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Artigo Botequim dos Bancários estreia com sucesso Em 1º de Maio, a classe trabalhadora no Brasil comemorou os 70 de existência da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), criada em 1943 por Getúlio Vargas. Mas, exatamente neste momento, corremos o risco de ver tanto a CLT como a Constituição Federal serem rasgadas pelo Congresso Nacional. Trata-se da proposta para a regulamentação da terceirização no Brasil, que se encontra para ser votada de forma terminativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. A proposta de iniciativa dos deputados Sandro Mabel (PMDB-GO), Roberto Santiago (PSD- SP) e Artur Maia (PMDB-BA) prevê entre outros prejuízos à classe trabalhadora e a sua organização: a) autorização para terceirização total do trabalho, sem limitação de fim ou meio, como hoje está estipulado pelo Enunciado 331 do TST, introduzindo apenas o conceito de empresa especializada como única exigência para autorização da terceirização; b) tratamento diferenciado, com aplica- ção dos acordos coletivos ou convenções específicas de cada categoria. Isso levará ao pagamento de salários e benefícios financeiros cada vez menores, entre os terceirizados e os contratados diretamente, como já ocorre hoje; c) pulverização das atuais categorias profissionais, de acordo com o serviço prestado pela empresa contratada, conso- lidando a divisão entre os trabalhadores, fragmentando suas lutas, reduzindo seu poder de mobilização; d) substituição da exigência legal do concurso público para contratação dos servidores públicos, ampliando as possibili- dades de desvios do dinheiro público e, em contrapartida, piora dos serviços prestados à sociedade; e) a responsabilidade legal entre toma- dores e prestadores de serviços fica estabe- lecida como subsidiária, o que atualmente já faz com que os trabalhadores terceirizados arquem com todos os tipos de prejuízos financeiros e previdenciários, como falta de pagamento de salários, férias, 13º salário, informalidade, não depósito no FGTS; f) a implantação de figura dos PJs, empresas de uma única pessoa, como prestadoras de serviços. É volta da chamada Emenda 3 contra a qual lutamos contra a sua implementação no governo de FHC. Os trabalhadores terceirizados hoje no Brasil são vítimas das maiores injustiças. Jornadas de trabalho muito maiores, salários inferiores, péssimas condições de trabalho, todo tipo de discriminações e, pior, são as maiores vítimas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. A cada 10 mortes no trabalho, oito são trabalhadores terceirizados. Isso por conta dos poucos investimentos em formação e qualificação profissional e alta rotatividade no emprego, o que desmistifica o discurso de que a terceirização é utilizada para aumentar a especialização. Diante da gravidade do cenário, exi- gimos que qualquer legislação que venha a regulamentar o trabalho terceirizado no Brasil assegure: valorização do trabalho e dignidade à pessoa do trabalhador. Trabalho igual, salário e benefícios iguais. Trabalho decente para todos e todas é o nosso lema. Miguel Pereira – Secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT País de primeira não combina com trabalho de terceira A noite de estreia do projeto cultural Botequim dos Bancários aconteceu na sexta-feira, 26/4, com uma programação diversificada e música para todos os gostos. Várias atrações fizeram o sucesso da noite. (pág. 5) O Encontro Estadual dos Bancários dos três bancos aconteceu no último sábado, dia 4/5, em Fortaleza (pág. 3) Bancários do BB, Caixa e BNB definem pauta local para Congressos Nacionais • Em 2013, metade dos ataques contra bancos e/ou cidadãos foram saidinhas/ chegadinhas bancárias, segundo levantamento do SEEB/CE (pág. 2) • Prioridades da Campanha 2013: emprego, remuneração, condições de trabalho e estratégia de campanha, de negociação e de mobilização (pág. 3) • Na terça-feira, dia 30/4, bancários do Banco do Brasil protestaram contra Plano de funções, demissões, metas abusivas e assédio moral (pág. 4) • BNB: Sindicato cobra explicações sobre o horário estendido que passou a vigorar desde o dia 29/4, em várias unidades (pág.6) Fotos: Drawlio Joca

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Artigo

Botequim dos Bancários estreia com sucesso

Em 1º de Maio, a classe trabalhadora no Brasil comemorou os 70 de existência da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), criada em 1943 por Getúlio Vargas. Mas, exatamente neste momento, corremos o risco de ver tanto a CLT como a Constituição Federal serem rasgadas pelo Congresso Nacional. Trata-se da proposta para a regulamentação da terceirização no Brasil, que se encontra para ser votada de forma terminativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. A proposta de iniciativa dos deputados Sandro Mabel (PMDB-GO), Roberto Santiago (PSD-SP) e Artur Maia (PMDB-BA) prevê entre outros prejuízos à classe trabalhadora e a sua organização:

a) autorização para terceirização total do trabalho, sem limitação de fi m ou meio, como hoje está estipulado pelo Enunciado 331 do TST, introduzindo apenas o conceito de empresa especializada como única exigência para autorização da terceirização;

b) tratamento diferenciado, com aplica-ção dos acordos coletivos ou convenções específi cas de cada categoria. Isso levará ao pagamento de salários e benefícios fi nanceiros cada vez menores, entre os terceirizados e os contratados diretamente, como já ocorre hoje;

c) pulverização das atuais categorias profi ssionais, de acordo com o serviço prestado pela empresa contratada, conso-lidando a divisão entre os trabalhadores, fragmentando suas lutas, reduzindo seu poder de mobilização;

d) substituição da exigência legal do concurso público para contratação dos servidores públicos, ampliando as possibili-dades de desvios do dinheiro público e, em contrapartida, piora dos serviços prestados à sociedade;

e) a responsabilidade legal entre toma-dores e prestadores de serviços fi ca estabe-lecida como subsidiária, o que atualmente já faz com que os trabalhadores terceirizados arquem com todos os tipos de prejuízos fi nanceiros e previdenciários, como falta de pagamento de salários, férias, 13º salário, informalidade, não depósito no FGTS;

f) a implantação de fi gura dos PJs, empresas de uma única pessoa, como prestadoras de serviços. É volta da chamada Emenda 3 contra a qual lutamos contra a sua implementação no governo de FHC.

Os trabalhadores terceirizados hoje no Brasil são vítimas das maiores injustiças. Jornadas de trabalho muito maiores, salários inferiores, péssimas condições de trabalho, todo tipo de discriminações e, pior, são as maiores vítimas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

A cada 10 mortes no trabalho, oito são trabalhadores terceirizados. Isso por conta dos poucos investimentos em formação e qualifi cação profi ssional e alta rotatividade no emprego, o que desmistifi ca o discurso de que a terceirização é utilizada para aumentar a especialização.

