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1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ UTFPR CAMPUS PATO BRANCO DIRETORIA DE RELAÇÕES COMUNITÁRIAS E EMPRESARIAIS DIREC DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS HUMANAS DAHUM PATO BRANCO CIDADE AMIGA DO IDOSO: PRIMEIRO DIAGNÓSTICO PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO DE SEUS CIDADÃOS (RELATÓRIO FINAL) PATO BRANCO-PR, JULHO, 2019

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Page 1: PATO BRANCO CIDADE AMIGA DO IDOSO: PRIMEIRO ......Comunidades Amigas dos Idosos/OMS. Dra. Maria de Lourdes Bernartt Dr. Aruanã Antonio dos Passos M.ª Suelyn Maria Longhi de Oliveira

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – UTFPR

CAMPUS PATO BRANCO

DIRETORIA DE RELAÇÕES COMUNITÁRIAS E EMPRESARIAIS – DIREC

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS HUMANAS – DAHUM

PATO BRANCO – CIDADE AMIGA DO IDOSO: PRIMEIRO DIAGNÓSTICO PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO DE SEUS CIDADÃOS

(RELATÓRIO FINAL)

PATO BRANCO-PR, JULHO, 2019

Page 2: PATO BRANCO CIDADE AMIGA DO IDOSO: PRIMEIRO ......Comunidades Amigas dos Idosos/OMS. Dra. Maria de Lourdes Bernartt Dr. Aruanã Antonio dos Passos M.ª Suelyn Maria Longhi de Oliveira

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PATO BRANCO – CIDADE AMIGA DO IDOSO: PRIMEIRO DIAGNÓSTICO PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO DE SEUS

CIDADÃOS

(RELATÓRIO FINAL)

Relatório Final da Pesquisa diagnóstica realizada pela Equipe Central de Pesquisa da UTFPR Campus Pato Branco, como etapa de acompanhamento do processo de certificação internacional do Município na Rede Global de Cidades e Comunidades Amigas dos Idosos/OMS.

Dra. Maria de Lourdes Bernartt Dr. Aruanã Antonio dos Passos

M.ª Suelyn Maria Longhi de Oliveira

PATO BRANCO, JULHO, 2019

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Bernartt, Maria de Lourdes et. al.

Pato Branco - Cidade Amiga do Idoso: primeiro diagnóstico para o envelhecimento ativo de seus cidadãos / Maria de Lourdes Bernartt, Aruanã Antonio dos Passos, Suelyn Maria Longhi de Oliveira. -- , 2019.

000 f. : il

ISBN: em elaboração. Livro () -- Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Pato Branco, 2019.

1. Envelhecimento. 2. População Idosa (Pato Branco/PR). 3. Políticas Públicas. 4. Cidades e comunidades amigáveis à pessoa idosa. 5. Pesquisa diagnóstica. I. Passos, Aruanã Antonio dos. II. Oliveira, Suelyn Maria Longhi de. I. , . II. Título.

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas (SIBI/UTFPR), com os dados

fornecidos pelo(a) autor(a).

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ UTFPR

REITOR Luiz Alberto Pilatti VICE-REITORIA Vanessa Ishikawa Rasoto PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL – PROGRAD Luis Maurício Martins de Resende Gilberto Souto PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PROPPG Christian Luiz da Silva Nestor Cortez Saavedra Filho PRÓ-REITORIA DE RELAÇÕES EMPRESARIAIS E COMUNITÁRIAS – PROREC Douglas Paulo Bertrand Renaux Carlos Raimundo Erig Lima PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO – PROPLAD Sandroney Fochesatto Leila Milani CAMPUS PATO BRANCO – DIRETORIA GERAL Idemir Citadin DIRETORIA DE RELAÇÕES EMPRESARIAIS E COMUNITÁRIAS - DIREC Neimar Follmann DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – DIRPPG Sandro César Bortoluzzi DIRETORIA DE GRADUAÇÃO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - DIRGRAD Nilvânia Aparecida de Mello DIRETORIA DE PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO – DIRPLAD Renato Luis Carpenedo DEPARTAMENTO DE EXTENSÃO Márcia Rozane Balbinotti de Lourenço DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO Nádia Sanzovo DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS HUMANAS Sérgio Paes de Barros NÚCLEO DE EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS Giovana Faneco Pereira

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PATO BRANCO

GESTÃO 2018-2021

AUGUSTINHO ZUCCHI Prefeito de Pato Branco

ROBSON CANTU

Vice Prefeito de Pato Branco

OSMAR BRAUN SOBRINHO

Secretário de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico

FREDERICO DEMARIO PIMPÃO

Secretário de Engenharia, Obras e Serviços Públicos

EMERSON MICHELLIN

Secretário de Planejamento Urbano

MARCIA FERNANDES DE CARVALHO

Secretária de Saúde

MARIZA FERNANDA MEDEIROS DA CUNHA

Diretora de Comunicação Social

CLODOMIR LUIZ ASCARI Secretário de Agricultura

HELOÍ APARECIDA DE CARLI Secretária de Educação e Cultura

PAULO VICENTE STEFANI Secretário de Esporte e Lazer

MAURO JOSÉ SBARAIN

Secretário de Administração e Finanças

GERI NATALINO DUTRA

Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação

ANNE CRISTINE GOMES DA SILVA

Secretária de Assistência Social

NELSON BERTANI Secretário de Meio Ambiente

BÁRBARA DAYANA BRASIL

Procuradoria Jurídica

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CARLOS LOPES

Secretaria Executiva

ELIANE SOMACAL MARCONDES GAUZE

Departamento de Cultura de Pato Branco

ROBERTINHO DA LUZ DOLENGA

Departamento Municipal de Trânsito de Pato Branco

MARIZA FERNANDA MEDEIROS VIEIRA DA CUNHA

Departamento Municipal de Comunicação Social

CONCEIÇÃO DE MARIA BARROSO RITZMANN

Conselho Municipal dos Direitos do Idoso De Pato Branco – CMDI

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES

Vilmar Maccari VEREADORES

Januario Koslinski

Vilmar Maccari

Ronalce Moacir Dalchiavan

Rodrigo José Correia

Moacir Gregolin

Marines Boff Gerhardt

Marco Antonio Augusto Pozza

José Gilson Feitosa da Silva

Fabricio Preis de Mello

Claudemir Zanco

Carlinho Antonio Polazzo

Joecir Bernardi

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LISTA DE SIGLAS

AMSOP – Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná API – Associação Pato-branquense de Idosos

ATI – Academias da Terceira Idade CadÚnico – Cadastro único

CALEM – Centro Acadêmico de Línguas Estrangeiras Modernas

CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos CEU DAS ARTES: Centro Unificado de Artes e Esporte

CRAS Centro de Referência de Assistência Social CREA-PR – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná

CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social DAHUM – Departamento Acadêmico de Ciências Humanas DALET – Departamento de Letras

DAMAT Departamento de Matemática DEPED – Departamento de Educação DEPEX – Departamento de Extensão DIRGE – Diretoria-Geral DIRGRAD – Diretoria de Graduação e Educação Profissional DIRPPG – Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação EJA – Educação de Jovens e Adultos FADEP – Faculdade de Pato Branco

IAGG – Congresso da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano

MDS – Ministério do Desenvolvimento Social NASF – Núcleo de Atenção à Saúde da Família NUAPE – Núcleo de Acompanhamento Psicopedagógico e Assistência Estudantil NUENS – Núcleo de Ensino OMS – Organização Mundial da Saúde

OPAS – Organização Pan Americana da Saúde

PMPI – Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município

PPGDR – Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional PPGL– Programa de Pós-Graduação em Letras

PPGPS – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas PR – Paraná

RMA – Registro Mensal de Atendimentos SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

UNATI – Universidade da Terceira Idade

UNIMED – Confederação Nacional das Cooperativas Médicas

UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS

Figura 1: Rede Global para Cidades e Comunidades Amigas do Idoso (OMS) com a localização das quatro cidades do Sul do Brasil

49

Figura 2: Mapa de Localização Pato Branco – PR 52

Figura 3: Eixos Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco (2018-

2021) 60

Figura 4: Fórmula para Cálculo de Amostra 74

Gráfico 1: Localização das Regiões com Maior População Idosa no Município 79

Gráfico 2: Grau de Escolaridade 80

Gráfico 3: Idade dos Participantes 80

Gráfico 4: Fonte de Renda 81

Gráfico 5: Bairros e Comunidades Rurais com Maior Amostra Pesquisada 81

Gráfico 6: Proporção de Importâncias por Idade 82

Gráfico 7: Escolaridade x Escalas de Importância 82

Gráfico 8: Sexo e Escala de Importâncias 83

Gráfico 9: Síntese dos Eixos 83

Gráfico 10: Síntese de Respostas por Escalas 84

Gráfico 11: Número de Repostas por Importância por Eixo Pesquisado 84

Tabela 1: Eixos GG/MDS, eixos do Plano Municipal das Pessoa Idosa do Município de Pato Branco-PR e variáveis apontadas na pesquisa quantitativa

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Tabela 2: Eixos da VII Conferência Municipal Pessoa Idosa, Eixos do Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco – PR e variáveis apontadas

na pesquisa qualitativa

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DEDICATÓRIA

Para as pessoas idosas que nos ouviram e compartilharam suas vidas, dedicamos esse trabalho.

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EPÍGRAFES

“Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro,

Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,

Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração

Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida

A minha face?”

Cecília Meirelles, Retrato. In: Antologia poética, p. 18.

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AGRADECIMENTOS

A elaboração de uma atividade de pesquisa, densa como esta, envolve muitas

pessoas, muitas etapas, desde o planejamento inicial, até a sua execução e relatório

final. E, ademais, uma pesquisa, dizem experientes pesquisadores, “nunca está

conclusa”, havemos, pois, de colocar-lhe um “ponto final”. É, por seu turno, um

processo que congrega a síntese de um enorme esforço coletivo direta e/ou

indiretamente, de muitas pessoas e, consequentemente, de muitas instituições,

representadas por estas.

No Projeto de Pesquisa e Extensão “Pato Branco – Cidade Amiga do Idoso:

primeiro diagnóstico para o envelhecimento ativo de seus cidadãos”, elaborado e

coordenada por Equipe Central de Pesquisa da UTFPR campus Pato Branco, no

período de fevereiro de 2018 a julho de 2019, muitas inúmeras pessoas da sociedade

civil, e instituições governamentais e não-governamentais, sensíveis à causa da

população idosa, juntaram-se a esta, e, por dever muito a TODAS, por diferentes

razões, expressamos os nossos sinceros agradecimentos:

Às pessoas idosas do Município de Pato Branco e a seus cuidadores,

participantes da pesquisa;

À Organização Pan Americana de Saúde (OPAS);

Á Organização Mundial da Saúde (OMS);

À Prefeitura Municipal de Pato Branco;

À Secretaria de Assistência Social;

À Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação;

Ao Conselho Municipal dos Direitos do Idoso de Pato Branco;

À Comissão Rotária de Pato Branco;

À Deputada Federal Leandre Dal Ponte;

Á Assessora Parlamentar Jovelina Chaves;

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Às Instituições participantes da pesquisa:

API São Cristóvão;

API São Luís;

API São Roque do Chopim;

API Planalto;

API Bonatto;

API Cristo Rei;

API Novo Horizonte;

Centro Dia;

CEU das Artes;

CRAS São João;

CRAS Sudoeste;

Conselho Municipal dos Direitos do Idoso;

Grupo Vida Plena – Comunidade Cristã;

Lar Dos Idosos São Vicente de Paula;

Pastoral da Pessoa Idosa;

UNIMED;

Universidade Da Terceira Idade – UNATI;

Unidade Básica de Saúde – Passo da Ilha;

Unidade Básica de Saúde – Independência;

Unidade Básica de Saúde – Fazenda da Barra;

À Reitoria e Vice-Reitoria da Universidade Tecnológica Federal do Paraná –

UTFPR;

À Direção-Geral da UTFPR campus Pato Branco – DIRGE;

À Diretoria de Relações Comunitárias e Empresariais - DIREC

À Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação – DIRPPG;

À Diretoria de Graduação e Educação Profissional – DIRGRAD;

Ao Departamento de Extensão – DEPEX;

Ao Departamento Acadêmico de Ciências Humanas – DAHUM;

Ao Departamento de Letras – DALET;

Ao Departamento de Matemática – DAMAT;

Ao Departamento de Educação – DEPED;

Ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional –

PPGDR;

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Ao Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGL;

Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas –

PPGPS;

Ao Núcleo de Acompanhamento Psicopedagógico e Assistência Estudantil

– NUAPE;

Ao Núcleo de Ensino – NUENS;

Ao Centro Acadêmico de Línguas Estrangeiras Modernas - CALEM1;

Às secretarias e departamentos municipais:

Secretaria de Administração e Finanças;

Secretaria de Agricultura;

Secretaria de Assistência Social;

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação;

Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico;

Secretaria de Educação e Cultura;

Secretaria de Engenharia, Obras e Serviços Públicos;

Secretaria de Esporte e Lazer;

Secretaria de Meio Ambiente;

Secretaria de Planejamento Urbano;

Secretaria de Saúde;

Departamento de Cultura;

Departamento de Trânsito;

Departamento de Comunicação Social;

À Pastoral da Pessoa Idosa;

Ao Comitê Gestor do Programa Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa

Idosa;

À Faculdade de Pato Branco – FADEP;

1 Às professoras do CALEM, do campus Pato Branco, Lourdes Terezinha Graebin Parise, Ana Paula Petriu

Ferreira Engelbert, Denize Terezinha Teis, pela revisão, adaptação e validação do instrumento quantitativo

Questionnaire-AARP-Survey-of-Community-Residents-2015-2016. Às colaboradoras, Caroline Polo Terres e

Juliane Polo Terres, pela primeira versão do questionário em português.

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Aos componentes das Equipes de Pesquisas, pertencentes às seguintes

instituições: UTFPR, Comissão Rotária, FADEP, Prefeitura Municipal, Pastoral da

Pessoa Idosa, Sebrae e Interact Club de Pato Branco.

Aos acadêmicos e professores da UTFPR campus Pato Branco dos Cursos

de Administração, Ciências Contábeis, Letras, Matemática, Química;

Aos professores e acadêmicos da FADEP, dos cursos de Educação Física,

Enfermagem, Fisioterapia, Pedagogia, Psicologia e Tecnologia em Estética e

Cosmética.

Aos colaboradore(a)s externo(a)s.

A todos e todas que participaram desse processo, nossos agradecimentos.

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SUMÁRIO

MENSAGENS DE ATORES E INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS E NÃO-GOVERNAMENTAIS

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RESUMO 37 FICHA TÉCNICA DO PROJETO DE PESQUISA 40 APRESENTAÇÃO 42 INTRODUZINDO A TEMÁTICA – O MUNICÍPIO DE PATO BRANCO NA REDE GLOBAL DE CIDADES E COMUNIDADES AMIGAS DOS IDOSOS/OMS

47

PARTE I: O PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL DO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO-PR NA REDE GLOBAL DE CIDADES E COMUNIDADES AMIGAS DOS IDOSOS/OMS

54

1.1. TRAJETÓRIAS DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL DO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO-PR (2017-2019)

55

ETAPA 1: MOVIMENTOS DE SENSIBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE PATOBRANQUENSE 55 ETAPA 2: LANÇAMENTO DO “PROJETO CIDADE AMIGA DO IDOSO”, NO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO-PR E ADESÃO DA UTFPR

57

ETAPA 3: A CERTIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO-PR NA REDE GLOBAL DE CIDADES E COMUNIDADES AMIGAS DOS IDOSOS/OMS

58

ETAPA 4: MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO: COMITÊ GESTOR 62 PARTE II: O PROCESSO DA PESQUISA “PATO BRANCO – CIDADE AMIGA DO IDOSO: PRIMEIRO DIAGNÓSTICO PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO DE SEUS CIDADÃOS” (2018/2019)

63

2.1. TRAJETÓRIAS DA PESQUISA DIAGNÓSTICA 63

ETAPA 1: PROJETO DE PESQUISA E APROVAÇÃO NO CEP/UTFPR 64 ETAPA 2: PLANEJAMENTO PARA A COLETA DE DADOS QUANTI-QUALITATIVOS 65

ETAPA 3: PESQUISA A CAMPO: A COLETA DE DADOS QUANTI-QUALITATIVOS 66

ETAPA 4: RELATÓRIO FINAL DA PESQUISA DIAGNÓSTICA 67

2.2. PERCURSOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA DIAGNÓSTICA PARA “ESCUTAS” JUNTO À POPULAÇÃO IDOSA (2018)

68

ETAPA 1: BASES CONCEITUAIS E TEÓRICO-METODOLÓGICAS 68

ETAPA 2: PROBLEMÁTICA, TIPOLOGIA DA PESQUISA, OBJETIVOS 69 ETAPA 3: SELEÇÃO DA AMOSTRAGEM: CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 70 ETAPA 4: INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 72 ETAPA 5: TESTAGEM DOS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 72 ETAPA 6: OFICINAS DE BOAS PRÁTICAS E ÉTICA NA PESQUISA 73 ETAPA 7: PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS QUANTITATIVOS 73 ETAPA 8: PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS QUALITATIVOS 76 2.3. RESULTADOS QUANTI-QUALITATIVOS 77 ETAPA 1. QUESTIONÁRIO: QUESTÕES SÓCIO DEMOGRÁFICAS E QUESTÕES POR EIXOS

77

ETAPA 2: RESULTADOS QUALITATIVOS – O PRESENTE E A MEMÓRIA: O DIREITO NA VOZ DO IDOSO

86

A voz do idoso 88 Símbolos do bem: o tempo do idoso 90 A educação e a linguagem dos netos 95 Percepção sobre a pesquisa 97 CONCLUSÕES E SUGESTÕES: DIRETRIZES PARA AÇÕES 100 REFERÊNCIAS 109

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MENSAGENS DE ATORES E INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS E NÃO-GOVERNAMENTAIS

ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DE SAÚDE (OPAS) ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS)

A Organização Pan-Americana da Saúde trabalha com os países das

Américas para melhorar a saúde e a qualidade de vida de suas populações.

Fundada em 1902, é uma organização internacional de saúde pública. Atua como

escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas e é a

agência especializada em saúde do sistema interamericano. A OPAS oferece

cooperação técnica em saúde a seus países-membros; trabalha para combater

doenças transmissíveis e crônicas não transmissíveis, e fortalece os sistemas de

saúde e impulsiona decisões baseadas em evidências para melhorar a saúde das

pessoas e promove saúde como a força motriz do desenvolvimento sustentável.

Para a OPAS/OMS, o processo de certificação do município de Pato Branco

foi um caminho trilhado de empoderamento e mobilização de diferentes atores, entre

eles sociedade civil, Representante do Legislativo Federal que se tornaram indutores

desse trabalho, com total engajamento do Prefeito acompanhado das secretarias

municipais na organização, planejamento e execução de ações voltadas a atender

as necessidades das pessoas idosas o que tornou um exemplo de modelo a ser

seguido por outros municípios.

A OPAS/OMS com seu rol de assessor técnico, participou da certificação

com a função de apoiador ativo na condução da articulação intersetorial, elaborador

de documentos técnicos para a implementação e monitoramento do programa

Cidades e Comunidades Amigáveis a Pessoa idosa. Esse trabalho articulado com os

gestores locais e a sociedade civil teve por objetivo de desenvolver a região sul do

país como um modelo de planejamento e organização da política pública voltada a

pessoa idosa com forte compromisso entre os parceiros.

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O processo de certificação e implementação do programa Cidades e

Comunidades Amigáveis a Pessoa Idosa esteve sob a condução da Dra. Haydee

Padilla, Coordenadora da Unidade Técnica Família, Gênero e Curso de Vida, com o

apoio técnico da consultora Dra. Karla Lisboa Ramos.

Brasília, DF, 09 de julho de 2019

Dra. Haydee Padilla

(Coordenadora da Unidade Técnica Família, Gênero e Curso de Vida)

Dra. Karla Lisboa Ramos

(Apoio Técnico)

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DEPUTADA FEDERAL LEANDRE DAL PONTE

Desde o início do seu mandato na Câmara Federal, a deputada federal

Leandre definiu como uma das prioridades levar a saúde mais perto das pessoas,

com atenção especial às consequências do envelhecimento da população e ações

concretas para melhorar a vida da população idosa no Brasil.

Nesta caminhada a deputada conheceu o Programa Cidade Amiga do Idoso,

da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem como um dos objetivos preparar

os municípios e garantir ambientes que acolham as alterações físicas e sociais

decorrentes do envelhecimento.

Assim, a Deputada Leandre e sua equipe começaram a difundir a proposta de

envelhecimento ativo em vários municípios do Paraná. Foram realizadas dezenas de

palestras e ações para chamar a atenção da sociedade para o tema. A ideia sempre

foi levar o programa da OMS ao conhecimento de lideranças locais. E, a partir daí,

deixar na mão de cada agente local a responsabilidade pelas ações em prol das

pessoas idosas daquela localidade.

Ao longo do nosso primeiro mandato, vários modelos de gestão foram

experimentados. Até que, em Pato Branco, os clubes de Rotary viraram parceiros do

projeto. E a ideia de unir o “Cidade Amiga do Idoso” aos clubes de serviço deu tão

certo que o município de Pato Branco, em pouco mais de um ano e meio de

trabalho, foi o terceiro do Brasil e primeiro do Paraná a receber o certificado da OMS

como Cidade Amiga do Idoso. Entre as ações que chamaram a atenção da OMS

estão: a mobilização social através da Comunidade Rotariana, a promoção de

políticas públicas que garantem a qualidade de vida para os idosos, como

acessibilidade em vias públicas e edificações, além de acesso à cultura, lazer, e

atividades de promoção à saúde.

O modelo de gestão do Programa em Pato Branco, além do Rotary, conta

com apoio fundamental da Administração Municipal, da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná (UTFPR), e Conselho Municipal do Idoso. A certificação de Pato

Branco levou a OMS a validar o modelo de gestão de Pato Branco. Assim, este

mesmo modelo pode ser implantado em qualquer município.

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A ideia de envolver a sociedade civil organizada a fundo no programa foi tão

revolucionária, que a deputada foi convidada a apresentar o modelo de Pato Branco

no seminário internacional “Ciudades Amigables com las Personas Mayores”, que

aconteceu no Chile no mês de novembro de 2018.

Brasília, DF, 10 de julho de 2019

Leandre Dal Ponte – Deputada Federal

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CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO DE PATO

BRANCO – CMDI

O Conselho Municipal em Defesa dos Direitos do Idoso foi criado em 1997,

através da Lei Municipal Nº 1.655, havendo algumas alterações pela Lei nº 3.494 de

15 de dezembro de 2010. É órgão paritário com função consultiva, deliberativa,

controladora e fiscalizadora da política de defesa dos direitos do idoso. Tem por

finalidade congregar e conjugar e esforços dos órgãos públicos, entidades provadas

e grupos organizados, que tenham em seus objetivos o atendimento de pessoas

idosas estabelecendo as diretrizes e a definição da Política Municipal dos Direitos do

Idoso, no Município de Pato Branco, Estado do Paraná.

