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Parque Nacional de São Joaquim
PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM
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Parque Nacional de São Joaquim
PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM
2018
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Parque Nacional de São Joaquim
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Parque Nacional de São Joaquim
Sumário
LISTA DE SIGLAS 6
APRESENTAÇÃO 8
ENCARTE 1
PANORAMA AMBIENTAL, SOCIOECONÔMICO 9
E INSTITUCIONAL DA UNIDADE DE 9
CONSERVAÇÃO E ENTORNO 9
1. INTRODUÇÃO 9
2. OBJETIVOS 10
3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 10
3.1 ENQUADRAMENTO DO PNSJ NO ÂMBITO INTERNACIONAL 10
3.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO PNSJ 12
3.3 ACESSOS AO PNSJ 13
3.4 DADOS DE CRIAÇÃO E INSTITUCIONAIS DO PNSJ 14
4. PANORAMA SOCIOAMBIENTAL DO PNSJ 21
4.1 ASPECTOS DO MEIO FÍSICO 21
4.2 ASPECTO DO MEIO BIÓTICO – FLORA 29
4.3 ASPECTOS DO MEIO BIÓTICO – FAUNA 33
4.4 ASPECTOS DO MEIO ANTRÓPICO 34
5. PANORAMA DO USO PÚBLICO NO PNSJ 44
5.1 CONTEMPLAÇÃO 44
5.2 CAMINHADA 48
5.3 CICLISMO E CICLOTURISMO 59
5.4 CAVALGADA 63
5.5 VOO LIVRE 65
5.6 OUTRAS ATIVIDADES DE USO PÚBLICO DESENVOLVIDAS 65
5.7 CARACTERIZAÇÃO DA VISITAÇÃO NO PNSJ 67
6. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 69
6.1 PANORAMA DO MERCADO DE TURISMO EM ÁREAS NATURAIS 69
6.2 POSICIONAMENTO DIGITAL 80
6.3 TENDÊNCIAS E PERFIL DE CONSUMIDORES 101
6.4 MERCADOS PRIORITÁRIOS 105
ENCARTE 2
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E 107
FINANCEIRA DOS MODELOS DE PARCERIA 107
1. INTRODUÇÃO 107
1.1 OBJETIVOS 107
2. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA NO PROJETO PILOTO PAPP NO PNSJ 108
2.1 ORGANIZAÇÃO DA MOBILIZAÇÃO 108
2.2 ORGANIZAÇÃO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA 109
2.3 DESENVOLVIMENTO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA 110
3. PROPOSTAS DE ATIVIDADES E SERVIÇOS DE APOIO À VISITAÇÃO NO ÂMBITO DAS PARCERIAS AMBIENTAIS PÚBLICO-PRIVADAS 120
3.1 OPERAÇÃO 01: CENTRO DE VISITANTES E SERVIÇOS ASSOCIADOS / POSTO DE INFORMAÇÃO E CONTROLE 120
3.2 OPERAÇÃO 02: TRANSPORTE ÚNICO – MORRO DA IGREJA 149
3.3 OPERAÇÃO 03: RECANTO SANTA BÁRBARA 153
3.4 RECOMENDAÇÕES: AÇÕES, ATIVIDADES E OPERAÇÕES 166
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4. ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA 172
4.1 CONSTRUÇÃO DOS CENÁRIOS DE ANÁLISE 172
4.2 PREMISSAS DO MODELO ECONÔMICO-FINANCEIRO 173
4.3 PROJEÇÕES FINANCEIRAS 187
4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 190
ENCARTE 3
ARRANJOS E INSTRUMENTOS JURÍDICOS 192
1. INTRODUÇÃO 192
2. ARRANJO JURÍDICO 193
3. INSTRUMENTOS JURÍDICOS 198
REFERÊNCIAS 312
APÊNDICE A
INSTRUMENTOS JURÍDICOS 320
1. INTRODUÇÃO 320
2. INSTRUMENTOS 320
APÊNDICE B
MARCO LEGAL 325
1. ATIVIDADES AUTORIZADAS E PROIBIDAS: LEGISLAÇÃO VIGENTE 325
1.1. PARTE GERAL 325
1.2. PARTE ESPECIAL 332
APÊNDICE C
ATORES MOBILIZADOS PARA A OFICINA TÉCNICA 338
APÊNDICE D
ATORES PRESENTES NA OFICINA TÉCNICA 340
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LISTA DE SIGLAS
ACADEBio Academia Nacional de Biodiversidade
AGU Advocacia Geral da União
APA Área de Proteção Ambiental
BDI Benefícios e Despesas Indiretas
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
CAPEX Capital Expenditure
CDB Convenção para a Diversidade Biológica
CGCAP Coordenação Geral de Criação, Planejamento e Avaliação de Unidades de Conservação
CINDACTA Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
COEST Coordenação de Planejamento, Estruturação da Visitação e do Ecoturismo
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
COMAD Coordenação de Matéria Administrativa
COMAN Coordenação de Elaboração e Revisão de Plano de Manejo
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
CONCES Coordenação de Concessão e Negócios
CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
CV Centro de Visitantes
DIBIO Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade
DIMAN Diretoria de Criação e Manejo de Unidade de Conservação
DIPLAN Diretoria de Planejamento, Administração e Logística
DISAT Diretoria de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial em Unidades de Conservação
DMA Domínio Mata Atlântica
DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral
DTCEA-MDI Destacamento de Controle do Espaço Aéreo Morro da Igreja
EVEF Estudo de Viabilidade Econômico-Financeira
FAB Força Aérea Brasileira
FAMOR Fundação Ambiental Municipal de Orleans
FATMA Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
FOMIN Fundo Multilateral de Investimentos
FPA Frente Polar Atlântica
FUNBIO Fundo Brasileiro para Biodiversidade
GPS Global Positioning System
IBAM Instituto Brasileiro de Administração Municipal
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBDF Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
INCRA Instituto de Colonização e Reforma Agrária
INSS Imposto Nacional sobre Seguridade Social
IPÊ Instituto de Pesquisas Ecológicas
IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
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IRPJ Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica
ISS Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza
IUGS União Internacional de Ciências Geológicas
MMA Ministério do Meio Ambiente
MP Medida Provisória
NPS Serviço de Parques Nacionais
NUC Núcleo de Unidades de Conservação
OAB Ordem dos Advogados do Brasil
ONG Organização Não Governamental
OPEX Operational Expenditure
OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
OTP Oficina Técnica Participativa
PAESF Parque Estadual da Serra Furada
PAOF Plano Anual de Outorga Florestal
PAPP Parcerias Ambientais Público-Privadas
PFE Procuradoria Federal Especializada
PGF Procuradoria Geral Federal
PIB Produto Interno Bruto
PM Plano de Manejo
PNAP Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas
PNSJ Parque Nacional de São Joaquim
RAT Risco de Acidente de Trabalho
RBMA Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
RDS Reserva de Desenvolvimento Sustentável
REBIO Reserva Biológica
RESEX Reserva Extrativista
RL Reserva Legal
RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural
RSC Retorno Sobre Concessão
SA Sede Administrativa
SEMA Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
SESC Serviço Social do Comércio
SiBCS Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
SIG Sistemas de Informação Geográfica
SNC Sistema Nacional de Cultura
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
SPU Serviço de Patrimônio da União
SR Superintendência Regional
TIR Taxa Interna de Retorno
TMA Taxa Mínima de Atratividade
UAAF Unidades Avançadas de Administração e Finanças
UC Unidade de Conservação
UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
UNIBAVE Centro Universitário Barriga Verde
VAB Valor Adicional Bruto
VPL Valor Presente Líquido
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APRESENTAÇÃOO Projeto Piloto de Parcerias Ambientais Público-Privadas (PAPP) resulta do esforço
do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de sua instituição gestora de Unidades
de Conservação (UC) federais, o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio).
O projeto PAPP conta com o apoio financeiro do Fundo Multilateral de
Investimentos (FOMIN), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da
Caixa Econômica Federal e de outros parceiros nacionais e visa, de modo geral,
apoiar as UC por meio do estabelecimento de modelos de gestão fundamentados
na proposição de arranjos institucionais e modelos de parcerias público-privadas.
A operacionalização dos trabalhos de consultoria para concepção dos projetos
PAPP de diversas UC no país, está sob a responsabilidade executiva do Instituto
Brasileiro de Administração Municipal (IBAM).
O desenvolvimento de modelagens de PAPP para o Parque Nacional de São
Joaquim (PNSJ), localizado no estado de Santa Catarina, foi delegado à empresa
Detzel Consulting por meio de seleção pública de propostas realizada pelo
IBAM em dezembro de 2017 e prevê o desenvolvimento do projeto na condição
de piloto para estabelecer alicerces à constituição de política de formação de
parcerias que possa ser replicada para outras UC nacionais.
O resultado dos estudos que compõe este documento atendeu ao previsto nos
Termos de Referência (PAPP – BR – M1120) e, para efeito de organização, está
apresentado em 3 encartes correspondentes aos seguintes conteúdos:
• Encarte 1: contempla o Panorama Ambiental, Socioeconômico e
Institucional do PNSJ e Entorno. Destaca-se que foram abordados - além
de um panorama social, econômico e ambiental do território abrangido
pela UC alvo do estudo e sua região de influência - aspectos relacionados
à organização e atuação institucional do ICMBio e de organizações
vinculadas à UC, além de avaliações de potenciais e desafios relativos ao
estabelecimento de parcerias;
• Encarte 2: contempla a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira
dos Modelos de Parceria. Contempla registros sobre a participação pública
no processo de elaboração do PAPP para fins de coleta de subsídios às
análises, uma abordagem jurídica relacionada aos arranjos institucionais
passíveis de aplicação para fins de consolidação de parcerias público
privadas e, especialmente, as análises econômica e financeira sobre
as alternativas de parceria elencadas como prioritárias à unidade de
conservação;
• Encarte 3: contempla a Modelagem Jurídica da Concessão, estabelecida
como prioridade de trabalho para o PNSJ e inclui todas as peças jurídicas
e de caráter técnico para a emissão de edital objetivando a captação de
proponentes no mercado privado.
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ENCARTE 1
PANORAMA AMBIENTAL, SOCIOECONÔMICO E INSTITUCIONAL DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO E ENTORNO
1. INTRODUÇÃOAs áreas protegidas, incluindo as Unidades de Conservação (UC), são usualmente
financiadas pelo Estado, conforme suas esferas administrativas (governos
municipais, estaduais ou federal). Apesar de muitas vezes o custo da conservação
de uma única área ser relativamente baixo, ao se considerar o custo oportunidade
e a composição de diversas áreas sob responsabilidade única da esfera
administrativa, as despesas podem se tornar onerosas nos orçamentos públicos.
Isto ocorre, principalmente, quando as demandas das responsabilidades sociais do
Estado são priorizadas nas alocações de recursos orçamentários governamentais,
como, por exemplo, priorização de investimento nos setores de saúde, educação
e outros serviços essenciais. Quando isso acontece, os orçamentos disponíveis
tornam-se insuficientes para a operacionalização destes espaços.
Em uma perspectiva global, um estudo do Banco Mundial (1994) demonstra
que, apesar de promoverem a qualidade de vida da população e ter grande
importância ecológica e econômica, grande parte dos parques naturais e
áreas protegidas existentes no mundo historicamente não geram rendimentos
financeiros suficientes para cobrir seus custos de manutenção. No Brasil, a
tendência se confirma. De acordo com a Fundação Brasileira para a Biodiversidade
e o Ministério do Meio Ambiente (FUNBIO, 2009), em 2008 o dispêndio realizado
pelo Governo Federal para manutenção do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC) foi de R$ 316,6 milhões. Além desse montante, cerca de
R$ 16 milhões derivaram de outras fontes, como cooperações internacionais,
compensações ambientais, geração própria de recursos financeiros, entre outras.
Desse modo, evidencia-se a necessidade da desoneração do Estado através do
aproveitamento das potencialidades dessas áreas, aliando a monetização de seus
atributos ambientais à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável.
A Convenção para a Diversidade Biológica (CDB) (UN - United Nations, 1992),
integrante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e homologada
pelo Brasil, estabelece como primordial e necessário que as áreas protegidas se
apropriem de formas de gestão e modelos para geração de recursos próprios que
custeiem suas manutenções. O CDB aponta, ainda, que os mecanismos utilizados
para gerar recursos à criação e operacionalização dessas áreas devem aproveitar
as oportunidades econômicas da exploração sustentável dos recursos naturais e,
assim, atingir a sustentabilidade financeira necessária à sua preservação.
A captação de recursos através da conservação, preservação e usos de áreas
protegidas possui grande dependência e relação com suas aptidões. Cada área
protegida possui particulares características físicas, biológicas e antrópicas, assim
como singulares atrativos naturais e importância ecológica. A exploração e
conservação dessas aptidões são regulamentadas pelo conjunto de normas que
regem áreas protegidas e que também devem ser colocadas em pauta durante a
análise de suas viabilidades.
A visitação em UC é a principal forma de obtenção de recursos alternativos para a
sustentabilidade dessas unidades territoriais (SEMEIA, 2014). Os Parques Nacionais,
conforme estabelece o SNUC, possibilitam a realização de atividades de recreação
em contato com a natureza, em seu estado mais conservado, turismo ecológico,
de aventura, entre outros. A permissão à visitação possibilita, para esta categoria
de UC, a implementação de modelos de negócios que podem se tornar geradores
de receitas, auxiliando a suprir seus custos de manutenção e promovendo
benefícios à comunidade.
Nesta perspectiva, os projetos pilotos para Parcerias Ambientais Público-Privadas
(PAPP) buscam estabelecer alicerces à constituição de política de formação de
parcerias para a ampliação dos processos de visitação em Parques Nacionais,
através de arranjos institucionais e modelos de gestão inovadores que possibilitem
a inclusão socioprodutiva e sustentabilidade financeira das UC.
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Parque Nacional de São Joaquim
2. OBJETIVOSConstitui-se objetivo principal deste trabalho elaborar estudo para delegação
de uso de bem público à realização de atividades e serviços de apoio à visitação
no Parque Nacional de São Joaquim (PNSJ), bem como, “formular e fomentar a
aplicação de modelos de parcerias ou alianças ambientais público-privadas voltadas
para o aproveitamento sustentável das potencialidades econômicas da referida
UC com vistas à melhoria da gestão e da conservação da biodiversidade e, ainda,
à geração de benefícios sociais e econômicos para as populações residentes e do
entorno”, conforme preconizam os Termos de Referência que norteiam este
trabalho.
O presente estudo cumpriu, ainda, os seguintes objetivos específicos, de acordo
com o Termo de Referência:
• Identificar a potencialidade de exploração comercial e econômica sustentável
do território, a partir dos ativos ambientais e da vocação local, com análise
da relação custo-benefício com base em Estudo de Viabilidade Econômico-
Financeira;
• Identificar parcerias formais e informais existentes e potenciais capazes de
viabilizar uma operação sustentável e de padrão internacional, incluindo a
participação da comunidade local e do entorno da referida UC.
3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDOO presente item trata dos aspectos gerais do PNSJ, evidenciando seu
enquadramento nos âmbitos internacional, nacional e regional, sua localização
geográfica, acessos, além de informações legais e institucionais relativas à criação
e à gestão da UC.
3.1 ENQUADRAMENTO DO PNSJ NO ÂMBITO INTERNACIONAL
Considerando a contextualização no âmbito mundial, visando a conservação da
biodiversidade e o desenvolvimento sustentável, o PNSJ compõe parte da Reserva
da Biosfera da Mata Atlântica.
3.1.1 RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA
Considerada a maior reserva da biosfera em área florestada do planeta, com
aproximadamente 78 milhões de hectares (62 milhões em áreas terrestres e 16
de milhões em áreas marinhas), a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - RBMA,
abrange 17 estados brasileiros estendendo-se pelo litoral brasileiro, desde o Ceará
ao Rio Grande do Sul, envolvendo algumas ilhas oceânicas (CN-RBMA, 2004).
Foi a primeira Reserva da Biosfera declarada no Brasil em âmbito mundial, no
qual compreende todas as formações florestais e outros ecossistemas terrestres
e marinhos que constituem o Domínio Mata Atlântica (DMA), assim como os
principais remanescentes florestais e grande parte das UC da Mata Atlântica (CN-
RBMA, 2004).
Reconhecida pela UNESCO em seis fases sucessivas entre 1991 e 2008, abrange
atualmente 700 UC em suas Zonas Núcleos. No entanto, na primeira fase, apenas
algumas áreas isoladas dos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro foram
incluídas (CN-RBMA, 2004).
A gestão da Reserva direciona-se de forma rigorosa aos princípios de participação,
descentralização e transparência. Todavia, sua administração é flexível e
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Parque Nacional de São Joaquim
desburocratizada. Seus órgãos de decisão são colegiados com participação
simultânea e paritária entre entidades governamentais (federais, estaduais e
municipais) e setores organizados da sociedade civil (ONG, comunidade científica,
setor empresarial e populações locais). A RBMA possui vários programas técnico-
científicos e projetos demonstrativos em campo que são coordenados pela
Reserva juntamente com parceiros (CN-RBMA, 2004).
O estado de Santa Catarina, onde está inserido o PNSJ, integra a RBMA e é
considerado o terceiro estado brasileiro com maior área de remanescentes
da Mata Atlântica, abrangendo 1.662.000 hectares (17,46 % da área original), a
qual exerce as funções gerais da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, como:
conservação da biodiversidade do ecossistema, promoção do desenvolvimento
sustentável em suas áreas de abrangência, pesquisa científica, educação e
monitoramento permanente (CN-RBMA, 2004).
Conforme pode ser observada na Figura 3.1, a maior porção do PNSJ está inserida
na Zona Núcleo da RBMA, enquanto pequena parte de suas áreas encontram-se
na Zona Tampão ou de Amortecimento.
Figura 3.1 PNSJ no contexto da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de CN-RBMA, 2004.
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3.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO PNSJ
Criado em 1961, o PNSJ é uma UC Federal inserida no bioma Mata Atlântica,
situada no sul do país, no estado de Santa Catarina, na região serrana (FERNANDES;
OMENA, 2011). Localiza-se nos municípios de Urubici (onde funciona sua Sede
Administrativa), Bom Jardim da Serra, Grão Pará, Lauro Muller e Orleans (situados
dentro do quadrante, ponto superior direito com latitude de 28°3,40’58”S
e longitude de 49°20’34.21”O; e ponto inferior esquerdo com latitude de
28°21’18.53”S e longitude de 49°40’44.79”O) (Figura 3.2).
Apresenta área de 49.800 ha, conforme Lei Nº 13.273, de 15 abril de 2016 e um
perímetro de173,8 km. Regionalmente, existe uma divisão entre as áreas do PNSJ,
sendo denominadas: região de “serra-abaixo”, no qual fazem parte os municípios
de Orleans, Lauro Muller e Grão Pará; e a região “campos-de-cima-da-serra”, que
contempla os municípios de Urubici e Bom Jardim da Serra (Figura 3.2) (SOUZA,
2004).
O PNSJ é o segundo maior Parque Nacional do Estado, sendo a UC mais antiga
(FERNANDES; OMENA, 2011). Possui como principal objetivo a conservação da
araucária Araucaria angustifolia (OLIVEIRA, 2014), espécie vegetal de relevância
ecológica alta, dada a condição e nível de ameaça.
Figura 3.2 Localização do PNSJ em relação ao território brasileiro e no estado de Santa Catarina.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
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Parque Nacional de São Joaquim
3.3 ACESSOS AO PNSJ
O acesso à região do PNSJ pode ser realizado por via aérea e terrestre. Por via terrestre, o acesso ao município de Urubici, onde localiza-se a Sede Administrativa do Parque, pode ser realizado por dois caminhos.
O acesso principal se dá pela capital do estado, Florianópolis (160 km de Urubici), utilizando-se a rodovia BR 282, sentido Lages/SC, até o km 146, na localidade de Santa Clara, município de Bom Retiro/SC. A partir daí, vira-se à esquerda pela rodovia SC 430, seguindo por 24 km até a área urbana do município de Urubici (SC) (ICMBIO, sem data). O caminho secundário pode ser realizado saindo da capital e seguindo a BR 101, sentido Tubarão/SC. A partir daí, vira-se à direita sentido Orleans/SC, seguindo pela via SC 438, conhecida popularmente como “Estrada da Serra do Rio do Rastro” (município de Lauro Muller/SC). Após a passagem pela serra, chega-se ao município de Bom Jardim da Serra onde, continua-se por um percurso de mais 80 km na mesma via até a chegada em Urubici (ICMBIO, sem data).
Para acessar o Morro da Igreja, ponto habitado mais alto da região sul do país1 e parte integrante da UC, segue-se pela estrada do Morro da Igreja, asfaltada, de propriedade da Força Aérea Brasileira (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo – CINDACTA II). No entanto, o tráfego de veículos automotivos com capacidade de mais de 18 passageiros, tais como, ônibus, micro-ônibus, caminhões e máquinas são proibidos, sendo liberado somente o tráfego de meios de transporte mais leves. Cabe destacar, ainda, que o acesso pode ser interditado em casos de condições climáticas extremas (ICMBIO, sem data).
Por via aérea, utiliza-se o aeroporto de Lages/SC (Aeroporto Antônio Correia Pinto de Macedo ou Aeroporto Federal de Lages), o mais próximo da região, localizado a cerca de 100 km de Urubici, que dispõe de voos constantes. Também há a possibilidade de utilizar o aeroporto de Florianópolis/SC (Aeroporto Hercílio Luz ou Aeroporto Internacional de Florianópolis), localizado a quase165 km de distância do município de Urubici (FERNANDES; OMENA, 2011).
1 Considerando apenas a ocupação e a urbanização humana. Informações obtidas da Prefeitura Municipal de Urubici. Disponível em: http://www.urubici.sc.gov.br/pagina/id/3/?dados-do-municipio.html. Acesso em maio de 2018.
A Figura 3.3 apresenta uma ilustração dos principais acessos ao PNSJ, bem como
as respectivas distâncias e localizações.
Figura 3.3 Representação dos acessos e distâncias ao PNSJ.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
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Parque Nacional de São Joaquim
3.4 DADOS DE CRIAÇÃO E INSTITUCIONAIS DO PNSJ
O PNSJ é uma UC federal que foi estabelecida na década de 1960, após
sensibilização sobre a intensa exploração de araucária Araucaria angustifolia no
estado de Santa Catarina. Teve seu conselho gestor instituído em 2011 e, embora
tenha sido criada há mais de 50 anos, apenas em 2016 priorizou-se a elaboração
do plano de manejo do Parque. Algumas de suas áreas já foram desapropriadas,
todavia, ainda existem muitas propriedades que não foram regularizadas, bem
como algumas situações conflitantes relacionadas aos limites do Parque. A seguir,
apresenta-se o contexto institucional do PNSJ, desde sua criação até a atual
composição, incluindo o conselho gestor da UC.
3.4.1 HISTÓRICO DE CRIAÇÃO
Os esforços iniciais para criação do PNSJ partiram de João Rodrigues de Matos,
um agrônomo que indicou a necessidade de proteger as florestas de araucária
da região. Ao lançar em 1957 um livro sobre a fitofisionomia do município de
São Joaquim, João Rodrigues de Matos propôs a criação de um Parque Florestal
visando a manutenção do ecossistema local e o futuro uso turístico (DE SOUZA,
2004; ICMBIO, s.d.).
No ano seguinte, analisando a acelerada exploração de Araucaria angustifolia,
o Serviço Florestal do Ministério da Agricultura iniciou levantamentos numa
área de 49.300 ha de vegetação característica do estado de Santa Catarina, com
exuberantes formações geológicas, como a conhecida Pedra Furada, o Morro da
Igreja e trechos de cânion (DE SOUZA, 2004).
Três anos depois, em 1961, através do Decreto nº 50.922 de 6 de junho, deu-se a
criação do PNSJ. Essa área foi estabelecida através dos levantamentos realizados
nos anos anteriores pelo grupo de trabalho do Serviço Florestal do Ministério
da Agricultura, abrangendo na época os municípios de São Joaquim – de onde
derivou o nome do Parque – Urubici, Orleans e Grão-Pará (DE SOUZA, 2004).
Em 1963, o município de São Joaquim foi desmembrado, dando origem a um
novo município, nomeado de Bom Jardim da Serra, porção ao qual o Parque faz
parte. Desse modo, o município de São Joaquim, que motivou o nome do Parque,
passou a ficar fora do perímetro da UC (DE SOUZA, 2004). As primeiras áreas
desapropriadas do PNSJ foram adquiridas pelo IBAMA apenas em 2006, através de
recursos de compensação ambiental e, desde então, esforços tem sido feitos para
que as outras áreas ainda ocupadas sejam regularizadas (ICMBIO, s.d.).
Entretanto, em 15 de abril de 2016, por meio da Lei nº 13.273 (BRASIL, 2016), o
PNSJ teve seus limites alterados, aumentando sua área em 500 ha e passando a
ocupar 49.800 ha, que corresponde ao atual polígono. Após a alteração, o PNSJ
passou a abranger os municípios de Bom Jardim da Serra, Grão Pará, Lauro Muller,
Orleans e Urubici conforme demonstrado na Tabela 3.1.
Tabela 3.1 Distribuição percentual dos municípios inseridos na área do PNSJ.
MUNICÍPIO ÁREA DO PARQUE (EM %)
Bom Jardim da Serra 34,5
Grão Pará 06,6
Lauro Muller 08,3
Orleans 26,8
Urubici 23,8
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
3.4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO PNSJ
A Lei do SNUC (BRASIL, Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000) em seu capítulo
IV, dispõe sobre a criação, implantação e gestão de UC, apresentando dois
instrumentos fundamentais para o auxílio na gestão dessas áreas protegidas. No
artigo 27, é abordado sobre a obrigatoriedade da elaboração do plano de manejo
e no artigo 29, sobre a criação de conselhos consultivos para UC de proteção
integral, como ferramentas auxiliares. A seguir estão apresentados ambos
instrumentos relacionados ao PNSJ.
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Parque Nacional de São Joaquim
3.4.2.1 Plano de Manejo do PNSJ
Toda UC deve ter um plano de manejo, que é o documento norteador à gestão
da área protegida. Este deve ser elaborado de acordo com os objetivos de criação
da UC, estabelecendo normas, restrições e ações para o correto manejo dos
recursos naturais dentro dos limites da unidade, bem como seu entorno, visando à
manutenção dos processos ecológicos e o mínimo impacto no meio ambiente.
De acordo com a lei do SNUC (Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000), artigo 2º,
inciso XVII, o plano de manejo é um documento técnico, fundamentado nos
objetivos da UC, que estabelece o zoneamento e as normas de uso e manejo
da área e seus recursos. A estruturação do plano de manejo do Parque Estadual
de São Joaquim foi priorizada em 2016, após extensas discussões do ICMBio
sobre novos métodos para elaboração de planos de manejo que unificassem a
abordagem entre as diferentes categorizações de UC, simplificando a estrutura e
reduzindo tempo e custos de elaboração.
O PNSJ e a Reserva Extrativista Marinha de Soure, no Pará, foram selecionados
para servirem de teste na elaboração deste documento, baseando-se na
abordagem utilizada pelo Serviço de Parques Nacionais (NPS) dos Estados Unidos
da América, o Foundation Document – FD (documento alicerce, em português),
com adaptações ao contexto legal brasileiro. A principal vantagem desse método
refere-se a integração e coordenação de planos e tomada de decisões a partir do
que é mais importante para a UC.
Então, em agosto de 2016, aconteceu a oficina para a elaboração do plano
de manejo, em Urubici/SC, contando com mais de 40 pessoas envolvidas
representando o Conselho Consultivo, prefeituras municipais, moradores
e proprietários de áreas no Parque e entorno, condutores, pesquisadores e
servidores do ICMBio.
Durante a construção do documento propôs-se o zoneamento e as normas gerais
de implantação e funcionamento do Parque que, após, consolidadas pelo ICMBio
e averiguadas pelos participantes da oficina diretamente envolvidos na elaboração
do documento. O documento foi concluído no final do ano de 2017, no entanto,
ainda não foi aprovado/homologado.
3.4.3 CONSELHOS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
De acordo com a Lei nº 9.985, criada em julho de 2000 (BRASIL, 2000), que institui
o Sistema Nacional de UC, em seu artigo 29, estabelece que as UC de proteção
integral devem possuir um conselho consultivo. Essa lei foi regulamentada em
2002, através do Decreto nº 4.340/02 (BRASIL, 2002) e no capítulo V, define a
composição e competência dos representantes deste conselho. O conselho
consultivo tem como objetivos (VERÍSSIMO; PALMIERI, 2009):
• Conceder transparência na gestão da UC por meio de controle social;
• Contribuir para a criação, elaboração e implantação do Plano de Manejo da UC;
• Realizar a integração da UC entre as comunidades locais, o setor privado, as
instituições de ensino e pesquisa, as ONG, o poder público e também de outras
Áreas Protegidas situadas no entorno.
A seguir apresenta-se maior detalhamento sobre o Conselho Consultivo do PNSJ.
3.4.3.1 Conselho Consultivo do PNSJ
O Conselho Consultivo do PNSJ foi criado em 30 de junho de 2011, através
da Portaria nº 46 (BRASIL, 2011), do ICMBio. Inicialmente, contava com 13
representantes entre órgãos governamentais e sociedade civil. Em 27 de outubro
de 2014, a composição do Conselho gestor foi alterada por meio da Portaria
nº 1142 (BRASIL, 2014), fazendo com que o atual Conselho gestor da UC seja
composto por 15 representantes, sendo 8 deles vinculados à administração
pública e os outros 7 constituintes pertencem à sociedade civil.
O organograma apresentado na Figura 3.4 apresenta a constituição do Conselho
2 Retificada pelo DOU nº 210, de 30/10/2014.
16
Parque Nacional de São Joaquim
Gestor do PNSJ, conforme sua organização em quatro categorias, sendo
representado por 4 órgãos da área ambiental, por 3 prefeituras de municípios que
possuem áreas no Parque, 3 representantes da área de educação e pesquisa e 5
das comunidades locais.
Figura 3.4 Organograma representativo do Conselho Gestor do PNSJ .
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
17
Parque Nacional de São Joaquim
3.4.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, criado pela Lei
Federal nº 11.516, de 28 de agosto de 2007, é o órgão da União vinculado ao
Ministério do Meio Ambiente, responsável pela execução das ações do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (BRASIL, 2007).
Trata-se de uma autarquia em regime especial que possui as atribuições de
propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as UC federais, bem como
de zelar e incentivar a conservação da biodiversidade, através do fomento e da
pesquisa, podendo exercer o poder de polícia para garantir a proteção dessas
áreas naturais (BRASIL, 2007).
Além da presidência, é composto por 5 esferas (Figura 3.5):
• Órgão colegiado → Comitê Gestor;
• Órgão de assistência direta e imediata ao Presidente do Instituto Chico
Mendes → Gabinete;
• Órgãos seccionais → Procuradoria Federal Especializada, Auditoria Interna e
Diretoria de Planejamento, Administração e Logística;
• Órgãos específicos singulares → Diretoria de Criação e Manejo de UC, Diretoria
de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial em UC e Diretoria de
Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade;
• Unidades descentralizadas → Coordenações Regionais, UC, Unidade Especial
Avançada, Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação, Centro de Formação em
Conservação da Biodiversidade e Unidades Avançadas de Administração e Finanças.
Figura 3.5 Organograma da estrutura organizacional do ICMBio.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de ICMBio, sem data.
18
Parque Nacional de São Joaquim
Cada componente considerado possui funções específicas, de acordo com o
Decreto da Presidência da República nº 8.974, de 24 de janeiro de 2017 (BRASIL,
2017). O órgão colegiado é responsável, dentre outras funções, por auxiliar a
presidência do ICMBio na tomada de decisões na gestão ambiental federal, e de
prestar assessoria. Ao órgão de assistência direta e imediata ao Presidente cabe
a assistência, o planejamento, a coordenação e a execução de atividades de
interesse do ICMBio.
Conforme previstas pelo decreto, aos órgãos seccionais cabe a responsabilidade
pelo âmbito jurídico, por auditorias internas, pelo planejamento e administração
dentro do ICMBio, de acordo com as atribuições de cada um desses órgãos.
Os órgãos específicos singulares são compostos por três diretorias: Diretoria de
Criação e Manejo de UC; Diretoria de Ações Socioambientais e Consolidação
Territorial em UC; e Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da
Biodiversidade. À essas são atribuídas as mais diversas ações que vão desde o
planejamento para criação de UC, à estruturação destas, como a elaboração
dos instrumentos de gestão, a regularização das áreas, o monitoramento e as
estratégias para a conservação da biodiversidade, entre outras.
Por último, as unidades descentralizadas: Coordenações Regionais, UC, Academia
Nacional de Biodiversidade (ACADEBIo) e os Centros de Pesquisa. As unidades
descentralizadas possuem como responsabilidade a representação do ICMBio
e a gestão local da biodiversidade, em regiões e UC específicas. A ACADEBio é a
instância responsável pelas capacitações referentes do ICMBio; e aos Centros de
Pesquisa competem produzir, por meio da pesquisa científica, o ordenamento
e a análise técnica de dados, o conhecimento necessário à conservação da
biodiversidade, do patrimônio espeleológico e da sociobiodiversidade associada a
povos e comunidades tradicionais.
Atualmente existem 333 UC federais sob responsabilidade de 11 coordenações
regionais. Essas regionais têm como atribuições a representação institucional
do ICMBio, a execução, coordenação e planejamento das atividades de gestão
na região abrangente e também a implementação de conselhos gestores
(BRASIL, 2017).
O PNSJ está inserido na Coordenação Regional 9, sediada em Florianópolis, no
estado de Santa Catarina. Essa coordenação apoia a gestão de 41 UC na região
Sul do país (uma delas na divisa do estado do Paraná com o estado do Mato
Grosso do Sul), abrangendo em torno de 2.430.000 hectares de Mata Atlântica,
Pampas, áreas costeiras e marinhas. Dessas, 23 estão na categoria de Proteção
Integral (sendo 12 Parques Nacionais) e as outras 18 pertencem à categoria de Uso
Sustentável (ICMBIO, sem data).
O município de Urubici abriga a Sede Administrativa do PNSJ, abordagem que
será tratada no subitem 3.4.5 deste documento. A atual equipe da unidade
é composta por dois analistas ambientais (sendo um deles o chefe da UC),
servidores do ICMBio, além de 12 terceirizados: uma secretária, uma auxiliar de
limpeza, e 10 vigias (Figura 3.6)3.
A UC conta também com outros seis servidores temporários do ICMBio,
contratados via processo seletivo simplificado (PSS), que compõem a Brigada de
Prevenção e Combate a Incêndios Florestais no PNSJ, sendo que 2 deles possuem
contratos anuais e os outros 4 servidores atuam no período de maior ocorrência
de incêndios, sendo este de junho a novembro.
3 Por ocasião da consolidação deste documento, o contrato de portaria não estava em vigor, portanto não haviam porteiros, conforme informações obtidas junto à gestão do PNSJ.
19
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 3.6 Organograma da estrutura organizacional do PNSJ.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
3.4.5 INFRAESTRUTURA DO PNSJ
Para melhor compreensão das dependências do PNSJ, a infraestrutura foi
subdividida em Sede Administrativa, Morro da Igreja e Santa Bárbara, conforme
detalhado a seguir.
3.4.5.1 Sede Administrativa
A Sede Administrativa (Figura 3.7) do PNSJ situa-se na área urbana do município
de Urubici, localizada na Av. Felicíssimo Rodrigues Sobrinho, 1542 - Centro
(Coordenadas Geográficas no WGS 84 – 27°59’32.33”S e 49°34’55.90”O), tendo
como atribuições os serviços administrativos e de atendimento à visitação, com
exposição interpretativa da biodiversidade do Parque. O prédio é composto por
dois andares, sendo que no andar inferior há uma recepção, sala de exposição
interpretativa, cozinha, sala de apoio, 2 banheiros (feminino/masculino) e
garagens para 4 carros, sendo 2 de alvenaria e 2 de madeira. No piso superior, há
sala administrativa, sala auditório, 2 quartos e 1 banheiro.
Figura 3.7 Sede Administrativa do PNSJ em Urubici/SC.
Nota: A - vista da fachada da Sede Administrativa; B – vista da recepção na parte interna inferior da Sede
Administrativa; C – vista da sala de exposição interpretativa da Sede Administrativa. Fonte: Registro do Autor, 2018.
A B C
20
Parque Nacional de São Joaquim
3.4.5.2 Morro da Igreja (Serra Furada)
As estruturas do PNSJ presentes na região do Morro da Igreja constituem-se de
uma Guarita (que funciona em um container) e um Pórtico de Entrada, construído
em madeira contendo placa de identificação do Parque, ambos instalados no
km 7 da estrada do Morro da Igreja (Figura 3.8-A). No km 9, existe um alojamento
para pesquisadores estruturado também em container (Figura 3.8-B). Além dessas
estruturas, no Morro da Igreja existe uma área de retorno (4 x 3m²) para os veículos
em circulação e um mural de concreto contendo informações sobre o PNSJ
(Figura 3.8-C e D), situados próximos à área de um mirante natural.
Figura 3.8 Vistas de estruturas do PNSJ no Morro da Igreja, Urubici/SC.
Nota: A – vista do Pórtico de entrada do PNSJ e da Guarita no km 7 da estrada do Morro da Igreja; B – vista do
alojamento para pesquisadores no km 9 da estrada do Morro da Igreja; C – vista parcial da área de retorno do Morro
da Igreja; D – vista da placa informativa sobre o PNSJ. Fonte: A; B e D – Registro do Autor, 2018; C – TripAdvisor, 2018.
O acesso ao mirante natural se dá pela estrada do Morro da Igreja, pertencente
ao CINDACTA II, conforme apresentada no Subitem 5.3.2 e Figura 5.12, a qual
percorre-se 17 km entre a SC 370 até ao Destacamento de Controle do Espaço
Aéreo Morro da Igreja - DTECEA-MDI. Por não haver estacionamento no local,
os veículos ocupam o lado esquerdo dessa estrada, sentido Urubici-SC, onde
ficam estacionados. Placas informativas para orientação dos visitantes quanto
aos acessos, conduta e autorização de visitação encontram-se dispostas ao longo
dessa estrada (Figura 3.9).
No entanto, conforme estudo realizado por Omena (2014) algumas infraestruturas
precisavam ser implementadas e melhoradas (FERNANDES; OMENA, 2011;
OMENA, 2014). Visto isso, algumas melhorias já foram previstas no ano de 2016.
A revitalização da estrada do Morro da Igreja, iniciada em 2018, prevê como
contrapartida ambiental ao PNSJ a construção de estruturas no mirante Morro da
Igreja - Pedra Furada (estacionamento, deck, sinalização e calçada) e no Portal do
Parque (escritório, cabine de controle, estacionamento, sinalização).
Figura 3.9 Placa informativa do PNSJ disposta na margem da
estrada do Morro da Igreja em Urubici/SC.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
3.4.5.3 Santa Bárbara
O Parque disponibiliza alojamentos e pontos de apoio para pesquisadores e
vigilantes, como a estrutura presente na região de Santa Bárbara, fora dos limites
da UC, que constitui-se de uma casa (Figura 3.10) equipada com cozinha, sala, 6
quartos, 1 banheiro interno e mais 3 banheiros externos (masculino, feminino e
para portadores de deficiência física). Anexo à ela existe um galpão de madeira.
A B C D
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Parque Nacional de São Joaquim
Figura 3.10 Alojamento do PNSJ na região de Santa Bárbara fora dos limites da UC.
Nota: A – vista frontal do alojamento; B – vista lateral do alojamento e do galpão. Fonte: Registro do Autor, 2018.
4. PANORAMA SOCIOAMBIENTAL DO PNSJNeste item estão apresentados os aspectos dos meios físico, biótico e antrópico,
bem como o aspecto institucional da região em que se situa o PNSJ.
4.1 ASPECTOS DO MEIO FÍSICO
As características componentes do meio físico tratam de forma individual
e integrada os aspectos referentes à climatologia, geologia, geomorfologia,
pedologia e hidrografia, possibilitando o entendimento acerca do panorama físico
da região do PNSJ. Para tanto, foram levantados dados secundários, de modo a
compor a caracterização da área e seu entorno imediato, garantindo diagnóstico
fidedigno e compreensão dos fenômenos presentes na área estudada.
4.1.1 CLIMATOLOGIA
O clima do Brasil, ao sul do Trópico de Capricórnio, denominado subtropical,
reflete diferentes variáveis ambientais no país. A região no sul do Brasil possui uma
maior amplitude térmica durante o ano, propiciando uma grande diferenciação
entre inverno e verão (SILVEIRA, 2016).
O planalto meridional e as serras apresentam contrastes na distribuição da
temperatura, ocorrendo o mesmo com as serras catarinenses, localizadas acima de
900 m, as quais envolvem um quinto da a área territorial estadual (95.733,978 km²).
Em Santa Catarina, o PNSJ encontra-se em uma área de altitude elevada, onde as
temperaturas podem ficar abaixo de zero, devido a relação entre temperatura e
altitude, ocasionando a formação de geada ou neve, sob ocorrência de massa de
ar frio. No estado, as temperaturas podem aumentar no sentido sul-norte e nas
áreas mais elevadas do planalto no sentido oeste-leste (MONTEIRO; MENDONÇA,
2014, p.6 apud SILVEIRA, 2016). O PNSJ, localizado na Serra Geral, compreende
duas regiões climáticas: os “campos-de-cima-da-serra” (mesotérmico médio) e a
“serra abaixo” (mesotérmico brando) Figura 4.1.
A B
22
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 4.1 PNSJ sobreposto aos tipos climatológicos do Atlas Climatológico do
Estado de Santa Catarina - Mapa de Climas do Brasil.
Obs.: Em verde, limite do PNSJ. Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de PANDOLFO, et al., 2002.
A primeira está situada no território mais frio do país, caracterizada conforme
a classificação de Köppen por clima mesotérmico superúmido, apresentando
médias anuais de umidade relativa de 85 %, precipitações de aproximadamente
1.400 mm e temperaturas de 14 °C, relacionadas com as cotas altimétricas, devido
aos locais montanhosos. Nesse tipo climático, as temperaturas podem chegar a
menos de 10 °C, em pelo menos um mês durante o ano. Na estação quente, as
temperaturas são bem amenas, ficando o mês mais quente (janeiro) em torno de
20 °C, com temperaturas máximas de 34 °C. Já no inverno, as temperaturas ficam
em torno de 6 °C, podendo chegar a 0 °C, sendo julho o mês mais frio. No entanto,
o período do inverno fica entre os meses de julho a agosto, podendo se impor de
abril a outubro (NIMER,1979 apud SOUZA, 2004).
Já na área mais baixa, a “serra abaixo”, o clima é classificado como mesotérmico
úmido ou mesotérmico brando, com verões quentes, com média anual de
precipitação de 1500 mm, temperaturas entre 19 °C e 20 °C, nos pontos mais
próximos do Parque, umidade relativa do ar de 83,12 %, e com médias anuais de
umidade relativa iguais a primeira região (dados de Urubici – SC) (FERNANDES;
OMENA, 2014 apud MEYER, 2016; CLIMERH, 2004 apud SOUZA, 2004).
Na região noroeste do PNSJ, o clima predominante é o mesotérmico mediano,
relacionado este com as cotas altimétricas, devido aos locais montanhosos.
Geralmente, nesse tipo climático, as temperaturas podem chegar a menos de
10 °C, em pelo menos um mês durante o ano. Na estação quente, as temperaturas
são bem amenas, ficando o mês mais quente (janeiro) em torno de 20 °C, com
temperaturas máximas de 34 °C. Já no inverno, as temperaturas ficam em torno de
6 °C, podendo chegar a 0 °C, sendo julho o mês mais frio. No entanto, o período
do inverno fica entre os meses de julho a agosto, podendo se impor de abril a
outubro (NIMER,1979 apud SOUZA, 2004).
A região da Serra Geral recebe influência direta da região litorânea do estado
de Santa Catarina (Planície Costeira), refletindo de forma significativa no clima.
As temperaturas são controladas por massas de ar intertropicais e polares,
predominando a Frente Polar Atlântica (FPA). A FPA influência o ano todo,
sobressaindo-se no inverno, mas durante o verão, mesmo no planalto, conduz
para o sul a massa tropical atlântica (mTa) (ATLAS,1958 apud SOUZA, 2004).
As massas de ar úmidas que se formam no Oceano Atlântico influenciam a
região, deslocando-se para o continente, proporcionando a formação da Floresta
Ombrófila Densa no litoral. A evapotranspiração desta floresta e a massa de
ar oceânica, dirigem-se ao planalto serrano, na forma de umidade e chuva,
apresentando-se quando resfriada ou congelada nas formas de neblina e neve,
respectivamente (MEYER, 2016).
A ocorrência de neve é frequente no inverno, no entanto, pode haver ausência
em alguns períodos. Entre os anos de 1980 e 2010, porém, o município de São
Joaquim apresentou o maior registro de neve, totalizando 103 casos. Ao contrário,
a neblina pode ocorrer em todas as estações do ano, de forma regular (SOUZA,
23
Parque Nacional de São Joaquim
2004; SILVEIRA, 2016). A neblina sucede-se da condensação do vapor de água
presente em massas de ar úmidas e aquecidas, que se expandem e, ao atingir
altitudes elevadas, resfriam-se, formando gotículas de água (SOUZA, 2004). Há
diferentes formas de nevoeiros, sendo os mais característicos na região do PNSJ os
de radiação e de vertentes.
O de radiação é formado devido ao resfriamento que ocorre durante a noite, após
uma elevada radiação terrestre. Antes de amanhecer, o ar próximo ao solo resfria-se
abaixo do ponto de orvalho, propiciando a condensação. Já a neblina vertente é
formada em áreas onde o ar úmido e estável se desloca sobre a superfície como parte
da circulação geral. Ao encontrar uma vertente, o ar sobe e resfria-se adiabaticamente
(RODRIGUES,1981 apud SOUZA, 2004). Outro fenômeno característico da região, é
a geada, na qual constitui-se da sublimação do vapor de água, passando de forma
direta para o estado sólido (NIMER,1979 apud SOUZA, 2004).
4.1.2 GEOLOGIA
O estado de Santa Catarina está inserido na província geológica da Bacia do
Paraná, que abrange outros estados brasileiros e outros países da América do
Sul, como Argentina, Uruguai e Paraguai (SANTA CATARINA, 1986). A Bacia do
Paraná originou-se na Era Paleozoica, há aproximadamente 360 milhões de anos
(SALGADO-LABORIAU, 1994; WILDNER et al., 2004 apud FATMA, 2010).
No período Permiano, após duas massas continentais se colidirem, originou-se o
supercontinente Pangea, que sofreu depósitos de sedimentos até o início da Era
Mesozoica (há cerca de 230 milhões de anos), formando camadas e estratos, dos
quais várias unidades litoestratigráficas foram originadas, como as formações: Rio
Bonito, Palermo, Irati, Serra Alta, Teresina, Rio do Rastro, Botucatu e Serra Geral, as
quais constituem, o embasamento geológico do PNSJ (Figura 4.2) (FATMA, 2010).
Ocorre, ainda, de leste para oeste de Santa Catarina, afloramentos de rochas
sedimentares do litoral, rochas magmáticas e metamórficas, rochas sedimentares
gondwânicas e rochas que foram formadas na superfície por lavas da Formação
Serra Geral (SCHEIBE, 1986).
No interior do PNSJ a área está dividida em Grupo Guatá (formações: Rio Bonito
e Palermo), Grupo Passa Dois (formações: Irati, Serra Alta, Teresina e Rio do Rastro)
e Grupo São Bento (formações: Botucatu e Serra Geral; fácie: Gramado), os quais
pertencem ao Supergrupo Tubarão.
4.1.2.1 Grupo Guatá
O Grupo Guatá, pertencente ao período Permiano Inferior (entre 270 e 250
milhões de anos atrás), é segmentado em duas formações, Rio Bonito e Palermo,
estando localizados em pequenas porções no perímetro leste do Parque.
A Formação Rio Bonito inclui arenitos, siltitos, folhelhos, como também camadas
de carvão e calcário, localizados na borda leste da bacia (SCHNEIDER et al. 1974). A
Formação compreende três unidades litoestratigráficas, nomeadas, da base para o
topo, por membros Triunfo, Paraguaçu e Siderópolis (SCHNEIDER et al., 1974 apud
MANNA, 2017).
O Membro Triunfo, é constituído por depósitos flúvio-deltaicos formado por um
conjunto de arenitos, variando de muito finos a médios, grosseiros, argilosos e
conglomerados permeado por siltitos, pelitos, folhelhos carbonosos e camadas de
carvão (SOUZA, 2004; MANNA, 2017).
A porção intermediária, Membro Paraguaçu, tem ocorrência nos ambientes
marinhos (plataforma rasa) sobre os sedimentos flúvio-deltaicos do Membro
Triunfo, compreende siltitos e folhelhos, por meio de intercalações de camadas
de arenitos finos laminados e bioturbados, quartzosos, micáceos, com laminação
paralela e ondulada, e camadas de calcário (SOUZA, 2004; MANNA, 2017).
Já na unidade superior, denominado de Membro Siderópolis, é formado por
arenitos intercalados com siltitos cinza, carbonosos ou não, e camadas de carvão.
Sua deposição ocorreu em um ambiente litorâneo, sobre sedimentos marinhos do
Membro Paraguaçu, durante a transgressão marinha (SCHEIBE,1986; CASTRO,1994
apud SOUZA, 2004; MANNA, 2017).
24
Parque Nacional de São Joaquim
A Formação Palermo, indica uma série de siltitos cinza amarelos, com grande
bioturbação e poucas lentes de arenitos finos a conglomeráticos. É caracterizada
por depósitos de plataforma rasa originadas da transgressão marinha, que afogou
a Formação Rio Bonito (SOUZA, 2004; CASTRO et al, 1999; Krebs, 2002 apud CPRM,
sem data).
4.1.2.2 Grupo Passa Dois
O Grupo Passa Dois, pertencente ao Permiano Superior (entre 250 e 225 milhões
de anos atrás), divide-se em quatro formações: Irati, Serra Alta, Teresina e Rio
do Rastro. Estes também estão dispostos na região leste (mais precisamente
nas regiões nordeste, leste e sudeste), nas porções mais a dentro do Parque. No
entanto, a formação Rio do Rastro, também se localiza ao norte do Parque em
pequenas porções.
A Formação Irati, retrata dois intervalos distintos, o inferior e superior. O primeiro,
denominado de Membro Taquaral, o qual refere-se a um ambiente marinho de
águas calmas, composto na maioria por siltitos e folhelhos cinza-escuro e algumas
vezes de coloração cinza-claro e azulados, com desagregação conchoidal. Já o
segundo, nomeado de Membro Assistência, tem sua composição por folhelhos
cinza-escuro intercalado com duas camadas de folhelhos pretos, pirobetuminosos,
relacionados a horizontes de calcário dolomíticos (CASTRO,1994 apud SOUZA,
2004).
Constituída por folhelhos, argilitos e siltitos cinza-escuro a preto, a Formação Serra
Alta, é encontrada acima da camada da Formação Irati. Esta unidade também
indica ambiente marinho de águas calmas, conforme comentado nas formações
anteriores, representando o reaparecimento do Membro Taquaral, pois sua
composição e textura são semelhantes (CASTRO,1994 apud SOUZA, 2004).
Ao contrário das demais formações já apresentadas, a Formação Teresina,
é caracterizada por um ambiente marinho de águas rasas e agitadas, com
presença de ondas. Possui laminação “flaser”, formada por argilitos cinza-escuros e
esverdeados intercalados com siltitos cinza-escuros e arenitos muito finos, cinza-
róseos a avermelhados, com camadas de calcário (CASTRO,1994 apud SOUZA,
2004).
A Formação Rio do Rastro, também divide-se em dois membros, Serrinha e Morro
Pelado. O primeiro, na porção inferior, é caracterizado por depósitos de ambiente
marinho transicional, composto por siltitos com desagregação esferoidal, argilitos
e arenitos finos, esverdeados, chocolate, avermelhados (oxidação da base para
o topo) e bordô. Já o segundo, na porção superior, denominado como Morro
Pelado, é um ambiente continental, composto de sedimentos de lagos e planícies
aluviais sendo recobertos e cobrindo dunas de areias conforme as condições
climáticas áridas. Na sua composição também há a presença de arenitos
avermelhados, verde e chocolate, geralmente finos, com estratificações cruzadas
acanaladas e plano-paralelas, intercalados em siltitos e argilitos vermelhos e
arroxeados (CASTRO,1994 apud SOUZA, 2004).
4.1.2.3 Grupo São Bento
Este grupo, do período Juro/Cretáceo (aproximadamente 180 a 120 milhões de
anos) é caracterizado por reunir rochas vulcânicas e eólicas que ocorrem na Serra
do Rio do Rastro, no sul do estado, representado pelas intrusões de diabásio e
pelas formações Botucatu e Serra Geral (CASTRO,1994 apud SOUZA, 2004).
A Formação Botucatu, localizada na porção mais interna do Parque, contornando
as demais formações já mencionadas, dispostas nas regiões nordeste, leste e
sudeste, é caracterizada por arenitos bimodais, médios a finos, localmente grossos
e conglomeráticos, cinza-avermelhados, com estratificações cruzadas tangenciais
de grande e médio porte. Todavia, esta formação também está disposta em
pequenas porções ao norte do Parque, assim como, a Formação Rio do Rastro. A
Formação compõe um pacote arenoso, com camadas de geometria tabular ou
lenticular espessas. As características dessa Formação ocorrem devido a deposição
eólica em ambientes desérticos. Os contatos que a Formação possui com as
rochas basálticas da Formação Serra Geral, que lhe sobrepõe, e com a Formação
25
Parque Nacional de São Joaquim
Rio do Rastro, subjacente, são discordantes. Além disso, em conjunto com outras
unidades gondwânicas, a Formação Botucatu, forma o maior aquífero da América
do Sul, o “Aquífero Guarani” (SOUZA, 2004; CASTRO et al, 1999; KREBS, 2002 apud
CPRM, sem data).
A Formação Serra Geral originou-se de uma sequência intensa vulcânica,
composta de rochas básicas e ácidas (principalmente na topossequência terço
médio e terço superior). Através deste fenômeno vulcânico houve o término da
evolução gondwânica da Bacia do Paraná (CASTRO,1994 apud SOUZA, 2004).
De forma geral, esta formação encontra-se com fraturas conchoidais, caracterizada
por apresentar superfícies lisas e curvas (CPRM, sem data). Devido as variadas
composições, o magmatismo Serra Geral foi dividido em dez fácies distintas,
quatro relacionadas ao magmatismo intermediário a félsico (fácies Palmas,
Chapecó, Várzea do Cedro e Alegrete) e seis ao magmatismo máfico (fácies
Gramado, Paranapanema, Pitanga, Esmeralda, Campo Erê e Lomba Grande. Dentre
estes, o PNSJ é composto pela fácies Gramado, a qual constitui a maior porção do
Parque, na região oeste (CPRM, sem data).
Esta fácie representa um conjunto de derrames com espessura máxima
de aproximadamente 300 m, representando as manifestações vulcânicas
iniciais sobre os sedimentos arenosos do deserto Botucatu (CPRM, sem data).
Caracterizada por rochas basálticas de derrames maciços com espessuras entre
15 a 35 m, texturas de fluxo, zonas vesiculares no topo e incipientes na base. Na
porção central, há a presença de rocha granular homogênea, com disjunção
colunar, textura microfanerítica, compacta, cinza-escuro a cinza-esverdeado
(CPRM, s.d.).
4.1.3 GEOMORFOLOGIA
O PNSJ está localizado sobre a borda oriental da Serra Geral do estado de Santa
Catarina, que originou-se dos sucessivos derramamentos vulcânicos de lavas
basálticas que recobriram extensa área do sul do Brasil (FERNANDES; OMENA, 2011).
Figura 4.2 Geologia do PNSJ.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de CPRM, sem data.
26
Parque Nacional de São Joaquim
O lado oeste da Serra Geral compõe o Planalto das Araucárias, abrangendo o estado
do Paraná até o norte do Rio Grande do Sul. Já em Santa Catarina é nomeado
como Planalto Catarinense, e regionalmente na Serra Geral, como Planalto Serrano.
Na região leste, a Serra Geral é caracterizada por inclinações abruptas, formando
escarpas (conhecida como “Aparados da Serra Geral”) predominando sobre a
Planície Costeira, junto ao Oceano Atlântico (FERNANDES; OMENA, 2011).
Na região do PNSJ é possível visualizar a morfogênese da Serra Geral, observando
as faixas de rochas sedimentares, sendo possível compreender a história geológica
do continente sul-americano, por meio das capas basálticas e formações areníticas
(FERNANDES; OMENA, 2011). Assim, no PNSJ ocorre uma divisão em duas
Unidades Geomorfológicas, a Serra Geral e a Patamares da Serra Geral.
A Unidade Geomorfológica Serra Geral é caracterizada por desníveis acentuados.
Apresenta relevo com formas abruptas, vales fluviais com aprofundamentos
maiores a 500 m, conhecidos como cânions, onde as colunas de basalto em
algumas porções são cobertas por ervas e arbustos, e uma fina camada de solo.
Na parte superior, formam-se charcos devido aos solos rasos e mal drenados,
onde desenvolvem-se espécies de gramíneas, musgos e samambaia-do-banhado
Buchnum imperiale, entre outros gêneros vegetais (ATLAS,1986 apud SOUZA, 2004).
A Unidade Geomorfológica Patamares da Serra Geral, abrange uma faixa estreita
e descontínua, relacionada pela dissecação das redes de drenagem dos rios. As
formas de relevos características da região são alongadas, digitadas e irregulares,
que avançam nas planícies como esporões interfluviais, dando origem as
escarpas por meio da erosão fluvial. Nas regiões de maior altitude do Parque, com
predomínio de campos, o relevo é caracterizado como suavemente ondulado
a ondulado e superfície pouco a acidentada, constituída por colinas e outeiros
(pequena elevação de terreno) (ATLAS,1986 apud SOUZA, 2004).
Conforme a Figura 4.3, observa-se que a região nordeste do PNSJ possui entre
1.512 m e 1.800 m de altitude, onde localiza-se o Morro da Igreja, terceiro ponto
mais alto do estado de Santa Catarina, com aproximadamente 1.822 m de altitude.
Todavia, na região mais ao leste, as altitudes são em torno de 360 m a 1.080 m.
Figura 4.3 Hipsometria do PNSJ.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de imagem SRTM.
27
Parque Nacional de São Joaquim
4.1.4 PEDOLOGIA
Segundo o Levantamento de Reconhecimento dos Solos do estado (EMBRAPA,
2004), na região do PNSJ ocorre predominância de Chernossolos, Neossolos e
Cambissolos. Em menor ocorrência, há presença de Argissolos Vermelho Amarelos
e afloramentos de rocha. Outras características importantes referem-se as regiões
de encostas basálticas, que possuem solos mais profundos e desenvolvidos,
no topo e nos patamares (Latossolo, Nitossolo e Cambissolo). Já nas regiões
de encostas e extremidade dos patamares, os solos são menos desenvolvidos
(Neossolos Litólicos, Chernossolo e Cambissolo) (CORRÊA, 2001).
Os Chernossolos Háplicos, são solos com ausência de horizonte sub-superficial
de acumulação de argila, e em condições de profundidade e acumulação de
carbonato de cálcio, não apresentam coloração escura. São poucos desenvolvidos,
originários de materiais de rochas ácidas ou intermediárias, localizando-se nas
porções mais ao leste do PNSJ (EMBRAPA,1998 apud SOUZA, 2004).
Os Neossolos, são solos minerais, não hidromórficos, bem drenados a
moderadamente, com pequeno desenvolvimento pedogenético, rasos, com
espessura menor que 40 cm, com o horizonte A assentado diretamente sobre a
rocha consolidada, ou apresentando um horizonte C de pequena espessura entre
o A e o R. Quanto a sua formação, origina-se de diferentes materiais de origem,
abrangendo rochas eruptivas até folhelhos, argilitos, siltitos e granitos, sendo
definido pelo SiBCS, como solos sem a presença de horizonte diagnóstico. Podem
apresentar alta (eutróficos) ou baixa (distróficos) saturação por bases, acidez,
altos teores de alumínio e de sódio, e alta ou baixa permeabilidade. Abrangem
diferentes ambientes climáticos, relacionados a áreas de relevos ondulados e
planos, sob influência do lençol freático (ATLAS,1986; EMBRAPA,1998 apud SOUZA,
2004; ZARONI; SANTOS, sem data).
Os demais solos que compõem o PARNA de São Joaquim, ocupam porções
menores, sendo classificados como: Argissolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo
Háplico e Cambissolo Húmico.
Os Argissolos Vermelho-Amarelos são solos desenvolvidos do Grupo Barreiras
de rochas cristalinas. Apresentam horizonte de acumulação de argila, B textural
(Bt), e devido à presença da mistura dos óxidos de ferro hematita e goethita sua
coloração é vermelho-amarelada. São classificados como profundos e muito
profundos, bem estruturados e bem drenados, com predominância de horizonte
superficial A do tipo moderado e proeminente, apresentando principalmente
textura média argilosa (EMBRAPA,1998 apud SOUZA, 2004).
Os Cambissolos, são solos minerais não hidromórficos, apresentam espessura
mediana de 0,5 a 1,0 m, estando presente em diversos relevos (forte ondulado,
ondulado, suave ondulado) ocorrendo em altitudes que variam de 20 a 1.600 m.
São solos bem a moderadamente drenados, pouco profundos a profundos,
com grau considerável de evolução. São classificados como húmicos quando
apresentam um elevado teor de matéria orgânica nos sub-horizontes superficiais.
Já como háplicos, normalmente são identificados em relevos forte ondulados
ou montanhosos, com pequena profundidade e ocorrência de pedras na massa
de solo. Apresentam textura argilosa, a média e a muito argilosa (ATLAS,1986;
EMBRAPA,1998 apud SOUZA, 2004).
Possuem horizonte B, e estes quando classificados como incipiente (Bi)
apresentam textura franco-arenosa ou mais argilosa. Já o solum (horizontes
superiores com acentuada alteração pedogenética) apresenta teores uniformes
de argila, podendo ocorrer uma pequena diminuição ou aumento de argila do
horizonte A para o Bi. A estrutura do horizonte B pode ser em blocos, granular ou
prismática, podendo também, em alguns casos, haver a ausência de agregados
(TAURA et al., sem data).
Há também, na região nordeste do PARNA de São Joaquim, uma pequena porção
de afloramentos rochosos, que ocorreram devido a ação de processos naturais,
como erosão e deslizamentos de solos, resultando em exposições da rocha
(WINGE, sem data).
28
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 4.4 Pedologia do PNSJ.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de Embrapa, 2004.
4.1.5 HIDROGRAFIA/RECURSOS HÍDRICOS
Na região oeste do PNSJ situa-se a bacia hidrográfica do rio Pelotas, com
nascentes de grande importância regional, como os rios Lava-Tudo, Morro Grande,
Campo Bom, Águas Correntes, Alagados, Baú e a própria nascente do rio Pelotas,
considerado o mais importante curso pluvial da UC, localizado próximo ao Morro
da Igreja, a aproximadamente 1.822 m de altitude.
O rio Pelotas, juntamente com o rio Canoas, formam o rio Uruguai, que pertencem
à bacia hidrográfica do rio da Prata. Parte do rio Uruguai delimita os estados
de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, tratando-se de um rio internacional e
interestadual (FERNANDES; OMENA, 2011; SOUZA, 2004).
A bacia do rio Pelotas sofre com o assoreamento, processo que ocorre devido
as várias ações inadequadas, como o desmatamento e o manejo impróprio do
solo, lixo a céu aberto, e abatedouros clandestinos, que causam a poluição dos
córregos e rios (FERRETTI,1999 apud SOUZA, 2004).
Ao norte da UC, encontra-se a bacia do rio Canoas, que apresenta como nascentes
os rios Cachimbo, do Bispo, Baiano e o próprio rio Urubici, que nascem entre 1.700
m e 1.800 m de altitude (FERRETTI,1999 apud SOUZA, 2004).
Na porção leste do PNSJ, na “serra abaixo”, ocorrem rios que fluem para o litoral,
como os rios Braço Esquerdo, Vaca Mora, Malacara, Hipólito, Três Barras, Laranjeiras
e rio da Serra. Ambos formam a Bacia do Rio Tubarão, sendo o mais importante
curso fluvial do sul do estado. Grande parte dos rios nascem nos altos da Serra
Geral, onde ao longo de milhões de anos, esculpiram as escarpas formando
montanhas e vales profundos encaixados (cânions) (FERNANDES; OMENA, 2011).
A bacia do rio Tubarão sofre, porém, com o lançamento de efluentes e resíduos
da mineração do carvão, olarias, cerâmicas, indústrias alimentícias, indústrias
químicas, além de agrotóxicos utilizados na agricultura, os quais contribuem para
a degradação da bacia (SOUZA, 2004).
29
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 4.5 Hidrografia do PNSJ.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de Epagri/SDS 2005.
4.2 ASPECTO DO MEIO BIÓTICO – FLORA
O PNSJ está inserido no bioma Mata Atlântica, região que, de acordo com o MMA, é
considerada altamente prioritária para conservação da biodiversidade mundial, devido
a sua grande riqueza de fauna e flora (MMA, s.d.). Devido às informações limitadas
presentes no Plano de Manejo da UC, a descrição da vegetação do PNSJ foi realizada
utilizando como referencial pesquisas e mapas elaborados em anos anteriores.
Em estudos realizados por De Souza (2004), a classificação é feita com base em
dados de cartas geográficas do IBGE, de 1981. Nestas cartas, o IBGE classifica o
PNSJ em 6 tipologias vegetais: Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta
Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana, Floresta
Ombrófila Mista Montana, Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana e Campos
(Figura 4.6). Porém, cabe ressaltar que esta classificação foi elaborada baseando-se
em antigos limites da UC (DE SOUZA, 2004), visto que o limite atual foi ampliado
e demarcado por novas coordenadas geográficas em 2016, passando a abranger
mais um município (BRASIL, 2016).
O Plano de Manejo da UC cita que a vegetação do Parque é composta por Floresta
Ombrófila Densa (Matas Densas), Floresta Ombrófila Mista (Matas de Araucária),
Florestas Alto-montanas (Matas Nebulares) e Campos de Altitude, o que, em
geral, coincide com as classificações feita por Da Silva (2004), porém com um grau
menor de detalhamento.
Já em mapas adaptados, baseando-se em dados disponibilizados pelo MMA
(2002), é possível observar as seguintes formações vegetais: Floresta Ombrófila
Densa Alto Montana, Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa
Submontana, Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana, Floresta Ombrófila Mista
Montana e Estepe Gramíneo-Lenhosa, também classificada pelo IBGE (2012) como
campos (Figura 4.6).
Além dessas formações há também os campos abertos ou áreas de agricultura,
agropecuária e pastagens, que abrangem 18,58 % da área do Parque (MMA, 2002;
30
Parque Nacional de São Joaquim
DE SOUZA, 2004). Os campos abertos, são resultantes das atividades agrícolas e da
criação de gado que ocorrem nas propriedades particulares existentes, realizados
com o uso do fogo, conforme permitido pela legislação do Estado (DE SOUZA, 2004).
Nas áreas regularizadas, as principais ameaças à flora do PNSJ são representadas
pela permanência de gado e a extração ilegal de pinhão para consumo e
comércio, não excluindo danos indiretos à fauna e outros espécimes vegetais, pela
prática extensiva ou predatória.
Na sequência, destacam-se as principais formações vegetais do Parque, conforme
descritas por De Souza (2004), comparadas com o mapa de vegetação elaborado
(Figura 4.6).
4.2.1 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA SUBMONTANA
Segundo IBGE (2012), essa tipologia tem ocorrência na porção leste do Parque, de
30 a 400 metros de altitude. Caracteriza-se por estabelecer-se em solos profundos,
com boa drenagem e ricos em nutrientes (DE SOUZA, 2004).
No mapa elaborado de acordo com a base cartográfica do MMA (2002), essa
tipologia representa 0,20 %, sendo a fisionomia de menor ocorrência no Parque.
É comum encontrar nessa formação, em grande número e de forma frequente,
as plantas fanerófitas. De acordo com o IBGE (IBGE, 2012), as fanerófitas possuem
troncos e galhos finos, com folhas miúdas e coriáceas e apresentam a casca grossa
com fissuras. Segundo De Souza (2004) podem chegar a 30 metros de altura.
Também há ocorrência de epífitas, como é o caso das bromélias e orquídeas,
que contribuem com o equilíbrio do ambiente, acumulando água da chuva e
liberando-a aos poucos no solo, amortecendo assim o impacto direto (DE SOUZA,
2004).
No sub-bosque há plântulas de regeneração natural e a presença de espécies
de pequeno porte, como palmeiras (IBGE, 2012). As lianas (plantas lenhosas
trepadeiras) também estão presentes nessa fisionomia, servem de alimento para a
fauna local e também contribuem para a produção de serapilheira na floresta (DE
SOUZA, 2004).
Espécies como a canela-preta Ocotea catharinensis, a canela-broto Cryptocarya
moschata, o cedro ou cedro-rosa Cedrela fissilis, o palmito Euterpe edulis e a
peroba Aspidosperma olivaceum, dentre outros, também são características dessa
formação (ATLAS,1958; REITZ,1979; JOLY,1991; IBGE, 1992; SCHÄFFER, 2002 apud DE
SOUZA, 2004).
4.2.2 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA MONTANA
Esse tipo florestal situa-se entre 400 a 1000 metros de altitude (IBGE, 2012).
Segundo dados do IBGE (1981), De Souza (2004) demonstra que no Parque essa
formação pode ser encontrada à oeste da Floresta Ombrófila Densa Submontana.
Já na classificação do MMA (2002), a porção leste e sudeste do Parque é ocupada
por essa formação, abrangendo principalmente os municípios de Lauro Muller,
Orleans Grão-Pará, num percentual de 20,99 % do total do Parque.
Nas partes mais baixas do terreno há a ocorrência de nitossolos que estendem-se
até próximo ao cume dos relevos dissecados onde se sobressaem solos litólicos,
bem drenados, que favorecem o acumulo de serapilheira densa e a decomposição
de matéria orgânica, intensificando a ciclagem de nutrientes no solo (DE SOUZA,
2004).
Nessa tipologia, as árvores de dossel possuem de 20 a 25 metros de altura,
variando de acordo com o relevo e a profundidade do solo. É representada por
indivíduos de diâmetro pequeno e casca grossa e rugosa, com folhas pequenas e
coriáceas (IBGE, 2012).
São de ocorrência nessa fisionomia os gêneros Ocotea e Nectandra, da família
Lauraceae, o Podocarpus, da família Podocarpaceae (IBGE, 2012).
31
Parque Nacional de São Joaquim
4.2.3 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA ALTO-MONTANA
Também conhecida como matas nebulares, a Floresta Ombrófila Densa Alto-
Montana é encontrada no alto do cume das montanhas e pode chegar a, no
máximo, 20 m de altura (IBGE, 2012). Situa-se em altitudes acima de 1000 m (IBGE,
2012), em solos rasos e litólicos (DE SOUZA, 2004).
Em mapa adaptado com base em dados do MMA (2002), essa formação ocupa
toda a porção central do Parque, cortando-o de norte a sul e abrangendo 11,25 %
da área.
Nessa tipologia ocorrem afloramentos rochosos, que são cobertos por serrapilheira
e formam turfeiras. Há também a instalação de musgos e bromélias sobre o solo e
a vegetação é de porte médio a baixo, com arvoretas e pequenos arbustos, como
espécies dos gêneros Myrcia, Myrceugenia e Ilex (DE SOUZA, 2004).
Dentro dos limites do Parque essa vegetação é ameaçada pelo presença de gado
existente nas propriedades que ainda não foram desapropriadas (FERRETTI,1999
apud DE SOUZA, 2004).
4.2.4 FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA
Floresta Ombrófila Mista Montana, ou mata de araucárias, como é chamada no
sul do país, ocorre na faixa de 400 a 1000 metros de altitude. É uma tipologia
que já ocupou grande parte do planalto, acima de 500 metros de altitude no
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e atualmente é encontrada apenas em
pequenos fragmentos nos três estados, devido a intensa exploração da madeira e
das áreas para pasto e agricultura (DE SOUZA, 2004; IBGE, 2012).
No PNSJ esta fisionomia pode ser avistada no extremo nordeste, principalmente
na área pertencente ao município de Grão Pará e é a menos abrangente, em um
percentual de 2,51 % (MMA, 2002; DE SOUZA, 2004).
A espécie característica e de maior ocorrência no Parque é a araucária (ou
pinheiro-do-paraná) Araucaria angustifolia, responsável pelo nome de mata de
araucárias. Outras espécies comuns nessa formação são as canelas lajeana e fogo
Ocotea pulchella e Crytocarya aschersoniana, respectivamente, bem como a erva-
mate Ilex paraguariensis e a imbuia Ocotea porosa (IBGE, 2012).
4.2.4.1 Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana
Situa-se acima de 1000 m de altitude, com ocorrência mais significativa no estado
de Santa Catarina, no Parque Nacional Aparados da Serra, divisa com Rio Grande
do Sul e no PNSJ, na chamada crista do Planalto Meridional, nos arredores dos
Campos do distrito Santa Bárbara (IBGE, 2012), ocupando solos rasos, nas encostas
das colinas (IBGE,1992 apud DE SOUZA, 2004).
Essa fisionomia representa 14,26 % do território do Parque, distribuída em
fragmentos dispersos, predominantemente sobre a Formação Gramado, em maior
parte nas áreas correspondentes aos municípios de Bom Jardim da Serra e Urubici.
No dossel dessa floresta também há a ocorrência de Araucaria angustifolia
e Podocarpus lambertii, bem como de angiospermas das famílias Lauraceae,
Myrtaceae e Meliaceae. Já no sub-bosque há ocorrência de espécies arbustivas,
com dominância das famílias Rubiaceae e Myrtaceae (IBGE, 2012).
Essa formação também foi bastante explorada predatoriamente nas décadas
passadas e atualmente é pouco encontrada. Além da região sul pode ser avistada
em menores fragmentos em São Paulo, no Parque Estadual de Campos do Jordão,
em Minas Gerais e no Rio de Janeiro (IBGE, 2012).
4.2.5 CAMPOS
Os campos, ou campos de altitude, como também são nomeados, são vegetações
comuns de ambientes montanos e alto-montanos que situam-se acima de 800
metros de altitude em áreas de temperaturas baixas e solos rasos (litólicos). Nessa
tipologia, as geadas ocorrem frequentes durante o inverno (DE SOUZA, 2004).
De acordo com os dados do IBGE (1981) e do MMA (2002), essa fisionomia é a mais
abrangente no PNSJ, chegando ao percentual de 31,30 %, predominantemente
32
Parque Nacional de São Joaquim
na porção oeste do Parque e na Formação. É composta por espécies arbustivas e/
ou herbáceas com ocorrência nos cumes rochosos das serras e com comunidades
florísticas endêmicas (Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, 1993).
Conforme citado por Gomes (2009), Klein (1984) aponta que há aproximadamente
4.000 espécies de fanerógamas nos campos de altitude, indicando assim a riqueza
dessa formação.
Caracteriza-se por uma ruptura na sequência natural das espécies que ocorrem
nas fisionomias circundantes (CONAMA, 1993). Também é comum nessa tipologia
o aparecimento de extensos banhados e turfeiras, devido a umidade (RAMBO,
1953 apud GOMES, 2009). Onde a umidade fica concentrada, como em pequenos
córregos e margens de rios, o solo tende a ser mais profundo, estabelecendo
nessas áreas capões e matas de galeria, de vegetações arbustivo-arbóreas, que
entremeiam os campos (DE SOUZA, 2004; KLEIN 1960; MEDEIROS et al. 2004 apud
GOMES, 2009).
Nos campos é comum a presença das seguintes espécies: capim-colchão
Andropogon selloanus, capim-forquilha Paspalum notatum, a gramínea Paspalum
plicatum, entre outros (DE SOUZA, 2004).
Figura 4.6 Representação da Vegetação do PNSJ, segundo MMA.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de MMA, 2002.
33
Parque Nacional de São Joaquim
4.3 ASPECTOS DO MEIO BIÓTICO – FAUNA
Uma das maiores ameaças à fauna do PNSJ é a caça ilegal. Sabe-se que na maioria
dos casos, a caça é realizada por pessoas que não precisam deste recurso para
sobrevivência. Atualmente, a legislação é mais rígida e restrita e as comunidades
do entorno possuem uma conscientização maior, fazendo com que essas ações se
tornem cada vez mais escassas (FERNANDES; OMENA, 2011, p. 22).
A minuta do plano de manejo do PNSJ, portanto não homologado, cita que
são restritos os registros de uso ilegal da fauna do Parque, sendo mais comuns
registros de apreensão de animais abatidos ou capturados para a caça, visando o
consumo ou venda ilegal, com enfoque principal de aves. Poucos estudos foram
encontrados a respeito da fauna do PNSJ, o que aponta para a necessidade de
estudos sobre a diversidade de animais nesta área.
4.3.1 MASTOFAUNA
Devido à extensa variedade entre os indivíduos formadores da mastofauna, o
registro de espécies demanda o uso de diferentes técnicas amostrais em campo.
Sendo assim, os mamíferos que foram encontrados no Parque Estadual da Serra
Furada (PAESF), que está inserido nos limites do PNSJ, abrangem 10 espécies:
tatu galinha Dasypus novemcintus, mão-pelada Procyon cancrivorus, graxaim
Cerdocyon thous (Figura 4.7), veado-virá Mazama gouazoubira, bugio Alouatta
guariba, macaco-prego Cebus nigritus, veado-poca Mazama nana, onça-parda
Puma concolor, paca Cuniculus paca, cateto Pecari tajacu. Porém, acredita-se que
existam mais espécies que ainda não foram identificadas, sendo assim é possível
que sejam encontradas através do tipo de ambiente, pelos rastros, escavações,
entrevistas e relatos (FATMA, 2010).
Em estudos realizados por Bogoni et al (2015) no PNSJ através de armadilhas
fotográficas, foram registrados 137 imagens, de 18 espécies diferentes de
mamíferos, dentre elas espécies também registradas no PAESF como a onça-parda
Puma concolor, gato-do-mato-pequeno Leopardus guttulus e cateto Pecari tajacu.
Figura 4.7 Exemplar de graxaim no PNSJ.
Fonte: Acervo pessoal de Matheus Baldim, 2012.
Existe um relato, documentado em foto, de uma onça-pintada Panthera onca
em 1971 (FERNANDES; OMENA, 2011), porém não foram encontrados registros
atuais. A onça-parda Puma concolor e o lobo-guará Chrysocyon brachyurus, por
sua vez, são espécies de mamíferos que estão ameaçadas de extinção, inclusive
encontram-se no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção,
do ICMBio, na categoria vulnerável (VU) (ICMBIO, Sumário Executivo do Livro
Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, 2014).
4.3.2 AVIFAUNA
Na área do PNSJ e no seu entorno foram registradas 122 espécies representantes
da avifauna no levantamento feito pela ornitóloga Lenir do Rosário, da FATMA
(FERNANDES; OMENA, 2011). Já em levantamento realizado por Rosinger e Roos
(2015), os pesquisadores identificaram 85 espécies de aves pertencentes a 32
famílias, sendo a maior diversidade encontrada na Mata de Araucárias e maior
abundância de espécies nas matas nebulares.
A fragmentação de áreas com pouca declividade próximas ao Parque afeta
diretamente na redução de alimento e aumento na predação dos indivíduos que
34
Parque Nacional de São Joaquim
buscam novas áreas. Algumas espécies de aves, como por exemplo, papagaio
charão Amazona pretrei, são visadas como animal de estimação, assim como
as aves pertencentes ao gênero Sporophila. Já o jacuaçu Penelope obscura e
inhambuguaçu Crypturellus obsoletus, são indivíduos de médio porte e por isso são
mais visados nas caças ilegais (FATMA, 2010).
Na região, o ICMBio reconhece que existem duas aves que constam no Livro
Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, o papagaio-charão Amazona
pretrei que se encontra na categoria vulnerável (VU) e a águia-cinzenta Urubitinga
coronata classificada como em perigo (EN). Porém em estudos realizados por
Rosinger e Roos (2015), de acordo com a lista da IUCN esse número chega a
11 espécies (ICMBIO, Sumário Executivo do Livro Vermelho da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção, 2014).
4.3.3 HERPETOFAUNA
Em estudos realizados por Angri et al (2015), até a ocasião foram encontradas
21 espécies de anuros e 6 espécies de répteis, porém, de acordo com referencial
teórico esse número pode ser até três vezes maior.
Em comparação, no PAESF, UC inserida em parte no PNSJ, foram encontradas
23 espécies de 8 famílias diferentes de anfíbios, onde, 16 espécies são de
ocorrência em toda extensão da Serra Geral. No que diz respeito aos répteis
foram contabilizadas 14 espécies de 7 famílias diferentes sendo todas elas de
ocorrência mínima no entorno da área do Parque (FATMA, 2010). Esses resultados
quantitativos demonstram que essas espécies ocorrem praticamente em toda
Serra Geral, podendo assim ser extrapolado para toda área do PNSJ.
Segundo a lista mundial de anfíbios ameaçados de extinção, Global Amphibian
Assessment, existem duas espécies ameaçadas na região do PNSJ, sendo que a
Cycloramphus valae, não possui dados suficientes e por isso é categorizada como
de grande importância de conservação (FATMA, 2010). A espécie Thoropa saxatilis,
está na categoria de quase ameaçada, no Livro Vermelho da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção (ICMBIO, 2014).
4.3.4 ICTIOFAUNA
Com relação a riqueza das espécies de fauna aquática, mais especificamente peixes,
foram identificadas 12 espécies diferentes pertencentes à 7 famílias. Os indivíduos
encontrados com maior facilidade foram de três espécies, Pareiorhaphis stomias,
Jenynsia unitaenia e Pareiorhaphis nudulus, a partir de levantamento realizado na área
do PAESF, que está situada dentro dos limites do PNSJ (FATMA, 2010).
Fernandes e Omena, em 2011, citaram a falta de informações sobre a ictiofauna da
região, deixando clara a necessidade de mais estudos com relação às espécies de
peixes existentes nas bacias e drenos presentes na área do Parque. Embora haja
carência de estudos da ictiofauna na região, depreende-se que existem diferenças
significativas para peixes presentes no PNSJ, em função das variações de altitudes
incidentes, provocando variações climáticas amplas.
4.4 ASPECTOS DO MEIO ANTRÓPICO
No presente item, apresenta-se o processo histórico de ocupação do território
da região do PNSJ e breve caracterização socioeconômica dos municípios que
abrangem a UC, Urubici, Bom Jardim da Serra, Grão-Pará, Orleans e Lauro Muller,
localizados no estado de Santa Catarina.
4.4.1 PROCESSO HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO E A CONSTITUIÇÃO DAS POPULAÇÕES TRADICIONAIS
O processo histórico de ocupação do território do estado de Santa Catarina
deu-se primeiramente pelos povos indígenas Kaingang, Xokleng e Guarani.
Registros arqueológicos e etno-históricos datam a ocupação por Guaranis
há, aproximadamente, 2.000 anos; e, em cerca de 5.000 anos atrás por outras
tradições, incluindo as de matriz Jê, que dão origem aos Kaingang e Xokleng, nas
bacias hidrográficas dos principais rios das regiões noroeste e sudoeste do estado
do Paraná, oeste de Santa Catarina, e norte e noroeste do Rio Grande do Sul. Os
Guarani, por sua vez, ocupavam também o litoral sul/sudeste (SST/SC, 2018).
35
Parque Nacional de São Joaquim
Os primeiros contatos entre europeus e povos indígenas ocorrem a partir do
século XVIII, com as incursões jesuítas em busca de minas de ouro e carvão.
Dessas investidas resulta a dizimação e catequização dos indígenas da região; e
a expansão do ciclo do extrativismo mineral, uma vez que a região demonstrava
grande potencial em carvão mineral.
Com a consolidação da mineração na região, surgem as primeiras grandes ondas
migratórias estimuladas pela política de povoamento fomentada pela, então
recentemente criada, Empresa de Terra e Colonização de Grão-Pará S/A, dando
origem aos municípios de Grão-Pará, Lauro Muller e Orleans, e, assim, alicerçando
a ocupação europeia, paulista e gaúcha na região. Atualmente, os municípios
que constituem o PNSJ, estão inseridos hierarquicamente segundo suas bases e
relações na parte econômica, política, infraestrutura e bens e serviços conforme
ilustra a Figura 4.8.
Figura 4.8 Representação gráfica da articulação urbana ampliada, intermediária e
imediata dos municípios abrangidos pelo PNSJ.
Fonte: REGIC/IBGE, 2008.
Para uma melhor explicação do sistema hierárquico, tem-se que:
• Curitiba e Porto Alegre representam o maior nível hierárquico, quando
relacionados com os municípios do PNSJ, ambos fazem parte do nível 1C
chamado de metrópole que é formado por outras oito capitais, ficando abaixo
apenas de São Paulo que é considerado a Grande metrópole Nacional (nível
1A) e as duas metrópoles nacionais (nível 1B) Rio de Janeiro e Brasília. Em geral
essas metrópoles são caracterizadas pela forte relação entre si e pela grande
área de influência direta;
• Florianópolis e Criciúma são classificadas, respectivamente, como Capital
regional nível A e C, ou seja, um centro que se relaciona com o estrato superior
da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente inferior
ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas
como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de
municípios.
• Lages e Tubarão têm uma relação intermediária imediata com os municípios
do PNSJ, sendo classificados como nível 3A centro sub-regional, no Brasil existe
169 centros divididos em A e B, o grupo à qual os dois pertencem tem como
média 95 mil habitantes e possui 112 relacionamentos;
• O único município pertencente à categoria de Centro de Zona que é também é
dividido entre A e B, é Braço Norte, que juntamente com outras 364 cidades faz
parte do 4B, possuindo uma média de 23 mil habitantes e 16 relacionamentos;
• O nível 5 o qual todos os municípios que compõem o PNSJ fazem parte,
contém 4473 cidades e a principal característica é sua área de atuação não
extrapolar os limites municipais, servindo apenas aos seus habitantes que
normalmente não passam de 10 mil pessoas.
36
Parque Nacional de São Joaquim
4.4.2 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS MUNICÍPIOS DE BOM JARDIM DA SERRA, GRÃO PARÁ, LAURO MULLER, ORLEANS E URUBICI
O primeiro povoamento na região do município de Bom Jardim da Serra ocorreu
por volta de 1870, com o estabelecimento de famílias provindas do Rio Grande do
Sul. Esses moradores abriram picadas na Serra Geral, denominada de Serra do Doze,
hoje Serra do Rio do Rastro, onde passavam cavalos e mulas com as tropas para
efetuarem a troca de mercadorias com o litoral. Atualmente, Bom Jardim da Serra
é reconhecido como portal da região serrana catarinense e tem como principal
atração a estrada da Serra do Rio do Rastro, que parte de cota próxima ao nível do
mar e eleva-se até 1.450 m de altitude em apenas 12 km de estrada asfaltada.
Os municípios de Grão-Pará, Lauro Muller e Orleans têm suas origens motivadas
por alguns fatores comuns. O primeiro deles refere-se à descoberta de jazidas
carboníferas na região, por volta do ano de 1841, e à posterior exploração mineral.
Como consequência disso houve um grande fluxo migratório para a região,
que é estimulado com a criação da Empresa de Terra e Colonização de Grão-
Pará S/A, em 1882, e a promoção de loteamentos, a partir de 1883. Os primeiros
lotes foram vendidos com facilidades concedidas a um grande número de
imigrantes, principalmente italianos, alemães e poloneses. Por fim, outro fator que
impulsionou o processo de povoamento na região foi a concessão que o Governo
Imperial deu aos ingleses para construir a Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina,
inaugurada em 1885.
Por sua vez, Urubici apresentou colonização mais tardia, a partir de 1915 por
Manoel Saturnino de Souza e Oliveira, Hipólito da Silva Matos, José Saturnino de
Oliveira, José Gaspar Fernandes, Manoel Silveira de Azevedo, Policarpo de Souza e
Oliveira, que iniciaram o cultivo das férteis terras daquela região. O município tem
essa denominação, pois era banhado por rio do mesmo nome.
A seguir apresentam-se dados referentes à demografia, educação,
desenvolvimento social e econômico da região. A Figura 4.9 ilustra a evolução
populacional dos municípios que compõem o PNSJ no período entre 1991 e 2010.
Figura 4.9 Evolução populacional dos municípios que compõem o PNSJ
entre os anos de 1991, 2000 e 2010, valores absolutos.
Fonte: IBGE, 2010.
Segundo classificação estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), os municípios que constituem o PNSJ são de pequeno porte 1
e 2, isso quer dizer, seu contingente populacional não ultrapassa 20 mil e 50 mil
habitantes, respectivamente. Em linhas gerais, os municípios apresentam evolução
populacional crescente quando se contrasta o período inicial ao período final de
análise, isto é, comparando-se o número absoluto de habitantes em 1991 àquele
encontrado em 2010, a população de todos os municípios cresceu. No entanto,
algumas nuances ficam evidentes quando a análise se direciona a períodos mais
curto de tempo. Bons exemplos são os casos de Bom Jardim da Serra que em
1991 contava com 4.153 habitantes, passando por uma retração populacional
nos anos 2000, quando chega a 4.079 habitantes, para, em seguida, voltar a
crescer alcançando os 4.395 habitantes, em 2010; e, Lauro Muller, que também
a presentou decréscimo populacional entre os anos de 1991 e 2000, voltando
a crescer em 2010. Grão Pará, Orleans e Urubici, por sua, vez, apresentaram
crescimento populacional estáveis e regulares durante o período analisado, ou
seja, constante.
A Tabela 4.1 dimensiona a proporção do desenvolvimento populacional de cada
município nos períodos entre 1991/2000 e 2000/2010.
37
Parque Nacional de São Joaquim
Tabela 4.1 Crescimento populacional dos municípios que compõem o PNSJ nos
períodos 1991/2000 e 2000/2010, valores absolutos e percentuais.
MUNICÍPIO 1991-2000 2000-2010
Bom Jardim da Serra -0,20% 0,75%
Grão-Pará 0,79% 0,30%
Lauro Muller -0,28% 0,55%
Orleans 0,89% 0,66%
Urubici 0,80% 0,43%
Santa Catarina 1,85% 1,55%
Fonte: IBGE, 2010.
Complementarmente à análise anterior, nota-se que ambos municípios, Bom
Jardim da Serra e Lauro Muller, demonstraram contração populacional de
aproximadamente 0,28 % do ano de 1991 aos anos 2000. No mesmo período
o município que mais cresceu foi Orleans, com acréscimo de 0,89 %, seguido
de Urubici e Grão-Pará, ambos com aumento de 0,79 %. A população de Bom
Jardim da Serra retoma o crescimento entre 2000 e 2010, quando atinge 0,75 %
de acréscimo populacional, seguido por Orleans, Lauro Muller, Urubici e Grão-
Pará com elevação no número de habitantes de, respectivamente, 0,66 %, 0,55 %,
0,43 % e 30 %.
Ressalta-se que, embora os municípios apresentem crescimento populacional
estável com taxas baixíssimas e pontuais retrações, que não refletem o
comportamento demográfico de todos os municípios analisados; a dimensão do
crescimento exibido pelos municípios que compõem o Parque fica muito aquém
da média de crescimento do estado de Santa Catarina, que no período como um
todo girou em torno de 17 %. Nesse sentido, é plausível refletir sobre a capacidade
desses municípios em tornar-se atrativo para manter e atrair a população,
principalmente, jovem. Para tanto, analisa-se na Figura 4.10 a distribuição de
diferentes grupos etários na população de cada município.
De modo geral, percebe-se que todos os municípios analisados apresentaram
maior concentração de indivíduos nos estratos entre 10 e 24 anos de idade e 40
a 54 anos de idade, isto ocorre para ambos os sexos. Na tentativa de mensurar o
avanço das condições e da qualidade de vida dos residentes nos municípios em
questão, apresentam-se adiante alguns indicadores (Figura 4.11, Figura 4.12).
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) calculado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), leva em
consideração as dimensões de longevidade, renda e educação da população. Este
índice oscila entre 0 a 1, contendo cinco faixas de avaliação: muito baixo (de 0 a
0,499); baixo (0,500 a 0,599); médio (de 0,600 a 0,699), alto (0,700 a 0,799) e muito
alto (de 0,800 a 1).
38
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 4.10 Representação gráfica da pirâmide etária dos municípios que compõem o PNSJ, 2010.
Fonte: PNUD, IPEA, FJP, 2010.
Figura 4.11 Representação gráfica do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) dos municípios que compõem o PNSJ entre 1991, 2000 e 2010.
Fonte: PNUD, IPEA, FJP, 2010.
39
Parque Nacional de São Joaquim
De modo geral, todos os municípios exibiram melhora significativa e paulatina no
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal no período analisado. Isso porque,
em 1991, Bom Jardim da Serra, Grão Pará, Lauro Muller e Urubici figuravam
no patamar de desenvolvimento muito baixo, e Orleans no estrato baixo. Esse
panorama se altera já na próxima avaliação quando, com exceção de Bom Jardim
da Serra e Urubici que permanecem na categoria baixo, havendo, no entanto,
apresentado evolução em relação ao período anterior; Grão Pará, Lauro Muller
e Orleans alcançaram o nível médio de desenvolvimento humano. Em 2010,
essa configuração se repete, ou seja, Bom Jardim da Serra e Urubici avançaram
em direção ao estrato médio, todavia achavam-se ainda aquém do restante dos
municípios que, à época, atingiram a categoria alta. Ressalta-se que os resultados
apresentados pelos municípios do PNSJ foram inferiores aos índices estaduais no
mesmo período que eram: 0,543 (baixo) em 1991, 0,674 (médio) em 2000 e 0,774
(alto) em 2010.
Como forma de verificar a evolução do desempenho dos municípios, a Figura
4.12 ilustra as dimensões que compõem o IDH-M de modo desagregado, para
que assim seja possível verificar a contribuição de cada uma para os resultados
alcançados no índice geral.
De modo geral, os resultados encontrados em todas as dimensões apresentam
melhora no período analisado. Na dimensão de renda todos os municípios
partiram da categoria baixo ou médio, em 1991, e alcançaram a categoria
alta ao final do período analisado. Os municípios que apresentaram melhor
desenvolvimento nesse quesito foram Lauro Muller e Bom Jardim da Serra. Nessa
dimensão, destaca-se ainda que Grão-Pará foi o único município que apresentou
desempenho melhor do que os estaduais nos anos de 1991, com índice de 0,656
frente ao índice estadual de 0,648; e 2010, com índice de 0,735 diante do índice
estadual de 0,717. Já em 2010, nenhum dos municípios em questão alcançou os
resultados encontrados a nível estadual que chegou a 0,773.
Figura 4.12 Representação gráfica do Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal (IDHM) dos municípios que compõem o PNSJ, por
categoria, entre os anos 1991, 2000 e 2010.
Fonte: PNUD, IPEA, FJP, 2010.
Foi na dimensão de longevidade que os municípios apresentaram desempenho
mais significativo, pois todos, sem exceções, partiram do patamar alto, em 1991,
e alcançaram, o patamar muito alto ao final do período em questão. O município
de Orleans exibiu melhor desempenho ao final do período analisado atingindo
índice 0,873, superando a média estadual no mesmo ano que foi de 0,860.
Indubitavelmente a longevidade apresentou-se como a dimensão mais próspera
entre aquelas que constituem o IDH-M. Os valores demostram melhorias nas
condições de saúde da população.
40
Parque Nacional de São Joaquim
Dentre as dimensões analisadas, o caso mais expressivo foi apresentado pela
educação, pois o desempenho de todos os municípios foi bastante inferior
àqueles referentes às dimensões de renda e longevidade. Embora todos os
municípios tenham melhorado o desempenho, uma vez que partiram do estrato
muito baixo, nenhum deles atingiu o patamar alto ou muito alto. Evento similar
é demonstrado pelos resultados da dimensão de educação a nível estadual que
em 1991 foi muito baixo (0,329), passando à categoria baixa (0,526) em 2000 e
chegando ao estrato médio (0,697) em 2010.
Com vistas a complementar a análise da educação nos municípios do PNSJ,
a Figura 4.13 ilustra a mensuração do desenvolvimento da educação básica,
utilizando-se do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, criado
em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira – INEP. A análise de IDEB é relevante, pois reúne dois conceitos igualmente
importantes para a qualidade de ensino: aprovação escolar, segundo o Censo
Escolar e as médias de desempenho nas avaliações do INEP, medidas por meio do
SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) - para as unidades da federação e
para o país, e a Prova Brasil - para os municípios.
Sem exceções, todos os municípios têm melhor desempenho no Índice de
desenvolvimento do Ensino Básico nos anos iniciais, ou seja, 4ª série e/ou 5º ano e
que são de responsabilidade exclusiva da municipalidade. Destaca-se o município
de Lauro Muller com a melhor performance, 6,2, superando o desempenho
estadual no mesmo ano, 6,1; seguido dos municípios de Grão-Pará (5,9), Orleans
(5,8), Urubici (5,8) e Bom Jardim da Serra (4,6).
Quando a responsabilidade de gestão passa ao âmbito estadual, nos anos finais
do ensino fundamental, há um decréscimo considerável no desempenho. Lauro
Muller, por exemplo, que é o município com melhor resultado do índice nos anos
iniciais do ensino básico, apresentou uma queda de 1,8, chegando ao índice 4,4
nos anos finais do ensino fundamental, sem, no entanto, se distanciar da média
do Estado, que na época era de 4,9. Os municípios que demonstraram melhor
desempenho foram Grão-Pará e Orleans, atingindo, respectivamente, 4,8 e 4,7
no IDEB. Em linhas gerais, o desempenho médio dos anos iniciais do ensino
fundamental entre os municípios analisados foi de 5,6, enquanto os anos finais
atingiram 4,2. A análise da taxa de analfabetismo4 busca evidenciar o alcance e a
inserção das instituições escolares nos municípios em questão (Figura 4.14).
Figura 4.13 Representação gráfica do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB) dos anos iniciais e finais do ensino fundamental dos
municípios que compõem o PNSJ, 2015.
Fonte: INEP, 2015.
Figura 4.14 Representação gráfica da taxa de analfabetismo entre pessoas de 18 anos
ou mais residentes nos municípios que compõem o PNSJ, 1991, 2000 e 2010.
Fonte: PNUD, IPEA, FJP, 2010.
4 São consideradas analfabetas pessoas com 18 anos ou mais que declararam não serem capazes de ler e escrever um bilhete simples ou que apenas assinam o próprio nome, incluindo as que aprenderam a ler e escrever, mas esqueceram.
41
Parque Nacional de São Joaquim
Entre os anos de 1991, 2000 e 2010, as taxas de analfabetismo entre pessoas de 18
anos ou mais demonstradas pelos municípios que compõem o PNSJ apresentam
significativa melhora, sempre oscilando entre as médias apresentadas pelo estado
de Santa Catarina, com as menores taxas, e o Brasil, que no período apresentou os
respectivos resultados: 20,07 % de analfabetos em 1991, 13,63 % em 2000 e 9,6 %
em 2010. O município que obteve mais destaque e que mais se aproximou do
desempenho estadual foi Orleans. O município que apresentou diminuição mais
acentuada na porcentagem de analfabetos (8,9 %) foi Bom Jardim da Serra, que
em 1991 apresentou um contingente de 18 % de analfabetos, chegando a 9,1 %
em 2010.
Com vistas a compreender a dinâmica do setor econômico de cada município
que constitui o PNSJ, apresenta-se dados acerca do rendimento mensal de seus
residentes, o Produto Interno Bruto (PIB), da Composição do Valor Adicional Bruto
(VAB), bem como informações pertinentes a participação dos setores e subsetores
na economia local (Figura 4.15, Figura 4.16, Figura 4.17, Tabela 4.1, Tabela 4.2).
Tabela 4.2 Pessoas de 10 anos ou mais de idade residentes nos municípios que
compõem o PNSJ, por classes de rendimento nominal mensal, 2010.
MUNICÍPIOaté 1 S.M.
mais de 1 a 3 S.M.
mais de 3 a 5 S.M.
mais de 5 a 10 S.M.
mais de 10 S.M.
sem rendimento
Bom Jardim da Serra
33,9% 24,1% 3,8% 2,0% 1,0% 35,3%
Grão-Pará 32,3% 38,1% 5,3% 2,6% 0,5% 21,2%
Lauro Müller 20,8% 38,2% 6,9% 2,2% 0,4% 31,5%
Orleans 27,0% 35,9% 6,8% 3,3% 0,9% 26,1%
Urubici 34,7% 25,7% 4,2% 2,2% 0,6% 32,6%
Santa Catarina 18,3% 39,8% 7,9% 4,6% 1,7% 27,7%
Média dos Municípios
29,7% 32,4% 5,4% 2,4% 0,7% 29,4%
Legenda: S.M. – Salário Mínimo. Fonte: IBGE, 2010.
Em 2010, a média municipal de rendimento nominal mensal das pessoas de 10
anos ou mais de idade residentes nos municípios que constituem o PNSJ era
dividido, majoritariamente, entre aqueles que recebiam até um salário mínimo,
correspondendo a 29,7 %; 32,4 % contavam com um a três salários mínimos;
29,4 % não tinham rendimento; e, os outros 8,5 % recebiam mais de três salários
mínimos. Os casos mais críticos eram o de Bom Jardim da Serra e de Urubici que, à
época, tinham, respectivamente, 69,2 % e 67,3 % da população sobrevivendo com
até um salário mínimo.
O Produto Interno Bruto (PIB) é considerado um importante indicador, pois
possibilita mensurar monetariamente a produção econômica de determinada
territorialidade durante certo período, sendo possível a comparabilidade entre
diferentes escalas, tanto temporais como espaciais. Estão incluídos no PIB: o
consumo, os investimentos, os gastos do governo e as exportações reduzidas
das importações. Ressalta-se que os valores do PIB são apenas os obtidos pelos
registros da economia formal. Os valores do PIB são apresentados em valores
nominais – permitindo comparações entre os valores monetários ao estabelecer
um ano base na série histórica de dados. Assim, utilizam-se os valores monetários
do PIB a preços nominais, atualizados ao ano base definido, por meio da deflação
pelo deflator implícito do PIB. No ano de 2015, os municípios que constituem o
PNSJ obtiveram um total do PIB de R$ 227.710,37 a preços constantes de 2010.
Neste ano, o valor total gerado por estes cinco municípios representou 13 % do
PIB do estado de Santa Catarina, que foi de R$ 178.958.388,51.
Conforme a Figura 4.15, com exceção de Lauro Muller, o PIB a preços constantes dos
municípios do PNSJ no período de 2007 a 2015 apresentou tendência de aumento,
pois quando comparados os desempenhos obtidos no ano de 2007 aqueles do
ano de 2017, houve ligeiro crescimento. No entanto, não se tratou de crescimento
instável, isso quer dizer, houve constantes variações anuais nos valores do PIB, com
quedas e acréscimos, no período analisado. O município de Lauro Muller, citado
anteriormente, sofreu desvalorização de 3,5 % do PIB de 2007 até 2015.
42
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 4.15 Representação gráfica do PIB a preços constantes nos municípios que
compõem o PNSJ, entre 2007 e 2015 (ano-base 2010).
Fonte: IBGE, 2010.
O PIB pode ser desmembrado pelos Valores Adicionados Brutos (VAB) dos setores
da economia. O VAB é o resultado final da atividade produtiva no decurso de um
período determinado. Resulta da diferença entre o valor da produção e o valor do
consumo intermédio, originando excedentes. A análise da composição do VAB
permite verificar a estrutura da economia dos municípios em relação aos setores
primário, secundário e terciário da economia.
O setor da economia com o maior destaque de representatividade relativa no
PIB nos municípios de Urubici, Orleans e Lauro Muller foi o Comércio, em que foi
responsável por, respectivamente, 41,1 %, 41 % e 36,8 % da composição total do
VAB. Especialmente em Grão-Pará e Bom Jardim da Serra houve predominância
do setor agropecuário representando 36,2 % e 37,1 % da composição do VAB.
Vale observar que, excetuando o setor com maior destaque de representatividade
relativa no PIB de cada município, o setor que se evidencia nos municípios
mais populosos é o da indústria. Nesse, deve-se notar também que, em geral,
municípios mais industrializados contavam com menor participação do setor
agropecuário na composição do PIB. O mesmo movimento ocorria em relação
aos municípios que contavam com maior participação da agricultura frente a
contribuição do setor industrial (Figura 4.16). Isso quer dizer que quando há a
preponderância de algum dos setores (industrial ou agropecuário) não há o
desenvolvimento do outro.
Com exceção do município de Grão-Pará, no qual o setor secundário foi
preponderante (48,9 %), o setor terciário, que engloba o comércio e a prestação de
serviços, representou maior participação na economia dos municípios analisado,
sendo Urubici, o município que denotou maior dependência desse setor, 80,2 %,
seguido de Bom Jardim da Serra, 70,3 %.
Corroborando os resultados do VAB (Figura 4.16), o município de Bom Jardim
da Serra apresentou taxa significante de vínculos ativos relacionados ao
setor primário, reconhecidamente vinculado à agricultura, à pecuária e ao
extrativismo animal e vegetal. Todavia, ressalta-se que nos produtos internos
brutos totais municipais, os valores adicionais brutos de cada setor podem
ter representatividade relativamente alta, sem, no entanto, exercer devida
expressividade nos vínculos ativos. Como exemplo pode-se citar o mesmo
município, Bom Jardim da Serra, que mesmo tendo no setor agropecuário o VAB
mais significativo, ainda assim repousava no setor terciário sua maior taxa de
vínculos ativos (Figura 4.17 e Tabela 4.3).
Figura 4.16 Representação gráfica da composição do Valor Adicional Bruto (VAB) dos
municípios que constituem o PNSJ, 2015.
Fonte: IBGE, 2010.
43
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 4.17 Representação gráfica do percentual de participação dos setores da
economia, no total de vínculos ativos, dos municípios abrangidos pelo PNSJ, em 2016.
Fonte: MTE, 2017.
Tabela 4.3 Porcentagem de vínculos ativos relacionados aos subsetores da economia
ligados ao turismo, dos municípios abrangidos pelo PNSJ, em 2016.
MUNICÍPIO CV. TT. AJ. AL. AG AP. AR. AO.
Bom Jardim da Serra 44,4% 1,3% 29,1% 21,2% 2,0% 0,0% 0,0% 2,0%
Grão-Pará 71,9% 23,6% 0,0% 4,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Lauro Muller 45,1% 51,3% 0,0% 3,1% 0,0% 0,0% 0,2% 0,3%
Orleans 64,5% 24,8% 1,3% 8,1% 0,1% 0,0% 1,1% 0,1%
Urubici 68,2% 6,8% 11,9% 11,5% 0,0% 0,0% 0,4% 1,2%
Média Total 58,8% 21,6% 8,5% 9,7% 0,4% 0,0% 0,3% 0,7%
Legenda: CV. – Comércio Varejista; TT. – Transporte Terrestre; AJ. – Alojamento; AL. – Alimentação AG. – Agências
de Viagens, Operadores Turísticos e Reservas; AP. – Atividades Ligadas ao Patrimônio Cultural e Ambiental; AR –
Atividades Esportivas, de Recreação e Lazer; OA – Outras Atividades de Serviços Pessoais. Fonte: MTE, 2017.
Dando ênfase aos subsetores da economia que podem ser relacionados ao
turismo local a Tabela 4.3 ilustra uma forte predominância do comércio varejista
na economia dos municípios analisados com exceção de Lauro Muller, no qual
transporte terrestre era mais preeminente. O subsetor com segunda maior
expressão nos municípios de Grão-Pará e Orleans é o de transporte terrestre. A
partir da leitura desses dados é possível inferir que desses municípios, Bom Jardim
da Serra e Urubici despontavam como aqueles que mais usufruíam da demanda
turística, uma vez que apresentaram maiores taxas de vínculos ativos ligados às
atividades relacionadas à alojamento e alimentação. Bom Jardim da Serra contava,
inclusive, com empregados em agências de viagens, operadores turísticos e
serviços de reservas. Segundo os dados, municípios como Grão-Pará e Lauro
Muller, por sua vez, não apresentavam vínculos ativos relacionados a alojamento
nesse mesmo período.
Nesse sentido, fica evidente que os municípios que constituem o PNSJ têm
grande potencial a ser explorado no setor de serviços relacionados às atividades
turísticas, não se restringindo apenas ao setor de alojamento e alimentação, como
também investindo em roteiros de passeios guiados, entre outras atividades com
vistas a explorar os recursos naturais e climáticos da região.
44
Parque Nacional de São Joaquim
5. PANORAMA DO USO PÚBLICO NO PNSJPrimeiramente analisa-se a atividade de visitação turisticamente já consolidada
no PNSJ, representada, principalmente, pela atividade de contemplação praticada
no Mirante da Pedra Furada. Em seguida, são analisadas as atividades previstas
na Portaria ICMBio nº 85/2012 e que, atualmente, estão em operação regular na
Unidade - ainda que em caráter experimental e com menor fluxo de visitação,
constituída pela atividade é a caminhada nas seguintes trilhas: i) Trilha da Pedra
Furada (Urubici) e ii) Trilha Nascentes do Rio Pelotas a iii) Trilha do Rio do Bispo
(estas duas últimas comportam atualmente trechos em adição ao Caminho das
Araucárias e ao Caminho da Mata Atlântica, que serão descritos mais adiante).
Posteriormente são analisadas as demais atividades previstas na Portaria ICMBio
nº 85/2012, ou seja, as atividades de caminhada. Existem ainda atividades já
praticadas no PNSJ e que, atualmente, encontram-se suspensas e/ou dependentes
de autorização específica para suas práticas, ou são realizadas sem o devido
controle da Unidade, caracterizadas pelas atividades de caminhada de longo
curso:
• Travessia Urubici - Orleans ou vice-versa; trilha do Rio do Bispo e travessia
Urubici - Bom Jardim da Serra ou vice-versa;
• Atividades de caminhada: Trilha da Cascatinha; Trilha Goiaba Serrana;
• Atividades de ciclismo e cicloturismo, nas seguintes áreas: estrada do Morro da
Igreja e estrada geral da Santa Bárbara;
• as atividades de cavalgada, atualmente suspensas, porém previstas para as
seguintes áreas: travessia Urubici - Bom Jardim da Serra e vice versa; trilha
localidades do Rio do Bispo e travessia Bom Jardim da Serra - Orleans e vice-
versa; além da atividade de voo livre. Tais atividades serão caracterizadas a
seguir e, por fim, descrevem-se outras atividades de uso público realizadas no
PNSJ e não contempladas pelos enquadramentos anteriores.
As atividades serão contextualizadas e organizadas por tipologia: (i) contemplação;
(ii) caminhada; (iii) cavalgada; (iv) ciclismo e clicloturismo; (v) voo livre; e (vi) outras
atividades de uso público. Todas elas considerando as áreas do Morro da Igreja e
da Santa Bárbara.
5.1 CONTEMPLAÇÃO
Descreve-se a atividade de visitação contemplação, que é realizada no Morro da
Igreja e nos Campos de Santa Bárbara.
5.1.1 MIRANTE DO MORRO DA IGREJA/PEDRA FURADA
O Morro da Igreja e seu Mirante natural para a Pedra Furada (Figura 5.1) se
constitui na principal atividade de visitação ao PNSJ, sendo o seu maior ponto de
altitude, com 1.822 metros. É o terceiro mais alto do estado de Santa Catarina e
um dos mais altos da região Sul do Brasil. Seu topo serve como mirante natural a
partir do qual é possível observar a chamada Pedra Furada, formação geológica
considerada monumento natural em formato de fenda situada na vertente das
escarpas da Serra Geral. Pode-se dizer que é o “cartão postal” do PNSJ e da Serra
Catarinense.
Figura 5.1 Região do Morro da Igreja e da Pedra Furada no PNSJ.
Legenda: A, B e C – Vistas do mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada; D – Vista da Pedra Furada à partir do mirante
do Morro da Igreja. Fotos: Registro do Autor, 2018.
O Morro da Igreja é conhecido como um dos pontos mais frios do Brasil, com
grande fluxo de visitantes sobretudo durante o inverno, época do ano em que as
temperaturas no local ficam constantemente abaixo de zero podendo ocorrer,
A B C D
45
Parque Nacional de São Joaquim
ocasionalmente, a queda de neve. A área abriga as instalações do Destacamento
de Controle do Espaço Aéreo do Morro da Igreja – DTCEA-MDI, subordinado ao
Segundo o CINDACTA II da Força Aérea Brasileira (FAB) e, também, a primeira
Estação de Radar Meteorológico (ERM) de Santa Catarina. Apresentam-se, na
sequência, informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a
atividade é desenvolvida e a visitação.
• Localização e acesso
O Morro da Igreja está localizado na região nordeste do PNSJ, na divisa dos
municípios catarinenses de Bom Jardim da Serra, Orleans e Urubici. O acesso,
a partir da sede do ICMBio, no centro de Urubici, se dá pela SC-370, em boas
condições de uso e com sinalização indicativa do PNSJ. Num trecho de,
aproximadamente, 12 km, até acessar a estrada do Morro da Igreja, com uma
extensão de 17 km, em via de mão dupla. Após percorrer 7 km chega-se ao
pórtico de entrada e controle do PNSJ. A partir daí o acesso só se dá por meio de
autorização, que deve ser retirada com antecedência na sede do ICMBio. Percorre-
se mais 10 km em área interna ao PNSJ, até chegar ao topo do Morro da Igreja.
• Condições de uso atual
Atualmente não há cobrança para o acesso e o horário de funcionamento é das 8
às 17 horas, mas os visitantes devem solicitar autorização ao ICMBio para acessar
esta porção do PNSJ. Desde 2013 há um sistema de controle da visitação com
veículos, limitados à 200 veículos por dia (motos e bicicletas não entram nesta
contagem). No entanto, este procedimento tem se demonstrado limitado para os
dias de alto fluxo, causando engarrafamentos e não sendo adequado para ordenar
a visitação neste ponto do PNSJ.
A estrada de acesso (estrada do Morro da Igreja), encontra-se em condições
precárias, com pontos de desgastes e risco de colapso de cortinas de sustentação.
Por este motivo está proibida a passagem de ônibus, caminhões, vans com
capacidade superior a 18 passageiros e micro-ônibus. Estão previstas obras de
reforço e nova pavimentação na estrada que estão sendo realizadas pela FAB e
contemplam, também, a construção de um mirante na área do Morro da Igreja,
além de um portal na entrada do PNSJ.
A minuta do Plano de Manejo do PNSJ considera a presença e as operações
realizadas pelo Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Morro da Igreja
(DTCEA-MDI) como conflitantes com os objetivos do Parque. Outro ponto
conflitante é a existência de uma linha de transmissão de alta tensão que leva
energia elétrica para as instalações do DTCEA-MDI. Além de existirem outras
de menor porte para eletrificação rural nas proximidades e em outros locais do
Parque.
Atualmente é o ponto de maior pressão de visitação desta UC. A principal
atividade praticada é a de contemplação e a área apresenta riscos de acidentes.
Em 2017 este atrativo recebeu 119.631 visitas. A área não dispõe de infraestrutura
adequada para a visitação, como mirantes, abrigos e sinalização orientativa e
interpretativa e estacionamento. A partir deste ponto partem outras atividades
como a Trilha da Pedra Furada e a Trilha Nascentes do Rio Pelotas, e trechos
internos à Unidade que compõem o Caminho das Araucárias e Caminho da Mata
Atlântica.
• Melhor época para visitar
A visitação é possível durante todo o ano. Há maior concentração nos meses de
junho, julho e agosto, principalmente a possibilidade de precipitação de neve. As
condições climáticas no alto do morro são instáveis, com uma ampla gama de
variação ao longo do dia.
• Tempo estimado para visitação/atividade
Considerando a principal atividade atual neste local, que é a contemplação,
estima-se o tempo de permanência entre 15 e 20 minutos. A condição climática é
um fator que influi na permanência no local, mantendo a visitação em um tempo
curto. É comum ter muito vento, chuva, neblina e frio na região do Mirante.
46
Parque Nacional de São Joaquim
• Oferta no mercado
Em que pese a maior parte da visitação ocorrer de maneira espontânea e não
organizada comercialmente, foram identificadas algumas ofertas. Como parte
de roteiros turísticos estruturados, de forma regular no mercado, pelas seguintes
agências e operadoras de turismo: i) agências de receptivo turístico em Urubici:
Graxaim Ecoturismo, Serra Sul Ecoturismo e Caminhos da Serra; ii) agência
de receptivo turístico em Bom Jardim da Serra: Tribo da Serra Ecoturismo; iv)
operadoras de turismo nacional: Pisa Trekking, Cia Eco e Freeway, estas com sede
na cidade de São Paulo. Salienta-se que a visitação também pode ocorrer de
forma autoguiada. O local também é divulgado pelo sítio eletrônico do ICMBio em
webpage institucional e exclusiva do PNSJ.
Com relação aos preços praticados não existe cobrança para acessar o Mirante
do Morro da Igreja/Pedra Furada. As empresas que ofertam a atividade
incluem a mesma junto às outras dentro de um pacote (com preços e
formatos variados).
• Mercado consumidor atual
O principal mercado consumidor é o regional (SC, PR e RS). A região sudeste pode
ser considerada como mercado complementar estratégico, sobretudo São Paulo,
tendo como mercado complementar Rio de Janeiro e Minas Gerais (SP; RJ e MG).
Em entrevistas com atores do trade turístico da região, também foi mencionado
o Distrito Federal como mercado consumidor em crescimento. O local também
é muito acessado por praticantes de moto turismo, além de possuir um perfil de
público com características diversas.
• Singularidade e valor intrínseco
A ocorrência de precipitação de neve, aliada à beleza cênica da paisagem, são
elementos de grande valor do local. Destaca-se também a singularidade do
monumento natural Pedra Furada e que o local é um dos pontos mais alto do
estado de Santa Catarina.
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.1 elenca a avaliação dos pontos positivos e pontos limitadores da
atividade de contemplação no Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.
Quadro 5.1 Pontos positivos e pontos limitadores – mirante Morro da Igreja/Pedra Furada.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• É um atrativo turisticamente já consolidado no PNSJ;
• Localiza-se em áreas já regularizadas do PNSJ;
• É o “cartão postal” da Unidade;
• Área de grande beleza cênica (possibilidade de vistas diversas);
• Ponto de ocorrência de neve;
• É possível o acesso de forma regular, embora a área do mirante não esteja adequada para PMR (pessoas com mobilidade reduzida).
• Alto potencial interpretativo do espaço e da paisagem;
• Encaminhamentos das obras de reparos de pavimentação da via com a implantação de portal e mirantes adequados.
• O fluxo de veículos no local apresenta-se como insuficiente, carecendo de um sistema de controle da visitação e transporte próprio da Unidade que ofereça conforto e ordenação da visitação.
• Infraestrutura de apoio à visitação como mirantes, abrigos, sanitários, bebedouros, sinalização, estacionamento/locais de parada de transporte próprio e acessibilidade;
• Desconcentrar a visitação para outras áreas da Unidade;
• Observou-se a presença de gado em alguns pontos ao longo da estrada do Morro da Igreja, que dá acesso ao atrativo;
• Diversificar o uso do atrativo com atividades, vivências e experiências. Pois, atualmente, a visitação está, basicamente, limitada à contemplação;
• Realizar estudos de capacidade de suporte, juntamente com um Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
• Impactos identificados
Na região do Morro da Igreja existem riscos de acidentes. No local de visitação,
não há sinalização ou infraestruturas que restrinjam a área onde o visitante pode
acessar, possibilitando às pessoas chegarem próximas às bordas da serra e com
possibilidade de queda. Quanto ao acesso, ainda que exista a restrição do número
de veículos por dia, identifica-se o risco de acidente de trânsito. Devido à falta
47
Parque Nacional de São Joaquim
de infraestrutura de apoio à visitação, o pisoteamento das áreas naturais tem
resultado em impactos visíveis na vegetação.
• Atividades potenciais
Identifica-se como atividades potenciais o desenvolvimento de atividades
vivenciais e experienciais como a interpretação geológica do espaço, atividades
noturnas (ex. observação e interpretação astronômica, visitas em dias de lua
cheia), interpretação cultural da paisagem quando as condições climáticas
permitirem visualizar o litoral explicando a relação do espaço com o ciclo do
Tropeirismo, atividades de caráter artístico esporádicas e com acesso diferenciado
como assistir ao pôr do sol ao som da Orquestra Filarmônica de São Joaquim.
5.1.2 CAMPOS DE SANTA BÁRBARA
Esta área integra a parte central do PNSJ e caracteriza-se por campos de altitude,
cujos pontos mais elevados estão acima de 1.650 metros. A área congrega um
conjunto de valores ambientais e culturais de grande expressividade dentro
da Unidade, indo desde mata de araucárias, morros (como o morro do Baú),
rios (como o Pelotas) e quedas-d’água, (como a Cascatinha); até testemunhos
materiais, histórico-culturais do ciclo do Tropeirismo, com ocorrência de muros
de taipas e de um cemitério centenário. Possibilita a contemplação da paisagem
em diversos pontos, com destaque para o morro do Baú. A área também abriga o
atual alojamento de pesquisadores (Figura 5.2).
Figura 5.2 Paisagens da região de Campos de Santa Bárbara em Urubici/SC.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
• Localização e acesso
Situa-se na porção central do PNSJ e o acesso para esta área se dá por meio
da localidade denominada Vacas Gordas, via rodovia SC-110, em Urubici, e
em seguida pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal e
não asfaltada. Esta estrada conecta o PNSJ até o município de Bom Jardim da
Serra.
• Condições de uso atual
Atualmente é uma área com baixa intensidade de visitação e uso público. A maior
parte refere-se a pesquisadores que desenvolvem trabalhos nesta região, inclusive
fazendo uso do alojamento que nela está localizado. Também há o registro de
visitantes que cruzam o PNSJ ou realizam trajetos em seu interior por meio da
estrada geral da Santa Bárbara, fazendo uso de veículos 4x4, bicicleta e, também,
a pé. A região não dispõe de infraestrutura para visitação qualificada como, por
exemplo, mirantes, áreas para alimentação, recantos para repouso, entre outras.
Um controle visual de visitantes que transitam pela área é realizado por um
vigilante junto ao alojamento dos pesquisadores.
• Melhor época para visitar
A prática da atividade é possível durante todo o ano.
• Tempo estimado para visitação/atividade
Irá variar de acordo com a intensidade e objetivos da visita, mas é possível estimar
um tempo médio entre 30 minutos e 1 hora.
• Oferta no mercado
Expressiva parcela da visitação com intuito de contemplação nessa área ocorrer
de maneira espontânea e não organizada comercialmente. Entretanto a atividade
é também ofertada como parte de roteiros turísticos estruturados, de forma
regular no mercado, pelas seguintes agências e operadoras de turismo: i) agências
de receptivo turístico em Urubici: Graxaim Ecoturismo, Serra Sul Ecoturismo e
48
Parque Nacional de São Joaquim
Caminhos da Serra; ii) agência de receptivo turístico em Bom Jardim da Serra: Tribo
da Serra Ecoturismo.
• Mercado consumidor atual
Por meio do levantamento de campo, foi identificado como principal consumidor
atual o público regional (SC, PR e RS), além dos pesquisadores (turismo científico)
e ocasionalmente turistas com origem em São Paulo que acessam por meio de
receptivos locais.
• Singularidade e valor intrínseco
Área congrega representativo valor cênico e oferta de recursos naturais e culturais.
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.2 elenca a avaliação dos pontos positivos e pontos limitadores da
atividade de contemplação.
Quadro 5.2 Pontos positivos e pontos limitadores – Campos de Santa Bárbara.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Região de grande beleza e valor cênico;
• Já existe uma estrada intermunicipal não asfaltada que permite o uso para a prática da contemplação aliada à outras atividades;
• Diversos pontos propícios para paradas, contemplação e implantação de mirantes.
• Possui aspectos naturais, históricos e culturais que podem ser explorados
• Abrange áreas particulares (ainda não consolidadas) no PNSJ;
• Infraestrutura de apoio à visitação como sinalização básica, mirantes, pontos de apoio à visitação;
• Há ocorrência de gado ao longo do trajeto;
• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
5.2 CAMINHADA
As caminhadas no PNSJ são realizadas em curto e longo percursos, identificados
respectivamente como Trilha e Travessia.
