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Edição 618 - 08.04.2016 Informativo eletrônico semanal do mandato epois de um pedido de descul- pas por parte do líder do governo na Assembleia, de nota do Banrisul dizendo que foi um mal- entendido e de deletarem o infor- mativo enviado na quinta-feira (7) aos seus clientes, assumindo, por- tanto, que foi desvio de finalida- de, o Palácio Piratini não só elo- giou a publicação do banco públi- co (como registrou o Correio do Povo desta sexta-feira), mas pro- pagou mensagem eletrônica a to- dos integrantes da base aliada. Elogios no Piratini revelam irresponsabilidade e hipocrisia do governo Sartori PARTIDARIZAÇÃO DO BANRISUL Através das redes sociais, o de- putado Adão Villaverde registrou que “não podemos deixar de repu- diar a irresponsabilidade e hipocri- sia do governo Sartori, que agora aderiu ao golpe e aparelha uma ins- tituição pública com fim partidá- rio”. O deputado afirmou que “a bancada do PT e demais bancadas da Casa Legislativa, por uma razão republicana e de defesa e proteção do nosso Banrisul, deverão insistir nas medidas cabíveis, tanto políti- cas quanto jurídico-legais, acerca deste crime de responsabilidade da direção do banco. E também solici- tamos às entidades representativas dos trabalhadores do setor bancário do RS que tomem iniciativas neste sentido. Nossa total solidariedade aos trabalhadores e às trabalhadoras do Banrisul, todo nosso apoio à institui- ção, e nosso repúdio ao seu coman- do e atual direção. Não podemos con- fundir a ilibada e respeitada insti- tuição Banrisul com sua atual dire- ção. Exigimos do atual governo a responsabilização do que ocorreu”. D Vigilantes reivindicam piso nacional Em reunião pública promovida pelo deputado Adão Villaverde e pelo senador Paulo Paim nesta sexta-feira (08) no Plenarinho da Assembleia Legislativa, vigilantes entregaram proposta que estipula o piso nacional da categoria em R$ 3 mil PÁGINA 05 PÁGINA 06 Anderson Nunes

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Edição 618 - 08.04.2016Informativo eletrônico semanal do mandato

epois de um pedido de descul-pas por parte do líder do governona Assemble ia, de nota doBanrisul dizendo que foi um mal-entendido e de deletarem o infor-mativo enviado na quinta-feira (7)aos seus clientes, assumindo, por-tanto, que foi desvio de finalida-de, o Palácio Piratini não só elo-giou a publicação do banco públi-co (como registrou o Correio doPovo desta sexta-feira), mas pro-pagou mensagem eletrônica a to-dos integrantes da base aliada.

Elogios no Piratini revelam irresponsabilidadee hipocrisia do governo Sartori

PARTIDARIZAÇÃO DO BANRISUL

Através das redes sociais, o de-putado Adão Villaverde registrouque “não podemos deixar de repu-diar a irresponsabilidade e hipocri-sia do governo Sartori, que agoraaderiu ao golpe e aparelha uma ins-tituição pública com fim partidá-rio”. O deputado afirmou que “abancada do PT e demais bancadasda Casa Legislativa, por uma razãorepublicana e de defesa e proteçãodo nosso Banrisul, deverão insistirnas medidas cabíveis, tanto políti-cas quanto jurídico-legais, acerca

deste crime de responsabilidade dadireção do banco. E também solici-tamos às entidades representativasdos trabalhadores do setor bancáriodo RS que tomem iniciativas nestesentido. Nossa total solidariedade aostrabalhadores e às trabalhadoras doBanrisul, todo nosso apoio à institui-ção, e nosso repúdio ao seu coman-do e atual direção. Não podemos con-fundir a ilibada e respeitada insti-tuição Banrisul com sua atual dire-ção. Exigimos do atual governo aresponsabilização do que ocorreu”.

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Vigilantes reivindicam piso nacionalEm reunião pública promovida pelo deputado Adão Villaverde e pelo senador

Paulo Paim nesta sexta-feira (08) no Plenarinho da Assembleia Legislativa, vigilantesentregaram proposta que estipula o piso nacional da categoria em R$ 3 mil

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Anderson Nunes

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NA TRIBUNA

deputado estadual Adão Villaverde(PT) ocupou a tribuna, na sessão plená-ria de quarta-feira (6), para reforçar adenúncia de um novo tipo de golpe con-tra a democracia, em curso no Brasil.Para ele, a proposta de eleições geraisque surge como alternativa à ideia doimpeachment da presidenta Dilma, é umgolpe dissimulado que também rasga aConstituição, (“que só usada quando lhes

Deputado denuncia mais um golpe dissimulado

O interessa”), ataca o Estado de Direito edesrespeita a Constituição.

Antes, Villaverde lembrou que o ad-vogado geral da União, José EduardoCardozo, deixou claro, em depoimentona comissão do impeachment, que,sem crime de responsabilidade, o im-pedimento presidencial é puro golpe.

O parlamentar assinalou que o epi-sódio que envolveu o senador Valdir

Raupp é emblemático do caráter hipó-crita de Michel Temer que o estimuloua propagar a ideia das eleições gerais edepois desautorizou o companheiro.Temer desertou do governo que inte-grava como vice-presidente, mas nãorenuncia do cargo porque articula umgrande acordo para salvar o parceiroEduardo Cunha da cassação. “Tantoconspira que já apresentou até um pro-grama de governo que intitula Pontepara o futuro”, na realidade umpontilhão para o passado neoliberal”,disse Villaverde.

Para ele, a saída para crise deve serbuscada por “dentro da Constituição”para que se protejam as conquistasdemocráticas tão caras para a socieda-de brasileira que sofreu com os golpistasque torturaram e mataram os resisten-tes durante a ditadura.

“As divergências não podem nos ce-gar e levar à irracionalidade porque di-ante dos conflitos, que são legítimos, nãose pode apelar para deterioração da de-mocracia e o ataque à Constituição.Deve-se, sim, fortalecer a democracia”.

