota, Graça Buchner, Teresa Oliveira

A Trombocitémia Essencial (TE), caracterizada por uma elevada produção de plaquetas, é a forma mais rara de doença

mieloproliferativa crónica clonal (0,1/100 000/ano). A sua etiologia é desconhecida embora se saiba que o processo

clonal tem origem ao nível da stem-cell hematopoiética pluripotencial.

Os eventos trombóticos são mais frequentes do que os hemorrágicos e podem ocorrer em cerca de 20 a 50% dos

doentes. As tromboses ocorrem preferencialmente ao nível da microcirculação e território arterial (artérias cerebrais,

coronárias e periféricas). As complicações hemorrágicas graves são raras, afectando menos de 10% dos doentes. A

chave do tratamento da TE reside na profilaxia dos acidentes tromboembólicos.

Sendo uma entidade rara, a bibliografia existente sobre a TE na gravidez é escassa e controversa. Apesar de ser mais

frequente na faixa etária dos 60 anos, verifica-se um pequeno pico de frequência na mulher com cerca de 30 anos e,

por isso, em idade fértil.

Pela sua raridade e pela controvérsia em torno da terapêutica na mulher grávida, apresentamos de caso clínico de

trombocitemia essencial na gravidez com um bom desfecho materno-fetal.

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POSTER 3

TROMBOFLEBITE PÉLVICA SÉPTICA PUERPERAL - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Sofia Malafaia, Joana Sampaio, Inês Gonçalves, Cláudio Rebelo, Pedro Tiago Silva

Hospital Pedro Hispano, ULS Matosinhos

Introdução: A Tromboflebite Pélvica Séptica (TPS) é a formação de um trombo endotelial nos pequenos vasos pélvicos

com resposta inflamatória associada. Descrita desde o final do século XIX, apresentando elevada morbilidade.

Mantem-se um desafio para os clínicos, sendo geralmente diagnósticada por exclusão. A incidência é de 1/9000 nos

partos eutócicos e de 1/800 nas cesarianas. Com o auxílio da imagiologia e tratamento médico a mortalidade é

inferior a 5%.

Caso Clínico: 34 anos, 1G1P, diabetes gestacional, internada às 37 semanas por rotura de membranas. Efectuada

cesariana por trabalho de parto estacionário. Teve alta ao 4º dia de puerpério. Recorre ao 8º dia ao Serviço de

Urgência com queixas abdominais difusas e pirexia (40.6ºC). Apresentava-se hipotensa, taquicardica, abdómen

distendido e com sinais de irritação peritoneal. Analiticamente sem alterações de relevo à excepção de PCR 254.

Assumida sepsis com ponto de partida abdominal. Laparotomizada de urgência com detecção de peritonite

generalizada, várias locas abcedadas e sem foco visível. Isolado agente microbiológico, inicia antibioterapia. Evolução

favorável no pós-operatório até que ao 4º dia inicia febre e colhe rastreio séptico. Mantém pirexia sustentada por 10

dias apesar de antibioterapia de largo especto. O rastreio séptico é negatico. Pedido angio-TAC que revela trombose

da veia ovárica esquerda. Inicia HBPM 1 mg/Kg 12/12h, revertendo a pirexia em 48 horas. Teve alta orientada para

consulta externa de Obstetrícia e Imunohemoterapia. Cumpriu 6 meses de hipocoagulação.

Conclusão: A TPS puerperal é um diagnóstico de exclusão e a forma mais precoce de a detectar é através de um

elevado índice de suspeição.

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POSTER 4

MIOCARDIOPATIA PERIPARTO - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Raquel Maciel1, Bruna Vieira1, Ana Rocha1, Patrícia Rodrigues2, Sofia Cabral2, Filomena Taborda1, Teresa Oliveira1

Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar do Porto

Serviço de Cardiologia, Centro Hospitalar do Porto

A Miocardiopatia Periparto é uma doença pouco frequente, de etiologia desconhecida, com maior incidência em

mulheres multíparas, de idade superior a 30 anos. Esta entidade caracteriza-se pela presença de insuficiência cardíaca

congestiva materna no último mês de gravidez ou até cinco meses pós-parto, com disfunção ventricular sistólica

esquerda, na ausência de outras causas identificáveis de insuficiência cardíaca, em mulheres previamente saudáveis.

Os autores apresentam um caso clínico de uma mulher de 34 anos, G1P1, sem antecedentes médicos relevantes que,

durante a 2ª semana pós-parto desenvolveu um quadro de dispneia progressiva, dor torácica tipo peso - de carácter

constante - e astenia. O ecocardiograma transtorácico revelou uma depressão grave da função sistólica ventricular

esquerda. A doente ficou internada no serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar do Porto com o diagnóstico de

insuficiência cardíaca descompensada, para ulterior estudo e estabilização.

A Miocardiopatia Periparto é considerado um desafio clínico uma vez que o seu diagnóstico impõe-se numa doente

com condições fisiológicas alteradas - grávida ou puérpera. Trata-se de um diagnóstico de exclusão e, uma vez

estabelecido, impõe a instituição imediata de terapêutica médica, para optimização do prognóstico. Uma recuperação

total e precoce da função ventricular, assegura uma taxa de recorrência baixa, mantendo-se por isso viável a ideia de

futuras gestações nestas mulheres.

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POSTER 5

TERATOMAS OVÁRICOS GIGANTES E BILATERAIS EM IDADE FÉRTIL – UM CASO DE SUCESSO

Sandra Vilar Soares, Margarida Brandão, Patrícia Reis, Manuel Rodrigues, Maria João Carinhas.

Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio Dinis – Centro Hospitalar do Porto

Introdução: O teratoma cístico maduro ovárico é um tumor derivado de células germinativas, incluindo tecidos bem

diferenciados das três linhas celulares. Mais de 80% surgem em idade fértil, sendo dos tumores benignos mais

frequentes em mulheres com menos de 40 anos. São bilaterais em cerca de 10-15% dos casos, colocando

frequentemente problemas terapêuticos e de fertilidade em mulheres jovens.

Caso clinico: Mulher com 27 anos, IGIP, queixas de dispareunia profunda com 6 meses de evolução. No RX simples do

abdómen observam-se peças dentárias pélvicas e na ecografia ginecológica imagem sugestiva de teratomas bilaterais

com 8 e 9cm de maior eixo. Efetuámos laparotomia exploradora com incisão de Pfannenstiel e exérese das referidas

massas pélvicas, com preservação de tecido ovárico remanescente bilateralmente. O exame histológico definitivo

confirmou os achados intra-operatórios de teratomas císticos maduros bilaterais. No pós-operatório a doente

manteve ciclos menstruais regulares e uso de preservativo. Por opção do casal verificou-se gravidez espontânea 3

anos após a cirurgia que decorreu sem complicações.

Discussão: Apresentámos um caso de teratomas bilaterais sintomáticos em mulher jovem. A ecografia transvaginal é

o exame de 1ª linha no diagnóstico de massas anexiais. O tratamento cirúrgico conservador (cistectomia bilateral) foi

um verdadeiro desafio pois os teratomas envolviam a quase totalidade do tecido ovárico. Preservou-se o máximo de

tecido ovárico macroscopicamente “normal” para evitar infertilidade e menopausa prematura. Confirmámos o

sucesso desta cirurgia pelo retomar de ciclos menstruais regulares, ausência de recidiva de doença e ocorrência de

gravidez espontânea.

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POSTER 6

DESVANTAGENS DA CONIZAÇÃO “A FRIO” - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Carlos Rodrigues 1, Teresa Fraga 2

1 Assistente Hospitalar de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital de Santarém. Aluno do Curso prático de colposcopia da

SPG 2013.

2 Assistente Hospitalar Graduada de Ginecologia/Obstetrícia. Responsável da Unidade de Colposcopia do Hospital CUF

Descobertas

Hospital CUF Descobertas - Unidade de Colposcopia

INTRODUÇÃO: A conização “a frio” ainda se realiza em Portugal. Segundo alguns autores consegue-se obter um

cone de maior altura, indicando-a em situações de lesões extensas ou com maior expressão no canal cervical, não

apresentando efeitos flogísticos.

Tem maior risco de hemorragia, obrigando à realização de suturas hemostáticas por vezes invaginantes (sutura de

Sturmdorf). Resultam cicatrizes cervicais retrácteis que impossibilitam a vigilância colposcópica posterior, permitindo

o desenvolvimento de doença “oculta”.

CASO CLÍNICO: Mulher de 40 anos, submetida a conização “a frio” em 2007 (fora de Portugal - motivo e histologia da

peça desconhecidos).

Em 2012 realiza a primeira citologia, cujo resultado foi HSIL.

Foi enviada para a Unidade de Colposcopia do Hospital CUF Descobertas. A colposcopia não foi adequada devido às

sequelas de distorção cervical. Decidiu-se realizar conização com LASER/CO2. A histologia da peça revelou CIN 3.

Está actualmente em seguimento.

DISCUSSÃO/CONCLUSÕES: Os autores apresentam um caso de conização “a frio” em que a distorção cervical

impossibilitou o seguimento colposcópico, existindo CIN 3.

É uma técnica que deveria ser abandonada, pelos riscos que apresenta e pela ausência de vantagem sobre a

realização de conizações com LASER ou com agulha diatérmica.

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POSTER 7

CIRURGIA ONCOPLÁSTICA NO TRATAMENTO DO CARCINOMA DA MAMA

EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL

Sousa R.*, Teixeira A.**, Martins F.**

Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e Vila do Conde - Serviço de Cirurgia Geral

Director de Serviço - Dr. Luís Milheiro da Costa

*Interna Complementar de Ginecologia/Obstetrícia

**Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral

Introdução: As técnicas oncoplásticas trouxeram à cirurgia um conjunto de procedimentos que em determinadas

doentes e condições, melhoraram o controle oncológico do processo e favoreceram o resultado estético final,

evitando as deformidades próprias das grandes ressecções oncológicas.

Objectivo: Analisar os resultados oncológicos e estéticos de todas as mulheres submetidas a cirurgia oncoplástica por

cancro da mama.

Material e Métodos: Um estudo retrospectivo foi realizado de todas as doentes submetidas a cirurgia oncoplástica da

mama desde Maio 2009 a Maio de 2012 no serviço de Cirurgia Geral. Foram utilizadas cinco técnicas diferentes de

mamoplastia reconstrutiva quer na mama oncológica, quer em cirurgia de simetrização.

Resultados: Durante 3 anos, 70 doentes foram submetidas a oncoplastia no contexto de cancro da mama. Em 28

casos as doentes foram submetidas a mamoplastia horizontal, sendo 6 destes casos cirurgias de simetrização. Foram

realizadas 14 mamoplastias de pedículo superior, 14 mamoplastias ‘round block’, 8 mamoplastias laterais, 4

mamoplastias de pedículo inferior e 2 técnicas de Grisotti.

Apenas dois casos apresentaram infecção da ferida operatória e um caso deiscência da sutura vertical numa

mamoplastia de Grisotti.

Conclusões: Num serviço onde são realizados cerca de 80 casos de cancro da mama por ano, consideramos os

resultados muito promissores. A cirurgia oncoplástica no tratamento do cancro da mama é neste momento uma

prática corrente neste serviço, realizada com o acordo e satisfação por parte das doentes, apresentado resultados

excelentes tanto no controle do processo oncológico como em termos de resultados estéticos.

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POSTER 8

IMPACTO DO LÍQUEN ESCLEROSO E LÍQUEN PLANO NA FUNÇÃO SEXUAL: COMO ATENUÁ-LO?

Joana Lima-Silva1, Pedro Vieira-Baptista1, João Cavaco-Gomes1, Luísa Machado1, Ana Amaral1, Jorge Beires1, José

Martinez-de-Oliveira2, 3

1. Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica da Mulher, Hospital de São João, Porto, Portugal

2. Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior

3. Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal

Introdução: os líquenes escleroso (LE) e plano (LP) são dermatoses que podem apresentar envolvimento vulvar,

condicionando sintomatologia crónica e alterações anatómicas. Podem interferir negativamente na qualidade de vida,

incluindo a função sexual.

Objectivo: avaliar o impacto do LE e LP vulvares na função sexual e identificar factores de risco para dispareunia, de

forma a estabelecer medidas que possam minimizar este impacto.

Materiais e métodos: estudo retrospectivo transversal; revisão e análise dos dados clínicos de 339 mulheres com

diagnóstico confirmado de LE/LP.

Resultados: a maioria das pacientes foi diagnosticada com LE (76.1%). Dos 258 casos de LE, 60.5% mantinham

actividade sexual e, destas, 51.8% referiam dispareunia. Das 81 com LP, 63.3% eram sexualmente activas, sendo

referida dispareunia por 60.5%. Não foi encontrada diferença na frequência de dispareunia entre os grupos (p=0.382).

No grupo com LE, foram identificados como factores de risco para dispareunia (OR): idade aquando do diagnóstico;

menopausa (3.48); presença de dor vulvar não relacionada com actividade sexual (8.63); doença sintomática (4.50);

agravamento dos sintomas com alimentos (4.89); incontinência urinária (2.41); nunca ter utilizado contraceptivos

orais (2.89); tiroidectomia (2.09); histerectomia (5.18); ausência de eritema vulvar (3.42) e estenose do introito (5.73).

No grupo com LP, apenas foi identificado como factor de risco a presença de sintomas diários (OR=4.13). O

envolvimento vaginal não aumentou o risco.

Conclusões: São vários os factores de risco associados à dispareunia no LE, alguns dos quais modificáveis (incontiência

urinária, estenose do introito e alimentação). O envolvimento vaginal no LP não constitui factor de risco para

dispareunia.

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POSTER 9

ENDOMETRIOSE DE CROHN

Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques

Serviço de Ginecologia, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPE

INTRODUÇÃO: A endometriose caracteriza-se pela presença de tecido endometrial em locais extra-uterinos, podendo

atingir os mais variados órgãos. É uma doença prevalente, benigna, crónica, mas de curso muito variável e com

importante morbilidade associada.

CASO CLÍNICO: Senhora de 32 anos, leucodérmica, G1P1, com ciclos regulares sob anticonceptivo oral combinado

(ACO), iniciado pouco tempo após a menarca por dismenorreia intensa e incapacitante. Aparentemente saudável até

então, inicia quadros de dejecções sanguinolentas associadas a dor abdominal intensa, motivando várias idas ao

serviço de urgência. Começa acompanhamento em consulta de Gastroenterologia, onde realiza colonoscopia que

revela lesões compatíveis com provável Doença Inflamatória Intestinal e histologia de biópsia de mucosa cólica “com

alterações suspeitas de Doença de Crohn”. Fica medicada com anti-inflamatórios intestinais (Messalazina) e começa

dieta alimentar adequada, inicialmente com melhoria da sintomatologia. Por indicação médica, abandona a toma de

ACO.

Durante os anos seguintes, apresenta várias agudizações da sintomatologia que motivam alguns internamentos

hospitalares. Quer os exames de imagem, quer os exames histológicos, mantinham a suspeita anterior.

Aos 41 anos, é internada por quadro sub-oclusivo intestinal, sendo então submetida a cirurgia com Ressecção

Segmentar Ileo-cecal. No resultado histológico da peça, vem descrito “nódulo de endometriose”. Desde então, houve

franca melhoria da sintomatologia, sem novos episódios até ao primeiro ano de follow-up.

CONCLUSÕES: A endometriose apresenta-se com sintomas inespecíficos que mimetizam outras entidades clínicas,

entre elas a Doença Inflamatória Intestinal. Tem, portanto, um diagnóstico frequentemente tardio, com uma média de

cerca de 8 anos de investigação, aproximadamente o que ocorreu neste caso clínico.

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POSTER 10

TERATOMA DO OVÁRIO – REVISÃO CLÍNICA DE 15 CASOS

Sousa, V; Pinto, P; Lopes, A; Marques I

Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE

INTRODUÇÃO: Os teratomas são tumores do ovário com origem nas células germinativas. Na sua grande maioria são

benignos e surgem habitualmente entre os 10 e os 30 anos.

Podem dividir-se em teratomas maduros (benignos), imaturos (malignos) e monodérmicos ou derivados de tecidos

especializados. Raramente alguns teratomas maduros podem sofrer transformação maligna.

OBJETIVO E MÉTODO: caracterização dos aspetos clínicos, cirúrgicos e histológicos dos teratomas ováricos

diagnosticados entre Janeiro de 2011 e Março de 2013 no Serviço de Ginecologia do CHBM, através do estudo

retrospetivo de processos clínicos.

RESULTADOS: Durante este período foram diagnosticados 15 casos de teratoma ovárico, em mulheres com idades

compreendidas entre os 22 e os 52 anos (média 37). A maioria (67%) realizou contraceção hormonal ao longo da sua

vida e apenas 27% eram nuligestas.

Em 60% dos casos a suspeição diagnóstica teve origem em sinais e sintomas, tratando-se de um achado nos restantes

40%.

Em dois casos verificou-se a presença de teratoma bilateral. 67% dos tumores apresentavam diâmetro acima de 5 cm.

Todas as mulheres com menos de 45 anos foram submetidas a cirurgias conservadoras (com preservação de um

ovário), enquanto nas restantes foi realizada histerectomia e anexectomia bilateral.

Histologicamente confirmou-se um caso de teratoma imaturo (maligno), com necessidade de reintervenção para

estadiamento que não revelou metastização, e um caso de teratoma monodérmico – struma ovarii – os restantes

foram classificados como teratomas quísticos maduros.

CONCLUSÃO: Nesta amostra a idade média de diagnóstico foi superior à descrita na literatura. Os teratomas

apresentaram na maioria grandes dimensões condicionando a opção pela realização de ooforectomia em detrimento

da quistectomia.

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POSTER 11

MASSAS ANEXIAIS DE ORIGEM OVÁRICA NO CHBM - EXPERIÊNCIA DE 2 ANOS

Sousa, V; Barradas, F; Lopes A; Marques I

Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE

INTRODUÇÃO: As massas ováricas são um diagnóstico comum ao longo da vida da mulher. Na maioria dos casos são

benignas e assintomáticas, sendo detetadas como massa pélvica num exame ginecológico de rotina ou como achado

imagiológico.

OBJECTIVO: Analisar as massas anexiais de origem ovárica operadas no CHMB durante um período de 2 anos.

MÉTODO: Análise retrospetiva dos processos clínicos das utentes submetidas a intervenção cirúrgica sobre os ovários

entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2012 no CHBM.

RESULTADOS: Foram operadas 99 massas anexiais ováricas. Um diagnóstico prévio de massa anexial constituiu a

indicação cirúrgica em 79% dos casos, tratando-se de um achado cirúrgico nos restantes 21%.

As neoplasias benignas com origem epitelial representam cerca de metade da amostra (Cistadenoma seroso 27%,

citadenoma mucinoso 14%, tumor de Brenner 5%, cistadenofibroma seroso 6%), as de origem nas células

germinativas 12% da amostra. Verificou-se em 9% dos casos a existência de neoplasias malignas com origem epitelial.

Os quistos funcionais e endometriomas representam 15% das massas.

Nas mulheres com menos de 40 anos o teratoma foi o tumor mais frequente. Foi na faixa etária dos 40 aos 50 anos

que se verificou maior incidência de tumores malignos. Nas mulheres com mais de 50 anos o cistadenoma seroso foi o

achado histológico mais frequente.

CONCLUSÃO: Numa percentagem elevada de doentes as massas anexiais ováricas foram achados incidentais,

correspondendo a mulheres com mais de 45 anos operadas por patologia uterina. Na nossa amostra a patologia

maligna do ovário teve um pico de incidência entre os 40 e 50 anos, ao contrário do que se encontra na literatura.

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POSTER 12

CANCRO DA MAMA NA GRAVIDEZ – CASO CLÍNICO

Evelin Pinto, Ana Nogueira, Claudina Carvalho

Serviço de Ginecologia/Obstetrícia, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho

INTRODUÇÃO

O cancro da mama diagnosticado durante a gravidez, ou no primeiro ano pós-parto, representa 0.2 a 3.8% das

neoplasias da mama e tem reconhecimento clínico difícil, pelas alterações fisiológicas próprias da glândula mamária.

CASO-CLINICO

Grávida de 36 anos de idade, IIGIP. Internada com gestação de 36 semanas por elevação tensional, na sequência de

acidente de viação, sem traumatismo torácico ou abdominal direto. A evolução do quadro hipertensivo foi favorável,

mas, ao 7º dia de internamento, a grávida detetou por auto-exame formação nodular na mama esquerda. Tinha

colostro e apresentava massa com cerca de 3 cm na transição dos quadrantes superiores da mama esquerda, dura,

indolor, pouco móvel, sem sinais inflamatórios ou sufusões hemorrágicas. A imagem ecográfica correspondia a nódulo

com 38x19mm, sólido, de contornos irregulares espiculados associado a duas adenomegalias axilares suspeitas.

Programou-se biópsia, que foi adiada por início de trabalho de parto, com nascimento de recém-nascido com 3110g

de peso e índice de Apgar 9/10. Na primeira semana de puerpério, realizou-se citologia aspirativa guiada por

ecografia. O diagnóstico anatomopatológico revelou carcinoma ductal invasor moderadamente diferenciado, HER2

positivo, com recetores hormonais positivos. Iniciou-se inibição da lactação e instituiu-se quimioterapia citoredutora.

Foi depois submetida a mastectomia radical com esvaziamento axilar, quimio e radioterapia adjuvantes, tratamento

com Transtuzumab e hormonoterapia. Atualmente, no 5º ano de seguimento, não existem sinais de recidiva

locorregional ou metastização à distância.

CONCLUSÃO

O cancro da mama associado à gravidez relaciona-se com a idade materna e tende a apresentar-se num estádio mais

avançado aquando do diagnóstico. Exige, pois, um elevado índice de suspeição para intervenção atempada, que

melhore o prognóstico da mesma.

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POSTER 13

APRESENTAÇÃO DE LINFOMA DE BURKITT COMO MASSA PÉLVICA

Evelin Pinto, Ana Nogueira, João Gonçalves, Graça Ramalho

INTRODUÇÃO

O Linfoma de Burkitt (LB) é uma neoplasia de células B altamente agressiva que representa menos de 1% dos Linfomas

não-Hodgkin no adulto.

CASO-CLÍNICO

Nulípara de 19 anos de idade que recorreu ao Serviço de Urgência com queixas de astenia, anorexia e aumento do

volume abdominal com dois dias de evolução e hipersudorese de predomínio noturno, dispneia e dor na fossa ilíaca

esquerda com dois meses de evolução. No exame físico apresentava volumosa tumefação na fossa ilíaca esquerda que

por ecografia pélvica e TAC abdomino-pélvica correspondia a uma massa multinodular sólida, retrouterina, ocupando

toda a cavidade pélvica, indissociável dos ovários, associando-se a volumosas adenopatias retroperitoneais e para-

aórticas e nódulos sobre o peritoneu, sugerindo tratar-se de carcinomatose peritoneal devida a neoplasia do ovário.

Apresentava derrame pleural, CA 125 3614 U/mL e LDH 1752 U/L. Procedeu-se a laparoscopia diagnóstica com

biópsias múltiplas e o exame anatomopatológico revelou tratar-se de Linfoma de Burkitt. A avaliação pré-tratamento

permitiu excluir envolvimento do SNC e da medula óssea e a doente foi tratada com quimioterapia, com remissão

completa e sem evidências de recorrência da doença aos 7 anos de follow-up.

DISCUSSÃO/CONCLUSÃO

Apesar de o LB ser uma condição rara, deve ser distinguida de outras neoplasias que se apresentam também como

massas abdominais ou pélvicas e a cirurgia laparoscópica pode ser usada como um procedimento minimamente

invasivo para o seu diagnóstico.

