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PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM

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Parque Nacional de São Joaquim

PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM

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Parque Nacional de São Joaquim

PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM

2018

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Parque Nacional de São Joaquim

Sumário

LISTA DE SIGLAS 6

APRESENTAÇÃO 8

ENCARTE 1

PANORAMA AMBIENTAL, SOCIOECONÔMICO 9

E INSTITUCIONAL DA UNIDADE DE 9

CONSERVAÇÃO E ENTORNO 9

1. INTRODUÇÃO 9

2. OBJETIVOS 10

3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 10

3.1 ENQUADRAMENTO DO PNSJ NO ÂMBITO INTERNACIONAL 10

3.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO PNSJ 12

3.3 ACESSOS AO PNSJ 13

3.4 DADOS DE CRIAÇÃO E INSTITUCIONAIS DO PNSJ 14

4. PANORAMA SOCIOAMBIENTAL DO PNSJ 21

4.1 ASPECTOS DO MEIO FÍSICO 21

4.2 ASPECTO DO MEIO BIÓTICO – FLORA 29

4.3 ASPECTOS DO MEIO BIÓTICO – FAUNA 33

4.4 ASPECTOS DO MEIO ANTRÓPICO 34

5. PANORAMA DO USO PÚBLICO NO PNSJ 44

5.1 CONTEMPLAÇÃO 44

5.2 CAMINHADA 48

5.3 CICLISMO E CICLOTURISMO 59

5.4 CAVALGADA 63

5.5 VOO LIVRE 65

5.6 OUTRAS ATIVIDADES DE USO PÚBLICO DESENVOLVIDAS 65

5.7 CARACTERIZAÇÃO DA VISITAÇÃO NO PNSJ 67

6. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 69

6.1 PANORAMA DO MERCADO DE TURISMO EM ÁREAS NATURAIS 69

6.2 POSICIONAMENTO DIGITAL 80

6.3 TENDÊNCIAS E PERFIL DE CONSUMIDORES 101

6.4 MERCADOS PRIORITÁRIOS 105

ENCARTE 2

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E 107

FINANCEIRA DOS MODELOS DE PARCERIA 107

1. INTRODUÇÃO 107

1.1 OBJETIVOS 107

2. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA NO PROJETO PILOTO PAPP NO PNSJ 108

2.1 ORGANIZAÇÃO DA MOBILIZAÇÃO 108

2.2 ORGANIZAÇÃO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA 109

2.3 DESENVOLVIMENTO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA 110

3. PROPOSTAS DE ATIVIDADES E SERVIÇOS DE APOIO À VISITAÇÃO NO ÂMBITO DAS PARCERIAS AMBIENTAIS PÚBLICO-PRIVADAS 120

3.1 OPERAÇÃO 01: CENTRO DE VISITANTES E SERVIÇOS ASSOCIADOS / POSTO DE INFORMAÇÃO E CONTROLE 120

3.2 OPERAÇÃO 02: TRANSPORTE ÚNICO – MORRO DA IGREJA 149

3.3 OPERAÇÃO 03: RECANTO SANTA BÁRBARA 153

3.4 RECOMENDAÇÕES: AÇÕES, ATIVIDADES E OPERAÇÕES 166

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Parque Nacional de São Joaquim

4. ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA 172

4.1 CONSTRUÇÃO DOS CENÁRIOS DE ANÁLISE 172

4.2 PREMISSAS DO MODELO ECONÔMICO-FINANCEIRO 173

4.3 PROJEÇÕES FINANCEIRAS 187

4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 190

ENCARTE 3

ARRANJOS E INSTRUMENTOS JURÍDICOS 192

1. INTRODUÇÃO 192

2. ARRANJO JURÍDICO 193

3. INSTRUMENTOS JURÍDICOS 198

REFERÊNCIAS 312

APÊNDICE A

INSTRUMENTOS JURÍDICOS 320

1. INTRODUÇÃO 320

2. INSTRUMENTOS 320

APÊNDICE B

MARCO LEGAL 325

1. ATIVIDADES AUTORIZADAS E PROIBIDAS: LEGISLAÇÃO VIGENTE 325

1.1. PARTE GERAL 325

1.2. PARTE ESPECIAL 332

APÊNDICE C

ATORES MOBILIZADOS PARA A OFICINA TÉCNICA 338

APÊNDICE D

ATORES PRESENTES NA OFICINA TÉCNICA 340

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Parque Nacional de São Joaquim

LISTA DE SIGLAS

ACADEBio Academia Nacional de Biodiversidade

AGU Advocacia Geral da União

APA Área de Proteção Ambiental

BDI Benefícios e Despesas Indiretas

BID Banco Interamericano de Desenvolvimento

CAPEX Capital Expenditure

CDB Convenção para a Diversidade Biológica

CGCAP Coordenação Geral de Criação, Planejamento e Avaliação de Unidades de Conservação

CINDACTA Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo

CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

COEST Coordenação de Planejamento, Estruturação da Visitação e do Ecoturismo

COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

COMAD Coordenação de Matéria Administrativa

COMAN Coordenação de Elaboração e Revisão de Plano de Manejo

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

CONCES Coordenação de Concessão e Negócios

CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

CV Centro de Visitantes

DIBIO Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade

DIMAN Diretoria de Criação e Manejo de Unidade de Conservação

DIPLAN Diretoria de Planejamento, Administração e Logística

DISAT Diretoria de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial em Unidades de Conservação

DMA Domínio Mata Atlântica

DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral

DTCEA-MDI Destacamento de Controle do Espaço Aéreo Morro da Igreja

EVEF Estudo de Viabilidade Econômico-Financeira

FAB Força Aérea Brasileira

FAMOR Fundação Ambiental Municipal de Orleans

FATMA Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FOMIN Fundo Multilateral de Investimentos

FPA Frente Polar Atlântica

FUNBIO Fundo Brasileiro para Biodiversidade

GPS Global Positioning System

IBAM Instituto Brasileiro de Administração Municipal

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBDF Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

INCRA Instituto de Colonização e Reforma Agrária

INSS Imposto Nacional sobre Seguridade Social

IPÊ Instituto de Pesquisas Ecológicas

IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

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Parque Nacional de São Joaquim

IRPJ Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica

ISS Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza

IUGS União Internacional de Ciências Geológicas

MMA Ministério do Meio Ambiente

MP Medida Provisória

NPS Serviço de Parques Nacionais

NUC Núcleo de Unidades de Conservação

OAB Ordem dos Advogados do Brasil

ONG Organização Não Governamental

OPEX Operational Expenditure

OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

OTP Oficina Técnica Participativa

PAESF Parque Estadual da Serra Furada

PAOF Plano Anual de Outorga Florestal

PAPP Parcerias Ambientais Público-Privadas

PFE Procuradoria Federal Especializada

PGF Procuradoria Geral Federal

PIB Produto Interno Bruto

PM Plano de Manejo

PNAP Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas

PNSJ Parque Nacional de São Joaquim

RAT Risco de Acidente de Trabalho

RBMA Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

RDS Reserva de Desenvolvimento Sustentável

REBIO Reserva Biológica

RESEX Reserva Extrativista

RL Reserva Legal

RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural

RSC Retorno Sobre Concessão

SA Sede Administrativa

SEMA Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

SESC Serviço Social do Comércio

SiBCS Sistema Brasileiro de Classificação de Solos

SIG Sistemas de Informação Geográfica

SNC Sistema Nacional de Cultura

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

SPU Serviço de Patrimônio da União

SR Superintendência Regional

TIR Taxa Interna de Retorno

TMA Taxa Mínima de Atratividade

UAAF Unidades Avançadas de Administração e Finanças

UC Unidade de Conservação

UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

UNIBAVE Centro Universitário Barriga Verde

VAB Valor Adicional Bruto

VPL Valor Presente Líquido

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Parque Nacional de São Joaquim

APRESENTAÇÃOO Projeto Piloto de Parcerias Ambientais Público-Privadas (PAPP) resulta do esforço

do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de sua instituição gestora de Unidades

de Conservação (UC) federais, o Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade (ICMBio).

O projeto PAPP conta com o apoio financeiro do Fundo Multilateral de

Investimentos (FOMIN), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da

Caixa Econômica Federal e de outros parceiros nacionais e visa, de modo geral,

apoiar as UC por meio do estabelecimento de modelos de gestão fundamentados

na proposição de arranjos institucionais e modelos de parcerias público-privadas.

A operacionalização dos trabalhos de consultoria para concepção dos projetos

PAPP de diversas UC no país, está sob a responsabilidade executiva do Instituto

Brasileiro de Administração Municipal (IBAM).

O desenvolvimento de modelagens de PAPP para o Parque Nacional de São

Joaquim (PNSJ), localizado no estado de Santa Catarina, foi delegado à empresa

Detzel Consulting por meio de seleção pública de propostas realizada pelo

IBAM em dezembro de 2017 e prevê o desenvolvimento do projeto na condição

de piloto para estabelecer alicerces à constituição de política de formação de

parcerias que possa ser replicada para outras UC nacionais.

O resultado dos estudos que compõe este documento atendeu ao previsto nos

Termos de Referência (PAPP – BR – M1120) e, para efeito de organização, está

apresentado em 3 encartes correspondentes aos seguintes conteúdos:

• Encarte 1: contempla o Panorama Ambiental, Socioeconômico e

Institucional do PNSJ e Entorno. Destaca-se que foram abordados - além

de um panorama social, econômico e ambiental do território abrangido

pela UC alvo do estudo e sua região de influência - aspectos relacionados

à organização e atuação institucional do ICMBio e de organizações

vinculadas à UC, além de avaliações de potenciais e desafios relativos ao

estabelecimento de parcerias;

• Encarte 2: contempla a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira

dos Modelos de Parceria. Contempla registros sobre a participação pública

no processo de elaboração do PAPP para fins de coleta de subsídios às

análises, uma abordagem jurídica relacionada aos arranjos institucionais

passíveis de aplicação para fins de consolidação de parcerias público

privadas e, especialmente, as análises econômica e financeira sobre

as alternativas de parceria elencadas como prioritárias à unidade de

conservação;

• Encarte 3: contempla a Modelagem Jurídica da Concessão, estabelecida

como prioridade de trabalho para o PNSJ e inclui todas as peças jurídicas

e de caráter técnico para a emissão de edital objetivando a captação de

proponentes no mercado privado.

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Parque Nacional de São Joaquim

ENCARTE 1

PANORAMA AMBIENTAL, SOCIOECONÔMICO E INSTITUCIONAL DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO E ENTORNO

1. INTRODUÇÃOAs áreas protegidas, incluindo as Unidades de Conservação (UC), são usualmente

financiadas pelo Estado, conforme suas esferas administrativas (governos

municipais, estaduais ou federal). Apesar de muitas vezes o custo da conservação

de uma única área ser relativamente baixo, ao se considerar o custo oportunidade

e a composição de diversas áreas sob responsabilidade única da esfera

administrativa, as despesas podem se tornar onerosas nos orçamentos públicos.

Isto ocorre, principalmente, quando as demandas das responsabilidades sociais do

Estado são priorizadas nas alocações de recursos orçamentários governamentais,

como, por exemplo, priorização de investimento nos setores de saúde, educação

e outros serviços essenciais. Quando isso acontece, os orçamentos disponíveis

tornam-se insuficientes para a operacionalização destes espaços.

Em uma perspectiva global, um estudo do Banco Mundial (1994) demonstra

que, apesar de promoverem a qualidade de vida da população e ter grande

importância ecológica e econômica, grande parte dos parques naturais e

áreas protegidas existentes no mundo historicamente não geram rendimentos

financeiros suficientes para cobrir seus custos de manutenção. No Brasil, a

tendência se confirma. De acordo com a Fundação Brasileira para a Biodiversidade

e o Ministério do Meio Ambiente (FUNBIO, 2009), em 2008 o dispêndio realizado

pelo Governo Federal para manutenção do Sistema Nacional de Unidades de

Conservação (SNUC) foi de R$ 316,6 milhões. Além desse montante, cerca de

R$ 16 milhões derivaram de outras fontes, como cooperações internacionais,

compensações ambientais, geração própria de recursos financeiros, entre outras.

Desse modo, evidencia-se a necessidade da desoneração do Estado através do

aproveitamento das potencialidades dessas áreas, aliando a monetização de seus

atributos ambientais à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável.

A Convenção para a Diversidade Biológica (CDB) (UN - United Nations, 1992),

integrante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e homologada

pelo Brasil, estabelece como primordial e necessário que as áreas protegidas se

apropriem de formas de gestão e modelos para geração de recursos próprios que

custeiem suas manutenções. O CDB aponta, ainda, que os mecanismos utilizados

para gerar recursos à criação e operacionalização dessas áreas devem aproveitar

as oportunidades econômicas da exploração sustentável dos recursos naturais e,

assim, atingir a sustentabilidade financeira necessária à sua preservação.

A captação de recursos através da conservação, preservação e usos de áreas

protegidas possui grande dependência e relação com suas aptidões. Cada área

protegida possui particulares características físicas, biológicas e antrópicas, assim

como singulares atrativos naturais e importância ecológica. A exploração e

conservação dessas aptidões são regulamentadas pelo conjunto de normas que

regem áreas protegidas e que também devem ser colocadas em pauta durante a

análise de suas viabilidades.

A visitação em UC é a principal forma de obtenção de recursos alternativos para a

sustentabilidade dessas unidades territoriais (SEMEIA, 2014). Os Parques Nacionais,

conforme estabelece o SNUC, possibilitam a realização de atividades de recreação

em contato com a natureza, em seu estado mais conservado, turismo ecológico,

de aventura, entre outros. A permissão à visitação possibilita, para esta categoria

de UC, a implementação de modelos de negócios que podem se tornar geradores

de receitas, auxiliando a suprir seus custos de manutenção e promovendo

benefícios à comunidade.

Nesta perspectiva, os projetos pilotos para Parcerias Ambientais Público-Privadas

(PAPP) buscam estabelecer alicerces à constituição de política de formação de

parcerias para a ampliação dos processos de visitação em Parques Nacionais,

através de arranjos institucionais e modelos de gestão inovadores que possibilitem

a inclusão socioprodutiva e sustentabilidade financeira das UC.

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Parque Nacional de São Joaquim

2. OBJETIVOSConstitui-se objetivo principal deste trabalho elaborar estudo para delegação

de uso de bem público à realização de atividades e serviços de apoio à visitação

no Parque Nacional de São Joaquim (PNSJ), bem como, “formular e fomentar a

aplicação de modelos de parcerias ou alianças ambientais público-privadas voltadas

para o aproveitamento sustentável das potencialidades econômicas da referida

UC com vistas à melhoria da gestão e da conservação da biodiversidade e, ainda,

à geração de benefícios sociais e econômicos para as populações residentes e do

entorno”, conforme preconizam os Termos de Referência que norteiam este

trabalho.

O presente estudo cumpriu, ainda, os seguintes objetivos específicos, de acordo

com o Termo de Referência:

• Identificar a potencialidade de exploração comercial e econômica sustentável

do território, a partir dos ativos ambientais e da vocação local, com análise

da relação custo-benefício com base em Estudo de Viabilidade Econômico-

Financeira;

• Identificar parcerias formais e informais existentes e potenciais capazes de

viabilizar uma operação sustentável e de padrão internacional, incluindo a

participação da comunidade local e do entorno da referida UC.

3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDOO presente item trata dos aspectos gerais do PNSJ, evidenciando seu

enquadramento nos âmbitos internacional, nacional e regional, sua localização

geográfica, acessos, além de informações legais e institucionais relativas à criação

e à gestão da UC.

3.1 ENQUADRAMENTO DO PNSJ NO ÂMBITO INTERNACIONAL

Considerando a contextualização no âmbito mundial, visando a conservação da

biodiversidade e o desenvolvimento sustentável, o PNSJ compõe parte da Reserva

da Biosfera da Mata Atlântica.

3.1.1 RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA

Considerada a maior reserva da biosfera em área florestada do planeta, com

aproximadamente 78 milhões de hectares (62 milhões em áreas terrestres e 16

de milhões em áreas marinhas), a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - RBMA,

abrange 17 estados brasileiros estendendo-se pelo litoral brasileiro, desde o Ceará

ao Rio Grande do Sul, envolvendo algumas ilhas oceânicas (CN-RBMA, 2004).

Foi a primeira Reserva da Biosfera declarada no Brasil em âmbito mundial, no

qual compreende todas as formações florestais e outros ecossistemas terrestres

e marinhos que constituem o Domínio Mata Atlântica (DMA), assim como os

principais remanescentes florestais e grande parte das UC da Mata Atlântica (CN-

RBMA, 2004).

Reconhecida pela UNESCO em seis fases sucessivas entre 1991 e 2008, abrange

atualmente 700 UC em suas Zonas Núcleos. No entanto, na primeira fase, apenas

algumas áreas isoladas dos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro foram

incluídas (CN-RBMA, 2004).

A gestão da Reserva direciona-se de forma rigorosa aos princípios de participação,

descentralização e transparência. Todavia, sua administração é flexível e

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Parque Nacional de São Joaquim

desburocratizada. Seus órgãos de decisão são colegiados com participação

simultânea e paritária entre entidades governamentais (federais, estaduais e

municipais) e setores organizados da sociedade civil (ONG, comunidade científica,

setor empresarial e populações locais). A RBMA possui vários programas técnico-

científicos e projetos demonstrativos em campo que são coordenados pela

Reserva juntamente com parceiros (CN-RBMA, 2004).

O estado de Santa Catarina, onde está inserido o PNSJ, integra a RBMA e é

considerado o terceiro estado brasileiro com maior área de remanescentes

da Mata Atlântica, abrangendo 1.662.000 hectares (17,46 % da área original), a

qual exerce as funções gerais da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, como:

conservação da biodiversidade do ecossistema, promoção do desenvolvimento

sustentável em suas áreas de abrangência, pesquisa científica, educação e

monitoramento permanente (CN-RBMA, 2004).

Conforme pode ser observada na Figura 3.1, a maior porção do PNSJ está inserida

na Zona Núcleo da RBMA, enquanto pequena parte de suas áreas encontram-se

na Zona Tampão ou de Amortecimento.

Figura 3.1 PNSJ no contexto da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de CN-RBMA, 2004.

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3.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO PNSJ

Criado em 1961, o PNSJ é uma UC Federal inserida no bioma Mata Atlântica,

situada no sul do país, no estado de Santa Catarina, na região serrana (FERNANDES;

OMENA, 2011). Localiza-se nos municípios de Urubici (onde funciona sua Sede

Administrativa), Bom Jardim da Serra, Grão Pará, Lauro Muller e Orleans (situados

dentro do quadrante, ponto superior direito com latitude de 28°3,40’58”S

e longitude de 49°20’34.21”O; e ponto inferior esquerdo com latitude de

28°21’18.53”S e longitude de 49°40’44.79”O) (Figura 3.2).

Apresenta área de 49.800 ha, conforme Lei Nº 13.273, de 15 abril de 2016 e um

perímetro de173,8 km. Regionalmente, existe uma divisão entre as áreas do PNSJ,

sendo denominadas: região de “serra-abaixo”, no qual fazem parte os municípios

de Orleans, Lauro Muller e Grão Pará; e a região “campos-de-cima-da-serra”, que

contempla os municípios de Urubici e Bom Jardim da Serra (Figura 3.2) (SOUZA,

2004).

O PNSJ é o segundo maior Parque Nacional do Estado, sendo a UC mais antiga

(FERNANDES; OMENA, 2011). Possui como principal objetivo a conservação da

araucária Araucaria angustifolia (OLIVEIRA, 2014), espécie vegetal de relevância

ecológica alta, dada a condição e nível de ameaça.

Figura 3.2 Localização do PNSJ em relação ao território brasileiro e no estado de Santa Catarina.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

3.3 ACESSOS AO PNSJ

O acesso à região do PNSJ pode ser realizado por via aérea e terrestre. Por via terrestre, o acesso ao município de Urubici, onde localiza-se a Sede Administrativa do Parque, pode ser realizado por dois caminhos.

O acesso principal se dá pela capital do estado, Florianópolis (160 km de Urubici), utilizando-se a rodovia BR 282, sentido Lages/SC, até o km 146, na localidade de Santa Clara, município de Bom Retiro/SC. A partir daí, vira-se à esquerda pela rodovia SC 430, seguindo por 24 km até a área urbana do município de Urubici (SC) (ICMBIO, sem data). O caminho secundário pode ser realizado saindo da capital e seguindo a BR 101, sentido Tubarão/SC. A partir daí, vira-se à direita sentido Orleans/SC, seguindo pela via SC 438, conhecida popularmente como “Estrada da Serra do Rio do Rastro” (município de Lauro Muller/SC). Após a passagem pela serra, chega-se ao município de Bom Jardim da Serra onde, continua-se por um percurso de mais 80 km na mesma via até a chegada em Urubici (ICMBIO, sem data).

Para acessar o Morro da Igreja, ponto habitado mais alto da região sul do país1 e parte integrante da UC, segue-se pela estrada do Morro da Igreja, asfaltada, de propriedade da Força Aérea Brasileira (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo – CINDACTA II). No entanto, o tráfego de veículos automotivos com capacidade de mais de 18 passageiros, tais como, ônibus, micro-ônibus, caminhões e máquinas são proibidos, sendo liberado somente o tráfego de meios de transporte mais leves. Cabe destacar, ainda, que o acesso pode ser interditado em casos de condições climáticas extremas (ICMBIO, sem data).

Por via aérea, utiliza-se o aeroporto de Lages/SC (Aeroporto Antônio Correia Pinto de Macedo ou Aeroporto Federal de Lages), o mais próximo da região, localizado a cerca de 100 km de Urubici, que dispõe de voos constantes. Também há a possibilidade de utilizar o aeroporto de Florianópolis/SC (Aeroporto Hercílio Luz ou Aeroporto Internacional de Florianópolis), localizado a quase165 km de distância do município de Urubici (FERNANDES; OMENA, 2011).

1 Considerando apenas a ocupação e a urbanização humana. Informações obtidas da Prefeitura Municipal de Urubici. Disponível em: http://www.urubici.sc.gov.br/pagina/id/3/?dados-do-municipio.html. Acesso em maio de 2018.

A Figura 3.3 apresenta uma ilustração dos principais acessos ao PNSJ, bem como

as respectivas distâncias e localizações.

Figura 3.3 Representação dos acessos e distâncias ao PNSJ.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

3.4 DADOS DE CRIAÇÃO E INSTITUCIONAIS DO PNSJ

O PNSJ é uma UC federal que foi estabelecida na década de 1960, após

sensibilização sobre a intensa exploração de araucária Araucaria angustifolia no

estado de Santa Catarina. Teve seu conselho gestor instituído em 2011 e, embora

tenha sido criada há mais de 50 anos, apenas em 2016 priorizou-se a elaboração

do plano de manejo do Parque. Algumas de suas áreas já foram desapropriadas,

todavia, ainda existem muitas propriedades que não foram regularizadas, bem

como algumas situações conflitantes relacionadas aos limites do Parque. A seguir,

apresenta-se o contexto institucional do PNSJ, desde sua criação até a atual

composição, incluindo o conselho gestor da UC.

3.4.1 HISTÓRICO DE CRIAÇÃO

Os esforços iniciais para criação do PNSJ partiram de João Rodrigues de Matos,

um agrônomo que indicou a necessidade de proteger as florestas de araucária

da região. Ao lançar em 1957 um livro sobre a fitofisionomia do município de

São Joaquim, João Rodrigues de Matos propôs a criação de um Parque Florestal

visando a manutenção do ecossistema local e o futuro uso turístico (DE SOUZA,

2004; ICMBIO, s.d.).

No ano seguinte, analisando a acelerada exploração de Araucaria angustifolia,

o Serviço Florestal do Ministério da Agricultura iniciou levantamentos numa

área de 49.300 ha de vegetação característica do estado de Santa Catarina, com

exuberantes formações geológicas, como a conhecida Pedra Furada, o Morro da

Igreja e trechos de cânion (DE SOUZA, 2004).

Três anos depois, em 1961, através do Decreto nº 50.922 de 6 de junho, deu-se a

criação do PNSJ. Essa área foi estabelecida através dos levantamentos realizados

nos anos anteriores pelo grupo de trabalho do Serviço Florestal do Ministério

da Agricultura, abrangendo na época os municípios de São Joaquim – de onde

derivou o nome do Parque – Urubici, Orleans e Grão-Pará (DE SOUZA, 2004).

Em 1963, o município de São Joaquim foi desmembrado, dando origem a um

novo município, nomeado de Bom Jardim da Serra, porção ao qual o Parque faz

parte. Desse modo, o município de São Joaquim, que motivou o nome do Parque,

passou a ficar fora do perímetro da UC (DE SOUZA, 2004). As primeiras áreas

desapropriadas do PNSJ foram adquiridas pelo IBAMA apenas em 2006, através de

recursos de compensação ambiental e, desde então, esforços tem sido feitos para

que as outras áreas ainda ocupadas sejam regularizadas (ICMBIO, s.d.).

Entretanto, em 15 de abril de 2016, por meio da Lei nº 13.273 (BRASIL, 2016), o

PNSJ teve seus limites alterados, aumentando sua área em 500 ha e passando a

ocupar 49.800 ha, que corresponde ao atual polígono. Após a alteração, o PNSJ

passou a abranger os municípios de Bom Jardim da Serra, Grão Pará, Lauro Muller,

Orleans e Urubici conforme demonstrado na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 Distribuição percentual dos municípios inseridos na área do PNSJ.

MUNICÍPIO ÁREA DO PARQUE (EM %)

Bom Jardim da Serra 34,5

Grão Pará 06,6

Lauro Muller 08,3

Orleans 26,8

Urubici 23,8

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

3.4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO PNSJ

A Lei do SNUC (BRASIL, Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000) em seu capítulo

IV, dispõe sobre a criação, implantação e gestão de UC, apresentando dois

instrumentos fundamentais para o auxílio na gestão dessas áreas protegidas. No

artigo 27, é abordado sobre a obrigatoriedade da elaboração do plano de manejo

e no artigo 29, sobre a criação de conselhos consultivos para UC de proteção

integral, como ferramentas auxiliares. A seguir estão apresentados ambos

instrumentos relacionados ao PNSJ.

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Parque Nacional de São Joaquim

3.4.2.1 Plano de Manejo do PNSJ

Toda UC deve ter um plano de manejo, que é o documento norteador à gestão

da área protegida. Este deve ser elaborado de acordo com os objetivos de criação

da UC, estabelecendo normas, restrições e ações para o correto manejo dos

recursos naturais dentro dos limites da unidade, bem como seu entorno, visando à

manutenção dos processos ecológicos e o mínimo impacto no meio ambiente.

De acordo com a lei do SNUC (Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000), artigo 2º,

inciso XVII, o plano de manejo é um documento técnico, fundamentado nos

objetivos da UC, que estabelece o zoneamento e as normas de uso e manejo

da área e seus recursos. A estruturação do plano de manejo do Parque Estadual

de São Joaquim foi priorizada em 2016, após extensas discussões do ICMBio

sobre novos métodos para elaboração de planos de manejo que unificassem a

abordagem entre as diferentes categorizações de UC, simplificando a estrutura e

reduzindo tempo e custos de elaboração.

O PNSJ e a Reserva Extrativista Marinha de Soure, no Pará, foram selecionados

para servirem de teste na elaboração deste documento, baseando-se na

abordagem utilizada pelo Serviço de Parques Nacionais (NPS) dos Estados Unidos

da América, o Foundation Document – FD (documento alicerce, em português),

com adaptações ao contexto legal brasileiro. A principal vantagem desse método

refere-se a integração e coordenação de planos e tomada de decisões a partir do

que é mais importante para a UC.

Então, em agosto de 2016, aconteceu a oficina para a elaboração do plano

de manejo, em Urubici/SC, contando com mais de 40 pessoas envolvidas

representando o Conselho Consultivo, prefeituras municipais, moradores

e proprietários de áreas no Parque e entorno, condutores, pesquisadores e

servidores do ICMBio.

Durante a construção do documento propôs-se o zoneamento e as normas gerais

de implantação e funcionamento do Parque que, após, consolidadas pelo ICMBio

e averiguadas pelos participantes da oficina diretamente envolvidos na elaboração

do documento. O documento foi concluído no final do ano de 2017, no entanto,

ainda não foi aprovado/homologado.

3.4.3 CONSELHOS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

De acordo com a Lei nº 9.985, criada em julho de 2000 (BRASIL, 2000), que institui

o Sistema Nacional de UC, em seu artigo 29, estabelece que as UC de proteção

integral devem possuir um conselho consultivo. Essa lei foi regulamentada em

2002, através do Decreto nº 4.340/02 (BRASIL, 2002) e no capítulo V, define a

composição e competência dos representantes deste conselho. O conselho

consultivo tem como objetivos (VERÍSSIMO; PALMIERI, 2009):

• Conceder transparência na gestão da UC por meio de controle social;

• Contribuir para a criação, elaboração e implantação do Plano de Manejo da UC;

• Realizar a integração da UC entre as comunidades locais, o setor privado, as

instituições de ensino e pesquisa, as ONG, o poder público e também de outras

Áreas Protegidas situadas no entorno.

A seguir apresenta-se maior detalhamento sobre o Conselho Consultivo do PNSJ.

3.4.3.1 Conselho Consultivo do PNSJ

O Conselho Consultivo do PNSJ foi criado em 30 de junho de 2011, através

da Portaria nº 46 (BRASIL, 2011), do ICMBio. Inicialmente, contava com 13

representantes entre órgãos governamentais e sociedade civil. Em 27 de outubro

de 2014, a composição do Conselho gestor foi alterada por meio da Portaria

nº 1142 (BRASIL, 2014), fazendo com que o atual Conselho gestor da UC seja

composto por 15 representantes, sendo 8 deles vinculados à administração

pública e os outros 7 constituintes pertencem à sociedade civil.

O organograma apresentado na Figura 3.4 apresenta a constituição do Conselho

2 Retificada pelo DOU nº 210, de 30/10/2014.

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Parque Nacional de São Joaquim

Gestor do PNSJ, conforme sua organização em quatro categorias, sendo

representado por 4 órgãos da área ambiental, por 3 prefeituras de municípios que

possuem áreas no Parque, 3 representantes da área de educação e pesquisa e 5

das comunidades locais.

Figura 3.4 Organograma representativo do Conselho Gestor do PNSJ .

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

3.4.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, criado pela Lei

Federal nº 11.516, de 28 de agosto de 2007, é o órgão da União vinculado ao

Ministério do Meio Ambiente, responsável pela execução das ações do Sistema

Nacional de Unidades de Conservação (BRASIL, 2007).

Trata-se de uma autarquia em regime especial que possui as atribuições de

propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as UC federais, bem como

de zelar e incentivar a conservação da biodiversidade, através do fomento e da

pesquisa, podendo exercer o poder de polícia para garantir a proteção dessas

áreas naturais (BRASIL, 2007).

Além da presidência, é composto por 5 esferas (Figura 3.5):

• Órgão colegiado → Comitê Gestor;

• Órgão de assistência direta e imediata ao Presidente do Instituto Chico

Mendes → Gabinete;

• Órgãos seccionais → Procuradoria Federal Especializada, Auditoria Interna e

Diretoria de Planejamento, Administração e Logística;

• Órgãos específicos singulares → Diretoria de Criação e Manejo de UC, Diretoria

de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial em UC e Diretoria de

Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade;

• Unidades descentralizadas → Coordenações Regionais, UC, Unidade Especial

Avançada, Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação, Centro de Formação em

Conservação da Biodiversidade e Unidades Avançadas de Administração e Finanças.

Figura 3.5 Organograma da estrutura organizacional do ICMBio.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de ICMBio, sem data.

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Parque Nacional de São Joaquim

Cada componente considerado possui funções específicas, de acordo com o

Decreto da Presidência da República nº 8.974, de 24 de janeiro de 2017 (BRASIL,

2017). O órgão colegiado é responsável, dentre outras funções, por auxiliar a

presidência do ICMBio na tomada de decisões na gestão ambiental federal, e de

prestar assessoria. Ao órgão de assistência direta e imediata ao Presidente cabe

a assistência, o planejamento, a coordenação e a execução de atividades de

interesse do ICMBio.

Conforme previstas pelo decreto, aos órgãos seccionais cabe a responsabilidade

pelo âmbito jurídico, por auditorias internas, pelo planejamento e administração

dentro do ICMBio, de acordo com as atribuições de cada um desses órgãos.

Os órgãos específicos singulares são compostos por três diretorias: Diretoria de

Criação e Manejo de UC; Diretoria de Ações Socioambientais e Consolidação

Territorial em UC; e Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da

Biodiversidade. À essas são atribuídas as mais diversas ações que vão desde o

planejamento para criação de UC, à estruturação destas, como a elaboração

dos instrumentos de gestão, a regularização das áreas, o monitoramento e as

estratégias para a conservação da biodiversidade, entre outras.

Por último, as unidades descentralizadas: Coordenações Regionais, UC, Academia

Nacional de Biodiversidade (ACADEBIo) e os Centros de Pesquisa. As unidades

descentralizadas possuem como responsabilidade a representação do ICMBio

e a gestão local da biodiversidade, em regiões e UC específicas. A ACADEBio é a

instância responsável pelas capacitações referentes do ICMBio; e aos Centros de

Pesquisa competem produzir, por meio da pesquisa científica, o ordenamento

e a análise técnica de dados, o conhecimento necessário à conservação da

biodiversidade, do patrimônio espeleológico e da sociobiodiversidade associada a

povos e comunidades tradicionais.

Atualmente existem 333 UC federais sob responsabilidade de 11 coordenações

regionais. Essas regionais têm como atribuições a representação institucional

do ICMBio, a execução, coordenação e planejamento das atividades de gestão

na região abrangente e também a implementação de conselhos gestores

(BRASIL, 2017).

O PNSJ está inserido na Coordenação Regional 9, sediada em Florianópolis, no

estado de Santa Catarina. Essa coordenação apoia a gestão de 41 UC na região

Sul do país (uma delas na divisa do estado do Paraná com o estado do Mato

Grosso do Sul), abrangendo em torno de 2.430.000 hectares de Mata Atlântica,

Pampas, áreas costeiras e marinhas. Dessas, 23 estão na categoria de Proteção

Integral (sendo 12 Parques Nacionais) e as outras 18 pertencem à categoria de Uso

Sustentável (ICMBIO, sem data).

O município de Urubici abriga a Sede Administrativa do PNSJ, abordagem que

será tratada no subitem 3.4.5 deste documento. A atual equipe da unidade

é composta por dois analistas ambientais (sendo um deles o chefe da UC),

servidores do ICMBio, além de 12 terceirizados: uma secretária, uma auxiliar de

limpeza, e 10 vigias (Figura 3.6)3.

A UC conta também com outros seis servidores temporários do ICMBio,

contratados via processo seletivo simplificado (PSS), que compõem a Brigada de

Prevenção e Combate a Incêndios Florestais no PNSJ, sendo que 2 deles possuem

contratos anuais e os outros 4 servidores atuam no período de maior ocorrência

de incêndios, sendo este de junho a novembro.

3 Por ocasião da consolidação deste documento, o contrato de portaria não estava em vigor, portanto não haviam porteiros, conforme informações obtidas junto à gestão do PNSJ.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 3.6 Organograma da estrutura organizacional do PNSJ.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

3.4.5 INFRAESTRUTURA DO PNSJ

Para melhor compreensão das dependências do PNSJ, a infraestrutura foi

subdividida em Sede Administrativa, Morro da Igreja e Santa Bárbara, conforme

detalhado a seguir.

3.4.5.1 Sede Administrativa

A Sede Administrativa (Figura 3.7) do PNSJ situa-se na área urbana do município

de Urubici, localizada na Av. Felicíssimo Rodrigues Sobrinho, 1542 - Centro

(Coordenadas Geográficas no WGS 84 – 27°59’32.33”S e 49°34’55.90”O), tendo

como atribuições os serviços administrativos e de atendimento à visitação, com

exposição interpretativa da biodiversidade do Parque. O prédio é composto por

dois andares, sendo que no andar inferior há uma recepção, sala de exposição

interpretativa, cozinha, sala de apoio, 2 banheiros (feminino/masculino) e

garagens para 4 carros, sendo 2 de alvenaria e 2 de madeira. No piso superior, há

sala administrativa, sala auditório, 2 quartos e 1 banheiro.

Figura 3.7 Sede Administrativa do PNSJ em Urubici/SC.

Nota: A - vista da fachada da Sede Administrativa; B – vista da recepção na parte interna inferior da Sede

Administrativa; C – vista da sala de exposição interpretativa da Sede Administrativa. Fonte: Registro do Autor, 2018.

A B C

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Parque Nacional de São Joaquim

3.4.5.2 Morro da Igreja (Serra Furada)

As estruturas do PNSJ presentes na região do Morro da Igreja constituem-se de

uma Guarita (que funciona em um container) e um Pórtico de Entrada, construído

em madeira contendo placa de identificação do Parque, ambos instalados no

km 7 da estrada do Morro da Igreja (Figura 3.8-A). No km 9, existe um alojamento

para pesquisadores estruturado também em container (Figura 3.8-B). Além dessas

estruturas, no Morro da Igreja existe uma área de retorno (4 x 3m²) para os veículos

em circulação e um mural de concreto contendo informações sobre o PNSJ

(Figura 3.8-C e D), situados próximos à área de um mirante natural.

Figura 3.8 Vistas de estruturas do PNSJ no Morro da Igreja, Urubici/SC.

Nota: A – vista do Pórtico de entrada do PNSJ e da Guarita no km 7 da estrada do Morro da Igreja; B – vista do

alojamento para pesquisadores no km 9 da estrada do Morro da Igreja; C – vista parcial da área de retorno do Morro

da Igreja; D – vista da placa informativa sobre o PNSJ. Fonte: A; B e D – Registro do Autor, 2018; C – TripAdvisor, 2018.

O acesso ao mirante natural se dá pela estrada do Morro da Igreja, pertencente

ao CINDACTA II, conforme apresentada no Subitem 5.3.2 e Figura 5.12, a qual

percorre-se 17 km entre a SC 370 até ao Destacamento de Controle do Espaço

Aéreo Morro da Igreja - DTECEA-MDI. Por não haver estacionamento no local,

os veículos ocupam o lado esquerdo dessa estrada, sentido Urubici-SC, onde

ficam estacionados. Placas informativas para orientação dos visitantes quanto

aos acessos, conduta e autorização de visitação encontram-se dispostas ao longo

dessa estrada (Figura 3.9).

No entanto, conforme estudo realizado por Omena (2014) algumas infraestruturas

precisavam ser implementadas e melhoradas (FERNANDES; OMENA, 2011;

OMENA, 2014). Visto isso, algumas melhorias já foram previstas no ano de 2016.

A revitalização da estrada do Morro da Igreja, iniciada em 2018, prevê como

contrapartida ambiental ao PNSJ a construção de estruturas no mirante Morro da

Igreja - Pedra Furada (estacionamento, deck, sinalização e calçada) e no Portal do

Parque (escritório, cabine de controle, estacionamento, sinalização).

Figura 3.9 Placa informativa do PNSJ disposta na margem da

estrada do Morro da Igreja em Urubici/SC.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

3.4.5.3 Santa Bárbara

O Parque disponibiliza alojamentos e pontos de apoio para pesquisadores e

vigilantes, como a estrutura presente na região de Santa Bárbara, fora dos limites

da UC, que constitui-se de uma casa (Figura 3.10) equipada com cozinha, sala, 6

quartos, 1 banheiro interno e mais 3 banheiros externos (masculino, feminino e

para portadores de deficiência física). Anexo à ela existe um galpão de madeira.

A B C D

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 3.10 Alojamento do PNSJ na região de Santa Bárbara fora dos limites da UC.

Nota: A – vista frontal do alojamento; B – vista lateral do alojamento e do galpão. Fonte: Registro do Autor, 2018.

4. PANORAMA SOCIOAMBIENTAL DO PNSJNeste item estão apresentados os aspectos dos meios físico, biótico e antrópico,

bem como o aspecto institucional da região em que se situa o PNSJ.

4.1 ASPECTOS DO MEIO FÍSICO

As características componentes do meio físico tratam de forma individual

e integrada os aspectos referentes à climatologia, geologia, geomorfologia,

pedologia e hidrografia, possibilitando o entendimento acerca do panorama físico

da região do PNSJ. Para tanto, foram levantados dados secundários, de modo a

compor a caracterização da área e seu entorno imediato, garantindo diagnóstico

fidedigno e compreensão dos fenômenos presentes na área estudada.

4.1.1 CLIMATOLOGIA

O clima do Brasil, ao sul do Trópico de Capricórnio, denominado subtropical,

reflete diferentes variáveis ambientais no país. A região no sul do Brasil possui uma

maior amplitude térmica durante o ano, propiciando uma grande diferenciação

entre inverno e verão (SILVEIRA, 2016).

O planalto meridional e as serras apresentam contrastes na distribuição da

temperatura, ocorrendo o mesmo com as serras catarinenses, localizadas acima de

900 m, as quais envolvem um quinto da a área territorial estadual (95.733,978 km²).

Em Santa Catarina, o PNSJ encontra-se em uma área de altitude elevada, onde as

temperaturas podem ficar abaixo de zero, devido a relação entre temperatura e

altitude, ocasionando a formação de geada ou neve, sob ocorrência de massa de

ar frio. No estado, as temperaturas podem aumentar no sentido sul-norte e nas

áreas mais elevadas do planalto no sentido oeste-leste (MONTEIRO; MENDONÇA,

2014, p.6 apud SILVEIRA, 2016). O PNSJ, localizado na Serra Geral, compreende

duas regiões climáticas: os “campos-de-cima-da-serra” (mesotérmico médio) e a

“serra abaixo” (mesotérmico brando) Figura 4.1.

A B

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 4.1 PNSJ sobreposto aos tipos climatológicos do Atlas Climatológico do

Estado de Santa Catarina - Mapa de Climas do Brasil.

Obs.: Em verde, limite do PNSJ. Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de PANDOLFO, et al., 2002.

A primeira está situada no território mais frio do país, caracterizada conforme

a classificação de Köppen por clima mesotérmico superúmido, apresentando

médias anuais de umidade relativa de 85 %, precipitações de aproximadamente

1.400 mm e temperaturas de 14 °C, relacionadas com as cotas altimétricas, devido

aos locais montanhosos. Nesse tipo climático, as temperaturas podem chegar a

menos de 10 °C, em pelo menos um mês durante o ano. Na estação quente, as

temperaturas são bem amenas, ficando o mês mais quente (janeiro) em torno de

20 °C, com temperaturas máximas de 34 °C. Já no inverno, as temperaturas ficam

em torno de 6 °C, podendo chegar a 0 °C, sendo julho o mês mais frio. No entanto,

o período do inverno fica entre os meses de julho a agosto, podendo se impor de

abril a outubro (NIMER,1979 apud SOUZA, 2004).

Já na área mais baixa, a “serra abaixo”, o clima é classificado como mesotérmico

úmido ou mesotérmico brando, com verões quentes, com média anual de

precipitação de 1500 mm, temperaturas entre 19 °C e 20 °C, nos pontos mais

próximos do Parque, umidade relativa do ar de 83,12 %, e com médias anuais de

umidade relativa iguais a primeira região (dados de Urubici – SC) (FERNANDES;

OMENA, 2014 apud MEYER, 2016; CLIMERH, 2004 apud SOUZA, 2004).

Na região noroeste do PNSJ, o clima predominante é o mesotérmico mediano,

relacionado este com as cotas altimétricas, devido aos locais montanhosos.

Geralmente, nesse tipo climático, as temperaturas podem chegar a menos de

10 °C, em pelo menos um mês durante o ano. Na estação quente, as temperaturas

são bem amenas, ficando o mês mais quente (janeiro) em torno de 20 °C, com

temperaturas máximas de 34 °C. Já no inverno, as temperaturas ficam em torno de

6 °C, podendo chegar a 0 °C, sendo julho o mês mais frio. No entanto, o período

do inverno fica entre os meses de julho a agosto, podendo se impor de abril a

outubro (NIMER,1979 apud SOUZA, 2004).

A região da Serra Geral recebe influência direta da região litorânea do estado

de Santa Catarina (Planície Costeira), refletindo de forma significativa no clima.

As temperaturas são controladas por massas de ar intertropicais e polares,

predominando a Frente Polar Atlântica (FPA). A FPA influência o ano todo,

sobressaindo-se no inverno, mas durante o verão, mesmo no planalto, conduz

para o sul a massa tropical atlântica (mTa) (ATLAS,1958 apud SOUZA, 2004).

As massas de ar úmidas que se formam no Oceano Atlântico influenciam a

região, deslocando-se para o continente, proporcionando a formação da Floresta

Ombrófila Densa no litoral. A evapotranspiração desta floresta e a massa de

ar oceânica, dirigem-se ao planalto serrano, na forma de umidade e chuva,

apresentando-se quando resfriada ou congelada nas formas de neblina e neve,

respectivamente (MEYER, 2016).

A ocorrência de neve é frequente no inverno, no entanto, pode haver ausência

em alguns períodos. Entre os anos de 1980 e 2010, porém, o município de São

Joaquim apresentou o maior registro de neve, totalizando 103 casos. Ao contrário,

a neblina pode ocorrer em todas as estações do ano, de forma regular (SOUZA,

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Parque Nacional de São Joaquim

2004; SILVEIRA, 2016). A neblina sucede-se da condensação do vapor de água

presente em massas de ar úmidas e aquecidas, que se expandem e, ao atingir

altitudes elevadas, resfriam-se, formando gotículas de água (SOUZA, 2004). Há

diferentes formas de nevoeiros, sendo os mais característicos na região do PNSJ os

de radiação e de vertentes.

O de radiação é formado devido ao resfriamento que ocorre durante a noite, após

uma elevada radiação terrestre. Antes de amanhecer, o ar próximo ao solo resfria-se

abaixo do ponto de orvalho, propiciando a condensação. Já a neblina vertente é

formada em áreas onde o ar úmido e estável se desloca sobre a superfície como parte

da circulação geral. Ao encontrar uma vertente, o ar sobe e resfria-se adiabaticamente

(RODRIGUES,1981 apud SOUZA, 2004). Outro fenômeno característico da região, é

a geada, na qual constitui-se da sublimação do vapor de água, passando de forma

direta para o estado sólido (NIMER,1979 apud SOUZA, 2004).

4.1.2 GEOLOGIA

O estado de Santa Catarina está inserido na província geológica da Bacia do

Paraná, que abrange outros estados brasileiros e outros países da América do

Sul, como Argentina, Uruguai e Paraguai (SANTA CATARINA, 1986). A Bacia do

Paraná originou-se na Era Paleozoica, há aproximadamente 360 milhões de anos

(SALGADO-LABORIAU, 1994; WILDNER et al., 2004 apud FATMA, 2010).

No período Permiano, após duas massas continentais se colidirem, originou-se o

supercontinente Pangea, que sofreu depósitos de sedimentos até o início da Era

Mesozoica (há cerca de 230 milhões de anos), formando camadas e estratos, dos

quais várias unidades litoestratigráficas foram originadas, como as formações: Rio

Bonito, Palermo, Irati, Serra Alta, Teresina, Rio do Rastro, Botucatu e Serra Geral, as

quais constituem, o embasamento geológico do PNSJ (Figura 4.2) (FATMA, 2010).

Ocorre, ainda, de leste para oeste de Santa Catarina, afloramentos de rochas

sedimentares do litoral, rochas magmáticas e metamórficas, rochas sedimentares

gondwânicas e rochas que foram formadas na superfície por lavas da Formação

Serra Geral (SCHEIBE, 1986).

No interior do PNSJ a área está dividida em Grupo Guatá (formações: Rio Bonito

e Palermo), Grupo Passa Dois (formações: Irati, Serra Alta, Teresina e Rio do Rastro)

e Grupo São Bento (formações: Botucatu e Serra Geral; fácie: Gramado), os quais

pertencem ao Supergrupo Tubarão.

4.1.2.1 Grupo Guatá

O Grupo Guatá, pertencente ao período Permiano Inferior (entre 270 e 250

milhões de anos atrás), é segmentado em duas formações, Rio Bonito e Palermo,

estando localizados em pequenas porções no perímetro leste do Parque.

A Formação Rio Bonito inclui arenitos, siltitos, folhelhos, como também camadas

de carvão e calcário, localizados na borda leste da bacia (SCHNEIDER et al. 1974). A

Formação compreende três unidades litoestratigráficas, nomeadas, da base para o

topo, por membros Triunfo, Paraguaçu e Siderópolis (SCHNEIDER et al., 1974 apud

MANNA, 2017).

O Membro Triunfo, é constituído por depósitos flúvio-deltaicos formado por um

conjunto de arenitos, variando de muito finos a médios, grosseiros, argilosos e

conglomerados permeado por siltitos, pelitos, folhelhos carbonosos e camadas de

carvão (SOUZA, 2004; MANNA, 2017).

A porção intermediária, Membro Paraguaçu, tem ocorrência nos ambientes

marinhos (plataforma rasa) sobre os sedimentos flúvio-deltaicos do Membro

Triunfo, compreende siltitos e folhelhos, por meio de intercalações de camadas

de arenitos finos laminados e bioturbados, quartzosos, micáceos, com laminação

paralela e ondulada, e camadas de calcário (SOUZA, 2004; MANNA, 2017).

Já na unidade superior, denominado de Membro Siderópolis, é formado por

arenitos intercalados com siltitos cinza, carbonosos ou não, e camadas de carvão.

Sua deposição ocorreu em um ambiente litorâneo, sobre sedimentos marinhos do

Membro Paraguaçu, durante a transgressão marinha (SCHEIBE,1986; CASTRO,1994

apud SOUZA, 2004; MANNA, 2017).

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Parque Nacional de São Joaquim

A Formação Palermo, indica uma série de siltitos cinza amarelos, com grande

bioturbação e poucas lentes de arenitos finos a conglomeráticos. É caracterizada

por depósitos de plataforma rasa originadas da transgressão marinha, que afogou

a Formação Rio Bonito (SOUZA, 2004; CASTRO et al, 1999; Krebs, 2002 apud CPRM,

sem data).

4.1.2.2 Grupo Passa Dois

O Grupo Passa Dois, pertencente ao Permiano Superior (entre 250 e 225 milhões

de anos atrás), divide-se em quatro formações: Irati, Serra Alta, Teresina e Rio

do Rastro. Estes também estão dispostos na região leste (mais precisamente

nas regiões nordeste, leste e sudeste), nas porções mais a dentro do Parque. No

entanto, a formação Rio do Rastro, também se localiza ao norte do Parque em

pequenas porções.

A Formação Irati, retrata dois intervalos distintos, o inferior e superior. O primeiro,

denominado de Membro Taquaral, o qual refere-se a um ambiente marinho de

águas calmas, composto na maioria por siltitos e folhelhos cinza-escuro e algumas

vezes de coloração cinza-claro e azulados, com desagregação conchoidal. Já o

segundo, nomeado de Membro Assistência, tem sua composição por folhelhos

cinza-escuro intercalado com duas camadas de folhelhos pretos, pirobetuminosos,

relacionados a horizontes de calcário dolomíticos (CASTRO,1994 apud SOUZA,

2004).

Constituída por folhelhos, argilitos e siltitos cinza-escuro a preto, a Formação Serra

Alta, é encontrada acima da camada da Formação Irati. Esta unidade também

indica ambiente marinho de águas calmas, conforme comentado nas formações

anteriores, representando o reaparecimento do Membro Taquaral, pois sua

composição e textura são semelhantes (CASTRO,1994 apud SOUZA, 2004).

Ao contrário das demais formações já apresentadas, a Formação Teresina,

é caracterizada por um ambiente marinho de águas rasas e agitadas, com

presença de ondas. Possui laminação “flaser”, formada por argilitos cinza-escuros e

esverdeados intercalados com siltitos cinza-escuros e arenitos muito finos, cinza-

róseos a avermelhados, com camadas de calcário (CASTRO,1994 apud SOUZA,

2004).

A Formação Rio do Rastro, também divide-se em dois membros, Serrinha e Morro

Pelado. O primeiro, na porção inferior, é caracterizado por depósitos de ambiente

marinho transicional, composto por siltitos com desagregação esferoidal, argilitos

e arenitos finos, esverdeados, chocolate, avermelhados (oxidação da base para

o topo) e bordô. Já o segundo, na porção superior, denominado como Morro

Pelado, é um ambiente continental, composto de sedimentos de lagos e planícies

aluviais sendo recobertos e cobrindo dunas de areias conforme as condições

climáticas áridas. Na sua composição também há a presença de arenitos

avermelhados, verde e chocolate, geralmente finos, com estratificações cruzadas

acanaladas e plano-paralelas, intercalados em siltitos e argilitos vermelhos e

arroxeados (CASTRO,1994 apud SOUZA, 2004).

4.1.2.3 Grupo São Bento

Este grupo, do período Juro/Cretáceo (aproximadamente 180 a 120 milhões de

anos) é caracterizado por reunir rochas vulcânicas e eólicas que ocorrem na Serra

do Rio do Rastro, no sul do estado, representado pelas intrusões de diabásio e

pelas formações Botucatu e Serra Geral (CASTRO,1994 apud SOUZA, 2004).

A Formação Botucatu, localizada na porção mais interna do Parque, contornando

as demais formações já mencionadas, dispostas nas regiões nordeste, leste e

sudeste, é caracterizada por arenitos bimodais, médios a finos, localmente grossos

e conglomeráticos, cinza-avermelhados, com estratificações cruzadas tangenciais

de grande e médio porte. Todavia, esta formação também está disposta em

pequenas porções ao norte do Parque, assim como, a Formação Rio do Rastro. A

Formação compõe um pacote arenoso, com camadas de geometria tabular ou

lenticular espessas. As características dessa Formação ocorrem devido a deposição

eólica em ambientes desérticos. Os contatos que a Formação possui com as

rochas basálticas da Formação Serra Geral, que lhe sobrepõe, e com a Formação

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Parque Nacional de São Joaquim

Rio do Rastro, subjacente, são discordantes. Além disso, em conjunto com outras

unidades gondwânicas, a Formação Botucatu, forma o maior aquífero da América

do Sul, o “Aquífero Guarani” (SOUZA, 2004; CASTRO et al, 1999; KREBS, 2002 apud

CPRM, sem data).

A Formação Serra Geral originou-se de uma sequência intensa vulcânica,

composta de rochas básicas e ácidas (principalmente na topossequência terço

médio e terço superior). Através deste fenômeno vulcânico houve o término da

evolução gondwânica da Bacia do Paraná (CASTRO,1994 apud SOUZA, 2004).

De forma geral, esta formação encontra-se com fraturas conchoidais, caracterizada

por apresentar superfícies lisas e curvas (CPRM, sem data). Devido as variadas

composições, o magmatismo Serra Geral foi dividido em dez fácies distintas,

quatro relacionadas ao magmatismo intermediário a félsico (fácies Palmas,

Chapecó, Várzea do Cedro e Alegrete) e seis ao magmatismo máfico (fácies

Gramado, Paranapanema, Pitanga, Esmeralda, Campo Erê e Lomba Grande. Dentre

estes, o PNSJ é composto pela fácies Gramado, a qual constitui a maior porção do

Parque, na região oeste (CPRM, sem data).

Esta fácie representa um conjunto de derrames com espessura máxima

de aproximadamente 300 m, representando as manifestações vulcânicas

iniciais sobre os sedimentos arenosos do deserto Botucatu (CPRM, sem data).

Caracterizada por rochas basálticas de derrames maciços com espessuras entre

15 a 35 m, texturas de fluxo, zonas vesiculares no topo e incipientes na base. Na

porção central, há a presença de rocha granular homogênea, com disjunção

colunar, textura microfanerítica, compacta, cinza-escuro a cinza-esverdeado

(CPRM, s.d.).

4.1.3 GEOMORFOLOGIA

O PNSJ está localizado sobre a borda oriental da Serra Geral do estado de Santa

Catarina, que originou-se dos sucessivos derramamentos vulcânicos de lavas

basálticas que recobriram extensa área do sul do Brasil (FERNANDES; OMENA, 2011).

Figura 4.2 Geologia do PNSJ.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de CPRM, sem data.

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Parque Nacional de São Joaquim

O lado oeste da Serra Geral compõe o Planalto das Araucárias, abrangendo o estado

do Paraná até o norte do Rio Grande do Sul. Já em Santa Catarina é nomeado

como Planalto Catarinense, e regionalmente na Serra Geral, como Planalto Serrano.

Na região leste, a Serra Geral é caracterizada por inclinações abruptas, formando

escarpas (conhecida como “Aparados da Serra Geral”) predominando sobre a

Planície Costeira, junto ao Oceano Atlântico (FERNANDES; OMENA, 2011).

Na região do PNSJ é possível visualizar a morfogênese da Serra Geral, observando

as faixas de rochas sedimentares, sendo possível compreender a história geológica

do continente sul-americano, por meio das capas basálticas e formações areníticas

(FERNANDES; OMENA, 2011). Assim, no PNSJ ocorre uma divisão em duas

Unidades Geomorfológicas, a Serra Geral e a Patamares da Serra Geral.

A Unidade Geomorfológica Serra Geral é caracterizada por desníveis acentuados.

Apresenta relevo com formas abruptas, vales fluviais com aprofundamentos

maiores a 500 m, conhecidos como cânions, onde as colunas de basalto em

algumas porções são cobertas por ervas e arbustos, e uma fina camada de solo.

Na parte superior, formam-se charcos devido aos solos rasos e mal drenados,

onde desenvolvem-se espécies de gramíneas, musgos e samambaia-do-banhado

Buchnum imperiale, entre outros gêneros vegetais (ATLAS,1986 apud SOUZA, 2004).

A Unidade Geomorfológica Patamares da Serra Geral, abrange uma faixa estreita

e descontínua, relacionada pela dissecação das redes de drenagem dos rios. As

formas de relevos características da região são alongadas, digitadas e irregulares,

que avançam nas planícies como esporões interfluviais, dando origem as

escarpas por meio da erosão fluvial. Nas regiões de maior altitude do Parque, com

predomínio de campos, o relevo é caracterizado como suavemente ondulado

a ondulado e superfície pouco a acidentada, constituída por colinas e outeiros

(pequena elevação de terreno) (ATLAS,1986 apud SOUZA, 2004).

Conforme a Figura 4.3, observa-se que a região nordeste do PNSJ possui entre

1.512 m e 1.800 m de altitude, onde localiza-se o Morro da Igreja, terceiro ponto

mais alto do estado de Santa Catarina, com aproximadamente 1.822 m de altitude.

Todavia, na região mais ao leste, as altitudes são em torno de 360 m a 1.080 m.

Figura 4.3 Hipsometria do PNSJ.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de imagem SRTM.

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Parque Nacional de São Joaquim

4.1.4 PEDOLOGIA

Segundo o Levantamento de Reconhecimento dos Solos do estado (EMBRAPA,

2004), na região do PNSJ ocorre predominância de Chernossolos, Neossolos e

Cambissolos. Em menor ocorrência, há presença de Argissolos Vermelho Amarelos

e afloramentos de rocha. Outras características importantes referem-se as regiões

de encostas basálticas, que possuem solos mais profundos e desenvolvidos,

no topo e nos patamares (Latossolo, Nitossolo e Cambissolo). Já nas regiões

de encostas e extremidade dos patamares, os solos são menos desenvolvidos

(Neossolos Litólicos, Chernossolo e Cambissolo) (CORRÊA, 2001).

Os Chernossolos Háplicos, são solos com ausência de horizonte sub-superficial

de acumulação de argila, e em condições de profundidade e acumulação de

carbonato de cálcio, não apresentam coloração escura. São poucos desenvolvidos,

originários de materiais de rochas ácidas ou intermediárias, localizando-se nas

porções mais ao leste do PNSJ (EMBRAPA,1998 apud SOUZA, 2004).

Os Neossolos, são solos minerais, não hidromórficos, bem drenados a

moderadamente, com pequeno desenvolvimento pedogenético, rasos, com

espessura menor que 40 cm, com o horizonte A assentado diretamente sobre a

rocha consolidada, ou apresentando um horizonte C de pequena espessura entre

o A e o R. Quanto a sua formação, origina-se de diferentes materiais de origem,

abrangendo rochas eruptivas até folhelhos, argilitos, siltitos e granitos, sendo

definido pelo SiBCS, como solos sem a presença de horizonte diagnóstico. Podem

apresentar alta (eutróficos) ou baixa (distróficos) saturação por bases, acidez,

altos teores de alumínio e de sódio, e alta ou baixa permeabilidade. Abrangem

diferentes ambientes climáticos, relacionados a áreas de relevos ondulados e

planos, sob influência do lençol freático (ATLAS,1986; EMBRAPA,1998 apud SOUZA,

2004; ZARONI; SANTOS, sem data).

Os demais solos que compõem o PARNA de São Joaquim, ocupam porções

menores, sendo classificados como: Argissolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo

Háplico e Cambissolo Húmico.

Os Argissolos Vermelho-Amarelos são solos desenvolvidos do Grupo Barreiras

de rochas cristalinas. Apresentam horizonte de acumulação de argila, B textural

(Bt), e devido à presença da mistura dos óxidos de ferro hematita e goethita sua

coloração é vermelho-amarelada. São classificados como profundos e muito

profundos, bem estruturados e bem drenados, com predominância de horizonte

superficial A do tipo moderado e proeminente, apresentando principalmente

textura média argilosa (EMBRAPA,1998 apud SOUZA, 2004).

Os Cambissolos, são solos minerais não hidromórficos, apresentam espessura

mediana de 0,5 a 1,0 m, estando presente em diversos relevos (forte ondulado,

ondulado, suave ondulado) ocorrendo em altitudes que variam de 20 a 1.600 m.

São solos bem a moderadamente drenados, pouco profundos a profundos,

com grau considerável de evolução. São classificados como húmicos quando

apresentam um elevado teor de matéria orgânica nos sub-horizontes superficiais.

Já como háplicos, normalmente são identificados em relevos forte ondulados

ou montanhosos, com pequena profundidade e ocorrência de pedras na massa

de solo. Apresentam textura argilosa, a média e a muito argilosa (ATLAS,1986;

EMBRAPA,1998 apud SOUZA, 2004).

Possuem horizonte B, e estes quando classificados como incipiente (Bi)

apresentam textura franco-arenosa ou mais argilosa. Já o solum (horizontes

superiores com acentuada alteração pedogenética) apresenta teores uniformes

de argila, podendo ocorrer uma pequena diminuição ou aumento de argila do

horizonte A para o Bi. A estrutura do horizonte B pode ser em blocos, granular ou

prismática, podendo também, em alguns casos, haver a ausência de agregados

(TAURA et al., sem data).

Há também, na região nordeste do PARNA de São Joaquim, uma pequena porção

de afloramentos rochosos, que ocorreram devido a ação de processos naturais,

como erosão e deslizamentos de solos, resultando em exposições da rocha

(WINGE, sem data).

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Figura 4.4 Pedologia do PNSJ.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de Embrapa, 2004.

4.1.5 HIDROGRAFIA/RECURSOS HÍDRICOS

Na região oeste do PNSJ situa-se a bacia hidrográfica do rio Pelotas, com

nascentes de grande importância regional, como os rios Lava-Tudo, Morro Grande,

Campo Bom, Águas Correntes, Alagados, Baú e a própria nascente do rio Pelotas,

considerado o mais importante curso pluvial da UC, localizado próximo ao Morro

da Igreja, a aproximadamente 1.822 m de altitude.

O rio Pelotas, juntamente com o rio Canoas, formam o rio Uruguai, que pertencem

à bacia hidrográfica do rio da Prata. Parte do rio Uruguai delimita os estados

de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, tratando-se de um rio internacional e

interestadual (FERNANDES; OMENA, 2011; SOUZA, 2004).

A bacia do rio Pelotas sofre com o assoreamento, processo que ocorre devido

as várias ações inadequadas, como o desmatamento e o manejo impróprio do

solo, lixo a céu aberto, e abatedouros clandestinos, que causam a poluição dos

córregos e rios (FERRETTI,1999 apud SOUZA, 2004).

Ao norte da UC, encontra-se a bacia do rio Canoas, que apresenta como nascentes

os rios Cachimbo, do Bispo, Baiano e o próprio rio Urubici, que nascem entre 1.700

m e 1.800 m de altitude (FERRETTI,1999 apud SOUZA, 2004).

Na porção leste do PNSJ, na “serra abaixo”, ocorrem rios que fluem para o litoral,

como os rios Braço Esquerdo, Vaca Mora, Malacara, Hipólito, Três Barras, Laranjeiras

e rio da Serra. Ambos formam a Bacia do Rio Tubarão, sendo o mais importante

curso fluvial do sul do estado. Grande parte dos rios nascem nos altos da Serra

Geral, onde ao longo de milhões de anos, esculpiram as escarpas formando

montanhas e vales profundos encaixados (cânions) (FERNANDES; OMENA, 2011).

A bacia do rio Tubarão sofre, porém, com o lançamento de efluentes e resíduos

da mineração do carvão, olarias, cerâmicas, indústrias alimentícias, indústrias

químicas, além de agrotóxicos utilizados na agricultura, os quais contribuem para

a degradação da bacia (SOUZA, 2004).

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Figura 4.5 Hidrografia do PNSJ.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de Epagri/SDS 2005.

4.2 ASPECTO DO MEIO BIÓTICO – FLORA

O PNSJ está inserido no bioma Mata Atlântica, região que, de acordo com o MMA, é

considerada altamente prioritária para conservação da biodiversidade mundial, devido

a sua grande riqueza de fauna e flora (MMA, s.d.). Devido às informações limitadas

presentes no Plano de Manejo da UC, a descrição da vegetação do PNSJ foi realizada

utilizando como referencial pesquisas e mapas elaborados em anos anteriores.

Em estudos realizados por De Souza (2004), a classificação é feita com base em

dados de cartas geográficas do IBGE, de 1981. Nestas cartas, o IBGE classifica o

PNSJ em 6 tipologias vegetais: Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta

Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana, Floresta

Ombrófila Mista Montana, Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana e Campos

(Figura 4.6). Porém, cabe ressaltar que esta classificação foi elaborada baseando-se

em antigos limites da UC (DE SOUZA, 2004), visto que o limite atual foi ampliado

e demarcado por novas coordenadas geográficas em 2016, passando a abranger

mais um município (BRASIL, 2016).

O Plano de Manejo da UC cita que a vegetação do Parque é composta por Floresta

Ombrófila Densa (Matas Densas), Floresta Ombrófila Mista (Matas de Araucária),

Florestas Alto-montanas (Matas Nebulares) e Campos de Altitude, o que, em

geral, coincide com as classificações feita por Da Silva (2004), porém com um grau

menor de detalhamento.

Já em mapas adaptados, baseando-se em dados disponibilizados pelo MMA

(2002), é possível observar as seguintes formações vegetais: Floresta Ombrófila

Densa Alto Montana, Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa

Submontana, Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana, Floresta Ombrófila Mista

Montana e Estepe Gramíneo-Lenhosa, também classificada pelo IBGE (2012) como

campos (Figura 4.6).

Além dessas formações há também os campos abertos ou áreas de agricultura,

agropecuária e pastagens, que abrangem 18,58 % da área do Parque (MMA, 2002;

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Parque Nacional de São Joaquim

DE SOUZA, 2004). Os campos abertos, são resultantes das atividades agrícolas e da

criação de gado que ocorrem nas propriedades particulares existentes, realizados

com o uso do fogo, conforme permitido pela legislação do Estado (DE SOUZA, 2004).

Nas áreas regularizadas, as principais ameaças à flora do PNSJ são representadas

pela permanência de gado e a extração ilegal de pinhão para consumo e

comércio, não excluindo danos indiretos à fauna e outros espécimes vegetais, pela

prática extensiva ou predatória.

Na sequência, destacam-se as principais formações vegetais do Parque, conforme

descritas por De Souza (2004), comparadas com o mapa de vegetação elaborado

(Figura 4.6).

4.2.1 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA SUBMONTANA

Segundo IBGE (2012), essa tipologia tem ocorrência na porção leste do Parque, de

30 a 400 metros de altitude. Caracteriza-se por estabelecer-se em solos profundos,

com boa drenagem e ricos em nutrientes (DE SOUZA, 2004).

No mapa elaborado de acordo com a base cartográfica do MMA (2002), essa

tipologia representa 0,20 %, sendo a fisionomia de menor ocorrência no Parque.

É comum encontrar nessa formação, em grande número e de forma frequente,

as plantas fanerófitas. De acordo com o IBGE (IBGE, 2012), as fanerófitas possuem

troncos e galhos finos, com folhas miúdas e coriáceas e apresentam a casca grossa

com fissuras. Segundo De Souza (2004) podem chegar a 30 metros de altura.

Também há ocorrência de epífitas, como é o caso das bromélias e orquídeas,

que contribuem com o equilíbrio do ambiente, acumulando água da chuva e

liberando-a aos poucos no solo, amortecendo assim o impacto direto (DE SOUZA,

2004).

No sub-bosque há plântulas de regeneração natural e a presença de espécies

de pequeno porte, como palmeiras (IBGE, 2012). As lianas (plantas lenhosas

trepadeiras) também estão presentes nessa fisionomia, servem de alimento para a

fauna local e também contribuem para a produção de serapilheira na floresta (DE

SOUZA, 2004).

Espécies como a canela-preta Ocotea catharinensis, a canela-broto Cryptocarya

moschata, o cedro ou cedro-rosa Cedrela fissilis, o palmito Euterpe edulis e a

peroba Aspidosperma olivaceum, dentre outros, também são características dessa

formação (ATLAS,1958; REITZ,1979; JOLY,1991; IBGE, 1992; SCHÄFFER, 2002 apud DE

SOUZA, 2004).

4.2.2 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA MONTANA

Esse tipo florestal situa-se entre 400 a 1000 metros de altitude (IBGE, 2012).

Segundo dados do IBGE (1981), De Souza (2004) demonstra que no Parque essa

formação pode ser encontrada à oeste da Floresta Ombrófila Densa Submontana.

Já na classificação do MMA (2002), a porção leste e sudeste do Parque é ocupada

por essa formação, abrangendo principalmente os municípios de Lauro Muller,

Orleans Grão-Pará, num percentual de 20,99 % do total do Parque.

Nas partes mais baixas do terreno há a ocorrência de nitossolos que estendem-se

até próximo ao cume dos relevos dissecados onde se sobressaem solos litólicos,

bem drenados, que favorecem o acumulo de serapilheira densa e a decomposição

de matéria orgânica, intensificando a ciclagem de nutrientes no solo (DE SOUZA,

2004).

Nessa tipologia, as árvores de dossel possuem de 20 a 25 metros de altura,

variando de acordo com o relevo e a profundidade do solo. É representada por

indivíduos de diâmetro pequeno e casca grossa e rugosa, com folhas pequenas e

coriáceas (IBGE, 2012).

São de ocorrência nessa fisionomia os gêneros Ocotea e Nectandra, da família

Lauraceae, o Podocarpus, da família Podocarpaceae (IBGE, 2012).

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Parque Nacional de São Joaquim

4.2.3 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA ALTO-MONTANA

Também conhecida como matas nebulares, a Floresta Ombrófila Densa Alto-

Montana é encontrada no alto do cume das montanhas e pode chegar a, no

máximo, 20 m de altura (IBGE, 2012). Situa-se em altitudes acima de 1000 m (IBGE,

2012), em solos rasos e litólicos (DE SOUZA, 2004).

Em mapa adaptado com base em dados do MMA (2002), essa formação ocupa

toda a porção central do Parque, cortando-o de norte a sul e abrangendo 11,25 %

da área.

Nessa tipologia ocorrem afloramentos rochosos, que são cobertos por serrapilheira

e formam turfeiras. Há também a instalação de musgos e bromélias sobre o solo e

a vegetação é de porte médio a baixo, com arvoretas e pequenos arbustos, como

espécies dos gêneros Myrcia, Myrceugenia e Ilex (DE SOUZA, 2004).

Dentro dos limites do Parque essa vegetação é ameaçada pelo presença de gado

existente nas propriedades que ainda não foram desapropriadas (FERRETTI,1999

apud DE SOUZA, 2004).

4.2.4 FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA

Floresta Ombrófila Mista Montana, ou mata de araucárias, como é chamada no

sul do país, ocorre na faixa de 400 a 1000 metros de altitude. É uma tipologia

que já ocupou grande parte do planalto, acima de 500 metros de altitude no

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e atualmente é encontrada apenas em

pequenos fragmentos nos três estados, devido a intensa exploração da madeira e

das áreas para pasto e agricultura (DE SOUZA, 2004; IBGE, 2012).

No PNSJ esta fisionomia pode ser avistada no extremo nordeste, principalmente

na área pertencente ao município de Grão Pará e é a menos abrangente, em um

percentual de 2,51 % (MMA, 2002; DE SOUZA, 2004).

A espécie característica e de maior ocorrência no Parque é a araucária (ou

pinheiro-do-paraná) Araucaria angustifolia, responsável pelo nome de mata de

araucárias. Outras espécies comuns nessa formação são as canelas lajeana e fogo

Ocotea pulchella e Crytocarya aschersoniana, respectivamente, bem como a erva-

mate Ilex paraguariensis e a imbuia Ocotea porosa (IBGE, 2012).

4.2.4.1 Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana

Situa-se acima de 1000 m de altitude, com ocorrência mais significativa no estado

de Santa Catarina, no Parque Nacional Aparados da Serra, divisa com Rio Grande

do Sul e no PNSJ, na chamada crista do Planalto Meridional, nos arredores dos

Campos do distrito Santa Bárbara (IBGE, 2012), ocupando solos rasos, nas encostas

das colinas (IBGE,1992 apud DE SOUZA, 2004).

Essa fisionomia representa 14,26 % do território do Parque, distribuída em

fragmentos dispersos, predominantemente sobre a Formação Gramado, em maior

parte nas áreas correspondentes aos municípios de Bom Jardim da Serra e Urubici.

No dossel dessa floresta também há a ocorrência de Araucaria angustifolia

e Podocarpus lambertii, bem como de angiospermas das famílias Lauraceae,

Myrtaceae e Meliaceae. Já no sub-bosque há ocorrência de espécies arbustivas,

com dominância das famílias Rubiaceae e Myrtaceae (IBGE, 2012).

Essa formação também foi bastante explorada predatoriamente nas décadas

passadas e atualmente é pouco encontrada. Além da região sul pode ser avistada

em menores fragmentos em São Paulo, no Parque Estadual de Campos do Jordão,

em Minas Gerais e no Rio de Janeiro (IBGE, 2012).

4.2.5 CAMPOS

Os campos, ou campos de altitude, como também são nomeados, são vegetações

comuns de ambientes montanos e alto-montanos que situam-se acima de 800

metros de altitude em áreas de temperaturas baixas e solos rasos (litólicos). Nessa

tipologia, as geadas ocorrem frequentes durante o inverno (DE SOUZA, 2004).

De acordo com os dados do IBGE (1981) e do MMA (2002), essa fisionomia é a mais

abrangente no PNSJ, chegando ao percentual de 31,30 %, predominantemente

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Parque Nacional de São Joaquim

na porção oeste do Parque e na Formação. É composta por espécies arbustivas e/

ou herbáceas com ocorrência nos cumes rochosos das serras e com comunidades

florísticas endêmicas (Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, 1993).

Conforme citado por Gomes (2009), Klein (1984) aponta que há aproximadamente

4.000 espécies de fanerógamas nos campos de altitude, indicando assim a riqueza

dessa formação.

Caracteriza-se por uma ruptura na sequência natural das espécies que ocorrem

nas fisionomias circundantes (CONAMA, 1993). Também é comum nessa tipologia

o aparecimento de extensos banhados e turfeiras, devido a umidade (RAMBO,

1953 apud GOMES, 2009). Onde a umidade fica concentrada, como em pequenos

córregos e margens de rios, o solo tende a ser mais profundo, estabelecendo

nessas áreas capões e matas de galeria, de vegetações arbustivo-arbóreas, que

entremeiam os campos (DE SOUZA, 2004; KLEIN 1960; MEDEIROS et al. 2004 apud

GOMES, 2009).

Nos campos é comum a presença das seguintes espécies: capim-colchão

Andropogon selloanus, capim-forquilha Paspalum notatum, a gramínea Paspalum

plicatum, entre outros (DE SOUZA, 2004).

Figura 4.6 Representação da Vegetação do PNSJ, segundo MMA.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de MMA, 2002.

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Parque Nacional de São Joaquim

4.3 ASPECTOS DO MEIO BIÓTICO – FAUNA

Uma das maiores ameaças à fauna do PNSJ é a caça ilegal. Sabe-se que na maioria

dos casos, a caça é realizada por pessoas que não precisam deste recurso para

sobrevivência. Atualmente, a legislação é mais rígida e restrita e as comunidades

do entorno possuem uma conscientização maior, fazendo com que essas ações se

tornem cada vez mais escassas (FERNANDES; OMENA, 2011, p. 22).

A minuta do plano de manejo do PNSJ, portanto não homologado, cita que

são restritos os registros de uso ilegal da fauna do Parque, sendo mais comuns

registros de apreensão de animais abatidos ou capturados para a caça, visando o

consumo ou venda ilegal, com enfoque principal de aves. Poucos estudos foram

encontrados a respeito da fauna do PNSJ, o que aponta para a necessidade de

estudos sobre a diversidade de animais nesta área.

4.3.1 MASTOFAUNA

Devido à extensa variedade entre os indivíduos formadores da mastofauna, o

registro de espécies demanda o uso de diferentes técnicas amostrais em campo.

Sendo assim, os mamíferos que foram encontrados no Parque Estadual da Serra

Furada (PAESF), que está inserido nos limites do PNSJ, abrangem 10 espécies:

tatu galinha Dasypus novemcintus, mão-pelada Procyon cancrivorus, graxaim

Cerdocyon thous (Figura 4.7), veado-virá Mazama gouazoubira, bugio Alouatta

guariba, macaco-prego Cebus nigritus, veado-poca Mazama nana, onça-parda

Puma concolor, paca Cuniculus paca, cateto Pecari tajacu. Porém, acredita-se que

existam mais espécies que ainda não foram identificadas, sendo assim é possível

que sejam encontradas através do tipo de ambiente, pelos rastros, escavações,

entrevistas e relatos (FATMA, 2010).

Em estudos realizados por Bogoni et al (2015) no PNSJ através de armadilhas

fotográficas, foram registrados 137 imagens, de 18 espécies diferentes de

mamíferos, dentre elas espécies também registradas no PAESF como a onça-parda

Puma concolor, gato-do-mato-pequeno Leopardus guttulus e cateto Pecari tajacu.

Figura 4.7 Exemplar de graxaim no PNSJ.

Fonte: Acervo pessoal de Matheus Baldim, 2012.

Existe um relato, documentado em foto, de uma onça-pintada Panthera onca

em 1971 (FERNANDES; OMENA, 2011), porém não foram encontrados registros

atuais. A onça-parda Puma concolor e o lobo-guará Chrysocyon brachyurus, por

sua vez, são espécies de mamíferos que estão ameaçadas de extinção, inclusive

encontram-se no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção,

do ICMBio, na categoria vulnerável (VU) (ICMBIO, Sumário Executivo do Livro

Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, 2014).

4.3.2 AVIFAUNA

Na área do PNSJ e no seu entorno foram registradas 122 espécies representantes

da avifauna no levantamento feito pela ornitóloga Lenir do Rosário, da FATMA

(FERNANDES; OMENA, 2011). Já em levantamento realizado por Rosinger e Roos

(2015), os pesquisadores identificaram 85 espécies de aves pertencentes a 32

famílias, sendo a maior diversidade encontrada na Mata de Araucárias e maior

abundância de espécies nas matas nebulares.

A fragmentação de áreas com pouca declividade próximas ao Parque afeta

diretamente na redução de alimento e aumento na predação dos indivíduos que

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Parque Nacional de São Joaquim

buscam novas áreas. Algumas espécies de aves, como por exemplo, papagaio

charão Amazona pretrei, são visadas como animal de estimação, assim como

as aves pertencentes ao gênero Sporophila. Já o jacuaçu Penelope obscura e

inhambuguaçu Crypturellus obsoletus, são indivíduos de médio porte e por isso são

mais visados nas caças ilegais (FATMA, 2010).

Na região, o ICMBio reconhece que existem duas aves que constam no Livro

Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, o papagaio-charão Amazona

pretrei que se encontra na categoria vulnerável (VU) e a águia-cinzenta Urubitinga

coronata classificada como em perigo (EN). Porém em estudos realizados por

Rosinger e Roos (2015), de acordo com a lista da IUCN esse número chega a

11 espécies (ICMBIO, Sumário Executivo do Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção, 2014).

4.3.3 HERPETOFAUNA

Em estudos realizados por Angri et al (2015), até a ocasião foram encontradas

21 espécies de anuros e 6 espécies de répteis, porém, de acordo com referencial

teórico esse número pode ser até três vezes maior.

Em comparação, no PAESF, UC inserida em parte no PNSJ, foram encontradas

23 espécies de 8 famílias diferentes de anfíbios, onde, 16 espécies são de

ocorrência em toda extensão da Serra Geral. No que diz respeito aos répteis

foram contabilizadas 14 espécies de 7 famílias diferentes sendo todas elas de

ocorrência mínima no entorno da área do Parque (FATMA, 2010). Esses resultados

quantitativos demonstram que essas espécies ocorrem praticamente em toda

Serra Geral, podendo assim ser extrapolado para toda área do PNSJ.

Segundo a lista mundial de anfíbios ameaçados de extinção, Global Amphibian

Assessment, existem duas espécies ameaçadas na região do PNSJ, sendo que a

Cycloramphus valae, não possui dados suficientes e por isso é categorizada como

de grande importância de conservação (FATMA, 2010). A espécie Thoropa saxatilis,

está na categoria de quase ameaçada, no Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção (ICMBIO, 2014).

4.3.4 ICTIOFAUNA

Com relação a riqueza das espécies de fauna aquática, mais especificamente peixes,

foram identificadas 12 espécies diferentes pertencentes à 7 famílias. Os indivíduos

encontrados com maior facilidade foram de três espécies, Pareiorhaphis stomias,

Jenynsia unitaenia e Pareiorhaphis nudulus, a partir de levantamento realizado na área

do PAESF, que está situada dentro dos limites do PNSJ (FATMA, 2010).

Fernandes e Omena, em 2011, citaram a falta de informações sobre a ictiofauna da

região, deixando clara a necessidade de mais estudos com relação às espécies de

peixes existentes nas bacias e drenos presentes na área do Parque. Embora haja

carência de estudos da ictiofauna na região, depreende-se que existem diferenças

significativas para peixes presentes no PNSJ, em função das variações de altitudes

incidentes, provocando variações climáticas amplas.

4.4 ASPECTOS DO MEIO ANTRÓPICO

No presente item, apresenta-se o processo histórico de ocupação do território

da região do PNSJ e breve caracterização socioeconômica dos municípios que

abrangem a UC, Urubici, Bom Jardim da Serra, Grão-Pará, Orleans e Lauro Muller,

localizados no estado de Santa Catarina.

4.4.1 PROCESSO HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO E A CONSTITUIÇÃO DAS POPULAÇÕES TRADICIONAIS

O processo histórico de ocupação do território do estado de Santa Catarina

deu-se primeiramente pelos povos indígenas Kaingang, Xokleng e Guarani.

Registros arqueológicos e etno-históricos datam a ocupação por Guaranis

há, aproximadamente, 2.000 anos; e, em cerca de 5.000 anos atrás por outras

tradições, incluindo as de matriz Jê, que dão origem aos Kaingang e Xokleng, nas

bacias hidrográficas dos principais rios das regiões noroeste e sudoeste do estado

do Paraná, oeste de Santa Catarina, e norte e noroeste do Rio Grande do Sul. Os

Guarani, por sua vez, ocupavam também o litoral sul/sudeste (SST/SC, 2018).

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Parque Nacional de São Joaquim

Os primeiros contatos entre europeus e povos indígenas ocorrem a partir do

século XVIII, com as incursões jesuítas em busca de minas de ouro e carvão.

Dessas investidas resulta a dizimação e catequização dos indígenas da região; e

a expansão do ciclo do extrativismo mineral, uma vez que a região demonstrava

grande potencial em carvão mineral.

Com a consolidação da mineração na região, surgem as primeiras grandes ondas

migratórias estimuladas pela política de povoamento fomentada pela, então

recentemente criada, Empresa de Terra e Colonização de Grão-Pará S/A, dando

origem aos municípios de Grão-Pará, Lauro Muller e Orleans, e, assim, alicerçando

a ocupação europeia, paulista e gaúcha na região. Atualmente, os municípios

que constituem o PNSJ, estão inseridos hierarquicamente segundo suas bases e

relações na parte econômica, política, infraestrutura e bens e serviços conforme

ilustra a Figura 4.8.

Figura 4.8 Representação gráfica da articulação urbana ampliada, intermediária e

imediata dos municípios abrangidos pelo PNSJ.

Fonte: REGIC/IBGE, 2008.

Para uma melhor explicação do sistema hierárquico, tem-se que:

• Curitiba e Porto Alegre representam o maior nível hierárquico, quando

relacionados com os municípios do PNSJ, ambos fazem parte do nível 1C

chamado de metrópole que é formado por outras oito capitais, ficando abaixo

apenas de São Paulo que é considerado a Grande metrópole Nacional (nível

1A) e as duas metrópoles nacionais (nível 1B) Rio de Janeiro e Brasília. Em geral

essas metrópoles são caracterizadas pela forte relação entre si e pela grande

área de influência direta;

• Florianópolis e Criciúma são classificadas, respectivamente, como Capital

regional nível A e C, ou seja, um centro que se relaciona com o estrato superior

da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente inferior

ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas

como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de

municípios.

• Lages e Tubarão têm uma relação intermediária imediata com os municípios

do PNSJ, sendo classificados como nível 3A centro sub-regional, no Brasil existe

169 centros divididos em A e B, o grupo à qual os dois pertencem tem como

média 95 mil habitantes e possui 112 relacionamentos;

• O único município pertencente à categoria de Centro de Zona que é também é

dividido entre A e B, é Braço Norte, que juntamente com outras 364 cidades faz

parte do 4B, possuindo uma média de 23 mil habitantes e 16 relacionamentos;

• O nível 5 o qual todos os municípios que compõem o PNSJ fazem parte,

contém 4473 cidades e a principal característica é sua área de atuação não

extrapolar os limites municipais, servindo apenas aos seus habitantes que

normalmente não passam de 10 mil pessoas.

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4.4.2 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS MUNICÍPIOS DE BOM JARDIM DA SERRA, GRÃO PARÁ, LAURO MULLER, ORLEANS E URUBICI

O primeiro povoamento na região do município de Bom Jardim da Serra ocorreu

por volta de 1870, com o estabelecimento de famílias provindas do Rio Grande do

Sul. Esses moradores abriram picadas na Serra Geral, denominada de Serra do Doze,

hoje Serra do Rio do Rastro, onde passavam cavalos e mulas com as tropas para

efetuarem a troca de mercadorias com o litoral. Atualmente, Bom Jardim da Serra

é reconhecido como portal da região serrana catarinense e tem como principal

atração a estrada da Serra do Rio do Rastro, que parte de cota próxima ao nível do

mar e eleva-se até 1.450 m de altitude em apenas 12 km de estrada asfaltada.

Os municípios de Grão-Pará, Lauro Muller e Orleans têm suas origens motivadas

por alguns fatores comuns. O primeiro deles refere-se à descoberta de jazidas

carboníferas na região, por volta do ano de 1841, e à posterior exploração mineral.

Como consequência disso houve um grande fluxo migratório para a região,

que é estimulado com a criação da Empresa de Terra e Colonização de Grão-

Pará S/A, em 1882, e a promoção de loteamentos, a partir de 1883. Os primeiros

lotes foram vendidos com facilidades concedidas a um grande número de

imigrantes, principalmente italianos, alemães e poloneses. Por fim, outro fator que

impulsionou o processo de povoamento na região foi a concessão que o Governo

Imperial deu aos ingleses para construir a Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina,

inaugurada em 1885.

Por sua vez, Urubici apresentou colonização mais tardia, a partir de 1915 por

Manoel Saturnino de Souza e Oliveira, Hipólito da Silva Matos, José Saturnino de

Oliveira, José Gaspar Fernandes, Manoel Silveira de Azevedo, Policarpo de Souza e

Oliveira, que iniciaram o cultivo das férteis terras daquela região. O município tem

essa denominação, pois era banhado por rio do mesmo nome.

A seguir apresentam-se dados referentes à demografia, educação,

desenvolvimento social e econômico da região. A Figura 4.9 ilustra a evolução

populacional dos municípios que compõem o PNSJ no período entre 1991 e 2010.

Figura 4.9 Evolução populacional dos municípios que compõem o PNSJ

entre os anos de 1991, 2000 e 2010, valores absolutos.

Fonte: IBGE, 2010.

Segundo classificação estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), os municípios que constituem o PNSJ são de pequeno porte 1

e 2, isso quer dizer, seu contingente populacional não ultrapassa 20 mil e 50 mil

habitantes, respectivamente. Em linhas gerais, os municípios apresentam evolução

populacional crescente quando se contrasta o período inicial ao período final de

análise, isto é, comparando-se o número absoluto de habitantes em 1991 àquele

encontrado em 2010, a população de todos os municípios cresceu. No entanto,

algumas nuances ficam evidentes quando a análise se direciona a períodos mais

curto de tempo. Bons exemplos são os casos de Bom Jardim da Serra que em

1991 contava com 4.153 habitantes, passando por uma retração populacional

nos anos 2000, quando chega a 4.079 habitantes, para, em seguida, voltar a

crescer alcançando os 4.395 habitantes, em 2010; e, Lauro Muller, que também

a presentou decréscimo populacional entre os anos de 1991 e 2000, voltando

a crescer em 2010. Grão Pará, Orleans e Urubici, por sua, vez, apresentaram

crescimento populacional estáveis e regulares durante o período analisado, ou

seja, constante.

A Tabela 4.1 dimensiona a proporção do desenvolvimento populacional de cada

município nos períodos entre 1991/2000 e 2000/2010.

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Tabela 4.1 Crescimento populacional dos municípios que compõem o PNSJ nos

períodos 1991/2000 e 2000/2010, valores absolutos e percentuais.

MUNICÍPIO 1991-2000 2000-2010

Bom Jardim da Serra -0,20% 0,75%

Grão-Pará 0,79% 0,30%

Lauro Muller -0,28% 0,55%

Orleans 0,89% 0,66%

Urubici 0,80% 0,43%

Santa Catarina 1,85% 1,55%

Fonte: IBGE, 2010.

Complementarmente à análise anterior, nota-se que ambos municípios, Bom

Jardim da Serra e Lauro Muller, demonstraram contração populacional de

aproximadamente 0,28 % do ano de 1991 aos anos 2000. No mesmo período

o município que mais cresceu foi Orleans, com acréscimo de 0,89 %, seguido

de Urubici e Grão-Pará, ambos com aumento de 0,79 %. A população de Bom

Jardim da Serra retoma o crescimento entre 2000 e 2010, quando atinge 0,75 %

de acréscimo populacional, seguido por Orleans, Lauro Muller, Urubici e Grão-

Pará com elevação no número de habitantes de, respectivamente, 0,66 %, 0,55 %,

0,43 % e 30 %.

Ressalta-se que, embora os municípios apresentem crescimento populacional

estável com taxas baixíssimas e pontuais retrações, que não refletem o

comportamento demográfico de todos os municípios analisados; a dimensão do

crescimento exibido pelos municípios que compõem o Parque fica muito aquém

da média de crescimento do estado de Santa Catarina, que no período como um

todo girou em torno de 17 %. Nesse sentido, é plausível refletir sobre a capacidade

desses municípios em tornar-se atrativo para manter e atrair a população,

principalmente, jovem. Para tanto, analisa-se na Figura 4.10 a distribuição de

diferentes grupos etários na população de cada município.

De modo geral, percebe-se que todos os municípios analisados apresentaram

maior concentração de indivíduos nos estratos entre 10 e 24 anos de idade e 40

a 54 anos de idade, isto ocorre para ambos os sexos. Na tentativa de mensurar o

avanço das condições e da qualidade de vida dos residentes nos municípios em

questão, apresentam-se adiante alguns indicadores (Figura 4.11, Figura 4.12).

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) calculado pelo

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), leva em

consideração as dimensões de longevidade, renda e educação da população. Este

índice oscila entre 0 a 1, contendo cinco faixas de avaliação: muito baixo (de 0 a

0,499); baixo (0,500 a 0,599); médio (de 0,600 a 0,699), alto (0,700 a 0,799) e muito

alto (de 0,800 a 1).

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Figura 4.10 Representação gráfica da pirâmide etária dos municípios que compõem o PNSJ, 2010.

Fonte: PNUD, IPEA, FJP, 2010.

Figura 4.11 Representação gráfica do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) dos municípios que compõem o PNSJ entre 1991, 2000 e 2010.

Fonte: PNUD, IPEA, FJP, 2010.

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De modo geral, todos os municípios exibiram melhora significativa e paulatina no

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal no período analisado. Isso porque,

em 1991, Bom Jardim da Serra, Grão Pará, Lauro Muller e Urubici figuravam

no patamar de desenvolvimento muito baixo, e Orleans no estrato baixo. Esse

panorama se altera já na próxima avaliação quando, com exceção de Bom Jardim

da Serra e Urubici que permanecem na categoria baixo, havendo, no entanto,

apresentado evolução em relação ao período anterior; Grão Pará, Lauro Muller

e Orleans alcançaram o nível médio de desenvolvimento humano. Em 2010,

essa configuração se repete, ou seja, Bom Jardim da Serra e Urubici avançaram

em direção ao estrato médio, todavia achavam-se ainda aquém do restante dos

municípios que, à época, atingiram a categoria alta. Ressalta-se que os resultados

apresentados pelos municípios do PNSJ foram inferiores aos índices estaduais no

mesmo período que eram: 0,543 (baixo) em 1991, 0,674 (médio) em 2000 e 0,774

(alto) em 2010.

Como forma de verificar a evolução do desempenho dos municípios, a Figura

4.12 ilustra as dimensões que compõem o IDH-M de modo desagregado, para

que assim seja possível verificar a contribuição de cada uma para os resultados

alcançados no índice geral.

De modo geral, os resultados encontrados em todas as dimensões apresentam

melhora no período analisado. Na dimensão de renda todos os municípios

partiram da categoria baixo ou médio, em 1991, e alcançaram a categoria

alta ao final do período analisado. Os municípios que apresentaram melhor

desenvolvimento nesse quesito foram Lauro Muller e Bom Jardim da Serra. Nessa

dimensão, destaca-se ainda que Grão-Pará foi o único município que apresentou

desempenho melhor do que os estaduais nos anos de 1991, com índice de 0,656

frente ao índice estadual de 0,648; e 2010, com índice de 0,735 diante do índice

estadual de 0,717. Já em 2010, nenhum dos municípios em questão alcançou os

resultados encontrados a nível estadual que chegou a 0,773.

Figura 4.12 Representação gráfica do Índice de Desenvolvimento

Humano Municipal (IDHM) dos municípios que compõem o PNSJ, por

categoria, entre os anos 1991, 2000 e 2010.

Fonte: PNUD, IPEA, FJP, 2010.

Foi na dimensão de longevidade que os municípios apresentaram desempenho

mais significativo, pois todos, sem exceções, partiram do patamar alto, em 1991,

e alcançaram, o patamar muito alto ao final do período em questão. O município

de Orleans exibiu melhor desempenho ao final do período analisado atingindo

índice 0,873, superando a média estadual no mesmo ano que foi de 0,860.

Indubitavelmente a longevidade apresentou-se como a dimensão mais próspera

entre aquelas que constituem o IDH-M. Os valores demostram melhorias nas

condições de saúde da população.

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Parque Nacional de São Joaquim

Dentre as dimensões analisadas, o caso mais expressivo foi apresentado pela

educação, pois o desempenho de todos os municípios foi bastante inferior

àqueles referentes às dimensões de renda e longevidade. Embora todos os

municípios tenham melhorado o desempenho, uma vez que partiram do estrato

muito baixo, nenhum deles atingiu o patamar alto ou muito alto. Evento similar

é demonstrado pelos resultados da dimensão de educação a nível estadual que

em 1991 foi muito baixo (0,329), passando à categoria baixa (0,526) em 2000 e

chegando ao estrato médio (0,697) em 2010.

Com vistas a complementar a análise da educação nos municípios do PNSJ,

a Figura 4.13 ilustra a mensuração do desenvolvimento da educação básica,

utilizando-se do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, criado

em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira – INEP. A análise de IDEB é relevante, pois reúne dois conceitos igualmente

importantes para a qualidade de ensino: aprovação escolar, segundo o Censo

Escolar e as médias de desempenho nas avaliações do INEP, medidas por meio do

SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) - para as unidades da federação e

para o país, e a Prova Brasil - para os municípios.

Sem exceções, todos os municípios têm melhor desempenho no Índice de

desenvolvimento do Ensino Básico nos anos iniciais, ou seja, 4ª série e/ou 5º ano e

que são de responsabilidade exclusiva da municipalidade. Destaca-se o município

de Lauro Muller com a melhor performance, 6,2, superando o desempenho

estadual no mesmo ano, 6,1; seguido dos municípios de Grão-Pará (5,9), Orleans

(5,8), Urubici (5,8) e Bom Jardim da Serra (4,6).

Quando a responsabilidade de gestão passa ao âmbito estadual, nos anos finais

do ensino fundamental, há um decréscimo considerável no desempenho. Lauro

Muller, por exemplo, que é o município com melhor resultado do índice nos anos

iniciais do ensino básico, apresentou uma queda de 1,8, chegando ao índice 4,4

nos anos finais do ensino fundamental, sem, no entanto, se distanciar da média

do Estado, que na época era de 4,9. Os municípios que demonstraram melhor

desempenho foram Grão-Pará e Orleans, atingindo, respectivamente, 4,8 e 4,7

no IDEB. Em linhas gerais, o desempenho médio dos anos iniciais do ensino

fundamental entre os municípios analisados foi de 5,6, enquanto os anos finais

atingiram 4,2. A análise da taxa de analfabetismo4 busca evidenciar o alcance e a

inserção das instituições escolares nos municípios em questão (Figura 4.14).

Figura 4.13 Representação gráfica do Índice de Desenvolvimento da

Educação Básica (IDEB) dos anos iniciais e finais do ensino fundamental dos

municípios que compõem o PNSJ, 2015.

Fonte: INEP, 2015.

Figura 4.14 Representação gráfica da taxa de analfabetismo entre pessoas de 18 anos

ou mais residentes nos municípios que compõem o PNSJ, 1991, 2000 e 2010.

Fonte: PNUD, IPEA, FJP, 2010.

4 São consideradas analfabetas pessoas com 18 anos ou mais que declararam não serem capazes de ler e escrever um bilhete simples ou que apenas assinam o próprio nome, incluindo as que aprenderam a ler e escrever, mas esqueceram.

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Parque Nacional de São Joaquim

Entre os anos de 1991, 2000 e 2010, as taxas de analfabetismo entre pessoas de 18

anos ou mais demonstradas pelos municípios que compõem o PNSJ apresentam

significativa melhora, sempre oscilando entre as médias apresentadas pelo estado

de Santa Catarina, com as menores taxas, e o Brasil, que no período apresentou os

respectivos resultados: 20,07 % de analfabetos em 1991, 13,63 % em 2000 e 9,6 %

em 2010. O município que obteve mais destaque e que mais se aproximou do

desempenho estadual foi Orleans. O município que apresentou diminuição mais

acentuada na porcentagem de analfabetos (8,9 %) foi Bom Jardim da Serra, que

em 1991 apresentou um contingente de 18 % de analfabetos, chegando a 9,1 %

em 2010.

Com vistas a compreender a dinâmica do setor econômico de cada município

que constitui o PNSJ, apresenta-se dados acerca do rendimento mensal de seus

residentes, o Produto Interno Bruto (PIB), da Composição do Valor Adicional Bruto

(VAB), bem como informações pertinentes a participação dos setores e subsetores

na economia local (Figura 4.15, Figura 4.16, Figura 4.17, Tabela 4.1, Tabela 4.2).

Tabela 4.2 Pessoas de 10 anos ou mais de idade residentes nos municípios que

compõem o PNSJ, por classes de rendimento nominal mensal, 2010.

MUNICÍPIOaté 1 S.M.

mais de 1 a 3 S.M.

mais de 3 a 5 S.M.

mais de 5 a 10 S.M.

mais de 10 S.M.

sem rendimento

Bom Jardim da Serra

33,9% 24,1% 3,8% 2,0% 1,0% 35,3%

Grão-Pará 32,3% 38,1% 5,3% 2,6% 0,5% 21,2%

Lauro Müller 20,8% 38,2% 6,9% 2,2% 0,4% 31,5%

Orleans 27,0% 35,9% 6,8% 3,3% 0,9% 26,1%

Urubici 34,7% 25,7% 4,2% 2,2% 0,6% 32,6%

Santa Catarina 18,3% 39,8% 7,9% 4,6% 1,7% 27,7%

Média dos Municípios

29,7% 32,4% 5,4% 2,4% 0,7% 29,4%

Legenda: S.M. – Salário Mínimo. Fonte: IBGE, 2010.

Em 2010, a média municipal de rendimento nominal mensal das pessoas de 10

anos ou mais de idade residentes nos municípios que constituem o PNSJ era

dividido, majoritariamente, entre aqueles que recebiam até um salário mínimo,

correspondendo a 29,7 %; 32,4 % contavam com um a três salários mínimos;

29,4 % não tinham rendimento; e, os outros 8,5 % recebiam mais de três salários

mínimos. Os casos mais críticos eram o de Bom Jardim da Serra e de Urubici que, à

época, tinham, respectivamente, 69,2 % e 67,3 % da população sobrevivendo com

até um salário mínimo.

O Produto Interno Bruto (PIB) é considerado um importante indicador, pois

possibilita mensurar monetariamente a produção econômica de determinada

territorialidade durante certo período, sendo possível a comparabilidade entre

diferentes escalas, tanto temporais como espaciais. Estão incluídos no PIB: o

consumo, os investimentos, os gastos do governo e as exportações reduzidas

das importações. Ressalta-se que os valores do PIB são apenas os obtidos pelos

registros da economia formal. Os valores do PIB são apresentados em valores

nominais – permitindo comparações entre os valores monetários ao estabelecer

um ano base na série histórica de dados. Assim, utilizam-se os valores monetários

do PIB a preços nominais, atualizados ao ano base definido, por meio da deflação

pelo deflator implícito do PIB. No ano de 2015, os municípios que constituem o

PNSJ obtiveram um total do PIB de R$ 227.710,37 a preços constantes de 2010.

Neste ano, o valor total gerado por estes cinco municípios representou 13 % do

PIB do estado de Santa Catarina, que foi de R$ 178.958.388,51.

Conforme a Figura 4.15, com exceção de Lauro Muller, o PIB a preços constantes dos

municípios do PNSJ no período de 2007 a 2015 apresentou tendência de aumento,

pois quando comparados os desempenhos obtidos no ano de 2007 aqueles do

ano de 2017, houve ligeiro crescimento. No entanto, não se tratou de crescimento

instável, isso quer dizer, houve constantes variações anuais nos valores do PIB, com

quedas e acréscimos, no período analisado. O município de Lauro Muller, citado

anteriormente, sofreu desvalorização de 3,5 % do PIB de 2007 até 2015.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 4.15 Representação gráfica do PIB a preços constantes nos municípios que

compõem o PNSJ, entre 2007 e 2015 (ano-base 2010).

Fonte: IBGE, 2010.

O PIB pode ser desmembrado pelos Valores Adicionados Brutos (VAB) dos setores

da economia. O VAB é o resultado final da atividade produtiva no decurso de um

período determinado. Resulta da diferença entre o valor da produção e o valor do

consumo intermédio, originando excedentes. A análise da composição do VAB

permite verificar a estrutura da economia dos municípios em relação aos setores

primário, secundário e terciário da economia.

O setor da economia com o maior destaque de representatividade relativa no

PIB nos municípios de Urubici, Orleans e Lauro Muller foi o Comércio, em que foi

responsável por, respectivamente, 41,1 %, 41 % e 36,8 % da composição total do

VAB. Especialmente em Grão-Pará e Bom Jardim da Serra houve predominância

do setor agropecuário representando 36,2 % e 37,1 % da composição do VAB.

Vale observar que, excetuando o setor com maior destaque de representatividade

relativa no PIB de cada município, o setor que se evidencia nos municípios

mais populosos é o da indústria. Nesse, deve-se notar também que, em geral,

municípios mais industrializados contavam com menor participação do setor

agropecuário na composição do PIB. O mesmo movimento ocorria em relação

aos municípios que contavam com maior participação da agricultura frente a

contribuição do setor industrial (Figura 4.16). Isso quer dizer que quando há a

preponderância de algum dos setores (industrial ou agropecuário) não há o

desenvolvimento do outro.

Com exceção do município de Grão-Pará, no qual o setor secundário foi

preponderante (48,9 %), o setor terciário, que engloba o comércio e a prestação de

serviços, representou maior participação na economia dos municípios analisado,

sendo Urubici, o município que denotou maior dependência desse setor, 80,2 %,

seguido de Bom Jardim da Serra, 70,3 %.

Corroborando os resultados do VAB (Figura 4.16), o município de Bom Jardim

da Serra apresentou taxa significante de vínculos ativos relacionados ao

setor primário, reconhecidamente vinculado à agricultura, à pecuária e ao

extrativismo animal e vegetal. Todavia, ressalta-se que nos produtos internos

brutos totais municipais, os valores adicionais brutos de cada setor podem

ter representatividade relativamente alta, sem, no entanto, exercer devida

expressividade nos vínculos ativos. Como exemplo pode-se citar o mesmo

município, Bom Jardim da Serra, que mesmo tendo no setor agropecuário o VAB

mais significativo, ainda assim repousava no setor terciário sua maior taxa de

vínculos ativos (Figura 4.17 e Tabela 4.3).

Figura 4.16 Representação gráfica da composição do Valor Adicional Bruto (VAB) dos

municípios que constituem o PNSJ, 2015.

Fonte: IBGE, 2010.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 4.17 Representação gráfica do percentual de participação dos setores da

economia, no total de vínculos ativos, dos municípios abrangidos pelo PNSJ, em 2016.

Fonte: MTE, 2017.

Tabela 4.3 Porcentagem de vínculos ativos relacionados aos subsetores da economia

ligados ao turismo, dos municípios abrangidos pelo PNSJ, em 2016.

MUNICÍPIO CV. TT. AJ. AL. AG AP. AR. AO.

Bom Jardim da Serra 44,4% 1,3% 29,1% 21,2% 2,0% 0,0% 0,0% 2,0%

Grão-Pará 71,9% 23,6% 0,0% 4,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Lauro Muller 45,1% 51,3% 0,0% 3,1% 0,0% 0,0% 0,2% 0,3%

Orleans 64,5% 24,8% 1,3% 8,1% 0,1% 0,0% 1,1% 0,1%

Urubici 68,2% 6,8% 11,9% 11,5% 0,0% 0,0% 0,4% 1,2%

Média Total 58,8% 21,6% 8,5% 9,7% 0,4% 0,0% 0,3% 0,7%

Legenda: CV. – Comércio Varejista; TT. – Transporte Terrestre; AJ. – Alojamento; AL. – Alimentação AG. – Agências

de Viagens, Operadores Turísticos e Reservas; AP. – Atividades Ligadas ao Patrimônio Cultural e Ambiental; AR –

Atividades Esportivas, de Recreação e Lazer; OA – Outras Atividades de Serviços Pessoais. Fonte: MTE, 2017.

Dando ênfase aos subsetores da economia que podem ser relacionados ao

turismo local a Tabela 4.3 ilustra uma forte predominância do comércio varejista

na economia dos municípios analisados com exceção de Lauro Muller, no qual

transporte terrestre era mais preeminente. O subsetor com segunda maior

expressão nos municípios de Grão-Pará e Orleans é o de transporte terrestre. A

partir da leitura desses dados é possível inferir que desses municípios, Bom Jardim

da Serra e Urubici despontavam como aqueles que mais usufruíam da demanda

turística, uma vez que apresentaram maiores taxas de vínculos ativos ligados às

atividades relacionadas à alojamento e alimentação. Bom Jardim da Serra contava,

inclusive, com empregados em agências de viagens, operadores turísticos e

serviços de reservas. Segundo os dados, municípios como Grão-Pará e Lauro

Muller, por sua vez, não apresentavam vínculos ativos relacionados a alojamento

nesse mesmo período.

Nesse sentido, fica evidente que os municípios que constituem o PNSJ têm

grande potencial a ser explorado no setor de serviços relacionados às atividades

turísticas, não se restringindo apenas ao setor de alojamento e alimentação, como

também investindo em roteiros de passeios guiados, entre outras atividades com

vistas a explorar os recursos naturais e climáticos da região.

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Parque Nacional de São Joaquim

5. PANORAMA DO USO PÚBLICO NO PNSJPrimeiramente analisa-se a atividade de visitação turisticamente já consolidada

no PNSJ, representada, principalmente, pela atividade de contemplação praticada

no Mirante da Pedra Furada. Em seguida, são analisadas as atividades previstas

na Portaria ICMBio nº 85/2012 e que, atualmente, estão em operação regular na

Unidade - ainda que em caráter experimental e com menor fluxo de visitação,

constituída pela atividade é a caminhada nas seguintes trilhas: i) Trilha da Pedra

Furada (Urubici) e ii) Trilha Nascentes do Rio Pelotas a iii) Trilha do Rio do Bispo

(estas duas últimas comportam atualmente trechos em adição ao Caminho das

Araucárias e ao Caminho da Mata Atlântica, que serão descritos mais adiante).

Posteriormente são analisadas as demais atividades previstas na Portaria ICMBio

nº 85/2012, ou seja, as atividades de caminhada. Existem ainda atividades já

praticadas no PNSJ e que, atualmente, encontram-se suspensas e/ou dependentes

de autorização específica para suas práticas, ou são realizadas sem o devido

controle da Unidade, caracterizadas pelas atividades de caminhada de longo

curso:

• Travessia Urubici - Orleans ou vice-versa; trilha do Rio do Bispo e travessia

Urubici - Bom Jardim da Serra ou vice-versa;

• Atividades de caminhada: Trilha da Cascatinha; Trilha Goiaba Serrana;

• Atividades de ciclismo e cicloturismo, nas seguintes áreas: estrada do Morro da

Igreja e estrada geral da Santa Bárbara;

• as atividades de cavalgada, atualmente suspensas, porém previstas para as

seguintes áreas: travessia Urubici - Bom Jardim da Serra e vice versa; trilha

localidades do Rio do Bispo e travessia Bom Jardim da Serra - Orleans e vice-

versa; além da atividade de voo livre. Tais atividades serão caracterizadas a

seguir e, por fim, descrevem-se outras atividades de uso público realizadas no

PNSJ e não contempladas pelos enquadramentos anteriores.

As atividades serão contextualizadas e organizadas por tipologia: (i) contemplação;

(ii) caminhada; (iii) cavalgada; (iv) ciclismo e clicloturismo; (v) voo livre; e (vi) outras

atividades de uso público. Todas elas considerando as áreas do Morro da Igreja e

da Santa Bárbara.

5.1 CONTEMPLAÇÃO

Descreve-se a atividade de visitação contemplação, que é realizada no Morro da

Igreja e nos Campos de Santa Bárbara.

5.1.1 MIRANTE DO MORRO DA IGREJA/PEDRA FURADA

O Morro da Igreja e seu Mirante natural para a Pedra Furada (Figura 5.1) se

constitui na principal atividade de visitação ao PNSJ, sendo o seu maior ponto de

altitude, com 1.822 metros. É o terceiro mais alto do estado de Santa Catarina e

um dos mais altos da região Sul do Brasil. Seu topo serve como mirante natural a

partir do qual é possível observar a chamada Pedra Furada, formação geológica

considerada monumento natural em formato de fenda situada na vertente das

escarpas da Serra Geral. Pode-se dizer que é o “cartão postal” do PNSJ e da Serra

Catarinense.

Figura 5.1 Região do Morro da Igreja e da Pedra Furada no PNSJ.

Legenda: A, B e C – Vistas do mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada; D – Vista da Pedra Furada à partir do mirante

do Morro da Igreja. Fotos: Registro do Autor, 2018.

O Morro da Igreja é conhecido como um dos pontos mais frios do Brasil, com

grande fluxo de visitantes sobretudo durante o inverno, época do ano em que as

temperaturas no local ficam constantemente abaixo de zero podendo ocorrer,

A B C D

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Parque Nacional de São Joaquim

ocasionalmente, a queda de neve. A área abriga as instalações do Destacamento

de Controle do Espaço Aéreo do Morro da Igreja – DTCEA-MDI, subordinado ao

Segundo o CINDACTA II da Força Aérea Brasileira (FAB) e, também, a primeira

Estação de Radar Meteorológico (ERM) de Santa Catarina. Apresentam-se, na

sequência, informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a

atividade é desenvolvida e a visitação.

• Localização e acesso

O Morro da Igreja está localizado na região nordeste do PNSJ, na divisa dos

municípios catarinenses de Bom Jardim da Serra, Orleans e Urubici. O acesso,

a partir da sede do ICMBio, no centro de Urubici, se dá pela SC-370, em boas

condições de uso e com sinalização indicativa do PNSJ. Num trecho de,

aproximadamente, 12 km, até acessar a estrada do Morro da Igreja, com uma

extensão de 17 km, em via de mão dupla. Após percorrer 7 km chega-se ao

pórtico de entrada e controle do PNSJ. A partir daí o acesso só se dá por meio de

autorização, que deve ser retirada com antecedência na sede do ICMBio. Percorre-

se mais 10 km em área interna ao PNSJ, até chegar ao topo do Morro da Igreja.

• Condições de uso atual

Atualmente não há cobrança para o acesso e o horário de funcionamento é das 8

às 17 horas, mas os visitantes devem solicitar autorização ao ICMBio para acessar

esta porção do PNSJ. Desde 2013 há um sistema de controle da visitação com

veículos, limitados à 200 veículos por dia (motos e bicicletas não entram nesta

contagem). No entanto, este procedimento tem se demonstrado limitado para os

dias de alto fluxo, causando engarrafamentos e não sendo adequado para ordenar

a visitação neste ponto do PNSJ.

A estrada de acesso (estrada do Morro da Igreja), encontra-se em condições

precárias, com pontos de desgastes e risco de colapso de cortinas de sustentação.

Por este motivo está proibida a passagem de ônibus, caminhões, vans com

capacidade superior a 18 passageiros e micro-ônibus. Estão previstas obras de

reforço e nova pavimentação na estrada que estão sendo realizadas pela FAB e

contemplam, também, a construção de um mirante na área do Morro da Igreja,

além de um portal na entrada do PNSJ.

A minuta do Plano de Manejo do PNSJ considera a presença e as operações

realizadas pelo Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Morro da Igreja

(DTCEA-MDI) como conflitantes com os objetivos do Parque. Outro ponto

conflitante é a existência de uma linha de transmissão de alta tensão que leva

energia elétrica para as instalações do DTCEA-MDI. Além de existirem outras

de menor porte para eletrificação rural nas proximidades e em outros locais do

Parque.

Atualmente é o ponto de maior pressão de visitação desta UC. A principal

atividade praticada é a de contemplação e a área apresenta riscos de acidentes.

Em 2017 este atrativo recebeu 119.631 visitas. A área não dispõe de infraestrutura

adequada para a visitação, como mirantes, abrigos e sinalização orientativa e

interpretativa e estacionamento. A partir deste ponto partem outras atividades

como a Trilha da Pedra Furada e a Trilha Nascentes do Rio Pelotas, e trechos

internos à Unidade que compõem o Caminho das Araucárias e Caminho da Mata

Atlântica.

• Melhor época para visitar

A visitação é possível durante todo o ano. Há maior concentração nos meses de

junho, julho e agosto, principalmente a possibilidade de precipitação de neve. As

condições climáticas no alto do morro são instáveis, com uma ampla gama de

variação ao longo do dia.

• Tempo estimado para visitação/atividade

Considerando a principal atividade atual neste local, que é a contemplação,

estima-se o tempo de permanência entre 15 e 20 minutos. A condição climática é

um fator que influi na permanência no local, mantendo a visitação em um tempo

curto. É comum ter muito vento, chuva, neblina e frio na região do Mirante.

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Parque Nacional de São Joaquim

• Oferta no mercado

Em que pese a maior parte da visitação ocorrer de maneira espontânea e não

organizada comercialmente, foram identificadas algumas ofertas. Como parte

de roteiros turísticos estruturados, de forma regular no mercado, pelas seguintes

agências e operadoras de turismo: i) agências de receptivo turístico em Urubici:

Graxaim Ecoturismo, Serra Sul Ecoturismo e Caminhos da Serra; ii) agência

de receptivo turístico em Bom Jardim da Serra: Tribo da Serra Ecoturismo; iv)

operadoras de turismo nacional: Pisa Trekking, Cia Eco e Freeway, estas com sede

na cidade de São Paulo. Salienta-se que a visitação também pode ocorrer de

forma autoguiada. O local também é divulgado pelo sítio eletrônico do ICMBio em

webpage institucional e exclusiva do PNSJ.

Com relação aos preços praticados não existe cobrança para acessar o Mirante

do Morro da Igreja/Pedra Furada. As empresas que ofertam a atividade

incluem a mesma junto às outras dentro de um pacote (com preços e

formatos variados).

• Mercado consumidor atual

O principal mercado consumidor é o regional (SC, PR e RS). A região sudeste pode

ser considerada como mercado complementar estratégico, sobretudo São Paulo,

tendo como mercado complementar Rio de Janeiro e Minas Gerais (SP; RJ e MG).

Em entrevistas com atores do trade turístico da região, também foi mencionado

o Distrito Federal como mercado consumidor em crescimento. O local também

é muito acessado por praticantes de moto turismo, além de possuir um perfil de

público com características diversas.

• Singularidade e valor intrínseco

A ocorrência de precipitação de neve, aliada à beleza cênica da paisagem, são

elementos de grande valor do local. Destaca-se também a singularidade do

monumento natural Pedra Furada e que o local é um dos pontos mais alto do

estado de Santa Catarina.

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.1 elenca a avaliação dos pontos positivos e pontos limitadores da

atividade de contemplação no Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.

Quadro 5.1 Pontos positivos e pontos limitadores – mirante Morro da Igreja/Pedra Furada.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• É um atrativo turisticamente já consolidado no PNSJ;

• Localiza-se em áreas já regularizadas do PNSJ;

• É o “cartão postal” da Unidade;

• Área de grande beleza cênica (possibilidade de vistas diversas);

• Ponto de ocorrência de neve;

• É possível o acesso de forma regular, embora a área do mirante não esteja adequada para PMR (pessoas com mobilidade reduzida).

• Alto potencial interpretativo do espaço e da paisagem;

• Encaminhamentos das obras de reparos de pavimentação da via com a implantação de portal e mirantes adequados.

• O fluxo de veículos no local apresenta-se como insuficiente, carecendo de um sistema de controle da visitação e transporte próprio da Unidade que ofereça conforto e ordenação da visitação.

• Infraestrutura de apoio à visitação como mirantes, abrigos, sanitários, bebedouros, sinalização, estacionamento/locais de parada de transporte próprio e acessibilidade;

• Desconcentrar a visitação para outras áreas da Unidade;

• Observou-se a presença de gado em alguns pontos ao longo da estrada do Morro da Igreja, que dá acesso ao atrativo;

• Diversificar o uso do atrativo com atividades, vivências e experiências. Pois, atualmente, a visitação está, basicamente, limitada à contemplação;

• Realizar estudos de capacidade de suporte, juntamente com um Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

• Impactos identificados

Na região do Morro da Igreja existem riscos de acidentes. No local de visitação,

não há sinalização ou infraestruturas que restrinjam a área onde o visitante pode

acessar, possibilitando às pessoas chegarem próximas às bordas da serra e com

possibilidade de queda. Quanto ao acesso, ainda que exista a restrição do número

de veículos por dia, identifica-se o risco de acidente de trânsito. Devido à falta

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Parque Nacional de São Joaquim

de infraestrutura de apoio à visitação, o pisoteamento das áreas naturais tem

resultado em impactos visíveis na vegetação.

• Atividades potenciais

Identifica-se como atividades potenciais o desenvolvimento de atividades

vivenciais e experienciais como a interpretação geológica do espaço, atividades

noturnas (ex. observação e interpretação astronômica, visitas em dias de lua

cheia), interpretação cultural da paisagem quando as condições climáticas

permitirem visualizar o litoral explicando a relação do espaço com o ciclo do

Tropeirismo, atividades de caráter artístico esporádicas e com acesso diferenciado

como assistir ao pôr do sol ao som da Orquestra Filarmônica de São Joaquim.

5.1.2 CAMPOS DE SANTA BÁRBARA

Esta área integra a parte central do PNSJ e caracteriza-se por campos de altitude,

cujos pontos mais elevados estão acima de 1.650 metros. A área congrega um

conjunto de valores ambientais e culturais de grande expressividade dentro

da Unidade, indo desde mata de araucárias, morros (como o morro do Baú),

rios (como o Pelotas) e quedas-d’água, (como a Cascatinha); até testemunhos

materiais, histórico-culturais do ciclo do Tropeirismo, com ocorrência de muros

de taipas e de um cemitério centenário. Possibilita a contemplação da paisagem

em diversos pontos, com destaque para o morro do Baú. A área também abriga o

atual alojamento de pesquisadores (Figura 5.2).

Figura 5.2 Paisagens da região de Campos de Santa Bárbara em Urubici/SC.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

• Localização e acesso

Situa-se na porção central do PNSJ e o acesso para esta área se dá por meio

da localidade denominada Vacas Gordas, via rodovia SC-110, em Urubici, e

em seguida pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal e

não asfaltada. Esta estrada conecta o PNSJ até o município de Bom Jardim da

Serra.

• Condições de uso atual

Atualmente é uma área com baixa intensidade de visitação e uso público. A maior

parte refere-se a pesquisadores que desenvolvem trabalhos nesta região, inclusive

fazendo uso do alojamento que nela está localizado. Também há o registro de

visitantes que cruzam o PNSJ ou realizam trajetos em seu interior por meio da

estrada geral da Santa Bárbara, fazendo uso de veículos 4x4, bicicleta e, também,

a pé. A região não dispõe de infraestrutura para visitação qualificada como, por

exemplo, mirantes, áreas para alimentação, recantos para repouso, entre outras.

Um controle visual de visitantes que transitam pela área é realizado por um

vigilante junto ao alojamento dos pesquisadores.

• Melhor época para visitar

A prática da atividade é possível durante todo o ano.

• Tempo estimado para visitação/atividade

Irá variar de acordo com a intensidade e objetivos da visita, mas é possível estimar

um tempo médio entre 30 minutos e 1 hora.

• Oferta no mercado

Expressiva parcela da visitação com intuito de contemplação nessa área ocorrer

de maneira espontânea e não organizada comercialmente. Entretanto a atividade

é também ofertada como parte de roteiros turísticos estruturados, de forma

regular no mercado, pelas seguintes agências e operadoras de turismo: i) agências

de receptivo turístico em Urubici: Graxaim Ecoturismo, Serra Sul Ecoturismo e

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Caminhos da Serra; ii) agência de receptivo turístico em Bom Jardim da Serra: Tribo

da Serra Ecoturismo.

• Mercado consumidor atual

Por meio do levantamento de campo, foi identificado como principal consumidor

atual o público regional (SC, PR e RS), além dos pesquisadores (turismo científico)

e ocasionalmente turistas com origem em São Paulo que acessam por meio de

receptivos locais.

• Singularidade e valor intrínseco

Área congrega representativo valor cênico e oferta de recursos naturais e culturais.

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.2 elenca a avaliação dos pontos positivos e pontos limitadores da

atividade de contemplação.

Quadro 5.2 Pontos positivos e pontos limitadores – Campos de Santa Bárbara.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Região de grande beleza e valor cênico;

• Já existe uma estrada intermunicipal não asfaltada que permite o uso para a prática da contemplação aliada à outras atividades;

• Diversos pontos propícios para paradas, contemplação e implantação de mirantes.

• Possui aspectos naturais, históricos e culturais que podem ser explorados

• Abrange áreas particulares (ainda não consolidadas) no PNSJ;

• Infraestrutura de apoio à visitação como sinalização básica, mirantes, pontos de apoio à visitação;

• Há ocorrência de gado ao longo do trajeto;

• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

5.2 CAMINHADA

As caminhadas no PNSJ são realizadas em curto e longo percursos, identificados

respectivamente como Trilha e Travessia.