Diante da gravidade do cenário, exi-gimos que qualquer legislação que venha a regulamentar o trabalho terceirizado no Brasil assegure: valorização do trabalho e dignidade à pessoa do trabalhador. Trabalho igual, salário e benefícios iguais.

Trabalho decente para todos e todas é o nosso lema.

Miguel Pereira – Secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT

País de primeira não combina com

trabalho de terceira

A noite de estreia do projeto cultural Botequim dos Bancários aconteceu na

sexta-feira, 26/4, com uma programação diversifi cada e música para todos os gostos. Várias atrações fi zeram o sucesso da noite.

(pág. 5)

O Encontro Estadual dos Bancários dos três bancos aconteceu no último sábado, dia 4/5, em Fortaleza (pág. 3)

Bancários do BB, Caixa e BNB defi nem pauta local para

Congressos Nacionais

• Em 2013, metade dos ataques contra bancos e/ou cidadãos foram saidinhas/chegadinhas bancárias, segundo levantamento do SEEB/CE (pág. 2)

• Prioridades da Campanha 2013: emprego, remuneração, condições de trabalho e estratégia de campanha, de negociação e de mobilização (pág. 3)

• Na terça-feira, dia 30/4, bancários do Banco do Brasil protestaram contra Plano de funções, demissões, metas abusivas e assédio moral (pág. 4)

• BNB: Sindicato cobra explicações sobre o horário estendido que passou a vigorar desde o dia 29/4, em várias unidades (pág.6)

Fotos: Drawlio Joca

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Home Page: www.bancariosce.org.br – Endereço Eletrônico: [email protected] – Telefone geral : (85) 3252 4266 – Fax: (85) 3226 9194Tribuna Bancária: [email protected] – (85) 3231 4500 – Fax: (85) 3253 3996 – Rua 24 de Maio, 1289 - 60020.001 – Fortaleza – Ceará

Presidente: Carlos Eduardo Bezerra – Diretor de Imprensa: Marcos Aurélio Saraiva Holanda – Jornalista Resp: Lucia Estrela CE00580JP – Repórter: Sandra Jacinto CE01683JPEstagiária: Cinara Sá – Diagramação: Normando Ribeiro CE00043DG – Impressão: Expressão Gráfi ca – Tiragem: 11.500 exemplares

DICA CULTURAL

CONVÊNIO

LUCRO

O Sindicato dos Bancários do Ceará registrou até o mês de abril deste ano um total de 47 ações contra bancos e/ou cida-dãos. Dessas, metade dos ata-ques – 23 – foram de saidinhas/chegadinhas bancárias. Somente em abril foram 10 ataques con-tra cidadãos em Fortaleza e no Interior. Em comparação com os meses anteriores, abril também foi o que registrou o maior nú-mero de ataques: 17, contra 11 em março, nove em fevereiro e nove também em janeiro.

“O fato de metade dos ata-ques registrados em 2013 ter sido contra cidadãos reforça nossa reivindicação, bem como o Estatuto da Segurança Bancária, que prevê itens de segurança para proteger a população como portas giratórias antes do autoa-tendimento, biombos e divisórias que impeçam a visibilidade das transações dos clientes e câmeras de videomonitoramento internas e externas nas agências bancá-rias”, aponta o presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra.

No dia 2/4, um policial militar foi baleado ao reagir a uma saidi-nha bancária em Maracanaú. Em Quixeramobim, um comerciante foi vítima de uma chegadinha bancária em frente à Caixa Eco-nômica e teve R$ 35 mil levados pelos ladrões.

Em 5/4, a agência do Bra-desco de Senador Pompeu foi assaltada por três homens ar-mados que renderam clientes e funcionários e levaram todo o dinheiro do caixa, além de pertences de todos que estavam na unidade. Dois dias depois, 7/4, outra agência do Bradesco, dessa vez em Pacatuba, teve um caixa eletrônico explodido, mas os bandidos não conseguiram levar o dinheiro.

No dia 11/4, uma pessoa ficou ferida após uma tentativa de sai-dinha bancária em Fortaleza, no bairro São Gerardo, após saírem do Bradesco. As vítimas chegaram a ser abordadas, mas ao reagirem e uma delas ser baleada na boca, os ladrões fugiram sem levar o

Metade dos ataques em 2013 no Ceará foram de saidinhas/

chegadinhas bancárias

dinheiro. No dia 13/4, bandidos atacaram durante a madrugada uma agência do Banco do Brasil de Jijoca de Jericoacoara e explo-diram dois caixas eletrônicos. Não havia vigilantes e os bandidos não tiveram dificuldades em colocar os explosivos.

No dia 16/4, dois homens numa moto atacaram um rapaz que havia acabado de sacar R$ 9.900,00 na agência do BB de Parangaba, em Fortaleza. Dois dias depois, 18/4, também no mesmo bairro, uma pessoa que havia sacado R$ 1,9 mil de uma agência do Bradesco também foi vítima de saidinha, entretanto, dessa vez, os assaltantes foram presos e o dinheiro recuperado.

Mais duas saidinhas bancárias e uma chegadinha aconteceram no dia 22/4, todas em agências do Bradesco, em Fortaleza. Ao todo foram roubados R$ 42 mil. No bairro São Gerardo, bandidos levaram dois mil de uma vítima que havia acabado de sacar o dinheiro do banco. Outra ação semelhante aconteceu na Grande Messejana, quando bandidos levaram R$ 10 mil de um ho-mem. Já na Barra do Ceará, uma chegadinha foi praticada contra um homem que chegara para depositar R$ 30 mil.

Em 25/4 foram registradas duas ações no interior do Es-tado. Em Redenção, um grupo

de assaltantes invadiu a Caixa Econômica Federal durante a madrugada, mas não chegaram a levar dinheiro da agência, apenas as armas dos vigilantes. Já em Acarape, também de madruga-da, um grupo roubou cerca de R$ 100 mil de uma agência do Bradesco. A agência não possui sistema de segurança eletrônica ou mesmo vigilantes no interior do banco.

Mais duas ações foram regis-tradas no dia 26/4: um idoso foi baleado no pé em uma saidinha bancária, no bairro de Fátima, em Fortaleza. Os bandidos levaram R$ 2 mil do idoso que havia saca-do o dinheiro em uma agência do Bradesco. Em Juazeiro do Norte, um casal levou R$ 27 mil de uma mulher no centro da cidade.

No dia 27/4, bandidos ar-rombaram com um maçarico um caixa eletrônico do Santander no Pecém, em São Gonçalo do Amarante. A violação do caixa só foi percebida pela manhã, quando os primeiros clientes chegaram à agência.

E por último, no dia 29/4, um grupo de assaltantes tentou roubar um carro forte da empresa Corpvs em Maranguape. O carro deveria abastecer a agência da Caixa Econômica do município. Um dos vigilantes da empresa foi feito refém, mas foi liberado em seguida.

