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PASSO A PASSO No.30 MAIO 1997 ÁGUA, SANEAMENTO E HIGIENE Nós precisamos de água para viver. Todos nós já temos alguma forma de abasteci- mento de água – se não tivéssemos, não poderíamos viver. Mas muitos de nós gostaríamos de ter um abastecimento de água de melhor qualidade e mais próxima de casa. Isto custa dinheiro. Pela saúde! Para gastar dinheiro, o governo e os projetos de assistência precisam provar que a provisão de água potável traz benefícios que possam ser medidos. O benefício mais óbvio é um melhor nível de saúde. Nenhum de nós deseja que os nossos filhos ou parentes mais vulneráveis sofram com doenças diarréicas tais como a disenteria e a cólera. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 3 milhões de crianças morrem todos os anos devido às doenças diarréicas. Mas a redução significativa de doenças que pode resultar da melhoria do abastecimento de água somente ocorre quando a educação na área de higiene e saúde também é melhorada. Assim como as três pernas de um banquinho ou as três pedras que apoiam a vasilha colocada sobre o fogo, nós precisamos de três coisas relacionadas para diminuir as doenças em nossas famílias… abastecimento de água potável comportamento eficaz na área de higiene (principalmente o uso de sabão e água para lavar as mãos e limpar vasilhas para coletar e guardar a água) eliminação segura dos dejetos humanos (saneamento). A UNICEF estima que é possível reduzir o número de mortes de crianças causadas pela diarréia em um quarto se estas três coisas forem incentivadas em uma comunidade. Melhorias em saneamento e higiene contribuem cada uma com aproximadamente 35% da redução. Surpreendentemente, aumentar a quantidade de água contribui com apenas 20% e a água de qualidade LEIA NESTA EDIÇÃO Perguntas sobre os vínculos de saúde Comportamento na área da higiene • Cartas Efeitos visuais para treinamento em saúde Primeiros socorros Tanques de telas de arame e concreto Planejamento de latrinas de fossas Melhorias para latrinas • Recursos Estudo bíblico: Água para a vida Por que pagar pela água? A torneira ‘Tippy Tap’ As três pernas? TODOS NÓS SABEMOS QUE A ÁGUA é uma dádiva maravilhosa. Ela cai em forma de chuva e é coletada em riachos e rios ou no sub-solo. Podemos coletar a água destes lugares para beber, cozinhar, tomar banho e lavar vasilhas, panelas e roupas. por Richard Franceys Foto: Mike Webb, Tear Fund NOTA AOS LEITORES A Passo a Passo é lida na África, Europa e América do Sul. A lingua portuguesa muda de um continente para o outro. Alguns artigos podem estar escritos em um estilo diferente do Português que vocâ fala. Esperamos que isto nào venha a mudar a sua apreciação pela Passo a Passo. NB Nos referimos a ‘AIDS/SIDA’ porque alguns de nossos leitores conhecem a doença como ‘AIDS’, enquante outros a chamam de ‘SIDA’.

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PASSO A PASSONo.30 MAIO 1997 ÁGUA, SANEAMENTO E HIGIENE

Nós precisamos de água para viver. Todosnós já temos alguma forma de abasteci-mento de água – se não tivéssemos, nãopoderíamos viver. Mas muitos de nósgostaríamos de ter um abastecimento deágua de melhor qualidade e mais próximade casa. Isto custa dinheiro.

Pela saúde!Para gastar dinheiro, o governo e osprojetos de assistência precisam provar quea provisão de água potável traz benefíciosque possam ser medidos. O benefício maisóbvio é um melhor nível de saúde.Nenhum de nós deseja que os nossos filhosou parentes mais vulneráveis sofram comdoenças diarréicas tais como a disenteria e acólera. Segundo a Organização Mundial daSaúde, 3 milhões de crianças morrem todosos anos devido às doenças diarréicas. Mas aredução significativa de doenças que poderesultar da melhoria do abastecimento deágua somente ocorre quando a educação naárea de higiene e saúde também émelhorada. Assim como as três pernas de

um banquinho ou as três pedras queapoiam a vasilha colocada sobre ofogo, nós precisamos de três coisasrelacionadas para diminuir asdoenças em nossas famílias…

• abastecimento de água potável

• comportamento eficaz na área dehigiene (principalmente o uso de sabão eágua para lavar as mãos e limparvasilhas para coletar e guardar a água)

• eliminação segura dos dejetoshumanos (saneamento).

A UNICEF estima que é possívelreduzir o número de mortes decrianças causadas pela diarréia em umquarto se estas três coisas foremincentivadas em uma comunidade.Melhorias em saneamento e higienecontribuem cada uma comaproximadamente 35% da redução.Surpreendentemente, aumentar aquantidade de água contribui comapenas 20% e a água de qualidade

LEIA NESTA EDIÇÃO• Perguntas sobre os

vínculos de saúde• Comportamento na

área da higiene• Cartas• Efeitos visuais para

treinamento em saúde• Primeiros socorros• Tanques de telas de arame

e concreto

• Planejamento de latrinas de fossas

• Melhorias para latrinas• Recursos• Estudo bíblico:

Água para a vida• Por que pagar

pela água?• A torneira ‘Tippy Tap’

As três pernas?TODOS NÓS SABEMOS QUE A ÁGUA é uma dádiva maravilhosa. Elacai em forma de chuva e é coletada em riachos e rios ou no sub-solo.Podemos coletar a água destes lugares para beber, cozinhar, tomar banhoe lavar vasilhas, panelas e roupas.

por Richard Franceys

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NOTA AOS LEITORESA Passo a Passo é lida na África, Europa eAmérica do Sul. A lingua portuguesa muda deum continente para o outro. Alguns artigospodem estar escritos em um estilo diferente doPortuguês que vocâ fala. Esperamos que istonào venha a mudar a sua apreciação pela Passoa Passo.NB Nos referimos a ‘AIDS/SIDA’ porque algunsde nossos leitores conhecem a doença como‘AIDS’, enquante outros a chamam de ‘SIDA’.

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SAÚDE

2 PASSO A PASSO NO.30

PASSO A PASSOISSN 1353-9868

A Passo a Passo é uma publicação trimestral queprocura aproximar pessoas em todo o mundoenvolvidas na área de saúde e desenvolvimento.A Tear Fund, responsável pela publicação daPasso a Passo, espera que esta revista estimulenovas idéias e traga entusiasmo a estas pessoas. Arevista é uma maneira de encorajar os cristãos detodas as nações que trabalham buscando amelhoria de suas comunidades.

A Passo a Passo é gratuita para aqueles quepromovem saúde e desenvolvimento. É publicadaem inglês, francês, português e espanhol.Donativos são bem vindos.

Os leitores são convidados a contribuir com suasopiniões, artigos, cartas e fotografias.

Editora: Isabel Carter83 Market Place, South Cave, Brough,East Yorkshire, HU15 2AS, Inglaterra.Tel/Fax: (0)1430 422065E-mail: [email protected]

Editora – Línguas estrangeiras: Sheila Melot

Comitê Editorial:Jerry Adams, Dra Ann Ashworth, SimonBatchelor, Mike Carter, Jennie Collins, Bill Crooks,Paul Dean, Richard Franceys, Dr Ted Lankester,Sandra Michie, Nigel Poole, Louise Pott, JoséSmith, Mike Webb, Jean Williams

Ilustração: Rod Mill

Design: Wingfinger Graphics, Leeds

Tradução:L Bustamante, R Cawston, Dr J Cruz, S Dale-Pimentil, S Davies, T Dew, N Edwards, R Head, J Hermon, M Leake, M Machado,O Martin, J Martinez da Cruz, N Mauriange,J PerryMailing List:Escreva, dando uma breve informação sobre otrabalho que você faz e informando o idiomapreferido, para: Footsteps Mailing List, Tear Fund,100 Church Road, Teddington, Middlesex, TW118QE, Inglaterra. Tel: (0)181 977 9144.

Mudança de endereço: Ao nos informar umamudança de endereço, favor nos dar o número dereferência que está na etiqueta com o endereço.

Artigos e ilustrações da Passo a Passo podem seradaptados para uso como material de treinamentoque venha a promover saúde e desenvolvimentodesde que os materiais sejam distribuídosgratuitamente e que os que usam estes materiaisadaptados saibam que eles são provenientes daPasso a Passo. Permissão deve ser obtida antes dereproduzir materiais da Passo a Passo.

As opiniões e pontos de vista expressos nas cartase artigos não refletem necessariamente o ponto devista da Editora ou da Tear Fund. Informaçõestécnicas fornecidas na Passo a Passo são verificadasminuciosamente mas não podemos aceitarresponsabilidade no caso de ocorrerem problemas.

Publicado pela Tear Fund, uma companhia limi-tada, registrada na Inglaterra sob o No.994339.Organização sem fins lucrativos sob o No.265464.

‘segura’ contribui com apenas 15% do efeitobenéfico. Nesta edição da Passo a Passotemos artigos sobre todas estas ‘pernas’.

Abastecimento de águaTer mais água mais próxima de casa não sómelhora o nível de saúde mas tambémreduz o longo tempo gasto por tantasmulheres e crianças para coletá-la. Umamaneira de melhorar isto é construir umtanque de água para ser usado pelas casas,clínicas ou escolas. Detalhes podem serencontrados na página 10.

Comportamento na áreada higieneUm projeto de latrinas e bombas manuaisem Bangladesh gastou quase um quarto doseu orçamento com educação sobre higiene.Isto é muito mais do que a maioria dosprojetos gastariam, os quais escolhemcolocar quase todos os seus recursos emtubos e bombas de água. No entanto, isto fezcom que a incidência de diarréia fossereduzida em um quarto e que o número dedias em que as crianças tiveram diarréia foireduzido para quase metade. Abordamoseste assunto importante, que com frequênciaé esquecido, na página 4. O abastecimentode água e saneamento por si próprios nãosão suficientes.

SaneamentoTer saneamento significa ser capaz deeliminar os nossos dejetos humanos (urina e

fezes) de maneira segura. Para a maioria daspessoas, isto requer uma latrina de fossaapropriada. Damos os detalhes que vocêprecisa considerar para os diferentesdesenhos nas páginas 12–14. Quando elassão construídas e usadas corretamente, atémesmo as latrinas de fossas mais simplespodem funcionar de maneira excelente.