Compete a este Conselho promover uma política global para o idoso no

município, visando eliminar as discriminações que atingem o idoso, possibilitando a

sua integração e promoção como cidadão em todos os aspectos da vida econômica,

social, política e cultural; bem como celebrar convênio com os órgãos da

administração municipal, que se refere ao planejamento e execução das ações

inerentes dos ao idoso; desenvolver estudos, debates e pesquisas relativas à

condição do idoso, desenvolvendo projetos que promovam a participação destes em

todos os setores da atividade social. Assim, cumprir e zelar pelo cumprimento das

normas constitucionais e legais referentes ao idoso, sobretudo a Lei Federal nº

8.842, de 04 de julho de 1994, a Lei Federal nº 10.741 de 1º de outubro de 2003

referente ao Estatuto do Idoso e Leis pertinentes de caráter estadual e municipal,

denunciando à autoridade competente e ao Ministério Publico o descumprimento de

qualquer uma delas.

O CMID é composto por 16 membros e respectivos suplentes, nomeados pelo

prefeito do Município com mandato de 2 (dois) anos de duração. Conta em sua

organização, com uma diretoria executiva composta por: Presidente, Vice-

Presidente, 1º Secretário, 2º Secretário, 1º Coordenador de Recursos Financeiros e

2º Coordenador de Recursos Financeiros, sendo estes os responsáveis no

cumprimento dos objetivos e ações que competem ao CMID, dentre elas Aprovação

do Plano Municipal da Pessoa Idosa da Cidade de Pato Branco – PR 2018/2021;

realização da VII Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Pato

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Branco no dia 22 de novembro de 2018, acompanhado do Comitê da Cidade

Amigável com a Pessoa Idosa e a Secretaria de Assistência Social, objetivando

proporcionar a participação dos idosos do município, mobilizando a dos grupos de

idosos do município; participação na solenidade de entrega da Certificação, ao

Município de Pato Branco, no Programa Cidade e Comunidades Amigáveis com a

Pessoa Idosa, dia 19 de julho de 2018, com a UTFPR e Comissão Rotária;

realização do XII DIATIVO 2019, evento realizado pelo CMID e Secretaria de

Assistência Social, Secretaria de Esporte e Lazer, apoio Comissão Cidade Amiga do

Idoso, UTFPR, Comissão Rotária e Secretaria de Saúde.

Pato Branco, 11 de julho de 2019

Conceição de Maria Barroso Ritizmann

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SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DE PATO BRANCO

A Política de Assistência Social no Município de Pato Branco é desenvolvida

pela Secretaria de Assistência Social – SMAS, cujas diretrizes e princípios estão

estabelecidos pela Lei Municipal nº 4.166 de 10 de outubro de 2013 e a existência

da regulamentação do SUAS em nosso Município, através da Lei nº 4.742 de 29 de

fevereiro de 2016 que preconiza as competências da Secretaria de Assistência

Social.

O Sistema Único de Assistência Social – SUAS, seguindo as diretivas da

Constituição de 1988 e da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS de 1993, é um

sistema público não-contributivo, descentralizado e participativo que tem como

função primordial a gestão do conteúdo específico da Assistência Social no campo

da proteção social brasileira (NOB/05). Sua implantação tem sido realizada num

amplo processo democrático que requer a afirmação da política como estatal e

afiançadora de direitos, em resposta às necessidades sociais, e estratégicas no

enfrentamento das desigualdades que atingem a maioria da população.

Como política de proteção social de caráter não contributivo, a Secretaria

Municipal de Assistência Social tem com competência organizar e coordenar o

Sistema Único de Assistência Social-SUAS. O Plano Municipal de Assistência

Social; SINASE; Plano Decenal dos Diretos da Criança e do Adolescente, Plano

Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa e o Plano de Ação Cidade Amiga da Pessoa

Idosa, são instrumentos impulsionadores que permitem aos trabalhadores da

respectiva Política novas práticas interventivas e que para sua consolidação

necessita de um aparato institucional capaz de atender as demandas e

necessidades surgidas no decorrer dos quatro anos.

Nesse sentido, o Município de Pato Branco, tem intensificado suas ações,

baseadas nos eixos da proteção social; vigilância socioassistencial e garantia dos

direitos sociais. Contudo, o respectivo documento retrata os serviços, benefícios,

ações de maneira sintética, com vistas ao aprimoramento dos serviços destinados à

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população pato-branquense, sob o prisma da construção de projetos individuais e

coletivos que impulsione a superação das fragilidades sociais.

Embora tenhamos no Brasil, boas legislações que asseguram o direito dos

idosos, infelizmente o tema tem sido tratado na sociedade de forma muito tímida,

precisamos evoluir na divulgação e na implementação do que já está previsto em

Lei. Acredito que as cidades de todo o mundo irão se comprometendo, cada vez

mais, com a pessoa idosa, através de políticas públicas, serviços, ambientes,

tecnologia e estruturas que oportunizem a participação dos idosos na sociedade,

com segurança, qualidade de vida e bem-estar, criando uma situação positiva para o

alongamento da vida.

Pato Branco está entre as quatro cidades brasileiras e a primeira do Paraná,

que foram reconhecidas com a certificação internacional do Programa Cidades e

Comunidades Amigáveis com a Pessoa Idosa concedida pela Organização

Panamericana de Saúde(OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e

muitos municípios estão aderindo à Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa,

programas esses, que estão buscando o fortalecimento de políticas públicas e

preparando as cidades para oferecerem uma estrutura compatível com o ritmo

acelerado do envelhecimento, com bons planos de ação.

Pato Branco tem um aspecto importante e diferenciado dos demais

municípios que compõem a Rede Mundial, por ter como indutor do programa os

clubes de Rotary e a Universidade. Esta articulação para o desenvolvimento de

plano para a cidade voltada a pessoa idosa, seguindo os eixos do Guia Global das

Cidades e Comunidades Amigáveis com a Pessoa Idosa, vem preparar a cidade

mediante a perspectiva nacional para 2050, quando se estima um aumento

considerável de idosos.

Estamos trabalhando com os 8 eixos do Guia Global e frente as novas facetas

do envelhecimento. A família, a sociedade, e o poder público tem a responsabilidade

de intervir para a construção de uma longevidade ativa. E algumas das áreas são a

saúde, educação, a cultura, esporte e lazer e cidadania, com e para a velhice. Áreas

estas que são fundamentais para que os idosos tenham a possibilidade de adquirir

conhecimento sobre o mundo, sobre os outros e de si mesmo, ainda interagir e

modificar o ambiente em que vivem.

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A vontade para que tudo isso aconteça, por parte da atual gestão municipal,

da família rotária e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, esta fazendo

com que Pato Branco, seja reconhecida como um modelo para o Brasil.

Porém a vivência e experiência profissional, também como profissional

Assistente Social, nos alerta principalmente para o abandono dos idosos por parte

da família, negligência e a violência emocional e financeira.

Esse maravilhoso projeto vem encantando a todos, trazendo vontade e

queremos nos tornar referência para o Brasil e quem sabe para o mundo.

“Temos a certeza de que o Programa Cidade Amiga do Idoso em nosso

Município é a inovação para o campo das políticas públicas voltados para a pessoa

idosa. Estamos unidos nessa trajetória de esforços institucionais que contemplem as

necessidades deste público, com foco na defesa e na garantia de direitos previstos

nas legislações vigentes”, conclui a Secretária de Assistência Social.

Pato Branco, 11 de julho de 2019

Anne Cristine Gomes da Silva Cavali

Albina Zenaide Veigas Geron

Anuska Gudoski

Carlos Henrique Galvan Gnoatto

Caroline Soeiro

Fernanda Merlo

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SECRETARIA MUNICIPAL DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO DE PATO BRANCO

A Prefeitura de Pato Branco criou em 2013 a Secretaria Municipal de Ciência,

Tecnologia e Inovação – SMCTI. Esta secretaria, única no estado do Paraná, tem a

missão de "Elaborar, programar e gerir a política municipal de Ciência, Tecnologia e

Inovação. Promover e estimular a articulação institucional intersecretarias do

município com o universo acadêmico, instituições de pesquisa, empresas, entidades

públicas e privadas, e com a sociedade civil organizada". E, dentre as principais

incumbências da SMCTI, está a administração do Parque Tecnológico de Pato

Branco.

Pato Branco é uma cidade com reconhecida longevidade, principalmente

graças aos bons indicadores de qualidade de vida. É importante, entretanto, manter

a qualidade de vida na Terceira Idade. Para tanto, são necessárias iniciativas e

políticas locais. Para nossa secretaria, serve de forte apoio aos programas que

possuímos, como o curso de informática Melhor Idade Conectada e outros que

pretendemos incluir, até mesmo em nossa Feira Inventum, a ser realizada em

novembro de 2019. Assim, a certificação vem embasar e fortalecer as formas de

apoio não somente aos idosos, mas a toda a comunidade.

Nossa instituição foi responsável por viabilizar os recursos tecnológicos

necessários para a realização do Protocolo de Pesquisa Pato Branco – Cidade

Amiga da Pessoa Idosa, assim como auxiliar o processo de análise destes dados.

Pessoas (e cargos) que participaram do processo e sua importância:

Geri Natalino Dutra – Secretário Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação

Johnny Rockembach Kraemer – Chefe do Departamento de Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação: Responsável pelo desenvolvimento da plataforma utilizada na captação de respostas da Protocolo de Pesquisa Pato Branco – Cidade Amiga da Pessoa.

Pato Branco, 10 de julho de 2019

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Geri Natalino Dutra Johnny Rockembach Kraemer

SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPORTE E

LAZER

Com relação à participação da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEL),

como membro do Conselho do Idoso e representante do mesmo junto ao Comitê Gestor

do Programa Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa, temos por informar

que durante os trabalhos realizados nos anos de 2018 e 2019, tanto na definição dos

indicadores do plano de ação, aplicação do questionário do perfil e na realização das

atividades alusivas a pessoa idosa, tais como Dia Ativo; identificamos o potencial da

inserção e necessidade da aumenta oferta das atividades da área de esporte, lazer e

atividade física, objetivando a busca da longevidade do público atendido. Nas atividades

relacionadas buscamos preservar o histórico de atividades físicas dos participantes,

levando a inserção de novos conceitos e práticas esportivas que trouxessem a

satisfação dos mesmos.

Para que os objetivos propostos no Plano de Ação sejam alcançados, precisamos

incentivar o uso dos espaços públicos ofertando atividades a pessoa idosa, respeitando

limites físicos, emocionais e de deslocamento a fim de que mantenham a regularidade

na participação e melhorem ou busquem uma melhor condição física. Com relação as

corridas e caminhadas de rua e em parques, prevaleceu a participação dos mesmos em

todos os eventos percebendo um aumento significativo no número de participantes.

Pato Branco, 11 de julho de 2019

Paulo Vicente Stefani Rony Slavieiro

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SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Serviços de Saúde na Cidade Amiga do Idoso:

Os serviços de saúde e de apoio são vitais para os idosos manterem sua

saúde e independência na comunidade. Faz-se imprescindível à dignidade do idoso

a disponibilidade suficiente de cuidados de boa qualidade, adequados e acessíveis

para que os mesmos tenham acesso a um sistema de saúde, onde possam ser

devidamente acolhidos e ter suas queixas atendidas de forma gratuita, haja vista

que renda insuficiente, na maioria dos casos, os afasta da atenção adequada que

devem destinar à sua saúde.

Assim, nossa Secretaria vem estruturando-se para oferecer uma gama

variada de serviços, que se iniciam com a atenção primária (médicos, dentistas,

equipe de NASF), além de toda a rede de suporte com unidades especializadas na

parte de psiquiatria, apoio sorológico, centro de reabilitação, rede de atenção em

urgência e emergência, com SAMU, hospitalar e especialidades.

Na relação de serviços importantes prestados estão o rastreamento

preventivo, a atividade física e reabilitadora, a educação sobre prevenção de lesões,

a orientação nutricional, as terapias voltadas para a saúde mental, além das visitas

domiciliares realizadas pelas equipes.

Nossos serviços de saúde estão bem distribuídos pela cidade. Temos 84% de

cobertura de Unidade Básica e 100% de cobertura de atenção primária, o que

garante o acesso fácil e qualificado em toda a rede de atendimento. Os prédios onde

se localizam os serviços oferecem segurança e são totalmente acessíveis às

pessoas portadoras de deficiência física. Informações claras e acessíveis sobre os

serviços são oferecidas aos idosos. A prestação de serviços é coordenada caso a

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caso e com um mínimo de burocracia. O pessoal administrativo e de serviços trata

os idosos com respeito e sensibilidade.

Da mesma forma, o planejamento para situações de emergência inclui os

idosos, considerando-se suas necessidades e capacidades na preparação e na

resposta a essas situações.

Desta feita, entendemos que muito temos contribuído para a qualificação dos

nossos serviços, atendendo ao compromisso social assumido de respeito e

dignidade aos usuários da melhor idade.

Embora os indicadores pactuados sejam específicos, pela abrangência do

projeto e considerando as ações da Secretaria de Saúde, todos os servidores estão

envolvidos na Rede de Atenção à Pessoa Idosa.

Pato Branco, 12 de julho de 2019

Márcia Fernandes de Carvalho

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COMISSÃO ROTÁRIA DE PATO BRANCO

O Rotary é um clube de serviços, cujo lema para a gestão 2019/2020 é: “o

Rotary Conecta o Mundo”. Em Pato Branco-PR há 8 clubes, representados na

Comissão Rotária.

A Certificação de Pato Branco pela OMS, através do Programa Cidades e

Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa é um marco na história da cidade, do qual

o Rotary tem a alegria e a satisfação de fazer parte. Para o Rotary essa participação

tem um a importância ímpar, porque temos como objetivo melhorar o mundo através

dos nossos projetos e ações. E esse programa caiu muito bem em nossas mãos. A

Comissão Rotaria é formada por:

Ivan Orlandini – Presidente

Albino Peiter Aline Ferrarezi Mantovan Santo

Almir Mendes Ribeiro Bruna Zancanaro

Cleverson Fioreli Danilo Roberto Ferreira Terres

Elaine Kurtz Inez Betiato

Izabelle Ribas Amadori Marcia G. Andreata

Nemora Dalla Líbera Sara Cattani

Rosangela Maria Cherobin

Martinelo

Volmar Luiz Klin

Valmir Dallacosta

Pato Branco, 10 de julho de 2019

Ivan Orlandini

Danilo Roberto Ferreira Terres

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COMITÊ GESTOR DO PROGRAMA CIDADES E COMUNIDADES AMIGÁVEIS À

PESSOA IDOSA

Como forma de monitoramento e avaliação, o Prefeito de Pato Branco, pelo

Decreto Municipal Nº 8.336, de 8 de junho de 2018, instituiu o Comitê Gestor do

Programa Cidades e Comunidades Amigáveis com a Pessoa Idosa, seguindo

diretrizes da Organização Mundial da Saúde. Sua função consistirá em contribuir

para a efetivação de políticas públicas, programas, ações e serviços destinados à

população idosa, principalmente a mais vulnerável, com foco no envelhecimento

longevo e saudável. O Comitê é composto por representantes de cada secretaria do

poder executivo, do Conselho Municipal da Pessoa Idosa, da sociedade Civil,

através do Rotary Clube, da comunidade acadêmica e da Pastoral da Pessoa Idosa.

Instituição Titular Suplente

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico

Clovis Grezele Fernanda Bonatto

Secretaria de Assistência Social

Anne Cristine Gomes da Silva Cavali

Caroline Soeiro

Secretaria Municipal de Administração e Finanças

Rosangela Angeli Teixeira

Mariza Fernanda Medeiros Vieira

Secretaria Municipal de Agricultura

Benigno Kozelinski Ivete Roldo

Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação

Lúcio Paulo Nunes Nelito Antonio Zanmaria

Secretaria Municipal de Educação e Cultura

Natan Bertol Clotilde Terezinha Amadigi Meier

Secretaria Municipal de Engenharia e Obras

Frederico Demaio Pimpão

Nadiessa Peretto de Almeida Grezele

Secretaria Municipal de Esportes e Lazer

Eliane Giacomel Osvaldo Massafera Junior

Secretaria Municipal de Meio Ambiente

Nelson Bertani Antônio Cezar Soares

Secretaria Municipal de Planejamento Urbano

Emerson Michellin Silmara Brambila Strassburger

Secretaria Municipal de Saúde

Márcia Fernandes de Carvalho

Terezinha Martinichen Furlaneto

Conselho Municipal dos Rony Marcelo Slavieiro Helena de Fátima Soares

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Direitos do Idoso Ribas

Representante da Comunidade Acadêmica – UTFPR

Maria de Lourdes Bernartt

Marcia Rozane Balbinotti de Lourenço

Representante da Pastoral Idosa

Clarice Dalla Corte Clara Mariluz Barczyszyn

Representante da Sociedade Civil – Rotary Club

Danilo Roberto Ferreira Terres

Almir Mendes Ribeiro

Pato Branco, 09 de julho de 2019

Anne Cristine Gomes da Silva Cavali

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UTFPR CAMPUS PATO BRANCO

A comunidade acadêmica da UTFPR campus Pato Branco sente-se honrada

pela oportunidade de participar e colaborar com o projeto “Cidade Amiga do Idoso”.

Entendemos que atitudes como essa dignificam a sociedade e valorizam nossas

ações, tornando-nos mais solidários, colaborativos e engajados na busca de uma

sociedade mais justa e inclusiva, que valoriza o ser humano. Ser amigo(a) dos

idosos é facilitar a mobilidade, garantir acesso aos cuidados com a saúde, moradia

e, principalmente, lutar para que os idosos tenham uma renda digna na sua

aposentadoria. Por esse motivo, agradecemos a todas as entidades e pessoas que,

verdadeiramente, estão engajadas nessa luta. Obrigado por oportunizar a

participação da UTFPR nesse projeto.

Pato Branco, 11 de julho de 2019

Dr. Idemir Citadin

(Diretor-Geral do campus Pato Branco)

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DIRETORIA DE RELAÇÕES COMUNITÁRIAS E

EMPRESARIAIS UTFPR CAMPUS PATO BRANCO

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Pato Branco, tem o

privilégio de fazer parte deste importante projeto do município de Pato Branco. Seu

principal papel foi de realizar o diagnóstico dos diversos eixos que a certificação

“Cidade Amiga da Pessoa Idosa” aborda e contribuir com informação técnica capaz

de subsidiar os gestores municipais com informações que permitam que suas

decisões tenham um impacto social ainda mais positivo.

A equipe realizou esta atividade por meio de pesquisa científica, aprovada no

Comitê de Ética da instituição, em que professores, técnico-administrativos e alunos

da UTFPR-PB foram a campo coletar as informações junto aos idosos do nosso

município.

Além disso, a equipe da UTFPR esteve envolvida em diversas atividades

promovidas pela Prefeitura Municipal, pelo Rotary e pela Deputada Federal Leandre

Dal Ponte contribuindo com conhecimento técnico, participação no Conselho

Municipal do Idoso e na organização de eventos que levaram à sociedade e,

principalmente aos idosos, a informação de que Pato Branco está comprometida

com um planejamento que visa desenvolver melhores condições referentes à

qualidade de vida de sua população. Mas, para chegar neste resultado percorreu um

longo caminho de pesquisa, em que os protocolos da OMS foram estudados e

adequados para a realidade brasileira, resultando em um produto tão relevante

quanto este relatório de diagnóstico.

A Diretoria de Relações Empresariais e Comunitárias tem por este projeto um

carinho especial por permitir que, dentro das atribuições de uma Universidade, foi

possível alcançar um público tão distinto quanto o dos idosos. Ter envolvido,

principalmente, os alunos neste processo contribuiu também para sua formação,

entregando para a sociedade um cidadão mais consciente dos desafios e

oportunidades que esta pesquisa revelou.

Para finalizar, importante dizer que a UTFPR tem em seu nome o foco na

tecnologia, representado, principalmente por seus vários cursos de engenharia. Se

forem considerados os 13 campi, a UTFPR é o maior formador de engenheiros do

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Brasil. Por isso, fazer parte de um projeto de cunho social tem ainda mais

importância, porque reforça no aluno uma consciência mais humanitária, em que a

tecnologia existe para auxiliar o homem, neste caso, os idosos, a viverem cada vez

mais e melhor.

Pato Branco, 11 de julho de 2019

Dr. Neimar Follmann

(Diretor de Relações Empresariais e Comunitárias – UTFPR-PB)

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EQUIPE DE PESQUISA DA UTFPR CAMPUS

PATO BRANCO

A Equipe de Pesquisa da Universidade Tecnológica Federal do Paraná –

UTFPR carreia consigo a historicidade desta instituição “anciã”, uma vez que, do alto

de seus 110 anos, esta passou por várias mudanças até a sua constituição atual.

Sua trajetória tem início com a criação das Escolas de Aprendizes Artífices, em

várias capitais do país, pelo então presidente, Nilo Peçanha, em 23 de setembro de

1909, dentre elas, Curitiba, cuja escola foi inaugurada em 16 de janeiro de 1910. Em

1937 passou a denominar-se Liceu Industrial do Paraná; em 1943 Escola Técnica

de Curitiba; em 1959 Escola Técnica Federal do Paraná; em 1978, Centro

Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR). Em 1990, por

intermédio do Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Técnico, expandiu-se

para o interior do Paraná, onde implantou unidades, dentre essas a Unidade

Descentralizada de Pato Branco. Em 2005, tornou-se a Universidade Tecnológica

Federal do Paraná (UTFPR), sendo a primeira especializada do Brasil, hoje, com

13 campus, distribuídos nas cidades de Apucarana, Campo Mourão, Cornélio

Procópio, Curitiba, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Guarapuava,

Londrina, Medianeira, Pato Branco, Ponta Grossa, Santa Helena e Toledo.

Dada a sua historicidade, a instituição atua no ensino, na pesquisa e na

extensão. Na atualidade, oferta cursos técnicos de nível médio, cursos de graduação

(tecnologias, engenharias, bacharelados e licenciaturas), cursos de especialização e

programas de mestrado e doutorado. Desenvolve inúmeras pesquisas no âmbito de

seus cursos de graduação e pós-graduação, bem como oferece à sua comunidade

interna e externa um grande número de programas, projetos e atividades de

extensão.

Ao se pensar na extensão como meio pelo qual a universidade transforma a

sociedade, pode-se voltar alguns anos na história da instituição e verificar que desde

a sua fundação em 1909, a UTFPR já possuía na sua essência, a preocupação em

realizar atividades que trouxessem melhorias para a sociedade. Com a instalação da

Escola de Aprendizes Artífices, por meio do Decreto 7.566, de 23 de setembro de

1909, a intenção era ensinar uma profissão aos “desprovidos de fortuna”.

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A função social da universidade é proporcionar a transformação da sociedade,

ou seja, a melhoria na vida dos cidadãos sem, contudo, caracterizá-la com a

prestação de serviços assistencialistas. O essencial é integrar teoria e prática, ou

seja, ensino e pesquisa e democratizá-los, efetivando o processo de troca de

saberes.