O LB é um dos tumores de crescimento mais rápido, mas para pacientes com doença limitada uma sobrevivência a

longo termo pode ser conseguida com a quimioterapia de combinação.

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POSTER 14

O VALOR DO “SINAL DO CRESCENTE OVÁRICO” NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE

TUMEFACÇÕES ANEXIAIS

Teresa Costa-Castro1,2, Ana Sofia Fernandes1, João Gomes1, Luísa Machado1, José Ferreira1, Jorge Beires1

1Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de São João

2Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

OBJECTIVO

Avaliação do valor da presença de parênquima ovárico normal adjacente a uma tumefacção anexial (“sinal do

crescente ovárico” - SCO) na discriminação entre massas anexiais benignas e malignas.

MÉTODOS

Estudo retrospectivo de uma amostra consecutiva de mulheres com o diagnóstico pré-operatório de tumefacção

anexial, entre Setembro de 2011 e Dezembro de 2012. Os dados obtidos por ecografia transvaginal foram comparados

com o exame histológico final. Foi determinada a capacidade de discriminação do SCO entre tumores benignos e

tumores borderline ou malignos.

RESULTADOS

O SCO foi avaliado em 188 massas anexiais, 163 (87%) das quais benignas, 10 (5%) borderline e 15 (8%) malignas. O

SCO esteve presente em 89 (55%) das tumefacções benignas, 5 (50%) das massas borderline e 4 (27%) dos tumores

malignos. A sensibilidade e especificidade do SCO ausente na identificação de malignidade foi de 64% e 55%,

respectivamente, com um likelihood ratio (LR) positivo de 1.41 e um LR negativo de 0.66. Os valores preditivos

positivo e negativo foram de 18% e 91%, respectivamente.

CONCLUSÕES

Este estudo revelou uma baixa sensibilidade (64%) e especificidade (55%) do SCO ausente, com um LR positivo de 1.41

e um LR negativo de 0.66. Por esse motivo, o SCO parece ser um mau discriminador entre massas anexiais benignas e

malignas.

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POSTER 15

AMENORREIA PRIMÁRIA E MALFORMAÇÕES MÜLLERIANAS – A PROPÓSITO DE UM CASO

CLÍNICO.

Sandra V. Soares1, Inês Vaz1, Vânia Ferreira, José Cidade Rodrigues2, Teresa Oliveira1 Eugénia Fernandes1,

Serviço de Ginecologia e Obstetrícia1, Serviço de Cirurgia Pediátrica2

Centro Hospitalar do Porto – Unidade Maternidade e Júlio Dinis1 e Unidade Hospital Maria Pia2

Introdução: A amenorreia primária pode dever-se a disfunção do eixo hipotálamo-hipofisário, alterações ováricas ou

malformações do compartimento de saída. Entre as últimas encontra-se o síndrome de Mayer–Rokitansky–Küster–

Hauser, que resulta de uma anomalia do desenvolvimento embrionário das estruturas müllerianas. Estas pacientes

apresentam fenótipo feminino normal, com telarca e pubarca normais, cariótipo 46,XX e amenorreia primária.

Existem inúmeras variantes deste síndrome mas, tipicamente, o útero é rudimentar. Com incidência de 1/5000

mulheres nascidas é a segunda causa de amenorreia primária.

Caso Clínico: Adolescente com 17 anos, queixas de amenorreia primária, dispareunia, sem algias pélvicas.

Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários adequado à idade e sexo. Ao exame ginecológico, observa-se

vagina hipoplásica com cerca de 3 cm de comprimento e ausência de colo uterino. O toque rectal não foi conclusivo. O

Cariótipo e doseamentos hormonais revelaram genótipo feminino e perfil hormonal adequado à idade e sexo. A

ecografia transvaginal mostrou estrutura uterina hipoplásica, sem endométrio individualizável, aplasia do colo e do

terço superior da vagina e ovários normais. A RMN apresentou resultado concordante, sem malformações do sistema

urinário. Foi diagnosticado Síndrome de Mayer–Rokitansky–Küster–Hauser. A doente manteve vida sexual ativa, sem

necessidade de dilatações vaginais ( método de Frank) ou vaginoplastia.

Discussão: Os autores apresentam um caso de amenorreia primária com características sexuais normais. A história

clínica e o exame físico sugeriam o diagnóstico sendo confirmados com auxílio do estudo analítico e imagiológico. A

adolescente mantém vida sexual satisfatória e foi informada sobre o seu perfil reprodutivo.

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POSTER 16

QUANDO MENSTRUAR SE TORNA UM DRAMA!

Vânia Ferreira; Inês Vaz; Teresa Oliveira

Centro Hospitalar Porto – Maternidade Júlio Dinis

Introdução: Aproximadamente metade das adolescentes apresentam períodos irregulares e/ou abundantes durante o

primeiro ano após a menarca, e em 20% dos casos podem persistir até cinco anos. A principal complicação é a anemia

que pode ser severa, causando um impacto negativo na qualidade de vida das doentes.

Caso clínico: Adolescente 11 anos; menarca há três meses; antecedentes de internamento por metrorragias há 15

dias, noutra instituição, onde realizou transfusão de concentrado eritrócitos e terapêutica hormonal. Recorreu ao

serviço de urgência por agravamento da metrorragia. Ao exame objectivo: colaborante, consciente e orientada,

palidez muco-cutânea, hipotensão. Ao exame ginecológico: perda hemática abundante. Ecografia pélvica: normal.

Analiticamente: Hb=6,9 g/dl, estudo da coagulação normal. Decidido internamento para estabilização hemodinâmica

e terapêutica hormonal. Teve alta melhorada tendo sido orientada para a Consulta de Ginecologia Pediátrica e da

Adolescência. Na consulta foi medicada com estroprogestativo com 60 µg de EE (8/8h e posteriormente 12/12h), ferro

oral e ácido mefenâmico. Foi avaliada pela Hematologia Clínica tendo realizado doseamentos de Factor de von

Willebrand que apresentavam valores no limite inferior da normalidade, contudo sem critérios de doença. Dois meses

após, estava assintomática e analiticamente estável. Manteve terapêutica com estroprogestativo 30 µg de EE

estabilizando quadro clínico.

Conclusão: Os distúrbios da menstruação ocorrem em 50% das adolescentes, sendo a hemorragia uterina disfuncional

responsável por 90-95% dos casos. Trata-se de um diagnóstico de exclusão, devendo ser despistada gravidez e

patologia orgânica. É comum nos primeiros anos após a menarca e resulta de ciclos anovulatórios decorrentes da

imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário.

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POSTER 17

DOR PÉLVICA AGUDA E TORÇÃO ANEXIAL – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO.

Sandra V. Soares, Patrícia Reis, Vânia Ferreira, Maria João Carinhas, Teresa Oliveira, Rosa Maria Rodrigues.

Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto.

Introdução – A dor pélvica aguda é uma queixa comum na mulher. O diagnóstico diferencial inclui patologia

ginecológica, urológica, músculo-esquelética, gastrointestinal, vascular e metabólica. O factor crítico na avaliação

diagnóstica, reside em distinguir rapidamente condições que colocam a vida da doente em risco, obrigando a

tratamento cirúrgico urgente/emergente, como a hemorragia severa por gravidez ectópica rota ou perfuração

apendicular.

Caso clínico – Mulher com 27 anos, recorre ao Serviço de Urgência com algias intensas na fossa ilíaca direita, febre,

náuseas e vómitos com 3 dias de evolução. Último cataménio há 1 semana e actividade sexual com múltiplos

parceiros. No exame físico verifica-se abdómen doloroso à palpação, leucorreia abundante e colo uterino doloroso à

mobilização. Analiticamente, Bhcg negativa, leucocitose e PCR elevada. A ecografia transvaginal mostrou massa

complexa englobando o ovário direito, com 88x69x94mm, sugestiva de abcesso tubo-ovárico. TAC abdomino-pélvica

revelou massa com 105mm com características de quisto dermóide. Internou-se a doente para vigilância e

antibioterapia endovenosa, verificando-se ligeira melhoria clínica e analítica. Ao 3º dia, optou-se por laparotomia

exploradora. No per-operatório observou-se massa anexial direita com torção completa do pedículo ovárico e

aparente necrose deste procedendo-se a anexectomia direita. O exame anátomo-patológico mostrou ovário e

quisto dermóide com lesões hemorrágicas e necrose.

Conclusão - A torção anexial apresentando-se como quadro álgico pélvico agudo em jovem com vários factores de

risco para DIP, pode dificultar o correcto diagnóstico. O diagnóstico precoce é fundamental para a preservação da

viabilidade ovárica e a ecografia mantém-se como exame de 1ª linha.

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POSTER 18

TÉCNICAS DE CONIZAÇÃO POR ELECTROCIRURGIA: HÁ DIFERENÇAS ENTRE ELAS?

Joana Lima-Silva, João Cavaco-Gomes, Anabela Rocha, Pedro Vieira-Baptista, Libânia Araújo, Jorge Beires

Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica da Mulher, Hospital de São João, Porto, Portugal

Introdução: a conização por electrocirurgia é uma das técnicas mais frequentemente utilizadas para o tratamento da

neoplasia intraepitelial cervical. Tem como objectivo evitar o desenvolvimento de cancro do colo uterino; tem,

contudo complicações associadas, nomeadamente obstétricas.

Objectivo: comparação de três diferentes técnicas de conização por electrocirurgia (ansa semicircular, ansa de Fischer

e agulha), avaliando as dimensões dos cones obtidos (diâmetro transversal, diâmetro longitudinal e profundidade),

volume dos mesmos e estado das margens.

Métodos: estudo retrospectivo transversal, englobando as 25 conizações mais recentes realizadas com cada uma das

técnicas em estudo (75 no total).

Resultados: o volume dos cones obtidos foi significativamente diferente consoante a técnica utilizada. A conização

com ansa de Fischer apresentou peças cirúrgicas significativamente maiores, seguindo-se a agulha e a ansa

semicircular (4.2 cm3, 3.2 cm3 e 1,5cm3, respectivamente; p=0.000). À semelhança do volume, também foram

encontradas diferenças com significância estatística na altura do cone e diâmetro longitudinal (p=0.000). Não houve

diferença entre os grupos no que diz respeito à presença de margens livres (100%, 89,5% e 85,7% na agulha, ansa de

Fischer e ansa semicircular, respectivamente; p=0,420). O volume dos cones diferiu significativamente consoante a

indicação para a realização da conização (p=0.030), sendo superior quando a indicação era lesão de alto grau (HSIL).

Conclusão: diferentes técnicas de conização por electrocirurgia, condicionam cones com dimensões

significativamente diferentes, sendo a ansa de Fischer a que condiciona excisão de maior volume de colo, sem

diferenças em termos de margens. Independentemente da técnica, a indicação da conização parece influenciar o

tamanho do cone obtido.

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POSTER 19

FIBROLEIOMIOMA INTRAMURAL – COMPLICOU A CESARIANA…

José Miguel Raimundo1*, Rita Luz1, Rubina Mendonça1, Rui Leal1, Helena Machado1, Benilde Maria2, Victor Gabriel2,

Isabel Matos Canelas2

1 Interno de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

2 Assistente hospitalar, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

3 Directora de Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

Introdução: Os Leiomiomas uterinos são os tumores uterinos benignos mais comuns e estão presentes em 20 a 25%

das mulheres em idade reprodutiva. São geralmente múltiplos, cada um com origem monoclonal independente, e as

suas dimensões variam de poucos milímetros a grandes massas, provocando distorção da superfície ou da sua

cavidade. São tumores hormonodependentes, sendo o estrogénio um estimulo ao seu crescimento; crescem mais

durante a gravidez devido à acção da gonadotropina corionaica humana (HCG).

Caso Clínico: Os autores apresentam o caso de uma grávida de 43 anos, B Rh+, índice obstétrico 1001 (parto de termo

eutócico em 1999), saudável com antecedentes familiares irrelevantes. A gravidez decorreu sem intercorrências. As

ecografias obstétricas relataram um volumoso mioma ístmico posterior com 123mm x 99mm x 116,9mm sem

alterações das dimensões durante a gravidez. Ás 39 semanas e 4 dias foi realizada cesarina por sofrimento fetal agudo

e apresentação pélvica dorso anterior direita que complicou em histerectomia total por grave hemorragia. O relatório

anatomo-patológico confirmou: “corpo uterino deformado pela presença de um nódulo intramural, com 9,5 cm de

maior eixo”.

Conclusão: As cesarianas podem complicar em histerectomia em 0.4-0.8%, sendo a maioria dos procedimentos

realizados para controlar hemorragias. Os miomas volumosos podem impedir o encerramento da histerectomia,

sendo considerados causas comuns de histerectomia em cesariana.

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POSTER 20

GRAVIDEZ ECTÓPICA TUBÁRIA APÓS SALPINGECTOMIA BILATERAL

Daniela Almeida, Vânia Ferreira, Sandra Soares, Margarida Brandão, Manuela Leal.

Centro Hospitalar do Porto- Maternidade Júlio Dinis

Introdução: a taxa de recorrência da gravidez ectópica é de 10% após salpingectomia. Na fertilização in vitro (FIV)

existe risco acrescido de gravidez extra-uterina.

Caso clínico: 37 anos, saudável. Antecedentes de duas gravidezes ectópicas tubárias, em fevereiro e junho de 2010, a

primeira à direita e a segunda à esquerda. Submetida a duas laparotomias com salpingectomia.

Submetida a FIV no exterior a 27/10/2012; β HCG a 12/11/2012 200 IU/L.

Recorreu ao Serviço de Urgência a 24/11/2012, com 8 semanas de amenorreia, por perda hemática vaginal escassa e

dor pélvica ligeira com início horas antes. Ao exame ginecológico observou-se metrorragia escassa de sangue escuro,

sem tumefações anexiais palpáveis e sem dor à palpação abdominal ou à mobilização uterina. A ecografia transvaginal

revelou cavidade uterina vazia e imagem anexial à esquerda sugestiva de saco gestacional com vesícula vitelina;

doseamento de β HCG – 1736 IU/L. Diagnosticada gravidez ectópica no coto tubar esquerdo. Administrada dose única

de metotrexato intramuscular. No 7º dia de internamento verificou-se descida da β HCG >15% em relação a D4.

Efetuados doseamentos semanais de β HCG com valores negativos e ecografia sem alterações ao final de um mês.

Conclusão: A elevada resolução ecográfica e os doseamentos mais sensíveis de β HCG permitem o diagnóstico mais

precoce de gravidez ectópica. Cerca de 35% dos casos são elegíveis para tratamento com metotrexato, sendo a taxa

de sucesso próxima de 90%. Não parece existir efeito negativo na fertilidade, sendo aconselhável esperar 4 a 6 meses

antes de ser tentada nova gravidez.

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POSTER 21

TUMORES BORDERLINE DO OVÁRIO E PRESERVAÇÃO DA FERTILIDADE: A PROPÓSITO DE 1 CASO

Martins, AC; Djokovic, D; Sousa, AM; Silva, L; Cirurgião, F

Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital S. Francisco Xavier.

Os tumores borderline do ovário, também designados tumores de baixo potencial de malignidade, representam 10-

20% de todos os tumores epiteliais do ovário. O tratamento clássico consiste no estadiamento cirúrgico completo

mas, uma vez que aproximadamente um terço destes tumores são diagnosticados em mulheres com menos de 40

anos, a cirurgia com preservação de fertilidade tem sido cada vez mais realizada.

Os autores relatam o caso de uma jovem de 20 anos, gesta 0, sem antecedentes relevantes, referenciada à consulta

de ginecologia geral por uma massa sólida com 42 mm no ovário esquerdo, detetada em ecografia de rotina,

apresentando-se sem alterações nos exames geral e ginecológico. Realizou ressonância magnética pélvica, que

revelou uma lesão sólida multiloculada com 47x47x43mm na área anexial esquerda, sendo o restante ovário esquerdo

normal e não mostrando outras alterações. O CA 125 foi de 40.8 U/ml, sem outras alterações laboratoriais. A doente

foi submetida a laparotomia exploradora para exérese da referida massa. O exame extemporâneo foi compatível com

fibroma, pelo que se optou por preservação do restante parênquima ovárico, aparentemente são. A análise

histológica diferida revelou um tumor papilar seroso borderline, com líquido ascítico positivo para células neoplásicas.

A doente atualmente aguarda intervenção cirúrgica para completar o estadiamento, antecipando-se a possibilidade

de conservação do útero e anexo contralateral.

Os autores apresentam discussão sobre o seu plano terapêutico, baseando-se na revisão bibliográfica, que indica que

o tratamento conservador aumenta a taxa de recidiva, mas não altera a sobrevida. A decisão de re-estadiamento deve

ser individualizada, não sendo consensual.

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POSTER 22

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR BILATERAL COMO FORMA DE APRESENTAÇÃO DE NEOPLASIA

DO OVÁRIO

Martins, AC; Djokovic, D; Sousa, AM; Silva, L; Cirurgião, F

Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital S. Francisco Xavier.

Existe uma associação bem estabelecida entre cancro e tromboembolismo venoso, não sendo o cancro do ovário uma

exceção. A incidência de tromboembolismo venoso em doentes com carcinoma do ovário descrita na literatura é de

16,6%, 15% para trombose venosa profunda e 1,6% para tromboembolismo pulmonar. Estes eventos não são,

contudo, uma forma de apresentação comum destes tumores.

Os autores relatam o caso de uma doente de 53 anos, gesta 0, com menopausa espontânea aos 44 anos, ex-fumadora,

referenciada à Consulta de Ginecologia do nosso Hospital após internamento na Unidade de Cuidados Intensivos

Cardiológicos por trombose venosa profunda da perna esquerda e tromboembolismo pulmonar bilateral, sem outros

antecedentes pessoais ou familiares relevantes No contexto de avaliação deste episódio, foi detetada massa

abdominal com cerca de 20 cm. A doente referia aumento do volume abdominal e redução de 10 Kg nos últimos 4

meses, sem outra sintomatologia. Os exames complementares realizados confirmaram a referida massa, com ponto

de partida anexial direito, de conteúdo não puro e com múltiplas vegetações. Os marcadores tumorais encontravam-

se alterados (CA 125 163 U/ml; CA 19.9 983 U/ml). A utente foi referenciada para estadiamento cirúrgico de neoplasia

do ovário por subespecialistas em Ginecologia Oncológica.

Para além da apresentação do caso de tromboembolismo venoso como primeira manifestação clínica de cancro do

ovário, os autores trazem uma revisão de critérios de operabilidade nesta complexa situação clínica.

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POSTER 23

SONOAVC E VOCAL - MÉTODO AUTOMÁTICO DE DETERMINAÇÃO DO VOLUME FOLICULAR E

OVÁRICO

J. Tavares; Andreia Rodrigues; Patrizia Vecca

Centro de Ecografia Joaquina Tavares

Resumo: Os autores pretendem com este trabalho demonstrar a vantagem na avaliação do volume folicular e do

volume total do ovário com a aplicação do software Sonography-based Automated Volume Count (SonoAVC) e do

Virtual Organ Computer- Aided Analysis (VOCAL), na aquisição da imagem em 3D, em relação ao método convencional

em 2D.

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POSTER 24

MELANOMA DA VULVA – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Rosário Gorgal, Almerinda Petiz, Cristina Ramalho, Paulo Ribas

Serviço de Ginecologia, Instituto Português de Oncologia do Porto

Introdução: O melanoma representa a 2ª neoplasia vulvar mais frequente e 3-5% dos melanomas da mulher.

Caso Clínico: Doente de 76 anos submetida a exérese de lesão melânica da vulva em 01/2011 cujo resultado

histológico revelou melanoma maligno. A doente esteve perdida para seguimento e em 04/2012 foi orientada para o

IPOP por recidiva local. Confirmou-se, após revisão de lâminas, o diagnóstico de melanoma lentiginoso em fase de

crescimento vertical, Breslow 3.6mm, com invasão linfovascular/perineural, todas as margens com tumor. Ao exame

ginecológico apresentava várias lesões pigmentadas vulvares bilaterais. A TAC toracoabdominopélvica revelou

adenopatias inguinais e a doente foi submetida a vulvectomia radical com esvaziamento inguinal bilateral em

05/2012. O exame anátomo-patológico revelou melanoma lentiginoso em fase de crescimento vertical com satelitose

(múltiplos nódulos dispersos), espessura de Breslow 2.9mm, com invasão linfovascular/perineural, margens livres de

lesão (menor distância 3mm); 1/3 gânglios metastizados à direita (sem invasão extracapsular) e 2/7 gânglios à

esquerda (com invasão extracapsular) - pT3aN3R0M0 (estadio IIIC). Em 03/2013 apresentava recidiva loco-regional e

metastização sistémica, tendo sido orientada para cuidados paliativos por ausência de condições para quimioterapia.

Conclusão: O melanoma da vulva é uma neoplasia extremamente letal com uma taxa de sobrevivência global aos 5

anos que varia entre 22 e 54% por rápida disseminação generalizada. Todas as lesões vulvares pigmentadas suspeitas,

bem como os nevos vulvares, devem ser excisadas/biopsadas. O tratamento é cirúrgico e consiste na excisão local

radical com margens livres entre 1-3 cm, em todas as direcções, de acordo com índice de Breslow.

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POSTER 25

ABORDAGEM E OPÇÕES TERAPÊUTICAS NA HIPERTROFIA DOS PEQUENOS LÁBIOS

Nunes F, Neves F, Geraldes F, Leite HB

Serviço de Ginecologia da Maternidade Bissaya Barreto (MBB) - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

INTRODUÇÃO

A hipertrofia dos pequenos lábios (HPL) corresponde a uma variante do normal e pode ser uni ou bilateral. Na maioria

dos casos é assintomática, podendo estar associada a infeções vulvovaginais de repetição, dispareunia, desconforto

vulvar e preocupação com a autoimagem. Numa primeira abordagem deve ser explicada a normalidade da situação e

melhorados os cuidados de higiene, ficando a correção cirúrgica reservada para os casos refratários.

MATERIAIS E MÉTODOS

Estudo retrospetivo observacional com revisão de 14 processos de doentes com o diagnóstico de HPL, submetidas a

cirurgia na MBB desde 2009. Realizado inquérito telefónico para apurar o grau de satisfação após a cirurgia.

RESULTADOS

A média de idades na altura da cirurgia foi 25 anos. Os principais sintomas foram o desconforto vulvar (100%),

preocupação com a autoimagem (78,6%) e incómodo com o uso de roupa apertada (71,4%). Foi realizada uma plastia

em “V” em 64,3% dos casos e resseção longitudinal em 35,7%. Houve deiscência parcial da sutura em 14,3% dos casos

(duas doentes), ambos na sequência de plastia em “V”. Em 92,9% dos casos houve um elevado grau de satisfação com

a cirurgia.

CONCLUSÕES

A correção cirúrgica da HPL pode ser realizada por duas técnicas, a resseção parcial em “V” e a resseção longitudinal.

Apesar de na maioria dos casos se tratar de um procedimento simples e com bons resultados, as doentes devem ser

elucidadas que o processo de cicatrização poder resultar em vulvodinia crónica e dispareunia, pelo que a cirurgia deve

ser reservada para casos selecionados.

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POSTER 26

GRAVIDEZ HETEROTÓPICA – A EMERGÊNCIA DO DIAGNÓSTICO

Lima T, Pinto AR, Dias C, Oliveira T

Unidade Maternidade Júlio Dinis – Centro Hospitalar do Porto

Introdução: A gravidez heterotópica é um evento raro, estimando-se que ocorra em 1:30000 gravidezes; no entanto,

desde a introdução das técnicas de procriação medicamente assistida (PMA) a sua incidência tem vindo a aumentar.