Os sistemas de esgotos que transportamtodos os dejetos por tubos sãodemasiadamente caros. O que geralmenteacontece em muitas cidades é que o governofornece serviços de esgoto apenas para aspessoas ricas e para os usuários comerciais –e então deixam de cobrar pelo custo total‘porque este serviço é para o bem da saúdepública’. Os ricos geralmente beneficiam detais sistemas às custas dos pobres.

Envolvimento comunitárioEm zonas rurais, as comunidades precisamdecidir o que querem e quanto têmcondições de pagar. As agênciasgovernamentais e as ONGs precisamaprender maneiras de apoiar ascomunidades em sua tomada de decisõestécnicas e financeiras e a não fazer o trabalhopor elas. As organizações comunitáriastambém tem um um papel importante nascidades em desenvolvimento. Elas podemcriar condições para que as famíliasconstruam as suas próprias latrinas epossam também influenciar o governo paraconseguir abastecimento de água canalizadaem vez de se envolverem em construções.

Por que temos que pagarem áreas urbanas?O melhor abastecedor de água em áreasurbanas é geralmente uma agênciagovernamental. Tradicionalmente, estasorganizações fornecem um serviço desegunda categoria (a qualidade da água évariável, tem pouca pressão e é fornecidadurante poucas horas por dia) e apenas paraáreas de rendimento médio e abastadas.

O abastecimento de água potável é apenas umfator na melhoria da saúde.

Para uma saúde completa, nós precisamos –assim como as três pernas de um banquinho –

de três componentes: abastecimento de águapotável, saneamento e higiene. SA

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SAÚDE

PASSO A PASSO NO.30

Muitas famílias têm de se conten com umserviço de terceira categoria através de tubosde suporte, se elas tiverem sorte. Outraspessoas acabam pagando pela água queusam através de distribuidores – o que custacinco, dez ou até vinte vezes mais emalgumas cidades do que a quantia que umafamília de classe média paga por umaconexão domiciliar.

Esta experiência comprova que o abasteci-mento de água e saneamento não é algo quepodemos deixar para o governo forneceratravés da cobrança normal de impostos.Em áreas urbanas talvez devêssemos

começar campanhas através das nossasigrejas e ONGs dizendo: ‘Queremos pagarpor um bom abastecimento de água!’ Aomesmo tempo, devemos insistir que aspessoas mais ricas devem também pagar ovalor total devido. É hora dos nossosprojetos de abastecimento de água pararemde subsidiar os ricos.

Finalmente – o dilemaO nosso dilema é que, para ajudar os maisnecessitados, as pessoas devem pagar maispelo abastecimento de água. É somenteassim que áreas mais pobres receberão um

melhor abastecimento, em vez de pagaremaltos preços aos distribuidores de água.Sim, a água é uma dádiva – mas todostemos que pagar pelo privilégio de recebê-la e dispor dela de maneira segura. E depoisde receber esta água preciosa – é a maneiracomo a usamos que fará uma diferençapara a nossa saúde.

Richard Franceys é engenheiro de saneamentono ‘Water, Engineering and DevelopmentCentre’ (WEDC), Loughborough University,Leicestershire, LE11 3TU, Reino Unido.

Ao melhorar o abastecimentode água para uma comunidade,geralmente é mais fácil lidar

com questões técnicas do quecom questões sociais

Fornecer água potável e latrinaspara uma comunidade resultaráinevitavelmente em uma melhor

saúde comunitária

Projetos de abastecimentode água às vezes pioram a

situação das pessoas

Mais de 20% de todas asdoenças em países em

desenvolvimento resultam doabastecimento inadequado de

água e saneamento

Os sistemas de irrigação novosmelhoram a saúde comunitáriadevido ao acesso mais fácil a

alimentos e águaNos países em

desenvolvimento, menos dametade da população tem

acesso a água potável

A água do lençol de água (ex.de poço) é geralmente de

melhor qualidade do que a águaencontrada na superfície (ex.

água de rios)As pessoas sabem instinti-

vamente que muitas doençasestão estreitamente ligadascom a água contaminada e

saneamento ruim

O envolvimento comunitário emum sistema de abastecimentode água geralmente é inútil poisas capacidades necessárias

não estão disponíveis

TESTE A SUA COMPREENSÃO dos elos de ligação entre água potável,saneamento e saúde. Você poderá começar com qualquer pergunta. Se você achar que a afirmação é verdadeira, siga a seta marcada comum v (✓) – mas se você achar que é falsa, siga a seta marcada com umacruz (✘). Você finalmente retornará à pergunta com que começou. Noentanto, se você perceber que omitiu perguntas, vocêsaberá que deu uma resposta errada emalgum lugar!

Experimente isto com o seu grupo e teste a compreensão das pessoas. Aordem correta, se você der as respostas certas, pode ser vista na página17. Procure pensar na razão das respostas!

Com um grupo maior, você poderá copiar estas frases e colocá-las nasparedes ao redor de uma sala. Precisará de acrescentar algumas informa-

ções: ‘Se a afirmação for verdadera vá para…Se for falsa, vá para…’

Perguntas sobre vínculos de saúde

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SAÚDE

4 PASSO A PASSO NO.30

■ A água que era potável em sua fonte eraaltamente contaminada até que fosseconsumida nos lares.

■ As famílias que usaram latrinas FVA(página 12) mantiveram uma altaincidência de diarréia.

■ Aproximadamente 75% dos homenscom latrinas em seus povoadoscontinuaram a urinar no mato.

■ Aproximadamente 75% das criançascom latrinas em seus povoados não asusaram.

Descobriu-se então que quase 85% dasfamílias que tinham construído latrinasFVA não tinham recebido nenhumainformação em educação sanitária antes,durante ou depois da construção. Istopode ajudar a explicar alguns dosresultados.

Bicicletas em latrinasVários estudos relatam sobre latrinassendo usadas para guardar comida,bicicletas ou outras coisas, em vez deservirem como banheiros. Isto talvez seja

Compreendendo a razãoMas isto também pode não ser suficiente.Às vezes é importante saber porque ecomo temos que fazer algo. Isto éespecialmente importante quando é difícilrelacionar os resultados das nossas açõescom as suas causas. Compreender que asminhas fezes contêm substânciasprejudiciais aos que me rodeiam e a mimmesmo e que é preciso eliminá-lascuidadosamente e lavar as minhas mãoslogo em seguida não é algo óbvio.

Da mesma maneira, pode ser difícilcompreender porque tenho que lavar avasilha onde guardo a água, porque nãodevo beber do copo que uso para tirar aágua da vasilha e porque devo cobrir avasilha quando ela não está em uso. Aágua não parece ser diferente mesmo se eunão fizer todas estas coisas.

Portanto, o conhecimento nem sempre ésuficiente para solucionar o problema. Eleprecisa resultar em uma mudança depráticas também, o que geralmente requerprimeiro uma mudança de atitude paracom a situação.

O ciclo de infecçãoOs dados da UNICEF mencionados noartigo da página 1 mostram a importânciado saneamento e da higiene para quebrar ociclo de infecção. Isto acontece porquemuitas das infecções que causam diarréiaestão relacionadas com um saneamento ecomportamento inadequados na área dahigiene.

O diagrama abaixo mostra as principaisformas como as doenças são transmitidasde uma pessoa infectada para um novohospedeiro. A eliminação sanitária defezes, a lavagem das mãos após a defe-cação e antes de tocar comida e beber águasão portanto actividades importantes.

A diarréia, disenteria, febre tifóide, muitostipos de vermes intestinais, bilharzíase,escabiose, tifo e tracoma (infecção dosolhos) podem ser todas reduzidasmelhorando-se a higiene pessoal e osaneamento. Todos os programas deabastecimento de água e saneamento

porque não foram dadas orientações sobrecomo e porque usar as latrinas quando elasforam construídas, assim como no projectoem Botswana mencionado acima. Umagrande parte do dinheiro e da energiacolocados neste projecto pelos membros dacomunidade e pelo líder do projecto terãosido perdidos.

Poucas pessoas deixariam uma criançausar uma bicicleta sem antes saberem seela pode guiá-la. Quando eu dou algo auma pessoa, eu geralmente me certificoprimeiro que ela sabe como usá-lo – se elanão souber, eu a ensino.

LIQUIDOS

CAMPOS

MOSCAS

DEDOS

FEZES ALIMENTOPessoainfectada

Maisinfecção

por Paul Dean

FORNECER O ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL e incentivar aspessoas a construirem latrinas deveria ser suficiente para garantir uma boasaúde. No passado, as pessoas certamente acreditavam que isto era verdade.No entanto, uma avaliação de um programa de abastecimento de água esaneamento do Ministério da Saúde em Botswana (UNICEF), mostrou queapesar do programa ter trazido muitos benefícios positivos, eles chegaram aestes resultados interessantes…

Como as infecções se propagam

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COMPORTAMENTO NA ÁREA DA HIGIENE

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SAÚDE

5PASSO A PASSO NO.30

deveriam incluir atividades para melhorarestes padrões de comportamento.

Prioridades locaisMas as condições sociais, culturais eeconómicas podem resultar do facto daspessoas terem outras prioridades, o quetorna difícil que elas mudem as suasatitudes e prácticas. Assim como tantasoutras atividades de desenvolvimento, aeducação na área da higiene deve serrelevante e realista. Ela não deve serlimitada apenas a promover e dar informa-ções sobre latrinas e a necessidade de lavaras mãos. É importante garantir que aeducação seja relevante às preocupações erecursos locais das pessoas.

Informar como o acto de defecar ou urinardentro ou próximo da água pode trans-mitir bilharzíase somente será relevanteem áreas onde a biharzíase é umapreocupação. Evitar que pequenas quanti-dades de água fiquem paradas ao redor dacasa dentro de latas, pneus e vasos podecontrolar a reprodução de mosquitos quetransmitem a dengue – mas somente emáreas onde estes mosquitos existem!