Atualmente, quando se vivencia profundas mudanças econômicas, políticas,

culturais, tecnológicas e sociais, espera-se da universidade, atitudes de participação

ativa na transformação da sociedade e na formação cidadã de sua comunidade

interna, sendo que a extensão se configura como o meio pelo qual a universidade

vai integrar suas atividades de ensino e pesquisa na busca da ampliação de sua

responsabilidade social. Pensando nisso, a instituição integrou-se ao processo de

certificação do município de Pato Branco no Programa Cidades e Comunidades

Amigáveis à Pessoa Idosa (OMS/OPAS), desde a origem.

A preocupação da universidade com o envelhecimento da população deve

estar no dia a dia de seus servidores e alunos pois são ações dessa natureza que

demonstram a sensibilidade e o compromisso da instituição para com as demandas

da comunidade. Além do mais, poder promover ações de conscientização sobre

assunto tão relevante quanto o significado da velhice, bem como seus patrimônios

culturais, suas mudanças de comportamento e promover formas de tornar esse

processo melhor, oportunizando aos idosos atividades que incentivem a autonomia e

a independência fazem com que a comunidade acadêmica amplie seu conhecimento

e se modifique.

A partir das experiências que estão sendo consolidadas por meio do Programa

Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa (OMS/OPAS), alunos e

servidores podem articular o ensino e a pesquisa desenvolvidos na instituição com

foco na responsabilidade social e cidadania, tornando a UTFPR modelo, não só de

ensino tecnológico, mas de uma universidade preocupada com a transformação da

sociedade.

Pato Branco, 10 de julho de 2019.

Marcia Rosane Balbinotti de Lourenço

Maria de Lourdes Bernartt

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RESUMO

Este relatório contém descrição detalhada das atividades realizadas no município de Pato Branco, no período que corresponde a setembro/2017 a julho/2019, em relação ao desenvolvimento da Pesquisa Diagnóstica elaborada e executada por Equipe de Pesquisa da UTFPR campus Pato Branco por intermédio do Projeto de Pesquisa e Extensão “Pato Branco – Cidade Amiga do Idoso: primeiro diagnóstico para o envelhecimento ativo de seus cidadãos”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP)/UTFPR. Apresenta também o processo de certificação do Município de Pato Branco, região sudoeste do Paraná, no Programa Cidades e Comunidades Amigáveis á Pessoa Idosa, da OMS. A pesquisa objetivou levantar principais necessidades e sugestões da população idosa no município, em relação a seu bem-estar. A pesquisa caracterizou-se como de campo exploratória, com abordagem quali-quantitativa. A população alvo foi composta por pessoas idosas, com idade igual ou superior a 60 anos e, por cuidadores de pessoas idosas, vinculados a entidades públicas e privadas destinadas ao atendimento dessa população, por responsáveis por serviços de atendimentos a idosos e por profissionais que atuam em órgãos municipais públicos. A coleta de dados foi realizada em entidades que atendem pessoas idosas e em órgãos públicos, no município de Pato Branco-PR, mediante visitas agendadas com os seus responsáveis. Para a coleta de dados foram utilizados três instrumentos: questionário estruturado e roteiro de discussão de grupo focal – adaptados do Protocolo de Vancouver, adotado pela Organização Mundial de Saúde – e entrevista em profundidade. Para o tratamento estatístico dos dados quantitativos utilizou-se da estatística descritiva, tabulação de dados e tratamento dos dados pelo software PowerBI e para a análise dos dados, obtidos por meio dos grupos focais, foi utilizado o método da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2009). Os resultados demonstram que o perfil sociodemográfico da população estudada quanto à escolaridade: a maior porcentagem possui Ensino Fundamental, está entre 65 a 75 anos de idade, ganha de 2 a 5 salários-mínimos. Quanto ao questionário, dentre os nove eixos abordados, Apoio Comunitário e Serviços de Saúde (eixo 4) foi considerado pela população estudada como o mais importante, seguido por: Espaços Exteriores e Edifícios (eixo 2), Habitação e Moradia (eixo 1), Transportes (eixo 3), Respeito e Inclusão Social (eixo 5), Protagonismo Local (eixo 9), Comunicação e Informação (eixo 7), Participação Cívica e Emprego (eixo 6) e Oportunidades de Aprendizagem (eixo 8).

Palavras –chave: Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa. Certificação. Município de Pato Branco. Pessoas idosas. Pesquisa diagnóstica.

Equipe Central de Pesquisa – UTFPR Campus Pato Branco

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ABSTRACT

The present report contains a detailed description of the activities developed by the

members of the Research and Extension Project ‘Age-friendly cities: first diagnose for

healthy aging” held at the Federal University of Technology-PB in the city of Pato

Branco, south-west Paraná. The research group carried out diagnostic surveys, which

had been previously approved by the Institutional Review Board, from the months of

September 2017 to July 2019. Moreover, this report presents the certification process

of the city of Pato Branco in the World Health Organization Global Network for Age-

friendly Cities and Communities. The main objective of this study was to identify the

main needs and suggestions in terms of well-being from the older population of the

city. An exploratory research design was used,to produce quantitative and qualitative

data. The target population of the research was adults ageing 60 years old or more,

older adults’ caregivers with affiliation to public and private institutions, and

professionals working in public health services in the city. Upon scheduled visits, data

collection took place in facilities that offered services for older people as well as in

public institutions of Pato Branco. Three instruments were used for data collection: a

structured questionnaire, a focus group discussion script (adapted from the OMS

Vancouver Protocol) and in-depth interviews. Statistical analyses were obtained from

PowerBI and the results from focus group discussions were analyzed based on

Bardin’s Content Analysis (2009). Results show that the respondents’ socio-

demographic profile had the following characteristics: primary education, ranging from

65 to75 years of age, monthly income between 2 and 5 times the national minimum

wage. In relation to the results obtained from the questionnaire, among the nine topics

addressed, ‘Health and Wellness’ was considered the most important, followed by

‘Outdoor Spaces and Buildings’, ‘Housing’, ‘Transportation and Streets’, ‘Social

Participation and Inclusion’, ‘Community Information’, ‘Volunteering and Civil

Engagement’, and ‘Education Opportunities’.

Keywords: Age-friendly cities and communities; certification; city of Pato

Branco; older adults; diagnostic research.

Elaborado por: Ana Paula Petriu Ferreira Engelbert (CALEM-UTFPR Campus

Pato Branco)

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RESUMEN

Este informe contiene una descripción detallada de las actividades realizadas en el

municipio de Pato Branco, en el período comprendido entre septiembre / 2017 y julio

/ 2019, en relación con el desarrollo de la Investigación-Diagnóstico elaborada y

ejecutada por el Equipo de Investigación de UTFPR Campus Pato Branco a través

del Proyecto de Investigación y Extensión "Pato Branco: Ciudad Amistosa de los

Ancianos: primer diagnóstico para el envejecimiento activo de sus ciudadanos ",

aprobado por el Comité de Ética en Investigación con Seres Humanos (CEP) /

UTFPR. También presenta el proceso de certificación del Municipio de Pato Branco,

al suroeste de Paraná, en el Programa de Ciudades y Comunidades Amigas de la

persona mayor, OMS. La investigación tuvo como objetivo conocer las principales

necesidades y sugerencias de la población anciana en el municipio, en relación con

su bienestar. La investigación se caracterizó como de campo exploratorio, con un

enfoque cualitativo-cuantitativo. La poblacion meta fui compuesta por personas

mayores, con 60 años o más, por cuidadores de ancianos vinculados a entidades

públicas y privadas destinadas al cuidado de esta población, responsables de los

servicios de atención a personas mayores y profesionales que trabajan en

organismos públicos municipales. La recolección de datos se realizó en entidades

que atienden a personas mayores y en organismos públicos, en el municipio de Pato

Branco-PR, a través de visitas programadas con los responsables. Se utilizaron tres

instrumentos para recopilar datos: un cuestionario estructurado y un guión de

discusión de grupos focales - adaptado del Protocolo de Vancouver, adoptado por la

Organización Mundial de la Salud - y una entrevista en profundidad. Para el

tratamiento estadístico de los datos cuantitativos se utilizó estadística descriptiva,

tabulación de datos y el procesamiento de datos por el software PowerBI y para el

análisis de datos, obtenidos a través de grupos focales, se utilizó el método de

análisis de contenido (BARDIN, 2009). Los resultados demuestran que el perfil

sociodemográfico de la población estudiada con respecto a la escolarización: el

mayor porcentaje estudió la primera parte de la educación básica, tiene entre los 65

y los 75 años, gana de 2 a 5 salarios mínimos. Respecto al cuestionario, entre los

nueve ejes analizados, Apoyo Comunitario y Servicios de Salud (Eje 4) fue

considerado por la población estudiada como la más importante, seguida de

Espacios al aire libre y edificios (eje 2), Viviendas (eje 1), Transportes (eje 3),

Respeto e Inclusión Social (eje 5), Protagonismo local (eje 9), comunicación e

información (eje 7), Participación cívica y empleo (eje 6) y oportunidades de

aprendizaje (eje 8).

Palabras-clave: Ciudades y comunidades amigables a las personas

mayores. Certificación Condado de Pato Branco. Personas mayores.

Investigación-diagnóstico.

Elaborado por: Denise Teiss (CALEM-UTFPR Campus Pato Branco)

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FICHA TÉCNICA DO PROJETO DE PESQUISA

Título do Projeto: Pato Branco – Cidade Amiga do Idoso: primeiro diagnóstico para

o envelhecimento ativo de seus cidadãos.

Parecer Conselho de Ética na Pesquisa (CEP): 2.703.483

Instituição: UTFPR Campus Pato Branco

Endereço: Via do Conhecimento km 01 – CEP 85.503 – 930, Pato Branco – PR

Coordenação Geral: Maria de Lourdes Bernartt

Diretoria Coordenadora: Diretoria de Relações Comunitárias e Empresariais –

DIREC

Apoio: Departamento Acadêmico de Ciências Humanas (DAHUM)

EQUIPE CENTRAL DE PESQUISA - UTFPR CAMPUS PATO BRANCO

Instituição/Pesquisadores/Áreas do Conhecimento/ Titulação

UTFPR CAMPUS PATO BRANCO

Aruanã Antonio dos Passos - História/Doutorado

Carolina Rodrigues da Silva – História/Mestranda

Claudineia Lucion Savi – Pedagogia/Mestrado

Elaiz Buffon – Geografia/Mestre/Doutoranda

Franciele Clara Peloso – Pedagogia/Doutorado

Giliane Schmitz - Psicologia/Doutoranda

Janecler Aparecida Amorin Colombo – Matemática/Doutorado

Marcia Andrea dos Santos – Linguística/Doutorado

Marcia Balbinotti de Lourenço – Letras/Tecnologia/Mestrado

Maria de Lourdes Bernartt/Linguística/Educação/Doutorado

Neimar Follmann – Administração/Doutorado

Raiana Ralita Ruaro Tavares – Arquitetura e Urbanismo/Mestre

Sérgio Luiz Ribas Pessa – Arquitetura e Urbanismo/Doutorado

Suelyn Maria Longhi de Oliveira – Arquitetura Urbanismo/Fisioterapia/ Doutoranda

Vilmar da Silva – Assistente Social/Mestre.

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES DA PESQUISA

1. API DO BAIRRO BONATTO

2. API DO BAIRRO CRISTO REI

3. API DO BAIRRO PLANALTO

4. API DO BAIRRO SÃO CRISTÓVÃO

5. API DO BAIRRO SÃO LUÍS

6. API NOVO HORIZONTE

7. API DO SÃO ROQUE DO CHOPIM

8. CENTRO DIA

9. CEU DAS ARTES

10. CONSELHO MUNICIPAL DA PESSOA IDOSA

11. CRAS SÃO JOÃO

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12. CRAS SUDOESTE

13. GRUPO VIDA PLENA – COMUNIDADE CRISTÃ

14. LAR DOS IDOSOS SÃO VICENTE DE PAULO

15. PASTORAL DA PESSOA IDOSA

16. UNATI/FADEP

17. UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE PASSO DA ILHA

18. UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE INDEPENDÊNCIA

19. UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE FAZENDA DA BARRA

20. UNIMED

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APRESENTAÇÃO

“Para que a velhice não seja uma irrisória paródia de nossa existência anterior, só há uma solução – é continuar a perseguir fins que deem um sentido à nossa vida: dedicação a indivíduos, a coletividades, a causas, trabalho social ou político, intelectual, criador”. (BEAUVOIR, 2018, p. 560-1).

Este documento intitulado “Pato Branco – Cidade Amiga do Idoso: primeiro

diagnóstico para o envelhecimento ativo de seus cidadãos (Relatório Final)” assume

um caráter expositivo e descritivo contemplando a pesquisa diagnóstica coordenada

por Equipe Central de Pesquisa da Universidade Tecnológica Federal do Paraná –

UTFPR campus Pato Branco, realizada no Município de Pato Branco-PR, como um

dos requisitos para o processo de certificação internacional deste na Rede Global de

Cidades e Comunidades Amigas dos Idosos (Global Network for Age-friendly Cities

and Communities), da Organização Mundial da Saúde (OMS)/Organização Pan

Americana da Saúde (OMS/OPAS).

A título de esclarecimento, ressalta-se que a pesquisa diagnóstica ocorreu

após a certificação do município na Rede Global de Cidades e Comunidades Amigas

dos Idosos/OMS, porque, assim foi sugerida pela OPAS/OMS, uma vez que o

Município de Pato Branco-PR já apresentava à época ações em prol das pessoas

idosas, bem como políticas públicas voltadas a essa população, o que lhe conferiu,

pois, a referida certificação. Pela robustez e densidade desta pesquisa, pode-se

dizer que foi realizada e analisada com celeridade, pois os dados foram coletados de

agosto a dezembro de 2018 e a análise de fevereiro a maio de 2019, e junho e julho

reservados para o relatório final.

A Equipe Central de Pesquisa da UTFPR campus Pato Branco esteve

envolvida nesse processo desempenhando Diversas atividades desde julho de 2017

a julho de 2019. Com efeito, o envolvimento continua, uma vez que a UTFPR

campus Pato Branco participa do Comitê Gestor do Programa Cidades e

Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa e do Conselho Municipal dos Direitos da

Pessoa Idosa.

Para essa certificação internacional, vários atores foram protagonistas do

processo, dentre eles, em especial, as pessoas idosas de Pato Branco e seus

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cuidadores, as instituições que atuam com pessoas idosas no município, a Prefeitura

Municipal de Pato Branco-PR, suas Secretarias e Departamentos Municipais, o

Conselho Municipal dos Direitos do Idoso, a Comissão Rotária de Pato Branco, a

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR – campus Pato Branco, a

sociedade civil e a comunidade em geral. Em vista disso, as trajetórias, tanto para a

certificação quanto para a realização da pesquisa diagnóstica, compuseram-se por

várias etapas abrangendo desde a sensibilização e o envolvimento da sociedade

pato-branquense até a execução da pesquisa diagnóstica e a apresentação do

relatório final, as quais congregaram parcerias fundamentais como as pessoas

idosas residentes no município, líderes de instituições que atuam com pessoas

idosas, poder público municipal e federal, entidades como os clubes de Rotary,

Conselho e associações de idosos, entidades filantrópicas e entidades privadas.

Em razão da necessidade de “escuta” junto à população idosa figurar como

uma das recomendações para a certificação do município de Pato Branco-PR, a

UTFPR campus Pato Branco, ao ser convidada pela Comissão Rotária, Secretaria

de Assistência Social e pela Assessora Parlamentar, Jovelina Chaves, integrou-se,

com afinco, a essa tarefa mediante a elaboração e execução de uma pesquisa

diagnóstica, realizada em instituições que atuam com pessoas idosas em nosso

município, por intermédio de “escutas” junto a três grupos: a) pessoas idosas e

cuidadores de pessoas idosas; b) responsáveis por instituições que atuam com essa

população, c) representantes de secretarias e departamentos municipais.

Assim, em meados de 2018, a Equipe Central de Pesquisa da UTFPR

campus Pato Branco elaborou um projeto para a pesquisa diagnóstica, caracterizado

como de pesquisa e de extensão, intitulando-o “Pato Branco – Cidade Amiga do

Idoso: primeiro diagnóstico para o envelhecimento ativo de seus cidadãos”. O

projeto obteve a aprovação do Comitê de Ética da UTFPR, pelo Parecer n.º

2.703.483, em 09/06/2018. Tendo por base o texto do Guia Global Cidade Amiga da

Pessoa Idosa (OMS, 2008) e o Documento Técnico Estratégia Brasil Amigo da

Pessoa Idosa (MDS, 2018) o principal objetivo da pesquisa consistiu em realizar um

diagnóstico sobre necessidades e condições materiais de vida da população idosa

do município de Pato Branco-PR, em relação a nove eixos, como: 1) Espaços

abertos e prédios; 2) Transporte; Moradia; 3) Participação social; 4) Respeito e

inclusão social; 5) Participação cívica e emprego; 6) Comunicação e informação; 7)

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Apoio comunitário e serviços de saúde; 8) Oportunidades de aprendizagem; e, 9)

Protagonismo local.

A pesquisa foi desenvolvida por uma equipe interdisciplinar e

interinstitucional, composta por cerca de 75 pessoas, sendo professores, técnico-

administrativos, alunos de graduação (Departamento de Humanas, Departamento de

Educação, Núcleo de Acompanhamento Psicopedagógico e Assistência Estudantil,

Cursos de Administração, Ciências Contábeis, Licenciaturas em Letras, e

Matemática, e Química) e estudantes e professores de cursos de pós-graduação

(Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR), em

Engenharia de Produção (PPGPS), e em Letras (PPGL) da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Pato Branco, e da Faculdade de

Pato Branco (FADEP) professores e alunos dos Cursos de Educação Física,

Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia e Pedagogia, além de colaboradores da

Comissão Rotária de Pato Branco, Pastoral da Pessoa Idosa, Prefeitura Municipal,

Interact Club, Sebrae e voluntários da sociedade civil.

É mister destacar que a referida pesquisa foi realizada e coordenada por

Equipe Central de Pesquisa, da UTFPR Campus Pato Branco, composta pra tal,

sem ônus para as instituições demandantes da pesquisa diagnóstica. Houve

subsídios, por parte da Prefeitura Municipal de Pato Branco, representada pela

Secretaria Municipal de Assistência Social, e pela Comissão Rotária, para: a)

realização de oficina sobre análise de dados, com consultor externo; b) translado de

alguns componentes de equipes até o local de coleta de dados; c) lanche para os

componentes das equipes, em momentos de coleta de dados.

Ressalta-se, ainda, que, no âmbito da UTFPR, os pesquisadores, participantes

do projeto, dedicaram carga considerável de seu trabalho tanto para a elaboração do

projeto, quanto para a sua coordenação e execução (treinamentos, coleta de dados),

bem como para a elaboração do relatório final. Também dispuseram de espaços

para reuniões e atividades: no Departamento de Humanidades – salas de

professores e sala de reuniões, com acesso à Internet (Wi-fi) e projetores multimídia.

Ainda, os pesquisadores puderam contar com a estrutura de veículos disponíveis

pela instituição para viagens, relacionadas à coleta de dados e à participação em

atividades inerentes à pesquisa.

Nesse sentido, vale ressaltar o expressivo apoio da UTFPR campus Pato

Branco, das Diretorias Geral (DIRGE), Graduação (DIRGRAD), Pesquisa e Pós-

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Graduação (DIRPPG), e, em especial, da Diretoria de Relações Comunitárias e

Empresariais (DIREC) e do Departamento de Extensão (DEPEX), e Departamento

Acadêmico de Ciências Humanas (DAHUM), externo da Organização Pan

Americana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), bem

como expressivamente pela Comissão Rotária de Pato Branco e Prefeitura

Municipal de Pato Branco, mais diretamente, por intermédio das secretarias

municipais: Assistência Social, Ciência, Tecnologia e Inovação, Saúde, e Esporte e

Lazer; ainda recebeu apoio do Conselho Municipal dos Direitos dos Idosos, das

pessoas idosas e das instituições que atuam com pessoas idosas em Pato Branco.

Em face do exposto, o presente consiste, pois, no Relatório Final da Pesquisa

Diagnóstica resultante do Projeto de Pesquisa e Extensão “Pato Branco – Cidade

Amiga do Idoso: primeiro diagnóstico para o envelhecimento ativo de seus

cidadãos”, elaborado e executado por Equipe de Pesquisa da UTFPR campus Pato

Branco, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos

(CEP) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, no período que

compreende fevereiro/2018 a julho/2019. Por essa razão, por cumprir com todas as

exigências deste Comitê, os dados coletados foram citados anonimamente, com

proteção à integridade moral e pessoal dos participantes, bem como de seus autores

(Lei de Direitos Autorais2).

Assim, este documento apresenta as trajetórias do processo de certificação

internacional do Município de Pato Branco no Programa Cidades e Comunidades

Amigáveis à Pessoa Idosa (OMS/OPAS) e da pesquisa diagnóstica, resultados

quantitativos e qualitativos, conclusões e sugestões.

Os resultados do referido projeto poderão proporcionar benefícios sociais, a

curto prazo, mediante a devolutiva do diagnóstico final, no qual a população idosa e

demais participantes, através das suas experiências, manifestaram suas opiniões e

percepções sobre a qualidade dos serviços oferecidos pelo município contribuindo

como ferramenta para subsidiar os gestores municipais na avaliação de adequações

a serem realizadas no município para a melhoria da qualidade de vida, fornecendo

elementos essenciais a serem considerados para adaptar ações e políticas

direcionadas à população idosa.

Quanto aos benefícios acadêmicos, espera-se que o desenvolvimento do

projeto possa contribuir para o fortalecimento das relações entre universidade e 2 Brasil. Lei 9610/98, Regula os direitos autorais e dá outras providências. 1998.

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comunidade, bem como fomentar o debate e a produção científica sobre o

envelhecimento ativo, seja na graduação, como na Pós-Graduação. Além disso,

poderá motivar ações de ensino, pesquisa e extensão direcionadas a esse público,

no âmbito da UTFPR e da comunidade local e regional.

Esperamos ter contribuído nesse processo, e, em especial, com a população

idosa de Pato Branco-PR, bem como para o poder público, além do programa

mundial da OMS/OPAS que deu origem a essa iniciativa e fecundou nossos

esforços.

Desejamos a todos profícua e inspiradora leitura!

Equipe Central de Pesquisa

Dra. Maria de Lourdes Bernartt Dr. Aruanã Antonio dos Passos

M.ª Suelyn Maria Longhi de Oliveira

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INTRODUZINDO A TEMÁTICA – O MUNICÍPIO DE PATO BRANCO NA REDE GLOBAL DE CIDADES E COMUNIDADES AMIGAS DOS IDOSOS/OMS

“(…) Não basta, portanto, descrever de maneira analítica

os diversos aspectos da velhice: cada um deles reage

sobre todos os outros e é afetado por eles; é no

momento indefinido dessa circularidade que é preciso

apreendê-la”. (BEAUVOIR, 2018, p. 13).