5.2.1 TRILHA DA PEDRA FURADA (VIA URUBICI)
O trajeto da Trilha da Pedra Furada via Urubici (Figura 5.3) faz o contorno do
Morro da Igreja até o interior da Pedra Furada. O trajeto possui uma extensão
de aproximadamente 6,5 km (ida e volta) e duração média de 5 horas. É uma
atividade de dificuldade moderada, com trechos de subida e descida e ganho
de elevação de 290 metros. A vegetação é baixa composta por arbustos e alguns
trechos encharcados. A área possui nascentes de importantes corpos-d’água
como o rio Três Barras. Possui grande beleza cênica com vistas para a Serra Geral,
Serra do Corvo Branco, as Pirâmides e a Serra Furada, além de cânions e a Pedra
Furada (escultura natural em forma de janela, com aproximadamente 30 metros
de circunferência), podendo visualizar o Morro da Igreja de leste para oeste e toda
a região de Três Barras em Orleans. A trilha passa também por dentro de Matinhas
Nebulares e Campos de Altitude. O tempo médio de permanência no mirante
natural é de 30 minutos (descanso e alimentação). Quanto à acessibilidade, não
permite o acesso à PMR (pessoas com mobilidade reduzida) (WATTLAS, 2018).
Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a
região onde a atividade é desenvolvida e sobre a visitação.
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Parque Nacional de São Joaquim
Figura 5.3 Aspectos do trajeto da Trilha da Pedra Furada (via Urubici).
Fontes: Vilson Zampieri, s.d.; Agência Eco Trilhas, s.d.; Eco Viagem, s.d..
• Localização e acesso
Esta trilha situa-se no interior do PNSJ, na região do Morro da Igreja, quase que
integralmente em área militar do DTECEA-MDI. O percurso tem início a partir do
primeiro portão do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Morro da
Igreja (DTCEA-MDI), na altura do km 14 da Estrada do Morro da Igreja. A partir
deste local a trilha segue por aproximadamente 500 metros em via pavimentada
(asfalto) até o ponto de entrada da trilha, na margem esquerda da Estrada do
Morro da Igreja.
• Condições de uso atual
Atualmente, a Trilha de Pedra Furada é a mais utilizada do PNSJ. Por restrições do
Comando da Aeronáutica CINDACTA II, é obrigatório um condutor de turismo
credenciado pelo PNSJ e há um limite de 10 pessoas por condutor. Solicita-se o
conhecimento e assinatura de termo de responsabilidade pelo visitante. Entre
2013 e 2014 (vigência da Portaria ICMBio nº 85/2012) houve o registro de 640
(seiscentos e quarenta) visitantes para acesso à trilha.
O atrativo não possui estrutura de apoio à visitação e o percurso não está
sinalizado, no entanto, existem locais ao longo do percurso com “cobertura” de
sinal de celular. Segundo relatos na visita de campo, a trilha apresenta risco de
acidentes e necessidades de adequação, bem como minimização de impactos
como pisoteio, alargamento da trilha e problemas de drenagem em alguns
pontos.
• Melhor época para visitar
A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo o ano. A
localização da trilha submete a mesma a grandes variações climáticas que as
relatadas para o Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.
• Tempo estimado para visitação/atividade
O tempo estimado para conclusão da trilha, considerando o retorno é de 5 horas.
• Oferta no mercado
A atividade é ofertada como parte de roteiros turísticos estruturados, de forma
regular no mercado, pelas seguintes agências e operadoras de turismo: i) agências
de receptivo turístico em Urubici: Graxaim Ecoturismo, Serra Sul Ecoturismo e
Caminhos da Serra; ii) agência de receptivo turístico em Bom Jardim da Serra:
Tribo da Serra Ecoturismo; iv) operadoras de turismo nacional: Pisa Trekking, Cia
Eco, Freeway. Também há a possibilidade de contratação direta de condutores
credenciados, tanto em Urubici como em Bom Jardim da Serra, para a realização
da atividade.
Com relação aos preços praticados, as empresas ofertam tanto a atividade de
forma isolada, quanto integrada às outras dentro de um pacote. Assim os preços
podem variar de R$ 80,00 e R$ 120,00 (por pessoa) nas agências de receptivo local,
apenas para a atividade da trilha, como pode chegar a custar entre R$ 2.000,00 a
50
Parque Nacional de São Joaquim
R$ 3.000,00 por pessoa nas operadoras nacionais, incluída num pacote completo
(aéreo desde São Paulo, parte terrestre, hospedagem e atividades para um período
de 3 a 5 dias - envolvendo o PNSJ e seu entorno, ofertado pelas empresas: Pisa
Trekking, FreeWay e Cia Eco.
• Mercado consumidor atual
O principal mercado consumidor é o regional (SC, PR e RS). A região sudeste
pode ser considerada como mercado estratégico, no caso de São Paulo e
complementar, no caso do Rio de Janeiro e Minas Gerais (SP; RJ e MG). Em
entrevistas com atores do trade turístico da região, também foi mencionado o
Distrito Federal como mercado consumidor em crescimento. Quanto ao perfil das
visitantes, a maioria são casais sem filhos, grupo de mulheres e turistas maduros
(faixa etária predominante entre 40 e 65 anos, mas também a registros de turistas
mais jovens, entre 25 e 35 anos).
• Singularidade e valor intrínseco
O ponto alto da trilha é a possibilidade de acessar a base da Pedra Furada, beleza
cênica singular da paisagem e monumento natural da Serra Geral. Há também
menções ao perfume/aroma da vegetação ao longo da caminhada como
elemento de destaque da trilha.
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.3 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da
atividade de caminhada na Trilha da Pedra Furada.
Quadro 5.3 Pontos positivos e pontos limitadores – Trilha da Pedra Furada
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Área de visitação turística já consolidada, buscada por visitantes com perfil mais ativo (praticantes de caminhadas);
• Permite acessar o “cartão postal” da Unidade;
• Belezas cênicas (vistas da Serra Geral);
• O acesso é possível de forma regular;
• Potencial interpretativo da trilha;
• Trilha já operada de forma profissional/comercial;
• Trilha de intensidade moderada, permite uma maior gama de público;
• Existência de estudo de capacidade de carga turística e Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
• Infraestrutura de apoio à visitação como sinalização básica e adequação/recuperação da trilha;
• Diversificar o uso do atrativo com atividades vivenciais e experienciais (interpretação, exploração de outros sentidos além do visual);
• Necessidade de ações de manejo devido às fragilidades ambientais do terreno e da vegetação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
• Impactos identificados
A trilha apresenta fragilidades ambientais pelas condições do terreno, área
de nascentes, e também pela vegetação. Dada a fragilidade, os impactos
identificados, pisoteio, alargamento trilha e problemas de drenagem em alguns
pontos, são intensificados.
• Atividades potenciais
O aproveitamento de sua singularidade e condições podem ser potencializados
através de condução interpretativa e experiencial.
5.2.2 TRILHA NASCENTES DO RIO PELOTAS
A Trilha Nascentes do Rio Pelotas percorre áreas de Turfeiras, Matinha Nebular, Mata
de Araucária e Campos de Altitude e encostas da Serra Geral. Sua extensão é de
9 km (ida e volta), sendo considerada de nível moderado. A caminhada passa pela
região das nascentes do rio Pelotas, um dos principais rios do sul do país, que estão
51
Parque Nacional de São Joaquim
em área de recarga do aquífero Guarani, o maior reservatório subterrâneo de água
doce do mundo. Ao longo do trajeto a trilha proporciona vista panorâmica dos
campos naturais (Campos de Santa Bárbara) e florestas de araucárias (Figura 5.4).
Esta trilha deverá ser abrangida pelo Caminho da Mata Atlântica (projeto que
prevê consolidar um percurso com mais de 2 mil quilômetros, entre os estados do
RJ ao RS, interligando mais de 70 UC, públicas e privadas. Atualmente em fase de
implantação por diversas entidades, liderado pela WWF- Brasil. Também comporta
trechos em adição no Caminho das Araucárias, uma trilha de longo percurso que
abrange o Parque Estadual do Caracol (RS) ao PNSJ, e cruza outras UC como a
Floresta Nacional de São Francisco de Paula (RS), o Parque Nacional de Aparados
da Serra e da Serra Geral (RS e SC), no contexto do Corredor Litorâneo, que prevê
um percurso de 8 mil quilômetros pelo litoral brasileiro. Apresentam-se a seguir
informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a atividade é
desenvolvida e a visitação.
Figura 5.4 Paisagens da Trilha das Nascentes do Rio Pelotas no PNSJ.
Fonte: Trilhando Montanhas, s.d.; Graxaim Ecoturismo, s.d..
• Localização e acesso
O início da trilha se dá a partir da estrada do Morro da Igreja, em ponto localizado
a 900 metros do Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada, no interior da
propriedade do Sr. Joaquim Godinho. Após saída desta propriedade particular,
localizada dentro do limite do parque, o restante do trajeto encontra-se em área
consolidada do PNSJ. O ponto de início e a trilha não possuem sinalização.
• Condições de uso atual
O seu uso atual está condicionado à autorização por parte do ICMBio. Entre 2013
e 2014 (período de vigência da Portaria ICMBio nº 85/2012), houve emissões de
autorizações para 44 (quarenta e quatro) visitantes. Atualmente, não possui uso regular.
É uma trilha com pouca declividade e considerada de nível médio, dado seu
tempo de percurso. Por não estar devidamente sinalizada, não ter o corredor
da trilha visível em diversos percursos e pelo risco de ocorrência de neblina,
recomenda-se que visitantes contratem guia/condutores credenciados do PNSJ.
No entanto, a trilha pode ser autoguiada.
• Melhor época para visitar
A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo o ano. A
localização da trilha submete a mesma a grandes variações climáticas, como as
relatadas para o Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.
Tempo estimado para visitação/atividade
O tempo estimado para conclusão da trilha, considerando o retorno é de 6 horas.
• Oferta no mercado
Atualmente, a trilha não possui oferta regular pelo trade de turismo. Entretanto
a atividade já foi ofertada como parte de roteiros turísticos estruturados, de
forma recorrente no mercado, pelas seguintes empresas: i) agências de receptivo
turístico em Urubici: Graxaim Ecoturismo, Serra Sul Ecoturismo e Caminhos da
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Parque Nacional de São Joaquim
Serra; ii) agência de receptivo turístico em Bom Jardim da Serra: Tribo da Serra
Ecoturismo. Com relação aos preços então praticados, o valor era entorno de
R$ 150,00 (por pessoa) em 2014.
• Mercado consumidor atual
O principal mercado consumir é o regional (SC, PR e RS), sendo pouco conhecida
por outros mercados consumidores. Os praticantes de caminhadas nessa região
são, em sua maioria, casais sem filhos, grupo de mulheres e turistas maduros (faixa
etária entre 40 e 65 anos).
• Singularidade e valor intrínseco
Destaca-se a nascente de importante rio da região, área de recarga do aquífero
Guarani, e alterações de paisagens ao longo da trilha (campos, montanhas e florestas).
• Pontos fortes e pontos limitadores
O Quadro 5.4 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da
atividade de caminhada na Trilha Rio do Bispo.
Quadro 5.4 Pontos positivos e pontos limitadores – Trilha Nascente do Rio do Bispo.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Belezas cênicas (vista panorâmica com campos naturais e florestas de araucárias);
• Trilha de intensidade moderada, permite uma maior gama de público;
• Trilha já foi operada de forma profissional/comercial;
• Área de recarga do aquífero Guarani.
• Possui trajeto de percurso alternativo (ida/volta), o que enriquece a experiência do visitante;
• Existência de Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
• Regulamentar o uso da trilha, de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;
• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação/ adequação/ recuperação da trilha, sinalização básica;
• Maior uso interpretativo da trilha.
• Necessidade de ações de manejo devido às fragilidades ambientais do terreno e da vegetação.
• Realizar estudo de capacidade de carga turística.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
• Impactos identificados
A área já foi amplamente utilizada para a pecuária extensiva e apresenta,
atualmente, regiões com vegetação em estado de regeneração, no entanto, não
foi possível constatação de problemas de drenagem, erosão e pisoteamento.
• Atividades potenciais
O aproveitamento de sua singularidade e condições podem ser potencializados
através de condução interpretativa e experiencial.
5.2.3 TRAVESSIA URUBICI-ORLEANS (E VICE-VERSA)
Também conhecida como Trilha da Pedra Furada (via Orleans), a Travessia Urubici-
Orleans tem início a partir da região de Três Barras, no município de Orleans (parte
baixa do PNSJ), e também permite acessar a base da Pedra Furada. Entretanto a
prática dessa atividade não vem sendo autorizada pelo ICMBio.
Descreve-se como uma trilha intensa e de difícil acesso. Seu percurso possui
aproximadamente 11 km e estima-se cerca de 12 horas para percorre-lo. Em
alguns trechos, o percurso transpassa áreas não consolidadas do PNSJ (devolutas
e particulares). Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve
análise sobre a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.
• Localização e acesso
O ponto de partida localiza-se na região de Três Barras, no município de Orleans,
e seu percurso atravessa por áreas particulares. Como rota alternativa, o percurso
pode ser iniciado ou finalizado no município de Urubici.
• Condições de uso atual
Atualmente, a travessia vem sendo explorada informalmente por visitantes que
iniciam e finalizam o trajeto em Orleans. Entre 2013 e 2014 (período de vigência da
Portaria ICMBio nº 85/2012) não foi emitida nenhuma autorização para uso desta
trilha.
53
Parque Nacional de São Joaquim
• Melhor época para visitar
A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo o ano. A sua
localização submete-a a grandes variações climáticas que foram relatadas para o
Mirante da Pedra Furada.
• Tempo estimado para visitação/atividade
O tempo estimado para concluir o percurso de ida e volta, partindo do município
de Orleans é de 12 horas. Há também a possibilidade de realizá-lo em um só
sentido, com respectivo resgate.
• Oferta no mercado
Não existe oferta regular desta atividade no mercado. Desde a suspensão da
Portaria ICMBio nº 85/2012 seu uso não está oficialmente permitido.
• Mercado consumidor atual
O mercado consumidor atual é informal e restringe-se aos praticantes de
caminhada da região, que realizam o percurso com frequência ou buscam novas
rotas no PNSJ e suas proximidades.
• Singularidade e valor intrínseco
Destaca-se a possibilidade de percorrer cânions ao longo de seu trajeto e de
acessar a base da Pedra Furada.
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.5 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da
atividade de caminhada na Travessia Urubici-Orleans.
Conforme informações secundárias levantadas em campo há o registro de
pisoteamento em algumas áreas, por animais domésticos, bem como a realização
de fogueiras e acampamentos rústicos sem o devido controle.
Quadro 5.5 Pontos positivos e pontos limitadores – Travessia Urubici-Orleans.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Atividade com potencial de contribuir para a desconcentração da visita na área de Morro da Igreja;
• Região de grande beleza cênica (cânions, vista das escarpas e da Serra Geral).
• Regulamentar o uso da trilha, de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;
• A trilha envolve áreas ainda não consolidadas no PNSJ;
• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação / adequação / recuperação da trilha, sinalização básica;
• Recomendar a necessidade de guia e/ou condutor de turismo credenciado.
• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
5.2.4 TRILHA DO RIO DO BISPO
A Trilha Rio do Bispo margeia o rio homônimo, várias travessias molhadas e
situa-se em área consolidada do PNSJ (Figura 5.5). É possível realizar os percursos
de ida e volta em diferentes trajetos, o que permite ao visitante enriquecer
sua experiência. É considerada de nível fácil e possui aproximadamente 8 km
(ida e volta). O percurso é também acessado para prática de cavalgada, com
a existência de estabelecimentos no entorno imediato aptos a operar esta
atividade. Uma variante desta trilha é a Travessia Rio do Bispo - Morro da Igreja, de
aproximadamente 50 km, que se dá por meio da estrada do Morro da Igreja, via
Fazenda do Sr. Carlos Zilli (já regularizada).
Este trajeto prolongado, foi sinalizado recentemente em vistas de compor o
Caminho das Araucárias e da Mata Atlântica. Todavia ainda é pouco utilizado por
visitantes. Esta variação de percurso também é indicada para ser percorrida por
meio de cavalgada. Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve
análise sobre a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.
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Parque Nacional de São Joaquim
Figura 5.5 Paisagens da Trilha do Rio do Bispo no PNSJ.
Fonte: Tripadvisor e Graxaim Ecoturismo, s.d.
• Localização e acesso
A Trilha do Rio do Bispo situa-se na porção norte do PNSJ. Seu acesso é realizado a
partir da estrada do Rio do Bispo e vai até o Morro da Igreja e vice-versa.
• Condições de uso atual
Após estudos e sinalização, a trilha foi liberada para visitação, porém ainda não
houve procura. Quanto à infraestrutura de apoio, a trilha não possui delimitação
adequada e sinalização. Durante a vigência da Portaria ICMBio nº 85/2012, entre
2013 e 2014, houveram a emissão de apenas três autorizações para visitantes
acessarem esta trilha.
• Melhor época para visitar
A prática da caminhada nesta trilha é possível durante todo o ano.
• Tempo estimado para visitação/atividade
O tempo estimado para conclusão da trilha, considerando um único sentido é de
5 horas.
• Oferta no mercado
A Trilha do Rio do Bispo começou recentemente a ser ofertada regularmente
e ainda não registra fluxo significativo. Entretanto, durante o levantamento de
campo identificou-se que o percurso já foi operado para caminhadas, de forma
esporádica. Não foi identificada oferta comercial regular para a mesma. Entretanto,
durante o levantamento de campo identificou-se que o percurso já foi operado
comercialmente para caminhadas, ainda que de maneira esporádica.
• Mercado consumidor atual
Pela recente abertura da trilha, não se tem dados para caracterizar o mercado
consumidor atual.
• Singularidade e valor intrínseco
O percurso está inserido em uma região com tradição da prática de cavalgadas
e possibilita esta prática, criando um contexto exclusivo para a trilha. Destaca-se
também a possibilidade de caminhar em trilha estreita em meio a floresta.
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.6 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da
atividade de caminhada na Trilha do Rio do Bispo.
Quadro 5.6 Pontos positivos e pontos limitadores – Trilha do Rio do Bispo.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Localizar-se em áreas já consolidadas no PNSJ;
• Belezas cênicas (margens e leito do rio do Bispo);
• Trilha nível fácil, permite uma maior gama de público;
• A trilha permite variações de usos e trajetos.
• Regulamentar o uso da trilha (seja para caminhadas e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;
• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação / adequação / recuperação da trilha, sinalização básica;
• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
55
Parque Nacional de São Joaquim
• Atividades potenciais
Identifica-se como atividades potenciais para a área da Trilha do Rio do Bispo a
realização de cavalgadas e piqueniques.
5.2.5 TRAVESSIA URUBICI - BOM JARDIM DA SERRA (E VICE-VERSA)
A travessia Urubici-Bom Jardim da Serra (Figura 5.6) tem várias versões de trajetos,
num percurso médio de 30 km. O caminho referencial é a estrada geral da Santa
Bárbara, que cruza área do PNSJ (em áreas consolidadas e não consolidadas). A
estrada inicia-se na localidade de Vacas Gordas em Urubici e termina no centro
de Bom Jardim da Serra, tem cerca de 45 km de extensão e atravessa os Campos
de Santa Bárbara, passando por áreas como o Morro do Baú e o antigo Cemitério
dos Tropeiros. Não há necessidade de percorrer toda a extensão da estrada
caminhando.
Como uma caminhada de longo curso, esta travessia deve ser percorrida em até
três dias, com duas pernoites. Todavia, não dispõe de local pré-definido e mínima
estrutura para acampamento.
A travessia não é realizada atualmente. Conforme informações levantadas em
campo, o visitante poderia percorrê-la com ou sem condutor, mediante o cadastro
prévio no PNSJ. Os grupos se limitariam a 10 (dez) pessoas por condutor ou
grupos de montanhistas de mesmo tamanho. A equipe do PNSJ limitou na época
da vigência da Portaria ICMBio nº 85/2012, em 2012, dois grupos por final de
semana ou feriado, totalizando no máximo 20 (vinte) pessoas por período.
Mais recentemente a WWF Brasil iniciou discussão com o ICMBio e outros
parceiros, para inclusão desse trecho como parte do projeto Caminho da Mata
Atlântica (que prevê consolidar um percurso com mais de 2 mil quilômetros, entre
os estados do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, interligando mais de 70 UC.
Atualmente em fase de planejamento por diversas entidades, liderado pela WWF-
Brasil). Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre
a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.
Figura 5.6 Paisagens da Travessia Urubici – Bom Jardim da Serra.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
• Localização e acesso
A travessia inicia-se na localidade denominada Vacas Gordas, via rodovia SC-110,
em Urubici, e segue pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal
e não asfaltada, até o Bom Jardim da Serra.
• Condições de uso atual
Esta não está permitida atualmente. A área não possui infraestrutura de apoio à
prática, como sinalização, áreas para acampamentos, locais para alimentação.
• Melhor época para visitar
Caso permitida, a prática da caminhada nesta travessia é possível durante todo o ano.
• Tempo estimado para visitação/atividade
O percurso é superado em até três dias de caminhada.
• Oferta no mercado
Existem registro de empresas de turismo que ofertavam a atividade, bem como
56
Parque Nacional de São Joaquim
praticantes de caminhadas que já realizaram o percurso. Dentre as empresas que
já ofertaram a atividade destacam-se as de receptivo local em Urubici: Graxaim
Ecoturismo, Serra Sul Ecoturismo e Caminhos da Serra; e em Bom Jardim da Serra:
Tribo da Serra Ecoturismo. Com relação aos preços já praticados, variavam entre
400,00 e 450,00 (por pessoa), para o período de 1 a 2 dias.
• Mercado consumidor atual
Como não há regularidade no uso desta trilha, não foi possível caracterizar o
mercado consumidor atual.
• Singularidade e valor intrínseco
O percurso está inserido em uma região com tradição da prática de cavalgadas
e possibilita esta prática. Destaca-se também a ocorrência de muros de taipas e
cemitério centenário.
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.7 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da
atividade de caminhada na Travessia Urubici-Bom Jardim da Serra.
Quadro 5.7 Pontos positivos e pontos limitadores – Travessia Urubici-Bom Jardim da Serra.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Envolve áreas já consolidadas no PNSJ;
• Região de grande beleza cênica (Campos de Santa Bárbara);
• Trilha nível moderado, permite uma maior gama de público;
• A trilha permite variações de usos e trajetos;
• Possui aspectos históricos e culturais que podem ser explorados.
• Abrange áreas particulares (ainda não consolidadas) no PNSJ;
• Regulamentar o uso da trilha (seja para caminhadas, cicloturismo e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;
• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação / adequação/ recuperação de trilhas, sinalização básica, mirantes, pontos de apoio à visitação;
• Há ocorrência de gado ao longo do trajeto;• Realizar estudo de capacidade de carga turística
e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
• Impactos identificados
Em alguns trechos há ocorrência de animais soltos (gado), assim como o uso
irregular da travessia e áreas naturais próximas por veículos fora de estrada (4x4) e
motociclistas.
• Atividades potenciais
A região da travessia e alguns de seus trechos também são indicados para práticas
de cavalgada e cicloturismo.
5.2.6 TRILHA DA CASCATINHA
Trilha plana, com baixo nível de dificuldade, tendo pouco mais de 1 km de
extensão, num percurso de aproximadamente 50 minutos (ida), que adentra
matas de araucárias e, segundo pesquisadores do PPBio, possui potencial para
a observação de aves (Figura 5.7). A trilha percorre uma antiga estrada, agora
transformada em caminho, que leva até uma pequena cascata, em cuja base se
forma um pequeno lago.
Figura 5.7 Paisagens da Trilha da Cascatinha em Urubici/SC.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
• Localização e acesso
O acesso se realiza por meio da localidade de Vacas Gordas, via rodovia SC-110, em
Urubici, seguindo pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal
57
Parque Nacional de São Joaquim
e não asfaltada, até o alojamento dos pesquisadores. A trilha inicia-se em ponto
próximo à este alojamento.
• Condições de uso atual
Esta atividade não está atualmente estruturada e sua prática depende de
autorização prévia do ICMBio. A área não possui infraestrutura de apoio, como
sinalização, áreas para acampamentos, locais para alimentação.
• Melhor época para visitar
Caso permitida, a prática da caminhada nesta área é possível durante todo o ano.
Tempo estimado para visitação/atividade
Para realização da trilha estima-se, aproximadamente 2 horas (ida e volta),
podendo variar em relação ao tempo para contemplação e repouso.
• Oferta no mercado
A atividade não está atualmente em operação regular e não foi identificada
empresas de turismo que ofertam a atividade, bem como praticantes de
caminhadas que já tenham realizado o percurso.
• Mercado consumidor atual
Como não há regularidade no uso desta trilha, não foi possível caracterizar o
mercado consumidor atual.
• Singularidade e valor intrínseco
O percurso está inserido em área da Santa Bárbara com ocorrência de mata de
Araucárias e possibilidade de observação de fauna (aves).
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.8 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da
atividade de caminhada na Travessia Urubici-Bom Jardim da Serra-Trilha da
Cascatinha.
Quadro 5.8 Pontos positivos e pontos limitadores – Trilha da Cascatinha.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Região de grande beleza e valor cênico;
• Já existe uma antiga estrada que delimita o percurso, facilitando a implantação da trilha;
• Diversos pontos propícios para paradas, contemplação e interpretação ambiental;
• Área propícia para compor pontos de parada para alimentação e realização de piqueniques.
• Implantação de infraestrutura de apoio à visitação como, delimitação da trilha, sinalização básica, pontos de apoio à visitação;
• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
• Impactos identificados
Em alguns trechos foi identificado pisoteamento por animais domésticos e pontos
com necessidade de drenagem.
• Atividades potenciais
Área propícia à prática de piquenique, além de atividades de interpretação
ambiental. Estas atividades serão melhor detalhadas adiante como parte
integrante das propostas contidas neste trabalho.
5.2.7 TRILHA GOIABA SERRANA
Esta trilha também está inserida na área da Santa Bárbara, contígua à Trilha da
Cascatinha, recebendo esse nome (ainda figurativo) pelo fato de que, ao longo do
seu percurso, há a ocorrência desta espécie frutífera, da família Myrtaceae, nativa
da Mata Atlântica, do Sul do país. Trata-se de uma trilha de baixa dificuldade, que
circunda áreas próximas ao rio Morro Grande, num percurso de aproximadamente
50 minutos (ida). Possui características muito similares à Trilha da Cascatinha e
integrando um mesmo conjunto (Figura 5.8).
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Parque Nacional de São Joaquim
Figura 5.8 Aspectos de paisagens da Trilha Goiaba Serrana em Urubici/SC.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
• Localização e acesso
O acesso se realiza por meio da localidade de Vacas Gordas, via rodovia SC-110, em
Urubici, seguindo pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal
e não asfaltada, até o alojamento dos pesquisadores. A trilha inicia-se em ponto
próximo à este alojamento.
• Condições de uso atual
Esta atividade não está atualmente estruturada e sua prática depende de
autorização prévia do ICMBio. A área não possui infraestrutura de apoio, como
sinalização, áreas para acampamentos, locais para alimentação.
• Melhor época para visitar
Caso permitida, a prática da caminhada nesta área é possível durante todo o ano.
• Tempo estimado para visitação/atividade
Para realização da trilha estima-se, aproximadamente 2 horas (ida e volta),
podendo variar em relação ao tempo para contemplação e repouso.
• Oferta no mercado
A atividade não está atualmente em operação regular e não foram identificadas
empresas de turismo que ofertam a atividade, bem como praticantes de
caminhadas que já tenham realizado o percurso.
• Mercado consumidor atual
Como não há regularidade no uso desta trilha, não foi possível caracterizar o
mercado consumidor atual.
• Singularidade e valor intrínseco
O percurso está inserido em área da Santa Bárbara com ocorrência de mata de
araucárias e possibilidade de observação de fauna (aves).
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.9 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da
atividade de caminhada na Trilha da Goiaba Serrana.
Quadro 5.9 Pontos positivos e pontos limitadores – Trilha da Goiaba Serrana.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Região de grande beleza e valor cênico;
• A implantação da trilha permite integrá-la à área de rio;
• Possui pontos propícios para paradas, contemplação e interpretação ambiental.
• Implantação de infraestrutura de apoio à visitação como, delimitação da trilha, sinalização básica, pontos de apoio à visitação;
• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
• Impactos identificados
Em alguns trechos foi identificado pisoteamento por animais domésticos e pontos
com necessidade de drenagem.
• Atividades potenciais
Área propicia a prática de piquenique, além de atividade de interpretação
ambiental. Essas atividades serão melhor detalhadas adiante como parte
integrante das propostas contidas neste trabalho.
59
Parque Nacional de São Joaquim
5.3 CICLISMO E CICLOTURISMO
O ciclismo é caracterizado pelas atividades que integram eventos esportivos
também na área do PNSJ, já em sua maioria no formato de cicloturismo. São
atividades nas quais se emprega o uso da bicicleta, como meio de locomoção,
para práticas de lazer em integração com a natureza. Tais atividades são
principalmente praticadas na estrada geral da Santa Bárbara e na estrada do
Morro da Igreja. Além dessas localidades, a atividade é realizada em áreas não
regularizadas (devolutas e particulares).
5.3.1 ESTRADA GERAL DA SANTA BÁRBARA
A estrada geral da Santa Bárbara (Figura 5.9 e Figura 5.10) de âmbito
intermunicipal, cruza o PNSJ e atravessa os Campos de Santa Bárbara, conectando
à SC- 110, em Urubici ao centro de Bom Jardim da Serra, com aproximadamente
45 km de extensão. O trajeto percorre trechos com elevações acima dos
1700 metros de altitude e possui uma paisagem formada por vegetação de
campos naturais (estepe gramíneo-lenhosa, arbustiva). Apresentam-se a seguir
informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a atividade é
desenvolvida e a visitação.
Figura 5.9 Paisagens da estrada geral da Santa Bárbara na região do PNSJ.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
Figura 5.10 Representação em mapa da estrada geral da Santa Bárbara na região do PNSJ.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
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Parque Nacional de São Joaquim
• Localização e acesso
A atividade usualmente inicia-se na localidade denominada Vacas Gordas, na
margem da Rodovia SC-110, em Urubici, e segue pela estrada geral da Santa
Bárbara até o município de Bom Jardim da Serra.
• Condições de uso atual
A atividade não está permitida, mas é realizada de modo informal. Atualmente
recomenda-se comunicar a realização da atividade ao ICMBio, mas por se tratar
de uma estrada intermunicipal, não há impedimento de trânsito. O percurso não
possui infraestrutura de apoio à pratica como sinalização, pontos de apoio e áreas
para acampamentos, alimentação, entre outras.
• Melhor época para visitar
A prática da atividade é possível durante todo o ano.
Tempo estimado para visitação/atividade
Como não existe uma oferta regular e ordenada, não há um tempo estipulado
para a visitação.
• Oferta no mercado
Existem registro de empresas de turismo que ofertavam a atividade, bem como
praticantes de cicloturismo que já realizaram o percurso. Dentre as empresas
que já ofertaram a atividade destaca-se a de receptivo local em Urubici: Graxaim
Ecoturismo e Serra Sul Ecoturismo. Com relação aos preços já praticados, variavam
entre R$ 400,00 e R$ 450,00 (por pessoa), para o período de 1 a 2 dias, incluindo
equipamentos e suporte logístico.
• Mercado consumidor atual
Por meio do levantamento de campo, foi identificado como principal consumidor
atual o público regional (SC, PR e RS), principalmente casais sem filhos e turistas
maduros (45-65 anos), e também turistas oriundos de São Paulo.
• Singularidade e valor intrínseco
A região possui referências de seus aspecto histórico-culturais do ciclo do
Tropeirismo, inclusive com ocorrência de muros de taipas e cemitério centenário.
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.10 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da
atividade de ciclismo e cicloturismo na estrada geral da Santa Bárbara.
Quadro 5.10 Pontos positivos e pontos limitadores – Cicloturismo.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Região de grande beleza cênica (Campos de Santa Bárbara);
• Já existe uma estrada municipal não asfaltada que permite o uso para a prática do cicloturismo;
• Diversos pontos propícios para paradas, contemplação e mirantes.
• Possui aspectos históricos e culturais que podem ser explorados.
• Abrange áreas particulares (ainda não consolidadas) no PNSJ;
• Regulamentar o uso da estrada (seja para caminhadas, cicloturismo e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;
• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação/ adequação/ recuperação de trilhas, sinalização básica, mirantes, pontos de apoio à visitação;
• Há ocorrência de gado ao longo do trajeto;
• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
• Impactos identificados
Em alguns trechos há ocorrência de animais soltos (gado), assim como o uso
irregular da travessia e áreas naturais próximas, por veículos (4x4) fora de estrada e
motociclistas.
• Atividades potenciais
A região da travessia e alguns de seus trechos também são indicados para práticas
de cavalgada e cicloturismo.
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Parque Nacional de São Joaquim
5.3.2 ESTRADA DO MORRO DA IGREJA
A estrada do Morro da Igreja (Figura 5.11 e Figura 5.12) é pavimentada, em via
de mão dupla e possui uma extensão de 17 km, sendo 10 km em área interna
do PNSJ. Sua declividade é intensa e o uso compartilhado com outros veículos,
como carros e motos. A via dispõe de sinalização indicativa e turística e alguns
estabelecimentos particulares, como pousadas e restaurantes (fora da área do
Parque) que podem servir como pontos de apoio aos praticantes do cicloturismo.
Figura 5.11 Cicloturismo na estrada do Morro da Igreja, em Urubici/SC.
Fonte: Luciana Vieira, s.d. Aquelapedalada, 2017.
Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a
região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.
• Localização e acesso
A estrada localiza-se na região nordeste do Parque e o acesso se dá pela Rodovia
SC-370. A partir de Urubici, são aproximadamente 12 km até o entroncamento
com a estrada do Morro da Igreja, trafegando em rodovia em boas condições
de uso e com sinalização indicativa do PNSJ. Segue-se por aproximadamente
7 km até chegar ao pórtico de entrada e controle do PNSJ. A partir deste ponto
o acesso somente é possível por meio de autorização, que deve ser retirada com
antecedência na sede do ICMBio. Percorre-se mais 10 km em área interna do PNSJ
até chegar ao topo do Morro da Igreja.
• Condições de uso atual
Nos 10 km de estrada dentro do PNSJ não há infraestrutura adequada para a prática
do cicloturismo, como ciclovia ou ciclo faixa, abrigos, sinalização orientativa e pontos
de apoio. O uso da estrada por praticantes da atividade é recorrente, mesmo em
condições não adequadas. Atualmente, a estrada também é utilizada para a prática
do ciclismo e corridas de aventura a pé , como o Randonneurs e o Desafrio.
• Melhor época para visitar
A prática da atividade é possível durante todo o ano, embora haja uma grande
concentração nos meses de junho, julho e agosto, devido ao turismo de inverno,
frio e possibilidade de ocorrência de neve no Morro da Igreja, sendo também
recomendada para os meses de verão e outono.
• Tempo estimado para visitação/atividade
Como não existe uma oferta regular e ordenada não há um tempo estipulado.
Considerando as condições do local, estima-se que a prática pode variar entre 2 e
6 horas.
• Oferta no mercado
Existe registro de empresas de turismo que ofertavam a atividade, bem como
praticantes de cicloturismo que já realizaram o percurso. Mas não há uma oferta
regular no mercado.
• Mercado consumidor atual
Por meio do levantamento de campo foi identificado como principal consumidor
atual o público regional (SC, PR e RS) e da região sudeste (principalmente de São
Paulo), sendo em sua maioria casais sem filhos e turistas maduros (45-65 anos).
• Singularidade e valor intrínseco
A ocorrência de precipitação de neve, beleza cênica da paisagem e a possibilidade
de atingir um dos pontos mais alto do estado de Santa Catarina, o cume do Morro
da Igreja, com uma vista da Pedra Furada.
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Parque Nacional de São Joaquim
Figura 5.12 Representação em mapa da estrada do Morro da Igreja em Urubici/SC.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.11 elenca a avaliação dos pontos positivos e pontos limitadores da
atividade de ciclismo e cicloturismo na estrada do Morro da Igreja.
Quadro 5.11 Pontos positivos e pontos limitadores – Estrada do Morro da Igreja.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Estrada asfaltada e que dá acesso ao principal atrativo turístico do PNSJ;
• Existe um longo trecho de aproximadamente 10 km em áreas já regularizadas do PNSJ;
• Estrada passará por reformas e recuperação;
• Já é utilizada para alguns eventos esportivos;
• Vegetação preservada ao longo da estrada.
• Regulamentar o uso da estrada (seja para caminhadas, cicloturismo e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;
• O fluxo de veículos no local pode conflitar e oferecer riscos à prática do cicloturismo.
• Infraestrutura de apoio à visitação como pontos de apoio, abrigos, bebedouros e sinalização;
• Observou-se a presença de gado em alguns pontos ao longo da Estrada do Morro da Igreja, que dá acesso ao atrativo.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
• Impactos identificados
A estrada possui trechos com riscos de desmoronamento (há projeto de
recuperação previsto) e em alguns trechos há ocorrência de animais soltos (gado).
• Atividades potenciais
O trajeto possui grande potencial a realização de eventos esportivos, dadas as suas
condições desafiadoras, proximidade à cidade de Urubici e fácil acesso.
63
Parque Nacional de São Joaquim
5.4 CAVALGADA
A cavalgada é uma atividade tradicional da região do PNSJ e é praticada
principalmente na estrada geral da Santa Bárbara (travessia Urubici-Bom Jardim da
Serra), travessia Bom Jardim da Serra-Orleans e na Trilha do Rio do Bispo.
5.4.1 TRAVESSIA URUBICI – BOM JARDIM DA SERRA (E VICE-VERSA)
A atividade de condução de visitantes em cavalgadas está prevista para a área
da estrada de âmbito municipal que cruza o PNSJ e atravessa os Campos de
Santa Bárbara, já descrita anteriormente. A atividade possibilita ao visitante a
oportunidade de conhecer a parte alta e baixa da Serra em um percurso de
grande beleza cênica. Esta atividade está vinculada às práticas culturais do
território, ainda do ciclo do Tropeirismo. Existem atualmente estabelecimentos
devidamente aparelhados no entorno imediato do PNSJ para a sua realização.
Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a
região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.
• Localização e acesso
A estrada inicia-se nas proximidades da localidade de Vacas Gordas junto a SC-110,
em Urubici e segue até o centro de Bom Jardim da Serra, com aproximadamente
45 km de extensão e atravessa os Campos de Santa Bárbara, passando por áreas
como o Morro do Baú e o antigo Cemitério dos Tropeiros.
• Condições de uso atual
Atualmente a atividade não está permitida. Em momentos anteriores, para
ocasiões especiais, como eventos, o uso era permitido desde que com a devida
autorização do ICMBio.
• Melhor época para visitar
A prática da atividade é possível durante todo o ano.
• Tempo estimado para visitação/atividade
O tempo de prática da atividade na região depende do percurso realizado. Caso,
seja realizado todo o trajeto, a prática pode durar até um dia.
• Oferta no mercado
Existe registro de empresas de turismo que ofertavam a atividade, bem como
praticantes que já realizaram alguns percursos na área. Mas, não há uma oferta
regular no mercado.
• Mercado consumidor atual
Por meio do levantamento de campo, foi identificado como principal consumidor
atual o público regional (SC, PR e RS), principalmente casais com filhos.
• Singularidade e valor intrínseco
A região possui forte tradição da prática de cavalgadas e vínculos histórico-
culturais com o ciclo do Tropeirismo.
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.12 elenca a avaliação dos pontos positivos e pontos limitadores da
atividade de cavalgada na Travessia Urubici-Bom Jardim da Serra e vice-versa.
Quadro 5.12 Pontos positivos e pontos limitadores -
Cavalgada na travessia Urubici-Bom Jardim da Serra (e vice-versa).
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Região de grande beleza cênica (Campos de Santa Bárbara);
• A prática permite uma ampla gama de público;
• A área permite variações de usos, formatos e trajetos;
• Existência de estabelecimentos devidamente aparelhados para a prática;
• Possui importantes aspectos históricos e culturais que podem ser explorados.
• Abrange áreas particulares (ainda não consolidadas) no PNSJ;
• Regulamentar o uso das áreas (seja para caminhadas, cicloturismo e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;
• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação / adequação / recuperação de caminhos, sinalização básica, pontos de apoio à visitação;
• Há ocorrência de gado ao longo do trajeto.
• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
64
Parque Nacional de São Joaquim
• Impactos identificados:
Em alguns trechos há ocorrência de animais soltos (gado), assim como o uso
irregular da travessia e áreas naturais próximas, por veículos fora de estrada (4x4) e
motociclistas. Há também o risco do conflito da cavalgada com outras atividades
que venham ser praticadas no mesmo espaço como, por exemplo, a caminhada
e/ou cicloturismo.
• Atividades potenciais:
A região é também indicada para prática de caminhada e cicloturismo.
5.4.2 ÁREAS NA REGIÃO DO RIO DO BISPO (CAVALGADA)
Trata-se do mesmo percurso em áreas contínuas àquelas previamente descritas
para a atividade de caminhada na Trilha do Rio do Bispo, com a variação de uso
por meio da prática de cavalgada e também de trajeto. Apresentam-se a seguir
informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a atividade é
desenvolvida e a visitação.
• Localização e acesso
A área do Rio do Bispo situa-se na porção norte do PNSJ. Seu acesso é realizado a
partir da estrada do Rio do Bispo.
• Condições de uso atual
Atualmente a trilha não possui uso regular. Quanto à infraestrutura de apoio, a
trilha não possui delimitação adequada e sinalização. Existem estabelecimentos
aparelhados para a prática da atividade no entorno imediato do PNSJ.
• Melhor época para visitar
A prática da cavalgada nesta trilha é possível durante todo o ano.
• Tempo estimado para visitação/atividade
O tempo de prática da atividade na região depende do percurso realizado,
podendo variar entre uma a sete horas.
• Oferta no mercado
A atividade de cavalgada nesta região não possui oferta regular no mercado.
Entretanto, no levantamento de campo, identificou-se que a atividade já
foi operada no interior do PNSJ, no período de vigência da Portaria ICMBio
nº 85/2012, entre 2012 e 2013. Atualmente, a cavalgada na região é realizada
na área do entorno, em propriedades particulares. Os valores cobrados pelos
equipamentos estruturados no entorno da UC variam entre R$ 25,00 e R$ 35,00
(por hora/pessoa).
• Mercado consumidor atual
Por meio do levantamento de campo, foi identificado como principal consumidor
atual o público regional (SC, PR e RS), principalmente casais com filhos. Além de
um crescente público de turistas com origem em São Paulo.
• Singularidade e valor intrínseco
O percurso está inserido em uma região com tradição da prática de cavalgadas
em área de grande valor cênico, criando um contexto exclusivo para a trilha.
• Pontos positivos e pontos limitadores
O Quadro 5.13 elenca a avaliação dos pontos positivos e pontos limitadores da
atividade de Cavalgada na área do Rio do Bispo.
65
Parque Nacional de São Joaquim
Quadro 5.13 Pontos positivos e pontos limitadores – Cavalgada na área do Rio do Bispo.
PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES
• Região de grande beleza cênica e diversidade natural;
• Área com tradição da prática de cavalgada.
• Possui importantes aspectos históricos e culturais que podem ser explorados.
• Abrange áreas particulares (ainda não consolidadas) no PNSJ;
• Regulamentar o uso das áreas (seja para caminhadas, cicloturismo e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;
• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação / adequação / recuperação de caminhos, sinalização básica, pontos de apoio à visitação;
• Há ocorrência de gado ao longo do trajeto.
• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
• Impactos identificados
Há o risco ambiental potencial de pisoteio, compactação do solo e invasão de
braquiárias.
• Atividades potenciais
Identifica-se como atividades potenciais para a trilha do Rio do Bispo a realização
de caminhadas e piqueniques, além da cavalgada.
5.5 VOO LIVRE
Com relação ao voo livre, não foram especificadas áreas para a sua prática no PNSJ.
Segundo relatos, coletados no levantamento de campo, foram realizados voos
testes para a identificação de locais propícios à decolagem na região dos Campos
de Santa Bárbara. Ainda que não praticada com regularidade, julgou-se oportuno
elencar o voo livre como atividade já realizada no PNSJ. Salienta-se que a minuta
do Plano de Manejo do PNSJ indica que poderão ser permitidos sobrevoos
panorâmicos, a partir de planos específicos e outros instrumentos, os quais
definirão os tipos de aeronaves e equipamentos similares que produzam pouco
ruído. Permitindo, dessa forma, a prática do voo livre nesta UC.
5.6 OUTRAS ATIVIDADES DE USO PÚBLICO DESENVOLVIDAS
Descrevem-se a seguir as atividades de uso público realizadas no PNSJ e não
previstas pela Portaria ICMBio nº 85/2012.
5.6.1 VISITAÇÃO AO VÉU DE NOIVA
O Véu da Noiva constitui-se em uma formação rochosa em basalto, cuja inclinação
faz a água descer por aproximadamente 62 metros, de onde origina-se o nome
do atrativo. Em sua base forma-se um pequeno lago. O local possui infraestruturas
de apoio à visitação, implementadas em momento anterior a publicação da Lei
Federal nº 13.273/2016, que alterou os limites desta UC (Figura 5.13).
Localiza-se próxima ao Km 7 da estrada do Morro da Igreja. Seu acesso se dá
por propriedade particular e mediante a cobrança de ingresso (R$ 5,00). Para
encontrá-la, é necessário caminhar por aproximadamente 300 metros entre o
estacionamento e a base da queda-d’água.
O atrativo recebe visitante com frequência constante ao longo do ano e, segundo
informações levantadas em campo, possui um fluxo médio de 30 mil pessoas por
ano. A área é ponto de apoio à visitação que ocorre no Morro da Igreja e dispõe de
estrutura para visitação composta por trilhas, sinalização informativa, equipamento
de alimentação e hospedagem, banheiros e estacionamento. Toda a infraestrutura
encontra-se em boas condições de uso e conservação. O uso da queda-d’água
possui caráter contemplativo, mas a área também dispõe de atividade de
aventura, como tirolesa, além de trilhas para caminhadas.
66
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 5.13 Véu da Noiva e infraestrutura de apoio à visitação em seu entorno, no PNSJ.
Legenda: A – Véu da Noiva no entorno da UC; B e C – Infraestruturas de uso particular no PNSJ. Fonte: Registro do
Autor, 2018.
5.6.2 VISITAÇÃO AO CÂNION DAS LARANJEIRAS E AO CÂNION DO FUNIL
Os Cânions das Laranjeiras e do Funil localizam-se na porção sul do PNSJ, ambos
em áreas não consolidadas. O Cânion do Funil adentrou nos limites do PNSJ após
a publicação da Lei federal nº 13.273/2016.
A visitação ao Cânion do Funil é realizada em uma trilha, com início na Rodovia
SC-390, ao lado da Subestação de Eletricidade de Bom Jardim da Serra. Esta trilha
percorre locais fora dos limites do PNSJ e, em seu trecho final, integra à área desta
UC. Já a visitação ao Cânion das Laranjeiras ocorre por trilha de aproximadamente
dois quilômetros em propriedade rural no interior do PNSJ, a fazenda Santa
Cândida, ainda não regularizada. O acesso à fazenda Santa Cândida é realizado por
estrada rural não asfaltada, em trecho de 8 km que leva à estrada geral da Santa
Bárbara a qual, por sua vez, conecta-se à Rodovia SC-390.
As atividades de visitação ao Cânion das Laranjeiras e Cânion do Funil ocorrem de
maneira irregular e nem sempre são de conhecimento do ICMBio. Em sua maioria
são caminhadas e cavalgadas.
5.6.3 AUDIOGUIA
Criado em parceria com o Núcleo de Pesquisas em Fauna Silvestre da
Universidade do Estado de Santa Catarina (NUPAS/UDESC/Lages/SC), o áudio
foi disponibilizado em Compact Disc (CD) e também em MP3 e traz diversas
informações importantes sobre o PNSJ, como seus aspectos históricos, ambientais
e recomendações de conduta do visitante. As informações foram preparadas para
serem escutadas ao longo do trajeto entre o Portal e o Mirante do Morro da Igreja/
Pedra Furada e destacam os pontos de parada e observação num percurso de
10 km. Atualmente não está em uso.
5.6.4 EXPOSIÇÃO INTERPRETATIVA
A exposição interpretativa está instalada na sede administrativa do PNSJ (Figura
5.14), no centro de Urubici. Trata-se de uma exposição sobre a fauna silvestre
catarinense, produzida com apoio do NUPAS/UDESC/ Lages/SC, COMTUR e
parceiros particulares.
Figura 5.14 Exposição interpretativa na Sede Administrativa do PNSJ.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
A B
C
67
Parque Nacional de São Joaquim
A exposição interpretativa pode ser acessada por visitantes e munícipes e não
possui cobrança de entrada.
5.6.5 EVENTOS DIVERSOS
Conforme relatos obtidos durante o levantamento de campo, foram identificados
os seguintes eventos realizados no PNSJ:
• DESAFRIO: competição esportiva de corrida cross-country, atualmente em sua
15ª edição. Utiliza áreas do PNSJ, principalmente na região do Morro da Igreja,
para compor seus percursos de 45 km, 22 km e 10 km. Em sua última edição,
em 2017, houve cerca de 700 atletas participantes. Durante a realização do
evento, os organizadores providenciam, aos visitantes, transporte em vans
entre o Km 7 da estrada do Morro da Igreja ao atrativo Mirante do Morro da
Igreja/Pedra Furada; aos atletas que realizaram a prova de 25 quilômetros
providenciou-se transporte em micro ônibus do centro urbano de Urubici até o
Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada;
• FODAXMAN Xtreme Triathlon: evento esportivo triatlo, sem fins de competição.
O evento é composto por 3.800 metros de natação, 182 km de ciclismo e 42 km
de corrida, em um percurso pré-definido, iniciando no litoral catarinense e
encerrando na região da Serra Geral, com uso de áreas do PNSJ. A última edição
reuniu 24 atletas de diversos estados brasileiros;
• SEGUALQUIA: cerimônia xamânica, realizada em propriedade rural inserida na
área do PNSJ. Realizam-se os eventos no período de verão, durante o mês de
janeiro e início de fevereiro. A atividade possui um constante fluxo e trânsito de
participantes, incluindo brasileiros e estrangeiros, indígenas e não indígenas;
• RANDONNEURS BRASIL – SANTA CATARINA: evento de cicloturismo de
longa distância, ligado à organização Audax Club Parisien, sendo a edição
de 2017 com 207 km de prova, altimetria acumulada de 4.066 m. A prova foi
estabelecida, no PNSJ, em área correspondente ao Morro da Igreja;
• Semana de Ecoturismo da Serra Catarinense: evento de caráter socioeducativo
promovido por meio de parcerias locais e regionais com objetivo de mostrar
o potencial ambiental do PNSJ e da região Serrana, através de atividades
recreativas, esportivas e de educação ambiental, ao mesmo tempo em que
eleva a conscientização turística e ambiental dos participantes.
Com relação aos acontecimentos programados, como eventos, a minuta do Plano
de Manejo do PNSJ prevê que atividades religiosas e outros similares, incluindo
reuniões de associações diversas, poderão ser autorizados. Isso desde que não
causem impactos negativos sobre a fauna e a flora e a experiência da visitação,
sendo proibida a deposição de resíduos de qualquer natureza no ambiente.
Também estão previstos pela minuta a possibilidade da realização de eventos
esportivos e desportivos não motorizados, tais como corridas de aventura,
torneios de esporte de natureza, entre outros, respeitando-se o zoneamento,
os futuros planos específicos e os objetivos da UC, ficando proibidas, portanto,
atividades motorizadas. O documento prevê ainda a normatização de atividades
esportivas no PNSJ com base no parecer jurídico do ICMBio e em experiências-
piloto a serem realizadas em conjunto com as comunidades de prática. Observou-
se, entretanto, que embora de maneira não oficial, ocorrem encontros de
motociclistas na área do Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.
5.7 CARACTERIZAÇÃO DA VISITAÇÃO NO PNSJ
O fluxo de visitantes no PNSJ apresentou variações ao longo dos anos de 2010 a
2017 (Figura 5.15). A quantidade de visitantes anuais no início da década de 2010
cresceu solidamente, atingindo seu ápice em 2013 com quase 140 mil visitas no ano.
Observa-se uma redução na visitação a partir de 2014, o que pode estar relacionada
ao fato de que, a partir de novembro de 2013, iniciou-se o sistema de autorização de
visita ao Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada, definindo o quantitativo de 200
automóveis por dia. Conforme aponta a série histórica, no último período registrado
houve um incremento de aproximadamente 10 % entre 2016 e 2017.
68
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 5.15 Representação gráfica do número de visitantes anuais no PNSJ: 2010 - 2017.
Fonte: Elaboração do Autor a partir de MMA, ICMBio – 2010-2017.
Uma característica marcante desta visitação é a sazonalidade (Figura 5.16), com
alta concentração nos meses de junho a agosto, em decorrência do inverno e a
possibilidade de ocorrência de neve no Parque, junto ao seu principal atrativo o
Morro da Igreja. Considerando esse contexto, desenvolver alternativas de visitação
ao longo do ano, que desconcentre a demanda, é fundamental para um melhor
aproveitamento do potencial do PNSJ, de forma a contribuir como elemento
indutor do turismo local e regional, aliado aos objetivos da UC.
Os visitantes têm origem, em sua grande maioria, na Região Sul, destacando
as cidades de Florianópolis, Blumenau, Curitiba, Joinville como as principais
emissoras de visitantes para o PNSJ. Em seguida aparece a cidade de São
Paulo.
Considerando a importância cada vez mais crescente dos meios digitais
nas decisões de compra e viagens por parte dos turistas, e tendo em vista a
ausência de pesquisas relacionadas à satisfação dos visitantes no PNSJ, optou-
se por analisar a reputação online da UC, com base nas avaliações disponíveis
no TripAdvisor (Figura 5.17), maior sítio eletrônico de viagens do mundo e no
Google Search, serviço de busca online mais utilizado globalmente. Percebe-se
uma boa avaliação (acima de 4,5, numa escala que vai até 5) e, de maneira geral,
a maioria está relacionada à avaliação da beleza cênica do local e da experiência.
Uma quantidade menor de comentários trata das questões estruturais e de
serviços.
Para o PNSJ existem, no TripAdvisor, apenas 184 avaliações, sendo 77 %
considerando o PNSJ como excelente. Já para o Morro da Igreja, principal atrativo
desta UC, existem 2.025 avaliações, com 76 % votando “excelente”. O TripAdvisor
concedeu Certificado de Excelência para este atrativo, o mesmo é oferecido
àqueles que recebem boas avaliações dos viajantes com frequência.
Figura 5.16 Representação gráfica da distribuição mensal da visitação no PNSJ: 2010 - 2017.
Fonte: Elaboração do Autor; adaptado de MMA, ICMBio, 2018.
Figura 5.17 Representação gráfica do índice de reputação online do PNSJ e Morro da Igreja.
Fonte: Tripadvisor, 2018.
69
Parque Nacional de São Joaquim
Para a reputação online através o Google Search, o PNSJ recebeu a nota média
de 4,8/5 através de 534 comentários. Já o Morro da Igreja recebeu a nota média
4,6/5, através 155 comentários. Outros dados relacionados à caracterização da
visitação, bem como ao seu posicionamento digital também serão apresentados
no item que trata da análise mercadológica, com base em pesquisas secundárias e
primárias.
6. ANÁLISE MERCADOLÓGICAEsta análise mercadológica apresenta um panorama da situação de mercado
do Turismo em Áreas Naturais, no contexto do mercado turístico internacional,
nacional, regional e local. O macrossegmento do Turismo em Áreas Naturais
reúne diversos segmentos de turismo, entre eles: turismo de aventura, turismo
de natureza, turismo rural, ecoturismo, além de seus subsegmentos ou nichos de
mercado, como o turismo de observação de fauna e flora, geoturismo, turismo
técnico-científico, entre outras atividades turísticas ao ar livre em contato com o
meio ambiente. Analisa também a opinião do mercado interno, com base em uma
pesquisa Survey online realizada no âmbito do presente trabalho. Como também,
contextualizar a dinâmica turística regional, suas complementariedades e sinergias
de mercado. Por fim, a análise mercadológica apresenta as principais tendências e
perfis de consumidores com capacidade de influência no âmbito do PNSJ. Desta
forma, traz um panorama de informações balizadoras sobre Turismo em Áreas
Naturais, em diversos contextos e, sobretudo, subsidia a proposição de atividades
e serviços de apoio à visitação ao PNSJ, no cenário de aplicação do projeto piloto
PAPP.
6.1 PANORAMA DO MERCADO DE TURISMO EM ÁREAS NATURAIS
O Panorama do mercado de turismo em áreas naturais é apresentado para o
contexto internacional e para o contexto doméstico, regional e local.
6.1.1 CONTEXTO INTERNACIONAL
O setor de viagens e turismo tem se demonstrado chave para o desenvolvimento
econômico e a criação de trabalho em todo o mundo. Conforme dados da
Organização Mundial do Turismo é o sexto ano consecutivo de crescimento
(Figura 6.1) e, dados mais recentes, mostram que a expectativa de crescimento
para 2017 represente um aumento de 7 % com relação a 2016, o mais alto em sete
anos (OMT, 2018). Ou seja, apesar dos desafios econômicos e políticos mundiais,
70
Parque Nacional de São Joaquim
o setor tem se mostrado resiliente e o desejo das pessoas de viajar continua
crescente. As receitas mundiais do turismo internacional apresentaram tendência
semelhante. Em 2010 atingiu US$ 961 bilhões e em 2016 a receita totalizou
US$ 1.220 bilhões, o que representa um aumento na ordem de 127 % no período,
posicionando a atividade com importante categoria do comércio internacional de
serviços.
Figura 6.1 Representação gráfica do número de desembarque de turistas estrangeiros,
em milhões, e receita do turismo internacional, em bilhões de US$.
Fonte: Elaboração do Autor; adaptado de Organização Mundial do Turismo – OMT (2017).
Segundo informe da OMT Tourism Towards 2030 (2015) a chegada de turistas
internacionais em todo mundo poderá crescer cerca de 3,3 % entre 2010 e
2030 e alcançar 1.800 milhões de turistas em 2030. Já dados da The World Travel
& Tourism Council (2017) indicam que, levando em conta os impactos indiretos
e induzidos, o setor contribuiu com US$ 7,6 trilhões para a economia global e
apoiou 292 milhões de empregos em 2016. Isso foi igual a 10,2 % do PIB mundial
e, aproximadamente, 1 em cada 10 de todos os empregos gerados.
Os dados da OMT (2017) demonstram que aos fluxos turísticos determinam bons
resultados na maioria dos destinos. Embora alguns tenham sofrido incidentes
de segurança, indicando algumas mudanças de direção nos fluxos turísticos, a
maioria se beneficiou do crescimento geral devido ao aumento da demanda de
viagens, melhorias de conectividade e redução do custo do transporte aéreo, em
nível global (Figura 6.2).
Com relação às taxas de crescimento por região, a Ásia e o Pacífico (+8 %) liderou
a chegadas de turistas internacionais em 2016 impulsionado pela forte demanda
para os mercados regionais e intrarregionais. A África (+8 %) alcançou uma
recuperação significativa após dois anos menos prósperos. As Américas (+4 %)
mantiveram o impulso positivo alcançado anteriormente. E a Europa (+2 %)
produziu resultados mistos, com aumentos de dois dígitos em alguns destinos
e queda em outros. Já no Oriente Médio(-4 %), a demanda se tornou irregular
registrando queda, devido à maior instabilidade da região (OMT, 2017).
Figura 6.2 Infográfico com o número de desembarque de turistas estrangeiros e receita
do turismo internacional por continente em 2016.
Fonte: Organização Mundial do Turismo – OMT, 2017.
71
Parque Nacional de São Joaquim
Ao observar as motivações de viagem no mundo (Figura 6.3) o segmento de
lazer e recreação é o que mais se destaca, com mais da metade das chegadas de
turistas internacionais (53 % ou 657 milhões de turistas), em 2016.
Dado esse quadro, uma informação especialmente interessante, informado pela
OMT (2017), é que, dentre as principais motivações para visitar um destino, a busca
pela natureza ocupa a segunda posição entre as principais motivações para visitar
um destino. Esta motivação é precedida pelo interesse cultural e, em terceiro lugar,
pelo interesse na gastronomia.
Já os dados do Center for Responsible Travel - CREST (2017) informam que a cota
de mercado para o segmento de ecoturismo, em nível mundial, incrementou
consideravelmente, passando de 7 % em 2010 para 25 % em 2016 (Figura 6.4).
Além disto, e com base nos dados da OMT (2017), pode-se afirmar que o
segmento de ecoturismo é identificado como o segmento turístico que
proporcionalmente mais cresce no mundo. Enquanto o turismo convencional
vem crescendo em média de 7,5 % ao ano na última década, o ecoturismo está
crescendo entre 15 % a 25 % por ano no mesmo período. A Organização Mundial
de Turismo - OMT estima que 10 % dos turistas em todo o mundo tenham como
demanda o Turismo em Áreas Naturais (OMT, 2017).
Com relação ao fluxo global de turistas a França, Estados Unidos, Espanha e
China foram os países que mais receberam visitantes em 2016 (Tabela 6.1). Na
América do Sul o Brasil situa-se, atualmente, como líder no desembarque de
turistas estrangeiros. Até 2010 a Argentina era o principal destino, situação que
se modificou a partir de 2014. Em 2016, os quatro países do continente que mais
receberam desembarques de turistas estrangeiros foram respectivamente o Brasil,
Chile, Argentina, Peru e Colômbia (OMT, 2017).
Por fim, com base nos dados da Tripadvisor (2017) o ano de 2016 foi um ano
maciçamente popular para os parques nacionais americanos. O interesse em
aluguéis de hospedagem no Parque Nacional Glacier aumentou 147 %, já no
Parque Nacional Great Smoky Mountains aumentou 123 %. Nos parques nacionais
de Rocky Mountain e Acadia aumentaram 70 %, e Yosemite aumentou 21 %, em
relação a 2015. O estudo realizado por esta plataforma online Tripadvisor (2017)
mostra que o número de visitantes interessados em experiências turísticas em
parques e áreas protegidas provavelmente continuará a crescer entre 2017 e 2018
nos Estados Unidos e, consequentemente, como uma tendência no mundo.
Figura 6.3 Representação gráfica dos índices das principais motivações mundiais de viagem.
Fonte: Elaboração do Autor, adaptado de Organização Mundial do Turismo – OMT, 2017.
Figura 6.4 Representação gráfica do crescimento da cota de mercado do ecoturismo.
Fonte: Elaboração do Autor a partir de Center for Responsible Travel – CREST, 2017.
72
Parque Nacional de São Joaquim
Tabela 6.1 Número de desembarque de turistas estrangeiros por país da América do Sul (em mil).
PAÍS 2010 % 2014 % 2015 % 2016 %Argentina 5.325 22,92 5.931 20,4 5.736 18,63 5.559 16,94
Bolívia 679 2,92 871 3,0 882 2,86 – –Brasil 5.161 22,22 6.430 22,1 6.306 20,48 6.578 20,05
Chile 2.801 12,06 3.674 12,6 4.478 14,54 5.641 17,19
Colômbia 2.385 10,27 2.565 8,8 2.978 9,67 3.317 10,11
Equador 1.047 4,51 1.557 5,4 1.544 5,01 1.418 4,32
Guiana 152 0,65 206 0,7 207 0,67 – –Guiana Francesa 189 0,81 185 0,6 199 0,65 235 0,72
Paraguai 465 2,00 649 2,2 1.215 3,95 1.206 3,68
Peru 2.299 9,90 3.215 11,1 3.456 11,22 3.744 11,41
Suriname 205 0,88 252 0,9 228 0,74 257 0,78
Uruguai 2.349 10,11 2.682 9,2 2.773 9,01 3.037 9,25
Venezuela 526 2,26 857 2,9 789 2,56 – –América do Sul 23.229 100,0 29.073 100,0 30.791 100,00 32.815 100,00
Fonte: Organização Mundial do Turismo – OMT, 2017.
6.1.2 CONTEXTO NACIONAL
Em relação ao turismo internacional no Brasil, conforme dados do Anuário
Estatístico do Turismo (MTUR, 2017), entre 2010 e 2016 ocorreu um aumento
expressivo (na ordem de 27,5 %) no número de desembarque de estrangeiros
no país, sendo em sua maioria oriundos da própria América do Sul (Figura 6.5).
Em 2016 o Brasil recebeu 6.578.074 turistas internacionais (MTUR, 2017). Destes,
a maioria foi de argentinos, que seguem na liderança entre os vizinhos sul-
americanos e representam 35 % do total de visitantes no país. Após a Argentina,
estão os Estados Unidos (8,6 %), seguidos do Paraguai (4,8 %), Chile (4,7 %) e
Uruguai (4,3 %). Juntos os países da América do Sul respondem por 48,7 % do
receptivo brasileiro. A França e a Alemanha destacam-se entre os europeus,
ocupando respectivamente a 6ª e 7ª posição, conforme ilustra a Figura 6.6 (MTUR,
2017).
Figura 6.5 Representação gráfica do número de desembarque de turistas estrangeiros
no Brasil entre 2010 e 2016, dados agregados por continente.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo, 2017.
Figura 6.6 Representação gráfica da chegada de turistas ao Brasil,
segundo país de residência - 2015-2016.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo, 2017.
Em relação às motivações de viagens ao Brasil (Tabela 6.2), conforme dados
do Estudo da Demanda Turística Internacional, Ministério do Turismo – Mtur e
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE (2017), entre 2015 e 2016 a
maioria das viagens foram motivadas pelo lazer, seguidas das categorias: visitar
amigos e parentes; negócios, eventos e convenções; e, por fim, outros motivos.
73
Parque Nacional de São Joaquim
Neste quadro a “natureza, ecoturismo ou aventura” representa o segundo principal
motivo das viagens a lazer realizadas por estrangeiros no Brasil, entre 2015 e 2016.
A procura pelo Brasil como destino de ecoturismo e de turismo de aventura foi
de 12,8 %, em 2014, passou para 15,7 %, em 2015 e, em 2016, foi de 16,6 %. O
que reforça a posição do País como um dos principais destinos buscados por
turistas estrangeiros para o Turismo em Áreas Naturais. Vale salientar que este
mesmo estudo mostra que o percentual de turistas estrangeiros motivados pelo
Turismo em Áreas Naturais é maior entre os argentinos (22 %) e americanos (30 %),
justamente os que mais visitam o país (MTur; FIPE, 2017) (Tabela 6.3).
Tabela 6.2 Características das viagens internacionais no Brasil
segundo a motivação da viagem em 2015 e 2016.
MOTIVO DA VIAGEM (1, 2) 2015 EM % 2016 EM %
Lazer 51,3 56,8
Negócios, eventos e convenções 20,2 18,7
Visitar amigos e parentes 25,2 21,1
Outros motivos 3,3 3,4
Notas: (1) Foram realizadas etapas adicionais de pesquisa durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016; (2) Os
turistas que visitaram o Brasil devido aos Jogos Rio 2016 foram classificados nas categorias “Lazer” ou “Negócios ou
trabalho”, conforme cada caso. Fonte: Ministério do Turismo e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE,
Estudo da Demanda Turística Internacional, 2017.
Tabela 6.3 Características das viagens internacionais no Brasil
segundo a motivação das viagens de lazer em 2015 e 2016.
MOTIVAÇÃO DA VIAGEM A LAZER (1) 2015 EM % 2016 EM %Sol e praia 69,4 68,8Natureza, ecoturismo ou aventura 15,7 16,6Cultura 12,1 9,7Esportes 1,5 1,3Diversão noturna 0,6 0,5Viagem de incentivo 0,2 0,1Outros 0,5 3,0Lazer relacionado a grandes eventos – 2,8
Outras motivações de lazer 0,5 0,2
Notas: (1) Os turistas que visitaram o Brasil em viagens a lazer motivadas pelos Jogos Rio 2016 foram classificados
dentro da categoria “Outros”, na subcategoria “Lazer relacionado a grandes eventos”. Fonte: Ministério do Turismo e
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE, Estudo da Demanda Turística Internacional, 2017.
Segundo os dados do Ministério do Turismo e da Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (2017), a cidade do Rio de Janeiro segue como o destino turístico
preferido pelos turistas de lazer, representando 32,2 % desse grupo, seguido por
Florianópolis (17,9 %), Foz do Iguaçu (13,2 %) e São Paulo (9,1 %).
Essa pesquisa (op. cit.) apontou também o crescimento da procura pela
hospedagem alternativa, com 16,7 % dos turistas internacionais optando pelo
aluguel de casas. Entretanto, o percentual de estrangeiros que optam por hotéis
(51,5 %) tem se mantido estável nos últimos cinco anos (MTUR; FIPE, 2017).
Quanto ao turismo interno, 60 milhões de turistas brasileiros viajaram em 2016. As
Sondagens de Intenção de Viagem5, (MTUR; FGV, 2017) detectaram que, ao longo
de 2016 e 2017, as preferências por viagens pelo Brasil superaram largamente
as realizadas para o exterior configurando, em média, 80 % das intenções de
viagem do mercado interno. As intenções variam conforme a renda, sendo que o
5 A Sondagem de Intenção de Viagem retrata a expectativa das famílias brasileiras de consumir os serviços relaciona-dos ao turismo nos próximos 6 meses, sendo realizada com base numa amostra de mais de 2000 domicílios nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. (MTur; FGV, 2017).
74
Parque Nacional de São Joaquim
segmento com renda até R$ 2.100,00 demonstrou, entre maio e junho de 2016,
maior intenção de viajar pelo país (100 %). Já o segmento de maior renda (aquela
superior a R$ 9.600) apresentou, em fevereiro de 2016, 53,7 % das intenções.
Segundo esse mesmo estudo (op. cit.) tal fato deriva, em grande parte, da alta
cotação do dólar e do euro (apontada pela maior parcela dos pesquisados), aliada
ao menor custo de realização de viagens pelo país, bem como do fortalecimento
e majoração da competitividade do turismo interno. Isso faz com que considerável
parcela dos brasileiros opte por viajar pelo Brasil, proporcionando maior
movimento da economia nacional e, consequentemente, contribuindo com a
geração de renda e empregos diretos e indiretos. (MTUR; FGV, 2017).
O turista interno possui como principal preferência de meios de hospedagem
os hotéis e pousadas (44,9 %), seguido pela casa de parentes e amigos (36,3 %).
E, utilizam como meio de transporte o avião (51 %), seguido pelo automóvel
(35,3 %) (MTUR; FGV, 2017). Quanto à fonte de informação, tanto os turistas
nacionais quanto os internacionais têm a Internet como o principal mecanismo,
seguidamente das categorias: amigos e parentes; agência de viagens e guias
turísticos impressos (MTUR; FGV, 2017).
Esta mesma pesquisa indica que 69,8 % intencionam viajar para outro estado
que não o de sua moradia, enquanto 18,5 % pretendem viajar no seu próprio
estado. O Nordeste continua na liderança da lista das regiões mais desejadas pelos
brasileiros (43,4 %), seguida do Sudeste (25,1 %), do Sul (23,9 %), Centro-Oeste
(5,3 %) e Norte (2,3 %) (MTUR; FGV, 2017).
Com relação ao perfil do turista doméstico, o estudo Perfil do Turista de Aventura
e do Ecoturista no Brasil (MTUR; ABETA, 2010), constatou que as viagens deste
perfil de turista são pautadas pela procura do prazer e o retorno a recordações ou
anseios da infância, de forma divertida. Para eles, viajar representa “fugir, voltar a ser
criança, brincar e não ter obrigações” (MTUR; ABETA, 2010, p. 86). O carro é o meio
de transporte mais utilizado por esse perfil (58 %) e as viagens se tornaram um
importante momento de convivência familiar. Este estudo apresenta, ainda, um
“Glossário de desejos” com as principais expectativas do turista brasileiro quando
viaja por esse motivo (Figura 6.7).
Figura 6.7 Glossário de desejos do turista de aventura e ecoturista no Brasil.
Fonte: MTur e ABETA, 2010.
De acordo com o documento Ecoturismo: Orientações Básicas (MTur, 2008), é
possível observar alguns elementos comuns e classificar como características do
perfil de maior incidência neste segmento os indivíduos: i) entre 25 e 50 anos;
ii) poder aquisitivo médio e alto e escolaridade de nível superior; iii) profissão
de caráter liberal; iv) viaja sozinho ou em pequenos grupos; vi) permanência
média no destino: o turista nacional, em torno de 04 dias e o turista internacional,
em torno de 10 dias; vi) procedência de grandes centros urbanos; vii) desejo
de contribuir para a conservação do meio ambiente. Esse tipo de consumidor,
de modo geral, importa-se com a qualidade dos serviços e equipamentos, a
singularidade e autenticidade da experiência e com o estado de conservação do
ambiente muito mais do que com o custo da viagem (MTur, 2008).
75
Parque Nacional de São Joaquim
Torna-se importante mencionar também que o desenvolvimento do mercado
de turismo de aventura no Brasil foi seguido por uma considerável melhoria no
quesito normas técnicas, que estabeleceram as condições e requisitos para a
organização e realização das atividades de aventura e ecoturismo, contribuindo
diretamente para a melhoria da qualidade dos serviços, equipamentos e produtos
destes segmentos no Brasil. Observa-se também que este mercado seguiu as
tendências mundiais de prevenção de acidentes e contribuindo para a melhoria
da competitividade brasileira no mercado de turismo de aventura e ecoturismo
(MTur, 2008).
Atualmente o Brasil possui duas normas de padrão internacional da International
Standarization Organization – ISO para o turismo em vigências. Ambas
incorporadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, sendo elas: i)
ABNT NBR ISO 21103:2014 Turismo de aventura — Informações para participantes,
a qual especifica os requisitos mínimos para a informação a ser fornecida aos
participantes antes, durante e após as atividades de turismo de aventura e;
ii) ABNT NBR ISO21101:2014 Turismo de aventura — Sistemas de gestão da
segurança — Requisitos estabelecidos a um sistema de gestão da segurança para
prestadores de serviços de atividades de turismo de aventura.
Existem ainda 68 normas técnicas elaboradas e publicadas pela ABNT que
abordam questões que abrangem o turismo de aventura, o ecoturismo e a
competência de pessoal na área de hospedagem, alimentos e bebidas (MTur;
ABETA, 2010). Conforme dados do ICMBio (2018), o turismo em áreas protegidas,
mais especificamente em UC federais (parques, floresta, Área de Proteção
Ambiental – APA, reservas extrativistas), apresentou na última década tendência
de expressivo crescimento no país (Figura 6.8), passando de 3,2 milhões, em 2007,
para 10,7 milhões de visitantes, em 2017, um considerável incremento na visitação,
relacionado à melhor estruturação da oferta desta atividade no país, aliada ao
crescente interesse dos turistas pela natureza e pela recreação em espaços
naturais.
Estes dados são reforçados pela pesquisa anual realizada pelo site de viagens
Skyscanner (2017) que também posiciona a natureza como principal atrativo
dos destinos tendências no Brasil, ao revelar que os lugares de ecoturismo estão
entre os mais desejados para 2018, sendo eles: Foz do Iguaçu (PR), Lençóis
(BA) e Parnaíba (PI). Nesse contexto, é importante destacar que o Brasil ocupa
o primeiro lugar no quesito “recursos naturais e parques nacionais” do ranking
de competitividade turística internacional, elaborado pelo Fórum Econômico
Mundial (2017), posicionando estes recursos como fator fundamental para
o desenvolvimento turístico do país. O país também foi eleito como um dos
melhores do mundo para o turismo de aventura, segundo o ranking global Best
Countries (MTur, 2016).
Figura 6.8 Representação gráfica da visitação em UC no Brasil: 2007 - 2017 (em milhões).
Fonte: Elaboração do Autor; adaptado de MMA, ICMBio, 2018.
6.1.3 CONTEXTO REGIONAL E LOCAL
O Plano de Marketing Turístico - Catarina 2020 (SANTUR, 2010) informa que
Santa Catarina já desempenha um papel importante para o conjunto do produto
turístico brasileiro, e vem se posicionando de forma mais competitiva no mercado
turístico mundial, contribuindo com importantes fluxos turísticos nacionais e
internacionais para o país.
76
Parque Nacional de São Joaquim
Segundo dados da Santa Catarina Turismo S/A - SANTUR (2017), órgão responsável
pela promoção turística do estado e vinculado à Secretaria de Estado do Turismo,
Cultura e Esporte de Santa Catarina - SOL, o setor turístico catarinense respondia
por pelo menos 12 % do PIB estadual, tendo registrado, em 2016, um crescimento
de 6 % em volume e 15,2 % em receita nominal, em comparação com 2015.
Com base nos dados do MTur (2017), verifica-se que o fluxo de turistas
estrangeiros em Santa Catarina representou, em 2015, cerca de 2 % do fluxo
nacional e 7 % do fluxo regional de turistas internacionais. Já no ano 2016, houve
relativo crescimento, passando para 3 % do fluxo nacional e 9 % do fluxo regional,
nesta mesma categoria (Figura 6.9).
Figura 6.9 Representação gráfica do número de desembarques de turistas estrangeiros
no Brasil, com a respectiva participação da região Sul e do estado de Santa Catarina.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de Ministério do Turismo e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas -
FIPE, Estudo da Demanda Turística Internacional, 2017.
Quanto ao fluxo e demanda turística, o estado recebeu cerca de 1,5 milhão
de visitantes internacionais, em 2016. Dentre estes, quase 90 %, são turistas
argentinos. Já o turismo doméstico representa um fluxo de 21 milhões de
visitantes, sendo o próprio catarinense (40 %) quem mais desloca pelo estado,
seguido dos turistas do Rio Grande do Sul (22 %), Paraná (13 %) e São Paulo (12 %),
já os demais estados são menos expressivos (SANTUR, 2017).
No tocante às motivações do turista argentino, a pesquisa Perfil do Turista Estrangeiro
- Fronteira Dionísio Cerqueira, SANTUR (2018) reforça o interesse no turismo de sol
e praia, em sua maioria (56 %) e no turismo cultural (23 %), mas também destaca a
natureza, ecoturismo ou aventura como motivadores da viagem para 12 % desses
turistas, sendo também um motivo para que 18 % deles realizassem uma parada
antes do destino final de viagem. O Turismo em Áreas Naturais em Santa Catarina
também encontra expressividade na visitação aos Parques Estaduais administrados
pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina - IMA (2017). Somente em 2016,
aproximadamente 90 mil visitantes circularam por um dos 4 parques administrados
pelo Estado e abertos à visitação, sendo os principais: Parque do Rio Vermelho,
Parque da Serra do Tabuleiro, Parque Fritz Plaumann e Parque das Araucárias.
Outro dado importante que pode contribuir com sinergias relacionadas ao
Turismo em Áreas Naturais em Santa Catarina diz respeito à visitação que ocorre
nos 04 principais Parques Nacionais localizados na região (Figura 6.10), a saber: o
PNSJ, o Parque Nacional de Aparados da Serra, o Parque Nacional da Serra Geral
e o Parque Nacional da Serra do Itajaí. Somente em 2017, estas UC receberam
338.033 mil visitantes, algo em torno de 3 % de toda a visitação às áreas protegidas
no país e cerca de 375 % maior do que visitação que ocorre nos Parques Estaduais
de Santa Catarina (ICMBio, 2018).
Figura 6.10 Representação gráfica da visitação aos Parques Nacionais na região - 2017.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de ICMBio, 2018.
77
Parque Nacional de São Joaquim
Vale ressaltar que neste contexto, os Parques Nacionais de Aparados da Serra e
Serra Geral guardam uma dinâmica turística regional articulada com o PNSJ e com
os municípios da região da Serra Catarinense, pois compartilham semelhanças
territoriais e identidades socioculturais. Quanto à semelhança territorial, são
regiões cuja oferta turística possui relevância no Turismo em Áreas Naturais, com
atividades nos segmentos de ecoturismo, aventura, turismo rural, observação
de fauna e flora, esportes e eventos culturais. Também se posicionam com
competitividade nacional no turismo de inverno, fazendo parte de grupo de
destinos consolidados que inclui Gramado, Canela, Nova Petrópolis, Cambará do
Sul e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e São Joaquim, Urubici e Urupema,
em Santa Catarina. Já em relação às identidades socioculturais, destaca-se a
integração turística regional, através de alianças existentes no estado do Rio
Grande do Sul, que incluem as Regiões Turísticas da Uva e Vinho, Litoral Norte,
Campos de Cima da Serra, Caminho dos Cânions e Hortênsias.
Conforme os dados do Plano de Marketing Turístico - Catarina 2020
(SANTUR, 2010), 32 % da oferta turística estadual concentra seus produtos no
macrossegmento de turismo em Áreas Naturais (incluindo o turismo de sol e praia,
ecoturismo, turismo de aventura e turismo rural).
A recente pesquisa Inverno na Serra de Santa Catarina 2017, realizada pela
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Santa Catarina
- FECOMÉRCIO SC (2017), traz importantes informações acerca do perfil do turista
que visita durante a alta temporada a Região Turística Serra Catarinense, na qual está
inserido o PNSJ. As informações geradas por esta pesquisa também serão utilizadas
como referência para Urubici, cidade sede do PNSJ, uma vez que, juntamente com
Lages, foi a cidade que concentrou maior número de turistas respondentes.
Os dados referentes à origem do turista para esta região são semelhantes aos
dados do estado como um todo, ou seja, os visitantes são, em sua maioria (99,4 %)
brasileiros, sendo 62,5 % do próprio estado de Santa Catarina, 11,0 % de São
Paulo, 10,1 % do Paraná e outros 7,1 % do Rio Grande do Sul. Dentre as cidades
catarinenses, a capital Florianópolis, apresentou-se com 12,2 % de participação
dentre os visitantes, seguida por Blumenau com 5,7 % e Joinville com 3,9 %, entre
outras cidades, conforme (Figura 6.11) (FECOMÉRCIO, 2017).
Figura 6.11 Representação gráfica da origem dos visitantes durante o inverno
na Serra Catarinense.
Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.
Desses visitantes uma pequena maioria são homens (51,6 %) e a faixa etária de
maior representação foi a de adultos entre 31 a 40 anos (25,5 %) e entre 41 a
50 anos (23,7 %), com duas faixas de renda média familiar predominantes, em
primeiro a faixa de R$ 1.893 a R$ 4.730 com 25 % de participação e, em seguida a
faixa de R$ 4.731 a R$ 7.568 com 18,2 % de participação (FECOMÉRCIO, 2017). Ou
seja, a grande maioria pertencentes às classes B2 e C2, com base no Critério Brasil
de Classes Sociais por Faixas de Salário-Mínimo (ABEP, sem data) (Figura 6.12).
78
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.12 Representação gráfica do perfil socioeconômico dos visitantes
durante o inverno na Serra Catarinense.
Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.
O principal meio de transporte utilizado foi o veículo próprio (82,1 %), o que pode estar
relacionado à origem destes turistas, em sua maioria, do próprio estado. Com relação
aos meios de hospedagem utilizados, os hotéis, pousadas e hostels foram os mais
utilizados (53,9 %), em seguida vem a casa de parentes ou amigos (22,9 %). Quanto ao
local escolhido para hospedagem, as cidades mais citadas foram Lages e Urubici, onde
está a sede do PNSJ, ambas com 31 % das citações. Logo após aparecem as cidades de
São Joaquim, com 11,9 % das citações e Urupema, com 9,8 % (Figura 6.13).
O relatório informa também que Urubici ficou com a maior parcela dos turistas que
optaram por se hospedar em hotéis, pousadas ou hostels com 27,1 %, seguida por
Lages (12,2 %) e São Joaquim (6,3 %). Já os visitantes que se hospedaram em imóveis
de parentes e amigos, o fizeram na cidade de Lages (15,2 %) (FECOMÉRCIO, 2017).
Estes turistas permaneceram um tempo médio de 3,7 dias e o principal público
foi de famílias (45,5 %), seguido pelos casais (31,3 %) e pelos grupos de amigos
(14,0 %). O gasto médio por turista em sua viagem corresponde à R$1.557.456. O
6 Embora tenha sido constatado um gasto médio de R$1.236,10 por turista, as somas dos valores considera a agrega-ção de todas as categorias gerando um valor superior ao encontrado no estudo da FECOMÉRCIO (2017).
maior gasto está ligado com a hospedagem, seguido dos gastos com o
transporte, alimentação e varejo (comércio). (FECOMÉRCIO, 2017).
As principais motivações de visita (Figura 6.15) são importantes para a
compreensão dos atributos do destino mais valorizados pelo visitante. Neste
sentido, no caso da Serra Catarinense os visitantes são motivados pelo Turismo de
Inverno (69,6 %), prática que tem forte relação com o PNSJ por ser um local com
frequente ocorrência de precipitações de neve e referência para sua observação.
Quanto as motivações relacionadas ao Turismo em Áreas Naturais (turismo de
esportes, aventura e ecoturismo), tem-se que 7,8 % dos visitantes também foram
motivados por esses aspectos.
Figura 6.13 Representação gráfica da opção para local de hospedagem dos visitantes
durante o inverno na Serra Catarinense.
Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.
79
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.14 Representação dos gastos dos visitantes conforme serviços turísticos
durante o inverno na Serra Catarinense.
Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.
Figura 6.15 Representação gráfica da motivação de viagem dos visitantes
durante o inverno na Serra Catarinense.
Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.
Com relação aos atrativos turísticos mais visitados em Urubici, a pesquisa Inverno
na Serra de Santa Catarina 2017 apontou o Morro da Igreja, localizado no PNSJ,
como o mais visitado (Figura 6.16), além de diversos outros ligados à natureza. O
que fortalece a presença do Parque no contexto do desenvolvimento turístico
local e regional.
Do ponto de vista da gestão territorial do turismo, o PNSJ está inserido em duas
regiões turísticas. Essas regiões são definidas pelo MTur e integram o Programa
Nacional de Regionalização do Turismo, sendo elas a Região da Serra Catarinense
e a Região Encantos do Sul. No Mapa do Turismo Brasileiro, instrumento
utilizado pelo MTur para acompanhar o desempenho da economia do turismo
nos municípios e que serve também como balizador de políticas do setor e
direcionamento de verbas federais, 2 (dois) municípios do entorno do PNSJ,
pertencentes à Região da Serra Catarinense, estão na categoria B (as categorias
vão de A, para os municípios com melhor desempenho a E, para os municípios
com menor desempenho). Esta categorização permite aos municípios acessar
verbas federais específicas, como por exemplo, para apoio à eventos e promoção
turístico.
A Região da Serra Catarinense vem ganhando crescente destaque no cenário
nacional e internacional no segmento de ecoturismo, pela qualidade de seus
vinhos finos de altitude, dispondo de diversas vinícolas estruturadas para receber
visitantes. Assim como algumas cervejarias artesanais. Acredita-se que há uma
sinergia a ser aproveitada neste aspecto, podendo fazer convergir parte desta
demanda para a visitação ao PNSJ.
Figura 6.16 Representação gráfica dos atrativos turísticos mais visitados em Urubici
durante o inverno na Serra Catarinense.
Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.
De acordo com o documento Planejamento-Ação do Turismo Sustentável de
Urubici a atividade turística local iniciou-se, de maneira organizada, a partir de
1992, momento que marca o início da ampliação da oferta de hospedagem,
80
Parque Nacional de São Joaquim
alimentação e a estruturação de alguns atrativos turísticos. A maioria destes
vinculados à vocação da região, ou seja, nos segmentos de turismo de natureza e
turismo rural.
A atual estrutura de gestão turística municipal de Urubici é composta pela
Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo, cujo quadro funcional
é composto por 01 Secretário; 02 funcionários efetivos e 03 estagiários. A sede
desta Secretária localiza-se no centro da cidade e serve também como Posto
de Informações Turísticas. O destino dispõe ainda de um Conselho Municipal
de Turismo e de um Fundo Municipal de Turismo, legalmente instituídos e em
funcionamento. Outro ponto de apoio para informações turísticas local funciona
na sede do SESC-SC, também na área central.
Urubici também é abrangido pelo projeto Acolhida da Colônia, que oferece
atividades de turismo na agricultura familiar e produção associada ao turismo,
como artesanato e agroindústria, em algumas propriedades no entorno do PNSJ
e interior do município. Segundo informações prestadas pela Associação Acolhida
na Colônia, com sede em Santa Rosa de Lima/SC, em 2016 foram cerca de 3.813
visitantes no projeto e em 2017 cerca de 4.549 visitantes, que permanecem,
em média, 03 dias. Em 2007 o município de Urubici foi escolhido como um dos
Destino Referência do Segmento Turismo Rural, pelo Ministério do Turismo.
Com relação à infraestrutura e serviços de apoio ao turismo e considerando
Urubici, que é a cidade sede do PNSJ, foi identificada a oferta de 17 guias de
turismo no CADASTUR, sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que
atuam no setor do turismo, executado pelo MTur. Já com relação às opções de
hospedagem há o registro de 27 meios de hospedagem filiados à Associação de
Pousadas e Hotéis de Urubici - POUSERRA, sendo 03 hotéis e 24 pousadas, com
um número informado de 1.800 leitos disponíveis. Também se verificou a oferta
de cerca de 100 anúncios de imóveis, no município, listados na plataforma Airbnb,
serviço online para as pessoas anunciarem e reservarem acomodações e meios de
hospedagem.
A cidade conta também com 8 restaurantes filiados à POUSERRA e diversos outros
não filiados, com uma oferta gastronômica que vem se diversificando e, também,
se sofisticando para atender diversos perfis de visitantes.
É importante destacar a existência de empresas de receptivo turístico em 02
destinos do entorno do PNSJ, com oferta regular de atividades turísticas de
visitação, tanto no PNSJ quanto no seu entorno, como caminhadas, travessias,
cicloturismo e passeios 4x4. Sendo elas a Graxaim Ecoturismo e Aventura e a Serra
Sul Ecoturismo e Aventura, em Urubici, e a Tribo da Serra Ecoturismo, em Bom
Jardim da Serra.
A cidade de Urubici dispõe atualmente de 05 agências bancárias: Sicoob, Banco
do Brasil, Bradesco, Cresol e Caixa Econômica. Conta ainda com Posto de Saúde
e Hospital conveniados ao Sistema Único de Saúde - SUS, além de Corpo de
Bombeiros e destacamento da Polícia Civil e Militar. Existe ainda a disponibilidade
de cobertura por 04 operadoras de telefonia celular: Claro, Oi, Vivo e Tim.
Por fim, dentre os 05 segmentos turísticos priorizados pelo PLATS (2013), 03
integram o macrossegmento de Turismo em Áreas Naturais, a saber: o turismo de
aventura, ecoturismo, turismo rural. Os demais são o turismo cultural e turismo
de negócios e eventos. O que reforça a importância do desenvolvimento de
atividades turísticas alinhadas à esta segmentação como forma de organizar
o turismo local. Além de contribuir como uma estratégia para a estruturação
de produtos e consolidação de roteiros e destinos, a partir dos elementos de
identidade da oferta e também das características e variáveis da demanda (MTUR,
2008).
6.2 POSICIONAMENTO DIGITAL
Considerando a importância de se observar os aspectos de posicionamento
digital, tendo em vista o comportamento do turista atual, julgou-se interessante
analisar informações relacionadas à forma de comunicação e difusão da
81
Parque Nacional de São Joaquim
informação pertinente ao PNSJ nas principais mídias digitais contemporâneas.
Primeiramente destaca-se que dentre as principais atrações turísticas listadas
pelo Tripadvisor, principal plataforma digital para o turismo no mundo, em Santa
Catarina, seis estão na região da Serra Catarinense e relacionados ao Turismo em
Áreas Naturais, são eles: o Morro da Igreja, principal atrativo do PNSJ, com 2.025
avaliações, a Serra do Rio do Rastro, com 1.647 avaliações, o Mirante da Serra do
Rio do Rastro, com 1.070 avaliações, a Trilha do Rio do Boi, com 400 avaliações, o
próprio PNSJ, com 184 avaliações e o Parque Nacional de Aparados da Serra, com
106 avaliações.
Identificou-se que o PNSJ não dispõe ainda de um tratamento de marketing
digital adequado. O único site, disponível dentro do portal do ICMBio, possui um
formato pouco atrativo, apresentando, no entanto, as informações básicas sobre a
UC, como breve apresentação, galeria de imagens, quando ir, como chegar, forma
de acesso, principais atrativos, o que fazer e as orientações básicas. Dentro deste
mesmo portal do ICMBio há uma “ficha-resumo” do Parque Nacional, contendo
dados técnicos e documentos oficiais para download.
Na rede social mais usada no mundo, o Facebook, percebeu-se que não há uma
página oficial do PNSJ, que uniformize as informações, imagem e relacionamento
virtual com os visitantes. Foram identificados três diferentes perfis para o PNSJ. O
perfil com maior número de seguidores (4.702), denominado de “Parque Nacional
de São Joaquim - Conhecer para preservar”, se dedica a divulgar informações
relacionadas às ações de mobilização social e conflitos que envolvem a UC. O perfil
denominado “Parque Nacional de São Joaquim – ICMBio” é um grupo fechado com
243 membros com objetivo de compartilhar informações gerais da UC e do seu
entorno. Por fim, o perfil “Parque Nacional de São Joaquim” trata-se de um ponto de
referência e localização para check-in com 1.038 curtidas e 3.650 visitas.
Da mesma forma não foi encontrado canal oficial do PNSJ no Youtube, apesar de
existirem diversos conteúdos postados por usuários em geral. Assim como não se
identificou um perfil oficial no Instagram.
A busca pela hashtag #parquenacionaldesaojoaquim resultou em 165 publicações
diversas nessa rede social. A importância de se atentar para estes aspectos está
relacionada ao fato de que, tais mídias digitais, têm se mostrado com grande
capacidade de influenciar a demanda de consumidores e, principalmente, inspirar
e despertar o interessem em conhecer destinos turísticos em todo o mundo.
Ainda no contexto digital o site Rockriders, importante revista online de
mototurismo, posiciona a Serra do Rio do Rastro como o principal destino na lista
dos 10 destinos especiais para viagens de moto no Brasil. Trata-se da estrada SC-
438 que está no entorno imediato do PNSJ, cercada pela Mata Atlântica, de grande
beleza cênica, repleta de curvas e que liga as cidades de Bom Jardim da Serra e
Lauro Muller. O PNSJ também é muito acessado por esse perfil de visitantes.
6.2.1 OPINIÃO DO MERCADO INTERNO
Como forma de conhecer melhor a opinião do mercado interno sobre alguns
aspectos turísticos do PNSJ, considerando tanto o público final (turistas e
visitantes) quanto os agentes e operadores de turismo, foram realizadas duas
pesquisas online utilizando o formato (ou método) Survey. Este formato consiste
na aplicação de questionários à uma amostra não-probabilística de indivíduos
com objetivo de levantar informações, como um mecanismo exploratório
conforme Babbie et al (1999).
As pesquisas foram elaboradas na plataforma Google Forms e divulgadas por
meio da Internet sendo que, para o público final, foi utilizado como mecanismo
de divulgação as mídias sociais (principalmente o Facebook), lista de e-mails de
visitantes, fornecida pelo PNSJ e a replicação por meio do aplicativo Whatsapp.
Para atingir os agentes e operadores de turismo a pesquisa foi direcionada,
prioritariamente, às empresas que atuam no segmento de turismo de aventura e
ecoturismo localizadas nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e
São Paulo, por meio de um mailing contendo contatos de 150 empresas.
A aplicação ocorreu durante o período de 01 mês, entre os dias 08/03 e 08/04 de
82
Parque Nacional de São Joaquim
2018. Os dados aqui apresentados contribuem para agregar maiores subsídios
na projeção das tendências de mercado, bem como para compreensão
mercadológica do PNSJ e para estabelecer estimativas mais próximas da realidade,
minimizando possíveis equívocos.
6.2.2 PESQUISA DE MERCADO – AGENTES E OPERADORES DE TURISMO
A maior parte das empresas que responderam à pesquisa está localizada na
região Sul (SC, PR e RS), principal polo emissor para o Estado de Santa Catarina
e para o próprio PNSJ. Em seguida aparecem empresas da região Sudeste,
outro importante polo emissor de turistas, com destaque para a cidade de São
Paulo. Aqui cabe destacar também a qualificação das empresas respondentes
(Quadro 6.1) que inclui os principais receptivos que atuam no PNSJ (Graxaim
Ecoturismo e Serra Sul Ecoturismo), o Sesc Turismo do Paraná e de Santa Catarina,
importantes emissores para a região, a Gondwana Brasil, a Cia Eco, a Pisa Trekking
e a Desviantes, a Ambiental Turismo e a Freeway, que estão entre as principais
empresas brasileiras do segmento de Turismo em Áreas Naturais.
Das 16 empresas respondentes, 09 já estão no mercado há mais de 10 anos e 03
estão entre 06 e 10 anos estando as demais com menos de 02 anos ou seja, são
empresas já maduras no mercado. Todas estas empresas comercializam ou já
comercializaram produtos turísticos envolvendo Áreas Naturais ou UC, sendo este
o filtro obrigatório para que a empresa pudesse responder a pesquisa. Ou seja, os
dados aqui apresentados têm como base este universo. Quanto aos respondentes
todos ocupam cargos de decisão nas empresas, sendo proprietários, diretores
ou gerentes. Referente à comercialização do PNSJ, seis delas já comercializam
produtos turísticos envolvendo esta UC; três não comercializam atualmente, mas
já comercializaram; e, seis não comercializa, mas tem a intenção de comercializar
e apenas uma não comercializa e não manifestou interesse em comercializar.
Os resultados serão apresentados considerando os dois perfis de respondentes:
empresas que comercializam ou já o comercializaram produtos turísticos
envolvendo o PNSJ (09) e empresas que pretendem comercializar (07).
Quadro 6.1 Empresas que responderam à pesquisa de mercado
para o projeto piloto PAPP do PNSJ.
NOME DA EMPRESA LOCALIZAÇÃO COMERCIALIZAÇÃO DO PNSJ
Top Trip Adventure Porto Alegre - RS Comercializa
Sesc Turismo SC Florianópolis - SC Comercializa
Serra Sul Ecoturismo Urubici - SC Comercializa
Graxaim Ecoturismo Urubici - SC Comercializa
Pisa Trekking Viagens e Turismo São Paulo - SP Comercializa
Freeway São Paulo - SP Comercializa
Sesc Turismo PR Curitiba - PR Já comercializou
Desviantes São Paulo - SP Já comercializou
Gondwana Brasil Curitiba - PR Já comercializou
Verde Vida Ecotur Volta Redonda - RJ Pretende comercializar
Masbah! Turismo e Aventura Brochier -RS Pretende comercializar
Aniyami Natal - RN Pretende comercializar
Quintal de Casa Ecoturismo Curitiba - PR Pretende comercializar
Agência Pé na Trilha Cambará do Sul - RS Pretende comercializar
Cia Eco São Paulo - SP Pretende comercializar
Ambiental Turismo São Paulo - SP Pretende comercializar
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
6.2.2.1 Empresas que Comercializam ou já Comercializaram Produtos Turísticos Envolvendo o PNSJ (09 Empresas)
Entre as empresas que comercializam ou já comercializaram produtos turísticos
envolvendo o PNSJ, o principal produto comercializado é o Morro da Igreja e a
Pedra Furada, atrativos que hoje concentram o fluxo da visitação no PNSJ (Quadro
6.2). Para o produto principal, usualmente a viagem ou duração do passeio é
de menos de um dia (“bate-volta”). No entanto, há viagens que pode durar de
02 até 03 dias de duração, dependendo da origem do turista e dos produtos
83
Parque Nacional de São Joaquim
complementares oferecidos. Observa-se que nos casos de maior permanência os
produtos comercializados combinavam outros atrativos no entorno do PNSJ como
a Serra do Rio do Rastro e as Vinícolas.
Quadro 6.2 Produtos turísticos comercializados e duração média, envolvendo o PNSJ.
PRODUTOS COMERCIALIZADOS DURAÇÃO MÉDIA
Morro da Igreja 03 dias
Caminhadas curtas e longas com acampamento dentro da área do PNSJ
01 dia ou 01 dia e 1/2 (com pernoite)
Morro da Igreja/Pedra Furada e Vinícolas 02 dias
Trilha da Pedra Furada, Trilha da Nascente do Rio Pelotas, Trilha do Cânion das Laranjeiras, Tour ao Morro da Igreja (contemplação Pedra Furada).
01 dia (sem pernoite, “bate-volta”)
Cânion das Laranjeiras, Morro da Igreja, Pedra Furada Mais de 03 dias
Morro da Igreja, Pedra Furada. 01 dia (sem pernoite, “bate-volta”)
Cânions da Serra Catarinense, Urubici e Serra do Rio do Rastro
03 dias
Pedra Furada e Morro da Igreja 02 dias
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Na percepção dos respondentes, o PNSJ atualmente possui média atração relativa
para o mercado nacional e baixa ou nenhuma atração relativa para o mercado
internacional (Figura 6.17). A estruturação de novas atividades, qualificação dos
serviços e ações de mercado podem contribuir na melhoria deste aspecto.
Quando questionados sobre a percepção do nível de demanda de mercado
para atividades no PNSJ, caso as mesmas fossem oferecidas, os agentes e
operadores de turismo indicaram as caminhadas (sejam curta ou longas),
o banho de cachoeira, a gastronomia, as atividades artísticas e culturais, as
atividades experienciais, o sobrevoo panorâmico, a contemplação da paisagem
e a observação de fauna e flora como os mais desejados (com maior número
de citações entre alto e muito) (Tabela 6.4). Dentre aqueles com menor nível de
demanda estão a escalda, o slack-line, o bungee jumping, o rapel e o arvorismo.
Figura 6.17 Representação gráfica da percepção sobre a demanda do mercado pelo PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Tabela 6.4 Percepção sobre a demanda do mercado para atividades no PNSJ.
ATIVIDADES NENHUM BAIXO MÉDIO ALTO MUITO ALTO
Caminhadas curtas (até 3 horas) 0% 0% 38% 25% 38%
Caminhadas longas (acima de 3 horas) 0% 25% 13% 13% 50%
Canionismo 0% 38% 38% 13% 13%
Cachoeirismo 0% 25% 25% 25% 25%
Arvorismo 0% 38% 13% 50% 0%
Rapel 0% 50% 0% 25% 25%
Escalada 13% 38% 13% 13% 25%
Tirolesa 0% 13% 38% 38% 13%
Slack line 13% 50% 13% 13% 13%
Bungee jumping 13% 38% 13% 25% 13%
Banho de cachoeira 0% 0% 38% 13% 50%
Cavalgada 0% 25% 38% 0% 38%
Cicloturismo 0% 13% 38% 13% 38%
Hospedagem confortável no Parque 0% 13% 25% 38% 25%
Gastronomia no Parque 0% 13% 13% 50% 25%
Atividades noturnas 0% 25% 25% 38% 13%
Piquenique 0% 25% 50% 13% 13%
Contemplação da paisagem 0% 0% 38% 13% 50%
Observação de fauna e flora 0% 25% 25% 0% 50%
Sobrevoo panorâmico 0% 13% 25% 25% 38%
Eventos esportivos 0% 25% 13% 63% 0%
Atividades artísticas e culturais 0% 0% 25% 50% 25%
Atividade experienciais 0% 25% 13% 38% 25%
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
84
Parque Nacional de São Joaquim
Com relação aos principais problemas que afetam a comercialização do PNSJ,
foram destacados a oferta precária de atividades turísticas estruturadas e o
desconhecimento ou desinteresse por parte dos visitantes. Em seguida aparece
a dificuldade de acessar o Parque e a sua pouca divulgação. Esses são problemas
que estão correlacionados. A Figura 6.18 resume as principais percepções dos
respondentes sobre o perfil dos turistas que buscam o PNSJ. Para estes a maioria
são casais (com e sem filhos), seguidos pelos jovens solteiros e grupos de amigos,
com boa escolaridade, pertencentes às classes sociais B, C e A, nesta ordem, com
faixa etária variando de 23 a 55 anos e prevalecendo o gênero feminino.
Figura 6.18 Representação gráfica dos principais problemas
que afetam a comercialização no PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Já em relação à forma de buscar informações turísticas sobre o PNSJ (Figura 6.19),
os agentes e operadores de turismo confirmam o que as tendências apontam
o meio digital é o principal canal utilizado, com destaque para a plataforma
Tripadvisor, seguida dos canais de busca e dos sites e portais empresariais.
Na percepção dos agentes e operadores de turismo que participaram da pesquisa,
a estruturação de atividades de visitação e turismo no PNSJ possui um maior nível
de demanda para o mercado nacional (Figura 6.20). Todas as empresas também
manifestaram interesse ou disposição em comercializar novas atividades turísticas
no PNSJ.
Figura 6.19 Representação gráfica dos principais meios utilizados para busca de
informações turísticas sobre o PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.20 Representação gráfica da percepção sobre o nível de demanda que a
estruturação de atividades de visitação e turismo no PNSJ possui para o mercado.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
A totalidade das empresas pesquisadas também já tinham conhecimento
de que o Morro da Igreja e a Pedra Furada estão inseridos no PNSJ e cinco
delas já conheciam a marca do Parque. Para três empresas a marca comunica
adequadamente ao PNSJ, para outras três ela comunica parcialmente e para duas
ela não comunica adequadamente.
85
Parque Nacional de São Joaquim
6.2.2.2 Empresas que Pretendem Comercializar Produtos Turísticos Envolvendo o PNSJ (6 Empresas)
Os resultados obtidos com as empresas que pretendem comercializar produtos
turísticos envolvendo o PNSJ e ainda não o fazem, mostram que os fatores que
mais influenciariam a decisão dessas empresas ofertar o turismo no PNSJ, nos
próximos 2 anos, são a possibilidade das mesmas em conhecê-lo, seja por meio
de um famtour ou outros meios de divulgação, a oferta de atividades turísticas
estruturadas e uma boa qualidade dos equipamentos e serviços de apoio à
visitação (Figura 6.21).
A Figura 6.22 resume as principais percepções dos respondentes sobre o perfil
dos turistas que buscam o PNSJ. Para estes a maioria são casais (com e sem filhos),
seguidos pelos jovens solteiros e grupos de amigos, com boa escolaridade,
pertencentes às classes de poder aquisitivo nas faixas de B, C e A, nesta ordem. A
faixa etária encontra-se variando entre 23 a 55 anos e prevalecendo visitantes do
gênero feminino.
Figura 6.21 Representação gráfica dos principais fatores que influenciam
na decisão de comercializar o PNSJ nos próximos 2 anos.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.22 Percepção sobre o perfil dos turistas que buscam o PNSJ.
TIPOS CLASSE SOCIAL FAIXA ETÁRIA
Casais com filhos
Casais sem filhos
Jovens solteiros
Grupo de amigos
ABC
Entre 33 e 45 anos
Entre 46 e 55 anos
Entre 23 e 32 anos
ESCOLARIDADE GÊNERO
Ensino Superior Completo ou mais Feminino
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
A totalidade das empresas pesquisadas também já possuía conhecimento de que
o Morro da Igreja e a Pedra Furada estão inseridos no PNSJ e para elas a imagem
que vem à mente quando se fala em PNSJ é a da Pedra Furada (Figura 6.23). Já
com relação à marca do Parque a maioria (Figura 6.24) já tinha conhecimento da
mesma e quando questionados sobre a que a marca remete indicaram a natureza
e a existência de onças como as principais características (Figura 6.25). Para a
maioria a marca comunica adequada ou parcialmente a Unidade (Figura 6.26).
Na percepção dos agentes e operadores de turismo que participaram da pesquisa
a estruturação de atividades de visitação e turismo no PNSJ possui um nível de
demanda maior para o mercado nacional (Figura 6.27). Todas essas empresas
também manifestaram interesse ou disposição em comercializar novas atividades
turísticas no PNSJ.
Figura 6.23 Imagem do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
86
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.24 Representação gráfica do conhecimento da marca do PNSJ.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Figura 6.25 Percepção sobre a marca do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.26 Representação gráfica da percepção sobre a comunicação da marca do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.27 Representação gráfica da percepção sobre o nível de demanda que a
estruturação de atividades de visitação e turismo no PNSJ possui para o mercado.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Também solicitou-se que as empresas indicassem quais os principais pontos fortes
e fracos do PNSJ. O Quadro 6.3 apresenta as indicações realizadas.
Quadro 6.3 Pontos Fortes e Pontos Fracos do PNSJ.
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
• Preservação ambiental;
• Beleza cênica, clima propício;
• Beleza natural, potencial para caminhadas de longo curso;
• Região é linda;
• Urubici tem boa rede hoteleira;
• Estrada apesar de asfalto/concreto está em péssimo estado;
• Natureza preservada, paisagens impressionantes, frio;
• Beleza natural e única no Brasil, clima, vinícolas da região;
• Beleza cênica, bom acesso ao principal atrativo, boa demanda de visitantes.
• Pouca divulgação, dificuldade de acesso;
• Acesso complicado e caro, pouca oferta de receptivos de qualidade na região e falta de guias bilíngue;
• Existe muito a ser explorado no parque ainda;
• Fato de se precisar contratar translado na cidade é um problema de custo quando se vai de outras cidades com transporte coletivo próprio (custo aumenta bastante) o ideal seria o parque prover o translado a preços custeados;
• Atividades no parque são extremamente limitadas, apenas contemplação praticamente;
• Ponto fraco o acesso rodoviário e aéreo, a qualidade dos serviços de receptivo, calendário de eventos;
• Falta de estrutura, potencial pouco explorado, inércia dos gestores do ICMBio (Brasília).
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
87
Parque Nacional de São Joaquim
Outras sugestões gerais também foram realizadas por algumas dessas empresas e
apresentadas a seguir:
• O Parque deveria abrir trilhas autoguiadas de fácil e médio acesso. E permitir
que trilhas de maior complexidade sejam conduzidas por guias especializados;
• Ordenamento da visitação ao Morro da Igreja e a abertura de mais trilhas para
caminhadas, tanto curtas como longas com pernoite em acampamento;
• Melhorar o acesso e segurança do local;
• Se melhorasse o acesso rodoviário, duplicando as estradas já ajudaria bastante.
Construir um Centro de Visitante moderno e bem estruturado;
• Troca do nome para PN da Serra Catarinense. Assinatura do Plano de Manejo.
Discussão definitiva do uso público, melhor infraestrutura receptiva.
Essas empresas indicaram que a realização de trilhas, principalmente as curtas,
estão entre os serviços que despertam maior interesse para a comercialização. Em
seguida aparecem a hospedagem e as atividades de aventura (Figura 6.28).
A percepção dessas empresas sobre o nível de demanda de mercado para
atividades em Áreas Naturais ou UC (Figura 6.29) converge, em grande parte,
para a percepção das empresas que já comercializam o PNSJ. As caminhadas
(sejam curta ou longas), o banho de cachoeira, a contemplação da paisagem e
a observação de fauna e flora, as atividades artísticas e culturais e as atividades
experienciais se destacaram (com maior número de citações entre alto e muito).
Dentre as atividades com menor nível de demanda, figuram a escalada, o slack
line, o bungee jumping, o rapel, o arvorismo. Os eventos esportivos aparecem
com baixa demanda por esse perfil de empresa, diferente das empresas que já
comercializam o PNSJ.
Da mesma forma essas empresas percebem que, dentre os problemas que afetam
a comercialização turística em Áreas Naturais ou UC (Figura 6.30), os principais
são a oferta precária de atividades turísticas estruturadas, o desconhecimento ou
desinteresse por parte dos visitantes e a pouca divulgação, sendo que estes dois
últimos guardam estreita relação.
Os meios mais utilizados para buscar informações turísticas sobre Áreas Naturais
ou UC no Brasil, por essas empresas, foi o Facebook, seguido das ferramentas de
busca online (Google, Bing, Yahoo, etc.), ambos citados 4 vezes cada. A maioria
(cinco empresas) já tinha conhecimento da existência do PNSJ. Com relação à
marca do Parque, três empresas ainda não a conheciam e duas já conheciam. Para
três empresas a marca do PNSJ o comunica adequadamente.
Figura 6.28 Representação gráfica dos serviços que as empresas que pretendem
comercializar o PNSJ demonstram maior interesse em adquirir.
Fonte Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018 – Resultados Parciais.
88
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.29 Representação gráfica da percepção sobre a demanda do mercado
para atividades em Áreas Naturais ou UC.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.30 Representação gráfica da percepção sobre os principais problemas que
afetam a comercialização turística em Áreas Naturais ou UC.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
A duração média das atividades ofertadas por essas empresas envolvendo
o Turismo em Áreas Naturais são de 03 dias. Dentre as atividades mais
comercializadas destacam-se: as caminhadas (curtas e longas) e atividades de
aventura como rapel e rafting. Os meios mais utilizados para buscar informações
turísticas sobre Áreas Naturais ou UC no Brasil, por essas empresas, foi o Facebook,
seguido das ferramentas de busca online (Google, Bing, Yahoo, entre outras),
ambos citados 4 vezes cada. A maioria (06 empresas) já tinha conhecimento da
existência do PNSJ. Com relação à marca do Parque 04 empresas ainda não a
conheciam e 02 já conheciam, sendo que, para 03 empresas, a marca do PNSJ
o comunica adequadamente. A maioria das empresas associaram a imagem do
Parque à Pedra Furada e a sua marca à natureza e preservação.
6.2.3 PESQUISA SOBRE HÁBITOS DE CONSUMO E INTENÇÃO DE VIAGEM AO PNSJ
A pesquisa denominada Hábitos de Consumo e Intenção de Viagem ao
PNSJ, voltada para o público final, possui o intuito de entender melhor o
comportamento dos visitantes atuais e potenciais da UC, suas percepções sobre
89
Parque Nacional de São Joaquim
as atividades e serviços oferecidos, identificação do perfil socioeconômico e
conhecimento sobre o PNSJ. Os resultados tem por base 240 respondentes
e estão organizados em três perfis de públicos (Figura 6.31): visitantes atuais
(aqueles que já visitaram o PNSJ), visitantes potenciais (aqueles que ainda não
visitaram, mas manifestaram interesse em visitar o PNSJ) e não visitantes (aqueles
que nunca visitaram e não manifestaram interesse em visitar). Os resultados
parciais são apresentados por perfil de público.
Figura 6.31 Representação gráfica dos perfis de respondentes da pesquisa
sobre visita ao PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
6.2.4 Visitantes Atuais do Parque Nacional São Joaquim (42 %)
Dentre os visitantes atuais, a maioria declarou conhecer o Morro da Igreja (Pedra
Furada) e ter conhecimento de que este atrativo se localiza no PNSJ (77 %), sendo
que a maior parte (62 %) é de visitantes recentes, ou seja, visitou esta UC há menos
de 2 anos (Figura 6.32).
Quanto ao perfil dos visitantes atuais, os resultados obtidos são semelhantes às
pesquisas anteriormente apresentadas. São, em sua maioria, oriundos de Santa
Catarina (75 %) e Paraná (16 %), na faixa etária entre 33 e 45 anos (47 %) e 23 e 32
anos (21 %), ou seja boa parte deles pertencentes à chamada geração Millennials
(nascidos entre 1980 e 1995), cujas características de comportamento são
importantes e foram consideradas em abordagem apresentada no mais adiante
(Figura 6.33).
Figura 6.32 Representação gráfica do nível de conhecimento do Morro da Igreja (Pedra
Furada) e sua relação com o PNSJ e há quanto tempo visitou o PNSJ
Visitantes Atuais PNSJ. 2018.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.33 Representação gráfica da origem e Idade dos visitantes atuais do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
90
Parque Nacional de São Joaquim
Em sua maioria, os respondentes se identificam com o gênero masculino (66 %),
sendo casados ou em união estável (68 %), seguido dos solteiros (as) com 24 %.
Um perfil muito semelhante àquele por outras pesquisas de demanda turística na
região do PNSJ (Figura 6.34).
O nível de escolaridade dos visitantes atuais é alto, com ensino superior ou mais e
uma situação de trabalho estável, sejam empregados com carteira assinada (32 %),
funcionários públicos (22 %), autônomos (16 %) ou empresários (14 %) (Figura 6.35).
Figura 6.34 Representação gráfica do gênero e estado civil do visitantes atuais do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.35 Representação gráfica da escolaridade e
situação de trabalho dos visitantes atuais do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
A pesquisa revelou um bom poder aquisitivo dos atuais visitantes do PNSJ (Figura
6.36), com renda individual acima de 04 salários mínimos e uma maior faixa com
ganho entre 5 a 8 salários mínimos. Os atuais visitantes do PNSJ informaram
ter tomado conhecimento do parque, principalmente, por meio de parentes e
amigos (35 %). A Internet também aparece como importante meio comunicação
e obtenção de informações sobre o PNSJ (26 %) (Figura 6.37).
Figura 6.36 Representação gráfica da faixa de renda individual
dos visitantes atuais do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
91
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.37 Representação gráfica da forma de conhecimento do PNSJ
pelos seus visitantes atuais Parque.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
O tempo de permanência da visitação no PNSJ (Figura 6.38) se divide entre os
visitantes que permanecem apenas um período do dia (seja manhã ou tarde) e
turistas que realizam múltiplas visitas e fazem pernoite, principalmente na cidade
de Urubici (a mais citada), seguida por São Joaquim. Outras cidades no entorno
imediato do PNSJ também aparecem, embora com menor citação, como Bom
Retiro e Bom Jardim da Serra. O tempo médio de permanência nas cidades é de 2
a 3 dias e o principal meio de hospedagem utilizado é a pousada (49 %), seguido
do hotel (15 %) e do acampamento (15 %).
Figura 6.38 Representação gráfica do tempo de permanência da visitação
no Morro da Igreja - PNSJ por visitantes atuais.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
As visitas ao PNSJ ocorrem, em sua maioria (41 %) entre familiares, casais (37 %) e
grupos de amigos (35 %) (Figura 6.39), durante os finais de semana (36 %), feriados
ou finais de semana prolongados (35 %) e nas férias (18 %)(Figura 6.40). O inverno
é a estação de ano com maior procura (38 %), seguida do verão e do outono
(ambas com 20 %). Observa-se que a baixa demanda no período da primavera
pode estar relacionada ao fato de que, boa parte dos atuais visitantes são oriundos
de cidades como Blumenau, Itajaí, locais onde ocorrem festas típicas nesta época.
O que se mostra como oportunidade para captação de demanda nesses destinos,
por meio de ações de promoção e comercialização. Quanto às motivações para
visitar o PNSJ (Figura 6.39), a contemplação da paisagem se destaca (76 %), o que
está vinculado ao local com maior visitação, o Morro da Igreja. O contato com a
natureza também possui relevância (60 %), em seguida aparece a realização de
caminhadas (28 %) e a visita aos cânions (28 %) (Figura 6.41).
Figura 6.39 Forma de visitar o PNSJ - Visitantes Atuais PNSJ – 2018.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
92
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.40 Período e época do ano em que visitou o PNSJ - Visitantes Atuais PNSJ. 2018.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.41 Representação gráfica das principais motivações
para os visitantes atuais visitarem o Morro da Igreja no PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Quando perguntados se haviam realizado outras atividades no PNSJ, além de
visitar o Morro da Igreja (Pedra Furada), 75 % dos visitantes atuais informaram que
sim e indicaram a realização de trilhas (51 %) como a principal atividade, seguida
da visita aos cânions (44 %) e o cicloturismo (23 %), e outras atividades como
cavalgadas, acampamento, travessias e banho de cachoeira que também foram
bem citadas.
Uma grande parte indicou ter visitado outros atrativos ou destinos próximos ao
PNSJ. Dentre esses aparecem com destaque atrativos da cidade de Urubici, como
a Cachoeira do Avencal, a Serra do Corvo Branco, como também os municípios de
Bom Jardim da Serra, Bom Retiro e São Joaquim. Os visitantes atuais possuem uma
boa frequência de visitas ao PNSJ, sendo recorrentes na maioria dos casos (Figura
6.42) e já tendo realizado mais de 03 visitas à UC.
Figura 6.42 Representação gráfica da frequência de visitas ao PNSJ por visitantes atuais.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Em um contexto geral, não exclusivo à visitação no PNSJ, esses visitantes utilizam
a Internet como principal meio para busca de informações turísticas em suas
viagens, por diversos canais, mas a recomendação de amigos e parentes também
denota importância. Sobre a intenção de viagem e consumo relacionados ao PNSJ
os visitantes atuais demonstram perspectivas positivas manifestando alta intenção
de retorno à Unidade, nos próximos 02 anos (Figura 6.43).
Para os visitantes atuais as atividades e serviços que despertariam maior interesse
para serem realizadas, caso fossem ofertadas no PNSJ são, primeiramente, a
hospedagem com conforto (58 %), como por exemplo o glamping, a realização de
caminhadas curtas (55 %), restaurante panorâmico (49 %) e atividades de aventura
(45 %), entre outras como o cicloturismo e as trilhas de longa distância. O que
93
Parque Nacional de São Joaquim
demonstra a predisposição de consumo de novas atividades no interior do PNSJ
(Figura 6.44).
Há uma alta predisposição de gasto diário individual por parte dos visitantes atuais
em atividades no PNSJ (Figura 6.45), não incluindo hospedagem, com valores
acima de R$ 50,00, podendo chegar até R$ 200,00 ou mais.
Figura 6.43 Representação gráfica da probabilidade de visita ao PNSJ
nos próximos 2 anos por visitantes atuais.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.44 Representação gráfica das atividades turísticas
que mais interessam realizar no PNSJ aos visitantes atuais.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.45 Representação gráfica da predisposição de gasto diário individual
no PNSJ por visitantes atuais.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Na avaliação dos visitantes atuais a oferta de atividades no PNSJ é o item com
menor índice de aprovação, considerado pela maioria como ruim, regular ou
péssimo (Tabela 6.5), as informações sobre a UC, juntamente com a segurança,
acessibilidade e sinalização também merecem atenção, com uma baixa avaliação.
Na opinião desses visitantes os principais atrativos do PNSJ são a Pedra Furada e o
Morro da Igreja (Figura 6.46), atrativos em que, atualmente, estão concentradas a
atividade de visitação na Unidade.
Tabela 6.5 Avaliação sobre as atuais condições de uso do PNSJ por visitantes atuais.
CONDIÇÃO DE USO PÉSSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMOOrganização para retirada de autorização de visita ao Parque
5% 13% 26% 48% 8%
Vias de acesso até Parque 8% 13% 32% 40% 7%
Área de estacionamento 11% 30% 33% 24% 1%
Informações sobre o Parque 2% 16% 47% 29% 6%
Horário de funcionamento 2% 20% 29% 39% 10%
Oferta de atividades no Parque 10% 40% 34% 13% 2%
Sinalização 5% 24% 37% 29% 6%
Segurança 3% 14% 47% 31% 5%
Acessibilidade 6% 23% 39% 30% 2%
Limpeza 2% 10% 29% 48% 10%
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
94
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.46 Principal atrativo do PNSJ - Visitantes Atuais PNSJ – 2018.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para PNSJ, 2018.
A maior parte desses visitantes (78 %) realizam outras atividades além da visitação
ao PNSJ, conforme Figura 6.47, integrando outros atrativos e destinos localizados
no entorno imediato da Unidade. Dentre os mais visitados estão as duas serras
limites ao PNSJ: a do Corvo Branco e a do Rio do Rastro. Além de atrativos da
cidade de Urubici, como a Cachoeira do Avencal, a Serra do Corvo Branco e,
também, da visita aos diversos cânions existentes, assim como outros atrativos
localizados em cidades próximas como Bom Jardim da Serra, Bom Retiro e São
Joaquim. Este aspecto aponta para o potencial de integração turística da Unidade
por meio de roteiros temáticos integrados.
Atualmente os visitantes possuem uma boa frequência de visitação ao PNSJ,
sendo na maioria dos casos visitantes recorrentes (Figura 6.48). Já tendo realizado
mais de 02 visitas à Unidade, sendo que um número expressivo (28 %) já visitou
mais de 05 vezes. Esses visitantes utilizam a Internet como principal meio para
busca de informações turísticas em suas viagens, por diversos canais (Figura
6.49), mas a recomendação de amigos e parentes também figura como um meio
importante. Sobre a intenção de viagem e consumo relacionados ao PNSJ, os
visitantes atuais demonstram perspectivas positivas manifestando alta intenção de
retorno à Unidade, nos próximos 02 anos (Figura 6.50).
Figura 6.47 Representação gráfica da visitação ao entorno do PNSJ
Visitantes Atuais PNSJ. 2018
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para PNSJ, 2018.
Figura 6.48 Representação gráfica da frequência de visitas ao PNSJ
Visitantes Atuais PNSJ. 2018
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para PNSJ, 2018.