Assista ao vídeo com a manifestação do parlamentar acessando https://goo.gl/V1XDz3

PARA RELEMBRAR

deputado Adão Villaverde temsido um veemente defensor da demo-cracia e da legalidade e um constantecrítico das tentativas golpistas dedestituir a presidenta Dilma Rousseff,reeleita com mais de 54 milhões devotos em 2014. Desde o início desteano, quando as investidas golpistascresceram, o parlamentar tem atua-do junto aos diversos movimentossociais e sindicais que, assim comooutros segmentos da sociedade civil,têm se mobilizado para barrar os re-trocessos. O emblemático Fórum So-cial Temático, que ocorreu em janei-ro, reuniu milhares de pessoas nadefesa da paz, da democracia e dosdireitos dos povos e do planeta. Emuma histórica marcha que partiu doLargo Glênio Peres, no centro da ca-pital gaúcha, até o Largo Zumbi dos

Sempre na defesa da democracia e da legalidade

O Palmares, os participantes tambémrepudiaram o golpe, momento que fi-cou eternizado em uma simbólica eexpressiva foto.

Em fevereiro, Villaverde promoveuna Assembleia gaúcha Grande Expe-diente com o título "Em defesa da de-mocracia".

No mesmo dia em que o ex-presi-dente Lula foi levado coercivamentepela Polícia Federal a depor (4 demarço), Villaverde associou-se às ma-nifestações contrárias ao abuso de po-der e ao desrespeito à Constituição.Em Porto Alegre o ato ocorreu na tra-dicional Esquina Democrática, no cen-tro da cidade. Antes, parlamentaresdo PT e do PCdoB realizaram coletivade imprensa para denunciar o golpe.

Em Plenário, o deputado tem fei-tas recorrentes manifestações de de-

fesa da democracia e de repúdio aogolpe e ao ataque ao Estado Demo-crático de Direito. Em um dos pronun-ciamentos, ele alertou que “arbitra-riamente estão invadindo as casas doscidadãos e levando a força para deporao arrepio da Lei. Em nome do com-bate à corrupção, promovem condu-ções coercitivas, embasadas em jus-tificativas genéricas, para prender esoltar ao sabor do livre arbítrio de pro-motores”.1

Nos dias 13, 18 e 31 de março,Villaverde também participou das mani-festações que ocorreram em defesa dademocracia e reuniram milhares de pes-soas em todo o Brasil e em cidades doexterior. O deputado também expressasua posição de defesa da democracia eda legalidade em artigos publciados emveículos online e impressos.

PARA RELEMBRAR

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19/01/2016

23/02/2016

04/03/2016

04/03/2016

13/03/2016

31/03/2016

18/03/2016

29/03/2016

29/03/2016

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NÃO VAI TER GOLPE

a segunda-feira (4), ocorreu o ato delançamento do manifesto em Defesa daDemocracia e do Estado Democrático deDireito, encabeçado por profissionais gaú-chos das áreas de educação superior, cul-tura, pesquisa, comunicação, direito eações comunitárias com atuação em dife-rentes espaços de produção intelectual. Noencontro, que lotou o Salão de Atos daUfrgs, em Porto Alegre, reafirmou-se a im-portância de defender a Constituição da

Lançado o manifesto em defesa dademocracia e do Estado Democrático de Direito

República e o Estado Democrático de Di-reito contra todo tipo de oportunismo.

Presente no evento, o neto de JoãoGoulart (Jango), Christopher Goulart, lem-brou da perseguição sofrida por seu avôapós o golpe de 64 e conclamou os presen-tes a resistir a este novo golpe, que agoranão se utiliza de tanques de guerra e ar-mas, mas sim de instrumentos judiciais eda mídia. “Não podemos deixar que os di-reitos inerentes e os avanços sociais con-

quistados retrocedam”, reforçou.Para Villaverde, que participou do ato

de hoje e vem acompanhando as diversasmobilizações na Ufrgs, a iniciativa se in-tegra a outras ações já realizadas em Por-to Alegre e em todo o Brasil que defendema democracia e a legalidade e expressa ocompromisso das universidades, seus pro-fessores, funcionários e alunos com o Es-tado Democrático de Direito.

No início da atividade, o professor Be-nedito Tadeu César explicou como surgiu omovimento de defesa da democracia quehoje lançou o manifesto e lembrou que oato estava sendo transmitido ao vivo pelainternet. Ele também destacou que próxi-mo passo do grupo é a formação de um co-mitê permanente de defesa da democraciae da legalidade oriundo da sociedade civilpara impedir o golpe. Ao se manifestar oprofessor Rodrigo Azevedo ressaltou que ogolpe em curso é conduzido pela mídia, poruma parte do Congresso, por movimentosde ruas financiados por entidades estran-geiras e pelo juiz Sérgio Moro, que não re-presenta a totalidade do poder Judiciário. Oadvogado Mario Madureira e a artista ZoraviaBettiol também reforçaram a defesa da de-mocracia e a luta contra o golpe.

N

A Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT-RS) realizou, naterça-feira (5), plenária de mobilização em defesa da democracia edos direitos dos trabalhadores e contra o golpe. A atividade ocorreuna sede do Cpers Sindicato, no centro de Porto Alegre. Na ocasião,os trabalhadores reafirmaram que o golpe em curso no país tem oobjetivo de atacar, sobretudo, as conquistas sociais dos últimosanos, que incluíram parcela da população até então desassistidapelo poder público. No encontro, do qual o deputado estadual AdãoVillaverde (PT) participou, também se discutiu a atual conjunturapolítica nos âmbitos nacional e estadual. O parlamentar reforçouque a ação golpista é um grave ataque à nossa democracia e aosdireitos dos trabalhadores.

CUT-RS realiza plenária de mobilização contra o golpe

No fim da tarde de segunda-feira (4), o deputado Adão Villaverde participou da atividade organi-zada pelo Comitê Popular da Zona Leste de Porto Alegre em defesa da democracia e contra o golpe.Os integrantes do comitê se reuniram sob o viaduto São Jorge (esquina das avenidas Bento Gonçal-ves e Salvador França) para conversar com a população e esclarecer sobre a importância de sedefender a democracia e lutar contra o golpe em curso. Para o parlamentar, este contato mais diretocom a sociedade é essencial para mostrar a ação golpista que está em curso no país e que tem oobjetivo de acabar com os direitos sociais conquistados nos últimos anos. O comitê, ligado à FrenteBrasil Popular, abrange a região do Grande Partenon, Lomba do Pinheiro e Bom Jesus e conta com aparticipação de partidos políticos, movimentos sociais, comunitários e sindicais e universidades.