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007), no documento “Para que as

cidades sejam mais amigáveis aos idosos: O guia da OMS”, ressalta que mais da

metade da população mundial passou a viver em centros urbanos, a partir de 2007,

e, estima-se que, a partir de 2030, aproximadamente três em cada cinco habitantes

passarão a residir em cidades. O fato a se prestar atenção diz respeito a: ao mesmo

tempo em que os centros urbanos crescem aceleradamente, eleva-se rapidamente o

número de pessoas idosas: a população de cerca de 600 milhões de pessoas na

faixa etária de 60 anos ou mais vai dobrar, chegando a 1,2 bilhão em 2025. Tais

tendências ocorrem em um ritmo muito mais rápido nos países em desenvolvimento,

destaca a OMS (2007, p. 1).

O Município de Pato Branco, localizado na região sudoeste do Paraná, desde

12 de junho de 2018, integra-se à Rede Global de Cidades e Comunidades Amigas

dos Idosos/OMS, tornando-se o primeiro do Paraná e o terceiro na região Sul, com

Porto Alegre, Veranópolis e Esteio, no estado do Rio Grande do Sul.

A origem da Rede Global de Cidades e Comunidades Amigas dos

Idosos/OMS remonta a junho de 2005, quando a OMS lançou o projeto Cidade

Amiga do Idoso, no XVIII Congresso da Associação Internacional de Gerontologia e

Geriatria (IAGG), realizado no Rio de Janeiro, Brasil. E, em 2006, quando

desencadeou uma pesquisa diagnóstica, envolvendo 33 cidades de 22 países,

ouvindo aproximadamente 1.500 pessoas idosas a respeito de aspectos positivos e

obstáculos que encontrassem em suas cidades, em relação a oito eixos, quais

sejam: 1. Habitação/Moradia, 2. espaços exteriores e edifícios; 3. Transporte; 4.

Apoio comunitário e serviços de saúde; 5. Participação social; 6. Participação cívica

e emprego; 7. Comunicação e informação; e 8. Oportunidades de aprendizagem.

Tendo em vista que, nesta pesquisa, os idosos definem o que é ser “amigo do

idoso”, os resultados dessa investigação demonstraram que os aspectos

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considerados mais relevantes para as pessoas idosas foram: ter acesso aos

transportes públicos, aos espaços ao ar livre e aos edifícios, assim como dispor de

habitação adaptada, integrada numa comunidade social, e de serviços sociais,

especialmente médicos (URIC, 2010).3

Estes estudos revelaram a necessidade de se favorecer a participação das

pessoas idosas, de forma ativa, na vida social, lutando contra a discriminação em

relação à idade e por oportunidades de participação como cidadãos e de emprego

(URIC, 2010).

A partir dessa investigação, a OMS traçou as principais características de

uma cidade amiga do idoso e organizou uma listagem para conferência de cada um

dos oito quesitos identificados (OMS, 2007, p. 2), condensadas no Guia Global das

Cidades Amigas do Idoso4 que, por seu turno, tem a finalidade de auxiliar gestores

municipais, órgãos governamentais, organizações acadêmicas e de voluntários,

setor privado e grupos de cidadãos, sob a ótica das pessoas idosas se analisarem e

identificarem onde e como as cidades podem se tornar mais amigáveis aos idosos.

Nessa tarefa, a população idosa deve ser envolvida como parceira, em todas as

etapas.

O termo foi cunhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007, p. 1),

ao definir que: “Uma cidade amiga do idoso adapta suas estruturas e serviços para

que sejam acessíveis e includentes de pessoas idosas, com diferentes

necessidades e capacidades.” Ainda, segundo Kalache, à época, Diretor Programa

Envelhecimento e Curso de Vida da OMS, “Uma cidade amiga do idoso estimula o

envelhecimento ativo ao otimizar oportunidades para saúde, participação e

segurança, a fim de aumentar a qualidade de vida das pessoas à medida que

envelhecem” (OMS, 2007, p. 2).

Ao analisar os aspectos positivos e negativos das cidades, os idosos podem

apontar as características amigáveis de sua cidade, o que denota a sua própria

experiência e expectativa. Eles podem realizar sugestões para alterações e podem

participar na criação, implementação e execução de projetos e programas de

3 Cf: https://www.unric.org/pt/envelhecimento/28604-rede-mundial-de-cidades-amigas-das-pessoas-idosas 4 O Guia Global das Cidades Amigas do Idoso foi lançado no Dia Internacional do Idoso, em 1º de outubro de

2007 (OMS, 2007, p. 1), disponível, http://www.who.int/ ageing/en.

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melhorias, de modo que, “… nas fases de acompanhamento de ações locais os

idosos deverão estar envolvidos” (OMS, 2007, p. 3).

Com efeito, em face desse cenário, com a preocupação voltada para o

progressivo envelhecimento mundial e defendendo o envelhecimento ativo, a OMS

lança esta Rede Global, em 2010, na qual encontram-se mais de 450 cidades e 37

países, dentre elas, a nossa cidade de Pato Branco, no Estado do Paraná, Região

Sul do Brasil, conforme se pode verificar, na Figura 1, abaixo:

Figura 1: Rede Global para Cidades e Comunidades Amigas do Idoso (OMS) com a localização das quatro cidades do Sul do Brasil

Fonte: https://extranet.who.int/agefriendlyworld/who-network/.

Atualmente, esse conjunto de cidades têm aderido à “Global Network of Age-

friendly Cities and Communities”, da OMS, formando a “Rede Global de Cidades e

Comunidades Amigas Idoso”. Para a adesão, compete às cidades implementar um

processo de diagnóstico, planejamento, implantação e monitoramento de ações para

tornar as cidades mais amigáveis às pessoas idosas, e, consequentemente, uma

cidade amigável a todos (OMS, 2009).

O diagnóstico e o monitoramento das ações devem ocorrer baseados no

desenvolvimento de indicadores partindo do conceito de envelhecimento ativo, e

mediante quatro fases (WHO, 2011; Pinheiro, 2014, p. 60), a saber:

Fase 1: Planejamento (até o 2. Ano): Envolvimento dos idosos, avaliação da cidade, Plano de Ação, Identificação de indicadores;

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Fase 2: Implementação (3º ao 5º ano): Implementação do Plano de Ação; Monitoramento através de indicadores.

Fase 3: Avaliação do progresso (fim do 5.º ano): Medir o progresso; Identificar sucessos e lacunas; Apresentar relatório de progresso

Fase 4: Melhoria contínua.

Qual é o cenário de Pato Branco no que se refere à população idosa e em

que corresponde ao contexto global, a ponto de chamar a atenção da OPAS/OMS,

gestores e sociedade em geral?

Na contemporaneidade, Pato Branco figura na região Sudoeste do Paraná,

denominado como capital desta região. A região Sudoeste do Paraná foi constituída,

até a década de 1930, por pequenos núcleos populacionais de colonos e produtores

rurais, além das populações tradicionais: negros, caboclos e indígenas, além de

Argentinos e Paraguaios que exploram a erva mate. A partir da década de 1940 se

intensificam as levas populacionais que partiram, principalmente, do Oeste de Santa

Catarina e do Norte e Oeste do Rio Grande do Sul. Esse contingente populacional

era formado em sua maior parte por imigrantes europeus alemães e italianos, mas

também haviam, em menor número, polacos, ucranianos e outras etnias em menor

número.

O Município de Pato Branco, um dos polos regionais de desenvolvimento

humano, saúde e educação foi formalmente reconhecido em 1951 pelo então

governador do Estado do Paraná, Bento Munhoz da Rocha Neto, através da Lei

Estadual n.º 790, de 14/11/1951. Até então, Pato Branco era distrito da cidade de

Clevelândia. Após a emancipação a cidade recebeu novas levas populacionais e

teve um crescimento demográfico progressivo. Nas décadas de 1960 e 1970 os

indicadores econômicos evoluíram, confirmando a vocação do município para o

comércio, setor de saúde, educação e produtor agrícola.

Segunda dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a

população estimada do município em 2018 é de 81.893 habitantes. Os dados do

último censo indicam 72.370 habitantes (IBGE/Censo-2010), sendo 34.984 homens

e 37.386 mulheres. A população que reside na área urbana é de 68.091 e da área

rural 4.279. O Município possui 45 bairros e 34 comunidades rurais, sendo que a

densidade demográfica é de 134,25 habitantes por quilômetro quadrado.

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A partir de dados de 2010, até então os mais recentes, do Atlas de

Desenvolvimento Humano (elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Fundação João Pinheiro e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Pato

Branco possui um Índice de Desenvolvimento Humano alto (0,782). O dado

relevante que merece destaque é o da longevidade (IDHM), que, segundo o Atlas

aponta esse quesito como o item mais elevado na composição do índice geral. A

longevidade chega a número de 0,845, seguida pelo índice de Renda per capita da

população geral, marcando 0,778, e do índice sobre a Educação na população total

do município, com índice de 0,728 (Dados disponíveis na homepage do Altas para

consulta: http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/pato%20branco_pr).

Segundo dados do IBGE e do Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município

(PMPI – 2017) a população idosa do município teve um crescimento de 4,9% em

média ao ano, entre os anos 2000 e 2010 (PMPI, 2017, p. 20). Os principais

indicadores que merecem atenção estabelecem uma população idosa de 4.242

idosos na faixa etária de 60 a 69 anos e de 2.944 com mais de 70 anos. Desse total,

3.180 são do sexo masculino e 4.006 do sexo feminino (PMPI, 2017, p. 21-28). Da

população total de idosos (7.186), 5.029 recebem benefício da Previdência Social,

710 recebem algum benefício de caráter assistencial, 1992 realizam alguma

atividade laboral formal e/ou informal. Em torno dos indicadores de educação, sabe-

se que 5.321 não possuem instrução e/ou ensino fundamental incompleto, 754

possuem ensino médio completo e/ou superior incompleto e 129 com superior

completo (PMPI, 2017, p. 34).

Como aponta o Atlas do Desenvolvimento Humano já citado, a evolução da

Longevidade tem os seguintes marcos: em 1991, a Esperança de vida ao nascer era

de 67,90 anos e o IDHM era de 0,715. Em 2000 passou para 73,17 anos e IDHM de

0,803, e por fim, o último dado de 2010 apontou IDHM de 0, 845 e 75,72 anos de

idade. Os indicativos são claros da melhoria da qualidade e expectativa de vida, do

aumento da população com idade superior a 60 anos no Município, acompanhando

a tendência mundial de crescimento da população de idosos. Abaixo, a figura 2

localiza o município de Pato Branco em relação ao país e estado.

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Figura 2: Mapa de Localização Pato Branco – PR

Fonte: Equipe Central de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco – Adaptado do IBGE

(2010) e Google Maps (2018).

Esse cenário repercute em resultados de um estudo sobre “As 40 melhores

pequenas cidades para envelhecer” divulgado pela Exame.com.5. Segundo a

reportagem, das 348 cidades brasileiras com 50 mil e 100 mil habitantes, 40 delas

se destacam por oferecer boas condições de vida para pessoas acima de 60 anos,

conforme aponta o Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade, elaborado

pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, em parceria com a FGV. Esses

municípios foram classificados a partir de sete variáveis: Indicadores Gerais;

Cuidados de Saúde; Bem-Estar; Finanças; Habitação; Educação e Trabalho e

5 Disponível em https://exame.abril.com.br/brasil/as-40-melhores-pequenas-cidades-para-envelhecer/

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Cultura e Engajamento, que receberam pesos com base nas principais

necessidades da população na terceira idade. Pato Branco ocupa a 11ª posição

entre os 5.570 municípios brasileiros, alcançando o 1º lugar no Paraná. Data: 05 de

maio de 2017.

Esse cenário corroborou para que, em 19 de julho de 2018, Pato Branco

fosse reconhecida pela Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) e

Organização Mundial da Saúde (OMS) como “Cidade Amiga do Idoso”, uma vez

que, nesse período, já apresentava as condições necessárias para tal, quais sejam:

políticas públicas e ações municipais voltadas para a população idosa, como

atividades socioeducativas, recreativas e esportivas realizadas em espaços públicos,

Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Convivência para

Idosos, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Área de

Convivência Largo da Liberdade, Academias da Terceira Idade – ATI e Centro

Esportivo Unificado (CEU das Artes); Associações para idosos; ações educativas

oferecidas por turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), educação

continuada do idoso, ofertado pela Universidade da Terceira Idade (UNATI), sediada

na Faculdade de Pato Branco (FADEP), bem como oficinas profissionalizantes,

dentre outros; na prestação de serviço de acolhimento institucional para idosos,

conta com o Lar dos Idosos São Vicente de Paulo; Centro de Referência

Especializado em Assistência Social, Núcleo de Atenção à Saúde da Família

(NASF), profissionais da Saúde da Família, demonstrando a vinculação de projetos,

programas e serviços às diversas políticas municipais, as quais enfatizam a defesa

dos direitos, estimulando a participação cidadã e melhorando a qualidade de vida

dos idosos.

Conta também com o Conselho Municipal dos Direitos do Idoso de Pato

Branco, o qual colaborou diretamente na criação, implementação e execução de

políticas públicas que atendem às necessidades e demandas dos idosos,

necessárias ao processo de certificação, quais sejam: Fundo Municipal do Idoso,

Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco (2018-2021), Plano

de Ação do Programa Cidade Amiga do Idoso do Município de Pato Branco, assim

como secretarias e departamentos ágeis e competentes, a exemplo da Secretaria

Municipal de Assistência Social que coordenou o processo de certificação

internacional na sua íntegra.

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Para a obtenção dessa certificação, percorreu-se trajetórias com intensa

movimentação da sociedade pato-branquense, como um todo, que, em uníssono,

agregou-se em prol dessa causa.

E essa movimentação se encontra relatada neste documento, em duas

partes, a saber: na Parte I: O Processo de Certificação Internacional do Município de

Pato Branco-PR na Rede Global de Cidades e Comunidades Amigas dos

Idosos/OMS, explana-se a dinâmica empreendida pelos atores municipais para a

certificação do município na referida Rede Global, da OMS; na Parte II O Processo

Da Pesquisa “Pato Branco – Cidade Amiga do Idoso: Primeiro Diagnóstico para o

Envelhecimento Ativo de seus Cidadãos” (2018/2019), descreve-se a trajetória da

pesquisa diagnóstica, desde a constituição do Projeto de Pesquisa e Extensão,

passando pelos procedimentos de coleta dedados, apresentação dos resultados e

de sugestões, até a apresentação desse documento – relatório final.

PARTE I: O PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL DO MUNICÍPIO

DE PATO BRANCO-PR NA REDE GLOBAL DE CIDADES E COMUNIDADES

AMIGAS DOS IDOSOS/OMS

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para a certificação

internacional de um município na Rede Global Cidades e Comunidades Amigáveis à

Pessoa Idosa é necessário que este apresente e se cumpram determinadas

exigências, dentre as quais, algumas delas delinearemos, na sequência.

O município de Pato Branco, localizado na região sudoeste do Paraná, obteve

a certificação internacional nesta Rede, em 19 de junho de 2018, em razão de se

considerar que já apresentava condições exigidas para tal, sendo que a pesquisa

diagnóstica já estava em andamento. Com efeito, passa-se a relatar algumas das

etapas percorridas para se atingir esse intento.

Para a obtenção da referida certificação atribuída pela OMS, os atores

municipais necessitaram trilhar um longo percurso, permeado por ações específicas

voltadas para tal objetivo.

Para melhor compreensão desse processo apresenta-se as trajetórias

percorridas pelos envolvidos diretamente – munícipes e suas organizações

governamentais e não-governamentais, no período que compreende 2017 a 2019.

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1.1 TRAJETÓRIAS DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL DO

MUNICÍPIO DE PATO BRANCO-PR (2017-2019)

Muitos foram os atores pertencentes a organizações, instituições públicas,

privadas e da sociedade civil envolvidos no processo de certificação internacional do

Município de Pato Branco no Programa Cidades e Comunidades Amigáveis à

Pessoa Idosa (OMS/OPAS), quais sejam: Prefeitura Municipal de Pato Branco,

Secretarias e Departamentos Municipais, Comissão Rotária de Pato Branco,

Conselho Municipal dos Direitos do Idoso, Comitê Gestor, UTFPR campus Pato

Branco e representantes da sociedade civil. É mister destacar que o processo de

certificação no referido município esteve sob a coordenação da Secretaria Municipal

de Assistência Social, com a coordenação técnica da OPAS/OMS, além de

assessoria técnica parlamentar.

As ações expostas nesta seção, organizadas em Etapas 1 a 4, pela Equipe

Central de Pesquisa, embasam-se em registros compartilhados pela Comissão

Rotária de Pato Branco, pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Pato

Branco, Comitê Gestor do Programa Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa

Idosa.

ETAPA 1: MOVIMENTOS DE SENSIBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE PATO-

BRANQUENSE

Período: Março de 2017 a julho 2019.

Dentre as principais etapas para a certificação internacional do município

realizaram-se diversas ações e intervenções de sensibilização da comunidade pato-

branquense, como se mostram, na sequência.

Em Pato Branco-PR, a proposta de certificação do município, no Programa

Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa (OMS/OPAS), originou-se a

partir de uma visita ao Lar dos Idosos São Vicente de Paulo por rotarianos do Clube

Vila Nova de Pato Branco – Baldoino Rech, Clovis Simionato, Danilo Terres,

Giovana Orlandini, Jair dos Santos, Mari Kuchinski dos Santos e Adrione Pasa,

acompanhados pela Deputada Federal Leandre Dal Ponte e seu assessor

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parlamentar Ito de Oliveira, quando se mencionou, pela primeira vez, a expressão

“Cidade Amiga do Idoso”. Data: 18 de março de 2017.

Na sequência, o Rotary Club Vila Nova de Pato Branco aprova, em reunião, o

Programa “Cidade Amiga do Idoso” a ser proposto para o Município de Pato Branco-

PR. Data: 20/03/2017.

Em reunião, cinco clubes de Rotary de Pato Branco assumem conjuntamente

o Projeto “Cidade Amiga do Idoso” a ser proposto para o Município de Pato Branco-

PR, elegendo-se uma Comissão Rotária, formada por: Ivan Orlandini (Presidente),

Vagner Viganó (Vice-Presidente), Patrícia Belé (Secretária). A partir desse período,

os trâmites para dar seguimento ao referido Projeto foram assumidos pela Comissão

Rotária, com assessoria técnica designada pela Deputada Federal, Leandre Dal

Ponte. Data: 28/03/2017.

Reunião de sensibilização, junto à comunidade rotária, com a participação de

todos os Clubes, foi conduzida por Jovelina Chaves da Silva Santos, Assessora

Parlamentar e Assessora Técnica do Programa Cidade Amiga do Idoso, que

apresentou, além do Estatuto da Pessoa Idosa, dados e informações sobre a pessoa

idosa no Brasil e em outros países, problemas, demandas, impactos na motivação

de engajamento ao programa. Data: 23 de maio de 2017. Dando continuidade a esse processo de sensibilização, a Comissão Rotária e

a Assessora Jovelina Chaves da Silva Santos participaram da primeira reunião com

o Prefeito de Pato Branco, Augustinho Zucchi, apresentando-lhe a importância de

Pato Branco tornar-se “cidade amiga da pessoa idosa”, mediante um programa de

melhoria da qualidade de vida para essa população e, consequentemente, para

todas as idades. O Prefeito declarou total apoio ao programa. Data: 21 de junho de

2017. Ainda, os rotarianos realizaram um fórum de sensibilização para apresentar o

Programa às instituições públicas e privadas e não-governamentais, e à

comunidade, em geral, convidando-o(a)s para se integrarem. Data: 27 de julho de

2017. Em 2018, como atividade fundamental voltada à população idosa de Pato

Branco, realizou-se a VII Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de

Pato Branco-PR, organizada pelo Conselho Municipal dos Direitos do Idoso e

coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social, com a participação da

sociedade civil, secretarias municipais, legislativo municipal, instituições públicas de

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atendimento ao idoso, associações comunitárias, grupos de idosos, instituições de

ensino. Nesta ocasião, a Equipe de Pesquisa da UTFPR participou dos quatro

Grupos, divididos por eixos, para a coleta de dados qualitativos. Data: 22/11/2018.

Local: Largo da Liberdade.

Dentre as demais ações de sensibilização, registrou-se o “Dia Ativo

Municipal”, promovido pelas Secretarias Municipais de Assistência Social, Esporte e

Lazer e Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa com apoio da Secretaria

Municipal de Saúde, Comissão Rotária e UTFPR Campus Pato Branco. Data:

28/06/2019.

Essas mobilizações e intervenções da/na sociedade civil, organizações

governamentais e não-governamentais e parlamentares demonstram os esforços

conjuntos da sociedade pato-branquense para a consolidação do processo de

certificação e permanência do município na Rede Global da OMS.

ETAPA 2: LANÇAMENTO DO “PROJETO CIDADE AMIGA DO IDOSO”, NO

MUNICÍPIO DE PATO BRANCO-PR E ADESÃO DA UTFPR.

Período: Agosto a setembro de 2017.

O lançamento oficial do “Projeto Cidade Amiga do Idoso”, ocorreu em ato

solene, no Teatro Municipal Naura Rigon, cujo evento contou com a presença de

representantes de grupos de idosos, lideranças políticas, membros da comunidade

rotária, bem como representantes de instituições de ensino superior e

representantes da maioria das entidades pato-branquenses. Conforme a

programação oficial, a palestra com a Prof.ª Ina Voelcker, Gerontóloga alemã

(Mestre em Políticas Públicas e Envelhecimento, no King’s College) objetivou

sensibilizar os participantes para a importância do olhar para o mundo, também

sobre a ótica do idoso. Na ocasião, anunciou-se como uma das etapas do processo

de certificação internacional a realização de uma pesquisa qualitativa e quantitativa

para se obter “um diagnóstico da percepção dos idosos com relação a cidade e suas

principais necessidades”. Representando a UTFPR, estiveram presentes a servidora

Marcia Rosane Balbinotti de Lourenço e a mestranda Suelyn Maria Longhi de

Oliveira (PPGPS). Data: 24 de agosto de 2017.

No mês vindouro, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR –

campus Pato Branco, por intermédio da Diretoria de Relações Empresariais e

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Comunitárias (DIREC), sob responsabilidade do professor Neimar Follmann,

oficializa junto aos parceiros, Comissão Rotária e Secretaria Municipal de

Assistência Social, a sua participação para acompanhar as ações do processo de

certificação e desenvolver a pesquisa diagnóstica junto à população idosa do

município, como uma das exigências para a certificação do Município na Rede

Global de Cidades e Comunidades Amigas dos Idosos (Global Network for Age-

friendly Cities and Communities, OMS). Data: 21 de setembro de 2017.

O Projeto “Projeto Cidade Amiga do Idoso” foi lançado também na UTFPR

Campus Pato Branco, integrando as parcerias, as comunidades internas e externa

na ocasião foram abordados os temas: “Pessoa Idosa, Longevidade e

Acessibilidade”, pela Leandre Dal Ponte, Deputada Federal e Engenheira Civil; “Os

Desafios da Acessibilidade”, por Sergio Yassuo Yamawaki, Presidente Comissão

Acessibilidade CREA-PR, com a mediação do Arquiteto, Glauco Zandoná Gabaldo.

Data: 04/12/2017. Local Anfiteatro da UTFPR.

Também se percebe que, nesse período, a movimentação dos atores para o

lançamento do “Projeto Cidade Amiga do Idoso” e a adesão da UTFPR campus Pato

Branco, como instituição responsável pelo desenvolvimento e execução de pesquisa

diagnóstica.