5.2.1 TRILHA DA PEDRA FURADA (VIA URUBICI)

O trajeto da Trilha da Pedra Furada via Urubici (Figura 5.3) faz o contorno do

Morro da Igreja até o interior da Pedra Furada. O trajeto possui uma extensão

de aproximadamente 6,5 km (ida e volta) e duração média de 5 horas. É uma

atividade de dificuldade moderada, com trechos de subida e descida e ganho

de elevação de 290 metros. A vegetação é baixa composta por arbustos e alguns

trechos encharcados. A área possui nascentes de importantes corpos-d’água

como o rio Três Barras. Possui grande beleza cênica com vistas para a Serra Geral,

Serra do Corvo Branco, as Pirâmides e a Serra Furada, além de cânions e a Pedra

Furada (escultura natural em forma de janela, com aproximadamente 30 metros

de circunferência), podendo visualizar o Morro da Igreja de leste para oeste e toda

a região de Três Barras em Orleans. A trilha passa também por dentro de Matinhas

Nebulares e Campos de Altitude. O tempo médio de permanência no mirante

natural é de 30 minutos (descanso e alimentação). Quanto à acessibilidade, não

permite o acesso à PMR (pessoas com mobilidade reduzida) (WATTLAS, 2018).

Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a

região onde a atividade é desenvolvida e sobre a visitação.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 5.3 Aspectos do trajeto da Trilha da Pedra Furada (via Urubici).

Fontes: Vilson Zampieri, s.d.; Agência Eco Trilhas, s.d.; Eco Viagem, s.d..

• Localização e acesso

Esta trilha situa-se no interior do PNSJ, na região do Morro da Igreja, quase que

integralmente em área militar do DTECEA-MDI. O percurso tem início a partir do

primeiro portão do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Morro da

Igreja (DTCEA-MDI), na altura do km 14 da Estrada do Morro da Igreja. A partir

deste local a trilha segue por aproximadamente 500 metros em via pavimentada

(asfalto) até o ponto de entrada da trilha, na margem esquerda da Estrada do

Morro da Igreja.

• Condições de uso atual

Atualmente, a Trilha de Pedra Furada é a mais utilizada do PNSJ. Por restrições do

Comando da Aeronáutica CINDACTA II, é obrigatório um condutor de turismo

credenciado pelo PNSJ e há um limite de 10 pessoas por condutor. Solicita-se o

conhecimento e assinatura de termo de responsabilidade pelo visitante. Entre

2013 e 2014 (vigência da Portaria ICMBio nº 85/2012) houve o registro de 640

(seiscentos e quarenta) visitantes para acesso à trilha.

O atrativo não possui estrutura de apoio à visitação e o percurso não está

sinalizado, no entanto, existem locais ao longo do percurso com “cobertura” de

sinal de celular. Segundo relatos na visita de campo, a trilha apresenta risco de

acidentes e necessidades de adequação, bem como minimização de impactos

como pisoteio, alargamento da trilha e problemas de drenagem em alguns

pontos.

• Melhor época para visitar

A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo o ano. A

localização da trilha submete a mesma a grandes variações climáticas que as

relatadas para o Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.

• Tempo estimado para visitação/atividade

O tempo estimado para conclusão da trilha, considerando o retorno é de 5 horas.

• Oferta no mercado

A atividade é ofertada como parte de roteiros turísticos estruturados, de forma

regular no mercado, pelas seguintes agências e operadoras de turismo: i) agências

de receptivo turístico em Urubici: Graxaim Ecoturismo, Serra Sul Ecoturismo e

Caminhos da Serra; ii) agência de receptivo turístico em Bom Jardim da Serra:

Tribo da Serra Ecoturismo; iv) operadoras de turismo nacional: Pisa Trekking, Cia

Eco, Freeway. Também há a possibilidade de contratação direta de condutores

credenciados, tanto em Urubici como em Bom Jardim da Serra, para a realização

da atividade.

Com relação aos preços praticados, as empresas ofertam tanto a atividade de

forma isolada, quanto integrada às outras dentro de um pacote. Assim os preços

podem variar de R$ 80,00 e R$ 120,00 (por pessoa) nas agências de receptivo local,

apenas para a atividade da trilha, como pode chegar a custar entre R$ 2.000,00 a

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R$ 3.000,00 por pessoa nas operadoras nacionais, incluída num pacote completo

(aéreo desde São Paulo, parte terrestre, hospedagem e atividades para um período

de 3 a 5 dias - envolvendo o PNSJ e seu entorno, ofertado pelas empresas: Pisa

Trekking, FreeWay e Cia Eco.

• Mercado consumidor atual

O principal mercado consumidor é o regional (SC, PR e RS). A região sudeste

pode ser considerada como mercado estratégico, no caso de São Paulo e

complementar, no caso do Rio de Janeiro e Minas Gerais (SP; RJ e MG). Em

entrevistas com atores do trade turístico da região, também foi mencionado o

Distrito Federal como mercado consumidor em crescimento. Quanto ao perfil das

visitantes, a maioria são casais sem filhos, grupo de mulheres e turistas maduros

(faixa etária predominante entre 40 e 65 anos, mas também a registros de turistas

mais jovens, entre 25 e 35 anos).

• Singularidade e valor intrínseco

O ponto alto da trilha é a possibilidade de acessar a base da Pedra Furada, beleza

cênica singular da paisagem e monumento natural da Serra Geral. Há também

menções ao perfume/aroma da vegetação ao longo da caminhada como

elemento de destaque da trilha.

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.3 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da

atividade de caminhada na Trilha da Pedra Furada.

Quadro 5.3 Pontos positivos e pontos limitadores – Trilha da Pedra Furada

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Área de visitação turística já consolidada, buscada por visitantes com perfil mais ativo (praticantes de caminhadas);

• Permite acessar o “cartão postal” da Unidade;

• Belezas cênicas (vistas da Serra Geral);

• O acesso é possível de forma regular;

• Potencial interpretativo da trilha;

• Trilha já operada de forma profissional/comercial;

• Trilha de intensidade moderada, permite uma maior gama de público;

• Existência de estudo de capacidade de carga turística e Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

• Infraestrutura de apoio à visitação como sinalização básica e adequação/recuperação da trilha;

• Diversificar o uso do atrativo com atividades vivenciais e experienciais (interpretação, exploração de outros sentidos além do visual);

• Necessidade de ações de manejo devido às fragilidades ambientais do terreno e da vegetação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

• Impactos identificados

A trilha apresenta fragilidades ambientais pelas condições do terreno, área

de nascentes, e também pela vegetação. Dada a fragilidade, os impactos

identificados, pisoteio, alargamento trilha e problemas de drenagem em alguns

pontos, são intensificados.

• Atividades potenciais

O aproveitamento de sua singularidade e condições podem ser potencializados

através de condução interpretativa e experiencial.

5.2.2 TRILHA NASCENTES DO RIO PELOTAS

A Trilha Nascentes do Rio Pelotas percorre áreas de Turfeiras, Matinha Nebular, Mata

de Araucária e Campos de Altitude e encostas da Serra Geral. Sua extensão é de

9 km (ida e volta), sendo considerada de nível moderado. A caminhada passa pela

região das nascentes do rio Pelotas, um dos principais rios do sul do país, que estão

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Parque Nacional de São Joaquim

em área de recarga do aquífero Guarani, o maior reservatório subterrâneo de água

doce do mundo. Ao longo do trajeto a trilha proporciona vista panorâmica dos

campos naturais (Campos de Santa Bárbara) e florestas de araucárias (Figura 5.4).

Esta trilha deverá ser abrangida pelo Caminho da Mata Atlântica (projeto que

prevê consolidar um percurso com mais de 2 mil quilômetros, entre os estados do

RJ ao RS, interligando mais de 70 UC, públicas e privadas. Atualmente em fase de

implantação por diversas entidades, liderado pela WWF- Brasil. Também comporta

trechos em adição no Caminho das Araucárias, uma trilha de longo percurso que

abrange o Parque Estadual do Caracol (RS) ao PNSJ, e cruza outras UC como a

Floresta Nacional de São Francisco de Paula (RS), o Parque Nacional de Aparados

da Serra e da Serra Geral (RS e SC), no contexto do Corredor Litorâneo, que prevê

um percurso de 8 mil quilômetros pelo litoral brasileiro. Apresentam-se a seguir

informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a atividade é

desenvolvida e a visitação.

Figura 5.4 Paisagens da Trilha das Nascentes do Rio Pelotas no PNSJ.

Fonte: Trilhando Montanhas, s.d.; Graxaim Ecoturismo, s.d..

• Localização e acesso

O início da trilha se dá a partir da estrada do Morro da Igreja, em ponto localizado

a 900 metros do Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada, no interior da

propriedade do Sr. Joaquim Godinho. Após saída desta propriedade particular,

localizada dentro do limite do parque, o restante do trajeto encontra-se em área

consolidada do PNSJ. O ponto de início e a trilha não possuem sinalização.

• Condições de uso atual

O seu uso atual está condicionado à autorização por parte do ICMBio. Entre 2013

e 2014 (período de vigência da Portaria ICMBio nº 85/2012), houve emissões de

autorizações para 44 (quarenta e quatro) visitantes. Atualmente, não possui uso regular.

É uma trilha com pouca declividade e considerada de nível médio, dado seu

tempo de percurso. Por não estar devidamente sinalizada, não ter o corredor

da trilha visível em diversos percursos e pelo risco de ocorrência de neblina,

recomenda-se que visitantes contratem guia/condutores credenciados do PNSJ.

No entanto, a trilha pode ser autoguiada.

• Melhor época para visitar

A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo o ano. A

localização da trilha submete a mesma a grandes variações climáticas, como as

relatadas para o Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.

Tempo estimado para visitação/atividade

O tempo estimado para conclusão da trilha, considerando o retorno é de 6 horas.

• Oferta no mercado

Atualmente, a trilha não possui oferta regular pelo trade de turismo. Entretanto

a atividade já foi ofertada como parte de roteiros turísticos estruturados, de

forma recorrente no mercado, pelas seguintes empresas: i) agências de receptivo

turístico em Urubici: Graxaim Ecoturismo, Serra Sul Ecoturismo e Caminhos da

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Parque Nacional de São Joaquim

Serra; ii) agência de receptivo turístico em Bom Jardim da Serra: Tribo da Serra

Ecoturismo. Com relação aos preços então praticados, o valor era entorno de

R$ 150,00 (por pessoa) em 2014.

• Mercado consumidor atual

O principal mercado consumir é o regional (SC, PR e RS), sendo pouco conhecida

por outros mercados consumidores. Os praticantes de caminhadas nessa região

são, em sua maioria, casais sem filhos, grupo de mulheres e turistas maduros (faixa

etária entre 40 e 65 anos).

• Singularidade e valor intrínseco

Destaca-se a nascente de importante rio da região, área de recarga do aquífero

Guarani, e alterações de paisagens ao longo da trilha (campos, montanhas e florestas).

• Pontos fortes e pontos limitadores

O Quadro 5.4 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da

atividade de caminhada na Trilha Rio do Bispo.

Quadro 5.4 Pontos positivos e pontos limitadores – Trilha Nascente do Rio do Bispo.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Belezas cênicas (vista panorâmica com campos naturais e florestas de araucárias);

• Trilha de intensidade moderada, permite uma maior gama de público;

• Trilha já foi operada de forma profissional/comercial;

• Área de recarga do aquífero Guarani.

• Possui trajeto de percurso alternativo (ida/volta), o que enriquece a experiência do visitante;

• Existência de Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

• Regulamentar o uso da trilha, de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;

• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação/ adequação/ recuperação da trilha, sinalização básica;

• Maior uso interpretativo da trilha.

• Necessidade de ações de manejo devido às fragilidades ambientais do terreno e da vegetação.

• Realizar estudo de capacidade de carga turística.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

• Impactos identificados

A área já foi amplamente utilizada para a pecuária extensiva e apresenta,

atualmente, regiões com vegetação em estado de regeneração, no entanto, não

foi possível constatação de problemas de drenagem, erosão e pisoteamento.

• Atividades potenciais

O aproveitamento de sua singularidade e condições podem ser potencializados

através de condução interpretativa e experiencial.

5.2.3 TRAVESSIA URUBICI-ORLEANS (E VICE-VERSA)

Também conhecida como Trilha da Pedra Furada (via Orleans), a Travessia Urubici-

Orleans tem início a partir da região de Três Barras, no município de Orleans (parte

baixa do PNSJ), e também permite acessar a base da Pedra Furada. Entretanto a

prática dessa atividade não vem sendo autorizada pelo ICMBio.

Descreve-se como uma trilha intensa e de difícil acesso. Seu percurso possui

aproximadamente 11 km e estima-se cerca de 12 horas para percorre-lo. Em

alguns trechos, o percurso transpassa áreas não consolidadas do PNSJ (devolutas

e particulares). Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve

análise sobre a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.

• Localização e acesso

O ponto de partida localiza-se na região de Três Barras, no município de Orleans,

e seu percurso atravessa por áreas particulares. Como rota alternativa, o percurso

pode ser iniciado ou finalizado no município de Urubici.

• Condições de uso atual

Atualmente, a travessia vem sendo explorada informalmente por visitantes que

iniciam e finalizam o trajeto em Orleans. Entre 2013 e 2014 (período de vigência da

Portaria ICMBio nº 85/2012) não foi emitida nenhuma autorização para uso desta

trilha.

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Parque Nacional de São Joaquim

• Melhor época para visitar

A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo o ano. A sua

localização submete-a a grandes variações climáticas que foram relatadas para o

Mirante da Pedra Furada.

• Tempo estimado para visitação/atividade

O tempo estimado para concluir o percurso de ida e volta, partindo do município

de Orleans é de 12 horas. Há também a possibilidade de realizá-lo em um só

sentido, com respectivo resgate.

• Oferta no mercado

Não existe oferta regular desta atividade no mercado. Desde a suspensão da

Portaria ICMBio nº 85/2012 seu uso não está oficialmente permitido.

• Mercado consumidor atual

O mercado consumidor atual é informal e restringe-se aos praticantes de

caminhada da região, que realizam o percurso com frequência ou buscam novas

rotas no PNSJ e suas proximidades.

• Singularidade e valor intrínseco

Destaca-se a possibilidade de percorrer cânions ao longo de seu trajeto e de

acessar a base da Pedra Furada.

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.5 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da

atividade de caminhada na Travessia Urubici-Orleans.

Conforme informações secundárias levantadas em campo há o registro de

pisoteamento em algumas áreas, por animais domésticos, bem como a realização

de fogueiras e acampamentos rústicos sem o devido controle.

Quadro 5.5 Pontos positivos e pontos limitadores – Travessia Urubici-Orleans.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Atividade com potencial de contribuir para a desconcentração da visita na área de Morro da Igreja;

• Região de grande beleza cênica (cânions, vista das escarpas e da Serra Geral).

• Regulamentar o uso da trilha, de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;

• A trilha envolve áreas ainda não consolidadas no PNSJ;

• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação / adequação / recuperação da trilha, sinalização básica;

• Recomendar a necessidade de guia e/ou condutor de turismo credenciado.

• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

5.2.4 TRILHA DO RIO DO BISPO

A Trilha Rio do Bispo margeia o rio homônimo, várias travessias molhadas e

situa-se em área consolidada do PNSJ (Figura 5.5). É possível realizar os percursos

de ida e volta em diferentes trajetos, o que permite ao visitante enriquecer

sua experiência. É considerada de nível fácil e possui aproximadamente 8 km

(ida e volta). O percurso é também acessado para prática de cavalgada, com

a existência de estabelecimentos no entorno imediato aptos a operar esta

atividade. Uma variante desta trilha é a Travessia Rio do Bispo - Morro da Igreja, de

aproximadamente 50 km, que se dá por meio da estrada do Morro da Igreja, via

Fazenda do Sr. Carlos Zilli (já regularizada).

Este trajeto prolongado, foi sinalizado recentemente em vistas de compor o

Caminho das Araucárias e da Mata Atlântica. Todavia ainda é pouco utilizado por

visitantes. Esta variação de percurso também é indicada para ser percorrida por

meio de cavalgada. Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve

análise sobre a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 5.5 Paisagens da Trilha do Rio do Bispo no PNSJ.

Fonte: Tripadvisor e Graxaim Ecoturismo, s.d.

• Localização e acesso

A Trilha do Rio do Bispo situa-se na porção norte do PNSJ. Seu acesso é realizado a

partir da estrada do Rio do Bispo e vai até o Morro da Igreja e vice-versa.

• Condições de uso atual

Após estudos e sinalização, a trilha foi liberada para visitação, porém ainda não

houve procura. Quanto à infraestrutura de apoio, a trilha não possui delimitação

adequada e sinalização. Durante a vigência da Portaria ICMBio nº 85/2012, entre

2013 e 2014, houveram a emissão de apenas três autorizações para visitantes

acessarem esta trilha.

• Melhor época para visitar

A prática da caminhada nesta trilha é possível durante todo o ano.

• Tempo estimado para visitação/atividade

O tempo estimado para conclusão da trilha, considerando um único sentido é de

5 horas.

• Oferta no mercado

A Trilha do Rio do Bispo começou recentemente a ser ofertada regularmente

e ainda não registra fluxo significativo. Entretanto, durante o levantamento de

campo identificou-se que o percurso já foi operado para caminhadas, de forma

esporádica. Não foi identificada oferta comercial regular para a mesma. Entretanto,

durante o levantamento de campo identificou-se que o percurso já foi operado

comercialmente para caminhadas, ainda que de maneira esporádica.

• Mercado consumidor atual

Pela recente abertura da trilha, não se tem dados para caracterizar o mercado

consumidor atual.

• Singularidade e valor intrínseco

O percurso está inserido em uma região com tradição da prática de cavalgadas

e possibilita esta prática, criando um contexto exclusivo para a trilha. Destaca-se

também a possibilidade de caminhar em trilha estreita em meio a floresta.

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.6 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da

atividade de caminhada na Trilha do Rio do Bispo.

Quadro 5.6 Pontos positivos e pontos limitadores – Trilha do Rio do Bispo.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Localizar-se em áreas já consolidadas no PNSJ;

• Belezas cênicas (margens e leito do rio do Bispo);

• Trilha nível fácil, permite uma maior gama de público;

• A trilha permite variações de usos e trajetos.

• Regulamentar o uso da trilha (seja para caminhadas e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;

• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação / adequação / recuperação da trilha, sinalização básica;

• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

• Atividades potenciais

Identifica-se como atividades potenciais para a área da Trilha do Rio do Bispo a

realização de cavalgadas e piqueniques.

5.2.5 TRAVESSIA URUBICI - BOM JARDIM DA SERRA (E VICE-VERSA)

A travessia Urubici-Bom Jardim da Serra (Figura 5.6) tem várias versões de trajetos,

num percurso médio de 30 km. O caminho referencial é a estrada geral da Santa

Bárbara, que cruza área do PNSJ (em áreas consolidadas e não consolidadas). A

estrada inicia-se na localidade de Vacas Gordas em Urubici e termina no centro

de Bom Jardim da Serra, tem cerca de 45 km de extensão e atravessa os Campos

de Santa Bárbara, passando por áreas como o Morro do Baú e o antigo Cemitério

dos Tropeiros. Não há necessidade de percorrer toda a extensão da estrada

caminhando.

Como uma caminhada de longo curso, esta travessia deve ser percorrida em até

três dias, com duas pernoites. Todavia, não dispõe de local pré-definido e mínima

estrutura para acampamento.

A travessia não é realizada atualmente. Conforme informações levantadas em

campo, o visitante poderia percorrê-la com ou sem condutor, mediante o cadastro

prévio no PNSJ. Os grupos se limitariam a 10 (dez) pessoas por condutor ou

grupos de montanhistas de mesmo tamanho. A equipe do PNSJ limitou na época

da vigência da Portaria ICMBio nº 85/2012, em 2012, dois grupos por final de

semana ou feriado, totalizando no máximo 20 (vinte) pessoas por período.

Mais recentemente a WWF Brasil iniciou discussão com o ICMBio e outros

parceiros, para inclusão desse trecho como parte do projeto Caminho da Mata

Atlântica (que prevê consolidar um percurso com mais de 2 mil quilômetros, entre

os estados do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, interligando mais de 70 UC.

Atualmente em fase de planejamento por diversas entidades, liderado pela WWF-

Brasil). Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre

a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.

Figura 5.6 Paisagens da Travessia Urubici – Bom Jardim da Serra.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

• Localização e acesso

A travessia inicia-se na localidade denominada Vacas Gordas, via rodovia SC-110,

em Urubici, e segue pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal

e não asfaltada, até o Bom Jardim da Serra.

• Condições de uso atual

Esta não está permitida atualmente. A área não possui infraestrutura de apoio à

prática, como sinalização, áreas para acampamentos, locais para alimentação.

• Melhor época para visitar

Caso permitida, a prática da caminhada nesta travessia é possível durante todo o ano.

• Tempo estimado para visitação/atividade

O percurso é superado em até três dias de caminhada.

• Oferta no mercado

Existem registro de empresas de turismo que ofertavam a atividade, bem como

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Parque Nacional de São Joaquim

praticantes de caminhadas que já realizaram o percurso. Dentre as empresas que

já ofertaram a atividade destacam-se as de receptivo local em Urubici: Graxaim

Ecoturismo, Serra Sul Ecoturismo e Caminhos da Serra; e em Bom Jardim da Serra:

Tribo da Serra Ecoturismo. Com relação aos preços já praticados, variavam entre

400,00 e 450,00 (por pessoa), para o período de 1 a 2 dias.

• Mercado consumidor atual

Como não há regularidade no uso desta trilha, não foi possível caracterizar o

mercado consumidor atual.

• Singularidade e valor intrínseco

O percurso está inserido em uma região com tradição da prática de cavalgadas

e possibilita esta prática. Destaca-se também a ocorrência de muros de taipas e

cemitério centenário.

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.7 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da

atividade de caminhada na Travessia Urubici-Bom Jardim da Serra.

Quadro 5.7 Pontos positivos e pontos limitadores – Travessia Urubici-Bom Jardim da Serra.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Envolve áreas já consolidadas no PNSJ;

• Região de grande beleza cênica (Campos de Santa Bárbara);

• Trilha nível moderado, permite uma maior gama de público;

• A trilha permite variações de usos e trajetos;

• Possui aspectos históricos e culturais que podem ser explorados.

• Abrange áreas particulares (ainda não consolidadas) no PNSJ;

• Regulamentar o uso da trilha (seja para caminhadas, cicloturismo e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;

• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação / adequação/ recuperação de trilhas, sinalização básica, mirantes, pontos de apoio à visitação;

• Há ocorrência de gado ao longo do trajeto;• Realizar estudo de capacidade de carga turística

e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

• Impactos identificados

Em alguns trechos há ocorrência de animais soltos (gado), assim como o uso

irregular da travessia e áreas naturais próximas por veículos fora de estrada (4x4) e

motociclistas.

• Atividades potenciais

A região da travessia e alguns de seus trechos também são indicados para práticas

de cavalgada e cicloturismo.

5.2.6 TRILHA DA CASCATINHA

Trilha plana, com baixo nível de dificuldade, tendo pouco mais de 1 km de

extensão, num percurso de aproximadamente 50 minutos (ida), que adentra

matas de araucárias e, segundo pesquisadores do PPBio, possui potencial para

a observação de aves (Figura 5.7). A trilha percorre uma antiga estrada, agora

transformada em caminho, que leva até uma pequena cascata, em cuja base se

forma um pequeno lago.

Figura 5.7 Paisagens da Trilha da Cascatinha em Urubici/SC.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

• Localização e acesso

O acesso se realiza por meio da localidade de Vacas Gordas, via rodovia SC-110, em

Urubici, seguindo pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal

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Parque Nacional de São Joaquim

e não asfaltada, até o alojamento dos pesquisadores. A trilha inicia-se em ponto

próximo à este alojamento.

• Condições de uso atual

Esta atividade não está atualmente estruturada e sua prática depende de

autorização prévia do ICMBio. A área não possui infraestrutura de apoio, como

sinalização, áreas para acampamentos, locais para alimentação.

• Melhor época para visitar

Caso permitida, a prática da caminhada nesta área é possível durante todo o ano.

Tempo estimado para visitação/atividade

Para realização da trilha estima-se, aproximadamente 2 horas (ida e volta),

podendo variar em relação ao tempo para contemplação e repouso.

• Oferta no mercado

A atividade não está atualmente em operação regular e não foi identificada

empresas de turismo que ofertam a atividade, bem como praticantes de

caminhadas que já tenham realizado o percurso.

• Mercado consumidor atual

Como não há regularidade no uso desta trilha, não foi possível caracterizar o

mercado consumidor atual.

• Singularidade e valor intrínseco

O percurso está inserido em área da Santa Bárbara com ocorrência de mata de

Araucárias e possibilidade de observação de fauna (aves).

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.8 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da

atividade de caminhada na Travessia Urubici-Bom Jardim da Serra-Trilha da

Cascatinha.

Quadro 5.8 Pontos positivos e pontos limitadores – Trilha da Cascatinha.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Região de grande beleza e valor cênico;

• Já existe uma antiga estrada que delimita o percurso, facilitando a implantação da trilha;

• Diversos pontos propícios para paradas, contemplação e interpretação ambiental;

• Área propícia para compor pontos de parada para alimentação e realização de piqueniques.

• Implantação de infraestrutura de apoio à visitação como, delimitação da trilha, sinalização básica, pontos de apoio à visitação;

• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

• Impactos identificados

Em alguns trechos foi identificado pisoteamento por animais domésticos e pontos

com necessidade de drenagem.

• Atividades potenciais

Área propícia à prática de piquenique, além de atividades de interpretação

ambiental. Estas atividades serão melhor detalhadas adiante como parte

integrante das propostas contidas neste trabalho.

5.2.7 TRILHA GOIABA SERRANA

Esta trilha também está inserida na área da Santa Bárbara, contígua à Trilha da

Cascatinha, recebendo esse nome (ainda figurativo) pelo fato de que, ao longo do

seu percurso, há a ocorrência desta espécie frutífera, da família Myrtaceae, nativa

da Mata Atlântica, do Sul do país. Trata-se de uma trilha de baixa dificuldade, que

circunda áreas próximas ao rio Morro Grande, num percurso de aproximadamente

50 minutos (ida). Possui características muito similares à Trilha da Cascatinha e

integrando um mesmo conjunto (Figura 5.8).

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 5.8 Aspectos de paisagens da Trilha Goiaba Serrana em Urubici/SC.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

• Localização e acesso

O acesso se realiza por meio da localidade de Vacas Gordas, via rodovia SC-110, em

Urubici, seguindo pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal

e não asfaltada, até o alojamento dos pesquisadores. A trilha inicia-se em ponto

próximo à este alojamento.

• Condições de uso atual

Esta atividade não está atualmente estruturada e sua prática depende de

autorização prévia do ICMBio. A área não possui infraestrutura de apoio, como

sinalização, áreas para acampamentos, locais para alimentação.

• Melhor época para visitar

Caso permitida, a prática da caminhada nesta área é possível durante todo o ano.

• Tempo estimado para visitação/atividade

Para realização da trilha estima-se, aproximadamente 2 horas (ida e volta),

podendo variar em relação ao tempo para contemplação e repouso.

• Oferta no mercado

A atividade não está atualmente em operação regular e não foram identificadas

empresas de turismo que ofertam a atividade, bem como praticantes de

caminhadas que já tenham realizado o percurso.

• Mercado consumidor atual

Como não há regularidade no uso desta trilha, não foi possível caracterizar o

mercado consumidor atual.

• Singularidade e valor intrínseco

O percurso está inserido em área da Santa Bárbara com ocorrência de mata de

araucárias e possibilidade de observação de fauna (aves).

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.9 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da

atividade de caminhada na Trilha da Goiaba Serrana.

Quadro 5.9 Pontos positivos e pontos limitadores – Trilha da Goiaba Serrana.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Região de grande beleza e valor cênico;

• A implantação da trilha permite integrá-la à área de rio;

• Possui pontos propícios para paradas, contemplação e interpretação ambiental.

• Implantação de infraestrutura de apoio à visitação como, delimitação da trilha, sinalização básica, pontos de apoio à visitação;

• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

• Impactos identificados

Em alguns trechos foi identificado pisoteamento por animais domésticos e pontos

com necessidade de drenagem.

• Atividades potenciais

Área propicia a prática de piquenique, além de atividade de interpretação

ambiental. Essas atividades serão melhor detalhadas adiante como parte

integrante das propostas contidas neste trabalho.

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Parque Nacional de São Joaquim

5.3 CICLISMO E CICLOTURISMO

O ciclismo é caracterizado pelas atividades que integram eventos esportivos

também na área do PNSJ, já em sua maioria no formato de cicloturismo. São

atividades nas quais se emprega o uso da bicicleta, como meio de locomoção,

para práticas de lazer em integração com a natureza. Tais atividades são

principalmente praticadas na estrada geral da Santa Bárbara e na estrada do

Morro da Igreja. Além dessas localidades, a atividade é realizada em áreas não

regularizadas (devolutas e particulares).

5.3.1 ESTRADA GERAL DA SANTA BÁRBARA

A estrada geral da Santa Bárbara (Figura 5.9 e Figura 5.10) de âmbito

intermunicipal, cruza o PNSJ e atravessa os Campos de Santa Bárbara, conectando

à SC- 110, em Urubici ao centro de Bom Jardim da Serra, com aproximadamente

45 km de extensão. O trajeto percorre trechos com elevações acima dos

1700 metros de altitude e possui uma paisagem formada por vegetação de

campos naturais (estepe gramíneo-lenhosa, arbustiva). Apresentam-se a seguir

informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a atividade é

desenvolvida e a visitação.

Figura 5.9 Paisagens da estrada geral da Santa Bárbara na região do PNSJ.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

Figura 5.10 Representação em mapa da estrada geral da Santa Bárbara na região do PNSJ.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

• Localização e acesso

A atividade usualmente inicia-se na localidade denominada Vacas Gordas, na

margem da Rodovia SC-110, em Urubici, e segue pela estrada geral da Santa

Bárbara até o município de Bom Jardim da Serra.

• Condições de uso atual

A atividade não está permitida, mas é realizada de modo informal. Atualmente

recomenda-se comunicar a realização da atividade ao ICMBio, mas por se tratar

de uma estrada intermunicipal, não há impedimento de trânsito. O percurso não

possui infraestrutura de apoio à pratica como sinalização, pontos de apoio e áreas

para acampamentos, alimentação, entre outras.

• Melhor época para visitar

A prática da atividade é possível durante todo o ano.

Tempo estimado para visitação/atividade

Como não existe uma oferta regular e ordenada, não há um tempo estipulado

para a visitação.

• Oferta no mercado

Existem registro de empresas de turismo que ofertavam a atividade, bem como

praticantes de cicloturismo que já realizaram o percurso. Dentre as empresas

que já ofertaram a atividade destaca-se a de receptivo local em Urubici: Graxaim

Ecoturismo e Serra Sul Ecoturismo. Com relação aos preços já praticados, variavam

entre R$ 400,00 e R$ 450,00 (por pessoa), para o período de 1 a 2 dias, incluindo

equipamentos e suporte logístico.

• Mercado consumidor atual

Por meio do levantamento de campo, foi identificado como principal consumidor

atual o público regional (SC, PR e RS), principalmente casais sem filhos e turistas

maduros (45-65 anos), e também turistas oriundos de São Paulo.

• Singularidade e valor intrínseco

A região possui referências de seus aspecto histórico-culturais do ciclo do

Tropeirismo, inclusive com ocorrência de muros de taipas e cemitério centenário.

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.10 elenca a avaliação dos pontos fortes e pontos limitadores da

atividade de ciclismo e cicloturismo na estrada geral da Santa Bárbara.

Quadro 5.10 Pontos positivos e pontos limitadores – Cicloturismo.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Região de grande beleza cênica (Campos de Santa Bárbara);

• Já existe uma estrada municipal não asfaltada que permite o uso para a prática do cicloturismo;

• Diversos pontos propícios para paradas, contemplação e mirantes.

• Possui aspectos históricos e culturais que podem ser explorados.

• Abrange áreas particulares (ainda não consolidadas) no PNSJ;

• Regulamentar o uso da estrada (seja para caminhadas, cicloturismo e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;

• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação/ adequação/ recuperação de trilhas, sinalização básica, mirantes, pontos de apoio à visitação;

• Há ocorrência de gado ao longo do trajeto;

• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

• Impactos identificados

Em alguns trechos há ocorrência de animais soltos (gado), assim como o uso

irregular da travessia e áreas naturais próximas, por veículos (4x4) fora de estrada e

motociclistas.

• Atividades potenciais

A região da travessia e alguns de seus trechos também são indicados para práticas

de cavalgada e cicloturismo.

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61

Parque Nacional de São Joaquim

5.3.2 ESTRADA DO MORRO DA IGREJA

A estrada do Morro da Igreja (Figura 5.11 e Figura 5.12) é pavimentada, em via

de mão dupla e possui uma extensão de 17 km, sendo 10 km em área interna

do PNSJ. Sua declividade é intensa e o uso compartilhado com outros veículos,

como carros e motos. A via dispõe de sinalização indicativa e turística e alguns

estabelecimentos particulares, como pousadas e restaurantes (fora da área do

Parque) que podem servir como pontos de apoio aos praticantes do cicloturismo.

Figura 5.11 Cicloturismo na estrada do Morro da Igreja, em Urubici/SC.

Fonte: Luciana Vieira, s.d. Aquelapedalada, 2017.

Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a

região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.

• Localização e acesso

A estrada localiza-se na região nordeste do Parque e o acesso se dá pela Rodovia

SC-370. A partir de Urubici, são aproximadamente 12 km até o entroncamento

com a estrada do Morro da Igreja, trafegando em rodovia em boas condições

de uso e com sinalização indicativa do PNSJ. Segue-se por aproximadamente

7 km até chegar ao pórtico de entrada e controle do PNSJ. A partir deste ponto

o acesso somente é possível por meio de autorização, que deve ser retirada com

antecedência na sede do ICMBio. Percorre-se mais 10 km em área interna do PNSJ

até chegar ao topo do Morro da Igreja.

• Condições de uso atual

Nos 10 km de estrada dentro do PNSJ não há infraestrutura adequada para a prática

do cicloturismo, como ciclovia ou ciclo faixa, abrigos, sinalização orientativa e pontos

de apoio. O uso da estrada por praticantes da atividade é recorrente, mesmo em

condições não adequadas. Atualmente, a estrada também é utilizada para a prática

do ciclismo e corridas de aventura a pé , como o Randonneurs e o Desafrio.

• Melhor época para visitar

A prática da atividade é possível durante todo o ano, embora haja uma grande

concentração nos meses de junho, julho e agosto, devido ao turismo de inverno,

frio e possibilidade de ocorrência de neve no Morro da Igreja, sendo também

recomendada para os meses de verão e outono.

• Tempo estimado para visitação/atividade

Como não existe uma oferta regular e ordenada não há um tempo estipulado.

Considerando as condições do local, estima-se que a prática pode variar entre 2 e

6 horas.

• Oferta no mercado

Existe registro de empresas de turismo que ofertavam a atividade, bem como

praticantes de cicloturismo que já realizaram o percurso. Mas não há uma oferta

regular no mercado.

• Mercado consumidor atual

Por meio do levantamento de campo foi identificado como principal consumidor

atual o público regional (SC, PR e RS) e da região sudeste (principalmente de São

Paulo), sendo em sua maioria casais sem filhos e turistas maduros (45-65 anos).

• Singularidade e valor intrínseco

A ocorrência de precipitação de neve, beleza cênica da paisagem e a possibilidade

de atingir um dos pontos mais alto do estado de Santa Catarina, o cume do Morro

da Igreja, com uma vista da Pedra Furada.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 5.12 Representação em mapa da estrada do Morro da Igreja em Urubici/SC.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.11 elenca a avaliação dos pontos positivos e pontos limitadores da

atividade de ciclismo e cicloturismo na estrada do Morro da Igreja.

Quadro 5.11 Pontos positivos e pontos limitadores – Estrada do Morro da Igreja.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Estrada asfaltada e que dá acesso ao principal atrativo turístico do PNSJ;

• Existe um longo trecho de aproximadamente 10 km em áreas já regularizadas do PNSJ;

• Estrada passará por reformas e recuperação;

• Já é utilizada para alguns eventos esportivos;

• Vegetação preservada ao longo da estrada.

• Regulamentar o uso da estrada (seja para caminhadas, cicloturismo e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;

• O fluxo de veículos no local pode conflitar e oferecer riscos à prática do cicloturismo.

• Infraestrutura de apoio à visitação como pontos de apoio, abrigos, bebedouros e sinalização;

• Observou-se a presença de gado em alguns pontos ao longo da Estrada do Morro da Igreja, que dá acesso ao atrativo.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

• Impactos identificados

A estrada possui trechos com riscos de desmoronamento (há projeto de

recuperação previsto) e em alguns trechos há ocorrência de animais soltos (gado).

• Atividades potenciais

O trajeto possui grande potencial a realização de eventos esportivos, dadas as suas

condições desafiadoras, proximidade à cidade de Urubici e fácil acesso.

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Parque Nacional de São Joaquim

5.4 CAVALGADA

A cavalgada é uma atividade tradicional da região do PNSJ e é praticada

principalmente na estrada geral da Santa Bárbara (travessia Urubici-Bom Jardim da

Serra), travessia Bom Jardim da Serra-Orleans e na Trilha do Rio do Bispo.

5.4.1 TRAVESSIA URUBICI – BOM JARDIM DA SERRA (E VICE-VERSA)

A atividade de condução de visitantes em cavalgadas está prevista para a área

da estrada de âmbito municipal que cruza o PNSJ e atravessa os Campos de

Santa Bárbara, já descrita anteriormente. A atividade possibilita ao visitante a

oportunidade de conhecer a parte alta e baixa da Serra em um percurso de

grande beleza cênica. Esta atividade está vinculada às práticas culturais do

território, ainda do ciclo do Tropeirismo. Existem atualmente estabelecimentos

devidamente aparelhados no entorno imediato do PNSJ para a sua realização.

Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a

região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.

• Localização e acesso

A estrada inicia-se nas proximidades da localidade de Vacas Gordas junto a SC-110,

em Urubici e segue até o centro de Bom Jardim da Serra, com aproximadamente

45 km de extensão e atravessa os Campos de Santa Bárbara, passando por áreas

como o Morro do Baú e o antigo Cemitério dos Tropeiros.

• Condições de uso atual

Atualmente a atividade não está permitida. Em momentos anteriores, para

ocasiões especiais, como eventos, o uso era permitido desde que com a devida

autorização do ICMBio.

• Melhor época para visitar

A prática da atividade é possível durante todo o ano.

• Tempo estimado para visitação/atividade

O tempo de prática da atividade na região depende do percurso realizado. Caso,

seja realizado todo o trajeto, a prática pode durar até um dia.

• Oferta no mercado

Existe registro de empresas de turismo que ofertavam a atividade, bem como

praticantes que já realizaram alguns percursos na área. Mas, não há uma oferta

regular no mercado.

• Mercado consumidor atual

Por meio do levantamento de campo, foi identificado como principal consumidor

atual o público regional (SC, PR e RS), principalmente casais com filhos.

• Singularidade e valor intrínseco

A região possui forte tradição da prática de cavalgadas e vínculos histórico-

culturais com o ciclo do Tropeirismo.

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.12 elenca a avaliação dos pontos positivos e pontos limitadores da

atividade de cavalgada na Travessia Urubici-Bom Jardim da Serra e vice-versa.

Quadro 5.12 Pontos positivos e pontos limitadores -

Cavalgada na travessia Urubici-Bom Jardim da Serra (e vice-versa).

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Região de grande beleza cênica (Campos de Santa Bárbara);

• A prática permite uma ampla gama de público;

• A área permite variações de usos, formatos e trajetos;

• Existência de estabelecimentos devidamente aparelhados para a prática;

• Possui importantes aspectos históricos e culturais que podem ser explorados.

• Abrange áreas particulares (ainda não consolidadas) no PNSJ;

• Regulamentar o uso das áreas (seja para caminhadas, cicloturismo e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;

• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação / adequação / recuperação de caminhos, sinalização básica, pontos de apoio à visitação;

• Há ocorrência de gado ao longo do trajeto.

• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

• Impactos identificados:

Em alguns trechos há ocorrência de animais soltos (gado), assim como o uso

irregular da travessia e áreas naturais próximas, por veículos fora de estrada (4x4) e

motociclistas. Há também o risco do conflito da cavalgada com outras atividades

que venham ser praticadas no mesmo espaço como, por exemplo, a caminhada

e/ou cicloturismo.

• Atividades potenciais:

A região é também indicada para prática de caminhada e cicloturismo.

5.4.2 ÁREAS NA REGIÃO DO RIO DO BISPO (CAVALGADA)

Trata-se do mesmo percurso em áreas contínuas àquelas previamente descritas

para a atividade de caminhada na Trilha do Rio do Bispo, com a variação de uso

por meio da prática de cavalgada e também de trajeto. Apresentam-se a seguir

informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a atividade é

desenvolvida e a visitação.

• Localização e acesso

A área do Rio do Bispo situa-se na porção norte do PNSJ. Seu acesso é realizado a

partir da estrada do Rio do Bispo.

• Condições de uso atual

Atualmente a trilha não possui uso regular. Quanto à infraestrutura de apoio, a

trilha não possui delimitação adequada e sinalização. Existem estabelecimentos

aparelhados para a prática da atividade no entorno imediato do PNSJ.

• Melhor época para visitar

A prática da cavalgada nesta trilha é possível durante todo o ano.

• Tempo estimado para visitação/atividade

O tempo de prática da atividade na região depende do percurso realizado,

podendo variar entre uma a sete horas.

• Oferta no mercado

A atividade de cavalgada nesta região não possui oferta regular no mercado.

Entretanto, no levantamento de campo, identificou-se que a atividade já

foi operada no interior do PNSJ, no período de vigência da Portaria ICMBio

nº 85/2012, entre 2012 e 2013. Atualmente, a cavalgada na região é realizada

na área do entorno, em propriedades particulares. Os valores cobrados pelos

equipamentos estruturados no entorno da UC variam entre R$ 25,00 e R$ 35,00

(por hora/pessoa).

• Mercado consumidor atual

Por meio do levantamento de campo, foi identificado como principal consumidor

atual o público regional (SC, PR e RS), principalmente casais com filhos. Além de

um crescente público de turistas com origem em São Paulo.

• Singularidade e valor intrínseco

O percurso está inserido em uma região com tradição da prática de cavalgadas

em área de grande valor cênico, criando um contexto exclusivo para a trilha.

• Pontos positivos e pontos limitadores

O Quadro 5.13 elenca a avaliação dos pontos positivos e pontos limitadores da

atividade de Cavalgada na área do Rio do Bispo.

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Parque Nacional de São Joaquim

Quadro 5.13 Pontos positivos e pontos limitadores – Cavalgada na área do Rio do Bispo.

PONTOS POSITIVOS PONTOS LIMITADORES

• Região de grande beleza cênica e diversidade natural;

• Área com tradição da prática de cavalgada.

• Possui importantes aspectos históricos e culturais que podem ser explorados.

• Abrange áreas particulares (ainda não consolidadas) no PNSJ;

• Regulamentar o uso das áreas (seja para caminhadas, cicloturismo e/ou cavalgadas), de acordo com o Plano de Manejo da Unidade;

• Infraestrutura de apoio à visitação como delimitação / adequação / recuperação de caminhos, sinalização básica, pontos de apoio à visitação;

• Há ocorrência de gado ao longo do trajeto.

• Realizar estudo de capacidade de carga turística e elaborar Plano de Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

• Impactos identificados

Há o risco ambiental potencial de pisoteio, compactação do solo e invasão de

braquiárias.

• Atividades potenciais

Identifica-se como atividades potenciais para a trilha do Rio do Bispo a realização

de caminhadas e piqueniques, além da cavalgada.

5.5 VOO LIVRE

Com relação ao voo livre, não foram especificadas áreas para a sua prática no PNSJ.

Segundo relatos, coletados no levantamento de campo, foram realizados voos

testes para a identificação de locais propícios à decolagem na região dos Campos

de Santa Bárbara. Ainda que não praticada com regularidade, julgou-se oportuno

elencar o voo livre como atividade já realizada no PNSJ. Salienta-se que a minuta

do Plano de Manejo do PNSJ indica que poderão ser permitidos sobrevoos

panorâmicos, a partir de planos específicos e outros instrumentos, os quais

definirão os tipos de aeronaves e equipamentos similares que produzam pouco

ruído. Permitindo, dessa forma, a prática do voo livre nesta UC.

5.6 OUTRAS ATIVIDADES DE USO PÚBLICO DESENVOLVIDAS

Descrevem-se a seguir as atividades de uso público realizadas no PNSJ e não

previstas pela Portaria ICMBio nº 85/2012.

5.6.1 VISITAÇÃO AO VÉU DE NOIVA

O Véu da Noiva constitui-se em uma formação rochosa em basalto, cuja inclinação

faz a água descer por aproximadamente 62 metros, de onde origina-se o nome

do atrativo. Em sua base forma-se um pequeno lago. O local possui infraestruturas

de apoio à visitação, implementadas em momento anterior a publicação da Lei

Federal nº 13.273/2016, que alterou os limites desta UC (Figura 5.13).

Localiza-se próxima ao Km 7 da estrada do Morro da Igreja. Seu acesso se dá

por propriedade particular e mediante a cobrança de ingresso (R$ 5,00). Para

encontrá-la, é necessário caminhar por aproximadamente 300 metros entre o

estacionamento e a base da queda-d’água.

O atrativo recebe visitante com frequência constante ao longo do ano e, segundo

informações levantadas em campo, possui um fluxo médio de 30 mil pessoas por

ano. A área é ponto de apoio à visitação que ocorre no Morro da Igreja e dispõe de

estrutura para visitação composta por trilhas, sinalização informativa, equipamento

de alimentação e hospedagem, banheiros e estacionamento. Toda a infraestrutura

encontra-se em boas condições de uso e conservação. O uso da queda-d’água

possui caráter contemplativo, mas a área também dispõe de atividade de

aventura, como tirolesa, além de trilhas para caminhadas.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 5.13 Véu da Noiva e infraestrutura de apoio à visitação em seu entorno, no PNSJ.

Legenda: A – Véu da Noiva no entorno da UC; B e C – Infraestruturas de uso particular no PNSJ. Fonte: Registro do

Autor, 2018.

5.6.2 VISITAÇÃO AO CÂNION DAS LARANJEIRAS E AO CÂNION DO FUNIL

Os Cânions das Laranjeiras e do Funil localizam-se na porção sul do PNSJ, ambos

em áreas não consolidadas. O Cânion do Funil adentrou nos limites do PNSJ após

a publicação da Lei federal nº 13.273/2016.

A visitação ao Cânion do Funil é realizada em uma trilha, com início na Rodovia

SC-390, ao lado da Subestação de Eletricidade de Bom Jardim da Serra. Esta trilha

percorre locais fora dos limites do PNSJ e, em seu trecho final, integra à área desta

UC. Já a visitação ao Cânion das Laranjeiras ocorre por trilha de aproximadamente

dois quilômetros em propriedade rural no interior do PNSJ, a fazenda Santa

Cândida, ainda não regularizada. O acesso à fazenda Santa Cândida é realizado por

estrada rural não asfaltada, em trecho de 8 km que leva à estrada geral da Santa

Bárbara a qual, por sua vez, conecta-se à Rodovia SC-390.

As atividades de visitação ao Cânion das Laranjeiras e Cânion do Funil ocorrem de

maneira irregular e nem sempre são de conhecimento do ICMBio. Em sua maioria

são caminhadas e cavalgadas.

5.6.3 AUDIOGUIA

Criado em parceria com o Núcleo de Pesquisas em Fauna Silvestre da

Universidade do Estado de Santa Catarina (NUPAS/UDESC/Lages/SC), o áudio

foi disponibilizado em Compact Disc (CD) e também em MP3 e traz diversas

informações importantes sobre o PNSJ, como seus aspectos históricos, ambientais

e recomendações de conduta do visitante. As informações foram preparadas para

serem escutadas ao longo do trajeto entre o Portal e o Mirante do Morro da Igreja/

Pedra Furada e destacam os pontos de parada e observação num percurso de

10 km. Atualmente não está em uso.

5.6.4 EXPOSIÇÃO INTERPRETATIVA

A exposição interpretativa está instalada na sede administrativa do PNSJ (Figura

5.14), no centro de Urubici. Trata-se de uma exposição sobre a fauna silvestre

catarinense, produzida com apoio do NUPAS/UDESC/ Lages/SC, COMTUR e

parceiros particulares.

Figura 5.14 Exposição interpretativa na Sede Administrativa do PNSJ.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

A B

C

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Parque Nacional de São Joaquim

A exposição interpretativa pode ser acessada por visitantes e munícipes e não

possui cobrança de entrada.

5.6.5 EVENTOS DIVERSOS

Conforme relatos obtidos durante o levantamento de campo, foram identificados

os seguintes eventos realizados no PNSJ:

• DESAFRIO: competição esportiva de corrida cross-country, atualmente em sua

15ª edição. Utiliza áreas do PNSJ, principalmente na região do Morro da Igreja,

para compor seus percursos de 45 km, 22 km e 10 km. Em sua última edição,

em 2017, houve cerca de 700 atletas participantes. Durante a realização do

evento, os organizadores providenciam, aos visitantes, transporte em vans

entre o Km 7 da estrada do Morro da Igreja ao atrativo Mirante do Morro da

Igreja/Pedra Furada; aos atletas que realizaram a prova de 25 quilômetros

providenciou-se transporte em micro ônibus do centro urbano de Urubici até o

Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada;

• FODAXMAN Xtreme Triathlon: evento esportivo triatlo, sem fins de competição.

O evento é composto por 3.800 metros de natação, 182 km de ciclismo e 42 km

de corrida, em um percurso pré-definido, iniciando no litoral catarinense e

encerrando na região da Serra Geral, com uso de áreas do PNSJ. A última edição

reuniu 24 atletas de diversos estados brasileiros;

• SEGUALQUIA: cerimônia xamânica, realizada em propriedade rural inserida na

área do PNSJ. Realizam-se os eventos no período de verão, durante o mês de

janeiro e início de fevereiro. A atividade possui um constante fluxo e trânsito de

participantes, incluindo brasileiros e estrangeiros, indígenas e não indígenas;

• RANDONNEURS BRASIL – SANTA CATARINA: evento de cicloturismo de

longa distância, ligado à organização Audax Club Parisien, sendo a edição

de 2017 com 207 km de prova, altimetria acumulada de 4.066 m. A prova foi

estabelecida, no PNSJ, em área correspondente ao Morro da Igreja;

• Semana de Ecoturismo da Serra Catarinense: evento de caráter socioeducativo

promovido por meio de parcerias locais e regionais com objetivo de mostrar

o potencial ambiental do PNSJ e da região Serrana, através de atividades

recreativas, esportivas e de educação ambiental, ao mesmo tempo em que

eleva a conscientização turística e ambiental dos participantes.

Com relação aos acontecimentos programados, como eventos, a minuta do Plano

de Manejo do PNSJ prevê que atividades religiosas e outros similares, incluindo

reuniões de associações diversas, poderão ser autorizados. Isso desde que não

causem impactos negativos sobre a fauna e a flora e a experiência da visitação,

sendo proibida a deposição de resíduos de qualquer natureza no ambiente.

Também estão previstos pela minuta a possibilidade da realização de eventos

esportivos e desportivos não motorizados, tais como corridas de aventura,

torneios de esporte de natureza, entre outros, respeitando-se o zoneamento,

os futuros planos específicos e os objetivos da UC, ficando proibidas, portanto,

atividades motorizadas. O documento prevê ainda a normatização de atividades

esportivas no PNSJ com base no parecer jurídico do ICMBio e em experiências-

piloto a serem realizadas em conjunto com as comunidades de prática. Observou-

se, entretanto, que embora de maneira não oficial, ocorrem encontros de

motociclistas na área do Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.

5.7 CARACTERIZAÇÃO DA VISITAÇÃO NO PNSJ

O fluxo de visitantes no PNSJ apresentou variações ao longo dos anos de 2010 a

2017 (Figura 5.15). A quantidade de visitantes anuais no início da década de 2010

cresceu solidamente, atingindo seu ápice em 2013 com quase 140 mil visitas no ano.

Observa-se uma redução na visitação a partir de 2014, o que pode estar relacionada

ao fato de que, a partir de novembro de 2013, iniciou-se o sistema de autorização de

visita ao Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada, definindo o quantitativo de 200

automóveis por dia. Conforme aponta a série histórica, no último período registrado

houve um incremento de aproximadamente 10 % entre 2016 e 2017.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 5.15 Representação gráfica do número de visitantes anuais no PNSJ: 2010 - 2017.

Fonte: Elaboração do Autor a partir de MMA, ICMBio – 2010-2017.

Uma característica marcante desta visitação é a sazonalidade (Figura 5.16), com

alta concentração nos meses de junho a agosto, em decorrência do inverno e a

possibilidade de ocorrência de neve no Parque, junto ao seu principal atrativo o

Morro da Igreja. Considerando esse contexto, desenvolver alternativas de visitação

ao longo do ano, que desconcentre a demanda, é fundamental para um melhor

aproveitamento do potencial do PNSJ, de forma a contribuir como elemento

indutor do turismo local e regional, aliado aos objetivos da UC.

Os visitantes têm origem, em sua grande maioria, na Região Sul, destacando

as cidades de Florianópolis, Blumenau, Curitiba, Joinville como as principais

emissoras de visitantes para o PNSJ. Em seguida aparece a cidade de São

Paulo.

Considerando a importância cada vez mais crescente dos meios digitais

nas decisões de compra e viagens por parte dos turistas, e tendo em vista a

ausência de pesquisas relacionadas à satisfação dos visitantes no PNSJ, optou-

se por analisar a reputação online da UC, com base nas avaliações disponíveis

no TripAdvisor (Figura 5.17), maior sítio eletrônico de viagens do mundo e no

Google Search, serviço de busca online mais utilizado globalmente. Percebe-se

uma boa avaliação (acima de 4,5, numa escala que vai até 5) e, de maneira geral,

a maioria está relacionada à avaliação da beleza cênica do local e da experiência.

Uma quantidade menor de comentários trata das questões estruturais e de

serviços.

Para o PNSJ existem, no TripAdvisor, apenas 184 avaliações, sendo 77 %

considerando o PNSJ como excelente. Já para o Morro da Igreja, principal atrativo

desta UC, existem 2.025 avaliações, com 76 % votando “excelente”. O TripAdvisor

concedeu Certificado de Excelência para este atrativo, o mesmo é oferecido

àqueles que recebem boas avaliações dos viajantes com frequência.

Figura 5.16 Representação gráfica da distribuição mensal da visitação no PNSJ: 2010 - 2017.

Fonte: Elaboração do Autor; adaptado de MMA, ICMBio, 2018.

Figura 5.17 Representação gráfica do índice de reputação online do PNSJ e Morro da Igreja.

Fonte: Tripadvisor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Para a reputação online através o Google Search, o PNSJ recebeu a nota média

de 4,8/5 através de 534 comentários. Já o Morro da Igreja recebeu a nota média

4,6/5, através 155 comentários. Outros dados relacionados à caracterização da

visitação, bem como ao seu posicionamento digital também serão apresentados

no item que trata da análise mercadológica, com base em pesquisas secundárias e

primárias.

6. ANÁLISE MERCADOLÓGICAEsta análise mercadológica apresenta um panorama da situação de mercado

do Turismo em Áreas Naturais, no contexto do mercado turístico internacional,

nacional, regional e local. O macrossegmento do Turismo em Áreas Naturais

reúne diversos segmentos de turismo, entre eles: turismo de aventura, turismo

de natureza, turismo rural, ecoturismo, além de seus subsegmentos ou nichos de

mercado, como o turismo de observação de fauna e flora, geoturismo, turismo

técnico-científico, entre outras atividades turísticas ao ar livre em contato com o

meio ambiente. Analisa também a opinião do mercado interno, com base em uma

pesquisa Survey online realizada no âmbito do presente trabalho. Como também,

contextualizar a dinâmica turística regional, suas complementariedades e sinergias

de mercado. Por fim, a análise mercadológica apresenta as principais tendências e

perfis de consumidores com capacidade de influência no âmbito do PNSJ. Desta

forma, traz um panorama de informações balizadoras sobre Turismo em Áreas

Naturais, em diversos contextos e, sobretudo, subsidia a proposição de atividades

e serviços de apoio à visitação ao PNSJ, no cenário de aplicação do projeto piloto

PAPP.

6.1 PANORAMA DO MERCADO DE TURISMO EM ÁREAS NATURAIS

O Panorama do mercado de turismo em áreas naturais é apresentado para o

contexto internacional e para o contexto doméstico, regional e local.

6.1.1 CONTEXTO INTERNACIONAL

O setor de viagens e turismo tem se demonstrado chave para o desenvolvimento

econômico e a criação de trabalho em todo o mundo. Conforme dados da

Organização Mundial do Turismo é o sexto ano consecutivo de crescimento

(Figura 6.1) e, dados mais recentes, mostram que a expectativa de crescimento

para 2017 represente um aumento de 7 % com relação a 2016, o mais alto em sete

anos (OMT, 2018). Ou seja, apesar dos desafios econômicos e políticos mundiais,

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Parque Nacional de São Joaquim

o setor tem se mostrado resiliente e o desejo das pessoas de viajar continua

crescente. As receitas mundiais do turismo internacional apresentaram tendência

semelhante. Em 2010 atingiu US$ 961 bilhões e em 2016 a receita totalizou

US$ 1.220 bilhões, o que representa um aumento na ordem de 127 % no período,

posicionando a atividade com importante categoria do comércio internacional de

serviços.

Figura 6.1 Representação gráfica do número de desembarque de turistas estrangeiros,

em milhões, e receita do turismo internacional, em bilhões de US$.

Fonte: Elaboração do Autor; adaptado de Organização Mundial do Turismo – OMT (2017).

Segundo informe da OMT Tourism Towards 2030 (2015) a chegada de turistas

internacionais em todo mundo poderá crescer cerca de 3,3 % entre 2010 e

2030 e alcançar 1.800 milhões de turistas em 2030. Já dados da The World Travel

& Tourism Council (2017) indicam que, levando em conta os impactos indiretos

e induzidos, o setor contribuiu com US$ 7,6 trilhões para a economia global e

apoiou 292 milhões de empregos em 2016. Isso foi igual a 10,2 % do PIB mundial

e, aproximadamente, 1 em cada 10 de todos os empregos gerados.

Os dados da OMT (2017) demonstram que aos fluxos turísticos determinam bons

resultados na maioria dos destinos. Embora alguns tenham sofrido incidentes

de segurança, indicando algumas mudanças de direção nos fluxos turísticos, a

maioria se beneficiou do crescimento geral devido ao aumento da demanda de

viagens, melhorias de conectividade e redução do custo do transporte aéreo, em

nível global (Figura 6.2).

Com relação às taxas de crescimento por região, a Ásia e o Pacífico (+8 %) liderou

a chegadas de turistas internacionais em 2016 impulsionado pela forte demanda

para os mercados regionais e intrarregionais. A África (+8 %) alcançou uma

recuperação significativa após dois anos menos prósperos. As Américas (+4 %)

mantiveram o impulso positivo alcançado anteriormente. E a Europa (+2 %)

produziu resultados mistos, com aumentos de dois dígitos em alguns destinos

e queda em outros. Já no Oriente Médio(-4 %), a demanda se tornou irregular

registrando queda, devido à maior instabilidade da região (OMT, 2017).

Figura 6.2 Infográfico com o número de desembarque de turistas estrangeiros e receita

do turismo internacional por continente em 2016.

Fonte: Organização Mundial do Turismo – OMT, 2017.

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Parque Nacional de São Joaquim

Ao observar as motivações de viagem no mundo (Figura 6.3) o segmento de

lazer e recreação é o que mais se destaca, com mais da metade das chegadas de

turistas internacionais (53 % ou 657 milhões de turistas), em 2016.

Dado esse quadro, uma informação especialmente interessante, informado pela

OMT (2017), é que, dentre as principais motivações para visitar um destino, a busca

pela natureza ocupa a segunda posição entre as principais motivações para visitar

um destino. Esta motivação é precedida pelo interesse cultural e, em terceiro lugar,

pelo interesse na gastronomia.

Já os dados do Center for Responsible Travel - CREST (2017) informam que a cota

de mercado para o segmento de ecoturismo, em nível mundial, incrementou

consideravelmente, passando de 7 % em 2010 para 25 % em 2016 (Figura 6.4).

Além disto, e com base nos dados da OMT (2017), pode-se afirmar que o

segmento de ecoturismo é identificado como o segmento turístico que

proporcionalmente mais cresce no mundo. Enquanto o turismo convencional

vem crescendo em média de 7,5 % ao ano na última década, o ecoturismo está

crescendo entre 15 % a 25 % por ano no mesmo período. A Organização Mundial

de Turismo - OMT estima que 10 % dos turistas em todo o mundo tenham como

demanda o Turismo em Áreas Naturais (OMT, 2017).

Com relação ao fluxo global de turistas a França, Estados Unidos, Espanha e

China foram os países que mais receberam visitantes em 2016 (Tabela 6.1). Na

América do Sul o Brasil situa-se, atualmente, como líder no desembarque de

turistas estrangeiros. Até 2010 a Argentina era o principal destino, situação que

se modificou a partir de 2014. Em 2016, os quatro países do continente que mais

receberam desembarques de turistas estrangeiros foram respectivamente o Brasil,

Chile, Argentina, Peru e Colômbia (OMT, 2017).

Por fim, com base nos dados da Tripadvisor (2017) o ano de 2016 foi um ano

maciçamente popular para os parques nacionais americanos. O interesse em

aluguéis de hospedagem no Parque Nacional Glacier aumentou 147 %, já no

Parque Nacional Great Smoky Mountains aumentou 123 %. Nos parques nacionais

de Rocky Mountain e Acadia aumentaram 70 %, e Yosemite aumentou 21 %, em

relação a 2015. O estudo realizado por esta plataforma online Tripadvisor (2017)

mostra que o número de visitantes interessados em experiências turísticas em

parques e áreas protegidas provavelmente continuará a crescer entre 2017 e 2018

nos Estados Unidos e, consequentemente, como uma tendência no mundo.

Figura 6.3 Representação gráfica dos índices das principais motivações mundiais de viagem.

Fonte: Elaboração do Autor, adaptado de Organização Mundial do Turismo – OMT, 2017.

Figura 6.4 Representação gráfica do crescimento da cota de mercado do ecoturismo.

Fonte: Elaboração do Autor a partir de Center for Responsible Travel – CREST, 2017.

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Parque Nacional de São Joaquim

Tabela 6.1 Número de desembarque de turistas estrangeiros por país da América do Sul (em mil).

PAÍS 2010 % 2014 % 2015 % 2016 %Argentina 5.325 22,92 5.931 20,4 5.736 18,63 5.559 16,94

Bolívia 679 2,92 871 3,0 882 2,86 – –Brasil 5.161 22,22 6.430 22,1 6.306 20,48 6.578 20,05

Chile 2.801 12,06 3.674 12,6 4.478 14,54 5.641 17,19

Colômbia 2.385 10,27 2.565 8,8 2.978 9,67 3.317 10,11

Equador 1.047 4,51 1.557 5,4 1.544 5,01 1.418 4,32

Guiana 152 0,65 206 0,7 207 0,67 – –Guiana Francesa 189 0,81 185 0,6 199 0,65 235 0,72

Paraguai 465 2,00 649 2,2 1.215 3,95 1.206 3,68

Peru 2.299 9,90 3.215 11,1 3.456 11,22 3.744 11,41

Suriname 205 0,88 252 0,9 228 0,74 257 0,78

Uruguai 2.349 10,11 2.682 9,2 2.773 9,01 3.037 9,25

Venezuela 526 2,26 857 2,9 789 2,56 – –América do Sul 23.229 100,0 29.073 100,0 30.791 100,00 32.815 100,00

Fonte: Organização Mundial do Turismo – OMT, 2017.

6.1.2 CONTEXTO NACIONAL

Em relação ao turismo internacional no Brasil, conforme dados do Anuário

Estatístico do Turismo (MTUR, 2017), entre 2010 e 2016 ocorreu um aumento

expressivo (na ordem de 27,5 %) no número de desembarque de estrangeiros

no país, sendo em sua maioria oriundos da própria América do Sul (Figura 6.5).

Em 2016 o Brasil recebeu 6.578.074 turistas internacionais (MTUR, 2017). Destes,

a maioria foi de argentinos, que seguem na liderança entre os vizinhos sul-

americanos e representam 35 % do total de visitantes no país. Após a Argentina,

estão os Estados Unidos (8,6 %), seguidos do Paraguai (4,8 %), Chile (4,7 %) e

Uruguai (4,3 %). Juntos os países da América do Sul respondem por 48,7 % do

receptivo brasileiro. A França e a Alemanha destacam-se entre os europeus,

ocupando respectivamente a 6ª e 7ª posição, conforme ilustra a Figura 6.6 (MTUR,

2017).

Figura 6.5 Representação gráfica do número de desembarque de turistas estrangeiros

no Brasil entre 2010 e 2016, dados agregados por continente.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo, 2017.

Figura 6.6 Representação gráfica da chegada de turistas ao Brasil,

segundo país de residência - 2015-2016.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo, 2017.

Em relação às motivações de viagens ao Brasil (Tabela 6.2), conforme dados

do Estudo da Demanda Turística Internacional, Ministério do Turismo – Mtur e

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE (2017), entre 2015 e 2016 a

maioria das viagens foram motivadas pelo lazer, seguidas das categorias: visitar

amigos e parentes; negócios, eventos e convenções; e, por fim, outros motivos.

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Parque Nacional de São Joaquim

Neste quadro a “natureza, ecoturismo ou aventura” representa o segundo principal

motivo das viagens a lazer realizadas por estrangeiros no Brasil, entre 2015 e 2016.

A procura pelo Brasil como destino de ecoturismo e de turismo de aventura foi

de 12,8 %, em 2014, passou para 15,7 %, em 2015 e, em 2016, foi de 16,6 %. O

que reforça a posição do País como um dos principais destinos buscados por

turistas estrangeiros para o Turismo em Áreas Naturais. Vale salientar que este

mesmo estudo mostra que o percentual de turistas estrangeiros motivados pelo

Turismo em Áreas Naturais é maior entre os argentinos (22 %) e americanos (30 %),

justamente os que mais visitam o país (MTur; FIPE, 2017) (Tabela 6.3).

Tabela 6.2 Características das viagens internacionais no Brasil

segundo a motivação da viagem em 2015 e 2016.

MOTIVO DA VIAGEM (1, 2) 2015 EM % 2016 EM %

Lazer 51,3 56,8

Negócios, eventos e convenções 20,2 18,7

Visitar amigos e parentes 25,2 21,1

Outros motivos 3,3 3,4

Notas: (1) Foram realizadas etapas adicionais de pesquisa durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016; (2) Os

turistas que visitaram o Brasil devido aos Jogos Rio 2016 foram classificados nas categorias “Lazer” ou “Negócios ou

trabalho”, conforme cada caso. Fonte: Ministério do Turismo e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE,

Estudo da Demanda Turística Internacional, 2017.

Tabela 6.3 Características das viagens internacionais no Brasil

segundo a motivação das viagens de lazer em 2015 e 2016.

MOTIVAÇÃO DA VIAGEM A LAZER (1) 2015 EM % 2016 EM %Sol e praia 69,4 68,8Natureza, ecoturismo ou aventura 15,7 16,6Cultura 12,1 9,7Esportes 1,5 1,3Diversão noturna 0,6 0,5Viagem de incentivo 0,2 0,1Outros 0,5 3,0Lazer relacionado a grandes eventos – 2,8

Outras motivações de lazer 0,5 0,2

Notas: (1) Os turistas que visitaram o Brasil em viagens a lazer motivadas pelos Jogos Rio 2016 foram classificados

dentro da categoria “Outros”, na subcategoria “Lazer relacionado a grandes eventos”. Fonte: Ministério do Turismo e

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE, Estudo da Demanda Turística Internacional, 2017.

Segundo os dados do Ministério do Turismo e da Fundação Instituto de Pesquisas

Econômicas (2017), a cidade do Rio de Janeiro segue como o destino turístico

preferido pelos turistas de lazer, representando 32,2 % desse grupo, seguido por

Florianópolis (17,9 %), Foz do Iguaçu (13,2 %) e São Paulo (9,1 %).

Essa pesquisa (op. cit.) apontou também o crescimento da procura pela

hospedagem alternativa, com 16,7 % dos turistas internacionais optando pelo

aluguel de casas. Entretanto, o percentual de estrangeiros que optam por hotéis

(51,5 %) tem se mantido estável nos últimos cinco anos (MTUR; FIPE, 2017).

Quanto ao turismo interno, 60 milhões de turistas brasileiros viajaram em 2016. As

Sondagens de Intenção de Viagem5, (MTUR; FGV, 2017) detectaram que, ao longo

de 2016 e 2017, as preferências por viagens pelo Brasil superaram largamente

as realizadas para o exterior configurando, em média, 80 % das intenções de

viagem do mercado interno. As intenções variam conforme a renda, sendo que o

5 A Sondagem de Intenção de Viagem retrata a expectativa das famílias brasileiras de consumir os serviços relaciona-dos ao turismo nos próximos 6 meses, sendo realizada com base numa amostra de mais de 2000 domicílios nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. (MTur; FGV, 2017).

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Parque Nacional de São Joaquim

segmento com renda até R$ 2.100,00 demonstrou, entre maio e junho de 2016,

maior intenção de viajar pelo país (100 %). Já o segmento de maior renda (aquela

superior a R$ 9.600) apresentou, em fevereiro de 2016, 53,7 % das intenções.

Segundo esse mesmo estudo (op. cit.) tal fato deriva, em grande parte, da alta

cotação do dólar e do euro (apontada pela maior parcela dos pesquisados), aliada

ao menor custo de realização de viagens pelo país, bem como do fortalecimento

e majoração da competitividade do turismo interno. Isso faz com que considerável

parcela dos brasileiros opte por viajar pelo Brasil, proporcionando maior

movimento da economia nacional e, consequentemente, contribuindo com a

geração de renda e empregos diretos e indiretos. (MTUR; FGV, 2017).

O turista interno possui como principal preferência de meios de hospedagem

os hotéis e pousadas (44,9 %), seguido pela casa de parentes e amigos (36,3 %).

E, utilizam como meio de transporte o avião (51 %), seguido pelo automóvel

(35,3 %) (MTUR; FGV, 2017). Quanto à fonte de informação, tanto os turistas

nacionais quanto os internacionais têm a Internet como o principal mecanismo,

seguidamente das categorias: amigos e parentes; agência de viagens e guias

turísticos impressos (MTUR; FGV, 2017).

Esta mesma pesquisa indica que 69,8 % intencionam viajar para outro estado

que não o de sua moradia, enquanto 18,5 % pretendem viajar no seu próprio

estado. O Nordeste continua na liderança da lista das regiões mais desejadas pelos

brasileiros (43,4 %), seguida do Sudeste (25,1 %), do Sul (23,9 %), Centro-Oeste

(5,3 %) e Norte (2,3 %) (MTUR; FGV, 2017).

Com relação ao perfil do turista doméstico, o estudo Perfil do Turista de Aventura

e do Ecoturista no Brasil (MTUR; ABETA, 2010), constatou que as viagens deste

perfil de turista são pautadas pela procura do prazer e o retorno a recordações ou

anseios da infância, de forma divertida. Para eles, viajar representa “fugir, voltar a ser

criança, brincar e não ter obrigações” (MTUR; ABETA, 2010, p. 86). O carro é o meio

de transporte mais utilizado por esse perfil (58 %) e as viagens se tornaram um

importante momento de convivência familiar. Este estudo apresenta, ainda, um

“Glossário de desejos” com as principais expectativas do turista brasileiro quando

viaja por esse motivo (Figura 6.7).

Figura 6.7 Glossário de desejos do turista de aventura e ecoturista no Brasil.

Fonte: MTur e ABETA, 2010.

De acordo com o documento Ecoturismo: Orientações Básicas (MTur, 2008), é

possível observar alguns elementos comuns e classificar como características do

perfil de maior incidência neste segmento os indivíduos: i) entre 25 e 50 anos;

ii) poder aquisitivo médio e alto e escolaridade de nível superior; iii) profissão

de caráter liberal; iv) viaja sozinho ou em pequenos grupos; vi) permanência

média no destino: o turista nacional, em torno de 04 dias e o turista internacional,

em torno de 10 dias; vi) procedência de grandes centros urbanos; vii) desejo

de contribuir para a conservação do meio ambiente. Esse tipo de consumidor,

de modo geral, importa-se com a qualidade dos serviços e equipamentos, a

singularidade e autenticidade da experiência e com o estado de conservação do

ambiente muito mais do que com o custo da viagem (MTur, 2008).

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Parque Nacional de São Joaquim

Torna-se importante mencionar também que o desenvolvimento do mercado

de turismo de aventura no Brasil foi seguido por uma considerável melhoria no

quesito normas técnicas, que estabeleceram as condições e requisitos para a

organização e realização das atividades de aventura e ecoturismo, contribuindo

diretamente para a melhoria da qualidade dos serviços, equipamentos e produtos

destes segmentos no Brasil. Observa-se também que este mercado seguiu as

tendências mundiais de prevenção de acidentes e contribuindo para a melhoria

da competitividade brasileira no mercado de turismo de aventura e ecoturismo

(MTur, 2008).

Atualmente o Brasil possui duas normas de padrão internacional da International

Standarization Organization – ISO para o turismo em vigências. Ambas

incorporadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, sendo elas: i)

ABNT NBR ISO 21103:2014 Turismo de aventura — Informações para participantes,

a qual especifica os requisitos mínimos para a informação a ser fornecida aos

participantes antes, durante e após as atividades de turismo de aventura e;

ii) ABNT NBR ISO21101:2014 Turismo de aventura — Sistemas de gestão da

segurança — Requisitos estabelecidos a um sistema de gestão da segurança para

prestadores de serviços de atividades de turismo de aventura.

Existem ainda 68 normas técnicas elaboradas e publicadas pela ABNT que

abordam questões que abrangem o turismo de aventura, o ecoturismo e a

competência de pessoal na área de hospedagem, alimentos e bebidas (MTur;

ABETA, 2010). Conforme dados do ICMBio (2018), o turismo em áreas protegidas,

mais especificamente em UC federais (parques, floresta, Área de Proteção

Ambiental – APA, reservas extrativistas), apresentou na última década tendência

de expressivo crescimento no país (Figura 6.8), passando de 3,2 milhões, em 2007,

para 10,7 milhões de visitantes, em 2017, um considerável incremento na visitação,

relacionado à melhor estruturação da oferta desta atividade no país, aliada ao

crescente interesse dos turistas pela natureza e pela recreação em espaços

naturais.

Estes dados são reforçados pela pesquisa anual realizada pelo site de viagens

Skyscanner (2017) que também posiciona a natureza como principal atrativo

dos destinos tendências no Brasil, ao revelar que os lugares de ecoturismo estão

entre os mais desejados para 2018, sendo eles: Foz do Iguaçu (PR), Lençóis

(BA) e Parnaíba (PI). Nesse contexto, é importante destacar que o Brasil ocupa

o primeiro lugar no quesito “recursos naturais e parques nacionais” do ranking

de competitividade turística internacional, elaborado pelo Fórum Econômico

Mundial (2017), posicionando estes recursos como fator fundamental para

o desenvolvimento turístico do país. O país também foi eleito como um dos

melhores do mundo para o turismo de aventura, segundo o ranking global Best

Countries (MTur, 2016).

Figura 6.8 Representação gráfica da visitação em UC no Brasil: 2007 - 2017 (em milhões).

Fonte: Elaboração do Autor; adaptado de MMA, ICMBio, 2018.

6.1.3 CONTEXTO REGIONAL E LOCAL

O Plano de Marketing Turístico - Catarina 2020 (SANTUR, 2010) informa que

Santa Catarina já desempenha um papel importante para o conjunto do produto

turístico brasileiro, e vem se posicionando de forma mais competitiva no mercado

turístico mundial, contribuindo com importantes fluxos turísticos nacionais e

internacionais para o país.

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Parque Nacional de São Joaquim

Segundo dados da Santa Catarina Turismo S/A - SANTUR (2017), órgão responsável

pela promoção turística do estado e vinculado à Secretaria de Estado do Turismo,

Cultura e Esporte de Santa Catarina - SOL, o setor turístico catarinense respondia

por pelo menos 12 % do PIB estadual, tendo registrado, em 2016, um crescimento

de 6 % em volume e 15,2 % em receita nominal, em comparação com 2015.

Com base nos dados do MTur (2017), verifica-se que o fluxo de turistas

estrangeiros em Santa Catarina representou, em 2015, cerca de 2 % do fluxo

nacional e 7 % do fluxo regional de turistas internacionais. Já no ano 2016, houve

relativo crescimento, passando para 3 % do fluxo nacional e 9 % do fluxo regional,

nesta mesma categoria (Figura 6.9).

Figura 6.9 Representação gráfica do número de desembarques de turistas estrangeiros

no Brasil, com a respectiva participação da região Sul e do estado de Santa Catarina.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de Ministério do Turismo e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas -

FIPE, Estudo da Demanda Turística Internacional, 2017.

Quanto ao fluxo e demanda turística, o estado recebeu cerca de 1,5 milhão

de visitantes internacionais, em 2016. Dentre estes, quase 90 %, são turistas

argentinos. Já o turismo doméstico representa um fluxo de 21 milhões de

visitantes, sendo o próprio catarinense (40 %) quem mais desloca pelo estado,

seguido dos turistas do Rio Grande do Sul (22 %), Paraná (13 %) e São Paulo (12 %),

já os demais estados são menos expressivos (SANTUR, 2017).

No tocante às motivações do turista argentino, a pesquisa Perfil do Turista Estrangeiro

- Fronteira Dionísio Cerqueira, SANTUR (2018) reforça o interesse no turismo de sol

e praia, em sua maioria (56 %) e no turismo cultural (23 %), mas também destaca a

natureza, ecoturismo ou aventura como motivadores da viagem para 12 % desses

turistas, sendo também um motivo para que 18 % deles realizassem uma parada

antes do destino final de viagem. O Turismo em Áreas Naturais em Santa Catarina

também encontra expressividade na visitação aos Parques Estaduais administrados

pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina - IMA (2017). Somente em 2016,

aproximadamente 90 mil visitantes circularam por um dos 4 parques administrados

pelo Estado e abertos à visitação, sendo os principais: Parque do Rio Vermelho,

Parque da Serra do Tabuleiro, Parque Fritz Plaumann e Parque das Araucárias.

Outro dado importante que pode contribuir com sinergias relacionadas ao

Turismo em Áreas Naturais em Santa Catarina diz respeito à visitação que ocorre

nos 04 principais Parques Nacionais localizados na região (Figura 6.10), a saber: o

PNSJ, o Parque Nacional de Aparados da Serra, o Parque Nacional da Serra Geral

e o Parque Nacional da Serra do Itajaí. Somente em 2017, estas UC receberam

338.033 mil visitantes, algo em torno de 3 % de toda a visitação às áreas protegidas

no país e cerca de 375 % maior do que visitação que ocorre nos Parques Estaduais

de Santa Catarina (ICMBio, 2018).

Figura 6.10 Representação gráfica da visitação aos Parques Nacionais na região - 2017.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de ICMBio, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Vale ressaltar que neste contexto, os Parques Nacionais de Aparados da Serra e

Serra Geral guardam uma dinâmica turística regional articulada com o PNSJ e com

os municípios da região da Serra Catarinense, pois compartilham semelhanças

territoriais e identidades socioculturais. Quanto à semelhança territorial, são

regiões cuja oferta turística possui relevância no Turismo em Áreas Naturais, com

atividades nos segmentos de ecoturismo, aventura, turismo rural, observação

de fauna e flora, esportes e eventos culturais. Também se posicionam com

competitividade nacional no turismo de inverno, fazendo parte de grupo de

destinos consolidados que inclui Gramado, Canela, Nova Petrópolis, Cambará do

Sul e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e São Joaquim, Urubici e Urupema,

em Santa Catarina. Já em relação às identidades socioculturais, destaca-se a

integração turística regional, através de alianças existentes no estado do Rio

Grande do Sul, que incluem as Regiões Turísticas da Uva e Vinho, Litoral Norte,

Campos de Cima da Serra, Caminho dos Cânions e Hortênsias.

Conforme os dados do Plano de Marketing Turístico - Catarina 2020

(SANTUR, 2010), 32 % da oferta turística estadual concentra seus produtos no

macrossegmento de turismo em Áreas Naturais (incluindo o turismo de sol e praia,

ecoturismo, turismo de aventura e turismo rural).

A recente pesquisa Inverno na Serra de Santa Catarina 2017, realizada pela

Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Santa Catarina

- FECOMÉRCIO SC (2017), traz importantes informações acerca do perfil do turista

que visita durante a alta temporada a Região Turística Serra Catarinense, na qual está

inserido o PNSJ. As informações geradas por esta pesquisa também serão utilizadas

como referência para Urubici, cidade sede do PNSJ, uma vez que, juntamente com

Lages, foi a cidade que concentrou maior número de turistas respondentes.

Os dados referentes à origem do turista para esta região são semelhantes aos

dados do estado como um todo, ou seja, os visitantes são, em sua maioria (99,4 %)

brasileiros, sendo 62,5 % do próprio estado de Santa Catarina, 11,0 % de São

Paulo, 10,1 % do Paraná e outros 7,1 % do Rio Grande do Sul. Dentre as cidades

catarinenses, a capital Florianópolis, apresentou-se com 12,2 % de participação

dentre os visitantes, seguida por Blumenau com 5,7 % e Joinville com 3,9 %, entre

outras cidades, conforme (Figura 6.11) (FECOMÉRCIO, 2017).

Figura 6.11 Representação gráfica da origem dos visitantes durante o inverno

na Serra Catarinense.

Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.

Desses visitantes uma pequena maioria são homens (51,6 %) e a faixa etária de

maior representação foi a de adultos entre 31 a 40 anos (25,5 %) e entre 41 a

50 anos (23,7 %), com duas faixas de renda média familiar predominantes, em

primeiro a faixa de R$ 1.893 a R$ 4.730 com 25 % de participação e, em seguida a

faixa de R$ 4.731 a R$ 7.568 com 18,2 % de participação (FECOMÉRCIO, 2017). Ou

seja, a grande maioria pertencentes às classes B2 e C2, com base no Critério Brasil

de Classes Sociais por Faixas de Salário-Mínimo (ABEP, sem data) (Figura 6.12).

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.12 Representação gráfica do perfil socioeconômico dos visitantes

durante o inverno na Serra Catarinense.

Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.

O principal meio de transporte utilizado foi o veículo próprio (82,1 %), o que pode estar

relacionado à origem destes turistas, em sua maioria, do próprio estado. Com relação

aos meios de hospedagem utilizados, os hotéis, pousadas e hostels foram os mais

utilizados (53,9 %), em seguida vem a casa de parentes ou amigos (22,9 %). Quanto ao

local escolhido para hospedagem, as cidades mais citadas foram Lages e Urubici, onde

está a sede do PNSJ, ambas com 31 % das citações. Logo após aparecem as cidades de

São Joaquim, com 11,9 % das citações e Urupema, com 9,8 % (Figura 6.13).

O relatório informa também que Urubici ficou com a maior parcela dos turistas que

optaram por se hospedar em hotéis, pousadas ou hostels com 27,1 %, seguida por

Lages (12,2 %) e São Joaquim (6,3 %). Já os visitantes que se hospedaram em imóveis

de parentes e amigos, o fizeram na cidade de Lages (15,2 %) (FECOMÉRCIO, 2017).

Estes turistas permaneceram um tempo médio de 3,7 dias e o principal público

foi de famílias (45,5 %), seguido pelos casais (31,3 %) e pelos grupos de amigos

(14,0 %). O gasto médio por turista em sua viagem corresponde à R$1.557.456. O

6 Embora tenha sido constatado um gasto médio de R$1.236,10 por turista, as somas dos valores considera a agrega-ção de todas as categorias gerando um valor superior ao encontrado no estudo da FECOMÉRCIO (2017).

maior gasto está ligado com a hospedagem, seguido dos gastos com o

transporte, alimentação e varejo (comércio). (FECOMÉRCIO, 2017).

As principais motivações de visita (Figura 6.15) são importantes para a

compreensão dos atributos do destino mais valorizados pelo visitante. Neste

sentido, no caso da Serra Catarinense os visitantes são motivados pelo Turismo de

Inverno (69,6 %), prática que tem forte relação com o PNSJ por ser um local com

frequente ocorrência de precipitações de neve e referência para sua observação.

Quanto as motivações relacionadas ao Turismo em Áreas Naturais (turismo de

esportes, aventura e ecoturismo), tem-se que 7,8 % dos visitantes também foram

motivados por esses aspectos.

Figura 6.13 Representação gráfica da opção para local de hospedagem dos visitantes

durante o inverno na Serra Catarinense.

Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.14 Representação dos gastos dos visitantes conforme serviços turísticos

durante o inverno na Serra Catarinense.

Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.

Figura 6.15 Representação gráfica da motivação de viagem dos visitantes

durante o inverno na Serra Catarinense.

Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.

Com relação aos atrativos turísticos mais visitados em Urubici, a pesquisa Inverno

na Serra de Santa Catarina 2017 apontou o Morro da Igreja, localizado no PNSJ,

como o mais visitado (Figura 6.16), além de diversos outros ligados à natureza. O

que fortalece a presença do Parque no contexto do desenvolvimento turístico

local e regional.

Do ponto de vista da gestão territorial do turismo, o PNSJ está inserido em duas

regiões turísticas. Essas regiões são definidas pelo MTur e integram o Programa

Nacional de Regionalização do Turismo, sendo elas a Região da Serra Catarinense

e a Região Encantos do Sul. No Mapa do Turismo Brasileiro, instrumento

utilizado pelo MTur para acompanhar o desempenho da economia do turismo

nos municípios e que serve também como balizador de políticas do setor e

direcionamento de verbas federais, 2 (dois) municípios do entorno do PNSJ,

pertencentes à Região da Serra Catarinense, estão na categoria B (as categorias

vão de A, para os municípios com melhor desempenho a E, para os municípios

com menor desempenho). Esta categorização permite aos municípios acessar

verbas federais específicas, como por exemplo, para apoio à eventos e promoção

turístico.

A Região da Serra Catarinense vem ganhando crescente destaque no cenário

nacional e internacional no segmento de ecoturismo, pela qualidade de seus

vinhos finos de altitude, dispondo de diversas vinícolas estruturadas para receber

visitantes. Assim como algumas cervejarias artesanais. Acredita-se que há uma

sinergia a ser aproveitada neste aspecto, podendo fazer convergir parte desta

demanda para a visitação ao PNSJ.

Figura 6.16 Representação gráfica dos atrativos turísticos mais visitados em Urubici

durante o inverno na Serra Catarinense.

Fonte: Pesquisa Fecomércio de Turismo: Inverno na Serra de Santa Catarina, 2017.

De acordo com o documento Planejamento-Ação do Turismo Sustentável de

Urubici a atividade turística local iniciou-se, de maneira organizada, a partir de

1992, momento que marca o início da ampliação da oferta de hospedagem,

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Parque Nacional de São Joaquim

alimentação e a estruturação de alguns atrativos turísticos. A maioria destes

vinculados à vocação da região, ou seja, nos segmentos de turismo de natureza e

turismo rural.

A atual estrutura de gestão turística municipal de Urubici é composta pela

Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo, cujo quadro funcional

é composto por 01 Secretário; 02 funcionários efetivos e 03 estagiários. A sede

desta Secretária localiza-se no centro da cidade e serve também como Posto

de Informações Turísticas. O destino dispõe ainda de um Conselho Municipal

de Turismo e de um Fundo Municipal de Turismo, legalmente instituídos e em

funcionamento. Outro ponto de apoio para informações turísticas local funciona

na sede do SESC-SC, também na área central.

Urubici também é abrangido pelo projeto Acolhida da Colônia, que oferece

atividades de turismo na agricultura familiar e produção associada ao turismo,

como artesanato e agroindústria, em algumas propriedades no entorno do PNSJ

e interior do município. Segundo informações prestadas pela Associação Acolhida

na Colônia, com sede em Santa Rosa de Lima/SC, em 2016 foram cerca de 3.813

visitantes no projeto e em 2017 cerca de 4.549 visitantes, que permanecem,

em média, 03 dias. Em 2007 o município de Urubici foi escolhido como um dos

Destino Referência do Segmento Turismo Rural, pelo Ministério do Turismo.

Com relação à infraestrutura e serviços de apoio ao turismo e considerando

Urubici, que é a cidade sede do PNSJ, foi identificada a oferta de 17 guias de

turismo no CADASTUR, sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que

atuam no setor do turismo, executado pelo MTur. Já com relação às opções de

hospedagem há o registro de 27 meios de hospedagem filiados à Associação de

Pousadas e Hotéis de Urubici - POUSERRA, sendo 03 hotéis e 24 pousadas, com

um número informado de 1.800 leitos disponíveis. Também se verificou a oferta

de cerca de 100 anúncios de imóveis, no município, listados na plataforma Airbnb,

serviço online para as pessoas anunciarem e reservarem acomodações e meios de

hospedagem.

A cidade conta também com 8 restaurantes filiados à POUSERRA e diversos outros

não filiados, com uma oferta gastronômica que vem se diversificando e, também,

se sofisticando para atender diversos perfis de visitantes.

É importante destacar a existência de empresas de receptivo turístico em 02

destinos do entorno do PNSJ, com oferta regular de atividades turísticas de

visitação, tanto no PNSJ quanto no seu entorno, como caminhadas, travessias,

cicloturismo e passeios 4x4. Sendo elas a Graxaim Ecoturismo e Aventura e a Serra

Sul Ecoturismo e Aventura, em Urubici, e a Tribo da Serra Ecoturismo, em Bom

Jardim da Serra.

A cidade de Urubici dispõe atualmente de 05 agências bancárias: Sicoob, Banco

do Brasil, Bradesco, Cresol e Caixa Econômica. Conta ainda com Posto de Saúde

e Hospital conveniados ao Sistema Único de Saúde - SUS, além de Corpo de

Bombeiros e destacamento da Polícia Civil e Militar. Existe ainda a disponibilidade

de cobertura por 04 operadoras de telefonia celular: Claro, Oi, Vivo e Tim.

Por fim, dentre os 05 segmentos turísticos priorizados pelo PLATS (2013), 03

integram o macrossegmento de Turismo em Áreas Naturais, a saber: o turismo de

aventura, ecoturismo, turismo rural. Os demais são o turismo cultural e turismo

de negócios e eventos. O que reforça a importância do desenvolvimento de

atividades turísticas alinhadas à esta segmentação como forma de organizar

o turismo local. Além de contribuir como uma estratégia para a estruturação

de produtos e consolidação de roteiros e destinos, a partir dos elementos de

identidade da oferta e também das características e variáveis da demanda (MTUR,

2008).

6.2 POSICIONAMENTO DIGITAL

Considerando a importância de se observar os aspectos de posicionamento

digital, tendo em vista o comportamento do turista atual, julgou-se interessante

analisar informações relacionadas à forma de comunicação e difusão da

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Parque Nacional de São Joaquim

informação pertinente ao PNSJ nas principais mídias digitais contemporâneas.

Primeiramente destaca-se que dentre as principais atrações turísticas listadas

pelo Tripadvisor, principal plataforma digital para o turismo no mundo, em Santa

Catarina, seis estão na região da Serra Catarinense e relacionados ao Turismo em

Áreas Naturais, são eles: o Morro da Igreja, principal atrativo do PNSJ, com 2.025

avaliações, a Serra do Rio do Rastro, com 1.647 avaliações, o Mirante da Serra do

Rio do Rastro, com 1.070 avaliações, a Trilha do Rio do Boi, com 400 avaliações, o

próprio PNSJ, com 184 avaliações e o Parque Nacional de Aparados da Serra, com

106 avaliações.

Identificou-se que o PNSJ não dispõe ainda de um tratamento de marketing

digital adequado. O único site, disponível dentro do portal do ICMBio, possui um

formato pouco atrativo, apresentando, no entanto, as informações básicas sobre a

UC, como breve apresentação, galeria de imagens, quando ir, como chegar, forma

de acesso, principais atrativos, o que fazer e as orientações básicas. Dentro deste

mesmo portal do ICMBio há uma “ficha-resumo” do Parque Nacional, contendo

dados técnicos e documentos oficiais para download.

Na rede social mais usada no mundo, o Facebook, percebeu-se que não há uma

página oficial do PNSJ, que uniformize as informações, imagem e relacionamento

virtual com os visitantes. Foram identificados três diferentes perfis para o PNSJ. O

perfil com maior número de seguidores (4.702), denominado de “Parque Nacional

de São Joaquim - Conhecer para preservar”, se dedica a divulgar informações

relacionadas às ações de mobilização social e conflitos que envolvem a UC. O perfil

denominado “Parque Nacional de São Joaquim – ICMBio” é um grupo fechado com

243 membros com objetivo de compartilhar informações gerais da UC e do seu

entorno. Por fim, o perfil “Parque Nacional de São Joaquim” trata-se de um ponto de

referência e localização para check-in com 1.038 curtidas e 3.650 visitas.

Da mesma forma não foi encontrado canal oficial do PNSJ no Youtube, apesar de

existirem diversos conteúdos postados por usuários em geral. Assim como não se

identificou um perfil oficial no Instagram.

A busca pela hashtag #parquenacionaldesaojoaquim resultou em 165 publicações

diversas nessa rede social. A importância de se atentar para estes aspectos está

relacionada ao fato de que, tais mídias digitais, têm se mostrado com grande

capacidade de influenciar a demanda de consumidores e, principalmente, inspirar

e despertar o interessem em conhecer destinos turísticos em todo o mundo.

Ainda no contexto digital o site Rockriders, importante revista online de

mototurismo, posiciona a Serra do Rio do Rastro como o principal destino na lista

dos 10 destinos especiais para viagens de moto no Brasil. Trata-se da estrada SC-

438 que está no entorno imediato do PNSJ, cercada pela Mata Atlântica, de grande

beleza cênica, repleta de curvas e que liga as cidades de Bom Jardim da Serra e

Lauro Muller. O PNSJ também é muito acessado por esse perfil de visitantes.

6.2.1 OPINIÃO DO MERCADO INTERNO

Como forma de conhecer melhor a opinião do mercado interno sobre alguns

aspectos turísticos do PNSJ, considerando tanto o público final (turistas e

visitantes) quanto os agentes e operadores de turismo, foram realizadas duas

pesquisas online utilizando o formato (ou método) Survey. Este formato consiste

na aplicação de questionários à uma amostra não-probabilística de indivíduos

com objetivo de levantar informações, como um mecanismo exploratório

conforme Babbie et al (1999).

As pesquisas foram elaboradas na plataforma Google Forms e divulgadas por

meio da Internet sendo que, para o público final, foi utilizado como mecanismo

de divulgação as mídias sociais (principalmente o Facebook), lista de e-mails de

visitantes, fornecida pelo PNSJ e a replicação por meio do aplicativo Whatsapp.

Para atingir os agentes e operadores de turismo a pesquisa foi direcionada,

prioritariamente, às empresas que atuam no segmento de turismo de aventura e

ecoturismo localizadas nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e

São Paulo, por meio de um mailing contendo contatos de 150 empresas.

A aplicação ocorreu durante o período de 01 mês, entre os dias 08/03 e 08/04 de

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Parque Nacional de São Joaquim

2018. Os dados aqui apresentados contribuem para agregar maiores subsídios

na projeção das tendências de mercado, bem como para compreensão

mercadológica do PNSJ e para estabelecer estimativas mais próximas da realidade,

minimizando possíveis equívocos.

6.2.2 PESQUISA DE MERCADO – AGENTES E OPERADORES DE TURISMO

A maior parte das empresas que responderam à pesquisa está localizada na

região Sul (SC, PR e RS), principal polo emissor para o Estado de Santa Catarina

e para o próprio PNSJ. Em seguida aparecem empresas da região Sudeste,

outro importante polo emissor de turistas, com destaque para a cidade de São

Paulo. Aqui cabe destacar também a qualificação das empresas respondentes

(Quadro 6.1) que inclui os principais receptivos que atuam no PNSJ (Graxaim

Ecoturismo e Serra Sul Ecoturismo), o Sesc Turismo do Paraná e de Santa Catarina,

importantes emissores para a região, a Gondwana Brasil, a Cia Eco, a Pisa Trekking

e a Desviantes, a Ambiental Turismo e a Freeway, que estão entre as principais

empresas brasileiras do segmento de Turismo em Áreas Naturais.

Das 16 empresas respondentes, 09 já estão no mercado há mais de 10 anos e 03

estão entre 06 e 10 anos estando as demais com menos de 02 anos ou seja, são

empresas já maduras no mercado. Todas estas empresas comercializam ou já

comercializaram produtos turísticos envolvendo Áreas Naturais ou UC, sendo este

o filtro obrigatório para que a empresa pudesse responder a pesquisa. Ou seja, os

dados aqui apresentados têm como base este universo. Quanto aos respondentes

todos ocupam cargos de decisão nas empresas, sendo proprietários, diretores

ou gerentes. Referente à comercialização do PNSJ, seis delas já comercializam

produtos turísticos envolvendo esta UC; três não comercializam atualmente, mas

já comercializaram; e, seis não comercializa, mas tem a intenção de comercializar

e apenas uma não comercializa e não manifestou interesse em comercializar.

Os resultados serão apresentados considerando os dois perfis de respondentes:

empresas que comercializam ou já o comercializaram produtos turísticos

envolvendo o PNSJ (09) e empresas que pretendem comercializar (07).

Quadro 6.1 Empresas que responderam à pesquisa de mercado

para o projeto piloto PAPP do PNSJ.

NOME DA EMPRESA LOCALIZAÇÃO COMERCIALIZAÇÃO DO PNSJ

Top Trip Adventure Porto Alegre - RS Comercializa

Sesc Turismo SC Florianópolis - SC Comercializa

Serra Sul Ecoturismo Urubici - SC Comercializa

Graxaim Ecoturismo Urubici - SC Comercializa

Pisa Trekking Viagens e Turismo São Paulo - SP Comercializa

Freeway São Paulo - SP Comercializa

Sesc Turismo PR Curitiba - PR Já comercializou

Desviantes São Paulo - SP Já comercializou

Gondwana Brasil Curitiba - PR Já comercializou

Verde Vida Ecotur Volta Redonda - RJ Pretende comercializar

Masbah! Turismo e Aventura Brochier -RS Pretende comercializar

Aniyami Natal - RN Pretende comercializar

Quintal de Casa Ecoturismo Curitiba - PR Pretende comercializar

Agência Pé na Trilha Cambará do Sul - RS Pretende comercializar

Cia Eco São Paulo - SP Pretende comercializar

Ambiental Turismo São Paulo - SP Pretende comercializar

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

6.2.2.1 Empresas que Comercializam ou já Comercializaram Produtos Turísticos Envolvendo o PNSJ (09 Empresas)

Entre as empresas que comercializam ou já comercializaram produtos turísticos

envolvendo o PNSJ, o principal produto comercializado é o Morro da Igreja e a

Pedra Furada, atrativos que hoje concentram o fluxo da visitação no PNSJ (Quadro

6.2). Para o produto principal, usualmente a viagem ou duração do passeio é

de menos de um dia (“bate-volta”). No entanto, há viagens que pode durar de

02 até 03 dias de duração, dependendo da origem do turista e dos produtos

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Parque Nacional de São Joaquim

complementares oferecidos. Observa-se que nos casos de maior permanência os

produtos comercializados combinavam outros atrativos no entorno do PNSJ como

a Serra do Rio do Rastro e as Vinícolas.

Quadro 6.2 Produtos turísticos comercializados e duração média, envolvendo o PNSJ.

PRODUTOS COMERCIALIZADOS DURAÇÃO MÉDIA

Morro da Igreja 03 dias

Caminhadas curtas e longas com acampamento dentro da área do PNSJ

01 dia ou 01 dia e 1/2 (com pernoite)

Morro da Igreja/Pedra Furada e Vinícolas 02 dias

Trilha da Pedra Furada, Trilha da Nascente do Rio Pelotas, Trilha do Cânion das Laranjeiras, Tour ao Morro da Igreja (contemplação Pedra Furada).

01 dia (sem pernoite, “bate-volta”)

Cânion das Laranjeiras, Morro da Igreja, Pedra Furada Mais de 03 dias

Morro da Igreja, Pedra Furada. 01 dia (sem pernoite, “bate-volta”)

Cânions da Serra Catarinense, Urubici e Serra do Rio do Rastro

03 dias

Pedra Furada e Morro da Igreja 02 dias

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Na percepção dos respondentes, o PNSJ atualmente possui média atração relativa

para o mercado nacional e baixa ou nenhuma atração relativa para o mercado

internacional (Figura 6.17). A estruturação de novas atividades, qualificação dos

serviços e ações de mercado podem contribuir na melhoria deste aspecto.

Quando questionados sobre a percepção do nível de demanda de mercado

para atividades no PNSJ, caso as mesmas fossem oferecidas, os agentes e

operadores de turismo indicaram as caminhadas (sejam curta ou longas),

o banho de cachoeira, a gastronomia, as atividades artísticas e culturais, as

atividades experienciais, o sobrevoo panorâmico, a contemplação da paisagem

e a observação de fauna e flora como os mais desejados (com maior número

de citações entre alto e muito) (Tabela 6.4). Dentre aqueles com menor nível de

demanda estão a escalda, o slack-line, o bungee jumping, o rapel e o arvorismo.

Figura 6.17 Representação gráfica da percepção sobre a demanda do mercado pelo PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Tabela 6.4 Percepção sobre a demanda do mercado para atividades no PNSJ.

ATIVIDADES NENHUM BAIXO MÉDIO ALTO MUITO ALTO

Caminhadas curtas (até 3 horas) 0% 0% 38% 25% 38%

Caminhadas longas (acima de 3 horas) 0% 25% 13% 13% 50%

Canionismo 0% 38% 38% 13% 13%

Cachoeirismo 0% 25% 25% 25% 25%

Arvorismo 0% 38% 13% 50% 0%

Rapel 0% 50% 0% 25% 25%

Escalada 13% 38% 13% 13% 25%

Tirolesa 0% 13% 38% 38% 13%

Slack line 13% 50% 13% 13% 13%

Bungee jumping 13% 38% 13% 25% 13%

Banho de cachoeira 0% 0% 38% 13% 50%

Cavalgada 0% 25% 38% 0% 38%

Cicloturismo 0% 13% 38% 13% 38%

Hospedagem confortável no Parque 0% 13% 25% 38% 25%

Gastronomia no Parque 0% 13% 13% 50% 25%

Atividades noturnas 0% 25% 25% 38% 13%

Piquenique 0% 25% 50% 13% 13%

Contemplação da paisagem 0% 0% 38% 13% 50%

Observação de fauna e flora 0% 25% 25% 0% 50%

Sobrevoo panorâmico 0% 13% 25% 25% 38%

Eventos esportivos 0% 25% 13% 63% 0%

Atividades artísticas e culturais 0% 0% 25% 50% 25%

Atividade experienciais 0% 25% 13% 38% 25%

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Com relação aos principais problemas que afetam a comercialização do PNSJ,

foram destacados a oferta precária de atividades turísticas estruturadas e o

desconhecimento ou desinteresse por parte dos visitantes. Em seguida aparece

a dificuldade de acessar o Parque e a sua pouca divulgação. Esses são problemas

que estão correlacionados. A Figura 6.18 resume as principais percepções dos

respondentes sobre o perfil dos turistas que buscam o PNSJ. Para estes a maioria

são casais (com e sem filhos), seguidos pelos jovens solteiros e grupos de amigos,

com boa escolaridade, pertencentes às classes sociais B, C e A, nesta ordem, com

faixa etária variando de 23 a 55 anos e prevalecendo o gênero feminino.

Figura 6.18 Representação gráfica dos principais problemas

que afetam a comercialização no PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Já em relação à forma de buscar informações turísticas sobre o PNSJ (Figura 6.19),

os agentes e operadores de turismo confirmam o que as tendências apontam

o meio digital é o principal canal utilizado, com destaque para a plataforma

Tripadvisor, seguida dos canais de busca e dos sites e portais empresariais.

Na percepção dos agentes e operadores de turismo que participaram da pesquisa,

a estruturação de atividades de visitação e turismo no PNSJ possui um maior nível

de demanda para o mercado nacional (Figura 6.20). Todas as empresas também

manifestaram interesse ou disposição em comercializar novas atividades turísticas

no PNSJ.

Figura 6.19 Representação gráfica dos principais meios utilizados para busca de

informações turísticas sobre o PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.20 Representação gráfica da percepção sobre o nível de demanda que a

estruturação de atividades de visitação e turismo no PNSJ possui para o mercado.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

A totalidade das empresas pesquisadas também já tinham conhecimento

de que o Morro da Igreja e a Pedra Furada estão inseridos no PNSJ e cinco

delas já conheciam a marca do Parque. Para três empresas a marca comunica

adequadamente ao PNSJ, para outras três ela comunica parcialmente e para duas

ela não comunica adequadamente.

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Parque Nacional de São Joaquim

6.2.2.2 Empresas que Pretendem Comercializar Produtos Turísticos Envolvendo o PNSJ (6 Empresas)

Os resultados obtidos com as empresas que pretendem comercializar produtos

turísticos envolvendo o PNSJ e ainda não o fazem, mostram que os fatores que

mais influenciariam a decisão dessas empresas ofertar o turismo no PNSJ, nos

próximos 2 anos, são a possibilidade das mesmas em conhecê-lo, seja por meio

de um famtour ou outros meios de divulgação, a oferta de atividades turísticas

estruturadas e uma boa qualidade dos equipamentos e serviços de apoio à

visitação (Figura 6.21).

A Figura 6.22 resume as principais percepções dos respondentes sobre o perfil

dos turistas que buscam o PNSJ. Para estes a maioria são casais (com e sem filhos),

seguidos pelos jovens solteiros e grupos de amigos, com boa escolaridade,

pertencentes às classes de poder aquisitivo nas faixas de B, C e A, nesta ordem. A

faixa etária encontra-se variando entre 23 a 55 anos e prevalecendo visitantes do

gênero feminino.

Figura 6.21 Representação gráfica dos principais fatores que influenciam

na decisão de comercializar o PNSJ nos próximos 2 anos.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.22 Percepção sobre o perfil dos turistas que buscam o PNSJ.

TIPOS CLASSE SOCIAL FAIXA ETÁRIA

Casais com filhos

Casais sem filhos

Jovens solteiros

Grupo de amigos

ABC

Entre 33 e 45 anos

Entre 46 e 55 anos

Entre 23 e 32 anos

ESCOLARIDADE GÊNERO

Ensino Superior Completo ou mais Feminino

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

A totalidade das empresas pesquisadas também já possuía conhecimento de que

o Morro da Igreja e a Pedra Furada estão inseridos no PNSJ e para elas a imagem

que vem à mente quando se fala em PNSJ é a da Pedra Furada (Figura 6.23). Já

com relação à marca do Parque a maioria (Figura 6.24) já tinha conhecimento da

mesma e quando questionados sobre a que a marca remete indicaram a natureza

e a existência de onças como as principais características (Figura 6.25). Para a

maioria a marca comunica adequada ou parcialmente a Unidade (Figura 6.26).

Na percepção dos agentes e operadores de turismo que participaram da pesquisa

a estruturação de atividades de visitação e turismo no PNSJ possui um nível de

demanda maior para o mercado nacional (Figura 6.27). Todas essas empresas

também manifestaram interesse ou disposição em comercializar novas atividades

turísticas no PNSJ.

Figura 6.23 Imagem do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.24 Representação gráfica do conhecimento da marca do PNSJ.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Figura 6.25 Percepção sobre a marca do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.26 Representação gráfica da percepção sobre a comunicação da marca do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.27 Representação gráfica da percepção sobre o nível de demanda que a

estruturação de atividades de visitação e turismo no PNSJ possui para o mercado.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Também solicitou-se que as empresas indicassem quais os principais pontos fortes

e fracos do PNSJ. O Quadro 6.3 apresenta as indicações realizadas.

Quadro 6.3 Pontos Fortes e Pontos Fracos do PNSJ.

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

• Preservação ambiental;

• Beleza cênica, clima propício;

• Beleza natural, potencial para caminhadas de longo curso;

• Região é linda;

• Urubici tem boa rede hoteleira;

• Estrada apesar de asfalto/concreto está em péssimo estado;

• Natureza preservada, paisagens impressionantes, frio;

• Beleza natural e única no Brasil, clima, vinícolas da região;

• Beleza cênica, bom acesso ao principal atrativo, boa demanda de visitantes.

• Pouca divulgação, dificuldade de acesso;

• Acesso complicado e caro, pouca oferta de receptivos de qualidade na região e falta de guias bilíngue;

• Existe muito a ser explorado no parque ainda;

• Fato de se precisar contratar translado na cidade é um problema de custo quando se vai de outras cidades com transporte coletivo próprio (custo aumenta bastante) o ideal seria o parque prover o translado a preços custeados;

• Atividades no parque são extremamente limitadas, apenas contemplação praticamente;

• Ponto fraco o acesso rodoviário e aéreo, a qualidade dos serviços de receptivo, calendário de eventos;

• Falta de estrutura, potencial pouco explorado, inércia dos gestores do ICMBio (Brasília).

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Outras sugestões gerais também foram realizadas por algumas dessas empresas e

apresentadas a seguir:

• O Parque deveria abrir trilhas autoguiadas de fácil e médio acesso. E permitir

que trilhas de maior complexidade sejam conduzidas por guias especializados;

• Ordenamento da visitação ao Morro da Igreja e a abertura de mais trilhas para

caminhadas, tanto curtas como longas com pernoite em acampamento;

• Melhorar o acesso e segurança do local;

• Se melhorasse o acesso rodoviário, duplicando as estradas já ajudaria bastante.

Construir um Centro de Visitante moderno e bem estruturado;

• Troca do nome para PN da Serra Catarinense. Assinatura do Plano de Manejo.

Discussão definitiva do uso público, melhor infraestrutura receptiva.

Essas empresas indicaram que a realização de trilhas, principalmente as curtas,

estão entre os serviços que despertam maior interesse para a comercialização. Em

seguida aparecem a hospedagem e as atividades de aventura (Figura 6.28).

A percepção dessas empresas sobre o nível de demanda de mercado para

atividades em Áreas Naturais ou UC (Figura 6.29) converge, em grande parte,

para a percepção das empresas que já comercializam o PNSJ. As caminhadas

(sejam curta ou longas), o banho de cachoeira, a contemplação da paisagem e

a observação de fauna e flora, as atividades artísticas e culturais e as atividades

experienciais se destacaram (com maior número de citações entre alto e muito).

Dentre as atividades com menor nível de demanda, figuram a escalada, o slack

line, o bungee jumping, o rapel, o arvorismo. Os eventos esportivos aparecem

com baixa demanda por esse perfil de empresa, diferente das empresas que já

comercializam o PNSJ.

Da mesma forma essas empresas percebem que, dentre os problemas que afetam

a comercialização turística em Áreas Naturais ou UC (Figura 6.30), os principais

são a oferta precária de atividades turísticas estruturadas, o desconhecimento ou

desinteresse por parte dos visitantes e a pouca divulgação, sendo que estes dois

últimos guardam estreita relação.

Os meios mais utilizados para buscar informações turísticas sobre Áreas Naturais

ou UC no Brasil, por essas empresas, foi o Facebook, seguido das ferramentas de

busca online (Google, Bing, Yahoo, etc.), ambos citados 4 vezes cada. A maioria

(cinco empresas) já tinha conhecimento da existência do PNSJ. Com relação à

marca do Parque, três empresas ainda não a conheciam e duas já conheciam. Para

três empresas a marca do PNSJ o comunica adequadamente.

Figura 6.28 Representação gráfica dos serviços que as empresas que pretendem

comercializar o PNSJ demonstram maior interesse em adquirir.

Fonte Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018 – Resultados Parciais.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.29 Representação gráfica da percepção sobre a demanda do mercado

para atividades em Áreas Naturais ou UC.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.30 Representação gráfica da percepção sobre os principais problemas que

afetam a comercialização turística em Áreas Naturais ou UC.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

A duração média das atividades ofertadas por essas empresas envolvendo

o Turismo em Áreas Naturais são de 03 dias. Dentre as atividades mais

comercializadas destacam-se: as caminhadas (curtas e longas) e atividades de

aventura como rapel e rafting. Os meios mais utilizados para buscar informações

turísticas sobre Áreas Naturais ou UC no Brasil, por essas empresas, foi o Facebook,

seguido das ferramentas de busca online (Google, Bing, Yahoo, entre outras),

ambos citados 4 vezes cada. A maioria (06 empresas) já tinha conhecimento da

existência do PNSJ. Com relação à marca do Parque 04 empresas ainda não a

conheciam e 02 já conheciam, sendo que, para 03 empresas, a marca do PNSJ

o comunica adequadamente. A maioria das empresas associaram a imagem do

Parque à Pedra Furada e a sua marca à natureza e preservação.

6.2.3 PESQUISA SOBRE HÁBITOS DE CONSUMO E INTENÇÃO DE VIAGEM AO PNSJ

A pesquisa denominada Hábitos de Consumo e Intenção de Viagem ao

PNSJ, voltada para o público final, possui o intuito de entender melhor o

comportamento dos visitantes atuais e potenciais da UC, suas percepções sobre

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Parque Nacional de São Joaquim

as atividades e serviços oferecidos, identificação do perfil socioeconômico e

conhecimento sobre o PNSJ. Os resultados tem por base 240 respondentes

e estão organizados em três perfis de públicos (Figura 6.31): visitantes atuais

(aqueles que já visitaram o PNSJ), visitantes potenciais (aqueles que ainda não

visitaram, mas manifestaram interesse em visitar o PNSJ) e não visitantes (aqueles

que nunca visitaram e não manifestaram interesse em visitar). Os resultados

parciais são apresentados por perfil de público.

Figura 6.31 Representação gráfica dos perfis de respondentes da pesquisa

sobre visita ao PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

6.2.4 Visitantes Atuais do Parque Nacional São Joaquim (42 %)

Dentre os visitantes atuais, a maioria declarou conhecer o Morro da Igreja (Pedra

Furada) e ter conhecimento de que este atrativo se localiza no PNSJ (77 %), sendo

que a maior parte (62 %) é de visitantes recentes, ou seja, visitou esta UC há menos

de 2 anos (Figura 6.32).

Quanto ao perfil dos visitantes atuais, os resultados obtidos são semelhantes às

pesquisas anteriormente apresentadas. São, em sua maioria, oriundos de Santa

Catarina (75 %) e Paraná (16 %), na faixa etária entre 33 e 45 anos (47 %) e 23 e 32

anos (21 %), ou seja boa parte deles pertencentes à chamada geração Millennials

(nascidos entre 1980 e 1995), cujas características de comportamento são

importantes e foram consideradas em abordagem apresentada no mais adiante

(Figura 6.33).

Figura 6.32 Representação gráfica do nível de conhecimento do Morro da Igreja (Pedra

Furada) e sua relação com o PNSJ e há quanto tempo visitou o PNSJ

Visitantes Atuais PNSJ. 2018.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.33 Representação gráfica da origem e Idade dos visitantes atuais do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Em sua maioria, os respondentes se identificam com o gênero masculino (66 %),

sendo casados ou em união estável (68 %), seguido dos solteiros (as) com 24 %.

Um perfil muito semelhante àquele por outras pesquisas de demanda turística na

região do PNSJ (Figura 6.34).

O nível de escolaridade dos visitantes atuais é alto, com ensino superior ou mais e

uma situação de trabalho estável, sejam empregados com carteira assinada (32 %),

funcionários públicos (22 %), autônomos (16 %) ou empresários (14 %) (Figura 6.35).

Figura 6.34 Representação gráfica do gênero e estado civil do visitantes atuais do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.35 Representação gráfica da escolaridade e

situação de trabalho dos visitantes atuais do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

A pesquisa revelou um bom poder aquisitivo dos atuais visitantes do PNSJ (Figura

6.36), com renda individual acima de 04 salários mínimos e uma maior faixa com

ganho entre 5 a 8 salários mínimos. Os atuais visitantes do PNSJ informaram

ter tomado conhecimento do parque, principalmente, por meio de parentes e

amigos (35 %). A Internet também aparece como importante meio comunicação

e obtenção de informações sobre o PNSJ (26 %) (Figura 6.37).

Figura 6.36 Representação gráfica da faixa de renda individual

dos visitantes atuais do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.37 Representação gráfica da forma de conhecimento do PNSJ

pelos seus visitantes atuais Parque.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

O tempo de permanência da visitação no PNSJ (Figura 6.38) se divide entre os

visitantes que permanecem apenas um período do dia (seja manhã ou tarde) e

turistas que realizam múltiplas visitas e fazem pernoite, principalmente na cidade

de Urubici (a mais citada), seguida por São Joaquim. Outras cidades no entorno

imediato do PNSJ também aparecem, embora com menor citação, como Bom

Retiro e Bom Jardim da Serra. O tempo médio de permanência nas cidades é de 2

a 3 dias e o principal meio de hospedagem utilizado é a pousada (49 %), seguido

do hotel (15 %) e do acampamento (15 %).

Figura 6.38 Representação gráfica do tempo de permanência da visitação

no Morro da Igreja - PNSJ por visitantes atuais.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

As visitas ao PNSJ ocorrem, em sua maioria (41 %) entre familiares, casais (37 %) e

grupos de amigos (35 %) (Figura 6.39), durante os finais de semana (36 %), feriados

ou finais de semana prolongados (35 %) e nas férias (18 %)(Figura 6.40). O inverno

é a estação de ano com maior procura (38 %), seguida do verão e do outono

(ambas com 20 %). Observa-se que a baixa demanda no período da primavera

pode estar relacionada ao fato de que, boa parte dos atuais visitantes são oriundos

de cidades como Blumenau, Itajaí, locais onde ocorrem festas típicas nesta época.

O que se mostra como oportunidade para captação de demanda nesses destinos,

por meio de ações de promoção e comercialização. Quanto às motivações para

visitar o PNSJ (Figura 6.39), a contemplação da paisagem se destaca (76 %), o que

está vinculado ao local com maior visitação, o Morro da Igreja. O contato com a

natureza também possui relevância (60 %), em seguida aparece a realização de

caminhadas (28 %) e a visita aos cânions (28 %) (Figura 6.41).

Figura 6.39 Forma de visitar o PNSJ - Visitantes Atuais PNSJ – 2018.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.40 Período e época do ano em que visitou o PNSJ - Visitantes Atuais PNSJ. 2018.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.41 Representação gráfica das principais motivações

para os visitantes atuais visitarem o Morro da Igreja no PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Quando perguntados se haviam realizado outras atividades no PNSJ, além de

visitar o Morro da Igreja (Pedra Furada), 75 % dos visitantes atuais informaram que

sim e indicaram a realização de trilhas (51 %) como a principal atividade, seguida

da visita aos cânions (44 %) e o cicloturismo (23 %), e outras atividades como

cavalgadas, acampamento, travessias e banho de cachoeira que também foram

bem citadas.

Uma grande parte indicou ter visitado outros atrativos ou destinos próximos ao

PNSJ. Dentre esses aparecem com destaque atrativos da cidade de Urubici, como

a Cachoeira do Avencal, a Serra do Corvo Branco, como também os municípios de

Bom Jardim da Serra, Bom Retiro e São Joaquim. Os visitantes atuais possuem uma

boa frequência de visitas ao PNSJ, sendo recorrentes na maioria dos casos (Figura

6.42) e já tendo realizado mais de 03 visitas à UC.

Figura 6.42 Representação gráfica da frequência de visitas ao PNSJ por visitantes atuais.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Em um contexto geral, não exclusivo à visitação no PNSJ, esses visitantes utilizam

a Internet como principal meio para busca de informações turísticas em suas

viagens, por diversos canais, mas a recomendação de amigos e parentes também

denota importância. Sobre a intenção de viagem e consumo relacionados ao PNSJ

os visitantes atuais demonstram perspectivas positivas manifestando alta intenção

de retorno à Unidade, nos próximos 02 anos (Figura 6.43).

Para os visitantes atuais as atividades e serviços que despertariam maior interesse

para serem realizadas, caso fossem ofertadas no PNSJ são, primeiramente, a

hospedagem com conforto (58 %), como por exemplo o glamping, a realização de

caminhadas curtas (55 %), restaurante panorâmico (49 %) e atividades de aventura

(45 %), entre outras como o cicloturismo e as trilhas de longa distância. O que

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93

Parque Nacional de São Joaquim

demonstra a predisposição de consumo de novas atividades no interior do PNSJ

(Figura 6.44).

Há uma alta predisposição de gasto diário individual por parte dos visitantes atuais

em atividades no PNSJ (Figura 6.45), não incluindo hospedagem, com valores

acima de R$ 50,00, podendo chegar até R$ 200,00 ou mais.

Figura 6.43 Representação gráfica da probabilidade de visita ao PNSJ

nos próximos 2 anos por visitantes atuais.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.44 Representação gráfica das atividades turísticas

que mais interessam realizar no PNSJ aos visitantes atuais.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.45 Representação gráfica da predisposição de gasto diário individual

no PNSJ por visitantes atuais.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Na avaliação dos visitantes atuais a oferta de atividades no PNSJ é o item com

menor índice de aprovação, considerado pela maioria como ruim, regular ou

péssimo (Tabela 6.5), as informações sobre a UC, juntamente com a segurança,

acessibilidade e sinalização também merecem atenção, com uma baixa avaliação.

Na opinião desses visitantes os principais atrativos do PNSJ são a Pedra Furada e o

Morro da Igreja (Figura 6.46), atrativos em que, atualmente, estão concentradas a

atividade de visitação na Unidade.

Tabela 6.5 Avaliação sobre as atuais condições de uso do PNSJ por visitantes atuais.

CONDIÇÃO DE USO PÉSSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMOOrganização para retirada de autorização de visita ao Parque

5% 13% 26% 48% 8%

Vias de acesso até Parque 8% 13% 32% 40% 7%

Área de estacionamento 11% 30% 33% 24% 1%

Informações sobre o Parque 2% 16% 47% 29% 6%

Horário de funcionamento 2% 20% 29% 39% 10%

Oferta de atividades no Parque 10% 40% 34% 13% 2%

Sinalização 5% 24% 37% 29% 6%

Segurança 3% 14% 47% 31% 5%

Acessibilidade 6% 23% 39% 30% 2%

Limpeza 2% 10% 29% 48% 10%

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.46 Principal atrativo do PNSJ - Visitantes Atuais PNSJ – 2018.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para PNSJ, 2018.

A maior parte desses visitantes (78 %) realizam outras atividades além da visitação

ao PNSJ, conforme Figura 6.47, integrando outros atrativos e destinos localizados

no entorno imediato da Unidade. Dentre os mais visitados estão as duas serras

limites ao PNSJ: a do Corvo Branco e a do Rio do Rastro. Além de atrativos da

cidade de Urubici, como a Cachoeira do Avencal, a Serra do Corvo Branco e,

também, da visita aos diversos cânions existentes, assim como outros atrativos

localizados em cidades próximas como Bom Jardim da Serra, Bom Retiro e São

Joaquim. Este aspecto aponta para o potencial de integração turística da Unidade

por meio de roteiros temáticos integrados.

Atualmente os visitantes possuem uma boa frequência de visitação ao PNSJ,

sendo na maioria dos casos visitantes recorrentes (Figura 6.48). Já tendo realizado

mais de 02 visitas à Unidade, sendo que um número expressivo (28 %) já visitou

mais de 05 vezes. Esses visitantes utilizam a Internet como principal meio para

busca de informações turísticas em suas viagens, por diversos canais (Figura

6.49), mas a recomendação de amigos e parentes também figura como um meio

importante. Sobre a intenção de viagem e consumo relacionados ao PNSJ, os

visitantes atuais demonstram perspectivas positivas manifestando alta intenção de

retorno à Unidade, nos próximos 02 anos (Figura 6.50).

Figura 6.47 Representação gráfica da visitação ao entorno do PNSJ

Visitantes Atuais PNSJ. 2018

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para PNSJ, 2018.

Figura 6.48 Representação gráfica da frequência de visitas ao PNSJ

Visitantes Atuais PNSJ. 2018

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para PNSJ, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.49 Representação gráfica dos principais meios utilizados para busca de

informações sobre o PNSJ - Visitantes Atuais PNSJ. 2018

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.50 Representação gráfica da probabilidade de visitar o PNSJ

nos próximos 02 anos – Visitantes Atuais do PNSJ. 2018.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Para os visitantes atuais as atividades e serviços que despertariam maior interesse

para serem realizadas, caso fossem ofertadas no PNSJ são, primeiramente, a

hospedagem com conforto (54 %), como por exemplo o glamping, a realização de

caminhadas curtas (50 %), restaurante panorâmico (47 %) e atividades de aventura

(41 %), entre outras como o cicloturismo e as trilhas de longa distância. O que

demonstram a predisposição de consumo de novas atividades no interior do PNSJ

(Figura 6.51).

Figura 6.51 Representação gráfica das atividades turísticas que mais interessam aos

turistas realizar no PNSJ, caso fossem ofertados – Visitantes Atuais PNSJ. 2018.