Comitê da Zona Leste vai às ruas conversar com as pessoas

NÃO VAI TER GOLPE

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o fim da tarde de quinta-feira (7), o deputado Adão Villaverde (PT) participouda plenária estadual da Frente Brasil Popular, que ocorreu na sede do CPERS Sindica-to, no centro de Porto Alegre.

O encontro reuniu representantes de coletivos municipais do RS, comitês regi-onais, comitês locais e setoriais. A partir de uma análise da atual conjunturapolítica nos âmbitos nacional e estadual, os presentes debateram as próximasações de mobilizações da FBP para enfrentar as tentativas golpistas que colocamem risco a democracia e as conquistas sociais e os direitos trabalhistas.

Villaverde destaca que a mobilização dos movimentos sociais, sindicais e de demaisentidades da sociedade civil é fundamental, neste momento em que o Estado Democrá-tico de Direito é afrontado.

Frente Brasil Popular reforça mobilização

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TRABALHADORES

Vigilantes reivindicam piso nacional para categoria

s presidentes da Confederação e doSindicato dos Vigilantes do Sul, JoséBoaventura Santos e Loreni Dias, res-pectivamente, entregaram oficialmen-te ao senador Paulo Paim (PT/RS), aproposta do piso nacional dos profissi-onais na reunião pública organizadapelos mandatos do deputado estadualAdão Villaverde e do senador, na tardedesta sexta-feira (8), no Plenarinho daAssembleia legislativa.

O presidente da Confederação res-saltou o simbolismo da entrega ocorrerno Rio Grande do Sul e explicou que aproposta do piso foi aprovada pelo Con-gresso Nacional de Vigilantes em 2013levando em conta informações financei-ras fornecidas pelo Dieese.

O valor do piso, fixado em R$ 3 mil,ainda teria um acréscimo pelo desgas-te físico e mental decorrente da rela-ção com clientes, funcionários, e do ris-

co de violência aque os trabalhado-res estão sujeitos.Para ele, o piso na-cional dos vigilan-tes será um impor-tante instrumentode valorização dacategoria que dia-riamente se arris-ca para proteger aspessoas. Mas, so-bretudo, para evi-tar a precarizaçãodas relações traba-lhistas que se dão,

geralmente, em formato terceirizado.“Queremos também romper precon-

ceitos em relação à importância da pro-fissão do vigilante, a semelhança do queaconteceu com a regulamentação dasempregadas domésticas”, afiançou.

Atualmente, tramita na Câmara dosDeputados o PL 4238/2012 estipulandoo valor do piso entre as faixas de R$800,00; R$ 900,00 e R$ 1.100,00, de-pendendo do grau de risco (mínimo,médio ou máximo). Entretanto, LoreniDias contesta esta graduação depericulosidade, argumentando que to-dos os vigilantes estão expostos ao ris-co da atividade. Por este motivo, de-fende um único valor para todas as ca-tegorias. “A lei acaba com a lambançaexistente, que só contribui para atrelarsindicatos aos patrões”, afirmou.

O secretário de comunicação daCUT-RS, Ademir Wiederkehr, disse que

é fundamental uma lei com abrangêncianacional para padronizar a remunera-ção dos trabalhadores. E garantiu queos bancários vão mobilizar-se em todoo país apoiando a aprovação da legisla-ção. “Os bancários precisam dos vigi-lantes, que são fundamentais na rotinadiária dos estabelecimentos”, assina-lou.

Villaverde elogiou a atuação dos atu-ais representantes sindicais que, defato, preocupam-se com as demandase direitos da categoria, buscando con-quistas e avanços. “Com isso vão legi-timar uma teia consistente de mobili-zações em todo o Brasil para aprovar alei”, destacou.

Para Paim, se houver uma efetiva eforte mobilização, a lei do piso nacio-nal será aprovada. “É essencial a pres-são de baixo para cima, a partir de cadaestado”, asseverou. “E é mais do quejusto: vocês arriscam as suas vidas paraproteger nossos patrimônios e nossasvidas”.

Lei AnticaloteOs representantes da categoria

aproveitaram para agradecer o apoio deVillaverde na luta pelas demandas dosvigilantes, sobretudo com a proposiçãodo PL 96/2015, conhecido como LeiAnticalote, que tem como objetivo as-segurar os direitos dos trabalhadoresterceirizados.

Leia mais em https://goo.gl/2BZbry

O

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(DES)GOVERNO SARTORI

informativo eletrônico do Banrisulque defende a melhoria da situação eco-nômica após o impeachment dapresidenta é um desvio de finalidade dadireção ou um aparelhamento partidá-rio da instituição.

Para o deputado Adão Villaverde, queocupou a tribuna da sessão plenária dequinta-feira (7) para, em nome da ban-cada petista, cobrar reparo imediato dogovernador, o episódio é triste e lamen-tável. Mas de extrema gravidade. “Obanco é público, de todos os gaúchos, enão pode se articular como uma insti-tuição privada. É um banco importan-tíssimo, para o fomento econômico e odesenvolvimento estadual. Faz parte dopatrimônio histórico do estado, ligadoà cultura, ao esporte e à própria cons-

Parlamentar critica desvio definalidade da direção do Banrisul

O trução da imagem da Banrisul e do RS”,disse o parlamentar.

Para Villaverde, a partidarização temque ser apurada e responsabilizada.“Quem autorizou a colocar esta opiniãono boletim do banco? O que vai ser fei-to com os responsáveis?”, questionoudepois que o líder do governo, Alexan-dre Postal (PMDB) desculpou-se pelapublicação mas insistiu na defesa datese do impedimento presidencial. “Umsimples pedido de desculpas, semresponsabilizações e decorrências, sólegitima a atitude errada”.

Villaverde disse que a opinião a fa-vor do impeachment pode ser veicula-da nos boletins de mandato de parla-mentar, mas não como informe de veí-culo de instituição ilibada e referência

Vanessa Vargas/PTSUL

Assista ao pronunciamentoacessando https://goo.gl/5jzbyM

no sistema financeiro.“Nós acreditamos que o

impeachment é golpe. Por isso, acha-mos que o impedimento levará à insta-bilidade, danosa para a economia e asociedade brasileira”.