Define-se como a existência de duas gravidezes evolutivas simultâneas com implantação intrauterina e ectópica. A

trompa de Falópio é a localização ectópica mais frequente.

Caso clínico: Mulher de 29 anos, primigesta, com antecedentes de infertilidade primária seguida na nossa instituição,

que engravidou após técnica de ICSI (Intra-Citoplasmatic Sperm Injection) com transferência de dois embriões.

Recorre ao Serviço de Urgência, às 7 semanas de gestação, por dor abdominal aguda intensa. A realização de ecografia

transvaginal permitiu observar a presença de dois embriões com vitalidade, um em localização intrauterina e outro na

trompa de Falópio. Após o exame ginecológico, a grávida apresentou um episódio de síncope. Foi submetida de

imediato a laparotomia, identificando-se hemoperitoneu e rotura da trompa de Falópio direita, procedendo-se a

salpingectomia homolateral. A gravidez intra-uterina prosseguiu até ao termo, sem complicações.

Conclusões: Embora a gravidez heterotópica seja um evento raro, a sua incidência está a aumentar com o uso de

técnicas de PMA. O diagnóstico e a intervenção precoces são requisitos fundamentais para reduzir a

morbimortalidade materna e proteger a gravidez intrauterina.

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POSTER 27

STRUMA OVARII, UM TUMOR DO OVÁRIO RARO EM DIFERENTES IDADES

L. Ferreira, A. Sofia, M. Rocha, A. Gomes, I. Santana, A. Jorge

IPO Francisco Gentil Lisboa

Introdução

O Struma ovarii é um tipo raro de tumor do ovário caracterizado pela presença de tecido tiroideu, ocupando este mais de 50% da massa tumoral. O seu diagnóstico definitivo é anatomopatológico podendo ser classificado como benigno ou maligno.

Dada a sua raridade apresentamos dois casos clínicos em mulheres com diagnóstico de Struma ovarii em diferentes fases da vida.

Caso clinico 1

Doente 36 anos, assintomática enviada ao IPO Lisboa por imagem anexial sugestiva de tumor maligno do ovário observado em ecografia pélvica.

Analiticamente tem um Ca 125 de 2402.

Para melhor caracterização do quisto anexial é realizado uma TAC pélvica onde se descreve presença de formação multilocular do ovário esquerdo com 90x80x80mm

É submetida a anexectomia esquerda com exame extemporâneo, que foi compatível com tumor benigno do ovário. O exame anatomopatológico definitivo da peça classificou a massa ovárica como teratoma monodermico com tecido tiroideu benigno

Caso clínico 2

Doente 72 anos submetida a ecografia endovaginal por dor pélvica. Ecograficamente verifica-se a presença de massa anexial esquerda com 70x27x50mm.

Antecedentes pessoais irrelevantes, Analiticamente CA 125 dentro de valores normais.

A doente é submetida a histerectomia total abdominal, anexectomia bilateral, linfadenectomia pélvica e omentectomia. O exame anatomopatológico realizado posteriormente mostra cistadenoma mucinoso com tecido tiroideu benigno.

Conclusão

Os tumores raros do ovário como Struma Ovarii, são entidades complexas e ainda mal conhecidas. As características imagiológicas e analíticas sugestivas de malignidade não são aplicáveis à maioria destes tumores.

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POSTER 28

TUMOR DO OVÁRIO COMO MANIFESTAÇÃO DE CARCINOMA NEUROENDÓCRINO APENDICULAR

– CASO CLÍNICO

Fátima Silva, Paula Oliveira, Susana Leitão, Soledade Ferreira, Teresa Teles

Serviço de Ginecologia/Obstetrícia – Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga

Introdução: As neoplasias neuroendócrinas são um grupo heterogéneo e relativamente raro de tumores, com

atingimento preferencial do trato gastrointestinal (dois terços dos casos). O apêndice é sede frequente de neoplasias

neuroendócrinas benignas mas raramente é envolvido por tumores malignos deste grupo, sendo o seu diagnóstico

incidental na maioria dos casos.

Caso Clínico: Paciente de 28 anos de idade, IGIP, observada no Serviço de Urgência com quadro clínico sugestivo de

cólica renal à direita; o estudo ecográfico complementar revelou ureterohidronefrose direita, com atrofia renal e

neoformação anexial direita com cerca de 5 cm de maior diâmetro. Submetida a laparotomia exploradora, na qual se

verificou a existência de tumefacção volumosa a envolver o anexo direito e cólon ascendente, presença de implantes

metastáticos na cavidade pélvica e adenomegalias pétreas nas cadeias ilíacas e a envolver o ureter direito; realizada

anexectomia e hemicolectomia direitas e remoção de implantes metastáticos, tendo permanecido doença residual. O

exame histológico revelou tratar-se de carcinoma neuroendócrino bem diferenciado com provável origem no coto

apendicular.

Atualmente a doente mantém-se em tratamento adjuvante com somatostatina e quimioterapia.

Conclusão: Os carcinomas neuroendócrinos apendiculares são habitualmente diagnosticados intraoperatoriamente

no contexto de suspeita de apendicite aguda. Este caso retrata uma manifestação clínica muito atípica, resultante da

agressividade do tumor e da fase avançada da doença.

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POSTER 29

GRAVIDEZ ECTÓPICA PERITONEAL – CASO CLÍNICO

Teixeira da Silva, T.; Rodrigues, A. I.; Paiva, C.; Guedes Martins, L., Marta, S.; Cabral, J. M.

Centro Hospitalar do Porto – Unidade Maternidade Júlio Dinis

Directora de Serviço de Obstetrícia: Oliveira, T.

Introdução

A gravidez ectópica é aquela na qual o blastocisto se implanta noutro local que não o endométrio. Cerca de 98%

destas, localizam-se nas trompas de Falópio, e apenas 1-2% irão ocorrer na cavidade abdominal.

Caso clínico

Mulher com 35 anos, saudável, III Gesta I Para (parto eutócito) e I Abortamento espontâneo. Sem antecedentes

pessoais e ginecológicos de relevo. Recorreu ao Serviço de urgência da Maternidade Júlio Dinis por astenia e dor

pélvica persistente e intensa, com um dia de evolução. À observação apresentava perda hemática vaginal escassa e ao

toque vaginal, dor intensa à palpação do fundo de saco posterior. Na ecografia transvaginal era evidente a presença

de uma tumefacção heterogénia com cerca de 10 cm e líquido livre no fundo de saco posterior. Analiticamente

apresentava hemoglobina de 8,0 g/dL, hematócrito de 24% e bHCG de 13000. Foi submetida a laparotomia

exploradora, onde se pôde constatar a presença de um saco gestacional inserido na parede posterior do útero, entre

os dois ligamentos útero-sagrados, e coágulos em quantidade abundante. O exame histológico confirmou o

diagnóstico de gravidez ectópica.

Conclusão

A gravidez ectópica de localização abdominal é raríssima. É fundamental o diagnóstico e a intervenção atempada no

sentido de reduzir o risco de graves complicações, incluindo a morte.

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POSTER 30

TROMBOFILIAS

Telma Esteves1, Ana Costa1, Anabela Ramos1, Vítor Caeiro1

1 Hospital do Espírito Santo de Évora, EPE

Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) é actualmente uma das principais causas de morbimortalidade.

Doentes com patologias auto-imunes, cardíacas, oncológicas e trombofilias têm elevado risco tromboembólico;

também na gravidez/pós-parto este risco aumenta 4-20 vezes.

A prevenção e terapêutica, além da estratificação do risco são essenciais para diminuir as complicações.

Descrição de caso: Grávida de 17 semanas (32 anos), com gestação prévia sem intercorrências, dirige-se à Urgência

por edema e dor no membro inferior esquerdo, no contexto de repouso após amniocentese. Por suspeita clínica de

trombose venosa profunda (TVP), realizou Doppler: ‘TVP do território íleo-femoro-poplíteo esquerdo, sem

recanalização.’ Iniciou enoxaparina (1mg/kg 12/12 horas), AAS 100mg, e meias contenção elástica. A RMN confirmou

trombo com extensão do território da veia ilíaca comum esquerda até à femoral. Após três semanas de terapêutica,

tem sinais de recanalização no sector femoro-poplíteo, mas não no femoro-ilíaco.

Realizou estudo de trombofilias: homozigotia para variante C677T da MTFHR e heterozigotia para variante 5G/4G do

PAI-1.

Obstetricamente manteve-se estável – actualmente tem 30 semanas.

Conclusão: Na população geral a TVP pélvica ocorre em <1%, na gravidez em 10%.

A homozigotia para variante C677T, no gene da MTHFR, existe em 10-16% dos europeus, sendo a causa mais comum

de hiperhomocisteinémia; há dados contraditórios sobre o aumento de risco de TEV.

O polimorfismo 4G/5G no gene PAI-1 sozinho não parece aumentar o risco de TEV, mas associado a outras mutações

sim.

Durante o ciclo de vida da mulher, é durante a gravidez (pelas alterações fisiológico-anatómicas) que existe maior

risco de eventos tromboembólicos.

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POSTER 31

TUMOR DE KRUKENBERG – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MASSA PÉLVICA E HEMORRAGIA

UTERINA PÓS-MENOPAUSA

Rita Luz1*, Rubina Mendonça1, Rui Leal1, Helena Machado1, José Miguel Raimundo1, Jorge Simões2, Ana Martins

Silva2, Matilde Gonçaves3, Isabel Matos4

1 Interno de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

2 Assistente Graduado de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E

3 Directora de Serviço de Anatomia Patológica, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

4 Directora de Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

INTRODUÇÃO: O tumor de Krukenberg é um adenocarcinoma com células em anel de sinete metastático do ovário.

Corresponde a 1 a 2% de todas as neoplasias do ovário e é bilateral em 80% dos casos. A neoplasia primária é

encontrada no tracto gastrintestinal, geralmente no estômago. A mortalidade é elevada.

CASO CLÍNICO: Mulher de 57 anos, com antecedentes de carcinoma do estômago submetida a gastrectomia total e

quimioterapia três anos antes. Referenciada por massa pélvica e hemorragia uterina pós menopausa, sem outros

sintomas. A tomografia computorizada revelou formação volumosa (115x135x74mm) com aparente ponto de partida

no útero, sem sinais de invasão local, com gânglios patológicos nas regiões inguinal e latero-aórtica esquerda e lesões

ósseas blásticas, sugestivas de envolvimento secundário. Foi realizada biópsia endometrial cujo resultado revelou

pólipo endometrial e eventual mioma submucoso. Foi decidida a realização de histerectomia total e anexectomia

bilateral. Intra-operatoriamente detectou-se presença de volumosa massa sólida do ovário esquerdo. A anatomia

patológica revelou carcinoma de células em anel de sinete no ovário compatível com tumor de Krukenberg e

linfangiose carcinomatosa no paramétrio esquerdo. O pós-operatório decorreu sem intercorrências.

CONCLUSÃO: A presença de massa pélvica e hemorragia uterina pode levantar várias hipóteses. Geralmente, o tumor

de Krukenberg é síncrono com a neoplasia primária ou é diagnosticado posteriormente, mas com um intervalo mais

curto. Uma vez que não existe tratamento curativo, alguns centros sugerem a realização de ooforectomia bilateral

profiláctica no momento da cirurgia da neoplasia primária, mas são necessários mais estudos para estabelecer o seu

benefício.

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POSTER 32

TUMOR DA PAREDE ABDOMINAL – LOCALIZAÇÃO INCOMUM DE METÁSTASE DE

ADENOCARCINOMA DO ENDOMÉTRIO

Rita Luz1*, Rubina Mendonça1, Rui Leal1, Helena Machado1, José Miguel Raimundo1, Jorge Simões2, Matilde

Gonçalves3, Isabel Matos4

1 Interno de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

2 Assistente Graduado de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E

3 Directora de Serviço de Anatomia Patológica, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

4 Directora de Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

INTRODUÇÃO: O carcinoma do endométrio é a neoplasia maligna ginecológica mais frequente. A presença de

metástases na parede abdominal, subcutâneas e umbilicais (nódulo da irmã Maria José) tem sido associada a vários

tipos de tumores e menos frequentemente ao adenocarcinoma do endométrio, mas são extremamente raras.

CASO CLÍNICO: Mulher de 66 anos, com antecedentes pessoais de bócio multinodular tóxico, anemia crónica,

obesidade e dislipidémia, com história de prolapso urogenital grau III desde há cinco anos, cuja cirurgia foi adiada

sucessivamente por mau controlo de co-morbilidades. Foi submetida a histerectomia vaginal, verificando-se intra-

operatoriamente a presença de vários leiomiomas uterinos e anexos normais. A anatomia patológica revelou

adenocarcinoma do endométrio pouco diferenciado, com invasão de mais de metade da espessura do miométrio

(estadio IB). Foi decidido, em consulta multidisciplinar, realização de radioterapia externa e braquiterapia, seguida de

vigilância. Foi referenciada, oito meses depois, por aparecimento recente de uma volumosa massa na parede

abdominal, na região periumbilical. A ressonância magnética revelou um tumor com 100x90x90 mm, bem delimitado,

em estreita relação com a parede anterior do abdómen, distensão intestinal e ausência de aspectos de recidiva loco-

regional ou adenopatias patológicas. Procedeu-se à ressecção do volumoso tumor (130x130x110mm), parcialmente

revestido por tecido adiposo e peritoneu, cujo exame anatomopatológico revelou metástase de adenocarcinoma. A

doente aguarda decisão quanto ao tratamento seguinte.

CONCLUSÃO: Este caso revela uma localização muito rara de metástase de adenocarcinoma do endométrio,

parecendo ter origem na própria parede abdominal e não no umbigo. A presença destas metástases está associada a

um pior prognóstico.

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POSTER 33

PÚRPURA TROMBOCITOPÉNICA TROMBÓTICA

Telma Esteves, Ana Rita Codorniz, Anabela Ramos, Vítor Caeiro

Hospital do Espírito Santo de Évora, EPE

Introdução:

A Púrpura Trombocitopénica Trombótica (PTT) é uma microangiopatia trombótica rara (5-10 casos/1.000.000

pessoas/ano), em que, por agregação plaquetária endotelial, ocorre oclusão difusa de arteríolas e capilares.

Classicamente caracteriza-se por trombocitopénia, anemia hemolítica microangiopática, lesão renal, sintomas

neurológicos e febre.

Causada pela deficiência de ADAMTS13 (proteína clivadora dos multímeros de Factor Von Willebrand [FvW]), quer por

mutação genética, quer, na maioria dos casos, por mecanismos imunológicos (Ac Ig G anti-ADAMTS13) – auto-

anticorpos ou secundários a medicação. Quando atinge níveis <5-10%, leva a um tamanho inadequado de FvW,

conduzindo à activação/agregação plaquetária intravascular.

Em 10-15% dos casos ocorre na gravidez: por hipercoagulabilidade, diminuição fisiológica dos níveis de ADAMTS13,

aumento dos factores pró-coagulantes, perda da integridade endotelial e diminuição da actividade fibrinolítica. Outros

factores predisponentes: cancro e infecção a HIV-1.

Descrição de caso:

Mulher de 33 anos, IO 1001 – CST há 6 anos (às 37 semanas), seguida de plasmaferese, por PPT. Vigiada desde então

em Nefrologia, sem novos episódios. Gravidez actual de 38 semanas, recorre à Urgência por astenia e adinamia.

Analiticamente: Hb 7.8g/dL, trombocitopénia 11.000µL, LDH aumentada. Ecografia obstétrica e CTG tranquilizadores.

Após 2U de concentrado eritrocitário e 6 de plaquetas, realizou-se CST de urgência; seguida de mais 12U de plaquetas

e duas sessões de plasmaferese. Alta ao oitavo dia, assintomática, com franca melhoria analítica. Aguarda-se

doseamento de ADAMTS13.

Conclusão:

Sendo uma entidade rara, o seu diagnóstico faz-se tardiamente, principalmente na gravidez, pelo diagnóstico

diferencial com outras patologias características. O tratamento adequado é fundamental, por aumentar a sobrevida

de 10 para 80%.

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POSTER 34

ESTUDO PROSPETIVO DE DISFUNÇÃO SEXUAL FEMININA.

Sousa AM1, Andrade C2, Ferreira C2, Damasceno Costa J3, Nogueira Martins N3

1) Interna Complementar de Ginecologia Obstetrícia do Hospital São Francisco de Xavier;

2) Interna Complementar de Ginecologia Obstetrícia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV);

3) Especialista Ginecologia Obstetrícia do CHTV

Departamento de Obstetrícia e Ginecologia CHTV, EPE, Hospital de São Teotónio Viseu

Diretor: Dr F. Nogueira Martins

A disfunção sexual abrange 43% das mulheres. Pode ocorrer em diferentes fases do ciclo sexual, sendo mandatório

avaliar a existência de: desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor.

O objetivo deste trabalho consistiu em realizar em estudo prospetivo baseado em questionário a 200 mulheres

frequentadoras das consultas de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Viseu, entre Maio e Junho de 2011 e

caracterizar a disfunção sexual destas. Estabeleceram-se dois grupos: sem patologia conhecida (grupo 1) e com

patologia ginecológica (grupo 2) e realizou-se um inquérito que comparou as características e a disfunção sexual

nestes grupos.

A prevalência da disfunção sexual foi 8,5% (0% no grupo 1 e 17% no grupo 2), 43% tinham índice de massa corporal

(IMC) superior ao normal, (havendo mais mulheres no grupo 2 com IMC superior ao normal), a idade média das

primeiras relações sexuais foi aos 19,6 anos (semelhante nos dois grupos), a idade média da menopausa foi 48 anos,

os anticoncetivos orais não influenciaram a líbido. Relativamente aos parâmetros parciais, o desejo é o parâmetro que

se correlacionou pior com o score total. E, o score total é pior quanto maior é a idade, o IMC, duração da vida sexual e

a menopausa.

Assim neste estudo, a prevalência de disfunção sexual foi inferior à descrita na literatura, provavelmente por se tratar

de uma população jovem. Confirmou-se uma maior taxa de disfunção no grupo das mulheres com patologia, o que

também poderá ser explicado pela diferença de idade média entre os dois grupos.

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POSTER 35

PARTO PRÉ-TERMO - CASUÍSTICA

Sousa AM, Martins A, Lilaia C, Cirurgião F

Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital São Francisco Xavier

Define-se como parto pré-termo (PPT) aquele que ocorre antes de estar completada a 37ª semana de gravidez e

depois de ser atingida a viabilidade, que se pode situar entre as 22 e 28 semanas. Apesar da prevenção, do diagnóstico

e do tratamento do PPT constituir uma preocupação, este mantém-se em 10% das gestações.

O objetivo deste trabalho é caracterizar uma população de PPT no Hospital São Francisco Xavier. Procedemos a uma

análise restrospectiva, de 717 partos que ocorreram entre 1 de Janeiro e 31 de Março de 2008, dos quais 60 (8%)

terminaram em PPT. Constatámos que 37% dos PPT ocorreram abaixo das 34 semanas. 67% das grávidas tinham

fatores de risco e 15% dos partos, ocorreram por indicação materna ou fetal. Foi realizado corticoterapia em 95% das

gestações inferiores a 34 semanas e ciclo completo em 68% destas. 50% dos partos ocorreram por via vaginal. Foram

internados na neonatologia 50% dos recém-nascidos (RN), dos quais 70% tinham idade inferior a 34 semanas. Metade

dos RN internados na neonatologia apresentaram complicações, sendo a mais frequente, a síndrome de dificuldade

respiratória (SDR).

Assim, a percentagem de PPT do nosso estudo, está de acordo com a literatura. Verificámos que a maioria dos PPT,

apresentavam fatores de risco, 95% das gestações abaixo das 34 semanas realizaram corticoterapia, no entanto

muitos destes RN sofreram de SDR.

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POSTER 36

DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA GRAVE PÓS PARTO - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Sousa AM, Martins A, Toller A, Lilaia C, Cirurgião F

Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital São Francisco Xavier

A DIP no pós-parto é uma entidade bem reconhecida, sendo plausível que as mudanças cervicais, uterinas e imunes da

gravidez e parto, possam facilitar a progressão da doença. Esta infeção é polimicrobiana, sendo o agente Bacterioides

fragilis, um dos responsáveis por infeções tardias e formações de abcessos. São fatores de risco para DIP pós-parto:

anemia, diabetes gestacional, ma-nutrição, cesariana, parto pré-termo e APGAR inferior a 3 e 7 no 1º e 5º minuto,

respetivamente.

Os autores descrevem uma puérpera de 30 anos, primigesta, que 18 dias pós parto eutócico, inicia quadro de febre,

dor na fossa ilíaca direita, náuseas, vómitos e mau estado geral. Tratou-se de uma gravidez vigiada na consulta de

diabetes gestacional, tendo entrado em trabalho de parto espontaneamente às 38 semanas, com extração de recém-

nascido com 3120 g e APGAR 9/10. A dequitadura foi natural e completa e o puerpério imediato decorreu sem

intercorrências. À admissão no Serviço de urgência, apresentava hemoglobina: 10,7 g/dl, parâmetros laboratoriais de

infeção e a ecografia revelou imagem sugestiva de piossalpinge. Foi internada, tendo iniciado antibioterapia

endovenosa, como não melhorou, foi submetida a laparotomia exploradora. O estudo microbiológico revelou infeção

por Bacteroides fragilis e o diagnóstico anatomo-patológico, peri-salpingite e peri-ooforite.

A DIP nos pós-parto é rara, cerca de 1%, mas pode ser grave. Este caso é exemplo disso, uma DIP pós-parto com baixo

índice de suspeição e complicada por abcesso. A bactéria Bacterioides fragilis foi o agente causador desta infeção,

sendo o mais frequentemente encontrado nos abcessos tubo-ováricos e nas infeções pós-parto.

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POSTER 37

NEFROPATIA DIABÉTICA NA GRAVIDEZ - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Sousa AM, Martins A, Djokovic D, Bacalhau D, Lilaia C, Cirurgião F

Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital São Francisco Xavier

Grávidas, com doença renal grave, são raras, devido a inúmeros fatores que prejudicam a fertilidade, quando ocorre,

o desfecho com sucesso tem uma baixa probabilidade. No entanto, nos últimos anos tem-se assistido a um aumento

de grávidas submetidas a diálise, verificando-se uma melhoria no desfecho neonatal.

Os autores descrevem uma grávida de 34 anos, com diabetes mellitus tipo 1 com consequente nefropatia e

cardiopatia hipertensiva. Trata-se de uma gravidez espontânea, com antecedentes de morte neonatal às 27 semanas.

O rastreio combinado do 1º trimestre foi positivo mas o cariótipo revelou 46, XY. Por dificuldade no controlo glucídico,

agravamento da função renal e instalação de síndrome urémico, iniciou-se hemodiálise e foi internada às semanas 16

semanas + 5 dias no Serviço de Medicina Materno-Fetal. Contou com visitas diárias da Nefrologia, Cardiologia e

Medicina Interna. O estudo morfológico revelou pé esquerdo boto, sem outras alterações e o ecocardiograma fetal foi

normal. Às 30 semanas e 5 dias verificou-se uma desaceleração do ritmo do crescimento fetal e alterações da

fluxometria, tendo sido submetida a cesariana. Nasceu um recém-nascido, com 1240 g e APGAR 7/9. Foi internado na

neonatologia, durante 48 dias, tendo tido alta clinicamente bem. O puerpério não teve intercorrências.