Lavagem das mãosSerá difícil lavar as mãos depois de usar alatrina se a água for escassa. O uso de ummukombe (Passo a Passo 14) ou uma torneiraTippy Tap (página 20) pode ajudar. Sesabão ou cinza de madeira não estiveremdisponíveis, foi comprovado que o simplesfacto de esfregar as mãos no chão antes delavá-las é melhor do que apenas enxaguá-las com água. É difícil ferver a água paramelhorar a qualidade se houver escassezde tempo e combustível. Para a maioriadas necessidades, um ‘sistema de trêscanecas’ ou exposição à luz do sol podemser adequados.

Recipientes de águaAs pessoas devem ser incentivadas aesfregar e enxaguar recipientes de águacom água potável antes de enchê-las. Emcasa a água potável deve ser guardada em

recipientes cobertos e deve-se usar umaxícara (chávena) com alça ou uma canecacom uma alça longa para recolher (coletar)a água. Isto evita que se toque na água comos dedos e a contamine. As pessoas nuncadevem beber directamente da caneca.

Envolvendo todosOs programas também devem serparticipativos. Isto permitirá que todosdiscutam os problemas, prioridades epossibilidades que existem e permite que osintegrantes do programa descubram sobreas prioridades locais, prácticas epreferências. Isto poderá envolver arealização de reuniões e actividadeseducacionais que se encaixem com ospadrões locais de trabalho, as prác-ticas agrícolas ou as actividadessociais, em vez de serem paraconveniência dos funcionários do

programa. Em alguns países, por exemplo,as pessoas mais pobres frequentemente nãopossuem propriedades e precisam cultivar aterra dos outros para ganhar dinheiro.Devido a isto elas podem faltar a reuniõescomunitárias e serem ainda maismarginalizadas se o horário das reuniõesnão for escolhido cuidadosamente.

Sobretudo, tudo deve ser planeado paraatender a situação local e resultar emmudanças apropriadas de maneira práctica.

Paul Dean trabalhou no Uganda durante seteanos com a Tear Fund e agora é consultor emInfra-estrutura Rural e Engenharia Civil.

ESTAMOS CELEBRANDO a publicação da Passo a Passo 30 incluindo um índice etambém quatro páginas adicionais – apenas nesta edição. Isto nos permite reproduziralguns materiais úteis (com algumas mudanças) das edições 1 e 9, quando tínhamospoucos leitores.

Nesta edição, consideramos três assuntos relacionados: Água, Saneamento e Higiene.Entende-se agora que estes três elementos devem caminhar juntos para alcançarmosmudanças reais na área de saúde. Richard Franceys e Paul Dean ajudaram fornecendoartigos e instruções práticas para cada uma destas três áreas chaves. Questões relevantespara zonas rurais e urbanas são também consideradas. Mostramos como construir umtanque de água para ser usado ao lado de uma casa, escola, centro de saúde ou igreja.(Através de suas cartas, soubemos que alguns grupos tiveram sucesso em construir estetanque seguindo as instruções da Passo a Passo 1). Em uma edição futura, publicaremosum artigo curto sobre como fazer cântaros de água feitos de cimento, os quais são ideaispara serem usados em casa.

Também consideramos como compreender e ajudar a mudar a atitude das pessoasatravés da educação na área da higiene e há um jogo de perguntas para testar a com-preensão das pessoas. Damos algumas idéias úteis sobre como construir latrinas debaixo custo, especialmente o uso de tampas pequenas de concreto com orifícios. SamKayaga, da Corporação Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento do Ugandaconsidera porque temos que pagar pelo abastecimento de água. Incluímos tambémalgumas idéias sobre efeitos visuais para animar dramatizações ou o ensino na área desaúde.

Muitos leitores continuam a enviar bons artigos sobre uma variedade de assuntos.Procuramos incluir estes artigos sempre que possível. No entanto, é difícil conseguirespaço para artigos mais longos que não se encaixam em nenhum dos temas queestamos considerando. No momento temos tantos destes artigos que estaremos usandoa próxima edição para fazer um ‘acompanhamento’ e criar a oportunidade de incluir

DA EDITORA

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CARTAS

6 PASSO A PASSO NO.30

Transplantes de órgãosQUEBRA O CORAÇÃO saber através daleitura do artigo da Passo a Passo 29 sobreCrianças em alto risco, que tipo de vidaestas crianças de rua têm. A situação aquino Nepal é semelhante, com o problemada prostituição infantil acrescentado auma variedade de problemas potenciais.

No entanto, eu gostaria de comentar sobrea parte do artigo que se refere ao comérciointernacional de partes do corpo. Estouconsciente sobre muitos destes relatos naimprensa popular mas pelo que eu saiba,nenhum destes relatos foram confirmadospor qualquer autoridade médica.Doadores e receptores de órgãos devemser cuidadosamente comparados para severificar a compatibilidade antes dequalquer operação ter até mesmo a maisremota chance de sucesso. Um rim, olhoou testículo de um doador desconhecido eque não foi testado é inútil ao médico querealiza a cirurgia. As crianças de ruaenfrentam muitos perigos nas ruas, masservir como bancos de órgãos provavel-mente não é um deles. Vamos colocar esterumor de lado de uma vez por todas.

Obrigado por este artigo educacional erevelador sobre este assunto tão difícil!

Robert D Hott DVMUnited Mission to NepalRural Development CentrePokharaNepal

Pensamentos sobre sementesGOSTARÍAMOS DE COMPARTILHARalguns dos resultados de nossas activi-dades agrícolas, as quais são realizadas auma altitude de 1.000 metros. Experi-mentamos diferentes variedades devegetais e medimos a germinação dassementes, quanto tempo cada etapa decrescimento levou, quaisquer problemas,com que facilidade colhemos sementes e onosso sucesso em comercializar as colhei-tas. Descobrimos que os pimentões

tinham um nível de germinação baixo esofriam com vários problemas de pragas.A alface e o pepino cresceram muito bemmas devido serem comidos crus,descobrimos que havia pouco mercadopara eles. As pessoas ficamsurpreendidas ao ver quão bem asnossas cebolas crescem e todos queremalgumas sementes para experimentarempor si próprios. Conseguimos recolhersementes com êxito, exceto as de repolhoe cebola. Teremos prazer em saber avossa opinião sobre o nosso trabalho.

Acheka KambanameMaison-Verte (WEC WAMBA)BP 500 IsiroZaire

EDITORA:Alguns vegetais só produzem sementes um ano depoisde terem sido plantados. Experimente deixar algunspés de cebola e de repolho crescendo e você deverá verque no ano seguinte eles produzirão sementes.

Ponto de partida de debatesA PASSO A PASSO se tornou umaverdadeira benção para nós em desen-volvimento e no testemunho cristão.

Durante algum tempo temos organizadoreuniões de animação e de treinamentosobre os assuntos de desenvolvimento esaúde. Estas reúnem pessoas que traba-lham na área da saúde, agricultores, horti-cultores que vendem seus productos nosmercados e outros que estão interessadosem desenvolvimento comunitário.Estudamos, comentamos e analisamos osexemplares da Passo a Passo nestasreuniões. Isto é seguido de discussões etrocas profundas de idéias e experiências.

Adrien Latyr FayeMission Evangélique du Plein EvangileBP 6ThiadiayeSenegal

Aprendendo sobre a menopausaSOU UMA ENFERMEIRA no HospitalEvangélico de Bembéréké, no Benin. Fiqueimuito encorajada com os detalhes muitobons sobre a menstruação e a menopausana Passo a Passo 24. Há muitos problemascom estes assuntos no nosso hospital.Graças a esta edição eu tive êxito em discu-tir sobre a menopausa com mulheres que

PASSO A PASSO

47 WINDSOR ROAD

BRISTOLBS6 5BWREINO UNIDO Cultivo bem

sucedido delegumes degrande altitudeem Haut-Zaire.

Leia-me!VISITAS RECENTEMENTE feitas pela editora a váriosleitores da Passo a Passo revelaram que muitos delesnão lêem as páginas de Recursos na Passo a Passoporque não têm dinheiro para comprar os livros. Por favorleiam estas páginas! Todas as edições contêm pelomenos um (e às vezes mais) livros ou boletins de notíciasgratuítos.

Esta é uma foto da biblioteca de uma leitora. Ela lê aspáginas de Recursos antes de mais nada e escreve ime-diatamente para receber materiais grátis. Quase todos oslivros e boletins de notícias foram obtidos gratuitamente!

Informação é poder! Escrever para solicitar informaçõesfunciona! Queiram também por favor transmitirem-nosinformações sobre recursos grátis para que eu possacompartilhar com outros leitores.

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7

CARTAS

PASSO A PASSO NO.30

acreditavam que não poderiam ter maisrelações sexuais com os seus maridos.(Elas apresentaram as mesmas razõesmencionadas no artigo.) Por favor fiquemcertos de que graças a este conselho dado,eu consegui convencer estas mulheres.Que o Senhor os acompanhe no trabalhoque estão fazendo!

Mahama SoussiHôpital EvangéliqueBP 28BembérékéBénin

Sistemas de economiasA MINHA ESPOSA utilizou bem a ediçãoda Passo a Passo sobre Crédito e Emprés-timos. Ela conseguiu economizar US $60em dois meses com outras mulheres. Eutambém aprendi a preparar um sistemasimples e eficáz de contabilidade, o qualtem sido uma grande ajuda na nossagestão diária.

Timanya Stephenc/o St Paul’s CathedralPO Box 142KaseseUganda

Proteção de pigmeusA PREPPYG é uma organização quetrabalha para apoiar e proteger um grupode pigmeus que está em risco de extinçãono Zaire. Estamos incentivando ospigmeus a serem responsáveis por sipróprios através da agricultura, educação,melhores condições de vida edesenvolvendo remédios de plantas.

A área florestal onde os pigmeus têm tra-dicionalmente vivido está sendo destruídae muitas variedades de plantas e animaisdesapareceram. Ninguém está a plantarárvores novas ou a reservar uma área deterra para os pigmeus. Os caçadoresfurtam animais e constituem um problemade segurança. As actividades tradicionaisdos pigmeus de caça e recolha de plantastornaram-se impossíveis. De momento, hámenos de 7.000 pigmeus vivendo emButembo-Beni. Gostaríamos de receber oapoio de grupos interessados que possamajudar-nos com idéias e recursos.