Para o secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr, “não cabe à diretoria do banco público dos gaúchosdivulgar um informativo onde toma o lado dos golpistas do impeachment”. O dirigente sindical ressalta que “o Banrisul éuma instituição que deve estar a serviço de todos os clientes e usuários, independente de suas posições políticas e ideológicas.Exigimos a retirada imediata desse informativo do site do Banrisul e cobramos explicações do presidente do banco, LuizGonzaga Vera Mota, e um posicionamento do governador Sartori sobre a utilização indevida do banco para propagandearavaliações políticas dos golpistas”, defende o dirigente da CUT-RS.

ENTIDADES SE POSICIONAM

“Esta não é uma postura admissível para uma instituição pública, que deveria priorizar a prestação de serviços de qualidadeà população, sem discriminação ou qualquer tipo de coerção. Mais uma vez, o Banrisul deixa claro o distanciamento de suasfunções de banco público, com foco apenas nos interesses de mercado e de partidos políticos”, argumentam os funcionários doBanrisul e diretores da Fetrafi-RS, Denise Corrêa e Carlos Augusto Rocha. “Enquanto entidade sindical, repudiamos a manifes-tação do Banco através do Informativo e reiteramos a defesa dos interesses da classe trabalhadora e do governo democrático,eleito por 54 milhões de brasileiros e brasileiras”, salientam os diretores da Fetrafi-RS. Para os dirigentes sindicais, a diretoriado Banrisul tem o dever de respeitar o posicionamento partidário e político de todos os seus clientes, pois uma grandeparcela destes é contrária à tentativa de golpe em vigor no País.

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES DO RS

FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS EM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DO RS

“É um absurdo atrás do outro o conteúdo do informativo do Banrisul. É uma contradição atrás da outra. Primeiro diz que temuma crise mundial porque o ritmo da indústria dos países desenvolvidos está diminuindo e não tem perspectivas de melhorar.Depois, fala que o impeachment vai salvar o Brasil que está inserido num contexto mundial. Agora, o final do documento é umapiada. Fala que o PIB caiu por culpa do cenário político de falta de confiança, mas diz que a inflação está em queda o que é muitobom”, avaliou o presidente do SindBancários, Everton Gimenis. “É uma contradição, um ataque à inteligência dos clientes doBanrisul este documento. Ora, o Banrisul vem lucrando muito como banco público, graças à competência dos bancários e por contada economia interna favorável nos últimos anos. Trata-se de mais uma peça política do atual governo do Estado. O Banrisul nãopode ser braço político de governos com sérios problemas de competência em atender às necessidades dos gaúchos”, aponta.“Nós, aqui do Sindicato, defendemos a tese de que o impeachment é uma cortina de fumaça para retirar nossos direitos detrabalhadores. A atual diretoria do Banrisul acaba de formalizar pública e equivocadamente uma posição política que ajuda aatacar direitos que os trabalhadores e, sobretudo os bancários, lutaram muito para conquistar”, adverte Gimenis.

SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE PORTO ALEGRE

oradores do bairro Bom Fim e inte-grantes da Associação Beneficente An-tônio Mendes Filho (Abamf), que reúneservidores de nível médio da Brigada

Fechamento do posto da BM na Redenção aumentainsegurança e gera protestos da comunidade

Militar, criticaram nesta quinta-feira (7)a decisão do governo José Ivo Sartori(PMDB) de fechar o posto da Brigada quefuncionava junto ao Parque Farroupilha.Com essa medida, disse a Abamf emnota, “o governo do Rio Grande do Suldá novo golpe na segurança dos porto-alegrenses”. Segundo a entidade, oposto será fechado pela “absoluta faltade efetivo e por imposição de cortes nocusteio da corporação”.

Para o deputado Adão Villaverde, ofechamento do posto agrava a situaçãoda insegurança em Porto Alegre e no tor-no da Redenção, local onde frequente-

M

egundo o presidente da Associação dos Amigos do Theatro São Pedro (AATSP), José Roberto Diniz de Moraes, ademora do governo Sartori em repassar recursos para o Theatro foi o fator responsável pela não renovação dos extin-tores do tradicional espaço cultural localizado na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre. O local foi interditado peloCorpo de Bombeiros na quarta-feira (6). Além de constatar extintores precários, a inspeção feita por solicitação doJudiciário aferiu que o São Pedro não possui Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI), o que impossibilita o funciona-mento seguro do espaço.

A AATSP já providenciou a compra de novos extintores com verba própria, mas o local não poderá ser reaberto sema apresentação do PPCI.O deputado Adão Villaverde, que presidiu a Comissão Especial responsável por elaborar a novalegislação de segurança, prevenção e proteção contra incêndios, afirma que o objetivo central da chamada Lei Kiss éjustamente evitar tragédias como a que ocorreu em Santa Maria e resguardar a vida das pessoas.

Falta de recursos estaduais interdita Theatro São Pedro

mente ocorrem assaltos e agressões. Oparlamentar destaca, ainda, a falta deinvestimento do governo Sartori na áreada segurança pública, que estásucateando a corporação da polícia numaestratégia que retrocede nas conquistasobtidas durante o governo anterior, queinvestiu em qualificação pessoal, inteli-gência e tecnologia. “Essa atitude porparte do governo estadual segue a lógi-ca da fragilização dos serviços públicose evidencia que o crime organizado, sus-tentado principalmente pelo tráfico, sefortalece onde o Estado de Direito dimi-nuído não consegue se impor”, afirma.

Guilherme Santos/Sul21

S

(DES)GOVERNO SARTORI

O "Estado" de insegurança em que estamos vivendo

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m manifestação pelas redes soci-ais, o deputado Adão Villaverde (PT)afirmou, nesta sexta-feira (08) que asociedade gaúcha não suporta mais onível de descompromisso eirresponsabilidade do governo Sartoricom as funções públicas de Estado. "Nãobasta o que está fazendo com a saúde,com a educação, com a infraestruturae com a ausência de projeto de desen-volvimento para o RS, a (in)segurançapública é reveladora do desastre da atu-al gestão em solo gaúcho", destacou.