Segundo a literatura, e como aconteceu neste caso, a sobrevida infantil é superior, nas mulheres que iniciaram diálise

durante a gravidez comparativamente às que concebem em diálise. Este caso clínico reflete ainda, a necessidade de

uma equipa multidisciplinar e de cuidados altamente diferenciados em várias especialidades para conseguir uma

gestação com êxito.

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POSTER 38

DERMATOSES LIQUENÓIDES E PATOLOGIA TIROIDEIA: QUE RELAÇÃO EXISTE?

Ana Amaral1, Pedro Vieira-Baptista1, João Cavaco-Gomes1, Joana Lima-Silva1, Luísa Machado1, Jorge Beires1, José

Martinez-de-Oliveira2, 3

1 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de São João

2 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior

3 Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal

Introdução

Os líquenes escleroso (LE) e plano (LP) são dermatoses inflamatórias com admitido componente autoimune, e por tal,

provável associação com outras afecções com similar fisiopatologia. Neste estudo avalia-se a prevalência de patologia

tiroideia, não exclusivamente autoimune, naquele grupo de doentes.

Material/Métodos

Análise retrospectiva dos dados 341 doentes com LE e/ou LP, vigiadas na consulta de Patologia Vulvar do Centro

Hospitalar de São João entre Outubro 2009 e Março 2013.

Resultados

A maioria tem LE (75,4%). A média de idades aquando do diagnóstico foi semelhante nos dois grupos (LE 59,1±15,18 e

LP 59,7±15,30 anos; p=0,789), existindo perturbação tiroideia em 26,4% das doentes com LE e 30,9% das com LP

(p=0,474).

Nas doentes com LE e LP diagnosticou-se, respectivamente: hipotiroidismo (21,3 e 56,5%, p<0,01), hipertiroidismo

(3,3 e 0%, p=0,38); presença de nódulos/bócio (eutiroideias) (29,5 e 17,4%, p=0,26), tiroidite (41,0 e 21,7%, p=0,10),

patologia maligna (4,9 e 4,3%, p=0,91) e antecedentes de tiroidectomia (5,7 e 8,6%, p=0,43), existindo disfunção

tiroideia em 13,6 e 10% (p=0,57) e presença de anticorpos anti-tiroideus em 25,2 e 34,4% (p=0,32). Foi referida

patologia tiroideia em familiar de primeiro grau por 8,6 e 13%, p=0,27.

Conclusão

A evidência de associação entre LE e/ou LP vulvar e patologia tiroideia torna recomendável a avaliação desta glândula

nas mulheres com aquelas doenças.

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POSTER 39

TROMBOSE VENOSA DO MEMBRO SUPERIOR COMO COMPLICAÇÃO DE SÍNDROME DE

HIPERESTIMULAÇÃO OVÁRICA – CASO CLÍNICO

Ana Beatriz Godinho, Inês Oliveira, Luísa Pinto, Nuno Clode, Ana Paula Soares, Carlos Calhaz-Jorge

Resumo

A Síndrome de Hiperestimulação Ovárica (SHEO) é uma complicação rara da estimulação ovárica. Caracteriza-se por

aumento do volume dos ovários e redução do volume intravascular por transferência de líquido para o terceiro espaço

e está associado a complicações graves relacionadas com alterações hidroelectrolíticas e fenómenos

tromboembólicos.

Os autores descrevem o caso clínico de uma mulher de 36 anos, saudável, não fumadora, com índice de massa

corporal de 21, submetida a ciclo de fertilização in vitro com transferência de 2 embriões. Doze dias após a

administração da hCG iniciou um quadro clínico, laboratorial e imagiológico compatível com SHEO. Foi internada e

medicada com heparina de baixo peso molecular (HBPM) em dose profilática, tendo tido alta após oito dias,

clinicamente melhorada.

Cinco semanas depois iniciou um quadro de dor, edema e parestesias cervicais e no membro superior esquerdo. A

ecografia pélvica revelou uma gravidez gemelar evolutiva com 9 semanas e 5 dias. O estudo doppler da vascularização

cervical demonstrou trombose venosa do tronco braquiocefálico esquerdo, pelo que iniciou HBPM em dose

terapêutica. A gravidez decorreu sem outras intercorrências.Teve um parto por cesariana às 35 semanas por

alterações fluxométricas do 1º feto, com dois nados vivos saudáveis. A terapêutica com HBPM foi mantida até às 6

semanas de puerpério.

A trombose venosa está descrita como uma complicação rara do SHEO, e em 71% dos casos ocorre nos membros

superiores. Frequentemente ocorre após resolução do quadro clínico, pelo que deve existir um elevado índice de

suspeição para o diagnóstico atempado desta situação potencialmente fatal.

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POSTER 40

COMPLICAÇÕES PER E PÓS OPERATÓRIAS DO SERVIÇO DE GINECOLOGIA – CASUÍSTICA DE 2012

Cardoso A, Almeida D, Leal M.

Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar do Porto – Dir. Prof. António Tomé

Introdução: Qualquer ato cirúrgico é passível de complicações, quer durante a cirurgia, quer no peri-operatório. Este

trabalho tem como objetivo identificar as complicações per e pós operatórias das cirurgias ginecológicas realizadas em

regime de internamento no Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar do Porto no ano de 2012; classificar as

complicações e conhecer o tipo de tratamento instituído.

Métodos: Análise retrospetiva individualizada dos processos clínicos com codificação ICD-9 referente a “Complications

of surgical and medical care” (996-999) de 01 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2012.

Resultados: Das 1672 cirurgias ginecológicas realizadas em regime de internamento, verificaram-se 55 casos de

complicações per ou pós operatórias (3,3%). Os 55 doentes apresentavam uma média de idade de 49,5 anos (±13,4

anos); 36,3% das doentes apresentavam comorbilidades e 56,3% tinham antecedentes de cirurgia abdominal.

Ocorreram 23 casos de complicações hemorrágicas (42%), 15 casos de laceração do trato genitourinário, digestivo ou

muscular (27%), 14 casos de complicações infeciosas e/ou deiscência de ferida operatória (25%), 2 casos de

perfuração uterina (4%) e 1 caso de evisceração (2%). Não houve casos de complicações tromboembólicas nem de

mortalidade cirúrgica. O tratamento instituído foi, em 70,9% dos casos, de suporte/expectante e 29,1% exigiram

correção cirúrgica intraoperatória ou reintervenção cirúrgica. O aumento médio de internamento no Serviço foi de 4

dias.

Conclusão: A taxa de complicações é semelhante à descrita na literatura. A prevenção e a identificação precoce das

complicações cirúrgicas é o mais importante, permitindo o tratamento atempado e adequado.

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POSTER 41

COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA GINECOLÓGICA – ANÁLISE CRÍTICA DE UM SISTEMA DE

CLASSIFICAÇÃO

Cardoso A, Almeida D, Leal M.

Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar do Porto – Dir. Prof. António Tomé

Introdução: Todos os procedimentos cirúrgicos estão associados, em maior ou menor grau, à possibilidade de

existência de complicações. Estas devem ter uma classificação que permita a avaliação de diferentes técnicas

cirúrgicas e que contribua para a avaliação da qualidade dos serviços. Este trabalho tem como objetivo classificar as

complicações per e pós operatórias das cirurgias realizadas em regime de internamento do Serviço de Ginecologia do

Centro Hospitalar do Porto no ano de 2012.

Métodos: Análise retrospetiva de 55 casos de complicações per e pós operatórias e classificação das complicações em

sete graus de gravidade (Dindo et al, 2004); análise crítica das vantagens e limitações do sistema de classificação no

âmbito da ginecologia geral.

Resultados: Os 55 casos de complicações per e pós operatórias foram classificados em grau I – 13%; grau II – 40%;

grau IIIb – 43%; grau IVa – 2%; grau IVb – 2%. Não houve casos de complicações grau V.

Discussão e conclusão: Esta classificação é útil para aferir a gravidade das complicações e a sua característica mais

importante é permitir inferir o tipo de tratamento instituído. As limitações desta classificação em sete grupos estão

relacionadas com a incapacidade de distinguir os casos em que a correção cirúrgica é realizada intraoperatoriamente

dos casos em que é a correção é realizada no contexto de uma reintervenção e com o facto de não avaliar as sequelas

decorrentes das complicações cirúrgicas.

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POSTER 42

GRAVIDEZ EM FALÊNCIA OVÁRICA PRECOCE – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Castro A.*, Almeida D., Pereira, I.S., Moutinho O., Guimarães, J.M.

Maternidade Júlio Dinis

*Interna de Ginecologia/Obstetrícia do CHTMAD a realizar estágio de Medicina da Reprodução na Maternidade Júlio Dinis

A falência ovárica precoce (FOP) define-se como menopausa antes dos 40 anos e afeta aproximadamente 1% das

mulheres. Pode ser idiopática ou associada a exposições tóxicas, anomalias cromossómicas ou doenças autoimunes.

Descreve-se um caso clínico de FOP.

Mulher de 36 anos, nulípara, referenciada à consulta de Apoio à Fertilidade para doação de ovócitos por FOP.

Antecedentes pessoais irrelevantes, menarca aos 11 anos, ciclos regulares. Sem história familiar de menopausa

precoce. Suspendeu contracetivo oral em Agosto de 2012 por desejo de engravidar, apresentando-se amenorreica

desde então. Nas análises de Novembro de 2012, apresenta FSH 39,2mUI/mL, LH 20,6mUI/mL e estradiol 13,1pg/mL.

A função tiroideia e os valores de prolactina eram normais. Novo doseamento hormonal revelou FSH 21mUI/mL, LH

17,5mUI7ML e estradiol 53,2pg/mL. No exterior, realizou, em Fevereiro de 2013, estimulação ovárica com

gonadotrofinas (300U de FSH recombinante) durante 6 dias, com desenvolvimento de um folículo de 18mm e sem

posterior avaliação. Em Abril de 2013, nesta consulta, a avaliação ecográfica revelou espessamento endometrial

(14mm), imagem hipoecogénica com halo hiperecogénico, ovários atróficos (sem folículos antrais). Por a imagem ser

suspeita de saco gestacional, pediu-se avaliação analítica, incluindo β-HCG sérico (β-HCG 2652U/L, FSH 0,8mUI/mL, LH

0,2mUI/mL e estradiol 174,9pg/mL). Cinco dias depois, a ecografia revelou saco gestacional intrauterino de 1,31cm,

com vesícula vitelina, compatível com 5 semanas e três dias de gravidez.

Perante um casal infértil e no contexto de FOP, a tentativa de estimulação folicular com doses elevadas de

gonadotrofinas não deve deixar de ser ponderada antes da indicação para doação de ovócitos.

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POSTER 43

ÚTERO DIDELFOS COMO CAUSA DE METRORRAGIAS

Martins, AC; Sousa, AM; Djokovic, D; Toller, A; Bacalhau, D; Lilaia, C

Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital S. Francisco Xavier.

O aparelho genital feminino diferencia-se a partir dos canais de Müller, que dão origem às trompas, útero e terço

superior da vagina. A aplasia dos canais de Müller, as perturbações da sua fusão e as anomalias de reabsorção do

septo intermülleriano, dão origem a malformações, cuja prevalência se estima entre 0.004 e 3,8%.

Os autores relatam o caso de uma jovem de 25 anos, referenciada à consulta de ginecologia por spotting persistente

com cerca de 6 meses de evolução e sensação de peso ou desconforto pélvicos frequentes. A utente tinha como

antecedentes ginecológicos menarca aos 12 anos, toma de contracetivo oral combinado por curto período (durante a

qual persistiram as queixas) e dois episódios de doença inflamatória pélvica, ambos com internamento noutros

hospitais. No exame ginecológico, apresentava colo sem leões aparentes e, à direita do mesmo, outro orifício vaginal

com saída de muco ensanguentado em pequena quantidade. Ao toque vaginal verificou-se um abaulamento da

vagina, lateralmente, à direita.

Realizou ecografia pélvica endovaginal, que revelou útero bicórneo, sem outras alterações, parecendo ver-se um só

colo e, posteriormente, ressonância magnética pélvica, que revelou a presença de útero didelfos bicoli, sem outras

anomalias associadas.

Este caso mostra que os processos de fusão e de reabsorção no desenvolvimento das estruturas Müllerianas podem

ser afetados a diferentes níveis, podendo resultar em malformações “atípicas”, que não se enquadram em nenhuma

das classificações existentes. A propósito deste caso, os autores fazem uma breve revisão bibliográfica sobre as

malformações Müllerianas e suas possíveis manifestações clínicas.

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POSTER 44

TUMORES DE BRENNER DO OVÁRIO – UM DIAGNÓSTICO CLINICO DESAFIANTE

10 ANOS DE EXPERIÊNCIA DO IPOLFG

Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Ana Francisca Jorge

Serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa – Francisco Gentil

Introdução: Os Tumores de Brenner (TB) são tumores raros, constituídos por células epiteliais semelhantes ao urotélio

e células do estroma. Com maior incidência na quinta década de vida, são frequentemente um achado histológico

inesperado. Apesar de maioritariamente serem benignos, podem ser borderline ou, raramente, malignos. Mesmo

quando benignos, podem apresentar características suspeitas nos exames complementares de diagnóstico, motivo

pelo qual constituem um desafio diagnóstico. Os autores pretendem fazer uma revisão dos casos diagnosticados e

tratados na instituição nos últimos 10 anos.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos TB diagnosticados entre 2003 e 2013 (n=10). Analisámos características

demográficas, clínicas, imagiológicas, analíticas, histológicas e follow-up.

Resultados: A idade média das mulheres foi 55,8±9,2 (44-69) anos sendo que 70% se encontravam na menopausa.

Dos casos identificados, 80% eram TB benignos e 20% borderline. Clinicamente 80% das doentes eram assintomáticas

sendo que as 2 mulheres sintomáticas apresentavam patologia uterina (útero miomatoso e adenocarcinoma

endométrio). Em nenhum caso se verificou aumento dos marcadores tumorais. Na nossa amostra, em 50% dos casos

(n=5), os tumores foram achados ecograficos, sendo que em 4 destes casos a ecografia era suspeita de

malignidade.(só um destes se verificou ser um TB borderline) .Das 5 mulheres em que o diagnostico de tumor do

ovário foi feito apenas após o exame anatomo-patológico, 3 foram operadas por patologia do útero e 2 fizeram

ooforectomia profilática por risco familiar.

Conclusão: Os TB são raros, maioritariamente benignos e assintomáticos sendo frequentemente um achado ao exame

objectivo, na ecografia pélvica ou no exame histológico. É frequente serem suspeitos ao exame imagiologico o que ,

associado à idade de aparecimento, motiva por vezes uma atitude mais interventiva por parte dos clínicos.

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POSTER 45

TUMOR ESTROMAL ESCLEROSANTE DO OVÁRIO - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Ana Francisca Jorge

Serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa–Francisco Gentil

Introdução: O tumor estromal esclerosante (TEE) é um tipo de tumor dos cordões sexuais/estroma (TCS/E)

extremamente raro, que ocorre predominantemente na segunda e terceira décadas de vida. Apresenta características

histológicas muito especificas que os distingue dos outros tumores do estroma e o seu tratamento é cirúrgico. Os

autores pretendem apresentar um caso clínico de TEE e fazer uma revisão teórica do tema.

Caso clínico: Adolescente de 15 anos de idade, sem antecedentes pessoais relevantes. Menarca 11 anos; Gesta0Para0.

Referenciada à consulta de ginecologia por algias pélvicas e irregularidades menstruais. Ao exame objectivo palpava-

se massa pélvica, móvel e indolor na área anexial esquerda. Na ecografia pélvica observou-se tumor anexial esquerdo,

com critérios sugestivos de malignidade; Marcadores tumorais normais. Foi submetida a laparotomia com

anexectomia unilateral esquerda com exame extemporâneo sugestivo de benignidade. O diagnóstico histológico foi

TEE. A doente encontra-se actualmente bem, sem sinais clínicos ou imagiológicos de doença.

Discussão: Os TEE são uma entidade benigna rara, representando 2-6% dos tumores do estroma ovárico.

Contrariamente aos outros tumores do estroma, os TEE surgem em idades jovens e os sintomas de apresentação mais

frequentes são as irregularidades menstruais e algias pélvicas, sendo raras as manifestações hormonais. Embora

imagiologicamente estes tumores possam suscitar suspeição de malignidade, não estão descritos na literatura TEE

malignos, sendo a terapêutica indicada a cirurgia conservadora. Neste sentido, é importante ter presente esta

hipótese diagnóstica quando estamos perante uma mulher jovem com tumor anexial suspeito, no sentido de evitar o

sobretratamento.

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POSTER 46

TUMOR DE CÉLULAS DA GRANULOSA JUVENIL E PUBERDADE PRECOCE PERIFÉRICA: UMA CAUSA

RARA DE UMA ENTIDADE RARA

Ana Teresa Marujo, Lúcia Correia, Mara Rocha, António Gomes, Gabriela Canas, Filomena Pereira, Ana Francisca Jorge

Serviço de Ginecologia e Pediatria do Instituto Português de Oncologia de Lisboa – Francisco Gentil

Introdução: Os Tumores de Células da Granulosa Juvenil (TCGJ) representam 5% dos tumores do ovário até aos 20

anos de idade, e estão associados a excelente prognóstico, pelo que a cirurgia conservadora está indicada nos

estádios precoces. Quando surgem na infância, em 80% dos casos actuam como fonte periférica de estrogénios,

levando ao aparecimento de caracteres sexuais secundários(CSS) provocando um quadro de puberdade precoce

periférica (PPP). A PPP é uma entidade rara e o seu tratamento consiste na remoção cirurgica da fonte de estrogénios.

Os autores apresentam um caso clínico de PPP causada por um TCGJ.

Caso Clínico: Criança do sexo feminino, 3 anos de idade, referenciada à consulta de pediatria por algias pélvicas e

episódio de hemorragia uterina com uma semana de duração. À observação apresentava desenvolvimento psico-

motor normal, presença de botões mamários e pêlos púbicos que teriam surgido cerca de 2 meses antes da

hemorragia uterina. Ao exame objectivo destacava-se uma massa pélvica lateralizada à esquerda. Ecograficamente

identificou-se um tumor anexial esquerdo (8cm) e analiticamente verificou-se hiperestrogenismo (estradiol 107pg/mL;

restantes valores hormonais normais). Submetida a anexectomia esquerda, com diagnóstico histológico final de um

TCGJ. Aos 2 meses pós cirurgia, verificou-se regressão completa dos CSS e os níveis de estradiol normalizaram

(<10pg/mL). A doente encontra-se bem, 8 anos após a cirurgia, com desenvolvimento pubertário normal.

Discussão: A puberdade precoce é pouco frequente sendo que a PPP representa apenas 20% dos casos. Apesar de ser

uma causa rara, a hipótese de TCGJ deve estar presente quando se faz o diagnostico diferencial, pois a cirurgia é

curativa.

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POSTER 47

MASSA ANEXIAL NO CONTEXTO DE TUMORES SÍNCRONOS DO PULMÃO E CÓLON – CASO

CLÍNICO

Ana Paula Reis, Ana Isabel Rodrigues, Alexandre Morgado, Eugénia Fernandes

Serviço de Ginecologia, Centro Hospitalar do Porto (CHP)

Introdução: As massas anexiais são achados clínicos comuns. Na sua avaliação, a história clínica, os marcadores

tumorais e as imagens de ecografia/tomografia computadorizada (TC) podem ser bastante úteis se a natureza da

massa for incerta. O diagnóstico diferencial entre etiologia ginecológica ou outra representa um verdadeiro desafio

clínico.

Caso Clínico: Mulher de 67 anos, assintomática, referenciada à consulta por tumefacção complexa do anexo esquerdo

com 13x9 cm. Doseamento de Ca125 ligeiramente aumentado (73,4 U/ml) e níveis séricos de CEA normais. Realizou

TC toraco-abdómino-pélvico, evidenciando volumosa lesão quística complexa, multinodular, na região anexial

esquerda com 13x9 cm, ascite de pequeno volume e nódulo pulmonar direito, de aspecto espiculado suspeito, com 17

mm. Efetuada biópsia pulmonar, cujo exame histológico revelou adenocarcinoma primitivo do pulmão (perfil

imunohistoquímico:CK7+;CK20-;TTF-1+). Em reunião multidisciplinar de Oncologia foi decidido abordagem cirúrgica da

massa anexial para exclusão de tumor síncrono do ovário. A doente foi submetida a laparotomia exploradora e

cirurgia citorredutora de cancro de ovário. O exame histológico da massa anexial revelou adenocarcinoma do tipo

intestinal (CK7-;CK20+;TTF-1-). O TC abdómino-pélvico pós-operatório identificou área de estenose luminal entre o

cólon sigmóide e o descendente. Por quadro de oclusão intestinal, foi posteriormente submetida a ressecção tipo

Hartmann da transição recto-sigmóideia, confirmando-se adenocarcinoma intestinal bem diferenciado.

Conclusão: Nem sempre tumefacções anexiais suspeitas têm ponto de partida nos ovários ou trompas. A ocorrência

de tumores de origem intestinal deve ser considerada, uma vez que, aproximadamente 1 a 2 % dos carcinomas do

cólon e do intestino delgado irão metastizar para os ovários.

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POSTER 48

LINFOMA PRIMÁRIO DO COLO DO ÚTERO: CASO CLÍNICO

Regalo A., Caseiro L., Matias I., Pina F., Fernandes F.

Hospital Espírito Santo, Évora

INTRODUÇÃO: O linfoma do colo do útero é uma entidade clinica rara, com apenas cerca de 70 casos reportados até à

data, estimando-se que constituam apenas 0,008% dos tumores primários do colo e 1 a 2% dos linfomas

extraganglionares. O quadro clínico mais comum é a hemorragia uterina anormal. Este caso clínico descreve um caso

de linfoma primário do colo com quadro inaugural de Trombose Venosa Profunda (TVP) do Membro Inferior Direito

(MID).

CASO CLÍNICO: Mulher de 40 anos, com quadro de dor, edema MID e claudicação da marcha. Após realização de TAC

pélvica, que descreveu uma lesão atípica do colo do útero, com vários conglomerados adenopáticos a condicionar

compressão venosa, linfática e hidronefrose à direita, foi internada com o diagnóstico de TVP por bloqueio pélvico

por neoformação do colo do útero, sob enoxaparina e varfarina. O diagnóstico histológico de Linfoma Não Hodgkin

Folicular de grau 2 foi alcançado pela histeroscopia cirúrgica com biópsia dirigida de lesão cervical, tendo inciado

quimioterapia com rituximab. Ao 7º mês de follow up, após 1 ciclo de R-CHOP e 8 de R-CVP em regime de

ambulatório, com redução de 50% da massa tumoral, realizou re-estadiamento com PET, que não detectou

alterações, pelo que iniciou terapêutica de manutenção com rituximab.

CONCLUSÃO: O linfoma primário do colo uterino é uma neoplasia rara mas de importância clínica. Quando do

diagnóstico, a grande maioria dos casos encontra-se no estadio IE. As doentes com doença localizada respondem a

terapêutica cirúrgica, quimioterapia e/ou radioterapia.

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POSTER 49

LEI DAS SÉRIES - GRAVIDEZ ECTÓPICA

Vieira B., Rocha A., Maciel R., Carvalho S., Teixeira M., Buchner G., Candoso B., Taborda F., Costa V.

Centro Hospitalar do Porto – Unidade Maternidade Júlio Dinis (MJD)

Esta descrita que a prevalência de gravidez ectópica entre mulheres que recorrem ao Serviço de Urgência (SU) com

metrorragia no 1º trimestre, dor abdominal ou ambos se encontra entre os 6 e os 16%. O número de casos

diagnosticados e tratados na MJD em 2012 foi de 35.