O Cetrede/UVA está com inscrições abertas até o próximo dia 20/5 para o Vestibular 2013.2 de graduação tecnológica. Os cursos ofertados são Processos Gerenciais, Gestão de Recursos Humanos e Gestão de Segu-rança Privada e as inscrições serão feitas através do site www.cetrede.com.br.

É importante ressaltar que os bancários sindicalizados e seus dependentes têm direito a descon-tos especiais nas mensalidades, através de convênio fi rmado entre o Sindicato e a entidade de ensino.

As provas serão realizadas no dia 26/5, na sede do Cetrede (Av. da Universidade, 2932 – Benfica). O resultado do vestibular será

divulgado dia 3/6, no site da instituição e as aulas terão início no mês de agosto.

Para mais informações sobre o processo seletivo do Cetrede pelo telefone (85) 3214 8200 e mais informações sobre convênios, entre em contato com a Secretaria de Organização do SEEB/CE pelo número (85) 3252.4266.

Cetrede/UVA está com inscrições abertas para cursos de graduação tecnológica

Novida-de na pro-gramação do Mercado dos Pinhões, o projeto Quar-ta Coletiva teve sua pri-meira edição no dia 24/4 e é um proje-to realizado pela Prefeitu-ra Municipal de Fortaleza, por meio da Secretaria de Cultura.

A atividade acontecerá sempre na última quarta-feira do mês e trará o que há de mais criativo no mercado artístico de Fortaleza, promovendo novas tendências ligadas à economia criativa e aos diferentes processos desenvolvidos no cenário local.

Em sua primeira edição, o projeto teve como expositores Cajuína Atelier, Coletivo Monstra, Catarina Mina, Coletivo VISH, Capote Mochilas, Caio Dias, Lia Vestidos, Mel Andrade, Muñoz Aguirre, Perpétua Saraiva (PS Store), Sara Nina e Sara Kalia, que tiveram a chance de expor seus trabalhos enquanto o público, por sua vez, fi cou à vontade para comprar os produtos.

Serviço:Quarta Coletiva Toda última quarta-feira do mês, das 17 às 22 horas.Mercado dos Pinhões (Praça Visconde de Pelotas, entre as ruas

Nogueira Acioli e Gonçalves Lêdo – Centro)

Quarta Coletiva no Mercado dos Pinhões

Foto: Divulgação

O Itaú apresentou lucro líquido recorrente de R$ 3,512 bilhões no primeiro trimestre, praticamente o mesmo (redução de 0,9%) em relação a igual período de 2012. Esse resul-tado representa uma rentabilidade anualizada de 19,1%, o dobro da rentabilidade média das instituições fi nanceiras dos Estados Unidos e da Europa. Mesmo assim, o maior banco privado do País eliminou mais 708 postos de trabalho nos primeiros três meses do ano. Com isso, já são 14.407 empregos cortados pelo Itaú desde março de 2011.

Segundo a empresa EFC Con-sultores, em reportagem publicada pelo jornal Brasil Econômico de 13/3 último, a rentabilidade média dos bancos norte-americanos e europeus varia entre 9% e 10%. Esses números coincidem com estudo realizado pela consultoria Economática, segundo o qual as instituições fi nanceiras dos Estados Unidos apresentaram um retorno sobre o patrimônio de 9,93% na média, em 2012.

“O Itaú é o banco que tem maior rotatividade do sistema fi nanceiro, apesar do alto lucro. Fecha postos de trabalho na contramão da econo-mia do País, pois neste momento o restante da economia está gerando empregos e o Itaú demitindo” critica Ribamar Pacheco, diretor do Sindi-cato dos Bancários do Ceará e repre-sentante da Fetrafi /NE na COE Itaú.

A economia brasileira gerou 1,3

Itaú fecha 708 empregos no 1º trimestre chegando a 14 mil em dois anos

milhões de novos empregos em 2012, segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

Cresce ganho com tarifas – O Itaú aumentou as receitas de prestação de serviço em 9,4% no primeiro trimestre, em contraste com crescimento de 16,95% nas rendas de tarifas bancárias. As despesas de pessoal, por sua vez, tiveram crescimento de 7,6%, atingindo R$ 3,65 bilhões. Esses resultados im-pactaram na elevação da cobertura dessas despesas, que passou de 147,5% para 152,9%. Isso signifi ca que o banco paga todas as despesas de pessoal apenas com receitas de serviços e tarifas com um excedente equivalente a 52,9% da soma destas receitas. O índice de inadimplência superior a 90 dias passou de 5,1% em março do ano passado para 4,5% agora (-0,1 p.p.). Com isso, as despesas de PDD tiveram redução de 18%, somando R$ 4,945 bilhões em março de 2013.

Gastos com segurança – Em março de 2013, o banco gastou o equivalente a 3,73% do seu lucro líquido em despesas com seguran-ça, num total de R$ 131 milhões. Em março de 2012, foram gastos R$ 133 milhões nessas despesas, o que representou 3,75% do lucro registrado naquele ano.

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. 3Encontro Estadual do BB, CEF e BNB COMANDO NACIONAL

CONGRESSOS NACIONAIS DEBATERÃO PAUTAS IMPORTANTES

BANCO DO BRASILO 24º Congresso Nacional dos

Funcionários do BB acontece nos dias 17, 18 e 19/5, em São Paulo. Os funcionários do BB irão debater quatro grandes temas:

1. Remuneração e condições de trabalho: Carreira: piso, plano de funções, ascensão profi ssional; jornada de trabalho nas funções comissionadas e metas e remune-ração variável.

2. Saúde e Previdência: Cassi; Previ; Plano odontológico; Fusesc; Economus e Segurança Bancária.

3. Organização do Movimen-to: Formas de mobilização; Dele-gados sindicais e OLT; Conselho de Usuários da Cassi e Representante no Conselho de Administração do BB.

4. Banco do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional (SFN): BB e o

crédito; Metas de produtos fi nancei-ros; Terceirização e Correspondentes Bancários e Internacionalização.

CAIXA ECONÔMICA FEDERALO 29º Congresso Nacional dos

Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) acontece nos dias 17, 18 e 19/5, em São Paulo. Os empregados da Caixa debaterão pelo menos 15 temas:

1) Organização do Movimento; 2) Papel Social da Caixa; 3) Saúde do Trabalhador/Condições de Traba-lho; 4) Condições de funcionamento das Unidades; 5) Saúde Caixa; 6) Funcef; 7) Aposentados; 8) Segu-rança Bancária; 9) Representação dos Trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa; 10) Jornada; 11) Sipon; 12) Isonomia; 13) Carreira; 14) Terceirização; 15) Contratação.