O parlamentar criticou que "escon-dido e usando como forma de biombo acrise nacional, o governo Sartori renun-ciou governar o RS e vai para seu se-gundo ano de administração revelandoclaramente que ganhou as eleições e nãotem um projeto alinhado com o discur-

so que tinha à época da campanha parao governo do Rio Grande do Sul. Ga-nhou as eleições prometendo melhoraspara o estado e agora executa a surra-da e conhecida forma de gestão do PMDBno RS: desmonte das funções públicas,corte de investimentos sociais, atrasode salários, retrocesso no desenvolvi-mento do estado, e a população empânico pela mais absoluta insegurançapública".

Ao finalizar,Villaverde apontouque "se conhece oc o m p r o m e t i d ogestor público nãopelo seu discurso,mas por sua efetivaprática quando estáno poder".

E

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ALEGRETE

vice-prefeita de Alegrete, PretaMulazzani, pediu apoio do deputadoAdão Villaverde (PT) para pressionar ogoverno gaúcho a regularizar os repas-

Vice-prefeita pede apoio para governo gaúchoregularizar repasses à Santa Casa do município

ses mensais para a Santa Casa do mu-nicípio da Fronteira Oeste. A preocu-pação de Preta com a precária situa-ção da saúde em Alegrete e no estadofoi expressada na manhã de quarta-feira (6), durante audiência no gabi-nete do parlamentar, na AssembleiaLegislativa.

Segundo a vice-prefeita, o déficitmensal do governo para com a SantaCasa já chega a R$ 400 mil. Ela tam-bém destacou que os repasses caírammuito em relação a 2014, quando o hos-pital recebeu R$ 17 milhões. "Em 2015,foram repassados R$ 12 milhões e para

2016 estão previstos apenas R$ 3 mi-lhões", afirmou ela.

O deputado comprometeu-se em fa-lar com o secretário estadual de Saú-de, João Gabbardo, para cobrar umaposição do órgão e criticou a falta deinvestimentos do governo Sartori emáreas essenciais.

Na quinta-feira da próxima sema-na (dia 14), a Comissão de Saúde eMeio Ambiente do Parlamento gaúchorealizará audiência pública para deba-ter a situação das Santas Casas e Hos-pitais Filantrópicos. A atividade ocor-re às 9h, no Teatro Dante Barone.

A

a quinta-feira (7), em que se cele-brou o Dia Mundial da Saúde, trabalha-dores, usuários e funcionários do Gru-po Hospitalar Conceição (GHC) vesti-ram-se de branco para a Caminhada daPaz, que percorreu o trajeto entre oshospitais Conceição e Cristo Redentor,na zona norte de Porto Alegre. O depu-tado estadual Adão Villaverde (PT)acompanhou a atividade e parabenizouos profissionais dedicados que se em-penham em preservar vidas e contri-buem para uma sociedade mais sau-dável, digna e humana.

Villaverde destaca que “neste Dia

Caminhada da Paz promovida pelo GHCreúne centenas na zona norte de Porto Alegre

N

Mundial da Saúde é importante reafir-mar, também, que os hospitais gaú-chos enfrentam uma grave crise devi-

do à falta de investimentos do gover-no Sartori numa área essencial como asaúde”.

DIA MUNDIAL DA SAÚDE

O edital para a licitação da primeira etapa do projeto de implantaçãodas ciclofaixas em Alegrete foi publicado no último dia 31. O projeto,elaborado pela Secretaria de Segurança Pública, Mobilidade e Cidada-nia, teve colaboração da ONG Transporte Ativo e Grupo Trilha Aventura,movimentos sociais que defendem o uso da bicicleta como meio de trans-porte alternativo.

A primeira etapa do projeto prevê a implantação de uma ciclofaixa (viacompartilhada por pedestres e ciclistas) em toda a extensão da EurípedesBrasil Milano, demarcada na pavimentação, junto ao passeio. Assim queestiver concluída, será ligada à ciclofaixa que será implantada na AvenidaRondon, com pictogramas pintados ao longo da Rua Eduardo Faraco.

Aberta a licitação para a implantaçãoda primeira ciclofaixa na cidade

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GOVERNO DILMA

m discurso durante o lançamentodo Programa Hora do Enem, na tardedesta terça-feira (5), no Palácio doPlanalto, a presidenta Dilma Rousseffdestacou que a plataforma de estudointerativa oferecida pelo Ministério daEducação dará a oportunidade paraque todos os estudantes do último anodo ensino médio façam o Enem emcondições de igualdade. “Vamos per-mitir que melhore o desempenho dequem não tem como pagar um cursoespecifico”, disse a presidenta.

A plataforma Hora do Enem, dis-ponível em horadoenem.mec.gov.br ecomo aplicativo para android, vai ofe-recer mais de 600 vídeo-aulas, simu-lados e milhares de exercícios abran-gendo toda a matriz de conteúdo doEnem. Com base em um diagnósticoindividual, a ferramenta irá sugerirum plano de estudos personalizadopara cada estudante, de acordo como curso desejado.

“Na medida em que vai permitirque se coloque à disposição do alunoum conjunto de programas que elepode assistir, que ele pode ter aces-so, que ele pode escolher […] irá ga-rantir que o estudante tenha uma di-versidade de acessos e, portanto, te-nha cada vez mais uma melhoria nasua oportunidade”, reforçou Dilma.

A presidenta também lembrou queo programa irá oferecer quatro simu-

‘Hora do Enem’ vai melhoraras chances de quem não pode

pagar cursinhos, diz presidenta

E lados antes do Enem, nos meses deabril, junho, agosto e outubro, e quedurante estes simulados os estudan-tes poderão perceber onde precisammelhorar e onde estão bem.

“O Hora do Enem vai permitir quese coloque à disposição do aluno umconjunto de programas a que ele podeter acesso e escolher, além de utilizarnossa rede de TVs comunitárias eeducativas. É um programa para asJéssicas (personagem do filme ‘QueHoras Ela Volta?’) de nosso país. Umdos compromissos mais importantesdo meu governo é, e será sempre, ademocratização do acesso ao ensinosuperior”.