PREPPYGBP 251Butembo NKZaire

Productos da ‘neem’TODOS OS TÓPICOS apresentados naspáginas centrais até ao momento têm

tentado persuadir-nos a experimentá-los!Apesar de podermos saber sobre osassuntos, o facto é que não os experi-mentamos até vê-los apresentados de umamaneira simples com ilustrações na Passoa Passo. Perguntamos então a nós mesmos:‘Por que não tentamos isto antes?’

Gostaríamos de compartilhar algumas dasnossas experiências agrícolas com o usoda ‘neem’. As árvores ‘neem’ são comunsnesta parte do Sri Lanka. Os agricultorestêm usado métodos diferentes paracontrolar pragas e fertilizar o solo durantemais de mil anos, antes de os pesticidas efertilizantes químicos serem introduzidospelos países ocidentais. A nossa culturarespeita todos os seres – humanos,animais, árvores e plantas. Não queremosmatar nenhuma criatura viva. Preferimoscontrolar as pragas.

Achamos que ao usar os productos da‘neem’ respeitamos o meio ambiente econtrolamos as pragas sem perigos paraos animais, seres humanos ou meio am-biente. Somos uma organização pequenamas produzimos de momento três produ-tos da ‘neem’ – Kimisara e Kuminal, quecontrolam as pestes e Nimbil, que actua

Alguns dos produtos da neem feitos no Sri Lanka.

Faça o que eu faço!EIS AQUI UMA DRAMATIZAÇÃO ÚTIL enviada pelo Rev Rabboni de Mbarara Uganda para umevento de treinamento. Ela é usada para mostrar como incentivar as comunidades a mudarem.Escolha três participantes, conte-lhes a história e incentive-os a dramatizá-la.

Dois homens estão presos na ribanceira de um rio. Um bom Samaritano chega ao local e oferece-se para ajudá-los a alcançar a margem oposta. Primeiro, ele carrega um dos homens em suascostas. No entanto, ele fica exausto rápidamente e tem de deixá-lo em uma ilha pequena no meiodo rio.

Ele retorna ao outro homem mas desta vez ele ensina-o a nadar. Ele lhe diz: ‘Faça tudo o que eufizer’. Ao entrar na água, ele segura-o e apoia-o. Desta vez é muito mais fácil atravessar. Eles vãoaté a ilha e o bom Samaritano diz-lhe para ajudar o seu vizinho a atravessar nadando – o que elesconseguem fazer com êxito.

Incentive os participantes a discutirem as questões levantadas por esta história e considere comoeles podem colocar esta abordagem em práctica por si próprios.

Esta foto foi tiradadurante um curso de

treinamento organizadopela Arquidiocese para

líderes da igreja e dacomunidade na Paróquia

de Rukoni, Distrito deNtungamo, Uganda.

como fertilizante. Também produzimossabão contendo óleo da ‘neem’.

Gallege Punyawardana AlvisSwarna Hansa FoundationPO Box 16DehiwalaSri Lanka

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SAÚDE

8 PASSO A PASSO NO.30

Voluntários bem dispostos que possamdramatizar seus ferimentos de imitaçãodão aos participantes que estão sendotreinados a oportunidade de praticarem osconhecimentos que eles precisariam ememergências de verdade. Obviamente,estes efeitos também são ideais paraencenações e dramatizações de papéis.Esperamos que estas idéias lhes sejamúteis. Elas são ‘improvisações caseiras’para criar efeitos realistas em casos dediferentes ferimentos e queimaduras.

O que você vai precisar■ Cera de reconstrução de boa qualidadeVocê também pode usar cera derretida devela ou pasta de farinha (farinha cozidacom água), mas elas não são tão boas.

■ Palheta de madeira

■ Varas finas de madeira

■ Batom vermelho

■ Vaselina

■ Creme delineador de olhos – em várias tona-lidades: azul, preto, roxo, cinza e ferrugem

■ Sangue artificial – feito de amido ouglucose de milho e corante vermelho (podemanchar a roupa)

■ Pincéis pequenos de pintura

Outros materiais úteis incluem biscoitosduros, copos de plástico quebrados e roupasvelhas, rasgadas ou queimadas. Vocêtambém precisará de algumas ‘vítimas’voluntárias. Tome cuidado para nãomachucá-las de verdade! Aplique estesefeitos visuais pouco antes de precisar deles.

Efeitos visuaispara treinamento em saúde

por Marilyn Gustafson

Os efeitosEsmagamento Use tonalidades diferentes docreme delineador de olhos, misturadas paramostrar o esmagamento.

Feridas Aqueça a cera ou a pasta de farinha eaplique uma camada fina com a palheta demadeira. Marque a cera de acordo com o tipode ferimento que você quer demonstrar. Useum pouco de batom vermelho ou sangueartificial para colorir a cera. Você pode usarplástico quebrado na ferida para mostrarpedaços de vidro.

Fraturas Use a cera tal como foi explicadoacima para mostrar a fratura. Você pode usarbiscoitos quebrados para imitarem ossosexpostos.

Queimaduras Use batom vermelho parademonstrar queimaduras de primeiro esegundo graus. Coloque um pouco de pó-de-arroz cor de cinza para obter uma aparênciachamuscada. Para criar bolhas, aplique umacamada de vaselina e cubra com uma ouduas camadas de lenços de papel. Coloquenovamente um pouco de pó-de-arroz cor decinza.

Amputações Você pode mostrá-las amarrandouma perna, braço ou dedo para trás com fita.No entanto, você não deverá deixar umaperna ou braço amarrado com a fita durantemuito tempo. Em seguida, use cera ebiscoitos para imitarem ossos quebrados esangue artificial.

Fraturas do tórax Estas fraturas podem sermelhor demonstradas em um homem. Use acera para criar a impressão de uma feridaprofunda. Use sangue artificial. Você tam-bém pode adicionar um pouco de bicar-bonato de sódio ou comprimidos anti-ácidosum pouco antes para ilustrar o efeito eferves-cente de uma ferida de tórax profunda.

Adicione um pouco dedramaIncentive a sua ‘vítima’ a dramatizar outrossintomas conforme seja apropriado tais comochoque, tonturas ou dor. Você pode querercombinar vários destes efeitos. A maioria dosacidentes envolvem vários tipos deferimentos. Use a sua imaginação para fazera experiência mais realista possível. Comvárias vítimas mostrando ferimentosdiferentes, você poderá testar as capacidadesdas pessoas que você está treinando areagirem da maneira mais útil possível.

Espero que estas idéias ajudem o seutrabalho de treinamento ou as suasdramatizações a serem atraentes e eficazes.Você também poderá pensar em outrasidéias. Conte-nos como você se saiu.

VOCÊ ENSINA AGENTES SANITÁRIOS? Você usa dramatizações paracompartilhar mensagens sobre saúde? Você ensina primeiros socorros ou dátreinamento em ações emergenciais? Você já procurou chamar a atenção daspessoas usando demonstrações para mostrar como tratar feridas equeimaduras? Se você usar voluntários e os fizer parecer como se fossemvítimas de acidentes de verdade, você pode se assegurar de que certamentedará um treinamento que as pessoas dificilmente esquecerão!

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9

SAÚDE

PASSO A PASSO NO.30

Marilyn Gustafson é ProfessoraAssistente da Escola de Enfermagem,Universidade de Minnesota, 308 Harvard Street SE, Minneapolis,MN 55455-0342, EUA.

Pecados notrabalho dedesenvolvimentopor Frank Rwakabwohe

Desenvolvimento sem participação

Desenvolvimento sem capacitação

Desenvolvimento sem mulheres

Desenvolvimento sem a juventude

Desenvolvimento sem os pobres

Desenvolvimento sem ação

Desenvolvimento sem o meio ambiente

Desenvolvimento sem planos paracrescimento

Desenvolvimento sem homens

Desenvolvimento sem o alcançável.

O DESENVOLVIMENTO DEVE SER…

■ holístico, integrado, sensível àsquestões de gênero e auto-suficiente

■ baseado em leis cristãs básicas deamar o próximo em vez de o explorarou oprimir

■ libertador

■ sensível ao meio ambiente

■ capaz de tratar todas as pessoasigualmente perante Deus e um com ooutro.

Usado inicialmente no Service Newsletter.Frank Rwakabwohe é o Chefe da Seçãode Planejamento, Desenvolvimento eReabilitação da Igreja do Uganda, PO Box14123, Kampala.

Isto diminui a dor e reduz a lesãorefrescando a pele. Jamais aplique qual-quer creme ou produto gorduroso. Nuncatente remover pedaços soltos de pele ouroupas. Remova anéis, relógios ou sapatosda área ferida antes que comece a inchar.

Braços ou pernas partidos Use pinçaslimpas para remover pedaços de vidro oumadeira. Pernas ou braços partidosdevem ser imobilizados firmemente a umsuporte para prevenir que qualquermovimento seja feito antes do paciente serlevado a uma clínica ou hospital.

Feridas A melhor maneira de parar osangramento é pressionar firmementesobre a ferida durante cerca de 15 minu-tos. Nunca use um torniquete (garrote). Sepossível, levante a parte ferida paraajudar a diminuir o fluxo de sangue.

Esta informação foi tirada da Passo aPasso 18, a qual tratou sobre os cuidadosde primeiros socorros e incluiu um jogopara testar a capacidade das pessoas emresponderem a uma emergência.

A Vias aérasCertifique-se de que as vias aéreasnão estejam estreitadas oubloqueadas.

B RespiraçãoVerifique se a pessoa está respi-rando. Se ela parou de respirar, userespiração boca a boca (no entanto,se houver sangramento, cuidadocom a possibilidade de infecção peloHIV).

C Circulação(e sangramento)Verifique se o coração continuabatendo. Se ele parou, use a técnicade massagear o tórax para tentarfazer com que o coração volte abater.

Queimaduras As queimaduras devem sertratadas imergindo-se a área afectada emágua limpa e fria imediatamente (ououtros líquidos limpos tais como leite oucoca cola se não houver água disponível).