Os autores apresentam três casos clínicos, diagnosticados no SU no mesmo dia, com amenorreia, metrorragia, dor

abdominal.

Relativamente à primeira utente verificou-se βHCG de 1151U/L e na ecografia transvaginal (ecoTV) constatou-se

tumefacção anexial com 12X12 mm, contendo embrião com 4mm com actividade cardíaca presente. No 2º verificou-

se βHCG de 471U/L. Na ecoTV constatou-se líquido livre no fundo de saco e uma tumefacção paraovárica com 36 mm

de maior diâmetro. O 3º caso, apresentava-se com βHCG de 3444U/L, e na ecoTV verificou-se tumefacção anexial com

28X26mm.

As doentes ficaram internadas com o diagnóstico de gravidez ectópica tubar, para tratamento. No 1º caso foi

efectuada salpingectomia unilateral laparoscópica, no 2º caso optou-se por atitude expectante, por suspeita de

abortamento tubar e no 3º caso instituiu-se tratamento médico, com metotrexato. Os três casos apresentaram uma

evolução favorável após o tratamento, todos com normalização do valor de βHCG.

O alto nível de suspeição é fundamental para o diagnóstico de gravidez ectópica. O tratamento deverá ser orientado

de acordo com cada situação clínica.

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POSTER 50

CORRECÇÃO CIRÚRGICA DO PROLAPSO DE ÓRGÃO PÉLVICO APÓS HISTERECTOMIA –

RESULTADOS ANATÓMICOS, COMPLICAÇÕES E FOLLOW-UP

Castro C, Pereira I, Mendes S, Henriques A, Ribeirinho AL, Lourenço AV.

Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução – Hospital de Santa Maria, CHLN

Objectivo: Avaliar os resultados da correcção cirúrgica do prolapso de órgão pélvico (POP) após histerectomia

recorrendo à colocação de rede vaginal ou sacrocolpopexia.

Métodos: Estudo retrospectivo que incluiu todas as doentes com POP sintomático após histerectomia, submetidas a

colocação de rede vaginal ou sacrocolpopexia entre 2006 e 2011 na nossa Unidade de Uro-Ginecologia. Analisámos as

características demográficas da população, complicações intra-operatórias, a curto e longo prazo e resultados

anatómicos ao longo de um período de follow-up de 24 meses.

Resultados: Foram avaliadas 53 mulheres. No grupo submetido a sacrocolpopexia (37,7%), os pontos médios do

prolapso previamente à cirurgia, com base na classificação POP-Q, eram 2,19 para o ponto Ba, 4,24 para o ponto C e

2,96 para o ponto Bp. Obteve-se em média uma melhoria de 4,27/4,19 no ponto Ba, 11,56/10,54 no ponto C e

4,29/5,25 no ponto Bp, aos 12/ 24 meses de follow-up.

No grupo submetido a colocação de rede vaginal (62,3%), os pontos médios do prolapso previamente à cirurgia eram

0,93 para o ponto Ba, 1,60 para o ponto C e 1,59 para o ponto Bp. Registou-se igualmente uma melhoria anatómica

aos 12 e 24 meses de follow-up (2,85/2,87 no ponto Ba, 10/10 no ponto C e 6/6 no ponto Bp).

Nas 53 cirurgias realizadas registaram-se 2 casos de perfuração vesical (ambos no grupo da sacrocolpopexia), 1 caso

de hematoma pélvico com resolução espontânea (no grupo da rede vaginal) e 2 casos de erosão da mucosa vaginal,

resolvidos com aplicação tópica de estrogénios (ambos no grupo da rede vaginal).

Conclusão: A sacrocolpopexia e a colocação de rede vaginal, quando efectuadas por Uro-ginecologistas experientes,

são ambas técnicas cirúrgicas eficazes e seguras na correcção de POP após histerectomia.

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POSTER 51

Utilização de slings transobturadores sub-uretrais no tratamento da incontinência urinária – 8 anos de experiência com TVT-O Pereira I, Castro C, Mendes S, Martins I, Henriques A, Ribeirinho AL, Lourenço AV

Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução– Hospital de Santa Maria, CHLN

Objectivo: Reportar a experiência da nossa Unidade de Uro-ginecologia no tratamento de incontinência urinária

utilizando o sling transobturador sub-uretral TVT-O.

Métodos: Estudo retrospectivo que incluiu todas as mulheres com incontinência urinária mista (IUM) ou de esforço

(IUE) submetidas a tratamento cirúrgico com TVT-O, entre 2004 e 2012, na nossa Unidade de Uro-ginecologia.

Avaliámos as características demográficas da população, desfecho clínico, complicações intra-operatórias e ao longo

do período de follow-up e impacto na qualidade de vida, utilizando o King’s Health Questionnaire (KHQ).

Resultados: Foram avaliadas 281 mulheres. Previamente à cirurgia, 203 apresentavam IUE e 137 IUM; 217 tinham um

stress teste positivo e em todas as outras o teste foi positivo após a correcção de POP; 121 foram submetidas a

correcção cirúrgica de POP e TVT-O e nas restantes foi efectuado apenas TVT-O.

Verificou-se uma taxa de cura de 95,1% (stress teste negativo) aos 12 meses de follow-up, 93,6% aos 24 meses, 96,2%

aos 36 meses e 95,2% aos 48 meses.

Com base no KHQ registou-se uma melhoria na qualidade de vida de 26 pontos aos 12 meses de follow-up, 27 pontos

aos 24 meses, 28 pontos aos 36 meses e 30 pontos aos 48 meses.

Nas 281 cirurgias realizadas ocorreram 5 casos de perfuração da mucosa vaginal, 3 casos de hemorragia intra-

operatória significativa, 1 caso de lesão uretral e 1 caso de hematoma pélvico com resolução espontânea. Durante o

follow-up registaram-se 3 casos de erosão da mucosa vaginal, 1 caso de extrusão da rede, 3 casos de incontinência

urinária de urgência de novo e 1 caso de retenção urinária.

Conclusão: A colocação de TVT-O é um procedimento cirúrgico eficaz e seguro no tratamento da IUE.

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POSTER 52

TUMORES MALIGNOS DO OVÁRIO: CASUÍSTICA DE 5 ANOS - A EXPERIÊNCIA DA ULSAM

Elisabete Gonçalves, Ângela Santos, Sandra Ferreira, Avelina Almeida, Agostinho Carvalho, Domingos Magalhães

Serviço de Ginecologia e Obstetrícia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho

Introdução: Os tumores malignos do ovário representam um problema de saúde pública.

Nos países desenvolvidos já constituem o tumor ginecológico mais frequente, sendo também o mais letal, com uma

sobrevida aos 5 anos de 45%.

Objetivo: Avaliar o outcome das doentes com diagnóstico de tumor maligno do ovário tratadas e vigiadas na nossa

Instituição.

Metodologia: Estudo retrospetivo que incluiu 44 doentes com o diagnóstico de tumor maligno do ovário entre o

período de 2000 a 2005 com análise do tipo histológico, estadio FIGO, tratamento efetuado e follow-up.

Resultados e discussão: A idade média ao diagnóstico foi de 62.5 anos, sendo que 11.1% eram pre-menopáusicas.

O tipo histológico mais frequente foi o adenocarcinoma seroso. Relativamente ao estadiamento 48.8% apresentavam

estadio III, 28.8% o estadio I e 17.7% estadio IV; 1 caso correspondeu a metástase de tumor de Krukenberg. 86.3 % das

doentes foram consideradas para laparotomia exploradora como abordagem inicial. 86.4% realizaram quimioterapia

com taxol e cisplastina ou carboplatina.

13.6% das doentes ficaram sem vigilância por debilidade física, desistência ou mudança de área de residência.

Ao final de 5 anos 27.2% das doentes estavam vivas sem evidência de doença, 11.4% apresentavam doença, 27.2%

apresentaram óbito e 13.6% abandonaram a consulta.

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POSTER 53

O CANCRO DO ÚTERO E IMPACTO NA VIDA DA MULHER: CASUÍSTICA DE 5 ANOS - A

EXPERIÊNCIA DA ULSAM

Elisabete Gonçalves, Sandra Ferreira, João Pedro Prata, Avelina Almeida, Agostinho Carvalho, Domingos Magalhães

Serviço de Ginecologia e Obstetrícia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho

Introdução. O cancro do endométrio representa o tumor ginecológico mais frequente nos países desenvolvidos.

Ocorre essencialmente na pós-menopausa com pico de incidência na década dos 70.

A apresentação com sintomatologia precoce no curso da doença explica o prognóstico favorável, ainda que a taxa de

mortalidade tenha vindo a aumentar.

Objetivo: Avaliar o outcome das doentes com diagnóstico de cancro do útero tratadas e vigiadas na nossa Instituição.

Metodologia: Estudo retrospetivo que incluiu 80 doentes com o diagnóstico de tumor maligno do útero entre o

período de 2000 a 2005 com análise do tipo histológico, estadio FIGO, tratamento efetuado e follow-up.

Resultados e discussão: A idade média ao diagnóstico foi de 66.0 anos, sendo que 6.2% se encontravam na

perimenopausa. Cerca de 50% das doentes apresentavam pelo menos um fator de risco para adenocarcinoma do

endométrio.

O tipo histológico mais frequente foi o adenocarcinoma endometróide; 4 casos representavam sarcoma do estroma

endometrial e 2 casos carcinossarcomas. 7.6% dos tumores apresentavam G3 de grau diferenciação. Relativamente ao

estadiamento 84.8% apresentavam estadio I, 2.5% o estadio II, 10.1% o estadio III e 1.2% estadio IV.

Todas foram submetidas a laparotomia exploradora: 1 caso foi considerado inoperável; foi efetuada abordagem

ganglionar em 20.3% dos casos. 29.1 % das doentes realizaram radioterapia complementar.

6.3% doentes não mantiveram vigilância na nossa Instituição.

Ao final de 5 anos 74.7% das doentes estavam vivas sem evidência de doença, 12.7% apresentavam doença ou

encontram-se em vigilância por recidiva, 1.2% apresentou carcinoma da vulva e 5.1% apresentaram óbito.

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POSTER 54

CARCINOMA NEUROENDÓCRINO GÁSTRICO COM METASTIZAÇÃO OVÁRICA – REVISÃO DA

LITERATURA A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Vale Fernandes, E.1*; Rodrigues, F.1; Carvalho, L.1; Serrano, P.1; Jardim Pena, D1

.

1 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Braga, Braga, Portugal.

INTRODUÇÃO: Os tumores carcinóides (TC) são tumores neuroendócrinos raros que podem surgir em vários locais do

corpo. A maioria é proveniente do trato gastrointestinal (55%) e sistema broncopulmonar (30%). O seu potencial

metastático é elevado. No ovário os TC podem ser primários (frequentemente unilaterais e associados a um tumor de

células germinativas) ou metastáticos (raros, habitualmente bilaterais e resultantes de tumores primitivos do tubo

digestivo).

CASO CLÍNICO: Paciente de 47 anos referenciada ao Hospital de Braga com o diagnóstico de carcinoma de pequenas

células do ovário com diferenciação neuroendócrina (realizara laparotomia exploradora por quisto anexial esquerdo,

com anexectomia esquerda com rotura intra-operatória do quisto). Realizou TAC tóraco-abdómino-pélvica que

evidenciou envolvimento secundário do parênquima hepático e ovário contra-lateral e conglomerado adenopático

volumoso, superior ao tronco celíaco. Os marcadores tumorais revelaram enolase neuronal específica e cromogranina

elevadas com restantes marcadores normais. Por provável tumor neuroendócrino metastizado, completou estudo

com endoscopia digestiva, que revelou neoplasia gástrica ulcerada na grande curvatura do antro (carcinoma

neuroendócrino de células pequenas). Decidiu-se realização de quimioterapia com 6 ciclos de cisplatina e etoposídeo.

CONCLUSÃO: Este caso clínico raro corrobora que os TC podem metastizar para o ovário, sendo que nestes casos,

tipicamente, são bilaterais, originam-se do tubo digestivo e podem ocorrer com metástases síncronas envolvendo o

parênquima hepático.

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POSTER 55

QUISTO DO OVÁRIO: CIRURGIA LAPAROSCÓPICA EM ADOLESCENTES E MULHERES JOVENS

F.Neves, M. Santos, A. Marques e H. Leite

Maternidade Bissaya Barreto, CHUC

Introdução: O tratamento conservador do quisto do ovário consiste na enucleação do quisto do ovário, de modo a

preservar, tanto quanto possível, a função reprodutora. Nos últimos anos a laparoscopia tem sido usada com sucesso

no tratamento conservador de massas ováricas de características benignas em adolescentes e mulheres jovens.

Material e métodos: Estudo cross-sectional retrospetivo de 49 casos de mulheres entre os 10 e 25 anos submetidas a

cirurgia por diagnóstico de quisto do ovário benigno. Os dados foram retirados dos processos clínicos, desde 2008 a

2012 e foram analisados SPSS 20. O objetivo deste trabalho é avaliar a orientação clínica de adolescentes e mulheres

jovens com diagnóstico de quisto do ovário.

Resultados: Das 49 doentes, 31% (n=15) tinham idades compreendidas entre 20-25 anos e 69% (n=34) eram

adolescentes. Nas adolescentes o sintoma mais frequente foi dor pélvica (37%) e a maioria (53%) das mulheres jovens

era assintomática. Na maioria dos casos, o diagnóstico foi ecográfico, sendo nas adolescentes mais frequentes os

quistos simples (42%) e no outro grupo os quistos complexos (71%). Não se observou benefício diagnóstico aquando

da requisição de outros exames de imagem. O estudo anatomo-patológico confirmou em 98% dos casos a

benignidade das lesões, já referidas como tal pela ecografia. O Ca-125 foi normal em todos os casos. A dimensão

média dos quistos operados foi de 6,5 cm. A cirurgia de eleição foi a quistectomia laparoscópica (adolescentes,90% Vs

mulheres jovens, 73%), não havendo referência de nenhuma complicação intra ou pós-operatória.

Conclusão: A Laparoscopia é a abordagem mais consensual no tratamento cirúrgico de massas ováricas benignas na

população adulta e seu valor tem sido demonstrado, em alguns estudos, como preferível em grupos mais jovens, por

ter melhor impacto na fertilidade, ficando a laparotomia, geralmente, reservada quando há suspeita de malignidade.

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POSTER 56

HEMORRAGIA UTERINA ANORMAL PERSISTENTE NA PRÉ-MENOPAUSA: MORBILIDADE E CAUSAS

Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques

Serviço de Ginecologia, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPE

INTRODUÇÃO: A Hemorragia Uterina Anormal (HUA) representa cerca de 1/3 dos motivos de consulta ginecológica. É

na sua maioria, causada por patologia uterina estrutural, sendo, por vezes, difícil de controlar apenas com

terapêuticas médicas.

OBJECTIVO: Caracterizar a população de mulheres pré-menopáusicas operadas durante o ano de 2012 com o

diagnóstico de HUA, avaliar a gravidade da hemorragia e a histologia da peça operatória.

MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo observacional descritivo com avaliação das pacientes

pré-menopáusicas operadas durante o ano de 2012 por HUA persistente refractária a terapêutica médica (sendo

excluídas outras indicações cirúrgicas). Caracterizou-se a população de acordo com a idade e paridade. Foi avaliado o

nível de Hemoglobina (Hg) pré-operatório e o resultado histológico da peça.

RESULTADOS: Foram estudadas 55 mulheres, com mediana de idades de 46 anos (P25-75, 43-49), sendo a grande

maioria multíparas (83%). Pre-operatoriamente, 22% destas mulheres apresentavam Hg normal, 36% entre 10 e

12g/dL, 36% entre 7-10g/dL e 6% inferior a 7g/dL. Em termos histológicos, 40% das peças operatórias mostraram

miomas submucosos (MSM), 7% adenomiose, 11% polipos endometriais, em 31% havia presença em simultâneo de

MSM e adenomiose, em 7% de polipos e MSM, e em 2% a presença dos três. Apenas em 2% das situações foi

detectada a presença de Hiperplasia Simples sem atipia.

CONCLUSÕES: A HUA pré-menopáusica refractária a terapêutica médica é frequente e tem importante morbilidade,

causando anemia em 78% das doentes operadas. A grande maioria é causada por patologia estrutural uterina (98%). É

importante encontrar alternativas terapêuticas sem aumentar a morbilidade.

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POSTER 57

HEMATOMETRA VOLUMOSO PÓS-MENOPAUSA

Isabel de Barros Pereira, Carla Nunes, Alexandra Henriques, Ana Luísa Ribeirinho, Alexandre Lourenço

Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução, Centro Hospitalar Lisboa Norte - Hospital de

Santa Maria

Introdução: O hematometra é uma condição rara causada por obstrução do trato genital feminino inferior e consiste

na acumulação de fluxo menstrual na cavidade uterina. Apesar do predomínio das causas congénitas, em mulheres

mais velhas, a obstrução é geralmente adquirida e ocorre ao nível do colo. A incidência global de hematometra tanto

primário como secundário é baixa.

Caso Clínico: Mulher de 56 anos, raça negra, G5P5 (5 partos eutócicos) com menopausa espontânea aos 46 anos, sob

terapêutica hormonal desde há 2 anos e antecedentes de conização há 4 anos. Por dor pélvica com irradiação lombar,

com 3 dias de evolução e agravamento progressivo, recorreu ao serviço de urgência. À entrada apresentava útero

globoso, colo atrófico, com orifício externo encerrado, dor à mobilização e fundos-de-saco laterais abaulados.

Ecograficamente constatou-se volumoso hematometra de 63,6 mm de maior espessura na região ístmica. Foi

submetida a drenagem cirúrgica do hematometra e histeroscopia diagnóstica. Para exclusão de etiologia do foro

neoplásico foram realizadas biópsias do endocolo e do endométrio que não revelaram alterações.

Conclusão: A conização e a ocorrência de um período prolongado de hipoestrogenismo podem ocasionar estenose do

canal cervical. Nestas doentes, a administração de terapia hormonal de substituição pode resultar no aparecimento de

hematometra. A exclusão de patologia neoplásica é um componente essencial da conduta diagnóstica.

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POSTER 58

TUMOR BILATERAL DO OVÁRIO – LESÃO PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA?

Lúcia Correia, Ana Marujo, Vera Mourinha, António Gomes, Ana Francisca Jorge

Serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa – Francisco Gentil

Introdução: Os ovários são um local frequente de metastização, sendo o trato gastro-intestinal a principal localização

dos tumores primitivos. Os autores apresentam um caso exemplificativo desta realidade.

Caso clínico: Mulher caucasiana de 61 anos, gesta:1 para:1, com queixas de aumento do volume abdominal, diarreia e

hemorragia vaginal pós-menopausa. Realizou tomografia computorizada abdominal que revelou tumor misto bilateral

do ovário (à direita com 5,9x4cm e à esquerda com 13,4x11,4 cm, com critérios radiológicos de malignidade e sem

critérios de irressecabilidade), útero sem alterações e lesão estenosante da sigmóide. Foi pedida colonoscopia que

identificou, a 25 cm da margem anal, uma lesão vegetante circunferencial que se biopsou (diagnóstico histológico:

displasia de alto grau). A ecografia abdominal evidenciou a existência de três lesões nodulares hepáticas compatíveis

com metástases. Analiticamente apresentava CA125:1198,9U/mL, CEA:4,9ng/mL, HE4:80,8pmol/L e ROMA:84,16%.

Face às hipóteses diagnósticas de tumores síncronos ovário-sigmóide versus tumor primitivo da sigmóide com

metastização ovárica, foi submetida a cirurgia de estadiamento para o tumor do ovário e a resseção segmentar da

sigmóide e apendicectomia. A análise histológica e imunohistoquímica concluíram tratar-se de um adenocarcinoma de

baixo grau da sigmóide, com metástases ováricas (CK7-, CK20+), estádio pT4aN1M1, pelo que foi proposta para

quimioterapia paliativa.

Discussão: A distinção entre tumor primário e secundário do ovário constitui um dos maiores desafios

oncoginecológicos, uma vez que uma percentagem significativa de casos tem uma apresentação clínica e radiológica

semelhante. Perante a existência de lesões ováricas bilaterais deve ser ponderada a hipótese de patologia primária

extra-ovárica.

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POSTER 59

TORÇÃO ISOLADA DA TROMPA: UM CASO RARO DE ABDÓMEN AGUDO EM ADOLESCENTE

Inês Pestana, Anabela Rocha, Ana Margarida Póvoa

Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar de S. João

A torção da trompa é uma situação extremamente rara, sendo o diagnóstico feito, na maioria das vezes, no decurso

da cirurgia. O caso apresentado refere-se a uma adolescente de 14 anos que recorreu ao serviço de urgência por dor

abdominal intensa com cerca de 48 horas de evolução, inicialmente epigástrica e peri-umbilical e posteriormente

localizada na fossa ilíaca direita. Referia diarreia com 12 horas de evolução, náuseas e vómitos.

A doente apresentava temperatura auricular de 38ºC. O abdómen era doloroso à palpação na fossa ilíaca direita, com

Blumberg positivo e sinais de irritação peritoneal.

Analiticamente apresentava leucocitose com neutrofilia, PCR de 113 mg/l. Realizou ecografia abdominal que revelou,

em localização retrouterina e com provável origem no ovário direito, tumefação compatível com cisto simples, com

7,7 cm de maior diâmetro. O útero era normal e o parênquima ovárico estava preservado com fluxo normal. O

apêndice não apresentava alterações ecográficas.

Decidiu-se realizar laparoscopia em face do possível diagnóstico de apendicite aguda. Durante a cirurgia constatou-se

a presença de apêndice de características normais e tumefação volumosa, violácea a nível da trompa direita que se

encontrava torcida. Foi efetuada a salpingectomia direita e apendicectomia profilática.

O resultado histológico revelou trompa com cisto revestido internamente por epitélio simples, sem atipia, ambos com

congestão, hemorragia e infiltrado polimórfico.

Embora a torção da trompa seja rara, o diagnóstico diferencial nas situações de dor abdominal aguda deve ser

equacionado, porque e possibilidade de preservar a trompa, não comprometendo a fertilidade, depende da

precocidade do diagnóstico.

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POSTER 60

GRAVIDEZ MOLAR ECTÓPICA: IMPORTÂNCIA DA REVISÃO SISTEMÁTICA DOS RESULTADOS

HISTOLÓGICOS

Inês Pestana, Anabela Rocha, Bruna Melo, Ana Margarida Póvoa

Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar de S. João

A gravidez molar ectópica é uma situação rara. O caso clínico apresentado, refere-se a uma mulher de 35 anos que

recorreu ao serviço de urgência por algias abdominais intensas, associadas a vómitos, com duas horas de evolução.

Referia um teste de gravidez positivo e uma amenorreia de 7 semanas.

O exame ao espéculo era normal. O toque vaginal era globalmente doloroso não permitindo exploração detalhada.

Realizou ecografia transvaginal constatando-se a presença de saco gestacional, com embrião com 9,4 mm com

batimentos cardíacos a nível da trompa esquerda.

Analiticamente apresentava 12,4g/dl de hemoglobina e B-hCG de 62950 mUI/ml.