Para Dilma, a educação é a garan-tia de que os avanços sociais dos úl-timos 14 anos não retrocedam, já queatualmente a economia está baseadano conhecimento.

“É muito importante quando a gen-te pensa que nesse processo dos últi-mos 14 anos, em que milhões de bra-sileiros saíram da miséria, milhões debrasileiros ascenderam às classes mé-dias, o que garante que não tenha vol-ta atrás é a educação.[…] Temos tam-bém, de ao mesmo tempo, se preo-cupar com o fato de que nós vivemosnuma época em que a economia estábaseada no conhecimento. O conhe-cimento talvez seja o maior instru-mento de agregação de valor”.

Roberto Stuckert Filho/PR

Ato ‘Mulheresem Defesa daDemocracia’emociona o

Planalto

A presidenta Dilma Rousseff foirecebida, na quinta-feira (7) no sa-lão nobre do segundo andar do Pa-lácio do Planalto em meio a gritosde ‘Não vai ter golpe’. Muito à von-tade e visivelmente feliz com a so-lidariedade recebida, Dilma chegoua bater palmas com a plateia.Alessandra Lunas, da Marcha dasMargaridas, foi a primeira a falar.Emocionada, disse que as mulhe-res, assim com a presidenta Dilma,envergam, mas não quebram.

“Ataques como a capa da revis-ta ‘Isto É’ da semana passada é umataque contra todos nós, émisoginia que atenta contra a nos-sa dignidade”, disse.

A ex-secretária especial de Di-reitos para Mulheres do governoLula, Nilcéia Freire, mandou men-sagem e vídeo para o evento Encon-tro com Mulheres em Defesa da De-mocracia, que acontece na manhãdesta quinta-feira (7). “Nós, mu-lheres brasileiras, exigimos respeitoaos nossos direitos conquistadospasso a passo desde que nossa cons-tituição cidadã foi criada”.

Já a representante das trabalha-doras domésticas, Creusa Maria Oli-veira, lembrou que, pela primeiravez, as filhas das famílias de do-mésticas conseguiram chegar àsuniversidades. “Nós sustentamoseste País e hoje temos orgulho devermos nossos filhos nas faculda-des. Nunca tivemos esta oportuni-dade”, disse.

FOTO: Blog do Planalto

ARTIGO

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A falsidade do“impeachment”*

crise institucional, política e eco-nômica, que o nosso país está vivendo,inaugura uma nova época política naAmérica Latina e a forma pela qual sai-remos dela terá grande influência nodestino das nações latino-americanas.Pela primeira vez – pelo menos nos últi-mos cinquenta anos – a tentativa deinterrupção de um processo político,num dos principais países do continen-te, é ensaiada sem a participação dire-ta das Forças Armadas e sem que aselites conservadoras tenham feito ape-los salvacionistas aos militares, comosempre o fizeram, ao longo da forma-ção dos nossos Estados Nacionais.

É verdadeiro que os partidos do Go-verno adotaram métodos tradicionais degovernabilidade e vários dos seus inte-grantes – como se verifica em algunsprocessos judiciais – tem o que respon-der perante a Justiça, mas não é menosverdade que os esquemas de poder, le-gais e ilegais, que estão aparecendo, sãoum legado de centenas de lideranças dospartidos oposicionistas que estiveram noGoverno, como, aliás, o própriooligopólio da mídia não consegue maisesconder. O que é falso, porém, em todoeste processo, é a outorga ao PT e aospartidos aliados, da responsabilidade deterem inaugurado a corrupção no país.É importante salientar este óbvio, por-que ele é a “chave” da exceção não de-clarada que, aliás, vem mostrando queo país não vivia uma “exceção” perma-nente, no sentido jurídico e político, quese empresta a este termo, depois daConstituição de 88.

Não podendo sustentar um“impeachment” em função da corrupçãoe de qualquer outro enquadramento ver-dadeiro, relacionado como crime de res-ponsabilidade, o complexo midiáticodominante, em aliança com velhas ra-posas conservadoras, algumas delas fa-zendo parte do Governo (outras aliadasda extrema-direita), encontraram numgrupo de Procuradores e num Juiz, queconstituiu uma jurisdição nacional de“exceção”, o instrumento burocrático epolítico mais provável para estimular aderrubada de um Governo legítimo. UmGoverno que pode ser fraco e tradicio-nal, mas que tem o mandato da sobera-

TARSO GENRO**

A

nia popular e é muito mais decente ehonrado do que qualquer Governo, quederrubada a Presidenta Dilma, assumi-ria hoje, formado pelos grupos mais com-prometidos com a corrupção, que estãono atual Governo, em aliança com ossetores que, depois de 88, “naturaliza-ram” a corrupção como forma de gover-no. Seja pelo “mensalão” mineiro – quese irradiou pelos tempos mais recentes– seja pelos esquemas da Petrobras, quetambém se projetaram nos Governosposteriores.

A diferença é que nos Governos Lulae Dilma, mesmo com os excessos quesão cada vez mais evidentes dedirecionamento dos inquéritos, nãoocorreram tentativas de bloqueio àsinvestigações. Pelo contrário, aControladoria Geral da União, o Labo-ratório de Combate à Lavagem de Di-nheiro, as melhorias salariais etecnológicas da Polícia Federal, o regi-me de colaboração permanente do Mi-nistério da Justiça com a ProcuradoraGeral da República, a colaboração dopaís com os organismos mundiais decombate ao tráfico de drogas e àcorrupção e a contribuição permanen-te, do nosso Governo, com as institui-ções internacionais de combate ao cri-me, mostram que o país evoluiu mui-to, no último período. O combate àcorrupção – que hoje é uma demandaimpregnada na sociedade brasileira – sedeve muito aos governos que sucede-ram o mandato de Fernando HenriqueCardoso, que, como é de conhecimentouniversal, quase nada fez nesta área.