EIS AQUI ALGUNS LEMBRETES das prioridades em primeiros socorros.Antes de avaliar queimaduras e ossos partidos, lembre-se do ABC emprimeiros socorros…

TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA

PRIMEIROSSOCORROS

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3 Finque as estacas demadeira em intervalosde 40cm ao redor do

lado de dentro do círculo. Elasprecisam permanecer emposição vertical quando vocêcolocar a tela ao redor delas.Certifique-se que elasestejam firmes.

6 Humedeça o chão. Cubra ofundo do tanque com umacamada de 2,5cm de

argamassa com cimento. Emplasteaté 2,5cm das estacas para que elaspossam ser removidas mais tarde.Faça com que a superfície daargamassa fique plana mas contenhaaspereza. Trabalhe o mais rápidopossível.

4 Coloque duas camadas da telade arame sobre o fundo dotanque. Dobre pelo menos 30cm

da tela para cima entre as estacas paraque a tela possa ser moldada dentro daparede formada do lado de fora dasestacas. Amarre os pedaços de tela dearame usando um arame fino (isto podeser conseguido desfazendo-se a tela).Remova a tela de arame ou pelomenos suspenda-a o suficiente parapermitir a realização da etapa 6.

5 Misture a argamassa. Amistura não deve ficar muitohúmida, por isso não adicione

toda a águaespecialmenhúmida.

PROJETO DE CONSTRUÇÃO

10 PASSO A PASSO NO.30

Tanque de tela de arame e concretoTanques de água construídos de tela de arame econcreto podem ser usados para armazenar águada chuva coletada de telhados. Usa-se tela dearame para reforçar as paredes. Isto faz com que as

paredes não precisem ser grossas e assim énecessária uma quantidade menor de cimento . Sea tela não for muito cara, os tanques podem serbem mais baratos do que alternativas já prontas.

2 Decida o tamanho do seutanque. Não faça o tanque commais de 1,5m de altura sem a

ajuda de um especialista porque eleexigiria reforço.

Se houver terra solta no local,remova-a para que otanque seja construído emterra firme.

1 Isto é o que você vai precisar… (a) estacas de madeira ou vigas – com pelomenos 2m de comprimento. Usealgumas estacas para fazeruma escada para queassim vocêpossa subirpela parededo tanque.

(b) areia limpa

(c) cimento

(e) dois pedaçospequenos de tubo –um com umatorneira

(f) tela galvanizada demetal (a usada emgalinheiros) comaberturas de 1,2cm

(g) arame galvani-zado para cercas

(d) pelo menos duasdesempenadeirasplanas

3 partes de areia 1 parte de cimento

8 Prepare o cando a telado de for

assim todos os escom pelo menos dse de que as estaposição vertical. Ccamada de tela deque os buracos nãnível dos da primeduas telas com ar

7 Antes da argamassa endurecer, volte cuidadosamentea colocar a tela de arame que você removeu na etapa 4.Fique de pé ou ajoelhe-se em tábuas de madeira para

distribuir o seu peso e evitar que a primeira camada deargamassa seja danificada. Jogue (deite) um pouco deágua sobre a primeira superfície de argamassa se elacomeçar a secar. A seguir, adicione rapidamente uma outracamada de 2,5cm de argamassa. Emplaste até 2,5cm dasestacas e deixe a superfície áspera. Agora você deverámanter a superfície da nova argamassa húmida até que otanque inteiro esteja terminado – sacos velhos, esteiras degrama ou pedaços de plástico podem ajudar.

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imediatamente,nte se a areia estiver

11PASSO A PASSO NO.30

3/4 parte de água

reforço da parede colo-ela de arame ao redor dora das estacas para quespaços sejam cobertosduas camadas. Certique-

acas se mantenham emColoque uma segundae arame, de tal maneiraão estejam no mesmoeira tela. Amarre asrame fino.

9 Reforce a tela de arame enrolandouma espiral contínua de arame aoredor da estrutura. Os círculos de

arame devem estar separados 15cm um dooutro, próximos da parte inferior da parede,aumentando para 30cm de distância na partesuperior. Deve ser usado um círculo extra dearame bem no topo da parede. Coloque umtubo e torneira através da parede a umaaltura de 10cm do chão e segure o tubofirmemente no lugar amarrando-o a umaestaca firmemente fincada no chão. Coloquetambém um tubo pela parede ao nível dofundo. Este tubo deve ter uma válvula que

possa ser fechada ou uma tampa removíveldo lado de fora que possa ser aberta paradrenar água suja do tanque sempre que estenecessitar de limpeza.

10 Comece a rebocar as paredes do tanquecom a argamassa. Isto requer pelomenos duas pessoas – uma do lado de

dentro e outra do lado de fora. Elas devem trabalharjuntas, pressionando no mesmo lugar para introduzira argamassa no interior da tela de arame e formaruma camada de aproximadamente 1–1,5cm deespessura.

(Um método alternativo e mais fácil de reboco para aprimeira camada é envolver o lado exterior do tanquecom sacos de áçucar ou esteiras mantidos no lugarcom uma espiral de barbante (cordel) com 5cm deespaçamento entre cada um. Alguém do lado de den-tro do tanque pode então pressionar a argamassa

contra esta superfície. Remova os sacos quando aargamassa estiver seca.)

Risque ou esfregue ambas assuperfícies para que fiquem ásperas.Depois de um dia, adicione umasegunda camada de argamassa àsuperfície externa húmida do tanque,dando-lhe um acabamento fino.

Mantenha sempre a argamassaendurecida húmida e na sombradurante pelo menos duas semanasapós você acabar o tanque ouaparecerão ranhuras.

11 Um dia depois remova cuidadosamenteas estacas. Coloque pedras dentro dosburacos deixados no fundo e encha-os

cuidadosamente com a argamassa. Humedeça ascavidades expostas e encha estas brechas comargamassa fresca. Em seguida, adicione uma camadalisa final de argamassa (1–1,5cm de espessura) nolado interno do tanque e no piso. Novamente,mantenha as superfícies húmidas durante todo otempo. Faça a parede ficar mais grossa por onde ostubos passam. Apoie o tubo com a torneira do lado defora com tijolos fixos com argamassa. Você poderá

desejar fazer um buracopequeno sob a torneira para quepossa ser colocado um baldedebaixo dela. Certifique-se deque a água que cai neste buracopossa ser drenada para dentrode um buraco cheio de pedras.

Mantenha todo o tanque húmidodurante pelo menos duassemanas antes de enchê-lo.

12 Cubra o tanque com um telhado paraimpedir a sujeira e os insetos. Vocêpode usar chapas de ferro rugosas ou

um telhado de concreto reforçado emformato de cúpula. Encha o tanquecom água lentamente.

Se você encontrar qualquer brecha, vocêpode repará-la quando o tanque foresvaziado, arrancando-se a argamassa datela de arame e em seguida enchendo oburaco com argamassa fresca. Mantenhaesta área reparada húmida durante pelomenos duas semanas.

Escreva contandocomo você se saiu!

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SANEAMENTO

12 PASSO A PASSO NO.30

O tipo de latrinaConsideraremos três tipos de latrinashigiênicas de fossa…

• latrina de descarga com água –apropriada para os locais onde aspessoas usam água ou papel higiênicomacio para se limparem

• latrinas vedadas com tampa

• latrinas de fossas ventiladas eaperfeiçoadas (FVA).

Onde construí-laÉ conveniente construí-la próxima de casamas com cerca de 15m de distância de umpoço ou fonte de água pois a água poderáser contaminada.

Uma ou duas fossas?Você pode construia uma única fossa comaproximadamente 3m de profundidade (oumais profunda se você quiser que ela sirvapor mais tempo). Se você não puder escavartão profundamente, poderá então fazerduas fossas mais rasas. Com uma latrina dedescarga estas fossas podem ficar fora doabrigo, conectados por canalização. Com alatrina vedada com tampa ou FVA, o abrigodeve estar parcialmente sobre ambas asfossas.

Se forem escavadas duas fossas, a primeiradeve ser usada até que esteja quase cheia.Ela é então fechada enquanto a segundafossa é usada. Depois de pelo menos umano, o material que está na primeira fossapode ser retirado de maneira segura e serusado para adubar o solo de um jardim. Afossa esvaziada está então pronta para serusada novamente.

Escavação e revestimentoda fossaÉ recomendável que um revestimento de pelomenos 0,5m seja colocado no trecho superiorda parede interna da fossa em todos os tiposde solos. Isto apoia a placa onde o usuário seagacha e pode também apoiar parte do abrigo.A necessidade de revestimento para o resto dafossa depende de quão firme seja o solo…

Solo firme e resistente – pode não requererrevestimento abaixo do revestimento de 0,5 mdo trecho superior.

Solo rochoso Você pode construir algumasfossas acima do nível do solo rodeadas demontes de terra e com uma escada até ao topoda fossa.

Terra solta, pouco compacta Você deverá reves-tir a fossa para evitar que as paredesdesmoronem.

A parte inferior do revestimento deve terorifícios pequenos para que o líquido possaescoar através dos orifícios para fora da fossa.

Planejamento delatrinas de fossas

ANTES DE DECIDIR construir uma fossa, há muitas coisas a seremconsideradas. Peça a orientação de um especialista, se possível.

Compilado por Brian Skinner, Richard Franceys e Isabel Carter

rede contramoscas

tubo deventilação

tampa deconcretoremovível

fossa em usofossa cheia –esvazie apósum ano

orifício do tubode ventilação

alternativo

Fossa FVAdupla

Materiais de revestimento

Dia

gram

a: R

Fra

ncey

s

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13PASSO A PASSO NO.30

SANEAMENTO

As fossas circulares são mais firmes do queas de outros formatos.

Se você tiver um solo firme e não necessitarrevestir toda a fossa, cave primeiro somenteaté à profundidade do revestimento e cons-trua aí a parede de revestimento. Quando aparede de revestimento endurecer, vocêpoderá continuar a escavar a fossa com umdiâmetro um pouco inferior. Uma armaçãode guia e um prumo (ex. uma pedra amar-rada em um pedaço de barbante (cordel)) sãomateriais úteis para se obterum buraco do tamanhocerto com paredes verticais.Um octágono (8 lados) éuma boa referência para sefazer um buraco redondo.