95
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.49 Representação gráfica dos principais meios utilizados para busca de
informações sobre o PNSJ - Visitantes Atuais PNSJ. 2018
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.50 Representação gráfica da probabilidade de visitar o PNSJ
nos próximos 02 anos – Visitantes Atuais do PNSJ. 2018.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Para os visitantes atuais as atividades e serviços que despertariam maior interesse
para serem realizadas, caso fossem ofertadas no PNSJ são, primeiramente, a
hospedagem com conforto (54 %), como por exemplo o glamping, a realização de
caminhadas curtas (50 %), restaurante panorâmico (47 %) e atividades de aventura
(41 %), entre outras como o cicloturismo e as trilhas de longa distância. O que
demonstram a predisposição de consumo de novas atividades no interior do PNSJ
(Figura 6.51).
Figura 6.51 Representação gráfica das atividades turísticas que mais interessam aos
turistas realizar no PNSJ, caso fossem ofertados – Visitantes Atuais PNSJ. 2018.
Nota: questão permitia respostas múltiplas. Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Há uma alta predisposição de gasto diário individual por parte dos visitantes
atuais em atividades no PNSJ (Figura 6.52), não incluindo hospedagem, com
valores acima de R$ 50,00, podendo chegar até R$ 200,00 ou mais. Na avaliação
dos visitantes atuais a oferta de atividades no PNSJ é o item com menor índice
de aprovação, considerado pela maioria como ruim, regular ou péssimo (Figura
6.53). As informações sobre a Unidade, juntamente com a segurança, área de
estacionamento, acessibilidade e sinalização também merecem atenção, com uma
baixa avaliação. Numa escala de 1 a 5 o atual nível de percepção de qualidade
geral da visitação ao PNSJ situa-se entre 3 e 4, o que equivaleria a regular e bom
(Figura 6.54).
96
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.52 Representação gráfica da predisposição de gasto diário individual no PNSJ
Visitantes Atuais PNSJ. 2018.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.53 Avaliação sobre as atuais condições de uso do PNSJ
Visitantes Atuais PNSJ. 2018.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.54 Representação gráfica do nível de percepção de qualidade da visitação ao PNSJ
Visitantes Atuais PNSJ. 2018
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Foi solicitado aos respondentes que indicassem o que, em suas visões, é
considerado como pontos fortes e pontos fracos do PNSJ. O Quadro 6.4 transcreve
as opiniões expressas por alguns dos respondentes, uma vez que nem todos
responderam à esta solicitação. Observa-se que alguns pontos referem-se ao
destino Urubici, sede do Parque, e não ao PNSJ em si.
Quadro 6.4 Pontos Fortes e Pontos Fracos do PNSJ
na visão dos Visitantes Atuais do PNSJ. 2018.
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
• Natureza preservada, paisagens, neve;
• Beleza cênica, biodiversidade, cultura local;
• Vista, cidadãos acolhedores;
• Beleza natural;
• Dificuldade de obter informações sobre atividades;
• Natureza selvagem, ou seja, sem urbanização - beleza cênica e paisagística única - clima único no país;
• Insegurança, mentira, não interage com comunidade;
• Falta de um restaurante próximo ao Morro da Igreja, péssima, conservação da estrada ao alto do Morro, limitar o número de visitantes por dia no Morro da Igreja;
• Acesso, divulgação, estrutura de recepção ao visitante;
• Efetivo pequeno, falta de estruturas de uso público, conflito político e social quanto aos limites;
• Pouca opção além de opções ligadas a natureza;
• Pouca oferta de alimentação e sanitários;
• Opções de hospedagem, atividades e gastronomia;
• Impossibilidade atual de diversas atividades nas áreas do Parque, estrutura ruim para recepção e triagem dos visitantes, falta de material humano (colaboradores) para todas as necessidades que envolvem uma UC de tamanha dimensão e importância;
• Estrada, segurança, depende de condições climáticas boas (a neblina pode atrapalhar a vista da pedra furada, por exemplo);
• Falta de estacionamento, liberar novas trilhas;
97
Parque Nacional de São Joaquim
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
• belezas naturais, silêncio, diversas atrações turísticas próximas;
• A beleza do local, a rodovia;
• Natureza linda e preservada;
• Vista única, fauna e flora, controle de acesso;
• A beleza da região;
• Belezas, restaurantes, acessibilidade e informação;
• Clima, natureza e localização;
• Beleza, frio, vista;
• Beleza natural, maravilhoso, bons Restaurantes, boas pousadas;
• Paisagens naturais
• Fauna e flora com endemismos, biomas específicos, preservação;
• Poucas opções de locais;
• Beleza e conservação;
• Atratividade paisagística e cultural no entorno, clima;
• Natureza é belíssima, o clima é gostoso e em Urubici tem pousadas muito charmosas, coisa que São Joaquim não tem;
• Belezas naturais, biodiversidade e localização;
• Beleza cênica, tranquilidade, sem poluição visual;
• A natureza é o ponto forte, visual incrível;
• Natureza, opções para praticar diversos esportes e cultura regional;
• A paisagem, o clima e o potencial de atrativos para praticas recreativas;
• A beleza da paisagem é o ponto forte e a organização com autorizações;
• Bem sinalizada, área natural preservada;
• Facilidade para retirada de autorização ou encontrar guias credenciados para realizar trilhas dentro do parque, estrada em boas condições de trafegabilidade;
• Quase tudo é proibido dentro do parque;
• Acesso precário, falta de um translado até o parque, falta de outras atividades de ecoturismo (trilhas, cavalgadas, cicloturismo);
• Falta de infraestrutura. Brasil não sabe aproveitar seu potencial. É preciso gestão, com pessoas que conhecem o assunto. E não pessoas indicadas politicamente;
• Ausência de infraestrutura, fora os locais conhecidos, as demais boas opções são mal divulgadas, rápida lotação nos períodos de pico, precisa marcar com muita antecedência;
• Manutenção, divulgação e conservação;
• Estrada horrível, falta sinalização, má conservação, pouco cuidado;
• Queria mais esportes, agências de viagem no centro da cidade para programar passeios diários, melhoria em infraestrutura de segurança e acesso as cachoeiras;
• Estacionamento, buracos na pista, falta do que fazer no Morro;
• Dificuldade de possuir atendimento diferenciado para atividades cientificas, burocracia, pessoal qualificado no local para guiamento e orientações aos visitantes;
• Nada sobre as aves;
• Falta de infraestrutura, conforto, preservação contra vândalos;
• Urbanística das cidades;
• infraestrutura de receptivo, produtos experienciais, informação;
• Segurança do patrimônio (foi visto pessoas levando muda de plantas), não tem demarcação de segurança e não tem controle de pessoas no espaço;
• Os pontos são pouco conhecidos e mal sinalizados, as vias de acesso, as possibilidades de restaurantes também;
• Faltam produtos turísticos formatados no PNSJ;
• Infraestrutura, serviços e atividades;
• Via de acesso muito estreita, sinalização e informação;
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
• Natureza bela, frio e visão privilegiada;
• Paisagem, clima, comunidade;
• Organizado, limpo.
• Acesso, sem manutenção nenhuma;
• Falta de infra, problemas fundiários e falta de informações;
• A falta do plano de manejo e de uso público, a ausência de contato por várias décadas com os municípios da parte de baixo e a falta de fiscalização para coibir a caça;
• Há erosão no topo do Morro da Igreja, é preciso cuidar para as pessoas não andarem sobre o Sphagnum e campo frágil;
• Com certeza as condições da estrada, falta de um portal e mirante com estacionamento;
• Estacionamento limitado ou inexistente o que é péssimo;
• Falta placas indicativas para as trilhas, trilhas pouco
• Falta placas indicativas para as trilhas, trilhas pouco demarcadas;
• Diretrizes não definidas;
• Estradas em péssima conservação, falta de banheiros e local para realizar lanche;
• Maiores informações no local sobre o ponto turístico.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
A maioria dos visitantes atuais desconhece a marca do PNSJ (48 %), conforme
Figura 6.55. O que indica a necessidade de uma melhor comunicação desta marca
junto aos público final, bem como o uso dela de uma forma mais ampliada como,
por exemplo, em souvenirs.
A nuvem de palavras (Figura 6.56) reflete os elementos mais citados pelos
visitantes atuais como representativos da marca do PNSJ, ou seja, os elementos de
posicionamento percebidos pelos respondentes. Para a maioria desses visitantes
(49 %), a atual marca comunica o PNSJ adequadamente, ou seja, existe aderência
entre a imagem da marca e as percepções dos visitantes sobre a Unidade.
O nível de conhecimento sobre o PNSJ, por parte dos visitantes atuais (Figura 6.57),
apresenta-se como médio (38 %) e baixo (32 %), indicando a necessidade da melhoria
da estratégia de comunicação e difusão de informações junto ao público final.
98
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.55 Representação gráfica do conhecimento da marca do PNSJ
pelos Visitantes Atuais do PNSJ. 2018.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.56 Posicionamento da marca do PNSJ na visão dos Visitantes Atuais do PNSJ. 2018.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.57 Representação gráfica do nível de conhecimento sobre o PNSJ pelos
Visitantes Atuais do PNSJ. 2018.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
6.2.4.1 Visitantes Potenciais do PNSJ (50 %)
Dentre os fatores que mais influenciariam a decisão dos visitantes potencias em
visitar o PNSJ, nos próximos 02 (dois) anos (Figura 6.58), a possibilidade de conciliar
a visita com outros destinos próximos é o que aparece com maior destaque
(45 %). Este dado abre um alerta para a possibilidade de o mercado oferecer
roteiros turísticos integrados do PNSJ com o entorno. Logo em seguida está a
boa estruturação para a visitação (39 %) e fatores de caráter mais pessoal como
disponibilidade de tempo (38 %) e disponibilidade financeira (33 %).
Os interesses dos visitantes potencias se assemelham muito ao dos visitantes
atuais quanto aos serviços e atividades que despertariam maior atração para
aquisição caso fossem ofertados no interior do PNSJ (Figura 6.59). Cita-se a
hospedagem com conforto (glamping, pousada ou chalé), as caminhadas de
curta duração, as atividades de aventura e o restaurante panorâmico são os que
também despontam com maior potencial.
Figura 6.58 Representação gráfica dos fatores que influenciariam a visitação ao PNSJ,
nos próximos 2 anos, por visitantes potenciais.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
99
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.59 Representação gráfica das atividades turísticas que mais interessam
realizar no PNSJ por visitantes potenciais.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
A predisposição de gasto diário individual por parte dos visitantes potenciais
(Figura 6.60) é também alta e semelhante à dos visitantes atuais do PNSJ,
indicando uma faixa de gasto preferencial entre R$ 50,00 e R$ 100,00, mas
podendo chegar até R$ 200,00 por parte de alguns, sem incluir hospedagem.
Foi perguntado ao visitante potencial sobre o interesse em visitar outra UC no
Brasil e dentre as mais citadas destacaram-se o Parque Nacional da Chapada
Diamantina, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o Parque Nacional
de Fernando de Noronha, o Parque Estadual do Jalapão e o Parque Nacional do
Iguaçu.
Com relação ao perfil socioeconômico dos visitantes potenciais, a maioria tem
como local de origem o Paraná, seguido de Santa Catarina e Distrito Federal, com
idade entre 33 e 45 anos, principalmente, seguido daqueles com faixa etária entre
23 e 32 anos e, logo depois, daqueles entre 45 e 55 anos (Figura 6.61).
Figura 6.60 Representação gráfica da predisposição de gasto diário individual no PNSJ
por visitantes potenciais (excluindo hospedagem).
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.61 Representação gráfica da origem e idade dos visitantes potenciais do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
100
Parque Nacional de São Joaquim
Uma pequena maioria dos visitantes potenciais pertence ao gênero masculino
(52 %), sendo em grande parte casados (48 %). Em seguida aparece o grupo de
solteiros (40 %), conforme ilustra a Figura.6.62. Os visitantes potenciais também
apresentaram um bom nível de escolaridade, com nível superior ou pós-
graduação (Figura 6.64), assim como uma situação de trabalho estável sendo em
sua maioria profissionais autônomos ou empresários. A faixa de renda individual
dos visitantes potenciais (Figura 6.63) apresenta-se, em sua maioria, superior a
4 salários mínimos, com uma maior faixa se concentrando entre 5 a 8 salários
mínimos, seguida daquela cuja faixa salarial está entre 10 e 15 salários mínimos.
Um indicativo positivo de potencial de consumo.
Figura.6.62 Representação gráfica do gênero e estado civil dos visitantes potenciais do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.63 Representação gráfica da faixa de renda individual
dos visitantes potenciais do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
Figura 6.64 Representação gráfica da escolaridade e situação de trabalho
dos visitantes potenciais do PNSJ.
Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.
6.2.4.2 Não Visitantes do PNSJ (8 %)
Pouco menos de um décimo da amostra (8 %) nunca visitaram o PNSJ e não tem
intenção de visita-lo. Os respondentes que apontaram não ter intenção de visitar o
PNSJ, em sua maioria, residem em Curitiba, possuem idade entre 33 e 45 anos, são
do gênero masculino, casados, com ensino superior ou mais, uma faixa de renda
superior a 5 salários mínimos.
Como principal motivo para não visitar o PNSJ apontaram a falta de informação
e desconhecimento sobre o mesmo. Isto reforça um aspecto já mencionado
como deficiente e sobre o qual é importante atuar, no sentido de ampliar o nível
de informações para a visitação à Unidade. Outro que também foi citado, porém
com menor intensidade, é a distância entre o Parque e o local de residência dos
respondentes.
101
Parque Nacional de São Joaquim
6.3 TENDÊNCIAS E PERFIL DE CONSUMIDORES
Com base na análise de variados estudos e pesquisas sobre tendências no
setor de viagens e turismo, em âmbito global, e subsidiado pelas informações
anteriormente apresentadas, foram identificadas três macrotendências chaves
para o projeto piloto PAPP do PNSJ. Essa identificação levou em consideração a
capacidade de interferência, a amplitude social e econômica e a transversalidade
das tendências, ao longo do tempo, para o destino PNSJ. As tendências indicam
grandes padrões de comportamento social e características de mercado que
passam a ganhar força, num determinado contexto, e provocam impacto na
realidade analisada. São, também, base para melhor compreensão da necessidades
e atitudes fundamentais para o estabelecimento de estratégias de marketing e
desenvolvimento de produtos turísticos diferenciados e com qualidade, aliados à
inovação e envolvendo o setor público, privado e sociedade civil.
6.3.1 MACROTENDÊNCIA 1: INFLUÊNCIA DO PERFIL GERACIONAL NO CONSUMO DE TURISMO EM ÁREAS NATURAIS
A primeira macrotendência refere-se à influência do perfil geracional no consumo
de turismo em áreas naturais (Figura 6.65). Destacam-se os fatores chaves e o perfil
dos consumidores desta tendência.
Figura 6.65 Macrotendência 1: Influência do perfil geracional
no consumo de Turismo em Áreas Naturais.
Fonte: Tribo da Serra Ecoturimo, s.d.; Dirección de Innovacíon y Calidad – El Salvador, s.d..
• Fatores chaves
O crescimento populacional deverá levar a um aumento geral no consumo de
Turismo em Áreas Naturais. Entretanto esse crescimento, se não bem gerido
pode afetar negativamente os recursos naturais (MMBU, 2017). As gerações
possuem comportamentos específicos de consumo de viagens, que devem ser
observados no desenvolvimento de produtos, serviços e experiências turísticas
(EXPEDIA, 2018). Segundo dados do programa de Habitação da Organização das
Nações Unidas conhecido como UN-Habitat (2016), até 2025, algumas das regiões
metropolitanas do país vão ter um aumento populacional de até 145,13 %. A
Região Metropolitana de Florianópolis, por exemplo, possuía uma população, em
2010, de 1.049.000 habitantes, estima-se que, em 2025, tenha 1.233.000 habitantes.
• Perfil da viagem e dos consumidores
A Geração Baby Boomers, nascidos entre1946 e 1964, indivíduos que hoje tem
entre 54 e 72 anos e que em 2025 terão entre 61 e 79 anos, apresentam-se como
segmento de elevada importância. Deve-se também levar em consideração
que o envelhecimento da população é uma tendência mundial. No Brasil, até
2025, 31,8 milhões de pessoas terão mais de 60 anos (FAPESP, 2016). E, durante a
próxima década, a expectativa é que os viajantes com mais de 65 anos de idade,
representem um crescimento de 8,4 % em nível mundial e de 9 % na América
Latina, superando em cerca de 4 % os segmentos mais jovens (VISA, 2014).
Esses consumidores de Turismo em Áreas Naturais, mais maduros, possuem boa
102
Parque Nacional de São Joaquim
saúde, são mais dinâmicos e com alto potencial de consumo, além de possuírem
fácil domínio das novas tecnologias. Este grupo etário já conquistou, em sua
maioria, os objetivos de vida mais relevantes, desfrutando de mais tempo e
recursos financeiros necessários para realização de viagens. Requerem serviços
customizados, comodidades e experiências que despertem a sensação de
juventude. Natureza, saúde e bem-estar configuram os elementos centrais para
realização de uma viagem, apreciam atividades estimulantes física, psicológica e
espiritualmente. Segundo dados do Ministério do Turismo, as viagens de turistas
maduros, dentro do país, representaram 18 milhões de turistas no Brasil, em 2016
(AMADEUS, 2015; CREST, 2017; MTur, 2017; MMBU, 2017).
A Geração Y ou Millennials, são aqueles nascidos de 1977 a 1995, que atualmente
estão na faixa etária de 23 a 41 anos e que em 2025 terão entre 30 e 48 anos.
Passaram para a fase adulta com a chegada do novo milênio e, vivem num
contexto sem grande rupturas sociais e marcado pela prosperidade econômica
e pela liberdade política. São altamente conectados ao mundo digital e irão
compor cerca de 75 % da força de trabalho mundial em 2025 (DELOITTE, 2016).
Considera-se que 75 % dos Millennials são mais propensos a pagar por quesitos
de sustentabilidade que as demais gerações (OSTELEA, 2017). Gastam boa parte
do seu dinheiro em experiências de viagem e as redes sociais têm uma grande
influência na escolha de seu destino de férias. Por essa razão, são influenciados
pelo que leem nos blogs, fóruns de viagens, sites e mídias digitais especializadas
(DELOITTE, 2016; EXPEDIA, 2018).
Os Millennials dão mais valor à autenticidade e à experiência do que aos bens
materiais. Também valorizam a informalidade, buscam experiências únicas e
autênticas, compartilham informação, tendem a romper padrões e impulsionam
a chamada economia colaborativa (DELOITTE, 2016). Recente matéria da revista
National Geographic (2016) demostrou que os Millennials têm apresentado um
comportamento de consumo de viagens de aventura e natureza. Resgatando
hábitos como acampar, escalar montanhas, caminhar na natureza, tomar banhos
de cachoeira, entre outros e que isso se deve, em grande parte, à tecnologia e à
influência das redes sociais.
6.3.2 MACROTENDÊNCIA 2: O CRESCIMENTO DO TURISMO LENTO E DE BEM-ESTAR BASEADOS NA NATUREZA
A segunda macrotendência está relacionada à necessidade de contraposição do
ritmo de trabalho das grandes metrópoles e decorrente da globalização. Cria-
se, portanto o crescimento do turismo lento (slow tourism) e de bem-estar na
natureza (Figura 6.66). Destacam-se os fatores chaves e o perfil dos consumidores
desta tendência.
Figura 6.66 Macrotendência 2: O crescimento do turismo lento e
de bem-estar baseados na natureza.
Fonte: A - Lares Adventure – Peru, s.d.; B - Discover Tarnava Mare/Romênia, s.d.; C – Southern Appalachian Highlands
Conservancy, s.d.; D - Krishan George, 2018.
A B
C D
103
Parque Nacional de São Joaquim
• Fatores chaves
O slow tourism, ou turismo lento, pode ser definido como a oportunidade do
visitante em se integrar ao destino, estabelecer maior contato com a população
e com o território, num ritmo adequado à apreensão da cultura local. Este
movimento silencioso contraria o estilo de turismo que se afirmou no século
passado, ou seja, o turismo massificado, as excursões programadas e planejadas,
os horários, entre outros (SLOW MOVEMENT PORTUGAL, 2014). Um elemento
fundamental associado ao “slow tourism” é a noção de tempo, apontado como
um dos valores mais relevantes da sociedade contemporânea. Portanto o turista
lento aprecia a estadia mais prolongada, maior contato com espaços de pequena
dimensão, em permanente contato com a natureza e as comunidades locais,
ou seja, conhecer, descobrir e desfrutar, são os seus princípios básicos (SLOW
MOVEMENT PORTUGAL, 2014).
Um elemento fundamental associado ao slow tourism é a noção de tempo,
apontado como um dos valores mais relevantes da sociedade contemporânea.
Portanto o turista lento aprecia a estadia mais prolongada, maior contato com
espaços de pequena dimensão, em permanente contato com a natureza e as
comunidades locais, ou seja, conhecer, descobrir e desfrutar, são os seus princípios
básicos. Há um consenso crescente de que a saúde e o bem-estar, mental e físico,
são fundamentais para uma boa qualidade de vida. Assim, cada vez mais percebe-
se que reduzir o estresse é preferível para a prevenção de doenças, ao invés
da posterior busca pela cura. Consequentemente, as pessoas estão adotando
abordagens mais holísticas para os cuidados de saúde e buscando atividades
baseadas na natureza como uma forma de terapia ou tratamento (MMBU, 2017).
A viagem lenta contribui para o bem-estar geral de um viajante, pois consolida
uma conexão mais forte com o destino e as pessoas que se encontram ao longo
do caminho e ajuda a reduzir os níveis de estresse (GWI, 2018). Um relatório de
pesquisa realizado pela SRI International para o Global Spa & Wellness Summit,
informa que o turismo de bem-estar já representa um mercado de US$ 439
bilhões, ou 14 % dos gastos mundiais com turismo. Só na América Latina
movimenta 47 milhões de viagens e no Brasil, um dos líderes da região nesse
nicho, movimentou US$ 30,4 bilhões, em 2016 (GWI, 2018).
Segundo pesquisa e previsões da Booking.com (2017), haverá um crescimento
do segmento de turismo de bem-estar de 13 % em 2017 para 21 % em 2018. As
viagens que terão maior proeminência são aquelas que envolvem viajar a pé,
permitam aproveitar as paisagens locais, sendo que a caminhada será a principal
forma de exploração, com 68 % dos viajantes brasileiros afirmando que querem
fazer viagens para caminhadas ou trilhas em 2018. Como também pretende incluir
a visita a um spa, fazer tratamentos de beleza (33 %), praticar cicloturismo (29 %)
ou fazer um retiro de ioga (14 %). Para 55 % dos viajantes, uma viagem deste estilo
será boa não só para a parte física, mas também para a saúde mental.
• Perfil da viagem e dos consumidores
A experiência é o propósito essencial da viagem desse turista que sente, cada
vez mais, a necessidade de estabelecer uma relação emocional com o destino e
as vivências que o mesmo pode gerar, por meio de práticas e sensações únicas.
Realizam viagens curtas e o transporte entre local de origem e destino não precisa
ser necessariamente o mais rápido, mas o que permite maior conexão com a
paisagem e o território, além de maior preocupação com o impacto econômico
e social dos gastos realizados no destino. São motivados pelo desejo de desfrutar
da natureza, relaxamento mental e tranquilidade, possui rendimento individual
médio-alto, preferem pequenos lugares, não massificados, e as opções de
hospedagem e alimentação escolhidas geralmente são mais simples (pousadas,
hostel, casa rural, acampamentos com conforto). Faz uso da Internet para suas
pesquisas prévias, mas ao contrário da maioria não utiliza a ferramenta para o
planejamento, mas sim para o conhecimento. O turista lento não prepara detalhes
de sua viagem e se interessam mais pelas histórias e cultura do local.
As atividades turísticas são lentas, orientadas para conhecer e interagir com o
destino e as práticas econômicas são pautadas pelo respeito mútuo e ao meio
ambiente. Além disto as situações inesperadas são sempre vistas como novas
104
Parque Nacional de São Joaquim
oportunidades de experiências. Os chamados “digital detox holidays” estão se
tornando cada vez mais populares entre os turistas que estão buscando períodos
sem contato com a natureza Atualmente, um número crescente de agências
de viagens e destinos tem oferecido programas e passeios voltados para uma
desintoxicação digital. Ao participarem desses passeios os turistas entregam seus
laptops, tablets e smartphones e os substituem por atividades ao ar livre, como
caminhadas na natureza, aulas de ioga e sessões de observação de pássaros
(MMBU, 2017; EXPEDIA, 2018).
Compartilha esporadicamente suas experiências nas redes sociais, pois nem
sempre estão com seus dispositivos durante a viagem e preferem acessar menos
a Internet. Quando compartilham informações na rede fazem de forma mais
reservada e cuidando para valorizar o local e as pessoas do destino.
6.3.3 MACROTENDÊNCIA 3: INFLUÊNCIA DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO TURISMO EM ÁREAS NATURAIS
A terceira macrotendência é marcada pela influência da digitalização e
disseminação dos meios tecnológicos de comunicação no turismo em áreas
naturais (Figura 6.67). Destaca-se os fatores chaves e o perfil dos consumidores
desta tendência.
Figura 6.67 Macrotendência 3: Influência das tecnologias de informação e
comunicação no Turismo em Áreas Naturais.
Fonte: Yosemite Conservancy, s.d.; Inspired Habitats, s.d.; HoloLens, s.d.; FNRC – ICMBio, 2017.
• Fatores chaves
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) impactam cada vez mais todas as
fases de uma viagem, indo desde a inspiração, passando pelo planejamento, reserva,
a própria viagem e o compartilhamento/socialização, tornando cada vez mais fácil
e autônoma a gestão da viagem por parte do cliente final. Os avanços tecnológicos
interferem e facilitam diversos aspectos das viagens e também influenciará
profundamente a visitação em Parques Naturais (FIESC, 2016; MMBU, 2017).
Segundo estudo da Infosys, informado pelo Observatório de Turismo e Eventos
da cidade de São Paulo (2017) 85 % das pessoas no mundo pesquisam viagens
pelos smartphones e tablets. Dessas, 59 % fecham o negócio. Outro estudo mais
recente, da PayPal (2018), comunica que 55 % dos brasileiros adquiriram produtos
como passagens aéreas, hotéis ou pacotes fechados por meio de algum aplicativo
ou sites responsivos. E, de acordo com o IBGE (2017), atualmente 92,1 % do acesso
à rede já é feito por meio de dispositivos móveis.
Alguns estudos já analisaram o impacto que as selfies e o compartilhamento
de fotos nas redes sociais pode afetar, positiva e negativamente, o turismo
baseado na natureza. Aponta-se para a necessidade de estratégias eficazes
de gerenciamento de visitantes que considere esse comportamento turístico
contemporâneo, como também o aproveitamento desta tendência (MMBU, 2017).
A geolocalização, juntamente com reconhecimento situacional avançado e
a análise de grandes volumes de dados digitais (BigData) podem contribuir
105
Parque Nacional de São Joaquim
na gestão do fluxo de visitantes em Áreas Naturais, bem como para um
monitoramento aprimorado de ecossistemas frágeis visitados por turistas, além
de melhorar a gestão do tráfego e a segurança nas estradas em atrações turísticas
altamente visitadas (MMBU, 2017).
As novas tecnologias de mídia e aplicativos de imersão já são realidade e
permitem experimentar sensações e descobrir panoramas antes não imaginados.
Podendo proporcionar ao viajante uma experiência muito mais íntima nos
destinos que visita. Por meio da geolocalização, arquivos de áudio e realidade
aumentada os dispositivos podem se tornar uma espécie de guia pessoal.
O Google Street View acaba de receber sete novas opções de Áreas Naturais para
explorar, oferecendo viagens virtuais por diversas UC de São Paulo, Rio de Janeiro,
Maranhão e Paraná, são eles: o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba - RJ;
o Parque Nacional da Serra dos Órgãos - RJ; o Parque Nacional do Itatiaia - RJ; o
Parque Nacional da Serra da Bocaina - SP; o Parque Nacional Lençóis Maranhenses
- MA; Parque Nacional do Iguaçu - PR e o Parque Estadual Ilha do Mel - PR. Essa
aplicação pode inspirar novos visitantes a conhecer essas Áreas Naturais.
• Perfil da viagem e dos consumidores
O uso das tecnologias de informação e comunicação está difundido entre diversos
perfis de consumidores de turismo, com várias especificidades. Por exemplo os
jovens, de 16 a 35 anos, são os que mais acessam conteúdos, interagem nas redes
sociais e fazem uso de aplicativos em viagens. Assim como a maior parte desses
turistas aproveitam uma viagem a trabalho para realizar mais atividades de lazer,
diferente do público mais maduro (AMADEUS, 2015).
Já os consumidores entre 35 e 49 anos, com ensino superior ou mais, são os que
mais compram por meio da Internet, utilizando dispositivos móveis e outros
(WEBSHOPPERS, 2018).
Dentre os turistas conectados 85 % dos viajantes usam o seu smartphone para
fotografar e descrever a viagem; 72 % publicam nas redes sociais, fazendo com
que os amigos acompanhem de perto a experiência; 61 % utilizam redes sociais
para se comunicar enquanto estão realizando uma viagem e 30 % estabelecem
esse meio como o mais prático para fazer contatos.
Segundo estudo da Booking.com (2017) 74 % dos brasileiros gostariam de ver
antecipadamente o destino por meio da realidade virtual e 34 % deixariam o
computador planejar sua próxima viagem com base nos dados de seu histórico
de viagens. Cada vez mais pessoas fazem uso da Internet e, com isso, a escolha do
destino é influenciada por algo que se viu.
Estudo da Visa (2018) revela que turistas têm usado tecnologia no planejamento
de viagens mais curtas, mais frequentes e para destinos próximos, incentivados
por redes sociais, ferramentas e aplicativos de planejamento de viagem, que já são
usados por 83 % dos viajantes.
6.4 MERCADOS PRIORITÁRIOS
A distância é considerada a variável que exerce maior influência na formação
dos fluxos turísticos. No mercado internacional, por exemplo, cerca de 80 % das
viagens são de curta duração. Essa característica se reproduz na atividade, em
todas as partes. É chamada atração gravitacional no turismo. Assim, a vantagem
competitiva da curta distância integra as estratégias de marketing turístico em
todo o mundo, devendo, por conseguinte, ser também observada para as ações
de mercado do projeto piloto PAPP no contexto do PNSJ (PETROCCHI, 2009).
O sucesso das atividades e serviços propostos e a serem implementados no PNSJ
dependerão em grande parte do desenvolvimento de ações de promoção e apoio
à comercialização nos mercados prioritários aqui definidos. Esta definição teve
por base as pesquisas de demanda existentes sobre o destino e anteriormente
apresentadas, e está fundamentada na teoria de potencialização das vantagens
competitivas com base nos menores deslocamentos dos visitantes (PETROCCHI,
2009). Assim, a forte influência das distâncias curtas induz ao critério dos círculos
concêntricos para seleção e hierarquização de mercados emissores para o PNSJ.
106
Parque Nacional de São Joaquim
Optou-se por considerar, para este estudo, somente os municípios com população
acima de 100 mil habitantes e localizadas à uma distância de, no máximo 500 km
de Urubici, sede do PNSJ (Figura 6.68).
Esta decisão também tem por base o recomendado por PETROCCHI (2009) ao
ressaltar que quanto maior a população, maior o potencial de mercado.
Assim, considerando a distância como principal variável na formação de fluxos
turísticos, definiu-se como Macrorregião prioritária os 03 estados da Região
Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul) e como mercado prioritário os
municípios polos distantes um raio de 300 km de Urubici, com população acima
de 100 mil. O que representa um mercado de 8.467.052 de habitantes.
Como mercado secundário definiu-se os municípios polos distantes a um raio
superior a 300 km e de até, no máximo, 500 km de Urubici, com população acima
de 100 mil. O que representa um mercado de 2.253.440 habitante.
Juntos esses dois mercados representam 10.720.492 habitantes, um significativo
mercado emissor, que se amplia ainda mais ao considerarmos a sua área de influência.
Em relação ao mercado internacional, conforme dados anteriormente
apresentados, circularam, em 2016, pela região Sul, 2.156.94 turistas internacionais,
sendo em sua maioria argentinos. Eles também são, dentre os turistas estrangeiros,
os que mais visitam Santa Catarina e os mais propensos à prática de Turismo em
Áreas Naturais. Desta forma recomenda-se privilegiar a Argentina para ações de
captação do turista estrangeiro para o PNSJ.
O mercado de São Paulo deve ser considerado como mercado de atuação seletiva,
dada a importância desse estado e potencial de convergência de demanda para o
PNSJ. Já os mercados dos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Distrito
Federal – Brasília, devem ser tratados como mercados de crescimento, conforme
pesquisas apresentadas, também demonstrando importante força de contribuição
e, portanto, devem ser observados como mercados estratégicos, por meio de
ações, de promoção e comercialização.
Figura 6.68 Mercados prioritários para o PNSJ.
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
107
Parque Nacional de São Joaquim
ENCARTE 2
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA EFINANCEIRA DOS MODELOS DE PARCERIA
1. INTRODUÇÃOOs projetos pilotos para Parcerias Ambientais Público-Privadas (PAPP) buscam
estabelecer alicerces à constituição de política de formação de parcerias para a
ampliação dos processos de visitação em Parques Nacionais, através de arranjos
institucionais e modelos de gestão consolidados e inovadores que possibilitem a
inclusão socioprodutiva e auxiliem a sustentabilidade financeira das UC.
Na primeira etapa dos trabalhos relativos ao desenvolvimento do PAPP para o
Parque Nacional de São Joaquim - consolidada no Encarte 1 - foi apresentado
um panorama da UC e de seu entorno, incluindo abordagens sobre os meios
físico, biológico e antrópico. No Encarte 1 também foi apresentado uma análise
de mercado e um amplo espectro de atividades aptas ao vinculo em parcerias
público privadas, assim como as abordagens jurídicas previstas em lei e que
balizam a formulação de arranjos.
Neste Encarte constam as avaliações de viabilidade econômico financeira e
proposições de arranjos jurídicos para os modelos de parcerias definidos como
prioritários, assim como os registros da Oficina Técnica Participativa. Portanto,
as abordagens aqui apresentadas constituem-se em evoluções dos estudos
apresentados na primeira etapa, constantes no Encarte 1, e sua leitura deve
considerar o conjunto de informações lá demonstrados. Dessa forma, este Encarte
é parte complementar do Encarte 1.
1.1 OBJETIVOS
Constitui-se objetivo principal deste Encarte, apresentar as análises de viabilidade
econômica financeira das modelagens de negócios consideradas prioritárias,
como subsídios à tomada de decisão dos gestores do ICMBio quanto à formulação
de Parcerias Ambientais Público Privadas aplicáveis ao PNSJ.
Os objetivos do presente trabalho são, ainda:
• Apresentar os resultados do evento de participação pública no projeto
PAPP, denominado Oficina Técnica Participativa, realizado para propiciar
nivelamento de informações com os atores locais e para a coleta de
subsídios ao PAPP;
• Ajuste dos arranjos jurídicos previamente propostos e aplicáveis aos
modelos de participação público privada focados nos PNSJ;
• Apresentar análise de viabilidade econômica e financeira para os modelos
definidos como prioritários, de forma a subsidiar a tomada de decisão dos
gestores da UC alvo do PAPP quanto à aplicação de parcerias público-
privadas.
108
Parque Nacional de São Joaquim
2. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA NO PROJETO PILOTO PAPP NO PNSJA mobilização dos atores sociais foi realizada no período de 1º a 07 de março de
2018, com representantes de segmentos sociais, tanto de áreas públicas como de
áreas privadas, que influenciam direta ou indiretamente o turismo local.
A partir da identificação e necessidade da mobilização de atores sociais na região
do PNSJ, essa atividade foi realizada visando atender, basicamente, a três objetivos:
• Realizar contato seguido de entrevista para obter relatos dos atores sociais
sobre suas visões e formas de conduta em seus respectivos segmentos de
atuação relacionados, de alguma forma, ao turismo local;
• Sensibilizar os atores para participação de oficina prevista no âmbito dos
trabalhos, destacando a importância do envolvimento de cada um no
processo de elaboração do estudo de viabilidade e construção dos cenários;
• Estabelecer canal de comunicação tanto para prestar esclarecimentos
sobre o projeto como para obter informações importantes e pertinentes
aos trabalhos de elaboração do estudo de viabilidade.
2.1 ORGANIZAÇÃO DA MOBILIZAÇÃO
Com auxílio dos gestores do PNSJ organizou-se, inicialmente, uma relação dos
representantes de segmentos locais considerados potenciais atores sociais a
serem envolvidos no processo. A partir dessa relação, os contatos com atores
previamente elencados foram estabelecidos por meio de telefonemas e envio
de e-mail para agendamento de encontro presencial. A maioria dos contatos se
deu de forma presencial, quando foram aplicadas entrevistas estruturadas com
abordagem organizada de forma a se obter informações necessárias à elucidação
e entendimento da organização social local, sua dinâmica, problemática e anseio
da sociedade sobre o turismo regional, a relação com o PNSJ e com a respectiva
instituição gestora.
Os segmentos de atuação dos atores sociais considerados potenciais e de
interesse ao projeto PAPP, são:
• Gestão Pública – prefeituras e secretarias municipais, órgãos estaduais e
federais;
• Sociedade Civil Organizada – associações, fundações, sindicatos, ligas,
agremiações, entre outros;
• Iniciativa Privada – empresários (do ramo hoteleiro, do comércio
relacionado a turismo);
• Ensino e Pesquisa – Instituições de ensino superior públicas e privadas;
• Lideranças Comunitárias – líderes de comunidades do entorno do PNSJ.
Vale ressaltar que todo o ator tem, de alguma forma, relação com o turismo local
conforme detalhamento na planilha contida no Apêndice C do Encarte 2, onde
destaca-se: o nome do ator; contato; segmento que representa; atividade e/ou
ramo de negócio que possui; a razão social/pessoa jurídica; situação (se houve o
contato, a entrevista ou ambos); a data do contato/entrevista; a relevância para o
projeto PAPP e observações. E, ainda, destacando que alguns atores representam,
simultaneamente, a dois ou mais segmentos, por exemplo: ocupam um cargo
público, presidem uma associação e possuem uma empresa ou ramo de negócio,
sendo todos relacionados ao turismo.
A mobilização dos atores sociais para o PAPP do PNSJ resultou em 40 atores
mobilizados, representantes de segmentos supracitados. Com base em análises
técnicas e entendimentos entre a equipe técnica de execução do projeto, do
ICMBio e de gestão do PNSJ, foram selecionados dentre os 40 atores mobilizados,
cerca de 33 considerados potenciais para participação da Oficina Técnica
Participativa (OTP).
109
Parque Nacional de São Joaquim
2.2 ORGANIZAÇÃO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA
A coleta de informações estabelecida em oficina de trabalho, é uma ferramenta
utilizada com emprego de método e técnicas adequadas para o alcance do
objetivo a que se propõe, de modo geral, e para cada atividade aplicada. Dessa
forma, consegue-se de modo mais amplo e relativamente rápido uma quantidade
maior de informações. A oficina, em questão, contou com a condução de um
moderador7.
Os trabalhos seguiram os princípios do enfoque participativo com ênfase
no intercâmbio de experiências e conhecimentos, tendo como ferramentas
metodológicas a visualização, a problematização, sessões plenárias e
documentação, contando com o apoio de um moderador, encarregado de
garantir objetividade e foco da oficina. A proposta para a OTP, com detalhamento
de sua realização, consta nos subitens apresentados a seguir.
2.2.1 OBJETIVOS
O objetivo geral da OTP foi de coletar subsídios para a formulação de modelos de
parcerias destinadas a oportunizar negócios ambientais sustentáveis, aplicados
aos mercados privado e de bases comunitárias, em benefício do PNSJ. Os
objetivos específicos da OTP foram:
• Oportunizar aos participantes a troca de conhecimentos e o nivelamento
de informações sobre as atividades e as cadeias produtivas locais
relacionadas ao uso público/turismo em UC;
• Identificar potenciais arranjos de parcerias com o setor privado e o terceiro
setor, compatíveis com os usos públicos atuais e potenciais no PNSJ;
• Identificar lacunas e oportunidades de cooperação entre o PNSJ e
parceiros, com o sentido de subsidiar a formulação de modelos jurídicos
aplicáveis às parcerias ambientais público-privadas.
7 Profissional especialista em condução de processos participativos.
2.2.2 MATERIAIS E MÉTODOS
Os trabalhos para a OTP seguiram os princípios do Enfoque Participativo
com ênfase no intercâmbio de experiências e conhecimentos, tendo como
procedimentos metodológicos a visualização, a problematização, sessões
plenárias, documentação, contando com o apoio de um moderador/facilitador
encarregado de garantir objetividade e foco no propósito que se quis alcançar ou
atingir de modo a garantir o melhor resultado.
Durante a OTP do projeto PAPP para o PNSJ, o método utilizado foi, portanto, o de
Moderação de Grupos apoiado pela técnica Metaplan8 e recursos multimídia. Para
o desenvolvimento dos trabalhos na oficina, foram utilizados:
• Equipamento multimídia (datashow) e todos os acessórios pertinentes
(cabeamento; instalação elétrica; tela de projeção; pendrive; computador;
• Equipamento para filmagem e registros fotográficos (cavalete, câmera,
fiação);
• Painéis TNT (4 painéis pretos de 2 m x 2 m e 2 painéis pretos 3 m x 2 m
que foram afixados nas paredes em pontos estratégicos com visualização
plena);
• Fita adesiva (para fixação dos painéis);
• Cola especial spray para TNT;
• Tarjetas de diversas formas e cores (retangulares grandes e pequenas,
redondas pequenas; nas cores branca, amarela, azul, rosa, verde e
alaranjada);
• Crachás de identificação;
• Pincéis atômicos e canetas esferográficas;
• Tesoura;
• Folhas de papel sulfite (100).
8 Técnica utilizada em processo de moderação de grupo, apoiada por recursos de visualização constantes de todo o trabalho produzido, trabalhos em grupo e discussão em plenária, orientados por moderador(a).
110
Parque Nacional de São Joaquim
2.2.3 PÚBLICO ALVO
Para um efetivo aproveitamento dos trabalhos, o ideal quantitativo a esse tipo
de evento, considerando o método e técnicas utilizados (moderação de grupos/
Metaplan), é de 15 pessoas, no mínimo, e de 40 pessoas, no máximo. Considera-se
o público alvo desta oficina os atores que tem pleno conhecimento da realidade
local, para o tema objeto do trabalho.
2.2.4 LOCAL E DATA
A oficina foi realizada em espaço organizado e gentilmente cedido pelo SESC-
Urubici no Salão Paroquial da Capela Santa Catarina, situado na rua Enocêncio
Vieira de Andrade, s/nº, em Urubici/SC, no dia 11 de abril de 2018 (quarta-feira),
das 8 h às 18 h.
2.2.5 PROGRAMAÇÃO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA
Os trabalhos para a oficina foram desenvolvidos na ordem conforme programação
apresentada no Quadro 2.1.
Quadro 2.1 Programação da Oficina Técnica Participativa do Projeto Piloto PAPP
para o PNSJ, em Urubici/SC.
PROGRAMAÇÃO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA – PAPP PNSJ
HORÁRIO PROGRAMAÇÃO / ROTEIRO
8 h Recepção do público participante
8 h e 45 min. Abertura da Oficina – Pronunciamentos institucionais
9 h e 05 min. Contextualização: o PNSJ; o PAPP; panorama do uso público no PNSJ
9 h e 35 min. Contextualização: o PNSJ; o PAPP; panorama do uso público no PNSJ
10 h e 25 min. Intervalo de 15 minutos para lanche e integração
10 h e 40 min. Apresentação das propostas de operação e panorama jurídico
11 h Apresentação de roteiro para avaliação de operações (vantagens e desvantagens)
12 h Intervalo de 1 h para almoço
13 h e 10 min. Trabalho em grupo – Dinâmica 1
HORÁRIO PROGRAMAÇÃO / ROTEIRO
15 h e 15 min. Intervalo de 15 minutos para lanche e integração
15 h e 30 min. Apresentação dos resultados dos grupos em plenária
17 h Avaliação da oficina
17 h e 30 min. Fechamento dos trabalhos; agradecimentos – Pronunciamentos institucionais
18 h Encerramento da oficina
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
2.3 DESENVOLVIMENTO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA
A OTP teve seu desenvolvimento conforme roteiro programado e apresentado no
Subitem 2.2.5, com a chegada das equipes técnicas de execução e gestores do
PNSJ às 7 horas e 30 minutos.
2.3.1 RECEPÇÃO E ACOLHIMENTO DOS CONVIDADOS
A partir das 8 h teve início a recepção dos convidados que foram conduzidos ao
local de inscrição onde assinavam a lista de presença (Apêndice D) e recebiam o
crachá de participação no evento (Figura 2.1).
Figura 2.1 Espaço de recepção e acolhida dos participantes da Oficina Técnica
Participativa do Projeto Piloto PAPP para o PNSJ, em Urubici/SC.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
111
Parque Nacional de São Joaquim
2.3.2 PÚBLICO INSCRITO PARTICIPANTE
Para um efetivo aproveitamento dos trabalhos, considerando esse tipo de evento,
o ideal quantitativo ao método e técnicas utilizados (e recursos multimídia)
é de 15 pessoas, no mínimo, e de 40 pessoas, no máximo. Compareceram e
participaram da oficina 23 representantes de segmentos da gestão pública, de
comunidades, do setor de hotelaria e turismo, de ensino e pesquisa e do setor
privado, conforme registro na lista de presença constante no Apêndice D.
A Figura 2.2 retrata o grupo de participantes presentes na Oficina Técnica
Participativa do Projeto Piloto PAPP do PNSJ.
Figura 2.2 Grupo de participantes na Oficina Técnica Participativa
do Projeto Piloto PAPP para o PNSJ, em Urubici/SC.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
2.3.3 ABERTURA DA OFICINA E TRABALHOS INICIAIS
Os trabalhos foram iniciados pelo Moderador que passou a palavra ao Chefe do
PNSJ, Sr. Paulo Santi (Figura 2.3), para o pronunciamento oficial de abertura. Dando
as boas-vindas aos convidados, o Sr. Santi fez uma breve apresentação do Parque
e dos trabalhos que vem sendo realizados no âmbito do Projeto Piloto PAPP
PNSJ. Dando sequência o Moderador apresentou, aos convidados, os objetivos
e a programação da oficina e, em conjunto com o grupo, construiu o acordo de
convivência. Em seguida, foi aberto espaço para as apresentações de todos os
participantes, que foram convidados a realizar uma reflexão sobre a visão de futuro
do PNSJ, orientados pela pergunta: “Como vejo o Parque Nacional de São Joaquim
em 2023?”.
Figura 2.3 Abertura da Oficina Técnica Participativa
do Projeto Piloto PAPP para o PNSJ, em Urubici/SC.
Nota: Pronunciamento do Chefe do PNSJ, Paulo Santi, à esquerda; e painel com registros da visão dos participantes
sobre o PNSJ, à direita. Fonte: Registro do Autor, 2018.
Como resposta reflexiva à pergunta orientadora obteve-se o seguinte resultado:
• Plano de manejo aprovado;
• Plano de manejo sustentável implantado;
• Estrutura adequada para visitação;
• Institucionalizado;
• Regularizado, com plano de manejo e plano de uso público;
• Organizado, preservado e com melhor controle de acesso ao Parque;
• Conheço o Parque da Serra Catarinense e com certeza estará preservado
eternamente;
• Desejo para 2023 uma política de gestão, utilização, geração de renda de
forma sustentável ecologicamente;
112
Parque Nacional de São Joaquim
• Organizado e sustentável;
• Preservado e sustentável;
• Conservado, sustentável e com definições corretas;
• Participação privada;
• Regulamentação de toda a sua área;
• Limites consolidados;
• Limites geográficos definidos;
• Será que vai estar com seus limites definidos?
• Visitação consciente;
• Cumprindo seu papel na conservação e uso público;
• Conservado;
• Mantendo sua área e biodiversidade e melhorando a estrutura;
• Número expressivo de turistas;
• Amado e respeitado dentro e fora de seus limites;
• Referência para a visitação pública em UC;
• Referência em montanhismo no Sul;
• Sem conflitos sociais;
• Com movimentação econômica;
• Com novos investidores;
• Sustentável econômica e ambientalmente;
• Sustentável;
• Turismo sustentável;
• PNSJ como indutor do desenvolvimento sustentável da Região;
• Mudar o nome do Parque;
• Com a política atual, vejo um Parque inutilizado.
2.3.4 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PNSJ
Após apresentação, em tarjetas, e exposição do entendimento de cada
participante sobre a visão de futuro para o PNSJ, o Chefe do PNSJ e o integrante
da equipe técnica executora, Sr. Marcelo Ling, coordenador temático (Figura 2.4),
fizeram a contextualização do Parque (enquadramentos) e do Projeto Piloto PAPP
(panorama de uso público), respectivamente. Em seguida, os convidados foram
conduzidos para um breve momento de integração quando também foi servido
um lanche.
Figura 2.4 Contextualização do Projeto Piloto PAPP e do PNSJ
na Oficina Técnica Participativa, em Urubici/SC.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
2.3.5 TRABALHOS EM GRUPO PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS DE OPERAÇÕES PARA O PNSJ
Nesse momento, o coordenador Marcelo apresentou e fez esclarecimentos
sobre as propostas de operações para o PNSJ, quais sejam: Centro de Visitantes;
Transporte ao Morro da Igreja; e Recanto Santa Bárbara. Estas propostas serviram
de base para a Dinâmica 1 (trabalho em grupo). Foram apresentados, também,
esclarecimentos sobre o panorama jurídico.
Após retorno do intervalo para almoço, o moderador orientou a organização dos
grupos e o desenvolvimento dos trabalhos, estabelecendo:
113
Parque Nacional de São Joaquim
• A formação de 6 grupos constituídos por cerca de 3 integrantes cada,
definidos conforme afinidade com o tema proposto;
• Temas para serem trabalhados nos grupos (Centro de Visitantes; Transporte
ao Morro da Igreja; e Recanto Santa Bárbara);
• Que cada grupo escolhesse um dos três temas propostos para trabalhar,
de forma que ficassem dois grupos para debater cada tema. Um par de
grupo ficou com o tema Centro de Visitantes; outro par de grupo trabalhou
com o tema Transporte ao Morro da Igreja; e o terceiro par de grupo teve o
Recanto Santa Bárbara como tema a ser trabalhado.
Para cada proposta de operação foram considerados os seguintes parâmetros:
• Centro de Visitantes:
• Avaliar cada uma das três alternativas (vantagens e desvantagens);
• Elaborar relações de serviços por ordem de importância, dentro de três
dimensões (econômica, impacto ambiental negativo, experiência do
visitante).
• Transporte Único para o Morro da Igreja:
• Avaliar cada uma das três alternativas (vantagens e desvantagens);
• Indicar como funciona a operação;
• Inserir sugestões (outras alternativas).
• Recanto Santa Bárbara:
• Avaliar cada uma das cinco alternativas (vantagens e desvantagens);
• Inserir sugestões (outras alternativas).
A Figura 2.5 apresenta o registro dos grupos formados trabalhando com os temas
propostos.
Figura 2.5 Grupos de trabalho na Oficina Técnica Participativa
para o PAPP do PNSJ, em Urubici/SC.
Legenda: A – Grupo 1; B – Grupo 2; C – Grupo 3; D – Grupo 4; E – Grupo 5; F – Grupo 6. Fonte: Registro do Autor, 2018.
2.3.5.1 Contribuições dos Grupos 1 e 2 – Centro de Visitantes
A seguir estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 1 (Quadro 2.2),
responsável pelo tema Centro de Visitantes.
A B C
D E F
114
Parque Nacional de São Joaquim
Quadro 2.2 Resultados dos Trabalhos do Grupo 1,
em vantagens e desvantagens identificadas.
GRUPO 1
VANTAGENS DESVANTAGENS
ALTERNATIVA 1 – CENTRO DE VISITANTES NO PNSJ
• Interagir melhor com a UC (trilha, mirante, exposições e serviços);
• Já antropizado;
• Ser dentro da UC;
• Comporta as estruturas necessárias;
• Tira o foco da Pedra Furada.
• Impacto ambiental maior (minimizado pelos impactos positivos inerentes);
• Investimento maior;
• Licenciamento ambiental.
ALTERNATIVA 2 – CENTRO DE VISITANTES NA SEDE DO PNSJ
• Mais próximo da população local;
• Menor investimento;
• Não necessita licenciamento;
• Valoriza a sede com a reforma.
• Espaço restrito;
• Distancia o visitante da UC.
ALTERNATIVA 3 – CENTRO DE VISITANTES NO PNSJ E NA SEDE DO PNSJ
• Valoriza a sede com a reforma. • Investimento alto;
• Dificultaria a logística;
• Desnecessário ter duas estruturas.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Relações de serviços segundo as dimensões:
• Econômica:
• Bilheteria (com estacionamento e transporte), souvenir, alimentação,
eventos, aplicativo, exposições, merchandising.
• Impacto ambiental negativo:
• Alimentação, eventos, souvenir, bilheteria, exposições, merchandising,
trilhas, aplicativo.
• Experiência do visitante:
• Trilhas, exposições, eventos, alimentação, aplicativo, souvenir, merchandising.
Na sequência estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 2 (Quadro
2.3), responsável pelo tema Centro de Visitantes.
Quadro 2.3 Resultados dos Trabalhos do Grupo 2,
em vantagens e desvantagens identificadas.
GRUPO 2
VANTAGENS DESVANTAGENS
ALTERNATIVA 1 – Centro de Visitantes no PNSJ
• Favorece o transporte;
• Estacionamento;
• Manter estrutura contida no Parque.
• Volume de tráfego;
• Não “oxigenação” da cidade.
ALTERNATIVA 2 – Centro de Visitantes na Sede do PNSJ.
• Nenhuma. • Pouco espaço físico;
• Inadequação do imóvel.
ALTERNATIVA 3 – Centro de Visitantes no PNSJ e na Sede do PNSJ.
• Giro na cidade;
• Flexibilidade pra aquisição de ingresso;
• Acesso garantido.
• Logística financeira.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Relações de serviços segundo as dimensões:
• Econômica:
• Bilheteria, alimentação, loja, eventos.
• Impacto ambiental negativo:
• Estacionamento, alimentação.
• Experiência do visitante:
• Alimentação, loja, eventos especiais, estacionamento, bilheteria, mobile.
115
Parque Nacional de São Joaquim
Considerações gerais:
• Números do PNSJ em 2017:
• Carros (32144), motos (8512), vans (461), bicicletas (765), ônibus (2).
• Desafio:
• Centro de visitantes tem que acolher, vender, representar o DNA do
Parque. A identidade visual coordena entre mobile / arquitetura / filosofia
de operação.
• Solicitação de estudo:
• Estudar a possibilidade jurídica de um Centro de Visitantesexterno, em
pontos diversos, com tempo determinado de existência, com certos
padrões e para mais de uma pessoa.
2.3.5.2 Contribuições dos Grupos 3 e 4 – Transporte para o Morro da Igreja
A seguir estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 3 (Quadro 2.4),
responsável pelo tema Transporte Único para o Morro da Igreja.
Quadro 2.4 Resultados dos Trabalhos do Grupo 3,
em vantagens e desvantagens identificadas.GRUPO 3
VANTAGENS DESVANTAGENS
Alternativa 1: Saída da Sede Administrativa do PNSJ.
• Fomenta o comércio local;
• Menor transtorno rodoviário no trevo de acesso ao Morro da Igreja.
• Aumento do custo do transporte para o visitante;
• Aumento do tempo do passeio;
• Perda dos pontos turísticos ao longo do caminho.
Alternativa 2: Saída do Km 0 (trevo).
• Menor tempo de passeio;
• Melhor para o turista que vem do Corvo Branco;
• Valorização das propriedades do entorno;
• Menor custo para o visitante.
• Diminui a circulação no comércio local;
• Investimento em infraestrutura para estacionamento em terras privadas;
• Ausência de infraestrutura para os visitantes.
Alternativa 3: Saída do Km 9 (Centro de Visitantes do PNSJ).
• Tempo e custo menor para o visitante;
• Facilidade de viabilizar transporte circular;
• Infraestrutura do Centro de Visitantespara os turistas.
• Menor circulação de turistas no comércio local;
• Dificuldades na chegada de grupos em ônibus de turismo.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Como funcionaria a operação:
• Visitação ao Mirante do Morro da Igreja com transporte coletivo por meio
de vans (18 pax);
• Carro com o máximo de 10 anos (e/ou híbrido);
• Para acesso às trilhas será permitido acesso de veículos locais ou
particulares com guia local ou condutor até a trilha;
• Operado por cooperativa local de transporte;
• Frequência, a cada 30 minutos da Sede ou Km 0 e circular no Km 9.
116
Parque Nacional de São Joaquim
Sugestões:
• Lift para esquiadores quando nevar;
• Bondinho.
Na sequência estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 4 (Quadro
2.5), responsável pelo tema Transporte Único para o Morro da Igreja.
Quadro 2.5 Resultados dos Trabalhos do Grupo 4,
em vantagens e desvantagens identificadas.
GRUPO 4
VANTAGENS DESVANTAGENS
Alternativa 1: Saída da Sede Administrativa do PNSJ.
• Comércio local;
• Menos movimento de veículos na estrada;
• Estacionamento diluído (pousadas);
• Infraestrutura existente.
• Diminuição do fluxo para o comércio do Morro da Igreja;
• Estacionamento concentrado (dia);
• Distância maior.
Alternativa 2: Saída do Km 0 (trevo).
• Diminuir a distância. • Falta estacionamento;
• Falta estrutura.
Alternativa 3: Saída do Km 9 (Centro de Visitantes do PNSJ).
• Nenhuma. • Custo da obra;
• Logística;
• Impacto ambiental.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Como funcionaria a operação:
• Até um número X de pontos com estacionamento e estrutura;
• Vans com 18 lugares, com seguro, motorista habilitado, com até 10 anos
(adaptadas?), com registro, multimídia, adesivada, climatizada, com câmera
no Morro da Igreja (informação sobre o tempo);
• Guarita;
• Vans cadastradas e com frequência de horário fixo de 20 minutos (durante
a semana), grupo fixo para finais de semana, e, no feriado circular;
• Operadora por cooperativa local (teria benefícios) ou uma empresa (com
CNPJ);
• Não depender da prefeitura e não incentivar transporte individual.
Observação:
• É preciso definir a questão de carros particulares e outros, inclusive
bicicletas.
2.3.5.3 Contribuições dos Grupos 5 e 6 – Recanto Santa Bárbara
A seguir estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 5 (Quadro 2.6),
responsável pelo tema Recanto Santa Bárbara.
117
Parque Nacional de São Joaquim
Quadro 2.6 Resultados dos Trabalhos do Grupo 5,
em vantagens e desvantagens identificadas.
GRUPO 5
VANTAGENS DESVANTAGENS
Alternativa 1: Restaurante/Alimentação.
• Oportunidade de negócio;
• Tornar o local mais um atrativo dentro da UC
• Acesso precário;
• Logística de trabalho;
• Sazonalidade;
• Distância de 23 km.
Alternativa 2: Loja de souvenir e equipamentos
• Oportunidade de negócio;
• Tornar o local mais um atrativo dentro da UC.
• Acesso precário;
• Logística de trabalho;
• Sazonalidade;
• Distância de 23 km.
Alternativa 3: Camping e acampamento rústico (“espartano”).
• Ponto de apoio importante para diversas atividades;
• Baixo custo de implantação;
• Banheiro, mesas, bancos, local para fogueiras, cobertura.
• Manutenção do local (lixo, limpeza, roçado);
• Camping pode concorrer com estruturas existentes (ex.: pousadas).
Alternativa 4: Eventos.
• Adequação da estrutura existente para apoio em eventos esportivos e culturais (cavalgadas, caminhadas, corridas, cicloturismo).
• Nenhuma.
Alternativa 5: Área para cavalgada.
• Adequação da estrutura existente para apoio em eventos esportivos e culturais (cavalgadas, caminhadas, corridas, cicloturismo).
• Nenhuma.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Sugestões:
• Melhoria dos acessos;
• Sinalização;
• Adequação da estrutura;
• Fomento às atividades de ecoturismo;
• Trabalhar com educação ambiental.
A seguir estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 6, responsável
pelo tema Recanto Santa Bárbara.
Quadro 2.7 Resultados dos Trabalhos do Grupo 6,
em vantagens e desvantagens identificadas.
GRUPO 6
VANTAGENS DESVANTAGENS
Alternativa 1: Restaurante/Alimentação.
• Geração de empregos;
• Fomento da produção agrícola local;
• Permanência da população no entorno.
• Separação e destinação do lixo;
• Qualificação de mão de obra (inclusive manipulação).
Alternativa 2: Loja de souvenir e equipamentos
• Comodidade para o turista. • Baixa demanda.
Alternativa 3: Camping e acampamento rústico (“espartano”).
• Valor acessível;
• Perfil familiar e alternativo;
• Diversificação da oferta.
• Estrutura;
• Destinação do lixo;
• Segurança.
Alternativa 4: Eventos.
• Diminuição da sazonalidade turística;
• Público diferenciado.
• Mão de obra;
• Horário de funcionamento;
• Acesso.
Alternativa 5: Área para cavalgada.
• Roteiros dentro do PNSJ e entorno;
• Fomento do turismo cultural.
• Acesso às áreas não indenizadas;
• Falta de estrutura (alimentação, desejos, guarda de animais).
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
118
Parque Nacional de São Joaquim
Sugestões:
• Cicloturismo;
• Trilhas;
• Balonismo;
• Qualificar famílias do entorno para receber o visitante.
2.3.5.4 Apresentação dos Resultados dos Trabalhos em Grupos
A apresentação dos resultados foi realizada por integrantes de cada grupo, em
plenária, com a participação e contribuição dos integrantes dos demais grupos
que assistiam as apresentações (Figura 2.6).
Figura 2.6 Apresentação dos resultados dos trabalhos de cada grupo na Oficina
Técnica Participativa para o PAPP do PNSJ, em Urubici/SC.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
2.3.6 AVALIAÇÃO E ENCERRAMENTO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA
Após as discussões relativas às apresentações de resultados dos trabalhos dos
grupos, sobre as propostas de operações estabelecidas, os participantes foram
convidados a registrar em tarjetas suas avaliações sobre a OTP, orientados pela
seguinte pergunta: “Como eu avalio a nossa Oficina?”. As avaliações foram lidas
pelo Moderador e afixadas no painel de exposição, sendo aqui apresentadas:
• Importante para o futuro do turismo da região;
• Produtiva (5);
• Muito produtiva;
• Produtiva, com novos pontos de vista;
• Ótima;
• Foi gratificante;
• Gratidão;
• Nota 10;
• Construtiva;
• Positiva;
• Criativa;
• Show;
• Excelente;
• Proveitoso (2);
• Proveitosa;
• Aproveitável;
• Considerei muito aproveitada e produtiva esta oficina, pois vi um progresso
na construção do novo Parque de São Joaquim, mesmo que tenha sido
apenas na teoria, mas senti uma luz no fim do túnel porque hoje houve
interesse por parte do público e privado da nossa cidade;
119
Parque Nacional de São Joaquim
• Muito benéfica para o município;
• Quebra de paradigmas;
• Está bem;
• Participativa;
• Extremamente eficiente;
• Sugestão: mais cenários.
O número entre parêntesis ao lado de algumas avaliações indica a quantidade
de vezes que a mesma avaliação foi realizada. Na sequência, o Chefe do PNSJ, Sr.
Santi, e a Coordenadora Executiva do Projeto Piloto PAPP do PNSJ, Lorena Folda,
expressaram agradecimentos pela presença proativa e comprometida de cada
participante que dispôs de um dia em sua agenda para se dedicar à Oficina.
Foram feitos agradecimentos, também, às equipes técnicas de gestão do PNSJ
e de execução do Projeto Piloto PAPP PNSJ, além de abertura de espaço para
manifestações dos convidados, havendo o encerramento da OTP em seguida
(Figura 2.7).
Figura 2.7 Encerramento oficial da Oficina Técnica Participativa
para o Projeto Piloto PAPP do PNSJ, em Urubici/SC.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
120
Parque Nacional de São Joaquim
3. PROPOSTAS DE ATIVIDADES E SERVIÇOS DE APOIO À VISITAÇÃO NO ÂMBITO DAS PARCERIAS AMBIENTAIS PÚBLICO-PRIVADAS
A proposição e priorização das atividades e serviços de apoio à visitação,
com possibilidade de delegação para implementação e operação por meio
de parceiros privados, seguiu os seguintes critérios: (i) territorial: este critério
condiciona os tipos de usos do potencial existente, considerando o disposto
nos instrumentos de gestão da UC. Por esse motivo, outras áreas com relevante
potencial para o uso público, como a região de Três Barras e da Serra do Corvo
Branco serão contempladas apenas como recomendações; (ii) potencial e
atratividade: avalia as potencialidades de desenvolvimento de atividades de
uso público da área em função dos recursos existentes, suas condicionantes,
capacidade de valorização turística, atração de demanda e alinhamento às
tendências e boas práticas de mercado; (iii) integração e complementariedade:
compreensão das dinâmicas turísticas da UC e seu entorno, a fim de estabelecer
complementariedades, integração à cadeia produtiva do turismo local e regional,
suprir carências e atender demandas identificadas. Para efeito das propostas
aqui apresentadas, foram consideradas apenas áreas já consolidadas no PNSJ,
especificamente a região do Morro da Igreja e a região de Santa Bárbara.
São propostas três operações distintas, denominadas Centro de Visitantes e
serviços associados, Transporte Único – Morro da Igreja (com variações que
contemplam Posto de Informação e Controle – PIC e operações reduzidas do
Transporte Único) e Recanto Santa Bárbara. As operações apresentadas não são
definitivas e passam por avaliação técnica e pela instituição gestora da UC. Para
gerar subsídio às decisões, o presente documento exibe a análise de viabilidade
econômico-financeira das referidas propostas. Os modelos de negócios, atividades
e infraestruturas determinados para cada operação foram aprimorados para este
Encarte 2, incluindo as contribuições do processo participativo de planejamento.
O exame de viabilidade jurídica das atividades propostas se limita a dois aspectos:
(a) análise de compatibilidade ao ordenamento jurídico vigente, contemplando
a Portaria 85/2012 - ICMBio e o PM do PNSJ, ainda não aprovado; e (b) indicação
do instrumento mais adequado de delegação do uso de bem público para a
realização de serviços e atividades de apoio ao uso público no PNSJ.
Tais aspectos, analisados de forma sucinta neste Item, são complementados pelos
apêndices do Encarte 1 (Apêndice A e Apêndice B), encaminhado previamente.
Note-se que outros aspectos jurídicos, como os referentes à situação fundiária,
à existência de moradores no polígono do PNSJ, à redefinição de seu perímetro,
entre outros, não foram objeto de exame por não integrarem o escopo do
presente trabalho. De maneira complementar, realiza-se recomendações baseadas
em potenciais identificados para o PNSJ, quanto à atratividade dos locais, mercado
potencial e macrotendências.
3.1 OPERAÇÃO 01: CENTRO DE VISITANTES E SERVIÇOS ASSOCIADOS / POSTO DE INFORMAÇÃO E CONTROLE
O Centro de Visitantes configura importante equipamento para que o PNSJ
possa entregar uma melhor experiência aos visitantes, assim como importante
ferramenta para o ordenamento da visitação. O espaço deverá contribuir
diretamente para a estruturação das atividades de uso público, bem como apoio
às atividades de conservação e atuar para o desenvolvimento do mercado,
como, por exemplo, na melhoria da comercialização turística do PNSJ, na
desconcentração do fluxo de visitantes, na maior permanência do visitante na UC
e na oferta de informações e experiências de qualidade, alinhadas às tendências
de mercado.
3.1.1 OBJETO
Operação e exploração comercial do Centro de Visitantes do PNSJ e serviços
associados.
121
Parque Nacional de São Joaquim
3.1.2 LOCALIZAÇÃO
São propostas quatro alternativas locacionais a Operação 1 (Figura 3.1), que
posteriormente serão submetidas a análise de viabilidade econômico-financeira:
• Alternativa A: Área interna do PNSJ, localizada no km 9 da Estrada do
Morro da Igreja.
• Alternativa B: Sede do PNSJ, junto ao escritório do ICMBio no centro
urbano do município de Urubici.
• Alternativa C: Operações distribuídas entre as localizações propostas para
as alternativas A e B.
• Alternativa D: Centro urbano de Urubici, em estrutura igual ou maior
do que a estabelecida para a Alternativa A, além de espaços de apoio
à visitação nos atrativos que se encontram no interior do PNSJ. Nesta
composição, considera-se o recebimento de um terreno urbano pelo
ICMBio por meio, preferencialmente, de doação. Esta alternativa não
está geolocalizada na representação gráfica, pois ainda não há um local
específico definido.
Figura 3.1 Localização das alternativas para a Operação 01: Centro de Visitantes.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
122
Parque Nacional de São Joaquim
3.1.3 OPERAÇÃO
São propostas três alternativas para a Operação 01: Centro de Visitantes e serviços
associados, com localizações e cestas de serviços diferentes. Apresenta-se a seguir,
os detalhes de operação de cada uma das alternativas.
3.1.3.1 ALTERNATIVA A
Os serviços e infraestruturas previstos para a Alternativa A serão implementados
e operados em área interna do PNSJ, localizada no km 9 da Estrada do Morro da
Igreja, e contemplam:
• Bilheteria:
• Implantar e operar plataforma digital (web, mobile, entre outras existentes
ou que possam a vir a existir) para venda de ingresso e de atrativos de
forma antecipada e com possibilidade de utilização de vários meios de
pagamento (cartão de crédito e de débito, mobile, entre outras existentes
ou que venham a existir) durante a vigência do contrato;
• Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para visitantes
que não tenham adquirido de forma antecipada, em plataforma digital.
• Serviços de alimentação:
• Oferecer serviço de alimentação no local (café) e “lanches para viagem”,
durante os horários de abertura à visitação do PNSJ.
• Loja de souvenirs:
• Oferecer para venda objetos temáticos, relacionados ao PNSJ e ao
meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade e
criatividade, para a geração de produtos envolvendo artesãos e produtores
locais e façam o uso da marca/imagem do PNSJ.
• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de
ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva.
• Eventos especiais externos:
• Oferecer atividades que explorem de maneira criativa o potencial da área
do Morro da Igreja, incluindo as duas trilhas: Pedra Furada e Nascente do
Rio Pelotas;
• As atividades devem ocorrer em formato de eventos, com limitação de
participantes, prévia organização e divulgação adequada.
• Espaço interno do Centro de Visitantes:
• Implementar e gerir auditório multiuso, que permita a realização de
workshops, palestras, cursos e atividades sociais e corporativas. O
responsável por este espaço também pode se dedicar a atrair eventos.
• Estacionamento:
• Implementar e gerir local para estacionamento de veículos (ônibus, vans,
automóveis, motocicletas e bicicletas).
• Aplicativo mobile9:
• Implantar e operar plataforma digital, tipo software de aplicativo mobile,
adaptado para uso em sistema operacional Android e iOS, contendo
informações e dispositivos de interatividade com o PNSJ. A plataforma
poderá também conter o sistema previsto para a Bilheteria;
• O Aplicativo Mobile deve conter minimamente as seguintes
funcionalidades: informações sobre as atividades e serviços disponíveis
no PNSJ; mapas interativos habilitados para GPS, e que funcionem sem
conexão à internet, localizando ambientes e atividades; tecnologia de
realidade aumentada que permita interagir com o ambiente do PNSJ;
até 2 roteiros sonoros com áudio imersivo (sendo 1 para a área do Morro
da Igreja; calendário de eventos; horários de nascer e pôr do sol, com
indicação dos locais para visualização, galeria de imagens; função “onde
9 Sugere-se que as soluções tecnológicas para o PNSJ (aplicativo, website, outras soluções) poderão ser desenvolvidas em parceria com Universidades da região, sobretudo, Florianópolis, por já ser um importante polo de tecnologia.
123
Parque Nacional de São Joaquim
estou?” para localização no PNSJ; deve buscar uma interface fácil de usar
com menus baseados em símbolos universais; enviar notificações para
notícias, alertas e eventos relacionados ao PNSJ; monitor de busca para
encontrar informações rapidamente.
• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:
• Segurança patrimonial: realizar a segurança patrimonial e vigilância (24 horas)
das áreas internas e externas das dependências do Centro de Visitantes e o
controle de entrada de pessoas pela Portaria do Morro da Igreja;
• Exposição interativa e interpretativa: espaço com projeto cenográfico
multimídia, com conteúdo e objetos imersivos e interativos, que privilegie
o uso da tecnologia e explore o sistema sensorial dos visitantes (cinco
sentidos);
• Centro de informações: local onde os visitantes podem tirar dúvidas,
consultar atividades, valores e informações gerais sobre o PNSJ, que
deverão ser de qualidade e compatíveis com os objetivos do PNSJ, com
o apoio de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser
menos privilegiados);
• Gerenciamento do marketing digital, gestão de mídias digitais como
website e redes sociais do PNSJ; aplicativo do PNSJ contendo informações,
atividades e serviços disponíveis, mapas interativos, tecnologia de realidade
aumentada, roteiros sonoros com áudio imersivo; carimbo com o símbolo
ou marca do PNSJ para ser aplicado em passaportes.
• Sala de turismo: espaço especial para guias, condutores e receptivos
turísticos de forma a agilizar o atendimento de grupos e excursões.
• Posto de primeiros socorros: local equipado e com equipe minimamente
necessária para atuar com procedimentos de primeiros socorros.
• Atividades de apoio e proteção ao turismo10: fortalecimento dos
10 As atividades de apoio e proteção ao turismo são apresentadas em item específico.
mecanismos de gestão do PNSJ, fortalecimento das redes colaborativas
de turismo, desenvolvimento de ações de acesso ao mercado (marketing),
monitoramento das atividades de visitação e ouvidoria.
• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:
• Construir edificação para o Centro de Visitantes, incluindo espaços
adequados para todas os serviços previstos. Disponibilizar espaço para
escritório administrativo do Centro de Visitantes e pequena área destinada
ao atendimento do ICMBio;
• Construir estacionamento com capacidade adequada, próximo ao Centro
de Visitantes (km 9);
• Implementar e manter trilha de curta duração e mirante, incluindo
sinalização interpretativa. O percurso deve ser circular, entre o Centro de
Visitantes (km 9) e o mirante da Cachoeira (nome ainda figurativo). Faz-se
necessária a identificação e demarcação da trilha, bem como a realização
de estudos de capacidade de suporte, juntamente com um Plano de
Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da
Igreja;
• Realizar estudo de capacidade de carga e a manutenção da Trilha da Pedra
Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas;
• Gerar conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do
ICMBio.
O Centro de Visitantes deverá contar ainda com sanitários e fraldários, guarda-
volumes, além de obedecer às normas relativas à acessibilidade para pessoas com
mobilidade reduzida. A edificação deverá adotar conceito arquitetônico inovador,
bem como um conjunto de medidas que vise a sustentabilidade durante todas
as etapas da obra, além de suas funcionalidades, como sistema de tratamento de
resíduos e eficiência energética, entre outros.
124
Parque Nacional de São Joaquim
3.1.3.2 Alternativa B
Os serviços e infraestruturas previstos para a Alternativa B deverão ser
implementados e operados prioritariamente na atual sede do PNSJ, junto ao
escritório do ICMBio no centro urbano do município de Urubici. Conforme
especificado abaixo, algumas infraestruturas estão previstas para áreas no interior
do PNSJ, na região do Mirante da Pedra Furada. Dessa forma, os serviços e
infraestruturas previstas para esta alterativa são apresentadas por localização.
São serviços e infraestrutura previstos para operação e implantação no centro urbano de Urubici:
• Bilheteria:
• Implantar e operar plataforma digital (web, mobile, entre outras existentes
ou que possam a vir a existir) para venda de ingresso e de atrativos de
forma antecipada e com possibilidade de utilização de vários meios de
pagamento (cartão de crédito e de débito, mobile, entre outras existentes
ou que venham a existir) durante a vigência do contrato;
• Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para visitantes
que não tenham adquirido de forma antecipada, em plataforma digital.
• Serviços de alimentação:
• Oferecer serviço de alimentação “lanches para viagem” durante os horários
de abertura a visitação do PNSJ.
• Loja de souvenirs:
• Oferecer para venda objetos temáticos relacionados ao PNSJ e ao
meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade e
criatividade para a geração de produtos envolvendo artesãos e produtores
locais e façam o uso da marca/imagem do PNSJ.
• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de
ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva.
• Aplicativo mobile11:
• Implantar e operar plataforma digital, tipo software de aplicativo mobile,
adaptado para uso em sistema operacional Android e iOS, contendo
informações e dispositivos de interatividade com o PNSJ. A plataforma
poderá também conter o sistema previsto para a Bilheteria;
• O Aplicativo Mobile deve conter minimamente as seguintes
funcionalidades: informações sobre as atividades e serviços disponíveis
no PNSJ; mapas interativos habilitados para GPS, e que funcionem sem
conexão à internet, localizando ambientes e atividades; tecnologia de
realidade aumentada que permita interagir com o ambiente do PNSJ;
roteiro sonoro com áudio imersivo para a área do Morro da Igreja;
calendário de eventos; horários de nascer e pôr do sol, com indicação
dos locais para visualização, galeria de imagens; função “onde estou?”
para localização no PNSJ; deve buscar uma interface fácil de usar com
menus baseados em símbolos universais; enviar notificações para notícias,
alertas e eventos relacionados ao PNSJ; monitor de busca para encontrar
informações rapidamente.
• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:
• Segurança patrimonial: realizar a segurança patrimonial e vigilância (24
horas) das áreas internas e externas das dependências do Centro de
Visitantes;
• Exposição interativa e interpretativa: espaço com projeto cenográfico
multimídia, com conteúdo e objetos imersivos e interativos, que privilegie
o uso da tecnologia e explore o sistema sensorial dos visitantes (cinco
sentidos);
• Centro de informações: local onde os visitantes podem tirar dúvidas,
consultar atividades, valores e informações gerais sobre o PNSJ, que
11 Sugere-se que as soluções tecnológicas para o PNSJ (aplicativo, website, outras soluções) poderão ser desenvolvidas em parceria com Universidades da região, sobretudo, Florianópolis por já ser um importante polo de tecnologia.
125
Parque Nacional de São Joaquim
deverão ser de qualidade e compatíveis com os objetivos do PNSJ, com
o apoio de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser
menos privilegiados);
• Gerenciamento do marketing digital, gestão de mídias digitais como
website e redes sociais do PNSJ; aplicativo do PNSJ contendo informações,
atividades e serviços disponíveis, mapas interativos, tecnologia de realidade
aumentada, roteiros sonoros com áudio imersivo; carimbo com o símbolo
ou marca do PNSJ para ser aplicado em passaportes.
• Sala de turismo: espaço especial para guias, condutores e receptivos
turísticos de forma a agilizar o atendimento de grupos e excursões.
• Atividades de apoio e proteção ao turismo12: fortalecimento dos
mecanismos de gestão do PNSJ, fortalecimento das redes colaborativas
de turismo, desenvolvimento de ações de acesso ao mercado (marketing),
monitoramento das atividades de visitação e ouvidoria.
• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:
• Reformar sede administrativa PNSJ, localizada no centro urbano do
ICMBio, prevendo espaços adequados para todas os serviços previstos.
Disponibilizar espaço para escritório administrativo do Centro de Visitantes,
escritório de atendimento do ICMBio e área administrativa para a Gestão do
PNSJ. O espaço disponibilizado ao ICMBio deverá atender às necessidades
elencadas pela gestão local e o projeto deverá ser aprovado por esta
instituição;
O Centro de Visitantes deverá contar ainda com sanitários e fraldários, guarda-
volumes, além de obedecer às normas relativas à acessibilidade para pessoas com
mobilidade reduzida.
Listam-se os serviços e infraestrutura previstos para operação e implantação no interior do PNSJ, na região do Morro da Igreja:
12 As atividades de apoio e proteção ao turismo são apresentadas em item específico.
• Eventos especiais externos:
• Oferecer atividades que explorem de maneira criativa o potencial da área
do Morro da Igreja, incluindo as duas trilhas: Pedra Furada e Nascente do
Rio Pelotas;
• As atividades devem ocorrer em formato de eventos, com limitação de
participantes, prévia organização e divulgação adequada.
• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:
• Segurança patrimonial: realizar o controle de entrada de pessoas pela
Portaria do Morro da Igreja.
• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:
• Construir uma pequena edificação, espaço de apoio, para acomodar alguns
serviços mínimos ao visitante, tais como mini loja de conveniência (que
pode ter horários de aberturas flexíveis conforme a demanda), pequeno
estacionamento e sanitários, além de uma área para acomodar o visitante
enquanto espera o transporte único;
• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da
Igreja;
• Realizar a manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio
Pelotas;
• Gerar conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do
ICMBio.
Com a concentração das operações na sede do município de Urubici, propõe-se
que a Alternativa B contemple a implantação de infraestrutura mínima de apoio
aos visitantes no Morro da Igreja (sanitários).
3.1.3.3 Alternativa C
Os serviços e infraestruturas previstos para a Alternativa C serão implementados e
operados na atual sede do PNSJ, junto ao escritório do ICMBio no centro urbano
126
Parque Nacional de São Joaquim
do município de Urubici e em área interna do PNSJ, localizada no km 9 da Estrada
do Morro da Igreja. Neste cenário, as infraestruturas e serviços prestados terão
operações reduzidas, evitando assim o excesso de investimentos e oferta adicional
à demanda existente. Dessa forma, os serviços e infraestruturas previstas para esta
alterativa são apresentadas por localização.
São serviços e infraestruturas previstos para operação e implantação no centro urbano de Urubici:
• Bilheteria:
• Implantar e operar plataforma digital (web, mobile, entre outras existentes
ou que possam a vir a existir) para venda de ingresso e de atrativos de
forma antecipada e com possibilidade de utilização de vários meios de
pagamento (cartão de crédito e de débito, mobile, entre outras existentes
ou que venham a existir) durante a vigência do contrato;
• Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para visitantes
que não tenham adquirido de forma antecipada, em plataforma digital.
• Serviços de alimentação:
• Oferecer serviço de alimentação “lanches para viagem” durante os horários
de abertura à visitação do PNSJ.
• Loja de souvenirs:
• Oferecer para venda objetos temáticos, relacionados ao PNSJ e ao
meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade e
criatividade para a geração de produtos envolvendo artesãos e produtores
locais e façam o uso da marca/imagem do PNSJ.
• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de
ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva.
• Aplicativo mobile13:
• Implantar e operar plataforma digital, tipo software de aplicativo mobile,
adaptado para uso em sistema operacional Android e iOS, contendo
informações e dispositivos de interatividade com o PNSJ. A plataforma
poderá também conter o sistema previsto para a Bilheteria;
• O Aplicativo Mobile deve conter minimamente as seguintes
funcionalidades: informações sobre as atividades e serviços disponíveis
no PNSJ; mapas interativos habilitados para GPS, e que funcionem sem
conexão à internet, localizando ambientes e atividades; tecnologia de
realidade aumentada que permita interagir com o ambiente do PNSJ;
roteiro sonoro com áudio imersivo para a área do Morro da Igreja;
calendário de eventos; horários de nascer e pôr do sol, com indicação
dos locais para visualização, galeria de imagens; função “onde estou?”
para localização no PNSJ; deve buscar uma interface fácil de usar com
menus baseados em símbolos universais; enviar notificações para notícias,
alertas e eventos relacionados ao PNSJ; monitor de busca para encontrar
informações rapidamente.
• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:
• Segurança patrimonial: realizar a segurança patrimonial e vigilância (24
horas) das áreas internas e externas das dependências do Centro de
Visitantes;
• Exposição interativa e interpretativa: espaço com projeto cenográfico
multimídia, com conteúdo e objetos imersivos e interativos, que privilegie
o uso da tecnologia e explore o sistema sensorial dos visitantes (cinco
sentidos);
• Centro de informações: local onde os visitantes podem tirar dúvidas,
consultar atividades, valores e informações gerais sobre o PNSJ, que
13 Sugere-se que as soluções tecnológicas para o PNSJ (aplicativo, website, outras soluções) poderão ser desenvolvidas em parceria com Universidades da região, sobretudo, Florianópolis por já ser um importante polo de tecnologia.
127
Parque Nacional de São Joaquim
deverão ser de qualidade e compatíveis com os objetivos do PNSJ, com
o apoio de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser
menos privilegiados);
• Gerenciamento do marketing digital, gestão de mídias digitais como
website e redes sociais do PNSJ; aplicativo do PNSJ contendo informações,
atividades e serviços disponíveis, mapas interativos, tecnologia de realidade
aumentada, roteiros sonoros com áudio imersivo; carimbo com o símbolo
ou marca do PNSJ para ser aplicado em passaportes.
• Atividades de apoio e proteção ao turismo14: fortalecimento dos
mecanismos de gestão do PNSJ, fortalecimento das redes colaborativas
de turismo, desenvolvimento de ações de acesso ao mercado (marketing),
monitoramento das atividades de visitação e ouvidoria.
• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:
• Reformar sede administrativa PNSJ do ICMBio, localizada no centro
urbano, prevendo espaços adequados para todas os serviços previstos.
Disponibilizar espaço para escritório administrativo do Centro de Visitantes,
escritório de atendimento do ICMBio e área administrativa para a gestão do
PNSJ;
Listam-se os serviços e infraestruturas previstos para operação e implantação
em área interna do PNSJ, localizada no km 9 da Estrada do Morro da Igreja e região:
• Serviços de alimentação:
• Oferecer serviço de alimentação no local (café) e “lanches para viagem”,
durante os horários de abertura à visitação do PNSJ.
• Loja de souvenirs:
• Oferecer para venda objetos temáticos, relacionados ao PNSJ e ao
14 As atividades de apoio e proteção ao turismo são apresentadas em item específico.
meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade e
criatividade para a geração de produtos envolvendo artesãos e produtores
locais e faça uso de licenciamento para direito de uso da marca/imagem
do PNSJ, incluindo a reprodução e exploração comercial por meio dos
produtos gerados;
• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de
ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva.
• Eventos especiais externos:
• Oferecer atividades que explorem de maneira criativa o potencial da área
do Morro da Igreja, incluindo as duas trilhas: Pedra Furada e Nascente do
Rio Pelotas;
• As atividades devem ocorrer em formato de eventos, com limitação de
participantes, prévia organização e divulgação adequada.
• Espaço interno do centro de visitantes:
• Implementar e gerir auditório multiuso, que permita a realização de
workshops, palestras, cursos e atividades sociais e corporativas. O
responsável por este espaço também pode se dedicar a atrair eventos.
• Estacionamento:
• Implementar e gerir local para estacionamento de veículos (ônibus, vans,
automóveis, motocicletas e bicicletas).
• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:
• Segurança patrimonial: realizar o controle de entrada de pessoas pela
Portaria do Morro da Igreja.
• Centro de informações: local onde os visitantes podem tirar dúvidas,
consultar atividades, valores e informações gerais sobre o PNSJ, que
deverão ser de qualidade e compatíveis com os objetivos do PNSJ, com
o apoio de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser
128
Parque Nacional de São Joaquim
menos privilegiados); gerenciamento do marketing digital, incluindo
operação e venda antecipada de ingressos, gestão de mídias digitais como
website e redes sociais do PNSJ; aplicativo do PNSJ contendo informações,
atividades e serviços disponíveis, mapas interativos, tecnologia de realidade
aumentada, roteiros sonoros com áudio imersivo; carimbo com o símbolo
ou marca do PNSJ para ser aplicado em passaportes.
• Posto de primeiros socorros: local equipado e com equipe minimamente
necessária para atuar com procedimentos de primeiros socorros.
• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:
• Construir edificação para sub-Centro de Visitantes, incluindo espaços
adequados para todas os serviços previstos. Em comparação ao Cenário A,
a edificação no km 9 deve ter tamanho reduzido tendo em vista que uma
cesta similar de serviços também será oferecida no Centro de Visitantes,
localizado no centro urbano de Urubici;
• Construir estacionamento com capacidade adequada próximo ao sub-
Centro de Visitantes (km 9);
• Prever no espaço a existência de uma sala de turismo (espaço especial para
guias, condutores e receptivos turísticos de forma a agilizar o atendimento
de grupos e excursões).
• Implementar e manter trilha de curta duração e mirante, incluindo
sinalização interpretativa. O percurso deve ser circular, entre o Centro
de Visitantes (km 9) e o mirante da Cachoeira (nome figurativo). Faz-se
necessária a identificação e demarcação da trilha, bem como a realização
de estudos de capacidade de suporte, juntamente com um Plano de
Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.
• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da
Igreja;
• Realizar a manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio
Pelotas;
• Gerar conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do
ICMBio.
O sub-Centro de Visitantes deverá contar ainda com sanitários e fraldários, guarda-
volumes, além de obedecer às normas relativas à acessibilidade para pessoas
com mobilidade reduzida. A edificação deverá conter um conjunto de medidas
que vise a sustentabilidade durante todas as etapas da obra, além de suas
funcionalidades, como sistema de tratamento de resíduos e eficiência energética,
entre outros.
3.1.3.4 Alternativa D
Os serviços e infraestruturas previstos para a Alternativa D serão implementados e
operados em uma área na cidade de Urubici e em área interna do PNSJ, localizada
próximo ao Mirante do Morro da Igreja. Ainda não existe uma área na cidade de
Urubici em posse do ICMBio para a instalação do Centro de Visitantes previsto
nesta alternativa. Tal terreno deve ser, preferencialmente, repassado ao ICMBio por
meio de doação e ter dimensões iguais ou maiores do que a área do Centro de
Visitantes prevista pela alternativa “A”. Já os serviços e infraestruturas previstos para
a área interna do PNSJ, devem ser espaços de apoio à visitação.
São serviços e infraestrutura previstos para operação e implantação no centro
urbano de Urubici:
• Bilheteria:
• Implantar e operar plataforma digital (web, mobile, entre outras existentes
ou que possam a vir a existir) para venda de ingresso e de atrativos de
forma antecipada e com possibilidade de utilização de vários meios de
pagamento (cartão de crédito e de débito, mobile, entre outras existentes
ou que venham a existir) durante a vigência do contrato;
• Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para visitantes
que não tenham adquirido de forma antecipada, em plataforma digital.
129
Parque Nacional de São Joaquim
• Serviços de alimentação:
• Oferecer serviço de alimentação no local, em estilo lounge café, de forma a
aconchegar o visitante e incentivá-lo a permanecer e conhecer os atrativos
existentes no Centro de Visitantes, o qual deve ter horários de abertura
distintos da abertura e fechamento do PNSJ.
• Oferecer serviços de “lanches para viagem” durante os horários de abertura
a visitação do PNSJ.
• Loja de souvenirs:
• Oferecer para venda objetos temáticos, relacionados ao PNSJ e ao
meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade e
criatividade para a geração de produtos envolvendo artesãos e produtores
locais e façam o uso da marca/imagem do PNSJ.
• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de
ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva.
• Eventos especiais externos:
• Oferecer atividades que explorem de maneira criativa a parte externa do
terreno onde o Centro de Visitantes se localizaria.
• Oferecer atividades ou eventos que explorem de maneira alternativa,
criativa e com baixo impacto ambiental o atrativo do Morro da Igreja.
• Espaços internos do Centro de Visitantes:
• Implementar e gerir auditório multiuso que permita a realização de
workshops, palestras, cursos e atividades sociais e corporativas.
• Implementar e gerir museu que permita transmitir conhecimentos
expositivos e interativos para exploração de conhecimentos da região em
diferentes aspectos, tais como: formação geológica, história antropológica,
fauna, flora e outros.
• O responsável por este espaço também pode se dedicar a atrair eventos.
• Aplicativo mobile15:
Implantar e operar plataforma digital, tipo software de aplicativo mobile, adaptado
para uso em sistema operacional Android e iOS, contendo informações e
dispositivos de interatividade com o PNSJ. A plataforma poderá também conter o
sistema previsto para a Bilheteria;
O Aplicativo Mobile deve conter minimamente as seguintes funcionalidades:
informações sobre as atividades e serviços disponíveis no PNSJ; mapas interativos
habilitados para GPS, e que funcionem sem conexão à internet, localizando
ambientes e atividades; tecnologia de realidade aumentada que permita interagir
com o ambiente do PNSJ; roteiro sonoro com áudio imersivo para a área do Morro
da Igreja); calendário de eventos; horários de nascer e pôr do sol, com indicação
dos locais para visualização, galeria de imagens; função “onde estou?” para
localização no PNSJ; deve buscar uma interface fácil de usar com menus baseados
em símbolos universais; enviar notificações para notícias, alertas e eventos
relacionados ao PNSJ; monitor de busca para encontrar informações rapidamente.
• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:
• Segurança patrimonial: realizar a segurança patrimonial e vigilância (24
horas) das áreas internas e externas das dependências do Centro de
Visitantes e o controle de entrada de pessoas pela Portaria do Morro da
Igreja;
• Exposição interativa e interpretativa: espaço com projeto cenográfico
multimídia, com conteúdo e objetos imersivo e interativos, que privilegie
o uso da tecnologia e explore o sistema sensorial dos visitantes (cinco
sentidos);
• Centro de informações: local onde os visitantes podem tirar dúvidas,
consultar atividades, valores e informações gerais sobre o PNSJ e região,
que deverão ser de qualidade e compatíveis com os objetivos do PNSJ,
15 Sugere-se que as soluções tecnológicas para o PNSJ (aplicativo, website, outras soluções) poderão ser desenvolvidas em parceria com Universidades da região, sobretudo, Florianópolis, por já ser um importante polo de tecnologia.
130
Parque Nacional de São Joaquim
com o apoio de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser
menos privilegiados);
• Gerenciamento do marketing digital, gestão de mídias digitais como
website e redes sociais do PNSJ; aplicativo do PNSJ contendo informações,
atividades e serviços disponíveis, mapas interativos, tecnologia de realidade
aumentada, roteiros sonoros com áudio imersivo; carimbo com o símbolo
ou marca do PNSJ para ser aplicado em passaportes;
• Sala de turismo: espaço especial para guias, condutores e receptivos
turísticos de forma a agilizar o atendimento de grupos e excursões;
• Atividades de apoio e proteção ao turismo16: fortalecimento dos
mecanismos de gestão do PNSJ, fortalecimento das redes colaborativas
de turismo, desenvolvimento de ações de acesso ao mercado (marketing),
monitoramento das atividades de visitação e ouvidoria.
• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:
• Construir edificação para o Centro de Visitantes, incluindo espaços
adequados para todos os serviços previstos.
O Centro de Visitantes deverá contar ainda com sanitários e fraldários, guarda-
volumes, além de obedecer às normas relativas à acessibilidade para pessoas com
mobilidade reduzida. A edificação deverá adotar conceito arquitetônico inovador,
bem como um conjunto de medidas que vise a sustentabilidade durante todas
as etapas da obra, além de suas funcionalidades, como sistema de tratamento de
resíduos e eficiência energética, entre outros.
Listam-se os serviços e infraestruturas previstos para operação e implantação em
área interna do PNSJ, localizada próximo ao Mirante do Morro da Igreja:
• Construir uma pequena edificação, espaço de apoio, para acomodar alguns
serviços mínimos ao visitante, tais como mini loja de conveniência (que
pode ter horários de aberturas flexíveis conforme a demanda), pequeno
16 As atividades de apoio e proteção ao turismo são apresentadas em item específico.
estacionamento, e sanitários, além de uma área para acomodar o visitante
enquanto espera o transporte único;
• A edificação deverá adotar conceito arquitetônico inovador, bem como um
conjunto de medidas que vise a sustentabilidade durante todas as etapas
da obra, além de suas funcionalidades, como sistema de tratamento de
resíduos e eficiência energética, entre outros;
• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da
Igreja;
• Realizar a manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio
Pelotas;
• Gerar conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do
ICMBio.
Visando o sucesso da implementação das operações propostas, a consolidação
da visitação no PNSJ, o desenvolvimento do turismo no local e a ampliação das
possibilidades de visitação nesta UC, recomenda-se as seguintes ações de apoio e
proteção ao turismo, novas atividades de visitação e novas operações.
3.1.3.5 Ponto de Informação de Controle
Em alternativa ao Centro de Visitantes, existe a possibilidade de implantação de
Posto de Informação e Controle (PIC). que consiste em edificações de pequeno
porte, com serviços de apoio à visitação. A estrutura pode oferecer suporte
e facilidades à visitação do Parque e a outros serviços complementares, tais
como lanches não preparados no local, loja de souvenirs, sanitários masculino e
feminino e fraldário. Além disso, torna-se um local de disponibilização de material
informativo sobre a UC, regras de conduta para a visitação e conteúdo para
educação ambiental. Quando previsto, o PIC será implantado na região do km 9
da Estrada do Morro da Igreja. A substituição do Centro de Visitantes, alternativa A,
pelo PIC é testada pela Análise de Viabilidade Econômico-financeira.
131
Parque Nacional de São Joaquim
3.1.4 AÇÕES DE APOIO E PROTEÇÃO AO TURISMO
O PNSJ, no contexto do projeto piloto PAPP e sob a perspectiva do Uso Público,
pode ser compreendido como um atrativo turístico âncora para a região e como
elemento indutor da dinâmica integradora entre os diferentes atores da cadeia
produtiva do turismo local e regional. Nesta perspectiva, propõem-se que a
Operação 01 desenvolva atividades de apoio e proteção ao turismo no PNSJ,
que poderão ser utilizadas como instrumentos facilitadores da transformação
da dinâmica turística da UC e seu respectivo entorno. As atividades propostas
buscam contribuir para continuidade do envolvimento e melhor desenvolvimento
da cadeia produtiva do turismo no entorno do PNSJ, bem como a utilização
sustentável de seus recursos para fins recreativos e educativos. Deverá contribuir
também para o avanço das operações propostas, a implementação e a promoção
das parcerias público-privadas.
3.1.4.1 Fortalecimento dos Mecanismos de Gestão do PNSJ
O modelo de desenvolvimento turístico para o PNSJ deve se pautar pela busca
do crescente protagonismo da sociedade civil localizada em seu entorno, tanto
no desenvolvimento das atividades propostas, quanto na tomada compartilhada
de decisões de gestão. Neste sentido, recomenda-se que sejam desenvolvidos
mecanismos durante o processo do projeto piloto PAPP, que contribuam para
o fortalecimento do Conselho Consultivo do PNSJ, criado pela Portaria nº 46 de
30/06/2011 e suas modificações (Portaria 114, de 27/10/2014), cuja finalidade
é a de contribuir com ações voltadas ao efetivo cumprimento dos objetivos de
criação, e a correta implementação do Plano de Manejo do PNSJ. Promovendo,
assim, uma instância que dá voz ao território organizado e que efetivamente
colabore para o estabelecimento de prioridades e estratégias de desenvolvimento
do PNSJ. Nesse contexto, a atuação orientadora e apoiadora do governo federal,
municipal e iniciativa privada envolvida deve ser estimulada e fortalecida.
Dessa forma, recomenda-se o desenvolvimento de ações que envolvam a
capacitação dos agentes públicos e privados que compõem o Conselho, em
temas que sejam relevantes para o aprimoramento da gestão e atuação da
instância. Além da elaboração de um planejamento estratégico que oriente a
atuação da instância considerada no contexto do projeto piloto PAPP e cogestão
da UC. É fundamental, também, a sensibilização e mobilização dos demais atores
do turismo local (empresários, setor público, sociedade civil relacionada ao
tema, entre outros), por meio de palestras, campanhas e ações de sensibilização
e mobilização destinada a esclarecer o papel exercido pelas novas atividades e
serviços resultados do projeto piloto PAPP no contexto do turismo local e regional,
bem como as oportunidades oferecidas ao entorno imediato do PNSJ.
3.1.4.2 Fortalecimento das Redes Colaborativas de Turismo
Com objetivo de potencializar o desenvolvimento turístico integrado, com
foco na sustentabilidade, o Ministério do Turismo vem atuando desde 2003
em parceria com os estados e municípios por meio de diversos programas de
desenvolvimento do turismo, e trabalhando na implementação do Programa
de Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil, que é o principal eixo
de política pública do turismo nacional. Por meio desta, os municípios são
incentivados a um trabalho conjunto de estruturação e promoção, em que
cada peculiaridade local busca ser contemplada, valorizada e integrada em
um mercado mais abrangente. Neste contexto, o PNSJ está inserido em duas
Regiões Turísticas, a saber: a Região Turística da Serra Catarinense e a Região
Turística Encantos do Sul.
Recomenda-se que os desdobramentos do projeto piloto PAPP também se
alinhem e contribuam com o fortalecimento desta política de gestão turística
descentralizada ao buscar estabelecer diálogo com esta rede de cooperação já
instalada no território. De forma a somar o processo já em curso, fortalecendo-o
e, ao mesmo tempo, se beneficiando do mesmo. Uma vez que as demandas do
setor turístico regional estabelecem sinergia nesta rede, em diversos temas como:
promoção e posicionamento turístico regional; qualificação profissional, dos
serviços e da produção associada; melhoria da infraestrutura turística; fomento
132
Parque Nacional de São Joaquim
ao empreendedorismo, captação e promoção de investimento; melhoria da
informação ao turista; ações de promoção e apoio à comercialização.
A partir desta rede de regionalização do turismo estadual, se potencializa a
resolução destas demandas comuns, por meio de soluções conjuntas e pelo
aporte de recursos federais e estadual, bem como recursos provenientes de
emendas parlamentares, de forma a melhorar continuamente os aspectos de
competitividade turística regional e, consequentemente, nacional. Assim, ao
buscar integrar esse ambiente, o PNSJ não só colabora para o fortalecimento
do processo, como também beneficia o desenvolvimento turístico territorial
integrado. Dinâmica semelhante pode ser estabelecida, também, com outras
Regiões Turísticas fora do estado, como a Região de Aparados da Serra, pela
influência e similaridades que podem ser potencializadas, por exemplo, em
formato de roteiros turísticos integrados.
3.1.4.3 Desenvolvimento de Ações de Acesso ao Mercado
O desenvolvimento de estratégias de comercialização e promoção do turismo no
PNSJ, alinhadas aos objetivos da UC e como atividade de apoio ao uso público,
é fundamental para o sucesso de implementação do projeto piloto PAPP, no
contexto do mercado turístico atual. Recomenda-se que as ações de mercado
sejam também centralizadas e realizadas por um parceiro privado e vinculadas ao
Centro de Visitantes.
Neste sentido, é fundamental que o PNSJ desenvolva um posicionamento
adequado no mercado, por meio de uma comunicação efetiva com o seu público-
alvo, empresários e poder público, bem como adote ações comerciais sinérgicas
que alavanquem a atividade turística no interior da UC, de acordo com o que
preconiza seu Plano de Manejo, e se integre à dinâmica econômica da região.
As ações de mercado, sejam elas em âmbito regional, nacional e internacional,
devem se orientar por práticas inovadoras, fazendo uso da inteligência de
mercado e com foco em segmentos específicos com maior potencial de
convergência para as atividades e serviços realizados no PNSJ. São exemplo de
ações de mercado que podem ser estabelecidas:
• Marketing Digital: desenvolvimento de ações de comunicação por meio
da Internet, da telefonia celular e outros meios digitais para divulgação
e comercialização de produtos e serviços, comunicação com o trade
turístico e comunidade, conquista de novos visitantes e melhoria da rede
de relacionamentos. Buscar fazer o melhor uso das possibilidades do meio
digital e das tecnologias a favor da comunicação do PNSJ;
• Marketing de Conteúdo e Mídias Sociais: desenvolvimento de ações
que busquem engajar-se com o público-alvo, e comunicar os atributos
e diferenciais do PNSJ por meio da criação de conteúdos relevantes e
estimulantes, atraindo, envolvendo e gerando valor para as pessoas de
modo a criar uma percepção positiva do destino e da região. Já a gestão
das mídias sociais, constitui canais de relacionamento na internet, os
quais possuem diferentes possibilidades de interação e participação entre
os usuários, a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de
informação nos mais diversos formatos, com a capacidade de gerar mídia
espontânea, criar ou compartilhar conteúdo, com baixo custo de produção
e distribuição, e alto impacto social;
• Realização de famtrips, que consistem em levar blogueiros e jornalistas
de viagens até o PNSJ para que conheçam a oferta de atividades e
possam comunicá-la ao mercado; realização de campanha takeover com
convidados de alto impacto, estas campanhas consistem em convidar
influenciadores (personalidades, especialistas em determinados temas,
viajantes conhecidos, como por exemplo: montanhistas, praticantes de
trekking, profissionais de gastronomia, esportistas, blogueiros de viagem,
entre outros) para assumirem por um dia a administração das contas das
redes sociais, postando conteúdos relacionados às suas experiências e
visões sobre o destino, a partir de briefings prévios. É um tipo de ação com
excelentes resultados de engajamento e produção de conteúdos criativos;
133
Parque Nacional de São Joaquim
• Participação em feiras e eventos especializados do setor, em parceria com
o destino turístico Serra Catarinense (geralmente os destinos já realizam o
investimento de participação nas feiras e parcerias podem ser estabelecidas,
de forma a gerar um baixo custo de participação para o PNSJ).
3.1.4.4 Monitoramento das Atividades de Visitação
O monitoramento das atividades de visitação objetiva: (i) monitorar a qualidade
da experiência dos visitantes e gerar subsídios visando melhorá-la e (ii) manter o
objetivo básico da categoria de UC Parque Nacional, avaliando a perturbação da
visitação na preservação dos ecossistemas naturais de grande relevância ecológica
e beleza cênica.
As ações desenvolvidas pelo parceiro privado, deverão apoiar a gestão do PNSJ
em atuação conjunta com o ICMBio. Observando os dispostos em documentos
e diretrizes específicos deste órgão e no que orienta o Plano de Manejo da UC.
Formas inovadoras que preconizem o uso da tecnologia podem ser desenvolvidas,
sobretudo para avaliação da satisfação da visita e monitoramento espacial dos
fluxos de visitação.
3.1.4.5 Ouvidoria
A criação de uma ouvidoria visa, de um lado, atender à necessidade da
administração dos parques nacionais possuírem um canal para os visitantes
manifestarem reclamações, denúncias e sugestões sobre os serviços que lhe
foram oferecidos, reparando, eventualmente, os danos que sofrerem por parte dos
operadores de turismo; de outro, à conveniência de se constituir uma instância de
controle, de aprimoramento e de aproximação dos serviços às expectativas dos
visitantes.
Para que essas necessidades sejam atendidas é, em geral, suficiente o
atendimento de duas condições: a) independência do ouvidor em relação aos
administradores e aos prestadores de serviço, o que se obtém com a atribuição de
mandato certo; b) autonomia financeira da ouvidoria, o que se consubstancia com
a fixação de verba anual, por uma instância deliberativa colegiada.
Sugere-se, para o atendimento dessas condições, e para reduzir custos, que a
ouvidoria se constitua como uma unidade do Conselho Gestor do PNSJ, podendo
ser Ouvidor um dos membros do próprio Conselho.
3.1.5 MERCADO E ENTORNO
São considerações sobre o atendimento ao mercado e oportunidades para o
entorno do PNSJ:
• Proposta de valor a ser seguida:
• Conforto e praticidade ao visitante;
• Valorização da natureza local e do PNSJ;
• Informações sobre o PNSJ e possibilidades de visitação;
• Segurança.
• Segmento de mercado:
• Turismo receptivo.
• Canais de distribuição:
• Website próprio;
• Website institucional do ICMBio;
• Redes sociais;
• Agências e operadores de turismo;
• Organizações e empreendimentos turísticos locais;
• Mídia espontânea em revistas, jornais, blogs especializados.
• Oportunidades para o entorno:
• Diversas atividades no Centro de Visitantes poderão ser assumidas por
empresas e/ou organizações localizadas no entorno do PNSJ, como
lanchonete, loja de souvenirs (que privilegie mão de obra do entorno
e a valorização da produção associada ao turismo), gestão do centro
134
Parque Nacional de São Joaquim
de eventos, gestão da exposição interativa e interpretativa, gestão do
estacionamento, atendentes e monitores, fornecimento de mão de
obra operacional e gerencial, entre outras, divulgação dos atrativos do
entorno do PNSJ.
3.1.6 ASPECTOS FINANCEIROS
Apresenta-se resumidamente os aspectos financeiros para a implementação e
operação do modelo de negócio em questão.
• Fontes de receita:
• Cobrança de ingressos de acesso ao Mirante da Pedra Furada, localizado
no Morro da Igreja;
• Comercialização de alimentos;
• Comercialização de souvenirs, vestuário e equipamentos;
• Locação do espaço interno do Centro de Visitantes;
• Cobrança de tarifa para estacionamento de veículos;
• Cobrança de ingresso para eventos especiais;
• Publicidade e serviços adicionais na plataforma online.
• Investimento e despesas operacionais:
• Implantação ou reforma e manutenção de edificação;
• Implantação e manutenção de trilha entre o CV e o Mirante da Cachoeira
(exceto Alternativa B e D);
• Implantação de estacionamento (exceto Alternativa B);
• Implantação de estruturas de apoio (somente a Alternativa B e D);
• Aquisição de equipamentos e mobiliário;
• Despesas com pessoal (gestão, atendimento, segurança, operação e
gerenciamento)
• Manutenção de equipamentos, estruturas e serviços digitais;
• Transporte da equipe de colaboradores;
• Capacitação e treinamentos específicos.
• Manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da Igreja;
• Manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas;
• Geração de conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio
eletrônico do ICMBio.
3.1.7 ASPECTOS JURÍDICOS
Os aspectos jurídicos para a Operação 1: Centro de Visitantes contemplam a
análise de adequação jurídica da operação, análise dos arranjos jurídicos e síntese
da proposta de arranjo jurídico.
3.1.7.1 Adequação Normativa
A adequação normativa do conjunto de atividades que envolvem a Operação 01
(alternativas A, B, C e D) depende da demonstração de compatibilidade de tais
atividades à legislação incidente sobre os Parques Nacionais Brasileiros, descrita e
comentada no apêndice intitulado “Marco Legal” (Apêndice B).
Atualmente, são aplicáveis os seguintes diplomas normativos:
• Lei 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC da Natureza;
• Decreto 4.340/2002, que regulamenta a Lei do SNUC;
• Decreto 84.017/1979, que aprova o regulamento dos Parques Nacionais
Brasileiros;
• Decreto 5.758/2006, que aprova o Plano Estratégico Nacional de Áreas
Protegidas – PNAP; e,
• Portaria 85/2012 – ICMBio.
Com relação à Portaria 85/2012, registre-se que sua vigência, conforme prevê
o seu art. 1º, tem como marco terminativo a publicação do PM do PNSJ, que
135
Parque Nacional de São Joaquim
se encontra em fase de aprovação. As atividades de uso público nela previstas,
foram suspensas em 07 de janeiro de 2015, por força de despacho exarado pelo
Presidente do ICMBio no Memorando 04/2015-DIMAN/ICMBio, com exceção do
acesso ao Morro da Igreja.
De todo modo, é preciso considerar o alcance temporal previsto para este projeto
piloto (PAPP-PNSJ), o fato de a Portaria 85/2012 não ter sido revogada, mas ter
sofrido apenas suspensão parcial em sua eficácia, e o fato de o PM do PNSJ não ter
sido até o momento aprovado – não se configurando, pois, a condição prevista no
art. 1º da referida Portaria.
Por um lado, esses fatores recomendam que não se desconsidere a vigência
dos dispositivos contidos na Portaria, ainda que seja muito pouco provável o
levantamento da suspensão de sua eficácia antes da aprovação do PM, quando se
dará sua revogação tácita.
Por outro lado, dado o atual estágio do processo de conclusão do PM, a indicar
sua iminente aprovação, seria aconselhável ter seus termos como referência, ainda
que não estejam vigentes, porquanto ele substituirá todo o conteúdo normativo
da referida Portaria.
Assim, na expectativa de melhor atender aos objetivos deste projeto piloto
PAPP, a análise da adequação normativa será feita considerando não apenas as
disposições legais, como também aquelas contidas na Portaria 85/2012 e no PM.
• Lei 9.985/2000 – Lei do SNUC
A teor do art. 28, Lei 9.985/2000 são proibidas quaisquer atividades ou
modalidades de utilização dos Parques Nacionais que estejam em desacordo com
seu objetivo básico, estabelecido no art. 11 do mesmo diploma:
“[...] preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza
cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a
natureza e de turismo ecológico.” (grifou-se)
O conjunto de atividades previstas nesta Operação 01, nas quatro alternativas
apresentadas, é compatível com o disposto na Lei 9.985/2000, especialmente no
que se refere a esse objetivo estabelecido pelo legislador.
De fato, a visitação pública e as atividades de pesquisa, bem como as atividades de
exploração comercial, ainda que sujeitas à regulamentação, estão expressamente
autorizadas (respectivamente, nos arts. 11, § 2º e § 3º, e 33, Lei 9.985/2000).
Registre-se, ainda, que na Lei 9.985/2000 não há nenhuma vedação a quaisquer
das atividades previstas nesta Operação 01.
• Decreto 4.340/2002
Neste plano de regulamentação, interessam aos objetivos do projeto piloto PAPP,
especialmente, as disposições relativas à exploração de bens e serviços inerentes
às UC (capítulo VII, Decreto 4.340/2002).
Nos termos do art. 25, Decreto 4.340/2002, essa modalidade de exploração
comercial é plenamente possível, e é definida no parágrafo único desse mesmo
dispositivo:
“Para os fins deste Decreto, entende-se por produtos, subprodutos ou serviços inerentes à
unidade de conservação:
I - aqueles destinados a dar suporte físico e logístico à sua administração e à
implementação das atividades de uso comum do público, tais como visitação, recreação
e turismo”; (grifou-se).
Ainda com relação às atividades de exploração comercial, o art. 28, Decreto
4.340/2002, estabelece que elas poderão contar com a participação de pessoas
físicas e jurídicas, não havendo qualquer limitação nesse sentido. Ademais, essas
atividades só serão permitidas quando previstas no PM, mediante decisão do
órgão executor, ouvido o conselho consultivo do Parque Nacional (art. 26) e
quando estiverem fundamentadas em estudos de viabilidade (art. 29).
Por fim, merece destaque a determinação, pelo Decreto 4.340/2002, de que
136
Parque Nacional de São Joaquim
os valores e condições de uso da exploração comercial da imagem do Parque
Nacional serão definidos por ato do órgão executor (art. 27, caput), devendo o
uso ser gratuito quando a finalidade for científica, educativa ou cultural (art. 27,
parágrafo único).
• Decreto 84.017/1979
Como mencionado no Apêndice B do Encarte 1, em que pese esse decreto tenha
sido editado no final da década de 1970, ele possui especial importância para os
fins do projeto piloto PAPP pelo fato de ser a única legislação específica sobre
Parques Nacionais no ordenamento jurídico brasileiro.
De acordo com o Decreto 84.017/1979, as atividades voltadas a recreação,
educação ambiental, turismo ecológico, visitação pública e exploração comercial
estão autorizadas, observadas as limitações previstas no PM e nos arts. 7º e ss.
desse decreto, fixadas de acordo com o zoneamento por ele estabelecido.
Importante registrar que esse diploma prevê expressamente Centros de Visitantes
com salas de exposição e exibições para recepção, orientação e motivação do
público, instalados em locais designados nos respectivos PM (art. 31 e 32). Ademais,
o Decreto 84.017/1979 prevê expressamente outras atividades a serem realizadas
ao ar livre (art. 34), estacionamento e serviços de alimentação (art. 35), bem como
venda de artefatos (art. 36), atividades essas previstas para a Operação 01.
• Decreto 5.758/2006
Ainda que, conforme o afirmado no Apêndice B, esse diploma não disponha
especificamente sobre proibição ou permissão de atividades nos Parques
Nacionais, ele deve ser considerado no âmbito deste projeto piloto PAPP pelo
fato de contemplar os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção sobre
Diversidade Biológica (1992), pela Cúpula Mundial para o Desenvolvimento
Sustentável, além de instituir o Plano Estratégico sobre Diversidade Biológica.
Nessa medida, a análise de adequação das atividades previstas nesta Operação 01 a
esse diploma normativo, pretende demonstrar menos uma adequação às regras do
que a princípios, objetivos e diretrizes estabelecidos no plano nacional e internacional
para as UC como um todo (e não exclusivamente para os Parques Nacionais).
Considerando as atividades previstas nesta Operação 01, bem como o conteúdo
deste Decreto, merecem especial destaque, dentre os princípios, diretrizes e
estratégias por ele estabelecidos, os seguintes:
• Pactuação e articulação das ações de estabelecimento e gestão das áreas
protegidas com os diferentes segmentos da sociedade (item 1.1, XVIII);
• Sustentabilidade técnica e financeira, assegurando continuidade
administrativa e gerencial na gestão das áreas protegidas (item 1.1, XXII);
• Fomentar a participação social em todas as etapas da implementação e
avaliação do PNAP (item 1.2, X);
• Assegurar o envolvimento e a qualificação dos diferentes atores sociais no
processo de tomada de decisão (criação e gestão das áreas protegidas),
garantido o respeito ao conhecimento e direitos dos povos indígenas,
comunidades quilombolas e locais (item 1.2, XI);
• Fortalecer os instrumentos existentes de participação e controle social,
bem como os de monitoramento e controle do Estado; (item 1.2, XII);
• Mobilizar e formalizar parcerias para gestão (item 3.2, II, ‘l’);
• Identificar e apoiar alternativas econômicas no entorno e nas zonas de
amortecimento das UC (item 3.2, II, o);
• Definir e implementar mecanismos que confiram prioridade às
comunidades locais na implementação e gestão de atividades econômicas
no interior das UC (item 4.1, II, ‘h’);
• Estabelecer e fortalecer mecanismos e instrumentos de participação que
ampliem a inclusão da diversidade sociocultural na gestão (item 4.2, II, ‘b’);
• Desenvolver projetos que incorporem as comunidades locais no processo
de gestão de atividades econômicas no interior das UC e em suas zonas de
amortecimento (item 4.3, II, ‘c’);
137
Parque Nacional de São Joaquim
• Propor instrumentos legais e mecanismos institucionais ou aprimorar
os existentes para o estabelecimento e gestão eficazes das UC, zonas de
exclusão de pesca e zonas de amortecimento (item 5.1, II, ‘a’).
• Portaria 85/2012 – ICMBio
Este documento foi publicado em 2012 com o intuito de suprir, temporariamente
e em caráter emergencial, a necessidade de regulamentação da visitação pública
no PNSJ, tendo em vista a inexistência de um PM.
Assim, as normas contidas nesse diploma não possuíam a pretensão de esgotar o
ordenamento da visitação no PNSJ. Em verdade, poder-se-ia dizer que o objetivo
da Portaria era apenas regulamentar atividades que já são praticadas no interior do
PNSJ. Não obstante isso, nos termos do Memorando 04/2015-DIMAN/ICMBio, sob
o pressuposto de que “a edição da Portaria 85 tem causado degradação ambiental e
impactos significativos em áreas frágeis daquela unidade”, sua eficácia foi parcialmente
suspensa, mantendo-se apenas a autorização para acesso ao Morro da Igreja.
Nesse sentido, conforme detalhado no Apêndice B do Encarte 1, a Portaria se
limita a fixar regras sobre caminhada e montanhismo (capítulo III), ciclismo
(capítulo IV), voo livre (capítulo V), cavalgada (capítulo VI) e condução de visitantes
(capítulos VII a IX), além de estabelecer algumas normas gerais sobre visitação
(como o horário de abertura do Parque).
É dizer, a Portaria 85/2012 – ICMBio não tem por objeto a indicação de todas
as atividades proibidas ou permitidas no PNSJ, restringindo-se, como dito, à
regulamentação das atividades já praticadas ao tempo de sua edição. Assim, o
fato das atividades indicadas nesta Operação 01 não estarem expressamente
previstas, não implica, absolutamente, sua vedação. Em primeiro lugar, porque a
regulamentação dessas atividades fugiria ao objeto do diploma; em segundo lugar,
porque a Portaria não veda expressamente a prática de nenhuma delas; e, em
terceiro lugar, porque o próprio documento estabelece uma permissividade genérica
para “outras atividades de visitação ou aventura que ocorrem no Parque [...]” (art. 2º, § 1º).
Diante disso, conclui-se que a Portaria 85/2012 – ICMBio não oferece óbice para
o desenvolvimento das atividades previstas nesta Operação 01. Uma porque está
com sua eficácia parcialmente suspensa; duas, porque as atividades não previstas
não constituem proibição.
• Plano de Manejo do PNSJ
Conforme já ressaltado, o fato de o PM do PNSJ se encontrar em fase de
aprovação não é suficiente para elidir a conveniência e a oportunidade de que as
atividades propostas no âmbito deste projeto piloto PAPP sejam a ele adequadas,
especialmente devido ao alcance temporal previsto para o Projeto.
O PM do PNSJ prevê expressamente a instalação de um Centro de Visitantes (p.
23, 31, 37, 38 e 39) na Zona de Uso Intensivo do Parque, na qual também poderá
haver mirantes e outras facilidades e serviços (p. 38), desde que indispensáveis
ao manejo e à gestão do PNSJ (p. 39, item 30; e p. 48, item 6, que fala em “manejo
adequado”). Assim, conclui-se que, embora o PM não mencione expressamente
todas as atividades previstas para a Operação 01, elas possuem adequação lógica
com as suas previsões. Portanto, desde que observem as demais disposições do
documento (analisadas mais detalhadamente no Apêndice B do Encarte 1), é
possível considerá-las permitidas.
Outras normas do PM reafirmam essa conclusão, como por exemplo aquelas
relativas ao pagamento de ingresso para acesso à área de serviços do PNSJ (p.
52, item 28 – bilheteria); à necessidade de esclarecimentos sobre normas de
segurança, condutas e temas que serão trabalhados durante as visitas (p. 52,
item 30 – centro de informações); à realização de eventos e similares (p. 52, item
36 – espaço de eventos), vedando-se aqueles de cunho político-partidário e
afins (p. 52, item 37); e ao comércio de alimentos e bebidas, a ser definido em
plano específico e em outros instrumentos, vedando-se o consumo de bebidas
alcoólicas (p. 54, itens 64 e 65 – serviço de alimentação).
Por fim, convém ressaltar que, com relação aos serviços de alimentação, o PM
estabelece a exigência de que “o preparo de alimentos deve ser feito em fogareiros”
138
Parque Nacional de São Joaquim
(p. 39, item 34), o que, por analogia, não impede a implantação de equipamentos
mais seguros, como fogões em cozinhas especialmente construídas para a
preparação de alimentos.
3.1.7.2 Arranjo Jurídico
Como mencionado no Apêndice A do Encarte 1 (“Instrumentos Jurídicos”), o
ICMBio dispõe de diversas técnicas contratuais para implantar parcerias público-
privadas. A adoção de uma técnica e, a partir dela, a concepção de instrumentos
jurídicos, não encontra nenhum outro limite na legislação além daqueles
aplicáveis à Administração Pública como um todo. Assim, dada a natureza
autárquica do ICMBio – detentor do domínio da área do PNSJ –, em tese, todo
instrumento jurídico que possa ser empregado pela Administração Pública poderá
sê-lo também para a implantação deste projeto piloto PAPP. Em outras palavras:
“mesmo diante de circunstâncias relativamente parecidas, há considerável espaço para
que, de maneira absolutamente legítima, variem as soluções contratuais a adotar.
Seguir um modelo ou outro, portanto, na maior parte das vezes, reflete uma opção
discricionária do Poder Público” 17.
Nesse amplo campo de discricionariedade, a escolha envolve elementos subjetivos
e objetivos. Em geral, os elementos subjetivos se articulam em torno de aspectos
funcionais, como a finalidade e os objetivos da contratação, a técnica gerencial ou
a política pública da área; os elementos objetivos, em torno de aspectos estruturais,
como o exame da compatibilidade entre os elementos da modalidade contratual e
a atividade, o investimento ou a personalidade jurídica do contratante.
Como afirma Jacintho Câmara, “optar por um modelo e não por outro, na maior
parte das vezes, não depende de discussão jurídica (no sentido dogmático, de escolha
baseada na validade da decisão tomada)” 18. Em regra, a escolha de qualquer
17 CÂMARA, Jacintho Arruda. Contratações públicas para projetos de infraestrutura. In: MARCATO, Fernando S.; PINTO JUNIOR, Mario Engler (Orgs.). Direito da Infraestrutura. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 1, p. 59-95, p. 59.
18 CÂMARA, Jacintho Arruda. Contratações públicas para projetos de infraestrutura. In: MARCATO, Fernando S.; PINTO JUNIOR, Mario Engler (Orgs.). Direito da Infraestrutura. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 1, p. 59-95, p. 60.
dos instrumentos previstos no ordenamento administrativo, acompanhada da
observância dos procedimentos legais para sua celebração, garantem a validade
da operação19.