A doente foi submetida a laparoscopia face ao diagnóstico de gravidez ectópica. Intraoperatoriamente constatou-se a

presença de dilatação marcada da trompa esquerda a nível ampular compatível com gravidez ectópica e pequena

quantidade de sangue no fundo de saco. O ovário esquerdo e anexo direito estavam normais. Foi realizada

salpingectomia sem intercorrências. O exame anatomopatológico revelou: gravidez ectópica na trompa uterina

"esquerda", com aspetos morfológicos enquadráveis no diagnóstico de mola hidatiforme parcial, com hiperplasia

exuberante do trofoblasto vilositário.

Após o resultado histológico a doente fez novo doseamento de B-hCG que foi negativo e mantém vigilância em

consulta externa.

Conclusão: A gravidez molar na trompa é uma situação rara, cujo diagnóstico só é possível após o resultado

histológico da peça cirúrgica. É por isso fundamental a revisão sistemática dos resultados anatomopatológicos e o

elevado índice de suspeição face a valores elevados de B-hCG.

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POSTER 61

FIBROMIOMAS E GRAVIDEZ, O PAPEL DA MIOMECTOMIA – A PROPÓSITO DE UM CASO CLINICO

Maria José M. Morais1; Catarina Maia1; Jorge Castro1; Marcelina Carrilho2

1 Interno Complementar de Ginecologia/Obstetrícia; Centro hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E.

2 Assistente Hospitalar de Ginecologia/Obstetrícia; Centro hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E.

Introdução: A prevalência dos fibromiomas na gestação varia entre 1,6-10,7%.

A maioria das gestações em mulheres com fibromiomas cursa sem qualquer complicação relacionada com o mesmo.

Das complicações possíveis, a dor é a mais frequente com 5-15% das mulheres necessitando hospitalização para

controlo da mesma.

A gravidez tem sido considerada como contraindicação para Miomectomia. No entanto, vários estudos de casos-

controlos têm apontado para a sua segurança quando realizada no 1ª e 2ª trimestre. A sua indicação mais comum é a

dor incontrolável.

Caso clinico: 35 anos, IIGOP. Antecedentes de labilidade tensional. Encaminhada para a consulta externa por idade

materna avançada com 14s+3d. Ecograficamente é constatada volumosa formação de aspecto heterogéneo medindo

19x17x9cm. Foi pedida RMN abdomino-pélvica que revelou volumosa massa que ocupa parcialmente a cavidade

abdominal com 20x19x13cm com características predominantemente sólidas e extensas áreas de conteúdo cístico

internas. Admite-se tratar-se de mioma subseroso com extensa degenerescência cística.

Ás 15s +4d recorre ao Serviço de Urgência por queixas de dor abdominal. Proposto internamento para analgesia. Por

refractariedade da dor, foi proposta Miomectomia, procedimento cirúrgico que decorreu sem complicações

imediatas. O exame histológico confirmou tratar-se de um Fibromioma.

Gestação decorreu sem complicações até as 38s+3d altura em que foi proposto internamento por elevação tensional.

Cesariana por trabalho de parto estacionário. Puerpério sem intercorrências.

Conclusão: Apesar de múltiplos estudos revelarem a segurança da realização de Miomectomia durante o 1º e 2º

trimestre , esta deve ser apenas considerada como alternativa no caso de refractariedade ao tratamento médico

conservador.

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POSTER 62

GRAVIDEZ APÓS CANCRO

Carlos-Alves, M.; Neves, F.; Marques, I.; Belo, J.; Leite, H

Maternidade Bissaya-Barreto (MBB) – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

Diretora: Dra. Fernanda Águas

Introdução: O carcinoma da mama é a neoplasia maligna mais comum na mulher ocorrendo em cerca de 12% dos

casos entre os 24-34 anos. A sobrevida tem aumentado, razão pela qual os potenciais efeitos do tratamento e o

impacto na qualidade de vida se têm tornado particularmente importantes. O aumento da concentração de

estrogénios e progesterona inerente à gravidez poderá eventualmente acarretar maior risco de recorrência da

doença. Os autores descrevem um caso de carcinoma da mama em jovem submetida a mastectomia e quimioterapia

(QT), que engravida 8 anos após conclusão do tratamento.

Caso clínico: JIBO, 32 anos, G1P0, carcinoma da mama aos 24 anos (2004), submetida a mastectomia radical

modificada e QT neo-adjuvante e adjuvante. A gravidez foi espontânea, sem intercorrências obstétricas, vigiada em

Consulta de Risco Obstétrico da MBB. Durante a gravidez não se verificou recorrência da doença. O parto foi distócico

(ventosa) de termo, com recém-nascido saudável com 2860g e Índice Apgar 9/10/10.

Conclusão: A QT pode ter como consequência a falência ovárica precoce, pelo que atualmente se advoga o recurso à

criopreservação de embriões/ovócitos previamente à terapêutica antineoplásica. Neste caso não houve compromisso

da fertilidade, com gravidez espontânea 8 anos após conclusão da QT. O eventual impacto negativo da gravidez na

evolução da doença implica uma vigilância multidisciplinar no sentido de detetar atempadamente uma recorrência.

No caso descrito, a gravidez e o pós-parto decorreram sem intercorrências, mantendo-se livre de doença até à data.

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POSTER 63

TUMOR DO OVÁRIO – A DIFICULDADE DO DIAGNÓSTICO

Rodrigues, M*.; Quintas, A**.; Pereira, A.;*** Marques, I.****

*Interna de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta – Almada

** Assistente Graduada do Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário - Barreiro

***Chefe de Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário - Barreiro

****Directora do Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário – Barreiro

Introdução: Os tumores do ovário estão entre os dez cancros mais frequentes na mulher, afectando cerca de 225000

novas pacientes todos os anos1. Estes tumores apresentam-se clinicamente com sintomatologia vaga não existindo

um teste, laboratorial ou imagiológico, totalmente fiável para o seu diagnóstico. Sendo assim, a maioria é

diagnosticada em estadio III ou IV, sendo apenas 30% diagnosticados em estadio I2. Apesar dos avanços no

tratamento desta patologia a sobrevivência aos 5 anos têm-se mantido estável.

Existem de alguns marcadores tumorais para o cancro do ovário no entanto tratam-se de marcadores inespecíficos

sendo por vezes difícil efectuar o diagnóstico diferencial entre tumor benigno ou maligno.

Caso clínico: Mulher de 27 anos, IO: 2002, referenciada à consulta de Ginecologia do Centro Hospitalar Barreiro e

Montijo por massa anexial direita acompanhada de dor abdominal de aparecimento recente.

Foi efectuada ecografia que revelou massa anexial complexa de conteúdo sólido e quistico, com cerca de 75x62mm. A

doente apresentava Ecografia com cerca de 1 ano sem alterações relevantes.

Foi efectuada RM AP que confirmou as características da massa revelando aumento progressivo do tumor. Achados

compatíveis com provável cistadenocarcinoma. Os resultados analíticos não mostravam alterações, excepto o valor do

CA 125 que se encontrava francamente aumentado.

Foi proposta terapêutica cirúrgica. Verificou-se a existência de uma massa anexial com múltiplas aderências ao colon e

apêndice, sugestiva de endometrioma com torção do pedículo ovárico. Este diagnóstico foi confirmado pelo exame

anatomo-patológico.

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POSTER 64

¿¿MIOMA OU PLACENTA?? – A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA GINECOLÓGICA REGULAR

Rodrigues, M.*; Sarmento, R.**; Ramalho, L.***; Marques, I.****

*Interna de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta – Almada

**Assistente de Obstetrícia do Hospital Nossa Senhora do Rosário – Barreiro

***Assistente Graduada de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário – Barreiro

****Directora do Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário – Barreiro

Introdução: A ecografia constitui um exame de rotina efectuado em ginecologia,. Trata-se de um exame pouco

dispendioso e de fácil acesso dando informação útil e rápida acerca de múltiplas patologias da cavidade pélvica. No

entanto, o diagnóstico diferencial pode ser dificultado numa doente que não apresenta qualquer exame ou

seguimento prévio, pois diferentes massas/patologias podem apresentar ao exame ecográfico a mesma

ecogenicidade.

Caso Clínico: Doente de 38 anos, obesidade mórbida, GIPI, que se dirigiu ao SU de Ginecologia e Obstetrícia do

Hospital Nossa Senhora do Rosário por dor, tipo cólica, com aumento ligeiro do volume abdominal. Sem patologia

ginecológica conhecida. À observação verificou-se a presença de útero aumentado de volume, compatível com

gestação avançada (desconhecida pela doente).

Efectuou ecografia que revelou feto com biometrias de 36 semanas sem batimentos cardíacos. Não apresentava

alterações analíticas.

Procedeu-se à indução do trabalho de parto com o nascimento de um feto morto do sexo masculino com 2250g, IA

0/0. Por retenção placentar foi efectuada dequitadura manual com revisão instrumental. Verificou-se persistência de

útero volumoso e perdas hemáticas abundantes tendo efectuado nova curetagem guiada por ecografia que mostrou:

persistência de uma massa de grandes dimensões na parede posterior e cornoal direita com ecogenicidade igual à

placenta, sem plano de clivagem com o miométrio e com extensão à serosa. Efectuou-se cuidadosa exploração da

massa com cureta verificando-se a saída de material compatível com miométrio. O exame anatomo-patológico

confirmou a presença de leiomioma em degenerescência.

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POSTER 65

ESSURE: PODEMOS CONFIAR?

M. Barros 1, T. Carraca1, M. Martinho 1,2

1Serviço de Ginecologia e Obstetrícia; Centro Hospitalar de São João - E.P.E., Porto.

2Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto.

Introdução: A esterilização tubária por via histeroscópica com recurso aos dispositivos intratubáricos (DIT) Essure®

permite a esterilização feminina em regime de ambulatório sem recurso a anestesia geral ou incisões. É actualmente o

método de esterilização mais eficaz com uma eficácia contraceptiva de 99,8% e apresenta uma taxa de expulsão

baixa, de 2,2% sendo que a ainda mais rara e improvável após o período de três meses em que ocorre a reacção

tecidular que integrando os dispositivos produz a oclusão tubária.

Caso Clínico: Doente de 41 anos, sob terapêutica anticoagulante por trombose venosa central e com indicação médica

para contracepção definitiva tendo-lhe sido nesse contexto, proposto a esterilização por colocação de DIT (Essure®)

em Agosto de 2008. O procedimento decorreu sem intercorrências no dia 25/08/2008 tendo-se confirmado

radiograficamente o seu correcto posicionamento bilateral no segundo mês após a intervenção. Decorridos 26 meses

da sua colocação, a doente iniciou quadro de algias abdominais moderadas e metrorragia intensa. Cerca de 15 dias

após o inicio do quadro clínico, referiu perda vaginal de “peça metálica”. Por suspeita de exteriorização do Essure®

realizou ecografia transvaginal (2D e 3D) e radiografia pélvica que demonstraram o posicionamento correcto à

esquerda mas a sua ausência à direita. Reavaliada a situação optou-se por colocação de sistema intra-uterino

(Mirena®).

Conclusão: Apesar da esterilização histeroscópica por colocação de Essure® ser actualmente considerado o método

contraceptivo permanente mais eficaz, este caso clínico demonstra a possibilidade da expulsão tardia dos DIT.

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POSTER 66

GINECOLOGIA ONCOLÓGICA NO CENTRO HOSPITALAR COVA DA BEIRA

M. Barros1, C.M. Gomes1,2, J.A. Moutinho1,2, J. Martinez de Oliveira 1,2

1 Serviço de Obstetrícia e Ginecologia; Centro Hospitalar Cova da Beira - E.P.E., Covilhã

1,2 Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Covilhã.

Introdução: As taxas de mortalidade femininas por 100000 habitantes publicadas em 2008 para o distrito onde se

encontra inserido o Centro Hospitalar Cova da Beira-E.P.E (CHCB) são 205.7 para todos os tumores malignos, 28.6 para

tumores malignos da mama e 20 para tumores malignos génito-urinários.

Objectivo: Apresentar a actividade de ginecologia oncológica realizada num hospital distrital durante os últimos oito

anos.

Métodos: Análise retrospectiva do número de casos do foro da ginecologia oncológica acompanhados desde Janeiro

de 2005 até Junho de 2012.

Resultados: No período de tempo em estudo ocorreu um aumento gradual e significativo do número de mulheres

com neoplasia ginecológica assistidas no CHCB (Tabela 1). Quinze casos necessitaram de tratamento noutra instituição

e dezassete vinham referenciados doutro hospital. Realce ainda para alguns casos raros diagnosticados: carcinoma

primitivo da trompa, sarcoma ovárico, tumor filóide gigante da mama, carcinoma ovárico endometrióide desenvolvido

em adenofibroma endometrióide, neoplasia maligna mesenquimatosa com diferenciação muscular do útero,

carcinoma bilateral da mama, doença de Paget do mamilo e carcinoma microinvasivo do colo uterino com extensão

endometrial.

Conclusão: O número de casos de ginecologia oncológica assistidos no CHCB tem vindo a aumentar progressiva e

significativamente.

Tabela 1: Estatística de 2005 a Junho de 2012

2005-2006 2007-2008 2009-2010 2011-2012

Ginecologia oncológica 50 94 128 92 Carcinoma da mama 35 55 80 50 Carcinoma do endométrio 9 23 24 24 Carcinoma do ovário 2 8 12 8 Carcinoma do colo 2 2 3 6 Carcinoma da vulva 1 4 4 2 Carcinoma da vagina 0 0 1 1

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POSTER 67

SÍNDROME DE VESTIBULITE VULVAR

M. Barros1, J.A. Moutinho1,2, J. Martinez de Oliveira 1,2

1 Serviço de Obstetrícia e Ginecologia; Centro Hospitalar Cova da Beira - E.P.E., Covilhã

1,2 Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Covilhã.

Introdução: O Síndrome de Vestibulite Vulvar/vestibulodinia (SVV) define-se como dor vestibular provocada pela

pressão ou pelo coito e acompanhada de eritema vestibular de grau variável. Tende a surgir em mulheres pré-

menopáusicas, caucasianas em uso de contraceptivos orais, sendo inicialmente descrito como associado a processo

inflamatório crónico sub-clínico e hipersensibilidade do epitélio do vestíbulo à Candida albicans. Em casos

selecionados, e na ineficácia da terapêutica médica, está indicada a vestibulectomia.

Objectivo: Avaliar a eficácia de vestibulectomia em mulheres com SVV resistente à terapêutica médica.

Métodos: Análise retrospectiva de dez casos de doentes submetidas a vestibulectomia por SVV durante um período

de oito anos (2005-2012). Para avaliar o resultado da terapêutica instituída foi utilizada uma escala visual analógica de

dor para quantificação desta antes e depois da vestibulectomia.

Resultados: A média de idade foi 36,6 anos (18-54). Como métodos contraceptivos faziam uso de ACO (cinco),

implante progestativo (uma), preservativo (três) e nenhum (uma, menopáusica). Quatro doentes tinham partos

eutócicos prévios, com ocorrência de lacerações vaginais em dois e nascimento de recém-nascido macrossómico em

um. As queixas tinham uma duração média de 1,8 anos, não tendo melhorado com fluconazol (nove) ou

antidepressivos (quatro). O grau de dor era máximo antes da vestibulectomia (grau 5). Após a cirurgia todas revelaram

melhoria da intensidade da dor sendo que em seis casos desapareceu, e nas restantes diminuiu: em uma para grau 1,

em duas para grau 2 e noutra para grau 3.

Conclusão: A vestibulectomia revelou-se eficaz na regressão ou redução do grau de vestibulodinia.

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POSTER 68

TUMORES BORDERLINE DO OVÁRIO - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Mendonça, Rubina; Leal, Rui; Luz, Rita; Machado, Helena; Raimundo, José; Martins, Ana; Simões, Jorge; Martins,

Cidália; Matos, Isabel; Gonçalves, Matilde*

Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

Serviço de Ginecologia/Obstetrícia

*Serviço de Anatomia Patológica

Introdução: Os tumores borderline/de baixo potencial de malignidade do ovário, caracterizam-se por um

comportamento histopatológico e biológico intermédios entre a benignidade e a malignidade. Representam cerca de

10 a 20% de todas as neoplasias epiteliais do ovário, sendo a maioria (75%) diagnosticada no estadio I.Aparece

geralmente em mulheres mais jovens e tem sobrevida global muito boa contrariamente ao cancro invasivo.

Caso clínico: Mulher de 47 anos, referenciada por massa pélvica volumosa de aparecimento recente (2 meses de

evolução). Nos antecedentes, referia salpingooforectomia direita. A ecografia ginecológica mostrou formação no

ovário 175x160mm multiseptada no ovário, útero normal, fundo de saco posterior livre; a ressonância magnética

pélvica confirmou os achados da ecografia e a ausência de lesões secundárias. O CA125 era 59.4UI/mL. A doente foi

submetida a laparotomia tendo-se encontrado uma volumosa massa anexial esquerda (peso=4352g). Procedeu-se a

colheita de líquido ascítico, histerectomia total, anexectomia esquerda, omentectomia e apendicectomia. O exame

histopatológico final foi de “tumor mucinoso de baixo potencial de malignidade/borderline. pTis pN0 pM0. O líquido

ascítico foi negativo para células neoplásicas. Foi decidida a vigilância clínica.

Discussão: Neste caso, o volume tumoral seria mais a favor de patologia benigna do ovário, mas a sua velocidade de

crescimento poderia apontar para um tumor invasivo. Uma vez que o exame extemporâneo não excluiu malignidade,

apesar do impacto do estadiamento nos tumores borderline não estar claramente definido, optou-se por realizar

estadiamento cirúrgico completo. Dado o seu prognóstico favorável, a vigilância sem tratamento adjuvante, parece

ser uma conduta adequada.

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POSTER 69

MASSAS ANEXIAIS BENIGNAS EM IDADE FÉRTIL E PÓS-MENOPAUSA.

Sandra V. Soares1; Isabel Sá1; Umbelina Ramos2, Mª Céu Rodrigues1, Maria João Carinhas1

1Serviço de Ginecologia e Obstetrícia,

2Serviço de Anatomia Patológica, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto.

Introdução – A massa anexial (ovárica, tubar ou envolvendo tecido conjuntivo circundante) é um problema comum

em Ginecologia. Podem ser sintomáticas ou descobertas incidentalmente em exames realizados por outros motivos.

Algumas regridem espontaneamente e outras requerem intervenção cirúrgica para o seu diagnóstico histológico e

tratamento.

Objectivo – Revisão de casos de massas anexiais benignas tratadas cirurgicamente na nossa Instituição, num período

de 2 anos.

Materiais e Métodos: Incluímos 154 doentes consecutivas, com massas anexiais benignas, tratadas cirurgicamente.

Analisámos os seus registos clínicos, considerando dados epidemiológicos, clínicos, analíticos, imagiológicos e

histológicos.

Resultados: A média da idade das doentes foi 43.8 anos (SD 14.1), sendo 43% multíparas, 74% em idade fértil e 26%

em menopausa. Cerca de 52% das doentes eram sintomáticas e as algias pélvicas a queixa mais frequente,

encontrando-se em 87.5%. Nas doentes assintomáticas, o seu diagnóstico foi maioritariamente incidental em

ecografia de rotina. 9% tinham antecedentes cirúrgicos por patologia uterina ou anexial. Em 83.5% dos casos a massa

anexial tinha origem ovárica. Os achados histológicos mais frequentes foram, endometrioma e teratoma cístico

maduro nas doentes em pré-menopausa, cisto simples e cistadenofibroma nas doentes em menopausa.

Conclusões: No grupo estudado verificou-se que a maioria das doentes encontravam-se em idade fértil, eram

sintomáticas, tinham massas de origem ovárica e os tipos histológicos mais frequentes foram os endometriomas e

teratomas císticos benignos.

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POSTER 70

EMBOLIZAÇÃO DAS ARTÉRIAS UTERINAS: OPÇÃO TERAPÊUTICA?

Sofia Estevinho1, Evanira Sousa1, Rita Ribeiro1, Madalena Nogueira2

Serviço de Ginecologia- Obstetrícia, Hospital de Santarém

1 Interna de Ginecologia/Obstetrícia,

2 Assistente graduada em Ginecologia/Obstetrícia

Introdução: Os miomas uterinos são os tumores ginecológicos mais comuns na mulher em idade reprodutiva. As

opções terapêuticas incluem o tratamento médico (análogos da GnRH, contracetivos hormonais e progestagénios) e a

terapêutica cirúrgica (miomectomia vs histerectomia por laparotomia ou laparoscopia, ressetoscopia). Outra opção

terapêutica, tantas vezes esquecida, é a embolização das artérias uterinas (EAU). Esta técnica tem como objetivo

primordial induzir necrose isquémica dos miomas, sem grandes efeitos adversos. O sucesso desta técnica é avaliado

pela melhoria dos sintomas de dor, menorragia, qualidade de vida e rápida recuperação pós-procedimento.

Caso clinico: Utente de 44 anos,G1P1, enviada à consulta de Ginecologia por anemia e menorragias/ hipermenorreia,

com um ano de evolução. Ao exame objetivo palpava-se um útero globoso. Ecograficamente apresentava útero

aumentado de volume (160 mm no eixo longitudinal) com 2 formações sugestivas de miomas: uma intramural com

130x100mm e outra, fúndica, com 30mm. Foi proposta como terapêutica a histerectomia, que a utente recusou, uma

vez que era seu desejo preservar o útero. Desta forma, foi sugerida EAU que realizou um mês depois. Após 5 anos de

follow-up a utente encontra-se assintomática, com melhoria significativa da qualidade de vida, do quadro clinico e

diminuição acentuada do volume uterino.

Conclusão: A EAU representa um procedimento opcional efetivo no tratamento dos miomas sintomáticos. Pode ser

oferecida às pacientes a quem é proposta como única opção terapêutica a histerectomia e que desejam preservar o

útero.

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POSTER 71

INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ POR OPÇÃO DA MULHER:

MOTIVAÇÕES E CORRELAÇÕES CONTRACETIVAS

Sofia Oliveira do Vale1, Teresa Bombas2, António Almeida Silva3, Miguel Freitas1, José Martinez de Oliveira1,4

1Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã

2 Centro Hospitalar de Leiria Pombal, EPE

3 Unidade de Famalicão do Centro Hospital do Médio Ave, EPE

4 Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE

OBJETIVOS: Caracterizar a população que recorre a interrupção voluntária da gravidez por opção da mulher (IVG)

identificando as suas motivações e a contraceção utilizada antes e escolhida para depois da IVG.

MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospetivo, observacional, descritivo, transversal e quantitativo, baseado num

questionário anónimo, elaborado para o efeito, preenchido na consulta prévia da IVG. Foram incluídas 114

participantes. Na análise estatística foram realizados testes não paramétricos, de normalidade e de qui-quadrado.

RESULTADOS: A idade média das utentes que recorreram a IVG foi 28,8 ± 7,70 anos. A maioria das utentes ou não

utilizava nenhum método contracetivo (31,1%) ou usava preservativo masculino (36,3%) e/ou contracetivo oral

(30,1%), isoladamente ou em associação a outro método. A quase totalidade (99,1%) mostrou intenção de recorrer a

anticoncepção pós IVG escolhendo um método mais eficaz do que aquele que anteriormente usava. A motivação para

a IVG foi diversificada, tendo sido as principais motivações: dificuldades financeiras (44,4%), não querer ter (mais)

filhos (36,1%) e compromissos profissionais (28,7%).

CONCLUSÕES: A gravidez não planeada e o recurso a IVG relacionaram-se mais com o uso inconsistente de

contraceção do que com a sua não utilização, independentemente da idade. Condicionantes financeiras e

profissionais como o não querer (mais) filhos foram as motivações mais determinantes para a sua solicitação. Após a

IVG a escolha contracetiva privilegiou métodos com eficácia superior aos utilizados anteriormente.