A tampa de concretoPara latrinas vedadas com tampa e FVA omelhor material para a placa onde o usuáriose agacha é o concreto, uma vez que é forte,não apodrece e pode ser limpo facilmente. Astampas planas devem ter pelo menos 8cm deespessura e barras de 6mm de diâmetro porcada 15cm em ambas as direções (modelosde tampas mais finas podem ser vistos napágina 15).

O tamanho da tampa pode ser o mesmo dorevestimento exterior, se este foi construídocom tijolos. Se o revestimento for feito comtambores ou vime, a placa deve ser umpouco maior para que pelo menos 20cm seapoiem no chão ao redor de toda a fossa. Nãodeve existir nenhuma brecha debaixo datampa para que moscas e odores não saiamda fossa. Você pode também construir umpiso feito com materiais tradicionais taiscomo madeira coberta com barro – masadicione uma tampa pequena de cimentocom um orifício (página 15) para que a áreaao redor do buraco onde o usuário se agachapossa ser lavada.

Os vasos sanitários podem ser colocadosdiretamente sobre uma fossa e neste caso opiso deve ser firme. Se forem usadas duasfossas, o vaso e o piso do abrigo não preci-sam estar diretamente sobre as fossas e nãoprecisam ser reforçados. Placas de concretocontinuam sendo necessárias para cobrir asfossas.

Tamanho do buraco onde ousuário se agachaO buraco não deve ser muito grande pois ascrianças pequenas podem cair dentro dele.

Um buraco na forma de fechadura com10cm de largura e 40cm de comprimentocom um buraco redondo de 20cm dediâmetro em um dos lados é uma boaindicação.

Tampa para o buraco ondeo usuário se agachaSó deve ser usada uma tampa para o buracoonde o usuário se agacha com as latrinasvedadas (ela interromperia a ventilação deuma latrina FVA). Esta tampa precisa en-caixar-se de maneira perfeita para controlaros odores e as moscas.

O abrigoO abrigo pode ser construído de qualquermaterial que estiver disponível localmente.Para uma latrina FVA, é necessário queesteja escuro do lado de dentro mas isto nãoé necessário para os outros tipos de latrina.Se as pessoas provavelmente não vão fechar

a porta após usarem uma latrina FVA, émelhor construir o abrigo em um formatoespiral. Este tipo não precisa de porta masmesmo assim oferece privacidade.

Latrinas FVAAs latrinas FVA devem possuir um tubo ver-tical, com pelo menos 15cm de diâmetro ouuma chaminé de tijolos conectada à fossa. Aparte superior do tubo deve ser coberta comuma tela para impedir que as moscas usem oorifício de ventilação para entrarem ou sairemda fossa. Para evitar que a tela deteriore devi-do à luz do sol ou aos gases corrosivos dalatrina, ela deve ser de fibra de vidro ou deaço inox e não de plástico ou arame normal.Os buracos devem ter aproximadamente1,2–1,5mm quadrados.

Umalatrina

FVA

rede na partesuperior paraimpedir asmoscas

tubo de ventilaçãodo lado maisensolaradopara melhorar aventilação (quandoo tubo se aquece)

O abrigo não devepermitir que entre muitaluz. Ele necessita deuma porta ou de umaparede espiral.

revestimento de pelomenos 0,5m

entrada do ladode onde oventogeralmentesopra

Esta figura mostra uma latrinaFVA com uma fossa única. O

abrigo apresentado tem umformato espiral mas outros

tipos de abrigos tambémpodem ser usados.

tampas de concretoreforçado –circulares ou (parafossas grandes) retangu-lares de duas unidades

Latrina FVA com abrigoquadrado espiral

Latrina FVA com porta

orifício para ventilação

10cm40cm

20cm

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14 PASSO A PASSO NO.30

SANEAMENTO

O vento que sopra na parte superior do tubode ventilação puxa o ar para fora da fossa en-quanto o ar fresco sopra para dentro da fossaatravés do buraco onde o usuário se agacha.Este fluxo de ar é melhorado se a portaestiver do lado onde o vento costuma soprar.

O abrigo FVA precisa ficar um pouco escuropara impedir que as moscas que entram nafossa saiam através do buraco onde o usuário

se agacha, transportando com elasorganismos causadores de doenças. Istosegue o princípio de que as moscas sãoatraídas pela luz. Para uma mosca dentro dafossa, o buraco onde o usuário se agacha nãoestará muito iluminado e por isto ela tentasair subindo pelo tubo de ventilação rumo àluz do sol que penetra na fossa. A rede evitaque ela escape e ela finalmente morre.

Umalatrinacomdescargade água

tampa removível

O canal que conduzà fossa que não estáem uso é bloqueadocom uma pedra evedado com barro.

A água élançada pararealizar adescarga.

Este é um exemplo de uma latrina comdescarga de água com duas fossas. Aoinvés de um tubo, este modelo usacanais de tijolos cobertos.

Fecho hídrico ou sifãoVocê precisa compraristo em uma loja.

O fechohídrico detémos odores e asmoscas.tubo para a(s) fossa(s)

Mantenha a latrina limpa!Lave regularmente a placa da latrina onde o usuáriose agacha, com uma escova e com água e sabão. (Aágua que foi usada para lavar roupas é ideal). Façaquestão de lavar as mãos todas as vezes que usar alatrina.

Tenha orgulho da sua latrina. Os benefícios para asaúde da sua família são enormes! Incentive todos osseus vizinhos a seguirem o exemplo.

Latrinas para criançasAs crianças pequenas geralmente têm medode usar uma latrina ou acham que é difícilusá-la. Uma idéia alternativa para criançasbem pequenas é cavar um buraco raso (0,5mde profundidade) com uma placa pequenacom tampa (tal como a latrina vedadaporém menor). Não é necessário ter umabrigo. Incentive as crianças a usarem estalatrina e a colocar a tampa de volta no lugar.Se esta fossa rasa ficar com mau cheiro, tentecolocar um pouco de cinza para ajudar.Mova a placa para uma fossa nova quandoos 20cm do fundo estiverem cheios e encha afossa usada com terra.

Construa as fossascom pelo menos 1,5mde distância.

Para distribuir oscustos, você poderáconstruir primeiro umafossa com os canais –e construir a segundafossa posteriormente,quando a primeiraestiver quase cheia.

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15PASSO A PASSO NO.30

SANEAMENTO

AS LATRINAS são geralmentefeitas com placas de concreto

reforçado, tal como é mostrado napágina 13. No entanto, este

método usa uma grandequantidade de cimento e pode sermuito caro para muitos. Isto leva

as pessoas a não construirem

latrinas ou a construirem-nas com um piso de terra, oque é difícil de ser limpo.Eis aqui dois métodos deconstrução de tampas defossas que são fáceis deserem limpas e que usammuito menos cimento. Oitotampas pequenas comorifícios, por exemplo,podem ser feitas com umsaco de cimento.

O factor chave para se tersucesso é usar cimentonovo, areia limpa ecompactar adequadamenteo concreto antes de tentaralisar a superfície.

Melhoriassimples e debaixo custo

para latrinas

Estas são pequenas placas de concretocolocadas sobre o buraco de uma la-trina já existente, apoiando-se em umpiso feito de troncos de árvores e barro.

1 Faça uma placa de concreto de 60cm x 60cm x 4cm de espessura, usando uma

mistura de cimento (1 parte), areia (2 partes) epedras pequenas (1,5 partes). Faça com que aparte superior da placa fique lisa e inclinada emdireção ao buraco onde o usuário se agacha. Aplaca não precisa ser reforçada porque durante ouso ela é apoiada nos troncos e no barro. Noentanto, é melhor usar uma barra pequena oualguns fios grossos na placa de cada um doslados do buraco onde o usuário se agacha paraevitar que a placa se rompa.

2 Acrescente suportes para os pés. Eles devemter 35cm de comprimento, 15cm de largura,

2cm de altura e um formato como o que émostrado acima. Faça com que os lados doburaco onde o usuário se agacha estejaminclinados para dentro para apoiar uma tamparemovível de concreto. Revista o buraco onde o

Ao contrário das placas de concreto tradicionais, estas não sãoreforçadas e são bem mais finas. No entanto, elas ganhamresistência pelo seu formato de cúpula.

4 Enquanto a tampa endurece, adicione os suportespara os pés e faça com que a placa fique lisa usando

uma desenpenadeira de metal. Assim que a superfícieendurecer, cubra a tampa com areia e mantenha-amolhada durante pelo menos uma semana. Você poderáentão rolar a tampa até ao local da latrina. Faça umatampa para o buraco onde ousuário se agacha.

5 Você pode usar a placa sobre uma fossa nãorevestida de 1,1m de diâmetro mas haverá o perigo

dos lados desmoronarem. Por isto é melhor que a fossaseja revestida na parte superior para se igualar com odiâmetro da tampa.

1 Coloque tijolos uns ao lado dos outros em uma áreacom piso plano com as extremidades formando um

círculo de 1,5m de diâmetro.

2 Compacte (pisando)uma porção de areia

húmida dentro do círculofazendo com que apenas os40mm superiores de cada tijoloestejam aparecendo e o centro do monte de areia seja100mm mais alto do que o nível da areia próxima aos tijolos.Você pode revolver um pedaço contornado de madeira paraconseguir um bom formato. Cubra a areia com papelmolhado. Adicione um molde de madeira lubrificado paraformar o buraco onde o usuário se agacha.

3 Misture o concreto (a mesma mistura para as tampaspequenas com os orifícios acima) e coloque-o sobre a

areia para que a espessura seja de 40mm. Compacte bem oconcreto batendo com um pedaço demadeira. Certifique-se de que na partesuperior a placa se incline na direção doburaco, para que possa ser lavadafacilmente.

usuário se agacha com papel molhado e encaixeentão uma tampa dentro dele para que se tenha umaboa cobertura.

3 Mantenha a placa e a tampa molhadas, pelomenos durante uma semana para que o concreto

fique firme. Coloque a tampa pequena com o orifíciosobre o buraco de uma latrina já existente, sendo quea cobertura superior deve ser um chão de terra.Certifique-se que as pessoas colocam a tampa devolta quando não está sendo usada.

