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IGREJA METODISTA EM ITABERABA CONGREGAÇÃO EM SANTANA DE PARNAÍBA Pastoral O Sagrado se fez gente N ão, moço. Não foi uma noite feliz. Fazia frio. O vento cortante feria os lábios, ressecava os ossos. Os que vieram recensear-se abrigavam-se como podiam. Não era tanto por maldade que os moradores do lugar não ofereciam hospedagem. É que eles mesmos viviam tão modestamente que era com dificuldade que tapavam as frestas e se aninhavam em casebres. Ademais, era muita gen- te de uma só vez na provinciana e pacata Beth-Lehem. Eu estava ao relento, sob as estrelas de um céu gelado-escuro, como de costume. Não, não. Não é que eu seja uma criatura soturna, boêmia ou romântica. Sou só um pastor. Isto é, sou sem-teto, sem-terra, sem educação, sem eira nem beira… Cui- do de ovelhas, só isso – esses animais frágeis e melancólicos, quase tan- to quanto eu. A noite era como muitas outras – porque, na verdade, tudo é igual; a gen- te é que é sempre diferente. Havia estrelas, havia vaga-lumes, havia sons ao longe: mugidos, latidos, choro de criança… Na mesmice do balanço das árvores, aconteceu alguma coisa diferente aos meus olhos. De repente, as estrelas de sempre pareciam brilhar mais do que o normal. Meus ouvidos sintonizaram um choro de recém-nasci- do. O som das folhas das árvores parecia música angelical. Os pirilampos pareciam brilhar gloriosamente. Continuei a caminho do aprisco. As ovelhas, sem perguntar nada, me se- guiam tranquilas e pa- cientes. O choro da crian- ça ficava mais forte, e pu- de perceber de onde vi- nha. Uma dessas famílias sem- nada havia ocupado uma das grutas onde os ani- mais se abrigam e ali dis- putavam aconchego jun- to a bois e jumentos. BOLETIM INFORMATIVO • ANO X • Nº 447 • 23 DE DEZEMBRO DE 2012

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IGREJA METODISTA EM ITABERABACONGREGAÇÃO EM SANTANA DE PARNAÍBA

Pastoral

O Sagrado se fez genteNão, moço. Não foi uma noite feliz. Fazia frio. O vento cortante feria os

lábios, ressecava os ossos.

Os que vieram recensear-se abrigavam-se como podiam. Não era tanto por maldade que os moradores do lugar não ofereciam hospedagem. É que eles mesmos viviam tão modestamente que era com dificuldade que tapavam as frestas e se aninhavam em casebres. Ademais, era muita gen-te de uma só vez na provinciana e pacata Beth-Lehem.

Eu estava ao relento, sob as estrelas de um céu gelado-escuro, como de costume. Não, não. Não é que eu seja uma criatura soturna, boêmia ou romântica. Sou só um pastor.

Isto é, sou sem-teto, sem-terra, sem educação, sem eira nem beira… Cui-do de ovelhas, só isso – esses animais frágeis e melancólicos, quase tan-to quanto eu.

A noite era como muitas outras – porque, na verdade, tudo é igual; a gen-te é que é sempre diferente. Havia estrelas, havia vaga-lumes, havia sons ao longe: mugidos, latidos, choro de criança…

Na mesmice do balanço das árvores, aconteceu alguma coisa diferente aos meus olhos. De repente, as estrelas de sempre pareciam brilhar mais do que o normal. Meus ouvidos sintonizaram um choro de recém-nasci-do. O som das folhas das árvores parecia música angelical. Os pirilampos pareciam brilhar gloriosamente.

Continuei a caminho do aprisco. As ovelhas, sem perguntar nada, me se-guiam tranquilas e pa-cientes. O choro da crian-ça ficava mais forte, e pu-de perceber de onde vi-nha.

Uma dessas famílias sem-nada havia ocupado uma das grutas onde os ani-mais se abrigam e ali dis-putavam aconchego jun-to a bois e jumentos.

BOLETIM INFORMATIVO • ANO X • Nº 447 • 23 DE DEZEMBRO DE 2012

O pai tinha o rosto sulcado pelo suor e franzido pelo trabalho rude. A mãe parecia mais a irmã do recém-nascido, tão jovenzinha. No rosto, a per-plexidade de quem contempla o maior dos mistérios: a Vida. Nos lábios, o sorriso tímido. Nos olhos marejados, as gotas salgadas que transborda-vam daquelas janelas da alma.