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POSTER 72

DISGENESIA GONADAL MISTA – ORIENTAÇÃO CLÍNICA

Vânia Ferreira; Inês Vaz; Eugénia Fernandes

Centro Hospitalar Porto – Maternidade Júlio Dinis

Introdução: A Disgenesia Gonadal Mista caracteriza-se por mosaicismo com linhagem celular 45,X0 associada a uma

ou mais linhagens com o cromossoma Y (normal ou estruturalmente anómalo). A alteração gonadal pode traduzir-se

por gónadas de aspecto indiferenciado/rudimentares em fita (streak gonads) ou disgenesia gonadal uni/bilateral. A

apresentação fenotípica é variável. Os genitais podem ser femininos ou masculinos, ou pode existir algum grau de

ambiguidade genital.

Caso Clínico: Jovem de 18 anos, referenciada à consulta de Ginecologia Pediátrica e Adolescência (CGPA) por

disgenesia gonadal bilateral (cariótipo: mos 45,X0[27]/46, XY [23]). Submetida a gonadectomia bilateral, há dois anos,

cujo estudo histológico revelou disgenesia gonadal bilateral com gonadoblastoma à direita. Por apresentar estigmas

de Síndrome Turner (baixa estatura) realizava hormona de crescimento há quatro anos e tinha iniciado terapêutica

hormonal (TH) para indução do desenvolvimento pubertário desde há 2 anos. Realizou Ressonância Magnética que

revelou útero rudimentar e cavidade vaginal sem alterações. Por apresentar quadro de amenorreia primária foi

medicada com estroprogestativo de baixa dose, cerca de três meses antes de ser orientada para a CGPA. Nesta

consulta foram abordadas as implicações da alteração cromossómica no âmbito da sexualidade, saúde reprodutiva

(gravidez/infertilidade) e importância da manutenção da TH.

Conclusão: Em jovens de sexo feminino com cariótipo 45,X0/46,XY deve ser considerada a gonadectomia bilateral em

idades precoces pelo risco aumentado de malignização das gónadas. A instituição de TH assume um papel importante

na indução da puberdade. As implicações desta alteração deverão ser esclarecidas às doentes, permitindo um bom

desenvolvimento psicossocial das mesmas.

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POSTER 73

CARCINOMA DO OVÁRIO NA MULHER JOVEM

Vera Ramos, Zita Ferraz, João Paulo Marques, Cristina Frutuoso, Isabel Torgal

Introdução: O carcinoma do ovário é o 2º cancro ginecológico mais comum atingindo, sobretudo mulheres pós-

menopáusicas. O diagnóstico é efetuado, frequentemente, em estádios avançados (75%). Cerca de 90-95% têm uma

origem no epitélio de superfície. Nas mulheres jovens esta patologia é incomum e associa-se a um melhor

prognóstico.

Objetivo: Caraterizar o cancro do ovário em mulheres jovens considerando a clínica de apresentação, antecedentes,

diagnóstico, histologia, tratamento e prognóstico.

Material e métodos: Estudo retrospectivo dos casos de carcinoma do ovário em mulheres com idade inferior a 45

anos assistidos no nosso Serviço entre 2007-2011. Resultados: Foram encontrados 26 casos de cancro do ovário em

idades inferiores a 45 anos. A média das idades foi de 35±9[13-45] anos. Considerando os antecedentes, 11,5% tinham

sugestão de endometriose e 11,5% tiveram um episódio de tromboembolismo venoso prévio. Cerca de 38,5% das

mulheres foram referenciadas por achados ocasionais à ecografia e 61,5% apresentavam sintomas e/ou sinais

designadamente dor pélvica, distensão abdominal, massa abdomino-pélvica ou ascite. Realizaram cirurgia

conservadora 34,6%. Cerca de 58% enquadravam-se nos estádios iniciais da FIGO (IA a IC). Considerando o estudo

histológico 76,9% (n=20) eram epiteliais, e 23,1% (n=6) não epiteliais, destes últimos 4 com origem germinativa e 1

com origem em células da granulosa e 1 tumor de pequenas células.

Conclusão: Nesta amostra os carcinomas do ovário não epiteliais são, relativamente, mais frequentes do que na

generalidade da população, com cerca de metade diagnosticados em estádios iniciais. Destaca-se a possibilidade de

cirurgia conservadora nas mulheres com desejo de futura gravidez.

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POSTER 74

TUMORES DO OVÁRIO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: REVISÃO DE 10 ANOS

V. Mourinha; L. Correia; L. Ferreira; A. Gomes; A.F. Jorge.

Instituto Português de Oncologia de Lisboa

Introdução: Os tumores do ovário são raros antes da idade adulta. No entanto, perante uma suspeita clínica, é

essencial estabelecer precocemente um diagnóstico e terapêutica de forma a evitar desfechos indesejáveis.

Objectivo: Avaliar as principais características, terapêutica e evolução de tumores do ovário na infância e

adolescência.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo de todos os casos de tumores do ovário diagnosticados em idades

inferiores a 19 anos, entre 1998 e 2008, no IPOLFG, num total de 32 casos. Foram avaliados: Idade aquando do

diagnóstico, sintomatologia, histologia, tratamento realizado, estadiamento e follow-up aos 5 anos.

Resultados: A média de idades aquando do diagnóstico foi 11,9 anos (1-18 anos). Os tumores malignos de células

germinativas representaram 68,8% dos casos, destacando-se os teratomas imaturos, disgerminomas e os tumores

mistos. Em 12,5% dos casos constatou tratar-se de tumores dos cordões sexuais/estroma, 9,4% tumores com

potencial de malignidade e 9,4% tumores benignos. Em 19 casos (59,4 %) a abordagem passou por cirurgia e

quimioterapia, em 31,2% apenas foi realizada cirurgia e em 9,4% apenas quimioterapia. A taxa de sobrevivência aos 5

anos para tumores malignos foi 93,8%.

Conclusão: Ao contrário dos tumores malignos do ovário em mulheres de idade adulta, antes dos 18 anos os tipos

histológicos não-epiteliais são os mais frequentes. O diagnóstico é frequentemente feito em estadios precoces da

doença e o prognóstico global é bom.

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POSTER 75

DOS ANTECEDENTES AO TRATAMENTO: COMPARAÇÃO DE VAIN DE BAIXO E ALTO GRAU

Joana Lima-Silva1, Pedro Vieira-Baptista1, João Cavaco-Gomes1, Luísa Machado1, Ana Amaral1, Jorge Beires1, José

Martinez-de-Oliveira2,3

1. Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica da Mulher, Hospital de São João, Porto, Portugal

2. Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior

3. Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal

Introdução: As VaIN (Vaginal Intraepithelial Neoplasia) estão intimamente ligadas à infecção por HPV, mas também a

outros co-factores. Compararam-se os antecedentes de mulheres com VaIN de baixo (VaIN-BG) e alto grau (VaIN-AG),

sua evolução e opções terapêuticas.

Métodos: Revisão dos processos de todas as doentes com diagnóstico de VaIN entre Janeiro 2005 e Março 2013.

Resultados: Foram diagnosticados 39 casos de VaIN (VaIN-BG 67%; VaIN-AG 32%). A idade média nas VaIN-BG e VaIN–

AG foi de 49 e 53 anos, respectivamente (p=0,347). Relativamente a antecedentes (VaIN-BG vs VaIN–AG):

imunodepressão (17% vs 20%; p=0,471); tabagismo (33% em ambos os grupos); CIN1 (apenas um caso de VaIN-BG);

CIN2/CIN3 (42% vs 46%; p=0,819); conização (31% em ambos os grupos), histerectomia (63% vs 85%; p=0,160); cancro

do colo (23% vs 39%; p=0,314); VIN/cancro vulvar (4% vs 0%; p=0,649); radioterapia pélvica (27% vs 31%; p=0,560). As

lesões foram multicêntricas em 46% das VaIN-BG e 70% das VaIN–AG (p=0,197); preferencialmente no terço superior

da vagina (95% vs 89%; p=0,532). Nas VaIN-BG optou-se por vigilância, com persistência em 29%. Nas VaIN-AG

trataram¬se 58% dos casos; verificou-se remissão em 100% (tratados e não tratados). Não houve casos de progressão

para invasão. O tempo médio de seguimento foi de 22 meses.

Conclusões: Apesar do seu postulado diferente significado biológico, não houve diferenças entre os antecedentes nas

mulheres com VaIN-BG e VaIN–AG. A vigilância é uma opção segura nas VaIN-BG; poderá ser uma hipótese a

considerar nas de alto grau, dado o aparente baixo risco de progressão

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POSTER 76

NEOPLASIA INTRAEPITELIAL VULVAR: ESTAMOS A UTILIZAR A CLASSIFICAÇÃO ADEQUADA?

Joana Lima-Silva1, Pedro Vieira-Baptista1, João Cavaco-Gomes1, Luísa Machado1, Ana Amaral1, Jorge Beires1, José

Martinez-de-Oliveira2, 3

1. Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica da Mulher, Hospital de São João, Porto, Portugal

2. Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior

3. Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal

Introdução: As VIN (Vulvar Intraepithelial Neoplasia) são lesões displásicas do epitélio escamoso, com potencial de

progressão para carcinoma invasivo. Existem actualmente três classificações em uso corrente.

Objectivos: Caracterizar clinicamente as mulheres com VIN e a adequação da classificação histológica da OMS

(VIN1/VIN2/VIN3).

Materiais e métodos: Análise retrospectiva dos dados clínicos das doentes com diagnóstico histológico confirmado de

VIN2/VIN3 (Março de 1998 a Março de 2013); excluídos diagnósticos concomitantes com lesão invasiva.

Resultados: Foram diagnosticados 18 casos de VIN2/VIN3. Foram identificadas dermatoses liquenóides (DL) em 27,8%

(16,7% líquen plano; 11,1% líquen escleroso). As mulheres do grupo com DL tiveram idade média de 64 anos e as

restantes 45. As doentes do grupo DL mais frequentemente foram sintomáticas (80% vs 60%); não apresentaram

lesões castanhas (30% no outro grupo) nem nos grandes lábios/sulcos interlabiais (31%/15% no outro grupo); tiveram

lesões elevadas menos frequentemente (20% vs 58%); a área mais frequentemente envolvida foi o vestíbulo (80% vs

69%); não se associaram a imunossupressão (0 vs 38%) ou hábitos tabágicos (0 vs 37%). No grupo com DL não houve

nenhum caso com história de outra lesão intraepitelial do tracto genital inferior; nas restantes tal foi verificado em

62%.

Conclusões: Os dados confirmam a existência de dois subgrupos dentro das lesões de VIN, com factores de risco e

formas de apresentação diferentes. Tal evidencia a necessidade de adopção da classificação da ISSVD (VIN tipo usual e

diferenciada).

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POSTER 77

A IMPORTÂNCIA DA ECOGRAFIA PARA A DECISÃO DE HISTEROSCOPIA

Mendonça, Rubina; Leal, Rui; Luz, Rita; Machado, Helena; Raimundo, José; Martins, Ana; Simões, Jorge; Martins,

Cidália; Matos, Isabel

Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

Serviço de Ginecologia/Obstetrícia

Introdução: A histeroscopia é a técnica de diagnóstico de eleição para avaliação da cavidade uterina. A suspeita

ecográfica de alterações endometriais é uma das principais indicações para histeroscopia. Este trabalho visa avaliar o

impacto da ecografia na decisão da histeroscopia em mulheres sintomáticas/assintomáticas e os respectivos

resultados anatomopatológicos.

Material/Métodos: Foram avaliadas as histeroscopias de ambulatório realizadas no serviço de Ginecologia/Obstetrícia

do Centro Hospitalar de Setúbal durante doze meses. Nesse período, foram realizadas 102 exames e avaliaram-se:

idade da mulher, estado hormonal, sintomatologia, ecografia ginecológica, indicação para histeroscopia e resultado

anatomo-patológico.

Resultados: Excluindo os casos de oclusão tubária histeroscópica (26), a maioria estava em idade pré menopausa-

51.3%. De todas as mulheres avaliadas, 50% da população encontrava-se assintomática, no entanto apresentavam

alterações ecográficas; 17% apresentava hemorragia vaginal pós menopausa; 33% tinha alterações do padrão

menstrual habitual. O resultado anatomopatológico mais frequente foi de polipo glandular/fibroglandular do

endométrio, seguindo-se a hiperplasia glandular do endométrio (HGE) e a maturação irregular do endométrio. Não foi

diagnosticado nenhum caso de neoplasia maligna.

Discussão/Conclusão: Não foi possível apurar diferença nos resultados anatomopatológicos no grupo com

sintomatologia e alterações ecográficas comparativamente ao grupo com ausência de sintomatologia e alterações

ecográficas. A ecografia ginecológica permitiu o diagnóstico de patologia intracavitária assintomática, uma indicação

que foi mais relevante na pós menopausa comparativamente à pré menopausa (62% versus 37%).

Com este trabalho, reitera-se a ideia de que a ecografia é um método pouco específico para diagnóstico de patologia

endometrial grave e não deve ser utilizada como método de rastreio.

Nas mulheres em idade pré menopausa, a sintomatologia e as alterações ecográficas estão presentes em 71% dos

casos, sendo a HGE e o polipo endometrial os diagnósticos mais frequentes.

A hemorragia pós menopausa teve boa associação com o diagnóstico de pólipo endometrial - 69% dos casos

(diagnóstico anatomo-patológico mais frequente), no entanto .

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POSTER 78

CITOLOGIA, TESTE DE HPV E VAGINOSCOPIA: QUAL O SEU PAPEL NA DISTINÇÃO ENTRE VAIN DE

BAIXO E ALTO GRAU?

João Cavaco-Gomes1, Pedro Vieira-Baptista1, Joana Lima-Silva1, Luísa Machado1, Ana Amaral1, Jorge Beires1, José

Martinez-de-Oliveira2, 3

1 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de São João

2 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior

3 Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal

Introdução: As VaIN (Vaginal Intraepithelial Neoplasia) são lesões raras, sendo as de alto grau (VaIN-AG) precursoras

de carcinoma da vagina. Os autores avaliaram o papel da citologia, do teste de HPV e da vaginoscopia na sua

diferenciação das de baixo grau (VaIN-BG).

Métodos: Revisão dos processos de todas as pacientes com diagnóstico de VaIN entre Janeiro 2005 e Março 2013.

Resultados: Foram diagnosticados 39 casos de VaIN (VaIN-BG 67%; VaIN-AG 32%). A média de idades foi de 51 anos

(VaIN-BG 49 anos, VaIN-AG 53 anos, p=0,347). Antecedentes de histerectomia total em 70% (VaIN-BG 63%; VaIN-AG

85%; p=0,160).

Globalmente, o resultado citológico mais frequente foi LSIL (47%); em 22% destes casos a biópsia foi VaIN-AG.

Partindo de citologias NILM HPV positivo/ASC-US/LSIL, foram detectados 21% de casos de VaIN-AG; se ASC-

H/HSIL/carcinoma, este resultado foi de 78% (p= 0,002).

Todas as pacientes com VaIN-AG e 84% das com VaIN-BG tinham teste de HPV positivo (p=0,246).

Nenhum achado da vaginoscopia permitiu distinguir seguramente VaIN-BG de VaIN-AG.

Conclusões: LSIL foi o diagnóstico citológico mais frequentemente associado a VaIN, tendo sido realizado em cerca de

um quarto dos casos de VaIN-AG.

O teste de HPV não teve um papel discriminatório entre VaIN-BG e VaIN-AG.

Não se encontraram aspectos vaginoscópicos específicos de VaIN-AG, salientando-se o interesse da biópsia em todas

as lesões suspeitas ou duvidosas.

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PORTER 79

APRESENTAÇÃO CLÍNICA E TRATAMENTO DAS NEOPLASIAS INTRAEPITELIAIS VULVARES:

EXPERIÊNCIA DE 15 ANOS

João Cavaco-Gomes1, Pedro Vieira-Baptista1, Joana Lima-Silva1, Luísa Machado1, Ana Amaral1, Jorge Beires1, José

Martinez-de-Oliveira2, 3

1. Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica da Mulher, Hospital de São João, Porto, Portugal

2. Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior

3. Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, Centro Hospitalar Cova da Beira EPE, Covilhã, Portugal

Introdução: Dadas a sua crescente incidência, heterogeneidade clínica e história natural incerta, o diagnóstico precoce

e tratamento adequado das VIN (Vulvar Intraepithelial Neoplasia) são essenciais. Analisam-se as características

clínicas destas lesões e a sua abordagem terapêutica.

Métodos: Revisão e análise dos processos clínicos das doentes vigiadas na Consulta de Patologia Vulvar do CHSJ com

diagnóstico de VIN2/VIN3, nos últimos 15 anos.

Resultados: Das 18 pacientes com diagnóstico de VIN, 33,3% encontravam-se assintomáticas. Os sintomas mais

frequentes foram prurido (46,7%), ardor (26,7%) e dor (6,7%). Na maioria dos casos as lesões eram únicas (76,5%),

mais frequentemente vermelhas (46,7%) e elevadas (47.1%), havendo ulceração em 23,5% dos casos. A localização

mais frequente foi o vestíbulo (72,2%).

A vulvectomia parcial superficial foi a terapêutica primária em 82,4% (75% com margens livres). Em três pacientes foi

utilizado o imiquimod (em média 14 semanas) com duas respostas parciais e uma total. Uma paciente foi submetida

inicialmente a criocirurgia. O tempo médio de seguimento após o tratamento foi de 19,3 meses, com 16,7% de

recidivas (tempo médio tratamento-recidiva de 16,1 meses). Houve dois casos de progressão para doença invasiva.

Conclusões: Uma vez que uma proporção significativa das doentes com VIN é assintomática, no exame ginecológico

de rotina deve ser realizada sistematicamente a inspecção vulvar, especialmente naquelas que têm factores de risco.

Ainda que não existam sinais ou sintomas patognomónicos de VIN, a doença tem sempre lesões clinicamente

identificáveis, as quais,. pelo risco de progressão, devem ser sempre tratadas.

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POSTER 80

MASSAS ANEXIAIS NA PERI E PÓS-MENOPAUSA SUBMETIDAS A CIRURGIA – ESTUDO

RETROSPECTIVO DE 2007 A 2012

Ana Cristina Nércio1, André Correia, Ermelinda Pinguicha, Maria José Bernardo, Ricardo Mira

Departamento de ginecologia – Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central

As massas anexiais são comuns nas mulheres na peri e pós-menopausa e na maioria das situações são achados

acidentais em exames de rotina. Embora o cancro do ovário seja uma causa significativa de mortalidade na mulher

menopáusica, os grandes estudos populacionais demonstram que a maioria das massas anexiais é benigna. Ainda

assim, o aparecimento de uma massa anexial é um motivo de preocupação para a doente e um desafio para o

ginecologista que recorrendo às características ecográficas da massa, aos valores séricos dos marcadores tumorais, à

idade da doente e às suas co-morbilidades opta por vigilância periódica ou por cirurgia.

Este estudo foi realizado para avaliar as massas anexiais nas mulheres na peri e pós-menopausa, tendo sido incluídas

doentes com mais de 45 anos submetidas a cirurgia por massa anexial entre 2007 e 2012 – um total de 182 doentes,

77 (42%) operadas por laparoscopia, uma por via vaginal e as restantes 104 (57%) por laparotomia. De entre os

resultados histológicos, apenas 8 (4%) foram malignos, incluindo: cistadenocarcinoma seroso, tumor seroso

borderline, tumor mucinoso borderline e mestástases. O achado histológico mais frequente foi o de neoplasia benigna

de origem epitelial, seguido dos de origem nas células germinativas. De entre as variáveis estudadas encontra-se a

idade, marcadores tumorais e achados ecográficos.

O estudo comprovou que a maioria das massas anexiais nesta faixa etária é benigna. A combinação das características

ecográficas com os marcadores tumorais permite aumentar a precisão diagnóstica de malignidade e optimizar a

abordagem conservadora versus cirúrgica.

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POSTER 81

MASSA ANEXIAL SUSPEITA E NÓDULOS PULMONARES – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Ana Paula Reis, Inês Vaz, Vânia Ferreira, Alexandre Morgado, Eugénia Fernandes

Serviço de Ginecologia, Centro Hospitalar do Porto (CHP)

Introdução: As massas anexiais na pós-menopausa têm uma maior probabilidade de serem malignas. O cancro do

ovário é o tumor com maior mortalidade dentro do grupo das neoplasias invasivas do aparelho genital feminino. A

metastização pulmonar desta neoplasia é rara, e normalmente associada a uma manifestação tardia da doença.

Caso Clínico: Mulher de 69 anos, assintomática, referenciada à consulta por massa pélvica complexa com 22 cm de

diâmetro, com provável ponto de partida anexial, sugestiva de teratocarcinoma, e nódulos pulmonares compatíveis

com lesões secundárias. Analiticamente sem alterações e níveis séricos de marcadores tumorais (AFP, Ca125, CA19.9 e

CEA) normais. Efectuada biópsia pulmonar, cujo exame histológico revelou carcinoma neuroendócrino do pulmão,

pouco diferenciado, de grandes células. Decidido em reunião multidisciplinar de Oncologia abordagem cirúrgica da

massa pélvica para definição de estratégia terapêutica. Foi submetida a laparotomia exploradora com histerectomia

total e anexectomia bilateral, tendo-se identificado volumosa massa com cerca de 40 cm de diâmetro, nodular,

nacarada e vascularizada com origem no anexo/ovário direito. O estudo histológico da peça operatória revelou ovário

direito ocupado por teratoma cístico maduro, benigno. O lavado peritoneal foi negativo para células malignas. Iniciou

ciclo de quimioterapia com docetaxel e carboplatina para tratamento da neoplasia pulmonar.

Conclusão: O diagnóstico de tumor neuroendócrino do pulmão, prévio à laparatomia exploradora, obrigou ao

diagnóstico diferencial entre metastização do tumor primitivo do pulmão, tumor síncrono do ovário e tumor

neuroendócrino do ovário com metastização pulmonar.

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POSTER 82

MASSAS ANEXAIS EM IDADE PEDIÁTRICA - REVISÃO DE 9 ANOS

André Reis Correia, Ana Cristina Nércio, Margarida Enes, Ana Bello, Maria José Bernardo, Fazila Mahomed

Serviço de Ginecologia/Obstetrícia – Hospital D. Estefânia, CHLC

Introdução: As massas anexiais em idade pediátrica são raras e geralmente assintomáticas. O diagnóstico é

habitualmente realizado no contexto de sintomatologia clínica, principalmente dor / massa pélvica ou como achado

ecográfico. Em idade pós-menarca, a maioria das massas anexiais são benignas, mas a probabilidade de se tratar de

uma neoplasia maligna aumenta na pré-puberdade.

Objectivo e Métodos: Estudo retrospectivo que se baseou na consulta dos processos clínicos das doentes com idade

<18 anos e diagnóstico de massa anexial, operadas no Serviço entre 2004-2012. Variáveis analisadas: idade,

sintomatologia, achados ecográficos, cirurgia e diagnóstico histológico.

Resultados: No período em análise foram operadas 17 pacientes, com idade média de 15,8 anos (13-17). Em 1/3 das

doentes, o diagnóstico pré-operatório foi estabelecido na sequência de algias / massa pélvicas; nas restantes

constituiu um achado ecográfico. A ecografia mostrou a presença de massas anexiais complexas em

aproximadamente 2/3 dos casos. Do ponto de vista cirúrgico, apenas uma doente foi intervencionada por

laparotomia, tendo sido as restantes submetidas a procedimentos laparoscópicos. Procedeu-se a tumorectomia em 16

doentes; em uma realizou-se anexectomia. Relativamente aos diagnósticos histológicos mais frequentes: teratoma

maduro (41%), quisto seroso do para-ovário/tubário (35%) e cistadenoma seroso (12%). A registar um caso de tumor

de células da granulosa.