BANCO DO NORDESTE DO BRASIL

O 19º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) acontece nos dias 24 e 25/5, em Teresina (PI). A pauta do Congresso terá quatro eixos:

1) Remuneração e jornada (Revisão do PCR, Ponto eletrôni-co, Plano de Funções, Passivos Trabalhistas);

2) Saúde e Previdência (Custeio CAMED, Assédio Moral, Aposenta-dos, INSS e Capef, revisão Plano BD da Capef);

3) BNB e Sistema Financeiro (Isonomia, Terceirização, Concursa-dos, Gestão, Papel do BNB enquan-to Banco Público, Regulamentação do Sistema Financeiro);

4) Organização do movimento.

Em reunião real izada na sexta-feira, 26/4, em São Paulo, o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, definiu cinco grandes temas prio-ritários para a Campanha 2013: emprego, reestruturação do sis-tema financeiro, remuneração, condições de trabalho e estratégia de campanha, de negociação e de mobilização.

“São preocupantes as mudan-ças estruturais que estão aconte-cendo no sistema fi nanceiro. Ao mesmo tempo, com o argumento de que a queda dos juros e do spread provocada pela política econômica do governo obriga os bancos a aumentarem a efi ciência, estão intensifi cando o fechamento de postos de trabalho e a rotativi-dade para reduzir custos, além de elevarem a pressão e o assédio moral por cumprimento de metas, piorando as condições de trabalho”, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

A Contraf-CUT vai elaborar um caderno com informações mais aprofundadas sobre os temas prioritários da Campanha Nacional 2013 defi nidos pelo Comando. A publicação servirá de subsídio para a discussão nas assembleias e con-ferências regionais que precederão

Defi nidos os cinco temas prioritários da Campanha 2013

a 15ª Conferência Nacional dos Bancários, marcada para o período de 19 a 21/7, em São Paulo, que defi nirá a pauta de reivindicações da campanha deste ano.

Na abertura da reunião, no auditório da Contraf-CUT, o coorde-nador técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, fez uma análise sobre a conjuntura política e econômica em que será desenvolvida a cam-panha deste ano. Segundo ele, o movimento sindical tem um grande desafi o pela frente, que é mobilizar os trabalhadores visando manter a política desenvolvimentista gerado-ra de emprego e renda, para fazer frente à ofensiva do mercado fi nan-ceiro, que força o governo a mudar a agenda e pressiona o Banco Central a aumentar a taxa Selic.

Nesse sentido, o Comando Nacional decidiu continuar a luta pela redução das taxas de juros e orientar os sindicatos a aumentarem a mobilização dos trabalhadores na véspera das reuniões do Copom, com o objetivo de pressionar o Banco Central a reduzir a taxa Selic.Foi defi nida também a construção da mídia nacional da campanha, a exemplo dos últimos anos. A Contraf-CUT realizará a primeira reunião na semana de 20 a 24/5, aberta à participação de sindicatos e federações.

1. EMPREGO: O tema envolve a luta contra as demissões e por garantia de em-

prego, o fi m da rotatividade e o combate à terceirização, o que inclui a adesão dos bancários na campanha da CUT e outras centrais sindicais contra o projeto de lei do deputado Sandro Mabel (PMDB/GO) que está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

2. REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DOS BANCOS:

Esse segundo tema da Campanha Nacional 2013 trata das mu-danças velozes que estão ocorrendo no sistema fi nanceiro nacional, como a proliferação dos correspondentes bancários, bancos do futuro, novos modelos de gestão e a possibilidade da instituição de bancos pelas operadoras de telefonia.

3. REMUNERAÇÃO: Nesse tema geral estão incluídos o aumento real de salário, a

valorização do piso salarial, melhorias na participação nos lucros e resultados e implantação de planos de cargos e salários, principalmente nos bancos privados que hoje não possuem.

4. CONDIÇÕES DE TRABALHO: Em razão da política acertada da presidenta Dilma de pressionar

o sistema fi nanceiro a baixar as taxas de juros e o spread, os bancos estão aumentando a pressão sobre os bancários para melhorar o índice de efi ciência e o atingimento de metas, intensifi cando o assédio moral e piorando as condições de trabalho. Esse tema trata do combate às metas abusivas e ao assédio moral, da preservação da saúde dos trabalhadores e da segurança bancária.

5. ESTRATÉGIA DE CAMPANHA: Dentro desse tema prioritário, os bancários vão discutir o modelo

de campanha nacional, de negociação e de mobilização – que vem sendo muito semelhante nos últimos anos. O Comando Nacional defi niu que os quatro primeiros temas (emprego, remuneração, reestruturação produtiva e condições de trabalho) serão discutidos na Conferência em quatro grupos diferentes, mas que o eixo sobre estratégia de cam-panha fará parte do debate de todos os grupos. O Comando também decidiu que o tema da igualdade de oportunidade e do combate às discriminações estará presente sob forma transversal na discussão de todos os outros temas.

Os temas da Campanha Nacional dos Bancários 2013 são os

seguintes:

O Sindicato dos Bancários do Ceará realizou no último sábado, dia 4/5, no Praiano Palace Hotel, em Fortaleza, o Encontro Estadual de Bancos Públicos, que elegeu os delegados e defi niu as reivindicações dos bancários do Ceará para os con-gressos nacionais do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil, que acontecem na segunda quinzena de maio.

Na abertura do evento aconte-ceu um amplo debate de conjuntura política e econômica nacional e internacional com a participação dos expositores Ademir Wiederkehr, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo de Segurança Bancária, e do diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Carlos Lima.

O dirigente do SEEB/RJ, Carlos Lima, ressaltou a onda de protestos dos trabalhadores europeus, devido à crise econômica que atinge o con-tinente, com raízes profundas no sis-tema fi nanceiro internacional. “Para o capitalismo, nesses momentos de crise quem paga, primeiramente, são os trabalhadores”, destaca ele que apontou como fundamental, em âmbito de Brasil, a reforma do Sistema Financeiro, ressaltando o papel desenvolvimentista dos bancos públicos e um papel mais social dos bancos privados, principalmente na oferta de crédito. Carlos Lima destaca ainda que é preciso acabar com os correspondentes bancários que não trazem nenhuma colaboração ao fomento do País e apenas causam mais precariedade do trabalho e do atendimento à população.

Já o dirigente da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, destacou que o Brasil tem agora papel de destaque na economia mundial. “Nós antes tomávamos a Europa como referên-cia, hoje nós somos essa referência, mas precisamos avançar mais na distribuição da renda do brasileiro”, aponta. Ele relatou ainda a impor-tância da democratização dos meios de comunicação, como forma de dar aos movimentos sociais e às mídias alternativas a visibilidade que eles merecem. Ademir convocou também todos à mobilização contra o projeto de lei 4330/04, do deputado Sandro Mabel, que regulamenta a terceiriza-ção no Brasil.