Nota: questão permitia respostas múltiplas. Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Há uma alta predisposição de gasto diário individual por parte dos visitantes

atuais em atividades no PNSJ (Figura 6.52), não incluindo hospedagem, com

valores acima de R$ 50,00, podendo chegar até R$ 200,00 ou mais. Na avaliação

dos visitantes atuais a oferta de atividades no PNSJ é o item com menor índice

de aprovação, considerado pela maioria como ruim, regular ou péssimo (Figura

6.53). As informações sobre a Unidade, juntamente com a segurança, área de

estacionamento, acessibilidade e sinalização também merecem atenção, com uma

baixa avaliação. Numa escala de 1 a 5 o atual nível de percepção de qualidade

geral da visitação ao PNSJ situa-se entre 3 e 4, o que equivaleria a regular e bom

(Figura 6.54).

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.52 Representação gráfica da predisposição de gasto diário individual no PNSJ

Visitantes Atuais PNSJ. 2018.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.53 Avaliação sobre as atuais condições de uso do PNSJ

Visitantes Atuais PNSJ. 2018.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.54 Representação gráfica do nível de percepção de qualidade da visitação ao PNSJ

Visitantes Atuais PNSJ. 2018

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Foi solicitado aos respondentes que indicassem o que, em suas visões, é

considerado como pontos fortes e pontos fracos do PNSJ. O Quadro 6.4 transcreve

as opiniões expressas por alguns dos respondentes, uma vez que nem todos

responderam à esta solicitação. Observa-se que alguns pontos referem-se ao

destino Urubici, sede do Parque, e não ao PNSJ em si.

Quadro 6.4 Pontos Fortes e Pontos Fracos do PNSJ

na visão dos Visitantes Atuais do PNSJ. 2018.

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

• Natureza preservada, paisagens, neve;

• Beleza cênica, biodiversidade, cultura local;

• Vista, cidadãos acolhedores;

• Beleza natural;

• Dificuldade de obter informações sobre atividades;

• Natureza selvagem, ou seja, sem urbanização - beleza cênica e paisagística única - clima único no país;

• Insegurança, mentira, não interage com comunidade;

• Falta de um restaurante próximo ao Morro da Igreja, péssima, conservação da estrada ao alto do Morro, limitar o número de visitantes por dia no Morro da Igreja;

• Acesso, divulgação, estrutura de recepção ao visitante;

• Efetivo pequeno, falta de estruturas de uso público, conflito político e social quanto aos limites;

• Pouca opção além de opções ligadas a natureza;

• Pouca oferta de alimentação e sanitários;

• Opções de hospedagem, atividades e gastronomia;

• Impossibilidade atual de diversas atividades nas áreas do Parque, estrutura ruim para recepção e triagem dos visitantes, falta de material humano (colaboradores) para todas as necessidades que envolvem uma UC de tamanha dimensão e importância;

• Estrada, segurança, depende de condições climáticas boas (a neblina pode atrapalhar a vista da pedra furada, por exemplo);

• Falta de estacionamento, liberar novas trilhas;

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Parque Nacional de São Joaquim

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

• belezas naturais, silêncio, diversas atrações turísticas próximas;

• A beleza do local, a rodovia;

• Natureza linda e preservada;

• Vista única, fauna e flora, controle de acesso;

• A beleza da região;

• Belezas, restaurantes, acessibilidade e informação;

• Clima, natureza e localização;

• Beleza, frio, vista;

• Beleza natural, maravilhoso, bons Restaurantes, boas pousadas;

• Paisagens naturais

• Fauna e flora com endemismos, biomas específicos, preservação;

• Poucas opções de locais;

• Beleza e conservação;

• Atratividade paisagística e cultural no entorno, clima;

• Natureza é belíssima, o clima é gostoso e em Urubici tem pousadas muito charmosas, coisa que São Joaquim não tem;

• Belezas naturais, biodiversidade e localização;

• Beleza cênica, tranquilidade, sem poluição visual;

• A natureza é o ponto forte, visual incrível;

• Natureza, opções para praticar diversos esportes e cultura regional;

• A paisagem, o clima e o potencial de atrativos para praticas recreativas;

• A beleza da paisagem é o ponto forte e a organização com autorizações;

• Bem sinalizada, área natural preservada;

• Facilidade para retirada de autorização ou encontrar guias credenciados para realizar trilhas dentro do parque, estrada em boas condições de trafegabilidade;

• Quase tudo é proibido dentro do parque;

• Acesso precário, falta de um translado até o parque, falta de outras atividades de ecoturismo (trilhas, cavalgadas, cicloturismo);

• Falta de infraestrutura. Brasil não sabe aproveitar seu potencial. É preciso gestão, com pessoas que conhecem o assunto. E não pessoas indicadas politicamente;

• Ausência de infraestrutura, fora os locais conhecidos, as demais boas opções são mal divulgadas, rápida lotação nos períodos de pico, precisa marcar com muita antecedência;

• Manutenção, divulgação e conservação;

• Estrada horrível, falta sinalização, má conservação, pouco cuidado;

• Queria mais esportes, agências de viagem no centro da cidade para programar passeios diários, melhoria em infraestrutura de segurança e acesso as cachoeiras;

• Estacionamento, buracos na pista, falta do que fazer no Morro;

• Dificuldade de possuir atendimento diferenciado para atividades cientificas, burocracia, pessoal qualificado no local para guiamento e orientações aos visitantes;

• Nada sobre as aves;

• Falta de infraestrutura, conforto, preservação contra vândalos;

• Urbanística das cidades;

• infraestrutura de receptivo, produtos experienciais, informação;

• Segurança do patrimônio (foi visto pessoas levando muda de plantas), não tem demarcação de segurança e não tem controle de pessoas no espaço;

• Os pontos são pouco conhecidos e mal sinalizados, as vias de acesso, as possibilidades de restaurantes também;

• Faltam produtos turísticos formatados no PNSJ;

• Infraestrutura, serviços e atividades;

• Via de acesso muito estreita, sinalização e informação;

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

• Natureza bela, frio e visão privilegiada;

• Paisagem, clima, comunidade;

• Organizado, limpo.

• Acesso, sem manutenção nenhuma;

• Falta de infra, problemas fundiários e falta de informações;

• A falta do plano de manejo e de uso público, a ausência de contato por várias décadas com os municípios da parte de baixo e a falta de fiscalização para coibir a caça;

• Há erosão no topo do Morro da Igreja, é preciso cuidar para as pessoas não andarem sobre o Sphagnum e campo frágil;

• Com certeza as condições da estrada, falta de um portal e mirante com estacionamento;

• Estacionamento limitado ou inexistente o que é péssimo;

• Falta placas indicativas para as trilhas, trilhas pouco

• Falta placas indicativas para as trilhas, trilhas pouco demarcadas;

• Diretrizes não definidas;

• Estradas em péssima conservação, falta de banheiros e local para realizar lanche;

• Maiores informações no local sobre o ponto turístico.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

A maioria dos visitantes atuais desconhece a marca do PNSJ (48 %), conforme

Figura 6.55. O que indica a necessidade de uma melhor comunicação desta marca

junto aos público final, bem como o uso dela de uma forma mais ampliada como,

por exemplo, em souvenirs.

A nuvem de palavras (Figura 6.56) reflete os elementos mais citados pelos

visitantes atuais como representativos da marca do PNSJ, ou seja, os elementos de

posicionamento percebidos pelos respondentes. Para a maioria desses visitantes

(49 %), a atual marca comunica o PNSJ adequadamente, ou seja, existe aderência

entre a imagem da marca e as percepções dos visitantes sobre a Unidade.

O nível de conhecimento sobre o PNSJ, por parte dos visitantes atuais (Figura 6.57),

apresenta-se como médio (38 %) e baixo (32 %), indicando a necessidade da melhoria

da estratégia de comunicação e difusão de informações junto ao público final.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.55 Representação gráfica do conhecimento da marca do PNSJ

pelos Visitantes Atuais do PNSJ. 2018.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.56 Posicionamento da marca do PNSJ na visão dos Visitantes Atuais do PNSJ. 2018.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.57 Representação gráfica do nível de conhecimento sobre o PNSJ pelos

Visitantes Atuais do PNSJ. 2018.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

6.2.4.1 Visitantes Potenciais do PNSJ (50 %)

Dentre os fatores que mais influenciariam a decisão dos visitantes potencias em

visitar o PNSJ, nos próximos 02 (dois) anos (Figura 6.58), a possibilidade de conciliar

a visita com outros destinos próximos é o que aparece com maior destaque

(45 %). Este dado abre um alerta para a possibilidade de o mercado oferecer

roteiros turísticos integrados do PNSJ com o entorno. Logo em seguida está a

boa estruturação para a visitação (39 %) e fatores de caráter mais pessoal como

disponibilidade de tempo (38 %) e disponibilidade financeira (33 %).

Os interesses dos visitantes potencias se assemelham muito ao dos visitantes

atuais quanto aos serviços e atividades que despertariam maior atração para

aquisição caso fossem ofertados no interior do PNSJ (Figura 6.59). Cita-se a

hospedagem com conforto (glamping, pousada ou chalé), as caminhadas de

curta duração, as atividades de aventura e o restaurante panorâmico são os que

também despontam com maior potencial.

Figura 6.58 Representação gráfica dos fatores que influenciariam a visitação ao PNSJ,

nos próximos 2 anos, por visitantes potenciais.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.59 Representação gráfica das atividades turísticas que mais interessam

realizar no PNSJ por visitantes potenciais.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

A predisposição de gasto diário individual por parte dos visitantes potenciais

(Figura 6.60) é também alta e semelhante à dos visitantes atuais do PNSJ,

indicando uma faixa de gasto preferencial entre R$ 50,00 e R$ 100,00, mas

podendo chegar até R$ 200,00 por parte de alguns, sem incluir hospedagem.

Foi perguntado ao visitante potencial sobre o interesse em visitar outra UC no

Brasil e dentre as mais citadas destacaram-se o Parque Nacional da Chapada

Diamantina, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o Parque Nacional

de Fernando de Noronha, o Parque Estadual do Jalapão e o Parque Nacional do

Iguaçu.

Com relação ao perfil socioeconômico dos visitantes potenciais, a maioria tem

como local de origem o Paraná, seguido de Santa Catarina e Distrito Federal, com

idade entre 33 e 45 anos, principalmente, seguido daqueles com faixa etária entre

23 e 32 anos e, logo depois, daqueles entre 45 e 55 anos (Figura 6.61).

Figura 6.60 Representação gráfica da predisposição de gasto diário individual no PNSJ

por visitantes potenciais (excluindo hospedagem).

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.61 Representação gráfica da origem e idade dos visitantes potenciais do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Uma pequena maioria dos visitantes potenciais pertence ao gênero masculino

(52 %), sendo em grande parte casados (48 %). Em seguida aparece o grupo de

solteiros (40 %), conforme ilustra a Figura.6.62. Os visitantes potenciais também

apresentaram um bom nível de escolaridade, com nível superior ou pós-

graduação (Figura 6.64), assim como uma situação de trabalho estável sendo em

sua maioria profissionais autônomos ou empresários. A faixa de renda individual

dos visitantes potenciais (Figura 6.63) apresenta-se, em sua maioria, superior a

4 salários mínimos, com uma maior faixa se concentrando entre 5 a 8 salários

mínimos, seguida daquela cuja faixa salarial está entre 10 e 15 salários mínimos.

Um indicativo positivo de potencial de consumo.

Figura.6.62 Representação gráfica do gênero e estado civil dos visitantes potenciais do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.63 Representação gráfica da faixa de renda individual

dos visitantes potenciais do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

Figura 6.64 Representação gráfica da escolaridade e situação de trabalho

dos visitantes potenciais do PNSJ.

Fonte: Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o PNSJ, 2018.

6.2.4.2 Não Visitantes do PNSJ (8 %)

Pouco menos de um décimo da amostra (8 %) nunca visitaram o PNSJ e não tem

intenção de visita-lo. Os respondentes que apontaram não ter intenção de visitar o

PNSJ, em sua maioria, residem em Curitiba, possuem idade entre 33 e 45 anos, são

do gênero masculino, casados, com ensino superior ou mais, uma faixa de renda

superior a 5 salários mínimos.

Como principal motivo para não visitar o PNSJ apontaram a falta de informação

e desconhecimento sobre o mesmo. Isto reforça um aspecto já mencionado

como deficiente e sobre o qual é importante atuar, no sentido de ampliar o nível

de informações para a visitação à Unidade. Outro que também foi citado, porém

com menor intensidade, é a distância entre o Parque e o local de residência dos

respondentes.

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Parque Nacional de São Joaquim

6.3 TENDÊNCIAS E PERFIL DE CONSUMIDORES

Com base na análise de variados estudos e pesquisas sobre tendências no

setor de viagens e turismo, em âmbito global, e subsidiado pelas informações

anteriormente apresentadas, foram identificadas três macrotendências chaves

para o projeto piloto PAPP do PNSJ. Essa identificação levou em consideração a

capacidade de interferência, a amplitude social e econômica e a transversalidade

das tendências, ao longo do tempo, para o destino PNSJ. As tendências indicam

grandes padrões de comportamento social e características de mercado que

passam a ganhar força, num determinado contexto, e provocam impacto na

realidade analisada. São, também, base para melhor compreensão da necessidades

e atitudes fundamentais para o estabelecimento de estratégias de marketing e

desenvolvimento de produtos turísticos diferenciados e com qualidade, aliados à

inovação e envolvendo o setor público, privado e sociedade civil.

6.3.1 MACROTENDÊNCIA 1: INFLUÊNCIA DO PERFIL GERACIONAL NO CONSUMO DE TURISMO EM ÁREAS NATURAIS

A primeira macrotendência refere-se à influência do perfil geracional no consumo

de turismo em áreas naturais (Figura 6.65). Destacam-se os fatores chaves e o perfil

dos consumidores desta tendência.

Figura 6.65 Macrotendência 1: Influência do perfil geracional

no consumo de Turismo em Áreas Naturais.

Fonte: Tribo da Serra Ecoturimo, s.d.; Dirección de Innovacíon y Calidad – El Salvador, s.d..

• Fatores chaves

O crescimento populacional deverá levar a um aumento geral no consumo de

Turismo em Áreas Naturais. Entretanto esse crescimento, se não bem gerido

pode afetar negativamente os recursos naturais (MMBU, 2017). As gerações

possuem comportamentos específicos de consumo de viagens, que devem ser

observados no desenvolvimento de produtos, serviços e experiências turísticas

(EXPEDIA, 2018). Segundo dados do programa de Habitação da Organização das

Nações Unidas conhecido como UN-Habitat (2016), até 2025, algumas das regiões

metropolitanas do país vão ter um aumento populacional de até 145,13 %. A

Região Metropolitana de Florianópolis, por exemplo, possuía uma população, em

2010, de 1.049.000 habitantes, estima-se que, em 2025, tenha 1.233.000 habitantes.

• Perfil da viagem e dos consumidores

A Geração Baby Boomers, nascidos entre1946 e 1964, indivíduos que hoje tem

entre 54 e 72 anos e que em 2025 terão entre 61 e 79 anos, apresentam-se como

segmento de elevada importância. Deve-se também levar em consideração

que o envelhecimento da população é uma tendência mundial. No Brasil, até

2025, 31,8 milhões de pessoas terão mais de 60 anos (FAPESP, 2016). E, durante a

próxima década, a expectativa é que os viajantes com mais de 65 anos de idade,

representem um crescimento de 8,4 % em nível mundial e de 9 % na América

Latina, superando em cerca de 4 % os segmentos mais jovens (VISA, 2014).

Esses consumidores de Turismo em Áreas Naturais, mais maduros, possuem boa

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Parque Nacional de São Joaquim

saúde, são mais dinâmicos e com alto potencial de consumo, além de possuírem

fácil domínio das novas tecnologias. Este grupo etário já conquistou, em sua

maioria, os objetivos de vida mais relevantes, desfrutando de mais tempo e

recursos financeiros necessários para realização de viagens. Requerem serviços

customizados, comodidades e experiências que despertem a sensação de

juventude. Natureza, saúde e bem-estar configuram os elementos centrais para

realização de uma viagem, apreciam atividades estimulantes física, psicológica e

espiritualmente. Segundo dados do Ministério do Turismo, as viagens de turistas

maduros, dentro do país, representaram 18 milhões de turistas no Brasil, em 2016

(AMADEUS, 2015; CREST, 2017; MTur, 2017; MMBU, 2017).

A Geração Y ou Millennials, são aqueles nascidos de 1977 a 1995, que atualmente

estão na faixa etária de 23 a 41 anos e que em 2025 terão entre 30 e 48 anos.

Passaram para a fase adulta com a chegada do novo milênio e, vivem num

contexto sem grande rupturas sociais e marcado pela prosperidade econômica

e pela liberdade política. São altamente conectados ao mundo digital e irão

compor cerca de 75 % da força de trabalho mundial em 2025 (DELOITTE, 2016).

Considera-se que 75 % dos Millennials são mais propensos a pagar por quesitos

de sustentabilidade que as demais gerações (OSTELEA, 2017). Gastam boa parte

do seu dinheiro em experiências de viagem e as redes sociais têm uma grande

influência na escolha de seu destino de férias. Por essa razão, são influenciados

pelo que leem nos blogs, fóruns de viagens, sites e mídias digitais especializadas

(DELOITTE, 2016; EXPEDIA, 2018).

Os Millennials dão mais valor à autenticidade e à experiência do que aos bens

materiais. Também valorizam a informalidade, buscam experiências únicas e

autênticas, compartilham informação, tendem a romper padrões e impulsionam

a chamada economia colaborativa (DELOITTE, 2016). Recente matéria da revista

National Geographic (2016) demostrou que os Millennials têm apresentado um

comportamento de consumo de viagens de aventura e natureza. Resgatando

hábitos como acampar, escalar montanhas, caminhar na natureza, tomar banhos

de cachoeira, entre outros e que isso se deve, em grande parte, à tecnologia e à

influência das redes sociais.

6.3.2 MACROTENDÊNCIA 2: O CRESCIMENTO DO TURISMO LENTO E DE BEM-ESTAR BASEADOS NA NATUREZA

A segunda macrotendência está relacionada à necessidade de contraposição do

ritmo de trabalho das grandes metrópoles e decorrente da globalização. Cria-

se, portanto o crescimento do turismo lento (slow tourism) e de bem-estar na

natureza (Figura 6.66). Destacam-se os fatores chaves e o perfil dos consumidores

desta tendência.

Figura 6.66 Macrotendência 2: O crescimento do turismo lento e

de bem-estar baseados na natureza.

Fonte: A - Lares Adventure – Peru, s.d.; B - Discover Tarnava Mare/Romênia, s.d.; C – Southern Appalachian Highlands

Conservancy, s.d.; D - Krishan George, 2018.

A B

C D

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Parque Nacional de São Joaquim

• Fatores chaves

O slow tourism, ou turismo lento, pode ser definido como a oportunidade do

visitante em se integrar ao destino, estabelecer maior contato com a população

e com o território, num ritmo adequado à apreensão da cultura local. Este

movimento silencioso contraria o estilo de turismo que se afirmou no século

passado, ou seja, o turismo massificado, as excursões programadas e planejadas,

os horários, entre outros (SLOW MOVEMENT PORTUGAL, 2014). Um elemento

fundamental associado ao “slow tourism” é a noção de tempo, apontado como

um dos valores mais relevantes da sociedade contemporânea. Portanto o turista

lento aprecia a estadia mais prolongada, maior contato com espaços de pequena

dimensão, em permanente contato com a natureza e as comunidades locais,

ou seja, conhecer, descobrir e desfrutar, são os seus princípios básicos (SLOW

MOVEMENT PORTUGAL, 2014).

Um elemento fundamental associado ao slow tourism é a noção de tempo,

apontado como um dos valores mais relevantes da sociedade contemporânea.

Portanto o turista lento aprecia a estadia mais prolongada, maior contato com

espaços de pequena dimensão, em permanente contato com a natureza e as

comunidades locais, ou seja, conhecer, descobrir e desfrutar, são os seus princípios

básicos. Há um consenso crescente de que a saúde e o bem-estar, mental e físico,

são fundamentais para uma boa qualidade de vida. Assim, cada vez mais percebe-

se que reduzir o estresse é preferível para a prevenção de doenças, ao invés

da posterior busca pela cura. Consequentemente, as pessoas estão adotando

abordagens mais holísticas para os cuidados de saúde e buscando atividades

baseadas na natureza como uma forma de terapia ou tratamento (MMBU, 2017).

A viagem lenta contribui para o bem-estar geral de um viajante, pois consolida

uma conexão mais forte com o destino e as pessoas que se encontram ao longo

do caminho e ajuda a reduzir os níveis de estresse (GWI, 2018). Um relatório de

pesquisa realizado pela SRI International para o Global Spa & Wellness Summit,

informa que o turismo de bem-estar já representa um mercado de US$ 439

bilhões, ou 14 % dos gastos mundiais com turismo. Só na América Latina

movimenta 47 milhões de viagens e no Brasil, um dos líderes da região nesse

nicho, movimentou US$ 30,4 bilhões, em 2016 (GWI, 2018).

Segundo pesquisa e previsões da Booking.com (2017), haverá um crescimento

do segmento de turismo de bem-estar de 13 % em 2017 para 21 % em 2018. As

viagens que terão maior proeminência são aquelas que envolvem viajar a pé,

permitam aproveitar as paisagens locais, sendo que a caminhada será a principal

forma de exploração, com 68 % dos viajantes brasileiros afirmando que querem

fazer viagens para caminhadas ou trilhas em 2018. Como também pretende incluir

a visita a um spa, fazer tratamentos de beleza (33 %), praticar cicloturismo (29 %)

ou fazer um retiro de ioga (14 %). Para 55 % dos viajantes, uma viagem deste estilo

será boa não só para a parte física, mas também para a saúde mental.

• Perfil da viagem e dos consumidores

A experiência é o propósito essencial da viagem desse turista que sente, cada

vez mais, a necessidade de estabelecer uma relação emocional com o destino e

as vivências que o mesmo pode gerar, por meio de práticas e sensações únicas.

Realizam viagens curtas e o transporte entre local de origem e destino não precisa

ser necessariamente o mais rápido, mas o que permite maior conexão com a

paisagem e o território, além de maior preocupação com o impacto econômico

e social dos gastos realizados no destino. São motivados pelo desejo de desfrutar

da natureza, relaxamento mental e tranquilidade, possui rendimento individual

médio-alto, preferem pequenos lugares, não massificados, e as opções de

hospedagem e alimentação escolhidas geralmente são mais simples (pousadas,

hostel, casa rural, acampamentos com conforto). Faz uso da Internet para suas

pesquisas prévias, mas ao contrário da maioria não utiliza a ferramenta para o

planejamento, mas sim para o conhecimento. O turista lento não prepara detalhes

de sua viagem e se interessam mais pelas histórias e cultura do local.

As atividades turísticas são lentas, orientadas para conhecer e interagir com o

destino e as práticas econômicas são pautadas pelo respeito mútuo e ao meio

ambiente. Além disto as situações inesperadas são sempre vistas como novas

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Parque Nacional de São Joaquim

oportunidades de experiências. Os chamados “digital detox holidays” estão se

tornando cada vez mais populares entre os turistas que estão buscando períodos

sem contato com a natureza Atualmente, um número crescente de agências

de viagens e destinos tem oferecido programas e passeios voltados para uma

desintoxicação digital. Ao participarem desses passeios os turistas entregam seus

laptops, tablets e smartphones e os substituem por atividades ao ar livre, como

caminhadas na natureza, aulas de ioga e sessões de observação de pássaros

(MMBU, 2017; EXPEDIA, 2018).

Compartilha esporadicamente suas experiências nas redes sociais, pois nem

sempre estão com seus dispositivos durante a viagem e preferem acessar menos

a Internet. Quando compartilham informações na rede fazem de forma mais

reservada e cuidando para valorizar o local e as pessoas do destino.

6.3.3 MACROTENDÊNCIA 3: INFLUÊNCIA DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO TURISMO EM ÁREAS NATURAIS

A terceira macrotendência é marcada pela influência da digitalização e

disseminação dos meios tecnológicos de comunicação no turismo em áreas

naturais (Figura 6.67). Destaca-se os fatores chaves e o perfil dos consumidores

desta tendência.

Figura 6.67 Macrotendência 3: Influência das tecnologias de informação e

comunicação no Turismo em Áreas Naturais.

Fonte: Yosemite Conservancy, s.d.; Inspired Habitats, s.d.; HoloLens, s.d.; FNRC – ICMBio, 2017.

• Fatores chaves

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) impactam cada vez mais todas as

fases de uma viagem, indo desde a inspiração, passando pelo planejamento, reserva,

a própria viagem e o compartilhamento/socialização, tornando cada vez mais fácil

e autônoma a gestão da viagem por parte do cliente final. Os avanços tecnológicos

interferem e facilitam diversos aspectos das viagens e também influenciará

profundamente a visitação em Parques Naturais (FIESC, 2016; MMBU, 2017).

Segundo estudo da Infosys, informado pelo Observatório de Turismo e Eventos

da cidade de São Paulo (2017) 85 % das pessoas no mundo pesquisam viagens

pelos smartphones e tablets. Dessas, 59 % fecham o negócio. Outro estudo mais

recente, da PayPal (2018), comunica que 55 % dos brasileiros adquiriram produtos

como passagens aéreas, hotéis ou pacotes fechados por meio de algum aplicativo

ou sites responsivos. E, de acordo com o IBGE (2017), atualmente 92,1 % do acesso

à rede já é feito por meio de dispositivos móveis.

Alguns estudos já analisaram o impacto que as selfies e o compartilhamento

de fotos nas redes sociais pode afetar, positiva e negativamente, o turismo

baseado na natureza. Aponta-se para a necessidade de estratégias eficazes

de gerenciamento de visitantes que considere esse comportamento turístico

contemporâneo, como também o aproveitamento desta tendência (MMBU, 2017).

A geolocalização, juntamente com reconhecimento situacional avançado e

a análise de grandes volumes de dados digitais (BigData) podem contribuir

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Parque Nacional de São Joaquim

na gestão do fluxo de visitantes em Áreas Naturais, bem como para um

monitoramento aprimorado de ecossistemas frágeis visitados por turistas, além

de melhorar a gestão do tráfego e a segurança nas estradas em atrações turísticas

altamente visitadas (MMBU, 2017).

As novas tecnologias de mídia e aplicativos de imersão já são realidade e

permitem experimentar sensações e descobrir panoramas antes não imaginados.

Podendo proporcionar ao viajante uma experiência muito mais íntima nos

destinos que visita. Por meio da geolocalização, arquivos de áudio e realidade

aumentada os dispositivos podem se tornar uma espécie de guia pessoal.

O Google Street View acaba de receber sete novas opções de Áreas Naturais para

explorar, oferecendo viagens virtuais por diversas UC de São Paulo, Rio de Janeiro,

Maranhão e Paraná, são eles: o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba - RJ;

o Parque Nacional da Serra dos Órgãos - RJ; o Parque Nacional do Itatiaia - RJ; o

Parque Nacional da Serra da Bocaina - SP; o Parque Nacional Lençóis Maranhenses

- MA; Parque Nacional do Iguaçu - PR e o Parque Estadual Ilha do Mel - PR. Essa

aplicação pode inspirar novos visitantes a conhecer essas Áreas Naturais.

• Perfil da viagem e dos consumidores

O uso das tecnologias de informação e comunicação está difundido entre diversos

perfis de consumidores de turismo, com várias especificidades. Por exemplo os

jovens, de 16 a 35 anos, são os que mais acessam conteúdos, interagem nas redes

sociais e fazem uso de aplicativos em viagens. Assim como a maior parte desses

turistas aproveitam uma viagem a trabalho para realizar mais atividades de lazer,

diferente do público mais maduro (AMADEUS, 2015).

Já os consumidores entre 35 e 49 anos, com ensino superior ou mais, são os que

mais compram por meio da Internet, utilizando dispositivos móveis e outros

(WEBSHOPPERS, 2018).

Dentre os turistas conectados 85 % dos viajantes usam o seu smartphone para

fotografar e descrever a viagem; 72 % publicam nas redes sociais, fazendo com

que os amigos acompanhem de perto a experiência; 61 % utilizam redes sociais

para se comunicar enquanto estão realizando uma viagem e 30 % estabelecem

esse meio como o mais prático para fazer contatos.

Segundo estudo da Booking.com (2017) 74 % dos brasileiros gostariam de ver

antecipadamente o destino por meio da realidade virtual e 34 % deixariam o

computador planejar sua próxima viagem com base nos dados de seu histórico

de viagens. Cada vez mais pessoas fazem uso da Internet e, com isso, a escolha do

destino é influenciada por algo que se viu.

Estudo da Visa (2018) revela que turistas têm usado tecnologia no planejamento

de viagens mais curtas, mais frequentes e para destinos próximos, incentivados

por redes sociais, ferramentas e aplicativos de planejamento de viagem, que já são

usados por 83 % dos viajantes.

6.4 MERCADOS PRIORITÁRIOS

A distância é considerada a variável que exerce maior influência na formação

dos fluxos turísticos. No mercado internacional, por exemplo, cerca de 80 % das

viagens são de curta duração. Essa característica se reproduz na atividade, em

todas as partes. É chamada atração gravitacional no turismo. Assim, a vantagem

competitiva da curta distância integra as estratégias de marketing turístico em

todo o mundo, devendo, por conseguinte, ser também observada para as ações

de mercado do projeto piloto PAPP no contexto do PNSJ (PETROCCHI, 2009).

O sucesso das atividades e serviços propostos e a serem implementados no PNSJ

dependerão em grande parte do desenvolvimento de ações de promoção e apoio

à comercialização nos mercados prioritários aqui definidos. Esta definição teve

por base as pesquisas de demanda existentes sobre o destino e anteriormente

apresentadas, e está fundamentada na teoria de potencialização das vantagens

competitivas com base nos menores deslocamentos dos visitantes (PETROCCHI,

2009). Assim, a forte influência das distâncias curtas induz ao critério dos círculos

concêntricos para seleção e hierarquização de mercados emissores para o PNSJ.

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Parque Nacional de São Joaquim

Optou-se por considerar, para este estudo, somente os municípios com população

acima de 100 mil habitantes e localizadas à uma distância de, no máximo 500 km

de Urubici, sede do PNSJ (Figura 6.68).

Esta decisão também tem por base o recomendado por PETROCCHI (2009) ao

ressaltar que quanto maior a população, maior o potencial de mercado.

Assim, considerando a distância como principal variável na formação de fluxos

turísticos, definiu-se como Macrorregião prioritária os 03 estados da Região

Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul) e como mercado prioritário os

municípios polos distantes um raio de 300 km de Urubici, com população acima

de 100 mil. O que representa um mercado de 8.467.052 de habitantes.

Como mercado secundário definiu-se os municípios polos distantes a um raio

superior a 300 km e de até, no máximo, 500 km de Urubici, com população acima

de 100 mil. O que representa um mercado de 2.253.440 habitante.

Juntos esses dois mercados representam 10.720.492 habitantes, um significativo

mercado emissor, que se amplia ainda mais ao considerarmos a sua área de influência.

Em relação ao mercado internacional, conforme dados anteriormente

apresentados, circularam, em 2016, pela região Sul, 2.156.94 turistas internacionais,

sendo em sua maioria argentinos. Eles também são, dentre os turistas estrangeiros,

os que mais visitam Santa Catarina e os mais propensos à prática de Turismo em

Áreas Naturais. Desta forma recomenda-se privilegiar a Argentina para ações de

captação do turista estrangeiro para o PNSJ.

O mercado de São Paulo deve ser considerado como mercado de atuação seletiva,

dada a importância desse estado e potencial de convergência de demanda para o

PNSJ. Já os mercados dos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Distrito

Federal – Brasília, devem ser tratados como mercados de crescimento, conforme

pesquisas apresentadas, também demonstrando importante força de contribuição

e, portanto, devem ser observados como mercados estratégicos, por meio de

ações, de promoção e comercialização.

Figura 6.68 Mercados prioritários para o PNSJ.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

ENCARTE 2

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA EFINANCEIRA DOS MODELOS DE PARCERIA

1. INTRODUÇÃOOs projetos pilotos para Parcerias Ambientais Público-Privadas (PAPP) buscam

estabelecer alicerces à constituição de política de formação de parcerias para a

ampliação dos processos de visitação em Parques Nacionais, através de arranjos

institucionais e modelos de gestão consolidados e inovadores que possibilitem a

inclusão socioprodutiva e auxiliem a sustentabilidade financeira das UC.

Na primeira etapa dos trabalhos relativos ao desenvolvimento do PAPP para o

Parque Nacional de São Joaquim - consolidada no Encarte 1 - foi apresentado

um panorama da UC e de seu entorno, incluindo abordagens sobre os meios

físico, biológico e antrópico. No Encarte 1 também foi apresentado uma análise

de mercado e um amplo espectro de atividades aptas ao vinculo em parcerias

público privadas, assim como as abordagens jurídicas previstas em lei e que

balizam a formulação de arranjos.

Neste Encarte constam as avaliações de viabilidade econômico financeira e

proposições de arranjos jurídicos para os modelos de parcerias definidos como

prioritários, assim como os registros da Oficina Técnica Participativa. Portanto,

as abordagens aqui apresentadas constituem-se em evoluções dos estudos

apresentados na primeira etapa, constantes no Encarte 1, e sua leitura deve

considerar o conjunto de informações lá demonstrados. Dessa forma, este Encarte

é parte complementar do Encarte 1.

1.1 OBJETIVOS

Constitui-se objetivo principal deste Encarte, apresentar as análises de viabilidade

econômica financeira das modelagens de negócios consideradas prioritárias,

como subsídios à tomada de decisão dos gestores do ICMBio quanto à formulação

de Parcerias Ambientais Público Privadas aplicáveis ao PNSJ.

Os objetivos do presente trabalho são, ainda:

• Apresentar os resultados do evento de participação pública no projeto

PAPP, denominado Oficina Técnica Participativa, realizado para propiciar

nivelamento de informações com os atores locais e para a coleta de

subsídios ao PAPP;

• Ajuste dos arranjos jurídicos previamente propostos e aplicáveis aos

modelos de participação público privada focados nos PNSJ;

• Apresentar análise de viabilidade econômica e financeira para os modelos

definidos como prioritários, de forma a subsidiar a tomada de decisão dos

gestores da UC alvo do PAPP quanto à aplicação de parcerias público-

privadas.

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Parque Nacional de São Joaquim

2. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA NO PROJETO PILOTO PAPP NO PNSJA mobilização dos atores sociais foi realizada no período de 1º a 07 de março de

2018, com representantes de segmentos sociais, tanto de áreas públicas como de

áreas privadas, que influenciam direta ou indiretamente o turismo local.

A partir da identificação e necessidade da mobilização de atores sociais na região

do PNSJ, essa atividade foi realizada visando atender, basicamente, a três objetivos:

• Realizar contato seguido de entrevista para obter relatos dos atores sociais

sobre suas visões e formas de conduta em seus respectivos segmentos de

atuação relacionados, de alguma forma, ao turismo local;

• Sensibilizar os atores para participação de oficina prevista no âmbito dos

trabalhos, destacando a importância do envolvimento de cada um no

processo de elaboração do estudo de viabilidade e construção dos cenários;

• Estabelecer canal de comunicação tanto para prestar esclarecimentos

sobre o projeto como para obter informações importantes e pertinentes

aos trabalhos de elaboração do estudo de viabilidade.

2.1 ORGANIZAÇÃO DA MOBILIZAÇÃO

Com auxílio dos gestores do PNSJ organizou-se, inicialmente, uma relação dos

representantes de segmentos locais considerados potenciais atores sociais a

serem envolvidos no processo. A partir dessa relação, os contatos com atores

previamente elencados foram estabelecidos por meio de telefonemas e envio

de e-mail para agendamento de encontro presencial. A maioria dos contatos se

deu de forma presencial, quando foram aplicadas entrevistas estruturadas com

abordagem organizada de forma a se obter informações necessárias à elucidação

e entendimento da organização social local, sua dinâmica, problemática e anseio

da sociedade sobre o turismo regional, a relação com o PNSJ e com a respectiva

instituição gestora.

Os segmentos de atuação dos atores sociais considerados potenciais e de

interesse ao projeto PAPP, são:

• Gestão Pública – prefeituras e secretarias municipais, órgãos estaduais e

federais;

• Sociedade Civil Organizada – associações, fundações, sindicatos, ligas,

agremiações, entre outros;

• Iniciativa Privada – empresários (do ramo hoteleiro, do comércio

relacionado a turismo);

• Ensino e Pesquisa – Instituições de ensino superior públicas e privadas;

• Lideranças Comunitárias – líderes de comunidades do entorno do PNSJ.

Vale ressaltar que todo o ator tem, de alguma forma, relação com o turismo local

conforme detalhamento na planilha contida no Apêndice C do Encarte 2, onde

destaca-se: o nome do ator; contato; segmento que representa; atividade e/ou

ramo de negócio que possui; a razão social/pessoa jurídica; situação (se houve o

contato, a entrevista ou ambos); a data do contato/entrevista; a relevância para o

projeto PAPP e observações. E, ainda, destacando que alguns atores representam,

simultaneamente, a dois ou mais segmentos, por exemplo: ocupam um cargo

público, presidem uma associação e possuem uma empresa ou ramo de negócio,

sendo todos relacionados ao turismo.

A mobilização dos atores sociais para o PAPP do PNSJ resultou em 40 atores

mobilizados, representantes de segmentos supracitados. Com base em análises

técnicas e entendimentos entre a equipe técnica de execução do projeto, do

ICMBio e de gestão do PNSJ, foram selecionados dentre os 40 atores mobilizados,

cerca de 33 considerados potenciais para participação da Oficina Técnica

Participativa (OTP).

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Parque Nacional de São Joaquim

2.2 ORGANIZAÇÃO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA

A coleta de informações estabelecida em oficina de trabalho, é uma ferramenta

utilizada com emprego de método e técnicas adequadas para o alcance do

objetivo a que se propõe, de modo geral, e para cada atividade aplicada. Dessa

forma, consegue-se de modo mais amplo e relativamente rápido uma quantidade

maior de informações. A oficina, em questão, contou com a condução de um

moderador7.

Os trabalhos seguiram os princípios do enfoque participativo com ênfase

no intercâmbio de experiências e conhecimentos, tendo como ferramentas

metodológicas a visualização, a problematização, sessões plenárias e

documentação, contando com o apoio de um moderador, encarregado de

garantir objetividade e foco da oficina. A proposta para a OTP, com detalhamento

de sua realização, consta nos subitens apresentados a seguir.

2.2.1 OBJETIVOS

O objetivo geral da OTP foi de coletar subsídios para a formulação de modelos de

parcerias destinadas a oportunizar negócios ambientais sustentáveis, aplicados

aos mercados privado e de bases comunitárias, em benefício do PNSJ. Os

objetivos específicos da OTP foram:

• Oportunizar aos participantes a troca de conhecimentos e o nivelamento

de informações sobre as atividades e as cadeias produtivas locais

relacionadas ao uso público/turismo em UC;

• Identificar potenciais arranjos de parcerias com o setor privado e o terceiro

setor, compatíveis com os usos públicos atuais e potenciais no PNSJ;

• Identificar lacunas e oportunidades de cooperação entre o PNSJ e

parceiros, com o sentido de subsidiar a formulação de modelos jurídicos

aplicáveis às parcerias ambientais público-privadas.

7 Profissional especialista em condução de processos participativos.

2.2.2 MATERIAIS E MÉTODOS

Os trabalhos para a OTP seguiram os princípios do Enfoque Participativo

com ênfase no intercâmbio de experiências e conhecimentos, tendo como

procedimentos metodológicos a visualização, a problematização, sessões

plenárias, documentação, contando com o apoio de um moderador/facilitador

encarregado de garantir objetividade e foco no propósito que se quis alcançar ou

atingir de modo a garantir o melhor resultado.

Durante a OTP do projeto PAPP para o PNSJ, o método utilizado foi, portanto, o de

Moderação de Grupos apoiado pela técnica Metaplan8 e recursos multimídia. Para

o desenvolvimento dos trabalhos na oficina, foram utilizados:

• Equipamento multimídia (datashow) e todos os acessórios pertinentes

(cabeamento; instalação elétrica; tela de projeção; pendrive; computador;

• Equipamento para filmagem e registros fotográficos (cavalete, câmera,

fiação);

• Painéis TNT (4 painéis pretos de 2 m x 2 m e 2 painéis pretos 3 m x 2 m

que foram afixados nas paredes em pontos estratégicos com visualização

plena);

• Fita adesiva (para fixação dos painéis);

• Cola especial spray para TNT;

• Tarjetas de diversas formas e cores (retangulares grandes e pequenas,

redondas pequenas; nas cores branca, amarela, azul, rosa, verde e

alaranjada);

• Crachás de identificação;

• Pincéis atômicos e canetas esferográficas;

• Tesoura;

• Folhas de papel sulfite (100).

8 Técnica utilizada em processo de moderação de grupo, apoiada por recursos de visualização constantes de todo o trabalho produzido, trabalhos em grupo e discussão em plenária, orientados por moderador(a).

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Parque Nacional de São Joaquim

2.2.3 PÚBLICO ALVO

Para um efetivo aproveitamento dos trabalhos, o ideal quantitativo a esse tipo

de evento, considerando o método e técnicas utilizados (moderação de grupos/

Metaplan), é de 15 pessoas, no mínimo, e de 40 pessoas, no máximo. Considera-se

o público alvo desta oficina os atores que tem pleno conhecimento da realidade

local, para o tema objeto do trabalho.

2.2.4 LOCAL E DATA

A oficina foi realizada em espaço organizado e gentilmente cedido pelo SESC-

Urubici no Salão Paroquial da Capela Santa Catarina, situado na rua Enocêncio

Vieira de Andrade, s/nº, em Urubici/SC, no dia 11 de abril de 2018 (quarta-feira),

das 8 h às 18 h.

2.2.5 PROGRAMAÇÃO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA

Os trabalhos para a oficina foram desenvolvidos na ordem conforme programação

apresentada no Quadro 2.1.

Quadro 2.1 Programação da Oficina Técnica Participativa do Projeto Piloto PAPP

para o PNSJ, em Urubici/SC.

PROGRAMAÇÃO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA – PAPP PNSJ

HORÁRIO PROGRAMAÇÃO / ROTEIRO

8 h Recepção do público participante

8 h e 45 min. Abertura da Oficina – Pronunciamentos institucionais

9 h e 05 min. Contextualização: o PNSJ; o PAPP; panorama do uso público no PNSJ

9 h e 35 min. Contextualização: o PNSJ; o PAPP; panorama do uso público no PNSJ

10 h e 25 min. Intervalo de 15 minutos para lanche e integração

10 h e 40 min. Apresentação das propostas de operação e panorama jurídico

11 h Apresentação de roteiro para avaliação de operações (vantagens e desvantagens)

12 h Intervalo de 1 h para almoço

13 h e 10 min. Trabalho em grupo – Dinâmica 1

HORÁRIO PROGRAMAÇÃO / ROTEIRO

15 h e 15 min. Intervalo de 15 minutos para lanche e integração

15 h e 30 min. Apresentação dos resultados dos grupos em plenária

17 h Avaliação da oficina

17 h e 30 min. Fechamento dos trabalhos; agradecimentos – Pronunciamentos institucionais

18 h Encerramento da oficina

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

2.3 DESENVOLVIMENTO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA

A OTP teve seu desenvolvimento conforme roteiro programado e apresentado no

Subitem 2.2.5, com a chegada das equipes técnicas de execução e gestores do

PNSJ às 7 horas e 30 minutos.

2.3.1 RECEPÇÃO E ACOLHIMENTO DOS CONVIDADOS

A partir das 8 h teve início a recepção dos convidados que foram conduzidos ao

local de inscrição onde assinavam a lista de presença (Apêndice D) e recebiam o

crachá de participação no evento (Figura 2.1).

Figura 2.1 Espaço de recepção e acolhida dos participantes da Oficina Técnica

Participativa do Projeto Piloto PAPP para o PNSJ, em Urubici/SC.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

2.3.2 PÚBLICO INSCRITO PARTICIPANTE

Para um efetivo aproveitamento dos trabalhos, considerando esse tipo de evento,

o ideal quantitativo ao método e técnicas utilizados (e recursos multimídia)

é de 15 pessoas, no mínimo, e de 40 pessoas, no máximo. Compareceram e

participaram da oficina 23 representantes de segmentos da gestão pública, de

comunidades, do setor de hotelaria e turismo, de ensino e pesquisa e do setor

privado, conforme registro na lista de presença constante no Apêndice D.

A Figura 2.2 retrata o grupo de participantes presentes na Oficina Técnica

Participativa do Projeto Piloto PAPP do PNSJ.

Figura 2.2 Grupo de participantes na Oficina Técnica Participativa

do Projeto Piloto PAPP para o PNSJ, em Urubici/SC.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

2.3.3 ABERTURA DA OFICINA E TRABALHOS INICIAIS

Os trabalhos foram iniciados pelo Moderador que passou a palavra ao Chefe do

PNSJ, Sr. Paulo Santi (Figura 2.3), para o pronunciamento oficial de abertura. Dando

as boas-vindas aos convidados, o Sr. Santi fez uma breve apresentação do Parque

e dos trabalhos que vem sendo realizados no âmbito do Projeto Piloto PAPP

PNSJ. Dando sequência o Moderador apresentou, aos convidados, os objetivos

e a programação da oficina e, em conjunto com o grupo, construiu o acordo de

convivência. Em seguida, foi aberto espaço para as apresentações de todos os

participantes, que foram convidados a realizar uma reflexão sobre a visão de futuro

do PNSJ, orientados pela pergunta: “Como vejo o Parque Nacional de São Joaquim

em 2023?”.

Figura 2.3 Abertura da Oficina Técnica Participativa

do Projeto Piloto PAPP para o PNSJ, em Urubici/SC.

Nota: Pronunciamento do Chefe do PNSJ, Paulo Santi, à esquerda; e painel com registros da visão dos participantes

sobre o PNSJ, à direita. Fonte: Registro do Autor, 2018.

Como resposta reflexiva à pergunta orientadora obteve-se o seguinte resultado:

• Plano de manejo aprovado;

• Plano de manejo sustentável implantado;

• Estrutura adequada para visitação;

• Institucionalizado;

• Regularizado, com plano de manejo e plano de uso público;

• Organizado, preservado e com melhor controle de acesso ao Parque;

• Conheço o Parque da Serra Catarinense e com certeza estará preservado

eternamente;

• Desejo para 2023 uma política de gestão, utilização, geração de renda de

forma sustentável ecologicamente;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Organizado e sustentável;

• Preservado e sustentável;

• Conservado, sustentável e com definições corretas;

• Participação privada;

• Regulamentação de toda a sua área;

• Limites consolidados;

• Limites geográficos definidos;

• Será que vai estar com seus limites definidos?

• Visitação consciente;

• Cumprindo seu papel na conservação e uso público;

• Conservado;

• Mantendo sua área e biodiversidade e melhorando a estrutura;

• Número expressivo de turistas;

• Amado e respeitado dentro e fora de seus limites;

• Referência para a visitação pública em UC;

• Referência em montanhismo no Sul;

• Sem conflitos sociais;

• Com movimentação econômica;

• Com novos investidores;

• Sustentável econômica e ambientalmente;

• Sustentável;

• Turismo sustentável;

• PNSJ como indutor do desenvolvimento sustentável da Região;

• Mudar o nome do Parque;

• Com a política atual, vejo um Parque inutilizado.

2.3.4 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PNSJ

Após apresentação, em tarjetas, e exposição do entendimento de cada

participante sobre a visão de futuro para o PNSJ, o Chefe do PNSJ e o integrante

da equipe técnica executora, Sr. Marcelo Ling, coordenador temático (Figura 2.4),

fizeram a contextualização do Parque (enquadramentos) e do Projeto Piloto PAPP

(panorama de uso público), respectivamente. Em seguida, os convidados foram

conduzidos para um breve momento de integração quando também foi servido

um lanche.

Figura 2.4 Contextualização do Projeto Piloto PAPP e do PNSJ

na Oficina Técnica Participativa, em Urubici/SC.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

2.3.5 TRABALHOS EM GRUPO PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS DE OPERAÇÕES PARA O PNSJ

Nesse momento, o coordenador Marcelo apresentou e fez esclarecimentos

sobre as propostas de operações para o PNSJ, quais sejam: Centro de Visitantes;

Transporte ao Morro da Igreja; e Recanto Santa Bárbara. Estas propostas serviram

de base para a Dinâmica 1 (trabalho em grupo). Foram apresentados, também,

esclarecimentos sobre o panorama jurídico.

Após retorno do intervalo para almoço, o moderador orientou a organização dos

grupos e o desenvolvimento dos trabalhos, estabelecendo:

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Parque Nacional de São Joaquim

• A formação de 6 grupos constituídos por cerca de 3 integrantes cada,

definidos conforme afinidade com o tema proposto;

• Temas para serem trabalhados nos grupos (Centro de Visitantes; Transporte

ao Morro da Igreja; e Recanto Santa Bárbara);

• Que cada grupo escolhesse um dos três temas propostos para trabalhar,

de forma que ficassem dois grupos para debater cada tema. Um par de

grupo ficou com o tema Centro de Visitantes; outro par de grupo trabalhou

com o tema Transporte ao Morro da Igreja; e o terceiro par de grupo teve o

Recanto Santa Bárbara como tema a ser trabalhado.

Para cada proposta de operação foram considerados os seguintes parâmetros:

• Centro de Visitantes:

• Avaliar cada uma das três alternativas (vantagens e desvantagens);

• Elaborar relações de serviços por ordem de importância, dentro de três

dimensões (econômica, impacto ambiental negativo, experiência do

visitante).

• Transporte Único para o Morro da Igreja:

• Avaliar cada uma das três alternativas (vantagens e desvantagens);

• Indicar como funciona a operação;

• Inserir sugestões (outras alternativas).

• Recanto Santa Bárbara:

• Avaliar cada uma das cinco alternativas (vantagens e desvantagens);

• Inserir sugestões (outras alternativas).

A Figura 2.5 apresenta o registro dos grupos formados trabalhando com os temas

propostos.

Figura 2.5 Grupos de trabalho na Oficina Técnica Participativa

para o PAPP do PNSJ, em Urubici/SC.

Legenda: A – Grupo 1; B – Grupo 2; C – Grupo 3; D – Grupo 4; E – Grupo 5; F – Grupo 6. Fonte: Registro do Autor, 2018.

2.3.5.1 Contribuições dos Grupos 1 e 2 – Centro de Visitantes

A seguir estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 1 (Quadro 2.2),

responsável pelo tema Centro de Visitantes.

A B C

D E F

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Parque Nacional de São Joaquim

Quadro 2.2 Resultados dos Trabalhos do Grupo 1,

em vantagens e desvantagens identificadas.

GRUPO 1

VANTAGENS DESVANTAGENS

ALTERNATIVA 1 – CENTRO DE VISITANTES NO PNSJ

• Interagir melhor com a UC (trilha, mirante, exposições e serviços);

• Já antropizado;

• Ser dentro da UC;

• Comporta as estruturas necessárias;

• Tira o foco da Pedra Furada.

• Impacto ambiental maior (minimizado pelos impactos positivos inerentes);

• Investimento maior;

• Licenciamento ambiental.

ALTERNATIVA 2 – CENTRO DE VISITANTES NA SEDE DO PNSJ

• Mais próximo da população local;

• Menor investimento;

• Não necessita licenciamento;

• Valoriza a sede com a reforma.

• Espaço restrito;

• Distancia o visitante da UC.

ALTERNATIVA 3 – CENTRO DE VISITANTES NO PNSJ E NA SEDE DO PNSJ

• Valoriza a sede com a reforma. • Investimento alto;

• Dificultaria a logística;

• Desnecessário ter duas estruturas.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Relações de serviços segundo as dimensões:

• Econômica:

• Bilheteria (com estacionamento e transporte), souvenir, alimentação,

eventos, aplicativo, exposições, merchandising.

• Impacto ambiental negativo:

• Alimentação, eventos, souvenir, bilheteria, exposições, merchandising,

trilhas, aplicativo.

• Experiência do visitante:

• Trilhas, exposições, eventos, alimentação, aplicativo, souvenir, merchandising.

Na sequência estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 2 (Quadro

2.3), responsável pelo tema Centro de Visitantes.

Quadro 2.3 Resultados dos Trabalhos do Grupo 2,

em vantagens e desvantagens identificadas.

GRUPO 2

VANTAGENS DESVANTAGENS

ALTERNATIVA 1 – Centro de Visitantes no PNSJ

• Favorece o transporte;

• Estacionamento;

• Manter estrutura contida no Parque.

• Volume de tráfego;

• Não “oxigenação” da cidade.

ALTERNATIVA 2 – Centro de Visitantes na Sede do PNSJ.

• Nenhuma. • Pouco espaço físico;

• Inadequação do imóvel.

ALTERNATIVA 3 – Centro de Visitantes no PNSJ e na Sede do PNSJ.

• Giro na cidade;

• Flexibilidade pra aquisição de ingresso;

• Acesso garantido.

• Logística financeira.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Relações de serviços segundo as dimensões:

• Econômica:

• Bilheteria, alimentação, loja, eventos.

• Impacto ambiental negativo:

• Estacionamento, alimentação.

• Experiência do visitante:

• Alimentação, loja, eventos especiais, estacionamento, bilheteria, mobile.

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Parque Nacional de São Joaquim

Considerações gerais:

• Números do PNSJ em 2017:

• Carros (32144), motos (8512), vans (461), bicicletas (765), ônibus (2).

• Desafio:

• Centro de visitantes tem que acolher, vender, representar o DNA do

Parque. A identidade visual coordena entre mobile / arquitetura / filosofia

de operação.

• Solicitação de estudo:

• Estudar a possibilidade jurídica de um Centro de Visitantesexterno, em

pontos diversos, com tempo determinado de existência, com certos

padrões e para mais de uma pessoa.

2.3.5.2 Contribuições dos Grupos 3 e 4 – Transporte para o Morro da Igreja

A seguir estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 3 (Quadro 2.4),

responsável pelo tema Transporte Único para o Morro da Igreja.

Quadro 2.4 Resultados dos Trabalhos do Grupo 3,

em vantagens e desvantagens identificadas.GRUPO 3

VANTAGENS DESVANTAGENS

Alternativa 1: Saída da Sede Administrativa do PNSJ.

• Fomenta o comércio local;

• Menor transtorno rodoviário no trevo de acesso ao Morro da Igreja.

• Aumento do custo do transporte para o visitante;

• Aumento do tempo do passeio;

• Perda dos pontos turísticos ao longo do caminho.

Alternativa 2: Saída do Km 0 (trevo).

• Menor tempo de passeio;

• Melhor para o turista que vem do Corvo Branco;

• Valorização das propriedades do entorno;

• Menor custo para o visitante.

• Diminui a circulação no comércio local;

• Investimento em infraestrutura para estacionamento em terras privadas;

• Ausência de infraestrutura para os visitantes.

Alternativa 3: Saída do Km 9 (Centro de Visitantes do PNSJ).

• Tempo e custo menor para o visitante;

• Facilidade de viabilizar transporte circular;

• Infraestrutura do Centro de Visitantespara os turistas.

• Menor circulação de turistas no comércio local;

• Dificuldades na chegada de grupos em ônibus de turismo.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Como funcionaria a operação:

• Visitação ao Mirante do Morro da Igreja com transporte coletivo por meio

de vans (18 pax);

• Carro com o máximo de 10 anos (e/ou híbrido);

• Para acesso às trilhas será permitido acesso de veículos locais ou

particulares com guia local ou condutor até a trilha;

• Operado por cooperativa local de transporte;

• Frequência, a cada 30 minutos da Sede ou Km 0 e circular no Km 9.

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Parque Nacional de São Joaquim

Sugestões:

• Lift para esquiadores quando nevar;

• Bondinho.

Na sequência estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 4 (Quadro

2.5), responsável pelo tema Transporte Único para o Morro da Igreja.

Quadro 2.5 Resultados dos Trabalhos do Grupo 4,

em vantagens e desvantagens identificadas.

GRUPO 4

VANTAGENS DESVANTAGENS

Alternativa 1: Saída da Sede Administrativa do PNSJ.

• Comércio local;

• Menos movimento de veículos na estrada;

• Estacionamento diluído (pousadas);

• Infraestrutura existente.

• Diminuição do fluxo para o comércio do Morro da Igreja;

• Estacionamento concentrado (dia);

• Distância maior.

Alternativa 2: Saída do Km 0 (trevo).

• Diminuir a distância. • Falta estacionamento;

• Falta estrutura.

Alternativa 3: Saída do Km 9 (Centro de Visitantes do PNSJ).

• Nenhuma. • Custo da obra;

• Logística;

• Impacto ambiental.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Como funcionaria a operação:

• Até um número X de pontos com estacionamento e estrutura;

• Vans com 18 lugares, com seguro, motorista habilitado, com até 10 anos

(adaptadas?), com registro, multimídia, adesivada, climatizada, com câmera

no Morro da Igreja (informação sobre o tempo);

• Guarita;

• Vans cadastradas e com frequência de horário fixo de 20 minutos (durante

a semana), grupo fixo para finais de semana, e, no feriado circular;

• Operadora por cooperativa local (teria benefícios) ou uma empresa (com

CNPJ);

• Não depender da prefeitura e não incentivar transporte individual.

Observação:

• É preciso definir a questão de carros particulares e outros, inclusive

bicicletas.

2.3.5.3 Contribuições dos Grupos 5 e 6 – Recanto Santa Bárbara

A seguir estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 5 (Quadro 2.6),

responsável pelo tema Recanto Santa Bárbara.

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Parque Nacional de São Joaquim

Quadro 2.6 Resultados dos Trabalhos do Grupo 5,

em vantagens e desvantagens identificadas.

GRUPO 5

VANTAGENS DESVANTAGENS

Alternativa 1: Restaurante/Alimentação.

• Oportunidade de negócio;

• Tornar o local mais um atrativo dentro da UC

• Acesso precário;

• Logística de trabalho;

• Sazonalidade;

• Distância de 23 km.

Alternativa 2: Loja de souvenir e equipamentos

• Oportunidade de negócio;

• Tornar o local mais um atrativo dentro da UC.

• Acesso precário;

• Logística de trabalho;

• Sazonalidade;

• Distância de 23 km.

Alternativa 3: Camping e acampamento rústico (“espartano”).

• Ponto de apoio importante para diversas atividades;

• Baixo custo de implantação;

• Banheiro, mesas, bancos, local para fogueiras, cobertura.

• Manutenção do local (lixo, limpeza, roçado);

• Camping pode concorrer com estruturas existentes (ex.: pousadas).

Alternativa 4: Eventos.

• Adequação da estrutura existente para apoio em eventos esportivos e culturais (cavalgadas, caminhadas, corridas, cicloturismo).

• Nenhuma.

Alternativa 5: Área para cavalgada.

• Adequação da estrutura existente para apoio em eventos esportivos e culturais (cavalgadas, caminhadas, corridas, cicloturismo).

• Nenhuma.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Sugestões:

• Melhoria dos acessos;

• Sinalização;

• Adequação da estrutura;

• Fomento às atividades de ecoturismo;

• Trabalhar com educação ambiental.

A seguir estão apresentados os resultados dos trabalhos do Grupo 6, responsável

pelo tema Recanto Santa Bárbara.

Quadro 2.7 Resultados dos Trabalhos do Grupo 6,

em vantagens e desvantagens identificadas.

GRUPO 6

VANTAGENS DESVANTAGENS

Alternativa 1: Restaurante/Alimentação.

• Geração de empregos;

• Fomento da produção agrícola local;

• Permanência da população no entorno.

• Separação e destinação do lixo;

• Qualificação de mão de obra (inclusive manipulação).

Alternativa 2: Loja de souvenir e equipamentos

• Comodidade para o turista. • Baixa demanda.

Alternativa 3: Camping e acampamento rústico (“espartano”).

• Valor acessível;

• Perfil familiar e alternativo;

• Diversificação da oferta.

• Estrutura;

• Destinação do lixo;

• Segurança.

Alternativa 4: Eventos.

• Diminuição da sazonalidade turística;

• Público diferenciado.

• Mão de obra;

• Horário de funcionamento;

• Acesso.

Alternativa 5: Área para cavalgada.

• Roteiros dentro do PNSJ e entorno;

• Fomento do turismo cultural.

• Acesso às áreas não indenizadas;

• Falta de estrutura (alimentação, desejos, guarda de animais).

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Sugestões:

• Cicloturismo;

• Trilhas;

• Balonismo;

• Qualificar famílias do entorno para receber o visitante.

2.3.5.4 Apresentação dos Resultados dos Trabalhos em Grupos

A apresentação dos resultados foi realizada por integrantes de cada grupo, em

plenária, com a participação e contribuição dos integrantes dos demais grupos

que assistiam as apresentações (Figura 2.6).

Figura 2.6 Apresentação dos resultados dos trabalhos de cada grupo na Oficina

Técnica Participativa para o PAPP do PNSJ, em Urubici/SC.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

2.3.6 AVALIAÇÃO E ENCERRAMENTO DA OFICINA TÉCNICA PARTICIPATIVA

Após as discussões relativas às apresentações de resultados dos trabalhos dos

grupos, sobre as propostas de operações estabelecidas, os participantes foram

convidados a registrar em tarjetas suas avaliações sobre a OTP, orientados pela

seguinte pergunta: “Como eu avalio a nossa Oficina?”. As avaliações foram lidas

pelo Moderador e afixadas no painel de exposição, sendo aqui apresentadas:

• Importante para o futuro do turismo da região;

• Produtiva (5);

• Muito produtiva;

• Produtiva, com novos pontos de vista;

• Ótima;

• Foi gratificante;

• Gratidão;

• Nota 10;

• Construtiva;

• Positiva;

• Criativa;

• Show;

• Excelente;

• Proveitoso (2);

• Proveitosa;

• Aproveitável;

• Considerei muito aproveitada e produtiva esta oficina, pois vi um progresso

na construção do novo Parque de São Joaquim, mesmo que tenha sido

apenas na teoria, mas senti uma luz no fim do túnel porque hoje houve

interesse por parte do público e privado da nossa cidade;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Muito benéfica para o município;

• Quebra de paradigmas;

• Está bem;

• Participativa;

• Extremamente eficiente;

• Sugestão: mais cenários.

O número entre parêntesis ao lado de algumas avaliações indica a quantidade

de vezes que a mesma avaliação foi realizada. Na sequência, o Chefe do PNSJ, Sr.

Santi, e a Coordenadora Executiva do Projeto Piloto PAPP do PNSJ, Lorena Folda,

expressaram agradecimentos pela presença proativa e comprometida de cada

participante que dispôs de um dia em sua agenda para se dedicar à Oficina.

Foram feitos agradecimentos, também, às equipes técnicas de gestão do PNSJ

e de execução do Projeto Piloto PAPP PNSJ, além de abertura de espaço para

manifestações dos convidados, havendo o encerramento da OTP em seguida

(Figura 2.7).

Figura 2.7 Encerramento oficial da Oficina Técnica Participativa

para o Projeto Piloto PAPP do PNSJ, em Urubici/SC.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

3. PROPOSTAS DE ATIVIDADES E SERVIÇOS DE APOIO À VISITAÇÃO NO ÂMBITO DAS PARCERIAS AMBIENTAIS PÚBLICO-PRIVADAS

A proposição e priorização das atividades e serviços de apoio à visitação,

com possibilidade de delegação para implementação e operação por meio

de parceiros privados, seguiu os seguintes critérios: (i) territorial: este critério

condiciona os tipos de usos do potencial existente, considerando o disposto

nos instrumentos de gestão da UC. Por esse motivo, outras áreas com relevante

potencial para o uso público, como a região de Três Barras e da Serra do Corvo

Branco serão contempladas apenas como recomendações; (ii) potencial e

atratividade: avalia as potencialidades de desenvolvimento de atividades de

uso público da área em função dos recursos existentes, suas condicionantes,

capacidade de valorização turística, atração de demanda e alinhamento às

tendências e boas práticas de mercado; (iii) integração e complementariedade:

compreensão das dinâmicas turísticas da UC e seu entorno, a fim de estabelecer

complementariedades, integração à cadeia produtiva do turismo local e regional,

suprir carências e atender demandas identificadas. Para efeito das propostas

aqui apresentadas, foram consideradas apenas áreas já consolidadas no PNSJ,

especificamente a região do Morro da Igreja e a região de Santa Bárbara.

São propostas três operações distintas, denominadas Centro de Visitantes e

serviços associados, Transporte Único – Morro da Igreja (com variações que

contemplam Posto de Informação e Controle – PIC e operações reduzidas do

Transporte Único) e Recanto Santa Bárbara. As operações apresentadas não são

definitivas e passam por avaliação técnica e pela instituição gestora da UC. Para

gerar subsídio às decisões, o presente documento exibe a análise de viabilidade

econômico-financeira das referidas propostas. Os modelos de negócios, atividades

e infraestruturas determinados para cada operação foram aprimorados para este

Encarte 2, incluindo as contribuições do processo participativo de planejamento.

O exame de viabilidade jurídica das atividades propostas se limita a dois aspectos:

(a) análise de compatibilidade ao ordenamento jurídico vigente, contemplando

a Portaria 85/2012 - ICMBio e o PM do PNSJ, ainda não aprovado; e (b) indicação

do instrumento mais adequado de delegação do uso de bem público para a

realização de serviços e atividades de apoio ao uso público no PNSJ.

Tais aspectos, analisados de forma sucinta neste Item, são complementados pelos

apêndices do Encarte 1 (Apêndice A e Apêndice B), encaminhado previamente.

Note-se que outros aspectos jurídicos, como os referentes à situação fundiária,

à existência de moradores no polígono do PNSJ, à redefinição de seu perímetro,

entre outros, não foram objeto de exame por não integrarem o escopo do

presente trabalho. De maneira complementar, realiza-se recomendações baseadas

em potenciais identificados para o PNSJ, quanto à atratividade dos locais, mercado

potencial e macrotendências.

3.1 OPERAÇÃO 01: CENTRO DE VISITANTES E SERVIÇOS ASSOCIADOS / POSTO DE INFORMAÇÃO E CONTROLE

O Centro de Visitantes configura importante equipamento para que o PNSJ

possa entregar uma melhor experiência aos visitantes, assim como importante

ferramenta para o ordenamento da visitação. O espaço deverá contribuir

diretamente para a estruturação das atividades de uso público, bem como apoio

às atividades de conservação e atuar para o desenvolvimento do mercado,

como, por exemplo, na melhoria da comercialização turística do PNSJ, na

desconcentração do fluxo de visitantes, na maior permanência do visitante na UC

e na oferta de informações e experiências de qualidade, alinhadas às tendências

de mercado.

3.1.1 OBJETO

Operação e exploração comercial do Centro de Visitantes do PNSJ e serviços

associados.

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3.1.2 LOCALIZAÇÃO

São propostas quatro alternativas locacionais a Operação 1 (Figura 3.1), que

posteriormente serão submetidas a análise de viabilidade econômico-financeira:

• Alternativa A: Área interna do PNSJ, localizada no km 9 da Estrada do

Morro da Igreja.

• Alternativa B: Sede do PNSJ, junto ao escritório do ICMBio no centro

urbano do município de Urubici.

• Alternativa C: Operações distribuídas entre as localizações propostas para

as alternativas A e B.

• Alternativa D: Centro urbano de Urubici, em estrutura igual ou maior

do que a estabelecida para a Alternativa A, além de espaços de apoio

à visitação nos atrativos que se encontram no interior do PNSJ. Nesta

composição, considera-se o recebimento de um terreno urbano pelo

ICMBio por meio, preferencialmente, de doação. Esta alternativa não

está geolocalizada na representação gráfica, pois ainda não há um local

específico definido.

Figura 3.1 Localização das alternativas para a Operação 01: Centro de Visitantes.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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3.1.3 OPERAÇÃO

São propostas três alternativas para a Operação 01: Centro de Visitantes e serviços

associados, com localizações e cestas de serviços diferentes. Apresenta-se a seguir,

os detalhes de operação de cada uma das alternativas.

3.1.3.1 ALTERNATIVA A

Os serviços e infraestruturas previstos para a Alternativa A serão implementados

e operados em área interna do PNSJ, localizada no km 9 da Estrada do Morro da

Igreja, e contemplam:

• Bilheteria:

• Implantar e operar plataforma digital (web, mobile, entre outras existentes

ou que possam a vir a existir) para venda de ingresso e de atrativos de

forma antecipada e com possibilidade de utilização de vários meios de

pagamento (cartão de crédito e de débito, mobile, entre outras existentes

ou que venham a existir) durante a vigência do contrato;

• Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para visitantes

que não tenham adquirido de forma antecipada, em plataforma digital.

• Serviços de alimentação:

• Oferecer serviço de alimentação no local (café) e “lanches para viagem”,

durante os horários de abertura à visitação do PNSJ.

• Loja de souvenirs:

• Oferecer para venda objetos temáticos, relacionados ao PNSJ e ao

meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade e

criatividade, para a geração de produtos envolvendo artesãos e produtores

locais e façam o uso da marca/imagem do PNSJ.

• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de

ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva.

• Eventos especiais externos:

• Oferecer atividades que explorem de maneira criativa o potencial da área

do Morro da Igreja, incluindo as duas trilhas: Pedra Furada e Nascente do

Rio Pelotas;

• As atividades devem ocorrer em formato de eventos, com limitação de

participantes, prévia organização e divulgação adequada.

• Espaço interno do Centro de Visitantes:

• Implementar e gerir auditório multiuso, que permita a realização de

workshops, palestras, cursos e atividades sociais e corporativas. O

responsável por este espaço também pode se dedicar a atrair eventos.

• Estacionamento:

• Implementar e gerir local para estacionamento de veículos (ônibus, vans,

automóveis, motocicletas e bicicletas).

• Aplicativo mobile9:

• Implantar e operar plataforma digital, tipo software de aplicativo mobile,

adaptado para uso em sistema operacional Android e iOS, contendo

informações e dispositivos de interatividade com o PNSJ. A plataforma

poderá também conter o sistema previsto para a Bilheteria;

• O Aplicativo Mobile deve conter minimamente as seguintes

funcionalidades: informações sobre as atividades e serviços disponíveis

no PNSJ; mapas interativos habilitados para GPS, e que funcionem sem

conexão à internet, localizando ambientes e atividades; tecnologia de

realidade aumentada que permita interagir com o ambiente do PNSJ;

até 2 roteiros sonoros com áudio imersivo (sendo 1 para a área do Morro

da Igreja; calendário de eventos; horários de nascer e pôr do sol, com

indicação dos locais para visualização, galeria de imagens; função “onde

9 Sugere-se que as soluções tecnológicas para o PNSJ (aplicativo, website, outras soluções) poderão ser desenvolvidas em parceria com Universidades da região, sobretudo, Florianópolis, por já ser um importante polo de tecnologia.

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estou?” para localização no PNSJ; deve buscar uma interface fácil de usar

com menus baseados em símbolos universais; enviar notificações para

notícias, alertas e eventos relacionados ao PNSJ; monitor de busca para

encontrar informações rapidamente.

• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:

• Segurança patrimonial: realizar a segurança patrimonial e vigilância (24 horas)

das áreas internas e externas das dependências do Centro de Visitantes e o

controle de entrada de pessoas pela Portaria do Morro da Igreja;

• Exposição interativa e interpretativa: espaço com projeto cenográfico

multimídia, com conteúdo e objetos imersivos e interativos, que privilegie

o uso da tecnologia e explore o sistema sensorial dos visitantes (cinco

sentidos);

• Centro de informações: local onde os visitantes podem tirar dúvidas,

consultar atividades, valores e informações gerais sobre o PNSJ, que

deverão ser de qualidade e compatíveis com os objetivos do PNSJ, com

o apoio de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser

menos privilegiados);

• Gerenciamento do marketing digital, gestão de mídias digitais como

website e redes sociais do PNSJ; aplicativo do PNSJ contendo informações,

atividades e serviços disponíveis, mapas interativos, tecnologia de realidade

aumentada, roteiros sonoros com áudio imersivo; carimbo com o símbolo

ou marca do PNSJ para ser aplicado em passaportes.

• Sala de turismo: espaço especial para guias, condutores e receptivos

turísticos de forma a agilizar o atendimento de grupos e excursões.

• Posto de primeiros socorros: local equipado e com equipe minimamente

necessária para atuar com procedimentos de primeiros socorros.

• Atividades de apoio e proteção ao turismo10: fortalecimento dos

10 As atividades de apoio e proteção ao turismo são apresentadas em item específico.

mecanismos de gestão do PNSJ, fortalecimento das redes colaborativas

de turismo, desenvolvimento de ações de acesso ao mercado (marketing),

monitoramento das atividades de visitação e ouvidoria.

• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:

• Construir edificação para o Centro de Visitantes, incluindo espaços

adequados para todas os serviços previstos. Disponibilizar espaço para

escritório administrativo do Centro de Visitantes e pequena área destinada

ao atendimento do ICMBio;

• Construir estacionamento com capacidade adequada, próximo ao Centro

de Visitantes (km 9);

• Implementar e manter trilha de curta duração e mirante, incluindo

sinalização interpretativa. O percurso deve ser circular, entre o Centro de

Visitantes (km 9) e o mirante da Cachoeira (nome ainda figurativo). Faz-se

necessária a identificação e demarcação da trilha, bem como a realização

de estudos de capacidade de suporte, juntamente com um Plano de

Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da

Igreja;

• Realizar estudo de capacidade de carga e a manutenção da Trilha da Pedra

Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas;

• Gerar conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do

ICMBio.

O Centro de Visitantes deverá contar ainda com sanitários e fraldários, guarda-

volumes, além de obedecer às normas relativas à acessibilidade para pessoas com

mobilidade reduzida. A edificação deverá adotar conceito arquitetônico inovador,

bem como um conjunto de medidas que vise a sustentabilidade durante todas

as etapas da obra, além de suas funcionalidades, como sistema de tratamento de

resíduos e eficiência energética, entre outros.

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3.1.3.2 Alternativa B

Os serviços e infraestruturas previstos para a Alternativa B deverão ser

implementados e operados prioritariamente na atual sede do PNSJ, junto ao

escritório do ICMBio no centro urbano do município de Urubici. Conforme

especificado abaixo, algumas infraestruturas estão previstas para áreas no interior

do PNSJ, na região do Mirante da Pedra Furada. Dessa forma, os serviços e

infraestruturas previstas para esta alterativa são apresentadas por localização.

São serviços e infraestrutura previstos para operação e implantação no centro urbano de Urubici:

• Bilheteria:

• Implantar e operar plataforma digital (web, mobile, entre outras existentes

ou que possam a vir a existir) para venda de ingresso e de atrativos de

forma antecipada e com possibilidade de utilização de vários meios de

pagamento (cartão de crédito e de débito, mobile, entre outras existentes

ou que venham a existir) durante a vigência do contrato;

• Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para visitantes

que não tenham adquirido de forma antecipada, em plataforma digital.

• Serviços de alimentação:

• Oferecer serviço de alimentação “lanches para viagem” durante os horários

de abertura a visitação do PNSJ.

• Loja de souvenirs:

• Oferecer para venda objetos temáticos relacionados ao PNSJ e ao

meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade e

criatividade para a geração de produtos envolvendo artesãos e produtores

locais e façam o uso da marca/imagem do PNSJ.

• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de

ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva.

• Aplicativo mobile11:

• Implantar e operar plataforma digital, tipo software de aplicativo mobile,

adaptado para uso em sistema operacional Android e iOS, contendo

informações e dispositivos de interatividade com o PNSJ. A plataforma

poderá também conter o sistema previsto para a Bilheteria;

• O Aplicativo Mobile deve conter minimamente as seguintes

funcionalidades: informações sobre as atividades e serviços disponíveis

no PNSJ; mapas interativos habilitados para GPS, e que funcionem sem

conexão à internet, localizando ambientes e atividades; tecnologia de

realidade aumentada que permita interagir com o ambiente do PNSJ;

roteiro sonoro com áudio imersivo para a área do Morro da Igreja;

calendário de eventos; horários de nascer e pôr do sol, com indicação

dos locais para visualização, galeria de imagens; função “onde estou?”

para localização no PNSJ; deve buscar uma interface fácil de usar com

menus baseados em símbolos universais; enviar notificações para notícias,

alertas e eventos relacionados ao PNSJ; monitor de busca para encontrar

informações rapidamente.

• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:

• Segurança patrimonial: realizar a segurança patrimonial e vigilância (24

horas) das áreas internas e externas das dependências do Centro de

Visitantes;

• Exposição interativa e interpretativa: espaço com projeto cenográfico

multimídia, com conteúdo e objetos imersivos e interativos, que privilegie

o uso da tecnologia e explore o sistema sensorial dos visitantes (cinco

sentidos);

• Centro de informações: local onde os visitantes podem tirar dúvidas,

consultar atividades, valores e informações gerais sobre o PNSJ, que

11 Sugere-se que as soluções tecnológicas para o PNSJ (aplicativo, website, outras soluções) poderão ser desenvolvidas em parceria com Universidades da região, sobretudo, Florianópolis por já ser um importante polo de tecnologia.

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Parque Nacional de São Joaquim

deverão ser de qualidade e compatíveis com os objetivos do PNSJ, com

o apoio de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser

menos privilegiados);

• Gerenciamento do marketing digital, gestão de mídias digitais como

website e redes sociais do PNSJ; aplicativo do PNSJ contendo informações,

atividades e serviços disponíveis, mapas interativos, tecnologia de realidade

aumentada, roteiros sonoros com áudio imersivo; carimbo com o símbolo

ou marca do PNSJ para ser aplicado em passaportes.

• Sala de turismo: espaço especial para guias, condutores e receptivos

turísticos de forma a agilizar o atendimento de grupos e excursões.

• Atividades de apoio e proteção ao turismo12: fortalecimento dos

mecanismos de gestão do PNSJ, fortalecimento das redes colaborativas

de turismo, desenvolvimento de ações de acesso ao mercado (marketing),

monitoramento das atividades de visitação e ouvidoria.

• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:

• Reformar sede administrativa PNSJ, localizada no centro urbano do

ICMBio, prevendo espaços adequados para todas os serviços previstos.

Disponibilizar espaço para escritório administrativo do Centro de Visitantes,

escritório de atendimento do ICMBio e área administrativa para a Gestão do

PNSJ. O espaço disponibilizado ao ICMBio deverá atender às necessidades

elencadas pela gestão local e o projeto deverá ser aprovado por esta

instituição;

O Centro de Visitantes deverá contar ainda com sanitários e fraldários, guarda-

volumes, além de obedecer às normas relativas à acessibilidade para pessoas com

mobilidade reduzida.

Listam-se os serviços e infraestrutura previstos para operação e implantação no interior do PNSJ, na região do Morro da Igreja:

12 As atividades de apoio e proteção ao turismo são apresentadas em item específico.

• Eventos especiais externos:

• Oferecer atividades que explorem de maneira criativa o potencial da área

do Morro da Igreja, incluindo as duas trilhas: Pedra Furada e Nascente do

Rio Pelotas;

• As atividades devem ocorrer em formato de eventos, com limitação de

participantes, prévia organização e divulgação adequada.

• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:

• Segurança patrimonial: realizar o controle de entrada de pessoas pela

Portaria do Morro da Igreja.

• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:

• Construir uma pequena edificação, espaço de apoio, para acomodar alguns

serviços mínimos ao visitante, tais como mini loja de conveniência (que

pode ter horários de aberturas flexíveis conforme a demanda), pequeno

estacionamento e sanitários, além de uma área para acomodar o visitante

enquanto espera o transporte único;

• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da

Igreja;

• Realizar a manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio

Pelotas;

• Gerar conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do

ICMBio.

Com a concentração das operações na sede do município de Urubici, propõe-se

que a Alternativa B contemple a implantação de infraestrutura mínima de apoio

aos visitantes no Morro da Igreja (sanitários).

3.1.3.3 Alternativa C

Os serviços e infraestruturas previstos para a Alternativa C serão implementados e

operados na atual sede do PNSJ, junto ao escritório do ICMBio no centro urbano

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do município de Urubici e em área interna do PNSJ, localizada no km 9 da Estrada

do Morro da Igreja. Neste cenário, as infraestruturas e serviços prestados terão

operações reduzidas, evitando assim o excesso de investimentos e oferta adicional

à demanda existente. Dessa forma, os serviços e infraestruturas previstas para esta

alterativa são apresentadas por localização.

São serviços e infraestruturas previstos para operação e implantação no centro urbano de Urubici:

• Bilheteria:

• Implantar e operar plataforma digital (web, mobile, entre outras existentes

ou que possam a vir a existir) para venda de ingresso e de atrativos de

forma antecipada e com possibilidade de utilização de vários meios de

pagamento (cartão de crédito e de débito, mobile, entre outras existentes

ou que venham a existir) durante a vigência do contrato;

• Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para visitantes

que não tenham adquirido de forma antecipada, em plataforma digital.

• Serviços de alimentação:

• Oferecer serviço de alimentação “lanches para viagem” durante os horários

de abertura à visitação do PNSJ.

• Loja de souvenirs:

• Oferecer para venda objetos temáticos, relacionados ao PNSJ e ao

meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade e

criatividade para a geração de produtos envolvendo artesãos e produtores

locais e façam o uso da marca/imagem do PNSJ.

• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de

ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva.

• Aplicativo mobile13:

• Implantar e operar plataforma digital, tipo software de aplicativo mobile,

adaptado para uso em sistema operacional Android e iOS, contendo

informações e dispositivos de interatividade com o PNSJ. A plataforma

poderá também conter o sistema previsto para a Bilheteria;

• O Aplicativo Mobile deve conter minimamente as seguintes

funcionalidades: informações sobre as atividades e serviços disponíveis

no PNSJ; mapas interativos habilitados para GPS, e que funcionem sem

conexão à internet, localizando ambientes e atividades; tecnologia de

realidade aumentada que permita interagir com o ambiente do PNSJ;

roteiro sonoro com áudio imersivo para a área do Morro da Igreja;

calendário de eventos; horários de nascer e pôr do sol, com indicação

dos locais para visualização, galeria de imagens; função “onde estou?”

para localização no PNSJ; deve buscar uma interface fácil de usar com

menus baseados em símbolos universais; enviar notificações para notícias,

alertas e eventos relacionados ao PNSJ; monitor de busca para encontrar

informações rapidamente.

• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:

• Segurança patrimonial: realizar a segurança patrimonial e vigilância (24

horas) das áreas internas e externas das dependências do Centro de

Visitantes;

• Exposição interativa e interpretativa: espaço com projeto cenográfico

multimídia, com conteúdo e objetos imersivos e interativos, que privilegie

o uso da tecnologia e explore o sistema sensorial dos visitantes (cinco

sentidos);

• Centro de informações: local onde os visitantes podem tirar dúvidas,

consultar atividades, valores e informações gerais sobre o PNSJ, que

13 Sugere-se que as soluções tecnológicas para o PNSJ (aplicativo, website, outras soluções) poderão ser desenvolvidas em parceria com Universidades da região, sobretudo, Florianópolis por já ser um importante polo de tecnologia.

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deverão ser de qualidade e compatíveis com os objetivos do PNSJ, com

o apoio de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser

menos privilegiados);

• Gerenciamento do marketing digital, gestão de mídias digitais como

website e redes sociais do PNSJ; aplicativo do PNSJ contendo informações,

atividades e serviços disponíveis, mapas interativos, tecnologia de realidade

aumentada, roteiros sonoros com áudio imersivo; carimbo com o símbolo

ou marca do PNSJ para ser aplicado em passaportes.

• Atividades de apoio e proteção ao turismo14: fortalecimento dos

mecanismos de gestão do PNSJ, fortalecimento das redes colaborativas

de turismo, desenvolvimento de ações de acesso ao mercado (marketing),

monitoramento das atividades de visitação e ouvidoria.

• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:

• Reformar sede administrativa PNSJ do ICMBio, localizada no centro

urbano, prevendo espaços adequados para todas os serviços previstos.

Disponibilizar espaço para escritório administrativo do Centro de Visitantes,

escritório de atendimento do ICMBio e área administrativa para a gestão do

PNSJ;

Listam-se os serviços e infraestruturas previstos para operação e implantação

em área interna do PNSJ, localizada no km 9 da Estrada do Morro da Igreja e região:

• Serviços de alimentação:

• Oferecer serviço de alimentação no local (café) e “lanches para viagem”,

durante os horários de abertura à visitação do PNSJ.

• Loja de souvenirs:

• Oferecer para venda objetos temáticos, relacionados ao PNSJ e ao

14 As atividades de apoio e proteção ao turismo são apresentadas em item específico.

meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade e

criatividade para a geração de produtos envolvendo artesãos e produtores

locais e faça uso de licenciamento para direito de uso da marca/imagem

do PNSJ, incluindo a reprodução e exploração comercial por meio dos

produtos gerados;

• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de

ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva.

• Eventos especiais externos:

• Oferecer atividades que explorem de maneira criativa o potencial da área

do Morro da Igreja, incluindo as duas trilhas: Pedra Furada e Nascente do

Rio Pelotas;

• As atividades devem ocorrer em formato de eventos, com limitação de

participantes, prévia organização e divulgação adequada.

• Espaço interno do centro de visitantes:

• Implementar e gerir auditório multiuso, que permita a realização de

workshops, palestras, cursos e atividades sociais e corporativas. O

responsável por este espaço também pode se dedicar a atrair eventos.

• Estacionamento:

• Implementar e gerir local para estacionamento de veículos (ônibus, vans,

automóveis, motocicletas e bicicletas).

• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:

• Segurança patrimonial: realizar o controle de entrada de pessoas pela

Portaria do Morro da Igreja.

• Centro de informações: local onde os visitantes podem tirar dúvidas,

consultar atividades, valores e informações gerais sobre o PNSJ, que

deverão ser de qualidade e compatíveis com os objetivos do PNSJ, com

o apoio de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser

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Parque Nacional de São Joaquim

menos privilegiados); gerenciamento do marketing digital, incluindo

operação e venda antecipada de ingressos, gestão de mídias digitais como

website e redes sociais do PNSJ; aplicativo do PNSJ contendo informações,

atividades e serviços disponíveis, mapas interativos, tecnologia de realidade

aumentada, roteiros sonoros com áudio imersivo; carimbo com o símbolo

ou marca do PNSJ para ser aplicado em passaportes.

• Posto de primeiros socorros: local equipado e com equipe minimamente

necessária para atuar com procedimentos de primeiros socorros.

• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:

• Construir edificação para sub-Centro de Visitantes, incluindo espaços

adequados para todas os serviços previstos. Em comparação ao Cenário A,

a edificação no km 9 deve ter tamanho reduzido tendo em vista que uma

cesta similar de serviços também será oferecida no Centro de Visitantes,

localizado no centro urbano de Urubici;

• Construir estacionamento com capacidade adequada próximo ao sub-

Centro de Visitantes (km 9);

• Prever no espaço a existência de uma sala de turismo (espaço especial para

guias, condutores e receptivos turísticos de forma a agilizar o atendimento

de grupos e excursões).

• Implementar e manter trilha de curta duração e mirante, incluindo

sinalização interpretativa. O percurso deve ser circular, entre o Centro

de Visitantes (km 9) e o mirante da Cachoeira (nome figurativo). Faz-se

necessária a identificação e demarcação da trilha, bem como a realização

de estudos de capacidade de suporte, juntamente com um Plano de

Monitoramento e Gestão dos Impactos da Visitação.

• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da

Igreja;

• Realizar a manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio

Pelotas;

• Gerar conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do

ICMBio.

O sub-Centro de Visitantes deverá contar ainda com sanitários e fraldários, guarda-

volumes, além de obedecer às normas relativas à acessibilidade para pessoas

com mobilidade reduzida. A edificação deverá conter um conjunto de medidas

que vise a sustentabilidade durante todas as etapas da obra, além de suas

funcionalidades, como sistema de tratamento de resíduos e eficiência energética,

entre outros.

3.1.3.4 Alternativa D

Os serviços e infraestruturas previstos para a Alternativa D serão implementados e

operados em uma área na cidade de Urubici e em área interna do PNSJ, localizada

próximo ao Mirante do Morro da Igreja. Ainda não existe uma área na cidade de

Urubici em posse do ICMBio para a instalação do Centro de Visitantes previsto

nesta alternativa. Tal terreno deve ser, preferencialmente, repassado ao ICMBio por

meio de doação e ter dimensões iguais ou maiores do que a área do Centro de

Visitantes prevista pela alternativa “A”. Já os serviços e infraestruturas previstos para

a área interna do PNSJ, devem ser espaços de apoio à visitação.

São serviços e infraestrutura previstos para operação e implantação no centro

urbano de Urubici:

• Bilheteria:

• Implantar e operar plataforma digital (web, mobile, entre outras existentes

ou que possam a vir a existir) para venda de ingresso e de atrativos de

forma antecipada e com possibilidade de utilização de vários meios de

pagamento (cartão de crédito e de débito, mobile, entre outras existentes

ou que venham a existir) durante a vigência do contrato;

• Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para visitantes

que não tenham adquirido de forma antecipada, em plataforma digital.

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• Serviços de alimentação:

• Oferecer serviço de alimentação no local, em estilo lounge café, de forma a

aconchegar o visitante e incentivá-lo a permanecer e conhecer os atrativos

existentes no Centro de Visitantes, o qual deve ter horários de abertura

distintos da abertura e fechamento do PNSJ.

• Oferecer serviços de “lanches para viagem” durante os horários de abertura

a visitação do PNSJ.

• Loja de souvenirs:

• Oferecer para venda objetos temáticos, relacionados ao PNSJ e ao

meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade e

criatividade para a geração de produtos envolvendo artesãos e produtores

locais e façam o uso da marca/imagem do PNSJ.

• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de

ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva.

• Eventos especiais externos:

• Oferecer atividades que explorem de maneira criativa a parte externa do

terreno onde o Centro de Visitantes se localizaria.

• Oferecer atividades ou eventos que explorem de maneira alternativa,

criativa e com baixo impacto ambiental o atrativo do Morro da Igreja.

• Espaços internos do Centro de Visitantes:

• Implementar e gerir auditório multiuso que permita a realização de

workshops, palestras, cursos e atividades sociais e corporativas.

• Implementar e gerir museu que permita transmitir conhecimentos

expositivos e interativos para exploração de conhecimentos da região em

diferentes aspectos, tais como: formação geológica, história antropológica,

fauna, flora e outros.

• O responsável por este espaço também pode se dedicar a atrair eventos.

• Aplicativo mobile15:

Implantar e operar plataforma digital, tipo software de aplicativo mobile, adaptado

para uso em sistema operacional Android e iOS, contendo informações e

dispositivos de interatividade com o PNSJ. A plataforma poderá também conter o

sistema previsto para a Bilheteria;

O Aplicativo Mobile deve conter minimamente as seguintes funcionalidades:

informações sobre as atividades e serviços disponíveis no PNSJ; mapas interativos

habilitados para GPS, e que funcionem sem conexão à internet, localizando

ambientes e atividades; tecnologia de realidade aumentada que permita interagir

com o ambiente do PNSJ; roteiro sonoro com áudio imersivo para a área do Morro

da Igreja); calendário de eventos; horários de nascer e pôr do sol, com indicação

dos locais para visualização, galeria de imagens; função “onde estou?” para

localização no PNSJ; deve buscar uma interface fácil de usar com menus baseados

em símbolos universais; enviar notificações para notícias, alertas e eventos

relacionados ao PNSJ; monitor de busca para encontrar informações rapidamente.

• Serviços de recepção e apoio aos visitantes:

• Segurança patrimonial: realizar a segurança patrimonial e vigilância (24

horas) das áreas internas e externas das dependências do Centro de

Visitantes e o controle de entrada de pessoas pela Portaria do Morro da

Igreja;

• Exposição interativa e interpretativa: espaço com projeto cenográfico

multimídia, com conteúdo e objetos imersivo e interativos, que privilegie

o uso da tecnologia e explore o sistema sensorial dos visitantes (cinco

sentidos);

• Centro de informações: local onde os visitantes podem tirar dúvidas,

consultar atividades, valores e informações gerais sobre o PNSJ e região,

que deverão ser de qualidade e compatíveis com os objetivos do PNSJ,

15 Sugere-se que as soluções tecnológicas para o PNSJ (aplicativo, website, outras soluções) poderão ser desenvolvidas em parceria com Universidades da região, sobretudo, Florianópolis, por já ser um importante polo de tecnologia.

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Parque Nacional de São Joaquim

com o apoio de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser

menos privilegiados);

• Gerenciamento do marketing digital, gestão de mídias digitais como

website e redes sociais do PNSJ; aplicativo do PNSJ contendo informações,

atividades e serviços disponíveis, mapas interativos, tecnologia de realidade

aumentada, roteiros sonoros com áudio imersivo; carimbo com o símbolo

ou marca do PNSJ para ser aplicado em passaportes;

• Sala de turismo: espaço especial para guias, condutores e receptivos

turísticos de forma a agilizar o atendimento de grupos e excursões;

• Atividades de apoio e proteção ao turismo16: fortalecimento dos

mecanismos de gestão do PNSJ, fortalecimento das redes colaborativas

de turismo, desenvolvimento de ações de acesso ao mercado (marketing),

monitoramento das atividades de visitação e ouvidoria.

• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:

• Construir edificação para o Centro de Visitantes, incluindo espaços

adequados para todos os serviços previstos.

O Centro de Visitantes deverá contar ainda com sanitários e fraldários, guarda-

volumes, além de obedecer às normas relativas à acessibilidade para pessoas com

mobilidade reduzida. A edificação deverá adotar conceito arquitetônico inovador,

bem como um conjunto de medidas que vise a sustentabilidade durante todas

as etapas da obra, além de suas funcionalidades, como sistema de tratamento de

resíduos e eficiência energética, entre outros.

Listam-se os serviços e infraestruturas previstos para operação e implantação em

área interna do PNSJ, localizada próximo ao Mirante do Morro da Igreja:

• Construir uma pequena edificação, espaço de apoio, para acomodar alguns

serviços mínimos ao visitante, tais como mini loja de conveniência (que

pode ter horários de aberturas flexíveis conforme a demanda), pequeno

16 As atividades de apoio e proteção ao turismo são apresentadas em item específico.

estacionamento, e sanitários, além de uma área para acomodar o visitante

enquanto espera o transporte único;

• A edificação deverá adotar conceito arquitetônico inovador, bem como um

conjunto de medidas que vise a sustentabilidade durante todas as etapas

da obra, além de suas funcionalidades, como sistema de tratamento de

resíduos e eficiência energética, entre outros;

• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da

Igreja;

• Realizar a manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio

Pelotas;

• Gerar conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do

ICMBio.

Visando o sucesso da implementação das operações propostas, a consolidação

da visitação no PNSJ, o desenvolvimento do turismo no local e a ampliação das

possibilidades de visitação nesta UC, recomenda-se as seguintes ações de apoio e

proteção ao turismo, novas atividades de visitação e novas operações.

3.1.3.5 Ponto de Informação de Controle

Em alternativa ao Centro de Visitantes, existe a possibilidade de implantação de

Posto de Informação e Controle (PIC). que consiste em edificações de pequeno

porte, com serviços de apoio à visitação. A estrutura pode oferecer suporte

e facilidades à visitação do Parque e a outros serviços complementares, tais

como lanches não preparados no local, loja de souvenirs, sanitários masculino e

feminino e fraldário. Além disso, torna-se um local de disponibilização de material

informativo sobre a UC, regras de conduta para a visitação e conteúdo para

educação ambiental. Quando previsto, o PIC será implantado na região do km 9

da Estrada do Morro da Igreja. A substituição do Centro de Visitantes, alternativa A,

pelo PIC é testada pela Análise de Viabilidade Econômico-financeira.

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Parque Nacional de São Joaquim

3.1.4 AÇÕES DE APOIO E PROTEÇÃO AO TURISMO

O PNSJ, no contexto do projeto piloto PAPP e sob a perspectiva do Uso Público,

pode ser compreendido como um atrativo turístico âncora para a região e como

elemento indutor da dinâmica integradora entre os diferentes atores da cadeia

produtiva do turismo local e regional. Nesta perspectiva, propõem-se que a

Operação 01 desenvolva atividades de apoio e proteção ao turismo no PNSJ,

que poderão ser utilizadas como instrumentos facilitadores da transformação

da dinâmica turística da UC e seu respectivo entorno. As atividades propostas

buscam contribuir para continuidade do envolvimento e melhor desenvolvimento

da cadeia produtiva do turismo no entorno do PNSJ, bem como a utilização

sustentável de seus recursos para fins recreativos e educativos. Deverá contribuir

também para o avanço das operações propostas, a implementação e a promoção

das parcerias público-privadas.

3.1.4.1 Fortalecimento dos Mecanismos de Gestão do PNSJ

O modelo de desenvolvimento turístico para o PNSJ deve se pautar pela busca

do crescente protagonismo da sociedade civil localizada em seu entorno, tanto

no desenvolvimento das atividades propostas, quanto na tomada compartilhada

de decisões de gestão. Neste sentido, recomenda-se que sejam desenvolvidos

mecanismos durante o processo do projeto piloto PAPP, que contribuam para

o fortalecimento do Conselho Consultivo do PNSJ, criado pela Portaria nº 46 de

30/06/2011 e suas modificações (Portaria 114, de 27/10/2014), cuja finalidade

é a de contribuir com ações voltadas ao efetivo cumprimento dos objetivos de

criação, e a correta implementação do Plano de Manejo do PNSJ. Promovendo,

assim, uma instância que dá voz ao território organizado e que efetivamente

colabore para o estabelecimento de prioridades e estratégias de desenvolvimento

do PNSJ. Nesse contexto, a atuação orientadora e apoiadora do governo federal,

municipal e iniciativa privada envolvida deve ser estimulada e fortalecida.

Dessa forma, recomenda-se o desenvolvimento de ações que envolvam a

capacitação dos agentes públicos e privados que compõem o Conselho, em

temas que sejam relevantes para o aprimoramento da gestão e atuação da

instância. Além da elaboração de um planejamento estratégico que oriente a

atuação da instância considerada no contexto do projeto piloto PAPP e cogestão

da UC. É fundamental, também, a sensibilização e mobilização dos demais atores

do turismo local (empresários, setor público, sociedade civil relacionada ao

tema, entre outros), por meio de palestras, campanhas e ações de sensibilização

e mobilização destinada a esclarecer o papel exercido pelas novas atividades e

serviços resultados do projeto piloto PAPP no contexto do turismo local e regional,

bem como as oportunidades oferecidas ao entorno imediato do PNSJ.

3.1.4.2 Fortalecimento das Redes Colaborativas de Turismo

Com objetivo de potencializar o desenvolvimento turístico integrado, com

foco na sustentabilidade, o Ministério do Turismo vem atuando desde 2003

em parceria com os estados e municípios por meio de diversos programas de

desenvolvimento do turismo, e trabalhando na implementação do Programa

de Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil, que é o principal eixo

de política pública do turismo nacional. Por meio desta, os municípios são

incentivados a um trabalho conjunto de estruturação e promoção, em que

cada peculiaridade local busca ser contemplada, valorizada e integrada em

um mercado mais abrangente. Neste contexto, o PNSJ está inserido em duas

Regiões Turísticas, a saber: a Região Turística da Serra Catarinense e a Região

Turística Encantos do Sul.

Recomenda-se que os desdobramentos do projeto piloto PAPP também se

alinhem e contribuam com o fortalecimento desta política de gestão turística

descentralizada ao buscar estabelecer diálogo com esta rede de cooperação já

instalada no território. De forma a somar o processo já em curso, fortalecendo-o

e, ao mesmo tempo, se beneficiando do mesmo. Uma vez que as demandas do

setor turístico regional estabelecem sinergia nesta rede, em diversos temas como:

promoção e posicionamento turístico regional; qualificação profissional, dos

serviços e da produção associada; melhoria da infraestrutura turística; fomento

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Parque Nacional de São Joaquim

ao empreendedorismo, captação e promoção de investimento; melhoria da

informação ao turista; ações de promoção e apoio à comercialização.

A partir desta rede de regionalização do turismo estadual, se potencializa a

resolução destas demandas comuns, por meio de soluções conjuntas e pelo

aporte de recursos federais e estadual, bem como recursos provenientes de

emendas parlamentares, de forma a melhorar continuamente os aspectos de

competitividade turística regional e, consequentemente, nacional. Assim, ao

buscar integrar esse ambiente, o PNSJ não só colabora para o fortalecimento

do processo, como também beneficia o desenvolvimento turístico territorial

integrado. Dinâmica semelhante pode ser estabelecida, também, com outras

Regiões Turísticas fora do estado, como a Região de Aparados da Serra, pela

influência e similaridades que podem ser potencializadas, por exemplo, em

formato de roteiros turísticos integrados.

3.1.4.3 Desenvolvimento de Ações de Acesso ao Mercado

O desenvolvimento de estratégias de comercialização e promoção do turismo no

PNSJ, alinhadas aos objetivos da UC e como atividade de apoio ao uso público,

é fundamental para o sucesso de implementação do projeto piloto PAPP, no

contexto do mercado turístico atual. Recomenda-se que as ações de mercado

sejam também centralizadas e realizadas por um parceiro privado e vinculadas ao

Centro de Visitantes.

Neste sentido, é fundamental que o PNSJ desenvolva um posicionamento

adequado no mercado, por meio de uma comunicação efetiva com o seu público-

alvo, empresários e poder público, bem como adote ações comerciais sinérgicas

que alavanquem a atividade turística no interior da UC, de acordo com o que

preconiza seu Plano de Manejo, e se integre à dinâmica econômica da região.

As ações de mercado, sejam elas em âmbito regional, nacional e internacional,

devem se orientar por práticas inovadoras, fazendo uso da inteligência de

mercado e com foco em segmentos específicos com maior potencial de

convergência para as atividades e serviços realizados no PNSJ. São exemplo de

ações de mercado que podem ser estabelecidas:

• Marketing Digital: desenvolvimento de ações de comunicação por meio

da Internet, da telefonia celular e outros meios digitais para divulgação

e comercialização de produtos e serviços, comunicação com o trade

turístico e comunidade, conquista de novos visitantes e melhoria da rede

de relacionamentos. Buscar fazer o melhor uso das possibilidades do meio

digital e das tecnologias a favor da comunicação do PNSJ;

• Marketing de Conteúdo e Mídias Sociais: desenvolvimento de ações

que busquem engajar-se com o público-alvo, e comunicar os atributos

e diferenciais do PNSJ por meio da criação de conteúdos relevantes e

estimulantes, atraindo, envolvendo e gerando valor para as pessoas de

modo a criar uma percepção positiva do destino e da região. Já a gestão

das mídias sociais, constitui canais de relacionamento na internet, os

quais possuem diferentes possibilidades de interação e participação entre

os usuários, a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de

informação nos mais diversos formatos, com a capacidade de gerar mídia

espontânea, criar ou compartilhar conteúdo, com baixo custo de produção

e distribuição, e alto impacto social;

• Realização de famtrips, que consistem em levar blogueiros e jornalistas

de viagens até o PNSJ para que conheçam a oferta de atividades e

possam comunicá-la ao mercado; realização de campanha takeover com

convidados de alto impacto, estas campanhas consistem em convidar

influenciadores (personalidades, especialistas em determinados temas,

viajantes conhecidos, como por exemplo: montanhistas, praticantes de

trekking, profissionais de gastronomia, esportistas, blogueiros de viagem,

entre outros) para assumirem por um dia a administração das contas das

redes sociais, postando conteúdos relacionados às suas experiências e

visões sobre o destino, a partir de briefings prévios. É um tipo de ação com

excelentes resultados de engajamento e produção de conteúdos criativos;

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• Participação em feiras e eventos especializados do setor, em parceria com

o destino turístico Serra Catarinense (geralmente os destinos já realizam o

investimento de participação nas feiras e parcerias podem ser estabelecidas,

de forma a gerar um baixo custo de participação para o PNSJ).

3.1.4.4 Monitoramento das Atividades de Visitação

O monitoramento das atividades de visitação objetiva: (i) monitorar a qualidade

da experiência dos visitantes e gerar subsídios visando melhorá-la e (ii) manter o

objetivo básico da categoria de UC Parque Nacional, avaliando a perturbação da

visitação na preservação dos ecossistemas naturais de grande relevância ecológica

e beleza cênica.

As ações desenvolvidas pelo parceiro privado, deverão apoiar a gestão do PNSJ

em atuação conjunta com o ICMBio. Observando os dispostos em documentos

e diretrizes específicos deste órgão e no que orienta o Plano de Manejo da UC.

Formas inovadoras que preconizem o uso da tecnologia podem ser desenvolvidas,

sobretudo para avaliação da satisfação da visita e monitoramento espacial dos

fluxos de visitação.

3.1.4.5 Ouvidoria

A criação de uma ouvidoria visa, de um lado, atender à necessidade da

administração dos parques nacionais possuírem um canal para os visitantes

manifestarem reclamações, denúncias e sugestões sobre os serviços que lhe

foram oferecidos, reparando, eventualmente, os danos que sofrerem por parte dos

operadores de turismo; de outro, à conveniência de se constituir uma instância de

controle, de aprimoramento e de aproximação dos serviços às expectativas dos

visitantes.

Para que essas necessidades sejam atendidas é, em geral, suficiente o

atendimento de duas condições: a) independência do ouvidor em relação aos

administradores e aos prestadores de serviço, o que se obtém com a atribuição de

mandato certo; b) autonomia financeira da ouvidoria, o que se consubstancia com

a fixação de verba anual, por uma instância deliberativa colegiada.

Sugere-se, para o atendimento dessas condições, e para reduzir custos, que a

ouvidoria se constitua como uma unidade do Conselho Gestor do PNSJ, podendo

ser Ouvidor um dos membros do próprio Conselho.

3.1.5 MERCADO E ENTORNO

São considerações sobre o atendimento ao mercado e oportunidades para o

entorno do PNSJ:

• Proposta de valor a ser seguida:

• Conforto e praticidade ao visitante;

• Valorização da natureza local e do PNSJ;

• Informações sobre o PNSJ e possibilidades de visitação;

• Segurança.

• Segmento de mercado:

• Turismo receptivo.

• Canais de distribuição:

• Website próprio;

• Website institucional do ICMBio;

• Redes sociais;

• Agências e operadores de turismo;

• Organizações e empreendimentos turísticos locais;

• Mídia espontânea em revistas, jornais, blogs especializados.

• Oportunidades para o entorno:

• Diversas atividades no Centro de Visitantes poderão ser assumidas por

empresas e/ou organizações localizadas no entorno do PNSJ, como

lanchonete, loja de souvenirs (que privilegie mão de obra do entorno

e a valorização da produção associada ao turismo), gestão do centro

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Parque Nacional de São Joaquim

de eventos, gestão da exposição interativa e interpretativa, gestão do

estacionamento, atendentes e monitores, fornecimento de mão de

obra operacional e gerencial, entre outras, divulgação dos atrativos do

entorno do PNSJ.

3.1.6 ASPECTOS FINANCEIROS

Apresenta-se resumidamente os aspectos financeiros para a implementação e

operação do modelo de negócio em questão.

• Fontes de receita:

• Cobrança de ingressos de acesso ao Mirante da Pedra Furada, localizado

no Morro da Igreja;

• Comercialização de alimentos;

• Comercialização de souvenirs, vestuário e equipamentos;

• Locação do espaço interno do Centro de Visitantes;

• Cobrança de tarifa para estacionamento de veículos;

• Cobrança de ingresso para eventos especiais;

• Publicidade e serviços adicionais na plataforma online.

• Investimento e despesas operacionais:

• Implantação ou reforma e manutenção de edificação;

• Implantação e manutenção de trilha entre o CV e o Mirante da Cachoeira

(exceto Alternativa B e D);

• Implantação de estacionamento (exceto Alternativa B);

• Implantação de estruturas de apoio (somente a Alternativa B e D);

• Aquisição de equipamentos e mobiliário;

• Despesas com pessoal (gestão, atendimento, segurança, operação e

gerenciamento)

• Manutenção de equipamentos, estruturas e serviços digitais;

• Transporte da equipe de colaboradores;

• Capacitação e treinamentos específicos.

• Manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da Igreja;

• Manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas;

• Geração de conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio

eletrônico do ICMBio.

3.1.7 ASPECTOS JURÍDICOS

Os aspectos jurídicos para a Operação 1: Centro de Visitantes contemplam a

análise de adequação jurídica da operação, análise dos arranjos jurídicos e síntese

da proposta de arranjo jurídico.

3.1.7.1 Adequação Normativa

A adequação normativa do conjunto de atividades que envolvem a Operação 01

(alternativas A, B, C e D) depende da demonstração de compatibilidade de tais

atividades à legislação incidente sobre os Parques Nacionais Brasileiros, descrita e

comentada no apêndice intitulado “Marco Legal” (Apêndice B).

Atualmente, são aplicáveis os seguintes diplomas normativos:

• Lei 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação – SNUC da Natureza;

• Decreto 4.340/2002, que regulamenta a Lei do SNUC;

• Decreto 84.017/1979, que aprova o regulamento dos Parques Nacionais

Brasileiros;

• Decreto 5.758/2006, que aprova o Plano Estratégico Nacional de Áreas

Protegidas – PNAP; e,

• Portaria 85/2012 – ICMBio.

Com relação à Portaria 85/2012, registre-se que sua vigência, conforme prevê

o seu art. 1º, tem como marco terminativo a publicação do PM do PNSJ, que

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Parque Nacional de São Joaquim

se encontra em fase de aprovação. As atividades de uso público nela previstas,

foram suspensas em 07 de janeiro de 2015, por força de despacho exarado pelo

Presidente do ICMBio no Memorando 04/2015-DIMAN/ICMBio, com exceção do

acesso ao Morro da Igreja.

De todo modo, é preciso considerar o alcance temporal previsto para este projeto

piloto (PAPP-PNSJ), o fato de a Portaria 85/2012 não ter sido revogada, mas ter

sofrido apenas suspensão parcial em sua eficácia, e o fato de o PM do PNSJ não ter

sido até o momento aprovado – não se configurando, pois, a condição prevista no

art. 1º da referida Portaria.

Por um lado, esses fatores recomendam que não se desconsidere a vigência

dos dispositivos contidos na Portaria, ainda que seja muito pouco provável o

levantamento da suspensão de sua eficácia antes da aprovação do PM, quando se

dará sua revogação tácita.

Por outro lado, dado o atual estágio do processo de conclusão do PM, a indicar

sua iminente aprovação, seria aconselhável ter seus termos como referência, ainda

que não estejam vigentes, porquanto ele substituirá todo o conteúdo normativo

da referida Portaria.

Assim, na expectativa de melhor atender aos objetivos deste projeto piloto

PAPP, a análise da adequação normativa será feita considerando não apenas as

disposições legais, como também aquelas contidas na Portaria 85/2012 e no PM.

• Lei 9.985/2000 – Lei do SNUC

A teor do art. 28, Lei 9.985/2000 são proibidas quaisquer atividades ou

modalidades de utilização dos Parques Nacionais que estejam em desacordo com

seu objetivo básico, estabelecido no art. 11 do mesmo diploma:

“[...] preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza

cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de

atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a

natureza e de turismo ecológico.” (grifou-se)

O conjunto de atividades previstas nesta Operação 01, nas quatro alternativas

apresentadas, é compatível com o disposto na Lei 9.985/2000, especialmente no

que se refere a esse objetivo estabelecido pelo legislador.

De fato, a visitação pública e as atividades de pesquisa, bem como as atividades de

exploração comercial, ainda que sujeitas à regulamentação, estão expressamente

autorizadas (respectivamente, nos arts. 11, § 2º e § 3º, e 33, Lei 9.985/2000).

Registre-se, ainda, que na Lei 9.985/2000 não há nenhuma vedação a quaisquer

das atividades previstas nesta Operação 01.

• Decreto 4.340/2002

Neste plano de regulamentação, interessam aos objetivos do projeto piloto PAPP,

especialmente, as disposições relativas à exploração de bens e serviços inerentes

às UC (capítulo VII, Decreto 4.340/2002).

Nos termos do art. 25, Decreto 4.340/2002, essa modalidade de exploração

comercial é plenamente possível, e é definida no parágrafo único desse mesmo

dispositivo:

“Para os fins deste Decreto, entende-se por produtos, subprodutos ou serviços inerentes à

unidade de conservação:

I - aqueles destinados a dar suporte físico e logístico à sua administração e à

implementação das atividades de uso comum do público, tais como visitação, recreação

e turismo”; (grifou-se).

Ainda com relação às atividades de exploração comercial, o art. 28, Decreto

4.340/2002, estabelece que elas poderão contar com a participação de pessoas

físicas e jurídicas, não havendo qualquer limitação nesse sentido. Ademais, essas

atividades só serão permitidas quando previstas no PM, mediante decisão do

órgão executor, ouvido o conselho consultivo do Parque Nacional (art. 26) e

quando estiverem fundamentadas em estudos de viabilidade (art. 29).

Por fim, merece destaque a determinação, pelo Decreto 4.340/2002, de que

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Parque Nacional de São Joaquim

os valores e condições de uso da exploração comercial da imagem do Parque

Nacional serão definidos por ato do órgão executor (art. 27, caput), devendo o

uso ser gratuito quando a finalidade for científica, educativa ou cultural (art. 27,

parágrafo único).

• Decreto 84.017/1979

Como mencionado no Apêndice B do Encarte 1, em que pese esse decreto tenha

sido editado no final da década de 1970, ele possui especial importância para os

fins do projeto piloto PAPP pelo fato de ser a única legislação específica sobre

Parques Nacionais no ordenamento jurídico brasileiro.

De acordo com o Decreto 84.017/1979, as atividades voltadas a recreação,

educação ambiental, turismo ecológico, visitação pública e exploração comercial

estão autorizadas, observadas as limitações previstas no PM e nos arts. 7º e ss.

desse decreto, fixadas de acordo com o zoneamento por ele estabelecido.

Importante registrar que esse diploma prevê expressamente Centros de Visitantes

com salas de exposição e exibições para recepção, orientação e motivação do

público, instalados em locais designados nos respectivos PM (art. 31 e 32). Ademais,

o Decreto 84.017/1979 prevê expressamente outras atividades a serem realizadas

ao ar livre (art. 34), estacionamento e serviços de alimentação (art. 35), bem como

venda de artefatos (art. 36), atividades essas previstas para a Operação 01.

• Decreto 5.758/2006

Ainda que, conforme o afirmado no Apêndice B, esse diploma não disponha

especificamente sobre proibição ou permissão de atividades nos Parques

Nacionais, ele deve ser considerado no âmbito deste projeto piloto PAPP pelo

fato de contemplar os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção sobre

Diversidade Biológica (1992), pela Cúpula Mundial para o Desenvolvimento

Sustentável, além de instituir o Plano Estratégico sobre Diversidade Biológica.

Nessa medida, a análise de adequação das atividades previstas nesta Operação 01 a

esse diploma normativo, pretende demonstrar menos uma adequação às regras do

que a princípios, objetivos e diretrizes estabelecidos no plano nacional e internacional

para as UC como um todo (e não exclusivamente para os Parques Nacionais).

Considerando as atividades previstas nesta Operação 01, bem como o conteúdo

deste Decreto, merecem especial destaque, dentre os princípios, diretrizes e

estratégias por ele estabelecidos, os seguintes:

• Pactuação e articulação das ações de estabelecimento e gestão das áreas

protegidas com os diferentes segmentos da sociedade (item 1.1, XVIII);

• Sustentabilidade técnica e financeira, assegurando continuidade

administrativa e gerencial na gestão das áreas protegidas (item 1.1, XXII);

• Fomentar a participação social em todas as etapas da implementação e

avaliação do PNAP (item 1.2, X);

• Assegurar o envolvimento e a qualificação dos diferentes atores sociais no

processo de tomada de decisão (criação e gestão das áreas protegidas),

garantido o respeito ao conhecimento e direitos dos povos indígenas,

comunidades quilombolas e locais (item 1.2, XI);

• Fortalecer os instrumentos existentes de participação e controle social,

bem como os de monitoramento e controle do Estado; (item 1.2, XII);

• Mobilizar e formalizar parcerias para gestão (item 3.2, II, ‘l’);

• Identificar e apoiar alternativas econômicas no entorno e nas zonas de

amortecimento das UC (item 3.2, II, o);

• Definir e implementar mecanismos que confiram prioridade às

comunidades locais na implementação e gestão de atividades econômicas

no interior das UC (item 4.1, II, ‘h’);

• Estabelecer e fortalecer mecanismos e instrumentos de participação que

ampliem a inclusão da diversidade sociocultural na gestão (item 4.2, II, ‘b’);

• Desenvolver projetos que incorporem as comunidades locais no processo

de gestão de atividades econômicas no interior das UC e em suas zonas de

amortecimento (item 4.3, II, ‘c’);

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Parque Nacional de São Joaquim

• Propor instrumentos legais e mecanismos institucionais ou aprimorar

os existentes para o estabelecimento e gestão eficazes das UC, zonas de

exclusão de pesca e zonas de amortecimento (item 5.1, II, ‘a’).

• Portaria 85/2012 – ICMBio

Este documento foi publicado em 2012 com o intuito de suprir, temporariamente

e em caráter emergencial, a necessidade de regulamentação da visitação pública

no PNSJ, tendo em vista a inexistência de um PM.

Assim, as normas contidas nesse diploma não possuíam a pretensão de esgotar o

ordenamento da visitação no PNSJ. Em verdade, poder-se-ia dizer que o objetivo

da Portaria era apenas regulamentar atividades que já são praticadas no interior do

PNSJ. Não obstante isso, nos termos do Memorando 04/2015-DIMAN/ICMBio, sob

o pressuposto de que “a edição da Portaria 85 tem causado degradação ambiental e

impactos significativos em áreas frágeis daquela unidade”, sua eficácia foi parcialmente

suspensa, mantendo-se apenas a autorização para acesso ao Morro da Igreja.

Nesse sentido, conforme detalhado no Apêndice B do Encarte 1, a Portaria se

limita a fixar regras sobre caminhada e montanhismo (capítulo III), ciclismo

(capítulo IV), voo livre (capítulo V), cavalgada (capítulo VI) e condução de visitantes

(capítulos VII a IX), além de estabelecer algumas normas gerais sobre visitação

(como o horário de abertura do Parque).

É dizer, a Portaria 85/2012 – ICMBio não tem por objeto a indicação de todas

as atividades proibidas ou permitidas no PNSJ, restringindo-se, como dito, à

regulamentação das atividades já praticadas ao tempo de sua edição. Assim, o

fato das atividades indicadas nesta Operação 01 não estarem expressamente

previstas, não implica, absolutamente, sua vedação. Em primeiro lugar, porque a

regulamentação dessas atividades fugiria ao objeto do diploma; em segundo lugar,

porque a Portaria não veda expressamente a prática de nenhuma delas; e, em

terceiro lugar, porque o próprio documento estabelece uma permissividade genérica

para “outras atividades de visitação ou aventura que ocorrem no Parque [...]” (art. 2º, § 1º).

Diante disso, conclui-se que a Portaria 85/2012 – ICMBio não oferece óbice para

o desenvolvimento das atividades previstas nesta Operação 01. Uma porque está

com sua eficácia parcialmente suspensa; duas, porque as atividades não previstas

não constituem proibição.

• Plano de Manejo do PNSJ

Conforme já ressaltado, o fato de o PM do PNSJ se encontrar em fase de

aprovação não é suficiente para elidir a conveniência e a oportunidade de que as

atividades propostas no âmbito deste projeto piloto PAPP sejam a ele adequadas,

especialmente devido ao alcance temporal previsto para o Projeto.

O PM do PNSJ prevê expressamente a instalação de um Centro de Visitantes (p.

23, 31, 37, 38 e 39) na Zona de Uso Intensivo do Parque, na qual também poderá

haver mirantes e outras facilidades e serviços (p. 38), desde que indispensáveis

ao manejo e à gestão do PNSJ (p. 39, item 30; e p. 48, item 6, que fala em “manejo

adequado”). Assim, conclui-se que, embora o PM não mencione expressamente

todas as atividades previstas para a Operação 01, elas possuem adequação lógica

com as suas previsões. Portanto, desde que observem as demais disposições do

documento (analisadas mais detalhadamente no Apêndice B do Encarte 1), é

possível considerá-las permitidas.

Outras normas do PM reafirmam essa conclusão, como por exemplo aquelas

relativas ao pagamento de ingresso para acesso à área de serviços do PNSJ (p.

52, item 28 – bilheteria); à necessidade de esclarecimentos sobre normas de

segurança, condutas e temas que serão trabalhados durante as visitas (p. 52,

item 30 – centro de informações); à realização de eventos e similares (p. 52, item

36 – espaço de eventos), vedando-se aqueles de cunho político-partidário e

afins (p. 52, item 37); e ao comércio de alimentos e bebidas, a ser definido em

plano específico e em outros instrumentos, vedando-se o consumo de bebidas

alcoólicas (p. 54, itens 64 e 65 – serviço de alimentação).

Por fim, convém ressaltar que, com relação aos serviços de alimentação, o PM

estabelece a exigência de que “o preparo de alimentos deve ser feito em fogareiros”

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Parque Nacional de São Joaquim

(p. 39, item 34), o que, por analogia, não impede a implantação de equipamentos

mais seguros, como fogões em cozinhas especialmente construídas para a

preparação de alimentos.

3.1.7.2 Arranjo Jurídico

Como mencionado no Apêndice A do Encarte 1 (“Instrumentos Jurídicos”), o

ICMBio dispõe de diversas técnicas contratuais para implantar parcerias público-

privadas. A adoção de uma técnica e, a partir dela, a concepção de instrumentos

jurídicos, não encontra nenhum outro limite na legislação além daqueles

aplicáveis à Administração Pública como um todo. Assim, dada a natureza

autárquica do ICMBio – detentor do domínio da área do PNSJ –, em tese, todo

instrumento jurídico que possa ser empregado pela Administração Pública poderá

sê-lo também para a implantação deste projeto piloto PAPP. Em outras palavras:

“mesmo diante de circunstâncias relativamente parecidas, há considerável espaço para

que, de maneira absolutamente legítima, variem as soluções contratuais a adotar.

Seguir um modelo ou outro, portanto, na maior parte das vezes, reflete uma opção

discricionária do Poder Público” 17.

Nesse amplo campo de discricionariedade, a escolha envolve elementos subjetivos

e objetivos. Em geral, os elementos subjetivos se articulam em torno de aspectos

funcionais, como a finalidade e os objetivos da contratação, a técnica gerencial ou

a política pública da área; os elementos objetivos, em torno de aspectos estruturais,

como o exame da compatibilidade entre os elementos da modalidade contratual e

a atividade, o investimento ou a personalidade jurídica do contratante.

Como afirma Jacintho Câmara, “optar por um modelo e não por outro, na maior

parte das vezes, não depende de discussão jurídica (no sentido dogmático, de escolha

baseada na validade da decisão tomada)” 18. Em regra, a escolha de qualquer

17 CÂMARA, Jacintho Arruda. Contratações públicas para projetos de infraestrutura. In: MARCATO, Fernando S.; PINTO JUNIOR, Mario Engler (Orgs.). Direito da Infraestrutura. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 1, p. 59-95, p. 59.

18 CÂMARA, Jacintho Arruda. Contratações públicas para projetos de infraestrutura. In: MARCATO, Fernando S.; PINTO JUNIOR, Mario Engler (Orgs.). Direito da Infraestrutura. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 1, p. 59-95, p. 60.

dos instrumentos previstos no ordenamento administrativo, acompanhada da

observância dos procedimentos legais para sua celebração, garantem a validade

da operação19.

Adotando-se como critério objetivo o binômio “tipo de atividade/volume de

investimento” e, como critério subjetivo, a atratividade da Operação com vistas

ao objetivo deste projeto piloto PAPP, o instrumento jurídico mais adequado para

esta Operação 01, nas alternativas “A”, “B”, “C” e “D”, seria aquele que oferecesse ao

contratante uma maior estabilidade e segurança jurídica.

A concessão de uso, dentre todos os contratos administrativos, é a que melhor

atende a esse desígnio. Essa modalidade de contratação impõe ao Poder Público

uma rescindibilidade vinculada à demonstração de interesse público, exigindo o

pagamento de justa indenização ao particular – garantindo, assim, que o particular

não sofrerá prejuízo em decorrência dos investimentos realizados. Acresça-se

como vantagem, ainda, o fato desse contrato ser necessariamente objeto de

procedimento licitatório e de contemplar a possibilidade de remuneração do

particular por meio de tarifa cobrada dos usuários dos serviços oferecidos pelo

concessionário.

Esse também tem sido o entendimento da PFE-ICMBio, que, já em 2012,

afirmou que a concessão de uso é “instrumento mais amplo e que, em essência,

adéqua-se com mais precisão ao uso público em Unidades de Conservação” 20.