Tampas pequenas com orifícios

Placas de concreto em formato de cúpula

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RECURSOS

Communicating Health: ActionGuide to Health Educationpor J Hubley

Este livro, publicado em 1993, investiga amaneira como a comunicação pode ajudar amelhorar a saúde das pessoas e discutemaneiras como a educação e promoção desaúde podem ser usadas para ajudarcomunidades e famílias a tomarem açõessobre questões de saúde que afetam as suasvidas. Ele apresenta diretrizes práticas sobrecomo comunicar-se de maneira eficaz emuma variedade de contextos, incluindo afamília, a comunidade, as escolas, os servi-ços de saúde e na comunicação de massa.

Uma versão de baixo custo deste livro podeser adquirida da TALC por £8,80 incluindoo porte terrestre. Faça o seu pedido para:

TALCPO Box 49St AlbansHertsAL1 5TXReino Unido

Latrine Building:A handbook to implementing the sanplatsystempor Bjorn Brandberg

O uso da tampa pequena com orifício é um‘primeiro passo’, algo simples e altamenteeficaz na melhoria do saneamento (veja apágina 15). Este livro descreve umavariedade de latrinas com custos acessíveise que são apropriadas para as necessidadesde comunidades rurais e podem serconstruídas usando-se materiais econhecimentos disponíveis localmente.

Publicado recentemente em 1997. O preço é£11,20 incluindo postagem área econômica(portes) (cupons da UNESCO também sãoaceitos). Faça o seu pedido para:

IT Bookshop103–105 Southampton RowLondonWC1B 4HHReino Unido

As publicações da IT também podem serencomendadas e pagas em moeda localatravés de livrarias em muitos países.Escreva para a IT no endereço acima parapedir detalhes sobre o distribuidor maispróximo a você.

Information for HealthEducation on DiarrhoealDiseasesAHRTAG

Este livro está dividido em duas sessões. Aprimeira apresenta uma variedade derecursos – incluindo literatura, recursosvisuais, atividades e materiais audio-visuais – sobre doenças diarréicas eeducação sanitária. Há sub-sessões queapresentam dados explicativos e questõestécnicas, treinamento de promotores desaúde e educação sanitária em si. Quandoappropriado, há uma breve descrição doconteúdo, como e com quem pode serusado. As organizações de onde oconteúdo se originou, o custo e os idiomasdisponíveis também são detalhados.

A segunda sessão fornece nomes eendereços das organizações referidas naSessão 1 e muitas outras com interessesrelacionados – tais como nutrição, água esaneamento, medicamentos essenciais eaprendizagem participativa.

Publicado em 1995 e gratuito para osleitores dos países em desenvolvimento(£5 ou US $10 em outros países), este é umrecurso útil para praticamente qualquerpessoa envolvida em atividades de saúdeou de abastecimento de água esaneamento. Faça o seu pedido para:

AHRTAG29–35 Farringdon RoadLondonEC1M 3JBReino Unido

Community Water DevelopmentEditado por Charles Kerr

Esta é uma coleção de artigos do jornalWaterlines and Appropriate Technology,abordando assuntos ligados a fontes deágua, bombas, poços, treinamento emanutenção. Ele contém informaçõespráticas e valiosas. O livro tem 280 páginas ecusta £16,20 incluindo o porte aéreoeconômico, e pode ser adquirido da ITPublications (endereço acima).

Guía para el desarrollo delsaneamento in situpor R Franceys, J Pickford e R Reed

ISBN 92 4 354443 8

Este livro extenso e detalhado forneceinformações técnicas sobre o desenho,construção, operação e manutenção de todosos tipos de sistemas de saneamento desdelatrinas até fossas sépticas. Ele descreve osprocessos de planejamento e dedesenvolvimento em detalhe. Uma ênfaseespecífica é dada à necessidade de envolver acomunidade em todos os estágios, desde oplanejamento até a avaliação e a fornecer-lhes apoio contínuo depois da construção serterminada.

O livro está disponível em inglês, francês eespanhol. Apesar de ser caro, ele é um guiade referência útil. Ele custa £27,30, incluindoo porte, com um preço reduzido para osleitores de países em desenvolvimento.(Favor informar-se.) Ele pode ser adquiridoda IT Publications (endereço acima) e daOMS.

Developing and ManagingCommunity Water SuppliesOxfam Development Guidelines No. 8

por Jan Davis e Gerry Garvey, com MichaelWood

Baseado em experiências diretas de campo,este livro discute as questões e estágios nodesenvolvimento de um programa deabastecimento de água. Ele cobre váriosestágios do ciclo do programa: da iniciaçãoatravés dos estágios de planejamento,preparação de propostas e implementação,administração comunitária do abastecimentoe avaliações. É enfatizada a importância dese envolverem os membros da comunidadeem decisões sobre o programa. Também éenfatizada a necessidade de incluir educaçãosanitária e a importância de se teremvínculos com o saneamento desde o começodo programa.

O livro inclui muitos estudos de casos brevespara ilustrar algumas das dificuldadesexperimentadas, algumas das soluçõesencontradas e uma avaliação do sucesso

CORREÇÃONa Passo a Passo 28 consideramos umaexcelente publicação sobre remédiosmedicinais – Natural Medicine in the Tropics.Favor notar que apesar dos detalhes para aÁfrica estarem corretos, os leitores de fora daÁfrica devem enviar US $30 à ANAMED paracobrir os gastos com a postagem (porte) – emvez de US $5. As finanças da ANAMED estãosendo afetadas!

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17PASSO A PASSO NO.30

RECURSOS

ESTUDO BÍBLICO

Água para a vidapor Richard Franceys

A BÍBLIA tem um número surpreendente-mente grande de referências sobre a água –mais de 300 na minha concordância bíblica,sem mencionar outras 80 sobre a chuva. Qual éo primeiro versículo que vêm à sua mentequando você pensa sobre a água?

A Bíblia fala sobre a água de muitas maneirasdiferentes – como um símbolo de destruição(Gênesis 6–9), um símbolo de limpeza (ex.Êxodo 30:18), um símbolo de benção (Jeremias17:8) e como um símbolo de necessidade espiri-tual (Salmo 42).

Neste estudo bíblico queremos falar sobre águae saneamento como um símbolo de vida física evida espiritual.

Água para a vida!Por favor leia Deuteronômio 28:12: ‘O Senhorte abrirá o seu bom tesouro, o céu para darchuva à sua terra no seu tempo,’ e Salmo 65:9.

• O que a Bíblia está dizendo sobre a nossa ne-cessidade de ter água? O que ela diz sobre aprovisão de Deus para com as nossas neces-sidades espirituais?

Saneamento para a vida!Olhando para o físico e o espiritual novamente,nesta edição da Passo a Passo nós tentamosenfatizar que para receber os benefícios de umabastecimento de água limpa nós tambemprecisamos de saneamento e de um bom com-portamento na área da higiene. Descobrimosque a Bíblia também compreende este ponto aolermos Deuteronômio capítulo 23:12-13.

• Se esta instrução foi dada aos Israelitas há cen-tenas de anos atrás, que responsabilidade temosnós no sentido de assegurar que todos tenhamosum saneamento adequado nos dias de hoje?

Assim como o corpo precisa de água potávelpara a vida física e ‘água viva’ para a vida es-piritual, o nosso corpo físico somente sobreviveeliminando aquilo que não serve – a impor-tância disto é mostrada na passagem emDeuteronômio. E espiritualmente, a alma sópode sobreviver se ela se libertar de dejetosespirituais, o pecado.

• Como podemos ser libertos de coisas espirituaisque não servem? Veja Efésios 1:7 e I João 1:7-9.

Higiene para a vida!Nos primeiros capítulos de Levítico, lemossobre muitos rituais que eram usados paratrazer limpeza. Leia o Salmo 24:3-4 e reflitasobre a nossa necessidade de limpeza espiri-tual. O sacrifício de Jesus nos dá as condiçõespara sermos limpos espiritualmente. Nóstemos o mesmo cuidado em mantermos os nos-sos corpos físicos limpos?

Presente divinoVamos terminar com um versículo que mostrao contínuo amor e cuidado de Deus por nós.Leia Isaías 41:10 e reflita sobre as promessas deDeus para nós.

• O que podemos fazer em nossas comunidadespara que o pobre e o necessitado possam recebero presente divino da água?

BOLETINS INFORMATIVOSGRATUITOSEstes três boletins informativos são muitoúteis e gratuitos e podem interessar a agri-cultores e silvicultores.

Esporo está disponível em inglês, francês eportuguês e é produzido a cada dois meses.Ele cobre uma grande variedade de tópicosrelacionados com a agricultura, desde umponto de vista técnico. Escreva dandodetalhes do seu trabalho para:

CTAPostbus 3806700 AJ WageningenHolanda

A CTA também tem várias publicações úteissobre agricultura. Peça um catálogo se vocêestiver interessado em fazer um pedido.

Repostas às perguntas (página 3)

VERDADEIRO

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FALSO

FALSO

FALSO

FALSO

VERDADEIRO

VERDADEIRO

VERDADEIRO

Agroforestry Today é dirigido a investiga-dores, silvicultores e agricultores queutilizam técnicas de agroflorestamento. Eleaborda as mais recentes descobertas feitasatravés de pesquisas e recomenda espéciesde árvores para diferentes ambientes epropósitos. Ele é publicado a cada trêsmeses e está disponível em francês einglês.

Miti ni Maendeleo é um boletim informativopara agricultores e agentes dedesenvolvimento do Leste da África.

Para receber estes boletins, escreva dandodetalhes sobre o seu trabalho para:

ICRAFPO Box 30677NairobiKenya

obtido. Todos os exemplos ajudam amostrar como uma abordagem de parceriapode funcionar na prática.

Apesar de ter sido escrito desde o ponto devista de uma agência externa, há muitascoisas que também são relevantes para osprogramas de auto-ajuda. O preço é £11,20incluindo o porte aéreo econômico. Faça oseu pedido para a IT Publications (endereçona página anterior).