ETAPA 3: A CERTIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO-PR NA REDE

GLOBAL DE CIDADES E COMUNIDADES AMIGAS DOS IDOSOS/OMS

Período: Setembro de 2017 a Junho de 2018.

Somando-se às demais exigências para a certificação no referido Programa,

são pré-requisitos a existência de políticas públicas municipais, como: Fundo

Municipal da Pessoa Idosa, Plano Municipal da Pessoa Idosa e Plano de Ação do

Município. Em vista disso, estes foram efetivados em Pato Branco.

O Fundo Municipal dos Direitos do Idoso foi regulamentado pelo Prefeito,

Augustinho Zucchi, com o apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social e sob

o gerenciamento e fiscalização do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso. Data:

setembro de 2017.

A criação do Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco

envolveu todas as parcerias – secretarias e departamentos municipais, Comissão

Rotária e Equipe de Pesquisa da UTFPR, as quais participaram de reuniões de

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orientações com a Dra. Haydee Padilha, Coordenadora da Unidade Técnica Família,

Gênero e Curso de Vida, com o apoio técnico da consultora Dra. Karla Lisboa

Ramos (OPAS/OMS). Data: 16 e 17 de outubro de 2017.

Nesse período, destaca-se a assinatura do Termo de Compromisso entre a

Prefeitura Municipal (assinado pelo Prefeito Augustinho Zucchi) e a Organização

Mundial da Saúde (OMS/OPAS), como uma das exigências para a certificação

internacional de Pato Branco no Programa Cidades e Comunidades Amigáveis à

Pessoa Idosa. Data: 17 de outubro de 2017.

O Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco (2018-

2021), aprovado pela Resolução 003/2017, do Conselho Municipal dos Direitos da

Pessoa Idosa, foi coordenado pelo poder público municipal, com a participação de

entidades e associações da pessoa idosa, sociedade civil e representantes da

Equipe de Pesquisa da UTFPR, campus Pato Branco. Este documento é orientado

por eixos que compõem o Estatuto do Idoso Lei n.º 10.741, de 1º de Outubro de

2003, a saber: Direito à Saúde, Educação, Cultura, Esporte e Lazer,

Profissionalização e Trabalho, Assistência Social, Habitação e Urbanismo,

Transporte, além de ações transversais, considerando-se que estas permeiam os

demais eixos abordados, conforme exposto na Figura 3. As ações planejadas para

este Plano Municipal da Pessoa Idosa foram desenvolvidas a partir de indicadores

municipais com base em dados do IBGE (2010), Registro Mensal de Atendimentos –

RMA do MDS, CadÚnico, e prontuários municipais de secretarias que desenvolvem

ações voltadas a população idosa.

O referido Plano Municipal da Pessoa Idosa de Pato Branco agrega um plano

de ação Intersetorial, compreendendo os anos de 2018-2021, com vistas ao alcance

de metas capazes de transformar a realidade que se apresenta na atualidade. Data:

23/10/2017.

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Figura 3: Eixos Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco (2018-2021)

Fonte: Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco (2018-2021) (2017, p. 44)

Também se destacam as diversas reuniões voltadas para a elaboração e a

revisão do Plano de Ação do Programa Cidade Amiga do Idoso do Município de

Pato Branco (2018-2021), pautado nos Eixos do Plano Municipal da Pessoa Idosa

do Município de Pato Branco (2018-2021), correspondendo aos Eixos do Guia

Global (OMS, 2008), no qual destacam-se aspectos, como: Objetivos, ações,

atividades específicas das ações, metas, prazos, executores, parceiros, indicadores

de resultados. Data: Dezembro de 2017.

Este documento consiste em um Plano de Ações de quatro (4) anos com

acompanhamento e monitoramento do Comitê Gestor do Programa Cidades e

Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa, o que deverá ser constante, de forma que

seja analisado e revisto a cada ano, a contar do ano de 2018, sendo que, em 2021,

realizar-se-á, pelo Conselho Municipal dos Direitos dos Idosos, CMDI, uma avaliação

geral, em relação a execução do referido documento, analisando-se quais ações

foram desenvolvidas, contemplando as lacunas ainda existentes na Política da

Pessoa Idosa.

O Município de Pato Branco passou a fazer parte da Rede Global de Cidades

e Comunidades Amigas dos Idosos (Global Network for Age-friendly Cities and

Communities), coordenada pelo Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida

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(ALC), na Sede da OMS: https://extranet.who.int/agefriendlyworld/network/pato-

branco/ mediante a submissão de documentos requisitados pela OMS. Data:

fevereiro de 2018.

Neste período, como mais uma das ações de sensibilização da comunidade

pato-branquense foi promovido o 1º “Encontro Cidade Amiga do Idoso”, com

atividades de recreação, lazer, jogos lúdicos, roda de chimarrão, entre outras

atrações, pela Prefeitura Municipal, coordenado pelas Secretarias de Assistência

Social, Saúde, Esporte e Lazer, com o apoio da Comissão Rotária e Universidade

Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Data: 07/04/2018. Local: Largo da

Liberdade.

Em razão dos preparativos do cerimonial para a certificação internacional do

município na referida Rede Global mencionada, acima, diversas reuniões foram

realizadas com a participação de todas instituições parceiras. Datas: 31/05, 08/06,

13/06.

Um dia antes da cerimônia de certificação de Pato Branco, os parceiros –

Comissão Rotária, Secretaria de Assistência Social e Equipe Central de Pesquisa da

UTFPR –, com a presença da Dra. Haydee Padilla, Coordenadora da Unidade

Técnica da Família, Gênero e Curso de Vida da OPAS/OMS no Brasil da consultora

externa Dra. Karla Lisboa Ramos OPAS, foram convidados pela comunidade

beltronense a participar de reunião na Associação dos Municípios do Sudoeste do

Paraná (AMSOP/Francisco Beltrão) para partilhar esta experiência vivenciada por

Pato Branco. Data: 18/06/2018.

Após quinze (15) meses, a ideia de tornar Pato Branco em “Cidade amiga do

idoso”, materializa-se. O município recebe a certificação internacional no Programa

Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa, concedida pela Organização

Pan-americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS),

representadas pela coordenadora da Unidade de Família, Gênero e Curso de Vida

da OPAS/OMS no Brasil, Dra. Haydee Padilla. Data: 19/06/2018. Local: Largo da

Liberdade.

Com isso, Pato Branco tornou-se a terceira (3ª) cidade do Brasil e a primeira

(1.ª) do Paraná a obter essa certificação, formando o grupo de quatro municípios no

País, a saber: Veranópolis, Porto Alegre e Esteio (que foi a quarta cidade), estas

localizadas no Estado do Rio Grande do Sul.

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ETAPA 04: MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO: COMITÊ

GESTOR

Período: Junho/2018 a Julho/2019

Para o monitoramento e avaliação do referido processo foi instituído o Comitê

Gestor do Programa Cidade e Comunidades Amigáveis com a Pessoa Idosa, pelo

Decreto Municipal n.º 8.336, de 8 de junho de 2018. Data: 08/06/2018.

Em seguida, para dar efetividade ao referido decreto, realizou-se reunião com

as parcerias envolvidas, coordenada pela Secretaria de Assistência Social, visando

a composição do Comitê Gestor Cidade Amiga. Data: 15/06/2018.

Em vista disso, desde então, os membros do Comitê Gestor reúnem-se

mensalmente visando dar efetividade ao monitoramento e à avaliação das ações do

Plano de Ação do Programa Cidade Amiga do Idoso do Município de Pato Branco.

Para tanto, em meados de 2019, como estratégia de acompanhamento e

monitoramento foram formadas subcomissões, as quais realizaram visitas in loco,

bem como reuniões nas secretarias municipais levantando informações sobre as

ações realizadas por estas. A sistematização desse trabalho está disponível no

documento “Acompanhamento e Monitoramento das Ações, Atividades e Metas

Constantes no Plano de Ação Cidade Amiga da Pessoa Idosa”, de maio de 2019.

Neste documento salienta-se que, pelo menos, uma vez ao ano, compete ao

Comitê Gestor a tarefa de compilar e organizar as informações coletadas. Destaca

também que, em 2019, em especial, após a conclusão do monitoramento, poderão

ser inclusas novas metas, excluídas e/ou alteradas a partir: a) do resultado da

pesquisa desenvolvida pela UTFPR, b) das propostas apresentadas na Conferência

Municipal dos Direitos do Idoso (22/11/2018) e, c) ainda das informações relativas às

ações constantes no Plano de Ação.

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PARTE II: O PROCESSO DA PESQUISA DIAGNÓSTICA “PATO BRANCO –

CIDADE AMIGA DO IDOSO: PRIMEIRO DIAGNÓSTICO PARA O

ENVELHECIMENTO ATIVO DE SEUS CIDADÃOS” (2018/2019)

2.1. TRAJETÓRIAS DA PESQUISA DIAGNÓSTICA

Período: Fevereiro de 2018 a Julho de 2019.

Em 21/09/17, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR –

campus Pato Branco oficializa a sua participação no Projeto “Cidade Amiga do

Idoso”, por intermédio da Diretoria de Relações Comunitárias e Empresariais

(DIREC), com missão técnica e científica, no que tange às ações da Prefeitura

Municipal de Pato Branco para a certificação do município no Programa Cidades e

Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa (OMS/OPAS), além disso, assume o

compromisso de, em 2018, coordenar a aplicação de pesquisa diagnóstica para

sondar e diagnosticar demandas das pessoas idosas do município sobre melhorias

na sua qualidade de vida, em todos os aspectos, bem como sobre necessidades e

melhorias na infraestrutura de serviços municipais.

Para isso, a Diretoria mencionada, acima, propôs a composição de uma

Equipe de Pesquisa, convidando alguns pesquisadores da instituição. Estes

propuseram o caráter multidisciplinar e interinstitucional à equipe, formada por

professores, técnicos administrativos e acadêmicos voluntários da UTFPR Campus

Pato Branco, professores e acadêmicos da Faculdade de Pato Branco,

representantes da Comissão Rotária, representantes da Prefeitura Municipal,

representantes da Faculdade de Pato Branco (FADEP), representantes da Pastoral

da Pessoa Idosa, representantes da comunidade civil, dispostos a participar desta

ação, pela sensibilização, interação e comprometimento com a temática da pessoa

idosa.

Os componentes organizaram-se em Equipe Central de Pesquisa da UTFPR

(15 pessoas), com mais cinco (05) líderes colaboradores (Comissão Rotária, FADEP

e Pastoral da Pessoa Idosa), totalizando vinte (20) líderes de Equipes. Foram

compostas 20 Equipes de Pesquisa (com dois a cinco componentes cada uma),

contabilizando cerca de 75 pessoas envolvidas na coleta de dados.

Em vista disso, diversas foram as etapas desenvolvidas pelas Equipes na

elaboração e execução da referida pesquisa, as quais são demonstradas, a seguir.

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ETAPA 1: PROJETO DE PESQUISA E APROVAÇÃO NO CEP/UTFPR

Período: Fevereiro a junho de 2018

Para a execução da pesquisa diagnóstica, solicitada pela Prefeitura Municipal

e OMS/OPAS, várias ações foram demandadas aos membros da Equipe Central,

quais sejam:

1) Reuniões de leitura e estudos de projetos e pesquisas, dessa natureza, já

executados no Brasil e no exterior (fevereiro/março);

2) Reuniões com representante do Comitê de Ética em Pesquisa (UTFPR) para

verificar as exigências de apresentação e execução do projeto ao CEP, bem

como reuniões para orientação sobre as normas de tal projeto junto a este

órgão (fevereiro/março/abril);

3) Reuniões com representantes das parcerias – Secretaria Municipal de

Assistência Social, Comissão Rotária, Assessora Parlamentar, dentre outros,

com a seguinte Pauta: tipologia do projeto, problema, objetivos e abrangência

da população a ser investigada (março);

4) Seleção da amostragem, da população a ser investigada e das instituições

participantes (março);

5) Organização da documentação exigida pelo CEP para a submissão do Projeto

(março/abril);

6) Visitas a instituições/entidades que atuam com pessoas idosas em Pato

Branco para convite, exposição da pesquisa diagnóstica e coleta de

assinaturas dos participantes internos e externos, em documentos exigidos

pelo CEP (abril);

7) Reuniões para orientações a membros da equipe sobre cadastro do currículo

na Plataforma Brasil (abril);

8) Apresentação do Projeto de Pesquisa, caracterizado como pesquisa e

extensão, às instituições parceiras: Secretaria Municipal de Assistência Social,

Comissão Rotária, Assessora Parlamentar, e comunidade interna e externa

(abril/maio/junho);

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9) Submissão do Projeto “Pato Branco – Cidade Amiga do Idoso: primeiro

diagnóstico para o envelhecimento ativo de seus cidadãos” ao CEP-UTFPR

(maio).

10) Aprovação do Projeto pelo CEP-UTFPR, Parecer n.º 2.703.483, e

comunicação do resultado às parcerias (junho/2018).

ETAPA 2: PLANEJAMENTO PARA A COLETA DE DADOS QUANTI-

QUALITATIVOS

Período: Maio a agosto de 2018.

Várias foram as demandas de planejamento e treinamento das Equipes de

Pesquisa realizadas pela Equipe Central, a saber:

1) Planejamento/metodologia para as sessões de treinamento das Equipes

para a coleta de dados a campo (maio);

2) Elaboração de texto de orientação sobre Boas Práticas e Ética na Pesquisa

com Seres Humanos (maio);

3) Primeira Oficina para a Coleta de Dados: Ferramenta Epi Info (maio);

4) Reuniões com chefias da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e

Inovação de Pato Branco para o desenvolvimento de aplicativo online para

a coleta de dados quantitativos (maio/junho/julho);

5) Testagens do instrumento de coleta de dados – questionário estruturado,

com amostragem de 06, 30 e 103 pessoas idosas, não participantes da

pesquisa oficial (abril/maio);

6) Sessão Pública – Exame de Qualificação da primeira Dissertação

abordando a temática: Ergonomia Dos Espaços Públicos Urbanos:

Adequação do Município de Pato Branco à População Idosa, da mestranda:

Suelyn Maria Longhi de Oliveira (PPGEPS) (maio);

7) Reunião da Equipe da UTFPR e Comissão Rotária com a professora

Ornella Bertuol e professores da Faculdade de Pato Branco – FADEP da

Área da Saúde para convite aos interessados na participação da coleta de

dados do projeto de pesquisa diagnóstica (junho);

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8) Convite aos líderes de instituições que atuam com idosos, em Pato Branco,

para participarem de reunião na UTFPR Campus Pato Branco para o

conhecimento da pesquisa diagnóstica (junho);

9) Reuniões com as Equipes de Pesquisa para o conhecimento dos seus

locais de pesquisa a campo (junho);

10) Oficinas de Treinamento com as Equipes de Pesquisa para a coleta de dados

quantitativos e Boas Práticas e Ética na Pesquisa (junho/julho/agosto);

11) Reunião com a participação de líderes das instituições que atuam com

idosos, em Pato Branco, para apresentação do Projeto e convite às

instituições para a sua participação, com a presença de todas as parcerias

(julho);

12) Oficinas de Treinamento para as Equipes de Pesquisa para uso do

aplicativo para a coleta de dados quantitativos (agosto).

ETAPA 3: PESQUISA A CAMPO: A COLETA DE DADOS QUANTI-

QUALITATIVOS

Período: Agosto a dezembro de 2018.

A etapa de coleta de dados demandou diversas ações, como:

1) Visitas de cortesia pelas Equipes de Pesquisa às instituições que atuam

com idosos, em Pato Branco, para convidar as pessoas idosas para

participarem da pesquisa diagnóstica e levar ao seu conhecimento a

importância da referida pesquisa (julho/agosto);

2) Agendamento das Equipes de Pesquisa com as instituições que atuam com

idosos, em Pato Branco, para a coleta de dados quantitativos (julho/agosto);

3) Coleta de dados quantitativos junto à população idosa do Município de

Pato Branco, em especial, em instituições selecionadas que atuam com

idosos, em Pato Branco, mediante aplicativo online para dispositivos

móveis, com 598 pessoas idosas (setembro/outubro/novembro/dezembro);

4) Acompanhamento por membros da Equipe Central da devolutiva dos

questionários na base de dados da Secretaria Municipal de Ciência,

Tecnologia e Inovação, com o apoio técnico de Johnny Rockembach

Kraemer (setembro/dezembro);

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5) Alteração quanto às respostas livres para questões obrigatórias no

questionário, com o apoio técnico Secretaria Municipal de Ciência,

Tecnologia e Inovação (setembro);

6) Oficinas de Treinamento para a coleta de dados qualitativos junto à

população idosa de Pato Branco-PR (novembro);

7) Coleta de dados qualitativos por parte das Equipes de Pesquisa durante a

VII Conferencia Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Pato Branco-PR,

com 350 participantes (22/11/2018).

8) Finalização da pesquisa de campo quantitativa pelas Equipes de Pesquisa

(dezembro);

9) Emissão de declarações de participação na Pesquisa, pelo Departamento

de Extensão, da UTFPR Campus Pato Branco (novembro/dezembro).

ETAPA 4: RELATÓRIO FINAL DA PESQUISA DIAGNÓSTICA

Período: Fevereiro/julho/2019.

1) Reuniões de representantes da Equipe Central na Secretaria de Ciência,

Tecnologia e Inovação, com Johnny Rockembach Kraemer para contato

com os dados quantitativos coletados por parte da Equipe Central

(dezembro de 2017 a fevereiro/março/abril de 2018);

2) Reuniões por parte da Equipe Central para: a) Tratamento dos dados

quantitativos e qualitativos; b) Elaboração do Relatório Final por parte da

Equipe Central; c) Organização da apresentação do Relatório; d)

Elaboração e ajustes finais do texto do relatório (março/julho).

3) Apresentação do Relatório Final de Pesquisa, na UTFPR Campus Pato

Branco, às parcerias e à população idosa (12/07/2019);

4) Apresentação do Relatório Final de Pesquisa ao Comitê Gestor, às

Secretarias Municipais, à Câmara Municipal e nas instituições participantes

da pesquisa (Julho/agosto/2019).

5) Entrega oficial do texto do Relatório Final da Pesquisa Diagnóstica

(Julho/2019).

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2.2. PERCURSOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA DIAGNÓSTICA PARA

“ESCUTAS” JUNTO À POPULAÇÃO IDOSA (2018)

Período: Agosto a dezembro de 2018

ETAPA 1: BASES CONCEITUAIS E TEÓRICO-METODOLÓGICAS

Além dos documentos técnicos norteadores, a saber: “Active Ageing: a policy

framework” (Documento de 2002 da OMS), “Envelhecimento Ativo: uma política de

saúde” (OMS, 2005), “Guia Global” (OMS, 2008), “Relatório Mundial de

Envelhecimento e Saúde” (OMS, 2015), utilizamos, além da Análise de Conteúdo de

Bardin (2016), os referenciais metodológicos da História Oral e suas técnicas de

escuta e coleta de dados. Dentre os estudos que apoiaram nossa ação de pesquisa

em campo, destacamos: “A voz do passado” (1992) de Paul Thompson, “Memória e

História” (1990) de Jacques Le Goff, “Manual de História Oral” (2000) de José Carlos

Sebe Bom Meihy, “A memória, a história, o esquecimento” (2007) de Paul Ricoeur,

“La gestion des passion politiques” (1983) de Pierre Ansart, “A Política e a felicidade”

(2000) de Remo Bodei e Luigi Franco Pizzolato, “Memória e Identidade” (2018) de

Joel Candau, “A velhice” (2018) de Simone de Beauvoir, “Memória e Sociedade”

(1994) de Ecléa Bosi, “A memória coletiva” (2013) de Maurice Halbwachs, “Matéria e

memória” (1999) de Henri Bergson, “Usos & abusos da História Oral” de Marieta

Ferreira e Janaína Amado, “O desafio biográfico” de François Dosse, além de Pierre

Nora (1993) e sua discussão sobre os lugares de memória.

Não cabe no espaço deste relatório uma longa discussão teórica sobre estes

autores e obras, mas é fundamental demarcar alguns elementos e conceitos

norteadores da nossa discussão teórico-metodológica que constituem o escopo

geral de nosso trabalho de campo. Os principais conceitos norteadores foram o de

“memória”, “identidade” e “histórias de vida”. Assim, é fundamental distinguir a

“História” da “memória”. De modo sintético, a memória é viva, já a História é o saber

que, inclusive, pode se ocupar da memória como matéria de seu ofício. Segundo

Paul Ricouer em diálogo com os estudos pioneiros de Bergson e Halbwachs,

delimita a memória e relaciona a memória individual a memória coletiva. Na sua

reflexão a memória tem uma tripla dimensão: se refere “a si, aos próximos, aos

outros” (RICOEUR, 2007, p.142). Ou seja, a memória não é atributo, apenas

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individual, mas carrega consigo o espaço da alteridade, portanto, parte integrante

das identidades individuais e coletivas.

Essa perspectiva, de redimensionamento teórico da memória coaduna com o

esforço de Pierre Ansart, para o qual as experiências coletivas sociais soreram um

processo de exclusão do ideário político contemporâneo. Segundo Ansart: “La

science potitiviste choisit d’eliminer de son observation ces expérienres quotidiennes

pour ne retenir de La ‘réalité’ politique que ce qui peut faire l’objet d’une traduction

rationalisante”6 (ANSART, 1983, p. 7). O ponto central é a crítica aos estudos das

ciências sociais que negligenciaram por muito tempo o papel dos sentimento e das

sensibilidades nos processos políticos e nas instituições políticas. Para tanto, Ansart

ressalta o fato de que: “As emoções, os sentimentos, as paixões encontram-se

presentes nas instituições, nas decisões, nos fatos políticos e fazem parte da

experiência cotidiana” (ANSART, 2001, p.146).

Por fim, é importante ressaltar que a velhice é, não penas uma questão social

de nosso tempo, mas também um espaço diacrônico de abertura de horizontes de

expectativas, para utilizar a expressão de Reinhart Koselleck (2006). Em outras

palavras, o tempo vivido e narrado pelos idosos articula a constituição de uma

comunidade e suas relações com o tempo passado, elemento estruturante de sua

identidade, e futuro, elemento estruturante de projetos políticos e políticas públicas.

ETAPA 2: PROBLEMÁTICA, TIPOLOGIA DA PESQUISA, OBJETIVOS

Período: Fevereiro a abril de 2018.

A Equipe Central de Pesquisa atribuiu ao Projeto de Pesquisa o título “Pato

Branco – Cidade Amiga do Idoso: primeiro diagnóstico para o envelhecimento ativo

de seus cidadãos”, em razão de seu propósito principal.

Pela sua propositura e objetivos, caracterizou-se como pesquisa de campo

exploratório-descritiva e de inovação tecnológica, sob abordagem quali-quantitativa.

Sobre esse tipo de pesquisa, Triviños (2009) auxilia-nos a argumentar que as

pesquisas exploratório-descritivas possibilitam que o pesquisador perceba o

fenômeno estudado em toda sua complexidade, de maneira a dar visibilidade a um

6 Tradução livre: “A Ciência Positivista elimina seu observador destas experiências de retenção a partir da “realidade” que afirmaria a política como uma tradução realista”. In: ANSART, 1983, p.7.