Esse entendimento foi expressamente reafirmado pela PFE-ICMBio em 2017,

ao responder a questionamento sobre o instrumento mais adequado para

a exploração de atividade e de serviços de apoio à visitação em Florestas

Nacionais: “sim, a concessão de uso privativo de unidade de conservação é o

instrumento adequado para que o ICMBio delegue ao particular a exploração

19 Registre-se, entretanto, que, realizada a escolha, os contratantes se sujeitam às condições legais de sua implemen-tação. Isso permite afirmar que a discricionariedade alcança apenas o processo de seleção do instrumento que regulará a relação jurídica, após o qual a Administração se vincula ao procedimento previsto em lei.

20 Parecer nº 0383/2012/PFE-ICMBIO-SEDE/PGF/AGU, p. 9.

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Parque Nacional de São Joaquim

de serviços e atividade de apoio ao uso público em Unidades de Conservação,

incluindo-se as florestas nacionais” 21.

Registre-se também que o ICMBio, demonstrando a disposição de utilizar essa

modalidade de contrato na gestão das UC, disciplinou, por meio da Instrução

Normativa 02, de 30 de janeiro de 2017, o planejamento, a execução e o

monitoramento da concessão de uso para prestação de serviços de apoio à visitação

em UC. Como mencionado no Apêndice A do Encarte 1, essa instrução normativa

instituiu um Comitê Especial de Concessão (art. 3º), disciplinando sua competência e

composição (art. 4º), bem como prevendo um procedimento administrativo próprio

de formalização e monitoramento dos contratos de concessão (art. 5º e ss.).

Com essa inequívoca demonstração de opção por uma técnica gerencial centrada

na concessão de uso, conjuga-se mais esse elemento subjetivo no conjunto de

argumentos que apontam para a conveniência e a oportunidade da escolha desse

contrato para a regulação das atividades desta Operação 01.

Considerando essa opção, dois são os arranjos possíveis para esta Operação 01:

• Para a alternativa “A”: um contrato de concessão de uso;

• Para as alternativas “B”, “C” e “D”: um contrato de concessão para ambas as

operações ou dois contratos de concessão, sendo um para as atividades

realizadas dentro do PNSJ e outro para as atividades realizadas no

município de Urubici.

Em qualquer dessas alternativas e arranjos, a concessionária seria empresa –

brasileira ou estrangeira22, isoladamente ou em consórcio, observadas as normas

constantes no art. 33, Lei 8.666/1993 – que poderia subcontratar pessoas

21 Despacho nº 00141/2017/COMAD/PFE-ICMBIO/PGF/AGU, p. 2-4. Semelhante entendimento foi exarado no Parecer nº 00150/2017/COMAD/PFE-ICMBIO/PGF/AGU: “a respeito do assunto, esta Procuradoria tem firmado entendimento em manifestações anteriores de que os serviços de apoio à visitação em unidades conservação federais devem ser concedidos mediante procedimento licitatório, uma vez que se trata de concessão de uso de bem público de uso especial” (p. 2).

22 No caso de empresa estrangeira, deverão ser observadas as exigências legais que regulam sua participação em processos licitatórios.

jurídicas de direito privado com ou sem finalidade lucrativa para as atividades

individualmente consideradas.

Saliente-se que, pelo fato dessa modalidade de concessão não possuir um marco

legal próprio, a ela se aplica a Lei 8.666/1993 e, por analogia, quando compatível, a

Lei 8.987/1995, que regula a concessão de serviços públicos. Pois, como expresso

no Parecer nº 0383/2012/PFE-ICMBIO-SEDE/PGF/AGU, nada “impede que os

preceitos consignados na Lei 8987/95, pelas muitas similaridades existentes entre a

concessão de serviços públicos e a delegação a terceiros da exploração das atividades

relacionadas ao uso público em Unidades de Conservação, sejam utilizados análoga e

subsidiariamente para sanar eventuais incompletudes normativas” 23.

Por fim, ressalte-se que, com relação à alternativa “D”, a eventual doação de área

ao ICMBio não apresenta percussão no que se refere ao arranjo jurídico proposto.

No processo de concessão de bem público o que importa, na relação jurídica que

se estabelece entre concedente e concessionário, é a titularidade do domínio

da área. In casu, a titularidade do domínio do imóvel previsto nas alternativas “B”

e “C” (escritório do ICMBio em Urubici) e do imóvel a ser eventualmente doado

na alternativa “D” não se altera, permanecendo o mesmo concedente: o ICMBio.

Por outro lado, com relação às atividades previstas na alternativa “D”, que seriam

objeto da concessão, são as mesmas previstas para a alternativa “A”, excluindo-se o

estacionamento. Desse modo, a alternativa “D” não contempla nenhuma atividade

não incluída no estudo de plausibilidade jurídica retratado no Quadro 3.1. Assim,

quer do ponto de vista da concessão do bem, quanto da delegação de serviços, a

alternativa “D” não apresenta nenhum óbice do ponto de vista jurídico.

3.1.7.3 Síntese do Aspecto Jurídico

Seguem (Quadro 3.1), de modo resumido, as indicações referentes à

compatibilidade jurídica e ao instrumento de delegação adequado para as

atividades de uso público desta Operação 01.

23 Parecer nº 0383/2012/PFE-ICMBIO-SEDE/PGF/AGU, p. 10.

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Parque Nacional de São Joaquim

Quadro 3.1 Síntese do aspecto jurídico da Operação 1: Centro de Visitantes.

OPERAÇÃO 1

ATIVIDADEALTERNATIVA COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO

JURÍDICO ACONSELHADO

SUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃOA B C D Normativa expressa Normativa por analogia

Infraestrutura para visitação, administração e apoio à gestão

X X X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII;

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.;

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 31; art. 32; art. 35, parágrafo único;

• PM: p. 23, 31, 37, 38 e 39.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Bilheteria X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.;

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.;

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.

• PM: p. 52, item 28.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Serviço de alimentação X X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 35, parágrafo único.

• PM: p. 39, item 34; e p. 54, itens 64 e 65.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e com bônus

Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.

Loja de souvenirs e equipamentos

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 36.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.;

• PM: p. 38.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Eventos especiais externos X X X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 30; art. 33; art. 34.

• PM: p. 11, p. 23, p. 29, p. 30, p. 34.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e com bônus

Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.

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141

Parque Nacional de São Joaquim

OPERAÇÃO 1

ATIVIDADEALTERNATIVA COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO

JURÍDICO ACONSELHADO

SUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃOA B C D Normativa expressa Normativa por analogia

Espaço interno do centro de visitantes

X X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 31; art. 32.

• PM: p. 52, item 36.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e sem bônus

Instituições de educação e de pesquisa ou empresas especializadas de eventos.

Estacionamento X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 35, parágrafo único.

• PM: p. 23, p. 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Aplicativo mobile X X X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 30.

• PM: p. 23; p. 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e sem bônus

Empresa especializada

Ouvidoria X X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 38.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Divulgação e marketing

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 30.

• PM: p. 23; p. 30; p. 48, item 2.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável Empresa privada especializada, vinculada ao Centro de Visitantes.

Segurança patrimonial e portaria

X X X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.

• PM: p. 23, p. 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e sem bônus

Empresa especializada

Exposição interativa e interpretativa

X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 52, item 30.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

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142

Parque Nacional de São Joaquim

OPERAÇÃO 1

ATIVIDADEALTERNATIVA COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO

JURÍDICO ACONSELHADO

SUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃOA B C D Normativa expressa Normativa por analogia

Centro de informações X X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 31; art. 32.

• PM: p. 52, item 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Sala de turismo X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 31; art. 32.

• PM: p. 52, item 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Posto de primeiros socorros

X X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 38; p. 35, item 11.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Mirante X X

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 33; art. 34.

• PM: p. 38.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

3.1.8 REFERÊNCIA CONCEITUAL

Para atender efetivamente ao mercado e suas tendências, é importante que as

operações possuam identicidade e características adequadas. Estas questões

podem ser promovidas através da incorporação de conceitos de serviços, padrões

construtivos, operações, entre outros. Partindo das análises realizadas, são

apresentadas referências conceituais para a Operação 01 – Centro de Visitantes.

3.1.8.1 Experiências e Vivências

A visitação à uma UC, por si só, é uma atividade intrinsecamente experiencial.

Entretanto, atividades, produtos e serviços ofertados como parte do uso público

podem despertar emoções únicas e fazer mais sentido ao visitante. Vivências

são experiências que deixam marcas em uma pessoa de maneira duradoura, e

que proporcionam momentos de prazer que permanecerão na memória. São

características que fazem com que o visitante desenvolva uma ligação emocional

com a atividade, produto ou serviço prestado e assim acrescente um diferencial

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143

Parque Nacional de São Joaquim

em relação a outros similares no mercado. Desta forma, a busca por experiências

e vivências que gere o engajamento dos visitantes e produzam aprendizados

significativos e memoráveis, devem também ser observados como referenciais

conceituais para o PNSJ. São apresentadas três possibilidades de experiências e

vivências a serem desenvolvidas em conjunto com a Operação 01.

• Eventos especiais externos

Poderão ser criadas atividades que explorem de maneira criativa o potencial da

área do Morro da Igreja, incluindo as duas trilhas que partem do local. A Figura 7.2

ilustra exemplos de eventos especiais que podem ser realizados no PNSJ.

Figura 3.2 Exemplos de eventos especiais externos:

observação astronômica e música ao ar livre.

Fonte: Assobio, s.d.; Mollyd57, YouTube, 2013.

São sugestões de eventos e atividades deste tipo para o PNSJ:

• Caminhadas em noite de lua cheia;

• Assistir ao nascer ou ao pôr do sol no Morro da Igreja, ao som de pequena

orquestra, ou um quarteto de cortas;

• Workshop sobre fotografia da natureza;

• Observação noturna do céu com instrumentos astronômicos ou a olho nu.

Antes de promover o evento, é importante realizar uma avaliação sobre seus

possíveis impactos ao meio ambiente e se estão de acordo com os objetivos do

PNSJ.

• Visitação com Tecnologia

As experiências associadas à tecnologia são opções que vão ao encontro com a

Macrotendência 03 - Influência das tecnologias de informação e comunicação no

turismo em áreas naturais (Figura 3.3).

Figura 3.3 Exemplos de visitação com tecnologia:

projeções, áudio-guias e aplicativos mobile.

Fonte: PopUp Play, 2016; National Parks Service (2017).

A Figura 3.3 ilustra possíveis usos da tecnologia para promover experiências aos

visitantes que frequentem o PNSJ, sendo eles:

• Projeção de video mapping em árvores;

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144

Parque Nacional de São Joaquim

• Aplicativo mobile de realidade aumentada que simula as condições

históricas e com conteúdo educativo. Pode ser utilizado para representar as

formações geológicas e a transformação da paisagem ao longo do tempo

na área do Morro da Igreja;

• Áudio-guia com auxílio de áudio 3D, imersivo e que explore tanto os

aspectos reais, como a flora, fauna e geologia, quanto imaginários do

espaço, como lendas e histórias locais;

• Aplicativo mobile com guia sobre a fauna e a flora que ocorrem na região

do PNSJ e instruções para identificação de espécies.

Recomenda-se também o uso de geolocalização nos aplicativos, permitindo que

o usuário receba avisos sobre quando uma nova informação está disponível para

acesso ou onde utilizar os mecanismos de realidade aumentada, por exemplo.

• Exposição Interativa

No intuito de romper com a monotonia das exposições estáticas e despertar

o interesse do visitante, as exposições interativas são elementos fundamentais

na museologia contemporânea. Este tipo de mostra é capaz de transformar

espaços desestimulantes em locais que aproximam os visitantes e possibilitam a

apreciação e valorização de seus conteúdos (Figura 3.4).

O Centro de Visitantes do PNSJ poderá utilizar de exposições interativas como

artefato de atratividade. Sugere-se apresentar temas e elementos específicos do

PNSJ para as exposições interativas, como elementos climáticos (vento e neve),

históricos (tropeiros e ocupação indígena), geológicos (formação da Pedra Furada

e dos campos de altitude) e atuais (explanações sobre o CINDACTA II).

Figura 3.4 Exemplos de exposições interativas: Centro de Visitantes Paineiras (Parque

Nacional da Tijuca) e Memorial de Minas Gerais – Vale.

Fonte: Centro de Visitantes Paineiras - Parque Nacional da Tijuca, s.d.; Memorial de Minas Gerais – Vale, s.d..

3.1.8.2 Identidade e Conceito

A arquitetura e o design são elementos com alta capacidade de influenciar e

incentivar positivamente a atratividade, a experiência e as vivências relacionadas

ao consumo de um determinado espaço. O desenvolvimento de estruturas,

ambientes e elementos que reflitam conforto e bem-estar, bem como valorizem

as características locais alinhadas às tendências globais, pode ser um motivo a

mais para tornar a visitação ao PNSJ uma experiência única e diferenciada. Desta

forma, condicionantes arquitetônicas que busquem uma proposta moderna,

sustentável e atenta às demandas e tendências de mercado apresentadas são

fundamentais e devem a ser observadas como referenciais conceituais para o

PNSJ.

A Figura 3.5 ilustra exemplos de construções conceituais que possuem integração

com o meio ambiente e que podem ser absorvidos para o desenvolvimento do

Centro de Visitantes do PNSJ, caso implantado na região do km 9 da Estrada do

Morro da Igreja ou em outro local ainda não definido na cidade de Urubici.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 3.5 Exemplos de construções integradas ao meio ambiente,

com conceito e design.

Fonte: CAEaCLAVELES - Astúrias/Espanha – Longo, s.d.; Roldán Arquitectos, s.d..

A Figura 3.6 apresenta um exemplo de aplicação de edificação com design

integrado à natureza em um Centro de Visitantes de Parque Nacional no Canadá.

Caso o Centro de Visitantes venha a ser implantado na área da sede administrativa

do ICMBio na região urbana de Urubici, seu design deverá acompanhar o contexto

do local. Em Urubici, verifica-se a tendência arquitetônica do uso de contêineres

na construção. A Figura 3.7 apresenta edificações existentes em Urubici e outros

designs conceituais para aplicação em área urbana.

São apresentados como referências conceituais para espaços comerciais nos

Centros de Visitantes, as lojas de souvenirs Arty Rio, localizada no Aeroporto

Galeão, e Sequoia National Park Gift Shop. Ambas exploram elementos marcantes

de suas localidades, tanto na decoração quanto no desenvolvimento de seus

produtos. (Figura 3.8)

Figura 3.6 Centro de Visitantes no Parque Nacional Mont-Oford,

localizado em Quebec, Canadá.

Fonte: Centro de Visitantes - Parque Nacional Mont-Oford, Quebec/Canadá, s.d..

Figura 3.7 Exemplos de construções que agregam conceito e design, para área urbana.

Fonte: Rodrigo Kirck Arquitetura, s.d.; Container Homes Plans, s.d.; Solar Burrito, s.d..

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 3.8 Exemplos de design de interiores para lojas de souvenir e cafés

com elementos da natureza.

Fonte: Visitsequoia.com, 2013; Loja Arty Rio, s.d.; Loja MATE-Lima, s.d.; Café de Lima – Peru, s.d..

Os espaços para comercialização e consumo de alimentos, como cafés,

restaurantes e lanchonetes, podem utilizar elementos característicos regionais

para a decoração do seu interior, assim como na preparação de alimentos.

3.1.8.3 Proposta arquitetônica para o Centro de Visitantes

A proposição leva em consideração estudo arquitetônico elaborado a partir das

referências conceituais, estudo de mercado e panorama social e ambiental do

PNSJ. São apresentados estudos de perspectiva e elevação frontal (Figura 3.9) e

planta baixa de implantação (Figura 3.10).

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 3.9 Estudo arquitetônico para o Centro de Visitantes do PNSJ, perspectiva e elevação frontal.

Fonte: Maylin Ling Arquitetura. Adaptado e com escala alterada.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 3.10 Estudo arquitetônico para o Centro de Visitantes do PNSJ, planta baixa de implantação.

Fonte: Maylin Ling Arquitetura. Adaptado e com escala alterada.

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Parque Nacional de São Joaquim

3.2 OPERAÇÃO 02: TRANSPORTE ÚNICO – MORRO DA IGREJA

O fluxo atual de visitantes em veículos próprios no Morro da Igreja, aliado às

características climáticas da região, a grande declividade e condições estruturais

da via de acesso, configura-se como o principal gargalo para a visitação no

PNSJ. Deve-se também considerar que o Morro da Igreja possui uma demanda

potencial que poderá pressionar ainda mais suas condições de visitação, conforme

apontado pela Análise Mercado. Desta forma, um serviço de Transporte Único,

além de elevar a experiência do visitante, mostra-se como solução extremamente

válida para o ordenamento da visitação no PNSJ.

3.2.1 OBJETO

Prestação de serviços de transporte em veículos especiais com fins turísticos entre

o Centro de Visitantes (ou área especial) e o Morro da Igreja, conforme condições

previstas no Plano de Manejo do PNSJ e o que for estabelecido em regulamentos

específicos.

3.2.2 LOCALIZAÇÃO

Indica-se a realização de avaliação de viabilidade técnica e econômico-financeira

para três possibilidades de local de início do transporte único. Sendo elas:

• Alternativa A: a partir do Centro de Visitantes na área interna do PNSJ (área do

Km 9): neste caso são em torno de 16 km de trajeto ida e volta (Figura 3.11).

• Alternativa B: a partir de área próximo ao entroncamento da Rodovia

SC-370 e a Estrada do Morro da Igreja (km 0): neste caso são em torno de

34 km de trajeto ida e volta, sendo o operador obrigado a operar a partir de

área com distância máxima de 2 km do entroncamento.

• Alternativa C: a partir da Sede do PNSJ ou outra área também localizada no

centro urbano de Urubici. Neste caso são em torno de 58 km de trajeto ida

e volta, poderão ser previstas paradas em pontos estratégicos ao longo do

percurso para embarque de passageiros (que já tiverem feito a compra de

ingresso/transporte pela internet ou no Centro de Visitantes e estiverem

visitando algum atrativo e equipamento existentes ao longo da estrada do

Morro da Igreja).

Figura 3.11 Possíveis locais de embarque para a Operação 02:

Transporte Único – Morro da Igreja.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

3.2.3 OPERAÇÃO

O serviço de transporte para o Morro da Igreja, independentemente de sua

alternativa de embarque, contempla as ações e características elencadas a seguir.

3.2.3.1 Operação Normal

• Serviço:

• Implantar e operar serviço de transporte de visitantes em veículos

especialmente preparados para a atividade tipo “van”, em parte próprios

e em parte terceirizados, conforme sazonalidade da demanda, com

capacidade entre 10 e 18 passageiros;

• Realizar difusão de informações em sistema de som e vídeo (na língua

portuguesa e com legendas em inglês) aos usuários durante o percurso

de transporte;

• Disponibilizar veículo para transporte de pessoas com dificuldade de

locomoção e cadeirantes.

• Frequência:

• O serviço deverá estar disponível durante todo o ano, com operações

específicas durante a alta temporada, finais de semana e feriados

prolongados e, durante a baixa temporada e dias úteis, pode-se avaliar

o uso de transportes particulares, automóvel e motos (com cobrança de

taxa específica);

• O tempo de espera máximo para o visitante é estabelecido na avaliação

de viabilidade técnica e econômico-financeira.

• Normas gerais:

• O prestador do serviço deverá obedecer a todas as normas de segurança

previstas para a atividade, incluindo seguro de vida de passageiros;

• O prestador do serviço deverá utilizar veículos em condições adequadas

de uso e obedecer aos padrões das legislações estabelecidos, incluindo

questões relacionadas à emissão de poluentes e ruídos.

3.2.3.2 Operação Reduzida

• Serviço:

• Implantar e operar serviço de transporte de visitantes em veículos

especialmente preparados para a atividade tipo “van”, terceirizados, com

capacidade entre 10 e 18 passageiros;

• Realizar difusão de informações em sistema de som e vídeo (na língua

portuguesa e com legendas em inglês) aos usuários durante o percurso

de transporte;

• Disponibilizar veículo para transporte de pessoas com dificuldade de

locomoção e cadeirantes.

• Frequência:

• O serviço deverá estar disponível em dias de pico, finais de semana e

feriados prolongados;

• O tempo de espera máximo para o visitante é estabelecido na avaliação

de viabilidade técnica e econômico-financeira.

• Normas gerais:

• O prestador do serviço deverá obedecer a todas as normas de segurança

previstas para a atividade, incluindo seguro de vida de passageiros;

• O prestador do serviço deverá utilizar veículos em boas condições e

obedecer aos padrões das legislações estabelecidos, incluindo questões

relacionadas à emissão de poluentes e ruídos.

3.2.4 MERCADO E ENTORNO

São considerações sobre o atendimento ao mercado e oportunidades para o

entorno do PNSJ:

• Proposta de valor a ser seguida:

• Transporte confortável, seguro e limpo.

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Parque Nacional de São Joaquim

• Segmento de mercado:

• Turismo receptivo.

• Canais de distribuição:

• Website do Centro de Visitantes;

• Website institucional do ICMBio;

• Redes sociais;

• Agências e operadores de turismo;

• Organizações e empreendimentos turísticos locais.

• Oportunidades para o entorno:

• Operacionalização do serviço, por meio da organização local das

empresas que já operam de transporte turístico local.

3.2.5 ASPECTOS FINANCEIROS

Apresenta-se resumidamente os aspectos financeiros para a implementação e

operação do modelo de negócio em questão.

• Fontes de receita:

• Exploração comercial do serviço de transporte único para o PNSJ, no

trecho entre o Centro de Visitantes (ou área especial) e o Mirante da

Pedra Furada.

• Investimento e despesas operacionais:

• Aquisição de frota de veículos;

• Implantação de plataformas de embarque/desembarque;

• Envelopamento personalizado (distinção e marketing);

• Despesas operacionais com pessoal (motoristas);

• Capacitação e treinamentos específicos;

• Seguros diversos;

• Manutenção veicular.

• Contrapartidas e obrigações:

• Realizar manutenção da Estrada do Morro da Igreja para o trecho no

interior do PNSJ, localizado entre o km 7 e o Mirante da Pedra Furada,

através das seguintes atividades: roçada; poda de vegetação e limpeza

de valetas e bueiros.

3.2.6 ASPECTOS JURÍDICOS

A prestação de serviços de transporte em veículos especiais, com fins turísticos,

entre o Centro de Visitantes a ser instalado e o Morro da Igreja, é objeto de

expressa previsão no art. 4º, § 2º, Portaria 85/2012 – ICMBio:

“A administração do Parque poderá adotar estratégia de ordenamento do tráfego e

da visitação na estrada de acesso ao Morro da Igreja, tais como determinar e limitar

o número máximo de veículos concomitantemente, autorizar o acesso de veículos de

transporte coletivo, como vans ou ônibus de turismo, de modo a viabilizar o acesso dos

visitantes em dias de grande fluxo, ou determinar tempo máximo de visitação, visando

distribuir uniformemente os visitantes pelo tempo de funcionamento do PNSJ e garantir

a qualidade da experiência do visitante”.

O PM do PNSJ também contém previsão expressa, estipulando o transporte único

como modelo prevalente:

“A circulação motorizada de visitantes na área do Morro da Igreja/Pedra Furada será

feita por meio de transporte único, desde que viável, sendo que tal transporte será

avaliado individualmente para as outras áreas e atividades, o que será definido e

detalhado nos planos específicos e outros instrumentos, permanecendo como está até a

implantação do serviço” 24.

Para atender a essas determinações, qualquer das modalidades de delegação

– autorização, permissão e concessão – seria juridicamente válida. Considerado

isoladamente o serviço de transporte no PNSJ, por suas características, a forma de

delegação que mais se ajustaria seria a permissão de uso. Afinal, como ensina Hely

24 PM, p. 52, item 3.

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Parque Nacional de São Joaquim

Lopes Meirelles, citado por Maria Sylvia Z. Di Pietro, “seria preferível a permissão,

quando os serviços permitidos são transitórios, ou mesmo permanentes, mas que

exijam frequentes modificações para acompanhar a evolução da técnica ou as

variantes do interesse público, tais como o transporte coletivo, o abastecimento da

população e demais atividades cometidas a particulares, mas dependentes de controle

estatal” 25.

Ademais, a natureza precária da permissão, sem a necessidade de estipulação

de prazo, facilitaria a substituição de permissionários (idealmente operadores

locais), com a possibilidade de o Poder Público revogá-la, a qualquer momento,

sem indenização. Essas características favoreceriam um arranjo jurídico no qual

seriam contemplados vários permissionários constituídos na forma de sociedades

empresárias, empresas individuais, cooperativas, associações e mesmo pessoas

físicas, prestigiando aqueles que já exercem essa atividade junto ao PNSJ.

Entretanto, considerando a indissociável relação entre o serviço de transporte e

os demais serviços de visitação oferecidos pelos concessionários responsáveis

pela execução da Operação 01 (Morro da Igreja), seria aconselhável que ambas

atividades fossem contempladas pelo mesmo contrato de concessão. Afinal, a

previsibilidade e a estabilidade da Operação 1 estariam comprometidas caso o

serviço de transporte estivesse sob a responsabilidade de uma ou mais pessoas

jurídicas diversas do concessionário.

Descartadas a delegação própria para outra pessoa física ou jurídica, em qualquer

das modalidades permitidas, o delegatário dos serviços de transporte seria

o próprio concessionário das áreas reservadas à Operação 01. Sem prejuízo,

evidentemente, de que o concessionário subcontratasse, individualmente, outros

operadores.

Afinal, considerando o preceituado na legislação quanto à promoção e à

qualificação de diferentes atores sociais, bem como à justa repartição dos

25 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

benefícios para a melhoria da qualidade de vida da comunidade local26, a

subcontratação dos operadores de transporte que já exercem essa atividade e

de outros comunitários que tenham interesse em fazê-lo é de todo aconselhável.

Assim, nada obstaria que fosse estabelecida uma bonificação especial, no

contrato de concessão, para as subcontratações que envolvessem membros da

comunidade.

Em resumo:

• Previsão contratual: cláusula do contrato de concessão (Operação 1);

• Responsável pela operação: Concessionário (Operação 1);

• Executor da atividade: Subcontratado (pessoa física ou pessoa jurídica de

direito privado, com ou sem finalidade lucrativa).

3.2.7 REFERÊNCIAS CONCEITUAIS

A identificação e distinção dos veículos que realizarão o Transporte Único podem

auxiliar a criação de identidade e promoção do PNSJ. Dessa forma, sugere-se o uso da

marca do PNSJ como estampa nos veículos utilizados pela Operação 2 (Figura 3.12).

Figura 3.12 Exemplo do uso de identificação dos veículos de transporte

em Parque Nacional

Fonte: Consórcio Paineiras Corcovado, s.d..

26 Ver, a respeito, o Apêndice B – Encarte 1, intitulado Marco Legal, especialmente na parte reservada à análise do Decreto 5.758/2006.

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Parque Nacional de São Joaquim

3.3 OPERAÇÃO 03: RECANTO SANTA BÁRBARA

A área Santa Bárbara, localizada à uma distância aproximada de 23 km do

centro de Urubici, possui grande valor cênico, geológico e paisagístico. Suas

características naturais e sua localização resultam em potencial para a implantação

de um restaurante de médio porte, realização de caminhadas e cavalgadas.

O restaurante deve se integrar ao ambiente local e ao atendimento à demanda

existente no entorno. Seu conceito, projeto de arquitetônico e qualidade

deve ser capaz de torná-lo um atrativo em si. As instalações devem prezar por

técnicas construtivas sustentáveis e ambientalmente responsáveis, bem como

preocupações com a eficiência energética, tratamento de resíduos sólidos,

efluentes líquidos, entre outros.

Quanto às caminhadas, além das possibilidades locais, a área é local de início/fim

de travessias no PNSJ. Assim, torna-se especialmente interessante a identificação

de áreas que permitam oferecer o suporte de hospedagem em equipamento

rústico, com acampamento ou abrigo.

3.3.1 OBJETO

Operação e exploração comercial do Recanto Santa Bárbara e serviços associados.

3.3.2 LOCALIZAÇÃO

O Recanto Santa Bárbara deverá ser implementado próximo ou junto ao

atual alojamento de pesquisadores na área da Santa Bárbara, localizada há

aproximadamente 23 km do centro de Urubici (Figura 3.13).

Figura 3.13 Localização da Área de Santa Bárbara e estruturas propostas

para a operação 03: Recanto Santa Bárbara.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

3.3.3 OPERAÇÃO

Descrevem-se os serviços contemplados pela Operação 03: Recanto Santa Bárbara

e suas diretrizes para operação:

• Serviços de alimentação:

• Oferecer serviço de alimentação no local durante os horários de abertura

à visitação do PNSJ;

• O serviço de alimentação deverá contemplar três modalidades: serviço à

la carte, cafeteria e serviço de piquenique;

• O serviço de piquenique deve contemplar a locação de kit para

piquenique e venda de lanches. O kit deve ser composto por acessórios

para a atividade (talheres, pratos, copos, toalha, entre outros).

• Loja de souvenirs e equipamentos:

• Oferecer para venda objetos temáticos, relacionados ao PNSJ e ao

meio ambiente, observando práticas de inovação, design, identidade

e criatividade para a geração de produtos envolvendo artesãos e

produtores locais e façam o uso da marca/imagem do PNSJ.

• Oferecer para venda equipamentos e acessórios para atividades de

ecoturismo, turismo de aventura, em especial para campismo, cavalgada

e proteção ao frio e chuva.

• Camping / acampamento rústico:

• Ofertar meio de hospedagem rústica em barracas ou tendas, com

proximidade à natureza e com a mínima estrutura de apoio, de maneira a

gerar menor impacto no terreno, como forma de apoio à praticantes de

travessias e caminhadas de longo percurso nesta região do PNSJ;

• Implementar área de campismo com espaço para, pelo menos, 6

barracas (4 pessoas);

• A área de campismo deverá ter vestiários masculino e feminino com

sanitários e chuveiros.

• Eventos especiais externos:

• Oferecer atividades que explorem de maneira criativa e com baixo

impacto ambiental o potencial da área de Santa Bárbara, incluindo as

trilhas próximas (Trilha da Cascatinha e Trilha Goiaba Serrana), os Campos

de Santa Bárbara e o cemitério dos Tropeiros;

• As atividades devem ocorrer em formato de eventos, com limitação de

participantes, prévia organização e divulgação adequada.

• Segurança patrimonial:

• Realizar a segurança patrimonial e vigilância (24 horas) das áreas internas

e externas das dependências do Recanto Santa Bárbara.

• Infraestrutura para visitação, administrativa e de apoio à gestão da UC:

• Alojamento de pesquisadores:

– Realizar o serviço de limpeza e manutenção do alojamento de

pesquisadores Santa Bárbara;

– Oferecer serviço de alimentação conforme demanda.

• Área operacional para cavalgada:

– Disponibilizar área de apoio à operação de cavalgadas;

– A área deve comportar espaço para o armazenamento de

equipamentos, vestiários, guichê para venda do serviço e espaço

para permanência de equinos durante o período de oferta do serviço

(diurno).

• Fogueiras coletivas:

– Implementar e manter área de convivência externa com instalações

para fogueiras coletivas.

• Área de piquenique:

– Implantar e manter área de piquenique próximo à Cachoeira

Cascatinha, contendo mesas para piquenique, pequeno quiosque e

área de gramado.

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Parque Nacional de São Joaquim

• Trilha suspensa, mirante Campos de Santa Bárbara e Cemitério dos

Tropeiros:

– Implantar mirante conceitual na região dos Campos de Santa Bárbara

(Vale do Baú), que promova experiências únicas aos visitantes,

aproveitando as características naturais locais, como o vento,

tornando-o um atrativo por si só.

– Implantar trilha suspensa entre o Cemitério dos Tropeiros e o mirante;

– Revitalizar e manter o Cemitério dos Tropeiros, incluindo a instalação

de sinalização interpretativa.

• Trilhas terrestres:

– Implantar e manter as trilhas “Trilha da Cascatinha” e “Trilha Goiaba

Serrana” (nomes ainda figurativos);

– Realizar projeto, execução e manutenção da drenagem das trilhas;

– Implantar sinalização interpretativa e informativa.

Dentre os aspectos de infraestrutura, devem ser observados: a área disponível, a

disponibilidade de água, gás, sistema de tratamento de resíduos líquidos e sólidos,

energia, vias de transporte e exposição (visibilidade), manutenção do espaço para

o exercício da atividade sem danos para o meio-ambiente.

3.3.4 ATIVIDADES ADICIONAIS DE VISITAÇÃO NA REGIÃO

Complementares às atividades de visitação propostas para a Operação 03, os

visitantes também poderão realizar as seguintes atividades associadas à região.

3.3.4.1 Piquenique

A atividade de piquenique vem sendo muito difundida e apresenta-se com

elevado potencial para o PNSJ, pois alia entretenimento e a realização de uma

refeição ao ar livre e em contato com a natureza. O formato aqui proposto

é que o serviço seja organizado pela mesma empresa que venha a operar o

Recanto na área da Santa Bárbara, ofertando itens para um lanche ou “brunch”,

de maneira prática em formato de kit. O mesmo poderá ser desfrutado em área

específica para esta prática a ser definida e que mantenha relação com a “Trilha da

Cascatinha” também localizada na região da Santa Bárbara.

3.3.4.2 Caminhadas

Na região de Santa Bárbara é possível realizar percursos a pé, por ambientes

naturais do PNSJ com pouca infraestrutura e diferentes graus de dificuldade,

podendo envolver ou não pernoite. As principais trilhas associadas ao Recanto

Santa Bárbara são a “Trilha da Cascatinha” e “Trilha Goiaba Serrana” (nomes ainda

figurativos). Ambas as trilhas podem ser percorridas em aproximadamente 50

minutos a partir da Alojamento dos Pesquisadores, na Santa Bárbara, sem grandes

dificuldades. Não há necessidade de acompanhamento por condutor ou guia de

turismo. A Trilha da Cascatinha dá acesso a uma queda-d’água em área propícia à

realização de piquenique, com ocorrência de Mata de Araucárias.

Além das trilhas, existem as travessias Urubici-Bom Jardim e Santa Bárbara - Morro

da Igreja. Essas travessias têm características de serem de longo percurso com

pernoite no PNSJ. Travessia Urubici-Bom Jardim da Serra, tem percurso médio

de 30 km, não dispõe de local pré-definido para acampamento. O caminho

referencial é a estrada geral de Santa Bárbara, que cruza área do PNSJ, entretanto,

atualmente contempla áreas consolidadas e privadas. Já a travessia Santa Bárbara

- Morro da Igreja possui percurso médio de 20 km e também não dispõe de local

pré-definido para acampamento. Deve-se realizar estudos sobre a capacidade

de suporte e observar as normas técnicas previstas para a atividade, assim como

questões fundiárias envolvidas.

3.3.4.3 Cavalgada

A prática da cavalgada é uma manifestação cultural em forma de passeio, que

pode ser realizada por grupos ou individualmente. O cavalo para esta prática

tem como finalidade básica proporcionar o lazer da equitação com o máximo de

descontração, confiabilidade, conforto e segurança. Devendo ser especialmente

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Parque Nacional de São Joaquim

manejado para a atividade. Prevê-se a operação de passeios a cavalo pela região

da Santa Bárbara, com duração mínima de 1 hora, podendo durar até 6 horas.

Devendo obedecer às normas técnicas estabelecidas para a atividade, uso de

equipamentos de segurança, correto manejo do animal para uso no PNSJ, serviço

de condução e aplicação de técnicas de mínimo impacto para a atividade. O

percurso deve ter início próximo ao Recanto Santa Barbara, em área destinada à

esta atividade, e seguir pela Estrada Geral da Santa Bárbara.

Esta é uma atividade esportiva, lúdica e cultural, em contato com a natureza e

com hábitos regionais que poderá atender aos segmentos de ecoturismo, turismo

de aventura, turismo de experiência, slow tourism e turismo de bem-estar.

Para seu desenvolvimento, serão necessários investimento para a implantação

das instalações para acomodar adequadamente os cavalos em área do PNSJ,

para os dias/períodos em que a atividade estiver disponível, transporte dos

animais, compra de equipamentos de segurança, manutenção e exigências

legais e específicas, treinamento de mão de obra especializada para operar e

monitorar.

O serviço poderá ocorrer através de operadores que já desenvolvem a atividade

no entorno do PNSJ. Estes, organizados institucionalmente ou através de único

operador, poderão utilizar a área destinada à operação de cavalgadas do Recanto

Santa Bárbara como apoio e comercialização dos passeios, partida, chegada ou

local intermediário do passeio a cavalo.

3.3.5 MERCADO E ENTORNO

São considerações sobre o atendimento ao mercado e oportunidades para o

entorno do PNSJ:

• Proposta de valor a ser seguida:

• Experiência gastronômica no interior do PNSJ, com valorização dos

produtos da região, em local com grande valor cênico e ambiental;

• Valorização da natureza local e do PNSJ;

• Meio de hospedagem rústico, mas com conforto e segurança;

• Promoção de experiência única para a contemplação da natureza.

• Segmento de mercado:

• Ecoturismo;

• Turismo de experiência;

• Slow tourism;

• Turismo gastronômico;

• Turismo escolar.

• Canais de distribuição:

• Website do Centro de Visitantes;

• Website institucional do ICMBio;

• Redes sociais;

• Agências e operadores de turismo;

• Organizações e empreendimentos turísticos locais.

• Oportunidades para o entorno:

• Operacionalização do serviço, fornecimento de produtos e mão de obra.

3.3.6 ASPECTOS FINANCEIROS

Apresenta-se resumidamente os aspectos financeiros para a implementação e

operação do modelo de negócio em questão.

• Fontes de receita:

• Comercialização de alimentos;

• Comercialização de souvenirs, vestuário e equipamentos;

• Cobrança de ingresso para eventos especiais;

• Cobrança de taxa de limpeza do alojamento de visitantes/ pesquisadores;

• Locação ou cobrança de tarifa de uso da área operacional para

cavalgada;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Exploração comercial da área de campismo;

• Locação de equipamentos de campismo.

• Investimento e despesas operacionais:

• Implantação ou reforma e manutenção de edificação;

• Implantação de área de campismo com vestiários;

• Implantação e manutenção de fogueiras coletivas;

• Implantação e manutenção da área de piquenique;

• Implantação e manutenção de área operacional para apoio à atividade

de cavalgada;

• Aquisição de equipamentos e mobiliário;

• Manutenção de equipamentos e estruturas;

• Transporte da equipe de colaboradores;

• Capacitação e treinamentos específicos;

• Implantação e manutenção das trilhas terrestres de curto curso “Trilha da

Cascatinha” ou “Trilha Goiaba Serrana”;

• Implantação e manutenção de trilha suspensa e mirante na região dos

Campos de Santa Bárbara, próximo ao Cemitério dos Tropeiros;

• Revitalização, instalação de sinalização e manutenção do Cemitério dos

Tropeiros.

• Contrapartidas e obrigações:

• Reforma e manutenção do alojamento de pesquisadores.

3.3.7 ASPECTOS JURÍDICOS

Os aspectos jurídicos para a Operação 3: Recanto Santa Bárbara contemplam a

análise de adequação jurídica da operação, análise dos arranjos jurídico e síntese

da proposta de arranjo jurídico.

3.3.7.1 Adequação Normativa

Nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda lavrada em 26 de agosto

de 2008, no livro 077, fl. 267, do Tabelionato de Notas e Protestos de Urubici,

Estado de Santa Catarina, o imóvel intitulado “Santa Bárbara” é de titularidade do

próprio ICMBio27. Tal fato implica a inviabilidade de sua apropriação por particular

mediante relação dominial, bem como a submissão de seu uso e fruição ao

regime jurídico de direito público. Essa submissão pode implicar a restrição

das faculdades de uso, fruição e disponibilidade, determinando diferenciações

conforme as caraterísticas e finalidades desta categoria de bem28.

Assim, a titularidade pública do bem não impede que o Estado – com

fundamento nos princípios da proporcionalidade e da isonomia – restrinja sua

fruição com vistas ao atingimento do interesse público. Isso é precisamente o

que faz a Lei 9.985/2000 e outros diplomas do direito ambiental, ao restringir o

uso público de UC em homenagem à proteção dos atributos ambientais que

justificaram sua criação.

Entre as exigências e restrições de fruição, conforme leciona Marçal Justen Filho,

“pode-se encontrar a remuneração destinada a compensar as despesas necessárias

à manutenção da coisa ou a produzir um processo de seleção quando não houver

viabilidade de fruição do mesmo bem por um número indeterminado de pessoas” 29.

Dito isso, é preciso ressaltar que há dúvidas quanto à integração desse imóvel ao

atual polígono do PNSJ. Em que pese sua integração estar expressamente prevista

na Escritura Pública de Compra e Venda, os documentos (mapas, memorias

descritivos, etc.) apresentados pelo ICMBio e as informações prestadas por ocasião

da visita de campo infirmam essa condição.

27 As solicitações da matrícula atualizada não foram atendidas até o momento da elaboração deste documento. No caso, a análise documental é fundamental não apenas para avaliação da titularidade, mas também para o exame de eventuais afetações estabelecidas no processo de desapropriação.

28 Tais diferenciações têm levado “alguns a afirmar que existem duas órbitas patrimoniais do Estado [...] uma órbita patrimonial pública e uma órbita patrimonial privada” (JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 906).

29 JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 915.

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158

Parque Nacional de São Joaquim

De qualquer modo, como todo o polígono do PNSJ tem sido objeto de discussão

para fins de redefinição, é não só possível, como provável, a inclusão do imóvel

Santa Bárbara no novo perímetro a ser definido para o PNSJ. E mesmo não o

integrando, por ser área contígua, o imóvel submete-se às restrições das áreas

de amortecimento das UC, definidas como “o entorno de unidade de conservação,

onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o

propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade” (art. 2º, inciso XVIII, da

Lei 9.985/2000).

Nos termos do art. 27, § 1º, Lei 9.985/2000, os PM devem abranger,

necessariamente, a Zona de Amortecimento, incluindo medidas com o fim de

promover a integração da área à vida econômica e social das comunidades.

No caso do PNSJ, a Zona de Amortecimento, ainda que possa ser visualizada

no mapa de zoneamento, constitui até o momento apenas uma proposta, não

tendo sido objeto de aprovação e implantação. Assim, aplicável a determinação

contida na Resolução CONAMA 428/2010, atualizada pela Resolução CONAMA

nº 473/2015, que estabelece que o licenciamento de empreendimentos de

significativo impacto ambiental, situados em até 3 km a partir do limite da UC,

sujeitam-se à autorização do órgão responsável pela sua administração (in casu, o

ICMBio).

Registre-se, entretanto, que o PM do PNSJ, ao tratar dos chamados “Campos

de Santa Bárbara”, classifica-os como Zona de Uso Intensivo (8º e 9º polígonos

da ZUI, conforme itens “viii” e “ix”, página 39, do PM do PNSJ). Assim, como esta

área é fronteiriça ao imóvel intitulado “Santa Bárbara”, é também provável que,

na hipótese de integração deste ao polígono, ele seja incluído na Zona de Uso

Intensivo.

Em qualquer caso – se compondo o polígono do PNSJ ou sua Zona de

Amortecimento – a maior restrição de atividades sobre o imóvel “Santa Bárbara”

será, provavelmente, a reservada às Zonas de Uso Intensivo, o que implica ampla

permissividade.

Do exame das atividades previstas nesta Operação 03, todas conformam-se

às disposições da Lei 9.985/2000 e dos Decretos 4.340/2012, 84.017/1979 e

5.758/2006, que foram analisadas por ocasião do exame de adequação normativa

da Operação 01 e, também, do Apêndice A do Encarte 1.

No que se refere à Portaria 85/2012 – ICMBio, conquanto ela não autorize

especificamente as atividades indicadas para esta Operação 03, como dito, isso

não implica vedação, pelas razões expostas quando da análise da Operação 01.

O mesmo não se diga com relação ao PM, que é objeto de consideração

neste projeto piloto PAPP apesar de sua condição de mera proposta. Como

já mencionado, este documento elenca as atividades proibidas e permitidas,

autorizando expressamente ou por analogia:

• Serviço de alimentação e piquenique (p. 54, item 64; e, vedando o

consumo de bebidas alcoólicas, item 65);

• Segurança patrimonial e loja de souvenirs e equipamentos (p. 38,

mencionando “outras facilidades e serviços”; p. 39, item 30, exigindo que

eles sejam indispensáveis ao manejo e à gestão do PNSJ; e p. 48, item 6,

que fala em infraestrutura necessária ao “manejo adequado” do PNSJ);

• Camping e acampamento rústico (p. 48, item 9);

• Eventos especiais externos (o PM como um todo manifesta grande

preocupação em permitir o exercício de atividades educativas e recreativas

no interior da UC, conforme ressaltado no Apêndice B – Encarte 1);

• Cavalgada (p. 39, item 35; e, restringindo o uso de animais de montaria nas

atividades de visitação ao percurso em estradas, item 36);

• Fogueiras Coletivas (p. 39, item 33);

• Mirante (p. 38);

• Trilhas (p. 39, item 31).

Há, porém, vedação específica para “quaisquer modalidades de equipamento

de hospedagem” (p. 48, item 8), ainda que, como dito, sejam permitidos

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Parque Nacional de São Joaquim

acampamentos e abrigos rústicos (p. 48, item 9) – o que parece não incluir o

alojamento para pesquisadores. Assim, para elidir dificuldades futuras, torna-se

aconselhável aditar essa atividade ao PM antes de sua aprovação, observado

o procedimento recentemente estabelecido pelo ICMBio através da Instrução

Normativa 07, de 21 de dezembro de 2017.

3.3.7.2 Arranjo Jurídico

Tal como afirmado em relação à Operação 01, o instrumento jurídico mais

adequado para regular as atividades aqui previstas é o contrato de concessão

de uso ou, como quer a PFE-ICMBio, “concessão de uso privativo de bens públicos

para a realização de serviços e atividades de apoio ao uso púbico em unidade de

conservação” 30. Isso porque os investimentos necessários à implantação do

Recanto Santa Bárbara e a natureza das atividades a serem desenvolvidas no seu

interior ou a partir dele, reclamam estabilidade jurídica - característica ínsita a

uma modalidade de contratação administrativa, como a concessão, que consigna

segurança e direitos aos concessionários, entre os quais o da justa indenização.

Considerando que atualmente já existem operadores de algumas das atividades

voltadas ao uso público, o contrato de concessão deveria contemplar não

apenas a possibilidade de subcontratação, mas também um bônus para as

subcontratações de operadores locais. Como dito quando da análise da Operação

02, o apoio e a promoção de integrantes da comunidade local são inteiramente

compatíveis com o ordenamento vigente.

Do ponto de vista do instrumento de delegação, o fato de o Recanto Santa

Bárbara se situar fora do perímetro do PNSJ não tem maiores repercussões, uma

vez que a área prevista para sua instalação também é de domínio do Poder

Concedente. Por causa disso, também em relação a essa área incide o regime

jurídico de direito público, bem como as disposições aplicáveis às atividades

e obras a serem realizadas no interior do PNSJ, observadas as indicações feitas

30 Parecer nº 0383/2012/PFE-ICMBIO-SEDE/PGF/AGU, p. 10.

acima sobre a área de amortecimento. Em outras palavras, a concessão pode ser

efetivada mesmo sem que a área seja incluída no polígono da UC, uma vez que

sua titularidade pertence ao ICMBio.

Registre-se que, nesta Operação, assim como na Operação 01, a concessão única

tem como uma de suas vantagens o favorecimento à coordenação das atividades

– sem prejuízo de que a execução de algumas delas possam ser realizadas, como

já mencionado, por outros operadores subcontratados e, como tal, subordinados à

coordenação do concessionário.

3.3.7.3 Síntese do Aspecto Jurídico

Seguem, de modo resumido, as indicações referentes à compatibilidade jurídica e

ao instrumento de delegação adequado para as atividades de uso público desta

Operação 03 (Quadro 3.2).

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Parque Nacional de São Joaquim

Quadro 3.2 Síntese do aspecto jurídico da Operação 3.

OPERAÇÃO 3 : RECANTO SANTA BÁRBARA

ATIVIDADE / SERVIÇO

COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO

ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO

Normativa expressa Normativa por analogia

Serviços de alimentação

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 35, parágrafo único.

• PM: p. 39, item 34; e p. 54, itens 64 e 65.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e com bônus

Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.

Loja de souvenirs e equipamentos

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art.7º, IV; art. 20; art. 30; art. 36.

• Dec. 84.017/1979: art. 35, parágrafo único.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 38.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Camping / acampamento rústico

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 34; art. 35, parágrafo único; art. 47.

• PM: p. 48, itens 9 e 10.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º; art. 19, V e VI; art. 29, § 1º.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Eventos especiais externos

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 30; art. 33; art. 34.

• PM: p. 11, p. 23, p. 29, p. 30, p. 34.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e com bônus

Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.

Segurança patrimonial

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26.

• PM: p. 23, p. 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e sem bônus

Empresa especializada.

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Parque Nacional de São Joaquim

OPERAÇÃO 3 : RECANTO SANTA BÁRBARA

ATIVIDADE / SERVIÇO

COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO

ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO

Normativa expressa Normativa por analogia

Alojamento de pesquisadores

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 47.

• Dec. 84.017/1979: art. 35, parágrafo único.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 39, item 34; p. 51, item 18.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável Embora o PM faça referências ao alojamento para pesquisadores no “Recanto Santa Bárbara”, autorizando algumas atividades em seu interior, não se pode deixar de mencionar que o mesmo documento veda “a construção e o funcionamento de quaisquer modalidades de equipamentos de hospedagem dentro do PNSJ” (PM, p. 48, item 8).

Área operacional para cavalgada

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º; art. 26 e ss.

• PM: p. 25; p. 37, itens 21 e 22; p. 39, item 30.

Concessão de uso de bem público

Aconselhável e com bônus

Proprietários locais (pessoas físicas e jurídicas) que já operam com cavalgadas.

Fogueiras coletivas

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 23, parágrafo único.

• PM: p. 39, item 33.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável Fogueiras são vedadas pelo art. 9º, Portaria 85/2012 – ICMBio.

Área de piquenique

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 34.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 25; p. 37, itens 21 e 22; p. 39, item 30.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Trilha suspensa

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 33; art. 34.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º; art. 17 e ss.; art. 38, I.

• PM: p. 11; p. 21; p. 25; p. 28; p. 29; p. 31; p. 35, item 15; p. 37, item 21; p. 39, item 31.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Mirante

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 33; art. 34.

• PM: p. 38.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

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Parque Nacional de São Joaquim

OPERAÇÃO 3 : RECANTO SANTA BÁRBARA

ATIVIDADE / SERVIÇO

COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO

ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO

Normativa expressa Normativa por analogia

Trilhas terrestres

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 30; art. 33; art. 34.

• Port. 85/2012: art. 17 e ss.; art. 38, I.

• PM: p. 11; p. 21; p. 28; p. 29; p. 31; p. 35, item 15; p. 37, item 21; p. 39, item 31.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e com bônus

Para essa atividade aconselha-se a previsão de cláusula de bonificação no contrato para operadores pessoas físicas que residem no entorno do Parque.

Sinalização interpretativa

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 30.

• PM: p. 21; p. 29; p. 51, itens 19 e 20.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Piquenique

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 35, parágrafo único.

• PM: p. 39, item 34; e p. 54, itens 64 e 65.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Caminhadas

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 30; art. 33; art. 34.

• Port. 85/2012: art. 17 e ss.; art. 38, I.

• PM: p. 11; p. 21; p. 28; p. 29; p. 31; p. 35, item 15; p. 37, item 21; p. 39, item 31.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e com bônus

Para essa atividade aconselha-se a previsão de cláusula de bonificação no contrato para operadores pessoas físicas que residem no entorno do Parque.

Cavalgada

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 16, parágrafo único; art. 30; art. 33; art. 34.

• PM: p. 11; p. 37, itens 26 e 27; p. 39, itens 35 e 36; p. 44, item 56.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º; art. 26 e ss.

Concessão de uso de bem público

Aconselhável e com bônus

Proprietários locais (pessoas físicas e jurídicas) que já operam com cavalgadas.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

3.3.8 REFERÊNCIAS CONCEITUAIS

Para atender efetivamente ao mercado e suas tendências, é importante que

as operações possuam identidade e características adequadas. Estas questões

podem ser promovidas através da incorporação de conceitos de serviços, padrões

construtivos, operações, entre outros. Partindo das análises realizadas, são

apresentadas referências conceituais para Operação 03: Recanto Santa Bárbara.

3.3.8.1 Identidade e Conceito

A arquitetura e o design são elementos com alta capacidade de influenciar e

incentivar positivamente a atratividade, a experiência e as vivências relacionadas

ao consumo de um determinado espaço, conforme previamente mencionado. O

desenvolvimento de estruturas, ambientes e elementos que reflitam conforto e

bem-estar, bem como valorizem as características locais alinhadas às tendências

globais, pode ser um motivo a mais para tornar a visitação ao PNSJ uma

experiência única e diferenciada. Desta forma, condicionantes arquitetônicas que

busquem uma proposta moderna, sustentável e atenta às demandas e tendências

de mercado apresentadas são fundamentais e devem ser observadas como

referenciais conceituais para o PNSJ.

Buscando adequação ao mercado, indica-se que a Operação 3, principalmente

as edificações voltadas ao serviço de alimentação, incorpore um dos conceitos

apresentados a seguir.

• Domo geodésico

Os domos geodésicos são formas compostas por uma rede de polígonos,

geralmente triângulos, que formam uma esfera e podem ser utilizados no

design de estruturas arquitetônicas. Estas estruturas, quando bem planejadas,

podem gerar diversos elementos positivos para sua construção, meio ambiente

e conforto do usuário, como: i) eficiência energética: por ser uma forma esférica,

os fluxos de ar são circulares, o que torna mais fácil a climatização, e por ter uma

cobertura curva, a superfície que enfrenta o sol é menor, por isso não há grandes

variações de temperatura no verão e inverno; ii) construção rápida e limpa: é uma

estrutura relativamente fácil e rápida de construir e transportar, além disso gera

muito menos resíduo que as estruturas tradicionais; iii) resistência às intempéries:

a estrutura é leve e resistente, capaz de resistir a ventos fortes, terremotos e

tormentas de neve; iv) vãos livres: como a estrutura não possui pilares, há mais

espaço livre no interior; v) ventilação natural: com aberturas bem orientadas, na

base, meio e topo, fornece uma excelente mistura do ar e temperatura, e pode

funcionar como efeito chaminé; vi) redução dos custos iniciais: por necessitar

uma menor quantidade de material empregado, há uma redução dos custos de

materiais, e também por ser uma estrutura relativamente fácil de montar (Figura

3.14).

Figura 3.14 Exemplos de aplicação do domo geodésico em edificações.

Fonte: EcoCamp – Patagônia, s.d.; Galeria de Tejlgaard, s.d.; Jepsen, s.d..

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Parque Nacional de São Joaquim

• Elementos naturais locais

O uso de elementos naturais, preferencialmente locais, nas construções podem

criar uma atmosfera que propicie a conexão do visitante ao ambiente em seu

entorno. Torna-se também mais fácil, quando comparado à alvenaria tradicional,

integrar a edificação à paisagem. A Figura 7.15 ilustra a aplicação de elementos

naturais locais na construção em uma pousada próxima ao PNSJ.

Figura 3.15 Exemplo do uso de elementos naturais locais

em construção de pousada próxima ao PNSJ.

Fonte: Parador Casa da Montanha – Brasil, s.d.; Dornan’s – EUA, s.d..

Indica-se a utilização de palhas para a elaboração dos telhados, madeiras locais

(desde que legalizadas) e o arenito vermelho e basalto, característico da região do

PNSJ.

3.3.8.2 Kit-Piquenique

O kit-piquenique em formato de mochila (Figura 3.16) é uma maneira prática para

realizar a alimentação em áreas naturais. O kit consiste em um jogo de pratos,

copo e talheres, toalha para piquenique e uma mochila que possui espaço para

armazenamento de alimentos e bebidas.

Figura 3.16 Exemplos de Kit-piquenique para alimentação do visitante em áreas naturais.

Fonte: Prima, s.d.; Company Picnic Planning & Catering San Diego, s.d..

Recomenda-se o uso do kit-piquenique na região de Santa Bárbara, principalmente

em área de piquenique a ser implementada na Trilha da Cascatinha. O operador

poderá oferecer a locação do kit, juntamente com a venda da alimentação. Com

o kit-piquenique em formato de mochila, o visitante poderá caminhar por trilhas

curtas até a área própria para alimentação em ambiente natural.

3.3.8.3 Eventos Especiais

Poderão ser criadas atividades que explorem de maneira criativa o potencial da

área da Santa Bárbara. São exemplos de acontecimentos ou atividades que podem

ser desenvolvidas: caminhada sonora por percursos previamente planejados (com

auxílio de áudio 3D, imersivo e que explore tanto os aspectos reais, como a flora,

fauna, geologia, quanto aqueles imaginários do espaço, como lendas e histórias

locais ligadas ao Tropeirismo, área do antigo cemitério); caminhadas em noite

de lua cheia; assistir ao nascer ou ao pôr do sol na área dos Campos de Santa

Bárbara; oficinas que resgatem vivências da infância, como fabricar e soltar pipas;

workshop sobre fotografia de aves; observação noturna do céu com instrumentos

astronômicos ou a olho nu; aplicativo de realidade aumentada que permita reviver

aspectos da história local, com personagens reais e fictícios, imagens antigas e

atuais, depoimentos de antigos moradores sobre a memória afetiva e histórica

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Parque Nacional de São Joaquim

do local, bem como das populações tradicionais que por ali passaram como os

índios Xoklengs que habitaram as serras catarinenses e eram conhecidos como

Caminhantes do Sol; criação de um evento especial para projeção de vídeo

mapping temático sobre o PNSJ, suas histórias, seu acervo ambiental e cultural.

3.3.8.4 Contemplação e Experiência

A contemplação da natureza com o apoio de instalações arquitetônicas que

ofereçam conforto e experiências sensoriais, potencializando a atividade e a

integração com o meio ambiente. As instalações podem explorar temas como

clima, vento, geologia, história do local e sons do ambiente (Figura 3.17).

Sugere-se a implantação de mirante e instalações com conceitos de design

emocional, conforto, segurança e interatividade com a paisagem e a região e que

explore o uso de materiais e formas inovadoras, transformando-se em um atrativo

em si e agregando valor à experiência da visitação. As instalações poderão ser

implementadas próximo ao vale do Morro do Baú, com uma trilha suspensa entre

o cemitério dos tropeiros e o mirante.

Figura 3.17 Exemplos de instalações de mirantes que promovem

a contemplação com experiência.

Fonte: Barbour Product Search, s.d.; Visitnorway.com, 2018.

3.3.8.5 Fogueiras Coletivas

Sugere-se a destinação de espaços específicos para a prática de fogueiras coletivas

como forma de socialização no interior do PNSJ, com conforto e segurança.

Assim como as instalações de contemplação e experiências, as fogueiras coletivas

podem integrar conceitos de design e explorar o uso de materiais e formas

inovadoras, transformando a instalação e seu entorno em um atrativo.

Figura 3.18 Exemplos de fogueiras (pitfires) e lareiras externas em áreas naturais.

Fonte: Keptelenseg.hu, 2012; Diynetwork.com, 2010; Odd Job Landscaping, 2017.

O espaço para as fogueiras coletivas deve estar localizado na área de Santa

Bárbara, próximo ao Recanto Santa Bárbara (atual Alojamento de Pesquisadores).

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Parque Nacional de São Joaquim

3.4 RECOMENDAÇÕES: AÇÕES, ATIVIDADES E OPERAÇÕES

Visando o sucesso da implementação das operações propostas, a consolidação

da visitação no PNSJ, o desenvolvimento do turismo no local e a ampliação das

possibilidades de visitação nesta UC, recomenda-se as seguintes ações de apoio e

proteção ao turismo, novas atividades de visitação e novas operações.

3.4.1 AÇÕES DE APOIO E PROTEÇÃO AO TURISMO

O PNSJ, no contexto do projeto piloto PAPP e sob a perspectiva do Uso Público,

pode ser compreendido como um atrativo turístico âncora para a região e como

elemento indutor da dinâmica integradora entre os diferentes atores da cadeia

produtiva do turismo local e regional. Nesta perspectiva serão propostas algumas

atividades de apoio e proteção ao turismo no PNSJ que poderão ser utilizadas

como instrumentos facilitadores da transformação da dinâmica turística da

UC e seu respectivo entorno. As atividades propostas buscam contribuir para

continuidade do envolvimento e melhor desenvolvimento da cadeia produtiva do

turismo no entorno do PNSJ, bem como a utilização sustentável de seus recursos

para fins recreativos e educativos. Deverá contribuir também para o avanço das

operações propostas, a implementação e a promoção das parcerias público-

privadas.

3.4.1.1 Fortalecimento dos Mecanismos de Gestão do PNSJ

O modelo de desenvolvimento turístico para o PNSJ deve-se pautar pela busca

do crescente protagonismo da sociedade civil localizada em seu entorno, tanto

no desenvolvimento das atividades propostas, quanto na tomada compartilhada

de decisões de gestão. Neste sentido recomenda-se que sejam desenvolvidos

mecanismos durante o processo do projeto piloto PAPP que contribuam para

o fortalecimento do Conselho Consultivo do PNSJ, criado pela Portaria nº 46 de

30/06/2011 e suas modificações (Portaria 114, de 27/10/2014) e cuja finalidade

é a de contribuir com ações voltadas ao efetivo cumprimento dos objetivos de

criação e a correta implementação do Plano de Manejo do PNSJ. Promovendo,

assim, uma instância que dá voz ao território organizado e que efetivamente

colabore para o estabelecimento de prioridades e estratégias de desenvolvimento

do PNSJ. Nesse contexto, a atuação orientadora e apoiadora do governo federal,

municipal e iniciativa privada envolvida deve ser estimulada e fortalecida.

Dessa forma, recomenda-se o desenvolvimento de ações que envolvam a

capacitação dos agentes públicos e privados que compõem o Conselho, em

temas que sejam relevantes para o aprimoramento da gestão e atuação da

instância. Além da elaboração de um planejamento estratégico que oriente a

atuação da instância considerada no contexto do projeto piloto PAPP e cogestão

da UC. É fundamental, também, a sensibilização e mobilização dos demais atores

do turismo local (empresários, setor público, sociedade civil relacionada ao

tema, entre outros), por meio de palestras, campanhas e ações de sensibilização

e mobilização destinada a esclarecer o papel exercido pelas novas atividades e

serviços resultados do projeto piloto PAPP no contexto do turismo local e regional,

bem como as oportunidades oferecidas ao entorno imediato do PNSJ.

3.4.1.2 Fortalecimento das Redes Colaborativas de Turismo

Com objetivo de potencializar o desenvolvimento turístico integrado com

foco na sustentabilidade, o Ministério do Turismo vem atuando desde 2003

em parceria com os estados e municípios por meio de diversos programas de

desenvolvimento do turismo, e trabalhando na implementação do Programa de

Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil, que é o principal eixo de política

pública do turismo nacional. Por meio desta, os municípios são incentivados a um

trabalho conjunto de estruturação e promoção, em que cada peculiaridade local

busca ser contemplada, valorizada e integrada em um mercado mais abrangente.

Neste contexto, o PNSJ está inserido em duas Regiões Turísticas, a saber: a Região

Turística da Serra Catarinense e a Região Turística Encantos do Sul.

Recomenda-se que os desdobramentos do projeto piloto PAPP também se

alinhem e contribuam com o fortalecimento desta política de gestão turística

descentralizada ao buscar estabelecer diálogo com esta rede de cooperação já

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Parque Nacional de São Joaquim

instalada no território. De forma a somar o processo já em curso, fortalecendo-o

e, ao mesmo tempo, se beneficiando do mesmo. Uma vez que as demandas do

setor turístico regional estabelecem sinergia nesta rede, em diversos temas como:

promoção e posicionamento turístico regional; qualificação profissional, dos

serviços e da produção associada; melhoria da infraestrutura turística; fomento

ao empreendedorismo, captação e promoção de investimento; melhoria da

informação ao turista; ações de promoção e apoio à comercialização.

A partir desta rede de regionalização do turismo estadual se potencializa a

resolução destas demandas comuns, por meio de soluções conjuntas e pelo

aporte de recursos federais e estadual, bem como recursos provenientes de

emendas parlamentares, de forma a melhorar continuamente os aspectos de

competitividade turística regional e, consequentemente, nacional.

Assim, ao buscar integrar esse ambiente, o PNSJ não só colaborar para o

fortalecimento do processo como também beneficia o desenvolvimento turístico

territorial integrado. Dinâmica semelhante pode ser estabelecida, também, com

outras Regiões Turísticas fora do estado, como a Região de Aparados da Serra,

pela influência e similaridades que podem ser potencializadas, por exemplo, em

formato de roteiros turísticos integrados.

3.4.1.3 Desenvolvimento de Ações de Acesso a Mercado

O desenvolvimento de estratégias de comercialização e promoção do turismo no

PNSJ, alinhadas aos objetivos da UC e como atividade de apoio ao uso público,

é fundamental para o sucesso de implementação do projeto piloto PAPP, no

contexto do mercado turístico atual. Recomenda-se que as ações de mercado

sejam também centralizadas e realizadas por um parceiro privado e vinculadas ao

Centro de Visitantes.

Neste sentido é fundamental que o PNSJ desenvolva um posicionamento

adequado no mercado, por meio de uma comunicação efetiva com o seu público-

alvo, empresários e poder público, bem como adote ações comerciais sinérgicas

que alavanquem a atividade turística no interior da UC, de acordo com o que

preconiza seu Plano de Manejo, e se integre à dinâmica econômica da região.

As ações de mercado, sejam elas em âmbito regional, nacional e internacional,

devem se orientar por práticas inovadoras, fazendo uso da inteligência de

mercado e com foco em segmentos específicos com maior potencial de

convergência para as atividades e serviços realizados no PNSJ. São exemplo de

ações de mercado que podem ser estabelecidas:

Marketing Digital: desenvolvimento de ações de comunicação por meio

da Internet, da telefonia celular e outros meios digitais para divulgação e

comercialização de produtos e serviços, comunicação com o trade turístico

e comunidade, conquista de novos visitantes e melhoria da rede de

relacionamentos. Buscar fazer o melhor uso das possibilidades do meio digital e

das tecnologias a favor da comunicação do PNSJ;

• Marketing de Conteúdo e Mídias Sociais: desenvolvimento de ações

que busquem engajar-se com o público-alvo e comunicar os atributos

e diferenciais do PNSJ por meio da criação de conteúdos relevantes e

estimulantes, atraindo, envolvendo e gerando valor para as pessoas de

modo a criar uma percepção positiva do destino e da região. Já a gestão

das mídias sociais constitui canais de relacionamento na internet, os quais

possuem diferentes possibilidades de interação e participação entre

os usuários, a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de

informação nos mais diversos formatos, com a capacidade de gerar mídia

espontânea, criar ou compartilhar conteúdo, com baixo custo de produção

e distribuição e alto impacto social;

• Realização de famtrips, que consistem em levar blogueiros e jornalistas

de viagens até o PNSJ para que conheçam a oferta de atividades e

possam comunicá-la ao mercado; realização de campanha takeover com

convidados de alto impacto, estas campanha consistem em convidar

influenciadores (personalidades, especialistas em determinados temas,

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Parque Nacional de São Joaquim

viajantes conhecidos, como por exemplo: montanhistas, praticante de

trekking, profissionais de gastronomia, esportistas, blogueiros de viagem,

entre outros) para assumirem por um dia a administração das contas da

redes sociais, postando conteúdos relacionados a suas experiências e

visões sobre o destino, a partir de briefings prévios. É um tipo de ação com

excelentes resultados de engajamento e produção de conteúdos criativos;

• Participação em feiras e eventos especializados do setor, em parceria

com o destino turístico Serra Catarinense (geralmente os destinos já

realizam o investimento de participação nas feiras e parcerias podem ser

estabelecidas, de forma a gerar um baixo custo de participação para o

PNSJ).

3.4.1.4 Monitoramento das Atividades de Visitação

O monitoramento das atividades de visitação visa: i) monitorar a qualidade da

experiência dos visitantes e gerar subsídios visando melhorá-la e ii) manter o

objetivo básico da categoria de UC Parque Nacional, avaliando a perturbação da

visitação na preservação dos ecossistemas naturais de grande relevância ecológica

e beleza cênica. As ações desenvolvidas pelo parceiro privado deverão apoiar a

gestão do PNSJ em atuação conjunta com o ICMBio, observando o disposto em

documentos e diretrizes específicos deste órgão e no que orienta o Plano de

Manejo da UC. Formas inovadoras que preconizem o uso da tecnologia podem ser

desenvolvidas, sobretudo para avaliação da satisfação da visita e monitoramento

espacial dos fluxos de visitação.

3.4.1.5 Ouvidoria

A criação de uma ouvidoria visa, de um lado, atender à necessidade da

administração do Parque em possuir um canal para os visitantes manifestarem

reclamações, denúncias e sugestões sobre os serviços que lhes foram oferecidos,

reparando, eventualmente, os danos que sofrerem por parte dos operadores de

turismo; de outro, à conveniência de se constituir uma instância de controle, de

aprimoramento e de aproximação dos serviços às expectativas dos visitantes.

Para que essas necessidades sejam atendidas é, em geral, suficiente o

atendimento de duas condições: a) independência do ouvidor em relação aos

administradores e aos prestadores de serviço, o que se obtém com a atribuição

de mandato certo; b) autonomia financeira da ouvidoria, o que se consubstancia

com a fixação de verba anual, por uma instância deliberativa colegiada. Sugere-se,

para o atendimento dessas condições, e para reduzir custos, que a ouvidoria se

constitua como uma unidade do Conselho Gestor do PNSJ, podendo ser Ouvidor

um dos membros do próprio Conselho.

3.4.2 ATIVIDADES DE VISITAÇÃO E OPERAÇÕES

De maneira complementar, realiza-se recomendações de atividades de visitação

e operações com base nos potenciais identificados para o PNSJ, referentes à

atratividade dos locais, mercado potencial e macrotendências.

3.4.2.1 Região de Três Barras

A região de Três Barras localiza-se no município de Orleans, na parte leste do PNSJ,

bem ao pé da Serra Geral (Figura 7.19). O local é uma comunidade rural composta

de aproximadamente 20 famílias, com áreas dentro da UC, algumas em processo

de regularização fundiária, outras não. O nome se dá pelo fato de estar localizada

na confluência dos rios Laranjeiras, Vaca Mora e Pedra Furada. A área já é acessada

por alguns visitantes, de origem local/regional para a prática, principalmente, de

caminhadas e cavalgadas. Guarda um grande valor ambiental e paisagístico com

elevado potencial para uso turístico. A seguir serão destacadas algumas atividades

possíveis de serem realizadas nesta região do PNSJ.

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Figura 3.19 Região de Três Barras no PNSJ e entorno – Orleans/SC.

Fonte: Sergio Parisi, s.d..

• Travessia Urubici-Orleans (e vice-versa):

Esta travessia é também conhecida como Trilha da Pedra Furada (via Orleans),

tem início a partir da região de Três Barras, no município de Orleans (parte baixa

do PNSJ) e permite acessar a Pedra Furada. Segundo relatos de praticantes, é

considerada uma trilha intensa e de difícil acesso. Possui aproximadamente 11 km

(ida/volta) e estima-se cerca de 12 horas para este percurso. Passa por áreas não

consolidadas do PNSJ (devolutas e particulares).

• Travessia Bom Jardim da Serra-Orleans (e vice-versa):

O trajeto é conhecido como Trilha dos Tropeiros, na serra do Imaruí, entre Orleans

e Bom Jardim da Serra, passa pela comunidade de Brusque do Sul, no município

de Orleans, e percorre regiões rurais no município de Lauro Müller. O início da

travesseia está situado a 25 km do centro de Bom Jardim da Serra. Este antigo

caminho da serra do Imaruí foi provavelmente aberto na primeira metade do

século XIX. Os primeiros registros sobre o local datam de 1825 e destacam

que a rota servia como meio de ligação entre os campos de Lages e o litoral,

especialmente Laguna. São cerca de seis horas de caminhada em meio a Mata

Atlântica, em um percurso de aproximadamente 8 km, atingindo uma altitude de

1.412 metros acima do nível do mar, com ocorrência de muitos riachos e quedas-

d’água. O percurso total é de aproximadamente 15 km.

• Balonismo:

A área de Três Barras está localizada em um vale e, por isso, abrigada do vento.

Estas condições climáticas permitem a prática de voo em balão cativo. Para

a contemplação cênica desta região, a partir de observação panorâmica,

recomenda-se a operação do balonismo. O voo cativo é uma modalidade de

balonismo que possibilita o balão decolar e pousar no mesmo local, atingindo

uma altura de até 100 metros, a depender das condições do terreno e do clima,

uma vez que, quanto mais sobe, mais sujeito a camadas de ventos estará o que

pode acabar forçando o balão para o solo, também é necessária a a existência

de uma extensão de área equivalente, em sentido horizontal, à mesma distância

subida em sentido horizontal do voo do balão para uma operação segura.

O balão estará preso a uma corda, permitindo a realização de voos curtos

para turismo e evitando os riscos de aterrissagens em locais não desejados ou

perigosos. As características desta modalidade de voo permitem que ele seja

utilizado como alternativa de mirante, oferecendo uma interessante experiência

para explorar a paisagem.

3.4.2.2 Área da Serra do Corvo Branco

Localizada cerca de 30 km de Urubici, a Serra do Corvo Branco é cortada pela

estrada SC-370, que liga as cidades de Urubici e Grão-Pará, contendo sinuosas e

imponentes curvas, convertendo ambos (serra e estrada) em ponto turístico da

região serrana de Santa Catarina, especialmente em trecho onde a estrada corta

dois paredões paralelos com 90 m cada um deles (Figura 7.20). Esse trecho é

considerado o maior corte, em rocha arenítica, do Brasil.. A região apresenta, ainda,

porções com campos de altitude e bordas de serra conferindo mais beleza cênica.

Esta área faz limite com o Norte do PNSJ e do seu alto é possível visualizar ao

longe o Morro da Igreja e também algumas cidades do sul do estado, assim como

parte do litoral. As áreas do PNSJ que integram essa região não estão consolidadas.

As atividades aqui recomendadas poderão ser desenvolvidas somente caso a área

seja regularizada.

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Figura 3.20 Paisagens da região da Serra do Corvo Branco, PNSJ e entorno.

Nota: vista da estrada SC-370 em trecho da Serra do Corvo Branco, à esquerda. Fonte: Registro do Autor, 2018.

• Glamping:

Com paisagens extraordinárias e amplo espaço, a Área da Serra do Corvo Branco

possibilita receber instalações para a operação de meio de hospedagem. A área

permitiria ofertar uma experiência única de hospedagem seguindo esse conceito

e podendo estar atrelada à outras práticas na mesma região como cavalgadas e

caminhadas. Permite também a instalação de estruturas de mirantes por possuir

pontos de elevado interesse paisagístico, de forma a facilitar a contemplação e

a interpretação da vista panorâmica e dos elementos singulares da paisagem.

Sugere-se a implantação de um meio de hospedagem que adiciona às

características de contato com a natureza do campismo com conforto e serviços

da hotelaria de luxo, do tipo Glamping.

• Cavalgada:

A organização e operação de atividades de cavalgada para grupos ou

individualmente, nesta área, agrega lazer e cultura, uma vez que esta é uma

manifestação cultural presente na região. O uso do cavalo, especialmente

manejado para a prática, permitirá explorar a região de uma forma descontraída,

com conforto e segurança, desfrutando de um lindo visual.

3.4.2.3 Região de Santa Bárbara

A Região de Santa Bárbara foi apresentada previamente e prevê a Operação

03: Recanto Santa Bárbara. São aqui recomendadas possíveis operações para

expansão da Operação 03 e diversificação atividades na região.

• Mini Day Spa:

Sugere-se a operação de estabelecimento comercial com estrutura específica para

oferecer aos visitantes do PNSJ atividades terapêuticas, tratamentos de saúde,

beleza e bem-estar, que explore o valor cênico do local e de sua exuberante

natureza, denominado mini day spa. O local poderá proporcionar momentos de

relaxamento, cuidados e bem-estar, utilizando equipamentos como banheira de

hidromassagem, terapias, massagens, tratamentos faciais e corporais e prática

de yoga exercícios ao ar livre. O conceito mini day spa refere-se a um local onde

atividades não ultrapassam o período de um dia. Os tratamentos, por exemplo,

podem ter duração de 1 a 2 horas. A Figura 7.21 apresenta alguns exemplos de

atividades terapêuticas conforme o conceito mini day spa.

O espaço que ofereça aos visitantes terapias e pequenos tratamentos de saúde,

beleza e bem-estar integrados à natureza, com conforto e segurança, poderá ser

implementado em área próxima ao alojamento de pesquisadores.

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Figura 3.21 Exemplos de Mini Day Spa em áreas naturais.

Fonte: Peru Eco Camp, s.d.; EcoCamp Patagônia, s.d.; Alloggio Filardi Hospedaria - Serra da Mantiqueira, s.d.; Natural

Yoga - Nova Jersey, s.d.; Mhondoro Lodge, s.d..

• Transporte Santa Bárbara:

Uma vez implementada a Operação 03 e conforme condições previstas no Plano

de Manejo do PNSJ e o que foram estabelecidos em regulamentos específicos,

indica-se avaliar a inclusão da prestação de serviços de transporte em veículo

especial com fins turísticos na área da estrada geral da Santa Bárbara.

O trajeto da estrada geral da Santa Bárbara, trecho Urubici - Bom Jardim da Serra,

atravessa paisagens de grande valor cênico, geológico e paisagístico do PNSJ

com potencial de exploração para passeios em veículos especiais. Embora seja

uma estrada municipal suas condições de percurso não são ideais para veículo

de passeio comuns. Assim, um transporte exclusivo combinado à um passeio

panorâmico pelo PNSJ pode atuar como um bom atrativo.

• Passeios de Bicicleta:

A região de Santa Bárbara apresenta também grande potencial para a

realização de cicloturismo e passeios de bicicleta. Dessa forma, recomenda-se o

planejamento para a operação este tipo de passeio pela área do PNSJ e circuitos

pré-determinados.

Sugere-se a operação de passeios de bicicleta, incluindo a locação das bicicletas

e equipamentos de segurança, com duração mínima de 1 hora, podendo durar

até 6 horas. Caso implementado, a operação deverá obedecer às normas técnicas

estabelecidas para a atividade, uso de equipamentos de segurança, correto

manejo da área do PNSJ que integrará o circuito, planejamento para que o serviço

não conflite com outras atividades na mesma área, oferecimento de serviço de

condução e aplicação de técnicas de mínimo impacto para a atividade.

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4. ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA

Este item avalia a sustentabilidade financeira de propostas de Parcerias Ambientais

Público-Privadas para o PNSJ. Para isso, em primeiro momento, apresentam-se os

cenários de análise e as premissas para o modelo de análise econômico-financeira.

Os resultados obtidos são descritos quanto às suas composições por conta

econômico-financeira e indicadores de performance.

4.1 CONSTRUÇÃO DOS CENÁRIOS DE ANÁLISE

Partindo das atividades e serviços de apoio à visitação no âmbito das Parcerias

Ambientais Público-Privadas propostas para o PNSJ e apresentadas previamente,

realiza-se a construção dos cenários de análise de viabilidade econômico-

financeira. A composição dos cenários de análise de viabilidade econômico-

financeira compreende:

• Modelos de negócios (operações) isolados;

• Modelos de negócios (operações) agrupados em lotes.

Ao todo são propostos 17 cenários de análise, contabilizando os modelos de

negócios analisados isoladamente e lotes (Quadro 4.1). A formação de lotes levou

em consideração a localização geográfica dos empreendimentos propostos e

busca por sinergia em suas operações.

Quadro 4.1 Composição dos cenários para a análise

de viabilidade econômico financeira.

CEN. OPERAÇÃO ALTERNATIVA E REFERÊNCIA

CV-A 01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas A – “localização = km 9”

CV-B 01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas B – “localização = sede administrativa do PNSJ”

CV-C 01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas C – “localização = km 9 e sede administrativa”

CV-D 01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas D – “localização = centro de Urubici”

TU-A 02 – Transporte Único A – “embarque = CV localizado no km 9”

TU-B 02 – Transporte Único B – “embarque = km 0”

TU-C 02 – Transporte Único C – “embarque = centro urbano de Urubici”

RSB 03 – Recanto Santa Bárbara –

Lote A01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas A – “localização = km 9”

02 – Transporte Único A – “embarque = CV localizado no km 9”

Lote B

01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas A – “localização = km 9”

02 – Transporte Único A – “embarque = CV localizado no km 9”

03 – Recanto Santa Bárbara –

Lote C01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas B – “localização = sede administrativa do

PNSJ”

02 – Transporte Único C – “embarque = centro urbano de Urubici”

Lote D

01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas B – “localização = sede administrativa do PNSJ”

02 – Transporte Único C – “embarque = centro urbano de Urubici”

03 – Recanto Santa Bárbara –

Lote E01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas D – “localização = centro de Urubici”

02 – Transporte Único B – “embarque = km 0”

Lote F

01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas D – “localização = centro de Urubici”

02 – Transporte Único B – “embarque = km 0”

03 – Recanto Santa Bárbara –

TR-A01 – Centro de Visitantes e Ativ. Associadas A – “localização = km 9”

02 – Transporte Reduzido A – “embarque = CV localizado no km 9”

TR-PIC-B01 – PIC B – “localização = sede administrativa do PNSJ”

02 – Transporte Reduzido C – “embarque = centro urbano de Urubici”

TR-PIC-D01 – PIC D – “localização = centro de Urubici”

02 – Transporte Reduzido B – “embarque = km 0”

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

Os detalhamentos adicionais dos cenários de análise são apresentados em

seguida, através de suas premissas. Realiza-se posteriormente testes quanto às

suas viabilidades econômico-financeiras.

4.2 PREMISSAS DO MODELO ECONÔMICO-FINANCEIRO

A avaliação da viabilidade econômico-financeira de uma atividade econômica

é fundamentada em parâmetros e projeções determinados por premissas.

Os parâmetros são compostos por normas tributárias, alíquotas financeiras,

comportamento da conjuntura econômica e dos consumidores, custos e preços e

limitações operacionais.

As premissas utilizadas para a análise de viabilidade econômico-financeira

foram determinadas a partir de embasamentos legal e metodológico adequado

para esta modalidade de análise, conforme estabelecido pelos procedimentos

adotados pela presente avaliação. Utilizou-se fontes oficiais para obtenção dos

valores de referência e alíquotas tributárias e preços referenciais.

Apresenta-se, portanto, as premissas empregadas na análise de viabilidade

econômico-financeira dos cenários de análise para as Parcerias Público-Privadas

no PNSJ.

4.2.1 ESTIMATIVA DA DEMANDA

A projeção de demanda de visitantes é parte fundamental para a análise de

viabilidade. Realiza-se neste item a previsão do fluxo de acessos ao PNSJ para

o período da modelagem econômico-financeira. Para tanto, define-se visitante

como sendo a pessoa que ingressa à UC com o objetivo de realizar as atividades

de uso público permitidas no Plano de Manejo, indiferente de condição (pagante

ou isento). Adicionalmente, considera-se que ao sair e retornar ao local, a pessoa é

novamente contabilizada como visitante.

Utiliza-se o modelo de projeção de demanda proposto por Rabahy (2003),

adaptado para a realidade do PNSJ e dados disponíveis. A projeção é inicialmente

realizada para a visitação ao Morro da Igreja. As especificidades da estimativa são

apresentadas no presente item.

O fluxo de visitantes no PNSJ (Morro da Igreja) apresentou variações ao longo dos

anos de 2010 a 2017 (Figura 4.1). A quantidade de visitantes anuais no início da

década de 2010 cresceu solidamente, atingindo seu ápice em 2013 com quase

140 mil visitas no ano.

Figura 4.1 Visitantes anuais no PNSJ (Morro da Igreja): 2010 - 2017.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio – 2010-2017.

Uma característica marcante desta visitação é a sazonalidade (Figura 4.2), com

alta concentração nos meses de junho a agosto, em decorrência do inverno e a

possibilidade de ocorrência de neve no Parque junto ao seu principal atrativo, o

Morro da Igreja.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 4.2 Distribuição mensal da visitação no PNSJ (Morro da Igreja): 2010 - 2017.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio, 2017.

Partindo do número de visitantes registrado, os seguintes procedimentos foram

adotados:

• Determinação de uma função matemática a partir de regressão linear

simples, considerando o fluxo de visitante entre 2009 e 2017 para aferição

da tendência de visitação (cenário-base);

• Paralelamente, em avaliação alternativa e buscando conferir os efeitos das

alterações do fluxo ocorridas entre 2013 e 2014, estabelece-se a tendência

de visitação entre o período 2014 e 2017 (cenário otimista);

• Determina-se como o cenário conservador uma variação anual equivalente

à 50 % do delta (ou beta) encontrado para o cenário-base;

• Realiza-se a projeção para 10 anos, equivalente ao período entre 2018 e

2028.

Como não existem informações para a conjuntura brasileira sobre a elasticidade

preço da demanda por visitação em UC, pressupõem-se uma elasticidade

negativa fixa de 15 %, decorrente do aumento dos gastos dos visitantes (item

4.2.3). O efeito é aplicado ao primeiro ano de operação das operações planejadas,

portanto em 2019 (Figura 4.3).

Figura 4.3 Projeção de demanda para o PNSJ (Morro da Igreja): 2019 - 2029.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio, 2017.

Avaliando o comportamento da sazonalidade da visitação e as informações

levantadas por Omena (2014), pode-se definir quatro temporadas de visitação:

• Alta temporada: ocorre nos meses de junho, julho e agosto e concentrou

em média 41,94 % das visitações (13, 98 % ao mês);

• Média temporada: ocorre nos meses de janeiro, abril, maio e dezembro e

concentrou em média 30,50 % das visitações (7,63 % ao mês);

• Baixa temporada: ocorre nos meses de fevereiro, março, setembro, outubro

e novembro e concentrou em média 27,55 % das visitações (5,51 % ao

mês);

• Dias de pico.

Os dias de pico ocorrem em função da previsão de neve e da adjeção de feriados

prolongados e o turismo de inverno. Foram registrados 20 dias de pico em 2013

e 2014. Na série histórica de dados, excluindo-se dois registros classificados como

outliers, verifica-se uma média de 1.824 visitantes por dia e um desvio padrão de

793 unidades. Estabelece-se, assim, um upper bound de 2.647 visitantes por dia,

para dias de pico. Adicionalmente, determina-se que os dias de pico aumentam

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Parque Nacional de São Joaquim

em função do crescimento da demanda, iniciando ao patamar de 8 dias ao ano.

Presume-se este comportamento pelo reflexo do aumento da dispersão da

visitação e possíveis intenções de visitas com maior tempo de permanência na

região do PNSJ (Tabela 4.1).

Tabela 4.1 Projeção de visitantes anuais por temporada e média de visitantes por dia

por temporada, entre 2019 e 2029 para o Cenário-base.

VISITANTES / ANO POR TEMPORADATEMPORADA 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029Pico (dias no ano)

8,0 8,2 8,4 8,7 8,9 9,1 9,3 9,6 9,8 10,0 10,2

Pico 21.173 21.765 22.356 22.947 23.538 24.129 24.721 25.312 25.903 26.494 27.086Alta (- pico) 21.476 22.076 22.675 23.275 23.875 24.474 25.074 25.674 26.273 26.873 27.473Média 31.018 31.884 32.750 33.616 34.482 35.348 36.214 37.081 37.947 38.813 39.679Baixa 28.020 28.802 29.584 30.367 31.149 31.932 32.714 33.497 34.279 35.061 35.844

MÉDIA DE VISITANTES / DIA POR TEMPORADATEMPORADA 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029Pico 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647Alta (- pico) 447 460 472 485 497 510 522 535 547 560 572Média 207 213 218 224 230 236 241 247 253 259 265Baixa 350 360 370 380 389 399 409 419 428 438 448

Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio, 2017.

São considerações adicionais sobre a estimativa de demanda por visitação:

• A projeção não considera alterações na economia regional ou nacional;

• Para o modelo construído, não foi adotado o fator de estabilização. No

entanto, variações de estabilização de estabilização da demanda são

esperados a partir do 11º ano de projeção.

Para a determinação dos parâmetros ao Transporte Único, utiliza-se como

referencial a proposta de capacidade de carga física estabelecida por Omena

(2014), assim como as informações obtidas pelo mesmo autor no período de

10 de janeiro de 2013 e 31 de julho de 2014 e apresentada por seu manuscrito

“Característica da Visitação no PNSJ – Santa Catarina” (op. cit.).

Os dados apresentados a seguir (Tabela 4.2) foram obtidas na literatura técnico-

científica, informações provenientes da Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico

para o PNSJ, aprestados integralmente pelo Encarte 1, e derivações desenvolvidas

pela Consultoria.

Tabela 4.2 Modal de transporte utilizado pelos visitantes e estimativa de necessidade

de área de estacionamento para a visitação no Morro da Igreja.

MODAL DE TRANSPORTE

DIST. VISITANTES

POR MODAL

TAMANHO DE VAGA (m²)

PAX. ESTIMADO

POR MODAL

PAX. VEÍCULO

NECESSIDADE DE VAGAS

NECESSIDADE DE PARKING

(m²)

Veículo pequeno 82,81% 16,08 381,5 2,67 142,9 2297,7

Motocicleta 14,99% 3,34 69,1 1,2 57,6 192,2

Bicicleta 0,95% 3 4,4 1 4,4 13,1

Bus, van e micro-ônibus

1,17% 87 5,4 5 1,1 93,8

Outros 0,08% 3 0,4 1 0,4 1,1

Total 100,00% – 460,7 – 206,3 2597,9

Legenda: DIST – Distribuição. Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de OMENA, 2014 e Fecomércio, 2017.

Entre 2013 e 2014 (op. cit.), estimou-se que a visitação ao Morro da Igreja divide-se,

em média, nos seguintes compartimentos de tempo:

• 29 minutos de permanência para visitação no Morro da Igreja,

descontando o deslocamento entre o Portal (km 7) e o mirante natural do

Morro da Igreja;

• 36 minutos para os visitantes que utilizaram o áudio-guia, então disponível;

• 18 minutos para o deslocamento nos dois sentidos (ida e volta), entre o

Portal (km 7) e o mirante natural do Morro da Igreja (km 17).

O mesmo estudo identificou que não há indícios que comprovem que o tempo

médio de permanência do visitante no mirante natural do Morro da Igreja diminua

significativamente em dias mais frios.

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Levando em consideração o horário atual de funcionamento do PNSJ, o período

de visitação por dia é de 9 horas (08:00 – 17:00). Utilizando o tempo de visitação

média como parâmetro balizador, obtém-se a média de 1,57 turnos de visitação

por hora. Ainda, ao prologar para o horário permitido para visitação, verifica-se que

em média se estabelecem 5,7 turnos de visitação por dia no Morro da Igreja. Por

fim, utilizando as informações sobre os picos de visitação, média, desvio padrão

e upper bound, é possível determinar que há uma demanda atual de 460,71

visitantes por turno em dias de pico.

Determina-se preliminarmente um dimensionamento de carga para o

transporte único para o Morro da Igreja e mirante natural da Pedra Furada,

para efeitos da modelagem. Para tanto, determina-se que a visitação ocorre

com maior intensidade na alta temporada (concentrada em 16 ao ano), e

progressivamente se espalha nas temporadas de menor visitação (20 dias ao ano

na média temporada e 30 ao ano da baixa temporada). Complementarmente,

os dias de pico, conforme previamente mencionado, são projetados com o

acompanhamento do crescimento da demanda por visitação. Dessa forma,

estima-se a média de visitantes por dia por temporada (Tabela 4.3), considerando

a concentração de visitantes e períodos específicos (finais de semana, dias

especiais e feriados prolongados).

Tabela 4.3 Estimativa projetada da média de visitantes por dia e temporada em dias de

concentração de visitação no Morro da Igreja e mirante natural da Pedra Furada.

TEMPORADA 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029

Pico 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647

Alta (- pico) 447 460 472 485 497 510 522 535 547 560 572

Média 207 213 218 224 230 236 241 247 253 259 265

Baixa 350 360 370 380 389 399 409 419 428 438 448

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Para o Recanto Santa Bárbara, caso venha a ser implementado, será necessário que

o delegatário realize ações de planejamento e marketing para induzir a demanda.

Dessa forma, faz-se necessário alocar recursos financeiros suficientes para este tipo

de ação, inclusive para que a proposta de serviço atenda ao mercado existente e

às suas tendências.

Determina-se que, através da aplicação correta destes recursos, o Recanto Santa

Bárbara será capaz de reter incialmente 10 % dos visitantes do PNSJ. A partir desta

parcela de visitações, a projeção segue em crescimento natural positivo advindo

de um aumento da taxa de retenção em 0,5 % ao ano. Da mesma forma que para

o Morro da Igreja, a estimativa de demanda para o Recanta Santa Bárbara não

considera o fator de estabilização em função do curto período de projeção.

Para o correto dimensionamento das estruturas desta possível operação, sua

projeção de visitantes também levou em consideração as temporadas de visitação

(Tabela 4.4).

Tabela 4.4 Taxa de retenção anual e estimativa de visitações para o Recanto Santa Bárbara.

TEMPORADA 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029

Taxa (%) - retenção/ano 10 11 11 12 12 13 13 14 14 15 15

Alta 4.265 4.603 4.953 5.316 5.690 6.075 6.473 6.883 7.305 7.738 8.184

Média 3.102 3.348 3.602 3.866 4.138 4.419 4.708 5.006 5.313 5.628 5.952

Baixa 2.802 3.024 3.254 3.492 3.738 3.991 4.253 4.522 4.799 5.084 5.377

Total 10.169 10.975 11.810 12.674 13.565 14.485 15.434 16.411 17.416 18.450 19.512

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

As demandas por serviços e produtos são apresentadas nas premissas financeiras

relativas às receitas.

4.2.2 PREMISSAS OPERACIONAIS

O presente Estudo de Viabilidade Econômico-financeira realiza simulações

das operações propostas no Item 3, incluindo todas as atividades econômicas

e operacionais, formas de geração de receitas e encargos apontadas pelas

propostas. Destaca-se que as informações geradas pela modelagem econômico-

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Parque Nacional de São Joaquim

financeira devem ser interpretadas como resultados referenciais, pois não

objetivam determinar a forma de operacionalização das Parcerias Ambientais

Público Privadas em questão. Busca-se estabelecer racionais econômicos que

reflitam um, entre vários, cenários possíveis para a implementação destas

operações.

Apresentam-se as principais premissas operacionais para cada grupo de

alternativas das operações estabelecidas para a modelagem.

4.2.2.1 Centro de Visitantes e Atividades Associadas

Buscando atender à demanda projetada para o centro de visitantes, realizou-se

um programa arquitetônico de referência para as alternativas A, C e D. Em relação

às alternativas B e C, com implantação de operações na atual sede administrativa

do PNSJ, as dimensões para o Centro de Visitanteslimitam-se à edificação já

existente. As alternativas PIC preveem instalações de dimensões reduzidas se

comparadas às demais alternativas (Tabela 4.5).

Tabela 4.5 Programa arquitetônico referencial para a Operação 01:

Centro de Visitantes e PIC.

COMPOSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES (áreas em m²)ALTERNATIVAS

A B C D PIC

Área de recepção, atendimento e guichê 100 0 100 100 20

Área de exposição interativa e interpretativa 150 0 0 150 0

Sala de turismo e 1º Socorros 40 0 40 40 0

Cafeteria, cozinha e almoxarifado 250 0 250 250 40

Loja souvenir 60 0 30 60 40

Auditório / Salão Eventos 150 0 0 150 0

Escritório Administrativo 60 0 0 60 0

Escritório ICMBio 40 0 0 40 0

Sanitários públicos 150 0 150 150 30

Guarda-volumes 80 0 0 80 10

COMPOSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES (áreas em m²)ALTERNATIVAS

A B C D PIC

Vestiários funcionários 100 0 0 100 0

Refeitório funcionários 100 0 0 100 0

Docas 60 0 0 60 0

Lounge 80 0 0 80 0

Estacionamento (estrutura civil) 26 0 0 0 0

Estacionamento (pátio) 2600 0 0 2600 0

Reforma Sede - Atual 0 220 220 0 0

Reforma Sede - Novo Escritório Administrativo PNSJ 0 80 80 0 0

Total 4.046 300 870 4.020 140

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Adicionais às edificações, o CAPEX (Capital Expenditure) principal é formado por

estruturas operacionais, de lazer e recreação e gestão e comunicação, além da

manutenção decorrente da depreciação física dos investimentos (Quadro 4.2).

Quadro 4.2 Composição do CAPEX principal para a Operação 01:

Centro de Visitantes e PIC.

COMPOSIÇÃO DO CAPEX PRINCIPALALTERNATIVA

A B C D PIC-B PIC-D

Estrutura operacional

Mobiliário X X X X X X

Equipamentos para os serviços de alimentação X X X X X X

Equipamentos para estabelecimento comercial X X X X X X

Equipamentos para o Salão de Eventos X - X X - X

Equipamentos para o estacionamento X - X X - X

Equipamentos para escritório X X X X - X

Sistema de geração de energia solar fotovoltaica X X X X X X

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COMPOSIÇÃO DO CAPEX PRINCIPALALTERNATIVA

A B C D PIC-B PIC-D

Estrutura de recreação e lazer

Projeto e produção gráfica (visitação e educ. ambiental) X - - - X X

Projeto e instalação de exposição interativa permanente X X X X X X

Projeto e implantação de mirante X - X - - -

Equipamentos complementares para o mirante X - X - X X

Provisão para elaboração de material interpretativo local X - X X X X

Implantação de trilha X X X X - -

Sinalização e demarcação de trilha X X X X X X

Estrutura de gestão e comunicação

Desenvolvimento de branding para o PNSJ X X X X X X

Website e aplicativo mobile - desenvolvimento X X X X X X

Desenvolvimento de sistema de gestão e controle de visitante X X X X X X

Outras peças de divulgação - Provisão X X X X X X

CAPEX de Manutenção

Manutenção da área construída X X X X X

Manutenção da área do Mirante X X X X X X

Manutenção de trilhas X X X X X X

Legenda: x – previsto para a alternativa. Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Apresenta-se a seguir o dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação

01: Centro de Visitantes (Quadro 4.3).

Quadro 4.3 Dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação 01:

Centro de Visitantes e PIC.

DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E CARGOS (Quantidade)

ALTERNATIVA

A B C D PIC-B PIC-D

Analista de Comunicação 1 1 1 1 1 1

Auditório / Salão Eventos - Agente de Eventos 1 0 1 1 0 0

Cafeteria - Auxiliar e Salão 2 2 2 2 2 0

Cafeteria - Cozinha 1 1 1 1 2 0

Cafeteria - Gerente 1 0 0 1 2 0

Estacionamento - Atendimento 2 0 2 2 0 0

Estagiário 1 1 1 1 1 1

Gerente Geral 1 1 1 1 1 1

Loja souvenir - Atendimento 2 2 2 2 2 2

Loja souvenir - Encarregado 0 0 0 0 0 0

Motoristas 0 0 0 0 0 0

Recepção e quiosque de vendas 2 2 4 2 3 3

Restaurante - Auxiliar e Salão 0 0 0 0 2 0

Restaurante - Cozinha 0 0 0 0 1 0

Restaurante - Gerente 0 0 0 0 0 0

Servente de Limpeza 2 2 2 2 2 2

Turismólogo 1 1 1 1 1 1

Zelador 1 1 2 1 2 2

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Adicional ao pessoal dimensionado, estipula-se a contratação através de

terceirização de prestação de serviços a contratação de segurança patrimonial. A

segurança patrimonial levada em consideração ocorre em turnos que completam

24 horas, com 4 vigilantes em revezamento.

Assume-se que o delegatário encarrega-se de:

• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da

Igreja;

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• Realizar a manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio

Pelotas;

• Gerar de conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico

do ICMBio.

Adicionalmente, o modelo prevê provisões financeiras e pessoal para que o

delegatário responsável pela Operação 01: Centro de visitantes e atividades

associadas implemente e execute as ações de apoio e proteção ao turismo, a

saber: Fortalecimento dos Mecanismos de Gestão do PNSJ; Fortalecimento das

Redes Colaborativas de Turismo; Desenvolvimento de Ações de Acesso à Mercado;

Monitoramento das Atividades de Visitação; e, Ouvidoria.

4.2.2.2 Transporte Único

O Transporte Único (Operação 02) será responsável por levar os visitantes ao

mirante natural da Pedra Furada. Os possíveis locais de partida são o Centro de

Visitante da estrada do Morro da Igreja (TU-A), caso implantado no km 9, o local

denominado km 0 da estrada do Morro da Igreja (TU-B) e centro urbano de

Urubici (TU-C). Independentemente do local de partida, determina-se que todas

as alternativas deverão edificar 50 m² em seus pontos de paradas. O modelo prevê

recurso para que a edificação contemple bancos e cobertura (Tabela 4.6).

Tabela 4.6 Programa arquitetônico referencial para a Operação 02: Transporte Único.

COMPOSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES (Áreas em m²)ALTERNATIVAS

TU-A TU-B TU-C TR-A TR-B TR-D

Plataformas de embarque / desembarque - m² 50 50 50 50 50 50

Sanitário Masc./Fem. e acessibilidade - m² 0 30 30 0 30 30

Fossa Séptica + Sumidouro (FC15000) – conjunto 0 1 1 0 1 1

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

À parte das edificações, o CAPEX da Operação 2: Transporte Único é

substancialmente composto pelos veículos a serem utilizados para a realização

do serviço. Dado os diferentes tempos de deslocamento para cada alternativa,

são necessários diferentes portes de frotas. A projeção da operação do Transporte

Único leva em consideração as seguintes premissas:

• Medida padrão de capacidade média do veículo: 15 passageiros. A

proposta de operação determina a utilização de veículos entre 10 e 18

passageiros;

• Realiza-se o serviço de linha de transporte durante todo o ano;

• O período máximo de espera para o passageiro é de aproximadamente 12

minutos.

• Os tempos de deslocamento estimados para cada trecho, considerando

embarque, desembarque e retorno, são os seguintes:

• TU-A (CV km 9): 34 minutos;

• TU-B (km 0): 53 minutos;

• TU-C (centro de Urubici): 72 minutos;

• TR-A (CV km 9): 34 minutos;

• TR-PIC-B (centro de Urubici): 72 minutos;

• TR-PIC-D (centro de Urubici): 72 minutos.

• Para atender aos dias de pico, projeta-se a locação de veículos por dia e a

contratação de profissionais autônomos;

• Como compensação aos dias de pico, pressupõem-se a sublocação de

frota vacante, nos períodos de média e baixa temporada.

Apresenta-se a estimativa de quantidade de veículos por dia, a cada temporada.

Valores com decimais são arredondados para a unidade superior (Tabela 4.7).

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Tabela 4.7 Dimensionamento de quantidade de veículos mínimos por dia para a

Operação 02: Transporte Único/Reduzido.

VEÍCULOS / DIA x TEMPORADAPERÍODO

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Transporte Único - Alternativa A (CV km 9)Pico 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12

Alta 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3

Média 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2

Baixa 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Transporte Único - Alternativa B (CV km 0)Pico 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17

Alta 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4

Média 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Baixa 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

Transporte Único - Alternativa C (centro de Urubici)Pico 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21

Alta 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5

Média 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3

Baixa 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4

Transporte Reduzido - Alternativa A (CV km 9)Pico 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12

Alta 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3

Média 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Baixa 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Transporte Reduzido - Alternativa B (centro de Urubici)Pico 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21

Alta 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5

Média 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3

Baixa 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4

Transporte Reduzido - Alternativa D (km 0)Pico 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21

Alta 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5

Média 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3

Baixa 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Portanto, a quantidade de veículos para cada alternativa desta operação é a

seguinte:

• TU-A (CV km 9): 2 veículos próprios e 1 a 10 veículos terceirizados conforme

demanda;

• TU-B (km 0): 3 veículos próprios e 1 a 14 veículos terceirizados conforme

demanda;

• TU-C (centro de Urubici): 4 veículos próprios e 1 a 17 veículos terceirizados

conforme demanda;

• TR-A (km 9): 3 a 12 veículos terceirizados conforme demanda;

• TR-B (centro de Urubici): 5 a 21 veículos terceirizados conforme demanda;

• TR-D (centro de Urubici): 5 a 21 veículos terceirizados conforme demanda.

Apresenta-se a seguir o dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação

02: Transporte Único/Reduzido (Tabela 4.8).

Tabela 4.8 Dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação 02:

Transporte Único/Reduzido.

DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E CARGOS (Quantidade)

ALTERNATIVAS

TU-A TU-B TU-C TR-A TR-B TR-D

Administrativo – Gerente geral 1 1 1 2 1 1

Operacional – Motorista 2 3 4 0 0 0

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Para os períodos de pico, conforme mencionado, são realizadas operações

especiais com a locação de veículos e contratação temporária de profissionais.

Leva-se em consideração que serão instalados sistemas de áudio e vídeo nos

veículos da frota permanente. Adicionalmente, considera-se que um veículo

de cada frota será adaptado para transporte de pessoas com dificuldade de

locomoção.

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4.2.2.3 Recanto Santa Bárbara

A operação do Recanto Santa Bárbara terá com atividades principais a prestação

de serviços de alimentação, operação de estabelecimento para comércio de

souvenirs e equipamentos, área para campismo e suporte às trilhas de longo custo

do PNSJ e manutenção do alojamento de pesquisadores. Vislumbra-se no modelo

econômico-financeiro a seguinte distribuição de área e edificações (Tabela 4.9).

Tabela 4.9 Programa arquitetônico referencial para a Operação 03:

Recanto Santa Bárbara.

DESCRIÇÃO ÁREA (m²)

Área de recepção, atendimento e guichê 20

Restaurante 150

Loja souvenir 40

Reforma alojamento pesquisadores 75

Área externa (fogueiras, camping suporte à cavalgada)

500

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Apresenta-se a seguir o dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação 03:

Recanto Santa Bárbara (Tabela 4.10).

Tabela 4.10 Dimensionamento de pessoal e cargos para a Operação 03:

Recanto Santa Bárbara.

DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E CARGOS QUANTIDADE

Gerente Geral 1

Operacional - Servente de Limpeza 1

Restaurante - Cozinha 2

Restaurante - Auxiliar e Salão 2

Loja souvenir - Atendimento 1

Operacional - Zelador 1

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Adicional ao pessoal dimensionado, estipula-se a contratação através de

terceirização de prestação de serviços a contratação de segurança patrimonial. A

segurança patrimonial levada em consideração ocorre em turnos que completam

24 horas, com 4 vigilantes em revezamento.

Os grupos de atividades que são consideradas geradoras de dispêndios

financeiros operacionais são as seguintes:

• Gastos operacionais para a prestação de serviços de alimentação;

• Gastos operacionais para o estabelecimento comercial (souvenirs);

• Material de expediente;

• Impressos com portfólio de atividades e informações sobre o PNSJ.

Assume-se que o delegatório se responsabilizará por todos os encargos previstos

pela proposta de operação, incluindo:

• Manutenção do alojamento de pesquisadores;

• Implantação e manutenção área operacional para cavalgada;

• Implantação e manutenção de fogueiras coletivas;

• Implantação e manutenção de área de piquenique;

• Implantação e manutenção de mirante na região dos Campos de Santa

Bárbara;

• Implantação e manutenção e de trilha suspensa, entre o mirante na região

dos Campos de Santa Bárbara e o Cemitério dos Tropeiros;

• Revitalização, instalação de sinalização e manutenção do Cemitério dos

Tropeiros;

• Implantação e manutenção de trilhas terrestres (Trilha Goiaba Serrana e

Trilha da Cascatinha).

Quanto a área de suporte aos passeios a cavalo, escabece-se como premissa que

esta terá que ser implementada e mantida pelo delegatário e será destinada,

prioritariamente, à utilização por operadores regionais como receptivo. Caberá ao

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delegatário estabelecer relações comerciais com estes operadores para se obter

possíveis receitas acessórias ou estímulos às suas atividades comerciais.

4.2.3 PREMISSAS FINANCEIRAS

Lista-se a seguir as premissas financeiras e operacionais comuns em ambos os

cenários:

• A taxa de desconto para o modelo de cálculo do Valor Presente Líquido

da rentabilidade utilizada o Weighted Average Cost of Capital – WACC de

10,21 %;

• Todos os valores monetários foram deflacionados e apresentados a preços

correntes de 1º de dezembro de 2017, sendo as análises realizadas em

termos reais;

• Convenciona-se que os valores resultantes de todas as entradas e saídas de

caixa de cada período são alocados ao final do respectivo período;

• Não são considerados reajustes anuais no OPEX;

• Alíquotas de Benefícios e Despesas Indiretas – BDI consideradas no

orçamento (TCU, 2013);

• Equipamentos, materiais e serviços: 12 %;

• Construção civil e instalações elétricas: 22,12 %;

• A Necessidade de Capital de Giro é definida pela fração de 10 % da receita

projetada para o período seguinte;

• As despesas pré-operacionais não detalhadas, como projetos conceituais,

arquitetônicos e executivos e despesas administrativas, correspondem a

10,00 % do CAPEX;

• Para os locais que preveem necessidade de licenciamento ambiental,

aplica-se a alíquota de 5,00 % sobre o CAPEX para provisão a este processo

administrativo;

• O período estabelecido para a análise é de 15 anos. Considera-se o ano

inicial (ano 1) como período para investimentos, porém já sob o contratado

de delegação vigente31;

• Todo o investimento é reversível ao ICMBio no último período do contrato

de delegação. Portanto, não são incluídas na análise as premissas para

comercialização dos bens móveis e imóveis e perpetuidade.

Salienta-se que o período de análise não determina o período dos contratos de

delegação, contudo os resultados devem embasar este parâmetro dos projetos

básicos dos serviços de apoio à visitação.

Determina-se que o reinvestimento corresponde ao desgaste e necessidade de

manutenção dos materiais, equipamentos e edificações distribuídos anualmente,

considerando as seguintes taxas de manutenção. Considerando as condições

climáticas da região e os possíveis custos que incorrem com a indisponibilidade

de material e dispêndios com logística, considera-se uma taxa de 0,25 % ao

mês. Os valores de outorga de concessão onerosa utilizados para a modelagem

econômico-financeira foram definidos pelas seguintes regras:

• Prestação mensal fixa determinada por alíquota sobre o CAPEX;

• Prestação mensal variável determinada por alíquota sobre a Receita

Operacional Bruta;

• Carência determinada em períodos de 12 meses;

• Taxa de desconto ou reajustes não são considerados.

As alíquotas e parcelas fixas das outorgas, assim como o valor estimado para

arrecadação pelo ICMBio são apresentados juntamente com os resultados finais

de cada análise.

As premissas financeiras operacionais são compostas pelas seguintes variáveis:

salários, preços, custos e despesas referenciais, margens de lucratividade, Ticket

Médio, Custo Médio da Mercadoria Vendida e taxa de absorção do mercado.

31 Salienta-se que o período de análise não determina o período dos contratos de delegação, contudo os resultados devem embasar este parâmetro dos projetos básicos dos serviços de apoio à visitação.

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Estas variáveis provenientes de fontes oficiais, coleta de informações primárias

e referências de Benchmark, obtidas através de pesquisa de mercado, estudos

similares e literatura (Tabela 4.11).

Tabela 4.11 Premissas da projeção de receitas da Operação 01: Centro de Visitantes.

ITEM

ALTERNATIVACVa e CVd CVb CVc

UNT. (R$)

DEMANDAUNT. (R$)

DEMANDAUNT. (R$)

DEMANDA

Cobrança de ingressos de acesso ao Mirante da Pedra FuradaIngresso geral 32,00 0,60% 32,00 0,60% 32,00 0,60%

Brasil 16,00 89,40% 16,00 89,40% 16,00 89,40%

Entorno 3,20 10,00% 3,20 10,00% 3,20 10,00%

Ticket Médio Ponderado 14,82 0,00% 14,82 0,00% 14,82 0,00%

Ticket médio - comércioAlimentos 22,43 40,00% 22,43 13,30% 22,43 13,30%

Souvenires, vestuário e utilidades 57,14 20,00% 57,14 20,00% 57,14 20,00%

Cobrança de tarifa para estacionamento de veículosCarros 15,00 dinâmica 15,00 dinâmica

Motos 9,00 dinâmica 9,00 dinâmica

Vans 30,00 dinâmica 30,00 dinâmica

Locação de espaço interno do Centro de VisitantesValor médio por evento 3.230,00 20 / ano 3.230,00 20 / ano

Receitas Acessórias Potenciais ConsideradasIngresso para eventos especiais 64,00 1,00% 64,00 1,00% 64,00 1,00%

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Os preços considerados para a Operação 02: Transporte Único e Transporte Único

Reduzido, para cada alternativa, são os seguintes:

• TU-A (CV km 9): R$ 6,00 por passageiro com retorno;

• TU-B (km 0): R$ 10,00 por passageiro com retorno;

• TU-C (centro de Urubici): R$ 16,00 por passageiro com retorno

• TR-A (km 9): R$ 6,00 por passageiro com retorno;

• TR-B (centro de Urubici): R$ 16,00 por passageiro com retorno;

• TR-D (km 0): R$ 16,00 por passageiro com retorno.

Apresentam-se as premissas para a projeção de receitas para a Operação 03:

Recanto Santa Bárbara (Tabela 4.12).

Tabela 4.12 Premissas da projeção de receitas da Operação 03: Recanto Santa Bárbara.

ITEMRECANTO SANTA BÁRBARA

Unt. (R$) Demanda

Comercialização de alimentos

Ticket Médio - Café 29,90 45,00%

Ticket Médio - Restaurante 61,50 35,00%

Ticket Médio - Piquenique 41,00 20,00%

Ticket Médio Ponderado 43,18 -

Comercialização de souvenirs, vestuário e Utilidades

Ticket médio 57,14 20,00%

Área de campismo

Valor por pernoite/barraca 35,00 20% ocupação

Acesso às áreas de fogueiras

Ingresso médio 10,00 20%

Receitas acessórias potenciais consideradas

Suporte a cavalgada / mês 15,00 10%

Ingresso para eventos especiais 48,00 90%

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

As seguintes receitas acessórias potenciais foram consideradas na modelagem

econômico-financeira:

• Cobrança de ingressos para eventos especiais;

• Locação de área para suporte à cavalgada;

• Locação de frota de veículos vacante em períodos de menor fluxo de

visitantes.

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A composição monetária do CAPEX da Operação 01: Centro de Visitantes e sua

distribuição percentual é apresentada a seguir (Tabela 4.13).

Tabela 4.13 Composição do CAPEX principal para a Operação 01:

Centro de Visitantes/PIC.

COMPOSIÇÃO DO CAPEX MONETÁRIO

Cva CVb CVc CVd

Montante (R$)

%Montante

(R$)%

Montante (R$)

%Montante

(R$)%

Construção Civil e Instalações 5.082.579 72 434.643 46 1.710.014 61 3.898.801 68

Máquinas e Equipamentos (aquisição)

287.200 4 100.000 10 160.000 6 227.200 4

Móveis e Utensílios (aquisição) 1.325.814 19 252.586 26 743.428 26 1.311.025 23

Computadores e periféricos (aquisição) 0 0 0 0 0 0 0 0

Veículo (aquisição) 0 0 0 0 0 0 0 0

Projetos, assessorias, apoio técnico e similares 239.441 3 146.750 15 155.150 5 152.750 3

Outros 139.301 2 19.280 2 55.972 2 112.396 2

Total 7.074.334 100 953.258 100 2.824.564 100 5.702.172 100

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

A composição monetária do CAPEX da Operação 02: Transporte Único e

Transporte Único Reduzido com a respectiva distribuição percentual apresentados

a seguir (Tabela 4.14).

Tabela 4.14 Composição do CAPEX principal para a Operação 02:

Transporte Único/Reduzido.

COMPOSIÇÃO DO CAPEX MONETÁRIOTU-A TU-B TU-C

Montante (R$)

%Montante

(R$)%

Montante (R$)

%

Construção Civil e Instalações 78.606 22 125.769 23 125.769 18

Máquinas e Equipamentos (aquisição) 0 0 0 0 0 0

Móveis e Utensílios (aquisição) 0 0 0 0 0 0

Computadores e periféricos (aquisição) 0 0 0 0 0 0

Veículo (aquisição) 278.000 76 417.000 75 556.000 80

Projetos, assessorias, apoio técnico e similares 0 0 0 0 0 0

Outros 7.219 2 10.942 2 13.722 2

Total 363.825 100 553.711 100 695.491 100

FORMAÇÃO DO CAPEX MONETÁRIOTR-A TR-B TR-D

Montante (R$)

%Montante

(R$)%

Montante (R$)

%

Construção Civil e Instalações 4.240.560 69% 878.930 58% 4.343.088 69%

Máquinas e Equipamentos (aquisição) 287.200 5% 100.000 7% 227.200 4%

Móveis e Utensílios (aquisição) 1.345.465 22% 363.657 24% 1.422.097 23%

Computadores e periféricos (aquisição) 0 0% 0 0% 0 0%

Veículo (aquisição) 0 0% 0 0% 0 0%

Projetos, assessorias, apoio técnico e similares 173.150 3% 146.750 10% 152.750 2%

Outros 121.615 2% 30.474 2% 123.590 2%

Total 6.167.990 100% 1.519.811 100% 6.268.725 100%

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

A composição monetária do CAPEX da Operação 03: Recanto Santa Bárbara e sua

distribuição percentual é apresentada a seguir (Tabela 4.15).

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Tabela 4.15 Composição do CAPEX principal para a Operação 03:

Recanto Santa Bárbara.

COMPOSIÇÃO DO CAPEX MONETÁRIORSB

Montante (R$) %

Construção Civil e Instalações 1.119.291 66

Máquinas e Equipamentos (aquisição) 100.000 6

Móveis e Utensílios (aquisição) 394.960 23

Computadores e periféricos (aquisição) 0 0

Veículo (aquisição) 0 0

Projetos, assessorias, apoio técnico e similares 56.025 3

Outros 33.406 2

Total 1.703.682 100

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Apresentam-se as premissas utilizadas para determinação dos gastos com pessoal,

por cargo. Utiliza-se os padrões de salários para o Estado de Santa Catarina,

considerando cargos em nível pleno e para uma empresa de médio porte (Tabela

4.16).

Tabela 4.16 Premissas para bases salariais.

CARGO BASE SALARIAL (R$)

Analista de Comunicação 3.773,58

Auditório / Salão Eventos - Agente de Eventos 1.955,70

Cafeteria - Auxiliar e Salão 1.315,99

Cafeteria - Cozinha 1.713,52

Cafeteria - Gerente 4.350,69

Estacionamento - Atendimento 1.375,68

Estagiário 1.307,26

Gerente Geral 7.045,97

Loja souvenir - Atendimento 1.375,68

Loja souvenir - Encarregado 2.383,10

CARGO BASE SALARIAL (R$)

Motoristas 1.892,82

Recepção e quiosque de vendas 1.516,87

Restaurante - Auxiliar e Salão 1.315,99

Restaurante - Cozinha 1.713,52

Restaurante - Gerente 4.350,69

Servente de Limpeza 1.277,65

Turismólogo 2.318,41

Zelador 1.397,36

Fonte: SINE, 2018.

As demais informações financeiras são determinadas e apresentadas nos itens

seguintes.

4.2.4 PREMISSAS TRIBUTÁRIAS

As premissas tributárias assumidas referem-se aos sistemas de tributação, taxas de

depreciação fiscal de bens e encargos sociais.

A Tabela 4.17 apresenta as alíquotas aplicadas ao regime tributário Simples

Nacional para prestadores de serviços abrangidos pelo Anexo V da lei

Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016.

Tabela 4.17 Tabela Simples Nacional 2018 – Anexo V – Serviços.

FAIXA SIMPLES

RECEITA BRUTA EM 12 MESES (EM R$)

ALÍQUOTAVALOR A

DEDUZIR (EM R$)

1ª Faixa Até 180.000,00 15,5% -

2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,0% 4.500,00

3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,5% 9.900,00

4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,5% 17.100,00

5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,0% 62.100,00

6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,5% 540.000,00

Fonte: Receita Federal/MF, 2018.

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A Tabela 4.18 apresenta as alíquotas aplicadas ao regime tributário Simples

Nacional para atividades do comércio abrangidas pelo Anexo I da lei

Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016.

Tabela 4.18 Tabela Simples Nacional 2018 – Anexo I – Comércio.

FAIXA SIMPLES

RECEITA BRUTA EM 12 MESES (EM R$)

ALÍQUOTAVALOR A

DEDUZIR (EM R$)1ª Faixa Até 180.000,00 4,0% -

2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,3% 5.940,00

3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,5% 13.860,00

4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,7% 22.500,00

5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,3% 87.300,00

6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,0% 378.000,00

Fonte: Receita Federal/MF, 2018.

A Tabela 4.19 apresenta as alíquotas aplicadas ao regime tributário Lucro

Presumido. Para integral detalhamento, utiliza-se adicionalmente as alíquotas

sobre atividades econômicas conforme classe de receita projetada pelo modelo.

Tabela 4.19 Tabela Lucro Presumido 2018 – Alíquotas.

TRIBUTO ALÍQUOTA

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL 9,00%

Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ 15,00%

Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ - Adicional 10,00%

Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISS 5,00%

Programa de Integração Social – PIS 0,65%

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS 3,00%

Fonte: Receita Federal/MF, 2018. Adaptado.

A escolha do regime tributário é realizada durante a análise de viabilidade,

sendo priorizado o regime que retorna o maior Valor Presente Líquido – VPL.

Para simplificação, não houve diferenciação das alíquotas de tributação sobre

diferentes atividades de serviços.

São apresentadas na Tabela 4.20 as premissas para depreciação fiscal.

Tabela 4.20 Taxas de Depreciação Fiscal para Bens.

CATEGORIA TAXA ANUAL ANOS DE VIDA ÚTILEdifícios 4% 25

Máquinas e Equipamentos 10% 10

Instalações 10% 10

Móveis e Utensílios 10% 10

Veículos 20% 5

Computadores e periféricos 20% 5

Fonte: Receita Federal/MF, 2018.

Por fim, a Tabela 4.21 apresenta as premissas referentes aos encargos sociais. A

composição dos Encargos Sociais foi calculada para atender a legislação vigente. O

cálculo é realizado para as alíquotas referentes ao 13º salário, percentual de férias e

encargos sobre remunerações adicionais.

Tabela 4.21 Composição dos Encargos Sociais.

ITEM ALÍQUOTAFundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS 8,00%

INSS 20,00%

13º Salário 8,33%

FÉRIAS 8,33%

Risco de Acidente de Trabalho - RAT 3,00%

INSS Terceiros 5,80%

INSS 13º sobre Salário 1,67%

INSS Férias 2,22%

FGTS sobre 13º Salário 0,67%

FGTS sobre FÉRIAS 0,89%

Fonte: Receita Federal/MF, 2018. Adaptado.

A composição dos Encargos Sociais foi calculada, a partir de informações

tributárias oficiais. O cálculo é realizado para as alíquotas referentes ao 13º salário,

percentual de férias e encargos sobre remunerações adicionais.32

32 O Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISS é um tributo municipal e com alíquotas que diferem entre municípios. Dessa forma, a alíquota será determinada conforme legislação municipal do local da prestação de serviço e tipo de atividade desenvolvida. Para a presente avaliação a alíquota do ISS foi fixada em 5,0%.

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4.3 PROJEÇÕES FINANCEIRAS

Utilizando as premissas operacionais, financeira e tributárias e a estimativa de

demanda, realizou-se as projeções de receitas, gastos, impostos e demais contas

financeiras para cada um dos cenários de análise estabelecidos. As projeções

permitiram a mensuração de indicadores de performance financeira que são

utilizados para auxílio às recomendações e tomadas de decisão.

Inicialmente, apresentam-se as informações obtidas pela modelagem econômico-

financeira preliminar. Nesta modelagem inicial, as projeções e seus resultados

não consideram o pagamento de contraprestações financeiras (outorgas). Dessa

forma, foi possível verificar o desempenho dos empreendimentos individualmente

e por lotes.

Em um momento posterior, determina-se os valores de outorgas e recalcula-se as

projeções e os indicadores de performance. Os resultados obtidos para o modelo

final são apresentados e debatidos, juntamente com uma análise de sensibilidade

do melhor cenário de análise.

4.3.1 INDICADORES DE PERFORMANCE E PROJEÇÕES PRELIMINARES

Os indicadores de performance financeira utilizados para a presente análise de

viabilidade econômico-financeira são o Valor Presente Líquido – VPL, a Taxa Interna

de Retorno – TIR, o período de Payback descontado e o período de Ponto de

Equilíbrio. Apresenta-se a seguir os indicadores de performance obtidos para os

cenários de análise, sem considerar contrapartidas. Inclui-se na tabulação o regime

tributário utilizado para aferição dos tributos de cada cenário.

