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PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

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Page 1: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PARTOGRAMA

APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO

Profª Leila Azevedo

Page 2: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PARTOGRAMA

• É a representação gráfica do trabalho de parto.

• Permite acompanhar a evolução do TP, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada de condutas apropriadas para a correção destes desvios.

• Evita a utilização de intervenções desnecessárias.

Page 3: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

Partograma - História• Friedman (1978) estabeleceu uma correspondência

entre os períodos de dilatação e expulsivo para traçar as condutas pertinentes à estes.

• Subdividiu o período de dilatação em duas fases: a preparatória e a de dilatação. E o período expulsivo considerou como aquele onde ocorrem os fenômenos mecânicos do parto.

Page 4: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

Partograma - HistóriaPHILPOTT & CASTLE, 1972 ( Rodésia) construíram uma

linha de alerta com base nos conhecimentos da dilatação cervical.

Esta linha ajudaria na identificação das parturientes com parto de

risco. As parteiras que acompanhavam a maioria dos partos à

época, teriam por base essa linha de alerta e poderiam transferir

para o hospital as parturientes num intervalo de 4 horas, para

realização de partos operatórios.

Deste modo foi padronizado a linha de ação, paralela à

linha de alerta.

Page 5: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

Confecção do Partograma

Utiliza-se um papel quadriculado, colocando na abscissa (eixo x) o tempo em horas e nas ordenadas (eixo Y) em centímetros. A dilatação cervical à esquerda e a descida da apresentação à direita.

Para a descida da apresentação considera-se o Plano Zero de De Lee ou o correspondente plano III de Hodge- espinhas ciáticas no estreito médio da bacia. Acima deste ponto estão os valores negativos e abaixo os positivos de De Lee ou respectivamente, os planos I, II e IV de Hodge.

Page 6: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

MATERIAL NECESSÁRIO PARTOGRAMA -

PAPEL QUADRICULADO

1

Tempo (horas)

2

3+ 3

4+ 2

5+ 1

60

7- 1

8- 2

9- 3

- AM

+ 4

+ 5

CÉR

VIC

OD

ILA

TA

ÇÃ

O (

cm

)

Planos De Lee

eixo X

eixo Y

2 3 4 5 6 7 8 9 101

Page 7: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

CONSTRUÇÃO DO

PARTOGRAMA• Cada divisória corresponde a uma hora na abscissa

(eixo X) e a um centímetro de dilatação cervical e de descida da apresentação na ordenada (eixo Y).

• Inicia-se o registro gráfico quando a parturiente estiver na fase ativa do trabalho de parto (duas a três contrações eficientes em dez minutos, dilatação cervical mínima de 3cm). Nos casos de dúvida, aguardar uma hora e realizar novo toque vaginal: a velocidade de dilatação 1cm/hora, verificada em dois toques sucessivos, confirma o diagnóstico de fase ativa do trabalho de parto.

Page 8: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

• A cada toque deve-se avaliar: a dilatação cervical, a altura da apresentação, a variedade de posição, as condições da bolsa das águas e do líquido amniótico (amnioscopia). Por convenção, a dilatação cervical é registrada com um triângulo, e a apresentação e a variedade de posição por uma circunferência.

• O padrão das contrações uterinas, os batimentos cardíacos fetais, a infusão de líquidos e drogas e o uso de analgesia devem ser devidamente registrados.

CONSTRUÇÃO DO

PARTOGRAMA

Page 9: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

• A dilatação cervical inicial é marcada no ponto correspondente do gráfico, traçando–se na hora imediatamente seguinte, a linha de alerta e em paralelo, quatro horas após, assinala-se a linha de ação (desde que a parturiente esteja na fase ativa do trabalho de parto (Philpot & Castle,1972).

CONSTRUÇÃO DO

PARTOGRAMA

Page 10: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

RODÉSIA PHILLPOTT & CASTLE, 1972

1

Tempo (horas)

2

3+ 3

4+ 2

5+ 1

60

7- 1

8- 2

9- 3

- AM

+ 4

+ 5

CÉR

VIC

OD

ILA

TA

ÇÃ

O (

cm

)

Planos De Lee

1hora

LINHA DE ALERTA

1 2 3 4horas

LINHA DE AÇÃO

Page 11: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

Na fase de latência ou preparatóriaConduta expectante Ficar atento para:

• Avaliar a vitalidade fetal;

• Dar preferência pelo acompanhamento ambulatorial;

• Evitar uso de ocitócicos;

• Incentivar a postura ativa da cliente.