Entrei devagar, quase solene. Tudo era tão igual, mas ao mesmo tempo tão radicalmente diferente. Era como se eu não fosse eu. Meus olhos viam o que jamais haviam visto. Meus ouvidos se encantavam com sons tão corriqueiros, como se os ouvissem pela primeira vez.

Ajoelhei-me, porque me dei conta de que estava diante do mistério da Vi-da. Chorei, porque tudo era tão singelamente fantástico. Orei, porque, na-quele momento, percebi que estava face a face com o Sagrado que habi-ta o cotidiano.

Não. Não foi uma noite tão feliz. Continuava frio. O cheiro de esterco ain-da era forte. A palha pinicava o recém-nascido. As roupas da mãe esta-vam sujas de sangue.

Eles, como eu, continuavam sem teto, sem agasa-lho, sem nada. Choravam sorrindo. Sorriam cho-rando. Tudo era exatamente igual. A única coisa que já não era a mesma éramos eles e eu. Porque nossos olhos viam não uma noite feliz no céu, mas o amanhecer de um novo dia de paz na terra.

Por Luiz Carlos Ramos, teólogo e pastor metodista

“Natal é mais verdadeiramente Natal quando o celebramos dando a luz do amor a quem necessita mais.” Ruth Carter Stapleton, evangelista norte-americana (1929-1983)

Reflexão

Só integridade não basta!“E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me. Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas proprie-dades” (Mc 10:21-22).

É possível uma pessoa adentrar os céus apenas por ser íntegra? A resposta é não, não é possível. Se fosse, Jesus teria morrido em vão e, como bem sabemos, Sua morte não foi em vão, mas com propósito salvífico.

Bem, o texto de Marcos 10 nos apresenta o relato de um homem íntegro, honesto, dizimista, ofertante, que fazia seus jejuns e desde sua mocidade guardava os mandamentos. É o tipo de pessoa que congregaria em qual-

Cristo e o jovem rico (Heinrich Hofmann , 1824-1911)

quer igreja e com grandes chances de assumir cargos de liderança. Entre-tanto, quando Jesus o confrontou com a Palavra, sua integridade não foi suficiente para lhe assegurar que caminhassem na mesma direção. E aque-le homem íntegro, pesaroso pelo que acabara de ouvir, retirou-se triste!

O Evangelho de Jesus Cristo vai além das fronteiras da integridade. Há pessoas que, quando apresentamos Jesus a elas, imediatamente come-çam a dizer que são honestas, íntegras, praticam boas ações, ajudam pes-soas, são caridosas etc., etc. Tudo isso é louvável, mas não é “peso” que possa ser usado para a salvação.

Jesus disse claramente: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3).

Olha, é até desconfortável afirmar isso, mas haverá muitos “íntegros” no inferno, porque colocaram sua integridade acima da salvação, tornando assim o sacrifício de Jesus totalmente nulo.

Por outro lado, outro homem também teve um encontro com Jesus. Bem, na realidade, Jesus é que o encontrou. Está relatado em Marcos 5:1-20. Esse homem não era íntegro. Aliás, não era nada. Era apenas um ende-moninhado que andava nu, morava num cemitério, não dormia e prova-velmente se alimentava de cadáveres. A situação desse ser era realmen-te terrível. Jesus, porém, se encontrou com ele, da mesma forma que se encontrou com o rico íntegro. Só que o fim da história desse ser abjeto é totalmente diferente. Ele, depois de lúcido, aceitou o Evangelho de Jesus Cristo, tanto que se tornou um missionário em Decápolis.

Qual desses dois homens nós encontraremos no céu quando lá estivermos? O íntegro que não aceitou a orientação de Cristo ou o injusto que a aceitou?

Só integridade, boas obras, caridade, boas ações etc. não podem nos sal-var e há pessoas que se retiram tristes quando são confrontadas com a Pa-lavra de Deus, preferindo ficar com seus próprios atos de justiça em lugar de lançar mão daqueles praticados por Jesus!

Por Vilson Ferro Martins (www.vozdotrono.com.br)

“Três coisas são necessárias para a salvação de um homem: saber em que deve acreditar, saber o que deve desejar e saber o que deve fazer.” Tomás de Aquino, teólogo e doutor da Igreja Católica (1225-1274)

Você sabia?