Tabela 4.22 Indicadores de performance financeira dos cenários de análise,

sem considerar contrapartidas financeiras.

CENÁRIO OPERAÇÃO VPL (R$) TIR P. EQUI. PAYBACK REG. TRIB.

CV-A CV e Ativ. Associadas 5.346.889 21,5% 4 anos 6 anos Lucro Presumido

CV-B CV e Ativ. Associadas 9.070.839 30,1% 0 anos 0 anos Lucro Presumido

CV-C CV e Ativ. Associadas 9.166.535 50,9% 2 anos 2 anos Lucro Presumido

CV-D CV e Ativ. Associadas 6.732.957 27,0% 3 anos 5 anos Lucro Presumido

TU-A Transporte Único - 7.603.031 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes

TU-B Transporte Único - 6.414.766 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes

TU-C Transporte Único - 3.447.720 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes

RSB Recanto Santa Bárbara - 1.822.743 -8,9% 14 anos 14 anos Lucro Presumido

LOTE A CV-A + TU-A 3.670.916 18,7% 5 anos 7 anos Lucro Presumido

LOTE B CV-A + TU-A + RSB 3.442.921 16,6% 5 anos 8 anos Lucro Presumido

LOTE C CV-B + TU-C 5.128.653 45,5% 2 anos 2 anos Lucro Presumido

LOTE D CV-B + TU-C + RSB 5.058.549 30,1% 3 anos 4 anos Lucro Presumido

LOTE E CV-D + TU-B 2.869.717 17,0% 5 anos 8 anos Lucro Presumido

LOTE F CV-D + TU-B + RSB 2.641.722 15,2% 6 anos 9 anos Lucro Presumido

TR-A LOTE A c/ TU Reduzido 7.132.589 26,6% 3 anos 5 anos Lucro Presumido

TR-PIC-B LOTE C c/ TU Reduzido e PIC - 2.662.979 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes

TR-PIC-D LOTE E c/ TU Reduzido e PIC - 294.782 9,4% 8 anos 14 anos Lucro Presumido

Fonte: Receita Federal/MF, 2018. Adaptado.

Os fluxos de caixa projetados para cada cenário, estimados para análise preliminar

estão apresentados na planilha “PAPP - PNSJ Cenarios.xlsx” apensas ao presente

relatório.

4.3.1.1 Indicadores de Performance e Projeções Integrais

Com base nas informações financeiras das estimações preliminares, realiza-se a

modelagem econômico-financeira considerando os valores de outorga e projeta-

se os dados para o cenário de melhor desempenho.

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O valor da outorga foi estabelecido a partir das seguintes premissas:

• Outorga fixa em 2,0 % sobre o CAPEX;

• Outorga em 5,0 % sobre a Receita Operacional Bruta;

• Carência para pagamento da Outorga, de 3 anos.

Os valores estimados para a contrapartida são apresentados na Tabela 4.23,

incluindo a estimativa da receita obtida pelo ICMBio e sua composição pelas

parcelas fixas e variáveis. Os valores são apresentados em valor presente líquido em

termos reais, após o período de 15 anos, e o valor aproximado ao mês e ao ano.

Tabela 4.23 Outorga estimada total, parcela variável e parcela fixa.

CENÁRIO OPERAÇÃORECEITA TOTAL

ICMBIOMÉDIA ANUAL MÉDIA MENSAL

CV-A CV e Ativ. Associadas 5.505.982 367.065 30.589

CV-B CV e Ativ. Associadas 3.285.452 219.030 18.253

CV-C CV e Ativ. Associadas 4.339.378 289.292 24.108

CV-D CV e Ativ. Associadas 5.129.310 341.954 28.496

TU-A Transporte Único 609.076 40.605 3.384

TU-B Transporte Único 932.140 62.143 5.179

TU-C Transporte Único 1.384.240 92.283 7.690

RSB Recanto Santa Bárbara 1.955.303 130.354 10.863

LOTE A CV-A + TU-A 5.336.216 355.748 29.646

LOTE B CV-A + TU-A + RSB 6.238.557 415.904 34.659

LOTE C CV-B + TU-C 3.506.081 233.739 19.478

LOTE D CV-B + TU-C + RSB 4.368.999 291.267 24.272

LOTE E CV-D + TU-B 5.330.227 355.348 29.612

LOTE F CV-D + TU-B + RSB 6.232.569 415.505 34.625

TR-A LOTE A c/ TU Reduzido 5.512.294 367.486 30.624

TR-PIC-B LOTE C c/ TU Reduzido e PIC 2.662.726 177.515 14.793

TR-PIC-D LOTE E c/ TU Reduzido e PIC 4.506.584 300.439 25.037

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Considerando, portanto, as contrapartidas financeiras fixas e as estimativas para as

contrapartidas financeiras variáveis, computam-se os indicadores de performance

para os cenários de análise (Tabela 4.24).

Tabela 4.24 Indicadores de performance financeira dos cenários de análise,

considerando a outorga determinada.

CENÁRIO OPERAÇÃO VPL (R$) TIR P. EQUI. PAYBACK REG. TRIB.

CV-A CV e Ativ. Associadas 2.696.936 16,3% 5 anos 8 anos Lucro Presumido

CV-B CV e Ativ. Associadas 6.420.886 20,6% 1 anos 1 anos Lucro Presumido

CV-C CV e Ativ. Associadas 6.516.583 41,3% 2 anos 2 anos Lucro Presumido

CV-D CV e Ativ. Associadas 4.083.005 21,1% 4 anos 6 anos Lucro Presumido

TU-A Transporte Único - 9.715.627 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes

TU-B Transporte Único - 8.527.362 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes

TU-C Transporte Único - 5.560.317 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes

RSB Recanto Santa Bárbara - 4.043.243 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes

LOTE A CV-A + TU-A 1.020.964 12,8% 6 anos 11 anos Lucro Presumido

LOTE B CV-A + TU-A + RSB 792.969 11,8% 7 anos 12 anos Lucro Presumido

LOTE C CV-B + TU-C 2.478.701 29,6% 3 anos 4 anos Lucro Presumido

LOTE D CV-B + TU-C + RSB 2.408.597 20,6% 5 anos 7 anos Lucro Presumido

LOTE E CV-D + TU-B 219.765 10,8% 7 anos 13 anos Lucro Presumido

LOTE F CV-D + TU-B + RSB - 8.230 10,2% 8 anos 14 anos Lucro Presumido

TR-A LOTE A c/ TU Reduzido 4.482.637 21,2% 4 anos 6 anos Lucro Presumido

TR-PIC-B LOTE C c/ TU Reduzido e PIC - 4.775.576 - 13 anos 13 anos Comb. Regimes

TR-PIC-D LOTE E c/ TU Reduzido e PIC - 2.944.734 1,0% 13 anos 14 anos Lucro Presumido

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Os resultados obtidos demonstram que os cenários que possuem viabilidade

econômico financeira, considerando o cenário-base de demanda e a taxa mínima

de atratividade de 10,21 % ao ano são:

• CV-A, referente ao Centro de Visitantes localizado na região do km 9 da

estrada do Morro da Igreja;

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• CV-B, referente ao Centro de Visitantes localizado na atual sede

administrativa do PNSJ;

• CV-C, referente ao Centro de Visitantes localizado na região do km 9 da

Estrada do Morro da Igreja e na atual sede administrativa do PNSJ;

• CV-D, referente ao Centro de Visitantes localizado no centro urbano do

município de Urubici, em um hipotético terreno urbano doado;

• Lote A, referente ao Centro de Visitantes localizado na região do km 9 da

estrada do Morro da Igreja e Transporte Único;

• Lote B, referente ao Centro de Visitantes localizado na região do km 9 da

estrada do Morro da Igreja, Transporte Único e Recanto Santa Bárbara;

• Lote C, referente ao Centro de Visitantes localizado na atual sede

administrativa do PNSJ e Transporte Único com embarque no centro de

Urubici;

• Lote D, referente ao Centro de Visitantes localizado na atual sede

administrativa do PNSJ, Transporte Único com embarque no centro de

Urubici e Recanto Santa Bárbara;

• Lote E, referente ao Centro de Visitantes localizado no centro urbano

do município de Urubici, em um hipotético terreno urbano doado e

Transporte Único com embarque no km 0;

• TR-A, referente ao Centro de Visitantes localizado na região do km 9 da

estrada do Morro da Igreja e Transporte Reduzido.

Para a continuidade da análise, escolhe-se seguir com os cenários Lote C (CV-B

+ TU-C), Lote D (CV-B + TU-C + RSB) e TR-A (CV-A + TU Reduzido), uma vez que

ofertarão a maior quantidade de operações e retorna bons valores de outorga

frente aos demais cenários financeiramente viáveis.

A análise de sensibilidade financeira é uma ferramenta que possibilita avaliar os

riscos de alterações em determinadas variáveis do modelo econômico-financeiro,

assim como permite verificar os efeitos de possíveis variáveis que não foram

levadas em conta.

Realiza-se a análise de sensibilidade do VPL a partir da demanda prevista para o

cenário-base relativo aos três cenários supracitados. São testadas as seguintes

condições:

• Alterações da Taxa Mínima de Atratividade;

• Variações na Receita em 10 %;

• Variações no CAPEX em 10 %;

• Variações no OPEX Fixo em 10 %;

• Variações no OPEX Variável em 10 %.

Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 4.25. As cores representam

a atratividade dos VPL calculados, em que os tons verdes representam maior

atratividade, os tons vermelhos menor atratividade e branco situações de

equilíbrio.

Tabela 4.25 Análise de Sensibilidade do VPL para o LOTE C (CV-B + TU-C).

LOTE C (CV-B + TU-C) – COM OUTORGA

VPL (R$) / TMATMA

9,21% 9,71% 10,21% 10,71% 11,21%

Receita (+10%) 5.842.126 5.618.104 5.403.964 5.199.173 5.003.235

Receita 2.743.587 2.608.121 2.478.701 2.354.999 2.236.708

Receita (-10%) -354.953 -401.862 -446.561 -489.176 -529.820

Capex (+10%) 2.651.871 2.519.741 2.393.505 2.272.842 2.157.453

Capex 2.743.587 2.608.121 2.478.701 2.354.999 2.236.708

Capex (-10%) 2.835.302 2.696.501 2.563.898 2.437.156 2.315.962

Opex Variável (+10%) 1.559.413 1.457.848 1.360.859 1.268.196 1.179.625

Opex Variável 2.743.587 2.608.121 2.478.701 2.354.999 2.236.708

Opex Variável (-10%) 3.927.760 3.758.394 3.596.543 3.441.802 3.293.790

Opex Fixo (+10%) 590.811 514.208 441.153 371.449 304.912

Opex Fixo 2.743.587 2.608.121 2.478.701 2.354.999 2.236.708

Opex Fixo (-10%) 4.691.336 4.502.614 4.322.197 4.149.639 3.984.523

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Tabela 4.26 Análise de Sensibilidade do VPL para o LOTE D (CV-B + TU-C + RSB).

LOTE D (CV-B + TU-C + RSB) – COM OUTORGA

VPL (R$) / TMATMA

9,21% 9,71% 10,21% 10,71% 11,21%

Receita (+10%) 6.377.510 6.083.845 5.803.404 5.535.469 5.279.369

Receita 2.779.412 2.589.654 2.408.597 2.235.765 2.070.710

Receita (-10%) -750.610 -836.772 -918.752 -996.787 -1.071.097

Capex (+10%) 2.687.697 2.501.274 2.323.400 2.153.607 1.991.456

Capex 2.779.412 2.589.654 2.408.597 2.235.765 2.070.710

Capex (-10%) 2.871.128 2.678.034 2.493.793 2.317.922 2.149.965

Opex Variável (+10%) 1.595.239 1.439.381 1.290.754 1.148.962 1.013.628

Opex Variável 2.779.412 2.589.654 2.408.597 2.235.765 2.070.710

Opex Variável (-10%) 3.963.586 3.739.927 3.526.439 3.322.568 3.127.793

Opex Fixo (+10%) -110.891 -221.621 -327.003 -427.338 -522.906

Opex Fixo 2.779.412 2.589.654 2.408.597 2.235.765 2.070.710

Opex Fixo (-10%) 5.394.449 5.133.188 4.883.664 4.645.239 4.417.316

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Tabela 4.27 Análise de Sensibilidade do VPL para o TR-A (CV-A + TU-A Reduzido).

TR-A (CV-A + TU-A Reduzido) – COM OUTORGA

VPL (R$) / TMATMA

9,21% 9,71% 10,21% 10,71% 11,21%

Receita (+10%) 9.011.890 8.568.318 8.144.194 7.738.478 7.350.192

Receita 5.133.041 4.800.522 4.482.637 4.178.600 3.887.674

Receita (-10%) 1.254.192 1.032.726 821.079 618.722 425.157

Capex (+10%) 5.041.325 4.712.142 4.397.440 4.096.442 3.808.420

Capex 5.133.041 4.800.522 4.482.637 4.178.600 3.887.674

Capex (-10%) 5.224.757 4.888.902 4.567.833 4.260.757 3.966.929

Opex Variável (+10%) 3.948.868 3.650.249 3.364.794 3.091.797 2.830.592

Opex Variável 5.133.041 4.800.522 4.482.637 4.178.600 3.887.674

Opex Variável (-10%) 6.317.214 5.950.795 5.600.479 5.265.403 4.944.757

TR-A (CV-A + TU-A Reduzido) – COM OUTORGA

VPL (R$) / TMATMA

9,21% 9,71% 10,21% 10,71% 11,21%

Opex Fixo (+10%) 2.793.731 2.525.175 2.268.538 2.023.178 1.788.492

Opex Fixo 5.133.041 4.800.522 4.482.637 4.178.600 3.887.674

Opex Fixo (-10%) 7.249.560 6.859.170 6.485.869 6.128.743 5.786.935

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Através da análise de sensibilidade, nota-se que o empreendimento possui grande

dependência da otimização dos gastos operacionais (OPEX). Este fato decorre

do impacto do aumento dos gastos do Transporte Único sobre o orçamento de

sua operação. Verifica-se, no entanto, esta otimização possui a capacidade de

gerar expressivos ganhos financeiros. Ademais, em menor grau, o investimento

necessário também gera efeitos similares à lucratividade desta operação.

4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realizam-se considerações e recomendações frente aos resultados obtidos pela

análise de viabilidade econômico-financeira.

A modelagem preliminar para avalição da performance financeira dos cenários de

análise, demonstrou que dez cenários são financeiramente sustentáveis mediante

a aplicação de outorga. Nesta avaliação, verifica-se que a viabilidade dos cenários é

decorrente do impacto financeiro da Operação 01: Centro de Visitantes.

O Transporte Único (Operação 02) não possui viabilidade econômico-financeira.

Dessa forma, para que esta operação seja implementada, faz-se necessário

acopla-la em um lote de operações, sendo estas atividades responsáveis pela

compensação do déficit do referido empreendimento.

Em relação ao Recanto Santa Bárbara (Operação 03), o empreendimento não

possui capacidade de geração de receitas suficientes para atendimento ao fluxo

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Parque Nacional de São Joaquim

operacional e pagamento do CAPEX. A viabilidade desta operação dependerá

de uma redução dos encargos do delegatório referentes ao investimento em

infraestrutura e a otimização de seus gastos operacionais. Deve-se salientar que

há ainda o risco sobre variações da taxa de retenção de demanda. Este torna-se

atenuada quando há uma redução do investimento e, consequentemente, perda

da capacidade de indução de demanda.

Dentre os dez cenários de análise financeiramente viáveis, optou-se por seguir

a avaliação com os cenários que envolvessem o maior número de operações e

garantissem bom Retorno Sobre Concessão ao ICMBio estimado.

Seguindo os critérios e premissas estabelecidos, os cenários Lote C (CV-B +

TU-C), Lote D (CV-B + TU-C + RSB) e TR-A (CV-A + TU Reduzido) são os mais

recomendáveis para a implantação de Parceria Ambiental Público Privada no PNSJ,

uma vez que ofertarão a maior quantidade de operações e retorna bons valores

de outorga frente aos demais cenários financeiramente viáveis.

O Lote C possibilitaria a obtenção de um VPL de R$ 2.478.701 e uma TIR de

29,6 % ao ano. Seu período de Payback é de 4 anos. Quanto à outorga, estima-

se que o ICMBio receberia R$ 3,5 milhões de reais no período de 15 anos.

Este lote de operações inclui a implantação de Centro de Visitantes na Sede

Administrativa do PNSJ, localizada no centro urbano do município de Urubici, e

o Transporte Único entre este Centro de Visitantes e o mirante natural da Pedra

Furada, situado no Morro da Igreja, e todas as demais atividades e encargos

previstos pela análise.

O Lote D possibilitaria a obtenção de um VPL de R$ 2.408.597 e uma TIR de

20,6 % ao ano. Seu período de Payback é de 7 anos. Quanto à outorga, estima-se

que o ICMBio receberia R$ 4,3 milhões de reais no período de 15 anos. Este lote

de operações inclui a implantação das mesmas operações do Lote C além do

Recanto Santa Bárbara, o que, por um lado, reduz o resultado financeiro, e por

outro, apresenta uma quantidade maior de operações.

O TR-A possibilitaria a obtenção de um VPL de R$ 4.482.637 e uma TIR de 21,2 %

ao ano. Seu período de Payback é de 6 anos. Quanto à outorga, estima-se que

o ICMBio receberia R$ 5,5 milhões de reais no período de 15 anos. Este lote de

operações inclui a implantação de Centro de Visitantes na área interna do PNSJ,

localizada no km 9 da estrada do Morro da Igreja, e o Transporte Reduzido entre

este Centro de Visitantes e o mirante natural da Pedra Furada, situado no Morro da

Igreja, e todas as demais atividades e encargos previstos pela análise.

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ENCARTE 3

ARRANJOS E INSTRUMENTOS JURÍDICOS

1. INTRODUÇÃOConforme Termo de Referência que norteou este trabalho, o Encarte 3 contém as

“minutas dos documentos necessários à realização da concessão ou outro instrumento

de Parceria” 33 e, para tanto, a apresentação das minutas desses documentos está

estruturada em duas partes: a primeira se dedica a apresentar o arranjo jurídico

proposto, conforme orientações do ICMBio, bem como a compatibilidade das

atividades nele contempladas às normas jurídicas aplicáveis; a segunda parte é

composta por minuta de documentos jurídicos relativos à concessão de uso de

bem público.

Ademais, é preciso dizer que, mesmo demonstrada a viabilidade técnica,

econômica e jurídica desse arranjo – que poderá ser imediatamente

implementado –, deve-se considerar o resultado do processo legislativo referente

ao Projeto de Lei de Conversão (PLC) 5/2018, proveniente da MPV 809/2017. Caso

esse PLC seja aprovado nos atuais termos, a concessão examinada neste Encarte

deixaria de ser regida pela Lei 8.666/1993 para se submeter aos termos da Lei

8.987/1995, que regula a concessão de serviços públicos.

Cabe ainda alertar que, a teor do disposto no art. 38, parágrafo único da

Lei 8.666/1993, com redação alterada pela Lei nº 8.883/94, as minutas aqui

apresentadas são dependentes de exame e aprovação da Procuradoria Federal

Especializada do ICMBio.

Relembre-se também que, na hipótese de integral aprovação dos instrumentos

jurídicos apresentados, deve-se observar as formalidades previstas na Lei 8.666/93,

33 Item 7.1 do Termo de Referência do Projeto PAPP-BR-M1120, relativo ao PNSJ.

especialmente com relação ao disposto no art. 40, § 1º e no art. 61, parágrafo

único.

Considerando a diversidade de modelos utilizados pelos diferentes órgãos e

entidades da Administração Pública na elaboração de instrumentos jurídicos

celebrados com particulares, os consultores responsáveis por este Encarte tiveram

o cuidado de utilizar como referências básicas os instrumentos jurídicos enviados,

como modelo, pela Coordenação de Concessão e Negócios do ICMBio.

Ainda que compreendendo o interesse prático do ICMBio de que esse arranjo

apresente documentos o mais similares possível aos modelos encaminhados,

haja vista já terem sido aprovados pelas instâncias administrativas e jurídicas da

autarquia, os consultores não se furtaram do dever de fazer as alterações que

julgaram necessárias para o aperfeiçoamento dos modelos.

Tais alterações foram elaboradas a partir de três fases com distintas metodologias.

A primeira constituída por dois momentos: (a) seleção de alguns instrumentos

jurídicos já celebrados pela Administração Pública que guardavam alguma

similaridade com o objeto deste projeto piloto PAPP; e (b) comparação crítica

desses instrumentos com o modelo de referência apresentado pelo ICMBio. A

segunda, constituída pela análise crítica dos documentos a partir das disposições

legais, doutrinárias e jurisprudenciais aplicáveis. A terceira, mais simples, constituída

pelos seguintes momentos: (a) inclusão nos instrumentos jurídicos das informações

fornecidas pelos consultores técnicos; (b) adequação do modelo jurídico à essas

informações; e (c) reestruturação e revisão dos instrumentos jurídicos.

Registre-se que todas as informações técnicas, em especial as de natureza

ambiental, econômica e operacional, foram elaboradas por consultores

especializados nas respectivas áreas. Aos consultores jurídicos coube apenas

a adequação dessas informações aos instrumentos contratuais e editalícios,

sendo daqueles a responsabilidade técnica pelo Projeto Básico, bem como pelas

informações desses documentos incluídas nos documentos jurídicos (contrato de

concessão, edital de concessão e respectivos anexos).

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2. ARRANJO JURÍDICOO arranjo jurídico a ser implantado no PNSJ contempla as seguintes atividades

a serem realizadas por consórcio ou pessoa jurídica de direito privado, brasileira

ou estrangeira, selecionada em certame licitatório conforme os documentos e

detalhamentos contidos neste Encarte, mediante a celebração de um contrato de

concessão de uso de bem público:

• Controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da Igreja;

• Recepção de visitantes e divulgação do PNSJ;

• Venda de ingressos;

• Serviços de alimentação;

• Venda de souvenirs e conveniências;

• Aplicativo Mobile; e

• Transporte Único – Morro da Igreja.

As atividades acima mencionadas, bem como outras decorrentes delas,

são compatíveis com as normas jurídicas aplicáveis e, portanto, podem ser

desenvolvidas no PNSJ, tal como verificado nos Encartes 1 e 2 deste projeto

piloto PAPP. Assim, embora seja de todo aconselhável reafirmar a compatibilidade

jurídica dessas atividades, não cabe, aqui, fazer nova análise detalhada do tema.

Por isso, o fundamento normativo das atividades foi indicado, sinopticamente, no

Quadro 2.1.

Quanto à modelagem mais adequada para regulamentá-las, diversos elementos

justificam a adoção do contrato de concessão de uso de bem público.

De início, é preciso notar que as atividades mencionadas possuem diversas

sinergias que justificam sua realização sob os auspícios de apenas um ator – a

concessionária. Ainda que seja possível realizar subcontratações, a concessionária

deve ser rapaz de realizar um significativo investimento em infraestrutura

(reformas e edificações), e administrar uma complexa relação de custos fixos e

variáveis que permita a execução das múltiplas e diversas atividades com o fim

comum de promover o uso público do PNSJ.

Nesse contexto, a estabilidade da relação jurídica é essencial tanto para o

concedente – assegurando a sua não interrupção das atividades por motivos

pouco relevantes –, quanto para a concessionária – assegurando que a relação

se prolongará por tempo suficiente para garantir o retorno financeiro esperado e

para justificar a dedicação e o investimento necessários. Esses elementos, por si

só, justificam a eleição de um instrumento jurídico dotado de mais estabilidade

e capaz de disciplinar adequadamente atividades complexas, como é o caso do

contrato de concessão de uso de bem público.

Além disso, outras características desse instrumento jurídico reforçam sua

adequação a essas atividades. Isso porque o contrato de concessão:

• Por possuir natureza contratual, permite o estabelecimento de contrapartidas

por parte do concessionário em troca do direito de usar o bem público;

• Prevê prazo certo, conferindo maior estabilidade e segurança jurídica ao poder

concedente e à concessionária, permitindo o planejamento adequado das

atividades; e

• Prevê justa indenização em caso de rescisão, garantindo atratividade

suficiente para a realização de investimentos que são adequados aos objetivos

pretendidos com a concessão;

• É celebrado após a realização de procedimento licitatório na modalidade de

concorrência, na qual é possível estabelecer diversas cláusulas de garantia do

cumprimento das obrigações assumidas por ambas as partes;

• É largamente utilizado nas relações de parceria estabelecidas pelo ICMBio, já

tendo sido aplicado em outros Parques Nacionais (como Iguaçu, Serra dos

Órgãos, Tijuca e Noronha);

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194

Parque Nacional de São Joaquim

• É, segundo a PFE-ICMBIO, o “instrumento mais amplo e que, em essência, adéqua-

se com mais precisão ao uso público em Unidades de Conservação” 34.

Registre-se, também, que o ICMBio, demonstrando a disposição de utilizar essa

modalidade de contrato na gestão das UC, disciplinou, por meio da Instrução

Normativa 02, de 30 de janeiro de 2017, o planejamento, a execução e o

monitoramento da concessão de uso para prestação de serviços de apoio à

visitação em UC.

Com essa inequívoca demonstração de opção por uma técnica gerencial centrada

na concessão de uso, conjuga-se mais esse elemento subjetivo no conjunto de

argumentos que apontam para a conveniência e a oportunidade da escolha desse

contrato para a regulação das atividades deste projeto piloto PAPP.

Uma demonstração gráfica do arranjo proposto, contemplando o instrumento

da concessão, está apresentada na Figura 2.1. As indicações referentes à

compatibilidade jurídica e ao instrumento adequado para as atividades de uso

público do PNSJ estão detalhadas no Quadro 2.1.

Observando essa modelagem de arranjo, os requisitos e condições específicas da

concessão serão objeto de detalhamento nas minutas de edital, contrato e projeto

básico apresentados neste Encarte.

Reitere-se, por fim, que eventual aprovação dos atuais termos do Projeto de Lei

de Conversão 5/2018, proveniente da MPV 809/2017, teria significativo impacto

no regulamento da concessão ora examinada, que deixaria de ser regida pela Lei

8.666/1993 e passaria a ser regida pela Lei 8.987/1995, que regula a concessão de

serviços públicos.

34 Parecer n° 0383/2012/PFE-ICMBIO-SEDE/PGF/AGU, p. 9. Ver também Despacho nº 00141/2017/COMAD/PFE-ICM-BIO/PGF/AGU, p. 2-4. Semelhante entendimento foi exarado no Parecer nº 00150/2017/COMAD/PFE-ICMBIO/PGF/AGU: “a respeito do assunto, esta Procuradoria tem firmado entendimento em manifestações anteriores de que os serviços de apoio à visitação em unidades conservação federais devem ser concedidos mediante procedimento licitatório, uma vez que se trata de concessão de uso de bem público de uso especial” (p. 2).

Figura 2.1 Demonstração do arranjo relativo ao PNSJ.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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195

Parque Nacional de São Joaquim

Quadro 2.1 Compatibilidade jurídica e instrumento jurídico adequado para o PNSJ.

OPERAÇÃO 1

ATIVIDADE / SERVIÇO

COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO

ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO

Normativa expressa Normativa por analogia

Infraestrutura para visitação, administração e apoio à gestão

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 31; art. 32; art. 35, parágrafo único.

• PM: p. 23, 31, 37, 38 e 39.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Bilheteria

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.

• PM: p. 52, item 28.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Serviços de alimentação

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 35, parágrafo único.

• PM: p. 39, item 34; e p. 54, itens 64 e 65.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e com bônus

Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.

Loja de souvenirs e equipamentos

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art.7º, IV; art. 20; art. 30; art. 36.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 38.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Transporte único

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 34;

• Port. 85/2012: art. 4º, § 2º

• PM, p. 52, item 3.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e com bônus

Pessoas físicas, sociedades empresárias, empresas individuais e outras pessoas jurídicas de direito privado como cooperativas e associações, preferencialmente da comunidade existente no entorno.

Aplicativo mobile

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 30.

• PM: p. 23; p. 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e sem bônus

Empresa especializada.

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196

Parque Nacional de São Joaquim

OPERAÇÃO 1

ATIVIDADE / SERVIÇO

COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO

ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO

Normativa expressa Normativa por analogia

Ouvidoria• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 38.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Divulgação e marketing

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 30.

• PM: p. 23; p. 30; p. 48, item 2.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável Empresa privada especializada, vinculada ao Centro de Visitantes.

Direito de imagem

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I; art. 27.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 30.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Segurança patrimonial e portaria

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.

• PM: p. 23, p. 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Aconselhável e sem bônus

Empresa especializada.

Exposição interativa e interpretativa

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 52, item 30.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Centro de informações

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 31; art. 32.

• PM: p. 52, item 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Sala de turismo

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV; art. 30; art. 31; art. 32.

• PM: p. 52, item 30.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

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Parque Nacional de São Joaquim

OPERAÇÃO 1

ATIVIDADE / SERVIÇO

COMPATIBILIDADE INSTRUMENTO JURÍDICO

ACONSELHADOSUBCONTRATAÇÃO OBSERVAÇÃO

Normativa expressa Normativa por analogia

Posto de primeiros socorros

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, IV.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º.

• PM: p. 38; p. 35, item 11.

Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Mirante

• Lei 9.985/2000: art. 4º, IV, V, X, XI, XII.

• Dec. 4.340/2002: art. 25, I.

• Dec. 84.017/1979: art. 1º, § 2º; art. 7º, III e IV; art. 20; art. 26; art. 30; art. 33; art. 34.

• PM: p. 38.

• Port. 85/2012: art. 2º, § 1º. Concessão de uso de bem público

Não aconselhável

Fonte: Camargo e Gomes, 2018. Adaptado.

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Parque Nacional de São Joaquim

3. INSTRUMENTOS JURÍDICOS Este capítulo apresenta os instrumentos jurídicos que envolvem o arranjo da

concessão de uso de área no PNSJ que tem como finalidade a realização das

seguintes atividades: controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao

Morro da Igreja; recepção de visitantes e divulgação do PNSJ; venda de ingressos;

serviços de alimentação; venda de souvenirs e conveniências; aplicativo Mobile; e

transporte único – Morro da Igreja.

Como mencionado na introdução (Item 1, deste Encarte), a metodologia adotada

na elaboração dos documentos relativos à concessão teve como principal

referência os modelos encaminhados pela Coordenação de Concessão e Negócios

– CONCES/CGEUP/DIMAN-ICMBio, a seguir indicados:

• BRASIL. Edital de Concorrência para Concessão de Uso de Área para Prestação

de Serviços de Apoio à Visitação no Parque Nacional do Pau Brasil. Instituto

Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Ministério do Meio

Ambiente. Brasília, 2017;

• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão. Anexo I do Pregão Eletrônico nº

04/2017. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.

Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2017;

• BRASIL. Matriz de Risco. Anexo II do Contrato de Concessão do Edital de

Concorrência para Concessão de Uso de Área para Prestação de Serviços de

Apoio à Visitação no Parque Nacional do Pau Brasil. Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Ministério do Meio Ambiente. Brasília,

2017;

• BRASIL. Procedimentos para Aplicação da Penalidade de Multa. Anexo I do

Contrato de Concessão do Edital de Concorrência para Concessão de Uso de

Área para Prestação de Serviços de Apoio à Visitação no Parque Nacional do

Pau Brasil. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.

Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2017.

Como referência secundária foram utilizados os seguintes documentos:

• BRASIL. Contrato de Concessão nº 01/1998. Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente – IBAMA. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da

Amazônia Legal. Curitiba, 1998;

• BRASIL. Contrato de Concessão nº 02/1998. Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente – IBAMA. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da

Amazônia Legal. Curitiba, 1998;

• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência

nº 01/2010 - Processo nº 02070.001684/2010-49. Instituto Chico Mendes

de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Fernando de Noronha, 2012.

Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 10 de maio de 2018;

• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência

nº 01/2014 - Processo nº 02204.000011/2014-32. Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Teresópolis, 2012. Disponível em:

<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 03 de maio de 2018;

• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência

nº 01/2010 - Processo nº 02045.000067/2010-33. Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Teresópolis, 2010. Disponível em:

<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 09 de maio de 2018;

• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência

nº 04/2010 - Processo nº 02045.000070/2010-57. Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Teresópolis, 2010. Disponível em:

<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 03 de maio de 2018;

• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência

nº 04/2010 - Processo nº 02045.000070/2010-57. Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Teresópolis, 2010. Disponível em:

<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 04 de maio de 2018;

• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo VIII do Edital de Concorrência

nº 03/2010 - Processo nº 02045.000068/2010-88. Instituto Chico Mendes de

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199

Parque Nacional de São Joaquim

Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Teresópolis, 2010. Disponível em:

<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 03 de maio de 2018;

• BRASIL. Minuta do Contrato de Concessão Anexo XII do Edital De Concorrência

nº 01/2012 - Processo nº 02152.000026/2011-19. Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em:

<http://www.icmbio.gov.br/>. Acesso em: 04 de maio de 2018.

Com tais referências, os instrumentos jurídicos relativos à concessão foram

elaborados a partir de uma metodologia (indicada na introdução) que, mesmo

considerando o interesse de que as minutas fossem o mais próximas possível

dos modelos já aprovados pelos órgãos do ICMBio, não se furtou do risco de

alterações tanto de forma quanto de conteúdo.

Como também já mencionado na introdução, no processo de aprovação dos

instrumentos jurídicos é necessário considerar:

• o resultado do processo legislativo referente ao Projeto de Lei de Conversão

(PLC) 5/2018, proveniente da MPV 809/2017 (caso esse PLC seja aprovado nos

atuais termos, a concessão examinada neste Produto 3 deixaria de ser regida

pela Lei 8.666/1993 para se submeter aos termos da Lei 8.987/1995, que regula

a concessão de serviços públicos);

• o disposto no art. 38, parágrafo único da Lei 8.666/1993, com redação alterada

pela Lei 8.883/1994, que estabelece a obrigatoriedade do exame e aprovação

pela Procuradoria Federal Especializada do ICMBio;

• as formalidades previstas na Lei 8.666/1993, especialmente com relação ao

disposto no art. 40, § 1º, e no art. 61, parágrafo único.

Por fim, saliente-se que as minutas dos instrumentos jurídicos aqui apresentadas

foram conformadas ao conjunto de informações técnicas elaboradas pelos

consultores, as quais foram devidamente aprovadas pelo ICMBio. Constam

a seguir, na ordem de apresentação proposta pelos consultores, todos os

documentos que constituem o Edital de chamada de interessados à Concessão de

Serviços para o PNSJ, em caráter de Minuta.

EDITAL DO ICMBIO Nº [NÚMERO DA CONCORRÊNCIA/ANO]CONCORRÊNCIA PARA CONCESSÃO DE USO

NO PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM

O InstItuto ChICo Mendes de Conservação da BIodIversIdade – ICMBIo, autarquia

federal, em regime especial, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, criado

pela Lei nº 11.516/2007, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 08.829.974/0001-94, com

sede na EQSW 103/104, Bloco “C”, Complexo Administrativo – Setor Sudoeste,

CEP 70.670-350, Brasília, DF, torna pública a abertura de edital de LICITAÇÃO, na

modalidade CONCORRÊNCIA, com critério de julgamento de MAIOR OFERTA, a

fim de selecionar a melhor proposta para a celebração de contrato de concessão

do direito de uso de bem público correspondente a uma área do Parque Nacional

de São Joaquim com a finalidade de prestar serviços de controle de acesso ao

Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da Igreja, recepção de visitantes e

divulgação do Parque Nacional de São Joaquim, venda de ingressos, alimentação,

venda de souvenirs e conveniências, aplicativo mobile e transporte único para o

Morro da Igreja, com ônus, para o concessionário, de adequação das estruturas

físicas necessárias, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas

neste Edital e em seus Anexos. A Licitação (Processo Administrativo nº [número

do processo administrativo]) será regida pelas regras previstas neste Edital e seus

Anexos, pela Lei nº 8.666/1993 e, subsidiariamente, no que for aplicável, pela Lei nº

8.987/1995 e pelas demais normas vigentes sobre a matéria.

1. ABERTURA

1.1. O recebimento da documentação e a abertura do certame ocorrerá em ato

público, no dia [dia/mês/ano], às [horas:minutos] horas, na sede do ICMBio [ou

inserir endereço].

1.2. Não havendo expediente na data indicada, a abertura será adiada para o

primeiro dia útil subsequente, no mesmo horário e local, salvo disposição em

sentido contrário.

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Parque Nacional de São Joaquim

1.3. Constituem parte integrante deste EDITAL, os seguintes ANEXOS:

ANEXO TÍTULO

Anexo 1 Carta de Credenciamento

Anexo 2 Modelo de Carta de Apresentação dos Documentos de Habilitação

Anexo 3 Modelo de Declaração de Ciência dos Termos do Edital e Ausência de Impedimento de Participação na Concorrência

Anexo 4 Declaração de Vistoria e de Ciência das Condições da Área Objeto da Concessão

Anexo 5 Modelo de Apresentação de Proposta Econômica e Declaração de Proposta Independente

Anexo 6 Modelo de Procuração

Anexo 7 Modelo de Procuração para Proponentes em Consórcio

Anexo 8 Modelo de Procuração para Proponentes Estrangeiras

Anexo 9 Modelo de Declaração de Inexistência de Processo Falimentar, Recuperação Judicial, Extrajudicial ou Regime de Insolvência

Anexo 10 Modelo de Declaração Formal de Expressa Submissão à Legislação Brasileira e de Renúncia de Reclamação por via Diplomática.

Anexo 11 Modelo de Declaração de Capacidade Financeira

Anexo 12 Modelo de Declaração de Regularidade com relação aos Artigos 149 do Código Penal e 7º, XXXIII, da Constituição Federal.

Anexo 13 Modelo de Declaração de Equivalência de Documentos Estrangeiros

Anexo 14 Modelo de Declaração de Inexistência de Documento Equivalente e de Declaração de Inexistência de Débitos Fiscais e Trabalhistas

Anexo 15 Modelo de Declaração de Contratos Firmados com a iniciativa privada e a Administração Pública

Anexo 16 Modelo de Solicitação de Esclarecimentos da Concorrência

Anexo 17 Contrato de Concessão

Anexo 18 Projeto Básico

2. OBJETO:

A LICITAÇÃO tem por objeto a concessão do direito de uso de bem público

correspondente a uma área do Parque Nacional de São Joaquim, de titularidade

do concedente, para o fim exclusivo de implantação e operação das seguintes

atividades, em conformidade com as normas estabelecidas no EDITAL e seus

ANEXOS:

2.1.1. Controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da

Igreja;

2.1.2. Recepção de visitantes e divulgação do Parque Nacional de São

Joaquim;

2.1.3. Venda de ingressos;

2.1.4. Serviços de alimentação;

2.1.5. Venda de souvenirs e conveniências;

2.1.6. Aplicativo Mobile; e,

2.1.7. Transporte Único – Morro da Igreja.

2.2. Não será facultado à PROPONENTE participar da LICITAÇÃO em relação a um

ou mais serviços separadamente, devendo oferecer proposta global conforme

Anexo 5 – Modelo de Apresentação de Proposta Econômica e Declaração de

Elaboração Independente de Proposta.

2.3. A PROPONENTE será remunerada por meio de receitas provenientes da venda

de ingressos e da operação dos demais serviços descritos no item 2.1 e por meio

de receitas adicionais decorrentes de outras atividades que podem ser exploradas

nos termos do Anexo 18 – Projeto Básico.

2.4. Durante a execução do contrato, a proponente poderá oferecer, nos termos

do Anexo 18 – Projeto Básico e mediante aprovação do concedente, novos

serviços e atrativos dentro da área concessionada.

2.5. A ÁREA objeto do EDITAL está identificada no Anexo 18 – Projeto Básico e

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201

Parque Nacional de São Joaquim

será concedida no estado em que se encontra, cabendo à CONCESSIONÁRIA

submeter à aprovação do ICMBio e executar os anteprojetos e projetos de

adequação da área à operação das atividades descritas no item 2.1, tal como

previsto no Anexo 18 – Projeto Básico.

3. ACESSO AO EDITAL:

3.1. O EDITAL, seus ANEXOS, bem como todas as informações, estudos e projetos

disponíveis sobre o Parque Nacional de São Joaquim poderão ser obtidos:

3.1.1. na sede do ICMBio, situado em Brasília/DF, na EQSW 103/104, Bloco

“C”, Complexo Administrativo - Setor Sudoeste CEP: 70.670-350 - Brasília – DF,

nos dias úteis, de 9:00 às 18:00, por meio de agendamento com a Comissão

Especial de Licitação pelo e-mail [email protected] e telefones (61)

2028-9682 / 2028-9669;

3.1.2. no endereço eletrônico do ICMBio, http://www.icmbio.gov.br/portal/

servicos/licitacoes/sede.

3.2. O ICMBio não se responsabiliza pelo texto de editais e anexos obtidos ou

conhecidos de forma ou em local diverso dos indicados.

3.3. A obtenção do EDITAL não é condição para participação na LICITAÇÃO, sendo

suficiente a aceitação, pela PROPONENTE, de todos os seus termos e condições.

4. ESCLARECIMENTOS SOBRE O EDITAL:

4.1. A COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO poderá prestar esclarecimentos sobre o

EDITAL, que vincularão a interpretação de suas regras, de ofício ou a requerimento

das PROPONENTES.

4.2. Os pedidos de esclarecimentos devem seguir o Anexo 16– Modelo de

Solicitação de Esclarecimentos da Concorrência, e deverão ser encaminhados à

COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO, até o dia [dia/mês/ano]:

4.2.1. Por meio eletrônico, no e-mail [email protected], acompanhado

do arquivo contendo as questões formuladas, em formato “.doc” ou “.docx”; ou,

4.2.2. Por meio de correspondência protocolada no ICMBio, contendo as

questões formuladas, impressa e em meio magnético, com o respectivo

arquivo gravado em formato “.doc” ou “.docx”.

4.3. As respostas da Comissão Especial de Licitação aos pedidos de

esclarecimentos serão divulgadas no sítio eletrônico http://www.icmbio.gov.br/

portal/servicos/licitacoes/sede, sem identificação da fonte do questionamento, até

o último dia útil anterior ao certame.

4.4. Qualquer modificação no EDITAL será divulgada pela mesma forma que se

divulgou o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto

quando a alteração, inquestionavelmente, não afetar a formulação da proposta.

5. VISITAS TÉCNICAS

5.1. As PROPONENTES poderão realizar visitas técnicas à ÁREA objeto da licitação

no Parque Nacional de São Joaquim.

5.2. As visitas técnicas deverão ser agendadas diretamente no Parque Nacional de

São Joaquim e podem ser realizadas, a critério das PROPONENTES, até o dia útil

anterior à data estabelecida para a entrega dos envelopes de habilitação.

5.3. As PROPONENTES receberão a área na condição em que se encontra e,

por esse motivo, eventuais prejuízos ocorridos na execução do CONTRATO em

decorrência de omissão ou falha quanto à verificação da ÁREA são de integral

responsabilidade das PROPONENTES.

6. IMPUGNAÇÃO AO EDITAL

6.1. Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar o EDITAL de LICITAÇÃO,

devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para

a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e

responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade

prevista no § 1º do art. 113 da Lei nº 8.666/1993.

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Parque Nacional de São Joaquim

6.2. Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante

a administração a PROPONENTE que não o fizer até o segundo dia útil que

anteceder a abertura dos envelopes de habilitação.

6.3. A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de

participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela

pertinente.

6.4. A impugnação ao Edital deverá ser dirigida ao presidente da COMISSÃO

ESPECIAL DE LICITAÇÃO e entregue no ICMBio, de 2ª a 6ª feira, das 09h às 18h, em

meio físico ou eletrônico, em formato “.doc” ou “.docx”.

6.5. A COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO deverá julgar e responder às eventuais

impugnações, na forma prevista em lei.

7. DISPOSIÇÕES GERAIS

7.1. Todos os documentos da LICITAÇÃO, inclusive as correspondências trocadas

entre as PROPONENTES e o ICMBio, deverão ser redigidos em língua portuguesa.

7.2. Não serão considerados para efeito de avaliação e julgamento das propostas

os documentos de origem estrangeira apresentados em outras línguas sem

tradução juramentada para a língua portuguesa e sem a autenticação junto às

Repartições Consulares do Ministério das Relações Exteriores (MRE) no exterior ou

a aposição de apostila, quando cabível.

7.3. Os documentos deverão ser apresentados conforme os modelos constantes

do EDITAL, salvo quando expressamente autorizada forma diversa.

7.4. Todas as correspondências referentes ao EDITAL serão consideradas como

entregues na data do seu recebimento pelo ICMBio, mediante protocolo

ou outra forma de confirmação de recebimento de mensagem, em caso de

correspondência eletrônica.

7.5. As correspondências recebidas pelo ICMBio após as 18:00, inclusive por meio

eletrônico, serão consideradas como recebidas no dia útil seguinte.

7.6. Os documentos apresentados em meio eletrônico não poderão ter restrições

de acesso ou proteção de conteúdo.

7.7. Caso exista divergência entre as informações apresentadas em meio físico e

eletrônico, prevalecerão as informações prestadas em meio físico.

7.8. As informações, estudos, pesquisas, investigações, levantamentos, projetos,

planilhas e demais documentos ou dados, relacionados ao objeto da CONCESSÃO

e à sua exploração, disponibilizados no sítio do ICMBio, foram realizados e obtidos

para fins exclusivos de precificação do contrato, não possuindo caráter vinculativo

em relação às PROPONENTES.

7.9. As proponentes são responsáveis pela análise direta das condições da ÁREA

do Parque Nacional de São Joaquim e de todos os dados e informações sobre a

exploração da CONCESSÃO, bem como pelo exame de todas as normas aplicáveis,

inclusive no tocante à realização de estudos, investigações, levantamentos,

projetos e investimentos.

7.10. As PROPONENTES se responsabilizam civil, administrativa e penalmente pela

veracidade das informações prestadas.

7.11. A participação na LICITAÇÃO, observado o disposto no item 6, implica

a integral e incondicional aceitação de todos os termos do EDITAL e de seus

ANEXOS, bem como das demais normas aplicáveis.

8. COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO

8.1. A LICITAÇÃO será processada e julgada pela COMISSÃO ESPECIAL DE

LICITAÇÃO, cabendo-lhe conduzir os trabalhos necessários à realização do

certame.

8.2. A COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO deverá receber, examinar e analisar

todos os documentos relativos à LICITAÇÃO.

8.3. Além de outras prerrogativas que decorrem implicitamente de sua função, a

COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO poderá:

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Parque Nacional de São Joaquim

8.3.1. solicitar informações a quaisquer órgãos e entidades envolvidos na

LICITAÇÃO, bem como de todos aqueles integrantes da Administração Pública

Federal;

8.3.2. solicitar às PROPONENTES, a qualquer momento, esclarecimentos

sobre os documentos por elas apresentados, bem como adotar critérios de

saneamento de falhas de caráter formal no curso da LICITAÇÃO;

8.3.3. diligências para confirmar a autenticidade das informações contidas

nos documentos e obter informações complementares; e

8.3.4. prorrogar, mediante prévia aprovação da Diretoria de Planejamento,

Administração e Logística do ICMBio, os prazos de que trata o EDITAL em

caso de interesse público, caso fortuito ou força maior, sem que caiba às

PROPONENTES qualquer direito de indenização ou ressarcimento.

8.4. A recusa em fornecer esclarecimentos e documentos ou em cumprir as

exigências solicitadas pela COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO, nos prazos

por ela determinados e de acordo com os termos do EDITAL, poderá ensejar a

desclassificação da PROPONENTE, mediante decisão fundamentada.

9. PARTICIPAÇÃO NA CONCORRÊNCIA

9.1. Podem participar da LICITAÇÃO, observado o disposto no item 12, pessoas

jurídicas brasileiras ou estrangeiras, isoladamente ou em consórcio, que:

9.1.1. atendam às condições do EDITAL e apresentem os documentos nele

exigidos, em original ou em cópia autenticada por cartório competente ou

por servidor da COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO;

9.1.2. estejam cadastradas e habilitadas no Sistema de Cadastramento

Unificado de Fornecedores - SICAF, nos termos do art. 1º, § 1º do Decreto

nº 3.722/2001, publicado no D.O.U de 10 de janeiro de 2001, alterado pelo

Decreto nº 4.485/2002.

9.2. As autenticações realizadas por servidor deverão ocorrer até 24 horas antes da

abertura da LICITAÇÃO, à vista dos originais.

9.3. As empresas não cadastradas no SICAF, que tenham interesse em participar

da LICITAÇÃO, deverão providenciar seu cadastramento e habilitação até o terceiro

dia útil anterior à data do recebimento das propostas.

10. PARTICIPAÇÃO DE EMPRESA ESTRANGEIRA

10.1. As PROPONENTES pessoas jurídicas estrangeiras deverão, tanto para a

participação isolada como em consórcio:

10.1.1. apresentar documentos equivalentes aos necessários para a

habilitação, autenticados pela autoridade consular brasileira de seu país de

origem, e traduzidos por tradutor juramentado;

10.1.2. apresentar, se em funcionamento no Brasil, Decreto de autorização

e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão

competente, quando a atividade assim o exigir;

10.1.3. apresentar documentação comprobatória de representação legal no

Brasil;

10.1.4. declarar sua submissão total e incondicional à legislação brasileira para

todos os fins relacionados à concessão;

10.1.5. certificar, em conformidade com o Anexo 13 – Modelo de

Declaração de Equivalência de Documentos Estrangeiros, a correlação

entre os documentos normalmente exigidos em licitações no Brasil e os

correspondentes no país de origem.

10.2. Considera-se representante da pessoa jurídica estrangeira, a pessoa

legalmente credenciada e domiciliada no Brasil, com l expressos, mediante

procuração por instrumento público ou particular, com firma reconhecida como

verdadeira por notário ou outra entidade competente de acordo com a legislação

aplicável, para receber citação e responder administrativa e judicialmente no Brasil,

bem como para representá-la em todas as fases do processo.

10.3. A procuração deverá ser emitida na língua oficial do país de origem da

Proponente, devidamente registrada em consulado, com tradução juramentada e

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Parque Nacional de São Joaquim

registrada em Cartório de Registro de Títulos e Documentos, observado o Anexo 8 –

Modelo de Procuração para Proponentes Estrangeiras.

10.4. Os documentos de habilitação equivalentes devem ser apresentados de

forma a possibilitar a análise acerca da sua validade.

10.5. Na hipótese da inexistência de documentos equivalentes aos solicitados no

Edital ou de órgãos no país de origem que os autentiquem, deverá ser apresentada

declaração pela PROPONENTE, informando tal fato, conforme Anexo 14– Modelo

de Declaração de Inexistência de Documento Equivalente e de Declaração de

Inexistência de Débitos Fiscais e Trabalhistas.

11. PARTICIPAÇÃO EM CONSÓRCIO

11.1. As pessoas jurídicas que pretendam constituir consórcio deverão observar as

normas constantes no art. 33, bem como os documentos elencados nos arts 27 a

30, da Lei n° 8.666/1993, e atender aos seguintes requisitos:

11.1.1. Comprovação por meio de compromisso, público ou particular,

subscrito pelos consorciados, da intenção de constituir consórcio, cujo

prazo de duração deve, no mínimo, coincidir com o prazo de vigência do

CONTRATO;

11.1.2. Indicação da empresa líder, que deverá ser o consorciado detentor

da maior cota consorcial, para responder junto ao CONCEDENTE durante a

licitação e por todas as obrigações do CONTRATO;

11.1.3. Apresentação da documentação de habilitação exigida no EDITAL em

relação a todos os seus consorciados.

11.2. Para efeito de qualificação técnica, será aceito o somatório da capacidade

técnica dos consorciados.

11.3. Para efeito de qualificação econômico-financeira, será aceito o somatório

dos valores relativos a cada consorciado, na proporção de sua respectiva

participação.

11.4. Os consorciados não poderão apresentar proposta isoladamente

ou integrando outro consórcio, tampouco prestar serviço à PROPONENTE

VENCEDORA na condição de subcontratado.

11.5. Se vencedor da licitação, o consórcio deverá promover, no prazo máximo

de 30 (trinta) dias úteis após a convocação para assinatura do contrato, sua

constituição e registro como Sociedade de Propósito Específico, sob pena de

decair do direito à contratação, sem prejuízo das penalidades previstas no EDITAL.

11.6. Os consorciados serão solidariamente responsáveis pelos atos praticados

pela líder e por todos os demais consorciados, tanto na fase de licitação quanto na

de execução do contrato.

11.7. No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras, a liderança caberá,

obrigatoriamente, à empresa brasileira.

11.8. Os consorciados deverão apresentar compromisso de que não constituem

nem constituirão, para os fins do consórcio, pessoa jurídica distinta, bem como

de que o consórcio não adotará denominação própria diferente daquela de seus

integrantes.

12. LIMITAÇÕES À PARTICIPAÇÃO

12.1. Observado o disposto no item 10, não poderão participar da LICITAÇÃO,

isoladamente ou em consórcio, pessoas jurídicas que:

12.1.1. estejam suspensas de participar de licitação ou de qualquer forma

impedidas de contratar com a Administração Pública;

12.1.2. tenham sido declaradas inidôneas para licitar ou contratar com a

Administração Pública, enquanto perdurarem os motivos determinantes da

punição ou até que seja promovida sua reabilitação;

12.1.3. estejam enquadradas nas vedações previstas no art. 9º da Lei nº

8.666/1993;

12.1.4. tenham sido condenadas, por sentença transitada em julgado, à pena

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205

Parque Nacional de São Joaquim

de interdição de direitos devido à prática de crimes ambientais, conforme

disciplinado no art. 10 da Lei nº 9.605, de 12.02.1998;

12.1.5. tenham dirigentes ou responsáveis técnicos que sejam ou tenham

sido ocupantes de cargo efetivo, emprego, ou cargo comissionado no

ICMBio, no Ministério do Meio Ambiente, ou ocupantes de cargo de direção,

assessoramento superior ou assistência intermediária da União, nos últimos

180 (cento e oitenta) dias anteriores à data da publicação do Edital;

12.1.6. esteja inadimplente junto ao ICMBio ou cujos acionistas ou diretores

tenham participado de outra empresa inadimplente junto ao ICMBio;

12.1.7. comprovadamente, por sua culpa, não tenha cumprido integralmente

contrato com o ICMBio, independentemente do objeto contratado;

12.1.8. possua diretores, responsáveis legais ou técnicos, sócios ou membros

de conselho consultivo de mais de 01 (uma) empresa que esteja participando

desta licitação; e

12.1.9. estejam em recuperação judicial, extrajudicial ou em processo

falimentar.

12.2. Se constatada algumas das hipótese elencadas no item anterior, ainda que

após a realização da LICITAÇÃO, a PROPONENTE será desqualificada e se sujeitará,

juntamente com seus representantes, às sanções previstas no art. 90 da Lei nº

8.666/1993.

13. DOCUMENTAÇÃO

13.1. A documentação exigida no EDITAL deverá ser apresentada à COMISSÃO

ESPECIAL DE LICITAÇÃO no original ou em cópia autenticada, em envelopes

lacrados e rubricados no fecho, na forma do item 21.

13.2. É vedado o fechamento dos envelopes nas instalações do ICMBio.

13.3. Os envelopes contendo a documentação exigida e as propostas de preço

deverão ser entregues à COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO no dia, horário e local

indicados no item 1 do EDITAL.

13.4. Encerrado o prazo referido no item 1, nenhum outro documento será aceito,

assim como não se admitirão quaisquer adendos ou alterações nos documentos e

propostas entregues.

13.5. Serão consideradas inabilitadas as licitantes que não atenderem aos itens do

EDITAL, deixarem de apresentar a documentação solicitada ou apresentarem-na

com vícios.

14. DECLARAÇÕES PRELIMINARES

14.1. As PROPONENTES deverão apresentar declarações preliminares de que:

14.1.1. estão cientes de todas as exigências previstas no EDITAL e seus

ANEXOS, das condições da área objeto de concessão, assim como não

incidem nas hipóteses de impedimento de participação na LICITAÇÃO,

conforme Anexo 3 – Modelo de Declaração de Ciência dos Termos do Edital e

Ausência de Impedimento de Participação na Concorrência;

14.1.2. não se encontram em processo de falência, autofalência, recuperação

judicial ou extrajudicial, liquidação judicial ou extrajudicial, insolvência,

administração especial temporária ou sob intervenção, conforme modelo

constante do Anexo 9 – Modelo de Declaração de Inexistência de Processo

Falimentar, Recuperação Judicial, Extrajudicial ou Regime de Insolvência;

14.1.3. cumprem o disposto no art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal, que

inclui entre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a proibição de

trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de

qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,

a partir de quatorze anos, conforme modelo constante do Anexo 12 – Modelo

de Declaração de Regularidade com relação aos Artigos 149 do Código Penal

e 7º, XXXIII, da Constituição Federal; e

14.1.4. estão regulares no Sistema de Cadastramento Unificado de

Fornecedores – SICAF, o que deverá será comprovado mediante consulta

“online”, no ato da abertura do certame, observado o disposto no item 9.3.

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Parque Nacional de São Joaquim

15. HABILITAÇÃO

15.1. Para a habilitação deverá ser apresentada documentação relativa a:

15.1.1. Habilitação jurídica;

15.1.2. Habilitação econômico-financeira;

15.1.3. Regularidade fiscal e trabalhista; e

15.1.4. Habilitação Técnica.

16. HABILITAÇÃO JURÍDICA

16.1. As PROPONENTES, ainda que na condição de participantes de consórcio,

deverão apresentar os seguintes documentos:

16.1.1. Estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em

se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações,

acompanhado de documentos de eleição e posse de seus administradores;

16.1.2. No caso de sociedades simples, inscrição do ato constitutivo e

documento que demonstre quem são as pessoas naturais incumbidas da sua

administração, definindo poderes e atribuições;

16.1.3. Cédula de identidade e registro comercial, no caso de empresa

individual;

16.1.4. Certidão expedida pela junta comercial ou cartório de registro

competente, com as informações atualizadas sobre o registro da empresa;

16.1.5. Decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade

estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para

funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim

exigir, observado o disposto no item 10.

16.2. As pessoas jurídicas estrangeiras que não funcionem no Brasil, participando

isoladamente ou reunidas em consórcio, observado o disposto no item 11,

deverão apresentar a documentação descrita neste item em conformidade com

a legislação de seu país de origem, bem como declaração expressa de que se

submetem à legislação brasileira e que renunciam a qualquer reclamação por via

diplomática, conforme previsto no Anexo 10 – Modelo de Declaração Formal de

Expressa Submissão à Legislação Brasileira e de Renúncia de Reclamação por via

Diplomática.

17. HABILITAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

17.1. As PROPONENTES, ainda que na condição de participantes de consórcio,

deverão apresentar os seguintes documentos:

17.1.1. para qualquer tipo de sociedade empresária, certidão negativa

de pedido de falência, recuperação judicial e extrajudicial, expedida pelo

distribuidor judicial da Comarca (Varas Cíveis) da cidade onde a empresa for

sediada, com data de, no máximo, 30 (trinta) dias anteriores à abertura da

LICITAÇÃO;

17.1.2. para sociedades simples, certidão expedida pelo distribuidor judicial

das Varas Cíveis em geral da Comarca onde a empresa está sediada, datada de,

no máximo, 30 (trinta) dias anteriores à abertura da LICITAÇÃO;

17.1.3. balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício

social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa

situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou

balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando

encerrados há mais de 3 (três) meses da data de abertura da LICITAÇÃO;

17.1.4. declaração, acompanhada da Demonstração do Resultado do Exercício

(DRE) relativa ao último exercício social, acerca dos contratos firmados com a

iniciativa privada e a Administração Pública, conforme Anexo 15 – Modelo de

Declaração de Contratos Firmados com a iniciativa privada e a Administração

Pública, de que o comprometimento com as obrigações já assumidas é

compatível com o Patrimônio Líquido da PROPONENTE, podendo este ser

atualizado na forma já disciplinada no EDITAL;

17.1.5. declaração de que dispõe ou tem capacidade de obter recursos

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Parque Nacional de São Joaquim

financeiros suficientes para cumprir as obrigações necessárias à consecução

do objeto da concessão, nos termos do Anexo 11 – Modelo de Declaração de

Capacidade Financeira.

17.2. No caso de empresa constituída no exercício social vigente, admite-se a

apresentação de balanço patrimonial e demonstrações contábeis referentes ao

período de existência da sociedade.

17.3. A capacidade de assunção das obrigações poderá ser complementada com

a comprovação de linhas de crédito aprovadas em instituições financeiras.

17.4. A PROPONENTE deverá possuir capital mínimo ou o valor do patrimônio

líquido não inferior a 5 % (cinco por cento) do valor total do contrato.

17.5. A comprovação da boa situação financeira da empresa se dará mediante

a obtenção de índices de Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez

Corrente (LC) superiores a 1 (um), obtidos pela aplicação das seguintes fórmulas:

17.6. Se qualquer dos índices indicados item anterior for inferior a 1 (um), as

PROPONENTES deverão ainda complementar a comprovação da qualificação

econômico-financeira por meio da demonstração de que:

17.6.1. possui Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro (Ativo

Circulante – Passivo Circulante) de, no mínimo, 16,66 % (dezesseis inteiros e

sessenta e seis centésimos por cento) do valor estimado para a contratação,

tendo por base o balanço patrimonial e as demonstrações contábeis do

último exercício social; ou

17.6.2. possui patrimônio líquido de 10 % (dez por cento) do valor estimado

da contratação, por meio da apresentação do balanço patrimonial e

demonstrações contábeis do último exercício social, apresentados na forma

da lei, vedada a substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo

ser atualizados por índices oficiais quando encerrados há mais de 3 (três)

meses da data da apresentação da proposta.

18. REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA

18.1. As PROPONENTES, ainda que na condição de participantes de consórcio,

deverão apresentar os seguintes documentos:

18.1.1. Comprovante de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do

Ministério da Fazenda - CNPJ/MF;

18.1.2. Comprovante de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou

municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao

seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;

18.1.3. Comprovante de regularidade para com a Fazenda Federal, a Fazenda

Estadual e a Fazenda Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra

equivalente, na forma da lei;

18.1.4. Comprovante de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo

de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no

cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei;

18.1.5. Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, expedida conforme Lei

nº 8.666/1993 (com a redação dada pela Lei Federal nº 12.440/2011), e a

Resolução Administrativa nº 1470/2011, do Tribunal Superior do Trabalho.

18.2. Caso seja apresentada certidão positiva que não informe a situação

atualizada do processo a que se refere, ela deverá estar acompanhada de prova

de quitação ou de certidões, expedidas com a antecedência máxima de 30 (trinta)

dias contados da data da licitação, que tragam essa informação.

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Parque Nacional de São Joaquim

19. HABILITAÇÃO TÉCNICA

19.1. As PROPONENTES deverão comprovar qualificação técnica pertinente

ao objeto descrito no EDITAL, mediante atestados de Capacidade Técnica

(declaração ou certidão) fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou

privado declarando ter a proponente prestado ou estar prestando serviços com

características iguais ou semelhantes.

19.2. Os atestados deverão ter pertinência ao objeto descrito no contrato social

ou estatuto da proponente.

19.3. Somente serão aceitos atestados expedidos após a conclusão do serviço ou

após um ano do início de sua execução, salvo se o contrato tiver sido firmado com

prazo de execução inferior.

19.4. As PROPONENTES deverão disponibilizar todas as informações necessárias à

comprovação da legitimidade dos atestados, apresentando, dentre outros documentos,

cópia dos contratos que previam a prestação dos serviços e suas especificações,

endereço atual da contratante e local em que foram prestados os serviços.

20. PROPOSTA ECONÔMICA

20.1. A proposta econômica versará sobre o valor de outorga variável a ser paga

ao CONCEDENTE.

20.2. A proposta econômica, deverá ser elaborada em conformidade com o

Anexo 18 – Projeto Básico, redigida em linguagem clara, sem emendas, rasuras

ou entrelinhas que impeçam sua perfeita compreensão, devidamente datada,

assinada na última folha e rubricada nas demais, contendo as declarações

estabelecidas no Anexo 5 – Modelo de Apresentação de Proposta Econômica e

Declaração de Elaboração Independente de Proposta.

20.3. Será desclassificada a proposta que:

20.3.1. apresente alternativas, irregularidades ou defeitos capazes de dificultar

o julgamento;

20.3.2. seja manifestamente inexequível ou financeiramente incompatível

com os objetivos da licitação, conforme preceitua o art. 48 da Lei nº

8.666/1993;

20.3.3. apresente valores incompatíveis com o Anexo 18 – Projeto Básico;

20.3.4. contenha emendas, borrões ou rasuras que comprometam sua

apresentação e compreensão.

20.4. Caso as propostas classificadas contenham erros materiais ou deficiências

que não tenham sido previstos como motivos para desclassificação, a COMISSÃO

ESPECIAL DE LICITAÇÃO poderá relevar as falhas.

20.5. A PROPONENTE deverá indicar, na sua proposta econômica, o valor de

outorga variável, em percentual (%) sobre a Receita Operacional Bruta (ROB), a

ser paga mensalmente ao CONCEDENTE, em algarismos e por extenso com, no

máximo, 2 (duas) casas decimais, observado o percentual mínimo de 3,00 % (três

por cento).

20.6. Havendo divergência entre o percentual registrados de forma numérica e o

percentual indicado por extenso, prevalecerá os primeiros.

20.7. As PROPONENTES se comprometem ao pagamento do valor de outorga

fixa, que não será objeto da proposta econômica, correspondente a R$ 408.000,00

(quatrocentos e oito mil reais), em parcelas anuais corrigidas.

20.8. A PROPONENTE receberá 36 meses de carência para o pagamento da

outorga fixa e variável, cujo valor será diluído nos pagamentos das demais

parcelas.

20.9. A Proposta Econômica deverá atender rigorosamente às prescrições e

exigências constantes do Anexo 18 – Projeto Básico, sob pena de desclassificação,

devendo, ainda, constar:

20.9.1. Prazo de validade, não inferior a 120 (cento e vinte) dias, contados da

data de sua apresentação, podendo este prazo ser prorrogado uma única vez,

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Parque Nacional de São Joaquim

por igual período, mediante solicitação do ICMBio;

20.9.2. Descrição dos serviços e produtos a serem oferecidos aos visitantes e

aos usuários, observadas as especificações e condições constantes do EDITAL

e ANEXOS;

20.9.3. Dados da PROPONENTE e de seu representante legal;

20.9.4 Declaração de aceitação das condições e exigências para a Concessão;

20.9.5. Local, data, carimbo e assinatura da PROPONENTE.

20.10. As PROPONENTES deverão apresentar ainda o estudo de viabilidade

econômico-financeiro que comprove a viabilidade da proposta e que seja

compatível com as disposições do Anexo 18 – Projeto Básico, contendo:

20.10.1. Valor do investimento, indicando separadamente os valores relativos

às edificações, equipamentos, móveis, etc.;

20.10.2. Cronograma de desembolso do investimento;

20.10.3. Premissas econômicas globais e regionais que embasaram as

projeções;

20.10.4. Projeção dos itens de custo e das fontes de receita do

empreendimento;

20.10.5. Fluxo de Caixa do Empreendimento durante a vigência do Contrato,

devendo ser calculados os seguintes indicadores econômicos:

20.10.5. 1. Custo Médio Ponderado do Capital – CMPC;

20.10.5.2. Valor Presente Líquido – VPL;

20.10.5.3. Taxa Interna de Retorno – TIR;

20.10.5.4. Payback Descontado.

20.11. Nos preços propostos deverão estar incluídos todos os insumos e custos

que o compõem, tais como as despesas com mão-de-obra, impostos, taxas,

frete, seguros e quaisquer outros que incidam direta ou indiretamente, dentre

eles transporte de pessoal, alimentação para todo pessoal alocado à execução,

despesas de aprovação dos projetos junto aos órgãos públicos locais, “know-how”,

“royalties”, despesas financeiras, instalações e suas ligações provisórias e definitivas,

entre outras, bem como, o fornecimento e a execução de todos os serviços

previstos para a CONCESSÃO.

20.12. Os preços propostos serão de exclusiva e total responsabilidade da

PROPONENTE.

20.13. Em nenhuma hipótese poderá ser alterado o conteúdo da proposta

apresentada, seja com relação ao preço, pagamento, prazo ou qualquer condição

que importe a modificação dos seus termos originais.

20.14. As propostas econômicas deverão ser incondicionais, irretratáveis e

irrevogáveis.

20.15. Todas as propostas serão avaliadas e julgadas dentro dos mais exigentes

padrões de qualidade, conteúdo e apresentação, não sendo aceitas ou

consideradas propostas que não atendam as exigências mínimas ou que sejam

inexequíveis, observados os critérios de razoabilidade e proporcionalidade.

21. APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS

21.1. O certame será realizado em ato público na data, horário e local indicados

no EDITAL, quando deverão ser entregues à COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO 2

(dois) volumes:

21.1.1. Volume 1 – Declarações Preliminares e Documentos de Habilitação; e

21.1.2. Volume 2 – Proposta econômica, devidamente assinada, conforme

modelo previsto no Anexo 5 – Modelo de Apresentação de Proposta Econômica e

Declaração de Elaboração Independente de Proposta.

21.2. Os 2 (dois) volumes deverão ser apresentados em envelopes distintos,

lacrados e rubricados no fecho, identificados em sua capa da seguinte forma:

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Parque Nacional de São Joaquim

21.3. Cada Volume deverá ser apresentado com todas as folhas numeradas

sequencialmente (00/0000) e rubricadas, inclusive as folhas de separação,

catálogos, desenhos ou similares, se houver, da primeira à última folha, de forma

que a numeração da última folha do último caderno reflita a quantidade total de

folhas do envelope, não sendo permitidas emendas ou rasuras.

21.4. Cada envelope conterá página com termo de encerramento próprio.

21.5. Encerrado o prazo para recebimento dos envelopes, nenhum outro

documento será aceito, assim como não se admitirão quaisquer alterações nos

documentos entregues.

21.6. Sob nenhuma hipótese será concedida prorrogação de prazo para

apresentação da documentação exigida no EDITAL.

21.7. Os volumes também deverão ser apresentados em meio eletrônico, em

formato “.doc” ou “.docx”, sem restrições de acesso ou proteção de conteúdo, com

teor idêntico ao apresentado em meio físico.

21.8. Em caso de divergência entre as informações apresentadas em meio físico e

eletrônico, prevalecerão as informações prestadas em meio físico.

21.9. As PROPONENTES deverão inserir, sobre o lacre de cada um dos envelopes,

de próprio punho, rubrica, data e hora de fechamento.

22. CREDENCIAMENTO DE REPRESENTANTE

22.1. Previamente à abertura da sessão de habilitação e julgamento, o

representante da PROPONENTE deverá apresentar-se à COMISSÃO ESPECIAL

DE LICITAÇÃO para efetuar seu credenciamento, com o Anexo 1 – Carta de

Credenciamento devidamente preenchido, munido da sua Carteira de Identidade

ou documento equivalente, e do documento que lhe dê poderes para manifestar-

se durante a sessão.

22.2. A falta de apresentação, ou incorreção de qualquer dos documentos

referidos no item 22.1 não inabilitará a PROPONENTE, mas obstará sua

manifestação durante a sessão.

22.3. Os documentos de credenciamento do representante serão entregues

em separado e não devem ser colocados dentro de nenhum dos envelopes da

proponente.

22.4. Qualquer manifestação das PROPONENTES em relação à LICITAÇÃO ficará

condicionada à prévia apresentação dos documentos indicados.

22.5. Cada PROPONENTE poderá credenciar apenas 1 (um) representante, que

será o único a poder se manifestar em seu nome.

22.6. Cada credenciado poderá representar apenas uma PROPONENTE.

23. HABILITAÇÃO E PROPOSTA ECONÔMICA

23.1. A LICITAÇÃO compreenderá a abertura dos envelopes relativos ao Volume

I – Declarações Preliminares e Documentos de Habilitação, seguida pela abertura

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Parque Nacional de São Joaquim

dos envelopes referidos no Volume II – Proposta Econômica, com o objetivo de

classificar as PROPONENTES.

23.2. Será inabilitada do certame a PROPONENTE que apresentar as Declarações

Preliminares e os Documentos de Habilitação (Volume I) em desconformidade

com o exigido no EDITAL e em seus ANEXOS.

23.3. As PROPONENTES inabilitadas terão seus envelopes do Volume II – Proposta

Econômica devolvidos ainda lacrados, desde que não tenha havido recurso ou

após sua denegação.

23.4. O envelope contendo a proposta de preços de PROPONENTE inabilitada não

retirado após a inabilitação, ficará à disposição para retirada, devidamente lacrado,

por 05 (cinco) dias úteis após a abertura da proposta de preços ou denegação do

recurso, sendo inutilizado após este prazo.

23.5. As PROPONENTES habilitadas serão aquelas cujas Declarações Preliminares e

Documentos de Habilitação atendam à totalidade das exigências estabelecidas no

EDITAL e na legislação aplicável.

23.6. Após a fase de habilitação não cabe desistência das propostas econômicas,

salvo por motivo justo, decorrente de fato superveniente aceito pela COMISSÃO

ESPECIAL DE LICITAÇÃO.

23.7. Na sessão seguinte, em data a ser designada pela COMISSÃO ESPECIAL DE

LICITAÇÃO, após o julgamento dos recursos relativos à inabilitação, serão abertos

os envelopes do Volume II – Proposta Econômica das PROPONENTES habilitadas.

23.8. Caso todas as partes tenham sido habilitadas ou assinem termo desistindo

da propositura de recurso relativo à inabilitação, os envelopes do Volume II –

Proposta Econômica das PROPONENTES habilitadas poderão ser abertos na

mesma sessão.

23.9. Abertos os envelopes do Volume II – Proposta Econômica, as propostas

econômicas serão ordenadas por meio do critério de maior valor de outorga variável.

23.10. Serão desclassificadas as propostas de outorga variável inferior a 3,00 %

(três por cento) da Receita Operacional Bruta (ROB).

23.11. Ao final de cada sessão será lavrada ata circunstanciada, assinada pelos

membros da COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO e pelos representantes das

PROPONENTES presentes na sessão.

23.12. Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos membros da

COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO e pelos representantes das PROPONENTES

presentes na sessão.

23.13. No caso de desclassificação de todas as propostas, o ICMBio poderá fixar o

prazo de [número de dias] dias úteis para a apresentação de novas propostas.

23.14. A desclassificação de proposta será sempre fundamentada e registrada na

ata da sessão.

24. JULGAMENTO

24.1. O julgamento das propostas será realizado em conformidade com o tipo de

Licitação MAIOR LANCE OU OFERTA, entendida como o maior valor de outorga

variável ofertado, observado o atendimento das especificações estabelecidas no

EDITAL e em seus ANEXOS, de acordo com os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.666/93 e

com o artigo 15, II, da lei 8.987/95.

24.2. As PROPONENTES, uma vez habilitadas, concorrerão com base nos lances

efetivados, sendo vencedora a que tiver proposto o maior valor de outorga

variável.

24.3. Em caso de empate na proposta econômica, respeitada a ordem de

preferência prevista no art. 3º, § 2º, da Lei nº 8.666/1993, a PROPONENTE

VENCEDORA será decidida por sorteio, nos termos do art. 45, § 2º, do mesmo

diploma legal.

24.4. Durante a análise das propostas, a COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO

poderá solicitar quaisquer esclarecimentos adicionais das proponentes.

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Parque Nacional de São Joaquim

24.5. As PROPONENTES deverão atender às comunicações da COMISSÃO

ESPECIAL DE LICITAÇÃO, até o próximo dia útil ao do recebimento da

comunicação, salvo se estipulado expressamente prazo diverso.

24.6. Todas as comunicações e esclarecimentos deverão ser feitos por escrito à

COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO.

25. HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO

25.1. Se, por motivo de força maior ou caso fortuito, a adjudicação não puder

ocorrer dentro do período de validade da proposta financeira de 120 (cento

e vinte) dias, e caso persista o interesse do ICMBio na concessão, este poderá

solicitar a prorrogação por igual prazo.

25.2. Transcorrido o prazo recursal ou decididos os recursos interpostos, o

resultado do julgamento será submetido, por meio de ata circunstanciada,

à autoridade competente para homologação e adjudicação do objeto à

PROPONENTE VENCEDORA.

25.3. O ato de homologação e adjudicação será publicado no Diário Oficial da

União e no sítio eletrônico do ICMBio.

25.4. Após a homologação e adjudicação, a PROPONENTE VENCEDORA será

convocada para assinar o CONTRATO, de acordo com o previsto no EDITAL.

26. RECURSOS ADMINISTRATIVOS

26.1. Dos atos administrativos realizados na LICITAÇÃO, salvo disposição expressa

em contrário, cabe recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados na forma do

art. 109, da Lei nº 8.666/1993.

26.2. Na contagem do prazo será excluído o dia de começo e incluído o do

vencimento.

26.3. Quando o termo inicial ou final da contagem cair em dia no qual não haja

expediente nas repartições públicas, será prorrogado para o primeiro dia útil

subsequente.

26.4. Os recursos serão dirigidos ao Presidente da COMISSÃO ESPECIAL DE

LICITAÇÃO por escrito e entregues no endereço indicado no item 1 do EDITAL.

26.5. Os recursos referentes às fases de habilitação e julgamento das propostas

terão efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, em atenção ao

interesse público e de forma motivada, atribuir efeito suspensivo aos demais.

26.6. O recurso deverá ser identificado como segue:

26.7. A interposição de recurso será comunicada às demais PROPONENTES, que

poderão impugná-lo no prazo de 05 (cinco) dias úteis, contados da intimação do

ato.

26.8. Os recursos somente serão admitidos quando subscritos por representante

legal, representante credenciado ou por procurador com poderes específicos,

mediante documento comprobatório de tal condição.

26.9. Não serão conhecidos os recursos cuja petição tenha sido apresentada fora

do prazo ou subscrito por pessoa sem poderes de representação.

26.1.0 Não serão aceitos recursos enviados por fax ou por meio eletrônico (e-mail).

26.11. Concluídos os julgamentos dos eventuais recursos, o resultado será

publicado no Diário Oficial da União e divulgado no sítio eletrônico do ICMBio.

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27. CRONOGRAMA

27.1. A LICITAÇÃO observará o seguinte cronograma:

DESCRIÇÃO DOS EVENTOS DATA LIMITE

1 Publicação do Edital

2 Prazo para solicitação de esclarecimentos ao edital

3 Divulgação dos esclarecimentos ao edital

4 Sessão pública presencial destinada a sanar dúvidas relativas aos procedimentos da Concorrência

5 Termo final do prazo para impugnação ao edital

6 Sessão Pública da licitação a ser realizada no ICMBio, na qual ocorrerá a abertura dos Documentos de Declarações Preliminares e Habilitação

7 Abertura dos documentos relativos às propostas econômicas apenas das proponentes habilitadas.

8 Publicação da ata de julgamento relativa à análise dos documentos de proposta econômica das Proponentes habilitadas.

9 Prazo para vista de documentos referentes ao julgamento da proposta econômica e documentos de habilitação apenas da proponente declarada vencedora.

10 Prazo para interposição de recursos.

11 Publicação do julgamento dos recursos.

12 Homologação do resultado e adjudicação do objeto pela Diretoria de Planejamento, Administração e Logística do ICMBio.

13 Convocação do Adjudicatário para celebração do Contrato de Concessão.

27.2. Eventuais modificações serão divulgadas no sítio eletrônico do ICMBio.

28. CELEBRAÇÃO DO CONTRATO DE CONCESSÃO

28.1. O ICMBio convocará a PROPONENTE VENCEDORA para assinar o CONTRATO,

a qual terá o prazo de até 30 (trinta) dias úteis para fazê-lo, a contar do

recebimento da notificação, sob pena de decair do direito à contratação, sem

prejuízo das penalidades previstas no EDITAL.

28.2. A recusa da PROPONENTE VENCEDORA, regularmente convocada, a assinar o

contrato no prazo previsto, sem justificativa aceita pelo ICMBio, implicará:

28.2.1. aplicação de multa correspondente a 5 % do valor total do Contrato;

28.2.2. impedimento da PROPONENTE VENCEDORA ou de seus consorciados

de participar de novas licitações e contratar com o ICMBio pelo prazo de 2

(dois) anos; e

28.2.3. convocação, a critério do ICMBio, das PROPONENTES remanescentes,

na ordem de classificação, para assinar o CONTRATO nos prazos e nas

condições contidas na proposta vencedora, inclusive quanto ao preço, ou a

revogação da LICITAÇÃO.

29. DISPOSIÇÕES GERAIS DO CONTRATO DE CONCESSÃO

29.1. O valor estimado do CONTRATO, correspondente à soma do valor dos

investimentos mínimos a serem realizados pela CONCESSIONÁRIA, do valor

da outorga fixa e do valor estimado da outorga variável a ser repassada ao

CONCEDENTE, é de é de R$ 5.021.875,44 (cinco milhões, vinte e um mil, oitocentos

e setenta e cinco reais e quarenta e quatro centavos).

29.2. O valor do CONTRATO tem caráter meramente indicativo, servindo para

fins de quantificação da garantia e imposição de penalidades, não podendo ser

utilizado para pleitear a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.

29.3. Todos os bens da concessão são reversíveis, observado o disposto no

CONTRATO.

29.4. O exercício social da CONCESSIONÁRIA e o exercício financeiro do

CONTRATO deverão coincidir com o ano civil.

29.5. A lei aplicável ao CONTRATO será a brasileira, com os seus princípios

informadores, não sendo admitida qualquer menção a direito estrangeiro ou

internacional, nem mesmo como meio de interpretação.

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Parque Nacional de São Joaquim

30. PRAZOS CONTIDOS NO CONTRATO DE CONCESSÃO

30.1. O prazo do contrato de concessão é de 10 (dez) anos, contados a

partir da emissão, pelo CONCEDENTE, da ordem de operação comercial do

empreendimento, prorrogáveis, na forma do contrato, por um período de 5 (cinco)

anos.

30.2. A fiel execução do contrato não garante direito subjetivo da concessionária à

prorrogação do prazo.

30.3. Durante a execução do contrato, a concessionária deverá, sem prejuízo de

outros prazos que possam ser estipulados pelo CONCEDENTE:

30.3.1. Apresentar o anteprojeto, contendo o planejamento inicial da

execução das obras em até 3 (três) meses após a assinatura do contrato;

30.3.2. Apresentar os projetos de adequação, reforma, e operação do Centro

de Visitantesem até 6 (seis) meses após assinatura do contrato;

30.3.3. Apresentar os projetos e estudos das áreas de embarque e

desembarque em até 6 (seis) meses após a assinatura do contrato;

30.3.4. Apresentar o projeto para implantação do transporte interno em até 6

(seis) meses após assinatura do contrato;

30.3.5. Implantar e inaugurar o Centro de Visitantes em no máximo 1 (um)

ano após a aprovação dos projetos pelo concedente;

30.3.6. Implantar e iniciar a operação do sistema de transporte único e dos

demais serviços previstos no contrato juntamente com a inauguração do

Centro de Visitantes.

31. OBRIGAÇÕES DAS PARTES

31.1. Sem prejuízo das demais obrigações estabelecidas no EDITAL, no CONTRATO

e nos seus ANEXOS, a CONCESSIONÁRIA, durante a execução do CONTRATO, deve:

31.1.1. Cumprir e fazer cumprir integralmente o CONTRATO, em conformidade

com as disposições legais e regulamentares, especialmente a legislação

ambiental, o Plano de Manejo do Parque Nacional de São Joaquim, o Plano de

Uso Público do Parque Nacional de São Joaquim, as determinações do Poder

Público editadas a qualquer tempo e as normas da ABNT;

31.1. 2. Manter, durante a execução do CONTRATO, no que for aplicável, todas

as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação;

31.1.3. Utilizar a área concedida exclusivamente para as atividades previstas

ou autorizadas no CONTRATO, respeitadas as finalidades que fundamentam a

concessão;

31.1.4. Garantir, a qualquer tempo, acesso irrestrito e sem aviso prévio do

CONCEDENTE ou de terceiros por ele expressamente autorizados à área

concedida, aos dados relativos à administração, à contabilidade e aos recursos

técnicos, econômicos e financeiros da CONCESSIONÁRIA, assim como às

obras, aos equipamentos e às instalações relacionadas à concessão;

31.1.5. Manter inventário atualizado de todos os bens vinculados à concessão,

contendo informações sobre o seu estado de conservação, e disponibilizá-lo,

a qualquer tempo, para eventuais consultas e fiscalizações do CONCEDENTE;

31.1.6. Designar, no ato de celebração do CONTRATO, um responsável pela

sua execução com poderes de representante ou preposto para tratar com

o CONCEDENTE, indicando o nome, qualificação, endereço e formas de

contato;

31.1.7. Comunicar, imediatamente e por escrito, os casos de substituição ou

eventual impedimento do representante ou preposto a que se refere o inciso

anterior;

31.1.8. Abster-se de utilizar o nome do CONCEDENTE para a aquisição de

bens, contratação de serviços e emissão de notas ou cupons fiscais;

31.1.9. Adotar em toda e qualquer identificação visual relacionada à operação

desta CONCESSÃO a logomarca do Parque Nacional de São Joaquim e do

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, nos

termos e na forma expressamente autorizados pelo CONCEDENTE;

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31.1.10. Aderir a campanhas educativas, informativas, ambientais, entre

outras, em consonância e de acordo com as diretrizes do CONCEDENTE.

31.2. As obrigações do CONCEDENTE estão estabelecidas no CONTRATO.

32. GARANTIA DE EXECUÇÃO CONTRATUAL

32.1. A CONCESSIONÁRIA prestará, no prazo de 10 (dez) dias da assinatura do

CONTRATO, GARANTIA no valor correspondente a 5 % (cinco por cento) do valor

total do CONTRATO, conforme o disposto no art. 56, § 2º, da Lei nº 8.666/1993.

32.2. A GARANTIA será prestada, a critério da CONCESSIONÁRIA, em uma das

seguintes formas:

32.2.1. Caução em dinheiro, por meio de depósito em conta designada pelo

CONCEDENTE;

32.2.2. Caução em títulos da dívida pública federal emitidos sob a forma escritural,

mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado

pelo Banco Central do Brasil, avaliados pelos seus valores econômicos, conforme

definido pelo Ministério da Fazenda;

32.2.3. Seguro-garantia, por meio da apresentação da apólice, figurando o

CONCEDENTE na condição de segurado;

32.2.4. Fiança bancária, por meio da entrega da carta ao CONCEDENTE, com valor

expresso em reais, nomeando o CONCEDENTE como beneficiário e prevendo a

renúncia ao benefício de ordem.

32.3. A CONCESSIONÁRIA deve manter a GARANTIA em vigor durante toda a

vigência do CONTRATO e renová-la ao menos 30 (trinta) dias antes de seu termo

final.

32.4. A CONCESSIONÁRIA pode modificar ou substituir a GARANTIA, mediante

prévia autorização do CONCEDENTE.

32.5. As apólices de seguro-garantia e as cartas de fiança deverão ter vigência

mínima de 1 (um) ano.

32.6. Após a obtenção da Licença de Operação do empreendimento, o valor da

garantia será liberado à CONCESSIONÁRIA, na proporção de 80 %, em função do

percentual de anos inteiros decorridos de vigência do CONTRATO.

32.7. O valor da garantia que pode ser levantado pela CONCESSIONÁRIA em

atenção ao item 32.6 é dado pela fórmula:

32.8. O valor da garantia que deve ser prestada pela CONCESSIONÁRIA em

atenção ao item 32.6 é dado pela fórmula:

32.9. A liberação proporcional da garantia dependerá de solicitação formal da

CONCESSIONÁRIA e da respectiva aprovação da CONCEDENTE.

32.10. A GARANTIA poderá ser utilizada quando as receitas da concessão não

forem suficientes para manter a continuidade dos serviços previstos no contrato e

seus anexos ou quando a CONCESSIONÁRIA:

32.10.1. Não realizar qualquer das obrigações previstas no CONTRATO, no

EDITAL e nos seus anexos;

32.10.2. Devolver bens reversíveis em desconformidade com as exigências

estabelecidas no CONTRATO;

32.10.3. Não pagar as multas que lhe forem aplicadas, na forma do

CONTRATO;

32.10.4. Não efetuar, no prazo devido, o pagamento de outras indenizações

ou obrigações pecuniárias devidas a terceiros e ao CONCEDENTE em

decorrência do CONTRATO, ressalvados os tributos.

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32.11. A CONCESSIONÁRIA deve repor a GARANTIA no prazo de 30 (trinta) dias

contados de sua utilização parcial ou total.

32.12. A utilização da GARANTIA e sua reposição não implicam reconhecimento

de culpa por parte da CONCESSIONÁRIA.

32.13. Caso a GARANTIA não seja suficiente para satisfazer a obrigação garantida,

sua utilização não exime a CONCESSIONÁRIA, que responderá pela diferença de

valores.

33. SEGUROS

33.1. A CONCESSIONÁRIA deve contratar e manter em vigor, durante todo o prazo

da concessão, apólices de seguro com vigência mínima de 12 (doze) meses para a

cobertura de:

33.1.1. Danos causados aos bens móveis e imóveis utilizados na execução do

CONTRATO, incluindo danos decorrentes de caso fortuito ou força maior, com

limite máximo equivalente ao valor de reposição dos bens;

33.1.2. Danos patrimoniais e extrapatrimoniais causados a terceiros

em decorrência das obras e das atividades de responsabilidade da

CONCESSIONÁRIA, com limite máximo coincidente com as melhores práticas

de mercado para cada tipo de sinistro.

33.2. Sem prejuízo das demais disposições previstas no CONTRATO, a

CONCESSIONÁRIA deverá:

33.2.1. Apresentar, antes do início das atividades, a comprovação de que as

apólices dos seguros aplicáveis se encontram em vigor;

33.2.2. Indicar o CONCEDENTE como cossegurado em todas as apólices;

33.2.3. Atualizar anualmente os seguros contratados para incluir eventos ou

sinistros que não eram cobertos no momento da contratação originária;

33.2.4. Submeter à aprovação do CONCEDENTE a forma de cálculo do

limite máximo de indenização da apólice de seguro para cada sinistro, bem

como toda alteração promovida nas apólices, incluindo as que impliquem

cancelamento, renovação, modificação ou substituição;

33.2.5. Encaminhar ao CONCEDENTE, por meio eletrônico, no prazo máximo

de 10 dias após a data do vencimento, os comprovantes digitalizados de

pagamento do prêmio dos seguros contratados;

33.2.6. Encaminhar ao CONCEDENTE, com antecedência mínima de 10

(dez) dias de seu vencimento, a comprovação de que as apólices foram

renovadas;

33.2.7. Informar, anualmente e sempre que solicitado pelo CONCEDENTE,

todos os bens cobertos pelos seguros contratados e o cálculo de indenização

da apólice de seguro para cada sinistro;

33.2.8. Responder pela abrangência ou por omissões decorrentes da

realização dos seguros, bem como pelo pagamento integral da franquia na

hipótese de ocorrência do sinistro.

33.3. As apólices apresentadas deverão possuir registro junto à Superintendência

Nacional de Seguros Privados.

33.4. Caso a CONCESSIONÁRIA não comprove a renovação das apólices no prazo

previsto no CONTRATO, o CONCEDENTE poderá contratar os seguros, cobrando

da CONCESSIONÁRIA o valor total do prêmio e impondo as sanções contratuais

cabíveis.

33.5. A contratação de seguros pelo CONCEDENTE não altera a responsabilidade

da CONCESSIONÁRIA por suas obrigações contratuais.

34. RESPONSABILIDADE DA CONCESSIONÁRIA

34.1. A CONCESSIONÁRIA, observado o disposto no CONTRATO e seus anexos,

é responsável pelos danos causados ao CONCEDENTE ou a terceiros por ações

e omissões de seus empregados, prepostos, representantes, subcontratados,

hóspedes e visitantes, devendo, sem prejuízo de outras obrigações:

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34.1.1. Responder perante o CONCEDENTE e terceiros pelos danos materiais e

morais causados, bem como pela posse, guarda, manutenção e vigilância dos

bens relacionados à execução do CONTRATO, independentemente de culpa,

assegurado o direito de regresso;

34.1.2. Ressarcir todos os desembolsos efetuados pelo CONCEDENTE para

a satisfação de determinações judiciais relativas a obrigações originalmente

imputáveis à CONCESSIONÁRIA, inclusive reclamatórias trabalhistas;

34.1.3. Arcar com as penalidades e despesas relativas a qualquer infração

cometida;

34.1.4. Reparar, após o recebimento de notificação, os danos causados aos

bens sob sua responsabilidade.

34.2. A inadimplência da CONCESSIONÁRIA com relação aos encargos trabalhistas,

fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por

seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do CONTRATO.

34.3. A fiscalização realizada pelo ICMBio durante a execução do CONTRATO,

quaisquer que sejam os atos praticados no desempenho de suas atribuições, não

implicará solidariedade ou corresponsabilidade com a CONCESSIONÁRIA, que

responderá única e integralmente pela execução dos serviços.

34.4. Se a CONCESSIONÁRIA recusar, demorar, negligenciar ou deixar de eliminar

as falhas, vícios, defeitos ou imperfeições apontadas, poderá o CONCEDENTE

efetuar os reparos e substituições necessárias, seja por meios próprios ou de

terceiros, transformando-se os custos decorrentes em dívida líquida e certa da

CONCESSIONÁRIA, independentemente do seu valor.

35. FISCALIZAÇÃO

35.1. A fiscalização e o monitoramento da concessão serão efetuados pelo

CONCEDENTE que, observado o disposto no CONTRATO, terá livre e irrestrito

acesso à área, instalações, equipamentos e documentos relacionados direta ou

indiretamente à concessão.

35.2. O CONCEDENTE pode determinar a execução de atos ou a suspensão

daqueles que estejam sendo realizados em desconformidade com o Anexo 18 –

Projeto Básico e com as normas contratuais, legais ou regulamentares.

35.3. O CONCEDENTE pode, a qualquer horário e em qualquer circunstância, fazer

contato com a CONCESSIONÁRIA para averiguar o andamento ou solução de

eventos específicos.

35.4. Sem prejuízo das demais obrigações, em especial aquelas relacionadas à

prestação de informações ao CONCEDENTE, a CONCESSIONÁRIA deverá:

35.4.1. Atender às exigências, recomendações ou observações feitas pelo

CONCEDENTE, conforme os prazos fixados em cada caso;

35.4.2. Acatar as orientações do CONCEDENTE, sujeitando-se à mais ampla e

irrestrita supervisão e fiscalização do seu cumprimento;

35.4.3. Providenciar a imediata correção das deficiências apontadas pelo

CONCEDENTE quanto à execução do objeto deste CONTRATO.

36. PENALIDADES RELATIVAS À LICITAÇÃO

36.1. Sem prejuízo das sanções civis, administrativas e penais previstas na

legislação, qualquer PROPONENTE será punida de acordo com o EDITAL nos casos

em que:

36.1.1. dentro do prazo de validade da proposta, não a mantiver ou não

assinar o contrato quando convocado;

36.1.2. apresentar documentação falsa;

36.1.3. deixar de entregar os documentos solicitados durante a LICITAÇÃO;

36.1.4. comportar-se de modo inidôneo.

36.2. Considera-se comportamento inidôneo, entre outros, a declaração falsa

quanto às condições de participação, quanto ao enquadramento como ME/EPP

ou o conluio entre as PROPONENTES, em qualquer momento da licitação, mesmo

após o julgamento das propostas.

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36.3. Sem prejuízo das sanções administrativas e penais previstas na legislação,

a PROPONENTE que cometer qualquer das infrações indicadas no item 36.1 está

sujeita às seguintes sanções:

36.3.1. Multa de até [número] % ([número por extenso] por cento) sobre o

valor estimado do CONTRATO;

36.3.2. Impedimento de licitar e de contratar com a União e

descredenciamento do SICAF, pelo prazo de até 2 (dois) anos;

36.4. As sanções serão aplicadas considerando a gravidade da conduta do infrator,

o caráter educativo da pena, bem como o dano causado, observado o princípio da

proporcionalidade.

36.5. As sanções de multa e impedimento serão obrigatoriamente registradas no

SICAF e podem ser aplicadas cumulativamente.

36.6. O CONCEDENTE deve instaurar processo administrativo para apurar as

violações, assegurado o contraditório, a ampla defesa e o devido processo.

37. PENALIDADES RELATIVAS AO CONTRATO

37.1. Sem prejuízo das sanções civis, administrativas e penais previstas na

legislação específica, a violação, pela CONCESSIONÁRIA, de qualquer estipulação

do CONTRATO e das normas jurídicas a ele aplicáveis pode ensejar a aplicação das

seguintes penalidades:

37.1.1. Advertência;

37.1.2. Multa;

37.1.3. Suspensão do direito de participar de licitações e contratar com o

CONCEDENTE; e

37.1.4. Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a

Administração Pública.

37.2. O CONCEDENTE deve instaurar processo administrativo para apurar as

violações, assegurado o contraditório, a ampla defesa e o devido processo.

37.3. O processo administrativo a que se refere o parágrafo anterior será instaurado

com documento de comunicação de irregularidade à CONCESSIONÁRIA.

37.4. As penalidades apenas podem ser aplicadas mediante decisão

fundamentada.

37.5. Sem prejuízo da penalidade, com o fim de preservar a integridade física

ou patrimonial de terceiros e de bens reversíveis, o CONCEDENTE poderá impor

medidas acautelatórias como detenção de bens, equipamentos e materiais,

interdição de instalações, apreensão, embargo de obras, entre outras medidas que

repute necessárias para esse fim.

37.6. O cumprimento das penalidades impostas pelo ICMBio não exime a

CONCESSIONÁRIA do fiel cumprimento das obrigações e responsabilidades

previstas no CONTRATO, bem como da reparação de eventuais perdas e danos

causados ao ICMBio, a seus empregados, aos usuários ou a terceiros, em

decorrência das atividades relacionadas à concessão.

37.7. A advertência poderá ser aplicada a critério do CONCEDENTE quando não

houver prejuízo relevante ao atingimento dos fins da concessão, não ocorrer

reincidência específica e a infração não for superior ao grau 1, conforme Anexo

17.1 do Contrato de Concessão – Tabela de Infrações e Penalidades.

37.8. A CONCESSIONÁRIA, no prazo de apresentação da defesa no processo

administrativo, pode solicitar formalmente a aplicação da penalidade de

advertência, mediante admissão da falta e comprovação da cessação da infração,

bem como da adoção das medidas necessárias à sua efetiva correção.

37.9. Considera-se reincidência específica o cometimento de infração relacionada

com a mesma norma regulamentar ou dispositivo contratual infringido nos

últimos 03 (três) anos, contados da data de ocorrência do fato em apuração.

37.10. As multas poderão serão aplicadas de acordo com o disposto no Anexo

17.1 do Contrato de Concessão – Tabela de Infrações e Penalidades, sem prejuízo

de serem cumuladas com outras sanções previstas no item 37.1.

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37.11. A suspensão do direito de participar de licitações e de contratar com

o CONCEDENTE será aplicada no caso de práticas reiteradas de infrações, não

cumprimento injustificado de penalidade ou de outras hipóteses previstas em lei,

especialmente as do art. 88 da Lei nº 8.666/1993.

37.12. A suspensão do direito de participar de licitações e de contratar com o

CONCEDENTE será imposta à CONCESSIONÁRIA e ao seu acionista controlador por

prazo não superior a dois anos.

37.13. A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração

Pública terá validade enquanto perdurarem os motivos determinantes da

punição ou até que seja promovida a reabilitação perante o CONCEDENTE, que

será concedida quando o contratado reparar a Administração pelos prejuízos

resultantes e após decorrido o prazo da pena de suspensão.

38. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

38.1. Sempre que atendidas as condições do CONTRATO e respeitada a alocação de

riscos nele estabelecida, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.

38.2. O equilíbrio econômico-financeiro do CONTRATO será preservado por meio

de mecanismos de reajuste e revisão, cabendo ao CONCEDENTE escolher, dentre

as medidas abaixo elencadas, individual ou conjuntamente, a forma pela qual será

implementada a recomposição:

38.2.1. Alteração do valor da outorga;

38.2.2. Alteração do prazo do CONTRATO;

38.2.3. Alteração das obrigações contratuais da CONCESSIONÁRIA;

38.2.4. Outra forma definida de comum acordo entre o CONCEDENTE e a

CONCESSIONÁRIA.

38.3. Os parâmetros e valores da concessão, estabelecidos no CONTRATO e seus

anexos, poderão ser revistos e reajustados a cada 12 (doze) meses, de ofício ou

mediante solicitação da CONCESSIONÁRIA.

38.4. Ocorrendo o reajuste de ofício, deve-se garantir à CONCESSIONÁRIA o prazo

mínimo de 30 (trinta) dias corridos para manifestação, contados do recebimento

de notificação encaminhada pelo CONCEDENTE, considerando-se eventual

silêncio como concordância tácita.

38.5. Ocorrendo a revisão mediante solicitação da CONCESSIONÁRIA, o pedido

deverá conter todos os documentos necessários à demonstração do seu

cabimento, incluindo relatório técnico ou pericial que demonstre o impacto

financeiro da medida, e o CONCEDENTE deverá decidir no prazo máximo de 30

(trinta) dias corridos contados do recebimento do pleito, podendo requisitar à

CONCESSIONÁRIA outros documentos que julgar pertinentes.

38.6. Todos os custos decorrentes das diligências necessárias para instruir os

pedidos de revisão e reajuste serão de responsabilidade da CONCESSIONÁRIA,

mesmo que solicitadas pelo CONCEDENTE.

38.7. A revisão dos parâmetros da concessão tem o objetivo de modernizar

o CONTRATO em decorrência de inovações tecnológicas ou relacionadas à

gestão contratual. A revisão ou reajuste dos valores da concessão tem como

objetivo compensar as perdas ou ganhos da CONCESSIONÁRIA, devidamente

comprovados, em virtude da ocorrência dos eventos relacionados aos riscos do

CONCEDENTE, desde que imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências

incalculáveis, ou ainda em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe

que configurem álea econômica extraordinária ou extracontratual, que impliquem

alteração relevante dos custos ou da receita da CONCESSIONÁRIA.

38.8. Os valores previstos no CONTRATO e seus anexos serão reajustados com

base no IGP-M/FGV, em outro índice oficial que o substitua ou, na ausência desses,

em outro índice indicado pelo CONCEDENTE.

38.9. Caso a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do CONTRATO exija

investimentos ou serviços que envolvam a realização de obras, sua efetivação depende

de autorização prévia do CONCEDENTE, a ser solicitada pela CONCESSIONÁRIA.

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38.10. A solicitação de autorização prévia deve conter, no mínimo, os documentos

necessários à demonstração do cabimento do pedido, o projeto, a estimativa de

custos e prazos de execução, plano de realização do investimento que demonstre

sua viabilidade técnica e ambiental, e os custos para o desenvolvimento de

um projeto básico e obtenção das demais licenças necessárias para o início da

execução dos investimentos.

38.11. Expedida a autorização prévia pelo CONCEDENTE, a CONCESSIONARÁ

deverá apresentar o projeto básico e, se necessário, obter o Licenciamento

Ambiental e as demais licenças necessárias para a execução dos investimentos.

38.12. O projeto básico a que se refere o item anterior conterá todos os elementos

necessários à precificação do investimento e às estimativas do impacto da obra

sobre os custos e as receitas da CONCESSIONÁRIA, segundo as melhores práticas e

critérios do mercado, de acordo com as normas técnicas aplicáveis, bem como:

38.12.1. Orçamento analítico detalhado;

38.12.2. Cronogramas físico e físico-financeiro;

38.12.3. Caderno de encargos;

38.12.4. Memorial descritivo; e

38.12.5. Plano de execução de obras e serviços.

38.13. A autorização de execução do projeto básico pelo CONCEDENTE não

afasta a possibilidade de sua alteração posterior para adequação aos requisitos

contratuais, legais e regulamentares.

38.14. A CONCESSIONÁRIA submeterá ao CONCEDENTE todas as alterações do

projeto básico, posteriores à sua autorização de execução inicial, para fins de

análise e nova autorização.

38.15. O CONCEDENTE estabelecerá valor de referência a ser considerado para

efeitos de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.

38.16. Os investimentos realizados sem a obtenção de autorização prévia não

ensejarão recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, a menos que

o CONCEDENTE expressamente permita à CONCESSIONÁRIA a execução de

investimento sem autorização prévia ou sem análise de projeto básico.

38.17. Caso o CONCEDENTE solicite novos investimentos ou serviços não previstos

no CONTRATO, poderá requerer à CONCESSIONÁRIA, previamente ao processo de

recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, a elaboração de projeto básico.

38.18. Nos processos de reequilíbrio econômico-financeiro referentes a

investimentos, a CONCESSIONÁRIA deverá comprovar que o custo dos projetos e

estudos a serem considerados está baseado em valores de mercado, podendo o

CONCEDENTE estabelecer valor limite diverso.

39. INTERVENÇÃO

39.1. O CONCEDENTE poderá, sem prejuízo das penalidades cabíveis e das

responsabilidades incidentes, intervir na concessão para assegurar a adequação

dos serviços, bem como o cumprimento das normas contratuais, regulamentares

e legais pela CONCESSIONÁRIA.

39.2. A intervenção far-se-á por decisão fundamentada do CONCEDENTE, que

conterá a designação do interventor, o prazo, os objetivos e limites da medida.

39.3. O interventor decidirá pela manutenção ou não das obrigações assumidas

pela CONCESSIONÁRIA anteriormente à intervenção, tendo em vista a necessidade

de continuidade dos serviços objeto do CONTRATO.

39.4. Declarada a intervenção, o CONCEDENTE deverá, no prazo de 30 (trinta) dias,

instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes

da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa.

39.5. Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos

legais e regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser

imediatamente devolvido à CONCESSIONÁRIA, sem prejuízo de seu direito à

indenização.

39.6. O procedimento administrativo a que se refere o caput desta cláusula deverá

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ser concluído em até 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de considerar-se inválida

a intervenção.

39.7. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do

serviço será devolvida à CONCESSIONÁRIA, precedida de prestação de contas pelo

interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão.

40. EXTINÇÃO DA CONCESSÃO

40.1. A CONCESSÃO se extingue nas seguintes hipóteses:

40.1.1. Término do prazo do CONTRATO;

40.1.2. Encampação;

40.1.3. Caducidade;

40.1.4. Rescisão;

40.1.5. Anulação;

40.1.6. Falência ou extinção da CONCESSIONÁRIA.

40.2. Na hipótese do inciso I do caput, pelo menos 2 (dois) anos antes da data do

término de vigência da concessão, a CONCESSIONÁRIA apresentará um Programa

de Desmobilização Operacional, devendo contribuir para que os serviços previstos

no CONTRATO e seus anexos não sejam interrompidos, observado o direito de

indenização conforme disposto no art. 36 da Lei nº 8.987/1995.

40.3. Nos termos do art. 37 da Lei nº 8.987/1995, a encampação ocorrerá quando

o CONCEDENTE, para atender ao interesse público e mediante lei específica,

retomar a concessão, assegurada indenização conforme disposto no art. 36 do

mesmo diploma legal, que será calculada a partir da soma dos valores relativos a:

40.3.1. Saldo atualizado de qualquer financiamento assumido pela

CONCESSIONÁRIA para a realização dos investimentos previstos no Anexo 18

– Projeto Básico;

40.3.2. Custo de desmobilização, incluindo todos os valores devidos a

empregados, fornecedores e outros credores.

40.4. A caducidade será declarada na forma e nas situações previstas pelos artigos

27 e 38 da Lei nº 8.987/1995, ou em outra disposição legal que a suceder ou

regular especificamente a matéria, estabelecendo-se:

40.4.1. O prazo de 20 (vinte) dias úteis, para a correção e o enquadramento das

falhas e irregularidades indicadas pelo CONCEDENTE;

40.4.2. Como desconto à indenização prevista no art. 38, § 5º, da Lei

nº 8.987/1995, além daqueles previstos neste mesmo dispositivo, os

valores recebidos pela CONCESSIONÁRIA a título de cobertura de seguros

relacionados à declaração de caducidade.

40.5. O CONTRATO poderá ser rescindido por acordo entre as partes ou,

unilateralmente pela CONCESSIONÁRIA, caso haja descumprimento do CONTRATO

pelo CONCEDENTE, neste caso mediante:

40.5.1. Ação judicial especialmente intentada para esse fim, não havendo

liberação das obrigações assumidas no CONTRATO antes do trânsito em

julgado da decisão, inclusive com relação à continuidade dos serviços

prestados; e

40.5.2. Indenização equivalente à que seria devida na hipótese de encampação.

40.6. A anulação do CONTRATO ocorrerá apenas nas hipóteses previstas em lei,

garantindo-se indenização equivalente à que seria devida:

40.6.1. Na hipótese de encampação, caso a CONCESSIONÁRIA não tenha

dado causa à anulação;

40.6.2. Na hipótese de caducidade, caso a CONCESSIONÁRIA tenha dado

causa à anulação.

40.7. Na hipótese de falência ou extinção da CONCESSIONÁRIA, eventual

indenização a ela devida será equivalente àquela aplicável aos casos de

caducidade, não se partilhando eventual acervo líquido entre seus acionistas antes

do pagamento de todas as obrigações assumidas perante o CONCEDENTE e sem a

emissão de termo de vistoria nos termos do item 40.11.

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Parque Nacional de São Joaquim

40.8. Na hipótese dos incisos I e II do caput, o CONCEDENTE, antecipando-se à

extinção, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação

dos montantes da indenização que será devida à CONCESSIONÁRIA.

40.9. No caso de extinção da concessão, o CONCEDENTE poderá:

40.9.1. Assumir a prestação do serviço concedido, no local e no estado em

que se encontrar;

40.9.2. Ocupar e utilizar os locais, instalações, equipamentos, materiais e

recursos humanos empregados na execução do serviço, necessários à sua

continuidade;

40.9.3. Aplicar as penalidades cabíveis, principalmente pela reversão de bens

em desacordo com o disposto no Edital e seus anexos; e

40.9.4. Reter e executar as garantias contratuais para recebimento de multas

administrativas e ressarcimento de prejuízos causados pela CONCESSIONÁRIA.

40.10. Revertem automaticamente ao CONCEDENTE os equipamentos, instalações

e outros bens, direitos e privilégios vinculados às atividades previstas no

CONTRATO, observada a legislação vigente.

40.11. Ao término da concessão, o CONCEDENTE deverá vistoriar a área

concedida, lavrar termo de vistoria e levantar os eventuais saldos financeiros

remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações

financeiras realizadas, os quais devem ser devolvidos ao CONCEDENTE, no prazo

improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena de pedido de imediata

instauração de tomada de contas especial do responsável.

41. PROVIDÊNCIAS AO FINAL DO CONTRATO

41.1. Ao final da vigência do CONTRATO, a CONCESSIONÁRIA deverá restituir ao

CONCEDENTE as áreas e espaços concedidos, em perfeitas condições, apresentando

o inventário dos bens vinculados à concessão e seu estado de conservação,

acompanhado de laudo técnico emitido por profissional competente.

42. DISPOSIÇÕES FINAIS

42.1. Se o ICMBio tomar conhecimento, mesmo após a fase de habilitação, de que

qualquer documento apresentado por uma PROPONENTE era falso ou inválido à

época da apresentação, poderá desclassificá-la, sem prejuízo da indenização devida.

42.2. A LICITAÇÃO somente poderá ser revogada pelo ICMBio por razões de

interesse público decorrentes de fato superveniente devidamente comprovado,

pertinente e suficiente para justificar tal revogação.

42.3. O ICMBio, de ofício ou mediante requerimento, deverá anular a licitação se

verificar qualquer ilegalidade que não possa ser sanada.

42.4. A nulidade da LICITAÇÃO implica a nulidade do CONTRATO, não gerando

obrigação de indenizar por parte do CONCEDENTE, salvo na situação prevista no

art. 59, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993.

42.5. A PROPONENTE se obriga a comunicar ao ICMBio, a qualquer tempo e

imediatamente, qualquer fato ou circunstância superveniente que seja impeditivo

das condições de habilitação.

42.6. A alocação de riscos inerentes ao contrato está disposta no Anexo 17.2 do

Contrato de Concessão – Matriz de Risco.

42.7. Os itens omissos no EDITAL serão resolvidos pela COMISSÃO ESPECIAL DE

LICITAÇÃO.

42.8. A subcontratação é disciplinada pelo CONTRATO.

42.9. Em caso de divergência, no âmbito do procedimento licitatório, entre

disposições do EDITAL e de seus anexos ou demais peças que compõem o

processo, prevalecerão as do EDITAL.

Brasília/DF, [dia] de [mês] de [ano]

_______________________________________________CONCEDENTE

[Nome e cargo do responsável]

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Parque Nacional de São Joaquim

TERMO DE RETIRADA DE EDITAL EDITAL DE CONCORRÊNCIA ICMBio Nº __/2018

PROCESSO Nº __________

A Comissão de Licitação do Edital de Concorrência nº __/___ do Instituto Chico Mendes

de Conservação da Biodiversidade – ICMBio , considerando a eventual necessidade de

comunicação entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio e

as empresas interessadas em participar da presente licitação, solicita o preenchimento deste

Termo de Recebimento de Edital.

O termo preenchido deve ser encaminhado para e-mail: [email protected].

Caso os dados não sejam devidamente enviados, fica o ICMBio isento da responsabilidade

de comunicação de eventos relacionados ao procedimento licitatório, ressalvada a

obrigatoriedade, pela legislação de referência, de sua publicação na internet, imprensa oficial

e/ou em jornal de grande circulação.

Razão Social:

CNPJ Nº:

Endereço:

E-mail:

Cidade: Estado: Telefone:

Pessoa para contato:

Recebemos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, nesta

data, cópia do Edital de Concorrência nº __/2018 - ICMBio.

Local: _________________, ___ de ________________de 2018.

______________________________________________________

Assinatura

(A assinatura é opcional em caso de envio por e-mail)

EDITAL DE CONCORRÊNCIA ICMBIO Nº [NÚMERO/ANO]Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO

EXTRATO DO EDITAL Nº [NÚMERO/ANO]; PROCESSO: Nº [NÚMERO]; MODALIDADE DE

LICITAÇÃO: Concorrência; CONCEDENTE: Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade – ICMBIO; LOCAL DA REALIZAÇÃO DO PROJETO: Parque Nacional de São

Joaquim, Estado de Santa Catarina; VIGÊNCIA: [prazo de vigência]; OBJETO: Concessão do

direito de uso de bem público correspondente a uma área do Parque Nacional de São

Joaquim, de titularidade do concedente, para o fim exclusivo de implantação e operação

das atividades de controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da

Igreja, recepção de visitantes e divulgação do Parque Nacional de São Joaquim, venda de

ingressos, serviços de alimentação, venda de souvenirs e conveniências, aplicativo mobile,

transporte Único, e das demais atividades associadas descritas no Projeto Básico, em

conformidade com as normas estabelecidas no edital de concessão e seus anexos; FORMA

DE JULGAMENTO: Maior Oferta; FUNDAMENTO LEGAL: Lei nº 8.666/1993, Lei nº 8.987/1995,

Lei nº 9.985/2000, Decreto nº 84.017/1979 e Decreto nº 5.758/2006; RESPONSÁVEL LEGAL:

[NOME E QUALIFICAÇÃO]; EDITAL DISPONÍVEL EM: http://www.icmbio.gov.br/portal/

servicos/licitacoes/sede; LOCAL: [Cidade/UF]; DATA: [dia/mês/ano].

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Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 1 Modelo de carta de credenciamento.

MODELO DE CARTA DE CREDENCIAMENTO (PREENCHER EM PAPEL TIMBRADO DA EMPRESA)

Ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade de Conservação – ICMBio

À Comissão Especial de Licitação

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Carta de Credenciamento

a. Nome ou Razão Social: [Nome ou Razão Social]

b. Endereço: [Endereço completo]

c. CNPJ (Pessoa Jurídica): [número do CNPJ]

d. CPF (Pessoa Física): [número do CPF]

CREDENCIAL

Pelo presente instrumento credenciamos [nome completo], [nacionalidade], [estado civil],

[profissão], CPF nº [número do CPF], RG nº [número do RG], residente e domiciliado na

[endereço completo], para acompanhar os trabalhos relativos ao certame licitatório descrito

no Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano], com poderes para interpor

recursos ou desistir de fazê-lo.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

Anexo 2 Modelo de Carta de Apresentação dos Documentos de Habilitação.

MODELO DE CARTA DE APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Carta de Apresentação dos

Documentos de Habilitação

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

[Nome da Proponente], por meio de seu representante legal abaixo assinado, apresenta os

documentos para sua qualificação no âmbito do certame licitatório a que se refere o EDITAL,

conforme os requisitos definidos por esse documento, e declara que:

a. tem pleno conhecimento dos termos do EDITAL e que os aceita

integralmente, em especial no que diz respeito às prerrogativas conferidas

à Comissão Especial de Licitação de conduzir diligências especiais para

verificar a veracidade dos documentos apresentados e buscar quaisquer

esclarecimentos necessários para elucidar as informações neles contidas;

b. cumpre plenamente os requisitos e critérios para qualificação exigidos com

a apresentação dos Documentos de Habilitação, conforme definido no

EDITAL; e

c. as informações e declarações contidas em todos os documentos que

integram este envelope são completas, verdadeiras e corretas em cada

detalhe.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

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Anexo 3 Modelo de declaração de ciência dos termos do edital e de ausência de impedimento de participação na concorrência.

MODELO DE DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA DOS TERMOS DO EDITAL E DE AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO DE PARTICIPAÇÃO NA CONCORRÊNCIA

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Ciência dos

Termos do Edital e de Ausência de Impedimento de Participação na Concorrência

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

[Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo assinado, declara, sob as

penas da legislação aplicável, em atendimento ao EDITAL, que tem plena ciência dos termos

do EDITAL e que não está impedida de participar de licitações públicas nem de contratar

com o Poder Público.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

Anexo 4 Modelo de declaração de vistoria e de ciência das condições da área objeto da concessão.

MODELO DE DECLARAÇÃO DE VISTORIA E DE CIÊNCIA DAS CONDIÇÕES DA ÁREA OBJETO DA CONCESSÃO

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Vistoria e de

Ciência das Condições da Área Objeto da Concessão

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

[Nome da Proponente], [qualificação da proponente], representada por meio de seu

Responsável Técnico [Nome do Responsável Técnico], [qualificação do Responsável Técnico]

adiante assinado, declara que:

a. realizou vistoria no local onde serão executadas as atividades previstas para a

CONCESSÃO e que tomou pleno conhecimento das condições existentes na

área objeto da CONCESSÃO; ou

b. não realizou vistoria, por opção própria, e que eventuais prejuízos ocorridos

na execução do CONTRATO em decorrência de omissão ou falha quanto à

verificação da área são de sua integral responsabilidade.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

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Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 5 Modelo de apresentação de proposta econômica e declaração de elaboração independente de proposta.

MODELO DE APRESENTAÇÃO DE PROPOSTA ECONÔMICA E DECLARAÇÃO DE ELABORAÇÃO INDEPENDENTE DE PROPOSTA

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Proposta Econômica e

Declaração de Elaboração Independente de Proposta.

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

1. Após exame cuidadoso das cláusulas, itens, subitens e alíneas do EDITAL e seus

Anexos, declaramos estar de pleno acordo com todas as condições nele estabelecidas.

Cumpriremos integralmente todas as obrigações e requisitos contidos no EDITAL.

Informamos que o prazo de validade de nossa proposta é de 120 (cento e vinte dias) dias

corridos, a contar da data de abertura da licitação.

2. De acordo com o estabelecido no EDITAL, apresentamos nossa proposta econômica

para a concessão de área no Parque Nacional de São Joaquim, em caráter irrevogável e

irretratável, nos seguintes termos:

a. O valor de outorga fixa será o valor previsto no EDITAL;

b. O valor de outorga variável será o percentual de [número do percentual]%

([número do percentual por extenso] por cento, da Receita Bruta Operacional

obtida com a execução de todas as atividades previstas para a concessão, de

acordo com os termos e condições contemplados no EDITAL.

3. Confirmamos que temos pleno conhecimento do objeto da CONCESSÃO, dos serviços a

serem prestados e das condições de execução dos trabalhos, tendo avaliado as condições

de instalação e exploração da área concessionada do Parque Nacional de São Joaquim,

sendo de minha integral responsabilidade todas as ações de manutenção, melhorias e

investimentos necessários à implementação e continuidade das operações;

3.1. Assumimos, desde já, a integral responsabilidade pela realização dos trabalhos em

conformidade com o disposto no CONTRATO, nos regulamentos do ICMBio e em

outros diplomas legais aplicáveis;

3.2. Para fins do disposto no EDITAL, sob as penas da lei, em especial o art. 299 do Código

Penal Brasileiro, declaramos que:

a. elaboramos a proposta econômica de maneira independente, e que seu

conteúdo não foi, no todo ou em parte, direta ou indiretamente, informado a,

discutido com ou recebido de qualquer outro participante potencial ou de fato

da presente licitação, por qualquer meio ou por qualquer pessoa;

b. a intenção de apresentar a proposta econômica não foi informada a, discutida

com ou recebida de qualquer outro participante potencial ou de fato da presente

licitação, por qualquer meio ou por qualquer pessoa;

c. não tentamos, por qualquer meio ou por qualquer pessoa, influir na decisão de

qualquer outro participante potencial ou de fato da presente licitação quanto a

participar ou não dela;

d. o conteúdo da proposta econômica não será, no todo ou em parte, direta ou

indiretamente, comunicado a ou discutido com qualquer outro participante

potencial ou de fato da presente licitação antes da adjudicação do seu objeto;

e. o conteúdo da proposta econômica não foi, no todo ou em parte, direta ou

indiretamente, informado a, discutido com ou recebido de qualquer integrante

de órgão do Poder Concedente antes da abertura oficial das propostas; e

f. estamos plenamente cientes do teor e da extensão desta declaração e que

detemos plenos poderes e informações para firmá-las.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

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Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 6 Modelo de procuração.

MODELO DE PROCURAÇÃO

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Procuração

Pelo presente instrumento de procuração, [Nome da Empresa Proponente e Qualificação],

neste ato denominada OUTORGANTE, nomeia e constitui como seu procurador [nome

completo], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], CPF nº [número do CPF], RG nº [número

do RG], residente e domiciliado na [endereço completo]. Pode o outorgado, na República

Federativa do Brasil, em juízo e fora dele, em relação à OUTORGANTE:

a. representá-la perante entidades, órgãos, sociedades (abertas ou fechadas),

agências ou departamentos do Governo, incluindo o Instituto Chico Mendes

de Conservação da Biodiversidade, durante a realização do certame licitatório

descrito no Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano], inclusive

para interpor recursos e renunciar ao direito de interpor recursos; e

b. receber citação para ações judiciais e defender seus interesses em Juízo, em

qualquer instância, por intermédio de advogados contratados, com poderes

para confessar, desistir, transigir, firmar compromissos ou acordos, receber e dar

quitação, assumir obrigações e substabelecer, no todo ou em parte, com reserva

de poderes, qualquer dos poderes aqui conferidos, nas condições que julgar

apropriadas.

A procuração se manterá válida durante o processo de licitação.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

Anexo 7 Modelo de procuração para proponentes em consórcio. (ANEXO 05)

MODELO DE PROCURAÇÃO PARA PROPONENTES EM CONSÓRCIO

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Procuração para Proponentes

em Consórcio

Pelo presente instrumento de procuração, [Nome do Consorciado e Qualificação], neste ato

denominada “Outorgante”, nomeia e constitui como sua procuradora [Nome da Empresa

Líder e Qualificação], líder do Consórcio [Nome do Consórcio e Qualificação]. Pode a

outorgada, na República Federativa do Brasil, em juízo e fora dele, em relação ao Consórcio

Outorgante:

a. representá-lo perante entidades, órgãos, sociedades (abertas ou fechadas),

agências ou departamentos do Governo, incluindo o Instituto Chico Mendes

de Conservação da Biodiversidade, durante a realização do certame licitatório

descrito no Edital da Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] inclusive

para interpor recursos e renunciar ao direito de interpor recursos; e

b. receber citação para ações judiciais e defender seus interesses em Juízo, em

qualquer instância, por intermédio de advogados contratados, com poderes

para confessar, desistir, transigir, firmar compromissos ou acordos, receber e dar

quitação, assumir obrigações e substabelecer, no todo ou em parte, com reserva

de poderes, qualquer dos poderes aqui conferidos, nas condições que julgar

apropriadas.