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fator social, elevar a experiência do pesquisador e permitir a descrição dos fatos e

fenômenos de uma determinada realidade.

No que tange à abordagem qualitativa, esta, por sua vez, possibilitou uma

aproximação entre sujeito e o objeto, o que propiciou captar os motivos, as

intenções, os projetos dos atores, a partir dos quais as ações, as estruturas e as

relações tornam-se significativas. Em vista disso, destaca Minayo (2010), mergulha-

se no universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos

valores e das atitudes da população pesquisada.

O objetivo geral da pesquisa consistiu em realizar um diagnóstico sobre

necessidades e condições materiais de vida da população idosa do município de

Pato Branco-PR, em relação a oito eixos constantes no Guia Global (OMS, 2008) e

um nono eixo (o último) proposto pelo Documento Técnico “Estratégia Brasil Amigo

da Pessoa Idosa” (MDS, 2018): 1) Espaços abertos e prédios; 2) Transporte;

Moradia; 3) Participação social; 4) Respeito e inclusão social; 5) Participação cívica

e emprego; 6) Comunicação e informação; 7) Apoio comunitário e serviços de

saúde; 8) Oportunidades de aprendizagem; 9) Protagonismo local.

Para tanto, estabeleceram-se como objetivos específicos: 1) identificar

características gerais dos idosos, relacionadas a: gênero, etnia, estado conjugal,

idade, escolaridade, situação financeira, composição familiar e ocupação; 2)

identificar necessidades e condições materiais de vida da população idosa e

cuidadores de idosos, de profissionais de instituições prestadoras de serviços de

atendimento a idosos e profissionais de órgãos públicos do município.

ETAPA 3: SELEÇÃO DA AMOSTRAGEM: CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E

EXCLUSÃO

A Equipe Central, após vários momentos de diálogos e estudos de outros

projetos e relatórios semelhantes, delimitou a amostragem da população a ser

pesquisada, conforme segue, em razão de limitações estruturais dos membros da

Equipe em realizar a pesquisa em bairros e domicílios.

Inicialmente, a amostra foi definida por, pelo menos: a) 10%7 da população

7 O referido valor foi calculado pelo nível de confiabilidade de 95%, com margem de 4% de erro, conforme α de Cronbach.

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total de idosos (ou cuidadores) residentes no município de Pato Branco-PR,

totalizando setecentas e quarenta e oito (748) pessoas, conforme estimativa

populacional do IBGE (2010), atendidas por instituições prestadoras de serviços de

atendimento a idosos; b) pelo menos vinte (20) profissionais responsáveis por

instituições prestadoras de serviços de atendimento a idosos; c) pelos menos

quatorze (14) profissionais responsáveis por secretarias e departamentos

municipais8.

Quanto aos critérios de exclusão e inclusão, os participantes foram assim

selecionados: a) Idosos e idosas maiores de 60 anos e/ou seus cuidadores maiores

de 18 anos, vinculados a uma das vinte (20) entidades municipais que atuam com

esse público. Excluíram-se idosos acometidos por doenças infectocontagiosas e

idosos encarcerados; b) Profissionais, de ambos os sexos, responsáveis por

instituições prestadoras de serviços de atendimento a idosos. Não se aplicam

critérios de exclusão para esse grupo; c) Profissionais, de ambos os sexos, que

atuam nos órgãos públicos mencionados anteriormente. Não se aplicaram critérios

de exclusão para esse grupo.

No que se refere ao recrutamento, os participantes foram assim convidados:

a) As pessoas idosas e seus cuidadores foram convidados diretamente nas

entidades que os atendem. Ressalta-se que esse público participa semanalmente

de atividades oferecidas pelas intuições supramencionadas. O transporte dessas

pessoas foi feito pela própria Prefeitura Municipal; b) Os profissionais, de ambos os

sexos, responsáveis por instituições prestadoras de serviços de atendimento a

idosos foram convidados da mesma forma que os idosos e cuidadores tendo em

vista que esses profissionais coordenam as atividades semanais nas suas

respectivas instituições; c) Os profissionais, de ambos os sexos, que atuam nos

órgãos públicos mencionados foram visitados em seus respectivos locais de

trabalho. Na ocasião fez-se o convite para a sua participação na pesquisa.

8 Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, Secretaria Municipal de Administração e Finanças,

Secretaria Municipal de Agricultura, Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Secretaria Municipal de Educação e Cultura, Secretaria Municipal de Engenharia e Obras, Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, Secretaria Municipal de Saúde, Departamento Municipal de Comunicação Social, Departamento Municipal de Cultura, Departamento Municipal de Trânsito.

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ETAPA 4: INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para a elaboração de instrumentos de coleta de dados, observando-se as

demais pesquisas dessa natureza, notou-se que a base das questões foram

orientadas pelo Guia Global (OMS, 2008), especialmente, o Protocolo de

Vancouver, desenvolvido e validado em trinta e três cidades (33) de vinte e dois (22)

países ao redor do mundo, entre 2006 e 2007 (WHO, 2007).

Assim, para a coleta de dados, contemplou-se protocolos de pesquisa,

como já apontados acima, quais sejam: o Guia Global (OMS, 2008) e o Documento

Técnico Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa (MDS, 2018), utilizando-se três

instrumentos: questionário estruturado (em duas seções: questões

sociodemográficas e questões por eixos); roteiro de entrevista por grupo focal e

entrevista em profundidade. As alternativas específicas para o questionário,

contavam com cinco respostas (escolhas) possíveis: “Importantíssimo”, “Muito

Importante”, “Importante”, “Não é Importante”, “Não sei Dizer”.

Ressalta-se que, em todas as ocasiões de coleta de dados, foram

apresentados os Termos de “Consentimento Livre e Esclarecido” e o “Termo de

Consentimento de Uso de Voz e Imagem”, aos que aceitaram participar de forma

voluntária e anônima, foi-lhes esclarecido a importância de sua participação para a

pesquisa e para o município de Pato Branco, com vistas a desenvolver ações para

estimular o envelhecimento ativo, oportunizando melhoria na saúde, segurança,

qualidade de vida priorizando diferentes necessidades e capacidades dessa

população.

ETAPA 5: TESTAGEM DOS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para a testagem do instrumento de coleta de dados quantitativo, foi aplicada

uma amostral inicial do questionário, impressa, a um grupo aleatório com 10

pessoas idosas (com 60 anos ou mais), por cinco (5) especialistas da Equipe Central

de Pesquisa da UTFPR, de forma a levantar e apontar as dificuldades encontradas e

aspectos positivos e negativos deste instrumento, bem como tabular seus resultados

estatísticos. Os resultados demonstraram dificuldades quanto à compreensão de

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questões, número excessivo de questões, tempo excessivo gasto na aplicação do

instrumento (cerca de 1 h 30 min a 2 h).

A partir disso, procedeu-se à revisão do instrumento, e nova aplicação do

questionário, impresso, por parte da Equipe Central de Pesquisa, com uma

amostragem de cerca de 30 pessoas idosas. Basicamente chegou-se às

dificuldades semelhantes, e em especial, apontou-se dificuldades quanto à

compreensão das alternativas. Assim, procedeu-se à nova revisão do instrumento.

E, diante disso, para viabilizar a coleta de dados quantitativos, com o apoio

técnico da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, de Pato Branco,

desenvolveu-se um Aplicativo para dispositivos móveis, a partir da ferramenta

KoBoTollbox9, utilizado na coleta e armazenamento desses questionários.

ETAPA 6: OFICINAS DE BOAS PRÁTICAS E ÉTICA NA PESQUISA

Período: junho a agosto de 2018.

Foram realizadas dez (10) oficinas com as equipes de coleta de dados. As

oficinas contemplaram fundamentos da ética e das boas práticas de pesquisa, com

atenção especial ao público-alvo da pesquisa: os idosos. Em todas as oficinas os

participantes puderam manipular o aplicativo KoBoCollect e compreender seu

funcionamento, além de se qualificarem para o trabalho de campo, incluído aí as

técnicas de escuta e entrevista oral junto aos sujeitos da pesquisa.

ETAPA 7: PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS QUANTITATIVOS

Esta pesquisa possui um corte transversal, razão pela qual os resultados

estão sujeitos ao efeito de causalidade reversa e limita o acompanhamento da

amostra pesquisada, bem como ao tempo em que ela foi aplicada, baseia-se na

escuta e na percepção da pessoa idosa junto ao município, baseada em nove eixos

pesquisados.

9 A ferramenta foi desenvolvida pela Harvard Humanitarian Initiative. Trata-se de um conjunto de ferramentas de código aberto para coleta e análise de dados em emergenciais e humanitárias, além de outros ambientes desafiadores que foram criados para resolver essa lacuna, é financiado por doações (PHAM, 2018).

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Os sujeitos do estudo em questão, compreendeu idosos de ambos os sexos

com idade igual ou superior a 60 anos10 e/ou cuidadores de idosos, profissionais

responsáveis por instituições prestadoras de serviços de atendimento a pessoas

idosas e profissionais de órgãos públicos do município.

Nesse sentido, contabilizamos quinhentos e noventa e oito (598)

participantes na pesquisa quantitativa, sendo validados11 quinhentos e noventa e

três (593) questionários para tabulação e tratamento dos dados, e, trezentos e

cinquenta (350) na pesquisa qualitativa, por meio de grupo focal, durante a

Conferência Municipal da Pessoa Idosa (em 22 de novembro de 2018), totalizando

um número de novecentos e quarenta e oito (948) participantes divididos entre

pessoas idosas, líderes de instituições que atendem pessoas idosas, e, o poder

público, representado em secretarias e departamentos do município de Pato Branco-

PR.

O referido valor da amostragem, 10% da população total de pessoas idosas,

foi calculado considerando-se dados do censo do IBGE (2010) e a amostra mínima

de quinhentas e noventa (590) calculada conforme Barbetta (2006), Figura 4, a qual

considera, conforme α de Cronbach, um nível de confiabilidade de 95% e um erro

amostral de 4%.

Figura 4: Fórmula para Cálculo de Amostra

Fonte: BARBETTA (2006).

Considerou-se como critério de inclusão de pessoas idosas e/ou seus

cuidadores maiores de dezoito (18) anos, vinculados a uma das vinte (20)

instituições que atuam com esse público, além de profissionais de instituições

10 A OMS, na década de 1980, considerou a pessoa idosa, sob o ponto de vista cronológico, como aquele indivíduo que possui 65 anos ou mais de idade em países desenvolvidos, enquanto que, em países em desenvolvimento, prevalece a idade de 60 anos ou mais (OMS, 1984). 11 Somente foram validados os questionários integralmente respondidos.

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públicas e privadas. Excluíram-se pessoas idosas acometidas por doenças

infectocontagiosas e pessoas idosas encarceradas.

Diante disso, as pessoas idosas e seus cuidadores foram convidados e

entrevistados diretamente nas entidades que os atendem, bem como os

profissionais, de ambos os sexos, responsáveis por instituições prestadoras de

serviços de atendimento a idosos e os profissionais que atuam nos órgãos públicos

mencionados foram visitados em seus respectivos locais de trabalho.

Para todos os participantes não houve riscos envolvidos na pesquisa,

considerando-se riscos e prejuízos mínimos, tendo em vista que não foram

realizados procedimentos que envolvam movimentação diferente do habitual nas

entidades visitadas. Como destacamos acima, no projeto aprovado pelo Comitê de

Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (CEP), da UTFPR, em junho de

2018.

Conforme já mencionado, para a coleta de dados foram utilizados três

instrumentos: questionário estruturado (sociodemográfico e questões abordando

nove eixos temáticos); grupo focal e entrevista em profundidade.

O questionário estruturado foi adaptado do Protocolo de Vancouver (Guia

Global/OMS, 2008). Este instrumento se estrutura em duas partes. A primeira

contém questões de caráter sociodemográfico; a segunda contém questões sobre

nove eixos temáticos: espaços abertos e prédios; transporte; moradia; participação

social; respeito e inclusão social; participação cívica e emprego; comunicação e

informação e apoio comunitário e serviços de saúde, educação continuada, com

alternativas específicas de única escolha, utilizando escala de 5 variáveis, sendo

essas: Importantíssimo (4); Muito importante (3); Importante (2); Não é importante

(1); Não sei dizer (0).

Os questionários foram aplicados nas instituições elencadas, acima, pelas

equipes de pesquisa, com uso de aplicativo móvel KoBoToolbox, versão v1.14.0a,

versão gratuita, com 57 questões fechadas, com opções de única ou múltiplas

escolha, agrupadas em eixos temáticos baseados no Guia Global Cidade Amiga dos

Idosos (OMS, 2008) e nos eixos do referido documento do MDS (2018).

Para a aplicação do questionário foram agendadas visitas às vinte (20)

instituições participantes da pesquisa, ocasião em que os sujeitos foram convidados

a participar da pesquisa e informados pormenorizadamente dos objetivos e de todos

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os procedimentos de coleta de dados (questionário, grupo focal e entrevista), bem

como dos demais aspectos da ética na pesquisa envolvendo seres humanos.

O preenchimento do questionário foi feito por membro da equipe de pesquisa,

o qual foi preparado especificamente para essa finalidade. Os participantes foram

inquiridos apenas em relação aos itens do questionário. No caso de o idoso não

apresentar condições para responder, a resposta poderia ser dada por eventual

cuidador. O tempo estimado para preenchimento do questionário foi de vinte (20) a

vinte e cinco (25) minutos.

ETAPA 8: PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS QUALITATIVOS

A coleta de dados qualitativos compreendeu dois momentos:

1) Em sessões de grupo focal com pessoas idosas e cuidadores e os

responsáveis pelas instituições de atendimento a esse público, coordenadas por

membros da Secretaria Municipal de Assistência Social, com mediadores, relatores

e observadores das equipes de pesquisa da UTFPR Campus Pato Branco,

preparados para tal, em 22 de novembro de 2018, durante a VII Conferência

Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. As sessões de grupo focal foram gravadas

em áudio e vídeo, bem como foram tomadas imagens fotográficas, mediante a

apresentação e assinatura dos Termos e aceite das pessoas. Após a realização do

Grupo Focal, foram realizadas as transcrições decorrentes.

2) Entrevista em profundidade, com roteiro semiestruturado destinada a

profissionais dos órgãos públicos mencionados neste projeto, abordando também

questões relacionadas aos nove eixos. Para a realização da entrevista foram

agendadas visitas com representantes de órgãos públicos municipais, ocasião em

que os profissionais foram convidados a participar da pesquisa e informado dos

objetivos e dos procedimentos de coleta de dados. Em média, esta sessão teve a

duração de sessenta (60) minutos.

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2.3. RESULTADOS QUANTI-QUALITATIVOS

Período de Análise: maio a julho de 2019.

ETAPA 1. QUESTIONÁRIO: QUESTÕES SÓCIO DEMOGRÁFICAS E QUESTÕES

POR EIXOS

A coleta de dados quantitativos, cujos resultados encontram-se, na

sequência, ocorreu nos meses de agosto a dezembro de 2018, em instituições que

atendem pessoas idosas, no município de Pato Branco-PR, mediante visitas

agendadas, previamente, pelos Líderes de Equipes de Pesquisa, da UTFPR

Campus Pato Branco, com os responsáveis pelas instituições, e nos períodos em

que o público-alvo estaria em atividade.

Os dados coletados referem-se aos participantes: pessoas idosas atendidas

por instituições, cuidadores de pessoas idosas, líderes de instituições que atendem

pessoas idosas, representantes de poder público municipal.

Em razão de essa forma de coleta demandar contato direto do pesquisador

com a população pesquisada, as Equipes de Pesquisa foram preparadas mediante

Oficinas de Treinamento sobre Ética e boas práticas da pesquisa, conforme já

relatado. É mister destacar que durante todo o período de coleta de dados, não

houve relato de quaisquer situações adversas ou situações de constrangimento ou

situação de mal-estar de algum participante.

Os dados coletados foram tabulados e tratados pelo software livre PowerBI,

desenvolvido pela Microsoft, sendo uma coleção de serviços de software, aplicativos

e conectores que trabalham juntos para transformar fontes de dados não

relacionadas em informações coerentes, visualmente envolventes e interativas.

Os resultados demonstrados, a seguir, originaram-se do questionário

estruturado em duas seções: questões sociodemográficas e por eixos. No que se

refere às questões sociodemográficas, as variáveis consideradas foram: sexo,

escolaridade, idade e renda, e essas foram correlacionados aos nove eixos,

especificados, a seguir.

Já as questões por eixos, objetivaram “escutar” as opiniões das pessoas

idosas, participantes da pesquisa no que tange aos nove eixos, a saber:

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1. Habitação / Moradia (GG12)/ Moradia (MDS13)

2. Espaços exteriores e edifícios/ Ambiente físico (GG) Ambiente físico (MDS)

3. Transportes (GG/MDS)

4. Apoio Comunitário e serviços de saúde (GG)/ Apoio e Saúde (MDS)

5. Participação Social (GG)/ Respeito e Inclusão Social (MDS)

6. Participação cívica e emprego (GG)/ Oportunidades para Participação (MDS)

7. Comunicação e informação (GG/MDS)

8. Oportunidades de aprendizagem (MDS) / Oportunidades para aprender (GG)

9. Protagonismo local (MDS)

Os dados coletados no questionário foram tabulados com o apoio do software

livre PowerBi, o qual permitiu relações entre variáveis sociodemográficas e os 9

eixos mencionados. Para a tabulação e o tratamento dos dados, considerou-se uma

escala de 5 importâncias, presentes nas questões estruturadas do questionário,

considerando-se por ordem crescente, escala “0”: “Não Sei Responder”, “1”: “Não é

Importante”, “2”: “Importante”, “3”: “Muito Importante” e “4”: “Importantíssimo”.

Sendo assim, os resultados evidenciam as manifestações das pessoas

idosas, bem como de líderes de instituições que atuam com pessoas idosas e o

poder público do município, no que tange aos nove eixos da pesquisa. Os resultados

estão apresentados na forma de gráficos, conforme seguem. Os gráficos de 1 a 5

demostram as variáveis relevantes dos dados sociodemográficos apontadas pela

pesquisa: escolaridade, idade, fonte de renda, relacionando os bairros e

comunidades rurais com a amostra pesquisada.

12 GG – Guia Global (OMS, 2008). 13 MDS – Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa-Documento Técnico (MDS, 2018)

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]

Gráfico 1: Localização das Regiões com Maior População Idosa no Município

Centro

São Cristovao

La Salle

Alvorada

Novo Horizonte

Pinheirinho

Brasília

Santo antônio

Vila Isabel

Parzianello

Bortot

Sambugaro

Jardim Primavera

Pinheiros

Sudeste

São Roque

Anchieta

Aeroporto

Amadori

Jardim das Américas

Veneza

São Luiz

Parque do Som

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

796549

199197194187187

147140140138130

11910193929189888785

7675

6660585854545049474543403830302423191412109

nº de Idosos

nº de Idosos

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018). Adaptado de IBGE (2010)

O gráfico 1 mostra a relação de pessoas idosas, participantes da pesquisa,

por bairro no Município de Pato Branco-PR, a saber: no Centro vive o maior número

de pessoas idosas, seguido pelo Bairro São Cristóvão, localizado na Zona Sul do

município, Bairro La Salle, na Zona Leste, Bairros Alvorada, Novo Horizonte e

Pinheirinho, localizados na Zona Sul, seguidos por demais bairros com

representatividade de pessoas idosas no município.

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Gráfico 2: Grau de Escolaridade

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

O gráfico 2 relaciona o nível de escolaridade do número de participantes,

sendo que 337 destes, 56,83% possuem o Ensino Fundamental; 112 ou 18,89%

possuem Ensino Médio, 10,12% não são alfabetizados, e 84 pessoas, 14,12%

possuem ensino tecnológico, superior, especialização, mestrado ou doutorado.

Gráfico 3: Idade dos Participantes

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

O gráfico 3 evidencia a idade dos participantes na pesquisa quantitativa,

sendo que 32,71% (194 pessoas) se concentram na faixa etária entre 65 e 75 anos.

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Gráfico 4: Fonte de Renda

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

O gráfico 4 evidencia que a fonte de renda dos participantes se encontra em

47,05% (279 pessoas) com renda de 2 a 5 salários-mínimos, 40,13% (238 pessoas)

com renda de até 1 salário-mínimo, 9,78% (58 pessoas) e, com renda de mais de 5

salários-mínimos 18 pessoas (3,05%).

Gráfico 5: Bairros e Comunidades Rurais com Maior Amostra Pesquisada

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

O Gráfico 5 mostra os bairros e comunidades rurais com maior

amostragem de participantes pesquisados, sendo que 17 foram os bairros ou

comunidades com maior número de pessoas idosas levantado na pesquisa. O

Centro concentrou 100 pessoas (16,86%), o Bairro Santa Terezinha com 63

(10,62%), Bairros Cristo Rei, Santo Antônio e São João com 24 participantes

(4,04%) cada, os Bairros Planalto, La Salle e Anchieta, Industrial, São Cristóvão,

Alvorada 16 pessoas (2,70%) e os Bairros Fraron, Menino Deus, Gralha Azul e

Trevo da Guarani com média de 12 entrevistados (2,02%).

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Gráfico 6: Proporção de Importâncias por Idade

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

O Gráfico 6 mostra a relação de respostas de importâncias por idade dos

entrevistados, confirmando que, entre 60 a 80 anos, as respostas “Importantíssimo”

e “Muito importante” são mais representativas na relação com o número de

respostas dos participantes da amostragem.

Gráfico 7: Escolaridade x Escalas de Importância

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

O Gráfico 7 mostra o número de resposta por importância relacionada ao

grau de escolaridade geral dos eixos, sendo que dentre os participantes, aqueles

com Ensino Fundamental atribuíram maiores valores, 146 consideraram

“Importantíssimo”, 109 “Muito Importante, 81 consideraram importantes as variáveis

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dos eixos pesquisadas,” e 1 considerou “não é importante”, seguindo como tabela

anexa ao gráfico as respostas por grau de escolaridade.

Gráfico 8: Sexo e Escala de Importâncias

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

O Gráfico 8 mostra que a maioria dos participantes é do sexo feminino,

63,07%, e, em ambos os sexos, o maior número de respostas em relação a

variáveis foi “Importantíssimo”, sendo representada por 29,68% nas mulheres e

14,16% nos homens que participaram da pesquisa.

Gráfico 9: Síntese dos Eixos

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

O Gráfico 9 mostra os graus de importância por eixo, considerando-se

todos os eixos pesquisados e todas as escalas, sendo que o eixo com maior

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número de respostas “Importantíssimo” foi o eixo 4: Apoio Comunitário e Serviços de

Saúde.

Gráfico 10: Síntese de Respostas por Escalas

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

O Gráfico 10 mostra a síntese de resultados pela escala de importâncias,

sendo que 43,84% consideraram as variáveis pesquisadas como “Importantíssimo”,

32,20% como “Muito Importante”, 22,09% como “Importante” e 1,87% consideraram

como “Não é Importante” ou “Não Sei”.