Ademir destacou ainda a mo-vimentação nacional por mais se-gurança nas agências. “Apesar dos

Bancários do Ceará ressaltam a importância da unidade e defi nem reivindicações específi cas por banco

lucros, o descaso dos bancos com segurança é muito preocupante. Além disso, a precariedade da segurança pública e a defasagem da lei 7.102/83 também contribuem para o aumento da sensação de insegurança dentro do ambiente bancário”, aponta. Ele ressaltou ainda algumas conquistas previstas na Convenção Coletiva, tais como: proibição do transporte de numerários, indenização por morte e incapacidade decorrente de assalto, auxílio psicológico, registro de B.O., possibilidade de transferência de unidade em casos de sequestros, entre outras. “Mas, muito ainda temos de conquistar. Nós reivindi-camos portas eletrônicas antes do autoatendimento, biombos opacos entre as fi las e a bateria de caixas, vidros blindados nas fachadas, mo-nitoramento em tempo real, regras para o abastecimento dos caixas eletrônicos etc., além do projeto de lei de reformulação da lei 7.102/83, que compõe o Estatuto de Segurança Privada”.

O diretor do Sindicato dos Ban-cários do Ceará, Tomaz de Aquino, avaliou o encontro como o pontapé inicial da campanha nacional e como fundamental para organização do movimento. “Devemos refl etir acima de tudo sobre o nosso papel clas-sista como trabalhadores, apesar

das divergências que podem existir. O nosso verdadeiro adversário é o governo e os banqueiros e esse é o momento de nós unirmos forças para enfrentá-los”.

Marcos Saraiva, também diretor do SEEB/CE, reforçou igualmente que esse é um momento muito im-portante para mobilizar e organizar o movimento dos bancários. “Vamos fazer desse encontro um momento de unidade, para que possamos con-frontar os banqueiros e avançarmos para conseguir mais conquistas para todos os trabalhadores”.

Na parte da tarde, os participan-tes do Encontro foram divididos em grupos por bancos para debaterem temas específi cos e defi nirem as rei-vindicações dos bancários cearenses para os congressos nacionais de funcionários.

“Parabenizo a participação de todos, principalmente os que vieram do Interior, para dar sua colaboração à construção da pauta da categoria. Esse é um momento inicial da nossa campanha e de fundamental impor-tância para a nossa organização, pois através da nossa unidade, da nossa organização e da nossa mo-bilização poderemos contratar mais direitos para a categoria”, fi nalizou o presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra.

Fotos: Drawlio Joca

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PARCERIA

NEGOCIAÇÃO

ECONOMIA

Na terça-feira, dia 30/4, os fun-cionários do Ban-co do Brasil da agência Praça do Carmo, em Fortale-za, realizaram um protesto contra o BB e suas ações, tais como: plano de funções, que alterou a estrutura de remuneração trazendo prejuízo aos bancários, de-missões sem jus-ta causa por ato de gestão, desco-missionamentos, pressão abusiva para cumprimento de metas e assédio moral.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezer-ra, “essa manifestação ocorre depois de assembleia dos ban-cários do BB, que rejeitaram a adesão à greve. Mas o Sindicato está dando sua contribuição ao conjunto de sindicatos do País, fazendo esse enfrentamento e construindo a unidade para mobilizar o Brasil”.

Há descontentamento entre os funcionários com a redução salarial imposta para as novas

Bancários do BB protestam contra Plano de Funções, demissões,

metas e assédio moral

Funções Gratificadas de 6 horas e com o novo valor do Adicional de Função Gratificada, definido pelo banco em 10% do valor do VR da função. Os comissionados de 8 horas também ficaram revoltados com o novo valor estabelecido para o Adicional de Função de Confiança e só aderiram ao novo plano porque o banco colocou a faca no pescoço de cada um, ameaçando descomissionar quem não aderisse.

A categoria denuncia que a direção do BB, em vez de dialogar e negociar com os re-presentantes dos trabalhadores,

tem abusado de boletins pessoais dirigidos aos funcionários para atacar os Sindicatos. Os diri-gentes sindicais criticam, ques-tionam, reivindicam, organizam os trabalhadores e isso incomoda os dirigentes do BB.

Mostrando total falta de respeito com os funcionários, a direção do banco mandou um diretor reafirmar que não negocia o Plano de Funções, transforma-ram a vida dos bancários num inferno, com tanta pressão por metas, ameaças, torpedos, tele-fonemas fora de hora e todas as formas de assédio moral.

As reclamações contra ban-cos cresceram 57% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o Banco Central (BC), foram 5.688 demandas consideradas proce-dentes nos três primeiros meses do ano, ante 3.619 um ano antes. Os números se referem apenas ao descumprimento de normas do Conselho Monetário Nacional (CMN) ou do BC.

As queixas mais comuns foram por débitos não autorizados em conta (1.003, aumento de 46%), cobrança irregular por serviços não contratados (624, alta de 26%) e prestação de forma irregular do serviço conta salário (624, cresci-mento de 109%).

Entre os bancos com mais de 1 milhão de clientes, a instituição com mais reclamações no trimestre foi o Santander, que encabeçou a lista do Banco Central em fevereiro e março, seguido pelo Banco do Brasil. No ranking de instituições com menos de 1 milhão de clientes, os mais reclamados foram BMG e Bonsucesso.

Em março, o Santander liderou o ranking de grandes instituições fi -nanceiras com maior índice e maior número absoluto de reclamações consideradas procedentes pelo BC. No mês passado, o BC contabilizou 734 queixas.

Considerando o total de clien-tes do Santander, o índice fi cou em 3,17 (número de reclamações dividido pelo número de clientes e

Queixas contra bancos sobem 57% no 1º trimestre, aponta Banco Central

multiplicado por 100.000). O Banco do Brasil ocupou o segundo lugar no índice de reclamações (1,51) e teve 524 descumprimentos de normas. O Banrisul veio em terceiro (0,99, com 23 reclamações procedentes). O quarto índice foi do Itaú Unibanco (0,98, com 254 demandas). Em

quinto, fi cou o HSBC (0,71, com 41 reclamações).

Na lista de instituições fi nan-ceiras com menos de 1 milhão de clientes, as cinco com maior índice em março foram Bonsucesso, BMG, Industrial do Brasil, Banco Intermedium e Fibra.

O governo vai negociar oito itens da pauta de reivindicações dos tra-balhadores. A primeira reunião entre representantes do governo, da CUT e das demais centrais sindicais será no dia 14/5, em Brasília. O presidente da CUT, Vagner Freitas, cobrou no dia 3/4, pessoalmente, uma resposta do governo à pauta dos trabalhadores, entregue à presidenta Dilma Rousseff no dia 6/3, após a Marcha da Classe Trabalhadora, que reuniu 50 mil pes-soas, em Brasília.