Adotando-se como critério objetivo o binômio “tipo de atividade/volume de
investimento” e, como critério subjetivo, a atratividade da Operação com vistas
ao objetivo deste projeto piloto PAPP, o instrumento jurídico mais adequado para
esta Operação 01, nas alternativas “A”, “B”, “C” e “D”, seria aquele que oferecesse ao
contratante uma maior estabilidade e segurança jurídica.
A concessão de uso, dentre todos os contratos administrativos, é a que melhor
atende a esse desígnio. Essa modalidade de contratação impõe ao Poder Público
uma rescindibilidade vinculada à demonstração de interesse público, exigindo o
pagamento de justa indenização ao particular – garantindo, assim, que o particular
não sofrerá prejuízo em decorrência dos investimentos realizados. Acresça-se
como vantagem, ainda, o fato desse contrato ser necessariamente objeto de
procedimento licitatório e de contemplar a possibilidade de remuneração do
particular por meio de tarifa cobrada dos usuários dos serviços oferecidos pelo
concessionário.
Esse também tem sido o entendimento da PFE-ICMBio, que, já em 2012,
afirmou que a concessão de uso é “instrumento mais amplo e que, em essência,
adéqua-se com mais precisão ao uso público em Unidades de Conservação” 20.
Esse entendimento foi expressamente reafirmado pela PFE-ICMBio em 2017,
ao responder a questionamento sobre o instrumento mais adequado para
a exploração de atividade e de serviços de apoio à visitação em Florestas
Nacionais: “sim, a concessão de uso privativo de unidade de conservação é o
instrumento adequado para que o ICMBio delegue ao particular a exploração
19 Registre-se, entretanto, que, realizada a escolha, os contratantes se sujeitam às condições legais de sua implemen-tação. Isso permite afirmar que a discricionariedade alcança apenas o processo de seleção do instrumento que regulará a relação jurídica, após o qual a Administração se vincula ao procedimento previsto em lei.
20 Parecer nº 0383/2012/PFE-ICMBIO-SEDE/PGF/AGU, p. 9.
139
Parque Nacional de São Joaquim
de serviços e atividade de apoio ao uso público em Unidades de Conservação,
incluindo-se as florestas nacionais” 21.
Registre-se também que o ICMBio, demonstrando a disposição de utilizar essa
modalidade de contrato na gestão das UC, disciplinou, por meio da Instrução
Normativa 02, de 30 de janeiro de 2017, o planejamento, a execução e o
monitoramento da concessão de uso para prestação de serviços de apoio à visitação
em UC. Como mencionado no Apêndice A do Encarte 1, essa instrução normativa
instituiu um Comitê Especial de Concessão (art. 3º), disciplinando sua competência e
composição (art. 4º), bem como prevendo um procedimento administrativo próprio
de formalização e monitoramento dos contratos de concessão (art. 5º e ss.).
Com essa inequívoca demonstração de opção por uma técnica gerencial centrada
na concessão de uso, conjuga-se mais esse elemento subjetivo no conjunto de
argumentos que apontam para a conveniência e a oportunidade da escolha desse
contrato para a regulação das atividades desta Operação 01.
Considerando essa opção, dois são os arranjos possíveis para esta Operação 01:
• Para a alternativa “A”: um contrato de concessão de uso;
• Para as alternativas “B”, “C” e “D”: um contrato de concessão para ambas as
operações ou dois contratos de concessão, sendo um para as atividades
realizadas dentro do PNSJ e outro para as atividades realizadas no
município de Urubici.
Em qualquer dessas alternativas e arranjos, a concessionária seria empresa –
brasileira ou estrangeira22, isoladamente ou em consórcio, observadas as normas
constantes no art. 33, Lei 8.666/1993 – que poderia subcontratar pessoas
21 Despacho nº 00141/2017/COMAD/PFE-ICMBIO/PGF/AGU, p. 2-4. Semelhante entendimento foi exarado no Parecer nº 00150/2017/COMAD/PFE-ICMBIO/PGF/AGU: “a respeito do assunto, esta Procuradoria tem firmado entendimento em manifestações anteriores de que os serviços de apoio à visitação em unidades conservação federais devem ser concedidos mediante procedimento licitatório, uma vez que se trata de concessão de uso de bem público de uso especial” (p. 2).
22 No caso de empresa estrangeira, deverão ser observadas as exigências legais que regulam sua participação em processos licitatórios.
jurídicas de direito privado com ou sem finalidade lucrativa para as atividades
individualmente consideradas.
Saliente-se que, pelo fato dessa modalidade de concessão não possuir um marco
legal próprio, a ela se aplica a Lei 8.666/1993 e, por analogia, quando compatível, a
Lei 8.987/1995, que regula a concessão de serviços públicos. Pois, como expresso
no Parecer nº 0383/2012/PFE-ICMBIO-SEDE/PGF/AGU, nada “impede que os
preceitos consignados na Lei 8987/95, pelas muitas similaridades existentes entre a
concessão de serviços públicos e a delegação a terceiros da exploração das atividades
relacionadas ao uso público em Unidades de Conservação, sejam utilizados análoga e
subsidiariamente para sanar eventuais incompletudes normativas” 23.
Por fim, ressalte-se que, com relação à alternativa “D”, a eventual doação de área
ao ICMBio não apresenta percussão no que se refere ao arranjo jurídico proposto.
No processo de concessão de bem público o que importa, na relação jurídica que
se estabelece entre concedente e concessionário, é a titularidade do domínio
da área. In casu, a titularidade do domínio do imóvel previsto nas alternativas “B”
e “C” (escritório do ICMBio em Urubici) e do imóvel a ser eventualmente doado
na alternativa “D” não se altera, permanecendo o mesmo concedente: o ICMBio.
Por outro lado, com relação às atividades previstas na alternativa “D”, que seriam
objeto da concessão, são as mesmas previstas para a alternativa “A”, excluindo-se o
estacionamento. Desse modo, a alternativa “D” não contempla nenhuma atividade
não incluída no estudo de plausibilidade jurídica retratado no Quadro 3.1. Assim,
quer do ponto de vista da concessão do bem, quanto da delegação de serviços, a
alternativa “D” não apresenta nenhum óbice do ponto de vista jurídico.
3.1.7.3 Síntese do Aspecto Jurídico
Seguem (Quadro 3.1), de modo resumido, as indicações referentes à
compatibilidade jurídica e ao instrumento de delegação adequado para as
atividades de uso público desta Operação 01.
23 Parecer nº 0383/2012/PFE-ICMBIO-SEDE/PGF/AGU, p. 10.
140
Parque Nacional de São Joaquim
Quadro 3.1 Síntese do aspecto jurídico da Operação 1: Centro de Visitantes.
OPERAÇÃO 1
ATIVIDADEALTERNATIVA COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO
JURÍDICO ACONSELHADO
SUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃOA B C D Normativa expressa Normativa por analogia
Infraestrutura para visitação, administração e apoio à gestão
X X X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII;
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.;
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 31; art. 32; art. 35, parágrafo único;
• PM: p. 23, 31, 37, 38 e 39.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Bilheteria X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.;
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.;
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.
• PM: p. 52, item 28.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Serviço de alimentação X X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 35, parágrafo único.
• PM: p. 39, item 34; e p. 54, itens 64 e 65.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e com bônus
Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.
Loja de souvenirs e equipamentos
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 36.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.;
• PM: p. 38.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Eventos especiais externos X X X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 30; art. 33; art. 34.
• PM: p. 11, p. 23, p. 29, p. 30, p. 34.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e com bônus
Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.
141
Parque Nacional de São Joaquim
OPERAÇÃO 1
ATIVIDADEALTERNATIVA COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO
JURÍDICO ACONSELHADO
SUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃOA B C D Normativa expressa Normativa por analogia
Espaço interno do centro de visitantes
X X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 31; art. 32.
• PM: p. 52, item 36.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e sem bônus
Instituições de educação e de pesquisa ou empresas especializadas de eventos.
Estacionamento X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 35, parágrafo único.
• PM: p. 23, p. 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Aplicativo mobile X X X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 30.
• PM: p. 23; p. 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e sem bônus
Empresa especializada
Ouvidoria X X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 38.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Divulgação e marketing
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 30.
• PM: p. 23; p. 30; p. 48, item 2.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável Empresa privada especializada, vinculada ao Centro de Visitantes.
Segurança patrimonial e portaria
X X X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.
• PM: p. 23, p. 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e sem bônus
Empresa especializada
Exposição interativa e interpretativa
X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 52, item 30.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
142
Parque Nacional de São Joaquim
OPERAÇÃO 1
ATIVIDADEALTERNATIVA COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO
JURÍDICO ACONSELHADO
SUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃOA B C D Normativa expressa Normativa por analogia
Centro de informações X X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 31; art. 32.
• PM: p. 52, item 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Sala de turismo X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 31; art. 32.
• PM: p. 52, item 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Posto de primeiros socorros
X X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 38; p. 35, item 11.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Mirante X X
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 33; art. 34.
• PM: p. 38.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
3.1.8 REFERÊNCIA CONCEITUAL
Para atender efetivamente ao mercado e suas tendências, é importante que as
operações possuam identicidade e características adequadas. Estas questões
podem ser promovidas através da incorporação de conceitos de serviços, padrões
construtivos, operações, entre outros. Partindo das análises realizadas, são
apresentadas referências conceituais para a Operação 01 – Centro de Visitantes.
3.1.8.1 Experiências e Vivências
A visitação à uma UC, por si só, é uma atividade intrinsecamente experiencial.
Entretanto, atividades, produtos e serviços ofertados como parte do uso público
podem despertar emoções únicas e fazer mais sentido ao visitante. Vivências
são experiências que deixam marcas em uma pessoa de maneira duradoura, e
que proporcionam momentos de prazer que permanecerão na memória. São
características que fazem com que o visitante desenvolva uma ligação emocional
com a atividade, produto ou serviço prestado e assim acrescente um diferencial
143
Parque Nacional de São Joaquim
em relação a outros similares no mercado. Desta forma, a busca por experiências
e vivências que gere o engajamento dos visitantes e produzam aprendizados
significativos e memoráveis, devem também ser observados como referenciais
conceituais para o PNSJ. São apresentadas três possibilidades de experiências e
vivências a serem desenvolvidas em conjunto com a Operação 01.
• Eventos especiais externos
Poderão ser criadas atividades que explorem de maneira criativa o potencial da
área do Morro da Igreja, incluindo as duas trilhas que partem do local. A Figura 7.2
ilustra exemplos de eventos especiais que podem ser realizados no PNSJ.
Figura 3.2 Exemplos de eventos especiais externos:
observação astronômica e música ao ar livre.
Fonte: Assobio, s.d.; Mollyd57, YouTube, 2013.
São sugestões de eventos e atividades deste tipo para o PNSJ:
• Caminhadas em noite de lua cheia;
• Assistir ao nascer ou ao pôr do sol no Morro da Igreja, ao som de pequena
orquestra, ou um quarteto de cortas;
• Workshop sobre fotografia da natureza;
• Observação noturna do céu com instrumentos astronômicos ou a olho nu.
Antes de promover o evento, é importante realizar uma avaliação sobre seus
possíveis impactos ao meio ambiente e se estão de acordo com os objetivos do
PNSJ.
• Visitação com Tecnologia
As experiências associadas à tecnologia são opções que vão ao encontro com a
Macrotendência 03 - Influência das tecnologias de informação e comunicação no
turismo em áreas naturais (Figura 3.3).
Figura 3.3 Exemplos de visitação com tecnologia:
projeções, áudio-guias e aplicativos mobile.
Fonte: PopUp Play, 2016; National Parks Service (2017).
A Figura 3.3 ilustra possíveis usos da tecnologia para promover experiências aos
visitantes que frequentem o PNSJ, sendo eles:
• Projeção de video mapping em árvores;
144
Parque Nacional de São Joaquim
• Aplicativo mobile de realidade aumentada que simula as condições
históricas e com conteúdo educativo. Pode ser utilizado para representar as
formações geológicas e a transformação da paisagem ao longo do tempo
na área do Morro da Igreja;
• Áudio-guia com auxílio de áudio 3D, imersivo e que explore tanto os
aspectos reais, como a flora, fauna e geologia, quanto imaginários do
espaço, como lendas e histórias locais;
• Aplicativo mobile com guia sobre a fauna e a flora que ocorrem na região
do PNSJ e instruções para identificação de espécies.
Recomenda-se também o uso de geolocalização nos aplicativos, permitindo que
o usuário receba avisos sobre quando uma nova informação está disponível para
acesso ou onde utilizar os mecanismos de realidade aumentada, por exemplo.
• Exposição Interativa
No intuito de romper com a monotonia das exposições estáticas e despertar
o interesse do visitante, as exposições interativas são elementos fundamentais
na museologia contemporânea. Este tipo de mostra é capaz de transformar
espaços desestimulantes em locais que aproximam os visitantes e possibilitam a
apreciação e valorização de seus conteúdos (Figura 3.4).
O Centro de Visitantes do PNSJ poderá utilizar de exposições interativas como
artefato de atratividade. Sugere-se apresentar temas e elementos específicos do
PNSJ para as exposições interativas, como elementos climáticos (vento e neve),
históricos (tropeiros e ocupação indígena), geológicos (formação da Pedra Furada
e dos campos de altitude) e atuais (explanações sobre o CINDACTA II).
Figura 3.4 Exemplos de exposições interativas: Centro de Visitantes Paineiras (Parque
Nacional da Tijuca) e Memorial de Minas Gerais – Vale.
Fonte: Centro de Visitantes Paineiras - Parque Nacional da Tijuca, s.d.; Memorial de Minas Gerais – Vale, s.d..
3.1.8.2 Identidade e Conceito
A arquitetura e o design são elementos com alta capacidade de influenciar e
incentivar positivamente a atratividade, a experiência e as vivências relacionadas
ao consumo de um determinado espaço. O desenvolvimento de estruturas,
ambientes e elementos que reflitam conforto e bem-estar, bem como valorizem
as características locais alinhadas às tendências globais, pode ser um motivo a
mais para tornar a visitação ao PNSJ uma experiência única e diferenciada. Desta
forma, condicionantes arquitetônicas que busquem uma proposta moderna,
sustentável e atenta às demandas e tendências de mercado apresentadas são
fundamentais e devem a ser observadas como referenciais conceituais para o
PNSJ.
A Figura 3.5 ilustra exemplos de construções conceituais que possuem integração
com o meio ambiente e que podem ser absorvidos para o desenvolvimento do
Centro de Visitantes do PNSJ, caso implantado na região do km 9 da Estrada do
Morro da Igreja ou em outro local ainda não definido na cidade de Urubici.
145
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 3.5 Exemplos de construções integradas ao meio ambiente,
com conceito e design.
Fonte: CAEaCLAVELES - Astúrias/Espanha – Longo, s.d.; Roldán Arquitectos, s.d..
A Figura 3.6 apresenta um exemplo de aplicação de edificação com design
integrado à natureza em um Centro de Visitantes de Parque Nacional no Canadá.
Caso o Centro de Visitantes venha a ser implantado na área da sede administrativa
do ICMBio na região urbana de Urubici, seu design deverá acompanhar o contexto
do local. Em Urubici, verifica-se a tendência arquitetônica do uso de contêineres
na construção. A Figura 3.7 apresenta edificações existentes em Urubici e outros
designs conceituais para aplicação em área urbana.
São apresentados como referências conceituais para espaços comerciais nos
Centros de Visitantes, as lojas de souvenirs Arty Rio, localizada no Aeroporto
Galeão, e Sequoia National Park Gift Shop. Ambas exploram elementos marcantes
de suas localidades, tanto na decoração quanto no desenvolvimento de seus
produtos. (Figura 3.8)
Figura 3.6 Centro de Visitantes no Parque Nacional Mont-Oford,
localizado em Quebec, Canadá.
Fonte: Centro de Visitantes - Parque Nacional Mont-Oford, Quebec/Canadá, s.d..
Figura 3.7 Exemplos de construções que agregam conceito e design, para área urbana.
Fonte: Rodrigo Kirck Arquitetura, s.d.; Container Homes Plans, s.d.; Solar Burrito, s.d..
146
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 3.8 Exemplos de design de interiores para lojas de souvenir e cafés
com elementos da natureza.
Fonte: Visitsequoia.com, 2013; Loja Arty Rio, s.d.; Loja MATE-Lima, s.d.; Café de Lima – Peru, s.d..
Os espaços para comercialização e consumo de alimentos, como cafés,
restaurantes e lanchonetes, podem utilizar elementos característicos regionais
para a decoração do seu interior, assim como na preparação de alimentos.
3.1.8.3 Proposta arquitetônica para o Centro de Visitantes
A proposição leva em consideração estudo arquitetônico elaborado a partir das
referências conceituais, estudo de mercado e panorama social e ambiental do
PNSJ. São apresentados estudos de perspectiva e elevação frontal (Figura 3.9) e
planta baixa de implantação (Figura 3.10).
147
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 3.9 Estudo arquitetônico para o Centro de Visitantes do PNSJ, perspectiva e elevação frontal.
Fonte: Maylin Ling Arquitetura. Adaptado e com escala alterada.
148
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 3.10 Estudo arquitetônico para o Centro de Visitantes do PNSJ, planta baixa de implantação.
Fonte: Maylin Ling Arquitetura. Adaptado e com escala alterada.
149
Parque Nacional de São Joaquim
3.2 OPERAÇÃO 02: TRANSPORTE ÚNICO – MORRO DA IGREJA
O fluxo atual de visitantes em veículos próprios no Morro da Igreja, aliado às
características climáticas da região, a grande declividade e condições estruturais
da via de acesso, configura-se como o principal gargalo para a visitação no
PNSJ. Deve-se também considerar que o Morro da Igreja possui uma demanda
potencial que poderá pressionar ainda mais suas condições de visitação, conforme
apontado pela Análise Mercado. Desta forma, um serviço de Transporte Único,
além de elevar a experiência do visitante, mostra-se como solução extremamente
válida para o ordenamento da visitação no PNSJ.
3.2.1 OBJETO
Prestação de serviços de transporte em veículos especiais com fins turísticos entre
o Centro de Visitantes (ou área especial) e o Morro da Igreja, conforme condições
previstas no Plano de Manejo do PNSJ e o que for estabelecido em regulamentos
específicos.
3.2.2 LOCALIZAÇÃO
Indica-se a realização de avaliação de viabilidade técnica e econômico-financeira
para três possibilidades de local de início do transporte único. Sendo elas:
• Alternativa A: a partir do Centro de Visitantes na área interna do PNSJ (área do
Km 9): neste caso são em torno de 16 km de trajeto ida e volta (Figura 3.11).
• Alternativa B: a partir de área próximo ao entroncamento da Rodovia
SC-370 e a Estrada do Morro da Igreja (km 0): neste caso são em torno de
34 km de trajeto ida e volta, sendo o operador obrigado a operar a partir de
área com distância máxima de 2 km do entroncamento.
• Alternativa C: a partir da Sede do PNSJ ou outra área também localizada no
centro urbano de Urubici. Neste caso são em torno de 58 km de trajeto ida
e volta, poderão ser previstas paradas em pontos estratégicos ao longo do
percurso para embarque de passageiros (que já tiverem feito a compra de
ingresso/transporte pela internet ou no Centro de Visitantes e estiverem
visitando algum atrativo e equipamento existentes ao longo da estrada do
Morro da Igreja).
Figura 3.11 Possíveis locais de embarque para a Operação 02:
Transporte Único – Morro da Igreja.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
150
Parque Nacional de São Joaquim
3.2.3 OPERAÇÃO
O serviço de transporte para o Morro da Igreja, independentemente de sua
alternativa de embarque, contempla as ações e características elencadas a seguir.
3.2.3.1 Operação Normal
• Serviço:
• Implantar e operar serviço de transporte de visitantes em veículos
especialmente preparados para a atividade tipo “van”, em parte próprios
e em parte terceirizados, conforme sazonalidade da demanda, com
capacidade entre 10 e 18 passageiros;
• Realizar difusão de informações em sistema de som e vídeo (na língua
portuguesa e com legendas em inglês) aos usuários durante o percurso
de transporte;
• Disponibilizar veículo para transporte de pessoas com dificuldade de
locomoção e cadeirantes.
• Frequência:
• O serviço deverá estar disponível durante todo o ano, com operações
específicas durante a alta temporada, finais de semana e feriados
prolongados e, durante a baixa temporada e dias úteis, pode-se avaliar
o uso de transportes particulares, automóvel e motos (com cobrança de
taxa específica);
• O tempo de espera máximo para o visitante é estabelecido na avaliação
de viabilidade técnica e econômico-financeira.
• Normas gerais:
• O prestador do serviço deverá obedecer a todas as normas de segurança
previstas para a atividade, incluindo seguro de vida de passageiros;
• O prestador do serviço deverá utilizar veículos em condições adequadas
de uso e obedecer aos padrões das legislações estabelecidos, incluindo
questões relacionadas à emissão de poluentes e ruídos.
3.2.3.2 Operação Reduzida
• Serviço:
• Implantar e operar serviço de transporte de visitantes em veículos
especialmente preparados para a atividade tipo “van”, terceirizados, com
capacidade entre 10 e 18 passageiros;
• Realizar difusão de informações em sistema de som e vídeo (na língua
portuguesa e com legendas em inglês) aos usuários durante o percurso
de transporte;
• Disponibilizar veículo para transporte de pessoas com dificuldade de
locomoção e cadeirantes.
• Frequência:
• O serviço deverá estar disponível em dias de pico, finais de semana e
feriados prolongados;
• O tempo de espera máximo para o visitante é estabelecido na avaliação
de viabilidade técnica e econômico-financeira.
• Normas gerais:
• O prestador do serviço deverá obedecer a todas as normas de segurança
previstas para a atividade, incluindo seguro de vida de passageiros;
• O prestador do serviço deverá utilizar veículos em boas condições e
obedecer aos padrões das legislações estabelecidos, incluindo questões
relacionadas à emissão de poluentes e ruídos.
3.2.4 MERCADO E ENTORNO
São considerações sobre o atendimento ao mercado e oportunidades para o
entorno do PNSJ:
• Proposta de valor a ser seguida:
• Transporte confortável, seguro e limpo.
151
Parque Nacional de São Joaquim
• Segmento de mercado:
• Turismo receptivo.
• Canais de distribuição:
• Website do Centro de Visitantes;
• Website institucional do ICMBio;
• Redes sociais;
• Agências e operadores de turismo;
• Organizações e empreendimentos turísticos locais.
• Oportunidades para o entorno:
• Operacionalização do serviço, por meio da organização local das
empresas que já operam de transporte turístico local.
3.2.5 ASPECTOS FINANCEIROS
Apresenta-se resumidamente os aspectos financeiros para a implementação e
operação do modelo de negócio em questão.
• Fontes de receita:
• Exploração comercial do serviço de transporte único para o PNSJ, no
trecho entre o Centro de Visitantes (ou área especial) e o Mirante da
Pedra Furada.
• Investimento e despesas operacionais:
• Aquisição de frota de veículos;
• Implantação de plataformas de embarque/desembarque;
• Envelopamento personalizado (distinção e marketing);
• Despesas operacionais com pessoal (motoristas);
• Capacitação e treinamentos específicos;
• Seguros diversos;
• Manutenção veicular.
• Contrapartidas e obrigações:
• Realizar manutenção da Estrada do Morro da Igreja para o trecho no
interior do PNSJ, localizado entre o km 7 e o Mirante da Pedra Furada,
através das seguintes atividades: roçada; poda de vegetação e limpeza
de valetas e bueiros.
3.2.6 ASPECTOS JURÍDICOS
A prestação de serviços de transporte em veículos especiais, com fins turísticos,
entre o Centro de Visitantes a ser instalado e o Morro da Igreja, é objeto de
expressa previsão no art. 4º, § 2º, Portaria 85/2012 – ICMBio:
“A administração do Parque poderá adotar estratégia de ordenamento do tráfego e
da visitação na estrada de acesso ao Morro da Igreja, tais como determinar e limitar
o número máximo de veículos concomitantemente, autorizar o acesso de veículos de
transporte coletivo, como vans ou ônibus de turismo, de modo a viabilizar o acesso dos
visitantes em dias de grande fluxo, ou determinar tempo máximo de visitação, visando
distribuir uniformemente os visitantes pelo tempo de funcionamento do PNSJ e garantir
a qualidade da experiência do visitante”.
O PM do PNSJ também contém previsão expressa, estipulando o transporte único
como modelo prevalente:
“A circulação motorizada de visitantes na área do Morro da Igreja/Pedra Furada será
feita por meio de transporte único, desde que viável, sendo que tal transporte será
avaliado individualmente para as outras áreas e atividades, o que será definido e
detalhado nos planos específicos e outros instrumentos, permanecendo como está até a
implantação do serviço” 24.
Para atender a essas determinações, qualquer das modalidades de delegação
– autorização, permissão e concessão – seria juridicamente válida. Considerado
isoladamente o serviço de transporte no PNSJ, por suas características, a forma de
delegação que mais se ajustaria seria a permissão de uso. Afinal, como ensina Hely
24 PM, p. 52, item 3.
152
Parque Nacional de São Joaquim
Lopes Meirelles, citado por Maria Sylvia Z. Di Pietro, “seria preferível a permissão,
quando os serviços permitidos são transitórios, ou mesmo permanentes, mas que
exijam frequentes modificações para acompanhar a evolução da técnica ou as
variantes do interesse público, tais como o transporte coletivo, o abastecimento da
população e demais atividades cometidas a particulares, mas dependentes de controle
estatal” 25.
Ademais, a natureza precária da permissão, sem a necessidade de estipulação
de prazo, facilitaria a substituição de permissionários (idealmente operadores
locais), com a possibilidade de o Poder Público revogá-la, a qualquer momento,
sem indenização. Essas características favoreceriam um arranjo jurídico no qual
seriam contemplados vários permissionários constituídos na forma de sociedades
empresárias, empresas individuais, cooperativas, associações e mesmo pessoas
físicas, prestigiando aqueles que já exercem essa atividade junto ao PNSJ.
Entretanto, considerando a indissociável relação entre o serviço de transporte e
os demais serviços de visitação oferecidos pelos concessionários responsáveis
pela execução da Operação 01 (Morro da Igreja), seria aconselhável que ambas
atividades fossem contempladas pelo mesmo contrato de concessão. Afinal, a
previsibilidade e a estabilidade da Operação 1 estariam comprometidas caso o
serviço de transporte estivesse sob a responsabilidade de uma ou mais pessoas
jurídicas diversas do concessionário.
Descartadas a delegação própria para outra pessoa física ou jurídica, em qualquer
das modalidades permitidas, o delegatário dos serviços de transporte seria
o próprio concessionário das áreas reservadas à Operação 01. Sem prejuízo,
evidentemente, de que o concessionário subcontratasse, individualmente, outros
operadores.
Afinal, considerando o preceituado na legislação quanto à promoção e à
qualificação de diferentes atores sociais, bem como à justa repartição dos
25 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
benefícios para a melhoria da qualidade de vida da comunidade local26, a
subcontratação dos operadores de transporte que já exercem essa atividade e
de outros comunitários que tenham interesse em fazê-lo é de todo aconselhável.
Assim, nada obstaria que fosse estabelecida uma bonificação especial, no
contrato de concessão, para as subcontratações que envolvessem membros da
comunidade.
Em resumo:
• Previsão contratual: cláusula do contrato de concessão (Operação 1);
• Responsável pela operação: Concessionário (Operação 1);
• Executor da atividade: Subcontratado (pessoa física ou pessoa jurídica de
direito privado, com ou sem finalidade lucrativa).
3.2.7 REFERÊNCIAS CONCEITUAIS
A identificação e distinção dos veículos que realizarão o Transporte Único podem
auxiliar a criação de identidade e promoção do PNSJ. Dessa forma, sugere-se o uso da
marca do PNSJ como estampa nos veículos utilizados pela Operação 2 (Figura 3.12).
Figura 3.12 Exemplo do uso de identificação dos veículos de transporte
em Parque Nacional
Fonte: Consórcio Paineiras Corcovado, s.d..
26 Ver, a respeito, o Apêndice B – Encarte 1, intitulado Marco Legal, especialmente na parte reservada à análise do Decreto 5.758/2006.
153
Parque Nacional de São Joaquim
3.3 OPERAÇÃO 03: RECANTO SANTA BÁRBARA
A área Santa Bárbara, localizada à uma distância aproximada de 23 km do
centro de Urubici, possui grande valor cênico, geológico e paisagístico. Suas
características naturais e sua localização resultam em potencial para a implantação
de um restaurante de médio porte, realização de caminhadas e cavalgadas.
O restaurante deve se integrar ao ambiente local e ao atendimento à demanda
existente no entorno. Seu conceito, projeto de arquitetônico e qualidade
deve ser capaz de torná-lo um atrativo em si. As instalações devem prezar por
técnicas construtivas sustentáveis e ambientalmente responsáveis, bem como
preocupações com a eficiência energética, tratamento de resíduos sólidos,
efluentes líquidos, entre outros.
Quanto às caminhadas, além das possibilidades locais, a área é local de início/fim
de travessias no PNSJ. Assim, torna-se especialmente interessante a identificação
de áreas que permitam oferecer o suporte de hospedagem em equipamento
rústico, com acampamento ou abrigo.
3.3.1 OBJETO
Operação e exploração comercial do Recanto Santa Bárbara e serviços associados.
3.3.2 LOCALIZAÇÃO
O Recanto Santa Bárbara deverá ser implementado próximo ou junto ao
atual alojamento de pesquisadores na área da Santa Bárbara, localizada há
aproximadamente 23 km do centro de Urubici (Figura 3.13).
Figura 3.13 Localização da Área de Santa Bárbara e estruturas propostas
para a operação 03: Recanto Santa Bárbara.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
154
Parque Nacional de São Joaquim
3.3.3 OPERAÇÃO
Descrevem-se os serviços contemplados pela Operação 03: Recanto Santa Bárbara
e suas diretrizes para operação:
• Serviços de alimentação:
• Oferecer serviço de alimentação no local durante os horários de abertura
à visitação do PNSJ;
• O serviço de alimentação deverá contemplar três modalidades: serviço à
la carte, cafeteria e serviço de piquenique;
• O serviço de piquenique deve contemplar a locação de kit para
piquenique e venda de lanches. O kit deve ser composto por acessórios
para a atividade (talheres, pratos, copos, toalha, entre outros).
• Loja de souvenirs e equipamentos:
• Oferecer para venda objetos temáticos, relacionados ao PNSJ e ao
meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade
e criatividade para a geração de produtos envolvendo artesãos e
produtores locais e façam o uso da marca/imagem do PNSJ.
• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de
ecoturismo, turismo de aventura, em especial para campismo, cavalgada
e proteção ao frio e chuva.
• Camping / acampamento rústico:
• Ofertar meio de hospedagem rústica em barracas ou tendas, com
proximidade à natureza e com a mínima estrutura de apoio, de maneira a
gerar menor impacto no terreno, como forma de apoio à praticantes de
travessias e caminhadas de longo percurso nesta região do PNSJ;
• Implementar área de campismo com espaço para, pelo menos, 6
barracas (4 pessoas);
• A área de campismo deverá ter vestiários masculino e feminino com
sanitários e chuveiros.
• Eventos especiais externos:
• Oferecer atividades que explorem de maneira criativa e com baixo
impacto ambiental o potencial da área de Santa Bárbara, incluindo as
trilhas próximas (Trilha da Cascatinha e Trilha Goiaba Serrana), os Campos
de Santa Bárbara e o cemitério dos Tropeiros;
• As atividades devem ocorrer em formato de eventos, com limitação de
participantes, prévia organização e divulgação adequada.
• Segurança patrimonial:
• Realizar a segurança patrimonial e vigilância (24 horas) das áreas internas
e externas das dependências do Recanto Santa Bárbara.
• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:
• Alojamento de pesquisadores:
– Realizar o serviço de limpeza e manutenção do alojamento de
pesquisadores Santa Bárbara;
– Oferecer serviço de alimentação conforme demanda.
• Área operacional para cavalgada:
– Disponibilizar área de apoio à operação de cavalgadas;
– A área deve comportar espaço para o armazenamento de
equipamentos, vestiários, guichê para venda do serviço e espaço
para permanência de equinos durante o período de oferta do serviço
(diurno).
• Fogueiras coletivas:
– Implementar e manter área de convivência externa com instalações
para fogueiras coletivas.
• Área de piquenique:
– Implantar e manter área de piquenique próximo à Cachoeira
Cascatinha, contendo mesas para piquenique, pequeno quiosque e
área de gramado.
155
Parque Nacional de São Joaquim
• Trilha suspensa, mirante Campos de Santa Bárbara e Cemitério dos
Tropeiros:
– Implantar mirante conceitual na região dos Campos de Santa Bárbara
(Vale do Baú), que promova experiências únicas aos visitantes,
aproveitando as características naturais locais, como o vento,
tornando-o um atrativo por si só.
– Implantar trilha suspensa entre o Cemitério dos Tropeiros e o mirante;
– Revitalizar e manter o Cemitério dos Tropeiros, incluindo a instalação
de sinalização interpretativa.
• Trilhas terrestres:
– Implantar e manter as trilhas “Trilha da Cascatinha” e “Trilha Goiaba
Serrana” (nomes ainda figurativos);
– Realizar projeto, execução e manutenção da drenagem das trilhas;
– Implantar sinalização interpretativa e informativa.
Dentre os aspectos de infraestrutura, devem ser observados: a área disponível, a
disponibilidade de água, gás, sistema de tratamento de resíduos líquidos e sólidos,
energia, vias de transporte e exposição (visibilidade), manutenção do espaço para
o exercício da atividade sem danos para o meio-ambiente.
3.3.4 ATIVIDADES ADICIONAIS DE VISITAÇÃO NA REGIÃO
Complementares às atividades de visitação propostas para a Operação 03, os
visitantes também poderão realizar as seguintes atividades associadas à região.
3.3.4.1 Piquenique
A atividade de piquenique vem sendo muito difundida e apresenta-se com
elevado potencial para o PNSJ, pois alia entretenimento e a realização de uma
refeição ao ar livre e em contato com a natureza. O formato aqui proposto
é que o serviço seja organizado pela mesma empresa que venha a operar o
Recanto na área da Santa Bárbara, ofertando itens para um lanche ou “brunch”,
de maneira prática em formato de kit. O mesmo poderá ser desfrutado em área
específica para esta prática a ser definida e que mantenha relação com a “Trilha da
Cascatinha” também localizada na região da Santa Bárbara.
3.3.4.2 Caminhadas
Na região de Santa Bárbara é possível realizar percursos a pé, por ambientes
naturais do PNSJ com pouca infraestrutura e diferentes graus de dificuldade,
podendo envolver ou não pernoite. As principais trilhas associadas ao Recanto
Santa Bárbara são a “Trilha da Cascatinha” e “Trilha Goiaba Serrana” (nomes ainda
figurativos). Ambas as trilhas podem ser percorridas em aproximadamente 50
minutos a partir da Alojamento dos Pesquisadores, na Santa Bárbara, sem grandes
dificuldades. Não há necessidade de acompanhamento por condutor ou guia de
turismo. A Trilha da Cascatinha dá acesso a uma queda-d’água em área propícia à
realização de piquenique, com ocorrência de Mata de Araucárias.
Além das trilhas, existem as travessias Urubici-Bom Jardim e Santa Bárbara - Morro
da Igreja. Essas travessias têm características de serem de longo percurso com
pernoite no PNSJ. Travessia Urubici-Bom Jardim da Serra, tem percurso médio
de 30 km, não dispõe de local pré-definido para acampamento. O caminho
referencial é a estrada geral de Santa Bárbara, que cruza área do PNSJ, entretanto,
atualmente contempla áreas consolidadas e privadas. Já a travessia Santa Bárbara
- Morro da Igreja possui percurso médio de 20 km e também não dispõe de local
pré-definido para acampamento. Deve-se realizar estudos sobre a capacidade
de suporte e observar as normas técnicas previstas para a atividade, assim como
questões fundiárias envolvidas.
3.3.4.3 Cavalgada
A prática da cavalgada é uma manifestação cultural em forma de passeio, que
pode ser realizada por grupos ou individualmente. O cavalo para esta prática
tem como finalidade básica proporcionar o lazer da equitação com o máximo de
descontração, confiabilidade, conforto e segurança. Devendo ser especialmente
156
Parque Nacional de São Joaquim
manejado para a atividade. Prevê-se a operação de passeios a cavalo pela região
da Santa Bárbara, com duração mínima de 1 hora, podendo durar até 6 horas.
Devendo obedecer às normas técnicas estabelecidas para a atividade, uso de
equipamentos de segurança, correto manejo do animal para uso no PNSJ, serviço
de condução e aplicação de técnicas de mínimo impacto para a atividade. O
percurso deve ter início próximo ao Recanto Santa Barbara, em área destinada à
esta atividade, e seguir pela Estrada Geral da Santa Bárbara.
Esta é uma atividade esportiva, lúdica e cultural, em contato com a natureza e
com hábitos regionais que poderá atender aos segmentos de ecoturismo, turismo
de aventura, turismo de experiência, slow tourism e turismo de bem-estar.
Para seu desenvolvimento, serão necessários investimento para a implantação
das instalações para acomodar adequadamente os cavalos em área do PNSJ,
para os dias/períodos em que a atividade estiver disponível, transporte dos
animais, compra de equipamentos de segurança, manutenção e exigências
legais e específicas, treinamento de mão de obra especializada para operar e
monitorar.
O serviço poderá ocorrer através de operadores que já desenvolvem a atividade
no entorno do PNSJ. Estes, organizados institucionalmente ou através de único
operador, poderão utilizar a área destinada à operação de cavalgadas do Recanto
Santa Bárbara como apoio e comercialização dos passeios, partida, chegada ou
local intermediário do passeio a cavalo.
3.3.5 MERCADO E ENTORNO
São considerações sobre o atendimento ao mercado e oportunidades para o
entorno do PNSJ:
• Proposta de valor a ser seguida:
• Experiência gastronômica no interior do PNSJ, com valorização dos
produtos da região, em local com grande valor cênico e ambiental;
• Valorização da natureza local e do PNSJ;
• Meio de hospedagem rústico, mas com conforto e segurança;
• Promoção de experiência única para a contemplação da natureza.
• Segmento de mercado:
• Ecoturismo;
• Turismo de experiência;
• Slow tourism;
• Turismo gastronômico;
• Turismo escolar.
• Canais de distribuição:
• Website do Centro de Visitantes;
• Website institucional do ICMBio;
• Redes sociais;
• Agências e operadores de turismo;
• Organizações e empreendimentos turísticos locais.
• Oportunidades para o entorno:
• Operacionalização do serviço, fornecimento de produtos e mão de obra.
3.3.6 ASPECTOS FINANCEIROS
Apresenta-se resumidamente os aspectos financeiros para a implementação e
operação do modelo de negócio em questão.
• Fontes de receita:
• Comercialização de alimentos;
• Comercialização de souvenirs, vestuário e equipamentos;
• Cobrança de ingresso para eventos especiais;
• Cobrança de taxa de limpeza do alojamento de visitantes/ pesquisadores;
• Locação ou cobrança de tarifa de uso da área operacional para
cavalgada;
157
Parque Nacional de São Joaquim
• Exploração comercial da área de campismo;
• Locação de equipamentos de campismo.
• Investimento e despesas operacionais:
• Implantação ou reforma e manutenção de edificação;
• Implantação de área de campismo com vestiários;
• Implantação e manutenção de fogueiras coletivas;
• Implantação e manutenção da área de piquenique;
• Implantação e manutenção de área operacional para apoio à atividade
de cavalgada;
• Aquisição de equipamentos e mobiliário;
• Manutenção de equipamentos e estruturas;
• Transporte da equipe de colaboradores;
• Capacitação e treinamentos específicos;
• Implantação e manutenção das trilhas terrestres de curto curso “Trilha da
Cascatinha” ou “Trilha Goiaba Serrana”;
• Implantação e manutenção de trilha suspensa e mirante na região dos
Campos de Santa Bárbara, próximo ao Cemitério dos Tropeiros;
• Revitalização, instalação de sinalização e manutenção do Cemitério dos
Tropeiros.
• Contrapartidas e obrigações:
• Reforma e manutenção do alojamento de pesquisadores.
3.3.7 ASPECTOS JURÍDICOS
Os aspectos jurídicos para a Operação 3: Recanto Santa Bárbara contemplam a
análise de adequação jurídica da operação, análise dos arranjos jurídico e síntese
da proposta de arranjo jurídico.
3.3.7.1 Adequação Normativa
Nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda lavrada em 26 de agosto
de 2008, no livro 077, fl. 267, do Tabelionato de Notas e Protestos de Urubici,
Estado de Santa Catarina, o imóvel intitulado “Santa Bárbara” é de titularidade do
próprio ICMBio27. Tal fato implica a inviabilidade de sua apropriação por particular
mediante relação dominial, bem como a submissão de seu uso e fruição ao
regime jurídico de direito público. Essa submissão pode implicar a restrição
das faculdades de uso, fruição e disponibilidade, determinando diferenciações
conforme as caraterísticas e finalidades desta categoria de bem28.
Assim, a titularidade pública do bem não impede que o Estado – com
fundamento nos princípios da proporcionalidade e da isonomia – restrinja sua
fruição com vistas ao atingimento do interesse público. Isso é precisamente o
que faz a Lei 9.985/2000 e outros diplomas do direito ambiental, ao restringir o
uso público de UC em homenagem à proteção dos atributos ambientais que
justificaram sua criação.
Entre as exigências e restrições de fruição, conforme leciona Marçal Justen Filho,
“pode-se encontrar a remuneração destinada a compensar as despesas necessárias
à manutenção da coisa ou a produzir um processo de seleção quando não houver
viabilidade de fruição do mesmo bem por um número indeterminado de pessoas” 29.
Dito isso, é preciso ressaltar que há dúvidas quanto à integração desse imóvel ao
atual polígono do PNSJ. Em que pese sua integração estar expressamente prevista
na Escritura Pública de Compra e Venda, os documentos (mapas, memorias
descritivos, etc.) apresentados pelo ICMBio e as informações prestadas por ocasião
da visita de campo infirmam essa condição.
27 As solicitações da matrícula atualizada não foram atendidas até o momento da elaboração deste documento. No caso, a análise documental é fundamental não apenas para avaliação da titularidade, mas também para o exame de eventuais afetações estabelecidas no processo de desapropriação.
28 Tais diferenciações têm levado “alguns a afirmar que existem duas órbitas patrimoniais do Estado [...] uma órbita patrimonial pública e uma órbita patrimonial privada” (JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 906).
29 JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 915.
158
Parque Nacional de São Joaquim
De qualquer modo, como todo o polígono do PNSJ tem sido objeto de discussão
para fins de redefinição, é não só possível, como provável, a inclusão do imóvel
Santa Bárbara no novo perímetro a ser definido para o PNSJ. E mesmo não o
integrando, por ser área contígua, o imóvel submete-se às restrições das áreas
de amortecimento das UC, definidas como “o entorno de unidade de conservação,
onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o
propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade” (art. 2º, inciso XVIII, da
Lei 9.985/2000).
Nos termos do art. 27, § 1º, Lei 9.985/2000, os PM devem abranger,
necessariamente, a Zona de Amortecimento, incluindo medidas com o fim de
promover a integração da área à vida econômica e social das comunidades.
No caso do PNSJ, a Zona de Amortecimento, ainda que possa ser visualizada
no mapa de zoneamento, constitui até o momento apenas uma proposta, não
tendo sido objeto de aprovação e implantação. Assim, aplicável a determinação
contida na Resolução CONAMA 428/2010, atualizada pela Resolução CONAMA
nº 473/2015, que estabelece que o licenciamento de empreendimentos de
significativo impacto ambiental, situados em até 3 km a partir do limite da UC,
sujeitam-se à autorização do órgão responsável pela sua administração (in casu, o
ICMBio).
Registre-se, entretanto, que o PM do PNSJ, ao tratar dos chamados “Campos
de Santa Bárbara”, classifica-os como Zona de Uso Intensivo (8º e 9º polígonos
da ZUI, conforme itens “viii” e “ix”, página 39, do PM do PNSJ). Assim, como esta
área é fronteiriça ao imóvel intitulado “Santa Bárbara”, é também provável que,
na hipótese de integração deste ao polígono, ele seja incluído na Zona de Uso
Intensivo.
Em qualquer caso – se compondo o polígono do PNSJ ou sua Zona de
Amortecimento – a maior restrição de atividades sobre o imóvel “Santa Bárbara”
será, provavelmente, a reservada às Zonas de Uso Intensivo, o que implica ampla
permissividade.
Do exame das atividades previstas nesta Operação 03, todas conformam-se
às disposições da Lei 9.985/2000 e dos Decretos 4.340/2012, 84.017/1979 e
5.758/2006, que foram analisadas por ocasião do exame de adequação normativa
da Operação 01 e, também, do Apêndice A do Encarte 1.
No que se refere à Portaria 85/2012 – ICMBio, conquanto ela não autorize
especificamente as atividades indicadas para esta Operação 03, como dito, isso
não implica vedação, pelas razões expostas quando da análise da Operação 01.
O mesmo não se diga com relação ao PM, que é objeto de consideração
neste projeto piloto PAPP apesar de sua condição de mera proposta. Como
já mencionado, este documento elenca as atividades proibidas e permitidas,
autorizando expressamente ou por analogia:
• Serviço de alimentação e piquenique (p. 54, item 64; e, vedando o
consumo de bebidas alcoólicas, item 65);
• Segurança patrimonial e loja de souvenirs e equipamentos (p. 38,
mencionando “outras facilidades e serviços”; p. 39, item 30, exigindo que
eles sejam indispensáveis ao manejo e à gestão do PNSJ; e p. 48, item 6,
que fala em infraestrutura necessária ao “manejo adequado” do PNSJ);
• Camping e acampamento rústico (p. 48, item 9);
• Eventos especiais externos (o PM como um todo manifesta grande
preocupação em permitir o exercício de atividades educativas e recreativas
no interior da UC, conforme ressaltado no Apêndice B – Encarte 1);
• Cavalgada (p. 39, item 35; e, restringindo o uso de animais de montaria nas
atividades de visitação ao percurso em estradas, item 36);
• Fogueiras Coletivas (p. 39, item 33);
• Mirante (p. 38);
• Trilhas (p. 39, item 31).
Há, porém, vedação específica para “quaisquer modalidades de equipamento
de hospedagem” (p. 48, item 8), ainda que, como dito, sejam permitidos
159
Parque Nacional de São Joaquim
acampamentos e abrigos rústicos (p. 48, item 9) – o que parece não incluir o
alojamento para pesquisadores. Assim, para elidir dificuldades futuras, torna-se
aconselhável aditar essa atividade ao PM antes de sua aprovação, observado
o procedimento recentemente estabelecido pelo ICMBio através da Instrução
Normativa 07, de 21 de dezembro de 2017.
3.3.7.2 Arranjo Jurídico
Tal como afirmado em relação à Operação 01, o instrumento jurídico mais
adequado para regular as atividades aqui previstas é o contrato de concessão
de uso ou, como quer a PFE-ICMBio, “concessão de uso privativo de bens públicos
para a realização de serviços e atividades de apoio ao uso púbico em unidade de
conservação” 30. Isso porque os investimentos necessários à implantação do
Recanto Santa Bárbara e a natureza das atividades a serem desenvolvidas no seu
interior ou a partir dele, reclamam estabilidade jurídica - característica ínsita a
uma modalidade de contratação administrativa, como a concessão, que consigna
segurança e direitos aos concessionários, entre os quais o da justa indenização.
Considerando que atualmente já existem operadores de algumas das atividades
voltadas ao uso público, o contrato de concessão deveria contemplar não
apenas a possibilidade de subcontratação, mas também um bônus para as
subcontratações de operadores locais. Como dito quando da análise da Operação
02, o apoio e a promoção de integrantes da comunidade local são inteiramente
compatíveis com o ordenamento vigente.
Do ponto de vista do instrumento de delegação, o fato de o Recanto Santa
Bárbara se situar fora do perímetro do PNSJ não tem maiores repercussões, uma
vez que a área prevista para sua instalação também é de domínio do Poder
Concedente. Por causa disso, também em relação a essa área incide o regime
jurídico de direito público, bem como as disposições aplicáveis às atividades
e obras a serem realizadas no interior do PNSJ, observadas as indicações feitas
30 Parecer nº 0383/2012/PFE-ICMBIO-SEDE/PGF/AGU, p. 10.
acima sobre a área de amortecimento. Em outras palavras, a concessão pode ser
efetivada mesmo sem que a área seja incluída no polígono da UC, uma vez que
sua titularidade pertence ao ICMBio.
Registre-se que, nesta Operação, assim como na Operação 01, a concessão única
tem como uma de suas vantagens o favorecimento à coordenação das atividades
– sem prejuízo de que a execução de algumas delas possam ser realizadas, como
já mencionado, por outros operadores subcontratados e, como tal, subordinados à
coordenação do concessionário.
3.3.7.3 Síntese do Aspecto Jurídico
Seguem, de modo resumido, as indicações referentes à compatibilidade jurídica e
ao instrumento de delegação adequado para as atividades de uso público desta
Operação 03 (Quadro 3.2).
160
Parque Nacional de São Joaquim
Quadro 3.2 Síntese do aspecto jurídico da Operação 3.
OPERAÇÃO 3 : RECANTO SANTA BÁRBARA
ATIVIDADE / SERVIÇO
COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO
ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO
Normativa expressa Normativa por analogia
Serviços de alimentação
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 35, parágrafo único.
• PM: p. 39, item 34; e p. 54, itens 64 e 65.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e com bônus
Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.
Loja de souvenirs e equipamentos
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art.7º, IV; art. 20; art. 30; art. 36.
• Dec. 84.017/1979: art. 35, parágrafo único.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 38.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Camping / acampamento rústico
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 34; art. 35, parágrafo único; art. 47.
• PM: p. 48, itens 9 e 10.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º; art. 19, V e VI; art. 29, § 1º.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Eventos especiais externos
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 30; art. 33; art. 34.
• PM: p. 11, p. 23, p. 29, p. 30, p. 34.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e com bônus
Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.
Segurança patrimonial
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26.
• PM: p. 23, p. 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e sem bônus
Empresa especializada.
161
Parque Nacional de São Joaquim
OPERAÇÃO 3 : RECANTO SANTA BÁRBARA
ATIVIDADE / SERVIÇO
COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO
ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO
Normativa expressa Normativa por analogia
Alojamento de pesquisadores
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 47.
• Dec. 84.017/1979: art. 35, parágrafo único.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 39, item 34; p. 51, item 18.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável Embora o PM faça referências ao alojamento para pesquisadores no “Recanto Santa Bárbara”, autorizando algumas atividades em seu interior, não se pode deixar de mencionar que o mesmo documento veda “a construção e o funcionamento de quaisquer modalidades de equipamentos de hospedagem dentro do PNSJ” (PM, p. 48, item 8).
Área operacional para cavalgada
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º; art. 26 e ss.
• PM: p. 25; p. 37, itens 21 e 22; p. 39, item 30.
Concessão de uso de bem público
Aconselhável e com bônus
Proprietários locais (pessoas físicas e jurídicas) que já operam com cavalgadas.
Fogueiras coletivas
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 23, parágrafo único.
• PM: p. 39, item 33.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável Fogueiras são vedadas pelo art. 9º, Portaria 85/2012 – ICMBio.
Área de piquenique
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 34.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 25; p. 37, itens 21 e 22; p. 39, item 30.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Trilha suspensa
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 33; art. 34.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º; art. 17 e ss.; art. 38, I.
• PM: p. 11; p. 21; p. 25; p. 28; p. 29; p. 31; p. 35, item 15; p. 37, item 21; p. 39, item 31.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Mirante
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 33; art. 34.
• PM: p. 38.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
162
Parque Nacional de São Joaquim
OPERAÇÃO 3 : RECANTO SANTA BÁRBARA
ATIVIDADE / SERVIÇO
COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO
ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO
Normativa expressa Normativa por analogia
Trilhas terrestres
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 30; art. 33; art. 34.
• Port. 85/2012: art. 17 e ss.; art. 38, I.
• PM: p. 11; p. 21; p. 28; p. 29; p. 31; p. 35, item 15; p. 37, item 21; p. 39, item 31.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e com bônus
Para essa atividade aconselha-se a previsão de cláusula de bonificação no contrato para operadores pessoas físicas que residem no entorno do Parque.
Sinalização interpretativa
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 30.
• PM: p. 21; p. 29; p. 51, itens 19 e 20.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Piquenique
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 35, parágrafo único.
• PM: p. 39, item 34; e p. 54, itens 64 e 65.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Caminhadas
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 30; art. 33; art. 34.
• Port. 85/2012: art. 17 e ss.; art. 38, I.
• PM: p. 11; p. 21; p. 28; p. 29; p. 31; p. 35, item 15; p. 37, item 21; p. 39, item 31.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e com bônus
Para essa atividade aconselha-se a previsão de cláusula de bonificação no contrato para operadores pessoas físicas que residem no entorno do Parque.
Cavalgada
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 16, parágrafo único; art. 30; art. 33; art. 34.
• PM: p. 11; p. 37, itens 26 e 27; p. 39, itens 35 e 36; p. 44, item 56.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º; art. 26 e ss.
Concessão de uso de bem público
Aconselhável e com bônus
Proprietários locais (pessoas físicas e jurídicas) que já operam com cavalgadas.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
163
Parque Nacional de São Joaquim
3.3.8 REFERÊNCIAS CONCEITUAIS
Para atender efetivamente ao mercado e suas tendências, é importante que
as operações possuam identidade e características adequadas. Estas questões
podem ser promovidas através da incorporação de conceitos de serviços, padrões
construtivos, operações, entre outros. Partindo das análises realizadas, são
apresentadas referências conceituais para Operação 03: Recanto Santa Bárbara.
3.3.8.1 Identidade e Conceito
A arquitetura e o design são elementos com alta capacidade de influenciar e
incentivar positivamente a atratividade, a experiência e as vivências relacionadas
ao consumo de um determinado espaço, conforme previamente mencionado. O
desenvolvimento de estruturas, ambientes e elementos que reflitam conforto e
bem-estar, bem como valorizem as características locais alinhadas às tendências
globais, pode ser um motivo a mais para tornar a visitação ao PNSJ uma
experiência única e diferenciada. Desta forma, condicionantes arquitetônicas que
busquem uma proposta moderna, sustentável e atenta às demandas e tendências
de mercado apresentadas são fundamentais e devem ser observadas como
referenciais conceituais para o PNSJ.
Buscando adequação ao mercado, indica-se que a Operação 3, principalmente
as edificações voltadas ao serviço de alimentação, incorpore um dos conceitos
apresentados a seguir.
• Domo geodésico
Os domos geodésicos são formas compostas por uma rede de polígonos,
geralmente triângulos, que formam uma esfera e podem ser utilizados no
design de estruturas arquitetônicas. Estas estruturas, quando bem planejadas,
podem gerar diversos elementos positivos para sua construção, meio ambiente
e conforto do usuário, como: i) eficiência energética: por ser uma forma esférica,
os fluxos de ar são circulares, o que torna mais fácil a climatização, e por ter uma
cobertura curva, a superfície que enfrenta o sol é menor, por isso não há grandes
variações de temperatura no verão e inverno; ii) construção rápida e limpa: é uma
estrutura relativamente fácil e rápida de construir e transportar, além disso gera
muito menos resíduo que as estruturas tradicionais; iii) resistência às intempéries:
a estrutura é leve e resistente, capaz de resistir a ventos fortes, terremotos e
tormentas de neve; iv) vãos livres: como a estrutura não possui pilares, há mais
espaço livre no interior; v) ventilação natural: com aberturas bem orientadas, na
base, meio e topo, fornece uma excelente mistura do ar e temperatura, e pode
funcionar como efeito chaminé; vi) redução dos custos iniciais: por necessitar
uma menor quantidade de material empregado, há uma redução dos custos de
materiais, e também por ser uma estrutura relativamente fácil de montar (Figura
3.14).
Figura 3.14 Exemplos de aplicação do domo geodésico em edificações.
Fonte: EcoCamp – Patagônia, s.d.; Galeria de Tejlgaard, s.d.; Jepsen, s.d..
164
Parque Nacional de São Joaquim
• Elementos naturais locais
O uso de elementos naturais, preferencialmente locais, nas construções podem
criar uma atmosfera que propicie a conexão do visitante ao ambiente em seu
entorno. Torna-se também mais fácil, quando comparado à alvenaria tradicional,
integrar a edificação à paisagem. A Figura 7.15 ilustra a aplicação de elementos
naturais locais na construção em uma pousada próxima ao PNSJ.
Figura 3.15 Exemplo do uso de elementos naturais locais
em construção de pousada próxima ao PNSJ.
Fonte: Parador Casa da Montanha – Brasil, s.d.; Dornan’s – EUA, s.d..
Indica-se a utilização de palhas para a elaboração dos telhados, madeiras locais
(desde que legalizadas) e o arenito vermelho e basalto, característico da região do
PNSJ.
3.3.8.2 Kit-Piquenique
O kit-piquenique em formato de mochila (Figura 3.16) é uma maneira prática para
realizar a alimentação em áreas naturais. O kit consiste em um jogo de pratos,
copo e talheres, toalha para piquenique e uma mochila que possui espaço para
armazenamento de alimentos e bebidas.
Figura 3.16 Exemplos de Kit-piquenique para alimentação do visitante em áreas naturais.
Fonte: Prima, s.d.; Company Picnic Planning & Catering San Diego, s.d..
Recomenda-se o uso do kit-piquenique na região de Santa Bárbara, principalmente
em área de piquenique a ser implementada na Trilha da Cascatinha. O operador
poderá oferecer a locação do kit, juntamente com a venda da alimentação. Com
o kit-piquenique em formato de mochila, o visitante poderá caminhar por trilhas
curtas até a área própria para alimentação em ambiente natural.
3.3.8.3 Eventos Especiais
Poderão ser criadas atividades que explorem de maneira criativa o potencial da
área da Santa Bárbara. São exemplos de acontecimentos ou atividades que podem
ser desenvolvidas: caminhada sonora por percursos previamente planejados (com
auxílio de áudio 3D, imersivo e que explore tanto os aspectos reais, como a flora,
fauna, geologia, quanto aqueles imaginários do espaço, como lendas e histórias
locais ligadas ao Tropeirismo, área do antigo cemitério); caminhadas em noite
de lua cheia; assistir ao nascer ou ao pôr do sol na área dos Campos de Santa
Bárbara; oficinas que resgatem vivências da infância, como fabricar e soltar pipas;
workshop sobre fotografia de aves; observação noturna do céu com instrumentos
astronômicos ou a olho nu; aplicativo de realidade aumentada que permita reviver
aspectos da história local, com personagens reais e fictícios, imagens antigas e
atuais, depoimentos de antigos moradores sobre a memória afetiva e histórica
165
Parque Nacional de São Joaquim
do local, bem como das populações tradicionais que por ali passaram como os
índios Xoklengs que habitaram as serras catarinenses e eram conhecidos como
Caminhantes do Sol; criação de um evento especial para projeção de vídeo
mapping temático sobre o PNSJ, suas histórias, seu acervo ambiental e cultural.
3.3.8.4 Contemplação e Experiência
A contemplação da natureza com o apoio de instalações arquitetônicas que
ofereçam conforto e experiências sensoriais, potencializando a atividade e a
integração com o meio ambiente. As instalações podem explorar temas como
clima, vento, geologia, história do local e sons do ambiente (Figura 3.17).
Sugere-se a implantação de mirante e instalações com conceitos de design
emocional, conforto, segurança e interatividade com a paisagem e a região e que
explore o uso de materiais e formas inovadoras, transformando-se em um atrativo
em si e agregando valor à experiência da visitação. As instalações poderão ser
implementadas próximo ao vale do Morro do Baú, com uma trilha suspensa entre
o cemitério dos tropeiros e o mirante.
Figura 3.17 Exemplos de instalações de mirantes que promovem
a contemplação com experiência.
Fonte: Barbour Product Search, s.d.; Visitnorway.com, 2018.
3.3.8.5 Fogueiras Coletivas
Sugere-se a destinação de espaços específicos para a prática de fogueiras coletivas
como forma de socialização no interior do PNSJ, com conforto e segurança.
Assim como as instalações de contemplação e experiências, as fogueiras coletivas
podem integrar conceitos de design e explorar o uso de materiais e formas
inovadoras, transformando a instalação e seu entorno em um atrativo.
Figura 3.18 Exemplos de fogueiras (pitfires) e lareiras externas em áreas naturais.
Fonte: Keptelenseg.hu, 2012; Diynetwork.com, 2010; Odd Job Landscaping, 2017.
O espaço para as fogueiras coletivas deve estar localizado na área de Santa
Bárbara, próximo ao Recanto Santa Bárbara (atual Alojamento de Pesquisadores).
166
Parque Nacional de São Joaquim
3.4 RECOMENDAÇÕES: AÇÕES, ATIVIDADES E OPERAÇÕES
Visando o sucesso da implementação das operações propostas, a consolidação
da visitação no PNSJ, o desenvolvimento do turismo no local e a ampliação das
possibilidades de visitação nesta UC, recomenda-se as seguintes ações de apoio e
proteção ao turismo, novas atividades de visitação e novas operações.
3.4.1 AÇÕES DE APOIO E PROTEÇÃO AO TURISMO
O PNSJ, no contexto do projeto piloto PAPP e sob a perspectiva do Uso Público,
pode ser compreendido como um atrativo turístico âncora para a região e como
elemento indutor da dinâmica integradora entre os diferentes atores da cadeia
produtiva do turismo local e regional. Nesta perspectiva serão propostas algumas
atividades de apoio e proteção ao turismo no PNSJ que poderão ser utilizadas
como instrumentos facilitadores da transformação da dinâmica turística da
UC e seu respectivo entorno. As atividades propostas buscam contribuir para
continuidade do envolvimento e melhor desenvolvimento da cadeia produtiva do
turismo no entorno do PNSJ, bem como a utilização sustentável de seus recursos
para fins recreativos e educativos. Deverá contribuir também para o avanço das
operações propostas, a implementação e a promoção das parcerias público-
privadas.
3.4.1.1 Fortalecimento dos Mecanismos de Gestão do PNSJ
O modelo de desenvolvimento turístico para o PNSJ deve-se pautar pela busca
do crescente protagonismo da sociedade civil localizada em seu entorno, tanto
no desenvolvimento das atividades propostas, quanto na tomada compartilhada
de decisões de gestão. Neste sentido recomenda-se que sejam desenvolvidos
mecanismos durante o processo do projeto piloto PAPP que contribuam para
o fortalecimento do Conselho Consultivo do PNSJ, criado pela Portaria nº 46 de
30/06/2011 e suas modificações (Portaria 114, de 27/10/2014) e cuja finalidade
é a de contribuir com ações voltadas ao efetivo cumprimento dos objetivos de
criação e a correta implementação do Plano de Manejo do PNSJ. Promovendo,
assim, uma instância que dá voz ao território organizado e que efetivamente
colabore para o estabelecimento de prioridades e estratégias de desenvolvimento
do PNSJ. Nesse contexto, a atuação orientadora e apoiadora do governo federal,
municipal e iniciativa privada envolvida deve ser estimulada e fortalecida.
Dessa forma, recomenda-se o desenvolvimento de ações que envolvam a
capacitação dos agentes públicos e privados que compõem o Conselho, em
temas que sejam relevantes para o aprimoramento da gestão e atuação da
instância. Além da elaboração de um planejamento estratégico que oriente a
atuação da instância considerada no contexto do projeto piloto PAPP e cogestão
da UC. É fundamental, também, a sensibilização e mobilização dos demais atores
do turismo local (empresários, setor público, sociedade civil relacionada ao
tema, entre outros), por meio de palestras, campanhas e ações de sensibilização
e mobilização destinada a esclarecer o papel exercido pelas novas atividades e
serviços resultados do projeto piloto PAPP no contexto do turismo local e regional,
bem como as oportunidades oferecidas ao entorno imediato do PNSJ.
3.4.1.2 Fortalecimento das Redes Colaborativas de Turismo
Com objetivo de potencializar o desenvolvimento turístico integrado com
foco na sustentabilidade, o Ministério do Turismo vem atuando desde 2003
em parceria com os estados e municípios por meio de diversos programas de
desenvolvimento do turismo, e trabalhando na implementação do Programa de
Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil, que é o principal eixo de política
pública do turismo nacional. Por meio desta, os municípios são incentivados a um
trabalho conjunto de estruturação e promoção, em que cada peculiaridade local
busca ser contemplada, valorizada e integrada em um mercado mais abrangente.
Neste contexto, o PNSJ está inserido em duas Regiões Turísticas, a saber: a Região
Turística da Serra Catarinense e a Região Turística Encantos do Sul.
Recomenda-se que os desdobramentos do projeto piloto PAPP também se
alinhem e contribuam com o fortalecimento desta política de gestão turística
descentralizada ao buscar estabelecer diálogo com esta rede de cooperação já
167
Parque Nacional de São Joaquim
instalada no território. De forma a somar o processo já em curso, fortalecendo-o
e, ao mesmo tempo, se beneficiando do mesmo. Uma vez que as demandas do
setor turístico regional estabelecem sinergia nesta rede, em diversos temas como:
promoção e posicionamento turístico regional; qualificação profissional, dos
serviços e da produção associada; melhoria da infraestrutura turística; fomento
ao empreendedorismo, captação e promoção de investimento; melhoria da
informação ao turista; ações de promoção e apoio à comercialização.
A partir desta rede de regionalização do turismo estadual se potencializa a
resolução destas demandas comuns, por meio de soluções conjuntas e pelo
aporte de recursos federais e estadual, bem como recursos provenientes de
emendas parlamentares, de forma a melhorar continuamente os aspectos de
competitividade turística regional e, consequentemente, nacional.
Assim, ao buscar integrar esse ambiente, o PNSJ não só colaborar para o
fortalecimento do processo como também beneficia o desenvolvimento turístico
territorial integrado. Dinâmica semelhante pode ser estabelecida, também, com
outras Regiões Turísticas fora do estado, como a Região de Aparados da Serra,
pela influência e similaridades que podem ser potencializadas, por exemplo, em
formato de roteiros turísticos integrados.
3.4.1.3 Desenvolvimento de Ações de Acesso a Mercado
O desenvolvimento de estratégias de comercialização e promoção do turismo no
PNSJ, alinhadas aos objetivos da UC e como atividade de apoio ao uso público,
é fundamental para o sucesso de implementação do projeto piloto PAPP, no
contexto do mercado turístico atual. Recomenda-se que as ações de mercado
sejam também centralizadas e realizadas por um parceiro privado e vinculadas ao
Centro de Visitantes.
Neste sentido é fundamental que o PNSJ desenvolva um posicionamento
adequado no mercado, por meio de uma comunicação efetiva com o seu público-
alvo, empresários e poder público, bem como adote ações comerciais sinérgicas
que alavanquem a atividade turística no interior da UC, de acordo com o que
preconiza seu Plano de Manejo, e se integre à dinâmica econômica da região.
As ações de mercado, sejam elas em âmbito regional, nacional e internacional,
devem se orientar por práticas inovadoras, fazendo uso da inteligência de
mercado e com foco em segmentos específicos com maior potencial de
convergência para as atividades e serviços realizados no PNSJ. São exemplo de
ações de mercado que podem ser estabelecidas:
Marketing Digital: desenvolvimento de ações de comunicação por meio
da Internet, da telefonia celular e outros meios digitais para divulgação e
comercialização de produtos e serviços, comunicação com o trade turístico
e comunidade, conquista de novos visitantes e melhoria da rede de
relacionamentos. Buscar fazer o melhor uso das possibilidades do meio digital e
das tecnologias a favor da comunicação do PNSJ;
• Marketing de Conteúdo e Mídias Sociais: desenvolvimento de ações
que busquem engajar-se com o público-alvo e comunicar os atributos
e diferenciais do PNSJ por meio da criação de conteúdos relevantes e
estimulantes, atraindo, envolvendo e gerando valor para as pessoas de
modo a criar uma percepção positiva do destino e da região. Já a gestão
das mídias sociais constitui canais de relacionamento na internet, os quais
possuem diferentes possibilidades de interação e participação entre
os usuários, a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de
informação nos mais diversos formatos, com a capacidade de gerar mídia
espontânea, criar ou compartilhar conteúdo, com baixo custo de produção
e distribuição e alto impacto social;
• Realização de famtrips, que consistem em levar blogueiros e jornalistas
de viagens até o PNSJ para que conheçam a oferta de atividades e
possam comunicá-la ao mercado; realização de campanha takeover com
convidados de alto impacto, estas campanha consistem em convidar
influenciadores (personalidades, especialistas em determinados temas,
168
Parque Nacional de São Joaquim
viajantes conhecidos, como por exemplo: montanhistas, praticante de
trekking, profissionais de gastronomia, esportistas, blogueiros de viagem,
entre outros) para assumirem por um dia a administração das contas da
redes sociais, postando conteúdos relacionados a suas experiências e
visões sobre o destino, a partir de briefings prévios. É um tipo de ação com
excelentes resultados de engajamento e produção de conteúdos criativos;
• Participação em feiras e eventos especializados do setor, em parceria
com o destino turístico Serra Catarinense (geralmente os destinos já
realizam o investimento de participação nas feiras e parcerias podem ser
estabelecidas, de forma a gerar um baixo custo de participação para o
PNSJ).
3.4.1.4 Monitoramento das Atividades de Visitação
O monitoramento das atividades de visitação visa: i) monitorar a qualidade da
experiência dos visitantes e gerar subsídios visando melhorá-la e ii) manter o
objetivo básico da categoria de UC Parque Nacional, avaliando a perturbação da
visitação na preservação dos ecossistemas naturais de grande relevância ecológica
e beleza cênica. As ações desenvolvidas pelo parceiro privado deverão apoiar a
gestão do PNSJ em atuação conjunta com o ICMBio, observando o disposto em
documentos e diretrizes específicos deste órgão e no que orienta o Plano de
Manejo da UC. Formas inovadoras que preconizem o uso da tecnologia podem ser
desenvolvidas, sobretudo para avaliação da satisfação da visita e monitoramento
espacial dos fluxos de visitação.
3.4.1.5 Ouvidoria
A criação de uma ouvidoria visa, de um lado, atender à necessidade da
administração do Parque em possuir um canal para os visitantes manifestarem
reclamações, denúncias e sugestões sobre os serviços que lhes foram oferecidos,
reparando, eventualmente, os danos que sofrerem por parte dos operadores de
turismo; de outro, à conveniência de se constituir uma instância de controle, de
aprimoramento e de aproximação dos serviços às expectativas dos visitantes.
Para que essas necessidades sejam atendidas é, em geral, suficiente o
atendimento de duas condições: a) independência do ouvidor em relação aos
administradores e aos prestadores de serviço, o que se obtém com a atribuição
de mandato certo; b) autonomia financeira da ouvidoria, o que se consubstancia
com a fixação de verba anual, por uma instância deliberativa colegiada. Sugere-se,
para o atendimento dessas condições, e para reduzir custos, que a ouvidoria se
constitua como uma unidade do Conselho Gestor do PNSJ, podendo ser Ouvidor
um dos membros do próprio Conselho.
3.4.2 ATIVIDADES DE VISITAÇÃO E OPERAÇÕES
De maneira complementar, realiza-se recomendações de atividades de visitação
e operações com base nos potenciais identificados para o PNSJ, referentes à
atratividade dos locais, mercado potencial e macrotendências.
3.4.2.1 Região de Três Barras
A região de Três Barras localiza-se no município de Orleans, na parte leste do PNSJ,
bem ao pé da Serra Geral (Figura 7.19). O local é uma comunidade rural composta
de aproximadamente 20 famílias, com áreas dentro da UC, algumas em processo
de regularização fundiária, outras não. O nome se dá pelo fato de estar localizada
na confluência dos rios Laranjeiras, Vaca Mora e Pedra Furada. A área já é acessada
por alguns visitantes, de origem local/regional para a prática, principalmente, de
caminhadas e cavalgadas. Guarda um grande valor ambiental e paisagístico com
elevado potencial para uso turístico. A seguir serão destacadas algumas atividades
possíveis de serem realizadas nesta região do PNSJ.
169
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 3.19 Região de Três Barras no PNSJ e entorno – Orleans/SC.
Fonte: Sergio Parisi, s.d..
• Travessia Urubici-Orleans (e vice-versa):
Esta travessia é também conhecida como Trilha da Pedra Furada (via Orleans),
tem início a partir da região de Três Barras, no município de Orleans (parte baixa
do PNSJ) e permite acessar a Pedra Furada. Segundo relatos de praticantes, é
considerada uma trilha intensa e de difícil acesso. Possui aproximadamente 11 km
(ida/volta) e estima-se cerca de 12 horas para este percurso. Passa por áreas não
consolidadas do PNSJ (devolutas e particulares).
• Travessia Bom Jardim da Serra-Orleans (e vice-versa):
O trajeto é conhecido como Trilha dos Tropeiros, na serra do Imaruí, entre Orleans
e Bom Jardim da Serra, passa pela comunidade de Brusque do Sul, no município
de Orleans, e percorre regiões rurais no município de Lauro Müller. O início da
travesseia está situado a 25 km do centro de Bom Jardim da Serra. Este antigo
caminho da serra do Imaruí foi provavelmente aberto na primeira metade do
século XIX. Os primeiros registros sobre o local datam de 1825 e destacam
que a rota servia como meio de ligação entre os campos de Lages e o litoral,
especialmente Laguna. São cerca de seis horas de caminhada em meio a Mata
Atlântica, em um percurso de aproximadamente 8 km, atingindo uma altitude de
1.412 metros acima do nível do mar, com ocorrência de muitos riachos e quedas-
d’água. O percurso total é de aproximadamente 15 km.
• Balonismo:
A área de Três Barras está localizada em um vale e, por isso, abrigada do vento.
Estas condições climáticas permitem a prática de voo em balão cativo. Para
a contemplação cênica desta região, a partir de observação panorâmica,
recomenda-se a operação do balonismo. O voo cativo é uma modalidade de
balonismo que possibilita o balão decolar e pousar no mesmo local, atingindo
uma altura de até 100 metros, a depender das condições do terreno e do clima,
uma vez que, quanto mais sobe, mais sujeito a camadas de ventos estará o que
pode acabar forçando o balão para o solo, também é necessária a a existência
de uma extensão de área equivalente, em sentido horizontal, à mesma distância
subida em sentido horizontal do voo do balão para uma operação segura.
O balão estará preso a uma corda, permitindo a realização de voos curtos
para turismo e evitando os riscos de aterrissagens em locais não desejados ou
perigosos. As características desta modalidade de voo permitem que ele seja
utilizado como alternativa de mirante, oferecendo uma interessante experiência
para explorar a paisagem.
3.4.2.2 Área da Serra do Corvo Branco
Localizada cerca de 30 km de Urubici, a Serra do Corvo Branco é cortada pela
estrada SC-370, que liga as cidades de Urubici e Grão-Pará, contendo sinuosas e
imponentes curvas, convertendo ambos (serra e estrada) em ponto turístico da
região serrana de Santa Catarina, especialmente em trecho onde a estrada corta
dois paredões paralelos com 90 m cada um deles (Figura 7.20). Esse trecho é
considerado o maior corte, em rocha arenítica, do Brasil.. A região apresenta, ainda,
porções com campos de altitude e bordas de serra conferindo mais beleza cênica.
Esta área faz limite com o Norte do PNSJ e do seu alto é possível visualizar ao
longe o Morro da Igreja e também algumas cidades do sul do estado, assim como
parte do litoral. As áreas do PNSJ que integram essa região não estão consolidadas.
As atividades aqui recomendadas poderão ser desenvolvidas somente caso a área
seja regularizada.
170
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 3.20 Paisagens da região da Serra do Corvo Branco, PNSJ e entorno.
Nota: vista da estrada SC-370 em trecho da Serra do Corvo Branco, à esquerda. Fonte: Registro do Autor, 2018.
• Glamping:
Com paisagens extraordinárias e amplo espaço, a Área da Serra do Corvo Branco
possibilita receber instalações para a operação de meio de hospedagem. A área
permitiria ofertar uma experiência única de hospedagem seguindo esse conceito
e podendo estar atrelada à outras práticas na mesma região como cavalgadas e
caminhadas. Permite também a instalação de estruturas de mirantes por possuir
pontos de elevado interesse paisagístico, de forma a facilitar a contemplação e
a interpretação da vista panorâmica e dos elementos singulares da paisagem.
Sugere-se a implantação de um meio de hospedagem que adiciona às
características de contato com a natureza do campismo com conforto e serviços
da hotelaria de luxo, do tipo Glamping.
• Cavalgada:
A organização e operação de atividades de cavalgada para grupos ou
individualmente, nesta área, agrega lazer e cultura, uma vez que esta é uma
manifestação cultural presente na região. O uso do cavalo, especialmente
manejado para a prática, permitirá explorar a região de uma forma descontraída,
com conforto e segurança, desfrutando de um lindo visual.
3.4.2.3 Região de Santa Bárbara
A Região de Santa Bárbara foi apresentada previamente e prevê a Operação
03: Recanto Santa Bárbara. São aqui recomendadas possíveis operações para
expansão da Operação 03 e diversificação atividades na região.
• Mini Day Spa:
Sugere-se a operação de estabelecimento comercial com estrutura específica para
oferecer aos visitantes do PNSJ atividades terapêuticas, tratamentos de saúde,
beleza e bem-estar, que explore o valor cênico do local e de sua exuberante
natureza, denominado mini day spa. O local poderá proporcionar momentos de
relaxamento, cuidados e bem-estar, utilizando equipamentos como banheira de
hidromassagem, terapias, massagens, tratamentos faciais e corporais e prática
de yoga exercícios ao ar livre. O conceito mini day spa refere-se a um local onde
atividades não ultrapassam o período de um dia. Os tratamentos, por exemplo,
podem ter duração de 1 a 2 horas. A Figura 7.21 apresenta alguns exemplos de
atividades terapêuticas conforme o conceito mini day spa.
O espaço que ofereça aos visitantes terapias e pequenos tratamentos de saúde,
beleza e bem-estar integrados à natureza, com conforto e segurança, poderá ser
implementado em área próxima ao alojamento de pesquisadores.
171
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 3.21 Exemplos de Mini Day Spa em áreas naturais.
Fonte: Peru Eco Camp, s.d.; EcoCamp Patagônia, s.d.; Alloggio Filardi Hospedaria - Serra da Mantiqueira, s.d.; Natural
Yoga - Nova Jersey, s.d.; Mhondoro Lodge, s.d..
• Transporte Santa Bárbara:
Uma vez implementada a Operação 03 e conforme condições previstas no Plano
de Manejo do PNSJ e o que foram estabelecidos em regulamentos específicos,
indica-se avaliar a inclusão da prestação de serviços de transporte em veículo
especial com fins turísticos na área da estrada geral da Santa Bárbara.
O trajeto da estrada geral da Santa Bárbara, trecho Urubici - Bom Jardim da Serra,
atravessa paisagens de grande valor cênico, geológico e paisagístico do PNSJ
com potencial de exploração para passeios em veículos especiais. Embora seja
uma estrada municipal suas condições de percurso não são ideais para veículo
de passeio comuns. Assim, um transporte exclusivo combinado à um passeio
panorâmico pelo PNSJ pode atuar como um bom atrativo.
• Passeios de Bicicleta:
A região de Santa Bárbara apresenta também grande potencial para a
realização de cicloturismo e passeios de bicicleta. Dessa forma, recomenda-se o
planejamento para a operação este tipo de passeio pela área do PNSJ e circuitos
pré-determinados.
Sugere-se a operação de passeios de bicicleta, incluindo a locação das bicicletas
e equipamentos de segurança, com duração mínima de 1 hora, podendo durar
até 6 horas. Caso implementado, a operação deverá obedecer às normas técnicas
estabelecidas para a atividade, uso de equipamentos de segurança, correto
manejo da área do PNSJ que integrará o circuito, planejamento para que o serviço
não conflite com outras atividades na mesma área, oferecimento de serviço de
condução e aplicação de técnicas de mínimo impacto para a atividade.
172
Parque Nacional de São Joaquim
4. ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA
Este item avalia a sustentabilidade financeira de propostas de Parcerias Ambientais
Público-Privadas para o PNSJ. Para isso, em primeiro momento, apresentam-se os
cenários de análise e as premissas para o modelo de análise econômico-financeira.
Os resultados obtidos são descritos quanto às suas composições por conta
econômico-financeira e indicadores de performance.
4.1 CONSTRUÇÃO DOS CENÁRIOS DE ANÁLISE
Partindo das atividades e serviços de apoio à visitação no âmbito das Parcerias
Ambientais Público-Privadas propostas para o PNSJ e apresentadas previamente,
realiza-se a construção dos cenários de análise de viabilidade econômico-
financeira. A composição dos cenários de análise de viabilidade econômico-
financeira compreende:
• Modelos de negócios (operações) isolados;
• Modelos de negócios (operações) agrupados em lotes.
Ao todo são propostos 17 cenários de análise, contabilizando os modelos de
negócios analisados isoladamente e lotes (Quadro 4.1). A formação de lotes levou
em consideração a localização geográfica dos empreendimentos propostos e
busca por sinergia em suas operações.
Quadro 4.1 Composição dos cenários para a análise
de viabilidade econômico financeira.
CEN. OPERAÇÃO ALTERNATIVA E REFERÊNCIA
CV-A 01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas A – “localização = km 9”
CV-B 01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas B – “localização = sede administrativa do PNSJ”
CV-C 01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas C – “localização = km 9 e sede administrativa”
CV-D 01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas D – “localização = centro de Urubici”
TU-A 02 – Transporte Único A – “embarque = CV localizado no km 9”
TU-B 02 – Transporte Único B – “embarque = km 0”
TU-C 02 – Transporte Único C – “embarque = centro urbano de Urubici”
RSB 03 – Recanto Santa Bárbara –
Lote A01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas A – “localização = km 9”
02 – Transporte Único A – “embarque = CV localizado no km 9”
Lote B
01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas A – “localização = km 9”
02 – Transporte Único A – “embarque = CV localizado no km 9”
03 – Recanto Santa Bárbara –
Lote C01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas B – “localização = sede administrativa do
PNSJ”
02 – Transporte Único C – “embarque = centro urbano de Urubici”
Lote D
01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas B – “localização = sede administrativa do PNSJ”
02 – Transporte Único C – “embarque = centro urbano de Urubici”
03 – Recanto Santa Bárbara –
Lote E01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas D – “localização = centro de Urubici”
02 – Transporte Único B – “embarque = km 0”
Lote F
01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas D – “localização = centro de Urubici”
02 – Transporte Único B – “embarque = km 0”
03 – Recanto Santa Bárbara –
TR-A01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas A – “localização = km 9”
02 – Transporte Reduzido A – “embarque = CV localizado no km 9”
TR-PIC-B01 – PIC B – “localização = sede administrativa do PNSJ”
02 – Transporte Reduzido C – “embarque = centro urbano de Urubici”
TR-PIC-D01 – PIC D – “localização = centro de Urubici”
02 – Transporte Reduzido B – “embarque = km 0”
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
173
Parque Nacional de São Joaquim
Os detalhamentos adicionais dos cenários de análise são apresentados em
seguida, através de suas premissas. Realiza-se posteriormente testes quanto às
suas viabilidades econômico-financeiras.
4.2 PREMISSAS DO MODELO ECONÔMICO-FINANCEIRO
A avaliação da viabilidade econômico-financeira de uma atividade econômica
é fundamentada em parâmetros e projeções determinados por premissas.
Os parâmetros são compostos por normas tributárias, alíquotas financeiras,
comportamento da conjuntura econômica e dos consumidores, custos e preços e
limitações operacionais.
As premissas utilizadas para a análise de viabilidade econômico-financeira
foram determinadas a partir de embasamentos legal e metodológico adequado
para esta modalidade de análise, conforme estabelecido pelos procedimentos
adotados pela presente avaliação. Utilizou-se fontes oficiais para obtenção dos
valores de referência e alíquotas tributárias e preços referenciais.
Apresenta-se, portanto, as premissas empregadas na análise de viabilidade
econômico-financeira dos cenários de análise para as Parcerias Público-Privadas
no PNSJ.
4.2.1 ESTIMATIVA DA DEMANDA
A projeção de demanda de visitantes é parte fundamental para a análise de
viabilidade. Realiza-se neste item a previsão do fluxo de acessos ao PNSJ para
o período da modelagem econômico-financeira. Para tanto, define-se visitante
como sendo a pessoa que ingressa à UC com o objetivo de realizar as atividades
de uso público permitidas no Plano de Manejo, indiferente de condição (pagante
ou isento). Adicionalmente, considera-se que ao sair e retornar ao local, a pessoa é
novamente contabilizada como visitante.
Utiliza-se o modelo de projeção de demanda proposto por Rabahy (2003),
adaptado para a realidade do PNSJ e dados disponíveis. A projeção é inicialmente
realizada para a visitação ao Morro da Igreja. As especificidades da estimativa são
apresentadas no presente item.
O fluxo de visitantes no PNSJ (Morro da Igreja) apresentou variações ao longo dos
anos de 2010 a 2017 (Figura 4.1). A quantidade de visitantes anuais no início da
década de 2010 cresceu solidamente, atingindo seu ápice em 2013 com quase
140 mil visitas no ano.
Figura 4.1 Visitantes anuais no PNSJ (Morro da Igreja): 2010 - 2017.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio – 2010-2017.
Uma característica marcante desta visitação é a sazonalidade (Figura 4.2), com
alta concentração nos meses de junho a agosto, em decorrência do inverno e a
possibilidade de ocorrência de neve no Parque junto ao seu principal atrativo, o
Morro da Igreja.
174
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 4.2 Distribuição mensal da visitação no PNSJ (Morro da Igreja): 2010 - 2017.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio, 2017.
Partindo do número de visitantes registrado, os seguintes procedimentos foram
adotados:
• Determinação de uma função matemática a partir de regressão linear
simples, considerando o fluxo de visitante entre 2009 e 2017 para aferição
da tendência de visitação (cenário-base);
• Paralelamente, em avaliação alternativa e buscando conferir os efeitos das
alterações do fluxo ocorridas entre 2013 e 2014, estabelece-se a tendência
de visitação entre o período 2014 e 2017 (cenário otimista);
• Determina-se como o cenário conservador uma variação anual equivalente
à 50 % do delta (ou beta) encontrado para o cenário-base;
• Realiza-se a projeção para 10 anos, equivalente ao período entre 2018 e
2028.
Como não existem informações para a conjuntura brasileira sobre a elasticidade
preço da demanda por visitação em UC, pressupõem-se uma elasticidade
negativa fixa de 15 %, decorrente do aumento dos gastos dos visitantes (item
4.2.3). O efeito é aplicado ao primeiro ano de operação das operações planejadas,
portanto em 2019 (Figura 4.3).
Figura 4.3 Projeção de demanda para o PNSJ (Morro da Igreja): 2019 - 2029.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio, 2017.
Avaliando o comportamento da sazonalidade da visitação e as informações
levantadas por Omena (2014), pode-se definir quatro temporadas de visitação:
• Alta temporada: ocorre nos meses de junho, julho e agosto e concentrou
em média 41,94 % das visitações (13, 98 % ao mês);
• Média temporada: ocorre nos meses de janeiro, abril, maio e dezembro e
concentrou em média 30,50 % das visitações (7,63 % ao mês);
• Baixa temporada: ocorre nos meses de fevereiro, março, setembro, outubro
e novembro e concentrou em média 27,55 % das visitações (5,51 % ao
mês);
• Dias de pico.
Os dias de pico ocorrem em função da previsão de neve e da adjeção de feriados
prolongados e o turismo de inverno. Foram registrados 20 dias de pico em 2013
e 2014. Na série histórica de dados, excluindo-se dois registros classificados como
outliers, verifica-se uma média de 1.824 visitantes por dia e um desvio padrão de
793 unidades. Estabelece-se, assim, um upper bound de 2.647 visitantes por dia,
para dias de pico. Adicionalmente, determina-se que os dias de pico aumentam
175
Parque Nacional de São Joaquim
em função do crescimento da demanda, iniciando ao patamar de 8 dias ao ano.
Presume-se este comportamento pelo reflexo do aumento da dispersão da
visitação e possíveis intenções de visitas com maior tempo de permanência na
região do PNSJ (Tabela 4.1).
Tabela 4.1 Projeção de visitantes anuais por temporada e média de visitantes por dia
por temporada, entre 2019 e 2029 para o Cenário-base.
VISITANTES / ANO POR TEMPORADATEMPORADA 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029Pico (dias no ano)
8,0 8,2 8,4 8,7 8,9 9,1 9,3 9,6 9,8 10,0 10,2
Pico 21.173 21.765 22.356 22.947 23.538 24.129 24.721 25.312 25.903 26.494 27.086Alta (- pico) 21.476 22.076 22.675 23.275 23.875 24.474 25.074 25.674 26.273 26.873 27.473Média 31.018 31.884 32.750 33.616 34.482 35.348 36.214 37.081 37.947 38.813 39.679Baixa 28.020 28.802 29.584 30.367 31.149 31.932 32.714 33.497 34.279 35.061 35.844
MÉDIA DE VISITANTES / DIA POR TEMPORADATEMPORADA 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029Pico 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647Alta (- pico) 447 460 472 485 497 510 522 535 547 560 572Média 207 213 218 224 230 236 241 247 253 259 265Baixa 350 360 370 380 389 399 409 419 428 438 448
Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio, 2017.
São considerações adicionais sobre a estimativa de demanda por visitação:
• A projeção não considera alterações na economia regional ou nacional;
• Para o modelo construído, não foi adotado o fator de estabilização. No
entanto, variações de estabilização de estabilização da demanda são
esperados a partir do 11º ano de projeção.
Para a determinação dos parâmetros ao Transporte Único, utiliza-se como
referencial a proposta de capacidade de carga física estabelecida por Omena
(2014), assim como as informações obtidas pelo mesmo autor no período de
10 de janeiro de 2013 e 31 de julho de 2014 e apresentada por seu manuscrito
“Característica da Visitação no PNSJ – Santa Catarina” (op. cit.).
Os dados apresentados a seguir (Tabela 4.2) foram obtidas na literatura técnico-
científica, informações provenientes da Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico
para o PNSJ, aprestados integralmente pelo Encarte 1, e derivações desenvolvidas
pela Consultoria.
Tabela 4.2 Modal de transporte utilizado pelos visitantes e estimativa de necessidade
de área de estacionamento para a visitação no Morro da Igreja.
MODAL DE TRANSPORTE
DIST. VISITANTES
POR MODAL
TAMANHO DE VAGA (m²)
PAX. ESTIMADO
POR MODAL
PAX. VEÍCULO
NECESSIDADE DE VAGAS
NECESSIDADE DE PARKING
(m²)
Veículo pequeno 82,81% 16,08 381,5 2,67 142,9 2297,7
Motocicleta 14,99% 3,34 69,1 1,2 57,6 192,2
Bicicleta 0,95% 3 4,4 1 4,4 13,1
Bus, van e micro-ônibus
1,17% 87 5,4 5 1,1 93,8
Outros 0,08% 3 0,4 1 0,4 1,1
Total 100,00% – 460,7 – 206,3 2597,9
Legenda: DIST – Distribuição. Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de OMENA, 2014 e Fecomércio, 2017.
Entre 2013 e 2014 (op. cit.), estimou-se que a visitação ao Morro da Igreja divide-se,
em média, nos seguintes compartimentos de tempo:
• 29 minutos de permanência para visitação no Morro da Igreja,
descontando o deslocamento entre o Portal (km 7) e o mirante natural do
Morro da Igreja;
• 36 minutos para os visitantes que utilizaram o áudio-guia, então disponível;
• 18 minutos para o deslocamento nos dois sentidos (ida e volta), entre o
Portal (km 7) e o mirante natural do Morro da Igreja (km 17).
O mesmo estudo identificou que não há indícios que comprovem que o tempo
médio de permanência do visitante no mirante natural do Morro da Igreja diminua
significativamente em dias mais frios.
176
Parque Nacional de São Joaquim
Levando em consideração o horário atual de funcionamento do PNSJ, o período
de visitação por dia é de 9 horas (08:00 – 17:00). Utilizando o tempo de visitação
média como parâmetro balizador, obtém-se a média de 1,57 turnos de visitação
por hora. Ainda, ao prologar para o horário permitido para visitação, verifica-se que
em média se estabelecem 5,7 turnos de visitação por dia no Morro da Igreja. Por
fim, utilizando as informações sobre os picos de visitação, média, desvio padrão
e upper bound, é possível determinar que há uma demanda atual de 460,71
visitantes por turno em dias de pico.
Determina-se preliminarmente um dimensionamento de carga para o
transporte único para o Morro da Igreja e mirante natural da Pedra Furada,
para efeitos da modelagem. Para tanto, determina-se que a visitação ocorre
com maior intensidade na alta temporada (concentrada em 16 ao ano), e
progressivamente se espalha nas temporadas de menor visitação (20 dias ao ano
na média temporada e 30 ao ano da baixa temporada). Complementarmente,
os dias de pico, conforme previamente mencionado, são projetados com o
acompanhamento do crescimento da demanda por visitação. Dessa forma,
estima-se a média de visitantes por dia por temporada (Tabela 4.3), considerando
a concentração de visitantes e períodos específicos (finais de semana, dias
especiais e feriados prolongados).
Tabela 4.3 Estimativa projetada da média de visitantes por dia e temporada em dias de
concentração de visitação no Morro da Igreja e mirante natural da Pedra Furada.
TEMPORADA 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029
Pico 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647
Alta (- pico) 447 460 472 485 497 510 522 535 547 560 572
Média 207 213 218 224 230 236 241 247 253 259 265
Baixa 350 360 370 380 389 399 409 419 428 438 448
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Para o Recanto Santa Bárbara, caso venha a ser implementado, será necessário que
o delegatário realize ações de planejamento e marketing para induzir a demanda.
Dessa forma, faz-se necessário alocar recursos financeiros suficientes para este tipo
de ação, inclusive para que a proposta de serviço atenda ao mercado existente e
às suas tendências.
Determina-se que, através da aplicação correta destes recursos, o Recanto Santa
Bárbara será capaz de reter incialmente 10 % dos visitantes do PNSJ. A partir desta
parcela de visitações, a projeção segue em crescimento natural positivo advindo
de um aumento da taxa de retenção em 0,5 % ao ano. Da mesma forma que para
o Morro da Igreja, a estimativa de demanda para o Recanta Santa Bárbara não
considera o fator de estabilização em função do curto período de projeção.
Para o correto dimensionamento das estruturas desta possível operação, sua
projeção de visitantes também levou em consideração as temporadas de visitação
(Tabela 4.4).
Tabela 4.4 Taxa de retenção anual e estimativa de visitações para o Recanto Santa Bárbara.
TEMPORADA 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029
Taxa (%) - retenção/ano 10 11 11 12 12 13 13 14 14 15 15
Alta 4.265 4.603 4.953 5.316 5.690 6.075 6.473 6.883 7.305 7.738 8.184
Média 3.102 3.348 3.602 3.866 4.138 4.419 4.708 5.006 5.313 5.628 5.952
Baixa 2.802 3.024 3.254 3.492 3.738 3.991 4.253 4.522 4.799 5.084 5.377
Total 10.169 10.975 11.810 12.674 13.565 14.485 15.434 16.411 17.416 18.450 19.512
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
As demandas por serviços e produtos são apresentadas nas premissas financeiras
relativas às receitas.
4.2.2 PREMISSAS OPERACIONAIS
O presente Estudo de Viabilidade Econômico-financeira realiza simulações
das operações propostas no Item 3, incluindo todas as atividades econômicas
e operacionais, formas de geração de receitas e encargos apontadas pelas
propostas. Destaca-se que as informações geradas pela modelagem econômico-
177
Parque Nacional de São Joaquim
financeira devem ser interpretadas como resultados referenciais, pois não
objetivam determinar a forma de operacionalização das Parcerias Ambientais
Público Privadas em questão. Busca-se estabelecer racionais econômicos que
reflitam um, entre vários, cenários possíveis para a implementação destas
operações.
Apresentam-se as principais premissas operacionais para cada grupo de
alternativas das operações estabelecidas para a modelagem.
4.2.2.1 Centro de Visitantes e Atividades Associadas
Buscando atender à demanda projetada para o centro de visitantes, realizou-se
um programa arquitetônico de referência para as alternativas A, C e D. Em relação
às alternativas B e C, com implantação de operações na atual sede administrativa
do PNSJ, as dimensões para o Centro de Visitanteslimitam-se à edificação já
existente. As alternativas PIC preveem instalações de dimensões reduzidas se
comparadas às demais alternativas (Tabela 4.5).
Tabela 4.5 Programa arquitetônico referencial para a Operação 01:
Centro de Visitantes e PIC.
COMPOSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES (áreas em m²)ALTERNATIVAS
A B C D PIC
Área de recepção, atendimento e guichê 100 0 100 100 20
Área de exposição interativa e interpretativa 150 0 0 150 0
Sala de turismo e 1º Socorros 40 0 40 40 0
Cafeteria, cozinha e almoxarifado 250 0 250 250 40
Loja souvenir 60 0 30 60 40
Auditório / Salão Eventos 150 0 0 150 0
Escritório Administrativo 60 0 0 60 0
Escritório ICMBio 40 0 0 40 0
Sanitários públicos 150 0 150 150 30
Guarda-volumes 80 0 0 80 10
COMPOSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES (áreas em m²)ALTERNATIVAS
A B C D PIC
Vestiários funcionários 100 0 0 100 0
Refeitório funcionários 100 0 0 100 0
Docas 60 0 0 60 0
Lounge 80 0 0 80 0
Estacionamento (estrutura civil) 26 0 0 0 0
Estacionamento (pátio) 2600 0 0 2600 0
Reforma Sede - Atual 0 220 220 0 0
Reforma Sede - Novo Escritório Administrativo PNSJ 0 80 80 0 0
Total 4.046 300 870 4.020 140
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Adicionais às edificações, o CAPEX (Capital Expenditure) principal é formado por
estruturas operacionais, de lazer e recreação e gestão e comunicação, além da
manutenção decorrente da depreciação física dos investimentos (Quadro 4.2).
Quadro 4.2 Composição do CAPEX principal para a Operação 01:
Centro de Visitantes e PIC.
COMPOSIÇÃO DO CAPEX PRINCIPALALTERNATIVA
A B C D PIC-B PIC-D
Estrutura operacional
Mobiliário X X X X X X
Equipamentos para os serviços de alimentação X X X X X X
Equipamentos para estabelecimento comercial X X X X X X
Equipamentos para o Salão de Eventos X - X X - X
Equipamentos para o estacionamento X - X X - X
Equipamentos para escritório X X X X - X
Sistema de geração de energia solar fotovoltaica X X X X X X
178
Parque Nacional de São Joaquim
COMPOSIÇÃO DO CAPEX PRINCIPALALTERNATIVA
A B C D PIC-B PIC-D
Estrutura de recreação e lazer
Projeto e produção gráfica (visitação e educ. ambiental) X - - - X X
Projeto e instalação de exposição interativa permanente X X X X X X
Projeto e implantação de mirante X - X - - -
Equipamentos complementares para o mirante X - X - X X
Provisão para elaboração de material interpretativo local X - X X X X
Implantação de trilha X X X X - -
Sinalização e demarcação de trilha X X X X X X
Estrutura de gestão e comunicação
Desenvolvimento de branding para o PNSJ X X X X X X
Website e aplicativo mobile - desenvolvimento X X X X X X
Desenvolvimento de sistema de gestão e controle de visitante X X X X X X
Outras peças de divulgação - Provisão X X X X X X
CAPEX de Manutenção
Manutenção da área construída X X X X X
Manutenção da área do Mirante X X X X X X
Manutenção de trilhas X X X X X X
Legenda: x – previsto para a alternativa. Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Apresenta-se a seguir o dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação
01: Centro de Visitantes (Quadro 4.3).
Quadro 4.3 Dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação 01:
Centro de Visitantes e PIC.
DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E CARGOS (Quantidade)
ALTERNATIVA
A B C D PIC-B PIC-D
Analista de Comunicação 1 1 1 1 1 1
Auditório / Salão Eventos - Agente de Eventos 1 0 1 1 0 0
Cafeteria - Auxiliar e Salão 2 2 2 2 2 0
Cafeteria - Cozinha 1 1 1 1 2 0
Cafeteria - Gerente 1 0 0 1 2 0
Estacionamento - Atendimento 2 0 2 2 0 0
Estagiário 1 1 1 1 1 1
Gerente Geral 1 1 1 1 1 1
Loja souvenir - Atendimento 2 2 2 2 2 2
Loja souvenir - Encarregado 0 0 0 0 0 0
Motoristas 0 0 0 0 0 0
Recepção e quiosque de vendas 2 2 4 2 3 3
Restaurante - Auxiliar e Salão 0 0 0 0 2 0
Restaurante - Cozinha 0 0 0 0 1 0
Restaurante - Gerente 0 0 0 0 0 0
Servente de Limpeza 2 2 2 2 2 2
Turismólogo 1 1 1 1 1 1
Zelador 1 1 2 1 2 2
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Adicional ao pessoal dimensionado, estipula-se a contratação através de
terceirização de prestação de serviços a contratação de segurança patrimonial. A
segurança patrimonial levada em consideração ocorre em turnos que completam
24 horas, com 4 vigilantes em revezamento.
Assume-se que o delegatário encarrega-se de:
• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da
Igreja;
179
Parque Nacional de São Joaquim
• Realizar a manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio
Pelotas;
• Gerar de conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico
do ICMBio.
Adicionalmente, o modelo prevê provisões financeiras e pessoal para que o
delegatário responsável pela Operação 01: Centro de visitantes e atividades
associadas implemente e execute as ações de apoio e proteção ao turismo, a
saber: Fortalecimento dos Mecanismos de Gestão do PNSJ; Fortalecimento das
Redes Colaborativas de Turismo; Desenvolvimento de Ações de Acesso à Mercado;
Monitoramento das Atividades de Visitação; e, Ouvidoria.
4.2.2.2 Transporte Único
O Transporte Único (Operação 02) será responsável por levar os visitantes ao
mirante natural da Pedra Furada. Os possíveis locais de partida são o Centro de
Visitante da estrada do Morro da Igreja (TU-A), caso implantado no km 9, o local
denominado km 0 da estrada do Morro da Igreja (TU-B) e centro urbano de
Urubici (TU-C). Independentemente do local de partida, determina-se que todas
as alternativas deverão edificar 50 m² em seus pontos de paradas. O modelo prevê
recurso para que a edificação contemple bancos e cobertura (Tabela 4.6).
Tabela 4.6 Programa arquitetônico referencial para a Operação 02: Transporte Único.
COMPOSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES (Áreas em m²)ALTERNATIVAS
TU-A TU-B TU-C TR-A TR-B TR-D
Plataformas de embarque / desembarque - m² 50 50 50 50 50 50
Sanitário Masc./Fem. e acessibilidade - m² 0 30 30 0 30 30
Fossa Séptica + Sumidouro (FC15000) – conjunto 0 1 1 0 1 1
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
À parte das edificações, o CAPEX da Operação 2: Transporte Único é
substancialmente composto pelos veículos a serem utilizados para a realização
do serviço. Dado os diferentes tempos de deslocamento para cada alternativa,
são necessários diferentes portes de frotas. A projeção da operação do Transporte
Único leva em consideração as seguintes premissas:
• Medida padrão de capacidade média do veículo: 15 passageiros. A
proposta de operação determina a utilização de veículos entre 10 e 18
passageiros;
• Realiza-se o serviço de linha de transporte durante todo o ano;
• O período máximo de espera para o passageiro é de aproximadamente 12
minutos.
• Os tempos de deslocamento estimados para cada trecho, considerando
embarque, desembarque e retorno, são os seguintes:
• TU-A (CV km 9): 34 minutos;
• TU-B (km 0): 53 minutos;
• TU-C (centro de Urubici): 72 minutos;
• TR-A (CV km 9): 34 minutos;
• TR-PIC-B (centro de Urubici): 72 minutos;
• TR-PIC-D (centro de Urubici): 72 minutos.
• Para atender aos dias de pico, projeta-se a locação de veículos por dia e a
contratação de profissionais autônomos;
• Como compensação aos dias de pico, pressupõem-se a sublocação de
frota vacante, nos períodos de média e baixa temporada.
Apresenta-se a estimativa de quantidade de veículos por dia, a cada temporada.
Valores com decimais são arredondados para a unidade superior (Tabela 4.7).
180
Parque Nacional de São Joaquim
Tabela 4.7 Dimensionamento de quantidade de veículos mínimos por dia para a
Operação 02: Transporte Único/Reduzido.
VEÍCULOS / DIA x TEMPORADAPERÍODO
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Transporte Único - Alternativa A (CV km 9)Pico 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
Alta 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3
Média 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2
Baixa 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Transporte Único - Alternativa B (CV km 0)Pico 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17
Alta 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4
Média 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Baixa 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
Transporte Único - Alternativa C (centro de Urubici)Pico 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21
Alta 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5
Média 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3
Baixa 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4
Transporte Reduzido - Alternativa A (CV km 9)Pico 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
Alta 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3
Média 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Baixa 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Transporte Reduzido - Alternativa B (centro de Urubici)Pico 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21
Alta 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5
Média 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3
Baixa 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4
Transporte Reduzido - Alternativa D (km 0)Pico 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21
Alta 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5
Média 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3
Baixa 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Portanto, a quantidade de veículos para cada alternativa desta operação é a
seguinte:
• TU-A (CV km 9): 2 veículos próprios e 1 a 10 veículos terceirizados conforme
demanda;
• TU-B (km 0): 3 veículos próprios e 1 a 14 veículos terceirizados conforme
demanda;
• TU-C (centro de Urubici): 4 veículos próprios e 1 a 17 veículos terceirizados
conforme demanda;
• TR-A (km 9): 3 a 12 veículos terceirizados conforme demanda;
• TR-B (centro de Urubici): 5 a 21 veículos terceirizados conforme demanda;
• TR-D (centro de Urubici): 5 a 21 veículos terceirizados conforme demanda.
Apresenta-se a seguir o dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação
02: Transporte Único/Reduzido (Tabela 4.8).
Tabela 4.8 Dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação 02:
Transporte Único/Reduzido.
DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E CARGOS (Quantidade)
ALTERNATIVAS
TU-A TU-B TU-C TR-A TR-B TR-D
Administrativo – Gerente geral 1 1 1 2 1 1
Operacional – Motorista 2 3 4 0 0 0
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Para os períodos de pico, conforme mencionado, são realizadas operações
especiais com a locação de veículos e contratação temporária de profissionais.
Leva-se em consideração que serão instalados sistemas de áudio e vídeo nos
veículos da frota permanente. Adicionalmente, considera-se que um veículo
de cada frota será adaptado para transporte de pessoas com dificuldade de
locomoção.
181
Parque Nacional de São Joaquim
4.2.2.3 Recanto Santa Bárbara
A operação do Recanto Santa Bárbara terá com atividades principais a prestação
de serviços de alimentação, operação de estabelecimento para comércio de
souvenirs e equipamentos, área para campismo e suporte às trilhas de longo custo
do PNSJ e manutenção do alojamento de pesquisadores. Vislumbra-se no modelo
econômico-financeiro a seguinte distribuição de área e edificações (Tabela 4.9).
Tabela 4.9 Programa arquitetônico referencial para a Operação 03:
Recanto Santa Bárbara.
DESCRIÇÃO ÁREA (m²)
Área de recepção, atendimento e guichê 20
Restaurante 150
Loja souvenir 40
Reforma alojamento pesquisadores 75
Área externa (fogueiras, camping suporte à cavalgada)
500
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Apresenta-se a seguir o dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação 03:
Recanto Santa Bárbara (Tabela 4.10).
Tabela 4.10 Dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação 03:
Recanto Santa Bárbara.
DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E CARGOS QUANTIDADE
Gerente Geral 1
Operacional - Servente de Limpeza 1
Restaurante - Cozinha 2
Restaurante - Auxiliar e Salão 2
Loja souvenir - Atendimento 1
Operacional - Zelador 1
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Adicional ao pessoal dimensionado, estipula-se a contratação através de
terceirização de prestação de serviços a contratação de segurança patrimonial. A
segurança patrimonial levada em consideração ocorre em turnos que completam
24 horas, com 4 vigilantes em revezamento.
Os grupos de atividades que são consideradas geradoras de dispêndios
financeiros operacionais são as seguintes:
• Gastos operacionais para a prestação de serviços de alimentação;
• Gastos operacionais para o estabelecimento comercial (souvenirs);
• Material de expediente;
• Impressos com portfólio de atividades e informações sobre o PNSJ.
Assume-se que o delegatório se responsabilizará por todos os encargos previstos
pela proposta de operação, incluindo:
• Manutenção do alojamento de pesquisadores;
• Implantação e manutenção área operacional para cavalgada;
• Implantação e manutenção de fogueiras coletivas;
• Implantação e manutenção de área de piquenique;
• Implantação e manutenção de mirante na região dos Campos de Santa
Bárbara;
• Implantação e manutenção e de trilha suspensa, entre o mirante na região
dos Campos de Santa Bárbara e o Cemitério dos Tropeiros;
• Revitalização, instalação de sinalização e manutenção do Cemitério dos
Tropeiros;
• Implantação e manutenção de trilhas terrestres (Trilha Goiaba Serrana e
Trilha da Cascatinha).
Quanto a área de suporte aos passeios a cavalo, escabece-se como premissa que
esta terá que ser implementada e mantida pelo delegatário e será destinada,
prioritariamente, à utilização por operadores regionais como receptivo. Caberá ao
182
Parque Nacional de São Joaquim
delegatário estabelecer relações comerciais com estes operadores para se obter
possíveis receitas acessórias ou estímulos às suas atividades comerciais.
4.2.3 PREMISSAS FINANCEIRAS
Lista-se a seguir as premissas financeiras e operacionais comuns em ambos os
cenários:
• A taxa de desconto para o modelo de cálculo do Valor Presente Líquido
da rentabilidade utilizada o Weighted Average Cost of Capital – WACC de
10,21 %;
• Todos os valores monetários foram deflacionados e apresentados a preços
correntes de 1º de dezembro de 2017, sendo as análises realizadas em
termos reais;
• Convenciona-se que os valores resultantes de todas as entradas e saídas de
caixa de cada período são alocados ao final do respectivo período;
• Não são considerados reajustes anuais no OPEX;
• Alíquotas de Benefícios e Despesas Indiretas – BDI consideradas no
orçamento (TCU, 2013);
• Equipamentos, materiais e serviços: 12 %;
• Construção civil e instalações elétricas: 22,12 %;
• A Necessidade de Capital de Giro é definida pela fração de 10 % da receita
projetada para o período seguinte;
• As despesas pré-operacionais não detalhadas, como projetos conceituais,
arquitetônicos e executivos e despesas administrativas, correspondem a
10,00 % do CAPEX;
• Para os locais que preveem necessidade de licenciamento ambiental,
aplica-se a alíquota de 5,00 % sobre o CAPEX para provisão a este processo
administrativo;
• O período estabelecido para a análise é de 15 anos. Considera-se o ano
inicial (ano 1) como período para investimentos, porém já sob o contratado
de delegação vigente31;
• Todo o investimento é reversível ao ICMBio no último período do contrato
de delegação. Portanto, não são incluídas na análise as premissas para
comercialização dos bens móveis e imóveis e perpetuidade.
Salienta-se que o período de análise não determina o período dos contratos de
delegação, contudo os resultados devem embasar este parâmetro dos projetos
básicos dos serviços de apoio à visitação.
Determina-se que o reinvestimento corresponde ao desgaste e necessidade de
manutenção dos materiais, equipamentos e edificações distribuídos anualmente,
considerando as seguintes taxas de manutenção. Considerando as condições
climáticas da região e os possíveis custos que incorrem com a indisponibilidade
de material e dispêndios com logística, considera-se uma taxa de 0,25 % ao
mês. Os valores de outorga de concessão onerosa utilizados para a modelagem
econômico-financeira foram definidos pelas seguintes regras:
• Prestação mensal fixa determinada por alíquota sobre o CAPEX;
• Prestação mensal variável determinada por alíquota sobre a Receita
Operacional Bruta;
• Carência determinada em períodos de 12 meses;
• Taxa de desconto ou reajustes não são considerados.
As alíquotas e parcelas fixas das outorgas, assim como o valor estimado para
arrecadação pelo ICMBio são apresentados juntamente com os resultados finais
de cada análise.
As premissas financeiras operacionais são compostas pelas seguintes variáveis:
salários, preços, custos e despesas referenciais, margens de lucratividade, Ticket
Médio, Custo Médio da Mercadoria Vendida e taxa de absorção do mercado.
31 Salienta-se que o período de análise não determina o período dos contratos de delegação, contudo os resultados devem embasar este parâmetro dos projetos básicos dos serviços de apoio à visitação.
183
Parque Nacional de São Joaquim
Estas variáveis provenientes de fontes oficiais, coleta de informações primárias
e referências de Benchmark, obtidas através de pesquisa de mercado, estudos
similares e literatura (Tabela 4.11).
Tabela 4.11 Premissas da projeção de receitas da Operação 01: Centro de Visitantes.
ITEM
ALTERNATIVACVa e CVd CVb CVc
UNT. (R$)
DEMANDAUNT. (R$)
DEMANDAUNT. (R$)
DEMANDA
Cobrança de ingressos de acesso ao Mirante da Pedra FuradaIngresso geral 32,00 0,60% 32,00 0,60% 32,00 0,60%
Brasil 16,00 89,40% 16,00 89,40% 16,00 89,40%
Entorno 3,20 10,00% 3,20 10,00% 3,20 10,00%
Ticket Médio Ponderado 14,82 0,00% 14,82 0,00% 14,82 0,00%
Ticket médio - comércioAlimentos 22,43 40,00% 22,43 13,30% 22,43 13,30%
Souvenires, vestuário e utilidades 57,14 20,00% 57,14 20,00% 57,14 20,00%
Cobrança de tarifa para estacionamento de veículosCarros 15,00 dinâmica 15,00 dinâmica
Motos 9,00 dinâmica 9,00 dinâmica
Vans 30,00 dinâmica 30,00 dinâmica
Locação de espaço interno do Centro de VisitantesValor médio por evento 3.230,00 20 / ano 3.230,00 20 / ano
Receitas Acessórias Potenciais ConsideradasIngresso para eventos especiais 64,00 1,00% 64,00 1,00% 64,00 1,00%
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Os preços considerados para a Operação 02: Transporte Único e Transporte Único
Reduzido, para cada alternativa, são os seguintes:
• TU-A (CV km 9): R$ 6,00 por passageiro com retorno;
• TU-B (km 0): R$ 10,00 por passageiro com retorno;
• TU-C (centro de Urubici): R$ 16,00 por passageiro com retorno
• TR-A (km 9): R$ 6,00 por passageiro com retorno;
• TR-B (centro de Urubici): R$ 16,00 por passageiro com retorno;
• TR-D (km 0): R$ 16,00 por passageiro com retorno.
Apresentam-se as premissas para a projeção de receitas para a Operação 03:
Recanto Santa Bárbara (Tabela 4.12).
Tabela 4.12 Premissas da projeção de receitas da Operação 03: Recanto Santa Bárbara.
ITEMRECANTO SANTA BÁRBARA
Unt. (R$) Demanda
Comercialização de alimentos
Ticket Médio - Café 29,90 45,00%
Ticket Médio - Restaurante 61,50 35,00%
Ticket Médio - Piquenique 41,00 20,00%
Ticket Médio Ponderado 43,18 -
Comercialização de souvenirs, vestuário e Utilidades
Ticket médio 57,14 20,00%
Área de campismo
Valor por pernoite/barraca 35,00 20% ocupação
Acesso às áreas de fogueiras
Ingresso médio 10,00 20%
Receitas acessórias potenciais consideradas
Suporte a cavalgada / mês 15,00 10%
Ingresso para eventos especiais 48,00 90%
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
As seguintes receitas acessórias potenciais foram consideradas na modelagem
econômico-financeira:
• Cobrança de ingressos para eventos especiais;
• Locação de área para suporte à cavalgada;
• Locação de frota de veículos vacante em períodos de menor fluxo de
visitantes.
184
Parque Nacional de São Joaquim
A composição monetária do CAPEX da Operação 01: Centro de Visitantes e sua
distribuição percentual é apresentada a seguir (Tabela 4.13).
Tabela 4.13 Composição do CAPEX principal para a Operação 01:
Centro de Visitantes/PIC.
COMPOSIÇÃO DO CAPEX MONETÁRIO
Cva CVb CVc CVd
Montante (R$)
%Montante
(R$)%
Montante (R$)
%Montante
(R$)%
Construção Civil e Instalações 5.082.579 72 434.643 46 1.710.014 61 3.898.801 68
Máquinas e Equipamentos (aquisição)
287.200 4 100.000 10 160.000 6 227.200 4
Móveis e Utensílios (aquisição) 1.325.814 19 252.586 26 743.428 26 1.311.025 23
Computadores e periféricos (aquisição) 0 0 0 0 0 0 0 0
Veículo (aquisição) 0 0 0 0 0 0 0 0
Projetos, assessorias, apoio técnico e similares 239.441 3 146.750 15 155.150 5 152.750 3
Outros 139.301 2 19.280 2 55.972 2 112.396 2
Total 7.074.334 100 953.258 100 2.824.564 100 5.702.172 100
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
A composição monetária do CAPEX da Operação 02: Transporte Único e
Transporte Único Reduzido com a respectiva distribuição percentual apresentados
a seguir (Tabela 4.14).
Tabela 4.14 Composição do CAPEX principal para a Operação 02:
Transporte Único/Reduzido.
COMPOSIÇÃO DO CAPEX MONETÁRIOTU-A TU-B TU-C
Montante (R$)
%Montante
(R$)%
Montante (R$)
%
Construção Civil e Instalações 78.606 22 125.769 23 125.769 18
Máquinas e Equipamentos (aquisição) 0 0 0 0 0 0
Móveis e Utensílios (aquisição) 0 0 0 0 0 0
Computadores e periféricos (aquisição) 0 0 0 0 0 0
Veículo (aquisição) 278.000 76 417.000 75 556.000 80
Projetos, assessorias, apoio técnico e similares 0 0 0 0 0 0
Outros 7.219 2 10.942 2 13.722 2
Total 363.825 100 553.711 100 695.491 100
FORMAÇÃO DO CAPEX MONETÁRIOTR-A TR-B TR-D
Montante (R$)
%Montante
(R$)%
Montante (R$)
%
Construção Civil e Instalações 4.240.560 69% 878.930 58% 4.343.088 69%
Máquinas e Equipamentos (aquisição) 287.200 5% 100.000 7% 227.200 4%
Móveis e Utensílios (aquisição) 1.345.465 22% 363.657 24% 1.422.097 23%
Computadores e periféricos (aquisição) 0 0% 0 0% 0 0%
Veículo (aquisição) 0 0% 0 0% 0 0%
Projetos, assessorias, apoio técnico e similares 173.150 3% 146.750 10% 152.750 2%
Outros 121.615 2% 30.474 2% 123.590 2%
Total 6.167.990 100% 1.519.811 100% 6.268.725 100%
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
A composição monetária do CAPEX da Operação 03: Recanto Santa Bárbara e sua
distribuição percentual é apresentada a seguir (Tabela 4.15).
185
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Tabela 4.15 Composição do CAPEX principal para a Operação 03:
Recanto Santa Bárbara.
COMPOSIÇÃO DO CAPEX MONETÁRIORSB
Montante (R$) %
Construção Civil e Instalações 1.119.291 66
Máquinas e Equipamentos (aquisição) 100.000 6
Móveis e Utensílios (aquisição) 394.960 23
Computadores e periféricos (aquisição) 0 0
Veículo (aquisição) 0 0
Projetos, assessorias, apoio técnico e similares 56.025 3
Outros 33.406 2
Total 1.703.682 100
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Apresentam-se as premissas utilizadas para determinação dos gastos com pessoal,
por cargo. Utiliza-se os padrões de salários para o Estado de Santa Catarina,
considerando cargos em nível pleno e para uma empresa de médio porte (Tabela
4.16).
Tabela 4.16 Premissas para bases salariais.
CARGO BASE SALARIAL (R$)
Analista de Comunicação 3.773,58
Auditório / Salão Eventos - Agente de Eventos 1.955,70
Cafeteria - Auxiliar e Salão 1.315,99
Cafeteria - Cozinha 1.713,52
Cafeteria - Gerente 4.350,69
Estacionamento - Atendimento 1.375,68
Estagiário 1.307,26
Gerente Geral 7.045,97
Loja souvenir - Atendimento 1.375,68
Loja souvenir - Encarregado 2.383,10
CARGO BASE SALARIAL (R$)
Motoristas 1.892,82
Recepção e quiosque de vendas 1.516,87
Restaurante - Auxiliar e Salão 1.315,99
Restaurante - Cozinha 1.713,52
Restaurante - Gerente 4.350,69
Servente de Limpeza 1.277,65
Turismólogo 2.318,41
Zelador 1.397,36
Fonte: SINE, 2018.
As demais informações financeiras são determinadas e apresentadas nos itens
seguintes.
4.2.4 PREMISSAS TRIBUTÁRIAS
As premissas tributárias assumidas referem-se aos sistemas de tributação, taxas de
depreciação fiscal de bens e encargos sociais.
A Tabela 4.17 apresenta as alíquotas aplicadas ao regime tributário Simples
Nacional para prestadores de serviços abrangidos pelo Anexo V da lei
Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016.
Tabela 4.17 Tabela Simples Nacional 2018 – Anexo V – Serviços.
FAIXA SIMPLES
RECEITA BRUTA EM 12 MESES (EM R$)
ALÍQUOTAVALOR A
DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 15,5% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,0% 4.500,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,5% 9.900,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,5% 17.100,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,0% 62.100,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,5% 540.000,00
Fonte: Receita Federal/MF, 2018.
186
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A Tabela 4.18 apresenta as alíquotas aplicadas ao regime tributário Simples
Nacional para atividades do comércio abrangidas pelo Anexo I da lei
Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016.
Tabela 4.18 Tabela Simples Nacional 2018 – Anexo I – Comércio.
FAIXA SIMPLES
RECEITA BRUTA EM 12 MESES (EM R$)
ALÍQUOTAVALOR A
DEDUZIR (EM R$)1ª Faixa Até 180.000,00 4,0% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,3% 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,5% 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,7% 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,3% 87.300,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,0% 378.000,00
Fonte: Receita Federal/MF, 2018.
A Tabela 4.19 apresenta as alíquotas aplicadas ao regime tributário Lucro
Presumido. Para integral detalhamento, utiliza-se adicionalmente as alíquotas
sobre atividades econômicas conforme classe de receita projetada pelo modelo.
Tabela 4.19 Tabela Lucro Presumido 2018 – Alíquotas.
TRIBUTO ALÍQUOTA
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL 9,00%
Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ 15,00%
Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ - Adicional 10,00%
Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISS 5,00%
Programa de Integração Social – PIS 0,65%
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS 3,00%
Fonte: Receita Federal/MF, 2018. Adaptado.
A escolha do regime tributário é realizada durante a análise de viabilidade,
sendo priorizado o regime que retorna o maior Valor Presente Líquido – VPL.
Para simplificação, não houve diferenciação das alíquotas de tributação sobre
diferentes atividades de serviços.
São apresentadas na Tabela 4.20 as premissas para depreciação fiscal.
Tabela 4.20 Taxas de Depreciação Fiscal para Bens.
CATEGORIA TAXA ANUAL ANOS DE VIDA ÚTILEdifícios 4% 25
Máquinas e Equipamentos 10% 10
Instalações 10% 10
Móveis e Utensílios 10% 10
Veículos 20% 5
Computadores e periféricos 20% 5
Fonte: Receita Federal/MF, 2018.
Por fim, a Tabela 4.21 apresenta as premissas referentes aos encargos sociais. A
composição dos Encargos Sociais foi calculada para atender a legislação vigente. O
cálculo é realizado para as alíquotas referentes ao 13º salário, percentual de férias e
encargos sobre remunerações adicionais.
Tabela 4.21 Composição dos Encargos Sociais.
ITEM ALÍQUOTAFundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS 8,00%
INSS 20,00%
13º Salário 8,33%
FÉRIAS 8,33%
Risco de Acidente de Trabalho - RAT 3,00%
INSS Terceiros 5,80%
INSS 13º sobre Salário 1,67%
INSS Férias 2,22%
FGTS sobre 13º Salário 0,67%
FGTS sobre FÉRIAS 0,89%
Fonte: Receita Federal/MF, 2018. Adaptado.
A composição dos Encargos Sociais foi calculada, a partir de informações
tributárias oficiais. O cálculo é realizado para as alíquotas referentes ao 13º salário,
percentual de férias e encargos sobre remunerações adicionais.32
32 O Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISS é um tributo municipal e com alíquotas que diferem entre municípios. Dessa forma, a alíquota será determinada conforme legislação municipal do local da prestação de serviço e tipo de atividade desenvolvida. Para a presente avaliação a alíquota do ISS foi fixada em 5,0%.