• Perda de líquido;• Sangramento

uterino;• Contrações

eficientes a cada 5 minutos;

• Diminuição dos movimentos fetais.

Page 12: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

CONDUTA EXPECTANTEAMBULATORIAL

EVITAR OCITÓCICOS

FALSOTRABALHO DE PARTO

FASE LATENTE

CONTRAÇÕES IRREGULARES

DILATAÇÃO AUSENTE

superior a 20 horas

Page 13: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

RECOMENDAÇÕES BÁSICAS

Certeza da Fase Ativa

Dúvida? – aguardar 1 hora e reavaliar velocidade dilatação > 1cm/h

CADA DIVISÓRIA : 1 hora na abscissa (tempo)

1cm ordenada (dilatação)

TRIÂNGULO OU X = dilatação cervical

CIRCUNFERÊNCIA = apresentação e variedade posição

LINHA DE ALERTA – 1 horaLINHA DE AÇÃO – 4 horas

Page 14: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PARTOGRAMA

ASSISTÊNCIA CLÍNICAAO PARTO

VERDADEIROTRABALHO DE

PARTO

FASE ATIVA

CONTRAÇÕES

REGULARESMAIOR DURAÇÃOMAIOR INTENSIDADEDESCONFORTO costas e abdome

DILATAÇÃO CERVICAL

PRESENTE

Page 15: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

1

Tempo (horas)

2

3

+ 3

4

+ 2

5

+ 1

6

0

7

- 1

8- 2

9- 3

- AM

+ 4

+ 5

CÉR

VIC

OD

ILA

TA

ÇÃ

O (

cm

)

3 5 7 9 111

ABERTURA DO PARTOGRAMA – Fase Latente

CUIDADO - ERRO CONSTRUÇÃO

Fase Latente – PROLONGADA

Page 16: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

Partograma errado

Iniciado na fase latente

Page 17: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

DIAGNÓSTICOS DO PARTOGRAMA

PERÍODOS

FASE ATIVACÉRVICO DILATAÇÃO

PERÍODO PÉLVICODESCIDA APRESENTAÇÃO

DISTÓCIAS

Fase Ativa ProlongadaParada Secundária DilataçãoParto precipitado

Período Pélvico ProlongadoParada Secundária da Descida

Page 18: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

FASE ATIVA PROLONGADA

Dilatação cervical lentaVelocidade dilatação < 1cm/h

1

Tempo (horas)

2

3+ 3

4+ 2

5+ 1

60

7- 1

8- 2

9- 3

- AM

+ 4

+ 5

CÉR

VIC

OD

ILA

TA

ÇÃ

O (

cm

)

2 4 6 8 10 12

Page 19: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

FASE ATIVA PROLONGADA

Contrações deficientesFALTA MOTOR

TECNOLOGIA NÃO INVASIVA

ATIVIDADE FÍSICA USO DA BOLA SUIÇA

BAMBOLEIOAGACHAMENTODEAMBULAÇÃO

BANHEIRA MORNACHUVEIRO

MASSAGEMACOMPANHANTE

ALIMENTAÇAO

OCITOCINAAMNIOTOMIA

Page 20: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo
Page 21: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PARADA SECUNDÁRIA DILATAÇÃO

Dilatação cervical mantidadois toques sucessivos

intervalo de 2 horas

1

Tempo (horas)

2

3+ 3

4+ 2

5+ 1

60

7- 1

8- 2

9- 3

- AM

+ 4

+ 5

CÉR

VIC

OD

ILA

TA

ÇÃ

O (

cm

)

2 4 6 8 10 12

Page 22: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

IRECOMENDAÇÃO Ministério Saúde, 2001

• LINHA DE ALERTA implica em uma melhor observação clínica e a implementação de medidas para a correção oportuna de possíveis distócias que possam estar se iniciando.

• O uso do partograma deverá interferir principalmente na elevada incidência de cesareas sem indicação obstétrica e, na utilização racional de ocitócicos e analgesia.

• A utilização das tecnologias de cuidados não invasivas nas parturientes de baixo risco é uma recomendação da OMS para o alívio da dor e para a postura ativa da mulher no parto.

• A OMS tornou obrigatório o uso do partograma desde 1994 nas maternidades.