Em resposta à cobrança, que já vinha sendo feita por meio de e-mail e telefonemas, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, se reuniu com Vagner e disse que é possível negociar oito itens da pauta dos trabalhadores. Ficaram de fora pon-tos importantes como o fi m do fator previdenciário e redução de jornada para 40 horas semanais. A alegação do ministro Gilberto Carvalho é a de que o governo ainda não tem proposta com relação a esses dois itens.

Para Vagner, com a resposta, “o governo enfatizou a importância das centrais sindicais como interlo-cutoras de temas importantes para os trabalhadores e deixou claro que vai negociar os itens que tem boas chances de fechar um acordo de imediato. Quanto às 40 horas e ao fi m do fator previdenciário, as centrais vão continuar fazendo o seu papel que é pressionar, mobilizar, negociar, lutar para conquistar esses dois itens que são fundamentais para a classe trabalhadora”.

“O mais importante”, disse Vag-ner que ligou para os presidentes de todas as outras centrais sindi-cais, após a reunião com Gilberto Carvalho, “é que o governo se com-prometeu a levar para a mesa de negociação questões muito caras para o movimento sindical, como a regulamentação da terceirização e da Convenção 151”.

Segundo o dirigente sindical,

Cobrado pela CUT, governo vai negociar com as centrais a partir do dia 14

fi cou decidido que representantes das centrais sindicais e do governo vão construir juntos uma alternativa ao Projeto de Lei 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB/GO), que, ao invés de regulamentar, amplia a terceirização e precariza o tra-balho no País. Vagner disse que o governo vai trabalhar junto à base aliada para segurar a tramitação do PL 4330. Os itens da pauta que o governo vai negociar com as cen-trais sindicais na Mesa Nacional de Negociação são:

1. Terceirização – A ideia é construir uma proposta alternativa ao PL da terceirização;

2. Rotatividade – Construção de alternativa para combater a alta rotatividade que precariza o trabalho e é usada pelos empresários para reduzir salários – o trabalhador recém contratado ganha sempre menos do que o antigo que foi demitido.

3. Informalidade – As centrais e o governo vão discutir uma proposta para aumentar os índices de formali-zação dos trabalhadores.

4. Fortalecimento do Sistema Nacional de Intermediação de Mão de Obra (SINE) é outro item que a mesa de negociação vai discutir e buscar solução.

5. Política de apoio a apo-sentados – Benefícios na área de medicamentos, cultura, lazer etc.

6. Regulamentação do traba-lho doméstico.

7. Participação das centrais sindicais no Pronatec e Prona-campo.

8. Regulamentação do direito de negociação do serviço público (Convenção 151 da OIT).

Para Vagner, é por meio do diálogo e das negociações que se constroem soluções positivas para os trabalhadores, para o governo e para os empresários. “Esse é o caminho para ajudar a retomar o crescimento econômico e a inclusão social”, concluiu o dirigente.

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Foto: Secretaria de Imprensa

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LUCRO X DEMISSÕES

Sucesso. Essa é a palavra ideal para se defi nir a inauguração do pro-jeto cultural Botequim dos Bancários. A noite de estreia aconteceu na sexta-feira, 26/4, com uma programação diversifi cada e música para todos os gostos.

A abertura da programação fi cou por conta dos bailarinos do Balé Po-pular de Fortaleza, que fi zeram uma brilhante apresentação de tango. Em seguida, o Garçom Joaquim – inter-pretado pelo humorista Aristides Neto – seguiu apresentando as atrações.

No quadro Conversa de Bote-quim, o jornalista Nelson Augusto entrevistou a cantora cearense Nayra Costa, ex-participante do programa The Voice Brasil, que falou sobre sua trajetória musical – fi lha de uma em-presária do ramo musical, ela canta profi ssionalmente desde os 14 anos – e de seus projetos para o futuro.

Em seguida, apresentou-se o Talento Bancário Gildomar Ma-rinho, do BNB. Ele inscreveu-se através do site do Sindicato no Bancult – um banco de talentos que está cadastrando bancários, s indical izados ou não, para, oportunamente, apresentarem-se no Botequim dos Bancários. O cadastro continua aberto e pode ser feito através do endereço www.bancariosce.org.br/bancult.php. Durante sua apresentação, Gildo-mar interpretou inclusive músicas de sua autoria. Maranhense, mas atualmente morando em Fortaleza, o violinista, compositor e cantor é licenciado em Música pela UECE. Seu trabalho tem raízes nas suas incursões pelo interior do Nordeste e moldado nos palcos e bares do Ceará e Maranhão. Atualmente está lançando o CD Tocantes, seu terceiro trabalho fonográfico.

Já o cantor Zé Maria Guedes, bancário aposentado da Caixa Eco-nômica Federal, interpretou músicas românticas, principalmente do reper-tório de Altemar Dutra. Por último, a banda O Verbo levantou os bancários e seus familiares e convidados com o som de grandes ícones do pop rock nacional, como Skank, Lulu Santos, Engenheiros do Hawaii, Cazuza, Ed Motta, entre outros.

Ao fi nal, três bancários que ha-viam se cadastrado previamente no site da entidade foram contemplados com um vale “Conta 0800”.

“Ficamos por vários meses pen-sando em como faríamos um projeto que fi zesse com que os bancários, bem como o público geral de Forta-leza, fosse atraído para o Sindicato. E escolhemos esse formato porque ele também se confi gura como uma forma diferente e criativa de revitaliza-ção do centro da cidade. O Botequim

Botequim dos Bancários é inaugurado em grande estilo

dos Bancários foi entregue à cidade de Fortaleza e aos bancários, que além de curtirem bons momentos em um ambiente agradável, ainda terão a oportunidade de apresentar seus talentos e de poder expressar o seu valor e a sua cultura”, afi rma Tomaz de Aquino, secretário de Cultura do SEEB/CE.

“Nós inauguramos mais um es-paço cultural e de convivência para Fortaleza. Esperamos que seja um lugar que abrigue não só os ban-cários, mas o público em geral. O

Botequim dos Bancários representa o pensamento de toda a diretoria deste Sindicato de reativar com força total a história da entidade no campo cultural”, comemora Tomaz.

O Botequim dos Bancários acon-tecerá sempre na última sexta-feira de cada mês, das 18h30 às 21h30, na sede do Sindicato.

Acompanhe os meios de comu-nicação do Sindicato, pois em breve estaremos divulgando as atrações da segunda edição, que acontece no fi nal de maio.