187
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4.3 PROJEÇÕES FINANCEIRAS
Utilizando as premissas operacionais, financeira e tributárias e a estimativa de
demanda, realizou-se as projeções de receitas, gastos, impostos e demais contas
financeiras para cada um dos cenários de análise estabelecidos. As projeções
permitiram a mensuração de indicadores de performance financeira que são
utilizados para auxílio às recomendações e tomadas de decisão.
Inicialmente, apresentam-se as informações obtidas pela modelagem econômico-
financeira preliminar. Nesta modelagem inicial, as projeções e seus resultados
não consideram o pagamento de contraprestações financeiras (outorgas). Dessa
forma, foi possível verificar o desempenho dos empreendimentos individualmente
e por lotes.
Em um momento posterior, determina-se os valores de outorgas e recalcula-se as
projeções e os indicadores de performance. Os resultados obtidos para o modelo
final são apresentados e debatidos, juntamente com uma análise de sensibilidade
do melhor cenário de análise.
4.3.1 INDICADORES DE PERFORMANCE E PROJEÇÕES PRELIMINARES
Os indicadores de performance financeira utilizados para a presente análise de
viabilidade econômico-financeira são o Valor Presente Líquido – VPL, a Taxa Interna
de Retorno – TIR, o período de Payback descontado e o período de Ponto de
Equilíbrio. Apresenta-se a seguir os indicadores de performance obtidos para os
cenários de análise, sem considerar contrapartidas. Inclui-se na tabulação o regime
tributário utilizado para aferição dos tributos de cada cenário.
Tabela 4.22 Indicadores de performance financeira dos cenários de análise,
sem considerar contrapartidas financeiras.
CENÁRIO OPERAÇÃO VPL (R$) TIR P. EQUI. PAYBACK REG. TRIB.
CV-A CV e Ativ. Associadas 5.346.889 21,5% 4 anos 6 anos Lucro Presumido
CV-B CV e Ativ. Associadas 9.070.839 30,1% 0 anos 0 anos Lucro Presumido
CV-C CV e Ativ. Associadas 9.166.535 50,9% 2 anos 2 anos Lucro Presumido
CV-D CV e Ativ. Associadas 6.732.957 27,0% 3 anos 5 anos Lucro Presumido
TU-A Transporte Único - 7.603.031 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes
TU-B Transporte Único - 6.414.766 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes
TU-C Transporte Único - 3.447.720 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes
RSB Recanto Santa Bárbara - 1.822.743 -8,9% 14 anos 14 anos Lucro Presumido
LOTE A CV-A + TU-A 3.670.916 18,7% 5 anos 7 anos Lucro Presumido
LOTE B CV-A + TU-A + RSB 3.442.921 16,6% 5 anos 8 anos Lucro Presumido
LOTE C CV-B + TU-C 5.128.653 45,5% 2 anos 2 anos Lucro Presumido
LOTE D CV-B + TU-C + RSB 5.058.549 30,1% 3 anos 4 anos Lucro Presumido
LOTE E CV-D + TU-B 2.869.717 17,0% 5 anos 8 anos Lucro Presumido
LOTE F CV-D + TU-B + RSB 2.641.722 15,2% 6 anos 9 anos Lucro Presumido
TR-A LOTE A c/ TU Reduzido 7.132.589 26,6% 3 anos 5 anos Lucro Presumido
TR-PIC-B LOTE C c/ TU Reduzido e PIC - 2.662.979 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes
TR-PIC-D LOTE E c/ TU Reduzido e PIC - 294.782 9,4% 8 anos 14 anos Lucro Presumido
Fonte: Receita Federal/MF, 2018. Adaptado.
Os fluxos de caixa projetados para cada cenário, estimados para análise preliminar
estão apresentados na planilha “PAPP - PNSJ Cenarios.xlsx” apensas ao presente
relatório.
4.3.1.1 Indicadores de Performance e Projeções Integrais
Com base nas informações financeiras das estimações preliminares, realiza-se a
modelagem econômico-financeira considerando os valores de outorga e projeta-
se os dados para o cenário de melhor desempenho.
188
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O valor da outorga foi estabelecido a partir das seguintes premissas:
• Outorga fixa em 2,0 % sobre o CAPEX;
• Outorga em 5,0 % sobre a Receita Operacional Bruta;
• Carência para pagamento da Outorga, de 3 anos.
Os valores estimados para a contrapartida são apresentados na Tabela 4.23,
incluindo a estimativa da receita obtida pelo ICMBio e sua composição pelas
parcelas fixas e variáveis. Os valores são apresentados em valor presente líquido em
termos reais, após o período de 15 anos, e o valor aproximado ao mês e ao ano.
Tabela 4.23 Outorga estimada total, parcela variável e parcela fixa.
CENÁRIO OPERAÇÃORECEITA TOTAL
ICMBIOMÉDIA ANUAL MÉDIA MENSAL
CV-A CV e Ativ. Associadas 5.505.982 367.065 30.589
CV-B CV e Ativ. Associadas 3.285.452 219.030 18.253
CV-C CV e Ativ. Associadas 4.339.378 289.292 24.108
CV-D CV e Ativ. Associadas 5.129.310 341.954 28.496
TU-A Transporte Único 609.076 40.605 3.384
TU-B Transporte Único 932.140 62.143 5.179
TU-C Transporte Único 1.384.240 92.283 7.690
RSB Recanto Santa Bárbara 1.955.303 130.354 10.863
LOTE A CV-A + TU-A 5.336.216 355.748 29.646
LOTE B CV-A + TU-A + RSB 6.238.557 415.904 34.659
LOTE C CV-B + TU-C 3.506.081 233.739 19.478
LOTE D CV-B + TU-C + RSB 4.368.999 291.267 24.272
LOTE E CV-D + TU-B 5.330.227 355.348 29.612
LOTE F CV-D + TU-B + RSB 6.232.569 415.505 34.625
TR-A LOTE A c/ TU Reduzido 5.512.294 367.486 30.624
TR-PIC-B LOTE C c/ TU Reduzido e PIC 2.662.726 177.515 14.793
TR-PIC-D LOTE E c/ TU Reduzido e PIC 4.506.584 300.439 25.037
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Considerando, portanto, as contrapartidas financeiras fixas e as estimativas para as
contrapartidas financeiras variáveis, computam-se os indicadores de performance
para os cenários de análise (Tabela 4.24).
Tabela 4.24 Indicadores de performance financeira dos cenários de análise,
considerando a outorga determinada.
CENÁRIO OPERAÇÃO VPL (R$) TIR P. EQUI. PAYBACK REG. TRIB.
CV-A CV e Ativ. Associadas 2.696.936 16,3% 5 anos 8 anos Lucro Presumido
CV-B CV e Ativ. Associadas 6.420.886 20,6% 1 anos 1 anos Lucro Presumido
CV-C CV e Ativ. Associadas 6.516.583 41,3% 2 anos 2 anos Lucro Presumido
CV-D CV e Ativ. Associadas 4.083.005 21,1% 4 anos 6 anos Lucro Presumido
TU-A Transporte Único - 9.715.627 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes
TU-B Transporte Único - 8.527.362 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes
TU-C Transporte Único - 5.560.317 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes
RSB Recanto Santa Bárbara - 4.043.243 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes
LOTE A CV-A + TU-A 1.020.964 12,8% 6 anos 11 anos Lucro Presumido
LOTE B CV-A + TU-A + RSB 792.969 11,8% 7 anos 12 anos Lucro Presumido
LOTE C CV-B + TU-C 2.478.701 29,6% 3 anos 4 anos Lucro Presumido
LOTE D CV-B + TU-C + RSB 2.408.597 20,6% 5 anos 7 anos Lucro Presumido
LOTE E CV-D + TU-B 219.765 10,8% 7 anos 13 anos Lucro Presumido
LOTE F CV-D + TU-B + RSB - 8.230 10,2% 8 anos 14 anos Lucro Presumido
TR-A LOTE A c/ TU Reduzido 4.482.637 21,2% 4 anos 6 anos Lucro Presumido
TR-PIC-B LOTE C c/ TU Reduzido e PIC - 4.775.576 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes
TR-PIC-D LOTE E c/ TU Reduzido e PIC - 2.944.734 1,0% 13 anos 14 anos Lucro Presumido
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Os resultados obtidos demonstram que os cenários que possuem viabilidade
econômico financeira, considerando o cenário-base de demanda e a taxa mínima
de atratividade de 10,21 % ao ano são:
• CV-A, referente ao Centro de Visitantes localizado na região do km 9 da
estrada do Morro da Igreja;
189
Parque Nacional de São Joaquim
• CV-B, referente ao Centro de Visitantes localizado na atual sede
administrativa do PNSJ;
• CV-C, referente ao Centro de Visitantes localizado na região do km 9 da
Estrada do Morro da Igreja e na atual sede administrativa do PNSJ;
• CV-D, referente ao Centro de Visitantes localizado no centro urbano do
município de Urubici, em um hipotético terreno urbano doado;
• Lote A, referente ao Centro de Visitantes localizado na região do km 9 da
estrada do Morro da Igreja e Transporte Único;
• Lote B, referente ao Centro de Visitantes localizado na região do km 9 da
estrada do Morro da Igreja, Transporte Único e Recanto Santa Bárbara;
• Lote C, referente ao Centro de Visitantes localizado na atual sede
administrativa do PNSJ e Transporte Único com embarque no centro de
Urubici;
• Lote D, referente ao Centro de Visitantes localizado na atual sede
administrativa do PNSJ, Transporte Único com embarque no centro de
Urubici e Recanto Santa Bárbara;
• Lote E, referente ao Centro de Visitantes localizado no centro urbano
do município de Urubici, em um hipotético terreno urbano doado e
Transporte Único com embarque no km 0;
• TR-A, referente ao Centro de Visitantes localizado na região do km 9 da
estrada do Morro da Igreja e Transporte Reduzido.
Para a continuidade da análise, escolhe-se seguir com os cenários Lote C (CV-B
+ TU-C), Lote D (CV-B + TU-C + RSB) e TR-A (CV-A + TU Reduzido), uma vez que
ofertarão a maior quantidade de operações e retorna bons valores de outorga
frente aos demais cenários financeiramente viáveis.
A análise de sensibilidade financeira é uma ferramenta que possibilita avaliar os
riscos de alterações em determinadas variáveis do modelo econômico-financeiro,
assim como permite verificar os efeitos de possíveis variáveis que não foram
levadas em conta.
Realiza-se a análise de sensibilidade do VPL a partir da demanda prevista para o
cenário-base relativo aos três cenários supracitados. São testadas as seguintes
condições:
• Alterações da Taxa Mínima de Atratividade;
• Variações na Receita em 10 %;
• Variações no CAPEX em 10 %;
• Variações no OPEX Fixo em 10 %;
• Variações no OPEX Variável em 10 %.
Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 4.25. As cores representam
a atratividade dos VPL calculados, em que os tons verdes representam maior
atratividade, os tons vermelhos menor atratividade e branco situações de
equilíbrio.
Tabela 4.25 Análise de Sensibilidade do VPL para o LOTE C (CV-B + TU-C).
LOTE C (CV-B + TU-C) – COM OUTORGA
VPL (R$) / TMATMA
9,21% 9,71% 10,21% 10,71% 11,21%
Receita (+10%) 5.842.126 5.618.104 5.403.964 5.199.173 5.003.235
Receita 2.743.587 2.608.121 2.478.701 2.354.999 2.236.708
Receita (-10%) -354.953 -401.862 -446.561 -489.176 -529.820
Capex (+10%) 2.651.871 2.519.741 2.393.505 2.272.842 2.157.453
Capex 2.743.587 2.608.121 2.478.701 2.354.999 2.236.708
Capex (-10%) 2.835.302 2.696.501 2.563.898 2.437.156 2.315.962
Opex Variável (+10%) 1.559.413 1.457.848 1.360.859 1.268.196 1.179.625
Opex Variável 2.743.587 2.608.121 2.478.701 2.354.999 2.236.708
Opex Variável (-10%) 3.927.760 3.758.394 3.596.543 3.441.802 3.293.790
Opex Fixo (+10%) 590.811 514.208 441.153 371.449 304.912
Opex Fixo 2.743.587 2.608.121 2.478.701 2.354.999 2.236.708
Opex Fixo (-10%) 4.691.336 4.502.614 4.322.197 4.149.639 3.984.523
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
190
Parque Nacional de São Joaquim
Tabela 4.26 Análise de Sensibilidade do VPL para o LOTE D (CV-B + TU-C + RSB).
LOTE D (CV-B + TU-C + RSB) – COM OUTORGA
VPL (R$) / TMATMA
9,21% 9,71% 10,21% 10,71% 11,21%
Receita (+10%) 6.377.510 6.083.845 5.803.404 5.535.469 5.279.369
Receita 2.779.412 2.589.654 2.408.597 2.235.765 2.070.710
Receita (-10%) -750.610 -836.772 -918.752 -996.787 -1.071.097
Capex (+10%) 2.687.697 2.501.274 2.323.400 2.153.607 1.991.456
Capex 2.779.412 2.589.654 2.408.597 2.235.765 2.070.710
Capex (-10%) 2.871.128 2.678.034 2.493.793 2.317.922 2.149.965
Opex Variável (+10%) 1.595.239 1.439.381 1.290.754 1.148.962 1.013.628
Opex Variável 2.779.412 2.589.654 2.408.597 2.235.765 2.070.710
Opex Variável (-10%) 3.963.586 3.739.927 3.526.439 3.322.568 3.127.793
Opex Fixo (+10%) -110.891 -221.621 -327.003 -427.338 -522.906
Opex Fixo 2.779.412 2.589.654 2.408.597 2.235.765 2.070.710
Opex Fixo (-10%) 5.394.449 5.133.188 4.883.664 4.645.239 4.417.316
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Tabela 4.27 Análise de Sensibilidade do VPL para o TR-A (CV-A + TU-A Reduzido).
TR-A (CV-A + TU-A Reduzido) – COM OUTORGA
VPL (R$) / TMATMA
9,21% 9,71% 10,21% 10,71% 11,21%
Receita (+10%) 9.011.890 8.568.318 8.144.194 7.738.478 7.350.192
Receita 5.133.041 4.800.522 4.482.637 4.178.600 3.887.674
Receita (-10%) 1.254.192 1.032.726 821.079 618.722 425.157
Capex (+10%) 5.041.325 4.712.142 4.397.440 4.096.442 3.808.420
Capex 5.133.041 4.800.522 4.482.637 4.178.600 3.887.674
Capex (-10%) 5.224.757 4.888.902 4.567.833 4.260.757 3.966.929
Opex Variável (+10%) 3.948.868 3.650.249 3.364.794 3.091.797 2.830.592
Opex Variável 5.133.041 4.800.522 4.482.637 4.178.600 3.887.674
Opex Variável (-10%) 6.317.214 5.950.795 5.600.479 5.265.403 4.944.757
TR-A (CV-A + TU-A Reduzido) – COM OUTORGA
VPL (R$) / TMATMA
9,21% 9,71% 10,21% 10,71% 11,21%
Opex Fixo (+10%) 2.793.731 2.525.175 2.268.538 2.023.178 1.788.492
Opex Fixo 5.133.041 4.800.522 4.482.637 4.178.600 3.887.674
Opex Fixo (-10%) 7.249.560 6.859.170 6.485.869 6.128.743 5.786.935
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Através da análise de sensibilidade, nota-se que o empreendimento possui grande
dependência da otimização dos gastos operacionais (OPEX). Este fato decorre
do impacto do aumento dos gastos do Transporte Único sobre o orçamento de
sua operação. Verifica-se, no entanto, esta otimização possui a capacidade de
gerar expressivos ganhos financeiros. Ademais, em menor grau, o investimento
necessário também gera efeitos similares à lucratividade desta operação.
4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Realizam-se considerações e recomendações frente aos resultados obtidos pela
análise de viabilidade econômico-financeira.
A modelagem preliminar para avalição da performance financeira dos cenários de
análise, demonstrou que dez cenários são financeiramente sustentáveis mediante
a aplicação de outorga. Nesta avaliação, verifica-se que a viabilidade dos cenários é
decorrente do impacto financeiro da Operação 01: Centro de Visitantes.
O Transporte Único (Operação 02) não possui viabilidade econômico-financeira.
Dessa forma, para que esta operação seja implementada, faz-se necessário
acopla-la em um lote de operações, sendo estas atividades responsáveis pela
compensação do déficit do referido empreendimento.
Em relação ao Recanto Santa Bárbara (Operação 03), o empreendimento não
possui capacidade de geração de receitas suficientes para atendimento ao fluxo
191
Parque Nacional de São Joaquim
operacional e pagamento do CAPEX. A viabilidade desta operação dependerá
de uma redução dos encargos do delegatório referentes ao investimento em
infraestrutura e a otimização de seus gastos operacionais. Deve-se salientar que
há ainda o risco sobre variações da taxa de retenção de demanda. Este torna-se
atenuada quando há uma redução do investimento e, consequentemente, perda
da capacidade de indução de demanda.
Dentre os dez cenários de análise financeiramente viáveis, optou-se por seguir
a avaliação com os cenários que envolvessem o maior número de operações e
garantissem bom Retorno Sobre Concessão ao ICMBio estimado.
Seguindo os critérios e premissas estabelecidos, os cenários Lote C (CV-B +
TU-C), Lote D (CV-B + TU-C + RSB) e TR-A (CV-A + TU Reduzido) são os mais
recomendáveis para a implantação de Parceria Ambiental Público Privada no PNSJ,
uma vez que ofertarão a maior quantidade de operações e retorna bons valores
de outorga frente aos demais cenários financeiramente viáveis.
O Lote C possibilitaria a obtenção de um VPL de R$ 2.478.701 e uma TIR de
29,6 % ao ano. Seu período de Payback é de 4 anos. Quanto à outorga, estima-
se que o ICMBio receberia R$ 3,5 milhões de reais no período de 15 anos.
Este lote de operações inclui a implantação de Centro de Visitantes na Sede
Administrativa do PNSJ, localizada no centro urbano do município de Urubici, e
o Transporte Único entre este Centro de Visitantes e o mirante natural da Pedra
Furada, situado no Morro da Igreja, e todas as demais atividades e encargos
previstos pela análise.
O Lote D possibilitaria a obtenção de um VPL de R$ 2.408.597 e uma TIR de
20,6 % ao ano. Seu período de Payback é de 7 anos. Quanto à outorga, estima-se
que o ICMBio receberia R$ 4,3 milhões de reais no período de 15 anos. Este lote
de operações inclui a implantação das mesmas operações do Lote C além do
Recanto Santa Bárbara, o que, por um lado, reduz o resultado financeiro, e por
outro, apresenta uma quantidade maior de operações.
O TR-A possibilitaria a obtenção de um VPL de R$ 4.482.637 e uma TIR de 21,2 %
ao ano. Seu período de Payback é de 6 anos. Quanto à outorga, estima-se que
o ICMBio receberia R$ 5,5 milhões de reais no período de 15 anos. Este lote de
operações inclui a implantação de Centro de Visitantes na área interna do PNSJ,
localizada no km 9 da estrada do Morro da Igreja, e o Transporte Reduzido entre
este Centro de Visitantes e o mirante natural da Pedra Furada, situado no Morro da
Igreja, e todas as demais atividades e encargos previstos pela análise.
192
Parque Nacional de São Joaquim
ENCARTE 3
ARRANJOS E INSTRUMENTOS JURÍDICOS
1. INTRODUÇÃOConforme Termo de Referência que norteou este trabalho, o Encarte 3 contém as
“minutas dos documentos necessários à realização da concessão ou outro instrumento
de Parceria” 33 e, para tanto, a apresentação das minutas desses documentos está
estruturada em duas partes: a primeira se dedica a apresentar o arranjo jurídico
proposto, conforme orientações do ICMBio, bem como a compatibilidade das
atividades nele contempladas às normas jurídicas aplicáveis; a segunda parte é
composta por minuta de documentos jurídicos relativos à concessão de uso de
bem público.
Ademais, é preciso dizer que, mesmo demonstrada a viabilidade técnica,
econômica e jurídica desse arranjo – que poderá ser imediatamente
implementado –, deve-se considerar o resultado do processo legislativo referente
ao Projeto de Lei de Conversão (PLC) 5/2018, proveniente da MPV 809/2017. Caso
esse PLC seja aprovado nos atuais termos, a concessão examinada neste Encarte
deixaria de ser regida pela Lei 8.666/1993 para se submeter aos termos da Lei
8.987/1995, que regula a concessão de serviços públicos.
Cabe ainda alertar que, a teor do disposto no art. 38, parágrafo único da
Lei 8.666/1993, com redação alterada pela Lei nº 8.883/94, as minutas aqui
apresentadas são dependentes de exame e aprovação da Procuradoria Federal
Especializada do ICMBio.
Relembre-se também que, na hipótese de integral aprovação dos instrumentos
jurídicos apresentados, deve-se observar as formalidades previstas na Lei 8.666/93,
33 Item 7.1 do Termo de Referência do Projeto PAPP-BR-M1120, relativo ao PNSJ.
especialmente com relação ao disposto no art. 40, § 1º e no art. 61, parágrafo
único.
Considerando a diversidade de modelos utilizados pelos diferentes órgãos e
entidades da Administração Pública na elaboração de instrumentos jurídicos
celebrados com particulares, os consultores responsáveis por este Encarte tiveram
o cuidado de utilizar como referências básicas os instrumentos jurídicos enviados,
como modelo, pela Coordenação de Concessão e Negócios do ICMBio.
Ainda que compreendendo o interesse prático do ICMBio de que esse arranjo
apresente documentos o mais similares possível aos modelos encaminhados,
haja vista já terem sido aprovados pelas instâncias administrativas e jurídicas da
autarquia, os consultores não se furtaram do dever de fazer as alterações que
julgaram necessárias para o aperfeiçoamento dos modelos.
Tais alterações foram elaboradas a partir de três fases com distintas metodologias.
A primeira constituída por dois momentos: (a) seleção de alguns instrumentos
jurídicos já celebrados pela Administração Pública que guardavam alguma
similaridade com o objeto deste projeto piloto PAPP; e (b) comparação crítica
desses instrumentos com o modelo de referência apresentado pelo ICMBio. A
segunda, constituída pela análise crítica dos documentos a partir das disposições
legais, doutrinárias e jurisprudenciais aplicáveis. A terceira, mais simples, constituída
pelos seguintes momentos: (a) inclusão nos instrumentos jurídicos das informações
fornecidas pelos consultores técnicos; (b) adequação do modelo jurídico à essas
informações; e (c) reestruturação e revisão dos instrumentos jurídicos.
Registre-se que todas as informações técnicas, em especial as de natureza
ambiental, econômica e operacional, foram elaboradas por consultores
especializados nas respectivas áreas. Aos consultores jurídicos coube apenas
a adequação dessas informações aos instrumentos contratuais e editalícios,
sendo daqueles a responsabilidade técnica pelo Projeto Básico, bem como pelas
informações desses documentos incluídas nos documentos jurídicos (contrato de
concessão, edital de concessão e respectivos anexos).
193
Parque Nacional de São Joaquim
2. ARRANJO JURÍDICOO arranjo jurídico a ser implantado no PNSJ contempla as seguintes atividades
a serem realizadas por consórcio ou pessoa jurídica de direito privado, brasileira
ou estrangeira, selecionada em certame licitatório conforme os documentos e
detalhamentos contidos neste Encarte, mediante a celebração de um contrato de
concessão de uso de bem público:
• Controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da Igreja;
• Recepção de visitantes e divulgação do PNSJ;
• Venda de ingressos;
• Serviços de alimentação;
• Venda de souvenirs e conveniências;
• Aplicativo Mobile; e
• Transporte Único – Morro da Igreja.
As atividades acima mencionadas, bem como outras decorrentes delas,
são compatíveis com as normas jurídicas aplicáveis e, portanto, podem ser
desenvolvidas no PNSJ, tal como verificado nos Encartes 1 e 2 deste projeto
piloto PAPP. Assim, embora seja de todo aconselhável reafirmar a compatibilidade
jurídica dessas atividades, não cabe, aqui, fazer nova análise detalhada do tema.
Por isso, o fundamento normativo das atividades foi indicado, sinopticamente, no
Quadro 2.1.
Quanto à modelagem mais adequada para regulamentá-las, diversos elementos
justificam a adoção do contrato de concessão de uso de bem público.
De início, é preciso notar que as atividades mencionadas possuem diversas
sinergias que justificam sua realização sob os auspícios de apenas um ator – a
concessionária. Ainda que seja possível realizar subcontratações, a concessionária
deve ser rapaz de realizar um significativo investimento em infraestrutura
(reformas e edificações), e administrar uma complexa relação de custos fixos e
variáveis que permita a execução das múltiplas e diversas atividades com o fim
comum de promover o uso público do PNSJ.
Nesse contexto, a estabilidade da relação jurídica é essencial tanto para o
concedente – assegurando a sua não interrupção das atividades por motivos
pouco relevantes –, quanto para a concessionária – assegurando que a relação
se prolongará por tempo suficiente para garantir o retorno financeiro esperado e
para justificar a dedicação e o investimento necessários. Esses elementos, por si
só, justificam a eleição de um instrumento jurídico dotado de mais estabilidade
e capaz de disciplinar adequadamente atividades complexas, como é o caso do
contrato de concessão de uso de bem público.
Além disso, outras características desse instrumento jurídico reforçam sua
adequação a essas atividades. Isso porque o contrato de concessão:
• Por possuir natureza contratual, permite o estabelecimento de contrapartidas
por parte do concessionário em troca do direito de usar o bem público;
• Prevê prazo certo, conferindo maior estabilidade e segurança jurídica ao poder
concedente e à concessionária, permitindo o planejamento adequado das
atividades; e
• Prevê justa indenização em caso de rescisão, garantindo atratividade
suficiente para a realização de investimentos que são adequados aos objetivos
pretendidos com a concessão;
• É celebrado após a realização de procedimento licitatório na modalidade de
concorrência, na qual é possível estabelecer diversas cláusulas de garantia do
cumprimento das obrigações assumidas por ambas as partes;
• É largamente utilizado nas relações de parceria estabelecidas pelo ICMBio, já
tendo sido aplicado em outros Parques Nacionais (como Iguaçu, Serra dos
Órgãos, Tijuca e Noronha);
194
Parque Nacional de São Joaquim
• É, segundo a PFE-ICMBIO, o “instrumento mais amplo e que, em essência, adéqua-
se com mais precisão ao uso público em Unidades de Conservação” 34.
Registre-se, também, que o ICMBio, demonstrando a disposição de utilizar essa
modalidade de contrato na gestão das UC, disciplinou, por meio da Instrução
Normativa 02, de 30 de janeiro de 2017, o planejamento, a execução e o
monitoramento da concessão de uso para prestação de serviços de apoio à
visitação em UC.
Com essa inequívoca demonstração de opção por uma técnica gerencial centrada
na concessão de uso, conjuga-se mais esse elemento subjetivo no conjunto de
argumentos que apontam para a conveniência e a oportunidade da escolha desse
contrato para a regulação das atividades deste projeto piloto PAPP.
Uma demonstração gráfica do arranjo proposto, contemplando o instrumento
da concessão, está apresentada na Figura 2.1. As indicações referentes à
compatibilidade jurídica e ao instrumento adequado para as atividades de uso
público do PNSJ estão detalhadas no Quadro 2.1.
Observando essa modelagem de arranjo, os requisitos e condições específicas da
concessão serão objeto de detalhamento nas minutas de edital, contrato e projeto
básico apresentados neste Encarte.
Reitere-se, por fim, que eventual aprovação dos atuais termos do Projeto de Lei
de Conversão 5/2018, proveniente da MPV 809/2017, teria significativo impacto
no regulamento da concessão ora examinada, que deixaria de ser regida pela Lei
8.666/1993 e passaria a ser regida pela Lei 8.987/1995, que regula a concessão de
serviços públicos.
34 Parecer n° 0383/2012/PFE-ICMBIO-SEDE/PGF/AGU, p. 9. Ver também Despacho nº 00141/2017/COMAD/PFE-ICM-BIO/PGF/AGU, p. 2-4. Semelhante entendimento foi exarado no Parecer nº 00150/2017/COMAD/PFE-ICMBIO/PGF/AGU: “a respeito do assunto, esta Procuradoria tem firmado entendimento em manifestações anteriores de que os serviços de apoio à visitação em unidades conservação federais devem ser concedidos mediante procedimento licitatório, uma vez que se trata de concessão de uso de bem público de uso especial” (p. 2).
Figura 2.1 Demonstração do arranjo relativo ao PNSJ.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
195
Parque Nacional de São Joaquim
Quadro 2.1 Compatibilidade jurídica e instrumento jurídico adequado para o PNSJ.
OPERAÇÃO 1
ATIVIDADE / SERVIÇO
COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO
ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO
Normativa expressa Normativa por analogia
Infraestrutura para visitação, administração e apoio à gestão
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 31; art. 32; art. 35, parágrafo único.
• PM: p. 23, 31, 37, 38 e 39.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Bilheteria
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.
• PM: p. 52, item 28.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Serviços de alimentação
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 35, parágrafo único.
• PM: p. 39, item 34; e p. 54, itens 64 e 65.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e com bônus
Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.
Loja de souvenirs e equipamentos
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art.7º, IV; art. 20; art. 30; art. 36.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 38.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Transporte único
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 34;
• Port. 85/2012: art. 4º, § 2º
• PM, p. 52, item 3.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e com bônus
Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.
Aplicativo mobile
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 30.
• PM: p. 23; p. 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e sem bônus
Empresa especializada.
196
Parque Nacional de São Joaquim
OPERAÇÃO 1
ATIVIDADE / SERVIÇO
COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO
ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO
Normativa expressa Normativa por analogia
Ouvidoria• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 38.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Divulgação e marketing
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 30.
• PM: p. 23; p. 30; p. 48, item 2.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável Empresa privada especializada, vinculada ao Centro de Visitantes.
Direito de imagem
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 30.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Segurança patrimonial e portaria
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.
• PM: p. 23, p. 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Aconselhável e sem bônus
Empresa especializada.
Exposição interativa e interpretativa
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 52, item 30.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Centro de informações
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 31; art. 32.
• PM: p. 52, item 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Sala de turismo
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 31; art. 32.
• PM: p. 52, item 30.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
197
Parque Nacional de São Joaquim
OPERAÇÃO 1
ATIVIDADE / SERVIÇO
COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO
ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO
Normativa expressa Normativa por analogia
Posto de primeiros socorros
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.
• PM: p. 38; p. 35, item 11.
Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Mirante
• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.
• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.
• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 33; art. 34.
• PM: p. 38.
• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público
Não aconselhável
Fonte: Camargo e Gomes, 2018. Adaptado.
198
Parque Nacional de São Joaquim
3. INSTRUMENTOS JURÍDICOS Este capítulo apresenta os instrumentos jurídicos que envolvem o arranjo da
concessão de uso de área no PNSJ que tem como finalidade a realização das
seguintes atividades: controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao
Morro da Igreja; recepção de visitantes e divulgação do PNSJ; venda de ingressos;
serviços de alimentação; venda de souvenirs e conveniências; aplicativo Mobile; e
transporte único – Morro da Igreja.
Como mencionado na introdução (Item 1, deste Encarte), a metodologia adotada
na elaboração dos documentos relativos à concessão teve como principal
referência os modelos encaminhados pela Coordenação de Concessão e Negócios
– CONCES/CGEUP/DIMAN-ICMBio, a seguir indicados:
• BRASIL. Edital de Concorrência para Concessão de Uso de Área para Prestação
de Serviços de Apoio à Visitação no Parque Nacional do Pau Brasil. Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Ministério do Meio
Ambiente. Brasília, 2017;
• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão. Anexo I do Pregão Eletrônico nº
04/2017. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.
Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2017;
• BRASIL. Matriz de Risco. Anexo II do Contrato de Concessão do Edital de
Concorrência para Concessão de Uso de Área para Prestação de Serviços de
Apoio à Visitação no Parque Nacional do Pau Brasil. Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Ministério do Meio Ambiente. Brasília,
2017;
• BRASIL. Procedimentos para Aplicação da Penalidade de Multa. Anexo I do
Contrato de Concessão do Edital de Concorrência para Concessão de Uso de
Área para Prestação de Serviços de Apoio à Visitação no Parque Nacional do
Pau Brasil. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.
Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2017.
Como referência secundária foram utilizados os seguintes documentos:
• BRASIL. Contrato de Concessão nº 01/1998. Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente – IBAMA. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal. Curitiba, 1998;
• BRASIL. Contrato de Concessão nº 02/1998. Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente – IBAMA. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal. Curitiba, 1998;
• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência
nº 01/2010 - Processo nº 02070.001684/2010-49. Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Fernando de Noronha, 2012.
Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 10 de maio de 2018;
• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência
nº 01/2014 - Processo nº 02204.000011/2014-32. Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Teresópolis, 2012. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 03 de maio de 2018;
• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência
nº 01/2010 - Processo nº 02045.000067/2010-33. Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Teresópolis, 2010. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 09 de maio de 2018;
• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência
nº 04/2010 - Processo nº 02045.000070/2010-57. Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Teresópolis, 2010. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 03 de maio de 2018;
• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência
nº 04/2010 - Processo nº 02045.000070/2010-57. Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Teresópolis, 2010. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 04 de maio de 2018;
• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência
nº 03/2010 - Processo nº 02045.000068/2010-88. Instituto Chico Mendes de
199
Parque Nacional de São Joaquim
Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Teresópolis, 2010. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 03 de maio de 2018;
• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo XII do Edital De Concorrência
nº 01/2012 - Processo nº 02152.000026/2011-19. Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 04 de maio de 2018.
Com tais referências, os instrumentos jurídicos relativos à concessão foram
elaborados a partir de uma metodologia (indicada na introdução) que, mesmo
considerando o interesse de que as minutas fossem o mais próximas possível
dos modelos já aprovados pelos órgãos do ICMBio, não se furtou do risco de
alterações tanto de forma quanto de conteúdo.
Como também já mencionado na introdução, no processo de aprovação dos
instrumentos jurídicos é necessário considerar:
• o resultado do processo legislativo referente ao Projeto de Lei de Conversão
(PLC) 5/2018, proveniente da MPV 809/2017 (caso esse PLC seja aprovado nos
atuais termos, a concessão examinada neste Produto 3 deixaria de ser regida
pela Lei 8.666/1993 para se submeter aos termos da Lei 8.987/1995, que regula
a concessão de serviços públicos);
• o disposto no art. 38, parágrafo único da Lei 8.666/1993, com redação alterada
pela Lei 8.883/1994, que estabelece a obrigatoriedade do exame e aprovação
pela Procuradoria Federal Especializada do ICMBio;
• as formalidades previstas na Lei 8.666/1993, especialmente com relação ao
disposto no art. 40, § 1º, e no art. 61, parágrafo único.
Por fim, saliente-se que as minutas dos instrumentos jurídicos aqui apresentadas
foram conformadas ao conjunto de informações técnicas elaboradas pelos
consultores, as quais foram devidamente aprovadas pelo ICMBio. Constam
a seguir, na ordem de apresentação proposta pelos consultores, todos os
documentos que constituem o Edital de chamada de interessados à Concessão de
Serviços para o PNSJ, em caráter de Minuta.
EDITAL DO ICMBIO Nº [NÚMERO DA CONCORRÊNCIA/ANO]CONCORRÊNCIA PARA CONCESSÃO DE USO
NO PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM
O InstItuto ChICo Mendes de Conservação da BIodIversIdade – ICMBIo, autarquia
federal, em regime especial, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, criado
pela Lei nº 11.516/2007, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 08.829.974/0001-94, com
sede na EQSW 103/104, Bloco “C”, Complexo Administrativo – Setor Sudoeste,
CEP 70.670-350, Brasília, DF, torna pública a abertura de edital de LICITAÇÃO, na
modalidade CONCORRÊNCIA, com critério de julgamento de MAIOR OFERTA, a
fim de selecionar a melhor proposta para a celebração de contrato de concessão
do direito de uso de bem público correspondente a uma área do Parque Nacional
de São Joaquim com a finalidade de prestar serviços de controle de acesso ao
Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da Igreja, recepção de visitantes e
divulgação do Parque Nacional de São Joaquim, venda de ingressos, alimentação,
venda de souvenirs e conveniências, aplicativo mobile e transporte único para o
Morro da Igreja, com ônus, para o concessionário, de adequação das estruturas
físicas necessárias, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas
neste Edital e em seus Anexos. A Licitação (Processo Administrativo nº [número
do processo administrativo]) será regida pelas regras previstas neste Edital e seus
Anexos, pela Lei nº 8.666/1993 e, subsidiariamente, no que for aplicável, pela Lei nº
8.987/1995 e pelas demais normas vigentes sobre a matéria.
1. ABERTURA
1.1. O recebimento da documentação e a abertura do certame ocorrerá em ato
público, no dia [dia/mês/ano], às [horas:minutos] horas, na sede do ICMBio [ou
inserir endereço].
1.2. Não havendo expediente na data indicada, a abertura será adiada para o
primeiro dia útil subsequente, no mesmo horário e local, salvo disposição em
sentido contrário.
200
Parque Nacional de São Joaquim
1.3. Constituem parte integrante deste EDITAL, os seguintes ANEXOS:
ANEXO TÍTULO
Anexo 1 Carta de Credenciamento
Anexo 2 Modelo de Carta de Apresentação dos Documentos de Habilitação
Anexo 3 Modelo de Declaração de Ciência dos Termos do Edital e Ausência de Impedimento de Participação na Concorrência
Anexo 4 Declaração de Vistoria e de Ciência das Condições da Área Objeto da Concessão
Anexo 5 Modelo de Apresentação de Proposta Econômica e Declaração de Proposta Independente
Anexo 6 Modelo de Procuração
Anexo 7 Modelo de Procuração para Proponentes em Consórcio
Anexo 8 Modelo de Procuração para Proponentes Estrangeiras
Anexo 9 Modelo de Declaração de Inexistência de Processo Falimentar, Recuperação Judicial, Extrajudicial ou Regime de Insolvência
Anexo 10 Modelo de Declaração Formal de Expressa Submissão à Legislação Brasileira e de Renúncia de Reclamação por via Diplomática.
Anexo 11 Modelo de Declaração de Capacidade Financeira
Anexo 12 Modelo de Declaração de Regularidade com relação aos Artigos 149 do Código Penal e 7º, XXXIII, da Constituição Federal.
Anexo 13 Modelo de Declaração de Equivalência de Documentos Estrangeiros
Anexo 14 Modelo de Declaração de Inexistência de Documento Equivalente e de Declaração de Inexistência de Débitos Fiscais e Trabalhistas
Anexo 15 Modelo de Declaração de Contratos Firmados com a iniciativa privada e a Administração Pública
Anexo 16 Modelo de Solicitação de Esclarecimentos da Concorrência
Anexo 17 Contrato de Concessão
Anexo 18 Projeto Básico
2. OBJETO:
A LICITAÇÃO tem por objeto a concessão do direito de uso de bem público
correspondente a uma área do Parque Nacional de São Joaquim, de titularidade
do concedente, para o fim exclusivo de implantação e operação das seguintes
atividades, em conformidade com as normas estabelecidas no EDITAL e seus
ANEXOS:
2.1.1. Controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da
Igreja;
2.1.2. Recepção de visitantes e divulgação do Parque Nacional de São
Joaquim;
2.1.3. Venda de ingressos;
2.1.4. Serviços de alimentação;
2.1.5. Venda de souvenirs e conveniências;
2.1.6. Aplicativo Mobile; e,
2.1.7. Transporte Único – Morro da Igreja.
2.2. Não será facultado à PROPONENTE participar da LICITAÇÃO em relação a um
ou mais serviços separadamente, devendo oferecer proposta global conforme
Anexo 5 – Modelo de Apresentação de Proposta Econômica e Declaração de
Elaboração Independente de Proposta.
2.3. A PROPONENTE será remunerada por meio de receitas provenientes da venda
de ingressos e da operação dos demais serviços descritos no item 2.1 e por meio
de receitas adicionais decorrentes de outras atividades que podem ser exploradas
nos termos do Anexo 18 – Projeto Básico.
2.4. Durante a execução do contrato, a proponente poderá oferecer, nos termos
do Anexo 18 – Projeto Básico e mediante aprovação do concedente, novos
serviços e atrativos dentro da área concessionada.
2.5. A ÁREA objeto do EDITAL está identificada no Anexo 18 – Projeto Básico e
201
Parque Nacional de São Joaquim
será concedida no estado em que se encontra, cabendo à CONCESSIONÁRIA
submeter à aprovação do ICMBio e executar os anteprojetos e projetos de
adequação da área à operação das atividades descritas no item 2.1, tal como
previsto no Anexo 18 – Projeto Básico.
3. ACESSO AO EDITAL:
3.1. O EDITAL, seus ANEXOS, bem como todas as informações, estudos e projetos
disponíveis sobre o Parque Nacional de São Joaquim poderão ser obtidos:
3.1.1. na sede do ICMBio, situado em Brasília/DF, na EQSW 103/104, Bloco
“C”, Complexo Administrativo - Setor Sudoeste CEP: 70.670-350 - Brasília – DF,
nos dias úteis, de 9:00 às 18:00, por meio de agendamento com a Comissão
Especial de Licitação pelo e-mail [email protected] e telefones (61)
2028-9682 / 2028-9669;
3.1.2. no endereço eletrônico do ICMBio, http://www.icmbio.gov.br/portal/
servicos/licitacoes/sede.
3.2. O ICMBio não se responsabiliza pelo texto de editais e anexos obtidos ou
conhecidos de forma ou em local diverso dos indicados.
3.3. A obtenção do EDITAL não é condição para participação na LICITAÇÃO, sendo
suficiente a aceitação, pela PROPONENTE, de todos os seus termos e condições.
4. ESCLARECIMENTOS SOBRE O EDITAL:
4.1. A COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO poderá prestar esclarecimentos sobre o
EDITAL, que vincularão a interpretação de suas regras, de ofício ou a requerimento
das PROPONENTES.
4.2. Os pedidos de esclarecimentos devem seguir o Anexo 16– Modelo de
Solicitação de Esclarecimentos da Concorrência, e deverão ser encaminhados à
COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO, até o dia [dia/mês/ano]:
4.2.1. Por meio eletrônico, no e-mail [email protected], acompanhado
do arquivo contendo as questões formuladas, em formato “.doc” ou “.docx”; ou,
4.2.2. Por meio de correspondência protocolada no ICMBio, contendo as
questões formuladas, impressa e em meio magnético, com o respectivo
arquivo gravado em formato “.doc” ou “.docx”.
4.3. As respostas da Comissão Especial de Licitação aos pedidos de
esclarecimentos serão divulgadas no sítio eletrônico http://www.icmbio.gov.br/
portal/servicos/licitacoes/sede, sem identificação da fonte do questionamento, até
o último dia útil anterior ao certame.
4.4. Qualquer modificação no EDITAL será divulgada pela mesma forma que se
divulgou o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto
quando a alteração, inquestionavelmente, não afetar a formulação da proposta.
5. VISITAS TÉCNICAS
5.1. As PROPONENTES poderão realizar visitas técnicas à ÁREA objeto da licitação
no Parque Nacional de São Joaquim.
5.2. As visitas técnicas deverão ser agendadas diretamente no Parque Nacional de
São Joaquim e podem ser realizadas, a critério das PROPONENTES, até o dia útil
anterior à data estabelecida para a entrega dos envelopes de habilitação.
5.3. As PROPONENTES receberão a área na condição em que se encontra e,
por esse motivo, eventuais prejuízos ocorridos na execução do CONTRATO em
decorrência de omissão ou falha quanto à verificação da ÁREA são de integral
responsabilidade das PROPONENTES.
6. IMPUGNAÇÃO AO EDITAL
6.1. Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar o EDITAL de LICITAÇÃO,
devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para
a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e
responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade
prevista no § 1º do art. 113 da Lei nº 8.666/1993.
202
Parque Nacional de São Joaquim
6.2. Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante
a administração a PROPONENTE que não o fizer até o segundo dia útil que
anteceder a abertura dos envelopes de habilitação.
6.3. A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de
participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela
pertinente.
6.4. A impugnação ao Edital deverá ser dirigida ao presidente da COMISSÃO
ESPECIAL DE LICITAÇÃO e entregue no ICMBio, de 2ª a 6ª feira, das 09h às 18h, em
meio físico ou eletrônico, em formato “.doc” ou “.docx”.
6.5. A COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO deverá julgar e responder às eventuais
impugnações, na forma prevista em lei.
7. DISPOSIÇÕES GERAIS
7.1. Todos os documentos da LICITAÇÃO, inclusive as correspondências trocadas
entre as PROPONENTES e o ICMBio, deverão ser redigidos em língua portuguesa.
7.2. Não serão considerados para efeito de avaliação e julgamento das propostas
os documentos de origem estrangeira apresentados em outras línguas sem
tradução juramentada para a língua portuguesa e sem a autenticação junto às
Repartições Consulares do Ministério das Relações Exteriores (MRE) no exterior ou
a aposição de apostila, quando cabível.
7.3. Os documentos deverão ser apresentados conforme os modelos constantes
do EDITAL, salvo quando expressamente autorizada forma diversa.
7.4. Todas as correspondências referentes ao EDITAL serão consideradas como
entregues na data do seu recebimento pelo ICMBio, mediante protocolo
ou outra forma de confirmação de recebimento de mensagem, em caso de
correspondência eletrônica.
7.5. As correspondências recebidas pelo ICMBio após as 18:00, inclusive por meio
eletrônico, serão consideradas como recebidas no dia útil seguinte.
7.6. Os documentos apresentados em meio eletrônico não poderão ter restrições
de acesso ou proteção de conteúdo.
7.7. Caso exista divergência entre as informações apresentadas em meio físico e
eletrônico, prevalecerão as informações prestadas em meio físico.
7.8. As informações, estudos, pesquisas, investigações, levantamentos, projetos,
planilhas e demais documentos ou dados, relacionados ao objeto da CONCESSÃO
e à sua exploração, disponibilizados no sítio do ICMBio, foram realizados e obtidos
para fins exclusivos de precificação do contrato, não possuindo caráter vinculativo
em relação às PROPONENTES.
7.9. As proponentes são responsáveis pela análise direta das condições da ÁREA
do Parque Nacional de São Joaquim e de todos os dados e informações sobre a
exploração da CONCESSÃO, bem como pelo exame de todas as normas aplicáveis,
inclusive no tocante à realização de estudos, investigações, levantamentos,
projetos e investimentos.
7.10. As PROPONENTES se responsabilizam civil, administrativa e penalmente pela
veracidade das informações prestadas.
7.11. A participação na LICITAÇÃO, observado o disposto no item 6, implica
a integral e incondicional aceitação de todos os termos do EDITAL e de seus
ANEXOS, bem como das demais normas aplicáveis.
8. COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO
8.1. A LICITAÇÃO será processada e julgada pela COMISSÃO ESPECIAL DE
LICITAÇÃO, cabendo-lhe conduzir os trabalhos necessários à realização do
certame.
8.2. A COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO deverá receber, examinar e analisar
todos os documentos relativos à LICITAÇÃO.
8.3. Além de outras prerrogativas que decorrem implicitamente de sua função, a
COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO poderá:
203
Parque Nacional de São Joaquim
8.3.1. solicitar informações a quaisquer órgãos e entidades envolvidos na
LICITAÇÃO, bem como de todos aqueles integrantes da Administração Pública
Federal;
8.3.2. solicitar às PROPONENTES, a qualquer momento, esclarecimentos
sobre os documentos por elas apresentados, bem como adotar critérios de
saneamento de falhas de caráter formal no curso da LICITAÇÃO;
8.3.3. diligências para confirmar a autenticidade das informações contidas
nos documentos e obter informações complementares; e
8.3.4. prorrogar, mediante prévia aprovação da Diretoria de Planejamento,
Administração e Logística do ICMBio, os prazos de que trata o EDITAL em
caso de interesse público, caso fortuito ou força maior, sem que caiba às
PROPONENTES qualquer direito de indenização ou ressarcimento.
8.4. A recusa em fornecer esclarecimentos e documentos ou em cumprir as
exigências solicitadas pela COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO, nos prazos
por ela determinados e de acordo com os termos do EDITAL, poderá ensejar a
desclassificação da PROPONENTE, mediante decisão fundamentada.
9. PARTICIPAÇÃO NA CONCORRÊNCIA
9.1. Podem participar da LICITAÇÃO, observado o disposto no item 12, pessoas
jurídicas brasileiras ou estrangeiras, isoladamente ou em consórcio, que:
9.1.1. atendam às condições do EDITAL e apresentem os documentos nele
exigidos, em original ou em cópia autenticada por cartório competente ou
por servidor da COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO;
9.1.2. estejam cadastradas e habilitadas no Sistema de Cadastramento
Unificado de Fornecedores - SICAF, nos termos do art. 1º, § 1º do Decreto
nº 3.722/2001, publicado no D.O.U de 10 de janeiro de 2001, alterado pelo
Decreto nº 4.485/2002.
9.2. As autenticações realizadas por servidor deverão ocorrer até 24 horas antes da
abertura da LICITAÇÃO, à vista dos originais.
9.3. As empresas não cadastradas no SICAF, que tenham interesse em participar
da LICITAÇÃO, deverão providenciar seu cadastramento e habilitação até o terceiro
dia útil anterior à data do recebimento das propostas.
10. PARTICIPAÇÃO DE EMPRESA ESTRANGEIRA
10.1. As PROPONENTES pessoas jurídicas estrangeiras deverão, tanto para a
participação isolada como em consórcio:
10.1.1. apresentar documentos equivalentes aos necessários para a
habilitação, autenticados pela autoridade consular brasileira de seu país de
origem, e traduzidos por tradutor juramentado;
10.1.2. apresentar, se em funcionamento no Brasil, Decreto de autorização
e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão
competente, quando a atividade assim o exigir;
10.1.3. apresentar documentação comprobatória de representação legal no
Brasil;
10.1.4. declarar sua submissão total e incondicional à legislação brasileira para
todos os fins relacionados à concessão;
10.1.5. certificar, em conformidade com o Anexo 13 – Modelo de
Declaração de Equivalência de Documentos Estrangeiros, a correlação
entre os documentos normalmente exigidos em licitações no Brasil e os
correspondentes no país de origem.
10.2. Considera-se representante da pessoa jurídica estrangeira, a pessoa
legalmente credenciada e domiciliada no Brasil, com l expressos, mediante
procuração por instrumento público ou particular, com firma reconhecida como
verdadeira por notário ou outra entidade competente de acordo com a legislação
aplicável, para receber citação e responder administrativa e judicialmente no Brasil,
bem como para representá-la em todas as fases do processo.
10.3. A procuração deverá ser emitida na língua oficial do país de origem da
Proponente, devidamente registrada em consulado, com tradução juramentada e
204
Parque Nacional de São Joaquim
registrada em Cartório de Registro de Títulos e Documentos, observado o Anexo 8 –
Modelo de Procuração para Proponentes Estrangeiras.
10.4. Os documentos de habilitação equivalentes devem ser apresentados de
forma a possibilitar a análise acerca da sua validade.
10.5. Na hipótese da inexistência de documentos equivalentes aos solicitados no
Edital ou de órgãos no país de origem que os autentiquem, deverá ser apresentada
declaração pela PROPONENTE, informando tal fato, conforme Anexo 14– Modelo
de Declaração de Inexistência de Documento Equivalente e de Declaração de
Inexistência de Débitos Fiscais e Trabalhistas.
11. PARTICIPAÇÃO EM CONSÓRCIO
11.1. As pessoas jurídicas que pretendam constituir consórcio deverão observar as
normas constantes no art. 33, bem como os documentos elencados nos arts 27 a
30, da Lei n° 8.666/1993, e atender aos seguintes requisitos:
11.1.1. Comprovação por meio de compromisso, público ou particular,
subscrito pelos consorciados, da intenção de constituir consórcio, cujo
prazo de duração deve, no mínimo, coincidir com o prazo de vigência do
CONTRATO;
11.1.2. Indicação da empresa líder, que deverá ser o consorciado detentor
da maior cota consorcial, para responder junto ao CONCEDENTE durante a
licitação e por todas as obrigações do CONTRATO;
11.1.3. Apresentação da documentação de habilitação exigida no EDITAL em
relação a todos os seus consorciados.
11.2. Para efeito de qualificação técnica, será aceito o somatório da capacidade
técnica dos consorciados.
11.3. Para efeito de qualificação econômico-financeira, será aceito o somatório
dos valores relativos a cada consorciado, na proporção de sua respectiva
participação.
11.4. Os consorciados não poderão apresentar proposta isoladamente
ou integrando outro consórcio, tampouco prestar serviço à PROPONENTE
VENCEDORA na condição de subcontratado.
11.5. Se vencedor da licitação, o consórcio deverá promover, no prazo máximo
de 30 (trinta) dias úteis após a convocação para assinatura do contrato, sua
constituição e registro como Sociedade de Propósito Específico, sob pena de
decair do direito à contratação, sem prejuízo das penalidades previstas no EDITAL.
11.6. Os consorciados serão solidariamente responsáveis pelos atos praticados
pela líder e por todos os demais consorciados, tanto na fase de licitação quanto na
de execução do contrato.
11.7. No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras, a liderança caberá,
obrigatoriamente, à empresa brasileira.
11.8. Os consorciados deverão apresentar compromisso de que não constituem
nem constituirão, para os fins do consórcio, pessoa jurídica distinta, bem como
de que o consórcio não adotará denominação própria diferente daquela de seus
integrantes.
12. LIMITAÇÕES À PARTICIPAÇÃO
12.1. Observado o disposto no item 10, não poderão participar da LICITAÇÃO,
isoladamente ou em consórcio, pessoas jurídicas que:
12.1.1. estejam suspensas de participar de licitação ou de qualquer forma
impedidas de contratar com a Administração Pública;
12.1.2. tenham sido declaradas inidôneas para licitar ou contratar com a
Administração Pública, enquanto perdurarem os motivos determinantes da
punição ou até que seja promovida sua reabilitação;
12.1.3. estejam enquadradas nas vedações previstas no art. 9º da Lei nº
8.666/1993;
12.1.4. tenham sido condenadas, por sentença transitada em julgado, à pena
205
Parque Nacional de São Joaquim
de interdição de direitos devido à prática de crimes ambientais, conforme
disciplinado no art. 10 da Lei nº 9.605, de 12.02.1998;
12.1.5. tenham dirigentes ou responsáveis técnicos que sejam ou tenham
sido ocupantes de cargo efetivo, emprego, ou cargo comissionado no
ICMBio, no Ministério do Meio Ambiente, ou ocupantes de cargo de direção,
assessoramento superior ou assistência intermediária da União, nos últimos
180 (cento e oitenta) dias anteriores à data da publicação do Edital;
12.1.6. esteja inadimplente junto ao ICMBio ou cujos acionistas ou diretores
tenham participado de outra empresa inadimplente junto ao ICMBio;
12.1.7. comprovadamente, por sua culpa, não tenha cumprido integralmente
contrato com o ICMBio, independentemente do objeto contratado;
12.1.8. possua diretores, responsáveis legais ou técnicos, sócios ou membros
de conselho consultivo de mais de 01 (uma) empresa que esteja participando
desta licitação; e
12.1.9. estejam em recuperação judicial, extrajudicial ou em processo
falimentar.
12.2. Se constatada algumas das hipótese elencadas no item anterior, ainda que
após a realização da LICITAÇÃO, a PROPONENTE será desqualificada e se sujeitará,
juntamente com seus representantes, às sanções previstas no art. 90 da Lei nº
8.666/1993.
13. DOCUMENTAÇÃO
13.1. A documentação exigida no EDITAL deverá ser apresentada à COMISSÃO
ESPECIAL DE LICITAÇÃO no original ou em cópia autenticada, em envelopes
lacrados e rubricados no fecho, na forma do item 21.
13.2. É vedado o fechamento dos envelopes nas instalações do ICMBio.
13.3. Os envelopes contendo a documentação exigida e as propostas de preço
deverão ser entregues à COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO no dia, horário e local
indicados no item 1 do EDITAL.
13.4. Encerrado o prazo referido no item 1, nenhum outro documento será aceito,
assim como não se admitirão quaisquer adendos ou alterações nos documentos e
propostas entregues.
13.5. Serão consideradas inabilitadas as licitantes que não atenderem aos itens do
EDITAL, deixarem de apresentar a documentação solicitada ou apresentarem-na
com vícios.
14. DECLARAÇÕES PRELIMINARES
14.1. As PROPONENTES deverão apresentar declarações preliminares de que:
14.1.1. estão cientes de todas as exigências previstas no EDITAL e seus
ANEXOS, das condições da área objeto de concessão, assim como não
incidem nas hipóteses de impedimento de participação na LICITAÇÃO,
conforme Anexo 3 – Modelo de Declaração de Ciência dos Termos do Edital e
Ausência de Impedimento de Participação na Concorrência;
14.1.2. não se encontram em processo de falência, autofalência, recuperação
judicial ou extrajudicial, liquidação judicial ou extrajudicial, insolvência,
administração especial temporária ou sob intervenção, conforme modelo
constante do Anexo 9 – Modelo de Declaração de Inexistência de Processo
Falimentar, Recuperação Judicial, Extrajudicial ou Regime de Insolvência;
14.1.3. cumprem o disposto no art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal, que
inclui entre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a proibição de
trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
a partir de quatorze anos, conforme modelo constante do Anexo 12 – Modelo
de Declaração de Regularidade com relação aos Artigos 149 do Código Penal
e 7º, XXXIII, da Constituição Federal; e
14.1.4. estão regulares no Sistema de Cadastramento Unificado de
Fornecedores – SICAF, o que deverá será comprovado mediante consulta
“online”, no ato da abertura do certame, observado o disposto no item 9.3.
206
Parque Nacional de São Joaquim
15. HABILITAÇÃO
15.1. Para a habilitação deverá ser apresentada documentação relativa a:
15.1.1. Habilitação jurídica;
15.1.2. Habilitação econômico-financeira;
15.1.3. Regularidade fiscal e trabalhista; e
15.1.4. Habilitação Técnica.
16. HABILITAÇÃO JURÍDICA
16.1. As PROPONENTES, ainda que na condição de participantes de consórcio,
deverão apresentar os seguintes documentos:
16.1.1. Estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em
se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações,
acompanhado de documentos de eleição e posse de seus administradores;
16.1.2. No caso de sociedades simples, inscrição do ato constitutivo e
documento que demonstre quem são as pessoas naturais incumbidas da sua
administração, definindo poderes e atribuições;
16.1.3. Cédula de identidade e registro comercial, no caso de empresa
individual;
16.1.4. Certidão expedida pela junta comercial ou cartório de registro
competente, com as informações atualizadas sobre o registro da empresa;
16.1.5. Decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade
estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para
funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim
exigir, observado o disposto no item 10.
16.2. As pessoas jurídicas estrangeiras que não funcionem no Brasil, participando
isoladamente ou reunidas em consórcio, observado o disposto no item 11,
deverão apresentar a documentação descrita neste item em conformidade com
a legislação de seu país de origem, bem como declaração expressa de que se
submetem à legislação brasileira e que renunciam a qualquer reclamação por via
diplomática, conforme previsto no Anexo 10 – Modelo de Declaração Formal de
Expressa Submissão à Legislação Brasileira e de Renúncia de Reclamação por via
Diplomática.
17. HABILITAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
17.1. As PROPONENTES, ainda que na condição de participantes de consórcio,
deverão apresentar os seguintes documentos:
17.1.1. para qualquer tipo de sociedade empresária, certidão negativa
de pedido de falência, recuperação judicial e extrajudicial, expedida pelo
distribuidor judicial da Comarca (Varas Cíveis) da cidade onde a empresa for
sediada, com data de, no máximo, 30 (trinta) dias anteriores à abertura da
LICITAÇÃO;
17.1.2. para sociedades simples, certidão expedida pelo distribuidor judicial
das Varas Cíveis em geral da Comarca onde a empresa está sediada, datada de,
no máximo, 30 (trinta) dias anteriores à abertura da LICITAÇÃO;
17.1.3. balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício
social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa
situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou
balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando
encerrados há mais de 3 (três) meses da data de abertura da LICITAÇÃO;
17.1.4. declaração, acompanhada da Demonstração do Resultado do Exercício
(DRE) relativa ao último exercício social, acerca dos contratos firmados com a
iniciativa privada e a Administração Pública, conforme Anexo 15 – Modelo de
Declaração de Contratos Firmados com a iniciativa privada e a Administração
Pública, de que o comprometimento com as obrigações já assumidas é
compatível com o Patrimônio Líquido da PROPONENTE, podendo este ser
atualizado na forma já disciplinada no EDITAL;
17.1.5. declaração de que dispõe ou tem capacidade de obter recursos
207
Parque Nacional de São Joaquim
financeiros suficientes para cumprir as obrigações necessárias à consecução
do objeto da concessão, nos termos do Anexo 11 – Modelo de Declaração de
Capacidade Financeira.
17.2. No caso de empresa constituída no exercício social vigente, admite-se a
apresentação de balanço patrimonial e demonstrações contábeis referentes ao
período de existência da sociedade.
17.3. A capacidade de assunção das obrigações poderá ser complementada com
a comprovação de linhas de crédito aprovadas em instituições financeiras.
17.4. A PROPONENTE deverá possuir capital mínimo ou o valor do patrimônio
líquido não inferior a 5 % (cinco por cento) do valor total do contrato.
17.5. A comprovação da boa situação financeira da empresa se dará mediante
a obtenção de índices de Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez
Corrente (LC) superiores a 1 (um), obtidos pela aplicação das seguintes fórmulas:
17.6. Se qualquer dos índices indicados item anterior for inferior a 1 (um), as
PROPONENTES deverão ainda complementar a comprovação da qualificação
econômico-financeira por meio da demonstração de que:
17.6.1. possui Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro (Ativo
Circulante – Passivo Circulante) de, no mínimo, 16,66 % (dezesseis inteiros e
sessenta e seis centésimos por cento) do valor estimado para a contratação,
tendo por base o balanço patrimonial e as demonstrações contábeis do
último exercício social; ou
17.6.2. possui patrimônio líquido de 10 % (dez por cento) do valor estimado
da contratação, por meio da apresentação do balanço patrimonial e
demonstrações contábeis do último exercício social, apresentados na forma
da lei, vedada a substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo
ser atualizados por índices oficiais quando encerrados há mais de 3 (três)
meses da data da apresentação da proposta.
18. REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA
18.1. As PROPONENTES, ainda que na condição de participantes de consórcio,
deverão apresentar os seguintes documentos:
18.1.1. Comprovante de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do
Ministério da Fazenda - CNPJ/MF;
18.1.2. Comprovante de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou
municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao
seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;
18.1.3. Comprovante de regularidade para com a Fazenda Federal, a Fazenda
Estadual e a Fazenda Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra
equivalente, na forma da lei;
18.1.4. Comprovante de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no
cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei;
18.1.5. Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, expedida conforme Lei
nº 8.666/1993 (com a redação dada pela Lei Federal nº 12.440/2011), e a
Resolução Administrativa nº 1470/2011, do Tribunal Superior do Trabalho.
18.2. Caso seja apresentada certidão positiva que não informe a situação
atualizada do processo a que se refere, ela deverá estar acompanhada de prova
de quitação ou de certidões, expedidas com a antecedência máxima de 30 (trinta)
dias contados da data da licitação, que tragam essa informação.
208
Parque Nacional de São Joaquim
19. HABILITAÇÃO TÉCNICA
19.1. As PROPONENTES deverão comprovar qualificação técnica pertinente
ao objeto descrito no EDITAL, mediante atestados de Capacidade Técnica
(declaração ou certidão) fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou
privado declarando ter a proponente prestado ou estar prestando serviços com
características iguais ou semelhantes.
19.2. Os atestados deverão ter pertinência ao objeto descrito no contrato social
ou estatuto da proponente.
19.3. Somente serão aceitos atestados expedidos após a conclusão do serviço ou
após um ano do início de sua execução, salvo se o contrato tiver sido firmado com
prazo de execução inferior.
19.4. As PROPONENTES deverão disponibilizar todas as informações necessárias à
comprovação da legitimidade dos atestados, apresentando, dentre outros documentos,
cópia dos contratos que previam a prestação dos serviços e suas especificações,
endereço atual da contratante e local em que foram prestados os serviços.
20. PROPOSTA ECONÔMICA
20.1. A proposta econômica versará sobre o valor de outorga variável a ser paga
ao CONCEDENTE.
20.2. A proposta econômica, deverá ser elaborada em conformidade com o
Anexo 18 – Projeto Básico, redigida em linguagem clara, sem emendas, rasuras
ou entrelinhas que impeçam sua perfeita compreensão, devidamente datada,
assinada na última folha e rubricada nas demais, contendo as declarações
estabelecidas no Anexo 5 – Modelo de Apresentação de Proposta Econômica e
Declaração de Elaboração Independente de Proposta.
20.3. Será desclassificada a proposta que:
20.3.1. apresente alternativas, irregularidades ou defeitos capazes de dificultar
o julgamento;
20.3.2. seja manifestamente inexequível ou financeiramente incompatível
com os objetivos da licitação, conforme preceitua o art. 48 da Lei nº
8.666/1993;
20.3.3. apresente valores incompatíveis com o Anexo 18 – Projeto Básico;
20.3.4. contenha emendas, borrões ou rasuras que comprometam sua
apresentação e compreensão.
20.4. Caso as propostas classificadas contenham erros materiais ou deficiências
que não tenham sido previstos como motivos para desclassificação, a COMISSÃO
ESPECIAL DE LICITAÇÃO poderá relevar as falhas.
20.5. A PROPONENTE deverá indicar, na sua proposta econômica, o valor de
outorga variável, em percentual (%) sobre a Receita Operacional Bruta (ROB), a
ser paga mensalmente ao CONCEDENTE, em algarismos e por extenso com, no
máximo, 2 (duas) casas decimais, observado o percentual mínimo de 3,00 % (três
por cento).
20.6. Havendo divergência entre o percentual registrados de forma numérica e o
percentual indicado por extenso, prevalecerá os primeiros.
20.7. As PROPONENTES se comprometem ao pagamento do valor de outorga
fixa, que não será objeto da proposta econômica, correspondente a R$ 408.000,00
(quatrocentos e oito mil reais), em parcelas anuais corrigidas.
20.8. A PROPONENTE receberá 36 meses de carência para o pagamento da
outorga fixa e variável, cujo valor será diluído nos pagamentos das demais
parcelas.
20.9. A Proposta Econômica deverá atender rigorosamente às prescrições e
exigências constantes do Anexo 18 – Projeto Básico, sob pena de desclassificação,
devendo, ainda, constar:
20.9.1. Prazo de validade, não inferior a 120 (cento e vinte) dias, contados da
data de sua apresentação, podendo este prazo ser prorrogado uma única vez,
209
Parque Nacional de São Joaquim
por igual período, mediante solicitação do ICMBio;
20.9.2. Descrição dos serviços e produtos a serem oferecidos aos visitantes e
aos usuários, observadas as especificações e condições constantes do EDITAL
e ANEXOS;
20.9.3. Dados da PROPONENTE e de seu representante legal;
20.9.4 Declaração de aceitação das condições e exigências para a Concessão;
20.9.5. Local, data, carimbo e assinatura da PROPONENTE.
20.10. As PROPONENTES deverão apresentar ainda o estudo de viabilidade
econômico-financeiro que comprove a viabilidade da proposta e que seja
compatível com as disposições do Anexo 18 – Projeto Básico, contendo:
20.10.1. Valor do investimento, indicando separadamente os valores relativos
às edificações, equipamentos, móveis, etc.;
20.10.2. Cronograma de desembolso do investimento;
20.10.3. Premissas econômicas globais e regionais que embasaram as
projeções;
20.10.4. Projeção dos itens de custo e das fontes de receita do
empreendimento;
20.10.5. Fluxo de Caixa do Empreendimento durante a vigência do Contrato,
devendo ser calculados os seguintes indicadores econômicos:
20.10.5. 1. Custo Médio Ponderado do Capital – CMPC;
20.10.5.2. Valor Presente Líquido – VPL;
20.10.5.3. Taxa Interna de Retorno – TIR;
20.10.5.4. Payback Descontado.
20.11. Nos preços propostos deverão estar incluídos todos os insumos e custos
que o compõem, tais como as despesas com mão-de-obra, impostos, taxas,
frete, seguros e quaisquer outros que incidam direta ou indiretamente, dentre
eles transporte de pessoal, alimentação para todo pessoal alocado à execução,
despesas de aprovação dos projetos junto aos órgãos públicos locais, “know-how”,
“royalties”, despesas financeiras, instalações e suas ligações provisórias e definitivas,
entre outras, bem como, o fornecimento e a execução de todos os serviços
previstos para a CONCESSÃO.
20.12. Os preços propostos serão de exclusiva e total responsabilidade da
PROPONENTE.
20.13. Em nenhuma hipótese poderá ser alterado o conteúdo da proposta
apresentada, seja com relação ao preço, pagamento, prazo ou qualquer condição
que importe a modificação dos seus termos originais.
20.14. As propostas econômicas deverão ser incondicionais, irretratáveis e
irrevogáveis.
20.15. Todas as propostas serão avaliadas e julgadas dentro dos mais exigentes
padrões de qualidade, conteúdo e apresentação, não sendo aceitas ou
consideradas propostas que não atendam as exigências mínimas ou que sejam
inexequíveis, observados os critérios de razoabilidade e proporcionalidade.
21. APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS
21.1. O certame será realizado em ato público na data, horário e local indicados
no EDITAL, quando deverão ser entregues à COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO 2
(dois) volumes:
21.1.1. Volume 1 – Declarações Preliminares e Documentos de Habilitação; e
21.1.2. Volume 2 – Proposta econômica, devidamente assinada, conforme
modelo previsto no Anexo 5 – Modelo de Apresentação de Proposta Econômica e
Declaração de Elaboração Independente de Proposta.
21.2. Os 2 (dois) volumes deverão ser apresentados em envelopes distintos,
lacrados e rubricados no fecho, identificados em sua capa da seguinte forma:
210
Parque Nacional de São Joaquim
21.3. Cada Volume deverá ser apresentado com todas as folhas numeradas
sequencialmente (00/0000) e rubricadas, inclusive as folhas de separação,
catálogos, desenhos ou similares, se houver, da primeira à última folha, de forma
que a numeração da última folha do último caderno reflita a quantidade total de
folhas do envelope, não sendo permitidas emendas ou rasuras.
21.4. Cada envelope conterá página com termo de encerramento próprio.
21.5. Encerrado o prazo para recebimento dos envelopes, nenhum outro
documento será aceito, assim como não se admitirão quaisquer alterações nos
documentos entregues.
21.6. Sob nenhuma hipótese será concedida prorrogação de prazo para
apresentação da documentação exigida no EDITAL.
21.7. Os volumes também deverão ser apresentados em meio eletrônico, em
formato “.doc” ou “.docx”, sem restrições de acesso ou proteção de conteúdo, com
teor idêntico ao apresentado em meio físico.
21.8. Em caso de divergência entre as informações apresentadas em meio físico e
eletrônico, prevalecerão as informações prestadas em meio físico.
21.9. As PROPONENTES deverão inserir, sobre o lacre de cada um dos envelopes,
de próprio punho, rubrica, data e hora de fechamento.
22. CREDENCIAMENTO DE REPRESENTANTE
22.1. Previamente à abertura da sessão de habilitação e julgamento, o
representante da PROPONENTE deverá apresentar-se à COMISSÃO ESPECIAL
DE LICITAÇÃO para efetuar seu credenciamento, com o Anexo 1 – Carta de
Credenciamento devidamente preenchido, munido da sua Carteira de Identidade
ou documento equivalente, e do documento que lhe dê poderes para manifestar-
se durante a sessão.
22.2. A falta de apresentação, ou incorreção de qualquer dos documentos
referidos no item 22.1 não inabilitará a PROPONENTE, mas obstará sua
manifestação durante a sessão.
22.3. Os documentos de credenciamento do representante serão entregues
em separado e não devem ser colocados dentro de nenhum dos envelopes da
proponente.
22.4. Qualquer manifestação das PROPONENTES em relação à LICITAÇÃO ficará
condicionada à prévia apresentação dos documentos indicados.
22.5. Cada PROPONENTE poderá credenciar apenas 1 (um) representante, que
será o único a poder se manifestar em seu nome.
22.6. Cada credenciado poderá representar apenas uma PROPONENTE.
23. HABILITAÇÃO E PROPOSTA ECONÔMICA
23.1. A LICITAÇÃO compreenderá a abertura dos envelopes relativos ao Volume
I – Declarações Preliminares e Documentos de Habilitação, seguida pela abertura
211
Parque Nacional de São Joaquim
dos envelopes referidos no Volume II – Proposta Econômica, com o objetivo de
classificar as PROPONENTES.
23.2. Será inabilitada do certame a PROPONENTE que apresentar as Declarações
Preliminares e os Documentos de Habilitação (Volume I) em desconformidade
com o exigido no EDITAL e em seus ANEXOS.
23.3. As PROPONENTES inabilitadas terão seus envelopes do Volume II – Proposta
Econômica devolvidos ainda lacrados, desde que não tenha havido recurso ou
após sua denegação.
23.4. O envelope contendo a proposta de preços de PROPONENTE inabilitada não
retirado após a inabilitação, ficará à disposição para retirada, devidamente lacrado,
por 05 (cinco) dias úteis após a abertura da proposta de preços ou denegação do
recurso, sendo inutilizado após este prazo.
23.5. As PROPONENTES habilitadas serão aquelas cujas Declarações Preliminares e
Documentos de Habilitação atendam à totalidade das exigências estabelecidas no
EDITAL e na legislação aplicável.
23.6. Após a fase de habilitação não cabe desistência das propostas econômicas,
salvo por motivo justo, decorrente de fato superveniente aceito pela COMISSÃO
ESPECIAL DE LICITAÇÃO.
23.7. Na sessão seguinte, em data a ser designada pela COMISSÃO ESPECIAL DE
LICITAÇÃO, após o julgamento dos recursos relativos à inabilitação, serão abertos
os envelopes do Volume II – Proposta Econômica das PROPONENTES habilitadas.
23.8. Caso todas as partes tenham sido habilitadas ou assinem termo desistindo
da propositura de recurso relativo à inabilitação, os envelopes do Volume II –
Proposta Econômica das PROPONENTES habilitadas poderão ser abertos na
mesma sessão.
23.9. Abertos os envelopes do Volume II – Proposta Econômica, as propostas
econômicas serão ordenadas por meio do critério de maior valor de outorga variável.
23.10. Serão desclassificadas as propostas de outorga variável inferior a 3,00 %
(três por cento) da Receita Operacional Bruta (ROB).
23.11. Ao final de cada sessão será lavrada ata circunstanciada, assinada pelos
membros da COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO e pelos representantes das
PROPONENTES presentes na sessão.
23.12. Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos membros da
COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO e pelos representantes das PROPONENTES
presentes na sessão.
23.13. No caso de desclassificação de todas as propostas, o ICMBio poderá fixar o
prazo de [número de dias] dias úteis para a apresentação de novas propostas.
23.14. A desclassificação de proposta será sempre fundamentada e registrada na
ata da sessão.
24. JULGAMENTO
24.1. O julgamento das propostas será realizado em conformidade com o tipo de
Licitação MAIOR LANCE OU OFERTA, entendida como o maior valor de outorga
variável ofertado, observado o atendimento das especificações estabelecidas no
EDITAL e em seus ANEXOS, de acordo com os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.666/93 e
com o artigo 15, II, da lei 8.987/95.
24.2. As PROPONENTES, uma vez habilitadas, concorrerão com base nos lances
efetivados, sendo vencedora a que tiver proposto o maior valor de outorga
variável.
24.3. Em caso de empate na proposta econômica, respeitada a ordem de
preferência prevista no art. 3º, § 2º, da Lei nº 8.666/1993, a PROPONENTE
VENCEDORA será decidida por sorteio, nos termos do art. 45, § 2º, do mesmo
diploma legal.
24.4. Durante a análise das propostas, a COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO
poderá solicitar quaisquer esclarecimentos adicionais das proponentes.
212
Parque Nacional de São Joaquim
24.5. As PROPONENTES deverão atender às comunicações da COMISSÃO
ESPECIAL DE LICITAÇÃO, até o próximo dia útil ao do recebimento da
comunicação, salvo se estipulado expressamente prazo diverso.
24.6. Todas as comunicações e esclarecimentos deverão ser feitos por escrito à
COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO.
25. HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO
25.1. Se, por motivo de força maior ou caso fortuito, a adjudicação não puder
ocorrer dentro do período de validade da proposta financeira de 120 (cento
e vinte) dias, e caso persista o interesse do ICMBio na concessão, este poderá
solicitar a prorrogação por igual prazo.
25.2. Transcorrido o prazo recursal ou decididos os recursos interpostos, o
resultado do julgamento será submetido, por meio de ata circunstanciada,
à autoridade competente para homologação e adjudicação do objeto à
PROPONENTE VENCEDORA.
25.3. O ato de homologação e adjudicação será publicado no Diário Oficial da
União e no sítio eletrônico do ICMBio.
25.4. Após a homologação e adjudicação, a PROPONENTE VENCEDORA será
convocada para assinar o CONTRATO, de acordo com o previsto no EDITAL.
26. RECURSOS ADMINISTRATIVOS
26.1. Dos atos administrativos realizados na LICITAÇÃO, salvo disposição expressa
em contrário, cabe recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados na forma do
art. 109, da Lei nº 8.666/1993.
26.2. Na contagem do prazo será excluído o dia de começo e incluído o do
vencimento.
26.3. Quando o termo inicial ou final da contagem cair em dia no qual não haja
expediente nas repartições públicas, será prorrogado para o primeiro dia útil
subsequente.
26.4. Os recursos serão dirigidos ao Presidente da COMISSÃO ESPECIAL DE
LICITAÇÃO por escrito e entregues no endereço indicado no item 1 do EDITAL.
26.5. Os recursos referentes às fases de habilitação e julgamento das propostas
terão efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, em atenção ao
interesse público e de forma motivada, atribuir efeito suspensivo aos demais.
26.6. O recurso deverá ser identificado como segue:
26.7. A interposição de recurso será comunicada às demais PROPONENTES, que
poderão impugná-lo no prazo de 05 (cinco) dias úteis, contados da intimação do
ato.
26.8. Os recursos somente serão admitidos quando subscritos por representante
legal, representante credenciado ou por procurador com poderes específicos,
mediante documento comprobatório de tal condição.
26.9. Não serão conhecidos os recursos cuja petição tenha sido apresentada fora
do prazo ou subscrito por pessoa sem poderes de representação.
26.1.0 Não serão aceitos recursos enviados por fax ou por meio eletrônico (e-mail).
26.11. Concluídos os julgamentos dos eventuais recursos, o resultado será
publicado no Diário Oficial da União e divulgado no sítio eletrônico do ICMBio.
213
Parque Nacional de São Joaquim
27. CRONOGRAMA
27.1. A LICITAÇÃO observará o seguinte cronograma:
DESCRIÇÃO DOS EVENTOS DATA LIMITE
1 Publicação do Edital
2 Prazo para solicitação de esclarecimentos ao edital
3 Divulgação dos esclarecimentos ao edital
4 Sessão pública presencial destinada a sanar dúvidas relativas aos procedimentos da Concorrência
5 Termo final do prazo para impugnação ao edital
6 Sessão Pública da licitação a ser realizada no ICMBio, na qual ocorrerá a abertura dos Documentos de Declarações Preliminares e Habilitação
7 Abertura dos documentos relativos às propostas econômicas apenas das proponentes habilitadas.
8 Publicação da ata de julgamento relativa à análise dos documentos de proposta econômica das Proponentes habilitadas.
9 Prazo para vista de documentos referentes ao julgamento da proposta econômica e documentos de habilitação apenas da proponente declarada vencedora.
10 Prazo para interposição de recursos.
11 Publicação do julgamento dos recursos.
12 Homologação do resultado e adjudicação do objeto pela Diretoria de Planejamento, Administração e Logística do ICMBio.
13 Convocação do Adjudicatário para celebração do Contrato de Concessão.
27.2. Eventuais modificações serão divulgadas no sítio eletrônico do ICMBio.
28. CELEBRAÇÃO DO CONTRATO DE CONCESSÃO
28.1. O ICMBio convocará a PROPONENTE VENCEDORA para assinar o CONTRATO,
a qual terá o prazo de até 30 (trinta) dias úteis para fazê-lo, a contar do
recebimento da notificação, sob pena de decair do direito à contratação, sem
prejuízo das penalidades previstas no EDITAL.
28.2. A recusa da PROPONENTE VENCEDORA, regularmente convocada, a assinar o
contrato no prazo previsto, sem justificativa aceita pelo ICMBio, implicará:
28.2.1. aplicação de multa correspondente a 5 % do valor total do Contrato;
28.2.2. impedimento da PROPONENTE VENCEDORA ou de seus consorciados
de participar de novas licitações e contratar com o ICMBio pelo prazo de 2
(dois) anos; e
28.2.3. convocação, a critério do ICMBio, das PROPONENTES remanescentes,
na ordem de classificação, para assinar o CONTRATO nos prazos e nas
condições contidas na proposta vencedora, inclusive quanto ao preço, ou a
revogação da LICITAÇÃO.
29. DISPOSIÇÕES GERAIS DO CONTRATO DE CONCESSÃO
29.1. O valor estimado do CONTRATO, correspondente à soma do valor dos
investimentos mínimos a serem realizados pela CONCESSIONÁRIA, do valor
da outorga fixa e do valor estimado da outorga variável a ser repassada ao
CONCEDENTE, é de é de R$ 5.021.875,44 (cinco milhões, vinte e um mil, oitocentos
e setenta e cinco reais e quarenta e quatro centavos).
29.2. O valor do CONTRATO tem caráter meramente indicativo, servindo para
fins de quantificação da garantia e imposição de penalidades, não podendo ser
utilizado para pleitear a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.
29.3. Todos os bens da concessão são reversíveis, observado o disposto no
CONTRATO.
29.4. O exercício social da CONCESSIONÁRIA e o exercício financeiro do
CONTRATO deverão coincidir com o ano civil.
29.5. A lei aplicável ao CONTRATO será a brasileira, com os seus princípios
informadores, não sendo admitida qualquer menção a direito estrangeiro ou
internacional, nem mesmo como meio de interpretação.
214
Parque Nacional de São Joaquim
30. PRAZOS CONTIDOS NO CONTRATO DE CONCESSÃO
30.1. O prazo do contrato de concessão é de 10 (dez) anos, contados a
partir da emissão, pelo CONCEDENTE, da ordem de operação comercial do
empreendimento, prorrogáveis, na forma do contrato, por um período de 5 (cinco)
anos.
30.2. A fiel execução do contrato não garante direito subjetivo da concessionária à
prorrogação do prazo.
30.3. Durante a execução do contrato, a concessionária deverá, sem prejuízo de
outros prazos que possam ser estipulados pelo CONCEDENTE:
30.3.1. Apresentar o anteprojeto, contendo o planejamento inicial da
execução das obras em até 3 (três) meses após a assinatura do contrato;
30.3.2. Apresentar os projetos de adequação, reforma, e operação do Centro
de Visitantesem até 6 (seis) meses após assinatura do contrato;
30.3.3. Apresentar os projetos e estudos das áreas de embarque e
desembarque em até 6 (seis) meses após a assinatura do contrato;
30.3.4. Apresentar o projeto para implantação do transporte interno em até 6
(seis) meses após assinatura do contrato;
30.3.5. Implantar e inaugurar o Centro de Visitantes em no máximo 1 (um)
ano após a aprovação dos projetos pelo concedente;
30.3.6. Implantar e iniciar a operação do sistema de transporte único e dos
demais serviços previstos no contrato juntamente com a inauguração do
Centro de Visitantes.
31. OBRIGAÇÕES DAS PARTES
31.1. Sem prejuízo das demais obrigações estabelecidas no EDITAL, no CONTRATO
e nos seus ANEXOS, a CONCESSIONÁRIA, durante a execução do CONTRATO, deve:
31.1.1. Cumprir e fazer cumprir integralmente o CONTRATO, em conformidade
com as disposições legais e regulamentares, especialmente a legislação
ambiental, o Plano de Manejo do Parque Nacional de São Joaquim, o Plano de
Uso Público do Parque Nacional de São Joaquim, as determinações do Poder
Público editadas a qualquer tempo e as normas da ABNT;
31.1. 2. Manter, durante a execução do CONTRATO, no que for aplicável, todas
as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação;
31.1.3. Utilizar a área concedida exclusivamente para as atividades previstas
ou autorizadas no CONTRATO, respeitadas as finalidades que fundamentam a
concessão;
31.1.4. Garantir, a qualquer tempo, acesso irrestrito e sem aviso prévio do
CONCEDENTE ou de terceiros por ele expressamente autorizados à área
concedida, aos dados relativos à administração, à contabilidade e aos recursos
técnicos, econômicos e financeiros da CONCESSIONÁRIA, assim como às
obras, aos equipamentos e às instalações relacionadas à concessão;
31.1.5. Manter inventário atualizado de todos os bens vinculados à concessão,
contendo informações sobre o seu estado de conservação, e disponibilizá-lo,
a qualquer tempo, para eventuais consultas e fiscalizações do CONCEDENTE;
31.1.6. Designar, no ato de celebração do CONTRATO, um responsável pela
sua execução com poderes de representante ou preposto para tratar com
o CONCEDENTE, indicando o nome, qualificação, endereço e formas de
contato;
31.1.7. Comunicar, imediatamente e por escrito, os casos de substituição ou
eventual impedimento do representante ou preposto a que se refere o inciso
anterior;
31.1.8. Abster-se de utilizar o nome do CONCEDENTE para a aquisição de
bens, contratação de serviços e emissão de notas ou cupons fiscais;
31.1.9. Adotar em toda e qualquer identificação visual relacionada à operação
desta CONCESSÃO a logomarca do Parque Nacional de São Joaquim e do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, nos
termos e na forma expressamente autorizados pelo CONCEDENTE;
215
Parque Nacional de São Joaquim
31.1.10. Aderir a campanhas educativas, informativas, ambientais, entre
outras, em consonância e de acordo com as diretrizes do CONCEDENTE.
31.2. As obrigações do CONCEDENTE estão estabelecidas no CONTRATO.
32. GARANTIA DE EXECUÇÃO CONTRATUAL
32.1. A CONCESSIONÁRIA prestará, no prazo de 10 (dez) dias da assinatura do
CONTRATO, GARANTIA no valor correspondente a 5 % (cinco por cento) do valor
total do CONTRATO, conforme o disposto no art. 56, § 2º, da Lei nº 8.666/1993.
32.2. A GARANTIA será prestada, a critério da CONCESSIONÁRIA, em uma das
seguintes formas:
32.2.1. Caução em dinheiro, por meio de depósito em conta designada pelo
CONCEDENTE;
32.2.2. Caução em títulos da dívida pública federal emitidos sob a forma escritural,
mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado
pelo Banco Central do Brasil, avaliados pelos seus valores econômicos, conforme
definido pelo Ministério da Fazenda;
32.2.3. Seguro-garantia, por meio da apresentação da apólice, figurando o
CONCEDENTE na condição de segurado;
32.2.4. Fiança bancária, por meio da entrega da carta ao CONCEDENTE, com valor
expresso em reais, nomeando o CONCEDENTE como beneficiário e prevendo a
renúncia ao benefício de ordem.
32.3. A CONCESSIONÁRIA deve manter a GARANTIA em vigor durante toda a
vigência do CONTRATO e renová-la ao menos 30 (trinta) dias antes de seu termo
final.
32.4. A CONCESSIONÁRIA pode modificar ou substituir a GARANTIA, mediante
prévia autorização do CONCEDENTE.
32.5. As apólices de seguro-garantia e as cartas de fiança deverão ter vigência
mínima de 1 (um) ano.
32.6. Após a obtenção da Licença de Operação do empreendimento, o valor da
garantia será liberado à CONCESSIONÁRIA, na proporção de 80 %, em função do
percentual de anos inteiros decorridos de vigência do CONTRATO.
32.7. O valor da garantia que pode ser levantado pela CONCESSIONÁRIA em
atenção ao item 32.6 é dado pela fórmula:
32.8. O valor da garantia que deve ser prestada pela CONCESSIONÁRIA em
atenção ao item 32.6 é dado pela fórmula:
32.9. A liberação proporcional da garantia dependerá de solicitação formal da
CONCESSIONÁRIA e da respectiva aprovação da CONCEDENTE.
32.10. A GARANTIA poderá ser utilizada quando as receitas da concessão não
forem suficientes para manter a continuidade dos serviços previstos no contrato e
seus anexos ou quando a CONCESSIONÁRIA:
32.10.1. Não realizar qualquer das obrigações previstas no CONTRATO, no
EDITAL e nos seus anexos;
32.10.2. Devolver bens reversíveis em desconformidade com as exigências
estabelecidas no CONTRATO;
32.10.3. Não pagar as multas que lhe forem aplicadas, na forma do
CONTRATO;
32.10.4. Não efetuar, no prazo devido, o pagamento de outras indenizações
ou obrigações pecuniárias devidas a terceiros e ao CONCEDENTE em
decorrência do CONTRATO, ressalvados os tributos.
216
Parque Nacional de São Joaquim
32.11. A CONCESSIONÁRIA deve repor a GARANTIA no prazo de 30 (trinta) dias
contados de sua utilização parcial ou total.
32.12. A utilização da GARANTIA e sua reposição não implicam reconhecimento
de culpa por parte da CONCESSIONÁRIA.
32.13. Caso a GARANTIA não seja suficiente para satisfazer a obrigação garantida,
sua utilização não exime a CONCESSIONÁRIA, que responderá pela diferença de
valores.
33. SEGUROS
33.1. A CONCESSIONÁRIA deve contratar e manter em vigor, durante todo o prazo
da concessão, apólices de seguro com vigência mínima de 12 (doze) meses para a
cobertura de:
33.1.1. Danos causados aos bens móveis e imóveis utilizados na execução do
CONTRATO, incluindo danos decorrentes de caso fortuito ou força maior, com
limite máximo equivalente ao valor de reposição dos bens;
33.1.2. Danos patrimoniais e extrapatrimoniais causados a terceiros
em decorrência das obras e das atividades de responsabilidade da
CONCESSIONÁRIA, com limite máximo coincidente com as melhores práticas
de mercado para cada tipo de sinistro.
33.2. Sem prejuízo das demais disposições previstas no CONTRATO, a
CONCESSIONÁRIA deverá:
33.2.1. Apresentar, antes do início das atividades, a comprovação de que as
apólices dos seguros aplicáveis se encontram em vigor;
33.2.2. Indicar o CONCEDENTE como cossegurado em todas as apólices;
33.2.3. Atualizar anualmente os seguros contratados para incluir eventos ou
sinistros que não eram cobertos no momento da contratação originária;
33.2.4. Submeter à aprovação do CONCEDENTE a forma de cálculo do
limite máximo de indenização da apólice de seguro para cada sinistro, bem
como toda alteração promovida nas apólices, incluindo as que impliquem
cancelamento, renovação, modificação ou substituição;
33.2.5. Encaminhar ao CONCEDENTE, por meio eletrônico, no prazo máximo
de 10 dias após a data do vencimento, os comprovantes digitalizados de
pagamento do prêmio dos seguros contratados;
33.2.6. Encaminhar ao CONCEDENTE, com antecedência mínima de 10
(dez) dias de seu vencimento, a comprovação de que as apólices foram
renovadas;
33.2.7. Informar, anualmente e sempre que solicitado pelo CONCEDENTE,
todos os bens cobertos pelos seguros contratados e o cálculo de indenização
da apólice de seguro para cada sinistro;
33.2.8. Responder pela abrangência ou por omissões decorrentes da
realização dos seguros, bem como pelo pagamento integral da franquia na
hipótese de ocorrência do sinistro.
33.3. As apólices apresentadas deverão possuir registro junto à Superintendência
Nacional de Seguros Privados.
33.4. Caso a CONCESSIONÁRIA não comprove a renovação das apólices no prazo
previsto no CONTRATO, o CONCEDENTE poderá contratar os seguros, cobrando
da CONCESSIONÁRIA o valor total do prêmio e impondo as sanções contratuais
cabíveis.
33.5. A contratação de seguros pelo CONCEDENTE não altera a responsabilidade
da CONCESSIONÁRIA por suas obrigações contratuais.
34. RESPONSABILIDADE DA CONCESSIONÁRIA
34.1. A CONCESSIONÁRIA, observado o disposto no CONTRATO e seus anexos,
é responsável pelos danos causados ao CONCEDENTE ou a terceiros por ações
e omissões de seus empregados, prepostos, representantes, subcontratados,
hóspedes e visitantes, devendo, sem prejuízo de outras obrigações:
217
Parque Nacional de São Joaquim
34.1.1. Responder perante o CONCEDENTE e terceiros pelos danos materiais e
morais causados, bem como pela posse, guarda, manutenção e vigilância dos
bens relacionados à execução do CONTRATO, independentemente de culpa,
assegurado o direito de regresso;
34.1.2. Ressarcir todos os desembolsos efetuados pelo CONCEDENTE para
a satisfação de determinações judiciais relativas a obrigações originalmente
imputáveis à CONCESSIONÁRIA, inclusive reclamatórias trabalhistas;
34.1.3. Arcar com as penalidades e despesas relativas a qualquer infração
cometida;
34.1.4. Reparar, após o recebimento de notificação, os danos causados aos
bens sob sua responsabilidade.
34.2. A inadimplência da CONCESSIONÁRIA com relação aos encargos trabalhistas,
fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por
seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do CONTRATO.
34.3. A fiscalização realizada pelo ICMBio durante a execução do CONTRATO,
quaisquer que sejam os atos praticados no desempenho de suas atribuições, não
implicará solidariedade ou corresponsabilidade com a CONCESSIONÁRIA, que
responderá única e integralmente pela execução dos serviços.
34.4. Se a CONCESSIONÁRIA recusar, demorar, negligenciar ou deixar de eliminar
as falhas, vícios, defeitos ou imperfeições apontadas, poderá o CONCEDENTE
efetuar os reparos e substituições necessárias, seja por meios próprios ou de
terceiros, transformando-se os custos decorrentes em dívida líquida e certa da
CONCESSIONÁRIA, independentemente do seu valor.
35. FISCALIZAÇÃO
35.1. A fiscalização e o monitoramento da concessão serão efetuados pelo
CONCEDENTE que, observado o disposto no CONTRATO, terá livre e irrestrito
acesso à área, instalações, equipamentos e documentos relacionados direta ou
indiretamente à concessão.
35.2. O CONCEDENTE pode determinar a execução de atos ou a suspensão
daqueles que estejam sendo realizados em desconformidade com o Anexo 18 –
Projeto Básico e com as normas contratuais, legais ou regulamentares.
35.3. O CONCEDENTE pode, a qualquer horário e em qualquer circunstância, fazer
contato com a CONCESSIONÁRIA para averiguar o andamento ou solução de
eventos específicos.
35.4. Sem prejuízo das demais obrigações, em especial aquelas relacionadas à
prestação de informações ao CONCEDENTE, a CONCESSIONÁRIA deverá:
35.4.1. Atender às exigências, recomendações ou observações feitas pelo
CONCEDENTE, conforme os prazos fixados em cada caso;
35.4.2. Acatar as orientações do CONCEDENTE, sujeitando-se à mais ampla e
irrestrita supervisão e fiscalização do seu cumprimento;
35.4.3. Providenciar a imediata correção das deficiências apontadas pelo
CONCEDENTE quanto à execução do objeto deste CONTRATO.
36. PENALIDADES RELATIVAS À LICITAÇÃO
36.1. Sem prejuízo das sanções civis, administrativas e penais previstas na
legislação, qualquer PROPONENTE será punida de acordo com o EDITAL nos casos
em que:
36.1.1. dentro do prazo de validade da proposta, não a mantiver ou não
assinar o contrato quando convocado;
36.1.2. apresentar documentação falsa;
36.1.3. deixar de entregar os documentos solicitados durante a LICITAÇÃO;
36.1.4. comportar-se de modo inidôneo.
36.2. Considera-se comportamento inidôneo, entre outros, a declaração falsa
quanto às condições de participação, quanto ao enquadramento como ME/EPP
ou o conluio entre as PROPONENTES, em qualquer momento da licitação, mesmo
após o julgamento das propostas.
218
Parque Nacional de São Joaquim
36.3. Sem prejuízo das sanções administrativas e penais previstas na legislação,
a PROPONENTE que cometer qualquer das infrações indicadas no item 36.1 está
sujeita às seguintes sanções:
36.3.1. Multa de até [número] % ([número por extenso] por cento) sobre o
valor estimado do CONTRATO;
36.3.2. Impedimento de licitar e de contratar com a União e
descredenciamento do SICAF, pelo prazo de até 2 (dois) anos;
36.4. As sanções serão aplicadas considerando a gravidade da conduta do infrator,
o caráter educativo da pena, bem como o dano causado, observado o princípio da
proporcionalidade.
36.5. As sanções de multa e impedimento serão obrigatoriamente registradas no
SICAF e podem ser aplicadas cumulativamente.
36.6. O CONCEDENTE deve instaurar processo administrativo para apurar as
violações, assegurado o contraditório, a ampla defesa e o devido processo.
37. PENALIDADES RELATIVAS AO CONTRATO
37.1. Sem prejuízo das sanções civis, administrativas e penais previstas na
legislação específica, a violação, pela CONCESSIONÁRIA, de qualquer estipulação
do CONTRATO e das normas jurídicas a ele aplicáveis pode ensejar a aplicação das
seguintes penalidades:
37.1.1. Advertência;
37.1.2. Multa;
37.1.3. Suspensão do direito de participar de licitações e contratar com o
CONCEDENTE; e
37.1.4. Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública.
37.2. O CONCEDENTE deve instaurar processo administrativo para apurar as
violações, assegurado o contraditório, a ampla defesa e o devido processo.
37.3. O processo administrativo a que se refere o parágrafo anterior será instaurado
com documento de comunicação de irregularidade à CONCESSIONÁRIA.
37.4. As penalidades apenas podem ser aplicadas mediante decisão
fundamentada.
37.5. Sem prejuízo da penalidade, com o fim de preservar a integridade física
ou patrimonial de terceiros e de bens reversíveis, o CONCEDENTE poderá impor
medidas acautelatórias como detenção de bens, equipamentos e materiais,
interdição de instalações, apreensão, embargo de obras, entre outras medidas que
repute necessárias para esse fim.
37.6. O cumprimento das penalidades impostas pelo ICMBio não exime a
CONCESSIONÁRIA do fiel cumprimento das obrigações e responsabilidades
previstas no CONTRATO, bem como da reparação de eventuais perdas e danos
causados ao ICMBio, a seus empregados, aos usuários ou a terceiros, em
decorrência das atividades relacionadas à concessão.
37.7. A advertência poderá ser aplicada a critério do CONCEDENTE quando não
houver prejuízo relevante ao atingimento dos fins da concessão, não ocorrer
reincidência específica e a infração não for superior ao grau 1, conforme Anexo
17.1 do Contrato de Concessão – Tabela de Infrações e Penalidades.
37.8. A CONCESSIONÁRIA, no prazo de apresentação da defesa no processo
administrativo, pode solicitar formalmente a aplicação da penalidade de
advertência, mediante admissão da falta e comprovação da cessação da infração,
bem como da adoção das medidas necessárias à sua efetiva correção.
37.9. Considera-se reincidência específica o cometimento de infração relacionada
com a mesma norma regulamentar ou dispositivo contratual infringido nos
últimos 03 (três) anos, contados da data de ocorrência do fato em apuração.
37.10. As multas poderão serão aplicadas de acordo com o disposto no Anexo
17.1 do Contrato de Concessão – Tabela de Infrações e Penalidades, sem prejuízo
de serem cumuladas com outras sanções previstas no item 37.1.
219
Parque Nacional de São Joaquim
37.11. A suspensão do direito de participar de licitações e de contratar com
o CONCEDENTE será aplicada no caso de práticas reiteradas de infrações, não
cumprimento injustificado de penalidade ou de outras hipóteses previstas em lei,
especialmente as do art. 88 da Lei nº 8.666/1993.
37.12. A suspensão do direito de participar de licitações e de contratar com o
CONCEDENTE será imposta à CONCESSIONÁRIA e ao seu acionista controlador por
prazo não superior a dois anos.
37.13. A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração
Pública terá validade enquanto perdurarem os motivos determinantes da
punição ou até que seja promovida a reabilitação perante o CONCEDENTE, que
será concedida quando o contratado reparar a Administração pelos prejuízos
resultantes e após decorrido o prazo da pena de suspensão.
38. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
38.1. Sempre que atendidas as condições do CONTRATO e respeitada a alocação de
riscos nele estabelecida, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.
38.2. O equilíbrio econômico-financeiro do CONTRATO será preservado por meio
de mecanismos de reajuste e revisão, cabendo ao CONCEDENTE escolher, dentre
as medidas abaixo elencadas, individual ou conjuntamente, a forma pela qual será
implementada a recomposição:
38.2.1. Alteração do valor da outorga;
38.2.2. Alteração do prazo do CONTRATO;
38.2.3. Alteração das obrigações contratuais da CONCESSIONÁRIA;
38.2.4. Outra forma definida de comum acordo entre o CONCEDENTE e a
CONCESSIONÁRIA.
38.3. Os parâmetros e valores da concessão, estabelecidos no CONTRATO e seus
anexos, poderão ser revistos e reajustados a cada 12 (doze) meses, de ofício ou
mediante solicitação da CONCESSIONÁRIA.
38.4. Ocorrendo o reajuste de ofício, deve-se garantir à CONCESSIONÁRIA o prazo
mínimo de 30 (trinta) dias corridos para manifestação, contados do recebimento
de notificação encaminhada pelo CONCEDENTE, considerando-se eventual
silêncio como concordância tácita.
38.5. Ocorrendo a revisão mediante solicitação da CONCESSIONÁRIA, o pedido
deverá conter todos os documentos necessários à demonstração do seu
cabimento, incluindo relatório técnico ou pericial que demonstre o impacto
financeiro da medida, e o CONCEDENTE deverá decidir no prazo máximo de 30
(trinta) dias corridos contados do recebimento do pleito, podendo requisitar à
CONCESSIONÁRIA outros documentos que julgar pertinentes.
38.6. Todos os custos decorrentes das diligências necessárias para instruir os
pedidos de revisão e reajuste serão de responsabilidade da CONCESSIONÁRIA,
mesmo que solicitadas pelo CONCEDENTE.
38.7. A revisão dos parâmetros da concessão tem o objetivo de modernizar
o CONTRATO em decorrência de inovações tecnológicas ou relacionadas à
gestão contratual. A revisão ou reajuste dos valores da concessão tem como
objetivo compensar as perdas ou ganhos da CONCESSIONÁRIA, devidamente
comprovados, em virtude da ocorrência dos eventos relacionados aos riscos do
CONCEDENTE, desde que imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
incalculáveis, ou ainda em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe
que configurem álea econômica extraordinária ou extracontratual, que impliquem
alteração relevante dos custos ou da receita da CONCESSIONÁRIA.
38.8. Os valores previstos no CONTRATO e seus anexos serão reajustados com
base no IGP-M/FGV, em outro índice oficial que o substitua ou, na ausência desses,
em outro índice indicado pelo CONCEDENTE.
38.9. Caso a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do CONTRATO exija
investimentos ou serviços que envolvam a realização de obras, sua efetivação depende
de autorização prévia do CONCEDENTE, a ser solicitada pela CONCESSIONÁRIA.
220
Parque Nacional de São Joaquim
38.10. A solicitação de autorização prévia deve conter, no mínimo, os documentos
necessários à demonstração do cabimento do pedido, o projeto, a estimativa de
custos e prazos de execução, plano de realização do investimento que demonstre
sua viabilidade técnica e ambiental, e os custos para o desenvolvimento de
um projeto básico e obtenção das demais licenças necessárias para o início da
execução dos investimentos.
38.11. Expedida a autorização prévia pelo CONCEDENTE, a CONCESSIONARÁ
deverá apresentar o projeto básico e, se necessário, obter o Licenciamento
Ambiental e as demais licenças necessárias para a execução dos investimentos.
38.12. O projeto básico a que se refere o item anterior conterá todos os elementos
necessários à precificação do investimento e às estimativas do impacto da obra
sobre os custos e as receitas da CONCESSIONÁRIA, segundo as melhores práticas e
critérios do mercado, de acordo com as normas técnicas aplicáveis, bem como:
38.12.1. Orçamento analítico detalhado;
38.12.2. Cronogramas físico e físico-financeiro;
38.12.3. Caderno de encargos;
38.12.4. Memorial descritivo; e
38.12.5. Plano de execução de obras e serviços.
38.13. A autorização de execução do projeto básico pelo CONCEDENTE não
afasta a possibilidade de sua alteração posterior para adequação aos requisitos
contratuais, legais e regulamentares.
38.14. A CONCESSIONÁRIA submeterá ao CONCEDENTE todas as alterações do
projeto básico, posteriores à sua autorização de execução inicial, para fins de
análise e nova autorização.
38.15. O CONCEDENTE estabelecerá valor de referência a ser considerado para
efeitos de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.
38.16. Os investimentos realizados sem a obtenção de autorização prévia não
ensejarão recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, a menos que
o CONCEDENTE expressamente permita à CONCESSIONÁRIA a execução de
investimento sem autorização prévia ou sem análise de projeto básico.
38.17. Caso o CONCEDENTE solicite novos investimentos ou serviços não previstos
no CONTRATO, poderá requerer à CONCESSIONÁRIA, previamente ao processo de
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, a elaboração de projeto básico.
38.18. Nos processos de reequilíbrio econômico-financeiro referentes a
investimentos, a CONCESSIONÁRIA deverá comprovar que o custo dos projetos e
estudos a serem considerados está baseado em valores de mercado, podendo o
CONCEDENTE estabelecer valor limite diverso.
39. INTERVENÇÃO
39.1. O CONCEDENTE poderá, sem prejuízo das penalidades cabíveis e das
responsabilidades incidentes, intervir na concessão para assegurar a adequação
dos serviços, bem como o cumprimento das normas contratuais, regulamentares
e legais pela CONCESSIONÁRIA.
39.2. A intervenção far-se-á por decisão fundamentada do CONCEDENTE, que
conterá a designação do interventor, o prazo, os objetivos e limites da medida.
39.3. O interventor decidirá pela manutenção ou não das obrigações assumidas
pela CONCESSIONÁRIA anteriormente à intervenção, tendo em vista a necessidade
de continuidade dos serviços objeto do CONTRATO.
39.4. Declarada a intervenção, o CONCEDENTE deverá, no prazo de 30 (trinta) dias,
instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes
da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa.
39.5. Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos
legais e regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser
imediatamente devolvido à CONCESSIONÁRIA, sem prejuízo de seu direito à
indenização.
39.6. O procedimento administrativo a que se refere o caput desta cláusula deverá
221
Parque Nacional de São Joaquim
ser concluído em até 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de considerar-se inválida
a intervenção.
39.7. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do
serviço será devolvida à CONCESSIONÁRIA, precedida de prestação de contas pelo
interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão.
40. EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
40.1. A CONCESSÃO se extingue nas seguintes hipóteses:
40.1.1. Término do prazo do CONTRATO;
40.1.2. Encampação;
40.1.3. Caducidade;
40.1.4. Rescisão;
40.1.5. Anulação;
40.1.6. Falência ou extinção da CONCESSIONÁRIA.
40.2. Na hipótese do inciso I do caput, pelo menos 2 (dois) anos antes da data do
término de vigência da concessão, a CONCESSIONÁRIA apresentará um Programa
de Desmobilização Operacional, devendo contribuir para que os serviços previstos
no CONTRATO e seus anexos não sejam interrompidos, observado o direito de
indenização conforme disposto no art. 36 da Lei nº 8.987/1995.
40.3. Nos termos do art. 37 da Lei nº 8.987/1995, a encampação ocorrerá quando
o CONCEDENTE, para atender ao interesse público e mediante lei específica,
retomar a concessão, assegurada indenização conforme disposto no art. 36 do
mesmo diploma legal, que será calculada a partir da soma dos valores relativos a:
40.3.1. Saldo atualizado de qualquer financiamento assumido pela
CONCESSIONÁRIA para a realização dos investimentos previstos no Anexo 18
– Projeto Básico;
40.3.2. Custo de desmobilização, incluindo todos os valores devidos a
empregados, fornecedores e outros credores.
40.4. A caducidade será declarada na forma e nas situações previstas pelos artigos
27 e 38 da Lei nº 8.987/1995, ou em outra disposição legal que a suceder ou
regular especificamente a matéria, estabelecendo-se:
40.4.1. O prazo de 20 (vinte) dias úteis, para a correção e o enquadramento das
falhas e irregularidades indicadas pelo CONCEDENTE;
40.4.2. Como desconto à indenização prevista no art. 38, § 5º, da Lei
nº 8.987/1995, além daqueles previstos neste mesmo dispositivo, os
valores recebidos pela CONCESSIONÁRIA a título de cobertura de seguros
relacionados à declaração de caducidade.
40.5. O CONTRATO poderá ser rescindido por acordo entre as partes ou,
unilateralmente pela CONCESSIONÁRIA, caso haja descumprimento do CONTRATO
pelo CONCEDENTE, neste caso mediante:
40.5.1. Ação judicial especialmente intentada para esse fim, não havendo
liberação das obrigações assumidas no CONTRATO antes do trânsito em
julgado da decisão, inclusive com relação à continuidade dos serviços
prestados; e
40.5.2. Indenização equivalente à que seria devida na hipótese de encampação.
40.6. A anulação do CONTRATO ocorrerá apenas nas hipóteses previstas em lei,
garantindo-se indenização equivalente à que seria devida:
40.6.1. Na hipótese de encampação, caso a CONCESSIONÁRIA não tenha
dado causa à anulação;
40.6.2. Na hipótese de caducidade, caso a CONCESSIONÁRIA tenha dado
causa à anulação.
40.7. Na hipótese de falência ou extinção da CONCESSIONÁRIA, eventual
indenização a ela devida será equivalente àquela aplicável aos casos de
caducidade, não se partilhando eventual acervo líquido entre seus acionistas antes
do pagamento de todas as obrigações assumidas perante o CONCEDENTE e sem a
emissão de termo de vistoria nos termos do item 40.11.
222
Parque Nacional de São Joaquim
40.8. Na hipótese dos incisos I e II do caput, o CONCEDENTE, antecipando-se à
extinção, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação
dos montantes da indenização que será devida à CONCESSIONÁRIA.
40.9. No caso de extinção da concessão, o CONCEDENTE poderá:
40.9.1. Assumir a prestação do serviço concedido, no local e no estado em
que se encontrar;
40.9.2. Ocupar e utilizar os locais, instalações, equipamentos, materiais e
recursos humanos empregados na execução do serviço, necessários à sua
continuidade;
40.9.3. Aplicar as penalidades cabíveis, principalmente pela reversão de bens
em desacordo com o disposto no Edital e seus anexos; e
40.9.4. Reter e executar as garantias contratuais para recebimento de multas
administrativas e ressarcimento de prejuízos causados pela CONCESSIONÁRIA.
40.10. Revertem automaticamente ao CONCEDENTE os equipamentos, instalações
e outros bens, direitos e privilégios vinculados às atividades previstas no
CONTRATO, observada a legislação vigente.
40.11. Ao término da concessão, o CONCEDENTE deverá vistoriar a área
concedida, lavrar termo de vistoria e levantar os eventuais saldos financeiros
remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações
financeiras realizadas, os quais devem ser devolvidos ao CONCEDENTE, no prazo
improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena de pedido de imediata
instauração de tomada de contas especial do responsável.
41. PROVIDÊNCIAS AO FINAL DO CONTRATO
41.1. Ao final da vigência do CONTRATO, a CONCESSIONÁRIA deverá restituir ao
CONCEDENTE as áreas e espaços concedidos, em perfeitas condições, apresentando
o inventário dos bens vinculados à concessão e seu estado de conservação,
acompanhado de laudo técnico emitido por profissional competente.
42. DISPOSIÇÕES FINAIS
42.1. Se o ICMBio tomar conhecimento, mesmo após a fase de habilitação, de que
qualquer documento apresentado por uma PROPONENTE era falso ou inválido à
época da apresentação, poderá desclassificá-la, sem prejuízo da indenização devida.
42.2. A LICITAÇÃO somente poderá ser revogada pelo ICMBio por razões de
interesse público decorrentes de fato superveniente devidamente comprovado,
pertinente e suficiente para justificar tal revogação.
42.3. O ICMBio, de ofício ou mediante requerimento, deverá anular a licitação se
verificar qualquer ilegalidade que não possa ser sanada.
42.4. A nulidade da LICITAÇÃO implica a nulidade do CONTRATO, não gerando
obrigação de indenizar por parte do CONCEDENTE, salvo na situação prevista no
art. 59, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993.
42.5. A PROPONENTE se obriga a comunicar ao ICMBio, a qualquer tempo e
imediatamente, qualquer fato ou circunstância superveniente que seja impeditivo
das condições de habilitação.
42.6. A alocação de riscos inerentes ao contrato está disposta no Anexo 17.2 do
Contrato de Concessão – Matriz de Risco.
42.7. Os itens omissos no EDITAL serão resolvidos pela COMISSÃO ESPECIAL DE
LICITAÇÃO.
42.8. A subcontratação é disciplinada pelo CONTRATO.
42.9. Em caso de divergência, no âmbito do procedimento licitatório, entre
disposições do EDITAL e de seus anexos ou demais peças que compõem o
processo, prevalecerão as do EDITAL.
Brasília/DF, [dia] de [mês] de [ano]
_______________________________________________CONCEDENTE
[Nome e cargo do responsável]
223
Parque Nacional de São Joaquim
TERMO DE RETIRADA DE EDITAL EDITAL DE CONCORRÊNCIA ICMBio Nº __/2018
PROCESSO Nº __________
A Comissão de Licitação do Edital de Concorrência nº __/___ do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade – ICMBio , considerando a eventual necessidade de
comunicação entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio e
as empresas interessadas em participar da presente licitação, solicita o preenchimento deste
Termo de Recebimento de Edital.
O termo preenchido deve ser encaminhado para e-mail: [email protected].
Caso os dados não sejam devidamente enviados, fica o ICMBio isento da responsabilidade
de comunicação de eventos relacionados ao procedimento licitatório, ressalvada a
obrigatoriedade, pela legislação de referência, de sua publicação na internet, imprensa oficial
e/ou em jornal de grande circulação.
Razão Social:
CNPJ Nº:
Endereço:
E-mail:
Cidade: Estado: Telefone:
Pessoa para contato:
Recebemos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, nesta
data, cópia do Edital de Concorrência nº __/2018 - ICMBio.
Local: _________________, ___ de ________________de 2018.
______________________________________________________
Assinatura
(A assinatura é opcional em caso de envio por e-mail)
EDITAL DE CONCORRÊNCIA ICMBIO Nº [NÚMERO/ANO]Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO
EXTRATO DO EDITAL Nº [NÚMERO/ANO]; PROCESSO: Nº [NÚMERO]; MODALIDADE DE
LICITAÇÃO: Concorrência; CONCEDENTE: Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBIO; LOCAL DA REALIZAÇÃO DO PROJETO: Parque Nacional de São
Joaquim, Estado de Santa Catarina; VIGÊNCIA: [prazo de vigência]; OBJETO: Concessão do
direito de uso de bem público correspondente a uma área do Parque Nacional de São
Joaquim, de titularidade do concedente, para o fim exclusivo de implantação e operação
das atividades de controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da
Igreja, recepção de visitantes e divulgação do Parque Nacional de São Joaquim, venda de
ingressos, serviços de alimentação, venda de souvenirs e conveniências, aplicativo mobile,
transporte Único, e das demais atividades associadas descritas no Projeto Básico, em
conformidade com as normas estabelecidas no edital de concessão e seus anexos; FORMA
DE JULGAMENTO: Maior Oferta; FUNDAMENTO LEGAL: Lei nº 8.666/1993, Lei nº 8.987/1995,
Lei nº 9.985/2000, Decreto nº 84.017/1979 e Decreto nº 5.758/2006; RESPONSÁVEL LEGAL:
[NOME E QUALIFICAÇÃO]; EDITAL DISPONÍVEL EM: http://www.icmbio.gov.br/portal/
servicos/licitacoes/sede; LOCAL: [Cidade/UF]; DATA: [dia/mês/ano].
224
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 1 Modelo de carta de credenciamento.
MODELO DE CARTA DE CREDENCIAMENTO (PREENCHER EM PAPEL TIMBRADO DA EMPRESA)
Ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade de Conservação – ICMBio
À Comissão Especial de Licitação
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Carta de Credenciamento
a. Nome ou Razão Social: [Nome ou Razão Social]
b. Endereço: [Endereço completo]
c. CNPJ (Pessoa Jurídica): [número do CNPJ]
d. CPF (Pessoa Física): [número do CPF]
CREDENCIAL
Pelo presente instrumento credenciamos [nome completo], [nacionalidade], [estado civil],
[profissão], CPF nº [número do CPF], RG nº [número do RG], residente e domiciliado na
[endereço completo], para acompanhar os trabalhos relativos ao certame licitatório descrito
no Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano], com poderes para interpor
recursos ou desistir de fazê-lo.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
Anexo 2 Modelo de Carta de Apresentação dos Documentos de Habilitação.
MODELO DE CARTA DE APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Carta de Apresentação dos
Documentos de Habilitação
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
[Nome da Proponente], por meio de seu representante legal abaixo assinado, apresenta os
documentos para sua qualificação no âmbito do certame licitatório a que se refere o EDITAL,
conforme os requisitos definidos por esse documento, e declara que:
a. tem pleno conhecimento dos termos do EDITAL e que os aceita
integralmente, em especial no que diz respeito às prerrogativas conferidas
à Comissão Especial de Licitação de conduzir diligências especiais para
verificar a veracidade dos documentos apresentados e buscar quaisquer
esclarecimentos necessários para elucidar as informações neles contidas;
b. cumpre plenamente os requisitos e critérios para qualificação exigidos com
a apresentação dos Documentos de Habilitação, conforme definido no
EDITAL; e
c. as informações e declarações contidas em todos os documentos que
integram este envelope são completas, verdadeiras e corretas em cada
detalhe.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
225
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 3 Modelo de declaração de ciência dos termos do edital e de ausência de impedimento de participação na concorrência.
MODELO DE DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA DOS TERMOS DO EDITAL E DE AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO DE PARTICIPAÇÃO NA CONCORRÊNCIA
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Ciência dos
Termos do Edital e de Ausência de Impedimento de Participação na Concorrência
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
[Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo assinado, declara, sob as
penas da legislação aplicável, em atendimento ao EDITAL, que tem plena ciência dos termos
do EDITAL e que não está impedida de participar de licitações públicas nem de contratar
com o Poder Público.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
Anexo 4 Modelo de declaração de vistoria e de ciência das condições da área objeto da concessão.
MODELO DE DECLARAÇÃO DE VISTORIA E DE CIÊNCIA DAS CONDIÇÕES DA ÁREA OBJETO DA CONCESSÃO
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Vistoria e de
Ciência das Condições da Área Objeto da Concessão
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
[Nome da Proponente], [qualificação da proponente], representada por meio de seu
Responsável Técnico [Nome do Responsável Técnico], [qualificação do Responsável Técnico]
adiante assinado, declara que:
a. realizou vistoria no local onde serão executadas as atividades previstas para a
CONCESSÃO e que tomou pleno conhecimento das condições existentes na
área objeto da CONCESSÃO; ou
b. não realizou vistoria, por opção própria, e que eventuais prejuízos ocorridos
na execução do CONTRATO em decorrência de omissão ou falha quanto à
verificação da área são de sua integral responsabilidade.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
226
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 5 Modelo de apresentação de proposta econômica e declaração de elaboração independente de proposta.
MODELO DE APRESENTAÇÃO DE PROPOSTA ECONÔMICA E DECLARAÇÃO DE ELABORAÇÃO INDEPENDENTE DE PROPOSTA
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Proposta Econômica e
Declaração de Elaboração Independente de Proposta.
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
1. Após exame cuidadoso das cláusulas, itens, subitens e alíneas do EDITAL e seus
Anexos, declaramos estar de pleno acordo com todas as condições nele estabelecidas.
Cumpriremos integralmente todas as obrigações e requisitos contidos no EDITAL.
Informamos que o prazo de validade de nossa proposta é de 120 (cento e vinte dias) dias
corridos, a contar da data de abertura da licitação.
2. De acordo com o estabelecido no EDITAL, apresentamos nossa proposta econômica
para a concessão de área no Parque Nacional de São Joaquim, em caráter irrevogável e
irretratável, nos seguintes termos:
a. O valor de outorga fixa será o valor previsto no EDITAL;
b. O valor de outorga variável será o percentual de [número do percentual]%
([número do percentual por extenso] por cento, da Receita Bruta Operacional
obtida com a execução de todas as atividades previstas para a concessão, de
acordo com os termos e condições contemplados no EDITAL.
3. Confirmamos que temos pleno conhecimento do objeto da CONCESSÃO, dos serviços a
serem prestados e das condições de execução dos trabalhos, tendo avaliado as condições
de instalação e exploração da área concessionada do Parque Nacional de São Joaquim,
sendo de minha integral responsabilidade todas as ações de manutenção, melhorias e
investimentos necessários à implementação e continuidade das operações;
3.1. Assumimos, desde já, a integral responsabilidade pela realização dos trabalhos em
conformidade com o disposto no CONTRATO, nos regulamentos do ICMBio e em
outros diplomas legais aplicáveis;
3.2. Para fins do disposto no EDITAL, sob as penas da lei, em especial o art. 299 do Código
Penal Brasileiro, declaramos que:
a. elaboramos a proposta econômica de maneira independente, e que seu
conteúdo não foi, no todo ou em parte, direta ou indiretamente, informado a,
discutido com ou recebido de qualquer outro participante potencial ou de fato
da presente licitação, por qualquer meio ou por qualquer pessoa;
b. a intenção de apresentar a proposta econômica não foi informada a, discutida
com ou recebida de qualquer outro participante potencial ou de fato da presente
licitação, por qualquer meio ou por qualquer pessoa;
c. não tentamos, por qualquer meio ou por qualquer pessoa, influir na decisão de
qualquer outro participante potencial ou de fato da presente licitação quanto a
participar ou não dela;
d. o conteúdo da proposta econômica não será, no todo ou em parte, direta ou
indiretamente, comunicado a ou discutido com qualquer outro participante
potencial ou de fato da presente licitação antes da adjudicação do seu objeto;
e. o conteúdo da proposta econômica não foi, no todo ou em parte, direta ou
indiretamente, informado a, discutido com ou recebido de qualquer integrante
de órgão do Poder Concedente antes da abertura oficial das propostas; e
f. estamos plenamente cientes do teor e da extensão desta declaração e que
detemos plenos poderes e informações para firmá-las.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
227
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 6 Modelo de procuração.
MODELO DE PROCURAÇÃO
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Procuração
Pelo presente instrumento de procuração, [Nome da Empresa Proponente e Qualificação],
neste ato denominada OUTORGANTE, nomeia e constitui como seu procurador [nome
completo], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], CPF nº [número do CPF], RG nº [número
do RG], residente e domiciliado na [endereço completo]. Pode o outorgado, na República
Federativa do Brasil, em juízo e fora dele, em relação à OUTORGANTE:
a. representá-la perante entidades, órgãos, sociedades (abertas ou fechadas),
agências ou departamentos do Governo, incluindo o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade, durante a realização do certame licitatório
descrito no Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano], inclusive
para interpor recursos e renunciar ao direito de interpor recursos; e
b. receber citação para ações judiciais e defender seus interesses em Juízo, em
qualquer instância, por intermédio de advogados contratados, com poderes
para confessar, desistir, transigir, firmar compromissos ou acordos, receber e dar
quitação, assumir obrigações e substabelecer, no todo ou em parte, com reserva
de poderes, qualquer dos poderes aqui conferidos, nas condições que julgar
apropriadas.