Gráfico 11: Número de Repostas por Importância por Eixo Pesquisado

Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

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O Gráfico 11 mostra a síntese por eixo de porcentagens de respostas como

Importantíssimo (4), Muito Importante (3), Importante (2), Não é Importante (1), Não

Sei Dizer (0), considerando-se os nove eixos abordados, o maior número de

respostas obtidas foram:

1.º Apoio Comunitário e serviços de saúde (eixo IV): Obteve o maior

número de respostas “Importantíssimo” (43,44%); 23,71% consideraram “Muito

Importante”, 30,92% como IMPORTANTE e, para menos de 2% “Não é Importante”

e “Não Sei Dizer”.

2.º Espaços Exteriores e Edifícios (eixo II): Obteve respostas, como:

Importantíssimo (35,86%), 28,56% das respostas como Muito Importante, 29,60%

das respostas como IMPORTANTE e, menos de 6% com resposta como Não é

Importante e Não Sei Dizer.

3.º Habitação e Moradia (eixo I): Obteve as respostas: Importantíssimo

(35,10%), 28,76% das respostas como Muito Importante, 28,86% das respostas

como IMPORTANTE e, menos de 8% com resposta como Não é Importante e Não

Sei Dizer.

4.º Transportes (eixo III): Recebeu respostas de Importantíssimo (34,05%),

30,26% das respostas como Muito Importante, 29,04% das respostas como

IMPORTANTE e, menos de 7% com resposta como Não é Importante e Não Sei

Dizer.

5.º Respeito e Inclusão Social (eixo V): Foi considerado Importantíssimo

para (33,25%), 31,74% das respostas como Muito Importante, 30,42% das respostas

como IMPORTANTE e, menos de 5% com resposta como não é importante e não sei

dizer.

6.º Protagonismo Local (eixo IX): Obteve respostas de Importantíssimo em

(28,25%), 36,51% das respostas como Muito Importante, 26,98% das respostas

como IMPORTANTE e, menos de 8% com resposta como Não é Importante e Não

Sei Dizer.

7.º Comunicação e Informação (eixo VII): Foi considerado como

Importantíssimo para (27,45%), 39,38% das respostas como Muito Importante,

25,63% das respostas como IMPORTANTE e, menos de 8% com resposta como

Não é Importante e Não Sei Dizer.

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8.º Participação Cívica E Emprego (eixo VI): Importantíssimo para

(23,22%), 40,67% das respostas como Muito Importante, 26,22% das respostas

como IMPORTANTE e, menos de 10% com resposta como Não é Importante e Não

Sei Dizer.

9.º Oportunidades de Aprendizagem (eixo VIII): Obteve respostas de

Importantíssimo para (26,68%), apresenta 38,20% das respostas como Muito

Importante, 24,64% das respostas como importante e, 9,19% com resposta não é

importante e menos de 2% não sei dizer

Os resultados demonstram, pelo perfil sociodemográfico da população

participante da amostragem: a maioria encontra-se na faixa etária entre 65 a 75,

quanto à escolaridade, o Ensino Fundamental, correspondeu à maior

porcentagem, ganha de 2 a 5 salários-mínimos.

Quanto às respostas obtidas nos 9 eixos, Apoio Comunitário e Serviços de

Saúde (eixo IV) foi considerado pela população estudada como o mais importante,

seguido por Espaços Exteriores e Edifícios (eixo II), Habitação Moradia (eixo I),

Transportes (eixo III), Respeito e Inclusão Social (eixo V), Protagonismo Local (eixo

IX), Comunicação e Informação (eixo VII), Participação Cívica e Emprego (eixo VI) e

Oportunidades de Aprendizagem (eixo VIII).

Em síntese, as respostas por eixo e por escala de importância quanto à

amostra pesquisada, considerando a escala de 5 importâncias, sendo a 4

“Importantíssimo” como a principal demanda da população estudada é relevante

para o direcionamento de ações que pautam planos e políticas públicas para a

população idosa do município.

ETAPA 3: RESULTADOS QUALITATIVOS – O PRESENTE E A MEMÓRIA: O

DIREITO NA VOZ DO IDOSO

A coleta de dados qualitativos compreendeu dois momentos, conforme já

mencionado no item “Procedimentos Metodológicos”: Grupo Focal e Entrevista em

Profundidade, a saber:

1) Em sessões de Grupo Focal com pessoas idosas e cuidadores e os

responsáveis pelas instituições de atendimento a esse público, conduzidas por

membros da Secretaria Municipal de Assistência Social, com mediadores, relatores

e observadores das equipes de pesquisa, preparados para tal, em 22 de novembro

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de 2018, durante a VII Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. As

sessões de grupo focal foram gravadas em áudio e vídeo, bem como foram

tomadas imagens fotográficas, mediante a apresentação e assinatura dos Termos e

aceite das pessoas. Após a realização do Grupo Focal, foram realizadas as

transcrições decorrentes.

2) Entrevista em profundidade, com roteiro semiestruturado destinada a

profissionais dos órgãos públicos mencionados neste projeto, abordando também

questões relacionadas aos nove eixos: espaços abertos e prédios; transporte;

moradia; participação social; respeito e inclusão social; participação cívica e

emprego; comunicação e informação e apoio comunitário e serviços de saúde,

educação continuada e protagonismo local. O roteiro continha perguntas principais,

possibilitando às questões serem complementadas por outras, inerentes às

circunstâncias momentâneas à entrevista de forma a permitir o aparecimento de

informações de maneira mais livre, permitindo que as entrevistadas fossem mais

espontâneas e a interação acontecesse.

Para a realização da entrevista foram agendadas visitas a órgãos públicos

municipais, ocasião em que os profissionais serão convidados a participar da

pesquisa e serão informados pormenorizadamente dos objetivos e de todos os

procedimentos de coleta de dados (questionário, grupo focal e entrevista), bem

como de os demais aspectos da ética na pesquisa envolvendo seres humanos. Uma

vez que o profissional tenha concordado e respondido às questões do questionário,

procedeu-se a entrevista, a qual foi gravada em áudio. Estimou-se um tempo 90

minutos para os dois procedimentos.

Os dados qualitativos obtidos nas sessões de grupo focal e entrevista foram

organizados e tratados de acordo com os procedimentos usuais da Análise de

Conteúdo, conforme Bardin (2016), que pressupõe como ponto de partida uma

organização em fases: a organização da análise; a exploração do material com a

codificação de resultados; as categorizações; as inferências; e, por fim, a

interpretação das informações coletadas.

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A voz do idoso:

“Quem conheceu a cidade em 1950, hoje, é outra Pato Branco. Há mais de 60 anos Pato Branco

apresentava condições básicas de infraestrutura. Hoje – a cidade é limpa, possui arborização, flores;

possui planejamento urbano. A cidade está num processo de franco desenvolvimento”.

FREI POLICARPO.

As coletas de dados realizadas em grupos focais trouxeram as vozes das

pessoas idosas em sua amplitude, revelando anseios, memórias, histórias o

presente e o passado, encontros, tempos e, às vezes, angústias. É importante

destacar que os recursos à memória precisam de um conjunto de cuidados

metodológicos. Conforme José Carlos Sebe Bom Meihy (2000, p. 94), “memórias

são lembranças organizadas segundo uma lógica subjetiva que seleciona e articula

elementos que nem sempre correspondem a fatos concretos, objetivos e materiais”.

Nessa perspectiva, um conjunto de temas motivados aparecem nas

entrevistas realizadas com a população idosa, sendo que esses temas emergem

numa relação de lembrança e memória, ou seja, o tempo é o elemento que organiza

julgamentos de valor e critérios de opinião dos idosos consultados. Dessa forma, a

imediatez da necessidade, do tempo que não espera, tanto para o lazer como para

os cuidados com a manutenção da saúde (citamos alguns depoimentos significativos

na sequência que surgiram nos grupos focais).

“… a gente vai no posto e não tem geriatra, daí é a cidade do idoso, mas não tem um médico para nós. Posso falar mais?

“A gente não sabe nem o que falar, porque a gente nunca teve nada disso…”

O lazer das pessoas idosas são momentos importantes de encontros nos

grupos de terceira idade, em que realizam várias atividades como jogos, conversas,

danças, viagens a passeio.

“Então, o que eu pedia, é isso, alguém que a gente possa ir lá e dizer, não tem geriatra no posto, não tem um ônibus pra gente ir viajar”.

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Os idosos apresentam a necessidade de sentirem-se amparados pelo poder

público, um lugar, uma pessoa, um ponto onde se possa recorrer, solicitar algo, ser

ouvido, uma porta aberta e ouvidos as suas demandas.

“Ninguém dá ouvido pra gente, não… o povo mesmo é difícil”.

Além de lugares específicos para atendimento no poder público, suas falas

demonstram a necessidade de visibilidade e respeito à pessoa idosa, ao seu tempo,

que já não é mais o mesmo. Espaços adequados para a espera e específicos. Suas

demandas apresentam-se num aqui e agora, imediato, não há tempo para a espera.

Além de médicos especializados para atender ao idoso também é necessário que os

medicamentos sejam disponibilizados e os atendentes sejam respeitosos. Sabe-se

que em muitas repartições públicas brasileiras os servidores nem sempre atendem

adequadamente aos cidadãos, os idosos percebem e sinalizam essa necessidade.

Quando da realização das reuniões para a pesquisa foi possível perceber sua

necessidade de conversar, contar sua história, ser ouvido. Pois, mesmo sendo as

perguntas, de certa forma, fechadas, eles queriam registrar, naquele momento, parte

de suas histórias.

A visão sobre o Estado, o poder público é uma visão até então negativa. Uma

certa desconfiança permeia as vozes, talvez já cansadas de não ecoarem. Percebe-

se que nunca ou talvez poucas vezes se deu atenção ao tema do idoso. Quando

interpelados havia o receio de falar, um será que é permitido?

“Essa reunião vai ser colocada numa reunião com o prefeito, para trazer melhoria?”

Posso falar mais?

A necessidade do amparo, atenção. Há a necessidade de um olhar diferente

às necessidades da pessoa idosa. Há percepção de que o tempo, a idade, a

mobilidade reduzida dificulta a vida do idoso, causando sofrimento.

“Também tinha o médico da família, que ia na família, ia ver como tava o idoso, e eu tô sozinha. Meu marido faleceu, eu tô sozinha. Então, por que não passa um dia alguém pra ver… “ô pessoa como você tá? Como você se sente aqui?” … por que não é fácil, é complicado quando a gente fica velho”.

Espera-se um olhar diferenciado, um atendimento humanizado, não se quer

“favores”, mas direitos, respeito a história vivida e ao que se fez, a sua história

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enquanto estava em suas atividades laborais porque “…eu fui muito voluntária,

sempre fui voluntária, sempre”… “Eu sou pobre, mas fui voluntária, nunca

ganhei nada de ninguém”. Essa última fala remete a um imaginário embrenhado

na cultura política brasileira de que se oferece pelo poder público é “dado” e não que

o poder público gerencia o dinheiro público que deve ser investido no bem-estar da

população, em saúde, moradia, educação.

As repartições e servidores públicos, muitas vezes, endossam essa visão e

reforçam esse estereótipo do que é público como forma de “coisa dada” e se é

“dado” não se exige qualidade. O público e privado na cultura política, do Brasil, tem

sido ponto de embates teóricos em diferentes campos, na Antropologia, na

Sociologia, na Educação. É necessário que sejam alteradas as significações e as

vozes do que é público, uma vez que, para grande parte dos brasileiros, o que é

público “é de ninguém”, portanto, não precisa cuidar. Os idosos inseridos nessa

cultura têm a percepção de que necessitar da “coisa pública”, talvez seja recorrer a

uma terra de ninguém. Há uma visão bastante negativa em relação aos espaços

coletivos, o público, uma vez que compreendido culturalmente como “não pago” e se

“não pago” não há o merecimento de qualidade.

“...Eu sou antiga daqui. É 42 anos que moro aqui. Não tinha nem rua ali no teatro, quando eu vim morar aqui. Não tinha nada. A gente, eu não ganho nenhum remédio... tem que pagar tudo. Pagar médico, se tu quer médico do idoso, quer o médico da faringe é 300 real (sic.)”

“Muitos idosos sabem os direitos que tem, contudo não se tem uma resposta para seus direitos, gostariam de ter uma ouvidoria um local que o idoso fosse ouvido”.

“Priorizar os idosos nas filas de saúde. Não tem respeito”.

Símbolos do bem: o tempo do idoso.

Como aponta Bom Meihy, a memória possui sua própria forma de ordenação

do tempo e dos acontecimentos. Assim: “é fundamental lembrar que, além dos

fatores culturais que interferem na organização mnemônica, dois outros elementos

devem ser considerados: a capacidade biológica das pessoas e os acontecimentos

consideradas marcos na trajetória individual, social ou coletiva. Velhice, debilidade

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física, circunstâncias traumáticas afetam diretamente as narrativas que se calça, na

memória” (BOM MEIHY, 2000, p. 94).

Com as capacidades físicas reduzidas há necessidades de adequação de

espaços públicos e privados para uso da pessoa idosa. Especialmente as vias

públicas devem sofrer adequações para que a pessoa idosa e com mobilidade

reduzida possa locomover-se com segurança. Além de sinais visuais também sinais

sonoros podem auxiliar para uma mobilidade segura. Os idosos falam sobre a

necessidade da sinalização para o pedestre, uma vez que nas vias públicas atuais

os semáforos não são sincronizados para uma travessia segura do pedestre,

especialmente, os pedestres que levam um tempo maior para a travessia da via,

como os idosos.

“Uma coisa assim. Vou falar uma coisa que nós precisamos, sabe, na rua para a gente atravessar a rua, a Tocantins. Eu moro lá. É… Tá difícil né! Então, se tivesse aquela, aquela… do idoso, aquela… do idoso não! Do pedestre para atravessar”.

“A sinalização”. “A sinalização, aquela… Como é que se diz?”

“Moderador: A faixa?”

“Não! A faixa já tem. Mas que nem só tem só em uma esquina, Ali em Pato Branco, que tem é… aquele sinalzinho do pedestre”.

Em outras falas os idosos também realçam a necessidade de educar o

motorista para as percepções em relação ao tempo do idoso. Necessidades de

campanhas educativas também são percepções dos agentes públicos envolvidos

no Projeto Cidade Amiga da Pessoa Idosa. Esse tema também foi abordado na VII

Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, realizada em 22 de novembro

de 2018, onde foram reunidos noventa e quatro idosos e mais de vinte

representantes da sociedade civil, sendo organizações não governamentais, entes

públicos como secretaria de ação social e membros do legislativo, associações,

além de instituições de ensino públicas e privadas que participam do projeto.

Quando da realização da conferência os idosos foram ouvidos em relação às

necessidades apontadas pelos eixos que norteiam aos Direitos e Qualidade de vida

em relação aos idosos, parte de um Projeto Mundial, lançado pela Organização

Mundial da Saúde – OMS, realizada em várias cidades em âmbito mundial e em

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algumas cidades no Brasil. A OMS certifica municípios que levam em consideração

esses eixos para a promoção de bem-estar e saúde da população das pessoas

idosas. Durante a Conferência algumas demandas sugeridas também coadunam

com as apresentadas em grupos focais, conversas dirigidas com grupos de idosos

a respeito das suas vivências, necessidades e demandas. No Eixo Direitos

Fundamentais na Construção e Efetivação de políticas públicas, foram registradas

diretrizes que fazem ecoar a voz dos idosos:

Diretriz 1 Eixo 1: Ampliar a oferta de atendimento especializado na saúde, por meio da contratação de profissionais geriatras e gerontólogos e capacitar os trabalhadores da saúde para o atendimento da pessoa idosa, priorizando seu atendimento na área da saúde.

Diretriz 2 Eixo 1: Promover ações de educação no trânsito, por meio de campanhas midiáticas, bem como melhorar a acessibilidade e mobilidade para o idoso nas vias urbanas e espaços públicos.

“Isso! A Tocantins devia ter. Não só um, vários, porque ali é difícil a gente atravessar. É perigoso alguém…

“Acontecem acidentes diariamente. Atropelam!” “Atropela a gente. Por que abriu uma… tem três, tem três pistas que fez ne?! Abre uma, fecha outra, abre a outra, fecha a outra, aí é difícil”.

“Quase não dá tempo pra gente atravessar”.

“Não dá tempo. Então se tivesse aquele bonequinho de pedestre, aí seria mais fácil nós…”

Moderador: E o pessoal não espera, também!?

“Não respeitam. Eles atropelam!”

“Esse carro que tá indo que para e faz sinal para você passar, e o outro vindo aqui que vem a toda e te atropela”.

“Melhoramento das “calçada” no centro para os idosos poder andar com confiança. Banheiro mais decente lá no parque do Alvorecer”.

“Nos pontos de ônibus, um banquinho pros idosos sentarem”.

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Em relação à adoção de medidas de melhoria e adaptação da cidade de Pato

Branco às necessidades da população idosa e aos eixos norteadores do Guia Global

(OMS, 2008), para a implementação de políticas públicas para efetivação de direitos

para essa população específica, foram realizadas também entrevistas com

servidores do poder público, em cargos de secretarias, das quais destacamos os

relatos convergentes com os depoimentos dos idosos, neste caso aqui exposto,

Secretaria de Planejamento Urbano e Secretaria de Assistência Social. Essas duas

secretarias estão articuladas às atividades do Projeto Cidade Amiga da Pessoa

Idosa e têm participado de ações e discussões visando estabelecer em conjunto

com as outras instituições parceiras: Universidades, Associações, ONGs, poder

público (legislativo e executivo) diretrizes e ações futuras a serem desenvolvidas.

A voz do serviço público também apresenta preocupações e demandas que

vão desde a realização de campanhas educativas para o trânsito seguro como

também de ações educativas para o respeito à mobilidade nos passeios das vias

públicas, que por ora são de responsabilidade dos proprietários de imóveis e em

grande parte dos casos estão em condições desfavoráveis aos pedestres, podendo

ocasionar quedas ou acidentes. A partir das discussões propiciadas pelo Projeto as

Secretarias estão repensando seus planos diretores e incluindo demandas dos eixos

para adequação da cidade à acessibilidade não somente ao idoso como também

aos portadores de necessidades específicas. Quando a sociedade civil se une em

torno de temas relevantes como o direito, segurança, saúde, o acesso à mobilidade

também têm espaço bastante relevante e o poder público precisa estar atento a

estas vozes.

“É, na verdade nós estamos vendo toda a adaptação da Cidade do planejamento da cidade em cima da cidade do idoso, então nós vamos ver questão de civilidade, questão de atendimento, tudo isso a Secretaria de Planejamento Urbano está tentando alterar no Plano Diretor para já agilizar para a Cidade do Idoso”.

“… porque a questão da acessibilidade nós temos um problema seriíssimo com questão de topografia do município, a questão da cultura da população, porque você faz cobra do sistema de calçadas pra calçada ficar livre pro idoso e até pro próprio portador de necessidades e as pessoas não tem essa noção, elas colocam obstáculos no meio e não querem saber, principalmente comerciantes, então nós vamos ter que, além de fazer um plano de abrangência na questão de projetos, na

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questão de execução, nós vamos ter que fazer um plano na questão de cultural de, incentivar a população a ajudar, inclusive, é, como é que eu vou te dizer, é questão de, é, da cultura né, passar pra população uma forma que ela entenda que um dia ela vai “tá” idosa e vai precisar desse sistema, do mesmo sistema pra ela, então a gente tá implantando e uma coisa que a prefeitura vai ter que fazer é, ela vai ter que aumentar a fiscalização da Prefeitura em cima disso, hoje nossa fiscalização é deficitária”.

“… então a gente tá batendo bastante nessa tecla, mas estamos fazendo a revisão do Plano Diretor já baseado em cima disso também pra ajudar e a questão da acessibilidade, então a prioridade seriam os ônibus, bombeiros, ambulância, então, tentar fazer uma cidade que a pessoa idosa futuramente, tenha uma vida, uma qualidade de vida”.

Se ir e vir é um direito fundamental na Constituição brasileira, cabe à

sociedade civil a cobrança dos entes públicos para que esse direito seja respeitado

e consolidado. À pessoa idosa o tempo se faz outro, as percepções tornam-se

amenas, ora são os olhos ou ouvidos, ora são as musculaturas mais frágeis e lentas.

Os tempos do tempo que a pós-modernidade talvez não veja, ou inviabilize por não

ser o tempo do capital, da produção, do lucro, da mais-valia, do produto. O tempo do

idoso é tempo do acaso, não está aos olhos de uma sociedade sedenta, conectada,

tecnológica, em que conversar, contar causos, ouvir histórias ou tomar chimarrão

sejam “tempo perdido”. Vive-se um presente como se a velhice nunca nos fosse

achegar. A presença daquele que representa a origem, o passado, a sabedoria, em

algumas sociedades tradicionais como as indígenas, é de grande valia e valor. Os

anciões são considerados os sábios, a memória, as riquezas culturais a serem

preservadas. Já em nossas sociedades ocidentalizadas, os anciões buscam

reapreender a linguagem em busca de um lugar no mundo moderno ou um espaço

no tempo do outro. Seria esse um descompasso do tempo? As marcas do tempo,

novas subjetividades, novas necessidades de inserção no tempo, pelo tempo do

outro, o neto.

“… a gente nunca teve essas regalias, a gente não sabe nada, somos ‘uns coitado’ (sic.), nascido lá costa do rio Guaporã- RS, longe de tudo, longe, que a gente nem conhecia das coias. Então é meio complicado também, a gente nem sabe o que responder para as pessoas. Estudo a gente não podia estudar, então… é complicado”.

“A gente ia na missa a cavalo, é tudo diferente”.

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A educação e a linguagem dos netos:

Em outro momento de discussão em um grupo focal sobre o Eixo 2:

Educação assegurando direitos e emancipação humana os idosos falaram sobre

as questões ligadas à educação. A partir do relato dos mediadores pode-se

interpretar que existe um certo receio com o uso da língua portuguesa. O s

mediadores conversam com os idosos perguntando sobre o que eles gostariam de

aprender, se eles gostariam de fazer algum curso. Em suas falas pedem para

aprender mais o português e aparece a palavra falar corretamente o que nos impõe

um significado que eles, os idosos, sofrem algum tipo de preconceito linguístico, pelo

uso de sua variedade, talvez estigmatizada no seio familiar, em instituições ou nas

relações intergeracionais com os netos.

“... os idosos ficaram mais à vontade para responder e começaram a discutir o tema. Surgiram algumas indagações, do tipo: necessidade de aprender português, aprimorar o conhecimento da própria língua, como falar as palavras corretamente. Muitos relatam que tem dificuldades de enxergar e outros de ouvir, o que pode ser um empecilho na hora de aprender”.

“Outra indagação que foi mencionada diz respeito a oferta de cursos de oratória, eles sentem a necessidade de se expressar e falar, mas as vezes não tem desenvoltura para que isso ocorra”.

Essa necessidade do curso de oratória pode nos levar a possíveis

interpretações: “Nós, idosos não somos ouvidos do jeito que falamos”, ou “Nós,

idosos queremos ser ouvidos” ou “Só é ouvido quem fala de determinada maneira”,

“Nós temos uma fala que não é adequada”. Quando se pensa em oratória já nos

vem à mente o poder da palavra, “Nós, idosos queremos ter o poder da palavra”.