O bancário não se dá conta de que está sendo seduzido pelos bancos a trabalhar mais e assim enfraquecer o movimento sindical. É o que concluiu o debate sobre o lançamento do livro “Ser bancário: viver o esplendor social ou o traba-lho precário?”, realizado dia 18/4, na sede do Sindicato dos Bancários de Brasília. A atividade contou com a participação das coautoras Livia de Oliveira Borges e Ana Magnólia Bezerra Mendes.

Professora da Universidade Fe-deral de Minas Gerais (UFMG), Livia de Oliveira destacou que atualmente o envolvimento dos bancários no movimento sindical é muito baixo. Ex-bancária e participante do Labo-ratório de Estudos sobre o Trabalho, Saúde e Sociabilidade da UFMG, Livia atribuiu parte desse enfraque-cimento do movimento sindical às metas inatingíveis impostas pelas instituições fi nanceiras.

Jogo de sedução – Professora do Departamento de Psicologia So-cial e do Trabalho e do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e do Trabalho e das Organizações do Instituto de Psicologia da Universida-de de Brasília (UnB), Ana Magnólia compartilha da mesma opinião de Livia. “Sem perceber, os bancários vão entrando num jogo de sedução, onde as metas são humanamente impossíveis de serem batidas. Por isso, há um clima de deterioração das relações de trabalho nos ban-cos”, explicou.

Livro aborda o cotidiano e as angústias do “ser bancário”

Canibalismo – A concorrência no sistema fi nanceiro é tão perversa que as agências de um mesmo banco estão disputando os mesmos clien-tes, revelou Livia. “É o canibalismo do capital. A prática não tem uma lógica em si mesmo. É uma lógica distorcida”, disse. “Se exige muito do bancário e se oferece poucas condições”, completou.

Reabilitação – Além das difi -culdades de mobilização, das metas inatingíveis e da renda variável da categoria, o debate também tratou da reabilitação dos trabalhadores afastados em virtude das doenças relacionadas ao trabalho, resultado da precarização do trabalho.

Por que você deve ler o li-vro? – Publicado pela editora CRV, a publicação faz uma análise deta-lhada das transformações do setor bancário desde a última década do século passado, quando foram mais frequentes as fusões de bancos, o encerramento das atividades e as privatizações de outros, bem como a introdução de novos modos de or-ganização do atendimento bancário, dos tipos dos serviços prestados, dos estilos de gestão e dos processos e tecnologias de trabalho. O livro tam-bém revela que os bancos passaram a exigir mais do desempenho e do envolvimento no trabalho.

Com 314 páginas, a obra foi or-ganizada por Livia de Oliveira Borges, Gabriel Eduardo Vitullo e Júlio Ramon Teles da Ponte.

Fotos: Drawlio Joca

O Santander Brasil anunciou na quinta-feira (25/4) lucro líquido gerencial de R$ 1,519 bilhão no primeiro trimestre de 2013, o que significa uma queda de 14,4% na comparação com o mesmo período do ano passado e uma redução de 5,5% em relação ao último trimestre de 2012.

Esse resultado bilionário con-tinua representando 26% do lucro mundial do banco espanhol. O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado do Santander Brasil permanece alto, apesar da queda de 12,8% no quarto trimes-tre de 2012 para 12,0% nos três primeiros meses deste ano.

“Mesmo com esse lucro estron-doso, fruto do empenho e dedica-ção dos bancários, o Santander continua andando na contramão do emprego em vez de oferecer con-trapartidas sociais, como a manu-tenção e a ampliação de postos de trabalho”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Corte de 1.569 empregos em um ano – Conforme análise do Dieese, a instituição fechou 508 empregos nos primeiros três meses do ano. Em dezembro de 2012, o Santander contava com 53.992 empregados, mas encerrou o primeiro trimestre com 53.484. Em relação ao quadro de pessoal em março de 2012, a redução foi de 1.569 funcionários. As despe-sas de pessoal, incluindo PLR, caíram 4,2% na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2012, passando de R$ 1,829 bilhão para R$ 1,753 bilhão. “Esse é o efeito perverso das demissões e da política de rotatividade do banco”, aponta Ademir Wiederkehr, funcionário do

Santander lucra R$ 1,519 bilhão no 1º trimestre, mas corta 508 empregos

banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT.

Crescimento das receitas de tarifas – Já as receitas de presta-ção de serviços e tarifas subiram 9,1% em relação ao mesmo período de 2012, atingindo R$ 2,699 bilhões (alta de 2,3% no trimestre), valor suficiente para cobrir 153,96% do total de despesas de pessoal do banco (incluindo a PLR), aponta o Dieese. Mais uma vez, o lucro do banco não foi maior por causa da alta provisão para devedores duvidosos (PDD), que atingiu R$ 3,371 bilhões, o que representa um crescimento de 9,1% em relação ao mesmo trimestre de 2012.

Para a Contraf-CUT, essa enorme provisão não se justifica diante da pequena elevação da inadimplência, que ficou em 5,8% no primeiro trimestre, alta de 1 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de 2012 e de 0,3 ponto percentual na comparação com os últimos três meses de 2012.

Redução do crédito – Além da PDD, impactaram o lucro a queda anual de 3,8% nas receitas das ope-rações de crédito (-4,8% no trimestre) e a redução anual nas receitas de depósitos em 29,8% (-12,8% no tri-mestre). “Os bancos privados, como o Santander, deviam ampliar a oferta do crédito, reduzir juros e apostar no ganho em escala, como têm feito os bancos públicos, em vez de travar o crédito e elitizar cada vez mais o atendimento”, avalia Cordeiro.

O Santander Brasil encerrou o primeiro trimestre com patrimônio líquido de R$ 51,133 bilhões, 6,5% maior que o visto em 12 meses e 1,2% superior ao obtido no último trimestre de 2012.

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Banco do Nordeste do Brasil JORNADASindicato dos

Empregados em Estabelecimentos

Bancários no Estado do Ceará

Rua 24 de Maio, 1289 – Centro – CEP

60.020-001

Foto: Secretaria de Imprensa – SEEB/CE

O Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) cobrou da Diretoria Administrativa do BNB explicações sobre o horário esten-dido que passou a vigorar a partir do dia 29/4, em várias unidades operadoras do Banco.

O Diretor Nelson de Souza esclareceu que a medida atende determinação do Governo Federal visando à renegociação de dívidas de agricultores prejudicados pela seca, mas que está sendo implan-tada respeitando todos os requisitos legais e trabalhistas.

Para o SEEB/CE, a jornada estendida em mais duas horas é prevista em lei desde que seja integralmente remunerada com os acréscimos legais, isto é, não admite compensação através de banco de horas.