A procuração se manterá válida durante o processo de licitação.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
Anexo 7 Modelo de procuração para proponentes em consórcio. (ANEXO 05)
MODELO DE PROCURAÇÃO PARA PROPONENTES EM CONSÓRCIO
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Procuração para Proponentes
em Consórcio
Pelo presente instrumento de procuração, [Nome do Consorciado e Qualificação], neste ato
denominada “Outorgante”, nomeia e constitui como sua procuradora [Nome da Empresa
Líder e Qualificação], líder do Consórcio [Nome do Consórcio e Qualificação]. Pode a
outorgada, na República Federativa do Brasil, em juízo e fora dele, em relação ao Consórcio
Outorgante:
a. representá-lo perante entidades, órgãos, sociedades (abertas ou fechadas),
agências ou departamentos do Governo, incluindo o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade, durante a realização do certame licitatório
descrito no Edital da Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] inclusive
para interpor recursos e renunciar ao direito de interpor recursos; e
b. receber citação para ações judiciais e defender seus interesses em Juízo, em
qualquer instância, por intermédio de advogados contratados, com poderes
para confessar, desistir, transigir, firmar compromissos ou acordos, receber e dar
quitação, assumir obrigações e substabelecer, no todo ou em parte, com reserva
de poderes, qualquer dos poderes aqui conferidos, nas condições que julgar
apropriadas.
A procuração se manterá válida durante o processo de licitação.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
228
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 8 Modelo de procuração para proponentes estrangeiras. (ANEXO 06)
MODELO DE PROCURAÇÃO PARA PROPONENTES ESTRANGEIRAS
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Procuração para Proponentes
Estrangeiras
Pelo presente instrumento de procuração, [Nome da Proponente Estrangeira e Qualificação],
neste ato denominada “Outorgante”, nomeia e constitui como seu procurador [nome
completo], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], CPF nº [número do CPF], RG nº [número
do RG], residente e domiciliado na [endereço completo]. Pode o outorgado, na República
Federativa do Brasil, em juízo e fora dele, em relação ao Outorgante:
a. representá-lo perante entidades, órgãos, sociedades (abertas ou fechadas),
agências ou departamentos do Governo, incluindo o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade, durante a realização do certame licitatório
descrito no Edital da Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano], inclusive
para interpor recursos e renunciar ao direito de interpor recursos; e
b. receber citação para ações judiciais e defender seus interesses em Juízo, em
qualquer instância, por intermédio de advogados contratados, com poderes
para confessar, desistir, transigir, firmar compromissos ou acordos, receber e dar
quitação, assumir obrigações e substabelecer, no todo ou em parte, com reserva
de poderes, qualquer dos poderes aqui conferidos, nas condições que julgar
apropriadas.
A procuração se manterá válida durante o processo de licitação.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
Anexo 9 Modelo de declaração de inexistência de processo falimentar, recuperação judicial, extrajudicial ou regime de insolvência.
MODELO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE PROCESSO FALIMENTAR, RECUPERAÇÃO JUDICIAL, EXTRAJUDICIAL OU REGIME DE INSOLVÊNCIA
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Inexistência
de Processo Falimentar, Recuperação Judicial, Extrajudicial ou Regime de Insolvência
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
[Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo assinado, declara, sob as penas
da legislação aplicável, por si, por seus sucessores e cessionários, que não se encontra em
processo de falência, autofalência, recuperação judicial ou extrajudicial, liquidação judicial
ou extrajudicial, insolvência, administração especial temporária ou sob intervenção do órgão
fiscalizador competente.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
229
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 10 Modelo de declaração formal de expressa submissão à legislação brasileira e de renúncia de reclamação por via diplomática.
MODELO DE DECLARAÇÃO FORMAL DE EXPRESSA SUBMISSÃO À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E DE RENÚNCIA DE RECLAMAÇÃO POR VIA DIPLOMÁTICA
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração Formal De
Expressa Submissão À Legislação Brasileira E De Renúncia De Reclamação Por Via Diplomática
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
Em atendimento ao EDITAL, [Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo
assinado, declara, para os devidos fins, sob as penas da legislação aplicável, sua formal e
expressa submissão à legislação brasileira e sua renúncia integral da faculdade de reclamar,
por quaisquer motivos de fato ou de direito, por via diplomática.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
Anexo 11 Modelo de declaração de capacidade financeira.
MODELO DE DECLARAÇÃO DE CAPACIDADE FINANCEIRA
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Capacidade
Financeira
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
Em atendimento ao EDITAL, [Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo
assinado, declara, sob as penas da legislação aplicável, que dispõe ou tem capacidade de
obter recursos financeiros suficientes para cumprir as obrigações de aporte de recursos
próprios e de terceiros necessários à consecução do objeto da CONCESSÃO, e que:
a. contratou ou tem capacidade de contratar todos os seguros necessários à
consecução do objeto da Concessão; e
b. dispõe de recursos para apresentar a Garantia de Execução do Contrato no valor
correspondente a 5 % (cinco por cento) do valor total do CONTRATO, previsto no
EDITAL, no prazo de 10 (dez) dias após a assinatura do instrumento contratual.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
230
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 12 Modelo de declaração de regularidade com relação aos artigos 149 do código penal e 7º, XXXIII, da constituição federal.
MODELO DE DECLARAÇÃO DE REGULARIDADE COM RELAÇÃO AOS ARTIGOS 149 DO CÓDIGO PENAL E 7º, XXXIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Regularidade
com relação aos Artigos 149 do Código Penal e 7º, XXXIII, da Constituição Federal
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
Em atendimento ao EDITAL, [Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo
assinado, declara que:
a. não pratica, aceita ou tolera a exploração de trabalho escravo ou degradante,
conforme artigo 149 do Código Penal;
b. não emprega menor de dezoito anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre
e não emprega menor de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
de quatorze anos, para fins do disposto no inciso V do art. 27 da Lei nº 8.666, de
21 de junho de 1993, acrescido pela Lei nº 9.854, de 27 de outubro de 1999.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
Anexo 13 Modelo de declaração de equivalência de documentos estrangeiros.
MODELO DE DECLARAÇÃO DE EQUIVALÊNCIA DE DOCUMENTOS ESTRANGEIROS
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Equivalência
de Documentos Estrangeiros
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
Em atendimento ao EDITAL, [Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo
assinado, declara, sob as penas da legislação aplicável, que os documentos abaixo indicados
do [Nome de país de origem da Proponente], país de origem da Proponente são equivalentes
aos documentos exigidos no Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano].
DOCUMENTO DO PAÍS DE ORIGEM DOCUMENTO EXIGIDO NO EDITAL ITEM DO EDITAL
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
231
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 14 Modelo de declaração de inexistência de documento equivalente e de declaração de inexistência de débitos fiscais e trabalhistas.
MODELO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DOCUMENTO EQUIVALENTE E DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS FISCAIS E TRABALHISTAS
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Inexistência
de Documento Equivalente e de Declaração de Inexistência de Débitos Fiscais e Trabalhistas
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
Em atendimento ao EDITAL, [Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo
assinado, declara, sob as penas da legislação aplicável, que os documentos abaixo indicados,
exigidos no EDITAL, não possuem documento equivalente no [Nome do País de Origem da
Proponente], país de origem da Proponente.
DOCUMENTO SEM EQUIVALÊNCIA NO PAÍS DE ORIGEM ITEM DO EDITAL
Declara, ainda, sob as penas da legislação aplicável, por si, por seus sucessores e cessionários,
que não possui débitos exigíveis de natureza fiscal ou trabalhista.
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
Anexo 15 Modelo de declaração de contratos firmados com a iniciativa privada e a administração pública.
MODELO DE DECLARAÇÃO DE CONTRATOS FIRMADOS COM A INICIATIVA PRIVADA E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Contratos
Firmados com a Iniciativa Privada e a Administração Pública
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
[Nome da Proponente], [qualificação], por meio de seu representante legal abaixo
assinado, declara que possui os seguintes contratos firmados com a iniciativa privada ou a
Administração Pública:
NOME DO ÓRGÃO/EMPRESA VIGÊNCIA Nº/ANO/VALOR TOTAL DO CONTRATO
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
232
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 16 Modelo de solicitação de esclarecimentos da concorrência.
MODELO DE SOLICITAÇÃO DE ESCLARECIMENTOS DA CONCORRÊNCIA
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano]
Solicitação de Esclarecimentos da Concorrência
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
[Nome da Proponente ou do Solicitante], [qualificação], com fundamento no artigo 40, VIII,
da Lei nº 8666/1993, vem requerer esclarecimentos relativos ao EDITAL.
TEMA DO QUESTIONAMENTO:
Objeto do questionamento
(indicar capítulo, seção e item):
Esclarecimento requerido:
Observações adicionais:
Responsável: [nome da pessoa que será contactada]
Telefone: [número de telefone]
Endereço eletrônico: [endereço eletrônico]
______________________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
Anexo 17 Minuta do contrato de concessão.
Contrato de Concessão de uso de bem público relativo a área do Parque
Nacional de São Joaquim que entre si celebram o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade – ICMBio (Concedente) e a [Nome da
Empresa] (Concessionária).
O InstItuto ChICo Mendes de Conservação da BIodIversIdade – ICMBIo, doravante denominado de
ConCedente, autarquia federal, em regime especial, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente,
criado pela Lei nº 11.516/2007, CNPJ nº 08.829.974/0001-94, com sede na EQSW 103/104,
Bloco “C”, Complexo Administrativo – Setor Sudoeste, CEP 70.670-350, Brasília, DF, neste ato
representado por [Nome Completo], CPF nº [Número do CPF], RG nº [Número do RG], no
uso das atribuições que lhe confere a Portaria nº [Número/Ano da Portaria], e a [Nome da
Empresa], doravante denominada de ConCessionária, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ
nº [Número do CNPJ], com sede na [Endereço completo], neste ato representada por [Nome
completo], CPF nº [Número do CPF], RG nº [Número do RG], firmam este Contrato de ConCessão
de uso de bem público, conforme as cláusulas que seguem.
NORMAS APLICÁVEIS
Cláusula 1ª O Contrato é regido pela Lei nº 8.666/1993 e, por analogia, pela Lei nº
8.987/1995, ou pelas que as sucederem, bem como pelas demais normas
jurídicas brasileiras vigentes, pelas disposições do edital de ConCorrênCia
iCMBio nº [NÚMERO/ANO DA CONCORRÊNCIA] e seus anexos.
VINCULAÇÃO AO EDITAL E NORMAS DE INTERPRETAÇÃO
Cláusula 2ª O edital de ConCorrênCia iCMBio Nº [NÚMERO/ANO DO EDITAL] e seus
anexos, incluindo a proposta apresentada pela ConCessionária, vinculam
o Contrato e eventuais aditivos que venham a ser celebrados.
§ 1º Os títulos do Contrato e dos demais documentos que o integram não
devem ser utilizados na sua interpretação.
§ 2º No caso de divergência entre os termos do Contrato e dos demais
documentos que o integram, prevalece o disposto no Contrato.
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Parque Nacional de São Joaquim
§ 3º No caso de divergência entre os termos dos demais documentos que
integram o Contrato, prevalece o disposto naqueles que foram emitidos
pelo ConCedente e, dentre eles, o mais recente.
§ 4º As comunicações relativas à concessão, exceto quando o Contrato
expressamente dispuser de forma diversa, serão escritas e consideradas
como efetuadas se entregues:
I. Por via postal, com Aviso de Recebimento (AR);
II. Por portador, com protocolo de recebimento;
III. Por via eletrônica, mediante remessa de mensagem de
recebimento.
PUBLICIDADE
Cláusula 3ª Este Contrato é público, permitindo-se a qualquer interessado obter
cópia física de seu inteiro teor, mediante pagamento dos emolumentos
devidos, ou cópia digital, mediante acesso gratuito no sítio eletrônico
oficial do ConCedente.
Parágrafo único. Aplica-se a este Contrato, no que couber, a Lei nº 12.527/2011.
Cláusula 4ª Até o quinto dia útil do mês seguinte ao da celebração do Contrato, o
ConCedente fará publicar versão resumida do instrumento no Diário Oficial
da União.
COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO E GESTÃO
Cláusula 5ª A execução do Contrato será monitorada e fiscalizada por Comissão
de Fiscalização composta pelos seguintes membros, indicados pelo
ConCedente:
I. Um gestor, responsável por coordenar e comandar o processo de
monitoramento e fiscalização do Contrato;
II. Um fiscal técnico, responsável pelos aspectos técnicos do Contrato; e
III. Um fiscal administrativo-financeiro, responsável pelos aspectos
administrativos e financeiros do Contrato.
§ 1º A Comissão de Fiscalização elaborará relatórios semestrais para avaliar a
qualidade dos serviços prestados e o equilíbrio econômico-financeiro do
Contrato.
§ 2º A designação do gestor do Contrato observará o disposto na Instrução
Normativa ICMBio nº 02/2017, ou a que a suceder.
§ 3º O gestor do Contrato poderá solicitar auxílio a outras unidades do
ConCedente.
ANEXOS
Cláusula 6ª Constituem parte integrante do Contrato os seguintes anexos:
i. taBela de infrações e Penalidades (anexo 17.1);
ii. Matriz de risCo (anexo 17.2);
iii. extrato de PuBliCação do Contrato de ConCessão (anexo 17.3);
iV. edital de ConCorrênCia iCMBio nº [NÚMERO EDITAL/ANO] (anexo
17.4); e
V. terMos de Vistoria (anexo 17.5);
Vi. Projeto BásiCo (anexo 18).
OBJETO
Cláusula 7ª O objeto do Contrato é a concessão do direito de uso de bem público
correspondente a uma área do Parque Nacional de São Joaquim, definida
no Projeto Básico, para a realização das seguintes atividades:
I. Controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro
da Igreja;
II. Recepção de visitantes e divulgação do Parque Nacional de São
Joaquim;
III. Venda de ingressos;
IV. Serviços de alimentação;
V. Venda de souvenirs e conveniências;
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Parque Nacional de São Joaquim
VI. Aplicativo Mobile; e
VII. Transporte Único – Morro da Igreja.
§ 1º Os limites e a localização da área, bem como o local de implantação e
operação dos postos de controle de acesso e realização dos serviços
acima relacionados, observarão o disposto no Projeto BásiCo.
§ 2º A área será concedida no estado em que se encontra, tal como descrito
no terMo de Vistoria.
§ 3º A ConCessionária é responsável pela remoção de quaisquer bens e objetos
necessários para a liberação da área concedida.
§ 4º A ConCessionária, observado o detalhamento previsto no Projeto BásiCo,
deverá:
I. Reformar a atual sede administrativa do Parque Nacional de São
Joaquim para adequá-la ao funcionamento do Centro de Visitantes
e do Escritório Administrativo;
II. Instalar pontos de embarque e desembarque na proximidade do
Centro de Visitantes e do Mirante da Pedra Furada;
III. Realizar adequações nas calçadas do entorno do Centro de
Visitantes;
IV. Implantar painel de interação com visitante na Estrada do Morro da
Igreja.
PRAZO
Cláusula 8ª O prazo de vigência do Contrato será de 10 (dez) anos, contados a partir
da emissão, pelo Concedente, da ordem de operação comercial do
empreendimento.
§ 1º O prazo do caput poderá ser prorrogado em até 5 (cinco) anos por meio
de aditivo, mediante decisão escrita e fundamentada do ConCedente,
ouvida a Comissão de Fiscalização.
§ 2º A prorrogação, além de atender ao interesse público, fica condicionada
ao resultado positivo de avaliação da operação da ConCessionária,
realizada pela Comissão de Fiscalização no penúltimo ano de vigência do
Contrato, considerando especialmente a adequação do serviço prestado,
a viabilidade, conveniência e oportunidade da prorrogação.
§ 3º A avaliação da operação consistirá na consolidação das avaliações
periódicas efetuadas pela Comissão de Fiscalização.
VALOR DO CONTRATO
Cláusula 9ª O valor estimado do Contrato, correspondente à soma do valor dos
investimentos mínimos a serem realizados pela ConCessionária, do valor
da outorga fixa e do valor estimado da outorga variável a ser repassada
ao ConCedente, é de R$ 5.021.875,44 (cinco milhões, vinte e um mil,
oitocentos e setenta e cinco reais e quarenta e quatro centavos).
Parágrafo único. O valor do Contrato tem caráter meramente indicativo, servindo para fins
de quantificação de garantia e imposição de penalidades, não podendo
ser utilizado para pleitear a recomposição do equilíbrio econômico-
financeiro.
Cláusula 10. A ConCessionária será remunerada por meio de:
I. Receitas provenientes da venda de ingressos e da operação dos
demais serviços descritos na Cláusula 7ª;
II. Receitas adicionais, decorrentes de outras atividades que podem
ser exploradas pela Concessionária, nos termos do Projeto BásiCo e
do edital de ConCorrênCia iCMBio Nº [NÚMERO/ANO DO EDITAL].
§ 1º As atividades geradoras de receita adicional, mediante aprovação da
Comissão de Fiscalização, podem ser exploradas diretamente ou por
meio da celebração de contratos com terceiros, devendo ser adotada
contabilidade separada para cada uma das atividades.
§ 2º As receitas a que se refere esta cláusula observarão tabela de preços a
ser elaborada com base no valor de mercado da região de execução do
Contrato e aprovada pela Comissão de Fiscalização.
Cláusula 11. A ConCessionária repassará ao ConCedente:
I. Outorga fixa, correspondente a R$ 408.000,00 (quatrocentos e oito
mil reais), paga em parcelas anuais corrigidas.
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Parque Nacional de São Joaquim
II. Outorga variável, correspondente a __% [__________________
por cento] da receita operacional bruta advinda da exploração dos
serviços, incluindo eventuais receitas adicionais, paga em parcelas
mensais.
§ 1º Os repasses da outorga variável serão realizados por meio de Guia
de Recolhimento da União (GRU) até o 10º (décimo) dia útil do mês
subsequente ao da prestação do serviço, devendo a ConCessionária
encaminhar ao ConCedente o comprovante do recolhimento realizado.
§ 2º A ConCessionária receberá 36 meses de carência para o pagamento da
outorga fixa e da outorga variável, cujo valor será diluído nos pagamentos
das demais parcelas restantes.
§ 3º O atraso no cumprimento das obrigações previstas nesta cláusula
acarretará à ConCessionária multa de 2 % (dois por cento) sobre o valor
a ser recolhido, acrescido de juros de 1 % (um por cento) ao mês, além
de correção monetária calculada com base no IGP-M/FGV ou em outro
índice que o substitua.
Cláusula 12. A ConCessionária deverá realizar as seguintes contrapartidas:
I. Manter, limpar e vigiar o Mirante da Pedra Furada, localizado
no Morro da Igreja e o Centro de Visitantes, incluindo a área
administrativa do Parque Nacional de São Joaquim;
II. Demarcar, sinalizar e manter as trilhas terrestres do Morro da igreja;
III. Conservar a Estrada do Morro da Igreja para o trecho no interior
do Parque Nacional de São Joaquim;
IV. Gerar conteúdo para website institucional do Parque Nacional de
São Joaquim no sítio eletrônico do ICMBio;
SUBCONTRATAÇÃO
Cláusula 13. É admitida a subcontratação de obras e serviços pela ConCessionária,
desde que limitada a 50 % do conjunto dos serviços e expressamente
autorizada pelo ConCedente.
§ 1º O subcontratado deverá comprovar experiência anterior no objeto da
subcontratação e cumprir todos os requisitos de habilitação previstos no edital
de ConCorrênCia iCMBio Nº [NÚMERO/ANO DO EDITAL] e na Lei nº 8.666/1993.
§ 2º A subcontratação implica responsabilidade solidária entre a ConCessionária
e seus subcontratados no cumprimento das obrigações contratuais.
§ 3º A subcontratação não elide a responsabilidade da ConCessionária pelas
obrigações assumidas neste Contrato, bem como as decorrentes das
normas editadas pelo ConCedente e da legislação vigente.
§ 4º A ConCessionária receberá desconto de 5 % (cinco por cento) no valor a
que se refere a Cláusula 11 em caso de subcontratação de associações ou
membros da comunidade local para execução da totalidade dos serviços
de transporte, trilhas terrestres ou passeios embarcados curtos e longos.
DEVERES DA CONCESSIONÁRIA
DEVERES GERAIS
Cláusula 14. Sem prejuízo das demais disposições do Contrato, são obrigações da
ConCessionária:
I. Cumprir e fazer cumprir integralmente o Contrato, em conformidade
com as disposições legais e regulamentares, especialmente a
legislação ambiental, o Plano de Manejo do Parque Nacional de
São Joaquim, o Plano de Uso Público do Parque Nacional de São
Joaquim, as determinações do Poder Público editadas a qualquer
tempo e as normas da ABNT;
II. Manter, durante a execução do Contrato, no que for aplicável, todas
as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação;
III. Utilizar a área concedida exclusivamente para as atividades
previstas ou autorizadas no Contrato, respeitadas as finalidades
que fundamentam a concessão;
IV. Garantir, a qualquer tempo, acesso irrestrito e sem aviso prévio
do ConCedente ou de terceiros por ele expressamente autorizados
à área concedida, aos dados relativos à administração, à
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Parque Nacional de São Joaquim
contabilidade e aos recursos técnicos, econômicos e financeiros
da ConCessionária, assim como às obras, aos equipamentos e às
instalações relacionadas à concessão;
V. Manter inventário atualizado de todos os bens vinculados
à concessão, contendo informações sobre o seu estado de
conservação, e disponibilizá-lo, a qualquer tempo, para eventuais
consultas e fiscalizações do ConCedente;
VI. Designar, no ato de celebração do Contrato, um responsável pela
sua execução com poderes de representante ou preposto para
tratar com o ConCedente, indicando o nome, qualificação, endereço
e formas de contato;
VII. Comunicar, imediatamente e por escrito, os casos de substituição
ou eventual impedimento do representante ou preposto a que se
refere o inciso anterior;
VIII. Abster-se de utilizar o nome do ConCedente para a aquisição de
bens, contratação de serviços e emissão de notas ou cupons
fiscais;
IX. Adotar em toda e qualquer identificação visual relacionada à
operação desta ConCessão a logomarca do Parque Nacional de
São Joaquim e do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBio, nos termos e na forma expressamente
autorizados pelo ConCedente;
X. Aderir a campanhas educativas, informativas, ambientais,
entre outras, em consonância e de acordo com as diretrizes do
ConCedente.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO PÚBLICO
Cláusula 15. É dever da ConCessionária assegurar a prestação adequada dos serviços
que fundamentam esta concessão, valendo-se de todos os meios e
recursos necessários.
§ 1º Sem prejuízo das demais disposições do Contrato, são obrigações da
ConCessionária, relativas à prestação de serviços ao público:
I. Realizar a operação do Centro de Visitantes diariamente, inclusive
durante finais de semana e feriados;
II. Atender e fazer atender de forma adequada o público em geral e,
em particular, os visitantes;
III. Manter sistema físico e eletrônico de atendimento ao público;
IV. Fornecer, por meio de documento com apresentação didática,
informações sobre os procedimentos e as condições da
operação, os aspectos de segurança das atividades, bem como
recomendações para o conforto e bem-estar dos visitantes;
V. Informar ao público, previamente, o cronograma das obras a
serem realizadas;
VI. Manter, em local visível e acessível ao público, livro para registro de
reclamações e sugestões;
VII. Disponibilizar e manter atualizado em seu sítio eletrônico, para
livre acesso e consulta pelo público, as tabelas de preços vigentes,
a política tarifária e outras informações relevantes;
VIII. Possuir sistema de cobrança pelos serviços descritos no Projeto
BásiCo e no Contrato, que aceite dinheiro, cartões de crédito e de
débito de pelo menos duas bandeiras, bem como o recebimento
de valores em dinheiro;
IX. Dispor de profissionais que falem, ao menos, inglês e espanhol
para o atendimento de visitantes estrangeiros;
X. Dispor de profissionais capacitados para interpretar e fornecer
informações didáticas sobre as características ambientais da área,
especialmente no que se refere à fauna e à flora;
XI. Assegurar que os produtos disponibilizados para venda estejam
em condições adequadas e seguras de utilização;
XII. Melhorar e expandir o serviço nos limites da área concedida,
mediante autorização do ConCedente e desde que não implique
relevante impacto ambiental.
§ 2º Considera-se adequado o serviço que satisfaz as condições de
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, universalidade de
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Parque Nacional de São Joaquim
acesso, cortesia na sua prestação, modicidade das tarifas, modernidade
das técnicas, dos equipamentos e das instalações.
SERVIÇO DE BILHETAGEM
Cláusula 16. Quanto ao serviço de bilhetagem, a ConCessionária, observando todas as
disposições contidas no Projeto BásiCo, deverá:
I. Efetuar a implantação e administração do controle de acesso de
visitantes ao Morro da Igreja e seus atrativos, incluindo a venda de
ingressos;
II. Implantar e operar plataforma digital para venda de ingresso e de
atrativos, conforme estabelecido no Projeto BásiCo, observado o
disposto na Cláusula 15, §1º, XI;
III. Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para
visitantes que não o tenham adquirido, de forma antecipada, em
plataforma digital;
IV. Operar de modo que o tempo máximo de espera pelo visitante
para a aquisição dos ingressos no Parque Nacional de São Joaquim
seja de 20 (vinte) minutos;
V. Destinar o mínimo de 20 % do volume total diário de ingressos
para venda no Centro de Visitantes, visando garantir a visitação ao
Morro da Igreja por visitantes que não tiveram a possibilidade de
acesso à plataforma digital;
VI. Limitar a venda de ingressos, conforme Número Balizador de
Visitantes estabelecido pelo ConCedente;
VII. Fornecer acesso ao ConCedente, em tempo real, ao sistema de
controle de venda de ingressos e de acesso de visitantes;
VIII. Fornecer, mediante pedido expresso e antecipado do ConCedente,
até 0,5 % de isenções e cortesias;
IX. Respeitar os percentuais de isenção e desconto no valor dos
ingressos estabelecidos pela legislação em vigor.
§1º Os ingressos deverão contemplar as seguintes possibilidades:
I. Acesso ao Morro da Igreja com o uso de transporte único;
II. Acesso a Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas,
sem o serviço de transporte único, desde que acompanhado de
condutor credenciado pelo ConCedente.
§2º A ConCessionária não poderá cobrar do usuário valores de ingressos
superiores ao estabelecido pelo Concedente.
SERVIÇOS DO CENTRO DE VISITANTES
Cláusula 17. O Centro de Visitantes, observadas as determinações contidas no Projeto
BásiCo e no Contrato, deverá oferecer:
I. Serviço de alimentação no local, por meio de lanchonete e café,
na forma estabelecia no Projeto BásiCo, vedada a comercialização
de bebidas alcoólicas, artigos de tabacaria, bilhetes lotéricos,
medicamentos ou substâncias que causem dependência física ou
psíquica, chicletes e bebidas em embalagens de vidro não retornável;
II. Serviço de venda de objetos temáticos relacionados ao Parque
Nacional de São Joaquim, às atividades de ecoturismo e à defesa do
meio ambiente, que não comprometam as condições ambientais
do parque, respeitadas as demais vedações estabelecidas no
Projeto BásiCo.
III. Exposição interativa e interpretativa de temas e elementos
específicos do Parque Nacional de São Joaquim ou referentes ao
meio ambiente em geral;
IV. Serviço de informações, prestando pronto atendimento, com a
utilização, se possível, de tablets, panfletos e mapas;
V. Sala de turismo, para atendimento de grupos e excursões de
visitantes, voltados especialmente para instruções de uso e de
segurança para a realização de atividades no Parque Nacional de
São Joaquim;
VI. Serviço de ouvidoria, contemplando sistema presencial, por
escrito e online, mediante protocolo numérico que permita
controle quantitativo, para o recebimento de reclamações, queixas,
denúncias e sugestões, garantindo, quando solicitado, o anonimato.
238
Parque Nacional de São Joaquim
APLICATIVO MOBILE
Cláusula 18. A ConCessionária deverá implantar e operar plataforma digital, tipo
software de aplicativo mobile, adaptado para uso em sistema operacional
Android e iOS, contendo informações e dispositivos de interatividade
com o ConCedente.
§1º O aplicativo mobile deverá utilizar interface de fácil uso, com menus
baseados em símbolos universais, contendo ao menos as seguintes
funcionalidades:
I. Informações sobre as atividades e serviços disponíveis no Parque
Nacional de São Joaquim;
II. Mapas interativos habilitados para GPS, e que funcionem sem
conexão à internet, localizando ambientes e atividades;
III. Função “onde estou?” para localização no Parque Nacional de São
Joaquim;
IV. Tecnologia de realidade aumentada que permita interagir com o
ambiente do Parque Nacional de São Joaquim;
V. Roteiro sonoro com áudio imersivo para a visitação da área do
Morro da Igreja;
VI. Calendário de eventos;
VII. Horários de nascer e pôr do sol;
VIII. Envio de notificações sobre notícias, alertas e eventos relacionados
ao Parque Nacional de São Joaquim;
IX. Monitor de busca para encontrar informações rapidamente.
TRANSPORTE ÚNICO
Cláusula 19. A ConCessionária deverá efetuar a implantação e administração,
diretamente ou por meio de operador subcontratado, de serviço de
transporte único, envolvendo o acesso de visitantes ao Parque Nacional
de São Joaquim e, no seu interior, entre outros, ao Mirante Natural da
Pedra Furada, observando as seguintes disposições:
I. Garantir que os veículos utilizados no transporte de visitantes sejam
novos e obedeçam aos padrões das legislações estabelecidos para
emissão de poluentes e ruídos;
II. Proporcionar transporte confortável, seguro e limpo;
III. Garantir, quando em operação, que os veículos apresentem
caracterização externa contando com a Logomarca do ICMBio e
do Parque Nacional de São Joaquim em maior destaque frente à
marca da ConCessionária;
IV. Responsabilizar-se pelo o treinamento e capacitação dos
motoristas e funcionários;
V. Contratar seguro dos automóveis e de vida para os passageiros;
VI. Repor a frota, em caso de panes e danos nos veículos, no prazo de
24 (vinte e quatro) horas;
VII. Substituir os veículos quando estes completarem 5 (cinco) anos
de uso, contados desde o início da sua utilização;
VIII. Certificar-se que nenhum visitante permaneça nos atrativos após
o horário de funcionamento do Parque Nacional de São Joaquim.
§ 1º A ConCessionária deverá observar, no que se refere aos veículos utilizados
e à prestação do serviço de transporte, as normas estabelecidas pelo
ConCedente e a legislação que regula o transporte terrestre.
§ 2º A ConCessionária deverá disponibilizar veículos compatíveis com o acesso
de pessoas com dificuldade de locomoção e cadeirantes.
§ 3º A ConCessionária deverá, na medida do possível, utilizar os serviços de
operadores locais que já realizam essa atividade, obtendo, para tanto,
desconto de 5 % na base de cálculo da outorga variável referente ao
transporte de visitantes.
§ 4º O serviço de transporte único deverá funcionar todos os dias da semana,
durante o horário de abertura para visitação do Parque Nacional de São
Joaquim, observado o limite máximo de visitas diárias estabelecido pelo
ConCedente.
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Parque Nacional de São Joaquim
DEVERES OPERACIONAIS
Cláusula 20. Sem prejuízo das demais disposições do Contrato, é dever da
ConCessionária atender todas as especificações das atividades, nos
aspectos quantitativos e qualitativos, conforme definido no Projeto
BásiCo, incluindo, mas não se limitando a:
I. Manter o sistema operacional, os equipamentos e os bens
necessários à execução do Contrato em perfeito estado de
funcionamento, conservação e segurança, efetuando manutenção
preventiva e corretiva e arquivando os documentos a eles relativos,
tudo às suas expensas;
II. Promover a modernização, substituição, aperfeiçoamento e
ampliação da tecnologia, do equipamento e das instalações
utilizadas;
III. Evitar o desperdício de energia e compatibilizar seus equipamentos
e instalações ao Programa de Conservação de Energia conforme a
IN 01/2010 SLTI/MPOG, mantendo monitoramento permanente
sobre consumo;
IV. Durante a fase de adequação ao Programa a que se refere o
inciso anterior, as obras e serviços deverão respeitar as normas
estabelecidas pelo ConCedente;
V. Elaborar Plano de Gestão de Segurança das atividades e serviços
que serão realizados, observando as determinações do ConCedente;
VI. Arcar com as despesas relativas aos serviços que utilizar, tais como
água, esgoto, fossa, energia elétrica, telefone, gás, coleta de lixo,
entre outras;
VII. Manter segurança patrimonial e vigilância 24 horas nos espaços
internos e externos da área concessionada, incluindo instalação
de alarme e de postos de vigilância diurno e noturno que sigam as
orientações da instrução normativa IN nº 02/2008, alterada pela IN
nº 03/2009 da SLTIMPOG, ou a que a suceder;
VIII. Instalar sistema de comunicação eficiente, passível de ser
compartilhado com o ConCedente, via rádio ou outro meio, que
permita o acompanhamento, em tempo real, de todos os serviços
prestados;
IX. Elaborar Plano de Prevenção de Acidentes e Emergências nas áreas
em que são prestados os serviços, submetendo-o à aprovação do
ConCedente, ouvida a Comissão de Fiscalização;
X. Manter a área concessionada permanentemente dotada de
equipamentos adequados à prevenção e extinção de incêndio,
observadas todas as exigências normativas editadas pelo Poder
Público e pelo plano a que se refere o inciso anterior;
XI. Realizar a manutenção e a limpeza da área concessionada, área
verde, instalações elétricas, hidráulicas, trilhas, mirantes, sinalização,
entre outros;
XII. Manter adequadas condições de salubridade e higiene na
área concessionada, zelando pela segurança dos visitantes e
empregados;
XIII. Elaborar e executar planejamento que, em conformidade com
as determinações do ConCedente, o disposto no Projeto BásiCo,
nas regras da ABNT e nas normas e diretrizes federais, estaduais
e municipais pertinentes, contemple medidas de redução,
separação, coleta seletiva e reciclagem de resíduos;
XIV. Destinar os resíduos de maneira adequada, fora do perímetro do
Parque Nacional de São Joaquim, observado o disposto no Projeto
BásiCo;
XV. Manter com registro específico e em local adequado para
armazenamento, os produtos poluentes e nocivos à saúde;
XVI. Instalar lixeiras laváveis, vedadas para evitar o acesso de animais e
contendo sacos de lixo em locais apropriados para a coleta do lixo,
especialmente nas proximidades dos atrativos turísticos;
XVII. Esvaziar e limpar diariamente as lixeiras, dando correta destinação
e apropriado acondicionamento aos resíduos, de acordo com sua
natureza;
XVIII. Não comercializar vestimentas semelhantes ao uniforme utilizado
pelos seus empregados;
240
Parque Nacional de São Joaquim
XIX. Responsabilizar-se pelo transporte e segurança dos valores
auferidos no âmbito da ConCessão;
XX. Implementar plano de marketing regional, nacional e internacional,
que contemple as diretrizes para ações de mercado previstas no
Projeto BásiCo;
XXI. Realizar o treinamento de funcionários para atendimentos
emergenciais, com equipe capaz de atuar em procedimentos de
primeiros socorros;
XXII. Prever kits de primeiro socorros que possibilitem atendimentos
emergenciais, localizados no Centro de Visitantes e na Portaria do
Morro da Igreja;
XXIII. Analisar a possibilidade de criar Postos de Primeiro Socorros;
XXIV. Estabelecer parcerias com hospitais da região para situações
emergenciais;
XXV. Desenvolver atividades de apoio, proteção e aperfeiçoamento da
dinâmica turística do Parque Nacional de São Joaquim e de seu
entorno;
XXVI. Manter uma modelagem de gestão que viabilize o protagonismo
da sociedade civil localizada no Parque Nacional de São Joaquim e
no seu entorno;
XXVII. Apoiar e acatar as decisões do Conselho Consultivo do Parque
Nacional de São Joaquim;
XXVIII. Fomentar redes colaborativas de turismo, valorizando a integração
da região turística da Serra Catarinense e da região turística
Encantos do Sul;
XXIX. Observar e cumprir as orientações do Manual de Sinalização –
Unidades de Conservação Federais do Brasil, editado pelo ICMBio,
na sinalização visual da área concedida;
XXX. Observar o limite de visitantes do Parque Nacional de São Joaquim,
o qual será calculado e disponibilizado pelo ConCedente.
RECURSOS HUMANOS
Cláusula 21. As contratações feitas pela ConCessionária para a consecução das
atividades previstas no Contrato serão regidas pelo direito privado e pela
legislação trabalhista, não se estabelecendo nenhuma relação entre os
terceiros contratados e o ConCedente.
Parágrafo único. Sem prejuízo das demais disposições previstas na legislação aplicável e
no Contrato, a ConCessionária deverá:
I. Fazer com que seus empregados e demais contratados observem
rigorosamente as determinações do ConCedente, as cláusulas
do Contrato e a legislação vigente, respondendo por eventuais
desvios;
II. Responsabilizar-se pela capacitação da equipe a ser contratada,
inclusive quanto às regras de funcionamento e conhecimentos
gerais sobre o Parque Nacional de São Joaquim;
III. Responsabilizar-se por todas as despesas relacionadas com seus
empregados e demais contratados, tais como salários, encargos
trabalhistas, sociais, fiscais, comerciais, previdenciários e de classe,
seguros de acidentes, taxas, impostos e contribuições, indenizações,
vale refeição, vale transporte e outras exigências legais;
IV. Responsabilizar-se por todas as providências e obrigações
estabelecidas na legislação específica de acidentes de trabalho
quando forem vítimas seus empregados, no desempenho dos
serviços previstos no Contrato ou com eles conexos, ainda que
ocorridos nas dependências do ConCedente;
V. Fornecer aos empregados e demais contratados EPIs e seus
complementos, exigindo sua utilização;
VI. Fornecer aos empregados uniforme contendo identificação
pessoal e da ConCessionária, cujo modelo deverá ser previamente
aprovado pelo ConCedente e cujo custo não poderá ser repassado
aos empregados;
VII. Fornecer aos prestadores de serviço temporários crachás com
identificação pessoal e da empresa prestadora de serviço;
241
Parque Nacional de São Joaquim
VIII. Promover treinamento periódico dos empregados para a
prestação dos serviços e atividades previstos no Contrato;
IX. Efetuar imediata reposição de pessoal em caso de ausência;
X. Empregar, preferencialmente, moradores do entorno imediato do
Parque Nacional de São Joaquim;
XI. Garantir que, pelo menos, 5 % (cinco por cento) da mão de obra
contratada seja composta por indivíduos oriundos ou egressos do
sistema prisional, com a finalidade de ressocialização;
XII. Observar os percentuais estabelecidos no art. 93 da Lei nº
8.213/1991 para a contração de beneficiários da Previdência Social
reabilitados, ou de pessoas portadoras de deficiência, habilitadas;
XIII. Substituir imediatamente o empregado cuja atuação ou
comportamento sejam julgados pelo ConCedente como prejudiciais,
inconvenientes ou insatisfatórios;
XIV. Atentar permanentemente quanto à higiene pessoal dos
funcionários;
XV. Abster-se de utilizar menor de dezoito anos em trabalho noturno,
perigoso ou insalubre, bem como menor de dezesseis anos
em qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz, a partir
de quatorze anos, observado o disposto no art. 7º, XXXIII, da
Constituição Federal, e na Lei nº 9.854/1999, regulamentada pelo
Decreto nº 4.358/2002, ou outra que venha a sucedê-la;
XVI. Selecionar rigorosamente os empregados que prestarão os
serviços contratados, registrando o exercício das funções
profissionais em suas carteiras de trabalho;
XVII. Ajustar o quantitativo de empregados em caso de ampliação do
horário de funcionamento ou aumento na demanda, conforme
orientações do ConCedente;
XVIII. Atender às normas de segurança e medicina do trabalho,
assumindo todos os ônus e responsabilidades decorrentes.
PROJETOS
Cláusula 22. A ConCessionária deve obter prévia aprovação do ConCedente para todos
os projetos de construção, reforma, planos e programas relativos à área
concedida.
§ 1º Sem prejuízo das disposições previstas no Contrato e no Projeto BásiCo
quanto à elaboração de projetos e sua implementação, a ConCessionária
deverá:
I. Respeitar as diretrizes e procedimentos das Normas Técnicas
Brasileiras;
II. Compatibilizar os projetos para a identificação e minimização das
interferências entre os projetos na fase de execução;
III. Coordenar a execução das obras de comum acordo com o
ConCedente, de maneira a evitar interrupções ou paralisações das
atividades;
IV. Providenciar todas as licenças ambientais necessárias para a
execução das obras e das atividades previstas, bem como as
medidas compensatórias e exigências solicitadas pelos órgãos
competentes;
V. Manter, para todas as atividades relacionadas à execução de
serviços de engenharia e arquitetura, a regularidade perante os
respectivos conselhos profissionais, inclusive para os terceiros
contratados;
VI. Adotar medidas de sustentabilidade nas edificações, observando
o conceito arquitetônico recomendado pelo ICMBio;
VII. Observar as leis e normas concernentes à acessibilidade de pessoas
portadoras de deficiências com mobilidade reduzida, no que
couber e no que for compatível com as atividades desenvolvidas;
VIII. Submeter à aprovação do ConCedente a exploração de novos
atrativos e atividades para a obtenção de receitas adicionais;
IX. Apresentar relatórios bimensais do andamento das obras
juntamente com seu cronograma;
242
Parque Nacional de São Joaquim
X. Apresentar o anteprojeto, contendo o planejamento inicial da
execução das obras em até 3 (três) meses após a assinatura do
contrato;
XI. Apresentar os projetos de adequação, reforma, e operação do
Centro de Visitantesem até 6 (seis) meses após assinatura do
contrato;
XII. Apresentar os projetos e estudos das áreas de embarque e
desembarque em até 6 (seis) meses após a assinatura do contrato;
XIII. Apresentar o projeto para implantação do transporte interno em
até 6 (seis) meses após assinatura do contrato;
XIV. Implantar e inaugurar o Centro de Visitantes em no máximo 1 (um)
ano após a aprovação dos projetos pelo ConCedente;
XV. Implantar e iniciar a operação do sistema de transporte único e
dos demais serviços previstos no Contrato juntamente com a
inauguração do Centro de Visitantes.
§ 2º Os prazos de início das etapas de execução e de conclusão das obras,
mantidas as demais cláusulas do Contrato e assegurada a manutenção
de seu equilíbrio econômico-financeiro, admitem prorrogação, desde
que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente justificados:
I. Alteração do Projeto BásiCo pelo ConCedente;
II. Fato excepcional ou imprevisível superveniente, estranho à
vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições
de execução do Contrato;
III. Interrupção da execução do Contrato ou diminuição do ritmo de
trabalho por ordem e no interesse do ConCedente;
IV. Aumento das quantidades inicialmente previstas no Contrato, nos
limites permitidos pela Lei nº 8.666/1993;
V. Impedimento de execução do Contrato por fato ou ato de terceiro
reconhecido pela Administração em documento contemporâneo
à sua ocorrência;
VI. Omissão ou atraso de providências a cargo do ConCedente, inclusive
quanto aos pagamentos previstos, que resulte, diretamente, em
impedimento ou retardamento na execução do Contrato, sem
prejuízo das sanções legais aplicáveis.
CONTROLE DE QUALIDADE
Cláusula 23. Sem prejuízo dos serviços prestados pela ouvidoria, como forma de
avaliar a qualidade dos serviços prestados pela ConCessionária, esta deverá:
I. Aplicar um questionário de satisfação aos visitantes, a cada 03 (três)
meses, englobando de 5 % a 10 % dos visitantes, tendo como referência
o número total de visitantes no respectivo mês do ano anterior;
II. Sistematizar e avaliar as informações contidas nos relatórios
elaborados pela ouvidoria, exercendo controle qualitativo e
quantitativo das reclamações queixas, denúncias e sugestões.
§ 1º O questionário deverá considerar a sazonalidade e utilizar os seguintes
indicadores, com escala gradativa entre péssimo e excelente:
I. Cortesia e atendimento dos funcionários;
II. Tempo de espera para atendimento;
III. Qualidade das informações fornecidas;
IV. Preços praticados;
V. Limpeza e higiene dos ambientes;
VI. Conforto do ambiente;
VII. Horário de atendimento;
VIII. Outros indicados pelo ConCedente.
§ 2º O questionário deverá ser encaminhado ao ConCedente até o quinto dia
útil dos meses de janeiro, abril, agosto e novembro de cada ano.
Cláusula 24. A ConCessionária deverá apresentar relatórios anuais sobre:
I. Índice de reclamações no PROCON, relativas à ConCessionária ou
aos serviços prestados no Parque Nacional de São Joaquim;
II. Sinistros e acidentes envolvendo visitantes, funcionários e danos
ao patrimônio material da ConCessionária e do Parque Nacional de
São Joaquim;
243
Parque Nacional de São Joaquim
III. Resultados das inspeções da Vigilância Sanitária e de outros órgãos
oficiais nas instalações mantidas pela ConCessionária;
IV. Reclamações e queixas de usuários apresentadas ao serviço de
ouvidoria.
Cláusula 25. A ConCessionária deve contratar e remunerar empresa especializada para
a realização de auditorias independentes quando o ConCedente julgar
necessário, cabendo a este o direito de veto em relação à empresa
indicada.
INFORMAÇÕES AO CONCEDENTE
Cláusula 26. A ConCessionária tem o dever de manter o ConCedente plenamente
informado a respeito da execução do Contrato, incluindo, mas não se
limitando às seguintes obrigações:
I. Manter o ConCedente informado sobre toda e qualquer
irregularidade observada em função das obrigações contratuais
assumidas;
II. Comunicar o ConCedente, por escrito, quando verificar quaisquer
condições inadequadas de execução dos serviços ou a iminência
de fatos que possam prejudicar a perfeita execução do Contrato;
III. Informar, imediatamente, quando for citada ou intimada de
qualquer ação judicial ou procedimento administrativo que possa
resultar em responsabilidade do ConCedente, bem como envidar os
melhores esforços na defesa dos interesses comuns, praticando
todos os atos processuais cabíveis;
IV. Informar, imediatamente, acontecimentos e situações que
ensejem a necessidade de interromper ou alterar o funcionamento
das atividades previstas no Contrato e seus anexos;
V. Elaborar e enviar, quando exigido, relatório das obras a serem
executadas, registrando, detalhadamente, os trabalhos realizados
e outras ocorrências de interesse;
VI. Manter contabilidade segregada relativa à concessão e às
atividades previstas no Contrato, com detalhamento de receitas,
custos e resultados líquidos, garantindo amplo e irrestrito acesso
ao ConCedente;
VII. Apresentar, até o quinto dia útil de cada mês, relatórios gerenciais
completos contendo informações relativas a venda de ingressos
e receitas adicionais, dias de pico, número de visitantes, número
de isenções e cortesias concedidas, valor faturado e despesas
referentes ao mês anterior e ao acumulado no exercício;
VIII. Apresentar, em até 45 (quarenta e cinco) dias após o encerramento
de cada semestre, os balancetes mensais analíticos, incluídos os
demonstrativos e balanços patrimoniais;
IX. Apresentar, até o dia 15 (quinze) de maio de cada ano, os
demonstrativos contábeis do exercício anterior em sua forma
completa, contendo Balanço Patrimonial (BP), Demonstração de
Resultado do Exercício (DRE), Demonstração do Fluxo de Caixa
(DFC), Demonstração de Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL),
Balancete de encerramento do exercício com os ajustes realizados
e respectivos saldos, bem como, quando houver, pareceres de
auditores independentes;
X. Dispor de banco de dados atualizado, em base eletrônica,
apto a gerar relatório contendo as informações da concessão,
especialmente aquelas a que se refere o inciso VII desta cláusula,
assegurando ao ConCedente acesso ininterrupto, irrestrito e
imediato;
XI. Informar alterações de seu Contrato Social ou Estatuto Social
no que diz respeito a eventual incorporação, fusão, cisão ou
transferência de cotas, sem prejuízo de serem revisadas as
condições contratuais especialmente no que se refere à garantia e
seguro.
SEGUROS
Cláusula 27. A ConCessionária deve contratar e manter em vigor, durante todo o prazo
da concessão, apólices de seguro com vigência mínima de 12 (doze)
meses para a cobertura de:
244
Parque Nacional de São Joaquim
I. Danos causados aos bens móveis e imóveis utilizados na execução
do Contrato, incluindo danos decorrentes de caso fortuito ou força
maior, com limite máximo equivalente ao valor de reposição dos
bens;
II. Danos patrimoniais e extrapatrimoniais causados a terceiros em
decorrência das obras e das atividades de responsabilidade da
ConCessionária, com limite máximo coincidente com as melhores
práticas de mercado para cada tipo de sinistro.
§ 1º Sem prejuízo das demais disposições previstas no Contrato, a ConCessionária
deverá:
I. Apresentar, antes do início das atividades, a comprovação de que
as apólices dos seguros aplicáveis se encontram em vigor;
II. Indicar o ConCedente como cossegurado em todas as apólices;
III. Atualizar anualmente os seguros contratados para incluir eventos
ou sinistros que não eram cobertos no momento da contratação
originária;
IV. Submeter à aprovação do ConCedente a forma de cálculo do limite
máximo de indenização da apólice de seguro para cada sinistro,
bem como toda alteração promovida nas apólices, incluindo as que
impliquem cancelamento, renovação, modificação ou substituição;
V. Encaminhar ao ConCedente, por meio eletrônico, no prazo
máximo de 10 dias após a data do vencimento, os comprovantes
digitalizados de pagamento do prêmio dos seguros contratados;
VI. Encaminhar ao ConCedente, com antecedência mínima de 10 (dez)
dias de seu vencimento, a comprovação de que as apólices foram
renovadas;
VII. Informar, anualmente e sempre que solicitado pelo ConCedente,
todos os bens cobertos pelos seguros contratados e o cálculo de
indenização da apólice de seguro para cada sinistro;
VIII. Responder pela abrangência ou por omissões decorrentes da
realização dos seguros, bem como pelo pagamento integral da
franquia na hipótese de ocorrência do sinistro.
§ 2º As apólices apresentadas deverão possuir registro junto à
Superintendência Nacional de Seguros Privados.
§ 3º Caso a ConCessionária não comprove a renovação das apólices no
prazo previsto no Contrato, o ConCedente poderá contratar os seguros,
cobrando da ConCessionária o valor total do prêmio e impondo as sanções
contratuais cabíveis.
§ 4º A contratação de seguros pelo ConCedente não altera a responsabilidade
da ConCessionária por suas obrigações contratuais.
GARANTIA
Cláusula 28. A ConCessionária prestará, no prazo de 10 (dez) dias da assinatura do
Contrato, Garantia no valor correspondente a 5 % (cinco por cento) do valor
total do Contrato, conforme o disposto no art. 56, § 2º, da Lei nº 8.666/1993.
Cláusula 29. A Garantia será prestada, a critério da ConCessionária, em uma das seguintes
formas:
I. Caução em dinheiro, por meio de depósito em conta designada
pelo ConCedente;
II. Caução em títulos da dívida pública federal emitidos sob a forma
escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação
e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, avaliados
pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério
da Fazenda;
III. Seguro-garantia, por meio da apresentação da apólice, figurando
o ConCedente na condição de segurado;
IV. Fiança bancária, por meio da entrega da carta ao ConCedente, com
valor expresso em reais, nomeando o ConCedente como beneficiário
e prevendo a renúncia ao benefício de ordem.
§ 1º A ConCessionária deve manter a Garantia em vigor durante toda a vigência
do Contrato e renová-la ao menos 30 (trinta) dias antes de seu termo final.
§ 2º A ConCessionária pode modificar ou substituir a Garantia, mediante prévia
autorização do Concedente.
245
Parque Nacional de São Joaquim
§ 3º As apólices de seguro-garantia e as cartas de fiança deverão ter vigência
mínima de 1 (um) ano.
Cláusula 30. Após a obtenção da Licença de Operação do empreendimento, o
valor da garantia será liberado à ConCessionária, na proporção de 80 %,
em função do percentual de anos inteiros decorridos de vigência do
Contrato.
§ 1º O valor da garantia que pode ser levantado pela ConCessionária é dado
pela fórmula:
§ 2º O valor da garantia que deve ser prestada pela ConCessionária é dado pela
fórmula:
§ 3º A liberação proporcional da garantia dependerá de solicitação formal da
ConCessionária e da respectiva aprovação da ConCedente.
Cláusula 31. A Garantia poderá ser utilizada quando as receitas da concessão não
forem suficientes para manter a continuidade dos serviços previstos no
contrato e seus anexos ou quando a ConCessionária:
I. Não realizar qualquer das obrigações previstas no Contrato, no
edital de ConCorrênCia iCMBio Nº [NÚMERO/ANO DO EDITAL] e nos
seus anexos;
II. Devolver bens reversíveis em desconformidade com as exigências
estabelecidas no Contrato;
III. Não pagar as multas que lhe forem aplicadas, na forma do
Contrato;
IV. Não efetuar, no prazo devido, o pagamento de outras indenizações
ou obrigações pecuniárias devidas a terceiros e ao ConCedente em
decorrência do Contrato, ressalvados os tributos.
§ 1º A ConCessionária deve repor a Garantia no prazo de 30 (trinta) dias contados
de sua utilização parcial ou total.
§ 2º A utilização da Garantia e sua reposição não implicam reconhecimento
de culpa por parte da ConCessionária.
§ 3º Caso a Garantia não seja suficiente para satisfazer a obrigação garantida,
sua utilização não exime a ConCessionária, que responderá pela diferença
de valores.
DEVERES DO CONCEDENTE
Cláusula 32. Sem prejuízo de outras disposições contratuais e legais aplicáveis, são
deveres do ConCedente:
I. Supervisionar e fiscalizar a execução dos serviços e atividades,
podendo sustar, recusar, mandar fazer ou desfazer aquilo que não
esteja de acordo com o estipulado no Contrato;
II. Analisar os projetos, planos e programas relativos à área
concessionada, bem como exigir as modificações que se revelarem
necessárias para o atendimento do Projeto BásiCo;
III. Executar, a seu critério, inspeções ou auditorias para verificar as
condições das instalações, dos equipamentos, da segurança e da
prestação de serviços na área concessionada;
IV. Emitir terMo de Vistoria antes do início da operação dos serviços e
ao término da concessão;
V. Comunicar à ConCessionária qualquer ocorrência relevante
relacionada com a concessão, especialmente acontecimentos e
situações que ensejem a necessidade de interromper ou alterar o
funcionamento das atividades previstas no Contrato;
VI. Informar, imediatamente, quando citada ou intimada de qualquer
ação judicial ou procedimento administrativo que possa resultar
em responsabilidade da ConCessionária, bem como envidar os
melhores esforços na defesa dos interesses comuns, praticando
todos os atos processuais cabíveis;
VII. Comunicar à instituição financeira ou seguradora responsável pela
prestação da garantia, a instauração de processo de intervenção,
encampação ou caducidade;
246
Parque Nacional de São Joaquim
VIII. Disponibilizar a área concedida no Parque Nacional de São
Joaquim, descrita no Projeto BásiCo, à ConCessionária, no estado em
que se encontra;
IX. Instituir a Comissão de Fiscalização do Contrato, a que se refere a
Cláusula 5ª do Contrato;
X. Indicar à ConCessionária o gestor do Contrato e os demais membros
da Comissão à que se refere o inciso anterior;
XI. Modificar, unilateralmente, o contrato para adequá-lo às finalidades
do interesse público, respeitados os direitos da ConCessionária e o
equilíbrio contratual;
XII. Receber e analisar os relatórios, projetos e documentos
encaminhados pela ConCessionária;
XIII. Aplicar as penalidades legais, regulamentares e contratuais;
XIV. Estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do
meio-ambiente e conservação;
XV. Exigir o imediato afastamento ou substituição de qualquer
empregado ou contratado da ConCessionária que crie embaraços
para a execução do Contrato;
XVI. Facilitar a atuação das autoridades fazendárias, sanitárias ou
trabalhistas que queiram fiscalizar as instalações e os serviços da
ConCessionária;
XVII. Homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma da
lei, das normas pertinentes e do Contrato;
XVIII. Valer-se de qualquer instrumento processual de intervenção de
terceiros necessário à defesa das finalidades do Contrato, do meio
ambiente e do interesse público;
XIX. Zelar pela boa qualidade do serviço, recebendo, apurando e
solucionando queixas e reclamações dos usuários, que serão
cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas;
XX. Emitir ordem de serviço para início das operações, objeto da
concessão.
VISITANTES
Cláusula 33. São direitos e deveres do visitante:
I. Receber serviço adequado;
II. Receber informações necessárias para a defesa de seus legítimos
interesses e direitos;
III. Contribuir para a conservação do Parque Nacional de São Joaquim
e dos bens utilizados na prestação de serviços;
IV. Observar as normas de conduta estabelecidas pela ConCessionária
e pelo ConCedente com relação às instalações, equipamentos,
empregados, prestadores de serviço, flora e fauna;
V. Comunicar ao ConCedente, à ConCessionária e às autoridades
competentes as irregularidades de que tenha conhecimento
relativas ao Parque Nacional de São Joaquim e ao serviço prestado.
FISCALIZAÇÃO
Cláusula 34. A fiscalização e o monitoramento da concessão serão efetuados pelo
ConCedente, em especial por meio da Comissão de Fiscalização do Contrato
a que se refere a Cláusula 5ª do Contrato, que, observado o disposto no
Contrato, terá livre e irrestrito acesso à área, instalações, equipamentos e
documentos relacionados direta ou indiretamente à concessão.
§ 1º O ConCedente pode determinar a execução de atos ou a suspensão
daqueles que estejam sendo realizados em desconformidade com o
Projeto BásiCo e com as normas contratuais, legais ou regulamentares.
§ 2º O ConCedente pode, a qualquer horário e em qualquer circunstância, fazer
contato com a ConCessionária para averiguar o andamento ou solução de
eventos específicos.
§ 3º Sem prejuízo das demais obrigações, em especial aquelas relacionadas à
prestação de informações ao ConCedente, a ConCessionária deverá:
I. Atender às exigências, recomendações ou observações feitas pelo
ConCedente, conforme os prazos fixados em cada caso;
247
Parque Nacional de São Joaquim
II. Acatar as orientações do ConCedente, sujeitando-se à mais ampla e
irrestrita supervisão e fiscalização do seu cumprimento;
III. Providenciar a imediata correção das deficiências apontadas pelo
ConCedente quanto à execução do objeto deste Contrato.
PENALIDADES
Cláusula 35. Sem prejuízo das sanções administrativas previstas na legislação
específica, a violação, pela ConCessionária, de qualquer estipulação do
Contrato e das normas jurídicas a ele aplicáveis pode ensejar a aplicação
das seguintes penalidades:
I. Advertência;
II. Multa;
III. Suspensão do direito de participar de licitações e contratar com o
ConCedente; e
IV. Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública.
§ 1º O ConCedente deve instaurar processo administrativo para apurar as
violações, assegurado o contraditório, a ampla defesa e o devido
processo.
§ 2º O processo administrativo a que se refere o parágrafo anterior será
instaurado com documento de comunicação de irregularidade à
ConCessionária.
§ 3º As penalidades apenas podem ser aplicadas mediante decisão
fundamentada.
§ 4º Sem prejuízo da penalidade, com o fim de preservar a integridade
física ou patrimonial de terceiros e de bens reversíveis, o ConCedente
poderá impor medidas acautelatórias como detenção de bens,
equipamentos e materiais, interdição de instalações, apreensão,
embargo de obras, entre outras medidas que repute necessárias
para esse fim.
§ 5º O cumprimento das penalidades impostas pelo ICMBio não
exime a ConCessionária do fiel cumprimento das obrigações e
responsabilidades previstas no Contrato, bem como da reparação
de eventuais perdas e danos causados ao ICMBio, a seus
empregados, aos usuários ou a terceiros, em decorrência das
atividades relacionadas à concessão.
Cláusula 36. A advertência poderá ser aplicada a critério do ConCedente quando não
houver prejuízo relevante ao atingimento dos fins da concessão, não
ocorrer reincidência específica e a infração não for superior ao grau 1 da
taBela de infrações e Penalidades.
§ 1º A ConCessionária, no prazo de apresentação da defesa no processo
administrativo, pode solicitar formalmente a aplicação da penalidade de
advertência, mediante admissão da falta e comprovação da cessação da
infração, bem como da adoção das medidas necessárias à sua efetiva
correção.
§ 2º Considera-se reincidência específica o cometimento de infração
relacionada com a mesma norma regulamentar ou dispositivo contratual
infringido, nos últimos 03 (três) anos, contados da data de ocorrência do
fato em apuração.
Cláusula 37. As multas poderão serão aplicadas de acordo com o disposto na taBela
de infrações e Penalidades, sem prejuízo de serem cumuladas com outras
sanções previstas na cláusula 35.
Cláusula 38. A suspensão do direito de participar de licitações e de contratar com
o ConCedente será aplicada no caso de práticas reiteradas de infrações,
não cumprimento injustificado de penalidade ou de outras hipóteses
previstas em lei, especialmente as do art. 88 da Lei nº 8.666/1993.
Parágrafo único. A suspensão será imposta à ConCessionária e ao seu acionista controlador
por prazo não superior a dois anos.
Cláusula 39. A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública terá validade enquanto perdurarem os motivos
determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação
perante o ConCedente, que será concedida quando o contratado reparar
a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da
pena de suspensão.
248
Parque Nacional de São Joaquim
ALOCAÇÃO DOS RISCOS
Cláusula 40. Os riscos decorrentes da execução do Contrato serão alocados ao
ConCedente e à ConCessionária conforme a Matriz de risCo, parte integrante
deste instrumento.
§ 1º Salvo os riscos expressamente alocados ao ConCedente, a ConCessionária é
exclusiva e integralmente responsável por todos os demais relacionados
à execução do Contrato.
§ 2º A ConCessionária não fará jus à recomposição do equilíbrio econômico-
financeiro em decorrência da materialização de quaisquer dos riscos não
alocados expressamente ao ConCedente.
§ 3º A ConCessionária tem pleno conhecimento da natureza e extensão
dos riscos por ela assumidos, declarando ter levado esses riscos em
consideração na formulação de sua proposta e na assinatura do Contrato.
RESPONSABILIDADE
Cláusula 41. A ConCessionária, observado o disposto no Contrato e seus anexos, é
responsável pelos danos causados ao ConCedente ou a terceiros por
ações e omissões de seus empregados, prepostos, representantes,
subcontratados, hóspedes e visitantes, devendo, sem prejuízo de outras
obrigações:
I. Responder perante o ConCedente e terceiros pelos danos materiais
e morais causados, bem como pela posse, guarda, manutenção
e vigilância dos bens relacionados à execução do Contrato,
independentemente de culpa, assegurado o direito de regresso;
II. Ressarcir todos os desembolsos efetuados pelo ConCedente ou por
terceiros para a satisfação de determinações judiciais relativas a
obrigações originalmente imputáveis à ConCessionária, inclusive
reclamatórias trabalhistas;
III. Arcar com as penalidades e despesas relativas a qualquer infração
cometida;
IV. Reparar, após o recebimento de notificação, os danos causados
aos bens sob sua responsabilidade.
§ 1º A inadimplência da ConCessionária com relação aos encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública
a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do
Contrato.
§ 2º A fiscalização realizada pelo ICMBio durante a execução do Contrato,
quaisquer que sejam os atos praticados no desempenho de suas
atribuições, não implicará solidariedade ou corresponsabilidade com a
ConCessionária, que responderá única e integralmente pela execução dos
serviços.
§ 3º Se a ConCessionária recusar, demorar, negligenciar ou deixar de eliminar
as falhas, vícios, defeitos ou imperfeições apontadas, poderá o ConCedente
efetuar os reparos e substituições necessárias, seja por meios próprios ou
de terceiros, transformando-se os custos decorrentes em dívida líquida e
certa da ConCessionária, independentemente do seu valor.
EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
Cláusula 42. Sempre que atendidas as condições do Contrato e respeitada a alocação
de riscos nele estabelecida, considera-se mantido seu equilíbrio
econômico-financeiro.
Parágrafo único. O equilíbrio econômico-financeiro do Contrato será preservado por meio
de mecanismos de reajuste e revisão, cabendo ao ConCedente escolher,
dentre as medidas abaixo elencadas, individual ou conjuntamente, a
forma pela qual será implementada a recomposição:
I. Alteração do valor da outorga;
II. Alteração do prazo do Contrato;
III. Alteração das obrigações contratuais da ConCessionária;
IV. Outra forma definida de comum acordo entre o ConCedente e a
ConCessionária.
249
Parque Nacional de São Joaquim
Cláusula 43. Os parâmetros e valores da concessão, estabelecidos no Contrato e seus
anexos, poderão ser revistos e reajustados a cada 12 (doze) meses, de
ofício ou mediante solicitação da ConCessionária.
§ 1º Ocorrendo o reajuste de ofício, deve-se garantir à ConCessionária o prazo
mínimo de 30 (trinta) dias corridos para manifestação, contados do
recebimento de notificação encaminhada pelo ConCedente, considerando-
se eventual silêncio como concordância tácita.
§ 2º Ocorrendo a revisão mediante solicitação da ConCessionária, o pedido
deverá conter todos os documentos necessários à demonstração do
seu cabimento, incluindo relatório técnico ou pericial que demonstre o
impacto financeiro da medida, e o ConCedente deverá decidir no prazo
máximo de 30 (trinta) dias corridos contados do recebimento do pleito,
podendo requisitar à ConCessionária outros documentos que julgar
pertinentes.
§ 3º Todos os custos decorrentes das diligências necessárias para instruir os
pedidos de revisão e reajuste serão de responsabilidade da ConCessionária,
mesmo que solicitadas pelo ConCedente.
Cláusula 44. A revisão dos parâmetros da concessão tem o objetivo de modernizar
o Contrato em decorrência de inovações tecnológicas ou relacionadas à
gestão contratual.
Cláusula 45. A revisão dos valores da concessão tem como objetivo compensar as
perdas ou ganhos da ConCessionária, devidamente comprovados, em
virtude da ocorrência dos eventos relacionados aos riscos do ConCedente,
desde que imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
incalculáveis, ou ainda em caso de força maior, caso fortuito ou
fato do príncipe que configurem álea econômica extraordinária ou
extracontratual, que impliquem alteração relevante dos custos ou da
receita da ConCessionária.
Parágrafo único. Os valores previstos no Contrato e seus anexos serão reajustados com
base no IGP-M/FGV, em outro índice oficial que o substitua ou, na
ausência desses, em outro índice indicado pelo ConCedente.
Cláusula 46. Caso a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato
exija investimentos ou serviços que envolvam a realização de obras, sua
efetivação depende de autorização prévia do ConCedente, a ser solicitada
pela ConCessionária.
§ 1º A solicitação de autorização prévia deve conter, no mínimo, os
documentos necessários à demonstração do cabimento do pedido, o
projeto, a estimativa de custos e prazos de execução, plano de realização
do investimento que demonstre sua viabilidade técnica e ambiental, e os
custos para o desenvolvimento de um Projeto Básico e a obtenção das
demais licenças necessárias para o início da execução dos investimentos.
§ 2º Expedida a autorização prévia pelo ConCedente, a ConCessionará deverá
apresentar o Projeto BásiCo e, se necessário, obter o Licenciamento
Ambiental e as demais licenças necessárias para a execução dos
investimentos.
§ 3º O Projeto BásiCo a que se refere o parágrafo anterior conterá todos os
elementos necessários à precificação do investimento e às estimativas
do impacto da obra sobre os custos e as receitas da ConCessionária,
segundo as melhores práticas e critérios do mercado, de acordo com as
normas técnicas aplicáveis, bem como:
I. Orçamento analítico detalhado;
II. Cronogramas físico e físico-financeiro;
III. Caderno de encargos;
IV. Memorial descritivo; e
V. Plano de execução de obras e serviços.
§ 4º A autorização de execução do Projeto BásiCo pelo ConCedente não afasta a
possibilidade de sua alteração posterior para adequação aos requisitos
contratuais, legais e regulamentares.
§ 5º A ConCessionária submeterá ao ConCedente todas as alterações do Projeto
BásiCo, posteriores à sua autorização de execução inicial, para fins de
análise e nova autorização.
§ 6º O ConCedente estabelecerá valor de referência a ser considerado para
efeitos de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.
§ 7º Os investimentos realizados sem a obtenção de autorização prévia não
250
Parque Nacional de São Joaquim
ensejarão recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, a menos
que o ConCedente expressamente permita à ConCessionária a execução de
investimento sem autorização prévia ou sem análise de Projeto BásiCo.
Cláusula 47. Caso o ConCedente solicite novos investimentos ou serviços não previstos
no Contrato, poderá requerer à ConCessionária, previamente ao processo
de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, a elaboração de
Projeto BásiCo.
Cláusula 48. Nos processos de reequilíbrio econômico-financeiro referentes a
investimentos, a ConCessionária deverá comprovar que o custo dos
projetos e estudos a serem considerados está baseado em valores de
mercado, podendo o ConCedente estabelecer valor limite diverso.
INTERVENÇÃO
Cláusula 49. O ConCedente poderá, sem prejuízo das penalidades cabíveis e das
responsabilidades incidentes, intervir na concessão para assegurar
a adequação dos serviços, bem como o cumprimento das normas
contratuais, regulamentares e legais pela ConCessionária.
§ 1º A intervenção far-se-á por decisão fundamentada do ConCedente, que
conterá a designação do interventor, o prazo, os objetivos e limites da
medida.
§ 2º O interventor decidirá pela manutenção ou não das obrigações
assumidas pela ConCessionária anteriormente à intervenção, tendo em
vista a necessidade de continuidade dos serviços objeto do Contrato.
Cláusula 50. Declarada a intervenção, o ConCedente deverá, no prazo de 30 (trinta)
dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas
determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o
direito de ampla defesa.
§ 1º Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos
legais e regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço
ser imediatamente devolvido à ConCessionária, sem prejuízo de seu direito
à indenização.
§ 2º O procedimento administrativo a que se refere o caput desta cláusula
deverá ser concluído em até 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de
considerar-se inválida a intervenção.
Cláusula 51. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração
do serviço será devolvida à ConCessionária, precedida de prestação de
contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a
sua gestão.
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
Cláusula 52. A ConCessão se extingue nas seguintes hipóteses:
I. Término do prazo do Contrato;
II. Encampação;
III. Caducidade;
IV. Rescisão;
V. Anulação;
VI. Falência ou extinção da ConCessionária.
§ 1º Na hipótese do inciso I do caput, pelo menos 2 (dois) anos antes da data do
término de vigência da concessão, a ConCessionária apresentará um Programa
de Desmobilização Operacional, devendo contribuir para que os serviços
previstos no Contrato e seus anexos não sejam interrompidos, observado o
direito de indenização conforme disposto no art. 36 da Lei nº 8.987/1995.
§ 2º Nos termos do art. 37 da Lei nº 8.987/1995, a encampação ocorrerá
quando o ConCedente, para atender ao interesse público e mediante lei
específica, retomar a concessão, assegurada indenização conforme
disposto no art. 36 do mesmo diploma legal, que será calculada a partir
da soma dos valores relativos a:
I. Saldo atualizado de qualquer financiamento assumido pela
ConCessionária para a realização dos investimentos previstos no
Projeto BásiCo;
II. Custo de desmobilização, incluindo todos os valores devidos a
empregados, fornecedores e outros credores.
251
Parque Nacional de São Joaquim
§ 3º A caducidade será declarada na forma e nas situações previstas pelos
artigos 27 e 38 da Lei nº 8.987/1995, ou em outra disposição legal que a
suceder ou regular especificamente a matéria, estabelecendo-se:
I. O prazo de 20 (vinte) dias úteis, para a correção e o enquadramento
das falhas e irregularidades indicadas pelo ConCedente;
II. Como desconto à indenização prevista no art. 38, § 5º, da Lei nº
8.987/1995, além daqueles previstos neste mesmo dispositivo,
os valores recebidos pela ConCessionária a título de cobertura de
seguros relacionados à declaração de caducidade.
§ 4º O Contrato poderá ser rescindido por acordo entre as partes ou,
unilateralmente, pela ConCessionária, caso haja descumprimento do
Contrato pelo Concedente, neste caso mediante:
I. Ação judicial especialmente intentada para esse fim, não havendo
liberação das obrigações assumidas no Contrato antes do trânsito
em julgado da decisão, inclusive com relação à continuidade dos
serviços prestados; e
II. Indenização equivalente à que seria devida na hipótese de
encampação.
§ 5º A anulação do Contrato ocorrerá apenas nas hipóteses previstas em lei,
garantindo-se indenização equivalente à que seria devida:
I. Na hipótese de encampação, caso a ConCessionária não tenha dado
causa à anulação;
II. Na hipótese de caducidade, caso a ConCessionária tenha dado causa
à anulação.
§ 6º Na hipótese de falência ou extinção da ConCessionária, eventual
indenização a ela devida será equivalente àquela aplicável aos casos
de caducidade, não se partilhando eventual acervo líquido entre seus
acionistas antes do pagamento de todas as obrigações assumidas
perante o ConCedente e sem a emissão de terMo de Vistoria nos termos do
§ 3º da Cláusula 53.
§ 7º Na hipótese dos incisos I e II do caput, o ConCedente, antecipando-se
à extinção, procederá aos levantamentos e avaliações necessários
à determinação dos montantes da indenização que será devida à
ConCessionária.
Cláusula 53. No caso de extinção da concessão, o ConCedente poderá:
I. Assumir a prestação do serviço concedido, no local e no estado
em que se encontrar;
II. Ocupar e utilizar os locais, instalações, equipamentos, materiais
e recursos humanos empregados na execução do serviço,
necessários à sua continuidade;
III. Aplicar as penalidades cabíveis, principalmente pela reversão
de bens em desacordo com o disposto no edital de ConCorrênCia
ICMBio Nº [NÚMERO/ANO DO EDITAL] e seus anexos; e
IV. Reter e executar as garantias contratuais para recebimento de
multas administrativas e ressarcimento de prejuízos causados pela
ConCessionária.
§ 1º Revertem automaticamente ao ConCedente os equipamentos, instalações
e outros bens, direitos e privilégios vinculados às atividades previstas no
Contrato, observada a legislação vigente.
§ 2º A Concessionária deverá restituir ao ConCedente as áreas e espaços
concedidos, em perfeitas condições, apresentando o inventário dos bens
vinculados à concessão e seu estado de conservação, acompanhado de
laudo técnico emitido por profissional competente.
§ 3º Ao término da concessão, o ConCedente deverá vistoriar a área concedida,
lavrar terMo de Vistoria e levantar os eventuais saldos financeiros
remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações
financeiras realizadas, os quais devem ser devolvidos ao ConCedente, no
prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena de pedido de
imediata instauração de tomada de contas especial do responsável.
BENS REVERSÍVEIS
Cláusula 54. No termo final do Contrato, reverterão ao ConCedente todos os bens
vinculados à área concedida, desde que em condições adequadas
252
Parque Nacional de São Joaquim
de conservação e funcionamento, para permitir a continuidade das
atividades pelo prazo mínimo de 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos
casos excepcionais em que tiverem vida útil menor.
§ 1º Os bens a serem revertidos ao ConCedente deverão estar livres e
desembaraçados de quaisquer ônus ou encargos.
§ 2º Os bens reversíveis não serão indenizados, salvo quando houver valor
residual.
§ 3º Será descontado do valor da eventual indenização as multas contratuais,
os danos causados pela ConCessionária e o valor recebido a título de
seguro relacionado às circunstâncias que deram ensejo à extinção da
concessão.
§ 4º A ConCessionária deve solicitar autorização do Concedente sempre que
pretender se desfazer de bens considerados reversíveis.
DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
Cláusula 55. A ConCessionária deverá entregar ao ConCedente todos os projetos e a
documentação técnica relacionada ao Contrato.
Parágrafo único. A documentação técnica apresentada à ConCessionária é de propriedade
do ConCedente, deve ser mantida em sigilo, sendo vedada sua utilização
para outros fins que não os previstos no Contrato.
PROPRIEDADE INTELECTUAL
Cláusula 56. A ConCessionária cede ao ConCedente, gratuitamente, todos os projetos,
planos, plantas, documentos, sistemas e outros materiais corpóreos
ou não que se revelem necessários ao desempenho do Contrato
e que tenham sido especificamente adquiridos ou elaborados no
desenvolvimento de atividades relacionadas à concessão.
Cláusula 57. Os direitos de propriedade intelectual sobre os estudos e projetos
elaborados para os fins específicos das atividades integradas serão
transmitidos gratuitamente ao ConCedente ao final da ConCessão.
FORO
Cláusula 58. Fica eleito o foro da Justiça Federal, Seção Judiciária do Distrito Federal,
para dirimir as controvérsias relativas ao Contrato.
Assim, por estarem justas e contratadas, as partes celebram o Contrato em duas vias de igual
teor e forma, que serão destinadas a cada um dos signatários, tudo perante as testemunhas
abaixo.
Brasília/DF, [dia] de [mês] de [ano].
______________________________ ______________________________
ConCedente ConCessionária
Testemunhas:
Ass.: _______________________ Ass.: _______________________
Nome: _______________________ Nome: _______________________
R.G.: _______________________ R.G.: _______________________
CPF: _______________________ CPF: _______________________
253
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 17.1 Tabela de penalidades e procedimento para sua aplicação (anexo do Contrato de Concessão – Cláusula 6ª, item II).
TABELA DE PENALIDADES E PROCEDIMENTO PARA SUA APLICAÇÃO
1. Informações Iniciais
1.1. Este Anexo dispõe sobre o procedimento para aplicação da penalidade de multa no
âmbito do Contrato.
2. Procedimento para Aplicação da Penalidade de Multa
2.1. Sem prejuízo de regulamentação expedida pelo ICMBio, serão aplicadas multas em
decorrência de infrações praticadas pela ConCessionária às cláusulas do Contrato, de
acordo com o procedimento previsto neste Anexo.
2.2. Os valores das multas serão calculados com base em percentual do valor total do
contrato, reajustado pelos índices aplicáveis.
2.3. A definição do valor base da multa decorrente de conduta infracional não especificada
nas tabelas indicadas no item 3 será realizada mediante análise do caso concreto,
considerando, quando aplicáveis, os seguintes critérios:
2.3.1. As normas técnicas e de prestação de serviço;
2.3.2. Os serviços afetados;
2.3.3. O número de usuários atingidos pelo evento;
2.3.4. Os danos e os riscos resultantes da infração, para o serviço, para o meio ambiente
e para os usuários;
2.3.5. As vantagens, efetivas ou potenciais, auferidas pela ConCessionária em virtude da
infração praticada.
2.4. A definição dos valores base de multas aplicáveis decorrentes de conduta infracional
não especificada será o resultado do cruzamento dos critérios descritos nos itens 2.3.4 e
2.3.5, devendo ser utilizada, para tanto, a Tabela J – Matriz de Ponderação da Penalidade
de Multa.
2.5. Os valores base de multas indicados a partir das tabelas poderão sofrer decréscimos ou
acréscimos em razão da constatação de circunstâncias atenuantes ou agravantes, nas
proporções designadas abaixo, até o limite de 50 % (cinquenta por cento).
2.5.1. São consideradas circunstâncias atenuantes:
2.5.1.1. O reconhecimento, no prazo para apresentação da defesa, do
descumprimento da obrigação contratual objeto da apuração,
devendo reduzir em 20 % (vinte por cento) o valor de referência
estabelecido para a multa;
2.5.1.2. O concurso de agentes externos para o descumprimento, que tenha
influência no resultado produzido, devendo reduzir em 15 % (quinze
por cento) o valor de referência estabelecido para a multa;
2.5.1.3 A execução de medidas espontâneas da ConCessionária para a cessação
da infração e a recomposição das condições dos ofendidos, no prazo
para apresentação da defesa, devendo reduzir em 20 % (vinte por
cento) o valor de referência estabelecido para a multa.
2.5.2. São consideradas circunstâncias agravantes:
2.5.2.1. Ter a infração sido cometida mediante fraude ou má-fé, devendo
aumentar em 20 % (vinte por cento) o valor de referência estabelecido
para a multa;
2.5.2.2. Não adotar medidas mitigadoras dos danos no prazo e nos termos
recomendados pelo ICMBio, devendo aumentar em 20 % (vinte por
cento) o valor de referência estabelecido para a multa;
2.5.2.3. Praticar infração para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a
impunidade ou a vantagem de outra infração, devendo aumentar em
30 % (trinta por cento) o valor de referência estabelecido para a multa;
e
2.5.2.4. A reincidência específica da Concessionária no cometimento da
infração nos últimos 03 (três) anos, devendo aumentar em 15 % (quinze
por cento) o valor de referência estabelecido para a multa.
2.6. As multas aplicáveis às infrações continuadas incidirão da data de cessação do
cumprimento da obrigação até a data em que esta seja retomada, ou da data de decurso
do prazo fixado, contratualmente ou por determinação do ICMBio, até a data em que
seja verificado o adimplemento da obrigação ou atendimento da determinação, sem
necessidade de nova intimação para tanto.
2.6.1. Para efeito de cessação do cômputo da multa aplicável às infrações continuadas,
caberá ao interessado comunicar ao ICMBio a retomada do cumprimento da
obrigação contratual ou o atendimento da determinação fixada, apresentando
254
Parque Nacional de São Joaquim
provas inequívocas dos fatos alegados, mediante o encaminhamento de
relatórios que contenham laudos, inclusive fotográficos, se necessário, ou por
outros meios que se façam imprescindíveis à comprovação das informações
apresentadas.
2.7. Para a aplicação de multas que compõem as Tabelas de Referência, será considerado o
seguinte referencial de percentuais para sanções:
GRAU CORRESPONDÊNCIA
01 Até 0,2 % sobre o valor do contrato
02 Até 0,6 % sobre o valor do contrato
03 Até 1,5 % sobre o valor do contrato
04 Até 2,7 % sobre o valor do contrato
05 Até 3,5 % sobre o valor do contrato
06 Até 5,0 % sobre o valor do contrato
2.8. As multas com incidência diária serão aplicadas a partir do dia seguinte ao do prazo
fixado em contrato ou ao da notificação emitida pelo CONCEDENTE, e não poderão
exceder 15 (quinze) dias de incidência, sob pena de caracterização de inexecução
parcial do contrato.
3. Tabelas de Referência
Infrações relativas aos deveres gerais
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
A-01 Utilizar a área concedida para finalidades diversas das previstas em contrato ou autorizadas expressamente pelo concedente
5 3,5 % Por evento
A-02 Obstar o acesso do concedente à área concedida, aos dados relativos à administração, à contabilidade e aos recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária, assim como às obras, aos equipamentos e às instalações relacionadas à concessão
3 1,5 % Por evento
A-03 Deixar de cumprir qualquer uma das cláusulas contratuais ou disposições do Edital e seus anexos, não previstos neste Anexo
1 0,2 % Por evento
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
A-04 Deixar de manter, durante a execução do Contrato, naquilo que for aplicável, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação
1 0,2 % Por evento
A-05 Deixar de manter em dia o inventário e o registro dos bens relacionados às atividades previstas no Contrato ou deixar de disponibilizá-los ao concedente
1 0,2 % Por evento
A-06 Deixar de designar um responsável pela execução do contrato, com poderes de representante ou preposto para tratar com o concedente
1 0,2 % Por evento
A-07 Deixar de comunicar, imediatamente e por escrito, a substituição ou eventual impedimento do representante ou preposto
1 0,2 % Por evento
A-08 Utilizar o nome do concedente para a aquisição de bens, contratação de serviços e emissão de notas ou cupons fiscais
3 1,5 % Por evento
A-09 Deixar de adotar em qualquer identificação visual relacionada à operação da concessão a logomarca do Parque Nacional de São Joaquim e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
1 0,2 % Por evento
A-10 Deixar de aderir às campanhas educativas, informativas, operacionais e outras, em consonância e de acordo com as diretrizes do ICMBio
1 0,2 % Por evento
Infrações relativas à Prestação de Serviços ao Público
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
B-01 Deixar de atender e fazer atender de forma adequada o público em geral e, em particular, os visitantes, inclusive com a manutenção de meios de atendimento físico e eletrônico
1 0,2 % Por evento
B-02 Deixar de informar previamente os visitantes sobre o cronograma das obras a serem realizadas no Parque Nacional de São Joaquim
1 0,2 % Por evento
B-03 Deixar de disponibilizar e manter atualizadas, de forma acessível, em seu sítio eletrônico, para livre acesso e consulta pelo público, as tabelas de preços vigentes, a política tarifária e outras informações relevantes
1 0,2 % Por evento
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Parque Nacional de São Joaquim
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
B-04 Deixar de manter, em local visível e acessível ao público, livro para registro de sugestões e reclamações
1 0,2 % Por evento
B-05 Deixar de fornecer, por meio de documento com apresentação didática, informações sobre os procedimentos e as condições da operação, os aspectos de segurança das atividades e as recomendações para o conforto e bem-estar dos visitantes
1 0,2 % Por evento
B-06 Deixar de dispor de profissionais que falem inglês e espanhol para o atendimento de visitantes estrangeiros
1 0,2 % Por evento
B-07 Deixar de dispor de profissionais capacitados para interpretar e fornecer informações didáticas sobre as características ambientais da área, especialmente no que se refere à fauna e à flora
1 0,2 % Por evento
B-08 Deixar de assegurar que os produtos disponibilizados para venda estejam em condições adequadas e seguras de utilização
1 0,2 % Por evento
B-09 Deixar de melhorar e expandir o serviço, nos limites da área concedida, mediante autorização do Concedente e desde que não implique relevante impacto ambiental
1 0,2 % Por evento
B-10 Deixar de realizar a operação do Centro de Visitantes diariamente, inclusive durante finais de semana e feriados
1 0,2 % Por evento
B-11 Deixar de possuir sistema de cobrança pelos serviços descritos no projeto básico e no contrato, que aceite dinheiro, cartões de crédito e de débito de pelo menos duas bandeiras, bem como o recebimento de valores em dinheiro
3 1,5 % Diária
Infrações relativas às atividades operacionais
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
C-01 Deixar de manter o sistema operacional, os equipamentos e os bens necessários à execução do Contrato em perfeito estado de funcionamento, conservação e segurança, efetuando manutenção preventiva e corretiva e arquivando os documentos a eles relativos
3 1,5 % Por evento
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
C-02 Deixar de promover a modernização, substituição, aperfeiçoamento e ampliação da tecnologia, do equipamento e das instalações
1 0,2 % Por evento
C-03 Deixar de compatibilizar seus equipamentos e instalações ao Programa de Conservação de Energia conforme a IN 01/2010 SLTI/MPOG, e, durante a fase de instalação, deixar de respeitar as normas estabelecido pela Concedente
1 0,2 % Por evento
C-04 Deixar de elaborar Plano de Gestão de Segurança das atividades e serviços que serão realizados, observando as determinações do Concedente
1 0,2 % Por evento
C-05 Deixar de arcar com todas as despesas relativas a serviços que utilizar, tais como: água, esgoto, fossa, energia elétrica, telefone, gás, coleta de lixo e outras
4 2,7 % Por evento
C-06 Deixar de manter a segurança patrimonial e vigilância 24 horas nos espaços internos e externos da área concessionada, bem como deixar de instalar alarme e postos de vigilância diurno e noturno conforme a IN nº 02/2008, alterada pela IN nº 03/2009 da SLTIMPOG
4 2,7 % Por evento
C-07 Comercializar vestimentas semelhantes ao uniforme utilizado pelos seus empregados
4 2,7 % Por evento
C-08 Deixar de instalar sistema de comunicação eficiente, passível de ser compartilhado com o concedente, via rádio ou outro meio, que permita o acompanhamento, em tempo real, de todos os serviços prestados
2 0,6 % Diária
C-09 Deixar de manter a área concessionada permanentemente dotada de equipamentos adequados à prevenção e extinção de incêndio
2 0,6 % Diária
C-10 Deixar de realizar a manutenção e a limpeza da área concessionada, área verde, instalações elétricas, hidráulicas, trilhas, mirantes, sinalização entre outros, mantendo adequadas condições de salubridade e higiene
3 1,5 % Por evento
C-11 Deixar de manter com registro específico e em local adequado para armazenamento, os produtos poluentes e nocivos à saúde
1 0,2 % Diária
C-12 Deixar de elaborar plano de prevenção de acidentes e emergências nas áreas em que são prestados os serviços, submetendo-o à aprovação do concedente
2 0,6 % Diária
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Parque Nacional de São Joaquim
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
C-13 Deixar de desenvolver atividades de apoio, proteção e aperfeiçoamento da dinâmica turística do Parque Nacional de São Joaquim e de seu entorno, mantendo uma modelagem de gestão que viabilize o protagonismo da sociedade civil localizada no Parque Nacional de São Joaquim e no seu entorno
1 0,2 % Diária
C-14 Deixar de apoiar e acatar as decisões do Conselho Consultivo do Parque Nacional de São Joaquim
3 1,5 % Por evento
C-15 Deixar de se responsabilizar pelo transporte e segurança dos valores auferidos no âmbito da concessão
3 1,5 % Por evento
C-16 Deixar de elaborar e executar planejamento que, em conformidade com as determinações do Concedente, o disposto no Projeto Básico, nas regras da ABNT e nas normas e diretrizes federais, estaduais e municipais pertinentes, contemple medidas de redução, separação, coleta seletiva, e reciclagem de resíduos
2 0,6 % Diária
C-17 Deixar de destinar os resíduos de maneira adequada, fora do perímetro do Parque Nacional de São Joaquim, observado o disposto no Projeto Básico
2 0,6 % Diária
C-18 Deixar de instalar lixeiras laváveis, vedadas para evitar o acesso de animais e contendo sacos de lixo em locais apropriados para a coleta do lixo, especialmente nas proximidades dos atrativos turísticos
2 0,6 % Diária
C-19 Deixar de esvaziar e limpar diariamente as lixeiras, dando correta destinação e apropriado acondicionamento aos resíduos, de acordo com sua natureza
2 0,6 % Diária
C-20 Deixar de implementar plano de marketing regional, nacional e internacional, que contemple as diretrizes para ações de mercado previstas no projeto básico
1 0,2 % Por evento
C-21 Deixar de realizar o treinamento de funcionários para atendimentos emergenciais, com equipe capaz de atuar em procedimentos de primeiros socorros, bem como não prever kits de primeiros socorros que possibilitem atendimentos emergenciais, localizados no Centro de Visitantes e na Portaria do Morro da Igreja
2 0,6 % Diária
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
C-22 Deixar de analisar a possibilidade de criar postos de primeiros socorros, bem como de estabelecer parcerias com hospitais da região para situações emergenciais
2 0,6 % Diária
C-23 Deixar de observar o limite de visitantes do Parque Nacional de São Joaquim, calculado e disponibilizado pelo concedente
4 2,7 % Por evento
C-24 Deixar de fomentar redes colaborativas de turismo, valorizando a integração da região turística da Serra Catarinense e da região turística Encantos do Sul
1 0,2 % Por evento
C-25 Deixar de observar e cumprir as orientações do Manual de Sinalização – Unidades de Conservação Federais do Brasil, editado pelo ICMBio, na sinalização visual da área concedida
2 0,6 % Diária
Infrações relativas às informações
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
D-01 Deixar de comunicar o concedente, por escrito, quando verificar quaisquer condições inadequadas de execução dos serviços ou a iminência de fatos que possam prejudicar a perfeita execução do contrato
2 0,6 % Por evento
D-02 Deixar de informar, imediatamente, acontecimentos e situações que ensejem a necessidade de interromper ou alterar o funcionamento das atividades previstas no contrato e seus anexos
2 0,6 % Por evento
D-03 Deixar de manter o Poder Concedente informado sobre toda e qualquer irregularidade observada em função das obrigações contratuais assumidas
2 0,6 % Por evento
D-04 Deixar de informar o Poder Concedente, imediatamente, quando citada ou intimada de qualquer ação judicial ou procedimento administrativo que possa resultar em responsabilidade do Concedente, bem como deixar de envidar os melhores esforços na defesa dos interesses comuns, praticando todos os atos processuais cabíveis
2 0,6 % Por evento
D-05 Deixar de elaborar e enviar ao Concedente, quando exigido, relatório das obras a serem executadas, registrando, detalhadamente, os trabalhos realizados e outras ocorrências de interesse
2 0,6 % Por evento
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Parque Nacional de São Joaquim
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
D-06 Deixar de manter contabilidade segregada relativa à concessão e às atividades previstas no contrato, com detalhamento de receitas, custos e resultados líquidos, garantindo amplo e irrestrito acesso ao concedente
1 0,2 % Por evento
D-07 Deixar de apresentar ao Poder Concedente, em até 45 (quarenta e cinco) dias após o encerramento de cada semestre, os balancetes mensais analíticos relativos à Concessão, incluídos os demonstrativos e balanços patrimoniais
1 0,2 % Diária
D-08 Deixar de Apresentar ao Poder Concedente, até o dia 15 (quinze) de maio de cada ano, os demonstrativos contábeis do exercício anterior em sua forma completa, contendo Balanço Patrimonial (BP), Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), Demonstração de Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL), Balancete de encerramento do exercício com os ajustes realizados e respectivos saldos, bem como, quando houver, pareceres de auditores independentes
1 0,2 % Diária
D-09 Deixar de apresentar até o quinto dia útil de cada mês, relatórios gerenciais completos contendo informações relativas à venda de ingressos e receitas adicionais, dias de pico, número de visitantes, número de isenções e, cortesias concedidas, valor faturado e despesas referentes ao mês anterior e ao acumulado no exercício
1 0,2 % Diária
D-10 Deixar de dispor de banco de dados atualizado, em base eletrônica, apto a gerar relatório contendo as informações da Concessão, e deixar de assegurar ao Poder Concedente acesso ininterrupto, irrestrito e imediato ao referido banco
3 1,5 % Por evento
D-11 Deixar de informar ao Poder Concedente, de imediato, qualquer alteração ocorrida em seu Contrato Social ou Estatuto Social, relativa a incorporação, fusão, cisão ou transferência de cotas, sem prejuízo de serem revisadas as condições contratuais
1 0,2 % Por evento
Infrações relativas ao Controle de Qualidade
REF. DESCRIÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
E-01 Deixar de aplicar questionário de satisfação dos visitantes, nos termos do disposto no Contrato e no Projeto Básico, sistematizando e avaliando as informações contidas e exercendo controle qualitativo e quantitativo das reclamações, queixas, denúncias e sugestões
2 0,6 % Por evento
E-02 Deixar de apresentar relatórios anuais sobre: índice de reclamações no PROCON; sinistros e acidentes envolvendo visitantes, funcionários e danos ao patrimônio material da concessionária e do Parque Nacional de São Joaquim; os resultados das visitas da Vigilância Sanitária e outros órgãos oficiais correlatos; reclamações e queixas de usuários apresentadas ao serviço de ouvidoria
2 0,6 % Por evento
E-03 Deixar de contratar e remunerar empresa especializada para a realização de auditorias independentes, quando o Concedente julgar necessário, cabendo a este o direito de veto em relação à empresa indicada
3 1,5 % Por evento
Infrações relativas à Implementação de Projetos
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
F-01 Executar projetos de construção, reforma, planos e programas relativos à área concedida sem prévia aprovação do concedente
3 1,5 % Por evento
F-02 Deixar de coordenar a execução das obras de comum acordo com o Concedente, não evitando interrupções ou paralisações na realização das atividades
2 0,6 % Por evento
F-03 Deixar de observar as leis e normas concernentes à acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências com mobilidade reduzida, no que couber e no que for compatível com as atividades desenvolvidas
2 0,6 % Por evento
F-04 Deixar de manter, para todas as atividades relacionadas à execução de serviços de engenharia e arquitetura, a regularidade perante seus respectivos conselhos profissionais, inclusive para os terceiros contratados
1 0,2 % Por evento
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Parque Nacional de São Joaquim
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
F-05 Deixar de providenciar todas as licenças necessárias para a execução das obras e realização das atividades previstas, bem como as medidas compensatórias e exigências solicitadas pelos órgãos competentes
5 3,5 % Por evento
F-06 Apresentar o anteprojeto, contendo o planejamento inicial da execução das obras em até 3 (três) meses após a assinatura do contrato
2 0,6 % Diária
F-07 Deixar de respeitar as diretrizes e procedimentos das Normas Técnicas Brasileiras
1 0,2 % Por evento
F-08 Deixar de compatibilizar os projetos para a identificação e minimização das interferências entre os projetos na fase de execução
1 0,2 % Por evento
F-09 Deixar de adotar medidas de sustentabilidade nas edificações, observando o conceito arquitetônico recomendado pelo ICMBio
2 0,6 % Por evento
F-10 Deixar de apresentar relatórios bimensais do andamento das obras juntamente com seu cronograma
2 0,6 % Por evento
F-11 Deixar de apresentar os projetos de adequação, reforma, e operação do Centro de Visitantesem até 6 (seis) meses após assinatura do contrato
2 0,6 % Diária
F-12 Deixar de apresentar os projetos e estudos das áreas de embarque e desembarque em até 6 (seis) meses após a assinatura do contrato
2 0,6 % Diária
F-13 Deixar de apresentar o projeto para implantação do transporte interno em até 6 (seis) meses após assinatura do contrato
2 0,6 % Diária
F-14 Deixar de submeter à aprovação do concedente a exploração de novos atrativos e atividades para a obtenção de receitas adicionais;
4 2,7 % Por evento
F-15 Deixar de implantar e inaugurar o Centro de Visitantes em no máximo 1 (um) ano após a aprovação dos projetos pelo CONCEDENTE
3 1,5 % Diária
F-16 Deixar de implantar e iniciar a operação do sistema de transporte único e dos demais serviços previstos no CONTRATO juntamente com a inauguração do Centro de Visitantes
2 0,6 % Diária
Infrações relativas à Contratação de Seguro
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
H-01 Deixar de contratar e manter em vigor, durante todo o prazo da Concessão, apólices de seguro, com vigência mínima de 12 (doze) meses ou não observar qualquer disposição relativa à contratação de seguros prevista em contrato
4 2,7 % Por evento
Infrações relativas à prestação de Garantia
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
H-02 Deixar de prestar garantia ou não observar qualquer disposição relativa a essa obrigação prevista em contrato
4 2,7 % Por evento
Infrações relativas aos Recursos Humanos
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
I-01 Deixar de capacitar e treinar periodicamente a equipe a ser contratada, inclusive quanto às regras de funcionamento e conhecimentos gerais sobre o Parque Nacional de São Joaquim
2 0,6 % Por evento
I-02 Deixar de fornecer aos empregados uniforme contendo identificação pessoal e da CONCESSIONÁRIA, cujo modelo deverá ser previamente aprovado pelo CONCEDENTE e cujo custo não poderá ser repassado aos empregados
1 0,2 % Por evento
I-03 Deixar de fornecer aos prestadores de serviço temporários crachás com identificação pessoal e da empresa prestadora de serviço;
1 0,2 % Por evento
I-04 Deixar de registrar o exercício das funções profissionais pelo empregado em sua carteira de trabalho
1 0,2 % Por evento
I-05 Não observar os percentuais de mão de obra que devem ser compostos por indivíduos oriundos ou egressos do sistema prisional, beneficiários da Previdência Social reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas
2 0,6 % Por evento
259
Parque Nacional de São Joaquim
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
I-06 Deixar de ajustar o quantitativo de empregados em caso de ampliação do horário de funcionamento ou aumento na demanda, conforme orientações do concedente
2 0,6 % Por evento
I-07 Deixar de atender às normas de segurança e medicina do trabalho
2 0,6 % Por evento
I-08 Deixar de fornecer aos empregados e demais contratados EPI e seus complementos, exigindo sua utilização
2 0,6 % Por evento
I-09 Deixar de efetuar imediata reposição de pessoal em caso de ausência
2 0,6 % Por evento
I-10 Deixar de se responsabilizar por todas as despesas relacionadas com seus empregados e demais contratados, tais como salários, encargos trabalhistas, sociais, fiscais, comerciais, previdenciários e de classe, seguros de acidentes, taxas, impostos e contribuições, indenizações, vale refeição, vale transporte e outras exigências legais, inclusive com relação às obrigações estabelecidas na legislação específica de acidentes de trabalho quando forem vítimas seus empregados, no desempenho dos serviços previstos no contrato ou com eles conexos, ainda que ocorridos nas dependências do concedente
3 1,5 % Por evento
I-11 Deixar de empregar, preferencialmente, moradores do entorno imediato do Parque Nacional de São Joaquim
2 0,6 % Por evento
I-12 Deixar de substituir imediatamente o empregado cuja atuação ou comportamento sejam julgados pelo Poder Concedente como prejudiciais, inconvenientes ou insatisfatórios
2 0,6 % Por evento
I-13 Deixar de atentar permanentemente quanto à higiene pessoal dos funcionários
2 0,6 % Por evento
I-14 Utilizar menor de dezoito anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre ou menor de dezesseis anos em qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos
5 3,5 % Por evento
I-15 Deixar de fazer com que seus empregados e demais contratados observem rigorosamente as determinações do concedente, as cláusulas do contrato e a legislação vigente, respondendo por eventuais desvios
1 0,2 % Por evento
Infrações relativas ao Serviço de Bilhetagem
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
J-01 Deixar de efetuar a implantação e administração do controle de acesso de visitantes ao Morro da Igreja e seus atrativos, incluindo a venda de ingressos
3 1,5 % Diária
J-02 Deixar de implantar e operar plataforma digital para venda de ingresso e de atrativos, conforme estabelecido no projeto básico
2 0,6 % Diária
J-03 Deixar de implantar e operar guichê̂ físico para a venda de ingresso para visitantes que não o tenham adquirido, de forma antecipada, em plataforma digital
2 0,6 % Diária
J-04 Deixar de operar de modo que o tempo máximo de espera pelo visitante para a aquisição dos ingressos no Parque Nacional de São Joaquim seja de 20 (vinte) minutos
1 0,2 % Por evento
J-05 Deixar de destinar o mínimo de 20% do volume total diário de ingressos para venda no Centro de Visitantes, visando garantir a visitação ao Morro da Igreja por visitantes que não tiveram a possibilidade de acesso à plataforma digital
1 0,2 % Por evento
J-06 Deixar de limitar a venda de ingressos conforme Número Balizador de Visitantes estabelecido pelo concedente
3 1,5 % Por evento
J-07 Deixar de fornecer acesso ao concedente, em tempo real, ao sistema de controle de venda de ingressos e de acesso de visitantes
1 0,2 % Diária
J-08 Deixar de fornecer, mediante pedido expresso e antecipado do concedente, até 0,5% de isenções e cortesias
1 0,2 % Por evento
J-09 Deixar de respeitar os percentuais de isenção e desconto no valor dos ingressos estabelecidos pela legislação em vigor
2 0,6 % Por evento
J-10 Não contemplar, nos ingressos, o acesso ao Morro da Igreja com o uso de transporte único e o acesso a Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas, sem o serviço de transporte único, desde que acompanhado de condutor credenciado pelo concedente
2 0,6 % Diária
J-11 Cobrar do usuário valores de ingressos superiores ao estabelecido pelo concedente
3 1,5 % Por evento
260
Parque Nacional de São Joaquim
Infrações relativas aos Serviços do Centro de Visitantes
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
K-01 Deixar de oferecer serviço de alimentação no local, por meio de lanchonete e café, na forma estabelecia no projeto básico, vedada a comercialização de bebidas alcoólicas, artigos de tabacaria, bilhetes lotéricos, medicamentos ou substâncias que causem dependência física ou psíquica, chicletes e bebidas em embalagens de vidro não retornável
3 1,5 % Diária
K-02 Deixar de oferecer serviço de venda de objetos temáticos relacionados ao Parque Nacional de São Joaquim, às atividades de ecoturismo e à defesa do meio ambiente, que não comprometam as condições ambientais do parque, respeitadas as demais vedações estabelecidas no projeto básico
1 0,2 % Diária
K-03 Deixar de oferecer exposição interativa e interpretativa de temas e elementos específicos do Parque Nacional de São Joaquim ou referentes ao meio ambiente em geral
2 0,6 % Diária
K-04 Deixar de oferecer serviço de informações, prestando pronto atendimento, com a utilização, se possível, de tablets, panfletos e mapas
2 0,6 % Diária
K-05 Deixar de oferecer sala de turismo, para atendimento de grupos e excursões de visitantes, voltados especialmente para instruções de uso e de segurança para a realização de atividades no Parque Nacional de São Joaquim
1 0,2 % Diária
K-06 Deixar de oferecer serviço de ouvidoria, contemplando sistema presencial, por escrito e online, mediante protocolo numérico que permita controle quantitativo, para o recebimento de reclamações, queixas, denúncias e sugestões, garantindo, quando solicitado, o anonimato
2 0,6 % Diária
Infrações relativas ao Aplicativo Mobile
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
L-01 Deixar de implantar e operar plataforma digital, tipo software de aplicativo mobile, adaptado para uso em sistema operacional Android e iOS, contendo informações e dispositivos de interatividade com o concedente
3 1,5 % Diária
L-02 Deixar de desenvolver interface de fácil uso, com menus baseados em símbolos universais
1 0,2 % Diária
L-03 Deixar de incluir, no aplicativo mobile, as funcionalidades previstas no contrato e no projeto básico
2 0,6 % Diária
Infrações relativas ao Transporte Único (Infrações tipificadas de forma não específica)
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
M-01 Deixar de implantar e administrar diretamente ou por meio de operador subcontratado, de serviço de transporte único, envolvendo o acesso de visitantes ao Parque Nacional de São Joaquim e, no seu interior, entre outros, ao Mirante Natural da Pedra Furada
3 1,5 % Diária
M-02 Deixar de garantir que os veículos utilizados no transporte de visitantes sejam novos e obedeçam aos padrões das legislações estabelecidos para emissão de poluentes e ruídos
2 0,6 % Diária
M-03 Deixar de proporcionar transporte confortável, seguro e limpo;
1 0,2 % Por evento
M-04 Deixar de garantir, quando em operação, que os veículos apresentem caracterização externa contando com a Logomarca do ICMBio e do Parque Nacional de São Joaquim em maior destaque frente à marca da concessionária
2 0,6 % Por evento
M-05 Deixar de se responsabilizar pelo treinamento e capacitação dos motoristas e funcionários
2 0,6 % Diária
M-06 Deixar de contratar seguro dos automóveis 2 0,6 % Diária
M-07 Deixar de contratar seguro de vida para os passageiros
2 0,6 % Por evento
M-08 Deixar de repor a frota, em caso de panes e danos nos veículos, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas
1 0,2 % Diária
M-09 Deixar de substituir os veículos quando estes completarem 5 (cinco) anos de uso, contados desde o início da sua utilização
1 0,2 % Diária
261
Parque Nacional de São Joaquim
REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA
M-10 Deixar de certificar-se que nenhum visitante permaneça nos atrativos após o horário de funcionamento do Parque Nacional de São Joaquim
1 0,2 % Por evento
M-11 Deixar de observar, no que se refere aos veículos utilizados e à prestação do serviço de transporte, as normas estabelecidas pelo concedente e a legislação que regula o transporte terrestre
2 0,6 % Por evento
M-12 Deixar de disponibilizar veículos compatíveis com o acesso de pessoas com dificuldade de locomoção e cadeirantes
3 1,5 % Diária
M-13 Deixar de oferecer o serviço de transporte único todos os dias da semana, durante o horário de abertura para visitação do Parque Nacional de São Joaquim, observado o limite máximo de visitas diárias estabelecido pelo concedente
2 0,6 % Por evento
Matriz de Ponderação da Penalidade de Multa (Infrações tipificadas de forma não específica)
VA
NTA
GEN
S
DANO
Muito Baixos Baixos Moderados Altos Muito
altos Extremos
Muito Baixas 0,2 % 0,2 % 0,6 % 0,6 % 1,5 % 5 %
Baixas 0,2 % 0,6 % 0,6 % 1,5 % 1,5 % 5 %
Moderadas 0,6 % 0,6 % 1,5 % 1,5 % 2,7 % 5 %
Altas 1,5 % 1,5 % 1,5 % 3,5 % 5 % 5 %
Muito Altas 1,5 % 2,7 % 2,7 % 5 % 5 % 5 %
Extremas 2,7 % 2,7 % 3,5 % 5 % 5 % 5 %
4. Disposições Finais
4.1. Na hipótese em que a ConCessionária der causa à caducidade da concessão, sem prejuízo
de sua responsabilidade civil, administrativa e criminal, será aplicada multa equivalente
a 25 % (vinte e cinco por cento) do valor total do Contrato.
4.2. A falta de pagamento da multa no prazo estipulado importará na incidência da correção
monetária prevista em contrato e de juros de mora correspondentes à variação pro rata die
da taxa SELIC, bem como a possibilidade de utilização da Garantia de Execução do Contrato.
Anexo 17.2 Matriz de risco (anexo do Contrato de Concessão – Cláusula 6ª, item II).
Informações Iniciais
Descrição dos itens que compõem os quadros da matriz de risco
Risco O risco é a possibilidade de ocorrência de um evento desfavorável, imprevisto ou de difícil previsão, que onera demasiadamente os encargos contratuais de uma ou de ambas as partes.
Definição Especificação detalhada dos possíveis riscos associados ao contrato de concessão.
Alocação Os riscos devem ser suportados pela parte que tem as melhores condições para avaliar, controlar e gerenciar, ou a parte com melhor acesso a instrumentos de cobertura, maior capacidade para diversificar, ou o menor custo para suportá-los. Os riscos podem ser alocados para o ente: Público; ou Privado.
Impacto Informa, caso o evento ocorra, o nível de impacto que acarretará no contrato de concessão. Podem ser classificados em: Alto; Médio; ou Baixo.
Probabilidade Tem por função indicar a frequência que os eventos podem ocorrer. Podem ser classificados em: Frequente; Provável; Ocasional; Remota; ou Improvável.
Mitigação Medidas, procedimentos ou mecanismos para minimizar o impacto causado na relação contratual, caso o risco se concretize.
262
Parque Nacional de São Joaquim
Risco dos Projetos de Engenharia
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Aderência às especificações do ICMBio Dificuldade de incluir no projeto especificações básicas do ICMBio.
Privado Alto Remota • Obrigação do Privado em mudar o projeto.
Cronograma para elaboração dos projetos Dificuldade de atendimento ao cronograma inicial de elaboração dos projetos, gerando custos adicionais.
Privado Médio Remota • Concessionária propõe e se compromete com um cronograma detalhado do projeto.
• Prestação de garantia de execução contratual previsto no edital/contrato.
Mudanças a pedido do Concessionária Mudanças de projeto por solicitação da concessionária. Privado Médio Ocasional • Definição do procedimento e das condições mínimas para a revisão e aprovação do projeto.
Mudanças a pedido de outras entidades públicas
Mudanças dos projetos por solicitação ou requisição de entidades públicas, salvo se tais mudanças decorrerem da não-conformidade dos projetos com a legislação em vigor ou com as informações contidas no Projeto Básico.
Público Médio Improvável • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Risco de Construção
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Estimativas de custos incorretas Erro de estimativa dos custos da obra. Privado Médio Ocasional • Revisão dos investimentos e custos destinados à obra.
Estimativas de tempo de obra incorretas Erro de estimativa do tempo de execução dos investimentos.
Privado Médio Ocasional • Revisão do cronograma da obra.
Problemas geológicos existentes Fundações diferentes daquelas previstas pela concessionária gerando novos investimentos não previstos.
Privado Médio Ocasional • Revisão dos investimentos e custos destinados à obra.
Roubos ou furtos no local da obra Prejuízos gerados por falha na segurança ou segurança inadequada no canteiro de obras, gerando custos adicionais.
Privado Baixo Remota • Concessionária contrata plano de seguros.
Segurança dos trabalhadores contratados pela concessionária
Prejuízos causados por segurança inadequada no canteiro de obras.
Privado Baixo Remota • Concessionária contrata plano de seguros.
Reclamações de terceiros Prejuízos a terceiros, causados direta ou indiretamente pela concessionária ou por qualquer outra pessoa física ou jurídica a ela vinculada, em decorrência de obras ou da prestação dos serviços.
Privado Baixo Ocasional • Concessionária contrata plano de seguros.
Eventos não seguráveis caracterizados como Força Maior ou Caso Fortuito
Eventos não seguráveis, caracterizados como Força Maior ou Caso Fortuito, que prejudiquem a continuidade das obras ou sua conclusão, exceto quando a sua cobertura possa ser contratada junto a instituições seguradoras, no mercado brasileiro, na data da ocorrência ou quando houver apólices vigente que cubram o evento.
Público Alto Remota • Revisão do cronograma da obra e/ou recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
263
Parque Nacional de São Joaquim
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Eventos seguráveis caracterizados como Força Maior ou Caso Fortuito
Eventos seguráveis, caracterizados como Caso Fortuito e Força Maior, que prejudiquem a continuidade das obras ou sua conclusão.
Privado Alto Remota • Concessionária contrata plano de Seguros (Riscos de Engenharia).
Mudança de legislação ou regulamentação Mudanças de legislação ou regulamentação que causem aumento dos custos da obra.
Público Alto / Médio / Baixo
Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Mudanças tributárias Mudança na legislação tributária que aumente custos da obra, exceto mudanças nos Impostos sobre a Renda.
Público Alto / Médio / Baixo
Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Gerenciamento de projeto inadequado Custos associados à gestão inadequada de empresas subcontratadas.
Privado Médio Remota • Concessionária contrata empresa construtora, com previsão de multas contratuais.
Prejuízos causados por subcontratados Custos gerados por performance inadequada de um subcontratado.
Privado Baixo Remota • Concessionária contrata empresa construtora, com previsão de multas contratuais.
Protestos públicos Manifestações sociais e/ou públicas que afetem a execução das obras por:
• até 15 (quinze) dias, sucessivos ou não, em um período de 12 meses a partir da emissão da ordem de serviço para início da operação, desde que não seja objeto de seguros oferecidos no Brasil; ou
• até 90 (noventa) dias a cada 12 meses da data de emissão da ordem de serviço para início da operação, desde que seja objeto de seguros oferecidos no Brasil.
Privado Médio Improvável • Plano de Seguros (Riscos de Civis).
Atrasos na obtenção de licenças ambientais Atrasos nas obras decorrentes da demora na obtenção de licenças ambientais quando os prazos de análise do órgão ambiental responsável pela emissão das licenças ultrapassarem as previsões legais, exceto se decorrente de fato imputável à Concessionária.
Público Alto Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
• Revisão do cronograma da obra.
Atrasos na obtenção de licenças, autorizações e permissões
Atrasos decorrentes da não obtenção de autorizações, licenças e permissões da Administração Pública federal, exigidas para construção ou operação das novas instalações, quando decorrente de fato imputável ao Concessionária.
Privado Alto Ocasional • Revisão do cronograma da obra e adoção de medidas visando obtenção das licenças, autorizações e permissões.
Atrasos na obtenção de licenças, autorizações e permissões
Atrasos decorrentes da não obtenção de autorizações, licenças e permissões de órgãos da Administração Pública Federal, bem como da não edição de atos normativos ou legislativos, nos âmbitos Federal, Estadual ou Municipal, exigidos para a prestação dos serviços, quando decorrente de fato imputável à Administração Pública Federal.
Público Alto Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
• Revisão do cronograma da obra.
Aumento de preços de materiais essenciais para a obra
Aumento de custos com materiais de construção, salvo aqueles que decorram diretamente de mudanças tributárias ou políticas públicas.
Privado Alto Ocasional • Concessionária contrata construtora por empreitada global e Plano de Seguros (Riscos de Engenharia).
264
Parque Nacional de São Joaquim
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Erros essenciais na construção da obra Prejuízos decorrentes de erros na realização das obras, ensejando sua reconstrução total, ou em parte.
Privado Alto Remota • Concessionária contrata construtora, com previsão de multas contratuais, e Plano de Seguros (Riscos de Engenharia).
Problemas de liquidez financeira Concessionária apresenta problemas de caixa que impossibilitariam a continuação da obra.
Privado Alto Remota • Concessionária adota providências visando dar continuidade à obra e cumprir com suas obrigações junto ao Concedente sob pena de incorrer em sanções.
Custos e atrasos decorrentes da existência de sítios ou bens arqueológicos
Concessionária localiza objetos ou sítios arqueológicos que aumentam o custo da obra e/ou atrasam sua execução.
Público Alto Remota • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Risco de Performance
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Mudança nas especificações do serviço exigidos pelo ICMBio
Novos custos gerados por mudanças exigidas pelo concedente nas especificações do serviço
Público Médio / Alto Remota • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Desempenho dos subcontratados Custos gerados por gestão deficiente ou descumprimento de contratos de subcontratados.
Privado Médio / Baixo Ocasional • Contratos com subcontratados que prevejam multas e indenizações.
Dificuldade em atingir parâmetros mínimos de performance
Custos originados por dificuldade em se atingir metas de desempenho contratuais.
Privado Médio Remota • Mecanismo de penalidades com indicadores objetivos, explicitando os parâmetros de performance requeridos.
Eventos seguráveis, caracterizados como Força maior ou Caso Fortuito
Custos originados por eventos seguráveis caracterizados como Força Maior ou Caso Fortuito que impeçam o desempenho exigido.
Privado Alto Remota • Plano de Seguros (Lucros Cessantes).
Eventos não seguráveis, caracterizados como Força maior ou Caso Fortuito
Custos originados por eventos não seguráveis caracterizados como Força Maior ou Caso Fortuito que impeçam o desempenho exigido, exceto quando a sua cobertura possa ser contratada junto a instituições seguradoras, no mercado brasileiro, na data da ocorrência ou quando houver apólices vigente que cubram o evento.
Público Alto Remota • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Índices propostos não geram a qualidade esperada
Necessidade de revisão periódica dos índices de desempenho por serem insuficientes para garantir a qualidade requerida.
Público Médio Remoto • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Exigência por parte do ICMBio de novos padrões de desempenho
Concedente cria novos padrões de desempenho relacionados a mudanças tecnológicas ou a adequações a padrões internacionais.
Público Médio / Baixo Remota • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Administração ineficiente Gestão inadequada, causando queda recorrente da qualidade ou performance.
Privado Alto / Médio Remota • Cláusula contratual de intervenção, encampação ou caducidade por não atendimento recorrente dos índices de desempenho.
265
Parque Nacional de São Joaquim
Riscos Operacionais
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Custos operacionais e de manutenção acima do previsto
Custos operacionais e de manutenção acima do previsto pela Concessionária em função de aumentos não previstos no custo dos equipamentos, ou outros suprimentos.
Privado Médio Remota • Incentivos à eficiência da concessionária.
Mudanças tributárias Custos não previstos com mudanças tributárias, inclusive acerca da criação, alteração ou extinção de tributos ou encargos que alterem a composição econômico-financeira da Concessionária, excetuada a legislação dos Impostos sobre a Renda.
Público Médio / Baixo
Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Mudanças na legislação do Imposto de Renda Custos não previstos com mudanças ocasionadas na legislação dos Impostos sobre a Renda.
Privado Baixo Remota • Incentivos à eficiência da concessionária.
Benefícios tarifários Criação de benefícios tarifários pelo Poder Público. Público Baixo Remota • concessionária ajusta sua operação incorporando os novos benefícios para os visitantes.
Custos de ações legais Custos de ações judiciais de terceiros contra a Concessionária ou Subcontratadas decorrentes da execução da Concessão, salvo se por fato imputável ao Concedente.
Privado Médio / Baixo
Ocasional • Plano de Seguros (Responsabilidade Civil). • Adequação a todas as normas ambientais e de segurança.
• Implantação de ISO.
Greves Paralisação dos trabalhos por greve de funcionários da Concessionária ou de qualquer de suas subcontratadas.
Privado Alto Remota • Plano de Seguros (Responsabilidade Civil)
Processos de Responsabilidade Civil Custos relacionados a processos de responsabilidade civil de pessoas que se envolvam em acidentes no parque.
Privado Médio Provável • Plano de Seguros (Responsabilidade Civil).• Exigência de atendimento às normas de segurança.
Mudança tecnológica não requerida pelo ICMBio
Mudanças tecnológicas implantadas pela Concessionária e que não tenham sido solicitadas pelo concedente.
Privado Médio Ocasional • Revisão do plano de investimentos.
Restrição operacional do Parque por decisão ou omissão de entes públicos
Restrição às operações do parque decorrente de decisão ou omissão de entes públicos, exceto se decorrente de fato imputável à Concessionária.
Público Alto Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Impedimento de cobrar ingresso/ serviço por decisão de entes públicos
Decisão arbitral, judicial ou administrativa que impeça ou impossibilite a concessionária de cobrar o ingresso ou por serviços, salvo se tal decisão ocorrer por responsabilidade da Concessionária.
Público Médio / Baixo
Improvável • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Mudança de legislação ou regulamentação Mudança de legislação ou regulamentação que alterem a composição econômico-financeira do Concessionária.
Público Médio / Baixo
Remoto • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Modificação unilateral imposta pela Concedente
Imposição pelo Concedente de modificação unilateral do contrato, que importe variação dos seus custos ou de receitas, para mais ou para menos.
Público Médio Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
266
Parque Nacional de São Joaquim
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Elevação dos custos operacionais, de compra ou manutenção dos equipamentos
Investimentos, custos ou despesas adicionais decorrentes da elevação dos custos operacionais e de compra ou manutenção dos equipamentos
Privado Médio Ocasional • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao concedente sob pena de incorrer em sanções.
Aumento do custo de capital Aumento do custo de capital, inclusive os resultantes de aumento das taxas de juros.
Privado Médio Remota • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao concedente sob pena de incorrer em sanções.
Riscos de Demanda
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Redução ou aumento da demanda Variação da demanda com reduções ou aumentos inesperados de receita devido à queda ou aumento de demanda.
Privado Médio / Alto Ocasional • Incentivos à eficiência da concessionária.
Demanda projetada Não efetivação da demanda projetada pela concessionária ou sua redução por qualquer motivo.
Privado Médio/ Alto Ocasional • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao concedente sob pena de incorrer em sanções.
Investimentos, custos ou despesas adicionais Investimentos, custos ou despesas adicionais necessárias para o atendimento do Projeto Básico ou de quaisquer das obrigações contratuais, do nível de serviço estabelecido e da qualidade na prestação dos serviços previstos no Contrato.
Privado Baixo Remota • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao concedente sob pena de incorrer em sanções.
Inadimplência visitantes Inadimplência dos visitantes pelo pagamento dos serviços prestados.
Privado Baixo Remota • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao concedente sob pena de incorrer em sanções.
Riscos de Término Antecipado
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Descumprimento do contrato por parte do ICMBio
Risco associado à não-performance do concedente na gestão do contrato, gerando indenizações.
Público Alto Remota • Fixação de créditos de reembolso do valor residual ou de lucros cessantes.
Intervenção Risco de intervenção na concessão. Privado Alto Remota • Cláusula específica sobre os requisitos e procedimentos para a intervenção.
• Fixação de critérios de reembolso do valor residual ou de lucros cessantes.
267
Parque Nacional de São Joaquim
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Encampação Risco de encampação da concessão por interesse público. Público Alto Remota • Cláusula específica sobre os requisitos e procedimentos para a encampação.
• Fixação de critérios de reembolso do valor residual.
Caducidade Risco de declaração de caducidade da concessão por insuficiência de desempenho da concessionária.
Privado Alto Improvável • Monitoramento e fixação de procedimentos para avaliação do desempenho operacional.
• Estabelecimento de critérios para o início do processo de declaração de caducidade.
Rescisão Risco de rescisão contratual. Público Alto Remota • Cláusula específica sobre os procedimentos para a rescisão e fixação de critérios de reembolso de valor residual.
Anulação Risco de anulação do contrato por falhas de natureza diversas e insanáveis.
Público ou Privado
Alto Remota • Fixação de critérios específicos de reembolso de valor residual.
Riscos Ambientais
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Resíduos e efluentes Resíduos sólidos e efluentes líquidos resultantes de obras inacabadas e da operação do parque dispostos incorretamente.
Privado Baixo Provável • Cláusula contratual prevendo a destinação e tratamento dos resíduos e efluentes
Áreas degradadas Áreas degradadas em função da ação do operador privado. Privado Médio Ocasional • Cláusula contratual prevendo o atendimento à legislação ambiental.
Acidentes com elementos da Fauna Atropelamento de animais ou mortes destes causados por interferência no meio ambiente como ruídos, poluição ou desmatamento.
Privado Baixo Provável • Implementação de diretrizes de proteção à fauna.
Alteração do Plano de Manejo Mudanças nas especificações dos serviços em decorrência de mudanças no plano de manejo do Parque Nacional de São Joaquim.
Público Médio Remoto • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Passivos ambientais Custos relacionados aos passivos ambientais que tenham origem e não sejam conhecidos até a data de publicação do edital da concorrência da concessão.
Público Médio Remoto • Revisão do cronograma de investimentos;
• Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Danos ambientais Responsabilidade civil, administrativa e criminal por danos ambientais.
Privado Médio Remoto • Adoção de todas as medidas cabíveis nas searas cível, penal e administrativa para coibir a degradação ambiental, assim como a reparação dos danos causados.
268
Parque Nacional de São Joaquim
Outros Riscos
RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO
Variação das taxas de câmbio Se o financiamento do projeto for em moeda estrangeira, corre-se o risco de depreciação da moeda local trazer prejuízos financeiros ao investidor.
Privado Alto Ocasional • Proteção por meio de hedge cambial.
Risco de inflação Variação de inflação em nível superior ou inferior ao índice utilizado para reajuste dos valores previstos no Contrato.