Natal: por que 25 de dezembro?“Não celebramos o Natal de Jesus Cristo em 25 de dezem-bro por acharmos que essa é a data em que ele veio ao mundo, mas porque cremos no seu nascimento extraordi-nário, atestado pelos relatos dos Evangelhos”, afirma o Rev. Messias Valverde, da 4ª. Região Eclesiástica da Igreja Metodista. É ele quem nos ensina por que esse dia foi escolhido para comemorarmos o nascimento de Cristo.

No contexto romano, do início da nossa era, por influência egípcia, ha-via uma grande festa popular que, a propósito do solstício de inverno (no Hemisfério Norte), promovia uma série de rituais dedicados ao Deus-Sol. Tais rituais eram realizados na expectativa de que o mundo não fosse en-golido pelas trevas ameaçadoras do inverno, ocasião em que o sol pare-cia ficar cada vez mais distante, os dias mais curtos e as noites mais lon-gas. Essa festa era chamada de Adventus Redentoris (Chegada do Reden-tor) e Natale Solis Invictus (Nascimento do Sol Invencível).

Os cristãos, então, “evangelizaram” essa festa, reinterpretando-a à luz dos escritos bíblicos. A justiça divina se alteia sobre a humana, tal como des-crito no capítulo 60 do livro de Isaías (a leitura desses 22 versículos des-cortina para nós o verdadeiro horizonte natalino).

Como o calendário dos primeiros séculos era muito rudimentar, a data não era precisa e podia variar entre 21 de dezembro e 6 de janeiro. Com o passar do tempo, essa festividade foi adquirindo contornos mais claros e convencionou-se o dia 25 de dezembro como sendo o dia do nascimen-to de Jesus e o dia 6 de janeiro como o ápice da festa, culminando com alusão à visita dos Magos.

Os que criticam a comemoração do Natal, acusando-a de ser uma festa pagã, devem ser advertidos de que não há uma única festa religiosa se-quer que seja absolutamente genuína e exclusivamente cristã. E não dei-xa de ser curioso o fato de que parece haver menor resistência a certas comemorações sobre as quais não há referência bíblica explícita (como o Dia das Mães, o Dia dos Pais, o Dia das Crianças, o Dia do Índio ou o Dia da Pátria) do que àquelas com ampla fundamentação nas Escrituras (co-mo o Natal, a Páscoa e Pentecostes).

O entendimento depende do olhar do intérprete: para uns – aqueles que creem que os poderes “do mundo” são mais fortes do que o reinado de Deus –, trata-se da paganização do cristianismo; para outros – que creem na força transformadora do Evangelho –, trata-se da cristianização do pa-ganismo. A questão está na fé de quem lê a realidade.

Que as bênçãos do Natal sejam renovadas em sua vida, família e comu-nidade!

Pelo Rev. Messias Valverde

AvisosFérias pastoraisEntre os dias 1º. e 19 de janeiro de 2013, os pastores Tiago e Laura Valen-tin estarão ausentes de nossa igreja, pois gozarão de um tempo de des-canso junto a suas famílias. As programações da igreja nesse período vão realizar-se normalmente, com exceção do Estudo Bíblico.

Recesso do Estudo BíblicoEm razão das festas de fim de ano e da ausência da Pra. Laura no mês de janeiro, o Estudo Bíblico, às quartas-feiras, será temporariamente suspen-so, voltando no dia 30 de janeiro de 2013.

Santa Ceia no mês de janeiroComo os pastores estarão ausentes, não haverá Santa Ceia no primei-ro domingo de janeiro. Ela será ministrada no terceiro domingo do mês (20/1), pelos pastores.

Equipe Pastoral

Tirando os PGs da gavetaSim, é verdade e é pra valer: em 2013 os Pequenos Grupos vão acontecer! Estamos retomando o processo de implantação dos PGs iniciado há cinco anos em nossa igreja. Por uma série de circunstâncias, inclusive a mudan-ça pastoral, os PGs ainda não começaram a funcionar. Contudo, enten-demos que esse é um direcionamento de Deus para a caminhada missio-nária da igreja e por isso estamos insistindo com esse projeto. A base do PG é o princípio do discipulado, pelo qual entendemos que cada discípu-lo é responsável por fazer novos discípulos de Cristo por meio de seu tes-temunho. Em 2013, mais do que implantar os PGs, queremos retomar as bases do que é ser igreja. Os encontros nas casas serão o desfecho de um realinhamento de princípios e prioridades na caminhada de nossa igreja. Convidamos a todos para orar por esse novo tempo na nossa igreja e que tudo seja feito por Deus e para Deus.