Talvez essa palavra queira se dirigir ao direito do idoso, ao poder público, ao neto ou

apenas ser palavra ouvida, ter responsividade, ecoar, fazer ouvir. No mesmo relato

sobre o tema educação os idosos respondendo as indagações da equipe mediadora

do grupo focal levantam a necessidade de aprender uma nova linguagem, aprender

a linguagem dos netos.

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“...ou seja, eles querem conviver mais com os netos mas não se sentem confortáveis, uma vez que estes não tem a mesma forma de linguagem, gestos e gírias. Sentem necessidade de serem mais “descolados” como forma de serem aceitos pelos netos. Ainda em relação aos netos, sentem a necessidade de interação entre escola e netos, que eles aprendam a ouvir os conselhos, que tenham limites e saibam respeitar.

Se por um aspecto a tecnologia abrevia as distâncias mundiais, no tempo e

no espaço virtual, por outro abre lacunas no tempo real, no tempo vivido do aqui e

agora. Talvez esse seja o tempo percebido, tempo de uma inadequação, um estar

fora desse tempo. Então, o idoso se esforça para fazer parte de um tempo que ainda

não conhecia, para estar presente, pois o presente apresenta-se virtual, nos jogos

eletrônicos, dispositivos móveis, computadores e redes sociais. Já não são mais as

palavras apenas da nossa língua portuguesa, são outras linguagens, são gírias, são

outras formas de agir no mundo que talvez lhe deixem à margem. Vê-se os idosos

em busca de um lugar, talvez perdido, talvez ressignificado, talvez, um lugar mais

protagonista, um ser novamente percebido, valorizado.

Em um tempo em que a maioria dos professores queixam-se pela ausência

dos pais nas escolas e pelo esvaziamento do desejo de aprender, são os avós que,

na percepção do tempo, querem se aproximar da escola, pois percebem que a

relação da família/escola sofreu alterações significativas. Seria o trabalho e a vida

agitada em torno das atividades laborais que causam essa desconexão entre pais e

filhos, netos e avós? Seria o tempo da exigência e eficiência, meritocracia, metas?!

Onde ouvir conselhos não é algo “descolado”.

No dicionário da pessoa idosa aparecem com recorrência as palavras: limites,

conselhos, respeito, ouvir, direitos, nós, perigo, saúde, tempo, espaço. Talvez

aprendamos um pouco a partir dessa escuta a pessoa idosa, talvez possamos

redirecionar políticas públicas, estabelecer metas, programas, objetivos; Talvez

possamos perceber que a escola tem um grande aliado na educação de suas

crianças e que as crianças, as famílias precisam aprender a olhar para seus idosos,

perceber suas angústias, viver seu tempo, ampliar seus espaços.

Na VII Conferência dos Direitos da Pessoa Idosa, o Eixo 2: Educação:

assegurando direitos e emancipação humana foram definidas diretrizes que

ecoam as vozes dos idosos anteriormente descritas.

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Diretriz 1 – Eixo2: Efetivar e oportunizar aos idosos a realização de oficinas/cursos para aperfeiçoamento da própria língua e outras que sejam de interesse deles. Também curso de oratória. Adaptação de recursos, material adaptado para a realidade dos idosos (como por exemplo, dificuldade de enxergar e ouvir).

Diretriz 2 – Eixo2: Incluir tema transversal (por exemplo, disciplinas referentes ao idoso em todos os níveis de ensino). Aproximar mais o idoso da escola, da criança, para que eles tenham interação. Atividades intergeracionais de forma a aproximar as gerações. “Entender a língua dos netos”.

Diretriz 3 – Eixo 2:Capacitação para equipes multidisciplinares das políticas públicas municipais para trabalhar com a pessoa idosa.

Procura-se produzir um caminho para novas ações, implementações. As

escutas e registros apresentaram ricas contribuições para construção de políticas

públicas direcionadas aos idosos.

Percepção sobre a pesquisa:

Em muitas falas se pode perceber que os idosos tinham um certo receio,

como: será verídico mesmo? Será que eles estão perguntando essas coisas com

finalidade de ajudar? Será que vão mesmo fazer algo por nós? Um ar de

desconfiança em relação ao outro que ali se apresentava, naquele momento talvez

aos olhos deles, um representante do poder público, ou de uma autarquia de poder.

Essa desconfiança perpassa a significação quase generalizada sobre questões

políticas como relacionadas a um ou outro nome político-partidário. De quem seria a

pesquisa, com que finalidade a pesquisa está sendo feita? Ela tem cunho político-

partidário? Até o momento inicial da pesquisa essas eram dúvidas correntes aos

sujeitos participantes que aos poucos foram dissipando suas dúvidas e confiando na

equipe de mediadores que ali estavam para coletar um diagnóstico da realidade

vivida e um registro fiel sobre suas necessidades.

“Que importante esta pesquisa, a resposta quase precisava ser tudo importantíssimo…”

“… alegria e satisfação em responder a uma pesquisa dessas…”

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“… precisa pagar?”

“… estou respondendo certo?”

“… será que é uma verdade tudo isso que eles querem fazer?”

“… hoje em dia precisa precaução em dar o documento de cpf…”

“…antigamente tirava a foto pro documento com cigarro na boca lá em (risos)…”

“…rádio só com notícia de morte e roubo assustando o idoso…”

“…já teve uma central de informações com o sr. era só ligar que ele te informava tudo da cidade, principalmente os números de telefone que sabia de cabeça”.

Estes excertos e análises apontam apenas para alguns aspectos qualitativos

observados durante a execução da pesquisa e a expectativa dos idosos. Além disso,

apontam para outras ações pautadas em seus resultados pelo poder público.

“Então vai ter um novo momento, para que isto venha ser avaliado e refeito então o plano municipal da pessoa amiga do idoso. E para tudo isso só para complementar, nos criamos assim, foi uma grande evolução isso tudo quando eu falo está dentro da assistência social porque o conselho municipal de direitos da pessoa idosa está dentro da política de assistência e porque o prefeito optou para que ela fosse a referência, a mobilizadora dentro do poder público, por isso está dentro da assistência social este trabalho, porém não é da Assistência né, é um conjunto, todas as políticas têm que estar em conjunto e a sociedade civil organizada tá. Poderia estar dentro de outra secretaria como exemplo a própria saúde”.

Neste primeiro momento, várias entidades públicas e privadas reuniram-se

para coletar informações e percepções da pessoa idosa para construir a partir delas,

em conjunto com elas e para elas diretrizes de ações para uma vivência mais

humanitária, com maior qualidade de vida, respeito e dignidade. Os próximos passos

serão organizar políticas públicas que priorizam o atendimento as demandas

levantadas pela pesquisa. A experiência da servidora pública à frente do Projeto

ressalta alguns aspectos positivos na realização do Projeto “Pato Branco: Cidade

Amiga da Pessoa Idosa…” no município, e também alguns aspectos a serem

melhorados para a realidade brasileira.

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“…a questão dos eixos foi tudo muito bem colocado. Os eixos estão de acordo, nós colocamos inclusive, sugerimos um eixo a mais que são as ações que foram incluídas, as ações transversais. Então nós sentimentos essa necessidade que perpassassem os demais eixos abordados pela OMS e fosse incluindo então as ações transversais. Essa necessidade que a gente vê em comparar com o que vem da OMS, e uma coisa que eu vejo uma certa dificuldade, não sei se posso colocar isso, que senti, é a realidade do próprio Guia Global, então ele está muito voltado para outras realidades, não à realidade do Brasil. Então várias situações a gente verificou o próprio clima, várias questões, cultura, linguagem então não tem um Guia Brasileiro, eu vejo que isso é um desafio aí para todos, para que a gente crie esse Guia aqui em nível de Brasil”.

Somente após percorrer certo caminho é que se percebe se a caminhada

está levando ao objetivo final, ao rumo que se esperava. Ao percorrer o caminho e

ao vivenciar a sua realidade, aprendizados e experiências vão-nos ensinando,

observações, reflexões, audições, discussões, monólogos e diálogos,

responsividade às nossas falas, ou às falas mudas, a práxis. No caminhar é que se

faz o caminho e nessa experiência de pesquisa com a pessoa idosa apreende-se

melhor o seu universo, as suas expectativas, necessidades, angústias, o seu tempo.

Aprende-se que para a pessoa idosa o tempo, o espaço e o outro precisam se

equilibrar e esse equilíbrio está muitas vezes na mão do outro, que nem sempre o

espera, nem sempre o escutar, nem sempre o atende, nem sempre o respeita, nem

sempre o vê, nem sempre o entende. As entidades públicas, privadas e associações

ao unirem-se para ouvir e registrar tais experiências com as pessoas idosas

produzem história, história que muda a realidade, que mudam vidas, que faz sentido.

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CONCLUSÕES E SUGESTÕES: DIRETRIZES PARA AÇÕES

A referida pesquisa diagnóstica foi realizada pela Universidade Tecnológica

Federal do Paraná – UTFPR campus Pato Branco, sob a responsabilidade da

Diretoria de Relações Empresariais e Comunitárias (DIREC), mediante a

constituição de uma Equipe Central de Pesquisa, formada por servidores

professores e técnico-administrativos e estudantes de graduação e pós-graduação,

além de demais colaboradores de diversas instituições, como Prefeitura Municipal,

por intermédio de suas secretarias, Comissão Rotária, Pastoral da Pessoa Idosa,

FADEP, Interact Club, Sebrae, e colaboradores da sociedade civil, os quais

participaram com afinco, de forma voluntária, das ações desenvolvidas, nos anos de

2017 e 2018, em prol dessa investigação, como uma das atividades do Programa

Cidade Amiga da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco-PR.

O principal objetivo da pesquisa consistiu em se realizar um diagnóstico sobre

necessidades e condições materiais de vida da população idosa do município de

Pato Branco-PR, em relação a: Espaços abertos e prédios; Transporte; Moradia;

Participação social; Respeito e inclusão social; Participação cívica e emprego;

Comunicação e informação; Apoio comunitário e serviços de saúde; Oportunidades

de Aprendizagem e Protagonismo local.

Nessa pesquisa, conforme mencionado foram levados em consideração, na

metodologia para a coleta de dados quantitativos, eixos embasados no Guia Global

(OMS, 2008) e MDS (2018), quais sejam: Eixo I: Habitação/Moradia (GG)/Moradia

(MDS); Eixo II: Espaços exteriores e edifícios/Ambiente Físico (GG)/Ambiente Físico

(MDS); Eixo III: Transporte (GG,MDS); Eixo IV: Apoio comunitário e serviços de

saúde (GG)/Apoio e Saúde(MDS); Eixo V: Participação social (GG)/ Respeito e

inclusão social (MDS); Eixo VI: Participação cívica e emprego (GG)/Oportunidades

para participação (MDS); Eixo VII: Comunicação e informação (GG/MDS) Eixo VIII:

Oportunidades de aprendizagem (GG)/Oportunidades para aprender (MDS); Eixo IX:

Protagonismo local (MDS), e na pesquisa qualitativa os eixos da VII Conferência

Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Pato Branco: Eixo 01: Direitos

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Fundamentais na Construção/Efetivação das Políticas Públicas. Subeixos: Saúde,

Assistência Social, Previdência, Moradia, Transporte, Cultura, Esporte e Lazer; Eixo 2:

Educação: assegurando direitos e emancipação humana; Eixo 3: Enfrentamento da

Violação dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa; Eixo 4: Os Conselhos de Direitos:

seu papel na efetivação do controle social na geração e implementação das políticas

públicas.

Estes, num esforço de síntese, foram correlacionados aos eixos do Plano

Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco – PR (2018/ 2021), a saber:

Eixo I: Assistência Social; Eixo II: Saúde; Eixo III: Educação; Eixo IV: Trabalho; Eixo

V: Habitação e Urbanismo; Eixo VI: Transporte; Eixo VII: Ações Transversais.

Em vista disso, o estudo realizado com a população idosa do município e

seus cuidadores, líderes de instituições que atendem pessoas idosas e

representantes de secretarias municipais, envolvendo a pesquisa quantitativa e

qualitativa, demonstrou que, para a população de 948 pessoas pesquisadas, a maior

importância foi atribuída ao eixo 4 Apoio Comunitário e Serviços de Saúde

(GG/MDS), com 42,70% de respostas consideradas escala 4 (Importantíssimo) e,

também como uma das respostas mais recorrentes na pesquisa qualitativa,

considerando-se as variáveis como: permanência de programas e campanhas de

saúde, postos de saúdes preparados para o atendimento a pessoa idosa (gestão e

prioridade), permanência e melhoria dos serviços domiciliares de saúde, existência

de especialidades em diversas áreas da saúde, disponibilidade de remédios de uso

contínuo, cumprimento de política de atendimento espacial, da pessoa idosa, acesso

a informações e atividades voltadas ao público idoso.

Pelos resultados obtidos, tanto na pesquisa quantitativa, quanto na qualitativa

os participantes da pesquisa consideraram:

• O eixo IV Saúde (Apoio comunitário e serviços de saúde

(GG/MDS) é de grau Importantíssimo (4), com variáveis

apontadas como: mais médicos especialistas, mais medicamentos

disponibilizados a pessoa idosa e continuidade na atenção

domiciliar.

• O eixo I: Habitação e moradia e o eixo II: Espaços exteriores e

edifícios (GG/MDS), obtiveram o 2º e 3º graus de importância,

respectivamente, com variáveis mais levantadas como:

acessibilidade, banheiros disponíveis, calçadas em boas

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condições, facilidades em financiamentos para moradia própria,

além de aumento de bancos em lugares públicos.

• O eixo III: Transporte (GG/MDS) obteve o 4º grau de importância

dentre os eixos pesquisados, sendo que as variáveis que

aparecem como as principais demandas nesse eixo, foram:

motoristas atenciosos, disponibilidade de pontos de ônibus com

bancos e cobertos, faixas elevadas, semáforos com sinais

sonoros e com maior tempo para passagens de pedestres.

• O eixo V: Respeito e inclusão social (GG/MDS) obteve a 5º

pontuação em importância pela população pesquisada, sendo

que variáveis mais relevantes apontadas, foram: implementação

de políticas de igualdade de direitos entre homens e mulheres, a

valorização e garantia de políticas para as pessoas idosas, bem

como a permanência de atividades de cultura, educação e de

lazer.

• O eixo IX Protagonismo local e o eixo VII Comunicação e

informação (GG/MDS) obtiveram o 6º e 7º graus de

importância, respectivamente, sendo que as variáveis mais

apontadas, foram: necessidade de central de informação,

i n f o r m a t i v o s c o m letras grandes, bem como o

envolvimento das pessoas idosas em diversos setores da

comunidade e a permanência da participação da pessoa idosa no

Conselho Municipal da Pessoa Idosa.

• O eixo VI: Participação cívica e trabalho (GG/MDS) obteve o 8º

em grau de importância na amostra pesquisada, considerando-se

as variáveis mais relevantes, como: criação de políticas de

incentivo a contratação e permanência de pessoas idosas no

trabalho, vagas conforme necessidade, e, a existência de cursos e

treinamentos conforme capacidade individuais.

• O eixo VIII: Oportunidades de aprendizagem (GG/MDS) obteve a

9º classificação em importância para os pesquisados, como

variáveis representativas foram apontadas: oferta de cursos de

primeiros socorros e defesa pessoal, leitura, contação de histórias

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e jardinagem, bem como cursos de equipamentos eletrônicos são

os mais importantes para o público pesquisado.

Diante disso, se “uma cidade amiga do

idoso estimula o envelhecimento ativo ao

otimizar oportunidades para saúde,

participação e segurança, para aumentar a

qualidade de vida à medida que as pessoas

envelhecem” (GUIA GLOBAL, 2008, p. 7),

portanto, como diretrizes para ações do

município de Pato Branco para as pessoas

idosas, a Tabela 1, sintetiza os resultados

encontrados nessa pesquisa, correlacionando-

os com os eixos do Plano Municipal da

Pessoa Idosa do Município de Pato Branco

– PR (2018-2021):

Diante disso, o detalhamento dos resultados encontrados na pesquisa, por

eixos, correlacionados aos eixos do Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município

de Pato Branco – PR (2018-2021), foram demonstrados, abaixo, na Tabela 1, com

as principais variáveis que apontaram as diretrizes para a demanda da população

estudada.

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Tabela 1: Eixos GG/MDS, eixos do Plano Municipal das Pessoa Idosa do Município de Pato Branco-PR e variáveis apontadas na pesquisa quantitativa

Eixos GG/ MDS Eixos do Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco – PR (2018-2021):

Variáveis mais apontadas pela população pesquisada

IV. Apoio comunitário e

serviços de saúde

II. Saúde 1. Médicos especialistas;

2. Medicamentos disponíveis;

3. Atenção domiciliar

II. Espaços exteriores e edifícios I. Habitação e moradia

V. Habitação e urbanismo

Acessibilidade;

Banheiros disponíveis e acessíveis;

Calçadas em boas condições;

Facilidades em financiamentos para moradia própria;

Aumento de bancos em lugares públicos

III. Transporte VI. Transporte 1. Motoristas atenciosos;

2. Disponibilidade de pontos de ônibus com bancos e cobertos; 3. Faixas elevadas;

4. Semáforos com sinais sonoros e com maior tempo para passagens.

V. Respeito e inclusão social

I. Assistência social 1. Implementação de políticas de igualdade de direitos entre homens e mulheres;

2. Valorização e garantia de políticas para as pessoas idosas;

3. Permanência de atividades

de cultura, educação e de lazer.

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IX. Protagonismo local

VII. Comunicação e informação

VII. Ações Transversais 6) Central de informação e letras grandes; 7) Envolvimento das pessoas idosas em diversos setores da comunidade; 8) Permanência da participação da pessoa idosa no conselho municipal da pessoa idosa.

VI. Participação cívica e emprego

IV Trabalho 9 ) Criação de políticas de incentivo a contratação e permanência de pessoas idosas no trabalho; 10) Vagas conforme necessidade; 11) Existência de cursos e treinamentos conforme capacidade individuais.

VIII. Oportunidades de aprendizagem

III. Educação (13)Cursos de primeiros socorros e defesa pessoal; (14)Leitura, contação de histórias e jardinagem;

(15)Cursos de equipamentos eletrônicos.

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Fonte: Equipe de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018). Os dados da pesquisa qualitativa, conforme já relatado anteriormente,

foram obtidos mediante coleta realizada por Grupo Focal durante a VII Conferência

Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Pato Branco, em 22 de novembro

de 2018. A Tabela 2, relaciona os eixos da pesquisa qualitativa aos eixos do Plano

Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco – PR (2018-2021): com

variáveis apontadas pela população pesquisada nesse relatório com a finalidade de

reforçar as diretrizes para as ações representadas.

Tabela 2: Eixos da VII Conferência Municipal Pessoa Idosa, Eixos do Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco – PR e variáveis apontadas na pesquisa qualitativa

Eixos da VII Conferência Municipal Pessoa

Idosa

Eixos do Plano Municipal da Pessoa Idosa do Município de Pato Branco – PR (2018-2021):

Variáveis apontadas pela população pesquisada

Eixo 1: Direitos Fundamentais na Construção/efetivação das políticas públicas: subeixos: saúde, assistência social, previdência, moradia, transporte, cultura, esporte e lazer.

II. Saúde

VI. Transporte

V. Habitação e Urbanismo

VII. Ações Transversais

1.Médicos especialistas para população idosa

2. Educação no trânsito

3. Acessibilidade e mobilidade para a pessoa idosa.

Eixo 2: Educação: assegurando direitos e

emancipação humana

III Educação 1.Oficinas/cursos para aperfeiçoamento da própria

língua, oratória material adaptado para as pessoas idosas

2.Capacitação para equipes multidisciplinares das políticas públicas municipais para trabalhar com a pessoa

idosa.

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Eixo 3: Enfrentamento da violação dos direitos humanos da pessoa Idosa

I Assistência social

1. Ampliação de vagas e construção de mais

Centros de Convivência;

2. Campanhas de conscientização para a População; 3. Cursos de capacitação para os profissionais da rede de atendimento e para

cuidadores.

IV Trabalho

1. Captar recursos para

Eixo 4: Os Conselhos implementação de projetos

de Direitos: seu papel voltados à pessoa idosa.

na efetivação do 2. Ampliar o controle

controle social na social sobre decisões

geração e públicas

implementação das 3. Campanhas de

políticas públicas. conscientização e

fiscalização para

cumprimento dos direitos

das pessoas idosas.

Fonte: Equipe Central de Pesquisa UTFPR campus Pato Branco (2018).

Conforme já demonstrado, é possível observar que, pelos dados levantados, e

sintetizados nas Tabelas 1 e 2, o eixo Saúde é o aspecto considerado

importantíssimo pela maioria expressiva dos participantes, tanto na pesquisa

quantitativa quanto na qualitativa, ou seja, tanto no levantamento pelo questionário

quanto nas entrevistas, com diversas variáveis apontadas pela população

pesquisada.

Em suma, pelos dados explanados, o perfil da população idosa de Pato

Branco, caracteriza-se, como: faixa etária entre 65 e 75 anos, com escolaridade até

o Ensino Fundamental, com 2 a 5 salários-mínimos, e considera o apoio

comunitário e os serviços de saúde (1.º) como importantíssimos, seguido por

habitação e moradia, espaços exteriores e edifícios (2.º e 3.º), transporte (4.º),

respeito e inclusão social (5.º), protagonismo local e comunicação e

informação (6.º e 7.º), participação cívica e emprego (8.º) e Oportunidades de

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aprendizagem (9.º), cada um com variáveis a serem consideradas.

A pesquisa, por seu turno, demonstrou que a relevância desse trabalho

consiste, pois, em fornecer subsídios para a melhoraria das políticas públicas

voltadas a pessoa idosa, sejam elas nos eixos apontados, como saúde, assistência

social, moradia, transporte, respeito e inclusão social, protagonismo da pessoa

idosa, nos espaços urbanos e rurais, comunicação/informação, participação cívica e

emprego, educação, além de contribuir para a valorização da pessoa idosa, tanto

na prevenção e planejamento quanto na atenção ao envelhecimento, no intuito de

tornar essas ações mais efetivas, por parte das políticas públicas municipais.

Por fim, pode-se inferir que a percepção das pessoas idosas, em relação à

sua cidade, projetaram a necessidade de maior atenção da população e dos

gestores municipais quanto ao processo de envelhecimento, bem como quanto à

capacitação de gestores municipais que atuam com pessoas idosas, o

fortalecimento dos conselhos e associações das pessoas idosas, além da

necessidade de melhorias nas políticas públicas municipais de atenção a essa

população e da necessidade de um planejamento urbano capaz de promover a

qualidade de vida e longevidade da sua população, contemplando todas as idades.

Por fim, a partir desse diagnóstico, levando-se em consideração a realidade

de regiões diferenciadas no contexto brasileiro, considerando-se particularidades

como clima, cultura e linguagem, sugere-se a elaboração, ou mesmo uma

adaptação, de um “Guia Brasileiro”, o qual emerge como uma lacuna apontada

nessa pesquisa e um desafio para os pesquisadores, bem como a replicação, em

outros municípios, do Protocolo, com devidos ajustes, criado para Pesquisa

diagnóstica da população em envelhecimento no Brasil.

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