Obcecados pela derrubada daPresidenta Dilma, os golpistas e seusaliados na mídia, estão prestes a ofe-recer um espetáculo – se o“impeachment” vencer – cuja morbidezpoderá levar o país a uma crise aindamaior. Criaram um clima de ódio, a par-tir da construção de umconstitucionalismo conservador “alter-

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 4 de abril de 2016

**Ex-governador do RS

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O combate à corrupção –que hoje é uma demandaimpregnada na sociedadebrasileira – se deve muitoaos governos que sucede-ram o mandato deFernando Henrique Cardoso,que, como é de conheci-mento universal, quasenada fez nesta área

nativo” – paralelo à constituição escri-ta- que era impensável, há alguns me-ses: mantiveram prisões sem funda-mento legal como instrumento para pro-porcionar delações premiadas, “refor-maram” a Constituição através de um“decisionismo” inaceitável para obrigaro cumprimento das penas antes do trân-sito em julgado das sentenças, permi-tiram (sem encadeamento material) ovínculo meramente político entre asprovas para consolidar o alargamentoda jurisdição da República de Curitibae, finalmente -pautados pela mídiaoligopolizada- escolheram um alvoprioritário, o Presidente Lula, que pas-sou a ser o prêmio de um concurso en-tre Procuradores, para decidirem quemteria o “direito” de encarcerá-lo.

As pessoas, predominante-mente das classes médias,que hoje aplaudem oGolpe, estão cientes de quenão basta afastar umGoverno para, num passe demágica, resolver uma crise?

Os momentos de crise são propen-sos à “exceção”, mas a saída da crisee a superação da “exceção” é um pro-blema mais complexo do que simples-mente conseguir um número de parla-mentares cooptáveis, para dar aparên-cia de legalidade à derrubada de umGoverno. As pessoas, predominante-mente das classes médias, que hojeaplaudem o Golpe, estão cientes de quenão basta afastar um Governo para,num passe de mágica, resolver uma cri-se? Estão cientes de que a aliança quese formará – se o golpe prosperar – vaireunir os setores mais apontados comocomprometidos com a corrupção, queestão no atual Governo, com os quecomprovadamente deram origem aosesquemas do Mensalão e da Petrobras?A ordem da sucessão é Temer, Cunha eRenan que, independentemente de se-rem culpados ou não, são apontadospela Procuradoria Geral da República emdiversos inquéritos.

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ARTIGOS

Temer a Caminho do Panteão da Traição*

trajetória que levou Michel Temeraté a presidência do PMDB é muito di-ferente daquela que trilhou, por exem-plo, Ulisses Guimarães. Ao presidir oPMDB, Ulisses cresceu em importânciapolítica na luta contra a ditadura e naconstrução da transição democrática.

Temer, ao contrário, nunca foi umlíder maior do que o seu partido. Emsua última eleição para deputado fede-ral, em 2006, foi o terceiro mais vota-do numa bancada de três eleitos peloPMDB. Apesar de ter sido presidente daCâmara por três biênios, nunca se no-tabilizou por ter liderado alguma causade relevância para o país, tendo per-manecido sempre preso ao jogo cotidi-ano dos pequenos interesses parlamen-tares. Antonio Carlos Magalhães, a ra-posa baiana, referia-se pejorativamen-te a ele como “mordomo de velório”,tal a sua falta de protagonismo.

Sua sabedoria é a do burocrata ca-paz de perceber que um partido com ascaracterísticas do PMDB sempre seráfraturado pela luta interna entre os inú-meros caciques regionais. Situação quesó pode ser comandada por alguém com

pouco brilho próprio e que não rivalizecom estas lideranças regionais. Estassão as credenciais que lhe permitirampresidir o PMDB deste 2001 e simboli-zar a aliança com o PT, ocupando o lu-gar de vice na chapa que elegeu e ree-legeu Dilma para a presidência.

Ao longo deste período, no entanto,ele jamais deu voz a alguma causa derelevância como fez José Alencar, o vicede Lula, em relação aos juros altos, porexemplo. Acostumado com o jogo darasa política, sua energia foi ocupadaprincipalmente para a disputa na ocu-pação dos cargos e nas demais neces-sidades da baixa política. Tanto quenunca se ouviu uma discordância quefosse sobre projeto de nação e, aindahoje, nenhum debate há quanto a isto.

Mas, bastou a maré começar a mu-dar e o governo de Dilma enfrentar di-ficuldades políticas cada vez mais for-tes, não por acaso insufladas pelo cor-religionário Eduardo Cunha, eleito paraa presidência da Câmara com decisivoapoio de Temer, para o burocrata “dis-creto” passar a conspirar intensamen-te e disputar com Aécio e o PSDB a lide-

rança de um suposto governo pós Dilma.Desde a sua desastrada carta para a

Dilma, na qual é desnudada a sua facetaávida por poder, não parou de conspi-rar e sabotar o governo no qual é vice-presidente pela segunda vez.

Com a habilidade de burocrata talha-do em produzir resposta para os interes-ses menores (mesmo que movimentan-do vultosos recursos) e contando com ali-ados temerosos pelos avanços nas inves-tigações e decididos a barrar qualquer pos-sibilidade de que estas investigações vãoalém das fronteiras do petismo, Temerdeixa as sombras e conspira à luz do dia.

A pressa com a qual age autoriza apensar que decidiu deixar para trás a suatrajetória opaca e deseja brilhar no panteãodos traidores, ao lado de Judas, Brutus,Calabar, Silvério dos Reis e Darth Vader.

No entanto, a reação democrática quecresce no país vai cuidar para que namemória nacional não reste para tiposcomo ele nada mais do que o desprezo.

GERSON ALMEIDA**

A

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 3 de abril de 2016**Sociólogo

Sem crimeé golpe

Constituição lista crimes de res-ponsabilidade que levam à perda domandato presidencial. Crise econô-mica, governo com baixa aprovaçãoou com minoria no Congresso nãosão crimes de responsabilidade.

A denúncia contra Dilma restrin-ge-se a decretos quesuplementaram o orçamento de2015. Decretos de acordo com oautorizado no artigo 4º da Lei Or-çamentária, que não superaram ameta fiscal, modificada por lei apro-vada no Congresso, ato legal, idên-tico a de anos passados, como em2001, no governo FHC.