A procuração se manterá válida durante o processo de licitação.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

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Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 8 Modelo de procuração para proponentes estrangeiras. (ANEXO 06)

MODELO DE PROCURAÇÃO PARA PROPONENTES ESTRANGEIRAS

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Procuração para Proponentes

Estrangeiras

Pelo presente instrumento de procuração, [Nome da Proponente Estrangeira e Qualificação],

neste ato denominada “Outorgante”, nomeia e constitui como seu procurador [nome

completo], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], CPF nº [número do CPF], RG nº [número

do RG], residente e domiciliado na [endereço completo]. Pode o outorgado, na República

Federativa do Brasil, em juízo e fora dele, em relação ao Outorgante:

a. representá-lo perante entidades, órgãos, sociedades (abertas ou fechadas),

agências ou departamentos do Governo, incluindo o Instituto Chico Mendes

de Conservação da Biodiversidade, durante a realização do certame licitatório

descrito no Edital da Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano], inclusive

para interpor recursos e renunciar ao direito de interpor recursos; e

b. receber citação para ações judiciais e defender seus interesses em Juízo, em

qualquer instância, por intermédio de advogados contratados, com poderes

para confessar, desistir, transigir, firmar compromissos ou acordos, receber e dar

quitação, assumir obrigações e substabelecer, no todo ou em parte, com reserva

de poderes, qualquer dos poderes aqui conferidos, nas condições que julgar

apropriadas.

A procuração se manterá válida durante o processo de licitação.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

Anexo 9 Modelo de declaração de inexistência de processo falimentar, recuperação judicial, extrajudicial ou regime de insolvência.

MODELO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE PROCESSO FALIMENTAR, RECUPERAÇÃO JUDICIAL, EXTRAJUDICIAL OU REGIME DE INSOLVÊNCIA

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Inexistência

de Processo Falimentar, Recuperação Judicial, Extrajudicial ou Regime de Insolvência

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

[Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo assinado, declara, sob as penas

da legislação aplicável, por si, por seus sucessores e cessionários, que não se encontra em

processo de falência, autofalência, recuperação judicial ou extrajudicial, liquidação judicial

ou extrajudicial, insolvência, administração especial temporária ou sob intervenção do órgão

fiscalizador competente.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

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Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 10 Modelo de declaração formal de expressa submissão à legislação brasileira e de renúncia de reclamação por via diplomática.

MODELO DE DECLARAÇÃO FORMAL DE EXPRESSA SUBMISSÃO À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E DE RENÚNCIA DE RECLAMAÇÃO POR VIA DIPLOMÁTICA

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração Formal De

Expressa Submissão À Legislação Brasileira E De Renúncia De Reclamação Por Via Diplomática

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

Em atendimento ao EDITAL, [Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo

assinado, declara, para os devidos fins, sob as penas da legislação aplicável, sua formal e

expressa submissão à legislação brasileira e sua renúncia integral da faculdade de reclamar,

por quaisquer motivos de fato ou de direito, por via diplomática.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

Anexo 11 Modelo de declaração de capacidade financeira.

MODELO DE DECLARAÇÃO DE CAPACIDADE FINANCEIRA

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Capacidade

Financeira

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

Em atendimento ao EDITAL, [Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo

assinado, declara, sob as penas da legislação aplicável, que dispõe ou tem capacidade de

obter recursos financeiros suficientes para cumprir as obrigações de aporte de recursos

próprios e de terceiros necessários à consecução do objeto da CONCESSÃO, e que:

a. contratou ou tem capacidade de contratar todos os seguros necessários à

consecução do objeto da Concessão; e

b. dispõe de recursos para apresentar a Garantia de Execução do Contrato no valor

correspondente a 5 % (cinco por cento) do valor total do CONTRATO, previsto no

EDITAL, no prazo de 10 (dez) dias após a assinatura do instrumento contratual.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

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230

Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 12 Modelo de declaração de regularidade com relação aos artigos 149 do código penal e 7º, XXXIII, da constituição federal.

MODELO DE DECLARAÇÃO DE REGULARIDADE COM RELAÇÃO AOS ARTIGOS 149 DO CÓDIGO PENAL E 7º, XXXIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Regularidade

com relação aos Artigos 149 do Código Penal e 7º, XXXIII, da Constituição Federal

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

Em atendimento ao EDITAL, [Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo

assinado, declara que:

a. não pratica, aceita ou tolera a exploração de trabalho escravo ou degradante,

conforme artigo 149 do Código Penal;

b. não emprega menor de dezoito anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre

e não emprega menor de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir

de quatorze anos, para fins do disposto no inciso V do art. 27 da Lei nº 8.666, de

21 de junho de 1993, acrescido pela Lei nº 9.854, de 27 de outubro de 1999.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

Anexo 13 Modelo de declaração de equivalência de documentos estrangeiros.

MODELO DE DECLARAÇÃO DE EQUIVALÊNCIA DE DOCUMENTOS ESTRANGEIROS

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Equivalência

de Documentos Estrangeiros

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

Em atendimento ao EDITAL, [Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo

assinado, declara, sob as penas da legislação aplicável, que os documentos abaixo indicados

do [Nome de país de origem da Proponente], país de origem da Proponente são equivalentes

aos documentos exigidos no Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano].

DOCUMENTO DO PAÍS DE ORIGEM DOCUMENTO EXIGIDO NO EDITAL ITEM DO EDITAL

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

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Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 14 Modelo de declaração de inexistência de documento equivalente e de declaração de inexistência de débitos fiscais e trabalhistas.

MODELO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DOCUMENTO EQUIVALENTE E DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS FISCAIS E TRABALHISTAS

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Inexistência

de Documento Equivalente e de Declaração de Inexistência de Débitos Fiscais e Trabalhistas

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

Em atendimento ao EDITAL, [Nome da Proponente], por meio de seu representante abaixo

assinado, declara, sob as penas da legislação aplicável, que os documentos abaixo indicados,

exigidos no EDITAL, não possuem documento equivalente no [Nome do País de Origem da

Proponente], país de origem da Proponente.

DOCUMENTO SEM EQUIVALÊNCIA NO PAÍS DE ORIGEM ITEM DO EDITAL

Declara, ainda, sob as penas da legislação aplicável, por si, por seus sucessores e cessionários,

que não possui débitos exigíveis de natureza fiscal ou trabalhista.

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

Anexo 15 Modelo de declaração de contratos firmados com a iniciativa privada e a administração pública.

MODELO DE DECLARAÇÃO DE CONTRATOS FIRMADOS COM A INICIATIVA PRIVADA E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Contratos

Firmados com a Iniciativa Privada e a Administração Pública

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

[Nome da Proponente], [qualificação], por meio de seu representante legal abaixo

assinado, declara que possui os seguintes contratos firmados com a iniciativa privada ou a

Administração Pública:

NOME DO ÓRGÃO/EMPRESA VIGÊNCIA Nº/ANO/VALOR TOTAL DO CONTRATO

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

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Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 16 Modelo de solicitação de esclarecimentos da concorrência.

MODELO DE SOLICITAÇÃO DE ESCLARECIMENTOS DA CONCORRÊNCIA

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano]

Solicitação de Esclarecimentos da Concorrência

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

[Nome da Proponente ou do Solicitante], [qualificação], com fundamento no artigo 40, VIII,

da Lei nº 8666/1993, vem requerer esclarecimentos relativos ao EDITAL.

TEMA DO QUESTIONAMENTO:

Objeto do questionamento

(indicar capítulo, seção e item):

Esclarecimento requerido:

Observações adicionais:

Responsável: [nome da pessoa que será contactada]

Telefone: [número de telefone]

Endereço eletrônico: [endereço eletrônico]

______________________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

Anexo 17 Minuta do contrato de concessão.

Contrato de Concessão de uso de bem público relativo a área do Parque

Nacional de São Joaquim que entre si celebram o Instituto Chico Mendes

de Conservação da Biodiversidade – ICMBio (Concedente) e a [Nome da

Empresa] (Concessionária).

O InstItuto ChICo Mendes de Conservação da BIodIversIdade – ICMBIo, doravante denominado de

ConCedente, autarquia federal, em regime especial, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente,

criado pela Lei nº 11.516/2007, CNPJ nº 08.829.974/0001-94, com sede na EQSW 103/104,

Bloco “C”, Complexo Administrativo – Setor Sudoeste, CEP 70.670-350, Brasília, DF, neste ato

representado por [Nome Completo], CPF nº [Número do CPF], RG nº [Número do RG], no

uso das atribuições que lhe confere a Portaria nº [Número/Ano da Portaria], e a [Nome da

Empresa], doravante denominada de ConCessionária, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ

nº [Número do CNPJ], com sede na [Endereço completo], neste ato representada por [Nome

completo], CPF nº [Número do CPF], RG nº [Número do RG], firmam este Contrato de ConCessão

de uso de bem público, conforme as cláusulas que seguem.

NORMAS APLICÁVEIS

Cláusula 1ª O Contrato é regido pela Lei nº 8.666/1993 e, por analogia, pela Lei nº

8.987/1995, ou pelas que as sucederem, bem como pelas demais normas

jurídicas brasileiras vigentes, pelas disposições do edital de ConCorrênCia

iCMBio nº [NÚMERO/ANO DA CONCORRÊNCIA] e seus anexos.

VINCULAÇÃO AO EDITAL E NORMAS DE INTERPRETAÇÃO

Cláusula 2ª O edital de ConCorrênCia iCMBio Nº [NÚMERO/ANO DO EDITAL] e seus

anexos, incluindo a proposta apresentada pela ConCessionária, vinculam

o Contrato e eventuais aditivos que venham a ser celebrados.

§ 1º Os títulos do Contrato e dos demais documentos que o integram não

devem ser utilizados na sua interpretação.

§ 2º No caso de divergência entre os termos do Contrato e dos demais

documentos que o integram, prevalece o disposto no Contrato.

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Parque Nacional de São Joaquim

§ 3º No caso de divergência entre os termos dos demais documentos que

integram o Contrato, prevalece o disposto naqueles que foram emitidos

pelo ConCedente e, dentre eles, o mais recente.

§ 4º As comunicações relativas à concessão, exceto quando o Contrato

expressamente dispuser de forma diversa, serão escritas e consideradas

como efetuadas se entregues:

I. Por via postal, com Aviso de Recebimento (AR);

II. Por portador, com protocolo de recebimento;

III. Por via eletrônica, mediante remessa de mensagem de

recebimento.

PUBLICIDADE

Cláusula 3ª Este Contrato é público, permitindo-se a qualquer interessado obter

cópia física de seu inteiro teor, mediante pagamento dos emolumentos

devidos, ou cópia digital, mediante acesso gratuito no sítio eletrônico

oficial do ConCedente.

Parágrafo único. Aplica-se a este Contrato, no que couber, a Lei nº 12.527/2011.

Cláusula 4ª Até o quinto dia útil do mês seguinte ao da celebração do Contrato, o

ConCedente fará publicar versão resumida do instrumento no Diário Oficial

da União.

COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO E GESTÃO

Cláusula 5ª A execução do Contrato será monitorada e fiscalizada por Comissão

de Fiscalização composta pelos seguintes membros, indicados pelo

ConCedente:

I. Um gestor, responsável por coordenar e comandar o processo de

monitoramento e fiscalização do Contrato;

II. Um fiscal técnico, responsável pelos aspectos técnicos do Contrato; e

III. Um fiscal administrativo-financeiro, responsável pelos aspectos

administrativos e financeiros do Contrato.

§ 1º A Comissão de Fiscalização elaborará relatórios semestrais para avaliar a

qualidade dos serviços prestados e o equilíbrio econômico-financeiro do

Contrato.

§ 2º A designação do gestor do Contrato observará o disposto na Instrução

Normativa ICMBio nº 02/2017, ou a que a suceder.

§ 3º O gestor do Contrato poderá solicitar auxílio a outras unidades do

ConCedente.

ANEXOS

Cláusula 6ª Constituem parte integrante do Contrato os seguintes anexos:

i. taBela de infrações e Penalidades (anexo 17.1);

ii. Matriz de risCo (anexo 17.2);

iii. extrato de PuBliCação do Contrato de ConCessão (anexo 17.3);

iV. edital de ConCorrênCia iCMBio nº [NÚMERO EDITAL/ANO] (anexo

17.4); e

V. terMos de Vistoria (anexo 17.5);

Vi. Projeto BásiCo (anexo 18).

OBJETO

Cláusula 7ª O objeto do Contrato é a concessão do direito de uso de bem público

correspondente a uma área do Parque Nacional de São Joaquim, definida

no Projeto Básico, para a realização das seguintes atividades:

I. Controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro

da Igreja;

II. Recepção de visitantes e divulgação do Parque Nacional de São

Joaquim;

III. Venda de ingressos;

IV. Serviços de alimentação;

V. Venda de souvenirs e conveniências;

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Parque Nacional de São Joaquim

VI. Aplicativo Mobile; e

VII. Transporte Único – Morro da Igreja.

§ 1º Os limites e a localização da área, bem como o local de implantação e

operação dos postos de controle de acesso e realização dos serviços

acima relacionados, observarão o disposto no Projeto BásiCo.

§ 2º A área será concedida no estado em que se encontra, tal como descrito

no terMo de Vistoria.

§ 3º A ConCessionária é responsável pela remoção de quaisquer bens e objetos

necessários para a liberação da área concedida.

§ 4º A ConCessionária, observado o detalhamento previsto no Projeto BásiCo,

deverá:

I. Reformar a atual sede administrativa do Parque Nacional de São

Joaquim para adequá-la ao funcionamento do Centro de Visitantes

e do Escritório Administrativo;

II. Instalar pontos de embarque e desembarque na proximidade do

Centro de Visitantes e do Mirante da Pedra Furada;

III. Realizar adequações nas calçadas do entorno do Centro de

Visitantes;

IV. Implantar painel de interação com visitante na Estrada do Morro da

Igreja.

PRAZO

Cláusula 8ª O prazo de vigência do Contrato será de 10 (dez) anos, contados a partir

da emissão, pelo Concedente, da ordem de operação comercial do

empreendimento.

§ 1º O prazo do caput poderá ser prorrogado em até 5 (cinco) anos por meio

de aditivo, mediante decisão escrita e fundamentada do ConCedente,

ouvida a Comissão de Fiscalização.

§ 2º A prorrogação, além de atender ao interesse público, fica condicionada

ao resultado positivo de avaliação da operação da ConCessionária,

realizada pela Comissão de Fiscalização no penúltimo ano de vigência do

Contrato, considerando especialmente a adequação do serviço prestado,

a viabilidade, conveniência e oportunidade da prorrogação.

§ 3º A avaliação da operação consistirá na consolidação das avaliações

periódicas efetuadas pela Comissão de Fiscalização.

VALOR DO CONTRATO

Cláusula 9ª O valor estimado do Contrato, correspondente à soma do valor dos

investimentos mínimos a serem realizados pela ConCessionária, do valor

da outorga fixa e do valor estimado da outorga variável a ser repassada

ao ConCedente, é de R$ 5.021.875,44 (cinco milhões, vinte e um mil,

oitocentos e setenta e cinco reais e quarenta e quatro centavos).

Parágrafo único. O valor do Contrato tem caráter meramente indicativo, servindo para fins

de quantificação de garantia e imposição de penalidades, não podendo

ser utilizado para pleitear a recomposição do equilíbrio econômico-

financeiro.

Cláusula 10. A ConCessionária será remunerada por meio de:

I. Receitas provenientes da venda de ingressos e da operação dos

demais serviços descritos na Cláusula 7ª;

II. Receitas adicionais, decorrentes de outras atividades que podem

ser exploradas pela Concessionária, nos termos do Projeto BásiCo e

do edital de ConCorrênCia iCMBio Nº [NÚMERO/ANO DO EDITAL].

§ 1º As atividades geradoras de receita adicional, mediante aprovação da

Comissão de Fiscalização, podem ser exploradas diretamente ou por

meio da celebração de contratos com terceiros, devendo ser adotada

contabilidade separada para cada uma das atividades.

§ 2º As receitas a que se refere esta cláusula observarão tabela de preços a

ser elaborada com base no valor de mercado da região de execução do

Contrato e aprovada pela Comissão de Fiscalização.

Cláusula 11. A ConCessionária repassará ao ConCedente:

I. Outorga fixa, correspondente a R$ 408.000,00 (quatrocentos e oito

mil reais), paga em parcelas anuais corrigidas.

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Parque Nacional de São Joaquim

II. Outorga variável, correspondente a __% [__________________

por cento] da receita operacional bruta advinda da exploração dos

serviços, incluindo eventuais receitas adicionais, paga em parcelas

mensais.

§ 1º Os repasses da outorga variável serão realizados por meio de Guia

de Recolhimento da União (GRU) até o 10º (décimo) dia útil do mês

subsequente ao da prestação do serviço, devendo a ConCessionária

encaminhar ao ConCedente o comprovante do recolhimento realizado.

§ 2º A ConCessionária receberá 36 meses de carência para o pagamento da

outorga fixa e da outorga variável, cujo valor será diluído nos pagamentos

das demais parcelas restantes.

§ 3º O atraso no cumprimento das obrigações previstas nesta cláusula

acarretará à ConCessionária multa de 2 % (dois por cento) sobre o valor

a ser recolhido, acrescido de juros de 1 % (um por cento) ao mês, além

de correção monetária calculada com base no IGP-M/FGV ou em outro

índice que o substitua.

Cláusula 12. A ConCessionária deverá realizar as seguintes contrapartidas:

I. Manter, limpar e vigiar o Mirante da Pedra Furada, localizado

no Morro da Igreja e o Centro de Visitantes, incluindo a área

administrativa do Parque Nacional de São Joaquim;

II. Demarcar, sinalizar e manter as trilhas terrestres do Morro da igreja;

III. Conservar a Estrada do Morro da Igreja para o trecho no interior

do Parque Nacional de São Joaquim;

IV. Gerar conteúdo para website institucional do Parque Nacional de

São Joaquim no sítio eletrônico do ICMBio;

SUBCONTRATAÇÃO

Cláusula 13. É admitida a subcontratação de obras e serviços pela ConCessionária,

desde que limitada a 50 % do conjunto dos serviços e expressamente

autorizada pelo ConCedente.

§ 1º O subcontratado deverá comprovar experiência anterior no objeto da

subcontratação e cumprir todos os requisitos de habilitação previstos no edital

de ConCorrênCia iCMBio Nº [NÚMERO/ANO DO EDITAL] e na Lei nº 8.666/1993.

§ 2º A subcontratação implica responsabilidade solidária entre a ConCessionária

e seus subcontratados no cumprimento das obrigações contratuais.

§ 3º A subcontratação não elide a responsabilidade da ConCessionária pelas

obrigações assumidas neste Contrato, bem como as decorrentes das

normas editadas pelo ConCedente e da legislação vigente.

§ 4º A ConCessionária receberá desconto de 5 % (cinco por cento) no valor a

que se refere a Cláusula 11 em caso de subcontratação de associações ou

membros da comunidade local para execução da totalidade dos serviços

de transporte, trilhas terrestres ou passeios embarcados curtos e longos.

DEVERES DA CONCESSIONÁRIA

DEVERES GERAIS

Cláusula 14. Sem prejuízo das demais disposições do Contrato, são obrigações da

ConCessionária:

I. Cumprir e fazer cumprir integralmente o Contrato, em conformidade

com as disposições legais e regulamentares, especialmente a

legislação ambiental, o Plano de Manejo do Parque Nacional de

São Joaquim, o Plano de Uso Público do Parque Nacional de São

Joaquim, as determinações do Poder Público editadas a qualquer

tempo e as normas da ABNT;

II. Manter, durante a execução do Contrato, no que for aplicável, todas

as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação;

III. Utilizar a área concedida exclusivamente para as atividades

previstas ou autorizadas no Contrato, respeitadas as finalidades

que fundamentam a concessão;

IV. Garantir, a qualquer tempo, acesso irrestrito e sem aviso prévio

do ConCedente ou de terceiros por ele expressamente autorizados

à área concedida, aos dados relativos à administração, à

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Parque Nacional de São Joaquim

contabilidade e aos recursos técnicos, econômicos e financeiros

da ConCessionária, assim como às obras, aos equipamentos e às

instalações relacionadas à concessão;

V. Manter inventário atualizado de todos os bens vinculados

à concessão, contendo informações sobre o seu estado de

conservação, e disponibilizá-lo, a qualquer tempo, para eventuais

consultas e fiscalizações do ConCedente;

VI. Designar, no ato de celebração do Contrato, um responsável pela

sua execução com poderes de representante ou preposto para

tratar com o ConCedente, indicando o nome, qualificação, endereço

e formas de contato;

VII. Comunicar, imediatamente e por escrito, os casos de substituição

ou eventual impedimento do representante ou preposto a que se

refere o inciso anterior;

VIII. Abster-se de utilizar o nome do ConCedente para a aquisição de

bens, contratação de serviços e emissão de notas ou cupons

fiscais;

IX. Adotar em toda e qualquer identificação visual relacionada à

operação desta ConCessão a logomarca do Parque Nacional de

São Joaquim e do Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade – ICMBio, nos termos e na forma expressamente

autorizados pelo ConCedente;

X. Aderir a campanhas educativas, informativas, ambientais,

entre outras, em consonância e de acordo com as diretrizes do

ConCedente.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO PÚBLICO

Cláusula 15. É dever da ConCessionária assegurar a prestação adequada dos serviços

que fundamentam esta concessão, valendo-se de todos os meios e

recursos necessários.

§ 1º Sem prejuízo das demais disposições do Contrato, são obrigações da

ConCessionária, relativas à prestação de serviços ao público:

I. Realizar a operação do Centro de Visitantes diariamente, inclusive

durante finais de semana e feriados;

II. Atender e fazer atender de forma adequada o público em geral e,

em particular, os visitantes;

III. Manter sistema físico e eletrônico de atendimento ao público;

IV. Fornecer, por meio de documento com apresentação didática,

informações sobre os procedimentos e as condições da

operação, os aspectos de segurança das atividades, bem como

recomendações para o conforto e bem-estar dos visitantes;

V. Informar ao público, previamente, o cronograma das obras a

serem realizadas;

VI. Manter, em local visível e acessível ao público, livro para registro de

reclamações e sugestões;

VII. Disponibilizar e manter atualizado em seu sítio eletrônico, para

livre acesso e consulta pelo público, as tabelas de preços vigentes,

a política tarifária e outras informações relevantes;

VIII. Possuir sistema de cobrança pelos serviços descritos no Projeto

BásiCo e no Contrato, que aceite dinheiro, cartões de crédito e de

débito de pelo menos duas bandeiras, bem como o recebimento

de valores em dinheiro;

IX. Dispor de profissionais que falem, ao menos, inglês e espanhol

para o atendimento de visitantes estrangeiros;

X. Dispor de profissionais capacitados para interpretar e fornecer

informações didáticas sobre as características ambientais da área,

especialmente no que se refere à fauna e à flora;

XI. Assegurar que os produtos disponibilizados para venda estejam

em condições adequadas e seguras de utilização;

XII. Melhorar e expandir o serviço nos limites da área concedida,

mediante autorização do ConCedente e desde que não implique

relevante impacto ambiental.

§ 2º Considera-se adequado o serviço que satisfaz as condições de

regularidade, continuidade, eficiência, segurança, universalidade de

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Parque Nacional de São Joaquim

acesso, cortesia na sua prestação, modicidade das tarifas, modernidade

das técnicas, dos equipamentos e das instalações.

SERVIÇO DE BILHETAGEM

Cláusula 16. Quanto ao serviço de bilhetagem, a ConCessionária, observando todas as

disposições contidas no Projeto BásiCo, deverá:

I. Efetuar a implantação e administração do controle de acesso de

visitantes ao Morro da Igreja e seus atrativos, incluindo a venda de

ingressos;

II. Implantar e operar plataforma digital para venda de ingresso e de

atrativos, conforme estabelecido no Projeto BásiCo, observado o

disposto na Cláusula 15, §1º, XI;

III. Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para

visitantes que não o tenham adquirido, de forma antecipada, em

plataforma digital;

IV. Operar de modo que o tempo máximo de espera pelo visitante

para a aquisição dos ingressos no Parque Nacional de São Joaquim

seja de 20 (vinte) minutos;

V. Destinar o mínimo de 20 % do volume total diário de ingressos

para venda no Centro de Visitantes, visando garantir a visitação ao

Morro da Igreja por visitantes que não tiveram a possibilidade de

acesso à plataforma digital;

VI. Limitar a venda de ingressos, conforme Número Balizador de

Visitantes estabelecido pelo ConCedente;

VII. Fornecer acesso ao ConCedente, em tempo real, ao sistema de

controle de venda de ingressos e de acesso de visitantes;

VIII. Fornecer, mediante pedido expresso e antecipado do ConCedente,

até 0,5 % de isenções e cortesias;

IX. Respeitar os percentuais de isenção e desconto no valor dos

ingressos estabelecidos pela legislação em vigor.

§1º Os ingressos deverão contemplar as seguintes possibilidades:

I. Acesso ao Morro da Igreja com o uso de transporte único;

II. Acesso a Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas,

sem o serviço de transporte único, desde que acompanhado de

condutor credenciado pelo ConCedente.

§2º A ConCessionária não poderá cobrar do usuário valores de ingressos

superiores ao estabelecido pelo Concedente.

SERVIÇOS DO CENTRO DE VISITANTES

Cláusula 17. O Centro de Visitantes, observadas as determinações contidas no Projeto

BásiCo e no Contrato, deverá oferecer:

I. Serviço de alimentação no local, por meio de lanchonete e café,

na forma estabelecia no Projeto BásiCo, vedada a comercialização

de bebidas alcoólicas, artigos de tabacaria, bilhetes lotéricos,

medicamentos ou substâncias que causem dependência física ou

psíquica, chicletes e bebidas em embalagens de vidro não retornável;

II. Serviço de venda de objetos temáticos relacionados ao Parque

Nacional de São Joaquim, às atividades de ecoturismo e à defesa do

meio ambiente, que não comprometam as condições ambientais

do parque, respeitadas as demais vedações estabelecidas no

Projeto BásiCo.

III. Exposição interativa e interpretativa de temas e elementos

específicos do Parque Nacional de São Joaquim ou referentes ao

meio ambiente em geral;

IV. Serviço de informações, prestando pronto atendimento, com a

utilização, se possível, de tablets, panfletos e mapas;

V. Sala de turismo, para atendimento de grupos e excursões de

visitantes, voltados especialmente para instruções de uso e de

segurança para a realização de atividades no Parque Nacional de

São Joaquim;

VI. Serviço de ouvidoria, contemplando sistema presencial, por

escrito e online, mediante protocolo numérico que permita

controle quantitativo, para o recebimento de reclamações, queixas,

denúncias e sugestões, garantindo, quando solicitado, o anonimato.

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Parque Nacional de São Joaquim

APLICATIVO MOBILE

Cláusula 18. A ConCessionária deverá implantar e operar plataforma digital, tipo

software de aplicativo mobile, adaptado para uso em sistema operacional

Android e iOS, contendo informações e dispositivos de interatividade

com o ConCedente.

§1º O aplicativo mobile deverá utilizar interface de fácil uso, com menus

baseados em símbolos universais, contendo ao menos as seguintes

funcionalidades:

I. Informações sobre as atividades e serviços disponíveis no Parque

Nacional de São Joaquim;

II. Mapas interativos habilitados para GPS, e que funcionem sem

conexão à internet, localizando ambientes e atividades;

III. Função “onde estou?” para localização no Parque Nacional de São

Joaquim;

IV. Tecnologia de realidade aumentada que permita interagir com o

ambiente do Parque Nacional de São Joaquim;

V. Roteiro sonoro com áudio imersivo para a visitação da área do

Morro da Igreja;

VI. Calendário de eventos;

VII. Horários de nascer e pôr do sol;

VIII. Envio de notificações sobre notícias, alertas e eventos relacionados

ao Parque Nacional de São Joaquim;

IX. Monitor de busca para encontrar informações rapidamente.

TRANSPORTE ÚNICO

Cláusula 19. A ConCessionária deverá efetuar a implantação e administração,

diretamente ou por meio de operador subcontratado, de serviço de

transporte único, envolvendo o acesso de visitantes ao Parque Nacional

de São Joaquim e, no seu interior, entre outros, ao Mirante Natural da

Pedra Furada, observando as seguintes disposições:

I. Garantir que os veículos utilizados no transporte de visitantes sejam

novos e obedeçam aos padrões das legislações estabelecidos para

emissão de poluentes e ruídos;

II. Proporcionar transporte confortável, seguro e limpo;

III. Garantir, quando em operação, que os veículos apresentem

caracterização externa contando com a Logomarca do ICMBio e

do Parque Nacional de São Joaquim em maior destaque frente à

marca da ConCessionária;

IV. Responsabilizar-se pelo o treinamento e capacitação dos

motoristas e funcionários;

V. Contratar seguro dos automóveis e de vida para os passageiros;

VI. Repor a frota, em caso de panes e danos nos veículos, no prazo de

24 (vinte e quatro) horas;

VII. Substituir os veículos quando estes completarem 5 (cinco) anos

de uso, contados desde o início da sua utilização;

VIII. Certificar-se que nenhum visitante permaneça nos atrativos após

o horário de funcionamento do Parque Nacional de São Joaquim.

§ 1º A ConCessionária deverá observar, no que se refere aos veículos utilizados

e à prestação do serviço de transporte, as normas estabelecidas pelo

ConCedente e a legislação que regula o transporte terrestre.

§ 2º A ConCessionária deverá disponibilizar veículos compatíveis com o acesso

de pessoas com dificuldade de locomoção e cadeirantes.

§ 3º A ConCessionária deverá, na medida do possível, utilizar os serviços de

operadores locais que já realizam essa atividade, obtendo, para tanto,

desconto de 5 % na base de cálculo da outorga variável referente ao

transporte de visitantes.

§ 4º O serviço de transporte único deverá funcionar todos os dias da semana,

durante o horário de abertura para visitação do Parque Nacional de São

Joaquim, observado o limite máximo de visitas diárias estabelecido pelo

ConCedente.

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Parque Nacional de São Joaquim

DEVERES OPERACIONAIS

Cláusula 20. Sem prejuízo das demais disposições do Contrato, é dever da

ConCessionária atender todas as especificações das atividades, nos

aspectos quantitativos e qualitativos, conforme definido no Projeto

BásiCo, incluindo, mas não se limitando a:

I. Manter o sistema operacional, os equipamentos e os bens

necessários à execução do Contrato em perfeito estado de

funcionamento, conservação e segurança, efetuando manutenção

preventiva e corretiva e arquivando os documentos a eles relativos,

tudo às suas expensas;

II. Promover a modernização, substituição, aperfeiçoamento e

ampliação da tecnologia, do equipamento e das instalações

utilizadas;

III. Evitar o desperdício de energia e compatibilizar seus equipamentos

e instalações ao Programa de Conservação de Energia conforme a

IN 01/2010 SLTI/MPOG, mantendo monitoramento permanente

sobre consumo;

IV. Durante a fase de adequação ao Programa a que se refere o

inciso anterior, as obras e serviços deverão respeitar as normas

estabelecidas pelo ConCedente;

V. Elaborar Plano de Gestão de Segurança das atividades e serviços

que serão realizados, observando as determinações do ConCedente;

VI. Arcar com as despesas relativas aos serviços que utilizar, tais como

água, esgoto, fossa, energia elétrica, telefone, gás, coleta de lixo,

entre outras;

VII. Manter segurança patrimonial e vigilância 24 horas nos espaços

internos e externos da área concessionada, incluindo instalação

de alarme e de postos de vigilância diurno e noturno que sigam as

orientações da instrução normativa IN nº 02/2008, alterada pela IN

nº 03/2009 da SLTIMPOG, ou a que a suceder;

VIII. Instalar sistema de comunicação eficiente, passível de ser

compartilhado com o ConCedente, via rádio ou outro meio, que

permita o acompanhamento, em tempo real, de todos os serviços

prestados;

IX. Elaborar Plano de Prevenção de Acidentes e Emergências nas áreas

em que são prestados os serviços, submetendo-o à aprovação do

ConCedente, ouvida a Comissão de Fiscalização;

X. Manter a área concessionada permanentemente dotada de

equipamentos adequados à prevenção e extinção de incêndio,

observadas todas as exigências normativas editadas pelo Poder

Público e pelo plano a que se refere o inciso anterior;

XI. Realizar a manutenção e a limpeza da área concessionada, área

verde, instalações elétricas, hidráulicas, trilhas, mirantes, sinalização,

entre outros;

XII. Manter adequadas condições de salubridade e higiene na

área concessionada, zelando pela segurança dos visitantes e

empregados;

XIII. Elaborar e executar planejamento que, em conformidade com

as determinações do ConCedente, o disposto no Projeto BásiCo,

nas regras da ABNT e nas normas e diretrizes federais, estaduais

e municipais pertinentes, contemple medidas de redução,

separação, coleta seletiva e reciclagem de resíduos;

XIV. Destinar os resíduos de maneira adequada, fora do perímetro do

Parque Nacional de São Joaquim, observado o disposto no Projeto

BásiCo;

XV. Manter com registro específico e em local adequado para

armazenamento, os produtos poluentes e nocivos à saúde;

XVI. Instalar lixeiras laváveis, vedadas para evitar o acesso de animais e

contendo sacos de lixo em locais apropriados para a coleta do lixo,

especialmente nas proximidades dos atrativos turísticos;

XVII. Esvaziar e limpar diariamente as lixeiras, dando correta destinação

e apropriado acondicionamento aos resíduos, de acordo com sua

natureza;

XVIII. Não comercializar vestimentas semelhantes ao uniforme utilizado

pelos seus empregados;

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Parque Nacional de São Joaquim

XIX. Responsabilizar-se pelo transporte e segurança dos valores

auferidos no âmbito da ConCessão;

XX. Implementar plano de marketing regional, nacional e internacional,

que contemple as diretrizes para ações de mercado previstas no

Projeto BásiCo;

XXI. Realizar o treinamento de funcionários para atendimentos

emergenciais, com equipe capaz de atuar em procedimentos de

primeiros socorros;

XXII. Prever kits de primeiro socorros que possibilitem atendimentos

emergenciais, localizados no Centro de Visitantes e na Portaria do

Morro da Igreja;

XXIII. Analisar a possibilidade de criar Postos de Primeiro Socorros;

XXIV. Estabelecer parcerias com hospitais da região para situações

emergenciais;

XXV. Desenvolver atividades de apoio, proteção e aperfeiçoamento da

dinâmica turística do Parque Nacional de São Joaquim e de seu

entorno;

XXVI. Manter uma modelagem de gestão que viabilize o protagonismo

da sociedade civil localizada no Parque Nacional de São Joaquim e

no seu entorno;

XXVII. Apoiar e acatar as decisões do Conselho Consultivo do Parque

Nacional de São Joaquim;

XXVIII. Fomentar redes colaborativas de turismo, valorizando a integração

da região turística da Serra Catarinense e da região turística

Encantos do Sul;

XXIX. Observar e cumprir as orientações do Manual de Sinalização –

Unidades de Conservação Federais do Brasil, editado pelo ICMBio,

na sinalização visual da área concedida;

XXX. Observar o limite de visitantes do Parque Nacional de São Joaquim,

o qual será calculado e disponibilizado pelo ConCedente.

RECURSOS HUMANOS

Cláusula 21. As contratações feitas pela ConCessionária para a consecução das

atividades previstas no Contrato serão regidas pelo direito privado e pela

legislação trabalhista, não se estabelecendo nenhuma relação entre os

terceiros contratados e o ConCedente.

Parágrafo único. Sem prejuízo das demais disposições previstas na legislação aplicável e

no Contrato, a ConCessionária deverá:

I. Fazer com que seus empregados e demais contratados observem

rigorosamente as determinações do ConCedente, as cláusulas

do Contrato e a legislação vigente, respondendo por eventuais

desvios;

II. Responsabilizar-se pela capacitação da equipe a ser contratada,

inclusive quanto às regras de funcionamento e conhecimentos

gerais sobre o Parque Nacional de São Joaquim;

III. Responsabilizar-se por todas as despesas relacionadas com seus

empregados e demais contratados, tais como salários, encargos

trabalhistas, sociais, fiscais, comerciais, previdenciários e de classe,

seguros de acidentes, taxas, impostos e contribuições, indenizações,

vale refeição, vale transporte e outras exigências legais;

IV. Responsabilizar-se por todas as providências e obrigações

estabelecidas na legislação específica de acidentes de trabalho

quando forem vítimas seus empregados, no desempenho dos

serviços previstos no Contrato ou com eles conexos, ainda que

ocorridos nas dependências do ConCedente;

V. Fornecer aos empregados e demais contratados EPIs e seus

complementos, exigindo sua utilização;

VI. Fornecer aos empregados uniforme contendo identificação

pessoal e da ConCessionária, cujo modelo deverá ser previamente

aprovado pelo ConCedente e cujo custo não poderá ser repassado

aos empregados;

VII. Fornecer aos prestadores de serviço temporários crachás com

identificação pessoal e da empresa prestadora de serviço;

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Parque Nacional de São Joaquim

VIII. Promover treinamento periódico dos empregados para a

prestação dos serviços e atividades previstos no Contrato;

IX. Efetuar imediata reposição de pessoal em caso de ausência;

X. Empregar, preferencialmente, moradores do entorno imediato do

Parque Nacional de São Joaquim;

XI. Garantir que, pelo menos, 5 % (cinco por cento) da mão de obra

contratada seja composta por indivíduos oriundos ou egressos do

sistema prisional, com a finalidade de ressocialização;

XII. Observar os percentuais estabelecidos no art. 93 da Lei nº

8.213/1991 para a contração de beneficiários da Previdência Social

reabilitados, ou de pessoas portadoras de deficiência, habilitadas;

XIII. Substituir imediatamente o empregado cuja atuação ou

comportamento sejam julgados pelo ConCedente como prejudiciais,

inconvenientes ou insatisfatórios;

XIV. Atentar permanentemente quanto à higiene pessoal dos

funcionários;

XV. Abster-se de utilizar menor de dezoito anos em trabalho noturno,

perigoso ou insalubre, bem como menor de dezesseis anos

em qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz, a partir

de quatorze anos, observado o disposto no art. 7º, XXXIII, da

Constituição Federal, e na Lei nº 9.854/1999, regulamentada pelo

Decreto nº 4.358/2002, ou outra que venha a sucedê-la;

XVI. Selecionar rigorosamente os empregados que prestarão os

serviços contratados, registrando o exercício das funções

profissionais em suas carteiras de trabalho;

XVII. Ajustar o quantitativo de empregados em caso de ampliação do

horário de funcionamento ou aumento na demanda, conforme

orientações do ConCedente;

XVIII. Atender às normas de segurança e medicina do trabalho,

assumindo todos os ônus e responsabilidades decorrentes.

PROJETOS

Cláusula 22. A ConCessionária deve obter prévia aprovação do ConCedente para todos

os projetos de construção, reforma, planos e programas relativos à área

concedida.

§ 1º Sem prejuízo das disposições previstas no Contrato e no Projeto BásiCo

quanto à elaboração de projetos e sua implementação, a ConCessionária

deverá:

I. Respeitar as diretrizes e procedimentos das Normas Técnicas

Brasileiras;

II. Compatibilizar os projetos para a identificação e minimização das

interferências entre os projetos na fase de execução;

III. Coordenar a execução das obras de comum acordo com o

ConCedente, de maneira a evitar interrupções ou paralisações das

atividades;

IV. Providenciar todas as licenças ambientais necessárias para a

execução das obras e das atividades previstas, bem como as

medidas compensatórias e exigências solicitadas pelos órgãos

competentes;

V. Manter, para todas as atividades relacionadas à execução de

serviços de engenharia e arquitetura, a regularidade perante os

respectivos conselhos profissionais, inclusive para os terceiros

contratados;

VI. Adotar medidas de sustentabilidade nas edificações, observando

o conceito arquitetônico recomendado pelo ICMBio;

VII. Observar as leis e normas concernentes à acessibilidade de pessoas

portadoras de deficiências com mobilidade reduzida, no que

couber e no que for compatível com as atividades desenvolvidas;

VIII. Submeter à aprovação do ConCedente a exploração de novos

atrativos e atividades para a obtenção de receitas adicionais;

IX. Apresentar relatórios bimensais do andamento das obras

juntamente com seu cronograma;

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Parque Nacional de São Joaquim

X. Apresentar o anteprojeto, contendo o planejamento inicial da

execução das obras em até 3 (três) meses após a assinatura do

contrato;

XI. Apresentar os projetos de adequação, reforma, e operação do

Centro de Visitantesem até 6 (seis) meses após assinatura do

contrato;

XII. Apresentar os projetos e estudos das áreas de embarque e

desembarque em até 6 (seis) meses após a assinatura do contrato;

XIII. Apresentar o projeto para implantação do transporte interno em

até 6 (seis) meses após assinatura do contrato;

XIV. Implantar e inaugurar o Centro de Visitantes em no máximo 1 (um)

ano após a aprovação dos projetos pelo ConCedente;

XV. Implantar e iniciar a operação do sistema de transporte único e

dos demais serviços previstos no Contrato juntamente com a

inauguração do Centro de Visitantes.

§ 2º Os prazos de início das etapas de execução e de conclusão das obras,

mantidas as demais cláusulas do Contrato e assegurada a manutenção

de seu equilíbrio econômico-financeiro, admitem prorrogação, desde

que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente justificados:

I. Alteração do Projeto BásiCo pelo ConCedente;

II. Fato excepcional ou imprevisível superveniente, estranho à

vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições

de execução do Contrato;

III. Interrupção da execução do Contrato ou diminuição do ritmo de

trabalho por ordem e no interesse do ConCedente;

IV. Aumento das quantidades inicialmente previstas no Contrato, nos

limites permitidos pela Lei nº 8.666/1993;

V. Impedimento de execução do Contrato por fato ou ato de terceiro

reconhecido pela Administração em documento contemporâneo

à sua ocorrência;

VI. Omissão ou atraso de providências a cargo do ConCedente, inclusive

quanto aos pagamentos previstos, que resulte, diretamente, em

impedimento ou retardamento na execução do Contrato, sem

prejuízo das sanções legais aplicáveis.

CONTROLE DE QUALIDADE

Cláusula 23. Sem prejuízo dos serviços prestados pela ouvidoria, como forma de

avaliar a qualidade dos serviços prestados pela ConCessionária, esta deverá:

I. Aplicar um questionário de satisfação aos visitantes, a cada 03 (três)

meses, englobando de 5 % a 10 % dos visitantes, tendo como referência

o número total de visitantes no respectivo mês do ano anterior;

II. Sistematizar e avaliar as informações contidas nos relatórios

elaborados pela ouvidoria, exercendo controle qualitativo e

quantitativo das reclamações queixas, denúncias e sugestões.

§ 1º O questionário deverá considerar a sazonalidade e utilizar os seguintes

indicadores, com escala gradativa entre péssimo e excelente:

I. Cortesia e atendimento dos funcionários;

II. Tempo de espera para atendimento;

III. Qualidade das informações fornecidas;

IV. Preços praticados;

V. Limpeza e higiene dos ambientes;

VI. Conforto do ambiente;

VII. Horário de atendimento;

VIII. Outros indicados pelo ConCedente.

§ 2º O questionário deverá ser encaminhado ao ConCedente até o quinto dia

útil dos meses de janeiro, abril, agosto e novembro de cada ano.

Cláusula 24. A ConCessionária deverá apresentar relatórios anuais sobre:

I. Índice de reclamações no PROCON, relativas à ConCessionária ou

aos serviços prestados no Parque Nacional de São Joaquim;

II. Sinistros e acidentes envolvendo visitantes, funcionários e danos

ao patrimônio material da ConCessionária e do Parque Nacional de

São Joaquim;

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Parque Nacional de São Joaquim

III. Resultados das inspeções da Vigilância Sanitária e de outros órgãos

oficiais nas instalações mantidas pela ConCessionária;

IV. Reclamações e queixas de usuários apresentadas ao serviço de

ouvidoria.

Cláusula 25. A ConCessionária deve contratar e remunerar empresa especializada para

a realização de auditorias independentes quando o ConCedente julgar

necessário, cabendo a este o direito de veto em relação à empresa

indicada.

INFORMAÇÕES AO CONCEDENTE

Cláusula 26. A ConCessionária tem o dever de manter o ConCedente plenamente

informado a respeito da execução do Contrato, incluindo, mas não se

limitando às seguintes obrigações:

I. Manter o ConCedente informado sobre toda e qualquer

irregularidade observada em função das obrigações contratuais

assumidas;

II. Comunicar o ConCedente, por escrito, quando verificar quaisquer

condições inadequadas de execução dos serviços ou a iminência

de fatos que possam prejudicar a perfeita execução do Contrato;

III. Informar, imediatamente, quando for citada ou intimada de

qualquer ação judicial ou procedimento administrativo que possa

resultar em responsabilidade do ConCedente, bem como envidar os

melhores esforços na defesa dos interesses comuns, praticando

todos os atos processuais cabíveis;

IV. Informar, imediatamente, acontecimentos e situações que

ensejem a necessidade de interromper ou alterar o funcionamento

das atividades previstas no Contrato e seus anexos;

V. Elaborar e enviar, quando exigido, relatório das obras a serem

executadas, registrando, detalhadamente, os trabalhos realizados

e outras ocorrências de interesse;

VI. Manter contabilidade segregada relativa à concessão e às

atividades previstas no Contrato, com detalhamento de receitas,

custos e resultados líquidos, garantindo amplo e irrestrito acesso

ao ConCedente;

VII. Apresentar, até o quinto dia útil de cada mês, relatórios gerenciais

completos contendo informações relativas a venda de ingressos

e receitas adicionais, dias de pico, número de visitantes, número

de isenções e cortesias concedidas, valor faturado e despesas

referentes ao mês anterior e ao acumulado no exercício;

VIII. Apresentar, em até 45 (quarenta e cinco) dias após o encerramento

de cada semestre, os balancetes mensais analíticos, incluídos os

demonstrativos e balanços patrimoniais;

IX. Apresentar, até o dia 15 (quinze) de maio de cada ano, os

demonstrativos contábeis do exercício anterior em sua forma

completa, contendo Balanço Patrimonial (BP), Demonstração de

Resultado do Exercício (DRE), Demonstração do Fluxo de Caixa

(DFC), Demonstração de Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL),

Balancete de encerramento do exercício com os ajustes realizados

e respectivos saldos, bem como, quando houver, pareceres de

auditores independentes;

X. Dispor de banco de dados atualizado, em base eletrônica,

apto a gerar relatório contendo as informações da concessão,

especialmente aquelas a que se refere o inciso VII desta cláusula,

assegurando ao ConCedente acesso ininterrupto, irrestrito e

imediato;

XI. Informar alterações de seu Contrato Social ou Estatuto Social

no que diz respeito a eventual incorporação, fusão, cisão ou

transferência de cotas, sem prejuízo de serem revisadas as

condições contratuais especialmente no que se refere à garantia e

seguro.

SEGUROS

Cláusula 27. A ConCessionária deve contratar e manter em vigor, durante todo o prazo

da concessão, apólices de seguro com vigência mínima de 12 (doze)

meses para a cobertura de:

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244

Parque Nacional de São Joaquim

I. Danos causados aos bens móveis e imóveis utilizados na execução

do Contrato, incluindo danos decorrentes de caso fortuito ou força

maior, com limite máximo equivalente ao valor de reposição dos

bens;

II. Danos patrimoniais e extrapatrimoniais causados a terceiros em

decorrência das obras e das atividades de responsabilidade da

ConCessionária, com limite máximo coincidente com as melhores

práticas de mercado para cada tipo de sinistro.

§ 1º Sem prejuízo das demais disposições previstas no Contrato, a ConCessionária

deverá:

I. Apresentar, antes do início das atividades, a comprovação de que

as apólices dos seguros aplicáveis se encontram em vigor;

II. Indicar o ConCedente como cossegurado em todas as apólices;

III. Atualizar anualmente os seguros contratados para incluir eventos

ou sinistros que não eram cobertos no momento da contratação

originária;

IV. Submeter à aprovação do ConCedente a forma de cálculo do limite

máximo de indenização da apólice de seguro para cada sinistro,

bem como toda alteração promovida nas apólices, incluindo as que

impliquem cancelamento, renovação, modificação ou substituição;

V. Encaminhar ao ConCedente, por meio eletrônico, no prazo

máximo de 10 dias após a data do vencimento, os comprovantes

digitalizados de pagamento do prêmio dos seguros contratados;

VI. Encaminhar ao ConCedente, com antecedência mínima de 10 (dez)

dias de seu vencimento, a comprovação de que as apólices foram

renovadas;

VII. Informar, anualmente e sempre que solicitado pelo ConCedente,

todos os bens cobertos pelos seguros contratados e o cálculo de

indenização da apólice de seguro para cada sinistro;

VIII. Responder pela abrangência ou por omissões decorrentes da

realização dos seguros, bem como pelo pagamento integral da

franquia na hipótese de ocorrência do sinistro.

§ 2º As apólices apresentadas deverão possuir registro junto à

Superintendência Nacional de Seguros Privados.

§ 3º Caso a ConCessionária não comprove a renovação das apólices no

prazo previsto no Contrato, o ConCedente poderá contratar os seguros,

cobrando da ConCessionária o valor total do prêmio e impondo as sanções

contratuais cabíveis.

§ 4º A contratação de seguros pelo ConCedente não altera a responsabilidade

da ConCessionária por suas obrigações contratuais.

GARANTIA

Cláusula 28. A ConCessionária prestará, no prazo de 10 (dez) dias da assinatura do

Contrato, Garantia no valor correspondente a 5 % (cinco por cento) do valor

total do Contrato, conforme o disposto no art. 56, § 2º, da Lei nº 8.666/1993.

Cláusula 29. A Garantia será prestada, a critério da ConCessionária, em uma das seguintes

formas:

I. Caução em dinheiro, por meio de depósito em conta designada

pelo ConCedente;

II. Caução em títulos da dívida pública federal emitidos sob a forma

escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação

e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, avaliados

pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério

da Fazenda;

III. Seguro-garantia, por meio da apresentação da apólice, figurando

o ConCedente na condição de segurado;

IV. Fiança bancária, por meio da entrega da carta ao ConCedente, com

valor expresso em reais, nomeando o ConCedente como beneficiário

e prevendo a renúncia ao benefício de ordem.

§ 1º A ConCessionária deve manter a Garantia em vigor durante toda a vigência

do Contrato e renová-la ao menos 30 (trinta) dias antes de seu termo final.

§ 2º A ConCessionária pode modificar ou substituir a Garantia, mediante prévia

autorização do Concedente.

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Parque Nacional de São Joaquim

§ 3º As apólices de seguro-garantia e as cartas de fiança deverão ter vigência

mínima de 1 (um) ano.

Cláusula 30. Após a obtenção da Licença de Operação do empreendimento, o

valor da garantia será liberado à ConCessionária, na proporção de 80 %,

em função do percentual de anos inteiros decorridos de vigência do

Contrato.

§ 1º O valor da garantia que pode ser levantado pela ConCessionária é dado

pela fórmula:

§ 2º O valor da garantia que deve ser prestada pela ConCessionária é dado pela

fórmula:

§ 3º A liberação proporcional da garantia dependerá de solicitação formal da

ConCessionária e da respectiva aprovação da ConCedente.

Cláusula 31. A Garantia poderá ser utilizada quando as receitas da concessão não

forem suficientes para manter a continuidade dos serviços previstos no

contrato e seus anexos ou quando a ConCessionária:

I. Não realizar qualquer das obrigações previstas no Contrato, no

edital de ConCorrênCia iCMBio Nº [NÚMERO/ANO DO EDITAL] e nos

seus anexos;

II. Devolver bens reversíveis em desconformidade com as exigências

estabelecidas no Contrato;

III. Não pagar as multas que lhe forem aplicadas, na forma do

Contrato;

IV. Não efetuar, no prazo devido, o pagamento de outras indenizações

ou obrigações pecuniárias devidas a terceiros e ao ConCedente em

decorrência do Contrato, ressalvados os tributos.

§ 1º A ConCessionária deve repor a Garantia no prazo de 30 (trinta) dias contados

de sua utilização parcial ou total.

§ 2º A utilização da Garantia e sua reposição não implicam reconhecimento

de culpa por parte da ConCessionária.

§ 3º Caso a Garantia não seja suficiente para satisfazer a obrigação garantida,

sua utilização não exime a ConCessionária, que responderá pela diferença

de valores.

DEVERES DO CONCEDENTE

Cláusula 32. Sem prejuízo de outras disposições contratuais e legais aplicáveis, são

deveres do ConCedente:

I. Supervisionar e fiscalizar a execução dos serviços e atividades,

podendo sustar, recusar, mandar fazer ou desfazer aquilo que não

esteja de acordo com o estipulado no Contrato;

II. Analisar os projetos, planos e programas relativos à área

concessionada, bem como exigir as modificações que se revelarem

necessárias para o atendimento do Projeto BásiCo;

III. Executar, a seu critério, inspeções ou auditorias para verificar as

condições das instalações, dos equipamentos, da segurança e da

prestação de serviços na área concessionada;

IV. Emitir terMo de Vistoria antes do início da operação dos serviços e

ao término da concessão;

V. Comunicar à ConCessionária qualquer ocorrência relevante

relacionada com a concessão, especialmente acontecimentos e

situações que ensejem a necessidade de interromper ou alterar o

funcionamento das atividades previstas no Contrato;

VI. Informar, imediatamente, quando citada ou intimada de qualquer

ação judicial ou procedimento administrativo que possa resultar

em responsabilidade da ConCessionária, bem como envidar os

melhores esforços na defesa dos interesses comuns, praticando

todos os atos processuais cabíveis;

VII. Comunicar à instituição financeira ou seguradora responsável pela

prestação da garantia, a instauração de processo de intervenção,

encampação ou caducidade;

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Parque Nacional de São Joaquim

VIII. Disponibilizar a área concedida no Parque Nacional de São

Joaquim, descrita no Projeto BásiCo, à ConCessionária, no estado em

que se encontra;

IX. Instituir a Comissão de Fiscalização do Contrato, a que se refere a

Cláusula 5ª do Contrato;

X. Indicar à ConCessionária o gestor do Contrato e os demais membros

da Comissão à que se refere o inciso anterior;

XI. Modificar, unilateralmente, o contrato para adequá-lo às finalidades

do interesse público, respeitados os direitos da ConCessionária e o

equilíbrio contratual;

XII. Receber e analisar os relatórios, projetos e documentos

encaminhados pela ConCessionária;

XIII. Aplicar as penalidades legais, regulamentares e contratuais;

XIV. Estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do

meio-ambiente e conservação;

XV. Exigir o imediato afastamento ou substituição de qualquer

empregado ou contratado da ConCessionária que crie embaraços

para a execução do Contrato;

XVI. Facilitar a atuação das autoridades fazendárias, sanitárias ou

trabalhistas que queiram fiscalizar as instalações e os serviços da

ConCessionária;

XVII. Homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma da

lei, das normas pertinentes e do Contrato;

XVIII. Valer-se de qualquer instrumento processual de intervenção de

terceiros necessário à defesa das finalidades do Contrato, do meio

ambiente e do interesse público;

XIX. Zelar pela boa qualidade do serviço, recebendo, apurando e

solucionando queixas e reclamações dos usuários, que serão

cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas;

XX. Emitir ordem de serviço para início das operações, objeto da

concessão.

VISITANTES

Cláusula 33. São direitos e deveres do visitante:

I. Receber serviço adequado;

II. Receber informações necessárias para a defesa de seus legítimos

interesses e direitos;

III. Contribuir para a conservação do Parque Nacional de São Joaquim

e dos bens utilizados na prestação de serviços;

IV. Observar as normas de conduta estabelecidas pela ConCessionária

e pelo ConCedente com relação às instalações, equipamentos,

empregados, prestadores de serviço, flora e fauna;

V. Comunicar ao ConCedente, à ConCessionária e às autoridades

competentes as irregularidades de que tenha conhecimento

relativas ao Parque Nacional de São Joaquim e ao serviço prestado.

FISCALIZAÇÃO

Cláusula 34. A fiscalização e o monitoramento da concessão serão efetuados pelo

ConCedente, em especial por meio da Comissão de Fiscalização do Contrato

a que se refere a Cláusula 5ª do Contrato, que, observado o disposto no

Contrato, terá livre e irrestrito acesso à área, instalações, equipamentos e

documentos relacionados direta ou indiretamente à concessão.

§ 1º O ConCedente pode determinar a execução de atos ou a suspensão

daqueles que estejam sendo realizados em desconformidade com o

Projeto BásiCo e com as normas contratuais, legais ou regulamentares.

§ 2º O ConCedente pode, a qualquer horário e em qualquer circunstância, fazer

contato com a ConCessionária para averiguar o andamento ou solução de

eventos específicos.

§ 3º Sem prejuízo das demais obrigações, em especial aquelas relacionadas à

prestação de informações ao ConCedente, a ConCessionária deverá:

I. Atender às exigências, recomendações ou observações feitas pelo

ConCedente, conforme os prazos fixados em cada caso;

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Parque Nacional de São Joaquim

II. Acatar as orientações do ConCedente, sujeitando-se à mais ampla e

irrestrita supervisão e fiscalização do seu cumprimento;

III. Providenciar a imediata correção das deficiências apontadas pelo

ConCedente quanto à execução do objeto deste Contrato.

PENALIDADES

Cláusula 35. Sem prejuízo das sanções administrativas previstas na legislação

específica, a violação, pela ConCessionária, de qualquer estipulação do

Contrato e das normas jurídicas a ele aplicáveis pode ensejar a aplicação

das seguintes penalidades:

I. Advertência;

II. Multa;

III. Suspensão do direito de participar de licitações e contratar com o

ConCedente; e

IV. Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a

Administração Pública.

§ 1º O ConCedente deve instaurar processo administrativo para apurar as

violações, assegurado o contraditório, a ampla defesa e o devido

processo.

§ 2º O processo administrativo a que se refere o parágrafo anterior será

instaurado com documento de comunicação de irregularidade à

ConCessionária.

§ 3º As penalidades apenas podem ser aplicadas mediante decisão

fundamentada.

§ 4º Sem prejuízo da penalidade, com o fim de preservar a integridade

física ou patrimonial de terceiros e de bens reversíveis, o ConCedente

poderá impor medidas acautelatórias como detenção de bens,

equipamentos e materiais, interdição de instalações, apreensão,

embargo de obras, entre outras medidas que repute necessárias

para esse fim.

§ 5º O cumprimento das penalidades impostas pelo ICMBio não

exime a ConCessionária do fiel cumprimento das obrigações e

responsabilidades previstas no Contrato, bem como da reparação

de eventuais perdas e danos causados ao ICMBio, a seus

empregados, aos usuários ou a terceiros, em decorrência das

atividades relacionadas à concessão.

Cláusula 36. A advertência poderá ser aplicada a critério do ConCedente quando não

houver prejuízo relevante ao atingimento dos fins da concessão, não

ocorrer reincidência específica e a infração não for superior ao grau 1 da

taBela de infrações e Penalidades.

§ 1º A ConCessionária, no prazo de apresentação da defesa no processo

administrativo, pode solicitar formalmente a aplicação da penalidade de

advertência, mediante admissão da falta e comprovação da cessação da

infração, bem como da adoção das medidas necessárias à sua efetiva

correção.

§ 2º Considera-se reincidência específica o cometimento de infração

relacionada com a mesma norma regulamentar ou dispositivo contratual

infringido, nos últimos 03 (três) anos, contados da data de ocorrência do

fato em apuração.

Cláusula 37. As multas poderão serão aplicadas de acordo com o disposto na taBela

de infrações e Penalidades, sem prejuízo de serem cumuladas com outras

sanções previstas na cláusula 35.

Cláusula 38. A suspensão do direito de participar de licitações e de contratar com

o ConCedente será aplicada no caso de práticas reiteradas de infrações,

não cumprimento injustificado de penalidade ou de outras hipóteses

previstas em lei, especialmente as do art. 88 da Lei nº 8.666/1993.

Parágrafo único. A suspensão será imposta à ConCessionária e ao seu acionista controlador

por prazo não superior a dois anos.

Cláusula 39. A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a

Administração Pública terá validade enquanto perdurarem os motivos

determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação

perante o ConCedente, que será concedida quando o contratado reparar

a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da

pena de suspensão.

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Parque Nacional de São Joaquim

ALOCAÇÃO DOS RISCOS

Cláusula 40. Os riscos decorrentes da execução do Contrato serão alocados ao

ConCedente e à ConCessionária conforme a Matriz de risCo, parte integrante

deste instrumento.

§ 1º Salvo os riscos expressamente alocados ao ConCedente, a ConCessionária é

exclusiva e integralmente responsável por todos os demais relacionados

à execução do Contrato.

§ 2º A ConCessionária não fará jus à recomposição do equilíbrio econômico-

financeiro em decorrência da materialização de quaisquer dos riscos não

alocados expressamente ao ConCedente.

§ 3º A ConCessionária tem pleno conhecimento da natureza e extensão

dos riscos por ela assumidos, declarando ter levado esses riscos em

consideração na formulação de sua proposta e na assinatura do Contrato.

RESPONSABILIDADE

Cláusula 41. A ConCessionária, observado o disposto no Contrato e seus anexos, é

responsável pelos danos causados ao ConCedente ou a terceiros por

ações e omissões de seus empregados, prepostos, representantes,

subcontratados, hóspedes e visitantes, devendo, sem prejuízo de outras

obrigações:

I. Responder perante o ConCedente e terceiros pelos danos materiais

e morais causados, bem como pela posse, guarda, manutenção

e vigilância dos bens relacionados à execução do Contrato,

independentemente de culpa, assegurado o direito de regresso;

II. Ressarcir todos os desembolsos efetuados pelo ConCedente ou por

terceiros para a satisfação de determinações judiciais relativas a

obrigações originalmente imputáveis à ConCessionária, inclusive

reclamatórias trabalhistas;

III. Arcar com as penalidades e despesas relativas a qualquer infração

cometida;

IV. Reparar, após o recebimento de notificação, os danos causados

aos bens sob sua responsabilidade.

§ 1º A inadimplência da ConCessionária com relação aos encargos

trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública

a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do

Contrato.

§ 2º A fiscalização realizada pelo ICMBio durante a execução do Contrato,

quaisquer que sejam os atos praticados no desempenho de suas

atribuições, não implicará solidariedade ou corresponsabilidade com a

ConCessionária, que responderá única e integralmente pela execução dos

serviços.

§ 3º Se a ConCessionária recusar, demorar, negligenciar ou deixar de eliminar

as falhas, vícios, defeitos ou imperfeições apontadas, poderá o ConCedente

efetuar os reparos e substituições necessárias, seja por meios próprios ou

de terceiros, transformando-se os custos decorrentes em dívida líquida e

certa da ConCessionária, independentemente do seu valor.

EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

Cláusula 42. Sempre que atendidas as condições do Contrato e respeitada a alocação

de riscos nele estabelecida, considera-se mantido seu equilíbrio

econômico-financeiro.

Parágrafo único. O equilíbrio econômico-financeiro do Contrato será preservado por meio

de mecanismos de reajuste e revisão, cabendo ao ConCedente escolher,

dentre as medidas abaixo elencadas, individual ou conjuntamente, a

forma pela qual será implementada a recomposição:

I. Alteração do valor da outorga;

II. Alteração do prazo do Contrato;

III. Alteração das obrigações contratuais da ConCessionária;

IV. Outra forma definida de comum acordo entre o ConCedente e a

ConCessionária.

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Parque Nacional de São Joaquim

Cláusula 43. Os parâmetros e valores da concessão, estabelecidos no Contrato e seus

anexos, poderão ser revistos e reajustados a cada 12 (doze) meses, de

ofício ou mediante solicitação da ConCessionária.

§ 1º Ocorrendo o reajuste de ofício, deve-se garantir à ConCessionária o prazo

mínimo de 30 (trinta) dias corridos para manifestação, contados do

recebimento de notificação encaminhada pelo ConCedente, considerando-

se eventual silêncio como concordância tácita.

§ 2º Ocorrendo a revisão mediante solicitação da ConCessionária, o pedido

deverá conter todos os documentos necessários à demonstração do

seu cabimento, incluindo relatório técnico ou pericial que demonstre o

impacto financeiro da medida, e o ConCedente deverá decidir no prazo

máximo de 30 (trinta) dias corridos contados do recebimento do pleito,

podendo requisitar à ConCessionária outros documentos que julgar

pertinentes.

§ 3º Todos os custos decorrentes das diligências necessárias para instruir os

pedidos de revisão e reajuste serão de responsabilidade da ConCessionária,

mesmo que solicitadas pelo ConCedente.

Cláusula 44. A revisão dos parâmetros da concessão tem o objetivo de modernizar

o Contrato em decorrência de inovações tecnológicas ou relacionadas à

gestão contratual.

Cláusula 45. A revisão dos valores da concessão tem como objetivo compensar as

perdas ou ganhos da ConCessionária, devidamente comprovados, em

virtude da ocorrência dos eventos relacionados aos riscos do ConCedente,

desde que imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências

incalculáveis, ou ainda em caso de força maior, caso fortuito ou

fato do príncipe que configurem álea econômica extraordinária ou

extracontratual, que impliquem alteração relevante dos custos ou da

receita da ConCessionária.

Parágrafo único. Os valores previstos no Contrato e seus anexos serão reajustados com

base no IGP-M/FGV, em outro índice oficial que o substitua ou, na

ausência desses, em outro índice indicado pelo ConCedente.

Cláusula 46. Caso a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato

exija investimentos ou serviços que envolvam a realização de obras, sua

efetivação depende de autorização prévia do ConCedente, a ser solicitada

pela ConCessionária.

§ 1º A solicitação de autorização prévia deve conter, no mínimo, os

documentos necessários à demonstração do cabimento do pedido, o

projeto, a estimativa de custos e prazos de execução, plano de realização

do investimento que demonstre sua viabilidade técnica e ambiental, e os

custos para o desenvolvimento de um Projeto Básico e a obtenção das

demais licenças necessárias para o início da execução dos investimentos.

§ 2º Expedida a autorização prévia pelo ConCedente, a ConCessionará deverá

apresentar o Projeto BásiCo e, se necessário, obter o Licenciamento

Ambiental e as demais licenças necessárias para a execução dos

investimentos.

§ 3º O Projeto BásiCo a que se refere o parágrafo anterior conterá todos os

elementos necessários à precificação do investimento e às estimativas

do impacto da obra sobre os custos e as receitas da ConCessionária,

segundo as melhores práticas e critérios do mercado, de acordo com as

normas técnicas aplicáveis, bem como:

I. Orçamento analítico detalhado;

II. Cronogramas físico e físico-financeiro;

III. Caderno de encargos;

IV. Memorial descritivo; e

V. Plano de execução de obras e serviços.

§ 4º A autorização de execução do Projeto BásiCo pelo ConCedente não afasta a

possibilidade de sua alteração posterior para adequação aos requisitos

contratuais, legais e regulamentares.

§ 5º A ConCessionária submeterá ao ConCedente todas as alterações do Projeto

BásiCo, posteriores à sua autorização de execução inicial, para fins de

análise e nova autorização.

§ 6º O ConCedente estabelecerá valor de referência a ser considerado para

efeitos de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.

§ 7º Os investimentos realizados sem a obtenção de autorização prévia não

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Parque Nacional de São Joaquim

ensejarão recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, a menos

que o ConCedente expressamente permita à ConCessionária a execução de

investimento sem autorização prévia ou sem análise de Projeto BásiCo.

Cláusula 47. Caso o ConCedente solicite novos investimentos ou serviços não previstos

no Contrato, poderá requerer à ConCessionária, previamente ao processo

de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, a elaboração de

Projeto BásiCo.

Cláusula 48. Nos processos de reequilíbrio econômico-financeiro referentes a

investimentos, a ConCessionária deverá comprovar que o custo dos

projetos e estudos a serem considerados está baseado em valores de

mercado, podendo o ConCedente estabelecer valor limite diverso.

INTERVENÇÃO

Cláusula 49. O ConCedente poderá, sem prejuízo das penalidades cabíveis e das

responsabilidades incidentes, intervir na concessão para assegurar

a adequação dos serviços, bem como o cumprimento das normas

contratuais, regulamentares e legais pela ConCessionária.

§ 1º A intervenção far-se-á por decisão fundamentada do ConCedente, que

conterá a designação do interventor, o prazo, os objetivos e limites da

medida.

§ 2º O interventor decidirá pela manutenção ou não das obrigações

assumidas pela ConCessionária anteriormente à intervenção, tendo em

vista a necessidade de continuidade dos serviços objeto do Contrato.

Cláusula 50. Declarada a intervenção, o ConCedente deverá, no prazo de 30 (trinta)

dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas

determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o

direito de ampla defesa.

§ 1º Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos

legais e regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço

ser imediatamente devolvido à ConCessionária, sem prejuízo de seu direito

à indenização.

§ 2º O procedimento administrativo a que se refere o caput desta cláusula

deverá ser concluído em até 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de

considerar-se inválida a intervenção.

Cláusula 51. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração

do serviço será devolvida à ConCessionária, precedida de prestação de

contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a

sua gestão.

EXTINÇÃO DA CONCESSÃO

Cláusula 52. A ConCessão se extingue nas seguintes hipóteses:

I. Término do prazo do Contrato;

II. Encampação;

III. Caducidade;

IV. Rescisão;

V. Anulação;

VI. Falência ou extinção da ConCessionária.

§ 1º Na hipótese do inciso I do caput, pelo menos 2 (dois) anos antes da data do

término de vigência da concessão, a ConCessionária apresentará um Programa

de Desmobilização Operacional, devendo contribuir para que os serviços

previstos no Contrato e seus anexos não sejam interrompidos, observado o

direito de indenização conforme disposto no art. 36 da Lei nº 8.987/1995.

§ 2º Nos termos do art. 37 da Lei nº 8.987/1995, a encampação ocorrerá

quando o ConCedente, para atender ao interesse público e mediante lei

específica, retomar a concessão, assegurada indenização conforme

disposto no art. 36 do mesmo diploma legal, que será calculada a partir

da soma dos valores relativos a:

I. Saldo atualizado de qualquer financiamento assumido pela

ConCessionária para a realização dos investimentos previstos no

Projeto BásiCo;

II. Custo de desmobilização, incluindo todos os valores devidos a

empregados, fornecedores e outros credores.

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Parque Nacional de São Joaquim

§ 3º A caducidade será declarada na forma e nas situações previstas pelos

artigos 27 e 38 da Lei nº 8.987/1995, ou em outra disposição legal que a

suceder ou regular especificamente a matéria, estabelecendo-se:

I. O prazo de 20 (vinte) dias úteis, para a correção e o enquadramento

das falhas e irregularidades indicadas pelo ConCedente;

II. Como desconto à indenização prevista no art. 38, § 5º, da Lei nº

8.987/1995, além daqueles previstos neste mesmo dispositivo,

os valores recebidos pela ConCessionária a título de cobertura de

seguros relacionados à declaração de caducidade.

§ 4º O Contrato poderá ser rescindido por acordo entre as partes ou,

unilateralmente, pela ConCessionária, caso haja descumprimento do

Contrato pelo Concedente, neste caso mediante:

I. Ação judicial especialmente intentada para esse fim, não havendo

liberação das obrigações assumidas no Contrato antes do trânsito

em julgado da decisão, inclusive com relação à continuidade dos

serviços prestados; e

II. Indenização equivalente à que seria devida na hipótese de

encampação.

§ 5º A anulação do Contrato ocorrerá apenas nas hipóteses previstas em lei,

garantindo-se indenização equivalente à que seria devida:

I. Na hipótese de encampação, caso a ConCessionária não tenha dado

causa à anulação;

II. Na hipótese de caducidade, caso a ConCessionária tenha dado causa

à anulação.

§ 6º Na hipótese de falência ou extinção da ConCessionária, eventual

indenização a ela devida será equivalente àquela aplicável aos casos

de caducidade, não se partilhando eventual acervo líquido entre seus

acionistas antes do pagamento de todas as obrigações assumidas

perante o ConCedente e sem a emissão de terMo de Vistoria nos termos do

§ 3º da Cláusula 53.

§ 7º Na hipótese dos incisos I e II do caput, o ConCedente, antecipando-se

à extinção, procederá aos levantamentos e avaliações necessários

à determinação dos montantes da indenização que será devida à

ConCessionária.

Cláusula 53. No caso de extinção da concessão, o ConCedente poderá:

I. Assumir a prestação do serviço concedido, no local e no estado

em que se encontrar;

II. Ocupar e utilizar os locais, instalações, equipamentos, materiais

e recursos humanos empregados na execução do serviço,

necessários à sua continuidade;

III. Aplicar as penalidades cabíveis, principalmente pela reversão

de bens em desacordo com o disposto no edital de ConCorrênCia

ICMBio Nº [NÚMERO/ANO DO EDITAL] e seus anexos; e

IV. Reter e executar as garantias contratuais para recebimento de

multas administrativas e ressarcimento de prejuízos causados pela

ConCessionária.

§ 1º Revertem automaticamente ao ConCedente os equipamentos, instalações

e outros bens, direitos e privilégios vinculados às atividades previstas no

Contrato, observada a legislação vigente.

§ 2º A Concessionária deverá restituir ao ConCedente as áreas e espaços

concedidos, em perfeitas condições, apresentando o inventário dos bens

vinculados à concessão e seu estado de conservação, acompanhado de

laudo técnico emitido por profissional competente.

§ 3º Ao término da concessão, o ConCedente deverá vistoriar a área concedida,

lavrar terMo de Vistoria e levantar os eventuais saldos financeiros

remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações

financeiras realizadas, os quais devem ser devolvidos ao ConCedente, no

prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena de pedido de

imediata instauração de tomada de contas especial do responsável.

BENS REVERSÍVEIS

Cláusula 54. No termo final do Contrato, reverterão ao ConCedente todos os bens

vinculados à área concedida, desde que em condições adequadas

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Parque Nacional de São Joaquim

de conservação e funcionamento, para permitir a continuidade das

atividades pelo prazo mínimo de 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos

casos excepcionais em que tiverem vida útil menor.

§ 1º Os bens a serem revertidos ao ConCedente deverão estar livres e

desembaraçados de quaisquer ônus ou encargos.

§ 2º Os bens reversíveis não serão indenizados, salvo quando houver valor

residual.

§ 3º Será descontado do valor da eventual indenização as multas contratuais,

os danos causados pela ConCessionária e o valor recebido a título de

seguro relacionado às circunstâncias que deram ensejo à extinção da

concessão.

§ 4º A ConCessionária deve solicitar autorização do Concedente sempre que

pretender se desfazer de bens considerados reversíveis.

DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA

Cláusula 55. A ConCessionária deverá entregar ao ConCedente todos os projetos e a

documentação técnica relacionada ao Contrato.

Parágrafo único. A documentação técnica apresentada à ConCessionária é de propriedade

do ConCedente, deve ser mantida em sigilo, sendo vedada sua utilização

para outros fins que não os previstos no Contrato.

PROPRIEDADE INTELECTUAL

Cláusula 56. A ConCessionária cede ao ConCedente, gratuitamente, todos os projetos,

planos, plantas, documentos, sistemas e outros materiais corpóreos

ou não que se revelem necessários ao desempenho do Contrato

e que tenham sido especificamente adquiridos ou elaborados no

desenvolvimento de atividades relacionadas à concessão.

Cláusula 57. Os direitos de propriedade intelectual sobre os estudos e projetos

elaborados para os fins específicos das atividades integradas serão

transmitidos gratuitamente ao ConCedente ao final da ConCessão.

FORO

Cláusula 58. Fica eleito o foro da Justiça Federal, Seção Judiciária do Distrito Federal,

para dirimir as controvérsias relativas ao Contrato.

Assim, por estarem justas e contratadas, as partes celebram o Contrato em duas vias de igual

teor e forma, que serão destinadas a cada um dos signatários, tudo perante as testemunhas

abaixo.

Brasília/DF, [dia] de [mês] de [ano].

______________________________ ______________________________

ConCedente ConCessionária

Testemunhas:

Ass.: _______________________ Ass.: _______________________

Nome: _______________________ Nome: _______________________

R.G.: _______________________ R.G.: _______________________

CPF: _______________________ CPF: _______________________

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Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 17.1 Tabela de penalidades e procedimento para sua aplicação (anexo do Contrato de Concessão – Cláusula 6ª, item II).

TABELA DE PENALIDADES E PROCEDIMENTO PARA SUA APLICAÇÃO

1. Informações Iniciais

1.1. Este Anexo dispõe sobre o procedimento para aplicação da penalidade de multa no

âmbito do Contrato.

2. Procedimento para Aplicação da Penalidade de Multa

2.1. Sem prejuízo de regulamentação expedida pelo ICMBio, serão aplicadas multas em

decorrência de infrações praticadas pela ConCessionária às cláusulas do Contrato, de

acordo com o procedimento previsto neste Anexo.

2.2. Os valores das multas serão calculados com base em percentual do valor total do

contrato, reajustado pelos índices aplicáveis.

2.3. A definição do valor base da multa decorrente de conduta infracional não especificada

nas tabelas indicadas no item 3 será realizada mediante análise do caso concreto,

considerando, quando aplicáveis, os seguintes critérios:

2.3.1. As normas técnicas e de prestação de serviço;

2.3.2. Os serviços afetados;

2.3.3. O número de usuários atingidos pelo evento;

2.3.4. Os danos e os riscos resultantes da infração, para o serviço, para o meio ambiente

e para os usuários;

2.3.5. As vantagens, efetivas ou potenciais, auferidas pela ConCessionária em virtude da

infração praticada.

2.4. A definição dos valores base de multas aplicáveis decorrentes de conduta infracional

não especificada será o resultado do cruzamento dos critérios descritos nos itens 2.3.4 e

2.3.5, devendo ser utilizada, para tanto, a Tabela J – Matriz de Ponderação da Penalidade

de Multa.

2.5. Os valores base de multas indicados a partir das tabelas poderão sofrer decréscimos ou

acréscimos em razão da constatação de circunstâncias atenuantes ou agravantes, nas

proporções designadas abaixo, até o limite de 50 % (cinquenta por cento).

2.5.1. São consideradas circunstâncias atenuantes:

2.5.1.1. O reconhecimento, no prazo para apresentação da defesa, do

descumprimento da obrigação contratual objeto da apuração,

devendo reduzir em 20 % (vinte por cento) o valor de referência

estabelecido para a multa;

2.5.1.2. O concurso de agentes externos para o descumprimento, que tenha

influência no resultado produzido, devendo reduzir em 15 % (quinze

por cento) o valor de referência estabelecido para a multa;

2.5.1.3 A execução de medidas espontâneas da ConCessionária para a cessação

da infração e a recomposição das condições dos ofendidos, no prazo

para apresentação da defesa, devendo reduzir em 20 % (vinte por

cento) o valor de referência estabelecido para a multa.

2.5.2. São consideradas circunstâncias agravantes:

2.5.2.1. Ter a infração sido cometida mediante fraude ou má-fé, devendo

aumentar em 20 % (vinte por cento) o valor de referência estabelecido

para a multa;

2.5.2.2. Não adotar medidas mitigadoras dos danos no prazo e nos termos

recomendados pelo ICMBio, devendo aumentar em 20 % (vinte por

cento) o valor de referência estabelecido para a multa;

2.5.2.3. Praticar infração para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a

impunidade ou a vantagem de outra infração, devendo aumentar em

30 % (trinta por cento) o valor de referência estabelecido para a multa;

e

2.5.2.4. A reincidência específica da Concessionária no cometimento da

infração nos últimos 03 (três) anos, devendo aumentar em 15 % (quinze

por cento) o valor de referência estabelecido para a multa.

2.6. As multas aplicáveis às infrações continuadas incidirão da data de cessação do

cumprimento da obrigação até a data em que esta seja retomada, ou da data de decurso

do prazo fixado, contratualmente ou por determinação do ICMBio, até a data em que

seja verificado o adimplemento da obrigação ou atendimento da determinação, sem

necessidade de nova intimação para tanto.

2.6.1. Para efeito de cessação do cômputo da multa aplicável às infrações continuadas,

caberá ao interessado comunicar ao ICMBio a retomada do cumprimento da

obrigação contratual ou o atendimento da determinação fixada, apresentando

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Parque Nacional de São Joaquim

provas inequívocas dos fatos alegados, mediante o encaminhamento de

relatórios que contenham laudos, inclusive fotográficos, se necessário, ou por

outros meios que se façam imprescindíveis à comprovação das informações

apresentadas.

2.7. Para a aplicação de multas que compõem as Tabelas de Referência, será considerado o

seguinte referencial de percentuais para sanções:

GRAU CORRESPONDÊNCIA

01 Até 0,2 % sobre o valor do contrato

02 Até 0,6 % sobre o valor do contrato

03 Até 1,5 % sobre o valor do contrato

04 Até 2,7 % sobre o valor do contrato

05 Até 3,5 % sobre o valor do contrato

06 Até 5,0 % sobre o valor do contrato

2.8. As multas com incidência diária serão aplicadas a partir do dia seguinte ao do prazo

fixado em contrato ou ao da notificação emitida pelo CONCEDENTE, e não poderão

exceder 15 (quinze) dias de incidência, sob pena de caracterização de inexecução

parcial do contrato.

3. Tabelas de Referência

Infrações relativas aos deveres gerais

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

A-01 Utilizar a área concedida para finalidades diversas das previstas em contrato ou autorizadas expressamente pelo concedente

5 3,5 % Por evento

A-02 Obstar o acesso do concedente à área concedida, aos dados relativos à administração, à contabilidade e aos recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária, assim como às obras, aos equipamentos e às instalações relacionadas à concessão

3 1,5 % Por evento

A-03 Deixar de cumprir qualquer uma das cláusulas contratuais ou disposições do Edital e seus anexos, não previstos neste Anexo

1 0,2 % Por evento

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

A-04 Deixar de manter, durante a execução do Contrato, naquilo que for aplicável, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação

1 0,2 % Por evento

A-05 Deixar de manter em dia o inventário e o registro dos bens relacionados às atividades previstas no Contrato ou deixar de disponibilizá-los ao concedente

1 0,2 % Por evento

A-06 Deixar de designar um responsável pela execução do contrato, com poderes de representante ou preposto para tratar com o concedente

1 0,2 % Por evento

A-07 Deixar de comunicar, imediatamente e por escrito, a substituição ou eventual impedimento do representante ou preposto

1 0,2 % Por evento

A-08 Utilizar o nome do concedente para a aquisição de bens, contratação de serviços e emissão de notas ou cupons fiscais

3 1,5 % Por evento

A-09 Deixar de adotar em qualquer identificação visual relacionada à operação da concessão a logomarca do Parque Nacional de São Joaquim e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

1 0,2 % Por evento

A-10 Deixar de aderir às campanhas educativas, informativas, operacionais e outras, em consonância e de acordo com as diretrizes do ICMBio

1 0,2 % Por evento

Infrações relativas à Prestação de Serviços ao Público

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

B-01 Deixar de atender e fazer atender de forma adequada o público em geral e, em particular, os visitantes, inclusive com a manutenção de meios de atendimento físico e eletrônico

1 0,2 % Por evento

B-02 Deixar de informar previamente os visitantes sobre o cronograma das obras a serem realizadas no Parque Nacional de São Joaquim

1 0,2 % Por evento

B-03 Deixar de disponibilizar e manter atualizadas, de forma acessível, em seu sítio eletrônico, para livre acesso e consulta pelo público, as tabelas de preços vigentes, a política tarifária e outras informações relevantes

1 0,2 % Por evento

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Parque Nacional de São Joaquim

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

B-04 Deixar de manter, em local visível e acessível ao público, livro para registro de sugestões e reclamações

1 0,2 % Por evento

B-05 Deixar de fornecer, por meio de documento com apresentação didática, informações sobre os procedimentos e as condições da operação, os aspectos de segurança das atividades e as recomendações para o conforto e bem-estar dos visitantes

1 0,2 % Por evento

B-06 Deixar de dispor de profissionais que falem inglês e espanhol para o atendimento de visitantes estrangeiros

1 0,2 % Por evento

B-07 Deixar de dispor de profissionais capacitados para interpretar e fornecer informações didáticas sobre as características ambientais da área, especialmente no que se refere à fauna e à flora

1 0,2 % Por evento

B-08 Deixar de assegurar que os produtos disponibilizados para venda estejam em condições adequadas e seguras de utilização

1 0,2 % Por evento

B-09 Deixar de melhorar e expandir o serviço, nos limites da área concedida, mediante autorização do Concedente e desde que não implique relevante impacto ambiental

1 0,2 % Por evento

B-10 Deixar de realizar a operação do Centro de Visitantes diariamente, inclusive durante finais de semana e feriados

1 0,2 % Por evento

B-11 Deixar de possuir sistema de cobrança pelos serviços descritos no projeto básico e no contrato, que aceite dinheiro, cartões de crédito e de débito de pelo menos duas bandeiras, bem como o recebimento de valores em dinheiro

3 1,5 % Diária

Infrações relativas às atividades operacionais

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

C-01 Deixar de manter o sistema operacional, os equipamentos e os bens necessários à execução do Contrato em perfeito estado de funcionamento, conservação e segurança, efetuando manutenção preventiva e corretiva e arquivando os documentos a eles relativos

3 1,5 % Por evento

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

C-02 Deixar de promover a modernização, substituição, aperfeiçoamento e ampliação da tecnologia, do equipamento e das instalações

1 0,2 % Por evento

C-03 Deixar de compatibilizar seus equipamentos e instalações ao Programa de Conservação de Energia conforme a IN 01/2010 SLTI/MPOG, e, durante a fase de instalação, deixar de respeitar as normas estabelecido pela Concedente

1 0,2 % Por evento

C-04 Deixar de elaborar Plano de Gestão de Segurança das atividades e serviços que serão realizados, observando as determinações do Concedente

1 0,2 % Por evento

C-05 Deixar de arcar com todas as despesas relativas a serviços que utilizar, tais como: água, esgoto, fossa, energia elétrica, telefone, gás, coleta de lixo e outras

4 2,7 % Por evento

C-06 Deixar de manter a segurança patrimonial e vigilância 24 horas nos espaços internos e externos da área concessionada, bem como deixar de instalar alarme e postos de vigilância diurno e noturno conforme a IN nº 02/2008, alterada pela IN nº 03/2009 da SLTIMPOG

4 2,7 % Por evento

C-07 Comercializar vestimentas semelhantes ao uniforme utilizado pelos seus empregados

4 2,7 % Por evento

C-08 Deixar de instalar sistema de comunicação eficiente, passível de ser compartilhado com o concedente, via rádio ou outro meio, que permita o acompanhamento, em tempo real, de todos os serviços prestados

2 0,6 % Diária

C-09 Deixar de manter a área concessionada permanentemente dotada de equipamentos adequados à prevenção e extinção de incêndio

2 0,6 % Diária

C-10 Deixar de realizar a manutenção e a limpeza da área concessionada, área verde, instalações elétricas, hidráulicas, trilhas, mirantes, sinalização entre outros, mantendo adequadas condições de salubridade e higiene

3 1,5 % Por evento

C-11 Deixar de manter com registro específico e em local adequado para armazenamento, os produtos poluentes e nocivos à saúde

1 0,2 % Diária

C-12 Deixar de elaborar plano de prevenção de acidentes e emergências nas áreas em que são prestados os serviços, submetendo-o à aprovação do concedente

2 0,6 % Diária

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Parque Nacional de São Joaquim

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

C-13 Deixar de desenvolver atividades de apoio, proteção e aperfeiçoamento da dinâmica turística do Parque Nacional de São Joaquim e de seu entorno, mantendo uma modelagem de gestão que viabilize o protagonismo da sociedade civil localizada no Parque Nacional de São Joaquim e no seu entorno

1 0,2 % Diária

C-14 Deixar de apoiar e acatar as decisões do Conselho Consultivo do Parque Nacional de São Joaquim

3 1,5 % Por evento

C-15 Deixar de se responsabilizar pelo transporte e segurança dos valores auferidos no âmbito da concessão

3 1,5 % Por evento

C-16 Deixar de elaborar e executar planejamento que, em conformidade com as determinações do Concedente, o disposto no Projeto Básico, nas regras da ABNT e nas normas e diretrizes federais, estaduais e municipais pertinentes, contemple medidas de redução, separação, coleta seletiva, e reciclagem de resíduos

2 0,6 % Diária

C-17 Deixar de destinar os resíduos de maneira adequada, fora do perímetro do Parque Nacional de São Joaquim, observado o disposto no Projeto Básico

2 0,6 % Diária

C-18 Deixar de instalar lixeiras laváveis, vedadas para evitar o acesso de animais e contendo sacos de lixo em locais apropriados para a coleta do lixo, especialmente nas proximidades dos atrativos turísticos

2 0,6 % Diária

C-19 Deixar de esvaziar e limpar diariamente as lixeiras, dando correta destinação e apropriado acondicionamento aos resíduos, de acordo com sua natureza

2 0,6 % Diária

C-20 Deixar de implementar plano de marketing regional, nacional e internacional, que contemple as diretrizes para ações de mercado previstas no projeto básico

1 0,2 % Por evento

C-21 Deixar de realizar o treinamento de funcionários para atendimentos emergenciais, com equipe capaz de atuar em procedimentos de primeiros socorros, bem como não prever kits de primeiros socorros que possibilitem atendimentos emergenciais, localizados no Centro de Visitantes e na Portaria do Morro da Igreja

2 0,6 % Diária

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

C-22 Deixar de analisar a possibilidade de criar postos de primeiros socorros, bem como de estabelecer parcerias com hospitais da região para situações emergenciais

2 0,6 % Diária

C-23 Deixar de observar o limite de visitantes do Parque Nacional de São Joaquim, calculado e disponibilizado pelo concedente

4 2,7 % Por evento

C-24 Deixar de fomentar redes colaborativas de turismo, valorizando a integração da região turística da Serra Catarinense e da região turística Encantos do Sul

1 0,2 % Por evento

C-25 Deixar de observar e cumprir as orientações do Manual de Sinalização – Unidades de Conservação Federais do Brasil, editado pelo ICMBio, na sinalização visual da área concedida

2 0,6 % Diária

Infrações relativas às informações

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

D-01 Deixar de comunicar o concedente, por escrito, quando verificar quaisquer condições inadequadas de execução dos serviços ou a iminência de fatos que possam prejudicar a perfeita execução do contrato

2 0,6 % Por evento

D-02 Deixar de informar, imediatamente, acontecimentos e situações que ensejem a necessidade de interromper ou alterar o funcionamento das atividades previstas no contrato e seus anexos

2 0,6 % Por evento

D-03 Deixar de manter o Poder Concedente informado sobre toda e qualquer irregularidade observada em função das obrigações contratuais assumidas

2 0,6 % Por evento

D-04 Deixar de informar o Poder Concedente, imediatamente, quando citada ou intimada de qualquer ação judicial ou procedimento administrativo que possa resultar em responsabilidade do Concedente, bem como deixar de envidar os melhores esforços na defesa dos interesses comuns, praticando todos os atos processuais cabíveis

2 0,6 % Por evento

D-05 Deixar de elaborar e enviar ao Concedente, quando exigido, relatório das obras a serem executadas, registrando, detalhadamente, os trabalhos realizados e outras ocorrências de interesse

2 0,6 % Por evento

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Parque Nacional de São Joaquim

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

D-06 Deixar de manter contabilidade segregada relativa à concessão e às atividades previstas no contrato, com detalhamento de receitas, custos e resultados líquidos, garantindo amplo e irrestrito acesso ao concedente

1 0,2 % Por evento

D-07 Deixar de apresentar ao Poder Concedente, em até 45 (quarenta e cinco) dias após o encerramento de cada semestre, os balancetes mensais analíticos relativos à Concessão, incluídos os demonstrativos e balanços patrimoniais

1 0,2 % Diária

D-08 Deixar de Apresentar ao Poder Concedente, até o dia 15 (quinze) de maio de cada ano, os demonstrativos contábeis do exercício anterior em sua forma completa, contendo Balanço Patrimonial (BP), Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), Demonstração de Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL), Balancete de encerramento do exercício com os ajustes realizados e respectivos saldos, bem como, quando houver, pareceres de auditores independentes

1 0,2 % Diária

D-09 Deixar de apresentar até o quinto dia útil de cada mês, relatórios gerenciais completos contendo informações relativas à venda de ingressos e receitas adicionais, dias de pico, número de visitantes, número de isenções e, cortesias concedidas, valor faturado e despesas referentes ao mês anterior e ao acumulado no exercício

1 0,2 % Diária

D-10 Deixar de dispor de banco de dados atualizado, em base eletrônica, apto a gerar relatório contendo as informações da Concessão, e deixar de assegurar ao Poder Concedente acesso ininterrupto, irrestrito e imediato ao referido banco

3 1,5 % Por evento

D-11 Deixar de informar ao Poder Concedente, de imediato, qualquer alteração ocorrida em seu Contrato Social ou Estatuto Social, relativa a incorporação, fusão, cisão ou transferência de cotas, sem prejuízo de serem revisadas as condições contratuais

1 0,2 % Por evento

Infrações relativas ao Controle de Qualidade

REF. DESCRIÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

E-01 Deixar de aplicar questionário de satisfação dos visitantes, nos termos do disposto no Contrato e no Projeto Básico, sistematizando e avaliando as informações contidas e exercendo controle qualitativo e quantitativo das reclamações, queixas, denúncias e sugestões

2 0,6 % Por evento

E-02 Deixar de apresentar relatórios anuais sobre: índice de reclamações no PROCON; sinistros e acidentes envolvendo visitantes, funcionários e danos ao patrimônio material da concessionária e do Parque Nacional de São Joaquim; os resultados das visitas da Vigilância Sanitária e outros órgãos oficiais correlatos; reclamações e queixas de usuários apresentadas ao serviço de ouvidoria

2 0,6 % Por evento

E-03 Deixar de contratar e remunerar empresa especializada para a realização de auditorias independentes, quando o Concedente julgar necessário, cabendo a este o direito de veto em relação à empresa indicada

3 1,5 % Por evento

Infrações relativas à Implementação de Projetos

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

F-01 Executar projetos de construção, reforma, planos e programas relativos à área concedida sem prévia aprovação do concedente

3 1,5 % Por evento

F-02 Deixar de coordenar a execução das obras de comum acordo com o Concedente, não evitando interrupções ou paralisações na realização das atividades

2 0,6 % Por evento

F-03 Deixar de observar as leis e normas concernentes à acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências com mobilidade reduzida, no que couber e no que for compatível com as atividades desenvolvidas

2 0,6 % Por evento

F-04 Deixar de manter, para todas as atividades relacionadas à execução de serviços de engenharia e arquitetura, a regularidade perante seus respectivos conselhos profissionais, inclusive para os terceiros contratados

1 0,2 % Por evento

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Parque Nacional de São Joaquim

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

F-05 Deixar de providenciar todas as licenças necessárias para a execução das obras e realização das atividades previstas, bem como as medidas compensatórias e exigências solicitadas pelos órgãos competentes

5 3,5 % Por evento

F-06 Apresentar o anteprojeto, contendo o planejamento inicial da execução das obras em até 3 (três) meses após a assinatura do contrato

2 0,6 % Diária

F-07 Deixar de respeitar as diretrizes e procedimentos das Normas Técnicas Brasileiras

1 0,2 % Por evento

F-08 Deixar de compatibilizar os projetos para a identificação e minimização das interferências entre os projetos na fase de execução

1 0,2 % Por evento

F-09 Deixar de adotar medidas de sustentabilidade nas edificações, observando o conceito arquitetônico recomendado pelo ICMBio

2 0,6 % Por evento

F-10 Deixar de apresentar relatórios bimensais do andamento das obras juntamente com seu cronograma

2 0,6 % Por evento

F-11 Deixar de apresentar os projetos de adequação, reforma, e operação do Centro de Visitantesem até 6 (seis) meses após assinatura do contrato

2 0,6 % Diária

F-12 Deixar de apresentar os projetos e estudos das áreas de embarque e desembarque em até 6 (seis) meses após a assinatura do contrato

2 0,6 % Diária

F-13 Deixar de apresentar o projeto para implantação do transporte interno em até 6 (seis) meses após assinatura do contrato

2 0,6 % Diária

F-14 Deixar de submeter à aprovação do concedente a exploração de novos atrativos e atividades para a obtenção de receitas adicionais;

4 2,7 % Por evento

F-15 Deixar de implantar e inaugurar o Centro de Visitantes em no máximo 1 (um) ano após a aprovação dos projetos pelo CONCEDENTE

3 1,5 % Diária

F-16 Deixar de implantar e iniciar a operação do sistema de transporte único e dos demais serviços previstos no CONTRATO juntamente com a inauguração do Centro de Visitantes

2 0,6 % Diária

Infrações relativas à Contratação de Seguro

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

H-01 Deixar de contratar e manter em vigor, durante todo o prazo da Concessão, apólices de seguro, com vigência mínima de 12 (doze) meses ou não observar qualquer disposição relativa à contratação de seguros prevista em contrato

4 2,7 % Por evento

Infrações relativas à prestação de Garantia

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

H-02 Deixar de prestar garantia ou não observar qualquer disposição relativa a essa obrigação prevista em contrato

4 2,7 % Por evento

Infrações relativas aos Recursos Humanos

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

I-01 Deixar de capacitar e treinar periodicamente a equipe a ser contratada, inclusive quanto às regras de funcionamento e conhecimentos gerais sobre o Parque Nacional de São Joaquim

2 0,6 % Por evento

I-02 Deixar de fornecer aos empregados uniforme contendo identificação pessoal e da CONCESSIONÁRIA, cujo modelo deverá ser previamente aprovado pelo CONCEDENTE e cujo custo não poderá ser repassado aos empregados

1 0,2 % Por evento

I-03 Deixar de fornecer aos prestadores de serviço temporários crachás com identificação pessoal e da empresa prestadora de serviço;

1 0,2 % Por evento

I-04 Deixar de registrar o exercício das funções profissionais pelo empregado em sua carteira de trabalho

1 0,2 % Por evento

I-05 Não observar os percentuais de mão de obra que devem ser compostos por indivíduos oriundos ou egressos do sistema prisional, beneficiários da Previdência Social reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas

2 0,6 % Por evento

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Parque Nacional de São Joaquim

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

I-06 Deixar de ajustar o quantitativo de empregados em caso de ampliação do horário de funcionamento ou aumento na demanda, conforme orientações do concedente

2 0,6 % Por evento

I-07 Deixar de atender às normas de segurança e medicina do trabalho

2 0,6 % Por evento

I-08 Deixar de fornecer aos empregados e demais contratados EPI e seus complementos, exigindo sua utilização

2 0,6 % Por evento

I-09 Deixar de efetuar imediata reposição de pessoal em caso de ausência

2 0,6 % Por evento

I-10 Deixar de se responsabilizar por todas as despesas relacionadas com seus empregados e demais contratados, tais como salários, encargos trabalhistas, sociais, fiscais, comerciais, previdenciários e de classe, seguros de acidentes, taxas, impostos e contribuições, indenizações, vale refeição, vale transporte e outras exigências legais, inclusive com relação às obrigações estabelecidas na legislação específica de acidentes de trabalho quando forem vítimas seus empregados, no desempenho dos serviços previstos no contrato ou com eles conexos, ainda que ocorridos nas dependências do concedente

3 1,5 % Por evento

I-11 Deixar de empregar, preferencialmente, moradores do entorno imediato do Parque Nacional de São Joaquim

2 0,6 % Por evento

I-12 Deixar de substituir imediatamente o empregado cuja atuação ou comportamento sejam julgados pelo Poder Concedente como prejudiciais, inconvenientes ou insatisfatórios

2 0,6 % Por evento

I-13 Deixar de atentar permanentemente quanto à higiene pessoal dos funcionários

2 0,6 % Por evento

I-14 Utilizar menor de dezoito anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre ou menor de dezesseis anos em qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos

5 3,5 % Por evento

I-15 Deixar de fazer com que seus empregados e demais contratados observem rigorosamente as determinações do concedente, as cláusulas do contrato e a legislação vigente, respondendo por eventuais desvios

1 0,2 % Por evento

Infrações relativas ao Serviço de Bilhetagem

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

J-01 Deixar de efetuar a implantação e administração do controle de acesso de visitantes ao Morro da Igreja e seus atrativos, incluindo a venda de ingressos

3 1,5 % Diária

J-02 Deixar de implantar e operar plataforma digital para venda de ingresso e de atrativos, conforme estabelecido no projeto básico

2 0,6 % Diária

J-03 Deixar de implantar e operar guichê̂ físico para a venda de ingresso para visitantes que não o tenham adquirido, de forma antecipada, em plataforma digital

2 0,6 % Diária

J-04 Deixar de operar de modo que o tempo máximo de espera pelo visitante para a aquisição dos ingressos no Parque Nacional de São Joaquim seja de 20 (vinte) minutos

1 0,2 % Por evento

J-05 Deixar de destinar o mínimo de 20% do volume total diário de ingressos para venda no Centro de Visitantes, visando garantir a visitação ao Morro da Igreja por visitantes que não tiveram a possibilidade de acesso à plataforma digital

1 0,2 % Por evento

J-06 Deixar de limitar a venda de ingressos conforme Número Balizador de Visitantes estabelecido pelo concedente

3 1,5 % Por evento

J-07 Deixar de fornecer acesso ao concedente, em tempo real, ao sistema de controle de venda de ingressos e de acesso de visitantes

1 0,2 % Diária

J-08 Deixar de fornecer, mediante pedido expresso e antecipado do concedente, até 0,5% de isenções e cortesias

1 0,2 % Por evento

J-09 Deixar de respeitar os percentuais de isenção e desconto no valor dos ingressos estabelecidos pela legislação em vigor

2 0,6 % Por evento

J-10 Não contemplar, nos ingressos, o acesso ao Morro da Igreja com o uso de transporte único e o acesso a Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas, sem o serviço de transporte único, desde que acompanhado de condutor credenciado pelo concedente

2 0,6 % Diária

J-11 Cobrar do usuário valores de ingressos superiores ao estabelecido pelo concedente

3 1,5 % Por evento

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Parque Nacional de São Joaquim

Infrações relativas aos Serviços do Centro de Visitantes

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

K-01 Deixar de oferecer serviço de alimentação no local, por meio de lanchonete e café, na forma estabelecia no projeto básico, vedada a comercialização de bebidas alcoólicas, artigos de tabacaria, bilhetes lotéricos, medicamentos ou substâncias que causem dependência física ou psíquica, chicletes e bebidas em embalagens de vidro não retornável

3 1,5 % Diária

K-02 Deixar de oferecer serviço de venda de objetos temáticos relacionados ao Parque Nacional de São Joaquim, às atividades de ecoturismo e à defesa do meio ambiente, que não comprometam as condições ambientais do parque, respeitadas as demais vedações estabelecidas no projeto básico

1 0,2 % Diária

K-03 Deixar de oferecer exposição interativa e interpretativa de temas e elementos específicos do Parque Nacional de São Joaquim ou referentes ao meio ambiente em geral

2 0,6 % Diária

K-04 Deixar de oferecer serviço de informações, prestando pronto atendimento, com a utilização, se possível, de tablets, panfletos e mapas

2 0,6 % Diária

K-05 Deixar de oferecer sala de turismo, para atendimento de grupos e excursões de visitantes, voltados especialmente para instruções de uso e de segurança para a realização de atividades no Parque Nacional de São Joaquim

1 0,2 % Diária

K-06 Deixar de oferecer serviço de ouvidoria, contemplando sistema presencial, por escrito e online, mediante protocolo numérico que permita controle quantitativo, para o recebimento de reclamações, queixas, denúncias e sugestões, garantindo, quando solicitado, o anonimato

2 0,6 % Diária

Infrações relativas ao Aplicativo Mobile

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

L-01 Deixar de implantar e operar plataforma digital, tipo software de aplicativo mobile, adaptado para uso em sistema operacional Android e iOS, contendo informações e dispositivos de interatividade com o concedente

3 1,5 % Diária

L-02 Deixar de desenvolver interface de fácil uso, com menus baseados em símbolos universais

1 0,2 % Diária

L-03 Deixar de incluir, no aplicativo mobile, as funcionalidades previstas no contrato e no projeto básico

2 0,6 % Diária

Infrações relativas ao Transporte Único (Infrações tipificadas de forma não específica)

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

M-01 Deixar de implantar e administrar diretamente ou por meio de operador subcontratado, de serviço de transporte único, envolvendo o acesso de visitantes ao Parque Nacional de São Joaquim e, no seu interior, entre outros, ao Mirante Natural da Pedra Furada

3 1,5 % Diária

M-02 Deixar de garantir que os veículos utilizados no transporte de visitantes sejam novos e obedeçam aos padrões das legislações estabelecidos para emissão de poluentes e ruídos

2 0,6 % Diária

M-03 Deixar de proporcionar transporte confortável, seguro e limpo;

1 0,2 % Por evento

M-04 Deixar de garantir, quando em operação, que os veículos apresentem caracterização externa contando com a Logomarca do ICMBio e do Parque Nacional de São Joaquim em maior destaque frente à marca da concessionária

2 0,6 % Por evento

M-05 Deixar de se responsabilizar pelo treinamento e capacitação dos motoristas e funcionários

2 0,6 % Diária

M-06 Deixar de contratar seguro dos automóveis 2 0,6 % Diária

M-07 Deixar de contratar seguro de vida para os passageiros

2 0,6 % Por evento

M-08 Deixar de repor a frota, em caso de panes e danos nos veículos, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas

1 0,2 % Diária

M-09 Deixar de substituir os veículos quando estes completarem 5 (cinco) anos de uso, contados desde o início da sua utilização

1 0,2 % Diária

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Parque Nacional de São Joaquim

REF. INFRAÇÃO GRAU VALORES INCIDÊNCIA

M-10 Deixar de certificar-se que nenhum visitante permaneça nos atrativos após o horário de funcionamento do Parque Nacional de São Joaquim

1 0,2 % Por evento

M-11 Deixar de observar, no que se refere aos veículos utilizados e à prestação do serviço de transporte, as normas estabelecidas pelo concedente e a legislação que regula o transporte terrestre

2 0,6 % Por evento

M-12 Deixar de disponibilizar veículos compatíveis com o acesso de pessoas com dificuldade de locomoção e cadeirantes

3 1,5 % Diária

M-13 Deixar de oferecer o serviço de transporte único todos os dias da semana, durante o horário de abertura para visitação do Parque Nacional de São Joaquim, observado o limite máximo de visitas diárias estabelecido pelo concedente

2 0,6 % Por evento

Matriz de Ponderação da Penalidade de Multa (Infrações tipificadas de forma não específica)

VA

NTA

GEN

S

DANO

Muito Baixos Baixos Moderados Altos Muito

altos Extremos

Muito Baixas 0,2 % 0,2 % 0,6 % 0,6 % 1,5 % 5 %

Baixas 0,2 % 0,6 % 0,6 % 1,5 % 1,5 % 5 %

Moderadas 0,6 % 0,6 % 1,5 % 1,5 % 2,7 % 5 %

Altas 1,5 % 1,5 % 1,5 % 3,5 % 5 % 5 %

Muito Altas 1,5 % 2,7 % 2,7 % 5 % 5 % 5 %

Extremas 2,7 % 2,7 % 3,5 % 5 % 5 % 5 %

4. Disposições Finais

4.1. Na hipótese em que a ConCessionária der causa à caducidade da concessão, sem prejuízo

de sua responsabilidade civil, administrativa e criminal, será aplicada multa equivalente

a 25 % (vinte e cinco por cento) do valor total do Contrato.

4.2. A falta de pagamento da multa no prazo estipulado importará na incidência da correção

monetária prevista em contrato e de juros de mora correspondentes à variação pro rata die

da taxa SELIC, bem como a possibilidade de utilização da Garantia de Execução do Contrato.

Anexo 17.2 Matriz de risco (anexo do Contrato de Concessão – Cláusula 6ª, item II).

Informações Iniciais

Descrição dos itens que compõem os quadros da matriz de risco

Risco O risco é a possibilidade de ocorrência de um evento desfavorável, imprevisto ou de difícil previsão, que onera demasiadamente os encargos contratuais de uma ou de ambas as partes.

Definição Especificação detalhada dos possíveis riscos associados ao contrato de concessão.

Alocação Os riscos devem ser suportados pela parte que tem as melhores condições para avaliar, controlar e gerenciar, ou a parte com melhor acesso a instrumentos de cobertura, maior capacidade para diversificar, ou o menor custo para suportá-los. Os riscos podem ser alocados para o ente: Público; ou Privado.

Impacto Informa, caso o evento ocorra, o nível de impacto que acarretará no contrato de concessão. Podem ser classificados em: Alto; Médio; ou Baixo.

Probabilidade Tem por função indicar a frequência que os eventos podem ocorrer. Podem ser classificados em: Frequente; Provável; Ocasional; Remota; ou Improvável.

Mitigação Medidas, procedimentos ou mecanismos para minimizar o impacto causado na relação contratual, caso o risco se concretize.

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Parque Nacional de São Joaquim

Risco dos Projetos de Engenharia

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Aderência às especificações do ICMBio Dificuldade de incluir no projeto especificações básicas do ICMBio.

Privado Alto Remota • Obrigação do Privado em mudar o projeto.

Cronograma para elaboração dos projetos Dificuldade de atendimento ao cronograma inicial de elaboração dos projetos, gerando custos adicionais.

Privado Médio Remota • Concessionária propõe e se compromete com um cronograma detalhado do projeto.

• Prestação de garantia de execução contratual previsto no edital/contrato.

Mudanças a pedido do Concessionária Mudanças de projeto por solicitação da concessionária. Privado Médio Ocasional • Definição do procedimento e das condições mínimas para a revisão e aprovação do projeto.

Mudanças a pedido de outras entidades públicas

Mudanças dos projetos por solicitação ou requisição de entidades públicas, salvo se tais mudanças decorrerem da não-conformidade dos projetos com a legislação em vigor ou com as informações contidas no Projeto Básico.

Público Médio Improvável • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Risco de Construção

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Estimativas de custos incorretas Erro de estimativa dos custos da obra. Privado Médio Ocasional • Revisão dos investimentos e custos destinados à obra.

Estimativas de tempo de obra incorretas Erro de estimativa do tempo de execução dos investimentos.

Privado Médio Ocasional • Revisão do cronograma da obra.

Problemas geológicos existentes Fundações diferentes daquelas previstas pela concessionária gerando novos investimentos não previstos.

Privado Médio Ocasional • Revisão dos investimentos e custos destinados à obra.

Roubos ou furtos no local da obra Prejuízos gerados por falha na segurança ou segurança inadequada no canteiro de obras, gerando custos adicionais.

Privado Baixo Remota • Concessionária contrata plano de seguros.

Segurança dos trabalhadores contratados pela concessionária

Prejuízos causados por segurança inadequada no canteiro de obras.

Privado Baixo Remota • Concessionária contrata plano de seguros.

Reclamações de terceiros Prejuízos a terceiros, causados direta ou indiretamente pela concessionária ou por qualquer outra pessoa física ou jurídica a ela vinculada, em decorrência de obras ou da prestação dos serviços.

Privado Baixo Ocasional • Concessionária contrata plano de seguros.

Eventos não seguráveis caracterizados como Força Maior ou Caso Fortuito

Eventos não seguráveis, caracterizados como Força Maior ou Caso Fortuito, que prejudiquem a continuidade das obras ou sua conclusão, exceto quando a sua cobertura possa ser contratada junto a instituições seguradoras, no mercado brasileiro, na data da ocorrência ou quando houver apólices vigente que cubram o evento.

Público Alto Remota • Revisão do cronograma da obra e/ou recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

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Parque Nacional de São Joaquim

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Eventos seguráveis caracterizados como Força Maior ou Caso Fortuito

Eventos seguráveis, caracterizados como Caso Fortuito e Força Maior, que prejudiquem a continuidade das obras ou sua conclusão.

Privado Alto Remota • Concessionária contrata plano de Seguros (Riscos de Engenharia).

Mudança de legislação ou regulamentação Mudanças de legislação ou regulamentação que causem aumento dos custos da obra.

Público Alto / Médio / Baixo

Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Mudanças tributárias Mudança na legislação tributária que aumente custos da obra, exceto mudanças nos Impostos sobre a Renda.

Público Alto / Médio / Baixo

Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Gerenciamento de projeto inadequado Custos associados à gestão inadequada de empresas subcontratadas.

Privado Médio Remota • Concessionária contrata empresa construtora, com previsão de multas contratuais.

Prejuízos causados por subcontratados Custos gerados por performance inadequada de um subcontratado.

Privado Baixo Remota • Concessionária contrata empresa construtora, com previsão de multas contratuais.

Protestos públicos Manifestações sociais e/ou públicas que afetem a execução das obras por:

• até 15 (quinze) dias, sucessivos ou não, em um período de 12 meses a partir da emissão da ordem de serviço para início da operação, desde que não seja objeto de seguros oferecidos no Brasil; ou

• até 90 (noventa) dias a cada 12 meses da data de emissão da ordem de serviço para início da operação, desde que seja objeto de seguros oferecidos no Brasil.

Privado Médio Improvável • Plano de Seguros (Riscos de Civis).

Atrasos na obtenção de licenças ambientais Atrasos nas obras decorrentes da demora na obtenção de licenças ambientais quando os prazos de análise do órgão ambiental responsável pela emissão das licenças ultrapassarem as previsões legais, exceto se decorrente de fato imputável à Concessionária.

Público Alto Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

• Revisão do cronograma da obra.

Atrasos na obtenção de licenças, autorizações e permissões

Atrasos decorrentes da não obtenção de autorizações, licenças e permissões da Administração Pública federal, exigidas para construção ou operação das novas instalações, quando decorrente de fato imputável ao Concessionária.

Privado Alto Ocasional • Revisão do cronograma da obra e adoção de medidas visando obtenção das licenças, autorizações e permissões.

Atrasos na obtenção de licenças, autorizações e permissões

Atrasos decorrentes da não obtenção de autorizações, licenças e permissões de órgãos da Administração Pública Federal, bem como da não edição de atos normativos ou legislativos, nos âmbitos Federal, Estadual ou Municipal, exigidos para a prestação dos serviços, quando decorrente de fato imputável à Administração Pública Federal.

Público Alto Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

• Revisão do cronograma da obra.

Aumento de preços de materiais essenciais para a obra

Aumento de custos com materiais de construção, salvo aqueles que decorram diretamente de mudanças tributárias ou políticas públicas.

Privado Alto Ocasional • Concessionária contrata construtora por empreitada global e Plano de Seguros (Riscos de Engenharia).

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Parque Nacional de São Joaquim

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Erros essenciais na construção da obra Prejuízos decorrentes de erros na realização das obras, ensejando sua reconstrução total, ou em parte.

Privado Alto Remota • Concessionária contrata construtora, com previsão de multas contratuais, e Plano de Seguros (Riscos de Engenharia).

Problemas de liquidez financeira Concessionária apresenta problemas de caixa que impossibilitariam a continuação da obra.

Privado Alto Remota • Concessionária adota providências visando dar continuidade à obra e cumprir com suas obrigações junto ao Concedente sob pena de incorrer em sanções.

Custos e atrasos decorrentes da existência de sítios ou bens arqueológicos

Concessionária localiza objetos ou sítios arqueológicos que aumentam o custo da obra e/ou atrasam sua execução.

Público Alto Remota • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Risco de Performance

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Mudança nas especificações do serviço exigidos pelo ICMBio

Novos custos gerados por mudanças exigidas pelo concedente nas especificações do serviço

Público Médio / Alto Remota • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Desempenho dos subcontratados Custos gerados por gestão deficiente ou descumprimento de contratos de subcontratados.

Privado Médio / Baixo Ocasional • Contratos com subcontratados que prevejam multas e indenizações.

Dificuldade em atingir parâmetros mínimos de performance

Custos originados por dificuldade em se atingir metas de desempenho contratuais.

Privado Médio Remota • Mecanismo de penalidades com indicadores objetivos, explicitando os parâmetros de performance requeridos.

Eventos seguráveis, caracterizados como Força maior ou Caso Fortuito

Custos originados por eventos seguráveis caracterizados como Força Maior ou Caso Fortuito que impeçam o desempenho exigido.

Privado Alto Remota • Plano de Seguros (Lucros Cessantes).

Eventos não seguráveis, caracterizados como Força maior ou Caso Fortuito

Custos originados por eventos não seguráveis caracterizados como Força Maior ou Caso Fortuito que impeçam o desempenho exigido, exceto quando a sua cobertura possa ser contratada junto a instituições seguradoras, no mercado brasileiro, na data da ocorrência ou quando houver apólices vigente que cubram o evento.

Público Alto Remota • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Índices propostos não geram a qualidade esperada

Necessidade de revisão periódica dos índices de desempenho por serem insuficientes para garantir a qualidade requerida.

Público Médio Remoto • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Exigência por parte do ICMBio de novos padrões de desempenho

Concedente cria novos padrões de desempenho relacionados a mudanças tecnológicas ou a adequações a padrões internacionais.

Público Médio / Baixo Remota • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Administração ineficiente Gestão inadequada, causando queda recorrente da qualidade ou performance.

Privado Alto / Médio Remota • Cláusula contratual de intervenção, encampação ou caducidade por não atendimento recorrente dos índices de desempenho.

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Riscos Operacionais

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Custos operacionais e de manutenção acima do previsto

Custos operacionais e de manutenção acima do previsto pela Concessionária em função de aumentos não previstos no custo dos equipamentos, ou outros suprimentos.

Privado Médio Remota • Incentivos à eficiência da concessionária.

Mudanças tributárias Custos não previstos com mudanças tributárias, inclusive acerca da criação, alteração ou extinção de tributos ou encargos que alterem a composição econômico-financeira da Concessionária, excetuada a legislação dos Impostos sobre a Renda.

Público Médio / Baixo

Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Mudanças na legislação do Imposto de Renda Custos não previstos com mudanças ocasionadas na legislação dos Impostos sobre a Renda.

Privado Baixo Remota • Incentivos à eficiência da concessionária.

Benefícios tarifários Criação de benefícios tarifários pelo Poder Público. Público Baixo Remota • concessionária ajusta sua operação incorporando os novos benefícios para os visitantes.

Custos de ações legais Custos de ações judiciais de terceiros contra a Concessionária ou Subcontratadas decorrentes da execução da Concessão, salvo se por fato imputável ao Concedente.

Privado Médio / Baixo

Ocasional • Plano de Seguros (Responsabilidade Civil). • Adequação a todas as normas ambientais e de segurança.

• Implantação de ISO.

Greves Paralisação dos trabalhos por greve de funcionários da Concessionária ou de qualquer de suas subcontratadas.

Privado Alto Remota • Plano de Seguros (Responsabilidade Civil)

Processos de Responsabilidade Civil Custos relacionados a processos de responsabilidade civil de pessoas que se envolvam em acidentes no parque.

Privado Médio Provável • Plano de Seguros (Responsabilidade Civil).• Exigência de atendimento às normas de segurança.

Mudança tecnológica não requerida pelo ICMBio

Mudanças tecnológicas implantadas pela Concessionária e que não tenham sido solicitadas pelo concedente.

Privado Médio Ocasional • Revisão do plano de investimentos.

Restrição operacional do Parque por decisão ou omissão de entes públicos

Restrição às operações do parque decorrente de decisão ou omissão de entes públicos, exceto se decorrente de fato imputável à Concessionária.

Público Alto Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Impedimento de cobrar ingresso/ serviço por decisão de entes públicos

Decisão arbitral, judicial ou administrativa que impeça ou impossibilite a concessionária de cobrar o ingresso ou por serviços, salvo se tal decisão ocorrer por responsabilidade da Concessionária.

Público Médio / Baixo

Improvável • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Mudança de legislação ou regulamentação Mudança de legislação ou regulamentação que alterem a composição econômico-financeira do Concessionária.

Público Médio / Baixo

Remoto • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Modificação unilateral imposta pela Concedente

Imposição pelo Concedente de modificação unilateral do contrato, que importe variação dos seus custos ou de receitas, para mais ou para menos.

Público Médio Ocasional • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

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RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Elevação dos custos operacionais, de compra ou manutenção dos equipamentos

Investimentos, custos ou despesas adicionais decorrentes da elevação dos custos operacionais e de compra ou manutenção dos equipamentos

Privado Médio Ocasional • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao concedente sob pena de incorrer em sanções.

Aumento do custo de capital Aumento do custo de capital, inclusive os resultantes de aumento das taxas de juros.

Privado Médio Remota • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao concedente sob pena de incorrer em sanções.

Riscos de Demanda

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Redução ou aumento da demanda Variação da demanda com reduções ou aumentos inesperados de receita devido à queda ou aumento de demanda.

Privado Médio / Alto Ocasional • Incentivos à eficiência da concessionária.

Demanda projetada Não efetivação da demanda projetada pela concessionária ou sua redução por qualquer motivo.

Privado Médio/ Alto Ocasional • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao concedente sob pena de incorrer em sanções.

Investimentos, custos ou despesas adicionais Investimentos, custos ou despesas adicionais necessárias para o atendimento do Projeto Básico ou de quaisquer das obrigações contratuais, do nível de serviço estabelecido e da qualidade na prestação dos serviços previstos no Contrato.

Privado Baixo Remota • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao concedente sob pena de incorrer em sanções.

Inadimplência visitantes Inadimplência dos visitantes pelo pagamento dos serviços prestados.

Privado Baixo Remota • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao concedente sob pena de incorrer em sanções.

Riscos de Término Antecipado

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Descumprimento do contrato por parte do ICMBio

Risco associado à não-performance do concedente na gestão do contrato, gerando indenizações.

Público Alto Remota • Fixação de créditos de reembolso do valor residual ou de lucros cessantes.

Intervenção Risco de intervenção na concessão. Privado Alto Remota • Cláusula específica sobre os requisitos e procedimentos para a intervenção.

• Fixação de critérios de reembolso do valor residual ou de lucros cessantes.

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Parque Nacional de São Joaquim

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Encampação Risco de encampação da concessão por interesse público. Público Alto Remota • Cláusula específica sobre os requisitos e procedimentos para a encampação.

• Fixação de critérios de reembolso do valor residual.

Caducidade Risco de declaração de caducidade da concessão por insuficiência de desempenho da concessionária.

Privado Alto Improvável • Monitoramento e fixação de procedimentos para avaliação do desempenho operacional.

• Estabelecimento de critérios para o início do processo de declaração de caducidade.

Rescisão Risco de rescisão contratual. Público Alto Remota • Cláusula específica sobre os procedimentos para a rescisão e fixação de critérios de reembolso de valor residual.

Anulação Risco de anulação do contrato por falhas de natureza diversas e insanáveis.

Público ou Privado

Alto Remota • Fixação de critérios específicos de reembolso de valor residual.

Riscos Ambientais

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Resíduos e efluentes Resíduos sólidos e efluentes líquidos resultantes de obras inacabadas e da operação do parque dispostos incorretamente.

Privado Baixo Provável • Cláusula contratual prevendo a destinação e tratamento dos resíduos e efluentes

Áreas degradadas Áreas degradadas em função da ação do operador privado. Privado Médio Ocasional • Cláusula contratual prevendo o atendimento à legislação ambiental.

Acidentes com elementos da Fauna Atropelamento de animais ou mortes destes causados por interferência no meio ambiente como ruídos, poluição ou desmatamento.

Privado Baixo Provável • Implementação de diretrizes de proteção à fauna.

Alteração do Plano de Manejo Mudanças nas especificações dos serviços em decorrência de mudanças no plano de manejo do Parque Nacional de São Joaquim.

Público Médio Remoto • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Passivos ambientais Custos relacionados aos passivos ambientais que tenham origem e não sejam conhecidos até a data de publicação do edital da concorrência da concessão.

Público Médio Remoto • Revisão do cronograma de investimentos;

• Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Danos ambientais Responsabilidade civil, administrativa e criminal por danos ambientais.

Privado Médio Remoto • Adoção de todas as medidas cabíveis nas searas cível, penal e administrativa para coibir a degradação ambiental, assim como a reparação dos danos causados.

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Parque Nacional de São Joaquim

Outros Riscos

RISCO DEFINIÇÃO ALOCAÇÃO IMPACTO PROBABILIDADE MITIGAÇÃO

Variação das taxas de câmbio Se o financiamento do projeto for em moeda estrangeira, corre-se o risco de depreciação da moeda local trazer prejuízos financeiros ao investidor.

Privado Alto Ocasional • Proteção por meio de hedge cambial.

Risco de inflação Variação de inflação em nível superior ou inferior ao índice utilizado para reajuste dos valores previstos no Contrato.

Privado Alto Ocasional • Continuidade da operação pela concessionária, visando cumprir com suas obrigações junto ao Concedente sob pena de incorrer em sanções.

Manifestações sociais ou públicas ensejadas por entes públicos

Manifestações sociais ou públicas, superiores a 15 dias, cuja causa não tenha sido dada pela concessionária e que impactem a operação.

Público Baixo Improvável • Avaliação do impacto causado à Concessionária;

• Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Manifestações sociais ou públicas ensejadas por entes públicos

Manifestações sociais ou públicas, inferiores a 15 dias, cuja causa não tenha sido dada pela concessionária e que impactem a operação.

Privado Baixo Improvável • Incentivos à eficiência da concessionária.