Relatórios da Water AidA organização Water Aid tem cópiasdisponíveis de dois relatórios recentes sobresistemas urbanos de abastecimento de água.Eles se chamam: Mega slums: the comingsanitary crisis e Thirsty Cities. Ambos foramescritos por Maggie Black e cada um temcerca de 20 páginas. Eles estão disponíveisgratuitamente para aqueles que trabalhamno fornecimento de sistemas urbanos deabastecimento de água. Escreva para:

Water AidPrince Consort House27–29 Albert EmbankmentLondonSE1 7UBReino Unido

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18 PASSO A PASSO NO.30

ÁGUA

A eficácia de uma organização que fornecesistemas urbanos de abastecimento de águaé geralmente medida por dois indicadoreschave – níveis de serviço e auto-suficiência. Se aorganização estiver fornecendo um bomabastecimento de água ou serviço, a perguntaseguinte é se ela é sustentável por um longoperíodo de tempo. Muitas organizações quefornecem água em países de rendimentobaixo enfrentam problemas com níveis deserviço e auto-suficiência porque os usuários(utilizadores) não estão dispostos ou nãotem condições de pagar pelos serviços.

Em alguns casos, há razões históricas queexplicam porque as pessoas não estãodispostas a pagar. Muitos países africanos,por exemplo, tentaram oferecer serviçosgratuitos na época em que se tornaramindependentes. Com frequência, isto erapossível porque as populações erampequenas e as economias eram fortes devidoaos altos preços cobrados por exportações decultivos voltados à comercialização. Ademanda pela água também era baixa

devido ao baixo nível de alfabetização e apouca conscientização sobre a importânciade se ter água potável.

Mais tarde, as infra-estruturas começaram ase deteriorar, requerendo níveis mais altos demanutenção e, às vezes, substituiçõescompletas. Também com os altos níveis decrescimento populacional em muitos paísesde rendimento baixo, houve uma clara neces-sidade de expandir os sistemas de abaste-cimento de água. Isto fez com que os siste-mas de abastecimento de água se deterioras-sem com o crescimento na demanda e com ofacto das economias piorarem.

Recuperação de custospara auto-suficiênciaOs orçamentos de desenvolvimento de bensde capital de muitas companhias de utilidadede água em países de rendimento baixo sãofinanciadas principalmente por agênciasdoadoras externas ou através deempréstimos locais. Devido às mudanças noambiente internacional, o financiamento de

agências doadoras está começando a seesgotar. Organizações urbanas deabastecimento de água ficam portanto semoutra escolha, senão cobrar para que os seusserviços possam tornar-se eficazes,eficientes e auto-suficientes.

Os preços a serem cobrados pela águadevem ser baseados nos custos reais dedistribuição do serviço para os usuários(utilizadores). Estes incluem:

Gastos de produção – para operação emanutenção, incluindo contas deelectricidade, custos de tratamento daágua, materiais, suprimentos, peças eequipamento, salários, combustível, óleo ereparação de vazamentos.

Gastos de capital – para cobrir investimentosde longo prazo tais como equipamentos debombeio, extensão de tubos dedistribuição, direitos à terra e à água.

Gastos de capital de curta duração – tais comotransporte, gastos com medição, gastos deconexão e preparação de serviços.

Pagamento de empréstimos.

Se os gastos não foremcobertos…O que acontece se os os gas-tos reais de abastecimentode água não foremcobertos? Estas sãoalgumas das consequênciaspara a organizaçãoabastecedora de água:

FINANCEIRAS■ As organizações se

tornam incapazes deequilibrar os seusorçamentos e estão sempreem débito.

TÉCNICAS■ Incapazes de atrair

funcionários bons ecapacitados tecnica-mente.

■ Incapazes deexpandir os seusserviços devido à faltade fundos e demotivação dosfuncionários.

MUITAS PESSOAS interrogam-se porque precisam pagar pela água, umproduto que pode ser conseguido naturalmente. Apesar de parecer que existemuita água nesta terra, menos de um por centro está disponível em umaforma adequada para o consumo humano. A água deve ser transportada,armazenada e distribuída ao consumidor. Estas actividades precisam derecursos financeiros e humanos.

POR QUE PAGAR

PELA ÁGUA?por Sam Kayaga

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poderiam ser reduzidos se pelo contrário asorganizações considerassem usar tecnologiasapropriadas a um preço acessível.

Níveis diferentes de serviços poderiam serfornecidos para usuários (utilizadores) comdiferentes níveis de rendimento. Taxas muitomais altas poderiam ser cobradas de laresabastados, com a intenção de fornecersubsídios para os mais pobres. Isto tambémpoderia ser feito incluindo-se os gastos com aágua no sistema nacional de taxação.

Sejam quais forem as taxas cobradas, subsi-diadas ou não, os usuários (utilizadores)devem pagar uma contribuição, a qualajudaria as pessoas a sentirem que são pro-prietárias do abastecimento. Isto faz com queos usuários (utilizadores) dêem valor aoserviço, tomem bastante cuidado com asinstalações e estejam desejosos em ajudar coma operação e manutenção, devido ao bomnível de mobilização.

Sam Kayaga trabalha para a National WaterSupply and Sewerage Corporation of Uganda, PO Box 7053, Kampala, Uganda.

ÁGUA

■ Nenhuma pesquisa é realizada sobrenovas idéias, incluindo tecnologias apro-priadas, causando dependência perma-nente de tecnologia importada, que é cara.

INSTITUCIONAIS■ Incapazes de desenvolver boas estruturas

institucionais

■ Incapazes de atrair funcionáriosapropriados.

■ Incapazes de realizar treinamento eficaz.

■ Incapazes de desenvolver independênciaorganizacional.

SAÚDE■ Incapazes de prover serviços de boa

qualidade devido aos abastecimentosirregulares de productos químicos neces-sários, más prácticas ruins de manutençãoe de contrôle de qualidade (também emparte devido à falta de motivação dosfuncionários).

■ Abastecimento intermitente de água,juntamente com grandes perdas de água,resultando no fornecimento de água debaixa qualidade.

■ O abastecimento de água deixa de alcan-çar uma percentagem alta da população,levando a uma alta incidência de doençasrelacionadas com a água, o que resulta emaltas taxas de mortalidade infantil e umabaixa expectativa de vida.

SOCIAIS■ O abastecimento de água seria baixo e

normalmente concentrado entre osgrupos de rendimento alto e os maispoderosos. Isto faz com que os pobressejam geralmente ignorados.

■ Poucas oportunidades de empregoestariam disponíveis devido à falta deexpansão dos serviços.

■ As más condições de saúde teriamimplicações sociais.

AMBIENTAIS■ Riscos mais altos de poluição ambiental

devido ao uso de métodos baratos masdesfavoráveis ao meio ambiente pararealizar a colecta (recolha) e fornecimentoda água, assim como o escoamento daágua usada.

■ Uso demasiado e mal feito da água devidoa esta ser barata, resultando na exploraçãoexcessiva das fontes de água. No caso daágua usada para irrigação, isto pode levara inundações do campo e às vezes àsalinização da terra.

POLÍTICAS■ Todas as consequências acima referidas

afectam o clima político da sociedade epode levar à tensões entre os líderes e asociedade.

ConclusãoEu acredito, portanto, que é essencial queaqueles que beneficiam dos serviços de águapaguem algumas taxas para garantir umserviço auto-suficiente. Idealmente, as taxascobradas devem cobrir o gasto total doabastecimento. No entanto, o rendimentona maioria dos lares em países de rendi-mento baixo fica abaixo do tãoconhecido nível mínimo vital de $200por pessoa por ano. Tais rendimentospodem não sustentar a tecnologiageralmente sofisticada que éfrequentemente imposta sobre oTerceiro Mundo. Os custos gerais

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SAÚDE

Publicado pela

100 Church Road, Teddington, TW11 8QE, Inglaterra

Editora: Isabel Carter, 83 Market Place, South Cave, Brough, East Yorkshire, HU15 2AS, Inglaterra

por Elena Hurtado

A FALTA DE AGUA é a razão prin-cipal pela qual as pessoas deixam delavar as suas mãos regularmente. Eisaqui uma idéia que usa apenascerca de um décimo daquantidade de água geral-mente usada para lavar asmãos. A torneira Tippy Tapé feita de uma garrafa velhade plástico com uma alça oca.Ela é baseada na idéia domukombe (Passo a Passo 14). Elatambém usa menos sabão pois osabão é pendurado e protegidocontra a chuva e assim não ficaamolecido.

1 Aqueça a base da alça da garrafa levementesobre uma vela, virando a alça para os lados

até que ela fique brilhante e macia em todo o seuredor.

2 Remova a vela e prenda a base macia da alçacom um alicate para que fique firmemente

vedada para evitar que a água passe através dela.Mantenha o alicate nesta posição até que o plásticoesfrie, certificando-se de que a vedação estejacompletada.

3 Aqueça a ponta de um pregopequeno sobre a vela. Use o

prego quente para fazer umorifício pequeno no lado de forada alça, um pouco acima da áreavedada.

4 Aqueça o prego novamente e faça dois orifíciosmaiores na parte traseira da garrafa. Os

orifícios devem ser feitos no meio da garrafa e comuma distância de um dedo de um para o outro.Estes orifícios serão usados para passar barbante(cordel) para pendurar a Tippy Tap.

5 Coloque um barbante (cordel) através dos doisorifícios e amarre as pontas do barbante (cordel)

a uma vara. Amarre uma barra de sabão e uma latavazia com um outro pedaço de barbante (cordel). Alata protegerá o sabão contra a chuva e o sol. Ligueeste barbante (cordel) com um dos barbantes(cordeis) de apoio

6 Amarre outro pedaço de barbante (cordel) aoredor da parte superior do gargalo da garrafa e

deixe-a pendurada. O barbante (cordel) é usado parapuxar a Tippy Tap e assim a água sai dos orifíciosfeitos na alça.

7 Encha a Tippy Tap com água até ao nível dosorifícios na parte traseira da garrafa. Use a vara

para pendurar a Tippy Tap no banheiro ou do lado defora em uma árvore. A Tippy Tap está então prontapara ser usada.

A torneira‘Tippy Tap’

Como usar…

■ Jogue (Deite) a águasobre as mãos.

■Use o sabão.■Enxague as mãos com

água limpa para tirar osabão.

■Seque com um panolimpo.

Este artigo foi publicadoanteriormente na publicaçãoFelando de Diarréia e é usado coma permissão da AHRTAG. A TippyTap foi desenhada por Ralph Garnete pelo Dr Jim Watt no Canadá.