Teria também feito operações decrédito não autorizadas, em progra-

PEPE VARGAS**

A

mas sociais e no crédito subsidiado.Programas como seguro-desemprego,abono salarial e bolsa-família são pa-gos com valores que o governo depo-sita em contas da Caixa Federal. Sen-do impossível prever fluxo diário hádias com saldo em conta positivo, emoutros, negativo. Saldo positivo ren-de juros ao governo, negativo à Cai-xa. As contas têm saldos médios anu-ais e saldos ao fim do exercício posi-tivos. A Caixa, portanto, não financiouos programas sociais.

No crédito à agricultura e à indús-tria não houve empréstimo à União.Produtores tomam crédito em bancospúblicos, com juros abaixo dos de mer-cado, diferença paga pelo governo,barateando investimentos que geramempregos. Os bancos emprestam aparticulares, não ao governo. Alémdisso, o diferencial de juros foi pagoaos bancos antes do fim do exercíciode 2015.

Juridicamente, Dilma não fez pe-dalada. Agiu igual aos presidentes que

a antecederam, cujas contas foramaprovadas.

A oposição não aceita sua der-rota nas urnas. Alia-se a EduardoCunha — blindando-o da cassação— e a Temer, que ambiciona a pre-sidência sem o voto popular. Dilmanão responde a processos judiciais,enquanto muitos dos que tentamderrubá-la são réus, como Eduar-do Cunha.

Governo e Congresso precisampactuar medidas para a retomadado crescimento e do emprego. Ocombate à corrupção deve continu-ar e punir culpados dentro do de-vido processo legal.

E a oposição deve disputar o go-verno no voto. É assim numa de-mocracia. Fora disso, é golpe con-tra a Constituição e a democracia.

*Artigo publicado no jornal Zero Hora em

5 de abril de 2016

**Deputado federal

ENTREVISTA

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‘Se elites brasileiras derrubarem Dilma,vai se abrir um fosso social profundo’

Joana Berwanger/Sul21)

Um aparente paradoxo rondaa atual crise política no Brasil.As raízes dessa crise estão nofuturo. “Tudo o que está ocor-rendo neste momento, desdeas eleições passadas, temcomo referência 2018. É 2018que informa todos os movi-mentos. Os conservadoresnão admitem, de formanenhuma, uma nova vitóriado Lula, que é um candidato,quer se queira ou não,bastante expressivo e comchance de se eleger em2018”, assinala Carlos FranklinPaixão de Araújo, político,advogado trabalhista e ex-marido da presidenta DilmaRousseff. Em entrevista aoSul21, Carlos Araújo fala sobrea ofensiva conservadora nopaís para derrubar apresidenta eleita em 2014 epara inviabilizar apossibilidade de uma novavitória de Lula em 2018.

|Por Marco Weissheimer

Sul21: Como você definiria a atual si-tuação política do país?Carlos Araújo: Estamos vivendo umasituação política extremamente delica-da. Tudo o que está ocorrendo neste mo-mento, desde as eleições passadas, temcomo referência 2018. É 2018 que in-forma todos os movimentos. Os con-servadores não admitem, de forma ne-nhuma, uma nova vitória do Lula, queé um candidato, quer se queira ou não,bastante expressivo e com chance dese eleger em 2018. O projeto dos con-servadores, especialmente do PSDB, quese tornou um partido de direita, era der-rubar a Dilma já em 2015, quando o go-verno estava no fundo do poço, e as-sim pegar o Lula mais fragilizado. Navisão deles, essa seria a forma maiseficiente de enfrentar Lula em 2018.Como isso não foi possível, fizeram umagrande frente este ano, uma frente clás-sica que já se repetiu em 32, em 54 eem 64. Essa postura das elites brasilei-

ras é tradicional, não é nenhuma novi-dade. Neste momento, essa frente con-servadora, que quer dar um golpe con-tra Dilma, se depara com duas ques-tões delicadas. A primeira é que nãopodem apelar para o Exército, pois estenão está disposto a participar. O pri-meiro socorro ao qual eles recorrem,historicamente, é ao Exército. Destavez não contam com esse socorro. Asegunda tem a ver com o Supremo Tri-bunal Federal. Esse Supremo tambémnão é muito confiável para eles. Então,eles precisam achar uma solução inde-pendente destes dois fatores. Daí essatentativa de aprovar o impeachment dequalquer jeito, sem interessar se hárazão para isso ou não, para que as pró-ximas eleições ocorram em melhorescondições para eles enfrentarem Lula.Eu não acredito que eles derrubem aDilma, mas, na hipótese disso aconte-cer, a unidade deles é quase impossívelde ser mantida. O PSDB não conseguesequer manter sua unidade internamen-te. Eles já têm dois pré-candidatos,Aécio e Alckmin. Isso já está traçadohá algum tempo. E, agora, tiveram essadissidência do Matarazzo em São Pau-lo, cuja expressão ainda não sabemos,mas que expõe a contradição quase in-superável que eles têm internamente.O que será da candidatura do Aécio semos votos de São Paulo? O que será dacandidatura do Alckmin sem os votosde Minas e de outros lugares do Brasil?

Isso está presente na análise deles, poisnão são tão incompetentes. Sabem quese não resolverem essa questão, que éde difícil solução, não pode se excluir ahipótese de termos, em 2018, um se-gundo turno entre Lula e Marina.

Sul21: Qual o papel que o PMDB de-sempenha nesta estratégia?Carlos Araújo: Sobre o PMDB não sepode ter nenhuma ilusão. Assim comoestá no governo, está na oposição. Épreciso entender bem a natureza doPMDB. Esse partido, na verdade, é umafederação de líderes estaduais que nãose comunicam entre si. Cada um é au-tônomo. É o Pedro Simon aqui, o LuísHenrique em Santa Catarina, o Requiãono Paraná, o Temer em São Paulo, oCabral no Rio, o Sarney no Maranhão, oEunício no Ceará e assim vai Brasil afo-ra. Eles não conseguem se unir porqueos interesses deles são muito diversos.O PMDB teve duas candidaturas à pre-sidência da República, que foram doisfracassos homéricos. A do Quércia e ado Ulysses, que não fez um por centodos votos. Os interesses particularessão gigantescos e não se comunicamentre si. Eles podem constituir umaunidade episódica. Agora, por exemplo,que estão achando que vão derrubar aDilma, estão todos pensando nos car-gos do hipotético futuro governo.

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