Conclusão: No presente estudo, a maioria das doentes encontrava-se assintomática, tendo-se estabelecido o

diagnóstico por achado ecográfico. Na sua quase totalidade, foi possível a realização de cirurgia laparoscópica, com

preservação ovárica, tratando-se maioritariamente de massas anexiais benignas.

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POSTER 83

DERMATITE POR DISPOSITIVO DE LIBERTAÇÃO INTRA-UTERINO DE LEVONORGESTREL

Carla Nunes, Andreia Fonseca, Isabel Pereira, Sandra Sousa, Fátima Alves, Joaquim Nunes

Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução

Hospital Santa Maria – CHLN

Introdução: As hormonas exógenas, como o Levonorgestrel, podem ser responsáveis pelo aparecimento de alguns

efeitos adversos sistémicos pouco frequentes. Alterações do tecido cutâneo e subcutâneo, nomeadamente urticária,

rash, eczema ou dermatite, podem constituir um efeito secundário raro relacionado com o dispositivo de libertação

intra-uterino de Levonorgestrel. Estima-se que possa ocorrer entre 0,01 a 0,1% das utilizadoras. O diagnóstico pode

ser difícil, dado este tipo de sintomatologia ser primordialmente atribuído a alergias alimentares, alergias de contacto

ou doenças subjacentes.

Caso Clínico: Mulher de 25 anos, G1 P1, antecedentes de uso de contracepção oral combinada sem intercorrências,

referenciada ao Serviço de Urgência pelo médico assistente, por aparecimento de exantema maculo-papular

pruriginoso exuberante, nos membros inferiores, após a colocação de dispositivo de libertação intra-uterino de

Levonorgestrel 4 dias antes. Foi avaliada no Serviço de Urgência de Ginecologia e Dermatologia, e na ausência de

outros factores causais, decidiu-se retirar o dispositivo e instituir terapêutica sintomática, ocorrendo subsequente

regressão completa do quadro. A doente negou qualquer antecedente clínico relevante, nomeadamente alergias ou

doenças auto-imunes, bem como qualquer outro episódio semelhante no passado. A investigação clínica e analítica

posteriores não revelaram qualquer patologia subjacente.

Conclusão: Estão descritas alterações cutâneas e subcutâneas relacionadas com o dispositivo de libertação intra-

uterino de Levonorgestrel, mas são muito raras. É importante estar alerta para identificar este tipo de dispositivos

como possível factor desencadeante das mesmas, no sentido de optimizar as condições de abordagem clínica e

terapêutica.

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POSTER 84

ENDOMETRIOSE TORÁCICA: UMA RARA MANIFESTAÇÃO DA DOENÇA

D. Melo Castro¹ , A. Castro¹, D. Apolinario², Z. Gomes¹, O. Moutinho¹

¹ Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro

² Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro

Abstract

A endometriose é uma doença benigna comum caraterizada pela presença de glândulas endometriais e estroma

noutra localização que não o útero. É geralmente encontrada no peritoneu pélvico mas pode ter localização extra-

peritoneal. A endometriose torácica é uma rara manifestação de endometriose ectópica e pode-se apresentar de duas

formas: pleural (a mais frequente) e pulmonar. O mecanismo subjacente ao seu desenvolvimento não está totalmente

esclarecido, pelo que não existe um tratamento padrão. Além disso, o diagnóstico é muitas vezes tão difícil quanto o

tratamento, pelo que a suspeita clínica e o reconhecimento temporal entre os sintomas da doente e o cataménio são

essenciais para estabelecer o diagnóstico. Desta forma, é crucial a cooperação entre pneumologistas, ginecologistas e

cirurgiões torácicos.

Os autores apresentam um caso clinico de uma doente de 37 anos, 0G0P, com dismenorreia e, 4 pneumotórax e 3

episódios de hemoptises relacionados com o cataménio. Após o diagnóstico de endometriose torácica e pélvica iniciou

tratamento médico, sem recorrência da sintomatologia.

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POSTER 85

STRUMA OVARII – UM CASO CLÍNICO

Gonçalo Dias*, Evanira Sousa**, Marta Durão***, Sofia Saleiro***, Jorge Ribeiro***

*Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca;

**Hospital Distrital de Santarém;

***Centro Hospitalar do Oeste Norte – Hospital das Caldas da Rainha

Introdução: O struma ovarii é um teratoma quístico maduro composto por tecido derivado de um único folheto

germinativo, predominantemente (mais de 50%) por tecido tiroideu. É a forma mais frequente de teratoma

monodérmico e representa cerca de 5% de todos os teratomas ováricos. Pode ser classificado como benigno ou

maligno.

Caso Clínico: Mulher de 39 anos, multípara, com antecedentes de hipertensão arterial e valvuloplastia aórtica com

prótese mecânica, hipocoagulada, que recorre ao Serviço de Urgência do Hospital das Caldas da Rainha por dor

localizada aos quadrantes inferiores do abdómen, de início súbito e com um dia de evolução, acompanhada de

náuseas e vómitos. A doente encontrava-se apirética e hemodinamicamente estável. O exame ginecológico revelou na

área anexial direita uma formação de consistência elástica, com cerca de 8 cm de maior eixo, dolorosa à mobilização.

A ecografia ginecológica revelou útero e anexo esquerdo sem alterações, identificando-se no anexo direito um ovário

de dimensões muito aumentadas, à custa de formação heterogénea, com 9 cm de maior diâmetro. Das análises

efectuadas, constatou-se leucocitose com neutrofilia. Procedeu-se a laparotomia com anexectomia direita, tendo o

exame anatomo-patológico revelado um teratoma cístico benigno monodermal e o estudo imunohistoquímico

positividade para tiroglobulina.

Conclusão: Dado ser um tumor habitualmente confinado ao ovário e de baixo potencial maligno, o tratamento de

primeira linha é a sua remoção cirúrgica. O prognóstico é difícil de determinar dada a raridade da situação clínica. No

caso da nossa doente, não houve aparecimento de sintomatologia de hiperfunção tiroideia.

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POSTER 86

ABCESSO PÉLVICO COM DRENAGEM VAGINAL ESPONTÂNEA – A PROPÓSITO DE UM CASO

CLÍNICO

1Sousa, E; 2Dias, G; 3Ribeiro, J

1 - Interna de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santarém

2 -Interno de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Fernando da Fonseca

3 -Director Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Oeste Norte

INTRODUÇÃO: A ocorrência de abcessos pélvicos já não é tão frequente, na prática clínica de ginecologia e obstetrícia,

como foi no passado. Contudo, quando ocorrem, são secundários a cirurgia abdomino-pélvica, traumatismo ou

processo infeccioso. A sua taxa de ocorrência foi estimada em 0,6 a 1,8%. A causa mais frequente é a doença

inflamatória pélvica.

CASO CLÍNICO: mulher de 27 anos, GII PII (2 cesarianas), portadora de DIU desde há 2 meses, que recorreu ao serviço

de urgência do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha com um quadro de dor pélvica com 10 dias evolução,

acompanhado de febre e leucorreia abundante. O exame ginecológico revelou: marcado abaulamento do fundo saco

posterior (FSP), contendo uma solução de continuidade através da qual se verificou drenagem de abundante

conteúdo purulento; fios de DIU não visíveis; ao toque volumosa massa pélvica estendendo-se até a cicatriz umbilical.

A ecografia revelou massa heterogénea, ovóide, preenchendo o FSP e estendendo-se para o anexo esquerdo.

Analiticamente apresentava leucocitose (19000/mm3) e PCR aumentada (27 mg/dL). Após drenagem espontânea de

cerca de 300-400 cc de pús, iniciou antibioterapia endovenosa de largo espectro. A doente teve alta ao 6º dia de

internamento.

CONCLUSÃO: os abcessos pélvicos estão associados a elevada morbilidade. Muitos casos são resolvidos com

antibioterapia, mas em determinadas situações podem conduzir a complicações graves como a rotura ou sepsis. A

drenagem espontânea (vaginal ou rectal) só ocorre ocasionalmente mas melhora significativamente o desfecho,

dispensando a necessidade de uma drenagem cirúrgica ou guiada por ecografia/TAC.

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POSTER 87

QUISTO OVÁRICO NA ADOLESCÊNCIA: ABORDAGEM CIRÚRGICA EM 5 ANOS

Irina Ramilo, Filipa Caeiro, Fernando Igreja, José Silva Pereira, Antónia Nazaré

Serviço de Ginecologia

Departamento da Mulher – Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, EPE

Introdução: A abordagem de quistos anexiais é caracterizada por dificuldades diagnósticas e particularidades no seu

tratamento. Essas vertentes tornam-se mais exuberantes quando nos defrontamos com quistos anexiais na

adolescência. O medo da paciente e dos seus familiares em relação ao risco de vida e às consequências reprodutivas,

conferem maior grau de apreensão à conduta médico-cirúrgica.

Objectivo: Avaliar os aspectos clínicos, achados laboratoriais e imagiológicos pré-operatórios, abordagem cirúrgica e

diagnóstico histológico em adolescentes com quisto do ovário.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo de 5 anos (2008-2012) de adolescentes (10-19A) tratadas cirurgicamente

por quisto anexial no HFF.

Resultados: 25 adolescentes (mediana 15; 12-19A). Intervenção cirúrgica: anexectomia 11 (44%); quistectomia 9

(36%) - uma das quais bilateral; ooforectomia 3 (12%); quistectomia do para-ovário 2 (8%). Abordagem cirúrgica:

laparoscopia 14 (56%) – uma das quais convertida em laparotomia por processo aderencial extenso; laparotomia 11

(44%). Tipo de lesão: benigna 21 (84%) das quais o principal diagnóstico histológico foi teratoma (11/21); borderline 2

(8%) e maligna 2 (8%).

Das 14 intervenções cirúrgicas não conservadoras (ooforectomia/anexectomia), 6 foram por torção anexial e 3 por

patologia borderline/maligna.

Conclusões: A indicação cirúrgica deve ser precisa e com preocupação com o futuro reprodutor da adolescente,

evitando-se dissecções e exéreses desnecessárias. Embora 14 intervenções tenham sido não conservadoras, o

contexto clínico assim o justificava (torção anexial ou malignidade). A via laparoscópica, quando possível, deve ser

aplicada, dadas as vantagens em relação à laparotomia, sobretudo na abordagem de tumores anexiais na

adolescência.

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POSTER 88

O PAPEL DO ESTADO DE IMUNODEFICIÊNCIA CAUSADO PELO VIH (CONTAGEM DE LINFÓCITOS

TCD4+ E CARGA VIRAL) NO RASTREIO DE CANCRO CERVICAL

Luísa Machado1, Ana Amaral1, Pedro Vieira-Baptista1, Teresa Carraca1, Marina Moucho1, Libânia Araújo1, Jorge

Beires1

1-Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Centro Hospitalar de S.João

Introdução: A infecção pelo VIH é um factor de risco independente para cancro cervical, facto que motivou a

recomendação de um rastreio mais apertado nesta população. Os autores pretenderam avaliar a relação das

alterações citológicas e da infecção pelo HPV de alto risco (HPV-AR) com a carga vírica e contagem de linfócitos T CD4+

(LTCD4+).

Material e métodos: Estudo retrospectivo incluindo 256 mulheres com diagnóstico de infecção VIH, observadas em

consulta de Ginecologia durante dois anos (2011-2012).

Resultados: A idade média foi de 47±13,0 anos, sendo a de diagnóstico 36±13,8 anos. A maioria referiu 2-5 parceiros

sexuais (57,3%); 33,1% consumo de tabaco; 12,1% toma de anticoncepcional oral e 87,9 HAART. 9% Apresentavam

antecedentes de CIN2+. A infecção por HPV-AR foi de 20,3% (Captura Híbrida 2®) e 20,6% apresentaram alterações

cervicais ≥ASC-US. O diagnóstico de CIN2+ foi efectuado em 1,2% durante o período referido. Mulheres com LTCD4+

<200/mm3 mais frequentemente apresentaram infecção por HPV-AR (45,8% vs 17,4%, p=0,003) e citologias alteradas

(58,3% vs 16,3%, p=0,000). Carga vírica detectável (PCR-VIH) também se associou a teste de HPV-AR positivo (34,5% vs

16,4%, p=0,015) e a alterações citológicas (40,0% vs 14%, p=0,002).

Conclusões: Este estudo evidencia a relação das alterações cervicais e da infecção por HPV-AR com contagem de

LTCD4<200/mm3 e/ou carga vírica detectável. Na população VIH os estudos são escassos, e as recomendações de

rastreio mantêm-se inalteradas desde 1995 (citologia anual), independentemente do controlo imunológico. Em plena

era HAART, as estratégias de rastreio do cancro do colo deveriam considerar o estado de imunodepressão.

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POSTER 89

Massa anexial como a apresentação inicial de tumor gastrointestinal: quatro casos clínicos

Paula Norinho de Oliveira, Rita Caldas, Cátia Rodrigues, Susana Leitão, Mak KoK, Soledade Ferreira, Teresa Paula Teles

Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, EPE.

Abstract:

Apresentamos quatro casos clínicos de pacientes submetidas a cirurgia por suspeita de carcinoma do ovário. Mulher de 49 anos apresenta massa anexial esquerda diagnosticada por ecografia transvaginal e ressonância magnética (RMN). Os marcadores tumorais foram positivos (CEA e CA 19.9) e foi realizada laparotomia diagnóstica (LD). Procedeu-se a histerectomia total com anexectomia bilateral, linfadenectomia, omentectomia, apendicectomia e biópsias peritoneais. Foi diagnosticado por exame histológico um adenocarcinoma gástrico com células em anel de sinete com metastização para ambos os ovários. Adenocarcinoma gástrico com menos de 1 cm foi mais tarde detetado por endoscopia. Mulher de 69 anos, apresenta-se com distensão abdominal e perda de peso. A tomografia computadorizada mostrou um tumor anexial esquerdo de 12 cm. Marcadores tumorais foram positivos (CA 125 e CEA) e foi realizada LD. Foi realizada histerectomia total com anexectomia bilateral, foram realizadas várias biópsias peritoneais e apendicectomia. Um adenocarcinoma mucinoso bem diferenciado do apêndice foi diagnosticada em associação com pseudomixoma peritoneal. Mulher de 37 anos, com história prévia de colectomia por carcinoma colo-retal, apresenta-se com tumefação ovárica esquerdo detetada por RMN. Marcadores tumorais foram positivos (CEA e CA 19.9) e LD foi realizada. Procedeu-se a histerectomia total com anexectomia bilateral, ressecção de um nódulo no septo reto-vaginal e na parede abdominal. Metástases de adenocarcinoma carcinoma colo-retal foram encontradas no ovário esquerdo. Concluindo, o carcinoma do ovário é a neoplasia ginecológica mais comum. Cerca de 5 a 6% dos tumores de ovário são tumores metastáticos.

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POSTER 90

Hemorragias uterinas graves na adolescência

Marques, AF; Castro, MG; Leite, H; Geraldes, F; Àguas, F.

Serviço de Ginecolgia, Maternidade Bissaya Barreto

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

Introdução: As hemorragias uterinas anormais (HUA), correspondem a qualquer hemorragia uterina que não se integre no padrão menstrual normal, podendo provocar anemia ou necessidade de hospitalização. Nas adolescentes, a causa disfuncional representa cerca de 85-95% das HUA, sendo classificadas como graves se hemorragia abundante ativa e/ou hemoglobina <10g/dL. As doenças hematológicas assumem particular relevo tendo-se constatado uma incidência de coagulopatias em 12-33% das jovens avaliadas por HUA. Objetivos: Analisar a abordagem diagnóstica, etiológica e terapêutica dos casos de HUA nas adolescentes com necessidade de internamento. Material e Métodos: Estudo das adolescentes com HUA internadas no nosso Serviço no período compreendido entre 2002 e 2012. Foram analisados os dados inerentes à história clínica, exame físico, estudo etiológico e tratamento destes casos. Resultados: Nos 10 anos em estudo foram internadas 7 adolescentes com HUA grave, com idades compreendidas entre os 11-16 anos. Em todos os casos tinham decorrido menos de 5 anos após a menarca e nenhuma havia iniciado vida sexual. À entrada, detetaram-se valores de hemoglobina entre 4,5 e 10,9 g/dL; 5 apresentavam rebate hemodinâmico, com necessidade de suporte transfusional. Nos 7 casos houve boa resposta à administração de estrogénios em altas doses, com redução progressiva da dose. Etiologicamente, uma das adolescentes apresentava Doença de Von Willebrand, sendo os restantes casos de causa disfuncional. Conclusões: Apesar da reduzida dimensão da amostra, o estudo está em concordância com a literatura, sendo a causa disfuncional responsável pela maioria das HUA neste grupo etário. A terapêutica médica é uma medida eficaz no tratamento da hemorragia grave de causa disfuncional.

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POSTER 91

HEMORRAGIA UTERINA NA PÓS-MENOPAUSA: CASOS OPERADOS EM 2012

Filipa Barradas, Vera Sousa, Ana Paula Lopes, Lurdes Ramalho, Isabel Marques

Serviço de Ginecologia, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPE

INTRODUÇÃO: A Hemorragia Uterina na Pós-Menopausa (HUPM) é motivo de consulta em 5% dos casos. Cerca de

10% destas mulheres apresentam carcinoma do endométrio, motivo pelo qual é obrigatória a sua avaliação

diagnóstica.

OBJECTIVO: Caracterizar a população de mulheres operadas durante o ano de 2012 com o diagnóstico de HUPM.

MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo observacional descritivo com avaliação das pacientes

operadas durante o ano de 2012 por HUPM.

Caracterizou-se a população de acordo com a idade, paridade e factores de risco para adenocarcinoma do

endométrio. Foi avaliada a indicação cirúrgica pré-operatória e a histologia da peça operatória.

RESULTADOS: Foram estudadas 16 pacientes operadas por HUPM, com uma mediana de idades de 65 anos. Em

termos de factores de risco presentes para adenocarcinoma do endométrio: todas com idade superior a 45 anos, 25%

nulíparas, 63% obesas, 38% com Diabetes Mellitus e 13% com menopausa tardia. Tiveram como indicação cirúrgica

alterações histológicas na biópsia do endometrio 75%, enquanto 25% foram intervencionadas por patologia orgânica

detectada em ecografia transvaginal e/ou histeroscopia diagnóstica. Em termos de resultado histológico, 12.5% (2)

apresentavas miomas, 12.5% (2) pólipos endometriais, 12.5% (2) Hiperplasia Endometrial Simples, 6.25% (1)

Hiperplasia Simples com Atipia, 6.25% (1) Hiperplasia Complexa com Atipia e 50% (8) Adenocarcinoma do endométrio.

Houve concordância entre o diagnóstico pré e pós-operatório em 62.5% das mulheres.

CONCLUSÕES: Na nossa casuística foram estudadas as mulheres com HUPM com indicação cirúrgica, justificando-se o

elevado número de alterações histológicas de relevo encontradas. Serão necessárias amostras de maior dimensão

para retirar conclusões válidas.

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POSTER 92

Tratamento conservador do adenocarcinoma do endométrio em mulheres que desejam a

preservação da fertilidade

Jorge Castro, João Abreu Silva, Cátia Lourenço, Sandra Batista, Graça Ramalho

Abstract

O carcinoma do endométrio é, atualmente, a neoplasia maligna ginecológica mais frequente nos países

industrializados, representando cerca de 6% dos cancros no sexo feminino. O tratamento standard do

adenocarcinoma do endométrio é a histerectomia total e anexectomia bilateral, com ou sem linfadenectomia pélvica

e lombo-aórtica. O adenocarcinoma do endométrio tem vindo a ser diagnosticado em idades cada vez mais precoces,

em que a questão da preservação da fertilidade poderá ser colocada. Alguns casos selecionados poderão ser alvo de

abordagem conservadora, apesar dos riscos consideráveis de evolução da doença. Foram pesquisados na base de

dados Medline todos os artigos de revisão com as expressões “ endometrial carcinoma” , “ conservative treatment” e

“medical treatment”, publicados entre Janeiro de 1970 e Janeiro de 2013. O objetivo deste texto é rever a experiência

existente no diagnóstico, tratamento conservador e seguimento do adenocarcinoma do endométrio em pacientes

jovens que desejam preservar a fertilidade, bem como averiguar os resultados existentes em termos de desfechos

reprodutivos. Neste trabalho é apresentada uma abordagem prática para condução terapêutica, advogada por alguns

autores recentemente.

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POSTER 93

Encerramento da Mastectomia com V-Loc™ 180 – Experiência de um Serviço de Cirurgia Geral

Sousa R.*, Teixeira A.**, Martins F.**

Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e Vila do Conde - Serviço de Cirurgia Geral

Director de Serviço - Dr. Luís Milheiro da Costa

*Interna Complementar de Ginecologia/Obstetrícia **Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral

Tradicionalmente o encerramento da ferida operatória da mastectomia era realizada com uma sutura em dois planos.

No primeiro plano era utilizado um fio multifilamento reabsorvível seguido de uma sutura intradérmica com fio

monofilamento reabsorvível.

A prática corrente realizada neste serviço para o encerramento da ferida operatória da mastectomia, é utilizar o fio V-

Loc™ 180 - Dispositivo Absorvível para Encerramento de Feridas (DAEF). É efectuada uma sutura num plano único

(sem sutura de aproximação) e sem necessidade de retirar qualquer ponto no pós-operatório.

Até à data, 75 doentes foram submetidas a este tipo de sutura, não havendo nenhum caso descrito de infecção

cirúrgica e apenas um caso de deiscência parcial da ferida operatória numa doente que apresentava um tumor

previamente ulcerado.

O aparecimento deste DAEF, que implica alguns pormenores de execução técnica, possibilitou a diminuição do tempo

operatório, sem aumento das complicações, com resultados muito satisfatórios.

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POSTER 94

Mamoplastia Vertical de Pedículo Superior num Carcinoma Ductal Invasor Síncrono em Mama

Supranumerária

Sousa R.*, Teixeira A.**, Martins F.**

Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e Vila do Conde - Serviço de Cirurgia Geral

Director de Serviço - Dr. Luís Milheiro da Costa

*Interna Complementar de Ginecologia/Obstetrícia

**Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral

Caso Clínico

A presença de polimastia, segundo a literatura, varia de 0,6 a 6% na população geral. A presença de doença maligna

neste tecido ectópico é rara, no entanto quando presente, trata-se de um carcinoma ductal invasor em cerca de 79%

dos casos.

Apresentamos um caso de uma mulher de 43 anos de idade sem antecedentes pessoais ou familiares de relevo, que

ao realizar o autoexame mamário detectou um nódulo no sulco mamário direito.

Ao exame mamário, para além do nódulo de cerca de 2 cm, apresentava também uma outra pequena tumefacção

sugestiva de mama supranumerária.

Foi submetida a uma microbiópsia do nódulo que revelou tratar-se de um carcinoma ductal invasor.

Durante a cirurgia foi efectuado exame extemporâneo da mama supranumerária que revelou também um carcinoma

ductal invasor.

Procedeu-se a tumorectomia em bloco das duas neoplasias e reconstrução mamária através de uma mamoplastia

vertical de pedículo superior.

A cirurgia oncoplástica permitiu uma exérese cirúrgica dos dois tumores com margens de segurança e com um

excelente resultado estético.