Privado Alto Ocasional • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao Concedente sob pena de incorrer em sanções.
Manifestações sociais ou públicas ensejadas por entes públicos
Manifestações sociais ou públicas, superiores a 15 dias, cuja causa não tenha sido dada pela concessionária e que impactem a operação.
Público Baixo Improvável • Avaliação do impacto causado à Concessionária;
• Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Manifestações sociais ou públicas ensejadas por entes públicos
Manifestações sociais ou públicas, inferiores a 15 dias, cuja causa não tenha sido dada pela concessionária e que impactem a operação.
Privado Baixo Improvável • Incentivos à eficiência da concessionária.
Manifestações sociais ou públicas ensejadas pela Concessionária
Manifestações sociais ou públicas cuja causa tenha sido dada pela concessionária e que impactem a operação.
Privado Baixo Improvável • Aplicação de penalidades pelo não cumprimento das obrigações contratuais.
Danos a terceiros Responsabilidade civil, administrativa e criminal por danos causados a terceiros.
Privado Médio Remoto • Adoção de todas as medidas cabíveis nas searas cível, penal e administrativa visando coibir, indenizar e/ou reparar os danos causados.
Prejuízos causados aos bens da concessão Perecimento, destruição, roubo, furto e perda dos bens da concessão.
Privado Médio Remoto • Adoção de todas as medidas cabíveis de apuração e responsabilização pelos danos causados.
Defeitos ocultos Defeitos ocultos nos bens da concessão. Privado Baixo Improvável • Adoção das medidas cabíveis visando a substituição ou reparação do bem.
Atrasos por parte do concedente Custos adicionais ou prejuízos decorrentes de atrasos causados pelo concedente.
Público Baixo Remoto • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
269
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 17.3 Extrato de Publicação de Contrato de Concessão (anexo do Contrato de Concessão – Cláusula 6ª, item II).
CONTRATO DE CONCESSÃO Nº [NÚMERO]
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO
EXTRATO DO CONTRATO DE CONCESSÃO Nº [NÚMERO]; PROCESSO: Nº [NÚMERO]; ESPÉCIE:
Contrato de Concessão; MODALIDADE DE LICITAÇÃO: Concorrência; CONCEDENTE: Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO; CONCESSIONÁRIA: [NOME E
QUALIFICAÇÃO DA EMPRESA]; LOCAL DA REALIZAÇÃO DO PROJETO: Parque Nacional de
São Joaquim, Estado de Santa Catarina; VIGÊNCIA: [prazo de vigência]; OBJETO: O objeto do
contrato é a concessão do direito de uso de bem público correspondente a uma área do
Parque Nacional de São Joaquim, de titularidade do concedente, para o fim exclusivo de
implantação e operação das atividades de controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra
Furada e ao Morro da Igreja, recepção de visitantes e divulgação do Parque Nacional de São
Joaquim, venda de ingressos, serviços de alimentação, venda de souvenirs e conveniências,
aplicativo mobile, transporte Único, e das demais atividades associadas descritas no Projeto
Básico; VALOR TOTAL DO CONTRATO: [VALOR]; FUNDAMENTO LEGAL: Lei nº 8.666/1993, Lei
nº 8.987/1995, Lei nº 9.985/2000, Decreto nº 84.017/1979 e Decreto nº 5.758/2006. DATA
DA ASSINATURA: [DATA]; REPRESENTANTES SIGNATÁRIOS: pela CONCEDENTE, [NOME E
QUALIFICAÇÃO], e, pela CONCESSIONÁRIA, [NOME E QUALIFICAÇÃO], representantes legais
da Concessionária; CONTRATO DISPONÍVEL EM: http://www.icmbio.gov.br/portal/
servicos/licitacoes/sede; LOCAL: [Cidade/UF]; DATA: [dia/mês/ano].
Anexo 17.4 Edital de Concorrência (anexo do Contrato de Concessão – Cláusula 6ª, item II).
EDITAL DE CONCORRÊNCIA ICMBIO Nº [NÚMERO/ANO]
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
EXTRATO DO EDITAL Nº [NÚMERO/ANO]; PROCESSO: Nº [NÚMERO]; MODALIDADE DE
LICITAÇÃO: Concorrência; CONCEDENTE: Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBIO; LOCAL DA REALIZAÇÃO DO PROJETO: Parque Nacional de São
Joaquim, Estado de Santa Catarina; VIGÊNCIA: [prazo de vigência]; OBJETO: Concessão do
direito de uso de bem público correspondente a uma área do Parque Nacional de São
Joaquim, de titularidade do concedente, para o fim exclusivo de implantação e operação
das atividades de controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da
Igreja, recepção de visitantes e divulgação do Parque Nacional de São Joaquim, venda de
ingressos, serviços de alimentação, venda de souvenirs e conveniências, aplicativo mobile,
transporte Único, e das demais atividades associadas descritas no Projeto Básico, em
conformidade com as normas estabelecidas no edital de concessão e seus anexos; FORMA
DE JULGAMENTO: Maior Oferta; FUNDAMENTO LEGAL: Lei nº 8.666/1993, Lei nº 8.987/1995,
Lei nº 9.985/2000, Decreto nº 84.017/1979 e Decreto nº 5.758/2006; RESPONSÁVEL LEGAL:
[NOME E QUALIFICAÇÃO]; EDITAL DISPONÍVEL EM: http://www.icmbio.gov.br/portal/
servicos/licitacoes/sede; LOCAL: [Cidade/UF]; DATA: [dia/mês/ano].
270
Parque Nacional de São Joaquim
Anexo 17.5 Termos de Vistoria (anexo do Contrato de Concessão – Cláusula 6ª, item II).
MODELO DE DECLARAÇÃO DE VISTORIA E DE CIÊNCIA
DAS CONDIÇÕES DA ÁREA OBJETO DA CONCESSÃO
[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].
Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Vistoria e de
Ciência das Condições da Área Objeto da Concessão
Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Brasília/DF – Brasil
Senhor Presidente,
[Nome da Proponente], [qualificação da proponente], representada por meio de seu
Responsável Técnico [Nome do Responsável Técnico], [qualificação do Responsável Técnico]
adiante assinado, declara que:
a. realizou vistoria no local onde serão executadas as atividades previstas para a CONCESSÃO e
que tomou pleno conhecimento das condições existentes na área objeto da CONCESSÃO; ou
b. não realizou vistoria, por opção própria, e que eventuais prejuízos ocorridos na execução
do CONTRATO em decorrência de omissão ou falha quanto à verificação da área são de sua
integral responsabilidade.
_______________________________________________
[Nome do Proponente]
[Nome do Representante Legal]
Anexo 18 Projeto básico.
1. APRESENTAÇÃO
Este Projeto Básico – elaborado com base em uma cuidadosa caracterização socioeconômica,
ambiental e institucional do Parque Nacional de São Joaquim (PNSJ), bem como das
condições desejáveis de implementação de serviços descritas no Estudo de Viabilidade
Econômico-Financeira (EVEF) – tem por finalidade apresentar aos interessados informações
relevantes para a formulação de proposta econômica para a operação de serviços de apoio
à visitação no PNSJ. Com esse propósito, após uma apresentação detalhada do PNSJ, este
Projeto Básico descreve diversos aspectos relacionados à concessão, como a forma de
licitação, a área objeto de concessão de uso, serviços que devem ser ofertados sob o regime
de concessão, investimentos mínimos que devem ser realizados, forma de operacionalização
dos serviços, e tipos de receitas que poderão ser obtidas pelo concessionário.
Ressalta-se que as informações, os dados da visitação e as análises econômicas apresentados
neste Projeto Básico tem caráter meramente informativo. O Estudo de Viabilidade Econômico-
financeira projetou cenários futuros para a avaliação de modelos de negócio e atividades
de turismo no PNSJ, concluindo pela viabilidade econômica da concessão de uso com a
finalidade de realizar as seguintes atividades: controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra
Furada e ao Morro da Igreja; recepção de visitantes e divulgação do PNSJ; venda de ingressos;
serviços de alimentação; venda de souvenirs e conveniências; aplicativo Mobile; e transporte
único – Morro da Igreja.
Essa conclusão, que leva em conta os investimentos mínimos, as contrapartidas exigidas e as
condições de operação do empreendimento apresentadas neste Projeto Básico, não substituem
a análise que deve ser realizada por cada proponente. De acordo com as condições mínimas
constantes no presente Projeto Básico, e com as demais previsões estipuladas no edital, no
contrato, e em seus anexos, cabe aos proponentes elaborar sua própria avaliação e seu próprio
estudo de viabilidade econômica capazes de subsidiar a proposta econômica apresentada
na licitação. Assim sendo, estão aqui abordados, além de um panorama social, econômico e
ambiental do território abrangido pela UC alvo do estudo e sua região de influência, aspectos
relacionados à organização e atuação institucional do ICMBio e de organizações vinculadas
à UC, avaliações de potenciais e desafios relativos ao estabelecimento de parcerias com
indicações dos instrumentos jurídicos necessários para implantação da modelagem de uso
público proposta e sua efetivação, relativos ao Projeto Básico.
271
Parque Nacional de São Joaquim
2. JUSTIFICATIVA
As áreas protegidas, incluindo as Unidades de Conservação (UC) de proteção integral, como
os Parques Nacionais, são usualmente financiadas pelo Estado. Conquanto, o custo da
conservação de uma única área possa ser relativamente baixo, quando este é considerado
em relação às diversas áreas sob responsabilidade de um único órgão administrativo, as
despesas podem se mostrar bastante significativas para os orçamentos públicos. Some-
se a isso, a necessidade de intensificar o aproveitamento do patrimônio natural e cultural
presente nessas UC, por meio de seu uso público.
Nesse contexto, as concessões de usos de bens públicos com a finalidade de prestação de
atividades e serviços ao público em Parques Nacionais tem como objetivo aprimorar os
padrões de uso destas UC sob administração federal, de forma a viabilizar o cumprimento
das suas finalidades básicas de preservação dos ecossistemas naturais, ao mesmo tempo
em que amplia o potencial de visitação e a qualidade dos serviços oferecidos. De fato, a
concessão de uso e, por meio dela, a possibilidade de implantação de serviços realizados por
entes privados, tem o potencial de ampliar os benefícios para a sociedade decorrentes dos
Parques Nacionais, combinando melhores condições de preservação ambiental e melhor
aproveitamento do potencial de visitação. Entre outras vantagens decorrentes desse modelo
é possível incluir a previsão de geração de empregos diretos, redução dos gastos públicos,
aumento da arrecadação do Governo Federal e criação de condições privilegiadas para o
fortalecimento da educação ambiental. Assim, acredita-se que a concessão de uso de área
do PNSJ para a realização das atividades e serviços previstos neste Projeto Básico representa
um importante passo na busca de soluções inovadoras para o uso público das UC. Um passo
que, ao viabilizar investimentos privados complementares no atendimento do público,
permite maior investimento pelo ICMBio nas ações de proteção e manejo, contribuindo
significativamente para a conservação do ecossistema.
3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Este item trata dos aspectos gerais do PNSJ, evidenciando seu enquadramento no âmbito
internacional, sua localização geográfica, formas de acessos, além de informações legais e
institucionais relativas à gestão da UC.
3.1. ENQUADRAMENTO DO PNSJ NO ÂMBITO INTERNACIONAL
No âmbito mundial, visando a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento
sustentável, o PNSJ compõe a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. A Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica (RBMA) é considerada a maior reserva em área florestada do planeta, com
aproximadamente 78 milhões de hectares, abrangendo 17 estados brasileiros (CN-RBMA,
2004). Atualmente é composta por 700 UC em suas Zonas Núcleos e tem como funções a
conservação da biodiversidade do ecossistema, o desenvolvimento sustentável, a pesquisa
científica, educação e monitoramento permanente (CN-RBMA, 2004).
3.2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO PNSJ
O PNSJ é uma UC federal inserida no bioma Mata Atlântica, no sul do país, situada no estado
de Santa Catarina (FERNANDES; OMENA, 2011). Localiza-se nos municípios de Urubici, Bom
Jardim da Serra, Grão Pará, Lauro Muller e Orleans (figura abaixo). Apresenta uma área de
49.800 ha e um perímetro de173,8 km. Regionalmente há uma divisão entre as áreas do
PNSJ, sendo denominadas: região de “serra-abaixo”, à qual fazem parte os municípios de
Orleans, Lauro Muller e Grão Pará; e a região “campos-de-cima-da-serra”, que contempla os
municípios de Urubici e Bom Jardim da Serra (SOUZA, 2004). O parque possui como principal
objetivo a conservação da araucária Araucaria angustifolia (OLIVEIRA, 2014), espécie vegetal
de relevância ecológica alta.
Figura 3.1 Localização do PNSJ em relação ao território brasileiro e no estado de Santa Catarina
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
TOTAL
272
Parque Nacional de São Joaquim
3.3 ACESSOS AO PNSJ
O acesso à região do PNSJ pode ser realizado por via aérea e terrestre. Por via terrestre o
acesso principal se dá pela capital do estado, Florianópolis, utilizando-se a rodovia BR 282,
sentido Lages/SC, até o km 146, no município de Bom Retiro/SC. Neste vira-se à esquerda
pela rodovia SC 430, seguindo 24 km até a área urbana do município de Urubici (SC) (ICMBIO,
sem data). Outro caminho pode ser traçado saindo da capital e seguindo a BR 101, sentido
Tubarão/SC. A partir daí, vira-se à direita sentido Orleans/SC, seguindo pela via SC 438,
conhecida como “Estrada da Serra do Rio do Rastro”. Após a passagem pela serra, chega-se
ao município de Bom Jardim da Serra, onde continua-se por um percurso de mais 80 km na
mesma via até a chegada em Urubici (ICMBIO, sem data).
No PNSJ, é possível acessar o Morro da Igreja, ponto habitado mais alto do da região sul do
país e parte integrante da UC, sendo permitido apenas o tráfego de meios de transporte
leves. O acesso pode ser interditado em casos de condições climáticas extremas (ICMBIO, sem
data). Por via aérea, utiliza-se o aeroporto de Lages/SC ou de Florianópolis/SC, localizados a
cerca de 100 km ou 165 km de Urubici, respectivamente (FERNANDES; OMENA, 2011).
4. PANORAMA SOCIOAMBIENTAL DO PNSJ
No presente item serão apresentados os aspectos dos meios físico, biótico e antrópico, bem
como o aspecto socioeconômico da região em que se situa o PNSJ.
4.1. ASPECTOS DO MEIO FÍSICO
As características componentes do meio físico, tratam de forma individual e integrada os
aspectos referentes à climatologia, geologia, geomorfologia, pedologia e hidrografia,
possibilitando o entendimento acerca do panorama físico da região do PNSJ. Em Santa
Catarina, o PNSJ encontra-se em uma área de altitude elevada, onde as temperaturas
podem chegar abaixo de zero, devido a relação entre temperatura e altitude, ocasionando
a formação de geada ou neve, sob ocorrência de massa de ar frio (MONTEIRO; MENDONÇA,
2014, p.6 apud SILVEIRA, 2016). Compreende duas regiões climáticas: os “campos-de-cima-
da-serra” (mesotérmico médio) e a “serra abaixo” (mesotérmico brando).
A primeira está situada no território mais frio do país, caracterizada conforme a classificação
de Köppen por clima mesotérmico superúmido, apresentando médias anuais de umidade
relativa de 85 %, precipitações de aproximadamente 1400 mm e temperaturas de 14°C,
relacionado com as cotas altimétricas, devido aos locais montanhosos. Já na área mais baixa, o
clima é classificado como mesotérmico úmido ou mesotérmico brando, com verões quentes,
com precipitação de 1500 mm, temperaturas entre 19ºC e 20°C, nos pontos mais próximos
do Parque, umidade relativa do ar de 83 % (média anual), e com médias anuais de umidade
relativa iguais a primeira região (dados de Urubuci – SC) (FERNANDES & OMENA, 2014 apud
MEYER, 2016; CLIMERH, 2004 apud SOUZA, 2004). Na região noroeste do PNSJ, o clima
predominante é o mesotérmico mediano, relacionado este com as cotas altimétricas, devido
aos locais montanhosos. Também, a ocorrência de neve no PNSJ é frequente no inverno.
O estado de Santa Catarina está inserido na província geológica da Bacia do Paraná, que
originou-se na Era Paleozoica (SALGADO-LABORIAU, 1994; WILDNER et al., 2004 apud FATMA,
2010). No interior do PNSJ a área está dividida em Grupo Guatá (formações: Rio Bonito e
Palermo), Grupo Passa Dois (formações: Irati, Serra Alta, Teresina e Rio do Rastro) e Grupo
São Bento (formações: Botucatu e Serra Geral; fácie: Gramado), o qual ambos pertencem ao
Supergrupo Tubarão.
O PNSJ está localizado sobre a borda oriental da Serra Geral do estado de Santa Catarina. O
lado oeste da Serra Geral compõe o Planalto das Araucárias. Na região leste, a Serra Geral é
caracterizada por inclinações abruptas, formando escarpas (conhecida como “aparados da
Serra Geral”) predominando sobre a Planície Costeira, junto ao Oceano Atlântico (FERNANDES
& OMENA, 2011). No PNSJ ocorre uma divisão em duas Unidades Geomorfológicas, a Serra
Geral e a Patamares da Serra Geral.
Na região do PNSJ ocorre predominância de Cambissolos, Argissolos Vermelho-Amarelos e
Argissolos Amarelos. Em menor ocorrência, há presença de Latossolos Amarelos e Vermelho
Amarelos ((EMBRAPA, 2004; BRINGHENTI, 2010). Outras características importantes referem-
se as regiões de encostas basálticas, que possuem solos mais profundos e desenvolvidos,
no topo e nos patamares (Latossolo, Nitossolo e Cambissolo). Já nas regiões de encostas
e extremidade dos patamares, os solos são menos desenvolvidos (Neossolos Litólicos,
Chernossolo e Cambissolo) (CORRÊA, 2001).
Na região do PNSJ há três bacias hidrográficas: a oeste a bacia do rio Pelotas, com nascentes
de grande importância regional; ao norte a bacia do rio Canoas e na porção leste do PNSJ,
na “serra abaixo”, ocorrem rios que fluem para o litoral, como os rios Braço Esquerdo, Vaca
Mora, Malacara, Hipólito, Três Barras, Laranjeiras e rio da Serra. Ambos formam a Bacia do Rio
Tubarão, sendo o mais importante curso fluvial do sul do estado.
4.2. ASPECTO DO MEIO BIÓTICO – FLORA E FAUNA
O PNSJ está inserido no bioma Mata Atlântica, região considerada altamente prioritária para
conservação da biodiversidade mundial, o que pode ser atribuído por sua grande riqueza
273
Parque Nacional de São Joaquim
de fauna e flora (MMA, Sem data). O Plano de Manejo da UC cita que a vegetação do
Parque é composta por Floresta Ombrófila Densa (Matas Densas), Floresta Ombrófila Mista
(Matas de Araucária), Florestas Alto-montanas (Matas Nebulares) e Campos de Altitude. Em
mapas adaptados, baseando-se em dados disponibilizados pelo MMA (2002), é possível
observar as seguintes formações vegetais: Floresta Ombrófila Densa Alto Montana, Floresta
Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Mista
Alto-Montana, Floresta Ombrófila Mista Montana e Estepe Gramíneo-Lenhosa, também
classificada pelo IBGE (2012) como campos. As principais ameaças à flora do PNSJ nas áreas
regularizadas, é a permanência de gado e a extração ilegal de pinhão para consumo e
comércio, não excluindo danos indiretos à
Em relação a fauna do PNSJ, uma das maiores ameaças é a caça ilegal, que vem ocorrendo
ao longo do tempo. A fauna do PNSJ é bastante diversificada, contando com vários répteis,
anfíbios, mamíferos, aves e peixes. Em estudos realizados por Bogoni et al (2015) no PNSJ
através de armadilhas fotográficas, foram registrados 137 imagens, de 18 espécies diferentes
de mamíferos, dentre elas espécies como a onça-parda Puma concolor, gato do mato
pequeno Leopardus guttulus, cateto Pecari tajacu. Rosinger e Roos (2015) ainda, apontam
duas espécies de aves endêmicas das matas nebulares ocorrentes no PNSJ: o cinzeiro
Crinodendron brasiliensis e o São João-Miúdo Berberis kleinii.
A onça-parda Puma concolor, o lobo-guará Chrysocyon brachyurus, o papagaio-charão
Amazona pretrei, a águia-cinzenta Urubitinga coronata por sua vez, são espécies que estão
ameaçadas de extinção, inclusive encontram-se no Livro Vermelho da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção, do ICMBio (ICMBIO, Sumário Executivo do Livro Vermelho da Fauna
Brasileira Ameaçada de Extinção, 2014).
4.3. ASPECTOS DO MEIO ANTRÓPICO
O processo histórico de ocupação do território do Estado de Santa Catarina deu-se
primeiramente pelos povos indígenas Kaingang, Xokleng e Guarani. Registros arqueológicos
e etno-históricos datam a ocupação por Guaranis em, aproximadamente, 2.000 anos atrás; e,
em cerca de 5.000 anos atrás por outras tradições (SST/SC, 2018).
Os primeiros contatos com os povos indígenas ocorrem a partir do século XVIII com as
incursões jesuítas em busca de minas de ouro e carvão. Dessas investidas resulta a dizimação
e catequização dos indígenas da região; e a expansão do ciclo do extrativismo mineral. Com
a consolidação da mineração, surgem as primeiras grandes ondas migratórias estimuladas
pela política de povoamento fomentada dando origem aos municípios de Grão-Pará, Lauro
Muller e Orleans, e, assim, alicerçando a ocupação europeia, paulista e gaúcha na região.
Segundo classificação estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os
municípios que constituem o PNSJ são de pequeno porte, isso quer dizer, seu contingente
populacional não ultrapassa 20 mil e 50 mil habitantes, respectivamente. Em linhas gerais,
os municípios apresentam evolução populacional crescente quando se contrasta o período
inicial ao período final de análise, isto é, comparando-se o número absoluto de habitantes em
1991 àquele encontrado em 2010, a população de todos os municípios cresceu. No último
censo realizado pelo IBGE, em 2010, Bom Jardim da Serra contava com 4.395 habitantes,
Lauro Muller com 14367 habitantes, Grão Pará tinha 6223 habitantes, Orleans com 21393
habitantes e Urubici com 10699 habitantes. Em relação ao Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) os 5 municípios apresentam pouca variação, o município de Orleans foi o que
obteve maior valor, enquanto Urubici apresenta o menor valor.
5. FLUXO DE VISITANTES E ATIVIDADES DE VISITAÇÃO
O fluxo de visitantes no PNSJ apresentou variações ao longo dos anos de 2010 a 2017 (figura
abaixo). A quantidade de visitantes anuais no início da década de 2010 cresceu solidamente,
atingindo seu ápice em 2013 com quase 140 mil visitas no ano. Observa-se uma redução na
visitação a partir de 2014, o que pode estar relacionada ao fato de que, a partir de novembro de
2013, iniciou-se o sistema de autorização de visita ao Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada,
definindo o quantitativo de 200 automóveis por dia. Conforme aponta a série histórica, no
último período registrado houve um incremento de aproximadamente 10 % entre 2016 e 2017.
Figura 5.1 Representação gráfica do número de visitantes anuais no PNSJ: 2010 - 2017.
Fonte: elaboração própria a partir de MMA, ICMBio – 2010-2017.
274
Parque Nacional de São Joaquim
Uma característica marcante desta visitação é a sazonalidade (figura abaixo), com alta
concentração nos meses de junho a agosto, em decorrência do inverno e a possibilidade
de ocorrência de neve no Parque, junto ao seu principal atrativo o Morro da Igreja.
Considerando esse contexto, desenvolver alternativas de visitação ao longo do ano, que
desconcentre a demanda, é fundamental para um melhor aproveitamento do potencial
do PNSJ, de forma a contribuir como elemento indutor do turismo local e regional, aliado
aos objetivos da UC.
Figura 5.2 Representação gráfica da distribuição mensal da visitação no PNSJ: 2010 - 2017.
Fonte: elaboração própria a partir de MMA, ICMBio – (2018).
Os visitantes têm origem, em sua grande maioria, na Região Sul, destacando as cidades de
Florianópolis, Blumenau, Curitiba, Joinville como as principais emissoras de visitantes para o
PNSJ. Em seguida aparece a cidade de São Paulo.
Considerando a importância cada vez mais crescente dos meios digitais nas decisões de
compra e viagens por parte dos turistas, e tendo em vista a ausência de pesquisas relacionadas
à satisfação dos visitantes no PNSJ, optou-se por analisar a reputação online da UC, com base
nas avaliações disponíveis no Tripadvisor (figura abaixo), maior sítio eletrônico de viagens do
mundo e no Google Search, serviço de busca online mais utilizado globalmente. Percebe-se
uma boa avaliação (acima de 4,5, numa escala que vai até 5) e, de maneira geral, a maioria
está relacionada à avaliação da beleza cênica do local e da experiência. Uma quantidade
menor de comentários trata das questões estruturais e de serviços.
Para o PNSJ existem, no Tripadvisor, apenas 184 avaliações, sendo 77 % considerando o
PNSJ como excelente. Já para o Morro da Igreja, principal atrativo desta UC, existem 2.025
avaliações, com 76 % votando “excelente”. O Tripadvisor concedeu Certificado de Excelência
para este atrativo, o mesmo é oferecido àqueles que recebem boas avaliações dos viajantes
com frequência.
Figura 5.3 Representação gráfica do índice de reputação online do PNSJ e Morro da Igreja.
Fonte: Tripadvisor, 2018.
Para a reputação online através o Google Search, o PNSJ recebeu a nota média de 4,8/5
através de 534 comentários. Já o Morro da Igreja recebeu a nota média 4,6/5, através
155 comentários. Outros dados relacionados à caracterização da visitação, bem como ao
seu posicionamento digital também serão apresentados no item que trata da análise
mercadológica, com base em pesquisas secundárias e primárias.
5.1. ATIVIDADES DE VISITAÇÃO
As atividades de visitação no PNSJ podem ser agrupadas em contemplação, caminhada,
ciclismo e cicloturismo, cavalgada, voo livre e outras atividades.
5.1.1. CONTEMPLAÇÃO
Descreve-se a atividade de visitação contemplação, que é realizada no Morro da Igreja e nos
Campos de Santa Bárbara.
5.1.1.1. Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada
O Morro da Igreja e seu Mirante natural para a Pedra Furada (Figura abaixo) se constitui na
principal atividade de visitação ao PNSJ, sendo o seu maior ponto de altitude, com 1.822
metros. É o terceiro mais alto do estado de Santa Catariana e um dos mais altos região Sul do
Brasil. Seu topo serve como mirante natural a partir do qual é possível observar a chamada
Pedra Furada, formação geológica considerada monumento natural em formato de fenda
275
Parque Nacional de São Joaquim
situada na vertente das escarpas da Serra Geral. Pode-se dizer que é o “cartão postal” do PNSJ
e da Serra Catarinense.
Figura 5.4 Região do Morro da Igreja e da Pedra Furada no PNSJ.
Legenda: A, B e C - Vistas do mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada; D – Vista da Pedra Furada à partir do mirante do
Morro da Igreja. Fotos: Detzel Consulting, 2018.
O Morro da Igreja é conhecido como um dos pontos mais frios do Brasil, com grande fluxo
de visitantes sobretudo durante o inverno, época do ano em que as temperaturas no local
ficam constantemente abaixo de zero podendo ocorrer, ocasionalmente, a queda de neve. A
área abriga as instalações do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Morro da Igreja
– DTCEA-MDI, subordinado ao Segundo o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de
Tráfego Aéreo (CINDACTA II) da Força Aérea Brasileira (FAB) e, também, a primeira Estação de
Radar Meteorológico (ERM) de Santa Catarina.
Apresentam-se, na sequência, informações sobre a atividade e breve análise sobre a região
onde a atividade é desenvolvida e a visitação.
Localização e acesso: O Morro da Igreja está localizado na região nordeste do PNSJ, na divisa
dos municípios catarinenses de Bom Jardim da Serra, Orleans e Urubici. O acesso, a partir
da sede do ICMBio, no centro de Urubici, se dá pela SC-370, em boas condições de uso e
com sinalização indicativa do PNSJ. Num trecho de, aproximadamente, 12 km, até acessar
a estrada do Morro da Igreja, com uma extensão de 17 km, em via de mão dupla. Após
percorrer 7 km chega-se ao pórtico de entrada e controle do PNSJ. A partir daí o acesso só
se dá por meio de autorização, que deve ser retirada com antecedência na sede do ICMBio.
Percorre-se mais 10 km em área interna ao PNSJ, até chegar ao topo do Morro da Igreja.
Melhor época para visitar: A visitação é possível durante todo o ano. Há maior concentração
nos meses de junho, julho e agosto, principalmente a possibilidade de precipitação de neve.
As condições climáticas no alto do morro são instáveis, com uma ampla gama de variação
ao longo do dia.
5.1.1.2. Campos de Santa Bárbara
Esta área integra a parte central do PNSJ e caracteriza-se por campos de altitude, cujos
pontos mais elevamos estão acima de 1.650 metros. A área congrega um conjunto de valores
ambientais e culturais de grande expressividade dentro da Unidade, indo desde mata de
araucárias, morros (como o morro do Baú), rios (como o Pelotas) e quedas-d’água, (como
a Cascatinha); até testemunhos materiais, histórico-culturais do ciclo do Tropeirismo, com
ocorrência de muros de taipas e de um cemitério centenário. Possibilita a contemplação da
paisagem em diversos pontos, com destaque para o morro do Baú. A área também abriga o
atual alojamento de pesquisadores (figura abaixo).
Figura 5.5 Paisagens da região de Campos de Santa Bárbara.
Fonte: Registro do Autor, 2018.
Localização e acesso: Situa-se na porção central do PNSJ e o a acesso para esta área se dá por
meio da localidade denominada Vacas Gordas, via rodovia SC-110, em Urubici, e em seguida
pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal e não asfaltada. Esta estrada
conecta o PNSJ até o município de Bom Jardim da Serra.
Melhor época para visitar: A prática da atividade é possível durante todo o ano.
5.1.2. CAMINHADA
As caminhadas no PNSJ são realizadas em curto e longo percursos, identificados
respectivamente como Trilha e Travessia.
5.1.2.1. Trilha da Pedra Furada (Via Urubici)
A trajeto da Trilha da Pedra Furada via Urubici (Figura 5.6) faz o contorno do Morro da Igreja até
o interior da Pedra Furada. O trajeto possui uma extensão de aproximadamente 6,5 km (ida
A B C D
276
Parque Nacional de São Joaquim
e volta) e duração média de 5 horas. É uma atividade de dificuldade moderada, com trechos
de subida e descida e ganho de elevação de 290 metros. A vegetação é baixa composta
por arbustos e alguns trechos encharcados. A área possui nascentes de importantes corpos-
d’água como o rio Três Barras. Possui grande beleza cênica com vistas para a Serra Geral,
Serra do Corvo Branco, as Pirâmides e a Serra Furada, além de cânions e a Pedra Furada
(escultura natural em forma de janela, com aproximadamente 30 metros de circunferência),
podendo visualizar o Morro da Igreja de leste para oeste e toda a região de Três Barras em
Orleans. A trilha passa também por dentro de Matinhas Nebulares e Campos de Altitude. O
tempo médio de permanência no mirante natural é de 30 minutos (descanso e alimentação).
Quanto à acessibilidade, não permite o acesso à PMR (pessoas com mobilidade reduzida)
(WATTLAS, 2018).
Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a
atividade é desenvolvida e a visitação.
Figura 5.6 Aspectos do trajeto da Trilha da Pedra Furada (via Urubici).
Fontes: Vilson Zampieri, s.d.; Agência Eco Trilhas, s.d.; Eco Viagem, s.d..
Localização e acesso: Esta trilha situa-se no interior do PNSJ, na região do Morro da Igreja,
quase que integralmente em área militar do DTECEA-MDI. O percurso tem início a partir do
primeiro portão do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Morro da Igreja (DTCEA-
MDI), na altura do km 14 da Estrada do Morro da Igreja. A partir deste local a trilha segue por
aproximadamente 500 metros em via pavimentada (asfalto) até o ponto de entrada da trilha,
na margem esquerda da Estrada do Morro da Igreja.
Melhor época para visitar: A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo o
ano. A localização da trilha submete a mesma a grandes variações climáticas que as relatadas
para o Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.
5.1.12.2. Trilha Nascentes do Rio Pelotas
A Trilha Nascentes do Rio Pelotas percorre áreas de Turfeiras, Matinha Nebular, Mata de
Araucária e Campos de Altitude e encostas da Serra Geral. Sua extensão é de 9 km (ida e
volta), sendo considerada de nível moderado. A caminhada passa pela região das nascentes
do rio Pelotas, um dos principais rios do sul do país, que estão em área de recarga do aquífero
Guarani, o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo. Ao longo do trajeto
a trilha proporciona vista panorâmica dos campos naturais (Campos de Santa Bárbara) e
florestas de araucárias.
Esta trilha deverá ser abrangida pelo Caminho da Mata Atlântica (projeto que prevê consolidar
um percurso com mais de 2 mil quilômetros, entre os estados do RJ ao RS, interligando mais
de 70 UC, públicas e privadas. Atualmente em fase de implantação por diversas entidades,
liderado pela WWF- Brasil. Também comporta trechos em adição no Caminho das Araucárias,
uma trilha de longo percurso que abrange o Parque Estadual do Caracol (RS) ao PNSJ, e cruza
outras UC como a Floresta Nacional de São Francisco de Paula (RS), o Parque Nacional de
Aparados da Serra e da Serra Geral (RS e SC), no contexto do Corredor Litorâneo, que prevê
um percurso de 8 mil quilômetros pelo litoral brasileiro.
Figura 5.7 Paisagens da Trilha das Nascentes do Rio Pelotas no PNSJ.
277
Parque Nacional de São Joaquim
Fonte: Trilhando Montanhas, s.d.; Graxaim Ecoturismo, s.d..
Localização e acesso: O início da trilha se dá a partir da estrada do Morro da Igreja, em
ponto localizado a 900 metros do Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada, no interior da
propriedade do Sr. Joaquim Godinho. Após saída desta propriedade particular, localizada
dentro do limite do parque, o restante do trajeto encontra-se em área consolidada do PNSJ.
O ponto de início e a trilha não possuem sinalização.
Melhor época para visitar: A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo
o ano. A localização da trilha submete a mesma a grandes variações climáticas, como as
relatadas para o Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.
5.1.2.3. Travessia Urubici-Orleans (e Vice-Versa)
Também conhecida como Trilha da Pedra Furada (via Orleans), a Travessia Urubici-Orleans
tem início a partir da região de Três Barras, no município de Orleans (parte baixa do PNSJ),
e também permite acessar a base da Pedra Furada. Entretanto a prática dessa atividade não
vem sendo autorizada pelo ICMBio.
Descreve-se como uma trilha intensa e de difícil acesso. Seu percurso possui aproximadamente
11 km e estima-se cerca de 12 horas para percorre-lo. Em alguns trechos, o percurso transpassa
áreas não consolidadas do PNSJ (devolutas e particulares). Apresentam-se a seguir informações
sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.
Localização e acesso: O ponto de partida localiza-se na região de Três Barras, no município
de Orleans, e seu percurso atravessa por áreas particulares. Como rota alternativa, o percurso
pode ser iniciado ou finalizado no município de Urubici.
Melhor época para visitar: A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo
o ano. A sua localização submete-a a grandes variações climáticas que foram relatadas para
o Mirante da Pedra Furada.
5.1.2.4. Trilha do Rio do Bispo
A Trilha Rio do Bispo margeia o rio homônimo, várias travessias molhadas e situa-se em área
consolidada do PNSJ (Figura 5.8). É possível realizar os percursos de ida e volta em diferentes
trajetos, o que permite ao visitante enriquecer sua experiência. É considerada de nível fácil e
possui aproximadamente 8 km (ida e volta). O percurso é também acessado para prática de
cavalgada, com a existência de estabelecimentos no entorno imediato aptos a operar esta
atividade.
Uma variante desta trilha é a Travessia Rio do Bispo - Morro da Igreja, de aproximadamente
50 km, que se dá por meio da estrada do Morro da Igreja, via Fazenda do Sr. Carlos Zilli (já
regularizada).
Este trajeto prolongado, foi sinalizado recentemente em visitas de compor o Caminho das
Araucárias e da Mata Atlântica. Todavia ainda é pouco utilizado por visitantes. Nesta variação
de percurso também é indicada para ser percorrida por meio de cavalgada.
Figura 5.8 Paisagens da Trilha do Rio do Bispo no PNSJ.
Fonte: Tripadvisor e Graxaim Ecoturismo, s.d.
Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a
atividade é desenvolvida e a visitação.
Localização e acesso: A Trilha do Rio do Bispo situa-se na porção norte do PNSJ. Seu acesso é
realizado a partir da estrada do Rio do Bispo e vai até o Morro da Igreja e vice-versa.
Melhor época para visitar: A prática da caminhada nesta trilha é possível durante todo o
ano.
278
Parque Nacional de São Joaquim
5.1.2.5. Travessia Urubici - Bom Jardim da Serra (e Vice-Versa)
A travessia Urubici-Bom Jardim da Serra tem várias versões de trajetos, num percurso médio
de 30 km. O caminho referencial é a estrada geral da Santa Bárbara, que cruza área do PNSJ
(em áreas consolidadas e não consolidadas). A estrada inicia-se na localidade de Vacas
Gordas em Urubici e termina no centro de Bom Jardim da Serra, tem cerca de 45 km de
extensão e atravessa os Campos de Santa Bárbara, passando por áreas como o Morro do
Baú e o antigo Cemitério dos Tropeiros. Não há necessidade e percorrer toda a extensão da
estrada caminhando.
Como uma caminhada de longo curso, esta travessia deve ser percorrida em até três dias,
com dois pernoites. Todavia, não dispõe de local pré-definido e mínima estrutura para
acampamento.
A travessia não é realizada atualmente. Conforme informações levantadas em campo, o visitante
poderia percorrê-la com ou sem condutor, mediante o cadastro prévio no PNSJ. Os grupos se
limitariam a 10 (dez) pessoas por condutor ou grupos de montanhistas de mesmo tamanho.
A equipe do PNSJ limitou na época da vigência da Portaria ICMBio nº 85/2012, em 2012, dois
grupos por final de semana ou feriado, totalizando no máximo 20 (vinte) pessoas por período.
Mais recentemente a WWF Brasil iniciou discussão com o ICMBio e outros parceiros, para
inclusão desse trecho como parte do projeto Caminho da Mata Atlântica (que prevê
consolidar um percurso com mais de 2 mil quilômetros, entre os estados do Rio de Janeiro
ao Rio Grande do Sul, interligando mais de 70 UC. Atualmente em fase de planejamento por
diversas entidades, liderado pela WWF- Brasil). Apresentam-se a seguir informações sobre a
atividade e breve análise sobre a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.
Localização e acesso: A travessia inicia-se na localidade denominada Vacas Gordas, via rodovia
SC-110, em Urubici, e segue pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal e
não asfaltada, até o município de Bom Jardim da Serra.
Melhor época para visitar: Caso permitida, a prática da caminhada nesta travessia é possível
durante todo o ano.
5.1.2.6. Trilha da Cascatinha
Trilha plana, com baixo nível de dificuldade, tendo pouco mais de 1 km de extensão, num
percurso de aproximadamente 50 minutos (ida), que adentra matas de araucárias e, segundo
pesquisadores do PPBio, possui potencial para a observação de aves. A trilha percorre uma
antiga estrada, agora transformada em caminho, que leva até uma pequena cascata, em cuja
base se forma um pequeno lago.
Figura 5.9 Paisagens da Trilha da Cascatinha em Urubici/SC.
Fonte: Detzel Consulting, 2018.
Localização e acesso: O acesso se realiza por meio da localidade de Vacas Gordas, via rodovia
SC-110, em Urubici, seguindo pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal
e não asfaltada, até o alojamento dos pesquisadores. A trilha inicia-se em ponto próximo à
este alojamento.
Melhor época para visitar: Caso permitida, a prática da caminhada nesta área é possível
durante todo o ano.
5.1.2.7. Trilha Goiaba Serrana
Esta trilha também está inserida na área da Santa Bárbara, contígua à Trilha da Cascatinha,
recebendo esse nome (ainda figurativo) pelo fato de que, ao longo do seu percurso, há a
ocorrência desta espécie frutífera, da família Myrtaceae, nativa da Mata Atlântica, do Sul do
país. Trata-se de uma trilha de baixa dificuldade, que circunda áreas próximas ao rio Morro
Grande, num percurso de aproximadamente 50 minutos (ida). Possui características muito
similares à Trilha da Cascatinha e integrando um mesmo conjunto.
Localização e acesso: O acesso se realiza por meio da localidade de Vacas Gordas, via rodovia
SC-110, em Urubici, seguindo pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal
e não asfaltada, até o alojamento dos pesquisadores. A trilha inicia-se em ponto próximo à
este alojamento.
Melhor época para visitar: Caso permitida, a prática da caminhada nesta área é possível
durante todo o ano.
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Parque Nacional de São Joaquim
Figura 5.10 Aspectos de paisagens da Trilha Goiaba Serrana.
Fonte: Detzel Consulting, 2018.
5.1.3. CICLISMO E CICLOTURISMO
O ciclismo é caracterizado pelas atividades que integram eventos esportivos também na área
do PNSJ, já em sua maioria no formato de cicloturismo. São atividades nas quais se emprega
o uso da bicicleta, como meio de locomoção, para práticas de lazer em integração com a
natureza. Tais atividades são principalmente praticadas na estrada geral da Santa Bárbara e
na estrada do Morro da Igreja. Além dessas localidades, a atividade é realizada em áreas não
regularizadas (devolutas e particulares).
5.1.3.1. Estrada Geral da Santa Bárbara
A estrada geral da Santa Bárbara (Figura 5.11) de âmbito intermunicipal, cruza o PNSJ e
atravessa os Campos de Santa Bárbara, conectando à SC- 110,em Urubici ao centro de Bom
Jardim da Serra, com aproximadamente 45 km de extensão. O trajeto percorre trechos com
elevações acima dos 1700 metros de altitude e possui uma paisagem formada por vegetação
de campos naturais (estepe gramíneo-lenhosa, arbustiva).
Localização e acesso: A atividade usualmente inicia-se na localidade denominada Vacas
Gordas, na margem da Rodovia SC-110, em Urubici, e segue pela estrada geral da Santa
Bárbara até o município de Bom Jardim da Serra.
Melhor época para visitar: A prática da atividade é possível durante todo o ano.
Figura 5.11 Paisagens da estrada geral da Santa Bárbara no PNSJ.
Fonte: Detzel Consulting, 2018.
5.1.3.2. Estrada do Morro da Igreja
A estrada do Morro da Igreja (figura abaixo) é pavimentada, em via de mão dupla e possui uma
extensão de 17 km, sendo 10 km em área interna do PNSJ. Sua declividade é intensa e o uso
compartilhado com outros veículos, como carros e motos. A via dispõe de sinalização indicativa
e turística e alguns estabelecimentos particulares, como pousadas e restaurantes (fora da área
do Parque) que podem servir como pontos de apoio aos praticantes do cicloturismo.
Figura 5.12 Cicloturismo na estrada do Morro da Igreja.
Foto: Luciana Vieira, s.d. Aquelapedalada, 2017.
Localização e acesso: A estrada localiza-se na região nordeste do Parque e o acesso se dá
pela Rodovia SC-370. A partir de Urubici, são aproximadamente 12 km até o entroncamento
com a estrada do Morro da Igreja, trafegando em rodovia em boas condições de uso e com
sinalização indicativa do PNSJ. Segue-se por aproximadamente 7 km até chegar ao pórtico
de entrada e controle do PNSJ. A partir deste ponto o acesso somente é possível por meio de
280
Parque Nacional de São Joaquim
autorização, que deve ser retirada com antecedência na sede do ICMBio. Percorre-se mais 10
km em área interna do PNSJ até chegar ao topo do Morro da Igreja.
Melhor época para visitar: A prática da atividade é possível durante todo o ano, embora haja
uma grande concentração nos meses de junho, julho e agosto, devido ao turismo de inverno,
frio e possibilidade de ocorrência de neve no Morro da Igreja, sendo também recomendada
para os meses de verão e outono.
5.1.4. CAVALGADA
A cavalgada é uma atividade tradicional da região do PNSJ e é principalmente praticada na
estrada geral da Santa Bárbara (travessia Urubici-Bom Jardim da Serra), travessia Bom Jardim
da Serra-Orleans e na Trilha do Rio do Bispo.
5.1.4.1. Travessia Urubici - Bom Jardim da Serra (e Vice-Versa)
A atividade de condução de visitantes em cavalgadas está prevista para a área da estrada
de âmbito municipal que cruza o PNSJ e atravessa os Campos de Santa Bárbara, já descrita
anteriormente. A atividade possibilita ao visitante a oportunidade de conhecer a parte alta e
baixa da Serra em um percurso de grande beleza cênica. Esta atividade está vinculada às práticas
culturais do território, ainda do ciclo do Tropeirismo. Existem atualmente estabelecimentos
devidamente aparelhados no entorno imediato do PNSJ para a sua realização.
Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a
atividade é desenvolvida e a visitação.
Localização e acesso: A estrada inicia-se nas proximidades da localidade de Vacas Gordas junto
a SC-110, em Urubici e segue até o centro de Bom Jardim da Serra, com aproximadamente 45
km de extensão e atravessa os Campos de Santa Bárbara, passando por áreas como o Morro
do Baú e o antigo Cemitério dos Tropeiros.
Melhor época para visitar: A prática da atividade é possível durante todo o ano.
5.1.4.2. Áreas na Região Do Rio Do Bispo (Cavalgada)
Trata-se do mesmo percurso em área contínuas àquelas previamente descrito para a
atividade de caminhada na Trilha do Rio do Bispo, com a variação de uso por meio da prática
de cavalgada e também de trajeto. Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e
breve análise sobre a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.
Localização e acesso: A área do Rio do Bispo situa-se na porção norte do PNSJ. Seu acesso é
realizado a partir da estrada do Rio do Bispo.
Melhor época para visitar: A prática da cavalgada nesta trilha é possível durante todo o ano.
5.1.5. VOO LIVRE
Com relação ao voo livre, não foram especificadas áreas para a sua prática no PNSJ.
Segundo relatos, coletados no levantamento de campo, foram realizados voos testes para
a identificação de locais propícios à decolagem na região dos Campos de Santa Bárbara.
Ainda que não praticada com regularidade, julgou-se oportuno elencar o voo livre como
atividade já realizada no PNSJ. Salienta-se que a minuta do Plano de Manejo do PNSJ indica
que poderão ser permitidos sobrevoos panorâmicos, a partir de planos específicos e outros
instrumentos, os quais definirão os tipos de aeronaves e equipamentos similares que
produzam pouco ruído. Permitindo, dessa forma, a prática do voo livre nesta UC.
5.1.6. OUTRAS ATIVIDADES DE USO PÚBLICO DESENVOLVIDAS
Descrevem-se a seguir as atividades de uso público realizadas no PNSJ e não previstas pela
Portaria ICMBio nº 85/2012.
• Visitação ao Véu de Noiva
O Véu da Noiva constitui-se em uma formação rochosa em basalto, cuja inclinação faz a
água descer por aproximadamente 62 metros, de onde origina-se o nome do atrativo. Em
sua base forma-se um pequeno lago. O local possui infraestruturas de apoio à visitação,
implementadas em momento anterior a publicação da lei federal nº 13.273/2016, que
alterou os limites desta UC. (figura abaixo).
Figura 5.13 Véu da Noiva e infraestrutura de apoio a visitação em seu entorno.
Legenda: A – Véu da Noiva no entorno da UC; B – Infraestruturas de uso particular no PNSJ. Fonte: Detzel Consulting, 2018.
A B
C
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Parque Nacional de São Joaquim
Localiza-se próxima ao Km 7 da estrada do Morro da Igreja. Seu acesso se dá por propriedade
particular e mediante a cobrança de ingresso (R$ 5,00). Para encontrá-la, é necessário
caminhar por aproximadamente 300 metros entre o estacionamento e a base da queda-
d’água.
O atrativo recebe visitante com frequência constante ao longo do ano e, segundo informações
levantadas em campo, possui um fluxo médio de 30 mil pessoas por ano. A área é ponto
de apoio à visitação que ocorre no Morro da Igreja e dispõe de estrutura para visitação
composta por trilhas, sinalização informativa, equipamento de alimentação e hospedagem,
banheiros e estacionamento. Toda a infraestrutura encontra-se em boas condições de uso
e conservação. O uso da queda-d’água possui caráter contemplativo, mas a área também
dispõe de atividade de aventura, como tirolesa, além de trilhas para caminhadas.
5.1.6.1. Visitação ao Cânion das Laranjeiras e ao Cânion do Funil
Os Cânions das Laranjeiras e do Funil localizam-se na porção sul do PNSJ, ambos em áreas
não consolidadas. O Cânion do Funil adentrou nos limites do PNSJ após a publicação da Lei
federal no 13.273/2016.A visitação ao Cânion do Funil é realizada em uma trilha, com início
na Rodovia SC-390, ao lado da Subestação de Eletricidade de Bom Jardim da Serra. Esta trilha
percorre locais fora dos limites do PNSJ e, em seu trecho final, integra à área desta UC. Já a
visitação ao Cânion das Laranjeiras ocorre por trilha de aproximadamente dois quilômetros
em propriedade rural no interior do PNSJ, a fazenda Santa Cândida, ainda não regularizada.
O acesso à fazenda Santa Cândida é realizado por estrada rural não asfaltada, em trecho de
8 km que leva à estrada geral da Santa Bárbara a qual, por sua vez, conecta-se à Rodovia
SC-390.
As atividades de visitação ao Cânion das Laranjeiras e Cânion do Funil ocorrem de maneira
irregular e nem sempre são de conhecimento do ICMBio. Em sua maioria são caminhadas e
cavalgadas.
5.1.6.2. Audioguia
Criado em parceria com o Núcleo de Pesquisas em Fauna Silvestre da Universidade do Estado
de Santa Catarina (NUPAS/UDESC/Lages/SC), o áudio foi disponibilizado em Compact Disc
(CD) e também em MP3 e traz diversas informações importantes sobre o PNSJ, como seus
aspectos históricos, ambientais e recomendações de conduta do visitante. As informações
foram preparadas para serem escutadas ao longo do trajeto entre o Portal e o Mirante do
Morro da Igreja/Pedra Furada e destacam os pontos de parada e observação num percurso
de 10 km. Atualmente não está em uso.
5.1.6.3. Exposição Interpretativa
A exposição interpretativa está instalada na sede administrativa do PNSJ (figura, a seguir), no
centro de Urubici. Trata-se de uma exposição sobre a fauna silvestre catarinense, produzida
com apoio do NUPAS/UDESC/Lages/SC, COMTUR e parceiros particulares.
Figura 5.14 Exposição interpretativa na Sede Administrativa do PNSJ.
Fonte: Detzel Consulting, 2018.
A exposição interpretativa pode ser acessada por visitantes e munícipes e não possui
cobrança de entrada.
5.1.6.3. Eventos Diversos
Conforme relatos obtidos durante o levantamento de campo, foram identificados os
seguintes eventos realizados no PNSJ:
• DESAFRIO: competição esportiva de corrida cross-country, atualmente em sua
15ª edição. Utiliza áreas do PNSJ, principalmente na região do Morro da Igreja,
para compor seus percursos de 45 km, 22 km e 10 km. Em sua última edição, em
2017, houve cerca de 700 atletas participantes. Durante a realização do evento, os
organizadores providenciam, aos visitantes, transporte em vans entre o Km 7 da
estrada do Morro da Igreja ao atrativo Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada; aos
atletas que realizaram a prova de 25 quilômetros providenciou-se transporte em micro
ônibus do centro urbano de Urubici até o Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada;
282
Parque Nacional de São Joaquim
• FODAXMAN Xtreme Triathlon: evento esportivo triátlon, sem fins de competição. O
evento é composto por 3.800 metros de natação, 182 km de ciclismo e 42 km de
corrida, em um percurso pré-definido, iniciando no litoral catarinense e encerrando
na região da Serra Geral, com uso de áreas do PNSJ. A última edição reuniu 24
atletas de diversos estados brasileiros;
• SEGUALQUIA: cerimônia xamânica, realizada em propriedade rural inserida na área
do PNSJ. Realizam-se os eventos no período de verão, durante o mês de janeiro e
início de fevereiro. A atividade possui um constante fluxo e trânsito de participantes,
incluindo brasileiros e estrangeiros, indígenas e não indígenas;
• RANDONNEURS BRASIL - SANTA CATARINA: evento de cicloturismo de longa
distância, ligado à organização Audax Club Parisien, sendo a edição de 2017 com
207 km de prova, altimetria acumulada de 4.066 m. A prova foi estabelecida, no
PNSJ, em área correspondente ao Morro da Igreja;
• Semana de Ecoturismo da Serra Catarinense: evento de caráter socioeducativo
promovido por meio de parcerias locais e regionais com objetivo de mostrar
o potencial ambiental do PNSJ e da região Serrana, através de atividades
recreativas, esportivas e de educação ambiental, ao mesmo tempo em que eleva a
conscientização turística e ambiental dos participantes.
Com relação aos acontecimentos programados, como eventos, a minuta do Plano de Manejo
do PNSJ prevê que atividades religiosas e outros similares, incluindo reuniões de associações
diversas, poderão ser autorizados. Isso desde que não causem impactos negativos sobre
a fauna e a flora e a experiência da visitação, sendo proibida a deposição de resíduos de
qualquer natureza no ambiente.
Também estão previstos pela minuta a possibilidade da realização de eventos esportivos
e desportivos não motorizados, tais como corridas de aventura, torneios de esporte de
natureza, entre outros, respeitando-se o zoneamento, os futuros planos específicos e os
objetivos da UC, ficando proibidas, portanto, atividades motorizadas. O documento prevê
ainda a normatização de atividades esportivas no PNSJ com base no parecer jurídico do
ICMBio e em experiências-piloto a serem realizadas em conjunto com as comunidades de
prática. Observou-se, entretanto, que embora de maneira não oficial, ocorrem encontros de
motociclistas na área do Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.
6. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
O PNSJ é uma UC que está sob responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBIO), que possui as atribuições de propor, implantar, gerir, proteger,
fiscalizar e monitorar as UC federais, bem como de zelar e incentivar a conservação da
biodiversidade, através do fomento e da pesquisa, podendo exercer o poder de polícia para
garantir a proteção dessas áreas naturais (BRASIL, 2007).
Figura 6.1. Organograma da estrutura organizacional do ICMBio.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de ICMBIO, sem data.
6.1. EQUIPE PERMANENTE DO PNSJ
O PNSJ está inserido na Coordenação Regional 9, sediada em Florianópolis, no estado de
Santa Catarina e o município de Urubici abriga a Sede Administrativa do PNSJ. A atual
equipe da unidade é composta por dois analistas ambientais e seis brigadistas de incêndios
temporários, servidores do ICMBio e 12 terceirizados, conforme organograma a seguir.
283
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 6.2. Organograma da estrutura organizacional do PNSJ.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
6.2. INFRAESTRUTURA DO PNSJ
O PNSJ possui sua infraestrutura subdividida em Sede Administrativa, Morro da Igreja e Santa
Bárbara. A Sede Administrativa do PNSJ situa-se na área urbana do município de Urubici,
no centro da cidade, tendo como atribuições os serviços administrativos e de atendimento
à visitação, com exposição interpretativa da fauna do Parque e sua biodiversidade. Possui
também estrutura básica para alojamento. As estruturas presentes na região do Morro da
Igreja constituem-se de uma guarita, painéis informativos, bem como alojamento para
pesquisadores. Na região de Santa bárbara o Parque disponibiliza alojamento e pontos de
apoio para pesquisadores e vigilantes.
7. INFORMAÇÕES INSTITUCIONAIS DO PNSJ
O PNSJ é uma UC federal que foi estabelecida na década de 1960, após sensibilização sobre a
intensa exploração de araucária Araucaria angustifolia no estado de Santa Catarina. Teve seu
conselho gestor instituído em 2011 e, embora tenha sido criada há mais de 50 anos, apenas
em 2016 priorizou-se a elaboração do plano de manejo do Parque. Algumas de suas áreas
já foram desapropriadas, todavia, ainda existem na UC muitas propriedades que não foram
regularizadas, bem como algumas situações conflitantes relacionadas aos limites do Parque.
A seguir, apresenta-se os instrumentos de gestão da UC.
7.1. INSTRUMENTOS DE GESTÃO
A Lei do SNUC (BRASIL, Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000) em seu capítulo IV, dispõe sobre
a criação, implantação e gestão de UC, apresentando dois instrumentos fundamentais para
o auxílio na gestão dessas áreas protegidas. No artigo 27, aborda sobre a obrigatoriedade da
elaboração do plano de manejo e no artigo 29 sobre a criação de conselhos consultivos para
unidades de proteção integral, como ferramentas auxiliares. A seguir estão apresentados
ambos instrumentos relacionados ao PNSJ.
7.2. PLANO DE MANEJO
O plano de manejo, é o documento norteador à gestão da área protegida. De acordo com a
lei do SNUC (Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000), artigo 2º, inciso XVII, o plano de manejo é
um documento técnico, fundamentado nos objetivos da UC, que estabelece o zoneamento
e as normas de uso e manejo da área e seus recursos.
A estruturação do plano de manejo do Parque Estadual de São Joaquim foi priorizada
em 2016, após extensas discussões do ICMBio sobre novos métodos para elaboração de
planos de manejo que unificassem a abordagem entre as diferentes categorizações de UC,
simplificando a estrutura e reduzindo tempo e custos de elaboração.
Então, em agosto de 2016, aconteceu a oficina para a elaboração do plano de manejo, em
Urubici/SC. Durante a construção do documento, propôs-se o zoneamento e as normas
gerais de implantação e funcionamento do Parque que, após, foram consolidadas pelo
ICMBio. O documento foi concluído no final do ano de 2017, no entanto, ainda não foi
aprovado/homologado.
7.3. CONSTITUIÇÃO DO CONSELHO CONSULTIVO
O Conselho Consultivo do PNSJ foi criado em 30 de junho de 2011, através da Portaria
nº 46 (BRASIL, 2011), do ICMBio. Em 27 de outubro de 2014, a composição do Conselho
gestor foi alterada por meio da Portaria nº 114 (BRASIL, 2014) e o atual Conselho gestor
da UC é composto por 15 representantes, conforme retificação, sendo 8 deles vinculados à
administração pública e os outros 7 constituintes pertencem à sociedade civil.
O organograma apresentado na Figura, a seguir, trata da atual constituição do Conselho
Gestor do PNSJ, conforme sua organização em quatro categorias.
284
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 7.1. Constituição do Conselho Gestor do PNSJ.
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
8. CONCESSÃO
8.1. OBJETO LICITADO
O objeto do CONTRATO é a concessão do direito de uso de bem público correspondente
a uma área do PNSJ, tal como definida no Projeto Básico, para a realização das seguintes
atividades:
a. Controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da Igreja;
b. Recepção de visitantes e divulgação do PNSJ;
c. Venda de ingressos;
d. Serviços de alimentação;
e. Loja para venda de souvenirs e conveniências;
f. Aplicativo Mobile; e
g. Transporte Único – Morro da Igreja.
8.1.1. OBJETIVO
A presente proposta de concessão destina-se fundamentalmente a:
a. Controlar o aceso ao Morro da Igreja;
b. Oferecer aos visitantes serviços e informações de qualidade e compatíveis com os
objetivos do PNSJ;
c. Ofertar serviço de transporte único, entre o centro de Urubici e o Mirante Natural da
Pedra Furada, localizado no Morro da Igreja;
d. Garantir uma boa experiência do visitante nos atrativos da região do Morro da Igreja
e entorno imediato;
e. Manter as infraestruturas de acesso e apoio à visitação no Morro da Igreja em boas
condições.
Cada serviço proposto terá suas características operacionais próprias e será concessionado
em conjunto, de acordo com este Projeto Básico, e em consonância com as normativas
vigentes do PNSJ.
8.2. ÁREAS CONCEDIDAS
O concessionário poderá fazer uso da área onde atualmente se encontra a sede administrativa
do PNSJ e Portaria do Morro da Igreja. Descreve-se a seguir as áreas da concessão.
8.2.1. SEDE ADMINISTRATIVA
A atual sede administrativa do PNSJ, onde se encontra o escritório do ICMBio, está localizada
no centro urbano do município de Urubici. A sede fica localizada na Av. Felicíssimo Rodrigues
Sobrinho, 1542 - Centro (Coordenadas Geográficas 27°59’52”S e 49°35’4”O).
A edificação possui dois pavimentos, área construída de 220 m² e se encontra em terreno de
esquina com área aproximada de 360 m². (figura na página seguinte)
285
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 8.1. Sede Administrativa do PNSJ.
Nota: A - vista da fachada da Sede Administrativa; B – vista da recepção na parte interna inferior da Sede
Administrativa; C – vista da sala de exposição interpretativa da Sede Administrativa. Fonte: Registro do Autor, 2018.
Como premissa de uso do local da Sede (edificação e terreno), o concessionário deverá
realizar as modificações que atendam as previsões desse Projeto Básico. Complementa-se
que, a área será concedida no estado em que se encontra.
8.2.2. PORTARIA DO MORRO DA IGREJA
A Portaria ou Guarita, está localizada no km º7 da Estrada do Morro da Igreja e dentro do
PNSJ.
O concessionário terá permissão de uso da edificação da Portaria para realização das
atividades presentes nesse Projeto Básico.
O local receberá intervenções físicas a serem realizadas pelo DTCEA-MI (CINDACTA ll - Centro
Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, que deverão estar prontas para o
concessionário. A Figura, abaixo, apresenta a representação em três dimensões do projeto
arquitetônico previsto para a Portaria.
Figura 8.2. Projeto arquitetônico 3D da nova Portaria do Morro da Igreja
Fonte: ICMBio, 2017.
Conforme o projeto a edificação contará com espaço realização do controle de acessos de ao
PNSJ, assim como área para permanência, descanso e sanitários para funcionários.
8.3. PRAZO
O prazo de vigência do contrato de concessão será de 10 (dez) anos, contados a partir
da emissão, pelo CONCEDENTE, da ordem de operação comercial do empreendimento,
podendo ser renovado por mais 5 (cinco) anos, na forma prevista no contrato.
8.4. MODALIDADE DA LICITAÇÃO
A licitação será realizada na modalidade de concorrência.
8.5. TIPO DE LICITAÇÃO
A licitação será do tipo melhor oferta.
8.6. CRITÉRIO DE JULGAMENTO
O critério de julgamento será a proposta econômica apresentada, que consiste no valor de
outorga variável que será pago ao concedente.
8.7. PROPOSTA COMERCIAL DO LICITANTE (INFORMAÇÕES ECONÔMICAS DA CONCESSÃO)
A seguir apresentam-se as informações econômicas da concessão.
8.7.1. VALOR ESTIMADO DO CONTRATO DE CONCESSÃO
O valor estimado do CONTRATO, de caráter indicativo, correspondente à soma do valor dos
investimentos mínimos a serem realizados pela CONCESSIONÁRIA, do valor da outorga fixa e
do valor estimado da outorga variável a ser repassada ao CONCEDENTE, é de R$ 5.021.875,44
(cinco milhões, vinte e um mil, oitocentos e setenta e cinco reais e quarenta e quatro
centavos).
8.7.2. OUTORGA
A concessionária pagará ao concedente outorga fixa e outorga variável.
A outorga fixa será no valor total de R$ 408.000,00 (Quatrocentos e oito mil reais), pagos
em parcelas anuais e com carência igual a 36 meses a contar a partir do início da concessão.
A outorga variável será objeto de proposta econômica, não podendo ser inferior a 3,0 %
(cinco por cento) da Receita Operacional Bruta, o que corresponde ao valor total estimado
de R$ 1.213.875,44 (um milhão, duzentos e treze mil, oitocentos e setenta e cinco reais e
quarenta e quatro centavos).
A B C
286
Parque Nacional de São Joaquim
A concessionária receberá 36 meses de carência para o pagamento da outorga fixa e da
outorga variável, cujo valor será diluído nos pagamentos das demais parcelas restantes.
8.7.3. INVESTIMENTO MÍNIMO
O investimento mínimo que deverá ser feito pela concessionária para a implantação e
operação do objeto da concessão é de R$ 3.400,000,00 (três milhões e quatrocentos mil reais).
8.7.4. RECEITA ESTIMADA
O valor estimado da Receita Operacional Bruta, em termos reais, é de R$ 41.032.558,00
(quarenta e um milhões, trinta e dois mil, quinhentos e cinquenta e oito reais).
8.7.5. VISITA TÉCNICA
Para participação na concorrência os interessados deverão comprovar realização de visita
técnica na Sede Administrativa do PNSJ, Portaria de Acesso ao Morro da Igreja, Mirante
Natural da Pedra Furada. O licitante também poderá realizar a visita técnica na Trilha da Pedra
Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas.
As visitas técnicas deverão ser agendadas com o ICMBio, com um período de 15 dias de
antecedência.
A concessionária assume todos os riscos decorrentes da não realização de visita técnica ou
de sua realização de forma defeituosa.
8.8. CENTRO DE VISITANTES E SERVIÇOS ASSOCIADOS
O Centro de Visitantes – CV configura importante equipamento para que o PNSJ possa
promover uma boa experiência aos seus visitantes. Configura-se também com uma
importante ferramenta para o ordenamento da visitação, além de servir para outros serviços
de apoio à visitação no PNSJ.
O CV deverá funcionar como um espaço de recepção dos visitantes e divulgação do PNSJ e
de outras UC brasileiras.
O CV deverá ser implantado e operado no local da atual sede administrativa do PNSJ.
O concessionário deverá:
• Reformar a atual Sede Administrativa do PNSJ, visando:
• Adequar o espaço físico para englobar todas as operações previstas nestes Projeto
Básico;
• Destinar área específica para as atividades administrativas do PNSJ e ICMBio.
• Analisar a possibilidade e, caso de interesse, implementar e gerir auditório multiuso,
que permita a realização de workshops, palestras, cursos e atividades sociais e
corporativas. Esse espaço poderá ser utilizado, durante o período de espera do
visitante, para a divulgação de informações a respeito do PNSJ e outras UC.
• Realizar a operação do Centro de Visitantes diariamente, inclusive finais de semana
e feriados;
• Realizar a manutenção e limpeza do CV.
8.8.1. BILHETAGEM
Quanto ao serviço de bilhetagem, o concessionário deverá:
• Efetuar a implantação e administração do controle de acesso de visitantes ao Morro
da Igreja e seus atrativos, incluindo a venda de ingressos;
• Implantar e operar plataforma digital (web, mobile, entre outras existentes ou que
possam a vir a existir) para venda de ingresso e de atrativos de forma antecipada e
com possibilidade de utilização de vários meios de pagamento (cartão de crédito
e de débito, mobile, entre outras existentes ou que venham a existir) durante a
vigência do contrato;
• Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para visitantes que não
tenham adquirido de forma antecipada, em plataforma digital;
• Operar de modo que o tempo máximo de espera pelo visitante para a aquisição
dos ingressos no PNSJ seja de 20 (vinte) minutos;
• Responsabilizar-se pela instalação, atualização e licença dos softwares necessários
à operação da cobrança de ingresso, com todos os recursos para a realização de
relatórios dos registros de acesso ao PNSJ;
• Destinar o mínimo de 20 % do volume total diário de ingressos para venda no CV,
visando garantir a visitação ao Morro da Igreja por visitantes que não tiveram a
possibilidade de acesso à plataforma digital;
• Fornecer o controle do número de ingressos remanescentes disponíveis para
venda no CV. Informar ao público a quantidade de ingressos restantes antes de
destinarem-se ao CV, através da plataforma digital ou via telefone;
• Monitorar e controlar a entrada e saída de visitantes no Centro de Visitantes e no
Morro da Igreja e seus atrativos;
• Realizar o controle de entrada de visitantes e veículos na Portaria do Morro da
287
Parque Nacional de São Joaquim
Igreja, em conjunto com as atividades de Segurança Patrimonial;
• Limitar a venda de ingressos, conforme Número Balizador de Visitantes
estabelecido, ou a ser estabelecido, pelo ICMBio.
Os ingressos deverão considerar as seguintes possibilidades de acesso e serviços:
• Acesso ao Morro da Igreja com o uso do Transporte Único;
• Acesso a Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas, sem o serviço de
Transporte Único, desde que acompanhado de condutor credenciado pelo ICMBio.
O concessionário não poderá cobrar do usuário valores de ingressos superiores ao
estabelecido pelo ICMBio para custear a operação da venda antecipada.
O concessionário deverá fornecer acesso para o controle da venda de ingressos e do acesso
às catracas, por intermédio da internet e em tempo real, para o monitoramento pelo ICMBio.
Para a operacionalização da cobrança do serviço de venda de ingressos, o concessionário
deverá fornecer e instalar, manter e atualizar, equipamentos e tecnologia que forneçam
minimamente os seguintes produtos e serviços:
• O controle de acesso e venda dos ingressos;
• Gravação e armazenamento em disco das imagens por meio de câmeras, com
sistema de backup das imagens captadas para armazenamento em cofre a prova
de fogo, pelo período mínimo de 30 dias;
• O sistema de câmeras deve ser instalado nos pontos de cobrança, pagamentos e
nos acessos dos visitantes, com no mínimo vinte unidades;
• Equipamento de controle de acesso, tipo catraca eletrônica ou similar;
• Relatórios gerenciais completos que permitam acesso em tempo real pela
administração do PNSJ e da sede do ICMBio que realizará o controle contábil,
possibilitando análises quantitativas e qualitativas das informações do perfil de
visitante, horários de acesso, isenções, acesso de funcionários e fornecedores e
outros a serem definidos pela Comissão de fiscalização do contrato.
Os registros de acesso deverão conter rotina que gerará os seguinte relatórios e ferramentas
cadastrais:
• Relatório detalhado de acessos;
• Filtros que ofereçam uma grande variação de possibilidades na emissão dos
relatórios, a fim de selecionar as informações por código, nome, grupo, estrutura,
área, hora, eventos, equipamentos e/ou grupo de equipamentos;
• Possuir relatório de registros (log book), contendo os eventos ocorridos, tais como:
perda de comunicação com um equipamento, ausência de energia momentânea
ou mesmo boot do servidor;
• Ter um sistema de registro de navegação (log book) capaz de mostrar as
informações incluídas, alteradas ou excluídas por usuário, no período solicitado,
para fins de auditoria;
• Operar em tempo real;
• Possuir todas as telas e mensagens escritas em português;
• Possuir quantidade de acessos simultâneos ilimitada e sem custo adicional;
• Identificar, no prazo máximo de 15 (quinze) segundos, a perda de comunicação
com alguma controladora ou catraca, identificando que ela está “offline”;
• As catracas devem enviar status ao sistema de controle de acesso, no máximo a
cada 10 (dez) segundos, visando a notificação em tempo real.
• Todos os equipamentos necessários à operação do sistema deverão contar com
nobreaks com autonomia de 6 horas, que possibilitem total operacionalidade na
falta de energia elétrica.
8.8.2. SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO
Quanto aos serviços de alimentação a serem prestados no CV, o concessionário deverá manter
o principal foco em fornecer alimentos servidos rapidamente a um preço correspondente ao
perfil socioeconômico o dos visitantes, para serem consumidos no local ou lanches rápidos
para viagem.
Os serviços de alimentação deverão apresentar as seguintes características:
• Serviço de alimentação no local, através de lanchonete e café, seguindo o estilo
geral de lanche rápido ou autoatendimento;
• Preparo de alimentos a granel antecipadamente e mantidos quentes no local, ou
preparados antecipadamente fora do local, embalada e mantidos quente no local;
• Serviços à la carte, com preparo do alimento após o pedido não são usuais e os
alimentos estão geralmente prontos para serem consumidos ou levados para
consumo em outro local;
• Atendimento geralmente voltado a atende a um consumidor mais transitório, onde
a propensão de levar o alimento para consumo em outro local é maior do que a
tendência de consumo interno, embora existam mesas e assentos;
288
Parque Nacional de São Joaquim
• Os consumidores geralmente andam até um balcão o para fazer o pedido e os itens
do menu são relativamente simples de preparar;
• Se os consumidores comerem no local, eles geralmente se sentam;
• Servir alimentações em horários diferentes do dia, de uma a três ou possivelmente
quatro (noturno) refeições horários de concentração de consumo por dia;
• A seleção do menu pode ser limitada a uma especialidade, como: sanduiches
saldáveis e saladas;
• O menu também contempla bebidas quentes e frias.
Adicionalmente, para prestar serviços de alimentação aos visitantes do CV o concessionário
deverá:
• Oferecer serviço de alimentação seguindo as características previamente
apresentadas, durante os horários de abertura a visitação do PNSJ. Caso avaliar
pertinente, o concessionário poderá solicitar ao ICMBio a alteração do horário de
funcionamento do serviço de alimentação para atender a possíveis demandas no
período noturno;
• Oferecer produtos alimentícios da região como sucos e compotas de frutas
regionais e outros;
• Contemplar oferta de bebidas e sorvetes nas áreas de autosserviço devem e mantê-
las com a quantidade apropriada de itens;
• Caso ofertados, condimentos alimentadores complementares devem ser
posicionados em locais que não afetem a velocidade da operação do serviço e suas
embalagens devem ser devidamente identificadas;
• Ofertar, minimamente, uma opção de bebida dietética e uma opção de bebida não
refrigerante;
• Servir bebidas quentes e frias são servidas nos tipos de recipientes normalmente
usados na indústria de alimentos e bebidas. Copos de isopor e outros recipientes
não são permitidos, assim como canudos plásticos. Os consumidores dever ter
acesso a agitadores de café e tampas que se encaixam no tamanho dos copos
destinados a bebidas quentes;
• Armazenar os alimentos em adequadamente e em temperaturas corretas. As carnes
e outros alimentos e outros alimentos perecíveis congelados não deverão ser
descongelados à temperatura ambiente, mas dentro de unidades de refrigeração
ou sob água fria corrente;
• Rotulada, datar e cobrir e/ou embalar adequadamente todos os alimentos
armazenados;
• Disponibilizar tabela de preços em local legível e visível para os visitantes;
• Manter as condições de higiene e armazenamento de alimentos previstas na
legislação, atendendo a todos os requisitos impostos pela vigilância sanitária e
demais normativas legais existentes;
• Rotular todos os suprimentos de limpeza e armazená-los com segurança.
Materiais de limpeza e outros produtos químicos não devem ser manipulados ou
armazenados juntamente com alimentos e bebidas;
• Implantar estações de lavagem das mãos para a equipe, contendo água corrente
quente e fria, sabão e toalhas ou mecanismo de secagem de ar quente. O
concessionário deverá afixar a sinalização de aviso de lavar as mãos (por exemplo,
“Os funcionários devem lavar as mãos antes de voltar ao trabalho”);
• Disponibilizar a opção de pagamento com dinheiro e cartão de crédito e débito
com, no mínimo, duas bandeiras;
• Manter uma quantidade suficientes pontos de caixas e funcionários para efetuar
a cobrança, assim como manter os locais de cobrança limpos e sem resíduos de
alimentos;
• Manter locais para consumo interno de alimentos, com mesas e cadeiras com, no
mínimo, lugares para 8 (oito) pessoas;
• Acordar previamente com a administração do PNSJ/ICMBio os dias e horários em
que os fornecedores realizarão a entrega de mercadorias.
Fica proibida a comercialização de: bebidas alcoólicas, artigos de tabacaria (cigarro, por
exemplo), bilhetes lotéricos, medicamentos ou substâncias que causem dependência física
e/ou psíquica (Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976 e suas alterações posteriores), chicletes
e bebidas em embalagens de vidro não retornável.
8.8.3. LOJA DE SOUVENIRES E CONVENIÊNCIAS
Quanto a comercialização de produtos não alimentícios no CV, o concessionário deverá
implementar uma loja tenha como foco a venda de souvenirs, presentes e artigos especiais
de recreação e esportes. Os souvenirs e presentes devem ser simples e demostrar que o
consumidor visitou o PNSJ e sua região. Estes itens poderão incluir artigos da culinária
289
Parque Nacional de São Joaquim
local, desde que embalados, artesanato e artigos temáticos (canecas, animais de pelúcia,
camisetas, cartões postais, etc.). Já os artigos especiais devem atender às necessidades dos
visitantes em relação às especificidades como equipamentos e assessórios para atividades
de ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva. A prestação do serviço de
comércio de produtos na loja envolverá a montagem e disposição dos produtos na loja, a
comercialização dos produtos e a confecção de embalagens e do material necessário para a
boa apresentação dos produtos.
Adicionalmente, o concessionário deverá:
• Oferecer para venda objetos temáticos relacionados ao PNSJ e ao meio ambiente,
observando práticas de inovação, design, identidade e criatividade para a geração
de produtos que envolvam artesãos e produtores locais e façam o uso da marca/
imagem do PNSJ.
• Oferecer para venda equipamentos e assessórios para atividades de ecoturismo,
turismo de aventura e proteção ao frio e chuva;
• Desenvolver e submeter à aprovação do ICMBio a proposta de identidade visual
para os produtos a serem comercializados, utilizando como referência o conceito
de identidade visual a ser fornecido pelo ICMBio;
• Manter todos os produtos bem apresentados e organizados, sem eventuais danos
e limpos.
• Identificar adequadamente os produtos que tiverem com desconto em seus preços,
por promoções comerciais.
• Alterar (rotacionar) a seleção de produtos oferecidos com frequência, buscando
ofertar produtos diferentes ao longo do prazo de concessão;
• Manter o estabelecimento comercial aberto durante os horários de abertura a
visitação do PNSJ. Caso avaliar pertinente, o concessionário poderá solicitar ao
ICMBio a alteração do horário de funcionamento para o mesmo período de do
serviço de alimentação, caso este tenha sido alterado.
• Implantar caixas de pagamento que não interfiram no fluxo de visitantes no CV,
mantendo-os devidamente identificados e em quantidade suficiente para atender
a demanda. O caixa de pagamento poderá ser unificado com o previsto para os
serviços de alimentação e guichê de vendas de ingressos.
• Estabelecer política de troca e devolução de produtos, adequada com a legislação
brasileira e que promova a satisfação do visitante. Uma nota explicativa sobre este
política deve estar visível a partir do caixa de pagamento.
• Disponibilizar a opção de pagamento com dinheiro e cartão de crédito e débito
com, no mínimo, duas bandeiras.
• Instituir institui política de não fornecimento de sacolas plásticas e oferecer sacolas
que não agridam ao meio ambiente.
Não será permitida a comercialização de:
• Produtos de origem animal silvestres, espécies ameaçadas de extinção ou sem
certificado de origem.
• Plantas e sementes.
• Artigos que afetam pessoas com sensitividade considerada normal, ou ainda
que sejam considerados obscenos, de orientação sexual, sugestivos, indecentes,
blasfemos, profanos, vulgares ou que ridicularizem instituições ou pessoas.
• Armas, armas de brinquedo, estilingues e itens do gênero.
• Artigos que possam ser perigosos ou prejudiciais à saúde humana, animal e vegetal.
• Mercadoria perecível e que excedeu sua data de validade.
O concessionário poderá utilizar canal de vendas online para comercialização dos produtos
oferecidos na loja de souvenirs e conveniências do CV.
8.8.4. APLICATIVO MOBILE
Quanto ao aplicativo mobile, o concessionário deverá implantar e operar plataforma digital,
tipo software de aplicativo mobile, adaptado para uso em sistema operacional Android e iOS,
contendo informações e dispositivos de interatividade com o PNSJ. A plataforma poderá
também conter o sistema previsto para a cobrança de ingressos (bilhetagem).
O aplicativo mobile deverá minimamente conter as seguintes funcionalidades:
• Informações sobre as atividades e serviços disponíveis no PNSJ mapas interativos
habilitados para GPS, e que funcionem sem conexão à internet, localizando
ambientes e atividades;
• Tecnologia de realidade aumentada que permita interagir com o ambiente do PNSJ;
• Roteiro sonoro com áudio imersivo (para a área do Morro da Igreja);
• Calendário de eventos;
• Horários de nascer e pôr do sol, com indicação dos locais para visualização, galeria
de imagens;
290
Parque Nacional de São Joaquim
• Função “onde estou?” para localização no PNSJ;
• Enviar notificações para notícias, alertas e eventos relacionados ao PNSJ
• Monitor de busca para encontrar informações rapidamente.
O aplicativo mobile deverá utilizar interface de fácil uso, com menus baseados em símbolos
universais.
8.8.5. SERVIÇOS DE RECEPÇÃO E APOIO AOS VISITANTES
O concessionário deverá implementar serviço de recepção para prestar informações e
orientações aos usuários que procurarem o PNSJ. Poderão ser apresentadas informações a
respeito dos passeios do PNSJ e de outras UC, incentivando o ecoturismo.
Durante a operacionalização a concessionária deverá disponibilizar funcionários devidamente
capacitados para a realização dos serviços, conforme a demanda da estrutura.
8.8.5.1. Exposição Interativa e InterpretativaO concessionário deverá prever espaço para esse fim e poderá utilizar de exposições
interativas como artefato de atratividade. Neste contexto, o concessionário deverá:
• Apresentar temas e elementos específicos do PNSJ para as exposições interativas,
como elementos climáticos (vento e neve), históricos (tropeiros e ocupação
indígena), geológicos (formação da Pedra Furada e dos campos de altitude) e atuais
(explanações sobre o CINDACTA II);
• Realizar projeto cenográfico multimídia, com conteúdo e objetos imersivos e
interativos, que privilegie o uso da tecnologia e explore o sistema sensorial dos
visitantes (cinco sentidos).
• Buscar meios de exposições que despertem o interesse nos atrativos do parque e
de outras UC Nacionais;
O concessionário poderá relacionar os itens comercializados na Loja de Souvenires com os
temas das exposições. Dessa forma, após a apresentação e interatividade com o assunto, os
visitantes teriam maior probabilidade de desejar itens que façam referência ao PNSJ.
8.8.5.2. Centro de Informações
O Centro de Visitantes deverá ter como uma de suas funcionalidades o instruir o visitante
através de um centro de informações. Para isso, o concessionário deverá:
• Oferecer pronto atendimento e auxílio com informações das atividades do parque;
• Prever serviço/local onde os visitantes possam tirar dúvidas, consultar atividades,
valores e informações gerais sobre o PNSJ
• Contemplar o uso de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser
menos privilegiados) para a divulgação das informações.
8.8.5.3. Sala de Turismo
O concessionário deverá prever ambiente destinado para uso pelos guias, condutores e
receptivos turísticos que atuem no PNSJ, possibilitando que estes profissionais realizem,
entre outras, as seguintes atividades neste espaço:
• Atendimento de grupos e excursões;
• Agrupar visitantes de atividades específicas;
• Preparar os visitantes para as atividades do parque;
• Alertar sobre as normas de conduta dentro de UC.
8.9. TRANSPORTE ÚNICO – MORRO DA IGREJA
O serviço de Transporte Único, além de elevar a experiência do visitante, deverá solucionar o
ordenamento da visitação no PNSJ.
O Concessionário deverá efetuar a implantação e administração de serviço de transporte
para acesso de visitantes ao PNSJ e seus atrativos.
Para implantação do serviço de transporte, o Concessionário deverá dispor dos veículos
discriminados neste Projeto Básico, com motorista.
Caberá ao concessionário o ordenamento do transporte dos visitantes entre o CV e o Mirante
Natural da Pedra Furada, no Morro da Igreja, o embarque e seu retorno, diretamente ou por
meio de operador subcontratado para executar estes serviços.
O sistema de transporte a ser adotado deverá ser proposto considerando os seguintes pré-
requisitos:
a. Minimizar os efeitos nocivos dos veículos motorizados ao meio ambiente;
b. Oferecer aos usuários do Parque um transporte eficiente e confortável;
c. Oferecer um sistema de transporte capaz de atender o Parque tanto na alta como na
baixa temporada;
d. Manter um veículo reserva para eventualidades;
e. Manter os custos compatíveis com as condições do mercado vigentes no país.
Para a implantação dos serviços de transporte, o Concessionário deverá controlar a entrada
291
Parque Nacional de São Joaquim
e saída dos visitantes nos atrativos, utilizando sistema de rádio (central e móveis), ou similar.
O Concessionário deverá observar rigorosamente todas as normas e legislações aplicáveis
dos Órgãos responsáveis pelos transportes terrestres.
Os equipamentos e os veículos estarão sujeitos a auditoria externa.
8.9.1. LOCALIZAÇÃO (ROTA)
O Transporte Único deverá ter pontos de parada no Centro de Visitantes e no Mirante Natural
da Pedra Furada, localizado no km 17 da Estrada do Morro da Igreja, no interior do PNSJ.
A partir da Sede do PNSJ, localizada no centro urbano de Urubici, são em torno de 29 km de
trajeto até o destino final do Mirante do Morro da Igreja, portanto 58 km para o percurso de
ida e volta.
8.9.2. OPERAÇÃO
Em relação a operação, o concessionário deverá:
• Implantar e operar serviço de transporte de visitantes em veículos especialmente
preparados para a atividade tipo “van”, com capacidade entre 10 e 18 passageiros;
• Disponibilizar veículos para transporte de pessoas com dificuldade de locomoção e
cadeirantes.
• Garantir que todos os veículos sejam acessíveis;
• Analisar normativas referentes a acessibilidade em veículos automotores e similares.
• Certificar-se de que os veículos a serem utilizados tenham adoção da melhor
tecnologia disponível no mercado, que exerçam menos impactos sobre a pista e as
adjacências, com mínimo impacto em termos de tração, e aderência ao solo, ruído,
emissão de gases, erosão, etc.;
• Instalar nos veículos da frota sistema de som e/ou vídeo para a apresentação de
programas institucionais previamente aprovados pelo ICMBio;
O concessionário poderá:
• Avaliar a operacionalização do serviço, por meio da organização local das empresas
que já operam de transporte turístico local.
Os veículos realizarão o transporte de passageiros no trecho CV-Mirante Pedra Furada - CV,
com horário regulares de saída e retorno.
O Serviço de Transporte Único deverá funcionar sete (07) dias da semana, durante o horário
de abertura para visitação do PNSJ, cabendo ao concessionário controlar o fluxo de visitantes
para os dias de semana, feriados, sábados e domingos, de forma a atender o número de
visitantes da melhor forma possível.
A periodicidade de saída dos veículos deverá ser submetida à aprovação do PNSJ, de acordo
com a demanda maior ou menor de visitantes ao longo do ano e capacidade do Parque.
A respeito da frequência do serviço, o concessionário deverá:
• Firmar parcerias com profissionais autônomos para atendimento e realização do
serviço em períodos de pico;
• Realizar a sublocação de frota vacante, nos períodos de média e baixa temporada;
• Garantir o período máximo de espera para o passageiro de aproximadamente 20
(vinte) minutos;
• Monitorar e analisar o tempo de deslocamento para gerenciamento e melhoria do
desempenho desta operação;
• Dimensionar a frota de veículos e profissionais para o atendimento das premissas
desse Projeto Básico;
• Disponibilizar um veículo com adaptação especial para o transporte de portadores
de necessidades especiais de locomoção.
Destaca-se que, conforme informações apresentadas pelo Estudo de Viabilidade Econômico-
financeira referencial, o tempo médio de deslocamento entre o centro de Urubici e o Mirante
e retorno, considerando tempo de embarque e desembarque, é de aproximadamente 65,3
minutos.
Quanto às normas gerais, o concessionário deverá:
• Garantir que os veículos utilizados no transporte de visitantes sejam novos e
obedeçam aos padrões das legislações estabelecidos para emissão de poluentes e
ruídos;
• Proporcionar transporte confortável, seguro e limpo:
• Quando em operação, garantir que os veículos apresentem caracterização externa
contando com a Logomarca do ICMBio e do PNSJ em maior destaque frente à
marca da empresa. Portanto, identificar os veículos próprios e buscar alternativas
para identificação dos veículos de parceiros (distinção e marketing).
• Responsabilizar-se pelo o treinamento e capacitação dos motoristas e funcionários;
• Obedecer a todas as normas de segurança previstas para a atividade, incluindo
seguro de vida de passageiros;
292
Parque Nacional de São Joaquim
• Em caso de panes e danos nos veículos, a frota deverá ser reposta no prazo de 24
(vinte e quatro) horas;
• Substituir os veículos quando estes completarem 5 (cinco) anos de uso, contando
desde o início da sua utilização;
• Certificar-se que nenhum visitante permaneça nos atrativos após o horário de
funcionamento;
• Exigir que os motoristas respeitem as sinalizações de transito.
8.10. SEGURANÇA PATRIMONIAL
Em se tratar de segurança patrimonial as medidas devem ser aplicadas de acordo com a
localização.
O concessionário deverá realizar a segurança patrimonial e vigilância (24 horas) das áreas
internas e externas das dependências do Centro de Visitante e Escritório Administrativo do PNSJ.
O concessionário será responsável pela segurança patrimonial e vigilância da Portaria do
Morro da Igreja e realizar as seguintes atividades neste local:
• Controle da entrada e saída de veículos e pessoas pela Portaria do Morro da Igreja;
• Informar aos visitantes que chegarem ao local por conta própria a respeito de
normas PNSJ e instruí-los irem ao CV;
Para esta atividades, o concessionário:
• Deverá utilizar câmeras de segurança a e sistemas de alarme para essa operação no CV;
• Poderá contratar a segurança patrimonial através da terceirização de prestação de
serviços.
8.11. MEDIDAS DE SEGURANÇA
A respeito de medidas de segurança o concessionário deverá:
• Garantir que as infraestruturas internas da unidade sejam mantidas de modo a
evitar incidentes e acidentes;
• Contratar e manter seguro contra acidentes e demais infortúnios, desde o início da
operação comercial até o término do contrato de concessão;
• Realizar o treinamento de funcionários para atendimentos emergenciais (equipe
minimamente necessária para atuar com procedimentos de primeiros socorros);
• Prever kits de Primeiro Socorros que possibilitem atendimentos emergenciais,
localizados no CV e na Portaria do Morro da Igreja;
• Analisar a possibilidade de adicionar ambiente de Posto de Primeiro Socorros
dentro do CV para possibilitar atendimentos emergenciais;
• Prever situações de risco durante as atividades de turismo;
• Fortalecer parceria com hospitais da região para situações emergenciais;
• Manter a área concessionada (CV e Guarita) permanentemente dotada de
aparelhagem adequada à prevenção e extinção de incêndio e sinistro, mantendo
igualmente o seu pessoal instruído quanto ao emprego eficaz dessa aparelhagem;
• Contratar seguro contra os riscos inerentes à edificação (incêndio, explosão,
vendaval, alagamento e correlatos) em relação à área ocupada.
8.12. MEDIDAS AMBIENTAIS
Com relação a medidas ambientais o concessionário deverá:
• Manter monitoramento específico sobre o consumo de energia elétrica e água.
Manter registros específicos e local adequado para armazenamento de produtos
nocivos e poluentes;
• Desenvolver suas atividades procurando evitar o desperdício de energia;
• Selecionar os veículos utilizados para transporte dos visitantes considerando a
minimização dos efeitos nocivos ao meio ambiente;
• Responsabilizar-se por todo o resíduo gerado no PNSJ, oriundo da visitação ou por
atividades administrativas e operacionais;
• Adotar medidas permanentes para redução, separação e coleta seletiva de resíduos,
considerando:
• O acondicionamento e retirada de resíduos sólidos deverá observar a natureza do
resíduo e promover o acondicionamento e destinação adequados;
• O resíduo proveniente do CV e Portaria do Morro da Igreja deverão ser separados
em orgânico, inorgânico e passível de reciclagem e acondicionados em lixeiras
separadas, em local e forma apropriados;
• Para a área serviços de alimentação, todo resíduo recolhido deverá ser alocado em
um depósito de lixo localizado fora da cozinha e da área de preparo de alimentos;
utilizar sistema de separação dos resíduos sólidos e óleos para destinação
adequada; promover a coleta e retirada de resíduos orgânicos na frequência
necessária para evitar proliferação de insetos e pragas;
293
Parque Nacional de São Joaquim
• Avaliar a necessidade e possibilidade de alocação de lixeiras na proximidade do
Mirante da Pedra Furada, conforme indicações do ICMBio;
• Instalar lixeiras de coleta seletiva no CV voltados ao público;
• Todas as lixeiras instaladas deverão ser diariamente esvaziadas e limpas;
• Deverão ser adotadas medidas permanentes para redução, separação e coleta
seletiva de resíduos;
8.13. IDENTIDADE VISUAL
O concessionário deverá:
• Adotar para toda e qualquer identificação visual relacionada à operação desta
concessão a logomarca do PNSJ e do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBio.
• Assegurar-se de que toda e qualquer veiculação da imagem na mídia impressa ou
televisiva deverá fazer referência ao PNSJ e ao ICMBio.
• Disponibilizar para os funcionários uniforme com a logomarca do PNSJ/ICMBio,
respeitando os seguintes critérios:
• Os uniformes devem ser diferentes dos utilizados pela equipe do ICMBio.
• Os padrões dos uniformes deverão ser submetidos para análise do ICMBio e
poderão ser utilizados somente após aprovação deste órgão.
Não será permitida a exposição pelo concessionário ou fixação de anúncios comerciais ou
campanhas na área do parque sem prévia autorização do ICMBio.
8.14. ATIVIDADES DE APOIO E PROTEÇÃO AO TURISMO
O PNSJ, no contexto do projeto piloto PAPP e sob a perspectiva do Uso Público, pode ser
compreendido como um atrativo turístico âncora para a região e como elemento indutor
da dinâmica integradora entre os diferentes atores da cadeia produtiva do turismo local e
regional. Nesta perspectiva, o concessionário é incentivado a desenvolver atividades de apoio
e proteção ao turismo no PNSJ que poderão ser utilizadas como instrumentos facilitadores
da transformação da dinâmica turística desta UC e seu respectivo entorno. Esta atividades
buscam contribuir para continuidade do envolvimento e melhor desenvolvimento da
cadeia produtiva do turismo no entorno do PNSJ, bem como a utilização sustentável de seus
recursos para fins recreativos e educativos.
8.14.1. FORTALECIMENTO DOS MECANISMOS DE GESTÃO DO PNSJ
O modelo de desenvolvimento turístico para o PNSJ deve-se pautar pela busca do crescente
protagonismo da sociedade civil localizada em seu entorno, tanto no desenvolvimento
das atividades propostas, quanto na tomada compartilhada de decisões de gestão. Neste
sentido recomenda-se que que o concessionário apoie o desenvolvimento de mecanismos
que contribuam para o fortalecimento do Conselho Consultivo do PNSJ, criado pela Portaria
nº 46 de 30/06/2011 e suas modificações (Portaria 114, de 27/10/2014) e cuja finalidade é
a de contribuir com ações voltadas ao efetivo cumprimento dos objetivos de criação e a
correta implementação do Plano de Manejo do PNSJ. Promovendo, assim, uma instância
que dá voz ao território organizado e que efetivamente colabore para o estabelecimento de
prioridades e estratégias de desenvolvimento do PNSJ.
Dessa forma, recomenda-se o desenvolvimento de ações que envolvam a capacitação dos
agentes públicos e privados que compõem o Conselho, em temas que sejam relevantes para
o aprimoramento da gestão e atuação da instância. Além da elaboração de um planejamento
estratégico que oriente a atuação da instância considerada no contexto do projeto piloto
PAPP e cogestão da UC. É fundamental, também, a sensibilização e mobilização dos demais
atores do turismo local (empresários, setor público, sociedade civil relacionada ao tema,
entre outros), por meio de palestras, campanhas e ações de sensibilização e mobilização
destinada a esclarecer o papel exercido pelas novas atividades e serviços prestados pelo
concessionário e existentes turismo local e regional, bem como as oportunidades oferecidas
ao entorno imediato do PNSJ.
8.14.2. FORTALECIMENTO DAS REDES COLABORATIVAS DE TURISMO
Com objetivo de potencializar o desenvolvimento turístico integrado com foco na
sustentabilidade, o Ministério do Turismo vem atuando desde 2003 em parceria com os
estados e municípios por meio de diversos programas de desenvolvimento do turismo, e
trabalhando na implementação do Programa de Regionalização do Turismo - Roteiros do
Brasil, que é o principal eixo de política pública do turismo nacional. Por meio desta, os
municípios são incentivados a um trabalho conjunto de estruturação e promoção, em que
cada peculiaridade local busca ser contemplada, valorizada e integrada em um mercado
mais abrangente. Neste contexto, o PNSJ está inserido em duas Regiões Turísticas, a saber: a
Região Turística da Serra Catarinense e a Região Turística Encantos do Sul.
Recomenda-se que o concessionário contribua com o fortalecimento desta política de
gestão turística descentralizada ao buscar estabelecer diálogo com esta rede de cooperação
já instalada no território. De forma a somar o processo já em curso, fortalecendo-o e,
294
Parque Nacional de São Joaquim
ao mesmo tempo, se beneficiando do mesmo. Uma vez que as demandas do setor
turístico regional estabelecem sinergia nesta rede, em diversos temas como: promoção
e posicionamento turístico regional; qualificação profissional, dos serviços e da produção
associada; melhoria da infraestrutura turística; fomento ao empreendedorismo, captação e
promoção de investimento; melhoria da informação ao turista; ações de promoção e apoio
à comercialização.
Assim, ao buscar integrar esse ambiente, o concessionário colaborará para o fortalecimento
do processo e construirá benefícios à ele e ao desenvolvimento turístico territorial integrado.
Dinâmica semelhante pode ser estabelecida, também, com outras Regiões Turísticas fora do
estado, como a Região de Aparados da Serra, pela influência e similaridades que podem ser
potencializadas, por exemplo, em formato de roteiros turísticos integrados.
8.14.3. DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES DE ACESSO À MERCADO
O desenvolvimento de estratégias de comercialização e promoção do turismo no PNSJ,
alinhadas aos objetivos da UC e como atividade de apoio ao uso público, é fundamental
para o sucesso de implementação da concessão e desenvolvimento do turismo no PNSJ.
Neste sentido, recomenda-se que o concessionário apoio o PNSJ no desenvolvimento de
um posicionamento adequado no mercado, por meio de uma comunicação efetiva com o
seu público-alvo, empresários e poder público, bem como adote ações comerciais sinérgicas
que alavanquem a atividade turística no interior desta UC, de acordo com o que preconiza as
normas vigentes, e se integre à dinâmica econômica da região.
As ações de mercado, sejam elas em âmbito regional, nacional e internacional, devem se
orientar por práticas inovadoras, fazendo uso da inteligência de mercado e com foco em
segmentos específicos com maior potencial de convergência para as atividades e serviços
realizados no PNSJ. São exemplo de ações de mercado que podem ser estabelecidas pelo
concessionário:
• Marketing Digital: desenvolvimento de ações de comunicação por meio
da Internet, da telefonia celular e outros meios digitais para divulgação e
comercialização de produtos e serviços, comunicação com o trade turístico e
comunidade, conquista de novos visitantes e melhoria da rede de relacionamentos.
Buscar fazer o melhor uso das possibilidades do meio digital e das tecnologias a
favor da comunicação do PNSJ;
• Marketing de Conteúdo e Mídias Sociais: desenvolvimento de ações que busquem
engajar-se com o público-alvo e comunicar os atributos e diferenciais do PNSJ por
meio da criação de conteúdos relevantes e estimulantes, atraindo, envolvendo e
gerando valor para as pessoas de modo a criar uma percepção positiva do destino
e da região. Já a gestão das mídias sociais constitui canais de relacionamento na
internet, os quais possuem diferentes possibilidades de interação e participação
entre os usuários, a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de
informação nos mais diversos formatos, com a capacidade de gerar mídia
espontânea, criar ou compartilhar conteúdo, com baixo custo de produção e
distribuição e alto impacto social;
• Realização de famtrips, que consistem em levar blogueiros e jornalistas de viagens
até o PNSJ para que conheçam a oferta de atividades e possam comunicá-la ao
mercado; realização de campanha takeover com convidados de alto impacto, estas
campanha consistem em convidar influenciadores (personalidades, especialistas
em determinados temas, viajantes conhecidos, como por exemplo: montanhistas,
praticante de trekking, profissionais de gastronomia, esportistas, blogueiros de
viagem, entre outros) para assumirem por um dia a administração das contas da
redes sociais, postando conteúdos relacionados a suas experiências e visões sobre o
destino, a partir de briefings prévios. É um tipo de ação com excelentes resultados
de engajamento e produção de conteúdos criativos;
• Participação em feiras e eventos especializados do setor, em parceria com o destino
turístico Serra Catarinense (geralmente os destinos já realizam o investimento de
participação nas feiras e parcerias podem ser estabelecidas, de forma a gerar um
baixo custo de participação para o PNSJ).
8.14.4. MONITORAMENTO DAS ATIVIDADES DE VISITAÇÃO
O monitoramento das atividades de visitação visa: i) monitorar a qualidade da experiência dos
visitantes e gerar subsídios visando melhora-la e ii) manter o objetivo básico da categoria de
UC Parque Nacional, avaliando a perturbação da visitação na preservação dos ecossistemas
naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica.
As ações a serem desenvolvidas pelo concessionário deverão apoiar a gestão do PNSJ em
atuação conjunta com o ICMBio. Observando o dispostos em documentos e diretrizes
específicos deste órgão e no que orienta as normas vigentes desta UC. Formas inovadoras
que preconizem o uso da tecnologia podem ser desenvolvidas, sobretudo para avaliação da
satisfação da visita e monitoramento espacial dos fluxos de visitação.
O concessório deverá:
295
Parque Nacional de São Joaquim
• Monitorar o fluxo de visitantes no Morro da Igreja e nas trilhas Trilha da Pedra
Furada e Trilha do Rio do Bispo, através do sistema a ser implementado pelo serviço
de cobrança de ingressos de acesso (bilhetagem);
• Monitorar e registrar as expectativas e impressões dos visitantes, incluindo meios
para colher opiniões, reclamações e sugestões, através das seguintes atividades:
• Disponibilizar urna e livro para registro de queixas e reclamações de sugestões no
CV, mantendo-os em local visível no CV;
• Disponibilizar permanentemente um questionário de avaliação da satisfação do
usuário;
• Adicionar campo de sugestões no website;
• Após instaurada, divulgar a existência da ouvidoria e formas de contato;
• Após instaurada, enviar todas as informações coletadas referentes ao
monitoramento das atividades de visitação ao ICMBio, através de relatórios anuais.
8.14.5. OUVIDORIA
A criação de uma ouvidoria visa, de um lado, atender à necessidade da administração
dos PNs possuírem um canal para os visitantes manifestarem reclamações, denúncias e
sugestões sobre os serviços que lhe foram oferecidos, reparando, eventualmente, os danos
que sofrerem por parte dos operadores de turismo; de outro, à conveniência de se constituir
uma instância de controle, de aprimoramento e de aproximação dos serviços às expectativas
dos visitantes.
Para que essas necessidades sejam atendidas é, em geral, suficiente o atendimento de duas
condições: a) independência do ouvidor em relação aos administradores e aos prestadores
de serviço, o que se obtém com a atribuição de mandato certo; b) autonomia financeira
da ouvidoria, o que se consubstancia com a fixação de verba anual, por uma instância
deliberativa colegiada.
Para o atendimento dessas condições, e para reduzir custos, que a ouvidoria se constitua
como uma unidade do Conselho Gestor do PNSJ, podendo ser Ouvidor um dos membros
do próprio Conselho.
O concessionário deverá promover a instauração de uma ouvidoria e fornecer todos os
mecanismos necessários para sua implementação e continuidade.
8.15. RECURSOS HUMANOS
O concessionário deverá:
• Responsabilizar-se por todas as despesas relacionadas aos seus funcionários, tais
como: salários; encargos previdenciários e de classe; seguros de acidentes; taxas;
impostos e contribuições; indenizações; vale refeição; vale transporte e outras
exigidas pela legislação;
• Realizar a contratação ou parceria suplementar para serviços e atividades adicionais,
que beneficiem ambas as partes;
• Priorizar a contratação de residentes da região;
• Responsabilizar-se por demais encargos sociais, fiscais e comerciais resultantes da
execução do contrato;
• Garantir que o CV tenha permanentemente, no mínimo, um funcionário fluente em
inglês e espanhol;
• Realizar treinamento aos funcionários sobre e atendimento aos visitantes,
prontidão, cortesia e conduta consciente em ambientes naturais;
• Disponibilizar uniforme e identificação a todos os funcionários do
empreendimento, conforme critérios definidos pelas obrigações de identidade
visual.
8.16. PROJETOS E OBRAS
Apresentam-se as construções e reformas previstas para a concessão e as especificações de
projetos e procedimentos obras.
8.16.1. CONSTRUÇÕES E REFORMAS
O concessionário deverá realizar a execução das seguintes obras:
• Realizar reforma de ampliação na Sede Administrativa do PNSJ para implantação do
Centro de Visitantes e construí novo escritório administrativo para o PNSJ.
• A composição final da edificação após reforma terá área total aproximada de 300m²;
• O novo Escritório Administrativo do PNSJ deverá ter área mínima de 80 m²;
• O escritório será reposicionado para a parte posterior do terreno, possibilitando o
uso comercial da região frontal da edificação, para o Centro de Visitantes;
O concessionário poderá, mediante aprovação do município, ICMBio e demais instituições:
• Construir ponto de embarque e desembarque na proximidade do CV;
296
Parque Nacional de São Joaquim
• Construir ponto de embarque e desembarque, na proximidade do Mirante da Pedra
Furada. O local deverá possibilitar o abrigo e conforto de pelo menos 18 pessoas.
• Recomenda-se área aproximada de 25 m² para esse fim.
• Contar com cobertura e bancos que possibilitem comodidade dos visitantes na
espera pelo transporte;
• Realizar modificações nas calçadas de domínio do lote do CV;
• Respeitar recomendações da NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos.
• Implantar painel de interação com o visitante, na Estrada do Morro da Igreja.
• Poderá contar com frases de interatividade como: “Bem-vindo ao Mirante do Morro
da igreja”; “Unidade de Conservação”; “Cole aqui seu adesivo” (aos motociclistas);
e outros.
8.16.2. PLANEJAMENTO, GERENCIAMENTO E EXECUÇÃO DE OBRAS
O planejamento, controle e gerenciamento de todas as etapas de uma obra (concepção;
planejamento; projeto; compatibilização; gerenciamento; escolha de profissionais, técnicas
e materiais; execução; entrega; manutenção e assistência técnica) estão absolutamente
relacionadas com o desempenho da concessão e obtenção dos objetivos. Portanto, tendo
em vista a importância desses, procedimentos o concessionário deverá:
• Realizar o planejamento de todas as obras e serviços a serem realizados para a
implantação do objeto;
• Realizar os projetos necessários para a implantação do objeto;
• Gerenciar a execução de todas as atividades necessárias para a execução dos
projetos.
Os itens seguintes delineiam estas ações.
8.16.2.1. Planejamento
O planejamento consiste em estudos preliminares que devem ser realizados pelo
concessionário anteriormente a fase de execução do empreendimento. Esses estudos devem
abranger informações que nortearão a implantação do Centro de Visitantes e atividades
associadas.
O concessionário deverá:
• Realizar visita técnica nos seguintes locais:
• Sede Administrativa do PNSJ;
• Portaria do Morro da Igreja;
• Mirante Natural da Pedra Furada;
• Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas;
• Analisar as patologias construtivas existentes na edificação da Sede Administrativa;
• Analisar os projetos da Sede Administrativa do PNSJ, se existentes;
• Analisar características do zoneamento, uso e ocupação do solo do terreno da Sede
Administrativa do PNSJ;
• Planejar reforma e ampliação da Sede Administrativa para implantação do Centro
de Visitantes;
• Analisar quais serão os projetos necessários para a realização da reforma;
• Planejar o reaproveitamento e realocação dos materiais que serão retirados da área
do empreendimento;
• Considerar o uso de tecnologias eficazes e ambientalmente responsáveis, incluindo:
consumo de energia (iluminação, equipamentos, combustível dos veículos,
lavanderia e cozinha); conservação e reciclagem da água, usando redutores de
fluxo; gestão de resíduos e reciclagem;
• Planejar o uso da arquitetura e do design com o objetivo de influenciar e incentivar
positivamente a atratividade do PNSJ.
• Solicitar ao município a reserva de vagas na via, na frente do CV, para veículos
oficiais da operação;
• Solicitar permissão de uso da calçada para implantação de ponto de embarque e
desembarque.
8.16.2.2. Projetos
Tendo concluído de planejamento inicial, ainda será necessária a realização de projetos e
estudos complementares.
O concessionário e equipe técnica de apoio deverá utilizar os dados da fase anterior para a
realização dos projetos e estudos complementares, que compreendam:
• Projeto estrutural;
• Projeto hidráulico;
• Água quente;
297
Parque Nacional de São Joaquim
• Água fria;
• Projeto de coleta e tratamento de esgoto;
• Projeto de instalações elétricas;
• Projeto de iluminação ou luminotécnica;
• Projeto fotovoltaico;
• Projeto de lógica;
• Projeto de impermeabilização;
• Projeto de sinalização;
• Projeto de acessibilidade;
• Projeto de instalações de incêndio;
• Laudo de patologias com projeto de recuperação dos defeitos encontrados na
Sede Administrativa do PNSJ;
• Compatibilização dos projetos;
• Planejamento das técnicas construtivas, mão de obra e materiais;
• Orçamento;
• Cronograma;
• Projeto de uso e manutenção das edificações.
Todos os projetos deverão passar pela avaliação e aprovação do ICMBio, anteriormente a fase
de execução.
Os projetos deverão respeitar as diretrizes e procedimentos das Normas Técnicas Brasileiras
(NBR).
Deverá ser realizada a compatibilização dos projetos para a identificação e minimização das
interferências entre os projetos na fase de execução. Dessa forma o período de execução dos
planejamentos e projetos poderá ser alongado na medida que o mesmo contribua com a
fase de execução.
O planejamento dos materiais a serem utilizados nas construções e edificações do
empreendimento devem prezar pela durabilidade (elevada vida útil), proteção contra agentes
agressivos as estruturas (infiltrações, umidade e etc.), evitar a manifestação de agentes
agressivos a saúde (bolor, mofo e etc.) e garantir a estética. Por esses motivos a escolha dos
materiais e técnicas construtivas devem ser planejadas previamente a fase de execução do
empreendimento, sempre respeitando as normativas técnicas brasileiras. Sendo assim, todos
os materiais previstos em projeto deverão ser normatizados.
As edificações deverão medidas que visem a sustentabilidade durante todas as etapas da
obra, além de suas funcionalidades, como sistema de tratamento de resíduos e eficiência
energética, entre outros.
O Centro de Visitantes que deverá ser implementado na área urbana de Urubici, deverá
ter design harmônico com o contexto do local. Deve-se levar em consideração o conceito
arquitetônico recomendado pelo ICMBio.
O planejamento dos espaços para comercialização e consumo de alimentos, como cafés,
restaurantes e lanchonetes, devem utilizar elementos característicos regionais para a
decoração do seu interior.
8.16.2.3. Gerenciamento de Execução dos Projetos
Durante o período de obras o concessionário deverá:
• Certificar-se de que a execução do objeto seja realizada conforme projetos
aprovados;
• Certificar-se de que alterações sejam previamente autorizadas pelo órgão
licenciador e fiscalizador;
• Garantir que a obra possua profissional habilitado para gerenciamento e execução
de todas as atividades;
• Respeitar os requisitos de segurança das Normas Regulamentadoras;
• Controlar o andamento da obra, avanços e atrasos e certificar-se de que tenha o
menor tempo hábil de execução possível;
• Analisar junto ao ICMBio os casos de acidentes, atrasos e conflitos;
• Realizar o gerenciamento das atividades.com cronograma que deve ser alimentado
e atualizado conforme o andamento da obra;
• Realizar diário de obra;
• Atualizar o cronograma semanalmente;
• O concessionário deverá apresentar relatórios bimensais do andamento da obra
juntamente com seu cronograma;
• No caso de atrasos críticos o concessionário deverá informar o ICMBio;
• Realizar o projeto “as built” (como construído) da nova edificação.
298
Parque Nacional de São Joaquim
8.17. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO OBJETO
Apresenta-se o cronograma de execução do objeto:
• O planejamento inicial deve ser entregue e aprovado em até 3 (três) meses após a
assinatura do contrato;
• Apresentar projetos de adequação, reforma, e operação do Centro de Visitantesem
até 6 (seis) meses após assinatura do contrato;
• Os projetos e estudos das áreas de embarque e desembarque devem ser entregues
em até 6 (seis) meses após a assinatura do contrato;
• O sistema de Transporte Único deverá ser implantado e inaugurado juntamente
com o Centro de Visitantes, no prazo máximo de 6 (seis) meses após a entrega da
obra do Centro de Visitantes;
• O concessionário deverá apresentar projeto para implantação do transporte interno
em até 6 (seis)meses após assinatura do contrato;
• O prazo para a implantação do Centro de Visitantes será de no máximo 1 (hum) ano
após aprovação dos projetos pelo ICMBio;
• A operação de todos os serviços presentes nesse Projeto Básico devem estar em
funcionamento no momento de início das operações do Centro de Visitantes.
8.18. CONTRAPARTIDAS
O concessionário deverá realizar as seguintes contrapartidas:
• Realizar a manutenção, limpeza e vigilância do Mirante da Pedra Furada, localizado
no Morro da Igreja;
• Realizar a demarcação, sinalização e manutenção de trilhas terrestres no Morro da
igreja (Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas);
• Realizar manutenção da Estrada do Morro da Igreja para o trecho no interior do
PNSJ, localizado entre o km 7 e o Mirante da Pedra Furada, através das seguintes
atividades;
• Roçada;
• Poda de vegetação; e
• Limpeza de valeta e bueiros.
• Gerar de conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do ICMBio.
• Realizar a manutenção e limpeza da área administrativa no PNSJ, adjacente ao CV.
8.19. RECEITAS ADICIONAIS
O concessionário está autorizado a explorar demais atividade e receitas relacionadas à área
concedida e ao objeto do contrato, observadas as normas e regulação aplicáveis, o quadro de
serviços e, em especial, as normas que regulamentam as atividades de uso público no PNSJ.
A exploração das receitas se dará mediante prévia aprovação do ICMBio, devendo, dentre
outros requisitos, verificar a comprovação de compatibilidade dos preços a serem praticados
pelo concessionário com os preços praticados no mercado.
No exercício das atividades de que trata este item, o concessionário deverá se responsabilizar
por toda e qualquer infração legal ou ofensas à regulamentação aplicável, perante todos os
órgãos competentes.
Nenhum contrato celebrado entre o concessionário e terceiros, no âmbito deste item e
quando envolver Bens Reversíveis poderá ultrapassar o prazo desta concessão, salvo por
determinação ou autorização expressa do ICMBio, devendo o concessionário adotar todas
as medidas pertinentes para a entrega das áreas objeto de explorações, quando assim
determinado pelo presente Contrato, livres e desobstruídas de quaisquer bens e direitos,
inclusive sem nenhum valor residual, tributo, encargo, obrigação, gravame e sem quaisquer
ônus ao poder concedente ou cobrança de qualquer valor pelo concessionário.
Toda e qualquer atividade que o concessionário deseje explorar deverá ser previamente
solicitada ao ICMBio, indicando, no mínimo:
• A fonte e os valores estimados de receita por ano;
• A natureza da atividade a ser explorada;
• A ausência de qualquer conflito e/ou impacto negativo na concessão de uso com a
exploração da receita;
• Prova da viabilidade de execução da atividade, especialmente quanto aos aspectos
técnicos e jurídicos, e demonstração de seu impacto na concorrência com serviços
e atividades locais já prestados por terceiros;
• Os preços a serem praticados e os parâmetros de reajustes periódicos;
• O compromisso de que os preços praticados com os usuários das atividades serão
compatíveis com o mercado local para aquelas atividades;
• O compromisso de que eventuais revisões ou reajustes extraordinários nos preços
praticados na exploração das atividades serão comunicados e devidamente
justificados ao ICMBio.
299
Parque Nacional de São Joaquim
Uma vez aprovada pelo ICMBio a exploração de fontes de Receitas Adicionais, o concessionário
deverá manter contabilidade específica de cada contrato neste sentido, com detalhamento
de receitas, custos e resultados líquidos.
A aprovação ocorrerá mediante o cumprimento concomitante dos seguintes requisitos:
• A atividade em questão não afetar o desenvolvimento das atividades obrigatórias a
cargo do concessionário;
• Estar em consonância com as normas que regem o PNSJ;
• Não trazer riscos ao funcionamento do PNSJ e aos seus visitantes;
• Atender a critérios jurídicos podendo ensejar reequilíbrio do contrato entre as
partes.
8.20. INFORMAÇÕES RELATIVAS AO CONTRATO DE CONCESSÃO
Este Projeto Básico faz, abaixo, apenas uma referência pontual a alguns aspectos do contrato
que terão maior impacto sobre os aspectos técnicos relativos à concessão. Aconselha-se às
proponentes, para que tenham uma compreensão mais adequada desse impacto, a leitura
atenta e cuidadosa do contrato – que é, a exemplo deste Projeto Básico, também parte
integrante do edital – para avaliar o conjunto das repercussões econômico-financeiras das
obrigações a que se sujeita a concessionária.
8.20.1. OBRIGAÇÕES DA CONCESSIONÁRIA
Sem prejuízo das demais obrigações estabelecidas no edital, no contrato e nos seus anexos,
a concessionária, durante a execução do contrato, deve:
• Cumprir e fazer cumprir integralmente o contrato, em conformidade com as
disposições legais e regulamentares, especialmente a legislação ambiental, o Plano
de Manejo do PNSJ, o Plano de Uso Público do PNSJ, as determinações do Poder
Público editadas a qualquer tempo e as normas da ABNT;
• Manter, durante a execução do contrato, no que for aplicável, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação;
• Utilizar a área concedida exclusivamente para as atividades previstas ou autorizadas
no contrato, respeitadas as finalidades que fundamentam a concessão;
• Garantir, a qualquer tempo, acesso irrestrito e sem aviso prévio do concedente
ou de terceiros por ele expressamente autorizados à área concedida, aos dados
relativos à administração, à contabilidade e aos recursos técnicos, econômicos
e financeiros da concessionária, assim como às obras, aos equipamentos e às
instalações relacionadas à concessão;
• Manter inventário atualizado de todos os bens vinculados à concessão, contendo
informações sobre o seu estado de conservação, e disponibilizá-lo, a qualquer
tempo, para eventuais consultas e fiscalizações do concedente;
• Designar, no ato de celebração do contrato, um responsável pela sua execução com
poderes de representante ou preposto para tratar com o concedente, indicando o
nome, qualificação, endereço e formas de contato;
• Comunicar, imediatamente e por escrito, os casos de substituição ou eventual
impedimento do representante ou preposto a que se refere o inciso anterior;
• Abster-se de utilizar o nome do concedente para a aquisição de bens, contratação
de serviços e emissão de notas ou cupons fiscais;
• Adotar em toda e qualquer identificação visual relacionada à operação desta
concessão a logomarca do PNSJ e do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBio, nos termos e na forma expressamente autorizados pelo
concedente;
• Aderir a campanhas educativas, informativas, ambientais, entre outras, em
consonância e de acordo com as diretrizes do concedente.
• A concessionária não poderá subconceder parcial ou totalmente o objeto da
concessão.
• A concessionária poderá realizar subcontratações na forma prevista em contrato.
8.20.2. OBRIGAÇÕES DO CONCEDENTE
Sem prejuízo de outras disposições prevista no contrato e na legislação aplicável, são deveres
do concedente:
• Supervisionar e fiscalizar a execução dos serviços e atividades, podendo sustar,
recusar, mandar fazer ou desfazer aquilo que não esteja de acordo com o estipulado
no contrato;
• Analisar os projetos, planos e programas relativos à área concessionada, bem como
exigir as modificações que se revelarem necessárias para o atendimento deste
Projeto Básico;
• Executar, a seu critério, inspeções ou auditorias para verificar as condições das
instalações, dos equipamentos, da segurança e da prestação de serviços na área
concessionada;
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Parque Nacional de São Joaquim
• Emitir Termo de Vistoria antes do início da operação dos serviços e ao término da
concessão;
• Comunicar à concessionária qualquer ocorrência relevante relacionada com a
concessão, especialmente acontecimentos e situações que ensejem a necessidade
de interromper ou alterar o funcionamento das atividades previstas no contrato;
• Informar, imediatamente, quando citada ou intimada de qualquer ação judicial
ou procedimento administrativo que possa resultar em responsabilidade da
concessionária, bem como envidar os melhores esforços na defesa dos interesses
comuns, praticando todos os atos processuais cabíveis;
• Comunicar à instituição financeira ou seguradora responsável pela prestação da
garantia, a instauração de processo de intervenção, encampação ou caducidade;
• Disponibilizar a área concedida no PNSJ, descrita neste Projeto Básico, à
concessionária, no estado em que se encontra;
• Instituir a Comissão de Fiscalização do Contrato;
• Indicar à concessionária o gestor do contrato e os demais membros da Comissão à
que se refere o inciso anterior;
• Modificar, unilateralmente, o contrato para adequá-lo às finalidades do interesse
público, respeitados os direitos da CONCESSIONÁRIA e o equilíbrio contratual;
• Receber e analisar os relatórios, projetos e documentos encaminhados pela
concessionária;
• Aplicar as penalidades legais, regulamentares e contratuais;
• Estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do meio-ambiente
e conservação;
• Exigir o imediato afastamento ou substituição de qualquer empregado ou
contratado da concessionária que crie embaraços para a execução do contrato;
• Facilitar a atuação das autoridades fazendárias, sanitárias ou trabalhistas que
queiram fiscalizar as instalações e os serviços da concessionária;
• Homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma da lei, das normas
pertinentes e do contrato;
• Valer-se de qualquer instrumento processual de intervenção de terceiros necessária
à defesa das finalidades do contrato, do meio ambiente e do interesse público;
• Zelar pela boa qualidade do serviço, recebendo, apurando e solucionando
queixas e reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até trinta dias, das
providências tomadas;
• Emitir ordem de serviço para início das operações objeto da concessão.
8.20.3. GARANTIA DE EXECUÇÃO CONTRATUAL
A concessionária prestará, no prazo de 10 (dez) dias da assinatura do contrato, garantia no
valor correspondente a 5 % (cinco por cento) do valor total do contrato, conforme o disposto
no contrato e no art. 56, § 2º, da Lei nº 8.666/1993.
8.20.4. SEGUROS
A concessionária deve contratar e manter em vigor, durante todo o prazo da concessão,
apólices de seguro com vigência mínima de 12 (doze) meses, na forma prevista neste Projeto
Básico, no edital, no contrato e seus anexos.
8.20.5. RESPONSABILIDADE DA CONCESSIONÁRIA
A concessionária é responsável pelos danos causados ao concedente ou a terceiros por ações
e omissões de seus empregados, prepostos, representantes, subcontratados, hóspedes e
visitantes, observado o disposto na legislação aplicável no contrato e seus anexos. A alocação
de riscos inerentes ao contrato, tanto em relação à concessionária quanto em relação ao
concedente, está prevista no anexo do contrato relativo à Matriz de Risco.
8.20.6. FISCALIZAÇÃO
A fiscalização e o monitoramento da concessão serão efetuados pelo concedente que, na
forma prevista em contrato, terá livre e irrestrito acesso à área, instalações, equipamentos e
documentos relacionados direta ou indiretamente à concessão.
8.20.7. PENALIDADES RELATIVAS AO CONTRATO
Sem prejuízo das sanções civis, administrativas e penais previstas na legislação específica, a
violação, pela concessionária, de qualquer estipulação do contrato e das normas jurídicas a
ele aplicáveis pode ensejar a aplicação das seguintes penalidades:
• Advertência;
• Multa;
• Suspensão do direito de participar de licitações e contratar com o concedente; e
• Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública.
301
Parque Nacional de São Joaquim
8.20.8. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
Sempre que atendidas as condições do contrato e respeitada a alocação de riscos nele
estabelecida, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro. O equilíbrio
econômico-financeiro do contrato será preservado por meio de mecanismos de reajuste e
revisão, cabendo ao concedente escolher, dentre as medidas abaixo elencadas, individual ou
conjuntamente, a forma pela qual será implementada a recomposição:
• Alteração do valor da outorga;
• Alteração do prazo do contrato;
• Alteração das obrigações contratuais da concessionária;
• Outra forma definida de comum acordo entre o concedente e a concessionária.
Os parâmetros e valores da concessão poderão ser revistos e reajustados a cada 12 (doze)
meses, de ofício ou mediante solicitação da concessionária, tal como previsto em contrato.