Outra exigência legal é que a medida seja por tempo determina-do e não tenha caráter universal,

Sindicato encaminha na PRT abertura de ação judicial contra extrapolação de jornada no BNB

SEEB/CE vai fi scalizar horário estendido no BNB

ou seja, abranja apenas parte das agências da Instituição onde os problemas acarretados pela seca estejam devidamente caracteri-zados.

O Diretor Administrativo do BNB afi rmou que o horário esten-dido será implantado em cerca de 30% das agências e tem prazo até o dia 10 de maio corrente para ser concluído em regime de mutirão.

O Sindicato dos Bancários do Ceará alerta os funcionários no sentido de registrarem o ponto eletrônico e assinarem a FIP nos horários que efetivamente iniciarem e encerrarem o expediente.

E lembra que o horário esten-dido somente pode ser adotado com a concordância individual de cada funcionário. Quaisquer desvios das normas devem ser imediatamente comunicados ao SEEB/CE para a adoção das providências cabíveis.

Malhação cerebralA dieta e o exercício físico não são sufi cientes para

perder peso. De acordo com o clínico geral e fi siologista do exercício, João Pinheiro, formado em medicina pela Universidade Federal do Pará, diversos fatores podem interferir no resultado. E é aí que entra a neurofi tness ou neuróbica. A “malhação” que mexe com a mente engloba desde manobras de equilíbrio até pulos e

agachamentos. Indicada para todas as idades, a ideia é revigorar a habilidade cerebral, além de dar uma força no emagrecimento, minimiza a insônia, perda de memória e

distúrbios de atenção.

Reconstrução de mamaMulheres submetidas à cirurgia para retirada da mama, para

tratamento de câncer, poderão fazer a plástica reparadora no mesmo dia, pelo SUS. A presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou dia 25/4 a lei que obriga o SUS a ofertar os dois procedimentos na mesma

operação.

Bolsas de pós-graduaçãoA partir deste mês, estudantes passam a receber as bolsas de pós-

graduação com os valores reajustados. Para os alunos, mesmo com o aumento, o valor é insufi ciente para pagar as despesas com a dedicação exclusiva à pesquisa. A Associação Nacional dos Pós-

Graduandos quer maior valorização das bolsas, cujos reajustes recentes não signifi caram ganho real. Os estudantes reivindicam um índice de reajuste que garanta a valorização das bolsas e a

diferenciação dos valores por Estado.

“O projeto de lei 4.330, que libera a

terceirização, é ruim para o Brasil. Ele acaba com as férias, o

13º salário e transforma

todos os trabalhadores

em pessoa jurídica”

Vagner Freitas, presidente nacional da CUT

Conferência da CassiA VII Conferência Estadual de Saúde da Cassi acontecerá dia 9/5, às 16h30, com o tema: “Fortalecimento do sistema

de saúde Cassi: tecnologias no cuidando em saúde e exercício da cidadania”. O evento será no auditório da Super BB (Avenida Santos Dumont, 2889 – Aldeota).

Na ocasião, serão empossados os novos conselheiros do Conselho de Usuários do Ceará. Mais informações com Fabíola Pessoa ou André Arruda (3366.0671 ou

3366.0670).

Na última quinta-feira, 2/5, o Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) compareceu à audiência na Procuradoria Re-gional do Trabalho (PRT) da 7ª Região, no município de Sobral, sobre extrapolação de jornada de trabalho no Banco do Nordeste do Brasil. Mas, em mais uma atitude de desrespeito com os problemas do funcionalismo, os representantes do Banco não foram para audiência e adiaram, mais uma vez, a possibilidade de um acordo para solucionar o pro-blema – que, hoje, é praticamente uma realidade generalizada em todo o Ceará.

“Diante da ausência do BNB, não vemos perspectiva de solu-ção pelas vias administrativas, mediadoras. Então, solicitamos à procuradora a abertura de uma ação judicial contra o Banco. Acreditamos que é muito im-portante para os funcionários essa parceria com o Ministério Público. Nesse momento, seria fundamental uma fiscalização”, afirmou Tomaz de Aquino, dire-tor do Sindicato e coordenador da Comissão Nacional dos Fun-cionários do BNB (CNFBNB).

Na ocasião, foi entregue à PRT um novo relatório sobre o quadro de extrapolação de jor-nada no Banco. O documento tem como base uma pesquisa realizada por diretores do Sindi-cato, que percorreram todas as agências do BNB em Fortaleza e cerca de 70% das unidades ope-radoras localizadas no Interior do Estado onde a entidade tem base de representação.

As visitas foram realizadas no fim de 2012 e nos meses de março e abril de 2013, constatan-do que o problema se agravou em relação ao verificado antes da primeira audiência promo-vida em setembro de 2012 pela

mesma Procuradoria, além de se estender para os sábados. O relatório contém ainda fotos que mostram a superlotação de várias agências, explicando a extrapola-ção e denunciando a carência de funcionários nas agências. “Essa defasagem poderia ser resolvida com a convocação dos aprova-dos no concurso de 2010. São seis mil concursados, dos quais apenas 1.200 foram efetivados. O Banco está abrindo novas agências, ampliando as opera-ções, mas não está chamando os concursados. Em contrapartida, implanta o horário estendido”, lembrou o diretor Tomaz.

O Sindicato destacou ainda que esperava uma solução após a implantação do Registro Ele-trônico de Ponto (REP), mas o registro ainda não foi homologa-do pelo Ministério do Trabalho, tornando-se inválido. “Todas as máquinas estão instaladas, mas o REP não tem serventia nenhuma. Inclusive, ele está funcionando em paralelo com o ponto ma-nual”, informou o diretor.

“A ideia era tentar, realmen-te, buscar uma solução admi-nistrativa. Se o Banco precisa que os funcionários fiquem até, digamos, às 18h, que faça dois

turnos. Na verdade, pelo que eu estou vendo, o que está faltando é empregados”, afirmou a pro-curadora Ana Valéria Targino, acrescentando que vai analisar todos os documentos apresenta-dos pelo Sindicato para continuar com a investigação por inquérito e encaminhar o pedido de aber-tura de ação judicial.

Relembre – O inquérito civil contra o BNB foi instau-rado pela PRT da 7ª Região em 2012 pela procuradora Ana Valéria Targino de Vasconcelos. A primeira audiência aconteceu no dia 6/9 com a presença do advogado e do gerente do BNB de Granja, unidade operadora que originou a denúncia, e de diretores e da advogada do SEEB/CE. Na ocasião, os repre-sentantes do Banco afirmaram que a situação de extrapolação de jornada em Granja já havia sido regularizada, versão contestada pelos dirigentes sindicais. Diante do impasse, foi proposto um prazo para o Sindicato realizar nova verificação de ocorrência em Granja e em outras cidades do Estado. Realizada a pesquisa, nova audiência foi convocada para o dia 2/5.