Livro para Escola DominicalNos meses de março e abril de 2013, os professores e alunos da Escola Dominical vão usar o livro Plano Mestre de Evangelismo no lugar da re-vista habitual. Essa obra vai nos ajudar a entender a visão de discipulado para a Igreja Metodista. Para adquiri-la, fale com a Carol, superintenden-te da Escola Dominical. Custa R$ 20.

Programação de fim de anoHoje Cantata de Natal do Coral: “Cristo é Real”, às 19h00;24/12 (segunda) Culto de Natal, às 20h00;31/12 (segunda) Culto de Fim de Ano, às 21h30.

Orai sem cessar!Apresentemos a Deus os nomes de irmãos e irmãs que passam por enfer-midades e problemas diversos. Oremos:

• Pela saúde da Adriana Feitosa, do Antônio (irmão da Rosa), do Sr. Da-vi, do Carlos (cunhado da Rute), da D. Iberci (mãe da Silvana Sanguin), da D. Judith, da Lourdes de Brito, da Maria José Cassu (de Santana de Parnaíba), da Rosimeire (irmã da Roseli de Brito) e da Sílvia;

• Pela nossa Congregação em Santana de Parnaíba;• Pelos seminaristas Edmilson e Michelly Silva;• Pelos ministérios e lideranças da nossa igreja;• Pelos pastores da nossa igreja;• Pelo crescimento quantitativo, espiritual e orgânico da nossa igreja;• Pelo ministério do Bispo José Carlos Peres, da nossa Região.

Para incluir pedidos de oração no Boin, procure o Pr. Tiago.

I G R E J A M E T O D I S TA E M I TA B E R A B A

NOSSA MISSÃOEsforçarmo-nos para espalhar a Santidade bíblica sobre a Terra.NOSSA VISÃOSomos uma igreja intercessora, que celebra e adora ao Deus vivo, tem amor à Palavra, acolhe aos que se achegam e busca a cura e restauração do corpo, da alma e do espírito.

R. Mestras Pias Fillipini, 161São Paulo - SP - 02736-010Tel: 3977-0571Pastor: Tiago ValentinPastora: Laura ValentinTel. Res: 2339-5057 VISITE NOSSO SITE:

metodistaitaberaba.com.br

I g r e j a M e t o d i s t a e m

Assista as transmissões ao vivo dos cultos em nosso site.Reveja também as transmissões dos domingos anteriores no site

www. metodistaitaberaba. com. br ouhttp://pt-br. justin. tv/metodistaitaberaba/videos

Boletim informativo (Boin) da igreja metodista em itaBeraBaCoordenação: Pr. Tiago ValentinEdição: Benjamin GonçalvesProjeto e produção gráfica: Américo NetoColaboradoras: Bel Gonçalves, Carla Stracke Pimentel, Flávia Gonçalves e Pra. Laura Costa ValentinCoordenador do Ministério de Comunicação: José Fenner

programação semanal3ª feira 4ª feira 6ª feira domingo

Tarde de Oração16h30

Mentoria Espiritual20h

Culto de Libertação20h

Esc. Dominical - 9hCulto Solene - 19h

HorÁrios de eXpediente dos pastores na igreja

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo

Manhã - 8h30 – 11hTiago Dia Folga

Pr. Tiago

8h30 – 11hTiago - - 9h

Laura e Tiago

Tarde 14h – 18hTiago

14h – 18hTiago

14h – 18hTiago

14h – 18hTiago

14h (visitas)Laura e Tiago -

Noite 20hTiago

20h (visitas)Laura e Tiago

20hLaura

20h (visitas)Laura e Tiago

20hLaura e Tiago

20hTiago

19hLaura e Tiago

Aniversariantes23/12 Conrrado Milton Zacara Neto;25/12 Beatriz Bentley Murbak Cerqueira e Paulo Fernando dos Santos;29/12 Eunice Morato.

Escala de serviçoSERVIÇO HOJE (23/12) PRÓX. DOMINGO (30/12)

FECHAMENTO DA IGREJA Beth Zé

INTERCESSÃO Edward/Manoel Manoel/Marilene

GUARDADOR DOS CARROS Tiago Emerson

MINISTÉRIO INFANTIL Não haverá atividade Não haverá atividade

LOUVOR Vida

OPERADOR DE SOM Márcio

OPERADORA DO DATASHOW Eula

DIREÇÃO DO CULTO Pra. Laura Pra. Laura/

PREGADOR(A) Pr. Tiago Pr. Tiago