Manifestações sociais ou públicas ensejadas pela Concessionária

Manifestações sociais ou públicas cuja causa tenha sido dada pela concessionária e que impactem a operação.

Privado Baixo Improvável • Aplicação de penalidades pelo não cumprimento das obrigações contratuais.

Danos a terceiros Responsabilidade civil, administrativa e criminal por danos causados a terceiros.

Privado Médio Remoto • Adoção de todas as medidas cabíveis nas searas cível, penal e administrativa visando coibir, indenizar e/ou reparar os danos causados.

Prejuízos causados aos bens da concessão Perecimento, destruição, roubo, furto e perda dos bens da concessão.

Privado Médio Remoto • Adoção de todas as medidas cabíveis de apuração e responsabilização pelos danos causados.

Defeitos ocultos Defeitos ocultos nos bens da concessão. Privado Baixo Improvável • Adoção das medidas cabíveis visando a substituição ou reparação do bem.

Atrasos por parte do concedente Custos adicionais ou prejuízos decorrentes de atrasos causados pelo concedente.

Público Baixo Remoto • Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

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Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 17.3 Extrato de Publicação de Contrato de Concessão (anexo do Contrato de Concessão – Cláusula 6ª, item II).

CONTRATO DE CONCESSÃO Nº [NÚMERO]

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO

EXTRATO DO CONTRATO DE CONCESSÃO Nº [NÚMERO]; PROCESSO: Nº [NÚMERO]; ESPÉCIE:

Contrato de Concessão; MODALIDADE DE LICITAÇÃO: Concorrência; CONCEDENTE: Instituto

Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO; CONCESSIONÁRIA: [NOME E

QUALIFICAÇÃO DA EMPRESA]; LOCAL DA REALIZAÇÃO DO PROJETO: Parque Nacional de

São Joaquim, Estado de Santa Catarina; VIGÊNCIA: [prazo de vigência]; OBJETO: O objeto do

contrato é a concessão do direito de uso de bem público correspondente a uma área do

Parque Nacional de São Joaquim, de titularidade do concedente, para o fim exclusivo de

implantação e operação das atividades de controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra

Furada e ao Morro da Igreja, recepção de visitantes e divulgação do Parque Nacional de São

Joaquim, venda de ingressos, serviços de alimentação, venda de souvenirs e conveniências,

aplicativo mobile, transporte Único, e das demais atividades associadas descritas no Projeto

Básico; VALOR TOTAL DO CONTRATO: [VALOR]; FUNDAMENTO LEGAL: Lei nº 8.666/1993, Lei

nº 8.987/1995, Lei nº 9.985/2000, Decreto nº 84.017/1979 e Decreto nº 5.758/2006. DATA

DA ASSINATURA: [DATA]; REPRESENTANTES SIGNATÁRIOS: pela CONCEDENTE, [NOME E

QUALIFICAÇÃO], e, pela CONCESSIONÁRIA, [NOME E QUALIFICAÇÃO], representantes legais

da Concessionária; CONTRATO DISPONÍVEL EM: http://www.icmbio.gov.br/portal/

servicos/licitacoes/sede; LOCAL: [Cidade/UF]; DATA: [dia/mês/ano].

Anexo 17.4 Edital de Concorrência (anexo do Contrato de Concessão – Cláusula 6ª, item II).

EDITAL DE CONCORRÊNCIA ICMBIO Nº [NÚMERO/ANO]

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

EXTRATO DO EDITAL Nº [NÚMERO/ANO]; PROCESSO: Nº [NÚMERO]; MODALIDADE DE

LICITAÇÃO: Concorrência; CONCEDENTE: Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade – ICMBIO; LOCAL DA REALIZAÇÃO DO PROJETO: Parque Nacional de São

Joaquim, Estado de Santa Catarina; VIGÊNCIA: [prazo de vigência]; OBJETO: Concessão do

direito de uso de bem público correspondente a uma área do Parque Nacional de São

Joaquim, de titularidade do concedente, para o fim exclusivo de implantação e operação

das atividades de controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da

Igreja, recepção de visitantes e divulgação do Parque Nacional de São Joaquim, venda de

ingressos, serviços de alimentação, venda de souvenirs e conveniências, aplicativo mobile,

transporte Único, e das demais atividades associadas descritas no Projeto Básico, em

conformidade com as normas estabelecidas no edital de concessão e seus anexos; FORMA

DE JULGAMENTO: Maior Oferta; FUNDAMENTO LEGAL: Lei nº 8.666/1993, Lei nº 8.987/1995,

Lei nº 9.985/2000, Decreto nº 84.017/1979 e Decreto nº 5.758/2006; RESPONSÁVEL LEGAL:

[NOME E QUALIFICAÇÃO]; EDITAL DISPONÍVEL EM: http://www.icmbio.gov.br/portal/

servicos/licitacoes/sede; LOCAL: [Cidade/UF]; DATA: [dia/mês/ano].

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Parque Nacional de São Joaquim

Anexo 17.5 Termos de Vistoria (anexo do Contrato de Concessão – Cláusula 6ª, item II).

MODELO DE DECLARAÇÃO DE VISTORIA E DE CIÊNCIA

DAS CONDIÇÕES DA ÁREA OBJETO DA CONCESSÃO

[Cidade/UF], [dia] de [mês] de [ano].

Ref.: Edital de Concorrência ICMBio nº [número do edital/ano] – Declaração de Vistoria e de

Ciência das Condições da Área Objeto da Concessão

Ilmo. Sr. MD. Presidente da Comissão de Licitação

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Brasília/DF – Brasil

Senhor Presidente,

[Nome da Proponente], [qualificação da proponente], representada por meio de seu

Responsável Técnico [Nome do Responsável Técnico], [qualificação do Responsável Técnico]

adiante assinado, declara que:

a. realizou vistoria no local onde serão executadas as atividades previstas para a CONCESSÃO e

que tomou pleno conhecimento das condições existentes na área objeto da CONCESSÃO; ou

b. não realizou vistoria, por opção própria, e que eventuais prejuízos ocorridos na execução

do CONTRATO em decorrência de omissão ou falha quanto à verificação da área são de sua

integral responsabilidade.

_______________________________________________

[Nome do Proponente]

[Nome do Representante Legal]

Anexo 18 Projeto básico.

1. APRESENTAÇÃO

Este Projeto Básico – elaborado com base em uma cuidadosa caracterização socioeconômica,

ambiental e institucional do Parque Nacional de São Joaquim (PNSJ), bem como das

condições desejáveis de implementação de serviços descritas no Estudo de Viabilidade

Econômico-Financeira (EVEF) – tem por finalidade apresentar aos interessados informações

relevantes para a formulação de proposta econômica para a operação de serviços de apoio

à visitação no PNSJ. Com esse propósito, após uma apresentação detalhada do PNSJ, este

Projeto Básico descreve diversos aspectos relacionados à concessão, como a forma de

licitação, a área objeto de concessão de uso, serviços que devem ser ofertados sob o regime

de concessão, investimentos mínimos que devem ser realizados, forma de operacionalização

dos serviços, e tipos de receitas que poderão ser obtidas pelo concessionário.

Ressalta-se que as informações, os dados da visitação e as análises econômicas apresentados

neste Projeto Básico tem caráter meramente informativo. O Estudo de Viabilidade Econômico-

financeira projetou cenários futuros para a avaliação de modelos de negócio e atividades

de turismo no PNSJ, concluindo pela viabilidade econômica da concessão de uso com a

finalidade de realizar as seguintes atividades: controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra

Furada e ao Morro da Igreja; recepção de visitantes e divulgação do PNSJ; venda de ingressos;

serviços de alimentação; venda de souvenirs e conveniências; aplicativo Mobile; e transporte

único – Morro da Igreja.

Essa conclusão, que leva em conta os investimentos mínimos, as contrapartidas exigidas e as

condições de operação do empreendimento apresentadas neste Projeto Básico, não substituem

a análise que deve ser realizada por cada proponente. De acordo com as condições mínimas

constantes no presente Projeto Básico, e com as demais previsões estipuladas no edital, no

contrato, e em seus anexos, cabe aos proponentes elaborar sua própria avaliação e seu próprio

estudo de viabilidade econômica capazes de subsidiar a proposta econômica apresentada

na licitação. Assim sendo, estão aqui abordados, além de um panorama social, econômico e

ambiental do território abrangido pela UC alvo do estudo e sua região de influência, aspectos

relacionados à organização e atuação institucional do ICMBio e de organizações vinculadas

à UC, avaliações de potenciais e desafios relativos ao estabelecimento de parcerias com

indicações dos instrumentos jurídicos necessários para implantação da modelagem de uso

público proposta e sua efetivação, relativos ao Projeto Básico.

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Parque Nacional de São Joaquim

2. JUSTIFICATIVA

As áreas protegidas, incluindo as Unidades de Conservação (UC) de proteção integral, como

os Parques Nacionais, são usualmente financiadas pelo Estado. Conquanto, o custo da

conservação de uma única área possa ser relativamente baixo, quando este é considerado

em relação às diversas áreas sob responsabilidade de um único órgão administrativo, as

despesas podem se mostrar bastante significativas para os orçamentos públicos. Some-

se a isso, a necessidade de intensificar o aproveitamento do patrimônio natural e cultural

presente nessas UC, por meio de seu uso público.

Nesse contexto, as concessões de usos de bens públicos com a finalidade de prestação de

atividades e serviços ao público em Parques Nacionais tem como objetivo aprimorar os

padrões de uso destas UC sob administração federal, de forma a viabilizar o cumprimento

das suas finalidades básicas de preservação dos ecossistemas naturais, ao mesmo tempo

em que amplia o potencial de visitação e a qualidade dos serviços oferecidos. De fato, a

concessão de uso e, por meio dela, a possibilidade de implantação de serviços realizados por

entes privados, tem o potencial de ampliar os benefícios para a sociedade decorrentes dos

Parques Nacionais, combinando melhores condições de preservação ambiental e melhor

aproveitamento do potencial de visitação. Entre outras vantagens decorrentes desse modelo

é possível incluir a previsão de geração de empregos diretos, redução dos gastos públicos,

aumento da arrecadação do Governo Federal e criação de condições privilegiadas para o

fortalecimento da educação ambiental. Assim, acredita-se que a concessão de uso de área

do PNSJ para a realização das atividades e serviços previstos neste Projeto Básico representa

um importante passo na busca de soluções inovadoras para o uso público das UC. Um passo

que, ao viabilizar investimentos privados complementares no atendimento do público,

permite maior investimento pelo ICMBio nas ações de proteção e manejo, contribuindo

significativamente para a conservação do ecossistema.

3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Este item trata dos aspectos gerais do PNSJ, evidenciando seu enquadramento no âmbito

internacional, sua localização geográfica, formas de acessos, além de informações legais e

institucionais relativas à gestão da UC.

3.1. ENQUADRAMENTO DO PNSJ NO ÂMBITO INTERNACIONAL

No âmbito mundial, visando a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento

sustentável, o PNSJ compõe a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. A Reserva da Biosfera

da Mata Atlântica (RBMA) é considerada a maior reserva em área florestada do planeta, com

aproximadamente 78 milhões de hectares, abrangendo 17 estados brasileiros (CN-RBMA,

2004). Atualmente é composta por 700 UC em suas Zonas Núcleos e tem como funções a

conservação da biodiversidade do ecossistema, o desenvolvimento sustentável, a pesquisa

científica, educação e monitoramento permanente (CN-RBMA, 2004).

3.2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO PNSJ

O PNSJ é uma UC federal inserida no bioma Mata Atlântica, no sul do país, situada no estado

de Santa Catarina (FERNANDES; OMENA, 2011). Localiza-se nos municípios de Urubici, Bom

Jardim da Serra, Grão Pará, Lauro Muller e Orleans (figura abaixo). Apresenta uma área de

49.800 ha e um perímetro de173,8 km. Regionalmente há uma divisão entre as áreas do

PNSJ, sendo denominadas: região de “serra-abaixo”, à qual fazem parte os municípios de

Orleans, Lauro Muller e Grão Pará; e a região “campos-de-cima-da-serra”, que contempla os

municípios de Urubici e Bom Jardim da Serra (SOUZA, 2004). O parque possui como principal

objetivo a conservação da araucária Araucaria angustifolia (OLIVEIRA, 2014), espécie vegetal

de relevância ecológica alta.

Figura 3.1 Localização do PNSJ em relação ao território brasileiro e no estado de Santa Catarina

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

TOTAL

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Parque Nacional de São Joaquim

3.3 ACESSOS AO PNSJ

O acesso à região do PNSJ pode ser realizado por via aérea e terrestre. Por via terrestre o

acesso principal se dá pela capital do estado, Florianópolis, utilizando-se a rodovia BR 282,

sentido Lages/SC, até o km 146, no município de Bom Retiro/SC. Neste vira-se à esquerda

pela rodovia SC 430, seguindo 24 km até a área urbana do município de Urubici (SC) (ICMBIO,

sem data). Outro caminho pode ser traçado saindo da capital e seguindo a BR 101, sentido

Tubarão/SC. A partir daí, vira-se à direita sentido Orleans/SC, seguindo pela via SC 438,

conhecida como “Estrada da Serra do Rio do Rastro”. Após a passagem pela serra, chega-se

ao município de Bom Jardim da Serra, onde continua-se por um percurso de mais 80 km na

mesma via até a chegada em Urubici (ICMBIO, sem data).

No PNSJ, é possível acessar o Morro da Igreja, ponto habitado mais alto do da região sul do

país e parte integrante da UC, sendo permitido apenas o tráfego de meios de transporte

leves. O acesso pode ser interditado em casos de condições climáticas extremas (ICMBIO, sem

data). Por via aérea, utiliza-se o aeroporto de Lages/SC ou de Florianópolis/SC, localizados a

cerca de 100 km ou 165 km de Urubici, respectivamente (FERNANDES; OMENA, 2011).

4. PANORAMA SOCIOAMBIENTAL DO PNSJ

No presente item serão apresentados os aspectos dos meios físico, biótico e antrópico, bem

como o aspecto socioeconômico da região em que se situa o PNSJ.

4.1. ASPECTOS DO MEIO FÍSICO

As características componentes do meio físico, tratam de forma individual e integrada os

aspectos referentes à climatologia, geologia, geomorfologia, pedologia e hidrografia,

possibilitando o entendimento acerca do panorama físico da região do PNSJ. Em Santa

Catarina, o PNSJ encontra-se em uma área de altitude elevada, onde as temperaturas

podem chegar abaixo de zero, devido a relação entre temperatura e altitude, ocasionando

a formação de geada ou neve, sob ocorrência de massa de ar frio (MONTEIRO; MENDONÇA,

2014, p.6 apud SILVEIRA, 2016). Compreende duas regiões climáticas: os “campos-de-cima-

da-serra” (mesotérmico médio) e a “serra abaixo” (mesotérmico brando).

A primeira está situada no território mais frio do país, caracterizada conforme a classificação

de Köppen por clima mesotérmico superúmido, apresentando médias anuais de umidade

relativa de 85 %, precipitações de aproximadamente 1400 mm e temperaturas de 14°C,

relacionado com as cotas altimétricas, devido aos locais montanhosos. Já na área mais baixa, o

clima é classificado como mesotérmico úmido ou mesotérmico brando, com verões quentes,

com precipitação de 1500 mm, temperaturas entre 19ºC e 20°C, nos pontos mais próximos

do Parque, umidade relativa do ar de 83 % (média anual), e com médias anuais de umidade

relativa iguais a primeira região (dados de Urubuci – SC) (FERNANDES & OMENA, 2014 apud

MEYER, 2016; CLIMERH, 2004 apud SOUZA, 2004). Na região noroeste do PNSJ, o clima

predominante é o mesotérmico mediano, relacionado este com as cotas altimétricas, devido

aos locais montanhosos. Também, a ocorrência de neve no PNSJ é frequente no inverno.

O estado de Santa Catarina está inserido na província geológica da Bacia do Paraná, que

originou-se na Era Paleozoica (SALGADO-LABORIAU, 1994; WILDNER et al., 2004 apud FATMA,

2010). No interior do PNSJ a área está dividida em Grupo Guatá (formações: Rio Bonito e

Palermo), Grupo Passa Dois (formações: Irati, Serra Alta, Teresina e Rio do Rastro) e Grupo

São Bento (formações: Botucatu e Serra Geral; fácie: Gramado), o qual ambos pertencem ao

Supergrupo Tubarão.

O PNSJ está localizado sobre a borda oriental da Serra Geral do estado de Santa Catarina. O

lado oeste da Serra Geral compõe o Planalto das Araucárias. Na região leste, a Serra Geral é

caracterizada por inclinações abruptas, formando escarpas (conhecida como “aparados da

Serra Geral”) predominando sobre a Planície Costeira, junto ao Oceano Atlântico (FERNANDES

& OMENA, 2011). No PNSJ ocorre uma divisão em duas Unidades Geomorfológicas, a Serra

Geral e a Patamares da Serra Geral.

Na região do PNSJ ocorre predominância de Cambissolos, Argissolos Vermelho-Amarelos e

Argissolos Amarelos. Em menor ocorrência, há presença de Latossolos Amarelos e Vermelho

Amarelos ((EMBRAPA, 2004; BRINGHENTI, 2010). Outras características importantes referem-

se as regiões de encostas basálticas, que possuem solos mais profundos e desenvolvidos,

no topo e nos patamares (Latossolo, Nitossolo e Cambissolo). Já nas regiões de encostas

e extremidade dos patamares, os solos são menos desenvolvidos (Neossolos Litólicos,

Chernossolo e Cambissolo) (CORRÊA, 2001).

Na região do PNSJ há três bacias hidrográficas: a oeste a bacia do rio Pelotas, com nascentes

de grande importância regional; ao norte a bacia do rio Canoas e na porção leste do PNSJ,

na “serra abaixo”, ocorrem rios que fluem para o litoral, como os rios Braço Esquerdo, Vaca

Mora, Malacara, Hipólito, Três Barras, Laranjeiras e rio da Serra. Ambos formam a Bacia do Rio

Tubarão, sendo o mais importante curso fluvial do sul do estado.

4.2. ASPECTO DO MEIO BIÓTICO – FLORA E FAUNA

O PNSJ está inserido no bioma Mata Atlântica, região considerada altamente prioritária para

conservação da biodiversidade mundial, o que pode ser atribuído por sua grande riqueza

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Parque Nacional de São Joaquim

de fauna e flora (MMA, Sem data). O Plano de Manejo da UC cita que a vegetação do

Parque é composta por Floresta Ombrófila Densa (Matas Densas), Floresta Ombrófila Mista

(Matas de Araucária), Florestas Alto-montanas (Matas Nebulares) e Campos de Altitude. Em

mapas adaptados, baseando-se em dados disponibilizados pelo MMA (2002), é possível

observar as seguintes formações vegetais: Floresta Ombrófila Densa Alto Montana, Floresta

Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Mista

Alto-Montana, Floresta Ombrófila Mista Montana e Estepe Gramíneo-Lenhosa, também

classificada pelo IBGE (2012) como campos. As principais ameaças à flora do PNSJ nas áreas

regularizadas, é a permanência de gado e a extração ilegal de pinhão para consumo e

comércio, não excluindo danos indiretos à

Em relação a fauna do PNSJ, uma das maiores ameaças é a caça ilegal, que vem ocorrendo

ao longo do tempo. A fauna do PNSJ é bastante diversificada, contando com vários répteis,

anfíbios, mamíferos, aves e peixes. Em estudos realizados por Bogoni et al (2015) no PNSJ

através de armadilhas fotográficas, foram registrados 137 imagens, de 18 espécies diferentes

de mamíferos, dentre elas espécies como a onça-parda Puma concolor, gato do mato

pequeno Leopardus guttulus, cateto Pecari tajacu. Rosinger e Roos (2015) ainda, apontam

duas espécies de aves endêmicas das matas nebulares ocorrentes no PNSJ: o cinzeiro

Crinodendron brasiliensis e o São João-Miúdo Berberis kleinii.

A onça-parda Puma concolor, o lobo-guará Chrysocyon brachyurus, o papagaio-charão

Amazona pretrei, a águia-cinzenta Urubitinga coronata por sua vez, são espécies que estão

ameaçadas de extinção, inclusive encontram-se no Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção, do ICMBio (ICMBIO, Sumário Executivo do Livro Vermelho da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção, 2014).

4.3. ASPECTOS DO MEIO ANTRÓPICO

O processo histórico de ocupação do território do Estado de Santa Catarina deu-se

primeiramente pelos povos indígenas Kaingang, Xokleng e Guarani. Registros arqueológicos

e etno-históricos datam a ocupação por Guaranis em, aproximadamente, 2.000 anos atrás; e,

em cerca de 5.000 anos atrás por outras tradições (SST/SC, 2018).

Os primeiros contatos com os povos indígenas ocorrem a partir do século XVIII com as

incursões jesuítas em busca de minas de ouro e carvão. Dessas investidas resulta a dizimação

e catequização dos indígenas da região; e a expansão do ciclo do extrativismo mineral. Com

a consolidação da mineração, surgem as primeiras grandes ondas migratórias estimuladas

pela política de povoamento fomentada dando origem aos municípios de Grão-Pará, Lauro

Muller e Orleans, e, assim, alicerçando a ocupação europeia, paulista e gaúcha na região.

Segundo classificação estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os

municípios que constituem o PNSJ são de pequeno porte, isso quer dizer, seu contingente

populacional não ultrapassa 20 mil e 50 mil habitantes, respectivamente. Em linhas gerais,

os municípios apresentam evolução populacional crescente quando se contrasta o período

inicial ao período final de análise, isto é, comparando-se o número absoluto de habitantes em

1991 àquele encontrado em 2010, a população de todos os municípios cresceu. No último

censo realizado pelo IBGE, em 2010, Bom Jardim da Serra contava com 4.395 habitantes,

Lauro Muller com 14367 habitantes, Grão Pará tinha 6223 habitantes, Orleans com 21393

habitantes e Urubici com 10699 habitantes. Em relação ao Índice de Desenvolvimento

Humano (IDH) os 5 municípios apresentam pouca variação, o município de Orleans foi o que

obteve maior valor, enquanto Urubici apresenta o menor valor.

5. FLUXO DE VISITANTES E ATIVIDADES DE VISITAÇÃO

O fluxo de visitantes no PNSJ apresentou variações ao longo dos anos de 2010 a 2017 (figura

abaixo). A quantidade de visitantes anuais no início da década de 2010 cresceu solidamente,

atingindo seu ápice em 2013 com quase 140 mil visitas no ano. Observa-se uma redução na

visitação a partir de 2014, o que pode estar relacionada ao fato de que, a partir de novembro de

2013, iniciou-se o sistema de autorização de visita ao Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada,

definindo o quantitativo de 200 automóveis por dia. Conforme aponta a série histórica, no

último período registrado houve um incremento de aproximadamente 10 % entre 2016 e 2017.

Figura 5.1 Representação gráfica do número de visitantes anuais no PNSJ: 2010 - 2017.

Fonte: elaboração própria a partir de MMA, ICMBio – 2010-2017.

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Parque Nacional de São Joaquim

Uma característica marcante desta visitação é a sazonalidade (figura abaixo), com alta

concentração nos meses de junho a agosto, em decorrência do inverno e a possibilidade

de ocorrência de neve no Parque, junto ao seu principal atrativo o Morro da Igreja.

Considerando esse contexto, desenvolver alternativas de visitação ao longo do ano, que

desconcentre a demanda, é fundamental para um melhor aproveitamento do potencial

do PNSJ, de forma a contribuir como elemento indutor do turismo local e regional, aliado

aos objetivos da UC.

Figura 5.2 Representação gráfica da distribuição mensal da visitação no PNSJ: 2010 - 2017.

Fonte: elaboração própria a partir de MMA, ICMBio – (2018).

Os visitantes têm origem, em sua grande maioria, na Região Sul, destacando as cidades de

Florianópolis, Blumenau, Curitiba, Joinville como as principais emissoras de visitantes para o

PNSJ. Em seguida aparece a cidade de São Paulo.

Considerando a importância cada vez mais crescente dos meios digitais nas decisões de

compra e viagens por parte dos turistas, e tendo em vista a ausência de pesquisas relacionadas

à satisfação dos visitantes no PNSJ, optou-se por analisar a reputação online da UC, com base

nas avaliações disponíveis no Tripadvisor (figura abaixo), maior sítio eletrônico de viagens do

mundo e no Google Search, serviço de busca online mais utilizado globalmente. Percebe-se

uma boa avaliação (acima de 4,5, numa escala que vai até 5) e, de maneira geral, a maioria

está relacionada à avaliação da beleza cênica do local e da experiência. Uma quantidade

menor de comentários trata das questões estruturais e de serviços.

Para o PNSJ existem, no Tripadvisor, apenas 184 avaliações, sendo 77 % considerando o

PNSJ como excelente. Já para o Morro da Igreja, principal atrativo desta UC, existem 2.025

avaliações, com 76 % votando “excelente”. O Tripadvisor concedeu Certificado de Excelência

para este atrativo, o mesmo é oferecido àqueles que recebem boas avaliações dos viajantes

com frequência.

Figura 5.3 Representação gráfica do índice de reputação online do PNSJ e Morro da Igreja.

Fonte: Tripadvisor, 2018.

Para a reputação online através o Google Search, o PNSJ recebeu a nota média de 4,8/5

através de 534 comentários. Já o Morro da Igreja recebeu a nota média 4,6/5, através

155 comentários. Outros dados relacionados à caracterização da visitação, bem como ao

seu posicionamento digital também serão apresentados no item que trata da análise

mercadológica, com base em pesquisas secundárias e primárias.

5.1. ATIVIDADES DE VISITAÇÃO

As atividades de visitação no PNSJ podem ser agrupadas em contemplação, caminhada,

ciclismo e cicloturismo, cavalgada, voo livre e outras atividades.

5.1.1. CONTEMPLAÇÃO

Descreve-se a atividade de visitação contemplação, que é realizada no Morro da Igreja e nos

Campos de Santa Bárbara.

5.1.1.1. Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada

O Morro da Igreja e seu Mirante natural para a Pedra Furada (Figura abaixo) se constitui na

principal atividade de visitação ao PNSJ, sendo o seu maior ponto de altitude, com 1.822

metros. É o terceiro mais alto do estado de Santa Catariana e um dos mais altos região Sul do

Brasil. Seu topo serve como mirante natural a partir do qual é possível observar a chamada

Pedra Furada, formação geológica considerada monumento natural em formato de fenda

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Parque Nacional de São Joaquim

situada na vertente das escarpas da Serra Geral. Pode-se dizer que é o “cartão postal” do PNSJ

e da Serra Catarinense.

Figura 5.4 Região do Morro da Igreja e da Pedra Furada no PNSJ.

Legenda: A, B e C - Vistas do mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada; D – Vista da Pedra Furada à partir do mirante do

Morro da Igreja. Fotos: Detzel Consulting, 2018.

O Morro da Igreja é conhecido como um dos pontos mais frios do Brasil, com grande fluxo

de visitantes sobretudo durante o inverno, época do ano em que as temperaturas no local

ficam constantemente abaixo de zero podendo ocorrer, ocasionalmente, a queda de neve. A

área abriga as instalações do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Morro da Igreja

– DTCEA-MDI, subordinado ao Segundo o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de

Tráfego Aéreo (CINDACTA II) da Força Aérea Brasileira (FAB) e, também, a primeira Estação de

Radar Meteorológico (ERM) de Santa Catarina.

Apresentam-se, na sequência, informações sobre a atividade e breve análise sobre a região

onde a atividade é desenvolvida e a visitação.

Localização e acesso: O Morro da Igreja está localizado na região nordeste do PNSJ, na divisa

dos municípios catarinenses de Bom Jardim da Serra, Orleans e Urubici. O acesso, a partir

da sede do ICMBio, no centro de Urubici, se dá pela SC-370, em boas condições de uso e

com sinalização indicativa do PNSJ. Num trecho de, aproximadamente, 12 km, até acessar

a estrada do Morro da Igreja, com uma extensão de 17 km, em via de mão dupla. Após

percorrer 7 km chega-se ao pórtico de entrada e controle do PNSJ. A partir daí o acesso só

se dá por meio de autorização, que deve ser retirada com antecedência na sede do ICMBio.

Percorre-se mais 10 km em área interna ao PNSJ, até chegar ao topo do Morro da Igreja.

Melhor época para visitar: A visitação é possível durante todo o ano. Há maior concentração

nos meses de junho, julho e agosto, principalmente a possibilidade de precipitação de neve.

As condições climáticas no alto do morro são instáveis, com uma ampla gama de variação

ao longo do dia.

5.1.1.2. Campos de Santa Bárbara

Esta área integra a parte central do PNSJ e caracteriza-se por campos de altitude, cujos

pontos mais elevamos estão acima de 1.650 metros. A área congrega um conjunto de valores

ambientais e culturais de grande expressividade dentro da Unidade, indo desde mata de

araucárias, morros (como o morro do Baú), rios (como o Pelotas) e quedas-d’água, (como

a Cascatinha); até testemunhos materiais, histórico-culturais do ciclo do Tropeirismo, com

ocorrência de muros de taipas e de um cemitério centenário. Possibilita a contemplação da

paisagem em diversos pontos, com destaque para o morro do Baú. A área também abriga o

atual alojamento de pesquisadores (figura abaixo).

Figura 5.5 Paisagens da região de Campos de Santa Bárbara.

Fonte: Registro do Autor, 2018.

Localização e acesso: Situa-se na porção central do PNSJ e o a acesso para esta área se dá por

meio da localidade denominada Vacas Gordas, via rodovia SC-110, em Urubici, e em seguida

pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal e não asfaltada. Esta estrada

conecta o PNSJ até o município de Bom Jardim da Serra.

Melhor época para visitar: A prática da atividade é possível durante todo o ano.

5.1.2. CAMINHADA

As caminhadas no PNSJ são realizadas em curto e longo percursos, identificados

respectivamente como Trilha e Travessia.

5.1.2.1. Trilha da Pedra Furada (Via Urubici)

A trajeto da Trilha da Pedra Furada via Urubici (Figura 5.6) faz o contorno do Morro da Igreja até

o interior da Pedra Furada. O trajeto possui uma extensão de aproximadamente 6,5 km (ida

A B C D

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Parque Nacional de São Joaquim

e volta) e duração média de 5 horas. É uma atividade de dificuldade moderada, com trechos

de subida e descida e ganho de elevação de 290 metros. A vegetação é baixa composta

por arbustos e alguns trechos encharcados. A área possui nascentes de importantes corpos-

d’água como o rio Três Barras. Possui grande beleza cênica com vistas para a Serra Geral,

Serra do Corvo Branco, as Pirâmides e a Serra Furada, além de cânions e a Pedra Furada

(escultura natural em forma de janela, com aproximadamente 30 metros de circunferência),

podendo visualizar o Morro da Igreja de leste para oeste e toda a região de Três Barras em

Orleans. A trilha passa também por dentro de Matinhas Nebulares e Campos de Altitude. O

tempo médio de permanência no mirante natural é de 30 minutos (descanso e alimentação).

Quanto à acessibilidade, não permite o acesso à PMR (pessoas com mobilidade reduzida)

(WATTLAS, 2018).

Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a

atividade é desenvolvida e a visitação.

Figura 5.6 Aspectos do trajeto da Trilha da Pedra Furada (via Urubici).

Fontes: Vilson Zampieri, s.d.; Agência Eco Trilhas, s.d.; Eco Viagem, s.d..

Localização e acesso: Esta trilha situa-se no interior do PNSJ, na região do Morro da Igreja,

quase que integralmente em área militar do DTECEA-MDI. O percurso tem início a partir do

primeiro portão do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Morro da Igreja (DTCEA-

MDI), na altura do km 14 da Estrada do Morro da Igreja. A partir deste local a trilha segue por

aproximadamente 500 metros em via pavimentada (asfalto) até o ponto de entrada da trilha,

na margem esquerda da Estrada do Morro da Igreja.

Melhor época para visitar: A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo o

ano. A localização da trilha submete a mesma a grandes variações climáticas que as relatadas

para o Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.

5.1.12.2. Trilha Nascentes do Rio Pelotas

A Trilha Nascentes do Rio Pelotas percorre áreas de Turfeiras, Matinha Nebular, Mata de

Araucária e Campos de Altitude e encostas da Serra Geral. Sua extensão é de 9 km (ida e

volta), sendo considerada de nível moderado. A caminhada passa pela região das nascentes

do rio Pelotas, um dos principais rios do sul do país, que estão em área de recarga do aquífero

Guarani, o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo. Ao longo do trajeto

a trilha proporciona vista panorâmica dos campos naturais (Campos de Santa Bárbara) e

florestas de araucárias.

Esta trilha deverá ser abrangida pelo Caminho da Mata Atlântica (projeto que prevê consolidar

um percurso com mais de 2 mil quilômetros, entre os estados do RJ ao RS, interligando mais

de 70 UC, públicas e privadas. Atualmente em fase de implantação por diversas entidades,

liderado pela WWF- Brasil. Também comporta trechos em adição no Caminho das Araucárias,

uma trilha de longo percurso que abrange o Parque Estadual do Caracol (RS) ao PNSJ, e cruza

outras UC como a Floresta Nacional de São Francisco de Paula (RS), o Parque Nacional de

Aparados da Serra e da Serra Geral (RS e SC), no contexto do Corredor Litorâneo, que prevê

um percurso de 8 mil quilômetros pelo litoral brasileiro.

Figura 5.7 Paisagens da Trilha das Nascentes do Rio Pelotas no PNSJ.

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Parque Nacional de São Joaquim

Fonte: Trilhando Montanhas, s.d.; Graxaim Ecoturismo, s.d..

Localização e acesso: O início da trilha se dá a partir da estrada do Morro da Igreja, em

ponto localizado a 900 metros do Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada, no interior da

propriedade do Sr. Joaquim Godinho. Após saída desta propriedade particular, localizada

dentro do limite do parque, o restante do trajeto encontra-se em área consolidada do PNSJ.

O ponto de início e a trilha não possuem sinalização.

Melhor época para visitar: A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo

o ano. A localização da trilha submete a mesma a grandes variações climáticas, como as

relatadas para o Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.

5.1.2.3. Travessia Urubici-Orleans (e Vice-Versa)

Também conhecida como Trilha da Pedra Furada (via Orleans), a Travessia Urubici-Orleans

tem início a partir da região de Três Barras, no município de Orleans (parte baixa do PNSJ),

e também permite acessar a base da Pedra Furada. Entretanto a prática dessa atividade não

vem sendo autorizada pelo ICMBio.

Descreve-se como uma trilha intensa e de difícil acesso. Seu percurso possui aproximadamente

11 km e estima-se cerca de 12 horas para percorre-lo. Em alguns trechos, o percurso transpassa

áreas não consolidadas do PNSJ (devolutas e particulares). Apresentam-se a seguir informações

sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.

Localização e acesso: O ponto de partida localiza-se na região de Três Barras, no município

de Orleans, e seu percurso atravessa por áreas particulares. Como rota alternativa, o percurso

pode ser iniciado ou finalizado no município de Urubici.

Melhor época para visitar: A prática da atividade e acesso à trilha é permitido durante todo

o ano. A sua localização submete-a a grandes variações climáticas que foram relatadas para

o Mirante da Pedra Furada.

5.1.2.4. Trilha do Rio do Bispo

A Trilha Rio do Bispo margeia o rio homônimo, várias travessias molhadas e situa-se em área

consolidada do PNSJ (Figura 5.8). É possível realizar os percursos de ida e volta em diferentes

trajetos, o que permite ao visitante enriquecer sua experiência. É considerada de nível fácil e

possui aproximadamente 8 km (ida e volta). O percurso é também acessado para prática de

cavalgada, com a existência de estabelecimentos no entorno imediato aptos a operar esta

atividade.

Uma variante desta trilha é a Travessia Rio do Bispo - Morro da Igreja, de aproximadamente

50 km, que se dá por meio da estrada do Morro da Igreja, via Fazenda do Sr. Carlos Zilli (já

regularizada).

Este trajeto prolongado, foi sinalizado recentemente em visitas de compor o Caminho das

Araucárias e da Mata Atlântica. Todavia ainda é pouco utilizado por visitantes. Nesta variação

de percurso também é indicada para ser percorrida por meio de cavalgada.

Figura 5.8 Paisagens da Trilha do Rio do Bispo no PNSJ.

Fonte: Tripadvisor e Graxaim Ecoturismo, s.d.

Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a

atividade é desenvolvida e a visitação.

Localização e acesso: A Trilha do Rio do Bispo situa-se na porção norte do PNSJ. Seu acesso é

realizado a partir da estrada do Rio do Bispo e vai até o Morro da Igreja e vice-versa.

Melhor época para visitar: A prática da caminhada nesta trilha é possível durante todo o

ano.

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Parque Nacional de São Joaquim

5.1.2.5. Travessia Urubici - Bom Jardim da Serra (e Vice-Versa)

A travessia Urubici-Bom Jardim da Serra tem várias versões de trajetos, num percurso médio

de 30 km. O caminho referencial é a estrada geral da Santa Bárbara, que cruza área do PNSJ

(em áreas consolidadas e não consolidadas). A estrada inicia-se na localidade de Vacas

Gordas em Urubici e termina no centro de Bom Jardim da Serra, tem cerca de 45 km de

extensão e atravessa os Campos de Santa Bárbara, passando por áreas como o Morro do

Baú e o antigo Cemitério dos Tropeiros. Não há necessidade e percorrer toda a extensão da

estrada caminhando.

Como uma caminhada de longo curso, esta travessia deve ser percorrida em até três dias,

com dois pernoites. Todavia, não dispõe de local pré-definido e mínima estrutura para

acampamento.

A travessia não é realizada atualmente. Conforme informações levantadas em campo, o visitante

poderia percorrê-la com ou sem condutor, mediante o cadastro prévio no PNSJ. Os grupos se

limitariam a 10 (dez) pessoas por condutor ou grupos de montanhistas de mesmo tamanho.

A equipe do PNSJ limitou na época da vigência da Portaria ICMBio nº 85/2012, em 2012, dois

grupos por final de semana ou feriado, totalizando no máximo 20 (vinte) pessoas por período.

Mais recentemente a WWF Brasil iniciou discussão com o ICMBio e outros parceiros, para

inclusão desse trecho como parte do projeto Caminho da Mata Atlântica (que prevê

consolidar um percurso com mais de 2 mil quilômetros, entre os estados do Rio de Janeiro

ao Rio Grande do Sul, interligando mais de 70 UC. Atualmente em fase de planejamento por

diversas entidades, liderado pela WWF- Brasil). Apresentam-se a seguir informações sobre a

atividade e breve análise sobre a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.

Localização e acesso: A travessia inicia-se na localidade denominada Vacas Gordas, via rodovia

SC-110, em Urubici, e segue pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal e

não asfaltada, até o município de Bom Jardim da Serra.

Melhor época para visitar: Caso permitida, a prática da caminhada nesta travessia é possível

durante todo o ano.

5.1.2.6. Trilha da Cascatinha

Trilha plana, com baixo nível de dificuldade, tendo pouco mais de 1 km de extensão, num

percurso de aproximadamente 50 minutos (ida), que adentra matas de araucárias e, segundo

pesquisadores do PPBio, possui potencial para a observação de aves. A trilha percorre uma

antiga estrada, agora transformada em caminho, que leva até uma pequena cascata, em cuja

base se forma um pequeno lago.

Figura 5.9 Paisagens da Trilha da Cascatinha em Urubici/SC.

Fonte: Detzel Consulting, 2018.

Localização e acesso: O acesso se realiza por meio da localidade de Vacas Gordas, via rodovia

SC-110, em Urubici, seguindo pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal

e não asfaltada, até o alojamento dos pesquisadores. A trilha inicia-se em ponto próximo à

este alojamento.

Melhor época para visitar: Caso permitida, a prática da caminhada nesta área é possível

durante todo o ano.

5.1.2.7. Trilha Goiaba Serrana

Esta trilha também está inserida na área da Santa Bárbara, contígua à Trilha da Cascatinha,

recebendo esse nome (ainda figurativo) pelo fato de que, ao longo do seu percurso, há a

ocorrência desta espécie frutífera, da família Myrtaceae, nativa da Mata Atlântica, do Sul do

país. Trata-se de uma trilha de baixa dificuldade, que circunda áreas próximas ao rio Morro

Grande, num percurso de aproximadamente 50 minutos (ida). Possui características muito

similares à Trilha da Cascatinha e integrando um mesmo conjunto.

Localização e acesso: O acesso se realiza por meio da localidade de Vacas Gordas, via rodovia

SC-110, em Urubici, seguindo pela estrada geral da Santa Bárbara, de âmbito intermunicipal

e não asfaltada, até o alojamento dos pesquisadores. A trilha inicia-se em ponto próximo à

este alojamento.

Melhor época para visitar: Caso permitida, a prática da caminhada nesta área é possível

durante todo o ano.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 5.10 Aspectos de paisagens da Trilha Goiaba Serrana.

Fonte: Detzel Consulting, 2018.

5.1.3. CICLISMO E CICLOTURISMO

O ciclismo é caracterizado pelas atividades que integram eventos esportivos também na área

do PNSJ, já em sua maioria no formato de cicloturismo. São atividades nas quais se emprega

o uso da bicicleta, como meio de locomoção, para práticas de lazer em integração com a

natureza. Tais atividades são principalmente praticadas na estrada geral da Santa Bárbara e

na estrada do Morro da Igreja. Além dessas localidades, a atividade é realizada em áreas não

regularizadas (devolutas e particulares).

5.1.3.1. Estrada Geral da Santa Bárbara

A estrada geral da Santa Bárbara (Figura 5.11) de âmbito intermunicipal, cruza o PNSJ e

atravessa os Campos de Santa Bárbara, conectando à SC- 110,em Urubici ao centro de Bom

Jardim da Serra, com aproximadamente 45 km de extensão. O trajeto percorre trechos com

elevações acima dos 1700 metros de altitude e possui uma paisagem formada por vegetação

de campos naturais (estepe gramíneo-lenhosa, arbustiva).

Localização e acesso: A atividade usualmente inicia-se na localidade denominada Vacas

Gordas, na margem da Rodovia SC-110, em Urubici, e segue pela estrada geral da Santa

Bárbara até o município de Bom Jardim da Serra.

Melhor época para visitar: A prática da atividade é possível durante todo o ano.

Figura 5.11 Paisagens da estrada geral da Santa Bárbara no PNSJ.

Fonte: Detzel Consulting, 2018.

5.1.3.2. Estrada do Morro da Igreja

A estrada do Morro da Igreja (figura abaixo) é pavimentada, em via de mão dupla e possui uma

extensão de 17 km, sendo 10 km em área interna do PNSJ. Sua declividade é intensa e o uso

compartilhado com outros veículos, como carros e motos. A via dispõe de sinalização indicativa

e turística e alguns estabelecimentos particulares, como pousadas e restaurantes (fora da área

do Parque) que podem servir como pontos de apoio aos praticantes do cicloturismo.

Figura 5.12 Cicloturismo na estrada do Morro da Igreja.

Foto: Luciana Vieira, s.d. Aquelapedalada, 2017.

Localização e acesso: A estrada localiza-se na região nordeste do Parque e o acesso se dá

pela Rodovia SC-370. A partir de Urubici, são aproximadamente 12 km até o entroncamento

com a estrada do Morro da Igreja, trafegando em rodovia em boas condições de uso e com

sinalização indicativa do PNSJ. Segue-se por aproximadamente 7 km até chegar ao pórtico

de entrada e controle do PNSJ. A partir deste ponto o acesso somente é possível por meio de

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Parque Nacional de São Joaquim

autorização, que deve ser retirada com antecedência na sede do ICMBio. Percorre-se mais 10

km em área interna do PNSJ até chegar ao topo do Morro da Igreja.

Melhor época para visitar: A prática da atividade é possível durante todo o ano, embora haja

uma grande concentração nos meses de junho, julho e agosto, devido ao turismo de inverno,

frio e possibilidade de ocorrência de neve no Morro da Igreja, sendo também recomendada

para os meses de verão e outono.

5.1.4. CAVALGADA

A cavalgada é uma atividade tradicional da região do PNSJ e é principalmente praticada na

estrada geral da Santa Bárbara (travessia Urubici-Bom Jardim da Serra), travessia Bom Jardim

da Serra-Orleans e na Trilha do Rio do Bispo.

5.1.4.1. Travessia Urubici - Bom Jardim da Serra (e Vice-Versa)

A atividade de condução de visitantes em cavalgadas está prevista para a área da estrada

de âmbito municipal que cruza o PNSJ e atravessa os Campos de Santa Bárbara, já descrita

anteriormente. A atividade possibilita ao visitante a oportunidade de conhecer a parte alta e

baixa da Serra em um percurso de grande beleza cênica. Esta atividade está vinculada às práticas

culturais do território, ainda do ciclo do Tropeirismo. Existem atualmente estabelecimentos

devidamente aparelhados no entorno imediato do PNSJ para a sua realização.

Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e breve análise sobre a região onde a

atividade é desenvolvida e a visitação.

Localização e acesso: A estrada inicia-se nas proximidades da localidade de Vacas Gordas junto

a SC-110, em Urubici e segue até o centro de Bom Jardim da Serra, com aproximadamente 45

km de extensão e atravessa os Campos de Santa Bárbara, passando por áreas como o Morro

do Baú e o antigo Cemitério dos Tropeiros.

Melhor época para visitar: A prática da atividade é possível durante todo o ano.

5.1.4.2. Áreas na Região Do Rio Do Bispo (Cavalgada)

Trata-se do mesmo percurso em área contínuas àquelas previamente descrito para a

atividade de caminhada na Trilha do Rio do Bispo, com a variação de uso por meio da prática

de cavalgada e também de trajeto. Apresentam-se a seguir informações sobre a atividade e

breve análise sobre a região onde a atividade é desenvolvida e a visitação.

Localização e acesso: A área do Rio do Bispo situa-se na porção norte do PNSJ. Seu acesso é

realizado a partir da estrada do Rio do Bispo.

Melhor época para visitar: A prática da cavalgada nesta trilha é possível durante todo o ano.

5.1.5. VOO LIVRE

Com relação ao voo livre, não foram especificadas áreas para a sua prática no PNSJ.

Segundo relatos, coletados no levantamento de campo, foram realizados voos testes para

a identificação de locais propícios à decolagem na região dos Campos de Santa Bárbara.

Ainda que não praticada com regularidade, julgou-se oportuno elencar o voo livre como

atividade já realizada no PNSJ. Salienta-se que a minuta do Plano de Manejo do PNSJ indica

que poderão ser permitidos sobrevoos panorâmicos, a partir de planos específicos e outros

instrumentos, os quais definirão os tipos de aeronaves e equipamentos similares que

produzam pouco ruído. Permitindo, dessa forma, a prática do voo livre nesta UC.

5.1.6. OUTRAS ATIVIDADES DE USO PÚBLICO DESENVOLVIDAS

Descrevem-se a seguir as atividades de uso público realizadas no PNSJ e não previstas pela

Portaria ICMBio nº 85/2012.

• Visitação ao Véu de Noiva

O Véu da Noiva constitui-se em uma formação rochosa em basalto, cuja inclinação faz a

água descer por aproximadamente 62 metros, de onde origina-se o nome do atrativo. Em

sua base forma-se um pequeno lago. O local possui infraestruturas de apoio à visitação,

implementadas em momento anterior a publicação da lei federal nº 13.273/2016, que

alterou os limites desta UC. (figura abaixo).

Figura 5.13 Véu da Noiva e infraestrutura de apoio a visitação em seu entorno.

Legenda: A – Véu da Noiva no entorno da UC; B – Infraestruturas de uso particular no PNSJ. Fonte: Detzel Consulting, 2018.

A B

C

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Parque Nacional de São Joaquim

Localiza-se próxima ao Km 7 da estrada do Morro da Igreja. Seu acesso se dá por propriedade

particular e mediante a cobrança de ingresso (R$ 5,00). Para encontrá-la, é necessário

caminhar por aproximadamente 300 metros entre o estacionamento e a base da queda-

d’água.

O atrativo recebe visitante com frequência constante ao longo do ano e, segundo informações

levantadas em campo, possui um fluxo médio de 30 mil pessoas por ano. A área é ponto

de apoio à visitação que ocorre no Morro da Igreja e dispõe de estrutura para visitação

composta por trilhas, sinalização informativa, equipamento de alimentação e hospedagem,

banheiros e estacionamento. Toda a infraestrutura encontra-se em boas condições de uso

e conservação. O uso da queda-d’água possui caráter contemplativo, mas a área também

dispõe de atividade de aventura, como tirolesa, além de trilhas para caminhadas.

5.1.6.1. Visitação ao Cânion das Laranjeiras e ao Cânion do Funil

Os Cânions das Laranjeiras e do Funil localizam-se na porção sul do PNSJ, ambos em áreas

não consolidadas. O Cânion do Funil adentrou nos limites do PNSJ após a publicação da Lei

federal no 13.273/2016.A visitação ao Cânion do Funil é realizada em uma trilha, com início

na Rodovia SC-390, ao lado da Subestação de Eletricidade de Bom Jardim da Serra. Esta trilha

percorre locais fora dos limites do PNSJ e, em seu trecho final, integra à área desta UC. Já a

visitação ao Cânion das Laranjeiras ocorre por trilha de aproximadamente dois quilômetros

em propriedade rural no interior do PNSJ, a fazenda Santa Cândida, ainda não regularizada.

O acesso à fazenda Santa Cândida é realizado por estrada rural não asfaltada, em trecho de

8 km que leva à estrada geral da Santa Bárbara a qual, por sua vez, conecta-se à Rodovia

SC-390.

As atividades de visitação ao Cânion das Laranjeiras e Cânion do Funil ocorrem de maneira

irregular e nem sempre são de conhecimento do ICMBio. Em sua maioria são caminhadas e

cavalgadas.

5.1.6.2. Audioguia

Criado em parceria com o Núcleo de Pesquisas em Fauna Silvestre da Universidade do Estado

de Santa Catarina (NUPAS/UDESC/Lages/SC), o áudio foi disponibilizado em Compact Disc

(CD) e também em MP3 e traz diversas informações importantes sobre o PNSJ, como seus

aspectos históricos, ambientais e recomendações de conduta do visitante. As informações

foram preparadas para serem escutadas ao longo do trajeto entre o Portal e o Mirante do

Morro da Igreja/Pedra Furada e destacam os pontos de parada e observação num percurso

de 10 km. Atualmente não está em uso.

5.1.6.3. Exposição Interpretativa

A exposição interpretativa está instalada na sede administrativa do PNSJ (figura, a seguir), no

centro de Urubici. Trata-se de uma exposição sobre a fauna silvestre catarinense, produzida

com apoio do NUPAS/UDESC/Lages/SC, COMTUR e parceiros particulares.

Figura 5.14 Exposição interpretativa na Sede Administrativa do PNSJ.

Fonte: Detzel Consulting, 2018.

A exposição interpretativa pode ser acessada por visitantes e munícipes e não possui

cobrança de entrada.

5.1.6.3. Eventos Diversos

Conforme relatos obtidos durante o levantamento de campo, foram identificados os

seguintes eventos realizados no PNSJ:

• DESAFRIO: competição esportiva de corrida cross-country, atualmente em sua

15ª edição. Utiliza áreas do PNSJ, principalmente na região do Morro da Igreja,

para compor seus percursos de 45 km, 22 km e 10 km. Em sua última edição, em

2017, houve cerca de 700 atletas participantes. Durante a realização do evento, os

organizadores providenciam, aos visitantes, transporte em vans entre o Km 7 da

estrada do Morro da Igreja ao atrativo Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada; aos

atletas que realizaram a prova de 25 quilômetros providenciou-se transporte em micro

ônibus do centro urbano de Urubici até o Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada;

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Parque Nacional de São Joaquim

• FODAXMAN Xtreme Triathlon: evento esportivo triátlon, sem fins de competição. O

evento é composto por 3.800 metros de natação, 182 km de ciclismo e 42 km de

corrida, em um percurso pré-definido, iniciando no litoral catarinense e encerrando

na região da Serra Geral, com uso de áreas do PNSJ. A última edição reuniu 24

atletas de diversos estados brasileiros;

• SEGUALQUIA: cerimônia xamânica, realizada em propriedade rural inserida na área

do PNSJ. Realizam-se os eventos no período de verão, durante o mês de janeiro e

início de fevereiro. A atividade possui um constante fluxo e trânsito de participantes,

incluindo brasileiros e estrangeiros, indígenas e não indígenas;

• RANDONNEURS BRASIL - SANTA CATARINA: evento de cicloturismo de longa

distância, ligado à organização Audax Club Parisien, sendo a edição de 2017 com

207 km de prova, altimetria acumulada de 4.066 m. A prova foi estabelecida, no

PNSJ, em área correspondente ao Morro da Igreja;

• Semana de Ecoturismo da Serra Catarinense: evento de caráter socioeducativo

promovido por meio de parcerias locais e regionais com objetivo de mostrar

o potencial ambiental do PNSJ e da região Serrana, através de atividades

recreativas, esportivas e de educação ambiental, ao mesmo tempo em que eleva a

conscientização turística e ambiental dos participantes.

Com relação aos acontecimentos programados, como eventos, a minuta do Plano de Manejo

do PNSJ prevê que atividades religiosas e outros similares, incluindo reuniões de associações

diversas, poderão ser autorizados. Isso desde que não causem impactos negativos sobre

a fauna e a flora e a experiência da visitação, sendo proibida a deposição de resíduos de

qualquer natureza no ambiente.

Também estão previstos pela minuta a possibilidade da realização de eventos esportivos

e desportivos não motorizados, tais como corridas de aventura, torneios de esporte de

natureza, entre outros, respeitando-se o zoneamento, os futuros planos específicos e os

objetivos da UC, ficando proibidas, portanto, atividades motorizadas. O documento prevê

ainda a normatização de atividades esportivas no PNSJ com base no parecer jurídico do

ICMBio e em experiências-piloto a serem realizadas em conjunto com as comunidades de

prática. Observou-se, entretanto, que embora de maneira não oficial, ocorrem encontros de

motociclistas na área do Mirante do Morro da Igreja/Pedra Furada.

6. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

O PNSJ é uma UC que está sob responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação

da Biodiversidade (ICMBIO), que possui as atribuições de propor, implantar, gerir, proteger,

fiscalizar e monitorar as UC federais, bem como de zelar e incentivar a conservação da

biodiversidade, através do fomento e da pesquisa, podendo exercer o poder de polícia para

garantir a proteção dessas áreas naturais (BRASIL, 2007).

Figura 6.1. Organograma da estrutura organizacional do ICMBio.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018; adaptado de ICMBIO, sem data.

6.1. EQUIPE PERMANENTE DO PNSJ

O PNSJ está inserido na Coordenação Regional 9, sediada em Florianópolis, no estado de

Santa Catarina e o município de Urubici abriga a Sede Administrativa do PNSJ. A atual

equipe da unidade é composta por dois analistas ambientais e seis brigadistas de incêndios

temporários, servidores do ICMBio e 12 terceirizados, conforme organograma a seguir.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 6.2. Organograma da estrutura organizacional do PNSJ.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

6.2. INFRAESTRUTURA DO PNSJ

O PNSJ possui sua infraestrutura subdividida em Sede Administrativa, Morro da Igreja e Santa

Bárbara. A Sede Administrativa do PNSJ situa-se na área urbana do município de Urubici,

no centro da cidade, tendo como atribuições os serviços administrativos e de atendimento

à visitação, com exposição interpretativa da fauna do Parque e sua biodiversidade. Possui

também estrutura básica para alojamento. As estruturas presentes na região do Morro da

Igreja constituem-se de uma guarita, painéis informativos, bem como alojamento para

pesquisadores. Na região de Santa bárbara o Parque disponibiliza alojamento e pontos de

apoio para pesquisadores e vigilantes.

7. INFORMAÇÕES INSTITUCIONAIS DO PNSJ

O PNSJ é uma UC federal que foi estabelecida na década de 1960, após sensibilização sobre a

intensa exploração de araucária Araucaria angustifolia no estado de Santa Catarina. Teve seu

conselho gestor instituído em 2011 e, embora tenha sido criada há mais de 50 anos, apenas

em 2016 priorizou-se a elaboração do plano de manejo do Parque. Algumas de suas áreas

já foram desapropriadas, todavia, ainda existem na UC muitas propriedades que não foram

regularizadas, bem como algumas situações conflitantes relacionadas aos limites do Parque.

A seguir, apresenta-se os instrumentos de gestão da UC.

7.1. INSTRUMENTOS DE GESTÃO

A Lei do SNUC (BRASIL, Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000) em seu capítulo IV, dispõe sobre

a criação, implantação e gestão de UC, apresentando dois instrumentos fundamentais para

o auxílio na gestão dessas áreas protegidas. No artigo 27, aborda sobre a obrigatoriedade da

elaboração do plano de manejo e no artigo 29 sobre a criação de conselhos consultivos para

unidades de proteção integral, como ferramentas auxiliares. A seguir estão apresentados

ambos instrumentos relacionados ao PNSJ.

7.2. PLANO DE MANEJO

O plano de manejo, é o documento norteador à gestão da área protegida. De acordo com a

lei do SNUC (Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000), artigo 2º, inciso XVII, o plano de manejo é

um documento técnico, fundamentado nos objetivos da UC, que estabelece o zoneamento

e as normas de uso e manejo da área e seus recursos.

A estruturação do plano de manejo do Parque Estadual de São Joaquim foi priorizada

em 2016, após extensas discussões do ICMBio sobre novos métodos para elaboração de

planos de manejo que unificassem a abordagem entre as diferentes categorizações de UC,

simplificando a estrutura e reduzindo tempo e custos de elaboração.

Então, em agosto de 2016, aconteceu a oficina para a elaboração do plano de manejo, em

Urubici/SC. Durante a construção do documento, propôs-se o zoneamento e as normas

gerais de implantação e funcionamento do Parque que, após, foram consolidadas pelo

ICMBio. O documento foi concluído no final do ano de 2017, no entanto, ainda não foi

aprovado/homologado.

7.3. CONSTITUIÇÃO DO CONSELHO CONSULTIVO

O Conselho Consultivo do PNSJ foi criado em 30 de junho de 2011, através da Portaria

nº 46 (BRASIL, 2011), do ICMBio. Em 27 de outubro de 2014, a composição do Conselho

gestor foi alterada por meio da Portaria nº 114 (BRASIL, 2014) e o atual Conselho gestor

da UC é composto por 15 representantes, conforme retificação, sendo 8 deles vinculados à

administração pública e os outros 7 constituintes pertencem à sociedade civil.

O organograma apresentado na Figura, a seguir, trata da atual constituição do Conselho

Gestor do PNSJ, conforme sua organização em quatro categorias.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 7.1. Constituição do Conselho Gestor do PNSJ.

Fonte: Elaboração do autor, 2018.

8. CONCESSÃO

8.1. OBJETO LICITADO

O objeto do CONTRATO é a concessão do direito de uso de bem público correspondente

a uma área do PNSJ, tal como definida no Projeto Básico, para a realização das seguintes

atividades:

a. Controle de acesso ao Mirante Natural da Pedra Furada e ao Morro da Igreja;

b. Recepção de visitantes e divulgação do PNSJ;

c. Venda de ingressos;

d. Serviços de alimentação;

e. Loja para venda de souvenirs e conveniências;

f. Aplicativo Mobile; e

g. Transporte Único – Morro da Igreja.

8.1.1. OBJETIVO

A presente proposta de concessão destina-se fundamentalmente a:

a. Controlar o aceso ao Morro da Igreja;

b. Oferecer aos visitantes serviços e informações de qualidade e compatíveis com os

objetivos do PNSJ;

c. Ofertar serviço de transporte único, entre o centro de Urubici e o Mirante Natural da

Pedra Furada, localizado no Morro da Igreja;

d. Garantir uma boa experiência do visitante nos atrativos da região do Morro da Igreja

e entorno imediato;

e. Manter as infraestruturas de acesso e apoio à visitação no Morro da Igreja em boas

condições.

Cada serviço proposto terá suas características operacionais próprias e será concessionado

em conjunto, de acordo com este Projeto Básico, e em consonância com as normativas

vigentes do PNSJ.

8.2. ÁREAS CONCEDIDAS

O concessionário poderá fazer uso da área onde atualmente se encontra a sede administrativa

do PNSJ e Portaria do Morro da Igreja. Descreve-se a seguir as áreas da concessão.

8.2.1. SEDE ADMINISTRATIVA

A atual sede administrativa do PNSJ, onde se encontra o escritório do ICMBio, está localizada

no centro urbano do município de Urubici. A sede fica localizada na Av. Felicíssimo Rodrigues

Sobrinho, 1542 - Centro (Coordenadas Geográficas 27°59’52”S e 49°35’4”O).

A edificação possui dois pavimentos, área construída de 220 m² e se encontra em terreno de

esquina com área aproximada de 360 m². (figura na página seguinte)

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 8.1. Sede Administrativa do PNSJ.

Nota: A - vista da fachada da Sede Administrativa; B – vista da recepção na parte interna inferior da Sede

Administrativa; C – vista da sala de exposição interpretativa da Sede Administrativa. Fonte: Registro do Autor, 2018.

Como premissa de uso do local da Sede (edificação e terreno), o concessionário deverá

realizar as modificações que atendam as previsões desse Projeto Básico. Complementa-se

que, a área será concedida no estado em que se encontra.

8.2.2. PORTARIA DO MORRO DA IGREJA

A Portaria ou Guarita, está localizada no km º7 da Estrada do Morro da Igreja e dentro do

PNSJ.

O concessionário terá permissão de uso da edificação da Portaria para realização das

atividades presentes nesse Projeto Básico.

O local receberá intervenções físicas a serem realizadas pelo DTCEA-MI (CINDACTA ll - Centro

Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, que deverão estar prontas para o

concessionário. A Figura, abaixo, apresenta a representação em três dimensões do projeto

arquitetônico previsto para a Portaria.

Figura 8.2. Projeto arquitetônico 3D da nova Portaria do Morro da Igreja

Fonte: ICMBio, 2017.

Conforme o projeto a edificação contará com espaço realização do controle de acessos de ao

PNSJ, assim como área para permanência, descanso e sanitários para funcionários.

8.3. PRAZO

O prazo de vigência do contrato de concessão será de 10 (dez) anos, contados a partir

da emissão, pelo CONCEDENTE, da ordem de operação comercial do empreendimento,

podendo ser renovado por mais 5 (cinco) anos, na forma prevista no contrato.

8.4. MODALIDADE DA LICITAÇÃO

A licitação será realizada na modalidade de concorrência.

8.5. TIPO DE LICITAÇÃO

A licitação será do tipo melhor oferta.

8.6. CRITÉRIO DE JULGAMENTO

O critério de julgamento será a proposta econômica apresentada, que consiste no valor de

outorga variável que será pago ao concedente.

8.7. PROPOSTA COMERCIAL DO LICITANTE (INFORMAÇÕES ECONÔMICAS DA CONCESSÃO)

A seguir apresentam-se as informações econômicas da concessão.

8.7.1. VALOR ESTIMADO DO CONTRATO DE CONCESSÃO

O valor estimado do CONTRATO, de caráter indicativo, correspondente à soma do valor dos

investimentos mínimos a serem realizados pela CONCESSIONÁRIA, do valor da outorga fixa e

do valor estimado da outorga variável a ser repassada ao CONCEDENTE, é de R$ 5.021.875,44

(cinco milhões, vinte e um mil, oitocentos e setenta e cinco reais e quarenta e quatro

centavos).

8.7.2. OUTORGA

A concessionária pagará ao concedente outorga fixa e outorga variável.

A outorga fixa será no valor total de R$ 408.000,00 (Quatrocentos e oito mil reais), pagos

em parcelas anuais e com carência igual a 36 meses a contar a partir do início da concessão.

A outorga variável será objeto de proposta econômica, não podendo ser inferior a 3,0 %

(cinco por cento) da Receita Operacional Bruta, o que corresponde ao valor total estimado

de R$ 1.213.875,44 (um milhão, duzentos e treze mil, oitocentos e setenta e cinco reais e

quarenta e quatro centavos).

A B C

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Parque Nacional de São Joaquim

A concessionária receberá 36 meses de carência para o pagamento da outorga fixa e da

outorga variável, cujo valor será diluído nos pagamentos das demais parcelas restantes.

8.7.3. INVESTIMENTO MÍNIMO

O investimento mínimo que deverá ser feito pela concessionária para a implantação e

operação do objeto da concessão é de R$ 3.400,000,00 (três milhões e quatrocentos mil reais).

8.7.4. RECEITA ESTIMADA

O valor estimado da Receita Operacional Bruta, em termos reais, é de R$ 41.032.558,00

(quarenta e um milhões, trinta e dois mil, quinhentos e cinquenta e oito reais).

8.7.5. VISITA TÉCNICA

Para participação na concorrência os interessados deverão comprovar realização de visita

técnica na Sede Administrativa do PNSJ, Portaria de Acesso ao Morro da Igreja, Mirante

Natural da Pedra Furada. O licitante também poderá realizar a visita técnica na Trilha da Pedra

Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas.

As visitas técnicas deverão ser agendadas com o ICMBio, com um período de 15 dias de

antecedência.

A concessionária assume todos os riscos decorrentes da não realização de visita técnica ou

de sua realização de forma defeituosa.

8.8. CENTRO DE VISITANTES E SERVIÇOS ASSOCIADOS

O Centro de Visitantes – CV configura importante equipamento para que o PNSJ possa

promover uma boa experiência aos seus visitantes. Configura-se também com uma

importante ferramenta para o ordenamento da visitação, além de servir para outros serviços

de apoio à visitação no PNSJ.

O CV deverá funcionar como um espaço de recepção dos visitantes e divulgação do PNSJ e

de outras UC brasileiras.

O CV deverá ser implantado e operado no local da atual sede administrativa do PNSJ.

O concessionário deverá:

• Reformar a atual Sede Administrativa do PNSJ, visando:

• Adequar o espaço físico para englobar todas as operações previstas nestes Projeto

Básico;

• Destinar área específica para as atividades administrativas do PNSJ e ICMBio.

• Analisar a possibilidade e, caso de interesse, implementar e gerir auditório multiuso,

que permita a realização de workshops, palestras, cursos e atividades sociais e

corporativas. Esse espaço poderá ser utilizado, durante o período de espera do

visitante, para a divulgação de informações a respeito do PNSJ e outras UC.

• Realizar a operação do Centro de Visitantes diariamente, inclusive finais de semana

e feriados;

• Realizar a manutenção e limpeza do CV.

8.8.1. BILHETAGEM

Quanto ao serviço de bilhetagem, o concessionário deverá:

• Efetuar a implantação e administração do controle de acesso de visitantes ao Morro

da Igreja e seus atrativos, incluindo a venda de ingressos;

• Implantar e operar plataforma digital (web, mobile, entre outras existentes ou que

possam a vir a existir) para venda de ingresso e de atrativos de forma antecipada e

com possibilidade de utilização de vários meios de pagamento (cartão de crédito

e de débito, mobile, entre outras existentes ou que venham a existir) durante a

vigência do contrato;

• Implantar e operar guichê físico para a venda de ingresso para visitantes que não

tenham adquirido de forma antecipada, em plataforma digital;

• Operar de modo que o tempo máximo de espera pelo visitante para a aquisição

dos ingressos no PNSJ seja de 20 (vinte) minutos;

• Responsabilizar-se pela instalação, atualização e licença dos softwares necessários

à operação da cobrança de ingresso, com todos os recursos para a realização de

relatórios dos registros de acesso ao PNSJ;

• Destinar o mínimo de 20 % do volume total diário de ingressos para venda no CV,

visando garantir a visitação ao Morro da Igreja por visitantes que não tiveram a

possibilidade de acesso à plataforma digital;

• Fornecer o controle do número de ingressos remanescentes disponíveis para

venda no CV. Informar ao público a quantidade de ingressos restantes antes de

destinarem-se ao CV, através da plataforma digital ou via telefone;

• Monitorar e controlar a entrada e saída de visitantes no Centro de Visitantes e no

Morro da Igreja e seus atrativos;

• Realizar o controle de entrada de visitantes e veículos na Portaria do Morro da

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Parque Nacional de São Joaquim

Igreja, em conjunto com as atividades de Segurança Patrimonial;

• Limitar a venda de ingressos, conforme Número Balizador de Visitantes

estabelecido, ou a ser estabelecido, pelo ICMBio.

Os ingressos deverão considerar as seguintes possibilidades de acesso e serviços:

• Acesso ao Morro da Igreja com o uso do Transporte Único;

• Acesso a Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas, sem o serviço de

Transporte Único, desde que acompanhado de condutor credenciado pelo ICMBio.

O concessionário não poderá cobrar do usuário valores de ingressos superiores ao

estabelecido pelo ICMBio para custear a operação da venda antecipada.

O concessionário deverá fornecer acesso para o controle da venda de ingressos e do acesso

às catracas, por intermédio da internet e em tempo real, para o monitoramento pelo ICMBio.

Para a operacionalização da cobrança do serviço de venda de ingressos, o concessionário

deverá fornecer e instalar, manter e atualizar, equipamentos e tecnologia que forneçam

minimamente os seguintes produtos e serviços:

• O controle de acesso e venda dos ingressos;

• Gravação e armazenamento em disco das imagens por meio de câmeras, com

sistema de backup das imagens captadas para armazenamento em cofre a prova

de fogo, pelo período mínimo de 30 dias;

• O sistema de câmeras deve ser instalado nos pontos de cobrança, pagamentos e

nos acessos dos visitantes, com no mínimo vinte unidades;

• Equipamento de controle de acesso, tipo catraca eletrônica ou similar;

• Relatórios gerenciais completos que permitam acesso em tempo real pela

administração do PNSJ e da sede do ICMBio que realizará o controle contábil,

possibilitando análises quantitativas e qualitativas das informações do perfil de

visitante, horários de acesso, isenções, acesso de funcionários e fornecedores e

outros a serem definidos pela Comissão de fiscalização do contrato.

Os registros de acesso deverão conter rotina que gerará os seguinte relatórios e ferramentas

cadastrais:

• Relatório detalhado de acessos;

• Filtros que ofereçam uma grande variação de possibilidades na emissão dos

relatórios, a fim de selecionar as informações por código, nome, grupo, estrutura,

área, hora, eventos, equipamentos e/ou grupo de equipamentos;

• Possuir relatório de registros (log book), contendo os eventos ocorridos, tais como:

perda de comunicação com um equipamento, ausência de energia momentânea

ou mesmo boot do servidor;

• Ter um sistema de registro de navegação (log book) capaz de mostrar as

informações incluídas, alteradas ou excluídas por usuário, no período solicitado,

para fins de auditoria;

• Operar em tempo real;

• Possuir todas as telas e mensagens escritas em português;

• Possuir quantidade de acessos simultâneos ilimitada e sem custo adicional;

• Identificar, no prazo máximo de 15 (quinze) segundos, a perda de comunicação

com alguma controladora ou catraca, identificando que ela está “offline”;

• As catracas devem enviar status ao sistema de controle de acesso, no máximo a

cada 10 (dez) segundos, visando a notificação em tempo real.

• Todos os equipamentos necessários à operação do sistema deverão contar com

nobreaks com autonomia de 6 horas, que possibilitem total operacionalidade na

falta de energia elétrica.

8.8.2. SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO

Quanto aos serviços de alimentação a serem prestados no CV, o concessionário deverá manter

o principal foco em fornecer alimentos servidos rapidamente a um preço correspondente ao

perfil socioeconômico o dos visitantes, para serem consumidos no local ou lanches rápidos

para viagem.

Os serviços de alimentação deverão apresentar as seguintes características:

• Serviço de alimentação no local, através de lanchonete e café, seguindo o estilo

geral de lanche rápido ou autoatendimento;

• Preparo de alimentos a granel antecipadamente e mantidos quentes no local, ou

preparados antecipadamente fora do local, embalada e mantidos quente no local;

• Serviços à la carte, com preparo do alimento após o pedido não são usuais e os

alimentos estão geralmente prontos para serem consumidos ou levados para

consumo em outro local;

• Atendimento geralmente voltado a atende a um consumidor mais transitório, onde

a propensão de levar o alimento para consumo em outro local é maior do que a

tendência de consumo interno, embora existam mesas e assentos;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Os consumidores geralmente andam até um balcão o para fazer o pedido e os itens

do menu são relativamente simples de preparar;

• Se os consumidores comerem no local, eles geralmente se sentam;

• Servir alimentações em horários diferentes do dia, de uma a três ou possivelmente

quatro (noturno) refeições horários de concentração de consumo por dia;

• A seleção do menu pode ser limitada a uma especialidade, como: sanduiches

saldáveis e saladas;

• O menu também contempla bebidas quentes e frias.

Adicionalmente, para prestar serviços de alimentação aos visitantes do CV o concessionário

deverá:

• Oferecer serviço de alimentação seguindo as características previamente

apresentadas, durante os horários de abertura a visitação do PNSJ. Caso avaliar

pertinente, o concessionário poderá solicitar ao ICMBio a alteração do horário de

funcionamento do serviço de alimentação para atender a possíveis demandas no

período noturno;

• Oferecer produtos alimentícios da região como sucos e compotas de frutas

regionais e outros;

• Contemplar oferta de bebidas e sorvetes nas áreas de autosserviço devem e mantê-

las com a quantidade apropriada de itens;

• Caso ofertados, condimentos alimentadores complementares devem ser

posicionados em locais que não afetem a velocidade da operação do serviço e suas

embalagens devem ser devidamente identificadas;

• Ofertar, minimamente, uma opção de bebida dietética e uma opção de bebida não

refrigerante;

• Servir bebidas quentes e frias são servidas nos tipos de recipientes normalmente

usados na indústria de alimentos e bebidas. Copos de isopor e outros recipientes

não são permitidos, assim como canudos plásticos. Os consumidores dever ter

acesso a agitadores de café e tampas que se encaixam no tamanho dos copos

destinados a bebidas quentes;

• Armazenar os alimentos em adequadamente e em temperaturas corretas. As carnes

e outros alimentos e outros alimentos perecíveis congelados não deverão ser

descongelados à temperatura ambiente, mas dentro de unidades de refrigeração

ou sob água fria corrente;

• Rotulada, datar e cobrir e/ou embalar adequadamente todos os alimentos

armazenados;

• Disponibilizar tabela de preços em local legível e visível para os visitantes;

• Manter as condições de higiene e armazenamento de alimentos previstas na

legislação, atendendo a todos os requisitos impostos pela vigilância sanitária e

demais normativas legais existentes;

• Rotular todos os suprimentos de limpeza e armazená-los com segurança.

Materiais de limpeza e outros produtos químicos não devem ser manipulados ou

armazenados juntamente com alimentos e bebidas;

• Implantar estações de lavagem das mãos para a equipe, contendo água corrente

quente e fria, sabão e toalhas ou mecanismo de secagem de ar quente. O

concessionário deverá afixar a sinalização de aviso de lavar as mãos (por exemplo,

“Os funcionários devem lavar as mãos antes de voltar ao trabalho”);

• Disponibilizar a opção de pagamento com dinheiro e cartão de crédito e débito

com, no mínimo, duas bandeiras;

• Manter uma quantidade suficientes pontos de caixas e funcionários para efetuar

a cobrança, assim como manter os locais de cobrança limpos e sem resíduos de

alimentos;

• Manter locais para consumo interno de alimentos, com mesas e cadeiras com, no

mínimo, lugares para 8 (oito) pessoas;

• Acordar previamente com a administração do PNSJ/ICMBio os dias e horários em

que os fornecedores realizarão a entrega de mercadorias.

Fica proibida a comercialização de: bebidas alcoólicas, artigos de tabacaria (cigarro, por

exemplo), bilhetes lotéricos, medicamentos ou substâncias que causem dependência física

e/ou psíquica (Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976 e suas alterações posteriores), chicletes

e bebidas em embalagens de vidro não retornável.

8.8.3. LOJA DE SOUVENIRES E CONVENIÊNCIAS

Quanto a comercialização de produtos não alimentícios no CV, o concessionário deverá

implementar uma loja tenha como foco a venda de souvenirs, presentes e artigos especiais

de recreação e esportes. Os souvenirs e presentes devem ser simples e demostrar que o

consumidor visitou o PNSJ e sua região. Estes itens poderão incluir artigos da culinária

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Parque Nacional de São Joaquim

local, desde que embalados, artesanato e artigos temáticos (canecas, animais de pelúcia,

camisetas, cartões postais, etc.). Já os artigos especiais devem atender às necessidades dos

visitantes em relação às especificidades como equipamentos e assessórios para atividades

de ecoturismo, turismo de aventura e proteção ao frio e chuva. A prestação do serviço de

comércio de produtos na loja envolverá a montagem e disposição dos produtos na loja, a

comercialização dos produtos e a confecção de embalagens e do material necessário para a

boa apresentação dos produtos.

Adicionalmente, o concessionário deverá:

• Oferecer para venda objetos temáticos relacionados ao PNSJ e ao meio ambiente,

observando práticas de inovação, design, identidade e criatividade para a geração

de produtos que envolvam artesãos e produtores locais e façam o uso da marca/

imagem do PNSJ.

• Oferecer para venda equipamentos e assessórios para atividades de ecoturismo,

turismo de aventura e proteção ao frio e chuva;

• Desenvolver e submeter à aprovação do ICMBio a proposta de identidade visual

para os produtos a serem comercializados, utilizando como referência o conceito

de identidade visual a ser fornecido pelo ICMBio;

• Manter todos os produtos bem apresentados e organizados, sem eventuais danos

e limpos.

• Identificar adequadamente os produtos que tiverem com desconto em seus preços,

por promoções comerciais.

• Alterar (rotacionar) a seleção de produtos oferecidos com frequência, buscando

ofertar produtos diferentes ao longo do prazo de concessão;

• Manter o estabelecimento comercial aberto durante os horários de abertura a

visitação do PNSJ. Caso avaliar pertinente, o concessionário poderá solicitar ao

ICMBio a alteração do horário de funcionamento para o mesmo período de do

serviço de alimentação, caso este tenha sido alterado.

• Implantar caixas de pagamento que não interfiram no fluxo de visitantes no CV,

mantendo-os devidamente identificados e em quantidade suficiente para atender

a demanda. O caixa de pagamento poderá ser unificado com o previsto para os

serviços de alimentação e guichê de vendas de ingressos.

• Estabelecer política de troca e devolução de produtos, adequada com a legislação

brasileira e que promova a satisfação do visitante. Uma nota explicativa sobre este

política deve estar visível a partir do caixa de pagamento.

• Disponibilizar a opção de pagamento com dinheiro e cartão de crédito e débito

com, no mínimo, duas bandeiras.

• Instituir institui política de não fornecimento de sacolas plásticas e oferecer sacolas

que não agridam ao meio ambiente.

Não será permitida a comercialização de:

• Produtos de origem animal silvestres, espécies ameaçadas de extinção ou sem

certificado de origem.

• Plantas e sementes.

• Artigos que afetam pessoas com sensitividade considerada normal, ou ainda

que sejam considerados obscenos, de orientação sexual, sugestivos, indecentes,

blasfemos, profanos, vulgares ou que ridicularizem instituições ou pessoas.

• Armas, armas de brinquedo, estilingues e itens do gênero.

• Artigos que possam ser perigosos ou prejudiciais à saúde humana, animal e vegetal.

• Mercadoria perecível e que excedeu sua data de validade.

O concessionário poderá utilizar canal de vendas online para comercialização dos produtos

oferecidos na loja de souvenirs e conveniências do CV.

8.8.4. APLICATIVO MOBILE

Quanto ao aplicativo mobile, o concessionário deverá implantar e operar plataforma digital,

tipo software de aplicativo mobile, adaptado para uso em sistema operacional Android e iOS,

contendo informações e dispositivos de interatividade com o PNSJ. A plataforma poderá

também conter o sistema previsto para a cobrança de ingressos (bilhetagem).

O aplicativo mobile deverá minimamente conter as seguintes funcionalidades:

• Informações sobre as atividades e serviços disponíveis no PNSJ mapas interativos

habilitados para GPS, e que funcionem sem conexão à internet, localizando

ambientes e atividades;

• Tecnologia de realidade aumentada que permita interagir com o ambiente do PNSJ;

• Roteiro sonoro com áudio imersivo (para a área do Morro da Igreja);

• Calendário de eventos;

• Horários de nascer e pôr do sol, com indicação dos locais para visualização, galeria

de imagens;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Função “onde estou?” para localização no PNSJ;

• Enviar notificações para notícias, alertas e eventos relacionados ao PNSJ

• Monitor de busca para encontrar informações rapidamente.

O aplicativo mobile deverá utilizar interface de fácil uso, com menus baseados em símbolos

universais.

8.8.5. SERVIÇOS DE RECEPÇÃO E APOIO AOS VISITANTES

O concessionário deverá implementar serviço de recepção para prestar informações e

orientações aos usuários que procurarem o PNSJ. Poderão ser apresentadas informações a

respeito dos passeios do PNSJ e de outras UC, incentivando o ecoturismo.

Durante a operacionalização a concessionária deverá disponibilizar funcionários devidamente

capacitados para a realização dos serviços, conforme a demanda da estrutura.

8.8.5.1. Exposição Interativa e InterpretativaO concessionário deverá prever espaço para esse fim e poderá utilizar de exposições

interativas como artefato de atratividade. Neste contexto, o concessionário deverá:

• Apresentar temas e elementos específicos do PNSJ para as exposições interativas,

como elementos climáticos (vento e neve), históricos (tropeiros e ocupação

indígena), geológicos (formação da Pedra Furada e dos campos de altitude) e atuais

(explanações sobre o CINDACTA II);

• Realizar projeto cenográfico multimídia, com conteúdo e objetos imersivos e

interativos, que privilegie o uso da tecnologia e explore o sistema sensorial dos

visitantes (cinco sentidos).

• Buscar meios de exposições que despertem o interesse nos atrativos do parque e

de outras UC Nacionais;

O concessionário poderá relacionar os itens comercializados na Loja de Souvenires com os

temas das exposições. Dessa forma, após a apresentação e interatividade com o assunto, os

visitantes teriam maior probabilidade de desejar itens que façam referência ao PNSJ.

8.8.5.2. Centro de Informações

O Centro de Visitantes deverá ter como uma de suas funcionalidades o instruir o visitante

através de um centro de informações. Para isso, o concessionário deverá:

• Oferecer pronto atendimento e auxílio com informações das atividades do parque;

• Prever serviço/local onde os visitantes possam tirar dúvidas, consultar atividades,

valores e informações gerais sobre o PNSJ

• Contemplar o uso de tablets, panfletos e mapas (materiais impressos deverão ser

menos privilegiados) para a divulgação das informações.

8.8.5.3. Sala de Turismo

O concessionário deverá prever ambiente destinado para uso pelos guias, condutores e

receptivos turísticos que atuem no PNSJ, possibilitando que estes profissionais realizem,

entre outras, as seguintes atividades neste espaço:

• Atendimento de grupos e excursões;

• Agrupar visitantes de atividades específicas;

• Preparar os visitantes para as atividades do parque;

• Alertar sobre as normas de conduta dentro de UC.

8.9. TRANSPORTE ÚNICO – MORRO DA IGREJA

O serviço de Transporte Único, além de elevar a experiência do visitante, deverá solucionar o

ordenamento da visitação no PNSJ.

O Concessionário deverá efetuar a implantação e administração de serviço de transporte

para acesso de visitantes ao PNSJ e seus atrativos.

Para implantação do serviço de transporte, o Concessionário deverá dispor dos veículos

discriminados neste Projeto Básico, com motorista.

Caberá ao concessionário o ordenamento do transporte dos visitantes entre o CV e o Mirante

Natural da Pedra Furada, no Morro da Igreja, o embarque e seu retorno, diretamente ou por

meio de operador subcontratado para executar estes serviços.

O sistema de transporte a ser adotado deverá ser proposto considerando os seguintes pré-

requisitos:

a. Minimizar os efeitos nocivos dos veículos motorizados ao meio ambiente;

b. Oferecer aos usuários do Parque um transporte eficiente e confortável;

c. Oferecer um sistema de transporte capaz de atender o Parque tanto na alta como na

baixa temporada;

d. Manter um veículo reserva para eventualidades;

e. Manter os custos compatíveis com as condições do mercado vigentes no país.

Para a implantação dos serviços de transporte, o Concessionário deverá controlar a entrada

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Parque Nacional de São Joaquim

e saída dos visitantes nos atrativos, utilizando sistema de rádio (central e móveis), ou similar.

O Concessionário deverá observar rigorosamente todas as normas e legislações aplicáveis

dos Órgãos responsáveis pelos transportes terrestres.

Os equipamentos e os veículos estarão sujeitos a auditoria externa.

8.9.1. LOCALIZAÇÃO (ROTA)

O Transporte Único deverá ter pontos de parada no Centro de Visitantes e no Mirante Natural

da Pedra Furada, localizado no km 17 da Estrada do Morro da Igreja, no interior do PNSJ.

A partir da Sede do PNSJ, localizada no centro urbano de Urubici, são em torno de 29 km de

trajeto até o destino final do Mirante do Morro da Igreja, portanto 58 km para o percurso de

ida e volta.

8.9.2. OPERAÇÃO

Em relação a operação, o concessionário deverá:

• Implantar e operar serviço de transporte de visitantes em veículos especialmente

preparados para a atividade tipo “van”, com capacidade entre 10 e 18 passageiros;

• Disponibilizar veículos para transporte de pessoas com dificuldade de locomoção e

cadeirantes.

• Garantir que todos os veículos sejam acessíveis;

• Analisar normativas referentes a acessibilidade em veículos automotores e similares.

• Certificar-se de que os veículos a serem utilizados tenham adoção da melhor

tecnologia disponível no mercado, que exerçam menos impactos sobre a pista e as

adjacências, com mínimo impacto em termos de tração, e aderência ao solo, ruído,

emissão de gases, erosão, etc.;

• Instalar nos veículos da frota sistema de som e/ou vídeo para a apresentação de

programas institucionais previamente aprovados pelo ICMBio;

O concessionário poderá:

• Avaliar a operacionalização do serviço, por meio da organização local das empresas

que já operam de transporte turístico local.

Os veículos realizarão o transporte de passageiros no trecho CV-Mirante Pedra Furada - CV,

com horário regulares de saída e retorno.

O Serviço de Transporte Único deverá funcionar sete (07) dias da semana, durante o horário

de abertura para visitação do PNSJ, cabendo ao concessionário controlar o fluxo de visitantes

para os dias de semana, feriados, sábados e domingos, de forma a atender o número de

visitantes da melhor forma possível.

A periodicidade de saída dos veículos deverá ser submetida à aprovação do PNSJ, de acordo

com a demanda maior ou menor de visitantes ao longo do ano e capacidade do Parque.

A respeito da frequência do serviço, o concessionário deverá:

• Firmar parcerias com profissionais autônomos para atendimento e realização do

serviço em períodos de pico;

• Realizar a sublocação de frota vacante, nos períodos de média e baixa temporada;

• Garantir o período máximo de espera para o passageiro de aproximadamente 20

(vinte) minutos;

• Monitorar e analisar o tempo de deslocamento para gerenciamento e melhoria do

desempenho desta operação;

• Dimensionar a frota de veículos e profissionais para o atendimento das premissas

desse Projeto Básico;

• Disponibilizar um veículo com adaptação especial para o transporte de portadores

de necessidades especiais de locomoção.

Destaca-se que, conforme informações apresentadas pelo Estudo de Viabilidade Econômico-

financeira referencial, o tempo médio de deslocamento entre o centro de Urubici e o Mirante

e retorno, considerando tempo de embarque e desembarque, é de aproximadamente 65,3

minutos.

Quanto às normas gerais, o concessionário deverá:

• Garantir que os veículos utilizados no transporte de visitantes sejam novos e

obedeçam aos padrões das legislações estabelecidos para emissão de poluentes e

ruídos;

• Proporcionar transporte confortável, seguro e limpo:

• Quando em operação, garantir que os veículos apresentem caracterização externa

contando com a Logomarca do ICMBio e do PNSJ em maior destaque frente à

marca da empresa. Portanto, identificar os veículos próprios e buscar alternativas

para identificação dos veículos de parceiros (distinção e marketing).

• Responsabilizar-se pelo o treinamento e capacitação dos motoristas e funcionários;

• Obedecer a todas as normas de segurança previstas para a atividade, incluindo

seguro de vida de passageiros;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Em caso de panes e danos nos veículos, a frota deverá ser reposta no prazo de 24

(vinte e quatro) horas;

• Substituir os veículos quando estes completarem 5 (cinco) anos de uso, contando

desde o início da sua utilização;

• Certificar-se que nenhum visitante permaneça nos atrativos após o horário de

funcionamento;

• Exigir que os motoristas respeitem as sinalizações de transito.

8.10. SEGURANÇA PATRIMONIAL

Em se tratar de segurança patrimonial as medidas devem ser aplicadas de acordo com a

localização.

O concessionário deverá realizar a segurança patrimonial e vigilância (24 horas) das áreas

internas e externas das dependências do Centro de Visitante e Escritório Administrativo do PNSJ.

O concessionário será responsável pela segurança patrimonial e vigilância da Portaria do

Morro da Igreja e realizar as seguintes atividades neste local:

• Controle da entrada e saída de veículos e pessoas pela Portaria do Morro da Igreja;

• Informar aos visitantes que chegarem ao local por conta própria a respeito de

normas PNSJ e instruí-los irem ao CV;

Para esta atividades, o concessionário:

• Deverá utilizar câmeras de segurança a e sistemas de alarme para essa operação no CV;

• Poderá contratar a segurança patrimonial através da terceirização de prestação de

serviços.

8.11. MEDIDAS DE SEGURANÇA

A respeito de medidas de segurança o concessionário deverá:

• Garantir que as infraestruturas internas da unidade sejam mantidas de modo a

evitar incidentes e acidentes;

• Contratar e manter seguro contra acidentes e demais infortúnios, desde o início da

operação comercial até o término do contrato de concessão;

• Realizar o treinamento de funcionários para atendimentos emergenciais (equipe

minimamente necessária para atuar com procedimentos de primeiros socorros);

• Prever kits de Primeiro Socorros que possibilitem atendimentos emergenciais,

localizados no CV e na Portaria do Morro da Igreja;

• Analisar a possibilidade de adicionar ambiente de Posto de Primeiro Socorros

dentro do CV para possibilitar atendimentos emergenciais;

• Prever situações de risco durante as atividades de turismo;

• Fortalecer parceria com hospitais da região para situações emergenciais;

• Manter a área concessionada (CV e Guarita) permanentemente dotada de

aparelhagem adequada à prevenção e extinção de incêndio e sinistro, mantendo

igualmente o seu pessoal instruído quanto ao emprego eficaz dessa aparelhagem;

• Contratar seguro contra os riscos inerentes à edificação (incêndio, explosão,

vendaval, alagamento e correlatos) em relação à área ocupada.

8.12. MEDIDAS AMBIENTAIS

Com relação a medidas ambientais o concessionário deverá:

• Manter monitoramento específico sobre o consumo de energia elétrica e água.

Manter registros específicos e local adequado para armazenamento de produtos

nocivos e poluentes;

• Desenvolver suas atividades procurando evitar o desperdício de energia;

• Selecionar os veículos utilizados para transporte dos visitantes considerando a

minimização dos efeitos nocivos ao meio ambiente;

• Responsabilizar-se por todo o resíduo gerado no PNSJ, oriundo da visitação ou por

atividades administrativas e operacionais;

• Adotar medidas permanentes para redução, separação e coleta seletiva de resíduos,

considerando:

• O acondicionamento e retirada de resíduos sólidos deverá observar a natureza do

resíduo e promover o acondicionamento e destinação adequados;

• O resíduo proveniente do CV e Portaria do Morro da Igreja deverão ser separados

em orgânico, inorgânico e passível de reciclagem e acondicionados em lixeiras

separadas, em local e forma apropriados;

• Para a área serviços de alimentação, todo resíduo recolhido deverá ser alocado em

um depósito de lixo localizado fora da cozinha e da área de preparo de alimentos;

utilizar sistema de separação dos resíduos sólidos e óleos para destinação

adequada; promover a coleta e retirada de resíduos orgânicos na frequência

necessária para evitar proliferação de insetos e pragas;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Avaliar a necessidade e possibilidade de alocação de lixeiras na proximidade do

Mirante da Pedra Furada, conforme indicações do ICMBio;

• Instalar lixeiras de coleta seletiva no CV voltados ao público;

• Todas as lixeiras instaladas deverão ser diariamente esvaziadas e limpas;

• Deverão ser adotadas medidas permanentes para redução, separação e coleta

seletiva de resíduos;

8.13. IDENTIDADE VISUAL

O concessionário deverá:

• Adotar para toda e qualquer identificação visual relacionada à operação desta

concessão a logomarca do PNSJ e do Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade – ICMBio.

• Assegurar-se de que toda e qualquer veiculação da imagem na mídia impressa ou

televisiva deverá fazer referência ao PNSJ e ao ICMBio.

• Disponibilizar para os funcionários uniforme com a logomarca do PNSJ/ICMBio,

respeitando os seguintes critérios:

• Os uniformes devem ser diferentes dos utilizados pela equipe do ICMBio.

• Os padrões dos uniformes deverão ser submetidos para análise do ICMBio e

poderão ser utilizados somente após aprovação deste órgão.

Não será permitida a exposição pelo concessionário ou fixação de anúncios comerciais ou

campanhas na área do parque sem prévia autorização do ICMBio.

8.14. ATIVIDADES DE APOIO E PROTEÇÃO AO TURISMO

O PNSJ, no contexto do projeto piloto PAPP e sob a perspectiva do Uso Público, pode ser

compreendido como um atrativo turístico âncora para a região e como elemento indutor

da dinâmica integradora entre os diferentes atores da cadeia produtiva do turismo local e

regional. Nesta perspectiva, o concessionário é incentivado a desenvolver atividades de apoio

e proteção ao turismo no PNSJ que poderão ser utilizadas como instrumentos facilitadores

da transformação da dinâmica turística desta UC e seu respectivo entorno. Esta atividades

buscam contribuir para continuidade do envolvimento e melhor desenvolvimento da

cadeia produtiva do turismo no entorno do PNSJ, bem como a utilização sustentável de seus

recursos para fins recreativos e educativos.

8.14.1. FORTALECIMENTO DOS MECANISMOS DE GESTÃO DO PNSJ

O modelo de desenvolvimento turístico para o PNSJ deve-se pautar pela busca do crescente

protagonismo da sociedade civil localizada em seu entorno, tanto no desenvolvimento

das atividades propostas, quanto na tomada compartilhada de decisões de gestão. Neste

sentido recomenda-se que que o concessionário apoie o desenvolvimento de mecanismos

que contribuam para o fortalecimento do Conselho Consultivo do PNSJ, criado pela Portaria

nº 46 de 30/06/2011 e suas modificações (Portaria 114, de 27/10/2014) e cuja finalidade é

a de contribuir com ações voltadas ao efetivo cumprimento dos objetivos de criação e a

correta implementação do Plano de Manejo do PNSJ. Promovendo, assim, uma instância

que dá voz ao território organizado e que efetivamente colabore para o estabelecimento de

prioridades e estratégias de desenvolvimento do PNSJ.

Dessa forma, recomenda-se o desenvolvimento de ações que envolvam a capacitação dos

agentes públicos e privados que compõem o Conselho, em temas que sejam relevantes para

o aprimoramento da gestão e atuação da instância. Além da elaboração de um planejamento

estratégico que oriente a atuação da instância considerada no contexto do projeto piloto

PAPP e cogestão da UC. É fundamental, também, a sensibilização e mobilização dos demais

atores do turismo local (empresários, setor público, sociedade civil relacionada ao tema,

entre outros), por meio de palestras, campanhas e ações de sensibilização e mobilização

destinada a esclarecer o papel exercido pelas novas atividades e serviços prestados pelo

concessionário e existentes turismo local e regional, bem como as oportunidades oferecidas

ao entorno imediato do PNSJ.

8.14.2. FORTALECIMENTO DAS REDES COLABORATIVAS DE TURISMO

Com objetivo de potencializar o desenvolvimento turístico integrado com foco na

sustentabilidade, o Ministério do Turismo vem atuando desde 2003 em parceria com os

estados e municípios por meio de diversos programas de desenvolvimento do turismo, e

trabalhando na implementação do Programa de Regionalização do Turismo - Roteiros do

Brasil, que é o principal eixo de política pública do turismo nacional. Por meio desta, os

municípios são incentivados a um trabalho conjunto de estruturação e promoção, em que

cada peculiaridade local busca ser contemplada, valorizada e integrada em um mercado

mais abrangente. Neste contexto, o PNSJ está inserido em duas Regiões Turísticas, a saber: a

Região Turística da Serra Catarinense e a Região Turística Encantos do Sul.

Recomenda-se que o concessionário contribua com o fortalecimento desta política de

gestão turística descentralizada ao buscar estabelecer diálogo com esta rede de cooperação

já instalada no território. De forma a somar o processo já em curso, fortalecendo-o e,

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Parque Nacional de São Joaquim

ao mesmo tempo, se beneficiando do mesmo. Uma vez que as demandas do setor

turístico regional estabelecem sinergia nesta rede, em diversos temas como: promoção

e posicionamento turístico regional; qualificação profissional, dos serviços e da produção

associada; melhoria da infraestrutura turística; fomento ao empreendedorismo, captação e

promoção de investimento; melhoria da informação ao turista; ações de promoção e apoio

à comercialização.

Assim, ao buscar integrar esse ambiente, o concessionário colaborará para o fortalecimento

do processo e construirá benefícios à ele e ao desenvolvimento turístico territorial integrado.

Dinâmica semelhante pode ser estabelecida, também, com outras Regiões Turísticas fora do

estado, como a Região de Aparados da Serra, pela influência e similaridades que podem ser

potencializadas, por exemplo, em formato de roteiros turísticos integrados.

8.14.3. DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES DE ACESSO À MERCADO

O desenvolvimento de estratégias de comercialização e promoção do turismo no PNSJ,

alinhadas aos objetivos da UC e como atividade de apoio ao uso público, é fundamental

para o sucesso de implementação da concessão e desenvolvimento do turismo no PNSJ.

Neste sentido, recomenda-se que o concessionário apoio o PNSJ no desenvolvimento de

um posicionamento adequado no mercado, por meio de uma comunicação efetiva com o

seu público-alvo, empresários e poder público, bem como adote ações comerciais sinérgicas

que alavanquem a atividade turística no interior desta UC, de acordo com o que preconiza as

normas vigentes, e se integre à dinâmica econômica da região.

As ações de mercado, sejam elas em âmbito regional, nacional e internacional, devem se

orientar por práticas inovadoras, fazendo uso da inteligência de mercado e com foco em

segmentos específicos com maior potencial de convergência para as atividades e serviços

realizados no PNSJ. São exemplo de ações de mercado que podem ser estabelecidas pelo

concessionário:

• Marketing Digital: desenvolvimento de ações de comunicação por meio

da Internet, da telefonia celular e outros meios digitais para divulgação e

comercialização de produtos e serviços, comunicação com o trade turístico e

comunidade, conquista de novos visitantes e melhoria da rede de relacionamentos.

Buscar fazer o melhor uso das possibilidades do meio digital e das tecnologias a

favor da comunicação do PNSJ;

• Marketing de Conteúdo e Mídias Sociais: desenvolvimento de ações que busquem

engajar-se com o público-alvo e comunicar os atributos e diferenciais do PNSJ por

meio da criação de conteúdos relevantes e estimulantes, atraindo, envolvendo e

gerando valor para as pessoas de modo a criar uma percepção positiva do destino

e da região. Já a gestão das mídias sociais constitui canais de relacionamento na

internet, os quais possuem diferentes possibilidades de interação e participação

entre os usuários, a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de

informação nos mais diversos formatos, com a capacidade de gerar mídia

espontânea, criar ou compartilhar conteúdo, com baixo custo de produção e

distribuição e alto impacto social;

• Realização de famtrips, que consistem em levar blogueiros e jornalistas de viagens

até o PNSJ para que conheçam a oferta de atividades e possam comunicá-la ao

mercado; realização de campanha takeover com convidados de alto impacto, estas

campanha consistem em convidar influenciadores (personalidades, especialistas

em determinados temas, viajantes conhecidos, como por exemplo: montanhistas,

praticante de trekking, profissionais de gastronomia, esportistas, blogueiros de

viagem, entre outros) para assumirem por um dia a administração das contas da

redes sociais, postando conteúdos relacionados a suas experiências e visões sobre o

destino, a partir de briefings prévios. É um tipo de ação com excelentes resultados

de engajamento e produção de conteúdos criativos;

• Participação em feiras e eventos especializados do setor, em parceria com o destino

turístico Serra Catarinense (geralmente os destinos já realizam o investimento de

participação nas feiras e parcerias podem ser estabelecidas, de forma a gerar um

baixo custo de participação para o PNSJ).

8.14.4. MONITORAMENTO DAS ATIVIDADES DE VISITAÇÃO

O monitoramento das atividades de visitação visa: i) monitorar a qualidade da experiência dos

visitantes e gerar subsídios visando melhora-la e ii) manter o objetivo básico da categoria de

UC Parque Nacional, avaliando a perturbação da visitação na preservação dos ecossistemas

naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica.

As ações a serem desenvolvidas pelo concessionário deverão apoiar a gestão do PNSJ em

atuação conjunta com o ICMBio. Observando o dispostos em documentos e diretrizes

específicos deste órgão e no que orienta as normas vigentes desta UC. Formas inovadoras

que preconizem o uso da tecnologia podem ser desenvolvidas, sobretudo para avaliação da

satisfação da visita e monitoramento espacial dos fluxos de visitação.

O concessório deverá:

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Parque Nacional de São Joaquim

• Monitorar o fluxo de visitantes no Morro da Igreja e nas trilhas Trilha da Pedra

Furada e Trilha do Rio do Bispo, através do sistema a ser implementado pelo serviço

de cobrança de ingressos de acesso (bilhetagem);

• Monitorar e registrar as expectativas e impressões dos visitantes, incluindo meios

para colher opiniões, reclamações e sugestões, através das seguintes atividades:

• Disponibilizar urna e livro para registro de queixas e reclamações de sugestões no

CV, mantendo-os em local visível no CV;

• Disponibilizar permanentemente um questionário de avaliação da satisfação do

usuário;

• Adicionar campo de sugestões no website;

• Após instaurada, divulgar a existência da ouvidoria e formas de contato;

• Após instaurada, enviar todas as informações coletadas referentes ao

monitoramento das atividades de visitação ao ICMBio, através de relatórios anuais.

8.14.5. OUVIDORIA

A criação de uma ouvidoria visa, de um lado, atender à necessidade da administração

dos PNs possuírem um canal para os visitantes manifestarem reclamações, denúncias e

sugestões sobre os serviços que lhe foram oferecidos, reparando, eventualmente, os danos

que sofrerem por parte dos operadores de turismo; de outro, à conveniência de se constituir

uma instância de controle, de aprimoramento e de aproximação dos serviços às expectativas

dos visitantes.

Para que essas necessidades sejam atendidas é, em geral, suficiente o atendimento de duas

condições: a) independência do ouvidor em relação aos administradores e aos prestadores

de serviço, o que se obtém com a atribuição de mandato certo; b) autonomia financeira

da ouvidoria, o que se consubstancia com a fixação de verba anual, por uma instância

deliberativa colegiada.

Para o atendimento dessas condições, e para reduzir custos, que a ouvidoria se constitua

como uma unidade do Conselho Gestor do PNSJ, podendo ser Ouvidor um dos membros

do próprio Conselho.

O concessionário deverá promover a instauração de uma ouvidoria e fornecer todos os

mecanismos necessários para sua implementação e continuidade.

8.15. RECURSOS HUMANOS

O concessionário deverá:

• Responsabilizar-se por todas as despesas relacionadas aos seus funcionários, tais

como: salários; encargos previdenciários e de classe; seguros de acidentes; taxas;

impostos e contribuições; indenizações; vale refeição; vale transporte e outras

exigidas pela legislação;

• Realizar a contratação ou parceria suplementar para serviços e atividades adicionais,

que beneficiem ambas as partes;

• Priorizar a contratação de residentes da região;

• Responsabilizar-se por demais encargos sociais, fiscais e comerciais resultantes da

execução do contrato;

• Garantir que o CV tenha permanentemente, no mínimo, um funcionário fluente em

inglês e espanhol;

• Realizar treinamento aos funcionários sobre e atendimento aos visitantes,

prontidão, cortesia e conduta consciente em ambientes naturais;

• Disponibilizar uniforme e identificação a todos os funcionários do

empreendimento, conforme critérios definidos pelas obrigações de identidade

visual.

8.16. PROJETOS E OBRAS

Apresentam-se as construções e reformas previstas para a concessão e as especificações de

projetos e procedimentos obras.

8.16.1. CONSTRUÇÕES E REFORMAS

O concessionário deverá realizar a execução das seguintes obras:

• Realizar reforma de ampliação na Sede Administrativa do PNSJ para implantação do

Centro de Visitantes e construí novo escritório administrativo para o PNSJ.

• A composição final da edificação após reforma terá área total aproximada de 300m²;

• O novo Escritório Administrativo do PNSJ deverá ter área mínima de 80 m²;

• O escritório será reposicionado para a parte posterior do terreno, possibilitando o

uso comercial da região frontal da edificação, para o Centro de Visitantes;

O concessionário poderá, mediante aprovação do município, ICMBio e demais instituições:

• Construir ponto de embarque e desembarque na proximidade do CV;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Construir ponto de embarque e desembarque, na proximidade do Mirante da Pedra

Furada. O local deverá possibilitar o abrigo e conforto de pelo menos 18 pessoas.

• Recomenda-se área aproximada de 25 m² para esse fim.

• Contar com cobertura e bancos que possibilitem comodidade dos visitantes na

espera pelo transporte;

• Realizar modificações nas calçadas de domínio do lote do CV;

• Respeitar recomendações da NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,

espaços e equipamentos urbanos.

• Implantar painel de interação com o visitante, na Estrada do Morro da Igreja.

• Poderá contar com frases de interatividade como: “Bem-vindo ao Mirante do Morro

da igreja”; “Unidade de Conservação”; “Cole aqui seu adesivo” (aos motociclistas);

e outros.

8.16.2. PLANEJAMENTO, GERENCIAMENTO E EXECUÇÃO DE OBRAS

O planejamento, controle e gerenciamento de todas as etapas de uma obra (concepção;

planejamento; projeto; compatibilização; gerenciamento; escolha de profissionais, técnicas

e materiais; execução; entrega; manutenção e assistência técnica) estão absolutamente

relacionadas com o desempenho da concessão e obtenção dos objetivos. Portanto, tendo

em vista a importância desses, procedimentos o concessionário deverá:

• Realizar o planejamento de todas as obras e serviços a serem realizados para a

implantação do objeto;

• Realizar os projetos necessários para a implantação do objeto;

• Gerenciar a execução de todas as atividades necessárias para a execução dos

projetos.

Os itens seguintes delineiam estas ações.

8.16.2.1. Planejamento

O planejamento consiste em estudos preliminares que devem ser realizados pelo

concessionário anteriormente a fase de execução do empreendimento. Esses estudos devem

abranger informações que nortearão a implantação do Centro de Visitantes e atividades

associadas.

O concessionário deverá:

• Realizar visita técnica nos seguintes locais:

• Sede Administrativa do PNSJ;

• Portaria do Morro da Igreja;

• Mirante Natural da Pedra Furada;

• Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas;

• Analisar as patologias construtivas existentes na edificação da Sede Administrativa;

• Analisar os projetos da Sede Administrativa do PNSJ, se existentes;

• Analisar características do zoneamento, uso e ocupação do solo do terreno da Sede

Administrativa do PNSJ;

• Planejar reforma e ampliação da Sede Administrativa para implantação do Centro

de Visitantes;

• Analisar quais serão os projetos necessários para a realização da reforma;

• Planejar o reaproveitamento e realocação dos materiais que serão retirados da área

do empreendimento;

• Considerar o uso de tecnologias eficazes e ambientalmente responsáveis, incluindo:

consumo de energia (iluminação, equipamentos, combustível dos veículos,

lavanderia e cozinha); conservação e reciclagem da água, usando redutores de

fluxo; gestão de resíduos e reciclagem;

• Planejar o uso da arquitetura e do design com o objetivo de influenciar e incentivar

positivamente a atratividade do PNSJ.

• Solicitar ao município a reserva de vagas na via, na frente do CV, para veículos

oficiais da operação;

• Solicitar permissão de uso da calçada para implantação de ponto de embarque e

desembarque.

8.16.2.2. Projetos

Tendo concluído de planejamento inicial, ainda será necessária a realização de projetos e

estudos complementares.

O concessionário e equipe técnica de apoio deverá utilizar os dados da fase anterior para a

realização dos projetos e estudos complementares, que compreendam:

• Projeto estrutural;

• Projeto hidráulico;

• Água quente;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Água fria;

• Projeto de coleta e tratamento de esgoto;

• Projeto de instalações elétricas;

• Projeto de iluminação ou luminotécnica;

• Projeto fotovoltaico;

• Projeto de lógica;

• Projeto de impermeabilização;

• Projeto de sinalização;

• Projeto de acessibilidade;

• Projeto de instalações de incêndio;

• Laudo de patologias com projeto de recuperação dos defeitos encontrados na

Sede Administrativa do PNSJ;

• Compatibilização dos projetos;

• Planejamento das técnicas construtivas, mão de obra e materiais;

• Orçamento;

• Cronograma;

• Projeto de uso e manutenção das edificações.

Todos os projetos deverão passar pela avaliação e aprovação do ICMBio, anteriormente a fase

de execução.

Os projetos deverão respeitar as diretrizes e procedimentos das Normas Técnicas Brasileiras

(NBR).

Deverá ser realizada a compatibilização dos projetos para a identificação e minimização das

interferências entre os projetos na fase de execução. Dessa forma o período de execução dos

planejamentos e projetos poderá ser alongado na medida que o mesmo contribua com a

fase de execução.

O planejamento dos materiais a serem utilizados nas construções e edificações do

empreendimento devem prezar pela durabilidade (elevada vida útil), proteção contra agentes

agressivos as estruturas (infiltrações, umidade e etc.), evitar a manifestação de agentes

agressivos a saúde (bolor, mofo e etc.) e garantir a estética. Por esses motivos a escolha dos

materiais e técnicas construtivas devem ser planejadas previamente a fase de execução do

empreendimento, sempre respeitando as normativas técnicas brasileiras. Sendo assim, todos

os materiais previstos em projeto deverão ser normatizados.

As edificações deverão medidas que visem a sustentabilidade durante todas as etapas da

obra, além de suas funcionalidades, como sistema de tratamento de resíduos e eficiência

energética, entre outros.

O Centro de Visitantes que deverá ser implementado na área urbana de Urubici, deverá

ter design harmônico com o contexto do local. Deve-se levar em consideração o conceito

arquitetônico recomendado pelo ICMBio.

O planejamento dos espaços para comercialização e consumo de alimentos, como cafés,

restaurantes e lanchonetes, devem utilizar elementos característicos regionais para a

decoração do seu interior.

8.16.2.3. Gerenciamento de Execução dos Projetos

Durante o período de obras o concessionário deverá:

• Certificar-se de que a execução do objeto seja realizada conforme projetos

aprovados;

• Certificar-se de que alterações sejam previamente autorizadas pelo órgão

licenciador e fiscalizador;

• Garantir que a obra possua profissional habilitado para gerenciamento e execução

de todas as atividades;

• Respeitar os requisitos de segurança das Normas Regulamentadoras;

• Controlar o andamento da obra, avanços e atrasos e certificar-se de que tenha o

menor tempo hábil de execução possível;

• Analisar junto ao ICMBio os casos de acidentes, atrasos e conflitos;

• Realizar o gerenciamento das atividades.com cronograma que deve ser alimentado

e atualizado conforme o andamento da obra;

• Realizar diário de obra;

• Atualizar o cronograma semanalmente;

• O concessionário deverá apresentar relatórios bimensais do andamento da obra

juntamente com seu cronograma;

• No caso de atrasos críticos o concessionário deverá informar o ICMBio;

• Realizar o projeto “as built” (como construído) da nova edificação.

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Parque Nacional de São Joaquim

8.17. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO OBJETO

Apresenta-se o cronograma de execução do objeto:

• O planejamento inicial deve ser entregue e aprovado em até 3 (três) meses após a

assinatura do contrato;

• Apresentar projetos de adequação, reforma, e operação do Centro de Visitantesem

até 6 (seis) meses após assinatura do contrato;

• Os projetos e estudos das áreas de embarque e desembarque devem ser entregues

em até 6 (seis) meses após a assinatura do contrato;

• O sistema de Transporte Único deverá ser implantado e inaugurado juntamente

com o Centro de Visitantes, no prazo máximo de 6 (seis) meses após a entrega da

obra do Centro de Visitantes;

• O concessionário deverá apresentar projeto para implantação do transporte interno

em até 6 (seis)meses após assinatura do contrato;

• O prazo para a implantação do Centro de Visitantes será de no máximo 1 (hum) ano

após aprovação dos projetos pelo ICMBio;

• A operação de todos os serviços presentes nesse Projeto Básico devem estar em

funcionamento no momento de início das operações do Centro de Visitantes.

8.18. CONTRAPARTIDAS

O concessionário deverá realizar as seguintes contrapartidas:

• Realizar a manutenção, limpeza e vigilância do Mirante da Pedra Furada, localizado

no Morro da Igreja;

• Realizar a demarcação, sinalização e manutenção de trilhas terrestres no Morro da

igreja (Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas);

• Realizar manutenção da Estrada do Morro da Igreja para o trecho no interior do

PNSJ, localizado entre o km 7 e o Mirante da Pedra Furada, através das seguintes

atividades;

• Roçada;

• Poda de vegetação; e

• Limpeza de valeta e bueiros.

• Gerar de conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do ICMBio.

• Realizar a manutenção e limpeza da área administrativa no PNSJ, adjacente ao CV.

8.19. RECEITAS ADICIONAIS

O concessionário está autorizado a explorar demais atividade e receitas relacionadas à área

concedida e ao objeto do contrato, observadas as normas e regulação aplicáveis, o quadro de

serviços e, em especial, as normas que regulamentam as atividades de uso público no PNSJ.

A exploração das receitas se dará mediante prévia aprovação do ICMBio, devendo, dentre

outros requisitos, verificar a comprovação de compatibilidade dos preços a serem praticados

pelo concessionário com os preços praticados no mercado.

No exercício das atividades de que trata este item, o concessionário deverá se responsabilizar

por toda e qualquer infração legal ou ofensas à regulamentação aplicável, perante todos os

órgãos competentes.

Nenhum contrato celebrado entre o concessionário e terceiros, no âmbito deste item e

quando envolver Bens Reversíveis poderá ultrapassar o prazo desta concessão, salvo por

determinação ou autorização expressa do ICMBio, devendo o concessionário adotar todas

as medidas pertinentes para a entrega das áreas objeto de explorações, quando assim

determinado pelo presente Contrato, livres e desobstruídas de quaisquer bens e direitos,

inclusive sem nenhum valor residual, tributo, encargo, obrigação, gravame e sem quaisquer

ônus ao poder concedente ou cobrança de qualquer valor pelo concessionário.

Toda e qualquer atividade que o concessionário deseje explorar deverá ser previamente

solicitada ao ICMBio, indicando, no mínimo:

• A fonte e os valores estimados de receita por ano;

• A natureza da atividade a ser explorada;

• A ausência de qualquer conflito e/ou impacto negativo na concessão de uso com a

exploração da receita;

• Prova da viabilidade de execução da atividade, especialmente quanto aos aspectos

técnicos e jurídicos, e demonstração de seu impacto na concorrência com serviços

e atividades locais já prestados por terceiros;

• Os preços a serem praticados e os parâmetros de reajustes periódicos;

• O compromisso de que os preços praticados com os usuários das atividades serão

compatíveis com o mercado local para aquelas atividades;

• O compromisso de que eventuais revisões ou reajustes extraordinários nos preços

praticados na exploração das atividades serão comunicados e devidamente

justificados ao ICMBio.

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Parque Nacional de São Joaquim

Uma vez aprovada pelo ICMBio a exploração de fontes de Receitas Adicionais, o concessionário

deverá manter contabilidade específica de cada contrato neste sentido, com detalhamento

de receitas, custos e resultados líquidos.

A aprovação ocorrerá mediante o cumprimento concomitante dos seguintes requisitos:

• A atividade em questão não afetar o desenvolvimento das atividades obrigatórias a

cargo do concessionário;

• Estar em consonância com as normas que regem o PNSJ;

• Não trazer riscos ao funcionamento do PNSJ e aos seus visitantes;

• Atender a critérios jurídicos podendo ensejar reequilíbrio do contrato entre as

partes.

8.20. INFORMAÇÕES RELATIVAS AO CONTRATO DE CONCESSÃO

Este Projeto Básico faz, abaixo, apenas uma referência pontual a alguns aspectos do contrato

que terão maior impacto sobre os aspectos técnicos relativos à concessão. Aconselha-se às

proponentes, para que tenham uma compreensão mais adequada desse impacto, a leitura

atenta e cuidadosa do contrato – que é, a exemplo deste Projeto Básico, também parte

integrante do edital – para avaliar o conjunto das repercussões econômico-financeiras das

obrigações a que se sujeita a concessionária.

8.20.1. OBRIGAÇÕES DA CONCESSIONÁRIA

Sem prejuízo das demais obrigações estabelecidas no edital, no contrato e nos seus anexos,

a concessionária, durante a execução do contrato, deve:

• Cumprir e fazer cumprir integralmente o contrato, em conformidade com as

disposições legais e regulamentares, especialmente a legislação ambiental, o Plano

de Manejo do PNSJ, o Plano de Uso Público do PNSJ, as determinações do Poder

Público editadas a qualquer tempo e as normas da ABNT;

• Manter, durante a execução do contrato, no que for aplicável, todas as condições de

habilitação e qualificação exigidas na licitação;

• Utilizar a área concedida exclusivamente para as atividades previstas ou autorizadas

no contrato, respeitadas as finalidades que fundamentam a concessão;

• Garantir, a qualquer tempo, acesso irrestrito e sem aviso prévio do concedente

ou de terceiros por ele expressamente autorizados à área concedida, aos dados

relativos à administração, à contabilidade e aos recursos técnicos, econômicos

e financeiros da concessionária, assim como às obras, aos equipamentos e às

instalações relacionadas à concessão;

• Manter inventário atualizado de todos os bens vinculados à concessão, contendo

informações sobre o seu estado de conservação, e disponibilizá-lo, a qualquer

tempo, para eventuais consultas e fiscalizações do concedente;

• Designar, no ato de celebração do contrato, um responsável pela sua execução com

poderes de representante ou preposto para tratar com o concedente, indicando o

nome, qualificação, endereço e formas de contato;

• Comunicar, imediatamente e por escrito, os casos de substituição ou eventual

impedimento do representante ou preposto a que se refere o inciso anterior;

• Abster-se de utilizar o nome do concedente para a aquisição de bens, contratação

de serviços e emissão de notas ou cupons fiscais;

• Adotar em toda e qualquer identificação visual relacionada à operação desta

concessão a logomarca do PNSJ e do Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade – ICMBio, nos termos e na forma expressamente autorizados pelo

concedente;

• Aderir a campanhas educativas, informativas, ambientais, entre outras, em

consonância e de acordo com as diretrizes do concedente.

• A concessionária não poderá subconceder parcial ou totalmente o objeto da

concessão.

• A concessionária poderá realizar subcontratações na forma prevista em contrato.

8.20.2. OBRIGAÇÕES DO CONCEDENTE

Sem prejuízo de outras disposições prevista no contrato e na legislação aplicável, são deveres

do concedente:

• Supervisionar e fiscalizar a execução dos serviços e atividades, podendo sustar,

recusar, mandar fazer ou desfazer aquilo que não esteja de acordo com o estipulado

no contrato;

• Analisar os projetos, planos e programas relativos à área concessionada, bem como

exigir as modificações que se revelarem necessárias para o atendimento deste

Projeto Básico;

• Executar, a seu critério, inspeções ou auditorias para verificar as condições das

instalações, dos equipamentos, da segurança e da prestação de serviços na área

concessionada;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Emitir Termo de Vistoria antes do início da operação dos serviços e ao término da

concessão;

• Comunicar à concessionária qualquer ocorrência relevante relacionada com a

concessão, especialmente acontecimentos e situações que ensejem a necessidade

de interromper ou alterar o funcionamento das atividades previstas no contrato;

• Informar, imediatamente, quando citada ou intimada de qualquer ação judicial

ou procedimento administrativo que possa resultar em responsabilidade da

concessionária, bem como envidar os melhores esforços na defesa dos interesses

comuns, praticando todos os atos processuais cabíveis;

• Comunicar à instituição financeira ou seguradora responsável pela prestação da

garantia, a instauração de processo de intervenção, encampação ou caducidade;

• Disponibilizar a área concedida no PNSJ, descrita neste Projeto Básico, à

concessionária, no estado em que se encontra;

• Instituir a Comissão de Fiscalização do Contrato;

• Indicar à concessionária o gestor do contrato e os demais membros da Comissão à

que se refere o inciso anterior;

• Modificar, unilateralmente, o contrato para adequá-lo às finalidades do interesse

público, respeitados os direitos da CONCESSIONÁRIA e o equilíbrio contratual;

• Receber e analisar os relatórios, projetos e documentos encaminhados pela

concessionária;

• Aplicar as penalidades legais, regulamentares e contratuais;

• Estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do meio-ambiente

e conservação;

• Exigir o imediato afastamento ou substituição de qualquer empregado ou

contratado da concessionária que crie embaraços para a execução do contrato;

• Facilitar a atuação das autoridades fazendárias, sanitárias ou trabalhistas que

queiram fiscalizar as instalações e os serviços da concessionária;

• Homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma da lei, das normas

pertinentes e do contrato;

• Valer-se de qualquer instrumento processual de intervenção de terceiros necessária

à defesa das finalidades do contrato, do meio ambiente e do interesse público;

• Zelar pela boa qualidade do serviço, recebendo, apurando e solucionando

queixas e reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até trinta dias, das

providências tomadas;

• Emitir ordem de serviço para início das operações objeto da concessão.

8.20.3. GARANTIA DE EXECUÇÃO CONTRATUAL

A concessionária prestará, no prazo de 10 (dez) dias da assinatura do contrato, garantia no

valor correspondente a 5 % (cinco por cento) do valor total do contrato, conforme o disposto

no contrato e no art. 56, § 2º, da Lei nº 8.666/1993.

8.20.4. SEGUROS

A concessionária deve contratar e manter em vigor, durante todo o prazo da concessão,

apólices de seguro com vigência mínima de 12 (doze) meses, na forma prevista neste Projeto

Básico, no edital, no contrato e seus anexos.

8.20.5. RESPONSABILIDADE DA CONCESSIONÁRIA

A concessionária é responsável pelos danos causados ao concedente ou a terceiros por ações

e omissões de seus empregados, prepostos, representantes, subcontratados, hóspedes e

visitantes, observado o disposto na legislação aplicável no contrato e seus anexos. A alocação

de riscos inerentes ao contrato, tanto em relação à concessionária quanto em relação ao

concedente, está prevista no anexo do contrato relativo à Matriz de Risco.

8.20.6. FISCALIZAÇÃO

A fiscalização e o monitoramento da concessão serão efetuados pelo concedente que, na

forma prevista em contrato, terá livre e irrestrito acesso à área, instalações, equipamentos e

documentos relacionados direta ou indiretamente à concessão.

8.20.7. PENALIDADES RELATIVAS AO CONTRATO

Sem prejuízo das sanções civis, administrativas e penais previstas na legislação específica, a

violação, pela concessionária, de qualquer estipulação do contrato e das normas jurídicas a

ele aplicáveis pode ensejar a aplicação das seguintes penalidades:

• Advertência;

• Multa;

• Suspensão do direito de participar de licitações e contratar com o concedente; e

• Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública.

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Parque Nacional de São Joaquim

8.20.8. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

Sempre que atendidas as condições do contrato e respeitada a alocação de riscos nele

estabelecida, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro. O equilíbrio

econômico-financeiro do contrato será preservado por meio de mecanismos de reajuste e

revisão, cabendo ao concedente escolher, dentre as medidas abaixo elencadas, individual ou

conjuntamente, a forma pela qual será implementada a recomposição:

• Alteração do valor da outorga;

• Alteração do prazo do contrato;

• Alteração das obrigações contratuais da concessionária;

• Outra forma definida de comum acordo entre o concedente e a concessionária.

Os parâmetros e valores da concessão poderão ser revistos e reajustados a cada 12 (doze)

meses, de ofício ou mediante solicitação da concessionária, tal como previsto em contrato.

8.20.9. INTERVENÇÃO

Na forma prevista em contrato, o concedente poderá, sem prejuízo das penalidades cabíveis

e das responsabilidades incidentes, intervir na concessão para assegurar a adequação dos

serviços, bem como o cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pela

concessionária.