8.20.9. INTERVENÇÃO
Na forma prevista em contrato, o concedente poderá, sem prejuízo das penalidades cabíveis
e das responsabilidades incidentes, intervir na concessão para assegurar a adequação dos
serviços, bem como o cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pela
concessionária.
8.20.10. EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
Na forma prevista em contrato, a concessão se extingue nas seguintes hipóteses:
• Término do prazo do contrato;
• Encampação;
• Caducidade;
• Rescisão;
• Anulação;
• Falência ou extinção da concessionária.
8.20.11. PROVIDÊNCIAS AO FINAL DO CONTRATO
Ao final da vigência do contrato, e na forma prevista nesse instrumento, a concessionária
deverá restituir ao concedente as áreas e espaços concedidos, em perfeitas condições,
apresentando o inventário dos bens vinculados à concessão e seu estado de conservação,
acompanhado de laudo técnico emitido por profissional competente.
9. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA REFERENCIAL
As informações apresentadas neste item são referenciais e não condicionam a concessão do
especificada neste Projeto Básico. O cenário de análise elaborado para o Estudo de Viabilidade
Econômico-Financeira Referencial – EFEV apresentado neste documento foi elaborado no
âmbito dos estudos para a modelagem de Parcerias Ambientais Público-privadas para PNSJ.
O cenário de analisado refere-se a concessão de uso para o controle de acesso ao Mirante
Natural da Pedra Furada e Morro da Igreja, no PNSJ, incluindo os serviços:
• Recepção de visitantes;
• Venda de ingressos;
• Serviços de alimentação;
• Loja de souvenirs e conveniências;
• Aplicativo Mobile;
• Transporte Único – Morro da Igreja.
O cenário analisado compreende a concessão do espaço da sede administrativa do PNSJ,
localizada em Urubici, uma portaria de controle de acesso ao Morro da Igreja e a possibilidade
de realizar o transporte.
9.1. PREMISSAS DO MODELO ECONÔMICO-FINANCEIRO
A avaliação da viabilidade econômico-financeira de uma atividade econômica é
fundamentada em parâmetros e projeções determinados por premissas. Os parâmetros
são compostos por normas tributárias, alíquotas financeiras, comportamento da conjuntura
econômica e dos consumidores, custos e preços e limitações operacionais. As premissas
utilizadas para a análise de viabilidade econômico-financeira foram determinadas a partir de
embasamentos legal e metodológico adequado para esta modalidade de análise, conforme
estabelecido pelos procedimentos adotados pela presente avaliação. Utilizou-se fontes
oficias para obtenção dos valores de referência e alíquotas tributárias e preços referenciais.
Apresenta-se, portanto, as premissas a empregadas na análise de viabilidade econômico-
financeira dos cenários de análise para as Parcerias Público-Privadas no PNSJ.
9.1.1. ESTIMATIVA DA DEMANDA
A projeção de demanda de visitantes é parte fundamental para a análise de viabilidade.
Realiza-se neste item a previsão do fluxo de acessos ao PNSJ para o período da modelagem
econômico-financeira. Para tanto, define-se visitante como sendo a pessoa que ingressa à
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Parque Nacional de São Joaquim
UC com o objetivo de realizar as atividades de uso público permitidas no Plano de Manejo,
indiferente de condição (pagante ou isento). Adicionalmente, considera-se que ao sair e
retornar ao local a pessoa é novamente contabilizada como visitante. Utiliza-se o modelo
de projeção de demanda proposto por Rabahy (2003), adaptado para a realidade do PNSJ e
dados disponíveis. A projeção é inicialmente realizada para a visitação ao Morro da Igreja. As
especificidades da estimativa são apresentadas no presente item. O fluxo de visitantes no PNS
(Morro da Igreja) apresentou variações ao longo dos anos de 2010 a 2017 (Figura abaixo). A
quantidade de visitantes anuais no início da década de 2010 cresceu solidamente, atingindo
seu ápice em 2013 com quase 140 mil visitas no ano. Observa-se no período seguinte uma
redução da visitação decorrente do o fechamento da UC para visitação e dos efeitos sobre
suas alterações dos limites. Conforme aponta a série histórica, no último período registrado,
houve um incremento de aproximadamente 10 % entre 2016 e 2017.
Figura 9.1. Visitantes anuais no PNSJ (Morro da Igreja): 2010 - 2017.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, , ICMBio – 2010-2017.
Uma característica marcante desta visitação é a sazonalidade (Figura abaixo), com alta
concentração nos meses de junho a agosto, em decorrência do inverno e a possibilidade de
ocorrência de neve no Parque junto ao seu principal atrativo, o Morro da Igreja.
Figura 9.2. Distribuição mensal da visitação no PNSJ (Morro da Igreja): 2010 - 2017.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio.
Partindo do número de visitantes registrado, os seguintes procedimentos foram adotados:
• Determinação de uma função matemática a partir de regressão linear simples,
considerando o fluxo de visitante entre 2009 e 2017 para aferição da tendência de
visitação (cenário-base);
• Paralelamente, em avaliação alternativa e buscando conferir os efeitos das
alterações do fluxo ocorridas entre 2013 e 2014, estabelece-se a tendência de
visitação entre o período 2014 e 2017 (cenário otimista);
• Determina-se como o cenário conservador uma variação anual equivalente à 50 %
do delta (ou beta) encontrado para o cenário-base;
• Realiza-se a projeção para 10 anos, equivalente ao período entre 2018 e 2021.
Como não existem informações para a conjuntura brasileira sobre a elasticidade preço da
demanda por visitação em UC, pressupõem-se uma elasticidade negativa fixa de 15 %,
decorrente do aumento dos gastos dos visitantes. O efeito é aplicado ao primeiro ano de
operação das operações planejadas, portanto em 2019.
303
Parque Nacional de São Joaquim
Figura 9.3. Projeção de demanda para o PNSJ (Morro da Igreja): 2019 - 2029.
Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio, 2009-2017.
Avaliando o comportamento da sazonalidade da visitação e as informações levantadas por
Omena (2014), pode-se definir quatro temporadas de visitação:
• Alta temporada: ocorre nos meses de junho, julho e agosto e concentrou em média
41,94 % das visitações (13, 98 % ao mês);
• Média temporada: ocorre nos meses de janeiro, abril, maio e dezembro e
concentrou em média 30,50 % das visitações (7,63 % ao mês);
• Baixa temporada: ocorre nos meses de fevereiro, março, setembro, outubro e
novembro e concentrou em média 27,55 % das visitações (5,51 % ao mês);
• Dias de pico.
Os dias de pico ocorrem em função da previsão de neve e da adjeção de feriados prolongados
e o turismo de inverno. Foram registrados 20 dias de pico em 2013 e 2014. Na série histórica
de dados, excluindo-se dois registros classificados como outliers, verifica-se uma média de
1.824 visitantes por dia e um desvio padrão de 793 unidades. Estabelece-se, assim, um upper
bound de 2.647 visitantes por dia para dias de pico. Adicionalmente, determina-se que os
dias de pico aumentam em função do crescimento da demanda iniciado ao patamar de
8 dias ao ano. Presume-se este comportamento pelo reflexo do aumento da dispersão da
visitação e possíveis intenções maior tempo de permanência na região.
Tabela 9.1. Projeção de visitantes anuais por temporada e média de visitantes por dia
por temporada, entre 2019 e 2028 para o Cenário-base.
VISITANTES / ANO POR TEMPORADA
Temporada 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028
Pico (dias no ano) 8,0 8,4 8,9 9,3 9,8 10,2 10,7 11,1 11,6 12,0
Pico 21.173 22.356 23.538 24.721 25.903 27.086 28.268 29.451 30.633 31.816
Alta (- pico) 21.476 22.675 23.875 25.074 26.273 27.473 28.672 29.872 31.071 32.270
Média 31.018 32.750 34.482 36.214 37.947 39.679 41.411 43.144 44.876 46.608
Baixa 28.020 29.584 31.149 32.714 34.279 35.844 37.409 38.974 40.538 42.103
MÉDIA DE VISITANTES / DIA POR TEMPORADA
Temporada 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028
Pico 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647
Alta (- pico) 447 472 497 522 547 572 597 622 647 672
Média 388 409 431 453 474 496 518 539 561 583
Baixa 187 197 208 218 229 239 249 260 270 281
Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio.
São considerações adicionais sobre a estimativa de demanda por visitação:
• A projeção não considera alterações na economia regional ou nacional;
• Para o modelo construído, não foi adotado o fator de estabilização. No entanto,
variações de estabilização de estabilização da demanda são esperados a partir do
11º ano de projeção.
Para a determinação dos parâmetros para o Transporte Único, utiliza-se como referencial
a proposta de capacidade de carga física estabelecida por Omena (2014), assim como as
informações obtidas pelo mesmo autor no período de 10 de janeiro de 2013 e 31 de julho
de 2014 e apresentada por seu manuscrito “Característica da Visitação no PNSJ – Santa
Catarina” (op. cit.). Os dados apresentados a seguir foram obtidas na literatura técnico-
científica, informações provenientes da Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o
PNSJ e derivações.
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Parque Nacional de São Joaquim
Tabela 9.2. Moda de transporte utilizado pelos visitantes e estimativa de necessidade
área de estacionamento para a visitação no Morro da Igreja.
MODAL DE TRANSPORTE
DISTRIBUIÇÃO VISITANTES POR MODAL
TAMANHO DE VAGA
(m²)
PAX. ESTIMADO
POR MODAL
PAX. VEÍCULO
NECESSIDADE DE VAGAS
NECESSIDADE DE PARKING
(m²)
Veículo pequeno 82,8 % 16,08 381,517706 2,6655 143,132 2301,559
Motocicleta 15,0 % 3,34 69,06110871 1,2 57,551 192,220
Bicicleta 1,0 % 3 4,376788077 1 4,377 13,130
Bus, van e micro-ônibus 1,2 % 87 5,390360053 5 1,078 93,792
Outros 0,1 % 3 0,368571628 1 0,369 1,106
Total 100,0 % – 460,7145344 – 206,506 2601,807
Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de OMENA (2014) e Fecomércio (2017).
Entre 2013 e 2014 (op. cit.), estimou-se que a visitação ao Morro da Igreja divide-se em médio
nos seguintes compartimentes de tempo:
• 29 minutos de permanência para visitação no Morro da Igreja, descontando o
deslocamento entre o Portal (km 7) e o mirante natural do Morro da Igreja;
• 36 minutos para os visitantes que utilizaram o áudio-guia, então disponível;
• 18 minutos para o deslocamento nos dois sentidos (ida e volta), entre o Portal (km
7) e o mirante natural do Morro da Igreja (km 17).
O mesmo estudo identificou que não há indícios que comprovem que o tempo médio de
permanência do visitante no mirante natural do Morro da Igreja diminua significativamente
em dias mais frios.
Levando em consideração o horário atual de funcionamento do PNSJ, o período de visitação
por dia é de 9 horas (08:00 – 17:00). Utilizando o tempo de visitação média como parâmetro
balizador, obtém-se a média de 1,57 turnos de visitação por hora. Ainda, ao prologar para
o horário permitido para visitação, verifica-se que em média se estabelecem 5,7 turnos de
visitação por dia no Morro da Igreja. Por fim, utilizando as informações sobre os picos de
visitação, média, desvio padrão e upper bound, é possível determinar que há uma demanda
atual de 460,71 visitantes por turno em dias de pico.
Determina-se preliminarmente um dimensionamento de carga para o transporte único para
o Morro da Igreja e mirante natural da Pedra Furada, para efeitos da modelagem. Para tanto,
determina-se que a visitação ocorre com maior intensidade na alta temporada (concentrada
em 16 ao ano), e progressivamente se espalha nas temporadas de menor visitação (20 dias
ao ano na média temporada e 30 ao ano da baixa temporada). Complementarmente, os
dias de pico, conforme previamente mencionado, são projetos com o acompanhamento do
crescimento da demanda por visitação. Dessa forma, estima-se a média de visitantes por dia
por temporada, considerando a concentração de visitantes e períodos específicos (finais de
semana, dias especiais e feriados prolongados).
Tabela 9.3. Estimativa projetada da média de visitantes por dia e temporada em dias
de concentração de visitação no Morro da Igreja e mirante natural da Pedra Furada.
TEMPORADA 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029
Pico (8 a 12,5 dias) 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647
Alta (16 dias ao ano) 447 472 497 522 547 572 597 622 647 672 697
Média (20 dias ao ano) 388 409 431 453 474 496 518 539 561 583 604
Baixa (30 dias ao ano) 187 197 208 218 229 239 249 260 270 281 291
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Para o Recanto Santa Bárbara, caso venha a ser implementado, será necessário que o
delegatário realize ações de planejamento e marketing para induzir a demanda. Dessa forma,
faz-se necessário alocar recursos financeiros suficientes para este tipo de ação, inclusive para
que a proposta de serviço atenda ao mercado existente e às suas tendências.
Determina-se que, através da aplicação correta destes recursos, o Recanto Santa Bárbara será
capaz de reter incialmente 10 % dos visitantes do PNSJ. A partir desta parcela de visitações,
a projeção segue em crescimento natural positivo advindo de um aumento da taxa de
retenção em 0,5 % ao ano. Da mesma forma que para o Morro da Igreja, a estimativa de
demanda para o Recanta Santa Bárbara não considera o fator de estabilização em função do
curto período de projeção.
Para o correto dimensionamento das estruturas desta possível operação, sua projeção de
visitantes também levou em consideração as temporadas de visitação.
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Parque Nacional de São Joaquim
Tabela 9.4. Taxa de retenção anual e estimativa de visitações
para o Recanto Santa Bárbara.
Temporada 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029
Taxa (%) retenção/ano 10,0 10,5 11,0 11,6 12,2 12,8 13,4 14,1 14,8 15,5 16,3
Alta 4.265 4.728 5.227 5.764 6.342 6.963 7.631 8.347 9.117 9.942 10.827
Média 3.102 3.439 3.802 4.192 4.612 5.064 5.550 6.071 6.630 7.230 7.874
Baixa 2.802 3.106 3.434 3.787 4.167 4.575 5.013 5.484 5.989 6.532 7.113
Total 10.169 11.273 12.463 13.744 15.121 16.602 18.193 19.902 21.736 23.704 25.814
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
As demandas por serviços e produtos são apresentadas nas premissas financeiras relativas
às receitas.
9.1.2. PREMISSAS OPERACIONAIS
Apresentam-se as principais premissas operacionais para cada o cenário analisado.
9.1.2.1. Centro de Visitantes e Atividades Associadas
Apresentam-se as dimensões estipuladas para implantação de operações na atual sede
administrativa do PNSJ. Destaca-se que as dimensões para o Centro de Visitanteslimitam-se
à edificação já existente.
Quadro 9.1. Programa arquitetônico referencial para o Centro de Visitantes.
COMPOSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES ÁREA (M²)
Reforma Sede - Atual 220
Reforma Sede - Novo Escritório Administrativo PNSJ 80
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Adicionais às edificações, o CAPEX principal é formado por estruturas operacionais, de lazer
e recreação e gestão e comunicação, além da manutenção decorrente da depreciação física
dos investimentos.
Quadro 9.2. Composição do CAPEX principal para o Centro de Visitantes.
COMPOSIÇÃO DO CAPEX PRINCIPAL
Mobiliário
Equipamentos para os serviços de alimentação
Equipamentos para estabelecimento comercial
Equipamentos para escritório
Sistema de geração de energia solar fotovoltaica
Projeto e instalação de exposição interativa permanente
Implantação de trilha
Sinalização e demarcação de trilha
Desenvolvimento de branding para o PNSJ
Website e aplicativo mobile - desenvolvimento
Desenvolvimento de sistema de gestão e controle de visitante
Outras peças de divulgação - Provisão
Manutenção da área construída
Manutenção da área do Mirante
Manutenção de trilhas
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Apresenta-se a seguir o dimensionamento de pessoal e cargos para o Centro de Visitantes.
Adicional ao pessoal dimensionado, estipula-se a contratação através de terceirização de
prestação de serviços a contratação de segurança patrimonial. A segurança patrimonial
levada em consideração ocorre em turnos que completam 24 horas, com 4 vigilantes em
revezamento. Assume-se que o delegatório encarrega-se de:
• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da Igreja;
• Realizar a manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas;
• Gerar de conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do ICMBio.
Adicionalmente, o modelo prevê provisões financeiras e pessoal para que o delegatário
responsável pelo Centro de visitantes e atividades associadas implemente e execute as ações
de apoio e proteção ao turismo, a saber: Fortalecimento dos Mecanismos de Gestão do PNSJ;
Fortalecimento das Redes Colaborativas de Turismo; Desenvolvimento de Ações de Acesso à
Mercado; Monitoramento das Atividades de Visitação; e, Ouvidoria.
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Parque Nacional de São Joaquim
Quadro 9.3. Dimensionamento de pessoal e cargos para o Centro de Visitantes.
DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E CARGOS QUANTIDADE
Administrativo - Gerente geral 1
Administrativo - Analista de comunicação 1
Administrativo - Turismólogo 1
Operacional - Recepção e quiosque de vendas 2
Administrativo - Estagiário 1
Operacional - Servente de limpeza 2
Cafeteria - Cozinha 1
Cafeteria - Auxiliar e Salão 2
Loja souvenir - Atendimento 2
Operacional - Zelador 1
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
9.1.2.2. Transporte Único
O Transporte Único será responsável por levar os visitantes ao mirante natural da Pedra
Furada, tendo como local de partida o Centro de Visitate. São previstos duas edificações de
25 m² em seus pontos de paradas. O modelo prevê recurso para que a edificação contemple
bancos e cobertura. Será necessário buscar alternativa para a construção de sanitários para
os visitantes, em local adequado e determinado pelo ICMBio, em local específico na Estrada
do Morro da Igreja. Neste sentido, considera-se a construção de sanitários masculinos e
femininos, atendendo às especificações para acessibilidade. Ainda que possam existir outras
alternativas para o esgotamento sanitário, a modelagem considerou a utilização de um
conjunto de fossa séptica e sumidouro com capacidade para 50 pessoas por dia.
Quadro 9.4. Programa arquitetônico referencial para o Transporte Único.
COMPOSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES QUANTIDADE
Plataformas de embarque / desembarque - m² 50,00
Sanitário Masc./Fem. e acessibilidade - m² 30,00
Fossa Séptica + Sumidouro (FC15000) – conjunto 1,00
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
À parte das edificações, o CAPEX do Transporte Único é substancialmente composto pelos
veículos a serem utilizados para a realização do serviço. A projeção da operação do Transporte
Único leva em consideração as seguintes premissas:
• Medida padrão de capacidade média do veículo: 15 passageiros. A proposta de
operação determina a utilização de veículos entre 10 e 18 passageiros;
• Realiza-se o serviço de linha de transporte durante todo o ano;
• O período máximo de espera para o passageiro é de aproximadamente 12 minutoS;
• Os tempos de deslocamento estimados para cada trecho é de: 65,3 minutos;
• Para atender aos dias de pico, projeta-se a locação de veículos por dia e a
contratação de profissionais autônomos;
• Como compensação aos dias de pico, pressupõem-se a sublocação de frota
vacante, nos períodos de média e baixa temporada.
Apresenta-se a estimativa de quantidade de veículos por dia, a cada temporada. Valores com
decimais são arredondados para a unidade superior.
Quadro 9.5. Dimensionamento de quantidade de veículos mínimos por dia para o
Transporte Único.
VEÍCULOS / DIA x TEMPORADA
PERÍODO
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Pico 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9
Alta 4,0 4,3 4,5 4,7 4,9 5,2 5,4 5,6 5,9 6,1 6,3
Média 3,5 3,7 3,9 4,1 4,3 4,5 4,7 4,9 5,1 5,3 5,5
Baixa 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,3 2,4 2,5 2,6
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Apresenta-se a seguir o dimensionamento de pessoal e cargos para o Transporte Único.
Quadro 9.6. Dimensionamento de pessoal e cargos para o Transporte Único.
DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E CARGOS QUANTIDADE
Administrativo - Gerente geral 1
Operacional – Motorista 9
Operacional – Motorista Folguista 1
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
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Parque Nacional de São Joaquim
Para os períodos de pico, conforme mencionado, são realizadas operações especiais com a
locação de veículos e contratação temporária de profissionais. Leva-se em consideração que
serão instalados sistemas de áudio e vídeo nos veículos da frota permanente. Adicionalmente,
considera-se que um veículo de cada frota será adaptado para transporte de pessoas com
dificuldade de locomoção.
9.1.3. PREMISSAS FINANCEIRAS
Lista-se a seguir as premissas financeiras e operacionais comuns em ambos os cenários:
• A taxa de desconto para o modelo de cálculo do Valor Presente Líquido da
rentabilidade utilizada o Weighted Average Cost of Capital – WACC de 10,21 %;
• Todos os valores monetários foram deflacionados e apresentados a preços
correntes de 1º de dezembro de 2017, sendo as análises realizadas em termos reais;
• Convenciona-se que os valores resultantes de todas as entradas e saídas de caixa de
cada período são alocados ao final do respectivo período;
• Não são considerados reajustes anuais no OPEX;
• Alíquotas de Benefícios e Despesas Indiretas – BDI consideradas no orçamento
(TCU, 2013):
• Equipamentos, materiais e serviços: 12 %;
• Construção civil e instalações elétricas: 22,12 %.
• A necessidade de Capital de Giro é definida pela fração de 10 % da receita projetada
para o período seguinte;
• As despesas pré-operacionais não detalhadas, como projetos conceituais,
arquitetônicos e executivos e despesas administrativas, correspondem a 10,00 % do
CAPEX;
• Para os locais que preveem necessidade de licenciamento ambienta, aplica-se a
alíquota de 5,00 % sobre o CAPEX para provisão a este processo administrativo;
• O período estabelecido para a análise é de 11 anos. Considera-se o ano inicial (ano
0) como período para investimentos, porém já sob o contratado de delegação
vigente;
• Todo o investimento é reversível ao ICMBio no último período do contrato de
delegação. Portanto, não são incluídas na análise as premissas para comercialização
dos bens móveis e imóveis e perpetuidade.
Salienta-se que o período de análise não determina o período dos contratos de delegação,
contudo os resultados devem embasar este parâmetro dos projetos básicos dos serviços de
apoio à visitação.
Determina-se que o reinvestimento corresponde ao desgaste e necessidade de manutenção
dos materiais, equipamentos e edificações distribuídos anualmente, considerando as
seguintes taxas de manutenção. Considerando as condições climáticas da região e os
possíveis custos que incorrem com a indisponibilidade de material e dispêndios com logística,
considera-se uma taxa de 0,25 % ao mês. Os valores de outorga de concessão onerosa
utilizados para a modelagem econômico-financeira e foram definidos pelas seguintes regras:
• Prestação mensal fixa determinada por alíquota sobre o CAPEX;
• Prestação mensal variável determinada por alíquota sobre a Receita Operacional Bruta;
• Carência determinada em períodos de 12 meses;
• Taxa de desconto ou reajustes não são considerados.
As alíquotas e parcelas fixas das outorgas, assim como o valor estimado para arrecadação pelo
ICMBio são apresentados juntamente com os resultados finais de cada análise. As premissas
financeiras operacionais são compostas pelas seguintes variáveis: salários, preços, custos e
despesas referenciais, margens de lucratividade, Ticket Médio, Custo Médio da Mercadoria
Vendida e taxa de absorção do mercado. Estas variáveis provenientes de fontes oficiais,
coleta de informações primárias e referências de Benchmark, obtidas através de pesquisa de
mercado, estudos similares e literatura.
Quadro 9.7. Premissas da projeção de receitas do Cento de Visitantes.
ITEM UNT. (R$) DEMANDAIngresso geral 32,00 0,60 %
Brasil 16,00 89,40 %
Entorno 3,20 10,00 %
Ticket Médio Ponderado 14,82 0,00 %
Alimentos 22,43 13,30 %
Souvenires, vestuário e utilidades 57,14 20,00 %
Carros 15,00 dinâmica
Motos 9,00 dinâmica
Vans 30,00 dinâmica
Valor médio por evento 3.230,00 20 / ano
Ingresso para eventos especiais 64,00 1,00 %
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
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Parque Nacional de São Joaquim
Os preços considerados para o Transporte Único é de R$ 10,00 por passageiro com retorno.
As seguintes receitas acessórias potenciais foram consideradas na modelagem econômico-
financeira:
• Cobrança de ingressos para eventos especiais;
• Locação de frota de veículos vacante em períodos de menor fluxo de visitantes.
A composição monetária do CAPEX do Centro de Visitantes e sua distribuição percentual é
apresentada a seguir.
Quadro 9.8. Composição do CAPEX principal para o Centro de Visitantes.
COMPOSIÇÃO DO CAPEX MONETÁRIO MONTANTE (R$) %
Estrutura física 694.369,68 37,1
Estrutura operacional 569.586,46 30,4
Estrutura de recreação e lazer 101.250,00 5,4
Estrutura de gestão e comunicação 130.000,00 6,9
BDI 150.035,32 8,0
Reserva para capital de giro 225.483,83 12,1
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
A composição monetária do CAPEX do Transporte Único e sua distribuição percentual é
apresentada a seguir.
Quadro 9.9. Composição do CAPEX principal para o Transporte Único.
COMPOSIÇÃO DO CAPEX MONETÁRIO MONTANTE (R$) %
Estrutura física 136.337,42 8,7
Estrutura operacional 1.251.000,00 80,0
Estrutura de recreação e lazer 0,00 0,0
Estrutura de gestão e comunicação 39.150,00 2,5
BDI 28.283,82 1,8
Reserva para capital de giro 108.726,51 7,0
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Apresentam-se as premissas utilizadas para determinação dos gastos com pessoal, por cargo.
Utiliza-se os padrões de salários para o Estado de Santa Catarina, considerando cargos em
nível Pleno e para uma empresa de médio porte. As demais informações financeiras são
determinadas e apresentas nos itens seguintes.
Quadro 9.10. Premissas para bases salariais.
CARGO BASE SALARIAL (R$)
Gerente geral 7.045,97
Analista de comunicação 3.773,58
Turismólogo 2.318,41
Recepção e quiosque de vendas 1.516,87
Estagiário 1.307,26
Servente de limpeza 1.277,65
Cafeteria - Gerente 4.350,69
Cafeteria - Cozinha 1.713,52
Cafeteria - Auxiliar e Salão 1.315,99
Loja souvenir - Encarregado 2.383,10
Loja souvenir - Atendimento 1.375,68
Auditório / Salão Eventos - Agente de eventos 1.955,70
Estacionamento - Atendimento 1.375,68
Zelador 1.397,36
Motoristas 1.892,82
Fonte: SINE, 2018.
9.1.3. PREMISSAS TRIBUTÁRIASAs premissas tributárias assumidas referem-se aos sistemas de tributação, taxas de depreciação
fiscal de bens e encargos sociais. A Tabela abaixo apresenta as alíquotas aplicadas ao regime
tributário Simples Nacional para prestadores de serviços abrangidos pelo Anexo V da lei
Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016.
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Parque Nacional de São Joaquim
Quadro 9.11. Tabela Simples Nacional 2018 – Anexo V – Serviços.
FAIXA SIMPLESRECEITA BRUTA EM 12 MESES
(EM R$)ALÍQUOTA
VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 15,5 % –
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,0 % 4.500,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,5 % 9.900,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,5 % 17.100,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,0 % 62.100,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,5 % 540.000,00
Fonte: Receita Federal/MF (2018).
A Tabela abaixo apresenta as alíquotas aplicadas ao regime tributário Simples Nacional para
atividades do comércio abrangidas pelo Anexo I da lei Complementar nº 155, de 27 de
outubro de 2016.
Quadro 9.12. Tabela Simples Nacional 2018 – Anexo I – Comércio.
FAIXA SIMPLESRECEITA BRUTA EM 12 MESES
(EM R$)ALÍQUOTA
VALOR A DEDUZIR (EM R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 4,0 % -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,3 % 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,5 % 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,7 % 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,3 % 87.300,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,0 % 378.000,00
Fonte: Receita Federal/MF (2018).
A Tabela a seguir apresenta as alíquotas aplicadas ao regime tributário Lucro Presumido. Para
integral detalhamento, utiliza-se adicionalmente as alíquotas sobre atividade econômicas
conforme classe de receita projetada pelo modelo
Quadro 9.13. Tabela Lucro Presumido 2018 – Alíquotas.
TRIBUTO ALÍQUOTA
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL 2,95 %
Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ 15,00 %
Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ - Adicional 10,00 %
Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISS54 5,00 %
Programa de Integração Social – PIS 0,65 %
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS 3,00 %
Fonte: Receita Federal/MF (2018). Adaptado.35
A escolha do regime tributário é realizada durante a análise de viabilidade, sendo priorizado
o regime que retorna o maior Valor Presente Líquido – VPL. São apresentadas pela Tabela
abaixo as premissas para depreciação fiscal.
Quadro 9.14. Taxas de Depreciação Fiscal para Bens.
CATEGORIA TAXA ANUAL ANOS DE VIDA ÚTIL
Edifícios 4 % 25
Máquinas e Equipamentos 10 % 10
Instalações 10 % 10
Móveis e Utensílios 10 % 10
Veículos 20 % 5
Computadores e periféricos 20 % 5
Fonte: Receita Federal/MF (2018).
Por fim, a Tabela abaixo apresenta as premissas referentes aos encargos sociais. A composição
dos Encargos Sociais foi calculada para atender a legislação vigente. O cálculo é realizado para
as alíquotas referentes ao 13º salário, percentual de férias e encargos sobre remunerações
adicionais.
A composição dos Encargos Sociais foi calculada, a partir de informações tributárias oficias. O
35 O Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISS é um tributo municipal e com alíquotas que diferem entre municípios. Dessa forma, a alíquota será determinada conforme legislação municipal do local da prestação de serviço e tipo de atividade desenvolvida. Para a presente avaliação a alíquota do ISS foi fixada em 5,0 %.
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Parque Nacional de São Joaquim
cálculo é realizado para as alíquotas referentes ao 13º salário, percentual de férias e encargos
sobre remunerações adicionais.
Quadro 9.15. Composição dos Encargos Sociais.
ITEM ALÍQUOTA
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS 8,00 %
INSS 20,00 %
13º Salário 8,33 %
FÉRIAS 2,78 %
Risco de Acidente de Trabalho - RAT 3,00 %
INSS Terceiros 5,80 %
INSS 13º sobre Salário 1,67 %
INSS Férias 2,22 %
FGTS sobre 13º Salário 0,67 %
FGTS sobre FÉRIAS 0,89 %
Fonte: Receita Federal/MF (2018). Adaptado.
9.1.4.1. Indicadores de Performance e Projeções Integral
Com base nas informações financeiras das estimações preliminares, realiza-se a modelagem
econômico-financeira considerando a contrapartida financeira (outorga) e projeta-se os
dados para o cenário de melhor desempenho.
Considera-se que as contrapartidas financeiras poderão ser realizadas através de investimentos
físicos, após aprovação do ICMBio, ou outorgas de delegação, conforme posterior definição
em instrumentos jurídicos específicos. O valor da contrapartida financeira foi estabelecido a
partir das seguintes premissas:
• Contrapartida financeira fixa: 2,0 % sobre o CAPEX;
• Contrapartida financeira variável: 5 % sobre a Receita Operacional Bruta;
• Carência para pagamento da contrapartida financeira: 3 anos.
Os valores estimados para a contrapartida são apresentados na Tabela seguinte, incluindo a
estimativa da receita obtida pelo ICMBio, no caso da outorga, ou valor total da contrapartida
financeira em investimento físico e sua composição pelas parcelas fixas e variáveis. Os valores
são apresentados em valor presente líquido em termos reais, após o período de 10 anos, e o
valor aproximado ao mês e ao ano.
Quadro 9.16. Contrapartida financeira estimada total, parcela variável e parcela fixa.
CONTRAPARTIDA FINANCEIRA ESTIMADA
VPL TOTAL MÉDIA ANUAL MÉDIA MENSAL
1.813.596,00 181.359,60 15.113,30
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Considerando, portanto, as contrapartidas financeiras fixas e as estimativas para as
contrapartidas financeiras variáveis, computa-se os indicadores de performance para os
cenários de análise.
Quadro 9.17. Indicadores de performance financeira, considerando
a contrapartida financeira determinada.
VPL (R$) TIR P. EQUI. PAYBACK REG. TRIB.
585.241,07 12,98 % 7º ano 10º ano Lucro Presumido
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Apresenta-se a seguir a projeção de fluxo de caixa projetado para o cenário de análise (Tabela
seguinte).
311
Parque Nacional de São Joaquim
Tabela 9.5. Fluxo de Caixa projetado, considerando outorgas fixa e variável, em reais (R$).
FLUXO DE CAIXA 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(=) Receita Bruta 0 3.342.103 3.518.007 3.678.511 3.835.165 4.011.069 4.186.973 4.362.877 4.523.380 4.699.284 4.875.188
(+) Receita Operacional Bruta 0 3.296.548 3.469.908 3.627.867 3.781.977 3.955.337 4.128.696 4.302.056 4.460.016 4.633.375 4.806.735
Centro de Visitantes 0 2.209.283 2.332.667 2.456.052 2.579.436 2.702.821 2.826.205 2.949.590 3.072.974 3.196.359 3.319.743
Transporte Único 0 1.087.265 1.137.240 1.171.815 1.202.541 1.252.516 1.302.491 1.352.466 1.387.041 1.437.017 1.486.992
(+) Receitas Acessórias 0 45.555 48.100 50.644 53.188 55.732 58.276 60.821 63.365 65.909 68.453
Centro de Visitantes 0 45.555 48.100 50.644 53.188 55.732 58.276 60.821 63.365 65.909 68.453
(–) Impostos Sobre Faturamento 0 253.957 267.211 279.132 290.720 303.974 317.227 330.481 342.402 355.655 368.909
PIS e CONFINS 0 121.987 128.407 134.266 139.984 146.404 152.825 159.245 165.103 171.524 177.944
ISS 0 131.970 138.803 144.866 150.737 157.570 164.403 171.236 177.299 184.132 190.965
(=) Receita Operacional Líquida 0 3.088.146 3.250.797 3.399.379 3.544.445 3.707.095 3.869.746 4.032.396 4.180.979 4.343.629 4.506.279
(–) Custos 0 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207
Centro de Visitantes 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 0
Transporte Único 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 0
(=) Lucro Operacional antes do RSC 0 343.939 506.590 655.172 800.238 962.888 1.125.539 1.288.189 1.436.772 1.599.422 1.762.072
(–) RSC - Retorno sobre Concessão ao ICMBio 0 65.931 69.398 72.557 92.667 96.134 99.601 103.069 106.228 109.695 113.162
(–) Depreciação 0 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754
(=) LAIR 0 6.254 165.437 310.861 435.816 595.000 754.183 913.366 1.058.789 1.217.973 1.377.156
(–) Impostos - Lucro Presumido 0 101.423 106.210 110.702 115.121 119.908 124.696 129.484 133.976 138.764 143.551
IRPJ 0 101.423 106.210 110.702 115.121 119.908 124.696 129.484 133.976 138.764 143.551
CSLL 0 0 32.470 34.283 36.096 37.910 39.723 41.537 43.350 45.163 46.977
(–) Depreciação 0 0 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754
(=) Lucro / Prejuízo Operacional 0 176.586 330.981 471.913 592.450 746.846 901.241 1.055.637 1.196.568 1.350.963 1.505.359
(–) Investimento 3.399.223 64.317 62.777 62.392 64.317 64.317 64.317 62.777 64.317 64.317 46.727
(+) Depreciação 0 0 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754
(=) Fluxo de Caixa Anual -3.399.223 112.268 268.204 409.520 528.133 682.528 836.924 992.859 1.132.251 1.286.646 1.458.632
(=) Fluxo de Caixa Líquido Acumulado -3.399.223 -3.286.955 -3.018.751 -2.609.230 -2.081.098 -1.398.569 -561.645 431.214 1.563.464 2.850.110 4.308.742
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
312
Parque Nacional de São Joaquim
A análise de sensibilidade financeira é uma ferramenta que possibilita avaliar os riscos de
alterações em determinadas variáveis do modelo econômico-financeiro, assim como
permite verificar os efeitos de possíveis variáveis que não foram levadas em conta.
Realiza-se a análise de sensibilidade do VPL a partir da demanda prevista para o cenário-
base). São testadas as seguintes condições:
• Alterações da Taxa Mínima de Atratividade;
• Variações na Receita em 10 %;
• Variações no OPEX em 10 %;
• Variações no CAPEX em 10 %;
Os resultados obtidos são apresentados na Tabela abaixo. As cores representam a atratividade
dos VPL calculados, em que os tons verdes representam maior atratividade, os tons vermelhos
menor atratividade e branco são situações de equilíbrio.
Tabela 9.6. Análise de Sensibilidade do VPL.
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
VPL (R$) / TMA 8,0 % 9,0 % 10,2 % 11,0 % 12,0 %
Receita +10 % 2.331.840 2.007.010 1.645.969 1.427.509 1.168.850
Receita 1.749.463 1.452.872 1.123.451 924.254 688.540
Receita -10 % 1.167.085 898.734 600.932 420.998 208.231
Opex +10 % -91.922 -308.266 -547.641 -691.874 -861.998
Opex 1.749.463 1.452.872 1.123.451 924.254 688.540
Opex -10 % 3.590.848 3.214.010 2.794.542 2.540.381 2.239.079
Capex +10 % 947.569 654.745 329.556 132.945 -99.678
Capex 1.749.463 1.452.872 1.123.451 924.254 688.540
Capex -10 % 2.474.992 2.174.993 1.841.742 1.640.204 1.401.695
Fonte: Elaboração do Autor, 2018.
Através da análise de sensibilidade, nota-se que o empreendimento possui grande
dependência da otimização dos gatos operacionais (OPEX). Este fato decorre do impacto do
aumento dos gastos do Transporte Único sobre o orçamento de sua operação. Verifica-se,
no entanto, esta otimização possui a capacidade de gerar expressivos ganhos financeiros.
Ademais, em menor grau, o investimento necessário também gera efeitos similares à
lucratividade desta operação.
REFERÊNCIAS
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO – AGU. Processo nº 02070.002323/2011-09. Parecer nº 0393/2011/AGU/PGE/PFE-ICMBIO. Autor: René da Fonseca e Silva Neto. Brasília, DF, 7 jul.
2011.
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO – AGU. Processo nº 02070.005331/2017-94. Despacho nº 00141/2017/COMAD/PFE-ICMBIO/ PGF/AGU. Autor: Francisco Neves Siqueira. Brasília,
DF, 27 jun. 2017.
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO – AGU. Processo n º 02070.005331/2017-94. Parecer nº 00150/2017/COMAD/PFE-ICMBIO/ PGF/AGU. Autora: Caroline Marinho Boaventura
Santos. Brasília, DF, 09 ago. 2017.
ALVES, E., MARRA, R. 2009. A persistente migração rural-urbana. Revista de Política Agrícola.
n.4, pp. 5-17.
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ABETA. 2016. Stand Up Paddle. Disponível em: http://abeta.tur.br/pt/atividades/stand-up-
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA –
ABETA. 2016. Canoagem. Disponível em: http://abeta.tur.br/pt/atividades/canoagem/.
Acesso em fevereiro de 2017.
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BRASIL. Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995. Dispõe sobre o regime de concessão e
permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e
dá outras providências. Brasília, DF.
BRASIL. Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995. Estabelece normas para outorga e prorrogações
das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras providências. Brasília, DF.
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII
da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
e dá outras providências. Brasília. 2000.
Decretos:
BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 e agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de
18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza - SNUC, e dá outras providências. Brasília. 2002.
BRASIL. Decreto nº 5.385, de 04 de março de 2005. Institui o Comitê Gestor de Parceria
Público-Privada Federal – CGP e dá outras providências. Brasília, DF.
BRASIL. Decreto nº 5.758, de 13 de abril de 2006. Institui o Plano Estratégico Nacional
de Áreas Protegidas – PNAP, seus princípios, diretrizes, objetivos e estratégias, e dá outras
providências. Brasília, DF.
BRASIL. Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007. Dispõe sobre as normas relativas às
transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá outras
providências. Brasília, DF.
BRASIL. Decreto nº 8.428, de 2 de abril de 2015. Dispõe sobre o Procedimento de
Manifestação de Interesse a ser observado na apresentação de projetos, levantamentos,
investigações ou estudos, por pessoa física ou jurídica de direito privado, a serem utilizados
pela Administração Pública. Brasília, DF.
BRASIL. Decreto nº 8.726, de 27 de abril de 2016. Regulamenta a Lei nº 13.019, de 31 de julho
de 2014, para dispor sobre regras e procedimentos do regime jurídico das parcerias celebradas
entre a administração pública federal e as organizações da sociedade civil. Brasília, DF.
BRASIL. Decreto nº 8.974, de 24 de janeiro de 2017. Aprova a Estrutura Regimental e o
Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, remaneja cargos
em comissão e função de confiança e substitui cargos em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS por Funções Comissionas do Poder Executivo - FCPE.
Brasília. 2017.
BRASIL. Decreto nº 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques
Nacionais Brasileiros. Brasília, DF.
MINAS GERAIS. Lei nº 18.030, de 12 de janeiro de 2009. Dispõe sobre a distribuição da
parcela da receita do produto da Arrecadação do ICMS pertencente aos municípios. 2009.
Belo Horizonte, MG.
MINAS GERAIS. Lei nº 14.309, de 19 de junho de 2002. Dispõe sobre as políticas florestal e de
proteção à biodiversidade no Estado. Belo Horizonte, MG.
Portarias:
BRASIL. Portaria nº 114, de 27 de outubro de 2014. Modifica a composição do Conselho
Consultivo do Parque Nacional de São Joaquim. ICMBIO, Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade. Brasília. 2014.
319
Parque Nacional de São Joaquim
BRASIL. Portaria nº 46, de 30 de junho de 2011. Cria o Conselho Consultivo do Parque
Nacional de São Joaquim. ICMBIO, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Brasília. 2011.
BRASIL. Portaria nº 85, de 25 de julho de 2012. Estabelece normas para o ordenamento
da visitação no Parque Nacional de São Joaquim até a publicação do seu Plano de Manejo.
Brasília, DF.
Instruções Normativas e Resoluções:
BRASIL; INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE – ICMBio.
Instrução normativa nº 2, de 30 de janeiro de 2017. Disciplina, no âmbito do ICMBio, o
planejamento, a execução e o monitoramento dos contratos de concessão de uso para
prestação de serviços de apoio à visitação em Unidades de Conservação. Brasília, DF.
BRASIL; INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE – ICMBio.
Instrução normativa nº 7, de 21 de dezembro de 2017. Estabelece diretrizes e procedimentos
para elaboração e revisão de planos de manejo de Unidades de Conservação da natureza
federais. Brasília, DF.
BRASIL; INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE – ICMBio.
Instrução Normativa nº 9, de 05 de dezembro de 2014. Disciplina as diretrizes, normas e
procedimentos para formação, implementação e modificação na composição de Conselhos
Gestores de Unidades de Conservação Federais. Brasília, DF.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução Conama nº 10, de 1 de outubro de 1993. Brasília, DF.
SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO-AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE MINAS
GERAIS - SEMAD/MG. Resolução SEMAD nº 318, de 15 de fevereiro de 2005. Disciplina
o cadastramento das Unidades de Conservação da natureza e outras áreas protegidas,
bem como a divulgação periódica das informações básicas pertinentes, para os fins do
art. 1º, inciso VIII, alíneas “b” e “c”, da Lei nº 13.803, de 27 de dezembro de 2000, e dá outras
providências. 2005. Belo Horizonte, MG.
320
Parque Nacional de São Joaquim
APÊNDICE A
INSTRUMENTOS JURÍDICOS
1. INTRODUÇÃOAs delegações de serviços para o uso público dos Parques Nacionais podem ser realizadas
a partir da adoção de diversos instrumentos jurídicos, utilizando-se o que se convencionou
chamar de técnica contratual. A adoção desses instrumentos e, a partir deles, a construção
de modelos jurídicos para as atividades de uso público dos Parques Nacionais, não encontra
nenhum outro limite na legislação além daqueles aplicáveis, de modo geral, à atuação da
Administração Pública. Assim, em tese, todo e qualquer instrumento jurídico que possa ser
empregado por esta também pode sê-lo para as atividades de uso público nessas UC.
Os instrumentos utilizados pela Administração costumam ser distinguidos, entre outros
critérios, quanto ao seu regime jurídico, contrastando aqueles que são regidos por disposições
de direito privado e aqueles que são regidos por disposições de direito público.
Entre os primeiros, encontram-se todos os atos realizados pela Administração Pública em
condição de igualdade com os particulares, sujeitando-se à regulação estabelecida pelas
normas de direito privado, como o direito civil e o direito empresarial. Apesar de esses
instrumentos teoricamente poderem ser utilizados na gestão dos Parques Nacionais,
é pouco provável que eles assumam um papel relevante no contexto de um projeto de
parceria público privada. Isso porque essas UC, como o PNSJ, são áreas de domínio público
e, assim, as relações estabelecidas no seu uso têm essa característica como ponto de partida.
Entre os segundos, os instrumentos jurídicos regidos pelas disposições de direito público,
encontram-se, fundamentalmente, os atos jurídicos e contratos administrativos –
instrumentos que são utilizados a partir de prerrogativas e sujeições estabelecidas na relação
da Administração Pública com os administrados. Esses instrumentos, nos termos do art. 2º,
Lei 8.666/1993, têm por objeto obras, compras, serviços, alienações, concessões, permissões
e locações36.
A seleção de instrumentos jurídicos envolve critérios objetivos e subjetivos, uma vez que não
36 Nos termos deste estatuto consideram-se contratos “todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Adminis-tração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontade para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada” (art 2º, parágrafo único).
há, na maioria dos casos, uma disposição jurídica expressa a indicar qual o instrumento mais
adequado para determinada atividade. A liberdade de escolha, tão ampla quanto arbitrária,
oferece, em geral, diversas alternativas de instrumentos jurídicos para uma mesma atividade.
Assim, por exemplo, a exploração de uma trilha pode ser objeto de concessão, permissão ou
autorização, independentemente da personalidade jurídica do parceiro privado; por outro
lado, considerando-se a personalidade jurídica do parceiro, é possível, ainda, que seja objeto
de termo de colaboração ou fomento, termo de parceria, termo de cooperação, convênio,
entre outros instrumentos.
Esta ampla discricionariedade aconselha apresentar, neste anexo, o rol dos principais
instrumentos disponíveis, indicando de forma muito superficial suas características e sua
aptidão para regular as diferentes atividades previstas para o PNSJ neste PAPP. Além de
aconselhável, esta indicação pretende demonstrar a disposição dos responsáveis por esta
consultoria de alterar, a partir da oitiva dos contratantes (ICMBio e IBAM) e dos atores
participantes das oficinas de campo, a seleção preliminarmente realizada no âmbito deste
Encarte 1. Uma modificação, diga-se, que poderá ensejar, inclusive, a modificação do arranjo
jurídico a ser proposto.
2. INSTRUMENTOSOs seguintes instrumentos jurídicos são, em tese, aptos a compor um modelo ou arranjo de
gestão informado por parcerias público-privadas:
Concessão de serviço público: disciplinada pela Lei 8.987/1995, é um contrato administrativo
sujeito ao regime jurídico de direito público, pelo qual a Administração delega a uma
pessoa jurídica (de direito privado ou de direito público, neste caso desde que integrante
da Administração Indireta) ou consórcio de empresas a execução de serviços que seriam de
sua atribuição, conservando a titularidade do serviço37. Possui as seguintes características
básicas: a remuneração do particular decorre diretamente da exploração do serviço, em
geral por meio da cobrança de tarifas; deve ser precedido de licitação, na modalidade de
concorrência; a Administração somente pode rescindir o contrato por motivo de relevante
interesse público e mediante pagamento de justa indenização ao particular, garantindo
estabilidade e segurança à contratação. Por esse motivo, é preferencialmente empregada
37 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 292. Segundo a autora, essa conservação da titularidade permite ao concedente alterar cláusulas regulamentares do contrato ou mesmo rescindi-lo por motivo de interesse público.
321
Parque Nacional de São Joaquim
para os casos em que o particular deverá fazer grandes investimentos para o desempenho
do serviço, admitindo elevados níveis de exigência e complexidade38 e prazos mais longos
de execução.
Concessão de serviço público precedido da execução de obra pública: disciplinada
também pela Lei 8.987/1995, é um contrato administrativo sujeito ao regime jurídico de
direito público, pelo qual a Administração delega a uma pessoa jurídica (de direito privado ou
de direito público, neste caso desde que integrante da Administração Indireta) ou consórcio
de empresas a execução de obras de interesse público. Possui como característica o fato de
a remuneração do particular decorrer de contribuição de melhoria ou de tarifa cobradas,
respectivamente, dos beneficiários da obra ou dos serviços que ela proporciona. Tal como na
modalidade anterior, esse tipo de concessão deve ser precedido de licitação, na modalidade
de concorrência; a administração somente pode rescindir o contrato por motivo de relevante
interesse público e mediante pagamento de justa indenização ao particular, garantindo
estabilidade e segurança à contratação. Por esse motivo, é preferencialmente empregado
para os casos em que o particular deverá fazer grandes investimentos para a execução da
obra, admitindo elevados níveis de exigência e complexidade e sendo contratada por prazos
mais longos.
Concessão de uso de bem público: não sendo disciplinada por lei específica, submete-se à
regência da Lei 8.666/1993, caracterizando-se como um contrato administrativo sujeito ao
regime jurídico de direito público, pelo qual a Administração concede a uma pessoa jurídica o
direito de utilizar parcela de um bem público conforme a sua destinação, conservando a sua
titularidade39. Possui as seguintes características básicas: a remuneração do particular decorre
de tarifas cobradas dos usuários dos serviços oferecidos com base no bem explorado; deve ser
precedida de licitação, não havendo exigências quanto à sua modalidade; pode ser gratuita
ou onerosa, conforme o concessionário deva ou não remunerar o concedente pelo uso do
bem; a administração somente pode rescindir o contrato por motivo de relevante interesse
público e mediante pagamento de justa indenização ao particular, garantindo estabilidade
e segurança à contratação. Por esse motivo, é preferencialmente empregada para atividades
de maior vulto, que sejam mais onerosas ao concessionário e, também, mais duradouras40.
Demonstrando a disposição de implementar esse instrumento na gestão das UC, o ICMBio,
por meio da Instrução Normativa nº 02, de 30 de janeiro de 2017, disciplinou o planejamento,
38 MEDAUAR, Odete (Org.). Concessão de serviço público. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1995. p. 16.
39 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 698.
40 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 698.
a execução e o monitoramento de concessão de uso para prestação de serviços de apoio
à visitação em UC, definindo concessão de uso como “o contrato administrativo pelo qual o
ICMBio atribui a um particular a exploração de serviços e atividades de apoio ao uso público em
Unidades de Conservação” (art. 2º). Essa Instrução Normativa institui um Comitê Especial de
Concessão – CEC (art. 3º), disciplinando sua competência e composição (art. 4º), bem como
um procedimento administrativo próprio de formalização e monitoramento dos contratos
de concessão (arts. 5º e ss.)41. Reafirmando o contido nessa Instrução Normativa, merece
destaque o Despacho nº 00141/2017/COMAD/PFE-ICMBio/PGF/AGU, que aprovou o Parecer
nº 00150/2017/COMAD/PFE-ICMBio/PGF/AGU, que afirma expressamente que “os serviços
de apoio à visitação em Unidades de Conservação federais devem ser concedidos mediante
procedimento licitatório, uma vez que se trata de concessão de uso de bem público de uso
especial”. Cumpre, por fim, mencionar o regime especial previsto pela Lei 9.636/1998, no seu
art. 18 e ss., que, admitindo a adoção do regime de concessão de direito real de uso resolúvel,
trata da cessão de imóveis da União aos Estados, Distrito Federal, Municípios e entidades sem
fins lucrativos das áreas de educação, cultura, assistência social ou saúde, ou a pessoas físicas
ou jurídicas, em se tratando de interesse público ou social ou de aproveitamento econômico
de interesse nacional.
Concessão de direito real de uso: esta modalidade, antes disciplinada pelo art. 7º, Decreto-
Lei 271/1967, com as alterações do art. 7º da Lei nº 11.481/2007, é o instrumento pelo qual
o direito real resolúvel de uso de imóveis públicos ou particulares, de modo remunerado
ou gratuito, é concedido por tempo certo ou indeterminado, para fins específicos de
regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo
da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais
e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas. O
concessionário frui plenamente do bem para os fins estabelecidos no contrato, respondendo
por todos os encargos que incidam sobre o imóvel e sua renda. Caso o concessionário
dê ao imóvel destinação diversa daquela prevista no contrato, ou descumpra cláusula
resolutória, resolve-se a concessão antes do seu término. Exige anuência prévia do Gabinete
de Segurança Institucional da Presidência de República e do Ministério da Defesa e dos
41 Nos termos do art. 2º, Lei 9.074/1995, “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem obras e serviços públicos por meio de concessão e permissão de serviço público, sem lei que lhes autorize e fixe os termos, dispensada a lei autorizativa nos casos de saneamento básico e limpeza urbana e nos já referidos na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios, observado, em qualquer caso, os termos da Lei nº 8.987, de 1995” [BRASIL. Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995. Estabelece normas para outorga e prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras providências].
322
Parque Nacional de São Joaquim
Comandos da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, quando se tratar de imóveis que
estejam sob sua administração.
Concessão administrativa: regulamentada pela Lei 11.079/2004, tem por objeto a prestação
de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, podendo
envolver a execução de obra ou o fornecimento e a instalação de bens. A remuneração
é feita diretamente do concedente para o concessionário. Constitui forma de parceria
público-privada, não se aplicando para contratos cujo valor de contratação seja inferior a
R$ 10.000.000,00, cujo prazo seja inferior a 05 (cinco) anos ou que tenha por objeto único o
fornecimento de mão de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução
de obra pública (art. 2º, § 4º, Lei 11.079/2004). Deve ser precedida de licitação na modalidade
de concorrência. Este instrumento foi descartado por dirigentes do ICMBio em reunião
realizada nos dias 05 e 06 de fevereiro de 201842.
Concessão patrocinada: também regulamentada pela Lei 11.079/2004, é uma modalidade
de concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obras públicas, em que
a remuneração do concessionário não é realizada apenas por meio das tarifas cobradas
dos usuários, sendo complementada pelo concedente. Constitui forma de parceria
público-privada, não se aplicando para contratos cujo valor de contratação seja inferior a
R$ 10.000.000,00, cujo prazo seja inferior a 05 (cinco) anos ou que tenha por objeto único
o fornecimento de mão de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a
execução de obra pública (art. 2º, § 4º, Lei nº 11.079/2004). Deve ser precedida de licitação
na modalidade de concorrência. Este instrumento, tal como o anterior, foi descartado por
dirigentes do ICMBio em reunião realizada nos dias 05 e 06 de fevereiro e 201843.
Permissão de serviço público: regulamentada pela Lei 8.987/1995, tem sido considerada
pela maior parte da doutrina como ato administrativo unilateral pelo qual a Administração
delega a uma pessoa física ou jurídica a prestação de serviços públicos. Possui as seguintes
características básicas: deve ser precedida de licitação, não havendo exigência quanto
à modalidade a ser adotada; dá-se a título precário, ou seja, pode ser revogada pela
Administração a qualquer momento, sem que o permissionário tenha direito a indenização;
42 Ata de reunião de 5 e 6 de fevereiro de 2018, com servidores da Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP), da Coordenação de Concessão e Negócios (CONCES) e da Coordenação de Planejamento, Estruturação da Visitação e do Ecoturismo (COEST).
43 Ata de reunião de 5 e 6 de fevereiro de 2018, com servidores da Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP), da Coordenação de Concessão e Negócios (CONCES) e da Coordenação de Planejamento, Estruturação da Visitação e do Ecoturismo (COEST).
normalmente, é outorgada sem prazo definido. Essas características tornam a permissão um
instrumento menos estável do que a concessão, sendo, portanto, reservada para os casos
menos complexos em que: (a) o permissionário não necessite fazer grandes investimentos
para o desempenho do serviço ou possa realocar os equipamentos utilizados sem maiores
transtornos; (b) o serviço não envolva implantação física de aparelhamento que adere ao
solo; ou (c) o serviço seja altamente rentável e os investimentos sejam compensados no
curto prazo44. No caso do ICMBio, a permissão tem sido utilizada de modo oneroso (quando
há custos) e não oneroso (quando não há custos). Nos termos da Nota Técnica 02/2011
CGEVI/DIREP, a permissão deve ser adotada nos casos que exigem baixos investimentos e
exclusividade para a prestação do serviço45 46.
Permissão de uso de bem público: regulamentada pelo art. 22, Lei 9.636/1998, é o ato
administrativo unilateral pelo qual a Administração faculta a um particular a utilização de
áreas de domínio da União para eventos de curta duração de natureza recreativa, esportiva,
cultural ou religiosa, para fins de interesse público. Possui as seguintes características básicas:
não depende de licitação47 ; pode ser gratuito ou oneroso, conforme o permissionário
deva ou não remunerar a Administração pelo uso do bem; uma vez outorgada, obriga o
permissionário a utilizar o bem para o fim determinado; dá-se a título precário, ou seja, pode
ser revogada pela Administração a qualquer momento, sem que o permissionário tenha
direito a indenização; normalmente, é outorgada sem prazo definido (para ser outorgada com
prazo determinado, é necessário realizar a licitação). Essas características tornam a permissão
44 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 747. Apud: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 305.
45 CARRILLO, Andrea C.; CATAPAN, Marisete I.S. Levantamento e sistematização de modelos e arranjos de parcerias com o setor privado e o terceiro setor compatíveis com as necessidades de gestão das Unidades de Conservação. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, s.d.. Disponível em: http://www.papp.org.br/wp-content/uploads/2016/12/relatorio-completo-final-4_1.1.2_edita do.pdf. Acesso em 02 jan. 2018. p. 14.
46 Ver nota 93.
47 Nesse sentido, ver AGU, Advocacia-Geral da União. Processo nº 02070.002323/2011-09. Consulta. Modalidades de delegação da prestação de serviços de apoio à visitação em Unidades de Conservação federais. Parecer em abstrato. Considerações. Parecer nº 0393/2011/AGU/PGE/PFE-ICMBIO. Autor: René da Fonseca e Silva Neto. Brasília, DF, 7 jul. 2011. O posicionamento manifestado por este parecer “diverge daquele dado pela Consultoria Jurídica do MMA, que entende ser necessária licitação para a permissão. Impende destacar inexistir ofensa à Lei nº 8.666/93 na intelecção aqui efetuada. Para melhor entendimento, importa aclarar que o principal objetivo do Estatuto das Licitações é a obtenção de proposta mais vantajosa para a Administração, assim como garantir oportunidade isonômica a todos os particulares que queiram contratar com o Poder Público. Por conseguinte, somente o caso concreto pode trazer os elementos indispensáveis a aferir a imprescin-dibilidade ou não de licitação. Se, v.g., a permissão de uso não traz qualquer vantagem financeira para a Administração ou mesmo se todos os interessados puderem obter a qualidade de permissionários para determinada atividade, não há que se falar em licitação” [p. 12].
323
Parque Nacional de São Joaquim
de bem público, tal como se dá com a permissão de serviço público, um instrumento menos
estável do que a concessão, sendo, portanto, reservada para casos menos complexos.
Autorização de serviço público: é o ato administrativo unilateral pelo qual a Administração
delega a uma pessoa física ou jurídica a execução de um serviço público, para que o particular
o execute em seu próprio benefício48. Possui as seguintes características básicas: não depende
de licitação; dá-se a título precário, podendo ser revogada a qualquer momento, sem que
se tenha direito a indenização; normalmente, é outorgada sem prazo definido. Nos termos
da Nota Técnica nº 02/2011/CGEVI/DIREP, a autorização é aplicável (i) quando não houver
necessidade de exclusividade para a prestação do serviço, (ii) quando o número possível
de prestadores de serviço for muito inferior à demanda, dada a capacidade de suporte
estabelecida, ou (iii) quando não for necessário efetuar investimento em infraestrutura. Essas
características tornam a autorização um instrumento menos estável do que a concessão e a
permissão, sendo reservada para casos ainda menos complexos.
Autorização de uso de bem público: é o ato administrativo unilateral pelo qual a
Administração faculta ao particular o uso exclusivo de bem público, no seu próprio
interesse. Possui as seguintes características básicas: não depende de licitação; dá-se a título
precário, podendo ser revogada a qualquer momento, sem que o autorizado tenha direito a
indenização; uma vez outorgada, cria apenas uma faculdade ao particular, e não um dever;
normalmente, é outorgada sem prazo definido. Aplicável, também nesse caso, o que foi dito
na parte final do texto relativo à autorização de serviço público (Nota Técnica nº 02/2011/
CGEVI/DIREP). Cabe ainda ressaltar que o art. 33, Lei 9.985/2000, prevê expressamente a
autorização para a exploração de atividade comercial, sujeitando o explorador a pagamento,
conforme disposto em regulamento. Como mencionado no Parecer nº 0393/2011/AGU/
PGF/PFE-ICMBio, emitido no processo nº 02070.002323/2011-09, “ao aludir tão somente à
autorização, a Lei nº 9.985/2000 disse menos do que deveria, omissão que não foi sanada pelo
Decreto nº 4.340/2002, que a regulamenta. Nenhum dos referidos diplomas disciplinou a contento
a forma como a exploração por terceiros dos produtos, subprodutos e serviços relacionados a uso
público em Unidades de Conservação poderia ser operacionalizado, relegando ao órgão gestor,
em situação de patente insegurança, a escolha dos meios para sua consecução” 49 50.
48 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 307.
49 AGU, Advocacia-Geral da União. Processo nº 02070.002323/2011-09. Consulta. Modalidades de delegação da presta-ção de serviços de apoio à visitação em Unidades de Conservação federais. Parecer em abstrato. Considerações. Parecer nº 0393/2011/AGU/PGE/PFE-ICMBIO. Autor: René da Fonseca e Silva Neto. Brasília, DF, 7 jul. 2011. p. 06.
50 A propósito, parece acertada a posição de Furtado, para quem “o ponto nodal da diferença [entre autorização e permis-são] reside na natureza transitória ou não da utilização pretendida pelo particular. Quanto menos transitória for a utilização
Autorização para exploração de bens e serviços em UC: regulamentada pelo art. 25 e ss.,
Decreto 4.340/2002, é ato administrativo unilateral pelo qual a Administração faculta a pessoas
físicas ou jurídicas “a exploração de produtos, subprodutos ou serviços inerentes às Unidades de
Conservação”, de acordo com os objetivos de cada UC. Possui as seguintes características
básicas: não depende de licitação; dá-se a título precário, podendo ser revogada a qualquer
momento, sem que se tenha direito a indenização; uma vez outorgada, cria apenas uma
faculdade ao particular, e não um dever; normalmente, é outorgada sem prazo definido.
Nesse caso, igualmente aplicável o disposto na Nota Técnica nº 02/2011/CGEVI/DIREP.
Licença: regulamentada pela legislação esparsa, é o ato administrativo unilateral pelo
qual a Administração faculta a pessoa física ou jurídica que preencha os requisitos legais o
exercício de determinada atividade. Diferencia-se da autorização por ser ato vinculado, e não
discricionário: preenchidos os requisitos legais, a licença não pode ser negada ao interessado.
Convênio: regulamentado pelo art. 116, Lei 8.666/1993, não constitui contrato ou ato
administrativo, sendo um ajuste entre a Administração e entidades públicas ou privadas
para a realização de objetivos comuns, mediante mútua cooperação51. Possui as seguintes
características básicas: não é necessário que haja repasse de valores, podendo ocorrer de
diversas formas (uso de equipamentos, imóveis, recursos humanos, etc.); havendo repasse
de verbas, aplica-se o Decreto 6.170/2007, assim como a Portaria Interministerial MPOG/MF
nº 50752; possui prazo determinado; pode ser resolvido a qualquer tempo, mesmo antes do
prazo final, sem qualquer consequência relevante (salvo expressa previsão em contrário); não
depende de licitação.
pretendida, tanto maior deverá ser o grau de compatibilidade entre a fruição privativa e as necessidades coletivas” [FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Direito Administrativo. 2ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2010. p. 865. Apud: AGU, Advoca-cia-Geral da União. Processo nº 02070.002323/2011-09. Consulta. Modalidades de delegação da prestação de serviços de apoio à visitação em Unidades de Conservação federais. Parecer em abstrato. Considerações. Parecer nº 0393/2011/AGU/PGE/PFE-ICMBIO. Autor: René da Fonseca e Silva Neto. Brasília, DF, 7 jul. 2011. p. 12].
51 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 342.
52 O Decreto, no seu art. 1º, § 1º, define convênio como sendo o “acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, ser-viço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;” (mesmo conceito adotado pela Portaria). Ademais, no seu art. 3º, o Decreto exige que “As entidades privadas sem fins lucrativos que pretendam celebrar convênio ou contrato de repasse com órgãos ou entidades da administração pública federal deverão realizar cadastro no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse – SICONV [...]”. BRASIL. Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007. Dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá outras providências.
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Parque Nacional de São Joaquim
Termo de parceria: regulamentado pelo art. 9º, Lei 9.790/1999, é o instrumento que pode
ser celebrado entre a Administração e as entidades qualificadas como OSCIP com o objetivo
de formar um vínculo de cooperação entre elas, para o fomento e execução das atividades
previstas no art. 3º. Possui as seguintes características básicas: não depende de licitação,
mas de consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação
(art. 10, § 1º, Lei 9.790/1999); deve especificar o programa de trabalho proposto pela OSCIP,
estipular metas e resultados a serem atingidos, prazos de execução e critérios objetivos de
avaliação de desempenho; deve prever receitas e despesas; a OSCIP deve apresentar relatório
sobre a execução do objeto do termo ao final de cada exercício; deve ter um extrato do
seu conteúdo e de seus demonstrativos publicados na imprensa oficial; sofre fiscalização do
órgão do Poder Público da área de atuação correspondente.
Termo de colaboração: regulamentado pela Lei 13.019/2014, é o “instrumento por meio do
qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações
da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas
pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros” (art. 2º, VII, Lei
13.019/2014). Deve ser adotado para a consecução de planos de trabalho propostos pela
Administração (art. 16, Lei 13.019/2014). As organizações da sociedade civil, movimentos
sociais e cidadãos podem apresentar propostas para chamamento público objetivando
a celebração de parceria por meio do Procedimento de Manifestação de Interesse Social,
disciplinado pelo art. 18 e ss., Lei 13.019/2014. Depende de chamamento público, a menos
que envolvam recursos decorrentes de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais
(art. 29) e nos casos previstos nos arts. 30 e 31, Lei 13.019/1999. Deve ser firmado por prazo
certo, prevendo as hipóteses de prorrogação.
Termo de fomento: regulamentado pela Lei 13.019/2014, é o “instrumento por meio
do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com
organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de
recursos financeiros” (art. 2º, VIII, Lei 13.019/2014). Deve ser adotado para a consecução
de planos de trabalho propostos pelas OSCIP (art. 17, Lei 13.019/2014). As organizações
da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos podem apresentar propostas para
chamamento público objetivando a celebração de parceria por meio do Procedimento
de Manifestação de Interesse Social, disciplinado pelo art. 18 e ss., Lei 13.019/2014.
Sua celebração depende de chamamento público, a menos que envolvam recursos
decorrentes de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais (art. 29) e nos casos
previstos nos arts. 30 e 31, Lei 13.019/2014. Deve ser firmado por prazo certo, prevendo
as hipóteses de prorrogação.
Acordo de cooperação: regulamentado pela Lei 13.019/2014, é o “instrumento por meio do
qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações
da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não
envolvam a transferência de recursos financeiros”. Sua celebração não depende de chamamento
público, a menos que o seu objeto envolva a celebração de comodato, doação de bens ou
outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial (art. 29, Lei 13.019/1999). Deve ser
firmado por prazo certo, prevendo as hipóteses de prorrogação.
Termos ou acordos inominados ou de cooperação técnica: previstos pelo art. 116, Lei
8.666/1993, são os instrumentos firmados entre entes da Administração ou entre estes e
entidades privadas sem fins lucrativos com o objetivo de executar programas de trabalho,
projetos ou eventos de interesse recíproco, dos quais não decorra obrigação de repasse de
recursos entre os partícipes. Diferencia-se dos convênios, basicamente, por não haver, aqui, a
possibilidade de transferência de recursos53.
Termo de cooperação: nos termos da Portaria Interministerial MPOG/MF/Nº 507, de
24/11/2011, é o “instrumento por meio do qual é ajustada a transferência de crédito de órgão
ou entidade da Administração Pública Federal para outro órgão federal da mesma natureza ou
autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente”. Era previsto no art. 1º, Decreto
6.170/2007, com a redação dada pelo Decreto 6.619/2008, mas foi substituído pelo termo de
execução descentralizada (Decreto 8.180/2013)54.
Termo de reciprocidade: nos termos do Manual de Convênios, Contratos de Repasse, Termos
de Cooperação, Termos de Parceria e Termos de Reciprocidade do ICMBio, “é o instrumento
que disciplina parcerias entre o ICMBio e entes parceiros entendidos como órgãos ou entidades
53 Parecer AGU nº 15/2013, apud O QUE É UM ACORDO OU TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA. In: http://www.pro-plad.ufu.br/perguntas-frequentes/o-que-e-um-acordo-ou-termo-de-cooperacao-tecnica>. Acesso em 10 fev. 2018.
54 Este termo de execução descentralizada é regulamentado pelos arts. 1º, § 1º, III, e 12-A, Decreto 6.170/2007. Nos termos desse Decreto, trata-se de “instrumento por meio do qual é ajustada a descentralização de crédito entre órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse da unidade orçamentária descentralizadora e consecução do objeto previsto no programa de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional programática” [BRASIL. Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007. Dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá outras providências]. Esse termo poderá ter como finalidades: execução de programas, projetos e atividades de interesse recíproco, em regime de mútua colaboração; realização de atividades específicas pela unidade descentralizada em benefício da unidade descentralizadora dos recursos; execução de ações que se encontram organizadas em sistema e que são coordenadas e supervisionadas por um órgão central; ou ressarcimento de despesas.
325
Parque Nacional de São Joaquim
da administração pública federal, estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda,
entidades privadas com ou sem fins lucrativos, visando à execução de projetos, atividades ou
quaisquer eventos de interesse recíproco, com previsão de contratação de serviços e aquisição
de bens, em regime de mútua cooperação, não havendo transferências de recursos financeiros
originários de dotações do ICMBio consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da
União”.
Contrato de gestão: disciplinado pela Lei 9.637/1998, é “o instrumento firmado entre o Poder
Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria
entre as partes para fomento e execução de atividades relativas” ao “ensino, à pesquisa científica,
ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à
saúde” (respectivamente, arts. 5º e 1º, Lei 9.637/1998). Após a aprovação do Conselho de
Administração de entidade supervisora, deve ser submetido ao Ministro de Estado ou à
autoridade supervisora da área correspondente à atividade fomentada (art. 6º, parágrafo
único, Lei 9.637/1998). Exige a estipulação de metas a serem atingidas, prazos de execução e
critérios de avaliação de desempenho, além de outros requisitos (art. 7º e ss., Lei 9.637/1998).
APÊNDICE B
MARCO LEGAL (Elaboração de Dr. Manoel Camargo & Gomes, 2018)
1. ATIVIDADES AUTORIZADAS E PROIBIDAS: LEGISLAÇÃO VIGENTEEmbora a permissão ou proibição das atividades nos Parques Nacionais Brasileiros, em regra,
sujeitem-se ao contido no PM, que, no PNSJ, ainda está em fase de aprovação55 e pode,
eventualmente, ser alterado a partir das propostas feitas no âmbito do PAPP. Assim, ao
observar os termos atuais da proposta de PM e identificar seus limites, deve-se considerar
a adequação das atividades sugeridas aos objetivos legais dos Parques Nacionais Brasileiros
(art. 11, Lei do SNUC), assim como aos interesses da comunidade local e da autoridade
pública responsável pela sua administração – estes manifestados por meio do Termo de
Referência do PAPP.
A seguir serão examinados o marco legal aplicável a todos os Parques Nacionais Brasileiros
(parte geral) e o marco legal aplicável especificamente ao PNSJ (parte especial).
1.1. PARTE GERAL
O levantamento a seguir contempla a análise dos principais instrumentos normativos
aplicáveis aos Parques Nacionais Brasileiros:
• Lei do SNUC (1.1.1.);
• Decreto 4.340/2002, que regulamenta a Lei do SNUC (1.1.2.);
• Decreto 84.017/1979, que aprova o regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros
(1.1.3.); e
• Decreto 5.758/2006, que aprova o PNAP (1.1.5.).
1.1.1. LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000
Considerado como o mais importante diploma legal sobre UC, a Lei 9.985/2000, que
55 Atualmente, o uso público do PNSJ é regulamentado pela Portaria 85/2012, do ICMBio, cuja vigência se encerrará com a aprovação do Plano de Manejo, aguardada para o ano de 2018.
326
Parque Nacional de São Joaquim
regulamenta o art. 225, § 1º, I, II, III e IV da Constituição Federal e institui o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, não oferece uma definição de Parque
Nacional Brasileiro56. Não obstante, qualificando-os como Unidade de Proteção Integral (art.
8º, III, Lei do SNUC) – o que implica inadmitir o uso direto de seus recursos naturais, com
exceção das expressas autorizações legais (art. 7º, § 1º, Lei do SNUC) –, estabelece com clareza
o objetivo a eles reservado e, fazendo-o, indica as atividades permitidas em seu interior:
Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais
de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de
recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
Esse dispositivo reserva dois parágrafos para estabelecer que a visitação pública (§ 2º) e as
atividades de pesquisa (§ 3º) estarão sujeitas à regulamentação. Do ponto de vista técnico,
ao fazê-lo, erra duplamente: em primeiro lugar porque dá a impressão de que as demais
atividades previstas no caput não estariam igualmente sujeitas a regulamentações; em
segundo, porque não condiciona os limites das atividades de pesquisa à observância do
PM, não formulando qualquer referência ao art. 32, Lei do SNUC, que dispõe sobre pesquisas
científicas em UC.
De todo modo, a despeito da literalidade tecnicamente defeituosa, todas as atividades
permitidas no art. 11, caput, Lei do SNUC, obviamente, estão sujeitas à regulamentação e,
assim, às eventuais limitações estabelecidas pelo PM, pelo Plano de Uso Público e pelos
demais atos normativos editados pelo órgão responsável pela administração de cada Parque
Nacional.
O art. 11, § 1º, Lei do SNUC, estabelece a natureza necessariamente pública da posse e do
domínio dos Parques Nacionais Brasileiros, observado o disposto no art. 24, que determina
que o subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema,
integram os limites da UC. Aqui também merece menção o fato de que os Parques Nacionais
devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos
(art. 25, Lei do SNUC).
Além dessas disposições reservadas especificamente aos Parques Nacionais, merecem
destaque para os fins do PAPP as seguintes previsões da Lei do SNUC:
56 O diploma legal em comento estabelece no art. 11 o objetivo dos Parques Nacionais sem formular um conceito do que seja essa UC. Esse conceito, como será visto adiante, está formulado no Decreto 8.4017/1979, no art. 1º, § 1º.
• Necessidade de PM (art. 27);
• Existência de Conselho Consultivo (art. 29);
• Proibição de qualquer atividade em desacordo com os objetivos dos Parques
Nacionais, o PM e os regulamentos (art. 28);
• Possibilidade de que a gestão da UC possa ser exercida por OSCIP (art. 30);
• Vedação de introdução de espécies autóctones (art. 31);
• Necessidade de prévia regulamentação para atividades de exploração comercial (art. 33);
• Possibilidade de obtenção de recursos ou doações pelos órgãos responsáveis pela
administração (art. 34); e
• Definição de critérios para aplicação dos recursos decorrentes de taxas de visitação
e outras rendas, serviços e atividades da própria unidade (art. 35).
Esses dispositivos serão analisados à luz do Decreto 4.340/2002, que regulamenta a Lei do
SNUC (1.1.2); e do Decreto 84.017/1979, que regulamenta os Parques Nacionais Brasileiros
(1.1.3), ambos tratados a seguir.
1.1.2. DECRETO Nº 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002
Nesse plano de regulamentação, interessam aos objetivos do PAPP, especialmente, as
disposições relativas à exploração de bens e serviços (capítulo VII, Decreto 4.340/2002).
Essas disposições – ao reafirmarem a autorização contida na Lei do SNUC (art. 33) – consideram
como produto, subproduto ou serviço inerente às UC: os destinados a dar suporte físico
e logístico à administração e às atividades de visitação, recreação e turismo (art. 25, I); e a
exploração de recursos florestais e naturais, nos limites estabelecidos em lei (art. 25, II).
Ainda com relação às atividades de exploração comercial, o art. 28, Decreto 4.340/2002,
estabelece que elas poderão contar com a participação de pessoas físicas e jurídicas.
Essas atividades só serão permitidas quando previstas no PM, mediante decisão do órgão
executor, ouvido o conselho consultivo do Parque Nacional (art. 26) e devendo, ainda, estar
fundamentadas em estudos de viabilidade (art. 29).
Por fim, merece destaque a determinação, pelo Decreto 4.340/2002, de que os valores e
condições de uso da exploração comercial da imagem do Parque Nacional serão definidos
por ato do órgão executor (art. 27, caput), devendo o uso ser gratuito quando a finalidade for
científica, educativa ou cultural (art. 27, parágrafo único).
327
Parque Nacional de São Joaquim
1.1.3. DECRETO Nº 84.017, DE 21 DE SETEMBRO DE 1979
Em que pese ter sido editado no final da década de 1970, o Decreto 84.017/1979 tem
especial importância para os fins do PAPP, pelo fato de constituir legislação específica sobre
os Parques Nacionais Brasileiros.
O art. 1º, § 1º, Decreto 84.017/1979, define Parques Nacionais como “áreas geográficas extensas
e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente,
submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade no seu todo”. A essa definição
poderia ser aditado o disposto no final do art. 1º, § 2º, Decreto 84.017/1979: são “bens da
União, destinados ao uso comum do povo” e “administrados pelo Governo Federal”.
Além disso, o art. 1º, Decreto 84.017/1979, estabelece que os Parques Nacionais “destinam-se
a fins científicos, culturais, educativos e recreativos” (§ 2º) e que tem como principal objetivo
a “preservação dos ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os
desvirtuem” (§ 3º). Esses dispositivos, por se conformarem ao disposto na Lei do SNUC, não
foram por ela derrogados.
Nas disposições seguintes, o Decreto 84.017/1979 apresenta os atributos essenciais dos
Parques Nacionais: (i) possuir “um ou mais ecossistemas totalmente inalterados ou parcialmente
alterados pela ação do homem, nos quais as espécies vegetais e animais, os sítios geomorfológicos
e os ‘habitats’, ofereçam interesse especialmente do ponto de vista científico, cultural, educativo e
recreativo, ou onde existam paisagens naturais de grande valor cênico” (art. 2º, I); (b) “tenham sido
objeto, por parte da União, de medidas efetivas tomadas para impedir ou eliminar as causas das
alterações e para proteger efetivamente os fatores biológicos, geomorfológicos ou cênicos, que
determinaram a criação do Parque Nacional” (art. 2º, II).
Esses dispositivos tornam desnecessário o estabelecido pelo art. 3º, de que tanto o uso quanto
a destinação das áreas que constituem os Parques Nacionais devem respeitar a integridade
dos ecossistemas naturais abrangidos, já que não se poderia contemplar qualquer atividade
que confrontasse o objetivo legalmente instituído para este tipo de UC.
Nos termos do art. 7º, o PM da UC deverá indicar o zoneamento da área total, contendo no
todo, ou em parte, as seguintes zonas características:
• Zona Intangível (inciso I);
• Zona Primitiva (inciso II);
• Zona de Uso Extensível (inciso III);
• Zona de Uso Intensivo (inciso IV);
• Zona Histórico-Cultural (inciso V);
• Zona de Recuperação (inciso VI);
• Zona de Uso Especial (inciso VII).
O Decreto estabelece, ainda, um conjunto de proibições e autorizações que merecem
ser consideradas em cotejo com a legislação posterior, com vistas ao exame de eventuais
derrogações.
Ademais, os arts. 44 e 45, Decreto 84.017/1979, detalhando a disposição de que os Parques
serão administrados pelo Governo Federal (art. 1º, § 2º), estabelecem que essas UC terão
estrutura administrativa compreendendo direção, pessoal, material, orçamento e serviços57,
sendo dirigidas por servidores que possuam reconhecida capacidade técnico-científica no
que se refere à conservação da natureza58.
Considerando os objetivos deste PAPP, as atividades legalmente autorizadas no âmbito
dos Parques Nacionais Brasileiros são, a seguir, listadas. Importante, desde logo, levar em
conta que o exercício dessas atividades se submete ao objetivo estabelecido no art. 11,
Lei do SNUC, reafirmado, com outras letras mas idêntico conteúdo, no art. 1º, Decreto
84.017/1979.
1.1.4. ATIVIDADES PERMITIDAS E PROIBIDAS
São legalmente permitidas as seguintes atividades:
• Pesquisa científica59, sujeita às seguintes condições:
• Ser autorizada previamente pelo órgão responsável pela administração da UC,
observado o regulamento, o PM e as demais disposições legais60;
• Haver interesse do próprio manejo do Parque Nacional61 ou ser indispensável para
57 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 44.
58 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 45.
59 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, caput.
60 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, § 3º; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 39.
61 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 40, I.
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Parque Nacional de São Joaquim
dirimir dúvidas biológicas a respeito das espécies dificilmente localizadas fora da
área protegida62;
• Não colocar em risco a sobrevivência das espécies integrantes dos ecossistemas
protegidos63;
• Estar sujeita à fiscalização do órgão responsável pela administração do Parque
Nacional64.
• Educação ambiental65:
• Para o desenvolvimento de tal atividade poderão ser construídos equipamentos
como salas de aula, anfiteatros, entre outros, que não desvirtuem as finalidades
do Parque Nacional66.
• Recreação67:
• Autorizada, desde que em contato com a natureza68;
• Atividades ao ar livre (passeios, caminhadas, escaladas, contemplação, filmagens,
fotografias, pinturas, piqueniques, acampamentos e similares) devem ser
realizadas sem perturbar o ambiente natural e sem desvirtuar as finalidades do
Parque Nacional69.
62 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 40, II.
63 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências; BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Art. 32, § 1º; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros.
64 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências; BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Art. 32, § 2º; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros.
65 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, caput.
66 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 33.
67 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, caput.
68 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências; BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Art. 11, caput; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros.
69 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 34.
• Turismo ecológico70:
• Pode contemplar trilhas, mirantes, anfiteatros e outros equipamentos para melhor
apreciação da vida animal e vegetal71;
• Atividades ao ar livre devem ser realizadas sem perturbar o ambiente natural e sem
desvirtuar as finalidades do Parque Nacional72.
• Visitação pública73:
• Condicionada à autorização prévia do órgão responsável pela administração da
UC e sujeita às condições e restrições contidas no PM e nas demais disposições
regulamentares e legais74;
• Cobranças de taxas de visitação devem ser aplicadas de acordo com os critérios
estabelecidos no art. 35, Lei do SNUC75;
• Podem ser criados centros de visitação instalados em locais designados no PM,
bem como salas de exposições e museus76;
• Atividades ao ar livre devem ser realizadas sem perturbar o ambiente natural e sem
desvirtuar as finalidades do Parque Nacional.77
• Exploração comercial78:
• Depende de prévia autorização do órgão responsável pela administração79 e deve
70 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, caput.
71 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 33.
72 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 34.
73 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, § 2º.
74 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, § 3º; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 2º, III.
75 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 35; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 47.
76 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Arts. 31 e 32.
77 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 34.
78 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 33.
79 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 33.
329
Parque Nacional de São Joaquim
estar prevista no PM, ouvido o conselho consultivo do Parque Nacional80;
• Depende de estudos de viabilidade econômica e de investimentos elaborados
pelo órgão executor81;
• Depende de pagamento do agente explorador (pessoa física ou jurídica), conforme
valores e procedimentos estabelecidos em regulamento próprio82;
• Apenas a título oneroso e nos termos de decisão do órgão executor, pode ser
cedido o direito de uso de imagem do Parque Nacional, desde que não tenha
finalidade científica, educativa ou cultural83;
• Entre outras atividades é expressamente permitida a venda de artefatos e objetos
adequados às finalidades de educação e interpretação ambiental84;
• Sempre que possível, os locais para acampamento, estacionamento, abrigo,
restaurante e hotel, localizar-se-ão fora do perímetro dos Parques Nacionais85 ou
em Zonas de Uso Intensivo86.
• Recebimento de recursos e doações87:
• Devem ser utilizados exclusivamente na implantação, gestão e manutenção do
Parque Nacional88.
No que se refere à instalações, construções e obras:
• São autorizadas:
• Construção e ampliação de benfeitorias, mediante autorização do órgão
80 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 33.
81 BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Art. 29.
82 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 33.
83 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 27.
84 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 36.
85 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 35.
86 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 35, parágrafo único.
87 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 34.
88 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 34, parágrafo único.
gestor da UC89;
• Obras que ensejam as alterações do solo descritas no art. 8º, Decreto 84.017/1979,
mediante autorização e desde que (i) sejam realizadas nas Zonas de Uso Intensivo
ou de Uso Especial, (ii) interfiram o mínimo possível com o ambiente natural e (iii)
se restrinjam ao previsto no PM90;
• Projetos de aproveitamento limitado e local de recursos hídricos, desde que não
alterem nem perturbem o equilíbrio do solo, água, flora, fauna e paisagem,
respeitando o PM91;
• Instalação necessária à infraestrutura do Parque Nacional, mediante estudos
aprovados por autoridade competente92;
• Uso e construção de residências necessárias ao manejo do Parque Nacional93;
• Instalação ou afixação de placas, tapumes, avisos ou sinais e quaisquer outras
formas de comunicação audiovisual ou de publicidade, desde que tenham
relação direta com os programas do Parque Nacional94;
• Obras – como teleféricos, ferrovias, rodovias, barragens, aquedutos, oleodutos, linhas
de transmissão – que sejam de comprovado interesse do Parque Nacional95;
• Construção de campos de pouso, quando impraticável sua localização fora dos
limites do Parque Nacional ou se indicada no PM96.
• São proibidas:
• Obras de aterro, escavações, contenção de encostas ou atividades de correções,
adubações ou recuperação de solo97;
89 BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Art. 30.
90 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 8º, parágrafo único.
91 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 9º, parágrafo único.
92 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 20.
93 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 27, § 2º.
94 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 21.
95 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 24.
96 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 28.
97 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 8º, caput.
330
Parque Nacional de São Joaquim
• Obras de barragens, de controle de enchentes, de retificação de leitos, de alteração
de margens, hidroelétricas e outras atividades que possam alterar suas condições
hídricas naturais98.
No que se refere à flora e fauna:
• São autorizadas:
• Coleta ou apanha de espécimes vegetais para fins estritamente científicos,
no interesse dos Parques Nacionais e mediante autorização da autoridade
competente99;
• Corte, abate, plantio de árvores, arbustos e demais formas de vegetação nas Zonas
de Uso Intensivo, Uso Especial e Histórico-Cultural, observado o PM100;
• Interferência na sucessão vegetal nas Zonas Intangível, Primitiva e de Uso Especial,
somente nos casos de existência de espécies estranhas ao ecossistema local ou
quando cientificamente comprovada a necessidade de restauração101;
• Controle da população animal, em casos especiais, cientificamente comprovados,
sob orientação de pesquisador especializado e mediante fiscalização da
administração do Parque Nacional102;
• Controle de doenças e pragas, desde que mediante autorização fornecida por
autoridade competente103;
• Reintrodução de espécies sempre que estudos técnico-científicos aconselharem
essa prática, e mediante autorização da autoridade competente104;
• Perseguição, apanha, coleta, aprisionamento e abate de exemplares da
98 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 9º, caput.
99 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 10, parágrafo único.
100 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 11.
101 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 12.
102 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 15, § 1º.
103 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 18.
104 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 19.
fauna105, desde que para fins estritamente científicos, ouvidas as autoridades
competentes106;
• Caça esportiva ou amadorística, desde que prevista expressamente no PM107.
• São proibidas:
• Introdução de espécies autóctones, com exceção de animais e plantas necessários
à administração do Parque Nacional108, observado o disposto no art. 19, Decreto
84.017/1979;
• Admissão de animais domésticos, domesticados ou amansados109.
Com relação aos visitantes, são proibidas as seguintes atividades:
• Abandono de lixo, detritos ou outros materiais que maculem a integridade do
Parque Nacional110, salvo se não houver outra alternativa, caso em que deverão ser
empregadas técnicas adequadas de tratamento111;
• Atos que apresentem potencial de incêndio, salvo como técnica prevista no PM112;
• Ingresso de visitantes portando armas, ou outros materiais e instrumentos
destinados a atividades prejudiciais à fauna e à flora113.
105 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 13.
106 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 13, parágrafo único.
107 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 15, § 2º.
108 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 31, caput e § 1º; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 14.
109 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 16.
110 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 22.
111 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 29, parágrafo único.
112 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 23.
113 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 38.
331
Parque Nacional de São Joaquim
1.1.5. DECRETO Nº 5.758, DE 13 DE ABRIL DE 2006
Ainda que o Decreto 5.758/2006 (PNAP) não disponha especificamente sobre permissão ou
proibição de atividades nos Parques Nacionais Brasileiros, e não obstante sua efetividade
tenha sofrido inúmeras objeções, ele deve ser aqui considerado. Em primeiro lugar, por
ser um instrumento de referência no plano interno e, em segundo, porque contempla
disposições internacionais deduzidas na Convenção sobre Diversidade Biológica, durante a
Conferência das Nações Unidas sobre meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, bem
como preceitos instituídos pela Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável e pelo
Plano Estratégico sobre Diversidade Biológica.
Importa considerar, assim, que as atividades acima indicadas devem se adequar, de um ponto
de vista sistêmico, ao conjunto de princípios, objetivos e diretrizes estabelecidos no PNAP.
Considerando os objetivos do PAPP, merecem especial menção os seguintes princípios:
• Repartição justa e equitativa dos custos e benefícios advindos da conservação
da natureza, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, erradicação da
pobreza e redução das desigualdades regionais (1.1, XII, PNAP);
• Promoção da participação, da inclusão social e do exercício da cidadania na gestão
das áreas protegidas, buscando o desenvolvimento social, especialmente para as
populações do interior e do entorno das áreas protegidas (1.1, XX, PNAP);
• Sustentabilidade técnica e financeira, assegurando continuidade administrativa e
gerencial na gestão das áreas protegidas (item 1.1, XXII, PNAP).
Entre as diretrizes, destacam-se para os propósitos do PAPP:
• Fomentar a participação social em todas as etapas da implementação e avaliação
do PNAP (item 1.2, X, PNAP);
• Assegurar o envolvimento e a qualificação dos diferentes atores sociais no processo
de tomada de decisão (criação e gestão das áreas protegidas), garantido o respeito
ao conhecimento e direitos dos povos indígenas, comunidades quilombolas e
locais (item 1.2, XI);
• Fortalecer os instrumentos existentes de participação, de controle social, bem como
de monitoramento e de controle do Estado (1.2, XII, PNAP).
No que se refere ao eixo temático sobre gestão, planejamento e fortalecimento, estabelece-
se um conjunto de estratégias, entre as quais sobressaem em importância para este PAPP:
• Apoiar a participação efetiva dos representantes das comunidades locais
(3.2, II, j, PNAP);
• Mobilizar e formalizar parcerias para a gestão (3.2, II, l, PNAP);
• Promover o serviço voluntário (3.2, II, m, PNAP);
• Identificar e apoiar alternativas econômicas no entorno e nas zonas de
amortecimento das UC (item 3.2, II, o);
• Incentivar a cooperação entre as instituições e os órgãos públicos envolvidos nos
processos de fiscalização e controle das UC (3.2, II, p, PNAP).
No eixo temático sobre governança, participação, equidade e repartição de custos e
benefícios, devem ser consideradas as seguintes estratégias:
• Aprimorar mecanismos e políticas, e promover ajustes na legislação para garantir o
respeito e o reconhecimento dos direitos e conhecimentos das comunidades locais
na gestão das UC (4.1, II, a, PNAP);
• Implementar iniciativas de valorização, conservação e melhoramento dos sistemas
tradicionais de produção, organização e gestão das comunidades locais (4.1, II, d,
PNAP);
• Tornar disponíveis as informações necessárias para a repartição justa e equitativa
dos benefícios advindos do uso dos recursos naturais (item 4.1, II, f, PNAP);
• Definir e implementar mecanismos que confiram prioridade às comunidades locais
na implementação e gestão de atividades econômicas no interior das UC (4.1, II, h,
PNAP);
• Estabelecer e fortalecer mecanismos e instrumentos de participação que ampliem a
inclusão da diversidade sociocultural na gestão (4.2, II, b, PNAP);
• Articular com diferentes setores e esferas de governo, e com a sociedade civil, o
planejamento integrado e o desenvolvimento de ações que aproveitem o potencial
produtivo para bens e serviços das UC (4.3, II, b, PNAP);
• Desenvolver projetos que incorporem as comunidades locais no processo
de gestão de atividades econômicas no interior das UC e em suas zonas de
amortecimento (4.3, II, c, PNAP).
Ao tratar da capacidade institucional, merecem destaque as seguintes estratégias:
• Propor instrumentos legais e mecanismos institucionais ou aprimorar os existentes
332
Parque Nacional de São Joaquim
para o estabelecimento e gestão eficazes das UC, zonas de exclusão de pesca e
zonas de amortecimento (item 5.1, II, ‘a’);
• Apoiar e fortalecer a capacidade institucional das organizações sociais para o
estabelecimento de parcerias (5.1, II, e, PNAP);
• Estimular pesquisas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias relacionadas
à proteção, à reabilitação e à restauração de habitats (5.3, II, b, PNAP), ao
mapeamento de recursos naturais e ao levantamento de possibilidades para o seu
uso sustentável (item 5.3, II, c, PNAP);
• Garantir que os recursos gerados pela UC retornem ao SNUC (5.4, II, e, PNAP);
• Realizar intercâmbios e outras formas de integração entre as diferentes experiências
nos temas de educação ambiental, sensibilização e controle social da UC (5.5, II, a,
PNAP);
• Monitorar e avaliar os impactos dos programas de comunicação, educação e
sensibilização pública para as UC (5.5, II, c, PNAP).
Por fim, ainda cabe registrar as seguintes estratégias no eixo temático referente à avaliação
e monitoramento:
• Criar e fomentar linhas de pesquisa que incorporem as comunidades locais no
planejamento e na execução de estudos, desenvolvendo uma prática colaborativa
e participativa voltada para as demandas das populações (6.4, II, e, PNAP);
• Desenvolver e fortalecer parcerias de trabalho com organizações e instituições
de pesquisa, e estudos que possibilitem ampliar a compreensão da diversidade
biológica (6.4, II, g, PNAP).
Como acima mencionado, esse conjunto de disposições de caráter principiológico do PNAP,
ainda que não estabeleça regramentos específicos para as atividades, constitui um relevante
instrumento de orientação para encartar as propostas de parcerias formuladas neste PAPP aos
traços de uma política nacional construída a partir de convenções e tratados internacionais
sobre meio ambiente.
1.2. PARTE ESPECIAL
Além dos marcos legais gerais acima indicados, incidentes sobre todos os Parques
Nacionais Brasileiros, devem ser analisadas as disposições normativas e de gestão
presentes em atos do Poder Executivo aplicáveis especificamente ao PNSJ, tarefa a que
este subitem se dedica.
Neste item, portanto, serão analisadas as disposições previstas nos seguintes documentos:
• Portaria 85/2012; e
• Plano de Manejo do PNSJ (a ser aprovado).
1.2.1. PORTARIA 85, DE 25 DE JULHO DE 2012
1.2.2. PLANO DE MANEJO
Conforme visto anteriormente, o PM do PNSJ ainda está em fase de aprovação, de modo
que suas disposições ainda não têm o condão de determinar de modo absoluto as normas
de visitação e uso do PNSJ. Apesar disso, considerando que, uma vez aprovado, o PM do
PNSJ será o principal documento regulamentador do PNSJ, a análise de seu conteúdo é
indispensável no âmbito deste PAPP.
No início de 2016, o PNSJ e a Resex Marinha de Soure foram eleitos pela COMAN/ICMBio
para serem as primeiras UC a terem seus PM desenvolvidos com base em um novo método
importado dos EUA. Esse novo método consiste na internalização e adaptação de um
documento oficial do Serviço de Parques Nacionais dos Estados Unidos da América – o
denominado foundation document, ou documento alicerce – à realidade brasileira. Segundo
o próprio PM do PNSJ, de forma resumida, um PM assim constituído possui as seguintes
funções básicas:
• Comunicar o que é mais importante acerca da UC ao público e aos usuários;
• Identificar os recursos e valores prioritários para a proteção da UC atingir seu
propósito e manter sua significância;
• Garantir coerência dos planos e decisões, contribuindo para atingir o propósito e as
missões da UC;
• Fundamentar o desenvolvimento ou correção dos planos específicos subsequentes;
• Descrever as diretrizes acerca dos recursos e valores-chave da UC;
• Identificar as condições, as ameaças e os problemas da UC em relação aos seus
recursos e valores-chave;
• Identificar planos, estudos e ações necessários para a UC;
• Fundamentar o processo decisório na UC.
333
Parque Nacional de São Joaquim
Para tanto, o PM do PNSJ inclui os seguintes componentes:
• Fundamentais (tendem a ser imutáveis):
• Declaração de propósito;
• Declaração de significância;
• Recursos e valores fundamentais;
• Dinâmicos (tendem a mudar com o tempo):
• Subsídios para interpretação ambiental;
• Questões-chave;
• Atos legais e administrativos;
• Avaliação das necessidades de dados e planejamento;
• Zoneamento; e
• Normas Gerais.
Considerando a finalidade dos Parques Nacionais, prevista pelo legislador no art. 11, Lei
do SNUC, o PM do PNSJ prevê como propósito do Parque “preservar a biodiversidade, as
belezas naturais e os aspectos do patrimônio histórico e cultural, característicos do Planalto
Sul Catarinense e da encosta da Serra Geral, inseridos no bioma Mata Atlântica, garantindo a
compatibilidade da recreação, do lazer, da pesquisa científica e da educação ambiental com um
ambiente saudável para as presentes e futuras gerações” 114.
Com relação às declarações de significância, elas visam não apenas justificar a criação do
PNSJ e sua integração ao sistema federal de UC, como também orientar as decisões relativas
ao manejo e ao planejamento do PNSJ. É dizer, as atividades a serem desenvolvidas no PNSJ
devem, a um só tempo, atender ao propósito da UC e contribuir para a manutenção de suas
significâncias115, que decorrem do fato de o PNSJ:
• Abrigar um dos pontos mais altos de Santa Catarina, paisagens deslumbrantes, e
aspectos históricos e culturais únicos;
• Proporcionar sensações incríveis de vivências;
• Proteger os últimos remanescentes de mata de Araucária em Santa Catarina, sendo
114 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 11.
115 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 13 e 16-17.
uma zona núcleo da reserva da biosfera da Mata Atlântica;
• Possuir uma singularidade climática que, aliada à sua geografia, cria condições
ideais para a ocorrência de endemismos como a neve;
• Apresentar encostas e cânions decorrentes de derrames de lava basáltica;
• Revelar manifestações da última era glacial e das flutuações climáticas ocorridas
desde antes do aparecimento dos seres humanos;
• Abrigar as nascentes dos rios Três Barras, Pelotas e de afluentes do rio Canoas (os
dois últimos são afluentes do Rio Paraguai e abastecem o aquífero Guarani).
Em seguida, o PM do PNSJ descreve os recursos e valores fundamentais da UC, que
traduzem as significâncias em elementos mais concretos, descrevendo um pouco mais
detalhadamente as características e os atrativos da UC. Não cabe, aqui, analisar esses
recursos e valores fundamentais, bastando mencionar os 07 (sete) grupos em que eles são
classificados: (i) geologia, (ii) recursos hídricos, (iii) biodiversidade, (iv) pesquisa e educação,
(v) cultura, (vi) turismo e lazer e (vii) belezas cênicas.
Dos elementos supracitados derivam os subsídios para interpretação ambiental, que
consistem em “conceitos e mensagens relevantes sobre a UC que devem ser comunicados ao
público”116, tendo como objetivo revelar aos visitantes a real importância do PNSJ, permitindo
o máximo aproveitamento da experiência de visitação. O PM do PNSJ identifica 05 (cinco)
conteúdos para a interpretação ambiental, quais sejam: (i) liberdade de estar em conexão
com a natureza; (ii) cultura; (iii) vida e biodiversidade; (iv) beleza cênica diversificada; (v)
conexão e diálogo, presença institucional e cidadania. Esses conteúdos serão desenvolvidos
e complementados em documentos específicos.
Quanto aos atos legais e administrativos, além da Portaria 85/2012 , acima analisada, o PM do
PNSJ menciona o Decreto 50.922/1961 (cria o PNSJ); o Decreto 12.233/1980 (cria o Parque
Estadual da Serra Furada no estado de SC); a Portaria 46/2011 (cria o Conselho Consultivo
do PNSJ); a Portaria 114/2014 e sua retificação (modifica a composição do Conselho
Consultivo do PNSJ); a Lei 13.273/2016 (altera e detalha os limites do PNSJ, aumentando o
seu tamanho). Dado o conteúdo desses diplomas, não convém analisá-los mais detidamente
neste Encarte 1.
Logo após, o PM do PNSJ faz uma análise de cada um dos 07 (sete) grupos de recursos e
116 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 14.
334
Parque Nacional de São Joaquim
valores fundamentais identificados para o PNSJ, indicando, para cada um deles, (i) a condição
em que se encontram, (ii) as tendências e (iii) as ameaças previstas, (iv) as necessidades de
dados a serem levantados, (v) as necessidades de planejamento e (vi) as oportunidades
relacionadas ao manejo do recurso ou valor. Para os três últimos itens, o PM do PNSJ
estabelece também a prioridade das necessidades e oportunidades, classificando-a em alta,
média ou baixa.
A partir da leitura dessa análise é possível identificar quatro grandes preocupações manifestadas
no PM: (i) fomentar as pesquisas na UC (de modo a contribuir para sua preservação e o seu
manejo adequado); (ii) aprimorar as condições de visitação (com finalidade educativa, de
sensibilização e conscientização ambiental, inclusive com a elaboração do Plano de Uso Público
do PNSJ); (iii) efetivar a regularização fundiária da UC (uma vez que a maior parte do PNSJ
ainda é composta de propriedades privadas não desapropriadas); e (iv) incentivar o trabalho de
parceiros do PNSJ (para manter a infraestrutura de pesquisa e educação já existentes).
Duas dessas preocupações, aliás, são postas como questões-chave do PNSJ, ou seja, como
problemas a serem enfrentados para a gestão adequada da UC: a regularização fundiária e
a abertura do PNSJ à visitação, que aparecem ao lado da definição dos limites do Parque, de
sua comunicação com o entorno e do acesso de pessoas não autorizadas no seu interior.
No que diz respeito ao zoneamento do PNSJ, o PM inova pouco em relação à legislação
vigente, aplicando quase que exclusivamente os conceitos por ela estabelecidos. Assim,
o PNSJ foi dividido em seis zonas internas (Zona Intangível, Zona Primitiva, Zona de Uso
Extensivo, Zona de Uso Intensivo, Zona de Recuperação e Zona de Uso Conflitante) e uma
externa (a Zona de Amortecimento)117.
Na Zona Intangível são vedadas todas as formas de visitação. O PM autoriza apenas atividades
de proteção, pesquisa e monitoramento ambiental, desde que visem atingir os objetivos do
PNSJ e contribuir para o seu manejo e a sua gestão e apenas quando não for possível a
sua realização em outras zonas. Não são permitidas: instalações de infraestrutura, trilhas ou
sinalização (à exceção do que for necessário para ações de resgate, contenção de erosão e
deslizamentos e para a proteção da Zona); fogueiras; e uso de animais de carga e montaria
(com poucas exceções, como o combate a incêndios)118.
117 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 32.
118 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 33.
Na Zona Primitiva são permitidas119:
• Atividades de proteção, pesquisa, monitoramento ambiental e visitação de baixo
impacto;
• Instalação de infraestrutura em casos excepcionais e extraordinários (necessários às
ações de salvamento e resgate, contenção de erosão e deslizamentos, ou mesmo
imprescindíveis para as atividades de pesquisa e visitação de baixo impacto);
• Abertura de trilhas em casos de resgate, combate a incêndios e outras atividades
necessárias para a proteção da Zona e para pesquisa;
• Uso de fogareiros, não de fogueiras;
• Uso de veículos terrestres e de animais de carga e montaria nos casos de combate
a incêndio, resgate e salvamento, transporte de materiais para áreas remotas e de
difícil acesso, em situações imprescindíveis para a proteção da UC.
Na Zona de Uso Extensivo, que corresponde a 57,42 % da área do PNSJ, são permitidas120:
• Atividades de proteção, visitação, pesquisa e monitoramento ambiental;
• Construção e instalação de infraestrutura e outras facilidades para as atividades
acima descritas;
• Instalação de equipamentos de facilidades para a interpretação dos recursos
naturais e histórico-culturais, bem como para recreação;
• Instalação de sanitários públicos;
• Uso de fogareiros, não de fogueiras;
• Uso de animais de carga e montaria, limitando-se ao uso em estradas para as
atividades de visitação;
• Uso de veículos terrestres, nos locais definidos nos planos específicos (ainda não
existentes).
Nas Zona de Uso Intensivo, que correspondem a 07 (sete) polígonos no interior do PNSJ e 04
(quatro) no seu exterior, concentram-se a maior parte dos principais atrativos do PNSJ para
visitação, e nelas são permitidas121:
119 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 35.
120 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 37.
121 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2017. p. 38-40.
335
Parque Nacional de São Joaquim
• Atividades de visitação, pesquisa, monitoramento ambiental, proteção e inclusive
gestão da UC;
• Construção de instalação de infraestrutura e outras facilidades imprescindíveis ao
manejo e à gestão do PNSJ;
• Pavimentação de baixo impacto em trilhas, caminhos e estradas;
• Instalação de sanitários públicos nas áreas mais isoladas;
• Fogueiras, em atividades coletivas de visitação e em locais definidos em planos
específicos (ainda não existentes);
• Uso de animais de carga e montaria, limitando-se ao uso em estradas para as
atividades de visitação;
• Uso de veículos terrestres e aéreos, com as limitações indicadas no PM.
Nas Zonas de Recuperação, que são provisórias e tendem a ser incorporadas a uma das
zonas permanentes, não é permitido o uso de fogueiras para nenhuma finalidade, sendo
permitidas as seguintes atividades122:
• Proteção, recuperação (desde que precedidas de projeto específico aprovado
pelo órgão gestor da UC, a menos que sejam pequenas intervenções), pesquisa e
monitoramento ambiental;
• Pequenas intervenções nas vias de circulação e outras áreas de visitação;
• Abertura de trilhas e/ou picadas necessárias às ações de recuperação, resgate,
combate a incêndios, pesquisa e monitoramento ambiental;
• Visitação, preferencialmente relacionada a ações de sensibilização, conscientização
e educação ambiental, bem como outras atividades que não comprometam a
recuperação ambiental;
• Uso de animais de carga e montaria nas ações de recuperação, pesquisa, proteção e
monitoramento ambiental, resgate e salvamento;
• Uso de veículos terrestres e aéreos nas atividades de manejo e gestão.
O PM do PNSJ inova ao criar a denominada Zona de Uso Conflitante, não prevista
pelo Decreto 84.017/1979, que corresponde às áreas do PNSJ “cujos usos e finalidades
conflitam com os objetivos de conservação da área protegida. São áreas ocupadas por
122 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2017. p. 41-42.
empreendimentos de utilidade pública, como gasodutos, oleodutos, linhas de transmissão,
antenas, captação de água, barragens, estradas, cabos óticos e outros. O objetivo de manejo
da zona é contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que minimizem
os impactos sobre a UC”123.
Com relação a essa Zona, o PM do PNSJ estabelece algumas exigências, permissões e
proibições, dentre as quais merecem destaque as seguintes:
• Os instrumentos a serem celebrados entre o PNSJ e os ocupantes, usuários e
responsáveis pelas terras nesta Zona deverão incluir estudos acerca dos impactos
negativos das atividades e prever a solução dos problemas delas decorrentes, até
que a sua remoção seja resolvida;
• Enquanto permanecerem as situações conflitantes, os responsáveis deverão reduzir
os impactos provocados pela sua presença;
• Devem ser feitos estudos que apontem alternativas para a retirada dessas estruturas
existentes de dentro do PNSJ;
• Os usos que o DTCEA-MDI faz de área na UC, bem como seus desdobramentos,
deverão fazer parte de acordo para a compatibilização da atividade com a gestão e
a preservação ambiental do PNSJ, mediante a celebração de instrumento jurídico;
• É permitido o uso de veículos terrestres e aéreos, bem como de animais de
montaria, observadas as limitações indicadas no PM;
• O sistema de comunicação visual referente à sinalização da estrada do Morro da
Igreja deverá ser acordado com o DTCEA-MDI, devendo seguir, dentro do possível,
os padrões e as especificações estabelecidas pelo ICMBio, mesmo antes da
celebração do termo de parceria.
O PNSJ também apresenta uma Zona de Amortecimento, definida pela Lei do SNUC como “o
entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e
restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade” (art.
2º, XVIII). As normas de funcionamento e implantação da Zona de Amortecimento não foram
definidas no PM do PNSJ, que se atém ao estabelecimento de seus limites, aplicando-se, pois,
a Resolução CONAMA nº 428/2010, atualizada pela Resolução CONAMA nº 473/2015 (que,
no seu art. 1º, § 2º, prevê que “[...] o licenciamento de empreendimento de significativo impacto
ambiental, localizados numa faixa de 3 mil metros a partir do limite da UC, cuja ZA não esteja
123 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2017. p. 43.
336
Parque Nacional de São Joaquim
estabelecida, sujeitar-se-á ao procedimento previsto no caput [...]”, ou seja, somente poderá ser
concedido mediante autorização do órgão responsável pela gestão do PNSJ).
Neste ponto, convém apontar para o fato de que mais da metade da área total do PNSJ
(57,42 %) foi classificada como Zona de Uso Extensivo, e 9,13 % como Zona de Uso Intensivo,
o que demonstra uma grande preocupação em permitir o exercício de atividades educativas
e recreativas no interior da UC (art. 7º, III e IV, Decreto 84.017/2002)124.
Por fim, nas páginas 48 e 51 a 55 o PM do PNSJ apresenta algumas normas gerais para o
funcionamento do PNSJ, dentre as quais merecem destaque as seguintes:
• A infraestrutura a ser instalada na UC deve se limitar àquela necessária ao seu
manejo adequado;
• Nas áreas de contato entre a Zona Intangível e outras zonas menos restritivas
somente é possível instalar infraestrutura e facilidades para a proteção dos solos e
do visitante;
• À exceção de acampamentos e abrigos simples, é vedada a construção e o
funcionamento de outras modalidades de hospedagem dentro do PNSJ;
• É vedada a construção e a implantação de teleféricos e similares no PNSJ;
• É proibido instalar quaisquer infraestruturas sobre os topos do relevo da UC, com
exceção daquelas necessárias à proteção e à visitação;
• É vedado o preparo de churrasco no interior do PNSJ, inclusive nas áreas de
visitação, exceto no alojamento nos Campos de Santa Bárbara e na sede, em
Urubici;
• É proibida a instalação de placas ou outras formas de comunicação visual ou
de publicidade e propaganda que não tenham relação direta com atividades
desenvolvidas ou com os objetivos da UC;
• A visitação ocorrerá mediante o pagamento por ingresso de acesso à área e por
serviços prestados nas atividades desenvolvidas;
• Eventos, atividades religiosas e outros similares, incluindo reuniões de associações,
poderão ser autorizados desde que não causem impactos negativos sobre a fauna,
a flora e a experiência da visitação, sendo proibida a deposição de resíduos de
qualquer natureza no ambiente;
124 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 32.
• São permitidos eventos esportivos e desportivos não motorizados, tais como
corridas de aventura, torneios de esportes de natureza, entre outros, vedando-se a
realização de eventos político-partidários e similares;
• É vedada a passagem e a permanência de carros de som no interior da UC, bem
como o uso de aparelhos sonoros de longo alcance, admitindo-se apenas shows
e festivais que utilizem instrumentos e amplificação em consonância com os
objetivos da UC;
• Os recursos hídricos da UC não podem ser explorados ou alterados por quaisquer
formas de captação ou contenção de água, com exceção daquelas consideradas
fundamentais para a gestão do PNSJ;
• Todas as pessoas que entrarem no Parque têm responsabilidade individual na
remoção de todos os resíduos sólidos que gerarem no PNSJ;
• Todo material utilizado para pesquisas e estudos no PNSJ deverá ser retirado e o
local reconstituído após a finalização dos trabalhos, exceto aqueles de interesse da
UC;
• Toda infraestrutura existente na UC que possa gerar resíduos e efluentes deverá
contar com um tratamento adequado;
• Veículos motorizados somente podem circular nas estradas oficiais do PNSJ,
ressalvados casos excepcionais em atividades imprescindíveis à gestão da UC;
• A circulação motorizada de visitantes na área do Morro da Igreja/Pedra Furada será
feita por meio de transporte único, desde que viável, sendo que tal transporte será
avaliado individualmente para as outras áreas e atividades, o que será definido e
detalhado nos planos específicos e outros instrumentos, permanecendo como está
até a implantação do serviço;
• O comércio de alimentos e bebidas será definido nos planos específicos e outros
instrumentos;
• É proibido o ingresso e a permanência de animais domésticos, domesticados e/ou
amansados no PNSJ, com exceção de cães-guia para deficientes visuais;
• O pouso e a decolagem de helicópteros, aeronaves e similares (inclusive drones
e balões) serão admitidos apenas nas atividades de pesquisa e de proteção da
UC (combate a incêndios, resgate, salvamento, etc.), bem como no transporte e
remoção de materiais para áreas remotas ou de difícil acesso e na obtenção de
imagens demandadas pela administração da UC;
337
Parque Nacional de São Joaquim
• Para as atividades de visitação, poderão ser permitidos sobrevoos panorâmicos, a
partir de planos específicos e outros instrumentos, os quais definirão os tipos de
aeronaves e equipamentos similares que produzam pouco ruído;
• No subsolo do PNSJ serão permitida apenas atividades de pesquisa e visitação em
cavidades naturais, as quais não poderão envolver a prospecção mineral;
• A visitação aos sítios arqueológicos e cavidades naturais da UC ficará subordinada
a estudos específicos e às recomendações de manejo neles indicadas, conforme
legislação vigente;
• Até que o PNSJ disponha de projeto de sinalização, será admitida a sinalização de
interesse e iniciativa da UC, indispensável à proteção dos recursos, à segurança dos
visitantes e pesquisadores, bem como à interpretação dos seus recursos naturais
e histórico-culturais, nas zonas permitidas e dentro dos padrões constantes de
referências institucionais oficiais, quando houver;
• Não podem ser apropriados, explorados ou alterados no interior da UC recursos
minerais e outros materiais de qualquer natureza, como areia, argila, cascalhos,
pedras, brita e carvão, entre outros considerados preciosos ou semipreciosos,
com exceção daqueles julgados importantes para a pesquisa com fins científicos,
conforme legislação vigente;
• É proibido lançar produtos ou substâncias químicas, resíduos e efluentes não
tratados de qualquer espécie, que sejam nocivos à vida animal e vegetal, nos
recursos hídricos do PNSJ, no solo e no ar, exceto para casos especiais previamente
autorizados pelo órgão gestor da UC;
• É proibido fumar e consumir bebidas alcoólicas no interior do PNSJ até que os
planos específicos e outros instrumentos deliberem sobre o assunto;
• Todas as obras de engenharia ou infraestrutura necessárias à gestão da UC
devem considerar a adoção de alternativas de baixo impacto ambiental durante a
construção e o funcionamento;
• O sistema de radiocomunicação do PNSJ pode ser instalado nas suas diversas
áreas, exceto na Zona Intangível, não se admitindo agregação de equipamentos
e similares de outras instituições, salvo no caso de estruturas temporárias
destinadas à pesquisa e às ações de proteção, no estrito interesse do manejo e da
gestão da UC.
Essas normas, adequadas aos objetivos estabelecidos pelo legislador para todas as UC
contempladas pelo SNUC (art. 4º) e, especificamente, para os PNB (art. 11, caput), compõem,
na prática, o que poderia ser denominado de regulamento do PNSJ, o qual deve ser observado
para efeitos deste PAPP – repita-se, mesmo que o PM do PNSJ ainda não esteja vigente.
338
Parque Nacional de São Joaquim
APÊNDICE C
ATORES MOBILIZADOS PARA A OFICINA TÉCNICA
NOME CONTATO MUNICÍPIO SEGMENTO ATIVIDADE/RAMO PESSOA JURÍDICA SITUAÇÃO PERÍODO
Andreia Cristiane de Souza 49 99165-9016 Urubici Sociedade Civil Organizada Presidente Associação Comunitária dos Moradores do Morro da Igreja
Contatada / entrevistada
01.03.2018
Denilson de Oliveira 49 99139-1110 Urubici Iniciativa Privada Empresário Restaurante e Pousada Véu da Noiva Contatado / entrevistado
01.03.2018
Adriane Zilli 49 99900-2155 Urubici Iniciativa Privada / Sociedade Civil Organizada
Empresária / Presidente Comércio / Associação do Trade Turístico de Urubici -POUSERRA
Contatada / entrevistada
02.03.2018
Marcelo Lemos 48 99922-9188 Urubici Iniciativa Privada / Sociedade Civil Organizada
Empresário / Membro Diretoria Restaurante / POUSERRA Contatado / entrevistado
02.03.2018
Dilmo Israel 49 3278-4244 Urubici Iniciativa Privada / Sociedade Civil Organizada
Guia Turístico / Presidente Acolhida na Colônia / Conselho de Turismo - Contur
Contatado / entrevistado
02.03.2018
Erionei Manoel Martins 49 99159-1818 Urubici Sociedade Civil Organizada Presidente Associação dos Vizinhos do Morro da Igreja - AMI
Contatado / entrevistado
03.03.2018
Antônio Zilli Urubici Sociedade Civil Organizada/Gestão Pública Municipal
Presidente / Prefeito Associação de Municipíos da Região Serrana (Urubici) - AMURES
Contatado / entrevistado
03.03.2018
Elisa Wypes Santana de Liz 49 99111-8971 Urubici Iniciativa Privada Alimentação / Criou o Conserra e ex membra
Armazém da Serra Contatada / entrevistada
03.03.2018
Ana Ester Rosseto 48 9617-6700 Urubici Iniciativa Privada / Sociedade Civil Organizada
Hospedagem / Conselho Il Rifugio / Associação dos Comunitários do Morro da Igreja - ACMI
Contatada / entrevistada
04.03.2018
João Martins Filho 49 99147-0047 Urubici Iniciativa Privada Comércio combustíveis Posto Temático / ex prefeito e ativista do turismo local
Contatado / entrevistado
04.03.2018
Deive Almeida 49 99148-8887 Urubici Iniciativa Privada Hospedagem / Guia Corvo Branco Estalagem Contatado / entrevistado
05.03.2018
Luiz Clovis Rodrigues Correa
49 99166-2423 Urubici Gestão Pública Municipal Conselheiro / Vereador ConCidade/ câmara de vereadores Contatado / entrevistado
07.03.2018
Simone Vieira Oliveira Rodrigues
49 99123-2310 Urubici Sociedade Civil Organizada / Serviço público municipal
Líder comunitária / Sec. Turismo Comunidade do Baiano/ Sec. Municipal de Turismo
Contatado / entrevistado
07.03.2018
Sérgio Sachet 49 3278-5617 49 99151-4011 [email protected]
Urubici Iniciativa Privada Turismo Agência de Turismo Graxaim Ecoturismo
Contatado / entrevistado
07.03.2018
Marconi Augusto Farias de Oliveira
49 99144-0564 [email protected]
Urubici Gestão Pública Federal Aeronáutica CINDACTA II Contatado / entrevistado
07.03.2018
Vanessa Mathias Bernardo 48 99172-8817 Orleans Gestão Pública Estadual Gestora do PE Serra Furada/IMA e CT do PUP
FATMA - Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina
Contatada / entrevistada
05.03.2018
Leomar Brugnara 48 99825-3212 Orleans Gestão Pública Municipal; Diretor de Turismo Prefeitura Municipal de Orleans/Sec de Turismo
Contatado / entrevistado
05.03.2018
339
Parque Nacional de São Joaquim
NOME CONTATO MUNICÍPIO SEGMENTO ATIVIDADE/RAMO PESSOA JURÍDICA SITUAÇÃO PERÍODO
Leonardo Baschirotto 48 9999-27409 [email protected]
Orleans Iniciativa Privada Montanhista
Pedro Barp Rodrigues 48 98827-627548 99105-4464
Lauro Muller Gestão Pública Municipal Vice-prefeito e Secretário de Turismo/ Diretor
Secretaria Municipal de Turismo/ Ecomuseu Serra do Rio do Rastro
Entrevistado 06.03.2018
Claudio Lottin 48 98825-9166 Lauro Muller Gestão Pública Municipal Presidente/ Conselheiro Ecomuseu Serra do Rio do Rastro/ CONCIDADE e COMTUR
Entrevistado 06.03.2018
Paulo Cesar Freiberger 48 98824-1234 Lauro Muller Gestão Pública Estadual Funcionário/ Vice Presidente/Conselheiro
EPAGRI/ ECOMUSEU/ CONCIDADE e COMTUR
Entrevistado 06.03.2018
Paulo Cadallóra 48 98841-7223 Lauro Muller Sociedade Civil Organizada Ativista Ambiental Instituto Alouatta Entrevistado 06.03.2018
Rosilene Koch 48 98806-3454 Lauro Muller Sociedade Civil Organizada Instituto Alouatta Entrevistado 06.03.2018
Pedro Paulo Goulart da Silva
São Joaquim
Iniciativa Privada Presidente Serra Catarinense Conventions e Visitors Bureau
Entrevistado 43165
Ana Lúcia 49 99992-1038 49 98406-2774
São Joaquim
Sociedade Civil Organizada Presidente AMURES Contato programado
Isolete Galvane Paladini 48 3466-3151 Orleans Iniciativa Privada Transporte Turístico Esaltur Contatada / entrevistada
05.31.2018
Valdirene Börger Dorigon 48 99929-7030 Orleans Ensino Superior Museologia Diretora do Museu ao Ar Livre da UNIBAVE
UNIBAVE - Centro Universitário Barriga Verde
Contatada / entrevistada
05.03.2018
Idemar Ghizzo 48 99959-5790 Orleans Ensino Superior Museologia Museólogo UNIBAVE - Centro Universitário Barriga Verde
Contatado / entrevistado
05.03.2018
Dimas Ailton Rocha 48 99984-7009 Orleans Ensino Superior Pró-Reitor de Pós-Graduação Pesquisa e Extensão / Pró-Reitor Administrativo
UNIBAVE - Centro Universitário Barriga Verde
Contatado / entrevistado
05.03.2018
Márcio Alexandre de Souza 49 98831-7703 Urubici Iniciativa Privada Gerente Serviço Social do Comércio - SESC Contatado / entrevistado
02.03.2018
Maria Lucia Vieira Machado Bom Jardim da Serra
Gestão Pública Municipal Secretária Municipal Secretaria Municipal de Turismo Entrevistada 06.03.2018
Lucimar Urubici Sociedade Civil Organizada Proprietária / Presidente Sítio do Pai Velho / Associação Agroecológica
Programada 07.03.2018
Roberto Martins 48 99982-6835 48 3278-4666
Urubici Iniciativa Privada Proprietário / Diretor Serra Bela Hospedaria Rural / SESC Estado de Santa Catarina
Programada Programada
Coronel Adachi Urubici Comandante CINDACTA II Programada 06.03.2018
Ricardo Medeiros 48 99903-4121 Grão Pará Gestão Pública Estadual Secretário STR Secretaria Regional Estado de Santa Catarina
Não contatado
05.03.2018
Jame Kempe Grão Pará Sociedade Civil Organizada Proprietário/Membro Câmara Proprietário de área no PNSJ/ Membro Câmara Plano de UP
Não contatado
27.02.2018
Rosana de Oliveira 48 98444-3510 Grão Pará Gestão Pública Vereadora Câmara de Vereadores de Grão Pará Não contatada
03.03.2018
340
Parque Nacional de São Joaquim
APÊNDICE D
ATORES PRESENTES NA OFICINA TÉCNICA