Page 23: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PARADA SECUNDÁRIA DILATAÇÃODESPROPORÇÃO CÉFALO-PÉLVICA:• Sofrimento Fetal Agudo,• Pior Prognóstico Perinatal

Em razão de:

• DCP absoluta CESÁREA

• DCP relativa DEAMBULAÇÃO

ROTURA ARTIFICIAL MEMBRANAS

ANALGESIA PERIDURAL

Page 24: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PARTO PRECIPITADO dilatação cervical, descida e expulsão

em menos de 4 horas

1

Tempo (horas)

2

3+ 3

4+ 2

5+ 1

60

7- 1

8- 2

9- 3

- AM

+ 4

+ 5

CÉR

VIC

OD

ILA

TA

ÇÃ

O (

cm

)

2 4 6 8 10 12

Page 25: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PARTO PRECIPITADO

ESPONTÂNEO - primíparas

IATROGÊNICO – ocitocina

VIGILÂNCIA Bem Estar Fetal

IATROGENIASUSPENDER OCITÓCICOS

REVISÃO CANAL PARTO

Page 26: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PERÍODO PÉLVICO PROLONGADO

Descida ApresentaçãoProgressiva e Lenta

1

Tempo (horas)

2

3+ 3

4+ 2

5+ 1

60

7- 1

8- 2

9- 3

- AM

+ 4

+ 5

CÉR

VIC

OD

ILA

TA

ÇÃ

O (

cm

)

2 4 6 8 10 12

Page 27: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PERÍODO PÉLVICO PROLONGADO

POSIÇÃO VERTICALIZADA

Contrações deficientesFALTA MOTOR

OCITOCINAAMNIOTOMIA

FÓRCIPEVÁCUO-EXTRATOR

Page 28: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PARADA SECUNDÁRIA DESCIDA

DILATAÇÃO COMPLETA

PARADA PROGRESSÃO

DESCIDA1 HORA APÓS INÍCIO

ALTURA APRESENTAÇÃO MANTIDA

2 TOQUES SUCESSIVOSt 1 hora

1

Tempo (horas)

23

+ 3

4+ 2

5+ 1

60

7- 1

8- 2

9- 3

- AM

+ 4

+ 5CÉR

VIC

OD

ILA

TA

ÇÃ

O (

cm

)

2 4 6 8 10 12

Page 29: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

PARADA SECUNDÁRIA DESCIDA

DCP absoluta CESÁREA

DCP relativaFÓRCIPE DE ALÍVIOVÁCUO-EXTRATOR

FÓRCIPE DE ROTAÇÃO

Page 30: PARTOGRAMA APLICABILIDADE NO TRABALHO DE PARTO Profª Leila Azevedo

CONCLUSÃO• O partograma é um verdadeiro instrumento para o

acompanhamento do trabalho de parto. Sua importância se dá na medida em que for utilizado para identificar uma evolução normal ou anormal. Identificada a distócia no partograma e reconhecida a etiologia podemos lançar mão dos recursos disponíveis para salvaguardar a parturiente e seu bebê. Obviamente que esta ferramenta não deve ser usada isoladamente, pois a despeito da literatura, há de se considerar a singularidade de cada pessoa no trabalho de parto e parto e todas as interfaces envolvidas neste processo.

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REFERÊNCIAS1. Bezerra MGA,CardosoMVLM. Fatores culturais que interferem nas experiências das

mulheres durante o trabalho de parto e parto. Rev Latino-am Enfermagem 2006 maio-junho; 14(3):414-21.

2. Sabatino H, Dunn PM, Caldeyro Barcia R. Parto Humanizado: formas alternativas. Campinas(SP):Ed: Unicamp;2000.

3. Mouta RJO,Piloto DTS,Vargens OMC, Progianti JM. Relação entre posição adotada pela mulher no parto, integridade perineal e vitalidade do recém-nascido. Rev Enferm UERJ 2008 out/dez;16(4):472-6

4. BRUGGEMANN, Odaléa Maria et al. Parto vertical em hospital universitário: série histórica, 1996 a 2005. Rev Bras Saude Mater. Infant. [online]. 2009, vol.9, n.2, pp. 189-196

5. Mamede, FV. O efeito da deambulação na fase ativa do trabalho de parto. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2006, vol.28, n.6, pp. 374-374. ISSN 0100-7203.  doi: 10.1590/S0100-72032006000600012

6. Baracho SM et al. Influência da posição de parto vaginal nas variáveis obstétricas e neonatais de mulheres primíparas. Rev Bras Saude Mater. Infant. [online]. 2009, vol.9, n.4, pp. 409-414. ISSN 1519-3829.  doi: 10.1590/S1519-38292009000400004.

7. OMS,Organização Mundial de Saúde.Assistência ao parto normal:um guia prático.Saúde Reprodutiva e da familia.Genebra,1996.