8.20.10. EXTINÇÃO DA CONCESSÃO

Na forma prevista em contrato, a concessão se extingue nas seguintes hipóteses:

• Término do prazo do contrato;

• Encampação;

• Caducidade;

• Rescisão;

• Anulação;

• Falência ou extinção da concessionária.

8.20.11. PROVIDÊNCIAS AO FINAL DO CONTRATO

Ao final da vigência do contrato, e na forma prevista nesse instrumento, a concessionária

deverá restituir ao concedente as áreas e espaços concedidos, em perfeitas condições,

apresentando o inventário dos bens vinculados à concessão e seu estado de conservação,

acompanhado de laudo técnico emitido por profissional competente.

9. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA REFERENCIAL

As informações apresentadas neste item são referenciais e não condicionam a concessão do

especificada neste Projeto Básico. O cenário de análise elaborado para o Estudo de Viabilidade

Econômico-Financeira Referencial – EFEV apresentado neste documento foi elaborado no

âmbito dos estudos para a modelagem de Parcerias Ambientais Público-privadas para PNSJ.

O cenário de analisado refere-se a concessão de uso para o controle de acesso ao Mirante

Natural da Pedra Furada e Morro da Igreja, no PNSJ, incluindo os serviços:

• Recepção de visitantes;

• Venda de ingressos;

• Serviços de alimentação;

• Loja de souvenirs e conveniências;

• Aplicativo Mobile;

• Transporte Único – Morro da Igreja.

O cenário analisado compreende a concessão do espaço da sede administrativa do PNSJ,

localizada em Urubici, uma portaria de controle de acesso ao Morro da Igreja e a possibilidade

de realizar o transporte.

9.1. PREMISSAS DO MODELO ECONÔMICO-FINANCEIRO

A avaliação da viabilidade econômico-financeira de uma atividade econômica é

fundamentada em parâmetros e projeções determinados por premissas. Os parâmetros

são compostos por normas tributárias, alíquotas financeiras, comportamento da conjuntura

econômica e dos consumidores, custos e preços e limitações operacionais. As premissas

utilizadas para a análise de viabilidade econômico-financeira foram determinadas a partir de

embasamentos legal e metodológico adequado para esta modalidade de análise, conforme

estabelecido pelos procedimentos adotados pela presente avaliação. Utilizou-se fontes

oficias para obtenção dos valores de referência e alíquotas tributárias e preços referenciais.

Apresenta-se, portanto, as premissas a empregadas na análise de viabilidade econômico-

financeira dos cenários de análise para as Parcerias Público-Privadas no PNSJ.

9.1.1. ESTIMATIVA DA DEMANDA

A projeção de demanda de visitantes é parte fundamental para a análise de viabilidade.

Realiza-se neste item a previsão do fluxo de acessos ao PNSJ para o período da modelagem

econômico-financeira. Para tanto, define-se visitante como sendo a pessoa que ingressa à

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Parque Nacional de São Joaquim

UC com o objetivo de realizar as atividades de uso público permitidas no Plano de Manejo,

indiferente de condição (pagante ou isento). Adicionalmente, considera-se que ao sair e

retornar ao local a pessoa é novamente contabilizada como visitante. Utiliza-se o modelo

de projeção de demanda proposto por Rabahy (2003), adaptado para a realidade do PNSJ e

dados disponíveis. A projeção é inicialmente realizada para a visitação ao Morro da Igreja. As

especificidades da estimativa são apresentadas no presente item. O fluxo de visitantes no PNS

(Morro da Igreja) apresentou variações ao longo dos anos de 2010 a 2017 (Figura abaixo). A

quantidade de visitantes anuais no início da década de 2010 cresceu solidamente, atingindo

seu ápice em 2013 com quase 140 mil visitas no ano. Observa-se no período seguinte uma

redução da visitação decorrente do o fechamento da UC para visitação e dos efeitos sobre

suas alterações dos limites. Conforme aponta a série histórica, no último período registrado,

houve um incremento de aproximadamente 10 % entre 2016 e 2017.

Figura 9.1. Visitantes anuais no PNSJ (Morro da Igreja): 2010 - 2017.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, , ICMBio – 2010-2017.

Uma característica marcante desta visitação é a sazonalidade (Figura abaixo), com alta

concentração nos meses de junho a agosto, em decorrência do inverno e a possibilidade de

ocorrência de neve no Parque junto ao seu principal atrativo, o Morro da Igreja.

Figura 9.2. Distribuição mensal da visitação no PNSJ (Morro da Igreja): 2010 - 2017.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio.

Partindo do número de visitantes registrado, os seguintes procedimentos foram adotados:

• Determinação de uma função matemática a partir de regressão linear simples,

considerando o fluxo de visitante entre 2009 e 2017 para aferição da tendência de

visitação (cenário-base);

• Paralelamente, em avaliação alternativa e buscando conferir os efeitos das

alterações do fluxo ocorridas entre 2013 e 2014, estabelece-se a tendência de

visitação entre o período 2014 e 2017 (cenário otimista);

• Determina-se como o cenário conservador uma variação anual equivalente à 50 %

do delta (ou beta) encontrado para o cenário-base;

• Realiza-se a projeção para 10 anos, equivalente ao período entre 2018 e 2021.

Como não existem informações para a conjuntura brasileira sobre a elasticidade preço da

demanda por visitação em UC, pressupõem-se uma elasticidade negativa fixa de 15 %,

decorrente do aumento dos gastos dos visitantes. O efeito é aplicado ao primeiro ano de

operação das operações planejadas, portanto em 2019.

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Parque Nacional de São Joaquim

Figura 9.3. Projeção de demanda para o PNSJ (Morro da Igreja): 2019 - 2029.

Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio, 2009-2017.

Avaliando o comportamento da sazonalidade da visitação e as informações levantadas por

Omena (2014), pode-se definir quatro temporadas de visitação:

• Alta temporada: ocorre nos meses de junho, julho e agosto e concentrou em média

41,94 % das visitações (13, 98 % ao mês);

• Média temporada: ocorre nos meses de janeiro, abril, maio e dezembro e

concentrou em média 30,50 % das visitações (7,63 % ao mês);

• Baixa temporada: ocorre nos meses de fevereiro, março, setembro, outubro e

novembro e concentrou em média 27,55 % das visitações (5,51 % ao mês);

• Dias de pico.

Os dias de pico ocorrem em função da previsão de neve e da adjeção de feriados prolongados

e o turismo de inverno. Foram registrados 20 dias de pico em 2013 e 2014. Na série histórica

de dados, excluindo-se dois registros classificados como outliers, verifica-se uma média de

1.824 visitantes por dia e um desvio padrão de 793 unidades. Estabelece-se, assim, um upper

bound de 2.647 visitantes por dia para dias de pico. Adicionalmente, determina-se que os

dias de pico aumentam em função do crescimento da demanda iniciado ao patamar de

8 dias ao ano. Presume-se este comportamento pelo reflexo do aumento da dispersão da

visitação e possíveis intenções maior tempo de permanência na região.

Tabela 9.1. Projeção de visitantes anuais por temporada e média de visitantes por dia

por temporada, entre 2019 e 2028 para o Cenário-base.

VISITANTES / ANO POR TEMPORADA

Temporada 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028

Pico (dias no ano) 8,0 8,4 8,9 9,3 9,8 10,2 10,7 11,1 11,6 12,0

Pico 21.173 22.356 23.538 24.721 25.903 27.086 28.268 29.451 30.633 31.816

Alta (- pico) 21.476 22.675 23.875 25.074 26.273 27.473 28.672 29.872 31.071 32.270

Média 31.018 32.750 34.482 36.214 37.947 39.679 41.411 43.144 44.876 46.608

Baixa 28.020 29.584 31.149 32.714 34.279 35.844 37.409 38.974 40.538 42.103

MÉDIA DE VISITANTES / DIA POR TEMPORADA

Temporada 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028

Pico 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647

Alta (- pico) 447 472 497 522 547 572 597 622 647 672

Média 388 409 431 453 474 496 518 539 561 583

Baixa 187 197 208 218 229 239 249 260 270 281

Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de MMA, ICMBio.

São considerações adicionais sobre a estimativa de demanda por visitação:

• A projeção não considera alterações na economia regional ou nacional;

• Para o modelo construído, não foi adotado o fator de estabilização. No entanto,

variações de estabilização de estabilização da demanda são esperados a partir do

11º ano de projeção.

Para a determinação dos parâmetros para o Transporte Único, utiliza-se como referencial

a proposta de capacidade de carga física estabelecida por Omena (2014), assim como as

informações obtidas pelo mesmo autor no período de 10 de janeiro de 2013 e 31 de julho

de 2014 e apresentada por seu manuscrito “Característica da Visitação no PNSJ – Santa

Catarina” (op. cit.). Os dados apresentados a seguir foram obtidas na literatura técnico-

científica, informações provenientes da Pesquisa de Opinião do Mercado Turístico para o

PNSJ e derivações.

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Parque Nacional de São Joaquim

Tabela 9.2. Moda de transporte utilizado pelos visitantes e estimativa de necessidade

área de estacionamento para a visitação no Morro da Igreja.

MODAL DE TRANSPORTE

DISTRIBUIÇÃO VISITANTES POR MODAL

TAMANHO DE VAGA

(m²)

PAX. ESTIMADO

POR MODAL

PAX. VEÍCULO

NECESSIDADE DE VAGAS

NECESSIDADE DE PARKING

(m²)

Veículo pequeno 82,8 % 16,08 381,517706 2,6655 143,132 2301,559

Motocicleta 15,0 % 3,34 69,06110871 1,2 57,551 192,220

Bicicleta 1,0 % 3 4,376788077 1 4,377 13,130

Bus, van e micro-ônibus 1,2 % 87 5,390360053 5 1,078 93,792

Outros 0,1 % 3 0,368571628 1 0,369 1,106

Total 100,0 % – 460,7145344 – 206,506 2601,807

Fonte: Elaboração do Autor, 2018. Adaptado de OMENA (2014) e Fecomércio (2017).

Entre 2013 e 2014 (op. cit.), estimou-se que a visitação ao Morro da Igreja divide-se em médio

nos seguintes compartimentes de tempo:

• 29 minutos de permanência para visitação no Morro da Igreja, descontando o

deslocamento entre o Portal (km 7) e o mirante natural do Morro da Igreja;

• 36 minutos para os visitantes que utilizaram o áudio-guia, então disponível;

• 18 minutos para o deslocamento nos dois sentidos (ida e volta), entre o Portal (km

7) e o mirante natural do Morro da Igreja (km 17).

O mesmo estudo identificou que não há indícios que comprovem que o tempo médio de

permanência do visitante no mirante natural do Morro da Igreja diminua significativamente

em dias mais frios.

Levando em consideração o horário atual de funcionamento do PNSJ, o período de visitação

por dia é de 9 horas (08:00 – 17:00). Utilizando o tempo de visitação média como parâmetro

balizador, obtém-se a média de 1,57 turnos de visitação por hora. Ainda, ao prologar para

o horário permitido para visitação, verifica-se que em média se estabelecem 5,7 turnos de

visitação por dia no Morro da Igreja. Por fim, utilizando as informações sobre os picos de

visitação, média, desvio padrão e upper bound, é possível determinar que há uma demanda

atual de 460,71 visitantes por turno em dias de pico.

Determina-se preliminarmente um dimensionamento de carga para o transporte único para

o Morro da Igreja e mirante natural da Pedra Furada, para efeitos da modelagem. Para tanto,

determina-se que a visitação ocorre com maior intensidade na alta temporada (concentrada

em 16 ao ano), e progressivamente se espalha nas temporadas de menor visitação (20 dias

ao ano na média temporada e 30 ao ano da baixa temporada). Complementarmente, os

dias de pico, conforme previamente mencionado, são projetos com o acompanhamento do

crescimento da demanda por visitação. Dessa forma, estima-se a média de visitantes por dia

por temporada, considerando a concentração de visitantes e períodos específicos (finais de

semana, dias especiais e feriados prolongados).

Tabela 9.3. Estimativa projetada da média de visitantes por dia e temporada em dias

de concentração de visitação no Morro da Igreja e mirante natural da Pedra Furada.

TEMPORADA 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029

Pico (8 a 12,5 dias) 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647 2.647

Alta (16 dias ao ano) 447 472 497 522 547 572 597 622 647 672 697

Média (20 dias ao ano) 388 409 431 453 474 496 518 539 561 583 604

Baixa (30 dias ao ano) 187 197 208 218 229 239 249 260 270 281 291

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Para o Recanto Santa Bárbara, caso venha a ser implementado, será necessário que o

delegatário realize ações de planejamento e marketing para induzir a demanda. Dessa forma,

faz-se necessário alocar recursos financeiros suficientes para este tipo de ação, inclusive para

que a proposta de serviço atenda ao mercado existente e às suas tendências.

Determina-se que, através da aplicação correta destes recursos, o Recanto Santa Bárbara será

capaz de reter incialmente 10 % dos visitantes do PNSJ. A partir desta parcela de visitações,

a projeção segue em crescimento natural positivo advindo de um aumento da taxa de

retenção em 0,5 % ao ano. Da mesma forma que para o Morro da Igreja, a estimativa de

demanda para o Recanta Santa Bárbara não considera o fator de estabilização em função do

curto período de projeção.

Para o correto dimensionamento das estruturas desta possível operação, sua projeção de

visitantes também levou em consideração as temporadas de visitação.

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Tabela 9.4. Taxa de retenção anual e estimativa de visitações

para o Recanto Santa Bárbara.

Temporada 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029

Taxa (%) retenção/ano 10,0 10,5 11,0 11,6 12,2 12,8 13,4 14,1 14,8 15,5 16,3

Alta 4.265 4.728 5.227 5.764 6.342 6.963 7.631 8.347 9.117 9.942 10.827

Média 3.102 3.439 3.802 4.192 4.612 5.064 5.550 6.071 6.630 7.230 7.874

Baixa 2.802 3.106 3.434 3.787 4.167 4.575 5.013 5.484 5.989 6.532 7.113

Total 10.169 11.273 12.463 13.744 15.121 16.602 18.193 19.902 21.736 23.704 25.814

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

As demandas por serviços e produtos são apresentadas nas premissas financeiras relativas

às receitas.

9.1.2. PREMISSAS OPERACIONAIS

Apresentam-se as principais premissas operacionais para cada o cenário analisado.

9.1.2.1. Centro de Visitantes e Atividades Associadas

Apresentam-se as dimensões estipuladas para implantação de operações na atual sede

administrativa do PNSJ. Destaca-se que as dimensões para o Centro de Visitanteslimitam-se

à edificação já existente.

Quadro 9.1. Programa arquitetônico referencial para o Centro de Visitantes.

COMPOSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES ÁREA (M²)

Reforma Sede - Atual 220

Reforma Sede - Novo Escritório Administrativo PNSJ 80

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Adicionais às edificações, o CAPEX principal é formado por estruturas operacionais, de lazer

e recreação e gestão e comunicação, além da manutenção decorrente da depreciação física

dos investimentos.

Quadro 9.2. Composição do CAPEX principal para o Centro de Visitantes.

COMPOSIÇÃO DO CAPEX PRINCIPAL

Mobiliário

Equipamentos para os serviços de alimentação

Equipamentos para estabelecimento comercial

Equipamentos para escritório

Sistema de geração de energia solar fotovoltaica

Projeto e instalação de exposição interativa permanente

Implantação de trilha

Sinalização e demarcação de trilha

Desenvolvimento de branding para o PNSJ

Website e aplicativo mobile - desenvolvimento

Desenvolvimento de sistema de gestão e controle de visitante

Outras peças de divulgação - Provisão

Manutenção da área construída

Manutenção da área do Mirante

Manutenção de trilhas

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Apresenta-se a seguir o dimensionamento de pessoal e cargos para o Centro de Visitantes.

Adicional ao pessoal dimensionado, estipula-se a contratação através de terceirização de

prestação de serviços a contratação de segurança patrimonial. A segurança patrimonial

levada em consideração ocorre em turnos que completam 24 horas, com 4 vigilantes em

revezamento. Assume-se que o delegatório encarrega-se de:

• Realizar a manutenção do Mirante da Pedra Furada, localizado no Morro da Igreja;

• Realizar a manutenção da Trilha da Pedra Furada e Trilha Nascente do Rio Pelotas;

• Gerar de conteúdo para website institucional do PNSJ no sítio eletrônico do ICMBio.

Adicionalmente, o modelo prevê provisões financeiras e pessoal para que o delegatário

responsável pelo Centro de visitantes e atividades associadas implemente e execute as ações

de apoio e proteção ao turismo, a saber: Fortalecimento dos Mecanismos de Gestão do PNSJ;

Fortalecimento das Redes Colaborativas de Turismo; Desenvolvimento de Ações de Acesso à

Mercado; Monitoramento das Atividades de Visitação; e, Ouvidoria.

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Quadro 9.3. Dimensionamento de pessoal e cargos para o Centro de Visitantes.

DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E CARGOS QUANTIDADE

Administrativo - Gerente geral 1

Administrativo - Analista de comunicação 1

Administrativo - Turismólogo 1

Operacional - Recepção e quiosque de vendas 2

Administrativo - Estagiário 1

Operacional - Servente de limpeza 2

Cafeteria - Cozinha 1

Cafeteria - Auxiliar e Salão 2

Loja souvenir - Atendimento 2

Operacional - Zelador 1

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

9.1.2.2. Transporte Único

O Transporte Único será responsável por levar os visitantes ao mirante natural da Pedra

Furada, tendo como local de partida o Centro de Visitate. São previstos duas edificações de

25 m² em seus pontos de paradas. O modelo prevê recurso para que a edificação contemple

bancos e cobertura. Será necessário buscar alternativa para a construção de sanitários para

os visitantes, em local adequado e determinado pelo ICMBio, em local específico na Estrada

do Morro da Igreja. Neste sentido, considera-se a construção de sanitários masculinos e

femininos, atendendo às especificações para acessibilidade. Ainda que possam existir outras

alternativas para o esgotamento sanitário, a modelagem considerou a utilização de um

conjunto de fossa séptica e sumidouro com capacidade para 50 pessoas por dia.

Quadro 9.4. Programa arquitetônico referencial para o Transporte Único.

COMPOSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES QUANTIDADE

Plataformas de embarque / desembarque - m² 50,00

Sanitário Masc./Fem. e acessibilidade - m² 30,00

Fossa Séptica + Sumidouro (FC15000) – conjunto 1,00

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

À parte das edificações, o CAPEX do Transporte Único é substancialmente composto pelos

veículos a serem utilizados para a realização do serviço. A projeção da operação do Transporte

Único leva em consideração as seguintes premissas:

• Medida padrão de capacidade média do veículo: 15 passageiros. A proposta de

operação determina a utilização de veículos entre 10 e 18 passageiros;

• Realiza-se o serviço de linha de transporte durante todo o ano;

• O período máximo de espera para o passageiro é de aproximadamente 12 minutoS;

• Os tempos de deslocamento estimados para cada trecho é de: 65,3 minutos;

• Para atender aos dias de pico, projeta-se a locação de veículos por dia e a

contratação de profissionais autônomos;

• Como compensação aos dias de pico, pressupõem-se a sublocação de frota

vacante, nos períodos de média e baixa temporada.

Apresenta-se a estimativa de quantidade de veículos por dia, a cada temporada. Valores com

decimais são arredondados para a unidade superior.

Quadro 9.5. Dimensionamento de quantidade de veículos mínimos por dia para o

Transporte Único.

VEÍCULOS / DIA x TEMPORADA

PERÍODO

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Pico 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9 23,9

Alta 4,0 4,3 4,5 4,7 4,9 5,2 5,4 5,6 5,9 6,1 6,3

Média 3,5 3,7 3,9 4,1 4,3 4,5 4,7 4,9 5,1 5,3 5,5

Baixa 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,3 2,4 2,5 2,6

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Apresenta-se a seguir o dimensionamento de pessoal e cargos para o Transporte Único.

Quadro 9.6. Dimensionamento de pessoal e cargos para o Transporte Único.

DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E CARGOS QUANTIDADE

Administrativo - Gerente geral 1

Operacional – Motorista 9

Operacional – Motorista Folguista 1

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Para os períodos de pico, conforme mencionado, são realizadas operações especiais com a

locação de veículos e contratação temporária de profissionais. Leva-se em consideração que

serão instalados sistemas de áudio e vídeo nos veículos da frota permanente. Adicionalmente,

considera-se que um veículo de cada frota será adaptado para transporte de pessoas com

dificuldade de locomoção.

9.1.3. PREMISSAS FINANCEIRAS

Lista-se a seguir as premissas financeiras e operacionais comuns em ambos os cenários:

• A taxa de desconto para o modelo de cálculo do Valor Presente Líquido da

rentabilidade utilizada o Weighted Average Cost of Capital – WACC de 10,21 %;

• Todos os valores monetários foram deflacionados e apresentados a preços

correntes de 1º de dezembro de 2017, sendo as análises realizadas em termos reais;

• Convenciona-se que os valores resultantes de todas as entradas e saídas de caixa de

cada período são alocados ao final do respectivo período;

• Não são considerados reajustes anuais no OPEX;

• Alíquotas de Benefícios e Despesas Indiretas – BDI consideradas no orçamento

(TCU, 2013):

• Equipamentos, materiais e serviços: 12 %;

• Construção civil e instalações elétricas: 22,12 %.

• A necessidade de Capital de Giro é definida pela fração de 10 % da receita projetada

para o período seguinte;

• As despesas pré-operacionais não detalhadas, como projetos conceituais,

arquitetônicos e executivos e despesas administrativas, correspondem a 10,00 % do

CAPEX;

• Para os locais que preveem necessidade de licenciamento ambienta, aplica-se a

alíquota de 5,00 % sobre o CAPEX para provisão a este processo administrativo;

• O período estabelecido para a análise é de 11 anos. Considera-se o ano inicial (ano

0) como período para investimentos, porém já sob o contratado de delegação

vigente;

• Todo o investimento é reversível ao ICMBio no último período do contrato de

delegação. Portanto, não são incluídas na análise as premissas para comercialização

dos bens móveis e imóveis e perpetuidade.

Salienta-se que o período de análise não determina o período dos contratos de delegação,

contudo os resultados devem embasar este parâmetro dos projetos básicos dos serviços de

apoio à visitação.

Determina-se que o reinvestimento corresponde ao desgaste e necessidade de manutenção

dos materiais, equipamentos e edificações distribuídos anualmente, considerando as

seguintes taxas de manutenção. Considerando as condições climáticas da região e os

possíveis custos que incorrem com a indisponibilidade de material e dispêndios com logística,

considera-se uma taxa de 0,25 % ao mês. Os valores de outorga de concessão onerosa

utilizados para a modelagem econômico-financeira e foram definidos pelas seguintes regras:

• Prestação mensal fixa determinada por alíquota sobre o CAPEX;

• Prestação mensal variável determinada por alíquota sobre a Receita Operacional Bruta;

• Carência determinada em períodos de 12 meses;

• Taxa de desconto ou reajustes não são considerados.

As alíquotas e parcelas fixas das outorgas, assim como o valor estimado para arrecadação pelo

ICMBio são apresentados juntamente com os resultados finais de cada análise. As premissas

financeiras operacionais são compostas pelas seguintes variáveis: salários, preços, custos e

despesas referenciais, margens de lucratividade, Ticket Médio, Custo Médio da Mercadoria

Vendida e taxa de absorção do mercado. Estas variáveis provenientes de fontes oficiais,

coleta de informações primárias e referências de Benchmark, obtidas através de pesquisa de

mercado, estudos similares e literatura.

Quadro 9.7. Premissas da projeção de receitas do Cento de Visitantes.

ITEM UNT. (R$) DEMANDAIngresso geral 32,00 0,60 %

Brasil 16,00 89,40 %

Entorno 3,20 10,00 %

Ticket Médio Ponderado 14,82 0,00 %

Alimentos 22,43 13,30 %

Souvenires, vestuário e utilidades 57,14 20,00 %

Carros 15,00 dinâmica

Motos 9,00 dinâmica

Vans 30,00 dinâmica

Valor médio por evento 3.230,00 20 / ano

Ingresso para eventos especiais 64,00 1,00 %

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Os preços considerados para o Transporte Único é de R$ 10,00 por passageiro com retorno.

As seguintes receitas acessórias potenciais foram consideradas na modelagem econômico-

financeira:

• Cobrança de ingressos para eventos especiais;

• Locação de frota de veículos vacante em períodos de menor fluxo de visitantes.

A composição monetária do CAPEX do Centro de Visitantes e sua distribuição percentual é

apresentada a seguir.

Quadro 9.8. Composição do CAPEX principal para o Centro de Visitantes.

COMPOSIÇÃO DO CAPEX MONETÁRIO MONTANTE (R$) %

Estrutura física 694.369,68 37,1

Estrutura operacional 569.586,46 30,4

Estrutura de recreação e lazer 101.250,00 5,4

Estrutura de gestão e comunicação 130.000,00 6,9

BDI 150.035,32 8,0

Reserva para capital de giro 225.483,83 12,1

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

A composição monetária do CAPEX do Transporte Único e sua distribuição percentual é

apresentada a seguir.

Quadro 9.9. Composição do CAPEX principal para o Transporte Único.

COMPOSIÇÃO DO CAPEX MONETÁRIO MONTANTE (R$) %

Estrutura física 136.337,42 8,7

Estrutura operacional 1.251.000,00 80,0

Estrutura de recreação e lazer 0,00 0,0

Estrutura de gestão e comunicação 39.150,00 2,5

BDI 28.283,82 1,8

Reserva para capital de giro 108.726,51 7,0

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Apresentam-se as premissas utilizadas para determinação dos gastos com pessoal, por cargo.

Utiliza-se os padrões de salários para o Estado de Santa Catarina, considerando cargos em

nível Pleno e para uma empresa de médio porte. As demais informações financeiras são

determinadas e apresentas nos itens seguintes.

Quadro 9.10. Premissas para bases salariais.

CARGO BASE SALARIAL (R$)

Gerente geral 7.045,97

Analista de comunicação 3.773,58

Turismólogo 2.318,41

Recepção e quiosque de vendas 1.516,87

Estagiário 1.307,26

Servente de limpeza 1.277,65

Cafeteria - Gerente 4.350,69

Cafeteria - Cozinha 1.713,52

Cafeteria - Auxiliar e Salão 1.315,99

Loja souvenir - Encarregado 2.383,10

Loja souvenir - Atendimento 1.375,68

Auditório / Salão Eventos - Agente de eventos 1.955,70

Estacionamento - Atendimento 1.375,68

Zelador 1.397,36

Motoristas 1.892,82

Fonte: SINE, 2018.

9.1.3. PREMISSAS TRIBUTÁRIASAs premissas tributárias assumidas referem-se aos sistemas de tributação, taxas de depreciação

fiscal de bens e encargos sociais. A Tabela abaixo apresenta as alíquotas aplicadas ao regime

tributário Simples Nacional para prestadores de serviços abrangidos pelo Anexo V da lei

Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016.

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Quadro 9.11. Tabela Simples Nacional 2018 – Anexo V – Serviços.

FAIXA SIMPLESRECEITA BRUTA EM 12 MESES

(EM R$)ALÍQUOTA

VALOR A DEDUZIR (EM R$)

1ª Faixa Até 180.000,00 15,5 % –

2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,0 % 4.500,00

3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,5 % 9.900,00

4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,5 % 17.100,00

5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,0 % 62.100,00

6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,5 % 540.000,00

Fonte: Receita Federal/MF (2018).

A Tabela abaixo apresenta as alíquotas aplicadas ao regime tributário Simples Nacional para

atividades do comércio abrangidas pelo Anexo I da lei Complementar nº 155, de 27 de

outubro de 2016.

Quadro 9.12. Tabela Simples Nacional 2018 – Anexo I – Comércio.

FAIXA SIMPLESRECEITA BRUTA EM 12 MESES

(EM R$)ALÍQUOTA

VALOR A DEDUZIR (EM R$)

1ª Faixa Até 180.000,00 4,0 % -

2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,3 % 5.940,00

3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,5 % 13.860,00

4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,7 % 22.500,00

5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,3 % 87.300,00

6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,0 % 378.000,00

Fonte: Receita Federal/MF (2018).

A Tabela a seguir apresenta as alíquotas aplicadas ao regime tributário Lucro Presumido. Para

integral detalhamento, utiliza-se adicionalmente as alíquotas sobre atividade econômicas

conforme classe de receita projetada pelo modelo

Quadro 9.13. Tabela Lucro Presumido 2018 – Alíquotas.

TRIBUTO ALÍQUOTA

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL 2,95 %

Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ 15,00 %

Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ - Adicional 10,00 %

Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISS54 5,00 %

Programa de Integração Social – PIS 0,65 %

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS 3,00 %

Fonte: Receita Federal/MF (2018). Adaptado.35

A escolha do regime tributário é realizada durante a análise de viabilidade, sendo priorizado

o regime que retorna o maior Valor Presente Líquido – VPL. São apresentadas pela Tabela

abaixo as premissas para depreciação fiscal.

Quadro 9.14. Taxas de Depreciação Fiscal para Bens.

CATEGORIA TAXA ANUAL ANOS DE VIDA ÚTIL

Edifícios 4 % 25

Máquinas e Equipamentos 10 % 10

Instalações 10 % 10

Móveis e Utensílios 10 % 10

Veículos 20 % 5

Computadores e periféricos 20 % 5

Fonte: Receita Federal/MF (2018).

Por fim, a Tabela abaixo apresenta as premissas referentes aos encargos sociais. A composição

dos Encargos Sociais foi calculada para atender a legislação vigente. O cálculo é realizado para

as alíquotas referentes ao 13º salário, percentual de férias e encargos sobre remunerações

adicionais.

A composição dos Encargos Sociais foi calculada, a partir de informações tributárias oficias. O

35 O Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISS é um tributo municipal e com alíquotas que diferem entre municípios. Dessa forma, a alíquota será determinada conforme legislação municipal do local da prestação de serviço e tipo de atividade desenvolvida. Para a presente avaliação a alíquota do ISS foi fixada em 5,0 %.

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Parque Nacional de São Joaquim

cálculo é realizado para as alíquotas referentes ao 13º salário, percentual de férias e encargos

sobre remunerações adicionais.

Quadro 9.15. Composição dos Encargos Sociais.

ITEM ALÍQUOTA

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS 8,00 %

INSS 20,00 %

13º Salário 8,33 %

FÉRIAS 2,78 %

Risco de Acidente de Trabalho - RAT 3,00 %

INSS Terceiros 5,80 %

INSS 13º sobre Salário 1,67 %

INSS Férias 2,22 %

FGTS sobre 13º Salário 0,67 %

FGTS sobre FÉRIAS 0,89 %

Fonte: Receita Federal/MF (2018). Adaptado.

9.1.4.1. Indicadores de Performance e Projeções Integral

Com base nas informações financeiras das estimações preliminares, realiza-se a modelagem

econômico-financeira considerando a contrapartida financeira (outorga) e projeta-se os

dados para o cenário de melhor desempenho.

Considera-se que as contrapartidas financeiras poderão ser realizadas através de investimentos

físicos, após aprovação do ICMBio, ou outorgas de delegação, conforme posterior definição

em instrumentos jurídicos específicos. O valor da contrapartida financeira foi estabelecido a

partir das seguintes premissas:

• Contrapartida financeira fixa: 2,0 % sobre o CAPEX;

• Contrapartida financeira variável: 5 % sobre a Receita Operacional Bruta;

• Carência para pagamento da contrapartida financeira: 3 anos.

Os valores estimados para a contrapartida são apresentados na Tabela seguinte, incluindo a

estimativa da receita obtida pelo ICMBio, no caso da outorga, ou valor total da contrapartida

financeira em investimento físico e sua composição pelas parcelas fixas e variáveis. Os valores

são apresentados em valor presente líquido em termos reais, após o período de 10 anos, e o

valor aproximado ao mês e ao ano.

Quadro 9.16. Contrapartida financeira estimada total, parcela variável e parcela fixa.

CONTRAPARTIDA FINANCEIRA ESTIMADA

VPL TOTAL MÉDIA ANUAL MÉDIA MENSAL

1.813.596,00 181.359,60 15.113,30

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Considerando, portanto, as contrapartidas financeiras fixas e as estimativas para as

contrapartidas financeiras variáveis, computa-se os indicadores de performance para os

cenários de análise.

Quadro 9.17. Indicadores de performance financeira, considerando

a contrapartida financeira determinada.

VPL (R$) TIR P. EQUI. PAYBACK REG. TRIB.

585.241,07 12,98 % 7º ano 10º ano Lucro Presumido

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Apresenta-se a seguir a projeção de fluxo de caixa projetado para o cenário de análise (Tabela

seguinte).

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Tabela 9.5. Fluxo de Caixa projetado, considerando outorgas fixa e variável, em reais (R$).

FLUXO DE CAIXA 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

(=) Receita Bruta 0 3.342.103 3.518.007 3.678.511 3.835.165 4.011.069 4.186.973 4.362.877 4.523.380 4.699.284 4.875.188

(+) Receita Operacional Bruta 0 3.296.548 3.469.908 3.627.867 3.781.977 3.955.337 4.128.696 4.302.056 4.460.016 4.633.375 4.806.735

Centro de Visitantes 0 2.209.283 2.332.667 2.456.052 2.579.436 2.702.821 2.826.205 2.949.590 3.072.974 3.196.359 3.319.743

Transporte Único 0 1.087.265 1.137.240 1.171.815 1.202.541 1.252.516 1.302.491 1.352.466 1.387.041 1.437.017 1.486.992

(+) Receitas Acessórias 0 45.555 48.100 50.644 53.188 55.732 58.276 60.821 63.365 65.909 68.453

Centro de Visitantes 0 45.555 48.100 50.644 53.188 55.732 58.276 60.821 63.365 65.909 68.453

(–) Impostos Sobre Faturamento 0 253.957 267.211 279.132 290.720 303.974 317.227 330.481 342.402 355.655 368.909

PIS e CONFINS 0 121.987 128.407 134.266 139.984 146.404 152.825 159.245 165.103 171.524 177.944

ISS 0 131.970 138.803 144.866 150.737 157.570 164.403 171.236 177.299 184.132 190.965

(=) Receita Operacional Líquida 0 3.088.146 3.250.797 3.399.379 3.544.445 3.707.095 3.869.746 4.032.396 4.180.979 4.343.629 4.506.279

(–) Custos 0 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207 2.744.207

Centro de Visitantes 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 1.579.262 0

Transporte Único 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 1.164.944 0

(=) Lucro Operacional antes do RSC 0 343.939 506.590 655.172 800.238 962.888 1.125.539 1.288.189 1.436.772 1.599.422 1.762.072

(–) RSC - Retorno sobre Concessão ao ICMBio 0 65.931 69.398 72.557 92.667 96.134 99.601 103.069 106.228 109.695 113.162

(–) Depreciação 0 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754

(=) LAIR 0 6.254 165.437 310.861 435.816 595.000 754.183 913.366 1.058.789 1.217.973 1.377.156

(–) Impostos - Lucro Presumido 0 101.423 106.210 110.702 115.121 119.908 124.696 129.484 133.976 138.764 143.551

IRPJ 0 101.423 106.210 110.702 115.121 119.908 124.696 129.484 133.976 138.764 143.551

CSLL 0 0 32.470 34.283 36.096 37.910 39.723 41.537 43.350 45.163 46.977

(–) Depreciação 0 0 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754

(=) Lucro / Prejuízo Operacional 0 176.586 330.981 471.913 592.450 746.846 901.241 1.055.637 1.196.568 1.350.963 1.505.359

(–) Investimento 3.399.223 64.317 62.777 62.392 64.317 64.317 64.317 62.777 64.317 64.317 46.727

(+) Depreciação 0 0 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754 271.754

(=) Fluxo de Caixa Anual -3.399.223 112.268 268.204 409.520 528.133 682.528 836.924 992.859 1.132.251 1.286.646 1.458.632

(=) Fluxo de Caixa Líquido Acumulado -3.399.223 -3.286.955 -3.018.751 -2.609.230 -2.081.098 -1.398.569 -561.645 431.214 1.563.464 2.850.110 4.308.742

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

A análise de sensibilidade financeira é uma ferramenta que possibilita avaliar os riscos de

alterações em determinadas variáveis do modelo econômico-financeiro, assim como

permite verificar os efeitos de possíveis variáveis que não foram levadas em conta.

Realiza-se a análise de sensibilidade do VPL a partir da demanda prevista para o cenário-

base). São testadas as seguintes condições:

• Alterações da Taxa Mínima de Atratividade;

• Variações na Receita em 10 %;

• Variações no OPEX em 10 %;

• Variações no CAPEX em 10 %;

Os resultados obtidos são apresentados na Tabela abaixo. As cores representam a atratividade

dos VPL calculados, em que os tons verdes representam maior atratividade, os tons vermelhos

menor atratividade e branco são situações de equilíbrio.

Tabela 9.6. Análise de Sensibilidade do VPL.

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

VPL (R$) / TMA 8,0 % 9,0 % 10,2 % 11,0 % 12,0 %

Receita +10 % 2.331.840 2.007.010 1.645.969 1.427.509 1.168.850

Receita 1.749.463 1.452.872 1.123.451 924.254 688.540

Receita -10 % 1.167.085 898.734 600.932 420.998 208.231

Opex +10 % -91.922 -308.266 -547.641 -691.874 -861.998

Opex 1.749.463 1.452.872 1.123.451 924.254 688.540

Opex -10 % 3.590.848 3.214.010 2.794.542 2.540.381 2.239.079

Capex +10 % 947.569 654.745 329.556 132.945 -99.678

Capex 1.749.463 1.452.872 1.123.451 924.254 688.540

Capex -10 % 2.474.992 2.174.993 1.841.742 1.640.204 1.401.695

Fonte: Elaboração do Autor, 2018.

Através da análise de sensibilidade, nota-se que o empreendimento possui grande

dependência da otimização dos gatos operacionais (OPEX). Este fato decorre do impacto do

aumento dos gastos do Transporte Único sobre o orçamento de sua operação. Verifica-se,

no entanto, esta otimização possui a capacidade de gerar expressivos ganhos financeiros.

Ademais, em menor grau, o investimento necessário também gera efeitos similares à

lucratividade desta operação.

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Parque Nacional de São Joaquim

BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa.

Brasília, DF.

BRASIL. Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014. Estabelece o regime jurídico das parcerias

entre a Administração Pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua

cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante

a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho

inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação;

define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com

organizações da sociedade civil. Brasília, DF.

BRASIL. Lei nº 13.273, de 15 de abril de 2016. Altera os limites do Parque Nacional de São

Joaquim, no Estado de Santa Catarina. Brasília, DF. 2016.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio

Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

Brasília, DF.

BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Institui normas para licitações e contratos da

Administração Pública e dá outras providências. Brasília, DF.

BRASIL. Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995. Dispõe sobre o regime de concessão e

permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e

dá outras providências. Brasília, DF.

BRASIL. Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995. Estabelece normas para outorga e prorrogações

das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras providências. Brasília, DF.

BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII

da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

e dá outras providências. Brasília. 2000.

Decretos:

BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 e agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de

18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da

Natureza - SNUC, e dá outras providências. Brasília. 2002.

BRASIL. Decreto nº  5.385, de 04 de março de 2005. Institui o Comitê Gestor de Parceria

Público-Privada Federal – CGP e dá outras providências. Brasília, DF.

BRASIL. Decreto nº  5.758, de 13 de abril de 2006. Institui o Plano Estratégico Nacional

de Áreas Protegidas – PNAP, seus princípios, diretrizes, objetivos e estratégias, e dá outras

providências. Brasília, DF.

BRASIL. Decreto nº  6.170, de 25 de julho de 2007. Dispõe sobre as normas relativas às

transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá outras

providências. Brasília, DF.

BRASIL. Decreto nº  8.428, de 2 de abril de 2015. Dispõe sobre o Procedimento de

Manifestação de Interesse a ser observado na apresentação de projetos, levantamentos,

investigações ou estudos, por pessoa física ou jurídica de direito privado, a serem utilizados

pela Administração Pública. Brasília, DF.

BRASIL. Decreto nº 8.726, de 27 de abril de 2016. Regulamenta a Lei nº 13.019, de 31 de julho

de 2014, para dispor sobre regras e procedimentos do regime jurídico das parcerias celebradas

entre a administração pública federal e as organizações da sociedade civil. Brasília, DF.

BRASIL. Decreto nº  8.974, de 24 de janeiro de 2017. Aprova a Estrutura Regimental e o

Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Instituto

Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, remaneja cargos

em comissão e função de confiança e substitui cargos em comissão do Grupo-Direção e

Assessoramento Superiores - DAS por Funções Comissionas do Poder Executivo - FCPE.

Brasília. 2017.

BRASIL. Decreto nº 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques

Nacionais Brasileiros. Brasília, DF.

MINAS GERAIS. Lei nº 18.030, de 12 de janeiro de 2009. Dispõe sobre a distribuição da

parcela da receita do produto da Arrecadação do ICMS pertencente aos municípios. 2009.

Belo Horizonte, MG.

MINAS GERAIS. Lei nº 14.309, de 19 de junho de 2002. Dispõe sobre as políticas florestal e de

proteção à biodiversidade no Estado. Belo Horizonte, MG.

Portarias:

BRASIL. Portaria nº 114, de 27 de outubro de 2014. Modifica a composição do Conselho

Consultivo do Parque Nacional de São Joaquim. ICMBIO, Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade. Brasília. 2014.

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Parque Nacional de São Joaquim

BRASIL. Portaria nº  46, de 30 de junho de 2011. Cria o Conselho Consultivo do Parque

Nacional de São Joaquim. ICMBIO, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Brasília. 2011.

BRASIL. Portaria nº  85, de 25 de julho de 2012. Estabelece normas para o ordenamento

da visitação no Parque Nacional de São Joaquim até a publicação do seu Plano de Manejo.

Brasília, DF.

Instruções Normativas e Resoluções:

BRASIL; INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE – ICMBio.

Instrução normativa nº  2, de 30 de janeiro de 2017. Disciplina, no âmbito do ICMBio, o

planejamento, a execução e o monitoramento dos contratos de concessão de uso para

prestação de serviços de apoio à visitação em Unidades de Conservação. Brasília, DF.

BRASIL; INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE – ICMBio.

Instrução normativa nº 7, de 21 de dezembro de 2017. Estabelece diretrizes e procedimentos

para elaboração e revisão de planos de manejo de Unidades de Conservação da natureza

federais. Brasília, DF.

BRASIL; INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE – ICMBio.

Instrução Normativa nº 9, de 05 de dezembro de 2014. Disciplina as diretrizes, normas e

procedimentos para formação, implementação e modificação na composição de Conselhos

Gestores de Unidades de Conservação Federais. Brasília, DF.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução Conama nº 10, de 1 de outubro de 1993. Brasília, DF.

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO-AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE MINAS

GERAIS - SEMAD/MG. Resolução SEMAD nº  318, de 15 de fevereiro de 2005. Disciplina

o cadastramento das Unidades de Conservação da natureza e outras áreas protegidas,

bem como a divulgação periódica das informações básicas pertinentes, para os fins do

art. 1º, inciso VIII, alíneas “b” e “c”, da Lei nº 13.803, de 27 de dezembro de 2000, e dá outras

providências. 2005. Belo Horizonte, MG.

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Parque Nacional de São Joaquim

APÊNDICE A

INSTRUMENTOS JURÍDICOS

1. INTRODUÇÃOAs delegações de serviços para o uso público dos Parques Nacionais podem ser realizadas

a partir da adoção de diversos instrumentos jurídicos, utilizando-se o que se convencionou

chamar de técnica contratual. A adoção desses instrumentos e, a partir deles, a construção

de modelos jurídicos para as atividades de uso público dos Parques Nacionais, não encontra

nenhum outro limite na legislação além daqueles aplicáveis, de modo geral, à atuação da

Administração Pública. Assim, em tese, todo e qualquer instrumento jurídico que possa ser

empregado por esta também pode sê-lo para as atividades de uso público nessas UC.

Os instrumentos utilizados pela Administração costumam ser distinguidos, entre outros

critérios, quanto ao seu regime jurídico, contrastando aqueles que são regidos por disposições

de direito privado e aqueles que são regidos por disposições de direito público.

Entre os primeiros, encontram-se todos os atos realizados pela Administração Pública em

condição de igualdade com os particulares, sujeitando-se à regulação estabelecida pelas

normas de direito privado, como o direito civil e o direito empresarial. Apesar de esses

instrumentos teoricamente poderem ser utilizados na gestão dos Parques Nacionais,

é pouco provável que eles assumam um papel relevante no contexto de um projeto de

parceria público privada. Isso porque essas UC, como o PNSJ, são áreas de domínio público

e, assim, as relações estabelecidas no seu uso têm essa característica como ponto de partida.

Entre os segundos, os instrumentos jurídicos regidos pelas disposições de direito público,

encontram-se, fundamentalmente, os atos jurídicos e contratos administrativos –

instrumentos que são utilizados a partir de prerrogativas e sujeições estabelecidas na relação

da Administração Pública com os administrados. Esses instrumentos, nos termos do art. 2º,

Lei 8.666/1993, têm por objeto obras, compras, serviços, alienações, concessões, permissões

e locações36.

A seleção de instrumentos jurídicos envolve critérios objetivos e subjetivos, uma vez que não

36 Nos termos deste estatuto consideram-se contratos “todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Adminis-tração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontade para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada” (art 2º, parágrafo único).

há, na maioria dos casos, uma disposição jurídica expressa a indicar qual o instrumento mais

adequado para determinada atividade. A liberdade de escolha, tão ampla quanto arbitrária,

oferece, em geral, diversas alternativas de instrumentos jurídicos para uma mesma atividade.

Assim, por exemplo, a exploração de uma trilha pode ser objeto de concessão, permissão ou

autorização, independentemente da personalidade jurídica do parceiro privado; por outro

lado, considerando-se a personalidade jurídica do parceiro, é possível, ainda, que seja objeto

de termo de colaboração ou fomento, termo de parceria, termo de cooperação, convênio,

entre outros instrumentos.

Esta ampla discricionariedade aconselha apresentar, neste anexo, o rol dos principais

instrumentos disponíveis, indicando de forma muito superficial suas características e sua

aptidão para regular as diferentes atividades previstas para o PNSJ neste PAPP. Além de

aconselhável, esta indicação pretende demonstrar a disposição dos responsáveis por esta

consultoria de alterar, a partir da oitiva dos contratantes (ICMBio e IBAM) e dos atores

participantes das oficinas de campo, a seleção preliminarmente realizada no âmbito deste

Encarte 1. Uma modificação, diga-se, que poderá ensejar, inclusive, a modificação do arranjo

jurídico a ser proposto.

2. INSTRUMENTOSOs seguintes instrumentos jurídicos são, em tese, aptos a compor um modelo ou arranjo de

gestão informado por parcerias público-privadas:

Concessão de serviço público: disciplinada pela Lei 8.987/1995, é um contrato administrativo

sujeito ao regime jurídico de direito público, pelo qual a Administração delega a uma

pessoa jurídica (de direito privado ou de direito público, neste caso desde que integrante

da Administração Indireta) ou consórcio de empresas a execução de serviços que seriam de

sua atribuição, conservando a titularidade do serviço37. Possui as seguintes características

básicas: a remuneração do particular decorre diretamente da exploração do serviço, em

geral por meio da cobrança de tarifas; deve ser precedido de licitação, na modalidade de

concorrência; a Administração somente pode rescindir o contrato por motivo de relevante

interesse público e mediante pagamento de justa indenização ao particular, garantindo

estabilidade e segurança à contratação. Por esse motivo, é preferencialmente empregada

37 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 292. Segundo a autora, essa conservação da titularidade permite ao concedente alterar cláusulas regulamentares do contrato ou mesmo rescindi-lo por motivo de interesse público.

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Parque Nacional de São Joaquim

para os casos em que o particular deverá fazer grandes investimentos para o desempenho

do serviço, admitindo elevados níveis de exigência e complexidade38 e prazos mais longos

de execução.

Concessão de serviço público precedido da execução de obra pública: disciplinada

também pela Lei 8.987/1995, é um contrato administrativo sujeito ao regime jurídico de

direito público, pelo qual a Administração delega a uma pessoa jurídica (de direito privado ou

de direito público, neste caso desde que integrante da Administração Indireta) ou consórcio

de empresas a execução de obras de interesse público. Possui como característica o fato de

a remuneração do particular decorrer de contribuição de melhoria ou de tarifa cobradas,

respectivamente, dos beneficiários da obra ou dos serviços que ela proporciona. Tal como na

modalidade anterior, esse tipo de concessão deve ser precedido de licitação, na modalidade

de concorrência; a administração somente pode rescindir o contrato por motivo de relevante

interesse público e mediante pagamento de justa indenização ao particular, garantindo

estabilidade e segurança à contratação. Por esse motivo, é preferencialmente empregado

para os casos em que o particular deverá fazer grandes investimentos para a execução da

obra, admitindo elevados níveis de exigência e complexidade e sendo contratada por prazos

mais longos.

Concessão de uso de bem público: não sendo disciplinada por lei específica, submete-se à

regência da Lei 8.666/1993, caracterizando-se como um contrato administrativo sujeito ao

regime jurídico de direito público, pelo qual a Administração concede a uma pessoa jurídica o

direito de utilizar parcela de um bem público conforme a sua destinação, conservando a sua

titularidade39. Possui as seguintes características básicas: a remuneração do particular decorre

de tarifas cobradas dos usuários dos serviços oferecidos com base no bem explorado; deve ser

precedida de licitação, não havendo exigências quanto à sua modalidade; pode ser gratuita

ou onerosa, conforme o concessionário deva ou não remunerar o concedente pelo uso do

bem; a administração somente pode rescindir o contrato por motivo de relevante interesse

público e mediante pagamento de justa indenização ao particular, garantindo estabilidade

e segurança à contratação. Por esse motivo, é preferencialmente empregada para atividades

de maior vulto, que sejam mais onerosas ao concessionário e, também, mais duradouras40.

Demonstrando a disposição de implementar esse instrumento na gestão das UC, o ICMBio,

por meio da Instrução Normativa nº 02, de 30 de janeiro de 2017, disciplinou o planejamento,

38 MEDAUAR, Odete (Org.). Concessão de serviço público. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1995. p. 16.

39 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 698.

40 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 698.

a execução e o monitoramento de concessão de uso para prestação de serviços de apoio

à visitação em UC, definindo concessão de uso como “o contrato administrativo pelo qual o

ICMBio atribui a um particular a exploração de serviços e atividades de apoio ao uso público em

Unidades de Conservação” (art. 2º). Essa Instrução Normativa institui um Comitê Especial de

Concessão – CEC (art. 3º), disciplinando sua competência e composição (art. 4º), bem como

um procedimento administrativo próprio de formalização e monitoramento dos contratos

de concessão (arts. 5º e ss.)41. Reafirmando o contido nessa Instrução Normativa, merece

destaque o Despacho nº 00141/2017/COMAD/PFE-ICMBio/PGF/AGU, que aprovou o Parecer

nº 00150/2017/COMAD/PFE-ICMBio/PGF/AGU, que afirma expressamente que “os serviços

de apoio à visitação em Unidades de Conservação federais devem ser concedidos mediante

procedimento licitatório, uma vez que se trata de concessão de uso de bem público de uso

especial”. Cumpre, por fim, mencionar o regime especial previsto pela Lei 9.636/1998, no seu

art. 18 e ss., que, admitindo a adoção do regime de concessão de direito real de uso resolúvel,

trata da cessão de imóveis da União aos Estados, Distrito Federal, Municípios e entidades sem

fins lucrativos das áreas de educação, cultura, assistência social ou saúde, ou a pessoas físicas

ou jurídicas, em se tratando de interesse público ou social ou de aproveitamento econômico

de interesse nacional.

Concessão de direito real de uso: esta modalidade, antes disciplinada pelo art. 7º, Decreto-

Lei 271/1967, com as alterações do art. 7º da Lei nº 11.481/2007, é o instrumento pelo qual

o direito real resolúvel de uso de imóveis públicos ou particulares, de modo remunerado

ou gratuito, é concedido por tempo certo ou indeterminado, para fins específicos de

regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo

da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais

e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas. O

concessionário frui plenamente do bem para os fins estabelecidos no contrato, respondendo

por todos os encargos que incidam sobre o imóvel e sua renda. Caso o concessionário

dê ao imóvel destinação diversa daquela prevista no contrato, ou descumpra cláusula

resolutória, resolve-se a concessão antes do seu término. Exige anuência prévia do Gabinete

de Segurança Institucional da Presidência de República e do Ministério da Defesa e dos

41 Nos termos do art. 2º, Lei 9.074/1995, “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem obras e serviços públicos por meio de concessão e permissão de serviço público, sem lei que lhes autorize e fixe os termos, dispensada a lei autorizativa nos casos de saneamento básico e limpeza urbana e nos já referidos na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios, observado, em qualquer caso, os termos da Lei nº 8.987, de 1995” [BRASIL. Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995. Estabelece normas para outorga e prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras providências].

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Comandos da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, quando se tratar de imóveis que

estejam sob sua administração.

Concessão administrativa: regulamentada pela Lei 11.079/2004, tem por objeto a prestação

de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, podendo

envolver a execução de obra ou o fornecimento e a instalação de bens. A remuneração

é feita diretamente do concedente para o concessionário. Constitui forma de parceria

público-privada, não se aplicando para contratos cujo valor de contratação seja inferior a

R$ 10.000.000,00, cujo prazo seja inferior a 05 (cinco) anos ou que tenha por objeto único o

fornecimento de mão de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução

de obra pública (art. 2º, § 4º, Lei 11.079/2004). Deve ser precedida de licitação na modalidade

de concorrência. Este instrumento foi descartado por dirigentes do ICMBio em reunião

realizada nos dias 05 e 06 de fevereiro de 201842.

Concessão patrocinada: também regulamentada pela Lei 11.079/2004, é uma modalidade

de concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obras públicas, em que

a remuneração do concessionário não é realizada apenas por meio das tarifas cobradas

dos usuários, sendo complementada pelo concedente. Constitui forma de parceria

público-privada, não se aplicando para contratos cujo valor de contratação seja inferior a

R$ 10.000.000,00, cujo prazo seja inferior a 05 (cinco) anos ou que tenha por objeto único

o fornecimento de mão de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a

execução de obra pública (art. 2º, § 4º, Lei nº 11.079/2004). Deve ser precedida de licitação

na modalidade de concorrência. Este instrumento, tal como o anterior, foi descartado por

dirigentes do ICMBio em reunião realizada nos dias 05 e 06 de fevereiro e 201843.

Permissão de serviço público: regulamentada pela Lei 8.987/1995, tem sido considerada

pela maior parte da doutrina como ato administrativo unilateral pelo qual a Administração

delega a uma pessoa física ou jurídica a prestação de serviços públicos. Possui as seguintes

características básicas: deve ser precedida de licitação, não havendo exigência quanto

à modalidade a ser adotada; dá-se a título precário, ou seja, pode ser revogada pela

Administração a qualquer momento, sem que o permissionário tenha direito a indenização;

42 Ata de reunião de 5 e 6 de fevereiro de 2018, com servidores da Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP), da Coordenação de Concessão e Negócios (CONCES) e da Coordenação de Planejamento, Estruturação da Visitação e do Ecoturismo (COEST).

43 Ata de reunião de 5 e 6 de fevereiro de 2018, com servidores da Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP), da Coordenação de Concessão e Negócios (CONCES) e da Coordenação de Planejamento, Estruturação da Visitação e do Ecoturismo (COEST).

normalmente, é outorgada sem prazo definido. Essas características tornam a permissão um

instrumento menos estável do que a concessão, sendo, portanto, reservada para os casos

menos complexos em que: (a) o permissionário não necessite fazer grandes investimentos

para o desempenho do serviço ou possa realocar os equipamentos utilizados sem maiores

transtornos; (b) o serviço não envolva implantação física de aparelhamento que adere ao

solo; ou (c) o serviço seja altamente rentável e os investimentos sejam compensados no

curto prazo44. No caso do ICMBio, a permissão tem sido utilizada de modo oneroso (quando

há custos) e não oneroso (quando não há custos). Nos termos da Nota Técnica 02/2011

CGEVI/DIREP, a permissão deve ser adotada nos casos que exigem baixos investimentos e

exclusividade para a prestação do serviço45 46.

Permissão de uso de bem público: regulamentada pelo art. 22, Lei 9.636/1998, é o ato

administrativo unilateral pelo qual a Administração faculta a um particular a utilização de

áreas de domínio da União para eventos de curta duração de natureza recreativa, esportiva,

cultural ou religiosa, para fins de interesse público. Possui as seguintes características básicas:

não depende de licitação47 ; pode ser gratuito ou oneroso, conforme o permissionário

deva ou não remunerar a Administração pelo uso do bem; uma vez outorgada, obriga o

permissionário a utilizar o bem para o fim determinado; dá-se a título precário, ou seja, pode

ser revogada pela Administração a qualquer momento, sem que o permissionário tenha

direito a indenização; normalmente, é outorgada sem prazo definido (para ser outorgada com

prazo determinado, é necessário realizar a licitação). Essas características tornam a permissão

44 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 747. Apud: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 305.

45 CARRILLO, Andrea C.; CATAPAN, Marisete I.S. Levantamento e sistematização de modelos e arranjos de parcerias com o setor privado e o terceiro setor compatíveis com as necessidades de gestão das Unidades de Conservação. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, s.d.. Disponível em: http://www.papp.org.br/wp-content/uploads/2016/12/relatorio-completo-final-4_1.1.2_edita do.pdf. Acesso em 02 jan. 2018. p. 14.

46 Ver nota 93.

47 Nesse sentido, ver AGU, Advocacia-Geral da União. Processo nº 02070.002323/2011-09. Consulta. Modalidades de delegação da prestação de serviços de apoio à visitação em Unidades de Conservação federais. Parecer em abstrato. Considerações. Parecer nº 0393/2011/AGU/PGE/PFE-ICMBIO. Autor: René da Fonseca e Silva Neto. Brasília, DF, 7 jul. 2011. O posicionamento manifestado por este parecer “diverge daquele dado pela Consultoria Jurídica do MMA, que entende ser necessária licitação para a permissão. Impende destacar inexistir ofensa à Lei nº 8.666/93 na intelecção aqui efetuada. Para melhor entendimento, importa aclarar que o principal objetivo do Estatuto das Licitações é a obtenção de proposta mais vantajosa para a Administração, assim como garantir oportunidade isonômica a todos os particulares que queiram contratar com o Poder Público. Por conseguinte, somente o caso concreto pode trazer os elementos indispensáveis a aferir a imprescin-dibilidade ou não de licitação. Se, v.g., a permissão de uso não traz qualquer vantagem financeira para a Administração ou mesmo se todos os interessados puderem obter a qualidade de permissionários para determinada atividade, não há que se falar em licitação” [p. 12].

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Parque Nacional de São Joaquim

de bem público, tal como se dá com a permissão de serviço público, um instrumento menos

estável do que a concessão, sendo, portanto, reservada para casos menos complexos.

Autorização de serviço público: é o ato administrativo unilateral pelo qual a Administração

delega a uma pessoa física ou jurídica a execução de um serviço público, para que o particular

o execute em seu próprio benefício48. Possui as seguintes características básicas: não depende

de licitação; dá-se a título precário, podendo ser revogada a qualquer momento, sem que

se tenha direito a indenização; normalmente, é outorgada sem prazo definido. Nos termos

da Nota Técnica nº 02/2011/CGEVI/DIREP, a autorização é aplicável (i) quando não houver

necessidade de exclusividade para a prestação do serviço, (ii) quando o número possível

de prestadores de serviço for muito inferior à demanda, dada a capacidade de suporte

estabelecida, ou (iii) quando não for necessário efetuar investimento em infraestrutura. Essas

características tornam a autorização um instrumento menos estável do que a concessão e a

permissão, sendo reservada para casos ainda menos complexos.

Autorização de uso de bem público: é o ato administrativo unilateral pelo qual a

Administração faculta ao particular o uso exclusivo de bem público, no seu próprio

interesse. Possui as seguintes características básicas: não depende de licitação; dá-se a título

precário, podendo ser revogada a qualquer momento, sem que o autorizado tenha direito a

indenização; uma vez outorgada, cria apenas uma faculdade ao particular, e não um dever;

normalmente, é outorgada sem prazo definido. Aplicável, também nesse caso, o que foi dito

na parte final do texto relativo à autorização de serviço público (Nota Técnica nº 02/2011/

CGEVI/DIREP). Cabe ainda ressaltar que o art. 33, Lei 9.985/2000, prevê expressamente a

autorização para a exploração de atividade comercial, sujeitando o explorador a pagamento,

conforme disposto em regulamento. Como mencionado no Parecer nº 0393/2011/AGU/

PGF/PFE-ICMBio, emitido no processo nº 02070.002323/2011-09, “ao aludir tão somente à

autorização, a Lei nº 9.985/2000 disse menos do que deveria, omissão que não foi sanada pelo

Decreto nº 4.340/2002, que a regulamenta. Nenhum dos referidos diplomas disciplinou a contento

a forma como a exploração por terceiros dos produtos, subprodutos e serviços relacionados a uso

público em Unidades de Conservação poderia ser operacionalizado, relegando ao órgão gestor,

em situação de patente insegurança, a escolha dos meios para sua consecução” 49 50.

48 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 307.

49 AGU, Advocacia-Geral da União. Processo nº 02070.002323/2011-09. Consulta. Modalidades de delegação da presta-ção de serviços de apoio à visitação em Unidades de Conservação federais. Parecer em abstrato. Considerações. Parecer nº 0393/2011/AGU/PGE/PFE-ICMBIO. Autor: René da Fonseca e Silva Neto. Brasília, DF, 7 jul. 2011. p. 06.

50 A propósito, parece acertada a posição de Furtado, para quem “o ponto nodal da diferença [entre autorização e permis-são] reside na natureza transitória ou não da utilização pretendida pelo particular. Quanto menos transitória for a utilização

Autorização para exploração de bens e serviços em UC: regulamentada pelo art. 25 e ss.,

Decreto 4.340/2002, é ato administrativo unilateral pelo qual a Administração faculta a pessoas

físicas ou jurídicas “a exploração de produtos, subprodutos ou serviços inerentes às Unidades de

Conservação”, de acordo com os objetivos de cada UC. Possui as seguintes características

básicas: não depende de licitação; dá-se a título precário, podendo ser revogada a qualquer

momento, sem que se tenha direito a indenização; uma vez outorgada, cria apenas uma

faculdade ao particular, e não um dever; normalmente, é outorgada sem prazo definido.

Nesse caso, igualmente aplicável o disposto na Nota Técnica nº 02/2011/CGEVI/DIREP.

Licença: regulamentada pela legislação esparsa, é o ato administrativo unilateral pelo

qual a Administração faculta a pessoa física ou jurídica que preencha os requisitos legais o

exercício de determinada atividade. Diferencia-se da autorização por ser ato vinculado, e não

discricionário: preenchidos os requisitos legais, a licença não pode ser negada ao interessado.

Convênio: regulamentado pelo art. 116, Lei 8.666/1993, não constitui contrato ou ato

administrativo, sendo um ajuste entre a Administração e entidades públicas ou privadas

para a realização de objetivos comuns, mediante mútua cooperação51. Possui as seguintes

características básicas: não é necessário que haja repasse de valores, podendo ocorrer de

diversas formas (uso de equipamentos, imóveis, recursos humanos, etc.); havendo repasse

de verbas, aplica-se o Decreto 6.170/2007, assim como a Portaria Interministerial MPOG/MF

nº 50752; possui prazo determinado; pode ser resolvido a qualquer tempo, mesmo antes do

prazo final, sem qualquer consequência relevante (salvo expressa previsão em contrário); não

depende de licitação.

pretendida, tanto maior deverá ser o grau de compatibilidade entre a fruição privativa e as necessidades coletivas” [FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Direito Administrativo. 2ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2010. p. 865. Apud: AGU, Advoca-cia-Geral da União. Processo nº 02070.002323/2011-09. Consulta. Modalidades de delegação da prestação de serviços de apoio à visitação em Unidades de Conservação federais. Parecer em abstrato. Considerações. Parecer nº 0393/2011/AGU/PGE/PFE-ICMBIO. Autor: René da Fonseca e Silva Neto. Brasília, DF, 7 jul. 2011. p. 12].

51 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 342.

52 O Decreto, no seu art. 1º, § 1º, define convênio como sendo o “acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, ser-viço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;” (mesmo conceito adotado pela Portaria). Ademais, no seu art. 3º, o Decreto exige que “As entidades privadas sem fins lucrativos que pretendam celebrar convênio ou contrato de repasse com órgãos ou entidades da administração pública federal deverão realizar cadastro no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse – SICONV [...]”. BRASIL. Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007. Dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá outras providências.

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Parque Nacional de São Joaquim

Termo de parceria: regulamentado pelo art. 9º, Lei 9.790/1999, é o instrumento que pode

ser celebrado entre a Administração e as entidades qualificadas como OSCIP com o objetivo

de formar um vínculo de cooperação entre elas, para o fomento e execução das atividades

previstas no art. 3º. Possui as seguintes características básicas: não depende de licitação,

mas de consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação

(art. 10, § 1º, Lei 9.790/1999); deve especificar o programa de trabalho proposto pela OSCIP,

estipular metas e resultados a serem atingidos, prazos de execução e critérios objetivos de

avaliação de desempenho; deve prever receitas e despesas; a OSCIP deve apresentar relatório

sobre a execução do objeto do termo ao final de cada exercício; deve ter um extrato do

seu conteúdo e de seus demonstrativos publicados na imprensa oficial; sofre fiscalização do

órgão do Poder Público da área de atuação correspondente.

Termo de colaboração: regulamentado pela Lei 13.019/2014, é o “instrumento por meio do

qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações

da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas

pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros” (art. 2º, VII, Lei

13.019/2014). Deve ser adotado para a consecução de planos de trabalho propostos pela

Administração (art. 16, Lei 13.019/2014). As organizações da sociedade civil, movimentos

sociais e cidadãos podem apresentar propostas para chamamento público objetivando

a celebração de parceria por meio do Procedimento de Manifestação de Interesse Social,

disciplinado pelo art. 18 e ss., Lei 13.019/2014. Depende de chamamento público, a menos

que envolvam recursos decorrentes de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais

(art. 29) e nos casos previstos nos arts. 30 e 31, Lei 13.019/1999. Deve ser firmado por prazo

certo, prevendo as hipóteses de prorrogação.

Termo de fomento: regulamentado pela Lei 13.019/2014, é o “instrumento por meio

do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com

organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e

recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de

recursos financeiros” (art. 2º, VIII, Lei 13.019/2014). Deve ser adotado para a consecução

de planos de trabalho propostos pelas OSCIP (art. 17, Lei 13.019/2014). As organizações

da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos podem apresentar propostas para

chamamento público objetivando a celebração de parceria por meio do Procedimento

de Manifestação de Interesse Social, disciplinado pelo art. 18 e ss., Lei 13.019/2014.

Sua celebração depende de chamamento público, a menos que envolvam recursos

decorrentes de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais (art. 29) e nos casos

previstos nos arts. 30 e 31, Lei 13.019/2014. Deve ser firmado por prazo certo, prevendo

as hipóteses de prorrogação.

Acordo de cooperação: regulamentado pela Lei 13.019/2014, é o “instrumento por meio do

qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações

da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não

envolvam a transferência de recursos financeiros”. Sua celebração não depende de chamamento

público, a menos que o seu objeto envolva a celebração de comodato, doação de bens ou

outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial (art. 29, Lei 13.019/1999). Deve ser

firmado por prazo certo, prevendo as hipóteses de prorrogação.

Termos ou acordos inominados ou de cooperação técnica: previstos pelo art. 116, Lei

8.666/1993, são os instrumentos firmados entre entes da Administração ou entre estes e

entidades privadas sem fins lucrativos com o objetivo de executar programas de trabalho,

projetos ou eventos de interesse recíproco, dos quais não decorra obrigação de repasse de

recursos entre os partícipes. Diferencia-se dos convênios, basicamente, por não haver, aqui, a

possibilidade de transferência de recursos53.

Termo de cooperação: nos termos da Portaria Interministerial MPOG/MF/Nº 507, de

24/11/2011, é o “instrumento por meio do qual é ajustada a transferência de crédito de órgão

ou entidade da Administração Pública Federal para outro órgão federal da mesma natureza ou

autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente”. Era previsto no art. 1º, Decreto

6.170/2007, com a redação dada pelo Decreto 6.619/2008, mas foi substituído pelo termo de

execução descentralizada (Decreto 8.180/2013)54.

Termo de reciprocidade: nos termos do Manual de Convênios, Contratos de Repasse, Termos

de Cooperação, Termos de Parceria e Termos de Reciprocidade do ICMBio, “é o instrumento

que disciplina parcerias entre o ICMBio e entes parceiros entendidos como órgãos ou entidades

53 Parecer AGU nº 15/2013, apud O QUE É UM ACORDO OU TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA. In: http://www.pro-plad.ufu.br/perguntas-frequentes/o-que-e-um-acordo-ou-termo-de-cooperacao-tecnica>. Acesso em 10 fev. 2018.

54 Este termo de execução descentralizada é regulamentado pelos arts. 1º, § 1º, III, e 12-A, Decreto 6.170/2007. Nos termos desse Decreto, trata-se de “instrumento por meio do qual é ajustada a descentralização de crédito entre órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse da unidade orçamentária descentralizadora e consecução do objeto previsto no programa de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional programática” [BRASIL. Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007. Dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá outras providências]. Esse termo poderá ter como finalidades: execução de programas, projetos e atividades de interesse recíproco, em regime de mútua colaboração; realização de atividades específicas pela unidade descentralizada em benefício da unidade descentralizadora dos recursos; execução de ações que se encontram organizadas em sistema e que são coordenadas e supervisionadas por um órgão central; ou ressarcimento de despesas.

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Parque Nacional de São Joaquim

da administração pública federal, estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda,

entidades privadas com ou sem fins lucrativos, visando à execução de projetos, atividades ou

quaisquer eventos de interesse recíproco, com previsão de contratação de serviços e aquisição

de bens, em regime de mútua cooperação, não havendo transferências de recursos financeiros

originários de dotações do ICMBio consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da

União”.

Contrato de gestão: disciplinado pela Lei 9.637/1998, é “o instrumento firmado entre o Poder

Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria

entre as partes para fomento e execução de atividades relativas” ao “ensino, à pesquisa científica,

ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à

saúde” (respectivamente, arts. 5º e 1º, Lei 9.637/1998). Após a aprovação do Conselho de

Administração de entidade supervisora, deve ser submetido ao Ministro de Estado ou à

autoridade supervisora da área correspondente à atividade fomentada (art. 6º, parágrafo

único, Lei 9.637/1998). Exige a estipulação de metas a serem atingidas, prazos de execução e

critérios de avaliação de desempenho, além de outros requisitos (art. 7º e ss., Lei 9.637/1998).

APÊNDICE B

MARCO LEGAL (Elaboração de Dr. Manoel Camargo & Gomes, 2018)

1. ATIVIDADES AUTORIZADAS E PROIBIDAS: LEGISLAÇÃO VIGENTEEmbora a permissão ou proibição das atividades nos Parques Nacionais Brasileiros, em regra,

sujeitem-se ao contido no PM, que, no PNSJ, ainda está em fase de aprovação55 e pode,

eventualmente, ser alterado a partir das propostas feitas no âmbito do PAPP. Assim, ao

observar os termos atuais da proposta de PM e identificar seus limites, deve-se considerar

a adequação das atividades sugeridas aos objetivos legais dos Parques Nacionais Brasileiros

(art. 11, Lei do SNUC), assim como aos interesses da comunidade local e da autoridade

pública responsável pela sua administração – estes manifestados por meio do Termo de

Referência do PAPP.

A seguir serão examinados o marco legal aplicável a todos os Parques Nacionais Brasileiros

(parte geral) e o marco legal aplicável especificamente ao PNSJ (parte especial).

1.1. PARTE GERAL

O levantamento a seguir contempla a análise dos principais instrumentos normativos

aplicáveis aos Parques Nacionais Brasileiros:

• Lei do SNUC (1.1.1.);

• Decreto 4.340/2002, que regulamenta a Lei do SNUC (1.1.2.);

• Decreto 84.017/1979, que aprova o regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros

(1.1.3.); e

• Decreto 5.758/2006, que aprova o PNAP (1.1.5.).

1.1.1. LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000

Considerado como o mais importante diploma legal sobre UC, a Lei 9.985/2000, que

55 Atualmente, o uso público do PNSJ é regulamentado pela Portaria 85/2012, do ICMBio, cuja vigência se encerrará com a aprovação do Plano de Manejo, aguardada para o ano de 2018.

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Parque Nacional de São Joaquim

regulamenta o art. 225, § 1º, I, II, III e IV da Constituição Federal e institui o Sistema Nacional

de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, não oferece uma definição de Parque

Nacional Brasileiro56. Não obstante, qualificando-os como Unidade de Proteção Integral (art.

8º, III, Lei do SNUC) – o que implica inadmitir o uso direto de seus recursos naturais, com

exceção das expressas autorizações legais (art. 7º, § 1º, Lei do SNUC) –, estabelece com clareza

o objetivo a eles reservado e, fazendo-o, indica as atividades permitidas em seu interior:

Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais

de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas

científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de

recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

Esse dispositivo reserva dois parágrafos para estabelecer que a visitação pública (§ 2º) e as

atividades de pesquisa (§ 3º) estarão sujeitas à regulamentação. Do ponto de vista técnico,

ao fazê-lo, erra duplamente: em primeiro lugar porque dá a impressão de que as demais

atividades previstas no caput não estariam igualmente sujeitas a regulamentações; em

segundo, porque não condiciona os limites das atividades de pesquisa à observância do

PM, não formulando qualquer referência ao art. 32, Lei do SNUC, que dispõe sobre pesquisas

científicas em UC.

De todo modo, a despeito da literalidade tecnicamente defeituosa, todas as atividades

permitidas no art. 11, caput, Lei do SNUC, obviamente, estão sujeitas à regulamentação e,

assim, às eventuais limitações estabelecidas pelo PM, pelo Plano de Uso Público e pelos

demais atos normativos editados pelo órgão responsável pela administração de cada Parque

Nacional.

O art. 11, § 1º, Lei do SNUC, estabelece a natureza necessariamente pública da posse e do

domínio dos Parques Nacionais Brasileiros, observado o disposto no art. 24, que determina

que o subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema,

integram os limites da UC. Aqui também merece menção o fato de que os Parques Nacionais

devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos

(art. 25, Lei do SNUC).

Além dessas disposições reservadas especificamente aos Parques Nacionais, merecem

destaque para os fins do PAPP as seguintes previsões da Lei do SNUC:

56 O diploma legal em comento estabelece no art. 11 o objetivo dos Parques Nacionais sem formular um conceito do que seja essa UC. Esse conceito, como será visto adiante, está formulado no Decreto 8.4017/1979, no art. 1º, § 1º.

• Necessidade de PM (art. 27);

• Existência de Conselho Consultivo (art. 29);

• Proibição de qualquer atividade em desacordo com os objetivos dos Parques

Nacionais, o PM e os regulamentos (art. 28);

• Possibilidade de que a gestão da UC possa ser exercida por OSCIP (art. 30);

• Vedação de introdução de espécies autóctones (art. 31);

• Necessidade de prévia regulamentação para atividades de exploração comercial (art. 33);

• Possibilidade de obtenção de recursos ou doações pelos órgãos responsáveis pela

administração (art. 34); e

• Definição de critérios para aplicação dos recursos decorrentes de taxas de visitação

e outras rendas, serviços e atividades da própria unidade (art. 35).

Esses dispositivos serão analisados à luz do Decreto 4.340/2002, que regulamenta a Lei do

SNUC (1.1.2); e do Decreto 84.017/1979, que regulamenta os Parques Nacionais Brasileiros

(1.1.3), ambos tratados a seguir.

1.1.2. DECRETO Nº 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002

Nesse plano de regulamentação, interessam aos objetivos do PAPP, especialmente, as

disposições relativas à exploração de bens e serviços (capítulo VII, Decreto 4.340/2002).

Essas disposições – ao reafirmarem a autorização contida na Lei do SNUC (art. 33) – consideram

como produto, subproduto ou serviço inerente às UC: os destinados a dar suporte físico

e logístico à administração e às atividades de visitação, recreação e turismo (art. 25, I); e a

exploração de recursos florestais e naturais, nos limites estabelecidos em lei (art. 25, II).

Ainda com relação às atividades de exploração comercial, o art. 28, Decreto 4.340/2002,

estabelece que elas poderão contar com a participação de pessoas físicas e jurídicas.

Essas atividades só serão permitidas quando previstas no PM, mediante decisão do órgão

executor, ouvido o conselho consultivo do Parque Nacional (art. 26) e devendo, ainda, estar

fundamentadas em estudos de viabilidade (art. 29).

Por fim, merece destaque a determinação, pelo Decreto 4.340/2002, de que os valores e

condições de uso da exploração comercial da imagem do Parque Nacional serão definidos

por ato do órgão executor (art. 27, caput), devendo o uso ser gratuito quando a finalidade for

científica, educativa ou cultural (art. 27, parágrafo único).

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Parque Nacional de São Joaquim

1.1.3. DECRETO Nº 84.017, DE 21 DE SETEMBRO DE 1979

Em que pese ter sido editado no final da década de 1970, o Decreto 84.017/1979 tem

especial importância para os fins do PAPP, pelo fato de constituir legislação específica sobre

os Parques Nacionais Brasileiros.

O art. 1º, § 1º, Decreto 84.017/1979, define Parques Nacionais como “áreas geográficas extensas

e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente,

submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade no seu todo”. A essa definição

poderia ser aditado o disposto no final do art. 1º, § 2º, Decreto 84.017/1979: são “bens da

União, destinados ao uso comum do povo” e “administrados pelo Governo Federal”.

Além disso, o art. 1º, Decreto 84.017/1979, estabelece que os Parques Nacionais “destinam-se

a fins científicos, culturais, educativos e recreativos” (§ 2º) e que tem como principal objetivo

a “preservação dos ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os

desvirtuem” (§ 3º). Esses dispositivos, por se conformarem ao disposto na Lei do SNUC, não

foram por ela derrogados.

Nas disposições seguintes, o Decreto 84.017/1979 apresenta os atributos essenciais dos

Parques Nacionais: (i) possuir “um ou mais ecossistemas totalmente inalterados ou parcialmente

alterados pela ação do homem, nos quais as espécies vegetais e animais, os sítios geomorfológicos

e os ‘habitats’, ofereçam interesse especialmente do ponto de vista científico, cultural, educativo e

recreativo, ou onde existam paisagens naturais de grande valor cênico” (art. 2º, I); (b) “tenham sido

objeto, por parte da União, de medidas efetivas tomadas para impedir ou eliminar as causas das

alterações e para proteger efetivamente os fatores biológicos, geomorfológicos ou cênicos, que

determinaram a criação do Parque Nacional” (art. 2º, II).

Esses dispositivos tornam desnecessário o estabelecido pelo art. 3º, de que tanto o uso quanto

a destinação das áreas que constituem os Parques Nacionais devem respeitar a integridade

dos ecossistemas naturais abrangidos, já que não se poderia contemplar qualquer atividade

que confrontasse o objetivo legalmente instituído para este tipo de UC.

Nos termos do art. 7º, o PM da UC deverá indicar o zoneamento da área total, contendo no

todo, ou em parte, as seguintes zonas características:

• Zona Intangível (inciso I);

• Zona Primitiva (inciso II);

• Zona de Uso Extensível (inciso III);

• Zona de Uso Intensivo (inciso IV);

• Zona Histórico-Cultural (inciso V);

• Zona de Recuperação (inciso VI);

• Zona de Uso Especial (inciso VII).

O Decreto estabelece, ainda, um conjunto de proibições e autorizações que merecem

ser consideradas em cotejo com a legislação posterior, com vistas ao exame de eventuais

derrogações.

Ademais, os arts. 44 e 45, Decreto 84.017/1979, detalhando a disposição de que os Parques

serão administrados pelo Governo Federal (art. 1º, § 2º), estabelecem que essas UC terão

estrutura administrativa compreendendo direção, pessoal, material, orçamento e serviços57,

sendo dirigidas por servidores que possuam reconhecida capacidade técnico-científica no

que se refere à conservação da natureza58.

Considerando os objetivos deste PAPP, as atividades legalmente autorizadas no âmbito

dos Parques Nacionais Brasileiros são, a seguir, listadas. Importante, desde logo, levar em

conta que o exercício dessas atividades se submete ao objetivo estabelecido no art. 11,

Lei do SNUC, reafirmado, com outras letras mas idêntico conteúdo, no art. 1º, Decreto

84.017/1979.

1.1.4. ATIVIDADES PERMITIDAS E PROIBIDAS

São legalmente permitidas as seguintes atividades:

• Pesquisa científica59, sujeita às seguintes condições:

• Ser autorizada previamente pelo órgão responsável pela administração da UC,

observado o regulamento, o PM e as demais disposições legais60;

• Haver interesse do próprio manejo do Parque Nacional61 ou ser indispensável para

57 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 44.

58 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 45.

59 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, caput.

60 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, § 3º; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 39.

61 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 40, I.

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Parque Nacional de São Joaquim

dirimir dúvidas biológicas a respeito das espécies dificilmente localizadas fora da

área protegida62;

• Não colocar em risco a sobrevivência das espécies integrantes dos ecossistemas

protegidos63;

• Estar sujeita à fiscalização do órgão responsável pela administração do Parque

Nacional64.

• Educação ambiental65:

• Para o desenvolvimento de tal atividade poderão ser construídos equipamentos

como salas de aula, anfiteatros, entre outros, que não desvirtuem as finalidades

do Parque Nacional66.

• Recreação67:

• Autorizada, desde que em contato com a natureza68;

• Atividades ao ar livre (passeios, caminhadas, escaladas, contemplação, filmagens,

fotografias, pinturas, piqueniques, acampamentos e similares) devem ser

realizadas sem perturbar o ambiente natural e sem desvirtuar as finalidades do

Parque Nacional69.

62 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 40, II.

63 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências; BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Art. 32, § 1º; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros.

64 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências; BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Art. 32, § 2º; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros.

65 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, caput.

66 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 33.

67 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, caput.

68 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências; BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Art. 11, caput; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros.

69 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 34.

• Turismo ecológico70:

• Pode contemplar trilhas, mirantes, anfiteatros e outros equipamentos para melhor

apreciação da vida animal e vegetal71;

• Atividades ao ar livre devem ser realizadas sem perturbar o ambiente natural e sem

desvirtuar as finalidades do Parque Nacional72.

• Visitação pública73:

• Condicionada à autorização prévia do órgão responsável pela administração da

UC e sujeita às condições e restrições contidas no PM e nas demais disposições

regulamentares e legais74;

• Cobranças de taxas de visitação devem ser aplicadas de acordo com os critérios

estabelecidos no art. 35, Lei do SNUC75;

• Podem ser criados centros de visitação instalados em locais designados no PM,

bem como salas de exposições e museus76;

• Atividades ao ar livre devem ser realizadas sem perturbar o ambiente natural e sem

desvirtuar as finalidades do Parque Nacional.77

• Exploração comercial78:

• Depende de prévia autorização do órgão responsável pela administração79 e deve

70 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, caput.

71 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 33.

72 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 34.

73 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, § 2º.

74 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 11, § 3º; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 2º, III.

75 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 35; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 47.

76 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Arts. 31 e 32.

77 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 34.

78 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 33.

79 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 33.

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Parque Nacional de São Joaquim

estar prevista no PM, ouvido o conselho consultivo do Parque Nacional80;

• Depende de estudos de viabilidade econômica e de investimentos elaborados

pelo órgão executor81;

• Depende de pagamento do agente explorador (pessoa física ou jurídica), conforme

valores e procedimentos estabelecidos em regulamento próprio82;

• Apenas a título oneroso e nos termos de decisão do órgão executor, pode ser

cedido o direito de uso de imagem do Parque Nacional, desde que não tenha

finalidade científica, educativa ou cultural83;

• Entre outras atividades é expressamente permitida a venda de artefatos e objetos

adequados às finalidades de educação e interpretação ambiental84;

• Sempre que possível, os locais para acampamento, estacionamento, abrigo,

restaurante e hotel, localizar-se-ão fora do perímetro dos Parques Nacionais85 ou

em Zonas de Uso Intensivo86.

• Recebimento de recursos e doações87:

• Devem ser utilizados exclusivamente na implantação, gestão e manutenção do

Parque Nacional88.

No que se refere à instalações, construções e obras:

• São autorizadas:

• Construção e ampliação de benfeitorias, mediante autorização do órgão

80 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 33.

81 BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Art. 29.

82 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 33.

83 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 27.

84 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 36.

85 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 35.

86 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 35, parágrafo único.

87 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 34.

88 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 34, parágrafo único.

gestor da UC89;

• Obras que ensejam as alterações do solo descritas no art. 8º, Decreto 84.017/1979,

mediante autorização e desde que (i) sejam realizadas nas Zonas de Uso Intensivo

ou de Uso Especial, (ii) interfiram o mínimo possível com o ambiente natural e (iii)

se restrinjam ao previsto no PM90;

• Projetos de aproveitamento limitado e local de recursos hídricos, desde que não

alterem nem perturbem o equilíbrio do solo, água, flora, fauna e paisagem,

respeitando o PM91;

• Instalação necessária à infraestrutura do Parque Nacional, mediante estudos

aprovados por autoridade competente92;

• Uso e construção de residências necessárias ao manejo do Parque Nacional93;

• Instalação ou afixação de placas, tapumes, avisos ou sinais e quaisquer outras

formas de comunicação audiovisual ou de publicidade, desde que tenham

relação direta com os programas do Parque Nacional94;

• Obras – como teleféricos, ferrovias, rodovias, barragens, aquedutos, oleodutos, linhas

de transmissão – que sejam de comprovado interesse do Parque Nacional95;

• Construção de campos de pouso, quando impraticável sua localização fora dos

limites do Parque Nacional ou se indicada no PM96.

• São proibidas:

• Obras de aterro, escavações, contenção de encostas ou atividades de correções,

adubações ou recuperação de solo97;

89 BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Art. 30.

90 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 8º, parágrafo único.

91 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 9º, parágrafo único.

92 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 20.

93 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 27, § 2º.

94 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 21.

95 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 24.

96 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 28.

97 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 8º, caput.

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Parque Nacional de São Joaquim

• Obras de barragens, de controle de enchentes, de retificação de leitos, de alteração

de margens, hidroelétricas e outras atividades que possam alterar suas condições

hídricas naturais98.

No que se refere à flora e fauna:

• São autorizadas:

• Coleta ou apanha de espécimes vegetais para fins estritamente científicos,

no interesse dos Parques Nacionais e mediante autorização da autoridade

competente99;

• Corte, abate, plantio de árvores, arbustos e demais formas de vegetação nas Zonas

de Uso Intensivo, Uso Especial e Histórico-Cultural, observado o PM100;

• Interferência na sucessão vegetal nas Zonas Intangível, Primitiva e de Uso Especial,

somente nos casos de existência de espécies estranhas ao ecossistema local ou

quando cientificamente comprovada a necessidade de restauração101;

• Controle da população animal, em casos especiais, cientificamente comprovados,

sob orientação de pesquisador especializado e mediante fiscalização da

administração do Parque Nacional102;

• Controle de doenças e pragas, desde que mediante autorização fornecida por

autoridade competente103;

• Reintrodução de espécies sempre que estudos técnico-científicos aconselharem

essa prática, e mediante autorização da autoridade competente104;

• Perseguição, apanha, coleta, aprisionamento e abate de exemplares da

98 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 9º, caput.

99 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 10, parágrafo único.

100 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 11.

101 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 12.

102 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 15, § 1º.

103 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 18.

104 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 19.

fauna105, desde que para fins estritamente científicos, ouvidas as autoridades

competentes106;

• Caça esportiva ou amadorística, desde que prevista expressamente no PM107.

• São proibidas:

• Introdução de espécies autóctones, com exceção de animais e plantas necessários

à administração do Parque Nacional108, observado o disposto no art. 19, Decreto

84.017/1979;

• Admissão de animais domésticos, domesticados ou amansados109.

Com relação aos visitantes, são proibidas as seguintes atividades:

• Abandono de lixo, detritos ou outros materiais que maculem a integridade do

Parque Nacional110, salvo se não houver outra alternativa, caso em que deverão ser

empregadas técnicas adequadas de tratamento111;

• Atos que apresentem potencial de incêndio, salvo como técnica prevista no PM112;

• Ingresso de visitantes portando armas, ou outros materiais e instrumentos

destinados a atividades prejudiciais à fauna e à flora113.

105 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 13.

106 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 13, parágrafo único.

107 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 15, § 2º.

108 BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Art. 31, caput e § 1º; e BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 14.

109 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 16.

110 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 22.

111 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 29, parágrafo único.

112 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 23.

113 BRASIL. Decreto 84.017, de 21 de setembro de 1979. Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Art. 38.

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Parque Nacional de São Joaquim

1.1.5. DECRETO Nº 5.758, DE 13 DE ABRIL DE 2006

Ainda que o Decreto 5.758/2006 (PNAP) não disponha especificamente sobre permissão ou

proibição de atividades nos Parques Nacionais Brasileiros, e não obstante sua efetividade

tenha sofrido inúmeras objeções, ele deve ser aqui considerado. Em primeiro lugar, por

ser um instrumento de referência no plano interno e, em segundo, porque contempla

disposições internacionais deduzidas na Convenção sobre Diversidade Biológica, durante a

Conferência das Nações Unidas sobre meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, bem

como preceitos instituídos pela Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável e pelo

Plano Estratégico sobre Diversidade Biológica.

Importa considerar, assim, que as atividades acima indicadas devem se adequar, de um ponto

de vista sistêmico, ao conjunto de princípios, objetivos e diretrizes estabelecidos no PNAP.

Considerando os objetivos do PAPP, merecem especial menção os seguintes princípios:

• Repartição justa e equitativa dos custos e benefícios advindos da conservação

da natureza, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, erradicação da

pobreza e redução das desigualdades regionais (1.1, XII, PNAP);

• Promoção da participação, da inclusão social e do exercício da cidadania na gestão

das áreas protegidas, buscando o desenvolvimento social, especialmente para as

populações do interior e do entorno das áreas protegidas (1.1, XX, PNAP);

• Sustentabilidade técnica e financeira, assegurando continuidade administrativa e

gerencial na gestão das áreas protegidas (item 1.1, XXII, PNAP).

Entre as diretrizes, destacam-se para os propósitos do PAPP:

• Fomentar a participação social em todas as etapas da implementação e avaliação

do PNAP (item 1.2, X, PNAP);

• Assegurar o envolvimento e a qualificação dos diferentes atores sociais no processo

de tomada de decisão (criação e gestão das áreas protegidas), garantido o respeito

ao conhecimento e direitos dos povos indígenas, comunidades quilombolas e

locais (item 1.2, XI);

• Fortalecer os instrumentos existentes de participação, de controle social, bem como

de monitoramento e de controle do Estado (1.2, XII, PNAP).

No que se refere ao eixo temático sobre gestão, planejamento e fortalecimento, estabelece-

se um conjunto de estratégias, entre as quais sobressaem em importância para este PAPP:

• Apoiar a participação efetiva dos representantes das comunidades locais

(3.2, II, j, PNAP);

• Mobilizar e formalizar parcerias para a gestão (3.2, II, l, PNAP);

• Promover o serviço voluntário (3.2, II, m, PNAP);

• Identificar e apoiar alternativas econômicas no entorno e nas zonas de

amortecimento das UC (item 3.2, II, o);

• Incentivar a cooperação entre as instituições e os órgãos públicos envolvidos nos

processos de fiscalização e controle das UC (3.2, II, p, PNAP).

No eixo temático sobre governança, participação, equidade e repartição de custos e

benefícios, devem ser consideradas as seguintes estratégias:

• Aprimorar mecanismos e políticas, e promover ajustes na legislação para garantir o

respeito e o reconhecimento dos direitos e conhecimentos das comunidades locais

na gestão das UC (4.1, II, a, PNAP);

• Implementar iniciativas de valorização, conservação e melhoramento dos sistemas

tradicionais de produção, organização e gestão das comunidades locais (4.1, II, d,

PNAP);

• Tornar disponíveis as informações necessárias para a repartição justa e equitativa

dos benefícios advindos do uso dos recursos naturais (item 4.1, II, f, PNAP);

• Definir e implementar mecanismos que confiram prioridade às comunidades locais

na implementação e gestão de atividades econômicas no interior das UC (4.1, II, h,

PNAP);

• Estabelecer e fortalecer mecanismos e instrumentos de participação que ampliem a

inclusão da diversidade sociocultural na gestão (4.2, II, b, PNAP);

• Articular com diferentes setores e esferas de governo, e com a sociedade civil, o

planejamento integrado e o desenvolvimento de ações que aproveitem o potencial

produtivo para bens e serviços das UC (4.3, II, b, PNAP);

• Desenvolver projetos que incorporem as comunidades locais no processo

de gestão de atividades econômicas no interior das UC e em suas zonas de

amortecimento (4.3, II, c, PNAP).

Ao tratar da capacidade institucional, merecem destaque as seguintes estratégias:

• Propor instrumentos legais e mecanismos institucionais ou aprimorar os existentes

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Parque Nacional de São Joaquim

para o estabelecimento e gestão eficazes das UC, zonas de exclusão de pesca e

zonas de amortecimento (item 5.1, II, ‘a’);

• Apoiar e fortalecer a capacidade institucional das organizações sociais para o

estabelecimento de parcerias (5.1, II, e, PNAP);

• Estimular pesquisas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias relacionadas

à proteção, à reabilitação e à restauração de habitats (5.3, II, b, PNAP), ao

mapeamento de recursos naturais e ao levantamento de possibilidades para o seu

uso sustentável (item 5.3, II, c, PNAP);

• Garantir que os recursos gerados pela UC retornem ao SNUC (5.4, II, e, PNAP);

• Realizar intercâmbios e outras formas de integração entre as diferentes experiências

nos temas de educação ambiental, sensibilização e controle social da UC (5.5, II, a,

PNAP);

• Monitorar e avaliar os impactos dos programas de comunicação, educação e

sensibilização pública para as UC (5.5, II, c, PNAP).

Por fim, ainda cabe registrar as seguintes estratégias no eixo temático referente à avaliação

e monitoramento:

• Criar e fomentar linhas de pesquisa que incorporem as comunidades locais no

planejamento e na execução de estudos, desenvolvendo uma prática colaborativa

e participativa voltada para as demandas das populações (6.4, II, e, PNAP);

• Desenvolver e fortalecer parcerias de trabalho com organizações e instituições

de pesquisa, e estudos que possibilitem ampliar a compreensão da diversidade

biológica (6.4, II, g, PNAP).

Como acima mencionado, esse conjunto de disposições de caráter principiológico do PNAP,

ainda que não estabeleça regramentos específicos para as atividades, constitui um relevante

instrumento de orientação para encartar as propostas de parcerias formuladas neste PAPP aos

traços de uma política nacional construída a partir de convenções e tratados internacionais

sobre meio ambiente.

1.2. PARTE ESPECIAL

Além dos marcos legais gerais acima indicados, incidentes sobre todos os Parques

Nacionais Brasileiros, devem ser analisadas as disposições normativas e de gestão

presentes em atos do Poder Executivo aplicáveis especificamente ao PNSJ, tarefa a que

este subitem se dedica.

Neste item, portanto, serão analisadas as disposições previstas nos seguintes documentos:

• Portaria 85/2012; e

• Plano de Manejo do PNSJ (a ser aprovado).

1.2.1. PORTARIA 85, DE 25 DE JULHO DE 2012

1.2.2. PLANO DE MANEJO

Conforme visto anteriormente, o PM do PNSJ ainda está em fase de aprovação, de modo

que suas disposições ainda não têm o condão de determinar de modo absoluto as normas

de visitação e uso do PNSJ. Apesar disso, considerando que, uma vez aprovado, o PM do

PNSJ será o principal documento regulamentador do PNSJ, a análise de seu conteúdo é

indispensável no âmbito deste PAPP.

No início de 2016, o PNSJ e a Resex Marinha de Soure foram eleitos pela COMAN/ICMBio

para serem as primeiras UC a terem seus PM desenvolvidos com base em um novo método

importado dos EUA. Esse novo método consiste na internalização e adaptação de um

documento oficial do Serviço de Parques Nacionais dos Estados Unidos da América – o

denominado foundation document, ou documento alicerce – à realidade brasileira. Segundo

o próprio PM do PNSJ, de forma resumida, um PM assim constituído possui as seguintes

funções básicas:

• Comunicar o que é mais importante acerca da UC ao público e aos usuários;

• Identificar os recursos e valores prioritários para a proteção da UC atingir seu

propósito e manter sua significância;

• Garantir coerência dos planos e decisões, contribuindo para atingir o propósito e as

missões da UC;

• Fundamentar o desenvolvimento ou correção dos planos específicos subsequentes;

• Descrever as diretrizes acerca dos recursos e valores-chave da UC;

• Identificar as condições, as ameaças e os problemas da UC em relação aos seus

recursos e valores-chave;

• Identificar planos, estudos e ações necessários para a UC;

• Fundamentar o processo decisório na UC.

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Parque Nacional de São Joaquim

Para tanto, o PM do PNSJ inclui os seguintes componentes:

• Fundamentais (tendem a ser imutáveis):

• Declaração de propósito;

• Declaração de significância;

• Recursos e valores fundamentais;

• Dinâmicos (tendem a mudar com o tempo):

• Subsídios para interpretação ambiental;

• Questões-chave;

• Atos legais e administrativos;

• Avaliação das necessidades de dados e planejamento;

• Zoneamento; e

• Normas Gerais.

Considerando a finalidade dos Parques Nacionais, prevista pelo legislador no art. 11, Lei

do SNUC, o PM do PNSJ prevê como propósito do Parque “preservar a biodiversidade, as

belezas naturais e os aspectos do patrimônio histórico e cultural, característicos do Planalto

Sul Catarinense e da encosta da Serra Geral, inseridos no bioma Mata Atlântica, garantindo a

compatibilidade da recreação, do lazer, da pesquisa científica e da educação ambiental com um

ambiente saudável para as presentes e futuras gerações” 114.

Com relação às declarações de significância, elas visam não apenas justificar a criação do

PNSJ e sua integração ao sistema federal de UC, como também orientar as decisões relativas

ao manejo e ao planejamento do PNSJ. É dizer, as atividades a serem desenvolvidas no PNSJ

devem, a um só tempo, atender ao propósito da UC e contribuir para a manutenção de suas

significâncias115, que decorrem do fato de o PNSJ:

• Abrigar um dos pontos mais altos de Santa Catarina, paisagens deslumbrantes, e

aspectos históricos e culturais únicos;

• Proporcionar sensações incríveis de vivências;

• Proteger os últimos remanescentes de mata de Araucária em Santa Catarina, sendo

114 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 11.

115 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 13 e 16-17.

uma zona núcleo da reserva da biosfera da Mata Atlântica;

• Possuir uma singularidade climática que, aliada à sua geografia, cria condições

ideais para a ocorrência de endemismos como a neve;

• Apresentar encostas e cânions decorrentes de derrames de lava basáltica;

• Revelar manifestações da última era glacial e das flutuações climáticas ocorridas

desde antes do aparecimento dos seres humanos;

• Abrigar as nascentes dos rios Três Barras, Pelotas e de afluentes do rio Canoas (os

dois últimos são afluentes do Rio Paraguai e abastecem o aquífero Guarani).

Em seguida, o PM do PNSJ descreve os recursos e valores fundamentais da UC, que

traduzem as significâncias em elementos mais concretos, descrevendo um pouco mais

detalhadamente as características e os atrativos da UC. Não cabe, aqui, analisar esses

recursos e valores fundamentais, bastando mencionar os 07 (sete) grupos em que eles são

classificados: (i) geologia, (ii) recursos hídricos, (iii) biodiversidade, (iv) pesquisa e educação,

(v) cultura, (vi) turismo e lazer e (vii) belezas cênicas.

Dos elementos supracitados derivam os subsídios para interpretação ambiental, que

consistem em “conceitos e mensagens relevantes sobre a UC que devem ser comunicados ao

público”116, tendo como objetivo revelar aos visitantes a real importância do PNSJ, permitindo

o máximo aproveitamento da experiência de visitação. O PM do PNSJ identifica 05 (cinco)

conteúdos para a interpretação ambiental, quais sejam: (i) liberdade de estar em conexão

com a natureza; (ii) cultura; (iii) vida e biodiversidade; (iv) beleza cênica diversificada; (v)

conexão e diálogo, presença institucional e cidadania. Esses conteúdos serão desenvolvidos

e complementados em documentos específicos.

Quanto aos atos legais e administrativos, além da Portaria 85/2012 , acima analisada, o PM do

PNSJ menciona o Decreto 50.922/1961 (cria o PNSJ); o Decreto 12.233/1980 (cria o Parque

Estadual da Serra Furada no estado de SC); a Portaria 46/2011 (cria o Conselho Consultivo

do PNSJ); a Portaria 114/2014 e sua retificação (modifica a composição do Conselho

Consultivo do PNSJ); a Lei 13.273/2016 (altera e detalha os limites do PNSJ, aumentando o

seu tamanho). Dado o conteúdo desses diplomas, não convém analisá-los mais detidamente

neste Encarte 1.

Logo após, o PM do PNSJ faz uma análise de cada um dos 07 (sete) grupos de recursos e

116 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 14.

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Parque Nacional de São Joaquim

valores fundamentais identificados para o PNSJ, indicando, para cada um deles, (i) a condição

em que se encontram, (ii) as tendências e (iii) as ameaças previstas, (iv) as necessidades de

dados a serem levantados, (v) as necessidades de planejamento e (vi) as oportunidades

relacionadas ao manejo do recurso ou valor. Para os três últimos itens, o PM do PNSJ

estabelece também a prioridade das necessidades e oportunidades, classificando-a em alta,

média ou baixa.

A partir da leitura dessa análise é possível identificar quatro grandes preocupações manifestadas

no PM: (i) fomentar as pesquisas na UC (de modo a contribuir para sua preservação e o seu

manejo adequado); (ii) aprimorar as condições de visitação (com finalidade educativa, de

sensibilização e conscientização ambiental, inclusive com a elaboração do Plano de Uso Público

do PNSJ); (iii) efetivar a regularização fundiária da UC (uma vez que a maior parte do PNSJ

ainda é composta de propriedades privadas não desapropriadas); e (iv) incentivar o trabalho de

parceiros do PNSJ (para manter a infraestrutura de pesquisa e educação já existentes).

Duas dessas preocupações, aliás, são postas como questões-chave do PNSJ, ou seja, como

problemas a serem enfrentados para a gestão adequada da UC: a regularização fundiária e

a abertura do PNSJ à visitação, que aparecem ao lado da definição dos limites do Parque, de

sua comunicação com o entorno e do acesso de pessoas não autorizadas no seu interior.

No que diz respeito ao zoneamento do PNSJ, o PM inova pouco em relação à legislação

vigente, aplicando quase que exclusivamente os conceitos por ela estabelecidos. Assim,

o PNSJ foi dividido em seis zonas internas (Zona Intangível, Zona Primitiva, Zona de Uso

Extensivo, Zona de Uso Intensivo, Zona de Recuperação e Zona de Uso Conflitante) e uma

externa (a Zona de Amortecimento)117.

Na Zona Intangível são vedadas todas as formas de visitação. O PM autoriza apenas atividades

de proteção, pesquisa e monitoramento ambiental, desde que visem atingir os objetivos do

PNSJ e contribuir para o seu manejo e a sua gestão e apenas quando não for possível a

sua realização em outras zonas. Não são permitidas: instalações de infraestrutura, trilhas ou

sinalização (à exceção do que for necessário para ações de resgate, contenção de erosão e

deslizamentos e para a proteção da Zona); fogueiras; e uso de animais de carga e montaria

(com poucas exceções, como o combate a incêndios)118.

117 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 32.

118 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 33.

Na Zona Primitiva são permitidas119:

• Atividades de proteção, pesquisa, monitoramento ambiental e visitação de baixo

impacto;

• Instalação de infraestrutura em casos excepcionais e extraordinários (necessários às

ações de salvamento e resgate, contenção de erosão e deslizamentos, ou mesmo

imprescindíveis para as atividades de pesquisa e visitação de baixo impacto);

• Abertura de trilhas em casos de resgate, combate a incêndios e outras atividades

necessárias para a proteção da Zona e para pesquisa;

• Uso de fogareiros, não de fogueiras;

• Uso de veículos terrestres e de animais de carga e montaria nos casos de combate

a incêndio, resgate e salvamento, transporte de materiais para áreas remotas e de

difícil acesso, em situações imprescindíveis para a proteção da UC.

Na Zona de Uso Extensivo, que corresponde a 57,42 % da área do PNSJ, são permitidas120:

• Atividades de proteção, visitação, pesquisa e monitoramento ambiental;

• Construção e instalação de infraestrutura e outras facilidades para as atividades

acima descritas;

• Instalação de equipamentos de facilidades para a interpretação dos recursos

naturais e histórico-culturais, bem como para recreação;

• Instalação de sanitários públicos;

• Uso de fogareiros, não de fogueiras;

• Uso de animais de carga e montaria, limitando-se ao uso em estradas para as

atividades de visitação;

• Uso de veículos terrestres, nos locais definidos nos planos específicos (ainda não

existentes).

Nas Zona de Uso Intensivo, que correspondem a 07 (sete) polígonos no interior do PNSJ e 04

(quatro) no seu exterior, concentram-se a maior parte dos principais atrativos do PNSJ para

visitação, e nelas são permitidas121:

119 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 35.

120 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 37.

121 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2017. p. 38-40.

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Parque Nacional de São Joaquim

• Atividades de visitação, pesquisa, monitoramento ambiental, proteção e inclusive

gestão da UC;

• Construção de instalação de infraestrutura e outras facilidades imprescindíveis ao

manejo e à gestão do PNSJ;

• Pavimentação de baixo impacto em trilhas, caminhos e estradas;

• Instalação de sanitários públicos nas áreas mais isoladas;

• Fogueiras, em atividades coletivas de visitação e em locais definidos em planos

específicos (ainda não existentes);

• Uso de animais de carga e montaria, limitando-se ao uso em estradas para as

atividades de visitação;

• Uso de veículos terrestres e aéreos, com as limitações indicadas no PM.

Nas Zonas de Recuperação, que são provisórias e tendem a ser incorporadas a uma das

zonas permanentes, não é permitido o uso de fogueiras para nenhuma finalidade, sendo

permitidas as seguintes atividades122:

• Proteção, recuperação (desde que precedidas de projeto específico aprovado

pelo órgão gestor da UC, a menos que sejam pequenas intervenções), pesquisa e

monitoramento ambiental;

• Pequenas intervenções nas vias de circulação e outras áreas de visitação;

• Abertura de trilhas e/ou picadas necessárias às ações de recuperação, resgate,

combate a incêndios, pesquisa e monitoramento ambiental;

• Visitação, preferencialmente relacionada a ações de sensibilização, conscientização

e educação ambiental, bem como outras atividades que não comprometam a

recuperação ambiental;

• Uso de animais de carga e montaria nas ações de recuperação, pesquisa, proteção e

monitoramento ambiental, resgate e salvamento;

• Uso de veículos terrestres e aéreos nas atividades de manejo e gestão.

O PM do PNSJ inova ao criar a denominada Zona de Uso Conflitante, não prevista

pelo Decreto 84.017/1979, que corresponde às áreas do PNSJ “cujos usos e finalidades

conflitam com os objetivos de conservação da área protegida. São áreas ocupadas por

122 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2017. p. 41-42.

empreendimentos de utilidade pública, como gasodutos, oleodutos, linhas de transmissão,

antenas, captação de água, barragens, estradas, cabos óticos e outros. O objetivo de manejo

da zona é contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que minimizem

os impactos sobre a UC”123.

Com relação a essa Zona, o PM do PNSJ estabelece algumas exigências, permissões e

proibições, dentre as quais merecem destaque as seguintes:

• Os instrumentos a serem celebrados entre o PNSJ e os ocupantes, usuários e

responsáveis pelas terras nesta Zona deverão incluir estudos acerca dos impactos

negativos das atividades e prever a solução dos problemas delas decorrentes, até

que a sua remoção seja resolvida;

• Enquanto permanecerem as situações conflitantes, os responsáveis deverão reduzir

os impactos provocados pela sua presença;

• Devem ser feitos estudos que apontem alternativas para a retirada dessas estruturas

existentes de dentro do PNSJ;

• Os usos que o DTCEA-MDI faz de área na UC, bem como seus desdobramentos,

deverão fazer parte de acordo para a compatibilização da atividade com a gestão e

a preservação ambiental do PNSJ, mediante a celebração de instrumento jurídico;

• É permitido o uso de veículos terrestres e aéreos, bem como de animais de

montaria, observadas as limitações indicadas no PM;

• O sistema de comunicação visual referente à sinalização da estrada do Morro da

Igreja deverá ser acordado com o DTCEA-MDI, devendo seguir, dentro do possível,

os padrões e as especificações estabelecidas pelo ICMBio, mesmo antes da

celebração do termo de parceria.

O PNSJ também apresenta uma Zona de Amortecimento, definida pela Lei do SNUC como “o

entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e

restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade” (art.

2º, XVIII). As normas de funcionamento e implantação da Zona de Amortecimento não foram

definidas no PM do PNSJ, que se atém ao estabelecimento de seus limites, aplicando-se, pois,

a Resolução CONAMA nº 428/2010, atualizada pela Resolução CONAMA nº 473/2015 (que,

no seu art. 1º, § 2º, prevê que “[...] o licenciamento de empreendimento de significativo impacto

ambiental, localizados numa faixa de 3 mil metros a partir do limite da UC, cuja ZA não esteja

123 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2017. p. 43.

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Parque Nacional de São Joaquim

estabelecida, sujeitar-se-á ao procedimento previsto no caput [...]”, ou seja, somente poderá ser

concedido mediante autorização do órgão responsável pela gestão do PNSJ).

Neste ponto, convém apontar para o fato de que mais da metade da área total do PNSJ

(57,42 %) foi classificada como Zona de Uso Extensivo, e 9,13 % como Zona de Uso Intensivo,

o que demonstra uma grande preocupação em permitir o exercício de atividades educativas

e recreativas no interior da UC (art. 7º, III e IV, Decreto 84.017/2002)124.

Por fim, nas páginas 48 e 51 a 55 o PM do PNSJ apresenta algumas normas gerais para o

funcionamento do PNSJ, dentre as quais merecem destaque as seguintes:

• A infraestrutura a ser instalada na UC deve se limitar àquela necessária ao seu

manejo adequado;

• Nas áreas de contato entre a Zona Intangível e outras zonas menos restritivas

somente é possível instalar infraestrutura e facilidades para a proteção dos solos e

do visitante;

• À exceção de acampamentos e abrigos simples, é vedada a construção e o

funcionamento de outras modalidades de hospedagem dentro do PNSJ;

• É vedada a construção e a implantação de teleféricos e similares no PNSJ;

• É proibido instalar quaisquer infraestruturas sobre os topos do relevo da UC, com

exceção daquelas necessárias à proteção e à visitação;

• É vedado o preparo de churrasco no interior do PNSJ, inclusive nas áreas de

visitação, exceto no alojamento nos Campos de Santa Bárbara e na sede, em

Urubici;

• É proibida a instalação de placas ou outras formas de comunicação visual ou

de publicidade e propaganda que não tenham relação direta com atividades

desenvolvidas ou com os objetivos da UC;

• A visitação ocorrerá mediante o pagamento por ingresso de acesso à área e por

serviços prestados nas atividades desenvolvidas;

• Eventos, atividades religiosas e outros similares, incluindo reuniões de associações,

poderão ser autorizados desde que não causem impactos negativos sobre a fauna,

a flora e a experiência da visitação, sendo proibida a deposição de resíduos de

qualquer natureza no ambiente;

124 BRASIL. Proposta de Plano de manejo do PNSJ. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2017. p. 32.

• São permitidos eventos esportivos e desportivos não motorizados, tais como

corridas de aventura, torneios de esportes de natureza, entre outros, vedando-se a

realização de eventos político-partidários e similares;

• É vedada a passagem e a permanência de carros de som no interior da UC, bem

como o uso de aparelhos sonoros de longo alcance, admitindo-se apenas shows

e festivais que utilizem instrumentos e amplificação em consonância com os

objetivos da UC;

• Os recursos hídricos da UC não podem ser explorados ou alterados por quaisquer

formas de captação ou contenção de água, com exceção daquelas consideradas

fundamentais para a gestão do PNSJ;

• Todas as pessoas que entrarem no Parque têm responsabilidade individual na

remoção de todos os resíduos sólidos que gerarem no PNSJ;

• Todo material utilizado para pesquisas e estudos no PNSJ deverá ser retirado e o

local reconstituído após a finalização dos trabalhos, exceto aqueles de interesse da

UC;

• Toda infraestrutura existente na UC que possa gerar resíduos e efluentes deverá

contar com um tratamento adequado;

• Veículos motorizados somente podem circular nas estradas oficiais do PNSJ,

ressalvados casos excepcionais em atividades imprescindíveis à gestão da UC;

• A circulação motorizada de visitantes na área do Morro da Igreja/Pedra Furada será

feita por meio de transporte único, desde que viável, sendo que tal transporte será

avaliado individualmente para as outras áreas e atividades, o que será definido e

detalhado nos planos específicos e outros instrumentos, permanecendo como está

até a implantação do serviço;

• O comércio de alimentos e bebidas será definido nos planos específicos e outros

instrumentos;

• É proibido o ingresso e a permanência de animais domésticos, domesticados e/ou

amansados no PNSJ, com exceção de cães-guia para deficientes visuais;

• O pouso e a decolagem de helicópteros, aeronaves e similares (inclusive drones

e balões) serão admitidos apenas nas atividades de pesquisa e de proteção da

UC (combate a incêndios, resgate, salvamento, etc.), bem como no transporte e

remoção de materiais para áreas remotas ou de difícil acesso e na obtenção de

imagens demandadas pela administração da UC;

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Parque Nacional de São Joaquim

• Para as atividades de visitação, poderão ser permitidos sobrevoos panorâmicos, a

partir de planos específicos e outros instrumentos, os quais definirão os tipos de

aeronaves e equipamentos similares que produzam pouco ruído;

• No subsolo do PNSJ serão permitida apenas atividades de pesquisa e visitação em

cavidades naturais, as quais não poderão envolver a prospecção mineral;

• A visitação aos sítios arqueológicos e cavidades naturais da UC ficará subordinada

a estudos específicos e às recomendações de manejo neles indicadas, conforme

legislação vigente;

• Até que o PNSJ disponha de projeto de sinalização, será admitida a sinalização de

interesse e iniciativa da UC, indispensável à proteção dos recursos, à segurança dos

visitantes e pesquisadores, bem como à interpretação dos seus recursos naturais

e histórico-culturais, nas zonas permitidas e dentro dos padrões constantes de

referências institucionais oficiais, quando houver;

• Não podem ser apropriados, explorados ou alterados no interior da UC recursos

minerais e outros materiais de qualquer natureza, como areia, argila, cascalhos,

pedras, brita e carvão, entre outros considerados preciosos ou semipreciosos,

com exceção daqueles julgados importantes para a pesquisa com fins científicos,

conforme legislação vigente;

• É proibido lançar produtos ou substâncias químicas, resíduos e efluentes não

tratados de qualquer espécie, que sejam nocivos à vida animal e vegetal, nos

recursos hídricos do PNSJ, no solo e no ar, exceto para casos especiais previamente

autorizados pelo órgão gestor da UC;

• É proibido fumar e consumir bebidas alcoólicas no interior do PNSJ até que os

planos específicos e outros instrumentos deliberem sobre o assunto;

• Todas as obras de engenharia ou infraestrutura necessárias à gestão da UC

devem considerar a adoção de alternativas de baixo impacto ambiental durante a

construção e o funcionamento;

• O sistema de radiocomunicação do PNSJ pode ser instalado nas suas diversas

áreas, exceto na Zona Intangível, não se admitindo agregação de equipamentos

e similares de outras instituições, salvo no caso de estruturas temporárias

destinadas à pesquisa e às ações de proteção, no estrito interesse do manejo e da

gestão da UC.

Essas normas, adequadas aos objetivos estabelecidos pelo legislador para todas as UC

contempladas pelo SNUC (art. 4º) e, especificamente, para os PNB (art. 11, caput), compõem,

na prática, o que poderia ser denominado de regulamento do PNSJ, o qual deve ser observado

para efeitos deste PAPP – repita-se, mesmo que o PM do PNSJ ainda não esteja vigente.

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Parque Nacional de São Joaquim

APÊNDICE C

ATORES MOBILIZADOS PARA A OFICINA TÉCNICA

NOME CONTATO MUNICÍPIO SEGMENTO ATIVIDADE/RAMO PESSOA JURÍDICA SITUAÇÃO PERÍODO

Andreia Cristiane de Souza 49 99165-9016 Urubici Sociedade Civil Organizada Presidente Associação Comunitária dos Moradores do Morro da Igreja

Contatada / entrevistada

01.03.2018

Denilson de Oliveira 49 99139-1110 Urubici Iniciativa Privada Empresário Restaurante e Pousada Véu da Noiva Contatado / entrevistado

01.03.2018

Adriane Zilli 49 99900-2155 Urubici Iniciativa Privada / Sociedade Civil Organizada

Empresária / Presidente Comércio / Associação do Trade Turístico de Urubici -POUSERRA

Contatada / entrevistada

02.03.2018

Marcelo Lemos 48 99922-9188 Urubici Iniciativa Privada / Sociedade Civil Organizada

Empresário / Membro Diretoria Restaurante / POUSERRA Contatado / entrevistado

02.03.2018

Dilmo Israel 49 3278-4244 Urubici Iniciativa Privada / Sociedade Civil Organizada

Guia Turístico / Presidente Acolhida na Colônia / Conselho de Turismo - Contur

Contatado / entrevistado

02.03.2018

Erionei Manoel Martins 49 99159-1818 Urubici Sociedade Civil Organizada Presidente Associação dos Vizinhos do Morro da Igreja - AMI

Contatado / entrevistado

03.03.2018

Antônio Zilli Urubici Sociedade Civil Organizada/Gestão Pública Municipal

Presidente / Prefeito Associação de Municipíos da Região Serrana (Urubici) - AMURES

Contatado / entrevistado

03.03.2018

Elisa Wypes Santana de Liz 49 99111-8971 Urubici Iniciativa Privada Alimentação / Criou o Conserra e ex membra

Armazém da Serra Contatada / entrevistada

03.03.2018

Ana Ester Rosseto 48 9617-6700 Urubici Iniciativa Privada / Sociedade Civil Organizada

Hospedagem / Conselho Il Rifugio / Associação dos Comunitários do Morro da Igreja - ACMI

Contatada / entrevistada

04.03.2018

João Martins Filho 49 99147-0047 Urubici Iniciativa Privada Comércio combustíveis Posto Temático / ex prefeito e ativista do turismo local

Contatado / entrevistado

04.03.2018

Deive Almeida 49 99148-8887 Urubici Iniciativa Privada Hospedagem / Guia Corvo Branco Estalagem Contatado / entrevistado

05.03.2018

Luiz Clovis Rodrigues Correa

49 99166-2423 Urubici Gestão Pública Municipal Conselheiro / Vereador ConCidade/ câmara de vereadores Contatado / entrevistado

07.03.2018

Simone Vieira Oliveira Rodrigues

49 99123-2310 Urubici Sociedade Civil Organizada / Serviço público municipal

Líder comunitária / Sec. Turismo Comunidade do Baiano/ Sec. Municipal de Turismo

Contatado / entrevistado

07.03.2018

Sérgio Sachet 49 3278-5617 49 99151-4011 [email protected]

Urubici Iniciativa Privada Turismo Agência de Turismo Graxaim Ecoturismo

Contatado / entrevistado

07.03.2018

Marconi Augusto Farias de Oliveira

49 99144-0564 [email protected]

Urubici Gestão Pública Federal Aeronáutica CINDACTA II Contatado / entrevistado

07.03.2018

Vanessa Mathias Bernardo 48 99172-8817 Orleans Gestão Pública Estadual Gestora do PE Serra Furada/IMA e CT do PUP

FATMA - Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina

Contatada / entrevistada

05.03.2018

Leomar Brugnara 48 99825-3212 Orleans Gestão Pública Municipal; Diretor de Turismo Prefeitura Municipal de Orleans/Sec de Turismo

Contatado / entrevistado

05.03.2018

Page 339: PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM - PAPPapresentaÇÃo6. anÁlise mercadolÓgica 8 encarte 1 panorama ambiental, socioeconÔmico 9 e institucional da unidade de 9 conservaÇÃo e entorno

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Parque Nacional de São Joaquim

NOME CONTATO MUNICÍPIO SEGMENTO ATIVIDADE/RAMO PESSOA JURÍDICA SITUAÇÃO PERÍODO

Leonardo Baschirotto 48 9999-27409 [email protected]

Orleans Iniciativa Privada Montanhista

Pedro Barp Rodrigues 48 98827-627548 99105-4464

Lauro Muller Gestão Pública Municipal Vice-prefeito e Secretário de Turismo/ Diretor

Secretaria Municipal de Turismo/ Ecomuseu Serra do Rio do Rastro

Entrevistado 06.03.2018

Claudio Lottin 48 98825-9166 Lauro Muller Gestão Pública Municipal Presidente/ Conselheiro Ecomuseu Serra do Rio do Rastro/ CONCIDADE e COMTUR

Entrevistado 06.03.2018

Paulo Cesar Freiberger 48 98824-1234 Lauro Muller Gestão Pública Estadual Funcionário/ Vice Presidente/Conselheiro

EPAGRI/ ECOMUSEU/ CONCIDADE e COMTUR

Entrevistado 06.03.2018

Paulo Cadallóra 48 98841-7223 Lauro Muller Sociedade Civil Organizada Ativista Ambiental Instituto Alouatta Entrevistado 06.03.2018

Rosilene Koch 48 98806-3454 Lauro Muller Sociedade Civil Organizada Instituto Alouatta Entrevistado 06.03.2018

Pedro Paulo Goulart da Silva

São Joaquim

Iniciativa Privada Presidente Serra Catarinense Conventions e Visitors Bureau

Entrevistado 43165

Ana Lúcia 49 99992-1038 49 98406-2774

São Joaquim

Sociedade Civil Organizada Presidente AMURES Contato programado

Isolete Galvane Paladini 48 3466-3151 Orleans Iniciativa Privada Transporte Turístico Esaltur Contatada / entrevistada

05.31.2018

Valdirene Börger Dorigon 48 99929-7030 Orleans Ensino Superior Museologia Diretora do Museu ao Ar Livre da UNIBAVE

UNIBAVE - Centro Universitário Barriga Verde

Contatada / entrevistada

05.03.2018

Idemar Ghizzo 48 99959-5790 Orleans Ensino Superior Museologia Museólogo UNIBAVE - Centro Universitário Barriga Verde

Contatado / entrevistado

05.03.2018

Dimas Ailton Rocha 48 99984-7009 Orleans Ensino Superior Pró-Reitor de Pós-Graduação Pesquisa e Extensão / Pró-Reitor Administrativo

UNIBAVE - Centro Universitário Barriga Verde

Contatado / entrevistado

05.03.2018

Márcio Alexandre de Souza 49 98831-7703 Urubici Iniciativa Privada Gerente Serviço Social do Comércio - SESC Contatado / entrevistado

02.03.2018

Maria Lucia Vieira Machado Bom Jardim da Serra

Gestão Pública Municipal Secretária Municipal Secretaria Municipal de Turismo Entrevistada 06.03.2018

Lucimar Urubici Sociedade Civil Organizada Proprietária / Presidente Sítio do Pai Velho / Associação Agroecológica

Programada 07.03.2018

Roberto Martins 48 99982-6835 48 3278-4666

Urubici Iniciativa Privada Proprietário / Diretor Serra Bela Hospedaria Rural / SESC Estado de Santa Catarina

Programada Programada

Coronel Adachi Urubici Comandante CINDACTA II Programada 06.03.2018

Ricardo Medeiros 48 99903-4121 Grão Pará Gestão Pública Estadual Secretário STR Secretaria Regional Estado de Santa Catarina

Não contatado

05.03.2018

Jame Kempe Grão Pará Sociedade Civil Organizada Proprietário/Membro Câmara Proprietário de área no PNSJ/ Membro Câmara Plano de UP

Não contatado

27.02.2018

Rosana de Oliveira 48 98444-3510 Grão Pará Gestão Pública Vereadora Câmara de Vereadores de Grão Pará Não contatada

03.03.2018

Page 340: PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM - PAPPapresentaÇÃo6. anÁlise mercadolÓgica 8 encarte 1 panorama ambiental, socioeconÔmico 9 e institucional da unidade de 9 conservaÇÃo e entorno

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Parque Nacional de São Joaquim

APÊNDICE D

ATORES PRESENTES NA OFICINA TÉCNICA